ATUALIDADE DPAI/ACAP APRESENTA ESTUDO SOBRE O AFTERMARKET ANTECIPAR AS EVOLUÇÕES DO MERCADO! A DPAI/ACAP APRESENTOU UM ESTUDO PIONEIRO SOBRE O PRESENTE E O FUTURO DO AFTERMARKET EM PORTUGAL. FAZ UMA ANÁLISE REALISTA DO SETOR DO PÓS-VENDA INDEPENDENTE NA ATUALIDADE E IDENTIFICA OS DESAFIOS E MEDIDAS TENDENTES A UMA MAIOR COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS, NUM MERCADO EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO 22 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
A DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE OPERAÇÕES E DO NÚMERO DE HORAS DE MÃO-DE-OBRA DO AFTERMARKET, COMO CONSEQUÊNCIA DO AVANÇO DA ELETRIFICAçãO DOS AUTOMÓVEIS, REFLETE-SE NO VOLUME DE NEGÓCIOS PRESTADO O s resultados do estudo, desenvolvido por uma equipa de investigadores do ISEG – Executive Education, e promovido pela DPAI/ACAP, foram apresentados pelo Professor Zorro Mendes, Presidente do Departamento de Economia do ISEG, pela Dra. Rita Alemão, Professora convidada do ISEG e por Francisco Nunes, Professor Auxiliar do ISEG. Os temas em destaque foram a Caracterização do Sector do Aftermarket Automóvel em Portugal e do perfil do consumidor; Evolução futura da procura dirigida ao pós-venda, em função <strong>das</strong> inovações tecnológicas no sector automóvel e <strong>das</strong> alterações nas preferências dos clientes; e as Consequências da evolução futura da procura, nas estratégias futuras do canal independente do Aftermarket Automóvel. Objetivos do Estudo Os objetivos do Estudo foi caracterizar a situação atual do canal independente do aftermarket automóvel em Portugal e a procura a ele dirigida; perspetivar a evolução futura da procura dirigida ao canal independente do aftermarket em função <strong>das</strong> inovações tecnológicas no setor automóvel e <strong>das</strong> alterações nas preferências dos clientes; e ainda avaliar as consequências destas mudanças nas estratégias futuras do canal independente do aftermarket automóvel. A estrutura do Estudo teve por base as principais empresas do canal independente e os aspetos relevantes da sua exploração, designadamente a segmentação entre peças novas e peças usa<strong>das</strong>, assim como os diversos canais de contacto com os clientes. O Estudo teve em conta a caracterização da procura dirigida ao canal independente e a valorização do serviço pelo consumidor, assim como o impacto da eletrificação no aftermarket. Foi também considerada a regulamentação europeia com impacto no pós-venda, nomeadamente o acesso aos dados dos veículos, a cibersegurança, a cláusula de reparação, a codificação <strong>das</strong> peças de reposição e o MVBER. Centros Auto e Reparadores Independentes O inquérito sobre o estado atual do setor dos serviços do aftermarket automóvel foi dirigido às empresas que representam os Centros Auto / Fast Fit (cerca de ¼ da amostra) e os Reparadores Independentes Multimarcas (cerca de ¾ da amostra). Para este conjunto de oficinas, as peças novas OE representam 25%, enquanto as peças novas IAM 70% e as peças usa<strong>das</strong> 6%. Em termos de expetativas, cerca de 50% <strong>das</strong> empresas acham que a quota de mercado do aftermarket independente IAM face à do OE vai aumentar nos próximos anos. E 80% <strong>das</strong> empresas consideram que o uso de peças novas IAM deverá aumentar ou manter-se no futuro perfil de exploração. Em relação às peças usa<strong>das</strong>, é apenas nos reparadores independentes que a expetativa de aumento é maioritária (54% destas empresas esperam um aumento <strong>das</strong> compras/ ven<strong>das</strong> de peças usa<strong>das</strong>). Com credibilização e garantias, esta perceção poderá indiciar uma maior atenção do setor ao uso de peças usa<strong>das</strong> nas