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edição de 16 de janeiro de 2023

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cANNes RevelA<br />

PResi<strong>de</strong>Ntes <strong>de</strong> júRi<br />

Samantha Almeida,<br />

da Globo, é a única<br />

brasileira na lista<br />

do festival. Ela vai<br />

presidir os trabalhos<br />

na categoria Social &<br />

Influencer. pág. 30<br />

giro no mercado vOltA cOm lew’lARA\tBwA<br />

Nova fase <strong>de</strong> projeto do PROPMARK mostra<br />

as instalações e o jeito <strong>de</strong> trabalhar da agência<br />

presidida por Marcia Esteves. pág. 22<br />

Pwc ANAlisA<br />

AvANçO dA mídiA<br />

Sócio da consultoria,<br />

Ricardo Queiroz fala<br />

sobre o crescimento<br />

do mercado no país<br />

e tendências como<br />

publicida<strong>de</strong> em jogos<br />

e Connect TV. pág. 26<br />

propmark.com.br ANO 58 - Nº 2927 - <strong>16</strong> <strong>de</strong> jaNeiro <strong>de</strong> <strong>2023</strong> R$ 15,00<br />

Freepik<br />

consumo dos jovens das<br />

classes B e c surpreen<strong>de</strong><br />

O app Kwai e o instituto locomotiva <strong>de</strong>svendam perfil <strong>de</strong> consumidor da geração K (jovens <strong>de</strong> <strong>16</strong><br />

a 34 anos, das classes B e c). segundo a pesquisa, a classe média representa 70% da população,<br />

contabilizando mais <strong>de</strong> 1<strong>16</strong> milhões <strong>de</strong> brasileiros, sendo 41,4 milhões <strong>de</strong> jovens. “Há um entendimento<br />

bastante claro <strong>de</strong> que esse público é um dos principais segmentos em termos <strong>de</strong>mográficos e <strong>de</strong> consumo<br />

em território nacional”, diz Paulo Fernan<strong>de</strong>s, diretor <strong>de</strong> Kwai for Business nas Américas. wmccann<br />

também tem estudo Verda<strong>de</strong>s dos brasileiros: sentimentos e perspectivas, que mostra população<br />

endividada, mas otimista. Outros profissionais analisam consumidor do pós-pan<strong>de</strong>mia. pág. 12


A APP Brasil gostaria <strong>de</strong><br />

agra<strong>de</strong>cer nossos parceiros <strong>de</strong><br />

2022, que viabilizaram nossas<br />

ações e realizações.<br />

Certamente vocês são peças<br />

fundamentais para o<br />

movimento e presença da APP!<br />

Que venha <strong>2023</strong> com muitos<br />

novos projetos para todos nós!<br />

Agência Beta / Unitoledo Wy<strong>de</strong>n<br />

'


editorial<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

Consumo <strong>de</strong> gerações<br />

Houve uma época no mercado <strong>de</strong> consumo que só se falava do<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra, influência e comportamento da geração Y<br />

(nascidos entre 1981 e 1996), os chamados millennials. Ficou até<br />

chato, como se as outras gerações não fossem importantes para a<br />

economia. Passada essa febre <strong>de</strong> alguns anos atrás, parece que há<br />

agora um equilíbrio maior no interesse das marcas em conhecer<br />

melhor outras camadas da população.<br />

Depois dos millennials, surgiram a geração Z (jovens que nasceram<br />

entre 1997 e 2010) e a geração alfa (nascidos a partir <strong>de</strong> 2010).<br />

Agora, o Instituto Locomotiva investigou a chamada geração K,<br />

que abrange os jovens das classes B e C, com ida<strong>de</strong> entre <strong>16</strong> e 34<br />

anos, que representam 25% da população brasileira. O instituto <strong>de</strong><br />

pesquisa aten<strong>de</strong> a um projeto do Kwai for Business, plataforma <strong>de</strong><br />

negócio do Kwai, app <strong>de</strong> criação e compartilhamento <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os<br />

curtos.<br />

Obviamente, sabemos que <strong>de</strong>cifrar os hábitos <strong>de</strong> consumo e o comportamento<br />

das classes sociais e gerações ajuda os anunciantes a<br />

traçar <strong>de</strong> forma mais apurada suas estratégias <strong>de</strong> comunicação e<br />

a indústria na criação <strong>de</strong> produtos voltados para o público. Mas o<br />

mercado parece se preocupar só com os mais jovens e viver uma<br />

certa miopia em relação ao potencial da economia prateada (tudo<br />

que é consumido por pessoas <strong>de</strong> 50 anos ou mais), que segundo estimativas<br />

movimenta cerca <strong>de</strong> R$ 2 trilhões ao ano no Brasil. Porém,<br />

esse é um assunto para outro editorial.<br />

Voltando à geração K, objeto <strong>de</strong> estudo do Instituto Locomotiva,<br />

uma das <strong>de</strong>scobertas mais interessantes da pesquisa é que esse<br />

público representa um dos principais segmentos em termos <strong>de</strong>mográficos<br />

e <strong>de</strong> consumo em território nacional. O Locomotiva<br />

garante que esses jovens movimentam R$ 655 bilhões ao ano.<br />

Portanto, segundo a análise, se compusesse um estado, essa po-<br />

pulação teria a segunda maior renda do país, atrás apenas do estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo.<br />

Outro <strong>de</strong>talhe importante é que esse recorte da população é um público<br />

diverso, que consome <strong>de</strong> tudo um pouco, mas gasta mais em<br />

peças <strong>de</strong> vestuário, eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Todos os<br />

itens <strong>de</strong> consumo estão na lista <strong>de</strong>les: produtos <strong>de</strong> higiene e beleza,<br />

alimentos, refeições prontas, medicamentos e bebidas em geral.<br />

Em todos os segmentos, o aumento do consumo também foi significativo<br />

nos últimos anos.<br />

Uma avaliação significativa é que esse grupo preten<strong>de</strong> ampliar as<br />

compras neste ano. “Quando se olha para o público mais jovem, o<br />

senso comum leva a pensar que são um grupo <strong>de</strong>sbancarizado, com<br />

menor po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra, com outros interesses <strong>de</strong> consumo e i<strong>de</strong>ntificação.<br />

Porém, a surpresa foi que o levantamento nos mostrou o<br />

completo oposto e nos dando insumos para enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fato quem<br />

são esses indivíduos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as suas características mais básicas até<br />

os seus comportamentos e a sua gran<strong>de</strong> importância para os diferentes<br />

segmentos da economia brasileira”, analisa Paulo Fernan<strong>de</strong>s,<br />

diretor <strong>de</strong> Kwai for Business nas Américas.<br />

Giro no mercado<br />

Em <strong>2023</strong>, o PROPMARK retoma o projeto Giro no mercado, uma série<br />

<strong>de</strong> visitas que busca mostrar as instalações, equipes e forma <strong>de</strong><br />

trabalhar das agências. Nesta nova etapa, a reportagem foi recebida<br />

na se<strong>de</strong> da Lew’Lara\TBWA, em Pinheiros, região Sul <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Comandada pela CEO e sócia Marcia Esteves, a agência fundada por<br />

Luiz Lara e Jaques Lewkowicz em 1992 é a primeira a ser retratada<br />

neste mês. “Nos últimos três anos, a evolução da tecnologia foi vital<br />

para sobrevivermos. Mas per<strong>de</strong>mos em criativida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>verá<br />

voltar a aflorar neste ano”, observa Marcia.<br />

as Mais lidas da seMana no propMark.CoM.br<br />

1ª<br />

2ª<br />

3ª<br />

em parceria com thiaguinho,<br />

itaipava apresenta novo chope<br />

A turnê Tar<strong>de</strong>zinha, <strong>de</strong> Thiaguinho, volta para a estrada a partir <strong>de</strong><br />

abril, e a Itaipava, aproveitando esse retorno, embarcou junto e<br />

lançou sua linha <strong>de</strong> chope em lata, que trará o rosto do cantor.<br />

Cannes lions <strong>2023</strong>: brasil<br />

terá uma presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri<br />

A diretora <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inovação <strong>de</strong> conteúdo da<br />

Globo, Samantha Almeida, é a única brasileira da lista<br />

e será responsável pela categoria Social & Influencer.<br />

americanas, Zé <strong>de</strong>livery<br />

e amstel: marcas dão<br />

início às ações no BBB 23<br />

Os quatro nomes da Casa <strong>de</strong> Vidro foram apresentados. Tal qual<br />

o público, que logo colocou o termo BBB 23 nos trending topics<br />

do Twitter, os patrocinadores do reality show também iniciaram<br />

os seus trabalhos nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />

4ª<br />

Marcas apontam para um futuro mais inclusivo, ético e cidadão,<br />

construído por meio <strong>de</strong> uma comunicação colaborativa e<br />

multiplataforma, inteligência artificial e hipersegmentação.<br />

5ª<br />

Customer experience, ia, segmentação:<br />

as perspectivas dos anunciantes<br />

Como funciona o simulador que<br />

prevê engajamentos <strong>de</strong> anúncios<br />

Criado pela ESPM e a consultoria Cognitive, mo<strong>de</strong>lo<br />

matemático calcula sucesso <strong>de</strong> anúncios, ajudando a mitigar<br />

riscos e a melhorar <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> investimento publicitário.<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 3


Índice<br />

consumo<br />

da geração K<br />

é diverso<br />

Jovens <strong>de</strong> <strong>16</strong> a 34 anos, das<br />

classes B e C, consomem <strong>de</strong> tudo<br />

um pouco, mas gastam mais<br />

com vestuário, eletroeletrônicos<br />

e eletrodomésticos.<br />

cAPA<br />

12<br />

Freepik<br />

Divulgação<br />

entRevistA<br />

imc amplia canais<br />

digitais próprios<br />

Dona <strong>de</strong> restaurantes como Pizza Hut,<br />

KFC e Frango Assado, companhia foca<br />

em acelerar crescimento com a criação<br />

<strong>de</strong> canais <strong>de</strong> vendas online. O CMO Alex<br />

BX Pinto fala também sobre as estratégias<br />

<strong>de</strong> expansão com abertura <strong>de</strong> lojas e<br />

rejuvenescimento das marcas. pág. 10<br />

Divulgação<br />

Unsplash<br />

Divulgação<br />

meRcAdo<br />

Retail media atrai<br />

mais investimentos<br />

Com o início da NRF (National Retail<br />

Fe<strong>de</strong>ration) em Nova York, evento lança luz<br />

em tendências que vão impactar o varejo<br />

físico e digital, entre elas a retail media,<br />

que segue crescendo. pág. <strong>16</strong><br />

diGitAL<br />

RZK aposta em<br />

perfomance no ooH<br />

Eduardo Mantegazza, fundador e CEO da<br />

RZK Digital, acredita que o crescimento<br />

do out of home <strong>de</strong>ve vir da capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> absorver nesse canal o orçamento<br />

<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> performance. Ele reforça<br />

o DNA <strong>de</strong> dados da empresa. pág. 24<br />

meRcAdo<br />

Associações pe<strong>de</strong>m<br />

respeito à <strong>de</strong>mocracia<br />

As principais entida<strong>de</strong>s do setor <strong>de</strong><br />

comunicação con<strong>de</strong>naram os atos <strong>de</strong><br />

vandalismo ocorridos no último dia 8<br />

contra as se<strong>de</strong>s dos Três Po<strong>de</strong>res. ABA,<br />

Abap, Abracom, ANJ, Aberje, Fenapro e IVC<br />

emitiram comunicados. Já a Meta bloqueou<br />

conteúdos que <strong>de</strong>fendiam vândalos. pág. 20<br />

editorial ................................................................3<br />

conexões ...............................................................5<br />

curtas ....................................................................7<br />

opinião ..................................................................8<br />

inspiração ............................................................9<br />

entrevista ...........................................................10<br />

mercado ..............................................................12<br />

opinião ................................................................21<br />

Giro no mercado ................................................22<br />

digital .................................................................24<br />

Agências .............................................................25<br />

mídia ...................................................................26<br />

Quem Fez ............................................................29<br />

cannes Lions <strong>2023</strong> ............................................30<br />

esG no mKt .........................................................31<br />

We love mKt .......................................................32<br />

supercenas .........................................................33<br />

Última Página ....................................................34<br />

4 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


conexões<br />

da! Com certeza, estaremos muito<br />

bem representados!<br />

Felipe Rabello Campos<br />

última Hora<br />

Post: Quem são os sete Forbes<br />

Un<strong>de</strong>r 30 na área <strong>de</strong> marketing<br />

e publicida<strong>de</strong><br />

Orgulho, Fred Biondi. Forbes Un<strong>de</strong>r<br />

30 aos 22.<br />

Fernando Figueiredo<br />

Muito orgulho, obrigada pela menção!<br />

Luize Araujo<br />

LinkedIn:<br />

Post: Cannes Lions <strong>2023</strong>: Brasil<br />

terá uma presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri<br />

Linda <strong>de</strong>mais! Arrasa, Samantha<br />

Almeida!<br />

Carol Grillo Mac Knight<br />

Você é incrível, Samantha AlmeidorinHo<br />

Errata<br />

Diferentemente do que foi publicado<br />

na última edição, a foto acima<br />

correspon<strong>de</strong> a Rodrigo Famelli,<br />

sócio e chief media officer da Streetwise.<br />

PATROCÍNIO<br />

A TIM inicia as ações da sua plataforma <strong>de</strong> música em <strong>2023</strong><br />

<strong>de</strong>sembarcando na Bahia (foto acima). A empresa estreia<br />

como patrocinadora master do tradicional Festival <strong>de</strong> Verão<br />

<strong>de</strong> Salvador, que volta repaginado ao Parque <strong>de</strong> Exposições<br />

nos dias 28 e 29 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>, após uma pausa <strong>de</strong> dois anos<br />

por conta da pan<strong>de</strong>mia. Será o primeiro gran<strong>de</strong> evento da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois do lançamento do 5G na capital baiana e a<br />

operadora aposta na tecnologia e inovação para oferecer uma<br />

experiência inédita aos frequentadores.<br />

AGENDA<br />

Realizado pela Bahia Eventos, empresa <strong>de</strong> entretenimento<br />

da Re<strong>de</strong> Bahia, o Festival <strong>de</strong> Verão preten<strong>de</strong> estimular os<br />

conceitos <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, inclusão, acolhimento e diversida<strong>de</strong>.<br />

Serão <strong>16</strong> shows, divididos em dois palcos principais –<br />

intitulados Cais e Ponte – encabeçados por um line up que<br />

traz encontros criativos entre artistas <strong>de</strong> diferentes linhagens,<br />

estilos e gerações, da cena baiana e nacional. O público verá<br />

cruzamentos musicais <strong>de</strong> naturezas múltiplas, como os <strong>de</strong><br />

Criolo com Ney Matogrosso, Ludmilla com Glória Groove e<br />

Jão com Pitty.<br />

UNICORN HUNTERS<br />

Estreia neste domingo (15) na gra<strong>de</strong> vespertina da Jovem Pan<br />

News a série Unicorn Hunters (foto abaixo). É um programa<br />

pioneiro do gênero ‘enrichtainment’, on<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores<br />

ganham espaço para provar a viabilida<strong>de</strong> e o impacto <strong>de</strong><br />

seus negócios ao Círculo do Dinheiro, composto por Steve<br />

Wozniak, cofundador da Apple; Rosie Ríos, ex-chefe do<br />

Tesouro dos Estados Unidos; Lance Bass, artista e investidor;<br />

Moe Vela, ex-conselheiro sênior da Casa Branca; Chris<br />

Diamantopoulos, empresário social e ator na série da HBO<br />

Silicon Valley; Cris Carter, lenda da NFL e membro do Hall of<br />

Fame; Alex Konanykhin, CEO da Unicorn Hunters, e Silvina<br />

Moschini, empreen<strong>de</strong>dora, cofundadora e presi<strong>de</strong>nte da<br />

Unicoin. Des<strong>de</strong> a estreia no exterior, o programa recebeu<br />

mais <strong>de</strong> US$ 285 milhões em pedidos <strong>de</strong> investimentos por<br />

apresentar pessoas que aspiram ser os próximos ‘unicórnios’.<br />

6 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


curtas<br />

itaipava patRoCina thiaguinho<br />

aMERiCanaS REpoRta RoMBo<br />

DRuiD ContRata gEREntES<br />

Reprodução<br />

Cantor retoma turnê, que terá 26 shows<br />

A cerveja Itaipava, do Grupo Petrópolis,<br />

lança o chope na lata Ita-Draft Tar<strong>de</strong>zinha,<br />

em alusão ao retorno da turnê Tar<strong>de</strong>zinha,<br />

do cantor e compositor Thiaguinho, que ao<br />

longo <strong>de</strong> quatro anos somou <strong>16</strong>2 edições.<br />

O patrocínio da marca foi oficializado em<br />

evento no Rio Beach Club, na Barra da<br />

Tijuca (RJ), no dia 11 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>. Com 26<br />

shows em 25 cida<strong>de</strong>s, a parceria se esten<strong>de</strong>rá<br />

por um ano, começando no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro em abril. O projeto é assinado pela<br />

WMcCann. Com o conceito É o Chopp na<br />

Lata, Muleke!, a bebida <strong>de</strong>staca qualida<strong>de</strong>,<br />

além <strong>de</strong> trazer o Ita, nomenclatura adotada<br />

para reforçar a assinatura 100% Cerveja.<br />

KopEnhagEn ESColhE ginga<br />

Empresa era atendida pela Tech and Soul<br />

A Ginga, que já trabalha para a Brasil<br />

Cacau, expan<strong>de</strong> a sua presença no Grupo<br />

CRM com a conquista da conta da Kopenhagen,<br />

atendida anteriormente pela Tech<br />

and Soul. Estratégia <strong>de</strong> marca, criação <strong>de</strong><br />

campanhas sazonais, promocionais, conteúdo<br />

digital e experiências estão no escopo<br />

do projeto, que busca “uma comunicação<br />

mais leve e contemporânea”, diz Maricy<br />

Gattai, diretora-executiva da marca. Para<br />

Marcos Brabo, sócio e chief strategy officer<br />

da Ginga, a atuação ocorrerá “<strong>de</strong> forma colaborativa<br />

para elevar o potencial criativo<br />

e a vocação <strong>de</strong> inovação <strong>de</strong>ssa marca tão<br />

relevante para o mercado brasileiro”.<br />

Reprodução<br />

Varejista <strong>de</strong>tectou inconsistências contábeis<br />

A Americanas reportou inconsistências<br />

estimadas em R$ 20 bilhões em lançamentos<br />

contábeis redutores da conta<br />

<strong>de</strong> fornecedores. “Diante <strong>de</strong>sses fatos e<br />

consequente alteração <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s da<br />

administração, o diretor-presi<strong>de</strong>nte Sergio<br />

Rial e o diretor <strong>de</strong> relações com investidores<br />

André Covre, empossados em 2/1/<strong>2023</strong>,<br />

comunicaram sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> não permanecer<br />

na companhia, com efeito imediato”,<br />

diz o fato relevante divulgado no dia 11 <strong>de</strong><br />

<strong>janeiro</strong>. João Guerra foi nomeado diretor-<br />

-presi<strong>de</strong>nte e diretor <strong>de</strong> relações com<br />

investidores interino pelo conselho <strong>de</strong><br />

administração da empresa.<br />

Zift CaRD ChEga ao paíS<br />

Cartão-presente atrai a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> 18 marcas<br />

A empresa <strong>de</strong> pagamentos InComm<br />

Payments, que adquiriu a retailtech brasileira<br />

Todo há dois anos, lança no Brasil<br />

o cartão-presente multimarcas Zift Card,<br />

que já tem a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> 18 marcas. “A estratégia<br />

<strong>de</strong> englobar as marcas por categorias<br />

<strong>de</strong> consumo permite unir dois <strong>de</strong>sejos”,<br />

indica Ricardo Olivieri, responsável pela<br />

operação brasileira. Mais escolhas para<br />

consumidores e inovação para varejistas<br />

são os anseios. Com mais <strong>de</strong> 500 mil pontos<br />

<strong>de</strong> venda distribuídos em 35 países,<br />

a empresa atua em um mercado avaliado<br />

em R$ 4 bilhões, segundo dados da Global<br />

Gift Card Survey.<br />

Flávia, Bruna, Ferrari e Oliveira<br />

Flávia Guitarrara (ex-MField) e Bruna<br />

Fairbanks (ex-ExitLag) chegam à Druid<br />

Creative Gaming como manager influencer,<br />

enquanto Vinícius Ferrari (ex-Pain<br />

Gaming) e Guilherme Oliveira (ex-Allianz<br />

Parque) assumem os cargos <strong>de</strong> gerentes <strong>de</strong><br />

projetos e planejamento, respectivamente.<br />

Flávia participou <strong>de</strong> projetos da Stone e<br />

Chopp Brahma Express, e Bruna já aten<strong>de</strong>u<br />

Ubisoft, Fusion e Sony PlayStation, entre<br />

outros. Renner, Coca-Cola e Chevrolet<br />

estão entre os clientes para os quais Ferrari<br />

trabalhou. Já Oliveira planejou ações para<br />

Microsoft, Serasa Experian e Bra<strong>de</strong>sco,<br />

entre outros, em seus <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> carreira.<br />

DaniEl Song aSSuME lg BRaSil<br />

A LG Eletronics<br />

anunciou<br />

Daniel Song<br />

como presi<strong>de</strong>nte<br />

da operação<br />

brasileira durante<br />

a CES, um dos<br />

maiores eventos<br />

<strong>de</strong> tecnologia do<br />

mundo, realizado<br />

em Las Vegas<br />

(EUA), entre<br />

os dias 5 e 8 <strong>de</strong><br />

<strong>janeiro</strong>. Na LG<br />

há mais <strong>de</strong> 28<br />

Executivo retorna como<br />

presi<strong>de</strong>nte da operação<br />

anos, Song era presi<strong>de</strong>nte da empresa no<br />

México. O executivo atuou no Brasil entre<br />

2007 e 2010 como diretor <strong>de</strong> produto <strong>de</strong><br />

áudio, e <strong>de</strong> 2013 a 2014 como VP <strong>de</strong> produto<br />

e lí<strong>de</strong>r das áreas <strong>de</strong> TV e áudio. Expandir<br />

negócios, estreitar relacionamentos e<br />

<strong>de</strong>mocratizar a tecnologia são os <strong>de</strong>safios.<br />

