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MATÉRIAS ESPECIAS COM AXA NO BRASIL, WIZ E OLIK. GERENCIAMENTOI DE RISCOS E PREVENCAO DE FRAUDES
MATÉRIAS ESPECIAS COM AXA NO BRASIL, WIZ E OLIK. GERENCIAMENTOI DE RISCOS E PREVENCAO DE FRAUDES
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ABRIL 2023 • Nº 286 • ANO 28<br />
conectando você ao mercado de seguros<br />
Fraudes:<br />
COMO O MERCADO<br />
ATUA PARA<br />
DIMINUIR SEU<br />
IMPACTO<br />
AXA no Brasil<br />
INVESTIMENTO NA MARCA E<br />
NO RELACIONAMENTO COM OS<br />
CORRETORES DE SEGUROS<br />
Comitê<br />
Executivo<br />
liderado pela<br />
CEO Erika<br />
Medici<br />
Novos benefícios para oferecer mais comodidade<br />
aos usuários com custo menor para as contratantes<br />
Boom imobiliário traz perspectivas de atuação em<br />
diversas fases da obra até a sua entrega aos contratantes
EDITORIAL<br />
Um mundo cheio de opções<br />
A<br />
revista Apólice deste mês fez um apanhado de vários<br />
assuntos pertinentes ao setor. Mostramos o setor<br />
imobiliário e os riscos que nele estão representados,<br />
desde a sua incorporação e vendas, passando pela construção<br />
e manutenção posterior. É um setor que carece de proteção o<br />
tempo inteiro, como produtos de garantia, responsabilidade<br />
civil, operações, máquinas entre outros.<br />
Em termos de benefícios, sabemos que as empresas<br />
estão preocupadas em manter seus funcionários satisfeitos.<br />
Entretanto, com orçamentos cada vez mais apertados, a palavra<br />
de ordem é fazer mais com menos dinheiro. Mágica? Pode<br />
ser, mas é nesta hora que o corretor de seguros e as companhias<br />
precisam trabalhar em conjunto para buscar soluções<br />
viáveis de proteção.<br />
Os custos têm impacto na sinistralidade de todas as<br />
carteiras, mas, na saúde suplementar, por conta da pressão<br />
do regulador, as operadoras precisam estabelecer parâmetros<br />
mais rígidos de controle de fraudes. Em outras carteiras a prevenção<br />
também é importante, claro, mas a sua pressão é menos<br />
impactante. De qualquer forma, é necessário fazer o consumidor<br />
entender os princípios do mutualismo, de que cada<br />
centavo gasto a mais sairá indiretamente do seu bolso.<br />
Nesta edição também publicamos duas iniciativas da<br />
CNseg para promover a comunicação e o crescimento do mercado<br />
de seguros. Uma delas é o Plano de Desenvolvimento do<br />
Mercado de Seguros, que conta com 65 iniciativas para contribuir<br />
para que o setor atinja 10% do PIB até 2030. Em outra<br />
frente, a Confederação apresentou ao poder público a Agenda<br />
Institucional do Mercado de Seguros, com pontos em diversas<br />
carteiras que precisam de apoio político para se desenvolverem.<br />
Vamos acompanhar!<br />
Boa leitura!<br />
Diretora de Redação<br />
ABRIL 2023 • Nº 286 • ANO 28<br />
EXPEDIENTE<br />
Diretora de Redação:<br />
Kelly Lubiato - MTB 25933<br />
klubiato@revistaapolice.com.br<br />
Diretor Executivo:<br />
Francisco Pantoja<br />
francisco@revistaapolice.com.br<br />
Redação:<br />
Nicole Fraga<br />
nicole@revistaapolice.com.br<br />
Colaborador:<br />
André Felipe de Lima<br />
Executiva de Negócios:<br />
Graciane Pereira<br />
graciane@revistaapolice.com.br<br />
Diagramação e Arte:<br />
Enza Lofrano<br />
Tiragem:<br />
12.000 exemplares<br />
Circulação:<br />
Nacional<br />
Periodicidade:<br />
Mensal<br />
Os artigos assinados são de<br />
responsabilidade exclusiva de seus autores,<br />
não representando, necessariamente, a<br />
opinião desta revista.<br />
Esta revista é uma<br />
publicação independente<br />
da Correcta Editora Ltda e<br />
de público dirigido<br />
CORRECTA EDITORA LTDA<br />
Administração, Redação e Publicidade:<br />
Avenida Ibirapuera, 2033 - cjto 183<br />
Edifício Edel Trade Center<br />
04029-901 São Paulo/SP<br />
CNPJ: 00689066/0001-30<br />
Mande suas dúvidas,<br />
críticas e sugestões para<br />
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linkedin.com/apolice<br />
instagram.com/revista_apolice<br />
MERCADO<br />
A prevenção de fraudes<br />
é um dos pilares para<br />
diminuir a sinistralidade<br />
dos produtos de<br />
seguro. Tecnologia<br />
e conhecimento<br />
são ferramentas<br />
fundamentais para<br />
identificar os possíveis<br />
ataques<br />
>> PÁG. 18<br />
BENEFÍCIOS<br />
Seguros corporativos<br />
fazem parte do pacote<br />
de benefícios de<br />
empresas pequenas,<br />
médias e de grande<br />
porte. Eles podem<br />
ser cada vez mais<br />
flexíveis, atendendo às<br />
necessidades específicas<br />
de cada segmento<br />
>> PÁG. 12<br />
GERENCIAMENTO<br />
DE RISCOS<br />
A construção civil é um setor<br />
da economia responsável<br />
por geração de renda<br />
e empregos. Desde a<br />
incorporação, vendas e<br />
construção de prédios há<br />
muitos riscos envolvidos, que<br />
se estendem até a operação<br />
dos novos condomínios<br />
>> PÁG. 24<br />
ÍNDICE<br />
06 entrevista<br />
O diretor da Care Plus, Eduardo<br />
Malaco, fala sobre a importância da<br />
conscientização dos usuários sobre o<br />
combate às fraudes na saúde suplementar<br />
07 gente<br />
08 capa<br />
AXA no Brasil investe na parceria com<br />
corretores de seguros, tecnologia e em<br />
novos produtos para crescer 19% em<br />
2023. Para dar mais visibilidade à marca,<br />
o patrocínio à Roda Rico é fundamental<br />
23 mercado<br />
Wiz Parceiros foca a expansão dos<br />
negócios através da distribuição de<br />
consórcios. Nova executiva chega à<br />
empresa com a meta de ampliar o<br />
volume de negócios<br />
28 evento<br />
- CNseg faz o lançamento do Plano de<br />
Desenvolvimento do Mercado de Seguros<br />
e da Agenda Institucional do Mercado de<br />
Seguros<br />
- CVG-SP realiza talk show sobre seguro de<br />
vida<br />
- Freela chega oficialmente ao mercado<br />
30 aniversário<br />
Em seu primeiro ano de vida, Olik oferece<br />
o seguro como serviço, incorporando<br />
proteção aos negócios de seus clientes<br />
Os artigos assinados são de<br />
responsabilidade exclusiva de seus autores,<br />
não representando, necessariamente, a<br />
opinião desta revista.<br />
4
ENTREVISTA<br />
EDUARDO MALACO<br />
Conscientização é fundamental no<br />
combate às fraudes em saúde<br />
EDUARDO MALACO, DIRETOR DA CARE PLUS, CONTA COMO A EMPRESA<br />
TRABALHA A PREVENÇÃO DE FRAUDES, ESSENCIAL PARA MANTER A<br />
CARTEIRA SAUDÁVEL. ENTRE AS AÇÕES ESTÁ O SITE INSPETOR FRAU, QUE<br />
RECEBE DENÚNCIAS DE AÇÕES SUSPEITAS E FRAUDULENTAS QUE AMEAÇAM<br />
A SUSTENTABILIDADE DO PLANO DE SAÚDE. NO AR DESDE 2019, ELE JÁ<br />
RECEBEU MAIS DE 11 MIL DENÚNCIAS<br />
APÓLICE: Qual é o maior desafio no combate às fraudes<br />
em saúde suplementar?<br />
Conscientização. As operadoras têm conhecimento,<br />
tecnologia, recursos, mas acredito que é preciso<br />
que o beneficiário saiba identificar que quando ele participa<br />
de um desvio, de um abuso, ele está fazendo parte<br />
disso, e a principal consequência é a volta em forma de<br />
reajuste de valores dos planos de saúde. Precisamos fazer<br />
as pessoas terem consciência de que 'quebrar’ recibo<br />
é fraude, emprestar carteirinha, ceder login para prestador<br />
abre margem para fraude. As pessoas precisam ter<br />
clareza de que estas não são pequenas faltas aceitáveis.<br />
APÓLICE: É o princípio do mutualismo?<br />
As pessoas, intuitivamente, entendem o princípio<br />
do mutualismo, mas parte delas não se sente diretamente<br />
afetadas por isso.<br />
APÓLICE: Quais mecanismos vocês possuem para identificar<br />
e combater as fraudes?<br />
Há três principais frentes: conscientização, com<br />
ênfase na comunicação para sensibilizar o nosso público;<br />
tecnologia, presente na plataforma de sistema que<br />
apoia a regulação de sinistro e ajuda a identificar desvios,<br />
com aplicação de data analytics; e o pilar humano,<br />
que ainda faz muita coisa melhor do que a máquina.<br />
Na Care Plus, conciliamos o melhor dos dois mundos,<br />
tecnologia e capital humano para identificar situações<br />
suspeitas.<br />
APÓLICE: Vocês atuam em parceria com os clientes visando<br />
a manutenção do custo dos planos de saúde?<br />
Fazemos a conscientização do RH das empresas<br />
porque este é o serviço que prestamos a eles. Nós somos<br />
os especialistas, junto com os corretores de seguros, no<br />
assunto. O RH, que normalmente administra o benefício<br />
para os funcionários e seus familiares, necessita do nosso<br />
apoio. Não fazemos nenhum tipo de denúncia junto ao<br />
RH porque há uma série de princípios da LGPD que precisam<br />
ser respeitados.<br />
APÓLICE: A utilização já voltou aos patamares da prépandemia?<br />
A utilização como um todo, sim. As empresas divulgaram<br />
seus balanços e o mercado tem conhecimento<br />
amplo do que está acontecendo. Todas apresentaram<br />
resultados piores, decorrente de vários fatores, como demanda<br />
represada durante o período da pandemia. Não é<br />
o único, mas é um vetor importante.<br />
APÓLICE: Existe algum planejamento para mostrar aos<br />
usuários a forma correta de utilizar o plano?<br />
Existe desde o trabalho olho no olho, no momento<br />
da implantação de contratos, quando a empresa se<br />
torna cliente. Usamos também o meio digital para mostrar<br />
às pessoas como utilizar, as melhores práticas, reembolso<br />
etc. E campanhas de utilização, como o Inspetor<br />
Frau, para conversar com o público alvo, com comunicação<br />
dirigida sobre como usar, operação e batendo forte<br />
na tecla da conscientização, para ele saber que a fraude,<br />
abuso e desperdício, podem prejudicá-lo diretamente.<br />
APÓLICE: Como atuar com os steakholders para diminuir o<br />
impacto das fraudes?<br />
Com os corretores de seguros fazemos um trabalho<br />
parecido com o dos RH’s, explicando como eles<br />
podem ajudar a dar suporte aos seus clientes. Com os<br />
prestadores de serviço, temos alguns níveis de ação,<br />
desde o envio de chamados para ele participar das<br />
boas práticas, comunicados quando identificamos algum<br />
desvio, podendo chegar até denúncias nos Conselhos<br />
de Medicina.<br />
6
gente<br />
COMERCIAL RENOVADO<br />
A corretora Inter Risk<br />
Services, uma empresa do<br />
Grupo Amwins, apresentou<br />
Dalve Ortolani, ex-CEO da<br />
Howden Re, e com um histórico<br />
na sua carreira como<br />
CCO da THB, vice-presidente da AON e underwriter<br />
da Allianz, como novo CCO.<br />
Ortolani assume a posição de liderança dos<br />
times comerciais do broker de seguros e resseguros<br />
sediado no Rio de Janeiro. O anúncio veio acompanhado<br />
de uma marca histórica e a adição de reforços<br />
com a contratação de executivos nas operações<br />
do Rio, São Paulo e Salvador. Um destaque importante<br />
no quadro da empresa: 51% dos colaboradores<br />
são mulheres, e 54% das posições de liderança<br />
também ocupadas por elas.<br />
PRESIDENTE DO SINDSEGSC<br />
No dia 20 de março ocorreu a Assembleia<br />
Geral Extraordinária do SindsegSC (Sindicato das<br />
Seguradoras de Santa Catarina)<br />
por meio digital. Na<br />
ocasião, o executivo João<br />
Amato foi empossado<br />
como presidente da entidade<br />
para Gestão 2022/2025..<br />
No papel de presidente,<br />
Amato vai dar continuidade<br />
às ações planejadas pela diretoria e contribuirá<br />
para a evolução do mercado de seguros em<br />
Santa Catarina. O executivo buscará estreitar ainda<br />
mais as parcerias com os Poderes Executivo, Legislativo<br />
e Judiciário com o intuito de mostrar a importância<br />
do seguro para sociedade, levando sempre a<br />
cultura do seguro nas ações praticadas.<br />
VIRADA PARA O<br />
CONSELHO<br />
Marcelo Blay e<br />
Manes Erlichman, fundadores<br />
da Minuto Seguros<br />
em 2011, assumem a posição<br />
de Senior Advisors,<br />
deixando os respectivos<br />
papéis executivos na Creditas.<br />
Na capacidade de consultores,<br />
Marcelo e Manes<br />
contribuirão com sua profunda<br />
expertise no mercado<br />
de Seguros no qual está<br />
inserida a Minuto, uma empresa<br />
Creditas desde 2021.<br />
INTELIGÊNCIA PARA SAÚDE<br />
A Neurotech anunciou<br />
a nomeação de Marco<br />
Antunes como vice-presidente<br />
de Inteligência para<br />
Saúde. Com 25 anos de experiência<br />
no segmento, o<br />
especialista em Inovação Focada<br />
no Cliente pela Universidade<br />
de Stanford tem como meta consolidar a companhia<br />
no setor de saúde, segundo maior mercado<br />
em termos de movimentação financeira do mundo.<br />
“Quando se fala do mercado de saúde, geralmente<br />
existe uma visão muito simplista, reduzindo<br />
o ecossistema ao plano de saúde, à operadora e aos<br />
prestadores de serviços médicos hospitalares”, diz<br />
Antunes.<br />
COMANDO REGIONAL<br />
Marcos Vinicius Silva assumiu<br />
como novo gerente regional MG Capital/<br />
CO da seguradora Zurich. O executivo irá<br />
reportar-se diretamente a Rogerio Gebin,<br />
diretor regional MG/CO.<br />
Com histórico em liderança de equipes,<br />
gestão de operações comerciais e<br />
amplo conhecimento de mercado, o executivo<br />
criará planos de negócios visando<br />
oportunidades comerciais, expansão e desenvolvimento<br />
da companhia.<br />
7
CAPA<br />
AXA NO BRASIL<br />
Um mundo de<br />
oportunidades<br />
