edição de 16 de janeiro de 2023
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cANNes RevelA<br />
PResi<strong>de</strong>Ntes <strong>de</strong> júRi<br />
Samantha Almeida,<br />
da Globo, é a única<br />
brasileira na lista<br />
do festival. Ela vai<br />
presidir os trabalhos<br />
na categoria Social &<br />
Influencer. pág. 30<br />
giro no mercado vOltA cOm lew’lARA\tBwA<br />
Nova fase <strong>de</strong> projeto do PROPMARK mostra<br />
as instalações e o jeito <strong>de</strong> trabalhar da agência<br />
presidida por Marcia Esteves. pág. 22<br />
Pwc ANAlisA<br />
AvANçO dA mídiA<br />
Sócio da consultoria,<br />
Ricardo Queiroz fala<br />
sobre o crescimento<br />
do mercado no país<br />
e tendências como<br />
publicida<strong>de</strong> em jogos<br />
e Connect TV. pág. 26<br />
propmark.com.br ANO 58 - Nº 2927 - <strong>16</strong> <strong>de</strong> jaNeiro <strong>de</strong> <strong>2023</strong> R$ 15,00<br />
Freepik<br />
consumo dos jovens das<br />
classes B e c surpreen<strong>de</strong><br />
O app Kwai e o instituto locomotiva <strong>de</strong>svendam perfil <strong>de</strong> consumidor da geração K (jovens <strong>de</strong> <strong>16</strong><br />
a 34 anos, das classes B e c). segundo a pesquisa, a classe média representa 70% da população,<br />
contabilizando mais <strong>de</strong> 1<strong>16</strong> milhões <strong>de</strong> brasileiros, sendo 41,4 milhões <strong>de</strong> jovens. “Há um entendimento<br />
bastante claro <strong>de</strong> que esse público é um dos principais segmentos em termos <strong>de</strong>mográficos e <strong>de</strong> consumo<br />
em território nacional”, diz Paulo Fernan<strong>de</strong>s, diretor <strong>de</strong> Kwai for Business nas Américas. wmccann<br />
também tem estudo Verda<strong>de</strong>s dos brasileiros: sentimentos e perspectivas, que mostra população<br />
endividada, mas otimista. Outros profissionais analisam consumidor do pós-pan<strong>de</strong>mia. pág. 12
A APP Brasil gostaria <strong>de</strong><br />
agra<strong>de</strong>cer nossos parceiros <strong>de</strong><br />
2022, que viabilizaram nossas<br />
ações e realizações.<br />
Certamente vocês são peças<br />
fundamentais para o<br />
movimento e presença da APP!<br />
Que venha <strong>2023</strong> com muitos<br />
novos projetos para todos nós!<br />
Agência Beta / Unitoledo Wy<strong>de</strong>n<br />
'
editorial<br />
Armando Ferrentini<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
Consumo <strong>de</strong> gerações<br />
Houve uma época no mercado <strong>de</strong> consumo que só se falava do<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra, influência e comportamento da geração Y<br />
(nascidos entre 1981 e 1996), os chamados millennials. Ficou até<br />
chato, como se as outras gerações não fossem importantes para a<br />
economia. Passada essa febre <strong>de</strong> alguns anos atrás, parece que há<br />
agora um equilíbrio maior no interesse das marcas em conhecer<br />
melhor outras camadas da população.<br />
Depois dos millennials, surgiram a geração Z (jovens que nasceram<br />
entre 1997 e 2010) e a geração alfa (nascidos a partir <strong>de</strong> 2010).<br />
Agora, o Instituto Locomotiva investigou a chamada geração K,<br />
que abrange os jovens das classes B e C, com ida<strong>de</strong> entre <strong>16</strong> e 34<br />
anos, que representam 25% da população brasileira. O instituto <strong>de</strong><br />
pesquisa aten<strong>de</strong> a um projeto do Kwai for Business, plataforma <strong>de</strong><br />
negócio do Kwai, app <strong>de</strong> criação e compartilhamento <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os<br />
curtos.<br />
Obviamente, sabemos que <strong>de</strong>cifrar os hábitos <strong>de</strong> consumo e o comportamento<br />
das classes sociais e gerações ajuda os anunciantes a<br />
traçar <strong>de</strong> forma mais apurada suas estratégias <strong>de</strong> comunicação e<br />
a indústria na criação <strong>de</strong> produtos voltados para o público. Mas o<br />
mercado parece se preocupar só com os mais jovens e viver uma<br />
certa miopia em relação ao potencial da economia prateada (tudo<br />
que é consumido por pessoas <strong>de</strong> 50 anos ou mais), que segundo estimativas<br />
movimenta cerca <strong>de</strong> R$ 2 trilhões ao ano no Brasil. Porém,<br />
esse é um assunto para outro editorial.<br />
Voltando à geração K, objeto <strong>de</strong> estudo do Instituto Locomotiva,<br />
uma das <strong>de</strong>scobertas mais interessantes da pesquisa é que esse<br />
público representa um dos principais segmentos em termos <strong>de</strong>mográficos<br />
e <strong>de</strong> consumo em território nacional. O Locomotiva<br />
garante que esses jovens movimentam R$ 655 bilhões ao ano.<br />
Portanto, segundo a análise, se compusesse um estado, essa po-<br />
pulação teria a segunda maior renda do país, atrás apenas do estado<br />
<strong>de</strong> São Paulo.<br />
Outro <strong>de</strong>talhe importante é que esse recorte da população é um público<br />
diverso, que consome <strong>de</strong> tudo um pouco, mas gasta mais em<br />
peças <strong>de</strong> vestuário, eletroeletrônicos e eletrodomésticos. Todos os<br />
itens <strong>de</strong> consumo estão na lista <strong>de</strong>les: produtos <strong>de</strong> higiene e beleza,<br />
alimentos, refeições prontas, medicamentos e bebidas em geral.<br />
Em todos os segmentos, o aumento do consumo também foi significativo<br />
nos últimos anos.<br />
Uma avaliação significativa é que esse grupo preten<strong>de</strong> ampliar as<br />
compras neste ano. “Quando se olha para o público mais jovem, o<br />
senso comum leva a pensar que são um grupo <strong>de</strong>sbancarizado, com<br />
menor po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra, com outros interesses <strong>de</strong> consumo e i<strong>de</strong>ntificação.<br />
Porém, a surpresa foi que o levantamento nos mostrou o<br />
completo oposto e nos dando insumos para enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fato quem<br />
são esses indivíduos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as suas características mais básicas até<br />
os seus comportamentos e a sua gran<strong>de</strong> importância para os diferentes<br />
segmentos da economia brasileira”, analisa Paulo Fernan<strong>de</strong>s,<br />
diretor <strong>de</strong> Kwai for Business nas Américas.<br />
Giro no mercado<br />
Em <strong>2023</strong>, o PROPMARK retoma o projeto Giro no mercado, uma série<br />
<strong>de</strong> visitas que busca mostrar as instalações, equipes e forma <strong>de</strong><br />
trabalhar das agências. Nesta nova etapa, a reportagem foi recebida<br />
na se<strong>de</strong> da Lew’Lara\TBWA, em Pinheiros, região Sul <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Comandada pela CEO e sócia Marcia Esteves, a agência fundada por<br />
Luiz Lara e Jaques Lewkowicz em 1992 é a primeira a ser retratada<br />
neste mês. “Nos últimos três anos, a evolução da tecnologia foi vital<br />
para sobrevivermos. Mas per<strong>de</strong>mos em criativida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>verá<br />
voltar a aflorar neste ano”, observa Marcia.<br />
as Mais lidas da seMana no propMark.CoM.br<br />
1ª<br />
2ª<br />
3ª<br />
em parceria com thiaguinho,<br />
itaipava apresenta novo chope<br />
A turnê Tar<strong>de</strong>zinha, <strong>de</strong> Thiaguinho, volta para a estrada a partir <strong>de</strong><br />
abril, e a Itaipava, aproveitando esse retorno, embarcou junto e<br />
lançou sua linha <strong>de</strong> chope em lata, que trará o rosto do cantor.<br />
Cannes lions <strong>2023</strong>: brasil<br />
terá uma presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri<br />
A diretora <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inovação <strong>de</strong> conteúdo da<br />
Globo, Samantha Almeida, é a única brasileira da lista<br />
e será responsável pela categoria Social & Influencer.<br />
americanas, Zé <strong>de</strong>livery<br />
e amstel: marcas dão<br />
início às ações no BBB 23<br />
Os quatro nomes da Casa <strong>de</strong> Vidro foram apresentados. Tal qual<br />
o público, que logo colocou o termo BBB 23 nos trending topics<br />
do Twitter, os patrocinadores do reality show também iniciaram<br />
os seus trabalhos nas re<strong>de</strong>s sociais.<br />
4ª<br />
Marcas apontam para um futuro mais inclusivo, ético e cidadão,<br />
construído por meio <strong>de</strong> uma comunicação colaborativa e<br />
multiplataforma, inteligência artificial e hipersegmentação.<br />
5ª<br />
Customer experience, ia, segmentação:<br />
as perspectivas dos anunciantes<br />
Como funciona o simulador que<br />
prevê engajamentos <strong>de</strong> anúncios<br />
Criado pela ESPM e a consultoria Cognitive, mo<strong>de</strong>lo<br />
matemático calcula sucesso <strong>de</strong> anúncios, ajudando a mitigar<br />
riscos e a melhorar <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> investimento publicitário.<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 3
Índice<br />
consumo<br />
da geração K<br />
é diverso<br />
Jovens <strong>de</strong> <strong>16</strong> a 34 anos, das<br />
classes B e C, consomem <strong>de</strong> tudo<br />
um pouco, mas gastam mais<br />
com vestuário, eletroeletrônicos<br />
e eletrodomésticos.<br />
cAPA<br />
12<br />
Freepik<br />
Divulgação<br />
entRevistA<br />
imc amplia canais<br />
digitais próprios<br />
Dona <strong>de</strong> restaurantes como Pizza Hut,<br />
KFC e Frango Assado, companhia foca<br />
em acelerar crescimento com a criação<br />
<strong>de</strong> canais <strong>de</strong> vendas online. O CMO Alex<br />
BX Pinto fala também sobre as estratégias<br />
<strong>de</strong> expansão com abertura <strong>de</strong> lojas e<br />
rejuvenescimento das marcas. pág. 10<br />
Divulgação<br />
Unsplash<br />
Divulgação<br />
meRcAdo<br />
Retail media atrai<br />
mais investimentos<br />
Com o início da NRF (National Retail<br />
Fe<strong>de</strong>ration) em Nova York, evento lança luz<br />
em tendências que vão impactar o varejo<br />
físico e digital, entre elas a retail media,<br />
que segue crescendo. pág. <strong>16</strong><br />
diGitAL<br />
RZK aposta em<br />
perfomance no ooH<br />
Eduardo Mantegazza, fundador e CEO da<br />
RZK Digital, acredita que o crescimento<br />
do out of home <strong>de</strong>ve vir da capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> absorver nesse canal o orçamento<br />
<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> performance. Ele reforça<br />
o DNA <strong>de</strong> dados da empresa. pág. 24<br />
meRcAdo<br />
Associações pe<strong>de</strong>m<br />
respeito à <strong>de</strong>mocracia<br />
As principais entida<strong>de</strong>s do setor <strong>de</strong><br />
comunicação con<strong>de</strong>naram os atos <strong>de</strong><br />
vandalismo ocorridos no último dia 8<br />
contra as se<strong>de</strong>s dos Três Po<strong>de</strong>res. ABA,<br />
Abap, Abracom, ANJ, Aberje, Fenapro e IVC<br />
emitiram comunicados. Já a Meta bloqueou<br />
conteúdos que <strong>de</strong>fendiam vândalos. pág. 20<br />
editorial ................................................................3<br />
conexões ...............................................................5<br />
curtas ....................................................................7<br />
opinião ..................................................................8<br />
inspiração ............................................................9<br />
entrevista ...........................................................10<br />
mercado ..............................................................12<br />
opinião ................................................................21<br />
Giro no mercado ................................................22<br />
digital .................................................................24<br />
Agências .............................................................25<br />
mídia ...................................................................26<br />
Quem Fez ............................................................29<br />
cannes Lions <strong>2023</strong> ............................................30<br />
esG no mKt .........................................................31<br />
We love mKt .......................................................32<br />
supercenas .........................................................33<br />
Última Página ....................................................34<br />
4 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
conexões<br />
da! Com certeza, estaremos muito<br />
bem representados!<br />
Felipe Rabello Campos<br />
última Hora<br />
Post: Quem são os sete Forbes<br />
Un<strong>de</strong>r 30 na área <strong>de</strong> marketing<br />
e publicida<strong>de</strong><br />
Orgulho, Fred Biondi. Forbes Un<strong>de</strong>r<br />
30 aos 22.<br />
Fernando Figueiredo<br />
Muito orgulho, obrigada pela menção!<br />
Luize Araujo<br />
LinkedIn:<br />
Post: Cannes Lions <strong>2023</strong>: Brasil<br />
terá uma presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri<br />
Linda <strong>de</strong>mais! Arrasa, Samantha<br />
Almeida!<br />
Carol Grillo Mac Knight<br />
Você é incrível, Samantha AlmeidorinHo<br />
Errata<br />
Diferentemente do que foi publicado<br />
na última edição, a foto acima<br />
correspon<strong>de</strong> a Rodrigo Famelli,<br />
sócio e chief media officer da Streetwise.<br />
PATROCÍNIO<br />
A TIM inicia as ações da sua plataforma <strong>de</strong> música em <strong>2023</strong><br />
<strong>de</strong>sembarcando na Bahia (foto acima). A empresa estreia<br />
como patrocinadora master do tradicional Festival <strong>de</strong> Verão<br />
<strong>de</strong> Salvador, que volta repaginado ao Parque <strong>de</strong> Exposições<br />
nos dias 28 e 29 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>, após uma pausa <strong>de</strong> dois anos<br />
por conta da pan<strong>de</strong>mia. Será o primeiro gran<strong>de</strong> evento da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois do lançamento do 5G na capital baiana e a<br />
operadora aposta na tecnologia e inovação para oferecer uma<br />
experiência inédita aos frequentadores.<br />
AGENDA<br />
Realizado pela Bahia Eventos, empresa <strong>de</strong> entretenimento<br />
da Re<strong>de</strong> Bahia, o Festival <strong>de</strong> Verão preten<strong>de</strong> estimular os<br />
conceitos <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, inclusão, acolhimento e diversida<strong>de</strong>.<br />
Serão <strong>16</strong> shows, divididos em dois palcos principais –<br />
intitulados Cais e Ponte – encabeçados por um line up que<br />
traz encontros criativos entre artistas <strong>de</strong> diferentes linhagens,<br />
estilos e gerações, da cena baiana e nacional. O público verá<br />
cruzamentos musicais <strong>de</strong> naturezas múltiplas, como os <strong>de</strong><br />
Criolo com Ney Matogrosso, Ludmilla com Glória Groove e<br />
Jão com Pitty.<br />
UNICORN HUNTERS<br />
Estreia neste domingo (15) na gra<strong>de</strong> vespertina da Jovem Pan<br />
News a série Unicorn Hunters (foto abaixo). É um programa<br />
pioneiro do gênero ‘enrichtainment’, on<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dores<br />
ganham espaço para provar a viabilida<strong>de</strong> e o impacto <strong>de</strong><br />
seus negócios ao Círculo do Dinheiro, composto por Steve<br />
Wozniak, cofundador da Apple; Rosie Ríos, ex-chefe do<br />
Tesouro dos Estados Unidos; Lance Bass, artista e investidor;<br />
Moe Vela, ex-conselheiro sênior da Casa Branca; Chris<br />
Diamantopoulos, empresário social e ator na série da HBO<br />
Silicon Valley; Cris Carter, lenda da NFL e membro do Hall of<br />
Fame; Alex Konanykhin, CEO da Unicorn Hunters, e Silvina<br />
Moschini, empreen<strong>de</strong>dora, cofundadora e presi<strong>de</strong>nte da<br />
Unicoin. Des<strong>de</strong> a estreia no exterior, o programa recebeu<br />
mais <strong>de</strong> US$ 285 milhões em pedidos <strong>de</strong> investimentos por<br />
apresentar pessoas que aspiram ser os próximos ‘unicórnios’.<br />
6 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
curtas<br />
itaipava patRoCina thiaguinho<br />
aMERiCanaS REpoRta RoMBo<br />
DRuiD ContRata gEREntES<br />
Reprodução<br />
Cantor retoma turnê, que terá 26 shows<br />
A cerveja Itaipava, do Grupo Petrópolis,<br />
lança o chope na lata Ita-Draft Tar<strong>de</strong>zinha,<br />
em alusão ao retorno da turnê Tar<strong>de</strong>zinha,<br />
do cantor e compositor Thiaguinho, que ao<br />
longo <strong>de</strong> quatro anos somou <strong>16</strong>2 edições.<br />
O patrocínio da marca foi oficializado em<br />
evento no Rio Beach Club, na Barra da<br />
Tijuca (RJ), no dia 11 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>. Com 26<br />
shows em 25 cida<strong>de</strong>s, a parceria se esten<strong>de</strong>rá<br />
por um ano, começando no Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro em abril. O projeto é assinado pela<br />
WMcCann. Com o conceito É o Chopp na<br />
Lata, Muleke!, a bebida <strong>de</strong>staca qualida<strong>de</strong>,<br />
além <strong>de</strong> trazer o Ita, nomenclatura adotada<br />
para reforçar a assinatura 100% Cerveja.<br />
KopEnhagEn ESColhE ginga<br />
Empresa era atendida pela Tech and Soul<br />
A Ginga, que já trabalha para a Brasil<br />
Cacau, expan<strong>de</strong> a sua presença no Grupo<br />
CRM com a conquista da conta da Kopenhagen,<br />
atendida anteriormente pela Tech<br />
and Soul. Estratégia <strong>de</strong> marca, criação <strong>de</strong><br />
campanhas sazonais, promocionais, conteúdo<br />
digital e experiências estão no escopo<br />
do projeto, que busca “uma comunicação<br />
mais leve e contemporânea”, diz Maricy<br />
Gattai, diretora-executiva da marca. Para<br />
Marcos Brabo, sócio e chief strategy officer<br />
da Ginga, a atuação ocorrerá “<strong>de</strong> forma colaborativa<br />
para elevar o potencial criativo<br />
e a vocação <strong>de</strong> inovação <strong>de</strong>ssa marca tão<br />
relevante para o mercado brasileiro”.<br />
Reprodução<br />
Varejista <strong>de</strong>tectou inconsistências contábeis<br />
A Americanas reportou inconsistências<br />
estimadas em R$ 20 bilhões em lançamentos<br />
contábeis redutores da conta<br />
<strong>de</strong> fornecedores. “Diante <strong>de</strong>sses fatos e<br />
consequente alteração <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s da<br />
administração, o diretor-presi<strong>de</strong>nte Sergio<br />
Rial e o diretor <strong>de</strong> relações com investidores<br />
André Covre, empossados em 2/1/<strong>2023</strong>,<br />
comunicaram sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> não permanecer<br />
na companhia, com efeito imediato”,<br />
diz o fato relevante divulgado no dia 11 <strong>de</strong><br />
<strong>janeiro</strong>. João Guerra foi nomeado diretor-<br />
-presi<strong>de</strong>nte e diretor <strong>de</strong> relações com<br />
investidores interino pelo conselho <strong>de</strong><br />
administração da empresa.<br />
Zift CaRD ChEga ao paíS<br />
Cartão-presente atrai a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> 18 marcas<br />
A empresa <strong>de</strong> pagamentos InComm<br />
Payments, que adquiriu a retailtech brasileira<br />
Todo há dois anos, lança no Brasil<br />
o cartão-presente multimarcas Zift Card,<br />
que já tem a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> 18 marcas. “A estratégia<br />
<strong>de</strong> englobar as marcas por categorias<br />
<strong>de</strong> consumo permite unir dois <strong>de</strong>sejos”,<br />
indica Ricardo Olivieri, responsável pela<br />
operação brasileira. Mais escolhas para<br />
consumidores e inovação para varejistas<br />
são os anseios. Com mais <strong>de</strong> 500 mil pontos<br />
<strong>de</strong> venda distribuídos em 35 países,<br />
a empresa atua em um mercado avaliado<br />
em R$ 4 bilhões, segundo dados da Global<br />
Gift Card Survey.<br />
Flávia, Bruna, Ferrari e Oliveira<br />
Flávia Guitarrara (ex-MField) e Bruna<br />
Fairbanks (ex-ExitLag) chegam à Druid<br />
Creative Gaming como manager influencer,<br />
enquanto Vinícius Ferrari (ex-Pain<br />
Gaming) e Guilherme Oliveira (ex-Allianz<br />
Parque) assumem os cargos <strong>de</strong> gerentes <strong>de</strong><br />
projetos e planejamento, respectivamente.<br />
Flávia participou <strong>de</strong> projetos da Stone e<br />
Chopp Brahma Express, e Bruna já aten<strong>de</strong>u<br />
Ubisoft, Fusion e Sony PlayStation, entre<br />
outros. Renner, Coca-Cola e Chevrolet<br />
estão entre os clientes para os quais Ferrari<br />
trabalhou. Já Oliveira planejou ações para<br />
Microsoft, Serasa Experian e Bra<strong>de</strong>sco,<br />
entre outros, em seus <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> carreira.<br />
DaniEl Song aSSuME lg BRaSil<br />
A LG Eletronics<br />
anunciou<br />
Daniel Song<br />
como presi<strong>de</strong>nte<br />
da operação<br />
brasileira durante<br />
a CES, um dos<br />
maiores eventos<br />
<strong>de</strong> tecnologia do<br />
mundo, realizado<br />
em Las Vegas<br />
(EUA), entre<br />
os dias 5 e 8 <strong>de</strong><br />
<strong>janeiro</strong>. Na LG<br />
há mais <strong>de</strong> 28<br />
Executivo retorna como<br />
presi<strong>de</strong>nte da operação<br />
anos, Song era presi<strong>de</strong>nte da empresa no<br />
México. O executivo atuou no Brasil entre<br />