“Estou muito animado em voltar para a LG<br />

Electronics do Brasil, reforçando o compromisso<br />

<strong>de</strong> criar uma vida melhor por<br />

meio da tecnologia”, comenta Song.<br />

Diretor-presi<strong>de</strong>nte e<br />

jor na lis ta res pon sá vel<br />

Ar man do Fer ren ti ni<br />

Editora-chefe: Kelly Dores<br />

Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />

Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />

Editores-assistentes: Janaina<br />

Langsdorff e Vinícius Novaes<br />

Editor especial: Pedro Yves<br />

Repórter: Carolina Vilela<br />

Revisor: José Carlos Boanerges<br />

Edição <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />

Luz<br />

Diagramador Pleno: Lucas<br />

Boccatto<br />

Departamento Comercial<br />

Gerentes: Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0748<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

Tel.: (11) 2065-0744<br />

Diretor Executivo: Tiago A. Milani<br />

Ferrentini<br />

tamf@editorareferencia.com.br<br />

Assinaturas:<br />

assinaturas@propmark.com.br<br />

Tel.: (11) 2065.0737<br />

Demais estados: 0800 704 4149<br />

Site: propmark.com.br<br />

Redação: Rua Fran çois Coty, 228<br />

CEP 01524-030 – São Pau lo-SP<br />

Tels: (11) 2065-0772 e 2065-0766<br />

e- mail: re da cao@prop mark. com.br<br />

O PrO PMar k é uma pu bli ca ção da Edi to ra re fe rên cia Ltda.<br />

rua Fran çois Coty, 228 - São Pau lo - SP<br />

CEP: 01524-030 Tel.: (11) 2065-0766<br />

as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />

opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />

IMPRESSO EM CASA<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 7


OpiniãO<br />

Divulgação<br />

O nomadismo digital<br />

funciona para você?<br />

Rebecca Lopes LyRio<br />

Comecei a escrever este artigo olhando<br />

as árvores pela janela <strong>de</strong> um parque em<br />

Pernambuco, mas vou finalizá-lo sob a brisa<br />

do mar da Bahia. Se me contassem que estaria<br />

trabalhando neste formato há alguns<br />

anos, eu custaria acreditar. Os formatos <strong>de</strong><br />

trabalho sofreram mudanças por conta da<br />

pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 e, junto com ela, as<br />

formas das empresas e empreen<strong>de</strong>dores<br />

exercerem suas funções também - e eu<br />

embarquei nessa experiência. Mas, afinal,<br />

o que é nomadismo digital? Diferente do home<br />

office, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvemos as ativida<strong>de</strong>s<br />

do trabalho em casa, são chamados nôma<strong>de</strong>s<br />

digitais os profissionais que po<strong>de</strong>m aproveitar<br />

a liberda<strong>de</strong> da tecnologia, das re<strong>de</strong>s sem<br />

fio <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> e os dispositivos<br />

móveis para conciliar<br />

viagens e o trabalho remoto em<br />

qualquer cida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>sejar.<br />

Estamos falando <strong>de</strong> uma experiência<br />

<strong>de</strong> vida proporcionada<br />

pela tecnologia, que viabilizou<br />

a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as modalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> trabalho não convencionais.<br />

Costumo dizer que escolher pelo nomadismo<br />

digital não é apenas optar por uma forma<br />

<strong>de</strong> trabalho, e, sim, por um estilo <strong>de</strong> vida diferente<br />

do convencional, e é esta liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r viajar e residir em qualquer local<br />

enquanto trabalha que tem atraído cada vez<br />

mais a<strong>de</strong>ptos. Mas será que as empresas estão<br />

prontas para isso? As empresas continuam<br />

passando por muitas adaptações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

primeiro lockdown, e lidar com tantas mudanças<br />

em processos internos e com seus colaboradores<br />

não é fácil. As pessoas pu<strong>de</strong>ram<br />

experimentar outra forma <strong>de</strong> vida, além <strong>de</strong><br />

terem tido <strong>de</strong> lidar com <strong>de</strong>safios mentais em<br />

diferentes escalas, o que fez com que muitos<br />

repensassem suas carreiras e isso, claro, impactou<br />

os negócios. As agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

não escaparam <strong>de</strong>ste efeito e, se já passavam<br />

por mudanças e adaptações vindas com<br />

a transformação digital, tiveram <strong>de</strong> acelerar<br />

seus processos para se tornarem atraentes,<br />

reter seus talentos e conquistar novos.<br />

“lidar com<br />

tantas mudanças<br />

em processos<br />

internos<br />

e com seus<br />

colaboradores<br />

não é fácil”<br />

Neste cenário, acredito que lí<strong>de</strong>res e gestores<br />

precisam rever não só o formato <strong>de</strong> trabalho,<br />

mas também a forma <strong>de</strong> medir a produtivida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> focar na carga horária<br />

e focar no sucesso medido pela entrega <strong>de</strong><br />

resultados. Não quero minimizar o <strong>de</strong>safio<br />

que é tornar isso executável em larga escala,<br />

mas, por experiência, afirmo que com estruturação<br />

dos boards, colaboração dos times e<br />

incremento <strong>de</strong> ferramentas e metodologias<br />

ágeis para darem suporte a esta estrutura,<br />

este <strong>de</strong>safio se torna fluido e possível <strong>de</strong> ser<br />

realizado.<br />

Por outro lado, não adianta apenas a empresa<br />

fazer o seu papel. É preciso que o colaborador<br />

esteja atento às softs skills importantes<br />

que <strong>de</strong>vem ser colocadas em prática<br />

no nomadismo digital. Ser nôma<strong>de</strong><br />

requer muita habilida<strong>de</strong><br />

em planejar suas ativida<strong>de</strong>s,<br />

gerir tempo, pautas, adaptabilida<strong>de</strong><br />

e agilida<strong>de</strong>, afinal <strong>de</strong><br />

contas, qualquer pessoa que<br />

esteja em viagem sabe que terá<br />

<strong>de</strong> lidar com imprevistos, que<br />

po<strong>de</strong>m se tornar sérios quando<br />

se tem trabalhos para entregar.<br />

Por isso é tão importante<br />

o comprometimento individual com metas e<br />

responsabilida<strong>de</strong>s, se não o sonho da liberda<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> virar um pesa<strong>de</strong>lo com sérias consequências,<br />

como burnout e outros perigos<br />

emocionais que impactam não só a vida do<br />

indivíduo, mas também <strong>de</strong> quem ele convive<br />

no âmbito pessoal e do seu trabalho.<br />

É importante termos uma visão ampla<br />

sobre o nomadismo digital, encarando seus<br />

alertas e suas vantagens, mas exercitando e<br />

dominando estes pontos, garanto que a experiência<br />

é muito enriquecedora. Você terá<br />

a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer muitas culturas,<br />

formar um network fantástico, apren<strong>de</strong>r outras<br />

línguas, e tudo isso no seu tempo, com<br />

autonomia para gerir sua liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha<br />

e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Vale lembrar que a janela<br />

do mundo po<strong>de</strong> ser a tela do computador,<br />

mas “os olhos precisam viajar” além das telas<br />

e po<strong>de</strong>r conciliar estes cenários faz toda a<br />

diferença.<br />

Rebecca Lopes Lyrio é lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> branding<br />

e browth MKT da Hackel e Grupo TXTOH,<br />

parceira do Sinapro (BA)<br />

contato@rebeccalyrio.com.br<br />

8 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


inspiração<br />

o que me enche os olhos d’água<br />

Fotos: Arquivo Pessoal<br />

“A propaganda me faz chorar. Superhumans, do Channel 4.<br />

Phelps, <strong>de</strong> Un<strong>de</strong>r Armour. Pillow Talk, clássico da Disney”<br />

João CaeTano0 BraSil<br />

especial para o ProPMarK<br />

Quem me conhece um pouquinho já sabe:<br />

eu choro. E não é que choro como<br />

todas as pessoas no planeta. Eu fico com<br />

os olhos cheios <strong>de</strong> lágrimas o tempo todo.<br />

Do nada. Algumas vezes <strong>de</strong> até encharcar o<br />

rosto, nas mais aleatórias situações.<br />

Em um show, conversando com as minhas<br />

filhas, Isadora e Lorena, ouvindo um<br />

podcast, assistindo a um filme, numa exposição.<br />

Tá bom, muita gente chora nesses momentos.<br />

Mas eu também choro no meio da<br />

torcida do Flamengo, num bar com o pessoal<br />

do Cachaça, meu grupo <strong>de</strong> WhatsApp<br />

preferido, quando um amigo me conta que<br />

o negócio <strong>de</strong>le está dando certo, escutando<br />

uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma dupla que está começando<br />

na profissão ou apresentando essa i<strong>de</strong>ia<br />

para o cliente.<br />

O Rato e a Lu Rodrigues, dois parceiros<br />

queridos <strong>de</strong> agências e épocas diferentes,<br />

até passaram coinci<strong>de</strong>ntemente a emendar<br />

mais ou menos a mesma frase quando choro<br />

em reuniões: “É, o JC se emociona com<br />

as i<strong>de</strong>ias”.<br />

Depois <strong>de</strong> pensar muito sobre por que eu<br />

saio chorando por aí, cheguei a uma conclusão:<br />

o que me inspira me arranca lágrimas.<br />

Simples assim. A qualquer momento algo<br />

po<strong>de</strong> me <strong>de</strong>ixar com os olhos marejados.<br />

Não pratico esportes, mas acompanho<br />

bastante. O Luka Dončić brilhando, aos 23,<br />

ou o Lebron batendo tudo que é recor<strong>de</strong>,<br />

aos 38, me fazem chorar. O respeito, como<br />

vimos na <strong>de</strong>spedida do Fe<strong>de</strong>rer jogando em<br />

duplas com o Nadal, me coloca aos prantos.<br />

A Serena Williams, i<strong>de</strong>m. As gran<strong>de</strong>s viradas<br />

<strong>de</strong> jogo (alô, Lima 2019), as reviravoltas<br />

impensáveis, os retornos triunfantes me fazem<br />

quase soluçar. Imagina a minha cara ao<br />

ver o Messi ganhar a Copa.<br />

E não existe um tema específico ou um<br />

conjunto <strong>de</strong>les que me faça cair no choro.<br />

É randômico mesmo. A posse do Lula me<br />

fez pegar um lenço. O Silvio Almeida no<br />

Mano a Mano. Os Beatles tocando covers<br />

<strong>de</strong> rockabilly em Get Back, como faziam<br />

em Hamburgo, e finalmente voltando a se<br />

divertir. O punk rock. Os Racionais MC’s. A<br />

letra <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>mption Song.<br />

A observação da Giovana Madalosso sobre<br />

o sono agitado das crianças e a relação<br />

disso com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>las <strong>de</strong> sonhar<br />

mais do que os adultos, em Suíte Tóquio.<br />

Piadas. O documentário The Beat Diaspora.<br />

A feirante que me disse “se eu não confiar<br />

nas pessoas, fo<strong>de</strong>u”, no dia em que me <strong>de</strong>ixou<br />

levar a compra sem pagar porque esqueci<br />

a carteira em casa.<br />

E, claro, a propaganda me faz chorar.<br />

Superhumans, do Channel 4. Phelps, <strong>de</strong> Un<strong>de</strong>r<br />

Armour. Pillow Talk, clássico da Disney.<br />

The Talk, da P&G.<br />

E muitas outras i<strong>de</strong>ias. (Existe um movimento<br />

<strong>de</strong> menosprezar a inspiração que<br />

vem da própria publicida<strong>de</strong>, que, para<br />

mim, é comparável a rejeitar os políticos na<br />

política, e que a gente sabe bem on<strong>de</strong> dá.<br />

Mas isso é papo para outro texto.)<br />

Apesar <strong>de</strong> os assuntos aparentemente<br />

não terem nada a ver entre si, <strong>de</strong> tanto <strong>de</strong>rramar<br />

rios <strong>de</strong>sse líquido que tem o mesmo<br />

gosto do soro caseiro, consegui ver três fatores<br />

em comum naquilo que me faz verter<br />

lágrimas.<br />

A <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> como po<strong>de</strong>mos ser<br />

gigantes, o fazer e a nossa habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

não nos levar tão a sério. Por trás <strong>de</strong>sses fatores,<br />

está o humano. O humano é o que me<br />

inspira. Pronto, chorei bal<strong>de</strong>s.<br />

João Caetano Brasil é executive creative director<br />

da agência Grey Brasil<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 9


entrevistA<br />

Alex Bx Pinto<br />

CMO da IMC<br />

o nosso grAn<strong>de</strong><br />

foco será em<br />

mArketing <strong>de</strong><br />

PerformAnce<br />

Dona <strong>de</strong> diversas marcas <strong>de</strong> restaurantes, a<br />

IMC (International Meal Company) <strong>de</strong>finiu<br />

três <strong>de</strong>las para crescer mais rápido no<br />

Brasil: Pizza Hut, KFC e Frango Assado.<br />

Para tanto, a companhia passa por uma jornada<br />

<strong>de</strong> transformação, que inclui entre as estratégias<br />

principais a criação <strong>de</strong> canais digitais próprios<br />

<strong>de</strong> vendas, sem per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista a construção <strong>de</strong><br />

marca. “A coisa mais importante no segmento <strong>de</strong><br />

alimentos é ven<strong>de</strong>r hoje, mas também construir o<br />

amanhã”, ressalta Alex BX Pinto, CMO da IMC. Nesta<br />

entrevista, o executivo fala <strong>de</strong> resultados e objetivos.<br />

kelly dores<br />

Qual o balanço da IMC em 2022?<br />

Des<strong>de</strong> 2021, houve uma mudança<br />

completa do negócio,<br />

como alterações nas li<strong>de</strong>ranças<br />

da organização, mas também por<br />

uma jornada <strong>de</strong> transformação.<br />

Basicamente, o objetivo é colocar<br />

a companhia em uma nova<br />

direção. E essa jornada nos levou<br />

para cinco trimestres consecutivos<br />

<strong>de</strong> recuperação muito forte<br />

<strong>de</strong> vendas e <strong>de</strong> Ebitda. Estamos<br />

só no começo, mas a gente enten<strong>de</strong><br />

que essa jornada vai trazer<br />

muitos resultados para a IMC nos<br />

próximos anos.<br />

O que é essa jornada <strong>de</strong> transformação?<br />

A jornada tem alguns pilares<br />

importantes. A primeira e mais<br />

importante é a eficiência operacional.<br />

Restaurante é um negócio<br />

que precisa <strong>de</strong> controle diário do<br />

sistema, tanto <strong>de</strong> franquias como<br />

lojas próprias, buscando ter mais<br />

margem. Outro pilar importante<br />

é a expansão, que está condicionada<br />

fortemente em diminuir o<br />

número <strong>de</strong> marcas. A IMC tem<br />

várias marcas no portfólio, mas<br />

<strong>de</strong>finimos que algumas <strong>de</strong>las<br />

<strong>de</strong>veriam crescer mais rápido<br />

do que outras. Nesse caso, Pizza<br />

Hut, KFC e Frango Assado no<br />

Brasil. A expansão é fundamental<br />

para continuar crescendo. Outro<br />

pilar é a transformação digital,<br />

que tem a ver com o novo paradigma<br />

<strong>de</strong> full service no Brasil,<br />

on<strong>de</strong> a venda presencial passa<br />

a ser menos importante. O consumo<br />

fora <strong>de</strong> casa já é maior no<br />

país e tem um espaço enorme <strong>de</strong><br />

crescimento <strong>de</strong>ntro da casa do<br />

consumidor. E não só ajustando<br />

produto, mas também tendo<br />

mais canais <strong>de</strong> vendas digitais<br />

disponíveis para o cliente.<br />

E quais foram os resultados?<br />

A IMC bateu recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> vendas<br />

no terceiro trimestre <strong>de</strong> 2022, que<br />

subiram 20,7% e somaram R$ 882<br />

milhões, e também <strong>de</strong> Ebitda, o<br />

melhor da história da companhia<br />

para o período, <strong>de</strong> R$ 96 milhões<br />

- um crescimento <strong>de</strong> 23,1% ante o<br />

mesmo trimestre do ano anterior.<br />

Um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio foi que, após a<br />

pan<strong>de</strong>mia, as vendas nas lojas caíram<br />

muito. A partir <strong>de</strong> 2021, isso<br />

começa a ser retomado e <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o primeiro trimestre <strong>de</strong> 2022 já<br />

aponta um número positivo versus<br />

período pré-pan<strong>de</strong>mia, obviamente<br />

com um cenário diferente,<br />

<strong>de</strong> produtos e preços. Mas<br />

hoje a empresa já fatura melhor<br />

do que o período pré-pan<strong>de</strong>mia.<br />

Claro que esse período <strong>de</strong> três<br />

anos teve inflação no meio, o que<br />

coloca um <strong>de</strong>safio adicional para<br />

a categoria.<br />

Como está o processo <strong>de</strong> digitalização<br />

da IMC? A companhia aumentou<br />

o número <strong>de</strong> canais digitais <strong>de</strong><br />

vendas?<br />

Algumas marcas têm <strong>de</strong>livery<br />

próprio. O <strong>de</strong>livery chegou<br />

a pesar 40% das nossas vendas<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia. Esse peso<br />

diminuiu, acredito que um número<br />

razoável é <strong>de</strong> que cerca <strong>de</strong><br />

30% das vendas hoje sejam via<br />

<strong>de</strong>livery. O volume total <strong>de</strong> faturamento<br />

se manteve estável no<br />

ano. Tudo indica que o consumo<br />

por <strong>de</strong>livery vai se manter. O que<br />

aconteceu é que em 2022 a recuperação<br />

da venda física foi muito<br />

maior do que o crescimento do<br />

<strong>de</strong>livery. A gente introduziu alguns<br />

canais digitais próprios e,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da média, espera-se<br />

chegar a 15% das nossas vendas<br />

totais com canais próprios. Em<br />

algumas marcas, as vendas digitais<br />

chegam a ser mais <strong>de</strong> 40% do<br />

total. É um negócio muito relevante<br />

para o nosso portfólio.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> marketing,<br />

quais são os principais <strong>de</strong>safios?<br />

A coisa mais importante no<br />

segmento <strong>de</strong> alimentos é ven<strong>de</strong>r<br />

hoje, mas também construir o<br />

amanhã. Como consegue gerar<br />

transações todos os dias, porque<br />

o nosso negócio tem ainda um<br />

<strong>de</strong>safio gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> clientes perdidos para<br />

a pan<strong>de</strong>mia. Isso porque mudou<br />

o perfil, as pessoas vêm menos às<br />

lojas e consomem mais em casa.<br />

O nosso gran<strong>de</strong> foco, para os pró-<br />

ximos anos, será em marketing <strong>de</strong><br />

performance, em gerar transação<br />

nos canais próprios. O <strong>de</strong>safio é<br />

como fazer isso e, ao mesmo tempo,<br />

construir marca. No passado,<br />

havia a divisão dos quatro Ps, em<br />

que você separava a propaganda<br />

do preço. Hoje em dia não tem<br />

como fazer isso. Não dá para dizer<br />

que <strong>de</strong>terminada ativida<strong>de</strong> é só<br />

ação promocional, para gerar tráfego,<br />

porque precisa investir nas<br />

duas coisas ao mesmo tempo, até<br />

porque o dinheiro é um só. Acabamos<br />

<strong>de</strong> lançar, por exemplo,<br />

uma campanha <strong>de</strong> Pizza Hut em<br />

que fazemos uma série <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras<br />

sobre o mundo digital,<br />

com Paulo Vieira fazendo comparações<br />

<strong>de</strong> como dar um ‘hut’<br />

na vida. O objetivo da ação era<br />

geração <strong>de</strong> tráfego, porque queríamos<br />

comunicar que a marca<br />

tinha uma promoção com preço<br />

novo. Mas se colocássemos só a<br />

promoção, ia gerar zero atenção<br />

para o consumidor e não ia mudar<br />

a percepção que ele tinha da marca.<br />

Então, combinamos as duas<br />

coisas. A comunicação <strong>de</strong> marca<br />

sem preço na nossa categoria é<br />

pouco provável que aconteça no<br />

curto, médio prazo. A gente já<br />

teve iniciativas que são mais entretenimento<br />

para gerar atenção<br />

do consumidor, mas a gran<strong>de</strong><br />

maioria do nosso investimento é<br />

para combinar as duas coisas.<br />

Qual é a agência que aten<strong>de</strong> a marca?<br />

A conta da Pizza Hut está com<br />

a DPZ.<br />

Pizza Hut é a principal marca?<br />

O investimento <strong>de</strong> marca em<br />

Pizza Hut e KFC é semelhante.<br />

A diferença é que Pizza Hut tem<br />

muito mais lojas no Brasil: são<br />

270 versus quase <strong>16</strong>0 do KFC. É<br />

uma capilarida<strong>de</strong> maior, porém<br />

o faturamento médio é menor do<br />

que o das lojas do KFC. Por isso, o<br />

budget <strong>de</strong> marketing é parecido.<br />

E quem aten<strong>de</strong> KFC?<br />

A The Heart.<br />

E como é a comunicação do Frango<br />

Assado?<br />

É diferente, porque o que importa<br />

para a geração <strong>de</strong> tráfego não<br />

é necessariamente publicida<strong>de</strong>.<br />

10 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


A jornada do consumidor é bem<br />

diferente. A parada, na maioria das<br />

vezes, não é planejada. As lojas do<br />

Frango Assado são em rodovias,<br />

enquanto as do KFC são basicamente<br />

em shopping centers e as<br />

da Pizza Hut têm uma mistura,<br />

com pontos em shopping, aeroportos<br />

e ruas. O Frango Assado, aliás,<br />

completou 70 anos. Tem hoje 26<br />

lojas, com projeto <strong>de</strong> expansão e<br />

acreditamos que há espaço para<br />

crescer, uma vez que ela só está no<br />

estado <strong>de</strong> São Paulo e tem a possiblida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se tornar uma marca<br />

nacional. É um negócio muito<br />

rentável, uma marca sólida, o <strong>de</strong>safio<br />

é como renová-la para atrair<br />

clientes novos. Para o aniversário<br />

<strong>de</strong> 70 anos, lançamos uma nova<br />

imagem <strong>de</strong> marca que apresenta o<br />

novo mascote. Agora, vamos fazer<br />

um processo <strong>de</strong> mudança do novo<br />

visual nas lojas. A digitalização é<br />

uma parte importantíssima nesse<br />

projeto para que o Frango Assado<br />

tenha um futuro mais autônomo<br />

possível em termos <strong>de</strong> transação,<br />

seja via drive thru ou pré-pedido.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um projeto multimarcas,<br />