suas atividades. Cerca de ¼ da faturação em peças novas IAM é empregue em veículos novos, com idade até 3 anos, que procuram os serviços do canal independente do aftermarket. De um modo mais desagregado, relativamente às peças novas IAM, é notório o otimismo numa evolução mais intensa da sua utilização nos centros-auto/fast fit (75%), o que poderá ser um indicador do reforço estratégico na fileira peças-serviços deste segmento do aftermarket independente. Nos reparadores independentes também se coloca a primazia na evolução <strong>das</strong> peças novas IAM, embora de forma muito mais moderada. Mercado paralelo é uma preocupação Existe uma preocupação de que o peso da economia paralela no negócio da manutenção e reparação seja igual ou superior a 30% da atividade real do setor, opinião revelada por 56% <strong>das</strong> empresas. Os reparadores independentes têm mais vincada esta perceção do que os centros-auto/fast fit. Em relação aos canais de contacto com o cliente, perceciona-se um ambiente generalizado de digitalização do mercado, na natureza logística <strong>das</strong> operações de encomenda de peças: 2/3 dos pedidos de peças no canal independente são já realiza<strong>das</strong> via online. Os grossistas de peças lideram logisticamente no canal online, seguidos dos reparadores independentes. Confiança na oficina Os clientes mantêm o seu apreço pelas características que tradicionalmente valorizam no aftermarket, designadamente o bom compromisso qualidade/preço do serviço e da confiança na oficina, mas tendem a valorizar cada vez mais o tempo gasto na reparação/manutenção, a proximidade geográfica da oficina e a manutenção da mobilidade enquanto estão privados do automóvel. Quanto ao uso de peças usa<strong>das</strong>, a recomendação CONSUMIDORES/CLIENTES DO AFTERMARKET O Estudo incluiu um inquérito a 721 consumidores/clientes do aftermarket, tendo respondido 63% homens e 37% mulheres; 62% com menos de 30 anos, 30% entre os 30 e os 50 anos e 8% com mais de 50 anos; 84% dos inquiridos eram de zonas urbanas e 16% de zonas rurais. 6 em cada 10 Pessoas escolhem as oficinas independentes para reparar/ manter a sua viatura 7 em cada 10 Pessoas possuidoras de uma viatura de marca generalista preferem reparar/manter a sua viatura nas oficinas independentes 5 em cada 10 Pessoas possuidoras de uma viatura de marca premium preferem reparar/manter a sua viatura nas oficinas independentes 7 em cada 10 Pessoas com menos de 30 anos preferem as oficinas independentes 4 em cada 10 Pessoas com mais de 50 anos preferem as oficinas independentes 8 em cada 10 Pessoas têm um custo de reparação/manutenção anual inferior a 400 € Em função da idade da viatura, a percentagem do parque intervencionado pelas oficinas independentes é de: 39% nas viaturas até 3 anos 54% nas viaturas entre 3 e 8 anos 72% nas viaturas com mais de 8 anos A transição entre a assistência feita na marca e a passagem para os reparadores independentes ocorre entre os 3 e 4 anos da viatura ou, em média, até aos 85.000 Km. AS GRANDES LINHAS DE FORÇA PARA O FUTURO DO CANAL INDEPENDENTE DO AFTERMARKET 1 Conjugar os serviços de manutenção/reparação aos veículos de combustão com a entrada gradual dos serviços de manutenção/reparação aos VE 2 Investir na formação dos colaboradores, capacitando-os para a manutenção/reparação dos VE 3 Garantir a mobilidade dos clientes durante o tempo da manutenção/reparação dos seus veículos 4 Aproveitar a eletrificação dos veículos para aumentar a contribuição do setor para a sustentabilidade ambiental 5 Pressionar as autoridades competentes no sentido da criação de legislação que permita a existência de uma concorrência justa e aberta entre todos os palyers do aftermarket www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 23