2007 e 2010 como diretor <strong>de</strong> produto <strong>de</strong><br />
áudio, e <strong>de</strong> 2013 a 2014 como VP <strong>de</strong> produto<br />
e lí<strong>de</strong>r das áreas <strong>de</strong> TV e áudio. Expandir<br />
negócios, estreitar relacionamentos e<br />
<strong>de</strong>mocratizar a tecnologia são os <strong>de</strong>safios.<br />
“Estou muito animado em voltar para a LG<br />
Electronics do Brasil, reforçando o compromisso<br />
<strong>de</strong> criar uma vida melhor por<br />
meio da tecnologia”, comenta Song.<br />
Diretor-presi<strong>de</strong>nte e<br />
jor na lis ta res pon sá vel<br />
Ar man do Fer ren ti ni<br />
Editora-chefe: Kelly Dores<br />
Editores: Neu sa Spau luc ci, Paulo<br />
Macedo e Alê Oliveira (Fotografia)<br />
Editores-assistentes: Janaina<br />
Langsdorff e Vinícius Novaes<br />
Editor especial: Pedro Yves<br />
Repórter: Carolina Vilela<br />
Revisor: José Carlos Boanerges<br />
Edição <strong>de</strong> Arte: Adunias Bispo da<br />
Luz<br />
Diagramador Pleno: Lucas<br />
Boccatto<br />
Departamento Comercial<br />
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Monserrat Miró<br />
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Ferrentini<br />
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as ma té rias as si na das não re pre sen tam ne ces sa ria men te a<br />
opi nião <strong>de</strong>s te jor nal, po <strong>de</strong>n do até mes mo ser con trá rias a ela.<br />
IMPRESSO EM CASA<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 7
OpiniãO<br />
Divulgação<br />
O nomadismo digital<br />
funciona para você?<br />
Rebecca Lopes LyRio<br />
Comecei a escrever este artigo olhando<br />
as árvores pela janela <strong>de</strong> um parque em<br />
Pernambuco, mas vou finalizá-lo sob a brisa<br />
do mar da Bahia. Se me contassem que estaria<br />
trabalhando neste formato há alguns<br />
anos, eu custaria acreditar. Os formatos <strong>de</strong><br />
trabalho sofreram mudanças por conta da<br />
pan<strong>de</strong>mia da Covid-19 e, junto com ela, as<br />
formas das empresas e empreen<strong>de</strong>dores<br />
exercerem suas funções também - e eu<br />
embarquei nessa experiência. Mas, afinal,<br />
o que é nomadismo digital? Diferente do home<br />
office, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvemos as ativida<strong>de</strong>s<br />
do trabalho em casa, são chamados nôma<strong>de</strong>s<br />
digitais os profissionais que po<strong>de</strong>m aproveitar<br />
a liberda<strong>de</strong> da tecnologia, das re<strong>de</strong>s sem<br />
fio <strong>de</strong> alta velocida<strong>de</strong> e os dispositivos<br />
móveis para conciliar<br />
viagens e o trabalho remoto em<br />
qualquer cida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>sejar.<br />
Estamos falando <strong>de</strong> uma experiência<br />
<strong>de</strong> vida proporcionada<br />
pela tecnologia, que viabilizou<br />
a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as modalida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> trabalho não convencionais.<br />
Costumo dizer que escolher pelo nomadismo<br />
digital não é apenas optar por uma forma<br />
<strong>de</strong> trabalho, e, sim, por um estilo <strong>de</strong> vida diferente<br />
do convencional, e é esta liberda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r viajar e residir em qualquer local<br />
enquanto trabalha que tem atraído cada vez<br />
mais a<strong>de</strong>ptos. Mas será que as empresas estão<br />
prontas para isso? As empresas continuam<br />
passando por muitas adaptações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
primeiro lockdown, e lidar com tantas mudanças<br />
em processos internos e com seus colaboradores<br />
não é fácil. As pessoas pu<strong>de</strong>ram<br />
experimentar outra forma <strong>de</strong> vida, além <strong>de</strong><br />
terem tido <strong>de</strong> lidar com <strong>de</strong>safios mentais em<br />
diferentes escalas, o que fez com que muitos<br />
repensassem suas carreiras e isso, claro, impactou<br />
os negócios. As agências <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
não escaparam <strong>de</strong>ste efeito e, se já passavam<br />
por mudanças e adaptações vindas com<br />
a transformação digital, tiveram <strong>de</strong> acelerar<br />
seus processos para se tornarem atraentes,<br />
reter seus talentos e conquistar novos.<br />
“lidar com<br />
tantas mudanças<br />
em processos<br />
internos<br />
e com seus<br />
colaboradores<br />
não é fácil”<br />
Neste cenário, acredito que lí<strong>de</strong>res e gestores<br />
precisam rever não só o formato <strong>de</strong> trabalho,<br />
mas também a forma <strong>de</strong> medir a produtivida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> focar na carga horária<br />
e focar no sucesso medido pela entrega <strong>de</strong><br />
resultados. Não quero minimizar o <strong>de</strong>safio<br />
que é tornar isso executável em larga escala,<br />
mas, por experiência, afirmo que com estruturação<br />
dos boards, colaboração dos times e<br />
incremento <strong>de</strong> ferramentas e metodologias<br />
ágeis para darem suporte a esta estrutura,<br />
este <strong>de</strong>safio se torna fluido e possível <strong>de</strong> ser<br />
realizado.<br />
Por outro lado, não adianta apenas a empresa<br />
fazer o seu papel. É preciso que o colaborador<br />
esteja atento às softs skills importantes<br />
que <strong>de</strong>vem ser colocadas em prática<br />
no nomadismo digital. Ser nôma<strong>de</strong><br />
requer muita habilida<strong>de</strong><br />
em planejar suas ativida<strong>de</strong>s,<br />
gerir tempo, pautas, adaptabilida<strong>de</strong><br />
e agilida<strong>de</strong>, afinal <strong>de</strong><br />
contas, qualquer pessoa que<br />
esteja em viagem sabe que terá<br />
<strong>de</strong> lidar com imprevistos, que<br />
po<strong>de</strong>m se tornar sérios quando<br />
se tem trabalhos para entregar.<br />
Por isso é tão importante<br />
o comprometimento individual com metas e<br />
responsabilida<strong>de</strong>s, se não o sonho da liberda<strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong> virar um pesa<strong>de</strong>lo com sérias consequências,<br />
como burnout e outros perigos<br />
emocionais que impactam não só a vida do<br />
indivíduo, mas também <strong>de</strong> quem ele convive<br />
no âmbito pessoal e do seu trabalho.<br />
É importante termos uma visão ampla<br />
sobre o nomadismo digital, encarando seus<br />
alertas e suas vantagens, mas exercitando e<br />
dominando estes pontos, garanto que a experiência<br />
é muito enriquecedora. Você terá<br />
a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer muitas culturas,<br />
formar um network fantástico, apren<strong>de</strong>r outras<br />
línguas, e tudo isso no seu tempo, com<br />
autonomia para gerir sua liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha<br />
e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Vale lembrar que a janela<br />
do mundo po<strong>de</strong> ser a tela do computador,<br />
mas “os olhos precisam viajar” além das telas<br />
e po<strong>de</strong>r conciliar estes cenários faz toda a<br />
diferença.<br />
Rebecca Lopes Lyrio é lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> branding<br />
e browth MKT da Hackel e Grupo TXTOH,<br />
parceira do Sinapro (BA)<br />
contato@rebeccalyrio.com.br<br />
8 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
inspiração<br />
o que me enche os olhos d’água<br />
Fotos: Arquivo Pessoal<br />
“A propaganda me faz chorar. Superhumans, do Channel 4.<br />
Phelps, <strong>de</strong> Un<strong>de</strong>r Armour. Pillow Talk, clássico da Disney”<br />
João CaeTano0 BraSil<br />
especial para o ProPMarK<br />
Quem me conhece um pouquinho já sabe:<br />
eu choro. E não é que choro como<br />
todas as pessoas no planeta. Eu fico com<br />
os olhos cheios <strong>de</strong> lágrimas o tempo todo.<br />
Do nada. Algumas vezes <strong>de</strong> até encharcar o<br />
rosto, nas mais aleatórias situações.<br />
Em um show, conversando com as minhas<br />
filhas, Isadora e Lorena, ouvindo um<br />
podcast, assistindo a um filme, numa exposição.<br />
Tá bom, muita gente chora nesses momentos.<br />
Mas eu também choro no meio da<br />
torcida do Flamengo, num bar com o pessoal<br />
do Cachaça, meu grupo <strong>de</strong> WhatsApp<br />
preferido, quando um amigo me conta que<br />
o negócio <strong>de</strong>le está dando certo, escutando<br />
uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma dupla que está começando<br />
na profissão ou apresentando essa i<strong>de</strong>ia<br />
para o cliente.<br />
O Rato e a Lu Rodrigues, dois parceiros<br />
queridos <strong>de</strong> agências e épocas diferentes,<br />
até passaram coinci<strong>de</strong>ntemente a emendar<br />
mais ou menos a mesma frase quando choro<br />
em reuniões: “É, o JC se emociona com<br />
as i<strong>de</strong>ias”.<br />
Depois <strong>de</strong> pensar muito sobre por que eu<br />
saio chorando por aí, cheguei a uma conclusão:<br />
o que me inspira me arranca lágrimas.<br />
Simples assim. A qualquer momento algo<br />
po<strong>de</strong> me <strong>de</strong>ixar com os olhos marejados.<br />
Não pratico esportes, mas acompanho<br />
bastante. O Luka Dončić brilhando, aos 23,<br />
ou o Lebron batendo tudo que é recor<strong>de</strong>,<br />
aos 38, me fazem chorar. O respeito, como<br />
vimos na <strong>de</strong>spedida do Fe<strong>de</strong>rer jogando em<br />
duplas com o Nadal, me coloca aos prantos.<br />
A Serena Williams, i<strong>de</strong>m. As gran<strong>de</strong>s viradas<br />
<strong>de</strong> jogo (alô, Lima 2019), as reviravoltas<br />
impensáveis, os retornos triunfantes me fazem<br />
quase soluçar. Imagina a minha cara ao<br />
ver o Messi ganhar a Copa.<br />
E não existe um tema específico ou um<br />
conjunto <strong>de</strong>les que me faça cair no choro.<br />
É randômico mesmo. A posse do Lula me<br />
fez pegar um lenço. O Silvio Almeida no<br />
Mano a Mano. Os Beatles tocando covers<br />
<strong>de</strong> rockabilly em Get Back, como faziam<br />
em Hamburgo, e finalmente voltando a se<br />
divertir. O punk rock. Os Racionais MC’s. A<br />
letra <strong>de</strong> Re<strong>de</strong>mption Song.<br />
A observação da Giovana Madalosso sobre<br />
o sono agitado das crianças e a relação<br />
disso com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong>las <strong>de</strong> sonhar<br />
mais do que os adultos, em Suíte Tóquio.<br />
Piadas. O documentário The Beat Diaspora.<br />
A feirante que me disse “se eu não confiar<br />
nas pessoas, fo<strong>de</strong>u”, no dia em que me <strong>de</strong>ixou<br />
levar a compra sem pagar porque esqueci<br />
a carteira em casa.<br />
E, claro, a propaganda me faz chorar.<br />
Superhumans, do Channel 4. Phelps, <strong>de</strong> Un<strong>de</strong>r<br />
Armour. Pillow Talk, clássico da Disney.<br />
The Talk, da P&G.<br />
E muitas outras i<strong>de</strong>ias. (Existe um movimento<br />
<strong>de</strong> menosprezar a inspiração que<br />
vem da própria publicida<strong>de</strong>, que, para<br />
mim, é comparável a rejeitar os políticos na<br />
política, e que a gente sabe bem on<strong>de</strong> dá.<br />
Mas isso é papo para outro texto.)<br />
Apesar <strong>de</strong> os assuntos aparentemente<br />
não terem nada a ver entre si, <strong>de</strong> tanto <strong>de</strong>rramar<br />
rios <strong>de</strong>sse líquido que tem o mesmo<br />
gosto do soro caseiro, consegui ver três fatores<br />
em comum naquilo que me faz verter<br />
lágrimas.<br />
A <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> como po<strong>de</strong>mos ser<br />
gigantes, o fazer e a nossa habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
não nos levar tão a sério. Por trás <strong>de</strong>sses fatores,<br />
está o humano. O humano é o que me<br />
inspira. Pronto, chorei bal<strong>de</strong>s.<br />
João Caetano Brasil é executive creative director<br />
da agência Grey Brasil<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 9
entrevistA<br />
Alex Bx Pinto<br />
CMO da IMC<br />
o nosso grAn<strong>de</strong><br />
foco será em<br />
mArketing <strong>de</strong><br />
PerformAnce<br />
Dona <strong>de</strong> diversas marcas <strong>de</strong> restaurantes, a<br />
IMC (International Meal Company) <strong>de</strong>finiu<br />
três <strong>de</strong>las para crescer mais rápido no<br />
Brasil: Pizza Hut, KFC e Frango Assado.<br />
Para tanto, a companhia passa por uma jornada<br />
<strong>de</strong> transformação, que inclui entre as estratégias<br />
principais a criação <strong>de</strong> canais digitais próprios<br />
<strong>de</strong> vendas, sem per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista a construção <strong>de</strong><br />
marca. “A coisa mais importante no segmento <strong>de</strong><br />
alimentos é ven<strong>de</strong>r hoje, mas também construir o<br />
amanhã”, ressalta Alex BX Pinto, CMO da IMC. Nesta<br />
entrevista, o executivo fala <strong>de</strong> resultados e objetivos.<br />
kelly dores<br />
Qual o balanço da IMC em 2022?<br />
Des<strong>de</strong> 2021, houve uma mudança<br />
completa do negócio,<br />
como alterações nas li<strong>de</strong>ranças<br />
da organização, mas também por<br />
uma jornada <strong>de</strong> transformação.<br />
Basicamente, o objetivo é colocar<br />
a companhia em uma nova<br />
direção. E essa jornada nos levou<br />
para cinco trimestres consecutivos<br />
<strong>de</strong> recuperação muito forte<br />
<strong>de</strong> vendas e <strong>de</strong> Ebitda. Estamos<br />
só no começo, mas a gente enten<strong>de</strong><br />
que essa jornada vai trazer<br />
muitos resultados para a IMC nos<br />
próximos anos.<br />
O que é essa jornada <strong>de</strong> transformação?<br />
A jornada tem alguns pilares<br />
importantes. A primeira e mais<br />
importante é a eficiência operacional.<br />
Restaurante é um negócio<br />
que precisa <strong>de</strong> controle diário do<br />
sistema, tanto <strong>de</strong> franquias como<br />
lojas próprias, buscando ter mais<br />
margem. Outro pilar importante<br />
é a expansão, que está condicionada<br />
fortemente em diminuir o<br />
número <strong>de</strong> marcas. A IMC tem<br />
várias marcas no portfólio, mas<br />
<strong>de</strong>finimos que algumas <strong>de</strong>las<br />
<strong>de</strong>veriam crescer mais rápido<br />
do que outras. Nesse caso, Pizza<br />
Hut, KFC e Frango Assado no<br />
Brasil. A expansão é fundamental<br />
para continuar crescendo. Outro<br />
pilar é a transformação digital,<br />
que tem a ver com o novo paradigma<br />
<strong>de</strong> full service no Brasil,<br />
on<strong>de</strong> a venda presencial passa<br />
a ser menos importante. O consumo<br />
fora <strong>de</strong> casa já é maior no<br />
país e tem um espaço enorme <strong>de</strong><br />
crescimento <strong>de</strong>ntro da casa do<br />
consumidor. E não só ajustando<br />
produto, mas também tendo<br />
mais canais <strong>de</strong> vendas digitais<br />
disponíveis para o cliente.<br />
E quais foram os resultados?<br />
A IMC bateu recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> vendas<br />
no terceiro trimestre <strong>de</strong> 2022, que<br />
subiram 20,7% e somaram R$ 882<br />
milhões, e também <strong>de</strong> Ebitda, o<br />
melhor da história da companhia<br />
para o período, <strong>de</strong> R$ 96 milhões<br />
- um crescimento <strong>de</strong> 23,1% ante o<br />
mesmo trimestre do ano anterior.<br />
Um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio foi que, após a<br />
pan<strong>de</strong>mia, as vendas nas lojas caíram<br />
muito. A partir <strong>de</strong> 2021, isso<br />
começa a ser retomado e <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
o primeiro trimestre <strong>de</strong> 2022 já<br />
aponta um número positivo versus<br />
período pré-pan<strong>de</strong>mia, obviamente<br />
com um cenário diferente,<br />
<strong>de</strong> produtos e preços. Mas<br />
hoje a empresa já fatura melhor<br />
do que o período pré-pan<strong>de</strong>mia.<br />
Claro que esse período <strong>de</strong> três<br />
anos teve inflação no meio, o que<br />
coloca um <strong>de</strong>safio adicional para<br />
a categoria.<br />
Como está o processo <strong>de</strong> digitalização<br />
da IMC? A companhia aumentou<br />
o número <strong>de</strong> canais digitais <strong>de</strong><br />
vendas?<br />
Algumas marcas têm <strong>de</strong>livery<br />
próprio. O <strong>de</strong>livery chegou<br />
a pesar 40% das nossas vendas<br />
durante a pan<strong>de</strong>mia. Esse peso<br />
diminuiu, acredito que um número<br />
razoável é <strong>de</strong> que cerca <strong>de</strong><br />
30% das vendas hoje sejam via<br />
<strong>de</strong>livery. O volume total <strong>de</strong> faturamento<br />
se manteve estável no<br />
ano. Tudo indica que o consumo<br />
por <strong>de</strong>livery vai se manter. O que<br />
aconteceu é que em 2022 a recuperação<br />
da venda física foi muito<br />
maior do que o crescimento do<br />
<strong>de</strong>livery. A gente introduziu alguns<br />
canais digitais próprios e,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da média, espera-se<br />
chegar a 15% das nossas vendas<br />
totais com canais próprios. Em<br />
algumas marcas, as vendas digitais<br />
chegam a ser mais <strong>de</strong> 40% do<br />
total. É um negócio muito relevante<br />
para o nosso portfólio.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> marketing,<br />
quais são os principais <strong>de</strong>safios?<br />
A coisa mais importante no<br />
segmento <strong>de</strong> alimentos é ven<strong>de</strong>r<br />
hoje, mas também construir o<br />
amanhã. Como consegue gerar<br />
transações todos os dias, porque<br />
o nosso negócio tem ainda um<br />
<strong>de</strong>safio gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong><br />
número <strong>de</strong> clientes perdidos para<br />
a pan<strong>de</strong>mia. Isso porque mudou<br />
o perfil, as pessoas vêm menos às<br />
lojas e consomem mais em casa.<br />
O nosso gran<strong>de</strong> foco, para os pró-<br />
ximos anos, será em marketing <strong>de</strong><br />
performance, em gerar transação<br />
nos canais próprios. O <strong>de</strong>safio é<br />
como fazer isso e, ao mesmo tempo,<br />
construir marca. No passado,<br />
havia a divisão dos quatro Ps, em<br />
que você separava a propaganda<br />
do preço. Hoje em dia não tem<br />
como fazer isso. Não dá para dizer<br />
que <strong>de</strong>terminada ativida<strong>de</strong> é só<br />
ação promocional, para gerar tráfego,<br />
porque precisa investir nas<br />
duas coisas ao mesmo tempo, até<br />
porque o dinheiro é um só. Acabamos<br />
<strong>de</strong> lançar, por exemplo,<br />
uma campanha <strong>de</strong> Pizza Hut em<br />
que fazemos uma série <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>iras<br />
sobre o mundo digital,<br />
com Paulo Vieira fazendo comparações<br />
<strong>de</strong> como dar um ‘hut’<br />
na vida. O objetivo da ação era<br />
geração <strong>de</strong> tráfego, porque queríamos<br />
comunicar que a marca<br />
tinha uma promoção com preço<br />
novo. Mas se colocássemos só a<br />
promoção, ia gerar zero atenção<br />
para o consumidor e não ia mudar<br />
a percepção que ele tinha da marca.<br />
Então, combinamos as duas<br />
coisas. A comunicação <strong>de</strong> marca<br />
sem preço na nossa categoria é<br />
pouco provável que aconteça no<br />
curto, médio prazo. A gente já<br />
teve iniciativas que são mais entretenimento<br />
para gerar atenção<br />
do consumidor, mas a gran<strong>de</strong><br />
maioria do nosso investimento é<br />
para combinar as duas coisas.<br />
Qual é a agência que aten<strong>de</strong> a marca?<br />
A conta da Pizza Hut está com<br />
a DPZ.<br />
Pizza Hut é a principal marca?<br />
O investimento <strong>de</strong> marca em<br />
Pizza Hut e KFC é semelhante.<br />
A diferença é que Pizza Hut tem<br />
muito mais lojas no Brasil: são<br />
270 versus quase <strong>16</strong>0 do KFC. É<br />
uma capilarida<strong>de</strong> maior, porém<br />
o faturamento médio é menor do<br />
que o das lojas do KFC. Por isso, o<br />
budget <strong>de</strong> marketing é parecido.<br />
E quem aten<strong>de</strong> KFC?<br />
A The Heart.<br />
E como é a comunicação do Frango<br />
Assado?<br />
É diferente, porque o que importa<br />
para a geração <strong>de</strong> tráfego não<br />
é necessariamente publicida<strong>de</strong>.<br />
10 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
A jornada do consumidor é bem<br />
diferente. A parada, na maioria das<br />
vezes, não é planejada. As lojas do<br />
Frango Assado são em rodovias,<br />
enquanto as do KFC são basicamente<br />
em shopping centers e as<br />
da Pizza Hut têm uma mistura,<br />
com pontos em shopping, aeroportos<br />
e ruas. O Frango Assado, aliás,<br />
completou 70 anos. Tem hoje 26<br />
lojas, com projeto <strong>de</strong> expansão e<br />
acreditamos que há espaço para<br />
crescer, uma vez que ela só está no<br />
estado <strong>de</strong> São Paulo e tem a possiblida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> se tornar uma marca<br />
nacional. É um negócio muito<br />
rentável, uma marca sólida, o <strong>de</strong>safio<br />
é como renová-la para atrair<br />
clientes novos. Para o aniversário<br />
<strong>de</strong> 70 anos, lançamos uma nova<br />
