Jornal 100% Agro — Ed. 3, Junho de 2023
Nesta edição, o tema central é a Agricultura Irrigada. Em matéria de capa, a consultora Juliana Lisboa detalha a importância da irrigação, que permite até triplicar a produção de alimentos reduzindo os impactos ambientais. Destaque, ainda, para a entrevista exclusiva do Presidente da Associação dos Irrigantes do Alto Paranaíba, Makoto Sekita, e da Engenheira Ambiental, Lorena Urbano, que analisam o que seria do Alto Paranaíba sem a irrigação e defendem que os barramentos devem ser considerados de utilidade pública. A edição traz, ainda, matérias sobre os 19 anos da Padap Agronegócios, a atualização do cadastro de rebanhos em Minas, a abertura da safra mineira de café 2023, encontro regional com 700 produtores de café e abacate e um evento de gastronomia em São Gotardo. E, ainda, as colunas fixas "Aqui Tem Gerência", da Escola Cooperativa Terra Ideal; e "Alho Brasileiro", da Associação Mineira dos Produtores de Alho (AMIPA). Boa leitura!
Nesta edição, o tema central é a Agricultura Irrigada.
Em matéria de capa, a consultora Juliana Lisboa detalha a importância da irrigação, que permite até triplicar a produção de alimentos reduzindo os impactos ambientais.
Destaque, ainda, para a entrevista exclusiva do Presidente da Associação dos Irrigantes do Alto Paranaíba, Makoto Sekita, e da Engenheira Ambiental, Lorena Urbano, que analisam o que seria do Alto Paranaíba sem a irrigação e defendem que os barramentos devem ser considerados de utilidade pública.
A edição traz, ainda, matérias sobre os 19 anos da Padap Agronegócios, a atualização do cadastro de rebanhos em Minas, a abertura da safra mineira de café 2023, encontro regional com 700 produtores de café e abacate e um evento de gastronomia em São Gotardo. E, ainda, as colunas fixas "Aqui Tem Gerência", da Escola Cooperativa Terra Ideal; e "Alho Brasileiro", da Associação Mineira dos Produtores de Alho (AMIPA).
Boa leitura!
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Agricultura irrigada triplica produção
nacional de alimentos
EXCLUSIVO: Em artigo especial
para esta edição, a consultora
Juliana Lisboa (foto)
analisa os impactos positivos
da agricultura irrigada no
meio ambiente e na produção
nacional de alimentos.
Juliana explica que a agricultura
irrigada envolve o
fornecimento controlado de
água às culturas para melhorar
seu crescimento e desenvolvimento.
A tecnologia é utilizada em
áreas onde a precipitação natural
é insuficiente para sustentar
as culturas ou quando
GESTÃO:
Gestor, você
está com a faca
e o queijo na
mão. O que vai
fazer agora? A
pergunta é de
Felipe Zumkeler
e Henrique
Marques, na coluna
mensal “Aqui tem
Gerência”, da
Escola Cooperativa
Terra Ideal
Página 6
se busca otimizar a produção
agrícola.
No artigo, Juliana Lisboa
detalha em quais situações a
irrigação é recomendada e os
diferentes métodos disponiveis.
“Cada método tem suas
próprias vantagens e desafios,
e a escolha do método depende
de vários fatores, como
tipo de cultivo, clima, disponibilidade
de água e recursos
econômicos”, explica.
Segundo a especialista, a
agricultura irrigada garante
desenvolvimento no campo e
gera empregos para as famílias.
“É desenvolvimento com
sustentabilidade”.
Outro aspecto considerado
no artigo é que a agricultura
irrigada causa impacto ambiental
mínimo e, ao mesmo
tempo, triplica a produção de
alimentos.
Embora o cenário seja
animador, também há desafios,
dentre os quais a gestão
eficiente da água. “É crucial
usar técnicas e tecnologias
que minimizem a perda de
água por evaporação, infiltração
ou escoamento”, conclui
a consultora. Página 3
ESTREIA:
Nesta edição, a
Associação Mineira
dos Produtores
de Alho (AMIPA)
publica sua
primeira coluna.
A cada mês, a
coluna reunirá
informações
especializadas
e diferenciadas
produzidas pela
entidade
Página 7
Regiões
produtoras
lançam
safra
mineira do
café 2023
A abertura da safra mineira
de café reuniu autoridades e a
cadeia produtiva da cafeicultura
na quinta-feira (1), em Araguari,
no Triângulo Mineiro. O evento,
inédito e singular, congregou a
classe de produtores de café de
Minas Gerais, integrando toda a
cadeia: exportadores, indústria,
corretores e profissionais do
café. Participaram, também,
autoridades políticas federais,
estaduais e municipais.
Houve debates sobre os desafios
e oportunidades do momento
atual e a troca de experiências
entre os diversos atores
do segmento.
Pela primeira vez, as cinco
regiões mineiras produtoras de
café: Cerrado, Mantiqueira, Sul,
Matas e Chapada, se juntaram
para abrir a safra estadual.
A iniciativa foi da Federação
dos Cafeicultores do Cerrado
Mineiro, que pretende ornar a
cerimônia itinerante para as
demais regiões, nos próximos
anos.
