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Entrevista presidente da FIERO destaca a importância da indústria madeireira na região Amazônica<br />
RASTREABILIDADE<br />
RESPONSÁVEL<br />
INSTITUIÇÃO TEM ATUADO FIRME PELA VALORIZAÇÃO<br />
DAS ATIVIDADES DA CADEIA PRODUTIVA DA MADEIRA<br />
NATIVA DE FORMA SUSTENTÁVEL<br />
RESPONSIBLE<br />
TRACEABILITY<br />
AN INSTITUTION HAS ACTED DECISIVELY FOR<br />
THE VALORIZATION OF THE SUSTAINABLE<br />
NATIVE TIMBER PRODUCTIVE CHAIN
SAALASTI: NOVO PARCEIRO INTERNACIONAL COM MAIS DE 40 ANOS DESENVOLVENDO<br />
MÁQUINAS, SOLUÇÕES E A ECONOMIA CIRCULAR DAS INDÚSTRIAS BIOENERGÉTICAS<br />
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2,22 toneladas<br />
55%<br />
1,22t<br />
1,22 t * 50%<br />
= 0,61 t H₂O fora<br />
38%<br />
0,61t<br />
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Cavaco de madeira=<br />
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Biomassa<br />
Seca<br />
45%<br />
1t<br />
Cavaco de<br />
madeira<br />
expremido<br />
na Prensa<br />
Saalasti 1803<br />
Biomassa<br />
Seca<br />
45%<br />
1t<br />
Energia utilizada para<br />
remover 1m³ de água<br />
Secagem<br />
térmica<br />
700–1000<br />
kw/h<br />
Prensa<br />
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MELHORES SOLUÇÕES
SUMÁRIO<br />
INDUSTRIAL<br />
60<br />
2023<br />
42<br />
52<br />
48<br />
MADEIRA<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
Benecke 04<br />
Biesse 21<br />
Burntech 29<br />
Bruno <strong>Industrial</strong> 09<br />
Cipem 41<br />
Contraco 31<br />
DRV Ferramentas 11<br />
Engecass 17<br />
Fimma Brasil 39<br />
Impacto 19<br />
Indumec 27<br />
Mendes Máquinas 02<br />
Mill Indústrias 68<br />
Montana Química 07<br />
MSM Química 35<br />
MSP <strong>Industrial</strong> 67<br />
Nazzareno 23<br />
Omil 15<br />
Prêmio REFERÊNCIA 51<br />
Rotteng 13<br />
Termobio 37<br />
Termolegno 25<br />
SUMÁRIO<br />
08 Editorial<br />
10 Cartas<br />
12 Bastidores<br />
14 Notas<br />
28 Aplicação<br />
30 Frases<br />
32 Entrevista<br />
40 Coluna ABIMCI<br />
42 Principal Os desafios do setor florestal<br />
48 Evento<br />
52 Estudo<br />
56 Inauguração<br />
60 Artigo<br />
64 Agenda<br />
66 Espaço Aberto<br />
06<br />
referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
08<br />
EDITORIAL<br />
VALORIZAÇÃO<br />
DA CADEIA<br />
PRODUTIVA<br />
A<br />
nova edição da Revista REFERÊNCIA MA-<br />
DEIRA INDUSTRIAL destaca a atuação do<br />
Cipem (Centro das Indústrias Produtoras<br />
e Exportadoras de Madeira do Estado de<br />
Mato Grosso), importante instituição que<br />
tem atuado firmemente na defesa da produção florestal<br />
brasileira de mata nativa para vencer as dificuldades da<br />
atividade. O presidente do Cipem destaca que o principal<br />
problema é mudar a imagem do setor, que apesar de aplicar<br />
modernas técnicas de manejo, ainda sofre com o preconceito.<br />
Na entrevista, o presidente da Fiero (Federação<br />
das Indústrias do Estado de Rondônia), Marcelo Thomé<br />
da Silva de Almeida, fala sobre a necessidade de se valorizar<br />
mais o setor industrial da região amazônica, e sobre a<br />
criação do Instituto Amazônia+21. A edição também traz<br />
reportagens sobre a realização da FIMMA Brasil no próximo<br />
mês de agosto, a produção da madeira serrada no<br />
Brasil, além de informações sobre marcenaria, economia e<br />
políticas do setor. Tenha uma ótima leitura!<br />
VALUE OF THE CHAIN<br />
PRODUCTIVE<br />
T<br />
he new REFERÊNCIA Madeira <strong>Industrial</strong> issue<br />
highlights the performance of the State of<br />
Mato Grosso Center of Timber Producer and<br />
Exporters (Cipem). This important institution<br />
has resolutely acted in defense of Brazilian<br />
native forest production to overcome the difficulties of<br />
the activity. The Cipem President points out that the main<br />
problem is to change the Sector’s image, which despite<br />
applying modern management techniques, still suffers<br />
from prejudice. In the interview, Marcelo Thomé da Silva<br />
de Almeida, President of the State of Rondônia Federation<br />
of <strong>Industrial</strong> Companies (Fiero), talks about the need<br />
to give more value to the <strong>Industrial</strong> Sector of the Amazon<br />
Region and about the creation of the Instituto Amazônia+21.<br />
This issue also has stories on Fimma Brazil to be<br />
held next August, on the production of sawn wood, and<br />
information on woodworking, the economy, and policies<br />
for the Sector. Peasant reading!<br />
referenciaindustrial.com.br MAIO 2023<br />
NA CAPA<br />
A CAPA DESTE MÊS DESTACA<br />
O PAPEL DO CIPEM NA DEFESA<br />
DO SETOR FLORESTAL DE<br />
MATA NATIVA QUE ENFRENTA<br />
DIVERSOS DESAFIOS.<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXV - EDIÇÃO 251 - MAIO 2023<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
Ano XXV • Nº251•Maio 2023<br />
Entrevista presidente da FIERO destaca a importância da indústria madeireira na região Amazônica<br />
RESPONSIBLE<br />
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fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director - Pedro Bartoski Jr.<br />
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Redação / Writing<br />
Gisele Rossi<br />
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Colunista / Columnist<br />
Paulo Pupo<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
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Crislaine Briatori Ferreira<br />
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Sofia Carlesso<br />
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Depto. Comercial / Sales Departament - Gerson Penkal - Carlos Felde<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Representante Comercial - Dash7 Comunicação - Joseane Cristina Knop<br />
Tradução / Translation - John Wood Moore<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
RASTREABILIDADE<br />
RESPONSÁVEL<br />
INSTITUIÇÃO TEM ATUADO FIRME PELA VALORIZAÇÃO<br />
DAS ATIVIDADES DA CADEIA PRODUTIVA DA MADEIRA<br />
NATIVA DE FORMA SUSTENTÁVEL<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente, dirigida aos produtores e<br />
consumidores de bens e serviços em madeira, instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos<br />
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente ligados ao<br />
segmento madeireiro. A Revista REFERÊNCIA do Setor <strong>Industrial</strong> Madeireiro não se responsabiliza por<br />
conceitos emitidos em matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />
responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação, armazenamento de banco<br />
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FERÊNCIA são terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos direitos autorais,<br />
exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication directed at the producers and<br />
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and other intellectual property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited without<br />
the written authorization of the holders of the authorial rights.
COMPANY EXPANDS CAPACITY IN<br />
FORMALDEHYDE AND RESINS<br />
THE PANELS MARKET<br />
Entrevista exclusiva com Juliano Vieira de Araújo, presidente reeleito da Abimci, triênio 2023-2026<br />
CARTAS<br />
A Revista da Indústria da Madeira / The Magazine for the Forest Product<br />
INVESTINDO NA CADEIA<br />
DA MADEIRA<br />
EMPRESA AMPLIA A CAPACIDADE EM<br />
PLANTA DE FORMOL E RESINAS,<br />
PARA GARANTIR EXPANSÃO NO<br />
MERCADO DE PAINÉIS<br />
INVESTING IN THE<br />
WOOD CHAIN<br />
FACTORY, TO ENSURE EXPANSION IN<br />
CAPA DA EDIÇÃO 250 DA<br />
REVISTA REFERÊNCIA INDUSTRIAL, MÊS DE MAIO DE 2023<br />
www.referenciaindustrial.com.br<br />
CARTAS<br />
GESTÃO<br />
Ano XXV • Nº250•Abril 2023<br />
ENTREVISTA<br />
Por Bianca Pereira -<br />
São Paulo (SP)<br />
Por Fernando Ávine -<br />
Santarém (PA)<br />
A ABIMCI estará em boas mãos nos próximos<br />
3 anos, com um gestor com muita experiência,<br />
Que a ABIMCI continue crescendo como nos<br />
últimos anos.<br />
Muito bom saber que<br />
o setor moveleiro tem<br />
conseguido crescer<br />
ao longo do ano. São<br />
empregos e renda<br />
gerados dentro do Brasil<br />
e que esse movimento<br />
possa continuar por muito<br />
mais tempo.<br />
Foto: Gelson Bampi<br />
Foto: Gelson Bampi<br />
Fotos: REFERÊNCIA / FLICKR FIEP<br />
EVENTO<br />
Foto: divulgação<br />
PRINCIPAL.<br />
Por Caio Mendes -<br />
Lucas do Rio Verde (MT)<br />
É sempre interessante<br />
conhecer histórias de<br />
empresas tradicionais que<br />
se destacam pelo país,<br />
como a Bonardi, de Curitiba<br />
(PR), que vem apresentando<br />
novas tecnologias.<br />
Por Gabriel Costa -<br />
Dourado (MS)<br />
A construção com madeira tem que ser<br />
cada vez mais aplicada na sociedade. Só<br />
tem vantagens e além de tudo ainda traz<br />
um charme especial para as residências.<br />
ERRATA<br />
Na última edição, na reportagem de capa da Bonardi,<br />
divulgamos que a empresa aumentou a capacidade de<br />
produção de 22 mil para 30 mil toneladas/ano, mas o correto<br />
é de 22 mil toneladas/mês para 30 mil toneladas/mês.<br />
Leitor, participe de nossas pesquisas online respondendo os<br />
e-mails enviados por nossa equipe de jornalismo.<br />
As melhores respostas serão publicadas em CARTAS. Sua opinião é<br />
fundamental para a Revista REFERÊNCIA INDUSTRIAL.<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser enviados para redação ou siga:<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
CURTA NOSSA PÁGINA<br />
Referência <strong>Industrial</strong> Madeira<br />
@referenciamadeira<br />
10 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
OL ANÇAMENTO<br />
i<br />
do ano da drv já tem data e local:<br />
aguardem!<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
BASTIDORES<br />
BASTIDORES<br />
CONGRESSO<br />
DURANTE O CONGRESSO DO PINUS EM LAGES (SC), REGISTRAMOS<br />
O MOMENTO DA PARCERIA FORTE DE 23 ANOS ENTRE A EMPRESA<br />
CONTRACO E A REVISTA REFERÊNCIA.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
VISITA<br />
O COMERCIAL DA REVISTA REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL,<br />
GERSON PENKAL EM VISITA A EMPRESA IMPACTO MÁQUINAS,<br />
DE LAGES (SC), DO DIRETOR DANIEL ENGEL.<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
ALTA<br />
JOVENS COM<br />
EMPREGO<br />
O Paraná encerrou o mês de<br />
março com um saldo positivo<br />
de 9.360 jovens entre 18 e<br />
29 anos empregados com<br />
carteira assinada, ocupando<br />
o primeiro lugar entre os<br />
Estados no sul, segundo<br />
dados do Caged (Cadastro<br />
Geral de Empregados e Desempregados)<br />
do Ministério<br />
do Trabalho e Previdência. O<br />
desempenho é resultado de<br />
82.188 admissões de trabalhadores<br />
nesta faixa etária e<br />
72.828 demissões.<br />
BAIXA<br />
SITUAÇÃO FINANCEIRA<br />
O índice de situação financeira<br />
da pesquisa trimestral da<br />
CNI (Confederação Nacional<br />
da Indústria) Panorama da<br />
Pequena Indústria, apontou<br />
recuo nas condições financeiras<br />
das pequenas indústrias.<br />
Calculado com base na margem<br />
de lucro operacional,<br />
na situação financeira e no<br />
acesso ao crédito, o indicador<br />
caiu de 43,0 pontos para<br />
39,3 pontos na passagem<br />
do quarto trimestre de 2022<br />
para o primeiro trimestre<br />
de 2023. É o pior número<br />
trimestral desde o primeiro<br />
trimestre de 2021.<br />
12 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
VENHA NOS<br />
VISITAR NA
NOTAS<br />
CERTIFICAÇÃO<br />
ATERRO ZERO<br />
A Impress Decor, empresa especializada em superfícies para móveis e revestimentos, acaba de receber a certificação<br />
Aterro Zero pela KMW ECO, empresa parceira que defende a sustentabilidade na prática e é responsável pela gestão dos<br />
mais variados resíduos. Daniele Gimenes, responsável pelo setor de Safety and Environment da Impress Decor, informou<br />
que a implementação do programa teve início em 2020 e que o processo levou 3 anos até a obtenção deste reconhecimento.<br />
“Trabalhamos em busca de novas alternativas, testes ambientais, licenciamento e negociações. Só então, depois<br />
de alcançar sucesso em todas essas etapas, conseguimos garantir 100% da destinação dos resíduos para alternativas mais<br />
limpas”, explica Daniele.<br />
A finalidade do programa é eliminar a disposição dos resíduos em aterros industriais, direcionando-os para alternativas<br />
sustentáveis. Antes de participar do programa, a Impress Decor, já realizava o descarte de seus resíduos corretamente.<br />
“Com a jornada para o Aterro Zero junto à KMW EC0, o trabalho nos trouxe um olhar para diagnósticos mais aprofundados<br />
para a nossa empresa, que delimitaram estratégias mais assertivas e equilibradas com soluções integradas para a gestão<br />
de resíduos. Sempre soubemos que destinar os resíduos para alternativas sustentáveis, eliminando a destinação para aterros<br />
industriais, é fundamental. Este reconhecimento chancela nosso compromisso ambiental como empresa e sociedade e<br />
vem de encontro aos nossos valores. Afinal, fazer mais ao meio ambiente do que é exigido pela legislação, sempre foi um<br />
dos maiores comprometimentos da empresa com o planeta e com as futuras gerações.” destaca Daniele.<br />
A Impress Decor, sediada em Araucária, região metropolitana de Curitiba, teve a participação de todos os colaboradores<br />
para conquistar a certificação. Para se ter uma ideia deste trabalho, em 2022 a empresa gerou em média 3 mil toneladas/ano<br />
em resíduos sólidos nas áreas produtivas e administrativas. Neste mesmo período menos de 2% destes resíduos<br />
