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em lugar de reagir apavorados, tomando o café da manhã afobadamente e disparando porta
afora.
— Lembrem-se do que disse antes: um emprego é apenas uma solução de curto prazo
para um problema de longo prazo. A maioria das pessoas só tem um problema em mente e é
de curto prazo. São as contas do fim do mês, a Boneca de Piche. O dinheiro passa a conduzir
suas vidas. Ou melhor dizendo, o medo e a ignorância em relação ao dinheiro. Da mesma
forma que faziam seus pais, elas acordam toda manhã e vão trabalhar por dinheiro. Não têm
tempo de se perguntar se há outra maneira. Suas emoções estão no controle do seu
pensamento, não a razão.
— O senhor pode distinguir o pensar com as emoções do pensar com a cabeça? —
perguntou Mike.
— Sim, eu ouço isso o tempo todo — respondeu pai rico. — Ouço coisas como “Bem, todo
mundo tem de trabalhar”. Ou “Os ricos são desonestos”. Ou “Vou procurar outro emprego.
Mereço esse aumento. Eles não vão me passar para trás”. Ou “Gosto deste emprego porque
ele é seguro”. Em lugar de perguntas como “O que é que eu estou perdendo aqui?”, o que
interromperia o pensamento emocional e daria tempo de pensar com clareza.
Devo admitir que estava recebendo uma grande lição: saber quando alguém estava
falando a partir de suas emoções ou de um pensamento claro. Era uma lição que me prestou
bons serviços a vida toda. Especialmente quando era eu que estava falando a partir de uma
reação e não de um pensamento claro.
Enquanto caminhávamos de volta à loja, pai rico explicou que os ricos realmente “faziam
dinheiro”. Eles não trabalhavam por ele. Ele continuou explicando que quando Mike e eu
estávamos cunhando pratinhas de 5 centavos com o chumbo, pensando que estávamos
fazendo dinheiro, nós estávamos pensando quase como os ricos. O problema é que nós
estávamos praticando um ato ilegal. Era legal quando o governo e os bancos faziam isso, mas
não quando nós o fazíamos. Ele explicou que havia formas legais de fazer dinheiro e formas
ilegais.
Pai rico continuou explicando que os ricos sabiam que o dinheiro era uma ilusão, como a
cenoura para o burro. É em virtude do medo e da ambição que milhões de pessoas aceitam a
ilusão de que o dinheiro é real. O dinheiro é uma ficção. Somente a ilusão de confiança e a
ignorância das massas permitem que o castelo de cartas fique em pé. “De fato”, disse ele,
“de várias maneiras a cenoura do burro é mais valiosa do que o dinheiro”.
Ele falou do padrão-ouro que vigorava nos Estados Unidos e que na verdade cada nota de
dólar era um certificado de prata. O que o preocupava é que algum dia o país pudesse
abandonar o padrão-ouro e os dólares deixassem de ser certificado de prata.
— O que aconteceria, garotos, seria uma grande confusão. Os pobres, a classe média e os
ignorantes teriam suas vidas arruinadas simplesmente porque continuariam acreditando que o
dinheiro é real e que a empresa para a qual trabalham, ou o governo, cuidaria deles.
Naquele dia não entendemos do que ele estava falando, mas com o correr dos anos isso
passou a fazer cada vez mais sentido.
Vendo o que os outros não veem
Ao entrar em sua caminhonete, no estacionamento da pequena loja de conveniência, ele
disse:
— Continuem trabalhando, garotos, mas quanto mais cedo vocês se esquecerem de que
precisam de um contracheque, mais fácil se tornará sua vida adulta. Continuem usando seu