Quem é Quem na Sustentabilidade 2023 - Green Savers
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QUEM É QUEM NA<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
II
QUEM É QUEM NA<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
II<br />
<strong>2023</strong>
Saiba mais em<br />
www.greensavers.pt<br />
A REVISTA QUE<br />
DÁ VOZ A TODOS<br />
OS QUE LUTAM POR<br />
UM MUNDO MAIS<br />
SUSTENTÁVEL
\\ EDITORIAL \\<br />
5<br />
A <strong>é</strong>tica compensa!<br />
A frase atribuída à mulher de C<strong>é</strong>sar “não basta ser honesta, deve parecer honesta”, assenta que nem uma luva aos<br />
temas de ESG, sigla inglesa para os temas de ambiente, social e gover<strong>na</strong>nça, afi<strong>na</strong>l evidencia a responsabilidade,<br />
em termos de imagem, de quem está sujeito ao escrutínio dos consumidores, investidores, trabalhadores, e opinião<br />
pública. Por isso, muitas empresas podem cair <strong>na</strong> tentação de passar para o mercado práticas sustentáveis que <strong>na</strong><br />
realidade não têm, fazendo greenwashing. Pintar a sua reputação de verde, criando assim uma falsa imagem de<br />
sustentabilidade.<br />
E, porque fariam isso? Porque quem não for sustentável tem a espada de Dâmocles, flamejante e afiada em cima<br />
do negócio, pronta a dilacerá-lo se não cumprir as m<strong>é</strong>tricas e as metas da sustentabilidade. Porque serem vistas<br />
como empresas <strong>é</strong>ticas impulsio<strong>na</strong> as vendas, logo o lucro. Segundo o Nielson`s Global Corporate Sustai<strong>na</strong>bility<br />
Report, 66% dos consumidores não se importariam de pagar mais por um produto de uma marca sustentável.<br />
No caso dos millennials (geração Y), o número sobe para 73%. Esta procura funcio<strong>na</strong> como a cenoura que faz as<br />
empresas correrem atrás das siglas ESG, sendo, por isso, um dos motivos que faz com que desejem ser sustentáveis,<br />
ou aparentem ser. Por<strong>é</strong>m, <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m preciso salientar que algumas não sabem que estão a fazer greenwashing,<br />
cometendo deslizes sem intenção.<br />
Podemos encontrar os sete pecados capitais em estrat<strong>é</strong>gias de greenwashing, como refere uma análise da enciclo,<br />
começando pelo custo ambiental camuflado; anunciam o produto como verde, levando ape<strong>na</strong>s em consideração<br />
um tipo de impacto ambiental ou uma etapa do ciclo de vida do produto. Segundo, falta de provas; quando não<br />
têm um relatório, um selo ou um estudo que afiance a veracidade do que comunicam. Terceiro, a desconfiança;<br />
quando se lê “produto 100% <strong>na</strong>tural”. Quarto, ser ultrapassado; isto acontece quando anunciam algo que já não tem<br />
importância para o tema. Quinto, quando faz parte de uma categoria que todos sabemos que faz mal ao planeta.<br />
Sexto, rótulos falsos. Por fim, a mais grave, mentir relativamente aos seus produtos.<br />
Para ajudar o planeta a ser mais sustentável, como consumidor, todos podemos fazer a nossa parte. Podemos ler os<br />
rótulos com cuidado. Esta <strong>é</strong> uma forma de apanhar os prevaricadores, isto porque uma marca pode dizer <strong>na</strong> embalagem<br />
que <strong>é</strong> produzida de forma ecologicamente correta, mas tem de explicar como. Pode sempre verificar se a<br />
embalagem tem os selos a sustentar a sua comunicação. É preciso tamb<strong>é</strong>m perceber se há omissão <strong>na</strong>s características<br />
dos produtos, se sim, fique com a pulga atrás da orelha. Se a marca usar termos vagos, como amiga do ambiente,<br />
sem explicar o real significado do que isso implica tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> para desconfiar. As redes sociais, fazendo jus ao nome<br />
funcio<strong>na</strong>m como uma esp<strong>é</strong>cie de redes de pesca onde se pode apanhar quem não comunica com seriedade. Compare<br />
os discursos com a prática diária da empresa. Por fim, apoie quem faz a diferença. Podemos contar consigo?<br />
Teresa Cotrim, jor<strong>na</strong>lista<br />
// FICHA TÉCNICA<br />
DIRETOR GERAL Rog<strong>é</strong>rio Junior • DIRETOR EDITORIAL António Sarmento • COLABORADORES E REDAÇÃO A<strong>na</strong> Filipa Rego, Filipe Rações, Teresa Cotrim • DIREÇÃO<br />
DE COMUNICAÇÃO Marisa Silvestre • DIREÇÃO DE ARTE Sofia Marques • IMAGENS Getty Images • PUBLICIDADE Mário Serra (mario.serra@greensavers.pt) • PERIO-<br />
DICIDADE Anual • TIRAGEM MÉDIA 15.000 exemplares • PROPRIEDADE | SEDE | EDITOR <strong>Green</strong> News Editora, LDA, Rua Cidade de Rabat, 41B, 1500-159 Lisboa, NIPC:<br />
516292412, geral@greensavers.pt • IMPRESSÃO E ACABAMENTO Jorge Fer<strong>na</strong>ndes, LDA - Rua Quinta do Conde de Mascarenhas, 9, 2820-652 Charneca da Caparica<br />
• Revista distribuída gratuitamente com a <strong>Green</strong> <strong>Savers</strong> nº 11
6 \\ ÍNDICE \\<br />
16<br />
SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL<br />
ESG<br />
UM CAMINHO SEM RETORNO!<br />
Temos cidades exemplo a nível europeu,<br />
massa crítica e capacidade tecnológica<br />
para nos destacarmos <strong>na</strong> União Europeia.<br />
16<br />
ABC DO ESG<br />
A LONGA MARCHA DO S<br />
A pandemia deu um novo fôlego a esta<br />
letra. Mas será que foi S de pouca<br />
dura?<br />
20<br />
ABC DO ESG<br />
O PAPEL DO G<br />
Definir uma conduta <strong>é</strong>tica e de responsabilidade<br />
com toda a cadeia produtiva<br />
<strong>é</strong> o desafio desta letra. Estarão as<br />
empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is preparadas?<br />
14<br />
ABC DO ESG<br />
NÃO BASTA PENSAR NO E<br />
Mais do que nunca <strong>é</strong> preciso ação<br />
consciente e coorde<strong>na</strong>da. De todos.<br />
28<br />
ENTREVISTA<br />
Não basta ser o melhor do mundo.<br />
Tem de ser o melhor para o mundo!<br />
A missão do BCSD Portugal <strong>é</strong> desafiante.<br />
Ajudar as empresas portuguesas a<br />
serem sustentáveis.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ ÍNDICE \\<br />
7<br />
30<br />
ANÁLISE<br />
AS START-UPS<br />
PODEM MUDAR O MUNDO<br />
As que já <strong>na</strong>sçam verdes têm tudo para<br />
vingar. Podem, inclusive, apanhar boleia de<br />
gigantes que estão a transformar-se para<br />
sobreviver<br />
34<br />
FÓRUM DE LÍDERES<br />
1<br />
Qual a importância da <strong>Sustentabilidade</strong><br />
2<br />
para a sua área/setor?<br />
O que a sua empresa está a fazer para<br />
tor<strong>na</strong>r Portugal um país mais sustentável?<br />
60<br />
DIRETÓRIO<br />
Compromisso com<br />
a sustentabilidade<br />
Em tempos de instabilidade e incerteza quanto ao futuro da<br />
economia, as empresas enfrentarão desafios inesperados.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
8<br />
\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />
ESG<br />
UM CAMINHO SEM RETORNO!<br />
VÊM AÍ NOVAS DIRETIVAS, OU AS EMPRESAS INVESTEM EM SUSTENTABILIDADE, OU<br />
AO NÃO ACOMPANHAREM AS MUDANÇAS, ARRISCAM PERDER MERCADO E TALENTO.<br />
CONHEÇA AS LEIS QUE TEM DE CUMPRIR EM PORTUGAL E A NÍVEL EUROPEU.<br />
\\ Por Teresa Cotrim<br />
Três letras domi<strong>na</strong>m o panorama de negócios a nível mundial:<br />
o ESG, sigla inglesa para ambiente, responsabilidade<br />
social e gover<strong>na</strong>nça que no mercado fi<strong>na</strong>nceiro sintetiza<br />
uma s<strong>é</strong>rie de crit<strong>é</strong>rios de conduta que as empresas têm de<br />
seguir para serem sustentáveis. Nuno Moreira da Cruz, Executive Director<br />
do Center For Responsible Business & Leadership da Católica-Lisbon<br />
tem alguns mantras sobre o tema da sustentabilidade que defende, convicto:<br />
“Não acredito em estrat<strong>é</strong>gias de sustentabilidade. A sustentabilidade<br />
<strong>é</strong> a “estrat<strong>é</strong>gia”, não há outra! Senão <strong>é</strong> brincar ao greenwashing. “Há<br />
que colocar a sustentabilidade no centro da estrat<strong>é</strong>gia de negócio. Ou se<br />
entende isto, ou então não se metam no tema”, aconselha. Al<strong>é</strong>m disso, a<br />
sustentabilidade envolve tudo. Uma agenda de sustentabilidade abarca<br />
estrat<strong>é</strong>gia, marketing, operações, recursos humanos... Tudo deve ser feito<br />
de forma consistente. “Que interessa andar a plantar árvores e a fazer<br />
doações <strong>na</strong> luta contra a fome se se mant<strong>é</strong>m uma cadeia de fornecimento<br />
onde se exploram crianças, ou se se continua a pagar bónus meramente<br />
em função de resultados fi<strong>na</strong>nceiros?”.<br />
O segundo mantra de Nuno Moreira da Cruz <strong>é</strong> que sem lucro não há<br />
preocupações de sustentabilidade. Dito de outra forma, “sem sustentabilidade<br />
económica, raramente há preocupações sociais e ambientais. Mas<br />
<strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m cada vez mais verdade que sem essas preocupações não haverá<br />
lucro no futuro”. Na sua opinião, o desafio está <strong>na</strong> capacidade da gestão<br />
de entender esse círculo virtuoso. Uma esp<strong>é</strong>cie de pescadinha de rabo <strong>na</strong><br />
boca. “A questão que se levanta agora <strong>é</strong> como fazer isto <strong>na</strong>s empresas?<br />
Como a sustentabilidade <strong>é</strong> implementada como estrat<strong>é</strong>gia”.<br />
E como se posicio<strong>na</strong>m as empresas em Portugal? Nuno Moreira da Cruz<br />
<strong>é</strong> claro: “Em Portugal somos todos PME e não há ponto de retorno. Nem<br />
podemos pensar que esta realidade não vai afetar as nossas empresas,<br />
porque vai. Por exemplo, veja-se o IKEA, acabou de decidir que qualquer<br />
empresa do mundo que queira distribuir os seus móveis só o poderá fazer<br />
se tiver uma frota de carros el<strong>é</strong>tricos”. Mas há mais: prove que paga o<br />
mesmo a homens e mulheres, que não tem trabalho infantil, que devolve<br />
à comunidade o que tira dela, que os ca<strong>na</strong>is com os clientes são transparentes,<br />
que os seus fornecedores alinham <strong>na</strong> mesma bitola de sustentabilidade<br />
e poder-se-ia continuar a enumerar tudo o que aí vem. “É disto<br />
que trata a sustentabilidade. <strong>Quem</strong> pensar alheado desta realidade, ficará<br />
de fora”, vatici<strong>na</strong>.<br />
Nas inúmeras formações que dá, lamenta que algumas empresas portuguesas<br />
ainda empurrem com a barriga os temas de sustentabilidade,<br />
contando um episódio sobre as novas regras de reporting em ESG em<br />
que duas empresas francesas já estavam alinhadas no tema, enquanto<br />
algumas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is admitiram que ainda faltava algum tempo, pelo que<br />
poderiam começar mais tarde a pensar no assunto. “Erro crasso! Estamos<br />
num ponto sem retorno. Independetemente de a lei obrigar ou não, e<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />
9<br />
quanto, a reportar, quem está a concorrer para<br />
fornecer as grandes empresas, quem pensam que<br />
elas vão escolher? As que já têm reporte transparente,<br />
ou as que ainda não o fazem?”. <strong>Quem</strong> não<br />
perceber isto, perde o comboio!”<br />
Uma opinião partilhada por A<strong>na</strong> Filipa Morais<br />
Antunes, Professora Auxiliar da Escola de Lisboa<br />
da Faculdade de Direito da Universidade<br />
Católica Portuguesa. “O tema do ESG tem implicações<br />
práticas relevantes, não <strong>é</strong> um problema<br />
transitório e não pode ser assumido como uma<br />
mera questão de “moda”, como tal, passageira<br />
e ou cíclica”. Na sua opinião o ESG tem, <strong>na</strong> sua<br />
base, uma componente <strong>é</strong>tica relevante, mas <strong>é</strong>,<br />
hoje, simultaneamente, um crit<strong>é</strong>rio de atuação e<br />
de decisão empresarial que, sendo inobservado,<br />
determi<strong>na</strong>rá consequências jurídicas. “Pelo que<br />
<strong>é</strong> fundamental transcender a mera “propaganda”<br />
de sustentabilidade, porque não basta parecer<br />
ter preocupações sociais e ambientais; <strong>é</strong> fundamental<br />
assumir um modelo de negócio alinhado,<br />
efetivamente, com o respeito pelos direitos humanos,<br />
pelas comunidades locais, e pelo clima e<br />
meio ambiente”. Pelo que, cabe aos órgãos decisórios<br />
da empresa a responsabilidade primária de<br />
incluir os novos parâmetros decisórios no dia a<br />
dia empresarial, levar os temas da sustentabilidade<br />
às agendas das reuniões, e criar comissões<br />
especializadas de sustentabilidade, nos diferentes<br />
domínios relevantes (social e ambiente)”.<br />
O Presidente do Conselho de Administração da<br />
Carregosa Sociedade Gestora de Organismos e<br />
Investimento Coletivo, Jos<strong>é</strong> Marques, realça que<br />
todas as medidas tomadas pela Comissão Europeia;<br />
começando nos Acordos de Paris, em 2015,<br />
passando pelo <strong>Green</strong> Deal de 2018, pela taxonomia<br />
em 2021 e mais recentemente, em 2022, pela<br />
obrigação de reporte, são medidas que fazem<br />
com que já não seja possível senão encarar as mat<strong>é</strong>rias<br />
de ESG. O executivo reforça que <strong>é</strong> fundamental<br />
ter um plano no tempo para saber o que<br />
se vai fazer, onde e o quê. “É fundamental efetuar<br />
ações com mais impacto e que sejam comportáveis<br />
a nível económico, sabendo que estas mat<strong>é</strong>rias<br />
já não podem ser vistas como um custo<br />
porque tamb<strong>é</strong>m se sabe que <strong>é</strong> <strong>na</strong> área fi<strong>na</strong>nceira,<br />
que se pode levar a cabo modificações de comportamentos,<br />
afi<strong>na</strong>l no futuro, os bancos terão<br />
dificuldade em fi<strong>na</strong>nciar projetos que não sejam<br />
sustentáveis em termos de ESG”. As empresas do<br />
setor fi<strong>na</strong>nceiro desempenham um papel crítico<br />
facilitador nesta transição. A OCDE estima que,<br />
globalmente, 6,35 triliões de euros sejam necessários<br />
para cumprir o Acordo de Paris, at<strong>é</strong> 2030.<br />
E para onde pensa que irá este dinheiro? O Será<br />
dirigido ape<strong>na</strong>s para atividades sustentáveis.<br />
DE QUE LADO DA BARRICADA QUER FICAR?<br />
Nuno Moreira da Cruz dá dicas concretas: “primeiro<br />
<strong>é</strong> preciso identificar o problema ambiental<br />
ou social como, por exemplo, quer produzir calças<br />
de ganga? Então tem de se preocupar com os<br />
5 mil litros de água que irá consumir para produzir<br />
cada uma delas. Consegue reduzir este volume?<br />
Se sim, então terá uma vantagem competitiva<br />
face à concorrência” O segundo pensamento<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
10<br />
\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />
deverá ser: como vou ganhar dinheiro com isso? A resposta,<br />
pronta do executivo: “Atrav<strong>é</strong>s da sustentabilidade!<br />
Há que entender o business case for action, como vamos<br />
criar valor com estes novos desafios”. Ou para os mais c<strong>é</strong>ticos,<br />
talvez seja mais revelador que façam a pergunta ao<br />
contrário: o que me vai acontecer se não me preocupar<br />
com estes temas?” A<strong>na</strong> Filipa Morais Antunes, tem a<br />
resposta. “A não observância dos parâmetros de sustentabilidade<br />
pode determi<strong>na</strong>r o desvio de clientes, com a<br />
consequente redução das margens negociais e de volume<br />
de vendas. Se o cliente perder a confiança <strong>na</strong> marca ou<br />
no tipo de produto, determi<strong>na</strong>rá decerto prejuízos relevantes<br />
para a empresa”.<br />
Já para João Dias da Silva, Associate Partner, Sustai<strong>na</strong>bility<br />
& ESG, da Crowe, mukti<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l especialista em<br />
serviços de consultoria e auditoria, o papel das empresas<br />
<strong>é</strong> fundamental. “Desde logo os problemas ambientais e<br />
sociais conhecidos são tão grandes, à escala global que<br />
já não <strong>é</strong> possível resolvê-los — ou pelo menos contê-los,<br />
ape<strong>na</strong>s com recursos públicos, ou via ONGs e de outras<br />
formas de filantropia e voluntariado. Ou seja, al<strong>é</strong>m da<br />
vontade política, precisamos mesmo do capital privado<br />
para operacio<strong>na</strong>lizar de forma consistente e economicamente<br />
viável as transformações necessárias.”<br />
Por outro lado, João Dias da Silva, alerta ainda que as<br />
empresas são elementos fundamentais dos processos de<br />
inovação, atrav<strong>é</strong>s da implementação — numa perspetiva<br />
comercial de novos produtos, serviços e novos modelos<br />
de negócio. “Com a inovação <strong>é</strong> possível criar nos consumidores<br />
e <strong>na</strong> sociedade em geral, novos hábitos e novas<br />
formas de pensar. No limite, novas crenças e novos valores,<br />
o que <strong>é</strong> fundamental para a transformação sustentável<br />
de que todos precisamos.”<br />
As empresas são ainda entidades com uma cultura organizacio<strong>na</strong>l<br />
própria, que lidam com outras entidades<br />
a montante e a jusante <strong>na</strong> sua cadeia de valor, por isso<br />
acredita que “dessa forma, tamb<strong>é</strong>m conseguem exercer<br />
algum tipo de influência nos seus colaboradores e círculos<br />
sociais, bem como comunidades inter<strong>na</strong>s e envolventes<br />
das entidades com quem interagem”. O partner da<br />
Crowe termi<strong>na</strong>, alertando “precisamos de empresas que<br />
não pensem ape<strong>na</strong>s no seu futuro, mas pensem no futuro<br />
Quais as leis europeias?<br />
A Proposta de Diretiva sobre o dever de diligência das empresas em mat<strong>é</strong>ria de sustentabilidade,<br />
de 23 de fevereiro de 2022, <strong>é</strong> uma das leis destacadas por A<strong>na</strong> Filipa Morais Antunes,<br />
explicando que o objetivo fundamental da futura Diretiva sobre o dever de diligência empresarial<br />
<strong>é</strong> adotar uma matriz comum, de <strong>na</strong>tureza vinculativa e obrigatória, em mat<strong>é</strong>ria de<br />
sustentabilidade social, ambiental e de boa gover<strong>na</strong>ção, transcendendo o quadro assente<br />
<strong>na</strong> ideia de guidances e de normas de adesão e de observância voluntárias. “Para tal, impõe-se<br />
às empresas a obrigação de aprovarem planos que garantam um modelo de negócio<br />
e uma estrat<strong>é</strong>gia compatíveis com o Acordo de Paris, contribuindo, assim, para a transição<br />
para uma economia mais ecológica e sem impactos prejudiciais no clima”.<br />
O dever de diligência empresarial tem o sentido essencial de determi<strong>na</strong>r as empresas a<br />
definir uma estrat<strong>é</strong>gia adequada, assente num procedimento claro e estruturado, que garanta<br />
a: identificação; prevenção; comunicação; avaliação; mitigação; cessação e reparação<br />
dos efeitos adversos / prejudiciais, em mat<strong>é</strong>ria de direitos humanos e no ambiente. A título<br />
ilustrativo, podem considerar-se como efeitos adversos e prejudiciais, os seguintes:<br />
• Trabalho infantil<br />
• Escravatura<br />
• Exploração da mão de obra<br />
• Poluição da atmosfera<br />
• Degradação do meio ambiente<br />
• Perda da biodiversidade<br />
“A inobservância das obrigações impostas às empresas determi<strong>na</strong> consequências jurídicas,<br />
desig<strong>na</strong>damente, a responsabilidade civil da empresa, como resulta do artigo 22.º da Proposta<br />
de Directiva”, alerta. Uma das dúvidas que se suscita <strong>é</strong> a hipótese de cumular a via da<br />
responsabilidade direta das empresas visadas pela Proposta de Directiva sobre o dever de<br />
diligência empresarial com a responsabilização civil dos membros da administração, aguardando-se<br />
o texto definitivo e fi<strong>na</strong>l. “Em todo o caso, no Direito vigente, já existem regras que<br />
fundamentam a responsabilidade civil da administração por danos causados a terceiros, no<br />
exercício das funções, e que consubstanciem uma violação dos deveres dos administradores<br />
(artigos 79.º e 64.º do Código das Sociedades Comerciais)”, enumera.<br />
O pacote de medidas legislativas desig<strong>na</strong>do green deal (ou “Pacto Ecológico Europeu”), que<br />
agrega diferentes iniciativas estrat<strong>é</strong>gicas que pretendem assegurar a neutralidade climática<br />
at<strong>é</strong> 2050, em cumprimento da meta assumida no Acordo de Paris, assim como prevenir o<br />
branqueamento ecológico são outras leis a ficar atento. Entre elas, pode referir-se:<br />
“O Regulamento (UE) 2021/1119, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 30 de junho<br />
de 2021, que cria o regime para alcançar a neutralidade climática e que altera os Regulamentos<br />
(CE) n.º 401/2009 e (UE) 2018/1999 (Lei europeia em mat<strong>é</strong>ria de clima) e a<br />
Proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à fundamentação e à<br />
comunicação de alegações ambientais explícitas (Diretiva Alegações Ecológicas), de 22 de<br />
março de <strong>2023</strong> — que será aplicável às alegações ambientais explícitas apresentadas por<br />
profissio<strong>na</strong>is sobre produtos ou profissio<strong>na</strong>is no âmbito de práticas comerciais das empresas<br />
face aos consumidores.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />
11<br />
de todos nós. Que não pensem ape<strong>na</strong>s em criar<br />
valor, mas façam questão de o distribuir pelos<br />
seus stakeholders. Que não se foquem ape<strong>na</strong>s em<br />
ganhos imediatos, mas essencialmente no futuro<br />
a longo prazo. Fi<strong>na</strong>lmente, que sejam empresas<br />
com propósito, que percebam que cada um tem<br />
de fazer a sua parte”.<br />
SERÁ GREENWASHING?<br />
Fica sempre no ar a questão se determi<strong>na</strong>da empresa<br />
está envolvida em temas de boas práticas<br />
sejam de responsabilidade social, ambiental ou<br />
de gover<strong>na</strong>nça corporativa, ape<strong>na</strong>s para passar<br />
uma ideia de cumpridora e muito sustentável.<br />
Nos últimos tempos, tem-se difundido a ideia de<br />
“greenwashing”, que se caracteriza precisamente<br />
pelo facto de a empresa divulgar informação não<br />
verdadeira (parcial ou falsa) sobre um produto<br />
ou sobre o modelo de produção, ou de atividade<br />
negocial. “É o que pode suceder no caso de se divulgar<br />
elementos informativos enga<strong>na</strong>dores sobre,<br />
por exemplo, mat<strong>é</strong>ria-prima utilizada, componentes<br />
do produto, mão de obra, localização<br />
da indústria, efeitos para o meio ambiente (por<br />
hipótese, falsas mensagens sobre a neutralidade<br />
carbónica ou sobre a ausência de emissões poluentes),<br />
em termos suscetíveis de influenciar a<br />
decisão de contratar ou de adquirir um determi<strong>na</strong>do<br />
produto pelo cliente, ou consumidor fi<strong>na</strong>l”,<br />
explica A<strong>na</strong> Filipa Morais Antunes.<br />
Todos sabemos que o planeta está em apuros. Se<br />
Todos sabemos que<br />
o planeta está em<br />
apuros. Se não forem<br />
tomadas medidas<br />
já, este poderá não<br />
aguentar a pressão<br />
não forem tomadas medidas já, este poderá não<br />
aguentar a pressão, por isso foram recentemente<br />
adotados objetivos de desenvolvimento sustentável<br />
(ODS) pela Organização das Nações Unidas<br />
(ONU). Para os investidores <strong>é</strong> importante seguir<br />
esta tendência e procurar negócios que sigam as<br />
m<strong>é</strong>tricas estabelecidas se quiserem sobreviver.<br />
Segundo dados da consultora Deloitte, o número<br />
de investidores globalmente que aplicaram os<br />
indicadores ESG em pelo menos um quarto dos<br />
seus negócios subiu de 48%, em 2017 para 75%<br />
em 2019. Quanto às áreas dentro da sustentabilidade<br />
que mais interesse suscitam aos investidores<br />
são: água limpa (99%), saúde (99%), educação<br />
(98%), salários justos (98%), luta contra a corrupção<br />
(97%), direitos humanos e sociais (97%) e<br />
o combate às alterações climáticas (97%).<br />
TOME NOTA DAS LEIS NACIONAIS IMPORTANTES<br />
EM TERMOS DE ESG?<br />
Mas, afi<strong>na</strong>l, qual <strong>é</strong> a legislação a que as empresas<br />
portuguesas têm de estar atentas? A<strong>na</strong> Filipa<br />
Morais Antunes, responde: “Há um conjunto de<br />
leis relevantes para o tema da sustentabilidade<br />
empresarial”, salientando no plano <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a Lei<br />
da Defesa do Consumidor (Lei n.º 24/96, de 31<br />
de julho); o regime jurídico das práticas comerciais<br />
desleais (Decreto-Lei n.º 58/2008, de 26 de<br />
março), aplicável <strong>na</strong>s relações entre empresas e<br />
consumidores e a Lei de bases do Clima (Lei nº<br />
98/2021, de 31 de dezembro), que consagra o<br />
direito ao equilíbrio climático, e prevê meios de<br />
tutela jurídica a atuar tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> relação com a<br />
empresa (públicas ou privadas).<br />
Quanto ao tema do greenwashing, há, <strong>na</strong> opinião<br />
da professora Auxiliar da Escola de Lisboa<br />
da Faculdade de Direito da Universidade Católica<br />
Portuguesa, duas fontes relevantes. A lei do<br />
consumidor citada acima, que “consagra, entre os<br />
direitos do consumidor, o direito à informação –<br />
que deve ser clara, objetiva, completa e verdadeira<br />
(artigo 8.º). Entre os elementos informativos<br />
relevantes, inclui-se a referência às “caraterísticas<br />
principais dos bens ou serviços (art.8º, nº1, a)).<br />
Na sua opinião, a questão que se pode colocar <strong>é</strong><br />
saber, se no futuro próximo as informações sobre<br />
a origem da mat<strong>é</strong>ria-prima, composição do<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
12<br />
\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />
ESG em crescimento no<br />
mercado de Fusões e Aquisições<br />
As operações ambientais, sociais e de gover<strong>na</strong>nce (ESG) cresceram num mercado de fusões<br />
e aquisições (M&A) em decr<strong>é</strong>scimo. O relatório da Boston Consulting Group (BCG)<br />
prevê que as estrat<strong>é</strong>gias ESG poderão motivar um número crescente de transações,<br />
mesmo perante condições macroeconómicas desafiantes. Nos primeiros sete meses de<br />
2022, as empresas anunciaram mais de 22 mil transações, com um valor total de 1,85<br />
mil milhões de dólares — um nível de atividade de M&A mais em linha com as m<strong>é</strong>dias<br />
registadas em pr<strong>é</strong>-pandemia do que com a do ano anterior —, segundo o relatório “The<br />
2022 M&A Report da BostonConsulting Group (BCG), realizado em colaboração com o<br />
professor Sönke Sievers, da Universidade de Paderborn.<br />
O mesmo relatório conclui que o número global de transações relacio<strong>na</strong>das com questões<br />
ESG aumentou 60%, de cerca de 5.700 em 2011 para um máximo histórico de<br />
aproximadamente 9.200 em 2021. O que sugere que mais investidores estão a reconhecer<br />
o potencial de criação de valor destas transações.<br />
“A atividade de M&A em 2022 abrandou em relação a 2021, com o volume e o valor das<br />
transações a baixar 13% e 32%, respetivamente”, destaca Jens Kengelbach, responsável<br />
global de M&A da BCG e coautor do relatório. “No entanto, mesmo numa conjuntura<br />
atual de elevada inflação, taxas de juro crescentes e abrandamento do crescimento económico,<br />
observamos uma tendência a longo prazo de que poderão potenciar a atividade<br />
de M&A. O número de transações centradas em ESG aumentou consistentemente<br />
há 20 anos e o total de transações relacio<strong>na</strong>das com o ambiente duplicou. Al<strong>é</strong>m das<br />
motivações tradicio<strong>na</strong>is, a sustentabilidade encontra-se a ganhar relevância como motivo<br />
para adquirir ou desinvestir em negócios”.<br />
<strong>Quem</strong> mais transacio<strong>na</strong> os verdes? A análise da BCG revela uma clara tendência ascendente<br />
nos negócios relacio<strong>na</strong>dos com ESG ao longo da última d<strong>é</strong>cada, tendo a aceleração<br />
sido mais forte em 2021, quando o volume de negócios deu um salto de 35% após<br />
dois anos mais suaves para uma atividade de M&A e transações de ESG mais amplas.<br />
Embora as transações relacio<strong>na</strong>das com o ambiente (ou seja, “transações verdes”) representem<br />
ape<strong>na</strong>s uma peque<strong>na</strong> fração de todas as transações de M&A, estes aumentaram<br />
nos últimos anos. O aumento de 20% de 2019 a 2021 indica que as transações verdes<br />
estão a ganhar força enquanto alavanca estrat<strong>é</strong>gica para a transformação ambiental.<br />
As M&A verdes têm crescido particularmente rápido <strong>na</strong>s indústrias que estão <strong>na</strong> vanguarda<br />
da transição energ<strong>é</strong>tica e nos mercados emergentes. Nos últimos dez anos, a<br />
indústria da energia e dos serviços públicos teve a maior quota de M&A verdes, bem<br />
como o maior aumento, subindo de 20% em 2011 para quase 40% em 2021. A região<br />
com o maior nível de atividade de M&A verdes em 2021 foi o M<strong>é</strong>dio Oriente, com<br />
mais de 10% das transações a estarem relacio<strong>na</strong>dos com o ambiente, após uma quota<br />
constante de cerca de 3% a 5% desde 2014. A região Ásia-Pacífico (especialmente a<br />
Chi<strong>na</strong>) foi a segunda região mais ativa, com uma quota de transações verdes de aproximadamente<br />
8% em 2021.<br />
produto, mão de obra, processo e local de produção, assim como o<br />
tipo de rotulagem e packaging, devem ser elevados a caraterísticas<br />
principais de bens e serviços. Ainda no tema do greenwashing, a<br />
docente destaca que deve a<strong>na</strong>lisar-se o regime jurídico das práticas<br />
comerciais desleais que veda as práticas comerciais enganosas,<br />
incluindo publicidade desleal e outras condutas suscetíveis de frustrar<br />
a confiança dos consumidores ou induzi-los em erro no momento<br />
de aquisição de bens ou serviços, prejudicando uma decisão<br />
contratual esclarecida.<br />
TALENTO PROCURA-SE!<br />
A próxima geração de consumidores, não perdoa! Espera que as<br />
empresas assumam uma posição clara sobre a sua estrat<strong>é</strong>gia de<br />
sustentabilidade. Seja a nível ambiental, social ou de gover<strong>na</strong>nça.<br />
Mais do que promessas as empresas terão de dar provas. Aceder ao<br />
talento <strong>é</strong> a única forma de concretizar os compromissos ESG! O<br />
estudo The Search for ESG Talent desenvolvido pela ManPower-<br />
Group junto de 40.700 empresas de 41 países e territórios, revela<br />
que em Portugal, 82% das organizações (oito em dez) já identificaram<br />
e desenvolveram a sua estrat<strong>é</strong>gia ESG ou planeiam fazê-lo.<br />
No entanto, 91% carece de talento nesta área. Um problema global,<br />
pois 94% dos empregadores garante enfrentar este mesmo desafio.<br />
Voltando a Portugal, 45% das empresas pretende recrutar novos<br />
profissio<strong>na</strong>is e 41% vai investir em up skills, ou seja, dar novas competências<br />
aos seus colaboradores. Depois, 24% considera acrescentar<br />
novas responsabilidades ESG às funções atuais da equipa<br />
e 23% vai apoiar-se em consultores externos. Susa<strong>na</strong> Almeida<br />
Lopes, Ma<strong>na</strong>ging Partner da SHL, empresa líder de assessment a<br />
nível mundial, diz num evento realizado pelo Santander dedicado<br />
à letra S da sigla ESG, que estamos perante um mercado de talento<br />
que <strong>é</strong> cada vez mais inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e que “onze mil em cinquenta<br />
mil licenciados portugueses sai do país. “Esta escassez traz desafios<br />
às organizações”, confessa. Na sua opinião o investimento nesta<br />
área pode ser a resposta para a retenção de talento e para poder<br />
capitalizar a organização em mat<strong>é</strong>rias de reskill e upskill.<br />
A Ma<strong>na</strong>ging Partner da SHL, questio<strong>na</strong>: — Por que <strong>é</strong> que as pessoas<br />
saem das organizações? Respondendo de imediato à sua pergunta:<br />
“Sabemos a resposta. Não <strong>é</strong> preciso fazer grandes investigações.<br />
As pessoas saem, porque não sentem oportunidade de desenvolvimento<br />
dentro da empresa, segundo devido à liderança — portanto,<br />
os tópicos de trabalhar as lideranças que possam ser inclusivas<br />
são fundamentais, e por fim, saem porque não se revêm no<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL \\<br />
13<br />
Segundo um relatório<br />
da OCDE, 55% das<br />
crianças cujos pais, e<br />
sobretudo as mães, não<br />
passam do ensino básico,<br />
ficam no mesmo<br />
nível de escolaridade.<br />
propósito da organização”. O estudo da ManPower<br />
tamb<strong>é</strong>m aponta o propósito como um bom farol.<br />
Para muitos a ESG <strong>é</strong> uma expetativa, não uma aspiração.<br />
“Da Geração Z aos Baby Boomers, os trabalhadores<br />
estão a exigir um trabalho significativo,<br />
e as organizações guiadas por um propósito tomam<br />
a dianteira”, lê-se no estudo. Por<strong>é</strong>m, apesar destas<br />
expetativas 22% dos empregadores estão hesitantes<br />
ou não pretendem desenvolver uma estrat<strong>é</strong>gia<br />
ESG.<br />
Quanto às áreas para as quais as empresas pretendem<br />
recrutar, Gover<strong>na</strong>nce <strong>é</strong> referida por 38% dos<br />
empregadores <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, ambiente 35% e o impacto<br />
social, por 33%. “Espera-se, por parte das organizações,<br />
uma maior atenção e recursos direcio<strong>na</strong>dos<br />
à ação Ambiental, impacto Social e Gover<strong>na</strong>nce, o<br />
que se reflete <strong>na</strong> necessidade de mudança e adaptação<br />
da própria da força de trabalho. Segundo a<br />
Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Labour Organization, a implementação<br />
dos acordos de Paris poderia significar a<br />
criação de at<strong>é</strong> 18 milhões de postos de trabalho,<br />
at<strong>é</strong> 2030, dado que demonstra a urgência por encontrar<br />
e qualificar o talento para responder aos<br />
planos de redução de impacto ambiental das empresas,<br />
seja de forma inter<strong>na</strong> ou exter<strong>na</strong> às organizações”,<br />
afirma Rui Teixeira, Country Ma<strong>na</strong>ger do<br />
ManpowerGroup Portugal, no estudo publicado<br />
no site da empresa.<br />
Susa<strong>na</strong> Almeida Lopes coloca o dedo <strong>na</strong> ferida.<br />
“Temos dois países e duas velocidades. Temos as<br />
grandes empresas com capacidades fi<strong>na</strong>nceiras<br />
para investir em grandes programas e, por outro<br />
lado, temos as PME, que atualmente já conseguem<br />
aceder a alguns destes temas, mas ape<strong>na</strong>s devido<br />
aos fundos”. Para a responsável da SHL <strong>é</strong> uma preocupação<br />
saber quais são as competências que as<br />
organizações vão ter no futuro. “Por<strong>é</strong>m, <strong>é</strong> preciso<br />
ser realista há muitas pessoas que não terão lugar<br />
nesta estrat<strong>é</strong>gia e isto <strong>é</strong> preocupante.”, lamenta. Por<br />