com a DPZ ajudando na parte<br />

<strong>de</strong> slogan e comunicação e a Superunion<br />

na parte <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, por<br />

exemplo.<br />

Quais são as perspectivas da empresa<br />

para <strong>2023</strong>?<br />

É continuar crescendo, acelerar<br />

ainda mais os canais digitais.<br />

Em 2022, passamos o ano<br />

basicamente planejando e agora<br />

o consumidor vai realmente<br />

ver esse impacto. Isso tem a ver<br />

com reforma das lojas, cobertura<br />

<strong>de</strong> novos formatos e ampliação<br />

da oferta <strong>de</strong> produtos digitais<br />

para o consumidor. Acabamos<br />

<strong>de</strong> lançar, por exemplo, o programa<br />

<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> do Frango<br />

Assado, o Fran-GO!. Com Pizza<br />

Hut, vamos continuar o processo<br />

<strong>de</strong> expansão e rejuvenescimento<br />

da marca com o Paulo Vieira,<br />

a DPZ no atendimento da conta,<br />

nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, sendo<br />

que até aqui o resultado é muito<br />

satisfatório, principalmente para<br />

atrair o consumidor mais jovem.<br />

E, recentemente, anunciamos<br />

um novo acordo <strong>de</strong> expansão do<br />

KFC. Queremos abrir mais 400<br />

“A<br />

comunicAção<br />

<strong>de</strong> mArcA<br />

sem preço<br />

nA nossA<br />

cAtegoriA<br />

é pouco<br />

provável”<br />

Diivulgação<br />

lojas da marca no Brasil. Ou seja,<br />

aumentar em quase quatro vezes<br />

a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas.<br />

E como estão as novida<strong>de</strong>s em termos<br />

<strong>de</strong> inovação?<br />

A parte <strong>de</strong> inovação <strong>de</strong> Pizza<br />

Hut envolve tanto comunicação,<br />

com uso <strong>de</strong> embaixador <strong>de</strong><br />

marca e <strong>de</strong> novas mídias, como<br />

também lançamento <strong>de</strong> produtos.<br />

Colocamos vários produtos<br />

na rua, como Festival do Requeijão<br />

e do Cheddar. Sabores,<br />

tamanhos e formatos <strong>de</strong> pizza<br />

também são importantes, mas<br />

a estratégia mais importante é<br />

o foco no canal próprio. Com o<br />

canal próprio, a marca chega ao<br />

consumidor com preços mais<br />

competitivos, promoções exclusivas<br />

e consegue conhecer<br />

melhor o seu cliente. Quando<br />

você entra em um marketplace,<br />

é uma caixa preta do nosso lado<br />

para enten<strong>de</strong>r o comportamento<br />

do consumidor.<br />

“Acho que o grAn<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sAfio do <strong>de</strong>livery no<br />

mundo, não só no BrAsil,<br />

é A rentABilidA<strong>de</strong>”<br />

O consumo <strong>de</strong> comida em casa está<br />

maior do que fora do lar?<br />

O número <strong>de</strong> ocasiões <strong>de</strong> consumo,<br />

não em dinheiro, já está um<br />

pouco maior em casa. Obviamente,<br />

isso varia um pouco. O consumo<br />

mudou com a pan<strong>de</strong>mia e<br />

algumas pessoas não voltam mais<br />

para o trabalho. No nosso escritório,<br />

por exemplo, em média, as<br />

pessoas vão para lá duas ou três<br />

vezes por semana. A gente imagina<br />

que, para fast-food, o consumo<br />

em casa vai seguir crescendo.<br />

O que as marcas vão ter <strong>de</strong> fazer?<br />

Criar menus específicos para o<br />

consumo em casa, se quiserem<br />

continuar crescendo, porque não<br />

é exatamente a mesma experiência<br />

que em um restaurante. E<br />

o bolso também não é igual. Em<br />

casa as pessoas buscam uma comida<br />

mais funcional. O <strong>de</strong>livery é<br />

um canal mais promocional, porque<br />

as pessoas comparam preços.<br />

Acho que o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio do <strong>de</strong>livery<br />

no mundo, não só no Brasil,<br />

é a rentabilida<strong>de</strong>. Nenhuma das<br />

pontas está muita satisfeita com<br />

a rentabilida<strong>de</strong> do canal. E nem<br />

o consumidor está satisfeito com<br />

o preço. Daí a importância do canal<br />

próprio, pois a rentabilida<strong>de</strong><br />

é sustentável. Mas também não<br />

dá para ficar fora do marketplace.<br />

Não é um ou outro, são os dois.<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 11


merCado<br />

Freepik<br />

Pesquisa<br />

<strong>de</strong>fine perfil do<br />

consumidor jovem<br />

das classes B e C<br />

Instituto Locomotiva conduz<br />

estudo para o app Kwai e<br />

<strong>de</strong>svenda comportamento<br />

da geração K, que representa<br />

25% da população brasileira<br />

Neusa spaulucci<br />

perfil do consumidor mudou radicalmente<br />

nos últimos anos e as marcas<br />

O<br />

buscam enten<strong>de</strong>r quem é esse cara hoje e<br />

quais as tendências <strong>de</strong> consumo para este<br />

ano que acaba <strong>de</strong> começar. O Instituto Locomotiva<br />

já se movimentou nesse sentido,<br />

aten<strong>de</strong>ndo a um projeto do Kwai for Business,<br />

plataforma <strong>de</strong> negócio do Kwai, app<br />

<strong>de</strong> criação e compartilhamento <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os<br />

curtos. O estudo procura ilustrar quem é esse<br />

público, <strong>de</strong>finindo suas características,<br />

seus comportamentos e sua importância<br />

para os diferentes segmentos da economia<br />

brasileira. A pesquisa avaliou o comportamento<br />

do consumidor jovem, da chamada<br />

geração K, que representa 25% da população<br />

brasileira, das classes B e C, com ida<strong>de</strong><br />

entre <strong>16</strong> e 34 anos.<br />

Segundo a pesquisa, a classe média no<br />

geral representa 70% da população, contabilizando<br />

mais <strong>de</strong> 1<strong>16</strong> milhões <strong>de</strong> brasileiros,<br />

sendo 41,4 milhões <strong>de</strong> jovens. “Há<br />

um entendimento bastante claro que esse<br />

público é um dos principais segmentos em<br />

termos <strong>de</strong>mográficos e <strong>de</strong> consumo em território<br />

nacional. Nosso objetivo com esse<br />

estudo é <strong>de</strong>strinchar os hábitos <strong>de</strong> consumo<br />

e enten<strong>de</strong>r melhor a relação <strong>de</strong>le com<br />

os apps e as re<strong>de</strong>s sociais”, diz Paulo Fernan<strong>de</strong>s,<br />

diretor <strong>de</strong> Kwai for Business nas<br />

Américas. O estudo aponta que a classe média<br />

tem as re<strong>de</strong>s sociais como segundo ativo<br />

mais importante da sua vida, per<strong>de</strong>ndo<br />

apenas para os apps <strong>de</strong> banco entre os mais<br />

jovens, e plataformas <strong>de</strong> mensagens instantâneas<br />

para a geração <strong>de</strong> 35 mais.<br />

O Locomotiva garante que essa camada<br />

da socieda<strong>de</strong> movimenta R$ 655 bilhões ao<br />

ano. Portanto, segundo a análise do instituto,<br />

se compusesse um estado essa população<br />

teria a segunda maior renda do país,<br />

atrás apenas do estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Outro <strong>de</strong>talhe importante é que esse recorte<br />

da população é um público diverso,<br />

que consome <strong>de</strong> tudo um pouco, mas gasta<br />

mais em peças <strong>de</strong> vestuário, eletroeletrônicos<br />

e eletrodomésticos. Todos os itens <strong>de</strong><br />

consumo estão na lista <strong>de</strong>sse povo: produtos<br />

<strong>de</strong> higiene e beleza, alimentos, refeições<br />

prontas, medicamentos e bebidas em geral.<br />

Em todos os segmentos o aumento do consumo<br />

foi significativo nos últimos anos. A<br />

compra <strong>de</strong> internet, como jogos, por exemplo,<br />

também cresceu.<br />

A pesquisa mostra ainda que foi durante<br />

o período da Covid-19 que essa geração<br />

consolidou a presença <strong>de</strong> marcas em suas<br />

vidas. A geração K se i<strong>de</strong>ntifica mais com as<br />

marcas (mulheres, 72%; homens, 66%).<br />

Um dos <strong>de</strong>talhes mais importantes da<br />

avaliação é que esse grupo preten<strong>de</strong> ampliar<br />

as compras este ano. A preferência <strong>de</strong><br />

produtos continua sendo vestuário, eletroeletrônicos<br />

e eletrodomésticos. A perspectiva<br />

é <strong>de</strong> que continue sendo orientada<br />

mais pelas marcas do que por preço nas<br />

mesmas categorias. E os influencers digitais<br />

exercem gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r no consumo<br />

<strong>de</strong>ssa geração, que também valoriza marcas<br />

que respeitam a diversida<strong>de</strong> (mulheres,<br />

84% e homens 77%) e trazem elementos da<br />

sua cultura e do seu dia a dia.<br />

Para Fernan<strong>de</strong>s, quando se olha para o<br />

público mais jovem, o senso comum leva a<br />

“conseguimos ir mais<br />

fundo nos interesses<br />

<strong>de</strong>ssa faixa etária”<br />

pensar que são um grupo <strong>de</strong>sbancarizado,<br />

com menor po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra, com outros<br />

interesses <strong>de</strong> consumo e i<strong>de</strong>ntificação. “Porém,<br />

a surpresa foi que o levantamento nos<br />

mostrou o completo oposto e nos dando insumos<br />

para enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fato quem são esses<br />

indivíduos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as suas características<br />

mais básicas até os seus comportamentos e<br />

a sua gran<strong>de</strong> importância para os diferentes<br />

segmentos da economia brasileira”, analisa.<br />

Segundo o executivo, com o estudo, o<br />

Kwai consegue <strong>de</strong>finir claramente a importância<br />

do público jovem como um dos principais<br />

segmentos em termos <strong>de</strong>mográficos<br />

e <strong>de</strong> consumo em território nacional.<br />

Fernan<strong>de</strong>s afirma que a pesquisa trouxe<br />

indícios bem interessantes, como o que eles<br />

consi<strong>de</strong>ram importante em uma marca e<br />

quais são suas priorida<strong>de</strong>s. “Nós conseguimos<br />

recortes bacanas e, hoje, por exemplo,<br />

sabemos que, entre os assuntos consi<strong>de</strong>rados<br />

como relevantes para essa geração, a<br />

música (60%) se classifica em primeiro lugar,<br />

e sete entre cada <strong>de</strong>z jovens da classe<br />

média consi<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> suma importância<br />

conhecer novos artistas. Carreira (57%) e<br />

12 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Paulo Fernan<strong>de</strong>s: “Conseguimos recortes bacanas”<br />

bem-estar (56%) completam o top 3 da lista<br />

<strong>de</strong> interesses. A pesquisa também nos<br />

revelou que a principal categoria <strong>de</strong> consumo<br />

entre os jovens <strong>de</strong>sse segmento é o<br />

vestuário (60%); higiene e beleza (54%) e<br />

alimentos para preparar (54%) compõem<br />

a lista empatados em segundo lugar. Nesse<br />

sentido, conseguimos ir mais fundo nos<br />

interesses <strong>de</strong>ssa faixa etária, ressaltando a<br />

importância <strong>de</strong> tê-los como um target em<br />

futuras estratégias <strong>de</strong> negócios”, conta.<br />

Renato Meirelles, presi<strong>de</strong>nte do Locomotiva,<br />

afirma que a geração K se diferencia <strong>de</strong><br />

outras, pois tem dinheiro para gastar. Os jovens<br />

que compõem esse nicho não refletem<br />

uma tendência. Segundo análise <strong>de</strong>le, esse<br />

consumidor é uma realida<strong>de</strong>. Ele já está aí,<br />

no mercado, e serve como referência e conduz<br />

os mais novos ainda. “São protagonistas<br />

da história”, afirma. As marcas, segundo<br />

Meirelles, estão enten<strong>de</strong>ndo agora quem<br />

é esse cara, que até há pouco tempo esteve<br />

invisível para o mercado.<br />

Futuro<br />

A WMcCann apresentou no fim do ano<br />

passado a pesquisa Verda<strong>de</strong>s dos brasileiros:<br />

sentimentos e perspectivas, estudo exclusivo<br />

realizado em parceria com a plataforma<br />

MindMiners, que trouxe respostas <strong>de</strong> 1.300<br />

brasileiros <strong>de</strong> regiões, classes sociais, gêneros<br />

e faixa etárias diversas, colhidas <strong>de</strong> forma<br />

100% online.<br />

Mariana Pagano: escolha por marca com propósito<br />

Renato Meirelles: geração K se diferencia <strong>de</strong> outras<br />

“não adianta, esse é<br />

o perfil do brasileiro.<br />

ele sempre acredita<br />

que tudo vai melhorar”<br />

O estudo da WMcCann tenta olhar para o<br />

futuro e apresenta um dado preocupante: a<br />

situação financeira do consumidor brasileiro<br />

tira o sono da gran<strong>de</strong> maioria. Segundo<br />

Renata Bokel, CSO e COO da WMcCann, os<br />

resultados mostram que 58% dos brasileiros<br />

estão preocupados com suas finanças,<br />

mas revelam também que esperança e otimismo<br />

ainda ditam a maneira como se consome<br />

em um cenário <strong>de</strong> incertezas e instabilida<strong>de</strong>.<br />

“Mesmo com a preocupação com<br />

os rumos políticos e a inflação, a pesquisa<br />

indica que o brasileiro continua mais inclinado<br />

a gastar do que a poupar”, comenta.<br />

Renata afirma ainda que as mulheres foram<br />

muito afetadas durante a pan<strong>de</strong>mia,<br />

pois tiveram mais perdas. “Saíram per<strong>de</strong>ndo<br />

e não conseguiram ainda se recuperar”,<br />

afirma. Para ela, as mulheres não têm a situação<br />

sob controle. E isso é o que incomoda<br />

muito. Porém, como ela mesmo diz, o<br />

brasileiro é otimista. “Não adianta, esse é o<br />

perfil do brasileiro. Ele sempre acredita que<br />

tudo vai melhorar”.<br />

Para a executiva, as marcas têm uma<br />

gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> neste momento, já<br />

que po<strong>de</strong>m ajudar o consumidor, incentivando<br />

as boas escolhas, a economia <strong>de</strong><br />

tempo, a reorganização das finanças e mostrando<br />

on<strong>de</strong> gastar bem e melhor. Segundo<br />

ela, o consumidor brasileiro está otimista,<br />

mas também cauteloso. “A Covid-19 o surpreen<strong>de</strong>u,<br />

assim como a crise econômica<br />

e também a inflação”. No entanto, o olhar<br />

esperançoso é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe e uma boa<br />

oportunida<strong>de</strong> para as marcas.<br />

A publicitária lembra que o consumidor<br />

jovem enfrenta pela primeira vez uma crise<br />

Renata Bokel: endividamento e otimismo<br />

e, para Renata, é esse cara que tem <strong>de</strong> ser<br />

orientado pelas marcas. “Ele <strong>de</strong>seja consumir,<br />

ele vai gastar, mas está cauteloso.”<br />

PaN<strong>de</strong>mIa<br />

A pan<strong>de</strong>mia ainda é motivo <strong>de</strong> preocupação<br />

para 67% dos entrevistados. É o<br />

que aponta a pesquisa encomendada pela<br />

WMcCann: 51% disseram que a saú<strong>de</strong> emocional/mental<br />

foi impactada pela Covid-19.<br />

As mulheres foram as que se sentiram mais<br />

afetadas: 61%. Outro dado importante revelado<br />

pelo estudo é sobre as mudanças <strong>de</strong><br />

hábito provocadas pela doença: 59% afirmaram<br />

ter melhorado os hábitos <strong>de</strong> higiene<br />

pessoal e coletiva.<br />

A pesquisa também aponta que quando<br />

o assunto é dívida, as mulheres sofrem<br />

mais que os homens: 38,3% das mulheres<br />

se dizem endividadas, contra 32,8% dos homens.<br />

O cenário atual também revela afetar<br />

a relação do consumidor com o dinheiro.<br />

Apesar <strong>de</strong> 48% dizerem que as contas estão<br />

sob controle, o brasileiro ainda prefere gastar<br />

a poupar: apenas 20% afirmam ser controlado<br />

com dinheiro, priorizando guardar<br />

mais e gastar somente com o necessário.<br />

Planejamento financeiro ainda é um <strong>de</strong>safio<br />

para a população do país: 42% admitem<br />

não ter nenhum planejamento financeiro.<br />

Para as mulheres, o cenário é mais<br />

crítico: 46%, contra 38,6% dos homens. O<br />

cenário instável, no entanto, fez com que<br />

Tiago Trinda<strong>de</strong>: jovem da favela não espera acontecer<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 13


merCado<br />

gastos com viagens (44%) e alimentação<br />

(41%) tenham sido repensados pelos brasileiros.<br />

Os cortes com alimentação foram<br />

maiores entre as mulheres: 43,7%.<br />

INteNCIoNal<br />

Mariana Pagano, head <strong>de</strong> estratégia da<br />

Grey, afirma que a tendência <strong>de</strong> consumo<br />

pós-pan<strong>de</strong>mia é mais intencional. Ou seja,<br />

preço somado à sustentabilida<strong>de</strong>. Mas a<br />

instabilida<strong>de</strong> política <strong>de</strong>ve atingir o consumo.<br />

“Menos por impulso, mais por marcas<br />

autênticas”, diz ela, acrescentando: “mais<br />

por integração e propósito”. Ela afirma que<br />

hoje o consumidor pergunta: “Qual o valor<br />

que a marca entrega para o consumo?”. E,<br />

segundo ela, os anunciantes estão atentos<br />

a isso. “Marca com propósito não é mais<br />

uma pauta isolada. Mas não é um movimento<br />

fácil. São anos <strong>de</strong> preparação”,<br />

pon<strong>de</strong>ra. E neste contexto está o jovem<br />

que tem uma visão mais ampla do que<br />

é responsabilida<strong>de</strong> social e isso faz toda<br />

diferença. Os mais velhos, segundo ela,<br />

veem o assunto apenas como reciclagem<br />

<strong>de</strong> material. Já a moçada vai além e sabe<br />

da amplitu<strong>de</strong> do assunto. Outro <strong>de</strong>talhe<br />

que ela <strong>de</strong>staca é a valorização das marcas<br />

locais no pós-pan<strong>de</strong>mia.<br />

Tiago Trinda<strong>de</strong>, sócio e CCO da Digital<br />

Favela, comenta que até há pouco tempo, o<br />

morador <strong>de</strong> favela se perguntava: “Por que<br />

não me vejo nas comunicações?” e, hoje,<br />

essa pergunta já virou uma afirmação: “se<br />

eu não me vejo, eu não compro”. Segundo<br />

ele, não é <strong>de</strong> agora que o empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

é realida<strong>de</strong> nas favelas – não por oportunida<strong>de</strong>,<br />

mas por necessida<strong>de</strong>. “São empresas<br />

<strong>de</strong> moda, alimentação, tecnologia,<br />

marcas que se comunicam <strong>de</strong> igual para<br />

igual, e não <strong>de</strong> cima para baixo. E assim fi<strong>de</strong>lizam<br />

consumidores e fazem a renda girar<br />

na própria quebrada. Antes <strong>de</strong> pensar<br />

em consumir, o favelado quer se ver e ser<br />

visto pelas marcas”, <strong>de</strong>creta.<br />

Trinda<strong>de</strong> fala ainda que o jovem <strong>de</strong> favela<br />

não espera a tendência chegar até ele.<br />

“É ele quem dita a tendência – seja na<br />

moda, na gastronomia, na música ou em<br />

tantos outros assuntos. Quer saber o que<br />

vai tocar na balada da Faria Lima semana<br />

que vem? Vá a uma festa na favela nesta semana.<br />

Enquanto os algoritmos das re<strong>de</strong>s, e<br />

principalmente da socieda<strong>de</strong>, insistem em<br />

estereotipar e ignorar os jovens periféricos,<br />

eles seguem inovando, criando e expressando<br />

as próprias estéticas e narrativas,<br />

sem esperar a aprovação <strong>de</strong> ninguém pra<br />

fazer a roda girar. E isso, naturalmente, vira<br />

tendência”, afirma.<br />

evolução<br />

Já Celso Andra<strong>de</strong>, CEO da UOTZ, fala que<br />

após o período mais crítico da pan<strong>de</strong>mia ele<br />

acredita que o consumidor evoluiu muito<br />

em termos tecnológicos e, também, se tornou<br />

muito mais crítico com as marcas nos<br />

anos da grave crise sanitária. “Ele apren<strong>de</strong>u<br />

novas formas <strong>de</strong> consumir, <strong>de</strong> interagir<br />

nos canais <strong>de</strong> compra, <strong>de</strong> comunicação<br />

Celso Andra<strong>de</strong>: consumidor evoluiu em tecnológicos<br />

O consumidor quer ser sustentável, mas neste momento ainda é um luxo para muitos, afirma executiva da Kantar<br />

Os anunciantes <strong>de</strong>vem estar atentos<br />

ao movimento do consumidor quando o<br />

assunto é sustentabilida<strong>de</strong>. Reza a lenda<br />

que ele leva em conta marcas com propósito<br />

na hora das compras, principalmente<br />

o jovem, que hoje está mais consciente.<br />

A Kantar apresentou recentemente estudo<br />

com o seu novo Índice do Setor <strong>de</strong><br />

Sustentabilida<strong>de</strong> 2022, mostrando que há<br />

uma gran<strong>de</strong> lacuna entre a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

algo pelo planeta e a ação efetiva da<br />

população mundial. Segundo a pesquisa,<br />

apesar <strong>de</strong> 97% das pessoas ao redor do<br />

mundo estarem preparadas para adotar<br />

comportamentos mais sustentáveis, os<br />

altos preços e a falta <strong>de</strong> conhecimento a<br />

respeito do tema são as principais barreiras<br />

para a<strong>de</strong>são a esse estilo <strong>de</strong> vida.<br />

Maura Coracini, diretora <strong>de</strong> mídia e<br />

digital da divisão Insights da Kantar no<br />

Brasil, afirma o <strong>de</strong>sejo existe, mas os al-<br />

Guilherme Soter: consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o continua<br />

