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Jornal Paraná Junho 2023

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OPINIÃO<br />

A energia renovável, o álcool e o futuro<br />

Qualquer incerteza por aqui pode gerar dúvida em parceiros<br />

que podem se associar ao Brasil na consolidação do etanol<br />

como elemento de um programa mundial de energia limpa<br />

Por Aldo Rebelo e<br />

Marcelo Cardia<br />

Acana-de-açúcar afirmouse<br />

no Brasil como fonte de<br />

energia renovável e limpa,<br />

ativo precioso na composição da<br />

matriz energética brasileira, capaz<br />

de reduzir o uso dos combustíveis<br />

fósseis, vilões reconhecidos<br />

na emissão dos chamados<br />

gases de efeito estufa.<br />

O álcool usado como combustível<br />

ou misturado com a gasolina<br />

poderá ser usado também na<br />

transição do veículo de passageiro<br />

movido a combustão interna<br />

para o veículo de passageiro<br />

elétrico, em que o etanol será<br />

fonte primária de energia para o<br />

motor elétrico.<br />

Recentemente, o ministro indiano<br />

do petróleo afirmou que a<br />

Índia usará a presidência do G-<br />

20 para promover uma aliança<br />

internacional em defesa dos biocombustíveis<br />

como forma de reduzir<br />

a conta da importação de<br />

combustíveis fósseis. A Índia é<br />

integrante do Brics e será, no futuro<br />

próximo, o primeiro país do<br />

mundo em população e o terceiro<br />

em economia, atrás apenas<br />

da China e dos Estados Unidos.<br />

No Brasil há 500 anos, a canade-açúcar<br />

encontrou condições<br />

excelentes de solo, clima e, principalmente,<br />

gente apta a desenvolver<br />

seu cultivo com capacidade<br />

permanente de inovação tecnológica<br />

- como prova a evolução<br />

dos primeiros engenhos de<br />

açúcar do século 16 em São<br />

Paulo e em Pernambuco até o<br />

etanol de segunda geração da<br />

atualidade.<br />

A disputa pela produção e comercialização<br />

do açúcar levou os<br />

holandeses a ocuparem o Nordeste<br />

no século 17 até serem<br />

derrotados na Batalha dos Guararapes,<br />

em 1648, e a data da<br />

primeira batalha (19 de abril), de<br />

tão importante, foi incorporada<br />

ao calendário do Exército brasileiro<br />

como dia da instituição e de<br />

sua fundação.<br />

O Proálcool, criado em 1975 para<br />

enfrentar a primeira crise do<br />

petróleo, foi o maior programa de<br />

energia renovável do mundo na<br />

época e representou, na verdade,<br />

a retomada com mais ambição<br />

e ousadia da iniciativa pioneira do<br />

uso do álcool como combustível<br />

no governo do presidente Getúlio<br />

Vargas. Da experiência pioneira<br />

na Usina Serra Grande, em Alagoas,<br />

em 1927, aos modernos<br />

laboratórios de pesquisa da atualidade,<br />

a produção do etanol no<br />

Brasil percorreu uma trajetória de<br />

êxito científico, econômico e social.<br />

A destacar que a indústria da<br />

cana-de-açúcar é uma indústria<br />

nacional, com extensa cadeia<br />

produtiva geradora de empregos<br />

urbanos e rurais e tributos para<br />

os municípios, os Estados e a<br />

União, de divisas para o País, de<br />

alimento e energia, além de retirar<br />

carbono da atmosfera, protegendo<br />

o meio ambiente.<br />

A vitória brasileira estimulou o investimento<br />

em pesquisa de álcool<br />

combustível em todo o<br />

mundo. O saudoso professor<br />

Bautista Vidal, um dos pais do<br />

Proálcool no Brasil, era procurado<br />

por governos europeus interessados<br />

em desenvolver programas<br />

próprios de etanol, receosos<br />

da dependência do petróleo<br />

do Oriente Médio, cujo fornecimento<br />

dependia cada vez mais<br />

do subsídio dos Estados Unidos<br />

às tropas que mantinham na região.<br />

O problema surge quando os governos,<br />

para atender a objetivos<br />

A vitória brasileira estimulou<br />

o investimento em pesquisa<br />

de álcool combustível em<br />

todo o mundo<br />

políticos imediatos, alteram a legislação<br />

tributária para o setor,<br />

elevando o risco da viabilidade<br />

econômica e comercial da atividade,<br />

criando incertezas quanto<br />

ao futuro e paralisando por essa<br />

razão novos investimentos em<br />

tecnologia e inovação. Foi o que<br />

ocorreu no ano passado, quando,<br />

pressionado por circunstâncias<br />

do ano eleitoral, o governo<br />

promoveu um choque de desoneração<br />

no preço dos combustíveis<br />

que atingiu a competitividade<br />

do etanol ante os demais<br />

combustíveis e abriu um horizonte<br />

de instabilidade e incerteza<br />

quanto ao futuro.<br />

O paradoxo é que a desoneração<br />

ocorreu ao mesmo tempo em<br />

que o Congresso Nacional aprovava<br />

uma emenda à Constituição<br />

que assegurava um diferencial<br />

competitivo para os biocombustíveis<br />

como medida compatível<br />

com o artigo 225 da Carta Magna,<br />

que trata do direito ao meio<br />

ambiente ecologicamente equilibrado<br />

e do dever do poder público<br />

de defendê-lo e preservá-lo<br />

para as presentes e as futuras<br />

gerações.<br />

O governo eleito tomou posse<br />

em 1.º de janeiro e, embora inicialmente<br />

crítico da desoneração<br />

promovida pelo governo anterior,<br />

terminou por renová-la, ampliando<br />

e prorrogando o ambiente de<br />

incerteza quanto ao futuro do<br />

etanol no Brasil.<br />

A afirmação do etanol na geopolítica<br />

mundial da energia renovável<br />

depende muito do Brasil -<br />

onde tem sua origem e sua matriz<br />

principal - e qualquer incerteza<br />

criada por aqui terá o efeito<br />

de gerar dúvidas em parceiros<br />

internacionais que podem se associar<br />

ao Brasil para consolidar<br />

o etanol como elemento permanente<br />

de um programa mundial<br />

de energia limpa.<br />

Ao Congresso Nacional cabe a<br />

missão de ajustar os interesses<br />

políticos do governo aos objetivos<br />

permanentes do Brasil em<br />

proteger uma atividade que reúne<br />

virtudes econômicas, sociais e<br />

ambientais a serviço do desenvolvimento.<br />

Aldo Rebelo é ex-ministro e<br />

Marcelo Cardia é engenheiro<br />

agrônomo<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SAFRA <strong>2023</strong>/24<br />

