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OPINIÃO<br />
A energia renovável, o álcool e o futuro<br />
Qualquer incerteza por aqui pode gerar dúvida em parceiros<br />
que podem se associar ao Brasil na consolidação do etanol<br />
como elemento de um programa mundial de energia limpa<br />
Por Aldo Rebelo e<br />
Marcelo Cardia<br />
Acana-de-açúcar afirmouse<br />
no Brasil como fonte de<br />
energia renovável e limpa,<br />
ativo precioso na composição da<br />
matriz energética brasileira, capaz<br />
de reduzir o uso dos combustíveis<br />
fósseis, vilões reconhecidos<br />
na emissão dos chamados<br />
gases de efeito estufa.<br />
O álcool usado como combustível<br />
ou misturado com a gasolina<br />
poderá ser usado também na<br />
transição do veículo de passageiro<br />
movido a combustão interna<br />
para o veículo de passageiro<br />
elétrico, em que o etanol será<br />
fonte primária de energia para o<br />
motor elétrico.<br />
Recentemente, o ministro indiano<br />
do petróleo afirmou que a<br />
Índia usará a presidência do G-<br />
20 para promover uma aliança<br />
internacional em defesa dos biocombustíveis<br />
como forma de reduzir<br />
a conta da importação de<br />
combustíveis fósseis. A Índia é<br />
integrante do Brics e será, no futuro<br />
próximo, o primeiro país do<br />
mundo em população e o terceiro<br />
em economia, atrás apenas<br />
da China e dos Estados Unidos.<br />
No Brasil há 500 anos, a canade-açúcar<br />
encontrou condições<br />
excelentes de solo, clima e, principalmente,<br />
gente apta a desenvolver<br />
seu cultivo com capacidade<br />
permanente de inovação tecnológica<br />
- como prova a evolução<br />
dos primeiros engenhos de<br />
açúcar do século 16 em São<br />
Paulo e em Pernambuco até o<br />
etanol de segunda geração da<br />
atualidade.<br />
A disputa pela produção e comercialização<br />
do açúcar levou os<br />
holandeses a ocuparem o Nordeste<br />
no século 17 até serem<br />
derrotados na Batalha dos Guararapes,<br />
em 1648, e a data da<br />
primeira batalha (19 de abril), de<br />
tão importante, foi incorporada<br />
ao calendário do Exército brasileiro<br />
como dia da instituição e de<br />
sua fundação.<br />
O Proálcool, criado em 1975 para<br />
enfrentar a primeira crise do<br />
petróleo, foi o maior programa de<br />
energia renovável do mundo na<br />
época e representou, na verdade,<br />
a retomada com mais ambição<br />
e ousadia da iniciativa pioneira do<br />
uso do álcool como combustível<br />
no governo do presidente Getúlio<br />
Vargas. Da experiência pioneira<br />
na Usina Serra Grande, em Alagoas,<br />
em 1927, aos modernos<br />
laboratórios de pesquisa da atualidade,<br />
a produção do etanol no<br />
Brasil percorreu uma trajetória de<br />
êxito científico, econômico e social.<br />
A destacar que a indústria da<br />
cana-de-açúcar é uma indústria<br />
nacional, com extensa cadeia<br />
produtiva geradora de empregos<br />
urbanos e rurais e tributos para<br />
os municípios, os Estados e a<br />
União, de divisas para o País, de<br />
alimento e energia, além de retirar<br />
carbono da atmosfera, protegendo<br />
o meio ambiente.<br />
A vitória brasileira estimulou o investimento<br />
em pesquisa de álcool<br />
combustível em todo o<br />
mundo. O saudoso professor<br />
Bautista Vidal, um dos pais do<br />
Proálcool no Brasil, era procurado<br />
por governos europeus interessados<br />
em desenvolver programas<br />
próprios de etanol, receosos<br />
da dependência do petróleo<br />
do Oriente Médio, cujo fornecimento<br />
dependia cada vez mais<br />
do subsídio dos Estados Unidos<br />
às tropas que mantinham na região.<br />
O problema surge quando os governos,<br />
para atender a objetivos<br />
A vitória brasileira estimulou<br />
o investimento em pesquisa<br />
de álcool combustível em<br />
todo o mundo<br />
políticos imediatos, alteram a legislação<br />
tributária para o setor,<br />
elevando o risco da viabilidade<br />
econômica e comercial da atividade,<br />
criando incertezas quanto<br />
ao futuro e paralisando por essa<br />
razão novos investimentos em<br />
tecnologia e inovação. Foi o que<br />
ocorreu no ano passado, quando,<br />
pressionado por circunstâncias<br />
do ano eleitoral, o governo<br />
promoveu um choque de desoneração<br />
no preço dos combustíveis<br />
que atingiu a competitividade<br />
do etanol ante os demais<br />
combustíveis e abriu um horizonte<br />
de instabilidade e incerteza<br />
quanto ao futuro.<br />
O paradoxo é que a desoneração<br />
ocorreu ao mesmo tempo em<br />
que o Congresso Nacional aprovava<br />
uma emenda à Constituição<br />
que assegurava um diferencial<br />
competitivo para os biocombustíveis<br />
como medida compatível<br />
com o artigo 225 da Carta Magna,<br />
que trata do direito ao meio<br />
ambiente ecologicamente equilibrado<br />
e do dever do poder público<br />
de defendê-lo e preservá-lo<br />
para as presentes e as futuras<br />
gerações.<br />
O governo eleito tomou posse<br />
em 1.º de janeiro e, embora inicialmente<br />
crítico da desoneração<br />
promovida pelo governo anterior,<br />
terminou por renová-la, ampliando<br />
e prorrogando o ambiente de<br />
incerteza quanto ao futuro do<br />
etanol no Brasil.<br />
A afirmação do etanol na geopolítica<br />
mundial da energia renovável<br />
depende muito do Brasil -<br />
onde tem sua origem e sua matriz<br />
principal - e qualquer incerteza<br />
criada por aqui terá o efeito<br />
de gerar dúvidas em parceiros<br />
internacionais que podem se associar<br />
ao Brasil para consolidar<br />
o etanol como elemento permanente<br />
