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— Então como é que você ensinaria a uma criança sobre tudo isso de que estamos
falando? — perguntei a Robert. — Como podemos facilitar a tarefa dos pais, especialmente
quando eles próprios não sabem do que se trata?
— Escrevi um livro sobre o assunto — foi sua resposta.
— E onde está?
— Em meu computador. Está lá há anos, em pedaços. De vez em quando acrescento algo
mas nunca consegui organizar o material. Comecei a escrevêlo depois que meu outro livro
virou best-seller, mas nunca acabei o livro novo. Só tenho pedaços.
E estava em pedaços mesmo. Depois de ler os capítulos, achei que o livro tinha méritos e
que devia ser publicado, sobretudo nestes tempos em transformação. Concordei em ser
coautora do livro de Robert.
Perguntei-lhe de quanta informação financeira ele achava que uma criança precisaria.
Ele falou que dependeria da criança. Ele sabia que desde garoto queria ser rico e teve a
felicidade de encontrar uma figura paterna que era rica e que quis orientá-lo. “A educação é
o fundamento do sucesso”, disse Robert. Da mesma forma que as habilidades acadêmicas são
importantes, as habilidades financeiras e de comunicação também o são.
O que se segue é a história dos dois pais de Robert, um rico e outro pobre, mostrando as
habilidades que ele desenvolveu ao longo de uma vida. O contraste entre os dois pais oferece
uma perspectiva importante. Apoiei, editei e compilei este livro. Para os contadores que o
lerem, peço que suspendam seus conhecimentos acadêmicos e abram suas mentes às teorias
apresentadas por Robert. Embora muitas delas contestem os próprios princípios contábeis
geralmente aceitos, elas oferecem uma valiosa percepção da forma como os verdadeiros
investidores analisam suas decisões de investimento.
Quando nós, como pais, aconselhamos nossos filhos a “ir para a escola, estudar muito e
obter um bom emprego”, fazemos isso muitas vezes em decorrência de um hábito cultural.
Sempre foi certo fazer isso. Quando encontrei Robert, suas ideias de início me espantaram.
Tendo sido criado por dois pais, ele foi ensinado a procurar dois objetivos diferentes. Seu pai
instruído o aconselhava a trabalhar para uma grande empresa. Seu pai rico o aconselhava a
ser dono de uma grande empresa. Ambas as trajetórias de vida exigiam instrução, mas os
objetos de estudo eram completamente diferentes. Seu pai instruído o incentivava a ser uma
pessoa instruída. Seu pai rico o incentivava a contratar pessoas instruídas.
Ter dois pais causou muitos problemas. O pai verdadeiro de Robert era superintendente de
educação no estado do Havaí. Quando Robert estava com
16 anos, a ameaça de “Se você não tirar boas notas, você não vai conseguir um bom
emprego” tinha pouco efeito. Ele já sabia que sua trajetória era ser dono de empresas, não
trabalhar para elas. De fato, se ele não houvesse tido no curso secundário um orientador
escolar sábio e persistente, poderia não ter continuado os estudos. Ele admite isso. Estava
ansioso para começar a acumular seus ativos, mas finalmente concordou que uma educação
superior também lhe seria útil.
Na verdade, as ideias deste livro são provavelmente muito extremas e radicais para a
maioria dos pais. Alguns estão tendo dificuldades até para manter seus filhos na escola. Mas à
luz de nossos tempos em transformação, como pais, precisamos estar abertos a ideias novas e
ousadas. Incentivar filhos a ser empregados é aconselhar nossos filhos a pagar mais do que a
justa parcela em impostos ao longo da vida, com pouca ou nenhuma esperança de uma
aposentadoria. De fato, a maioria das famílias trabalha de janeiro a meados de maio para o
governo, apenas para cobrir seus impostos. São necessárias novas ideias e este livro as
oferece.