isso, cabe às empresas tentar formar os colaboradores<br />
que sabe que não terão empregabilidade em<br />
determi<strong>na</strong>da área orientando-os para outra.<br />
Um outro pilar que pode mudar o mundo <strong>é</strong> a educação.<br />
Inês Oom de Sousa, Presidente da Fundação<br />
Santander e responsável de ESG do Grupo Santander<br />
a nível da Europa, num evento do Banco dedicado<br />
à letra S, das siglas ESG, assume a educação<br />
como uma das principais traves da estrat<strong>é</strong>gia da<br />
Fundação que gere, dizendo que esta investe 100<br />
milhões de euros para ajudar a criar competências<br />
e skills nesta área. Para todos. Empresas e particulares.<br />
A executiva diz que em Portugal ainda há<br />
muito abandono escolar e que 40% da população<br />
ativa — entre os 25 e os 75 anos tem ape<strong>na</strong>s o ensino<br />
básico. “Um segundo espeto muito importante,<br />
salienta, <strong>é</strong> que segundo um relatório da OCDE,<br />
55% das crianças cujos pais, e sobretudo as mães,<br />
não passam do ensino básico, ficam no mesmo nível<br />
de escolaridade. Temos de quebrar este ciclo em<br />
Portugal”, defende, “indicando que <strong>é</strong> fundamental<br />
criar competências para que estas crianças tenham<br />
um futuro melhor, melhores empregos e melhores<br />
salários”. Será fácil? Não, mas <strong>é</strong> possível! Afi<strong>na</strong>l,<br />
como dizia N<strong>é</strong>lson Mandela, antigo Presidente da<br />
África do Sul e Pr<strong>é</strong>mio Nobel da Paz, a “educação<br />
<strong>é</strong> a arma mais poderosa para mudar o mundo”.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
14 \\ ABC DO ESG \\<br />
NÃO BASTA<br />
PENSAR NO<br />
MAIS DO QUE NUNCA É<br />
PRECISO AÇÃO CONSCIENTE<br />
E COORDENADA. DE TODOS.<br />
\\ Por Filipe Pimentel Rações<br />
Nos últimos anos, a proteção do ambiente tem assumido<br />
uma centralidade sem precedentes no campo económico.<br />
Fruto do papel, e responsabilidade, que tem<br />
sido conferido às empresas e outras organizações <strong>na</strong><br />
proteção dos ecossistemas e da Natureza, dos quais<br />
os seus negócios dependem em maior ou menor grau, os crit<strong>é</strong>rios<br />
de sustentabilidade conhecidos como ESG (Ambiente, Sociedade<br />
e Gover<strong>na</strong>nça Corporativa) vieram investir os agentes económicos<br />
de uma nova centralidade no combate à degradação do planeta.<br />
Na vertente ambiental, os ESG englobam a utilização, e os impactos<br />
associados, que as empresas fazem dos recursos <strong>na</strong>turais, bem<br />
como os efeitos das suas operações no ambiente, quer os diretos,<br />
quer os que ema<strong>na</strong>m das suas cadeias de fornecimento. Esses indicadores<br />
devem ser a referência que norteia as estrat<strong>é</strong>gias e medidas<br />
implementadas pelas organizações para reduzirem as consequências<br />
negativas que têm, ou possam vir a ter, sobre os ecossistemas.<br />
“Este ‘E’ pode incluir várias dimensões de ação inter<strong>na</strong> ou exter<strong>na</strong>,<br />
como a redução ou mitigação da pegada carbónica, a gestão<br />
adequada de resíduos, a reestruturação baseada em energias<br />
renováveis e limpas, e a redução do impacto <strong>na</strong> biodiversidade<br />
<strong>na</strong>s políticas de compras”, explicou-nos Ângela Morgado, Diretora<br />
Executiva da organização ambientalista portuguesa ANP|WWF.<br />
Existindo os três vetores do ESG em profunda interdependência,<br />
nenhuma empresa pode esperar ser verdadeiramente sustentável<br />
se ignorar ou minimizar a importância de algum deles. Para a responsável,<br />
“o aspecto ambiental (E) está intrinsecamente ligado às<br />
dimensões social (S) e de gover<strong>na</strong>nça (G)”. Isto, porque “<strong>é</strong> o ambiente,<br />
a <strong>na</strong>tureza, que constituem a base biofísica das nossas sociedades<br />
e economias”, acrescentou.<br />
Assim, as organizações que ape<strong>na</strong>s priorizarem a vertente económica<br />
ou a social, optando por deixar de lado a ambiental, arriscam-se<br />
a “enfrentar consequências sociais, como impactos <strong>na</strong><br />
saúde das comunidades locais ou at<strong>é</strong> no próprio bem-estar dos<br />
trabalhadores”.<br />
E tem de ser um esforço de toda a organização, sem exceção, pois<br />
“a falta de uma gover<strong>na</strong>nça adequada pode criar fragilidades <strong>na</strong> definição<br />
e implementação de políticas, comprometendo os esforços<br />
ambientais e sociais”, salientou Ângela Morgado. Só reconhecendo<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ ABC DO ESG \\<br />
15<br />
“o papel da <strong>na</strong>tureza como suporte da vida huma<strong>na</strong>”,<br />
poderão as empresas aspirar a uma “sustentabilidade<br />
de longo prazo”.<br />
PORTUGAL: A SENSIBILIDADE E COMPROMISSO<br />
DAS EMPRESAS PARA COM O AMBIENTE TEM<br />
CRESCIDO<br />
Por cá, as empresas parecem estar cada vez mais<br />
cientes da importância da preservação e recuperação<br />
dos ecossistemas, dos habitats e de todos<br />
os serviços e bens que eles nos prestam para o<br />
desenvolvimento dos seus negócios e atividades.<br />
Apesar dos avanços que têm sido feitos, Ângela<br />
Morgado reconheceu que “ainda há muito por<br />
fazer” e que “não basta plantar árvores”.<br />
O setor empresarial precisa de “apostar claramente<br />
e seriamente <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza”, argumentou a<br />
responsável, e para tal não basta ape<strong>na</strong>s redigir e<br />
divulgar relatórios sobre os seus impactos. Precisam<br />
de ir mais longe, e, acima de tudo, “definir<br />
um plano ambicioso de redução das suas emissões<br />
e impactos <strong>na</strong> <strong>na</strong>tureza atuais e no futuro,<br />
profundamente integrado no seu modelo de negócio,<br />
assumindo um compromisso fi<strong>na</strong>nceiro<br />
s<strong>é</strong>rio e investindo sem hesitações no restauro da<br />
<strong>na</strong>tureza”.<br />
Al<strong>é</strong>m disso, as empresas, enquanto agentes sociais,<br />
devem tamb<strong>é</strong>m, quer em Portugal quer a<br />
nível europeu, participar e tor<strong>na</strong>r públicas as<br />
suas posições sobre as decisões políticas tomadas<br />
sobre o ambiente.<br />
Então, o que falta para que consigamos ter um<br />
maior equilíbrio entre o crescimento do negócio<br />
e a proteção do Ambiente? A responsável acredita<br />
que a resposta tem de passar pela mobilização<br />
de todas as empresas, independentemente<br />
da sua dimensão.<br />
“É verdade que a larga maioria das empresas em<br />
Portugal são PMEs [Peque<strong>na</strong>s e M<strong>é</strong>dias Empresas],<br />
e se individualmente estas têm uma pegada<br />
inferior, o seu efeito agregado acaba por ter um<br />
impacto significativo, em particular no setor da<br />
alimentação”, contou-nos, pois as empresas têm<br />
de perceber que alcançarem uma real sustentabilidade<br />
ambiental traz não só benefícios para<br />
o planeta – e todos nós – mas “a melhoria da<br />
reputação da empresa, a conquista de novos<br />
mercados, a atração e retenção de talentos e a<br />
redução de riscos fi<strong>na</strong>nceiros associados a questões<br />
ambientais, e at<strong>é</strong> melhor produtividade”.<br />
As crises resultantes da degradação, e eventual<br />
colapso, dos ecossistemas e habitats, e toda a<br />
instabilidade social, política e económica que a<br />
isso está associada, mais tarde ou mais cedo acabarão<br />
por se fazer sentir por toda a sociedade,<br />
“prejudicando os negócios destas empresas, pois<br />
o planeta não suportará as atividades que agora<br />
dependem dele”, avisou Ângela Morgado.<br />
Mas essa transformação só será possível se forem<br />
criadas as condições certas, e nesse campo<br />
o Estado tem um papel central a desempenhar,<br />
para “fomentar um ambiente favorável para<br />
esta transição, concedendo apoios às empresas<br />
e criando políticas de incentivo, em particular<br />
para as PMEs que possuem menos capacidade<br />
de investimento e inovação”.<br />
INVESTIR NA PROTEÇÃO AMBIENTAL<br />
E NA REDUÇÃO DOS IMPACTOS É INVESTIR<br />
NA SUSTENTABILIDADE DO NEGÓCIO<br />
“As empresas têm cada vez mais<br />
de reconhecer que a proteção<br />
do ambiente não <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s uma<br />
responsabilidade social, mas<br />
tamb<strong>é</strong>m uma oportunidade<br />
estrat<strong>é</strong>gica de negócios”, recordou-nos<br />
a responsável da<br />
ANP|WWF, sublinhando, no<br />
entanto, que essa transformação<br />
não pode ape<strong>na</strong>s depender “da visão<br />
estrat<strong>é</strong>gica das e dos CEOs de um número (assim<br />
esperamos) crescente de empresas”.<br />
Ângela Morgado lamenta que “está neste momento<br />
em risco de ser rejeitada no Parlamento<br />
Europeu a proposta da Comissão para uma Lei<br />
do Restauro da Natureza”, aquela que seria “a<br />
primeira lei da UE a estabelecer metas juridicamente<br />
vinculativas para restaurar a <strong>na</strong>tureza”,<br />
um cenário preocupante quando consideramos<br />
que cerca de 80% dos habitats <strong>na</strong> UE estão em<br />
mau estado de conservação, “com imensos riscos<br />
para as esp<strong>é</strong>cies que neles habitam e para a<br />
própria saúde huma<strong>na</strong>”.<br />
“Não podemos continuar dependentes ape<strong>na</strong>s<br />
de ações de boa vontade. Precisamos de mecanismos<br />
que vinculem os Estados e as empresas a<br />
mudanças efetivas e eficazes”, rrematou Ângela<br />
Morgado, Diretora<br />
Executiva da organização ambientalista portuguesa<br />
ANP|WWFE deixou uma mensagem às<br />
empresas: “Com o agravar da crise climática e<br />
dos desafios que todos enfrentamos, as empresas<br />
têm uma escolha: podem ser parte do problema<br />
ou fazer parte da solução.”<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
16<br />
\\ ABC DO ESG \\<br />
A LONGA<br />
MARCHA DO<br />
A PANDEMIA DEU UM NOVO<br />
FÔLEGO A ESTA LETRA. MAS<br />
SERÁ QUE FOI S DE POUCA<br />
DURA?<br />
\\ Por Teresa Cotrim<br />
OS de Social ou de stakeholder tem sido o parente<br />
pobre das siglas ESG (Environmental, Social and<br />
Corporate Gover<strong>na</strong>nce), que em português traduzimos<br />
para práticas Ambientais, Sociais e de<br />
Gover<strong>na</strong>nça, mas <strong>na</strong> verdade, o S assume um papel fulcral no<br />
tema da sustentabilidade. A sua definição <strong>é</strong> ampla. Há quem o<br />
relacione com a responsabilidade social, outros focam-no <strong>na</strong>s<br />
ações efetuadas dentro das empresas e <strong>na</strong>s boas práticas de recursos<br />
humanos. Há ainda quem lhe atribuía um significado<br />
assistencialista ou filantrópico, de auxílio ou cuidado aos mais<br />
vulneráveis numa comunidade. Neste campo não há certo<br />
ou errado. O importante <strong>é</strong> que as empresas entendam que <strong>é</strong><br />
fundamental ter um impacte social positivo.<br />
Para Margarida Couto, presidente da Grace, Empresas Responsáveis,<br />
o S está no meio, logo <strong>é</strong> um ponto de equilíbrio fundamental.<br />
“É estruturante e tamb<strong>é</strong>m <strong>é</strong> uma letra feliz, no sentido<br />
em que <strong>é</strong> utilizada por todos os países. O E, por exemplo,<br />
já não consegue esta proeza. Veja-se o exemplo do Brasil onde<br />
mudaram a sigla ESG para ASG.” No entanto, o S já está <strong>na</strong> estrada.<br />
Está a fazer o seu caminho, mas tem um longo percurso<br />
pela frente. Tal como a sua forma, terá de ultrapassar muitas<br />
curvas e contracurvas para chegar a bom porto.<br />
A presidente da Grace destaca a curiosidade de o S ter duas<br />
“barrigas”, em que uma está virada para dentro e a outra para<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ ABC DO ESG \\<br />
17<br />
fora. “É o S dentro da nossa casa; como nos<br />
relacio<strong>na</strong>mos com os nossos colaboradores,<br />
mas depois tamb<strong>é</strong>m há o S para fora; ou seja,<br />
como nos relacio<strong>na</strong>mos com a comunidade,<br />
como gerimos o impacto positivo ou negativo<br />
sobre esta, <strong>na</strong> nossa cadeia de valor que são os<br />
colaboradores dos nossos fornecedores — são<br />
um stakeholder relevante para uma empresa”,<br />
explica.<br />
AS EMPRESAS FAMILIARES E O S<br />
Na opinião da Presidente da Grace, Portugal<br />
tem <strong>na</strong>s empresas familiares vários exemplos<br />
de sucesso nesta mat<strong>é</strong>ria, talvez porque no seu<br />
ADN esteja impreg<strong>na</strong>do o sentido de pertença,<br />
ou seja, “estas são as minhas pessoas”, relativamente<br />
ao sentimento para com os colaboradores,<br />
ou mesmo a vertente de que a família<br />
cuida, protege e acarinha. É quase como os vizinhos<br />
que tentam saber como está o vizinho<br />
do lado. Se precisa de alguma coisa. “É o cuidar<br />
do seu metro quadrado”, compara. Daquele espaço<br />
ali à volta da organização. Do espaço da<br />
comunidade onde está inserida.<br />
Um exemplo incontornável no nosso país, <strong>é</strong><br />
a Delta. “Esta empresa <strong>na</strong>sceu claramente no<br />
S. Por dentro e por fora”, considera, deixando<br />
uma esp<strong>é</strong>cie de to do a todos os empresários.<br />
“Estes dever-se-iam questio<strong>na</strong>r, se no dia em<br />
que partirem ou simplesmente deixarem a<br />
empresa, se os seus funcionários chorariam<br />
Os fatores sociais são<br />
geralmente mais difíceis<br />
de delimitar e medir<br />
e têm ficado para trás,<br />
contudo a pandemia da<br />
Covid 19 foi um empurrão<br />
para o S<br />
por eles, ou teriam esta manifestação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
de pesar que Rui Nabeiro, teve?”. E se dúvidas<br />
houvessem sobre a herança social da Delta, os<br />
números provam a sua veracidade. Num estudo<br />
de mercado sobre as empresas mais responsáveis<br />
a atuar em Portugal, publicado pela<br />
Merco, a Delta Caf<strong>é</strong>s aparece em primeiro<br />
num ranking de 100, com 10 mil pontos, quase<br />
o dobro da m<strong>é</strong>dia de pontuação das 100 empresas<br />
mencio<strong>na</strong>das no estudo (5.326 pontos).<br />
Margarida Couto, revela ainda que vários estudos<br />
salientam haver estatísticas que garantem<br />
que 50% do valor da empresa são os intangíveis.<br />
Dentro deste chap<strong>é</strong>u está o S. Segundo<br />
uma pesquisa da consultora Brand Fi<strong>na</strong>nce,<br />
os ativos intangíveis dos mercados fi<strong>na</strong>nceiros<br />
dos Estados Unidos representam 76% do valor<br />
comercial das empresas listadas. Ou seja,<br />
três quartos do valor das empresas cotadas <strong>na</strong><br />
maior Bolsa de Valores do mundo não são ativos<br />
físicos ou fi<strong>na</strong>nceiros. Portanto, equilibrar<br />
lucro com os impactos sociais não <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s<br />
uma moda. É um imperativo exigido pelo mercado<br />
e pelos investidores.<br />
Há um exemplo inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l com um forte<br />
impacto no S. A marca Patagónia, especializada<br />
em roupa para desportos ao ar livre. Esta<br />
empresa note america<strong>na</strong>, al<strong>é</strong>m de faturar acima<br />
de mil milhões de dólares, reverte 1% deste<br />
valor a favor do ambiente e prega o anticonsumo<br />
com etiquetas a dizer Don`t buy this<br />
jacket (não compre este casaco!). A empresa<br />
implementou uma política de redução, reuso,<br />
arranjo e reciclagem, uma vez que defendem<br />
que sempre que algu<strong>é</strong>m compra algo de novo,<br />
deixa a sua marca de carbono no planeta.<br />
Criaram quatro opções para o cliente. O serviço<br />
de arranjo, em que o consumidor pode<br />
levar a sua roupa e reparar, o serviço de venda<br />
em segunda mão entre clientes, o serviço<br />
de reciclagem, em que o consumidor dá a sua<br />
peça antiga para o fabrico de uma nova e por<br />
fim, a compra de roupa nova. Para os colaboradores<br />
construiu creches para os filhos, escritórios<br />
sem paredes, folgas a cada duas sema<strong>na</strong>s,<br />
viagens patroci<strong>na</strong>das, entre outras ações.<br />
A verdade <strong>é</strong> que a empresa tem uma taxa de<br />
rotatividade cinco vezes abaixo da m<strong>é</strong>dia dos<br />
Estados Unidos, de ape<strong>na</strong>s 4% de acordo com<br />
um artigo publicado pela revista america<strong>na</strong><br />
Forbes.<br />
A par destes bons exemplos, há uma premissa<br />
que deve tamb<strong>é</strong>m pesar <strong>na</strong> balança. O comportamento<br />
do consumidor mudou. O acesso<br />
à informação, a facilidade de comparação de<br />
empresas, produtos e práticas levou a que se<br />
prestasse mais atenção aos produtos e serviços<br />
que se consomem. Daí o posicio<strong>na</strong>mento<br />
de compra tamb<strong>é</strong>m está a ficar alinhado com o<br />
comportamento socialmente responsável das<br />
empresas. Prova disso <strong>é</strong> que 50% dos consumidores<br />
estão dispostos a pagar um preço mais<br />
alto por produtos que tenham um impacto social<br />
e ambiental positivos.<br />
ENCONTRAR ASPETOS POSITIVOS NUMA<br />
PANDEMIA<br />
Os fatores sociais são geralmente mais difíceis<br />
de delimitar e medir e têm ficado para trás,<br />
contudo a pandemia da Covid 19 — apesar de<br />
ter sido terrível para o mundo, foi um empurrão<br />
para o S. Margarida Couto partilha desta<br />
visão, admitindo que passou a haver por parte<br />
das empresas mais consciência da sua importância.<br />
“Nunca se ouviu falar tanto de well<br />
being como agora, motivado por um elefante<br />
que estava <strong>na</strong> sala, mas que todos ignoravam,<br />
isto <strong>é</strong> o tema do burn out e da saúde mental”,<br />
destaca, admitindo que estava escondido debaixo<br />
do tapete, mas que agora as empresas<br />
tiveram de encarar o tema e algumas estão<br />
verdadeiramente preocupadas em fazer as<br />
coisas bem. A verdade <strong>é</strong> que grandes crises<br />
costumam ser catalisadoras das mudanças <strong>na</strong>s<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
18<br />
\\ ABC DO ESG \\<br />
Nunca se ouviu falar<br />
tanto de well being<br />
como agora, motivado<br />
por um elefante que<br />
estava <strong>na</strong> sala, mas que<br />
todos ignoravam, o tema<br />
do burn out e da saúde<br />
mental<br />
sociedades. Perante um acontecimento desta<br />
envergadura, empresas, pessoas e organizações<br />
tomaram consciência para a importância<br />
da colaboração e da atuação de um estilo<br />
de vida mais sustentável.<br />
Um inqu<strong>é</strong>rito realizado pela Statista, plataforma<br />
online especializada em dados<br />
de mercados e consumidores, revelou que<br />
após a pandemia da Covid-19, 29% dos<br />
inquiridos admitiu que este flagelo os fez<br />
considerar o ESG de forma mais importante<br />
cerca de 24% afirmou que a componente<br />
social adquiriu um papel muito relevante,<br />
mais do que pensavam. Ape<strong>na</strong>s 1,1% respondeu<br />
que passou a dar menos importância<br />
aos temas de ESG, e nomeadamente<br />
ao S. Mas terá sido um S de pouca dura?<br />
“As pessoas moveram-se para agradecer aos<br />
m<strong>é</strong>dicos, enfermeiros, aos lojistas, enfim a<br />
quem contribuiu para que a vida continuasse”,<br />
relembra, Margarida Couto, admitindo, que<br />
olhando agora à distância parece que muito<br />
desse sentimento se esvaneceu. Esta agenda<br />
da sustentabilidade está muito centrada no<br />
tema do ambiente, mas para a presidente da<br />
Associação Grace Empresas Responsáveis,,<br />
se escavarmos o tema poderemos concluir<br />
que o ambiente ou os problemas ambientais,<br />
são <strong>na</strong> sua essência uma ameaça às pessoas e<br />
no limite às empresas, uma vez que sem pessoas<br />
estas tamb<strong>é</strong>m não sobrevivem, portanto<br />
“tudo começa e acaba <strong>na</strong>s pessoas”.<br />
Onde podemos<br />
encontrar o S?<br />
• Igualdade de g<strong>é</strong>nero - acesso aos meus cargos e<br />
com salários iguais.<br />
• Saúde e bem-estar dentro das organizações,<br />
atrav<strong>é</strong>s da medição de níveis de satisfação dos<br />
funcionários e participação em programas de<br />
bem-estar. Ter em consideração a saúde mental<br />
dos trabalhadores e melhorar o ambiente de<br />
trabalho.<br />
• Desenvolvimento humano com horas de formação<br />
por categoria e g<strong>é</strong>nero, rotatividade e preenchimento<br />
de vagas com candidatos a nível<br />
interno.<br />
• Ter atenção e dar apoio <strong>na</strong> resolução de conflitos.<br />
• Respeitar o consumidor, mediante o estudo do<br />
índice de reclamações, número de recalls, NPS,<br />
perfil sociodemográfico dos utilizadores, proporção<br />
da receita de produtos e serviços que oferecem<br />
benefícios socioambientais.<br />
• Impactos <strong>na</strong> cadeia, isto <strong>é</strong> análise de m<strong>é</strong>tricas<br />
relacio<strong>na</strong>das com os fornecedores.<br />
• Criação de programas de voluntariado <strong>na</strong> comunidade.<br />
• Cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável (ODS).<br />
• Contratar localmente.<br />
• Cuidar do Ambiente <strong>na</strong> comunidade, fazendo<br />
uma boa gestão dos resíduos.<br />
• Comprar de fornecedores da sua localidade.<br />
Vantagens da<br />
vertente Social<br />
• Empresas com atividades de envolvimento social<br />
são vistas de forma positiva pelo público.<br />
• Uma aposta forte no S permite atrair e reter talento.<br />
• O investimento no S responde às preocupações<br />
do consumidor que já está desperto para estes<br />
temas e que quer comprar com responsabilidade.<br />
• O investimento em S atrai investidores para o seu<br />
negócio.
20<br />
\\ ABC DO ESG \\<br />
O PAPEL<br />
DO<br />
DEFINIR UMA<br />
CONDUTA ÉTICA E DE<br />
RESPONSABILIDADE<br />
COM TODA A CADEIA<br />
PRODUTIVA É O<br />
DESAFIO DESTA<br />
LETRA. ESTARÃO AS<br />
EMPRESAS NACIONAIS<br />
PREPARADAS PARA O<br />
FAZER?<br />
\\ Por Teresa Cotrim<br />
OG <strong>é</strong> um pilar estrutural. “Do ponto de vista da<br />
Gover<strong>na</strong>nça <strong>é</strong> a raiz. A base de equilíbrio para<br />
os outros dois, ou seja, o E e o S”, acredita Hele<strong>na</strong><br />
Gonçalves, coorde<strong>na</strong>dora do Fórum de Ética da<br />
Católica Porto Business School e diretora do Chief Ethics &<br />
Compliance Officer da mesma universidade. A Gover<strong>na</strong>nça <strong>é</strong><br />
o sistema interno de processos, controle e procedimentos que<br />
a empresa utiliza para se gover<strong>na</strong>r, tomar decisões, seguir as<br />
leis e atender às necessidades de todas as partes interessadas:<br />
colaboradores, funcionários, acionistas e investidores.<br />
Uma boa gover<strong>na</strong>nça corporativa alinha os interesses privados<br />
da empresa ou organização, garantindo uma marca forte, sustentável<br />
e que garanta o bem-estar dos stakeholders (todas as<br />
pessoas interessadas nos resultados e processos da empresa).<br />
Al<strong>é</strong>m disso, em momentos de crise, o G serve para garantir a<br />
confiabilidade do negócio. Funcio<strong>na</strong> como um farol, levando os<br />
responsáveis da empresa a criar as ferramentas e os mecanismos<br />
necessários para que os passos dados sejam em benefício<br />
de todos.<br />
A função do G <strong>é</strong> avaliar, direcio<strong>na</strong>r e monitorizar as ações efetuadas<br />
por quem tem <strong>na</strong>s mãos as r<strong>é</strong>deas da empresa, garantindo<br />
desta forma transparência e equidade <strong>na</strong> gestão da mesma.<br />
Cada empresa tem a sua atividade e está inserida num setor,<br />
contudo tem como obrigação atuar sempre com <strong>é</strong>tica conforme<br />
as normas vigentes.<br />
Para Hele<strong>na</strong> Gonçalves embora a <strong>é</strong>tica e a compliance, em<br />
contexto organizacio<strong>na</strong>l sejam consideradas duas faces de uma<br />
mesma moeda, a verdade <strong>é</strong> que a segunda tem sido, <strong>na</strong>turalmente,<br />
mais implementada”. A compliance tem como missão<br />
garantir que as empresas conduzem o negócio em completo<br />
alinhamento com as leis <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, bem<br />
como com a regulamentação específica do setor e das normas<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ ABC DO ESG \\<br />
21<br />
profissio<strong>na</strong>is, aceitando-as enquanto normas<br />
inter<strong>na</strong>s da empresa. Atua em conformidade<br />
relativamente às leis, normas e demais requisitos<br />
externos. “Já a área da <strong>é</strong>tica terá como<br />
missão conduzir o negócio alinhado com<br />
determi<strong>na</strong>dos valores e princípios de <strong>é</strong>tica e<br />
de conduta, que estão em regra expressos no<br />
seu código de <strong>é</strong>tica”.<br />
Hele<strong>na</strong> Gonçalves revela que as organizações<br />
estão em diferentes fases de maturidade no<br />
que se refere à gestão <strong>é</strong>tica. Em the Ethics<br />
Office Handbook esta <strong>é</strong> a<strong>na</strong>lisada em função<br />
das atitudes e crenças em relação à <strong>é</strong>tica <strong>na</strong><br />
organização. “A crença de que a própria <strong>na</strong>tureza<br />
dos negócios <strong>é</strong> eticamente neutra faz<br />
com que as organizações fiquem cegas quanto<br />
à sua utilidade. Nestas, a adesão à lei <strong>é</strong> vista<br />
como eticamente suficiente. A menos que sejam<br />
compelidas por lei, tais organizações não<br />
têm uma função dedicada à gestão da <strong>é</strong>tica,<br />
isto <strong>é</strong>, um ethics office”, lamenta, adiantando,<br />
que caso este existisse poderia exigir prestação<br />
de contas por falhas <strong>é</strong>ticas.<br />
A tolerância zero poderia forçar os colaboradores<br />
a serem <strong>é</strong>ticos por medo de punição.<br />
Se os dez principais escândalos empresariais<br />
— Enron, Volkswagen, Lehman Brothers, BP,<br />
Uber, Apple, Facebook, Valeant Pharmaceuticals,<br />
Kobe Stell e Equifax —, e a influência<br />
que tiveram <strong>na</strong>s quedas das bolsas, tendo<br />
como principais origens a manipulação ou<br />
falsificação de relatórios, venda enganosa, ass<strong>é</strong>dio,<br />
uso de informação e abuso de posição<br />
domi<strong>na</strong>nte ou o ambiente, tivessem investido<br />
em <strong>é</strong>tica empresarial, talvez alguns se tivessem<br />
evitado. Mas o caminho passaria <strong>na</strong> opinião<br />
da coorde<strong>na</strong>dora do Fórum de Ética, pelos<br />
colaboradores agirem de forma <strong>é</strong>tica por<br />
vontade própria e não por medo ou punição.<br />
“Seriam os embaixadores da <strong>é</strong>tica”, acredita.<br />
A par com a área de compliance, algumas organizações<br />
já têm áreas de responsabilidade<br />
social e sustentabilidade bastante maduras,<br />
que já incorporam <strong>na</strong> sua cultura o princípio<br />
de precaução, mas para Hele<strong>na</strong> Gonçalves<br />
falta a maximização dos impactos positivos,<br />
ou seja, “faz todo o bem que puderes”.<br />
E <strong>na</strong> sua opinião <strong>é</strong> precisamente para promover<br />
estes impactos positivos que a <strong>é</strong>tica <strong>é</strong><br />
relevante.<br />
SERÃO OS PORTUGUESES ÉTICOS NO TRABALHO?<br />
“Se aceitarmos a regra 20—60—20, então<br />
poderemos dizer que 20% das pessoas farão<br />
sempre a coisa certa, atuarão eticamente independentemente<br />
das circunstâncias e do<br />
trabalho. Já 20% procederá sempre de forma<br />
ilegal ou não <strong>é</strong>tica quando tiverem oportunidade<br />
de o fazer, se as recompensas forem<br />
atrativas e tiverem uma baixa probabilidade<br />
de serem apanhadas. Por fim, os 60% tendem<br />
a atuar honestamente, podendo optar por<br />
comportamentos não <strong>é</strong>ticos ou ilegais, se as<br />
circunstâncias exigirem, tais como pressões<br />
das chefias ou pares, sistemas de recompensas,<br />
convicção em estarem a agir no melhor<br />
interesse da empresa, por exemplo.”, explica<br />
Hele<strong>na</strong> Gonçalves. Para a professora da Católica<br />
Porto Business School, estes “moldáveis”<br />
são os potenciais alvos de programas de<br />
<strong>é</strong>tica, porque podem ser influenciados a ter<br />
comportamentos <strong>é</strong>ticos quando trabalham<br />
em organizações com um uma cultura <strong>é</strong>tica.<br />
Estarão os portugueses cientes da evolução<br />
da <strong>é</strong>tica no trabalho? Hele<strong>na</strong> Gonçalves,<br />
responde citando o estudo Ethics at Work:<br />
Inter<strong>na</strong>tio<strong>na</strong>l Survey of Employees, que em<br />
2021 contou com 13 países, com amostras<br />
representativas da população ativa de cada<br />
país e os resultados não são animadores.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
22<br />
\\ ABC DO ESG \\<br />
22<br />
Atualmente <strong>é</strong><br />
i<strong>na</strong>dmissível alegar<br />
desconhecimento em<br />
qualquer prática ilícita,<br />
por isso as empresas<br />
têm de transformar<br />
as suas diretrizes em<br />
ações, e claro apurar<br />
responsabilidades<br />
quando for necessário<br />
“Continuamos a ser um dos países com piores<br />
indicadores: somos dos que mais observam<br />
más práticas (violação da lei ou das normas<br />
<strong>é</strong>ticas da organização), dos que menos as<br />
reportam, sendo esta falta de reporte justificada<br />
pela falha de credibilidade no sistema.<br />
Depois acreditam que não haverá consequências,<br />
têm medo, ou simplesmente acreditam<br />
que não <strong>é</strong> algo que lhes diga respeito. O<br />
abuso de autoridade (40%) e o ass<strong>é</strong>dio (29%)<br />
estão <strong>na</strong>s três primeiras más práticas mais<br />
observadas em Portugal.<br />
No entanto, segundo a mesma fonte os portugueses<br />
continuam a considerar as organizações<br />
onde trabalham como honestas<br />
(84%), mas continuam a ser dos que mais<br />
presenciam más condutas (20%), apesar menos<br />
do que no último estudo. Continuamos<br />
tamb<strong>é</strong>m a ser dos países em que as pessoas<br />
têm mais dificuldade em reportar más práticas<br />
que presenciam (46%). A boa notícia <strong>é</strong><br />
que, relativamente a 2018, melhorámos em<br />
todos os mecanismos e instrumentos que<br />
fazem parte de um programa abrangente de<br />
<strong>é</strong>tica: código (62%), formação (50%), e linhas<br />
de speakup (43%) e aconselhamento (43%).<br />
Na opinião de Hele<strong>na</strong> Gonçalves apesar destes<br />
resultados ainda há muito a melhorar.<br />
COMO APLICAR A CULTURA DO G NUMA<br />
EMPRESA?<br />
É fundamental ter, por exemplo, uma divulgação<br />
clara das políticas de remuneração, possuir<br />
a garantia de votos para todas as ações da empresa,<br />
garantir conselheiros independentes do<br />
conselho administrativo interno, manter auditorias<br />
e compliance empresarial. A realidade<br />
<strong>é</strong> que atualmente <strong>é</strong> i<strong>na</strong>dmissível alegar desconhecimento<br />
em qualquer prática ilícita, por<br />
isso as empresas têm de transformar as suas<br />
diretrizes em ações, e claro apurar responsabilidades<br />
quando for necessário. Os programas<br />
de compliance passam a ser uma obrigação.<br />
Que passos pode dar a empresa para valorizar a<br />
letra G? Pode ter um processo bem estruturado<br />
de gestão dos riscos corporativos para avaliar<br />
potenciais perigos para o negócio, priorizando<br />
questões chave para os stakeholders, desenvolvendo<br />
assim estrat<strong>é</strong>gias de mitigação. Ter atenção<br />
redobrada no tema da <strong>é</strong>tica e da integridade<br />
— defendendo um alto padrão <strong>é</strong>tico em<br />
toda a conduta da empresa, criando emprego<br />
responsável, tendo em consideração a igualdade<br />
de g<strong>é</strong>nero, em toda a rede da organização.<br />
Respeitar os direitos humanos, promovendo os<br />
princípios e direitos fundamentais no trabalho<br />
declarados pela Organização Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do<br />
Trabalho (OIT). Pagar salários iguais em cargos<br />
iguais. Redigir e aplicar um código de conduta<br />
<strong>é</strong>tica, fazendo com que todos os funcionários<br />
o apliquem, assim como exigir aos parceiros<br />
e fornecedores da cadeia que alinhem com os<br />
mesmos princípios firmando desta forma um<br />
compromisso, entre outras medidas. Se todos<br />
cumprirem a sua parte, decerto o G tamb<strong>é</strong>m<br />
cumprirá o seu papel. Todos ganharão com<br />
isso!<br />
Onde devemos<br />
aplicar o G?<br />
• Integração dos aspectos ESG <strong>na</strong> estrat<strong>é</strong>gia:<br />
As empresas devem incorporar considerações<br />
ambientais, sociais e de gover<strong>na</strong>nça <strong>na</strong> sua estrat<strong>é</strong>gia<br />
de negócios, reconhecendo os impactos<br />
e riscos.<br />
• Compromisso com a sustentabilidade ambiental:<br />
A gover<strong>na</strong>nça corporativa ESG exige que as<br />
empresas adotem práticas e políticas ambientalmente<br />
sustentáveis, minimizando os impactos<br />
negativos no meio ambiente.<br />
• Gestão responsável dos recursos <strong>na</strong>turais: As<br />
empresas devem adotar práticas de gestão responsável<br />
dos recursos <strong>na</strong>turais.<br />
• Inclusão e diversidade social: A gover<strong>na</strong>nça<br />
corporativa valoriza a inclusão e diversidade <strong>na</strong>s<br />
empresas, promovendo igualdade de oportunidades,<br />
respeito aos direitos humanos, combate à<br />
discrimi<strong>na</strong>ção e promoção da equidade de g<strong>é</strong>nero<br />
e diversidade <strong>é</strong>tnico-racial.<br />
• Relações com stakeholders: As empresas devem<br />
estabelecer um diálogo e uma relação de<br />
confiança com seus stakeholders, como clientes,<br />
funcionários, fornecedores, comunidades locais<br />
e investidores<br />
• Transparência e prestação de contas ESG: É essencial<br />
que as empresas forneçam informações<br />
transparentes e confiáveis sobre o seu desempenho<br />
ESG, incluindo a divulgação de m<strong>é</strong>tricas e<br />
indicadores relevantes.<br />
• Gestão de riscos: As empresas devem identificar,<br />
avaliar e gerir os riscos associados aos<br />
aspectos ESG, integrando-os nos processos de<br />
gestão de riscos e adotando medidas preventivas<br />
e corretivas para os minimizar.<br />
• Compromisso com a <strong>é</strong>tica e a integridade: A<br />
gover<strong>na</strong>nça corporativa requer a adoção de práticas<br />
empresariais <strong>é</strong>ticas, com uma postura de<br />
integridade, combate à corrupção, transparência<br />
<strong>na</strong>s operações e conformidade com leis e regulamentos.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
23<br />
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impacto das nossas ações para o Planeta.<br />
A<strong>na</strong>lisamos a sustentabilidade em<br />
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uma visão global do país e do mundo.