Fotos: Divulgação<br />

Custo alto impe<strong>de</strong> estilo <strong>de</strong><br />

Freepik<br />

tos preços e a falta <strong>de</strong> conhecimento a respeito<br />

do tema são as principais barreiras<br />

para que os consumidores consigam adotar<br />

comportamentos mais sustentáveis. “No<br />

momento, a sustentabilida<strong>de</strong> ainda é um<br />

luxo para muitos. A gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

para as marcas está na <strong>de</strong>mocratização <strong>de</strong><br />

produtos e serviços sustentáveis. Com a<br />

crise climática, ser sustentável será a regra,<br />

então as marcas que li<strong>de</strong>rarem essa transformação<br />

terão vantagem competitiva no<br />

mercado.<br />

Segundo ela, as marcas po<strong>de</strong>m ajudar os<br />

consumidores a agir <strong>de</strong> forma mais sustentável,<br />

fazendo parte das discussões da socieda<strong>de</strong>,<br />

levando informação, ajudando a<br />

educar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo ban<strong>de</strong>iras sociais importantes,<br />

comunicando <strong>de</strong> forma consistente<br />

suas ações sustentáveis, informando<br />

com clareza sobre seus produtos sustentáveis<br />

– apenas 20% dos consumidores con-<br />

14 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


e experimentou coisas novas. Enten<strong>de</strong>mos<br />

que isso <strong>de</strong>verá permanecer, porém o presencial<br />

retomará um papel importante na<br />

experiência do usuário e no contato principalmente<br />

com produtos. Para isso, diversos<br />

PDVs serão reformulados para facilitar<br />

o momento em que o cliente estiver <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>sse espaço.”<br />

Para ele, os jovens, principalmente a<br />

geração Z, são os consumidores mais familiarizados<br />

com tecnologia e ajudaram a<br />

acelerar a compra social. “Eles se sentem<br />

confortáveis <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses ambientes digitais<br />

e, com certeza, evoluirão para o virtual.<br />

Têm menos apego e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> com marcas.<br />

Esses usuários continuarão a experimentar<br />

novas marcas, principalmente as ‘direct-to-<br />

-consumer’, e geram apelo para este público”,<br />

relata. Andra<strong>de</strong> lembra ainda que essa<br />

geração chega ao mercado <strong>de</strong> trabalho e<br />

terá mais po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra e importância<br />

como um todo. “Como esses novos consumidores<br />

seguem muito influencers, as<br />

marcas mainstream precisarão evoluir na<br />

comunicação e posicionamento para atingir<br />

tal público”.<br />

vida mais sustentável<br />

Maura Coracini: marcas <strong>de</strong>vem influenciar os hábitos<br />

Divulgação<br />

seguem i<strong>de</strong>ntificar se os produtos são ou<br />

não éticos e sustentáveis e 61% <strong>de</strong>claram<br />

que as certificações e selos explicando os<br />

benefícios influenciariam a sua compra”,<br />

comenta.<br />

Para ela, as marcas melhorariam a vida<br />

do consumidor ao influenciar a mudança<br />

<strong>de</strong> hábitos para comportamentos mais sustentáveis,<br />

informando e educando – 42%<br />

dos consumidores não sabem on<strong>de</strong> encontrar<br />

produtos sustentáveis e 57% têm muita<br />

dificulda<strong>de</strong> em saber quais produtos são<br />

bons ou maus eticamente e para o meio<br />

ambiente. “Ser sustentável não é mais uma<br />

questão <strong>de</strong> ter, mas quando. As marcas já<br />

estão sendo pressionadas pelo mercado financeiro<br />

para a <strong>de</strong>monstração concreta <strong>de</strong><br />

suas ações em relação à sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Além do custo da não adaptação e mitigação<br />

<strong>de</strong> riscos que as empresas precisarão<br />

lidar caso ainda não estejam olhando para<br />

essas questões, o gran<strong>de</strong> custo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

está em <strong>de</strong>mocratizar os produtos<br />

e serviços sustentáveis, oferecendo<br />

opções econômicas e possíveis <strong>de</strong> serem<br />

adquiridas pela maior parte dos consumidores”,<br />

<strong>de</strong>fine.<br />

Ela afirma que não encontraram contradições<br />

nas pesquisas, mas se surpreen<strong>de</strong>ram<br />

com o fato <strong>de</strong> o brasileiro estar<br />

tão engajado e bem informado com questões<br />

climáticas. “No nosso último barômetro,<br />

entre as principais preocupações<br />

dos consumidores, 26% dos brasileiros<br />

<strong>de</strong>clararam estar preocupados com a crise<br />

climática (2º lugar), atrás somente <strong>de</strong><br />

problemas sociais (50%) e empatado com<br />

a economia em geral (26%) e violência e<br />

crime (26%)”, relata.<br />

Sobre o comportamento do consumidor<br />

em <strong>2023</strong>, ela aponta que no estudo<br />

po<strong>de</strong>-se notar que, apesar <strong>de</strong> todas as crises<br />

que o país enfrenta nos últimos anos,<br />

o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser mais sustentável não diminuiu<br />

– inclusive perceberam que o consumidor<br />

mais consciente sobre a importância<br />

<strong>de</strong>ssas questões e o impacto que<br />

causam na socieda<strong>de</strong>. Segundo Maura, os<br />

jovens <strong>de</strong>clararam ter maior preocupação<br />

em relação a temas sociais – como saú<strong>de</strong><br />

mental e racismo – do que os boomers,<br />

que têm uma preocupação mais ligada ao<br />

meio ambiente.<br />

A pesquisa da Kantar revela, no Brasil,<br />

99% dos entrevistados <strong>de</strong>claram que querem<br />

ter um estilo <strong>de</strong> vida sustentável, mas<br />

apenas 14% estão efetivamente mudando<br />

seu comportamento. Há duas razões principais<br />

para isso: 75% <strong>de</strong>sejam fazer mais<br />

pelo planeta, mas o alto custo <strong>de</strong> vida os<br />

impe<strong>de</strong>, e 43% não sabem on<strong>de</strong> encontrar<br />

produtos sustentáveis, nem quais hábitos<br />

adotar para ajudar mais.<br />

Ns<br />

raIo x da geração K<br />

•25% da população brasileira<br />

•41,4 milhões <strong>de</strong> jovens,<br />

entre <strong>16</strong> e 34 anos, das classes B/C<br />

•55% são negros<br />

•55% têm ensino médio completo<br />

•97% são digitalizados<br />

•21% estão no Nor<strong>de</strong>ste<br />

e 45% no Su<strong>de</strong>ste<br />

•655 bilhões <strong>de</strong> reais é o quanto<br />

movimenta por ano<br />

Guilherme Soter, CEO da GDB (Global<br />

Data Bank), especializada em privacida<strong>de</strong>,<br />

mídia e dados, vê que, mesmo após a crise<br />

mais séria da pan<strong>de</strong>mia, há um contínuo<br />

aumento no consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o. Para ele, as<br />

pessoas gostam <strong>de</strong> se informar e se entreter<br />

utilizando esse formato. “Além disso, estamos<br />

acompanhando o crescimento das TVs<br />

conectadas, com a TV linear per<strong>de</strong>ndo força<br />

– em especial entre os jovens. Prova disso<br />

é o binge watching: maratonar as séries e<br />

conteúdos favoritos já é um comportamento<br />

enraizado no consumidor atual”, comenta.<br />

Ele <strong>de</strong>clara que vê uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />

neste cenário, que é a monetização do<br />

setor. “Com o aumento da inflação e a redução<br />

do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra dos brasileiros,<br />

há um claro reflexo na impossibilida<strong>de</strong> da<br />

manutenção da assinatura <strong>de</strong> diversos serviços<br />

<strong>de</strong> streaming por parte da população.<br />

Neste contexto, os usuários buscam alternativas<br />

ad supported, ou seja, plataformas<br />

suportadas por anúncios, como PlutoTV,<br />

YouTube e, mais recentemente, o próprio<br />

Netflix”, explica.<br />

Em relação aos jovens, a consolidação<br />

do consumo <strong>de</strong> streaming já se faz mais do<br />

que presente, segundo o executivo, não só<br />

em conteúdos audiovisuais, mas também<br />

nos games. “A publicida<strong>de</strong> precisa se a<strong>de</strong>quar<br />

para aten<strong>de</strong>r a esse nicho, com ações<br />

menos intrusivas que estejam mais conectadas<br />

à realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse público, principalmente<br />

<strong>de</strong>ntro do contexto do jogo. Ainda<br />

vale <strong>de</strong>stacar o streaming <strong>de</strong> áudio, que<br />

já vinha em crescimento e está ganhando<br />

ainda mais relevância da audiência com o<br />

pós-pan<strong>de</strong>mia, especialmente no trajeto<br />

das pessoas, seja no trânsito, transporte<br />

público ou em diversos outros momentos<br />

do dia”. Soter diz ver pelo lado da transformação,<br />

com as audiências migrando <strong>de</strong><br />

plataforma e continuamente aprimorando<br />

seus hábitos, enquanto alguns valores permanecem<br />

intocados: a confiança e a busca<br />

por experiências mais completas, que<br />

aliam relevância e prezam pelo respeito e<br />

privacida<strong>de</strong>”, argumenta.<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 15


meRcado<br />

Retail media cresce e já se torna<br />

a 4ª plataforma para publicida<strong>de</strong><br />

Expectativa global é <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong> US$ 121,9 bi em <strong>2023</strong>; NRF, em<br />

Nova York, trata do assunto e tecnologias para a fi<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> clientes<br />

Fotos: Divulgação<br />

Rafael Lubini é gerente <strong>de</strong> marketing do grupo Unidasul Jessica Fuhrmann Misiti, da Intellibrand by Ascential Elson Menezes é diretor da área <strong>de</strong> retail da Cheil Brasil<br />

PAULO MACEDO<br />

Começa neste domingo (15) com término<br />

previsto para a terça-feira (17) a edição<br />

<strong>2023</strong> da NRF (National Retail Fe<strong>de</strong>ration).<br />

São 112 anos <strong>de</strong> história <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1911, mas<br />

com o mesmo propósito: contribuir para a<br />

construção dos valores que ditam as relações<br />

entre o varejo e os consumidores. Com<br />

3,8 milhões <strong>de</strong> marcas <strong>de</strong> comércio nos<br />

seus quadros, a NRF <strong>de</strong>ste ano terá mais<br />

<strong>de</strong> 40 mil participantes e 800 expositores.<br />

O evento vai trazer à luz as tendências que<br />

vão impactar o comércio físico e digital,<br />

sobretudo pela consolidação <strong>de</strong> ambos como<br />

ambiente midiático, a retail media, e<br />

com a constatação que não quer calar: os<br />

consumidores mudaram. Apesar <strong>de</strong> eles<br />

estarem retornando às lojas, as compras<br />

e as pesquisas online, que cresceram verticalmete<br />

durante a pan<strong>de</strong>mia, se incorporaram<br />

ao mindset <strong>de</strong>sse ator essencial<br />

para as pretensões dos varejistas, cada vez<br />

mais exigentes e prontos para procurar o<br />

concorrente caso suas necessida<strong>de</strong>s não estejam<br />

sendo preenchidas. As jornadas dos<br />

shoppers, portanto, “são infinitas”, como<br />

esclarece Fernando Guntovitch, CEO e fundador<br />

da The Group. “Tudo chega e passa<br />

pelo varejo. O consumidor é o gran<strong>de</strong> ator e<br />

está no centro <strong>de</strong> toda a questão”, resume<br />

Guntovitch.<br />

O fluxo natural dos clientes aos pontos<br />

<strong>de</strong> venda, porém, está transformando<br />

cada vez mais as marcas <strong>de</strong> varejo em<br />

autênticos publishers. O avanço da retail<br />

media é fato. Os PDVs loteiam suas áreas<br />

e é comum ver as gran<strong>de</strong>s marcas <strong>de</strong> consumo<br />

usando esses espaços com ações <strong>de</strong><br />

tra<strong>de</strong> que ultrapassam as gôndolas para<br />

materializar stands temáticos que conversam<br />

com o fluxo <strong>de</strong> shoppers para crescer<br />

vendas. Como canal <strong>de</strong> mídia, na era digital<br />

a elevação dos investimentos é constante<br />

e consistente.<br />

“A mídia <strong>de</strong> varejo é agora o quarto<br />

maior meio <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e verá um<br />

aumento <strong>de</strong> 10,1%, elevando seus gastos<br />

com anúncios para US$ 121,9 bilhões globalmente<br />

em <strong>2023</strong>. Veremos as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

mídia <strong>de</strong> varejo se tornando um recurso<br />

essencial parte das estratégias <strong>de</strong> marketing<br />

e maior experimentação no comércio<br />

social”, esclarece a consultoria inglesa<br />

Warc, que integra o grupo Ascential.<br />

O relatório Future of Digital Commerce,<br />

parte do Marketer’s Toolkit anual da Warc,<br />

explora a interseção entre marketing e<br />

comércio examinando o futuro do comércio<br />

digital no que se refere aos profissionais<br />

<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> marca, suas agências<br />

e seus parceiros varejistas. Ele se aprofunda<br />

em três áreas principais: mídia <strong>de</strong><br />

varejo, prontidão organizacional e comércio<br />

social<br />

A Warc constata ainda que a retail media<br />

já é a quarta opção para a exibição <strong>de</strong><br />

conteúdos publicitários. “Os gastos com<br />

anúncios mais que dobraram durante<br />

2019-2022, ultrapassando áudio, OOH e<br />

cinema, publicação e OTT/streaming. Se<br />

a indústria <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> varejo seguir seu<br />

“ Mídia <strong>de</strong> circuito<br />

fechado perMite que<br />

as Marcas vejaM <strong>de</strong><br />

forMa <strong>de</strong>terMinística<br />

o valor que criaM por<br />

Meio do investiMento<br />

eM todo o funil”<br />

caminho atual, ela se tornará mais valiosa<br />

para os anunciantes do que a TV linear<br />

até 2025. As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> varejo estão<br />

crescendo em número e importância<br />

e <strong>de</strong>sempenharão um papel <strong>de</strong>scomunal<br />

na formação do comércio digital. O crescimento<br />

da mídia <strong>de</strong> varejo está posicionado<br />

para fazer na década <strong>de</strong> 2020 o que<br />

o crescimento da publicida<strong>de</strong> digital impulsionada<br />

por pesquisa fez na década<br />

<strong>de</strong> 2000 e a mídia social fez na década <strong>de</strong><br />

2010. <strong>2023</strong> verá uma mudança radical na<br />

competição na mídia <strong>de</strong> varejo. As marcas<br />

precisarão ir além da compreensão das<br />

plataformas, para dominar como po<strong>de</strong>m<br />

usá-las para se conectar com os consumidores”,<br />

esclarece a Warc.<br />

A revolução digital no varejo é tangível.<br />

O chamado social commerce vai gerar<br />

vendas <strong>de</strong> US$ 660 bilhões (mas em 2021<br />

já chegou a US$ 295 bilhões), das quais<br />

<strong>16</strong> <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


Fotos: Divulgação<br />

Lucas Feltes recomenda mais investimento em marca Fernando Guntovitch, da TG: “Experiência <strong>de</strong> compra” Ricardo Franken, managing director da Integer\OutPromo<br />

Carina Blass é diretora <strong>de</strong> e-commerce da VMLY&R<br />

“coMunicação<br />

bidiMensional, uM<br />

convite a uMa interação<br />

Mais profunda, que<br />

proMova visualizações<br />

sob ângulos pouco<br />

explorados”<br />

US$ 80 bilhões apenas nos Estados Unidos,<br />

<strong>de</strong> acordo com a Warc, até 2025. Esse<br />

volume é o vetor que impulsiona a retail<br />

media. Mas tem um porém na visão <strong>de</strong> Jacqueline<br />

Baker, diretora <strong>de</strong> experiência da<br />

VMLY&R. “Infelizmente, esse novo cenário<br />

(mídia <strong>de</strong> varejo) em constante expansão<br />

e complexo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>safiador, até<br />

porque converteu varejistas em editores<br />

aci<strong>de</strong>ntais.”<br />

A Warc traz o contraponto <strong>de</strong> Patrick<br />

Miller, fundador da Flywheel. “Penso neste<br />

espaço emergente como mais do que<br />

mídia <strong>de</strong> varejo. É uma mídia <strong>de</strong> circuito<br />

fechado que permite que as marcas <strong>de</strong><br />

consumo vejam <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>terminística o<br />

valor que criam por meio do investimento<br />

em mídia em todo o funil. Este é um<br />

aumento da barra para a indústria e po<strong>de</strong><br />

apenas dissociar-se do crescimento do Valor<br />

Bruto <strong>de</strong> Mercadorias (GMV).”<br />

Porém, o CAC (Custo por Aquisição),<br />

mesmo tendo disponível esse volume <strong>de</strong><br />

consumidores nas plataformas, <strong>de</strong>ve ser<br />

pon<strong>de</strong>rado como observa Ryan Monigan,<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Insights & Strategy, da<br />

WhyteSpy<strong>de</strong>r, ouvido pela Warc.<br />

“Ganhar no comércio digital significa<br />

obter uma melhor compreensão <strong>de</strong> como<br />

seu comprador navega no site. Você precisará<br />

mover os consumidores <strong>de</strong> seu caminho<br />

real para o caminho <strong>de</strong>sejado e calcular<br />

o nível <strong>de</strong> investimento necessário<br />

para que isso aconteça.”<br />

comPoRTameNTo HUmaNo<br />

Mas os agentes que observam a retail<br />

media evoluir, tanto no digital como nas<br />

lojas físicas, precisam dar atenção ao relatório<br />

Accenture Life Trends <strong>2023</strong>, que consi<strong>de</strong>ra<br />

as alterações no comportamento<br />

dos clientes como mol<strong>de</strong> para os negócios,<br />

a cultura e a socieda<strong>de</strong>. “Estamos em uma<br />

crise permanente, mas vamos nos adaptar.<br />

O mundo está passando <strong>de</strong> uma catástrofe<br />

global para outra. Mas, como a humanida<strong>de</strong><br />

tem feito por milênios, as pessoas estão<br />

se adaptando à instabilida<strong>de</strong> alternando<br />

entre quatro respostas: lutar, fugir, focar<br />

e congelar, o que afetará o que compram<br />

e como veem as marcas e seus empregadores<br />

– e as empresas precisam estar prontas<br />

para isso. Em um mundo instável, as<br />

pessoas procuram lugares nos quais sintam<br />

pertencimento. Como resultado, as<br />

marcas mo<strong>de</strong>rnas serão construídas primeiro<br />

como comunida<strong>de</strong>s, remo<strong>de</strong>lando<br />

a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e a participação da marca. Por<br />

exemplo, a maioria dos participantes do<br />

grupo focal <strong>de</strong> pesquisa da Accenture experimentou<br />

novos hobbies ou ingressou<br />

em novas comunida<strong>de</strong>s nos últimos seis a<br />

nove meses. A tecnologia emergente está<br />

impulsionando amplamente os três segmentos<br />

para habilitar esse mo<strong>de</strong>lo”, <strong>de</strong>staca<br />

a Accenture.<br />

“As mudanças no controle acabam levando<br />

a mudanças no po<strong>de</strong>r, que – aparentemente<br />

pequenas, mas profundas no<br />

comportamento humano – vão alterar a<br />

dinâmica do po<strong>de</strong>r entre pessoas e organizações.<br />

Nos papéis <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res, trabalhadores,<br />

clientes, consumidores e criadores,<br />

as pessoas buscam maneiras <strong>de</strong> recuperar<br />

o controle. Os resultados serão diferentes<br />

daquilo que vimos antes, graças<br />

às mudanças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> e ao amadurecimento<br />

da tecnologia”, raciocina David<br />

Droga, CEO e creative chairman da Accenture<br />

Song.<br />

ReTaIL<br />

A <strong>de</strong>legação brasileira à NRF é uma das<br />

maiores. A segunda do evento, atrás apenas<br />

da norte-americana, volume que reflete o<br />

impacto do comércio varejista na geração<br />

<strong>de</strong> empregos no país. A Gouvêa Ecosystem,<br />

do empreário Marcos Gouvêa <strong>de</strong> Souza,<br />

organiza a viagem <strong>de</strong> profissionais brasileiros<br />

há 35 anos. No dia 31 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>,<br />

