As50MelhoresCronicasdoLerebomExperimente!Vol.1
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O trauma da Izildinha
Autora: Isabel Saliby Maranhão
Estava nervoso com a ideia de voltar àquele laboratório para
refazer meus exames. Olhei para as paredes, brancas, e senti o
familiar cheiro de remédio. Da última vez, a enfermeira teve
problemas para conseguir espetar minha veia e, com a minha
reclamação, chegou a até ameaçar chamar uma tal de Izildinha.
Aquele tipo de enfermeira que não desiste nunca. Finca a agulha
no braço e não tira até achar a veia. Nunca tive problemas
com exames de sangue, eles nunca me doíam; mas, da última
vez, acreditem se quiser, foi terrível.
Depois daquele dia, fiquei meses tendo pesadelos com a tal
da Izildinha, que nem conheci. Acordava suando frio,
pensando na enfermeira procurando insistentemente a veia.
Após o incidente, sempre que algum médico sugere um
exame de sangue, arranjo uma bela desculpa e fujo do
consultório. Eu, correr o risco de ver a Izildinha? Tô fora!
Minha esposa não era besta e sabia muito bem qual era o
problema. Ela tentava me ajudar, mas após um tempo ficou
impaciente com minha repulsa aos exames e forçou-me a vir
aqui hoje.
“Como posso ajudá-lo?” perguntou a moça da recepção
educadamente, quebrando minha linha de pensamento.
“Tenho um exame marcado”. Após dizer-lhe meu nome e a
hora de minha consulta, a secretária direcionou-me à sala de
espera.
Não devo ter esperado muito mais de seis minutinhos,
quando uma senhora, perto dos seus 70, com avental branco,
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