imagem <strong>de</strong> marca que apresenta o<br />
novo mascote. Agora, vamos fazer<br />
um processo <strong>de</strong> mudança do novo<br />
visual nas lojas. A digitalização é<br />
uma parte importantíssima nesse<br />
projeto para que o Frango Assado<br />
tenha um futuro mais autônomo<br />
possível em termos <strong>de</strong> transação,<br />
seja via drive thru ou pré-pedido.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um projeto multimarcas,<br />
com a DPZ ajudando na parte<br />
<strong>de</strong> slogan e comunicação e a Superunion<br />
na parte <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, por<br />
exemplo.<br />
Quais são as perspectivas da empresa<br />
para <strong>2023</strong>?<br />
É continuar crescendo, acelerar<br />
ainda mais os canais digitais.<br />
Em 2022, passamos o ano<br />
basicamente planejando e agora<br />
o consumidor vai realmente<br />
ver esse impacto. Isso tem a ver<br />
com reforma das lojas, cobertura<br />
<strong>de</strong> novos formatos e ampliação<br />
da oferta <strong>de</strong> produtos digitais<br />
para o consumidor. Acabamos<br />
<strong>de</strong> lançar, por exemplo, o programa<br />
<strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> do Frango<br />
Assado, o Fran-GO!. Com Pizza<br />
Hut, vamos continuar o processo<br />
<strong>de</strong> expansão e rejuvenescimento<br />
da marca com o Paulo Vieira,<br />
a DPZ no atendimento da conta,<br />
nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> visual, sendo<br />
que até aqui o resultado é muito<br />
satisfatório, principalmente para<br />
atrair o consumidor mais jovem.<br />
E, recentemente, anunciamos<br />
um novo acordo <strong>de</strong> expansão do<br />
KFC. Queremos abrir mais 400<br />
“A<br />
comunicAção<br />
<strong>de</strong> mArcA<br />
sem preço<br />
nA nossA<br />
cAtegoriA<br />
é pouco<br />
provável”<br />
Diivulgação<br />
lojas da marca no Brasil. Ou seja,<br />
aumentar em quase quatro vezes<br />
a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lojas.<br />
E como estão as novida<strong>de</strong>s em termos<br />
<strong>de</strong> inovação?<br />
A parte <strong>de</strong> inovação <strong>de</strong> Pizza<br />
Hut envolve tanto comunicação,<br />
com uso <strong>de</strong> embaixador <strong>de</strong><br />
marca e <strong>de</strong> novas mídias, como<br />
também lançamento <strong>de</strong> produtos.<br />
Colocamos vários produtos<br />
na rua, como Festival do Requeijão<br />
e do Cheddar. Sabores,<br />
tamanhos e formatos <strong>de</strong> pizza<br />
também são importantes, mas<br />
a estratégia mais importante é<br />
o foco no canal próprio. Com o<br />
canal próprio, a marca chega ao<br />
consumidor com preços mais<br />
competitivos, promoções exclusivas<br />
e consegue conhecer<br />
melhor o seu cliente. Quando<br />
você entra em um marketplace,<br />
é uma caixa preta do nosso lado<br />
para enten<strong>de</strong>r o comportamento<br />
do consumidor.<br />
“Acho que o grAn<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sAfio do <strong>de</strong>livery no<br />
mundo, não só no BrAsil,<br />
é A rentABilidA<strong>de</strong>”<br />
O consumo <strong>de</strong> comida em casa está<br />
maior do que fora do lar?<br />
O número <strong>de</strong> ocasiões <strong>de</strong> consumo,<br />
não em dinheiro, já está um<br />
pouco maior em casa. Obviamente,<br />
isso varia um pouco. O consumo<br />
mudou com a pan<strong>de</strong>mia e<br />
algumas pessoas não voltam mais<br />
para o trabalho. No nosso escritório,<br />
por exemplo, em média, as<br />
pessoas vão para lá duas ou três<br />
vezes por semana. A gente imagina<br />
que, para fast-food, o consumo<br />
em casa vai seguir crescendo.<br />
O que as marcas vão ter <strong>de</strong> fazer?<br />
Criar menus específicos para o<br />
consumo em casa, se quiserem<br />
continuar crescendo, porque não<br />
é exatamente a mesma experiência<br />
que em um restaurante. E<br />
o bolso também não é igual. Em<br />
casa as pessoas buscam uma comida<br />
mais funcional. O <strong>de</strong>livery é<br />
um canal mais promocional, porque<br />
as pessoas comparam preços.<br />
Acho que o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio do <strong>de</strong>livery<br />
no mundo, não só no Brasil,<br />
é a rentabilida<strong>de</strong>. Nenhuma das<br />
pontas está muita satisfeita com<br />
a rentabilida<strong>de</strong> do canal. E nem<br />
o consumidor está satisfeito com<br />
o preço. Daí a importância do canal<br />
próprio, pois a rentabilida<strong>de</strong><br />
é sustentável. Mas também não<br />
dá para ficar fora do marketplace.<br />
Não é um ou outro, são os dois.<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 11
merCado<br />
Freepik<br />
Pesquisa<br />
<strong>de</strong>fine perfil do<br />
consumidor jovem<br />
das classes B e C<br />
Instituto Locomotiva conduz<br />
estudo para o app Kwai e<br />
<strong>de</strong>svenda comportamento<br />
da geração K, que representa<br />
25% da população brasileira<br />
Neusa spaulucci<br />
perfil do consumidor mudou radicalmente<br />
nos últimos anos e as marcas<br />
O<br />
buscam enten<strong>de</strong>r quem é esse cara hoje e<br />
quais as tendências <strong>de</strong> consumo para este<br />
ano que acaba <strong>de</strong> começar. O Instituto Locomotiva<br />
já se movimentou nesse sentido,<br />
aten<strong>de</strong>ndo a um projeto do Kwai for Business,<br />
plataforma <strong>de</strong> negócio do Kwai, app<br />
<strong>de</strong> criação e compartilhamento <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os<br />
curtos. O estudo procura ilustrar quem é esse<br />
público, <strong>de</strong>finindo suas características,<br />
seus comportamentos e sua importância<br />
para os diferentes segmentos da economia<br />
brasileira. A pesquisa avaliou o comportamento<br />
do consumidor jovem, da chamada<br />
geração K, que representa 25% da população<br />
brasileira, das classes B e C, com ida<strong>de</strong><br />
entre <strong>16</strong> e 34 anos.<br />
Segundo a pesquisa, a classe média no<br />
geral representa 70% da população, contabilizando<br />
mais <strong>de</strong> 1<strong>16</strong> milhões <strong>de</strong> brasileiros,<br />
sendo 41,4 milhões <strong>de</strong> jovens. “Há<br />
um entendimento bastante claro que esse<br />
público é um dos principais segmentos em<br />
termos <strong>de</strong>mográficos e <strong>de</strong> consumo em território<br />
nacional. Nosso objetivo com esse<br />
estudo é <strong>de</strong>strinchar os hábitos <strong>de</strong> consumo<br />
e enten<strong>de</strong>r melhor a relação <strong>de</strong>le com<br />
os apps e as re<strong>de</strong>s sociais”, diz Paulo Fernan<strong>de</strong>s,<br />
diretor <strong>de</strong> Kwai for Business nas<br />
Américas. O estudo aponta que a classe média<br />
tem as re<strong>de</strong>s sociais como segundo ativo<br />
mais importante da sua vida, per<strong>de</strong>ndo<br />
apenas para os apps <strong>de</strong> banco entre os mais<br />
jovens, e plataformas <strong>de</strong> mensagens instantâneas<br />
para a geração <strong>de</strong> 35 mais.<br />
O Locomotiva garante que essa camada<br />
da socieda<strong>de</strong> movimenta R$ 655 bilhões ao<br />
ano. Portanto, segundo a análise do instituto,<br />
se compusesse um estado essa população<br />
teria a segunda maior renda do país,<br />
atrás apenas do estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Outro <strong>de</strong>talhe importante é que esse recorte<br />
da população é um público diverso,<br />
que consome <strong>de</strong> tudo um pouco, mas gasta<br />
mais em peças <strong>de</strong> vestuário, eletroeletrônicos<br />
e eletrodomésticos. Todos os itens <strong>de</strong><br />
consumo estão na lista <strong>de</strong>sse povo: produtos<br />
<strong>de</strong> higiene e beleza, alimentos, refeições<br />
prontas, medicamentos e bebidas em geral.<br />
Em todos os segmentos o aumento do consumo<br />
foi significativo nos últimos anos. A<br />
compra <strong>de</strong> internet, como jogos, por exemplo,<br />
também cresceu.<br />
A pesquisa mostra ainda que foi durante<br />
o período da Covid-19 que essa geração<br />
consolidou a presença <strong>de</strong> marcas em suas<br />
vidas. A geração K se i<strong>de</strong>ntifica mais com as<br />
marcas (mulheres, 72%; homens, 66%).<br />
Um dos <strong>de</strong>talhes mais importantes da<br />
avaliação é que esse grupo preten<strong>de</strong> ampliar<br />
as compras este ano. A preferência <strong>de</strong><br />
produtos continua sendo vestuário, eletroeletrônicos<br />
e eletrodomésticos. A perspectiva<br />
é <strong>de</strong> que continue sendo orientada<br />
mais pelas marcas do que por preço nas<br />
mesmas categorias. E os influencers digitais<br />
exercem gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r no consumo<br />
<strong>de</strong>ssa geração, que também valoriza marcas<br />
que respeitam a diversida<strong>de</strong> (mulheres,<br />
84% e homens 77%) e trazem elementos da<br />
sua cultura e do seu dia a dia.<br />
Para Fernan<strong>de</strong>s, quando se olha para o<br />
público mais jovem, o senso comum leva a<br />
“conseguimos ir mais<br />
fundo nos interesses<br />
<strong>de</strong>ssa faixa etária”<br />
pensar que são um grupo <strong>de</strong>sbancarizado,<br />
com menor po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra, com outros<br />
interesses <strong>de</strong> consumo e i<strong>de</strong>ntificação. “Porém,<br />
a surpresa foi que o levantamento nos<br />
mostrou o completo oposto e nos dando insumos<br />
para enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fato quem são esses<br />
indivíduos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as suas características<br />
mais básicas até os seus comportamentos e<br />
a sua gran<strong>de</strong> importância para os diferentes<br />
segmentos da economia brasileira”, analisa.<br />
Segundo o executivo, com o estudo, o<br />
Kwai consegue <strong>de</strong>finir claramente a importância<br />
do público jovem como um dos principais<br />
segmentos em termos <strong>de</strong>mográficos<br />
e <strong>de</strong> consumo em território nacional.<br />
Fernan<strong>de</strong>s afirma que a pesquisa trouxe<br />
indícios bem interessantes, como o que eles<br />
consi<strong>de</strong>ram importante em uma marca e<br />
quais são suas priorida<strong>de</strong>s. “Nós conseguimos<br />
recortes bacanas e, hoje, por exemplo,<br />
sabemos que, entre os assuntos consi<strong>de</strong>rados<br />
como relevantes para essa geração, a<br />
música (60%) se classifica em primeiro lugar,<br />
e sete entre cada <strong>de</strong>z jovens da classe<br />
média consi<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> suma importância<br />
conhecer novos artistas. Carreira (57%) e<br />
12 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Paulo Fernan<strong>de</strong>s: “Conseguimos recortes bacanas”<br />
bem-estar (56%) completam o top 3 da lista<br />
<strong>de</strong> interesses. A pesquisa também nos<br />
revelou que a principal categoria <strong>de</strong> consumo<br />
entre os jovens <strong>de</strong>sse segmento é o<br />
vestuário (60%); higiene e beleza (54%) e<br />
alimentos para preparar (54%) compõem<br />
a lista empatados em segundo lugar. Nesse<br />
sentido, conseguimos ir mais fundo nos<br />
interesses <strong>de</strong>ssa faixa etária, ressaltando a<br />
importância <strong>de</strong> tê-los como um target em<br />
futuras estratégias <strong>de</strong> negócios”, conta.<br />
Renato Meirelles, presi<strong>de</strong>nte do Locomotiva,<br />
afirma que a geração K se diferencia <strong>de</strong><br />
outras, pois tem dinheiro para gastar. Os jovens<br />
que compõem esse nicho não refletem<br />
uma tendência. Segundo análise <strong>de</strong>le, esse<br />
consumidor é uma realida<strong>de</strong>. Ele já está aí,<br />
no mercado, e serve como referência e conduz<br />
os mais novos ainda. “São protagonistas<br />
da história”, afirma. As marcas, segundo<br />
Meirelles, estão enten<strong>de</strong>ndo agora quem<br />
é esse cara, que até há pouco tempo esteve<br />
invisível para o mercado.<br />
Futuro<br />
A WMcCann apresentou no fim do ano<br />
passado a pesquisa Verda<strong>de</strong>s dos brasileiros:<br />
sentimentos e perspectivas, estudo exclusivo<br />
realizado em parceria com a plataforma<br />
MindMiners, que trouxe respostas <strong>de</strong> 1.300<br />
brasileiros <strong>de</strong> regiões, classes sociais, gêneros<br />
e faixa etárias diversas, colhidas <strong>de</strong> forma<br />
100% online.<br />
Mariana Pagano: escolha por marca com propósito<br />
Renato Meirelles: geração K se diferencia <strong>de</strong> outras<br />
“não adianta, esse é<br />
o perfil do brasileiro.<br />
ele sempre acredita<br />
que tudo vai melhorar”<br />
O estudo da WMcCann tenta olhar para o<br />
futuro e apresenta um dado preocupante: a<br />
situação financeira do consumidor brasileiro<br />
tira o sono da gran<strong>de</strong> maioria. Segundo<br />
Renata Bokel, CSO e COO da WMcCann, os<br />
resultados mostram que 58% dos brasileiros<br />
estão preocupados com suas finanças,<br />
mas revelam também que esperança e otimismo<br />
ainda ditam a maneira como se consome<br />
em um cenário <strong>de</strong> incertezas e instabilida<strong>de</strong>.<br />
“Mesmo com a preocupação com<br />
os rumos políticos e a inflação, a pesquisa<br />
indica que o brasileiro continua mais inclinado<br />
a gastar do que a poupar”, comenta.<br />
Renata afirma ainda que as mulheres foram<br />
muito afetadas durante a pan<strong>de</strong>mia,<br />
pois tiveram mais perdas. “Saíram per<strong>de</strong>ndo<br />
e não conseguiram ainda se recuperar”,<br />
afirma. Para ela, as mulheres não têm a situação<br />
sob controle. E isso é o que incomoda<br />
muito. Porém, como ela mesmo diz, o<br />
brasileiro é otimista. “Não adianta, esse é o<br />
perfil do brasileiro. Ele sempre acredita que<br />
tudo vai melhorar”.<br />
Para a executiva, as marcas têm uma<br />
gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> neste momento, já<br />
que po<strong>de</strong>m ajudar o consumidor, incentivando<br />
as boas escolhas, a economia <strong>de</strong><br />
tempo, a reorganização das finanças e mostrando<br />
on<strong>de</strong> gastar bem e melhor. Segundo<br />
ela, o consumidor brasileiro está otimista,<br />
mas também cauteloso. “A Covid-19 o surpreen<strong>de</strong>u,<br />
assim como a crise econômica<br />
e também a inflação”. No entanto, o olhar<br />
esperançoso é o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe e uma boa<br />
oportunida<strong>de</strong> para as marcas.<br />
A publicitária lembra que o consumidor<br />
jovem enfrenta pela primeira vez uma crise<br />
Renata Bokel: endividamento e otimismo<br />
e, para Renata, é esse cara que tem <strong>de</strong> ser<br />
orientado pelas marcas. “Ele <strong>de</strong>seja consumir,<br />
ele vai gastar, mas está cauteloso.”<br />
PaN<strong>de</strong>mIa<br />
A pan<strong>de</strong>mia ainda é motivo <strong>de</strong> preocupação<br />
para 67% dos entrevistados. É o<br />
que aponta a pesquisa encomendada pela<br />
WMcCann: 51% disseram que a saú<strong>de</strong> emocional/mental<br />
foi impactada pela Covid-19.<br />
As mulheres foram as que se sentiram mais<br />
afetadas: 61%. Outro dado importante revelado<br />
pelo estudo é sobre as mudanças <strong>de</strong><br />
hábito provocadas pela doença: 59% afirmaram<br />
ter melhorado os hábitos <strong>de</strong> higiene<br />
pessoal e coletiva.<br />
A pesquisa também aponta que quando<br />
o assunto é dívida, as mulheres sofrem<br />
mais que os homens: 38,3% das mulheres<br />
se dizem endividadas, contra 32,8% dos homens.<br />
O cenário atual também revela afetar<br />
a relação do consumidor com o dinheiro.<br />
Apesar <strong>de</strong> 48% dizerem que as contas estão<br />
sob controle, o brasileiro ainda prefere gastar<br />
a poupar: apenas 20% afirmam ser controlado<br />
com dinheiro, priorizando guardar<br />
mais e gastar somente com o necessário.<br />
Planejamento financeiro ainda é um <strong>de</strong>safio<br />
para a população do país: 42% admitem<br />
não ter nenhum planejamento financeiro.<br />
Para as mulheres, o cenário é mais<br />
crítico: 46%, contra 38,6% dos homens. O<br />
cenário instável, no entanto, fez com que<br />
Tiago Trinda<strong>de</strong>: jovem da favela não espera acontecer<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 13
merCado<br />
gastos com viagens (44%) e alimentação<br />
(41%) tenham sido repensados pelos brasileiros.<br />
Os cortes com alimentação foram<br />
maiores entre as mulheres: 43,7%.<br />
INteNCIoNal<br />
Mariana Pagano, head <strong>de</strong> estratégia da<br />
Grey, afirma que a tendência <strong>de</strong> consumo<br />
pós-pan<strong>de</strong>mia é mais intencional. Ou seja,<br />
preço somado à sustentabilida<strong>de</strong>. Mas a<br />
instabilida<strong>de</strong> política <strong>de</strong>ve atingir o consumo.<br />
“Menos por impulso, mais por marcas<br />
autênticas”, diz ela, acrescentando: “mais<br />
por integração e propósito”. Ela afirma que<br />
hoje o consumidor pergunta: “Qual o valor<br />
que a marca entrega para o consumo?”. E,<br />
segundo ela, os anunciantes estão atentos<br />
a isso. “Marca com propósito não é mais<br />
uma pauta isolada. Mas não é um movimento<br />
fácil. São anos <strong>de</strong> preparação”,<br />
pon<strong>de</strong>ra. E neste contexto está o jovem<br />
que tem uma visão mais ampla do que<br />
é responsabilida<strong>de</strong> social e isso faz toda<br />
diferença. Os mais velhos, segundo ela,<br />
veem o assunto apenas como reciclagem<br />
<strong>de</strong> material. Já a moçada vai além e sabe<br />
da amplitu<strong>de</strong> do assunto. Outro <strong>de</strong>talhe<br />
que ela <strong>de</strong>staca é a valorização das marcas<br />
locais no pós-pan<strong>de</strong>mia.<br />
Tiago Trinda<strong>de</strong>, sócio e CCO da Digital<br />
Favela, comenta que até há pouco tempo, o<br />
morador <strong>de</strong> favela se perguntava: “Por que<br />
não me vejo nas comunicações?” e, hoje,<br />
essa pergunta já virou uma afirmação: “se<br />
eu não me vejo, eu não compro”. Segundo<br />
ele, não é <strong>de</strong> agora que o empreen<strong>de</strong>dorismo<br />
é realida<strong>de</strong> nas favelas – não por oportunida<strong>de</strong>,<br />
mas por necessida<strong>de</strong>. “São empresas<br />
<strong>de</strong> moda, alimentação, tecnologia,<br />
marcas que se comunicam <strong>de</strong> igual para<br />
igual, e não <strong>de</strong> cima para baixo. E assim fi<strong>de</strong>lizam<br />
consumidores e fazem a renda girar<br />
na própria quebrada. Antes <strong>de</strong> pensar<br />
em consumir, o favelado quer se ver e ser<br />
visto pelas marcas”, <strong>de</strong>creta.<br />
Trinda<strong>de</strong> fala ainda que o jovem <strong>de</strong> favela<br />
não espera a tendência chegar até ele.<br />
“É ele quem dita a tendência – seja na<br />
moda, na gastronomia, na música ou em<br />
tantos outros assuntos. Quer saber o que<br />
vai tocar na balada da Faria Lima semana<br />
que vem? Vá a uma festa na favela nesta semana.<br />
Enquanto os algoritmos das re<strong>de</strong>s, e<br />
principalmente da socieda<strong>de</strong>, insistem em<br />
estereotipar e ignorar os jovens periféricos,<br />
eles seguem inovando, criando e expressando<br />
as próprias estéticas e narrativas,<br />
sem esperar a aprovação <strong>de</strong> ninguém pra<br />
fazer a roda girar. E isso, naturalmente, vira<br />
tendência”, afirma.<br />
evolução<br />
Já Celso Andra<strong>de</strong>, CEO da UOTZ, fala que<br />
após o período mais crítico da pan<strong>de</strong>mia ele<br />
acredita que o consumidor evoluiu muito<br />
em termos tecnológicos e, também, se tornou<br />
muito mais crítico com as marcas nos<br />
anos da grave crise sanitária. “Ele apren<strong>de</strong>u<br />
novas formas <strong>de</strong> consumir, <strong>de</strong> interagir<br />
nos canais <strong>de</strong> compra, <strong>de</strong> comunicação<br />
Celso Andra<strong>de</strong>: consumidor evoluiu em tecnológicos<br />
O consumidor quer ser sustentável, mas neste momento ainda é um luxo para muitos, afirma executiva da Kantar<br />
Os anunciantes <strong>de</strong>vem estar atentos<br />
ao movimento do consumidor quando o<br />
assunto é sustentabilida<strong>de</strong>. Reza a lenda<br />
que ele leva em conta marcas com propósito<br />
na hora das compras, principalmente<br />
o jovem, que hoje está mais consciente.<br />
A Kantar apresentou recentemente estudo<br />
com o seu novo Índice do Setor <strong>de</strong><br />
Sustentabilida<strong>de</strong> 2022, mostrando que há<br />
uma gran<strong>de</strong> lacuna entre a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />
algo pelo planeta e a ação efetiva da<br />
população mundial. Segundo a pesquisa,<br />
apesar <strong>de</strong> 97% das pessoas ao redor do<br />
mundo estarem preparadas para adotar<br />
comportamentos mais sustentáveis, os<br />
altos preços e a falta <strong>de</strong> conhecimento a<br />
respeito do tema são as principais barreiras<br />
para a<strong>de</strong>são a esse estilo <strong>de</strong> vida.<br />
Maura Coracini, diretora <strong>de</strong> mídia e<br />
digital da divisão Insights da Kantar no<br />
Brasil, afirma o <strong>de</strong>sejo existe, mas os al-<br />
