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Entrevista exclusiva com Juliano Vieira de Araújo, presidente reeleito da Abimci, triênio 2023-2026<br />

INVESTINDO NA CADEIA<br />

DA MADEIRA<br />

EMPRESA AMPLIA A CAPACIDADE EM<br />

PLANTA DE FORMOL E RESINAS,<br />

PARA GARANTIR EXPANSÃO NO<br />

MERCADO DE PAINÉIS<br />

INVESTING IN THE<br />

WOOD CHAIN<br />

COMPANY EXPANDS CAPACITY IN<br />

FORMALDEHYDE AND RESINS<br />

FACTORY, TO ENSURE EXPANSION IN<br />

THE PANELS MARKET


SUMÁRIO<br />

INDUSTRIAL<br />

60<br />

2023<br />

36<br />

48<br />

42<br />

MADEIRA<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

Aimex 65<br />

Benecke 07<br />

Biesse 53<br />

Bonardi Química 35<br />

Bruno <strong>Industrial</strong> 11<br />

Cipem 47<br />

Contraco 25<br />

DRV Ferramentas 09<br />

Engecass 17<br />

Impacto 19<br />

Indumec 31<br />

Meeta <strong>Industrial</strong> 71<br />

Mendes Máquinas 02<br />

Mill Indústrias 84<br />

Montana Química 05<br />

MSM Química 29<br />

MSP <strong>Industrial</strong> 83<br />

Nazzareno 21<br />

Neutraliza 79<br />

Omil 15<br />

Pole Cola 59<br />

Prêmio REFERÊNCIA 81<br />

Rotteng 13<br />

Solutions Focus 77<br />

Termolegno 23<br />

WoodFlow 33<br />

SUMÁRIO<br />

06 Editorial<br />

08 Cartas<br />

10 Bastidores<br />

12 Notas<br />

22 Aplicação<br />

24 Frases<br />

26 Entrevista<br />

34 Coluna ABIMCI<br />

36 Principal Fábrica em expansão<br />

42 Evento<br />

48 Marcenaria<br />

54 Estudo<br />

60 Construção<br />

66 Gestão<br />

68 Mercado<br />

72 Inauguração<br />

74 Artigo<br />

80 Agenda<br />

82 Espaço Aberto<br />

04<br />

referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


EDITORIAL<br />

INVESTINDO<br />

PARA CRESCER<br />

NA CAPA<br />

A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

Entrevista exclusiva com Juliano Vieira de Araújo, presidente reeleito da Abimci, triênio 2023-2026<br />

INVESTINDO NA CADEIA<br />

DA MADEIRA<br />

EMPRESA AMPLIA A CAPACIDADE EM<br />

PLANTA DE FORMOL E RESINAS,<br />

PARA GARANTIR EXPANSÃO NO<br />

MERCADO DE PAINÉIS<br />

INVESTING IN THE<br />

WOOD CHAIN<br />

COMPANY EXPANDS CAPACITY IN<br />

FORMALDEHYDE AND RESINS<br />

FACTORY, TO ENSURE EXPANSION IN<br />

THE PANELS MARKET<br />

A<br />

nova edição da Revista REFERÊNCIA MADEI-<br />

RA destaca o novo investimento da Bonardi<br />

Indústria Química que acabou de inaugurar a<br />

sua segunda planta de formol. O investimento<br />

na produção de matéria-prima visa a expansão<br />

da empresa no mercado de resinas para madeira, possibilitando<br />

atuar em novos segmentos, em especial de painéis<br />

de MDP e MDF. A edição também traz uma entrevista<br />

exclusiva com o presidente reeleito da Abimci (Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />

Juliano Vieira de Araújo, que revela sobre o trabalho<br />

permanente e os desafios da associação para o desenvolvimento<br />

do setor. Eventos que debateram a importância<br />

do manejo sustentável e as possibilidades do mercado de<br />

construção com a madeira engenheirada também são destaque<br />

da edição, além de reportagens que tratam de economia,<br />

marcenaria, e novidades do setor, como a inauguração<br />

do showroom da Biesse em Curitiba (PR). Desejamos a<br />

todos uma ótima leitura!<br />

INVESTING FOR<br />

GROWTH<br />

T<br />

he new issue of REFERÊNCIA Madeira <strong>Industrial</strong><br />

highlights the latest investment made<br />

by Bonardi Indústria Química with the newly<br />

inaugurated second formaldehyde plant. The<br />

investment in raw material production aims to<br />

expand the Company in the wood resin market, making it<br />

possible to operate in new segments, especially MDP and<br />

MDF panels. The issue also features an exclusive interview<br />

with Juliano Vieira de Araújo, the re-elected president of<br />

the Brazilian Association of the Mechanically Processed<br />

Wood Industry (Abimci), who talks about the permanent<br />

work and challenges of the Association for the Sector’s<br />

development. Also highlighted in the issue are events that<br />

discussed the importance of sustainable management and<br />

the possibilities of the construction market with engineered<br />

wood, as well as reports dealing with economics, woodworking,<br />

and industry news, such as the inauguration of<br />

the Biesse showroom in Curitiba (PR). We wish you pleasant<br />

reading!<br />

06<br />

referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023<br />

NA CAPA DESTE MÊS, A NOVA PLANTA<br />

DE FORMOL DA BONARDI QUÍMICA,<br />

QUE INVESTIU NA EXPANSÃO DA<br />

FÁBRICA VISANDO AUMENTAR SUA<br />

PARTICIPAÇÃO NO MERCADO DE<br />

RESINAS PARA MADEIRA<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXV - EDIÇÃO 250 - ABRIL 2023<br />

Ano XXV • Nº250•Abril 2023<br />

Diretor Comercial / Commercial Director - Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Gisele Rossi<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista / Columnist<br />

Paulo Pupo<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski / Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Midias Sociais / Social Media<br />

Cainan Lucas<br />

Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal - Carlos Felde<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />

Tradução / Translation - John Wood Moore<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

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Periodicidade Advertising<br />

GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />

consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />

segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />

conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />

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FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />

exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />

consumers of the good and services of the lumberz industry, research institutions, university students,<br />

governmental agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked to the forest based<br />

segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself responsible for the concepts contained in the material,<br />

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and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />

the written authorization of the holders of the authorial rights.


•<br />

monitoramento online<br />

• monitoramento online


GRADEADOR<br />

DE MADEIRA<br />

DESTOPADOR<br />

DE TÁBUAS<br />

SERRA FITA<br />

HORIZONTAL<br />

REFILADOR<br />

COM SAÍDA<br />

AUTOMÁTICA<br />

DOGUEIRA<br />

DE BLOCOS<br />

SERRA FITA<br />

HORIZONTAL<br />

BLOCO<br />

REFILADOR<br />

COM SAÍDA<br />

AUTOMÁTICA<br />

CENTRALIZADOR<br />

DE TORAS<br />

GEMINADA<br />

POSICIONADOR<br />

DE TORAS<br />

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CAPA DA EDIÇÃO 249 DA<br />

REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE MARÇO DE 2023<br />

NORMATIZAÇÃO<br />

Por Thiago Ferreira<br />

Urubici (SC)<br />

MAIS DE 420<br />

PROJETOS<br />

COMPLETOS<br />

TRABALHANDO<br />

PELO MUNDO<br />

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A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaindustrial.com.br<br />

Ano XXV • Nº249 •Março 2023<br />

Entrevista Marcos Müller, presidente da CSMEM da Abimaq, explica sobre os desafios do ano para o setor<br />

EFICIÊNCIA<br />

ENERGÉTICA<br />

SISTEMAS DE CALDEIRAS A VAPOR, ALIMENTAÇÃO,<br />

ÓLEO TÉRMICO E FORNALHAS GARANTEM MELHOR<br />

CONSUMO NAS INDÚSTRIAS<br />

ENERGY EFFICIENCY<br />

STEAM BOILER, FOOD, THERMAL OIL<br />

BETTER CONSUMPTION IN INDUSTRIES<br />

As casas de wood frame têm um custo bacana,<br />

porém tinha algumas dúvidas sobre a segurança<br />

dela, com a matéria consegui ficar mais tranquilo,<br />

Revista REFERÊNCIA MADEIRA surpreendendo<br />

como sempre.<br />

Essas caldeiras da Burn<br />

Tech são extraordinárias,<br />

não há como não<br />

reconhecê-las vendo<br />

o tamanho no nosso<br />

dia a dia, ainda mais a<br />

confiança que nos passam<br />

é absurda.<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: divulgação<br />

Foto: Emanoel Caldeira<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

Por Karine Almeida<br />

Curitiba (PR)<br />

Realmente o que fala<br />

nessa entrevista faz parte<br />

do nosso cotidiano, cada<br />

vez há mais desafios para<br />

o setor industrial<br />

EVENTO<br />

Por Gabriel Guerreiro Galhardo<br />

Londrina (PR)<br />

Uma notícia e tanto saber que a Biesse<br />

irá abrir uma sede em Curitiba (PR), com<br />

certeza irá aquecer bastante o mercado do<br />

sul do país.<br />

08<br />

Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />

e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />

As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />

fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />

referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para a redação ou siga:<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

CURTA NOSSA PÁGINA<br />

Referência <strong>Industrial</strong> Madeira<br />

@referenciamadeira


As Serras Fita com maior<br />

durabilidade e precisão do mercado<br />

só poderiam ter um nome: Lion!<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS


BASTIDORES<br />

BASTIDORES<br />

EVENTO<br />

O DIRETOR COMERCIAL DA REFERÊNCIA MADEIRA, FÁBIO<br />

MACHADO, PARTICIPOU DO EVENTO DA MADEIRA SUSTENTÁVEL<br />

REALIZADO MÊS PASSADO EM SÃO PAULO (SP). O EVENTO FOI<br />

ORGANIZADO PELA FNBF (FÓRUM NACIONAL DAS ATIVIDADES DE<br />

BASE FLORESTAL) DO PRESIDENTE FRANK ROGIERI.<br />

Foto: divulgação<br />

REELEIÇÃO<br />

A REVISTA REFERÊNCIA, COMO ASSOCIADA DA ABIMCI,<br />

PARTICIPOU MÊS PASSADO DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA E<br />

TAMBÉM DA REUNIÃO PLENÁRIA DA ASSOCIAÇÃO. NA FOTO, O<br />

DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA, FÁBIO MACHADO, AO LADO<br />

DO PRESIDENTE REELEITO, JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO, E DO<br />

SUPERINTENDENTE DA ABIMCI, PAULO PUPO.<br />

Foto: divulgação<br />

ALTA<br />

AGENDA DA INDÚSTRIA<br />

A CNI (Confederação Nacional<br />

da Indústria) lançou no<br />

Congresso Nacional no final<br />

do mês de março a Agenda<br />

Legislativa da Indústria de<br />

2023 com 12 pautas prioritárias.<br />

A pauta alinha projetos<br />

que dão ênfase à sustentabilidade,<br />

à reindustrialização, à<br />

retomada de empregos e à<br />

atração de investimentos. No<br />

ano passado, oito sugestões<br />

da pauta da CNI foram aprovadas<br />

e convertidas em lei,<br />

mesmo tendo sido um ano<br />

em que o congresso realizou<br />

menos sessões em comparação<br />

com anos anteriores.<br />

BAIXA<br />

PRODUÇÃO INDUSTRIAL<br />

A atividade industrial do país<br />

teve resultados negativos<br />

em fevereiro deste ano,<br />

e os índices de produção<br />

foram os piores para o mês<br />

desde 2017, segundo a CNI<br />

(Confederação Nacional da<br />

Indústria). De acordo com<br />

o levantamento publicado<br />

pelo órgão, em fevereiro de<br />

2023 o índice de evolução<br />

da produção ficou em 45,2<br />

pontos, abaixo de uma linha<br />

divisória de 50 pontos que<br />

separa queda de aumento da<br />

produção. Em relação a janeiro,<br />

o índice caiu 0,9 ponto<br />

e tende a piorar.<br />

10 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


NOTAS<br />

CONFIANÇA OSCILA<br />

ENTRE OS SETORES INDUSTRIAIS<br />

De acordo com o ICEI (Índice de Confiança do Empresário <strong>Industrial</strong> - resultados setoriais), da CNI (Confederação Nacional<br />

da Indústria) a confiança na economia não voltou de forma plena e disseminada entre os setores industriais durante o<br />

mês de março. O indicador mostra que dos 29 setores considerados, 17 deles seguem confiantes e 12 sem confiança. Foram<br />

consultadas 1.991 empresas. Entre os setores que registraram confiança na economia, há quedas expressivas na passagem<br />

de fevereiro para março. O ICEI do Produtos farmoquímicos e farmacêuticos caiu de 60,4 pontos para 51,9 pontos e o índice<br />

de Sabões, detergentes, produtos de limpeza e cosméticos passou de 57,1 pontos para 54 pontos.<br />

Há quedas importantes em março. Entre os setores que registraram falta de confiança estão o ICEI de Biocombustíveis<br />

que caiu de 49,5 pontos para 46,9 pontos, o de Móveis passou de 47 pontos para 43,7 pontos e o de Produtos de borracha<br />

caiu de 49,5 pontos para 42,1 pontos. O ICEI varia de 0 a 100, com uma linha de corte. Valores acima de 50 pontos indicam<br />

confiança e abaixo indicam falta de confiança. “A incerteza segue elevada, o que impede que o empresário se sinta seguro<br />

o suficiente para um aumento consistente da confiança. Em um cenário assim, é natural que os empresários mostrem avaliações<br />

difusas sobre as condições atuais e suas expectativas, resultando nessa evolução da confiança diferenciada entre os<br />

setores”, avalia o gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, sobre esse cenário oscilante. O ICEI mediu a confiança<br />

em indústrias de todos os portes. A queda foi maior nas pequenas empresas, que registrou 48,5 pontos. Entre médias o ICEI<br />

ficou próximo a linha de 50 pontos, em 49,4 pontos, e entre as grandes empresas o ICEI mostra confiança dos empresários,<br />

com índice de 51,7 pontos.<br />

Foto: divulgação<br />

12 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


NOTAS<br />

AGENDA LEGISLATIVA DA INDÚSTRIA 2023<br />

Com uma pauta que alinha<br />

projetos que dão ênfase à sustentabilidade,<br />

à reindustrialização, à<br />

retomada de empregos e à atração<br />

de investimentos, a CNI (Confederação<br />

Nacional da Indústria) lançou<br />

no final de março, em sessão solene<br />

no Congresso Nacional, a edição<br />

de 2023 da Agenda Legislativa<br />

da Indústria. O documento reúne<br />

139 projetos de lei de interesse do<br />

setor industrial, com impacto positivo<br />

para o desenvolvimento social<br />

e econômico do país, que tramitam<br />

no Congresso Nacional. Entre as<br />

propostas estão a Reforma Tributária,<br />

o aprimoramento da lei do<br />

licenciamento ambiental, a regulamentação<br />

do mercado de crédito<br />

de carbono, a modernização do<br />

setor elétrico, entre outras. O presidente<br />

da CNI, Robson Braga de<br />

Andrade, pontuou que a recuperação<br />

plena da economia exige uma<br />

ação coordenada do Executivo, do<br />

Congresso Nacional e da sociedade<br />

para aprovar as reformas que<br />

criarão as condições para o crescimento<br />

sustentado da economia.<br />

“O debate sobre a necessidade de<br />

se reindustrializar o Brasil e promover<br />

a transição para uma economia<br />

de baixo carbono tem engajado<br />

lideranças políticas e industriais. A<br />

Agenda traz propostas que contribuem<br />

para alcançarmos o desenvolvimento<br />

econômico e social com<br />

sustentabilidade ambiental”, garante<br />

Robson. O presidente da CNI<br />

destacou que a reindustrialização é<br />

imprescindível para o Brasil voltar<br />

a crescer e realizar a transição para<br />

uma economia de baixo carbono.<br />

“O país precisa de uma indústria<br />

forte e diversificada que, de forma<br />

assertiva, contribua para o desenvolvimento de longo prazo. Para termos maior produtividade e competitividade, é necessário<br />

retirar os obstáculos impostos pelo custo Brasil e cuidar bem do ambiente macroeconômico”, acrescenta o presidente da<br />

CNI. Em sua XXVIII edição, a Agenda Legislativa da Indústria é o principal instrumento de diálogo da indústria com os parlamentares,<br />

o governo federal e a sociedade civil. O documento traz um amplo conjunto de propostas capazes de melhorar o<br />

ambiente de negócios, atrair investimentos e melhorar a competitividade da economia brasileira, proporcionando a criação<br />

de emprego e o aumento da renda para o país.<br />

Foto: divulgação<br />

14 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


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NOTAS<br />

REDUÇÃO DE ACIDENTES<br />

DE TRABALHO NO PARÁ<br />

O Sistema FIEPA (Federação das Indústrias do Estado do Pará) promoveu em Belém (PR), um workshop com o objetivo<br />

de discutir ações necessárias para reduzir os riscos no processo de produção, prevenir acidentes e garantir a saúde e segurança<br />

do trabalhador das indústrias do setor de base florestal madeireira do Pará. Para o vice-presidente executivo da<br />