eram destinados para o aterro industrial, pois a empresa já estava trabalhando rumo ao Aterro Zero. Em 2023, 100% destes<br />
resíduos já estão licenciados para alternativas mais limpas.<br />
Foto: divulgação<br />
14 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
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NOTAS<br />
FEICON 2023 BATE RECORDE DE VISITAÇÃO<br />
A FEICON, realizada em meados de abril, em São Paulo (SP), registrou recorde de público, tornando-se uma das maiores<br />
edições de todos os tempos. O evento recebeu 102.500 visitantes, sendo 75% deles altamente qualificados e com poder de<br />
decisão sobre o processo de compras, o que consagra a FEICON como plataforma indispensável para impulsionar negócios,<br />
relacionamentos e parcerias da indústria de arquitetura e construção.<br />
“Recebemos visitantes qualificados em quatro dias de evento. Além disso, o evento ofereceu mais de 200h (horas) de<br />
conteúdo e impulsionou negócios para os expositores, batendo recorde de geração de leads. A FEICON definitivamente se<br />
consolidou como um dos eventos mais relevantes do mundo para a indústria da construção”, garante Mayra Nardy, Diretora<br />
de Portfólio da RX Brasil, promotora e organizadora da FEICON.<br />
A programação teve mais de 200h de conteúdo e permitiu ao evento apresentar um panorama abrangente de tendências,<br />
inovações, tecnologias e contextos macroeconômicos sobre toda a cadeia construtiva.<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
16 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
NOTAS<br />
MERCADO ELEVA PROJEÇÃO<br />
DO CRESCIMENTO DA ECONOMIA<br />
A previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu de 0,96% para 1%. A estimativa<br />
foi publicada no boletim Focus no início de maio, pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília (DF), pelo BC (Banco<br />
Central) com a projeção para os principais indicadores econômicos.<br />
Para o próximo ano, a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) é de crescimento de 1,41%. Em 2025 e 2026, o mercado<br />
financeiro projeta expansão do PIB em 1,8% para os 2 anos.<br />
A previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) - considerada a inflação oficial do país - também<br />
subiu: de 6,04% para 6,05% neste ano. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 4,18%. Para 2025 e 2026, as previsões<br />
são de 4%, para os 2 anos.<br />
A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo CMN<br />
(Conselho Monetário Nacional), a meta é 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou<br />
para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto<br />
da meta em 2023 é de 83%.<br />
Foto: divulgação<br />
18 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
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NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
MAIS EMPREGOS<br />
EM SANTA CATARINA<br />
A economia catarinense criou 48,5 mil novos empregos formais, no primeiro trimestre do ano. As vagas<br />
de trabalho de Santa Catarina cresceram 2,1% em relação ao final de 2022, quase o dobro do índice<br />
nacional, que aumentou 1,2% no mesmo período. A indústria foi o setor que mais contribuiu para esse<br />
resultado, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, analisados pelo Observatório<br />
FIESC (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina). “O aumento das vagas formais em Santa<br />
Catarina decorre do desenvolvimento econômico do Estado e da competitividade das nossas indústrias.<br />
Esse movimento gera oportunidades em diversos setores produtivos, contribuindo para os bons índices<br />
de empregabilidade e de renda”, comemorou Gilberto Seleme, presidente em exercício da FIESC.<br />
A indústria lidera a geração de empregos, com 25.824 novas vagas no primeiro trimestre de 2023.<br />
Em seguida, ficou o setor de serviços, com 21.052, e a agropecuária, que teve saldo de 2.639. Já o comércio<br />
fechou 1.044 vagas no período analisado. No mês passado, foram geradas 11.885 novas vagas<br />
em Santa Catarina, superando março de 2022, quando 7.247 mil postos de trabalho foram criados.<br />
20 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
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NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
AÇÕES POLÍTICAS<br />
EM DEFESA DO SETOR DA MADEIRA<br />
Deputados do Paraná e do Rio Grande do Sul promoveram ações no último mês de abril, em defesa do setor da madeira.<br />
A Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) realizou a primeira audiência pública sobre as: Oportunidades e Desafios do<br />
Setor Florestal Paranaense; realizada pelo Bloco Temático da Madeira. O objetivo do encontro foi promover o amplo debate<br />
a respeito do setor produtivo, políticas públicas e desenvolvimento sustentável. O presidente do Bloco Parlamentar da Madeira,<br />
deputado Artagão Júnior (PSD), comentou que a audiência pública foi positiva porque contou com diversos atores do<br />
setor produtivo e também com representantes do Poder Público, que tem a responsabilidade da fiscalização e da realização<br />
de políticas públicas. “O que ficou evidente aqui neste evento, ao contrário do que a sociedade imagina, é que quando a<br />
gente fala do setor florestal, da floresta plantada, temos um segmento, até por exigência das certificações internacionais,<br />
com um compromisso muito acima do convencional no sentido da preservação e da sustentabilidade”, esclareceu Artagão.<br />
A segunda ação em prol do setor foi a instalação da Frente Parlamentar da Silvicultura no Rio Grande do Sul. Ela funcionará<br />
como um fórum permanente para discutir temas de interesse do setor e atuar como elo entre os governos estadual e<br />
federal. No ato, o secretário-chefe da Casa Civil do Rio Grande do Sul, Artur Lemos, informou que o governador Eduardo<br />
Leite recebeu a proposta de Plano Estadual para Qualificar as Florestas Plantadas no Rio Grande do Sul, programa que, em<br />
sua visão, deverá nortear o futuro da silvicultura no Estado. O secretário anunciou também que o governo deverá encaminhar<br />
ao Poder Legislativo projeto de lei ampliando o prazo de licença de operação para a atividade de 5 anos para 10 anos.<br />
22 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
NOTAS<br />
EUROPA<br />
APROVA NOVA LEI<br />
O parlamento europeu aprovou em abril a norma que proíbe a venda na UE (União Europeia) de produtos<br />
oriundos de desmatamento. A lei barra a comercialização no bloco de qualquer cultura que esteja ligada ao corte<br />
de florestas – ilegal ou não – após 2020. Há uma lista de produtos primários na lei, que inclui, entre outros, a<br />
madeira e o gado, bem como, seus derivados, como o mobiliário e o couro. Dessa forma, após um período de<br />
transição, que está previsto para acabar em agosto de 2024, as empresas europeias terão que garantir com um documento<br />
auditado que o produto importado não é oriundo de terras que foram desmatadas. A empresa europeia<br />
que não cumprir com a lei poderá pagar uma multa de 4% de seu faturamento anual. Nesse sentido, a ABIMÓVEL<br />
(Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) volta a reforçar a necessidade de adequação e certificação de<br />
matérias-primas e processos produtivos na indústria brasileira de móveis. Lembrando que a sustentabilidade é, de<br />
fato, uma das maiores marcas do setor, que faz parte do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas),<br />
seguindo seu guia de sustentabilidade.<br />
Além disso, cerca de 98% das empresas exportadoras ligadas ao Projeto Setorial Brazilian Furniture têm algum<br />
tipo de certificação ambiental, comprovando a preocupação e atuação com o tema, que inclui, além do reflorestamento,<br />
questões como economia circular, logística reversa e responsabilidade social, que também permeiam as<br />
ações das indústrias de móveis.<br />
Foto: divulgação<br />
24 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
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NOTAS<br />
60 ANOS<br />
DA INDUMEC<br />
A Revista REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL prestigiou<br />
a confraternização pelos 60 anos da Indumec que<br />
reuniu diretores, funcionários e o fundador Stefan Koller na<br />
sede da empresa em Curitiba (PR). A comemoração aconteceu<br />
no dia da fundação da empresa, dia 28 de março.<br />
A Indumec Indústria Mecânica Ltda é referência em máquinas<br />
e equipamentos para o setor da madeira, principalmente na indústria<br />
de compensados. Foi com constante estudo e pesquisa sobre<br />
as tendências do mercado, buscando melhorias tecnológicas para<br />
implementar na empresa e prestação de serviço de qualidade que<br />
garantiram à Indumec chegar aos 60 anos como uma empresa consolidada<br />
no setor.<br />
A Indumec iniciou as atividades com a fabricação de prensas para<br />
compensados e passadeiras de cola em uma garagem com 12 funcionários.<br />
Hoje está instalada em uma área de 15 mil m 2 de área construída<br />
na Cidade <strong>Industrial</strong> de Curitiba e conta com 50 colaboradores. A<br />
prensa para compensados continua sendo o maquinário mais comercializado<br />
pela empresa, agora atualizado com carregadores e descarregadores<br />
automáticos, e com até 41 pratos, que garantem um ciclo<br />
contínuo de produção.<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
26 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
secador de lâminas<br />
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DESDE 1963
APLICAÇÃO<br />
STAIN BASE ÁGUA<br />
EM NOVAS CORES<br />
Durante a Feicon 2023, realizada entre 11 e 14 de abril, em São Paulo (SP),<br />
a Montana Química fez alguns lançamentos de produtos para o setor da madeira.<br />
A linha stain Osmocolor Base Água ganhou quatro novas cores e embalagem<br />
de 18L (litros) do produto. Outra novidade foi o lançamento da versão<br />
base água da Osmocolor Deck.<br />
O Osmocolor Base Água, é uma versão do stain pioneiro no mercado brasileiro<br />
que tem ganhado a preferência dos clientes. Estava disponível em seis<br />
cores: Transparente, Natural UV Gold, Imbuia, Nogueira, Mogno e Ipê. E agora<br />
ganhou mais quatro opções de cores: Castanheira, Canela, Cedro e incolor<br />
UV Glass. A Montana Química também passa a oferecer a embalagem de 18<br />
litros do stain base água. Outra novidade foi Osmocolor Deck que também<br />
ganhou a sua versão base água, na cor castanha.<br />
LANÇAMENTO NA FEICON<br />
O Osmocolor Stain Base Água é uma inovação que já vem pronta para o<br />
uso e que permite uma aplicação com menor tempo de secagem, cerca de 3h a 4h (horas) entre uma demão e<br />
outra, o que possibilita até três demãos em um único dia. Sem contar que deixa um cheiro natural possibilitando<br />
o pronto uso do ambiente em que foi aplicado o material logo após a secagem das peças. “Sabemos que<br />
a Feicon oferece conteúdo técnico de alta qualidade e inspira profissionais de todos os setores da construção<br />
civil e arquitetura todos os anos. Por isso, trazemos essas novas tecnologias do mercado para o público”, enaltece<br />
Michel Sentinelo, gerente de marketing e comunicação da Montana Química.<br />
Lançado em 2022, o Osmocolor Stain Base Água tem acabamento impregnante acetinado e como característica,<br />
penetra nos veios da madeira, realçando os seus desenhos naturais, penetra nas fibras e acompanha<br />
os movimentos, ao mesmo tempo em que protege e embeleza o substrato. Possui duplo filtro solar para proteger<br />
a madeira contra a ação dos raios ultravioleta provenientes do sol, por meio de pigmentos absorvedores<br />
que protegem a superfície. Possui, ainda, ação hidrorrepelente, que reduz o empenamento das madeiras,<br />
assegurando excelente resistência em ambientes externos.<br />
Michel Sentinelo, da Montana Química<br />
(esq.), e Fábio Machado da Revista<br />
PRODUTOS DE MADEIRA<br />
Fotos: REFERÊNCIA/divulgação<br />
28 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
FRASES<br />
“AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE MÓVEIS VÃO ALÉM DA<br />
VENDA DE PRODUTOS, ELAS REPRESENTAM A EXPORTAÇÃO DE<br />
MATERIAIS ÚNICOS, DE INOVAÇÃO, DESIGN, SUSTENTABILIDADE,<br />
ESTILO DE VIDA E UMA MARCA FORTE QUE O BRASIL TEM<br />
CONQUISTADO NO MERCADO INTERNACIONAL”<br />
IRINEU MUNHOZ - PRESIDENTE DA ABIMÓVEL (ASSOCIAÇÃO<br />
BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DO MOBILIÁRIO)<br />
“SOMOS<br />
A MAIOR<br />
REFERÊNCIA<br />
NA CADEIA<br />
PRODUTIVA<br />
DA MADEIRA,<br />
DESDE UM SIMPLES<br />
CAVACO, ATÉ AS<br />
GRANDES INDÚSTRIAS<br />
DE CELULOSE. E O<br />
SETOR MOVELEIRO É UM<br />
POLO IMPORTANTE NA<br />
ECONOMIA DO ESTADO”<br />
“O DESAFIO PARA O BRASIL É TRANSFORMAR<br />
ESSAS VANTAGENS COMPARATIVAS EM GANHOS<br />
COMPETITIVOS REAIS. AS NOVAS BASES VERDES DE<br />
COMPETITIVIDADE ESTÃO CONSOLIDADAS, E SETORES<br />
E PAÍSES MAIS ECOINOVADORES TÊM SE MOSTRADO<br />
MAIS COMPETITIVOS”<br />
PEDRO WONGTSCHOWSKI, LÍDER DA MEI (MOBILIZAÇÃO<br />
EMPRESARIAL PELA INOVAÇÃO) DA CNI<br />
“A SOCIEDADE DE FORMA GERAL<br />
NÃO AGUENTA MAIS TRIBUTOS, A<br />
CARGA TRIBUTÁRIA CHEGOU A 33,7%<br />
DO PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO),<br />
NO ANO PASSADO”<br />
CARLOS MASSA<br />
RATINHO JUNIOR<br />
– GOVERNADOR<br />
DO PARANÁ, NA<br />
INAUGURAÇÃO<br />
DA BIESSE BRASIL<br />
EM CURITIBA (PR)<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
GUILHERME MERCÊS – DIRETOR DE<br />
ECONOMIA E INOVAÇÃO DA CNC<br />
(CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO<br />
COMÉRCIO DE BENS, SERVIÇOS E<br />