de um programa mundial<br />
de energia limpa.<br />
Ao Congresso Nacional cabe a<br />
missão de ajustar os interesses<br />
políticos do governo aos objetivos<br />
permanentes do Brasil em<br />
proteger uma atividade que reúne<br />
virtudes econômicas, sociais e<br />
ambientais a serviço do desenvolvimento.<br />
Aldo Rebelo é ex-ministro e<br />
Marcelo Cardia é engenheiro<br />
agrônomo<br />
2<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SAFRA <strong>2023</strong>/24<br />
Centro-Sul já esmagou<br />
125,38 milhões de toneladas<br />
Esse volume é 16,76% superior ao moído no mesmo período do ano passado,<br />
produzindo 6,97 milhões de toneladas de açúcar e 5,77 bilhões de litros de etanol<br />
Asegunda quinzena de<br />
maio manteve a trajetória<br />
crescente, com<br />
avanço da produção<br />
em relação ao ciclo anterior.<br />
Foram processadas 46,19 milhões<br />
de toneladas ante a<br />
43,79 milhões da safra 2022/<br />
<strong>2023</strong> - o que representa um<br />
avanço de 5,48%. No acumulado<br />
da safra <strong>2023</strong>/2024, a<br />
moagem atingiu 125,38 milhões<br />
de toneladas, ante<br />
107,38 milhões de toneladas<br />
registradas no mesmo período<br />
no ciclo 2022/<strong>2023</strong> - um avanço<br />
de 16,76%.<br />
O avanço constatado para o<br />
processamento de cana em relação<br />
à safra passada se deve<br />
à condição climática desfavorável<br />
que prejudicou a produtividade<br />
agrícola no Centro-Sul<br />
durante os dois ciclos anteriores<br />
de colheita. Uma comparação<br />
considerando a safra<br />
2020/2021 como referência –<br />
o último ciclo em que a moagem<br />
de cana superou 600 milhões<br />
de toneladas – mostra a<br />
variação negativa de 13,81%<br />
ou, de forma absoluta, de<br />
20,09 milhões de toneladas.<br />
Na segunda metade de maio,<br />
seis unidades deram início à<br />
safra <strong>2023</strong>/2024. Ao término<br />
da quinzena, permanecem em<br />
operação 245 unidades no<br />
Produção de açúcar e etanol<br />
A produção de açúcar na segunda<br />
quinzena de maio totalizou<br />
2,90 milhões de toneladas.<br />
Essa quantidade, quando comparada<br />
àquela registrada na safra<br />
2022/<strong>2023</strong> de 2,32 milhões<br />
de toneladas, representa um aumento<br />
de 25,16%. No acumulado<br />
desde 1º de abril, a fabricação<br />
do adoçante totaliza 6,97<br />
milhões de toneladas, contra<br />
5,06 milhões de toneladas do<br />
ciclo anterior (+37,70%).<br />
Na segunda metade de maio,<br />
2,08 bilhões de litros (+2,35%)<br />
de etanol foram fabricados<br />
pelas unidades do Centro-Sul.<br />
Do volume total produzido, o<br />
etanol hidratado alcançou 1,18<br />
bilhão de litros (-6,38%), enquanto<br />
a produção de etanol<br />
anidro totalizou 906,99 milhões<br />
de litros (+16,44%). No acumulado<br />
desde o início do atual<br />
ciclo agrícola até 1º de junho, a<br />
fabricação do biocombustível<br />
totalizou 5,77 bilhões de litros<br />
(+11,12%), sendo 3,39 bilhões<br />
de etanol hidratado<br />
(-5,17%) e 2,37 bilhões de anidro<br />
(+47,24%).<br />
Mercado de CBios<br />
Do total de etanol obtido na<br />
segunda quinzena de maio,<br />
10% foram fabricados a partir<br />
do milho, registrando produção<br />
de 210,64 milhões de<br />
litros neste ano, contra<br />
156,79 milhões de litros no<br />
mesmo período do ciclo<br />
2022/<strong>2023</strong> – aumento de<br />
34,35%. No acumulado<br />
desde o início da safra, a<br />
produção de etanol de milho<br />
atingiu 907,62 milhões de litros<br />
– avanço de 52,19% na<br />
comparação com igual período<br />
do ano passado.<br />
Dados da B3 registrados até o<br />
dia 12 de maio indicam a<br />
emissão de 13,86 milhões de<br />
CBios em <strong>2023</strong>. Até a data<br />
supracitada, a parte obrigada<br />
do programa RenovaBio havia<br />
adquirido cerca de 48,40 milhões<br />
de créditos de descarbonização.<br />
Esse valor considera<br />
o estoque de passagem<br />
da parte obrigada em 2021<br />
somada com os créditos adquiridos<br />
em 2022 e <strong>2023</strong>, até<br />
o momento, estejam eles ativos<br />
ou aposentados. O horizonte<br />
temporal selecionado<br />
cobre as aquisições que compreenderão<br />
os créditos utilizados<br />
para atendimento das metas<br />
de 2022, cujo prazo havia<br />
sido postergado, e <strong>2023</strong>.<br />
Centro-Sul, sendo 231 unidades<br />
com processamento de<br />
cana-de-açúcar, sete empresas<br />
que fabricam etanol a partir<br />
do milho e sete usinas flex.<br />
No mesmo período, na safra<br />
2022/<strong>2023</strong>, havia 252 unidades<br />
produtoras em atividade.<br />
No mês de maio, as vendas de<br />
etanol totalizaram 2,39 bilhões<br />
de litros, o que representa uma<br />
variação positiva de 1,56% em<br />
relação ao mesmo período da<br />
safra 2022/<strong>2023</strong>. Trajetórias<br />
distintas entre o hidratado e anidro<br />
persistem desde o início da<br />
safra, de modo que, para o primeiro,<br />
o volume comercializado<br />
em maio foi de 1,29 bilhão de<br />
litros - uma retração de 12,44%<br />
- e, para o último, 1,11 bilhão<br />
de litros - avanço de 24,69%.<br />
No que condiz à qualidade da<br />
matéria-prima, o nível de Açúcares<br />
Totais Recuperáveis<br />
(ATR) registrado na segunda<br />
quinzena de maio foi de<br />
135,22 kg de ATR por tonelada<br />
de cana-de-açúcar, contra<br />
128,72 kg por tonelada na<br />
safra 2022/<strong>2023</strong> - variação negativa<br />
de 5,06%. No acumulado<br />
da safra, o indicador marca<br />
o valor de 124,49 kg de ATR<br />