Página 12
Ano I — Edição n. 3 — São Gotardo (MG), — junho, 2023
NO YOUTUBE
Exclusivo: convidados analisam o que
seria do Alto Paranaíba sem a irrigação
Irrigação tem que ser reconhecida
como atividade de utilidade
pública, afirma Assis. Com
esta manchete, o portal “Revista
da Cafeicultura”, publicada no
último dia 30 de março, noticiou
o posicionamento do presidente
da Federação dos Cafeicultores
do Cerrado, Francisco Sérgio
de Assis, sobre a luta de muitos
anos da agricultura irrigada,
na abertura da 26ª edição da
Feira Nacional da Cafeicultura
Irrigada (Fenicafé), em Araguari,
no Triângulo Mineiro.
Francisco Assis lembrou que
“o Projeto de Lei já passou pela
Câmara dos Deputados e agora
está no Senado. Mas, parece que o
PL está na gaveta. Então gostaria
de reiterar aqui esse pedido junto
aos nossos políticos presentes
na Feira, para que levantem esta
bandeira”. O dirigente se referia
ao Projeto de Lei 1765/22.
O assunto pontou a entrevista
exclusiva de Makoto Sekita
e Lorena Urbana ao podcast
100PORCENTOAGRO deste
mês. Também participou
do episódio o produtor rural
Hugo Shimada (Shimada
Agronegócios), como “case”
de sucesso no uso da tecnologia
de barramentos para irrigação.
O podcast está disponível no
YouTube — aponte para o QR-
Code para assistir.
Produtor rural, suplente de deputado
na Assembleia Legislativa
de Minas Gerais e referência regional
no agronegócio, Makoto
Sekita é o atual presidente da
Makoto Sekita e Lorena Urbano analisam cenário atual e
perspectivas regionais da agricultura irrigada
Associação dos Irrigantes do
Alto Paranaíba. Lorena Urbano
é engenheira ambiental e sanitária,
especialista na área ambiental
e CEO da Daterra
Engenharia Ambiental, empresa
de Assessoria no segmento.
No episódio, Makoto e Lorena
analisaram o que seria do Alto
Paranaíba e do cerrado sem a
irrigação, e detalharam aspectos
técnicos sobre o tema. Hugo
Shimada explicou que foi preciso
enfrentar uma longa jornada
de burocracia, com processos
muito detalhados. “É uma preciosidade
para a fazenda hoje,
porque é a maior fonte hídrica
na nossa propriedade”. O produtor
destacou o impacto positivo
na segurança alimentar do
Brasil e na geração de emprego
e renda para um grande número
de famílias.
Para Makoto Sekita, as cidades
que fazem parte do Programa de
Assentamento Dirigido do Alto
Paranaíba (PADAP) não seriam
tão produtivas sem os barramentos
e os piscinões para irrigação.
Implantado em 1973, o PADAP
engloba os municípios de São
Gotardo, Rio Paranaíba, Ibiá e
Campos Altos, tendo se transformado
no grande polo de hortifruti
do Brasil, respondendo por
mais de um quarto da produção
nacional de hf.
Por sua vez, Lorena Urbano
considera que os barramentos na
região do PADAP merecem tratamento
cada vez mais diferenciado.
Eles são essenciais porque
a região tem uma alta demanda de
irrigação e pouca disponibilidade.
Os convidados do episódio
apontaram os principais gargalos
da legislação sobre o tema, o que
está sendo feito para contornar e
a necessidade de gestões políticas
no sentido de apresentar aos legisladores
a importância da irrigação
para o País. “Ao invés de
fazer muito desmatamento para
a produção sequeira, a produção
irrigada consegue dobrar e até triplicar
a produtividade na mesma
área. Então, sem a irrigação seria
necessário desmatar muito mais
para atender a demanda mundial
por alimentos”, explica Makoto
Sekita.
PL 1765/22: O Projeto de Lei
1765/22 classifica como de utilidade
pública as barragens para
irrigação, represas e todos os sistemas
de captação de água vinculados
às atividades agrossilvipastoris
(prática de combinar florestas com
agricultura e pecuária). O texto tramita
na Câmara dos Deputados.
A proposta também considera de
interesse social as obras de construção
de barragens, represas e sistemas
de captação e distribuição
de água para irrigação e atividades
agrossilvipastoris.
O autor do PL é o Deputado
Federal Diego Andrade (PSD-
MG), com embasamento técnico
produzido pela consultora Juliana
Lisboa — leia, na página 3,
considerações de Lisboa sobre
agricultura irrigada.
Atualmente, o PL aguarda
parecer do relator na
Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável.
EXPEDIENTE
Jornal 100PORCENTOAGRO - Ano I - Edição n. 3 - Jun, 2023
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e Pauliane Oliveira
2 100PORCENTOAGRO / junho, 2023
AGRICULTURA IRRIGADA
Agricultura irrigada reduz impacto
ambiental e triplica produção de alimentos
“Ao fornecer água
adicional às culturas,
sua capacidade
de crescer e se
desenvolver
é aprimorada,
resultando em
rendimentos mais
altos e melhor
qualidade.”
Juliana Lisboa
A agricultura irrigada é uma
técnica que envolve o fornecimento
controlado de água às
culturas para melhorar seu crescimento
e desenvolvimento. É
utilizado em áreas onde a precipitação
natural é insuficiente para
sustentar as culturas ou quando
se busca otimizar a produção
agrícola.