Crescer acima do mercado não é<br />
uma meta, mas uma realidade.<br />
Prova disso é que a empresa está<br />
pronta para aumentar em 19% seu faturamento<br />
em 2023, chegando à marca de<br />
R$ 1,7 bilhão em prêmios. Para atingir<br />
este objetivo a AXA no Brasil pretende<br />
atuar em quatro pilares, interconectados.<br />
No primeiro deles a companhia<br />
quer aumentar a participação na carteira<br />
dos corretores de seguros que já são<br />
parceiros, principalmente nas linhas de<br />
negócios nas quais a seguradora é reconhecida<br />
no mercado, como property,<br />
transportes, engenharia, cascos e RC.<br />
“Também iremos nos posicionar e intensificar<br />
o Go To Market do Vida, aproveitando<br />
oportunidades de cross-selling<br />
com os produtos de P&C”, informa Erika<br />
Medici, CEO da AXA no Brasil.<br />
Outro pilar importante para a seguradora<br />
é a implantação de uma nova<br />
estratégia de parcerias. “Queremos abrir<br />
espaço para negócios de médio mercado<br />
com modelos diferentes, aproveitando a<br />
vocação de cada mercado em parceria<br />
com os corretores”, antecipa a CEO, acrescentando<br />
que a companhia vai seguir<br />
investindo em seguros massificados para<br />
ganhar escala.<br />
DIVERSIDADE E INCLUSÃO<br />
“A diversidade e a inclusão são<br />
valores inegociáveis para a AXA, em nível<br />
global”, explica Erika. Ela se enche de<br />
orgulho para falar das metas internas e<br />
compromissos institucionais assumidos<br />
pela seguradora. “Como executivos e lideranças,<br />
temos objetivos definidos em<br />
relação a esse tema. Por isso, em todos os<br />
processos seletivos na AXA, sejam eles internos<br />
ou contratações externas, é prerrogativa<br />
termos sempre, na etapa final, candidatos<br />
de ambos os gêneros para que,<br />
a partir desse grupo, sejam avaliados os<br />
SEGURADORA INVESTE NA PARCERIA COM CORRETORES,<br />
TECNOLOGIA E CRIAÇÃO DE NOVOS PRODUTOS<br />
PARA CRESCER 19% EM 2023. PARA AUXILIAR OS<br />
CORRETORES, SUA MARCA ESTÁ CADA VEZ MAIS<br />
PRÓXIMA DOS CONSUMIDORES, COMO NA RODA RICO<br />
melhores profissionais para o desafio em questão. Hoje, temos 47%<br />
de mulheres em cargos de liderança e em nosso comitê executivo são<br />
três mulheres e cinco homens”. Esta é uma situação diferente da realidade<br />
do mercado de seguros. Pelo menos, por enquanto.<br />
Vale lembrar que esse é um trabalho de longo prazo que vem<br />
sendo conduzido há, pelo menos, cinco anos, com muita consistência<br />
e regularidade, sob a batuta da Equipe de Recursos Humanos,<br />
mas com a participação de todos. Erika destaca: “A companhia possui<br />
8
Equipe Comercial:<br />
Karine Brandão, VP<br />
Comercial e MKT,<br />
com os Diretores<br />
Comerciais Regionais<br />
e de Parcerias. Da<br />
esq. para dir.: Gustavo<br />
Carvalho, José<br />
Eduardo Maiorano,<br />
Antonio Vianna e<br />
Danilo Gomes<br />
grupos de afinidade que discutem e encaminham ações contínuas<br />
para fazer esses valores serem aplicados ao nosso dia a dia. Além<br />
disso, temos a licença maternidade estendida de seis meses e a licença<br />
paternidade de 30 dias, o que também permite apoio à mulher<br />
no período inicial do puerpério”.<br />
Este é um trabalho que precisa contemplar várias frentes.<br />
Agora, a empresa se debruça sobre a Diversidade Étnico-Racial. “Estabelecemos<br />
os Grupos de Afinidades, estamos reorganizando políticas<br />
e demos o pontapé inicial com um<br />
Programa de Jovens Aprendizes para pretos<br />
e pardos”, complementa a executiva.<br />
PARCERIA PARA IR ALÉM<br />
Realizar o cross-selling e aumentar<br />
a produtividade dos parceiros de negócios<br />
é o sonho de todas as companhias<br />
9
CAPA<br />
AXA NO BRASIL<br />
ESTRATÉGIA DE<br />
CRESCIMENTO<br />
A estratégia de crescimento vai além<br />
dos produtos e serviços. Ela permeia<br />
várias ações e é fruto de uma política<br />
ampla de conhecimento e satisfação<br />
dos colaboradores e da sociedade.<br />
do mercado há muito tempo e a AXA no<br />
Brasil promete avançar muito nesse sentido.<br />
Para isso a companhia aposta em<br />
um portfólio completo para empresas<br />
de todos os portes e uma estratégia mais<br />
abrangente de parcerias regionais, tendo<br />
o corretor como principal aliado.<br />
“Além das contas jumbo, temos<br />
muito apetite para o médio mercado, o<br />
que exige o desenvolvimento da capilaridade<br />
e da escalabilidade. Para isso, vamos<br />
aliar todo o conhecimento das nossas<br />
filiais com a inteligência da área de<br />
Parcerias. Isso significa focar em oportunidades<br />
regionais, envolvendo o corretor<br />
que, ao mesmo tempo, conta com uma<br />
rede de clientes e tem potencial para estabelecer<br />
parcerias para vender produtos<br />
de várias carteiras da AXA. Nesse sentido,<br />
as Assessorias também são parceiras estratégicos<br />
nesse processo”, analisa Karine.<br />
Ela explica que, normalmente, esse<br />
parceiro precisa de um suporte para montar<br />
esse tipo de operação. Por isso, a seguradora<br />
leva ao corretor uma metodologia<br />
e uma mecânica focada na venda desses<br />
produtos, para que eles possam fazer a<br />
diferença lá na frente com os clientes. “De<br />
um lado, o corretor passa a ter acesso a um<br />
ecossistema maior, com mais produtos e<br />
vai permitir à AXA enxergar o cliente a partir<br />
de uma visão 360º, atingindo empresas<br />
que hoje ainda não têm um programa estruturado<br />
de oferta de seguros”, comenta<br />
Aumentar a participação na<br />
carteira de corretores parceiros<br />
e atrair novos corretores<br />
Intensificar a oferta<br />
de produtos de Vida<br />
Cross-selling de<br />
produtos de P&C e Vida<br />
Parcerias Regionais<br />
junto aos corretores<br />
a executiva comercial, afirmando ter<br />
o objetivo de ter 10 mil corretores<br />
trabalhando com a AXA até 2027.<br />
Karine ressalta que a estratégia<br />
de relacionamento com corretores<br />
está baseada em uma segmentação<br />
que, ano após ano, está cada vez<br />
mais acurada. “Temos uma proposta<br />
de valor clara para os corretores, levando<br />
em consideração quatro aspectos:<br />
volume de prêmios emitidos,<br />
rentabilidade da carteira, número de<br />
apólices e conversão de vendas”.<br />
O ambiente digital torna a<br />
relação entre a AXA, os parceiros e<br />
corretores bem mais ágil e dinâmica,<br />
facilitando o dia a dia, ampliando<br />
as possibilidades de contato e interação<br />
e oferecendo os conteúdos<br />
mais amigáveis. “Buscamos jornadas cada vez mais digitais para automatizar<br />
os riscos de baixa complexidade, pois, assim, proporcionamos<br />
ao corretor a velocidade e a proposta de valor que ele precisa e<br />
deseja, isso é uma vantagem competitiva”, avalia Karine.<br />
O MUNDO GIRA E AXA NO BRASIL, RODA<br />
Um desafio para a companhia é tornar a sua marca mais conhecida<br />
do público. Para tanto, está em curso uma campanha de<br />
reconhecimento de marca em meios digitais e também mídias no<br />
Aeroporto de Congonhas e em veículos da grande imprensa, com<br />
uma estratégia editorial bem robusta. O patrocínio à Roda Rico, em<br />
São Paulo, mostra bem este esforço e esta vontade.<br />
Além de ter a sua marca como patrocinadora da Roda, a AXA<br />
é a seguradora oficial da atração, com seguros Patrimonial e RC. “Esta<br />
é uma forma de tangibilizar nosso propósito como companhia, mostrando<br />
para que serve o seguro, como ele faz parte do nosso dia a<br />
dia e como ele deve fazer parte do planejamento financeiro de empresas<br />
e famílias”, completa Karine.<br />
GERENCIAMENTO DE RISCOS E NOVOS PRODUTOS<br />
A AXA tem uma área muito forte e atuante de Gerenciamento<br />
de Riscos. É esta área que trabalha junto aos clientes para identificar<br />
e mitigar riscos através de visitas técnicas e recomendações de<br />
melhorias utilizando melhores práticas e normas técnicas internacionais<br />
que são avaliadas e adaptadas ao mercado brasileiro.<br />
Ana Carolina Mello, vice-presidente de Subscrição da AXA no<br />
Brasil, conta que os técnicos da empresa fazem um acompanhamento<br />
das recomendações propostas para auxiliar os clientes na implementação,<br />
garantindo um processo de melhoria contínua, cujo principal<br />
objetivo é a mitigação do risco. “Este é um conceito importante<br />
que trabalhamos com corretores e clientes, que, muitas vezes, têm a<br />
imagem de que o gerenciamento de riscos é burocrático e impositivo.<br />
Mas, na verdade, esse é um benefício que agrega sustentabilidade<br />
ao negócio do cliente e ao seguro em si”.<br />
10
UM MUNDO DE CAPACITAÇÃO<br />
Há alguns anos, a AXA constrói uma ampla plataforma de conteúdos, chamada<br />
Corretor Pro, com trilhas de treinamentos sobre produtos e também sobre temas<br />
relacionados aos negócios do corretor. São conteúdos exclusivos, com foco no<br />
desenvolvimento de negócios a partir de vídeos e materiais de apoio para que os<br />
corretores possam atuar de forma consultiva. Além disso, trazemos convidados<br />
especiais - grandes personalidades em suas áreas de atuação - para tratar de temas de<br />
alta relevância, tais como:<br />
Marketing Digital, com Edney Souza, da Digital House, pioneiro da internet brasileira,<br />
especialista em tecnologia, professor, palestrante e consultor;<br />
Sucessão Familiar, com Ana Rita Bittencourt, coordenadora do Programa de<br />
Pós-graduação de Formação Executiva em Family Business da Fundação Getúlio<br />
Vargas,além de autora do livro “Sucessão nas sociedades familiares: a continuidade<br />
dos negócios”;<br />
Diversidade e Inclusão, com Bárbara Bassani, Doutora e Mestre em Direito Civil pela<br />
USP, Sócia na área de Seguros e Resseguros de TozziniFreire.<br />
Gestão de Riscos, com Marcos Aurélio Couto, formado em Administração de<br />
Empresas, com 36 anos de atuação no Mercado Segurador, Presidente e CEO da Alper<br />
Corretora de Seguros e Co-founder da DUXX Investimentos;<br />
Gestão de Negócios, com Boris Ber, presidente do Sindicato dos Corretores de<br />
Seguros de São Paulo<br />
A sustentabilidade dos negócios também passa pela melhoria<br />
contínua dos produtos, para antecipar as necessidades do mercado.<br />
Ana adianta que, para 2023, as novidades são o lançamento<br />
do Frota e o reposicionamento do Vida, mais forte e abrangente,<br />
com maior aproximação com os corretores especialistas.<br />
No caso do Frota, que está em projeto piloto e em breve será<br />
aberto a todos os corretores, o produto está saindo bem completo.<br />
“Seremos a primeira companhia que vai oferecer dano elétrico para<br />
carro elétrico. Vamos ser pioneiros também em ter oferta de contratação<br />
de assistência 24 horas por item por apólice. Iremos oferecer<br />
três preços em uma única cotação, sendo ela 100% digital”, antecipa<br />
a executiva de Subscrição.<br />
EXPERIÊNCIA DO CLIENTE<br />
Proporcionar uma jornada fluida e eficiente para clientes e<br />
parceiros é uma prioridade para a AXA no Brasil. Por esse motivo, recentemente<br />
a companhia unificou as áreas de Operações e Sinistros<br />
sob a mesma liderança e criou a área de Customer Experience (CX),<br />
com o objetivo de estabelecer uma visão transversal e de ponta a<br />
ponta da jornada. A missão dessa equipe é utilizar a voz do cliente<br />
como insumo de trabalho, como forma de garantir o aprimoramento<br />
contínuo e um serviço humanizado de excelente qualidade.<br />
“Para cumprir essa missão buscamos nos beneficiar de um<br />
ciclo contínuo de inovação”, afirma Arthur Mitke, vice-presidente<br />
de Sinistros, Operações e Experiência do Cliente. Ele conta que a<br />
companhia está implantando novas ferramentas e trazendo mais<br />
automação para a jornada do cliente e vai além: “queremos também<br />
conectar as ações de CX com as<br />
práticas de ESG, colocando o<br />
cliente como protagonista dessa<br />
agenda tão relevante”, reforça.<br />
Por isso, a seguradora investe<br />
em ações que geram impacto<br />
na sociedade. A vistoria remota<br />
e o fast track, por exemplo,<br />
além de permitirem a apuração<br />
mais rápida e eficiente do sinistro,<br />
reduzem a pegada de carbono,<br />
contribuindo também para a<br />
melhoria do trânsito nas grandes<br />
cidades.<br />
Já na operação de portáteis<br />
e não portáteis, elevamos o<br />
número de assistências técnicas<br />
de 500 para 5 mil, aproximando<br />
a rede do cliente e aumentando<br />
agilidade no atendimento.<br />
“Hoje reparamos 90% dos telefones<br />
que passam por sinistros,<br />
reduzindo o impacto ambiental<br />
e contribuindo para o consumo<br />
consciente”, ressalta Mitke.<br />
Para tornar isso tudo<br />
possível a AXA vem investindo alto em<br />
tecnologia e desde janeiro o executivo<br />
Bruno Porte lidera essa frente, como vice-<br />
-presidente de Transformação e Tecnologia.<br />
Segundo ele, a prioridade é construir<br />
uma fundação digital sólida, seja para<br />
disponibilizar novas ferramentas aos corretores<br />
ou para viabilizar oportunidades<br />
em novos canais de distribuição. “Vamos<br />
fortalecer as parcerias e oferecer serviços<br />
plug-and-play”, acrescenta Porte.<br />
A AXA também oferece ao corretor<br />
a plataforma Meu Mundo AXA,<br />
através do Portal do Corretor. Nela está<br />