Guilherme Soter: consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o continua<br />
Fotos: Divulgação<br />
Custo alto impe<strong>de</strong> estilo <strong>de</strong><br />
Freepik<br />
tos preços e a falta <strong>de</strong> conhecimento a respeito<br />
do tema são as principais barreiras<br />
para que os consumidores consigam adotar<br />
comportamentos mais sustentáveis. “No<br />
momento, a sustentabilida<strong>de</strong> ainda é um<br />
luxo para muitos. A gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
para as marcas está na <strong>de</strong>mocratização <strong>de</strong><br />
produtos e serviços sustentáveis. Com a<br />
crise climática, ser sustentável será a regra,<br />
então as marcas que li<strong>de</strong>rarem essa transformação<br />
terão vantagem competitiva no<br />
mercado.<br />
Segundo ela, as marcas po<strong>de</strong>m ajudar os<br />
consumidores a agir <strong>de</strong> forma mais sustentável,<br />
fazendo parte das discussões da socieda<strong>de</strong>,<br />
levando informação, ajudando a<br />
educar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo ban<strong>de</strong>iras sociais importantes,<br />
comunicando <strong>de</strong> forma consistente<br />
suas ações sustentáveis, informando<br />
com clareza sobre seus produtos sustentáveis<br />
– apenas 20% dos consumidores con-<br />
14 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
e experimentou coisas novas. Enten<strong>de</strong>mos<br />
que isso <strong>de</strong>verá permanecer, porém o presencial<br />
retomará um papel importante na<br />
experiência do usuário e no contato principalmente<br />
com produtos. Para isso, diversos<br />
PDVs serão reformulados para facilitar<br />
o momento em que o cliente estiver <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>sse espaço.”<br />
Para ele, os jovens, principalmente a<br />
geração Z, são os consumidores mais familiarizados<br />
com tecnologia e ajudaram a<br />
acelerar a compra social. “Eles se sentem<br />
confortáveis <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses ambientes digitais<br />
e, com certeza, evoluirão para o virtual.<br />
Têm menos apego e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> com marcas.<br />
Esses usuários continuarão a experimentar<br />
novas marcas, principalmente as ‘direct-to-<br />
-consumer’, e geram apelo para este público”,<br />
relata. Andra<strong>de</strong> lembra ainda que essa<br />
geração chega ao mercado <strong>de</strong> trabalho e<br />
terá mais po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra e importância<br />
como um todo. “Como esses novos consumidores<br />
seguem muito influencers, as<br />
marcas mainstream precisarão evoluir na<br />
comunicação e posicionamento para atingir<br />
tal público”.<br />
vida mais sustentável<br />
Maura Coracini: marcas <strong>de</strong>vem influenciar os hábitos<br />
Divulgação<br />
seguem i<strong>de</strong>ntificar se os produtos são ou<br />
não éticos e sustentáveis e 61% <strong>de</strong>claram<br />
que as certificações e selos explicando os<br />
benefícios influenciariam a sua compra”,<br />
comenta.<br />
Para ela, as marcas melhorariam a vida<br />
do consumidor ao influenciar a mudança<br />
<strong>de</strong> hábitos para comportamentos mais sustentáveis,<br />
informando e educando – 42%<br />
dos consumidores não sabem on<strong>de</strong> encontrar<br />
produtos sustentáveis e 57% têm muita<br />
dificulda<strong>de</strong> em saber quais produtos são<br />
bons ou maus eticamente e para o meio<br />
ambiente. “Ser sustentável não é mais uma<br />
questão <strong>de</strong> ter, mas quando. As marcas já<br />
estão sendo pressionadas pelo mercado financeiro<br />
para a <strong>de</strong>monstração concreta <strong>de</strong><br />
suas ações em relação à sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
Além do custo da não adaptação e mitigação<br />
<strong>de</strong> riscos que as empresas precisarão<br />
lidar caso ainda não estejam olhando para<br />
essas questões, o gran<strong>de</strong> custo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
está em <strong>de</strong>mocratizar os produtos<br />
e serviços sustentáveis, oferecendo<br />
opções econômicas e possíveis <strong>de</strong> serem<br />
adquiridas pela maior parte dos consumidores”,<br />
<strong>de</strong>fine.<br />
Ela afirma que não encontraram contradições<br />
nas pesquisas, mas se surpreen<strong>de</strong>ram<br />
com o fato <strong>de</strong> o brasileiro estar<br />
tão engajado e bem informado com questões<br />
climáticas. “No nosso último barômetro,<br />
entre as principais preocupações<br />
dos consumidores, 26% dos brasileiros<br />
<strong>de</strong>clararam estar preocupados com a crise<br />
climática (2º lugar), atrás somente <strong>de</strong><br />
problemas sociais (50%) e empatado com<br />
a economia em geral (26%) e violência e<br />
crime (26%)”, relata.<br />
Sobre o comportamento do consumidor<br />
em <strong>2023</strong>, ela aponta que no estudo<br />
po<strong>de</strong>-se notar que, apesar <strong>de</strong> todas as crises<br />
que o país enfrenta nos últimos anos,<br />
o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> ser mais sustentável não diminuiu<br />
– inclusive perceberam que o consumidor<br />
mais consciente sobre a importância<br />
<strong>de</strong>ssas questões e o impacto que<br />
causam na socieda<strong>de</strong>. Segundo Maura, os<br />
jovens <strong>de</strong>clararam ter maior preocupação<br />
em relação a temas sociais – como saú<strong>de</strong><br />
mental e racismo – do que os boomers,<br />
que têm uma preocupação mais ligada ao<br />
meio ambiente.<br />
A pesquisa da Kantar revela, no Brasil,<br />
99% dos entrevistados <strong>de</strong>claram que querem<br />
ter um estilo <strong>de</strong> vida sustentável, mas<br />
apenas 14% estão efetivamente mudando<br />
seu comportamento. Há duas razões principais<br />
para isso: 75% <strong>de</strong>sejam fazer mais<br />
pelo planeta, mas o alto custo <strong>de</strong> vida os<br />
impe<strong>de</strong>, e 43% não sabem on<strong>de</strong> encontrar<br />
produtos sustentáveis, nem quais hábitos<br />
adotar para ajudar mais.<br />
Ns<br />
raIo x da geração K<br />
•25% da população brasileira<br />
•41,4 milhões <strong>de</strong> jovens,<br />
entre <strong>16</strong> e 34 anos, das classes B/C<br />
•55% são negros<br />
•55% têm ensino médio completo<br />
•97% são digitalizados<br />
•21% estão no Nor<strong>de</strong>ste<br />
e 45% no Su<strong>de</strong>ste<br />
•655 bilhões <strong>de</strong> reais é o quanto<br />
movimenta por ano<br />
Guilherme Soter, CEO da GDB (Global<br />
Data Bank), especializada em privacida<strong>de</strong>,<br />
mídia e dados, vê que, mesmo após a crise<br />
mais séria da pan<strong>de</strong>mia, há um contínuo<br />
aumento no consumo <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o. Para ele, as<br />
pessoas gostam <strong>de</strong> se informar e se entreter<br />
utilizando esse formato. “Além disso, estamos<br />
acompanhando o crescimento das TVs<br />
conectadas, com a TV linear per<strong>de</strong>ndo força<br />
– em especial entre os jovens. Prova disso<br />
é o binge watching: maratonar as séries e<br />
conteúdos favoritos já é um comportamento<br />
enraizado no consumidor atual”, comenta.<br />
Ele <strong>de</strong>clara que vê uma gran<strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
neste cenário, que é a monetização do<br />
setor. “Com o aumento da inflação e a redução<br />
do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra dos brasileiros,<br />
há um claro reflexo na impossibilida<strong>de</strong> da<br />
manutenção da assinatura <strong>de</strong> diversos serviços<br />
<strong>de</strong> streaming por parte da população.<br />
Neste contexto, os usuários buscam alternativas<br />
ad supported, ou seja, plataformas<br />
suportadas por anúncios, como PlutoTV,<br />
YouTube e, mais recentemente, o próprio<br />
Netflix”, explica.<br />
Em relação aos jovens, a consolidação<br />
do consumo <strong>de</strong> streaming já se faz mais do<br />
que presente, segundo o executivo, não só<br />
em conteúdos audiovisuais, mas também<br />
nos games. “A publicida<strong>de</strong> precisa se a<strong>de</strong>quar<br />
para aten<strong>de</strong>r a esse nicho, com ações<br />
menos intrusivas que estejam mais conectadas<br />
à realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse público, principalmente<br />
<strong>de</strong>ntro do contexto do jogo. Ainda<br />
vale <strong>de</strong>stacar o streaming <strong>de</strong> áudio, que<br />
já vinha em crescimento e está ganhando<br />
ainda mais relevância da audiência com o<br />
pós-pan<strong>de</strong>mia, especialmente no trajeto<br />
das pessoas, seja no trânsito, transporte<br />
público ou em diversos outros momentos<br />
do dia”. Soter diz ver pelo lado da transformação,<br />
com as audiências migrando <strong>de</strong><br />
plataforma e continuamente aprimorando<br />
seus hábitos, enquanto alguns valores permanecem<br />
intocados: a confiança e a busca<br />
por experiências mais completas, que<br />
aliam relevância e prezam pelo respeito e<br />
privacida<strong>de</strong>”, argumenta.<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 15
meRcado<br />
Retail media cresce e já se torna<br />
a 4ª plataforma para publicida<strong>de</strong><br />
Expectativa global é <strong>de</strong> receitas <strong>de</strong> US$ 121,9 bi em <strong>2023</strong>; NRF, em<br />
Nova York, trata do assunto e tecnologias para a fi<strong>de</strong>lização <strong>de</strong> clientes<br />
Fotos: Divulgação<br />
Rafael Lubini é gerente <strong>de</strong> marketing do grupo Unidasul Jessica Fuhrmann Misiti, da Intellibrand by Ascential Elson Menezes é diretor da área <strong>de</strong> retail da Cheil Brasil<br />
PAULO MACEDO<br />
Começa neste domingo (15) com término<br />
previsto para a terça-feira (17) a edição<br />
<strong>2023</strong> da NRF (National Retail Fe<strong>de</strong>ration).<br />
São 112 anos <strong>de</strong> história <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1911, mas<br />
com o mesmo propósito: contribuir para a<br />
construção dos valores que ditam as relações<br />
entre o varejo e os consumidores. Com<br />
3,8 milhões <strong>de</strong> marcas <strong>de</strong> comércio nos<br />
seus quadros, a NRF <strong>de</strong>ste ano terá mais<br />
<strong>de</strong> 40 mil participantes e 800 expositores.<br />
O evento vai trazer à luz as tendências que<br />
vão impactar o comércio físico e digital,<br />
sobretudo pela consolidação <strong>de</strong> ambos como<br />
ambiente midiático, a retail media, e<br />
com a constatação que não quer calar: os<br />
consumidores mudaram. Apesar <strong>de</strong> eles<br />
estarem retornando às lojas, as compras<br />
e as pesquisas online, que cresceram verticalmete<br />
durante a pan<strong>de</strong>mia, se incorporaram<br />
ao mindset <strong>de</strong>sse ator essencial<br />
para as pretensões dos varejistas, cada vez<br />
mais exigentes e prontos para procurar o<br />
concorrente caso suas necessida<strong>de</strong>s não estejam<br />
sendo preenchidas. As jornadas dos<br />
shoppers, portanto, “são infinitas”, como<br />
esclarece Fernando Guntovitch, CEO e fundador<br />
da The Group. “Tudo chega e passa<br />
pelo varejo. O consumidor é o gran<strong>de</strong> ator e<br />
está no centro <strong>de</strong> toda a questão”, resume<br />
Guntovitch.<br />
O fluxo natural dos clientes aos pontos<br />
<strong>de</strong> venda, porém, está transformando<br />
cada vez mais as marcas <strong>de</strong> varejo em<br />
autênticos publishers. O avanço da retail<br />
media é fato. Os PDVs loteiam suas áreas<br />
e é comum ver as gran<strong>de</strong>s marcas <strong>de</strong> consumo<br />
usando esses espaços com ações <strong>de</strong><br />
tra<strong>de</strong> que ultrapassam as gôndolas para<br />
materializar stands temáticos que conversam<br />
com o fluxo <strong>de</strong> shoppers para crescer<br />
vendas. Como canal <strong>de</strong> mídia, na era digital<br />
a elevação dos investimentos é constante<br />
e consistente.<br />
“A mídia <strong>de</strong> varejo é agora o quarto<br />
maior meio <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e verá um<br />
aumento <strong>de</strong> 10,1%, elevando seus gastos<br />
com anúncios para US$ 121,9 bilhões globalmente<br />
em <strong>2023</strong>. Veremos as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
mídia <strong>de</strong> varejo se tornando um recurso<br />
essencial parte das estratégias <strong>de</strong> marketing<br />
e maior experimentação no comércio<br />
social”, esclarece a consultoria inglesa<br />
Warc, que integra o grupo Ascential.<br />
O relatório Future of Digital Commerce,<br />
parte do Marketer’s Toolkit anual da Warc,<br />
explora a interseção entre marketing e<br />
comércio examinando o futuro do comércio<br />
digital no que se refere aos profissionais<br />
<strong>de</strong> marketing <strong>de</strong> marca, suas agências<br />
e seus parceiros varejistas. Ele se aprofunda<br />
em três áreas principais: mídia <strong>de</strong><br />
varejo, prontidão organizacional e comércio<br />
social<br />
A Warc constata ainda que a retail media<br />
já é a quarta opção para a exibição <strong>de</strong><br />
conteúdos publicitários. “Os gastos com<br />
anúncios mais que dobraram durante<br />
2019-2022, ultrapassando áudio, OOH e<br />
cinema, publicação e OTT/streaming. Se<br />
a indústria <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> varejo seguir seu<br />
“ Mídia <strong>de</strong> circuito<br />
fechado perMite que<br />
as Marcas vejaM <strong>de</strong><br />
forMa <strong>de</strong>terMinística<br />
o valor que criaM por<br />
Meio do investiMento<br />
eM todo o funil”<br />
caminho atual, ela se tornará mais valiosa<br />
para os anunciantes do que a TV linear<br />
até 2025. As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> varejo estão<br />
crescendo em número e importância<br />
e <strong>de</strong>sempenharão um papel <strong>de</strong>scomunal<br />
na formação do comércio digital. O crescimento<br />
da mídia <strong>de</strong> varejo está posicionado<br />
para fazer na década <strong>de</strong> 2020 o que<br />
o crescimento da publicida<strong>de</strong> digital impulsionada<br />
por pesquisa fez na década<br />
<strong>de</strong> 2000 e a mídia social fez na década <strong>de</strong><br />
2010. <strong>2023</strong> verá uma mudança radical na<br />
competição na mídia <strong>de</strong> varejo. As marcas<br />
precisarão ir além da compreensão das<br />
plataformas, para dominar como po<strong>de</strong>m<br />
usá-las para se conectar com os consumidores”,<br />
esclarece a Warc.<br />
A revolução digital no varejo é tangível.<br />
O chamado social commerce vai gerar<br />
vendas <strong>de</strong> US$ 660 bilhões (mas em 2021<br />
já chegou a US$ 295 bilhões), das quais<br />
<strong>16</strong> <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
Fotos: Divulgação<br />
Lucas Feltes recomenda mais investimento em marca Fernando Guntovitch, da TG: “Experiência <strong>de</strong> compra” Ricardo Franken, managing director da Integer\OutPromo<br />
Carina Blass é diretora <strong>de</strong> e-commerce da VMLY&R<br />
“coMunicação<br />
bidiMensional, uM<br />
convite a uMa interação<br />
Mais profunda, que<br />
proMova visualizações<br />
sob ângulos pouco<br />
explorados”<br />
US$ 80 bilhões apenas nos Estados Unidos,<br />
<strong>de</strong> acordo com a Warc, até 2025. Esse<br />
volume é o vetor que impulsiona a retail<br />
media. Mas tem um porém na visão <strong>de</strong> Jacqueline<br />
Baker, diretora <strong>de</strong> experiência da<br />
VMLY&R. “Infelizmente, esse novo cenário<br />
(mídia <strong>de</strong> varejo) em constante expansão<br />
e complexo po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>safiador, até<br />
porque converteu varejistas em editores<br />
aci<strong>de</strong>ntais.”<br />
A Warc traz o contraponto <strong>de</strong> Patrick<br />
Miller, fundador da Flywheel. “Penso neste<br />
espaço emergente como mais do que<br />
mídia <strong>de</strong> varejo. É uma mídia <strong>de</strong> circuito<br />
fechado que permite que as marcas <strong>de</strong><br />
consumo vejam <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>terminística o<br />
valor que criam por meio do investimento<br />
em mídia em todo o funil. Este é um<br />
aumento da barra para a indústria e po<strong>de</strong><br />
apenas dissociar-se do crescimento do Valor<br />
Bruto <strong>de</strong> Mercadorias (GMV).”<br />
Porém, o CAC (Custo por Aquisição),<br />
mesmo tendo disponível esse volume <strong>de</strong><br />
consumidores nas plataformas, <strong>de</strong>ve ser<br />
pon<strong>de</strong>rado como observa Ryan Monigan,<br />
vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Insights & Strategy, da<br />
WhyteSpy<strong>de</strong>r, ouvido pela Warc.<br />
“Ganhar no comércio digital significa<br />
obter uma melhor compreensão <strong>de</strong> como<br />
seu comprador navega no site. Você precisará<br />
mover os consumidores <strong>de</strong> seu caminho<br />
real para o caminho <strong>de</strong>sejado e calcular<br />
o nível <strong>de</strong> investimento necessário<br />
para que isso aconteça.”<br />
comPoRTameNTo HUmaNo<br />
Mas os agentes que observam a retail<br />
media evoluir, tanto no digital como nas<br />
lojas físicas, precisam dar atenção ao relatório<br />
Accenture Life Trends <strong>2023</strong>, que consi<strong>de</strong>ra<br />
as alterações no comportamento<br />
dos clientes como mol<strong>de</strong> para os negócios,<br />
a cultura e a socieda<strong>de</strong>. “Estamos em uma<br />
crise permanente, mas vamos nos adaptar.<br />
O mundo está passando <strong>de</strong> uma catástrofe<br />
global para outra. Mas, como a humanida<strong>de</strong><br />
tem feito por milênios, as pessoas estão<br />
se adaptando à instabilida<strong>de</strong> alternando<br />
entre quatro respostas: lutar, fugir, focar<br />
e congelar, o que afetará o que compram<br />
e como veem as marcas e seus empregadores<br />
– e as empresas precisam estar prontas<br />
para isso. Em um mundo instável, as<br />
pessoas procuram lugares nos quais sintam<br />
pertencimento. Como resultado, as<br />
marcas mo<strong>de</strong>rnas serão construídas primeiro<br />
como comunida<strong>de</strong>s, remo<strong>de</strong>lando<br />
a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e a participação da marca. Por<br />
exemplo, a maioria dos participantes do<br />
grupo focal <strong>de</strong> pesquisa da Accenture experimentou<br />
novos hobbies ou ingressou<br />
em novas comunida<strong>de</strong>s nos últimos seis a<br />
nove meses. A tecnologia emergente está<br />
impulsionando amplamente os três segmentos<br />
para habilitar esse mo<strong>de</strong>lo”, <strong>de</strong>staca<br />
a Accenture.<br />
“As mudanças no controle acabam levando<br />
a mudanças no po<strong>de</strong>r, que – aparentemente<br />
pequenas, mas profundas no<br />
comportamento humano – vão alterar a<br />
dinâmica do po<strong>de</strong>r entre pessoas e organizações.<br />
Nos papéis <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res, trabalhadores,<br />
clientes, consumidores e criadores,<br />
as pessoas buscam maneiras <strong>de</strong> recuperar<br />
o controle. Os resultados serão diferentes<br />
daquilo que vimos antes, graças<br />
às mudanças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> e ao amadurecimento<br />
da tecnologia”, raciocina David<br />
Droga, CEO e creative chairman da Accenture<br />
Song.<br />
ReTaIL<br />
A <strong>de</strong>legação brasileira à NRF é uma das<br />
maiores. A segunda do evento, atrás apenas<br />
da norte-americana, volume que reflete o<br />
impacto do comércio varejista na geração<br />
<strong>de</strong> empregos no país. A Gouvêa Ecosystem,<br />
do empreário Marcos Gouvêa <strong>de</strong> Souza,<br />
organiza a viagem <strong>de</strong> profissionais brasileiros<br />
há 35 anos. No dia 31 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>,<br />
Gouvêa organiza o pós-NRF, maratona <strong>de</strong><br />
oito horas com presença <strong>de</strong> três mil profissionais<br />
do segmento, cada vez mais omnichannel.<br />
Gouvêa enumerou alguns pontos<br />
que consi<strong>de</strong>ra chaves na edição <strong>2023</strong>:<br />
“Este é um momento particularmente<br />
<strong>de</strong>safiador para o varejo dos EUA pelas<br />
questões que envolvem: 1) A inflação, com<br />
a qual não estão acostumados a trabalhar;<br />
2) Pelas questões que envolvem profissionais<br />
para atuar no setor, dos mais prejudicados<br />
pelo processo que ficou conhecido<br />
David Droga é creative chairman da Accenture Song<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 17
meRcado<br />
Fotos: Divulgação<br />
Stenio Souza, CEO da Smollan iTra<strong>de</strong> no Brasil Marcos Gouvêa é fundador da Gouvêa Ecosystem O executivo Marcelo Souza é presi<strong>de</strong>nte da Marketdata<br />
como The Great Resignation durante a<br />
pan<strong>de</strong>mia; 3) Pela transformação do mercado<br />
precipitado pelo home office; 4) Pelo<br />
omniconsumidor cada vez mais empo<strong>de</strong>rado<br />
e informado e com crescente foco<br />
no varejo <strong>de</strong> valor; 5) Pela evolução dos<br />
conceitos ligados a ecossistemas <strong>de</strong> negócios,<br />
reconfigurando as relações entre os<br />
