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Entrevista exclusiva com Juliano Vieira de Araújo, presidente reeleito da Abimci, triênio 2023-2026<br />
INVESTINDO NA CADEIA<br />
DA MADEIRA<br />
EMPRESA AMPLIA A CAPACIDADE EM<br />
PLANTA DE FORMOL E RESINAS,<br />
PARA GARANTIR EXPANSÃO NO<br />
MERCADO DE PAINÉIS<br />
INVESTING IN THE<br />
WOOD CHAIN<br />
COMPANY EXPANDS CAPACITY IN<br />
FORMALDEHYDE AND RESINS<br />
FACTORY, TO ENSURE EXPANSION IN<br />
THE PANELS MARKET
SUMÁRIO<br />
INDUSTRIAL<br />
60<br />
2023<br />
36<br />
48<br />
42<br />
MADEIRA<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Aimex 65<br />
Benecke 07<br />
Biesse 53<br />
Bonardi Química 35<br />
Bruno <strong>Industrial</strong> 11<br />
Cipem 47<br />
Contraco 25<br />
DRV Ferramentas 09<br />
Engecass 17<br />
Impacto 19<br />
Indumec 31<br />
Meeta <strong>Industrial</strong> 71<br />
Mendes Máquinas 02<br />
Mill Indústrias 84<br />
Montana Química 05<br />
MSM Química 29<br />
MSP <strong>Industrial</strong> 83<br />
Nazzareno 21<br />
Neutraliza 79<br />
Omil 15<br />
Pole Cola 59<br />
Prêmio REFERÊNCIA 81<br />
Rotteng 13<br />
Solutions Focus 77<br />
Termolegno 23<br />
WoodFlow 33<br />
SUMÁRIO<br />
06 Editorial<br />
08 Cartas<br />
10 Bastidores<br />
12 Notas<br />
22 Aplicação<br />
24 Frases<br />
26 Entrevista<br />
34 Coluna ABIMCI<br />
36 Principal Fábrica em expansão<br />
42 Evento<br />
48 Marcenaria<br />
54 Estudo<br />
60 Construção<br />
66 Gestão<br />
68 Mercado<br />
72 Inauguração<br />
74 Artigo<br />
80 Agenda<br />
82 Espaço Aberto<br />
04<br />
referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
EDITORIAL<br />
INVESTINDO<br />
PARA CRESCER<br />
NA CAPA<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Entrevista exclusiva com Juliano Vieira de Araújo, presidente reeleito da Abimci, triênio 2023-2026<br />
INVESTINDO NA CADEIA<br />
DA MADEIRA<br />
EMPRESA AMPLIA A CAPACIDADE EM<br />
PLANTA DE FORMOL E RESINAS,<br />
PARA GARANTIR EXPANSÃO NO<br />
MERCADO DE PAINÉIS<br />
INVESTING IN THE<br />
WOOD CHAIN<br />
COMPANY EXPANDS CAPACITY IN<br />
FORMALDEHYDE AND RESINS<br />
FACTORY, TO ENSURE EXPANSION IN<br />
THE PANELS MARKET<br />
A<br />
nova edição da Revista REFERÊNCIA MADEI-<br />
RA destaca o novo investimento da Bonardi<br />
Indústria Química que acabou de inaugurar a<br />
sua segunda planta de formol. O investimento<br />
na produção de matéria-prima visa a expansão<br />
da empresa no mercado de resinas para madeira, possibilitando<br />
atuar em novos segmentos, em especial de painéis<br />
de MDP e MDF. A edição também traz uma entrevista<br />
exclusiva com o presidente reeleito da Abimci (Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />
Juliano Vieira de Araújo, que revela sobre o trabalho<br />
permanente e os desafios da associação para o desenvolvimento<br />
do setor. Eventos que debateram a importância<br />
do manejo sustentável e as possibilidades do mercado de<br />
construção com a madeira engenheirada também são destaque<br />
da edição, além de reportagens que tratam de economia,<br />
marcenaria, e novidades do setor, como a inauguração<br />
do showroom da Biesse em Curitiba (PR). Desejamos a<br />
todos uma ótima leitura!<br />
INVESTING FOR<br />
GROWTH<br />
T<br />
he new issue of REFERÊNCIA Madeira <strong>Industrial</strong><br />
highlights the latest investment made<br />
by Bonardi Indústria Química with the newly<br />
inaugurated second formaldehyde plant. The<br />
investment in raw material production aims to<br />
expand the Company in the wood resin market, making it<br />
possible to operate in new segments, especially MDP and<br />
MDF panels. The issue also features an exclusive interview<br />
with Juliano Vieira de Araújo, the re-elected president of<br />
the Brazilian Association of the Mechanically Processed<br />
Wood Industry (Abimci), who talks about the permanent<br />
work and challenges of the Association for the Sector’s<br />
development. Also highlighted in the issue are events that<br />
discussed the importance of sustainable management and<br />
the possibilities of the construction market with engineered<br />
wood, as well as reports dealing with economics, woodworking,<br />
and industry news, such as the inauguration of<br />
the Biesse showroom in Curitiba (PR). We wish you pleasant<br />
reading!<br />
06<br />
referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023<br />
NA CAPA DESTE MÊS, A NOVA PLANTA<br />
DE FORMOL DA BONARDI QUÍMICA,<br />
QUE INVESTIU NA EXPANSÃO DA<br />
FÁBRICA VISANDO AUMENTAR SUA<br />
PARTICIPAÇÃO NO MERCADO DE<br />
RESINAS PARA MADEIRA<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXV - EDIÇÃO 250 - ABRIL 2023<br />
Ano XXV • Nº250•Abril 2023<br />
Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
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Redação / Writing<br />
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Colunista / Columnist<br />
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consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
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segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />
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exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />
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and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />
the written authorization of the holders of the authorial rights.
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monitoramento online<br />
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CAPA DA EDIÇÃO 249 DA<br />
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE MARÇO DE 2023<br />
NORMATIZAÇÃO<br />
Por Thiago Ferreira<br />
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A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
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Ano XXV • Nº249 •Março 2023<br />
Entrevista Marcos Müller, presidente da CSMEM da Abimaq, explica sobre os desafios do ano para o setor<br />
EFICIÊNCIA<br />
ENERGÉTICA<br />
SISTEMAS DE CALDEIRAS A VAPOR, ALIMENTAÇÃO,<br />
ÓLEO TÉRMICO E FORNALHAS GARANTEM MELHOR<br />
CONSUMO NAS INDÚSTRIAS<br />
ENERGY EFFICIENCY<br />
STEAM BOILER, FOOD, THERMAL OIL<br />
BETTER CONSUMPTION IN INDUSTRIES<br />
As casas de wood frame têm um custo bacana,<br />
porém tinha algumas dúvidas sobre a segurança<br />
dela, com a matéria consegui ficar mais tranquilo,<br />
Revista REFERÊNCIA MADEIRA surpreendendo<br />
como sempre.<br />
Essas caldeiras da Burn<br />
Tech são extraordinárias,<br />
não há como não<br />
reconhecê-las vendo<br />
o tamanho no nosso<br />
dia a dia, ainda mais a<br />
confiança que nos passam<br />
é absurda.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
Por Karine Almeida<br />
Curitiba (PR)<br />
Realmente o que fala<br />
nessa entrevista faz parte<br />
do nosso cotidiano, cada<br />
vez há mais desafios para<br />
o setor industrial<br />
EVENTO<br />
Por Gabriel Guerreiro Galhardo<br />
Londrina (PR)<br />
Uma notícia e tanto saber que a Biesse<br />
irá abrir uma sede em Curitiba (PR), com<br />
certeza irá aquecer bastante o mercado do<br />
sul do país.<br />
08<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para a redação ou siga:<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
CURTA NOSSA PÁGINA<br />
Referência <strong>Industrial</strong> Madeira<br />
@referenciamadeira
As Serras Fita com maior<br />
durabilidade e precisão do mercado<br />
só poderiam ter um nome: Lion!<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
BASTIDORES<br />
BASTIDORES<br />
EVENTO<br />
O DIRETOR COMERCIAL DA REFERÊNCIA MADEIRA, FÁBIO<br />
MACHADO, PARTICIPOU DO EVENTO DA MADEIRA SUSTENTÁVEL<br />
REALIZADO MÊS PASSADO EM SÃO PAULO (SP). O EVENTO FOI<br />
ORGANIZADO PELA FNBF (FÓRUM NACIONAL DAS ATIVIDADES DE<br />
BASE FLORESTAL) DO PRESIDENTE FRANK ROGIERI.<br />
Foto: divulgação<br />
REELEIÇÃO<br />
A REVISTA REFERÊNCIA, COMO ASSOCIADA DA ABIMCI,<br />
PARTICIPOU MÊS PASSADO DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA E<br />
TAMBÉM DA REUNIÃO PLENÁRIA DA ASSOCIAÇÃO. NA FOTO, O<br />
DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA, FÁBIO MACHADO, AO LADO<br />
DO PRESIDENTE REELEITO, JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO, E DO<br />
SUPERINTENDENTE DA ABIMCI, PAULO PUPO.<br />
Foto: divulgação<br />
ALTA<br />
AGENDA DA INDÚSTRIA<br />
A CNI (Confederação Nacional<br />
da Indústria) lançou no<br />
Congresso Nacional no final<br />
do mês de março a Agenda<br />
Legislativa da Indústria de<br />
2023 com 12 pautas prioritárias.<br />
A pauta alinha projetos<br />
que dão ênfase à sustentabilidade,<br />
à reindustrialização, à<br />
retomada de empregos e à<br />
atração de investimentos. No<br />
ano passado, oito sugestões<br />
da pauta da CNI foram aprovadas<br />
e convertidas em lei,<br />
mesmo tendo sido um ano<br />
em que o congresso realizou<br />
menos sessões em comparação<br />
com anos anteriores.<br />
BAIXA<br />
PRODUÇÃO INDUSTRIAL<br />
A atividade industrial do país<br />
teve resultados negativos<br />
em fevereiro deste ano,<br />
e os índices de produção<br />
foram os piores para o mês<br />
desde 2017, segundo a CNI<br />
(Confederação Nacional da<br />
Indústria). De acordo com<br />
o levantamento publicado<br />
pelo órgão, em fevereiro de<br />
2023 o índice de evolução<br />
da produção ficou em 45,2<br />
pontos, abaixo de uma linha<br />
divisória de 50 pontos que<br />
separa queda de aumento da<br />
produção. Em relação a janeiro,<br />
o índice caiu 0,9 ponto<br />
e tende a piorar.<br />
10 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
NOTAS<br />
CONFIANÇA OSCILA<br />
ENTRE OS SETORES INDUSTRIAIS<br />
De acordo com o ICEI (Índice de Confiança do Empresário <strong>Industrial</strong> - resultados setoriais), da CNI (Confederação Nacional<br />
da Indústria) a confiança na economia não voltou de forma plena e disseminada entre os setores industriais durante o<br />
mês de março. O indicador mostra que dos 29 setores considerados, 17 deles seguem confiantes e 12 sem confiança. Foram<br />
consultadas 1.991 empresas. Entre os setores que registraram confiança na economia, há quedas expressivas na passagem<br />
de fevereiro para março. O ICEI do Produtos farmoquímicos e farmacêuticos caiu de 60,4 pontos para 51,9 pontos e o índice<br />
de Sabões, detergentes, produtos de limpeza e cosméticos passou de 57,1 pontos para 54 pontos.<br />
Há quedas importantes em março. Entre os setores que registraram falta de confiança estão o ICEI de Biocombustíveis<br />
que caiu de 49,5 pontos para 46,9 pontos, o de Móveis passou de 47 pontos para 43,7 pontos e o de Produtos de borracha<br />
caiu de 49,5 pontos para 42,1 pontos. O ICEI varia de 0 a 100, com uma linha de corte. Valores acima de 50 pontos indicam<br />
confiança e abaixo indicam falta de confiança. “A incerteza segue elevada, o que impede que o empresário se sinta seguro<br />
o suficiente para um aumento consistente da confiança. Em um cenário assim, é natural que os empresários mostrem avaliações<br />
difusas sobre as condições atuais e suas expectativas, resultando nessa evolução da confiança diferenciada entre os<br />
setores”, avalia o gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, sobre esse cenário oscilante. O ICEI mediu a confiança<br />
em indústrias de todos os portes. A queda foi maior nas pequenas empresas, que registrou 48,5 pontos. Entre médias o ICEI<br />
ficou próximo a linha de 50 pontos, em 49,4 pontos, e entre as grandes empresas o ICEI mostra confiança dos empresários,<br />
com índice de 51,7 pontos.<br />
Foto: divulgação<br />
12 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
NOTAS<br />
AGENDA LEGISLATIVA DA INDÚSTRIA 2023<br />
Com uma pauta que alinha<br />
projetos que dão ênfase à sustentabilidade,<br />
à reindustrialização, à<br />
retomada de empregos e à atração<br />
de investimentos, a CNI (Confederação<br />
Nacional da Indústria) lançou<br />
no final de março, em sessão solene<br />
no Congresso Nacional, a edição<br />
de 2023 da Agenda Legislativa<br />
da Indústria. O documento reúne<br />
139 projetos de lei de interesse do<br />
setor industrial, com impacto positivo<br />
para o desenvolvimento social<br />
e econômico do país, que tramitam<br />
no Congresso Nacional. Entre as<br />
propostas estão a Reforma Tributária,<br />
o aprimoramento da lei do<br />
licenciamento ambiental, a regulamentação<br />
do mercado de crédito<br />
de carbono, a modernização do<br />
setor elétrico, entre outras. O presidente<br />
da CNI, Robson Braga de<br />
Andrade, pontuou que a recuperação<br />
plena da economia exige uma<br />
ação coordenada do Executivo, do<br />
Congresso Nacional e da sociedade<br />
para aprovar as reformas que<br />
criarão as condições para o crescimento<br />
sustentado da economia.<br />
“O debate sobre a necessidade de<br />
se reindustrializar o Brasil e promover<br />
a transição para uma economia<br />
de baixo carbono tem engajado<br />
lideranças políticas e industriais. A<br />
Agenda traz propostas que contribuem<br />
para alcançarmos o desenvolvimento<br />
econômico e social com<br />
sustentabilidade ambiental”, garante<br />
Robson. O presidente da CNI<br />
destacou que a reindustrialização é<br />
imprescindível para o Brasil voltar<br />
a crescer e realizar a transição para<br />
uma economia de baixo carbono.<br />
“O país precisa de uma indústria<br />
forte e diversificada que, de forma<br />
assertiva, contribua para o desenvolvimento de longo prazo. Para termos maior produtividade e competitividade, é necessário<br />
retirar os obstáculos impostos pelo custo Brasil e cuidar bem do ambiente macroeconômico”, acrescenta o presidente da<br />
CNI. Em sua XXVIII edição, a Agenda Legislativa da Indústria é o principal instrumento de diálogo da indústria com os parlamentares,<br />
o governo federal e a sociedade civil. O documento traz um amplo conjunto de propostas capazes de melhorar o<br />
ambiente de negócios, atrair investimentos e melhorar a competitividade da economia brasileira, proporcionando a criação<br />
de emprego e o aumento da renda para o país.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
REDUÇÃO DE ACIDENTES<br />
DE TRABALHO NO PARÁ<br />
O Sistema FIEPA (Federação das Indústrias do Estado do Pará) promoveu em Belém (PR), um workshop com o objetivo<br />
de discutir ações necessárias para reduzir os riscos no processo de produção, prevenir acidentes e garantir a saúde e segurança<br />
do trabalhador das indústrias do setor de base florestal madeireira do Pará. Para o vice-presidente executivo da<br />
FIEPA, José Maria Mendonça, o aperfeiçoamento do setor de base florestal madeireiro é essencial para garantir o bem-estar<br />
dos trabalhadores e a produtividade das indústrias. “Orientar as nossas indústrias de base florestal é extremamente importante<br />
porque se trata de um trabalho estruturante, e não meramente fiscalizador ou punitivo. Da forma que está sendo<br />
conduzido, com o envolvimento de diversos atores do setor produtivo, com certeza esse acompanhamento vai trazer muitas<br />
melhorias para o ambiente fabril, para toda essa cadeia produtiva e vai deixar um legado muito positivo para o nosso Estado”,<br />
analisa Mendonça, que também é presidente do CIP (Centro das Indústrias do Pará). Entre outros assuntos, durante o<br />
workshop foram apresentadas as principais normas regulamentadoras que tratam de segurança e saúde do trabalho vigentes<br />
no país; requisitos para a manutenção da saúde física e mental no trabalho; mapeamento, gestão e eliminação de riscos<br />
no ambiente fabril e procedimentos para uso de dispositivos de segurança e maquinários. “Essa orientação é importante<br />
para que possamos corrigir falhas, adequar nossa atividade e melhorar os nossos processos produtivos porque a gente sabe<br />
que no setor de base florestal existem riscos que podem vitimar o trabalhador e, claro que a gente não quer isso. Então, o<br />
nosso sindicato é a favor da empresa legal, que cumpre as normas e que respeita a lei, porque a empresa ilegal prejudica<br />
muito o setor e acaba sendo uma concorrente desleal para quem é legalizado”, avaliou o presidente do Simava (Sindicato<br />
das Indústrias do Vale do Acará), Oséas de Castro.<br />
Foto: divulgação<br />
16 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
NOTAS<br />
AMPLIANDO AS INSTALAÇÕES<br />
A Contraco Máquinas foi<br />
uma das empresas que esteve<br />
presente no Congresso do<br />
Pinus Sul Brasil e a TechForestry<br />
– III Feira de Tecnologia<br />
para Indústria da Madeira e<br />
Floresta, que aconteceu no<br />
período de 29 a 31 de março<br />
no Centroserra Convention<br />