disponível a ferramenta AXA Personaliza,<br />
com a qual é possível criar peças de<br />
comunicação e marketing personalizadas,<br />
abrindo espaço para inclusão do<br />
logotipo dos corretores em peças disponibilizadas<br />
no portfólio da companhia.<br />
Disponível para diversos formatos online,<br />
como o WhatsApp, e-mail marketing<br />
e as principais redes sociais (Facebook,<br />
Instagram e Linkedin), a vantagem para<br />
o corretor é customizá-la de um jeito rápido<br />
e prático, trazendo mais autonomia<br />
para o seu negócio.<br />
11
BENEFÍCIOS<br />
CORPORATIVOS<br />
12
Ser feliz<br />
UTOPIA? DEFINITIVAMENTE,<br />
NÃO. O SEGURO FAZ<br />
PARTE DESSE “SONHO<br />
REALIZÁVEL” DA MAIORIA<br />
DOS EMPREGADOS DE<br />
PEQUENAS, MÉDIAS E<br />
GRANDES EMPRESAS NO<br />
BRASIL, COMO SINALIZAM<br />
ALGUNS ESTUDOS DE<br />
MERCADO<br />
André Felipe de Lima<br />
O<br />
que desponta no contracheque<br />
está muito além do que anseia<br />
o funcionário da maioria das<br />
grandes empresas no país. O salário permanece,<br />
obviamente, fundamental. Há,<br />
entretanto, benefícios ofertados pelas<br />
áreas de recursos humanos que agradam<br />
muitos empregados e até mesmo aqueles<br />
que buscam uma carteira de trabalho<br />
assinada. O salário não é o único aspecto<br />
que move o trabalhador. A mentalidade e<br />
postura dele mudaram e estão acima de<br />
pretensões meramente financeiras. Entre<br />
esses benefícios que tanto o atraem destacam-se<br />
os seguros, principalmente o de<br />
pessoas, com ênfase em apólices de vida,<br />
para as quais a demanda cresceu extraordinariamente<br />
com o dramático advento<br />
da pandemia. Os produtos se refinaram.<br />
São mais personalizados. Pontuais. A tendência<br />
é de que o seguro, em suas mais<br />
diversas variações, firme-se ainda mais<br />
no dia a dia das empresas e de seus colaboradores.<br />
Caminho (ainda bem!) sem<br />
volta, evidente e importante sinal de que<br />
a cultura do seguro, enfim, dá o ar de sua<br />
graça no mercado brasileiro.<br />
As empresas ainda estruturam-se<br />
para adotar políticas de benefícios que<br />
verdadeiramente sejam efetivas e agradem<br />
seus empregados. Mas, afinal, o que<br />
de inovador em benefícios aos empregados<br />
surgiu de uns tempos para cá no<br />
mercado brasileiro e qual exatamente a<br />
importância do seguro nesse contexto?<br />
Para o presidente da Associação Nacional<br />
das Administradoras de Benefícios (Anab)<br />
e também advogado especialista em direito<br />
e saúde, Alessandro Acayaba de Toledo,<br />
preço é uma importante variável.<br />
Segundo ele, desde o início da<br />
pandemia, as operadoras de saúde vêm<br />
desenvolvendo produtos mais baratos<br />
como alternativas de acesso pela população.<br />
Planos familiares com descontos a<br />
dependentes, planos com franquia anual<br />
e planos com coparticipação, são alguns<br />
exemplos. “Nos últimos anos, as administradoras<br />
de benefícios criaram mais de 40<br />
novos produtos junto com as operadoras<br />
para buscar atender às necessidades<br />
13
BENEFÍCIOS<br />
CORPORATIVOS<br />
Nos últimos anos, as administradoras de benefícios<br />
criaram mais de 40 novos produtos junto com as<br />
operadoras para buscar atender às necessidades dos<br />
beneficiários”<br />
ALESSANDRO ACAYABA DE TOLEDO, da Anab<br />
dos beneficiários. O benefício saúde, seja<br />
pela contratação como plano ou seguro,<br />
tem sido considerado um dos três maiores<br />
desejos de consumo da população<br />
brasileira, conforme dados divulgados<br />
pela pesquisa Anab de Planos de Saúde,<br />
feita nacionalmente em parceria com o<br />
Instituto Bateiah”, reforça Acayaba.<br />
A assistência privada à saúde tem<br />
se mostrado cada vez mais essencial e<br />
atrativa ao consumidor, isto porque —<br />
prossegue o presidente da Anab —, além<br />
de garantir a cobertura de mais de 3 mil<br />
procedimentos e eventos em saúde definidos<br />
pela Agência Nacional de Saúde<br />
Suplementar (ANS), em qualquer modalidade<br />
de contratação e tipo de plano,<br />
vive uma fase com excelentes desfechos<br />
clínicos, utilizando-se de tecnologia de<br />
ponta e extrema qualidade na prestação<br />
dos serviços.<br />
“Outra aposta que se consagrou<br />
durante a pandemia e favoreceu os beneficiários<br />
de plano, especialmente os<br />
colaboradores, foi a telemedicina. Ela<br />
democratiza o acesso à saúde, supre a<br />
demanda por médicos fora dos centros<br />
urbanos, dispensa deslocamentos, proporciona<br />
economia de tempo e dinheiro,<br />
qualifica o socorro fora dos hospitais,<br />
confere agilidade à entrega de laudos e<br />
possibilita a oferta de exames em locais<br />
remotos”, pondera Acayaba.<br />
Estudos confirmam o que diz o presidente da Anab. Tanto os<br />
estudos realizados no mercado brasileiro bem como os empregados<br />
em outros mercados sinalizam uma sinergia: o seguro é essencial.<br />
Nada, porém, é por acaso.<br />
Divulgado em março deste ano, o 21º estudo anual de tendências<br />
de benefícios para funcionários nos Estados Unidos — organizado<br />
pela MetLife e intitulado The Advantages of Employee<br />
Care: Creating Human-Centric Employee Experiences and Work<br />
Environments — mostra que a satisfação dos trabalhadores americanos<br />
com os benefícios caiu para 61% em 2023, abaixo dos 63%<br />
registrados em 2022, o índice mais baixo da última década, ressalta<br />
o estudo, destacando também que aumentou consideravelmente<br />
o percentual de funcionários que citam as preocupações financeiras<br />
como causa de baixa saúde mental, de 31% em 2022 para 48%<br />
este ano.<br />
O recado da pesquisa é claro: os benefícios são uma forma de<br />
os empregadores mostrarem que se preocupam com os funcionários,<br />
tanto no trabalho quanto em suas vidas pessoais. A partir dessa<br />
máxima, o cenário pode (e deve) ser melhorado, tendo o seguro<br />
como uma das principais chaves para essa retomada de otimismo<br />
nas empresas americanas. Um passo importante vem sendo dado<br />
nesse sentido: os empregadores entendem que o seguro de vida<br />
é essencial, mas há um mundo inesgotável de proteção para além<br />
dele no qual estão inseridos outros modelos, como o seguro residencial,<br />
o seguro para animais de estimação, o acesso a opções de<br />
assistência subsidiadas e a apólice pontual contra câncer. Demandas<br />
essas dos funcionários, como identificou a pesquisa.<br />
SAÚDE É O QUE INTERESSA<br />
O estudo da MetLife alerta que as empresas nos Estados Unidos<br />
precisam satisfazer os anseios dos funcionários, mas sem abrir<br />
mão da saúde e do bem-estar deles. Lá como aqui isso é garantido<br />
por um amplo arcabouço legal. Sendo assim, o seguro para os americanos,<br />
de uma forma geral, permanece sendo o principal benefício<br />
do rol obrigatório para os empregados. Despontam na lista o seguro<br />
médico/saúde (79%), o odontológico (73%) e o oftalmológico (70%).<br />
No Brasil, saúde também se mantém em evidência nessa<br />
relação entre empregador e funcionário. Como afirma Alessandro<br />
Acayaba, na faixa etária acima de 50 anos, o benefício só perde para<br />
a casa própria em importância. Para aposentados, é prioridade absoluta<br />
e supera a moradia. “Um em cada quatro brasileiros precisou<br />
acessar mais sistemas de saúde entre 2021 e 2022 do que antes da<br />
pandemia de Covid-19”, assinala o presidente da Anab.<br />
14
Dos entrevistados para o estudo, 21% declararam que sua família<br />
tem uma frequência mensal de ida a consultas médicas. Entre<br />
2 a 6 meses de frequência, são 52% dos respondentes. “A consciência<br />
das pessoas acerca da fragilidade da vida, potencializada na<br />
experiência pandêmica, produz preocupações e alívios. Medo, segurança<br />
e desejo formam a percepção dos brasileiros sobre planos<br />
de saúde”, ressalta Acayaba.<br />
No início do segundo semestre do ano passado, a Mercer<br />
Marsh Benefícios divulgou o Global Health Trends, um estudo realizado<br />
com 226 seguradoras em 56 países, que identificou algumas<br />
tendências envolvendo o setor. Uma delas é o aumento do sinistro<br />
per capita do plano médico a níveis identificados no período pré-<br />
-pandemia.<br />
Para embasar essa tendência descrita na pesquisa Global Health<br />
Trends, a superintendente de consultoria e benefícios da Mercer<br />
Marsh Benefícios, Rosimeire Muricy, cita dados de um estudo<br />
conduzido em 2022 pela área atuarial da empresa, que demonstrou<br />
a retomada das frequências de utilização dos planos médicos aos<br />
mesmos patamares de 2019 para alguns grupos de serviço (consultas,<br />
pronto socorro). Ela também destaca que em outros estudos são<br />
apontadas frequências maiores que em 2019 (exames, internações<br />
e terapias simples).<br />
Outras tendências reveladas pelo Global Health Trends são<br />
o impacto no sinistro médico ainda provocado pela Covid-19, embora<br />
em menor escala, a modernização da oferta do plano médico<br />
através de acessos virtuais aos serviços de saúde e aplicativos e gaps<br />
relacionados à saúde mental, que persistem. “Essa tendência (associada<br />
à saúde mental) conecta-se com um dado extraído da People<br />
Risk 2022, pesquisa também conduzida pela Mercer Marsh Benefícios,<br />
que mapeou os 25 principais riscos de negócios relacionados à<br />
força de trabalho. Essa pesquisa traz saúde mental dos funcionários<br />
e exaustão da força de trabalho entre os riscos mencionados e exigência<br />
de maior rigor na gestão dos planos de saúde que implicam<br />
em revisões regulares dos desenhos de plano médico oferecidos”,<br />
frisa Rosimeire, que complementa: “Sobre o mercado brasileiro, o<br />
estudo demonstra uma estimativa de inflação médica para 2023 de<br />
15,8%, ou seja, 4,7 pontos percentuais acima da média entre países<br />
da América Latina e 3,3 pontos percentuais acima da média global.”<br />
No Brasil, a previdência privada também está na pauta das<br />
empresas. Estudos contínuos da Federação Nacional de Previdência<br />
Privada e Vida (Fenaprevi) provam a evolução do segmento. Até<br />
o final do ano passado, o mercado de previdência privada aberta<br />
registrou R$ 156,2 bilhões em prêmios e contribuições, de janeiro<br />
a dezembro, um volume que corresponde a uma alta de 11,1% em<br />
relação a 2021. Além desse expressivo resultado, está cada vez mais<br />
evidente para as empresas que a oferta deste benefício aos empregados<br />
não é tão onerosa para seus caixas, e há dois caminhos nessa<br />
direção: a modalidade “lucro real” com a qual as empresas pagam o<br />
plano de previdência privada de seus colaboradores com parcela do<br />
que devem em impostos ou, se preferirem, podem reservar até 8%<br />
da folha de pagamento para o custeio dos planos.<br />
O plano de assistência médica sempre foi, porém, o benefício<br />
mais valorizado pelos colaboradores por ser um produto que faz<br />
No Brasil, a previdência privada<br />
também está na pauta das<br />
empresas. Estudos contínuos da<br />
Federação Nacional de Previdência<br />
Privada e Vida (Fenaprevi) provam<br />
a evolução do segmento. Até o<br />
final do ano passado, o mercado<br />
de previdência privada aberta<br />
registrou R$ 156,2 bilhões em<br />
prêmios e contribuições, de janeiro<br />
a dezembro, um volume que<br />
corresponde a uma alta de 11,1%<br />
em relação a 2021”<br />
ROSIMEIRE MURICY,<br />
da Mercer Marsh Benefícios<br />
parte da rotina de todos, como descreve<br />
Rosimeire. Por outro lado, diz ela, o seguro<br />
de vida sempre foi um benefício pouco explorado<br />
pelos colaboradores e muitas vezes,<br />
evitado, mas que no contexto da pandemia,<br />
ganhou especial protagonismo e<br />
passou a fazer parte das discussões das<br />
famílias. “O benefício, que já era oferecido<br />
por cerca de 92% das empresas, passou a<br />
15
BENEFÍCIOS<br />
CORPORATIVOS<br />
Hoje, muitos colaboradores já colocam na balança os<br />
benefícios, visto que se trata de uma remuneração indireta,<br />
bem como também há a preocupação e o cuidado da<br />
empresa com os seus colaboradores e dependentes”<br />
JULIANA BEGNAMI, da Akad<br />
necessidades e ter mais autonomia na escolha. O caminho para essa<br />
autonomia está, portanto, bem sedimentado.<br />
ser valorizado pelos colaboradores, pois<br />
conta com proteções acessórias, além das<br />
coberturas de morte, como assistência<br />
funeral, cesta de alimentos, diária de incapacidade<br />
etc. Conforme dados da Susep<br />
(Superintendência de Seguros Privados),<br />
o crescimento de prêmios emitidos em<br />
apólices de vida em grupo era linear de<br />
3% ao ano entre 2018 e 2020. Somente<br />
entre os anos de 2021 e 2022, tivemos um<br />
crescimento de 22%, com prêmios emitidos<br />
na casa de R$14,29 bilhões em 2023”,<br />
destaca a executiva da Mercer Marsh.<br />
Os seguros, de uma forma geral,<br />
são benefícios flexíveis e certamente<br />
uma tendência irreversível, como aponta<br />
a 30ª Pesquisa de Benefícios Corporativos,<br />
da Mercer Marsh, finalizada no<br />
último trimestre de 2021 e divulgada em<br />
julho do ano passado. De cara, o estudo<br />
revela que, das 737 empresas de diversos<br />
segmentos ouvidas para a pesquisa, 92%<br />