operadores <strong>de</strong> varejo e seus fornecedores<br />
<strong>de</strong> produtos e serviços; 6) Pelas questões<br />
envolvidas nos suprimentos dadas a evolução<br />
das relações comerciais EUA-China;<br />
7) Pelos <strong>de</strong>safios inerentes à evolução dos<br />
hábitos e <strong>de</strong>sejos dos omniconsumidores;<br />
8) Pela perspectiva próxima <strong>de</strong> um freio<br />
na expansão da economia e as cautelas<br />
que isso <strong>de</strong>sperta em todo o mercado”,<br />
enumera Gouvêa.<br />
A Fundação Getúlio Vargas está com<br />
90 executivos, dos quais 40 supermercadistas,<br />
no grupo que formou para a NRF.<br />
Além da programação, sob a li<strong>de</strong>rança do<br />
professor Marcelo Morgado, a instituição<br />
promove dois dias <strong>de</strong> visitas técnicas.<br />
“Acredito que mais uma vez a tecnologia<br />
“a tecnologia vai ser<br />
o foco, Mas estaMos<br />
<strong>de</strong> olho eM tudo<br />
que diz respeito<br />
a Metaverso e<br />
inteligência artificial”<br />
vai ser o foco, mas estamos <strong>de</strong> olho em<br />
tudo que diz respeito a metaverso e inteligência<br />
artificial”, frisa Morgado.<br />
Têndência do varejo, mercado e consumo<br />
é o tripé que atrai Maurício Portella,<br />
general manager da Marco MKT e membro<br />
do Comitê <strong>de</strong> Tra<strong>de</strong> Marketing da Ampro<br />
– Associação <strong>de</strong> Marketing Promocional.<br />
“Tudo que se soma à experiência digital<br />
que as marcas e re<strong>de</strong>s varejistas proporcionam<br />
aos consumidores é muito bem-<br />
-vindo. Sabemos que os consumidores<br />
estão abertos a isso, e pensar em uma comunicação<br />
mais bidimensional, como um<br />
Agência Score Group <strong>de</strong>senvolveu projeto que <strong>de</strong>staca sabores para a marca Johnny Walker: arquitetura no tra<strong>de</strong><br />
convite irrecusável a uma interação mais<br />
profunda, que promova visualizações sob<br />
ângulos pouco explorados, na minha opinião,<br />
vai romper os parâmetros <strong>de</strong> navegabilida<strong>de</strong><br />
que as marcas têm até o momento.<br />
A web3 e o 5G chegam para nutrir ainda<br />
mais a governança <strong>de</strong> tra<strong>de</strong> marketing,<br />
abrindo espaço para o DTM, que esten<strong>de</strong><br />
para as prateleiras digitais o call to action<br />
que o Tra<strong>de</strong> MKT convencional estabelece<br />
sobre o mundo físico. Honestamente<br />
não acho que esta ‘chave’ vira <strong>de</strong> maneira<br />
muito rápida em nossa geografia, mas<br />
acho que ela empurra algumas convicções<br />
antigas e uma geração <strong>de</strong> marketing mais<br />
old school”, frisa Portella.<br />
Mas a tecnologia e os assets que a envolvem<br />
precisam ser factíveis. “O marketing<br />
3D requer dimensão, data e domínio dos<br />
inventários. Através da análise <strong>de</strong> dados<br />
e <strong>de</strong> uma forma assertiva e factível <strong>de</strong> ser<br />
implementada em gran<strong>de</strong> escala. Assim,<br />
o ROI continua sendo o rei. Ativações que<br />
entreguem resultado real para o consumidor,<br />
que enriqueçam a experiência <strong>de</strong><br />
compra e uma geração e análise <strong>de</strong> dados<br />
<strong>de</strong> comportamento do consumidor”, <strong>de</strong>staca<br />
Guntovitch, da The Group.<br />
Por outro viés, Marcelo Sousa, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Marketdata, quer apren<strong>de</strong>r na<br />
NRF sobre o “saldo da pan<strong>de</strong>mia em relação<br />
ao impacto nas relações <strong>de</strong> consumo”.<br />
Ele prossegue: “Defendo que os dois pilares<br />
fundamentais para qualquer estratégia<br />
<strong>de</strong> varejo são a personalização da experiência<br />
e a inovação nos canais <strong>de</strong> venda. Já<br />
sabemos que os consumidores valorizam<br />
cada vez mais as experiências personalizadas.<br />
Eles concordam em compartilhar<br />
seus dados com as marcas, mas esperam<br />
em contrapartida que elas sejam capazes<br />
<strong>de</strong> transformá-los em serviços mais relevantes<br />
e pessoais. Por outro lado, serviços<br />
personalizados são mais rentáveis para as<br />
empresas e mais difíceis <strong>de</strong> serem copiados<br />
pela concorrência. Além disso, as empresas<br />
<strong>de</strong>vem oferecer uma experiência<br />
<strong>de</strong> compra verda<strong>de</strong>iramente omnichan-<br />
18 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
nel, levando-se em conta que a jornada <strong>de</strong><br />
consumo acontecerá em algum momento<br />
no ambiente físico ou digital. E, nesse<br />
caso, a tecnologia precisa dar o suporte<br />
para garantir que não haja ruptura no processo<br />
<strong>de</strong> compra. Também é importante<br />
ter um olhar para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
novos canais, consi<strong>de</strong>rando o fato <strong>de</strong> que<br />
os consumidores estão conectados na internet<br />
e em suas re<strong>de</strong>s sociais todo o tempo,<br />
always on”, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Souza.<br />
Sustentabilida<strong>de</strong> e ESG divi<strong>de</strong>m a pauta<br />
tecnológica e inovativa da NRF. “Ao contrário<br />
das anteriores, se falará muito mais<br />
em prática do que em teoria: quais são as<br />
práticas <strong>de</strong> ESG que estão sendo implantadas,<br />
o que já está sendo feito, resultados<br />
e como escalar essas iniciativas, porque o<br />
mercado e, principalmente, o consumidor<br />
norte americano estão <strong>de</strong>mandando por<br />
ações práticas”, aguarda Ricardo Franken,<br />
managing director da Integer\OutPromo.<br />
Com uma carteira <strong>de</strong> clientes <strong>de</strong> varejo<br />
com Via Marte, Rissul, Unilever e Arezzo,<br />
por exemplo, a WTAG quer buscar inspiração<br />
para além da ominicanalida<strong>de</strong>. “O<br />
aprendizado que temos com a NRF e com<br />
nossos clientes é <strong>de</strong> que as gran<strong>de</strong>s marcas<br />
<strong>de</strong> alguma maneira precisam estar no<br />
varejo próprio para garantir a experiência<br />
e contar as suas histórias. Por outro lado,<br />
os varejistas tradicionais precisam investir<br />
pesado em marca e reputação, pois faz<br />
Mauricio Portella é general manager da Marco MKT<br />
“varejistas precisaM<br />
investir pesado eM Marca<br />
e reputação pois há Muito<br />
teMpo não é soMente<br />
preço ou distribuição<br />
que garante sucesso”<br />
A Integer Outo\Promo <strong>de</strong>senvolveu para seu cliente Heineken uma ação <strong>de</strong> tra<strong>de</strong> marketing: ilha bio<strong>de</strong>gradável<br />
Fotos: Divulgação<br />
Britto Jr. é CEO da Score Group, especializada em retail<br />
muito tempo que não é somente o preço<br />
ou a distribuição que garante o sucesso<br />
do negócio”, pon<strong>de</strong>ra Lucas Feltes, CEO<br />
da agência, que vai preparar relatório para<br />
municiar Rafael Lubini, gerente <strong>de</strong> marketing<br />
da Unidasul (Rissul).<br />
“O tra<strong>de</strong> precisa colocar o shopper e<br />
suas necessida<strong>de</strong>s em primeiro lugar,<br />
combinando as necessida<strong>de</strong>s da indústria<br />
e do varejo, mas sempre direcionando os<br />
esforços para uma melhor experiência <strong>de</strong><br />
compra, seja no ambiente físico ou no digital.<br />
As novas tecnologias têm <strong>de</strong> estar<br />
resolvendo algum problema ou atrito, seja<br />
operacional ou <strong>de</strong> atenção do shopper”,<br />
resume Britto Jr., CEO da Score Group,<br />
responsável pelo projeto Descubra seu sabor<br />
para a marca Johnny Walker.<br />
A sinergia entre Varejo + Indústria +<br />
Execução é essencial para Stenio Souza,<br />
CEO da Smollan iTra<strong>de</strong>. “A ‘customização’<br />
não é uma realida<strong>de</strong> para todas as indústrias<br />
e, normalmente, está mais atrelado a<br />
vestuário ou tecnologia, mas para os itens<br />
<strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo, a expansão das soluções<br />
digitais em 3D, explorando a personalização<br />
e segmentação da publicida<strong>de</strong>,<br />
vem ganhando gran<strong>de</strong> espaço”, ressalta.<br />
Jessica Fuhrmann Misiti, executiva <strong>de</strong><br />
marketing na Intellibrand by Ascential,<br />
explica que a produção <strong>de</strong> conteúdo vai<br />
contribuir para o marketing 3D. “É mais<br />
uma maneira <strong>de</strong> atrair o cliente, oferecer<br />
mais informação sobre <strong>de</strong>terminado produto<br />
e, por fim, gerar a venda.”<br />
“Minha expectativa é que as empresas<br />
olhem muito para a nuance <strong>de</strong> inovação<br />
e tecnologia imerso <strong>de</strong>ntro do hábito comum<br />
dos consumidores”, resume Elson<br />
Menezes, diretor <strong>de</strong> retail da Cheil. “Quero<br />
enten<strong>de</strong>r como as marcas estão se posicionando<br />
com o metaverso para trazer soluções<br />
inovadoras, que gerem conversão,<br />
engajamento e a preços acessíveis. A NRF<br />
tem essa característica <strong>de</strong> ser um gran<strong>de</strong><br />
radar <strong>de</strong> inovações no varejo, indicando<br />
tendências para o futuro”, diz Carina Blaas,<br />
diretora <strong>de</strong> e-commerce da VMLY&R.<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 19
MErcado<br />
Entida<strong>de</strong>s divulgam manifestos<br />
con<strong>de</strong>nando ataques em Brasília<br />
ABA, Abap, Abracom, ANJ, Aberje, Fenapro e IVC repudiaram os atos <strong>de</strong><br />
vandalismo na capital; Meta bloqueou conteúdo que <strong>de</strong>fendia vândalos<br />
Pedro Yves<br />
As cenas <strong>de</strong> quebra-quebra e<br />
vandalismo do dia 8 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>,<br />
em Brasília, que resultaram<br />
na <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> espaços,<br />
peças históricas e obras <strong>de</strong> arte<br />
<strong>de</strong>ntro do Palácio do Planalto,<br />
do Congresso Nacional e do Supremo<br />
Tribunal Fe<strong>de</strong>ral, levaram<br />
a uma ampla mobilização<br />
<strong>de</strong> diversos setores da socieda<strong>de</strong><br />
civil em repúdio aos ataques<br />
às se<strong>de</strong>s dos po<strong>de</strong>res fe<strong>de</strong>rais.<br />
Na comunicação, no dia seguinte<br />
aos atos anti<strong>de</strong>mocráticos,<br />
entida<strong>de</strong>s representativas<br />
das agências <strong>de</strong> propaganda,<br />
da mídia e anunciantes divulgaram<br />
manifestos con<strong>de</strong>nando<br />
a selvageria <strong>de</strong>flagrada por manifestantes<br />
inconformados com<br />
a <strong>de</strong>rrota do ex-presi<strong>de</strong>nte Jair<br />
Bolsonaro nas eleições <strong>de</strong> outubro.<br />
A nota do dia 9 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>,<br />
assinada em conjunto pela Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Agências<br />
<strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong> (Abap) e a Fe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional das Agências <strong>de</strong><br />
Propaganda (Fenapro), fala que<br />
“a <strong>de</strong>mocracia é um dos pilares<br />
<strong>de</strong> sustentação para a construção<br />
<strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento<br />
sustentável no Brasil. Ataques<br />
ao Estado Democrático <strong>de</strong> Direito,<br />
não importa <strong>de</strong> qual lado<br />
político partam, não po<strong>de</strong>m ser<br />
tolerados. Os responsáveis pelas<br />
cenas <strong>de</strong> vandalismo e também<br />
<strong>de</strong> agressão aos profissionais<br />
<strong>de</strong> imprensa no exercício<br />
do seu trabalho precisam ser<br />
rigorosamente investigados e<br />
punidos.”<br />
A Associação Brasileira das<br />
Agências <strong>de</strong> Comunicação<br />
(Abracom), por sua vez, ressalta<br />
que “o respeito às urnas e<br />
às instituições é fundamental<br />
para que a socieda<strong>de</strong> brasileira<br />
tenha a tranquilida<strong>de</strong> necessária<br />
para avançar na solução<br />
das principais questões sociais<br />
e econômicas do país”. O Interactive<br />
Advertising Bureau (IAB<br />
Brasil) repudiou os atos criminosos<br />
ressaltando em seu manifesto<br />
que “vivemos em uma<br />
Congresso Nacional, Palácio do Planalto e se<strong>de</strong> do STF foram invadidos<br />
<strong>de</strong>mocracia baseada em princípios<br />
republicanos, no respeito<br />
às instituições e na civilida<strong>de</strong>,<br />
o que é fundamental para assegurarmos<br />
o crescimento sustentável<br />
<strong>de</strong> nosso país”.<br />
E o manifesto assinado pela<br />
presi<strong>de</strong>nte-executiva da Associação<br />
Brasileira <strong>de</strong> Anunciantes<br />
(ABA), Sandra Martinelli,<br />
aponta que “o que foi orquestrado<br />
em Brasília neste último<br />
fim <strong>de</strong> semana está no território<br />
da insanida<strong>de</strong>. Os Três Po<strong>de</strong>res<br />
(Legislativo, Judiciário e Executivo)<br />
formam a tría<strong>de</strong> que usa<br />
a Constituição Brasileira como<br />
Gustavo Leighton/Unsplash<br />
“AtAques Ao estAdo<br />
<strong>de</strong>mocrático<br />
<strong>de</strong> direito, não<br />
importA <strong>de</strong> quAl<br />
lAdo político<br />
pArtAm, não po<strong>de</strong>m<br />
ser tolerAdos”<br />
diapasão para afinar e harmonizar<br />
tendências, projetos e visões<br />
políticas. Portanto, a ABA consi<strong>de</strong>ra<br />
inadmissível o uso <strong>de</strong> métodos<br />
impositivos com uso da<br />
violência e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m para impor<br />
pensamentos” (veja o texto<br />
completo na página 21).<br />
Mídia<br />
A Associação Nacional <strong>de</strong> Jornais<br />
(ANJ) con<strong>de</strong>nou “da forma<br />
mais veemente os crimes contra<br />
a <strong>de</strong>mocracia que se <strong>de</strong>senrolam<br />
em Brasília”. A associação<br />
disse ainda que a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
imprensa é inerente ao Estado<br />
<strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong> direito, “que<br />
não po<strong>de</strong> tolerar ou conviver<br />
com a ba<strong>de</strong>rna e o vandalismo”.<br />
A nota da ANJ <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u ainda<br />
os profissionais que cobriram<br />
os acontecimentos e foram alvo<br />
da ira dos manifestantes. “A ANJ<br />
con<strong>de</strong>na ainda os ataques a jornalistas<br />
que fazem a cobertura<br />
das invasões em Brasília e exige<br />
uma posição firme das forças <strong>de</strong><br />
segurança contra essas agressões<br />
e os atentados à liberda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> imprensa e à <strong>de</strong>mocracia”,<br />
finalizou o texto. A Fe<strong>de</strong>ração<br />
Nacional dos Jornalistas (Fenaj)<br />
também repudiou os ataques<br />
à <strong>de</strong>mocracia. Em nota, a entida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>nuncia “firmemente<br />
esse agrupamento que insiste<br />
em <strong>de</strong>safiar a Constituição,<br />
mantendo acampamentos em<br />
frente a quartéis do Exército,<br />
promovendo ações terrorista<br />
em Brasília e pedindo intervenção<br />
militar”.<br />
Nas re<strong>de</strong>s sociais, a Meta,<br />
dona do Facebook, Instagram<br />
e WhatsApp, removeu e bloqueou<br />
os conteúdos que <strong>de</strong>fendiam<br />
e incentivam os vândalos<br />
no próprio dia 8. De acordo com<br />
um porta-voz da Meta, em entrevista<br />
à BBC, a empresa disse<br />
que excluiria imediatamente<br />
as postagens que incentivaram<br />
a invasão na capital fe<strong>de</strong>ral.<br />
“Estamos acompanhando a situação<br />
ativamente e continuaremos<br />
excluindo conteúdo que<br />
viole nossas políticas.”<br />
20 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
opinião<br />
Freepik<br />
Liberda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>mocracia<br />
caminham juntas<br />
sandra martinelli<br />
Algo que o mercado sempre creditou<br />
aos anunciantes foi o <strong>de</strong> ser agente<br />
garantidor da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa. Porque<br />
é por meio dos anúncios e conteúdos<br />
audiovisuais comerciais em todas as plataformas<br />
que os canais <strong>de</strong> mídia conseguem<br />
exercer esse direito inalienável do<br />
Estado <strong>de</strong> direito.<br />
Diante disso, a ABA (Associação Brasileira<br />
<strong>de</strong> Anunciantes) tem relação histórica<br />
com todo o espectro da liberda<strong>de</strong>, que é<br />
amplo e está relacionado com a <strong>de</strong>mocracia<br />
que não admite agressões à sua essência.<br />
Que é conviver com os ambientes contraditórios<br />
com fairplay e sempre<br />
compreen<strong>de</strong>ndo que as regras<br />
do jogo são soberanas.<br />
Vandalismos, <strong>de</strong> qualquer<br />
matriz i<strong>de</strong>ológica, não estão<br />
<strong>de</strong> acordo com os princípios<br />
<strong>de</strong>mocráticos e, portanto, são<br />
100% repudiados e rejeitados<br />
pela entida<strong>de</strong>, cujos associados<br />
contribuem com altos investimentos<br />
em comunicação e<br />
marketing para que os veículos<br />
<strong>de</strong> comunicação possam ser um dos pilares<br />
da <strong>de</strong>mocracia.<br />
O que foi orquestrado em Brasília neste<br />
último fim <strong>de</strong> semana está no território da<br />
insanida<strong>de</strong>. Os Três Po<strong>de</strong>res (Legislativo,<br />
Judiciário e Executivo) formam a tría<strong>de</strong><br />
que usa a Constituição Brasileira como diapasão<br />
para afinar e harmonizar tendências,<br />
projetos e visões políticas. Portanto, a ABA<br />
consi<strong>de</strong>ra inadmissível o uso <strong>de</strong> métodos<br />
impositivos com uso da violência e <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m<br />
para impor pensamentos.<br />
“Vandalismos,<br />
<strong>de</strong> qualquer<br />
matriz<br />
i<strong>de</strong>ológica,<br />
não estão <strong>de</strong><br />
acordo com<br />
os princípios<br />
<strong>de</strong>mocráticos”<br />
O palco para a discussão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias é o<br />
Congresso Nacional e é lá que toda a socieda<strong>de</strong><br />
brasileira po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve pon<strong>de</strong>rar e articular<br />
seus pensamentos.<br />
O autoritarismo já inibiu o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> nações e enfraqueceu o estado<br />
<strong>de</strong>mocrático.<br />
O avanço do Brasil <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da or<strong>de</strong>m jurídica<br />
para que a economia tenha flui<strong>de</strong>z e<br />
as questões sociais estejam amparadas por<br />
fundamentos consistentes. Além da confiança<br />
internacional, que pressupõe o respeito<br />
ao arcabouço constitucional.<br />
O Brasil não é um rascunho escrito a<br />
lápis para ser apagado, melhor, borrado,<br />
por quem não consi<strong>de</strong>ra o Judiciário, o<br />
Executivo e o Legislativo como parâmetro.<br />
Esses Três Po<strong>de</strong>res têm diretrizes<br />
escritas com tinta e letras<br />
que garantem a liberda<strong>de</strong> dos<br />
cidadãos.<br />
I<strong>de</strong>ias revanchistas são retrógradas,<br />
subjetivas e <strong>de</strong>srespeitam<br />
a soberania do voto.<br />
O jogo republicano é ininterrupto.<br />
Oposição e situação <strong>de</strong>vem<br />
ter como recurso principal<br />
palavras temperadas com argumentos<br />
sólidos e pon<strong>de</strong>radas no palco do<br />
Legislativo, cujos atores são os que criam<br />
as leis, que precisam ser respeitadas.<br />
A ABA está orgulhosa <strong>de</strong> ver Aberje,<br />
Abert, Cenp, OAB, Abila, Ancord, CNDL,<br />
Abihpec, Abiquim, Febraban, CNI, CNC,<br />
Ibram, Abranet, IAB, ABIP, ANJ, Abap, Fenapro<br />
e Abracom, <strong>de</strong>ntre outras, alinhadas<br />
com a <strong>de</strong>fesa da <strong>de</strong>mocracia e da inviolabilida<strong>de</strong><br />
dos Po<strong>de</strong>res constituídos.<br />
Nem ABA nem nenhuma <strong>de</strong>las ficou em silêncio.<br />
Nosso repúdio chegou às re<strong>de</strong>s sociais<br />
e grupos <strong>de</strong> WhatsApp da entida<strong>de</strong> às 14h.<br />
Democracia, sim; vandalismo, não!<br />
Sandra Martinelli é presi<strong>de</strong>nte-executiva da ABA<br />
e membro do Executive Committee da WFA<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 21
giro no mercAdo by propmark<br />
Alê Oliveira<br />
Posicionamento estampado em pare<strong>de</strong> da agência <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o balanço entre razão e emoção para moldar o crescimento do negócio e inovar a entrega <strong>de</strong> resultados aos clientes<br />
Lew’Lara\TBWA espera revalorização<br />
da criativida<strong>de</strong> na propaganda<br />
Tecnologia e dados <strong>de</strong>vem continuar alimentando i<strong>de</strong>ias que<br />
gerem experiências capazes <strong>de</strong> emocionar, entreter e conscientizar<br />
Janaina Langsdorff<br />
PROPMARK retoma o projeto<br />
Giro no mercado, uma<br />
O<br />
série <strong>de</strong> visitas que busca mostrar<br />
as instalações, equipes e<br />
forma <strong>de</strong> trabalhar das agências.<br />
Nesta nova etapa, a reportagem<br />