24<br />
\\ INOVAÇÃO \\<br />
AS START-UPS<br />
PODEM MUDAR O MUNDO!<br />
AS QUE NASCEREM VERDES TÊM TUDO PARA VINGAR. PODEM, INCLUSIVE,<br />
APANHAR BOLEIA DE GIGANTES QUE ESTÃO A TRANSFORMAR-SE PARA<br />
SOBREVIVER.<br />
\\ Por Teresa Cotrim<br />
Oditado português “quem <strong>na</strong>sce torto,<br />
tarde ou nunca se endireita”, poder-<br />
-se-ia aplicar às Start-ups, empresas<br />
inovadoras em fase inicial, mas com<br />
grande capacidade de crescimento, no que toca ao<br />
ESG, sigla inglesa para ambiente, responsabilidade<br />
social e gover<strong>na</strong>nça corporativa, que no mercado fi<strong>na</strong>nceiro<br />
sintetiza uma s<strong>é</strong>rie de crit<strong>é</strong>rios de conduta<br />
que as empresas têm de seguir para serem sustentáveis.<br />
Isto porque como futuros possíveis unicórnios,<br />
empresas com valorização acima de um milhão de<br />
euros, as suas opiniões sobre o planeta, as pessoas e<br />
a sociedade são muito importantes. <strong>Quem</strong> se posicio<strong>na</strong>r<br />
já no tema, poderá ter o sucesso almejado.<br />
O estudo ESG Pulse Check: Getting the Basics Right<br />
for Start-ups and Venture Capital Firms, do Fórum<br />
Económico Mundial, revela que várias Start-<br />
-ups destacaram os fatores ESG como parte da sua<br />
missão principal e estrat<strong>é</strong>gia de negócios, at<strong>é</strong> porque<br />
estão sujeitas à pressão dos funcionários e dos consumidores,<br />
fazendo com que estas logo no estádio<br />
inicial (cerca de 68%) tenham construído os seus<br />
negócios com consciência do seu impacto ambiental,<br />
diversidade e inclusão <strong>é</strong>tica no uso da tecnologia<br />
e dos dados. Depois, 7% após conseguir fi<strong>na</strong>nciamento,<br />
20% quando vão para a segunda ronda de<br />
obtenção de capital, 2% alguns meses antes de fazer<br />
uma Oferta Pública Inicial (IPO), ou seja, estreia<br />
em Bolsa, e por fim, 2% após estar cotada em Bolsa.<br />
“Apesar disso, ainda não <strong>é</strong> evidente que as que têm<br />
uma estrat<strong>é</strong>gia mais robusta em termos de ESG recebam<br />
mais fi<strong>na</strong>nciamento ou tenham melhor desempenho”,<br />
afiança o mesmo estudo.<br />
A verdade <strong>é</strong> que as probabilidades de fracasso de<br />
uma empresa nova são muito elevados — primeiro<br />
tem de passar pelo vale da morte, fazendo uma esp<strong>é</strong>cie<br />
de travessia do deserto. Só depois emergirá tal<br />
como a esfinge, pelo que a conformidade ou as estrat<strong>é</strong>gias<br />
ESG normalmente não <strong>é</strong> algo que os investidores<br />
ou clientes determinem como obrigatório.<br />
S<strong>é</strong>rgio Póvoas, Ma<strong>na</strong>ging Partner da Gesventure,<br />
S.A, empresa de prestação de serviços de assessoria<br />
estrat<strong>é</strong>gica e fi<strong>na</strong>nceira em operações de peque<strong>na</strong> e<br />
m<strong>é</strong>dia dimensão, afirma que embora as Start-ups<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ INOVAÇÃO \\<br />
25<br />
muitas vezes enfrentem desafios específicos nos seus<br />
estágios iniciais, a adoção de práticas sustentáveis,<br />
nomeadamente de ESG, pode trazer benefícios para<br />
essas empresas emergentes, como atrair investidores,<br />
incluindo fundos de capital de risco, afirmando ainda<br />
que estes estão cada vez mais interessados em empresas<br />
que demonstrem responsabilidade social e ambiental.<br />
A maioria das Start-ups, no estudo do Fórum Económico<br />
Mundial, expressou a crescente importância de<br />
dois grupos principais de stakeholders ao implementar<br />
as suas estrat<strong>é</strong>gias ESG: clientes (32%) e funcionários<br />
(23%). Al<strong>é</strong>m disso, a pressão dos investidores (23%)<br />
tamb<strong>é</strong>m aparece <strong>na</strong> m<strong>é</strong>trica.<br />
Se por um lado, o facto de estarem a viver as dores do<br />
parto as limita, por outro coloca-as em vantagem face<br />
a outras empresas de maior dimensão, cuja base instalada<br />
de ativos, produtos, cultura, entre outros temas,<br />
as obriga a ter de destruir o que haviam construído, ou<br />
mesmo começar de novo.<br />
UMA START-UP PODE FAZER TUDO BEM DESDE O INÍCIO<br />
Para S<strong>é</strong>rgio Póvoas, investir em ESG desde o começo<br />
ajuda uma empresa a construir uma marca forte e sólida.<br />
“Ao demonstrar uma preocupação com questões<br />
ambientais e sociais, as Start-ups podem conquistar a<br />
confiança dos clientes, destacar-se da concorrência e<br />
criar uma reputação positiva”, diz. Atrair talentos — <strong>é</strong><br />
outra arma preciosa, principalmente numa era em que<br />
estes escasseiam. “Muitos profissio<strong>na</strong>is, especialmente<br />
os mais jovens, estão interessados em trabalhar em<br />
empresas que estejam alinhadas com os seus valores e<br />
contribuam para um impacto positivo”, refere S<strong>é</strong>rgio<br />
Póvoas, destacando ainda outra vantagem: “ao antecipar<br />
e gerir riscos relacio<strong>na</strong>dos com o meio ambiente,<br />
a gover<strong>na</strong>ção empresarial e as questões sociais, as start-ups<br />
podem evitar custos mais altos ou problemas legais<br />
no futuro”.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
26<br />
\\ INOVAÇÃO \\<br />
01<br />
02<br />
03<br />
04<br />
05<br />
O PAPEL<br />
DO ESG<br />
A importância do ESG para as empresas tem crescido significativamente<br />
nos últimos anos por várias razões. O Ma<strong>na</strong>ging Partner da Gesventure,<br />
S<strong>é</strong>rgio Póvoas, destaca as seguintes:<br />
SUSTENTABILIDADE: A incorporação de práticas ambientais e sociais<br />
responsáveis <strong>é</strong> fundamental para garantir a sustentabilidade a longo prazo<br />
das operações de uma empresa. Ao considerar as questões ambientais,<br />
como redução de emissões de carbono, uso eficiente de recursos <strong>na</strong>turais<br />
e gestão de resíduos, as empresas podem minimizar seu impacto<br />
negativo no meio ambiente e contribuir para a mitigação das mudanças<br />
climáticas.<br />
GESTÃO DE RISCOS: Considerar fatores ESG ajuda as empresas a identificar<br />
e a gerir riscos potenciais. Por exemplo, as empresas que não<br />
abordam adequadamente as preocupações sociais podem enfrentar problemas<br />
de reputação, ou litígios. Al<strong>é</strong>m disso, a falta de gover<strong>na</strong>ção empresarial<br />
robusta pode levar a escândalos fi<strong>na</strong>nceiros, multas regulatórias<br />
e perda de confiança dos investidores.<br />
REPUTAÇÃO E VALOR DA MARCA: As empresas que adotam práticas<br />
ESG sólidas podem melhorar sua reputação e construir uma marca mais<br />
forte. Os consumidores estão cada vez mais preocupados com as questões<br />
sociais e ambientais, e preferem apoiar empresas que demonstrem responsabilidade<br />
nessas áreas. Isso pode levar a um aumento <strong>na</strong> lealdade<br />
do cliente, atrair novos clientes e diferenciar a empresa da concorrência.<br />
ACESSO A CAPITAL E INVESTIMENTOS: Os investidores e as instituições<br />
fi<strong>na</strong>nceiras consideram cada vez mais os fatores ESG <strong>na</strong> sua tomada<br />
de decisão de investimento. Empresas com bons desempenhos nesses<br />
crit<strong>é</strong>rios têm maior probabilidade de atrair investimentos, obter melhores<br />
condições de acesso a capital.<br />
CONFORMIDADE REGULATÓRIA: Em muitos regimes jurídicos, as regulamentações<br />
ambientais e sociais estão a tor<strong>na</strong>r-se mais rigorosas. As<br />
empresas que adotam práticas ESG estão em melhor posição para cumprir<br />
essas regulamentações, evitando pe<strong>na</strong>lidades e riscos legais.<br />
AS ESG ENABLERS SABEM COMO FAZER NEGÓCIO<br />
Identificar novas oportunidades <strong>é</strong> outra mais-valia de investir<br />
em ESG, uma vez que podem desenvolver produtos ou<br />
serviços que respondam às necessidades de um mercado<br />
cada vez mais consciente. A verdade <strong>é</strong> que estando as empresas<br />
atentas às necessidades de transformação e incorporação<br />
dos temas ESG dentro das suas organizações, muitas<br />
admitem ser mais estrat<strong>é</strong>gico fazer parcerias com quem já<br />
está no mercado bem posicio<strong>na</strong>do nesta mat<strong>é</strong>ria, do que<br />
desenvolver soluções inter<strong>na</strong>mente para cada aspeto do<br />
negócio.<br />
Al<strong>é</strong>m de mais eficaz, as empresas poupam dinheiro — pois<br />
não precisam de testar o mercado —, e tempo <strong>na</strong> sua transformação,<br />
podendo apanhar boleia de uma Start-up com<br />
uma solução já testada <strong>na</strong> área que esta necessita implementar.<br />
E, são estas, que estão tamb<strong>é</strong>m a chamar a atenção<br />
de fundos de investimento. O motivo de tanto interesse?<br />
Transição para uma economia circular, com menor pegada<br />
de carbono e empresas socialmente inclusivas.<br />
Larry Fink, CEO da Black Rock, uma das mais poderosas<br />
gestoras de investimento do mundo, disse, em 2022, que<br />
as organizações precisam desenvolver modelos de negócio<br />
compatíveis com uma economia neutra em carbono at<strong>é</strong><br />
2050, alertando que o risco climático de investimento <strong>é</strong> o<br />
que vai influenciar o destino do capital. O poderoso CEO<br />
diz mesmo que não se trata de política. “Não <strong>é</strong> uma agenda<br />
social ou económica. É justiça social. É o capitalismo, conduzido<br />
pela relação ben<strong>é</strong>fica com os stakeholders, dos quais<br />
a sua empresa depende para prosperar”. E <strong>é</strong> diante deste cenário,<br />
que as ESG e<strong>na</strong>blers têm bastante terreno para fertilizar<br />
porque as que se adaptarem terão acesso mais fácil ao<br />
investimento e poderão crescer mais rapidamente.<br />
As Start-ups que oferecem tecnologias para auxiliar no<br />
cumprimento das m<strong>é</strong>tricas ESG estão a ser chamadas de<br />
ESG e<strong>na</strong>blers, ou seja, que sabem como facilitar a implementação<br />
ESG em diferentes negócios. Por exemplo, as que<br />
atuam no setor ambiental são as CleanTechs. Estas focam-<br />
-se em energias alter<strong>na</strong>tivas, redução do consumo, oferecem<br />
serviços para o controlo de índices ambientais, entre<br />
outros serviços. Para ser uma CleanTech, al<strong>é</strong>m de ter um<br />
produto ou serviço com impacto ambiental positivo no seu<br />
modelo de negócios, <strong>é</strong> preciso como o próprio nome revela<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ INOVAÇÃO \\<br />
27<br />
As Start-ups que oferecem<br />
tecnologias para auxiliar no<br />
cumprimento das m<strong>é</strong>tricas<br />
ESG estão a ser chamadas<br />
de ESG e<strong>na</strong>blers, ou seja,<br />
que sabem como facilitar<br />
a implementação ESG em<br />
diferentes negócios.<br />
ser tecnologicamente inovadora. Há tamb<strong>é</strong>m<br />
as SocialTech, que combi<strong>na</strong>m a tecnologia<br />
com o impacte social, isto <strong>é</strong>, facilitam<br />
a implementação de iniciativas sociais por<br />
meio de software, hardware, plataformas<br />
online ou aplicativos.<br />
Portanto, estamos de regresso às origens da<br />
premissa que conquistou o mercado global,<br />
a da linha de raciocínio, de cuidar para<br />
ganhar. “Who cares win”, traduzindo para<br />
português, quem se preocupa, ganha, aliás<br />
este foi o nome dado ao relatório da conferência<br />
que reunia o secretário-geral das<br />
Organizações das Nações Unidas (ONU),<br />
o Banco Mundial e ainda outros 50 CEOs<br />
de grandes instituições fi<strong>na</strong>nceiras, em<br />
2004. O grande desafio da conferência era<br />
aliar fatores sociais, ambientais e de gover<strong>na</strong>nça<br />
ao mercado de capitais. Resumidamente,<br />
a g<strong>é</strong>nese das ideias ESG., portanto.<br />
Passaram 19 anos será que mudou assim<br />
tanta coisa?<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
28<br />
\\ ENTREVISTA \\<br />
NÃO BASTA SER O MELHOR<br />
DO MUNDO.<br />
TEM DE SER O MELHOR<br />
PARA O MUNDO!<br />
A MISSÃO DO BCSD PORTUGAL É DESAFIANTE. AJUDAR AS EMPRESAS PORTUGUESAS A SEREM<br />
SUSTENTÁVEIS. AS DIRETIVAS DO PARLAMENTO EUROPEU JÁ ESTÃO EM CIMA DA MESA. É PRECISO<br />
INTEGRAR NO NEGÓCIO PROVEITO, PLANETA, PROPÓSITO E PESSOAS. QUEM NÃO O FIZER TERÁ<br />
UM FUTURO INCERTO!<br />
\\ Por Teresa Cotrim<br />
J<br />
oão Wengorovius Meneses estudou gestão, trabalhou<br />
em consultoria e mercados fi<strong>na</strong>nceiros, mas depressa<br />
concluiu que o seu lugar seria em zo<strong>na</strong>s mais limítrofes<br />
e, por isso, fez o mestrado no ISCTE <strong>na</strong> área dos<br />
estudos de desenvolvimento e foi at<strong>é</strong> Timor estudar a<br />
indústria do microcr<strong>é</strong>dito no combate à pobreza. No<br />
regresso, aceitou o desafio do Chapitô, uma associação com uma atividade<br />
cultural, social e educativa. Nessa altura, criou com um grupo<br />
de amigos, uma ONG, a Tese, que ainda hoje opera e que, desde<br />
então, já cresceu muito. Depois, teve a experiência do setor público,<br />
<strong>na</strong> Câmara Municipal de Lisboa, a orientar uma missão <strong>na</strong> reabilitação<br />
do Intendente/Mouraria, tor<strong>na</strong>ndo o território mais inclusivo,<br />
mais atraente para novos públicos. Sem excluir ningu<strong>é</strong>m. Deu aulas<br />
<strong>na</strong> Universidade Católica e no ISCTE. Publicou um livro de gestão<br />
chamado “Gestão de Organizações e Criação de Valor Partilhado”,<br />
um conceito do Porter. Agora, está no BCSD Portugal como Secretário-Geral,<br />
porque quis regressar ao mundo das empresas por ser<br />
mais ágil e criativo. Um percurso sempre de mãos dadas com o setor<br />
social.<br />
O Business Council for Sustai<strong>na</strong>ble Development (BCSD) Portugal<br />
<strong>é</strong> uma organização que reúne 166 empresas a operar em<br />
Portugal, que no total, têm vendas equivalentes a 10% do PIB <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
Qual <strong>é</strong> o seu papel?<br />
Tem como missão, digamos assim, ajudar as empresas a transitar<br />
para um paradigma de desenvolvimento que seja sustentável, ou seja,<br />
a integrar os temas das pessoas e do ambiente <strong>na</strong>s suas decisões, modelos<br />
de negócio, cadeias de valor, e, portanto, costumamos dizer que<br />
as empresas ao longo do s<strong>é</strong>culo XX aprenderam a produzir riqueza<br />
e a ser eficientes <strong>na</strong> percussão desse objetivo, de gerar riqueza, de<br />
serem lucrativas e eficientes do ponto de vista operativo, mas agora,<br />
no s<strong>é</strong>culo XXI, pede-se mais.<br />
Pede-se mais...<br />
Que sejam competitivas e resilientes. As empresas precisam de alargar<br />
essas suas competências com capacidade de gerar não só riqueza,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m gerar valor no que toca ao capital social e, para isso,<br />
precisamos que transitem do P de proveito para os quatro restantes,<br />
ou seja, propósito, planeta e pessoas.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ ENTREVISTA \\<br />
29<br />
O P de propósito <strong>é</strong> o mais importante?<br />
O primeiro P deverá ser mesmo o de propósito<br />
porque as empresas são chamadas a ter um propósito<br />
maior, que não ape<strong>na</strong>s o de criar riqueza,<br />
enfim, pagar impostos e com isso o estado distribuir<br />
riqueza com fins sociais, ou ambientais e<br />
gerar emprego. Isto não será suficiente, porque<br />
a humanidade está confrontada com desafios que<br />
pedem mais às empresas, que são hoje 69 das 100<br />
maiores economias do mundo e, portanto, não só<br />
têm enormes impactos ambientais e sociais, como<br />
têm uma enorme capacidade de investimento e<br />
inovação do qual a humanidade e o nosso futuro<br />
não podem prescindir.<br />
Está a falar de uma nova perspetiva, mas o<br />
BCSD Portugal foi criado em 2001 por um grupo<br />
de empresários portugueses que percebeu<br />
que o tema da sustentabilidade ia ser decisivo<br />
para a competitividade das empresas ao longo<br />
deste s<strong>é</strong>culo. O grande entusiasta foi o engenheiro<br />
Belmiro de Azevedo, que foi, inclusive,<br />
o primeiro presidente. Portanto, há já um caminho.<br />
É verdade, já temos um caminho. Em outubro fazemos<br />
22 anos, por<strong>é</strong>m, não só o que hoje <strong>é</strong> pedido<br />
às empresas <strong>é</strong> diferente, como aquilo que nos <strong>é</strong><br />
pedido a nós BCSD Portugal tamb<strong>é</strong>m o <strong>é</strong>. Acabamos<br />
por ser um reflexo daquilo que <strong>é</strong> exigido às<br />
empresas. Se há 22 anos, quando fomos criados,<br />
ainda era admissível uma abordagem mais generalista,<br />
mais ligeira e, mais superficial da sustentabilidade<br />
no que toca ao papel das empresas e em<br />
que algumas responsabilidades sociais das empresas<br />
confundiam-se com algumas ações secundárias,<br />
a verdade <strong>é</strong> que hoje a sustentabilidade tem<br />
de estar no core business, no âmago do negócio<br />
e da cadeia de valor da empresa e, portanto, tem<br />
de estar ligada à inovação, ao desenvolvimento de<br />
produto, ao desenvolvimento do negócio ao longo<br />
de toda a cadeia de valor. Não <strong>é</strong> só um “nice to<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
30<br />
\\ ENTREVISTA \\<br />
e investidores inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, portanto não <strong>é</strong><br />
possível dar uma pontuação única no seu todo<br />
porque as empresas são muito diversas. Era<br />
como dizer o mesmo sobre as pessoas no que<br />
toca ao tema da sustentabilidade. Há pessoas<br />
sensibilizadas, outras menos.<br />
have”. Não <strong>é</strong> só algo secundário, como começou<br />
por ser. Hoje <strong>é</strong> absolutamente central para<br />
a capacidade competitiva das empresas. E por<br />
várias razões...<br />
Mas não <strong>é</strong> só porque apertou a malha em<br />
termos regulatórios?<br />
Não, são várias as razões, não <strong>é</strong> só porque a regulação<br />
apertou a malha da exigência. O compliance<br />
hoje exige às empresas maior capacidade<br />
de gerir variáveis como pessoas e planeta,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m porque os seus stakeholders, não<br />
só o regulador, mas tamb<strong>é</strong>m os outros o exigem,<br />
no caso dos clientes, investidores, trabalhadores<br />
e, portanto, se querem ser competitivas,<br />
não basta serem as melhores do mundo,<br />
têm de ser as melhores para o mundo.<br />
E como estão as empresas portuguesas a posicio<strong>na</strong>r-se<br />
nesta mat<strong>é</strong>ria?<br />
As empresas são uma realidade muito diversa,<br />
variando muito o seu grau de maturidade no<br />
que toca aos temas ESG, da sustentabilidade.<br />
Varia consoante a antiguidade da empresa, a<br />
dimensão, o setor, a região onde atua, se <strong>é</strong> exportadora,<br />
se está ou não exposta a mercados<br />
Mas há já por parte das empresas a preocupação<br />
de pegar nos temas ESG, ou assiste-se<br />
ao fenómeno de empurrar com a barriga, ou<br />
seja, se não for já em 2025, terei at<strong>é</strong> 2030,<br />
por exemplo?<br />
Não diria que <strong>é</strong> tanto por dimensão de empresa,<br />
apesar de que <strong>é</strong> evidente que as empresas<br />
maiores começaram esta jor<strong>na</strong>da mais cedo,<br />
tamb<strong>é</strong>m porque têm mais meios por serem<br />
maiores, mas sobretudo por estarem expostas<br />
a mercados e a exigências mais fortes inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is,<br />
como digo clientes, investidores, reguladores<br />
e, portanto, o que se nota <strong>é</strong> mesmo as<br />
PME, mesmo sendo peque<strong>na</strong>s ou m<strong>é</strong>dias, se<br />
estiverem expostas a mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />
ou investidores inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, têm uma propensão<br />
muito maior e, em m<strong>é</strong>dia, uma maturidade<br />
muito maior no que toca a estes temas.<br />
Um exemplo?<br />
O setor do têxtil e vestuário e at<strong>é</strong> do calçado,<br />
por ser muito exportador. Apesar de ser composto<br />
por muitas PME, a verdade <strong>é</strong> que são já<br />
muito maduras no que toca a estes temas — e<br />
o mesmo se poderia dizer de outros setores,<br />
mas, ao inv<strong>é</strong>s disto, há setores em que efetivamente<br />
as empresas estão ainda em estádios<br />
mais primários da sua evolução.<br />
No ano passado lançaram uma ferramenta<br />
para medir o grau de maturidade das empresas<br />
no que respeita aos ESG.<br />
Fizemos o primeiro retrato, que publicámos<br />
e apresentámos em novembro passado numa<br />
conferência no CCB e a verdade <strong>é</strong> que esse<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ ENTREVISTA \\<br />
31<br />
Temos cinco grupos de trabalho ativos sobre<br />
cinco temas específicos: cadeia de valor e<br />
economia circular, energia e clima, biodiversidade,<br />
reporte e fi<strong>na</strong>nças sustentáveis e DEI<br />
- diversidade, equidade e inclusão<br />
retrato situa as empresas numa jor<strong>na</strong>da composta<br />
por seis etapas e muitas estão ainda <strong>na</strong><br />
fase 1, 2, 3, no máximo, que são fases ainda de<br />
conhecer o tema, pensar em integrá-lo. Muitas<br />
ainda não têm um responsável inter<strong>na</strong>mente,<br />
outras têm a tempo muito parcial, outras<br />
ainda não fizeram o assessement, no que toca<br />
a temas sociais e ambientais <strong>na</strong>s suas cadeias<br />
de valor. Outras já fizeram o diagnóstico, mas<br />
ainda não têm uma estrat<strong>é</strong>gia de ação. Outras<br />
têm a estrat<strong>é</strong>gia de ação, mas <strong>é</strong> muito incremental,<br />
muito ligeira ainda, não <strong>é</strong> disruptiva<br />
nem audaz.<br />
As empresas ainda podem usar a vossa app e<br />
testarem o seu grau de maturidade?<br />
Sim, podem. Lançámos a ferramenta agora em<br />
fevereiro e, ao longo de dois anos, as empresas<br />
vão poder usufruir gratuitamente desta ferramenta<br />
(temos já parcerias com, por exemplo,<br />
a NOVA SBE, atrav<strong>é</strong>s da formação para<br />
executivos ESG , bem como a Porto Business<br />
School da universidade do Porto, no âmbito da<br />
formação para executivos em Gestão Sustentável).<br />
Esta ainda agora começou. Está <strong>na</strong> fase<br />
de lançamento e a nossa expetativa <strong>é</strong> que possa<br />
crescer muito nos próximos anos e, acima de<br />
tudo, que possa ser muito útil.<br />
Qualquer empresa consegue testar a sua maturidade<br />
ESG sem precisar de ajuda?<br />
Sim, à partida esperamos que sim e tamb<strong>é</strong>m<br />
vai sendo melhorada à medida que vamos tendo<br />
feedback. A ideia <strong>é</strong> ser uma ferramenta “do<br />
it yourself”.<br />
Que conselhos o BSCD Portugal dá às empresas<br />
para acelerar o processo da sustentabilidade?<br />
Aconselhamos sempre as empresas a tratar<br />
o tema da inovação para a sustentabilidade<br />
nos três horizontes de transformação. O incremental,<br />
o disruptivo e o moonshot. Este<br />
último <strong>é</strong> o pensamento a longo prazo. É o homem<br />
<strong>na</strong> lua. Onde <strong>é</strong> que eu quero estar daqui<br />
a dez, quinze anos. O disruptivo <strong>é</strong> onde <strong>é</strong> que<br />
eu quero estar daqui a dois, três anos e, por<br />
fim, o incremental <strong>é</strong> o que posso fazer hoje<br />
para melhorar as tais quick wins. Costumo<br />
dizer que as empresas devem trabalhar estes<br />
três horizontes de transformação para serem<br />
capazes de mudar de paradigma para a sustentabilidade,<br />
mas devem concentrar-se em 60%<br />
no que <strong>é</strong> incremental, 30% no disruptivo e 10%<br />
no moonshot. Começar por perceber onde<br />
quero estar daqui a 10 anos, por exemplo, e<br />
nunca deixar cair essa linha de transformação<br />
e de pensamento, mas concentrarem-se no que<br />
possa ser mais imediato para cumprirem a regulação.<br />
Mas <strong>é</strong> um caminho.<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> uma jor<strong>na</strong>da e as empresas<br />
portuguesas têm estado expostas a<br />
muitas mudanças.<br />
Sim, efetivamente, e consiste em passos muito<br />
concretos, que têm de ser planeados, e que<br />
muitos dos quais podem ser tomados já. Por<br />
isso, há empresas que ainda não conseguem<br />
ter uma visão moonshot ou disruptiva <strong>na</strong> sua<br />
estrat<strong>é</strong>gia para a sustentabilidade, por outro,<br />
tal como referiu tamb<strong>é</strong>m não as aconselho a<br />
concentrarem-se demasiado nisso, em 2025<br />
ou 2030, porque o que <strong>é</strong> importante tamb<strong>é</strong>m,<br />
e isso dever ser 60% do esforço, <strong>é</strong> saber o que<br />
posso fazer este ano ou para o ano para começar<br />
já a criar valor.<br />
Que programas destacaria do BCSD Portugal?<br />
Dividimos a nossa atuação em várias frentes.<br />
A primeira <strong>é</strong> a dos grupos de trabalho. Temos<br />
cinco grupos de trabalho ativos sobre cinco<br />
temas específicos: cadeia de valor e economia<br />
circular, energia e clima, biodiversidade, reporte<br />
e fi<strong>na</strong>nças sustentáveis e DEI - diversidade,<br />
equidade e inclusão. E aí as empresas (e<br />
nós como facilitadores) desenvolvem projetos<br />
que as ajudam, de forma muito concreta, aplicada<br />
e prática, a integrarem esses sistemas <strong>na</strong>s<br />
suas decisões. Muitos desses grupos de trabalho<br />
dão origem a projetos ou a task forces, e<br />
por exemplo, para as empresas serem sig<strong>na</strong>tárias<br />
do pacto de mobilidade empresarial, do<br />
act4<strong>na</strong>ture ou mesmo da carta de princípios<br />
têm de obedecer a um conjunto de regras. Por<br />
exemplo, no caso da mobilidade e do act4<strong>na</strong>ture,<br />
este último ligado à biodiversidade, têm de<br />
investir em ações concretas, negociá-las com<br />
um advisory board, após validados esses novos<br />
investimentos — o que permite integrar melhor<br />
esses temas <strong>na</strong>s suas decisões e modelos de<br />
negócio. Aí podem então tor<strong>na</strong>r-se sig<strong>na</strong>tárias<br />
desses projetos e ser acompanhadas ao longo<br />
da implementação.<br />
Essa <strong>é</strong> uma das áreas e as outras?<br />
A formação. Temos uma jor<strong>na</strong>da para a sustentabilidade<br />
em quatro etapas, mas depois<br />
tamb<strong>é</strong>m temos parcerias com universidades<br />
e com consultoras. Uma das áreas, fundamental,<br />
<strong>é</strong> a das competências. Ainda hoje foi<br />
anunciado um aumento do PRR para competências<br />
verdes. A terceira área <strong>é</strong> a de eventos<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
32<br />
\\ ENTREVISTA \\<br />
Aconselhamos sempre as empresas a tratar<br />
o tema da inovação para a sustentabilidade<br />
nos três horizontes de transformação.<br />
O incremental, o disruptivo e o moonshot<br />
e comunicação. Organizamos muitos eventos e<br />
temos várias iniciativas de comunicação, como<br />
newsletters, temos três sites, o nosso institucio<strong>na</strong>l,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m o ODS.pt e o sustai<strong>na</strong>blefi<strong>na</strong>nce.pt.<br />
Temos as redes sociais, onde temos cerca de<br />
13 mil seguidores no Linkedin. É uma dimensão<br />
importante para colocarmos os nossos membros<br />
em contacto uns com os outros e para difusão de<br />
informação e formação. A quarta área <strong>é</strong> o desenvolvimento<br />
de projetos e fazemo-lo hands on, o<br />
que ajuda as empresas a fazer progressos neste<br />
domínio da sustentabilidade.<br />
Têm, inclusive um grande projeto <strong>na</strong> área da<br />
moda?<br />
Sim, com designers e PME do setor têxtil e vestuário<br />
português. É um consórcio muito grande<br />
de entidades. É um investimento do PRR de 140<br />
milhões de euros. É uma agenda <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Por<br />
fim, temos ainda a policy , que leva estes temas<br />
à política pública e ajudar o decisor político a<br />
integrá-los <strong>na</strong>s decisões políticas. Seja a nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,<br />
seja europeu. E ainda levar estes temas à<br />
sociedade em geral. Não somos uma ONG vocacio<strong>na</strong>da<br />
para a sociedade em geral, mas tamb<strong>é</strong>m<br />
procuramos evangelizá-la.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ ENTREVISTA \\<br />
33<br />
Por falar em decisões políticas, defende que<br />
o estado deveria criar um balcão de apoio ao<br />
investidor sustentável, qual seria o papel?<br />
O IAPMEI apoia as empresas portuguesas, e, no<br />
passado apoiou, por exemplo, a tor<strong>na</strong>rem-se mais<br />
competitivas e, <strong>na</strong> transformação digital, criou<br />
um pr<strong>é</strong>mio PME Inovação, que foi muito importante<br />
para as PME. Criou um balcão investidor,<br />
de apoio ao investimento, e à elaboração de candidaturas<br />
ao desenvolvimento de projetos para<br />
competitividade e economia, no sentido de as<br />
empresas integrarem mais conhecimento e serem<br />
capazes de entrar em mercados mais exigentes.<br />
Agora precisamos de fazer isso para a sustentabilidade,<br />
sendo esta uma tendência tão transformadora<br />
quanto o digital e, por isso, precisamos de ter<br />
o mesmo conjunto de ferramentas, por exemplo,<br />
um selo ou um pr<strong>é</strong>mio PME Sustentável e um<br />
balcão de apoio ao investidor sustentável.<br />
Mas isto já se faz lá fora? Tem algum modelo<br />
comparável?<br />
Não, mas conheço o caso da Escandinávia, onde<br />
há apoios públicos e capacitação pública no sentido<br />
de apoiar as PME exportadoras, uma vez<br />
que este <strong>é</strong> já um tema exigido por mercados mais<br />
sofisticados e nós, por maioria de razão, tamb<strong>é</strong>m<br />
deveríamos querer aceder, mas para o fazer as<br />
nossas PME exportadoras têm de integrar o tema<br />
e muitas ainda não o fazem.<br />
Vem aí a diretiva da due diligence e agora?<br />
Na verdade, vêm aí três diretivas e que convergem<br />
no sentido de uma maior exigência para as<br />
empresas. O due diligence tem a ver com o dever<br />
de diligência no que toca às cadeias de abastecimento<br />
a montante, portanto, a minha responsabilidade<br />
não acaba no meu quintal. Devo<br />
assegurar que a minha cadeia <strong>é</strong> sustentável, os<br />
fornecedores, mas tamb<strong>é</strong>m outras duas diretivas,<br />
a de passaporte de produto e a de reporte de informação<br />
não fi<strong>na</strong>nceira.<br />
E as outras duas, quais são as exigências?<br />
A do passaporte de produto tem a ver com dar<br />
informação <strong>na</strong> etiquetagem dos produtos ao<br />
consumidor fi<strong>na</strong>l sobre os impactos sociais e ambientais<br />
da cadeia de valor. Já temos parcialmente<br />
passaporte de produto no que toca à eficiência<br />
energ<strong>é</strong>tica em produtos como os frigoríficos<br />
quando os compramos, por exemplo, com aquele<br />
código A, B, C e por aí fora. Na área alimentar,<br />
tamb<strong>é</strong>m já há alguma codificação, mas precisávamos<br />
de ter mais informação, como a pegada<br />
ecológica, e tor<strong>na</strong>r tamb<strong>é</strong>m transparente as cadeias<br />
de valor no que toca à sua pegada social,<br />
quem recebe o quê ao longo da cadeia de valor e<br />
essa transparência que se impõe <strong>é</strong> necessária para<br />
que o consumidor possa fazer do consumo um<br />
ato de cidadania, porque se não tiver informação<br />
não consegue escolher em consciência o produto<br />
mais sustentável. Se assim o desejar.<br />
Quanto à de reporte de informação não fi<strong>na</strong>nceira,<br />
como está Portugal?<br />
O Minist<strong>é</strong>rio das Fi<strong>na</strong>nças está atrasado. As empresas<br />
vão passar a ter novas obrigações daqui a<br />
um ano e muitas mais serão abrangidas. Muitas<br />
não saberão como, nem como definir indicadores,<br />
nem como medi-los. Aqui exigia-se do Governo<br />
adaptar rapidamente a diretiva para que rapidamente<br />
possamos ter ações de capacitação das empresas<br />
para não ficarem fora de p<strong>é</strong>, ou para que o<br />
país não pague multas porque não está a cumprir.<br />
O que <strong>é</strong> preciso uma empresa fazer para entrar<br />
no BCSD Portugal?<br />
O processo <strong>é</strong> muito simples. Preencher uma ficha<br />
de adesão no site. Tem um prazo de uma sema<strong>na</strong><br />
em que a direção a<strong>na</strong>lisa para ter a certeza de que<br />
esta não pertence a um setor que não seja admissível,<br />
caso de armas, só para dar um exemplo. Passada<br />
essa sema<strong>na</strong>, fazemos o kick of e depende da<br />
empresa o grau de envolvimento que pretende ter<br />
com o BCSD Portugal.<br />
As empresas têm de pagar?<br />
Sim, vivemos sobretudo disso. As empresas pagam<br />
uma quota anual que varia entre 2000 e<br />
5500 euros, conforme o volume de vendas da<br />
empresa. As maiores, que vendem mais de 500<br />
milhões de euros por ano, são as que mais pagam.<br />
Como o consumidor consegue distinguir uma<br />
empresa sustentável de uma que pratica greenwashing?<br />
O Parlamento Europeu aprovou diretrizes nesse<br />
sentido, o de procurar mitigar esse fenómeno.<br />
Não <strong>é</strong> fácil, mas à medida que formos caminhando<br />
no sentido do reporte de informação não fi<strong>na</strong>nceira<br />
ser obrigatório e ter auditorias obrigatórias<br />
em certos casos as coisas vão mudando.<br />
Depois, no momento em que certas certificações<br />
forem obrigatórias ou altamente aconselháveis,<br />
em que haverá mais uma validação de uma terceira<br />
parte, o certificador, que <strong>é</strong> um conjunto de<br />
princípios que são obedecidos e observados, integrados<br />
<strong>na</strong>s decisões e modelos de negócio da<br />
empresa tamb<strong>é</strong>m ajuda. Al<strong>é</strong>m disto, a partir do<br />
momento em que tivermos um passaporte de<br />
produto que torne transparente a cadeia de valor<br />
da empresa, isso tamb<strong>é</strong>m ajudará. Por isso <strong>é</strong><br />
que considero que a diretiva da due dilligence não<br />
pode ser vista isoladamente, porque todos estes<br />
mecanismos ajudarão e muito a que o fenómeno<br />
de greenwashing dissipe. No limite, poderá haver<br />
mais promessa do que entrega e no limite e com<br />
alguma ironia, isso at<strong>é</strong> pode ser positivo.<br />
Porque a empresa pode ser apanhada?<br />
Porque <strong>na</strong>da como uma empresa prometer mais<br />
do que oferece, porque hoje o mundo <strong>é</strong> plano.<br />
Com as redes sociais a tor<strong>na</strong>rem tudo tão<br />
transparente e a informação a fluir tanto, esta<br />
vê-se <strong>na</strong> iminência de ter que oferecer porque<br />
depois não pode ser apanhada em descr<strong>é</strong>dito.<br />
Pode ter um efeito boomerang importante, digamos<br />
assim!.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
34<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
FÓRUM DE LÍDERES<br />
1 2<br />
Qual a importância da <strong>Sustentabilidade</strong><br />
para a sua área/setor?<br />
O que a sua empresa está a fazer para tor<strong>na</strong>r<br />
Portugal um país mais sustentável?<br />
A descarbonização <strong>é</strong> uma prioridade europeia e <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. O Acordo de Paris alcançado em 2015<br />
constitui um importante compromisso nesse sentido e no combate às alterações climáticas. Surgiram,<br />
neste seguimento, uma s<strong>é</strong>rie de pacotes estrat<strong>é</strong>gicos da Comissão Europeia que visam dar<br />
resposta <strong>na</strong>s diferentes áreas a este desafio global, destacando-se o Pacote Energia Clima 2030.<br />
O Governo português comprometeu-se em 2016 a assegurar a neutralidade das suas emissões<br />
at<strong>é</strong> ao fi<strong>na</strong>l de 2050, traçando uma visão clara relativamente à descarbonização profunda da economia<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, enquanto contributo para o acordo de Paris e em consonância com os esforços<br />
mais ambiciosos em curso a nível inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
O compromisso de atingir a neutralidade carbónica at<strong>é</strong> 2050 significa alcançar um balanço neutro<br />
entre as emissões de GEE e o sequestro de carbono, pelo que será necessário efetuar reduções<br />
substanciais das emissões e/ou aumentos substanciais dos sumidouros <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, que deverão<br />
materializar-se entre o presente e 2050.<br />
Para concretizar este desígnio, foi desenvolvido o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050<br />
(RNC2050) que identifica os principais vetores de descarbonização em todos os setores da economia,<br />
as opções de políticas e medidas e a trajetória de redução de emissões para atingir este<br />
fim, em diferentes cenários de desenvolvimento socioeconómico.<br />
Todos os setores deverão contribuir para a redução de emissões, aumentando a eficiência e a<br />
inovação, promovendo melhorias, nomeadamente nos edifícios, <strong>na</strong> agricultura, <strong>na</strong> gestão dos resíduos<br />
e <strong>na</strong> indústria, sendo que caberá ao sistema energ<strong>é</strong>tico o maior contributo, em particular<br />
no que respeita à produção de eletricidade e aos transportes.<br />
Neste Fórum de Líderes, as principais instituições de diversos setores e os respetivos responsáveis<br />
pela sustentabilidade no nosso país explicam a sua visão sobre o futuro: contribuir para os<br />
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, promover a descarbonização, e fazer parte da solução<br />
para atingir a neutralidade climática são metas claras. Nas várias áreas, os responsáveis não<br />
têm dúvidas: um futuro mais sustentável tem de ser a prioridade.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
35
36<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
1<br />
JOÃO AMARAL<br />
CTO & Country Ma<strong>na</strong>ger,<br />
Voltalia Portugal<br />
2<br />
JOANA OOM DE SOUSA<br />
Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong>, Sove<strong>na</strong><br />
1<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> a essência da Voltalia. Enquanto empresa de energias renováveis,<br />
a Voltalia contribui diariamente para a transição energ<strong>é</strong>tica e ecológica, rumando<br />
à economia verde e neutra em emissões de CO2. Com múltiplas tecnologias<br />