FIEPA, José Maria Mendonça, o aperfeiçoamento do setor de base florestal madeireiro é essencial para garantir o bem-estar<br />

dos trabalhadores e a produtividade das indústrias. “Orientar as nossas indústrias de base florestal é extremamente importante<br />

porque se trata de um trabalho estruturante, e não meramente fiscalizador ou punitivo. Da forma que está sendo<br />

conduzido, com o envolvimento de diversos atores do setor produtivo, com certeza esse acompanhamento vai trazer muitas<br />

melhorias para o ambiente fabril, para toda essa cadeia produtiva e vai deixar um legado muito positivo para o nosso Estado”,<br />

analisa Mendonça, que também é presidente do CIP (Centro das Indústrias do Pará). Entre outros assuntos, durante o<br />

workshop foram apresentadas as principais normas regulamentadoras que tratam de segurança e saúde do trabalho vigentes<br />

no país; requisitos para a manutenção da saúde física e mental no trabalho; mapeamento, gestão e eliminação de riscos<br />

no ambiente fabril e procedimentos para uso de dispositivos de segurança e maquinários. “Essa orientação é importante<br />

para que possamos corrigir falhas, adequar nossa atividade e melhorar os nossos processos produtivos porque a gente sabe<br />

que no setor de base florestal existem riscos que podem vitimar o trabalhador e, claro que a gente não quer isso. Então, o<br />

nosso sindicato é a favor da empresa legal, que cumpre as normas e que respeita a lei, porque a empresa ilegal prejudica<br />

muito o setor e acaba sendo uma concorrente desleal para quem é legalizado”, avaliou o presidente do Simava (Sindicato<br />

das Indústrias do Vale do Acará), Oséas de Castro.<br />

Foto: divulgação<br />

16 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


NOTAS<br />

AMPLIANDO AS INSTALAÇÕES<br />

A Contraco Máquinas foi<br />

uma das empresas que esteve<br />

presente no Congresso do<br />

Pinus Sul Brasil e a TechForestry<br />

– III Feira de Tecnologia<br />

para Indústria da Madeira e<br />

Floresta, que aconteceu no<br />

período de 29 a 31 de março<br />

no Centroserra Convention<br />

Center em Lages (SC). O<br />

evento teve como foco principal<br />

a atualização tecnológica<br />

do plantio ao processamento<br />

do pinus, além de discutir a<br />

evolução da espécie no sul do<br />

Brasil, e incentivar o fomento<br />

e o plantio, com tecnologia<br />

para maior produtividade<br />

florestal. A realização do congresso<br />

foi considerada um<br />

marco para motivar o setor<br />

e fortalecer as indústrias do<br />

ramo madeireiro. Há 36 anos no mercado, a Contraco<br />

esteve presente para mostrar seus produtos, entre<br />

eles o carro-chefe da empresa, a estufa para secagem<br />

de madeira que dispensa o uso de caldeira. Durante<br />

o evento o diretor da Contraco, Eduardo Boni, anunciou<br />

a ampliação de fábrica, sediada em Taió (SC).<br />

“Tivemos um bom crescimento nos últimos anos e<br />

víamos a necessidade de ampliar nossas instalações.<br />

Vamos continuar em Taió, mas vamos sair da região<br />

Central e investir em um novo local. Uma área maior,<br />

praticamente três vezes maior do que o espaço que<br />

estamos hoje. Isso vai possibilitar ampliar o investimento<br />

em pesquisa e inovação, e ter maior área para<br />

fabricar, armazenar e receber os clientes”, afirmou<br />

Eduardo. No setor madeireiro, a Contraco se destaca<br />

na fabricação de secadores de madeira, estufas de<br />

tratamento fitossanitário, cabines de pintura e sistemas<br />

de exaustão, sendo referência nas estufas de secagem<br />

sem necessidade de vapor. “Tem um sistema<br />

Contraco, patenteado, que utiliza queima de resíduos<br />

de madeira para gerar o calor mas sem a necessidade<br />

do vaso de pressão. Trabalhamos com fornalha, trocador<br />

de calor, sistema de distribuição. É um sistema<br />

que trabalhamos há 30 anos, somos pioneiros, e há<br />

uns 10 anos para cá conseguimos dar uma desenvolvida,<br />

em parceria com universidades e institutos<br />

de pesquisa. Hoje em questão de estufa a vapor ou<br />

ar quente, secagem e qualidade, não perdemos em<br />

nada”, garante Eduardo.<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

18 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


Gradeador de Madeiras<br />

Equipamento projetado para o gradeamento de tábuas nas linhas de produção,<br />

visando a segurança do operador e alta produtividade.<br />

Equipamento totalmente automatizado. Sendo que o posicionamento do<br />

tabique pode ser manual ou automático.<br />

Características<br />

Alta produção com até 200 peças/minuto<br />

Contador de produção<br />

CLP com IHM touchscreen<br />

Torre de sinalização<br />

Relê de segurança NR12 com acionamentos monitorados<br />

Chave de segurança com atuador mecânico<br />

Sensores protegidos contra choques mecânicos<br />

Proteção termomagnética em motoredutores<br />

Proteção contra distúrbios na rede elétrica de alimentação<br />

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NOTAS<br />

PROGRAMA DA CNI<br />

INCENTIVA BUSCA POR EFICIÊNCIA ENERGÉTICA<br />

Estão abertas as inscrições para as indústrias interessadas em participar do Programa Aliança, que tem o objetivo de<br />

promover a eficiência energética, com a implementação de processos capazes de diminuir o consumo e o gasto com energia<br />

e, consequentemente, contribuir para a descarbonização da indústria. O Programa Aliança iniciou em 2023 a sua segunda<br />

fase de execução. A iniciativa foi criada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) com a Eletrobras, por meio<br />

do PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), e a ABRACE (Associação dos Grandes Consumidores<br />

Industriais de Energia e de Consumidores Livres).<br />

A versão 2.0 da iniciativa tem como meta atender 24 plantas industriais que fazem uso intensivo de energia em seus<br />

processos de produção. O objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 40 mil toneladas e diminuir os custos<br />

operacionais em R$ 90 milhões ao ano.<br />

Segundo o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, o programa, além de reduzir<br />

as emissões, acelera a competitividade e a produtividade da indústria, pois prevê a redução no consumo de energia<br />

e nos custos operacionais. “O novo ciclo é uma versão aprimorada e mais abrangente do programa. Pela primeira vez uma<br />

chamada pública atende a todas as regiões do Brasil. É uma oportunidade para as indústrias brasileiras desenvolverem<br />

projetos de eficiência energética e se tornarem mais sustentáveis e competitivas”, diz Bomtempo.<br />

SEGUNDA ETAPA<br />

Nesta nova fase, três empresas já formalizaram adesão ao programa, são elas: a siderúrgica produtora de aço Arcelor-<br />

Mittal; a Schulz, especializada em maquinário; e a empresa de celulose Eldorado Brasil. Para execução do programa, serão<br />

destinados a essas indústrias R$ 20 milhões. Cada empresa selecionada recebe um aporte de R$ 400 mil e precisa oferecer<br />

uma contrapartida no mesmo valor. Assume também o compromisso de implementar um plano de ação elaborado com a<br />

equipe técnica do projeto.<br />

Empresas interessadas em participar desta nova fase podem participar da chamada pública. As informações estão disponíveis<br />

no site https://www.portaldaindustria.com.br/cni/canais/programa-alianca/<br />

PRIMEIRA FASE<br />

A primeira fase do Programa Aliança atendeu 12 plantas industriais de setores como siderúrgico, químico, cimento e<br />

automobilístico. Em termos energéticos, 176 GWh (Gigawatts por hora) deixaram de ser consumidos, o que seria suficiente<br />

para abastecer por um ano uma cidade de 60 mil habitantes. Ao todo foram identificadas R$ 198 milhões em oportunidades<br />

de redução de consumo, sendo 61% aprovadas e implementadas, gerando uma economia anual de R$ 122 milhões. A<br />

maioria dos projetos envolveu a otimização de processos, sem a necessidade de troca de equipamentos.<br />

Foto: divulgação<br />

20 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


APLICAÇÃO<br />

CERTIFICAÇÃO<br />

DE PORTAS DE MADEIRA<br />

A partir do mês de março a marca da Abimci (Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente)<br />

passou a fazer parte dos certificados da ABNT (Associação<br />

Brasileira de Normas Técnicas) para portas de madeira. Com<br />

isso, as construtoras, incorporadoras ou especificadores que<br />

recebem certificados de conformidade de portas de madeira,<br />

emitidos pela ABNT Certificadora, que atestam que o produto<br />

está dentro dos requisitos de desempenho exigidos pela norma<br />

ABNT NBR 15930, podem identificar no documento a inclusão<br />

da marca da Abimci, indicando que a empresa fabricante faz<br />

parte do PSQ-PME (Programa Setorial da Qualidade de Portas<br />

de Madeira para Edificações).<br />

“A Abimci, entidade gestora do PSQ-PME, já vinha pleiteando<br />

a inclusão do logotipo da entidade nos certificados de<br />

conformidade de portas de madeira emitidos pela ABNT. Esta<br />

inclusão reforça a importância dos programas de qualidade e<br />

promove a diferenciação das empresas fabricantes de portas<br />

de madeira que fazem parte do Programa”, justificou o superintendente<br />

da Abimci, Paulo Pupo. A inclusão foi aprovada pela<br />

ABNT Certificadora e pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia,<br />

Qualidade e Tecnologia). No novo certificado de conformidade,<br />

a marca da Abimci está localizada no lado esquerdo da<br />

primeira página junto ao logotipo da ABNT e Inmetro.<br />

Foto: divulgação<br />

NORMA<br />

EM REVISÃO<br />

As normas técnicas de produtos publicadas pela ABNT são revisadas periodicamente<br />

para que seja mantida a atualidade frente ao desenvolvimento tecnológico e inovações<br />

do mercado. Desde o ano passado, a norma de portas de madeira para edificações (ABNT<br />

NBR 15930), as partes 1, 2 e 3 entraram no processo de revisão pela CE (Comissão de Estudos)<br />

de Portas de Madeira da ABNT. No mês de março, a CE retomou os trabalhos e deu<br />

continuidade a revisão da parte 2, focada em requisitos gerais e específicos para o produto.<br />

“Estão sendo avaliados e revisados novos e atuais requisitos para portas de madeira, a<br />

inclusão da avaliação do acabamento de forma orientativa e nova avaliação para as portas<br />

resistentes à umidade, assim como requisitos para a inclusão de novas tecnologias disponíveis<br />

para fabricação de portas”, revelou a secretária do CB-031 (Comitê Brasileiro de<br />

Madeira da ABNT), Dayane Potulski. Ainda fará parte dos trabalhos deste ano, a revisão das<br />

partes 1 e 3 da referida norma. As reuniões da CE de Portas são abertas e os interessados em participar devem realizar cadastro<br />

na plataforma ISODoc da ABNT (https://www.abntonline.com.br/normalizacao). “A participação do maior número de<br />

empresas e profissionais é fundamental para que o texto da norma seja revisado da forma mais abrangente possível, aliado<br />

sempre à realidade do produto no mercado”, destacou Dayane.<br />

22 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


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FRASES<br />

“HOJE TEMOS QUESTÕES DE INSEGURANÇA JURÍDICA MUITO<br />

FORTES, QUE IMPEDEM O APORTE DE INVESTIMENTOS E,<br />

CONSEQUENTEMENTE, A CONTINUIDADE DO TRABALHO DE QUEM<br />

JÁ ESTÁ NO MERCADO E DE QUEM GOSTARIA DE FAZER PARTE DA<br />

INDÚSTRIA”<br />

FRANK ROGIERI, PRESIDENTE DO FNBF (FÓRUM NACIONAL<br />

DE ATIVIDADES DE BASE FLORESTAL), EM ENTREVISTA PARA<br />

REVISTA REFERÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA<br />

“A PRINCIPAL<br />

PRIORIDADE<br />

DA INDÚSTRIA<br />

É A REFORMA<br />

TRIBUTÁRIA. A<br />

SIMPLIFICAÇÃO E<br />

A MODERNIZAÇÃO<br />

DO SISTEMA DE<br />

ARRECADAÇÃO<br />

DE IMPOSTOS SÃO<br />

IMPRESCINDÍVEIS<br />

PARA ESTIMULAR OS<br />

INVESTIMENTOS E A<br />

PRODUÇÃO, E PARA GARANTIR<br />

A REINDUSTRIALIZAÇÃO DO<br />

PAÍS”<br />

“O ARCABOUÇO FISCAL VAI SER UMA<br />

DIRETRIZ, MAIS FLEXÍVEL DO QUE O TETO<br />

DE HOJE, MAS O ‘X’ VÃO SER AS NOSSAS<br />

NEGOCIAÇÕES PARA VER QUAIS PROJETOS E<br />

VOTAÇÕES VAMOS TER QUE FAZER DEPOIS<br />

PARA AJUSTAR O ARCABOUÇO”<br />

ARTHUR LIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS,<br />

AO COMENTAR AS NOVAS REGRAS FISCAIS<br />

DIVULGADAS PELO MINISTÉRIO DA FAZENDA<br />

“A CRISE NO CRÉDITO TEM<br />

AFETADO O GRANDE VAREJO NOS<br />

ÚLTIMOS MESES, COM MENOR<br />

DISPONIBILIDADE DE RECURSOS<br />

E JUROS ALTOS. ESSE CONTEXTO<br />

INFLUENCIA NEGATIVAMENTE A<br />

CONFIANÇA DOS AGENTES E DO<br />

MERCADO NO SETOR E NAS EMPRESAS<br />

QUE OPERAM EM DIFERENTES<br />

SEGMENTOS DO VAREJO”<br />

ROBSON BRAGA<br />

DE ANDRADE,<br />

PRESIDENTE DA CNI<br />

(CONFEDERAÇÃO<br />

NACIONAL DA<br />

INDÚSTRIA)<br />

Foto: Iano Andrade/CNI<br />

IZIZ FERREIRA, ECONOMISTA<br />

DA CNC (CONFEDERAÇÃO<br />

NACIONAL DO COMÉRCIO E<br />

BENS, SERVIÇOS E TURISMO)<br />

24 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


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ENTREVISTA<br />

PROMOVENDO O<br />

DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA<br />

PROMOTING THE<br />

DEVELOPMENT<br />

OF THE FOREST<br />

PRODUCT SECTOR<br />

C<br />

om grande experiência no setor madeireiro, Juliano Vieira<br />

de Araújo, foi reeleito para nova gestão como presidente<br />

da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />

Processada Mecanicamente) no último mês de março.<br />

Juliano representa a terceira geração de uma empresa<br />

familiar, a F.V. Araújo, que trabalha no setor madeireiro há mais de 120<br />

anos, onde começou a trabalhar aos 18 anos e continua até hoje, tendo<br />

passado por diferentes cargos na empresa. À frente da Abimci, o<br />

presidente reeleito planeja reforçar a atuação e abordagens nas questões<br />

de abastecimento de matéria-prima e sustentabilidade do setor<br />

florestal, no mercado de créditos de carbono, na otimização das práticas<br />

de ESG, na defesa do setor com relação as barreiras tarifárias e na<br />

promoção do uso da madeira na construção civil, entre outras questões.<br />

Nesta entrevista para Revista REFERÊNCIA MADEIRA ele faz um<br />

balaço da sua primeira gestão e fala sobre o trabalho da Abimci.<br />

Foto: Gelson Bampi<br />

ENTREVISTA<br />

26 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023<br />

W<br />

ith vast experience in the Forest Product Sector, Juliano<br />

Vieira de Araújo was re-elected as President of the<br />

Brazilian Association of the Mechanically Processed<br />

Wood Industry (Abimci) last March. Araújo represents<br />

the third generation of a family business, F.V. Araújo,<br />

which has worked in the Forest Product Sector for more than 120 years,<br />

and where he began working at 18 and continues to this day, having gone<br />

through different positions in the Company. At the head of Abimci, the<br />

re-elected president plans to strengthen the performance and approaches<br />

in the issues of raw material supply and sustainability of the Forest-based<br />

Sector, in the carbon credit market, in the optimization of ESG practices,<br />

in defense of the Sector concerning tariff barriers, and in the promotion<br />

of the use of timber in building construction, among other issues. In this<br />

interview with REFERÊNCIA MADEIRA, he provides a synopsis of his first<br />

mandate and talks about the work of Abimci.<br />

JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO<br />

FORMAÇÃO PROFISSIONAL: ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS<br />

PELA FAE (FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA).<br />

PÓS-GRADUADO EM NEGÓCIOS INTERNACIONAIS PELA FAE.<br />

CARGO: PRESIDENTE DA ABIMCI (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA<br />

DA INDÚSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA MECANICAMENTE)<br />

NO TRIÊNIO 2020-2023 E REELEITO PARA NOVA GESTÃO NO<br />

TRIÊNIO 2023-2026<br />

PROFESSIONAL EDUCATION: GRADUATE IN BUSINESS ADMINISTRATION,<br />

FACULTY OF ADMINISTRATION AND ECONOMICS (FAE). POSTGRADUATE STUDIES<br />

IN INTERNATIONAL BUSINESS, FAE.<br />

FUNCTION: PRESIDENT OF THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF THE MECHANICALLY<br />