por tonelada (+1,89%).<br />
Vendas de etanol<br />
No mercado interno, o volume<br />
de etanol hidratado totalizou<br />
1,25 bilhão de litros, o que significa<br />
uma queda de 11,39%<br />
em relação ao mesmo período<br />
da safra anterior. A venda de<br />
etanol anidro atingiu a marca de<br />
1,04 bilhão de litros, o que representa<br />
um crescimento de<br />
24,37%.<br />
No acumulado da safra <strong>2023</strong><br />
/2024, a comercialização de<br />
etanol soma 4,48 bilhões de litros,<br />
o que representa uma<br />
queda de 1,89%. O álcool hidratado<br />
compreende uma venda<br />
no volume de 2,50 bilhões<br />
de litros (-13,04%), enquanto o<br />
anidro de 1,98 bilhão<br />
(+17,09%).<br />
4<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
MEIO AMBIENTE<br />
Setor se une na prevenção<br />
aos incêndios em canaviais<br />
Usinas investem em tecnologia para monitoramento do campo e capacitação<br />
de brigadistas para a prevenção e o combate a focos de incêndios<br />
Operíodo mais seco do<br />
ano, entre os meses<br />
de junho e setembro,<br />
traz o risco de aumento<br />
de incêndios criminosos<br />
ou acidentais nos canaviais.<br />
Esses focos ocorrem,<br />
principalmente, em áreas limítrofes<br />
com rodovias ou que<br />
tenham acesso fácil da população.<br />
Por isso, a conscientização<br />
das comunidades locais é<br />
muito importante.<br />
Com grande parte da cana colhida<br />
mecanicamente, o uso do<br />
fogo como método pré-colheita<br />
é restrito a pequenas<br />
áreas. Assim, incêndios em<br />
canaviais representam grandes<br />
prejuízos financeiros para usinas<br />
e produtores rurais, já que<br />
a cana-de-açúcar é o principal<br />
ativo. O custo do plantio de um<br />
hectare de cana gira entorno<br />
de R$ 15 mil, valor investido<br />
em mudas de qualidade e preparação<br />
do solo para um bom<br />
rendimento ao longo do ciclo,<br />
que tem média de 5 anos. Os<br />
cuidados com a cana representam,<br />
aproximadamente,<br />
60% dos custos de produção<br />
de açúcar e etanol.<br />
“Com a eliminação da queima<br />
como método pré-colheita, as<br />
usinas adequaram toda a sua<br />
infraestrutura para processar<br />
a cana colhida de forma mecanizada,<br />
ou seja, os processos<br />
de lavagem prévia e<br />
limpeza da cana queimada<br />
deixaram de existir. Aqui temos<br />
dois desafios logísticos:<br />
o primeiro é que as unidades<br />
precisam criar um fluxo dedicado<br />
de operação para moer<br />
essa matéria-prima que foi<br />
atingida pelos incêndios, uma<br />
vez que a cana queimada traz<br />
impurezas; o segundo é a própria<br />
operação de colheita em<br />
si, uma vez que na maioria<br />
das vezes essa cana atingida<br />
por incêndios não está programada<br />
para ser colhida, resultando<br />
em deslocamento de<br />
frentes de corte e queda de<br />
produtividade.<br />
Outro fator de preocupação é<br />
o risco desses incêndios se<br />
alastrarem para as áreas de<br />
vegetação nativa das usinas.<br />
Esse é o pior cenário possível,<br />
pois além do prejuízo financeiro,<br />
temos o dano ambiental<br />
da perda da vegetação recuperada<br />
pela usina”, ressalta a<br />
coordenadora de Sustentabilidade<br />
da União da Indústria de<br />
Cana-de-Açúcar e Bioenergia<br />
(Unica), Renata Camargo.<br />
Ao longo dos últimos anos, o<br />
setor sucroenergético vem investindo<br />
em alta tecnologia<br />
para mitigar e combater os<br />
focos de incêndios. Hoje, os<br />
canaviais são monitorados<br />
com imagens de satélites e<br />
por câmeras em tempo real,<br />
que auxiliam a rápida detecção<br />
do princípio de focos de<br />
fogo. “Além do investimento<br />
em tecnologias de monitoramento<br />
e prevenção, o setor investe<br />
na qualificação das suas<br />
brigadas. O setor se transformou<br />
na referência de combate<br />
aos incêndios em campo,<br />
sendo frequente a sua atuação<br />
para auxiliar em combates<br />
de incêndios fora dos canaviais,<br />
como unidades de conservação<br />
e estações ecológicas”,<br />
explica Renata.<br />
Em parceria com o governo<br />
estadual o setor atua junto no<br />
trabalho de prevenção, fiscalização<br />
e conscientização na<br />
Operação Corta Fogo, além de<br />
realizar campanhas específicas.<br />
Entre as ações estão a<br />
manutenção de equipes brigadistas<br />
e caminhões tanque; a<br />
limpeza dos aceiros para evitar<br />
que os focos se alastrem<br />
para as áreas de vegetação<br />
nativa; a instalação de torres<br />
de observação; o monitoramento<br />
por imagens de satélite,<br />
e a vigilância por câmeras.<br />
Usinas também trabalham<br />
em parceria com o Corpo<br />
de Bombeiros no combate<br />
à incêndios florestais.<br />
Dados com base em levantamento<br />
do Instituto Nacional<br />
de Pesquisas Espaciais<br />
(INPE), dentro do Programa<br />
Queimadas, mostram que em<br />
2020 e 2021, foram registrados<br />
6.123 e 5.469 focos,<br />
respectivamente. No ano<br />
passado, o número reduziu<br />
para 1.599, o menor índice<br />
desde o começo do monitoramento<br />
em 1998.<br />
A melhor distribuição de<br />
chuvas explica parte desse<br />
resultado positivo. “O trabalho<br />
de conscientização e<br />
prevenção desenvolvidos<br />
pelas usinas também refletiram<br />
nessa redução. Temos<br />
que ser proativos, pois o<br />
setor produtivo não tem interesse<br />
no fogo”, destaca a<br />
coordenadora da campanha,<br />
Valéria Ribeiro.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
5
SUSTENTABILIDADE<br />
Grupo Maringá promove a<br />
Semana do Meio Ambiente<br />