Centro-Sul já esmagou<br />

125,38 milhões de toneladas<br />

Esse volume é 16,76% superior ao moído no mesmo período do ano passado,<br />

produzindo 6,97 milhões de toneladas de açúcar e 5,77 bilhões de litros de etanol<br />

Asegunda quinzena de<br />

maio manteve a trajetória<br />

crescente, com<br />

avanço da produção<br />

em relação ao ciclo anterior.<br />

Foram processadas 46,19 milhões<br />

de toneladas ante a<br />

43,79 milhões da safra 2022/<br />

<strong>2023</strong> - o que representa um<br />

avanço de 5,48%. No acumulado<br />

da safra <strong>2023</strong>/2024, a<br />

moagem atingiu 125,38 milhões<br />

de toneladas, ante<br />

107,38 milhões de toneladas<br />

registradas no mesmo período<br />

no ciclo 2022/<strong>2023</strong> - um avanço<br />

de 16,76%.<br />

O avanço constatado para o<br />

processamento de cana em relação<br />

à safra passada se deve<br />

à condição climática desfavorável<br />

que prejudicou a produtividade<br />

agrícola no Centro-Sul<br />

durante os dois ciclos anteriores<br />

de colheita. Uma comparação<br />

considerando a safra<br />

2020/2021 como referência –<br />

o último ciclo em que a moagem<br />

de cana superou 600 milhões<br />

de toneladas – mostra a<br />

variação negativa de 13,81%<br />

ou, de forma absoluta, de<br />

20,09 milhões de toneladas.<br />

Na segunda metade de maio,<br />

seis unidades deram início à<br />

safra <strong>2023</strong>/2024. Ao término<br />

da quinzena, permanecem em<br />

operação 245 unidades no<br />

Produção de açúcar e etanol<br />

A produção de açúcar na segunda<br />

quinzena de maio totalizou<br />

2,90 milhões de toneladas.<br />

Essa quantidade, quando comparada<br />

àquela registrada na safra<br />

2022/<strong>2023</strong> de 2,32 milhões<br />

de toneladas, representa um aumento<br />

de 25,16%. No acumulado<br />

desde 1º de abril, a fabricação<br />

do adoçante totaliza 6,97<br />

milhões de toneladas, contra<br />

5,06 milhões de toneladas do<br />

ciclo anterior (+37,70%).<br />

Na segunda metade de maio,<br />

2,08 bilhões de litros (+2,35%)<br />

de etanol foram fabricados<br />

pelas unidades do Centro-Sul.<br />

Do volume total produzido, o<br />

etanol hidratado alcançou 1,18<br />

bilhão de litros (-6,38%), enquanto<br />

a produção de etanol<br />

anidro totalizou 906,99 milhões<br />

de litros (+16,44%). No acumulado<br />

desde o início do atual<br />

ciclo agrícola até 1º de junho, a<br />

fabricação do biocombustível<br />

totalizou 5,77 bilhões de litros<br />

(+11,12%), sendo 3,39 bilhões<br />

de etanol hidratado<br />

(-5,17%) e 2,37 bilhões de anidro<br />

(+47,24%).<br />

Mercado de CBios<br />

Do total de etanol obtido na<br />

segunda quinzena de maio,<br />

10% foram fabricados a partir<br />

do milho, registrando produção<br />

de 210,64 milhões de<br />

litros neste ano, contra<br />

156,79 milhões de litros no<br />

mesmo período do ciclo<br />

2022/<strong>2023</strong> – aumento de<br />

34,35%. No acumulado<br />

desde o início da safra, a<br />

produção de etanol de milho<br />

atingiu 907,62 milhões de litros<br />

– avanço de 52,19% na<br />

comparação com igual período<br />

do ano passado.<br />

Dados da B3 registrados até o<br />

dia 12 de maio indicam a<br />

emissão de 13,86 milhões de<br />

CBios em <strong>2023</strong>. Até a data<br />

supracitada, a parte obrigada<br />

do programa RenovaBio havia<br />

adquirido cerca de 48,40 milhões<br />

de créditos de descarbonização.<br />

Esse valor considera<br />

o estoque de passagem<br />

da parte obrigada em 2021<br />

somada com os créditos adquiridos<br />

em 2022 e <strong>2023</strong>, até<br />

o momento, estejam eles ativos<br />

ou aposentados. O horizonte<br />

temporal selecionado<br />

cobre as aquisições que compreenderão<br />

os créditos utilizados<br />

para atendimento das metas<br />

de 2022, cujo prazo havia<br />

sido postergado, e <strong>2023</strong>.<br />

Centro-Sul, sendo 231 unidades<br />

com processamento de<br />

cana-de-açúcar, sete empresas<br />

que fabricam etanol a partir<br />

do milho e sete usinas flex.<br />

No mesmo período, na safra<br />

2022/<strong>2023</strong>, havia 252 unidades<br />

produtoras em atividade.<br />

No mês de maio, as vendas de<br />

etanol totalizaram 2,39 bilhões<br />

de litros, o que representa uma<br />

variação positiva de 1,56% em<br />

relação ao mesmo período da<br />

safra 2022/<strong>2023</strong>. Trajetórias<br />

distintas entre o hidratado e anidro<br />

persistem desde o início da<br />

safra, de modo que, para o primeiro,<br />

o volume comercializado<br />

em maio foi de 1,29 bilhão de<br />

litros - uma retração de 12,44%<br />

- e, para o último, 1,11 bilhão<br />

de litros - avanço de 24,69%.<br />

No que condiz à qualidade da<br />

matéria-prima, o nível de Açúcares<br />

Totais Recuperáveis<br />

(ATR) registrado na segunda<br />

quinzena de maio foi de<br />

135,22 kg de ATR por tonelada<br />

de cana-de-açúcar, contra<br />

128,72 kg por tonelada na<br />

safra 2022/<strong>2023</strong> - variação negativa<br />

de 5,06%. No acumulado<br />

da safra, o indicador marca<br />

o valor de 124,49 kg de ATR<br />

por tonelada (+1,89%).<br />

Vendas de etanol<br />

No mercado interno, o volume<br />

de etanol hidratado totalizou<br />

1,25 bilhão de litros, o que significa<br />

uma queda de 11,39%<br />

em relação ao mesmo período<br />

da safra anterior. A venda de<br />

etanol anidro atingiu a marca de<br />

1,04 bilhão de litros, o que representa<br />