PROCESSED WOOD INDUSTRY (ABIMCI) FOR THE TRIENNIUM 2020-2023 AND<br />

RE-ELECTED FOR THE TRIENNIUM 2023-2026


QUAL O BALANÇO DOS TRÊS PRIMEIROS ANOS<br />

DE GESTÃO FRENTE À ABIMCI?<br />

É impossível falar da gestão sem citar os desafios e<br />

transformações enfrentadas nos últimos 3 anos pelo setor<br />

industrial madeireiro. A imprevisibilidade e os reflexos da<br />

pandemia nos levaram a adaptação de novas realidades e<br />

práticas, mas com muita resiliência conseguimos nos adequar<br />

e continuar defendendo os interesses do setor frente<br />

às diversas esferas do governo e também no cenário<br />

internacional. Com a mudança na forma e perfil de consumo<br />

da população mundial durante a pandemia, a produção<br />

madeireira também buscou se adaptar aos novos<br />

cenários e demandas, como o aumento de produção, novos<br />

investimentos no parque fabril com modernização dos<br />

processos em busca de melhor desempenho comercial e,<br />

consequentemente, uma alteração na relação de oferta<br />

e demanda do suprimento florestal. Batalhas e entraves<br />

comerciais, tarifários e não tarifários, também se intensificaram<br />

neste período, como os processos de dano e de<br />

dumping sofrido pelo segmento de molduras no mercado<br />

norte-americano, assim como os reflexos de ação efetuada<br />

por coalizão de fabricantes de compensado daquele<br />

país, que ocasionou a retirada do Brasil de empresas de<br />

certificação dos EUA (Estados Unidos da América), prejudicando<br />

a performance do nosso produto naquele mercado.<br />

A Abimci manteve no período, a sua agenda institucional<br />

na defesa de interesses, com interação constante<br />

entre as empresas associadas, usando novas ferramentas<br />

e formatos distintos de reuniões e encontros, o que reforçou<br />

a atividade institucional e união do setor.<br />

QUAIS OS PRINCIPAIS OBJETIVOS PARA ESTE<br />

NOVO PERÍODO NA PRESIDÊNCIA DA ABIMCI?<br />

Na gestão 2023/2026, além das pautas permanentes<br />

da entidade, reforçaremos nossa atuação e abordagens<br />

nas questões de abastecimento de matéria-prima e sustentabilidade<br />

do setor florestal, no mercado de créditos<br />

de carbono, na otimização das práticas de ESG, bem<br />

como manteremos o monitoramento e defesa do setor<br />

em relação as barreiras tarifárias e não tarifárias. Atuaremos<br />

na promoção para o avanço do uso da madeira<br />

na construção civil, tanto no sistema wood frame como<br />

com produtos de madeira engenheirada, na promoção<br />

comercial e em novas oportunidades de mercado para os<br />

produtos madeireiros. Estaremos atentos ao comportamento<br />

do mercado, que tem mostrado novas dinâmicas<br />

e adequações, tanto internamente como nos principais<br />

mercados consumidores dos produtos brasileiros. Na área<br />

técnica, haverá a ampliação de programas de certificação<br />

para os produtos madeireiros para atender as demandas<br />

e regramentos técnicos do mercado, em especial, o da<br />

construção civil.<br />

FALOU SOBRE SUSTENTABILIDADE, MERCADO<br />

DE CRÉDITO DE CARBONO E DE PRÁTICAS DE ESG.<br />

COMO ESTES ASPECTOS IMPACTAM O MERCADO<br />

INDUSTRIAL MADEIREIRO?<br />

O setor de base florestal está vivendo um momento<br />

WHAT IS YOUR SYNOPSIS OF THE FIRST THREE YE-<br />

ARS IN FRONT OF ABIMCI?<br />

Discussing management without mentioning the challenges<br />

and transformations the Forest Product Sector faced in the<br />

last three years is impossible. Unpredictability and the effects<br />

of the pandemic led us to adapt to new realities and practices.<br />

Still, with much resilience, we have been able to adapt and<br />

continue defending the Sector’s interests in the face of the<br />

various spheres of government and the international scenario.<br />

With the change in the form and consumption profile of the<br />

world population during the pandemic, timber production<br />

also sought to adapt to new techniques and demands, such as<br />

increased production, new investments in the industrial park<br />

with process modernizations in search of better commercial<br />

performance and, consequently, a change in the supply and<br />

demand also intensified in this period, such as the damage<br />

and dumping processes suffered by the molding segment in<br />

the North American market. The reflections of action taken by<br />

a coalition of American plywood manufacturers, causing the<br />

withdrawal of American certification companies from Brazil,<br />

harmed the performance of our product in that market. During<br />

the period, Abimci maintained its institutional agenda in defense<br />

of Sector interests, with constant interaction between the<br />

member companies, using new tools and different formats of<br />

meetings and events, reinforcing the institutional activity and<br />

union of the Sector.<br />

WHAT ARE THE MAIN OBJECTIVES FOR THIS PERIOD<br />

IN YOUR NEW MANDATE?<br />

In the 2023/2026 mandate, in addition to the entity’s permanent<br />

guidelines, we will strengthen our performance and<br />

approaches in the issues of raw material supply and sustainability<br />

of the Forest-based Sector, in the carbon credit market,<br />

in the optimization of ESG practices, as well as maintain the<br />

monitoring and defense of the Sector concerning tariff and<br />

non-tariff barriers. Furthermore, we will promote the advancement<br />

of the use of timber in building construction, both in<br />

the wood-frame system and with engineered wood products,<br />

in the commercial promotion and new market opportunities<br />

for forest products. We will be attentive to the behavior of<br />

the market, which has shown new dynamics and adaptations,<br />

both internally and in the main consumer markets for Brazilian<br />

O SETOR DE BASE FLORESTAL<br />

ESTÁ VIVENDO UM MOMENTO<br />

SINGULAR QUE PODE PROPORCIONAR A<br />

SUPERAÇÃO DE PRÉ-CONCEITOS EM<br />

RELAÇÃO AS SUAS PRÁTICAS,<br />

ARRAIGADAS POR INFORMAÇÕES<br />

DISTORCIDAS EM RELAÇÃO AO PAPEL<br />

DOS MADEIREIROS E SUAS PRÁTICAS DE<br />

EXTRAÇÃO FLORESTAL<br />

ABRIL 2023 27


ENTREVISTA<br />

singular que pode proporcionar a superação de pré-conceitos<br />

em relação as suas práticas, arraigadas por informações<br />

distorcidas em relação ao papel dos madeireiros e<br />

suas práticas de extração florestal. Nosso setor tem ações<br />

sustentáveis consolidadas, preserva as florestas nativas,<br />

propicia a manutenção da fauna e durante o crescimento<br />

das árvores nativas ou plantadas absorve gás carbônico<br />

e libera oxigênio na atmosfera. Os produtos derivados<br />

da madeira, como o compensado, a moldura, a madeira<br />

serrada, as portas e os pisos, entre outros, estocam carbono<br />

durante todo o seu ciclo de produção e uso. Este<br />

é um diferencial fundamental para os nossos produtos.<br />

Existe um amplo mercado com grandes oportunidades<br />

para usarmos os créditos de carbono que produzimos,<br />

com nossas florestas e produtos. Nosso setor também<br />

tem enorme importância no ambiente social e econômico,<br />

gera empregos, renda, tributos e a sua contribuição<br />

positiva no saldo da balança comercial. Nossas empresas<br />

estão constantemente se adequando aos programas de<br />

qualidade que instigam o controle do processo produtivo,<br />

padronização e atendimento às normas técnicas, processo<br />

essencial para entregar ao mercado produtos certificados.<br />

Isso só é possível com a profissionalização dos<br />

processos de gestão. Todos esses fatores mostram que já<br />

estamos direcionados e preparados para o atendimento<br />

às práticas de ESG.<br />

COMO SERÁ A ATUAÇÃO DOS COMITÊS DE PRO-<br />

DUTOS DA ABIMCI NA NOVA GESTÃO?<br />

Reuniões setoriais sempre ocorreram na agenda da<br />

Abimci e têm se intensificado nos últimos anos. O formato<br />

de atuação da Abimci segmentado por Comitês<br />

de Produtos, proporciona uma maior aproximação das<br />

empresas daquele produto e um melhor aprofundamento<br />

e entendimento das pautas e demandas necessárias de<br />

atuação pela entidade. Nos 3 últimos anos, com todas as<br />

imprevisibilidades que vivenciamos, em especial durante<br />

a pandemia, as ações dos Comitês se tornaram ainda<br />

mais fundamentais para a união de esforços e tomadas de<br />

decisões. Adotamos um cronograma de reuniões virtuais<br />

que possibilitou uma ampla troca de informações, essenciais<br />

para o planejamento das empresas. Nas reuniões<br />

dos Comitês de Produtos conseguimos compreender<br />

melhor o ambiente de negócio de cada segmento e também<br />

as necessidades intrínsecas a cada um deles, como,<br />

por exemplo, avaliação das situações enfrentadas no<br />

mercado nacional e internacional, expectativas e necessidade<br />

de certificações e adequações técnicas de produtos<br />

(exemplo já ocorrido com portas e agora está em desenvolvimento<br />

com o compensado plastificado e pellets), os<br />

desafios logísticos, a dinâmica do consumo, entre outros<br />

temas. Há muito o que ser feito, mas estamos confiantes<br />

que este modelo proporciona a união de esforços que o<br />

setor carece para continuar se desenvolvendo e entregando<br />

produtos de qualidade e dentro dos parâmetros técnicos<br />

para o mercado nacional e internacional.<br />

products. In the technical area, certification programs for forest<br />

products will be expanded to meet the demands and technical<br />

regulations of the market, especially those for building construction.<br />

YOU HAVE DISCUSSED SUSTAINABILITY, THE CAR-<br />

BON CREDIT MARKET, AND ESG PRACTICES. HOW<br />

DO THESE ASPECTS IMPACT THE FOREST PRODUCT<br />

MARKET?<br />

The Forest-based Sector is living through a unique moment<br />

that can overcome the preconceptions concerning its<br />

practices, rooted in distorted information regarding the role of<br />

forest companies and their forest harvest practices. Our Sector<br />

has consolidated sustainable actions, preserves native forests,<br />

and provides the maintenance of fauna. During the growth of<br />

native or planted trees, they absorb carbon dioxide and release<br />

oxygen into the atmosphere. Products derived from timber,<br />

such as plywood, moldings, sawn wood, doors, and flooring,<br />

store carbon throughout their growth cycle and use. This is<br />

a fundamental differential for our products. There is a large<br />

market with great opportunities for us to use the carbon credits<br />

we produce with our forests and products. Our Sector also<br />

plays an essential role in the social and economic environment<br />

generating jobs, income, and taxes and positively contributing<br />

to the trade balance. Our companies are constantly adapting<br />

to quality programs that instigate the control of the production<br />

process, standardization, compliance with technical standards,<br />

and essential procedures to deliver certified products to the<br />

market. This is only possible with the professionalization of management<br />

processes. All these factors show that we are already<br />

being directed and prepared to comply with ESG practices.<br />

HOW WILL ABIMCI’S PRODUCT COMMITTEES PER-<br />

FORM IN THE NEW MANDATE?<br />

Sectoral meetings have always been on Abimci’s agenda<br />

and have intensified recently. The format of Abimci’s performance,<br />

segmented by Product Committees, provides a better<br />

approximation of the companies producing that product and<br />

a better deepening and understanding of the guidelines and<br />

demands necessary for action by the entity. With all the unpredictability<br />

we have experienced in the last three years, especially<br />

during the pandemic, the Committees’ activities have<br />

become even more fundamental for the union of efforts and<br />

decision-making. We adopted a schedule of virtual meetings<br />

that enabled a broad exchange of information, essential for<br />

company planning. In the Product Committees meetings, we<br />

could better understand each segment’s business environment<br />

and its intrinsic needs. For example, these include evaluation<br />

of the situations faced in the domestic and international<br />

market, expectations, the need for certifications and technical<br />

adaptations of products (examples already occurred with doors<br />

and are now under development with plasticized plywood<br />

and pellets), logistical challenges, and consumption dynamics,<br />

among other topics. There is much to be done, but we are<br />

confident that this model provides the union of efforts that the<br />

Sector needs to continue developing and delivering quality<br />

28 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


CUPIM SUBTERRÂNEO<br />

NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />

AVALIAÇÃO 10<br />

CIPERTRIN MD foi aplicado em painéis compensados pelo processo de adição à cola e tratamento superficial, posteriormente<br />

estes painéis foram submetidos ao ataque de CUPINS SUBTERRÂNEOS conforme NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />

(Stabd Test Method for Laboratory Evoluation of Wood and Other Cellulosic Materials for Resistence to Termites), obtendo<br />

resultados de avaliação 10, onde demonstra total eficiência contra o ataque dos CUPINS SUBTERRÂNEOS, atendendo<br />

assim, a Norma de Preservação de Madeira ABNT 16143 (Sistema de Categoria de Uso).<br />