Campanha de conscientização envolveu palestra, ações práticas sobre educação<br />
ambiental e apresentação de projetos sociais na Usina Jacarezinho e Maringá Ferro-Liga<br />
Asustentabilidade é<br />
uma premissa central<br />
na estratégia do<br />
Gru-po Maringá, que<br />
bus-ca continuamente assegurar<br />
alinhamento de suas atividades<br />
com as melhores<br />
práticas ambientais na Usina<br />
Jacarezinho, produtora de<br />
açúcar, etanol, levedura e bionergia<br />
a partir da cana-deaçúcar<br />
no norte do <strong>Paraná</strong>, e<br />
na Maringá Ferro-Liga, que<br />
produz ferroligas de manganês<br />
em Itapeva (SP).<br />
Para estimular a conscientização<br />
sobre a importância do<br />
cuidado com a natureza e a<br />
preservação dos recursos naturais,<br />
o grupo promoveu a Semana<br />
do Meio Ambiente, uma<br />
campanha voltada aos colaboradores<br />
e comunidades próximas<br />
às operações.<br />
Com o tema "Negócios sustentáveis,<br />
futuro próspero: alcançando<br />
os objetivos de desenvolvimento<br />
sustentável (ODS)",<br />
a campanha teve início no Dia<br />
do Meio Ambiente, celebrado<br />
em 5 de junho. Na programação<br />
oficial, entre várias iniciativas<br />
em conformidade com a<br />
agenda 2030 da Organização<br />
das Nações Unidas (ONU), foi<br />
realizada uma palestra intitulada<br />
"Meio Ambiente e Estratégia<br />
Sustentável", ministradas por<br />
gerentes da Qualidade, Saúde,<br />
Meio Ambiente e do Escritório<br />
de Estratégia e Gestão das unidades.<br />
“Nesta campanha, buscamos<br />
compartilhar a conexão da<br />
nossa estratégia com a sustentabilidade,<br />
com ênfase na dimensão<br />
ambiental, especialmente<br />
à eficiência energética,<br />
mudanças climáticas e práticas<br />
agrícolas/florestais”, pontua o<br />
gerente de Controladoria e do<br />
Escritório de Estratégia e Gestão,<br />
Adriano Bertoldo Alves.<br />
“Com a campanha, além da<br />
conscientização, queremos<br />
evidenciar o compromisso e<br />
mostrar a importância das práticas<br />
sustentáveis e sociais nas<br />
operações do Grupo e como as<br />
nossas empresas podem contribuir<br />
para o alcance dos Objetivos<br />
de Desenvolvimento<br />
Sustentável (ODS)”, afirma a<br />
gerente de Qualidade, Segurança<br />
e Meio Ambiente, Márcia<br />
Gusi.<br />
Nesta semana dedicada ao<br />
meio ambiente, foram anunciadas<br />
diversas ações em prol da<br />
sustentabilidade, entre elas, o<br />
projeto de lacre. Essa iniciativa,<br />
que segue o ODS número 10,<br />
6 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
usca arrecadar lacres de latinhas<br />
de alumínio, convertidos<br />
em recursos financeiros para a<br />
aquisição de cadeiras de rodas.<br />
Essas cadeiras serão destinadas<br />
a hospitais e instituições<br />
que atendem pessoas com<br />
mobilidade reduzida, garantindo<br />
maior acessibilidade, inclusão<br />
e qualidade de vida. O<br />
Grupo Maringá, por meio do<br />
programa, demonstra seu<br />
Ações em<br />
Jacarezinho<br />
Em paralelo com o ODS 12,<br />
de consumo e produção<br />
responsável, como forma de<br />
reduzir substancialmente a<br />
geração de resíduos por<br />
meio da prevenção, redução,<br />
reciclagem e reuso até<br />
2030, o destaque foi um jardim<br />
vertical ecológico. Os<br />
vasos foram substituídos<br />
por garrafas PET, arrecadadas<br />
entre os colaboradores<br />
da Usina Jacarezinho. Disponível<br />
em dois pontos da<br />
empresa, cada uma delas<br />
simboliza uma ação relacionada<br />
aos objetivos sustentáveis,<br />
tais como a preservação<br />
de mais de dois<br />
mil hectares de vegetação<br />
nativa, entre reserva legal e<br />
área de preservação permanente,<br />
além do estudo de<br />
balanço hídrico, com foco<br />
na redução de consumo de<br />
água.<br />
O objetivo foi fomentar educação<br />
socioambiental, reciclagem<br />
e incentivo à saúde e<br />
ao bem-estar, além de ofertar<br />
orientações sobre jardinagem,<br />
preparação de solo,<br />
substratos e compostagem<br />
orgânica. As garrafas não<br />
utilizadas na ação foram<br />
destinadas à Cooperativa<br />
dos Coletores de Resíduos<br />
Sólidos Recicláveis de Jacarezinho<br />
(Coopercicla).<br />
comprometimento com o bemestar<br />
social e a preservação do<br />
meio ambiente.<br />
Para encerrar a semana em<br />
linha com os ODSs, o grupo<br />
promoveu apresentações de<br />
projetos financiados em seus<br />
negócios. Na Usina Jacarezinho,<br />
esteve presente o projeto<br />
Guri, um programa do<br />
Governo do Estado de São<br />
Paulo, administrado pela<br />
Santa Marcelina, por meio de<br />
um contrato de gestão com a<br />
Secretaria de Cultura e Economia<br />
Criativa do Estado de São<br />
Paulo. Essa iniciativa é viabilizada<br />
pela Lei de Incentivo à<br />
Cultura e busca oferecer<br />
oportunidades no campo da<br />
música.<br />
Já na Maringá Ferro-Liga, o<br />
projeto Usina da Dança foi a<br />
atração principal. Realizada<br />
pela Associação de Arte, Cultura<br />
e Esporte de Ribeirão<br />
Preto (AACE), esse projeto é<br />
desenvolvido por meio do Programa<br />
de Ação Cultural do Estado<br />
de São Paulo (ProAC) e<br />
tem o intuito de usar a dança<br />
como uma forma de expressão<br />
artística. O Grupo Maringá, ao<br />
patrocinar esses projetos, reafirma<br />
seu compromisso em<br />
promover o desenvolvimento<br />
cultural e social.<br />
Ações em Itapeva<br />
Desta vez, também alinhado ao<br />
ODS 6, realizou-se uma ação<br />
para promover a conscientização<br />
da população local e a preservação<br />
do rio. A Maringá<br />