um crescimento de<br />

24,37%.<br />

No acumulado da safra <strong>2023</strong><br />

/2024, a comercialização de<br />

etanol soma 4,48 bilhões de litros,<br />

o que representa uma<br />

queda de 1,89%. O álcool hidratado<br />

compreende uma venda<br />

no volume de 2,50 bilhões<br />

de litros (-13,04%), enquanto o<br />

anidro de 1,98 bilhão<br />

(+17,09%).<br />

4<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


MEIO AMBIENTE<br />

Setor se une na prevenção<br />

aos incêndios em canaviais<br />

Usinas investem em tecnologia para monitoramento do campo e capacitação<br />

de brigadistas para a prevenção e o combate a focos de incêndios<br />

Operíodo mais seco do<br />

ano, entre os meses<br />

de junho e setembro,<br />

traz o risco de aumento<br />

de incêndios criminosos<br />

ou acidentais nos canaviais.<br />

Esses focos ocorrem,<br />

principalmente, em áreas limítrofes<br />

com rodovias ou que<br />

tenham acesso fácil da população.<br />

Por isso, a conscientização<br />

das comunidades locais é<br />

muito importante.<br />

Com grande parte da cana colhida<br />

mecanicamente, o uso do<br />

fogo como método pré-colheita<br />

é restrito a pequenas<br />

áreas. Assim, incêndios em<br />

canaviais representam grandes<br />

prejuízos financeiros para usinas<br />

e produtores rurais, já que<br />

a cana-de-açúcar é o principal<br />

ativo. O custo do plantio de um<br />

hectare de cana gira entorno<br />

de R$ 15 mil, valor investido<br />

em mudas de qualidade e preparação<br />

do solo para um bom<br />

rendimento ao longo do ciclo,<br />

que tem média de 5 anos. Os<br />

cuidados com a cana representam,<br />

aproximadamente,<br />

60% dos custos de produção<br />

de açúcar e etanol.<br />

“Com a eliminação da queima<br />

como método pré-colheita, as<br />

usinas adequaram toda a sua<br />

infraestrutura para processar<br />

a cana colhida de forma mecanizada,<br />

ou seja, os processos<br />

de lavagem prévia e<br />

limpeza da cana queimada<br />

deixaram de existir. Aqui temos<br />

dois desafios logísticos:<br />

o primeiro é que as unidades<br />

precisam criar um fluxo dedicado<br />

de operação para moer<br />

essa matéria-prima que foi<br />

atingida pelos incêndios, uma<br />

vez que a cana queimada traz<br />

impurezas; o segundo é a própria<br />

operação de colheita em<br />

si, uma vez que na maioria<br />

das vezes essa cana atingida<br />

por incêndios não está programada<br />

para ser colhida, resultando<br />

em deslocamento de<br />

frentes de corte e queda de<br />

produtividade.<br />

Outro fator de preocupação é<br />

o risco desses incêndios se<br />

alastrarem para as áreas de<br />

vegetação nativa das usinas.<br />

Esse é o pior cenário possível,<br />

pois além do prejuízo financeiro,<br />

temos o dano ambiental<br />

da perda da vegetação recuperada<br />

pela usina”, ressalta a<br />

coordenadora de Sustentabilidade<br />

da União da Indústria de<br />

Cana-de-Açúcar e Bioenergia<br />

(Unica), Renata Camargo.<br />

Ao longo dos últimos anos, o<br />

setor sucroenergético vem investindo<br />

em alta tecnologia<br />

para mitigar e combater os<br />

focos de incêndios. Hoje, os<br />

canaviais são monitorados<br />

com imagens de satélites e<br />

por câmeras em tempo real,<br />

que auxiliam a rápida detecção<br />

do princípio de focos de<br />

fogo. “Além do investimento<br />

em tecnologias de monitoramento<br />

e prevenção, o setor investe<br />

na qualificação das suas<br />

brigadas. O setor se transformou<br />

na referência de combate<br />

aos incêndios em campo,<br />

sendo frequente a sua atuação<br />

para auxiliar em combates<br />

de incêndios fora dos canaviais,<br />

como unidades de conservação<br />

e estações ecológicas”,<br />

explica Renata.<br />

Em parceria com o governo<br />

estadual o setor atua junto no<br />

trabalho de prevenção, fiscalização<br />

e conscientização na<br />

Operação Corta Fogo, além de<br />

realizar campanhas específicas.<br />

Entre as ações estão a<br />

manutenção de equipes brigadistas<br />

e caminhões tanque; a<br />

limpeza dos aceiros para evitar<br />

que os focos se alastrem<br />

para as áreas de vegetação<br />

nativa; a instalação de torres<br />

de observação; o monitoramento<br />

por imagens de satélite,<br />

e a vigilância por câmeras.<br />

Usinas também trabalham<br />

em parceria com o Corpo<br />

de Bombeiros no combate<br />

à incêndios florestais.<br />

Dados com base em levantamento<br />

do Instituto Nacional<br />

de Pesquisas Espaciais<br />

(INPE), dentro do Programa<br />

Queimadas, mostram que em<br />

2020 e 2021, foram registrados<br />

6.123 e 5.469 focos,<br />

respectivamente. No ano<br />

passado, o número reduziu<br />

para 1.599, o menor índice<br />

desde o começo do monitoramento<br />

em 1998.<br />

A melhor distribuição de<br />

chuvas explica parte desse<br />

resultado positivo. “O trabalho<br />

de conscientização e<br />

prevenção desenvolvidos<br />

pelas usinas também refletiram<br />

nessa redução. Temos<br />

que ser proativos, pois o<br />

setor produtivo não tem interesse<br />

no fogo”, destaca a<br />

coordenadora da campanha,<br />

Valéria Ribeiro.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

5


SUSTENTABILIDADE<br />

Grupo Maringá promove a<br />

Semana do Meio Ambiente<br />

Campanha de conscientização envolveu palestra, ações práticas sobre educação<br />

ambiental e apresentação de projetos sociais na Usina Jacarezinho e Maringá Ferro-Liga<br />