A irrigação pode ser realizada
por diferentes métodos, como
irrigação por gravidade, irrigação
por aspersão, irrigação por
gotejamento e outros sistemas
mais avançados. Cada um desses
métodos tem suas próprias vantagens
e desafios, e a escolha do
método depende de vários fatores,
como tipo de cultivo, clima,
disponibilidade de água e recursos
econômicos.
A agricultura irrigada permite
o cultivo de uma ampla variedade
de culturas, incluindo cereais,
frutas, vegetais e pastagens. Ao
fornecer irrigação às culturas, sua
capacidade de crescer e se desenvolver
é aprimorada, resultando
em desenvolvimentos mais altos
e melhor qualidade dos produtos
agrícolas.
No entanto, a agricultura irrigada
também apresenta desafios
e considerações importantes.
Um dos
principais desafios é
a gestão eficiente da
água. É crucial usar
técnicas e tecnologias
que minimizem a perda
de água por evaporação,
infiltração
ou escoamento. Além
disso, o uso excessivo
de adubos pode levar
à salinização do solo
e à superexploração
dos recursos hídricos,
o que pode trazer impactos
negativos ao
meio ambiente.
Outro aspecto crítico
da agricultura irrigada
é garantir uma
distribuição equitativa
e sustentável de água
entre os agricultores, especialmente
em regiões onde os recursos
hídricos são limitados. Isto
implica a implementação de políticas
e regulamentos adequados,
bem como a promoção de práticas
eficientes de gestão da água.
Em resumo, a agricultura irrigada
é uma técnica valiosa que
permite melhorar a produção
agrícola em áreas com escassez
de água. No entanto, a sua implementação
deve ser realizada
de forma sustentável, tendo em
conta a gestão eficiente da água e
o cuidado com o meio ambiente.
Participe do Prepara Gastronomia, uma
trilha de capacitação para o setor de
ALIMENTAÇÃO FORA DO LAR.
Acesse o Edital pelo QR code
SECRETARIA MUNICIPAL DE
CULTURA, ESPORTE E TURISMO
100PORCENTOAGRO / junho, 2023 3
GASTRONOMIA
Do campo à mesa: São Gotardo valoriza produtos regionais
com oportunidades de geração de emprego e renda
Um dos quiosques em construção no Parque dos Ipês
(Foto: Ascom/Prefetura de São Gotardo)
A cidade de São Gotardo
anunciou duas ações para promover
a inclusão econômica,
social e cultural: o programa
Prepara Gastronomia e o concurso
gastronômico.
No Prepara Gastronomia, realizado
em parceria com o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae),
destaque para a presença do chef
Eduardo Avelar, que irá prestar
uma consultoria para empresas de
alimentação fora do lar. Empresas
participantes do programa concorrerão
aos direitos de exploração
comercial dos quiosques do
Parque dos Ipês, a nova área de
esportes e lazer que está sendo
construída pela Prefeitura e deverá
ser inaugurada em setembro.
Ao todo, são cinco quiosques.
Também entram na premiação
os direitos de uso comercial de outros
dois quiosques, no centro esportivo
de Guarda dos Ferreiros,
com inauguração em 2024.
Um dos requisitos para participar
do concurso de gastronomia é
fazer a capacitação com Eduardo
Avelar. “A gente quer ofertar comida
de qualidade e uma boa
prestação de serviços para quem
frequentar esses locais”, diz a
Secretária de Cultura, Esportes e
Turismo, Adriene Santos.
O concurso é dividido em cinco
categorias culinárias: mineira,
oriental, nordestina, fast food e comida
de boteco, as mesmas classificações
que serão utilizadas na oferta
de serviços pelos vencedores das
concessões dos quiosques.
No dia primeiro de julho,
chefs renomados irão avaliar os
pratos participantes do concurso
gastronômico. Serão escolhidos
os dois melhores de cada categoria
e haverá uma classificação
geral, de onde sairão os locais
dos quiosques a serem destinados
aos vencedores. O primeiro
lugar de cada categoria ganha a
concessão do respectivo quiosque.
O edital está disponível
no site saogotardo.mr.gov.br
— edital 001/2023, na aba licitações.
As inscrições, limitadas a
20 CNPJs, serão exclusivamente
nos dias 12 e 13 de junho, e a
documentação deve ser providenciada
com antecedência.
Orientações na Secretaria de
Cultura, Esporte e Turismo: rua
Cel. Fonte Boa, 440, centro, telefone
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100PORCENTOAGRO / junho, 2023 5
AQUI TEM GERÊNCIA
Gestor, você está com a faca e o queijo
na mão. O que vai fazer agora?
Nosso sistema gerencial impacta no comportamento das
pessoas e no resultado do negócio (Foto: autores)
HENRIQUE MARQUES E
FELIPE ZUMKELLER,
ESCOLA COOPERATIVA
TERRA IDEAL
Muitas vezes, falhamos em entender
como o sistema que criamos
dentro dos nossos negócios levam
as pessoas a comportamentos indesejados.
Nas últimas semanas vem circulando
pelas redes sociais e pelo
WhatsApp o vídeo de uma dinâmica
de grupo sendo conduzida
dentro de uma empresa em que o
instrutor entrega para cada participante
uma bexiga e um palito de
dente e mostra um “bolo” de di-
nheiro, dizendo que, ao final da dinâmica,
aquele que ainda tiver em suas mãos
a bexiga cheia irá levar para casa os mil
reais que estão em suas mãos.