renováveis, trabalha ativamente e assume o compromisso de melhorar o meio ambiente<br />
global, promovendo o desenvolvimento local.<br />
Desde a sua criação, tem vindo a desenvolver, construir e operar centrais de energias<br />
renováveis, para si e para terceiros, tanto em países mais desenvolvidos como<br />
nos emergentes. O seu Propósito segue três Objetivos: 1) Atuar para a produção<br />
de uma energia renovável acessível a todos; 2) Contribuir juntamente com a população<br />
local para o desenvolvimento sustentável dos seus territórios; 3) Aproveitar<br />
ao máximo os recursos do planeta de forma sustentável, maximizando o impacto<br />
positivo das suas atividades no meio ambiente, em toda a sua cadeia de valor.<br />
2<br />
A Voltalia reforçou o seu compromisso com Portugal afirmando que o país seria<br />
o seu quartel general da energia fotovoltaica, graças a três alicerces da atividade<br />
do nosso país: colaboradores, competência e conhecimento. Em 2019, instalou no<br />
Porto o Solar Hub, um centro operacio<strong>na</strong>l que monitoriza as suas centrais solares<br />
<strong>na</strong> Europa, África e Am<strong>é</strong>rica Lati<strong>na</strong> e desde então já efetuou uma expansão tecnológica,<br />
integrando as suas centrais de biomassa e hídricas.<br />
Tem vindo a contribuir para o crescimento da energia verde no país em todos os<br />
projetos para terceiros que desenvolve, como <strong>é</strong> o caso da construção da Central<br />
Solar do Cotovio, com 49 megawatt e 104 mil pain<strong>é</strong>is solares instalados, ou do seu<br />
primeiro projeto de energia solar flutuante em Portugal, que será bastante inovador<br />
e mais um importante passo no caminho da sustentabilidade e transição energ<strong>é</strong>tica.<br />
Tem ainda em construção cinco projetos, inseridos no seu novo cluster português<br />
de peque<strong>na</strong>s centrais solares, o Complexo Garrido, cuja capacidade de produção<br />
totaliza os 50,6 megawatt contribuindo no país com um volume de negócios próximo<br />
dos 190 M€.<br />
1<br />
A <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> um tema fundamental em<br />
todos os setores. Estando a Sove<strong>na</strong> presente ao<br />
longo de toda a cadeia de valor, e sendo o azeite<br />
e o óleo produtos integrantes da cesta alimentar<br />
básica, essa responsabilidade <strong>é</strong> ainda mais premente.<br />
Na agricultura <strong>é</strong> cada vez mais relevante<br />
o uso rigoroso dos recursos – em especial a água<br />
-, e a aplicação de t<strong>é</strong>cnicas agrícolas inovadoras<br />
e sustentáveis, conjugadas com a preservação<br />
da biodiversidade. Por outro lado, <strong>na</strong> atividade<br />
industrial <strong>é</strong> fundamental investir <strong>na</strong> melhoria<br />
contínua e desenvolver projetos de eficiência ao<br />
longo de todos os processos, destacando a redução<br />
do consumo de energia e a substituição da sua<br />
origem por fontes renováveis. Tudo isto culmi<strong>na</strong><br />
num produto fi<strong>na</strong>l que <strong>é</strong> entregue ao consumidor<br />
e que deverá absorver e traduzir todo este compromisso<br />
com a sustentabilidade. E porque sem<br />
pessoas não há sustentabilidade, <strong>na</strong> nossa estrat<strong>é</strong>gia<br />
mantemos um foco permanente e transversal<br />
<strong>na</strong>s pessoas dentro e fora da organização.<br />
2<br />
A Sove<strong>na</strong> está determi<strong>na</strong>da em contribuir para<br />
minimizar os impactos dos problemas globais<br />
que enfrentamos, centrando as suas ações <strong>na</strong>s<br />
áreas onde interv<strong>é</strong>m mais diretamente. Em<br />
2022, a nossa empresa Nutrifarms tornou-se o<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
37<br />
3<br />
ANA TRIGO MORAIS<br />
CEO, Sociedade Ponto Verde<br />
primeiro olivicultor do mundo a receber<br />
o reconhecimento do nível Prata da Farm<br />
Sustai<strong>na</strong>bility Assessment, confirmando<br />
que aplicamos os mais rigorosos crit<strong>é</strong>rios<br />
quando consideramos as pessoas, o planeta<br />
e os aspetos económicos. Como medida<br />
de promoção da biodiversidade, estamos a<br />
implementar um Plano de Gestão de Valores<br />
Naturais <strong>na</strong>s nossas herdades. Por<br />
outro lado, para fazer face ao aquecimento<br />
global, trabalhamos continuamente<br />
<strong>na</strong> redução das nossas emissões, tendo já<br />
reduzido cerca de 10% nos âmbitos 1 e 2,<br />
comparando com 2020. Atualmente, 100%<br />
da nossa energia el<strong>é</strong>trica em Portugal <strong>é</strong> proveniente<br />
de fontes renováveis. Como reflexo<br />
do trabalho que fazemos de otimização<br />
das nossas embalagens, a marca Oliveira da<br />
Serra obteve a pontuação máxima (A) <strong>na</strong><br />
metodologia Recyclass. Relativamente às<br />
nossas pessoas, centrais para nós, promovemos<br />
a valorização de todos e a conciliação<br />
da vida profissio<strong>na</strong>l e pessoal, estando reconhecidos<br />
como empresa familiarmente responsável.<br />
Igualmente investimos <strong>na</strong>s nossas<br />
comunidades atrav<strong>é</strong>s de vários programas,<br />
com principal destaque para o apoio à formação<br />
profissio<strong>na</strong>l.<br />
1<br />
A <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> central <strong>na</strong> missão, <strong>na</strong> atividade e nos serviços prestados<br />
pela Sociedae Ponto Verde a todos os seus clientes. Al<strong>é</strong>m de garantirmos o cumprimento<br />
das obrigações legais de Compliance ambiental aos nossos clientes que<br />
colocam produtos embalados no mercado, promovemos a hierarquia de gestão<br />
de resíduos de embalagens assente nos 3R’s – Reduzir, Reutilizar, Reciclar -,<br />
com grande aposta <strong>na</strong> prevenção at<strong>é</strong> à reciclagem das embalagens, procurando<br />
sempre soluções que promovam a utilização e incorporação de mat<strong>é</strong>rias-primas<br />
secundárias, contribuindo para os objetivos da economia circular e da neutralidade<br />
carbónica.<br />
Os impactos deste setor são tamb<strong>é</strong>m sentidos a nível social e económico, pois<br />
estimular o desenvolvimento de novas soluções para o setor de resíduos de embalagens,<br />
gera, nomeadamente, eficiência para as empresas, criação de emprego<br />
e conveniência para o consumidor.<br />
2<br />
A promoção da Economia Circular <strong>é</strong> constante <strong>na</strong> nossa atividade. Para al<strong>é</strong>m do<br />
trabalho de educação ambiental que desenvolvemos junto da população atrav<strong>é</strong>s<br />
de campanhas de comunicação e de projetos como a Academia Ponto Verde –<br />
direcio<strong>na</strong>do à comunidade escolar – apostamos no contacto próximo com os<br />
nossos clientes, incentivando-os a adotarem melhores práticas de ecodesign e de<br />
design for recycling, pois consideramos que conhecimento e inovação são fatores<br />
intrínsecos para o crescimento sustentável de uma sociedade moder<strong>na</strong>.<br />
Para alcançar uma economia circular e de baixo carbono, <strong>é</strong> fundamental investir<br />
em projetos de Investigação & Desenvolvimento e a SPV, como promotor e agregador<br />
de inovação, reconhece essa importância e apoia a execução de estudos<br />
e projetos nesta área. A plataforma digital Ponto Verde LAB e o programa de<br />
inovação colaborativa Re-Source – que inicia este ano a sua terceira edição –,<br />
são exemplos de projetos que materializam este compromisso, que beneficia os<br />
agentes da cadeia de valor das embalagens e a sua circularidade.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
38 \\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
4 5<br />
HENRIQUE PEREIRA<br />
Head of Home Appliances Division,<br />
Samsung Portugal<br />
JOANA PEIXOTO<br />
Diretora de Marketing, Comunicação<br />
e <strong>Sustentabilidade</strong>, Edenred Portugal<br />
1<br />
A Samsung assumiu um compromisso global no desenvolvimento de tecnologia assente<br />
<strong>na</strong> <strong>Sustentabilidade</strong>. Enquanto marca de topo, temos de dar o exemplo e assumir<br />
uma postura exigente com os mais elevados padrões de qualidade. O nosso<br />
compromisso <strong>é</strong> disponibilizar produtos de elevada eficiência, que permitam aos consumidores<br />
reduzir a sua pegada ecológica, não só a nível de consumo de energia, mas<br />
tamb<strong>é</strong>m otimizando a utilização de outros recursos (como água ou detergente). Simultaneamente,<br />
estamos focados <strong>na</strong> durabilidade dos nossos equipamentos, oferecendo<br />
garantias de at<strong>é</strong> 20 anos em alguns dos principais componentes, assegurando<br />
assim um aumento da vida útil dos eletrodom<strong>é</strong>sticos.<br />
Nesse sentido e com base numa gestão cuidadosa, a Samsung considera cada vez mais<br />
os fatores ambientais em todo o ciclo de vida dos seus produtos, incluindo o fornecimento<br />
de mat<strong>é</strong>rias-primas recicladas, design, produção, comercialização, pós-venda<br />
e reaproveitamento no fim de vida útil. O nosso papel enquanto empresa global passa<br />
por mobilizar uma nova geração de cidadãos a alcançar metas e mudanças positivas.<br />
2<br />
No caso particular de Portugal, nos últimos anos, temo-nos associado ao Ponto Eletrão<br />
para a operacio<strong>na</strong>lização de uma economia cada vez mais circular. Al<strong>é</strong>m de iniciativas<br />
como esta, assumimos desde sempre uma postura sustentável ao introduzir<br />
padrões de certificação ambiental exigentes numa clara aposta em soluções tecnológicas<br />
eficientes.<br />
Soluções como o SmartThings Energy, recentemente disponibilizado <strong>na</strong> app, permite<br />
aos consumidores monitorizar e controlar o consumo de energia dos eletrodom<strong>é</strong>sticos<br />
Samsung conectáveis. Este serviço permite ainda ativar o modo Energia IA, que<br />
atrav<strong>é</strong>s de inteligência artificial assegura a otimização do consumo energ<strong>é</strong>tico para<br />
poupar at<strong>é</strong> 15% de energia nos frigoríficos e at<strong>é</strong> 70% <strong>na</strong>s máqui<strong>na</strong>s de lavar roupa.<br />
Outro exemplo do nosso compromisso <strong>é</strong> a introdução do ciclo de lavagem Less Microfiber<br />
(Redução de Microfibras) que pode reduzir at<strong>é</strong> 54% a libertação de microfibras<br />
para o ambiente.<br />
1<br />
A área dos benefícios sociais e extrassalariais está<br />
intimamente ligada à sustentabilidade. Desde<br />
logo porque visa melhorar a qualidade de vida<br />
das pessoas e as condições laborais, contribuindo<br />
diretamente para que as empresas garantam<br />
aos seus colaboradores o acesso a um conjunto de<br />
bens e serviços, críticos e essenciais ao seu bem-<br />
-estar. Isto enquanto ajudam a di<strong>na</strong>mizar a economia<br />
local, com todas os impactos positivos que<br />
daí advêm.<br />
Atrav<strong>é</strong>s da construção de uma política de benefícios<br />
sociais adequada, as empresas podem dar<br />
uma resposta concreta a diferentes crit<strong>é</strong>rios ESG<br />
relacio<strong>na</strong>dos com as pessoas, melhorando a sua<br />
performance a este nível e potenciando a motivação.<br />
Esta aposta <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m fundamental para<br />
todas as organizações que queiram afirmar-se <strong>na</strong><br />
área da sustentabilidade, porque só quando este<br />
valor estiver enraizado <strong>na</strong> cultura inter<strong>na</strong> da organização,<br />
<strong>é</strong> que a empresa conseguirá ser verdadeiramente<br />
sustentável.<br />
Face à importância que a área dos benefícios sociais<br />
assume numa política de sustentabilidade, <strong>é</strong><br />
fundamental que as empresas fornecedoras das<br />
soluções estejam completamente alinhadas com<br />
os crit<strong>é</strong>rios ESG. Este <strong>é</strong> um fator a que as empresas<br />
estão cada vez mais atentas, procurando parceiros<br />
responsáveis do ponto de vista ambiental,<br />
social e de gover<strong>na</strong>nça.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
39<br />
6<br />
CARLA PEREIRA<br />
Diretora de Marketing e Comunicação,<br />
DPD Portugal<br />
2<br />
Como líder global em benefícios sociais, a Edenred sempre<br />
esteve <strong>na</strong> linha da frente de temas estruturantes. O<br />
Grupo tem em curso um programa ambicioso, espelhando<br />
a nossa política Ideal – com três pilares: Pessoas, Planeta<br />
e Progresso – e contribui para 12 dos 17 Objetivos<br />
de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, integrando<br />
ainda o índice de sustentabilidade FTSE4Good.<br />
Atrav<strong>é</strong>s das nossas plataformas multibenefício, disponibilizamos<br />
vales sociais para diversos fins – alimentação,<br />
educação, formação, saúde e apoio social – que aumentam<br />
a qualidade de vida das pessoas e promovem o progresso.<br />
Com o objetivo de exponenciar os efeitos positivos inerentes<br />
aos benefícios, desenvolvemos diversos programas<br />
que impactam toda a sociedade. Por exemplo, atrav<strong>é</strong>s do<br />
Programa FOOD, que conta com o apoio da União Europeia<br />
e da Direção-Geral da Saúde, incentivamos a adoção<br />
de hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis junto<br />
dos colaboradores, enquanto promovemos a oferta de refeições<br />
mais equilibradas e o combate ao desperdício pelos<br />
restaurantes.<br />
Para reduzir o impacto ambiental das nossas soluções,<br />
contribuindo para a economia circular e para a ecocidadania,<br />
os cartões da Edenred são produzidos com materiais<br />
mais ecológicos. Al<strong>é</strong>m disso, atrav<strong>é</strong>s do Programa MERE-<br />
CE, todos os cartões eletrónicos da Edenred podem ser<br />
reciclados. Basta inseri-los num Multibanco quando a sua<br />
validade termi<strong>na</strong>, para que sejam transformados em peças<br />
de mobiliário urbano, como bancos de jardim, mesas, floreiras,<br />
ecopontos, entre outras.<br />
1<br />
O transporte urbano <strong>é</strong> um dos principais responsáveis pela emissão de gases<br />
com efeitos de estufa, pelo que a implementação de políticas e medidas mais<br />
sustentáveis são fundamentais para combater este cenário. Como tal, a sustentabilidade<br />
<strong>é</strong> um dos pilares da DPD, uma vez que queremos oferecer um grau<br />
elevado de conveniência aos nossos clientes enquanto preservamos o planeta.<br />
Fomos a primeira empresa global de entrega de encomendas a ter a suas metas<br />
de redução de emissões de CO2, de curto (2030) e longo prazo (2040), aprovadas<br />
pela iniciativa Science Based Targets (SBTi) – uma aprovação histórica que<br />
valida de forma científica o nosso objetivo de atingir o net zero at<strong>é</strong> 2040 e que<br />
nos coloca num caminho claro para ser referência inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em entregas<br />
sustentáveis.<br />
Para alcançar este marco estamos a trabalhar para disponibilizar entregas<br />
100% descarbonizadas em 350 cidades europeias at<strong>é</strong> 2025, o que irá representar<br />
menos 83% de emissões de carbono.<br />
2<br />
Desde 2019 que temos vindo a apostar <strong>na</strong> descarbonização da nossa frota de<br />
Lisboa, que já conta com 55 viaturas el<strong>é</strong>tricas. Este ano pretendemos continuar<br />
a aumentar estes valores e apostar noutras cidades portuguesas. At<strong>é</strong> ao fi<strong>na</strong>l<br />
de <strong>2023</strong> queremos ter 207 viaturas el<strong>é</strong>tricas com zero emissões de carbono em<br />
Lisboa, Porto, Seixal, Guarda, Évora, Viseu, Leiria, Faro e Funchal, um valor<br />
que irá representar 30% da frota total da DPD em Portugal. A par da aposta<br />
<strong>na</strong> descarbonização da nossa frota, temos estado a investir nos serviços de recolha<br />
de encomendas alter<strong>na</strong>tivas ao home delivery, nomeadamente a recolha<br />
em lojas de proximidade (lojas Pickup) e em cacifos inteligentes (lockers), que<br />
permitem reduzir recursos e o impacto ambiental das entregas, devido à diminuição<br />
do número de deslocações dos estafetas. Neste segmento, contamos<br />
atualmente <strong>na</strong> DPD com cerca de 200 cacifos e 1200 pontos Pickup de Norte<br />
a Sul de Portugal – um valor que pretendemos aumentar nos próximos anos.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
40 \\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
7 8<br />
ELSA MONTEIRO<br />
Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong>,<br />
So<strong>na</strong>e Sierra<br />
MARIANA SARAMAGO & PATRÍCIA BAÇÃO<br />
Comunicação Inter<strong>na</strong>, Exter<strong>na</strong><br />
& Impacto Positivo, Norauto<br />
1<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> indispensável para a Sierra. Está profundamente enraizada<br />
no nosso ADN e <strong>é</strong> um claro fator distintivo da nossa identidade. Desde 1998,<br />
quando lançámos a nossa primeira Política Ambiental, atualizamos continuamente<br />
as nossas práticas, reforçando as nossas ambições para uma sociedade<br />
mais sustentável. Como resultado, conquistámos mais de 100 pr<strong>é</strong>mios e distinções<br />
de destaque no setor, demonstrando a nossa posição pioneira <strong>na</strong> evolução<br />
de práticas sustentáveis.<br />
A nossa estrat<strong>é</strong>gia de sustentabilidade abrange um total de 11 áreas materiais<br />
que resultam numa avaliação profunda, rigorosa e abrangente do impacto de todas<br />
as nossas atividades, tendo por base duas prioridades estrat<strong>é</strong>gicas: garantir<br />
um ambiente urbano resiliente e assegurar uma força de trabalho segura, saudável<br />
e envolvida. Como resultado, definimos objetivos a longo prazo e metas anuais<br />
para impulsio<strong>na</strong>r o nosso ambicioso compromisso de tor<strong>na</strong>r todos os nossos<br />
ativos neutros em carbono at<strong>é</strong> 2040.<br />
2<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> transversal <strong>na</strong> Sierra, com objetivos de sustentabilidade estabelecidos<br />
at<strong>é</strong> 2030 e foco <strong>na</strong> neutralidade carbónica at<strong>é</strong> 2040. Reduzimos o<br />
consumo de água em 40% desde 2003, eletricidade em 66%, desde 2002 e as emissões<br />
de CO2 em 90% desde 2005. O nosso programa Bright®, lançado em <strong>2023</strong>,<br />
permitiu identificar 273 iniciativas e gerar 703 oportunidades de melhoria, conduzindo<br />
a uma redução no consumo de 33.200 MWh e 7,4 milhões de euros em<br />
potenciais poupanças anuais. O Bright 2.0, lançado em 2022, identificou mais<br />
37% de redução potencial do consumo de energia, totalizando cerca de 45.510<br />
MWh e 6,8 milhões de euros em poupanças anuais (preços de energia de 2022).<br />
Somos parceiros da iniciativa “Smart Open Lisboa”, que promove soluções inovadoras<br />
para a transição energ<strong>é</strong>tica e adotámos os Princípios para um Investimento<br />
Responsável (PRI) em 2022 como compromisso de continuar uma mudança<br />
contínua com as melhores práticas de investimento de referência.<br />
1<br />
Conscientes da poluição causada pelo sector de actividade, a Norauto<br />
tem assumido o seu compromisso contínuo <strong>na</strong> redução, reutilização<br />
e reciclagem de resíduos normais e perigosos com objetivo de reduzir<br />
o seu impacto ambiental <strong>na</strong> sociedade. Como líderes de centros<br />
de manutenção automóvel, queremos agir, ser exemplo e contribuir<br />
para a redução da pegada ambiental. Os nossos compromissos diários<br />
recaem sobre estes principais ODS*: o número 13 <strong>na</strong> luta contra as<br />
alterações climáticas, o número 15 <strong>na</strong> proteção da biodiversidade, o<br />
número 3 <strong>na</strong> saúde e segurança, o número 10 no combate à desigualdade<br />
e o número 12, <strong>na</strong> produção e consumo responsável.<br />
2<br />
Dando continuidade à sua missão e ao seu propósito “Automobilista<br />
& Responsável” a Norauto pretende ser o co-piloto desta transição<br />
para uma mobilidade mais sustentável, quer seja atrav<strong>é</strong>s da oferta e<br />
disponibilização de soluções para limitar o impacto das deslocações<br />
dos nossos colaboradores e clientes, quer seja atrav<strong>é</strong>s da disponibilização<br />
de gamas de produtos de mobilidade, e de Eco Serviços, tais<br />
como Eco Revisão e a Descarbonização dos veículos.<br />
Como marca inovadora e especialista no sector, há mais de 25 anos, a<br />
Norauto tem vindo a acompanhar a evolução tecnológica do mercado<br />
oferecendo tamb<strong>é</strong>m soluções de manutenção para veículos el<strong>é</strong>tricos<br />
e híbridos, produtos e acessórios.<br />
Paralelamente, dispomos de ca<strong>na</strong>is de reciclagem para cada tipo de<br />
resíduo, promovendo a consciencialização dos colaboradores para<br />
a triagem e reciclagem dos mesmos. Mas, vamos ainda mais longe,<br />
atrav<strong>é</strong>s das Recycling Walls existentes em alguns centros Norauto,<br />
onde promovemos a entrega de resíduos gerados pelos clientes, para<br />
encaminhamento e tratamento respetivos.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
41<br />
9<br />
CARLOS GOUVEIA<br />
CEO, Scoring<br />
1<br />
Para a Scoring a sustentabilidade <strong>é</strong> fundamental, e está no<br />
core dos serviços que prestamos. Avaliamos e certificamos a<br />
sustentabilidade fi<strong>na</strong>nceira das empresas e, portanto, a nossa<br />
sustentabilidade resulta de trabalhar a sustentabilidade das<br />
outras empresas.<br />
A sustentabilidade não <strong>é</strong> só ambiental. Há mais sustentabilidade<br />
para al<strong>é</strong>m dessa vertente. Duma forma geral, sustentabilidade<br />
está intrinsecamente ligada à palavra futuro. Futuro do<br />
ambiente, futuro das pessoas, futuro das empresas, futuro do<br />
planeta. Tudo tem de ser pensado globalmente, porque todos<br />
têm de caminhar e de progredir, só assim o desenvolvimento<br />
sustentável pode acontecer.<br />
Como somos uma PME de serviços, com processos praticamente<br />
digitalizados a 100%, temos consciência que a nossa<br />
pegada ecológica <strong>é</strong> muito reduzida.<br />
A sustentabilidade para nós <strong>é</strong> fundamental, porque está no<br />
core dos serviços que prestamos. Avaliamos e certificamos a<br />
sustentabilidade fi<strong>na</strong>nceira das empresas, e portanto, a nossa<br />
sustentabilidade resulta de trabalhar a sustentabilidade das<br />
outras empresas.<br />
2<br />
Apoiamos as empresas, sobretudo PME, <strong>na</strong> sua jor<strong>na</strong>da de<br />
sustentabilidade. É esse fundamentalmente o contributo que<br />
procuramos dar para um Portugal mais sustentável.<br />
A sustentabilidade para as empresas em geral, do nosso ponto<br />
de vista, pode ser vista por 2 prismas: por um lado, as empresas<br />
apresentarem fi<strong>na</strong>nças sustentáveis, e por outro, contruírem<br />
a sustentabilidade corporativa.<br />
A Scoring desenvolveu certificações fi<strong>na</strong>nceiras que,<br />
perante uma avaliação rigorosa das contas anuais das<br />
empresas, devidamente auditada por entidade exter<strong>na</strong>s,<br />
permite identificar as empresas que são as mais sustentáveis<br />
fi<strong>na</strong>nceiramente. Como já vamos <strong>na</strong> 3ª edição, num<br />
projeto que já conta com mais de 3.500 PME de norte<br />
a Sul do país e de praticamente todos os setores de atividade,<br />
temos vindo a constatar a importância crescente<br />
que as empresas estão a dar a este tema. Como diz o<br />
poeta, primeiro estranha-se e depois entranha-se. Muitos<br />
dos empresários ligavam exclusivamente aos resultados<br />
e esqueciam o balanço. Com o nosso contributo, começam<br />
a dar mais a importância ao equilíbrio das contas<br />
da empresa: por um lado, capacidade de gerar resultados<br />
positivos, porque isso <strong>é</strong> o que mais valoriza uma empresa;<br />
mas tamb<strong>é</strong>m terem uma situação fi<strong>na</strong>nceira estável,<br />
que lhe permita não só suportar a atividade corrente, mas<br />
tamb<strong>é</strong>m assumirem os investimentos necessários para a<br />
sua modernização no futuro. É esta conjugação que faz as<br />
empresas sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente.<br />
Estamos certos de que desempenhamos, cada vez mais,<br />
um papel importante para tor<strong>na</strong>r Portugal um país mais<br />
sustentável. Por um lado, contribuímos claramente para<br />
que as empresas mudem a sua atitude e que incorporem<br />
mais a palavra “futuro” <strong>na</strong> sua gestão, e isso contribui para<br />
a sua longevidade e estabilidade. Por outro lado, sabe-se<br />
que as empresas mais sustentáveis fi<strong>na</strong>nceiramente, têm<br />
uma gestão mais rigorosa e estão mais aptas a implementarem<br />
práticas de sustentabilidade <strong>na</strong> área do ambiente,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong>s áreas social e de gover<strong>na</strong>ção.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
42<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
10<br />
FILIPA PIMENTEL<br />
Diretora de Desenvolvimento<br />
Sustentável e Impacto Local, Pingo Doce<br />
11<br />
CLIMÉNIA SILVA<br />
Diretora-Geral, Valorpneu<br />
1<br />
No Pingo Doce, enquanto retalhista alimentar<br />
que chega diariamente a milhares de pessoas,<br />
temos como prioridade criar valor para os<br />
nossos clientes e comunidades onde estamos<br />
inseridos, respeitando o ambiente e as pessoas<br />
e tamb<strong>é</strong>m a responsabilidade de influenciar<br />
práticas, processos, produtos e hábitos mais<br />
sustentáveis em toda a cadeia de valor, desde<br />
o produtor at<strong>é</strong> ao consumidor.<br />
Esta dimensão e capilaridade dá-nos a oportunidade<br />
única de promover o bem-estar e ter<br />
um impacto positivo <strong>na</strong>s pessoas, no planeta<br />
e <strong>na</strong>s comunidades. Levamos esta consciência<br />
e responsabilidade com grande seriedade, mas<br />
tamb<strong>é</strong>m como uma motivação para fazer melhor<br />
e influenciar positivamente todos os dias.<br />
O foco <strong>na</strong> <strong>Sustentabilidade</strong> <strong>é</strong> transversal a<br />
tudo o que fazemos no Pingo Doce há já vários<br />
anos e reflete-se não só no respeito pelo<br />
ambiente e preservação da biodiversidade,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> promoção da saúde atrav<strong>é</strong>s<br />
da alimentação, <strong>na</strong>s nossas compras e <strong>na</strong>s relações<br />
que mantemos com os nossos parceiros<br />
de negócio e no apoio às comunidades em que<br />
nos inserimos.<br />
2<br />
Para elencar ape<strong>na</strong>s alguns exemplos, atendendo<br />
à dimensão do Pingo Doce, a descarbonização<br />
da Logística tem sido uma prioridade<br />
e as medidas já implementadas nesta área<br />
permitiram reduzir as emissões de CO2 em<br />
mais de 40% <strong>na</strong> última d<strong>é</strong>cada. Um progresso<br />
distinguido com vários pr<strong>é</strong>mios <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />
Por outro lado, sendo a comida a nossa maior<br />
especialidade, estamos empenhados em promover<br />
uma alimentação mais saudável, tendo<br />
iniciado há mais de 10 anos, um trabalho de<br />
melhoria nutricio<strong>na</strong>l dos nossos produtos que<br />
já nos permitiu reduzir mais de 1800 toneladas<br />
de açúcar, mais de 40 toneladas de sal e<br />
cerca de 25 toneladas de gordura.<br />
No que respeita às embalagens, foram várias<br />
as mudanças que o Pingo Doce fez nos últimos<br />
anos no âmbito do Programa de Ecodesign.<br />
Este Programa, implementado em 2011 e focado<br />
nos produtos de Marca Própria, já evitou<br />
o consumo total de mais de 26 mil toneladas<br />
de materiais de embalagem, melhorando a<br />
ecoeficiência de mais de 500 referências.<br />
E porque sustentabilidade <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m cuidar da<br />
comunidade, o Pingo Doce apoia diariamente<br />
mais de 500 instituições em todo o país, atrav<strong>é</strong>s<br />
de do<strong>na</strong>tivos e outras iniciativas e do Bairro Feliz,<br />
um programa de dá a oportunidade a toda a<br />
população e entidades de fazerem algo com impacto<br />
positivo nos Bairros, que está <strong>na</strong> 3ª edição<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e já apoiou mais de 1000 causas.<br />
1<br />
A contribuição para uma sociedade<br />
mais sustentável <strong>é</strong> o motor que nos faz<br />
trabalhar todos os dias <strong>na</strong> gestão dos<br />
pneus usados. Os pneus em fim de vida<br />
são resíduos, mas podem transformar-<br />
-se em recursos e para tal <strong>é</strong> necessário<br />
que tenham o devido encaminhamento<br />
para serem reaproveitados. Os destinos<br />
dos pneus usados podem ser os seguintes:<br />
reciclagem, recauchutagem e valorização<br />
energ<strong>é</strong>tica. A nossa missão <strong>é</strong> fazer<br />
gerir a recolha dos pneus usados em<br />
Portugal e reencaminhá-los para um<br />
dos destinos. Desta forma contribuímos<br />
para uma economia circular e para uma<br />
sociedade mais sustentável.<br />
2<br />
A Valorpneu gere o SGPU (Sistema<br />
Integrado de Gestão de Pneus Usados)<br />
em Portugal há mais de duas d<strong>é</strong>cadas.<br />
Fomos uma das entidades pioneiras <strong>na</strong><br />
Europa e somos um exemplo para outros<br />
países <strong>na</strong> forma como gerimos e<br />
implementámos este sistema de gestão<br />
de resíduos. Como já vem sendo habitual<br />
há vários anos, a Valorpneu não<br />
só cumpriu todas as metas impostas<br />
legalmente no que diz respeito à reco-<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
43<br />
12<br />
JOÃO TRINCHEIRAS<br />
Corporate Communications Ma<strong>na</strong>ger,<br />
BMW Group Portugal<br />
lha e preparação para reutilização e reciclagem de<br />
pneus usados, como as ultrapassou.<br />
O ano de 2022 foi bastante positivo para a Valorpneu.<br />
Em termos operacio<strong>na</strong>is, a Valorpneu<br />
registou 95 464 toneladas de pneus colocados<br />
no mercado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, um aumento de 2% face a<br />
2021. Graças aos esforços dos operadores da rede<br />
estes números são evidência que, uma vez mais,<br />
foi não só cumprido o objetivo de recolha de 96%,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m nos voluntariámos para recolher e<br />
tratar um adicio<strong>na</strong>l de 14 109 toneladas de pneus<br />
usados, os quais foram integralmente valorizados,<br />
permitindo evitar todos os riscos associados ao<br />
não tratamento destas quantidades se as mesmas<br />
ficassem à margem do sistema.<br />
Para al<strong>é</strong>m disto, temos promovido iniciativas de<br />
“I&D” no sentido de encontrar novas soluções de<br />
aplicações dos pneus usados: de entre outras, o<br />
projeto Nextlap e o Pr<strong>é</strong>mio Inovação são referência.<br />
Destas iniciativas já surgiram soluções como,<br />
por exemplo, a incorporação da borracha dos<br />
pneus em solas de sapatos e em barreiras acústicas<br />
<strong>na</strong>s linhas ferroviárias <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />
A Valorpneu tamb<strong>é</strong>m realiza iniciativas de sensibilização<br />
com o intuito de comunicar junto do<br />
público em geral quais as medidas de prevenção<br />
para o correto uso dos pneus de forma a prolongar<br />
o seu ciclo de vida. Queremos contar com todos os<br />
cidadãos para nos ajudarem nesta missão de criar<br />
vidas diferentes e mais longas para os pneus.<br />
1<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> importante porque reconhece a ligação entre meio ambiente, sociedade<br />
e economia, oferecendo um quadro para tomar decisões responsáveis que protejam<br />
o planeta, promovam o bem-estar das pessoas e criem um futuro próspero. No<br />
contexto atual, marcas que atuam no setor premium, como a BMW, não se podem focar<br />
exclusivamente <strong>na</strong> qualidade, exclusividade ou experiência, sem se focarem <strong>na</strong> sustentabilidade.<br />
Esta <strong>é</strong> uma tendência definidora para o futuro da mobilidade, não só porque a disponibilização<br />
de uma frota cada vez mais sustentável <strong>é</strong> uma mais-valia para todos, mas<br />
tamb<strong>é</strong>m porque dá resposta às expectativas mais ecológicas dos consumidores.<br />
Para a BMW, não basta produzir veículos isentos de emissões. É preciso que toda a cadeia<br />
seja sustentável, razão pela qual temos investido cada vez mais <strong>na</strong> nossa visão de<br />
circularidade. Acreditamos que <strong>é</strong> com esta mentalidade sustentável transversal que faremos<br />
o nosso papel enquanto impulsio<strong>na</strong>dor de uma indústria mais consciente.<br />
2<br />
Procuramos ter um papel pedagógico, promovendo as vantagens de uma condução mais<br />
ecológica e lembrando as autoridades da necessidade de esta ser uma aposta de todos – e<br />
que a aposta em incentivos e infraestruturas <strong>é</strong> essencial.<br />
Trabalhamos tamb<strong>é</strong>m de forma ativa com as autoridades locais. Foi assim com o Pacto<br />
de Mobilidade que assinámos com o município de Lisboa e a campanha “Ligados à Comunidade<br />
Geramos <strong>Sustentabilidade</strong>”, no município de Oeiras, onde estamos sediados.<br />
Em 140 cidades europeias, incluindo Porto, Lisboa, Braga, Oeiras e Matosinhos, os veículos<br />
híbridos Plug-in da BMW passam automaticamente para o modo el<strong>é</strong>trico quando<br />
entram em zo<strong>na</strong>s de baixas emissões, graças ao sistema BMW eDriveZones – uma das<br />
inovações desenvolvidas no país, <strong>na</strong> joint-venture Critical TechWorks.<br />
Al<strong>é</strong>m do mais, apostámos num modelo híbrido, promovendo uma gestão mais consciente<br />
das necessidades de deslocação, e reforçámos a nossa frota eletrificada e as nossas infraestruturas.<br />
Nos nossos parques de estacio<strong>na</strong>mento, cerca de 30% dos lugares têm pontos<br />
de carregamento para os veículos dos colaboradores, sem qualquer custo adicio<strong>na</strong>l.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
44<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
13<br />
VICENTE HUERTAS<br />
CEO, Minsait Portugal<br />
1<br />
Enquanto CEO da Minsait Portugal, reconheço a importância<br />
fundamental da sustentabilidade no nosso setor de<br />
atuação. A sustentabilidade desempenha um papel crucial<br />
<strong>na</strong> forma como conduzimos os nossos negócios e como<br />
procuramos oferecer soluções tecnológicas inovadoras aos<br />
nossos clientes. A tecnologia está intrinsecamente ligada<br />
à sustentabilidade, pois tem o potencial de impulsio<strong>na</strong>r<br />
mudanças positivas e contribuir para a preservação do<br />
meio ambiente. Na Minsait, estamos comprometidos em<br />
desenvolver soluções tecnológicas que abordem os desafios<br />
sociais e ambientais. Estamos comprometidos em oferecer<br />
soluções tecnológicas que ajudem os nossos clientes a alcançar<br />
os seus objetivos de sustentabilidade. Acreditamos<br />
que a tecnologia pode ser uma poderosa aliada nomeadamente<br />
<strong>na</strong> redução das emissões de carbono, <strong>na</strong> gestão eficiente<br />
de recursos e <strong>na</strong> promoção de práticas comerciais<br />
mais sustentáveis.<br />
2<br />
Destacaria 3 projetos / soluções em concreto que temos<br />
implementado em Portugal:<br />
1) A solução Oblysis, desti<strong>na</strong>da a implementação <strong>na</strong>s estações<br />
de tratamento de águas residuais, tem por objetivos<br />
que o processo de depuração seja mais eficiente e estável,<br />
diminuindo simultaneamente os custos operativos<br />
associados aos consumos energ<strong>é</strong>ticos, produção de lamas<br />
e consumos de aditivos químicos. A implementação desta<br />
solução tem assim uma consequência relevante em termos<br />
ambientais, uma vez que tor<strong>na</strong>ndo o processo de depuração<br />
mais eficiente ajuda tamb<strong>é</strong>m melhorar a qualidade do<br />
mesmo e permite aumentar os caudais tratados, provocando<br />
que a água que <strong>é</strong> devolvida ao ecossistema, esteja com<br />
melhor qualidade. Por outro lado, a própria redução dos<br />
consumos de energia e aditivos químicos vai de encontro<br />
ao conceito ecológico de “redução” da utilização de recursos,<br />
com impactos relevantes no meio ambiente.<br />
2) As soluções de EDI (Electronic Data Interchange). Este<br />
processo, que tem <strong>na</strong> sua g<strong>é</strong>nese objetivos de melhoria da<br />
rapidez <strong>na</strong> transmissão da informação, impacta tamb<strong>é</strong>m<br />
de forma significativa no consumo de papel que tipicamente<br />
existe no processo tradicio<strong>na</strong>l. Daqui consegue-se uma<br />
conservação significativa dos recursos <strong>na</strong>turais e a redução<br />
dos consumos energ<strong>é</strong>ticos e da emissão de gases associados<br />
a todo o processo tradicio<strong>na</strong>l de emissão, transporte<br />
e entrega deste documentos em formato físico que, <strong>na</strong>turalmente,<br />
vai impactar tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> redução da geração de<br />
resíduos.<br />
3) Fi<strong>na</strong>lmente, no âmbito dos projetos realizados em Portugal<br />
estão tamb<strong>é</strong>m aqueles processos em que estamos a<br />
ajudar as entidades ligados à prestação de serviços turísticos<br />
<strong>na</strong> promoção e otimização da sua oferta, nomeadamente<br />
<strong>na</strong> que está relacio<strong>na</strong>da com a promoção dos nossos<br />
espaços de lazer. Sabemos que o turismo pode ter um impacto<br />
ambiental nesses espaços (ex.: praias, serras, monumentos,<br />
etc.) pelo que as nossas soluções ajudam a que os<br />
turistas conheçam melhor cada um desses espaços (e esse<br />
conhecimento traduz-se no desejo de proteção) e tamb<strong>é</strong>m<br />
que sejam orientados/monitorizados durante a visita de<br />
forma a evitar uma utilização danosa dos mesmos.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
INDÚSTRIA<br />
TECNOLOGIA INOVAÇÃO
46<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
14 15<br />
PEDRO SEQUEIRA<br />
Diretor de Operações,<br />
Saint-Gobain Portugal<br />
YVONNE BRIERLEY<br />
Administradora Geral,<br />
Daikin Portugal<br />
1<br />
Sendo o setor da construção um dos responsáveis por uma grande fatia das emissões<br />
de carbono à escala global, todas as ações que possam ser realizadas para minimizar<br />
este impacto são fundamentais. É nesse sentido que há mais de 20 anos as<br />
