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Depois que terminei a “Corrida dos Ratos”, fiquei acompanhando por duas horas minha
filha e aqueles adultos instruídos e abastados que rolavam os dados e movimentavam seus
marcadores. Embora estivesse contente de vêlos aprender tanto, fiquei incomodada ao
perceber como os adultos tinham pouco conhecimento dos princípios básicos da contabilidade
e do investimento. Eles não conseguiam ver com clareza a relação entre suas Demonstrações
de Renda e seus Balanços. À medida que compravam e vendiam ativos, eles tinham
dificuldade em lembrar que cada transação poderia ter impacto sobre o fluxo de renda
mensal. Pensei em quantos milhões de pessoas, no mundo real, lutam com problemas
financeiros só porque nunca estudaram esse tema.
Graças a Deus, estes estavam se divertindo e se distraíam na ânsia de ganhar o jogo, disse
para mim mesma. Quando Robert deu por finalizado o teste, ele nos concedeu quinze minutos
para discutir e criticar CASHFLOW entre nós mesmos.
O dono de empresa do meu grupo não estava feliz. Ele não gostou do jogo. “Não preciso
conhecer isso”, disse. “Tenho contadores, gerentes de banco e advogados que me assessoram
nestes assuntos.”
Robert lhe respondeu: “Você já notou que há uma porção de contadores que não ficam
ricos? E gerentes de banco, e advogados, e corretores de valores e corretores imobiliários?
Eles sabem muita coisa, e em geral são inteligentes, mas a maioria não é rica. Como nossas
escolas não ensinam o que os ricos conhecem, seguimos os conselhos dessas pessoas. Mas,
um dia, você está dirigindo na estrada, preso no engarrafamento enquanto tenta chegar ao
escritório e olha para o lado e vê seu contador preso no mesmo engarrafamento. Você olha
para o outro lado e vê seu gerente de banco. Isso deveria dizerlhe alguma coisa.”
O programador de computadores também não ficou muito impressionado com o jogo:
“Posso comprar um software que me ensine tudo isto.”
O gerente de banco, contudo, estava empolgado: “Estudei isto na escola
— quer dizer, a parte da contabilidade — mas nunca soube aplicá-la à vida real. Agora
sei. Preciso sair da Corrida dos Ratos.”
Mas foi o comentário de minha filha o que mais me impressionou: “Me diverti
aprendendo” — disse. “Aprendi um monte de coisas sobre como o dinheiro funciona e como
investi-lo.”
Então acrescentou: “Agora posso escolher uma profissão pelo que quero fazer e não para
ter um emprego seguro ou mordomias ou pelo salário. Se eu aprender o que este jogo ensina,
ficarei livre para fazer e estudar o que meu coração pede... e não porque as empresas estão à
procura de determinadas habilidades profissionais. Se aprender isto, não vou ter de me
preocupar com segurança no emprego e Seguridade Social como a maioria de minha turma.”
Não consegui ficar para conversar com Robert depois que o jogo acabou, mas concordei em
voltar a me encontrar com ele para falar mais do projeto. Sabia que ele queria usar o jogo
para ajudar os outros a ficarem mais espertos do ponto de vista financeiro e estava ansiosa
para ouvir mais a respeito de seus projetos.
Meu marido e eu marcamos um jantar com Robert e sua esposa para dali a alguns dias.
Embora fosse nosso primeiro encontro social, parecia que nos conhecíamos há anos.
Descobrimos que tínhamos muito em comum. Falamos de tudo, de esportes e teatro a
restaurantes e questões socioeconômicas. Falamos do mundo em transformação. Ficamos
conversando bastante tempo sobre como a maioria dos americanos tem pouca ou nenhuma
poupança para a aposentadoria, bem como sobre a quase falência da Seguridade Social e do
Medicare.[5] Meus filhos teriam de financiar a aposentadoria dos 75 milhões de baby
boomers?[6] Ficamos imaginando se as pessoas percebem como é arriscado depender de