• Líder no tratamento inseticida de painéis de<br />

madeira, (compensados, MDF, HDF, OSB, e outros)<br />

por adição à cola e tratamento superficial;<br />

• Indicadores: EC 257-842-9 /<br />

CAS 52315-07-08 / EPA 70506-10;<br />

• Compatível com resinas de última geração;<br />

• Formulado líquido de emulsão concentrada a<br />

base d’água, não contendo Hidrocarbonetos<br />

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ENTREVISTA<br />

HÁ A EXPECTATIVA DE AMPLIAÇÃO DOS PRO-<br />

GRAMAS DE CERTIFICAÇÃO PARA OS PRODUTOS<br />

MADEIREIROS PARA ATENDER AS DEMANDAS DO<br />

MERCADO. COMO SE DARÁ ESTÁ AMPLIAÇÃO?<br />

Faz parte da história da Abimci o incentivo à fabricação<br />

de produtos certificados. Desde a década de 1990,<br />

quando ocorreu o desenvolvimento do PNQM (Programa<br />

Nacional de Qualidade da Madeira), a Abimci atua para<br />

auxiliar as empresas na otimização do processo produtivo<br />

e, consequentemente, possibilitar a entrega ao mercado<br />

de produtos dentro de padrões técnicos exigidos<br />

pelas normas vigentes. A entidade também é gestora<br />

do Comitê Brasileiro de Madeira da ABNT, o CB-031, e<br />

coordena nacionalmente as atividades do Comitê, no desenvolvimento,<br />

elaboração e revisão das normas técnicas.<br />

Programas de certificação são naturalmente decorrentes<br />

da crescente demanda técnica pelo mercado e se tornam<br />

ferramentas estratégicas para o avanço e posicionamento<br />

dos produtos no mercado de consumo. Temos exemplos,<br />

há muitos anos, consolidados na Abimci como o PNQM,<br />

a certificação CE por meio da parceria de 20 anos com a<br />

BM Trada para a Certificação CE Marking, necessária para<br />

a exportação ao mercado Europeu, assim como, mais<br />

recentemente, a certificação de conformidade de produto,<br />

o UKCA Mark, válida para os países da Grã-Bretanha.<br />

Um importante case de sucesso, refletido nas conquistas<br />

técnicas e de mercado, foi com o desenvolvimento do<br />

PSQ-PME (Programa Setorial da Qualidade de Portas de<br />

Madeira para Edificações) que hoje conta com 21 empresas<br />

participantes e mais de 60 produtos certificados,<br />

consolidado no mercado da construção civil, em especial<br />

junto as construtoras do país e reconhecido pela Inmetro.<br />

Recentemente, em 2022, a Abimci lançou o Programa<br />

Setorial da Qualidade do Compensado Plastificado e, no<br />

momento, as empresas participantes já estão sendo auditadas<br />

e seus produtos, focados em forma de concreto,<br />

sendo testados. A expectativa é que nos próximos meses<br />

os primeiros produtos estejam certificados e disponibilizados<br />

ao mercado. A Abimci continuará atenta as demandas<br />

de mercado, tanto no desenvolvimento de novas<br />

normas técnicas quando na elaboração de programas de<br />

certificação, tendo sempre como foco o atendimento às<br />

necessidades do mercado.<br />

FALANDO SOBRE NORMALIZAÇÃO DE PRODU-<br />

TOS, HÁ VÁRIOS ANOS O MERCADO AGUARDA A<br />

PUBLICAÇÃO DA NORMA TÉCNICA DE CONSTRU-<br />

ÇÃO DE CASAS COM O SISTEMA WOOD FRAME.<br />

O QUE VAI MUDAR NO MERCADO QUANDO ISSO<br />

ACONTECER?<br />

A Abimci, por meio da gestão do CB-031, tem liderado<br />

o desenvolvimento desta e de outras normas para<br />

intensificar o uso da madeira na construção civil no país<br />

e, especificamente no desenvolvimento da norma wood<br />

frame, organizou todas as agendas para o processo da<br />

elaboração da norma técnica, sempre defendendo a apliproducts<br />

within the technical parameters for the domestic and<br />

international market.<br />

THERE IS AN EXPECTATION TO EXPAND CERTIFI-<br />

CATION PROGRAMS FOR FOREST PRODUCTS TO MEET<br />

MARKET DEMANDS. HOW WILL THIS EXPANSION TAKE<br />

PLACE?<br />

This is part of Abimci’s history to encourage manufacturing<br />

certified products. Since the 1990s, when the National Wood<br />

Quality Program (PNQM) was developed, Abimci has been<br />

working to assist companies in optimizing the production<br />

process and, consequently, enabling companies to deliver<br />

products within the technical standards required by current<br />

standards to the market. The entity is also the manager of AB-<br />

NT’s Brazilian Wood Committee, CB-031, and coordinates the<br />

activities of the Committee nationally in developing, elaborating,<br />

and revising technical standards. Certification programs<br />

are natural due to the growing technical demand of the market<br />

and have become strategic tools for the advancement and positioning<br />

of products in the consumer market. For many years,<br />

we have examples consolidated in Abimci such as PNQM, CE<br />

certification through the partnership of 20 years with BM Trada<br />

for CE Marking Certification, necessary for export to the European<br />

market, as well as, more recently, the product conformity<br />

certification, the UKCA Mark, valid for the United Kingdom.<br />

An important successful case, reflected in the technical and<br />

market achievements, was the development of the Sectorial<br />

Program of the Quality of Wooden Doors for Buildings (PSQ-<br />

-PME). Today, the program has 21 participating companies and<br />

more than 60 certified products consolidated in the building<br />

construction market, especially with the Country’s building<br />

construction companies and recognized by Inmetro. Recently,<br />

in 2022, Abimci launched the Plasticized Plywood Quality Sector<br />

Program. The participating companies are already being<br />

audited, and their products, focused on concrete forms, are<br />

being tested. The first products are expected to be certified<br />

and made available in the coming months. Abimci will continue<br />

to pay attention to market demands in developing new<br />

technical standards and certification programs, always focusing<br />

on meeting the market’s needs.<br />

TALKING ABOUT PRODUCT STANDARDIZATION, THE<br />

MARKET HAS BEEN WAITING FOR THE PUBLICATION<br />

OF THE TECHNICAL STANDARD FOR BUILDING HOUSES<br />

WITH THE WOOD-FRAME SYSTEM FOR SEVERAL YEARS.<br />

WHAT WILL CHANGE IN THE MARKET WHEN THIS HA-<br />

PPENS?<br />

Abimci, through the management of CB-031, has led the<br />

development of this and other standards to intensify the use of<br />

timber in building construction in the Country. Specifically, this<br />

includes the development of the wood-frame standard, has<br />

organized all the agendas for drafting the technical standard,<br />

and always defending the applicability of processed timber<br />

products. The standard for the construction of houses using<br />

the wood-frame system is in the final process of domestic<br />

consultation by ABNT. We expect it will be published soon, an<br />

30 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


PASSADEIRA DE COLA<br />

Com distribuição uniforme de cola sobre a superfície<br />

das lâminas de madeira, a passadeira economiza<br />

material e aumenta a produção, mantendo a qualidade<br />

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ENTREVISTA<br />

cabilidade dos produtos de madeira processada. A norma<br />

para construção de casas com madeira em wood frame<br />

está em processo final de consulta nacional pela ABNT e<br />

nossa expectativa é que seja publicada em breve, fator<br />

essencial para o avanço e consolidação deste sistema<br />

construtivo industrializado no país. Com a norma será<br />

possível uma atuação mais focada e coordenada para<br />

estimular o desenvolvimento de políticas públicas para o<br />

uso do sistema no Brasil, bem como a inclusão nas linhas<br />

de financiamentos oficiais para empreendimentos e obras<br />

em wood frame, potencializando assim maior escala na<br />

produção e de contribuir para a redução do déficit habitacional.<br />

Além disto, teremos a oportunidade de apresentar<br />

para a sociedade os benefícios das construções com madeira,<br />

como o sequestro de carbono durante o crescimento<br />

das árvores, estoque do carbono nas estruturas construtivas,<br />

a redução dos resíduos nas obras e a velocidade<br />

construtiva, entre outros aspectos.<br />

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS PARA A<br />

AMPLIAÇÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL MADEI-<br />

REIRA NO BRASIL?<br />

Ampliação da produção está diretamente ligada as<br />

demandas, tendência e comportamento do mercado. E<br />

essa dinâmica e timing das ações sempre é complexo. A<br />

otimização e expansão da produção passa por renovações<br />

e inovações no parque fabril, investimentos a juros<br />

competitivos, acesso à novas tecnologias, entre vários<br />

outros fatores. Um ambiente econômico favorável, tanto<br />

na economia doméstica como na internacional é fator<br />

fundamental para novos planejamentos em expansão da<br />

produção, assim como a melhoria em políticas públicas,<br />

na desburocratização nos processos, a confiança do consumidor,<br />

o custo logístico envolvido, o suprimento florestal<br />

na região onde se situa a empresa, enfim são muitas as<br />

variáveis a serem consideradas para a definição de novos<br />

investimentos e aumento da produção madeireira.<br />

A ABIMCI COMPLETOU 50 ANOS EM 2022. O<br />

QUE OS ASSOCIADOS PODEM ESPERAR DA INSTI-<br />

TUIÇÃO NOS PRÓXIMOS ANOS?<br />

Em toda a sua história, a Abimci atuou defendendo os<br />

interesses das empresas associadas nas mais diversas esferas.<br />

Sempre proporcionou o espaço para troca de informações<br />

e construção de agendas que tivessem como objetivo<br />

o bem comum das empresas e o desenvolvimento<br />

do setor. Continuaremos com nossa missão, cada dia mais<br />

fortalecidos, atentos às transformações que estão ocorrendo<br />

em nível nacional e mundial, atuando nas pautas já<br />

consolidadas pela entidade nas diversas áreas e esferas e<br />

em novas demandas, ajudando a promover a sustentabilidade<br />

e competitividade das empresas, dos negócios e no<br />

fortalecimento do setor madeireiro e florestal brasileiro.<br />

essential factor for advancing and consolidating this industrialized<br />

construction system in the Country. With the norm, a more<br />

focused and coordinated action will be possible to stimulate<br />

the development of public policies for using the system in Brazil.<br />

As well, official lines of financing for projects and jobs using<br />

wood-frame become available, thus enhancing on a larger scale<br />

in production and contributing to the reduction of the housing<br />

deficit. In addition, we will have the opportunity to present<br />

to society the benefits of using timber in buildings, such as<br />

carbon sequestration during the growth of trees, carbon stock<br />

in construction structures, reduction of waste on the job site,<br />

and construction speed, among other aspects.<br />

WHAT ARE THE MAIN CHALLENGES FOR EXPAN-<br />

DING FOREST PRODUCT PRODUCTION IN BRAZIL?<br />

Expanding production is directly linked to demands,<br />

trends, and market behavior. And the dynamics and timing of<br />

actions are always complex. For example, the optimization and<br />

expansion of production go through renovations and innovations<br />

in the industrial park, investments at competitive interest,<br />

and access to new technologies, among several other factors.<br />

Furthermore, a favorable economic environment, both in the<br />

domestic and international economy, is a fundamental factor<br />

for new planning in expanding production. The improvement<br />

in public policies, the reduction of bureaucracy in the processes,<br />

consumer confidence, the logistics cost involved, and the<br />

forest supply in the region where the company is located are<br />

also challenges to be faced. In short, many variables must be<br />

considered to define new investments and increase forest product<br />

production.<br />

ABIMCI TURNED 50 YEARS OLD IN 2022. WHAT CAN<br />

MEMBERS EXPECT FROM THE INSTITUTION IN THE CO-<br />

MING YEARS?<br />

Throughout its history, Abimci has defended member companies’<br />

interests in the most diverse spheres. It has always provided<br />

the space for exchanging information and constructing<br />

agendas aimed at companies’ common good and the Sector’s<br />

development. We will continue with our mission, increasingly<br />

strengthened, attentive to the transformations that are taking<br />

place at the domestic and global level, acting on the guidelines<br />

already consolidated by the entity in the various areas and<br />

spheres and new demands, helping to promote the sustainability<br />

and competitiveness of companies, businesses, and the<br />

strengthening of the Brazilian Forest Product and Forest-based<br />

Sectors.<br />

NOSSO SETOR TAMBÉM TEM<br />

ENORME IMPORTÂNCIA NO<br />

AMBIENTE SOCIAL E ECONÔMICO, GERA<br />

EMPREGOS, RENDA, TRIBUTOS E A SUA<br />

CONTRIBUIÇÃO POSITIVA NO SALDO DA<br />

BALANÇA COMERCIAL<br />

32 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


COLUNA ABIMCI<br />

MADEIRA, O FUTURO DA CONSTRUÇÃO CIVIL<br />

Paulo Pupo<br />

Superintendente da Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira<br />

Processada Mecanicamente<br />

Contato: abimci@abimci.com.br<br />

C<br />

onstruções com utilização de madeira engenheirada,<br />

bem como, o avanço e consolidação<br />

do sistema construtivo wood frame<br />

foram tema de amplo debate a respeito das<br />

tecnologias que estão sendo desenvolvidas<br />

e utilizadas ao redor do mundo e no Brasil, em um seminário<br />

técnico, realizado na capital paranaense, no mês de<br />

março. O evento, que teve o apoio da Abimci (Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />

reuniu mais de 500 participantes, entre eles<br />

arquitetos, engenheiros e empresários do setor industrial<br />

madeireiro.<br />

A participação deste número expressivo de profissionais<br />

da construção civil, empresários e interessados no<br />

tema, é reflexo da busca por novas tecnologias, inovações<br />

e soluções construtivas que proporcionem mais velocidade<br />

às obras, melhor escala de negócios, competitividade<br />

de custos e menor impacto ambiental.<br />

A madeira engenheirada e o wood frame, materiais<br />

fabricados a partir de processos industriais que proporcionam<br />

à madeira resistência mecânica, durabilidade,<br />

trabalhabilidade, flexibilidade e leveza, possibilitam<br />

redução de tempo construtivo, menor quantidade de resíduos<br />

na obra e baixo impacto ao meio ambiente. Estas<br />

caraterísticas são atrativas ao mercado da construção civil,<br />

pois seguem as principais premissas de uso de materiais<br />

sustentáveis em obras, fatos que permitem e credenciam<br />

que a madeira seja empregada em praticamente todos os<br />

tipos de empreendimentos imobiliários.<br />

As construções com essas tecnologias, que já estão<br />

sendo executadas no Brasil, e que tem um alto potencial<br />

de crescimento, também se destacam pela sustentabilidade,<br />

que é intrínseca à sua matéria-prima principal,<br />

a madeira. Estudos apontam que cada sete árvores<br />

conseguem sequestrar 1 tonelada de carbono nos seus<br />

primeiros 20 anos de idade. Todo este carbono absorvido<br />

permanece estocado nos produtos de madeira em todo<br />

o seu ciclo de vida. Um diferencial dificilmente superado<br />

por outro produto.<br />

34 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023<br />

Foto: divulgação<br />

Estas potencialidades proporcionam um cenário positivo,<br />

especialmente agora, momento em que a norma do<br />

wood frame está em processo final de consulta nacional<br />

pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).<br />

A sua publicação é um fator essencial para o avanço e<br />

consolidação deste sistema construtivo industrializado no<br />

país, que proporcionará uma atuação mais focada e coordenada<br />

para estimular o desenvolvimento de políticas<br />

públicas para o uso do sistema no Brasil e a sua inclusão<br />

nas linhas de financiamentos.<br />

As instituições financeiras, por sua vez, já apontam<br />

que existem oportunidades de financiamento para estes<br />

sistemas construtivos, e que aliados à demanda crescente,<br />

o avanço na normalização e padronização dos produtos<br />

disponíveis no mercado, podem gerar uma melhor<br />

escala de produção e de novos investimentos fabris, fatores<br />

positivos para a ampliação e otimização do acesso a<br />

crédito e financiamentos em larga escala.<br />

A Abimci está atenta a todos estes fatos e cenários,<br />

pois além de realizar a gestão do Comitê de Madeiras da<br />

ABNT, o CB-031, que desenvolve e revisa as normas técnicas<br />

necessárias para a padronização e uso dos produtos<br />

madeireiros, que atendam aos requisitos mínimos de desempenho<br />

e segurança aos empreendimentos, também<br />

abriga dentro de sua organização institucional diversas<br />

ações de promoção e desenvolvimento comercial na busca<br />

da melhor sustentabilidade para todos os envolvidos.<br />

Com a normalização dos produtos, o aumento da<br />

produtividade industrial e o crescimento da demanda, a<br />

madeira tem todo o potencial para aumentar sua participação<br />

na construção civil nacional, oferecendo seus benefícios<br />

técnicos, estéticos e sustentáveis para a sociedade.<br />

O momento e as oportunidades são para todos!<br />

A MADEIRA ENGENHEIRADA E<br />

O WOOD FRAME, MATERIAIS<br />

FABRICADOS A PARTIR DE PROCESSOS<br />

INDUSTRIAIS QUE PROPORCIONAM À<br />

MADEIRA RESISTÊNCIA MECÂNICA,<br />

DURABILIDADE, TRABALHABILIDADE,<br />

FLEXIBILIDADE E LEVEZA, POSSIBILITAM<br />

REDUÇÃO DE TEMPO CONSTRUTIVO,<br />

MENOR QUANTIDADE DE RESÍDUOS NA<br />

OBRA E BAIXO IMPACTO AO MEIO<br />

AMBIENTE


EM CONSTANTE<br />

EVOLUÇÃO<br />

A segunda planta nos dará capacidade<br />

para participar mais dos mercados de<br />

painéis MDF, MDP, Compensados e Resinas<br />

Especiais. A nossa expectativa é crescer<br />

com solidez nestes segmentos, onde o<br />

cenário é de grande competitividade.<br />

<br />

<br />

<br />

ão no mercado de paineis!