Ferro Liga, em parceria com a<br />
Polícia Ambiental e a Secretaria<br />
de Meio Ambiente de Itapeva,<br />
instalou uma Barreira Ecológica<br />
no Rio Taquari, que margeia<br />
a usina e banha parte do<br />
Estado de São Paulo.<br />
Feita com garrafas PET, também<br />
arrecadadas pelos colaboradores<br />
e pelas Cooperativas<br />
Santa Maria e Coopersel,<br />
cordas e redes, com amarração<br />
de ponta a ponta, a barreira<br />
retém resíduos que foram descartados<br />
de forma inadequada<br />
no rio. Essa é uma forma de<br />
conscientização da população<br />
sobre a correta destinação de<br />
resíduos, bem como a preservação<br />
dos rios.<br />
"Ao integrar os Objetivos de<br />
Desenvolvimento Sustentável<br />
em nossas ações, nos tornamos<br />
não apenas agentes de<br />
mudança, mas também catalisadoras<br />
de um futuro sustentável<br />
para todos", encerra o<br />
gerente da Qualidade, Segurança,<br />
Saúde e Meio Ambiente,<br />
João Paulo Pantaleão.<br />
Sobre o Grupo Maringá<br />
O Grupo Maringá atua nos setores sucroenergético, produzindo açúcar, etanol, levedura e<br />
energia e no setor siderúrgico, fabricando ferro-liga de manganês. Com 75 anos de tradição,<br />
a Usina Jacarezinho e, agora, a Maringá Energia, trabalham de forma integrada para fornecer<br />
alimento e energia limpa e renovável aos mercados nacional e internacional.<br />
Na siderurgia, o Grupo atua há mais de 40 anos, produzindo ferroligas de manganês de<br />
alto padrão, matéria-prima essencial para a fabricação de aço, por meio da Maringá Ferro-<br />
Liga S/A, localizada em Itapeva (SP).<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
7
PRODUTO<br />
Cooperval divulga seu álcool<br />
neutro no Festival da Cachaça<br />
A 2 edição do evento de<br />
Jandaia do Sul ocorreu nos<br />
dias 19 a 21 de maio, na<br />
Sociedade Rural do município<br />
Com o objetivo de divulgar<br />
um de seus<br />
mais novos produtos,<br />
o álcool neutro,<br />
ainda em fase experimental,<br />
a Cooperval - Cooperativa<br />
Agroindustrial Vale do Ivaí<br />
Ltda., com sede no município<br />
de Jandaia do Sul, participou<br />
da 2 edição do Festival da<br />
Cachaça de Jandaia do Sul<br />
nos dias 19 a 21 de maio, na<br />
Sociedade Rural do município.<br />
O álcool neutro é um produto<br />
diferenciado que pode ser utilizado<br />
na produção de bebidas<br />
alcoólicas, fármacos e<br />
cosméticos. No final do ano<br />
passado, a destilaria da cooperativa<br />
iniciou a produção<br />
de forma experimental e caso<br />
haja demanda, o produto poderá<br />
ser produzido comercialmente.<br />
Nos três dias do evento<br />
foram mais de 40 estandes<br />
de empresas de todo o Brasil<br />
produtoras de cachaças premiadas<br />
com degustação dos<br />
produtos, programação gratuita<br />
e shows, com participação<br />
de milhares de pessoas<br />
de toda região, além de apreciadores<br />
e colecionadores de<br />
todo o Brasil.<br />
Com pouco mais de 20 mil<br />
habitantes, Jandaia do Sul<br />
(PR) é a cidade que concentra<br />
o maior número de marcas<br />
de aguardente do País:<br />
19 marcas, igualando-se a<br />
São Roque do Canaã (ES) e<br />
responde por quase metade<br />
das marcas de cachaça do<br />
<strong>Paraná</strong> fazendo com que o<br />
Estado ocupe a 6ª posição<br />
no ranking nacional, com 43<br />
marcas ao todo.<br />
CONSCIENTIZAÇÃO<br />
Ações visam preservar o meio ambiente<br />
Comemoração de Dia Mundial do Meio Ambiente na Cooperval foi marcado<br />
com palestras, arrastão contra a dengue e limpeza de nascente do Rio Cambará<br />
A Semana do Meio Ambiente<br />
da Cooperval - Cooperativa<br />
Agroindustrial Vale do Ivaí<br />
Ltda., com sede no município<br />
de Jandaia do Sul, foi marcada<br />
por ações internas e externas,<br />
de conscientização envolvendo<br />
os colaboradores, que<br />
trouxeram benefícios ao meio<br />
ambiente e a comunidade<br />
como um todo.<br />
Coordenado pelo grupo do<br />
SESMT - Serviço Especializado<br />
de Segurança e Medicina<br />
do Trabalho da cooperativa, no<br />
dia 9 de junho, todos os colaboradores<br />
da Cooperval participaram<br />
de uma ação interna<br />
em comemoração ao Dia<br />
Mundial do Meio Ambiente,<br />
comemorado em 5 de junho.<br />
Além de mini palestras de<br />
conscientização com os técnicos<br />
de segurança da cooperativa,<br />
sobre a destinação<br />
correta do lixo, o evento contou<br />
com um arrastão para<br />
fazer uma limpeza nas estruturas<br />
da empresa e arredores,<br />
com foco na prevenção a dengue,<br />
problema que tem preocupado<br />
o setor de saúde do<br />
município.<br />
No mesmo dia, em uma ação<br />
externa, o grupo de jovens<br />
aprendizes da Cooperval e do<br />
comitê jovem, reunindo cerca<br />
de 20 participantes, fizeram<br />
uma limpeza da nascente do<br />
Rio Cambará. Desde 2006, a<br />
empresa faz a limpeza da nascente,<br />
preservando o local,<br />
além de plantar um grande número<br />
de mudas de árvores nativas<br />
ao redor.<br />
8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SOCIAL<br />
O Respeito Faz História na UST<br />
Neste ano, o projeto traz o tema da empatia ou a compreensão do outro que é<br />
diferente da gente, nos colocando em seu lugar para saber como agir com respeito<br />
ORespeito Faz História<br />
na UST é um projeto<br />
de D&I (Diversidade<br />
e Inclusão) na Usina<br />
Santa Terezinha. O conceito<br />
de Diversidade e Inclusão é<br />
utilizado por grandes empresas<br />
em todo o mundo e tem o<br />
objetivo de conscientizar as<br />
pessoas sobre a importância<br />
de respeitar as diferenças e<br />