Center em Lages (SC). O<br />
evento teve como foco principal<br />
a atualização tecnológica<br />
do plantio ao processamento<br />
do pinus, além de discutir a<br />
evolução da espécie no sul do<br />
Brasil, e incentivar o fomento<br />
e o plantio, com tecnologia<br />
para maior produtividade<br />
florestal. A realização do congresso<br />
foi considerada um<br />
marco para motivar o setor<br />
e fortalecer as indústrias do<br />
ramo madeireiro. Há 36 anos no mercado, a Contraco<br />
esteve presente para mostrar seus produtos, entre<br />
eles o carro-chefe da empresa, a estufa para secagem<br />
de madeira que dispensa o uso de caldeira. Durante<br />
o evento o diretor da Contraco, Eduardo Boni, anunciou<br />
a ampliação de fábrica, sediada em Taió (SC).<br />
“Tivemos um bom crescimento nos últimos anos e<br />
víamos a necessidade de ampliar nossas instalações.<br />
Vamos continuar em Taió, mas vamos sair da região<br />
Central e investir em um novo local. Uma área maior,<br />
praticamente três vezes maior do que o espaço que<br />
estamos hoje. Isso vai possibilitar ampliar o investimento<br />
em pesquisa e inovação, e ter maior área para<br />
fabricar, armazenar e receber os clientes”, afirmou<br />
Eduardo. No setor madeireiro, a Contraco se destaca<br />
na fabricação de secadores de madeira, estufas de<br />
tratamento fitossanitário, cabines de pintura e sistemas<br />
de exaustão, sendo referência nas estufas de secagem<br />
sem necessidade de vapor. “Tem um sistema<br />
Contraco, patenteado, que utiliza queima de resíduos<br />
de madeira para gerar o calor mas sem a necessidade<br />
do vaso de pressão. Trabalhamos com fornalha, trocador<br />
de calor, sistema de distribuição. É um sistema<br />
que trabalhamos há 30 anos, somos pioneiros, e há<br />
uns 10 anos para cá conseguimos dar uma desenvolvida,<br />
em parceria com universidades e institutos<br />
de pesquisa. Hoje em questão de estufa a vapor ou<br />
ar quente, secagem e qualidade, não perdemos em<br />
nada”, garante Eduardo.<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
18 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
Gradeador de Madeiras<br />
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visando a segurança do operador e alta produtividade.<br />
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tabique pode ser manual ou automático.<br />
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Alta produção com até 200 peças/minuto<br />
Contador de produção<br />
CLP com IHM touchscreen<br />
Torre de sinalização<br />
Relê de segurança NR12 com acionamentos monitorados<br />
Chave de segurança com atuador mecânico<br />
Sensores protegidos contra choques mecânicos<br />
Proteção termomagnética em motoredutores<br />
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NOTAS<br />
PROGRAMA DA CNI<br />
INCENTIVA BUSCA POR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />
Estão abertas as inscrições para as indústrias interessadas em participar do Programa Aliança, que tem o objetivo de<br />
promover a eficiência energética, com a implementação de processos capazes de diminuir o consumo e o gasto com energia<br />
e, consequentemente, contribuir para a descarbonização da indústria. O Programa Aliança iniciou em 2023 a sua segunda<br />
fase de execução. A iniciativa foi criada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com a Eletrobras, por meio<br />
do PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), e a ABRACE (Associação dos Grandes Consumidores<br />
Industriais de Energia e de Consumidores Livres).<br />
A versão 2.0 da iniciativa tem como meta atender 24 plantas industriais que fazem uso intensivo de energia em seus<br />
processos de produção. O objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40 mil toneladas e diminuir os custos<br />
operacionais em R$ 90 milhões ao ano.<br />
Segundo o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, o programa, além de reduzir<br />
as emissões, acelera a competitividade e a produtividade da indústria, pois prevê a redução no consumo de energia<br />
e nos custos operacionais. “O novo ciclo é uma versão aprimorada e mais abrangente do programa. Pela primeira vez uma<br />
chamada pública atende a todas as regiões do Brasil. É uma oportunidade para as indústrias brasileiras desenvolverem<br />
projetos de eficiência energética e se tornarem mais sustentáveis e competitivas”, diz Bomtempo.<br />
SEGUNDA ETAPA<br />
Nesta nova fase, três empresas já formalizaram adesão ao programa, são elas: a siderúrgica produtora de aço Arcelor-<br />
Mittal; a Schulz, especializada em maquinário; e a empresa de celulose Eldorado Brasil. Para execução do programa, serão<br />
destinados a essas indústrias R$ 20 milhões. Cada empresa selecionada recebe um aporte de R$ 400 mil e precisa oferecer<br />
uma contrapartida no mesmo valor. Assume também o compromisso de implementar um plano de ação elaborado com a<br />
equipe técnica do projeto.<br />
Empresas interessadas em participar desta nova fase podem participar da chamada pública. As informações estão disponíveis<br />
no site https://www.portaldaindustria.com.br/cni/canais/programa-alianca/<br />
PRIMEIRA FASE<br />
A primeira fase do Programa Aliança atendeu 12 plantas industriais de setores como siderúrgico, químico, cimento e<br />
automobilístico. Em termos energéticos, 176 GWh (Gigawatts por hora) deixaram de ser consumidos, o que seria suficiente<br />
para abastecer por um ano uma cidade de 60 mil habitantes. Ao todo foram identificadas R$ 198 milhões em oportunidades<br />
de redução de consumo, sendo 61% aprovadas e implementadas, gerando uma economia anual de R$ 122 milhões. A<br />
maioria dos projetos envolveu a otimização de processos, sem a necessidade de troca de equipamentos.<br />
Foto: divulgação<br />
20 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
APLICAÇÃO<br />
CERTIFICAÇÃO<br />
DE PORTAS DE MADEIRA<br />
A partir do mês de março a marca da Abimci (Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente)<br />
passou a fazer parte dos certificados da ABNT (Associação<br />
Brasileira de Normas Técnicas) para portas de madeira. Com<br />
isso, as construtoras, incorporadoras ou especificadores que<br />
recebem certificados de conformidade de portas de madeira,<br />
emitidos pela ABNT Certificadora, que atestam que o produto<br />
está dentro dos requisitos de desempenho exigidos pela norma<br />
ABNT NBR 15930, podem identificar no documento a inclusão<br />
da marca da Abimci, indicando que a empresa fabricante faz<br />
parte do PSQ-PME (Programa Setorial da Qualidade de Portas<br />
de Madeira para Edificações).<br />
“A Abimci, entidade gestora do PSQ-PME, já vinha pleiteando<br />
a inclusão do logotipo da entidade nos certificados de<br />
conformidade de portas de madeira emitidos pela ABNT. Esta<br />
inclusão reforça a importância dos programas de qualidade e<br />
promove a diferenciação das empresas fabricantes de portas<br />
de madeira que fazem parte do Programa”, justificou o superintendente<br />
da Abimci, Paulo Pupo. A inclusão foi aprovada pela<br />
ABNT Certificadora e pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia,<br />
Qualidade e Tecnologia). No novo certificado de conformidade,<br />
a marca da Abimci está localizada no lado esquerdo da<br />
primeira página junto ao logotipo da ABNT e Inmetro.<br />
Foto: divulgação<br />
NORMA<br />
EM REVISÃO<br />
As normas técnicas de produtos publicadas pela ABNT são revisadas periodicamente<br />
para que seja mantida a atualidade frente ao desenvolvimento tecnológico e inovações<br />
do mercado. Desde o ano passado, a norma de portas de madeira para edificações (ABNT<br />
NBR 15930), as partes 1, 2 e 3 entraram no processo de revisão pela CE (Comissão de Estudos)<br />
de Portas de Madeira da ABNT. No mês de março, a CE retomou os trabalhos e deu<br />
continuidade a revisão da parte 2, focada em requisitos gerais e específicos para o produto.<br />
“Estão sendo avaliados e revisados novos e atuais requisitos para portas de madeira, a<br />
inclusão da avaliação do acabamento de forma orientativa e nova avaliação para as portas<br />
resistentes à umidade, assim como requisitos para a inclusão de novas tecnologias disponíveis<br />
para fabricação de portas”, revelou a secretária do CB-031 (Comitê Brasileiro de<br />
Madeira da ABNT), Dayane Potulski. Ainda fará parte dos trabalhos deste ano, a revisão das<br />
partes 1 e 3 da referida norma. As reuniões da CE de Portas são abertas e os interessados em participar devem realizar cadastro<br />
na plataforma ISODoc da ABNT (https://www.abntonline.com.br/normalizacao). “A participação do maior número de<br />
empresas e profissionais é fundamental para que o texto da norma seja revisado da forma mais abrangente possível, aliado<br />
sempre à realidade do produto no mercado”, destacou Dayane.<br />
22 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
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FRASES<br />
“HOJE TEMOS QUESTÕES DE INSEGURANÇA JURÍDICA MUITO<br />
FORTES, QUE IMPEDEM O APORTE DE INVESTIMENTOS E,<br />
CONSEQUENTEMENTE, A CONTINUIDADE DO TRABALHO DE QUEM<br />
JÁ ESTÁ NO MERCADO E DE QUEM GOSTARIA DE FAZER PARTE DA<br />
INDÚSTRIA”<br />
FRANK ROGIERI, PRESIDENTE DO FNBF (FÓRUM NACIONAL<br />
DE ATIVIDADES DE BASE FLORESTAL), EM ENTREVISTA PARA<br />
REVISTA REFERÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA<br />
“A PRINCIPAL<br />
PRIORIDADE<br />
DA INDÚSTRIA<br />
É A REFORMA<br />
TRIBUTÁRIA. A<br />
SIMPLIFICAÇÃO E<br />
A MODERNIZAÇÃO<br />
DO SISTEMA DE<br />
ARRECADAÇÃO<br />
DE IMPOSTOS SÃO<br />
IMPRESCINDÍVEIS<br />
PARA ESTIMULAR OS<br />
INVESTIMENTOS E A<br />
PRODUÇÃO, E PARA GARANTIR<br />
A REINDUSTRIALIZAÇÃO DO<br />
PAÍS”<br />
“O ARCABOUÇO FISCAL VAI SER UMA<br />
DIRETRIZ, MAIS FLEXÍVEL DO QUE O TETO<br />
DE HOJE, MAS O ‘X’ VÃO SER AS NOSSAS<br />
NEGOCIAÇÕES PARA VER QUAIS PROJETOS E<br />
VOTAÇÕES VAMOS TER QUE FAZER DEPOIS<br />
PARA AJUSTAR O ARCABOUÇO”<br />
ARTHUR LIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS,<br />
AO COMENTAR AS NOVAS REGRAS FISCAIS<br />
DIVULGADAS PELO MINISTÉRIO DA FAZENDA<br />
“A CRISE NO CRÉDITO TEM<br />
AFETADO O GRANDE VAREJO NOS<br />
ÚLTIMOS MESES, COM MENOR<br />
DISPONIBILIDADE DE RECURSOS<br />
E JUROS ALTOS. ESSE CONTEXTO<br />
INFLUENCIA NEGATIVAMENTE A<br />
CONFIANÇA DOS AGENTES E DO<br />
MERCADO NO SETOR E NAS EMPRESAS<br />
QUE OPERAM EM DIFERENTES<br />
SEGMENTOS DO VAREJO”<br />
ROBSON BRAGA<br />
DE ANDRADE,<br />
PRESIDENTE DA CNI<br />
(CONFEDERAÇÃO<br />
NACIONAL DA<br />
INDÚSTRIA)<br />
Foto: Iano Andrade/CNI<br />
IZIZ FERREIRA, ECONOMISTA<br />
DA CNC (CONFEDERAÇÃO<br />
NACIONAL DO COMÉRCIO E<br />
BENS, SERVIÇOS E TURISMO)<br />
24 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
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ENTREVISTA<br />
PROMOVENDO O<br />
DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />
PROMOTING THE<br />
DEVELOPMENT<br />
OF THE FOREST<br />
PRODUCT SECTOR<br />
C<br />
om grande experiência no setor madeireiro, Juliano Vieira<br />
de Araújo, foi reeleito para nova gestão como presidente<br />
da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente) no último mês de março.<br />
Juliano representa a terceira geração de uma empresa<br />
familiar, a F.V. Araújo, que trabalha no setor madeireiro há mais de 120<br />
anos, onde começou a trabalhar aos 18 anos e continua até hoje, tendo<br />
passado por diferentes cargos na empresa. À frente da Abimci, o<br />
presidente reeleito planeja reforçar a atuação e abordagens nas questões<br />
de abastecimento de matéria-prima e sustentabilidade do setor<br />
florestal, no mercado de créditos de carbono, na otimização das práticas<br />
de ESG, na defesa do setor com relação as barreiras tarifárias e na<br />
promoção do uso da madeira na construção civil, entre outras questões.<br />
Nesta entrevista para Revista REFERÊNCIA MADEIRA ele faz um<br />
balaço da sua primeira gestão e fala sobre o trabalho da Abimci.<br />
Foto: Gelson Bampi<br />
ENTREVISTA<br />
26 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023<br />
W<br />
ith vast experience in the Forest Product Sector, Juliano<br />
Vieira de Araújo was re-elected as President of the<br />
Brazilian Association of the Mechanically Processed<br />
Wood Industry (Abimci) last March. Araújo represents<br />
the third generation of a family business, F.V. Araújo,<br />
which has worked in the Forest Product Sector for more than 120 years,<br />
and where he began working at 18 and continues to this day, having gone<br />
through different positions in the Company. At the head of Abimci, the<br />
re-elected president plans to strengthen the performance and approaches<br />
in the issues of raw material supply and sustainability of the Forest-based<br />
Sector, in the carbon credit market, in the optimization of ESG practices,<br />
in defense of the Sector concerning tariff barriers, and in the promotion<br />
of the use of timber in building construction, among other issues. In this<br />
interview with REFERÊNCIA MADEIRA, he provides a synopsis of his first<br />
mandate and talks about the work of Abimci.<br />
JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS<br />
PELA FAE (FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA).<br />
PÓS-GRADUADO EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS PELA FAE.<br />
CARGO: PRESIDENTE DA ABIMCI (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA<br />
DA INDÚSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA MECANICAMENTE)<br />
NO TRIÊNIO 2020-2023 E REELEITO PARA NOVA GESTÃO NO<br />
TRIÊNIO 2023-2026<br />
PROFESSIONAL EDUCATION: GRADUATE IN BUSINESS ADMINISTRATION,<br />
FACULTY OF ADMINISTRATION AND ECONOMICS (FAE). POSTGRADUATE STUDIES<br />
IN INTERNATIONAL BUSINESS, FAE.<br />
FUNCTION: PRESIDENT OF THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF THE MECHANICALLY<br />
PROCESSED WOOD INDUSTRY (ABIMCI) FOR THE TRIENNIUM 2020-2023 AND<br />
RE-ELECTED FOR THE TRIENNIUM 2023-2026
QUAL O BALANÇO DOS TRÊS PRIMEIROS ANOS<br />
DE GESTÃO FRENTE À ABIMCI?<br />
É impossível falar da gestão sem citar os desafios e<br />
transformações enfrentadas nos últimos 3 anos pelo setor<br />
industrial madeireiro. A imprevisibilidade e os reflexos da<br />
pandemia nos levaram a adaptação de novas realidades e<br />
práticas, mas com muita resiliência conseguimos nos adequar<br />
e continuar defendendo os interesses do setor frente<br />
às diversas esferas do governo e também no cenário<br />
internacional. Com a mudança na forma e perfil de consumo<br />
da população mundial durante a pandemia, a produção<br />
madeireira também buscou se adaptar aos novos<br />
cenários e demandas, como o aumento de produção, novos<br />
investimentos no parque fabril com modernização dos<br />
processos em busca de melhor desempenho comercial e,<br />
consequentemente, uma alteração na relação de oferta<br />
e demanda do suprimento florestal. Batalhas e entraves<br />
comerciais, tarifários e não tarifários, também se intensificaram<br />
neste período, como os processos de dano e de<br />
dumping sofrido pelo segmento de molduras no mercado<br />
norte-americano, assim como os reflexos de ação efetuada<br />
por coalizão de fabricantes de compensado daquele<br />
país, que ocasionou a retirada do Brasil de empresas de<br />
certificação dos EUA (Estados Unidos da América), prejudicando<br />
a performance do nosso produto naquele mercado.<br />
A Abimci manteve no período, a sua agenda institucional<br />
na defesa de interesses, com interação constante<br />
entre as empresas associadas, usando novas ferramentas<br />
e formatos distintos de reuniões e encontros, o que reforçou<br />
a atividade institucional e união do setor.<br />
QUAIS OS PRINCIPAIS OBJETIVOS PARA ESTE<br />
NOVO PERÍODO NA PRESIDÊNCIA DA ABIMCI?<br />
Na gestão 2023/2026, além das pautas permanentes<br />
da entidade, reforçaremos nossa atuação e abordagens<br />
nas questões de abastecimento de matéria-prima e sustentabilidade<br />
do setor florestal, no mercado de créditos<br />
de carbono, na otimização das práticas de ESG, bem<br />
como manteremos o monitoramento e defesa do setor<br />
em relação as barreiras tarifárias e não tarifárias. Atuaremos<br />
na promoção para o avanço do uso da madeira<br />
na construção civil, tanto no sistema wood frame como<br />
com produtos de madeira engenheirada, na promoção<br />
comercial e em novas oportunidades de mercado para os<br />
produtos madeireiros. Estaremos atentos ao comportamento<br />
do mercado, que tem mostrado novas dinâmicas<br />
e adequações, tanto internamente como nos principais<br />
mercados consumidores dos produtos brasileiros. Na área<br />