PRINCIPAL<br />

FÁBRICA<br />

EM EXPANSÃO<br />

Fotos: Emanoel Caldeira<br />

36 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


INDÚSTRIA INVESTE PESADO EM<br />

SEGUNDA PLANTA DE FORMOL<br />

PARA GARANTIR EXPANSÃO DE SUA<br />

PARTICIPAÇÃO NO MERCADO DE<br />

RESINAS PARA MADEIRA<br />

EXPANDING<br />

PRODUCTION<br />

A COMPANY INVESTS HEAVILY IN A<br />

SECOND FORMALDEHYDE PLANT TO<br />

ENSURE THE EXPANSION OF ITS MARKET<br />

SHARE OF WOOD RESINS<br />

ABRIL 2023 37


PRINCIPAL<br />

C<br />

om 16 anos de atividade no mercado de resinas<br />

para o setor da madeira, a Bonardi Química<br />

mostra mais uma vez que aposta no crescimento<br />

do mercado ao inaugurar a segunda planta para<br />

produção de formol, matéria-prima para fabricação<br />

de resinas termofixas. Em 2020, a empresa já havia<br />

inaugurado a sua primeira fábrica de formol. A experiência foi<br />

tão positiva que em pouco tempo a direção decidiu investir<br />

em uma segunda planta e assim garantir condições para<br />

expandir a sua atuação no mercado da madeira. “Estrategicamente<br />

a Bonardi decidiu investir em uma planta de formol<br />

em 2017. Até a planta ficar pronta éramos um dos maiores<br />

consumidores de formol do mercado brasileiro. Falando em<br />

termos de engenharia, nós verticalizamos para trás o nosso<br />

processo. Passamos a produzir a própria matéria-prima”,<br />

enaltece Robson Lemos, diretor comercial da Bonardi Química<br />

desde 2013. A segunda planta nos dará capacidade<br />

para participar mais dos mercados de painéis MDF, MDP,<br />

Compensados e Resinas Especiais. A nossa expectativa é<br />

crescer com solidez nestes segmentos, onde o cenário é de<br />

grande competitividade”, projeta o diretor, que desde 1992<br />

atua profissionalmente no setor da madeira.<br />

A primeira planta de formol da Bonardi Química foi capa<br />

da edição nº 227 da Revista REFERÊNCIA MADEIRA, em<br />

março de 2021. Dois anos depois a capa é a segunda fábrica<br />

de formol inaugurada em março de 2023, da indústria que<br />

tem como sócios diretores Hamilton dos Santos Medeiros<br />

e João Francisco Nardi.<br />

W<br />

ith 16 years of activity in the resin market<br />

for the Forest Product Sector, Bonardi<br />

Química bets on market growth by inaugurating<br />

a second plant to produce formaldehyde,<br />

the primary raw material for<br />

manufacturing thermosetting resins. In 2020, the Company<br />

inaugurated its first formaldehyde factory. The experience<br />

was so positive that in a short time, management decided<br />

to invest in a second plant and, thus, ensure conditions<br />

to expand its operations in the forest-product market.<br />

“Strategically, Bonardi decided to invest in a formaldehyde<br />

plant in 2017. Until the plant was ready, we were one of the<br />

largest buyers of formaldehyde in the Brazilian market. In<br />

terms of engineering, we verticalized our process backward.<br />

We started to produce our own raw material,” praises<br />

Robson Lemos, Director of Sales for Bonardi Química,<br />

since 2013. “The second plant will give us the capacity to<br />

further participate in the MDF, MDP, plywood, and special<br />

resin markets. We expect to grow and solidify our position<br />

in these segments, where competition is fierce,” projects<br />

the Director, who has worked professionally in the Forest<br />

Product Sector since 1992.<br />

Bonardi Química’s first formaldehyde plant was the<br />

cover story of REFERÊNCIA <strong>Industrial</strong> Madeira issue No.<br />

227 in March 2021. Two years later, the cover story is about<br />

the second formaldehyde factory inaugurated in March<br />

2023, honoring Company Managing Partners Hamilton dos<br />

Santos Medeiros and João Francisco Nardi.<br />

A SEGUNDA<br />

PLANTA VAI<br />

AMPLIAR O NOSSO<br />

NEGÓCIO PARA PODER<br />

PRODUZIR MAIS RESINA<br />

PARA O SEGMENTO DE<br />

PAINÉIS DE MDF, MDP, E<br />

ASSIM EXPANDIR, E<br />

ATENDER O MERCADO DE<br />

COMPENSADO. A NOSSA<br />

EXPECTATIVA É CRESCER<br />

MAIS 50%<br />

ROBSON LEMOS, DIRETOR COMERCIAL<br />

DA BONARDI QUÍMICA<br />

38 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


AMPLIAÇÃO DO NEGÓCIO<br />

“Com a planta 2 vamos aumentar em 113% a nossa<br />

capacidade produtiva de formol”, salienta Robson. Com a<br />

nova fábrica, inaugurada em março de 2023, a empresa passa<br />

a ter a capacidade para produção de 110 mil toneladas de<br />

formol por ano. A primeira planta de formol produz 50 mil<br />

toneladas/ano, e a segunda fábrica, instalada ao lado da<br />

primeira e na mesma área onde está a unidade de resinas,<br />

localizada na cidade de Colombo (PR), tem capacidade para<br />

produção de 60 mil toneladas/ano de formol. “O investimento<br />

atende todas as linhas de produção da empresa. Grandes<br />

investimentos são para gerações, não pode pensar em dois,<br />

três anos. Neste momento o mercado está recessivo. Mas<br />

uma planta de formol tem uma durabilidade de pelo menos<br />

50 anos”, afirma Robson.<br />

GRANDES INVESTIMENTOS<br />

A empresa investiu nos últimos anos, a quantia acima de<br />

R$ 120 milhões, com uma taxa de retorno viável para o tipo de<br />

negócio. Neste contexto, os investimentos em ativos incluem<br />

duas plantas de formol, reatores de resinas, utilidades para a<br />

fábrica de resinas, máquinas de impregnação de papel tego<br />

film e também na frota de caminhões do Grupo.<br />

Mas os investimentos não param na segunda planta de<br />

formol. A Bonardi também investiu neste ano na instalação<br />

de um novo reator e na aquisição de um equipamento chiller.<br />

O reator para produzir resina começou a operar no final<br />

de março. Trata-se de um reator com capacidade para produção<br />

de 85 toneladas de resina a cada 6h (horas), aumentando<br />

a capacidade para produção em torno de 40%. Passando do<br />

atual 22 mil para 300 mil toneladas/ano.<br />

EXPANDING BUSINESS<br />

“With the second plant, we will increase our formaldehyde<br />

production capacity by 113%,” says Lemos. With<br />

the new plant, inaugurated in March 2023, the Company,<br />

located in Colombo (PR), can now produce 110 thousand<br />

tons of formaldehyde annually. The first formaldehyde<br />

plant only produces 50 thousand tons annually. And the<br />

second factory, installed next to the first in the same area<br />

where the resin unit is located, has a production capacity<br />

of 60 thousand tons annually of formaldehyde. “The<br />

investment serves all of the Company’s production lines.<br />

Large investments are for generations; you can’t just think<br />

about two, or three, years ahead. Right now, the market<br />

is recessionary. But a formaldehyde plant lasts at least 50<br />

years,” says Lemos.<br />

MAJOR INVESTMENTS<br />

Over the years, the Company invested more than R$ 120<br />

million with a return compatible with the type of business.<br />

In this context, the investments have included two formaldehyde<br />

plants, resin reactors, resin factory utilities, a tego<br />

film paper impregnation machine, and the Group truck fleet.<br />

The reactor began producing resin in late March. It has<br />

a production capacity of 85 tons of resin every 6 hours, increasing<br />

the production capacity by around 40% and going<br />

from 22 thousand to 300 thousand tons annually.<br />

Another significant investment was the acquisition of a<br />

large-capacity chiller—a giant water cooler with power to<br />

cool all the Company’s plants. The equipment, based on<br />

American technology, was imported from India. The equipment<br />

will help produce the resins, improving the thermal<br />

cooling efficiency of the thermosetting resins, which require<br />

cooling efficiently.<br />

ABRIL 2023 39


PRINCIPAL<br />

Outro grande investimento foi a aquisição de um chiller<br />

de grande capacidade. Um resfriador de água gigante, com<br />

potência para resfriar todas as plantas da empresa. O equipamento<br />

com tecnologia norte-americana foi importado da<br />

Índia. O equipamento vai ajudar na produção das resinas,<br />

melhorando a eficiência térmica de resfriamento das resinas<br />

termofixas, que requer resfriamento com eficiência.<br />

Para Robson Lemos, com o aumento na produção de<br />

resinas, a meta para 2024 é aumentar a exportação dos<br />

produtos. Atualmente 95% do mercado da Bonardi Química<br />

é doméstico, com maior concentração na região sul, atendendo<br />

também Estados do norte e centro-oeste, e com alguma<br />

participação no mercado de compensados da Argentina,<br />

Paraguai, Bolívia e Uruguai.<br />

CONFIANÇA E QUALIDADE<br />

O investimento contínuo da Bonardi em tecnologia e<br />

novos equipamentos é um grande diferencial da empresa e<br />

não passa despercebido pelos clientes. O sócio-diretor da<br />

NM Compensados, Gilson Virtuoso, é cliente desde o início<br />

da indústria e destaca os benefícios desta relação. “Eles<br />

estão sempre investindo em tecnologia e quem ganha é o<br />

cliente. Tem profissionais capacitados, produtos de qualidade,<br />

uma logística muito bem montada. Não ficamos na mão<br />

com eles”, elogia Gilson. “Os produtos são de excelente<br />

qualidade com colagem boa. O atendimento é diferenciado,<br />

com técnicos na empresa que conhecem o negócio e ajudam<br />

em projetos. Hoje o mundo tá muito competitivo e a Bonardi<br />

traz esse diferencial que nos faz sentir seguros. Eles passam<br />

confiabilidade, além da qualidade dos produtos”, destaca<br />

o gestor na NM Compensados, localizada em Presidente<br />

Getúlio (SC).<br />

Igor Rover, sócio-diretor da Compensados Relvaplac,<br />

fábrica de painéis compensados com sede em Imbituva<br />

(PR) é cliente da Bonardi há cerca de 10 anos, de quem<br />

For Lemos, the goal for 2024 is to increase exports<br />

with the increase in the production of resins. Currently,<br />

95% of Bonardi Química’s market is domestic, with a greater<br />

concentration in the Southern Region of Brazil, also<br />

serving northern and midwestern states, and with a small<br />

share serving the plywood market of Argentina, Paraguay,<br />

Bolivia, and Uruguay.<br />

TRUST AND QUALITY<br />

Bonardi’s continuous investment in technology and<br />

new equipment is the Company’s significant differential<br />

and does not go unnoticed by customers. Gilson Virtuoso,<br />

the Managing Partner of NM Compensados located<br />

in Presidente Getúlio (SC), has been a customer since<br />

the beginning of NM Compensados and highlights the<br />

benefits of this relationship. “They continuously invest in<br />

technology, and the customer is the winner. It has trained<br />

professionals, quality products, a very well-assembled<br />

logistics. We have never been out of hand with them,”<br />

says Virtuoso. “The products are of excellent quality with<br />

good bonding features. The service is differentiated, with<br />

technicians in the Company who know the business and<br />

help with projects. Today, the world is very competitive,<br />

and Bonardi’s differential makes us feel secure. They pass<br />

on reliability and the quality of the products,” says the NM<br />

Compensados Managing Partner.<br />

Igor Rover, Managing Partner of Compensados Relvaplac,<br />

a plywood panel factory based in Imbituva (PR), has<br />

been a Bonardi customer for about ten years, from whom<br />

he acquires resins, tego film, and stain. Rover highlights the<br />

quality of service. “It is a reference company in the market,<br />

very flexible, has its own delivery fleet, is affordable, and<br />

with excellent quality products. In addition, it has a responsible<br />

after-sales service, always present and seeking<br />

continuous improvements,” praises Rover.<br />

40 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


adquire resinas, tego film e tinta. Igor destaca a qualidade<br />

no atendimento. “É uma empresa referência do mercado,<br />

muito flexível, possui frota de entrega própria, é acessível e<br />

com produtos de excelente qualidade. Tem um pós-venda<br />

responsável, que sempre está presente e buscando melhorias<br />

contínuas”, enaltece Igor.<br />

ESTRUTURA ROBUSTA<br />

A logística de transporte da Bonardi é outro diferencial.<br />

A empresa possui uma frota de 85 veículos entre caminhões<br />

e carretas que fazem a entrega dos produtos em veículos<br />

próprios para vendas com até 1.700 km (quilômetros) de<br />

distância. Para localidades mais distantes, a entrega é feita<br />

por empresas de transporte parceiras.<br />

A Bonardi também possui uma participação importante<br />

no mercado de papel tego film, utilizado para a fabricação<br />

do compensado plastificado e aplicado para construção de<br />

forma de concreto aparente. Neste negócio, a capacidade<br />

da Bonardi é para produção de 24 milhões m 2 /ano.<br />

Outro segmento importante, onde a Bonardi é líder no<br />

mercado nacional, é o de verniz para o setor da construção<br />

civil. A empresa possui uma linha completa de verniz para<br />

piso de madeira.<br />

O reconhecimento de clientes e mercado é fruto do trabalho<br />

contínuo da Bonardi na melhoria dos produtos. “Estamos<br />

muito focados nesse negócio para levar para a indústria<br />

da madeira melhorias na capacidade, melhores ofertas e<br />

melhor performance de produto”, garante Robson Lemos.<br />

“A Bonardi tem um contrato de transferência de tecnologia<br />

da NTL (Grécia), a qual nos coloca em patamares globais,<br />

quando se fala em performance de resinas para madeira.<br />

Assim, podemos oferecer aos nossos clientes as melhores<br />

opções mundiais em tecnologia de resinas”, resume Robson.<br />

O INVESTIMENTO ATENDE<br />

TODAS LINHAS DE<br />

PRODUÇÃO DA EMPRESA. GRANDES<br />

INVESTIMENTOS SÃO PARA<br />

GERAÇÕES, NÃO PODE PENSAR EM<br />

DOIS, TRÊS ANOS<br />

ROBSON LEMOS, DIRETOR COMERCIAL<br />

DA BONARDI QUÍMICA<br />

ROBUST STRUCTURE<br />

Bonardi’s transport logistics is another differential.<br />

The Company has a fleet of 85 vehicles, between trucks<br />

and semis, delivering its products up to 17 hundred km<br />

away. For more distant locations, the delivery is by partner<br />

transport companies.<br />

Bonardi also has a significant share of the tego film<br />

paper market, used for manufacturing plasticized plywood<br />

for construction in the form of exposed concrete. In this<br />

business, Bonardi’s capacity is 24 million m 2 annually.<br />

Another important segment, where Bonardi is a leader<br />

in the domestic market, is varnish for the Building Construction<br />

Sector.<br />

The Company has a complete line of varnish for wood<br />

flooring. The recognition by customers and the market<br />

results from Bonardi’s continuous work improving products.<br />

“We are very focused on this business of bringing to the<br />

forest product segment improvements in capacity, better<br />

offers, and better product performance,” ensures Lemos.<br />

“Bonardi recently completed a technology transfer<br />

contract with NTL (Greece), which puts us at global levels<br />

regarding resin performance for wood. Thus, we can offer<br />

our customers the world’s best options in resin technology,”<br />

completes Lemos.<br />

ABRIL 2023 41


EVENTO<br />

MADEIRA<br />

SUSTENTÁVEL<br />

42 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


ENCONTRO DESTACOU OS BENEFÍCIOS<br />

DA MADEIRA DE MANEJO FLORESTAL E SUA<br />

UTILIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES E PROJETOS<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