oferecem seguro de vida aos empregados<br />
e 49% um plano de previdência complementar.<br />
Há outra pesquisa da Mercer Marsh,<br />
a Global Health on Demand, realizada<br />
também em 2021, que reforça essa<br />
tendência e mostra a percepção dos<br />
empregados em relação aos benefícios<br />
que recebem das empresas nas quais trabalham.<br />
Uma das sinalizações é que 54%<br />
dos funcionários gostariam de personalizar<br />
seus benefícios para atender às suas<br />
O SEGURO NO CONTEXTO<br />
Superintendente de consultoria e benefícios da Mercer Marsh<br />
Benefícios, Rosimeire Muricy diz que as empregadoras oferecem, em<br />
média, 17 benefícios em seus programas. Nove são fixos e oito flexíveis,<br />
mas o pacote pode chegar a 25 opções. Os mais comuns são<br />
assistência médica, seguro de vida, vale refeição e atividade física<br />
(Gympass ou similar). Rosimeire conta que, “historicamente, os seguros<br />
de assistência médica e de vida são os benefícios mais valorizados<br />
pelos colaboradores, em consonância com os movimentos<br />
que observamos na sociedade. Benefícios relacionados à saúde e<br />
ao bem-estar e à diversidade também são muito valorizados, fortalecendo<br />
a proposta de valor ao empregado e contribuindo para o<br />
reconhecimento das empresas como uma marca empregadora.”<br />
Rosimeire lembra que a pandemia evidenciou, tanto para a<br />
área de recursos humanos como para os próprios colaboradores, a<br />
importância de se ter um pacote de benefícios e soluções em seguros<br />
que realmente atenda às necessidades dos colaboradores, principalmente<br />
em ambientes de trabalho tão diversos, em que cada colaborador<br />
tem a sua própria realidade. Essa mudança na forma de se entregar<br />
valor aos colaboradores — destaca a executiva — trouxe consigo<br />
a consolidação de tendências que, apesar de já estarem na pauta dos<br />
gestores de recursos humanos há alguns anos, ainda enfrentavam resistência<br />
na adesão, como é o caso de benefícios flexíveis.<br />
“CULTURA DOS BENEFÍCIOS” INTERNALIZADA?<br />
Conforme dados da ANS, 61% da população do sudeste possui<br />
cobertura suplementar de assistência médica, no norte são 4%,<br />
centro-oeste 7%, nordeste 14% e sul 15%. “Observamos, conforme<br />
dados da 30ª Pesquisa de Benefícios Mercer Marsh, que o portfólio<br />
dos benefícios oferecidos tende a se alterar conforme porte, principalmente<br />
em benefícios não segurados, como flexibilidade no<br />
trabalho, facilidades in company, programas de saúde e bem-estar.<br />
Essas iniciativas estão mais presentes em empresas de grande porte,<br />
que possuem equipes maiores para o gerenciamento de indicadores.<br />
Em benefícios segurados, como assistência médica e seguro<br />
de vida, não observamos diferenças significativas na prevalência”,<br />
pondera Rosimeire (Veja o quadro comparativo que acompanha<br />
essa reportagem).<br />
A pandemia forçou a internalização da cultura do benefício,<br />
e isso é fato. O número de beneficiários em planos de saúde, por<br />
16
EQUILÍBRIO ENTRE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS E GRANDES COMPANHIAS<br />
Prevalência<br />
Benefícios<br />
Mercado geral<br />
Empresas<br />
com até 250<br />
empregados<br />
Assistência médica 98% 95%<br />
Assistência odontológica 90% 80%<br />
Seguro de Vida 92% 87%<br />
Benefícios relacionados à saúde e bem estar 62% 43%<br />
Benefícios relacionados à flexibilidade 76% 70%<br />
Benefícios relacionados à facilidades in company 53% 26%<br />
Fonte: 30ª Pesquisa de Benefícios Mercer Marsh<br />
exemplo, ultrapassou 50 milhões neste ano, o que não ocorria desde<br />
2014, como lembra Alessandro Acayaba, da Anab. Ele observa<br />
que esse aumento, em plena crise econômica e ainda com altos<br />
índices de desemprego, vem favorecendo a criação de pequenas<br />
e médias empresas, até de microempreendedores individuais que,<br />
atualmente, também têm direito à contratação de plano coletivo<br />
para si e seus familiares.<br />
“A cultura dos benefícios tende a crescer, não apenas em<br />
grandes empresas, pois a multiplicidade de benefícios e o atrativo<br />
deles para fidelizar o empregado é bem interessante. Ainda mais<br />
agora, com a mudança no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador)<br />
cria-se um incentivo adicional. Um gargalo neste cenário<br />
é a falta de conhecimento das vantagens que os benefícios podem<br />
trazer e a falta de um ambiente comum onde os empregadores podem<br />
ter acesso a todos os produtos. A Fiibo, startup de tecnologia<br />
na área de saúde e bem-estar, vem chegando como uma boa aposta<br />
para resolver este gargalo. É a primeira plataforma no mundo a<br />
inovar os meios de acesso e conectar todos os players da saúde em<br />
um único ambiente: operadoras, administradoras, corretoras, fornecedores,<br />
prestadores de serviço, empresas e consumidores. Isso<br />
permite que todos possam analisar produtos, serviços e preços, sem<br />
burocracia na hora de contratar e pagar”, avalia Acayaba.<br />
Head de Gente & Gestão da Akad Seguros, Juliana Begnami<br />
acredita que a cultura de benefícios já é algo bem mais enraizado<br />
e uma forma de compor o pacote de remuneração total do colaborador:<br />
“Muitos colaboradores já colocam na balança isso, visto<br />
que se trata de uma remuneração indireta, bem como também há a<br />
preocupação e o cuidado da empresa com os seus colaboradores e<br />
dependentes. Promover benefícios que trazem essa segurança psicológica<br />
é uma forma de promover bem-estar para aquele time que<br />
está dentro da sua empresa”.<br />
PANDEMIA E TRABALHO REMOTO OU<br />
HÍBRIDO<br />
Com a pandemia e o trabalho remoto<br />
ou híbrido cada vez mais difundido,<br />
as empresas foram forçadas a redefinir<br />
relações com colaboradores. Esse<br />
cenário impactou os benefícios e, indubitavelmente,<br />
mudou as características<br />
deles.<br />
Com o trabalho híbrido adotado,<br />
alguns benefícios deixaram de fazer sentido<br />
(vale-transporte foi um deles) e vêm<br />
sendo substituídos por outros, como, por<br />
exemplo, o voltado ao incentivo de atividades<br />
físicas ou auxílio home office.<br />
A Akad, por exemplo, adaptouse<br />
ao novo contexto com um time de<br />
colaboradores agora alocado no Brasil<br />
e buscando uma cobertura de saúde<br />
baseada na localização. “Fizemos a contratação<br />
da Unimed Seguros para colaboradores<br />
em localidades onde esse<br />
prestador tem mais presença. Entretanto,<br />
pelo nosso número de funcionários,<br />
entramos no desenho de PME, com cobertura<br />
padrão. Para suprir essa necessidade<br />
mantemos dois planos (Unimed<br />
e Omint) e estamos sempre estudando<br />
a possibilidade de negociar novas condições<br />
aderentes às nossas necessidades”,<br />
diz Juliana Begnami.<br />
17
MERCADO<br />
PREVENÇÃO DE FRAUDES<br />
Jamais terão vida fácil<br />
AS CIFRAS ASSUSTAM. SÃO<br />
BILHÕES DE REAIS QUE O MERCADO<br />
DE SEGUROS PERDE ANUALMENTE<br />
DEVIDO ÀS FRAUDES. AUTOMÓVEL<br />
E SAÚDE PERMANECEM COMO<br />
OS RAMOS MAIS ATINGIDOS POR<br />
CRIMINOSOS. MAS A INDÚSTRIA<br />
SECURITÁRIA TENTA DIFICULTAR<br />
A AÇÃO DOS FRAUDADORES COM<br />
MUITA TECNOLOGIA DE SEGURANÇA<br />
E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, CUJA<br />
MISSÃO É IDENTIFICAR PROBLEMAS<br />
AINDA NA FONTE, OU SEJA, NA<br />
SOLICITAÇÃO DE REEMBOLSO OU<br />
NO AVISO DE SINISTRO<br />
André Felipe de Lima<br />
A<br />
luta é interminável e vem de<br />
longa data. O mercado de seguros<br />
trava uma batalha incansável<br />
contra as fraudes desde sempre e,<br />
ano a ano, busca soluções inovadoras<br />
para inibir os fraudadores de sinistros.<br />
Embora ainda sem dados consolidados<br />
do segundo semestre de 2022 até aqui,<br />
percebe-se, mesmo que muito timidamente,<br />
uma queda do registro de fraudes.<br />
O resultado do primeiro semestre do<br />
ano passado apontou um total de R$ 25,7<br />
bilhões em ocorrências de sinistros, um<br />
volume do qual R$ 2,9 bilhões (11,4%) foram<br />
definidos como “sinistros suspeitos”,<br />
conforme levantamento mais recente da<br />
Confederação Nacional das Seguradoras<br />
(CNseg). Os ramos de automóvel e de<br />
pessoas, com ênfase em saúde, concentram<br />
a maior parte das fraudes.<br />
Ao comparar-se o quociente do<br />
valor das fraudes comprovadas dividido<br />
pelo valor dos sinistros ocorridos no<br />
primeiro semestre de 2022 (1,8%) com o<br />
mesmo período de 2021 (1,9%), nota-se, portanto, uma diminuição<br />
de 0,1 ponto percentual das fraudes comprovadas. Mais além, ao<br />
compararem-se as quantidades das fraudes comprovadas de 2021 e<br />
de 2022, verificou-se uma diminuição de 0,07 ponto percentual, ou<br />
seja, de 0,84 para 0,77%, respectivamente.<br />
Em cifras, o valor das fraudes no primeiro semestre de 2022<br />
foi de R$ 460,2 milhões, representando 15,7% do valor dos sinistros<br />
18
suspeitos. No primeiro semestre de 2021, o valor de sinistros registrados<br />
foi de R$ 18,1 bilhões. Deste total, R$ 2,8 bilhões (15,6%) originaram-se<br />
de sinistros suspeitos. Colocando lado a lado as quantidades<br />
de sinistros suspeitos e de sinistros ocorridos, a relação foi de<br />
4,4%. Ainda no primeiro semestre de 2022, o valor das fraudes que<br />
puderam ser comprovadas somou R$ 349,3 milhões, o que representa<br />
12,4% do valor dos sinistros suspeitos. Se nos transportarmos<br />
PHILIPE MONTEIRO CARDOSO,<br />
advogado<br />
para uma realidade continental, constataremos<br />
que as fraudes em seguros respondem<br />
por perdas anuais na casa de US$ 50<br />
bilhões na América Latina, como aponta a<br />
Federação Interamericana de Empresas e<br />
Seguros (Fides), que reúne 18 países. Segundo<br />
a mesma entidade, as fraudes em<br />
seguros no Brasil comprometem cerca de<br />
15% das receitas das seguradoras locais.<br />
O mercado brasileiro, embora o mais expressivo<br />
na região, não lidera, porém, o<br />
indesejável ranking. Essa “primazia” é dos<br />
argentinos.<br />
Desenhar esse cenário é importante<br />
para compreender, com exatidão,<br />
a dimensão do desafio para todos os<br />
atores do mercado, de consumidores, seguradoras,<br />
insurtechs e corretores até as<br />
autoridades reguladoras como Superintendência<br />
de Seguros Privados (Susep) e<br />
Agência Nacional de Saúde Suplementar<br />
(ANS). Para quem tem a “certeza da impunidade”,<br />
pode ir mudando de ideia. Como<br />
alerta Philipe Monteiro Cardoso, advogado<br />
especialista em Lei Geral de Proteção<br />
de Dados (LGPD), a prática de fraude<br />
contra seguradoras é crime tipificado no<br />
Código Penal, com previsão de pena de<br />
reclusão de um a cinco anos, e multa, nos<br />
termos do artigo 171. “Segundo dados do<br />
IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar),<br />
no setor de saúde, estima-se<br />
que o mercado tenha um impacto de R$<br />
28 bilhões com fraudes e desperdícios”,<br />
menciona Cardoso.<br />
19
MERCADO<br />
PREVENÇÃO DE FRAUDES<br />
MARCELO PEIXOTO,<br />
da Minds Digital<br />
Os fraudadores mobilizam uma<br />
miríade de recursos até a consumação<br />
do crime envolvendo reembolsos e sinistros.<br />
O refinamento das quadrilhas<br />
ultrapassa o verossímil, com laboratórios<br />
e clínicas supostamente legalizados<br />
emitindo recibos falsos e solicitações<br />
fraudulentas para reembolso junto às<br />
operadoras de saúde. Para frear o ímpeto<br />
criminoso, só mesmo com o emprego<br />
de muita tecnologia de segurança e<br />
inteligência artificial para verificar detalhadamente<br />
cada documento que chega<br />
às seguradoras.<br />
IMPACTO PARA O CONSUMIDOR<br />
Os consumidores também sentem<br />
os efeitos das fraudes, e por isso anseiam<br />
por mais segurança na relação com corretores<br />
e seguradoras, como explica o<br />
empresário Marcelo Peixoto, cofundador<br />
e CEO da Minds Digital, uma das primeiras<br />
empresas a implantar a biometria de<br />
voz no Brasil: “Os consumidores buscam<br />
por conveniência e segurança. Nesse<br />
sentido, oferecer uma gama maior de<br />
produtos e serviços por diferentes canais<br />
tem se tornado a melhor opção para empresas<br />
seguradoras e isso, pela própria<br />
característica do universo digital, expõe<br />
o negócio a fraudes. A prevenção a fraudes<br />
pode impactar positivamente a experiência<br />
dos usuários das seguradoras,<br />
tanto permitindo a realização de serviços<br />
e compra de produtos online, conveniência, quanto aumentando a<br />
segurança dessas operações.”<br />
Para o advogado Philipe Cardoso, vivemos em uma era em<br />
que a experiência do cliente se torna essencial para os mais variados<br />
setores econômicos. No setor de seguros, enfatiza ele, a<br />
boa experiência do cliente é crucial para manter sua fidelidade e<br />
confiança na seguradora. “A prevenção de fraudes por parte das<br />
seguradoras pode garantir uma boa experiência do cliente, pois<br />
demonstra a preocupação da seguradora com a segurança e o respeito<br />
ao consumidor. Isso pode agilizar o processo de ressarcimento<br />
em caso de sinistro e melhorar a imagem da seguradora perante<br />
seus clientes.”<br />
Por outro lado, alerta Cardoso, o excesso de fraudes pode<br />