foi recebida na se<strong>de</strong> da<br />
Lew’Lara\TBWA, em Pinheiros,<br />
região Sul <strong>de</strong> São Paulo.<br />
Escrita na cor amarela em<br />
uma pare<strong>de</strong> com fundo preto, a<br />
frase Sem equilíbrio, sem chance<br />
mergulha os 200 colaboradores<br />
em um ambiente <strong>de</strong> inovação.<br />
“Nos últimos três anos, a evolução<br />
da tecnologia foi vital para<br />
sobrevivermos. Mas per<strong>de</strong>mos<br />
em criativida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>verá voltar<br />
a aflorar neste ano”, observa<br />
Marcia Esteves, CEO e sócia da<br />
agência fundada por Luiz Lara e<br />
Jaques Lewkowicz em 1992.<br />
Com mo<strong>de</strong>lo operacional organizado<br />
por hubs, o negócio<br />
cresce a partir <strong>de</strong> estruturas versáteis,<br />
que vivenciam a marca.<br />
Há um total <strong>de</strong> cinco verticais:<br />
Nissan United, a cargo <strong>de</strong> Maria<br />
Pirajá; do Banco do Brasil, em<br />
Brasília, encabeçada pela managing<br />
director Duda Gue<strong>de</strong>s;<br />
Expand, para P&G; e duas <strong>de</strong> alimentos,<br />
uma para Camil, dirigida<br />
pela managing director Helena<br />
Brant, e outra para M. Dias Branco,<br />
Tirolez e JBS, comandada<br />
pelo chief growth e business officer<br />
(CGBO) Ricardo Munhoz. Já<br />
áreas como performance servem<br />
a toda a agência. “Horizontalizamos<br />
os serviços e verticalizamos<br />
a seniorida<strong>de</strong> da famosa barriga<br />
agência promete<br />
elevar <strong>de</strong> 17,33%<br />
para 20% a<br />
participação <strong>de</strong><br />
profissionais<br />
lgBtQiap+ até 2024<br />
no balcão”, diferencia Marcia.<br />
Fatos e dados coletados por<br />
social listening e metodologias<br />
globais proprietárias captam insights<br />
materializados em cases<br />
que mostram a capacida<strong>de</strong> da<br />
agência <strong>de</strong> expandir experiências<br />
<strong>de</strong> marca. Foi o que aconteceu na<br />
ação Aceita cookies, que brincava<br />
com o aviso <strong>de</strong> navegadores para<br />
convidar as pessoas a provarem<br />
os biscoitos <strong>de</strong> chocolate da Piraquê,<br />
marca da M. Dias Branco.<br />
“O produto passou <strong>de</strong> 0,5% para<br />
30% <strong>de</strong> share. Confiança é a busca<br />
comum dos clientes. Nada melhor<br />
que ter uma i<strong>de</strong>ia contada<br />
em um twíte”, resume Munhoz.<br />
O novo Nissan Kicks é outro<br />
exemplo. Exclusivo da marca japonesa,<br />
o sistema <strong>de</strong> som inspirou<br />
música do DJ Bruno Martini<br />
22 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
incorporada às plataformas Deezer,<br />
Apple Play e Spotify, no case<br />
Kicks Remix.<br />
O chief data e media officer<br />
(CDMO) Vicente Varela explica<br />
que a agência passou a prover<br />
informações em diversas áreas,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> estudos ESG li<strong>de</strong>rados<br />
pela chief strategy e content<br />
officer (CSCO) Raquel Messias,<br />
até dados e inteligência para<br />
entendimento da jornada <strong>de</strong><br />
consumo das pessoas. Segundo<br />
Varela, esse trabalho ancora<br />
i<strong>de</strong>ias mobilizadoras e disruptivas<br />
conduzidas pelo chief creative<br />
officer (CCO) André Gola.<br />
“A tecnologia é aliada, mas<br />
a estratégia tem <strong>de</strong> estar nas<br />
mãos da agência”, afirma Varela,<br />
que frisa o impulso do e-<br />
-commerce, o uso do celular<br />
como emissor <strong>de</strong> comportamento<br />
e o OOH como tendências.<br />
Mas as ações precisam<br />
chegar às comunida<strong>de</strong>s, “como<br />
fizemos com Camil em ação <strong>de</strong><br />
doação para reforçar o arroz e<br />
feijão como base das refeições<br />
dos brasileiros”, lembra.<br />
Necessida<strong>de</strong>s humanas também<br />
são <strong>de</strong>stacadas pela chief<br />
culture e operations officer<br />
(CCOO) Elise Passamani. “Per<strong>de</strong>r<br />
o olho no olho, e voltar da<br />
pan<strong>de</strong>mia foram momentos difíceis.<br />
Partimos <strong>de</strong> uma abordagem<br />
individual para enten<strong>de</strong>r<br />
o que as pessoas estavam passando,<br />
e apoiá-las igualmente”,<br />
recorda Elise.<br />
Hoje, a agência trabalha em<br />
formato híbrido. Todos se encontram<br />
às segundas e quintas-<br />
-feiras, priorizando a integração.<br />
Demandas coletivas foram<br />
estudadas e acomodadas conforme<br />
a dinâmica <strong>de</strong> cada área<br />
rAio X<br />
Marcia Esteves: “A evolução da tecnologia foi vital para sobrevivermos. Mas per<strong>de</strong>mos em criativida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>verá voltar a aflorar”<br />
Ricardo Munhoz: busca por confiança<br />
para equalizar expectativas.<br />
“Não <strong>de</strong>mitimos ninguém na<br />
pan<strong>de</strong>mia, e mantemos as pessoas<br />
respaldadas”, conta Elise.<br />
Na pauta <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inclusão,<br />
está a meta <strong>de</strong> elevar <strong>de</strong><br />
17,33% para 20% a representativida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> profissionais LGB-<br />
TQIAP+ até 2024. Atualmente,<br />
Agência: Lew’Lara\TBWA<br />
Ano <strong>de</strong> criação: 1992<br />
Fundadores: Luiz Lara e Jaques Lewkowicz<br />
ceo e sócia: Marcia Esteves<br />
Principais clientes: Banco do Brasil, Camil, JBS, M. Dias Branco e Nissan<br />
número <strong>de</strong> colaboradores: 200<br />
Elise Passamani: necessida<strong>de</strong>s humanas<br />
há 33% <strong>de</strong> pessoas negras ou<br />
pardas. Já as mulheres correspon<strong>de</strong>m<br />
a 67,5% dos cargos <strong>de</strong><br />
li<strong>de</strong>rança executiva e 56% da<br />
força <strong>de</strong> trabalho entre <strong>de</strong>partamentos<br />
e hierarquias. “Estamos<br />
<strong>de</strong> olho no novo censo para<br />
ter a população brasileira representada”,<br />
antecipa Elise.<br />
Trilhas <strong>de</strong> Impacto (pessoas<br />
pretas), Turma do Jiló (pessoas<br />
com <strong>de</strong>ficiência), Mulheres<br />
Positivas (<strong>de</strong>senvolvimento feminino)<br />
e a consultoria <strong>de</strong> RH<br />
Believe estão entre as parcerias<br />
feitas para tornar o ambiente da<br />
agência cada vez mais diverso.<br />
Elise está à frente também<br />
Vicente Varela: tecnologia é aliada<br />
Divulgação<br />
Fotos: Alê Oliveira<br />
da Move, produtora in-house<br />
criada há cerca <strong>de</strong> um ano para<br />
simplificar e agilizar projetos<br />
<strong>de</strong> baixa complexida<strong>de</strong>. “O nosso<br />
estúdio nasceu para otimizar<br />
soluções internas. Ele não presta<br />
serviço para o mercado e não<br />
concorre com players do setor”,<br />
esclarece Elise, que coor<strong>de</strong>na<br />
uma equipe <strong>de</strong> 38 pessoas.<br />
Razão e emoção pulsam nos<br />
pilares erguidos pela Lew’Lara\<br />
TBWA, guiando os próximos<br />
passos <strong>de</strong> uma agência que há<br />
três décadas contribui para<br />
valorizar a criativida<strong>de</strong> da propaganda<br />
brasileira no mercado<br />
nacional e internacional.<br />
Alê Oliveira<br />
Alê Oliveira<br />
O CCO André Gola em reunião com equipe na se<strong>de</strong> da agência, em Pinheiros (SP)<br />
Agência trabalha em formato híbrido e se encontra às segundas e quintas-feiras<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 23
DIGITAL<br />
“Nosso propósito é<br />
ser uma empresa<br />
<strong>de</strong> dados”<br />
o<br />
OOH ganhou vigor extra com a chegada do<br />
digital. Que obrigou o segmento a se a<strong>de</strong>quar<br />
às métricas <strong>de</strong> comprovação <strong>de</strong> ROI através<br />
<strong>de</strong> dados consistentes, uso <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong><br />
geolocalização, mídia programática e diversificação<br />
<strong>de</strong> operações para além das placas <strong>de</strong> outdoor.<br />
A transformação é responsável pela musculatura<br />
do setor, que representa 11% dos investimentos dos<br />
anunciantes no país. Explorar mídia em terminais<br />
rodoviários é a expertise da RZK Digital, fundada<br />
no fim <strong>de</strong> 2021. “Somos uma empresa <strong>de</strong> dados, que<br />
utiliza painéis digitais como meio para intermediar<br />
o caminho entre uma mensagem publicitária e o<br />
público que ela preten<strong>de</strong> atingir”, afiança Eduardo<br />
Mantegazza, fundador e CEO da RZK Digital.<br />
Divulgação<br />
Eduardo Mantegazza é fundador e CEO da RZK Digital, que chegou ao mercado em 2021<br />
pAULO mACEDO<br />
PERSPECTIVAS<br />
Acredito que, nos próximos<br />
anos, o mercado outdoor vai<br />
crescer sua participação no<br />
orçamento da mídia brasileiro,<br />
mas isso não virá do crescimento<br />
do número <strong>de</strong> telas<br />
ou mesmo do crescimento do<br />
já alto prestígio do setor. Esse<br />
crescimento <strong>de</strong>ve vir, na minha<br />
tese, da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver<br />
nesse canal o orçamento<br />
<strong>de</strong> mídia <strong>de</strong> performance,<br />
hoje quase que todo concentrado<br />
em digital. Para a RZK,<br />
vemos um ano <strong>de</strong> consolidação<br />
do nosso forte crescimento.<br />
Aumentamos nosso volume<br />
<strong>de</strong> telas <strong>de</strong> 200 para 7<strong>16</strong> em<br />
apenas 14 meses <strong>de</strong> vida. Atualmente,<br />
temos uma importante<br />
cobertura geográfica em<br />
São Paulo, com 41 terminais <strong>de</strong><br />
ônibus e mais <strong>de</strong> 60 milhões<br />
<strong>de</strong> usuários por mês. Nos próximos<br />
meses, vamos também<br />
inaugurar 8 <strong>de</strong> 26 terminais<br />
que iremos operar no Recife.<br />
Um outro ponto importante<br />
do nosso <strong>2023</strong> vai ser a participação<br />
<strong>de</strong> mídia programática<br />
na nossa receita. Tivemos um<br />
percentual relevante em 2022<br />
e preten<strong>de</strong>mos dobrar esse número<br />
este ano.<br />
FERRAMENTAS<br />
Nosso propósito é claro: não<br />
somos uma empresa <strong>de</strong> outdoors.<br />
Somos uma empresa <strong>de</strong> dados,<br />
que utiliza painéis digitais<br />
como um meio para intermediar<br />
o caminho entre uma mensagem<br />
publicitária e o público<br />
que ela preten<strong>de</strong> atingir. Acredito<br />
que, no nosso caso, toda<br />
construção <strong>de</strong> ativação e diferenciação<br />
do outdoor em busca<br />
do digital vem <strong>de</strong> um princípio<br />
básico, que é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
mensurar, qualificar e oferecer<br />
aos compradores nossa audiência<br />
em tempo real. A partir daí,<br />
tudo é possível. Mas, sem isso,<br />
nada realmente está no caminho<br />
da mídia como é nos meios<br />
100% digitais.<br />
TECNOLOGIA<br />
Somos focados em três pilares:<br />
ciência <strong>de</strong> dados, operações<br />
e comercial. Aquilo que foge<br />
<strong>de</strong>sses pilares, como é o caso<br />
<strong>de</strong> tecnologia, nós optamos por<br />
contratar dos melhores. Isso,<br />
apesar <strong>de</strong> muitas vezes mais<br />
caro, nos dá agilida<strong>de</strong> e a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> sempre estarmos atualizados<br />
ao que <strong>de</strong> melhor está<br />
disponível no mundo, no que<br />
diz respeito à tecnologia para<br />
digital signage. Pessoalmente,<br />
sou um gran<strong>de</strong> entusiasta da<br />
“Para a rZK,<br />
vemos um ano <strong>de</strong><br />
consolidação<br />
do nosso forte<br />
crescimento”<br />
web3, mas, sinceramente, não<br />
acho que veremos gran<strong>de</strong>s interações<br />
com o DOOH nos próximos<br />
anos. Acredito que primeiro<br />
vai haver uma fusão do<br />
outdoor com o web2, algo que<br />
ainda nem é 100% consolidado<br />
no mercado. Obviamente, pelo<br />
nosso DNA, já tivemos discussões<br />
sobre web3, mas não acho<br />
que será algo implementado<br />
nos próximos 12 ou 18 meses. O<br />
5G é <strong>de</strong>finitivamente uma mudança<br />
<strong>de</strong> patamar.<br />
GEOLOCALIZAÇÃO<br />
Saber on<strong>de</strong> o seu painel está<br />
fixo e conhecer o mundo em<br />
volta <strong>de</strong>le é superimportante.<br />
Quantas agências bancárias<br />
estão na nossa área <strong>de</strong> influência?<br />
De quais bancos são essas<br />
agências? Qual percentual das<br />
agências <strong>de</strong> cada banco está em<br />
nossa zona <strong>de</strong> impacto?<br />
PRODUTO<br />
O setor está passando por<br />
um momento <strong>de</strong> educação<br />
<strong>de</strong> seus compradores. Por ser<br />
uma ‘novida<strong>de</strong>’, precisamos<br />
ter também o cuidado <strong>de</strong> não<br />
tornar muito complexo o nosso<br />
produto. Além disso, temos<br />
também <strong>de</strong> estarmos atentos à<br />
jovem LGPD no Brasil. Por isso,<br />
optamos por montar um pool<br />
<strong>de</strong> tecnologias que chamamos<br />
<strong>de</strong> full metrics, que, primeiro,<br />
esteja 100% em compliance<br />
com a LGPD e, segundo, seja<br />
<strong>de</strong>cisivo no planejamento e<br />
execução <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong><br />
nossos clientes. Nossos próximos<br />
passos <strong>de</strong> tecnologia já<br />
estão <strong>de</strong>senhados.<br />
MENSURAÇÃO/ROI<br />
Esse é o sonho <strong>de</strong> todo veículo<br />
<strong>de</strong> mídia. Hoje, é possível gerar<br />
CPA e ROI no DOOH, usando<br />
QR Co<strong>de</strong>, por exemplo. Mas nós<br />
vemos um passo adicional, no<br />
qual o mobile e as aplicações<br />
serão importantes aliados.<br />
INVENTÁRIO<br />
Nosso inventário <strong>de</strong> 7<strong>16</strong> painéis<br />
digitais conta com um<br />
fluxo mensal <strong>de</strong> 84 milhões <strong>de</strong><br />
visitas e, pelo tempo <strong>de</strong> permanência<br />
média, resulta em 5 bilhões<br />
<strong>de</strong> impactos por mês.<br />
24 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
AgênciAS<br />
Scopen <strong>de</strong>staca Ampfy em <strong>16</strong> áreas<br />
da sua pesquisa anual <strong>de</strong> reputação<br />
Segundo a consultoria espanhola, a avaliação contou com <strong>de</strong>poimentos<br />
<strong>de</strong> 372 executivos <strong>de</strong> marketing e <strong>de</strong> 413 publicitários <strong>de</strong> 85 empresas<br />
Paulo Macedo<br />
Digital first, a Ampfy embutiu<br />
no seu DNA os princípios<br />
do fundador, o empresário<br />
Pedro Cabral, que criou a Agência<br />
Click na gênese da internet,<br />
que se tornou referência para a<br />
publicida<strong>de</strong> brasileira no ambiente<br />
digital.<br />
Porém, a opção pelos canais<br />
não analógicos foi além da oferta<br />
<strong>de</strong> um produto difereciado<br />
num universo marcado pelo<br />
formato <strong>de</strong> remuneração por<br />
compra <strong>de</strong> mídia. A agência se<br />
estruturou com as novas expertises,<br />
mas sem abrir mão das<br />
fontes <strong>de</strong> receita tradicionais<br />
(mídia), fees e projetos. E chega<br />
aos seus 11 anos celebrando<br />
30% <strong>de</strong> crescimento em 2022,<br />
materializados por 10 novas<br />
contas e mais 80 profissionais<br />
agregados ao grupo, que já contabiliza<br />
200 pessoas.<br />
O presente pelos 11 anos<br />
não po<strong>de</strong>ria ter sido melhor. A<br />
agência teve avaliação positiva<br />
da pesquisa Agency Scope, realizada<br />
em 2022 pela consultoria<br />
espanhola Scopen, em <strong>16</strong> categorias:<br />
Criativida<strong>de</strong> Eficaz, Planejamento<br />
Estratégico, Relação<br />
Qualida<strong>de</strong>/Preço, Rentabiliza<br />
o Investimento/ROI, Execução<br />
da Produção/Craft, Social Media/Influencers,<br />
Bran<strong>de</strong>d Content,<br />
Equipe <strong>de</strong> Profissionais,<br />
Especialistas Digitais, Soluções<br />
Digitais, Comunicação Digital,<br />
Earned Media, Metodologia<br />
<strong>de</strong> Trabalho, Envolvimento da<br />
Alta Direção e Design Gráfico.<br />
O estudo teve como base 785<br />
entrevistas feitas com profissionais<br />
entre os meses <strong>de</strong> maio<br />
e setembro, dos quais 372 executivos<br />
<strong>de</strong> marketing, atuantes<br />
em 272 empresas anunciantes,<br />
e 413 publicitários <strong>de</strong> 86 agências<br />
em operação no mercado<br />
brasileiro.<br />
“A Ampfy foi a agência mais<br />
bem avaliada em todos esses<br />
itens. Isso comprova que estamos<br />
no caminho certo. Que<br />
é gerar valor e retorno sobre<br />
O sócio e CCO Fred Siqueira, o primeiro à direita, com diretores da agência, que completou 11 anos, fundada por Pedro Cabral<br />
investimentos para os nossos<br />
clientes e para a comunida<strong>de</strong><br />
interna, que tem prazer em<br />
trabalhar conosco, segundo<br />
pesquisa <strong>de</strong> satisfação que fazemos<br />
anualmente. Ter uma<br />
equipe comprometida e feliz<br />
evita o chamado turnover e<br />
contribui para as entregas. Nosso<br />
perfil exige um esforço cinco<br />
vezes maior com as ações que<br />
envolvem Google, criação <strong>de</strong><br />
dashboards específicos, CPC<br />
(custo por click), CAC (custo por<br />
aquisição <strong>de</strong> cliente), ad server<br />
etc. Por tudo isso, ser bem avaliado<br />
no Agency Scope é muito<br />
importante, mesmo porque<br />
não é a primeira vez. Segundo<br />
o presi<strong>de</strong>nte e CEO da Scopen,<br />
o Brasil é um dos países que<br />
mais investem em publicida<strong>de</strong>,<br />
e, se consi<strong>de</strong>rados os mercados<br />
emergentes, é o <strong>de</strong> maior percentual<br />
<strong>de</strong> investimento sobre<br />
o faturamento”, concluem os<br />
sócios Fred Siqueira (CCO) e<br />
Douglas Bocalão (COO).<br />
“O pOntO <strong>de</strong><br />
partida é a<br />
criativida<strong>de</strong>.<br />
ela nOrteia<br />
tOdOs Os nOssOs<br />
<strong>de</strong>partamentOs”<br />
Além da avaliação positiva<br />
da sua cultura e reputação no<br />
Agency Scope, a Ampfy em 2022<br />
ganhou Ipê, Alelo, Bra<strong>de</strong>sco,<br />
Dr. Oetker, Ruffles e, por exemplo,<br />
Veloe. Todos os 20 clientes<br />
do portfólio garantem à operação<br />
R$ 450 milhões para compra<br />
<strong>de</strong> mídia, dos quais 60%<br />
em canais digitais como Facebook,<br />
TikTok, YouTube, Twitter<br />
e Instagram.<br />
“O ponto <strong>de</strong> partida é a criativida<strong>de</strong>.<br />
Ela norteia todos os<br />
nossos <strong>de</strong>partamentos. Isso é<br />
fundamental para termos efetivida<strong>de</strong><br />
diante da complexida<strong>de</strong><br />
digital. Por isso investimos<br />
Divulgação<br />
muito em cultura e plano <strong>de</strong><br />
carreira. Aten<strong>de</strong>mos marcas<br />
robustas, muitas divididas com<br />
agências do mercado, como<br />
Perdigão”, esclarecem Siqueira<br />
e Bocalão.<br />
“O projeto para <strong>2023</strong> é manter<br />
o ritmo <strong>de</strong> crescimento, se<br />
possível <strong>de</strong>ntro dos próprios<br />
clientes que já temos. O time<br />
está preparado para as <strong>de</strong>mandas<br />
e sempre em busca <strong>de</strong><br />
novos conhecimentos para a<br />
transformação das marcas”, finalizam<br />
Siqueira e Bocalão.<br />
Na foto acima, da esquerda<br />
para a direita, estão Sidnei<br />
Egami, CFO; Eduardo Sassá,<br />
diretor-executivo <strong>de</strong> operações;<br />
Sérgio Brotto, CMDO; Luciana<br />
Padovani, CSO; Douglas<br />
Bocalão, COO; Dogura Kozonoe,<br />
ECD; André Chueri, CEO;<br />
Guilherme Brum, CBO; Laura<br />
Tieppo, diretora-executiva <strong>de</strong><br />
negócios; Bárbara Gava, diretora-executiva<br />
<strong>de</strong> negócios; e<br />
Fred Siqueira, CCO.<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 25
mídiA<br />
“A trajetória <strong>de</strong><br />
crescimento do<br />
mercado é clara”<br />
Entre as conclusões da Pesquisa Global <strong>de</strong><br />
Entretenimento e Mídia 2022-2026, divulgada<br />
no fim do ano pela PwC Brasil, vale <strong>de</strong>stacar<br />
que o setor caminha bem, com projeções <strong>de</strong><br />
crescimento acima das previsões do PIB nacional, e<br />
segue sendo impulsionado fortemente pela inovação<br />
tecnológica. Na entrevista a seguir, o sócio da PwC<br />
Brasil, Ricardo Queiroz, fala sobre as principais<br />
tendências na publicida<strong>de</strong>, do aumento sólido do<br />
segmento e avalia o mercado digital. “A publicida<strong>de</strong><br />
digital, mesmo que coadjuvante ainda no Brasil, <strong>de</strong>ve<br />
ter <strong>de</strong>staque nos próximos anos, com possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> crescimento do mercado <strong>de</strong> jogos e <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong><br />
em plataformas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o sob <strong>de</strong>manda e streamings<br />
<strong>de</strong> música”, afirma Queiroz. Para o executivo, os<br />
<strong>de</strong>safios são altamente consi<strong>de</strong>ráveis, “mas as<br />
recompensas para aqueles que conseguirem aten<strong>de</strong>r<br />
os consumidores on<strong>de</strong> eles estiverem também são”.<br />
kelly dores<br />
TendênciAs<br />
Percebemos que as formas<br />
<strong>de</strong> obter receita por meio <strong>de</strong><br />