Asustentabilidade é<br />

uma premissa central<br />

na estratégia do<br />

Gru-po Maringá, que<br />

bus-ca continuamente assegurar<br />

alinhamento de suas atividades<br />

com as melhores<br />

práticas ambientais na Usina<br />

Jacarezinho, produtora de<br />

açúcar, etanol, levedura e bionergia<br />

a partir da cana-deaçúcar<br />

no norte do <strong>Paraná</strong>, e<br />

na Maringá Ferro-Liga, que<br />

produz ferroligas de manganês<br />

em Itapeva (SP).<br />

Para estimular a conscientização<br />

sobre a importância do<br />

cuidado com a natureza e a<br />

preservação dos recursos naturais,<br />

o grupo promoveu a Semana<br />

do Meio Ambiente, uma<br />

campanha voltada aos colaboradores<br />

e comunidades próximas<br />

às operações.<br />

Com o tema "Negócios sustentáveis,<br />

futuro próspero: alcançando<br />

os objetivos de desenvolvimento<br />

sustentável (ODS)",<br />

a campanha teve início no Dia<br />

do Meio Ambiente, celebrado<br />

em 5 de junho. Na programação<br />

oficial, entre várias iniciativas<br />

em conformidade com a<br />

agenda 2030 da Organização<br />

das Nações Unidas (ONU), foi<br />

realizada uma palestra intitulada<br />

"Meio Ambiente e Estratégia<br />

Sustentável", ministradas por<br />

gerentes da Qualidade, Saúde,<br />

Meio Ambiente e do Escritório<br />

de Estratégia e Gestão das unidades.<br />

“Nesta campanha, buscamos<br />

compartilhar a conexão da<br />

nossa estratégia com a sustentabilidade,<br />

com ênfase na dimensão<br />

ambiental, especialmente<br />

à eficiência energética,<br />

mudanças climáticas e práticas<br />

agrícolas/florestais”, pontua o<br />

gerente de Controladoria e do<br />

Escritório de Estratégia e Gestão,<br />

Adriano Bertoldo Alves.<br />

“Com a campanha, além da<br />

conscientização, queremos<br />

evidenciar o compromisso e<br />

mostrar a importância das práticas<br />

sustentáveis e sociais nas<br />

operações do Grupo e como as<br />

nossas empresas podem contribuir<br />

para o alcance dos Objetivos<br />

de Desenvolvimento<br />

Sustentável (ODS)”, afirma a<br />

gerente de Qualidade, Segurança<br />

e Meio Ambiente, Márcia<br />

Gusi.<br />

Nesta semana dedicada ao<br />

meio ambiente, foram anunciadas<br />

diversas ações em prol da<br />

sustentabilidade, entre elas, o<br />

projeto de lacre. Essa iniciativa,<br />

que segue o ODS número 10,<br />

6 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


usca arrecadar lacres de latinhas<br />

de alumínio, convertidos<br />

em recursos financeiros para a<br />

aquisição de cadeiras de rodas.<br />

Essas cadeiras serão destinadas<br />

a hospitais e instituições<br />

que atendem pessoas com<br />

mobilidade reduzida, garantindo<br />

maior acessibilidade, inclusão<br />

e qualidade de vida. O<br />

Grupo Maringá, por meio do<br />

programa, demonstra seu<br />

Ações em<br />

Jacarezinho<br />

Em paralelo com o ODS 12,<br />

de consumo e produção<br />

responsável, como forma de<br />

reduzir substancialmente a<br />

geração de resíduos por<br />

meio da prevenção, redução,<br />

reciclagem e reuso até<br />

2030, o destaque foi um jardim<br />

vertical ecológico. Os<br />

vasos foram substituídos<br />

por garrafas PET, arrecadadas<br />

entre os colaboradores<br />

da Usina Jacarezinho. Disponível<br />

em dois pontos da<br />

empresa, cada uma delas<br />

simboliza uma ação relacionada<br />

aos objetivos sustentáveis,<br />

tais como a preservação<br />

de mais de dois<br />

mil hectares de vegetação<br />

nativa, entre reserva legal e<br />

área de preservação permanente,<br />

além do estudo de<br />

balanço hídrico, com foco<br />

na redução de consumo de<br />

água.<br />

O objetivo foi fomentar educação<br />

socioambiental, reciclagem<br />

e incentivo à saúde e<br />

ao bem-estar, além de ofertar<br />

orientações sobre jardinagem,<br />

preparação de solo,<br />

substratos e compostagem<br />

orgânica. As garrafas não<br />

utilizadas na ação foram<br />

destinadas à Cooperativa<br />

dos Coletores de Resíduos<br />

Sólidos Recicláveis de Jacarezinho<br />

(Coopercicla).<br />

comprometimento com o bemestar<br />

social e a preservação do<br />

meio ambiente.<br />

Para encerrar a semana em<br />

linha com os ODSs, o grupo<br />

promoveu apresentações de<br />

projetos financiados em seus<br />

negócios. Na Usina Jacarezinho,<br />

esteve presente o projeto<br />

Guri, um programa do<br />

Governo do Estado de São<br />

Paulo, administrado pela<br />

Santa Marcelina, por meio de<br />

um contrato de gestão com a<br />

Secretaria de Cultura e Economia<br />

Criativa do Estado de São<br />

Paulo. Essa iniciativa é viabilizada<br />

pela Lei de Incentivo à<br />

Cultura e busca oferecer<br />

oportunidades no campo da<br />

música.<br />

Já na Maringá Ferro-Liga, o<br />

projeto Usina da Dança foi a<br />

atração principal. Realizada<br />

pela Associação de Arte, Cultura<br />

e Esporte de Ribeirão<br />

Preto (AACE), esse projeto é<br />

desenvolvido por meio do Programa<br />

de Ação Cultural do Estado<br />

de São Paulo (ProAC) e<br />

tem o intuito de usar a dança<br />

como uma forma de expressão<br />

artística. O Grupo Maringá, ao<br />

patrocinar esses projetos, reafirma<br />

seu compromisso em<br />

promover o desenvolvimento<br />

cultural e social.<br />

Ações em Itapeva<br />

Desta vez, também alinhado ao<br />

ODS 6, realizou-se uma ação<br />

para promover a conscientização<br />