ocasionar um custo maior para a seguradora e, consequentemente,<br />
um reajuste elevado do valor do seguro, o que prejudica diretamente<br />
todos os clientes. “É importante ressaltar que a prevenção<br />
de fraudes deve ser equilibrada com o atendimento de qualidade<br />
ao cliente e com políticas justas de indenização. Ao adotar políticas<br />
de prevenção de fraudes, a seguradora também pode transmitir<br />
ao público uma imagem positiva de cuidado e segurança, o que<br />
pode atrair novos clientes e aumentar a fidelidade dos antigos”, diz<br />
o advogado.<br />
AUTO E SAÚDE, ‘CALCANHAR DE AQUILES’<br />
Quando o tema é “fraude em seguros”, as maiores vítimas do<br />
setor são os ramos de automóvel e o de pessoas. Como aponta o<br />
levantamento da CNseg, as operações com fraudes confirmadas em<br />
seguros para automóvel foram de 2,6%, no primeiro semestre de<br />
2020, e de 2,4%, em igual período de 2021, repetindo-se o percentual<br />
em 2022. O seguro DPVAT (danos pessoais causados por veículos<br />
automotores de via terrestre) recuperou-se. No primeiro semestre<br />
de 2020, as fraudes comprovadas para esse modelo foram de 2,3%,<br />
saltando para 7,7% na primeira metade do ano seguinte e caindo<br />
para 2,6% nos seis primeiros meses de 2022. No ramo de pessoas, os<br />
percentuais foram de 2,1% (2020), 2,3% (2021) e 1,8% (2022), todos<br />
no primeiro semestre de cada ano.<br />
O IESS calcula que o mercado de saúde suplementar sofra,<br />
anualmente, um impacto de, em média, R$ 28 bilhões (que foi o volume<br />
registrado em 2017) com fraudes e desperdícios. Esse montante<br />
pode ser maior por conta da crise sanitária iniciada em março de<br />
2020. No ano passado, a Federação Nacional de Saúde Suplementar<br />
(FenaSaúde) implantou um departamento voltado para análise das<br />
fraudes. De lá para cá, a entidade já registrou três notícias-crime, algumas<br />
de crimes cometidos por empresas de fachada que emitem<br />
recibos fraudulentos para solicitações de reembolso à operadoras.<br />
“No mercado segurador, as fraudes acontecem com os mais diferentes<br />
ramos. Em seguros auto, elas se configuram em fraudes no registro<br />
de sinistros. Em seguros de vida, em pedidos de reembolso incorretos,<br />
consulta médica por pessoa não segurada e fraudes no uso<br />
dos benefícios. Vazamento de dados, má-fé e processos manuais são<br />
alguns dos fatores que contribuem para as fraudes no setor de seguros,<br />
o que pressiona o setor para a digitalização e implementação de<br />
tecnologias que possam garantir maior segurança”, assinala Peixoto.<br />
20
SINISTRO OCORRIDO<br />
SUSPEITA DE FRAUDE FRAUDE DETECTADA FRAUDE COMPROVADA<br />
1ºS. 2020 1ºS. 2021 1ºS. 2022 1ºS. 2020 1ºS. 2021 1ºS. 2022 1ºS. 2020 1ºS. 2021 1ºS. 2022<br />
14,3% 16,2% 13,6% 3,6% 3,9% 3,6% 2,6% 2,4% 2,4%<br />
1.299,54 1.596,51 1.933,27 329,70 385,51 507,44 237,30 232,02 345,23<br />
9.057,77 9.869,42 14.225,49 9.057,77 9.869,42 14.225,49 9.057,77 9.869,42 14.225,49<br />
FRAUDES “DPVAT”<br />
SUSPEITA DE FRAUDE FRAUDE DETECTADA FRAUDE COMPROVADA<br />
1ºS. 2020 1ºS. 2021 1ºS. 2022 1ºS. 2020 1ºS. 2021 1ºS. 2022 1ºS. 2020 1ºS. 2021 1ºS. 2022<br />
30,1% 98,1% 87,3% 2,7% 8,8% 3,9% 2,3% 7,7% 2,6%<br />
189,86 137,97 70,01 17,02 12,37 3,13 14,78 10,79 2,06<br />
630,29 -140,62 80,16 630,29 -140,62 80,16 630,29 -140,62 80,16<br />
FRAUDES “PESSOAS-COLETIVO”<br />
SUSPEITA DE FRAUDE FRAUDE DETECTADA FRAUDE COMPROVADA<br />
1ºS. 2020 1ºS. 2021 1ºS. 2022 1ºS. 2020 1ºS. 2021 1ºS. 2022 1ºS. 2020 1ºS. 2021 1ºS. 2022<br />
17,8% 7,8% 11,3% 3,0% 5,0% 2,9% 2,1% 2,3% 1,8%<br />
378,00 239,41 340,64 63,66 155,51 86,27 48,62 48,02 53,14<br />
2.129,54 3.083,51 3.007,70 2.129,54 3.083,51 3.007,70 2.129,54 3.083,51 3.007,70<br />
Valores em R$ Milhões<br />
O advogado Philipe Cardoso também aponta o setor de saúde<br />
como um dos ramos com maior incidência de fraudes e alerta ser<br />
comum a ocorrência de fraudes relacionadas à cobertura de procedimentos<br />
médicos e hospitalares, como a realização de exames<br />
e tratamentos desnecessários, apresentação de informações falsas<br />
sobre a saúde do segurado.<br />
TECNOLOGIA NO COMBATE À FRAUDE<br />
As seguradoras estão aderindo a diferentes tecnologias<br />
para otimizar seus processos, como a digitalização e automação.<br />
Na prevenção a fraudes, a principal tendência é o futuro sem senhas,<br />
em que sistemas antifraude são desenvolvidos aliando tecnologias<br />
como IA (inteligência artificial), machine learning, tecnologias<br />
que auxiliem a análise de dados, autenticações biométricas,<br />
tokens criptografados, entre outros, prevê Marcelo Peixoto. “Desenvolvemos<br />
uma solução de biometria de voz com uso de inteligência<br />
artificial, em que treinamos uma<br />
rede neural específica para áudios com<br />
diferentes tipos de especificações e qualidade<br />
das gravações, incluindo aqueles<br />
oriundos de ligações para centrais de<br />
atendimento, por exemplo. No cadastro<br />
da voz vinculado a um número de CPF<br />
nossos algoritmos entendem e criam a<br />
identidade da voz, chamado de espectrograma,<br />
neste processo nenhum dado<br />
é armazenado. Registramos a voice<br />
print, uma imagem gerada pelo entendimento<br />
e leitura da nossa inteligência<br />
artificial. Essa imagem contém todos os<br />
elementos de segurança únicos de cada<br />
voz”, relata o executivo.<br />
21
MERCADO<br />
PREVENÇÃO DE FRAUDES<br />
SILAS KASAHAYA,<br />
da Samplemed<br />
O sistema criado pela Minds Digital<br />
analisa 70 elementos da voz. Durante<br />
os processos de atendimento ou transações,<br />
a voz do(a) cliente será validada e<br />
autenticada em até quatro segundos.<br />
Além de comparar a voz de entrada com<br />
a voz cadastrada, a inteligência artificial<br />
procura essa voz da ligação na blocklist<br />
e também realiza a “busca de vozes”, conferindo<br />
se essa voz já esteve em contato<br />
antes e se já tentou cometer fraude. “É<br />
possível integrar o CRM à nossa solução<br />
e, a partir do histórico de ações do cliente,<br />
construir modelos de machine learning<br />
para identificar em tempo real os<br />
comportamentos suspeitos. A biometria<br />
de voz da Minds Digital está disponível<br />
para atendimentos via WhatsApp, Aplicativos<br />
e Call Center, permitindo personalização<br />
de acordo com os requisitos de<br />
compliance e segurança de cada operação”,<br />
garante Peixoto.<br />
Outro exemplo tecnológico no<br />
mercado para prevenção de fraudes em<br />
seguros é a ferramenta “Fred”, um sistema<br />
de inteligência artificial desenvolvido<br />
pela insurtech Azos. Ele foi inspirado<br />
em modelos automatizados de análise<br />
de crédito e usa algoritmos para analisar<br />
dados e identificar quando o perfil do<br />
cliente é adequado para fechar um seguro,<br />
em conformidade com a política de<br />
aceitação da seguradora parceira da Azos<br />
e com proteção de dados dos usuários.<br />
Para isso, o sistema valida centenas de<br />
dados cadastrais, como informações disponíveis na Receita Federal,<br />
por exemplo, para acatar ou não a proposta de contratação.<br />
“Assim, a IA é capaz de detectar perfis potencialmente fraudulentos.<br />
Ele (o sistema “Fred”) tem a capacidade de analisar e conferir<br />
um grande volume de dados, em um curto espaço de tempo,<br />
para que as decisões consigam ser mais rápidas e fáceis, diz André<br />
Calazans, diretor de seguros na Azos.<br />
A cada ano a tecnologia evolui e surgem ferramentas que interferem<br />
nos mais variados setores da economia. Em relação à prevenção<br />
de fraudes, podem ser citados a análise criteriosa de dados,<br />
inteligência artificial, mapas virtuais, uso de ferramentas preditivas<br />
para identificar sinistros suspeitos, construção de redes de relacionamento,<br />
modelagens estatísticas, algoritmos de aprendizado por<br />
dispositivos e regras para identificar anomalias. “Todas estas tecnologias<br />
em conjunto geram uma forte rede de proteção contra<br />
fraudes, tornando mais fácil para seguradora identificar operações<br />
suspeitas e cruzar dados com maior precisão uma vez que o uso<br />
destas ferramentas possibilitam o cruzamento de maior quantidade<br />
de informação e análise de situações suspeitas que poderiam passar<br />
desapercebidas em uma análise puramente manual. Com isso,<br />
o cruzamento de dados é realizado para identificar inclusive se um<br />
mesmo beneficiário está solicitando múltiplos seguros em relação<br />
ao mesmo item”, observa o advogado Philipe Cardoso.<br />
Mas o passo primário e preventivo contra fraude é a verificação<br />
da identidade de quem está solicitando reembolsos ou registrando<br />
sinistros. A subscrição, que até bem pouco tempo atrás era<br />
integralmente manual, hoje já pode ser feita com o suporte de refinadas<br />
e precisas tecnologias.<br />
Há aproximadamente 30 anos no mercado, a Samplemed,<br />
antes de assumir esta marca, deu seus primeiros passos realizando<br />
exames médicos para as seguradoras como avaliação de risco<br />
de seguros de pessoas. Em 2011, a empresa trouxe para o mercado<br />
brasileiro a telesubscrição, um serviço que já vinha sendo ofertado<br />
em mercados como o americano e o europeu. Sócio da Samplemed<br />
desde 2018, Silas Kasahaya, hoje CEO da companhia e com uma experiência<br />
de 35 anos de mercado securitário no ramo de pessoas,<br />
chegou à empresa com a missão de transformá-la em vanguarda<br />
de tecnologia aplicada ao seguro. Hoje, a Samplemed se divide em<br />
duas: serviços médicos para subscrição e de tecnologia.<br />
A chave da telesubscrição, segundo Kasahaya, está justamente<br />
nas mais de 4 mil subperguntas que integram a plataforma de<br />
subscrição automática. Um questionário, que começa com cerca<br />
de 20 ou 30 perguntas, vai se desdobrando em muitas outras. Eis o<br />
pulo do gato contra a fraude: um questionário mais dinâmico e com<br />
o suporte de inteligência artificial. “A telesubscrição foi o primeiro<br />
movimento que fizemos para ajudar o mercado a identificar essas<br />
fraudes”, diz o executivo.<br />
E, quando se recorda toda a dor de cabeça provocada pela<br />
subscrição manual, o passado, definitivamente, deve ficar para trás,<br />
recomenda Kasahaya. O périplo interminável para o preenchimento<br />
e confirmação da documentação era vulnerável e permitia um mar<br />
sem fim de fraudes. “Falo isso com propriedade porque fui subscritor<br />
e fiz esse processo na mão”, lembra o CEO da Samplemed.<br />
22
MERCADO<br />
WIZ PARCEIROS<br />
Foco na expansão de negócios com<br />
a distribuição de consórcios<br />
MAIRA FONSECA ASSUME A GESTÃO DA UNIDADE DE NEGÓCIO COM A META DE AMPLIAR O VOLUME DE VENDAS<br />
A<br />
Wiz Parceiros, unidade de negócio especializada em crédito<br />
da Wiz Co, registra crescimento acelerado na comercialização<br />
de consórcios nos últimos anos. O volume faturado<br />
saltou de R$ R$ 2,6 bilhões em 2017 para R$ 6,2 bilhões em 2022,<br />
uma expansão de 135%, com cerca de 3% de market share do país.<br />
Este ano, o objetivo é se consolidar como a maior estruturadora e<br />
gestora de canais de distribuição de consórcios do Brasil.<br />
Segundo a nova diretora executiva da Wiz Parceiros, Maira<br />
Fonseca, há uma migração natural do público que tradicionalmente<br />
recorre ao financiamento bancário, mas agora se volta aos consórcios<br />
devido ao produto não sofrer impactos da alta taxa de juros.<br />
“Somos referência na gestão de canais indiretos das administradoras<br />
de consórcios, e nossa meta é ampliar o volume de vendas.<br />
Rentabilizamos os balcões das instituições parceiras, estruturando<br />
operações de consórcio e crédito, além de fomentar e realizar a<br />
curadoria da maior rede de pessoas qualificadas para comercializar<br />
esses produtos no mercado”, afirma Maira. Dentre os parceiros estão<br />
instituições financeiras como Itaú, Santander, Banco do Brasil e<br />
Banrisul, além de empresas especializadas em consórcio como CNP,<br />
Embracon e Porto.<br />
Os dados do setor vão ao encontro da perspectiva de crescimento<br />
da Wiz Parceiros. Segundo a Abac (Associação Brasileira de<br />
Administradoras de Consórcios), todas as modalidades de consórcio<br />
tiveram expansão em 2022 e alcançaram recorde de movimentação<br />
financeira. Foram R$ 252,09 bilhões faturados, 13,4% acima dos R$<br />
222,26 bilhões registrados em 2021.<br />
Para Maira, o segmento manterá a tendência de expansão, especialmente<br />
com a Selic em dois dígitos. Nessa condição, os consórcios<br />
se tornam opção de crédito barata, prática e segura. “Existe muito<br />
valor e potencial de crescimento no segmento. A alta de juros faz com<br />
que os financiamentos fiquem mais caros e o consórcio passa a ser<br />
uma boa opção. O consórcio tem muito apetite para seguir crescendo”.<br />
Graduada em Estatística pela UnB, com MBA em Administração<br />
de Empresas pela CEAG/FGV-SP, Maira Fonseca, que já era diretora<br />
da Wiz Parceiros e está há 5 anos na unidade, tem mais de 20<br />
anos de experiência no segmento financeiro. Ela assume o posto de<br />
Rodrigo Salim, conduzido a diretor executivo da Promotiva, empresa<br />
recém-adquirida pela Wiz Co.<br />
SUPORTE COMPLETO<br />