abrir espaços para o diálogo.<br />
Neste ano, o projeto traz o<br />
tema da empatia, que pode<br />
ser definida como a compreensão<br />
do outro que é diferente<br />
da gente, nos colocando em<br />
seu lugar para saber como<br />
agir com respeito.<br />
A empatia deve ser praticada<br />
sempre, inclusive no ambiente<br />
profissional. Por isso, na Usina<br />
Santa Terezinha, o respeito à<br />
diversidade está previsto no<br />
Código de Conduta. Além<br />
disso, a UST realiza ações de<br />
D&I que envolvem tanto seu<br />
público interno como também<br />
a comunidade: treinamentos<br />
focados em Diversidade e Inclusão,<br />
criação de conteúdos<br />
para mídias, rodas de conversa,<br />
recrutamento voltado a<br />
mulheres entre outras ações.<br />
A UST entende que equipes diversas<br />
enriquecem o ambiente<br />
de trabalho, no qual o respeito<br />
é a chave para uma operação<br />
segura e eficiente. A usina valoriza<br />
a diferença e promove<br />
entre seus funcionários uma<br />
cultura cada dia mais diversa.<br />
O funcionário Maciel Vieira é<br />
pai de duas filhas e é participante<br />
do projeto Respeito Faz<br />
História na UST, que valoriza a<br />
Diversidade e Inclusão na empresa.<br />
Ambas as filhas são jovens<br />
e já estão conquistando e<br />
realizando muitos sonhos. Inclusive,<br />
uma delas, Talita Mayara<br />
Vieira, é funcionária UST<br />
e tem seguido os passos de<br />
seu pai no setor sucroenergético.<br />
Outro participante do projeto<br />
Respeito Faz História na UST,<br />
que reforça a Diversidade e Inclusão<br />
na empresa , o funcionário<br />
da Usina Santa Terezinha,<br />
Hermes de Andrade, é pai e<br />
tem muitas vivências para<br />
compartilhar.A partir do momento<br />
que se tornou pai, soube<br />
que seria inspiração para os<br />
seus filhos e também para outros<br />
pais e mães. Foi assim,<br />
que Hermes foi entender ainda<br />
mais sobre o autismo e fazer a<br />
diferença na vida de muitas<br />
pessoas.<br />
Jaciara Teixeira da Silva, também<br />
funcionária da Usina<br />
Santa Terezinha e participante<br />
da 2ª edição do projeto Respeito<br />
Faz História na UST, é<br />
Juntos para Aquecer <strong>2023</strong><br />
profissional com atuação na<br />
área Automotiva da Unidade<br />
Tapejara. Quando estava com<br />
seis anos de UST, Jaciara se<br />
tornou mãe do Pedro Gustavo.<br />
Hoje, por meio de suas vivências<br />
diárias na maternidade,<br />
Jaciara reforça a “empatia” e o<br />
propósito da Diversidade e Inclusão<br />
no ambiente de trabalho<br />
e em outros ambientes sociais.<br />
O Juntos para Aquecer é um<br />
projeto que, anualmente, engaja<br />
os funcionários da Usina<br />
Santa Terezinha a arrecadarem<br />
kits de inverno (1 cobertor<br />
novo + 1 toalha nova) para<br />
instituições socioassistenciais<br />
do <strong>Paraná</strong> e Mato Grosso do<br />
Sul. Com o incentivo, a UST<br />
dobra a arrecadação dos funcionários,<br />
comprando a mesma<br />
quantidade de kits arrecadados<br />
por eles, de acordo<br />
com a meta estabelecida a<br />
cada ano-safra.<br />
Nos últimos anos, o comprometimento<br />
dos funcionários<br />
UST tem gerado um grande<br />
resultado: ultrapassamos a<br />
meta de arrecadação do projeto.<br />
Novamente, com a superação<br />
da meta dos funcionários<br />
(572 kits), a UST dobrou<br />
essa arrecadação e,<br />
mais com os kits extras arrecadados<br />
pelos funcionários,<br />
totalizou a quantia de 1.551<br />
kits de inverno.<br />
Os Kits foram entregues para<br />
27 instituições socioassistenciais<br />
de 10 cidades da região<br />
de atuação UST, no <strong>Paraná</strong> e<br />
em Mato Grosso do Sul, atendendo<br />
crianças, adolescentes,<br />
idosos, pessoas em situação<br />
de rua e também pessoas indígenas.<br />
Além de contribuir<br />
com a comunidade em que a<br />
UST está inserida, o Juntos<br />
Para Aquecer promove o<br />
senso de colaboração e solidariedade<br />
entre os funcionários,<br />
reforçando a empatia entre<br />
todos.<br />
A Usina Santa Terezinha agradece<br />
aos funcionários pela demonstração<br />
de respeito e cuidado<br />
ao próximo. Com o projeto,<br />
mais de 1 mil pessoas foram<br />
aquecidas neste outono/<br />
inverno.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
9
Equipes técnicas do governo<br />
Lula concluíram uma proposta<br />
legislativa para regular<br />
o mercado de carbono no<br />
DOIS<br />
Mercado de carbono<br />
Brasil. A ideia é apresentar o<br />
texto ao Congresso em<br />
agosto. Minuta elaborada<br />
por equipe técnica sugere<br />
Tecnologia<br />
PONTOS<br />
que fiquem sujeitas ao mercado<br />
regulado as instalações<br />
que emitam acima de<br />
25 mil toneladas de CO 2 ,<br />
equivalente por ano. O número<br />
é resultado da escolha<br />
de um grupo interministerial<br />
de técnicos por um recorte<br />
horizontal para as emissões,<br />
e não por setores. Com a<br />
linha de corte estabelecida,<br />
as regras para controle obrigatório<br />
de emissões atingirão<br />
majoritariamente a<br />
indústria. Segundo pessoas<br />
familiarizadas com o assunto,<br />
uma pequena parcela<br />
do agronegócio também poderá<br />
ser atingida.<br />
A produtividade média dos canaviais brasileiros deverá aumentar 33% nos próximos<br />
anos com a chegada de novas tecnologias para os produtores. Com isso, o país garantirá<br />
um volume maior de cana-de-açúcar com redução na necessidade de expansão<br />
de área. Atualmente em 75 toneladas por hectare, o campo brasileiro poderá obter<br />