técnica, haverá a ampliação de programas de certificação<br />
para os produtos madeireiros para atender as demandas<br />
e regramentos técnicos do mercado, em especial, o da<br />
construção civil.<br />
FALOU SOBRE SUSTENTABILIDADE, MERCADO<br />
DE CRÉDITO DE CARBONO E DE PRÁTICAS DE ESG.<br />
COMO ESTES ASPECTOS IMPACTAM O MERCADO<br />
INDUSTRIAL MADEIREIRO?<br />
O setor de base florestal está vivendo um momento<br />
WHAT IS YOUR SYNOPSIS OF THE FIRST THREE YE-<br />
ARS IN FRONT OF ABIMCI?<br />
Discussing management without mentioning the challenges<br />
and transformations the Forest Product Sector faced in the<br />
last three years is impossible. Unpredictability and the effects<br />
of the pandemic led us to adapt to new realities and practices.<br />
Still, with much resilience, we have been able to adapt and<br />
continue defending the Sector’s interests in the face of the<br />
various spheres of government and the international scenario.<br />
With the change in the form and consumption profile of the<br />
world population during the pandemic, timber production<br />
also sought to adapt to new techniques and demands, such as<br />
increased production, new investments in the industrial park<br />
with process modernizations in search of better commercial<br />
performance and, consequently, a change in the supply and<br />
demand also intensified in this period, such as the damage<br />
and dumping processes suffered by the molding segment in<br />
the North American market. The reflections of action taken by<br />
a coalition of American plywood manufacturers, causing the<br />
withdrawal of American certification companies from Brazil,<br />
harmed the performance of our product in that market. During<br />
the period, Abimci maintained its institutional agenda in defense<br />
of Sector interests, with constant interaction between the<br />
member companies, using new tools and different formats of<br />
meetings and events, reinforcing the institutional activity and<br />
union of the Sector.<br />
WHAT ARE THE MAIN OBJECTIVES FOR THIS PERIOD<br />
IN YOUR NEW MANDATE?<br />
In the 2023/2026 mandate, in addition to the entity’s permanent<br />
guidelines, we will strengthen our performance and<br />
approaches in the issues of raw material supply and sustainability<br />
of the Forest-based Sector, in the carbon credit market,<br />
in the optimization of ESG practices, as well as maintain the<br />
monitoring and defense of the Sector concerning tariff and<br />
non-tariff barriers. Furthermore, we will promote the advancement<br />
of the use of timber in building construction, both in<br />
the wood-frame system and with engineered wood products,<br />
in the commercial promotion and new market opportunities<br />
for forest products. We will be attentive to the behavior of<br />
the market, which has shown new dynamics and adaptations,<br />
both internally and in the main consumer markets for Brazilian<br />
O SETOR DE BASE FLORESTAL<br />
ESTÁ VIVENDO UM MOMENTO<br />
SINGULAR QUE PODE PROPORCIONAR A<br />
SUPERAÇÃO DE PRÉ-CONCEITOS EM<br />
RELAÇÃO AS SUAS PRÁTICAS,<br />
ARRAIGADAS POR INFORMAÇÕES<br />
DISTORCIDAS EM RELAÇÃO AO PAPEL<br />
DOS MADEIREIROS E SUAS PRÁTICAS DE<br />
EXTRAÇÃO FLORESTAL<br />
ABRIL 2023 27
ENTREVISTA<br />
singular que pode proporcionar a superação de pré-conceitos<br />
em relação as suas práticas, arraigadas por informações<br />
distorcidas em relação ao papel dos madeireiros e<br />
suas práticas de extração florestal. Nosso setor tem ações<br />
sustentáveis consolidadas, preserva as florestas nativas,<br />
propicia a manutenção da fauna e durante o crescimento<br />
das árvores nativas ou plantadas absorve gás carbônico<br />
e libera oxigênio na atmosfera. Os produtos derivados<br />
da madeira, como o compensado, a moldura, a madeira<br />
serrada, as portas e os pisos, entre outros, estocam carbono<br />
durante todo o seu ciclo de produção e uso. Este<br />
é um diferencial fundamental para os nossos produtos.<br />
Existe um amplo mercado com grandes oportunidades<br />
para usarmos os créditos de carbono que produzimos,<br />
com nossas florestas e produtos. Nosso setor também<br />
tem enorme importância no ambiente social e econômico,<br />
gera empregos, renda, tributos e a sua contribuição<br />
positiva no saldo da balança comercial. Nossas empresas<br />
estão constantemente se adequando aos programas de<br />
qualidade que instigam o controle do processo produtivo,<br />
padronização e atendimento às normas técnicas, processo<br />
essencial para entregar ao mercado produtos certificados.<br />
Isso só é possível com a profissionalização dos<br />
processos de gestão. Todos esses fatores mostram que já<br />
estamos direcionados e preparados para o atendimento<br />
às práticas de ESG.<br />
COMO SERÁ A ATUAÇÃO DOS COMITÊS DE PRO-<br />
DUTOS DA ABIMCI NA NOVA GESTÃO?<br />
Reuniões setoriais sempre ocorreram na agenda da<br />
Abimci e têm se intensificado nos últimos anos. O formato<br />
de atuação da Abimci segmentado por Comitês<br />
de Produtos, proporciona uma maior aproximação das<br />
empresas daquele produto e um melhor aprofundamento<br />
e entendimento das pautas e demandas necessárias de<br />
atuação pela entidade. Nos 3 últimos anos, com todas as<br />
imprevisibilidades que vivenciamos, em especial durante<br />
a pandemia, as ações dos Comitês se tornaram ainda<br />
mais fundamentais para a união de esforços e tomadas de<br />
decisões. Adotamos um cronograma de reuniões virtuais<br />
que possibilitou uma ampla troca de informações, essenciais<br />
para o planejamento das empresas. Nas reuniões<br />
dos Comitês de Produtos conseguimos compreender<br />
melhor o ambiente de negócio de cada segmento e também<br />
as necessidades intrínsecas a cada um deles, como,<br />
por exemplo, avaliação das situações enfrentadas no<br />
mercado nacional e internacional, expectativas e necessidade<br />
de certificações e adequações técnicas de produtos<br />
(exemplo já ocorrido com portas e agora está em desenvolvimento<br />
com o compensado plastificado e pellets), os<br />
desafios logísticos, a dinâmica do consumo, entre outros<br />
temas. Há muito o que ser feito, mas estamos confiantes<br />
que este modelo proporciona a união de esforços que o<br />
setor carece para continuar se desenvolvendo e entregando<br />
produtos de qualidade e dentro dos parâmetros técnicos<br />
para o mercado nacional e internacional.<br />
products. In the technical area, certification programs for forest<br />
products will be expanded to meet the demands and technical<br />
regulations of the market, especially those for building construction.<br />
YOU HAVE DISCUSSED SUSTAINABILITY, THE CAR-<br />
BON CREDIT MARKET, AND ESG PRACTICES. HOW<br />
DO THESE ASPECTS IMPACT THE FOREST PRODUCT<br />
MARKET?<br />
The Forest-based Sector is living through a unique moment<br />
that can overcome the preconceptions concerning its<br />
practices, rooted in distorted information regarding the role of<br />
forest companies and their forest harvest practices. Our Sector<br />
has consolidated sustainable actions, preserves native forests,<br />
and provides the maintenance of fauna. During the growth of<br />
native or planted trees, they absorb carbon dioxide and release<br />
oxygen into the atmosphere. Products derived from timber,<br />
such as plywood, moldings, sawn wood, doors, and flooring,<br />
store carbon throughout their growth cycle and use. This is<br />
a fundamental differential for our products. There is a large<br />
market with great opportunities for us to use the carbon credits<br />
we produce with our forests and products. Our Sector also<br />
plays an essential role in the social and economic environment<br />
generating jobs, income, and taxes and positively contributing<br />
to the trade balance. Our companies are constantly adapting<br />
to quality programs that instigate the control of the production<br />
process, standardization, compliance with technical standards,<br />
and essential procedures to deliver certified products to the<br />
market. This is only possible with the professionalization of management<br />
processes. All these factors show that we are already<br />
being directed and prepared to comply with ESG practices.<br />
HOW WILL ABIMCI’S PRODUCT COMMITTEES PER-<br />
FORM IN THE NEW MANDATE?<br />
Sectoral meetings have always been on Abimci’s agenda<br />
and have intensified recently. The format of Abimci’s performance,<br />
segmented by Product Committees, provides a better<br />
approximation of the companies producing that product and<br />
a better deepening and understanding of the guidelines and<br />
demands necessary for action by the entity. With all the unpredictability<br />
we have experienced in the last three years, especially<br />
during the pandemic, the Committees’ activities have<br />
become even more fundamental for the union of efforts and<br />
decision-making. We adopted a schedule of virtual meetings<br />
that enabled a broad exchange of information, essential for<br />
company planning. In the Product Committees meetings, we<br />
could better understand each segment’s business environment<br />
and its intrinsic needs. For example, these include evaluation<br />
of the situations faced in the domestic and international<br />
market, expectations, the need for certifications and technical<br />
adaptations of products (examples already occurred with doors<br />
and are now under development with plasticized plywood<br />
and pellets), logistical challenges, and consumption dynamics,<br />
among other topics. There is much to be done, but we are<br />
confident that this model provides the union of efforts that the<br />
Sector needs to continue developing and delivering quality<br />
28 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
CUPIM SUBTERRÂNEO<br />
NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />
AVALIAÇÃO 10<br />
CIPERTRIN MD foi aplicado em painéis compensados pelo processo de adição à cola e tratamento superficial, posteriormente<br />
estes painéis foram submetidos ao ataque de CUPINS SUBTERRÂNEOS conforme NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />
(Stabd Test Method for Laboratory Evoluation of Wood and Other Cellulosic Materials for Resistence to Termites), obtendo<br />
resultados de avaliação 10, onde demonstra total eficiência contra o ataque dos CUPINS SUBTERRÂNEOS, atendendo<br />
assim, a Norma de Preservação de Madeira ABNT 16143 (Sistema de Categoria de Uso).<br />
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madeira, (compensados, MDF, HDF, OSB, e outros)<br />
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ENTREVISTA<br />
HÁ A EXPECTATIVA DE AMPLIAÇÃO DOS PRO-<br />
GRAMAS DE CERTIFICAÇÃO PARA OS PRODUTOS<br />
MADEIREIROS PARA ATENDER AS DEMANDAS DO<br />
MERCADO. COMO SE DARÁ ESTÁ AMPLIAÇÃO?<br />
Faz parte da história da Abimci o incentivo à fabricação<br />
de produtos certificados. Desde a década de 1990,<br />
quando ocorreu o desenvolvimento do PNQM (Programa<br />
Nacional de Qualidade da Madeira), a Abimci atua para<br />
auxiliar as empresas na otimização do processo produtivo<br />
e, consequentemente, possibilitar a entrega ao mercado<br />
de produtos dentro de padrões técnicos exigidos<br />
pelas normas vigentes. A entidade também é gestora<br />
do Comitê Brasileiro de Madeira da ABNT, o CB-031, e<br />
coordena nacionalmente as atividades do Comitê, no desenvolvimento,<br />
elaboração e revisão das normas técnicas.<br />
Programas de certificação são naturalmente decorrentes<br />
da crescente demanda técnica pelo mercado e se tornam<br />
ferramentas estratégicas para o avanço e posicionamento<br />
dos produtos no mercado de consumo. Temos exemplos,<br />
há muitos anos, consolidados na Abimci como o PNQM,<br />
a certificação CE por meio da parceria de 20 anos com a<br />
BM Trada para a Certificação CE Marking, necessária para<br />
a exportação ao mercado Europeu, assim como, mais<br />
recentemente, a certificação de conformidade de produto,<br />
o UKCA Mark, válida para os países da Grã-Bretanha.<br />
Um importante case de sucesso, refletido nas conquistas<br />
técnicas e de mercado, foi com o desenvolvimento do<br />
PSQ-PME (Programa Setorial da Qualidade de Portas de<br />
Madeira para Edificações) que hoje conta com 21 empresas<br />
participantes e mais de 60 produtos certificados,<br />
consolidado no mercado da construção civil, em especial<br />
junto as construtoras do país e reconhecido pela Inmetro.<br />
Recentemente, em 2022, a Abimci lançou o Programa<br />
Setorial da Qualidade do Compensado Plastificado e, no<br />
momento, as empresas participantes já estão sendo auditadas<br />
e seus produtos, focados em forma de concreto,<br />
sendo testados. A expectativa é que nos próximos meses<br />
os primeiros produtos estejam certificados e disponibilizados<br />
ao mercado. A Abimci continuará atenta as demandas<br />
de mercado, tanto no desenvolvimento de novas<br />
normas técnicas quando na elaboração de programas de<br />
certificação, tendo sempre como foco o atendimento às<br />
necessidades do mercado.<br />
FALANDO SOBRE NORMALIZAÇÃO DE PRODU-<br />
TOS, HÁ VÁRIOS ANOS O MERCADO AGUARDA A<br />
PUBLICAÇÃO DA NORMA TÉCNICA DE CONSTRU-<br />
ÇÃO DE CASAS COM O SISTEMA WOOD FRAME.<br />
O QUE VAI MUDAR NO MERCADO QUANDO ISSO<br />
ACONTECER?<br />
A Abimci, por meio da gestão do CB-031, tem liderado<br />
o desenvolvimento desta e de outras normas para<br />
intensificar o uso da madeira na construção civil no país<br />
e, especificamente no desenvolvimento da norma wood<br />
frame, organizou todas as agendas para o processo da<br />
elaboração da norma técnica, sempre defendendo a apliproducts<br />
within the technical parameters for the domestic and<br />
international market.<br />
THERE IS AN EXPECTATION TO EXPAND CERTIFI-<br />
CATION PROGRAMS FOR FOREST PRODUCTS TO MEET<br />
MARKET DEMANDS. HOW WILL THIS EXPANSION TAKE<br />
PLACE?<br />
This is part of Abimci’s history to encourage manufacturing<br />
certified products. Since the 1990s, when the National Wood<br />
Quality Program (PNQM) was developed, Abimci has been<br />
working to assist companies in optimizing the production<br />
process and, consequently, enabling companies to deliver<br />
products within the technical standards required by current<br />
standards to the market. The entity is also the manager of AB-<br />
NT’s Brazilian Wood Committee, CB-031, and coordinates the<br />
activities of the Committee nationally in developing, elaborating,<br />
and revising technical standards. Certification programs<br />
are natural due to the growing technical demand of the market<br />
and have become strategic tools for the advancement and positioning<br />
of products in the consumer market. For many years,<br />
we have examples consolidated in Abimci such as PNQM, CE<br />
certification through the partnership of 20 years with BM Trada<br />
for CE Marking Certification, necessary for export to the European<br />
market, as well as, more recently, the product conformity<br />
certification, the UKCA Mark, valid for the United Kingdom.<br />
An important successful case, reflected in the technical and<br />
market achievements, was the development of the Sectorial<br />
Program of the Quality of Wooden Doors for Buildings (PSQ-<br />
-PME). Today, the program has 21 participating companies and<br />
more than 60 certified products consolidated in the building<br />
construction market, especially with the Country’s building<br />
construction companies and recognized by Inmetro. Recently,<br />
in 2022, Abimci launched the Plasticized Plywood Quality Sector<br />
Program. The participating companies are already being<br />
audited, and their products, focused on concrete forms, are<br />
being tested. The first products are expected to be certified<br />
and made available in the coming months. Abimci will continue<br />
to pay attention to market demands in developing new<br />
technical standards and certification programs, always focusing<br />
on meeting the market’s needs.<br />
TALKING ABOUT PRODUCT STANDARDIZATION, THE<br />
MARKET HAS BEEN WAITING FOR THE PUBLICATION<br />
OF THE TECHNICAL STANDARD FOR BUILDING HOUSES<br />
WITH THE WOOD-FRAME SYSTEM FOR SEVERAL YEARS.<br />
WHAT WILL CHANGE IN THE MARKET WHEN THIS HA-<br />
PPENS?<br />
Abimci, through the management of CB-031, has led the<br />
development of this and other standards to intensify the use of<br />
timber in building construction in the Country. Specifically, this<br />
includes the development of the wood-frame standard, has<br />
organized all the agendas for drafting the technical standard,<br />