ABRIL 2023 43


EVENTO<br />

O<br />

s benefícios do manejo florestal para<br />

economia nacional foram tratados<br />

durante o evento: Madeira Sustentável<br />

- o futuro do mercado; realizado pelo<br />

FNBF (Fórum Nacional das Atividades<br />

de Base Florestal), no último mês de março, em<br />

São Paulo (SP). O evento contou com mais de 200<br />

pessoas, entre arquitetos, ambientalistas e madeireiros<br />

de todas as regiões do país que se reuniram no<br />

Boulevard JK para discutir os benefícios do manejo<br />

florestal. O presidente do FNBF, Frank Rogieri abriu o<br />

evento falando sobre a importância do manejo para<br />

a economia nacional e como ela vai de encontro às<br />

pautas sustentáveis tão presentes hoje em dia. “A<br />

nossa madeira é oriunda do manejo florestal sustentável,<br />

contribui efetivamente para a preservação e<br />

conservação das florestas brasileiras, respeitando a<br />

fauna, a flora, preservando nossas águas e levando<br />

desenvolvimento para mais de 28 milhões de habitantes<br />

da Amazônia brasileira”, defendeu Frank.<br />

O presidente do FNBF continuou sua apresentação<br />

criticando a confusão que acontece em relação<br />

ao manejo sustentável e o madeireiro ilegal, que gera<br />

preconceito em relação ao uso da madeira nacional<br />

por arquitetos, urbanistas e engenheiros, que não<br />

estão habituados com o tema. “O nosso setor é uma<br />

das molas propulsoras, um dos pilares da manuten-<br />

ção, da conservação das florestas, por meio do manejo<br />

florestal sustentável”, destacou Frank.<br />

Segundo os organizadores, acabar com o preconceito<br />

e trazer informações claras sobre madeira nacional<br />

e como o manejo sustentável é o que garante a<br />

floresta em pé foram os principais objetivos do evento,<br />

além de levar mais conhecimento aos arquitetos,<br />

engenheiros, designers de interior, lojistas que vendem<br />

madeira nativa, professores e estudantes sobre a<br />

manutenção das florestas e esclarecer dúvidas.<br />

Rafael Mason, presidente do CIPEM (Centro das<br />

Indústrias Produtoras e Exportadores de Madeira do<br />

Estado de Mato Grosso), informou que somente o<br />

Mato Grosso tem a capacidade de dobrar a produção<br />

do setor florestal sustentável e ser a principal ferramenta<br />

de combate ao desmatamento ilegal no Brasil.<br />

“Atualmente são 3 milhões de hectares de produção<br />

e com capacidade para atingir 6 milhões até 2030.<br />

Ao todo são 6 mil empreendimentos e cerca de 2 mil<br />

indústrias, principal base econômica de 44 municípios<br />

do Estado” afirmou Rafael.<br />

Silvio Rangel, presidente da FIEMT (Federação<br />

das Indústrias do Estado de Mato Grosso), aproveitou<br />

sua participação para falar sobre a importância<br />

econômica do manejo sustentável, que leva oportunidades<br />

para a população local. “Precisamos pensar na<br />

Amazônia com a visão de cuidado sim, mas também<br />

44 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


com a visão de gerar renda e proporcionar uma vida<br />

melhor para quem vive na floresta e pode tirar seu<br />

sustento dela de maneira legal”, apontou Silvio.<br />

Mauren Lazzaretti, secretária de Meio Ambiente<br />

do Estado de Mato Grosso, tratou o evento como<br />

um passo importante para a quebra de paradigmas<br />

em relação à atividade florestal. “Nosso trabalho na<br />

secretaria é o de desmistificar para a sociedade, órgãos<br />

de controle e potenciais consumidores, que as<br />

pessoas da Amazônia não são um problema, mas sim<br />

a solução para a floresta”, destacou Mauren.<br />

POTENCIAL PARA CONSTRUÇÃO<br />

Lilian Sarrouf, Consultora em Gestão Empresarial<br />

e Ambiental do CBIC (Câmara Brasileira da Indústria<br />

da Construção Civil) e Fulvio Vitorino, diretor técnico<br />

do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) dividiram<br />

o palco em uma breve apresentação, onde destacaram<br />

a importância do uso da madeira na engenharia<br />

e a necessidade de ir além do uso, mas do desenvolvimento<br />

de projetos construtivos industrializados<br />

que utilizem madeira, pois, na opinião de ambos, há<br />

demanda para a madeira, mas ainda há pouca informação.<br />

Roberto Lecomte, arquiteto da Casacerta Arquitetura<br />

& Construção, falou sobre madeira na arquitetura<br />

e na construção, dando ênfase para os tipos de<br />

madeira que podem ser utilizados e como cada aplicação<br />

pode trazer resultados únicos para a obra. “Minha<br />

aposta para a construção do futuro é a madeira e<br />

temos um mercado com grande potencial no Brasil”,<br />

ressaltou Roberto.<br />

ABRIL 2023 45


EVENTO<br />

Marcelo Aflalo, presidente do Núcleo de Referência<br />

em tecnologia da madeira da USP (Universidade<br />

de São Paulo) apresentou o tema: Madeira nativa na<br />

construção - projeto como pesquisa. Para Marcelo,<br />

um de seus principais objetivos é promover pesquisas<br />

que estão sendo feitas para alargar os horizontes no<br />

uso da madeira e ajudar a divulgar a difusão de novas<br />

tecnologias e de processos de construção. “É preciso<br />

olhar com atenção para os desafios que o uso da madeira<br />

apresenta e cuidar para que a sustentabilidade<br />

não seja apenas na construção, mas abranja todo o<br />

processo”, concluiu Marcelo.<br />

O evento contou também com a participação de<br />

representantes de associações de outros Estados.<br />

Para Deryck Martins, diretor técnico da AIMEX (Associação<br />

das Indústrias Exportadoras de Madeiras do<br />

Estado do Pará), a principal mensagem que o evento<br />

passou é que: ao escolher o uso da madeira na arquitetura,<br />

na engenharia e na construção civil existe<br />

uma série de benefícios que vão além da própria<br />

matéria-prima e fortalecem toda a cadeia de trabalho<br />

envolvida. “Estamos falando de rastreabilidade, de<br />

um controle total de origem, da utilização de um bem<br />

natural renovável e que garante a floresta em pé e<br />

colabora com a continuidade do ciclo de todo um<br />

ecossistema”, afirmou Deryck.<br />

Wadson Werly, Presidente da ACIMDERJ (Associação<br />

dos Comerciantes e Indústria de Madeiras e<br />

Derivados do Estado do Rio de Janeiro), destacou a<br />

importância do evento, pela união de profissionais<br />

de várias áreas ao mesmo tempo e aproveitou para<br />

fortalecer os laços entre ACIMDERJ e FNBF. “Vamos<br />

trabalhar para levar um evento como esse para o Rio<br />

de Janeiro, pois um evento como esse é uma oportunidade<br />

única para mudar a visão do público sobre o<br />

papel dos madeireiros”, finalizou Wadson.<br />

É PRECISO OLHAR COM<br />

ATENÇÃO PARA OS<br />

DESAFIOS QUE O USO DA MADEIRA<br />

APRESENTA E CUIDAR PARA QUE A<br />

SUSTENTABILIDADE NÃO SEJA<br />

APENAS NA CONSTRUÇÃO, MAS<br />

ABRANJA TODO O PROCESSO<br />

MARCELO AFLALO<br />

46 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


CIPEM realiza levantamento da presença de mulheres<br />

na cadeia produtiva da madeira em Mato Grosso<br />

A participação ativa das mulheres no mercado de trabalho florestal e<br />

madeireiro no Brasil como um todo é uma questão de suma importância<br />

e que deve estar sempre presente, pois ajuda a promover a igualdade de<br />

gênero e a diversidade de perspectivas no setor.<br />

A equidade de gênero é uma relevante meta do Desenvolvimento<br />

Sustentável das Nações Unidas (ODS) e é considerada fundamental para<br />

alcançar um mundo mais justo e igualitário. Faz referência à igualdade<br />

de direitos, oportunidades e tratamento entre mulheres e homens,<br />

independentemente de seu gênero. Sua implementação traz benefícios<br />

como redução da pobreza, permitindo o pleno acesso de mulheres ao<br />

mercado de trabalho, além de contribuir para o aumento da produtividade<br />

econômica, para a melhoria da saúde e bem-estar, garantindo o<br />

acesso aos mesmos serviços de qualidade, direitos e oportunidades.<br />

Para alcançar a equidade de gênero, é necessário tomar medidas<br />

concretas para promover a igualdade de direitos entre mulheres e<br />

homens, incluindo políticas públicas e ações empresariais que promovam<br />

a igualdade de salários, o acesso ao mercado de trabalho e a<br />

participação política das mulheres.<br />

Historicamente, o setor de base florestal foi dominado por homens,<br />

mas a tendência tem sido mudar com o tempo. Atualmente, no Estado de<br />

Mato Grosso, nota-se que muitas mulheres estão ocupando cargos em<br />

empresas florestais e indústrias madeireiras, em comparação ao início<br />

da atividade no Estado, mas ainda há muito o que ser feito, pois essa<br />

inclusão contribui para a diversidade de ideias e perspectivas, levando a<br />

soluções inovadoras para os problemas florestais.<br />

A contratação de mulheres ajuda a melhorar as suas condições de<br />

vida e de suas famílias, e também contribui para o desenvolvimento da<br />

economia local e regional, com maior distribuição de renda entre a<br />

população.<br />

Em Mato Grosso existem indicativos de que o número de mulheres<br />

empregadas no setor de base florestal está aumentando nas regiões<br />

produtoras de madeira nativa e isso pode ser devido a uma série de<br />

fatores, incluindo a conscientização sobre a importância da igualdade de<br />

gênero e a inclusão de mulheres no mercado de trabalho e o aumento da<br />

oferta de oportunidades de treinamento e desenvolvimento para<br />

mulheres.<br />

Em pesquisa realizada com os oito Sindicatos Empresariais que<br />

compõem o CIPEM, dentre as cerca de 500 empresas associadas,<br />

divididas entre extração, serraria, indústria, beneficiamento e comércio,<br />

o número de mulheres que atuam como proprietárias, engenheiras<br />

florestais, gestoras, administradoras, auxiliares, operadoras de<br />

máquinas, entre outras, vem aumentando gradualmente no quadro de<br />

funcionários.<br />

Dentre quase 9 mil funcionários empregados diretamente aos<br />

empreendimentos associados ao CIPEM, 1820 são mulheres, correspondendo<br />

a 20% do total de empregados. Os cargos com maior presença<br />

feminina são, Auxiliar de Produção (895), Escritório/Administrativo<br />

(512), Limpeza (151) e Zeladoria/Serviços Gerais (85). É válido registrar<br />

a presença feminina nos cargos de CEO/Gestoras/Empresárias (18),<br />

Engenheiras Florestais (12) e Menores Aprendizes (3).<br />

No que tange a presença de mulheres nas diretorias dos Sindicatos, a<br />

participação é pequena e deve aumentar nas próximas gestões. No<br />

entanto, apesar de o setor de base florestal mato-grossense apresentar<br />

um crescimento da participação feminina nas indústrias, ainda existem<br />

obstáculos para consolidar a igualdade de gênero no setor florestal e<br />

madeireiro no Brasil como um todo. Muitas mulheres enfrentam<br />

barreiras para acessar empregos no setor, assim como em outros<br />

setores industriais pela falta de oportunidades.<br />

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MARCENARIA<br />

Foto: Medieanvändning/Sven Burman<br />

48 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


Foto: Medieanvändning<br />

PRÉDIO<br />

DE MADEIRA<br />

CONSTRUÇÃO CONCLUÍDA EM 2021 NA SUÉCIA ABRIGA CENTRO<br />

CULTURAL E HOTEL DE 20 ANDARES<br />

ABRIL 2023 49


MARCENARIA<br />

Aconstrução de prédios inteiramente com<br />

madeira tem ganhado espaço pelo mundo.<br />

Uma das construções em madeira<br />

que é destaque no cenário mundial é o<br />

Sara Cultural Center, localizado na cidade<br />

de Skellefteå, no norte da Suécia. Trata-se de um complexo<br />

de 17 mil m 2 (metros quadrados), que abriga um<br />

hotel de 20 andares e 75m (metros) de altura, sendo<br />

um dos edifícios mais altos do mundo em madeira engenheirada.<br />

O projeto é assinado pelo escritório de arquitetura<br />

White Arkitekter e além do apelo sustentável, o fato<br />

de as peças em madeira serem provenientes de um<br />

processo industrial aumenta a agilidade da obra. As<br />

peças estruturais e os módulos do edifício foram pré-<br />

-fabricados em uma indústria e apenas montados no<br />

canteiro de obras, reduzindo os prazos de finalização<br />

do projeto.<br />

CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL<br />

Concluído em setembro de 2021, o edifício abriga<br />

o Sara Cultural Center, espaço com hotel, SPA, galeria<br />

de arte, biblioteca municipal, auditório com 1.200 lugares<br />

e centro de conferências.<br />

Foto: Medieanvändning/Johan Wennerström<br />

Foto: Medieanvändning/Sven Burman<br />

50 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


Foto: Medieanvändning/Jonas Westling<br />

A proposta por trás dessa construção foi honrar o<br />

histórico da cidade sueca, de grande uso de madeira<br />

na arquitetura, além de ampliar o uso do material no<br />

desenvolvimento de projetos complexos e arranha-<br />

-céus, e criar uma estrutura carbono negativa, criando<br />

assim um olhar contemporâneo e sustentável para novas<br />

edificações.<br />

O Sara Center foi construído utilizando apenas madeiras<br />

de origem local, de florestas sustentáveis, que<br />

foram processadas em uma serraria a 50 quilômetros<br />

da obra. Também foram usados, para a construção do<br />

hotel, módulos 3D pré-fabricados em CLT (madeira laminada<br />

cruzada). E, no centro cultural, colunas e vigas<br />

de GLT (madeira laminada colada).<br />

O projeto estrutural integrado eliminou totalmente<br />

a necessidade de concreto da estrutura de suporte de<br />

carga, acelerando a construção e reduzindo a pegada<br />

de carbono do edifício.<br />

O arquiteto responsável pela obra, Robert Schmitz,<br />

participou em Curitiba (PR) do evento Woodlife Sweden,<br />

e lembrou que 40% das emissões de CO 2<br />

(gás<br />

carbônico) no mundo são originárias do setor da construção.<br />

Além disso, o segmento também é responsável<br />

por 30% dos resíduos gerados na Suécia. Conforme<br />

Schmitz, pensando nisso, o escritório passou a buscar<br />

processos construtivos alternativos, e a madeira surgiu<br />

UMA EDIFICAÇÃO COMO<br />

ESSA SEQUESTRA O DOBRO<br />

DO CARBONO QUE EMITE, ENTÃO É<br />

UM PRÉDIO CARBONO NEGATIVO<br />

ROBERT SCHMITZ, ARQUITETO<br />

Foto: Medieanvändning/Jonas Westling<br />

ABRIL 2023 51


MARCENARIA<br />

como principal solução. Isso porque uma construção<br />

em madeira, além de emitir menos GEE (gases de efeito<br />

estufa), ainda sequestra carbono com a produção<br />

florestal necessária para obtenção da matéria prima.<br />

“Uma edificação como essa sequestra o dobro do<br />

carbono que emite, então é um prédio carbono negativo”,<br />

disse o profissional em palestra realizada na FIEP<br />

(Federação das Indústrias do Estado do Paraná) durante<br />

o Woodlife Sweden.<br />

ATRAÇÃO TURÍSTICA<br />

A construção priorizou espaços abertos com alto<br />

uso de vidro e transparências, para revelar o que se<br />

passa nos bastidores, tanto para visitantes quanto para<br />

transeuntes. A ideia é criar um local aberto e convidativo<br />

para turistas e moradores da cidade, além de uma<br />

vitrine para projetos sustentáveis.<br />

A cobertura do prédio recebeu painéis solares<br />

para produção de eletricidade. Sua fachada de vidro<br />

tem pele dupla com proteção solar que se adapta às<br />

variações sazonais, controlando assim a entrada de luz<br />

e temperatura. O Sara Cultural Center é considerada a<br />

terceira estrutura de madeira mais alta do mundo.<br />

Foto: Medieanvändning/Sven Burman<br />

Foto: Medieanvändning/Jonas Westling<br />

52 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


Biesse Inside<br />

O evento mais aguardado do ano está chegando!<br />

Biesse Brasil


ESTUDO<br />

INDÚSTRIA<br />

SUSTENTÁVEL<br />

54 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


BRASIL PASSA A CONTABILIZAR<br />

CARBONO DE PRODUTOS FLORESTAIS<br />

MADEIREIROS CONTRIBUINDO<br />

PARA REDUÇÃO DOS EFEITOS DAS<br />

MUDANÇAS CLIMÁTICAS<br />

Fotos: divulgação<br />

ABRIL 2023 55


ESTUDO<br />

AEmbrapa Florestas (PR), em um estudo<br />

inédito, começou a mensurar os dados<br />

de acúmulo de carbono em PFM<br />

(produtos florestais madeireiros), como<br />

madeira serrada, painéis de madeira e<br />

papelão, e resíduos descartados desses materiais.<br />

O estudo inédito foi elaborado em 2020, utilizando<br />

o ano de 2016 como referência, e contabilizou 50,7<br />

milhões de toneladas de CO 2<br />

equivalente no país.<br />

O número obtido no levantamento, apesar de ser<br />

considerado ainda pequeno, quando comparado a<br />

outros países, representa 3,5% do total de emissões<br />

de GEE (gases de efeito estufa), e é deduzido da<br />

conta final de emissões brutas, o que pode ser cada<br />

vez mais estratégico para o Brasil.<br />

Esses dados foram incluídos no Inventário Nacional<br />

de GEE enviado à Convenção Quadro das<br />

Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O relatório,<br />

publicado a cada cinco anos, apresenta um panorama<br />

sobre a implementação no país da chamada<br />

Convenção do Clima e tem como um dos principais<br />

componentes a revisão e atualização do Inventário<br />

Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de<br />

GEE não Controlados pelo Protocolo de Montreal.<br />

ESTUDO INÉDITO<br />

De acordo com o pesquisador da Embrapa<br />

Florestas, Luiz Marcelo Rossi, responsável pela coordenação<br />

do relatório, a metodologia do Painel<br />

IPCC (Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas-2006)<br />

estabeleceu modelos, cálculos e dados<br />

de referência, como, por exemplo, a densidade de<br />

cada madeira considerada e o teor de carbono dos<br />

produtos. “A madeira é composta por carbono em<br />

cerca de 50%, assim todo PMF, como um móvel, um<br />

livro, uma tábua, contém carbono que foi retirado da<br />

atmosfera pelas árvores. Dessa maneira o carbono<br />

permanece armazenado no produto até que inicie<br />

a decomposição e consequente emissão de CO 2<br />

após o uso. Assim, a produção e uso de PMF é uma<br />

forma de aumentar a remoção de CO 2<br />

da atmosfera<br />

contribuindo para redução dos efeitos das mudanças<br />

climáticas”, aponta Luiz Marcelo.<br />

Segundo o guia metodológico do IPPC, as estimativas<br />

de carbono em produtos florestais podem<br />

ser feitas por três diferentes abordagens (mudança<br />

de estoque, fluxo atmosférico e de produção), cabendo<br />

a cada país, decidir qual a mais adequada<br />

para elaborar seu inventário de emissões. Isso<br />

TODO PMF CONTÉM CARBONO QUE FOI RETIRADO DA<br />

ATMOSFERA PELAS ÁRVORES[...] A PRODUÇÃO E USO DE PMF<br />

É UMA FORMA DE AUMENTAR A REMOÇÃO DE CO 2<br />

DA ATMOSFERA<br />

CONTRIBUINDO PARA REDUÇÃO DOS EFEITOS DAS MUDANÇAS<br />

CLIMÁTICAS<br />

LUIZ MARCELO ROSSI, PESQUISADOR DA EMBRAPA FLORESTAS<br />

56 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


PRODUTOS CONTABILIZADOS<br />

Os dados brutos de produção madeireira são<br />

obtidos do banco de dados estatísticos da FAO<br />

(Agência das Nações Unidas para a Alimentação e<br />

Agricultura) e usados nos cálculos do carbono dos<br />

produtos florestais. “Para o cálculo das estimativas<br />

de carbono, considera-se a produção e as perdas<br />

de madeira anuais, além do descarte dos produtos<br />

em uso e a taxa de decomposição da madeira, a<br />

qual emite CO 2<br />

para a atmosfera, obtendo-se assim<br />

o balanço de carbono desses produtos a cada ano”<br />

explica Luiz Marcelo.<br />

Para a estimativa final do estoque de carbono<br />

dos produtos florestais madeireiros é considerada a<br />

produção de toras que se destina a vários processos<br />

industriais, exceto madeira e carvão, pois, pela metodologia<br />

do IPCC, essas categorias geram emissão<br />

imediata de carbono. “A madeira em tora produzida<br />

pelo plantio é transformada em três tipos principais<br />

de produtos industriais: produção de papel e papelão,<br />

painéis, chapas e laminados, e madeira serrada”,<br />

acrescenta o pesquisador. Os produtos são contabiliporque<br />

cada uma delas é influenciada pelas características<br />

de produção, consumo, exportação e<br />

importação de produtos florestais de cada país. A<br />

abordagem utilizada pelo Brasil no estudo é a de<br />