Com mais de 2 mil parceiros e 23 mil pontos de venda espalhados<br />
por todo o país, a Wiz Parceiros oferece suporte completo à<br />
rede de distribuição. As ações incluem desenvolvimento comercial,<br />
treinamentos e capacitações, estratégia de gamificação, implemen-<br />
tação de campanhas de incentivo e fidelidade<br />
e todo suporte tecnológico e de<br />
estruturação do canal.<br />
Os parceiros também têm acesso à<br />
Plataforma Parceiros Wiz (PPW), que reúne<br />
simuladores de propostas, peças de comunicação<br />
personalizadas, suporte online<br />
e informações de produtos e do segmento,<br />
e disponibiliza ferramenta de gestão<br />
da carteira de clientes e ensino a distância<br />
personalizado. Por mês, tem 6,3 mil acessos,<br />
conta com 12,9 mil usuários distintos<br />
e 25,6 mil simulações de consórcio.<br />
Outro diferencial é o Núcleo de<br />
Inteligência de Crédito (NIC) criado para<br />
avaliar a viabilidade jurídica, técnica e<br />
financeira da comercialização de consórcios<br />
com valores acima de R$ 1 milhão.<br />
Ano passado, o NIC recebeu pedidos de<br />
análises que totalizaram R$ 3,4 bilhões,<br />
dos quais R$ 2,7 bilhões foram aprovados,<br />
sendo 12% a mais que em 2021.<br />
23
GERENCIAMENTO DE RISCOS<br />
NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS<br />
De concreto,<br />
o seguro!<br />
O SETOR IMOBILIÁRIO VEM AMADURECENDO<br />
CONTINUAMENTE A RELAÇÃO COM A<br />
CULTURA SECURITÁRIA. ISSO É FATO.<br />
PERSISTEM, PORÉM, ALGUNS GARGALOS<br />
NO MEIO DO CAMINHO, MAS OS SINAIS<br />
DE QUE OS RISCOS IMOBILIÁRIOS JÁ SÃO<br />
GERENCIADOS COM MAIS PRECISÃO,<br />
SOBRETUDO COM O SUPORTE DOS<br />
SEGUROS, PRINCIPALMENTE<br />
O “GARANTIA”, MOSTRAM<br />
QUE ESSA APROXIMAÇÃO<br />
SERÁ AINDA MAIS<br />
APRIMORADA EM<br />
CURTO PRAZO<br />
André Felipe de Lima<br />
Projetos imobiliários envolvem<br />
riscos do início ao fim da obra.<br />
Mesmo depois, na entrega do<br />
imóvel, as gestoras dos condomínios se<br />
deparam com riscos que envolvem a administração<br />
predial. O seguro caminha,<br />
porém, ao lado das incorporadoras, empresas<br />
de engenharia e administradoras<br />
imobiliárias nessa jornada para reduzir,<br />
transferir ou eliminar riscos de todas as operações que norteiam o<br />
negócio. Gerenciar as possibilidades de perigo é o grande desafio, e<br />
para isso as empresas do ramo imobiliário que contratam suas apólices<br />
apoiam-se em diversos modelos de seguro, principalmente o<br />
de garantia, com a meta de preservar a integridade do empreendimento<br />
imobiliário em todas as fases, reduzindo, portanto, custos e<br />
promovendo mais segurança durante e após o término das obras.<br />
Advogado especialista em direito digital e imobiliário, Cesar<br />
Beck alerta que em um projeto imobiliário os riscos são diversos e<br />
24
o regulatório, concernente às mudanças<br />
na legislação e regulamentação do setor<br />
imobiliário, que podem afetar a viabilidade<br />
do projeto e as suas obrigações legais.<br />
Para mitigar esses riscos, os empreendedores<br />
podem recorrer a contratos de<br />
seguros voltados para empreendimentos<br />
imobiliários, que cobrem diversos<br />
aspectos, como responsabilidade civil,<br />
incêndio, danos elétricos, entre outros.<br />
“É importante que esses contratos sejam<br />
estruturados de forma adequada, considerando<br />
as especificidades de cada projeto<br />
e as suas necessidades de cobertura,<br />
para garantir que o empreendimento esteja<br />
protegido contra os riscos relevantes<br />
e que a contratação do seguro seja uma<br />
ferramenta efetiva para mitigar os riscos<br />
envolvidos”, recomenda Beck.<br />
podem ocorrer de diversas formas desde a concepção até a conclusão<br />
do empreendimento. Entre os riscos mais comuns estão o de<br />
mercado, que se refere às flutuações de preços e demanda do mercado<br />
imobiliário, que podem afetar o valor do imóvel e a rentabilidade<br />
do investimento; o de construção, que alude aos problemas técnicos,<br />
atrasos e custos adicionais que comumente surgem durante<br />
o processo de construção do empreendimento; o de crédito, que<br />
se refere ao risco de inadimplência dos compradores ou locatários<br />
do imóvel, que pode afetar a receita e a rentabilidade do projeto, e<br />
RESPOSTAS EM TEMPOS<br />
DE JUROS ALTOS<br />
Não bastassem os riscos comuns<br />
que cercam o negócio imobiliário, há o<br />
fantasma dos juros altos, que assombra<br />
a economia como um todo. Há, entretanto,<br />
produtos de seguros envolvidos em<br />
empreendimentos imobiliários que ajudam<br />
a protegê-los nestes áridos tempos<br />
de juros elevados e de muitos negócios.<br />
O seguro garantia certamente é um dos<br />
principais nesse sentido, como destaca o<br />
vice-presidente da Comissão de Riscos de<br />
Crédito e Garantia da Federação Nacional<br />
de Seguros Gerais (FenSeg), Átila Santos:<br />
“O seguro garantia possui diversas modalidades<br />
importantes para o setor de construção<br />
e tem se mostrado mais eficiente<br />
e mais atrativo tanto para os segurados<br />
como para os tomadores em função do<br />
preço e da qualidade das coberturas oferecidas.<br />
Pensando especificamente no<br />
seguro garantia, as seguradoras estão<br />
presentes desde a garantia da execução<br />
do contrato, da retomada de obra até a<br />
manutenção corretiva.”<br />
Existem as seguintes modalidades<br />
de seguro garantia para os empreendimentos<br />
imobiliários: o “executante construtor”,<br />
o para “término de obras” e o “pósentrega<br />
e manutenção corretiva”. Santos<br />
explica existir também a modalidade de<br />
seguro garantia imobiliário, porém em<br />
25
GERENCIAMENTO DE RISCOS<br />
NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS<br />
CESAR BECK,<br />
advogado<br />
duas situações: nos casos de contratos de<br />
permuta — seja física ou financeira, em<br />
que o proprietário do imóvel permutado<br />
consta como segurado — e nos casos de<br />
contrato de compra e venda, em que os<br />
adquirentes finais constam como segurados<br />
da apólice. “O mercado de seguros<br />
oferece (ainda) o ‘fiança locatícia’ para empreendimento<br />
imobiliário construído no<br />
modelo built to suit, ou seja, ‘construído<br />
para servir’, que funciona como um tipo<br />
de contrato de locação, em que o dono<br />
do imóvel, o locador, constrói ou reforma<br />
para atender às necessidades do locatário<br />
e, em contrapartida, o contratante assume<br />
os custos da obra nos pagamentos mensais<br />
referentes ao aluguel”, reforça Santos.<br />
ÁTILA SANTOS,<br />
da FenSeg<br />
A Delphos gerencia carteiras de seguros cobrindo riscos inerentes<br />
a mais de 3 milhões de imóveis. Presidente da empresa, Elisabete<br />
Prado assinala que há muitos produtos de seguros voltados<br />
ao segmento imobiliário, independentemente das taxas de juros<br />
incidentes sobre as operações financeiras. “Alguns mais tradicionais,<br />
como os que cobrem riscos materiais aos imóveis e riscos pessoais<br />
dos detentores de financiamentos dos imóveis, até os mais específicos,<br />
como os voltados aos riscos de engenharia, garantias de construção,<br />
entrega e performance, responsabilidade civil do construtor,<br />
e outros que compõem os combos dos seguros residenciais e/ou<br />
prestamistas”, exemplifica.<br />
Sócio e diretor da corretora de seguros CNX, com base em<br />
Curitiba (PR), Caue Damião lembra que além de todos os vieses<br />
mencionados por Santos, da FenSeg, e Elisabete, da Dephos, as<br />
seguradoras apostam também em títulos de capitalização para<br />
viabilizar de maneira mais simplificada o processo de aluguel dos<br />
imóveis. “Não podemos deixar de destacar aqui, ainda, a figura dos<br />
condomínios nesse segmento de mercado. Esses cada vez atraem<br />
mais o público por praticidade e segurança e, aqui, as seguradoras<br />
também disponibilizam alguns produtos como o seguro condomínio<br />
e seguros de vida para os colaboradores desses condomínios”,<br />
diz Damião.<br />
ESCLARECENDO PONTO A PONTO<br />
Do ponto de vista da seguradora, os aspectos relacionados<br />
aos riscos propriamente ditos precisam ser precedidos da análise<br />
sobre o seguro que se pretende contratar, recomenda Elisabete<br />
Prado. Por exemplo, se a busca é por um seguro de garantia de<br />
construção, entrega e performance, todos os aspectos do empreendimento<br />
são relevantes, começando pela localização, ocupação<br />
e construção, até os contratuais, jurídicos, financeiros e comerciais.<br />
No caso de seguro garantia e de fiança locatícia, Átila Santos<br />
observa que ambos consistem em operações mais estruturadas,<br />
muitas vezes contratadas “sob medida” e com análises detalhadas<br />
da estrutura físico-financeira do projeto, dos contratos, que<br />
são muitas vezes escritos com a participação da seguradora. “Não<br />
estamos falando aqui de seguros de ‘prateleira’, mas sim de contratos<br />
complexos em que as seguradoras se aprofundam em todos os<br />
detalhes do negócio, visando apresentar total segurança para as<br />
partes”, abrevia.<br />
Cada empreendimento imobiliário tem várias fases na concepção<br />
do projeto de engenharia até a consolidação da venda do<br />
imóvel. O setor de seguros se insere em cada um deles eliminando<br />
ou transferindo riscos durante as operações imobiliárias.<br />
Em qualquer dessas modalidades, assinala Elisabete, se o<br />
empreendimento estiver sendo construído conforme a legislação,<br />
dentro das boas práticas e ainda assim for acometido por um sinistro,<br />
o risco estará transferido para o segurador. “Obviamente, há que<br />
serem consideradas todas as condições das apólices e seus clausulados,<br />
principalmente nos quesitos riscos cobertos e riscos excluídos,<br />
os quais certamente se encontram especificados nos contratos ou<br />
apólices emitidas”, alerta.<br />
26
CONDOMÍNIOS PROTEGIDOS<br />
O produto “seguro imobiliário”, além de proteger os bens comuns<br />
dos condôminos, conta com diversos serviços de assistências<br />
acoplados à apólice, inibindo custos desnecessários para a boa funcionalidade<br />
do condomínio e possuindo, ainda, inúmeras coberturas<br />
acessórias que podem ser contratadas de acordo com a necessidade<br />
de cada local de risco. “Vejo um aumento de contratações sim,<br />
mas proporcional à quantidade de novos condomínios existentes.<br />
Se pararmos para analisar um pouco o setor de seguros no Brasil,<br />
vemos que ainda é um mercado com pouca aderência, apesar de<br />
não parecer. Existem poucas pesquisas, principalmente no âmbito<br />
de seguros imobiliários. Quando olhamos o ramo de seguro mais<br />
contratado no país hoje, o de automóvel, onde, segundo pesquisas,<br />
apenas 30% dos veículos contam com cobertura securitária, podemos<br />
presumir que boa parte dos condomínios, hoje, não conta com<br />
seguro, apesar de sua obrigatoriedade”, afirma Damião.<br />
”TENSÃO E SEGURO“<br />
A tensão entre os entes existe, mas plenamente normal é a<br />
sua prevalência quando se presencia um contexto econômico instável,<br />
como esse instaurado no Brasil nos últimos quatro anos, e o<br />
setor de seguros não foge à regra. “No caso do seguro garantia, as<br />
partes precisam estar muito seguras de que o ‘risco é bom’, porque é<br />
um seguro que, quando resulta em sinistro, todas as partes sofrem<br />
um pouco. Mas é inegável que o papel das seguradoras é fundamental<br />
para mitigar tal sofrimento e, em última instância, evitar que<br />
o comprador do imóvel tenha perdas irreparáveis. Os seguros de<br />
crédito e fiança locatícia têm um pouco essa característica de tensão<br />
resultante de instabilidade econômica, mas, novamente, toda<br />
pré-análise do risco será determinante para uma boa aceitação e,<br />
consequentemente, um resultado favorável para as partes, de forma<br />
que os sinistros sejam realmente resultantes de forças aleatórias,<br />
imprevistas e inevitáveis, que são os princípios da existência do seguro”,<br />
avalia Elisabete Prado.<br />
Átila Santos observa, porém, por outro prisma. Para o representante<br />
da FenSeg, o mercado de seguros atua sempre de forma a<br />
atender às necessidades das partes envolvidas, segurados e tomadores/locatários.<br />
Lembrando que tanto o seguro garantia quanto o<br />
fiança locatícia são contratos acessórios ao principal, ou seja, derivam<br />
da vontade das partes. “Portanto, podemos afirmar que não há<br />
tensão, mas sim grande participação de todas as partes envolvidas<br />
com o intuito de apresentação das melhores soluções. Um bom<br />
exemplo vem do seguro garantia na modalidade retomada de obras<br />
que, em função de longos estudos e avaliação da experiência do<br />
mercado internacional e, ainda, observado a adoção das melhores<br />
práticas utilizadas frente ao desembolso de valores em uma possível<br />
retomada, as seguradoras têm defendido que o percentual adequado<br />
seja o de 30% para composição da importância segurada”,<br />
esclarece Santos.<br />
É fato, porém, que o cenário atual, regido por juros altos, traz<br />
instabilidade ao setor imobiliário, principalmente por dificultar financiamentos<br />
e, consequentemente, o escoamento dos imóveis produzidos.<br />