Caso o caro leitor ainda não tenha
assistido ao desfecho da dinâmica, você
pode imaginar o que se passa nos próximos
minutos do vídeo: as pessoas começam
a estourar a bexiga dos colegas
de trabalho até que não sobre uma única
para contar a história. E não acaba por
aí. Antes de encerrar, o instrutor aplica
a sua lição de moral, dizendo que ele
nunca falou que as pessoas deveriam ter
estourado a bexiga dos colegas, e que se
todos ainda tivessem a bexiga em mãos
todos levariam o prêmio, mostrando
como todos ali na sala são péssimas
pessoas que não sabem trabalhar em
equipe.
O leitor desavisado pode ter achado
a brincadeira muito engraçada e não ter
se espantado com o comportamento
dos participantes, pois “é de se esperar
que as pessoas tenham pensado apenas
em si próprias e tentado levar a melhor.
É isso que vejo todos os dias acontecendo
dentro da minha fazenda.”
Gostaríamos, no entanto, de colocar
um outro ponto de vista para o experimento.
o instrutor entrega um palito de
dente para cada pessoa, com sua ponta
afiada, feita para estourar bexigas e, em
seguida, não deixar claro que todos poderiam
ganhar o prêmio ao mesmo tempo,
desde que deixassem suas bexigas inteiras
e ainda assim espera um comportamento
diferente? No final ainda dá uma lição de
moral esperando que, com aquela lição,
todos aprendam a ser pessoas melhores.
Não é exatamente isso que fazemos todos
os dias dentro dos nossos negócios?
Criamos um sistema e um ambiente de
trabalho complexo, que dificulta o trabalho,
que induzem as pessoas ao erro, sem
deixar claro o que se espera das pessoas
desde o início e no final damos sermão
pelo mau comportamento dos empregados.
Como gestores, temos que entender
que o “sistema” que criamos dentro da
fazenda irá influenciar diretamente no
comportamento das pessoas e, consequentemente,
nos resultados. Quando
dizemos sistema gerencial não estamos
falando de softwares e “aplicativos 4.0”,
mas, sim, de um conjunto de fatores que
estão presente no dia a dia do trabalho
das pessoas: a forma como o ambiente
está organizado; a facilidade de se executar
uma tarefa; as máquinas, equipamentos
e infraestrutura da fazenda; a
qualidade da matéria prima e insumos
que são utilizados; como os processos
estão organizados; como é o fluxo
de trabalho e as dificuldades que
as pessoas enfrentam para executa-
-lo; o comportamento dos líderes e
gestores frente aos acontecimentos
do dia a dia; como as pessoas são
capacitadas e muitos outros fatores.
Por exemplo, um gestor que
tem o comportamento de reprimir
as pessoas frente a um problema
ou um erro que aconteceu, pode
fazer com que as pessoas passem a
esconder problemas, criando uma
cultura de medo e não uma cultura
onde os problemas ficam visíveis, e
as causas-raízes são identificadas e
eliminadas.
Na próxima coluna iremos continuar
explorando exemplos do dia
a dia da fazenda, de como o gestor
pode organizar o sistema gerencial
para que as pessoas tenham os
comportamentos que ele espera, e
claro, melhores resultados.
Para ficar na
cabeça:
“Um sistema ruim
sempre vencerá
uma pessoa boa.”
W. Edwards
Deming
6 100PORCENTOAGRO / junho, 2023
ALHO BRASILEIRO
Associativismo pelo melhor alho do mundo
MIRIAN DELGADO
DIRETORA TÉCNICA E
EXECUTIVA DA AMIPA
No campo, AMIPA visita produtores e promove troca de
conhecimentos (Foto: Acervo AMIPA)
A Associação Mineira dos
Produtores de Alho (AMIPA)
é pautada no associativismo
e busca diariamente representar
a produção do alho
brasileiro, o melhor alho do
mundo, focada no trabalho
junto à Associação Nacional
dos Produtores de Alho
(ANAPA), entidade máxima
de representação dos produtores
de alho do Brasil.
Fundada em 2017 pelo atual
presidente, Flávio Márcio
Ferreira da Silva, a AMIPA
possui sede em São Gotardo
(MG), e adota um modelo de
colaboração entre produtores
com interesses em comum,
onde colaboradores e associados
defendem juntos a causa
em prol da defesa e valorização
da cultura do alho.
Atualmente, Minas Gerais
é o maior estado produtor de
alho do Brasil, com expectativa
de plantio de 9 mil hectares
em 2023, o que representa
50% da produção nacional da
hortaliça, produzindo em média
18 toneladas por hectare.
Em trabalho conjunto,
Anapa e Amipa buscam parcerias
com instituições de pesquisa
e universidades, desenvolvendo
ações e projetos que buscam otimizar
processos que contribuem
com o desenvolvimento da cadeia
produtiva do alho, almejando melhorar
cada vez mais a produtividade
e qualidade do alho produzido.
Os resultados dos projetos de
pesquisa são disponibilizados aos
produtores associados através de
um sistema, acessado através de
login e senha pelos produtores.