da população local e a preservação<br />

do rio. A Maringá<br />

Ferro Liga, em parceria com a<br />

Polícia Ambiental e a Secretaria<br />

de Meio Ambiente de Itapeva,<br />

instalou uma Barreira Ecológica<br />

no Rio Taquari, que margeia<br />

a usina e banha parte do<br />

Estado de São Paulo.<br />

Feita com garrafas PET, também<br />

arrecadadas pelos colaboradores<br />

e pelas Cooperativas<br />

Santa Maria e Coopersel,<br />

cordas e redes, com amarração<br />

de ponta a ponta, a barreira<br />

retém resíduos que foram descartados<br />

de forma inadequada<br />

no rio. Essa é uma forma de<br />

conscientização da população<br />

sobre a correta destinação de<br />

resíduos, bem como a preservação<br />

dos rios.<br />

"Ao integrar os Objetivos de<br />

Desenvolvimento Sustentável<br />

em nossas ações, nos tornamos<br />

não apenas agentes de<br />

mudança, mas também catalisadoras<br />

de um futuro sustentável<br />

para todos", encerra o<br />

gerente da Qualidade, Segurança,<br />

Saúde e Meio Ambiente,<br />

João Paulo Pantaleão.<br />

Sobre o Grupo Maringá<br />

O Grupo Maringá atua nos setores sucroenergético, produzindo açúcar, etanol, levedura e<br />

energia e no setor siderúrgico, fabricando ferro-liga de manganês. Com 75 anos de tradição,<br />

a Usina Jacarezinho e, agora, a Maringá Energia, trabalham de forma integrada para fornecer<br />

alimento e energia limpa e renovável aos mercados nacional e internacional.<br />

Na siderurgia, o Grupo atua há mais de 40 anos, produzindo ferroligas de manganês de<br />

alto padrão, matéria-prima essencial para a fabricação de aço, por meio da Maringá Ferro-<br />

Liga S/A, localizada em Itapeva (SP).<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

7


PRODUTO<br />

Cooperval divulga seu álcool<br />

neutro no Festival da Cachaça<br />

A 2 edição do evento de<br />

Jandaia do Sul ocorreu nos<br />

dias 19 a 21 de maio, na<br />

Sociedade Rural do município<br />

Com o objetivo de divulgar<br />

um de seus<br />

mais novos produtos,<br />

o álcool neutro,<br />

ainda em fase experimental,<br />

a Cooperval - Cooperativa<br />

Agroindustrial Vale do Ivaí<br />

Ltda., com sede no município<br />

de Jandaia do Sul, participou<br />

da 2 edição do Festival da<br />

Cachaça de Jandaia do Sul<br />

nos dias 19 a 21 de maio, na<br />

Sociedade Rural do município.<br />

O álcool neutro é um produto<br />

diferenciado que pode ser utilizado<br />

na produção de bebidas<br />

alcoólicas, fármacos e<br />

cosméticos. No final do ano<br />

passado, a destilaria da cooperativa<br />

iniciou a produção<br />

de forma experimental e caso<br />

haja demanda, o produto poderá<br />

ser produzido comercialmente.<br />

Nos três dias do evento<br />

foram mais de 40 estandes<br />

de empresas de todo o Brasil<br />

produtoras de cachaças premiadas<br />

com degustação dos<br />

produtos, programação gratuita<br />

e shows, com participação<br />

de milhares de pessoas<br />

de toda região, além de apreciadores<br />

e colecionadores de<br />

todo o Brasil.<br />

Com pouco mais de 20 mil<br />

habitantes, Jandaia do Sul<br />

(PR) é a cidade que concentra<br />

o maior número de marcas<br />

de aguardente do País:<br />

19 marcas, igualando-se a<br />

São Roque do Canaã (ES) e<br />

responde por quase metade<br />

das marcas de cachaça do<br />

<strong>Paraná</strong> fazendo com que o<br />

Estado ocupe a 6ª posição<br />

no ranking nacional, com 43<br />

marcas ao todo.<br />

CONSCIENTIZAÇÃO<br />

Ações visam preservar o meio ambiente<br />

Comemoração de Dia Mundial do Meio Ambiente na Cooperval foi marcado<br />

com palestras, arrastão contra a dengue e limpeza de nascente do Rio Cambará<br />

A Semana do Meio Ambiente<br />

da Cooperval - Cooperativa<br />

Agroindustrial Vale do Ivaí<br />

Ltda., com sede no município<br />

de Jandaia do Sul, foi marcada<br />

por ações internas e externas,<br />

de conscientização envolvendo<br />

os colaboradores, que<br />

trouxeram benefícios ao meio<br />

ambiente e a comunidade<br />

como um todo.<br />

Coordenado pelo grupo do<br />

SESMT - Serviço Especializado<br />

de Segurança e Medicina<br />

do Trabalho da cooperativa, no<br />

dia 9 de junho, todos os colaboradores<br />

da Cooperval participaram<br />

de uma ação interna<br />

em comemoração ao Dia<br />

Mundial do Meio Ambiente,<br />

comemorado em 5 de junho.<br />

Além de mini palestras de<br />

conscientização com os técnicos<br />

de segurança da cooperativa,<br />

sobre a destinação<br />

correta do lixo, o evento contou<br />

com um arrastão para<br />

fazer uma limpeza nas estruturas<br />

da empresa e arredores,<br />

com foco na prevenção a dengue,<br />

problema que tem preocupado<br />

o setor de saúde do<br />

município.<br />

No mesmo dia, em uma ação<br />

externa, o grupo de jovens<br />

aprendizes da Cooperval e do<br />

comitê jovem, reunindo cerca<br />

de 20 participantes, fizeram<br />

uma limpeza da nascente do<br />

Rio Cambará. Desde 2006, a<br />

empresa faz a limpeza da nascente,<br />

preservando o local,<br />

além de plantar um grande número<br />

de mudas de árvores nativas<br />

ao redor.<br />

8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SOCIAL<br />

O Respeito Faz História na UST<br />

Neste ano, o projeto traz o tema da empatia ou a compreensão do outro que é<br />

diferente da gente, nos colocando em seu lugar para saber como agir com respeito<br />