and always defending the applicability of processed timber<br />
products. The standard for the construction of houses using<br />
the wood-frame system is in the final process of domestic<br />
consultation by ABNT. We expect it will be published soon, an<br />
30 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
PASSADEIRA DE COLA<br />
Com distribuição uniforme de cola sobre a superfície<br />
das lâminas de madeira, a passadeira economiza<br />
material e aumenta a produção, mantendo a qualidade<br />
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ENTREVISTA<br />
cabilidade dos produtos de madeira processada. A norma<br />
para construção de casas com madeira em wood frame<br />
está em processo final de consulta nacional pela ABNT e<br />
nossa expectativa é que seja publicada em breve, fator<br />
essencial para o avanço e consolidação deste sistema<br />
construtivo industrializado no país. Com a norma será<br />
possível uma atuação mais focada e coordenada para<br />
estimular o desenvolvimento de políticas públicas para o<br />
uso do sistema no Brasil, bem como a inclusão nas linhas<br />
de financiamentos oficiais para empreendimentos e obras<br />
em wood frame, potencializando assim maior escala na<br />
produção e de contribuir para a redução do déficit habitacional.<br />
Além disto, teremos a oportunidade de apresentar<br />
para a sociedade os benefícios das construções com madeira,<br />
como o sequestro de carbono durante o crescimento<br />
das árvores, estoque do carbono nas estruturas construtivas,<br />
a redução dos resíduos nas obras e a velocidade<br />
construtiva, entre outros aspectos.<br />
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS PARA A<br />
AMPLIAÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL MADEI-<br />
REIRA NO BRASIL?<br />
Ampliação da produção está diretamente ligada as<br />
demandas, tendência e comportamento do mercado. E<br />
essa dinâmica e timing das ações sempre é complexo. A<br />
otimização e expansão da produção passa por renovações<br />
e inovações no parque fabril, investimentos a juros<br />
competitivos, acesso à novas tecnologias, entre vários<br />
outros fatores. Um ambiente econômico favorável, tanto<br />
na economia doméstica como na internacional é fator<br />
fundamental para novos planejamentos em expansão da<br />
produção, assim como a melhoria em políticas públicas,<br />
na desburocratização nos processos, a confiança do consumidor,<br />
o custo logístico envolvido, o suprimento florestal<br />
na região onde se situa a empresa, enfim são muitas as<br />
variáveis a serem consideradas para a definição de novos<br />
investimentos e aumento da produção madeireira.<br />
A ABIMCI COMPLETOU 50 ANOS EM 2022. O<br />
QUE OS ASSOCIADOS PODEM ESPERAR DA INSTI-<br />
TUIÇÃO NOS PRÓXIMOS ANOS?<br />
Em toda a sua história, a Abimci atuou defendendo os<br />
interesses das empresas associadas nas mais diversas esferas.<br />
Sempre proporcionou o espaço para troca de informações<br />
e construção de agendas que tivessem como objetivo<br />
o bem comum das empresas e o desenvolvimento<br />
do setor. Continuaremos com nossa missão, cada dia mais<br />
fortalecidos, atentos às transformações que estão ocorrendo<br />
em nível nacional e mundial, atuando nas pautas já<br />
consolidadas pela entidade nas diversas áreas e esferas e<br />
em novas demandas, ajudando a promover a sustentabilidade<br />
e competitividade das empresas, dos negócios e no<br />
fortalecimento do setor madeireiro e florestal brasileiro.<br />
essential factor for advancing and consolidating this industrialized<br />
construction system in the Country. With the norm, a more<br />
focused and coordinated action will be possible to stimulate<br />
the development of public policies for using the system in Brazil.<br />
As well, official lines of financing for projects and jobs using<br />
wood-frame become available, thus enhancing on a larger scale<br />
in production and contributing to the reduction of the housing<br />
deficit. In addition, we will have the opportunity to present<br />
to society the benefits of using timber in buildings, such as<br />
carbon sequestration during the growth of trees, carbon stock<br />
in construction structures, reduction of waste on the job site,<br />
and construction speed, among other aspects.<br />
WHAT ARE THE MAIN CHALLENGES FOR EXPAN-<br />
DING FOREST PRODUCT PRODUCTION IN BRAZIL?<br />
Expanding production is directly linked to demands,<br />
trends, and market behavior. And the dynamics and timing of<br />
actions are always complex. For example, the optimization and<br />
expansion of production go through renovations and innovations<br />
in the industrial park, investments at competitive interest,<br />
and access to new technologies, among several other factors.<br />
Furthermore, a favorable economic environment, both in the<br />
domestic and international economy, is a fundamental factor<br />
for new planning in expanding production. The improvement<br />
in public policies, the reduction of bureaucracy in the processes,<br />
consumer confidence, the logistics cost involved, and the<br />
forest supply in the region where the company is located are<br />
also challenges to be faced. In short, many variables must be<br />
considered to define new investments and increase forest product<br />
production.<br />
ABIMCI TURNED 50 YEARS OLD IN 2022. WHAT CAN<br />
MEMBERS EXPECT FROM THE INSTITUTION IN THE CO-<br />
MING YEARS?<br />
Throughout its history, Abimci has defended member companies’<br />
interests in the most diverse spheres. It has always provided<br />
the space for exchanging information and constructing<br />
agendas aimed at companies’ common good and the Sector’s<br />
development. We will continue with our mission, increasingly<br />
strengthened, attentive to the transformations that are taking<br />
place at the domestic and global level, acting on the guidelines<br />
already consolidated by the entity in the various areas and<br />
spheres and new demands, helping to promote the sustainability<br />
and competitiveness of companies, businesses, and the<br />
strengthening of the Brazilian Forest Product and Forest-based<br />
Sectors.<br />
NOSSO SETOR TAMBÉM TEM<br />
ENORME IMPORTÂNCIA NO<br />
AMBIENTE SOCIAL E ECONÔMICO, GERA<br />
EMPREGOS, RENDA, TRIBUTOS E A SUA<br />
CONTRIBUIÇÃO POSITIVA NO SALDO DA<br />
BALANÇA COMERCIAL<br />
32 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
COLUNA ABIMCI<br />
MADEIRA, O FUTURO DA CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
C<br />
onstruções com utilização de madeira engenheirada,<br />
bem como, o avanço e consolidação<br />
do sistema construtivo wood frame<br />
foram tema de amplo debate a respeito das<br />
tecnologias que estão sendo desenvolvidas<br />
e utilizadas ao redor do mundo e no Brasil, em um seminário<br />
técnico, realizado na capital paranaense, no mês de<br />
março. O evento, que teve o apoio da Abimci (Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />
reuniu mais de 500 participantes, entre eles<br />
arquitetos, engenheiros e empresários do setor industrial<br />
madeireiro.<br />
A participação deste número expressivo de profissionais<br />
da construção civil, empresários e interessados no<br />
tema, é reflexo da busca por novas tecnologias, inovações<br />
e soluções construtivas que proporcionem mais velocidade<br />
às obras, melhor escala de negócios, competitividade<br />
de custos e menor impacto ambiental.<br />
A madeira engenheirada e o wood frame, materiais<br />
fabricados a partir de processos industriais que proporcionam<br />
à madeira resistência mecânica, durabilidade,<br />
trabalhabilidade, flexibilidade e leveza, possibilitam<br />
redução de tempo construtivo, menor quantidade de resíduos<br />
na obra e baixo impacto ao meio ambiente. Estas<br />
caraterísticas são atrativas ao mercado da construção civil,<br />
pois seguem as principais premissas de uso de materiais<br />
sustentáveis em obras, fatos que permitem e credenciam<br />
que a madeira seja empregada em praticamente todos os<br />
tipos de empreendimentos imobiliários.<br />
As construções com essas tecnologias, que já estão<br />
sendo executadas no Brasil, e que tem um alto potencial<br />
de crescimento, também se destacam pela sustentabilidade,<br />
que é intrínseca à sua matéria-prima principal,<br />
a madeira. Estudos apontam que cada sete árvores<br />
conseguem sequestrar 1 tonelada de carbono nos seus<br />
primeiros 20 anos de idade. Todo este carbono absorvido<br />
permanece estocado nos produtos de madeira em todo<br />
o seu ciclo de vida. Um diferencial dificilmente superado<br />
por outro produto.<br />
34 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023<br />
Foto: divulgação<br />
Estas potencialidades proporcionam um cenário positivo,<br />
especialmente agora, momento em que a norma do<br />
wood frame está em processo final de consulta nacional<br />
pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).<br />
A sua publicação é um fator essencial para o avanço e<br />
consolidação deste sistema construtivo industrializado no<br />
país, que proporcionará uma atuação mais focada e coordenada<br />
para estimular o desenvolvimento de políticas<br />
públicas para o uso do sistema no Brasil e a sua inclusão<br />
nas linhas de financiamentos.<br />
As instituições financeiras, por sua vez, já apontam<br />
que existem oportunidades de financiamento para estes<br />
sistemas construtivos, e que aliados à demanda crescente,<br />
o avanço na normalização e padronização dos produtos<br />
disponíveis no mercado, podem gerar uma melhor<br />
escala de produção e de novos investimentos fabris, fatores<br />
positivos para a ampliação e otimização do acesso a<br />
crédito e financiamentos em larga escala.<br />
A Abimci está atenta a todos estes fatos e cenários,<br />
pois além de realizar a gestão do Comitê de Madeiras da<br />
ABNT, o CB-031, que desenvolve e revisa as normas técnicas<br />
necessárias para a padronização e uso dos produtos<br />
madeireiros, que atendam aos requisitos mínimos de desempenho<br />
e segurança aos empreendimentos, também<br />
abriga dentro de sua organização institucional diversas<br />
ações de promoção e desenvolvimento comercial na busca<br />
da melhor sustentabilidade para todos os envolvidos.<br />
Com a normalização dos produtos, o aumento da<br />
produtividade industrial e o crescimento da demanda, a<br />
madeira tem todo o potencial para aumentar sua participação<br />
na construção civil nacional, oferecendo seus benefícios<br />
técnicos, estéticos e sustentáveis para a sociedade.<br />
O momento e as oportunidades são para todos!<br />
A MADEIRA ENGENHEIRADA E<br />
O WOOD FRAME, MATERIAIS<br />
FABRICADOS A PARTIR DE PROCESSOS<br />
INDUSTRIAIS QUE PROPORCIONAM À<br />
MADEIRA RESISTÊNCIA MECÂNICA,<br />
DURABILIDADE, TRABALHABILIDADE,<br />
FLEXIBILIDADE E LEVEZA, POSSIBILITAM<br />
REDUÇÃO DE TEMPO CONSTRUTIVO,<br />
MENOR QUANTIDADE DE RESÍDUOS NA<br />
OBRA E BAIXO IMPACTO AO MEIO<br />
AMBIENTE
EM CONSTANTE<br />
EVOLUÇÃO<br />
A segunda planta nos dará capacidade<br />
para participar mais dos mercados de<br />
painéis MDF, MDP, Compensados e Resinas<br />
Especiais. A nossa expectativa é crescer<br />
com solidez nestes segmentos, onde o<br />
cenário é de grande competitividade.<br />
<br />
<br />
<br />
ão no mercado de paineis!
PRINCIPAL<br />
FÁBRICA<br />
EM EXPANSÃO<br />
Fotos: Emanoel Caldeira<br />
36 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
INDÚSTRIA INVESTE PESADO EM<br />
SEGUNDA PLANTA DE FORMOL<br />
PARA GARANTIR EXPANSÃO DE SUA<br />
PARTICIPAÇÃO NO MERCADO DE<br />
RESINAS PARA MADEIRA<br />
EXPANDING<br />
PRODUCTION<br />
A COMPANY INVESTS HEAVILY IN A<br />
SECOND FORMALDEHYDE PLANT TO<br />
ENSURE THE EXPANSION OF ITS MARKET<br />
SHARE OF WOOD RESINS<br />
ABRIL 2023 37
PRINCIPAL<br />
C<br />
om 16 anos de atividade no mercado de resinas<br />
para o setor da madeira, a Bonardi Química<br />
mostra mais uma vez que aposta no crescimento<br />
do mercado ao inaugurar a segunda planta para<br />
produção de formol, matéria-prima para fabricação<br />
de resinas termofixas. Em 2020, a empresa já havia<br />
inaugurado a sua primeira fábrica de formol. A experiência foi<br />
tão positiva que em pouco tempo a direção decidiu investir<br />
em uma segunda planta e assim garantir condições para<br />
expandir a sua atuação no mercado da madeira. “Estrategicamente<br />
a Bonardi decidiu investir em uma planta de formol<br />
em 2017. Até a planta ficar pronta éramos um dos maiores<br />
consumidores de formol do mercado brasileiro. Falando em<br />
termos de engenharia, nós verticalizamos para trás o nosso<br />
processo. Passamos a produzir a própria matéria-prima”,<br />
enaltece Robson Lemos, diretor comercial da Bonardi Química<br />
desde 2013. A segunda planta nos dará capacidade<br />
para participar mais dos mercados de painéis MDF, MDP,<br />
Compensados e Resinas Especiais. A nossa expectativa é<br />
crescer com solidez nestes segmentos, onde o cenário é de<br />
grande competitividade”, projeta o diretor, que desde 1992<br />
atua profissionalmente no setor da madeira.<br />
A primeira planta de formol da Bonardi Química foi capa<br />
da edição nº 227 da Revista REFERÊNCIA MADEIRA, em<br />
março de 2021. Dois anos depois a capa é a segunda fábrica<br />
de formol inaugurada em março de 2023, da indústria que<br />
tem como sócios diretores Hamilton dos Santos Medeiros<br />
e João Francisco Nardi.<br />
W<br />
ith 16 years of activity in the resin market<br />
for the Forest Product Sector, Bonardi<br />
Química bets on market growth by inaugurating<br />
a second plant to produce formaldehyde,<br />
the primary raw material for<br />
manufacturing thermosetting resins. In 2020, the Company<br />
inaugurated its first formaldehyde factory. The experience<br />
was so positive that in a short time, management decided<br />
to invest in a second plant and, thus, ensure conditions<br />
to expand its operations in the forest-product market.<br />
“Strategically, Bonardi decided to invest in a formaldehyde<br />
plant in 2017. Until the plant was ready, we were one of the<br />
largest buyers of formaldehyde in the Brazilian market. In<br />
terms of engineering, we verticalized our process backward.<br />
We started to produce our own raw material,” praises<br />
Robson Lemos, Director of Sales for Bonardi Química,<br />
since 2013. “The second plant will give us the capacity to<br />
further participate in the MDF, MDP, plywood, and special<br />
resin markets. We expect to grow and solidify our position<br />
in these segments, where competition is fierce,” projects<br />
the Director, who has worked professionally in the Forest<br />
Product Sector since 1992.<br />
Bonardi Química’s first formaldehyde plant was the<br />
cover story of REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong> Madeira issue No.<br />
227 in March 2021. Two years later, the cover story is about<br />
the second formaldehyde factory inaugurated in March<br />
2023, honoring Company Managing Partners Hamilton dos<br />
Santos Medeiros and João Francisco Nardi.<br />
A SEGUNDA<br />
PLANTA VAI<br />
AMPLIAR O NOSSO<br />
NEGÓCIO PARA PODER<br />
PRODUZIR MAIS RESINA<br />
PARA O SEGMENTO DE<br />
PAINÉIS DE MDF, MDP, E<br />
ASSIM EXPANDIR, E<br />
ATENDER O MERCADO DE<br />
COMPENSADO. A NOSSA<br />
EXPECTATIVA É CRESCER<br />
MAIS 50%<br />
ROBSON LEMOS, DIRETOR COMERCIAL<br />
DA BONARDI QUÍMICA<br />
38 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
AMPLIAÇÃO DO NEGÓCIO<br />
“Com a planta 2 vamos aumentar em 113% a nossa<br />
capacidade produtiva de formol”, salienta Robson. Com a<br />
nova fábrica, inaugurada em março de 2023, a empresa passa<br />
a ter a capacidade para produção de 110 mil toneladas de<br />
formol por ano. A primeira planta de formol produz 50 mil<br />
toneladas/ano, e a segunda fábrica, instalada ao lado da<br />
primeira e na mesma área onde está a unidade de resinas,<br />
localizada na cidade de Colombo (PR), tem capacidade para<br />
produção de 60 mil toneladas/ano de formol. “O investimento<br />
atende todas as linhas de produção da empresa. Grandes<br />
investimentos são para gerações, não pode pensar em dois,<br />
três anos. Neste momento o mercado está recessivo. Mas<br />
uma planta de formol tem uma durabilidade de pelo menos<br />
50 anos”, afirma Robson.<br />
GRANDES INVESTIMENTOS<br />
A empresa investiu nos últimos anos, a quantia acima de<br />
R$ 120 milhões, com uma taxa de retorno viável para o tipo de<br />
negócio. Neste contexto, os investimentos em ativos incluem<br />