O crédito está caro no mercado e isso impacta diretamente nesse<br />
ELISABETE PRADO,<br />
da Delphos<br />
setor, constata Caue Damião. “Quanto ao<br />
seguro fiança, vemos que as análises das<br />
seguradoras estão cada vez mais criteriosas<br />
e, com o endividamento da população,<br />
esse tipo de contratação deve ser dificultada<br />
também. Apesar de termos cada vez<br />
mais seguradoras atuando nesse segmento,<br />
entendo que os critérios de análise são<br />
bem similares e, assim, as seguradoras devem<br />
a médio prazo apenas dividir o mercado”,<br />
pressupõe Damião.<br />
IMPACTO DE TRAGÉDIAS<br />
O preço global dos seguros subiu,<br />
em média, 4% no último trimestre de<br />
2022, em comparação com os 6% de aumento<br />
registrados no trimestre anterior,<br />
conforme o Marsh Global Insurance Market<br />
Index. O ritmo geral de aumentos de<br />
preços desacelerou, contudo, pelo oitavo<br />
trimestre consecutivo. Na América Latina,<br />
esse percentual de aumento do seguro<br />
foi mais expressivo: 7%, segundo informações<br />
do estudo, correspondendo a um<br />
percentual superior aos de outros continentes<br />
e mercados mais maduros, como<br />
americano (3%) e o Reino Unido (4%).<br />
Entre outras descobertas, a pesquisa revelou<br />
que os preços globais do seguro de<br />
propriedade (property, no qual se insere o<br />
“imobiliário”) subiram, em média, 7% no<br />
quarto trimestre de 2022. O aumento no<br />
trimestre anterior foi de 6%. Ou seja, a precificação<br />
dos riscos imobiliários continua<br />
a ser impactada pelo alto nível de perdas<br />
27
GERENCIAMENTO DE RISCOS<br />
NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS<br />
em 2022, especialmente por conta dos sinistros<br />
envolvendo tragédias ambientais.<br />
E, no Brasil, cada vez mais nos deparamos<br />
com episódios catastróficos, de norte a<br />
sul, que matam e destroem milhares de<br />
casas. Como o setor de seguros responde<br />
a cenários de tragédias? “Conforme vem<br />
sendo publicado pelas várias mídias sobre<br />
as catástrofes naturais, os impactos<br />
decorrentes dos eventos de natureza que<br />
marcaram o ano de 2022 e início de 2023<br />
têm exigido cada vez mais atenção por<br />
parte das seguradoras, servindo como<br />
um rico aprendizado, e forçando-as a<br />
evoluir. As mudanças climáticas remetem<br />
necessariamente à inserção do tema nas<br />
pautas de governança no que diz respeito<br />
aos estudos e desenvolvimento de novos<br />
produtos e nas melhorias dos níveis<br />
de prevenção. É visível as respostas que<br />
o setor oferece através das indenizações<br />
que são feitas de forma justa, com regulações<br />
cada vez mais céleres, com desburocratizações<br />
nas etapas administrativas, e,<br />
sempre, com vistas a dar excelência na segurança<br />
dos clientes”, especifica Elisabete.<br />
Para Damião, não há como esquivar-se<br />
da indesejável matemática, ou<br />
seja, quanto maior forem as indenizações,<br />
maiores serão os impactos nos preços dos<br />
seguros. “As seguradoras precisam repassar<br />
seus prejuízos ao mercado para terem<br />
uma operação saudável. Se tivéssemos<br />
uma cultura, educação, mais voltada para<br />
proteção e contratação de seguros, esses<br />
riscos seriam diluídos e o impactos financeiros<br />
seriam menores. Vejo um movimento<br />
positivo no nosso país de conscientização<br />
para tais proteções, mas ainda bem<br />
longe do necessário ao setor. Levaremos<br />
muito tempo para conseguirmos diluir os<br />
custos de um segmento em outro a fim de<br />
termos uma variação de preços somente<br />
voltada para inflação e afins. A única resposta<br />
que o setor pode dar para esses<br />
riscos é encontrando uma forma de aumentar<br />
o volume de contratações e, dessa<br />
forma, pulverizar seus riscos. Essa diluição<br />
de risco garante uma operação saudável e<br />
consequentemente preços mais atrativos<br />
ao consumidor”, sugere Damião.<br />
Átila Santos observa que o mercado<br />
segurador brasileiro tem apresentado<br />
PARA QUE SERVE?<br />
O seguro imobiliário, ou seguro incêndio, é extremamente<br />
importante para proteger a estrutura do imóvel que está<br />
sendo alugado. Ele é de contratação obrigatória para quem<br />
está alugando um imóvel residencial ou comercial, de acordo<br />
com a Lei do Inquilinato. O papel dele é amparar os danos à<br />
estrutura do imóvel que está sendo alugado, evitando grandes<br />
prejuízos aos proprietários desses imóveis. Esse tipo de<br />
seguro conta com a cobertura básica de incêndio e também<br />
com outras coberturas adicionais, como perda de aluguel,<br />
danos elétricos e até responsabilidade civil. Normalmente, o<br />
seguro é oferecido junto ao contrato de locação feito pelas<br />
imobiliárias que alugam os imóveis. Esse tipo de seguro traz<br />
maior confiança na relação do proprietário com a imobiliária,<br />
garantindo danos ao imóvel durante o período de locação.<br />
Tragédias Ambientais - Com o seguro incêndio/imobiliária,<br />
ampara-se, entre outros: queda de raio, vendaval, furacão,<br />
ciclone, tornado e queda de granizo. Já no caso do seguro<br />
residencial, a cobertura no mercado geralmente ampara:<br />
alagamento, queda de raio, vendaval, furacão, ciclone, tornado<br />
e queda de granizo, tremor de terra e terremoto. De maneira<br />
geral, tanto o seguro imobiliária/incêndio, como o seguro<br />
residencial, minimizam perdas financeiras de proprietários e<br />
inquilinos, além de diminuir o estresse emocional causado por<br />
diferentes tipos de imprevistos.<br />
Fonte: seguradora Porto<br />
projetos inovadores para a sociedade e para o governo. Especificamente<br />
para as tragédias ambientais, seguradoras começam a apresentar<br />
soluções, como o seguro paramétrico para desastres climáticos.<br />
“Um seguro que pode garantir verbas para reconstruções de<br />
imóveis destruídos em decorrência dessas tragédias. Este seguro,<br />
por exemplo, pode fazer parte de programas públicos de subvenção<br />
para contratação do seguro”, enfatiza o especialista.<br />
HÁ FAMILIZARIZAÇÃO COM O SEGURO?<br />
No geral, construtoras, incorporadoras e outros segmentos<br />
do mercado imobiliário estão bem familiarizados com os modelos<br />
de seguros que atendem o setor. Eles são conscientes dos riscos associados<br />
aos empreendimentos imobiliários, como atrasos na construção,<br />
danos à propriedade e responsabilidade civil, e reconhecem<br />
a importância de garantir a proteção adequada por meio de contratos<br />
de seguro. “Entretanto, existem alguns gargalos que podem<br />
ocorrer nesse processo. Por exemplo: a estruturação jurídica e financeira<br />
de um empreendimento pode ser complexa, envolvendo<br />
diversas partes interessadas, incluindo proprietários, investidores e<br />
28
instituições financeiras. Isso pode levar a atrasos na obtenção do<br />
seguro ou a disputas sobre quem é responsável por pagar os prêmios<br />
do seguro”, entende o advogado Cesar Beck.<br />
Além disso, prossegue o especialista, a comercialização, locação<br />
e destinação do imóvel também podem afetar a cobertura<br />
do seguro. Ele cita como exemplo o caso de um prédio comercial<br />
alugado para uma empresa que usa produtos inflamáveis, isso<br />
pode afetar os termos e condições da cobertura de seguro. “As<br />
construtoras e incorporadoras precisam estar cientes desses riscos<br />
e trabalhar em estreita colaboração com as seguradoras para garantir<br />
que a cobertura de seguro seja adequada em todas as fases<br />
do empreendimento imobiliário. As construtoras e incorporadoras<br />
imobiliárias geralmente têm uma percepção de que a gestão de riscos<br />
e seguros é importante para garantir a proteção adequada de<br />
seus empreendimentos e minimizar prejuízos financeiros em caso<br />
de sinistros. No entanto nem todas as empresas do setor possuem<br />
uma cultura do seguro bem estabelecida e podem não ter processos<br />
internos claros para gerenciar os riscos e contratar seguros adequadamente”,<br />
preocupa-se Beck.<br />
Em resumo, as construtoras e incorporadoras imobiliárias<br />
devem investir em capacitação, análise de riscos, parcerias com corretores<br />
e seguradoras e estabelecimento de políticas e processos<br />
internos para garantir uma gestão eficiente de riscos e seguros em<br />
seus empreendimentos imobiliários.<br />
Há, contudo, boas perspectivas na relação entre os setores<br />
imobiliário e o de seguros. Nos últimos anos, o mercado das construtoras<br />
tem se habituado a contratar as mais diversas modalidades<br />
de seguros. Os empresários entenderam a importância de se verem<br />
protegidos dos riscos. Mas é fato, como reconhece Átila Santos, que<br />
ainda existem muitas empresas que não estão habituadas a contratar<br />
apólices de seguro, e uma parcela muito maior de clientes finais<br />
que não conhecem as modalidades existentes. “O mercado de<br />
seguros vem trabalhando incansavelmente na busca de produtos<br />
aderentes a todos os públicos, mas, certamente, ter o apoio do governo,<br />
de forma a incentivar as contratações, inclusive subsidiando<br />
o pagamento do seguro, como já acontece no ramo agrícola, seria<br />
um grande acelerador para disseminação da cultura, do desenvolvimento<br />
de novos produtos e a efetiva proteção da sociedade”, salienta<br />
o representante da FenSeg.<br />
Elisabete Prado também lamenta a baixa penetração do seguro<br />
no País e o impacto no mercado imobiliário: “Infelizmente, o<br />
seguro no Brasil tem uma participação de apenas 6,3% do PIB. Isso<br />
é muito pouco comparado com os países desenvolvidos. Há potencial<br />
para que se atinja 10% nos próximos anos, desde que o segmento<br />
prossiga com os investimentos contínuos em tecnologia,<br />
continue perseguindo a criação de produtos que se adequem aos<br />
vários tipos de consumidores, e que estejam ao alcance do poder<br />
aquisitivo da massa. Obviamente, quando há aportes financeiros<br />
de bancos para a construção dos empreendimentos, o seguro é<br />
uma parte importante e, quase sempre, compulsória. Mas quando<br />
as edificações resultam de outros recursos, ainda há muitas construtoras<br />
e incorporadoras que classificam o seguro como um insumo<br />
caro e preferem fazer elas próprias o gerenciamento do risco.”<br />
CAUE DAMIÃO,<br />
da CNX<br />
Caue Damião também observa<br />
que as grandes construtoras e incorporadoras<br />
possuem familiaridade com o gerenciamento<br />
de riscos e seguros, sendo<br />
mais estruturadas juridicamente e com<br />
uma preocupação maior não só com os<br />
riscos, mas com suas responsabilidades<br />
com a sociedade. Todos esses fatores estimulam<br />
a se organizarem melhor nesse<br />
âmbito. “Na nossa rotina de corretora,<br />
quando fazemos prospecção de clientes,<br />
vemos uma facilidade maior de entrada<br />
em pequenas empresas. Essas, por não<br />
possuírem a cultura do seguro, quando<br />
nos dão abertura para demonstrarmos<br />
a sua importância e vantagens, acabam<br />
aderindo. Quando vamos para empresas<br />
de médio e grande porte, temos que<br />
fazer um trabalho mais consultivo e voltado<br />
para prestação de serviços a fim de<br />
demonstrar um diferencial de mercado<br />
perante os corretores que já atendem essas<br />
contas maiores”, sintetiza o executivo<br />
da corretora de seguros CNX.<br />
Apesar de alguns fatores desfavoráveis,<br />
é latente a evolução da relação<br />
do setor imobiliário com o seguro nas últimas<br />
duas décadas. E o que se percebe<br />
é que, com modelos inovadores que se<br />
insinuam no mercado de seguros, essa<br />
relação se estreite ainda mais para o enfrentamento<br />
dos riscos inerentes ao setor<br />
imobiliário. De tijolo em tijolo, de apólice<br />
em apólice, concretamente.<br />
29
ANIVERSÁRIO<br />
OLIK<br />
Seguro como serviço<br />
DEPOIS DE UM ANO PRE-OPERACIONAL, OLIK VALIDA SUA ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO<br />
COMO INSURANCE AS A SERVICE<br />
Um novo modelo de negócios<br />
e um time completo, composto<br />
por três jovens executivos. A<br />
Olik completa seu primeiro ano de vida<br />
com o modelo de insurance as a service<br />
para produtos de afinidades, através de<br />
canais de distribuição como financeiras,<br />
promotoras de crédito, varejo e empresas<br />
de entretenimento. “Para todos os<br />
canais distribuidores com base de clientes relevantes que transitam<br />
em torno do seu modelo de negócio, nós integramos a solução de<br />
tecnologia para, através deles, oferecer proteção e seguro de uma<br />
forma digital, amigável, com contratação mais fácil do que a tradicional”,<br />
explica Marcio Magnaboschi, CEO e Co-Fundador da Olik.<br />
A proposta de valor da Olik é viabilizar para o distribuidor<br />
jornadas mais simples e eficientes de distribuição de seguros para<br />
atingir o seu consumidor final de forma integrada. Neste primeiro<br />
ano de atuação, dois sócios chegaram à empresa: Eduardo Santos<br />
e João Duarte, cada um com a sua especificidade de conhecimen-<br />
Como CEO da Juros Baixos, tenho o prazer de compartilhar minha experiência com a Olik.<br />
Durante o processo de desenvolvimento de nossos produtos, tivemos conversas bastante<br />
