Boletim_Warming_010
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Warming
Uma Newsletter do PELD – CRSC
4. O que faz seus olhos brilharem?
na acabou de se formar
Aem ciências biológicas na
Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) e quer entrar no
mestrado. Ela fez iniciação científica,
mas não gostou, foi um perrengue
só. Ela não tinha motivação para ler e
escrever e, por isso, está procurando
um novo tema para pesquisar.
Durante suas pesquisas, Ana
encontrou um artigo sobre plantas
parasitas com o título “A parasita
Struthanthus flexicaulis reduz a
dominância e aumenta a diversidade
de plantas no campo rupestre”. Ela
ficou curiosa com o tema e lembrou
que conhecia uma das autoras,
a Grazi, que fazia doutorado
na UFMG. Em uma segundafeira,
andando pelo campus, ela
encontrou a Grazi e decidiu puxar
conversa.
Figura 1. Broto e crescimento vegetativo da planta hemiparasita erva-de-passarinho (Struthanthus flexicaulis). Fotos: António Cruz.
– Oi Grazi, tudo bem?
– Oi Ana, tudo bem e você?
– Tudo bem sim. Gostaria de conversar
com você sobre o seu trabalho com
plantas parasitas, fiquei muito interessada
no tema. – disse Ana, um pouco tímida.
– Claro, podemos conversar
sim. O que você quer saber?
Ana e Grazi continuam conversando.
Caminharam até uma mesa
na área de convivência da UFMG.
Ao se sentarem, Ana começou a
perguntar.
– Eu comecei a ler sobre o tema agora,
então sei bem pouco. Você poderia
me dizer o que é uma planta parasita?
– Então, chamamos de parasita uma
planta que obtém de outras plantas parte
ou a totalidade do que ela precisa para
sobreviver, como água e nutrientes. Nós
chamamos a planta que foi parasitada
de hospedeira – respondeu Grazi.
– Humm, então ela precisa tirar algo
da hospedeira! A que você estudou
não tira tudo né? O que ela não tira?
– A planta que eu estudei foi a Struthanthus
flexicaulis, conhecida popularmente
como erva de passarinho, ela é
hemiparasita. Isso significa que ela retira
água e nutrientes da hospedeira, mas
realiza fotossíntese. Já outras plantas
que são as holoparasitas, além de retirar
água e nutrientes, não realizam fotossíntese,
utilizando tudo da hospedeira.
– Aaah, entendi! Então uma das
diferenças está na fotossíntese. Mas, então
isso causa problemas para a hospedeira?
– Sim, exatamente. Aos poucos ela vai
causando problemas para a hospedeira.
Nesse artigo nós queríamos saber o efeito
do parasitismo na comunidade de plantas.
Ana respondeu empolgada:
– Eu vi que as plantas parasitadas
morreram bastante, né?
– Sim. Neste trabalho nós observamos
que houve uma taxa de mortalidade
alta nas plantas parasitadas, maior que
nas plantas não parasitadas. Então, a
espécie parasita está afetando de alguma
forma a sobrevivência das plantas.
[Veja a Figura 2.]
Grazi continuou explicando:
– Algumas características da hospedeira
favorecem o aumento do parasitismo,
como a frequência da planta hospedeira
no ambiente, a altura, o tamanho da
copa e a quantidade de ramificações.
Figura 2. Porcentagem de mortalidade em plantas parasitadas
e não parasitadas. Adapatado da figura 1 de Monteiro et al.
(2020).
Mortalidade de plantas
Sem
hemiparasitas
~50%
Com
hemiparasitas
~90%
Dezembro 2022
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