duas plantas de formol, reatores de resinas, utilidades para a<br />
fábrica de resinas, máquinas de impregnação de papel tego<br />
film e também na frota de caminhões do Grupo.<br />
Mas os investimentos não param na segunda planta de<br />
formol. A Bonardi também investiu neste ano na instalação<br />
de um novo reator e na aquisição de um equipamento chiller.<br />
O reator para produzir resina começou a operar no final<br />
de março. Trata-se de um reator com capacidade para produção<br />
de 85 toneladas de resina a cada 6h (horas), aumentando<br />
a capacidade para produção em torno de 40%. Passando do<br />
atual 22 mil para 300 mil toneladas/ano.<br />
EXPANDING BUSINESS<br />
“With the second plant, we will increase our formaldehyde<br />
production capacity by 113%,” says Lemos. With<br />
the new plant, inaugurated in March 2023, the Company,<br />
located in Colombo (PR), can now produce 110 thousand<br />
tons of formaldehyde annually. The first formaldehyde<br />
plant only produces 50 thousand tons annually. And the<br />
second factory, installed next to the first in the same area<br />
where the resin unit is located, has a production capacity<br />
of 60 thousand tons annually of formaldehyde. “The<br />
investment serves all of the Company’s production lines.<br />
Large investments are for generations; you can’t just think<br />
about two, or three, years ahead. Right now, the market<br />
is recessionary. But a formaldehyde plant lasts at least 50<br />
years,” says Lemos.<br />
MAJOR INVESTMENTS<br />
Over the years, the Company invested more than R$ 120<br />
million with a return compatible with the type of business.<br />
In this context, the investments have included two formaldehyde<br />
plants, resin reactors, resin factory utilities, a tego<br />
film paper impregnation machine, and the Group truck fleet.<br />
The reactor began producing resin in late March. It has<br />
a production capacity of 85 tons of resin every 6 hours, increasing<br />
the production capacity by around 40% and going<br />
from 22 thousand to 300 thousand tons annually.<br />
Another significant investment was the acquisition of a<br />
large-capacity chiller—a giant water cooler with power to<br />
cool all the Company’s plants. The equipment, based on<br />
American technology, was imported from India. The equipment<br />
will help produce the resins, improving the thermal<br />
cooling efficiency of the thermosetting resins, which require<br />
cooling efficiently.<br />
ABRIL 2023 39
PRINCIPAL<br />
Outro grande investimento foi a aquisição de um chiller<br />
de grande capacidade. Um resfriador de água gigante, com<br />
potência para resfriar todas as plantas da empresa. O equipamento<br />
com tecnologia norte-americana foi importado da<br />
Índia. O equipamento vai ajudar na produção das resinas,<br />
melhorando a eficiência térmica de resfriamento das resinas<br />
termofixas, que requer resfriamento com eficiência.<br />
Para Robson Lemos, com o aumento na produção de<br />
resinas, a meta para 2024 é aumentar a exportação dos<br />
produtos. Atualmente 95% do mercado da Bonardi Química<br />
é doméstico, com maior concentração na região sul, atendendo<br />
também Estados do norte e centro-oeste, e com alguma<br />
participação no mercado de compensados da Argentina,<br />
Paraguai, Bolívia e Uruguai.<br />
CONFIANÇA E QUALIDADE<br />
O investimento contínuo da Bonardi em tecnologia e<br />
novos equipamentos é um grande diferencial da empresa e<br />
não passa despercebido pelos clientes. O sócio-diretor da<br />
NM Compensados, Gilson Virtuoso, é cliente desde o início<br />
da indústria e destaca os benefícios desta relação. “Eles<br />
estão sempre investindo em tecnologia e quem ganha é o<br />
cliente. Tem profissionais capacitados, produtos de qualidade,<br />
uma logística muito bem montada. Não ficamos na mão<br />
com eles”, elogia Gilson. “Os produtos são de excelente<br />
qualidade com colagem boa. O atendimento é diferenciado,<br />
com técnicos na empresa que conhecem o negócio e ajudam<br />
em projetos. Hoje o mundo tá muito competitivo e a Bonardi<br />
traz esse diferencial que nos faz sentir seguros. Eles passam<br />
confiabilidade, além da qualidade dos produtos”, destaca<br />
o gestor na NM Compensados, localizada em Presidente<br />
Getúlio (SC).<br />
Igor Rover, sócio-diretor da Compensados Relvaplac,<br />
fábrica de painéis compensados com sede em Imbituva<br />
(PR) é cliente da Bonardi há cerca de 10 anos, de quem<br />
For Lemos, the goal for 2024 is to increase exports<br />
with the increase in the production of resins. Currently,<br />
95% of Bonardi Química’s market is domestic, with a greater<br />
concentration in the Southern Region of Brazil, also<br />
serving northern and midwestern states, and with a small<br />
share serving the plywood market of Argentina, Paraguay,<br />
Bolivia, and Uruguay.<br />
TRUST AND QUALITY<br />
Bonardi’s continuous investment in technology and<br />
new equipment is the Company’s significant differential<br />
and does not go unnoticed by customers. Gilson Virtuoso,<br />
the Managing Partner of NM Compensados located<br />
in Presidente Getúlio (SC), has been a customer since<br />
the beginning of NM Compensados and highlights the<br />
benefits of this relationship. “They continuously invest in<br />
technology, and the customer is the winner. It has trained<br />
professionals, quality products, a very well-assembled<br />
logistics. We have never been out of hand with them,”<br />
says Virtuoso. “The products are of excellent quality with<br />
good bonding features. The service is differentiated, with<br />
technicians in the Company who know the business and<br />
help with projects. Today, the world is very competitive,<br />
and Bonardi’s differential makes us feel secure. They pass<br />
on reliability and the quality of the products,” says the NM<br />
Compensados Managing Partner.<br />
Igor Rover, Managing Partner of Compensados Relvaplac,<br />
a plywood panel factory based in Imbituva (PR), has<br />
been a Bonardi customer for about ten years, from whom<br />
he acquires resins, tego film, and stain. Rover highlights the<br />
quality of service. “It is a reference company in the market,<br />
very flexible, has its own delivery fleet, is affordable, and<br />
with excellent quality products. In addition, it has a responsible<br />
after-sales service, always present and seeking<br />
continuous improvements,” praises Rover.<br />
40 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
adquire resinas, tego film e tinta. Igor destaca a qualidade<br />
no atendimento. “É uma empresa referência do mercado,<br />
muito flexível, possui frota de entrega própria, é acessível e<br />
com produtos de excelente qualidade. Tem um pós-venda<br />
responsável, que sempre está presente e buscando melhorias<br />
contínuas”, enaltece Igor.<br />
ESTRUTURA ROBUSTA<br />
A logística de transporte da Bonardi é outro diferencial.<br />
A empresa possui uma frota de 85 veículos entre caminhões<br />
e carretas que fazem a entrega dos produtos em veículos<br />
próprios para vendas com até 1.700 km (quilômetros) de<br />
distância. Para localidades mais distantes, a entrega é feita<br />
por empresas de transporte parceiras.<br />
A Bonardi também possui uma participação importante<br />
no mercado de papel tego film, utilizado para a fabricação<br />
do compensado plastificado e aplicado para construção de<br />
forma de concreto aparente. Neste negócio, a capacidade<br />
da Bonardi é para produção de 24 milhões m 2 /ano.<br />
Outro segmento importante, onde a Bonardi é líder no<br />
mercado nacional, é o de verniz para o setor da construção<br />
civil. A empresa possui uma linha completa de verniz para<br />
piso de madeira.<br />
O reconhecimento de clientes e mercado é fruto do trabalho<br />
contínuo da Bonardi na melhoria dos produtos. “Estamos<br />
muito focados nesse negócio para levar para a indústria<br />
da madeira melhorias na capacidade, melhores ofertas e<br />
melhor performance de produto”, garante Robson Lemos.<br />
“A Bonardi tem um contrato de transferência de tecnologia<br />
da NTL (Grécia), a qual nos coloca em patamares globais,<br />
quando se fala em performance de resinas para madeira.<br />
Assim, podemos oferecer aos nossos clientes as melhores<br />
opções mundiais em tecnologia de resinas”, resume Robson.<br />
O INVESTIMENTO ATENDE<br />
TODAS LINHAS DE<br />
PRODUÇÃO DA EMPRESA. GRANDES<br />
INVESTIMENTOS SÃO PARA<br />
GERAÇÕES, NÃO PODE PENSAR EM<br />
DOIS, TRÊS ANOS<br />
ROBSON LEMOS, DIRETOR COMERCIAL<br />
DA BONARDI QUÍMICA<br />
ROBUST STRUCTURE<br />
Bonardi’s transport logistics is another differential.<br />
The Company has a fleet of 85 vehicles, between trucks<br />
and semis, delivering its products up to 17 hundred km<br />
away. For more distant locations, the delivery is by partner<br />
transport companies.<br />
Bonardi also has a significant share of the tego film<br />
paper market, used for manufacturing plasticized plywood<br />
for construction in the form of exposed concrete. In this<br />
business, Bonardi’s capacity is 24 million m 2 annually.<br />
Another important segment, where Bonardi is a leader<br />
in the domestic market, is varnish for the Building Construction<br />
Sector.<br />
The Company has a complete line of varnish for wood<br />
flooring. The recognition by customers and the market<br />
results from Bonardi’s continuous work improving products.<br />
“We are very focused on this business of bringing to the<br />
forest product segment improvements in capacity, better<br />
offers, and better product performance,” ensures Lemos.<br />
“Bonardi recently completed a technology transfer<br />
contract with NTL (Greece), which puts us at global levels<br />
regarding resin performance for wood. Thus, we can offer<br />
our customers the world’s best options in resin technology,”<br />
completes Lemos.<br />
ABRIL 2023 41
EVENTO<br />
MADEIRA<br />
SUSTENTÁVEL<br />
42 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
ENCONTRO DESTACOU OS BENEFÍCIOS<br />
DA MADEIRA DE MANEJO FLORESTAL E SUA<br />
UTILIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES E PROJETOS<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
ABRIL 2023 43
EVENTO<br />
O<br />
s benefícios do manejo florestal para<br />
economia nacional foram tratados<br />
durante o evento: Madeira Sustentável<br />
- o futuro do mercado; realizado pelo<br />
FNBF (Fórum Nacional das Atividades<br />
de Base Florestal), no último mês de março, em<br />
São Paulo (SP). O evento contou com mais de 200<br />
pessoas, entre arquitetos, ambientalistas e madeireiros<br />
de todas as regiões do país que se reuniram no<br />
Boulevard JK para discutir os benefícios do manejo<br />
florestal. O presidente do FNBF, Frank Rogieri abriu o<br />
evento falando sobre a importância do manejo para<br />
a economia nacional e como ela vai de encontro às<br />
pautas sustentáveis tão presentes hoje em dia. “A<br />
nossa madeira é oriunda do manejo florestal sustentável,<br />
contribui efetivamente para a preservação e<br />
conservação das florestas brasileiras, respeitando a<br />
fauna, a flora, preservando nossas águas e levando<br />
desenvolvimento para mais de 28 milhões de habitantes<br />
da Amazônia brasileira”, defendeu Frank.<br />
O presidente do FNBF continuou sua apresentação<br />
criticando a confusão que acontece em relação<br />
ao manejo sustentável e o madeireiro ilegal, que gera<br />
preconceito em relação ao uso da madeira nacional<br />
por arquitetos, urbanistas e engenheiros, que não<br />
estão habituados com o tema. “O nosso setor é uma<br />
das molas propulsoras, um dos pilares da manuten-<br />
ção, da conservação das florestas, por meio do manejo<br />
florestal sustentável”, destacou Frank.<br />
Segundo os organizadores, acabar com o preconceito<br />
e trazer informações claras sobre madeira nacional<br />
e como o manejo sustentável é o que garante a<br />
floresta em pé foram os principais objetivos do evento,<br />
além de levar mais conhecimento aos arquitetos,<br />
engenheiros, designers de interior, lojistas que vendem<br />
madeira nativa, professores e estudantes sobre a<br />
manutenção das florestas e esclarecer dúvidas.<br />
Rafael Mason, presidente do CIPEM (Centro das<br />
Indústrias Produtoras e Exportadores de Madeira do<br />
Estado de Mato Grosso), informou que somente o<br />
Mato Grosso tem a capacidade de dobrar a produção<br />
do setor florestal sustentável e ser a principal ferramenta<br />
de combate ao desmatamento ilegal no Brasil.<br />
“Atualmente são 3 milhões de hectares de produção<br />
e com capacidade para atingir 6 milhões até 2030.<br />
Ao todo são 6 mil empreendimentos e cerca de 2 mil<br />
indústrias, principal base econômica de 44 municípios<br />
do Estado” afirmou Rafael.<br />
Silvio Rangel, presidente da FIEMT (Federação<br />
das Indústrias do Estado de Mato Grosso), aproveitou<br />
sua participação para falar sobre a importância<br />
econômica do manejo sustentável, que leva oportunidades<br />
para a população local. “Precisamos pensar na<br />
Amazônia com a visão de cuidado sim, mas também<br />
44 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
com a visão de gerar renda e proporcionar uma vida<br />
melhor para quem vive na floresta e pode tirar seu<br />
sustento dela de maneira legal”, apontou Silvio.<br />
Mauren Lazzaretti, secretária de Meio Ambiente<br />
do Estado de Mato Grosso, tratou o evento como<br />
um passo importante para a quebra de paradigmas<br />
em relação à atividade florestal. “Nosso trabalho na<br />
secretaria é o de desmistificar para a sociedade, órgãos<br />
de controle e potenciais consumidores, que as<br />
pessoas da Amazônia não são um problema, mas sim<br />
a solução para a floresta”, destacou Mauren.<br />
POTENCIAL PARA CONSTRUÇÃO<br />
Lilian Sarrouf, Consultora em Gestão Empresarial<br />
e Ambiental do CBIC (Câmara Brasileira da Indústria<br />
da Construção Civil) e Fulvio Vitorino, diretor técnico<br />
do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) dividiram<br />
o palco em uma breve apresentação, onde destacaram<br />
a importância do uso da madeira na engenharia<br />
e a necessidade de ir além do uso, mas do desenvolvimento<br />
de projetos construtivos industrializados<br />
que utilizem madeira, pois, na opinião de ambos, há<br />
demanda para a madeira, mas ainda há pouca informação.<br />
Roberto Lecomte, arquiteto da Casacerta Arquitetura<br />
& Construção, falou sobre madeira na arquitetura<br />
e na construção, dando ênfase para os tipos de<br />
madeira que podem ser utilizados e como cada aplicação<br />
pode trazer resultados únicos para a obra. “Minha<br />
aposta para a construção do futuro é a madeira e<br />
temos um mercado com grande potencial no Brasil”,<br />
ressaltou Roberto.<br />
ABRIL 2023 45
EVENTO<br />
Marcelo Aflalo, presidente do Núcleo de Referência<br />
em tecnologia da madeira da USP (Universidade<br />
de São Paulo) apresentou o tema: Madeira nativa na<br />
construção - projeto como pesquisa. Para Marcelo,<br />
um de seus principais objetivos é promover pesquisas<br />
que estão sendo feitas para alargar os horizontes no<br />
uso da madeira e ajudar a divulgar a difusão de novas<br />
tecnologias e de processos de construção. “É preciso<br />
olhar com atenção para os desafios que o uso da madeira<br />
apresenta e cuidar para que a sustentabilidade<br />
não seja apenas na construção, mas abranja todo o<br />
processo”, concluiu Marcelo.<br />
O evento contou também com a participação de<br />
representantes de associações de outros Estados.<br />
Para Deryck Martins, diretor técnico da AIMEX (Associação<br />
das Indústrias Exportadoras de Madeiras do<br />
Estado do Pará), a principal mensagem que o evento<br />
passou é que: ao escolher o uso da madeira na arquitetura,<br />
na engenharia e na construção civil existe<br />
uma série de benefícios que vão além da própria<br />
matéria-prima e fortalecem toda a cadeia de trabalho<br />
envolvida. “Estamos falando de rastreabilidade, de<br />
um controle total de origem, da utilização de um bem<br />
natural renovável e que garante a floresta em pé e<br />
colabora com a continuidade do ciclo de todo um<br />
ecossistema”, afirmou Deryck.<br />
Wadson Werly, Presidente da ACIMDERJ (Associação<br />
dos Comerciantes e Indústria de Madeiras e<br />
Derivados do Estado do Rio de Janeiro), destacou a<br />
importância do evento, pela união de profissionais<br />
de várias áreas ao mesmo tempo e aproveitou para<br />
fortalecer os laços entre ACIMDERJ e FNBF. “Vamos<br />
trabalhar para levar um evento como esse para o Rio<br />
de Janeiro, pois um evento como esse é uma oportunidade<br />