Gouvêa organiza o pós-NRF, maratona <strong>de</strong><br />

oito horas com presença <strong>de</strong> três mil profissionais<br />

do segmento, cada vez mais omnichannel.<br />

Gouvêa enumerou alguns pontos<br />

que consi<strong>de</strong>ra chaves na edição <strong>2023</strong>:<br />

“Este é um momento particularmente<br />

<strong>de</strong>safiador para o varejo dos EUA pelas<br />

questões que envolvem: 1) A inflação, com<br />

a qual não estão acostumados a trabalhar;<br />

2) Pelas questões que envolvem profissionais<br />

para atuar no setor, dos mais prejudicados<br />

pelo processo que ficou conhecido<br />

David Droga é creative chairman da Accenture Song<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 17


meRcado<br />

Fotos: Divulgação<br />

Stenio Souza, CEO da Smollan iTra<strong>de</strong> no Brasil Marcos Gouvêa é fundador da Gouvêa Ecosystem O executivo Marcelo Souza é presi<strong>de</strong>nte da Marketdata<br />

como The Great Resignation durante a<br />

pan<strong>de</strong>mia; 3) Pela transformação do mercado<br />

precipitado pelo home office; 4) Pelo<br />

omniconsumidor cada vez mais empo<strong>de</strong>rado<br />

e informado e com crescente foco<br />

no varejo <strong>de</strong> valor; 5) Pela evolução dos<br />

conceitos ligados a ecossistemas <strong>de</strong> negócios,<br />

reconfigurando as relações entre os<br />

operadores <strong>de</strong> varejo e seus fornecedores<br />

<strong>de</strong> produtos e serviços; 6) Pelas questões<br />

envolvidas nos suprimentos dadas a evolução<br />

das relações comerciais EUA-China;<br />

7) Pelos <strong>de</strong>safios inerentes à evolução dos<br />

hábitos e <strong>de</strong>sejos dos omniconsumidores;<br />

8) Pela perspectiva próxima <strong>de</strong> um freio<br />

na expansão da economia e as cautelas<br />

que isso <strong>de</strong>sperta em todo o mercado”,<br />

enumera Gouvêa.<br />

A Fundação Getúlio Vargas está com<br />

90 executivos, dos quais 40 supermercadistas,<br />

no grupo que formou para a NRF.<br />

Além da programação, sob a li<strong>de</strong>rança do<br />

professor Marcelo Morgado, a instituição<br />

promove dois dias <strong>de</strong> visitas técnicas.<br />

“Acredito que mais uma vez a tecnologia<br />

“a tecnologia vai ser<br />

o foco, Mas estaMos<br />

<strong>de</strong> olho eM tudo<br />

que diz respeito<br />

a Metaverso e<br />

inteligência artificial”<br />

vai ser o foco, mas estamos <strong>de</strong> olho em<br />

tudo que diz respeito a metaverso e inteligência<br />

artificial”, frisa Morgado.<br />

Têndência do varejo, mercado e consumo<br />

é o tripé que atrai Maurício Portella,<br />

general manager da Marco MKT e membro<br />

do Comitê <strong>de</strong> Tra<strong>de</strong> Marketing da Ampro<br />

– Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional.<br />

“Tudo que se soma à experiência digital<br />

que as marcas e re<strong>de</strong>s varejistas proporcionam<br />

aos consumidores é muito bem-<br />

-vindo. Sabemos que os consumidores<br />

estão abertos a isso, e pensar em uma comunicação<br />

mais bidimensional, como um<br />

Agência Score Group <strong>de</strong>senvolveu projeto que <strong>de</strong>staca sabores para a marca Johnny Walker: arquitetura no tra<strong>de</strong><br />

convite irrecusável a uma interação mais<br />

profunda, que promova visualizações sob<br />

ângulos pouco explorados, na minha opinião,<br />

vai romper os parâmetros <strong>de</strong> navegabilida<strong>de</strong><br />

que as marcas têm até o momento.<br />

A web3 e o 5G chegam para nutrir ainda<br />

mais a governança <strong>de</strong> tra<strong>de</strong> marketing,<br />

abrindo espaço para o DTM, que esten<strong>de</strong><br />

para as prateleiras digitais o call to action<br />

que o Tra<strong>de</strong> MKT convencional estabelece<br />

sobre o mundo físico. Honestamente<br />

não acho que esta ‘chave’ vira <strong>de</strong> maneira<br />

muito rápida em nossa geografia, mas<br />

acho que ela empurra algumas convicções<br />

antigas e uma geração <strong>de</strong> marketing mais<br />

old school”, frisa Portella.<br />

Mas a tecnologia e os assets que a envolvem<br />

precisam ser factíveis. “O marketing<br />

3D requer dimensão, data e domínio dos<br />

inventários. Através da análise <strong>de</strong> dados<br />

e <strong>de</strong> uma forma assertiva e factível <strong>de</strong> ser<br />

implementada em gran<strong>de</strong> escala. Assim,<br />

o ROI continua sendo o rei. Ativações que<br />

entreguem resultado real para o consumidor,<br />

que enriqueçam a experiência <strong>de</strong><br />

compra e uma geração e análise <strong>de</strong> dados<br />

<strong>de</strong> comportamento do consumidor”, <strong>de</strong>staca<br />

Guntovitch, da The Group.<br />

Por outro viés, Marcelo Sousa, presi<strong>de</strong>nte<br />

da Marketdata, quer apren<strong>de</strong>r na<br />

NRF sobre o “saldo da pan<strong>de</strong>mia em relação<br />

ao impacto nas relações <strong>de</strong> consumo”.<br />

Ele prossegue: “Defendo que os dois pilares<br />

fundamentais para qualquer estratégia<br />

<strong>de</strong> varejo são a personalização da experiência<br />

e a inovação nos canais <strong>de</strong> venda. Já<br />

sabemos que os consumidores valorizam<br />

cada vez mais as experiências personalizadas.<br />

Eles concordam em compartilhar<br />

seus dados com as marcas, mas esperam<br />

em contrapartida que elas sejam capazes<br />

<strong>de</strong> transformá-los em serviços mais relevantes<br />

e pessoais. Por outro lado, serviços<br />

personalizados são mais rentáveis para as<br />

empresas e mais difíceis <strong>de</strong> serem copiados<br />

pela concorrência. Além disso, as empresas<br />

<strong>de</strong>vem oferecer uma experiência<br />

<strong>de</strong> compra verda<strong>de</strong>iramente omnichan-<br />

18 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


nel, levando-se em conta que a jornada <strong>de</strong><br />

consumo acontecerá em algum momento<br />

no ambiente físico ou digital. E, nesse<br />

caso, a tecnologia precisa dar o suporte<br />

para garantir que não haja ruptura no processo<br />

<strong>de</strong> compra. Também é importante<br />

ter um olhar para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

novos canais, consi<strong>de</strong>rando o fato <strong>de</strong> que<br />

os consumidores estão conectados na internet<br />

e em suas re<strong>de</strong>s sociais todo o tempo,<br />

always on”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Souza.<br />

Sustentabilida<strong>de</strong> e ESG divi<strong>de</strong>m a pauta<br />

tecnológica e inovativa da NRF. “Ao contrário<br />

das anteriores, se falará muito mais<br />

em prática do que em teoria: quais são as<br />

práticas <strong>de</strong> ESG que estão sendo implantadas,<br />

o que já está sendo feito, resultados<br />

e como escalar essas iniciativas, porque o<br />

mercado e, principalmente, o consumidor<br />

norte americano estão <strong>de</strong>mandando por<br />

ações práticas”, aguarda Ricardo Franken,<br />

managing director da Integer\OutPromo.<br />

Com uma carteira <strong>de</strong> clientes <strong>de</strong> varejo<br />

com Via Marte, Rissul, Unilever e Arezzo,<br />

por exemplo, a WTAG quer buscar inspiração<br />

para além da ominicanalida<strong>de</strong>. “O<br />

aprendizado que temos com a NRF e com<br />

nossos clientes é <strong>de</strong> que as gran<strong>de</strong>s marcas<br />

<strong>de</strong> alguma maneira precisam estar no<br />

varejo próprio para garantir a experiência<br />

e contar as suas histórias. Por outro lado,<br />

os varejistas tradicionais precisam investir<br />

pesado em marca e reputação, pois faz<br />

Mauricio Portella é general manager da Marco MKT<br />

“varejistas precisaM<br />

investir pesado eM Marca<br />

e reputação pois há Muito<br />

teMpo não é soMente<br />

preço ou distribuição<br />

que garante sucesso”<br />

A Integer Outo\Promo <strong>de</strong>senvolveu para seu cliente Heineken uma ação <strong>de</strong> tra<strong>de</strong> marketing: ilha bio<strong>de</strong>gradável<br />

Fotos: Divulgação<br />

Britto Jr. é CEO da Score Group, especializada em retail<br />

muito tempo que não é somente o preço<br />

ou a distribuição que garante o sucesso<br />

do negócio”, pon<strong>de</strong>ra Lucas Feltes, CEO<br />

da agência, que vai preparar relatório para<br />

municiar Rafael Lubini, gerente <strong>de</strong> marketing<br />

da Unidasul (Rissul).<br />

“O tra<strong>de</strong> precisa colocar o shopper e<br />

suas necessida<strong>de</strong>s em primeiro lugar,<br />

combinando as necessida<strong>de</strong>s da indústria<br />

e do varejo, mas sempre direcionando os<br />

esforços para uma melhor experiência <strong>de</strong><br />

compra, seja no ambiente físico ou no digital.<br />

As novas tecnologias têm <strong>de</strong> estar<br />

resolvendo algum problema ou atrito, seja<br />

operacional ou <strong>de</strong> atenção do shopper”,<br />

resume Britto Jr., CEO da Score Group,<br />

responsável pelo projeto Descubra seu sabor<br />

para a marca Johnny Walker.<br />

A sinergia entre Varejo + Indústria +<br />

Execução é essencial para Stenio Souza,<br />

CEO da Smollan iTra<strong>de</strong>. “A ‘customização’<br />

não é uma realida<strong>de</strong> para todas as indústrias<br />

e, normalmente, está mais atrelado a<br />

vestuário ou tecnologia, mas para os itens<br />

<strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo, a expansão das soluções<br />

digitais em 3D, explorando a personalização<br />

e segmentação da publicida<strong>de</strong>,<br />

vem ganhando gran<strong>de</strong> espaço”, ressalta.<br />

Jessica Fuhrmann Misiti, executiva <strong>de</strong><br />

marketing na Intellibrand by Ascential,<br />

explica que a produção <strong>de</strong> conteúdo vai<br />

contribuir para o marketing 3D. “É mais<br />

uma maneira <strong>de</strong> atrair o cliente, oferecer<br />

mais informação sobre <strong>de</strong>terminado produto<br />

e, por fim, gerar a venda.”<br />

“Minha expectativa é que as empresas<br />

olhem muito para a nuance <strong>de</strong> inovação<br />

e tecnologia imerso <strong>de</strong>ntro do hábito comum<br />

dos consumidores”, resume Elson<br />

Menezes, diretor <strong>de</strong> retail da Cheil. “Quero<br />

enten<strong>de</strong>r como as marcas estão se posicionando<br />

com o metaverso para trazer soluções<br />

inovadoras, que gerem conversão,<br />

engajamento e a preços acessíveis. A NRF<br />

tem essa característica <strong>de</strong> ser um gran<strong>de</strong><br />

radar <strong>de</strong> inovações no varejo, indicando<br />

tendências para o futuro”, diz Carina Blaas,<br />

diretora <strong>de</strong> e-commerce da VMLY&R.<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 19


MErcado<br />

Entida<strong>de</strong>s divulgam manifestos<br />

con<strong>de</strong>nando ataques em Brasília<br />

ABA, Abap, Abracom, ANJ, Aberje, Fenapro e IVC repudiaram os atos <strong>de</strong><br />

vandalismo na capital; Meta bloqueou conteúdo que <strong>de</strong>fendia vândalos<br />

Pedro Yves<br />

As cenas <strong>de</strong> quebra-quebra e<br />

vandalismo do dia 8 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>,<br />

em Brasília, que resultaram<br />

na <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> espaços,<br />

peças históricas e obras <strong>de</strong> arte<br />

<strong>de</strong>ntro do Palácio do Planalto,<br />

do Congresso Nacional e do Supremo<br />

Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, levaram<br />

a uma ampla mobilização<br />

<strong>de</strong> diversos setores da socieda<strong>de</strong><br />

civil em repúdio aos ataques<br />

às se<strong>de</strong>s dos po<strong>de</strong>res fe<strong>de</strong>rais.<br />

Na comunicação, no dia seguinte<br />

aos atos anti<strong>de</strong>mocráticos,<br />

entida<strong>de</strong>s representativas<br />

das agências <strong>de</strong> propaganda,<br />

da mídia e anunciantes divulgaram<br />

manifestos con<strong>de</strong>nando<br />

a selvageria <strong>de</strong>flagrada por manifestantes<br />

inconformados com<br />

a <strong>de</strong>rrota do ex-presi<strong>de</strong>nte Jair<br />

Bolsonaro nas eleições <strong>de</strong> outubro.<br />

A nota do dia 9 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>,<br />

assinada em conjunto pela Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Agências<br />

<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> (Abap) e a Fe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional das Agências <strong>de</strong><br />

Propaganda (Fenapro), fala que<br />

“a <strong>de</strong>mocracia é um dos pilares<br />

<strong>de</strong> sustentação para a construção<br />

<strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável no Brasil. Ataques<br />

ao Estado Democrático <strong>de</strong> Direito,<br />

não importa <strong>de</strong> qual lado<br />

político partam, não po<strong>de</strong>m ser<br />

tolerados. Os responsáveis pelas<br />

cenas <strong>de</strong> vandalismo e também<br />

<strong>de</strong> agressão aos profissionais<br />

<strong>de</strong> imprensa no exercício<br />

do seu trabalho precisam ser<br />

rigorosamente investigados e<br />

punidos.”<br />

A Associação Brasileira das<br />

Agências <strong>de</strong> Comunicação<br />

(Abracom), por sua vez, ressalta<br />

que “o respeito às urnas e<br />

às instituições é fundamental<br />

para que a socieda<strong>de</strong> brasileira<br />

tenha a tranquilida<strong>de</strong> necessária<br />

para avançar na solução<br />

das principais questões sociais<br />

e econômicas do país”. O Interactive<br />

Advertising Bureau (IAB<br />

Brasil) repudiou os atos criminosos<br />

ressaltando em seu manifesto<br />

que “vivemos em uma<br />

Congresso Nacional, Palácio do Planalto e se<strong>de</strong> do STF foram invadidos<br />

<strong>de</strong>mocracia baseada em princípios<br />

republicanos, no respeito<br />

às instituições e na civilida<strong>de</strong>,<br />

o que é fundamental para assegurarmos<br />

o crescimento sustentável<br />

<strong>de</strong> nosso país”.<br />

E o manifesto assinado pela<br />

presi<strong>de</strong>nte-executiva da Associação<br />

Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes<br />

(ABA), Sandra Martinelli,<br />

aponta que “o que foi orquestrado<br />

em Brasília neste último<br />

fim <strong>de</strong> semana está no território<br />

da insanida<strong>de</strong>. Os Três Po<strong>de</strong>res<br />

(Legislativo, Judiciário e Executivo)<br />

formam a tría<strong>de</strong> que usa<br />

a Constituição Brasileira como<br />

Gustavo Leighton/Unsplash<br />

“AtAques Ao estAdo<br />

<strong>de</strong>mocrático<br />

<strong>de</strong> direito, não<br />

importA <strong>de</strong> quAl<br />

lAdo político<br />

pArtAm, não po<strong>de</strong>m<br />

ser tolerAdos”<br />

diapasão para afinar e harmonizar<br />

tendências, projetos e visões<br />

políticas. Portanto, a ABA consi<strong>de</strong>ra<br />

inadmissível o uso <strong>de</strong> métodos<br />

impositivos com uso da<br />

violência e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m para impor<br />

pensamentos” (veja o texto<br />

completo na página 21).<br />

Mídia<br />

A Associação Nacional <strong>de</strong> Jornais<br />

(ANJ) con<strong>de</strong>nou “da forma<br />

mais veemente os crimes contra<br />

a <strong>de</strong>mocracia que se <strong>de</strong>senrolam<br />

em Brasília”. A associação<br />

disse ainda que a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

imprensa é inerente ao Estado<br />

<strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> direito, “que<br />

não po<strong>de</strong> tolerar ou conviver<br />

com a ba<strong>de</strong>rna e o vandalismo”.<br />

A nota da ANJ <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u ainda<br />

os profissionais que cobriram<br />

os acontecimentos e foram alvo<br />

da ira dos manifestantes. “A ANJ<br />

con<strong>de</strong>na ainda os ataques a jornalistas<br />

que fazem a cobertura<br />

das invasões em Brasília e exige<br />

uma posição firme das forças <strong>de</strong><br />

segurança contra essas agressões<br />

e os atentados à liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> imprensa e à <strong>de</strong>mocracia”,<br />

finalizou o texto. A Fe<strong>de</strong>ração<br />

Nacional dos Jornalistas (Fenaj)<br />

também repudiou os ataques<br />

à <strong>de</strong>mocracia. Em nota, a entida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nuncia “firmemente<br />

esse agrupamento que insiste<br />

em <strong>de</strong>safiar a Constituição,<br />

mantendo acampamentos em<br />

frente a quartéis do Exército,<br />

promovendo ações terrorista<br />

em Brasília e pedindo intervenção<br />

militar”.<br />

Nas re<strong>de</strong>s sociais, a Meta,<br />

dona do Facebook, Instagram<br />

e WhatsApp, removeu e bloqueou<br />

os conteúdos que <strong>de</strong>fendiam<br />

e incentivam os vândalos<br />

no próprio dia 8. De acordo com<br />

um porta-voz da Meta, em entrevista<br />

à BBC, a empresa disse<br />

que excluiria imediatamente<br />

as postagens que incentivaram<br />

a invasão na capital fe<strong>de</strong>ral.<br />

“Estamos acompanhando a situação<br />

ativamente e continuaremos<br />

excluindo conteúdo que<br />

viole nossas políticas.”<br />

20 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


opinião<br />

Freepik<br />

Liberda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>mocracia<br />

caminham juntas<br />

sandra martinelli<br />

Algo que o mercado sempre creditou<br />

aos anunciantes foi o <strong>de</strong> ser agente<br />

garantidor da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa. Porque<br />

é por meio dos anúncios e conteúdos<br />

audiovisuais comerciais em todas as plataformas<br />

que os canais <strong>de</strong> mídia conseguem<br />

exercer esse direito inalienável do<br />

Estado <strong>de</strong> direito.<br />

Diante disso, a ABA (Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Anunciantes) tem relação histórica<br />

com todo o espectro da liberda<strong>de</strong>, que é<br />

amplo e está relacionado com a <strong>de</strong>mocracia<br />

que não admite agressões à sua essência.<br />

Que é conviver com os ambientes contraditórios<br />

com fairplay e sempre<br />

compreen<strong>de</strong>ndo que as regras<br />

do jogo são soberanas.<br />

Vandalismos, <strong>de</strong> qualquer<br />

matriz i<strong>de</strong>ológica, não estão<br />

<strong>de</strong> acordo com os princípios<br />

<strong>de</strong>mocráticos e, portanto, são<br />

100% repudiados e rejeitados<br />

pela entida<strong>de</strong>, cujos associados<br />

contribuem com altos investimentos<br />

em comunicação e<br />

marketing para que os veículos<br />

<strong>de</strong> comunicação possam ser um dos pilares<br />

da <strong>de</strong>mocracia.<br />

O que foi orquestrado em Brasília neste<br />

último fim <strong>de</strong> semana está no território da<br />

insanida<strong>de</strong>. Os Três Po<strong>de</strong>res (Legislativo,<br />

Judiciário e Executivo) formam a tría<strong>de</strong><br />

que usa a Constituição Brasileira como diapasão<br />

para afinar e harmonizar tendências,<br />

projetos e visões políticas. Portanto, a ABA<br />

consi<strong>de</strong>ra inadmissível o uso <strong>de</strong> métodos<br />

impositivos com uso da violência e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />

para impor pensamentos.<br />

“Vandalismos,<br />

<strong>de</strong> qualquer<br />

matriz<br />

i<strong>de</strong>ológica,<br />

não estão <strong>de</strong><br />

acordo com<br />

os princípios<br />

<strong>de</strong>mocráticos”<br />

O palco para a discussão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias é o<br />

Congresso Nacional e é lá que toda a socieda<strong>de</strong><br />

brasileira po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve pon<strong>de</strong>rar e articular<br />

seus pensamentos.<br />

O autoritarismo já inibiu o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> nações e enfraqueceu o estado<br />

<strong>de</strong>mocrático.<br />

O avanço do Brasil <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da or<strong>de</strong>m jurídica<br />

para que a economia tenha flui<strong>de</strong>z e<br />

as questões sociais estejam amparadas por<br />

fundamentos consistentes. Além da confiança<br />

internacional, que pressupõe o respeito<br />

ao arcabouço constitucional.<br />

O Brasil não é um rascunho escrito a<br />

lápis para ser apagado, melhor, borrado,<br />

por quem não consi<strong>de</strong>ra o Judiciário, o<br />

Executivo e o Legislativo como parâmetro.<br />

Esses Três Po<strong>de</strong>res têm diretrizes<br />

escritas com tinta e letras<br />

que garantem a liberda<strong>de</strong> dos<br />

cidadãos.<br />

I<strong>de</strong>ias revanchistas são retrógradas,<br />

subjetivas e <strong>de</strong>srespeitam<br />

a soberania do voto.<br />

O jogo republicano é ininterrupto.<br />

Oposição e situação <strong>de</strong>vem<br />

ter como recurso principal<br />

palavras temperadas com argumentos<br />

sólidos e pon<strong>de</strong>radas no palco do<br />

Legislativo, cujos atores são os que criam<br />

as leis, que precisam ser respeitadas.<br />

A ABA está orgulhosa <strong>de</strong> ver Aberje,<br />

Abert, Cenp, OAB, Abila, Ancord, CNDL,<br />

Abihpec, Abiquim, Febraban, CNI, CNC,<br />

Ibram, Abranet, IAB, ABIP, ANJ, Abap, Fenapro<br />

e Abracom, <strong>de</strong>ntre outras, alinhadas<br />

com a <strong>de</strong>fesa da <strong>de</strong>mocracia e da inviolabilida<strong>de</strong><br />

dos Po<strong>de</strong>res constituídos.<br />

Nem ABA nem nenhuma <strong>de</strong>las ficou em silêncio.<br />

Nosso repúdio chegou às re<strong>de</strong>s sociais<br />

e grupos <strong>de</strong> WhatsApp da entida<strong>de</strong> às 14h.<br />

Democracia, sim; vandalismo, não!<br />

Sandra Martinelli é presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA<br />

e membro do Executive Committee da WFA<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 21


giro no mercAdo by propmark<br />

Alê Oliveira<br />

Posicionamento estampado em pare<strong>de</strong> da agência <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o balanço entre razão e emoção para moldar o crescimento do negócio e inovar a entrega <strong>de</strong> resultados aos clientes<br />

Lew’Lara\TBWA espera revalorização<br />

da criativida<strong>de</strong> na propaganda<br />

Tecnologia e dados <strong>de</strong>vem continuar alimentando i<strong>de</strong>ias que<br />

gerem experiências capazes <strong>de</strong> emocionar, entreter e conscientizar<br />