TURISMO), DURANTE A SESSÃO DE<br />
DEBATES TEMÁTICOS NO PLENÁRIO<br />
DO SENADO FEDERAL.<br />
30 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
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ENTREVISTA<br />
AMAZÔNIA<br />
INDUSTRIAL<br />
AMAZON<br />
INDUSTRIAL<br />
ENTREVISTA<br />
O<br />
atual presidente da FIERO (Federação das Indústrias do<br />
Estado de Rondônia), Marcelo Thomé da Silva de Almeida,<br />
cursava a faculdade de arquitetura na UFRJ (Universidade<br />
Federal do Rio de Janeiro) quando tomou uma decisão na<br />
vida: empreender na Amazônia. Se mudou para Rondônia<br />
onde se estabeleceu como empresário da construção civil, como sócio<br />
da Wasi Arquitetura e Projetos. E foi assim que iniciou sua participação<br />
na vida sindical, colaborando com o Sinduscon de Porto Velho, em que<br />
se tornou presidente. Por meio desta participação institucional acabou<br />
chegando à presidência da FIERO, sendo reeleito para nova gestão que<br />
vai iniciar no segundo semestre deste ano. Nesta entrevista exclusiva<br />
para a Revista REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL, Marcelo fala da necessidade<br />
de se valorizar mais o setor industrial da região amazônica, e<br />
também da criação do Instituto Amazônia+21, instituído com suporte da<br />
CNI (Confederação Nacional da Indústria) e da Ação Pró-Amazônia para<br />
promover negócios sustentáveis, entre outros assuntos.<br />
M<br />
arcelo Thomé da Silva de Almeida, the current President of<br />
the State of Rondônia Federation of <strong>Industrial</strong> Companies<br />
(Fiero), was studying architecture at the Federal University<br />
of Rio de Janeiro (Ufrj) when he made a life-making decision<br />
to undertake the challenge of living in the Amazon<br />
Region. So, he moved to Rondônia, where he established himself as a civil engineering<br />
professional, as a partner of Wasi Arquitetura e Projetos. And that<br />
is how he began participating in the business class union life, collaborating<br />
with the Porto Velho Sinduscon, where he became president. Through this<br />
institutional participation, he became President of Fiero and was re-elected<br />
for a new mandate to begin in the second half of this year. In this exclusive<br />
interview with REFERÊNCIA Madeira <strong>Industrial</strong>, Almeida talks about the need<br />
to give more value to the Amazon Region <strong>Industrial</strong> Sector and about the Instituto<br />
Amazônia+21 created with the support of the National Confederation<br />
of <strong>Industrial</strong> Companies (CNI) and Ação Pró-Amazônia to promote sustainable<br />
business, among other subjects.<br />
MARCELO THOMÉ DA<br />
SILVA DE ALMEIDA<br />
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: GRADUADO EM ARQUITETURA<br />
PELA UFRJ (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO)<br />
CARGO: PRESIDENTE DA FIERO (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS<br />
DO ESTADO DE RONDÔNIA), PRESIDENTE DO INSTITUTO<br />
Foto: divulgação<br />
AMAZÔNIA+21<br />
PROFESSIONAL EDUCATION: GRADUATE IN ARCHITECTURE, FEDERAL UNIVERSITY<br />
OF RIO DE JANEIRO (UFRJ)<br />
FUNCTION: PRESIDENT OF THE STATE OF RONDÔNIA FEDERATION OF INDUSTRIAL<br />
COMPANIES (FIERO), PRESIDENT OF THE INSTITUTO AMAZÔNIA+21<br />
32 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
COMO FOI SUA TRAJETÓRIA DENTRO DA FIE-<br />
RO ATÉ AQUI?<br />
Assumi a FIERO a partir da construção de uma<br />
solução de consenso que é mais mérito do coletivo<br />
da instituição. Procurei traduzir esse consenso em um<br />
programa de trabalho com ampla participação do<br />
empresariado e sinergia de esforços com SENAI, SESI<br />
e IEL. Estamos tendo bons resultados e abrindo novos<br />
espaços de oportunidade para a indústria, com mais<br />
envolvimento na sociedade e maior compromisso<br />
com a sustentabilidade. Em julho vamos iniciar um<br />
novo mandato com o desafio de fortalecer a atividade<br />
industrial em Rondônia para atender as demandas internas<br />
e ganhar mercados externos, contribuindo para<br />
a conservação da Amazônia e para o desenvolvimento<br />
sustentável.<br />
QUAL A REPRESENTATIVIDADE DO SETOR IN-<br />
DUSTRIAL NA ECONOMIA DO ESTADO DE RON-<br />
DÔNIA?<br />
Rondônia está entre os três Estados mais industrializados<br />
da Amazônia, junto com Amazonas e Pará.<br />
Hoje a indústria responde por cerca de 19% do PIB<br />
(Produto Interno Bruto) do Estado. A agropecuária<br />
por 20% e os serviços por 61%, isso em números redondos.<br />
O mais importante é que a base e a própria<br />
vocação industrial de Rondônia se espalha por todo<br />
o Estado, o que cria vantagens e atrativos diversificados<br />
em diversos setores, desde o setor alimentício,<br />
até a mineração estruturada. Temos uma indústria em<br />
desenvolvimento e a Bioeconomia traz possiblidades<br />
animadoras. Estamos trabalhando para tornar a indústria<br />
a âncora do desenvolvimento sustentável em<br />
Rondônia.<br />
QUAL A CARACTERÍSTICA PRINCIPAL DAS IN-<br />
DÚSTRIAS ASSOCIADAS À FIERO?<br />
Como falei, nossa indústria tem uma base ampla<br />
e isso se reflete na formação da FIERO. Podemos<br />
destacar a construção civil, construção pesada, metal<br />
mecânico, cerâmica, mobiliário, produtos madeireiros,<br />
mineração e extrativismo, indústria gráfica, frigoríficos,<br />
laticínios, panificação, reparação, vestuário. Temos<br />
uma formação bem representativa.<br />
QUAL PANORAMA ATUAL DA INDÚSTRIA DO<br />
SETOR DA MADEIRA EM RONDÔNIA?<br />
O setor madeireiro responde por algo em torno de<br />
3% das exportações do Estado. O desafio é qualificar<br />
cada vez mais essa produção, com boas práticas, certificação<br />
e organização da cadeia produtiva, de forma<br />
a agregar valor e elevar o nível de industrialização do<br />
setor madeireiro dentro do Estado. Para esse segmento<br />
crescer, precisa vender para os mercados externos<br />
e estes exigem garantias de boa procedência da<br />
HOW DID YOU BECOME FIERO PRESIDENT?<br />
I assumed a mandate at Fiero due to constructing a<br />
consensus solution that is more the merit of the Institution’s<br />
collective than anything else. I tried to translate this consensus<br />
into a work program with broad participation of the<br />
business community and synergy of efforts with Senai, Sesi,<br />
and IEL. As a result, there are good results and new spaces<br />
of opportunity for industry, with more involvement in society<br />
and a more significant commitment to sustainability. In July,<br />
we will begin a new mandate to strengthen industrial activity<br />
in the State of Rondônia to meet internal demands and<br />
gain foreign markets, contributing to the Amazon Region’s<br />
conservation and sustainable development.<br />
WHAT IS THE PARTICIPATION OF THE INDUSTRIAL<br />
SECTOR IN THE STATE OF RONDÔNIA ECONOMY?<br />
Rondônia is among the three most industrialized states<br />
in the Amazon Region, along with the States of Amazonas<br />
and Pará. In round numbers, industrial companies account<br />
for about 19% of State GDP, agriculture 20%, and services<br />
61%. The most important thing is that the Rondônia industrial<br />
base and vocation spreads throughout the State, which<br />
creates diversified advantages and attractions in various<br />
sectors, from the food segment to structured mining. We<br />
have a developing <strong>Industrial</strong> Sector, and the Bioeconomy<br />
provides exciting possibilities. We are working to make the<br />
<strong>Industrial</strong> Sector the anchor of sustainable development in<br />
the State of Rondônia.<br />
WHAT IS THE MAIN CHARACTERISTIC OF THE<br />
COMPANIES ASSOCIATED WITH FIERO?<br />
As I said, our <strong>Industrial</strong> Sector has a broad base, and<br />
this is reflected in the formation of Fiero. We can highlight<br />
building construction, heavy construction, metal works, ceramics,<br />
furniture, forest products, mining, extractive, graphic<br />
industry, refrigerators, dairy, bakery, repair, and textiles. So,<br />
we have a very representative lineup.<br />
WHAT IS THE CURRENT PANORAMA OF THE FO-<br />
REST PRODUCT SECTOR IN THE STATE OF RONDÔ-<br />
NIA?<br />
The Forest Product Sector accounts for around 3% of<br />
State exports. The challenge is to increasingly qualify this<br />
O BRASIL PRECISA CONHECER<br />
MELHOR A REALIDADE DA<br />
AMAZÔNIA, INCLUSIVE DO ESFORÇO DE<br />
UM SETOR PRODUTIVO REGIONAL QUE<br />
CONHECE E VALORIZA A AMAZÔNIA<br />
MAIO 2023 33
ENTREVISTA<br />
madeira. Então, investir em boas práticas, inovação e<br />
processos sustentáveis é um excelente negócio.<br />
AS INDÚSTRIAS DO ESTADO ESTÃO DENTRO<br />
DAS PRÁTICAS DE ESG?<br />
Temos hoje um nível muito bom de preocupação<br />
e compromisso com a sustentabilidade na indústria.<br />
Rondônia pode mostrar vários exemplos de empresas<br />
com práticas sustentáveis em todos os seus processos<br />
de produção. Desde as grandes usinas de energia, a<br />
Santo Antônio e a Jirau, até empresas de porte médio<br />
e pequeno. E a estratégia ESG tem ganho adesão e<br />
força com uma rapidez impressionante. Isso acontece<br />
porque quem é empreendedor na Amazônia sabe do<br />
potencial da floresta e que para ter sucesso precisa<br />
inovar, aprender e melhorar o ambiente para os negócios<br />
na região. E isso só é possível com responsabilidade<br />
socioambiental, valorização da floresta e práticas<br />
sustentáveis.<br />
QUAIS AS AÇÕES DA FIERO PARA INCENTI-<br />
VAR AS PRÁTICAS ESG NAS INDÚSTRIAS?<br />
Sabemos do interesse do mundo na Amazônia,<br />
estamos no centro de debates decisivos para o futuro<br />
do planeta, como mudanças climáticas e descarbonização.<br />
Temos debatido e estudado muito como e de<br />
que forma a estratégia ESG pode ser aplicada na realidade<br />
da Amazônia, com um olhar atento para os ODS<br />
(Objetivos de Desenvolvimento) da ONU (Organização<br />
das Nações Unidas). Muitas empresas na região,<br />
especialmente a indústria, já adotam a estratégia ESG,<br />
mas o importante é estruturar um modelo sustentável<br />
na economia regional e hoje temos um trabalho<br />
articulado da Ação Pró-Amazônia, que reúne as federações<br />
de indústrias dos nove estados da Amazônia<br />
Legal, pela sustentabilidade, a conservação da floresta<br />
e a descarbonização da Amazônia, que cobra o fim<br />
das queimadas. O principal marco dessa nova atitude<br />
é a criação do Instituto Amazônia+21, instituído com<br />
suporte da CNI e da Ação Pró-Amazônia para promover<br />
negócios sustentáveis.<br />
O QUE PRECISA SER FEITO PARA FORTALECER<br />
O SETOR INDUSTRIAL NO ESTADO?<br />
A indústria de Rondônia e da Amazônia tem uma<br />
história de pioneirismo e coragem empreendedora.<br />
Historicamente, o empresário que escolhe produzir<br />
na Amazônia enfrenta desafios muito maiores que no<br />
sudeste e sul do país. Desde a infraestrutura precária<br />
ao isolamento da região. O Brasil precisa conhecer<br />
melhor a realidade da Amazônia, inclusive do esforço<br />
de um setor produtivo regional que conhece e valoriza<br />
a Amazônia. Na verdade, o desafio do desenvolvimento<br />
econômico e social sustentável da Amazônia não<br />
depende apenas de nós, que estamos lá, depende<br />
production with good practices, certification, and organization<br />
of its chain to add value and raise the level of industrialization<br />
of the Forest Product Sector within the State.<br />
Moreover, for this segment to grow, it needs to sell to foreign<br />
markets, which requires guarantees of good origin of<br />
the timber. So, investing in good practices, innovation, and<br />
sustainable processes is an excellent business.<br />
ARE STATE OF RONDÔNIA COMPANIES OPERA-<br />
TING WITHIN ESG PRACTICES?<br />
Today, we have an outstanding level of concern and<br />
commitment to sustainability in the <strong>Industrial</strong> Sector. Rondônia<br />
provides several examples of companies with sustainable<br />
practices in all their production processes. From the<br />
large power plants, Santo Antônio and Jirau, to medium<br />
and small companies. And the ESG strategy has been gaining<br />
traction and with impressive speed. This is because<br />
those entrepreneurs in the Amazon Region know the potential<br />
of the forest. But, to succeed, they need to innovate,<br />
learn, and improve the environment for business in the<br />
Region. And this is only possible with socio-environmental<br />
responsibility, appreciation of the forest, and sustainable<br />
practices.<br />
WHAT ACTIONS IS FIERO TAKING TO ENCOURAGE<br />
ESG PRACTICES IN COMPANIES?<br />
We understand the world’s interest in the Amazon Region;<br />
we are at the center of decisive debates for the planet’s<br />
future, such as climate change and decarbonization.<br />
We have debated and studied how the ESG strategy can<br />
be applied in the reality of the Amazon Region, with a close<br />
look at the United Nations Development Goals (SDGs).<br />
Many regional companies, especially industrial ones, have<br />
already adopted the ESG strategy. Still, the important thing<br />
is to structure a sustainable model in the regional economy.<br />
Today, we have an articulated work of the Ação Pró-Amazônia,<br />
which brings together the <strong>Industrial</strong> Company Federations<br />
of the nine states of the Legal Amazon for sustainability,<br />
forest conservation, and decarbonization of the Amazon<br />
Region, which demands an end to fires. The main milestone<br />
of this new attitude is the Instituto Amazônia+21 created<br />
with the support of CNI and Ação Pró-Amazônia to promote<br />