única para mudar a visão do público sobre o<br />
papel dos madeireiros”, finalizou Wadson.<br />
É PRECISO OLHAR COM<br />
ATENÇÃO PARA OS<br />
DESAFIOS QUE O USO DA MADEIRA<br />
APRESENTA E CUIDAR PARA QUE A<br />
SUSTENTABILIDADE NÃO SEJA<br />
APENAS NA CONSTRUÇÃO, MAS<br />
ABRANJA TODO O PROCESSO<br />
MARCELO AFLALO<br />
46 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
CIPEM realiza levantamento da presença de mulheres<br />
na cadeia produtiva da madeira em Mato Grosso<br />
A participação ativa das mulheres no mercado de trabalho florestal e<br />
madeireiro no Brasil como um todo é uma questão de suma importância<br />
e que deve estar sempre presente, pois ajuda a promover a igualdade de<br />
gênero e a diversidade de perspectivas no setor.<br />
A equidade de gênero é uma relevante meta do Desenvolvimento<br />
Sustentável das Nações Unidas (ODS) e é considerada fundamental para<br />
alcançar um mundo mais justo e igualitário. Faz referência à igualdade<br />
de direitos, oportunidades e tratamento entre mulheres e homens,<br />
independentemente de seu gênero. Sua implementação traz benefícios<br />
como redução da pobreza, permitindo o pleno acesso de mulheres ao<br />
mercado de trabalho, além de contribuir para o aumento da produtividade<br />
econômica, para a melhoria da saúde e bem-estar, garantindo o<br />
acesso aos mesmos serviços de qualidade, direitos e oportunidades.<br />
Para alcançar a equidade de gênero, é necessário tomar medidas<br />
concretas para promover a igualdade de direitos entre mulheres e<br />
homens, incluindo políticas públicas e ações empresariais que promovam<br />
a igualdade de salários, o acesso ao mercado de trabalho e a<br />
participação política das mulheres.<br />
Historicamente, o setor de base florestal foi dominado por homens,<br />
mas a tendência tem sido mudar com o tempo. Atualmente, no Estado de<br />
Mato Grosso, nota-se que muitas mulheres estão ocupando cargos em<br />
empresas florestais e indústrias madeireiras, em comparação ao início<br />
da atividade no Estado, mas ainda há muito o que ser feito, pois essa<br />
inclusão contribui para a diversidade de ideias e perspectivas, levando a<br />
soluções inovadoras para os problemas florestais.<br />
A contratação de mulheres ajuda a melhorar as suas condições de<br />
vida e de suas famílias, e também contribui para o desenvolvimento da<br />
economia local e regional, com maior distribuição de renda entre a<br />
população.<br />
Em Mato Grosso existem indicativos de que o número de mulheres<br />
empregadas no setor de base florestal está aumentando nas regiões<br />
produtoras de madeira nativa e isso pode ser devido a uma série de<br />
fatores, incluindo a conscientização sobre a importância da igualdade de<br />
gênero e a inclusão de mulheres no mercado de trabalho e o aumento da<br />
oferta de oportunidades de treinamento e desenvolvimento para<br />
mulheres.<br />
Em pesquisa realizada com os oito Sindicatos Empresariais que<br />
compõem o CIPEM, dentre as cerca de 500 empresas associadas,<br />
divididas entre extração, serraria, indústria, beneficiamento e comércio,<br />
o número de mulheres que atuam como proprietárias, engenheiras<br />
florestais, gestoras, administradoras, auxiliares, operadoras de<br />
máquinas, entre outras, vem aumentando gradualmente no quadro de<br />
funcionários.<br />
Dentre quase 9 mil funcionários empregados diretamente aos<br />
empreendimentos associados ao CIPEM, 1820 são mulheres, correspondendo<br />
a 20% do total de empregados. Os cargos com maior presença<br />
feminina são, Auxiliar de Produção (895), Escritório/Administrativo<br />
(512), Limpeza (151) e Zeladoria/Serviços Gerais (85). É válido registrar<br />
a presença feminina nos cargos de CEO/Gestoras/Empresárias (18),<br />
Engenheiras Florestais (12) e Menores Aprendizes (3).<br />
No que tange a presença de mulheres nas diretorias dos Sindicatos, a<br />
participação é pequena e deve aumentar nas próximas gestões. No<br />
entanto, apesar de o setor de base florestal mato-grossense apresentar<br />
um crescimento da participação feminina nas indústrias, ainda existem<br />
obstáculos para consolidar a igualdade de gênero no setor florestal e<br />
madeireiro no Brasil como um todo. Muitas mulheres enfrentam<br />
barreiras para acessar empregos no setor, assim como em outros<br />
setores industriais pela falta de oportunidades.<br />
Leia a matéria completa:<br />
CipemdeMT CipemMT cipemmt<br />
(65) 3644-3666<br />
Manejosustentavel<br />
www.cipem.org.br
MARCENARIA<br />
Foto: Medieanvändning/Sven Burman<br />
48 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
Foto: Medieanvändning<br />
PRÉDIO<br />
DE MADEIRA<br />
CONSTRUÇÃO CONCLUÍDA EM 2021 NA SUÉCIA ABRIGA CENTRO<br />
CULTURAL E HOTEL DE 20 ANDARES<br />
ABRIL 2023 49
MARCENARIA<br />
Aconstrução de prédios inteiramente com<br />
madeira tem ganhado espaço pelo mundo.<br />
Uma das construções em madeira<br />
que é destaque no cenário mundial é o<br />
Sara Cultural Center, localizado na cidade<br />
de Skellefteå, no norte da Suécia. Trata-se de um complexo<br />
de 17 mil m 2 (metros quadrados), que abriga um<br />
hotel de 20 andares e 75m (metros) de altura, sendo<br />
um dos edifícios mais altos do mundo em madeira engenheirada.<br />
O projeto é assinado pelo escritório de arquitetura<br />
White Arkitekter e além do apelo sustentável, o fato<br />
de as peças em madeira serem provenientes de um<br />
processo industrial aumenta a agilidade da obra. As<br />
peças estruturais e os módulos do edifício foram pré-<br />
-fabricados em uma indústria e apenas montados no<br />
canteiro de obras, reduzindo os prazos de finalização<br />
do projeto.<br />
CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL<br />
Concluído em setembro de 2021, o edifício abriga<br />
o Sara Cultural Center, espaço com hotel, SPA, galeria<br />
de arte, biblioteca municipal, auditório com 1.200 lugares<br />
e centro de conferências.<br />
Foto: Medieanvändning/Johan Wennerström<br />
Foto: Medieanvändning/Sven Burman<br />
50 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
Foto: Medieanvändning/Jonas Westling<br />
A proposta por trás dessa construção foi honrar o<br />
histórico da cidade sueca, de grande uso de madeira<br />
na arquitetura, além de ampliar o uso do material no<br />
desenvolvimento de projetos complexos e arranha-<br />
-céus, e criar uma estrutura carbono negativa, criando<br />
assim um olhar contemporâneo e sustentável para novas<br />
edificações.<br />
O Sara Center foi construído utilizando apenas madeiras<br />
de origem local, de florestas sustentáveis, que<br />
foram processadas em uma serraria a 50 quilômetros<br />
da obra. Também foram usados, para a construção do<br />
hotel, módulos 3D pré-fabricados em CLT (madeira laminada<br />
cruzada). E, no centro cultural, colunas e vigas<br />
de GLT (madeira laminada colada).<br />
O projeto estrutural integrado eliminou totalmente<br />
a necessidade de concreto da estrutura de suporte de<br />
carga, acelerando a construção e reduzindo a pegada<br />
de carbono do edifício.<br />
O arquiteto responsável pela obra, Robert Schmitz,<br />
participou em Curitiba (PR) do evento Woodlife Sweden,<br />
e lembrou que 40% das emissões de CO 2<br />
(gás<br />
carbônico) no mundo são originárias do setor da construção.<br />
Além disso, o segmento também é responsável<br />
por 30% dos resíduos gerados na Suécia. Conforme<br />
Schmitz, pensando nisso, o escritório passou a buscar<br />
processos construtivos alternativos, e a madeira surgiu<br />
UMA EDIFICAÇÃO COMO<br />
ESSA SEQUESTRA O DOBRO<br />
DO CARBONO QUE EMITE, ENTÃO É<br />
UM PRÉDIO CARBONO NEGATIVO<br />
ROBERT SCHMITZ, ARQUITETO<br />
Foto: Medieanvändning/Jonas Westling<br />
ABRIL 2023 51
MARCENARIA<br />
como principal solução. Isso porque uma construção<br />
em madeira, além de emitir menos GEE (gases de efeito<br />
estufa), ainda sequestra carbono com a produção<br />
florestal necessária para obtenção da matéria prima.<br />
“Uma edificação como essa sequestra o dobro do<br />
carbono que emite, então é um prédio carbono negativo”,<br />
disse o profissional em palestra realizada na FIEP<br />
(Federação das Indústrias do Estado do Paraná) durante<br />
o Woodlife Sweden.<br />
ATRAÇÃO TURÍSTICA<br />
A construção priorizou espaços abertos com alto<br />
uso de vidro e transparências, para revelar o que se<br />
passa nos bastidores, tanto para visitantes quanto para<br />
transeuntes. A ideia é criar um local aberto e convidativo<br />
para turistas e moradores da cidade, além de uma<br />
vitrine para projetos sustentáveis.<br />
A cobertura do prédio recebeu painéis solares<br />
para produção de eletricidade. Sua fachada de vidro<br />
tem pele dupla com proteção solar que se adapta às<br />
variações sazonais, controlando assim a entrada de luz<br />
e temperatura. O Sara Cultural Center é considerada a<br />
terceira estrutura de madeira mais alta do mundo.<br />
Foto: Medieanvändning/Sven Burman<br />
Foto: Medieanvändning/Jonas Westling<br />
52 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
Biesse Inside<br />
O evento mais aguardado do ano está chegando!<br />
Biesse Brasil
ESTUDO<br />
INDÚSTRIA<br />
SUSTENTÁVEL<br />
54 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
BRASIL PASSA A CONTABILIZAR<br />
CARBONO DE PRODUTOS FLORESTAIS<br />
MADEIREIROS CONTRIBUINDO<br />
PARA REDUÇÃO DOS EFEITOS DAS<br />
MUDANÇAS CLIMÁTICAS<br />
Fotos: divulgação<br />
ABRIL 2023 55
ESTUDO<br />
AEmbrapa Florestas (PR), em um estudo<br />
inédito, começou a mensurar os dados<br />
de acúmulo de carbono em PFM<br />
(produtos florestais madeireiros), como<br />
madeira serrada, painéis de madeira e<br />
papelão, e resíduos descartados desses materiais.<br />
O estudo inédito foi elaborado em 2020, utilizando<br />
o ano de 2016 como referência, e contabilizou 50,7<br />
milhões de toneladas de CO 2<br />
equivalente no país.<br />
O número obtido no levantamento, apesar de ser<br />
considerado ainda pequeno, quando comparado a<br />
outros países, representa 3,5% do total de emissões<br />
de GEE (gases de efeito estufa), e é deduzido da<br />
conta final de emissões brutas, o que pode ser cada<br />
vez mais estratégico para o Brasil.<br />
Esses dados foram incluídos no Inventário Nacional<br />
de GEE enviado à Convenção Quadro das<br />
Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O relatório,<br />
publicado a cada cinco anos, apresenta um panorama<br />
sobre a implementação no país da chamada<br />
Convenção do Clima e tem como um dos principais<br />
componentes a revisão e atualização do Inventário<br />
Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de<br />
GEE não Controlados pelo Protocolo de Montreal.<br />
ESTUDO INÉDITO<br />
De acordo com o pesquisador da Embrapa<br />
Florestas, Luiz Marcelo Rossi, responsável pela coordenação<br />
do relatório, a metodologia do Painel<br />
IPCC (Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas-2006)<br />
estabeleceu modelos, cálculos e dados<br />
de referência, como, por exemplo, a densidade de<br />
cada madeira considerada e o teor de carbono dos<br />
produtos. “A madeira é composta por carbono em<br />
cerca de 50%, assim todo PMF, como um móvel, um<br />
livro, uma tábua, contém carbono que foi retirado da<br />
atmosfera pelas árvores. Dessa maneira o carbono<br />
permanece armazenado no produto até que inicie<br />
a decomposição e consequente emissão de CO 2<br />
após o uso. Assim, a produção e uso de PMF é uma<br />
forma de aumentar a remoção de CO 2<br />
da atmosfera<br />
contribuindo para redução dos efeitos das mudanças<br />
climáticas”, aponta Luiz Marcelo.<br />
Segundo o guia metodológico do IPPC, as estimativas<br />
de carbono em produtos florestais podem<br />
ser feitas por três diferentes abordagens (mudança<br />
de estoque, fluxo atmosférico e de produção), cabendo<br />
a cada país, decidir qual a mais adequada<br />
para elaborar seu inventário de emissões. Isso<br />
TODO PMF CONTÉM CARBONO QUE FOI RETIRADO DA<br />
ATMOSFERA PELAS ÁRVORES[...] A PRODUÇÃO E USO DE PMF<br />
É UMA FORMA DE AUMENTAR A REMOÇÃO DE CO 2<br />
DA ATMOSFERA<br />
CONTRIBUINDO PARA REDUÇÃO DOS EFEITOS DAS MUDANÇAS<br />
CLIMÁTICAS<br />
LUIZ MARCELO ROSSI, PESQUISADOR DA EMBRAPA FLORESTAS<br />
56 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
PRODUTOS CONTABILIZADOS<br />
Os dados brutos de produção madeireira são<br />
obtidos do banco de dados estatísticos da FAO<br />
(Agência das Nações Unidas para a Alimentação e<br />
Agricultura) e usados nos cálculos do carbono dos<br />
produtos florestais. “Para o cálculo das estimativas<br />
de carbono, considera-se a produção e as perdas<br />
de madeira anuais, além do descarte dos produtos<br />
em uso e a taxa de decomposição da madeira, a<br />
qual emite CO 2<br />
para a atmosfera, obtendo-se assim<br />
o balanço de carbono desses produtos a cada ano”<br />
explica Luiz Marcelo.<br />
Para a estimativa final do estoque de carbono<br />
dos produtos florestais madeireiros é considerada a<br />
produção de toras que se destina a vários processos<br />
industriais, exceto madeira e carvão, pois, pela metodologia<br />
do IPCC, essas categorias geram emissão<br />
imediata de carbono. “A madeira em tora produzida<br />
pelo plantio é transformada em três tipos principais<br />
de produtos industriais: produção de papel e papelão,<br />
painéis, chapas e laminados, e madeira serrada”,<br />
acrescenta o pesquisador. Os produtos são contabiliporque<br />
cada uma delas é influenciada pelas características<br />
de produção, consumo, exportação e<br />
importação de produtos florestais de cada país. A<br />
abordagem utilizada pelo Brasil no estudo é a de<br />
fluxo atmosférico, que favorece os grandes países<br />
produtores e exportadores de produtos madeireiros.<br />
PERDAS E CÁLCULOS<br />
Após serem colhidas, as toras geram resíduos,<br />
que são descartados e, portanto, não considerados<br />
na conta do carbono estocado, como por exemplo,<br />
galhos, pontas, raízes e cascas, além das perdas no<br />
processamento industrial da madeira.<br />
Para os cálculos de carbono nos produtos, pela<br />
metodologia do IPCC, considera-se o tempo de<br />
meia-vida de cada produto, sendo 2 anos para os<br />
de papel e papelão e 30 anos para a madeira sólida<br />
(serrada) e painéis de madeira. A medida de meia-<br />
-vida significa que ao final daquele tempo, o produto<br />
terá somente metade do carbono que possuía no<br />
momento da fabricação ou retirada da floresta. Para<br />
cada ano decorrido desses produtos, contabiliza-se<br />
também a perda natural do carbono que é emitido<br />
pela decomposição. E todos esses produtos são adicionados<br />
à conta, os novos, os já existentes e os des-<br />
cartados, que ficam em decomposição em aterros e<br />
lixões, ou que são reaproveitados/reciclados.<br />
ABRIL 2023 57
ESTUDO<br />
DAQUI PARA FRENTE, VAMOS TER QUE PENSAR EM BALANÇOS DE<br />
GASES DE EFEITO ESTUFA EM TODAS AS NOSSAS ATIVIDADES E<br />
CONSTRUIR CASAS DE MADEIRA DE FORMA SUSTENTÁVEL, O QUE IMPLICA<br />
MANTER MAIS FLORESTAS PRODUTIVAS E ARMAZENAR CARBONO NAS<br />
ESTRUTURAS DAS CASAS<br />
ERICH SCHAITZA, CHEFE-GERAL DA EMBRAPA FLORESTAS<br />
zados até essa etapa de processamento, apesar de a<br />
madeira seguir por outros processos de transformação<br />
como, por exemplo, painéis que viram móveis,<br />
papéis para confecção de livros e madeira serrada<br />
para construção de casas.<br />
CONSTRUÇÕES MAIS SUNTENTÁVEIS<br />
O estudo da Embrapa Florestas conclui que o aumento<br />
do número de PFM, além de estratégico para<br />
o país no balanço final de emissões, é um fator que<br />
está atrelado a políticas mais sustentáveis. A madeira<br />
engenheirada passa por processos industriais que<br />
otimizam seu desempenho para uso na construção<br />
civil e tem sido usada na composição de prédios<br />
com dezenas de andares. Há países, como a França,<br />
que deram um passo além, ao tornar obrigatório, a<br />
partir de 2022, o uso de materiais naturais, como a<br />
madeira, em pelo menos 50% dos edifícios públicos<br />
financiados pelo estado. Seu objetivo é continuar<br />
a melhorar o desempenho energético e o conforto<br />
dos edifícios, reduzindo ao mesmo tempo o impacto<br />
de emissão de gases de efeito estufa, durante toda a<br />
sua cadeia produtiva.<br />
O chefe-geral da Embrapa Florestas, Erich<br />
Schaitza, enfatiza que cada vez mais o mundo tem<br />
acordado para a madeira como material construtivo<br />
de qualidade e com emissões menores do que as<br />
de outros materiais. “Daqui para frente, vamos ter<br />
que pensar em balanços de gases de efeito estufa<br />