uma produtividade de 100 toneladas em 2040, segundo o Centro de Tecnologia Canavieira.<br />
As novas tecnologias a serem disponibilizadas pela ciência vão gerar 22 milhões<br />
de CBIos (Crédito de Descarbonização de Biocombustíveis) a mais no período e garantir<br />
uma agricultura mais sustentável, com redução do uso de diesel, de fertilizantes<br />
e de produtos químicos, segundo a empresa. O relatório de sustentabilidade do CTC<br />
mostra que o aumento de produtividade terá um efeito poupa-terra de pelo menos 3<br />
milhões de hectares no período. Essa área que deixará de ser semeada corresponde<br />
a 36% do total que o país utiliza atualmente para a produção de cana. Para o CTC, o<br />
aumento de produtividade está baseado em tecnologias de melhoramento genético,<br />
biotecnologia e novas soluções de plantio.<br />
Os produtores de bioenergia<br />
superam a marca de<br />
94,5 milhões de toneladas<br />
de emissões de gás carbônico<br />
(CO 2 ) equivalente evitadas<br />
pela emissão dos<br />
Créditos de Descarbonização<br />
(CBIOs), instrumento<br />
do programa de estímulo<br />
aos biocombustíveis RenovaBio.<br />
O levantamento foi<br />
CBIOs<br />
realizado pela Unica. A análise<br />
abrange o período de<br />
três anos, de junho de<br />
2020, início da comercialização<br />
dos títulos ambientais,<br />
a 31 de maio de <strong>2023</strong>.<br />
O volume de CO 2 evitado<br />
pelos CBIOs equivale ao<br />
plantio de mais de 675 milhões<br />
de árvores, mantidas<br />
em pé por 20 anos.<br />
No embalo do Produto Interno<br />
Bruto do agro, que cresceu<br />
19% no primeiro trimestre<br />
deste ano em relação a igual<br />
período do ano passado, a<br />
renda real do trabalho teve<br />
uma evolução efetiva de 6,7%<br />
no mesmo período. O cenário<br />
atual mostra uma situação diversa<br />
da dos anos de pandemia,<br />
quando o setor teve<br />
perda de renda. Os dados são<br />
do Instituto de Pesquisa Econômica<br />
Aplicada.<br />
Renda<br />
Carbono + Mais Verde<br />
O Ministério da Agricultura e<br />
Pecuária lançou uma consulta<br />
pública destinada a coletar<br />
contribuições da sociedade<br />
para o Programa Carbono+Verde<br />
(Programa Nacional<br />
de Cadeias Agropecuárias Descarbonizadas).<br />
O programa<br />
prevê a concessão de um selo<br />
de conformidade, que leva o<br />
nome do programa, para cadeias<br />
primárias de produção<br />
agropecuária e, posteriormente,<br />
serão chancelados os créditos<br />
de carbono originados no<br />
setor agropecuário. A consulta<br />
pública estará disponível<br />
até 4 de agosto, e qualquer<br />
pessoa pode contribuir com<br />
sugestões.<br />
10<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Petrobras<br />
A Petrobras decidiu que aportará em projetos de baixo carbono entre 6% e 15% do<br />
investimento total de seu Plano Estratégico 2024-2028, que está em elaboração e<br />
será publicado no fim deste ano, contra 6% no planejamento quinquenal atual. Poderão<br />
ser incluídos, segundo a Petrobras, projetos em energias renováveis e em<br />
descarbonização das operações, que respeitarão a governança e passarão pelos<br />
processos de planejamento e aprovação previstos nas sistemáticas aplicáveis, com<br />
viabilidade técnica e econômica demonstrada.<br />
Petróleo<br />
O diretor de Transição Energética<br />
e Sustentabilidade da<br />
Petrobras, Mauricio Tolmasquim,<br />
afirmou que,<br />
entre os três cenários desenhados<br />
pela Agência Internacional<br />
de Energia para<br />
o futuro do setor de óleo e<br />
gás, o mais provável é que<br />
a demanda por petróleo<br />
caia perto de 40% nas próximas<br />
décadas, até 2050.<br />
128 países, que concentram<br />
88% das emissões<br />
globais e 92% do PIB mundial,<br />
têm compromissos<br />
oficiais para redução nas<br />
emissões de carbono.<br />
Política<br />
PIB<br />
Pesquisa<br />
O Centro de Tecnologia Canavieira<br />
e a Embrapa firmaram<br />
um acordo de cooperação<br />
técnica e financeira para desenvolver<br />
projeto de pesquisa<br />
para melhorar a tolerância<br />
ao alumínio e aumentar o<br />
acúmulo de sacarose na<br />
cana-de-açúcar, por meio de<br />
ferramentas de biotecnologia<br />
molecular. A parceria pretende<br />
desenvolver variedades<br />
para viabilizar o aumento da<br />
produtividade em regiões<br />
com solo de alta concentração<br />
de alumínio, além de permitir<br />
a redução de custos<br />
com correção e manejo. A<br />
cooperação também visa utilizar<br />
engenharia genética para<br />
A Petrobras anunciou uma<br />
nova política de preços de<br />
combustíveis a ser praticada<br />
no mercado interno. Em um<br />
comunicado confuso e pouco<br />
explicativo, a companhia<br />
deixou uma gama de possibilidades<br />
em aberto, mas<br />
ficou bastante claro que as<br />
diretrizes adotadas há quase<br />
sete anos e que salvaram<br />
a empresa da ruína financeira<br />
foram definitivamente<br />
abandonadas. A política é<br />
tão vaga que permite à Petrobras<br />
fazer reajustes da<br />
forma como quiser - ou melhor,<br />
da forma que o governo<br />
achar que deve. A única<br />
certeza, segundo comunicado<br />
distribuído pela companhia,<br />
é que “o anúncio encerra<br />
a subordinação obrigatória<br />
ao preço de paridade<br />
de importação, mantendo o<br />
alinhamento aos preços<br />
competitivos por polo de<br />
venda, tendo em vista a melhor<br />
alternativa acessível aos<br />
clientes”.<br />
aumentar o teor de açúcar no<br />
colmo, proporcionando maior<br />
produtividade por área cultivada.<br />
De janeiro a março deste<br />
ano, o PIB (Produto Interno<br />
