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Pai Rico, Pai Pobre - Robert T. Kiyosaki (2)

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Essa mulher perdeu uma valiosa oportunidade de aprender. Logo no começo do jogo ela tirou

um cartão em que aparecia uma lancha. No início ficou feliz. “Oh! Ganhei uma lancha.”

Então, quando o amigo tentou lhe explicar como funcionavam as contas de sua demonstração

de renda e de seu balanço, ela ficou frustrada porque nunca gostara de matemática. O resto

dos jogadores de sua mesa ficou esperando enquanto o amigo lhe explicava a relação entre

demonstração de renda, balanço e fluxo de caixa mensal. De repente, ela percebeu como os

números se encaixavam e que a lancha a estava comendo viva. No correr do jogo, também

foi atingida pelo downsizing e teve um filho. Para ela foi um jogo terrível.

Depois da aula, seu amigo se aproximou de mim e disse que ela estava perturbada. Viera

para a aula pensando em aprender a investir e não gostara “do tempo gasto com um jogo

bobo”.

Seu amigo tentou levá-la a pensar se o jogo não teria se “refletido” nela de alguma forma.

Com essa sugestão, a mulher pediu o dinheiro de volta. Disse que a mera ideia de que o jogo

pudesse ter algo a ver com ela era ridícula. Seu dinheiro foi rapidamente devolvido e ela foi

embora.

Desde 1984, ganho milhões simplesmente fazendo o que o sistema de ensino não faz. Na

escola, a maioria dos professores faz exposições. Eu detestava exposições quando estudante;

logo me aborrecia e minha mente começava a divagar.

Em 1984, comecei a ensinar por meio de jogos e simulações. Sempre incentivei os

estudantes adultos a pensar nos jogos como uma reflexão sobre o que eles já sabem e sobre o

que precisam ainda aprender. É um sistema de feedback instantâneo. Em lugar de um

professor fazendo uma exposição para o aluno, o jogo lhe devolve uma exposição

personalizada, feita sob medida para você.

O amigo da mulher que foi embora me ligou mais tarde contando o que estava

acontecendo. Ele disse que a amiga estava ótima e se acalmara. Depois de mais calma, ela

começou a ver alguma relação entre o jogo e sua vida.

Embora ela e o marido não possuíssem uma lancha, tinham tudo o que se pode imaginar.

Ela estava furiosa depois do divórcio, tanto porque ele a deixara por uma mulher mais nova,

quanto pelo fato de em vinte anos de casamento eles terem acumulado poucos ativos. Não

havia quase nada a dividir. Os vinte anos de casamento tinham sido muito divertidos, mas tudo

o que eles tinham acumulado era um monte de badulaques.

Ela percebeu, ao fazer as contas — a demonstração de renda e o balanço

— que sua raiva decorria do fato de não entendê-las. Ela tinha acreditado que as finanças

eram assunto de homem. Ela cuidava da casa e da vida social e ele tratava das finanças.

Estava agora certa de que nos últimos cinco anos de casamento ele ocultara dinheiro dela. Ela

estava furiosa consigo mesma por não ter visto para onde o dinheiro ia, tanto quanto por não

ter descoberto a existência da outra mulher.

Da mesma maneira que o jogo de tabuleiro, o mundo está sempre nos dando um feedback

instantâneo. Poderíamos aprender muito se prestássemos mais atenção. Um dia, não muito

tempo atrás, queixei-me com minha mulher de que a lavanderia devia ter encolhido minhas

calças. Minha mulher sorriu gentilmente e cutucou minha barriga para informar que as calças

não tinham encolhido, alguma coisa tinha se expandido: eu!

O jogo CASHFLOW se destina a oferecer a cada jogador um feedback pessoal. Seu

objetivo é apresentar opções. Se você tirar um cartão que o endivida, a questão é “O que

posso fazer agora?”. Quantas opções financeiras diferentes você pode imaginar? Este é o

objetivo do jogo: ensinar os jogadores a pensar e criar várias e novas opções financeiras.

Já observei mais de mil pessoas jogarem CASHFLOW. Aquelas que saem da Corrida dos

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