sustainable business.<br />
WHAT NEEDS TO BE DONE TO STRENGTHEN THE<br />
INDUSTRIAL SECTOR IN THE STATE?<br />
The State of Rondônia and Amazon Region <strong>Industrial</strong><br />
Sectors have a history of pioneering and entrepreneurial<br />
courage. Historically, the entrepreneur who chooses to produce<br />
in the Amazon faces many more significant challenges<br />
than in the Southeast and South of the Country, from the<br />
poor infrastructure to the isolation of the Region. Brazil needs<br />
to know the Amazon reality better, including the effort<br />
of a productive regional sector that understands and values<br />
the Amazon Region. The challenge of the sustainable eco-<br />
34 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
CUPIM SUBTERRÂNEO<br />
NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />
AVALIAÇÃO 10<br />
CIPERTRIN MD foi aplicado em painéis compensados pelo processo de adição à cola e tratamento superficial, posteriormente<br />
estes painéis foram submetidos ao ataque de CUPINS SUBTERRÂNEOS conforme NORMA ASTM D:3345-74 (1999)<br />
(Stabd Test Method for Laboratory Evoluation of Wood and Other Cellulosic Materials for Resistence to Termites), obtendo<br />
resultados de avaliação 10, onde demonstra total eficiência contra o ataque dos CUPINS SUBTERRÂNEOS, atendendo<br />
assim, a Norma de Preservação de Madeira ABNT 16143 (Sistema de Categoria de Uso).<br />
• Líder no tratamento inseticida de painéis de<br />
madeira, (compensados, MDF, HDF, OSB, e outros)<br />
por adição à cola e tratamento superficial;<br />
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ENTREVISTA<br />
sobretudo da vontade do Brasil de permitir a inclusão<br />
da Amazônia na economia nacional. Quando isso for<br />
aceito, o salto do desenvolvimento sustentável não<br />
será apenas um ganho regional, mas a solução para<br />
todo o nosso país, com uma nova economia verde, de<br />
baixo carbono e protagonista no mundo do século 21.<br />
PRESIDE TAMBÉM O INSTITUTO AMAZÔ-<br />
NIA+21, QUE REÚNE NOVE FEDERAÇÕES DA<br />
INDÚSTRIA DA REGIÃO AMAZÔNICA. QUAL OB-<br />
JETIVO DESSE INSTITUTO?<br />
Como disse, o Instituto Amazônia+21 é uma iniciativa<br />
do empresariado da Amazônia. Realizamos um<br />
amplo diálogo, que teve como ponto alto o Fórum<br />
Amazônia+21, em 2020. Foi um evento internacional<br />
com ampla participação do setor produtivo, academia,<br />
sociedade, povos tradicionais. Uma das principais<br />
conclusões desses debates foi que falta projeção das<br />
oportunidades da Amazônia e presença do mercado<br />
financeiro na região. Então tomamos uma decisão,<br />
ao invés de realizar novos eventos para discutir os<br />
mesmos problemas, vamos direcionar nossas energias<br />
para uma solução. E daí modelamos o Instituto Amazônia+21,<br />
que tem o objetivo de promover negócios<br />
sustentáveis conectando oportunidades que a região<br />
oferece com investimentos possíveis nos mercados<br />
nacional e transnacional.<br />
COMO É A ATUAÇÃO NA PRÁTICA DO INSTI-<br />
TUTO AMAZÔNIA+21?<br />
Nosso desafio é buscar o engajamento de todas<br />
as partes que podem tornar um negócio sustentável<br />
do ponto de vista econômico, social e ambiental. Isso<br />
exige conhecimento do território e respeito as culturas<br />
locais. Associar vocações produtivas e proteção<br />
plena do bioma amazônico. Buscar investimentos privados<br />
e públicos. Isso exige inovação e estamos muito<br />
avançados na implantação de um sistema de Blended<br />
Finance, um modelo inovador de financiamento que<br />
busca acessar as mais diversas fontes de recursos. Na<br />
prática, isso vai conectar oferta e demanda por investimentos<br />
com escala, viabilidade, sustentabilidade<br />
e segurança jurídica. Um dos nossos projetos mais<br />
imediatos é uma parceria com o Sebrae, que vamos<br />
anunciar em breve. Será algo realmente animador<br />
para empreendedores da Amazônia.<br />
QUEM PODE PARTICIPAR DO INSTITUTO AMA-<br />
ZÔNIA+ 21?<br />
Toda empresa ou empreendedor interessado em<br />
negócios sustentáveis na Amazônia. E tudo começa<br />
com boas ideias e bons projetos. A verdade é que<br />
existe muito dinheiro disponível para financiar iniciativas<br />
sustentáveis, mas faltam bons projetos. Apesar<br />
de os governos aderirem aos compromissos, quem vai<br />
nomic and social development of the Amazon Region<br />
does not depend only on us who live there; it depends,<br />
above all, on Brazil’s will to allow the inclusion of the<br />
Amazon Region in the domestic economy. When this happens,<br />
the leap of sustainable development will not only<br />
be a regional gain but the solution for our entire Country,<br />
with a new green, low-carbon economy and becoming a<br />
worldwide protagonist of the 21st century.<br />
YOU ALSO CHAIR THE INSTITUTO AMAZÔ-<br />
NIA+21, WHICH BRINGS TOGETHER NINE INDUS-<br />
TRIAL COMPANY FEDERATIONS IN THE AMAZON<br />
REGION. WHAT IS THE PURPOSE OF THIS INSTITU-<br />
TE?<br />
As I said, the Instituto Amazônia+21 is an Amazon<br />
Region business community initiative. We held a broad<br />
dialogue, which had as its highlight the Amazon+21<br />
Forum in 2020. It was an international event with broad<br />
participation of the productive sector, academia, society,<br />
and indigenous people. One of the main conclusions of<br />
these debates was that there is a lack of projection of the<br />
opportunities and a lack of the presence of the financial<br />
market in the Amazon Region. So, instead of holding<br />
new events to discuss the same problems, we directed<br />
our energies toward a solution. As such, we created the<br />
Instituto Amazônia+21, which aims to promote sustainable<br />
business by connecting the Region’s opportunities<br />
with possible investments in the domestic and transnational<br />
markets.<br />
HOW DOES THE INSTITUTO AMAZÔNIA+21<br />
OPERATE IN PRACTICE?<br />
Our challenge is to seek the engagement of all<br />
parties that can operate a sustainable business from an<br />
economic, social, and environmental point of view. This<br />
requires knowledge of the territory and respect for local<br />
O SETOR MADEIREIRO<br />
RESPONDE POR 3% DAS<br />
EXPORTAÇÕES DE RONDÔNIA. O<br />
DESAFIO É QUALIFICAR CADA VEZ MAIS<br />
ESSA PRODUÇÃO, COM BOAS PRÁTICAS,<br />
CERTIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA<br />
CADEIA PRODUTIVA, DE FORMA A<br />
AGREGAR VALOR E ELEVAR O NÍVEL DE<br />
INDUSTRIALIZAÇÃO DO SETOR<br />
MADEIREIRO<br />
36 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
Soluções em caldeiras<br />
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ENTREVISTA<br />
implementar a agenda de mitigação das mudanças<br />
climáticas é o setor privado. Então, precisamos ter<br />
projetos e o Instituto vem para ajudar empresas nesse<br />
desafio, com foco na estratégia ESG e na agenda<br />
ODS. Convido a todos a conhecer melhor o Instituto<br />
Amazônia+21. Isso pode começar com uma simples<br />
visita ao nosso site, que desde já, agradeço.<br />
UM DOS PROJETOS DO INSTITUTO É ESTRU-<br />
TURAR A CADEIA PRODUTIVA DE MADEIRA<br />
ENGENHEIRADA COM BASE EM FLORESTAS<br />
PLANTADAS NA REGIÃO AMAZÔNICA PARA<br />
CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES DE INTERESSE<br />
POPULAR. COMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO<br />
ESTE PROJETO?<br />
É preciso repensar o papel da Amazônia na produção<br />
madeireira nacional, que tem que ser sustentável.<br />
Ao invés de desmatar, podemos conservar florestas. O<br />
Instituto Amazônia+21 traz um projeto com a própria<br />
CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção),<br />
a FIERO, a FIEMT (Federação das Indústrias do Mato<br />
Grosso) e o SENAI para estruturar uma nova cadeia<br />
produtiva na Amazônia para construção de casas de<br />
madeira. A prioridade é desenvolver modelos de casas<br />
de interesse social, usando madeira laminada em<br />
indústrias instaladas na Amazônia, completando uma<br />
cadeia inovadora desde o incentivo ao setor primário<br />
para reflorestamento de áreas já abertas e degradadas.<br />
Isso pode contribuir para recuperar a importância<br />
relativa da construção civil no PIB brasileiro, que já foi<br />
o dobro do que é hoje. Com soluções mais baratas,<br />
diversificadas, sustentáveis e inovadoras, além de ampliar<br />
possibilidades de negócios, podemos superar a<br />
imagem de um setor associado ao desmatamento, lhe<br />
colocando em um novo patamar de contribuição para<br />
a conservação da floresta amazônica.<br />
A VERDADE É QUE EXISTE<br />
MUITO DINHEIRO DISPONÍVEL<br />
PARA FINANCIAR INICIATIVAS<br />
SUSTENTÁVEIS, MAS FALTAM BONS<br />
PROJETOS. APESAR DE OS GOVERNOS<br />
ADERIREM AOS COMPROMISSOS, QUEM<br />
VAI IMPLEMENTAR A AGENDA DE<br />
MITIGAÇÃO DAS MUDANÇAS<br />
CLIMÁTICAS É O SETOR PRIVADO<br />
cultures - to associate productive vocations and complete<br />
protection of the Amazon biome. Seek private and<br />
public investments. This requires innovation, and we are<br />
very advanced in implementing a Blended Finance System,<br />
an innovative financing model that seeks to access<br />
the most diverse sources of funds. In practice, this will<br />
connect supply and demand for investments with scale,<br />
feasibility, sustainability, and legal certainty. One of our<br />
most immediate projects is a partnership with Sebrae,<br />
which we will announce soon. It will be something exciting<br />
for entrepreneurs in the Amazon Region.<br />
WHO CAN PARTICIPATE IN THE INSTITUTO<br />
AMAZÔNIA+21?<br />
Every company or entrepreneur interested in carrying<br />
out sustainable business in the Amazon Region. And it<br />
all starts with good ideas and promising projects. The<br />
truth is that there is a lot of money available to finance<br />
sustainable initiatives, but good projects are still needed.<br />
Although governments adhere to the commitments, it is<br />
the Private Sector that will implement the climate change<br />
mitigation agenda. So, we need to have projects, and<br />
the Instituto comes forward to help companies in this<br />
challenge, focusing on the ESG strategy and the SDG<br />
agenda. I invite everyone to get to know the Instituto<br />
Amazônia+21 better. This can start with a simple visit to<br />
our website, for which I thank you in advance.<br />
ONE OF THE INSTITUTO’S PROJECTS IS TO<br />
STRUCTURE THE ENGINEERED WOOD PRODUC-<br />
TION CHAIN BASED ON PLANTED FORESTS IN<br />
THE AMAZON REGION FOR POPULAR HOUSING<br />
CONSTRUCTION. HOW IS THIS PROJECT BEING<br />
DEVELOPED?<br />
It is necessary to rethink the role of the Amazon<br />
Region in domestic forest products, which must be sustainable.<br />
Instead of deforesting, we can conserve forests.<br />
The Instituto Amazônia+21 is carrying out a project with<br />
the Brazilian Building Construction Industry Chamber<br />
(Cbic), Fiero, the Mato Grosso Federation of <strong>Industrial</strong><br />
Companies (Fiemt), and Senai to structure a new production<br />
chain in the Amazon for the construction of houses<br />
using wood. The priority is to develop models of places<br />
of social interest, using laminated wood from companies<br />
installed in the Amazon Region, completing an innovative<br />
chain from the incentive to the primary sector for<br />
reforestation of already open and degraded areas. This<br />
can contribute to recovering the relative importance of<br />
building construction in the Brazilian GDP, which was<br />
once double what it is today. With less expensive, diversified,<br />
sustainable, and innovative solutions, in addition<br />
to expanding business possibilities, we can overcome<br />
the image of a Sector associated with deforestation, putting<br />
it on a new level of contribution to the conservation<br />
of the Amazon rainforest.<br />
38 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
COLUNA ABIMCI<br />
A MUDANÇA DE POSICIONAMENTO<br />
DO SETOR FLORESTAL<br />
Paulo Pupo<br />
Superintendente da Associação<br />
Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente<br />
Contato: abimci@abimci.com.br<br />
As últimas décadas, foram de ampla mudança<br />
para o setor de base florestal. Os sistemas<br />
de colheita foram otimizados com considerável<br />
desenvolvimento tecnológico, as pesquisas<br />
com material genético e as técnicas<br />
de manejo evoluíram embasadas em estudos científicos<br />
que são referência para o restante do mundo. Passamos a<br />
utilizar prioritariamente a madeira proveniente de florestas<br />
plantadas e as de origem legal quando de florestas nativas.<br />
Houve intenso desenvolvimento de normas técnicas<br />
para os produtos madeireiros, assim como amplo investimento<br />
em tecnologia e gestão de processos por parte<br />
das empresas fabricantes de produtos madeireiros. Mas,<br />
mesmo assim, ainda existem pré-conceitos e preconceitos<br />
latentes na sociedade a respeito das práticas do setor.<br />
É extremamente comum nos depararmos com afirmações<br />
distorcidas como “os madeireiros estão acabando<br />
com a Amazônia e a Mata Atlântica”, “o eucalipto seca o<br />
solo”, “o plantio de florestas destrói as florestas nativas”,<br />
“o eucalipto prejudica a biodiversidade”, “os plantios<br />
de pinus machucam as aves”. Com toda a certeza, nos<br />
sentimos incomodados quando ouvimos isto ou somos<br />
surpreendidos com reportagens e conteúdos com esta<br />
retórica.<br />
Seguidamente, nos questionamos sobre o que efetivamente<br />
temos feito para mudar a percepção da sociedade<br />
a respeito da nossa comprometida e responsável atuação.<br />