Uma das ações mais importantes
realizada pelas associações são
os Giros Técnicos, que acontecem
durante a safra, momento em que
visitamos produtores associados
e acontece uma intensa troca de
informações sobre os processos
que envolvem a produção do alho.
O principal intuito desta ação, é
proporcionar a difusão do conhecimento
e troca de experiências
entre os produtores de regiões
distintas.
Desde 2021, a AMIPA promove
o Encontro Técnico
Científico, o maior evento voltado
para a cultura do alho no
estado de Minas Gerais. Em sua
terceira edição, o evento tem data
prevista para acontecer nos dias
22 e 23 de novembro do presente
ano, em São Gotardo. O evento
conta com palestras técnicas de
altíssimo nível, além de ser um
momento para muita troca de
informações entre produtores e
para encontrar amigos.
A realização de tantas
ações desenvolvidas pelas associações
só é possível graças
aos produtores associados
que acreditam neste trabalho
e às empresas parceiras, o que
fortalece ainda mais nossa
rede de comunicação e desenvolvimento.
Ampliando ainda mais a
difusão de importantes informações
relacionadas à cadeia
produtiva do alho, a AMIPA
estará sempre nos canais do
100PORCENTOAGRO.
Outras informações relacionadas
ao setor, o leitor
poderá acompanhar diretamente
no site da Amipa.
A realização de eventos e
ações que buscam a interação
entre associação e produtores
são essenciais, difundem
conhecimento e fortalecem a
cadeia de produção. O associativismo
revela a crença de
que, juntos, é possível buscar
soluções e gerar benefícios
econômicos, sociais, científicos,
culturais e políticos. O
resultado dessa cooperação é
o apoio mútuo para desenvolver
cada vez mais as etapas de
produção do alho brasileiro!
Acesse o site
VEM AÍ A MAIOR COBERTURA
JORNALÍSTICA DE TODAS AS
EDIÇÕES DA FENACAMPO
100PORCENTOAGRO / junho, 2023 7
GIRO DO ALHO
Evento histórico une conhecimentos científicos
e valorização das pessoas, nos 19 anos da Padap
“Juntos, celebramos as memórias que nos impulsionam e nos enchem de gratidão”. Flávio Márcio
da Silva e Marcelo Nogueira, líderes da Padap Agronegócios
8 100PORCENTOAGRO / junho, 2023
O pesquisador
da Embrapa, Dr.
Valdir Lourenço,
atualizou
conhecimentos
sobre os avanços
na área e
prevenção da
raiz rosada
Momentos de
aprendizado,
trocas de
experiências
e parcerias
firmadas, por um
futuro promissor
para o cultivo do
alho
Sorrisos, vitórias
e união fizeram
da Padap uma
família
Desafios superados e conexões
fortalecidas. Este foi o sentimento
após um dia de atividades no Giro
Técnico do Alho Padap, na quarta-
-feira, 31 de maio, marcando os 19
anos da empresa. Na programação,
palestras e confraternização envolvendo
gestores, colaboradores e
produtores.
O Giro Técnico do Alho da
Padap Agronegócios reuniu cerca
de 200 produtores da região. Em
três áreas distintas, os produtores
observaram, na prática, os ganhos
possíveis de produtividade com a
utilização dos produtos disponíveis
no portfólio Padap.
As empresas parceiras: Yara,
Fortgreen, Santa Clara, Belocal e
Multitecnica, fizeram demonstrações
sobre como cada produto
funciona, com experimentos em
tempo real. A Fortgreen montou
um laboratório em local escuro,
apropriado para testes de fotoluminescência,
permitindo aos participantes
visualizarem a ação do
produto.
Em contato direto com os fornecedores,
os produtores tiveram
acesso às tecnologias de cada uma
das empresas com o que há de
mais atual no mercado para aplicação
na cultura do alho. Foram
apresentados os impactos positivos
na produtividade das lavouras
de alho com a utilização dos
produtos da empresa. A Shimada
Agronegócios, por exemplo, apresentou
dados reais como amostras
reais das áreas onde são aplicados
produtos do portifolio Padap.
Em palestra, Lucas Melo,
Analista de Facilities da Solinftec,
apresentou as mais recentes tecnologias
de rastreabilidade, uso de
drones e outros recursos da empresa
para potencializar os resultados
nas fazendas.
Na principal palestra do dia, o
pesquisador da Embrapa Hortaliças
e doutor em fitopatologia, Valdir
Lourenço, falou sobre os desafios
para o manejo da raiz rosada na
cultura do alho e caracterização do
agente causal. O pesquisador transmitiu
aos produtores conhecimentos
atualizados sobre os avanços
recentes na área e como prevenir a
raiz rosada.
Após a rodada técnica nas fazendas,
os produtores participantes
foram convidados para uma confraternização
no Clube Campestre,
exaltando os 19 anos da Padap
Agronegócios. O encontro reuniu
colaboradores e produtores, estreitando
os laços com a empresa.
Com churrasco e drinks de café
preparados pela deBongrado Cafés
Especiais, a confraternização foi
uma clara demonstração do quanto
a Padap promove o engajamento
de seus colaboradores por meio
de ações de endomarketing. Foram
momentos de encantamento, aproximação
e valorização das pessoas.
O colaborador Danilo foi homenageado
pelos 15 anos de empresa,
e todos os participantes ganharam
uma camisa pólo personalizada.