em todas as nossas atividades e construir casas de<br />
madeira de forma sustentável, o que implica manter<br />
mais florestas produtivas e armazenar carbono nas<br />
estruturas das casas. Estudos como este, que contabilizam<br />
o carbono nos produtos florestais madeireiros,<br />
evidenciam o lado positivo de se usar madeira”,<br />
aponta Erich.<br />
58 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
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USO DA MADEIRA<br />
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Fotos: REFERÊNCIA / FLICKR FIEP<br />
60 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
A PARTIR DE PROJETOS DA SUÉCIA,<br />
EVENTO REALIZADO EM CURITIBA (PR)<br />
DISCUTIU ALTERNATIVAS PARA AMPLIAR AS<br />
CONSTRUÇÕES COM MADEIRA NO BRASIL<br />
ABRIL 2023 61
CONSTRUÇÃO<br />
P<br />
rojetos realizados com madeira engenheirada<br />
na estrutura e na composição das<br />
edificações ganhou destaque no mês de<br />
março no Campus da Indústria da FIEP<br />
(Federação das Indústrias do Estado do<br />
Paraná) em Curitiba (PR), com a exposição Woodlife<br />
Sweden. A mostra em parceria com a Embaixada da<br />
Suécia e o Swedish Institute apresentou 40 projetos<br />
realizados no país europeu com a utilização de madeira<br />
engenheirada. O evento foi precedido de uma<br />
reunião técnica, envolvendo representantes de diversas<br />
entidades e empresas ligadas a setores que integram<br />
a cadeia produtiva de construções em madeira,<br />
com o objetivo de traçar estratégias para expandir e<br />
consolidar esse mercado no Brasil.<br />
O workshop mostrou que processos construtivos<br />
em madeira surgem como alternativas para que a<br />
indústria da construção se torne mais sustentável. No<br />
Brasil, o uso de madeira engenheirada – que possibilita<br />
peças e vigas maiores, podendo ser utilizada até<br />
para a construção de prédios altos – ainda está em<br />
fase inicial. Porém, já vêm conquistando mercado as<br />
construções em wood frame, que é um sistema estruturado<br />
em peças leves de madeira maciça serrada.<br />
A palestra magna do workshop de abertura da<br />
Woodlife Sweden foi realizada pelo arquiteto sueco<br />
Robert Schmitz, do escritório White Arkitekter. Entre<br />
os projetos liderados por Schmitz e que recebeu<br />
vários prêmios internacionais está o do Sara Cultural<br />
Center, na cidade de Skellefteå, no norte da Suécia.<br />
O complexo abriga um centro cultural de 17 mil m 2<br />
(metros quadrados) e um hotel de 20 andares e 75m<br />
(metros) de altura, sendo um dos edifícios mais altos<br />
do mundo em madeira engenheirada.<br />
62 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
FOMENTO PARA CADEIA PRODUTIVA<br />
Paulo Roberto Pupo, vice-presidente da FIEP e<br />
superintendente da Abimci (Associação Brasileira da<br />
Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />
destacou que a mobilização gerada pelo Woodlife<br />
Sweden é um marco para a união de esforços nessa<br />
cadeia produtiva, com potencial de ampliar esse mercado<br />
e impactar futuramente no consumo per capita<br />
de madeira no Brasil. “Eventos como este, que reúnem<br />
vários interesses e em que apresentamos soluções<br />
construtivas, com representantes de peso dessa<br />
cadeia, são fundamentais”, declarou.<br />
Juliano Vieira de Araújo, presidente da Abimci,<br />
fez um breve discurso sobre a importância do evento<br />
e como foco de discussões para o fomento da madeira<br />
engenheirada. “Discutir esse tema com um grupo<br />
tão qualificado de profissionais é chave para o desenvolvimento<br />
dessa pauta e abertura de novas possibilidades<br />
de negócios”, explicou Juliano.<br />
Já o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da<br />
Indústria da Construção), José Carlos Martins, afirmou<br />
que a busca por novos modelos de construção<br />
é essencial para que o setor recupere sua relevância<br />
na economia nacional. “Nossa participação no PIB<br />
(Produto Interno Bruto), que hoje é de 3%, já foi o dobro<br />
disso. Se a gente quer realmente voltar a ocupar<br />
um espaço que já foi nosso, precisamos sair da caixinha,<br />
e aí existem duas palavras que são essenciais:<br />
sustentabilidade e produtividade. E uma das grandes<br />
soluções para isso são as construções com madeira”,<br />
apontou José.<br />
FINANCIAMENTO PARA O SETOR<br />
Além da experiência sueca, o workshop debateu<br />
também as possibilidades de financiamento de<br />
construções sustentáveis em madeira no Brasil. O<br />
painel teve a participação do ex-ministro da Fazenda,<br />
Joaquim Levy, que é diretor de Estratégia Econômica<br />
e Relações com Mercados do Banco Safra. Ele destacou<br />
que a estruturação e normatização de uma cadeia<br />
produtiva de sistemas construtivos em madeira<br />
é importante para ampliar o acesso a financiamentos.<br />
“Quanto mais escala e padronização, mais fácil é<br />
conseguir financiar e atrair investidores”, afirmou o<br />
diretor.<br />
Além disso, um grande impulso para o financiamento<br />
desse segmento deve vir com a regulamentação<br />
de um mercado de carbono no Brasil – processo<br />
que está em tramitação no Congresso Nacional.<br />
“Para ter um diferencial de financiamento verde é importante<br />
ter um mercado de carbono, de tal maneira<br />
que aquele carbono que você deixou de emitir tenha<br />
valor para algum outro agente. Em um mercado<br />
como esse, a construção em madeira poderá ser uma<br />
fornecedora de créditos de carbono”, complementou<br />
Levy. Outro aspecto importante, em sua opinião, é<br />
a necessidade de mostrar garantias da durabilidade<br />
dessas edificações.<br />
O painel contou, ainda, com a participação do<br />
presidente da FIERO (Federação das Indústrias de<br />
Rondônia), Marcelo Thomé da Silva de Almeida, que<br />
é também diretor do Instituto Amazônia+21. A organização<br />
reúne as Federações das Indústrias dos nove<br />
EVENTOS COMO<br />
ESTE, QUE REÚNEM<br />
VÁRIOS INTERESSES E EM QUE<br />
APRESENTAMOS SOLUÇÕES<br />
CONSTRUTIVAS, COM<br />
REPRESENTANTES DE PESO<br />
DESSA CADEIA, SÃO<br />
FUNDAMENTAIS<br />
PAULO PUPO, SUPERINTENDENTE<br />
DA ABIMCI<br />
ABRIL 2023 63
CONSTRUÇÃO<br />
Estados que compõem a Amazônia Legal, com o objetivo<br />
de estruturar projetos que possam se beneficiar<br />
de linhas de financiamento voltadas para sustentabilidade.<br />
“Há muito dinheiro disponível para financiar<br />
iniciativas sustentáveis, mas faltam projetos e apesar<br />
de os governos aderirem aos compromissos, quem<br />
vai implementar a agenda de mitigação das mudanças<br />
climáticas é o setor privado. Sendo uma agenda<br />
privada, precisamos ter projetos”, salientou Marcelo.<br />
Entre os projetos em que o instituto trabalha está<br />
justamente um que pretende estruturar uma cadeia<br />
produtiva de madeira engenheirada com base em<br />
florestas plantadas na região amazônica, para construções<br />
de habitações de interesse popular. O projeto<br />
tem também a participação da CBIC e do SENAI (Serviço<br />
Nacional de Aprendizagem <strong>Industrial</strong>).<br />
O workshop teve, ainda, um painel técnico que<br />
abordou questões como a produção florestal e os<br />
processos de industrialização de madeira engenheirada,<br />
além dos avanços no Brasil de uma norma técnica<br />
para o wood frame, sistema construtivo estruturado<br />
em peças leves de madeira maciça serrada. O painel,<br />
mediado pelo assessor parlamentar e empresarial<br />
da presidência do CREA-PR (Conselho Regional de<br />
Engenharia e Agronomia do Paraná), Euclesio Finatti,<br />
teve a participação de Erich Schaitza, chefe-geral da<br />
Embrapa Florestas; Patrick Reydams, diretor de operações<br />
da Urbem, fabricante de madeira engenheirada<br />
que tem planta industrial na Região Metropolitana<br />
de Curitiba; e Guilherme Stamato, diretor executivo<br />
da Stamade.<br />
64 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
PRINCIPAL GESTÃO<br />
ABIMCI<br />
TEM NOVA DIRETORIA<br />
Foto: divulgação<br />
ATUAL PRESIDENTE JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO<br />
FOI REELEITO PARA O PRÓXIMO TRIÊNIO<br />
A<br />
Abimci (Associação Brasileira da Indústria<br />
de Madeira Processada Mecanicamente)<br />
elegeu nova diretoria para<br />
o triênio 2023/ 2026. A AGO (Assembleia<br />
Geral Ordinária) aconteceu no<br />
início de março, ocasião em que o presidente Juliano<br />
Vieira de Araújo, da F.V. de Araújo S.A, foi reeleito<br />
presidente da entidade para o triênio 2023/2026<br />
e foi dada posse para a nova diretoria. “Iniciamos<br />
esta nova gestão atentos ao comportamento do<br />
mercado, que dá sinais de mudança no Brasil e nos<br />
principais mercados consumidores dos produtos<br />
brasileiros, com novas dinâmicas e adequações do<br />
consumo após os anos de pandemia. O cenário<br />
suscita atenção, mas acredito na força da união e<br />
esforço conjunto de todas as empresas vinculadas<br />
à Abimci para a superação dos desafios”, afirmou o<br />
presidente Juliano.<br />
O presidente reeleito lembrou momentos desafiadores<br />
de sua primeira gestão. “Os últimos três<br />
anos foram os mais desafiadores da história do setor<br />
industrial madeireiro e da Abimci. Fomos pegos de<br />
surpresa pela pandemia, mas com muita resiliência<br />
conseguimos nos adaptar rapidamente e continuar<br />
defendendo os interesses do setor. Além disto,<br />
nosso setor pode se sentir vitorioso, pois manteve<br />
66 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
INICIAMOS ESTA NOVA<br />
GESTÃO ATENTOS AO<br />
COMPORTAMENTO DO MERCADO,<br />
QUE DÁ SINAIS DE MUDANÇA NO<br />
BRASIL E NOS PRINCIPAIS<br />
MERCADOS CONSUMIDORES DOS<br />
PRODUTOS BRASILEIROS, COM<br />
NOVAS DINÂMICAS E<br />
ADEQUAÇÕES DO CONSUMO APÓS<br />
OS ANOS DE PANDEMIA<br />
JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO<br />
suas linhas de produção operante, auxiliando na<br />
manutenção do emprego e renda dos seus colaboradores<br />
e fornecedores. Neste período também<br />
alcançamos, com alguns segmentos de produtos,<br />
índices de produção e exportação acima da média<br />
histórica”, avaliou.<br />
Na próxima gestão, questões como a sustentabilidade,<br />
o mercado de créditos de carbono, a adoção<br />
de práticas de ESG, o suprimento florestal, as<br />
barreiras tarifárias e não tarifárias, o avanço do uso<br />
da madeira na construção civil, as novas oportunidades<br />
de mercado para os produtos madeireiros e o<br />
acompanhamento das decisões políticas e econômicas<br />
do país serão pautas constantes.<br />
Na área técnica, haverá a ampliação de programas<br />
de certificação para os produtos madeireiros<br />
para atender as demandas de mercado, em especial,<br />
o da construção civil. A Abimci é a entidade<br />
gestora do Comitê Brasileiro de Madeira da ABNT,<br />
o CB-031, atuando para a revisão e elaboração de<br />
normas técnicas.<br />
CONHEÇA A DIRETORIA EXECUTIVA E O CONSELHO FISCAL<br />
DA ABIMCI PARA A NOVA GESTÃO<br />
PRESIDENTE<br />
Juliano Vieira de Araujo - F.V. de Araujo S/A.<br />
TESOUREIRO<br />
José Carlos Januário - Indústria de Compensados<br />
Guararapes Ltda.<br />
CONSELHO FISCAL - TITULARES<br />
Fabrício Antônio Moreira Neto - Ótima Portas &<br />
Compensados<br />
Moacir Alberto Raimam - Centerplac Compensados Ltda.<br />
CONSELHO FISCAL - SUPLENTES<br />
Mario Sérgio de Lima - MSM Química Ltda.<br />
Robson Silveira Lemos - Bonardi Indústria Química Ltda.<br />
PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE<br />
Amauri Eduardo Kollross - Madeireira EK Ltda.<br />
SEGUNDO VICE-PRESIDENTE<br />
Roni Junior Marini - Marini Indústria de<br />
Compensados Ltda.<br />
CONSELHEIROS VICE-PRESIDENTES<br />
Armando José Giacomet - Braspine Madeiras Ltda.<br />
Danilo Comin Salvaro - Salvaro Indústria e<br />
Comércio de Madeiras Ltda.<br />
Douglas Antônio Granemann de Souza - Triângulo<br />
Pisos e Painéis Ltda.<br />
Fábio Ayres Marchetti - Manoel Marchetti S/A<br />
Guilherme Damiani Ranssolin - Randa Portas,<br />
Molduras e Compensados Ltda.<br />
Isac Chami Zugman - Compensados e Laminados<br />
Lavrasul S/A<br />
Ivan Tomaselli - STCP Engenharia de Projeto Ltda.<br />
Luis Daniel Woiski Guilherme - Sólida Brasil<br />
Madeiras Ltda.<br />
Luiz Alberto Sudati - Indústria de Compensado<br />
Sudati Ltda.<br />
Norton Luis Fabris - Millpar S/A.<br />
Paulo Cavalcanti Neto - Somapar Sociedade<br />
Madeireira Paranaense Ltda.<br />
2023/2026<br />
ABRIL 2023 67
MERCADO<br />
EXPORTAÇÃO<br />
MADEIRA<br />
68 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
APESAR DOS NÚMEROS SEREM<br />
DISCRETOS EM RELAÇÃO AO<br />
POTENCIAL DA MADEIRA NATIVA,<br />
PRODUTOS NACIONAIS TÊM<br />
COLOCAÇÃO NO EXTERIOR<br />
Fotos: divulgação<br />
As incertezas do mercado global provocadas<br />
pela covid-19 e guerra na Ucrânia influenciaram<br />
o desempenho do setor de exportações<br />
dos produtos madeireiros do Brasil no último<br />
ano, que registrou uma queda no volume de<br />
produtos embarcados.<br />
Conforme dados consolidados do portal Comex Stat<br />
do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços,<br />
houve uma redução de 12% em volume de exportação e<br />
de 21% no valor de madeira serrada teca e compensados,<br />
o que seria reflexo de uma retração e adequação do mercado.<br />
Segundo o CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo,<br />
que possui mais de 20 anos de experiência em comércio<br />
exterior de madeira, os anos de 2020 e 2021 foram extremamente<br />
atípicos. “A pandemia criou uma demanda que<br />
as fábricas no Brasil, e no mundo, não estavam prontas<br />
para atender e com isso, 2021 foi um dos melhores da<br />
história em termos de demanda e preços”, explicou. “Em<br />
2022 esse mercado começou a se ajustar. A demanda caiu,<br />
estoques foram supridos e, com inflação ainda alta no<br />
mundo todo, a reação do mercado foi segurar novas compras”,<br />
avaliou Gustavo.<br />
ABRIL 2023 69
MADEIRA MERCADOTRATADA<br />
CRESCIMENTO<br />
Porém, mesmo com registro negativo, alguns segmentos<br />
da indústria da madeira registraram crescimento,<br />
consolidando uma tendência que vinha ocorrendo desde<br />
2019. É o caso do compensado de eucalipto, lâminas de<br />
pinus, compensado tropical, lâminas tropical, tora de madeira<br />
tropical, e pellets, que registraram crescimento no<br />
volume de exportações.<br />
O volume de pellets brasileiro de biomassa de madeira<br />
comercializados no mercado externo registrou crescimento<br />
de 42%, em comparação com o ano de 2021, sendo o<br />
mercado italiano o principal destino. Já os pellets, a partir<br />
da matéria-prima acácia, tiveram aumento de 41,6%, e o<br />
Reino Unido como principal destino. Os dados indicam,<br />
que a produção brasileira de pellets tem mostrado evolução,<br />
tanto na capacidade instalada, como nos índices<br />
de produção, mostrando melhoria na produtividade e na<br />
representatividade comercial dos últimos anos.<br />
QUEDA NO VOLUME<br />
Os dados do portal Comex Stat compilados pela<br />
Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente) também mostram que alguns<br />
segmentos registraram queda no volume de exportações<br />
em 2022 em comparação com 2021, mas ainda apresentam<br />
uma certa estabilidade e boa representatividade no<br />
mercado internacional. É o caso da madeira perfilada de<br />
coníferas, grupo onde se incluem, predominantemente, as<br />
exportações de molduras de pinus, setor onde o Brasil é líder<br />
mundial nas exportações para os EUA (Estados Unidos<br />
da América), que representa 96,7% deste mercado de exportação.<br />
No caso da madeira serrada de pinus, apesar de<br />
registrar queda em torno de 8% no volume de exportação<br />
no ano passado, o produto brasileiro continua com uma<br />
importante participação no mercado externo, em um patamar<br />
já consolidado desde 2017. O mesmo acontece com o<br />
piso maciço, que nos últimos 10 anos, também apresenta<br />
certa estabilidade no volume de produto embarcado,<br />
apesar de em 2022 ter registrado uma queda em torno de<br />
16,5%. Já as portas de madeira registraram uma queda<br />
aproximada de 14% em relação ao volume embarcado em<br />
2021, apesar de ter aumento gradativo nos volumes de<br />
exportação nos últimos anos, com destaque para 2020 e<br />
2021 quando teve grande volume de material exportado.<br />
A tora de pinus, que registrou maior queda percentual no<br />
volume de exportação, teve média mensal de volume embarcado<br />
inconstante, mostrando sazonalidade do produto<br />
ou sensibilidade a oferta de fretes para os destinos.<br />