A resposta não é simples, pois estamos diante de um<br />
cenário de alta complexidade e de desafios constantes,<br />
mas que precisam ser instigados e reforçados em nossa<br />
reflexão.<br />
É fato que produzimos, ano a ano, relatórios mais completos<br />
a respeito das nossas atividades, ampliamos nossos<br />
métodos de controle, cumprimos as exigências das certificações<br />
florestais e de produtos, buscamos meios legais de<br />
ampliar nossa base florestal. Por essência, atendemos às<br />
práticas do ESG, que agora passam a ser incorporadas por<br />
outros setores. Temos enorme potencial para atuar com<br />
créditos de carbono e somos exemplo incontestável de<br />
Foto: divulgação<br />
estoque de carbono em nossos produtos.<br />
O setor de base florestal, em seus diversos segmentos<br />
de atuação possui uma ampla capilaridade, estamos presentes<br />
pelo país afora, gerando tributos, emprego, renda.<br />
Somos intensivos em mão de obra, contribuímos para o<br />
balanço social em especial nos pequenos municípios do<br />
país.<br />
Mas então, o que falta para que a sociedade brasileira<br />
e uma grande parte da opinião pública tenham maior razoabilidade<br />
na avaliação dos fatos, e que tenham orgulho<br />
de dizer que o Brasil é um país de base florestal? Precisamos<br />
melhorar o posicionamento estratégico frente à<br />
sociedade. Cada empresa deve utilizar toda a sua força de<br />
comunicação para apresentar as potencialidades do setor<br />
e suas boas práticas, destacando as políticas ambientais<br />
que cumpre, apresentando a tecnologia que permeia sua<br />
produção, os inúmeros empregos que gera, entre muitos<br />
outros pontos.<br />
A Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira<br />
Processada Mecanicamente) está imbuída em atuar<br />
para unificar todos os esforços possíveis para a melhoria<br />
desse cenário, estimulando as empresas, estruturando um<br />
diálogo com as demais associações nacionais e estaduais<br />
para que juntos, com um discurso uníssono, claro, objetivo,<br />
indiferente dos diferentes usos, formas de condução<br />
florestal, diferentes ciclos econômicos, bem como os<br />
propósitos e objetivos a que se destinam as empresas florestais<br />
e madeireiras, por meio da enorme gama de seus<br />
produtos, possamos atingir o maior número de canais e<br />
pessoas possíveis,<br />
Estamos convictos que este é o momento e que estas<br />
ações são necessárias para nos mostrarmos de forma positiva,<br />
para que em um breve futuro, possamos ser reconhecidos<br />
pelos benefícios sociais e ambientais que proporcionamos<br />
para a sociedade.<br />
O SETOR DE BASE FLORESTAL,<br />
EM SEUS DIVERSOS SEGMENTOS<br />
DE ATUAÇÃO POSSUI UMA AMPLA<br />
CAPILARIDADE, ESTAMOS PRESENTES<br />
PELO PAÍS AFORA, GERANDO TRIBUTOS,<br />
EMPREGO, RENDA. SOMOS INTENSIVOS<br />
EM MÃO DE OBRA, CONTRIBUÍMOS PARA<br />
O BALANÇO SOCIAL EM ESPECIAL NOS<br />
PEQUENOS MUNICÍPIOS DO PAÍS<br />
40 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
Inteligência Artificial Pode Aumentar a Acurácia da<br />
Identificação de Espécies no Manejo Florestal<br />
CIPEM financia estudo para o desenvolvimento de um Sistema de inteligência artificial que poderá auxiliar<br />
com maior eficácia na identificação de árvores no Manejo Florestal Sustentável com fins madeireiros,<br />
contribuindo para o uso e conservação da flora.<br />
O projeto para desenvolver “Um Sistema de Inteligência Artificial<br />
para Reconhecer Espécies no Manejo Florestal Madeireiro na<br />
Amazônia Brasileira” teve início em julho de 2022, pela firmação de<br />
Convênio de Cooperação entre o Centro das Indústrias Produtoras e<br />
Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso (CIPEM),<br />
financiador do projeto, e a Universidade Federal do Pará (UFPA), com<br />
interveniência administrativa e financeira da Fundação de Amparo e<br />
Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP).<br />
No âmbito do MFS (Manejo Florestal Sustentável) - com fins<br />
madeireiros, o Inventário Florestal 100% (IF100%), ou censo florestal,<br />
é uma atividade que antecede a exploração florestal, fundamental<br />
para identificação do potencial produtivo da floresta, regulação da<br />
produção e definição de estratégias operacionais nas etapas<br />
exploratórias e pós-exploratórias. Por meio do IF100%, as árvores de<br />
interesse econômico (e de valor potencial) e com diâmetro mínimo<br />
pré-estabelecido são mapeadas na floresta, recebem uma placa de<br />
identificação, têm sua localização definida com auxílio de GPS e<br />
comumente são identificadas por nomes vernaculares.<br />
A identificação de espécies da flora é, sem dúvida, um dos<br />
principais desafios do censo florestal no âmbito do MFS para fins<br />
madeireiros, pois não é incomum a ocorrência de erros de<br />
identificação. Os erros de identificação podem ter origem no campo,<br />
por exemplo, pela confusão devido ao compartilhamento de<br />
características entre espécies, pelo uso de diferentes nomes<br />
vernaculares para identificar uma mesma espécie, ou ainda, pelo uso<br />
do mesmo nome vernacular, por diferentes “mateiros”, para identificar<br />
espécies distintas. Soma-se a isso, os erros graves ocasionados pela<br />
conversão de nomes vernaculares para nomes científicos, baseado<br />
em listas pré-existentes de órgãos ambientais, que muitas vezes<br />
diferem entre si.<br />
Neste contexto, é fundamental a reflexão e o desenvolvimento de<br />
tecnologias inovadoras para aumentar a acurácia da identificação de<br />
espécies em IF100%. Uma abordagem de grande potencial é o uso de<br />
tecnologias baseadas em inteligência artificial, em especial, pela<br />
associação de técnicas de visão computacional e aprendizado de<br />
máquina.<br />
O projeto tem por objetivo desenvolver uma aplicação web para<br />
reconhecer automaticamente espécies da flora em IF100% no âmbito<br />
do MFS com fins madeireiros, baseado em imagens digitais do<br />
ritidoma (casca) e alburno de árvores, além de suas características<br />
qualitativas e quantitativas.<br />
É esperado que o produto originado do projeto seja de grande<br />
utilidade para o setor de base florestal, por se tratar de uma<br />
ferramenta auxiliar na identificação de árvores no MFS com fins<br />
madeireiros, seja por profissionais liberais, identificadores botânicos,<br />
técnicos de órgãos ambientais, leigos, entre outros. Portanto,<br />
espera-se contribuir para o aumento da acurácia na identificação de<br />
espécies, em especial, daquelas mais confundidas e, por conseguinte,<br />
minimizar os impactos ecológicos e econômicos originados pelos<br />
erros de identificação de espécies no IF100%. Por fim, esta tecnologia<br />
tem potencial para contribuir no refinamento da identificação de<br />
espécies em diferentes regiões da Amazônia.<br />
SOBRE O PROJETO:<br />
O projeto conta com uma equipe de especialistas de quatro<br />
instituições de ensino, sendo coordenado pelo Prof. Deivison Venicio<br />
Souza (UFPA), com colaboração do Prof. Samuel de Pádua Chaves e<br />
Carvalho (UFMT), Prof. Eduardo da Silva Leal (UFRA), Prof. Luis<br />
Eduardo Soares Oliveira (UFPR), e Profa. Márcia Orie de Souza<br />
Hamada (UFPA). O Projeto também possui uma bolsista de Mestrado<br />
Acadêmico no Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e<br />
Conservação (PPGBC) da UFPA, Natally Celestino Gama, que está<br />
desenvolvendo a pesquisa intitulada “Reconhecimento de Espécies de<br />
Árvores no Manejo Florestal Baseado em Imagens de Cascas”. A<br />
coleta de dados em campo está prevista para segunda quinzena de<br />
julho de 2023, e ocorrerá em três AMF (Áreas de Manejo Florestal),<br />
localizadas nos municípios de Nova Maringá, Feliz Natal e Cotriguaçu,<br />
no Estado do Mato Grosso.<br />
CipemdeMT CipemMT cipemmt<br />
www.cipem.org.br<br />
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Manejosustentavel
PRINCIPAL<br />
Fotos: divulgação<br />
Foto: Tarcisio Schnaider / Shutterstock.com<br />
42 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
OS DESAFIOS<br />
DO SETOR FLORESTAL<br />
CIPEM É A INSTITUIÇÃO QUE<br />
FORTALECE O SETOR FLORESTAL DE<br />
MATA NATIVA EM MATO GROSSO<br />
CHALLENGES FOR THE<br />
FOREST-BASED SECTOR<br />
CIPEM IS THE INSTITUTION THAT AIMS TO<br />
STRENGTHEN THE FOREST-BASED SECTOR IN THE<br />
STATE OF MATO GROSSO AMAZON RAINFOREST<br />
MAIO 2023 43
PRINCIPAL<br />
O<br />
manejo florestal sustentável e a rastreabilidade<br />
da produção florestal brasileira já são<br />
realidade, mas ainda há muitos desafios para<br />
os empresários do setor. O Cipem (Centro<br />
das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />
Madeira do Estado de Mato Grosso) é a instituição que<br />
atua em prol do fortalecimento das empresas de base florestal,<br />
representa a união de oito sindicatos empresariais e<br />
tem por objetivo organizar e fortalecer o setor, incentivar a<br />
produtividade e o consumo consciente da madeira e seus<br />
produtos com respeito à legislação e em harmonia com o<br />
meio ambiente.<br />
Rafael Mason, presidente do Cipem, diz que apesar da<br />
produção florestal ser uma atividade econômica extremamente<br />
importante para o Brasil, que gera empregos e renda<br />
em diversas regiões do país, a atividade enfrenta uma série<br />
de desafios e dificuldades que passam pela burocracia, pela<br />
falta de padronização de procedimentos e principalmente<br />
pelo preconceito existente com a atividade. “O principal<br />
desafio é a mudança de imagem do setor de base florestal,<br />
que precisa urgentemente deixar de ser visto como vilão,<br />
para ser visto como protagonista na conservação da floresta<br />
Amazônica. Com essa mudança de reputação se consolidando<br />
e sendo defendida pelos governantes, os outros<br />
desafios serão superados em sequência”, defende Rafael.<br />
PRINCIPAIS DIFICULDADES<br />
Entre os desafios enfrentados pelo setor se destacam as<br />
centenas de apreensões de cargas por questões administrativas<br />
que não configuram crime ambiental, mas causam prejuízos<br />
na reputação da produção florestal brasileira perante<br />
o país e o mundo. Essas apreensões são decorrentes de<br />
vários fatores, como por exemplo, problemas relacionados<br />
à interpretação de normativas que regem a atividade, que<br />
muitas vezes não são claras ou estão em conflito com outras<br />
normativas. Nesta situação, os órgãos responsáveis pelas<br />
fiscalizações podem interromper o transporte da carga,<br />
mesmo que não haja ilegalidade na produção florestal, e<br />
fazem isso sem qualquer aviso prévio ou justificativa clara.<br />
Outra dificuldade apontada pelo Cipem é a burocracia<br />
como resquício de um passado que não condiz com a<br />
realidade atual. “O setor de base florestal organizado é<br />
totalmente a favor de um controle rigoroso da legalidade<br />
da madeira, principalmente porque a madeira ilegal concorre<br />
deslealmente com os produtos dos empreendimentos<br />
que produzem com responsabilidade e respeito às normas<br />
ambientais. Por isso é primordial que haja um movimento<br />
para reconhecer que existem muitas empresas idôneas”,<br />
salienta Rafael.<br />
Um exemplo de burocracia é referente ao memorial descritivo<br />
da rota que a carga de madeira irá percorrer, desde<br />
a sua origem, até o seu destinatário. “Atualmente ocorre<br />
o microgerenciamento dessa rota e, caso o motorista faça<br />
qualquer alteração no trajeto a ser percorrido, como pode<br />
acontecer naturalmente pelos mais variados motivos, mesmo<br />
que a carga esteja inteiramente legal, sem causar dano<br />
S<br />
ustainable forest management and traceability of<br />
Brazilian forest production have already become<br />
a reality, but many challenges remain for businesses<br />
in the Sector. The State of Mato Grosso<br />
Center of Timber Producers and Exporters<br />
(Cipem) is the institution that works to strengthen forest-<br />
-based companies, represents the union of eight business<br />
class associations, and aims to organize and support the<br />
Sector, encourage productivity and conscious timber consumption<br />
and its products in harmony with legislation and<br />
the environment.<br />
Rafael Mason, President of Cipem, says that although<br />
forest production is a significant economic activity in<br />
Brazil, generating jobs and income in several regions of<br />
the Country, the activity faces a series of challenges and<br />
difficulties, from bureaucracy to the lack of standardization<br />
of procedures and especially the existing prejudice with the<br />
activity. “The main challenge is to change the image of the<br />
Forest-based Sector, which urgently needs to change from<br />
being seen as a villain to being seen as a protagonist in the<br />
conservation of the Amazon Rainforest. With this, consolidating<br />
the change of reputation and being defended by<br />
governments (State and Federal), the other challenges will<br />
be overcome in sequence,” states Mason.<br />
MAIN DIFFICULTIES<br />
Among other challenges faced by the Sector are the<br />
hundreds of cargo seizures for administrative issues that do<br />
not constitute an environmental crime but cause damage<br />
to the reputation of Brazilian forest production before the<br />
Country and the world. These apprehensions are due to<br />
several factors, such as problems related to interpreting<br />
regulations that govern the activity, which often need to be<br />
clarified or conflict with other regulations. In this situation,<br />
the agencies responsible for inspections can interrupt cargo<br />