O Giro Técnico do Alho da
Padap reuniu as melhores mentes
do setor para compartilhar as mais
avançadas tecnologias e conhecimentos.
Palestras inspiradoras propiciaram
à cadeia produtiva uma
bagagem de expertise na cultura.
O evento anual é um marco da empresa
para impulsionar o futuro e
agregar valor ao alho brasileiro produzido
na região.
PECUÁRIA
Atualização dos rebanhos fortalece vigilância
sanitária em todo o estado
o produtor deve declarar a vacinação
contra raiva de bovinos,
bubalinos, asininos, equinos, muares,
caprinos e ovinos.
Foto: Vinícius Pontes (Pexels)
CARRO
MOTO
MÁQUINAS AGRÍCOLAS
34 3671-1006
IGOR SOUZA
Consultor de investimentos
CAMINHÃO
CASA
LOTE
FAZENDA
Mobilizando mais de 400
mil produtores rurais em todo
o estado, a campanha de atualização
dos rebanhos é uma
importante medida que contribui
para fortalecer a vigilância
sanitária, tornando o serviço
veterinário oficial mais ágil e eficiente.
Executada pelo Instituto
Mineiro de Agropecuária (IMA),
órgão vinculado à Secretaria
de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Seapa), o procedimento
segue até 30/6.
Todos os produtores rurais de
Minas Gerais deverão atualizar
os dados de seus rebanhos. A
obrigação vale para os criadores
de bois, búfalos, cabras, ovelhas,
suínos, cavalos, jumentos, mulas,
abelhas, galinhas e peixes.
A atualização deve ser feita
pelo Portal do Produtor Rural.
Caso o produtor ainda não tenha
acesso ao Portal, é necessário
se cadastrar, seguindo as instruções
aqui.
Para mais informações, o produtor
pode procurar o escritório
do IMA em sua região.
Ao cumprir os procedimentos
de atualização dos rebanhos,
MONITORAMENTO: De acordo
com o fiscal do IMA, médico veterinário
Natanael Lamas Dias, o
cadastro atualizado fornece subsídios
para monitoramento dos
rebanhos, fortalecendo as atividades
de vigilância, principalmente,
em casos de emergências sanitárias.
“A partir do dia 1º de julho
de 2023, os produtores que não
realizaram a atualização do rebanho
poderão ser impedidos de
emitir Guia de Trânsito Animal
(GTA), que é o documento oficial
para trânsito animal e contém
informações essenciais sobre a
rastreabilidade (origem, destino,
finalidade, espécie, vacinações,
entre outros) e também ficarão
impedidos de terem acesso a
Ficha Sanitária até que ocorra a
atualização do cadastro das explorações
pecuárias”, alerta.
Exploração pecuária é o grupamento
de uma ou mais espécies
de animais sob a responsabilidade
do produtor dentro de um
estabelecimento rural, organizada
por sexo e faixa etária. E a Ficha
Sanitária Animal é um documento
no qual estão descritos os dados
sanitários de uma exploração
pecuária.
Em abril, o Governo de Minas
anunciou a campanha da atualização
de rebanhos durante a abertura
da Exposição Internacional
de Gado Zebu (ExpoZebu), em
Uberaba, no Triângulo Mineiro.
A imunização de rebanhos
contra a febre aftosa em Minas
foi suspensa, a partir de 2023, o
que representou uma conquista
histórica para os criadores de
gado mineiros.
A Seapa estima uma economia
de aproximadamente R$ 700 milhões
por ano, para o setor produtivo
de Minas, considerando os
gastos com imunizantes e pessoal
para aplicação, entre outros custos.
100PORCENTOAGRO / junho, 2023 9
ABACATE E CAFÉ
Gestão profissional e mais comunicação:
o recado dos especialistas para o agro
Em aproximadamente de nove
horas de um evento intenso, cerca
de 700 produtores, representantes
de empresas e pesquisadores trocaram
conhecimentos sobre duas
das principais culturas do Alto
Paranaíba, e ouviram lições importantes
sobre gestão, mercado e comunicação
no agronegócio. Foi durante
o 2º Encontro dos Produtores
de Abacate e 15º Encontro dos
Cafeicultores, no Parque de Exposições
de São Gotardo. Realizado
pela Associação de Apoio aos
Produtores Rurais da Região de São
Gotardo (Assogotardo), Região
do Cerrado Mineiro e Sebrae
Educampo, o evento contou com
apoio do Sindicato dos Produtores
Rurais de São Gotardo, Federação
dos Cafeicultores do Cerrado
Mineiro, Emater Minas e Prefeitura
de São Gotardo.
Houve apresentações institucionais
do Sebrae e da Região
do Cerrado Mineiro, além de momentos
específicos de networking
e visitação a estandes de empresas
parceiras.
Na primeira palestra do dia,
a CEO da Auma Agronegócios,
Lucimar Silva, falou sobre cafeicultura
regenerativa e economia
circular. Embaixadora do café do
Cerrado Mineiro e uma das principais
influenciadoras do segmento,
Lucimar disse que, hoje, não basta
ter apenas boas práticas agrícolas
e conduzir com muita eficiência
administrativa, mas mostrar com
muita transparência ao mercado
essa postura na gestão de riscos.
“É um novo modelo de agricultura.