De uma forma geral, o mercado norte-americano continua<br />
sendo o principal pólo de exportação dos produto de<br />
madeira do Brasil, apesar do crescimento das exportações<br />
para países como China, Malásia e países europeus.<br />
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70 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
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INAUGURAÇÃO<br />
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PORTAS ABERTAS<br />
PARA O MERCADO<br />
EMPRESA DE ORIGEM ITALIANA PROMOVE SHOWROOM<br />
COM EXPOSIÇÃO DE MÁQUINAS EM EVENTO DE<br />
INAUGURAÇÃO OFICIAL DA SEDE NO BRASIL<br />
E<br />
ntre os dias 24 e 29 de abril a Biesse estará<br />
promovendo o Inside Biesse Brazil, um<br />
showroom com a exposição de mais de 10<br />
máquinas e tecnologias para o mercado<br />
florestal, marceneiro, moveleiro e vidraceiro.<br />
O evento vai marcar a inauguração oficial da sede<br />
da Biesse no Brasil, instalada em Curitiba (PR). A solenidade<br />
oficial de inauguração será no dia 27 de abril.<br />
Este passo irá permitir maior aproximação da Biesse<br />
com os clientes brasileiros, com a possibilidade do en-<br />
vio de peças em até 24h (horas) para qualquer capital<br />
do Brasil. “Próximo passo fundamental para a Biesse<br />
no Brasil é a inauguração oficial junto ao mercado e<br />
clientes da nossa casa. Entre os dias 24 e 29 de abril<br />
programamos a realização de um evento de portas<br />
abertas chamado Inside. Teremos todas as máquinas<br />
em funcionamento, com os técnicos à disposição para<br />
debaterem sobre as tecnologias e explicarem os processos”,<br />
revela o diretor comercial para América Latina<br />
da Biesse, Alessandro Agnoletti.<br />
72 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
A Biesse é reconhecida mundialmente pela constante<br />
inovação e utiliza um sistema de parcerias para<br />
oferecer soluções eficientes e de alta qualidade para<br />
indústrias de todo mundo.<br />
QUEREMOS JUNTO DOS<br />
NOSSOS PARCEIROS<br />
CONVERSAR SOBRE IDEIAS,<br />
TECNOLOGIA, DESENVOLVIMENTO<br />
E INOVAÇÃO, COLOCANDO EM<br />
PRÁTICA O CONCEITO DE<br />
MARKETING COLABORATIVO<br />
ALESSANDRO AGNOLETTI, DIRETOR<br />
COMERCIAL DA BIESSE PARA AMÉRICA LATINA<br />
ATUAÇÃO MAIS PRÓXIMA<br />
“Queremos reforçar a nossa presença com uma<br />
atuação próxima que garanta atendimento direto e<br />
maior pontualidade. Os importantes investimentos em<br />
recursos e competências no Brasil têm como objetivo<br />
primordial estar ainda mais próximo dos clientes e suas<br />
necessidades e avaliar oportunidades de crescimento<br />
em outros países da América do Sul. Um showroom<br />
com alta tecnologia, peças de reposição e uma equipe<br />
de assistência técnica bem robusta, nos permitirão alcançar<br />
essa proximidade e sermos mais protagonistas<br />
nas soluções para os clientes”, pontua o diretor comercial<br />
nas Américas da Biesse, Federico Broccoli.<br />
“Queremos junto dos nossos parceiros conversar<br />
sobre ideias, tecnologia, desenvolvimento e inovação,<br />
colocando em prática o conceito de marketing colaborativo”,<br />
completa Agnoletti.<br />
ABERTURA PARA PARCEIROS<br />
No ínicio de março, a Biesse já abriu as portas da<br />
filial em Curitiba para parceiros e clientes com foco na<br />
discussão sobre a importância da cooperação entre<br />
empresas para o crescimento do mercado. Na ocasião,<br />
foi realizado um workshop com a presença de Ricardo<br />
Doria, fundador da Aldeia, e Marcio Leo Danielewicz,<br />
fundador e CEO da Syx.<br />
“Não é apenas um espaço de exposição de máquinas.<br />
É um espaço de tecnologia à disposição do mercado.<br />
São tecnologias múltiplas, dado nosso know how<br />
em madeiras, vidros, pedras, plásticos. Hoje mesmo a<br />
indústria moveleira se vê com desafios em acabamentos<br />
que muitas vezes fogem a sua expertise inicial. A<br />
tendência industrial, por exemplo, trouxe a metalurgia<br />
para dentro das fábricas e hoje somos muito transversais<br />
nessas soluções”, garante o Diretor de Marketing<br />
e Comunicação da Biesse, Raphael Prati.<br />
As inscrições para o Inside Biesse Brazil estão<br />
abertas e podem ser feitas a partir do link:<br />
https://www.live.biesse.com/event/inside-brazil<br />
ABRIL 2023 73
ARTIGO<br />
CICLOS DE PRODUÇÃO DE PINUS<br />
TAEDA L. COM MAIS DE 30 ANOS:<br />
UMA ALTERNATIVA PARA<br />
OBTENÇÃO DE MADEIRA PARA<br />
USOS SÓLIDOS E ESTRUTURAIS<br />
Foto: Reilly Butler, via Flickr<br />
74 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
MAGNOS ALAN VIVIAN<br />
MÁRIO DOBNER JÚNIOR<br />
KARINA SOARES MODES<br />
UGO LEANDRO BELINII<br />
DOUGLAS RUFINO VAZ<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,<br />
CURITIBANOS (SC) BRASIL<br />
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO<br />
PARANÁ, CURITIBA (PR) BRASIL<br />
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA,<br />
LAGES (SC) BRASIL<br />
ABRIL 2023 75
ARTIGO<br />
Foto: divulgação<br />
RESUMO<br />
amostrada apenas a madeira produzida a partir<br />
dos 30 anos, de forma a caracterizar a madeira juvenil<br />
e adulta, respectivamente. Concluiu-se que a<br />
madeira adulta, obtida de árvores com mais de 30<br />
anos, apresenta valores superiores de densidade,<br />
dimensões de traqueídes, coeficiente de retratibilidade<br />
volumétrica (porém com menor coeficiente<br />
de anisotropia), módulo de elasticidade e módulo<br />
de ruptura à flexão estática, em comparação à<br />
madeira juvenil, obtida em árvores com 15 anos.<br />
Levando-se em consideração a habilidade frente<br />
ao ensaio de flexão estática, a madeira com mais<br />
de 30 anos pode ser indicada para usos que explorem<br />
seu maior desempenho mecânico e estrutural,<br />
compatível com Araucaria angustifolia de idades<br />
entre 25 e 58 anos. Ciclos de produção com duração<br />
superior a 30 anos são viáveis economicamente<br />
e podem ser uma opção de manejo interessan-<br />
P<br />
lantios de Pinus spp. são a base de<br />
uma importante atividade econômica<br />
na região do planalto sul do<br />
Brasil, onde são cultivados em ciclos<br />
de produção com cerca de 15 anos<br />
de duração. O objetivo do estudo foi avaliar as<br />
características físico-mecânicas e anatômicas da<br />
madeira de Pinus taeda L. obtida em povoamentos<br />
com idades superiores a 30 anos, em comparação<br />
com aquela atualmente disponível no mercado,<br />
com idade próxima a 15 anos, visando avaliar<br />
seu potencial para produção de madeira de alta<br />
qualidade para usos sólidos e estruturais. Além<br />
disso, avaliaram-se também aspectos produtivos e<br />
econômicos de plantios de Pinus taeda com mais<br />
de 30 anos de idade. Para isso, foram utilizadas<br />
árvores de Pinus taeda provenientes de dois plantios,<br />
com idades de 15 e 43 anos e, deste último,<br />
76 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
te, visando acessar mercados específicos nos quais<br />
a qualidade da madeira para usos sólidos e estruturais<br />
poderia ser ainda mais bem remunerada.<br />
INTRODUÇÃO<br />
Plantios de Pinus spp. são a base de uma<br />
importante atividade econômica na região do<br />
planalto sul do Brasil, ocupando uma área de aproximadamente<br />
1,7 milhão de ha do país, segundo a<br />
IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores - 2021). Nesse<br />
contexto, destaca-se a espécie Pinus taeda L.<br />
que, em sua grande maioria, é cultivada em ciclos<br />
de produção com 15-20 anos de duração, para<br />
abastecer indústrias de celulose e papel, painéis<br />
reconstituídos, serrarias e laminadoras.<br />
Ciclos de produção relativamente curtos (15-20<br />
anos) resultam em toras com elevada proporção<br />
de madeira juvenil. A madeira juvenil é produzida<br />
sob forte influência da idade do meristema lateral<br />
(câmbio vascular) e da proximidade da copa ativa<br />
(Megraw, 1985; Alteyrac; Cloutier; Zhang, 2006).<br />
Assim, o termo madeira juvenil descreve o tipo de<br />
madeira produzida próxima à medula, em todas as<br />
alturas, mesmo em indivíduos de maior idade em<br />
algumas espécies.<br />
Foto: Chris M Morris, Flickr<br />
Sua empresa está preparada para<br />
um mercado cada vez mais exigente?<br />
Criatividade, inovação, abertura às mudanças e uma rápida adaptação a novos<br />
cenários são diferenciais competitivos essenciais para quem quer permanecer<br />
e/ou ocupar um lugar de destaque nesse novo contexto.<br />
Disponibilizamos soluções que têm como base as ferramentas do Lean<br />
Manufacturing (produção enxuta), para o ataque,<br />
redução das perdas e aumento efetivo da produtividade:<br />
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ARTIGO<br />
Embora a madeira juvenil seja tolerada para<br />
alguns usos industriais (Gartener, 2005), esta é indesejada<br />
para usos sólidos, que requerem maior<br />
resistência e estabilidade e, nesses casos, a madeira<br />
adulta é preferível. A transição da madeira<br />
juvenil para a adulta em Pinus taeda ocorre entre<br />
11-17 anos de idade (Tassissa; Burkhart; Brooks,<br />
1998; Hennessey et al., 2004; Dobner Júnior; Huss;<br />
Tomazello Filho, 2018). De acordo com Dobner Júnior,<br />
Huss e Tomazello Filho (2018), mesmo ciclos<br />
de produção com 30 anos de duração resultam<br />
toras com 60-80% da seção transversal de madeira<br />
juvenil, indicando que, se o objetivo for produzir<br />
madeira adulta para usos mais nobres e, possivelmente<br />
mais valiosos, ciclos de produção ainda<br />
mais longos devem ser considerados, além de<br />
uma consciente estratégia de manejo para tal.<br />
MATERIAL E MÉTODO<br />
Para realização do estudo foram utilizadas<br />
árvores de Pinus taeda provenientes de dois plantios<br />
com idades de 15 e 43 anos e, deste último,<br />
apenas madeira produzida a partir dos 30 anos foi<br />
amostrada. Dessa forma, sendo possível caracterizar<br />
a madeira juvenil e adulta, respectivamente.<br />
O plantio com 15 anos de idade foi estabelecido<br />
no ano de 2000, no município de Campo Belo do<br />
Sul (SC), com espaçamento de 2,5m x 2,5m (1.600<br />
árvores/ha), recebendo quatro intervenções de<br />
poda até 6,0m de altura, com copa remanescente<br />
sempre superior a 3-4m de altura e desbaste seletivo<br />
pelo alto com 50% de intensidade em relação<br />
ao número de árvores presentes ao 8 anos. Aos<br />
15 anos de idade, por ocasião de um segundo<br />
desbaste seletivo pelo alto, foram selecionadas<br />
10 árvores para a confecção dos corpos de prova,<br />
compreendendo toda a amplitude diamétrica existente<br />
(dap = 21-38 cm). O plantio com 43 anos foi<br />
estabelecido no ano de 1972 na cidade de Correia<br />
Pinto (SC), em espaçamento 2,5m x 1,6m (2.500<br />
árvores/ha). Aos 9 anos de idade, o povoamento<br />
recebeu um primeiro desbaste seletivo e ao longo<br />
das décadas seguintes foram realizados outros<br />
cinco desbastes seletivos pelo alto. A confecção<br />
dos corpos de prova foi realizada a partir de dez<br />
indivíduos selecionados de forma a compreender<br />
toda a amplitude diamétrica existente (41-96 cm).<br />
Decidiu-se por denominar este material como o<br />
plantio com idade >30 anos, pois, como foi utilizada<br />
a porção acima desta idade, considerou-se ter<br />
amostrado apenas madeira adulta destas árvores.<br />
O talhão com 43 anos foi também inventariado<br />
para caracterização dendrométrica e quantificação<br />
do estoque volumétrico.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Embora com uma densidade relativamente<br />
baixa, de 165 árv/ha, o talhão apresentou um elevado<br />
grau de ocupação do espaço, identificado<br />
pela área basal de 52,1 m²/ha. Por fim, um volume<br />
comercial em pé de 970 m³/ha, equivalente a um<br />
IVMA (Incremento Médio Anual em Volume) de 23<br />
m³/ha/ano. Cabe destacar que esse valor desconsidera<br />
o volume de toras com dpf30 anos).<br />
Foto: divulgação<br />
78 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023
CONCLUSÕES<br />
Com base nos resultados observados, conclui-<br />
-se que: a madeira de Pinus taeda obtida de árvores<br />
com as idades de 15 e >30 anos, ou seja, madeira<br />
juvenil e adulta, respectivamente, possuem<br />
propriedades distintas, que devem ser levadas em<br />
consideração nos processos de industrialização; a<br />
madeira de Pinus taeda com >30 anos apresenta<br />
valores superiores de densidade e de dimensões<br />
de seus traqueídes, em comparação à madeira<br />
com 15 anos; levando-se em consideração a estabilidade<br />
dimensional (menor coeficiente de anisotropia)<br />
e habilidade frente ao ensaio de flexão estática,<br />
a madeira com >30 anos pode ser indicada<br />
para usos que explorem seu maior desempenho<br />
mecânico, por exemplo, o uso estrutural, apresentando<br />
desempenho similar e compatível com a<br />
da Araucaria angustifolia; ciclos de produção com<br />
duração >30 anos são economicamente viáveis e<br />
podem ser uma opção interessante para produtores<br />
de toras, visando acessar mercados específicos,<br />
nos quais a qualidade da madeira para fins sólidos<br />
e estruturais poderia ser ainda mais bem remunerada.<br />
CICLOS DE<br />
PRODUÇÃO COM<br />
DURAÇÃO SUPERIOR A 30<br />
ANOS SÃO VIÁVEIS<br />
ECONOMICAMENTE E PODEM<br />
SER UMA OPÇÃO DE MANEJO<br />
INTERESSANTE, VISANDO<br />
ACESSAR MERCADOS<br />
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MAIO 2023<br />
15 A 19<br />
AGOSTO 2023<br />
09 A 11<br />
AGOSTO 2023<br />
28 A 31<br />
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A ADAPTAÇÃO<br />
EM TEMPOS DE GRANDES MUDANÇAS<br />
E<br />
stá cada vez mais evidente que o momento<br />
ao qual estamos vivendo, vem<br />
acompanhado de grandes mudanças tecnológicas,<br />
econômicas e mercadológicas,<br />
que impactam diretamente no comportamento<br />
dos consumidores e, por consequência, nas<br />
operações das empresas dos mais variados ramos de<br />
negócio.<br />
Nunca ouvimos falar tanto na necessidade de<br />
maiores índices de criatividade, inovação e utilização<br />
de novos métodos de trabalho para tentar acompanhar<br />
a velocidade das mudanças, bem como, a capacitação<br />
das pessoas e a adaptação dos processos às<br />
novas exigências para manter-se competitivo. Porém<br />
apesar de tantas falas sobre esses assuntos, ainda assim,<br />
há uma pequena parcela de empresas dispostas<br />
a colocar a teoria em prática, sair da zona de conforto,<br />
fazer o novo para obter resultados diferenciados,<br />
crescentes e sustentáveis.<br />
Agora vem a pergunta: o que separa esta parcela<br />
de empresas das demais?<br />
Observa-se algumas características essenciais,<br />
como: abertura e coragem para questionar constantemente<br />
seus processos, rotinas e convicções, abertura<br />
e tranquilidade para receber críticas internas e/<br />
ou externas, constante inquietação com sua condição<br />
atual e obstinação pela melhoria contínua daquilo<br />
que fazem. Perceberam que para sobreviver a estes<br />
novos cenários, não é apenas aquele que sai mais rápido<br />
da zona de conforto que chegará primeiro, mas<br />
POR<br />
FÁBIO<br />
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CEO DA SOLUTION<br />
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VOLTADA PARA O<br />
DESENVOLVIMENTO<br />
HUMANO<br />
ORGANIZACIONAL<br />
compreendeu que é aquele que vive rotineiramente<br />
fora da zona de conforto, possui a clara visão de que<br />
a necessidade de mudança é algo constante e sem<br />
volta, sabe que a sensação de estabilidade que uma<br />
posição de conforto proporciona, não é mais um motivo<br />
de orgulho de quem chegou ao topo, mas sim,<br />
de preocupação em manter-se no topo.<br />
Em resumo, evidenciamos que uma cultura voltada<br />
a melhorar continuamente, todos os dias, deixou<br />
de ser apenas um diferencial competitivo, mas sim,<br />
um pré-requisito essencial neste contexto de menor<br />
previsibilidade e crescentes condições de incertezas.<br />
Isto faz sentido para você?<br />
Foto: divulgação<br />
NUNCA OUVIMOS FALAR TANTO NA NECESSIDADE DE<br />
MAIORES ÍNDICES DE CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO E<br />
UTILIZAÇÃO DE NOVOS MÉTODOS DE TRABALHO PARA TENTAR<br />
ACOMPANHAR A VELOCIDADE DAS MUDANÇAS, BEM COMO A<br />
CAPACITAÇÃO DAS PESSOAS E A ADAPTAÇÃO DOS PROCESSOS PARA<br />
MANTER-SE COMPETITIVO<br />
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excelente estratégia para garantir a eficiência, segurança e rentabilidade dos seus<br />
equipamentos, e ter um planejamento para realização destas é primordial!<br />
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