transport, even if there is no illegality in forest production,<br />
and do so without any prior notice or clear justification.<br />
Another area for improvement pointed out by the<br />
Cipem President is the bureaucracy as remnants of a past<br />
that does not match the current reality. “The organized<br />
Forest-based Sector is totally in favor of strict control of<br />
the legality of timber, mainly because illegal timber competes<br />
unfairly with the products of enterprises that produce<br />
responsibly and with respect for environmental standards.<br />
That is why there must be a movement to recognize that<br />
there are many reputable companies,” highlights Mason.<br />
An outstanding example is the bureaucracy involved<br />
with the descriptive memorial of the timber cargo’s route<br />
from origin to destination. “Currently, there is micromanagement<br />
of the route, and if the driver makes any change<br />
to the route to be traveled, as can happen naturally for<br />
the most varied reasons, even if the load is entirely legal,<br />
without causing environmental damage or crime, the truck<br />
and cargo will be seized, subjecting those involved to all<br />
the appropriate sanctions for the infraction committed,”<br />
says the Cipem President.<br />
44 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
ambiental ou crime, o caminhão e a carga serão apreendidos,<br />
sujeitando os envolvidos a todas as sanções cabíveis<br />
para a infração cometida”, conta o presidente do Cipem.<br />
“Diante dessa e outras distorções, o setor de base<br />
florestal vem sofrendo impacto com a logística por muitas<br />
transportadoras recusarem cargas de madeira pelo simples<br />
fato do risco que a sua empresa e o seu colaborador podem<br />
sofrer. A solução, que parece simples ao setor, seria de revisar<br />
as normativas para evitar que sejam cometidos excessos<br />
que não trazem benefício ao meio ambiente, sobrecarregam<br />
os administradores e agentes fiscalizadores, e desequilibram<br />
a sustentabilidade ambiental e econômica, tudo isso sem<br />
falar do prejuízo para a reputação da produção florestal<br />
brasileira”, explica Rafael acerca das burocracias que o<br />
produtor de madeira natural nativa passa.<br />
FATORES LIMITANTES<br />
A falta de linhas de crédito disponíveis para o manejo<br />
florestal sustentável é um fator limitante para o crescimento<br />
da produção de madeira legal, pois, para iniciar a colheita<br />
das árvores é necessário realizar investimentos em infraestrutura.<br />
“Isso se deve ao preconceito com a atividade, que<br />
acaba sendo incorretamente associada ao desmatamento”,<br />
aponta o presidente do Cipem. Além disso, a falta de estudos<br />
e pesquisas para as espécies de interesse comercial<br />
ocasiona em proibições de exploração sem fundamentos,<br />
incluindo espécies em lista de extinção sem considerar<br />
resultados de pesquisas.<br />
Há pouca segurança jurídica quando se trata do mercado<br />
de exportação por conta da falta de padronização<br />
nas análises de processos que antecedem a emissão da<br />
licença específica. “Além disso, há ainda a solicitação de<br />
documentos relacionados ao CAR (Cadastro Ambiental<br />
Rural), que é uma ferramenta que está há mais de 10 anos<br />
“Faced with this and other regulatory distortions, the<br />
Forest-based Sector has been impacted by logistics. Many<br />
carriers refuse to transport timber cargo because of the risks<br />
that the company and its employee may suffer. The solution,<br />
which seems simple to the Sector, would be to revise the<br />
regulations to avoid excesses that do not bring benefit to<br />
the environment, overload administrators and inspection<br />
agents, and unbalance environmental and economic sustainability,<br />
all this without mentioning the damage to the<br />
reputation of Brazilian forest production,” explains Mason<br />
about the bureaucracies that the native timber producer<br />
must face.<br />
Foto: divulgação<br />
Foto: divulgação<br />
LIMITING FACTORS<br />
The lack of credit lines available for sustainable forest<br />
management is a limiting factor for the growth of legal<br />
timber production since investment in infrastructure is necessary<br />
to start harvesting trees. “This is due to prejudice<br />
against the activity, which ends up being incorrectly associated<br />
with deforestation,” points out the Cipem President.<br />
In addition, the lack of studies and research for species of<br />
commercial interest leads to unfounded exploitation bans,<br />
including species on the endangered list without considering<br />
research results.<br />
There needs to be more legal certainty regarding the<br />
export market due to the need for more standardization in<br />
analyzing the processes that precede the issuance of the<br />
specific license. “There is also the request for documents<br />
related to the Rural Environmental Registry (CAR), a tool<br />
MAIO 2023 45
PRINCIPAL<br />
sendo implementada, e sem previsão de conclusão. O empresário<br />
não tem o poder e nem a competência para justificar<br />
e ou comprovar a validação do CAR, mas ainda assim, está<br />
refém dessa situação, sob pena de perder a sua carga e,<br />
consequentemente, perder clientes e espaço no mercado<br />
de exportação”, relata o presidente.<br />
AÇÕES PARA O SETOR<br />
O Cipem esteve à frente de uma das principais conquistas<br />
do setor em 2020, quando a Resolução Conama número<br />
411/2009 foi alterada pela Resolução nº 497/2020, que trouxe<br />
a rastreabilidade dos produtos florestais e outra importante<br />
mudança foi a retirada do controle da comercialização com<br />
base na nomenclatura do produto mantendo o controle por<br />
volume e espécie. “Essa mudança foi necessária, pois com o<br />
texto antigo, mesmo que a carga tivesse origem legal, com<br />
volume e espécie corretamente identificados na documentação,<br />
caso o nome comercial do produto estivesse divergente,<br />
ou seja, se uma vigota estivesse identificada como viga, a<br />
carga seria apreendida e considerada ilegal”, explica Rafael.<br />
“Apesar da Resolução número 497/2020 ter sido bastante<br />
aguardada pelo setor, até o presente momento ela não está<br />
sendo empregada em sua totalidade por problemas de sistemas<br />
de controle”, alerta o presidente do Cipem.<br />
Para mudar a visão sobre o negócio e ganhar novos mercados,<br />
o Cipem realiza várias ações com o FNBF (Fórum Nacional<br />
das Atividades de Base Florestal), como por exemplo, o<br />
Dia na Floresta, que está caminhando para a sua IV edição em<br />
2023, mobilizando representantes de embaixadas dos países<br />
compradores da madeira do Brasil, além de autoridades dos<br />
poderes Judiciário, Executivo e Legislativo para conhecer o<br />
manejo florestal sustentável na prática. A instituição também<br />
investe em pesquisas técnico científicas junto com a EM-<br />
BRAPA Florestas e outras instituições de ensino e pesquisa,<br />
abastecendo a literatura sobre as espécies madeireiras.<br />
implemented more than ten years ago, with no forecast for<br />
completion. The entrepreneur has no power or competence<br />
to justify and prove CAR validation. Still, he is hostage to<br />
it, under penalty of losing his cargo and, consequently,<br />
losing customers and space in the export market,” says<br />
the Cipem President.<br />
ACTIONS FOR THE SECTOR<br />
Cipem was at the forefront of one of the significant<br />
Sector achievements in 2020 when Conama Resolution<br />
No. 411/2009 was amended by Resolution No. 497/2020,<br />
which led to the traceability of forest products and another<br />
significant change was the withdrawal of marketing control<br />
based on product nomenclature while maintaining volume<br />
and species control. “This change was necessary because<br />
under the previous text, even if the cargo had a legal<br />
origin, with volume and species correctly identified in the<br />
documentation, if the commercial name of the product was<br />
divergent, that is, if a beam were identified as a girder, the<br />
cargo would be seized and considered illegal,” explains<br />
Mason. “Although the Sector has long awaited Resolution<br />
No. 497/2020, so far it is not being used in its entirety due to<br />
problems of control systems,” warns the Cipem President.<br />
To change the vision of the business and gain new markets,<br />
Cipem is carrying out several activities in conjunction with<br />
the National Forum of Forest-based Activities (Fnbf), such<br />
as the Day in the Forest, which is heading towards its fourth<br />
year in 2023, mobilizing representatives of embassies of the<br />
countries that buy forest products from Brazil, as well as Judiciary,<br />
Executive, and Legislative authorities to understand<br />
sustainable forest management in practice. The institution<br />
also invests in scientific-technical research with Embrapa<br />
Forests and other teaching and research institutions, supplying<br />
literature on timber species.<br />
Foto: divulgação<br />
O SETOR DE BASE FLORESTAL<br />
ORGANIZADO É TOTALMENTE A<br />
FAVOR DE UM CONTROLE RIGOROSO DA<br />
LEGALIDADE DA MADEIRA,<br />
PRINCIPALMENTE PORQUE A MADEIRA<br />
ILEGAL CONCORRE DESLEALMENTE COM OS<br />
PRODUTOS DOS EMPREENDIMENTOS QUE<br />
PRODUZEM COM RESPONSABILIDADE E<br />
RESPEITO ÀS NORMAS AMBIENTAIS<br />
RAFAEL MASON, PRESIDENTE DO CIPEM<br />
46 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
Foto: divulgação<br />
BRAÇO FORTE PARA ASSOCIADOS<br />
O vice-presidente do Cipem e presidente do Sindusmad<br />
(Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado do<br />
Mato Grosso), Wilson José Volkweis, enaltece a importância<br />
da instituição. “O Cipem é para nós uma instituição que faz<br />
um trabalho muito sério e que tem feito a diferença. Contribui<br />
muito para o setor e para sociedade mostrando o quanto é<br />
sustentável e responsável a exploração da floresta.”<br />
Vanessa Rodrigues Túrela, administrativo da empresa<br />
Madeiras Zórtea Ltda, explica que o Cipem é fundamental<br />
para o setor. “Ele está inserido em todas as etapas desde a<br />
orientação, trazendo informação, e fazendo acompanhamento<br />
em processos individuais ou coletivos, dando consultoria e<br />
respaldo legal até o último momento, evitando algum possível<br />
prejuízo”, destaca Vanessa.<br />
POLÍTICA PARA O SETOR<br />
Com o novo governo e a alteração no nome do Ministério<br />
do Meio Ambiente e Mudança Climática, sabendo que<br />
a atividade traz benefícios socioeconômicos e garante a<br />
manutenção do ativo florestal do país, a direção do Cipem<br />
espera que o setor receba o devido reconhecimento e seja<br />
tratado como um dos protagonistas da mitigação aos efeitos<br />
das mudanças climáticas. “Uma sugestão ao governo federal<br />
é a criação de programas que incentivem a utilização de percentuais<br />
de madeira nas obras públicas, a exemplo de outros<br />
países. Além da descarbonização, garante uma obra mais<br />
eficiente com menor consumo de água e energia gerando<br />
menor quantidade de resíduos”, exemplifica Rafael. Ainda de<br />
acordo com o presidente do Cipem, é preciso cada um fazer<br />
a sua parte. “Tudo gira em torno da reputação da madeira<br />
brasileira perante o mercado interno e externo, e do apoio do<br />
governo em defender a atividade nos diálogos internacionais<br />
como uma das principais responsáveis para a mitigação dos<br />
efeitos das mudanças climáticas”, resume Rafael Mason.<br />
STRONG HAND FOR MEMBERS<br />
José Volkweis Wilson, Cipem Vice President and President<br />
of the North of the State of Mato Grosso Business<br />
Class Association of Timber Producers (Sindusmad), praises<br />
the institution’s importance. “For us, Cipem is an institution<br />
that does a concerted job and has made a difference.<br />
Furthermore, it contributes greatly to the Sector and society<br />
by showing how sustainable and responsible forest<br />
exploitation is.”<br />
Vanessa Rodrigues Túrela, Administrative Officer for Madeiras<br />
Zórtea Ltda, says Cipem is fundamental to the Sector.<br />
“It is inserted in all stages from orientation to providing<br />
information, monitoring individual or collective processes,<br />
and providing advice and legal support even last minute,<br />
avoiding any possible damage,” says Túrela.<br />
POLICY FOR THE SECTOR<br />
With the new Government and the change in the<br />
name of the Ministry to Environment and Climate Change,<br />
knowing that the activity provides socioeconomic benefits<br />
and ensures the maintenance of the Country’s Forest assets,<br />
Cipem’s management hopes that the Sector will receive due<br />
recognition and be treated as one of the protagonists for<br />
the mitigation to the effects of climate change. “A suggestion<br />
made to the Federal Government was the creation of<br />
programs that encourage a minimum use of timber in public<br />
works, as in other countries. In addition to decarbonization,<br />
it ensures more efficient work with less water and energy<br />
consumption, generating less waste”, exemplifies Mason.<br />
Also, according to the Cipem President, each one must do<br />
their part. “Everything revolves around the reputation of<br />
Brazilian timber before the domestic and foreign markets.<br />
The Government is responsible for supporting and defending<br />
the activity in international dialogue for mitigating<br />
climate change effects,” Mason sums up.<br />
MAIO 2023 47
EVENTO<br />
Foto: Cesar Silvestro<br />
FIMMA BRASIL:<br />
ITALIANOS CONFIRMAM<br />