nossas equipas de Investigação e Desenvolvimento têm presente conceitos como<br />
eco inovação e circularidade no desenvolvimento de novos produtos e soluções,<br />
sem descurar a elevada qualidade dos produtos que definem as marcas da Saint-Gobain.<br />
Como exemplos de inovação nestas áreas, saliento o webercol flex lev<br />
e o ibercontak plus, que têm <strong>na</strong> sua formulação mais de 30% de mat<strong>é</strong>rias-primas<br />
revalorizadas.<br />
2<br />
A possibilidade de utilização de subprodutos (inicialmente classificados como resíduos)<br />
de outras indústrias, bem como resíduos de construção e demolição têm<br />
cada vez mais importância. Devidamente tratados, podem ser utilizados como<br />
mat<strong>é</strong>rias-primas comuns <strong>na</strong> produção de produtos de alta qualidade para a construção.<br />
Ape<strong>na</strong>s dessa forma <strong>é</strong> que podemos reduzir drasticamente o consumo de<br />
mat<strong>é</strong>rias-primas virgens, melhorando assim a sustentabilidade do país.<br />
Este tem vindo a ser um dos principais focos das nossas equipas, cujo impacto <strong>é</strong><br />
enorme em termos de emissões de CO2. Só em 2022 reduzimos 11% de emissões<br />
no scope 3. Como exemplo, destaco a utilização de areias de leito fluidizados, provenientes<br />
da indústria da pasta de papel, em prol das areias extraídas dos nossos<br />
rios e florestas; a utilização de materiais revalorizados em substituição parcial do<br />
cimento Portland, que <strong>é</strong> um dos principais emissores de CO2 <strong>na</strong> área da construção<br />
(1 tonelada de cimento Portland gera em muitas unidades industriais perto<br />
de 1 tonelada de CO2).<br />
Paralelamente, a forte e constante parceria com as principais universidades e<br />
institutos no desenvolvimento de projetos cujo foco <strong>é</strong> a circularidade, <strong>é</strong> algo que<br />
temos vindo trabalhar cada vez mais, com resultados muito positivos, ajudando<br />
tamb<strong>é</strong>m a uma maior aproximação das universidades à Indústria.<br />
1<br />
Na Daikin o futuro do ar interior do mundo <strong>é</strong> a nossa maior preocupação.<br />
Por isso, atrav<strong>é</strong>s do plano de gestão estrat<strong>é</strong>gica “FU-<br />
SION 25”, onde para al<strong>é</strong>m de uma preocupação, sempre patente<br />
<strong>na</strong> nossa forma de atuar no mercado, <strong>na</strong> forma de proporcio<strong>na</strong>r<br />
espaços seguros, saudáveis e confortáveis durante todo o ciclo de<br />
vida dos edifícios, utilizando tecnologia líder mundial., estabelecemos<br />
como prioridade at<strong>é</strong> 2030 alcançar a neutralidade carbónica<br />
<strong>na</strong>s nossas fábricas; tor<strong>na</strong>rmo-nos no principal produtor de<br />
soluções sustentáveis de aquecimento e arrefecimento.<br />
2<br />
Num país como Portugal, onde ainda há muito para fazer rumo<br />
à descarbonização, a Daikin trabalha diariamente no sentido de<br />
promover conversas francas e esclarecedoras com as associações<br />
do setor, com os promotores imobiliários, projetistas, instaladores<br />
e estudantes de engenharia e de escolas profissio<strong>na</strong>is, no<br />
sentido de os melhor informar sobre soluções sustentáveis, de<br />
elevada eficiência energ<strong>é</strong>tica e que contribuam para uma não<br />
dependência dos combustíveis fosseis.<br />
Simultaneamente, apoiamos a formação de todos estes agentes,<br />
e promovemos regularmente seminários e workshops de modo<br />
a ajudá-los nesta transição, at<strong>é</strong> porque <strong>é</strong>, claramente, uma tendência<br />
de mercado, fruto das normativas vigentes, as bombas<br />
de calor assumirem papel fundamental e urgente no triângulo<br />
energia, combustíveis e edifícios. Uma necessidade tanto maior<br />
quando os números revelam que a área do aquecimento residencial,<br />
seja de peque<strong>na</strong>s habitações, ou grandes edifícios de<br />
apartamentos ou mesmo edifícios de serviços, representa cerca<br />
de 40% das emissões equivalentes de CO2 para a atmosfera.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
47<br />
16 17<br />
ROSSANA GAMA<br />
Country Ma<strong>na</strong>ger,<br />
Grupo Boticário Portugal<br />
NELSON PIRES<br />
Diretor Geral,<br />
Jaba Recordati Portugal<br />
1<br />
O setor de beauty, care e perfumaria <strong>é</strong> um mercado bastante dinâmico, de<br />
forte concorrência e cada vez em maior expansão. Nós sempre estivemos <strong>na</strong><br />
vanguarda da beleza, antecipando tendências e inovações, e assim impondo<br />
um ritmo para que, não só a concorrência, mas tamb<strong>é</strong>m a nossa cadeia de<br />
fornecimento pudesse evoluir e pensar em um futuro mais limpo.<br />
Para nós, o tema sempre foi algo inegociável e transversal ao negócio, independente<br />
do país de atuação, já que hoje estamos presentes em mais de 50<br />
deles. Todas as nossas ações devem estar pautadas pelo ESG: desde o processo<br />
de pesquisa, fornecimento, at<strong>é</strong> distribuição e pós-consumo.<br />
A partir da visão ampliada de toda a nossa cadeia de valor, monitoramos tendências,<br />
riscos e oportunidades para aperfeiçoar nossa capacidade de gerar e<br />
compartilhar valor em curto, m<strong>é</strong>dio e longo prazos considerando, de modo<br />
integrado, os fatores ambientais, sociais, diversidade, inclusão e de gover<strong>na</strong>nça<br />
em todas as instâncias de tomada de decisão.<br />
2<br />
Atender aos desejos e às necessidades dos nossos consumidores com menores<br />
impactos ambientais e sociais está em nosso ADN. É nosso papel como empresa<br />
fomentar temas relevantes para o pleno desenvolvimento da sociedade,<br />
e o controle de impactos <strong>é</strong> um deles.<br />
Um comitê formado por nossos especialistas avalia constantemente os materiais<br />
utilizados <strong>na</strong> fabricação de nossas embalagens e acessórios em três<br />
dimensões: Toxidade Huma<strong>na</strong>, Impacto Ambiental e Impacto Social. Por<br />
meio desses crit<strong>é</strong>rios, nós tomamos as decisões para o controle de utilização,<br />
substituição ou ainda o banimento da substância.<br />
Ecodesign, materiais sustentáveis, produtos veganos, produtos orgânicos, seguro<br />
para corais, fórmulas com menor impacto <strong>na</strong> água, brilho livre de plástico,<br />
EcoÁlcool e energia renovável. Estas são algumas das frentes que nossos<br />
times focam ao pesquisar e desenvolver os produtos do Grupo Boticário!<br />
1<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> fundamental para a Indústria farmacêutica e para<br />
a Jaba Recordati, não ape<strong>na</strong>s como cultura empresarial ESG (Environment,<br />
Social, Gover<strong>na</strong>nce), como contributo positivo para a sociedade,<br />
com aumento do valor económico da empresa e manutenção de talento.<br />
O nosso propósito <strong>é</strong> “unlocking the full potential of life”, e libertar esse potencial<br />
passa tamb<strong>é</strong>m pela pegada que deixamos no mundo, o ADN que<br />
construímos e a devolução à comunidade do muito que esta dá á nossa<br />
organização.<br />
2<br />
Estamos focados em reduzir o nosso impacto ambiental, criando uma<br />
economia circular e promovendo a redução do desperdício. Em 2022, 84%<br />
da electricidade utilizada <strong>na</strong>s nossas fábricas foi origi<strong>na</strong>do em fontes renováveis,<br />
e instalamos pain<strong>é</strong>is solares em 2 unidades industriais de forma a<br />
garantir a autonomia energ<strong>é</strong>tica sustentável. Auditamos 50 fornecedores<br />
ao nível das regras ESG. Inter<strong>na</strong>mente demos formação a todos os nossos<br />
colaboradores. E as medidas não são ape<strong>na</strong>s de grande impacto mas a soma<br />
de pequenos esforços como a nossa frota automóvel que tem um limite de<br />
emissão de carbono por viatura (com preferência pelos automóveis sustentáveis),<br />
incentivamos a redução da impressão em papel, instalamos um<br />
sistema inteligente de gestão da energia <strong>na</strong> nossa sede, queremos retirar<br />
os folhetos em papel das embalagens dos nossos medicamentos (estando<br />
disponíveis com um QR code), as nossas iniciativas de responsabilidade<br />
social estão relacio<strong>na</strong>das com este grande objectivo de sustentabilidade. É<br />
uma cultura corporativa que permite que a Recordati tenha recebido em<br />
2022 o rating A+ da MSCI, em outubro de 2021 fomos incluídos no MIB<br />
ESG índex da Euronext e da borsa Italia<strong>na</strong>, e em junho de 2022 recebemos<br />
o “platinum rating” da EcoVadis. Queremos atingir 10 dos 17 objectivos de<br />
sustentabilidade da agenda 2030 da ONU e vamos conseguir!<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
48<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
18<br />
FRANCO CARUSO<br />
Diretor de <strong>Sustentabilidade</strong><br />
e Comunicação, Grupo Brisa<br />
1<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> parte integrante da estrat<strong>é</strong>gia empresarial do Grupo Brisa, sendo<br />
mesmo um dos seus cinco valores corporativos. Em 2021, o Grupo Brisa assumiu como<br />
propósito transformar a qualidade de vida das comunidades, ligando as pessoas atrav<strong>é</strong>s<br />
de uma mobilidade simples, segura e sustentável.<br />
Como operador de infraestruturas de transporte e de serviços de mobilidade, o Grupo<br />
Brisa tem um histórico relevante no domínio da sustentabilidade, que começa pela<br />
gestão dos impactos ambientais das autoestradas, pela segurança e saúde no trabalho e<br />
pela segurança rodoviária, e hoje inclui os desafios da descarbonização e da promoção<br />
da biodiversidade, mas, tamb<strong>é</strong>m, desafios sociais como os da paridade de g<strong>é</strong>nero e da<br />
inclusão de pessoas com acesso difícil ao mercado de trabalho.<br />
2<br />
Hoje, o Grupo Brisa <strong>é</strong> um parceiro para o desenvolvimento sustentável do País. O plano<br />
estrat<strong>é</strong>gico, aprovado em 2021, compromete o Grupo Brisa com uma participação ativa<br />
<strong>na</strong> descarbonização da economia - e particularmente do setor dos transportes.<br />
Assumimos o objetivo público de redução das emissões de Âmbito 1 e 2, relacio<strong>na</strong>das<br />
com as suas operações) em 42% at<strong>é</strong> 2030 (face a 2021). Para isto, temos em curso uma<br />
transformação do nosso modelo de consumo de energia, com a eletrificação da nossa<br />
frota, a adoção de luminárias LED em 100% dos nossos postes de ilumi<strong>na</strong>ção pública<br />
<strong>na</strong>s autoestradas, e <strong>na</strong> implementação de novos requisitos de eficiência energ<strong>é</strong>tica dos<br />
edifícios.<br />
Mas, tamb<strong>é</strong>m, assumimos o compromisso a criação das condições para a descarbonização<br />
do tráfego, com a instalação de uma rede de postos de carregamento rápidos e<br />
ultrarrápidos <strong>na</strong>s suas autoestradas com a marca Via Verde Electric. O setor dos transportes<br />
representa 28,2% do total de emissões em Portugal, e o Grupo Brisa defende um<br />
esforço coletivo determi<strong>na</strong>do <strong>na</strong> transição para a mobilidade el<strong>é</strong>trica. Por último, importa<br />
referir o trabalho desenvolvido pelo Grupo Brisa <strong>na</strong> investigação e desenvolvimento<br />
da mobilidade integrada e conectada, quer focada nos veículos autónomos, quer<br />
em soluções de mobilidade urba<strong>na</strong>, com a marca Via Verde.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
49<br />
19<br />
PEDRO Q CRUZ<br />
ESG Coordi<strong>na</strong>tor Partner,<br />
KPMG Portugal<br />
1<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> um tema com uma importância<br />
transversal à KPMG e aos vários setores<br />
em que atuamos. Somos uma empresa de serviços<br />
profissio<strong>na</strong>is de auditoria, consultoria e de<br />
tax e temos acompanhado o impacto que os temas<br />
de ESG têm tido em cada uma dessas áreas,<br />
o que nos levou, de resto, a investir de forma expressiva<br />
<strong>na</strong> capacitação das nossas equipas, para<br />
podermos apoiar os nossos clientes <strong>na</strong>s várias<br />
dimensões da sua jor<strong>na</strong>da ESG.<br />
No que diz respeito, por exemplo, à auditoria, as<br />
responsabilidades do auditor têm evoluído ao<br />
longo do tempo e são hoje mais abrangentes, não<br />
se limitando à revisão das demonstrações fi<strong>na</strong>nceiras,<br />
contribuindo de forma muito relevante<br />
para o desenvolvimento de melhores práticas de<br />
corporate gover<strong>na</strong>nce e para a melhoria do ambiente<br />
de controlo interno das empresas, assim<br />
como <strong>na</strong> revisão da qualidade da informação<br />
não fi<strong>na</strong>nceira divulgada ao mercado.<br />
Mas os desafios da sustentabilidade vão muito<br />
al<strong>é</strong>m da área de auditoria e aplicam-se a cada<br />
organização, quer nos seus processos de produção<br />
ou cadeias de abastecimento, quer <strong>na</strong> sua<br />
própria organização inter<strong>na</strong>. A sustentabilidade<br />
<strong>é</strong>, hoje em dia, um fator decisivo para a sobrevivência<br />
e crescimento de qualquer empresa, seja<br />
qual for o setor em que atue.<br />
Nesse sentido, e em linha com a estrat<strong>é</strong>gia ESG<br />
da KPMG global, em Portugal criámos uma<br />
equipa multidiscipli<strong>na</strong>r que incorpora profissio<strong>na</strong>is<br />
das várias áreas de negócio da KPMG,<br />
incluindo profissio<strong>na</strong>is de ma<strong>na</strong>gement consulting,<br />
technology consulting, deal advisory e<br />
M&A, tax e assurance.<br />
Esta equipa, em permanente crescimento, está<br />
capacitada para ajudar os nossos clientes nos<br />
vários desafios ESG, nomeadamente no desenvolvimento<br />
de uma estrat<strong>é</strong>gia e ambição ESG<br />
alinhadas com o seu modelo de negócio.<br />
2<br />
Criámos em Portugal uma equipa multidiscipli<strong>na</strong>r<br />
com profissio<strong>na</strong>is das várias áreas de negócio<br />
da KPMG, a qual tem vindo a ajudar os nossos<br />
clientes a concretizar e a promover os crit<strong>é</strong>rios<br />
ESG dentro das suas organizações.<br />
Acreditamos que <strong>é</strong> fundamental liderar pelo<br />
exemplo e, por isso, temos desenvolvido várias<br />
iniciativas, como o nosso novo edifício FPM41<br />
em Lisboa, que se caracteriza pela utilização de<br />
“energia verde”, pela redução do consumo de papel<br />
e de consumíveis, pela redução do consumo<br />
de plástico, a maximização de materiais e equipamentos<br />
“eco-friendly”, como por exemplo a<br />
utilização de impressoras de nova geração que<br />
diminuem o consumo energ<strong>é</strong>tico.<br />
Conscientes do peso do uso do automóvel <strong>na</strong>s<br />
emissões de CO2, a renovação em curso da nossa<br />
frota automóvel está a ser realizada ape<strong>na</strong>s<br />
com automóveis el<strong>é</strong>tricos ou híbridos e incluímos,<br />
nos benefícios que atribuímos aos nossos<br />
colaboradores, diversas medidas de fomento à<br />
utilização de transportes públicos.<br />
Realizamos regularmente várias iniciativas inter<strong>na</strong>s<br />
e exter<strong>na</strong>s de responsabilidade social,<br />
onde criamos condições para as nossas pessoas<br />
ajudarem comunidades e ONGs. A título de<br />
exemplo, cada colaborador da KPMG Portugal<br />
pode dedicar um dia por ano a ações de solidariedade<br />
social e apoio a comunidades ou instituições<br />
por si escolhidas.<br />
Colaboramos em iniciativas que envolvem a<br />
participação direta dos nossos colaboradores,<br />
como por exemplo a recente iniciativa que envolveu<br />
a participação de quase 300 trabalhadores<br />
da KPMG <strong>na</strong> plantação de milhares de vegetais<br />
e <strong>na</strong> confeção de 2.500 refeições em parceria<br />
com a REFFOD, ou a Corrida Solidária realizada<br />
no fi<strong>na</strong>l de 2022 no Estádio Universitário<br />
de Lisboa, onde cada quilómetro percorrido<br />
contribuiu com valores monetários para duas<br />
instituições de responsabilidade social.<br />
A nível mundial, podemos destacar a redução de<br />
25% das emissões de CO2 em 2022 face a 2019<br />
ou o facto das 20 maiores firmas da KPMG a<br />
nível inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l terem atingido no ano passado<br />
o objetivo de utilização de 100% energia<br />
renovável.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
50<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
20<br />
ONEY BANK<br />
1<br />
A importância da sustentabilidade no setor fi<strong>na</strong>nceiro<br />
reflete-se em várias vertentes, nomeadamente,<br />
<strong>na</strong> incorporação de crit<strong>é</strong>rios ESG<br />
neste setor, atrav<strong>é</strong>s das decisões de investimento,<br />
cr<strong>é</strong>dito e no desenvolvimento de produtos,<br />
tendências às quais estamos atentos. Por outro<br />
lado, temos a preocupação de incluir a sustentabilidade<br />
no nosso modelo de negócio.<br />
Sabemos que a crescente procura por soluções<br />
sustentáveis impulsio<strong>na</strong> a criação de produtos<br />
fi<strong>na</strong>nceiros específicos que respondam a essas<br />
necessidades e trabalhamos nesse sentido. Por<br />
exemplo, ao contribuir para a oferta de seguros<br />
para a mobilidade em transportes amigos<br />
do ambiente; <strong>na</strong> criação de campanhas que<br />
incentivem a aquisição de produtos mais sustentáveis,<br />
bem como atrav<strong>é</strong>s dos barómetros<br />
regulares que fazemos, de forma a conhecer e<br />
acompanhar os hábitos de consumo sustentáveis<br />
das pessoas, assim como orientar <strong>na</strong> tomada<br />
de decisões de negócio, para que estas sejam<br />
cada vez mais amigas do planeta.<br />
2<br />
No Oney Bank temos o compromisso de contribuir<br />
para um futuro mais sustentável e tal<br />
começa inter<strong>na</strong>mente, atrav<strong>é</strong>s da adoção de<br />
práticas sustentáveis <strong>na</strong> nossa operação, ao<br />
procurarmos alter<strong>na</strong>tivas que contribuam<br />
para a redução da pegada carbónica.<br />
Em paralelo, empenhamo-nos no desenvolvimento<br />
de produtos de acordo com este compromisso,<br />
como o Cr<strong>é</strong>dito Energias Renováveis<br />
Oney, que fi<strong>na</strong>ncia e apoia projetos dom<strong>é</strong>sticos<br />
sustentáveis, ou a comercialização do seguro<br />
Mobilidade, desti<strong>na</strong>do a segurar danos em meios<br />
de transporte mais sustentáveis.<br />
Outros exemplos consistem no facto de, desde<br />
2019, medirmos a nossa pegada carbónica, ao nível<br />
dos scopes reconhecidos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente,<br />
com o objetivo de a reduzir. Para tal, mobilizamos<br />
os colaboradores do Oney <strong>na</strong> aferição e no<br />
desenvolvimento de potenciais planos de ação,<br />
sempre com vista a melhorar os resultados. Por<br />
exemplo, reduzimos 39% do consumo de eletricidade<br />
em 2022 vs. 2019, <strong>na</strong> sede do Oney a nível<br />
global.<br />
Em Portugal, uma das medidas mais visíveis consiste<br />
em desligar os nossos pain<strong>é</strong>is publicitários<br />
a partir das 22h. Temos tamb<strong>é</strong>m preocupação<br />
com os materiais, como o uso de PVC reciclado<br />
para desenvolvimento dos cartões, e da sua<br />
reutilização em fim de vida, assim como já conseguimos<br />
converter 91% dos extratos papel em<br />
digitais.<br />
Acresce ainda o facto de promovemos a economia<br />
circular, nomeadamente, atrav<strong>é</strong>s da venda<br />
anual de equipamento tecnológico em fim de<br />
vida, com resultados impressio<strong>na</strong>ntes: em 2021<br />
foram 145 desktops e 35 quiosques digitais; em<br />
2022 tivemos a oportunidade de fazer parte da<br />
recolha destes equipamentos promovida pelo<br />
IPO e chegámos aos 516 kgs de equipamento<br />
que cedemos; já em <strong>2023</strong>, e o ano ainda vai a<br />
meio, disponibilizámos já 19 quiosques digitais.<br />
Mas temos mais exemplos, fi<strong>na</strong>nciamos produtos<br />
mais sustentáveis, em conjunto com os nossos<br />
parceiros-retalhistas, que passam pelo fi<strong>na</strong>nciamento<br />
sem juros de bicicletas, trotinetes, pain<strong>é</strong>is<br />
solares, bombas de calor… ou seja, são passos importantes<br />
no modelo de negócio, com efeito imediato<br />
e com impacto direto no ambiente.<br />
E esta nossa preocupação estende-se tamb<strong>é</strong>m às<br />
ações concretas da limpeza das praias, no âmbito<br />
do World Clean Up Day e <strong>na</strong> mais recente edição,<br />
em 2022, <strong>na</strong> qual recolhemos mais de uma<br />
tonelada de lixo.<br />
Por último, destacamos as parcerias com ONGs<br />
com as quais partilhamos os mesmos valores e<br />
objetivos ambientais e sociais. Ao longo dos últimos<br />
três anos apostamos fortemente <strong>na</strong> literacia<br />
fi<strong>na</strong>nceira e, em conjunto com a Sol Sem<br />
Fronteiras, chegámos já a quase 4000 alunos, de<br />
vários níveis de ensino, contribuindo para a formação<br />
de uma sociedade fi<strong>na</strong>nceiramente mais<br />
informada. Para nós, estas ações consistem em<br />
devolver à sociedade, <strong>na</strong> nossa ótica de empresa<br />
socialmente responsável. São pequenos grandes<br />
passos que queremos continuar a dar!<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
51<br />
21<br />
PAULO PRAÇA<br />
Presidente da Direção, ESGRA<br />
22<br />
SUSANA CARVALHO<br />
Coorde<strong>na</strong>dora de <strong>Sustentabilidade</strong> e<br />
Transição Climática, Bondalti<br />
1<br />
A ESGRA – Associação para a Gestão de Resíduos<br />
tem como missão a promoção dos interesses<br />
dos seus associados no âmbito da gestão e tratamento<br />
de resíduos urbanos de modo a contribuir<br />
para o desenvolvimento sustentável do País numa<br />
economia circular, pelo que a preocupação com<br />
o meio ambiente, como não podia deixar de ser,<br />
assume-se como um dos pilares orientadores da<br />
nossa ação e a sustentabilidade um princípio basilar<br />
e inerente à <strong>na</strong>tureza da atividade de gestão de<br />
resíduos urbanos.<br />
2<br />
No âmbito do que <strong>é</strong> a sua missão e vocação, a ES-<br />
GRA tem desenvolvido a sua atividade em torno<br />
de um conjunto de iniciativas e participado ativa e<br />
empenhadamente <strong>na</strong> identificação das principais<br />
dificuldades do setor e apresentação de propostas<br />
de atuação com vista a habilitar o País dos meios e<br />
condições necessários de modo a contribuir para<br />
a melhoria do desempenho <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para um<br />
novo patamar de qualidade e exigência da atividade<br />
de gestão de recursos urbanos que constitui<br />
um serviço público essencial para o ambiente, salientando-se<br />
que os resíduos constituem fonte de<br />
materiais e recursos que evitarão a exploração de<br />
mat<strong>é</strong>rias-primas críticas e escassas, contribuindo<br />
decisivamente para a preservação e melhoria da<br />
qualidade do ambiente.<br />
1<br />
No futuro não existirão negócios sustentáveis, ape<strong>na</strong>s negócios.<br />
Um negócio só terá sucesso se for capaz de se renovar, incorporando crit<strong>é</strong>rios de sustentabilidade<br />
em toda a sua cadeia de valor, num modelo económico regenerativo.<br />
E este novo paradigma económico passa pela reinvenção do setor químico, desmistificando<br />
uma antiga imagem que a sociedade tem em geral da indústria, como um<br />
dos principais contribuintes para a poluição ou para a perda de biodiversidade. A indústria<br />
química, atrav<strong>é</strong>s de tecnologias inovadoras para captura e utilização de carbono<br />
- o combustível do futuro, será um dos principais motores desta transformação<br />
industrial, a par com a digitalização, porque está <strong>na</strong> base dos setores fundamentais<br />
da economia, como o tratamento de águas, a indústria farmacêutica, a alimentação<br />
ou a construção.<br />
Os conceitos de sustentabilidade, o propósito das organizações e as marcas de confiança,<br />
vão tor<strong>na</strong>r o setor químico cada vez mais atraente, principalmente para as<br />
novas gerações.<br />
2<br />
A Bondalti adv<strong>é</strong>m de uma das mais antigas empresas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, onde ao longo de<br />
mais de 100 anos tem contribuído para um enorme legado de criação de valor e<br />
de responsabilidade social. Em Portugal a Bondalti tem investido fortemente num<br />
diverso portfolio de projetos inovadores, com objetivos concretos de criação de milhares<br />
de novos empregos diretos e indiretos, redução das emissões de gases de efeito<br />
de estufa, aumento da capacidade de produção de energia renovável e redução do<br />
consumo de água, e da produção de resíduos, em setores como o têxtil ou da alimentação.<br />
A Bondalti mant<strong>é</strong>m a sua forte participação <strong>na</strong> comunidade atrav<strong>é</strong>s do apoio direto a<br />
diversas organizações não gover<strong>na</strong>mentais com vista a prover soluções com impacto<br />
social e ambiental, por exemplo nos jovens e criança, ou pessoas com incapacidade,<br />
<strong>na</strong>s comunidades onde nos inserimos. Mas tamb<strong>é</strong>m com enorme investimento <strong>na</strong><br />
promoção da biodiversidade específica do nosso país, como no caso do lince ib<strong>é</strong>rico.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
52<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
23<br />
PEDRO NAZARETH<br />
CEO, Electrão<br />
24<br />
SÉRGIO ROCHA<br />
Chief Executive Officer, Capwatt<br />
1<br />
A gestão de resíduos e a economia circular são sectores directamente relacio<strong>na</strong>dos<br />
com a sustentabilidade e são centrais para o cumprimento de três grandes<br />
Objectivos de Desenvolvimento Sustentável a atingir at<strong>é</strong> 2030, de acordo como<br />
que foi estabelecido pelas Nações Unidas: cidades e comunidades sustentáveis,<br />
produção e consumo sustentáveis e protecção da vida marinha.<br />
A reciclagem permite preservar recursos, reduzir a extracção de novas mat<strong>é</strong>rias-<br />
-primas virgens e a produção de diferentes materiais. O tratamento e reciclagem<br />
de resíduos permite tamb<strong>é</strong>m separar e elimi<strong>na</strong>r a perigosidade de alguns materiais<br />
presentes nos produtos que consumimos, minimizando o seu impacto no<br />
ambiente e <strong>na</strong> saúde huma<strong>na</strong>. Por outro lado, os sistemas de reciclagem têm uma<br />
importância estrat<strong>é</strong>gica <strong>na</strong> mitigação climática <strong>na</strong> medida em que possibilitam<br />
uma origem alter<strong>na</strong>tiva de materiais críticos, essenciais para a produção de tecnologias<br />
que estão <strong>na</strong> base da transição energ<strong>é</strong>tica e digital que a Europa quer operar<br />
tor<strong>na</strong>ndo-se mais autosuficiente.<br />
2<br />
O Electrão representa as mais de 1800 empresas suas clientes <strong>na</strong> gestão dos sistemas<br />
de reciclagem de embalagens, pilhas e equipamentos el<strong>é</strong>ctricos usados em Portugal,<br />
fundamentais para a circularidade dos materiais e sustentabilidade do país.<br />
Melhorar o desempenho ambiental e económico destes sistemas <strong>é</strong> o objectivo<br />
de existir do Electrão. Estamos, por isso, empenhados em continuar a expandir e<br />
melhorar a rede de recolha destes resíduos, facilitando a vida ao cidadão e promovendo<br />
o aumento da quantidade e qualidade da recolha e reciclagem de equipamentos<br />
el<strong>é</strong>ctricos, pilhas e embalagens usados em Portugal.<br />
Proteger o ambiente e a saúde pública significa tamb<strong>é</strong>m mobilizar os Portugueses<br />
para este desafio da recolha selectiva e da reciclagem. Com esse objetivo, temos<br />
promovido inúmeras campanhas de sensibilização ambiental, de que são exemplo<br />
o Quartel Electrão, a Escola Electrão, o Transformar, o Faz pelo Planeta, o Electrão<br />
empresas, entre outras.<br />
1<br />
Tendo em consideração que a energia <strong>é</strong> um bem essencial para uma<br />
sociedade moder<strong>na</strong> e desenvolvida, encontrar a forma de a produzir e<br />
utilizar de forma eficiente e racio<strong>na</strong>l, <strong>é</strong> a melhor forma de tor<strong>na</strong>r o seu<br />
uso sustentável. Assim a Capwatt desenvolve, constrói e gere sistemas de<br />
energia eficientes, promovendo a redução recursos <strong>na</strong>turais e a otimização<br />
de processos. A utilização de soluções energ<strong>é</strong>ticas cada vez mais eficientes<br />
e sustentáveis <strong>na</strong> indústria <strong>é</strong>, atualmente, um dos fatores que mais<br />
impacta a sua competitividade, não ape<strong>na</strong>s do ponto de vista económico,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m do ponto de vista da minimização do impacto ambiental<br />
da atividade. A descarbonização da indústria <strong>é</strong>, assim, um caminho sem<br />
retorno, para o qual temos vindo a contribuir, implementando soluções<br />
para apoiar a transição energ<strong>é</strong>tica.<br />
2<br />
A Capwatt está a desenvolver um conjunto de projetos inovadores que<br />
permitirão substituir combustíveis fosseis por combustíveis renováveis.<br />
A substituição de gás <strong>na</strong>tural por Biometano, ou a produção de metanol<br />
verde - atrav<strong>é</strong>s da produção de hidrog<strong>é</strong>nio renovável e syngas, com<br />
possibilidade de incorporação de carbono biog<strong>é</strong>nico - para utilização em<br />
transporte marítimo ou <strong>na</strong> indústria química são exemplos do que temos<br />
vindo a implementar com vista à redução da intensidade carbónica da<br />
indústria e transportes. Desenvolvemos, implementamos e acompanhamos<br />
projetos tailor made de eficiência energ<strong>é</strong>tica, proporcio<strong>na</strong>ndo um<br />
serviço inovador, que permite otimizar e reduzir os consumos energ<strong>é</strong>ticos.<br />
Apostamos tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> produção de energia el<strong>é</strong>trica de fontes renováveis,<br />
utilizando recursos <strong>na</strong>turais como o sol ou o vento, e operando<br />
sistemas de gestão armaze<strong>na</strong>mento para reduzir os impactos <strong>na</strong> rede e<br />
incrementar o uso dos recursos <strong>na</strong>turais <strong>na</strong> produção de eletricidade.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
53<br />
25<br />
NAVIGATOR<br />
1<br />
O compromisso expresso no nosso propósito corporativo<br />
<strong>é</strong> revelador da ambição de Criar Valor e Crescimento<br />
Sustentável, uma vez que “são as Pessoas, a sua qualidade<br />
de vida e o futuro do Planeta que nos inspiram e nos movem”.<br />
Pessoas e planeta enquanto propósito, vertido nos<br />
dois grandes eixos estrat<strong>é</strong>gicos da nossa Agenda de Gestão<br />
Responsável 2030 - “Sociedade” e “Clima e Natureza”<br />
-, garantem que os nossos esforços se mantêm orientados<br />
para as áreas onde podemos gerar maior impacto positivo.<br />
A estrat<strong>é</strong>gia de negócio responsável da The Navigator<br />
Company tem a dimensão do seu impacto <strong>na</strong> sociedade.<br />
Tendo como ambição contribuir para uma sociedade<br />
descarbonizada, proteger a biodiversidade e gerar valor<br />
para as comunidades, valorizamos o papel crucial das<br />
florestas plantadas e bem geridas <strong>na</strong> transição de um modelo<br />
fóssil e linear sem futuro, para um modelo de bioeconomia<br />
circular, neutro para o Clima, favorável para a<br />
Natureza e justo para a Sociedade.<br />
2<br />
Assumimos um papel ativo <strong>na</strong> economia de baixo carbono,<br />
em linha com a ciência climática, atrav<strong>é</strong>s da gestão<br />
sustentável das nossas florestas, do investimento em<br />
fontes de energia renováveis e em processos eficientes.<br />
Investimos numa nova geração de bioprodutos e no desenvolvimento<br />
de potenciais novos negócios.<br />
O nosso projeto Inpactus, com um investimento de 14,6<br />
milhões de euros, o maior at<strong>é</strong> hoje realizado em Portugal<br />
num projeto de I&D no domínio da bioeconomia de base<br />
florestal, permitiu registar 37 novas patentes e lançar<br />
4 novos produtos papeleiros no mercado.<br />
Lideramos a Agenda “From Fossil to Forest”, aprovada<br />
pelo PRR, investimento de 81,7 milhões de euros num<br />
orçamento total de 103,3 milhões, que prevê a criação de<br />
102 novos postos de trabalho e 17 novos produtos. Visamos<br />
diversificar o nosso negócio com o desenvolvimento<br />
de embalagens e bioprodutos que permitem reduzir o uso<br />
de materiais de origem fóssil, como o plástico, substituindo-os<br />
por materiais de base florestal, renováveis e sustentáveis.<br />
Em 2022, 12,3% da floresta sob gestão da Navigator foi<br />
gerida para Conservação, 76% da energia primária consumida<br />
teve origem renovável, e a utilização específica de<br />
água diminuiu em 14,7% face a 2019, ano de referência<br />
do Programa para a Redução do Uso de Água.<br />
O nosso Roteiro de Neutralidade Carbónica, investimento<br />
superior a 235 milhões de euros, permitirá ter<br />
todas as unidades fabris neutras em carbono at<strong>é</strong> 2035<br />
tendo-se reduzido, em 2022, 28,2% das emissões diretas<br />
CELE de CO2 face a 2018 (ano de referência). Fruto<br />
deste investimento, a Navigator <strong>é</strong> reconhecida pelo CDP<br />
como empresa líder em ação climática.<br />
Porque “valorizar faz parte de nós”, partilhámos os resultados<br />
alcançados em 2022 com os nossos colaboradores,<br />
com a distribuição de 34 milhões de euros, e potenciámos<br />
o desenvolvimento de percursos profissio<strong>na</strong>is para<br />
responder às exigências do negócio e aos anseios das nossas<br />
pessoas.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
26<br />
BRUNO MELO<br />
CEO, Magnusberry<br />
1<br />
A indústria dos plásticos desempenha um papel<br />
significativo em Portugal, contribuindo para a<br />
economia e fornecendo produtos essenciais para<br />
diversos setores. No entanto, <strong>é</strong> crucial reconhecer<br />
e abordar os desafios ambientais associados<br />
ao uso desenfreado de plásticos. É neste contexto<br />
que a sustentabilidade assume uma importância<br />
fundamental para a indústria dos plásticos em<br />
Portugal.<br />
A sustentabilidade <strong>é</strong> essencial para garantir que<br />
a produção e o uso de plásticos não causem danos<br />
irreversíveis ao meio ambiente e à sociedade.<br />
Um dos principais desafios da indústria dos plásticos<br />
<strong>é</strong> a gestão adequada dos resíduos plásticos.<br />
A promoção da economia circular, que envolve a<br />
redução, reutilização e a reciclagem dos plásticos,<br />
<strong>é</strong> essencial para minimizar o impacto ambiental<br />
desses materiais. Em Portugal, há um crescente<br />
foco <strong>na</strong> reciclagem de plásticos e <strong>na</strong> implementação<br />
de sistemas de recolha seletiva, impulsio<strong>na</strong>dos<br />
pela legislação e pelas metas estabelecidas<br />
pela União Europeia.<br />
Al<strong>é</strong>m disso, a indústria dos plásticos em Portugal<br />
deve procurar incorporar soluções inovadoras<br />
como o desenvolvimento de plásticos biodegradáveis,<br />
bioplásticos e outras alter<strong>na</strong>tivas sustentáveis<br />
para reduzir a pegada ambiental.<br />
A sustentabilidade tamb<strong>é</strong>m desempenha um papel<br />
importante <strong>na</strong> imagem e reputação da indústria<br />
dos plásticos. Os consumidores estão cada<br />
vez mais preocupados com as questões ambientais<br />
e procuram produtos que sejam fabricados<br />
de maneira sustentável. Ao adotar práticas sustentáveis,<br />
a indústria pode melhorar a sua imagem<br />
perante os consumidores e a sociedade.<br />
A adoção de práticas de fabrico sustentáveis, a<br />
gestão adequada dos resíduos plásticos e a resposta<br />
às exigências dos consumidores são fundamentais<br />
para garantir um futuro mais sustentável<br />
para a indústria dos plásticos, promovendo<br />
a proteção ambiental e a responsabilidade social<br />
empresarial.<br />
2<br />
Enquanto empresa <strong>na</strong> cadeia de valor da indústria<br />
dos plásticos estamos atentos à evolução da<br />
temática da sustentabilidade. A nível prático traduz-se<br />
em múltiplos exemplos:<br />
• Em 2021, criámos a marca <strong>Green</strong>magnus com<br />
foco em produtos para uma casa eco-friendly<br />
e preservar o meio ambiente. Lançámos uma<br />
loja online onde disponibilizamos soluções inovadoras,<br />
maioritariamente produzidas a partir<br />
de plástico reciclado, desde jardins inteligentes,<br />
compostores bokashi, compostores termofílicos,<br />
depósitos para reaproveitamento de água<br />
da chuva, baldes para reciclagem, casas para<br />
pássaros, entre outras.<br />
• Aderimos a iniciativas que cuidam do Planeta<br />
Terra, onde destacamos: a Operation Clean<br />
Sweep, um programa que promove a perda<br />
de plástico <strong>na</strong> cadeia de valor dos plásticos,<br />
protegendo a vida marinha e a vida selvagem;<br />
o programa MORE que ajuda a indústria dos<br />
plásticos a tor<strong>na</strong>r-se mais circular, e incentiva as<br />
empresas de conversão de plásticos a criar novos<br />
produtos; somos associados da APIP e fomos<br />
patroci<strong>na</strong>dores do Plastics Summit Global<br />
Event que procurou apresentar soluções para<br />
toda a cadeia de valor do plástico; apoiámos a<br />
Zero Waste Lab e a Escola a Compostar que ensi<strong>na</strong><br />
as melhores formas de fazer compostagem,<br />
para que todos possamos fazer a diferença; ajudámos<br />
a Utopia Verde a realizar workshops de<br />
combate ao desperdício alimentar; apoiámos a<br />
RotaEco, um grupo de jovens que procura incentivar<br />
outros jovens a adotar comportamentos<br />
sustentáveis.<br />
• A nível interno implementamos medidas que<br />
visam proteger o meio ambiente, reciclando<br />
todo o desperdício das nossas linhas produtivas;<br />
aumentámos em 50% o número de pain<strong>é</strong>is<br />
solares fotovoltaicos das nossas instalações<br />
fabris; temos Certificação ISO 14001:2015;<br />
proporcio<strong>na</strong>mos formação sobre boas práticas<br />
ambientais aos nossos colaboradores e procuramos<br />
incentivar os nossos clientes, fornecedores<br />
e parceiros a adotarem comportamentos sustentáveis<br />
<strong>na</strong>s suas instalações.