Bruto) do país teve alta de<br />
1,9% ante o quarto trimestre<br />
de 2022, de acordo com os<br />
dados divulgados pelo Instituto<br />
Brasileiro de Geografia e<br />
Estatística e analistas elevam<br />
projeções para o ano com<br />
impacto da safra. Agora, as<br />
projeções sinalizam alta próxima<br />
ou acima de 2% até dezembro<br />
– algo fora do radar<br />
até pouco tempo atrás. O<br />
crescimento da economia<br />
brasileira acima do previsto<br />
no primeiro trimestre de<br />
<strong>2023</strong> veio no impulso da<br />
agropecuária, que acabou<br />
mascarando o fôlego menor<br />
do consumo e a fraqueza<br />
dos investimentos produtivos<br />
em meio ao cenário de<br />
juros altos. O resultado surpreendeu<br />
analistas ao ficar<br />
acima da média das projeções,<br />
que indicavam alta de<br />
1,3%. Com a projeção de recorde<br />
na safra de grãos, a<br />
agropecuária teve um salto<br />
de 21,6% no PIB de janeiro a<br />
março. Foi a maior alta do<br />
setor desde o quarto trimestre<br />
de 1996, disse o IBGE.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
11
PREMIAÇÃO<br />
Usiban entre as 100 Maiores<br />
Empresas do <strong>Paraná</strong><br />
O levantamento toma como base a receita líquida de 2021 divulgada nos<br />
balanços das empresas publicadas nas mídias impressas e digitais em 2022<br />
AUsiban - Usina Bandeirante,<br />
com sede no<br />
município de Bandeirantes,<br />
no Norte do<br />
<strong>Paraná</strong> foi uma das empresas<br />
paranaenses premiadas, no dia<br />
16 de maio, na solenidade de<br />
divulgação da terceira edição<br />
do prêmio 100 Maiores Empresas<br />
de Sociedade Anônima S/A<br />
do <strong>Paraná</strong>. O ranking foi organizado<br />
pelo Diário Indústria e<br />
Comércio, Sistema Fecomércio,<br />
SESC, SENAC e Junta Comercial<br />
do <strong>Paraná</strong>, com análise<br />
aferida pela Auditoria RL Solution<br />
e apoio do Governo do Estado<br />
e do Escritório Casillo<br />
Advogados. O levantamento<br />
toma como base a receita líquida<br />
do ano de 2021 divulgada<br />
nos balanços das<br />
empresas publicadas nas mídias<br />
impressas e digitais em<br />
2022.<br />
O governador em exercício na<br />
ocasião, Darci Piana participou<br />
da solenidade e comentou<br />
sobre a importância de<br />
homenagear aqueles que contribuem<br />
para o fortalecimento<br />
do <strong>Paraná</strong> e lembrou que o<br />
crescimento das empresas<br />
tem impacto direto no desenvolvimento<br />
econômico do Estado,<br />
a quarta maior economia<br />
do Brasil. “São cem<br />
empresas sólidas que geram<br />
volume de empregos muito<br />
grande e que também contribuem<br />
para o estado através<br />
do ICMS então merecem o reconhecimento<br />
e esta homenagem.<br />
É um exemplo do que<br />
está acontecendo no <strong>Paraná</strong><br />
demonstrando que o poder<br />
público e a iniciativa privada<br />
podem e devem trabalhar unidos<br />
em prol da nossa gente”,<br />
afirmou.<br />
12<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
FALECIMENTO<br />
Setor perde Daniel Meneghel<br />
O diretor-presidente da Usina de Açúcar e Álcool Bandeirante foi um dos<br />
mais destacados líderes rurais do Norte do <strong>Paraná</strong> e do segmento sucroenergético<br />
Osetor sucroenergético<br />
do <strong>Paraná</strong> perdeu<br />
um dos mais<br />
destacados líderes<br />
rurais do Norte do <strong>Paraná</strong>, que<br />
contribuiu de forma decisiva<br />
para o desenvolvimento do<br />
setor agropecuário, em especial<br />
do setor sucroenergético,<br />
o produtor rural e empresário<br />
do agronegócio Daniel Meneghel,<br />
diretor-presidente da<br />
Usina de Açúcar e Álcool Bandeirante<br />
(Usiban). O falecimento<br />
ocorreu na madrugada<br />
do dia 13 de junho. Daniel deixa<br />
esposa, Eda Furlani Rolim<br />
Meneghel, filhos, Daniel, Maria<br />
Tereza, Adriana e netos.<br />
Fundada em 1943, a Usiban<br />
teve em Daniel Meneghel um<br />
de seus principais artífices. É<br />
apontado como um dos principais<br />
líderes da usina e um<br />
dos responsáveis pelo seu<br />
desenvolvimento e por tornála<br />
uma potência. Sua visão<br />
estratégica, dedicação incansável<br />
e habilidades de gestão<br />
foram essenciais para transformar<br />
a Usiban em uma das<br />
empresas líderes no setor sucroenergético.<br />
“Vamos nos lembrar de Daniel<br />
por seu espírito empreendedor<br />
que sempre nos inspirou<br />
e que continuará inspirando<br />
as gerações futuras a buscar<br />
excelência na vida e no trabalho,<br />
com determinação e<br />
comprometimento. É uma<br />
perda irreparável para o setor”,<br />
comenta o presidente da<br />
Alcopar, Miguel Tranin.<br />
Ex-diretor da Alcopar e ex-presidente<br />
do Sindicato Rural de<br />
Bandeirantes - entidade que<br />
comandou de 1992 a 2009,<br />
Daniel Meneghel foi reconhecido<br />
por seu profundo senso<br />
de responsabilidade social e<br />
suas significativas contribuições<br />
não apenas para a comunidade<br />
local, mas também<br />
como um pioneiro na abertura<br />
de novas fronteiras. Em 1982,<br />
à frente da Colonizadora Bandeirante<br />
Ltda (Coban), que<br />
colonizou a região Norte do<br />
Mato Grosso, Daniel implantou<br />
e desenvolveu o Projeto de<br />
Colonização, fundando a cidade<br />
de Nova Bandeirantes,<br />
no estado de Mato Grosso.<br />
Por sua contribuição, ele foi<br />
honrado com a cidadania matogrossense,<br />
assim como seu<br />
pai, Luiz Meneghel, recebendo<br />
uma comenda do Governo do<br />
Estado.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong><br />
13