PARTICIPAÇÃO<br />
48 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
EM BUSCA DE APROXIMAÇÃO<br />
COM INDÚSTRIAS DE MÓVEIS<br />
BRASILEIRAS, EMPRESAS DA ITÁLIA<br />
SERÃO EXPOSITORAS NA FEIRA<br />
FIMMA 2023<br />
Atentas às oportunidades de negócios que a<br />
Fimma (Feira Internacional de Fornecedores<br />
da Cadeia Produtiva de Madeira e Móveis)<br />
representa para o setor moveleiro, empresas<br />
italianas confirmaram participação como<br />
expositoras na edição de 2023. O Brasil é o sexto maior<br />
produtor de móveis do planeta, atendendo às demandas<br />
do mercado interno e exportando para 163 outros países.<br />
A Fimma está entre os principais eventos do segmento<br />
moveleiro mundial, o que atrai empresários interessados<br />
neste mercado. De 28 a 31 de agosto, as empresas de origem<br />
italiana SCM Group, Costruzioni Nazzareno, Giardina<br />
Group, Fom Industrie, Termolegno e Bacci, entre outros,<br />
estarão em Bento Gonçalves (RS), apresentando suas soluções<br />
para indústrias moveleiras e marcenarias.<br />
FEIRA DE NEGÓCIOS<br />
Passados tempos de crise, de pandemia de Covid-19,<br />
e ainda vivendo em um cenário internacional desafiador,<br />
em 2023 a Fimma Brasil tem uma retomada de empresas<br />
estrangeiras. Conforme explica o presidente da feira,<br />
Euclides Longhi, a presença desses expositores sinaliza<br />
movimento e avanço tanto para a indústria brasileira que<br />
fabrica móveis, quanto para os fornecedores italianos.<br />
“Esse retorno mostra que os fornecedores da Itália continuam<br />
de olho no potencial da nossa indústria, que se<br />
mantém ativa e em busca de inovação, além de reconhe-<br />
MAIO 2023 49
CONSTRUÇÃO CIVIL<br />
cerem a importância da Fimma para o segmento. Temos<br />
certeza de que a participação delas vai ser vantajosa para<br />
quem fornece soluções e para quem produz móveis”, comenta<br />
Euclides.<br />
Outro fator que contribuirá para a geração de negócios<br />
é a realização conjunta com a Movelsul Brasil –<br />
principal feira de móveis da América Latina para lojistas<br />
e varejistas. Isso porque os expositores da Movelsul são<br />
majoritariamente indústrias de móveis, ou seja, o principal<br />
público-alvo que a Fimma Brasil busca atingir. As empresas<br />
de ambas as feiras realizam negócios não apenas com<br />
os visitantes, como também, entre si. Juntas, Fimma Brasil<br />
e Movelsul Brasil formam o principal evento de negócios<br />
da cadeia moveleira nacional, criando uma verdadeira<br />
arena de oportunidades.<br />
FIMMA BRASIL<br />
A Fimma continua levantando a bandeira da inovação<br />
e do empreendedorismo como ferramentas de competitividade.<br />
Uma dessas frentes será o espaço Ecossistema de<br />
Inovação, que neste ano foca no tema Inteligência Artificial.<br />
Além de conteúdos relevantes, contará com startups<br />
e parceiros que apresentarão suas soluções para o futuro<br />
do setor moveleiro. Já a Movelsul mantém sua tradicional<br />
mostra do Prêmio Salão Design, principal premiação brasileira<br />
do design de mobiliário, que em 2023 celebra sua<br />
XXV edição. Criada em 1993 pela Movergs (Associação<br />
das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do<br />
Sul), a Fimma Brasil tem o objetivo de fomentar negócios<br />
e inovação para o setor moveleiro. Reúne expositores de<br />
diversos segmentos e fornecedores para a fabricação de<br />
móveis – como máquinas, matérias-primas, tecnologia,<br />
serviços, logística e tintas. Repetindo o sucesso de aceitação<br />
em 2022, Fimma e Movelsul – esta realizada pelo<br />
Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de<br />
Bento Gonçalves) – estarão novamente juntas em 2023,<br />
aproximando a cadeia moveleira de ponta a ponta com<br />
negócios, parcerias, networking, inovação e conhecimento.<br />
O credenciamento para visitar as feiras Fimma e Movelsul<br />
já está disponível pelo site (www.fimma.com.br),<br />
permitindo que os profissionais se antecipem para conferir<br />
as novidades que serão apresentadas por mais de 500<br />
marcas expositoras entre 28 e 31 de agosto, no Parque de<br />
Exposições de Bento Gonçalves.<br />
ESSE RETORNO MOSTRA<br />
QUE OS FORNECEDORES DA<br />
ITÁLIA CONTINUAM DE OLHO NO<br />
POTENCIAL DA NOSSA INDÚSTRIA,<br />
QUE SE MANTÉM ATIVA E EM BUSCA<br />
DE INOVAÇÃO, ALÉM DE<br />
RECONHECEREM A IMPORTÂNCIA DA<br />
FIMMA PARA O SEGMENTO<br />
EUCLIDES LONGHI, PRESIDENTE<br />
DA FIMMA BRASIL 2023<br />
Foto: Augusto Tomasi<br />
50 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
VEM AÍ!<br />
04 DE DEZEMBRO - CURITIBA (PR)<br />
PATROCINADORES:<br />
ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE<br />
MADEIRAS E DERIVADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />
www<br />
revistareferencia.com.br<br />
comercial@revistareferencia.com.br
ESTUDO<br />
MADEIRA<br />
SERRADA<br />
52 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
ESTUDO DA ABIMCI MOSTRA<br />
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E<br />
EXPORTAÇÃO DE MADEIRA SERRADA<br />
Fotos: divulgação<br />
MAIO 2023 53
ESTUDO<br />
A<br />
indústria de produtos de madeira<br />
processada mecanicamente tem<br />
um papel importante no desenvolvimento<br />
econômico e social em<br />
diversas regiões do país, gerando<br />
emprego e renda. Com base em dados de 2021<br />
a Abimci (Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente) lançou em<br />
2022 o Estudo Setorial com importantes informações<br />
sobre o setor da madeira. Conforme o documento,<br />
a produção e exportação de madeira<br />
serrada de coníferas e folhosa, um dos produtos<br />
da indústria da madeira, tem sido crescente, contribuindo<br />
para a balança comercial nacional.<br />
MADEIRA SERRADA DE CONÍFERAS<br />
Destinada para indústria da construção civil,<br />
embalagens, móveis, segmentos de molduras,<br />
portas e outros produtos, a madeira serrada de<br />
coníferas teve um crescimento médio anual de<br />
2,1% no cenário mundial e a exportação, em termos<br />
de volume cresceu 4,2% entre 2021 e 2022,<br />
acumulando 44% de crescimento mundial na<br />
década.<br />
No Brasil, em 2021, 3,2 milhões de m 3 (metros<br />
cúbicos) da produção foi para exportação. A<br />
produção nacional ficou em 8,2 milhões de m 3 ,<br />
sendo os estados de Santa Catarina, Paraná e<br />
Rio Grande do Sul os principais produtores de<br />
madeira serrada de coníferas no país. Em 2020 a<br />
produção foi de 8,1 milhões de m 3 .<br />
Apesar deste volume de produção, ao longo<br />
da última década houve um declínio na média<br />
anual de -1,3% no Brasil, com queda acentuada<br />
entre 2012 e 2015. Mesmo com a redução na<br />
produção na última década, a madeira brasileira<br />
vem ganhando cada vez mais espaço na exportação,<br />
com crescimento contínuo, sendo os EUA<br />
(Estados Unidos da América), México e China os<br />
principais destinos.<br />
MADEIRA SERRADA DE FOLHOSAS<br />
Já a madeira serrada de folhosas, baseada<br />
principalmente em madeira tropical de florestas<br />
nativas, tem os Estados do Paraná, Mato Grosso<br />
e Pará como maiores produtores. Ao contrário<br />
da madeira serrada de coníferas, a madeira serrada<br />
de folhosas teve redução na produção e<br />
consumo na última década no Brasil. Em 2021<br />
a produção foi de 1,8 milhões de m 3 , sendo 461<br />
mil m 3 para exportação. Em 2020 a produção em<br />
volume chegou a 1,9 milhões m 3 .<br />
54 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
Destinada para fabricação e beneficiamento<br />
de produtos florestais, como móveis, pisos, decks,<br />
portas, janelas e outros, a madeira serrada<br />
de folhosos do Brasil teve como principais destinos<br />
o Vietnã, EUA e Holanda em 2021. No cenário<br />
mundial a produção da madeira serrada de<br />
folhosas teve um aumento discreto de 0,2%.<br />
MERCADO INTERNACIONAL<br />
Apesar dos avanços em tecnologias voltadas<br />
ao manejo de florestas nativas, certificação e<br />
verificação da legalidade da madeira o comércio<br />
mundial de madeira serrada de folhosas tem enfrentado<br />
desafios como a alteração na preferência<br />
do consumidor, e redução da participação de<br />
produtos de origem nativa em competição com<br />
produtos da madeira de florestas plantadas, o<br />
que tem colaborado para menores níveis de produção.<br />
O Brasil, com vasta área de florestas nativas<br />
e atento a estas possibilidades que podem<br />
dificultar o mercado mundial tem avançado em<br />
sistemas de rastreabilidade para demonstrar que<br />
a madeira tem origem legal, o que é fundamental<br />
para melhor o posicionamento no mercado internacional.<br />
A PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO<br />
DE MADEIRA SERRADA DE<br />
CONÍFERAS E FOLHOSA TEM SIDO<br />
CRESCENTE, CONTRIBUINDO PARA A<br />
BALANÇA COMERCIAL NACIONAL<br />
VOLUME DE PRODUÇÃO E EXPORTAÇÃO EM 2021<br />
Madeira serrada de coníferas em 2021<br />
8,2 milhões de m 3<br />
3,2 milhões de m 3 foi para exportação<br />
Madeira serrada de folhosas em 2021<br />
1,8 milhões de m 3<br />
461 mil m 3 foi para exportação<br />
MAIO 2023 55
INAUGURAÇÃO<br />
BIESSE BRASIL<br />
AGORA EM CURITIBA<br />
56 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
INAUGURAÇÃO DO SHOWROOM NA CAPITAL DO PARANÁ<br />
CONTOU COM AUTORIDADES E MOSTRA DE TECNOLOGIA<br />
Fotos: Emanuel Caldeira<br />
C<br />
om a presença de autoridades, clientes<br />
e diretores da empresa, o grupo Biesse<br />
inaugurou oficialmente sua filial no Brasil. A<br />
empresa de origem italiana promoveu uma<br />
semana de portas abertas, o Biesse Inside,<br />
quando clientes e interessados puderam conferir de<br />
perto as máquinas e tecnologias da Biesse no showroom<br />
inaugurado em Curitiba no final do mês de abril.<br />
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior<br />
participou da inauguração do escritório brasileiro<br />
do Grupo Biesse, além do presidente da Câmara de Co-<br />
mércio Brasil-Itália, Francesco Pallaro e da cônsul interina<br />
da Itália em Curitiba, Maria Salamandra, entre outros.<br />
A empresa fabrica sistemas e máquinas para as<br />
indústrias de móveis de madeira e de vidro e está presente<br />
no Brasil desde 1987. A inauguração da filial no<br />
país é uma ampliação do grupo que, com a unidade<br />
em Curitiba estará mais próximo de clientes no Brasil e<br />
de países da América do Sul. A semana de inauguração<br />
contou com visitantes de Estados do Rio Grande do Sul,<br />
Santa Catarina, e de países como Peru, Chile, Uruguai,<br />
Argentina, Venezuela, Colômbia e Equador.<br />
MAIO 2023 57
INAUGURAÇÃO<br />
INVESTIMENTO<br />
O investimento na nova sede foi de cerca de R$<br />
11,1 milhões, empregando atualmente 20 colaboradores.<br />
A expectativa é chegar a 50 empregados em<br />
até 3 anos, além de duplicar o volume de negócios<br />
atual. A unidade inaugurada em Curitiba tem 600<br />
m 2 (metros quadrados) e um showroom de 1.300<br />
m 2 , o maior da América do Sul nesse segmento. O<br />
espaço é totalmente equipado e será utilizado para<br />
demonstrar aos clientes as aplicações das máquinas<br />
produzidas pela Biesse.<br />
Durante a inauguração, o governador Ratinho<br />
Junior destacou que o Estado é um importante polo<br />
moveleiro no país e é líder nacional na produção<br />
de madeira, além de estar próximo aos principais<br />
mercados consumidores do segmento. “É motivo<br />
de orgulho para o Paraná ter sido escolhido para<br />
ser o ponto de referência para a América do Sul<br />
dessa grande multinacional italiana. Somos um polo<br />
É MOTIVO DE ORGULHO<br />
PARA O PARANÁ TER SIDO<br />
ESCOLHIDO PARA SER O PONTO DE<br />
REFERÊNCIA PARA A AMÉRICA DO<br />
SUL DESSA GRANDE<br />
MULTINACIONAL ITALIANA<br />
CARLOS MASSA RATINHO JUNIOR -<br />
GOVERNADOR DO PARANÁ<br />
58 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
moveleiro no Brasil, setor que é muito importante para a<br />
economia do Estado”, discursou.<br />
ESTRUTURA LOGÍSTICA<br />
Para o diretor Regional da Biesse para as Américas,<br />
Federico Broccoli, a expectativa com a nova filial é<br />
atender o mercado da América do Sul com mais agilidade<br />
e competência. “A Biesse iniciou sua expansão no<br />
mercado internacional pela América, com a instalação<br />
de indústrias no Canadá e nos EUA (Estados Unidos da<br />
América), mas sempre houve a necessidade de ampliar<br />
os negócios nessa região do mundo, até porque foi ela<br />
que nos permitiu crescer e chegar onde estamos”, destacou<br />
Federico.<br />
O diretor Financeiro da Biesse no Brasil, Eduardo<br />
Toledo, colocou a estrutura da cidade e a proximidade<br />
com os polos moveleiros de Santa Catarina e Rio Grande<br />
do Sul entre os motivos pela escolha de Curitiba para<br />
a implantação de sua filial. “Foi uma escolha estratégica,<br />
porque Curitiba é uma capital cosmopolita, com um<br />
ambiente de negócios muito bom, que vem crescendo<br />
muito nos últimos anos, além de estar muito próxima do<br />
polo moveleiro da região sul”, destacou.<br />
Operando em mais de 160 países, a Biesse possui 14<br />
fábricas e 29 filiais, com presença direta nos principais<br />
mercados mundiais. A empresa conta com cerca de 4,4<br />
mil funcionários e tem um volume de negócios avaliado<br />
em R$ 4,4 bilhões, com a produção de 7 mil máquinas<br />
por ano.<br />
FOI UMA ESCOLHA<br />
ESTRATÉGICA PORQUE<br />
CURITIBA É UMA CAPITAL<br />
COSMOPOLITA, COM UM AMBIENTE<br />
DE NEGÓCIOS MUITO BOM, QUE<br />
VEM CRESCENDO MUITO NOS<br />
ÚLTIMOS ANOS, ALÉM DE ESTAR<br />
MUITO PRÓXIMA DO POLO<br />
MOVELEIRO DA REGIÃO SUL<br />