Janaina Langsdorff<br />

PROPMARK retoma o projeto<br />

Giro no mercado, uma<br />

O<br />

série <strong>de</strong> visitas que busca mostrar<br />

as instalações, equipes e<br />

forma <strong>de</strong> trabalhar das agências.<br />

Nesta nova etapa, a reportagem<br />

foi recebida na se<strong>de</strong> da<br />

Lew’Lara\TBWA, em Pinheiros,<br />

região Sul <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Escrita na cor amarela em<br />

uma pare<strong>de</strong> com fundo preto, a<br />

frase Sem equilíbrio, sem chance<br />

mergulha os 200 colaboradores<br />

em um ambiente <strong>de</strong> inovação.<br />

“Nos últimos três anos, a evolução<br />

da tecnologia foi vital para<br />

sobrevivermos. Mas per<strong>de</strong>mos<br />

em criativida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>verá voltar<br />

a aflorar neste ano”, observa<br />

Marcia Esteves, CEO e sócia da<br />

agência fundada por Luiz Lara e<br />

Jaques Lewkowicz em 1992.<br />

Com mo<strong>de</strong>lo operacional organizado<br />

por hubs, o negócio<br />

cresce a partir <strong>de</strong> estruturas versáteis,<br />

que vivenciam a marca.<br />

Há um total <strong>de</strong> cinco verticais:<br />

Nissan United, a cargo <strong>de</strong> Maria<br />

Pirajá; do Banco do Brasil, em<br />

Brasília, encabeçada pela managing<br />

director Duda Gue<strong>de</strong>s;<br />

Expand, para P&G; e duas <strong>de</strong> alimentos,<br />

uma para Camil, dirigida<br />

pela managing director Helena<br />

Brant, e outra para M. Dias Branco,<br />

Tirolez e JBS, comandada<br />

pelo chief growth e business officer<br />

(CGBO) Ricardo Munhoz. Já<br />

áreas como performance servem<br />

a toda a agência. “Horizontalizamos<br />

os serviços e verticalizamos<br />

a seniorida<strong>de</strong> da famosa barriga<br />

agência promete<br />

elevar <strong>de</strong> 17,33%<br />

para 20% a<br />

participação <strong>de</strong><br />

profissionais<br />

lgBtQiap+ até 2024<br />

no balcão”, diferencia Marcia.<br />

Fatos e dados coletados por<br />

social listening e metodologias<br />

globais proprietárias captam insights<br />

materializados em cases<br />

que mostram a capacida<strong>de</strong> da<br />

agência <strong>de</strong> expandir experiências<br />

<strong>de</strong> marca. Foi o que aconteceu na<br />

ação Aceita cookies, que brincava<br />

com o aviso <strong>de</strong> navegadores para<br />

convidar as pessoas a provarem<br />

os biscoitos <strong>de</strong> chocolate da Piraquê,<br />

marca da M. Dias Branco.<br />

“O produto passou <strong>de</strong> 0,5% para<br />

30% <strong>de</strong> share. Confiança é a busca<br />

comum dos clientes. Nada melhor<br />

que ter uma i<strong>de</strong>ia contada<br />

em um twíte”, resume Munhoz.<br />

O novo Nissan Kicks é outro<br />

exemplo. Exclusivo da marca japonesa,<br />

o sistema <strong>de</strong> som inspirou<br />

música do DJ Bruno Martini<br />

22 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


incorporada às plataformas Deezer,<br />

Apple Play e Spotify, no case<br />

Kicks Remix.<br />

O chief data e media officer<br />

(CDMO) Vicente Varela explica<br />

que a agência passou a prover<br />

informações em diversas áreas,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> estudos ESG li<strong>de</strong>rados<br />

pela chief strategy e content<br />

officer (CSCO) Raquel Messias,<br />

até dados e inteligência para<br />

entendimento da jornada <strong>de</strong><br />

consumo das pessoas. Segundo<br />

Varela, esse trabalho ancora<br />

i<strong>de</strong>ias mobilizadoras e disruptivas<br />

conduzidas pelo chief creative<br />

officer (CCO) André Gola.<br />

“A tecnologia é aliada, mas<br />

a estratégia tem <strong>de</strong> estar nas<br />

mãos da agência”, afirma Varela,<br />

que frisa o impulso do e-<br />

-commerce, o uso do celular<br />

como emissor <strong>de</strong> comportamento<br />

e o OOH como tendências.<br />

Mas as ações precisam<br />

chegar às comunida<strong>de</strong>s, “como<br />

fizemos com Camil em ação <strong>de</strong><br />

doação para reforçar o arroz e<br />

feijão como base das refeições<br />

dos brasileiros”, lembra.<br />

Necessida<strong>de</strong>s humanas também<br />

são <strong>de</strong>stacadas pela chief<br />

culture e operations officer<br />

(CCOO) Elise Passamani. “Per<strong>de</strong>r<br />

o olho no olho, e voltar da<br />

pan<strong>de</strong>mia foram momentos difíceis.<br />

Partimos <strong>de</strong> uma abordagem<br />

individual para enten<strong>de</strong>r<br />

o que as pessoas estavam passando,<br />

e apoiá-las igualmente”,<br />

recorda Elise.<br />

Hoje, a agência trabalha em<br />

formato híbrido. Todos se encontram<br />

às segundas e quintas-<br />

-feiras, priorizando a integração.<br />

Demandas coletivas foram<br />

estudadas e acomodadas conforme<br />

a dinâmica <strong>de</strong> cada área<br />

rAio X<br />

Marcia Esteves: “A evolução da tecnologia foi vital para sobrevivermos. Mas per<strong>de</strong>mos em criativida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>verá voltar a aflorar”<br />

Ricardo Munhoz: busca por confiança<br />

para equalizar expectativas.<br />

“Não <strong>de</strong>mitimos ninguém na<br />

pan<strong>de</strong>mia, e mantemos as pessoas<br />

respaldadas”, conta Elise.<br />

Na pauta <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão,<br />

está a meta <strong>de</strong> elevar <strong>de</strong><br />

17,33% para 20% a representativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> profissionais LGB-<br />

TQIAP+ até 2024. Atualmente,<br />

Agência: Lew’Lara\TBWA<br />

Ano <strong>de</strong> criação: 1992<br />

Fundadores: Luiz Lara e Jaques Lewkowicz<br />

ceo e sócia: Marcia Esteves<br />

Principais clientes: Banco do Brasil, Camil, JBS, M. Dias Branco e Nissan<br />

número <strong>de</strong> colaboradores: 200<br />

Elise Passamani: necessida<strong>de</strong>s humanas<br />

há 33% <strong>de</strong> pessoas negras ou<br />

pardas. Já as mulheres correspon<strong>de</strong>m<br />

a 67,5% dos cargos <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança executiva e 56% da<br />

força <strong>de</strong> trabalho entre <strong>de</strong>partamentos<br />

e hierarquias. “Estamos<br />

<strong>de</strong> olho no novo censo para<br />

ter a população brasileira representada”,<br />

antecipa Elise.<br />

Trilhas <strong>de</strong> Impacto (pessoas<br />

pretas), Turma do Jiló (pessoas<br />

com <strong>de</strong>ficiência), Mulheres<br />

Positivas (<strong>de</strong>senvolvimento feminino)<br />

e a consultoria <strong>de</strong> RH<br />

Believe estão entre as parcerias<br />

feitas para tornar o ambiente da<br />

agência cada vez mais diverso.<br />

Elise está à frente também<br />

Vicente Varela: tecnologia é aliada<br />

Divulgação<br />

Fotos: Alê Oliveira<br />

da Move, produtora in-house<br />

criada há cerca <strong>de</strong> um ano para<br />

simplificar e agilizar projetos<br />

<strong>de</strong> baixa complexida<strong>de</strong>. “O nosso<br />

estúdio nasceu para otimizar<br />

soluções internas. Ele não presta<br />

serviço para o mercado e não<br />

concorre com players do setor”,<br />

esclarece Elise, que coor<strong>de</strong>na<br />

uma equipe <strong>de</strong> 38 pessoas.<br />

Razão e emoção pulsam nos<br />

pilares erguidos pela Lew’Lara\<br />

TBWA, guiando os próximos<br />

passos <strong>de</strong> uma agência que há<br />

três décadas contribui para<br />

valorizar a criativida<strong>de</strong> da propaganda<br />

brasileira no mercado<br />

nacional e internacional.<br />

Alê Oliveira<br />

Alê Oliveira<br />

O CCO André Gola em reunião com equipe na se<strong>de</strong> da agência, em Pinheiros (SP)<br />

Agência trabalha em formato híbrido e se encontra às segundas e quintas-feiras<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 23


DIGITAL<br />

“Nosso propósito é<br />

ser uma empresa<br />

<strong>de</strong> dados”<br />

o<br />

OOH ganhou vigor extra com a chegada do<br />

digital. Que obrigou o segmento a se a<strong>de</strong>quar<br />

às métricas <strong>de</strong> comprovação <strong>de</strong> ROI através<br />

<strong>de</strong> dados consistentes, uso <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong><br />

geolocalização, mídia programática e diversificação<br />

<strong>de</strong> operações para além das placas <strong>de</strong> outdoor.<br />

A transformação é responsável pela musculatura<br />

do setor, que representa 11% dos investimentos dos<br />

anunciantes no país. Explorar mídia em terminais<br />

rodoviários é a expertise da RZK Digital, fundada<br />

no fim <strong>de</strong> 2021. “Somos uma empresa <strong>de</strong> dados, que<br />

utiliza painéis digitais como meio para intermediar<br />

o caminho entre uma mensagem publicitária e o<br />

público que ela preten<strong>de</strong> atingir”, afiança Eduardo<br />

Mantegazza, fundador e CEO da RZK Digital.<br />

Divulgação<br />

Eduardo Mantegazza é fundador e CEO da RZK Digital, que chegou ao mercado em 2021<br />

pAULO mACEDO<br />

PERSPECTIVAS<br />

Acredito que, nos próximos<br />

anos, o mercado outdoor vai<br />

crescer sua participação no<br />

orçamento da mídia brasileiro,<br />

mas isso não virá do crescimento<br />

do número <strong>de</strong> telas<br />

ou mesmo do crescimento do<br />

já alto prestígio do setor. Esse<br />

crescimento <strong>de</strong>ve vir, na minha<br />

tese, da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver<br />

nesse canal o orçamento<br />

<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> performance,<br />

hoje quase que todo concentrado<br />

em digital. Para a RZK,<br />

vemos um ano <strong>de</strong> consolidação<br />

do nosso forte crescimento.<br />

Aumentamos nosso volume<br />

<strong>de</strong> telas <strong>de</strong> 200 para 7<strong>16</strong> em<br />

apenas 14 meses <strong>de</strong> vida. Atualmente,<br />

temos uma importante<br />

cobertura geográfica em<br />

São Paulo, com 41 terminais <strong>de</strong><br />

ônibus e mais <strong>de</strong> 60 milhões<br />

<strong>de</strong> usuários por mês. Nos próximos<br />

meses, vamos também<br />

inaugurar 8 <strong>de</strong> 26 terminais<br />

que iremos operar no Recife.<br />

Um outro ponto importante<br />

do nosso <strong>2023</strong> vai ser a participação<br />

<strong>de</strong> mídia programática<br />

na nossa receita. Tivemos um<br />

percentual relevante em 2022<br />

e preten<strong>de</strong>mos dobrar esse número<br />

este ano.<br />

FERRAMENTAS<br />

Nosso propósito é claro: não<br />

somos uma empresa <strong>de</strong> outdoors.<br />

Somos uma empresa <strong>de</strong> dados,<br />

que utiliza painéis digitais<br />

como um meio para intermediar<br />

o caminho entre uma mensagem<br />

publicitária e o público<br />

que ela preten<strong>de</strong> atingir. Acredito<br />

que, no nosso caso, toda<br />

construção <strong>de</strong> ativação e diferenciação<br />

do outdoor em busca<br />

do digital vem <strong>de</strong> um princípio<br />

básico, que é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

mensurar, qualificar e oferecer<br />

aos compradores nossa audiência<br />

em tempo real. A partir daí,<br />

tudo é possível. Mas, sem isso,<br />

nada realmente está no caminho<br />

da mídia como é nos meios<br />

100% digitais.<br />

TECNOLOGIA<br />

Somos focados em três pilares:<br />

ciência <strong>de</strong> dados, operações<br />

e comercial. Aquilo que foge<br />

<strong>de</strong>sses pilares, como é o caso<br />

<strong>de</strong> tecnologia, nós optamos por<br />

contratar dos melhores. Isso,<br />

apesar <strong>de</strong> muitas vezes mais<br />

caro, nos dá agilida<strong>de</strong> e a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sempre estarmos atualizados<br />

ao que <strong>de</strong> melhor está<br />

disponível no mundo, no que<br />

diz respeito à tecnologia para<br />

digital signage. Pessoalmente,<br />

sou um gran<strong>de</strong> entusiasta da<br />

“Para a rZK,<br />

vemos um ano <strong>de</strong><br />

consolidação<br />

do nosso forte<br />

crescimento”<br />

web3, mas, sinceramente, não<br />

acho que veremos gran<strong>de</strong>s interações<br />

com o DOOH nos próximos<br />

anos. Acredito que primeiro<br />

vai haver uma fusão do<br />

outdoor com o web2, algo que<br />

ainda nem é 100% consolidado<br />

no mercado. Obviamente, pelo<br />

nosso DNA, já tivemos discussões<br />

sobre web3, mas não acho<br />

que será algo implementado<br />

nos próximos 12 ou 18 meses. O<br />

5G é <strong>de</strong>finitivamente uma mudança<br />

<strong>de</strong> patamar.<br />

GEOLOCALIZAÇÃO<br />

Saber on<strong>de</strong> o seu painel está<br />

fixo e conhecer o mundo em<br />

volta <strong>de</strong>le é superimportante.<br />

Quantas agências bancárias<br />

estão na nossa área <strong>de</strong> influência?<br />

De quais bancos são essas<br />

agências? Qual percentual das<br />

agências <strong>de</strong> cada banco está em<br />

nossa zona <strong>de</strong> impacto?<br />

PRODUTO<br />

O setor está passando por<br />

um momento <strong>de</strong> educação<br />

<strong>de</strong> seus compradores. Por ser<br />

uma ‘novida<strong>de</strong>’, precisamos<br />

ter também o cuidado <strong>de</strong> não<br />

tornar muito complexo o nosso<br />

produto. Além disso, temos<br />

também <strong>de</strong> estarmos atentos à<br />

jovem LGPD no Brasil. Por isso,<br />

optamos por montar um pool<br />

<strong>de</strong> tecnologias que chamamos<br />

<strong>de</strong> full metrics, que, primeiro,<br />

esteja 100% em compliance<br />

com a LGPD e, segundo, seja<br />

<strong>de</strong>cisivo no planejamento e<br />

execução <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong><br />

nossos clientes. Nossos próximos<br />

passos <strong>de</strong> tecnologia já<br />

estão <strong>de</strong>senhados.<br />

MENSURAÇÃO/ROI<br />

Esse é o sonho <strong>de</strong> todo veículo<br />

<strong>de</strong> mídia. Hoje, é possível gerar<br />

CPA e ROI no DOOH, usando<br />

QR Co<strong>de</strong>, por exemplo. Mas nós<br />

vemos um passo adicional, no<br />

qual o mobile e as aplicações<br />

serão importantes aliados.<br />

INVENTÁRIO<br />

Nosso inventário <strong>de</strong> 7<strong>16</strong> painéis<br />

digitais conta com um<br />

fluxo mensal <strong>de</strong> 84 milhões <strong>de</strong><br />

visitas e, pelo tempo <strong>de</strong> permanência<br />

média, resulta em 5 bilhões<br />

<strong>de</strong> impactos por mês.<br />

24 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


AgênciAS<br />

Scopen <strong>de</strong>staca Ampfy em <strong>16</strong> áreas<br />

da sua pesquisa anual <strong>de</strong> reputação<br />

Segundo a consultoria espanhola, a avaliação contou com <strong>de</strong>poimentos<br />

<strong>de</strong> 372 executivos <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> 413 publicitários <strong>de</strong> 85 empresas<br />

Paulo Macedo<br />

Digital first, a Ampfy embutiu<br />

no seu DNA os princípios<br />

do fundador, o empresário<br />

Pedro Cabral, que criou a Agência<br />

Click na gênese da internet,<br />

que se tornou referência para a<br />

publicida<strong>de</strong> brasileira no ambiente<br />

digital.<br />

Porém, a opção pelos canais<br />

não analógicos foi além da oferta<br />

<strong>de</strong> um produto difereciado<br />

num universo marcado pelo<br />

formato <strong>de</strong> remuneração por<br />

compra <strong>de</strong> mídia. A agência se<br />

estruturou com as novas expertises,<br />

mas sem abrir mão das<br />

fontes <strong>de</strong> receita tradicionais<br />

(mídia), fees e projetos. E chega<br />

aos seus 11 anos celebrando<br />

30% <strong>de</strong> crescimento em 2022,<br />

materializados por 10 novas<br />

contas e mais 80 profissionais<br />

agregados ao grupo, que já contabiliza<br />

200 pessoas.<br />

O presente pelos 11 anos<br />

não po<strong>de</strong>ria ter sido melhor. A<br />

agência teve avaliação positiva<br />

da pesquisa Agency Scope, realizada<br />

em 2022 pela consultoria<br />

espanhola Scopen, em <strong>16</strong> categorias:<br />

Criativida<strong>de</strong> Eficaz, Planejamento<br />

Estratégico, Relação<br />

Qualida<strong>de</strong>/Preço, Rentabiliza<br />

o Investimento/ROI, Execução<br />

da Produção/Craft, Social Media/Influencers,<br />

Bran<strong>de</strong>d Content,<br />

Equipe <strong>de</strong> Profissionais,<br />

Especialistas Digitais, Soluções<br />

Digitais, Comunicação Digital,<br />

Earned Media, Metodologia<br />

<strong>de</strong> Trabalho, Envolvimento da<br />

Alta Direção e Design Gráfico.<br />

O estudo teve como base 785<br />

entrevistas feitas com profissionais<br />

entre os meses <strong>de</strong> maio<br />

e setembro, dos quais 372 executivos<br />

<strong>de</strong> marketing, atuantes<br />

em 272 empresas anunciantes,<br />

e 413 publicitários <strong>de</strong> 86 agências<br />

em operação no mercado<br />

brasileiro.<br />

“A Ampfy foi a agência mais<br />

bem avaliada em todos esses<br />

itens. Isso comprova que estamos<br />

no caminho certo. Que<br />

é gerar valor e retorno sobre<br />

O sócio e CCO Fred Siqueira, o primeiro à direita, com diretores da agência, que completou 11 anos, fundada por Pedro Cabral<br />

investimentos para os nossos<br />

clientes e para a comunida<strong>de</strong><br />

interna, que tem prazer em<br />

trabalhar conosco, segundo<br />

pesquisa <strong>de</strong> satisfação que fazemos<br />

anualmente. Ter uma<br />

equipe comprometida e feliz<br />

evita o chamado turnover e<br />

contribui para as entregas. Nosso<br />

perfil exige um esforço cinco<br />

vezes maior com as ações que<br />

envolvem Google, criação <strong>de</strong><br />

dashboards específicos, CPC<br />

(custo por click), CAC (custo por<br />

aquisição <strong>de</strong> cliente), ad server<br />

etc. Por tudo isso, ser bem avaliado<br />

no Agency Scope é muito<br />

importante, mesmo porque<br />

não é a primeira vez. Segundo<br />

o presi<strong>de</strong>nte e CEO da Scopen,<br />

o Brasil é um dos países que<br />

mais investem em publicida<strong>de</strong>,<br />

e, se consi<strong>de</strong>rados os mercados<br />

emergentes, é o <strong>de</strong> maior percentual<br />

<strong>de</strong> investimento sobre<br />

o faturamento”, concluem os<br />

sócios Fred Siqueira (CCO) e<br />

Douglas Bocalão (COO).<br />

“O pOntO <strong>de</strong><br />

partida é a<br />

criativida<strong>de</strong>.<br />

ela nOrteia<br />

tOdOs Os nOssOs<br />

<strong>de</strong>partamentOs”<br />

Além da avaliação positiva<br />

da sua cultura e reputação no<br />

Agency Scope, a Ampfy em 2022<br />

ganhou Ipê, Alelo, Bra<strong>de</strong>sco,<br />

Dr. Oetker, Ruffles e, por exemplo,<br />

Veloe. Todos os 20 clientes<br />

do portfólio garantem à operação<br />

R$ 450 milhões para compra<br />

<strong>de</strong> mídia, dos quais 60%<br />

em canais digitais como Facebook,<br />

TikTok, YouTube, Twitter<br />

e Instagram.<br />

“O ponto <strong>de</strong> partida é a criativida<strong>de</strong>.<br />

Ela norteia todos os<br />

nossos <strong>de</strong>partamentos. Isso é<br />

fundamental para termos efetivida<strong>de</strong><br />

diante da complexida<strong>de</strong><br />

digital. Por isso investimos<br />

Divulgação<br />

muito em cultura e plano <strong>de</strong><br />

carreira. Aten<strong>de</strong>mos marcas<br />

robustas, muitas divididas com<br />

agências do mercado, como<br />

Perdigão”, esclarecem Siqueira<br />

e Bocalão.<br />

“O projeto para <strong>2023</strong> é manter<br />

o ritmo <strong>de</strong> crescimento, se<br />

possível <strong>de</strong>ntro dos próprios<br />

clientes que já temos. O time<br />

está preparado para as <strong>de</strong>mandas<br />

e sempre em busca <strong>de</strong><br />

novos conhecimentos para a<br />

transformação das marcas”, finalizam<br />

Siqueira e Bocalão.<br />

Na foto acima, da esquerda<br />

para a direita, estão Sidnei<br />

Egami, CFO; Eduardo Sassá,<br />

diretor-executivo <strong>de</strong> operações;<br />

Sérgio Brotto, CMDO; Luciana<br />

Padovani, CSO; Douglas<br />

Bocalão, COO; Dogura Kozonoe,<br />

ECD; André Chueri, CEO;<br />

Guilherme Brum, CBO; Laura<br />

Tieppo, diretora-executiva <strong>de</strong><br />

negócios; Bárbara Gava, diretora-executiva<br />

<strong>de</strong> negócios; e<br />

Fred Siqueira, CCO.<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 25


mídiA<br />

“A trajetória <strong>de</strong><br />

crescimento do<br />

mercado é clara”<br />

Entre as conclusões da Pesquisa Global <strong>de</strong><br />

Entretenimento e Mídia 2022-2026, divulgada<br />

no fim do ano pela PwC Brasil, vale <strong>de</strong>stacar<br />

que o setor caminha bem, com projeções <strong>de</strong><br />

crescimento acima das previsões do PIB nacional, e<br />

segue sendo impulsionado fortemente pela inovação<br />

tecnológica. Na entrevista a seguir, o sócio da PwC<br />

Brasil, Ricardo Queiroz, fala sobre as principais<br />

tendências na publicida<strong>de</strong>, do aumento sólido do<br />

segmento e avalia o mercado digital. “A publicida<strong>de</strong><br />

digital, mesmo que coadjuvante ainda no Brasil, <strong>de</strong>ve<br />

ter <strong>de</strong>staque nos próximos anos, com possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> crescimento do mercado <strong>de</strong> jogos e <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />

em plataformas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o sob <strong>de</strong>manda e streamings<br />