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
27<br />
JOSÉ MELO BANDEIRA<br />
Country Ma<strong>na</strong>ger, Veolia Portugal<br />
1<br />
Permita-me colocar a questão de outra forma, porque o verdadeiro desafio associado à sustentabilidade<br />
<strong>é</strong> o facto de ser transversal a todas as áreas e setores. E nunca seremos verdadeiramente bem sucedidos<br />
nesse desafio enquanto ele não for uma prioridade para todos e materializada numa visão e ação de<br />
curto, m<strong>é</strong>dio e longo prazo.<br />
No nosso caso, e uma vez que somos parceiros das indústrias e das cidades <strong>na</strong> conciliação do progresso<br />
humano com a proteção do ambiente, podemos afirmar que a sustentabilidade não <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s importante<br />
para nós, como <strong>é</strong> a nossa razão de ser, que resumimos <strong>na</strong> expressão “A Transformação Ecológica<br />
<strong>é</strong> o no Propósito”. É para ela que os nossos cerca de 850 colaboradores em Portugal (mais de 220 mil no<br />
mundo) trabalham diariamente, atuando em áreas tão relevantes como a água, a energia e os resíduos<br />
de forma a contribuir para o combate às alterações climáticas, à poluição e à escassez de recursos.<br />
2<br />
A forma como pomos em prática o nosso Propósito da Transformação Ecológica tem múltiplos impactos<br />
que considero importante realçar <strong>na</strong> resposta a esta pergunta.<br />
Por um lado, o impacto concreto das nossas atividades no Planeta. Ou seja, as soluções que desenvolvemos<br />
e implementamos localmente para combater a poluição e a escassez de recursos essenciais e para<br />
descarbonizar os nossos modos de vida e de produção, adaptando-os às consequências das alterações<br />
climáticas. Elas podem ser traduzidas em m3 de poupança de água ou de águas recicladas, em toneladas<br />
de redução de emissões de CO2, em MW de potência energ<strong>é</strong>tica a partir de renováveis, em toneladas<br />
de reciclagem de resíduos que se convertem em novos materiais para a economia circular. Esse <strong>é</strong> um<br />
contributo.<br />
Depois, há todos os outros impactos, visíveis em múltiplas facetas inter<strong>na</strong>s e exter<strong>na</strong>s, abrangendo os<br />
clientes, os colaboradores, a comunidade e os acionistas. Refiro-me a práticas de gover<strong>na</strong>nça que colocam<br />
a <strong>é</strong>tica e o compliance como inegociáveis. À criação de riqueza <strong>na</strong>s comunidades onde operamos.<br />
À segurança dos nossos colaboradores, criando as condições para que voltem a casa ao fi<strong>na</strong>l do dia sem<br />
qualquer acidente. A escuta ativa dos nossos clientes e parceiros. A promoção de um ambiente diverso<br />
e inclusivo. Na Veolia acreditamos que só uma visão integrada, onde as questões ambientais, económicas<br />
e sociais são abordadas como um todo indivisível, nos permitirá alcançar um futuro melhor e mais<br />
sustentável para todos.
56<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
28 29<br />
CRISTINA CASALINHO<br />
Diretora Executiva de <strong>Sustentabilidade</strong>,<br />
BPI<br />
MARIA REBELO<br />
Diretora de <strong>Sustentabilidade</strong>, CTT<br />
1<br />
Os Bancos têm uma missão importante e grande responsabilidade no acompanhamento e no fi<strong>na</strong>nciamento<br />
dos Clientes <strong>na</strong> transição para a sustentabilidade. O BPI tem uma estrat<strong>é</strong>gia e planos<br />
de atuação nesta área. Exemplo disso, são as operações de fi<strong>na</strong>nciamento sustentável realizadas,<br />
cujas condições estão ligadas a crit<strong>é</strong>rios ESG que incluem, entre outras: metas de investimento em<br />
energias renováveis, redução de GEE, aumento da taxa de reciclagem. Para al<strong>é</strong>m do fi<strong>na</strong>nciamento,<br />
os Bancos deverão ainda fomentar a literacia em sustentabilidade, sensibilizando as empresas<br />
para o facto de aquelas que iniciarem desde já a transição, de uma forma planeada, terão vantagem<br />
competitiva, nomeadamente <strong>na</strong> captação de investimentos, no relacio<strong>na</strong>mento com Fornecedores e<br />
Clientes, e com o setor fi<strong>na</strong>nceiro. Nesse sentido, o BPI tem promovido workshops, disponibilizado<br />
tutoriais ou ferramentas, e facultado informação ESG aos seus Clientes. Ao favorecerem a divulgação<br />
de informação não-fi<strong>na</strong>nceira, fomentando a criação de m<strong>é</strong>tricas e crit<strong>é</strong>rios ESG consolidados e<br />
normalizados, os Bancos promovem comparabilidade e transparência, facilitando a identificação do<br />
alinhamento de cada entidade com crit<strong>é</strong>rios ESG e, por conseguinte, a atração de capital.<br />
2<br />
Inter<strong>na</strong>mente, o BPI tem vindo a executar planos de ação com objetivos ambientais, envolvendo<br />
medidas de eficiência energ<strong>é</strong>tica, mobilidade sustentável, neutralidade carbónica, definição de<br />
crit<strong>é</strong>rios ambientais para a cadeia de valor. Al<strong>é</strong>m disso, a quase totalidade dos edifícios de serviços<br />
centrais do Banco possuem certificação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA). Esta certificação,<br />
segundo a ISO 14001, integra toda a atividade operacio<strong>na</strong>l das referidas instalações do BPI, produtos<br />
e serviços, e cadeia de fornecimento.<br />
Al<strong>é</strong>m disso, o Plano Diretor de <strong>Sustentabilidade</strong> do BPI, elaborado em 2022 com execução at<strong>é</strong> 2024,<br />
assenta em três pilares: apoio à transição sustentável <strong>na</strong>s empresas e <strong>na</strong> sociedade; liderar <strong>na</strong>s melhores<br />
práticas de gover<strong>na</strong>ção; liderar em termos de impacto social e promover a inclusão social. O<br />
Plano apresenta importantes metas relativamente a mobilização de fundos orientados para objetivos<br />
associados à agenda da <strong>Sustentabilidade</strong>. Concretamente: at<strong>é</strong> 2024, pretende-se aumentar o<br />
volume de negócios sustentáveis em 4 mil milhões de euros (2 mil milhões de fi<strong>na</strong>nciamento para<br />
a transição das empresas e particulares acrescido de 2 mil milhões <strong>na</strong> transformação de fundos e<br />
seguros).<br />
1<br />
O setor postal foi o primeiro a lançar<br />
uma meta conjunta de redução<br />
carbónica aprovada pela SBTi e as<br />
preocupações ambientais dos CTT<br />
datam de há mais de d<strong>é</strong>cada e meia.<br />
Sabemos que existe uma maior<br />
preocupação dos stakeholders com<br />
o futuro do planeta e qualidade de<br />
vida das pessoas. Al<strong>é</strong>m da transição<br />
energ<strong>é</strong>tica, verificamos que a economia<br />
circular desperta cada vez<br />
mais o interesse das marcas e dos<br />
consumidores. Estes encaram hoje<br />
com mais <strong>na</strong>turalidade adquirirem<br />
produtos em 2ª mão do que há uns<br />
anos e estão atentos à reciclabilidade<br />
das embalagens das encomendas<br />
que recebem.<br />
A sustentabilidade nos CTT <strong>é</strong>, assim,<br />
tema central da estrat<strong>é</strong>gia de<br />
transformação, que está alinhada<br />
com a ambição de limitar o aquecimento<br />
global a 1,5ºC e tem reflexo<br />
<strong>na</strong>s nossas práticas quotidia<strong>na</strong>s e <strong>na</strong><br />
nossa oferta.<br />
Sabemos que uma empresa não <strong>é</strong><br />
ape<strong>na</strong>s um logótipo, incita a ação<br />
e cultiva a mudança. Nos CTT, incentivamos<br />
à participação ativa dos<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
57<br />
30<br />
ADELINA PAULA PINTO<br />
Vice-Presidente, Câmara Municipal de<br />
Guimarães<br />
nossos colaboradores – cerca de 12 mil – e<br />
cadeia de valor no programa de sustentabilidade.<br />
2<br />
Temos como principal objetivo atingir zero<br />
emissões líquidas de carbono at<strong>é</strong> 2030, com<br />
100% de veículos ‘verdes’ <strong>na</strong> última-milha.<br />
Sabemos que são metas muito ambiciosas e<br />
trabalhamos diariamente para as atingir.<br />
Temos um forte programa de descarbonização<br />
em curso, no qual a eletrificação da frota<br />
<strong>é</strong> a faceta mais visível. Temos 650 veículos<br />
el<strong>é</strong>tricos em circulação. Já este ano, reforçámos<br />
o investimento para duplicar a eletrificação<br />
da frota própria de distribuição at<strong>é</strong> ao<br />
início de 2024.<br />
Apostamos tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> produção energia<br />
renovável para autoconsumo e, a par disso,<br />
temos vindo a reforçar a utilização de materiais<br />
reciclados e reutilizados pelos CTT.<br />
60% da oferta de correio, expresso e encomendas<br />
já incorpora materiais reciclados e<br />
pretendemos vir a usar exclusivamente este<br />
tipo de oferta at<strong>é</strong> 2030.<br />
Uma última nota sobre a iniciativa de cidadania<br />
“Uma Árvore pela Floresta”, dos CTT<br />
e da Quercus, que conta com 110 mil árvores<br />
autóctones plantadas e celebra 10 anos<br />
este ano, com novidades!<br />
1<br />
<strong>Quem</strong> trabalha em contexto de cidade, e para as pessoas, e acima de tudo quem assume responsabilidades<br />
de decisor político, tem hoje de ter bem presente estas questões. Como construirmos<br />
uma cidade que seja um lugar que garanta saúde e bem-estar à população, onde as<br />
novas gerações cresçam felizes e saudáveis, como garantir o desenvolvimento do território,<br />
sem colocar em causa o planeta, a nossa casa-mãe. Hoje os cidadãos reconhecem isso mesmo,<br />
e já o exigem, fruto daquilo que tem sido a sensibilização e educação nesta área, mas cabe-nos<br />
continuar a protagonizar estas mudanças, liderando pelo exemplo. A mudança do local, para<br />
o global. Hoje <strong>é</strong> claro que não existe cidade sem sustentabilidade, e por isso tamb<strong>é</strong>m não se<br />
pode ter responsabilidades, em qualquer setor, sem ter bem presente aquilo que são os seus<br />
pilares essenciais, procurando deixar o nosso contributo para um planeta saudável, e para um<br />
território mais resiliente.<br />
2<br />
Desde 2013 que Guimarães assumiu o seu compromisso com a sustentabilidade. Fê-lo, com<br />
a forte convicção que uma cidade de cultura, de desporto, uma cidade histórica, tamb<strong>é</strong>m<br />
<strong>é</strong> uma cidade que deveria tomar a dianteira para o cumprimento das principais metas climáticas.<br />
Quisemos fazê-lo atrav<strong>é</strong>s da implementação de um modelo de gover<strong>na</strong>nça capaz<br />
de integrar todos: cidadãos, setor público, setor privado e universidades. Acreditando que<br />
ape<strong>na</strong>s esta abordagem multidiscipli<strong>na</strong>r, e participativa, <strong>é</strong> capaz de nos levar aos objetivos<br />
que ambicio<strong>na</strong>mos, seja sermos distinguidos como Capital Verde Europeia, seja atingirmos<br />
a neutralidade climática at<strong>é</strong> 2030. Este caminho tem sido feito de inovação, de aposta em<br />
investigação, e educação ambiental. Acreditamos que são pilares fundamentais, não só para<br />
acrescentar suporte científico às decisões que temos de tomar, enquanto decisores políticos,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m para construirmos gerações ambientalmente mais críticas e conscientes. O programa<br />
de Educação Ambiental PEGADAS, que hoje já ultrapassou fronteiras, leva oito anos<br />
de atividade, e tem sido um dos melhores instrumentos de empoderamento da população. A<br />
estes junta-se o trabalho que temos realizado <strong>na</strong>s mais variadas vertentes, seja no aumento<br />
dos espaços verdes, <strong>na</strong> inovação <strong>na</strong> área da gestão de resíduos e economia circular, <strong>na</strong> promoção<br />
da biodiversidade, ou <strong>na</strong> melhoria dos novos recursos hídricos.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
58<br />
\\ FÓRUM DE LIDERES \\<br />
31<br />
NUNO FIDELES<br />
Head of Sustai<strong>na</strong>bility,<br />
Savills Portugal<br />
32<br />
PLÁCIDO ALBUQUERQUE<br />
Diretor Economia Circular,<br />
Mercado<strong>na</strong> Portugal<br />
1<br />
Uma vez que os edifícios são responsáveis por<br />
40% do consumo de energia, 20% do consumo<br />
de água e 36% das emissões de gases com efeito<br />
de estufa <strong>na</strong> Europa e que o setor da construção<br />
gera cerca de um terço dos resíduos a um nível<br />
global, o real estate deverá ser um dos principais<br />
agentes da mudança.<br />
No capítulo de edifícios de escritórios e serviços,<br />
um edifício que não tenha políticas de eficiência<br />
energ<strong>é</strong>tica, eficiência hídrica com respostas<br />
de Wellbeing que possam ajudar os seus<br />
te<strong>na</strong>nts/empresas a dar respostas aos seus colaboradores<br />
e às suas responsabilidades sociais,<br />
começam a perder mercado e a procura <strong>é</strong> grande.<br />
Estes fatores têm obrigado a uma mudança<br />
e o mercado está a sentir isso.<br />
A procura de edifícios sustentáveis tem vindo a<br />
registar uma trajetória crescente, verificando-<br />
-se um incremento do número de investidores<br />
e empresas que pretendem beneficiar de reduções<br />
do custo <strong>na</strong> operação, melhoria do impacto<br />
ambiental e, de uma melhoria da sua reputação.<br />
Paralelamente, as certificações ambientais<br />
alavancam e comprovam a valorização dos ativos,<br />
sendo esta uma grande mais-valia para este<br />
target. As práticas ESG são, portanto, um dos<br />
key points para o sucesso da sustentabilidade<br />
do planeta.<br />
2<br />
Desde muito cedo que a Savills reconheceu, a necessidade<br />
de levar a cabo uma ação urgente de forma<br />
a enfrentar a crise climática.<br />
Nos nossos escritórios, garantimos já energia 100%<br />
verde e certificada, para al<strong>é</strong>m de todas as ações que<br />
visam reduzir os consumos de energia e água, com<br />
a utilização de equipamentos eficientes geridos por<br />
uma GTC, que permitem monitorizar ao máximo<br />
a nossa performance. Passámos a fazer um planeamento<br />
cuidado <strong>na</strong> gestão de resíduos, não disponibilizando<br />
materiais descartáveis e colocando à<br />
disposição os meios necessários para reciclagem.<br />
Na área da mobilidade, começámos por adquirir<br />
ape<strong>na</strong>s carros híbridos ou el<strong>é</strong>tricos - desde 2017<br />
- para a nossa frota (atualmente constituem 85%<br />
da frota automóvel da Savills). Disponibilizamos<br />
aos nossos colaboradores sistemas alter<strong>na</strong>tivos de<br />
mobilidade como bicicletas el<strong>é</strong>tricas para as<br />
suas deslocações diárias.<br />
No ano de 2022, reduzimos em 20% as suas emissões<br />
globais brutas de CO2 para 46,4 toneladas,<br />
valor que cobre os scopes 1, 2 e parte do 3 e que<br />
contribui em grande escala para a redução da<br />
pegada ambiental da empresa. Estamos a trabalhar<br />
para alcançar a neutralidade carbónica at<strong>é</strong><br />
2030 para os três âmbitos de emissão, mas com o<br />
objetivo de unir esforços que permitam atingir a<br />
neutralidade carbónica operacio<strong>na</strong>l at<strong>é</strong> 2025, nos<br />
scopes 1 e 2.<br />
1<br />
A Mercado<strong>na</strong> mant<strong>é</strong>m um profundo<br />
compromisso com a proteção do ambiente,<br />
procurando realizar a sua atividade<br />
com o mínimo impacto possível. Um<br />
compromisso em linha com os Objetivos<br />
de Desenvolvimento Sustentável (ODS)<br />
promovidos pela Organização das Nações<br />
Unidas (ONU) e que, em 2022, se<br />
traduziu num esforço de investimento de<br />
40 milhões de euros.<br />
2<br />
Entre as principais estrat<strong>é</strong>gias para satisfazer<br />
e conviver com a sociedade que a rodeia,<br />
a Mercado<strong>na</strong> dispõe de um sistema<br />
de gestão ambiental próprio, focado <strong>na</strong><br />
prevenção e redução da Pegada de Carbono<br />
adjacente à sua atividade, sendo que,<br />
desde 2015, já foi possível uma redução<br />
de 38% atrav<strong>é</strong>s de medidas de eficiência<br />
energ<strong>é</strong>tica e otimização logística. No que<br />
respeita ao consumo consciente de recursos<br />
e mat<strong>é</strong>rias-primas <strong>na</strong>turais aplica os<br />
princípios da economia circular, ao aproveitar<br />
melhor os recursos que utiliza para<br />
desenvolver os produtos e prolongar ao<br />
máximo a vida útil destes, estando o foco<br />
<strong>na</strong> prevenção da produção de resíduos e<br />
no desperdício alimentar.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
59<br />
E<br />
S<br />
G<br />
Environmental Social Gover<strong>na</strong>nce<br />
POLUIÇÃO<br />
DO AR E ÁGUA<br />
GESTÃO<br />
DE RESÍDUOS<br />
PADRÕES NA CADEIA<br />
DE FORNECIMENTO<br />
SAÚDE E<br />
SEGURANÇA<br />
ÉTICA<br />
GOVERNANÇA<br />
CORPORATIVA<br />
IMPACTO NA<br />
BIODIVERSIDADE<br />
USO DE<br />
PLÁSTICOS<br />
DIREITOS DOS<br />
TRABALHADORES<br />
IMPACTO NA<br />
COMUNIDADE LOCAL<br />
DIVERSIDADE<br />
NA GESTÃO<br />
ESTRATÉGIA<br />
DE IMPOSTOS<br />
EFICIÊNCIA<br />
ENERGÉTICA<br />
IMPACTO CLIMÁTICO E<br />
COMPROMISSO ZERO LÍQUIDO<br />
DIREITOS<br />
HUMANOS<br />
PAGAMENTOS<br />
AOS EXECUTIVOS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
DIRETÓRIO<br />
Compromisso com<br />
a sustentabilidade<br />
Apromoção do comportamento mais sustentável das empresas tem três fatores determi<strong>na</strong>ntes:<br />
o enquadramento legal preparado a nível <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que conduz as<br />
organizações a terem um comportamento mais sustentável; os constrangimentos económicos<br />
agravados relativamente à redução da disponibilidade das mat<strong>é</strong>rias-primas; o seu preço e o da<br />
energia que leva as empresas a terem um comportamento mais sustentável para serem competitivas<br />
e as exigências do mercado.<br />
A sustentabilidade começa sempre por ser um custo devido à incerteza do seu retorno. Nas empresas<br />
de eficiência energ<strong>é</strong>tica e material, por exemplo, <strong>é</strong> mais fácil prever o retorno, mas em outras muito<br />
importantes como o ecodesign, a conceção ecológica dos produtos, estão aliadas a uma grande incerteza<br />
relativamente aos resultados e, por isso, será mais difícil planear investimentos nessa área.<br />
As organizações podem utilizar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) enquanto enquadramento<br />
global para moldar, orientar, comunicar e relatar as suas estrat<strong>é</strong>gias, objetivos e atividades,<br />
permitindo-lhes capitalizar um leque de benefícios tais como: identificar futuras oportunidades<br />
de negócio, em mercados em crescimento e que poderão beneficiar de soluções inovadoras, aumentar<br />
o valor da sustentabilidade corporativa atrav<strong>é</strong>s dos incentivos económicos a uma mais eficiente utilização<br />
de recursos e da inter<strong>na</strong>lização das exter<strong>na</strong>lidades ou fortalecer as relações com os stakeholders<br />
e acompanhar o ritmo do desenvolvimento das políticas públicas, antecipando a gestão de riscos<br />
legais e de reputação.<br />
Em tempos de instabilidade e incerteza quanto ao futuro da economia, as empresas enfrentarão desafios<br />
inesperados. Al<strong>é</strong>m disso, a evidência de que a exploração <strong>na</strong>tural dos recursos tem limites, abre<br />
portas a novas formas de gestão empresarial. É nestes tempos desafiantes que os líderes se destacam,<br />
pela sua capacidade de concretizar um planeta melhor e mais sustentável. Em Portugal, muitas já<br />
estão a seguir este caminho e, atualmente, algumas são reconhecidas inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente. Conheça<br />
alguns dos bons exemplos no diretório que lhe apresentamos nesta revista especial.<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
61<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
62 \\ DIRETÓRIO \\<br />
A SUSTENTABILIDADE FAZ PARTE<br />
DO ADN DA NORAUTO<br />
A NORAUTO TEM REFORÇADO DIARIAMENTE O SEU COMPROMISSO COM O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />
E RESPONSABILIDADE SOCIAL. PROVA DISSO FOI A MEDALHA DE OURO NA AVALIAÇÃO ECOVADIS, QUE A<br />
DISTINGUIU NO TOPO DAS 5% MELHORES EMPRESAS AVALIADAS POR ESTA CERTIFICAÇÃO DE REFERÊNCIA.<br />
ANorauto está em Portugal há mais de 25<br />
anos, com a missão de “tor<strong>na</strong>r acessível, a<br />
cada automobilista, soluções duráveis de<br />
mobilidade”, isto significa que as práticas sustentáveis<br />
fazem parte do nosso ADN, seja atrav<strong>é</strong>s da<br />
nossa atividade <strong>na</strong> reparação de veículos, atrav<strong>é</strong>s<br />
da qual prolongamos a vida das viaturas, seja<br />
atrav<strong>é</strong>s da disponibilização de produtos e serviços<br />
sustentáveis, seja atrav<strong>é</strong>s do compromisso<br />
com o tratamento de resíduos, <strong>na</strong>s práticas e políticas<br />
de RH que colocam as pessoas e as suas necessidades<br />
no centro das decisões bem como <strong>na</strong><br />
responsabilidade social.<br />
Como empresa do Grupo Mobivia, existe uma<br />
força maior e investimento para acelerar e acompanhar<br />
os desafios do nosso sector, nomeadamente<br />
<strong>na</strong> transição comportamental, económica,<br />
tecnológica e ecológica.<br />
Consciente da poluição causada pelo nosso sector<br />
de actividade, no qual está inserida a Norauto,<br />
temos estado empenhados em reduzir o nosso<br />
impacto ambiental, assumindo assim uma estrat<strong>é</strong>gia<br />
de sustentabilidade e impacto positivo que<br />
atua em 3 áreas: Pessoas, Mobilidade e Planeta.<br />
A nossa estrat<strong>é</strong>gia rege-se por 5 ODS principais,<br />
ligados à redução das desigualdades, proporcio<strong>na</strong>r<br />
saúde de qualidade, proteger a vida terrestre,<br />
a ação climática, a produção e consumo sustentáveis.<br />
Por outro lado e de forma a reforçar<br />
ainda mais o nosso compromisso com o desenvolvimento<br />
sustentável, a Norauto tem vindo a<br />
desenvolver parcerias com diversos stakeholders<br />
como exemplo Oney, Casa Pia Atl<strong>é</strong>tico Clube,<br />
Make-a-Wish, entre outros, para alargar e difundir<br />
as nossas práticas, ações de sustentabilidade<br />
e solidariedade, desde a colaboradores, parceiros<br />
de negócio ou clientes.<br />
Na Norauto, estamos comprometidos em inovar<br />
e procurar soluções sustentáveis que contribuam<br />
para uma produção e consumo responsável e<br />
que nos permitam fomentar a economia circular,<br />
como a comercialização de produtos com embalagens<br />
eco-friendly, apostando no eco-design dos<br />
nossos produtos. Tamb<strong>é</strong>m, <strong>na</strong> oferta de soluções<br />
de mobilidade duráveis, tais como: bicicletas, trotinetes<br />
e scooters el<strong>é</strong>ctricas ou eco serviços como<br />
por exemplo: a Eco Revisão e o Serviço de Descarbonização.<br />
Bem como, <strong>na</strong> disponibilização de<br />
produtos reutilizáveis atrav<strong>é</strong>s do serviço de aluguer<br />
de malas de tejadilho, suportes de bicicletas,<br />
reboques e em breve de bicicletas el<strong>é</strong>tricas.<br />
De forma a acompanhar a transição automobilística<br />
a Norauto dispõe, ainda, de serviços e produtos<br />
para viaturas el<strong>é</strong>tricas e híbridas, tais como<br />
a manutenção (Pneus, Revisão, Ar Condicio<strong>na</strong>do,...)<br />
e a venda e instalação de carregadores el<strong>é</strong>ctricos<br />
ao domicílio, dando assim uma resposta às<br />
novas necessidades dos automobilistas com toda<br />
a confiança e expertise Norauto, no seio da sua<br />
aposta contínua <strong>na</strong> formação das nossas pessoas e<br />
<strong>na</strong> sua especialização “TEC-Elec” para este novo<br />
universo de viaturas.<br />
Uma das mais recentes apostas, <strong>é</strong> tamb<strong>é</strong>m a abertura<br />
da loja Norauto Soluções Urba<strong>na</strong>s em Lisboa,<br />
que pretende ser uma referência <strong>na</strong> cidade<br />
de Lisboa, colocando à disposição dos clientes os<br />
mais variados serviços Norauto ligados à mobilidade<br />
urba<strong>na</strong> e paralelamente, como ponto de<br />
contacto aos centros auto Norauto e sendo um<br />
ponto de recolha de encomendas de norauto.pt<br />
atrav<strong>é</strong>s do serviço click and collect.<br />
Por outro lado, damos continuidade ao nosso<br />
compromisso em reduzir o impacto ambiental,<br />
particularmente atrav<strong>é</strong>s da criação de ca<strong>na</strong>is de<br />
reciclagem. Para cada tipo de resíduo, quer seja<br />
perigoso ou não, criámos um ca<strong>na</strong>l específico de<br />
triagem, recolha e reciclagem. Bem como disponibilizamos<br />
em alguns dos nossos centros uma<br />
Recycling Wall em que os clientes podem depositar<br />
os seus produtos em fim de vida e nós encaminhamo-los<br />
para a reciclagem.<br />
No que concerne ao eixo pessoas, temos um conjunto<br />
de iniciativas tanto ao nível da segurança<br />
e saúde no trabalho, que visam a proteção e o<br />
bem-estar de todas as nossas pessoas, seja atrav<strong>é</strong>s<br />
de boas condições físicas de trabalho, seja<br />
atrav<strong>é</strong>s dos EPIs colocados à disposição ou de<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
63<br />
BOARD<br />
Maria<strong>na</strong> Saramago<br />
Comunicação Exter<strong>na</strong><br />
& Impacto Positivo<br />
campanhas e desafios de segurança, como ao nível<br />
da política de diversidade e inclusão em que atualmente<br />
contamos com um rácio de 50% de mulheres<br />
<strong>na</strong> direcção e pretendemos atingir pelo menos 30%<br />
nos centros, o que <strong>na</strong> nossa atividade <strong>é</strong> um objetivo<br />
ambicioso. Contamos atualmente com 12 <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lidades<br />
e diversos protocolos estabelecidos <strong>na</strong> área<br />
do recrutamento inclusivo.<br />
Ao nível da solidariedade, atrav<strong>é</strong>s de uma app,<br />
incentivamos os nossos colaboradores a fazerem<br />
exercício físico, gerando um movimento que se<br />
converte em do<strong>na</strong>tivos para instituições de cariz<br />
social.<br />
A Norauto desenvolveu tamb<strong>é</strong>m o projeto “Reparação<br />
Solidária”, um programa de solidariedade que<br />
visa promover a mobilidade de todos os que necessitam,<br />
atrav<strong>é</strong>s da manutenção de veículos pertencentes<br />
a associações sem fins lucrativos, assegurando<br />
a sua circulação em segurança.<br />
OS NOSSOS RECONHECIMENTOS<br />
Em 2022 a Norauto Portugal foi certificada com<br />
medalha de ouro <strong>na</strong> avaliação EcoVadis, que se foca<br />
em 4 temas: meio ambiente, direitos humanos, <strong>é</strong>tica<br />
e compras sustentáveis. A Norauto ficou no topo<br />
das 5% melhores empresas avaliadas pela EcoVadis,<br />
esta certificação veio reforçar o nosso compromisso<br />
com o desenvolvimento sustentável e sendo uma<br />
certificação de referência no mundo empresarial.<br />
Mais recentemente, a Norauto foi certificada como<br />
“um bom lugar para trabalhar” no âmbito da sua<br />
participação pela primeira vez no inqu<strong>é</strong>rito Great<br />
Place to Work no sentido de aferir o nível de<br />
confiança <strong>na</strong>s práticas da empresa e efetuar uma<br />
comparação face ao contexto externo e mais concretamente<br />
face ao retalho. A Norauto mede regularmente<br />
o clima organizacio<strong>na</strong>l ao longo do ano<br />
atrav<strong>é</strong>s do modelo NPS Employee, e ao realizarmos<br />
o inqu<strong>é</strong>rito Great Place to Work® verificamos que<br />
existe uma coerência dos resultados obtidos, o que<br />
vem reforçar que a cultura, o ambiente de trabalho<br />
e as práticas de gestão e liderança são valorizadas<br />
pelos nossos colaboradores, contribuindo para o<br />
compromisso e satisfação das equipas.<br />
Para al<strong>é</strong>m destas certificações, a Norauto foi ainda<br />
pelo 5º ano consecutivo, eleita como Marca de<br />
Confiança <strong>na</strong> categoria de ofici<strong>na</strong>s de reparação<br />
automóvel.<br />
Estes reconhecimentos vem reforçar o posicio<strong>na</strong>mento<br />
da marca Norauto, quer <strong>na</strong> sua determi<strong>na</strong>ção<br />
em continuar a apostar no incremento de novas<br />
ações como <strong>na</strong> melhoria do bem-estar e segurança<br />
das nossas equipas e ainda em garantir a satisfação<br />
dos nossos mais de 600 copilotos e clientes.<br />
Patricia Bação<br />
Comunicação Inter<strong>na</strong><br />
& Impacto Positivo<br />
CONTACTOS<br />
Avenida dos Cavaleiros nº 49<br />
2794-057 Car<strong>na</strong>xide<br />
+351 214 250 880<br />
www.norauto.pt<br />
SAÚDE E<br />
QUALIDADE<br />
PRODUÇÃO<br />
E CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
PROTEGER<br />
A VIDA<br />
TERRESTRE<br />
REDUZIR AS<br />
DESIGUALDADES<br />
ACÇÃO<br />
CLIMÁTICA<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
64<br />
\\ DIRETÓRIO \\<br />
BOARD<br />
UMA LIDERANÇA CIRCULAR<br />
A<br />
Bondalti está empenhada em contribuir para<br />
um mundo melhor atrav<strong>é</strong>s da criação de uma<br />
química inovadora e sustentável, em que a<br />
transição energ<strong>é</strong>tica assume um papel importante<br />
<strong>na</strong> sua estrat<strong>é</strong>gia de crescimento. Atrav<strong>é</strong>s dos<br />
seus produtos e soluções, a companhia procura<br />
gerar um impacto social, ambiental e económico<br />
positivo. A Bondalti está no Top 1% das empresas<br />
mais sustentáveis do setor a nível mundial, de<br />
acordo com o ranking global da EcoVadis.<br />
É a maior empresa portuguesa <strong>na</strong> área da química<br />
industrial, o maior produtor ib<strong>é</strong>rico de cloro,<br />
líder europeu <strong>na</strong> comercialização de anili<strong>na</strong> e o<br />
motor de exportação da indústria ib<strong>é</strong>rica para<br />
todo o mundo. A Bondalti opera tamb<strong>é</strong>m no setor<br />
do tratamento e reutilização de águas, atrav<strong>é</strong>s<br />
da Bondalti Water Solutions. No seu conjunto,<br />
possui instalações industriais em Estarreja (Portugal),<br />
Torrelavega e Alfaro (Espanha), e logística<br />
em Aveiro, Barreiro (Portugal) e Vigo (Espanha),<br />
e operações em Angola.<br />
A Bondalti alargou recentemente a sua área de<br />
atividade ao negócio da descarbonização, nomeadamente<br />
à produção de hidrog<strong>é</strong>nio e lítio verdes,<br />
contribuindo, com a sua experiência e conhecimento,<br />
para os objetivos globais de desenvolvimento<br />
sustentável.<br />
A Bondalti aposta <strong>na</strong> inovação como um dos<br />
principais catalisadores de desenvolvimento<br />
sustentável e neutralidade carbónica. São prova<br />
disso as 8 candidaturas ao Fundo Ambiental,<br />
Fundação para a Ciência e Tecnologia e Plano de<br />
Recuperação e Resiliência apresentadas em 2022.<br />
A Bondalti emprega cerca de 700 pessoas e em<br />
2022 registou um volume de vendas de 595 milhões<br />
de euros. Em 2022, contribuiu em mais de<br />
1,2 milhões de euros para projetos de impacto social<br />
e ambiental para a comunidade local em todas<br />
as geografias onde opera, envolvendo diversas<br />
entidades para um alinhamento destes projetos<br />
com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável<br />
das Nações Unidas.<br />
Em 2022, a Bondalti foi distinguida com o pr<strong>é</strong>mio<br />
de excelência empresarial “Vasco da Gama”,<br />
promovido pela Câmara de Com<strong>é</strong>rcio e Indústria<br />
Hispano Portuguesa. Tamb<strong>é</strong>m o projeto H2E<strong>na</strong>ble<br />
obteve o estatuto de “Projeto Importante de<br />
Interesse Europeu Comum”, atribuído pela Comissão<br />
Europeia.<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Indústria Química <strong>na</strong> área da Anili<strong>na</strong><br />
e Derivados e do Cloro-Álcalis<br />
/ Tratamento e Reutilização de Águas<br />
/ Energia Verde<br />
João de Mello<br />
Presidente<br />
Andr<strong>é</strong> de Albuquerque<br />
Luís Rebelo da Silva<br />
Luís Delgado<br />
Administradores Executivos<br />
CONTACTOS<br />
Lagoas Park-Edifício 6, 2º B<br />
2740-244 Porto Salvo<br />
+351 210 058 600<br />
bondalti@bondalti.com<br />
ÁGUA POTÁVEL<br />
E SANEAMENTO<br />
TRABALHO DIGNO<br />
E CRESCIMENTO<br />
ECONÓMICO<br />
PRODUÇÃO<br />
E CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
REDUZIR AS<br />
DESIGUALDADES<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