Uma agricultura resiliente, que
pode atender o novo modelo de
consumo”, disse a executiva. Para
Lucimar Silva, o agro precisa comunicar
mais e melhor.
Em seguida, produtores de abacate
se atualizaram sobre manejo
de poda com o professor Pedro
Maranha Peche (Universidade
Federal de Lavras).
Após o almoço, o diretor comercial
do Grupo Agro Ferretti
Jonas Octávio, falou sobre mercado
e comercialização de abacate.
Jonas é vice-presidente da
Associação Abacates do Brasil,
apresentou dados atualizados com
sugestões importantes para dar
maior visibilidade ao produto.
A penúltima palestra foi sobre
gestão em propriedades rurais,
com o diretor da Labor Rural,
Christiano Nascif, integrante da
plataforma Sebrae Educampo, dedicada
a gerar a inteligência essencial
na construição de capacidades
e criação de oportunidades para
o desenvolvimento individual e
coletivo do agronegócio. Dentre
outras análises profundas do setor,
Nascif ensinou que a gestão
econômica de uma propriedade
rural e o planejamento bem feito
e bem executado permitem aumentar
a produtividade, levando
o produtor a ganhar dinheiro de
forma sustentável.
No encerramento da programação,
o consultor de gestão de pessoas
Marcelo Cabral. coordenador
e facilitador da formação GESTA
(Gestão de Talentos no Agro),
deixou uma mensagem essencial
sobre o papel da liderança dentro
da fazenda, confrontando fatores
desejáveis e sentimentos em relação
ao resultado do trabalho.
O gerente executivo da Assogotardo,
Cesarino Bicalho, ouviu
comentários muito positivos
sobre o evento, considerado um
grande sucesso por produtores,
expositores e palestrantes.
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AMBIENTAL
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DO SOLO
10 100PORCENTOAGRO / junho, 2023
GESTÃO
Carmo do Paranaíba recebe palestra sobre
proteção da empresa rural familiar
Nesta terça-feira (6), uma palestra
sobre os desafios e a proteção
do negócio familiar rural marca
o inicio do Programa Raízes, em
Carmo do Paranaíba. Destinado a
produtores e empreendedores do
campo, a iniciativa visa preparar as
empresas familiares para a solidez
e a profissionalização do negócio.
O evento é uma iniciativa do
Sebrae Minas e Sicoob Credicarpa,
com apoio da Carpec, Carmocer,
Assocafé e Aprocer, e foi realizado
no auditório da Carpec.
Com o tema “Proteção da
Empresa Familiar Rural”, a palestra
abordou a as estratégias de proteção,
os fatores de risco do negócio
familiar, os desafios e a evolução
da gestão no agronegócio. A ideia
central foi promover o nivelamento
conceitual dos participantes, e prepará-los
para a trilha de capacitações
do programa.
Ao longo do ano, os núcleos
familiares ainda terão treinamento
em grupo e desenvolvimento individual
voltadas para governança,
gestão econômica e financeira,
planejamento sucessório, caminhos
para a continuidade e promoção
do autoconhecimento.
CONTINUIDADE: Atualmente,
um dos maiores desafios enfrentados
pelos empreendedores rurais é
a sucessão familiar do empreendimento.
Cerca de 25% do fracasso
em sucessões de empresas familiares
se deve à preparação inadequada
dos sucessores. Nesse
sentido, o Programa Raízes tem o
objetivo de capacitar o produtor a
olhar de maneira sistêmica para
os desafios atuais que encontra no
seu negócio familiar rural e a agir
de maneira assertiva mantendo a
saúde financeira do negócio e a
harmonia familiar.
“Sabemos que o agronegócio é
a base da economia de nossa região.
Tratar sobre os desafios que
tangem a gestão familiar é crucial
para a continuidade dos negócios.
Ficamos felizes em saber que através
do cooperativismo estamos
possibilitando essa oportunidade
aos produtores de nossa região”,
destaca o presidente do Conselho
de Administração do Sicoob Credicarpa,
Lisandro Borges (foto).
“Entendemos a necessidade de
negócios com bases fortes e raízes
profundas. Acreditamos que o
Programa será de grande relevância
para os negócios de nossos
cooperados. Já que concentrará
esforços em profissionalizar, capacitar
e possibilitar a continuidade”,
destaca.
O PROGRAMA: Com foco na
proteção da empresa rural familiar,
o programa será dividido em três
fases implementadas a partir do
segundo semestre de 2023 e atenderá
12 núcleos familiares.
As capacitações terão como
foco abordar temáticas voltadas à
solidez e a profissionalização dos
negócios como governança, gestão,
planejamento e continuidade.
AGRO
SUSTENTABILIDADE
E QUALIDADE
PROCESSOS QUE FAZEM DIFERENÇA NO CULTIVO,
NA COLHEITA E NA DISTRIBUIÇÃO.
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100PORCENTOAGRO / junho, 2023 11
CAFEICULTURA
Em evento histórico, 5 regiões cafeeiras
de Minas lançam safra estadual de café
A cidade de Araguari,
no Triângulo Mineiro,
foi o cenário de um
evento inédito organizado
pela Federação dos
Cafeicultores do Cerrado
Mineiro, nesta terça-feira
(1), para a abertura oficial
da safra estadual de café
2023. O lançamento congregou
a classe de produtores
de café do estado,
integrando toda a cadeia:
exportadores, indústria,
corretores, profissionais
do café, além de
autoridades políticas, no
Complexo Operacional
da Cooperativa dos
Cafeicultores do Cerrado de
Araguari e Região (Coocacer).