fluxo atmosférico, que favorece os grandes países<br />

produtores e exportadores de produtos madeireiros.<br />

PERDAS E CÁLCULOS<br />

Após serem colhidas, as toras geram resíduos,<br />

que são descartados e, portanto, não considerados<br />

na conta do carbono estocado, como por exemplo,<br />

galhos, pontas, raízes e cascas, além das perdas no<br />

processamento industrial da madeira.<br />

Para os cálculos de carbono nos produtos, pela<br />

metodologia do IPCC, considera-se o tempo de<br />

meia-vida de cada produto, sendo 2 anos para os<br />

de papel e papelão e 30 anos para a madeira sólida<br />

(serrada) e painéis de madeira. A medida de meia-<br />

-vida significa que ao final daquele tempo, o produto<br />

terá somente metade do carbono que possuía no<br />

momento da fabricação ou retirada da floresta. Para<br />

cada ano decorrido desses produtos, contabiliza-se<br />

também a perda natural do carbono que é emitido<br />

pela decomposição. E todos esses produtos são adicionados<br />

à conta, os novos, os já existentes e os des-<br />

cartados, que ficam em decomposição em aterros e<br />

lixões, ou que são reaproveitados/reciclados.<br />

ABRIL 2023 57


ESTUDO<br />

DAQUI PARA FRENTE, VAMOS TER QUE PENSAR EM BALANÇOS DE<br />

GASES DE EFEITO ESTUFA EM TODAS AS NOSSAS ATIVIDADES E<br />

CONSTRUIR CASAS DE MADEIRA DE FORMA SUSTENTÁVEL, O QUE IMPLICA<br />

MANTER MAIS FLORESTAS PRODUTIVAS E ARMAZENAR CARBONO NAS<br />

ESTRUTURAS DAS CASAS<br />

ERICH SCHAITZA, CHEFE-GERAL DA EMBRAPA FLORESTAS<br />

zados até essa etapa de processamento, apesar de a<br />

madeira seguir por outros processos de transformação<br />

como, por exemplo, painéis que viram móveis,<br />

papéis para confecção de livros e madeira serrada<br />

para construção de casas.<br />

CONSTRUÇÕES MAIS SUNTENTÁVEIS<br />

O estudo da Embrapa Florestas conclui que o aumento<br />

do número de PFM, além de estratégico para<br />

o país no balanço final de emissões, é um fator que<br />

está atrelado a políticas mais sustentáveis. A madeira<br />

engenheirada passa por processos industriais que<br />

otimizam seu desempenho para uso na construção<br />

civil e tem sido usada na composição de prédios<br />

com dezenas de andares. Há países, como a França,<br />

que deram um passo além, ao tornar obrigatório, a<br />

partir de 2022, o uso de materiais naturais, como a<br />

madeira, em pelo menos 50% dos edifícios públicos<br />

financiados pelo estado. Seu objetivo é continuar<br />

a melhorar o desempenho energético e o conforto<br />

dos edifícios, reduzindo ao mesmo tempo o impacto<br />

de emissão de gases de efeito estufa, durante toda a<br />

sua cadeia produtiva.<br />

O chefe-geral da Embrapa Florestas, Erich<br />

Schaitza, enfatiza que cada vez mais o mundo tem<br />

acordado para a madeira como material construtivo<br />

de qualidade e com emissões menores do que as<br />

de outros materiais. “Daqui para frente, vamos ter<br />

que pensar em balanços de gases de efeito estufa<br />

em todas as nossas atividades e construir casas de<br />

madeira de forma sustentável, o que implica manter<br />

mais florestas produtivas e armazenar carbono nas<br />

estruturas das casas. Estudos como este, que contabilizam<br />

o carbono nos produtos florestais madeireiros,<br />

evidenciam o lado positivo de se usar madeira”,<br />

aponta Erich.<br />

58 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


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CONSTRUÇÃO<br />

USO DA MADEIRA<br />

ENGENHEIRADA<br />

Fotos: REFERÊNCIA / FLICKR FIEP<br />

60 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


A PARTIR DE PROJETOS DA SUÉCIA,<br />

EVENTO REALIZADO EM CURITIBA (PR)<br />

DISCUTIU ALTERNATIVAS PARA AMPLIAR AS<br />

CONSTRUÇÕES COM MADEIRA NO BRASIL<br />

ABRIL 2023 61


CONSTRUÇÃO<br />

P<br />

rojetos realizados com madeira engenheirada<br />

na estrutura e na composição das<br />

edificações ganhou destaque no mês de<br />

março no Campus da Indústria da FIEP<br />

(Federação das Indústrias do Estado do<br />

Paraná) em Curitiba (PR), com a exposição Woodlife<br />

Sweden. A mostra em parceria com a Embaixada da<br />

Suécia e o Swedish Institute apresentou 40 projetos<br />

realizados no país europeu com a utilização de madeira<br />

engenheirada. O evento foi precedido de uma<br />

reunião técnica, envolvendo representantes de diversas<br />

entidades e empresas ligadas a setores que integram<br />

a cadeia produtiva de construções em madeira,<br />

com o objetivo de traçar estratégias para expandir e<br />

consolidar esse mercado no Brasil.<br />

O workshop mostrou que processos construtivos<br />

em madeira surgem como alternativas para que a<br />

indústria da construção se torne mais sustentável. No<br />

Brasil, o uso de madeira engenheirada – que possibilita<br />

peças e vigas maiores, podendo ser utilizada até<br />

para a construção de prédios altos – ainda está em<br />

fase inicial. Porém, já vêm conquistando mercado as<br />

construções em wood frame, que é um sistema estruturado<br />

em peças leves de madeira maciça serrada.<br />

A palestra magna do workshop de abertura da<br />

Woodlife Sweden foi realizada pelo arquiteto sueco<br />

Robert Schmitz, do escritório White Arkitekter. Entre<br />

os projetos liderados por Schmitz e que recebeu<br />

vários prêmios internacionais está o do Sara Cultural<br />

Center, na cidade de Skellefteå, no norte da Suécia.<br />

O complexo abriga um centro cultural de 17 mil m 2<br />

(metros quadrados) e um hotel de 20 andares e 75m<br />

(metros) de altura, sendo um dos edifícios mais altos<br />

do mundo em madeira engenheirada.<br />

62 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


FOMENTO PARA CADEIA PRODUTIVA<br />

Paulo Roberto Pupo, vice-presidente da FIEP e<br />

superintendente da Abimci (Associação Brasileira da<br />

Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />

destacou que a mobilização gerada pelo Woodlife<br />

Sweden é um marco para a união de esforços nessa<br />

cadeia produtiva, com potencial de ampliar esse mercado<br />

e impactar futuramente no consumo per capita<br />

de madeira no Brasil. “Eventos como este, que reúnem<br />

vários interesses e em que apresentamos soluções<br />

construtivas, com representantes de peso dessa<br />

cadeia, são fundamentais”, declarou.<br />

Juliano Vieira de Araújo, presidente da Abimci,<br />

fez um breve discurso sobre a importância do evento<br />

e como foco de discussões para o fomento da madeira<br />

engenheirada. “Discutir esse tema com um grupo<br />

tão qualificado de profissionais é chave para o desenvolvimento<br />

dessa pauta e abertura de novas possibilidades<br />

de negócios”, explicou Juliano.<br />

Já o presidente da CBIC (Câmara Brasileira da<br />

Indústria da Construção), José Carlos Martins, afirmou<br />

que a busca por novos modelos de construção<br />

é essencial para que o setor recupere sua relevância<br />

na economia nacional. “Nossa participação no PIB<br />

(Produto Interno Bruto), que hoje é de 3%, já foi o dobro<br />

disso. Se a gente quer realmente voltar a ocupar<br />

um espaço que já foi nosso, precisamos sair da caixinha,<br />

e aí existem duas palavras que são essenciais:<br />

sustentabilidade e produtividade. E uma das grandes<br />

soluções para isso são as construções com madeira”,<br />

apontou José.<br />

FINANCIAMENTO PARA O SETOR<br />

Além da experiência sueca, o workshop debateu<br />

também as possibilidades de financiamento de<br />

construções sustentáveis em madeira no Brasil. O<br />

painel teve a participação do ex-ministro da Fazenda,<br />

Joaquim Levy, que é diretor de Estratégia Econômica<br />

e Relações com Mercados do Banco Safra. Ele destacou<br />

que a estruturação e normatização de uma cadeia<br />

produtiva de sistemas construtivos em madeira<br />

é importante para ampliar o acesso a financiamentos.<br />

“Quanto mais escala e padronização, mais fácil é<br />

conseguir financiar e atrair investidores”, afirmou o<br />

diretor.<br />

Além disso, um grande impulso para o financiamento<br />

desse segmento deve vir com a regulamentação<br />

de um mercado de carbono no Brasil – processo<br />

que está em tramitação no Congresso Nacional.<br />

“Para ter um diferencial de financiamento verde é importante<br />

ter um mercado de carbono, de tal maneira<br />

que aquele carbono que você deixou de emitir tenha<br />

valor para algum outro agente. Em um mercado<br />

como esse, a construção em madeira poderá ser uma<br />

fornecedora de créditos de carbono”, complementou<br />

Levy. Outro aspecto importante, em sua opinião, é<br />

a necessidade de mostrar garantias da durabilidade<br />

dessas edificações.<br />

O painel contou, ainda, com a participação do<br />

presidente da FIERO (Federação das Indústrias de<br />

Rondônia), Marcelo Thomé da Silva de Almeida, que<br />

é também diretor do Instituto Amazônia+21. A organização<br />

reúne as Federações das Indústrias dos nove<br />

EVENTOS COMO<br />

ESTE, QUE REÚNEM<br />

VÁRIOS INTERESSES E EM QUE<br />

APRESENTAMOS SOLUÇÕES<br />

CONSTRUTIVAS, COM<br />

REPRESENTANTES DE PESO<br />

DESSA CADEIA, SÃO<br />

FUNDAMENTAIS<br />

PAULO PUPO, SUPERINTENDENTE<br />

DA ABIMCI<br />

ABRIL 2023 63


CONSTRUÇÃO<br />

Estados que compõem a Amazônia Legal, com o objetivo<br />

de estruturar projetos que possam se beneficiar<br />

de linhas de financiamento voltadas para sustentabilidade.<br />

“Há muito dinheiro disponível para financiar<br />

iniciativas sustentáveis, mas faltam projetos e apesar<br />

de os governos aderirem aos compromissos, quem<br />

vai implementar a agenda de mitigação das mudanças<br />

climáticas é o setor privado. Sendo uma agenda<br />

privada, precisamos ter projetos”, salientou Marcelo.<br />

Entre os projetos em que o instituto trabalha está<br />

justamente um que pretende estruturar uma cadeia<br />

produtiva de madeira engenheirada com base em<br />

florestas plantadas na região amazônica, para construções<br />

de habitações de interesse popular. O projeto<br />

tem também a participação da CBIC e do SENAI (Serviço<br />

Nacional de Aprendizagem <strong>Industrial</strong>).<br />

O workshop teve, ainda, um painel técnico que<br />

abordou questões como a produção florestal e os<br />

processos de industrialização de madeira engenheirada,<br />

além dos avanços no Brasil de uma norma técnica<br />

para o wood frame, sistema construtivo estruturado<br />

em peças leves de madeira maciça serrada. O painel,<br />

mediado pelo assessor parlamentar e empresarial<br />

da presidência do CREA-PR (Conselho Regional de<br />

Engenharia e Agronomia do Paraná), Euclesio Finatti,<br />

teve a participação de Erich Schaitza, chefe-geral da<br />

Embrapa Florestas; Patrick Reydams, diretor de operações<br />

da Urbem, fabricante de madeira engenheirada<br />

que tem planta industrial na Região Metropolitana<br />

de Curitiba; e Guilherme Stamato, diretor executivo<br />

da Stamade.<br />

64 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


PRINCIPAL GESTÃO<br />

ABIMCI<br />

TEM NOVA DIRETORIA<br />

Foto: divulgação<br />

ATUAL PRESIDENTE JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO<br />

FOI REELEITO PARA O PRÓXIMO TRIÊNIO<br />

A<br />

Abimci (Associação Brasileira da Indústria<br />

de Madeira Processada Mecanicamente)<br />

elegeu nova diretoria para<br />

o triênio 2023/ 2026. A AGO (Assembleia<br />

Geral Ordinária) aconteceu no<br />

início de março, ocasião em que o presidente Juliano<br />

Vieira de Araújo, da F.V. de Araújo S.A, foi reeleito<br />

presidente da entidade para o triênio 2023/2026<br />

e foi dada posse para a nova diretoria. “Iniciamos<br />

esta nova gestão atentos ao comportamento do<br />

mercado, que dá sinais de mudança no Brasil e nos<br />

principais mercados consumidores dos produtos<br />

brasileiros, com novas dinâmicas e adequações do<br />

consumo após os anos de pandemia. O cenário<br />

suscita atenção, mas acredito na força da união e<br />

esforço conjunto de todas as empresas vinculadas<br />

à Abimci para a superação dos desafios”, afirmou o<br />

presidente Juliano.<br />

O presidente reeleito lembrou momentos desafiadores<br />

de sua primeira gestão. “Os últimos três<br />

anos foram os mais desafiadores da história do setor<br />

industrial madeireiro e da Abimci. Fomos pegos de<br />

surpresa pela pandemia, mas com muita resiliência<br />

conseguimos nos adaptar rapidamente e continuar<br />

defendendo os interesses do setor. Além disto,<br />

nosso setor pode se sentir vitorioso, pois manteve<br />

66 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


INICIAMOS ESTA NOVA<br />

GESTÃO ATENTOS AO<br />

COMPORTAMENTO DO MERCADO,<br />

QUE DÁ SINAIS DE MUDANÇA NO<br />

BRASIL E NOS PRINCIPAIS<br />

MERCADOS CONSUMIDORES DOS<br />

PRODUTOS BRASILEIROS, COM<br />

NOVAS DINÂMICAS E<br />

ADEQUAÇÕES DO CONSUMO APÓS<br />

OS ANOS DE PANDEMIA<br />

JULIANO VIEIRA DE ARAÚJO<br />

suas linhas de produção operante, auxiliando na<br />

manutenção do emprego e renda dos seus colaboradores<br />

e fornecedores. Neste período também<br />

alcançamos, com alguns segmentos de produtos,<br />

índices de produção e exportação acima da média<br />

histórica”, avaliou.<br />

Na próxima gestão, questões como a sustentabilidade,<br />

o mercado de créditos de carbono, a adoção<br />

de práticas de ESG, o suprimento florestal, as<br />

barreiras tarifárias e não tarifárias, o avanço do uso<br />

da madeira na construção civil, as novas oportunidades<br />

de mercado para os produtos madeireiros e o<br />

acompanhamento das decisões políticas e econômicas<br />

do país serão pautas constantes.<br />

Na área técnica, haverá a ampliação de programas<br />

de certificação para os produtos madeireiros<br />

para atender as demandas de mercado, em especial,<br />

o da construção civil. A Abimci é a entidade<br />

gestora do Comitê Brasileiro de Madeira da ABNT,<br />

o CB-031, atuando para a revisão e elaboração de<br />

normas técnicas.<br />

CONHEÇA A DIRETORIA EXECUTIVA E O CONSELHO FISCAL<br />

DA ABIMCI PARA A NOVA GESTÃO<br />

PRESIDENTE<br />

Juliano Vieira de Araujo - F.V. de Araujo S/A.<br />

TESOUREIRO<br />

José Carlos Januário - Indústria de Compensados<br />

Guararapes Ltda.<br />

CONSELHO FISCAL - TITULARES<br />

Fabrício Antônio Moreira Neto - Ótima Portas &<br />

Compensados<br />

Moacir Alberto Raimam - Centerplac Compensados Ltda.<br />

CONSELHO FISCAL - SUPLENTES<br />

Mario Sérgio de Lima - MSM Química Ltda.<br />

Robson Silveira Lemos - Bonardi Indústria Química Ltda.<br />

PRIMEIRO VICE-PRESIDENTE<br />

Amauri Eduardo Kollross - Madeireira EK Ltda.<br />

SEGUNDO VICE-PRESIDENTE<br />

Roni Junior Marini - Marini Indústria de<br />

Compensados Ltda.<br />

CONSELHEIROS VICE-PRESIDENTES<br />

Armando José Giacomet - Braspine Madeiras Ltda.<br />

Danilo Comin Salvaro - Salvaro Indústria e<br />

Comércio de Madeiras Ltda.<br />

Douglas Antônio Granemann de Souza - Triângulo<br />

Pisos e Painéis Ltda.<br />

Fábio Ayres Marchetti - Manoel Marchetti S/A<br />

Guilherme Damiani Ranssolin - Randa Portas,<br />

Molduras e Compensados Ltda.<br />

Isac Chami Zugman - Compensados e Laminados<br />

Lavrasul S/A<br />

Ivan Tomaselli - STCP Engenharia de Projeto Ltda.<br />

Luis Daniel Woiski Guilherme - Sólida Brasil<br />

Madeiras Ltda.<br />

Luiz Alberto Sudati - Indústria de Compensado<br />

Sudati Ltda.<br />

Norton Luis Fabris - Millpar S/A.<br />

Paulo Cavalcanti Neto - Somapar Sociedade<br />

Madeireira Paranaense Ltda.<br />

2023/2026<br />

ABRIL 2023 67


MERCADO<br />

EXPORTAÇÃO<br />

MADEIRA<br />

68 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


APESAR DOS NÚMEROS SEREM<br />

DISCRETOS EM RELAÇÃO AO<br />

POTENCIAL DA MADEIRA NATIVA,<br />

PRODUTOS NACIONAIS TÊM<br />

COLOCAÇÃO NO EXTERIOR<br />

Fotos: divulgação<br />

As incertezas do mercado global provocadas<br />

pela covid-19 e guerra na Ucrânia influenciaram<br />

o desempenho do setor de exportações<br />

dos produtos madeireiros do Brasil no último<br />

ano, que registrou uma queda no volume de<br />

produtos embarcados.<br />

Conforme dados consolidados do portal Comex Stat<br />

do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços,<br />

houve uma redução de 12% em volume de exportação e<br />

de 21% no valor de madeira serrada teca e compensados,<br />

o que seria reflexo de uma retração e adequação do mercado.<br />

Segundo o CEO da WoodFlow, Gustavo Milazzo,<br />

que possui mais de 20 anos de experiência em comércio<br />

exterior de madeira, os anos de 2020 e 2021 foram extremamente<br />

atípicos. “A pandemia criou uma demanda que<br />

as fábricas no Brasil, e no mundo, não estavam prontas<br />

para atender e com isso, 2021 foi um dos melhores da<br />

história em termos de demanda e preços”, explicou. “Em<br />

2022 esse mercado começou a se ajustar. A demanda caiu,<br />

estoques foram supridos e, com inflação ainda alta no<br />

mundo todo, a reação do mercado foi segurar novas compras”,<br />

avaliou Gustavo.<br />

ABRIL 2023 69


MADEIRA MERCADOTRATADA<br />

CRESCIMENTO<br />

Porém, mesmo com registro negativo, alguns segmentos<br />

da indústria da madeira registraram crescimento,<br />

consolidando uma tendência que vinha ocorrendo desde<br />

2019. É o caso do compensado de eucalipto, lâminas de<br />

pinus, compensado tropical, lâminas tropical, tora de madeira<br />

tropical, e pellets, que registraram crescimento no<br />

volume de exportações.<br />

O volume de pellets brasileiro de biomassa de madeira<br />

comercializados no mercado externo registrou crescimento<br />

de 42%, em comparação com o ano de 2021, sendo o<br />

mercado italiano o principal destino. Já os pellets, a partir<br />

da matéria-prima acácia, tiveram aumento de 41,6%, e o<br />

Reino Unido como principal destino. Os dados indicam,<br />

que a produção brasileira de pellets tem mostrado evolução,<br />

tanto na capacidade instalada, como nos índices<br />

de produção, mostrando melhoria na produtividade e na<br />

representatividade comercial dos últimos anos.<br />

QUEDA NO VOLUME<br />

Os dados do portal Comex Stat compilados pela<br />

Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />

Processada Mecanicamente) também mostram que alguns<br />

segmentos registraram queda no volume de exportações<br />

em 2022 em comparação com 2021, mas ainda apresentam<br />

uma certa estabilidade e boa representatividade no<br />

mercado internacional. É o caso da madeira perfilada de<br />

coníferas, grupo onde se incluem, predominantemente, as<br />

exportações de molduras de pinus, setor onde o Brasil é líder<br />

mundial nas exportações para os EUA (Estados Unidos<br />

da América), que representa 96,7% deste mercado de exportação.<br />

No caso da madeira serrada de pinus, apesar de<br />

registrar queda em torno de 8% no volume de exportação<br />

no ano passado, o produto brasileiro continua com uma<br />

importante participação no mercado externo, em um patamar<br />

já consolidado desde 2017. O mesmo acontece com o<br />

piso maciço, que nos últimos 10 anos, também apresenta<br />

certa estabilidade no volume de produto embarcado,<br />

apesar de em 2022 ter registrado uma queda em torno de<br />

16,5%. Já as portas de madeira registraram uma queda<br />

aproximada de 14% em relação ao volume embarcado em<br />

2021, apesar de ter aumento gradativo nos volumes de<br />

exportação nos últimos anos, com destaque para 2020 e<br />

2021 quando teve grande volume de material exportado.<br />

A tora de pinus, que registrou maior queda percentual no<br />

volume de exportação, teve média mensal de volume embarcado<br />

inconstante, mostrando sazonalidade do produto<br />

ou sensibilidade a oferta de fretes para os destinos.<br />

De uma forma geral, o mercado norte-americano continua<br />

sendo o principal pólo de exportação dos produto de<br />

madeira do Brasil, apesar do crescimento das exportações<br />

para países como China, Malásia e países europeus.<br />

CONFIRA OS TRÊS PRODUTOS QUE REGISTRARAM MAIOR AUMENTO NO<br />

VOLUME DE EXPORTAÇÃO EM 2022 EM COMPARAÇÃO COM 2021<br />

70 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


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EXPORTAÇÃO EM 2022 EM COMPARAÇÃO COM 2021<br />