INDÚSTRIA,<br />
INOVAÇÃO E<br />
INFRAESTRUTURA<br />
IGUALDADE<br />
DE GÉNERO<br />
PAZ, JUSTIÇA E<br />
INSTITUIÇÕES<br />
EFICAZES<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
65<br />
BOARD<br />
BENEFÍCIOS PARA A SUSTENTABILIDADE<br />
E<br />
specialista em benefícios<br />
sociais e criadora<br />
do vale-refeição em<br />
1962, a Edenred assumiu,<br />
logo <strong>na</strong> sua origem,<br />
a missão de tor<strong>na</strong>r o<br />
mundo um lugar melhor.<br />
Desde então, e consciente<br />
do papel crucial que<br />
pode desempenhar <strong>na</strong><br />
resposta aos desafios da<br />
sociedade, tem vindo a<br />
disponibilizar diferentes<br />
soluções de pagamento<br />
com fim específico, que dão resposta a questões<br />
sociais, económicas e ambientais alavancadas por<br />
políticas públicas.<br />
Hoje a oferta da Edenred centra-se em plataformas<br />
multibenefício, que permitem às empresas<br />
assegurar aos seus colaboradores mais poder<br />
de compra, bem como acesso a um conjunto de<br />
bens e serviços essenciais. Atrav<strong>é</strong>s dos benefícios<br />
sociais, as organizações podem contribuir diretamente<br />
para que os seus colaboradores tenham<br />
uma alimentação nutritiva, desenvolvam competências<br />
atrav<strong>é</strong>s da formação, consigam suportar<br />
despesas relacio<strong>na</strong>das com a infância e educação<br />
dos seus filhos e tenham liquidez para cuidar da<br />
sua saúde, o que se repercute no bem-estar geral<br />
da sociedade.<br />
A ambição da Edenred, expressa no propósito<br />
“Enrich connections. For Good.”, <strong>é</strong> precisamente<br />
acrescentar valor a todo o ecossistema, promovendo<br />
o progresso e um futuro melhor. É com<br />
esse objetivo que trabalha diariamente, ligando<br />
empresas e colaboradores com redes de com<strong>é</strong>rcio<br />
local, num círculo virtuoso com benefícios para<br />
todos. Para concretizar o seu desígnio, aposta <strong>na</strong><br />
inovação como motor e orienta-se por um modelo<br />
de negócio de desenvolvimento sustentável. No<br />
centro, está a sua abordagem Ideal, baseada em<br />
3 pilares: Ideal People (melhorar a qualidade de<br />
vida), Ideal Planet (preservar o ambiente) e Ideal<br />
Progress (criar valor com responsabilidade).<br />
A Edenred estabeleceu metas ambiciosas a 2030,<br />
incluindo a formação para todos os seus colaboradores,<br />
redução e compensação da pegada de<br />
carbono e combate ao desperdício alimentar. Em<br />
2022, deu mais um passo para a sua transição verde,<br />
adotando materiais mais ecológicos <strong>na</strong> produção<br />
dos seus cartões, que podem ainda ser reciclados<br />
atrav<strong>é</strong>s do programa MERECE.<br />
Com o objetivo de ser líder tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> área da<br />
sustentabilidade e continuar a dar o exemplo, a<br />
Edenred tem solicitado de forma proativa o rating<br />
ESG a diferentes organizações. Al<strong>é</strong>m disso,<br />
integra o FTSE4Good Global Index e o Euronext<br />
CAC 40 ESG Index da Bolsa de Valores de Paris.<br />
Filipa Martins<br />
CEO<br />
Joa<strong>na</strong> Peixoto<br />
Diretora de Marketing,<br />
Comunicação e<br />
<strong>Sustentabilidade</strong><br />
CONTACTOS<br />
Edifício Adamastor, Torre B<br />
Av. D. João II, nº 9-I, Piso 6<br />
1990-077 Lisboa<br />
+351 218 917 700<br />
www.edenred.pt<br />
ERRADICAR<br />
A POBREZA<br />
SAÚDE E<br />
QUALIDADE<br />
IGUALDADE<br />
DE GÉNERO<br />
REDUZIR AS<br />
DESIGUALDADES<br />
PRODUÇÃO<br />
E CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
PAZ, JUSTIÇA E<br />
INSTITUIÇÕES<br />
EFICAZES<br />
ERRADICAR<br />
A FOME<br />
EDUCAÇÃO<br />
DE QUALIDADE<br />
TRABALHO DIGNO<br />
E CRESCIMENTO<br />
ECONÓMICO<br />
CIDADES E<br />
COMUNIDADES<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
ACÇÃO<br />
CLIMÁTICA<br />
PARCERIAS PARA<br />
A IMPLEMENTAÇÃO<br />
DE OBJECTIVOS<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
66<br />
\\ DIRETÓRIO \\<br />
BOARD<br />
APOSTAMOS NO CAMINHO<br />
DA SUSTENTABILIDADE<br />
Presentes em Portugal há 29 anos, o Oney<br />
Bank <strong>na</strong>sceu do com<strong>é</strong>rcio, o que o tor<strong>na</strong><br />
diferente e único. Aproveitamos a nossa<br />
experiência de quase 40 anos para desenvolver<br />
soluções de pagamento e serviços fi<strong>na</strong>nceiros<br />
inovadores. Somos parceiros <strong>na</strong> transformação<br />
sustentável do com<strong>é</strong>rcio, físico e online, bem<br />
como estamos focados em dar, a cada pessoa,<br />
o poder de melhorar o seu dia a dia e de consumir<br />
melhor.<br />
Com um comit<strong>é</strong> de CSR/R.S.E. transversal a<br />
toda a empresa, assumimos a sustentabilidade<br />
como fator-chave no nosso modelo de negócio.<br />
Os nossos quatro eixos estrat<strong>é</strong>gicos - empregabilidade,<br />
redução da pegada carbónica, incentivo<br />
a consumir melhor e transformação<br />
digital huma<strong>na</strong> - definem-nos e alinham-nos<br />
com os propósitos ESG. Não trabalhamos ape<strong>na</strong>s<br />
exter<strong>na</strong>mente, os nossos colaboradores são<br />
incentivados a seguir o seu caminho profissio<strong>na</strong>l<br />
de forma mais sustentável. Para isso promovemos<br />
o work-live balance e um ambiente<br />
de trabalho inclusivo. Tamb<strong>é</strong>m <strong>na</strong> diversidade<br />
nos destacamos, 65% dos nossos cargos de chefia<br />
são mulheres.<br />
Promovemos meios e ferramentas que permitam<br />
aos clientes acederem a informação fi<strong>na</strong>nceira<br />
que dê origem a um consumo sustentável.<br />
Exemplo disso <strong>é</strong> a parceria com a ONGD ‘Sol<br />
Sem Fronteiras’, onde temos promovido a literacia<br />
fi<strong>na</strong>nceira junto dos mais jovens, com<br />
o objetivo de os dotar com conhecimentos<br />
que permitam tomar decisões sobre as suas<br />
fi<strong>na</strong>nças pessoais, habilitando-os a sustentar<br />
escolhas mais criteriosas e incentivando a um<br />
consumo mais responsável. Nas três edições<br />
realizadas já chegámos a quase quatro mil alunos.<br />
Apoiamos ainda os retalhistas no desenvolvimento<br />
de uma economia circular.<br />
As nossas políticas incluem tamb<strong>é</strong>m um reforço<br />
no compromisso da redução das nossas<br />
emissões de carbono, em consonância com<br />
o Acordo Climático de Paris. Para tal, diariamente<br />
agimos no sentido de melhorar os<br />
nossos m<strong>é</strong>todos de trabalho, as compras e<br />
fornecedores. Al<strong>é</strong>m disso, adotamos práticas<br />
mais sustentáveis e privilegiamos fontes sustentáveis<br />
de abastecimento, como <strong>na</strong> energia,<br />
onde 100% da nossa eletricidade <strong>é</strong> coberta por<br />
garantias de origem.<br />
Dario Coffetti<br />
Diretor Geral<br />
Laurence Griseti<br />
Direção de Recrutamento Clientes e Parcerias<br />
Richard Demory<br />
Direção de Marketing<br />
Christophe Demangeau<br />
Direção Administrativa e Fi<strong>na</strong>nceira<br />
Marlene Franco<br />
Direção de Recursos Humanos<br />
Pedro de Sousa Pinto<br />
Direção de Sistemas de Informação<br />
Francisco Figueiredo<br />
Direção de Risco<br />
Paula Fonseca<br />
Direção Cliente<br />
CONTACTOS<br />
Av. Jos<strong>é</strong> Gomes Ferreira 9,<br />
1495-139 Alg<strong>é</strong>s<br />
https://www.oney.pt/<br />
SUSTENTABILIDADE NA SOCIEDADE<br />
De forma a incentivar as pessoas a consumir<br />
e a comprar melhor, fazendo escolhas mais<br />
acertadas e mais responsáveis, desenvolvemos<br />
soluções e serviços que permitem aos consumidores<br />
gerir os seus orçamentos da melhor<br />
maneira, utilizando as fi<strong>na</strong>nças pessoais e os<br />
seguros de forma consciente.<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Cr<strong>é</strong>dito<br />
/ Cartões<br />
/ Meios de pagamento<br />
/ BNPL<br />
/ Seguros<br />
EDUCAÇÃO<br />
DE QUALIDADE<br />
PRODUÇÃO E<br />
CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
REDUZIR AS<br />
DESIGUALDADES<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
IGUALDADE<br />
DE GÉNERO<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
67<br />
FINANÇAS SUSTENTÁVEIS NAS PME’S SÃO O PRIMEIRO<br />
PASSO PARA A SUSTENTABILIDADE CORPORATIVA<br />
C<br />
ada vez mais a preocupação com a sustentabilidade corporativa está <strong>na</strong> agenda das empresas, e as práticas<br />
de sustentabilidade inerentes ao ESG rapidamente vão ser tamb<strong>é</strong>m uma obrigatoriedade para as PMEs.<br />
Temos vindo a enfatizar que as fi<strong>na</strong>nças sustentáveis são um pr<strong>é</strong>-requisito para o ESG: as empresas com<br />
melhor performance económico-fi<strong>na</strong>nceira, estão mais preparadas para o futuro, para satisfazer as expetativas<br />
dos seus vários stakeholders e para apostarem <strong>na</strong> sustentabilidade ambiental, social e de gover<strong>na</strong>ção.<br />
Na SCORING acompanhamos a jor<strong>na</strong>da das empresas que procuram obter e manter estabilidade económico-fi<strong>na</strong>nceira,<br />
num processo que culmi<strong>na</strong> com a certificação fi<strong>na</strong>nceira: ao longo dos últimos 3<br />
anos, são já mais de 3.500 as empresas certificadas.<br />
GARANTIAS DE RIGOR E ISENÇÃO<br />
As certificações fi<strong>na</strong>nceiras emitidas pela SCORING são baseadas nos dados oficiais (IES), sustentadas<br />
em parecer científico por Professores doutorados em Gestão, auditadas periodicamente pela BUREAU<br />
VERITAS e as classificações são registadas <strong>na</strong> ASSOFT.<br />
TOP 5% MELHORES<br />
PME DE PORTUGAL<br />
TOP 10+<br />
SETORES / REGIÕES<br />
BOARD<br />
Carlos Gouveia<br />
CEO Scoring<br />
Prof. Doutor António Soares Aguiar<br />
Prof. Doutor Nicolau Miguel Almeida<br />
Comissão Científica<br />
CONTACTOS<br />
Av. do Brasil, 1, Piso 4<br />
1700-062 Lisboa<br />
+351 210 162 502<br />
geral@scoring.pt<br />
• DESIGNAÇÃO DA EMPRESA<br />
505<br />
505<br />
SCORING<br />
505 505 505 • DESIGNAÇÃO DA EMPRESA<br />
MELHORES PME<br />
PORTUGAL<br />
scoring.pt<br />
São as empresas que, de acordo com o algoritmo ScorePME®<br />
desenvolvido pela SCORING, estão entre as 5% melhores,<br />
em termos análise comparada de indicadores de desempenho<br />
económico (demonstração de resultados) e solidez fi<strong>na</strong>nceira<br />
(balanço). São todas empresas com lucro, com bons<br />
desempenhos operacio<strong>na</strong>is e com uma boa solidez fi<strong>na</strong>nceira,<br />
no curto e no m<strong>é</strong>dio prazo.<br />
Esta certificação permite às empresas projetarem-se no mercado<br />
e gerarem confiança junto de clientes, e colaboradores.<br />
505<br />
SCORING<br />
TOP 10<br />
MELHORES PME<br />
SETOR OU REGIÃO<br />
Desig<strong>na</strong>ção do Setor ou<br />
da Região<br />
De entre as Top 5% Melhores PME, são<br />
certificadas as 10 melhores por setor e<br />
região.<br />
Esta certificação, mais exigente e exclusiva,<br />
permite às empresas certificadas<br />
afirmarem-se como referências nos seus<br />
setores ou regiões.<br />
3%PIB<br />
SOMA DO VOLUME DE<br />
NEGÓCIOS ANUAL DAS<br />
EMPRESAS IMPACTADAS<br />
PELA SCORING.<br />
CONHEÇA-AS EM<br />
www.scoring.pt/empresas<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
68<br />
\\ DIRETÓRIO \\<br />
BOARD<br />
HÁ DUAS DÉCADAS A TRABALHAR<br />
PARA UM MUNDO MELHOR<br />
A<br />
Valorpneu <strong>é</strong> uma entidade privada, sem fins<br />
lucrativos, que tem por objetivo organizar e<br />
gerir o Sistema Integrado de Gestão de Pneus<br />
Usados (SGPU) em Portugal, assente <strong>na</strong> responsabilidade<br />
alargada dos produtores de pneus. No<br />
desenvolvimento da sua atividade a Valorpneu<br />
assume o compromisso com os princípios orientadores<br />
do desenvolvimento sustentável, assentes<br />
<strong>na</strong> proteção do ambiente, <strong>na</strong> criação de valor e<br />
<strong>na</strong> qualificação de recursos humanos do sistema<br />
que gere. O cumprimento destes princípios, são<br />
essenciais para o nosso contributo para uma economia<br />
circular.<br />
A Valorpneu tem como missão principal:<br />
• Organizar e gerir a recolha, transporte e o<br />
encaminhamento para destino fi<strong>na</strong>l adequado<br />
dos pneus usados que anualmente são gerados<br />
no território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l;<br />
• Promover a investigação e o desenvolvimento<br />
de novos m<strong>é</strong>todos para o tratamento dos pneus<br />
usados e de novas aplicações;<br />
• Desenvolver ações de comunicação e sensibilização<br />
com vista a estimular alterações comportamentais<br />
motivadoras de práticas corretas<br />
relativamente aos pneus novos e usados e<br />
recetividade aos materiais resultantes da sua<br />
valorização.<br />
Na prossecução da sua missão, a Valorpneu envolve<br />
todos os colaboradores e operadores do<br />
SGPU, procurando melhorar continuamente<br />
o seu desempenho, nomeadamente <strong>na</strong> área da<br />
qualidade e ambiente, promovendo a melhoria<br />
do desempenho dos operadores da rede SGPU e<br />
assume, como um dos seus princípios de gestão, o<br />
compromisso <strong>na</strong> prestação de um serviço de qualidade<br />
de forma a garantir a conformidade com<br />
todas as suas obrigações.<br />
Em duas d<strong>é</strong>cadas de atividade em prol dos pneus<br />
usados, a Valorpneu tem demonstrado o seu empenho<br />
<strong>na</strong> prestação de um serviço de qualidade<br />
para fechar, de forma sustentável e equilibrada o<br />
ciclo de vida dos pneus, com o reforço e o desenvolvimento<br />
das operações vitais ao SGPU, nomeadamente<br />
prevenção, recolha, preparação para reutilização,<br />
reciclagem e valorização dos pneus usados.<br />
Queremos transmitir à comunidade a importância<br />
da reutilização destes resíduos atrav<strong>é</strong>s de<br />
diversas aplicações do granulado de borracha<br />
de pneus usados entre outras. Desde o início da<br />
nossa atividade temos comunicado aos cidadãos<br />
a necessidade de adotarem práticas de prevenção<br />
no uso dos pneus no seu dia-a-dia como forma de<br />
aumentar o seu tempo de vida útil.<br />
Tudo, em prol de um ambiente melhor e da criação<br />
de novas vidas para os pneus!<br />
Clim<strong>é</strong>nia Silva<br />
Diretora-Geral<br />
CONTACTOS<br />
Av.ª Torre de Bel<strong>é</strong>m, 29<br />
1400-342 Lisboa<br />
+351 210 513 651<br />
www.valorpneu.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
69<br />
BOARD<br />
UM PLAYER INTERNACIONAL NO SETOR DAS<br />
ENERGIAS RENOVÁVEIS A ATUAR EM PORTUGAL<br />
João Amaral<br />
Country Ma<strong>na</strong>ger<br />
Portugal Voltalia<br />
CONTACTOS<br />
Avenida do Marechal Gomes<br />
da Costa, nº 1177<br />
4150-360 Porto<br />
+351 220 191 000<br />
info.voltalia@voltalia.com<br />
C<br />
om mais de 1.550 funcionários, a Voltalia<br />
desenvolve a sua atividade globalmente junto<br />
dos seus clientes em 20 países e 3 continentes.<br />
O Grupo produz e vende eletricidade<br />
gerada a partir de instalações eólicas, solares,<br />
hidráulicas, de biomassa e de armaze<strong>na</strong>mento<br />
que possui e explora. Deste modo, tem uma capacidade<br />
de produção, em funcio<strong>na</strong>mento e em<br />
construção, de mais de 2,6 GW e uma carteira<br />
de projetos em desenvolvimento que representam<br />
uma capacidade total de 14,2 GW.<br />
Em Portugal desde 2015, a Voltalia conta com<br />
mais de 350 colaboradores a trabalhar para o<br />
país e para outras geografias onde o Grupo tamb<strong>é</strong>m<br />
opera. É, tamb<strong>é</strong>m, um prestador de serviços,<br />
apoiando os seus clientes investidores em<br />
projetos de energias renováveis durante todas as<br />
fases, desde a conceção at<strong>é</strong> à operação e manutenção.<br />
Como pioneira no mercado empresarial,<br />
a Voltalia fornece uma oferta global a empresas<br />
privadas, que vai desde o fornecimento de eletricidade<br />
verde e serviços de eficiência energ<strong>é</strong>tica,<br />
at<strong>é</strong> à produção local da sua própria eletricidade.<br />
Enquanto empresa com Propósito pretende melhorar<br />
o ambiente mundial atrav<strong>é</strong>s da promoção<br />
do desenvolvimento local. Desde a sua criação,<br />
tem vindo a desenvolver, construir e operar centrais<br />
de energias renováveis, para si e para terceiros,<br />
tanto em países mais desenvolvidos como nos<br />
emergentes. É, portanto, atrav<strong>é</strong>s das suas atividades<br />
operacio<strong>na</strong>is que a Voltalia contribui diariamente<br />
para o combate às alterações climáticas e<br />
para o desenvolvimento socioeconómico local.<br />
Tem como objetivos de Missão, atuar para a<br />
produção de energias renováveis acessíveis a todos,<br />
atrav<strong>é</strong>s da contribuição direta para o combate<br />
às alterações climáticas e de uma eletricidade<br />
verde acessível e de qualidade; contribuir<br />
em conjunto com as populações locais para o<br />
desenvolvimento sustentável dos seus territórios,<br />
construindo relações de longo prazo com os<br />
stakeholders locais e tirar o melhor partido dos<br />
recursos do planeta de uma forma sustentável,<br />
maximizando o impacto positivo das suas atividades<br />
no meio ambiente, em toda a sua cadeia<br />
de valor.<br />
ENERGIAS<br />
RENOVÁVEIS<br />
E ACESSÍVEIS<br />
PRODUÇÃO E<br />
CONSUMO<br />
SUSTENTÁVEIS<br />
PROTEGER<br />
A VIDA<br />
TERRESTRE<br />
TRABALHO DIGNO<br />
E CRESCIMENTO<br />
ECONÓMICO<br />
ACÇÃO<br />
CLIMÁTICA<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
70 \\ DIRETÓRIO \\<br />
powering your business<br />
EFICIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE<br />
DE MÃOS DADAS<br />
ACapwatt <strong>é</strong> uma empresa inovadora que foi reconhecida como produtora de<br />
energia independente e que promove soluções integradas de energia, contribuindo<br />
para o paradigma energ<strong>é</strong>tico sustentável. Atualmente, estamos<br />
presentes em Portugal, Espanha, M<strong>é</strong>xico e Itália.<br />
Atuamos em três pilares essenciais: desenvolvimento de projetos renováveis de<br />
grande escala, combustíveis renováveis e soluções de energia descentralizadas,<br />
das quais destacamos a cogeração, soluções t<strong>é</strong>rmicas renováveis e PPA de longo<br />
prazo com ou sem geração in situ.<br />
A sustentabilidade está <strong>na</strong> base dos nossos valores e <strong>na</strong> forma como pensamos o<br />
negócio. Assumimos o compromisso diário de cuidar do meio ambiente e contribuir<br />
para a melhoria da comunidade <strong>na</strong> qual estamos inseridos.<br />
Ajudamos os nossos clientes a melhorar o seu desempenho. Impulsio<strong>na</strong>mos a<br />
transição energ<strong>é</strong>tica, oferecendo soluções que têm benefícios como a redução<br />
de custos energ<strong>é</strong>ticos, o aumento da eficiência energ<strong>é</strong>tica, a capacidade de produção<br />
de energia descentralizada e a redução da pegada ecológica.<br />
BOARD<br />
Miguel Gil Mata - Chairman // S<strong>é</strong>rgio Rocha - CEO<br />
CONTACTOS<br />
Lugar do Espido – Via Norte, Apartado 3053, 4471-907 Maia<br />
+351 220 110 055<br />
capwatt@capwatt.com / www.capwatt.com<br />
LISTAGEM<br />
Abreu & Associados<br />
Sociedade de Advogados, SP, RL<br />
Avenida Infante Dom Henrique 26<br />
1149-096 Lisboa<br />
t. 217 231 800<br />
e. geral@abreuadvogados.com<br />
w. www.abreuadvogados.com<br />
Accenture<br />
Av. Eng. Duarte Pacheco Torre 1-16<br />
piso<br />
1070-101 Lisboa<br />
t. 213 803 500<br />
e. info@accenture.com<br />
w. www.accenture.com<br />
Ageas Portugal<br />
Companhia de Seguros, S.A<br />
Praça Principe Perfeito, Nº 2<br />
1990-278 Lisboa<br />
t. 217 943 039<br />
e. geral@ageas.pt<br />
w. www.ageas.pt<br />
Agere , Empresa de Águas<br />
Efluentes e Resíduos de Braga E.M<br />
Praça Conde Agrolongo, 115<br />
4700-312 Braga<br />
t. 253 205 000<br />
e. agere@agere.pt<br />
w. agere.pt<br />
Águas de Portugal, EM<br />
Rua Visconde de Seabra, 3<br />
1700-421 Lisboa<br />
t. 212 469 400<br />
e. info@adp.pt<br />
w. www.adp.pt<br />
Águas do Algarve S.A<br />
Rua do Repouso, 10<br />
8000-302 Faro<br />
t. 289 899 070<br />
e. geral.ada@adp.pt<br />
w. www.aguasdoalgarve.pt<br />
Águas do Porto, EM<br />
Rua Barão de Nova Sintra, 285<br />
4300-367 Porto<br />
t. 220 100 220<br />
e. geral@aguasdoporto.pt<br />
w. www.aguasdoporto.pt<br />
Aldi Portugal<br />
Supermercados, Lda<br />
Rua Ponte dos Cavalos, 155<br />
2870-674 Montijo<br />
t. 800 420 800<br />
e. geral@aldi.pt<br />
w. www.aldi.pt<br />
Algebra Capital, Lda<br />
Av. da Liberdade, 110, 5.º & 7º floor<br />
1250-146 Lisboa<br />
t. 211 316 224<br />
e. algebra@algebracapital.pt<br />
w. www.algebracapital.pt<br />
Altice Portugal, S.a<br />
Avenida Fontes Pereira de Melo, 40<br />
1050-123 Lisboa<br />
t. 215 002 000<br />
e. sustentabilidade@telecom.pt<br />
w. www.telecom.pt<br />
Ambiosfera Lda<br />
Edifício Sines Tecnopolo Z.I.L II Lote<br />
122-A, 7520-309 Sines<br />
t. 215 873 741<br />
e. geral@ambiosfera.com<br />
w. www.ambiosfera.com<br />
AMBIRUMO, Projetos Inovação<br />
e Gestão Ambiental, Lda.<br />
Av. General Norton de Matos, 63 E<br />
1495-148 Alg<strong>é</strong>s<br />
t. 213 978 255<br />
e. geral@ambirumo.pt<br />
w. www.ambirumo.pt<br />
Amorim Cork Composites, SA<br />
Rua de Meladas, 260<br />
4536-902 Mozelos<br />
t. 227 475 300<br />
e. acc@amorim.com<br />
w. amorimcorkcomposites.com/pt<br />
A<strong>na</strong> - Aeroportos de Portugal S.A<br />
Edifício 120, Rua D - Aeroporto de<br />
Lisboa<br />
1700-008 Lisboa<br />
t. 218 413 500<br />
e. contactar@a<strong>na</strong>.pt<br />
w. www.a<strong>na</strong>.pt<br />
Apcer<br />
Associação Portuguesa de Certificação<br />
Rua António Bessa Leite, 1430, 1º<br />
Esq.<br />
4150-074 PORTO<br />
t. 229 993 600<br />
e. info@apcer.pt<br />
w. www.apcer.pt<br />
ASCENDI O&M, S.A<br />
Praça Mouzinho de Albuquerque 197<br />
4100-360 Porto<br />
t. 229 767 767<br />
e. info@ascendi.pt<br />
w. www.ascendi.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
71<br />
RUMO A UM<br />
PLANETA MELHOR<br />
A<br />
sustentabilidade <strong>é</strong> importante<br />
para nós, para os nossos clientes,<br />
para os nossos colaboradores<br />
e para a sociedade. Por isso a<br />
colocamos no centro de tudo o que<br />
fazemos. A descarbonização <strong>é</strong> ape<strong>na</strong>s<br />
uma parte da história. Para as<br />
nossas pessoas, o nosso planeta e todas<br />
as comunidades <strong>na</strong>s quais trabalhamos,<br />
estamos a inovar para um<br />
amanhã melhor e mais sustentável.<br />
Esforçamo-nos para reduzir a pegada<br />
ambiental que melhore a vida<br />
urba<strong>na</strong> quotidia<strong>na</strong> das comunidades<br />
em todos os lugares, apostando<br />
em veículos de entrega com baixas<br />
e zero emissões <strong>na</strong> nossa frota, juntamente<br />
com soluções de entrega<br />
inovadoras para reduzir a pegada<br />
de carbono de cada encomenda que<br />
entregamos. É o exemplo da rede<br />
Pickup, composta por 1200 lojas e<br />
cacifos que oferecem uma variedade<br />
de locais para entrega alter<strong>na</strong>tivos,<br />
permitindo reduzir at<strong>é</strong> 90% as<br />
emissões carbónicas.<br />
Somos a primeira empresa global de<br />
entrega de encomendas a ter a suas<br />
metas de redução de emissões de<br />
CO2 de curto (2030) e longo prazo<br />
(2040) aprovadas pela iniciativa<br />
Science Based Targets (SBTi). Esta<br />
aprovação histórica valida de forma<br />
científica o nosso objetivo de atingir<br />
o net zero at<strong>é</strong> 2040 e coloca-nos<br />
num caminho claro para ser a referência<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em entregas<br />
sustentáveis.<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Entregas expresso de encomendas a nível dom<strong>é</strong>stico e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />
BOARD<br />
Olivier Establet CEO // Am<strong>é</strong>rico Mendes CSO // Rui Nobre COO // Carla<br />
Pereira Directora de Marketing e Comunicação<br />
CONTACTOS<br />
Av. Infante D. Henrique, Lote 10, Olivais, 1849-003 Lisboa<br />
+351 218 546 001<br />
www.dpd.pt<br />
Associação CECOLAB<br />
Collaborative Laboratory Towards<br />
Circular Economy<br />
Rua Nossa Sra. Da Conceição, nº 2<br />
3405-155 Oliveira do Hospital<br />
t. 238 011 400<br />
e. circular@cecolab.pt<br />
w. www.cecolab.pt<br />
AVALER, Associação Entidades de<br />
Valorização Energ<strong>é</strong>tica Resíduos<br />
Sólidos Urbanos<br />
Plataforma Ribeirinha da CP - Estação<br />
de Mercadorias da Bobadela<br />
2696-801 Loures<br />
t. 218 443 849<br />
e. avaler@avaler.pt<br />
w. www.avaler.pt<br />
Avenue Nre Real Estate, S.A<br />
Rua Serpa Pinto, 14A, 3º<br />
1200-445 Lisboa<br />
t. 215 989 523<br />
e. geral@avenue.pt<br />
w. www.avenue.pt<br />
Banco L. J. Carregosa, S.A<br />
Avenida da Boavista, N.º 1083<br />
4100-129 Porto<br />
t. 226 086 460<br />
e. info@bancocarregosa.com<br />
w. www.bancocarregosa.com<br />
Biorumo, Consultoria em Ambiente<br />
e <strong>Sustentabilidade</strong>, Lda.<br />
Rua do Carvalhido, 155<br />
4250-102 Porto<br />
t. 228 349 580<br />
e. geral@biorumo.com<br />
w. www.biorumo.com<br />
BioSmart, Soluções Ambientais, S.A.<br />
Rua de Tomar, n.º 80<br />
2495-185 Santa Catari<strong>na</strong> da Serra<br />
t. 244 749 100<br />
e. geral@biosmart.pt<br />
w. www.biosmart.pt<br />
BNP Paribas<br />
Rua Galileu Galilei, Nº2, 13º Piso<br />
1500-392 Lisboa<br />
t. 217 910 200<br />
e. geral@bnpparibas.pt<br />
w. www.bnpparibas.pt<br />
Bondalti Chemicals, S.A<br />
Lagoas Park-Edifício 6, 2º B<br />
2740-244 Porto Salvo<br />
t. 210 058 600<br />
e. bondalti@bondalti.com<br />
w. www.bondalti.com<br />
Bondstone Asset Ma<strong>na</strong>gement, Lda<br />
Rua Castilho, Nº 39, 10B<br />
1250-068 Lisboa<br />
t. 211 349 157<br />
e. info@bondstone.com<br />
w. www.bondstone.com<br />
Banco Bpi S.A<br />
Avenida da Boavista, 1117<br />
4100-129 Porto<br />
t. 707 020 500<br />
e. bancobpi@mail.bancobpi.pt<br />
w. www.bancobpi.pt<br />
Brisa Auto-Estradas de Portugal,<br />
S.A<br />
Quinta da Torre da Aguilha<br />
Edifício Brisa<br />
2789-522 São Domingos de Ra<strong>na</strong><br />
t. 210 730 300<br />
e. servico.cliente@brisa.pt<br />
w. www.brisa.pt<br />
Caixa Geral de Depositos S.A<br />
Avenida João Xxi, Nº 63<br />
1000-300 Lisboa<br />
t. 707 242 424<br />
e. cgd@cgd.pt<br />
w. www.cgd.pt<br />
Casais<br />
Engenharia e Construção, S.A<br />
R do Anjo 27<br />
4700-565 Mire de Tibães<br />
t. 218 959 014<br />
e. casais@casais.pt<br />
w. www.casais.pt<br />
CELPA<br />
Associação da Indústria Papeleira<br />
Rua Marquês Sá da Bandeira, 74 - 2.º<br />
1069-076 Lisboa<br />
t. 217 611 510<br />
e. celpa@celpa.pt<br />
w. www.celpa.pt<br />
Cimpor<br />
Indústria de Cimentos S.A<br />
Avª Jos<strong>é</strong> Malhoa, Nº22,<br />
Pisos 6 A 11<br />
1099-020 Lisboa<br />
t. 213 118 100<br />
e. geral@cimpor.com<br />
w. www.cimpor.pt<br />
Cms, Lda<br />
Rua do Pinhal Novo, Nº 49<br />
2845-256 Amora<br />
t. 210 958 100<br />
e. geral@@cmsportugal.com<br />
w. www.cms.law<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
72 \\ DIRETÓRIO \\<br />
PARA O GRUPO BOTICÁRIO O ESG<br />
É UMA PRÁTICA INEGOCIÁVEL<br />
Um dos maiores grupos de beleza<br />
do mundo, o Grupo Boticário <strong>é</strong><br />
uma empresa brasileira presente<br />
em 50 países, incluindo Portugal, a<br />
sua segunda maior operação depois<br />
do Brasil. O Grupo <strong>é</strong> dono das marcas<br />
O Boticário, Eudora, <strong>Quem</strong> Disse,<br />
Berenice?; BeautyBox, Vult, O.u.i,<br />
Dr. JONES, Truss e do marketplace<br />
Beleza <strong>na</strong> Web, al<strong>é</strong>m de atuar com<br />
produtos licenciados como o Australian<br />
Gold e a sua divisão para o mercado<br />
B2B, chamada MultiB.<br />
Esta interação entre diferentes marcas,<br />
ativos, plataformas, rede de franchising,<br />
representantes, distribuidores,<br />
retalho, sellers e fornecedores<br />
formam o maior e melhor ecossistema<br />
de beleza para o mundo, que oferece<br />
ainda soluções digitais de gestão<br />
de negócio para o retalho brasileiro<br />
atrav<strong>é</strong>s das suas marcas Mooz, Casa<br />
Magalhães e GAVB. São mais de 14<br />
mil colaboradores diretos, 500 em<br />
Portugal, espalhados pelo Officce no<br />
Parque das Nações e <strong>na</strong>s mais de 67<br />
lojas distribuídas por todo o território<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />
BOARD<br />
Pautada por uma atuação responsável<br />
com o planeta, a sociedade e os<br />
consumidores, a empresa tem o ESG<br />
embutido no seu modelo de negócios,<br />
uma prática inegociável para o Grupo,<br />
ou seja, toda e qualquer ação – da<br />
escolha dos fornecedores ao pós consumo<br />
– deve ter como direcio<strong>na</strong>l os<br />
impactos ambientais e sociais.<br />
At<strong>é</strong> 2030, o GB prevê ampliar o<br />
impacto positivo para a sociedade<br />
atrav<strong>é</strong>s da gestão de resíduos com a<br />
plataforma “Uma Beleza de Futuro”,<br />
que reúne compromissos ambiciosos<br />
voltados para as dimensões huma<strong>na</strong>s,<br />
ambientais e para os processos produtivos<br />
internos.<br />
A história do Grupo começou em<br />
1977 numa peque<strong>na</strong> farmácia no<br />
Paraná e hoje agrega laboratórios, fábricas,<br />
inovação, tecnologia, logística,<br />
marketing e retalho, num ecossistema<br />
de 64 mil pontos de venda no retalho,<br />
parceiros e fornecedores. A empresa<br />
atua <strong>na</strong>s frentes ambientais, sociais e<br />
culturais e conta tamb<strong>é</strong>m com a atuação<br />
da Fundação Grupo Boticário e o<br />
Instituto Grupo Boticário.<br />
Miguel Krigsner Fundador // Artur Grynbaum Vice-Presidente do Conselho<br />
Administrativo // Fer<strong>na</strong>ndo Mod<strong>é</strong> CEO // Eduardo Javarotto Vice-Presidente<br />
Retalho e Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l // Breno Cavour Head Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l // Rossa<strong>na</strong> Gama<br />
Country Ma<strong>na</strong>ger Portugal<br />
CONTACTOS<br />
Alameda Dos Oceanos, Nº59, Edf. Espace Piso 3, Bloco C, 1990-083 Lisboa<br />
+351 213 932 950<br />
www.grupoboticario.pt/<br />
Companhia das Lezirias S.A<br />
Largo 25 de Abril, 17<br />
2135-318 Samora Correia<br />
t. 263 650 600<br />
e. lezirias@cl.pt<br />
w. www.cl.pt<br />
Consulai, Consultoria<br />
Agro-Industrial Lda<br />
Rua Fer<strong>na</strong>ndo Namora,<br />
Nº 28, 1º Esq.<br />
7800-502 Beja<br />
t. 284 098 214<br />
e. mkt_team@consulai.com<br />
w. www.consulai.pt<br />
Cortadoria Nacio<strong>na</strong>l<br />
de Pêlo S.A<br />
Avenida 1º de Maio, 64<br />
3700-227 São João da Madeira<br />
t. 256 815 030<br />
e. mail@cortadoria.pt<br />
w. www.cortadoria.pt<br />
Cp - Comboios de Portugal, Epe<br />
Calçada do Duque, Nº 14<br />
1249-109 Lisboa<br />
t. 808 109 110<br />
e. cp@cp.pt<br />
w. www.cp.pt<br />
Cr<strong>é</strong>dito Agrícola, SGPS S.A<br />
Rua Castilho, Nº S 233/233-A<br />
1099-004 Lisboa<br />
t. 213 809 900<br />
e. geral@creditoagricola.pt<br />
w. www.creditoagricola.pt<br />
Ctt - Correios de Portugal S.A<br />
Avenida Dom João II, Nº 13<br />
1999-001 Lisboa<br />
t. 210 471 616<br />
e. geral@ctt.pt<br />
w. www.ctt.pt<br />
Cuf, S.A<br />
Av. do Forte, N.º 3, Ed. Su<strong>é</strong>cia III,<br />
Piso 2<br />
2790-071 Car<strong>na</strong>xide<br />
t. 211 527 866<br />
e. info@cuf.pt<br />
w. www.cuf.pt<br />
CVR - Centro para a Valorização<br />
de Resíduos<br />
Campus de Azur<strong>é</strong>m da<br />
Univ. do Minho<br />
4800-058 Guimarães<br />
t. 253 510 020<br />
e. geral@cvresiduos.pt<br />
w. www.cvresiduos.pt<br />
Deloitte Technology, S.A<br />
Avenida Engenheiro Duarte Pacheco,<br />
Nº 7<br />
1070-100 Lisboa<br />
t. 210 422 500<br />
e. pt@deloitte.com<br />
w. www2.deloitte.com<br />
Delta Caf<strong>é</strong>s<br />
Avenida Calouste Gulbenkian, 15<br />
7370-025 Campo Maior<br />
t. 218 624 700<br />
e. ambiente@delta-cafes.pt<br />
w. www.grupo<strong>na</strong>beiro.com<br />
DLA Piper ABBC<br />
Largo de São Carlos, nº 3<br />
1200-410 Lisboa<br />
t. 213 583 620<br />
e. dlapiperabbc@dlapiper.com<br />
w. dlapiper.com<br />
Dstelecom, S.A<br />
Rua dos Pitancinhos<br />
4700-727 Braga<br />
t. 253 009 910<br />
e. euquerofibra@dstelecom.pt<br />
w. www.dstelecom.pt<br />
ECOGESTUS - Resíduos, Estudos e<br />
Soluções, Lda.<br />
Rua D. Afonso IV, 23<br />
3080-328 Figueira da Foz<br />