ORespeito Faz História<br />

na UST é um projeto<br />

de D&I (Diversidade<br />

e Inclusão) na Usina<br />

Santa Terezinha. O conceito<br />

de Diversidade e Inclusão é<br />

utilizado por grandes empresas<br />

em todo o mundo e tem o<br />

objetivo de conscientizar as<br />

pessoas sobre a importância<br />

de respeitar as diferenças e<br />

abrir espaços para o diálogo.<br />

Neste ano, o projeto traz o<br />

tema da empatia, que pode<br />

ser definida como a compreensão<br />

do outro que é diferente<br />

da gente, nos colocando em<br />

seu lugar para saber como<br />

agir com respeito.<br />

A empatia deve ser praticada<br />

sempre, inclusive no ambiente<br />

profissional. Por isso, na Usina<br />

Santa Terezinha, o respeito à<br />

diversidade está previsto no<br />

Código de Conduta. Além<br />

disso, a UST realiza ações de<br />

D&I que envolvem tanto seu<br />

público interno como também<br />

a comunidade: treinamentos<br />

focados em Diversidade e Inclusão,<br />

criação de conteúdos<br />

para mídias, rodas de conversa,<br />

recrutamento voltado a<br />

mulheres entre outras ações.<br />

A UST entende que equipes diversas<br />

enriquecem o ambiente<br />

de trabalho, no qual o respeito<br />

é a chave para uma operação<br />

segura e eficiente. A usina valoriza<br />

a diferença e promove<br />

entre seus funcionários uma<br />

cultura cada dia mais diversa.<br />

O funcionário Maciel Vieira é<br />

pai de duas filhas e é participante<br />

do projeto Respeito Faz<br />

História na UST, que valoriza a<br />

Diversidade e Inclusão na empresa.<br />

Ambas as filhas são jovens<br />

e já estão conquistando e<br />

realizando muitos sonhos. Inclusive,<br />

uma delas, Talita Mayara<br />

Vieira, é funcionária UST<br />

e tem seguido os passos de<br />

seu pai no setor sucroenergético.<br />

Outro participante do projeto<br />

Respeito Faz História na UST,<br />

que reforça a Diversidade e Inclusão<br />

na empresa , o funcionário<br />

da Usina Santa Terezinha,<br />

Hermes de Andrade, é pai e<br />

tem muitas vivências para<br />

compartilhar.A partir do momento<br />

que se tornou pai, soube<br />

que seria inspiração para os<br />

seus filhos e também para outros<br />

pais e mães. Foi assim,<br />

que Hermes foi entender ainda<br />

mais sobre o autismo e fazer a<br />

diferença na vida de muitas<br />

pessoas.<br />

Jaciara Teixeira da Silva, também<br />

funcionária da Usina<br />

Santa Terezinha e participante<br />

da 2ª edição do projeto Respeito<br />

Faz História na UST, é<br />

Juntos para Aquecer <strong>2023</strong><br />

profissional com atuação na<br />

área Automotiva da Unidade<br />

Tapejara. Quando estava com<br />

seis anos de UST, Jaciara se<br />

tornou mãe do Pedro Gustavo.<br />

Hoje, por meio de suas vivências<br />

diárias na maternidade,<br />

Jaciara reforça a “empatia” e o<br />

propósito da Diversidade e Inclusão<br />

no ambiente de trabalho<br />

e em outros ambientes sociais.<br />

O Juntos para Aquecer é um<br />

projeto que, anualmente, engaja<br />

os funcionários da Usina<br />

Santa Terezinha a arrecadarem<br />

kits de inverno (1 cobertor<br />

novo + 1 toalha nova) para<br />

instituições socioassistenciais<br />

do <strong>Paraná</strong> e Mato Grosso do<br />

Sul. Com o incentivo, a UST<br />

dobra a arrecadação dos funcionários,<br />

comprando a mesma<br />

quantidade de kits arrecadados<br />

por eles, de acordo<br />

com a meta estabelecida a<br />

cada ano-safra.<br />

Nos últimos anos, o comprometimento<br />

dos funcionários<br />

UST tem gerado um grande<br />

resultado: ultrapassamos a<br />

meta de arrecadação do projeto.<br />

Novamente, com a superação<br />

da meta dos funcionários<br />

(572 kits), a UST dobrou<br />

essa arrecadação e,<br />

mais com os kits extras arrecadados<br />

pelos funcionários,<br />

totalizou a quantia de 1.551<br />

kits de inverno.<br />

Os Kits foram entregues para<br />

27 instituições socioassistenciais<br />

de 10 cidades da região<br />

de atuação UST, no <strong>Paraná</strong> e<br />

em Mato Grosso do Sul, atendendo<br />

crianças, adolescentes,<br />

idosos, pessoas em situação<br />

de rua e também pessoas indígenas.<br />

Além de contribuir<br />

com a comunidade em que a<br />

UST está inserida, o Juntos<br />

Para Aquecer promove o<br />

senso de colaboração e solidariedade<br />

entre os funcionários,<br />

reforçando a empatia entre<br />

todos.<br />

A Usina Santa Terezinha agradece<br />

aos funcionários pela demonstração<br />

de respeito e cuidado<br />

ao próximo. Com o projeto,<br />

mais de 1 mil pessoas foram<br />

aquecidas neste outono/<br />

inverno.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

9


Equipes técnicas do governo<br />

Lula concluíram uma proposta<br />

legislativa para regular<br />

o mercado de carbono no<br />

DOIS<br />

Mercado de carbono<br />

Brasil. A ideia é apresentar o<br />

texto ao Congresso em<br />

agosto. Minuta elaborada<br />

por equipe técnica sugere<br />

Tecnologia<br />

PONTOS<br />

que fiquem sujeitas ao mercado<br />

regulado as instalações<br />

que emitam acima de<br />

25 mil toneladas de CO 2 ,<br />

equivalente por ano. O número<br />

é resultado da escolha<br />

de um grupo interministerial<br />

de técnicos por um recorte<br />

horizontal para as emissões,<br />

e não por setores. Com a<br />

linha de corte estabelecida,<br />

as regras para controle obrigatório<br />

de emissões atingirão<br />

majoritariamente a<br />

indústria. Segundo pessoas<br />

familiarizadas com o assunto,<br />

uma pequena parcela<br />

do agronegócio também poderá<br />

ser atingida.<br />

A produtividade média dos canaviais brasileiros deverá aumentar 33% nos próximos<br />

anos com a chegada de novas tecnologias para os produtores. Com isso, o país garantirá<br />

um volume maior de cana-de-açúcar com redução na necessidade de expansão<br />

de área. Atualmente em 75 toneladas por hectare, o campo brasileiro poderá obter<br />

uma produtividade de 100 toneladas em 2040, segundo o Centro de Tecnologia Canavieira.<br />