<strong>de</strong> música”, afirma Queiroz. Para o executivo, os<br />

<strong>de</strong>safios são altamente consi<strong>de</strong>ráveis, “mas as<br />

recompensas para aqueles que conseguirem aten<strong>de</strong>r<br />

os consumidores on<strong>de</strong> eles estiverem também são”.<br />

kelly dores<br />

TendênciAs<br />

Percebemos que as formas<br />

<strong>de</strong> obter receita por meio <strong>de</strong><br />

publicida<strong>de</strong> e consumo <strong>de</strong> produtos<br />

<strong>de</strong> mídia e entretenimento<br />

estão mudando. As empresas<br />

têm buscado diversificar os serviços<br />

que oferecem <strong>de</strong> forma<br />

que o consumidor tenha acesso<br />

a um preço mais baixo condicionado<br />

à exibição <strong>de</strong> conteúdo<br />

publicitário, por exemplo. Outra<br />

tendência está no universo<br />

dos jogos via aplicativo. Já tem<br />

sido prática e <strong>de</strong>ve continuar<br />

se acentuando condicionar um<br />

aprimoramento ou bônus <strong>de</strong>ntro<br />

do jogo mediante consumo<br />

<strong>de</strong> anúncios. Esses são alguns<br />

exemplos, mas vimos também<br />

que há uma tendência <strong>de</strong> crescimento<br />

<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em<br />

podcasts. No Brasil, a previsão<br />

para este ano é que esse tipo <strong>de</strong><br />

espaço tenha receita <strong>de</strong> US$ 19<br />

milhões. Em 2026, o valor passa<br />

para US$ 26 milhões.<br />

crescimenTo<br />

A nossa pesquisa indica que<br />

o mercado <strong>de</strong> mídia e entretenimento<br />

vai continuar cres-<br />

cendo nos próximos anos. A<br />

trajetória <strong>de</strong> crescimento global<br />

é clara e sólida. Em 2021, a<br />

indústria retomou sua trajetória<br />

<strong>de</strong> crescimento com receitas<br />

aumentando a uma taxa <strong>de</strong><br />

10,4%. Em 2022, a previsão é <strong>de</strong><br />

que a receita global da indústria<br />

seja <strong>de</strong> US$ 2,5 trilhões – um aumento<br />

<strong>de</strong> 7,3% (em comparação<br />

com a previsão <strong>de</strong> 2,9% para o<br />

PIB global). E atinja uma Taxa<br />

<strong>de</strong> Crescimento Anual Composta<br />

(CAGR, na sigla em inglês) <strong>de</strong><br />

4,6% até 2026, chegando a US$<br />

3 trilhões em receitas.<br />

reTomAdA<br />

A retomada teve início em<br />

2020 e po<strong>de</strong>mos ver este crescimento<br />

em diversas áreas.<br />

Destacamos dois exemplos: o<br />

mercado <strong>de</strong> música, com festivais<br />

e shows, e o cinema. A música<br />

teve um aumento pronunciado<br />

nas receitas digitais em<br />

2020 <strong>de</strong>vido ao cancelamento<br />

<strong>de</strong> eventos ao vivo durante a<br />

pan<strong>de</strong>mia e ao aumento <strong>de</strong> assinaturas<br />

digitais dos consumidores<br />

em busca <strong>de</strong> opções <strong>de</strong><br />

entretenimento. Nos dois anos<br />

seguintes ao início da pan<strong>de</strong>mia,<br />

a música ao vivo começou<br />

Ricardo Queiroz, sócio da PwC Brasil: “Vimos também que há uma tendência <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> publi<br />

lentamente sua retomada, e a<br />

<strong>de</strong>manda reprimida está sendo<br />

atendida. A partir <strong>de</strong> 2022, a<br />

receita <strong>de</strong> música digital diminuirá<br />

sua participação gradualmente<br />

até chegar a uma previsão<br />

<strong>de</strong> 3,3% em 2026.<br />

cinemA<br />

Os gastos com cinema também<br />

crescerão no período <strong>de</strong><br />

análise da pesquisa e as perdas<br />

causadas pela pan<strong>de</strong>mia<br />

em 2020 serão recuperadas. O<br />

mercado <strong>de</strong>ve registrar novos<br />

recor<strong>de</strong>s em <strong>2023</strong> no mundo<br />

e somente em 2026 no Brasil.<br />

Mesmo assim, o Brasil crescerá<br />

mais rápido que a média global<br />

no período <strong>de</strong> previsão. As<br />

receitas no país <strong>de</strong>vem atingir<br />

US$ 404 milhões neste ano. E,<br />

em 2026, o mercado <strong>de</strong> cinema<br />

“Os gastOs cOm<br />

cinema também<br />

crescerãO<br />

e as perdas<br />

causadas pela<br />

pan<strong>de</strong>mia serãO<br />

recuperadas”<br />

26 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


cida<strong>de</strong> em podcasts”<br />

PwC Brasil/Divulgação<br />

do país <strong>de</strong>ve voltar a ter faturamento<br />

similar ao período pré-<br />

-pan<strong>de</strong>mia, US$ 681 milhões<br />

(em 2019 este faturamento foi<br />

<strong>de</strong> US$ 676 milhões).<br />

mercAdo brAsileiro<br />

No Brasil, o setor <strong>de</strong>ve fechar<br />

o ano com quase US$ 33 bilhões<br />

em receitas, com um avanço <strong>de</strong><br />

8,6%, muito acima da taxa <strong>de</strong><br />

crescimento <strong>de</strong> 1,7% prevista<br />

para o PIB em 2022 pelo Banco<br />

Central. Até 2026, o segmento<br />

chegará a US$ 39,9 bilhões<br />

em receitas, com uma Taxa <strong>de</strong><br />

Crescimento Anual Composta<br />

(CAGR, na sigla em inglês) <strong>de</strong><br />

5,7%, superior à global. Este<br />

resultado é maior do que o<br />

projetado para o país no estudo<br />

anterior: CAGR <strong>de</strong> 4,7% até<br />

2025. As projeções para o Bra-<br />

sil acompanham o crescimento<br />

do mercado global. No mundo,<br />

a previsão para 2022 é que<br />

a receita global da indústria <strong>de</strong><br />

E&M seja <strong>de</strong> US$ 2,5 trilhões –<br />

um aumento <strong>de</strong> 7,3% (em comparação<br />

com a previsão <strong>de</strong> 2,9%<br />

para o PIB global) e atinja CAGR<br />

<strong>de</strong> 4,6% até 2026, chegando a<br />

US$ 3 trilhões em receitas. Na<br />

edição anterior, a projeção <strong>de</strong><br />

crescimento até 2025 foi <strong>de</strong> 5%.<br />

Jogos eleTrônicos<br />

Um dos <strong>de</strong>staques do nosso<br />

estudo é o crescimento do<br />

mercado <strong>de</strong> jogos eletrônicos,<br />

com holofotes para os jogos casuais<br />

<strong>de</strong> celular. O Brasil é um<br />

país que gosta <strong>de</strong> tecnologia,<br />

inovação e um forte a<strong>de</strong>pto da<br />

cultura dos games e eSports. A<br />

receita total <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ogames e<br />

eSports no Brasil foi <strong>de</strong> US$ 1,4<br />

bilhão em 2021 e está prevista<br />

para exce<strong>de</strong>r US$ 2,8 bilhões<br />

em 2026, aumentando em uma<br />

CAGR <strong>de</strong> 15,2%. O número para<br />

2021 representou um impressionante<br />

crescimento ano a ano<br />

<strong>de</strong> 27,4%, embora se espere que<br />

a taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>sacelere<br />

para 17,3% até 2022 e continue<br />

<strong>de</strong>sacelerando nos anos<br />

seguintes. Em 2021, o Brasil<br />

ultrapassou o México como o<br />

maior mercado <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ogames<br />

da América Latina e será responsável<br />

por 47,4% da receita<br />

total da região até 2026.<br />

esporTs<br />

Outro <strong>de</strong>staque é o mercado<br />

brasileiro <strong>de</strong> eSports, que <strong>de</strong>ve<br />

quase triplicar <strong>de</strong> uma base<br />

<strong>de</strong> US$ 5,4 milhões em 2021<br />

para mais <strong>de</strong> US$ 15 milhões<br />

em 2026, equivalente a um aumento<br />

<strong>de</strong> 22,7% <strong>de</strong> CAGR. Isso<br />

é impulsionado principalmente<br />

por aumentos significativos nos<br />

direitos <strong>de</strong> mídia, <strong>de</strong> US$ 1,7 milhão<br />

para US$ 3,9 milhões; e patrocínio,<br />

<strong>de</strong> US$ 1,6 milhão para<br />

US$ 3,8 milhões, durante o período<br />

<strong>de</strong> previsão. Os segmentos<br />

<strong>de</strong> crescimento mais rápido são<br />

a venda <strong>de</strong> ingressos e a contribuição<br />

do consumidor, com<br />

aumentos <strong>de</strong> 48,2% <strong>de</strong> CAGR e<br />

47,3% CAGR, respectivamente,<br />

embora isso se <strong>de</strong>va ao impacto<br />

que a Covid-19 teve nesses<br />

segmentos, causando enormes<br />

perdas em 2020 e 2021.<br />

“O brasil vive um<br />

abismO digital.<br />

nem tOdOs Os<br />

brasileirOs têm<br />

acessO a prOdutOs<br />

da indústria <strong>de</strong><br />

entretenimentO<br />

e mídia”<br />

publicidA<strong>de</strong><br />

O ritmo <strong>de</strong> expansão está<br />

<strong>de</strong>ntro do esperado e acompanha<br />

a recuperação mapeada<br />

para o mercado global até<br />

2026. No mundo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cair<br />

quase 7% em 2020, a publicida<strong>de</strong><br />

aumentou 22,6% em 2021 e<br />

<strong>de</strong>ve crescer a uma taxa anual<br />

<strong>de</strong> 6,6% até 2026, quando <strong>de</strong>ve<br />

atingir US$ 1 trilhão em receita.<br />

Já no Brasil, com predominância<br />

da publicida<strong>de</strong> não digital,<br />

a queda na pan<strong>de</strong>mia foi <strong>de</strong><br />

10,5%, em 2020. No ano seguinte,<br />

a recuperação foi <strong>de</strong> 13,8%.<br />

A previsão é que por aqui a publicida<strong>de</strong><br />

cresça a uma taxa <strong>de</strong><br />

5% ao ano até 2026. Em virtu<strong>de</strong><br />

da pan<strong>de</strong>mia, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

consumo e lazer ficaram mais<br />

digitais, o que abriu oportunida<strong>de</strong><br />

para varejistas e profissionais<br />

<strong>de</strong> marketing digital. Produzir<br />

e comprar conteúdos em<br />

plataformas ficou mais fácil.<br />

consumidor<br />

O Brasil vive um abismo digital.<br />

Segundo dados que apuramos<br />

junto ao Instituto Locomotiva,<br />

67% da população acessa<br />

a internet exclusivamente pelo<br />

celular, enquanto 63% dos lares<br />

têm banda larga. Essa realida<strong>de</strong><br />

evi<strong>de</strong>ncia que nem todos os<br />

brasileiros têm acesso a produtos<br />

da indústria <strong>de</strong> entretenimento<br />

e mídia. Ainda que esta<br />

seja a realida<strong>de</strong>, outra <strong>de</strong> nossas<br />

pesquisas, divulgada em junho<br />

<strong>de</strong>ste ano, traz previsões que<br />

apontam que 70% dos brasileiros<br />

aumentaram suas compras<br />

online durante a pan<strong>de</strong>mia. O<br />

mesmo estudo indica que 55%<br />

dos brasileiros aumentarão ainda<br />

mais as compras online nos<br />

próximos seis meses. Sendo<br />

assim, po<strong>de</strong>mos concluir que<br />

a população economicamente<br />

ativa tem um perfil digital, pois<br />

há interesse em consumir produtos<br />

nesse ambiente.<br />

consumo digiTAl<br />

O consumo <strong>de</strong> conteúdo digital<br />

seguirá sendo uma realida<strong>de</strong>.<br />

A publicida<strong>de</strong> em jogos,<br />

em TVs conectadas, também é<br />

um fato que <strong>de</strong>ve ganhar mais<br />

proporção ao longo dos próximos<br />

anos. Dessa maneira, as<br />

empresas <strong>de</strong>vem continuar a<br />

avaliar investimentos em novos<br />

canais <strong>de</strong> mídia. O presente<br />

e o futuro são digitais, interativos<br />

e imersivos. As estratégias<br />

<strong>de</strong> negócios <strong>de</strong>vem continuar<br />

a ser reformuladas para que<br />

as empresas possam aten<strong>de</strong>r<br />

os consumidores <strong>de</strong> 2026 nos<br />

lugares em que eles moram,<br />

passeiam e fazem compras.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o aumento esperado<br />

no tempo gasto em experiências<br />

3D, provavelmente veremos<br />

um investimento maior<br />

em e-commerce em ambientes<br />

<strong>de</strong> jogos e no metaverso, com<br />

empresas como Nike e Gucci<br />

oferecendo para venda não<br />

apenas itens virtuais <strong>de</strong> marca,<br />

mas também a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> encomendar bens físicos.<br />

conclusões<br />

Po<strong>de</strong>mos afirmar que a indústria<br />

brasileira <strong>de</strong> entretenimento<br />

e mídia caminha bem,<br />

com projeções <strong>de</strong> crescimento<br />

acima das previsões do PIB<br />

nacional, e se recupera das<br />

quedas sofridas durante a pan<strong>de</strong>mia.<br />

O setor segue sendo<br />

impulsionado fortemente pela<br />

inovação tecnológica. A publicida<strong>de</strong><br />

digital, mesmo que<br />

coadjuvante ainda no Brasil,<br />

<strong>de</strong>ve ter <strong>de</strong>staque nos próximos<br />

anos com possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> crescimento do mercado<br />

<strong>de</strong> jogos e <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em<br />

plataformas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o sob <strong>de</strong>manda<br />

e streamings <strong>de</strong> música.<br />

Não há solução fácil para<br />

manter um mo<strong>de</strong>lo durável<br />

<strong>de</strong> crescimento lucrativo nos<br />

próximos anos. As barreiras<br />

<strong>de</strong> entrada do setor são muito<br />

baixas, e o ritmo <strong>de</strong> inovação<br />

e mudança é muito alto. Isso<br />

impe<strong>de</strong> qualquer participante<br />

<strong>de</strong> sustentar uma diferenciação<br />

competitiva com o mesmo<br />

modo <strong>de</strong> operar dos últimos<br />

cinco anos. Os participantes<br />

que quiserem ter sucesso em<br />

2026 precisarão <strong>de</strong> uma estratégia<br />

que vá além do essencial.<br />

Ela <strong>de</strong>ve incluir ótimo conteúdo,<br />

vários fluxos <strong>de</strong> receita e<br />

laços com iniciativas comerciais<br />

mais amplas e experiências<br />

imersivas atraentes. Os<br />

<strong>de</strong>safios são altamente consi<strong>de</strong>ráveis,<br />

mas as recompensas<br />

para aqueles que conseguirem<br />

aten<strong>de</strong>r os consumidores on<strong>de</strong><br />

eles estiverem também são.<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 27


mídia<br />

Yahoo disponibiliza inventário<br />

neutro <strong>de</strong> carbono para anunciantes<br />

Elizabeth Herbst-Brady: acesso à mídia ver<strong>de</strong><br />

Divulgação<br />

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APOIADORES DA<br />

ABRAMARK.<br />

EXPERIMENTE<br />

30 DIAS GRÁTIS<br />

CONTEÚDO<br />

Por meio <strong>de</strong> integração com a Scope3, a<br />

plataforma oferecerá produtos <strong>de</strong> Green Media<br />

“É importante que<br />

a indústria se<br />

movimente e consi<strong>de</strong>re<br />

a sustentabilida<strong>de</strong> nas<br />

<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra”<br />

CONHECIMENTO<br />

MARKETING<br />

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VOCÊ NA ABRAMARK.<br />

A ABRAMARK COM VOCÊ.<br />

Yahoo anunciou uma integração com a<br />

O Scope3 para oferecer um inventário <strong>de</strong><br />

Mídia <strong>de</strong> Mercado Privado (PMP) neutro <strong>de</strong><br />

carbono para os anunciantes, por meio do<br />

Yahoo SSP.<br />

Com o documento, os clientes po<strong>de</strong>m<br />

encontrar e comprar produtos <strong>de</strong> Green<br />

Media <strong>de</strong>senvolvidos pela Scope3, a fim<br />

<strong>de</strong> garantir que os anúncios digitais e as<br />

campanhas estejam alinhados com as metas<br />

<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> mais amplas da organização.<br />

“É importante que a indústria se movimente<br />

e consi<strong>de</strong>re a sustentabilida<strong>de</strong> nas<br />

<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra. Como toda a indústria<br />

está em uma jornada para se tornar<br />

mais sustentável, estamos entusiasmados<br />

em trazer acesso à mídia ver<strong>de</strong>, alimentada<br />

pelos dados da Scope3 e por meio da<br />

nossa SSP (Supply Si<strong>de</strong> Platform). Isso adiciona<br />

outra camada <strong>de</strong> escolha e flexibilida<strong>de</strong><br />

para nossos clientes”, afirmou Elizabeth<br />

Herbst-Brady, chief revenue officer<br />

do Yahoo.<br />

A Yahoo SSP faz parte do ecossistema<br />

<strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> anúncios<br />

da marca e permite que os publishers maximizem<br />

a monetização <strong>de</strong> seu inventário<br />

em qualquer tela. Os novos PMPs com<br />

dados Scope3, também conhecidos como<br />

Green Media Products, estão disponíveis<br />

globalmente por meio <strong>de</strong> qualquer plataforma<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda conectada ao Yahoo<br />

SSP, incluindo a própria DSP da empresa.<br />

“Combinado com o entusiasmo da companhia<br />

em impulsionar a adoção crescente<br />

<strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> sustentáveis,<br />

essa integração torna-se um marco incrível<br />

para mudar a indústria. Ao oferecer<br />

acesso aos produtos Green Media da Scope3<br />

diretamente na plataforma, o Yahoo<br />

está oferecendo às marcas uma maneira<br />

simples e padronizada <strong>de</strong> mudar seu comportamento<br />

<strong>de</strong> compra em favor <strong>de</strong> uma<br />

mídia mais sustentável, ajudando a garantir<br />

que os editores responsáveis continuem<br />

a prosperar”, completou Brenda<br />

Tuohig, head of global and strategic partnerships<br />

da Scope3.<br />

Segundo a empresa, a Scope3 foi criada<br />

para resolver problemas <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>,<br />

realizando medições <strong>de</strong> carbono da<br />

ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e<br />

mídia digital, consi<strong>de</strong>rada uma indústria<br />

que possui uma enorme pegada <strong>de</strong> carbono<br />

e emite uma alta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gases<br />

<strong>de</strong> efeito estufa, <strong>de</strong>vido à complexida<strong>de</strong><br />

das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suprimentos <strong>de</strong> anúncios.<br />

28 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


quEm fEz<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

chEERs<br />

Campanha promove drinques que saem do<br />

óbvio, assim como a publicação, na <strong>de</strong>finição<br />

feita pela agência, que convidou o premiado<br />

barten<strong>de</strong>r Gabriel Santana, dono do Bar Santana,<br />

em São Paulo, para criar três drinques<br />

para a ação que celebra dois anos <strong>de</strong> circulação<br />

do título. Projeto homenageia Amazônia,<br />

New Orleans (EUA) e ilha Socotra (Iêmen).<br />

TEcH anD SOUL<br />

unquiet<br />

Fotos: Divulgação<br />

Título: Stay Alive. Be Unquiet; CCO: Flavio Waiteman;<br />

diretores <strong>de</strong> criação: Daniel Magri e Renan<br />

Bulgari; diretores <strong>de</strong> arte: Marcelo Guimarães e<br />

Leticia Kohanoski; Redação: Alex Villena e Jessica<br />

Fernan<strong>de</strong>s; aprovação: Corinna Sagesser e Carolina<br />

Sagesser.<br />

INTEGRAÇÃO<br />

A união da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> hospitais OTO com a<br />

Kora Saú<strong>de</strong> ganhou os veículos <strong>de</strong> mídia<br />

do Ceará no fim <strong>de</strong> 2022. A Mulato Comunicação<br />

coor<strong>de</strong>nou o projeto cujo objetivo<br />

é <strong>de</strong>ixar claro as raízes das marcas com o<br />

estado, como enfatiza o CEO Victor Moreira.<br />

Mas a re<strong>de</strong> Kora tem hospitais também<br />

no DF, Espírito Santo e Tocantins.<br />

mULaTO<br />

oto Kora saúDe<br />

Título: Viva. A gente cuida <strong>de</strong> você; criação: Júnior<br />

Serpa e Simone Pessoa; assistente <strong>de</strong> arte:<br />

Robson Lima; arte-final e retouch: Klinger <strong>de</strong><br />

Souza; produtora: Primeiro Plano Filmes; fotografia:<br />

Cido Páscoa; aprovação: Manu Sales e<br />

Vitor Moreira.<br />

VERÃO<br />

Breja no grau é a pedida da estação mais<br />

quente do ano. Itaipava sabe disso e está nos<br />

canais com ação que apresenta uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

visual que reforça o espaço <strong>de</strong> bares e a<br />

cultura popular brasileira, como explica comunicado<br />

do anunciante. Nessa vibe, “Ita-leve”,<br />

“Ita-marcante” e “Ita-perfeita” integram<br />

o dicionário da cerveja.<br />

wmccann<br />

grupo petropólis<br />

Título: Língua do Ita; chairman: Hugo Rodrigues;<br />

CEO: André França; CCO: Mariana Sá; criação:<br />

Alessandra Pereira, Antero Neto, Fabio Porto, Stefano<br />

Chiabrando e Paulo Rodrigues; produtora:<br />

Prodigo; diretores: André Godoi e Maggie Landim;<br />

aprovação: Giulia Faria e Danielle Bibas.<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 29


cAnneS lionS <strong>2023</strong><br />

Festival divulga presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri<br />

e Samantha Almeida está em Social<br />

Divulgação<br />

Diretora <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inovação <strong>de</strong> conteúdo da Globo, Samantha Almeida vai comandar o juri <strong>de</strong> Social & Influencer<br />