publicida<strong>de</strong> e consumo <strong>de</strong> produtos<br />
<strong>de</strong> mídia e entretenimento<br />
estão mudando. As empresas<br />
têm buscado diversificar os serviços<br />
que oferecem <strong>de</strong> forma<br />
que o consumidor tenha acesso<br />
a um preço mais baixo condicionado<br />
à exibição <strong>de</strong> conteúdo<br />
publicitário, por exemplo. Outra<br />
tendência está no universo<br />
dos jogos via aplicativo. Já tem<br />
sido prática e <strong>de</strong>ve continuar<br />
se acentuando condicionar um<br />
aprimoramento ou bônus <strong>de</strong>ntro<br />
do jogo mediante consumo<br />
<strong>de</strong> anúncios. Esses são alguns<br />
exemplos, mas vimos também<br />
que há uma tendência <strong>de</strong> crescimento<br />
<strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em<br />
podcasts. No Brasil, a previsão<br />
para este ano é que esse tipo <strong>de</strong><br />
espaço tenha receita <strong>de</strong> US$ 19<br />
milhões. Em 2026, o valor passa<br />
para US$ 26 milhões.<br />
crescimenTo<br />
A nossa pesquisa indica que<br />
o mercado <strong>de</strong> mídia e entretenimento<br />
vai continuar cres-<br />
cendo nos próximos anos. A<br />
trajetória <strong>de</strong> crescimento global<br />
é clara e sólida. Em 2021, a<br />
indústria retomou sua trajetória<br />
<strong>de</strong> crescimento com receitas<br />
aumentando a uma taxa <strong>de</strong><br />
10,4%. Em 2022, a previsão é <strong>de</strong><br />
que a receita global da indústria<br />
seja <strong>de</strong> US$ 2,5 trilhões – um aumento<br />
<strong>de</strong> 7,3% (em comparação<br />
com a previsão <strong>de</strong> 2,9% para o<br />
PIB global). E atinja uma Taxa<br />
<strong>de</strong> Crescimento Anual Composta<br />
(CAGR, na sigla em inglês) <strong>de</strong><br />
4,6% até 2026, chegando a US$<br />
3 trilhões em receitas.<br />
reTomAdA<br />
A retomada teve início em<br />
2020 e po<strong>de</strong>mos ver este crescimento<br />
em diversas áreas.<br />
Destacamos dois exemplos: o<br />
mercado <strong>de</strong> música, com festivais<br />
e shows, e o cinema. A música<br />
teve um aumento pronunciado<br />
nas receitas digitais em<br />
2020 <strong>de</strong>vido ao cancelamento<br />
<strong>de</strong> eventos ao vivo durante a<br />
pan<strong>de</strong>mia e ao aumento <strong>de</strong> assinaturas<br />
digitais dos consumidores<br />
em busca <strong>de</strong> opções <strong>de</strong><br />
entretenimento. Nos dois anos<br />
seguintes ao início da pan<strong>de</strong>mia,<br />
a música ao vivo começou<br />
Ricardo Queiroz, sócio da PwC Brasil: “Vimos também que há uma tendência <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> publi<br />
lentamente sua retomada, e a<br />
<strong>de</strong>manda reprimida está sendo<br />
atendida. A partir <strong>de</strong> 2022, a<br />
receita <strong>de</strong> música digital diminuirá<br />
sua participação gradualmente<br />
até chegar a uma previsão<br />
<strong>de</strong> 3,3% em 2026.<br />
cinemA<br />
Os gastos com cinema também<br />
crescerão no período <strong>de</strong><br />
análise da pesquisa e as perdas<br />
causadas pela pan<strong>de</strong>mia<br />
em 2020 serão recuperadas. O<br />
mercado <strong>de</strong>ve registrar novos<br />
recor<strong>de</strong>s em <strong>2023</strong> no mundo<br />
e somente em 2026 no Brasil.<br />
Mesmo assim, o Brasil crescerá<br />
mais rápido que a média global<br />
no período <strong>de</strong> previsão. As<br />
receitas no país <strong>de</strong>vem atingir<br />
US$ 404 milhões neste ano. E,<br />
em 2026, o mercado <strong>de</strong> cinema<br />
“Os gastOs cOm<br />
cinema também<br />
crescerãO<br />
e as perdas<br />
causadas pela<br />
pan<strong>de</strong>mia serãO<br />
recuperadas”<br />
26 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
cida<strong>de</strong> em podcasts”<br />
PwC Brasil/Divulgação<br />
do país <strong>de</strong>ve voltar a ter faturamento<br />
similar ao período pré-<br />
-pan<strong>de</strong>mia, US$ 681 milhões<br />
(em 2019 este faturamento foi<br />
<strong>de</strong> US$ 676 milhões).<br />
mercAdo brAsileiro<br />
No Brasil, o setor <strong>de</strong>ve fechar<br />
o ano com quase US$ 33 bilhões<br />
em receitas, com um avanço <strong>de</strong><br />
8,6%, muito acima da taxa <strong>de</strong><br />
crescimento <strong>de</strong> 1,7% prevista<br />
para o PIB em 2022 pelo Banco<br />
Central. Até 2026, o segmento<br />
chegará a US$ 39,9 bilhões<br />
em receitas, com uma Taxa <strong>de</strong><br />
Crescimento Anual Composta<br />
(CAGR, na sigla em inglês) <strong>de</strong><br />
5,7%, superior à global. Este<br />
resultado é maior do que o<br />
projetado para o país no estudo<br />
anterior: CAGR <strong>de</strong> 4,7% até<br />
2025. As projeções para o Bra-<br />
sil acompanham o crescimento<br />
do mercado global. No mundo,<br />
a previsão para 2022 é que<br />
a receita global da indústria <strong>de</strong><br />
E&M seja <strong>de</strong> US$ 2,5 trilhões –<br />
um aumento <strong>de</strong> 7,3% (em comparação<br />
com a previsão <strong>de</strong> 2,9%<br />
para o PIB global) e atinja CAGR<br />
<strong>de</strong> 4,6% até 2026, chegando a<br />
US$ 3 trilhões em receitas. Na<br />
edição anterior, a projeção <strong>de</strong><br />
crescimento até 2025 foi <strong>de</strong> 5%.<br />
Jogos eleTrônicos<br />
Um dos <strong>de</strong>staques do nosso<br />
estudo é o crescimento do<br />
mercado <strong>de</strong> jogos eletrônicos,<br />
com holofotes para os jogos casuais<br />
<strong>de</strong> celular. O Brasil é um<br />
país que gosta <strong>de</strong> tecnologia,<br />
inovação e um forte a<strong>de</strong>pto da<br />
cultura dos games e eSports. A<br />
receita total <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ogames e<br />
eSports no Brasil foi <strong>de</strong> US$ 1,4<br />
bilhão em 2021 e está prevista<br />
para exce<strong>de</strong>r US$ 2,8 bilhões<br />
em 2026, aumentando em uma<br />
CAGR <strong>de</strong> 15,2%. O número para<br />
2021 representou um impressionante<br />
crescimento ano a ano<br />
<strong>de</strong> 27,4%, embora se espere que<br />
a taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>sacelere<br />
para 17,3% até 2022 e continue<br />
<strong>de</strong>sacelerando nos anos<br />
seguintes. Em 2021, o Brasil<br />
ultrapassou o México como o<br />
maior mercado <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ogames<br />
da América Latina e será responsável<br />
por 47,4% da receita<br />
total da região até 2026.<br />
esporTs<br />
Outro <strong>de</strong>staque é o mercado<br />
brasileiro <strong>de</strong> eSports, que <strong>de</strong>ve<br />
quase triplicar <strong>de</strong> uma base<br />
<strong>de</strong> US$ 5,4 milhões em 2021<br />
para mais <strong>de</strong> US$ 15 milhões<br />
em 2026, equivalente a um aumento<br />
<strong>de</strong> 22,7% <strong>de</strong> CAGR. Isso<br />
é impulsionado principalmente<br />
por aumentos significativos nos<br />
direitos <strong>de</strong> mídia, <strong>de</strong> US$ 1,7 milhão<br />
para US$ 3,9 milhões; e patrocínio,<br />
<strong>de</strong> US$ 1,6 milhão para<br />
US$ 3,8 milhões, durante o período<br />
<strong>de</strong> previsão. Os segmentos<br />
<strong>de</strong> crescimento mais rápido são<br />
a venda <strong>de</strong> ingressos e a contribuição<br />
do consumidor, com<br />
aumentos <strong>de</strong> 48,2% <strong>de</strong> CAGR e<br />
47,3% CAGR, respectivamente,<br />
embora isso se <strong>de</strong>va ao impacto<br />
que a Covid-19 teve nesses<br />
segmentos, causando enormes<br />
perdas em 2020 e 2021.<br />
“O brasil vive um<br />
abismO digital.<br />
nem tOdOs Os<br />
brasileirOs têm<br />
acessO a prOdutOs<br />
da indústria <strong>de</strong><br />
entretenimentO<br />
e mídia”<br />
publicidA<strong>de</strong><br />
O ritmo <strong>de</strong> expansão está<br />
<strong>de</strong>ntro do esperado e acompanha<br />
a recuperação mapeada<br />
para o mercado global até<br />
2026. No mundo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> cair<br />
quase 7% em 2020, a publicida<strong>de</strong><br />
aumentou 22,6% em 2021 e<br />
<strong>de</strong>ve crescer a uma taxa anual<br />
<strong>de</strong> 6,6% até 2026, quando <strong>de</strong>ve<br />
atingir US$ 1 trilhão em receita.<br />
Já no Brasil, com predominância<br />
da publicida<strong>de</strong> não digital,<br />
a queda na pan<strong>de</strong>mia foi <strong>de</strong><br />
10,5%, em 2020. No ano seguinte,<br />
a recuperação foi <strong>de</strong> 13,8%.<br />
A previsão é que por aqui a publicida<strong>de</strong><br />
cresça a uma taxa <strong>de</strong><br />
5% ao ano até 2026. Em virtu<strong>de</strong><br />
da pan<strong>de</strong>mia, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
consumo e lazer ficaram mais<br />
digitais, o que abriu oportunida<strong>de</strong><br />
para varejistas e profissionais<br />
<strong>de</strong> marketing digital. Produzir<br />
e comprar conteúdos em<br />
plataformas ficou mais fácil.<br />
consumidor<br />
O Brasil vive um abismo digital.<br />
Segundo dados que apuramos<br />
junto ao Instituto Locomotiva,<br />
67% da população acessa<br />
a internet exclusivamente pelo<br />
celular, enquanto 63% dos lares<br />
têm banda larga. Essa realida<strong>de</strong><br />
evi<strong>de</strong>ncia que nem todos os<br />
brasileiros têm acesso a produtos<br />
da indústria <strong>de</strong> entretenimento<br />
e mídia. Ainda que esta<br />
seja a realida<strong>de</strong>, outra <strong>de</strong> nossas<br />
pesquisas, divulgada em junho<br />
<strong>de</strong>ste ano, traz previsões que<br />
apontam que 70% dos brasileiros<br />
aumentaram suas compras<br />
online durante a pan<strong>de</strong>mia. O<br />
mesmo estudo indica que 55%<br />
dos brasileiros aumentarão ainda<br />
mais as compras online nos<br />
próximos seis meses. Sendo<br />
assim, po<strong>de</strong>mos concluir que<br />
a população economicamente<br />
ativa tem um perfil digital, pois<br />
há interesse em consumir produtos<br />
nesse ambiente.<br />
consumo digiTAl<br />
O consumo <strong>de</strong> conteúdo digital<br />
seguirá sendo uma realida<strong>de</strong>.<br />
A publicida<strong>de</strong> em jogos,<br />
em TVs conectadas, também é<br />
um fato que <strong>de</strong>ve ganhar mais<br />
proporção ao longo dos próximos<br />
anos. Dessa maneira, as<br />
empresas <strong>de</strong>vem continuar a<br />
avaliar investimentos em novos<br />
canais <strong>de</strong> mídia. O presente<br />
e o futuro são digitais, interativos<br />
e imersivos. As estratégias<br />
<strong>de</strong> negócios <strong>de</strong>vem continuar<br />
a ser reformuladas para que<br />
as empresas possam aten<strong>de</strong>r<br />
os consumidores <strong>de</strong> 2026 nos<br />
lugares em que eles moram,<br />
passeiam e fazem compras.<br />
Consi<strong>de</strong>rando o aumento esperado<br />
no tempo gasto em experiências<br />
3D, provavelmente veremos<br />
um investimento maior<br />
em e-commerce em ambientes<br />
<strong>de</strong> jogos e no metaverso, com<br />
empresas como Nike e Gucci<br />
oferecendo para venda não<br />
apenas itens virtuais <strong>de</strong> marca,<br />
mas também a oportunida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> encomendar bens físicos.<br />
conclusões<br />
Po<strong>de</strong>mos afirmar que a indústria<br />
brasileira <strong>de</strong> entretenimento<br />
e mídia caminha bem,<br />
com projeções <strong>de</strong> crescimento<br />
acima das previsões do PIB<br />
nacional, e se recupera das<br />
quedas sofridas durante a pan<strong>de</strong>mia.<br />
O setor segue sendo<br />
impulsionado fortemente pela<br />
inovação tecnológica. A publicida<strong>de</strong><br />
digital, mesmo que<br />
coadjuvante ainda no Brasil,<br />
<strong>de</strong>ve ter <strong>de</strong>staque nos próximos<br />
anos com possibilida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> crescimento do mercado<br />
<strong>de</strong> jogos e <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em<br />
plataformas <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o sob <strong>de</strong>manda<br />
e streamings <strong>de</strong> música.<br />
Não há solução fácil para<br />
manter um mo<strong>de</strong>lo durável<br />
<strong>de</strong> crescimento lucrativo nos<br />
próximos anos. As barreiras<br />
<strong>de</strong> entrada do setor são muito<br />
baixas, e o ritmo <strong>de</strong> inovação<br />
e mudança é muito alto. Isso<br />
impe<strong>de</strong> qualquer participante<br />
<strong>de</strong> sustentar uma diferenciação<br />
competitiva com o mesmo<br />
modo <strong>de</strong> operar dos últimos<br />
cinco anos. Os participantes<br />
que quiserem ter sucesso em<br />
2026 precisarão <strong>de</strong> uma estratégia<br />
que vá além do essencial.<br />
Ela <strong>de</strong>ve incluir ótimo conteúdo,<br />
vários fluxos <strong>de</strong> receita e<br />
laços com iniciativas comerciais<br />
mais amplas e experiências<br />
imersivas atraentes. Os<br />
<strong>de</strong>safios são altamente consi<strong>de</strong>ráveis,<br />
mas as recompensas<br />
para aqueles que conseguirem<br />
aten<strong>de</strong>r os consumidores on<strong>de</strong><br />
eles estiverem também são.<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 27
mídia<br />
Yahoo disponibiliza inventário<br />
neutro <strong>de</strong> carbono para anunciantes<br />
Elizabeth Herbst-Brady: acesso à mídia ver<strong>de</strong><br />
Divulgação<br />
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Por meio <strong>de</strong> integração com a Scope3, a<br />
plataforma oferecerá produtos <strong>de</strong> Green Media<br />
“É importante que<br />
a indústria se<br />
movimente e consi<strong>de</strong>re<br />
a sustentabilida<strong>de</strong> nas<br />
<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra”<br />
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Yahoo anunciou uma integração com a<br />
O Scope3 para oferecer um inventário <strong>de</strong><br />
Mídia <strong>de</strong> Mercado Privado (PMP) neutro <strong>de</strong><br />
carbono para os anunciantes, por meio do<br />
Yahoo SSP.<br />
Com o documento, os clientes po<strong>de</strong>m<br />
encontrar e comprar produtos <strong>de</strong> Green<br />
Media <strong>de</strong>senvolvidos pela Scope3, a fim<br />
<strong>de</strong> garantir que os anúncios digitais e as<br />
campanhas estejam alinhados com as metas<br />
<strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong> mais amplas da organização.<br />
“É importante que a indústria se movimente<br />
e consi<strong>de</strong>re a sustentabilida<strong>de</strong> nas<br />
<strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> compra. Como toda a indústria<br />
está em uma jornada para se tornar<br />
mais sustentável, estamos entusiasmados<br />
em trazer acesso à mídia ver<strong>de</strong>, alimentada<br />
pelos dados da Scope3 e por meio da<br />
nossa SSP (Supply Si<strong>de</strong> Platform). Isso adiciona<br />
outra camada <strong>de</strong> escolha e flexibilida<strong>de</strong><br />
para nossos clientes”, afirmou Elizabeth<br />
Herbst-Brady, chief revenue officer<br />
do Yahoo.<br />
A Yahoo SSP faz parte do ecossistema<br />
<strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> tecnologia <strong>de</strong> anúncios<br />
da marca e permite que os publishers maximizem<br />
a monetização <strong>de</strong> seu inventário<br />
em qualquer tela. Os novos PMPs com<br />
dados Scope3, também conhecidos como<br />
Green Media Products, estão disponíveis<br />
globalmente por meio <strong>de</strong> qualquer plataforma<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda conectada ao Yahoo<br />
SSP, incluindo a própria DSP da empresa.<br />
“Combinado com o entusiasmo da companhia<br />
em impulsionar a adoção crescente<br />
<strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> sustentáveis,<br />
essa integração torna-se um marco incrível<br />
para mudar a indústria. Ao oferecer<br />
acesso aos produtos Green Media da Scope3<br />
diretamente na plataforma, o Yahoo<br />
está oferecendo às marcas uma maneira<br />
simples e padronizada <strong>de</strong> mudar seu comportamento<br />
<strong>de</strong> compra em favor <strong>de</strong> uma<br />
mídia mais sustentável, ajudando a garantir<br />
que os editores responsáveis continuem<br />
a prosperar”, completou Brenda<br />
Tuohig, head of global and strategic partnerships<br />
da Scope3.<br />
Segundo a empresa, a Scope3 foi criada<br />
para resolver problemas <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>,<br />
realizando medições <strong>de</strong> carbono da<br />
ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> e<br />
mídia digital, consi<strong>de</strong>rada uma indústria<br />
que possui uma enorme pegada <strong>de</strong> carbono<br />
e emite uma alta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gases<br />
<strong>de</strong> efeito estufa, <strong>de</strong>vido à complexida<strong>de</strong><br />
das re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> suprimentos <strong>de</strong> anúncios.<br />
28 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
quEm fEz<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
chEERs<br />
Campanha promove drinques que saem do<br />
óbvio, assim como a publicação, na <strong>de</strong>finição<br />
feita pela agência, que convidou o premiado<br />
barten<strong>de</strong>r Gabriel Santana, dono do Bar Santana,<br />
em São Paulo, para criar três drinques<br />
para a ação que celebra dois anos <strong>de</strong> circulação<br />
do título. Projeto homenageia Amazônia,<br />
New Orleans (EUA) e ilha Socotra (Iêmen).<br />
TEcH anD SOUL<br />
unquiet<br />
Fotos: Divulgação<br />
Título: Stay Alive. Be Unquiet; CCO: Flavio Waiteman;<br />
diretores <strong>de</strong> criação: Daniel Magri e Renan<br />
Bulgari; diretores <strong>de</strong> arte: Marcelo Guimarães e<br />
Leticia Kohanoski; Redação: Alex Villena e Jessica<br />
Fernan<strong>de</strong>s; aprovação: Corinna Sagesser e Carolina<br />
Sagesser.<br />
INTEGRAÇÃO<br />
A união da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> hospitais OTO com a<br />
Kora Saú<strong>de</strong> ganhou os veículos <strong>de</strong> mídia<br />
do Ceará no fim <strong>de</strong> 2022. A Mulato Comunicação<br />
coor<strong>de</strong>nou o projeto cujo objetivo<br />
é <strong>de</strong>ixar claro as raízes das marcas com o<br />
estado, como enfatiza o CEO Victor Moreira.<br />
Mas a re<strong>de</strong> Kora tem hospitais também<br />
no DF, Espírito Santo e Tocantins.<br />
mULaTO<br />
oto Kora saúDe<br />
Título: Viva. A gente cuida <strong>de</strong> você; criação: Júnior<br />
Serpa e Simone Pessoa; assistente <strong>de</strong> arte:<br />
Robson Lima; arte-final e retouch: Klinger <strong>de</strong><br />
Souza; produtora: Primeiro Plano Filmes; fotografia:<br />
Cido Páscoa; aprovação: Manu Sales e<br />
Vitor Moreira.<br />
VERÃO<br />
Breja no grau é a pedida da estação mais<br />
quente do ano. Itaipava sabe disso e está nos<br />
canais com ação que apresenta uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
visual que reforça o espaço <strong>de</strong> bares e a<br />
cultura popular brasileira, como explica comunicado<br />
do anunciante. Nessa vibe, “Ita-leve”,<br />
“Ita-marcante” e “Ita-perfeita” integram<br />
o dicionário da cerveja.<br />
wmccann<br />
grupo petropólis<br />
Título: Língua do Ita; chairman: Hugo Rodrigues;<br />
CEO: André França; CCO: Mariana Sá; criação:<br />
Alessandra Pereira, Antero Neto, Fabio Porto, Stefano<br />
Chiabrando e Paulo Rodrigues; produtora:<br />
Prodigo; diretores: André Godoi e Maggie Landim;<br />
aprovação: Giulia Faria e Danielle Bibas.<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 29
cAnneS lionS <strong>2023</strong><br />
Festival divulga presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri<br />
e Samantha Almeida está em Social<br />
Divulgação<br />
Diretora <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e inovação <strong>de</strong> conteúdo da Globo, Samantha Almeida vai comandar o juri <strong>de</strong> Social & Influencer<br />
Diretora da Globo é<br />
a única brasileira a<br />
presidir júris este ano<br />
no Cannes Lions<br />
Festival Internacional <strong>de</strong> Criativida<strong>de</strong><br />
O Cannes Lions anunciou os nomes dos<br />
presi<strong>de</strong>ntes do júri que vão li<strong>de</strong>rar os julgamentos<br />
para a premiação <strong>de</strong> <strong>2023</strong>.<br />
Entre as 29 categorias, a diretora <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong><br />
e inovação <strong>de</strong> conteúdo da Globo,<br />
Samantha Almeida, é a única brasileira<br />
da lista e será responsável pela categoria<br />
Social & Influencer.<br />
A lista também revelou o primeiro presi<strong>de</strong>nte<br />
<strong>de</strong> júri da região <strong>de</strong> Mena, sigla que<br />
refere-se a regiões do Oriente Médio e Norte<br />
da África, Ali Rez. O diretor <strong>de</strong> criação da<br />
Impact BBDO será responsável pela categora<br />
Print & Publishing.<br />
A 70ª edição do festival será realizada<br />
entre 19 e 23 <strong>de</strong> junho, na Riviera Francesa,<br />
em Cannes. As inscrições para participar do<br />
Cannes Lions abriram no último dia 12 e as<br />
inscrições para prêmios abrem no dia 19 <strong>de</strong><br />