As novas tecnologias a serem disponibilizadas pela ciência vão gerar 22 milhões<br />

de CBIos (Crédito de Descarbonização de Biocombustíveis) a mais no período e garantir<br />

uma agricultura mais sustentável, com redução do uso de diesel, de fertilizantes<br />

e de produtos químicos, segundo a empresa. O relatório de sustentabilidade do CTC<br />

mostra que o aumento de produtividade terá um efeito poupa-terra de pelo menos 3<br />

milhões de hectares no período. Essa área que deixará de ser semeada corresponde<br />

a 36% do total que o país utiliza atualmente para a produção de cana. Para o CTC, o<br />

aumento de produtividade está baseado em tecnologias de melhoramento genético,<br />

biotecnologia e novas soluções de plantio.<br />

Os produtores de bioenergia<br />

superam a marca de<br />

94,5 milhões de toneladas<br />

de emissões de gás carbônico<br />

(CO 2 ) equivalente evitadas<br />

pela emissão dos<br />

Créditos de Descarbonização<br />

(CBIOs), instrumento<br />

do programa de estímulo<br />

aos biocombustíveis RenovaBio.<br />

O levantamento foi<br />

CBIOs<br />

realizado pela Unica. A análise<br />

abrange o período de<br />

três anos, de junho de<br />

2020, início da comercialização<br />

dos títulos ambientais,<br />

a 31 de maio de <strong>2023</strong>.<br />

O volume de CO 2 evitado<br />

pelos CBIOs equivale ao<br />

plantio de mais de 675 milhões<br />

de árvores, mantidas<br />

em pé por 20 anos.<br />

No embalo do Produto Interno<br />

Bruto do agro, que cresceu<br />

19% no primeiro trimestre<br />

deste ano em relação a igual<br />

período do ano passado, a<br />

renda real do trabalho teve<br />

uma evolução efetiva de 6,7%<br />

no mesmo período. O cenário<br />

atual mostra uma situação diversa<br />

da dos anos de pandemia,<br />

quando o setor teve<br />

perda de renda. Os dados são<br />

do Instituto de Pesquisa Econômica<br />

Aplicada.<br />

Renda<br />

Carbono + Mais Verde<br />

O Ministério da Agricultura e<br />

Pecuária lançou uma consulta<br />

pública destinada a coletar<br />

contribuições da sociedade<br />

para o Programa Carbono+Verde<br />

(Programa Nacional<br />

de Cadeias Agropecuárias Descarbonizadas).<br />

O programa<br />

prevê a concessão de um selo<br />

de conformidade, que leva o<br />

nome do programa, para cadeias<br />

primárias de produção<br />

agropecuária e, posteriormente,<br />

serão chancelados os créditos<br />

de carbono originados no<br />

setor agropecuário. A consulta<br />

pública estará disponível<br />

até 4 de agosto, e qualquer<br />

pessoa pode contribuir com<br />

sugestões.<br />

10<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Petrobras<br />

A Petrobras decidiu que aportará em projetos de baixo carbono entre 6% e 15% do<br />

investimento total de seu Plano Estratégico 2024-2028, que está em elaboração e<br />

será publicado no fim deste ano, contra 6% no planejamento quinquenal atual. Poderão<br />

ser incluídos, segundo a Petrobras, projetos em energias renováveis e em<br />

descarbonização das operações, que respeitarão a governança e passarão pelos<br />

processos de planejamento e aprovação previstos nas sistemáticas aplicáveis, com<br />