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INAUGURAÇÃO<br />

Foto: divulgação<br />

PORTAS ABERTAS<br />

PARA O MERCADO<br />

EMPRESA DE ORIGEM ITALIANA PROMOVE SHOWROOM<br />

COM EXPOSIÇÃO DE MÁQUINAS EM EVENTO DE<br />

INAUGURAÇÃO OFICIAL DA SEDE NO BRASIL<br />

E<br />

ntre os dias 24 e 29 de abril a Biesse estará<br />

promovendo o Inside Biesse Brazil, um<br />

showroom com a exposição de mais de 10<br />

máquinas e tecnologias para o mercado<br />

florestal, marceneiro, moveleiro e vidraceiro.<br />

O evento vai marcar a inauguração oficial da sede<br />

da Biesse no Brasil, instalada em Curitiba (PR). A solenidade<br />

oficial de inauguração será no dia 27 de abril.<br />

Este passo irá permitir maior aproximação da Biesse<br />

com os clientes brasileiros, com a possibilidade do en-<br />

vio de peças em até 24h (horas) para qualquer capital<br />

do Brasil. “Próximo passo fundamental para a Biesse<br />

no Brasil é a inauguração oficial junto ao mercado e<br />

clientes da nossa casa. Entre os dias 24 e 29 de abril<br />

programamos a realização de um evento de portas<br />

abertas chamado Inside. Teremos todas as máquinas<br />

em funcionamento, com os técnicos à disposição para<br />

debaterem sobre as tecnologias e explicarem os processos”,<br />

revela o diretor comercial para América Latina<br />

da Biesse, Alessandro Agnoletti.<br />

72 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


A Biesse é reconhecida mundialmente pela constante<br />

inovação e utiliza um sistema de parcerias para<br />

oferecer soluções eficientes e de alta qualidade para<br />

indústrias de todo mundo.<br />

QUEREMOS JUNTO DOS<br />

NOSSOS PARCEIROS<br />

CONVERSAR SOBRE IDEIAS,<br />

TECNOLOGIA, DESENVOLVIMENTO<br />

E INOVAÇÃO, COLOCANDO EM<br />

PRÁTICA O CONCEITO DE<br />

MARKETING COLABORATIVO<br />

ALESSANDRO AGNOLETTI, DIRETOR<br />

COMERCIAL DA BIESSE PARA AMÉRICA LATINA<br />

ATUAÇÃO MAIS PRÓXIMA<br />

“Queremos reforçar a nossa presença com uma<br />

atuação próxima que garanta atendimento direto e<br />

maior pontualidade. Os importantes investimentos em<br />

recursos e competências no Brasil têm como objetivo<br />

primordial estar ainda mais próximo dos clientes e suas<br />

necessidades e avaliar oportunidades de crescimento<br />

em outros países da América do Sul. Um showroom<br />

com alta tecnologia, peças de reposição e uma equipe<br />

de assistência técnica bem robusta, nos permitirão alcançar<br />

essa proximidade e sermos mais protagonistas<br />

nas soluções para os clientes”, pontua o diretor comercial<br />

nas Américas da Biesse, Federico Broccoli.<br />

“Queremos junto dos nossos parceiros conversar<br />

sobre ideias, tecnologia, desenvolvimento e inovação,<br />

colocando em prática o conceito de marketing colaborativo”,<br />

completa Agnoletti.<br />

ABERTURA PARA PARCEIROS<br />

No ínicio de março, a Biesse já abriu as portas da<br />

filial em Curitiba para parceiros e clientes com foco na<br />

discussão sobre a importância da cooperação entre<br />

empresas para o crescimento do mercado. Na ocasião,<br />

foi realizado um workshop com a presença de Ricardo<br />

Doria, fundador da Aldeia, e Marcio Leo Danielewicz,<br />

fundador e CEO da Syx.<br />

“Não é apenas um espaço de exposição de máquinas.<br />

É um espaço de tecnologia à disposição do mercado.<br />

São tecnologias múltiplas, dado nosso know how<br />

em madeiras, vidros, pedras, plásticos. Hoje mesmo a<br />

indústria moveleira se vê com desafios em acabamentos<br />

que muitas vezes fogem a sua expertise inicial. A<br />

tendência industrial, por exemplo, trouxe a metalurgia<br />

para dentro das fábricas e hoje somos muito transversais<br />

nessas soluções”, garante o Diretor de Marketing<br />

e Comunicação da Biesse, Raphael Prati.<br />

As inscrições para o Inside Biesse Brazil estão<br />

abertas e podem ser feitas a partir do link:<br />

https://www.live.biesse.com/event/inside-brazil<br />

ABRIL 2023 73


ARTIGO<br />

CICLOS DE PRODUÇÃO DE PINUS<br />

TAEDA L. COM MAIS DE 30 ANOS:<br />

UMA ALTERNATIVA PARA<br />

OBTENÇÃO DE MADEIRA PARA<br />

USOS SÓLIDOS E ESTRUTURAIS<br />

Foto: Reilly Butler, via Flickr<br />

74 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


MAGNOS ALAN VIVIAN<br />

MÁRIO DOBNER JÚNIOR<br />

KARINA SOARES MODES<br />

UGO LEANDRO BELINII<br />

DOUGLAS RUFINO VAZ<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA,<br />

CURITIBANOS (SC) BRASIL<br />

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO<br />

PARANÁ, CURITIBA (PR) BRASIL<br />

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA,<br />

LAGES (SC) BRASIL<br />

ABRIL 2023 75


ARTIGO<br />

Foto: divulgação<br />

RESUMO<br />

amostrada apenas a madeira produzida a partir<br />

dos 30 anos, de forma a caracterizar a madeira juvenil<br />

e adulta, respectivamente. Concluiu-se que a<br />

madeira adulta, obtida de árvores com mais de 30<br />

anos, apresenta valores superiores de densidade,<br />

dimensões de traqueídes, coeficiente de retratibilidade<br />

volumétrica (porém com menor coeficiente<br />

de anisotropia), módulo de elasticidade e módulo<br />

de ruptura à flexão estática, em comparação à<br />

madeira juvenil, obtida em árvores com 15 anos.<br />

Levando-se em consideração a habilidade frente<br />

ao ensaio de flexão estática, a madeira com mais<br />

de 30 anos pode ser indicada para usos que explorem<br />

seu maior desempenho mecânico e estrutural,<br />

compatível com Araucaria angustifolia de idades<br />

entre 25 e 58 anos. Ciclos de produção com duração<br />

superior a 30 anos são viáveis economicamente<br />

e podem ser uma opção de manejo interessan-<br />

P<br />

lantios de Pinus spp. são a base de<br />

uma importante atividade econômica<br />

na região do planalto sul do<br />

Brasil, onde são cultivados em ciclos<br />

de produção com cerca de 15 anos<br />

de duração. O objetivo do estudo foi avaliar as<br />

características físico-mecânicas e anatômicas da<br />

madeira de Pinus taeda L. obtida em povoamentos<br />

com idades superiores a 30 anos, em comparação<br />

com aquela atualmente disponível no mercado,<br />

com idade próxima a 15 anos, visando avaliar<br />

seu potencial para produção de madeira de alta<br />

qualidade para usos sólidos e estruturais. Além<br />

disso, avaliaram-se também aspectos produtivos e<br />

econômicos de plantios de Pinus taeda com mais<br />

de 30 anos de idade. Para isso, foram utilizadas<br />

árvores de Pinus taeda provenientes de dois plantios,<br />

com idades de 15 e 43 anos e, deste último,<br />

76 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


te, visando acessar mercados específicos nos quais<br />

a qualidade da madeira para usos sólidos e estruturais<br />

poderia ser ainda mais bem remunerada.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Plantios de Pinus spp. são a base de uma<br />

importante atividade econômica na região do<br />

planalto sul do Brasil, ocupando uma área de aproximadamente<br />

1,7 milhão de ha do país, segundo a<br />

IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores - 2021). Nesse<br />

contexto, destaca-se a espécie Pinus taeda L.<br />

que, em sua grande maioria, é cultivada em ciclos<br />

de produção com 15-20 anos de duração, para<br />

abastecer indústrias de celulose e papel, painéis<br />

reconstituídos, serrarias e laminadoras.<br />

Ciclos de produção relativamente curtos (15-20<br />

anos) resultam em toras com elevada proporção<br />

de madeira juvenil. A madeira juvenil é produzida<br />

sob forte influência da idade do meristema lateral<br />

(câmbio vascular) e da proximidade da copa ativa<br />

(Megraw, 1985; Alteyrac; Cloutier; Zhang, 2006).<br />

Assim, o termo madeira juvenil descreve o tipo de<br />

madeira produzida próxima à medula, em todas as<br />

alturas, mesmo em indivíduos de maior idade em<br />

algumas espécies.<br />

Foto: Chris M Morris, Flickr<br />

Sua empresa está preparada para<br />

um mercado cada vez mais exigente?<br />

Criatividade, inovação, abertura às mudanças e uma rápida adaptação a novos<br />

cenários são diferenciais competitivos essenciais para quem quer permanecer<br />

e/ou ocupar um lugar de destaque nesse novo contexto.<br />

Disponibilizamos soluções que têm como base as ferramentas do Lean<br />

Manufacturing (produção enxuta), para o ataque,<br />

redução das perdas e aumento efetivo da produtividade:<br />

DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS E TIMES DE ALTA PERFORMANCE<br />

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ARTIGO<br />

Embora a madeira juvenil seja tolerada para<br />

alguns usos industriais (Gartener, 2005), esta é indesejada<br />

para usos sólidos, que requerem maior<br />

resistência e estabilidade e, nesses casos, a madeira<br />

adulta é preferível. A transição da madeira<br />

juvenil para a adulta em Pinus taeda ocorre entre<br />

11-17 anos de idade (Tassissa; Burkhart; Brooks,<br />

1998; Hennessey et al., 2004; Dobner Júnior; Huss;<br />

Tomazello Filho, 2018). De acordo com Dobner Júnior,<br />

Huss e Tomazello Filho (2018), mesmo ciclos<br />

de produção com 30 anos de duração resultam<br />

toras com 60-80% da seção transversal de madeira<br />

juvenil, indicando que, se o objetivo for produzir<br />

madeira adulta para usos mais nobres e, possivelmente<br />

mais valiosos, ciclos de produção ainda<br />

mais longos devem ser considerados, além de<br />

uma consciente estratégia de manejo para tal.<br />

MATERIAL E MÉTODO<br />

Para realização do estudo foram utilizadas<br />

árvores de Pinus taeda provenientes de dois plantios<br />

com idades de 15 e 43 anos e, deste último,<br />

apenas madeira produzida a partir dos 30 anos foi<br />

amostrada. Dessa forma, sendo possível caracterizar<br />

a madeira juvenil e adulta, respectivamente.<br />

O plantio com 15 anos de idade foi estabelecido<br />

no ano de 2000, no município de Campo Belo do<br />

Sul (SC), com espaçamento de 2,5m x 2,5m (1.600<br />

árvores/ha), recebendo quatro intervenções de<br />

poda até 6,0m de altura, com copa remanescente<br />

sempre superior a 3-4m de altura e desbaste seletivo<br />

pelo alto com 50% de intensidade em relação<br />

ao número de árvores presentes ao 8 anos. Aos<br />

15 anos de idade, por ocasião de um segundo<br />

desbaste seletivo pelo alto, foram selecionadas<br />

10 árvores para a confecção dos corpos de prova,<br />

compreendendo toda a amplitude diamétrica existente<br />

(dap = 21-38 cm). O plantio com 43 anos foi<br />

estabelecido no ano de 1972 na cidade de Correia<br />

Pinto (SC), em espaçamento 2,5m x 1,6m (2.500<br />

árvores/ha). Aos 9 anos de idade, o povoamento<br />

recebeu um primeiro desbaste seletivo e ao longo<br />

das décadas seguintes foram realizados outros<br />

cinco desbastes seletivos pelo alto. A confecção<br />

dos corpos de prova foi realizada a partir de dez<br />

indivíduos selecionados de forma a compreender<br />

toda a amplitude diamétrica existente (41-96 cm).<br />

Decidiu-se por denominar este material como o<br />

plantio com idade >30 anos, pois, como foi utilizada<br />

a porção acima desta idade, considerou-se ter<br />

amostrado apenas madeira adulta destas árvores.<br />

O talhão com 43 anos foi também inventariado<br />

para caracterização dendrométrica e quantificação<br />

do estoque volumétrico.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Embora com uma densidade relativamente<br />

baixa, de 165 árv/ha, o talhão apresentou um elevado<br />

grau de ocupação do espaço, identificado<br />

pela área basal de 52,1 m²/ha. Por fim, um volume<br />

comercial em pé de 970 m³/ha, equivalente a um<br />

IVMA (Incremento Médio Anual em Volume) de 23<br />

m³/ha/ano. Cabe destacar que esse valor desconsidera<br />

o volume de toras com dpf30 anos).<br />

Foto: divulgação<br />

78 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


CONCLUSÕES<br />

Com base nos resultados observados, conclui-<br />

-se que: a madeira de Pinus taeda obtida de árvores<br />

com as idades de 15 e >30 anos, ou seja, madeira<br />

juvenil e adulta, respectivamente, possuem<br />

propriedades distintas, que devem ser levadas em<br />

consideração nos processos de industrialização; a<br />

madeira de Pinus taeda com >30 anos apresenta<br />

valores superiores de densidade e de dimensões<br />

de seus traqueídes, em comparação à madeira<br />

com 15 anos; levando-se em consideração a estabilidade<br />

dimensional (menor coeficiente de anisotropia)<br />

e habilidade frente ao ensaio de flexão estática,<br />

a madeira com >30 anos pode ser indicada<br />

para usos que explorem seu maior desempenho<br />

mecânico, por exemplo, o uso estrutural, apresentando<br />

desempenho similar e compatível com a<br />

da Araucaria angustifolia; ciclos de produção com<br />

duração >30 anos são economicamente viáveis e<br />

podem ser uma opção interessante para produtores<br />

de toras, visando acessar mercados específicos,<br />

nos quais a qualidade da madeira para fins sólidos<br />

e estruturais poderia ser ainda mais bem remunerada.<br />

CICLOS DE<br />

PRODUÇÃO COM<br />

DURAÇÃO SUPERIOR A 30<br />

ANOS SÃO VIÁVEIS<br />

ECONOMICAMENTE E PODEM<br />

SER UMA OPÇÃO DE MANEJO<br />

INTERESSANTE, VISANDO<br />

ACESSAR MERCADOS<br />

ESPECÍFICOS<br />

Link de acesso: https://periodicos.ufsm.br/<br />

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AGENDA<br />

AGENDA<br />

2023<br />

MAIO 2023<br />

15 A 19<br />

AGOSTO 2023<br />

09 A 11<br />

AGOSTO 2023<br />

28 A 31<br />

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LOCAL: HANNOVER (ALEMANHA)<br />

INFORMAÇÕES: HTTPS://WWW.<br />

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BRASILEIRA)<br />

LOCAL: RIBEIRÃO PRETO (SP)<br />

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80 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


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ESPAÇO ABERTO<br />

A ADAPTAÇÃO<br />

EM TEMPOS DE GRANDES MUDANÇAS<br />

E<br />

stá cada vez mais evidente que o momento<br />

ao qual estamos vivendo, vem<br />

acompanhado de grandes mudanças tecnológicas,<br />

econômicas e mercadológicas,<br />

que impactam diretamente no comportamento<br />

dos consumidores e, por consequência, nas<br />

operações das empresas dos mais variados ramos de<br />

negócio.<br />

Nunca ouvimos falar tanto na necessidade de<br />

maiores índices de criatividade, inovação e utilização<br />

de novos métodos de trabalho para tentar acompanhar<br />

a velocidade das mudanças, bem como, a capacitação<br />

das pessoas e a adaptação dos processos às<br />

novas exigências para manter-se competitivo. Porém<br />

apesar de tantas falas sobre esses assuntos, ainda assim,<br />

há uma pequena parcela de empresas dispostas<br />

a colocar a teoria em prática, sair da zona de conforto,<br />

fazer o novo para obter resultados diferenciados,<br />

crescentes e sustentáveis.<br />

Agora vem a pergunta: o que separa esta parcela<br />

de empresas das demais?<br />

Observa-se algumas características essenciais,<br />

como: abertura e coragem para questionar constantemente<br />

seus processos, rotinas e convicções, abertura<br />

e tranquilidade para receber críticas internas e/<br />

ou externas, constante inquietação com sua condição<br />

atual e obstinação pela melhoria contínua daquilo<br />

que fazem. Perceberam que para sobreviver a estes<br />

novos cenários, não é apenas aquele que sai mais rápido<br />

da zona de conforto que chegará primeiro, mas<br />

POR<br />

FÁBIO<br />

WASHINGTON<br />

CEO DA SOLUTION<br />

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EMPRESARIAIS. COM<br />

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VOLTADA PARA O<br />

DESENVOLVIMENTO<br />

HUMANO<br />

ORGANIZACIONAL<br />

compreendeu que é aquele que vive rotineiramente<br />

fora da zona de conforto, possui a clara visão de que<br />

a necessidade de mudança é algo constante e sem<br />

volta, sabe que a sensação de estabilidade que uma<br />

posição de conforto proporciona, não é mais um motivo<br />

de orgulho de quem chegou ao topo, mas sim,<br />

de preocupação em manter-se no topo.<br />

Em resumo, evidenciamos que uma cultura voltada<br />

a melhorar continuamente, todos os dias, deixou<br />

de ser apenas um diferencial competitivo, mas sim,<br />

um pré-requisito essencial neste contexto de menor<br />

previsibilidade e crescentes condições de incertezas.<br />

Isto faz sentido para você?<br />

Foto: divulgação<br />

NUNCA OUVIMOS FALAR TANTO NA NECESSIDADE DE<br />

MAIORES ÍNDICES DE CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO E<br />

UTILIZAÇÃO DE NOVOS MÉTODOS DE TRABALHO PARA TENTAR<br />

ACOMPANHAR A VELOCIDADE DAS MUDANÇAS, BEM COMO A<br />

CAPACITAÇÃO DAS PESSOAS E A ADAPTAÇÃO DOS PROCESSOS PARA<br />

MANTER-SE COMPETITIVO<br />

82 referenciaindustrial.com.br ABRIL 2023


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A manutenção preventiva é essencial para garantir a eficiência e segurança dos seus<br />

equipamentos. Ela inclui limpeza, ajustes, reparos, substituição de peças, lubrificação,<br />

trocas de óleo e revisão antes que qualquer problema ocorra, evitando assim paradas não<br />

planejadas e possíveis danos aos equipamentos.<br />

Além disso, também ajuda a prolongar a vida útil dos equipamentos, reduzir custos com<br />

reparos e garantir a segurança dos funcionários. A manutenção preventiva é uma<br />

excelente estratégia para garantir a eficiência, segurança e rentabilidade dos seus<br />

equipamentos, e ter um planejamento para realização destas é primordial!<br />

2023 já iniciou, e sua empresa já realizou as rotinas de manutenção preventiva?<br />

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