produtivas no desenvolvimento do produto, e a equipe da Olik foi fundamental em pensar fora<br />
da caixa para atender às nossas demandas específicas. O atendimento foi excepcional, com<br />
diversas opções de integração, seja via API ou pela plataforma própria da Olik, o que tornou a<br />
integração fácil e rápida. A comunicação via WhatsApp foi uma ferramenta valiosa para agilizar<br />
nossas interações. Mas, acima de tudo, o que realmente fez a diferença foi a vontade da equipe da<br />
Olik de fazer acontecer. Sentimos que eles realmente se importaram conosco e com nosso público, aceitando feedbacks<br />
e desenvolvendo soluções personalizadas. Como resultado, estamos lançando não apenas um, mas dois produtos<br />
em parceria. Recomendo fortemente a Olik para qualquer empresa que busque a distribuição de seguros com uma<br />
abordagem personalizada e um compromisso com a excelência.”<br />
GUILHERME NASSER, CEO da Juros Baixos<br />
30
Planejar e comprar uma viagem é sempre um momento incrível, e nós da Chalinga sabemos<br />
o quanto a segurança é importante também, e em caso de alguns destinos é até obrigatório<br />
a aquisição do seguro viagem, então ao sentar junto à Olik, pensamos e elaboramos uma<br />
operação conjunta para apoiar os nossos viajantes.<br />
Com a Olik o cliente da Chalinga é levado numa jornada única de cross sell, que começa na compra<br />
da passagem, e segue com os serviços agregados, como: malas, assentos e o seguro viagem.<br />
E há 6 meses tem sido assim, a Olik é o nosso braço direito em garantir a venda do seguro ideal para<br />
cada estilo de viagem, com um atendimento eficiente, excelente conversão e uma super preço!”<br />
JULIANA MARCHES, CEO da Chalinga<br />
to. Além disso, foi formada a equipe de desenvolvedores, que é a<br />
espinha dorsal do negócio de solução para embedar o seguro, sem<br />
prejudicar a jornada principal.<br />
Magnaboschi explica que no primeiro semestre de 2022<br />
aconteceu a estruturação do negócio, da plataforma de tecnologia<br />
e das soluções. Após esta primeira roupagem pronta, vieram<br />
os primeiros clientes. “A grata surpresa foi que tivemos acesso a<br />
várias possibilidades de parceria muito rapidamente. No primeiro<br />
ano já temos nove parcerias fechadas e já começamos a rodar<br />
os processos de vendas integradas nestas empresas”, comemora<br />
Magnaboschi.<br />
“Com o desenvolvimento dos alicerces da empresa, construídos<br />
sobre bases sólidas, e com uma equipe bem formada, criamos<br />
soluções de tecnologia com leveza, fruto do conhecimento<br />
do João Duarte, nosso CTO”, informa Magnaboschi. O segredo é a<br />
integração dos negócios das seguradoras com os clientes. Nessa<br />
jornada, um marco muito importantefoi a conquista de duas seguradoras<br />
como clientes.<br />
A experiência dos sócios da Olik faz muita diferença no mercado.<br />
Como todos eles vêm do mercado, já possuem conhecimento<br />
e disciplina para promover um processo de execução eficiente. Com<br />
investimento e estratégia, os profissionais colocam em prática o planejamento,<br />
fechando as janelas necessárias. “O segredo é falar mais<br />
“não” para se manter dentro das premissas do negócio”, ensina o CEO.<br />
Dentro da sua juventude, a Olik manteve o foco na sua estratégia,<br />
o que lhe proporcionou monetização e receita muito rapidamente,<br />
com investidores externos olhando para o negócio.<br />
QUEM ESTÁ NESSA?<br />
Há quatro segmentos alvo dentro do missão da Olik: financial<br />
services, que envolvem bancos digitais, cooperativas de crédito,<br />
financeiras, promotoras de crédito etc; turismo e entretenimento,<br />
com o seguro viagem e o ‘no show’, que cobre a impossibilidade do<br />
cliente de comparecer ao evento; varejo, com produtos de garantia<br />
estendida, roubo de celular, prestamista (o target são as empresas de<br />
menor porte, que necessitam de tecnologia); seguradoras e corretoras<br />
de seguros, com gestão, front de vendas, portal do cliente etc.<br />
“O grande diferencial da Olik é conseguir desenvolver estas<br />
soluções em um curto espaço de tempo, para embedar soluções<br />
de seguros para os clientes finais”, ressalta<br />
Magnaboschi.<br />
O produto precisa estar conectado<br />
com a jornada do cliente. “Nossos clientes<br />
podem ser de portes menores, com<br />
necessidades específicas. Nós desenvolvemos<br />
tecnologia ligada ao produto principal”,<br />
comenta.<br />
Para 2023, o crescimento da Olik<br />
deve acompanhar o do mercado de<br />
seguros. O mercado de seguros ainda<br />
representa um percentual baixo no PIB<br />
brasileiro. A Olik existe para buscar novos<br />
consumidores. “Queremos, através<br />
da tecnologia e processos mais amigáveis<br />
e digitais, viabilizar novos parceiros<br />
como distribuidores de seguros, para<br />
criar um novo mercado para aumentar<br />
esta pizza”, avisa Magnaboschi, acrescentando,<br />
que o setor de seguros ainda<br />
é muito tímido, e que existe uma<br />
parcela da população das classes C e D<br />
desassistidas, que não são bancarizadas.<br />
O futuro da empresa é aproveitar a<br />
oportunidade de falta de cobertura da<br />
população e a beleza da função social<br />
do seguro.<br />
No final de 2022, para fazer frente<br />
ao processo de implantação das primeiras<br />
parcerias fechadas, a Olik contratou<br />
Vanessa Trindade como head de operações.<br />
“A Vanessa caiu como uma luva na<br />
estrutura inicial da Olik e tem sido uma<br />
profissional fundamental para garantir a<br />
entrega dos serviços aos nossos clientes.<br />
Em abril, chegou à empresa Rodrigo Dias,<br />
como head de finanças, para nos ajudar<br />
com o crescimento da empresa", reforça<br />
Magnaboschi.<br />
31
EVENTO<br />
PDMS<br />
CNseg investe no diálogo com políticos<br />
e sociedade para chegar a 10% do PIB<br />
Foto: Marcelo Célio<br />
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS SEGURADORAS LANÇA O PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO<br />
MERCADO DE SEGUROS E AGENDA INSTITUCIONAL DO SETOR, AMBOS OS PROJETOS VOLTADOS<br />
PARA MELHORAR A COMUNICAÇÃO DO SETOR<br />
Kelly Lubiato<br />
AConferedeção Nacional das<br />
Seguradoras lançou o PDMS –<br />
Plano de Desenvolvimento do<br />
Mercado de Seguros, um conjunto de<br />
várias ações que visam aumentar a participação<br />
do setor na economia e o crescimento<br />
da proteção de seguro entre a<br />
população de forma geral. O presidente<br />
da entidade, Diogo Oliveira, ressaltou<br />
no evento de lançamento que é a população<br />
mais pobre a que mais necessita<br />
de coberturas do seguro. O setor quer<br />
mostrar a sua relevância para a economia,<br />
já que financia 25% da dívida pública<br />
brasileira.<br />
As sessenta e cinco ações tem o<br />
objetivo de ampliar em 20% a popula-<br />
ção atendida pelo setor de seguros; elevar as indenizações, resgates<br />
e pagamentos de beneficios x PIB, chegando a 6,5%; aumentar<br />
a receita do setor x PIB, para atingir a marca de 10%. “O PDMS depende<br />
do engajamento de toda a indústria do seguro, previdência<br />
privada, capitalização e saúde suplementar. Todos precisam se<br />
engajar porque a indústria dos seguros contribui para melhorar a<br />
qualidade de vida dos brasileiros”, enfatizou Oliveira.<br />
O Plano foi elaborado dentro de quatro eixos de trabalho:<br />
imagem do seguro, canais de distribuição, produtos e eficiência<br />
regulatória. São 65 iniciativas que irão nortear as ações do setor<br />
de seguros de 2023 a 2030, tanto no setor público quanto para o<br />
privado.<br />
As medidas e ações propostas no Plano podem ser resumidas<br />
nos 7 Ps do PDMS. A conjugação de cinco Ps, agindo pela Oferta<br />
e pela Demanda, simultaneamente, gera o resultado de mais<br />
dois Ps, que são as repercussões esperadas para as empresas e os<br />
consumidores.<br />
32
Dyogo Oliveira e convidados no lançamento do PDMS<br />
Foto: Marcelo Célio<br />
O PDMS depende do engajamento<br />
de toda a indústria do seguro,<br />
previdência privada, capitalização e<br />
saúde suplementar. Todos precisam<br />
se engajar porque a indústria dos<br />
seguros contribui para melhorar a<br />
qualidade de vida dos brasileiros”<br />
DIOGO OLIVEIRA, presidente<br />
Políticos que participaram do lançamento da Agenda Institucional do Mercado de<br />
Seguros, em Brasília/DF<br />
Pelo lado da OFERTA temos três Ps:<br />
+Proteção (intensidade)<br />
+Popularização (amplitude)<br />
+Poupança (repercussão de valor)<br />
Pelo lado da DEMANDA temos outros dois Ps:<br />
+PIB (renda disponível)<br />
+ Percepção (conhecimento e comunicação)<br />
O resultado são outros dois Ps:<br />
+ Participação (que traz ganhos de mercado)<br />
– Preço (que amplia a acessibilidade para o consumidor)<br />
AGENDA INSTITUCIONAL<br />
Seguindo na linha de divulgação de informações sobre o<br />
mercado de seguros, a CNseg realizou o lançamento oficial da Agenda<br />
Institucional do Mercado de Seguros em Brasília. Em um evento<br />
repleto de políticos (deputados federais e senadores), o presidente<br />
da entidade apresentou medidas que compreendem ações específicas<br />
para alguns setores.<br />
Entre as propostas, há iniciativas<br />
legislativas e de Governo para aumentar<br />
a proteção ao consumidor de previdência<br />
complementar, permitindo que a reserva<br />
seja protegida pelo patrimônio de afetação.<br />
Isso é fundamental para oferecer<br />
maior segurança jurídica. Outra proposta<br />
de alta relevância é a possibilidade de<br />
usar as reservas previdenciárias como<br />
garantia de crédito. “Há recursos vultosos<br />
depositados que podem tornar o crédito<br />
mais barato, com taxas de juros menores”,<br />
ponderou Oliveira.<br />
A ampliação de acesso à saúde é<br />
uma pauta, por conta de todos os planos<br />
terem um único formato, com custo<br />
elevado. “Queremos criar planos com<br />
coberturas mais flexíveis, mais acessíveis<br />
para todas as famílias”, disse o presidente<br />
da CNseg.<br />
Outra proposta é a criação de um<br />
seguro contra catástrofes naturais. Não<br />
há estrutura de atenção às pessoas afetadas<br />
por tragédias, para que elas possam<br />
se acomodar, se alimentar e receber rapidamente<br />
uma verba das seguradoras. Outro<br />
produto é a proteção de motoristas de<br />
aplicativo, que poderiam ter coberturas<br />
como empregados da CLT. O acidente de<br />
trabalho e um seguro que fosse descontado<br />
diretamente nas folhas de pagamento,<br />
para garantir a permanência da proteção,<br />
são outros pontos da Agenda.<br />
Por último, o setor pediu assento<br />
no Conselho Nacional de Seguros Privados,<br />
que é formado por membros do Governo<br />
e seus vários setores.<br />
33
EVENTO<br />
CVG-SP<br />
Vida em foco no CVG-SP<br />
O<br />
Clube Vida em Grupo São Paulo<br />
(CVG-SP) realizou um encontro<br />
especial - o primeiro da gestão do<br />
novo presidente Marcio Batistuti. Além do<br />
talk show com a presença ilustre de três<br />
dos maiores especialistas em seguro de<br />
vida no país, o evento foi marcado por novidades.<br />
Uma, foi o lançamento da nova<br />
logomarca do CVG-SP e, outra, a estreia<br />
do novo curso de vendas consultivas.<br />
Marcio Batistuti<br />
Talk Show CVG-SP<br />
Asenate Souza e Rogério Araujo<br />
Participaram do talk show Josusmar Souza, CEO do Grupo<br />
Líber e Country Chair Brazil da MDRT, Rogerio Araujo, diretor comercial<br />
da TGL e Nilton Molina, presidente do Conselho de Administração<br />
da MAG Seguros.<br />
O CVG-SP apresentou, em primeira mão, no evento a sua<br />
nova identidade visual. A nova logomarca traz os elementos tradicionais,<br />
como o mapa e a sigla, além de acrescentar o slogan<br />
“Conectando o nosso mercado”. “A vanguarda e o poder de transformação<br />
sempre fizeram parte da identidade do CVG-SP”, disse<br />
Batistuti.<br />
Freela chega ao mercado para fazer a diferença<br />
Na noite da última terça-feira, dia<br />
11 de abril, as revistas Apólice e<br />
Cobertura, duas das mais tradicionais<br />
mídias especializadas no mercado<br />
de seguros brasileiro, promoveram um<br />
happy hour para o lançamento oficial da<br />
Freela, empresa criada em parceria pelas<br />
duas publicações para realizar eventos diferenciados<br />
e exclusivos para o setor.<br />
Com a presença de dezenas de<br />
convidados entre jornalistas, corretores,<br />
executivos e representantes de seguradoras,<br />
empresas de tecnologia e insurtechs,<br />
os sócios – Paulo Kato, Carol Rodrigues<br />
(revista Cobertura), Kelly Lubiato e<br />
Francisco Pantoja (revista Apólice) – puderam<br />
apresentar alguns dos planos da<br />
nova empresa para este ano, como uma<br />
premiação voltada para as ações de ESG e<br />
um evento direcionado ao agronegócio.<br />
Carol Rodrigues, Nicole Fraga, Francisco Pantoja, Kelly Lubiato, Paulo Kato e<br />
Graciane Pereira<br />
Entre os eventos que a Freela deve realizar ainda este ano estão<br />
encontros de negócios ou de relacionamento, workshops, premiações,<br />
fóruns e happy hours. Vale lembrar que a junção das duas revistas envolve<br />
única e exclusivamente a gestão de eventos e sua respectiva divulgação.<br />
O editorial diário continuará totalmente independente.<br />
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