Diretora da Globo é<br />

a única brasileira a<br />

presidir júris este ano<br />

no Cannes Lions<br />

Festival Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />

O Cannes Lions anunciou os nomes dos<br />

presi<strong>de</strong>ntes do júri que vão li<strong>de</strong>rar os julgamentos<br />

para a premiação <strong>de</strong> <strong>2023</strong>.<br />

Entre as 29 categorias, a diretora <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />

e inovação <strong>de</strong> conteúdo da Globo,<br />

Samantha Almeida, é a única brasileira<br />

da lista e será responsável pela categoria<br />

Social & Influencer.<br />

A lista também revelou o primeiro presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> júri da região <strong>de</strong> Mena, sigla que<br />

refere-se a regiões do Oriente Médio e Norte<br />

da África, Ali Rez. O diretor <strong>de</strong> criação da<br />

Impact BBDO será responsável pela categora<br />

Print & Publishing.<br />

A 70ª edição do festival será realizada<br />

entre 19 e 23 <strong>de</strong> junho, na Riviera Francesa,<br />

em Cannes. As inscrições para participar do<br />

Cannes Lions abriram no último dia 12 e as<br />

inscrições para prêmios abrem no dia 19 <strong>de</strong><br />

<strong>janeiro</strong>.<br />

“Esses indivíduos representam a rica varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> talentos excepcionais <strong>de</strong> todo o<br />

espectro da indústria criativa. Os presi<strong>de</strong>ntes<br />

do júri do Cannes Lions <strong>de</strong>sempenham<br />

um papel essencial na <strong>de</strong>fesa da integrida<strong>de</strong><br />

dos Leões, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a referência<br />

criativa para a indústria global. Agra<strong>de</strong>cemos<br />

a eles por suas perspectivas únicas,<br />

conhecimento e experiência pela li<strong>de</strong>rança<br />

que trarão para a tarefa muito importante<br />

que têm pela frente”, afirmou Simon Cook,<br />

CEO da Lions.<br />

Entre os principais presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri<br />

<strong>de</strong>ste ano estão David Droga, CEO e presi<strong>de</strong>nte<br />

criativo da Accenture Song Global,<br />

que vai comandar os trabalhos <strong>de</strong> Titanium<br />

Lions; e no comando do Film Lions está<br />

Bruno Bertelli, CEO global da Le Pub, CCO<br />

global da Publicis Worldwi<strong>de</strong> e CCO do Publicis<br />

Groupe Itália.<br />

Já a nova categoria Creative B2B Lions<br />

será presidida por Tom Stein, chairman e<br />

chief growth officer da Stein IAS global, enquanto<br />

a segunda nova categoria do ano,<br />

Entertainment Lions for Gaming, terá como<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri Francine Li, head global<br />

<strong>de</strong> marketing da Riot Games.<br />

Em 2022, o Brasil teve três presi<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> júri: Luciana Haguiara (Media.Monks);<br />

Patricia Corsi (Bayer Consumer Health); e<br />

Marcel Marcon<strong>de</strong>s (AB Inbev), em Digital<br />

Craft, Health & Wellness e Entertainment<br />

for Sports, respectivamente.<br />

30 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


ESG NO MKT<br />

Jonathan Meyer/Unsplash<br />

O marketing quer paz<br />

Os acontecimentos do dia 8 são um contrapé<br />

a tudo o que se esperava neste início <strong>de</strong> ano<br />

Alexis Thuller PAgliArini<br />

As principais associações do setor <strong>de</strong><br />

marketing e comunicação a<strong>de</strong>riram<br />

rapidamente às manifestações <strong>de</strong> repúdio<br />

aos atos <strong>de</strong> vandalismo e <strong>de</strong> ataque à <strong>de</strong>mocracia<br />

e Brasília, no fatídico dia 8 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>,<br />

que ficará para a história como um<br />

momento triste da nossa existência.<br />

A reação das instituições se justifica em<br />

qualquer setor da economia – ninguém<br />

quer instabilida<strong>de</strong> e um ambiente <strong>de</strong> riscos<br />

para atrapalhar o bom andamento <strong>de</strong><br />

negócios. Ao contrário, o que todos querem<br />

é a tal pacificação prometida pelos<br />

novos governantes e o fim da polarização<br />

odiosa que dividiu o país.<br />

Os acontecimentos do último dia 8,<br />

portanto, são um contrapé a tudo o que se<br />

esperava neste início <strong>de</strong> ano. No meu artigo<br />

da semana anterior, aqui nesta coluna,<br />

eu já celebrava a chance <strong>de</strong> esperançar<br />

por dias melhores, mais pacíficos.<br />

Para o setor <strong>de</strong> marketing, porém, o clima<br />

<strong>de</strong> insegurança e instabilida<strong>de</strong> é ainda<br />

mais cruel. Sob ameaça, os anunciantes se<br />

retraem e engavetam planos, à espera <strong>de</strong><br />

momento mais propício. Lançamentos <strong>de</strong><br />

produtos e serviços são adiados e investimentos<br />

são represados, gerando retração<br />

em toda a ca<strong>de</strong>ia, das agências aos veículos<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

O marketing precisa <strong>de</strong> paz para atuar<br />

na sua plenitu<strong>de</strong>. Mais do que isso, o<br />

marketing e a boa comunicação po<strong>de</strong>m<br />

contribuir fortemente para criar um clima<br />

positivo na socieda<strong>de</strong>.<br />

Com o aumento do engajamento das<br />

empresas às questões sociais, as ações <strong>de</strong><br />

marketing têm adotado um tom ativista<br />

pela adoção <strong>de</strong> práticas que beneficiam as<br />

pessoas e o planeta, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado o<br />

impulso às vendas e o lucro.<br />

Cada vez mais, as empresas estão adotando<br />

um capitalismo consciente, em benefício<br />

não só <strong>de</strong> si próprias, mas <strong>de</strong> todos<br />

os stakehol<strong>de</strong>rs.<br />

Estão se alinhando aos princípios ESG,<br />

olhando para as questões ambientais, sociais<br />

e <strong>de</strong> governança ética e respeitosa.<br />

Pesquisas realizadas pelo E<strong>de</strong>lman Group<br />

mostram que as empresas são a única ins-<br />

tituição com índices <strong>de</strong> confiança acima<br />

do mínimo aceitável (60%). Nem ONGs<br />

ou – muito menos – os governos conseguiram,<br />

em 2021, um nível <strong>de</strong> respostas<br />

positivas que os coloquem em patamares<br />

mínimos <strong>de</strong> confiança.<br />

Isso é bom para as empresas, mas tem<br />

um efeito colateral importante: quanto<br />

maior o índice <strong>de</strong> confiança, mais se espera<br />

daqueles que confiamos.<br />

Lembra <strong>de</strong> Saint-Exupéry? “Tudo te<br />

tornas eternamente responsável por aquilo<br />

que cativas”, diz autor no seu best-seller<br />

O Pequeno Príncipe.<br />

É assim com o governo. O nível <strong>de</strong> confiança<br />

causa um efeito positivo em todo o<br />

mercado, que se entusiasma em investir<br />

mais, mas exige dos governos manifestações<br />

inequívocas <strong>de</strong> que cumprirão as<br />

promessas e os planos <strong>de</strong>senhados.<br />

O novo governo se iniciou com manifestações<br />

emocionadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o governante<br />

maior até seus ministros, com promessas<br />

<strong>de</strong> mais paz, justiça e, principalmente,<br />

mais respeito pelas pessoas e pelo<br />

meio ambiente.<br />

Quando dissemos, em artigo anterior,<br />

que era a hora <strong>de</strong> esperançar, era com base<br />

nesse novo clima <strong>de</strong> paz que nos fiávamos.<br />

Os fatos recentes, porém, foram um<br />

bal<strong>de</strong> <strong>de</strong> água fria nesse entusiasmo.<br />

Mas a rápida reação dos governantes,<br />

apoiados pelas instituições, traz <strong>de</strong> volta<br />

a esperança. O ataque à <strong>de</strong>mocracia conseguiu<br />

atrair a a<strong>de</strong>são até daqueles <strong>de</strong><br />

posições mais divergentes, trazendo um<br />

clima <strong>de</strong> união e cooperação pelo estabelecimento<br />

da paz tão almejada.<br />

Não teremos céu <strong>de</strong> briga<strong>de</strong>iro tão cedo<br />

como gostaríamos porque as forças contrárias<br />

ainda existem e mostraram um lado<br />

violento surpreen<strong>de</strong>nte.<br />

Mas o importante é estarmos todos<br />

atentos e confiantes. Que esse episódio<br />

recente fique na história como algo isolado<br />

e <strong>de</strong>stoante do <strong>de</strong>sejo da maioria.<br />

Que a paz volte e, com ela, melhores<br />

dias para o mercado, ainda combalido pelos<br />

efeitos da pan<strong>de</strong>mia e da polarização<br />

política dos últimos tempos.<br />

Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4<br />

alexis@criativista.com.br<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 31


we<br />

mkt<br />

James Day/Unsplash<br />

A importância do clima<br />

“Um dia <strong>de</strong> chuva é tão belo quanto um dia<br />

<strong>de</strong> sol. Ambos existem; cada um como é”<br />

Fernando Pessoa<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Todos já se <strong>de</strong>scobriram mais esfuziantes<br />

e felizes em dias <strong>de</strong> sol e temperaturas<br />

amenas; mais tristes e retraídos em dias<br />

<strong>de</strong> frio e chuvas; e se pensaram e refletiram<br />

sobre se esse comportamento tem muito<br />

ou pouco a ver com a importância do clima<br />

em suas vidas, a resposta encontrada,<br />

<strong>de</strong>pois da reflexão e sempre, um mais que<br />

sonoro, sim!!!<br />

Assim, o clima corporativo, ou, o ambiente<br />

<strong>de</strong>ntro das empresas, é <strong>de</strong> essencial<br />

importância para um comportamento<br />

mais integrado, positivo, colaborativo e<br />

feliz do capital humano <strong>de</strong>ssas empresas,<br />

que se traduz numa maior integração e<br />

compartilhamento <strong>de</strong> todos, presente no<br />

sorriso natural em todos os cantos, setores,<br />

divisões e unida<strong>de</strong>s das empresas. Em<br />

síntese, pessoas felizes produzem mais e<br />

melhor.<br />

Muitos estudos sobre a importância do<br />

clima já tinham concluído na mesma direção<br />

e sentido. Mas um estudo mais profundo<br />

e <strong>de</strong> maior duração acaba <strong>de</strong> ser concluído<br />

e traz relações da maior importância.<br />

De responsabilida<strong>de</strong> da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Yale, que no correr <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 15 anos<br />

acompanhou regularmente exames <strong>de</strong> ressonância<br />

magnética <strong>de</strong> 3.279 pessoas.<br />

Como anda o clima em sua empresa? E<br />

concluiu que o cerebelo, que se encontra na<br />

parte posterior do cérebro e é o responsável<br />

pelos movimentos e controle das emoções,<br />

apresenta mudanças <strong>de</strong> tamanho no correr<br />

<strong>de</strong> um ano causadas pelas mudanças na<br />

temperatura. O cerebelo chega a crescer 8%<br />

no pico do verão, e a encolher os mesmos<br />

8% no pico do inverno.<br />

Dentre outras conclusões, talvez a mais<br />

importante realizada pelos autores do estudo<br />

é que esse encolhimento ou expansão<br />

é muito provavelmente a causa da mudança<br />

do humor das pessoas em função do clima.<br />

Como, e por exemplo, doenças como o<br />

TAS – Transtorno Afetivo Sazonal –, muito<br />

comum em países mais gelados ou no inverno<br />

<strong>de</strong> outros países.<br />

Em verda<strong>de</strong>, esse tipo <strong>de</strong> documentação<br />

já vinha sendo colhido e organizado por<br />

outros pesquisadores.<br />

Quando o clima na vida, e nas empresas,<br />

exce<strong>de</strong>, para cima ou para baixo ao normal,<br />

comportamentos semelhantes aos que se<br />

constata no TAS, constata-se, também,<br />

no capital humano das empresas: tristeza,<br />

irritabilida<strong>de</strong>, ansieda<strong>de</strong>, dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> concentração, cansaço excessivo, sono,<br />

aumento <strong>de</strong> apetite, sentimento <strong>de</strong> culpa e<br />

diminuição da libido, e da busca por ativida<strong>de</strong>s<br />

recreativas...<br />

Assim, todos mais que concentrados<br />

neste início do ano, e diante dos últimos e<br />

penúltimos acontecimentos, em resgatar e<br />

preservar o melhor clima <strong>de</strong>ntro das empresas,<br />

para que todos possam oferecer o<br />

melhor <strong>de</strong> seus conhecimentos e contribuições.<br />

Melhor para todos, sempre. Em todos<br />

os sentidos e direções.<br />

Como anda o clima no país? O ano começou<br />

e, por mais que a nova realida<strong>de</strong> incomo<strong>de</strong>,<br />

envergonhe e constranja, todos cantando<br />

junto com Raul Seixas, que per<strong>de</strong>u o<br />

medo da chuva. Que se faz presente, novamente,<br />

e <strong>de</strong> forma intensa e generosa neste<br />

<strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong>. “Pois a chuva voltando pra<br />

terra – dizia Raul – traz coisas no ar...”.<br />

E é o que, mais que ver, faremos e construiremos<br />

nos próximos anos.<br />

Clima na vida, nas organizações e nos<br />

países, repito, não é tudo. Mas, no mínimo,<br />

muito. E é nesse clima ruim, tóxico, <strong>de</strong>letério<br />

e insalubre que iniciaremos a construção<br />

<strong>de</strong> um novo e mo<strong>de</strong>rno Brasil.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

32 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


supercenas<br />

Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

O craque Pelé com Cris Duclos, à época no marketing da Vivo; Catherine Duvignau, da Toptrends; e o executivo Christian Gebara, hoje CEO da operadora <strong>de</strong> telecomunicações<br />

VIVO CALL PARADE<br />

Ícone do futebol com um repertório inigualável <strong>de</strong> jogadas que<br />

se tornaram benchmark no esporte criado pelos ingleses, Pelé<br />

recebeu muitas homenagens em vida. Uma <strong>de</strong>las foi feita pela<br />

Vivo quando ela formalizou o patrocínio à seleção brasileira<br />

em 2014. A marca aproveitou para homenagear o Rei pela sua<br />

história <strong>de</strong> tricampeoão mundial como camisa 10 do escrete<br />

canarinho. A reverência foi durante a Vivo Call Para<strong>de</strong>, evento<br />

coor<strong>de</strong>nado pela Toptrends <strong>de</strong> Catherine Duvignau, i<strong>de</strong>alizadora<br />

da Cow Para<strong>de</strong>. “Foi uma honra ter conhecido e homenageado<br />

o Rei Pelé na edição da Vivo Call Para<strong>de</strong>. Edson Arantes<br />

do Nascimento, além <strong>de</strong> ter sido o maior jogador <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong><br />

todos os tempos e o brasileiro mais famoso do mundo, era um<br />

ser único, gentil com todos. Lembro-me que ele gostava <strong>de</strong> ressaltar<br />

que um dos seus gran<strong>de</strong>s orgulhos foi ter parado uma<br />

guerra na Nigéria”, comenta Catherine, CEO da Toptrends,<br />

empresa especializada em marketing cultural, que concebeu<br />

o projeto Vivo Call Para<strong>de</strong>, em 2012, quando a Telefônica passou<br />

a se chamar Vivo no Brasil, com aprovação <strong>de</strong> Cris Duclos e<br />

Christian Gebara.<br />

A skatista catarinense traz cores e outros elementos para a coleção da marca Vans<br />

DESIGN<br />

O skate virou paixão nacional e as marcas estão em busca do<br />

olhar <strong>de</strong>sses atletas um pouco além dos patrocínios. É o caso<br />

da Vans, que tem coleção assinada pela skatista profissional<br />

brasileira Yndiara Asp composta por calça, camiseta e Skate<br />

Grosso Mid.<br />

O Baile da Ópera <strong>de</strong> Viena será realizado na Ópera Estatal com presença da Swarovski<br />

TIARA<br />

No dia <strong>16</strong> <strong>de</strong> fevereiro, a Swarovski completa 73 anos como fornecedora<br />

das tiaras usadas no Baile da Ópera <strong>de</strong> Viena. Patrocínio<br />

a<strong>de</strong>quado à marca <strong>de</strong> cristais austríaca fundada em 1895.<br />

jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 33


última página<br />

Aaron Bur<strong>de</strong>n/Unsplash<br />

Controle da<br />

comunicação<br />

criminosa<br />

Stalimir Vieira<br />

conceito “controle da mídia” costuma<br />

O doer nos ouvidos <strong>de</strong> quem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão. Concordo que doa.<br />

Primeiro, porque é equivocado, inclusive<br />

por falta <strong>de</strong> abrangência. Se, por um lado,<br />

recomendar bom senso nas mensagens que<br />

chegam às massas populares é necessário,<br />

a fim <strong>de</strong> evitar o estímulo a episódios como<br />

os registrados no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, em<br />

8 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>, há que, por outro, se abandonar<br />

a simplorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atribuir à mídia sua<br />

maior responsabilida<strong>de</strong>, ainda que se inclua<br />

nessa panela a mídia digital. Ao<br />

assistir alguns ví<strong>de</strong>os, tomados<br />

durante a <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

1.500 pessoas no ginásio da Polícia<br />

Fe<strong>de</strong>ral, em Brasília, constatei<br />

algo muito mais sério do<br />

que a proliferação <strong>de</strong> fake news<br />

pelas tiazinhas <strong>de</strong>socupadas do<br />

zap. As várias centenas <strong>de</strong> “religiosos”<br />

entoando hinos, num<br />

estado <strong>de</strong> hipnose coletiva, no<br />

melhor estilo “estado islâmico”, <strong>de</strong>nuncia<br />

bastidores <strong>de</strong> uma doutrinação massiva e<br />

invisível ao dia a dia da gran<strong>de</strong> mídia.<br />

Esses fanatizados, formados em milhares<br />

das chamadas igrejas, estabelecidas por<br />

todo o país, não seguem necessariamente<br />

os “conselhos” do Rodrigo Constantino, na<br />

Jovem Pan, talvez nem o conheçam. Tampouco,<br />

frequentem as páginas da Carla<br />

Zambelli ou <strong>de</strong>em atenção às <strong>de</strong>clarações<br />

do Allan dos Santos. Certamente, esses conservadores<br />

extremistas citados contribuem<br />

para colocar fogo em quem já está suficientemente<br />

“abastecido” por seus pastores.<br />

Mas a <strong>de</strong>terminação irracional, inconsequente<br />

e com traços <strong>de</strong> disposição homicida<br />

e suicida, é resultado <strong>de</strong> um processo<br />

continuado e sistemático <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong><br />

estados mentais. Através do terror religioso,<br />

milhões <strong>de</strong> vulneráveis são induzidos, há<br />

“A reAl<br />

AmeAçA está<br />

nA perdA<br />

irremediável<br />

<strong>de</strong> juízo dA<br />

populAção”<br />

muito tempo e cotidianamente, a uma batalha<br />

contra o “mal”, a formar o “exército”<br />

que vai expulsar os “<strong>de</strong>mônios comunistas”<br />

do Brasil, salvaguardando “a nação <strong>de</strong><br />

Jesus Cristo”. Nenhum jornalista da Gazeta<br />

do Povo ou da Revista Oeste (expoentes<br />

da mídia <strong>de</strong> extrema direita) chega perto<br />

da competência dos bispos das igrejas neopentecostais<br />

na inflamação <strong>de</strong> hordas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>svairados. Esse jornalismo “alternativo”,<br />

no máximo, repercute o discurso conservador<br />

<strong>de</strong> empresários dispostos a pagar por<br />

isso. Focar, portanto, em censurar programas<br />

<strong>de</strong> TV por assinatura, que lutam todos<br />

os dias para escapar do traço <strong>de</strong><br />

audiência, alguns recorrendo<br />

às verbas <strong>de</strong> merchandising <strong>de</strong><br />

clínicas para <strong>de</strong> calvície para sobreviver,<br />

é absolutamente inútil<br />

e só causa <strong>de</strong>sgaste ao governo.<br />

É preciso parar imediatamente<br />

<strong>de</strong> falar em controle da mídia. A<br />

maior ameaça à <strong>de</strong>mocracia não<br />

está na comunicação <strong>de</strong> oposição,<br />

por mais radical e extremista,<br />

pois ela sempre <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do voto para<br />

fazer-se legítima.<br />

A real ameaça está na perda irremediável<br />

<strong>de</strong> juízo da população. Não como resultado<br />

<strong>de</strong> narrativas com diferentes versões para os<br />

mesmos fatos, difundidas, por um lado e outro,<br />

pela infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios disponíveis. Mas<br />

pela criação <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> paralela, adotada<br />

por quem <strong>de</strong>senvolve uma fé resultante<br />

<strong>de</strong> um estado <strong>de</strong> esquizofrenia. Isso está documentado<br />

nas inúmeras imagens <strong>de</strong> pessoas<br />

ajoelhadas, rezando aos prantos ou comemorando<br />

histericamente informações falsas, ou<br />

em senhores espumando, enquanto clamam<br />

uma intervenção militar, ou em coitados enfiados<br />

em pseudofardas, marchando feito autômatos,<br />

todos revelando grave <strong>de</strong>sequilíbrio<br />

mental. Essas pessoas estão doentes. Devem<br />

ser tratadas. E os responsáveis por seus males,<br />

i<strong>de</strong>ntificados e punidos.<br />

Stalimir Vieira é diretor da Base <strong>de</strong> Marketitng<br />

stalimircom@gmail.com<br />

34 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark


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57 ANOS. DE VIDA.


Marcello Barbusci<br />

Para toda boa criação<br />

há uma referência.<br />

We transforme your dream<br />

Na<br />

em<br />

sua<br />

in realida<strong>de</strong> a reality<br />

impressão<br />

on no paper. papel.<br />

também.<br />

Nós transformamos seu sonho<br />

Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />

em in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel.<br />

“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />

são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

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in a reality on paper.<br />

Newspapers<br />

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