EDUARDO TOLEDO – DIRETOR<br />
FINANCEIRO DA BIESSE BRASIL<br />
MAIO 2023 59
ARTIGO<br />
COMPORTAMENTO DA MADEIRA A<br />
TEMPERATURAS<br />
ELEVADAS<br />
Fotos: divulgação<br />
JESÚS MANRIQUEZ FIGUEROA<br />
UFSC (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA<br />
CATARINA), FLORIANÓPOLIS (SC) - BRASIL<br />
POLIANA DIAS DE MORAES<br />
UFSC (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA<br />
CATARINA), FLORIANÓPOLIS (SC) - BRASIL<br />
60 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
RESUMO<br />
N<br />
o Brasil, a combustibilidade da madeira<br />
e a insegurança diante de potenciais<br />
riscos relacionados a incêndios são<br />
consideradas restrições para a construção<br />
de edificações com sistemas<br />
estruturais em madeira. Essa situação<br />
é fruto do desconhecimento do comportamento<br />
da madeira em relação ao fogo. Nesse contexto, o<br />
objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão<br />
bibliográfica abrangente sobre o comportamento<br />
da madeira a temperaturas elevadas, abordando<br />
assuntos relativos à degradação térmica, à taxa de<br />
carbonização e à influência da temperatura sobre<br />
as propriedades mecânicas da madeira. Essas informações<br />
podem contribuir para o aprimoramento de<br />
modelos numéricos sobre o comportamento termomecânico<br />
de estruturas de madeira em situação de<br />
incêndio, para a construção de edificações mais seguras<br />
e também para a eliminação do preconceito<br />
relativo ao uso desse material na construção civil.<br />
MAIO 2023 61
ARTIGO<br />
INTRODUÇÃO<br />
A madeira é um dos materiais de construção<br />
mais antigos e possui enormes potencialidades na<br />
indústria da construção. Ela tem bom desempenho<br />
quando aplicada em edifícios projetados, construídos<br />
e mantidos de forma adequada, porém seu<br />
uso como material de construção é limitado devido<br />
ao preconceito relativo à sua reação ao fogo.<br />
A madeira é um material combustível e, como os<br />
demais materiais combustíveis sólidos, quando<br />
aquecida, produz gases combustíveis que, quando<br />
expostos ao calor, queimam e produzem chama. Os<br />
gases quentes e as chamas, por sua vez, aquecem<br />
a porção de madeira ainda não atingida pelo calor<br />
e promovem a liberação de mais gases inflamáveis,<br />
gerando um processo em cadeia que alimenta a<br />
combustão.<br />
A madeira, quando é submetida a uma situação<br />
de incêndio, irá queimar. Porém, tanto a madeira<br />
quanto o carvão oriundo da combustão da primeira<br />
são isolantes térmicos e retardam o fluxo de calor<br />
para o interior da seção, abrandando a velocidade<br />
da degradação térmica e retardando o avanço<br />
da frente de carbonização. Dessa forma, quando<br />
submetidos ao fogo, os elementos estruturais de<br />
madeira exibem em seus interiores, após a camada<br />
carbonizada, uma estreita camada aquecida, cujas<br />
propriedades mecânicas são afetadas pelo calor,<br />
e um núcleo inalterado. Segundo White (2002), a<br />
resistência ao fogo de um elemento ou estrutura<br />
de madeira depende da existência de uma camada<br />
protetora ou espessura da camada carbonizada<br />
da madeira e das dimensões da seção residual, as<br />
quais dependem da taxa de carbonização da espécie<br />
de madeira usada.<br />
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE OS<br />
POLÍMEROS DE MADEIRA<br />
Vários trabalhos foram realizados sobre a influência<br />
da temperatura nos polímeros da madeira,<br />
principalmente sobre seu amolecimento, o qual é<br />
caracterizado pela temperatura de transição vítrea<br />
(Back; Salmén, 1982; Bhuiyan; Hirai; Sobue, 2000;<br />
Fengel, 1967; Fengel; Wegener, 1984; Goring, 1963;<br />
Hatakeyama; Hatakeyama; Nakano, 1974; Irvine,<br />
1984; Mangalam, 2005; Zeronian, Menefee, 1976;<br />
Poncsák et al., 2006; Salmén, 1982; Schaffer, 1973;<br />
Sivonen et al., 2002; Yano; Hatakeyama; Hatakeyama,<br />
1976; Yildiz; Gümüskaya, 2007; Olsson; Salmén,<br />
1997). A transição vítrea é a passagem de um estado<br />
desordenado rígido (vítreo) do polímero para um<br />
estado desordenado maior, no qual as cadeias poliméricas<br />
possuem uma maior mobilidade. Essa mobilidade,<br />
no caso de algumas classes de polímeros<br />
naturais como a hemicelulose, a celulose e a lignina,<br />
dá origem a um comportamento menos rígido. A<br />
lignina e a hemicelulose são polímeros amorfos e<br />
essencialmente termoplásticos para os quais o principal<br />
ponto de amolecimento é aquele da transição<br />
vítrea. As transições vítreas da madeira estão ligadas<br />
à temperatura, ao teor de umidade, ao peso molecular<br />
do polímero, à natureza do material, se ele<br />
está em sua forma isolada ou se está na forma de<br />
madeira, na forma cristalina ou amorfa.<br />
INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA SOBRE AS<br />
PROPRIEDADES MECÂNICAS DA MADEIRA<br />
Vários trabalhos foram realizados para determinar<br />
a influência da temperatura sobre as propriedades<br />
mecânicas da madeira submetida a altas<br />
temperaturas (Gerhards, 1982; Green; Winandy;<br />
Kretschmann, 1999; Knudson; Schniewind, 1975;<br />
Kollmann; Côté, 1968 Lau; Barret, 1979; Manríquez,<br />
2008; Moraes, 2003; Moraes; Rogaume; Triboulot,<br />
2005; Nyman, 1980; Ohsawa; Yoneda, 1978; Ostman,<br />
1985; Pescador, 2008; Preusser, 1968; Sano, 1961;<br />
Schaffer, 1967, 1973, 1986). Essa influência pode se<br />
manifestar por meio de efeitos temporários e efei-<br />
62 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
tos permanentes, os quais dependem do grau de<br />
degradação do material causado pela exposição ao<br />
calor e pela temperatura.<br />
Os efeitos permanentes não desaparecem<br />
depois do resfriamento da madeira e ocorrem a<br />
temperaturas superiores a 65ºC (graus Celsius),<br />
sem perda significativa de peso dos carboidratos.<br />
Dependem da temperatura e do teor de umidade<br />
da madeira e são oriundos, provavelmente, das<br />
reações de despolimerização, nas quais a ruptura<br />
das ligações químicas começa a ocorrer a temperaturas<br />
superiores a 100ºC. Os efeitos permanentes se<br />
manifestam pela perda do peso dos carboidratos,<br />
perda de água de adesão e pelo amolecimento da<br />
lignina (Atreya, 1983; Bryden, 1998; Browne, 1958;<br />
Miller; Bellan, 1996; Shafizadeh, 1985) e refletem diretamente<br />
nas propriedades mecânicas da madeira.<br />
CONCLUSÃO<br />
Este trabalho apresenta uma revisão bibliográfica<br />
abrangente sobre o comportamento da madeira<br />
em situação de incêndio, na qual são discutidos<br />
assuntos como degradação térmica, taxas de carbonização,<br />
influência da temperatura sobre os polímeros<br />
da madeira e influência da temperatura sobre as<br />
propriedades mecânicas da madeira.<br />
Esta pesquisa leva às seguintes conclusões: o<br />
conhecimento do comportamento da madeira submetida<br />
a temperaturas elevadas permite o desenvolvimento<br />
de modelos numéricos avançados para<br />
a modelagem do comportamento das estruturas de<br />
madeira em situação de incêndio; a madeira, quando<br />
exposta ao calor, apresenta a degradação térmica<br />
de seus polímeros, a redução de suas propriedades<br />
mecânicas e a carbonização de sua superfície;<br />
as taxas de carbonização das madeiras variam<br />
conforme a massa específica, o teor de umidade, a<br />
espécie de madeira, as dimensões da peça de madeira,<br />
a forma da seção transversal e a intensidade<br />
do fluxo de calor. Em geral, situam-se entre 0,37 e<br />
0,80 mm/min. Os valores próximos a 0,37 são para<br />
madeiras mais densas e teores de umidade mais<br />
elevados, enquanto os próximos a 0,80 mm/min são<br />
para madeiras secas e com baixa massa específica.<br />
Os valores mais recomendados para o projeto de<br />
estruturas de MLC (madeira laminada colada) são<br />
próximos a 0,65 mm/min; e a redução das propriedades<br />
mecânicas em função da temperatura indica<br />
a necessidade de empregar um fator redutor das<br />
propriedades obtidas à temperatura ambiente.<br />
Link de acesso: https://www.scielo.br/j/<br />
ac/a/84J9dfRHFVdzF35xnjscXty/?format=html#<br />
MAIO 2023 63
AGENDA<br />
AGENDA<br />
2023<br />
MAIO 2023<br />
15 A 19<br />
AGOSTO 2023<br />
09 A 11<br />
AGOSTO 2023<br />
28 A 31<br />
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FIMMA E MOVELSUL 2023<br />
LOCAL: BENTO GONÇALVES (RS)<br />
INFORMAÇÕES:<br />
HTTPS://FIMMA.COM.BR/<br />
MÓVEL BRASIL 2023<br />
15 A 19 DE MAIO<br />
LOCAL: BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)<br />
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64 referenciaindustrial.com.br MAIO 2023
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CLIMÁTICO FAZ ULTIMATO<br />
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o último mês de março o mundo teve acesso<br />
ao VI relatório produzido pelo IPCC (Painel<br />
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas,<br />
na sigla em português), um importante<br />
instrumento de avaliação científica sobre a<br />
mudança do clima, suas implicações e possíveis riscos futuros,<br />
bem como para propor políticas imediatas de preservação<br />
ambiental. Criado em 1988 pelo programa da ONU<br />
(Organização das Nações Unidas) para o Meio Ambiente e<br />
pela OMM (Organização Meteorológica Mundial), o IPCC<br />
é a maior autoridade mundial a respeito do aquecimento<br />
global, sendo responsável por determinar o cenário sobre<br />
a mudança do clima, identificação de consenso na comunidade<br />
científica para promover as ações, e em que áreas<br />
mais pesquisas são necessárias.<br />
Neste novo informe, ao longo de suas 37 páginas,<br />
os 95 cientistas pontuam que os esforços para reduzir as<br />
emissões de GEE (gases de efeito estufa) não têm sido suficientes.<br />
Além disso, as opções disponíveis para adaptação<br />
às mudanças climáticas estão se tornando mais limitadas e<br />
menos eficazes a cada incremento no aquecimento. Com<br />
isso, a década atual é crucial para mitigar efeitos de um<br />
clima que já está mudando para pior. Ou seja, as consequências<br />
já estão sendo impostas e, daqui para frente, só<br />
nos resta trabalhar para que sejam menos danosas para a<br />
sociedade.<br />
É unânime entre a comunidade internacional de que<br />
se trata de um alerta final e que algo precisa ser feito, já<br />
que as concentrações de dióxido de carbono estão no seu<br />
ponto mais alto em pelo menos 2 milhões de anos. Para<br />
se ter uma ideia ainda melhor sobre a gravidade, o estudo<br />
mostra que mais de 3 bilhões de pessoas vivem em locais<br />
altamente vulneráveis às mudanças climáticas. Outro dado<br />
alarmante apresentado é que a temperatura média global<br />
já está 1,1°C (graus Celsius) mais alta na comparação com<br />
os níveis pré-industriais. O resultado disso já estamos vivenciando:<br />
eventos climáticos extremos mais frequentes e<br />
intensos, com incêndios florestais, inundações e muito prejuízo<br />
para a vida em todas as regiões do mundo.<br />
De acordo com as conclusões, ações climáticas urgentes<br />
são necessárias em todas as frentes e devem ser priorizadas<br />
o quanto antes. Parafraseando o filme vencedor do<br />
Oscar 2023, para a ONU, as iniciativas precisam de tudo em<br />
todo o lugar ao mesmo tempo. Há, ainda, metas que deverão<br />
ser perseguidas: limitar o aquecimento da temperatura<br />
a 1,5°C até 2030, diminuição das emissões de GEE quase<br />
POR<br />
ANDREA<br />
COMINATO<br />
DIRETORA DE<br />
MARKETING E<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
DO GRUPO<br />
NEW SPACE<br />
pela metade - com freio na produção de combustíveis fósseis<br />
- e atingir emissões líquidas de CO 2<br />
negativas no início<br />
da década de 2050. Por fim, os investimentos anuais na<br />
redução de GEE nesta década devem ser três a seis vezes<br />
maiores dos níveis atuais, para conter o aumento da temperatura.<br />
Esse aumento é crucial para reforçar a resiliência<br />
climática, especialmente nos países em desenvolvimento.<br />
Só que diferentemente do que estamos acostumados até<br />
então, essas metas serão perseguidas com os impactos já<br />
atingindo a nossa sociedade.<br />
Apesar do cenário altamente desfavorável, o Brasil tem<br />
uma janela de oportunidades para se destacar, graças principalmente<br />
à sua matriz energética mais diversificada, com<br />
participação expressiva de fontes de energia renováveis.<br />
É preciso ter políticas descarbonizadas e, nesse contexto,<br />
sempre gosto de valorizar o papel do CDP (Carbon Disclosure<br />
Project), considerado a maior e mais importante iniciativa<br />
mundial de monitoramento, gestão e divulgação de<br />
insights a respeito do tema. O Grupo New Space faz parte<br />
desde 2009, reportando, anualmente, as nossas emissões<br />
de carbono em um inventário de emissões de GEE, visando<br />
sempre as melhores práticas de modo a reduzirmos os impactos<br />
nas mudanças climáticas e progressões em relação<br />
ao inventário anterior.<br />
Porém, o VI relatório do ICCP foi claro: por ser um desafio<br />
de magnitudes globais, são necessárias mais do que<br />
ações corporativas. O período exige soluções globais, com<br />
cada país necessitando fazer a sua parte. Exigir que os<br />
outros se movam primeiro só garante que a humanidade<br />
venha em último lugar. Infelizmente, urgência e emergência<br />
são conceitos que andam cada vez mais próximos. A natureza<br />
é inegociável e a mudança precisa iniciar agora.<br />
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