“A estrutura do evento mostrou
a força da cafeicultura e seu
impacto nos setores em que está
conectada, abrindo espaço para
instituições financeiras, acadêmicas
e de consumo apresentarem
seu trabalho relacionado à atividade
geradora de riqueza e oportunidades
nos municípios em que
está inserida. Como não poderia
ser diferente, os participantes contaram
com um espaço para degustação
de cafés, a Casa de Cafés,
integrando gastronomia regional,
arte, música e muita história da
cafeicultura no Cerrado Mineiro”,
afirmam os organizadores em comunicado
à imprensa.
Houve debates sobre os desafios
e oportunidades do momento
atual e trocas de experiências
entre os diversos atores do segmento.
Pela primeira vez, as cinco
regiões mineiras produtoras
de café: Cerrado, Mantiqueira,
Sul, Matas e Chapada, se juntaram
para abrir a safra estadual.
A intenção é tornar a cerimônia
itinerante para as demais regiões,
nos próximos anos.
LIDERANÇAS DO CAFÉ: O Presidente
do Conselho Nacional do
12 100PORCENTOAGRO / junho, 2023
Café, Silas Brasileiro, registrou
o trabalho da entidade e as conquistas
para o setor, além de lembrar
as origens do café. “Nós que
somos nascidos na região, temos
que reconhecer o trabalho dos
imigrantes, por acreditarem no
Cerrado,” afirmou.
Francisco Sérgio de Assis,
Presidente da Fundaccer, enfatizou
a defesa e luta pelo café,
que atravessa os anos. “O nosso
partido é o café. Trabalhamos e
estamos à frente dessa jornada
com muitos companheiros, há 50
anos. Energia, barramentos, utilidade
pública, são coisas essenciais
para caminharmos”, referindo-se
às pautas da cafeicultura.
Já o presidente da Federação
dos Cafeicultores do Cerrado,
Gláucio de Castro, afirmou que
“a abertura da Safra Mineira de
Café de 2023 é um grande marco
para nossa região. Diversas
autoridades vieram especialmente
para esse evento, tornando-o
uma vitrine da força e da união
do Cerrado Mineiro”.
AUTORIDADES: O governador
Romeu Zema (NOVO) declarou
a abertura da safra, juntamente
com a prefeitura de Araguari e a
Agência de Desenvolvimento de
Minas Gerais (Ademinas). Zema
destacou a dimensão do agronegócio
no estado e o protagonismo
do café, lembrando que sozinho,
Minas Gerais produz mais
café do que qualquer outro país.
O grão é o principal produto das
exportações mineiras, respondendo
por 45% do volume. “Em
várias cidades onde a empresa
que eu administrei tinha estabelecimentos,
o período da safra de
café era o melhor do ano, o que
mostra o impacto que essa atividade
tem na economia”, disse o
governador.
Entre as falas de Zema, destaque
para o aperfeiçoamento do
produto, que remunera o produtor
rural de maneira adequada.
E, ainda, o fato de o Cerrado
bater recordes sucessivos em
cafés especiais, com produtores
conseguindo vender sua produção
a mais de R$60 mil a saca no
ano passado.
Em 2022, a produção de
café em Minas Gerais foi de 22
milhões de sacas, representando
43% da safra nacional. Para
2023, a estimativa é de 27,5
milhões de sacas, 50% da safra
brasileira.
O prefeito de Araguari, Renato
Carva-lho (Republicanos), ofereceu
um café da manhã
a outras autoridades e lideranças
do setor. Após
o café, Carvalho participou
da abertura da abertura
da safra mineira de
café.
O ministro da Agricultura,
Carlos Fávaro,
disse que o evento foi
oportuno e ocorreu no
lugar certo, já que Minas
Gerais é o maior produtor
e exportador mundial
de café.
O ministro lembrou,
ainda que, em maio, o
Conselho Monetário
Nacional (CMN) aprovou
de R$ 6,38 bilhões para o
Fundo de Defesa da Economia
Cafeeira (Funcafé), e disse que
esses recursos serão distribuídos
nos próximos dias para fortalecer
o setor, financiar e custear
a nova safra, possibilitando aos
produtores brasileiros maior
competitividade, eficiência e
oportunidades para a população
em geral. Desse montante,
aproximadamente R$ 3,1 bilhões
serão destinados à comercialização,
R$ 2,35 bilhões para custeio,
R$ 883 milhões para capital
de giro e R$ 30 milhões para a
recuperação de cafezais.
SUSTENTABILIDADE: A festa da
cafeicultura teve um importante
diferencial: o selo ECOOAR de
sustentabilidade, indicando que
a emissão de carbono do evento
foi calculada e devidamente
compensada com o plantio de
seis árvores de espécies nativas
do Cerrado. Foi o primeiro
evento deste porte, na Região
do Cerrado Mineiro, a alcançar
a conquista.
A ECOOAR é uma plataforma
de compensação de CO2, com
auditoria pública online, promovendo
a compensação voluntária
de Gases de Efeito Estufa.