t. 233 109 034<br />
e. contacto@ecogestus.com<br />
w. www.ecogestus.com/pt<br />
Ecoib<strong>é</strong>ria - Reciclados Ib<strong>é</strong>ricos, SA<br />
Travessa Sebastião Fer<strong>na</strong>ndes, n.º<br />
60 - Ribeirão<br />
4760-706 Vila Nova Famalicão<br />
t. 252 372 462<br />
e. info@ecoiberia.pt<br />
w. www.ecoiberia.pt/<br />
ECOMETAIS - Sociedade de Tratamento<br />
e Reciclagem, SA<br />
Avenida da Siderurgia Nacio<strong>na</strong>l, 1<br />
Edifício Sn<br />
2840-075 Aldeia de Paio Pires<br />
t. 212 275 500<br />
e. ecometais@ecometais.com<br />
w. www.valorcar.pt<br />
Ecosativa - Consultoria Ambiental,<br />
Lda<br />
Urbanização Pinhal do Moinho, Lote<br />
11 - 1º F<br />
7645-294 Vila Nova de Milfontes<br />
t. 283 959 906<br />
e. info@ecosativa.pt<br />
w. www.ecosativa.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
73<br />
INVESTIMENTO HOJE<br />
PARA UM FUTURO + VERDE<br />
A REN - Redes Energ<strong>é</strong>ticas Nacio<strong>na</strong>is,<br />
enquanto empresa responsável<br />
pelo fornecimento ininterrupto<br />
de eletricidade e gás <strong>na</strong>tural a<br />
Portugal Continental, assumiu a<br />
sustentabilidade como o eixo principal<br />
da sua atuação. A empresa<br />
apostou <strong>na</strong> transição para uma<br />
energia verde, sempre sem pôr em<br />
causa a solidez fi<strong>na</strong>nceira e o desempenho<br />
operacio<strong>na</strong>l de excelência<br />
que a têm caracterizado. Para<br />
o efeito tem dado especial atenção<br />
não só à descarbonização das infraestruturas<br />
de gás e eletricidade,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m à proteção ambiental,<br />
seja atrav<strong>é</strong>s da concretização<br />
de políticas de defesa da biodiversidade,<br />
de defesa da floresta e da<br />
sua reflorestação, de educação ambiental<br />
ou, mais simplesmente, de<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
eletrificação da frota automóvel.<br />
Ciente do impacto a longo prazo<br />
destas iniciativas, estipulou como<br />
meta reduzir as suas emissões em<br />
50% at<strong>é</strong> 2030 (em comparação<br />
com 2019), conseguindo atingir a<br />
neutralidade carbónica em 2040,<br />
dez anos antes do definido pela<br />
União Europeia.<br />
/ Transporte de eletricidade em muito alta tensão e gestão t<strong>é</strong>cnica global do Sistema<br />
El<strong>é</strong>trico Nacio<strong>na</strong>l;<br />
/ Transporte de gás <strong>na</strong>tural em alta pressão e gestão t<strong>é</strong>cnica global do Sistema Nacio<strong>na</strong>l<br />
de Gás Natural, garantindo a receção, armaze<strong>na</strong>mento e regaseificação de<br />
GNL, e o armaze<strong>na</strong>mento subterrâneo de gás <strong>na</strong>tural.<br />
BOARD<br />
Rodrigo Costa Presidente da Comissão Executiva // João Faria Conceição<br />
Administrador Executivo // Gonçalo Morais Soares Administrador Executivo<br />
CONTACTOS<br />
Av. dos Estados Unidos da Am<strong>é</strong>rica, 55 - 1749-061 Lisboa, Portugal<br />
+351 210 013 500<br />
www.ren.pt<br />
E-CYCLE<br />
Associação de Produtores de EEE<br />
Rua dos Plátanos, 197, Ed. AIMMAP<br />
4100-414 Porto<br />
t. 934 750 131<br />
e. geral@e-cycle.pt<br />
w. www.e-cycle.pt<br />
Edia - Empresa de Desenvolvimento<br />
e Infra-Estruturas do Alqueva S.A<br />
Rua Zeca Afonso, Nº 2, 7800-522 Beja<br />
t. 266 569 257<br />
e. edia@edia.pt<br />
w. www.edia.pt<br />
EDP<br />
Gestão da Produção da Energia, S.A<br />
Av. 24 de Julho, 12<br />
1249-800 Lisboa<br />
t. 210 012 500<br />
e. edpproducao@edp.pt<br />
w. www.edp.com<br />
Efacec Engenharia e Sistemas, S.A<br />
Parque Empresarial Arroteia Poente<br />
4466-952 S. Mamede de Infesta ·<br />
t. 229 562 300<br />
e. sgps@efacec.pt<br />
w. www.efacec.pt<br />
EGEO Tecnologia e Ambiente SA<br />
R. 25 de Abril 1, Qnt. da Francelha de<br />
Baixo<br />
2685-368 Prior Velho<br />
t. 211 556 000<br />
e. geral@egeo.pt<br />
w. www.egeo.pt<br />
Electrão<br />
Associação de Gestão de Resíduos<br />
Restelo Business Center, Bloco 5 - 4A<br />
Av. Ilha da Madeira, 35<br />
1400-203 Lisboa<br />
t. 214 169 020<br />
e. geral@electrao.pt<br />
w. www.electrao.pt<br />
Empresa Municipal de Ambiente<br />
do Porto, E.M., SA<br />
Rua de S. Dinis, 249<br />
4250-434 Porto<br />
t. 228 348 770<br />
e. geral@portoambiente.pt<br />
w. www.portoambiente.pt<br />
Endesa Energia S.A.<br />
Qnt. da Fonte, Ed. D. Manuel I, Piso 0,<br />
Ala B<br />
2770-203 Paço de Arcos<br />
t. 800 10 10 33<br />
e. geral@endesa.pt<br />
w. www.endesa.pt<br />
Enhidrica, Consultores de Engenharia<br />
Ambiental, Lda<br />
Rua Dr. Carlos Pires Felgueiras, 98<br />
- 3º E<br />
4470-157 Maia<br />
t. 229 414 445<br />
e. enhidrica@enhidrica.com<br />
w. www.enhidrica.com<br />
ERP Portugal<br />
Associação Gestora de Resíduos<br />
Rua D. Dinis Bordalo Pinheiro, 467 B<br />
2645-539 Alcabideche<br />
t. 219 119 630<br />
e. info@erp-portugal.pt<br />
w. www.erp-recycling.pt<br />
Eurest (Portugal)<br />
Av. da Quinta Grande, Ed. Prime 53, 6 º<br />
2610-156 Amadora<br />
t. 217 913 600<br />
e. geral@eurest.pt<br />
w. www.eurest.pt<br />
Euro Separadora Environment<br />
and Recycling S.A.<br />
Rua das Fontainhas, 48<br />
4730-020 Braga<br />
t. 253 380 020<br />
e. geral@euroseparadora.pt<br />
w. www.euroseparadora.pt<br />
Euronext Lisbon - Sociedade<br />
Gestora De Mercados<br />
Regulamentados, S.A.<br />
Av. da Liberdade, n.º 196 - 7º<br />
1250-147 Lisboa<br />
t. 210 600 600<br />
e. geral@euronext.pt<br />
w. www.euronext.com<br />
Evertis Ib<strong>é</strong>rica, SA<br />
Quinta S. Vicente EN 246<br />
7300-436 Portalegre<br />
t. 245 339 200<br />
e. evertis@evertis.com<br />
w. www.evertis.com/pt<br />
Ernst & Young S.A<br />
Av Republica 90-3<br />
1649-024 Lisboa<br />
t. 217 957 590<br />
e. info@ey.com<br />
w. www.ey.com<br />
Fapil - Indústria, SA<br />
R. Alto do Matoutinho, n.º 5<br />
Apartado 8<br />
2669-909 Malveira<br />
t. 219 828 008<br />
e. geral@fapil.pt<br />
w. www.fapil.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
74 \\ DIRETÓRIO \\<br />
A SUSTENTABILIDADE É UM PILAR<br />
CENTRAL NA MISSÃO E ATIVIDADE<br />
DA SOCIEDADE PONTO VERDE<br />
ASociedade Ponto Verde (SPV)<br />
tem como missão contribuir<br />
para a promoção da Economia<br />
Circular atrav<strong>é</strong>s do Sistema Integrado<br />
de Gestão de Resíduos de<br />
Embalagens (SIGRE) assente num<br />
forte compromisso com a Inovação<br />
e I&D, a Literacia Ambiental e a<br />
Cidadania Ativa. A SPV desempenha<br />
um papel importante <strong>na</strong><br />
sensibilização da população para<br />
a importância da reciclagem e da<br />
adoção de práticas mais sustentáveis,<br />
atrav<strong>é</strong>s de campanhas de<br />
informação e educação ambiental,<br />
incentivando a separação correta<br />
dos resíduos utilizados. Somos<br />
uma empresa privada, Sociedade<br />
anónima, que não distribui lucros<br />
aos seus acionistas, com a responsabilidade<br />
pelo encaminhamento<br />
para reciclagem e valorização dos<br />
resíduos de embalagens que resultam<br />
do grande consumo, apoiando<br />
a conceção de embalagens cada vez<br />
FICHA TÉCNICA<br />
mais circulares e propondo novas<br />
formas de melhorar os seus processos<br />
de recolha, separação e tratamento.<br />
A SPV <strong>é</strong> líder de mercado<br />
e serve atualmente 8200 clientes<br />
entre micro, peque<strong>na</strong>s, m<strong>é</strong>dias e<br />
grandes empresas.<br />
António Nogueira Leite – Presidente do Conselho de Administração da SPV<br />
A<strong>na</strong> Trigo Morais – CEO/Administradora Delegada da SPV<br />
CONTACTOS<br />
Rua João Chagas, 53, 1ºDTO, 1495-764 Cruz Quebrada<br />
+351 210 102 400<br />
www.pontoverde.pt // www.pontoverdelab.pt<br />
FEUP - Faculdade de Engenharia da<br />
Universidade do Porto<br />
Rua Dr. Roberto Frias<br />
4200-465 PORTO<br />
t. 225 081 411<br />
e. incoming@fe.up.pt<br />
w. www.fe.up.pt<br />
Finerge, S.A<br />
Avenida D. Afonso Henriques, 1345<br />
4450-017 Matosinhos<br />
t. 226 080 180<br />
e. info.geral@finerge.pt<br />
w. www.finerge.pt<br />
FLEXDEAL SIMFE S.A<br />
Rua Dr. Francisco Torres N.78<br />
4750-160 Barcelos<br />
t. 707 913 780<br />
e. INFO@FLEXDEAL.PT<br />
w. www.flexdeal.pt<br />
FREETILIZER, Com<strong>é</strong>rcio de<br />
Equipamentos e Serviços<br />
Integrados, Lda.<br />
Rua do Rio Novo, n.º 450<br />
4495-145 Póvoa de Varzim<br />
t. 252 240 490<br />
e. geral@pipemasters.pt<br />
w. www.pipemasters.pt<br />
Fujitsu Technology Solutions, Lda<br />
Avª. Col<strong>é</strong>gio Militar,<br />
Nº 37-F, 3º Piso<br />
1500-564 Lisboa<br />
t. 217 244 444<br />
e. info@fujitsu.com<br />
w. www.fujitsu.com/pt/<br />
Gestamp Aveiro, SA<br />
Zo<strong>na</strong> Industrial<br />
3701-905 Nogueira do Cravo<br />
t. 256 861 100<br />
e. gestampaveiro@gestamp.com<br />
w. gestamp.com<br />
Gintegral - Gestão Ambiental, SA<br />
Rua Avelino Barros, 282<br />
4490-479 Póvoa de Varzim<br />
t. 252 688 444<br />
e. geral.gintegral@gintegral.pt<br />
w. www.gintegral.pt<br />
<strong>Green</strong>volt - Energias Renováveis,<br />
S.A<br />
Rua Manuel Pinto de Azevedo,<br />
Nº 818<br />
4100-320 Porto<br />
t. 228 346 502<br />
e. sede@greenvolt.pt<br />
w. www.greenvolt.pt<br />
Grosvenor House Of Investments,<br />
Scr, S.A<br />
Avenida da Liberdade, 129-B, Sala 7<br />
1250-140 Lisboa<br />
t. 213 261 598<br />
e. customerenquiries@grosvenor.com<br />
w. www.grovesnor.com<br />
Hovione Farmaciência S.A<br />
Quinta São Pedro - Sete Casas<br />
2674-506 Loures<br />
t. 219 829 000<br />
e. hello@hovione.com<br />
w. www.hovione.com<br />
Hychem, Química Sustentável, S.A<br />
Rua Engenheiro Cl<strong>é</strong>ment Dumoulin<br />
2625-106 Póvoa de Santa Iria<br />
t. 219 534 000<br />
e. geral@hychem.com<br />
w. www.hychem.pt<br />
Indaver Portugal, SA<br />
Rua Central Park, Edifício 2<br />
4º andar C<br />
2795-242 Linda-a-Velha<br />
t. 219 405 039<br />
e. info@indaver.pt<br />
w. www.indaver.pt<br />
Inspire IT - Invisiblepixel, Lda.<br />
Avenida do Cristo Rei, 7 - 7º Esq.<br />
2800-055 Almada<br />
t. 917 087 589<br />
e. info@inspireit.pt<br />
w. www.inspireit.pt<br />
Interecycling, Sociedade de Reciclagem,<br />
SA<br />
Zo<strong>na</strong> Industrial do Lajedo, Apartado<br />
8<br />
3465-157 Santiago de Besteiros<br />
t. 232 857 040<br />
e. info@interecycling.com<br />
w. www.interecycling.com<br />
ISQ<br />
Instituto de Soldadura e Qualidade<br />
Av. Prof. Cavaco Silva,<br />
33 Taguspark<br />
2740-120 Porto Salvo<br />
t. 214 228 100<br />
e. info@isq.pt<br />
w. www.isq.pt<br />
Jerónimo Martins, SGPS, SA<br />
Rua Actor António Silva, 7<br />
1649-033 Lisboa<br />
t. 217 532 000<br />
e. provedoria@jeronimo-martins.pt<br />
w. www.jeronimomartins.com<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
75<br />
O FUTURO DA ENERGIA<br />
O Grupo TrustEnergy aposta <strong>na</strong><br />
sustentabilidade, não só ambiental,<br />
mas tamb<strong>é</strong>m social, focando-se<br />
em produzir eletricidade<br />
de forma segura e eficiente, mas<br />
tamb<strong>é</strong>m com preço competitivo.<br />
Com forte presença em Portugal,<br />
baseia a sua atividade <strong>na</strong> produção<br />
de eletricidade atrav<strong>é</strong>s da<br />
exploração de um portfólio diversificado<br />
de fontes de energia,<br />
possuindo ativos com fiabilidade<br />
e desempenho comprovados.<br />
Com uma capacidade instalada<br />
total de cerca de 2 400 MW, o<br />
Grupo TrustEnergy <strong>é</strong> o segundo<br />
maior player no sector el<strong>é</strong>trico<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e uma referência no<br />
segmento eólico. A TrustEnergy<br />
encara o desafio de enfrentar as<br />
atuais necessidades crescentes<br />
de energia com a responsabilidade<br />
ambiental, garantindo a satisfação<br />
da procura de eletricidade,<br />
de uma forma segura, promovendo<br />
o consumo eficaz dos recursos<br />
e o combate às alterações<br />
climáticas.<br />
Saúde, Segurança, Ambiente e<br />
Respeito pela comunidade são<br />
valores-chave para a TrustEnergy.<br />
Estes valores são fundamentais<br />
para a definição de políticas<br />
e princípios do grupo.<br />
As políticas e os princípios da<br />
TrustEnergy são aplicados em<br />
todas as empresas do grupo,<br />
em estrita conformidade com<br />
as normas <strong>é</strong>ticas que definem o<br />
quadro de referência aplicável a<br />
todos os funcionários do grupo.<br />
A TrustEnergy está consciente<br />
da sua responsabilidade <strong>na</strong> gestão<br />
do impacto de suas atividades<br />
<strong>na</strong> sociedade em que se insere.<br />
Acreditando que esta visão<br />
contribui para o sólido desempenho<br />
do nosso negócio.<br />
BOARD<br />
/ Jos<strong>é</strong> Grácio<br />
/ Pierre Guiollot<br />
/ Neil Anderson<br />
/ Ryota Kobayashi<br />
/ Tomoki Nishino<br />
/ Kazuma Fukumoto<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Produção de energia el<strong>é</strong>trica<br />
CONTACTOS<br />
Quinta da Fonte<br />
Edifício D. Maria I, Piso 2, Ala B<br />
2770-229 Paço d’Arcos - Portugal<br />
+351 214 403 200<br />
geral@trustenergy.pt<br />
www.trustenergy.pt<br />
Kpmg & Associados - Sociedade<br />
de Revisores Oficiais de Contas S.A<br />
Av. Fontes Pereira de Melo, Nº 41, 15º<br />
1069-006 Lisboa<br />
t. 210 110 000<br />
e. info@home.kpmg<br />
w. home.kpmg<br />
Lactogal - Produtos Alimentares S.A<br />
R. do Campo Alegre, Nº 830, 4º A 7º<br />
4150-171 Porto<br />
t. 226 070 000<br />
e. geral@lactogal.pt<br />
w. www.lactogal.pt<br />
Lidl & Companhia<br />
Rua P<strong>é</strong> de Mouro, n.º 18 - Linhó<br />
2714-510 Sintra<br />
t. 219 102 254<br />
e. sustentabilidade@lidl.pt<br />
w. www.lidl.pt<br />
LIPOR – Serviço Intermunicipalizado<br />
de Gestão de Resíduos do Grande<br />
Porto<br />
Rua da More<strong>na</strong>, 805<br />
4435-746 Baguim do Monte<br />
t. 229 770 100<br />
e. info@lipor.pt<br />
w. www.lipor.pt<br />
Maiambiente, EM<br />
Rua 5 de Outubro, 359<br />
4475-302 Milheirós<br />
t. 800 202 639<br />
e. geral@maiambiente.pt<br />
w. www.maiambiente.pt<br />
Manpowergroup Portugal<br />
SGPS, S.A<br />
Rua Tomás da Fonseca, Torre G,<br />
Piso 15<br />
1600-209 Lisboa<br />
t. 300 032 623<br />
e. info@manpowergroup.pt<br />
w. www.manpowergroup.pt<br />
Megasa, Com<strong>é</strong>rcio de Prod. Siderúrgicos<br />
Lda<br />
Estrada Nacio<strong>na</strong>l 10-2<br />
2840-075 Aldeia de Paio Pires<br />
t. 212 278 500<br />
e. info@megasa.com<br />
w. www.megasa.com<br />
Mercado<strong>na</strong><br />
Irmãdo<strong>na</strong> Supermercados, Lda.<br />
Avenida Padre Jorge Duarte, n.º 123<br />
4430-946 Vila Nova de Gaia<br />
t. 221 201 000<br />
e. sugestoes@mercado<strong>na</strong>.com<br />
w. www.mercado<strong>na</strong>.pt<br />
Metropolitano de Lisboa, E.P.E<br />
Avenida Fontes Pereia de Melo, 28<br />
1050-122 Lisboa<br />
t. 213 500 115<br />
e. atendimento@metrolisboa.pt<br />
w. www.metrolisboa.pt<br />
Millenium BCP<br />
Avenida Jos<strong>é</strong> Malhoa, N 27<br />
1070-157 Lisboa<br />
t. 918 272 424<br />
e. info@millenniumbcp.pt<br />
w. www.millenniumbcp.pt<br />
Mota<br />
Engil, Engenharia e Construção S.A<br />
Casa da Calçada/L do Paço 6<br />
4600-032 Amarante<br />
t. 225 190 300<br />
e. geral@mota-engil.pt<br />
w. www.mota-engil.pt<br />
Neutroplast, Indústria<br />
de Embalagens, SA<br />
Z. Industrial, Casal da Espinheira,<br />
Lt. 10<br />
2590-057 Sobral Monte Agraço<br />
t. 261 940 100<br />
e. neutroplast@neutroplast.com<br />
w. www.neutroplast.com<br />
Nextbitteam<br />
Business Technologies, SA<br />
Rua Tierno Galvan<br />
Torre 3, 7º Piso<br />
1070-074 Lisboa<br />
t. 211 347 042<br />
e. info@nextbitt.com<br />
w. www.nextbitt.com<br />
Nhood Portugal<br />
R. Artilharia 1, nº 51,<br />
Páteo Bagatela Ed. 3<br />
1250-038 Lisboa<br />
t. 210 537 815<br />
e. news@nhood.pt<br />
w. www.nhood.pt<br />
Nos Comunicações, S.A<br />
Rua Actor António Silva, Nº 9<br />
1600-404, Lisboa<br />
t. 217 824 700<br />
e. geral@nos.pt<br />
w. www.nos.pt<br />
Novo Banco, S.A<br />
Avenida da Liberdade, Nº 195<br />
1250-142 Lisboa<br />
t. 213 501 000<br />
e. info@novobanco.pt<br />
w. www.novobanco.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
76 \\ DIRETÓRIO \\<br />
Fundada em 2009, a ESGRA – Associação<br />
para a Gestão de Resíduos defende o exercício<br />
da atividade de gestão de resíduos<br />
urbanos alinhado com um modelo de desenvolvimento<br />
estrat<strong>é</strong>gico, sustentável e<br />
baseado <strong>na</strong> economia circular. Temos como<br />
missão a promoção dos interesses dos nossos<br />
associados bem como a investigação e<br />
valorização de recursos que promovam o<br />
País como território de desenvolvimento<br />
económico e ambientalmente sustentável.<br />
BOARD<br />
Paulo Praça<br />
Presidente da Direção<br />
Cátia Borges<br />
Vice-presidente da Direção<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Gestão de resíduos<br />
urbanos<br />
CONTACTOS<br />
Rua Rodrigues Sampaio,<br />
nº 19, 5º A<br />
1150-278 Lisboa<br />
T. +351 214 240 221<br />
E. geral@esgra.pt<br />
W. www.esgra.pt<br />
Carlos de Andrade Botelho<br />
Vice-presidente da Direção<br />
Carla Velez<br />
Secretária Geral<br />
UM FORTE ALIADO RUMO<br />
À DESCARBONIZAÇÃO<br />
A Daikin <strong>é</strong> o único fabricante envolvido<br />
em todas as vertentes do fabrico,<br />
vendas e assistência de uma<br />
vasta gama de soluções de AVAC&R.<br />
Com um portefólio completo de produtos<br />
e soluções, a Daikin responde<br />
às necessidades dos clientes sem<br />
esquecer o seu compromisso de desenvolver<br />
sistemas de aquecimento<br />
mais eficientes e sustentáveis com<br />
recurso a energias renováveis.<br />
Presença global 145 países<br />
Em Portugal desde novembro de 2004<br />
Colaboradores 110<br />
CONTACTOS<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Fornecedor de soluções AVAC&R:<br />
aquecimento, ventilação, ar condicio<strong>na</strong>do,<br />
refrigeração e sistemas<br />
hidrónicos (chillers e ventiloconvectores)<br />
/ Prestador de Serviços: Aluguer de<br />
chillers, Sistemas de Gestão e Controlo,<br />
Manutenção & Assistência<br />
BOARD<br />
Yvonne Brierley<br />
Ma<strong>na</strong>ging Director Daikin Portugal<br />
Sede Lisboa - Morada Edifício D. Maria I, Piso 0, Ala A/B - Quinta da Fonte<br />
2770-229 Paço de Arcos<br />
T. +351 214 268 700<br />
Delegação Norte - Morada Rua B – Zo<strong>na</strong> Industrial da Varziela, Lote 50 e 51<br />
Árvore | 4480-620 Vila do Conde<br />
T. +351 214 268 790 E. info@daikin.pt // W. www.daikin.pt<br />
Novo Verde, Sociedade Gestora<br />
de Resíduos de Embalagem, SA<br />
Rua São Sebastião, n.º 16<br />
Cabra Figa, 2635-448 Rio de Mouro<br />
t. 219 119 630<br />
e. info@novoverde.pt<br />
w. www.novoverde.pt<br />
Ntt Data Portugal, S.A<br />
Edificio Atrium Saldanha,<br />
N.º 1, 10.º E/F, 1050-094 Lisboa<br />
t. 213 301 020<br />
e. info@nttdata.com<br />
w. www.nttdata.com<br />
OVO Solutions, Soluções<br />
Ambientais SA<br />
Estrada dos Espanhóis<br />
S/N, CCI 7515, Venda do Alcaide<br />
2955-250 Pinhal Novo<br />
t. 212 328 760<br />
e. geral@ovosolutions.com<br />
w. www.ovosolutions.com<br />
PLMJ Advogados SP, RL<br />
Av. Fontes Pereira de Melo, 43<br />
1050-119 Lisboa<br />
t. 213 197 300<br />
e. plmjlaw@plmj.pt<br />
w. www.plmj.com/pt/<br />
Prio Energy, S.A<br />
Termi<strong>na</strong>l de Gra<strong>na</strong>is Líquidos,<br />
Lote B, Porto de Aveiro<br />
3834-908 Ílhavo<br />
t. 234 393 090<br />
e. info@prioenergy.com<br />
w. www.prioenergy.com<br />
Pwc<br />
Palácio SottoMayor,<br />
R. Sousa Martins, 1-3º, 1069-316 Lisboa<br />
t. 213 599 000<br />
e. www.pwc.pt<br />
w. www.pwc.pt<br />
R3Natura, Lda.<br />
Rua do Monte, Centro de Neg.<br />
de Oleiros, 4730-325 Vila Verde<br />
t. 253 320 110<br />
e. info@r3<strong>na</strong>tura.pt<br />
w. www.r3<strong>na</strong>tura.pt<br />
Rduz - Gestão Global de<br />
Resíduos, S.A<br />
Zo<strong>na</strong> Industrial Argvai Lotes 4, 5, 6<br />
e 22, 4490-232 Póvoa de Varzim<br />
t. 252 622 495<br />
e. geral@rduz.pt<br />
w. www.rduz.pt<br />
Recivalongo - Gestão de<br />
Resíduos, Lda<br />
Vale da Cobra, S/N Apartado 54<br />
4440-339 Valongo<br />
t. 224 154 663<br />
e. recivalongo@recivalongo.pt<br />
w. www.recivalongo.pt<br />
Recypolym, Lda.<br />
Z.I.M. Adiça, 3460-070 Tondela<br />
t. 232 816 007<br />
e. info@recypolym.com<br />
w. www.recypolym.com<br />
Repsol Portuguesa, Lda<br />
Avenida Jos<strong>é</strong> Malhoa, Nº 16<br />
1099-091 Lisboa<br />
t. 213 119 000<br />
e. repsolmovept@repsol.com<br />
w. www.repsol.pt<br />
Residuos do Nordeste, Eim, S.A<br />
Rua Fundação Calouste<br />
Gulbenkian<br />
5370-340 Mirandela<br />
t. 278 201 570<br />
e. geral@residuosdonordeste.pt<br />
w. www.residuosdonordeste.pt<br />
Rovensa, S.A<br />
Alameda dos Oceanos, , lote 1.06.<br />
1.1 D, 3.º A, 1990-207 Lisboa<br />
t. 213 222 750<br />
e. info@rovensa.com<br />
w. www.rovensa.com<br />
Sacentro - Com<strong>é</strong>rcio de<br />
Têxteis, SA<br />
Estr. Octácio Pato, Nº 177,<br />
Ed. A, Arm. 3, 2785-723 Cascais<br />
t. 210 046 870<br />
e. customercare@sacoor.com<br />
w. www.sacoor.com<br />
Saica Natur Portugal Lda.<br />
Rua da Bracieira, n.º 31 -<br />
Parque Industrial do Batel<br />
2890-161 Alcochete<br />
t. 212 348 800<br />
e. web.<strong>na</strong>tur@saica.com<br />
w. www.saica.com<br />
Saint - Gobain Portugal, S.A<br />
Rua da Carreira Branca, Zo<strong>na</strong> Industrial<br />
de Taboeira, 3800-055 Aveiro<br />
t. 234 101 010<br />
e. info.portugal@saint-gobain.com<br />
w. www.saint-gobain.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
77<br />
OPTIMIZE AS AÇÕES DE MARKETING<br />
COM O APOIO DA INCENTIVE BOOST<br />
A Incentive Boost tem como missão<br />
transformar, di<strong>na</strong>mizar e apoiar a<br />
atividade comercial das Empresas,<br />
conduzindo as suas estrat<strong>é</strong>gias para<br />
obtenção de resultados. Apresenta<br />
ainda ao mercado das PME um cartão<br />
de incentivos, que visa dar resposta<br />
aos seus programas de fidelidade.<br />
Esta solução “flexível, sustentável e<br />
conveniente” promete resolver o problema<br />
da “falta de budget” para estas<br />
iniciativas.<br />
CONTACTOS<br />
T. +351 933 326 534<br />
BOARD<br />
Glenda Alves<br />
CEO &Founder<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Outsourcing de Gestão<br />
Integrada de Marketing<br />
/ Produtos de incentivos<br />
E. geral@incentive-boost.com // W. www.incentive-boost.com/servicosmarketing<br />
ECOPRODUTOS PARA A INDÚSTRIA<br />
Somos uma PME fundada em 2010 tendo como principal objetivo a<br />
fabricação de produtos em plástico atrav<strong>é</strong>s de processos de injeção<br />
para diversas indústrias. Dispomos de Certificação ISO 9001:2015<br />
e Certificação ISO 14001:2015. Temos máqui<strong>na</strong>s de injeção com<br />
consumos reduzidos que permitem alta eficiência energ<strong>é</strong>tica.<br />
Lançámos a marca <strong>Green</strong>magnus com produtos reciclados para ter uma<br />
casa eco-friendly, cuidar do meio ambiente e adotar comportamentos<br />
sustentáveis, preservando o Planeta Terra.<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
Serviços de Injeção de Plástico // Moldação por Injeção // Integração<br />
de Tecnologia IML // Desenvolvimento e Fabrico de Produtos Sustentáveis<br />
BOARD<br />
Bruno Melo - CEO // Rosa Melo - CEO<br />
CONTACTOS<br />
Arruamento E, Nº 16, Zo<strong>na</strong> Industrial de Vilarinho do Bairro, 3780-610 Vilarinho do Bairro<br />
T. +351 231 247 660<br />
E. geral@magnusberry.pt / info@greenmagnus.pt<br />
W. www.magnusberry.pt / www.greenmagnus.pt<br />
Sair da Casca<br />
Praça Marquês de Pombal, nº14<br />
1250-162 Lisboa<br />
t. 213 558 296<br />
e. sdc@sairdacasca.com<br />
w. www.sairdacasca.com<br />
Santander Totta, S.A<br />
Rua Áurea, Nº 88,<br />
1100-063 Lisboa<br />
t. 217 807 364<br />
e. netbancoparticulares@santander.pt<br />
w. www.santander.pt<br />
Savan<strong>na</strong>h<br />
Rua Jos<strong>é</strong> Eigenmann, 90 Nogueira<br />
4715 – 199 Braga<br />
t. 253 614 878<br />
e. joa<strong>na</strong>.prazeres@savan<strong>na</strong>hresources.pt<br />
w. mi<strong>na</strong>dobarroso.com<br />
Savills Portugal<br />
Mediação Imobiliária, Lda<br />
Avenida Miguel Bombarda, 4<br />
7º Piso<br />
1000-208 Lisboa<br />
t. 213 139 000<br />
e. info@savills.pt<br />
w. www.savills.pt<br />
SAVINOR<br />
Sociedade Avícola do Norte, SA<br />
Rua Cancela Vermelha, 450<br />
4785-011 Trofa<br />
t. 229 865 250<br />
e. avinor.uts@sojadeportugal.pt<br />
w. www.savinoruts.pt<br />
Schneider Electric<br />
Av. do Forte nº 3 Edifício Su<strong>é</strong>cia III Piso<br />
3, 2794-038 Car<strong>na</strong>xide<br />
t. 217 507 300<br />
e. info@se.com<br />
w. www.se.com/pt/pt/<br />
Schr<strong>é</strong>der Ilumi<strong>na</strong>ção S.A<br />
Rua da Fraternidade Operária 3 A<br />
2794-089 Car<strong>na</strong>xide<br />
t. 214 242 600<br />
e. comunicacao@schreder.pt<br />
w. pt.schreder.com<br />
SGS ICS Serviços Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is de<br />
Certificação, Lda.<br />
Rua Cesi<strong>na</strong> Adães Bermudes, Lote 11,<br />
N.º 1, 1600-604 Lisboa<br />
t. 217 104 200<br />
e. pt.info@sgs.com<br />
w. www.sgs.pt<br />
Siemens S.A<br />
R Irmãos Siemens Nº 1-1 A Venteira<br />
2720-093 Amadora<br />
t. 214 178 000<br />
e. internetrequest.pt@siemens.com<br />
w. www.siemens.com<br />
Signinum, Gestão de Património<br />
Cultural Lda<br />
R. do Lagar nº32, 4845-024 Rio Caldo<br />
t. 253 944 044<br />
e. signinum@signinum.pt<br />
w. www.signinum.pt<br />
Silvex Indústria de Plásticos e Pap<strong>é</strong>is, SA<br />
Quinta da Brasileira lote 10<br />
2130-999 Be<strong>na</strong>vente<br />
t. 263 519 180<br />
e. comercial@silvex.pt<br />
w. www.silvex.pt<br />
Sirplaste- Sociedade Industrial de<br />
Recuperados<br />
de Plástico, SA<br />
Urb. Industrial da Santeira, LT 76, n.º<br />
16 - Santeira, 2480-410 Porto de Mós<br />
t. 244 870 073<br />
e. sirplaste@sirplaste.pt<br />
w. www.sirplaste.pt<br />
Sogrape Vinhos, S.A<br />
Rua 5 de Outubro, 4527<br />
4430-809 Avintes<br />
t. 227 850 300<br />
e. sogrape@sogrape.com<br />
w. sogrape.com<br />
Soja de Portugal, SGPS, SA.<br />
EN 109 - Lugar da Pardala<br />
3880-728 São João OVR<br />
t. 256 581 100<br />
e. geral@sojadeportugal.pt<br />
w. www.sojadeportugal.pt<br />
Somincor - Sociedade Mineira de<br />
Neves-Corvo, S.A<br />
Santa Bárbara de Padrões,<br />
Apartado 12, 7780-409 Castro Verde<br />
t. 286 689 000<br />
e. geral.somincor@lundinmining.com<br />
w. somincor.com.pt<br />
SOPINAL - Indústria de Equipamentos<br />
e Contentores, S.A.<br />
Rua do Vale da Relva, 188, Relva, Vila<br />
Chã, 3730-657 Vale de Cambra<br />
t. 256 410 770<br />
e. sopi<strong>na</strong>l@sopi<strong>na</strong>l.pt<br />
w. www.sopi<strong>na</strong>l.pt<br />
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE \ GREEN SAVERS \ <strong>2023</strong>
\\ DIRETÓRIO \\<br />
RUMO A UM FUTURO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
O Grupo Veolia ambicio<strong>na</strong> tor<strong>na</strong>r-se<br />
a empresa de referência<br />
da transformação ecológica. Presente<br />
nos cinco continentes com<br />
cerca de 220.000 colaboradores,<br />
a Veolia desenvolve e implementa<br />
localmente soluções para combater<br />
a poluição e a escassez de recursos<br />
essenciais e para descarbonizar<br />
modos de vida e de produção<br />
e adaptá-los às consequências<br />
das alterações climáticas.<br />
BOARD<br />
Jos<strong>é</strong> Melo Bandeira CEO<br />
João Alfama CFO<br />
Teresa Beleza CHRO<br />
António Teixeira Duarte CLCO<br />
Sandra Silva COO Resíduos<br />
Fer<strong>na</strong>ndo Salvador Marques COO Água<br />
Jos<strong>é</strong> Costa Pereira COO Energia<br />
ÁREAS DE ATUAÇÃO<br />
/ Economia circular, descarbonização, eficiência energ<strong>é</strong>tica, reutilização de<br />
água, gestão global de resíduos, gestão de recursos, água, energia, resíduos<br />
CONTACTOS<br />
Estrada de Paço de Arcos, 42, 2770-129 Paço de Arcos, Portugal<br />
T. +351 214 404 700<br />
Stericycle Portugal Lda.<br />
Rua Fer<strong>na</strong>ndo Pessoa, n.º 8 C<br />
2560-241 Torres Vedras<br />
t. 261 320 300<br />
e. ambimed@ambimed.pt<br />
w. www.stericycleportugal.pt<br />
Super Bock Bebidas, S.A.<br />
Via Norte Leça do Balio, Apartado 1044<br />
4465-955 S. Mamede de Infesta<br />
t. 229 052 100<br />
e. apoio.clientes@superbockgroup.com<br />
w. www.superbock.pt<br />
Tabaqueira<br />
Empresa Industrial de Tabacos, S.A<br />
Avª Alfredo da Silva, Nº 35<br />
2639-002 Rio de Mouro<br />
t. 219 157 700<br />
e. tabaqueira@tabaqueira.pt<br />
w. www.tabaqueira.pt<br />
Tecnoplano<br />
Tecnologia e Planeamento S.A<br />
Av. João Crisóstomo, Nº 54 B<br />
1050-128 Lisboa<br />
t. 21 358 1960<br />
e. geral@tecnoplano.pt<br />
w. www.tecnoplano.pt<br />
E. geral.portugal@veolia.com // W. www.veolia.pt<br />
The Navigator Company, S.A<br />
Av. Fontes Pereira de Melo, 27<br />
1050-117 Lisboa<br />
t. 219 017 300<br />
e. info@the<strong>na</strong>vigatorcompany.com<br />
w. www.the<strong>na</strong>vigatorcompany.com<br />
Tratolixo, Tratamento de Resíduos<br />
Sólidos, EIM, SA<br />
Ecoparque da Trajouce, Estr. 5 de Junho,<br />
nº 1, 2785-155 S. Domingos de Ra<strong>na</strong><br />
t. 214 459 500<br />
e. residuos@tratolixo.pt<br />
w. www.tratolixo.pt<br />
Trivalor, Sociedade Gestora de<br />
Participações Sociais, S.A.<br />
Av. Infante Santo, 21 A<br />
1350-177 Lisboa<br />
t. 210 420 083<br />
e. trivalor@trivalor.pt<br />
w. www.trivalor.pt<br />
Universidade Católica Portuguesa<br />
Rua Diogo de Botelho, 1327<br />
4169-005 Porto<br />
t. 226 196 200<br />
e. comunicacao@porto.ucp.pt<br />
w. www.porto.ucp.pt<br />
Universidade de Aveiro<br />
Campus Universitário de Santiago<br />
3810-193 Aveiro<br />
t. 234 370 200<br />
e. geral@ua.pt<br />
w. www.ua.pt<br />
Universidade de Coimbra<br />
Reitoria da Univ. de Coimbra, Paço<br />
das Escolas, 3004-531 Coimbra<br />
t. 234 370 200<br />
e. gbreitor@uc.pt<br />
w. www.uc.pt<br />
Universidade de Trás-os-Montes<br />
e Alto Douro<br />
Quinta de Prados, 5000-801 Vila Real<br />
t. 259 350 000<br />
e. reitor@utad.pt<br />
w. www.utad.pt<br />
Universidade do Minho<br />
Largo do Paço, 4704-553 Braga<br />
t. 253 601 106<br />
e. sec.reitor@reitoria.uminho.pt<br />
w. www.uminho.pt<br />
Valorcar, Sociedade de Gestão<br />
de Veículos em Fim de Vida, Lda.<br />
Av. Torre de Bel<strong>é</strong>m, 29<br />
1400-342 Lisboa<br />
t. 213 011 766<br />
e. valorcar@valorcar.pt<br />
w. www.valorcar.pt<br />
Verallia Portugal, S.A.<br />
Rua da Vidreira, 68<br />
3090-641 Figueira da Foz<br />
t. 233 403 100<br />
e. info@verallia.com<br />
w. pt.verallia.com<br />
Vieira De Almeida e Associados,<br />
Sociedade de Advogados<br />
Rua D. Luís I, 28, 1200-151 Lisboa<br />
t. 213 113 400<br />
e. lisboa@vda.pt<br />
w. www.vda.pt<br />
Vinci Energies Portugal, S.A<br />
Edificio Atlantis, avenida D. João II,<br />
Nº 44 C, 5º Andar, 1990-095 Lisboa<br />
t. 214 258 000<br />
e. geral@vinci-energies.pt<br />
w. www.vinci-energies.pt<br />
Vitrus Ambiente EM SA<br />
Av. Cónego Gaspar Estaço n.º 606<br />
4810-266 Guimarães<br />
t. 253 424 740<br />
e. geral@vitrusambiente.pt<br />
w. www.vitrusambiente.pt<br />
Vodafone Portugal<br />
Comunicações Pessoais S.A<br />
Avenida Dom João II, Nº 36, 8º<br />
1998-017 Lisboa<br />
t. 911 691 300<br />
e. info@vodafone.pt<br />
w. www.vodafone.pt<br />
W2V, SA<br />
Rua das Alminhas, 900<br />
4810-608 Guimarães<br />
t. 253 092 334<br />
e. fcastro@w2v.pt<br />
w. w2v.pt<br />
Waste To Me Lda.<br />
Av. 25 Abril nº 61 C<br />
2840-400 Torre da Marinha<br />
t. 216 065 895<br />
e. geral@wastetome.com<br />
w. www.wastetome.com<br />
XZ Consultores SA<br />
Rua da Cruz, 3A, Loja J<br />
4705-406 Celeirós<br />
t. 253 257 007<br />
e. geral@xzconsultores.pt<br />
w. www.xzconsultores.pt<br />
Zor Thermal<br />
Advanced Products Portugal<br />
Rua Eng. Frederico Ulrich 3210<br />
Piso 2, Sala 214<br />
4470-605 Maia<br />
t. 229 538 567<br />
e. aa@zor-thermal.com<br />
w. zor-thermal.com<br />
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As informações deste diretório foram recolhidas pela <strong>Green</strong> <strong>Savers</strong> em junho de <strong>2023</strong>. Somos alheios a alterações que possam ter ocorrido, ou venham a ocorrer.<br />
A listagem <strong>é</strong> representativa das companhias a operar em Portugal com forte foco <strong>na</strong> sustentabilidade, mas não inclui a totalidade das empresas existentes.
QUEM É QUEM NA SUSTENTABILIDADE