<strong>janeiro</strong>.<br />
“Esses indivíduos representam a rica varieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> talentos excepcionais <strong>de</strong> todo o<br />
espectro da indústria criativa. Os presi<strong>de</strong>ntes<br />
do júri do Cannes Lions <strong>de</strong>sempenham<br />
um papel essencial na <strong>de</strong>fesa da integrida<strong>de</strong><br />
dos Leões, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a referência<br />
criativa para a indústria global. Agra<strong>de</strong>cemos<br />
a eles por suas perspectivas únicas,<br />
conhecimento e experiência pela li<strong>de</strong>rança<br />
que trarão para a tarefa muito importante<br />
que têm pela frente”, afirmou Simon Cook,<br />
CEO da Lions.<br />
Entre os principais presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> júri<br />
<strong>de</strong>ste ano estão David Droga, CEO e presi<strong>de</strong>nte<br />
criativo da Accenture Song Global,<br />
que vai comandar os trabalhos <strong>de</strong> Titanium<br />
Lions; e no comando do Film Lions está<br />
Bruno Bertelli, CEO global da Le Pub, CCO<br />
global da Publicis Worldwi<strong>de</strong> e CCO do Publicis<br />
Groupe Itália.<br />
Já a nova categoria Creative B2B Lions<br />
será presidida por Tom Stein, chairman e<br />
chief growth officer da Stein IAS global, enquanto<br />
a segunda nova categoria do ano,<br />
Entertainment Lions for Gaming, terá como<br />
presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri Francine Li, head global<br />
<strong>de</strong> marketing da Riot Games.<br />
Em 2022, o Brasil teve três presi<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> júri: Luciana Haguiara (Media.Monks);<br />
Patricia Corsi (Bayer Consumer Health); e<br />
Marcel Marcon<strong>de</strong>s (AB Inbev), em Digital<br />
Craft, Health & Wellness e Entertainment<br />
for Sports, respectivamente.<br />
30 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
ESG NO MKT<br />
Jonathan Meyer/Unsplash<br />
O marketing quer paz<br />
Os acontecimentos do dia 8 são um contrapé<br />
a tudo o que se esperava neste início <strong>de</strong> ano<br />
Alexis Thuller PAgliArini<br />
As principais associações do setor <strong>de</strong><br />
marketing e comunicação a<strong>de</strong>riram<br />
rapidamente às manifestações <strong>de</strong> repúdio<br />
aos atos <strong>de</strong> vandalismo e <strong>de</strong> ataque à <strong>de</strong>mocracia<br />
e Brasília, no fatídico dia 8 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>,<br />
que ficará para a história como um<br />
momento triste da nossa existência.<br />
A reação das instituições se justifica em<br />
qualquer setor da economia – ninguém<br />
quer instabilida<strong>de</strong> e um ambiente <strong>de</strong> riscos<br />
para atrapalhar o bom andamento <strong>de</strong><br />
negócios. Ao contrário, o que todos querem<br />
é a tal pacificação prometida pelos<br />
novos governantes e o fim da polarização<br />
odiosa que dividiu o país.<br />
Os acontecimentos do último dia 8,<br />
portanto, são um contrapé a tudo o que se<br />
esperava neste início <strong>de</strong> ano. No meu artigo<br />
da semana anterior, aqui nesta coluna,<br />
eu já celebrava a chance <strong>de</strong> esperançar<br />
por dias melhores, mais pacíficos.<br />
Para o setor <strong>de</strong> marketing, porém, o clima<br />
<strong>de</strong> insegurança e instabilida<strong>de</strong> é ainda<br />
mais cruel. Sob ameaça, os anunciantes se<br />
retraem e engavetam planos, à espera <strong>de</strong><br />
momento mais propício. Lançamentos <strong>de</strong><br />
produtos e serviços são adiados e investimentos<br />
são represados, gerando retração<br />
em toda a ca<strong>de</strong>ia, das agências aos veículos<br />
<strong>de</strong> comunicação.<br />
O marketing precisa <strong>de</strong> paz para atuar<br />
na sua plenitu<strong>de</strong>. Mais do que isso, o<br />
marketing e a boa comunicação po<strong>de</strong>m<br />
contribuir fortemente para criar um clima<br />
positivo na socieda<strong>de</strong>.<br />
Com o aumento do engajamento das<br />
empresas às questões sociais, as ações <strong>de</strong><br />
marketing têm adotado um tom ativista<br />
pela adoção <strong>de</strong> práticas que beneficiam as<br />
pessoas e o planeta, sem <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado o<br />
impulso às vendas e o lucro.<br />
Cada vez mais, as empresas estão adotando<br />
um capitalismo consciente, em benefício<br />
não só <strong>de</strong> si próprias, mas <strong>de</strong> todos<br />
os stakehol<strong>de</strong>rs.<br />
Estão se alinhando aos princípios ESG,<br />
olhando para as questões ambientais, sociais<br />
e <strong>de</strong> governança ética e respeitosa.<br />
Pesquisas realizadas pelo E<strong>de</strong>lman Group<br />
mostram que as empresas são a única ins-<br />
tituição com índices <strong>de</strong> confiança acima<br />
do mínimo aceitável (60%). Nem ONGs<br />
ou – muito menos – os governos conseguiram,<br />
em 2021, um nível <strong>de</strong> respostas<br />
positivas que os coloquem em patamares<br />
mínimos <strong>de</strong> confiança.<br />
Isso é bom para as empresas, mas tem<br />
um efeito colateral importante: quanto<br />
maior o índice <strong>de</strong> confiança, mais se espera<br />
daqueles que confiamos.<br />
Lembra <strong>de</strong> Saint-Exupéry? “Tudo te<br />
tornas eternamente responsável por aquilo<br />
que cativas”, diz autor no seu best-seller<br />
O Pequeno Príncipe.<br />
É assim com o governo. O nível <strong>de</strong> confiança<br />
causa um efeito positivo em todo o<br />
mercado, que se entusiasma em investir<br />
mais, mas exige dos governos manifestações<br />
inequívocas <strong>de</strong> que cumprirão as<br />
promessas e os planos <strong>de</strong>senhados.<br />
O novo governo se iniciou com manifestações<br />
emocionadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o governante<br />
maior até seus ministros, com promessas<br />
<strong>de</strong> mais paz, justiça e, principalmente,<br />
mais respeito pelas pessoas e pelo<br />
meio ambiente.<br />
Quando dissemos, em artigo anterior,<br />
que era a hora <strong>de</strong> esperançar, era com base<br />
nesse novo clima <strong>de</strong> paz que nos fiávamos.<br />
Os fatos recentes, porém, foram um<br />
bal<strong>de</strong> <strong>de</strong> água fria nesse entusiasmo.<br />
Mas a rápida reação dos governantes,<br />
apoiados pelas instituições, traz <strong>de</strong> volta<br />
a esperança. O ataque à <strong>de</strong>mocracia conseguiu<br />
atrair a a<strong>de</strong>são até daqueles <strong>de</strong><br />
posições mais divergentes, trazendo um<br />
clima <strong>de</strong> união e cooperação pelo estabelecimento<br />
da paz tão almejada.<br />
Não teremos céu <strong>de</strong> briga<strong>de</strong>iro tão cedo<br />
como gostaríamos porque as forças contrárias<br />
ainda existem e mostraram um lado<br />
violento surpreen<strong>de</strong>nte.<br />
Mas o importante é estarmos todos<br />
atentos e confiantes. Que esse episódio<br />
recente fique na história como algo isolado<br />
e <strong>de</strong>stoante do <strong>de</strong>sejo da maioria.<br />
Que a paz volte e, com ela, melhores<br />
dias para o mercado, ainda combalido pelos<br />
efeitos da pan<strong>de</strong>mia e da polarização<br />
política dos últimos tempos.<br />
Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4<br />
alexis@criativista.com.br<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 31
we<br />
mkt<br />
James Day/Unsplash<br />
A importância do clima<br />
“Um dia <strong>de</strong> chuva é tão belo quanto um dia<br />
<strong>de</strong> sol. Ambos existem; cada um como é”<br />
Fernando Pessoa<br />
Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />
Todos já se <strong>de</strong>scobriram mais esfuziantes<br />
e felizes em dias <strong>de</strong> sol e temperaturas<br />
amenas; mais tristes e retraídos em dias<br />
<strong>de</strong> frio e chuvas; e se pensaram e refletiram<br />
sobre se esse comportamento tem muito<br />
ou pouco a ver com a importância do clima<br />
em suas vidas, a resposta encontrada,<br />
<strong>de</strong>pois da reflexão e sempre, um mais que<br />
sonoro, sim!!!<br />
Assim, o clima corporativo, ou, o ambiente<br />
<strong>de</strong>ntro das empresas, é <strong>de</strong> essencial<br />
importância para um comportamento<br />
mais integrado, positivo, colaborativo e<br />
feliz do capital humano <strong>de</strong>ssas empresas,<br />
que se traduz numa maior integração e<br />
compartilhamento <strong>de</strong> todos, presente no<br />
sorriso natural em todos os cantos, setores,<br />
divisões e unida<strong>de</strong>s das empresas. Em<br />
síntese, pessoas felizes produzem mais e<br />
melhor.<br />
Muitos estudos sobre a importância do<br />
clima já tinham concluído na mesma direção<br />
e sentido. Mas um estudo mais profundo<br />
e <strong>de</strong> maior duração acaba <strong>de</strong> ser concluído<br />
e traz relações da maior importância.<br />
De responsabilida<strong>de</strong> da Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Yale, que no correr <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 15 anos<br />
acompanhou regularmente exames <strong>de</strong> ressonância<br />
magnética <strong>de</strong> 3.279 pessoas.<br />
Como anda o clima em sua empresa? E<br />
concluiu que o cerebelo, que se encontra na<br />
parte posterior do cérebro e é o responsável<br />
pelos movimentos e controle das emoções,<br />
apresenta mudanças <strong>de</strong> tamanho no correr<br />
<strong>de</strong> um ano causadas pelas mudanças na<br />
temperatura. O cerebelo chega a crescer 8%<br />
no pico do verão, e a encolher os mesmos<br />
8% no pico do inverno.<br />
Dentre outras conclusões, talvez a mais<br />
importante realizada pelos autores do estudo<br />
é que esse encolhimento ou expansão<br />
é muito provavelmente a causa da mudança<br />
do humor das pessoas em função do clima.<br />
Como, e por exemplo, doenças como o<br />
TAS – Transtorno Afetivo Sazonal –, muito<br />
comum em países mais gelados ou no inverno<br />
<strong>de</strong> outros países.<br />
Em verda<strong>de</strong>, esse tipo <strong>de</strong> documentação<br />
já vinha sendo colhido e organizado por<br />
outros pesquisadores.<br />
Quando o clima na vida, e nas empresas,<br />
exce<strong>de</strong>, para cima ou para baixo ao normal,<br />
comportamentos semelhantes aos que se<br />
constata no TAS, constata-se, também,<br />
no capital humano das empresas: tristeza,<br />
irritabilida<strong>de</strong>, ansieda<strong>de</strong>, dificulda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> concentração, cansaço excessivo, sono,<br />
aumento <strong>de</strong> apetite, sentimento <strong>de</strong> culpa e<br />
diminuição da libido, e da busca por ativida<strong>de</strong>s<br />
recreativas...<br />
Assim, todos mais que concentrados<br />
neste início do ano, e diante dos últimos e<br />
penúltimos acontecimentos, em resgatar e<br />
preservar o melhor clima <strong>de</strong>ntro das empresas,<br />
para que todos possam oferecer o<br />
melhor <strong>de</strong> seus conhecimentos e contribuições.<br />
Melhor para todos, sempre. Em todos<br />
os sentidos e direções.<br />
Como anda o clima no país? O ano começou<br />
e, por mais que a nova realida<strong>de</strong> incomo<strong>de</strong>,<br />
envergonhe e constranja, todos cantando<br />
junto com Raul Seixas, que per<strong>de</strong>u o<br />
medo da chuva. Que se faz presente, novamente,<br />
e <strong>de</strong> forma intensa e generosa neste<br />
<strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong>. “Pois a chuva voltando pra<br />
terra – dizia Raul – traz coisas no ar...”.<br />
E é o que, mais que ver, faremos e construiremos<br />
nos próximos anos.<br />
Clima na vida, nas organizações e nos<br />
países, repito, não é tudo. Mas, no mínimo,<br />
muito. E é nesse clima ruim, tóxico, <strong>de</strong>letério<br />
e insalubre que iniciaremos a construção<br />
<strong>de</strong> um novo e mo<strong>de</strong>rno Brasil.<br />
Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />
é consultor <strong>de</strong> marketing<br />
famadia@madiamm.com.br<br />
32 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
supercenas<br />
Paulo Macedo paulo@propmark.com.br<br />
Fotos: Divulgação<br />
O craque Pelé com Cris Duclos, à época no marketing da Vivo; Catherine Duvignau, da Toptrends; e o executivo Christian Gebara, hoje CEO da operadora <strong>de</strong> telecomunicações<br />
VIVO CALL PARADE<br />
Ícone do futebol com um repertório inigualável <strong>de</strong> jogadas que<br />
se tornaram benchmark no esporte criado pelos ingleses, Pelé<br />
recebeu muitas homenagens em vida. Uma <strong>de</strong>las foi feita pela<br />
Vivo quando ela formalizou o patrocínio à seleção brasileira<br />
em 2014. A marca aproveitou para homenagear o Rei pela sua<br />
história <strong>de</strong> tricampeoão mundial como camisa 10 do escrete<br />
canarinho. A reverência foi durante a Vivo Call Para<strong>de</strong>, evento<br />
coor<strong>de</strong>nado pela Toptrends <strong>de</strong> Catherine Duvignau, i<strong>de</strong>alizadora<br />
da Cow Para<strong>de</strong>. “Foi uma honra ter conhecido e homenageado<br />
o Rei Pelé na edição da Vivo Call Para<strong>de</strong>. Edson Arantes<br />
do Nascimento, além <strong>de</strong> ter sido o maior jogador <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong><br />
todos os tempos e o brasileiro mais famoso do mundo, era um<br />
ser único, gentil com todos. Lembro-me que ele gostava <strong>de</strong> ressaltar<br />
que um dos seus gran<strong>de</strong>s orgulhos foi ter parado uma<br />
guerra na Nigéria”, comenta Catherine, CEO da Toptrends,<br />
empresa especializada em marketing cultural, que concebeu<br />
o projeto Vivo Call Para<strong>de</strong>, em 2012, quando a Telefônica passou<br />
a se chamar Vivo no Brasil, com aprovação <strong>de</strong> Cris Duclos e<br />
Christian Gebara.<br />
A skatista catarinense traz cores e outros elementos para a coleção da marca Vans<br />
DESIGN<br />
O skate virou paixão nacional e as marcas estão em busca do<br />
olhar <strong>de</strong>sses atletas um pouco além dos patrocínios. É o caso<br />
da Vans, que tem coleção assinada pela skatista profissional<br />
brasileira Yndiara Asp composta por calça, camiseta e Skate<br />
Grosso Mid.<br />
O Baile da Ópera <strong>de</strong> Viena será realizado na Ópera Estatal com presença da Swarovski<br />
TIARA<br />
No dia <strong>16</strong> <strong>de</strong> fevereiro, a Swarovski completa 73 anos como fornecedora<br />
das tiaras usadas no Baile da Ópera <strong>de</strong> Viena. Patrocínio<br />
a<strong>de</strong>quado à marca <strong>de</strong> cristais austríaca fundada em 1895.<br />
jornal propmark - <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> 33
última página<br />
Aaron Bur<strong>de</strong>n/Unsplash<br />
Controle da<br />
comunicação<br />
criminosa<br />
Stalimir Vieira<br />
conceito “controle da mídia” costuma<br />
O doer nos ouvidos <strong>de</strong> quem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a<br />
liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão. Concordo que doa.<br />
Primeiro, porque é equivocado, inclusive<br />
por falta <strong>de</strong> abrangência. Se, por um lado,<br />
recomendar bom senso nas mensagens que<br />
chegam às massas populares é necessário,<br />
a fim <strong>de</strong> evitar o estímulo a episódios como<br />
os registrados no Distrito Fe<strong>de</strong>ral, em<br />
8 <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong>, há que, por outro, se abandonar<br />
a simplorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atribuir à mídia sua<br />
maior responsabilida<strong>de</strong>, ainda que se inclua<br />
nessa panela a mídia digital. Ao<br />
assistir alguns ví<strong>de</strong>os, tomados<br />
durante a <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />
1.500 pessoas no ginásio da Polícia<br />
Fe<strong>de</strong>ral, em Brasília, constatei<br />
algo muito mais sério do<br />
que a proliferação <strong>de</strong> fake news<br />
pelas tiazinhas <strong>de</strong>socupadas do<br />
zap. As várias centenas <strong>de</strong> “religiosos”<br />
entoando hinos, num<br />
estado <strong>de</strong> hipnose coletiva, no<br />
melhor estilo “estado islâmico”, <strong>de</strong>nuncia<br />
bastidores <strong>de</strong> uma doutrinação massiva e<br />
invisível ao dia a dia da gran<strong>de</strong> mídia.<br />
Esses fanatizados, formados em milhares<br />
das chamadas igrejas, estabelecidas por<br />
todo o país, não seguem necessariamente<br />
os “conselhos” do Rodrigo Constantino, na<br />
Jovem Pan, talvez nem o conheçam. Tampouco,<br />
frequentem as páginas da Carla<br />
Zambelli ou <strong>de</strong>em atenção às <strong>de</strong>clarações<br />
do Allan dos Santos. Certamente, esses conservadores<br />
extremistas citados contribuem<br />
para colocar fogo em quem já está suficientemente<br />
“abastecido” por seus pastores.<br />
Mas a <strong>de</strong>terminação irracional, inconsequente<br />
e com traços <strong>de</strong> disposição homicida<br />
e suicida, é resultado <strong>de</strong> um processo<br />
continuado e sistemático <strong>de</strong> alteração <strong>de</strong><br />
estados mentais. Através do terror religioso,<br />
milhões <strong>de</strong> vulneráveis são induzidos, há<br />
“A reAl<br />
AmeAçA está<br />
nA perdA<br />
irremediável<br />
<strong>de</strong> juízo dA<br />
populAção”<br />
muito tempo e cotidianamente, a uma batalha<br />
contra o “mal”, a formar o “exército”<br />
que vai expulsar os “<strong>de</strong>mônios comunistas”<br />
do Brasil, salvaguardando “a nação <strong>de</strong><br />
Jesus Cristo”. Nenhum jornalista da Gazeta<br />
do Povo ou da Revista Oeste (expoentes<br />
da mídia <strong>de</strong> extrema direita) chega perto<br />
da competência dos bispos das igrejas neopentecostais<br />
na inflamação <strong>de</strong> hordas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>svairados. Esse jornalismo “alternativo”,<br />
no máximo, repercute o discurso conservador<br />
<strong>de</strong> empresários dispostos a pagar por<br />
isso. Focar, portanto, em censurar programas<br />
<strong>de</strong> TV por assinatura, que lutam todos<br />
os dias para escapar do traço <strong>de</strong><br />
audiência, alguns recorrendo<br />
às verbas <strong>de</strong> merchandising <strong>de</strong><br />
clínicas para <strong>de</strong> calvície para sobreviver,<br />
é absolutamente inútil<br />
e só causa <strong>de</strong>sgaste ao governo.<br />
É preciso parar imediatamente<br />
<strong>de</strong> falar em controle da mídia. A<br />
maior ameaça à <strong>de</strong>mocracia não<br />
está na comunicação <strong>de</strong> oposição,<br />
por mais radical e extremista,<br />
pois ela sempre <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do voto para<br />
fazer-se legítima.<br />
A real ameaça está na perda irremediável<br />
<strong>de</strong> juízo da população. Não como resultado<br />
<strong>de</strong> narrativas com diferentes versões para os<br />
mesmos fatos, difundidas, por um lado e outro,<br />
pela infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios disponíveis. Mas<br />
pela criação <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> paralela, adotada<br />
por quem <strong>de</strong>senvolve uma fé resultante<br />
<strong>de</strong> um estado <strong>de</strong> esquizofrenia. Isso está documentado<br />
nas inúmeras imagens <strong>de</strong> pessoas<br />
ajoelhadas, rezando aos prantos ou comemorando<br />
histericamente informações falsas, ou<br />
em senhores espumando, enquanto clamam<br />
uma intervenção militar, ou em coitados enfiados<br />
em pseudofardas, marchando feito autômatos,<br />
todos revelando grave <strong>de</strong>sequilíbrio<br />
mental. Essas pessoas estão doentes. Devem<br />
ser tratadas. E os responsáveis por seus males,<br />
i<strong>de</strong>ntificados e punidos.<br />
Stalimir Vieira é diretor da Base <strong>de</strong> Marketitng<br />
stalimircom@gmail.com<br />
34 <strong>16</strong> <strong>de</strong> <strong>janeiro</strong> <strong>de</strong> <strong>2023</strong> - jornal propmark
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57 ANOS. DE VIDA.
Marcello Barbusci<br />
Para toda boa criação<br />
há uma referência.<br />
We transforme your dream<br />
Na<br />
em<br />
sua<br />
in realida<strong>de</strong> a reality<br />
impressão<br />
on no paper. papel.<br />
também.<br />
Nós transformamos seu sonho<br />
Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />
em in realida<strong>de</strong> a reality on no paper. papel.<br />
“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />
são nossas are our priorida<strong>de</strong>s priorities para for the a melhor best <strong>de</strong>livery.” entrega.”<br />
Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />
“The “A qualida<strong>de</strong> quality do of paper papel e and o processo the printing <strong>de</strong> impressão process<br />
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Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />
Targeted Revistas Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel<br />
segmentadas magazines Tablói<strong>de</strong>s Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />
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