viabilidade técnica e econômica demonstrada.<br />

Petróleo<br />

O diretor de Transição Energética<br />

e Sustentabilidade da<br />

Petrobras, Mauricio Tolmasquim,<br />

afirmou que,<br />

entre os três cenários desenhados<br />

pela Agência Internacional<br />

de Energia para<br />

o futuro do setor de óleo e<br />

gás, o mais provável é que<br />

a demanda por petróleo<br />

caia perto de 40% nas próximas<br />

décadas, até 2050.<br />

128 países, que concentram<br />

88% das emissões<br />

globais e 92% do PIB mundial,<br />

têm compromissos<br />

oficiais para redução nas<br />

emissões de carbono.<br />

Política<br />

PIB<br />

Pesquisa<br />

O Centro de Tecnologia Canavieira<br />

e a Embrapa firmaram<br />

um acordo de cooperação<br />

técnica e financeira para desenvolver<br />

projeto de pesquisa<br />

para melhorar a tolerância<br />

ao alumínio e aumentar o<br />

acúmulo de sacarose na<br />

cana-de-açúcar, por meio de<br />

ferramentas de biotecnologia<br />

molecular. A parceria pretende<br />

desenvolver variedades<br />

para viabilizar o aumento da<br />

produtividade em regiões<br />

com solo de alta concentração<br />

de alumínio, além de permitir<br />

a redução de custos<br />

com correção e manejo. A<br />

cooperação também visa utilizar<br />

engenharia genética para<br />

A Petrobras anunciou uma<br />

nova política de preços de<br />

combustíveis a ser praticada<br />

no mercado interno. Em um<br />

comunicado confuso e pouco<br />

explicativo, a companhia<br />

deixou uma gama de possibilidades<br />

em aberto, mas<br />

ficou bastante claro que as<br />

diretrizes adotadas há quase<br />

sete anos e que salvaram<br />

a empresa da ruína financeira<br />

foram definitivamente<br />

abandonadas. A política é<br />

tão vaga que permite à Petrobras<br />

fazer reajustes da<br />

forma como quiser - ou melhor,<br />

da forma que o governo<br />

achar que deve. A única<br />

certeza, segundo comunicado<br />

distribuído pela companhia,<br />

é que “o anúncio encerra<br />

a subordinação obrigatória<br />

ao preço de paridade<br />

de importação, mantendo o<br />

alinhamento aos preços<br />

competitivos por polo de<br />

venda, tendo em vista a melhor<br />

alternativa acessível aos<br />

clientes”.<br />

aumentar o teor de açúcar no<br />

colmo, proporcionando maior<br />

produtividade por área cultivada.<br />

De janeiro a março deste<br />

ano, o PIB (Produto Interno<br />

Bruto) do país teve alta de<br />

1,9% ante o quarto trimestre<br />

de 2022, de acordo com os<br />

dados divulgados pelo Instituto<br />

Brasileiro de Geografia e<br />

Estatística e analistas elevam<br />

projeções para o ano com<br />

impacto da safra. Agora, as<br />

projeções sinalizam alta próxima<br />

ou acima de 2% até dezembro<br />

– algo fora do radar<br />

até pouco tempo atrás. O<br />

crescimento da economia<br />

brasileira acima do previsto<br />

no primeiro trimestre de<br />

<strong>2023</strong> veio no impulso da<br />

agropecuária, que acabou<br />

mascarando o fôlego menor<br />

do consumo e a fraqueza<br />

dos investimentos produtivos<br />

em meio ao cenário de<br />

juros altos. O resultado surpreendeu<br />

analistas ao ficar<br />

acima da média das projeções,<br />

que indicavam alta de<br />

1,3%. Com a projeção de recorde<br />

na safra de grãos, a<br />

agropecuária teve um salto<br />

de 21,6% no PIB de janeiro a<br />

março. Foi a maior alta do<br />

setor desde o quarto trimestre<br />

de 1996, disse o IBGE.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

11


PREMIAÇÃO<br />

Usiban entre as 100 Maiores<br />

Empresas do <strong>Paraná</strong><br />

O levantamento toma como base a receita líquida de 2021 divulgada nos<br />

balanços das empresas publicadas nas mídias impressas e digitais em 2022<br />

AUsiban - Usina Bandeirante,<br />

com sede no<br />

município de Bandeirantes,<br />

no Norte do<br />

<strong>Paraná</strong> foi uma das empresas<br />

paranaenses premiadas, no dia<br />

16 de maio, na solenidade de<br />

divulgação da terceira edição<br />

do prêmio 100 Maiores Empresas<br />

de Sociedade Anônima S/A<br />

do <strong>Paraná</strong>. O ranking foi organizado<br />

pelo Diário Indústria e<br />

Comércio, Sistema Fecomércio,<br />

SESC, SENAC e Junta Comercial<br />

do <strong>Paraná</strong>, com análise<br />

aferida pela Auditoria RL Solution<br />

e apoio do Governo do Estado<br />

e do Escritório Casillo<br />

Advogados. O levantamento<br />

toma como base a receita líquida<br />

do ano de 2021 divulgada<br />

nos balanços das<br />

empresas publicadas nas mídias<br />

impressas e digitais em<br />

2022.<br />

O governador em exercício na<br />

ocasião, Darci Piana participou<br />

da solenidade e comentou<br />

sobre a importância de<br />

homenagear aqueles que contribuem<br />

para o fortalecimento<br />

do <strong>Paraná</strong> e lembrou que o<br />

crescimento das empresas<br />

tem impacto direto no desenvolvimento<br />

econômico do Estado,<br />

a quarta maior economia<br />

do Brasil. “São cem<br />

empresas sólidas que geram<br />

volume de empregos muito<br />

grande e que também contribuem<br />

para o estado através<br />

do ICMS então merecem o reconhecimento<br />

e esta homenagem.<br />

É um exemplo do que<br />

está acontecendo no <strong>Paraná</strong><br />

demonstrando que o poder<br />

público e a iniciativa privada<br />

podem e devem trabalhar unidos<br />

em prol da nossa gente”,<br />

afirmou.<br />

12<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


FALECIMENTO<br />

Setor perde Daniel Meneghel<br />

O diretor-presidente da Usina de Açúcar e Álcool Bandeirante foi um dos<br />

mais destacados líderes rurais do Norte do <strong>Paraná</strong> e do segmento sucroenergético<br />

Osetor sucroenergético<br />

do <strong>Paraná</strong> perdeu<br />

um dos mais<br />

destacados líderes<br />

rurais do Norte do <strong>Paraná</strong>, que<br />

contribuiu de forma decisiva<br />

para o desenvolvimento do<br />

setor agropecuário, em especial<br />

do setor sucroenergético,<br />

o produtor rural e empresário<br />

do agronegócio Daniel Meneghel,<br />

diretor-presidente da<br />

Usina de Açúcar e Álcool Bandeirante<br />

(Usiban). O falecimento<br />

ocorreu na madrugada<br />

do dia 13 de junho. Daniel deixa<br />

esposa, Eda Furlani Rolim<br />

Meneghel, filhos, Daniel, Maria<br />

Tereza, Adriana e netos.<br />

Fundada em 1943, a Usiban<br />

teve em Daniel Meneghel um<br />

de seus principais artífices. É<br />

apontado como um dos principais<br />

líderes da usina e um<br />

dos responsáveis pelo seu<br />

desenvolvimento e por tornála<br />

uma potência. Sua visão<br />

estratégica, dedicação incansável<br />

e habilidades de gestão<br />

foram essenciais para transformar<br />

a Usiban em uma das<br />

empresas líderes no setor sucroenergético.<br />

“Vamos nos lembrar de Daniel<br />

por seu espírito empreendedor<br />

que sempre nos inspirou<br />

e que continuará inspirando<br />

as gerações futuras a buscar<br />

excelência na vida e no trabalho,<br />

com determinação e<br />

comprometimento. É uma<br />

perda irreparável para o setor”,<br />

comenta o presidente da<br />

Alcopar, Miguel Tranin.<br />

Ex-diretor da Alcopar e ex-presidente<br />

do Sindicato Rural de<br />

Bandeirantes - entidade que<br />

comandou de 1992 a 2009,<br />

Daniel Meneghel foi reconhecido<br />

por seu profundo senso<br />

de responsabilidade social e<br />

suas significativas contribuições<br />

não apenas para a comunidade<br />

local, mas também<br />

como um pioneiro na abertura<br />

de novas fronteiras. Em 1982,<br />

à frente da Colonizadora Bandeirante<br />

Ltda (Coban), que<br />

colonizou a região Norte do<br />

Mato Grosso, Daniel implantou<br />

e desenvolveu o Projeto de<br />

Colonização, fundando a cidade<br />

de Nova Bandeirantes,<br />

no estado de Mato Grosso.<br />

Por sua contribuição, ele foi<br />

honrado com a cidadania matogrossense,<br />

assim como seu<br />

pai, Luiz Meneghel, recebendo<br />

uma comenda do Governo do<br />

Estado.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />

13

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