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Florestal_254Web

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GENÉTICA<br />

Pesquisadores desenvolvem árvores que produzem até 40% mais celulose por ciclo<br />

DO BRASIL PARA<br />

O MUNDO<br />

SABRES NACIONAIS CONQUISTAM<br />

MERCADO FLORESTAL INTERNACIONAL<br />

FROM BRAZIL<br />

TO THE WORLD<br />

BRAZILIAN GUIDE BARS<br />

CONQUER THE INTERNATIONAL<br />

FOREST-BASED MARKET


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atingir até 25 cm abaixo do solo;<br />

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acácia, pinus, laranja, café, etc;<br />

Trituração de rebrotas de eucalipto, limpeza de áreas com as<br />

sobras de galhadas e tocos para a continuidade ou renovação<br />

da plantação e troca de atividades como pecuária e agricultura


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MUNDO<br />

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FOREST<br />

VENHA NOS VISITAR<br />

NO ESPAÇO F-12


SUMÁRIO<br />

AGOSTO 2023<br />

86<br />

PRODUTIVIDADE,<br />

QUALIDADE E<br />

PRECISÃO<br />

14 Editorial<br />

16 Cartas<br />

18 Bastidores<br />

20 Notas<br />

68 Coluna CIPEM<br />

70 Frases<br />

72 Entrevista<br />

82 Coluna<br />

86 Principal<br />

92 Manejo<br />

100 Integração<br />

106 Madeira<br />

112 Monitoramento<br />

115 Caderno Empresarial<br />

124 Mercado<br />

126 Genética<br />

130 Produtividade<br />

132 Sustentabilidade<br />

138 Pesquisa<br />

144 Agenda<br />

146 Espaço Aberto<br />

92<br />

132<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

21 Agroceres<br />

101 Beltz do Brasil<br />

17 BKT<br />

19 Bruno<br />

105 Campoar Drones Agrícolas<br />

27 Carrocerias Bachiega<br />

107 Centenaro Cavacos<br />

143 Controlfor<br />

127 D’Antonio Equipamentos<br />

31 Denis Cimaf<br />

02 Dinagro<br />

41 DRV Ferramentas<br />

97 Duffatto Viveiro <strong>Florestal</strong><br />

113 Ecoserra<br />

73 Eloforte<br />

49 Emex Brasil<br />

35 Engeforest<br />

77 Engtec Forest<br />

148 Envimat<br />

13 Envu<br />

61 Feldermann Forest<br />

63 Felipe Diesel<br />

06 Fex<br />

111 Flamar Implementos<br />

75 Francio Soluções Florestais<br />

137 Fratex<br />

67 H Fort<br />

04 Himev<br />

25 Ihara<br />

51 J de Souza<br />

15 Komatsu Forest<br />

147 Log Max<br />

43 Manos Implementos<br />

65 Mill Indústrias<br />

57 Minusa Forest<br />

139 Nicoletti Máquinas<br />

53 Planalto Picadores<br />

59 Planflora Mudas<br />

79 Poly Brasil<br />

123 Prêmio REFERÊNCIA<br />

133 Raptor <strong>Florestal</strong><br />

99 Recimac<br />

81 Reflorestar Serviços Florestais<br />

69 Richetti Madeiras e Biomassa<br />

47 Rocha Facas<br />

141 Rodoleve<br />

135 Rodotrem<br />

84 Rotary-Ax<br />

10 Rotor Equipamentos<br />

55 Sergomel<br />

29 Sumitomo<br />

23 SuperTek<br />

145 Tech Forestry<br />

37 Tecmater<br />

08 Tigercat<br />

109 Toga Radiadores<br />

39 Unibrás<br />

129 Unidas Locação<br />

93 Vale do Tibagi<br />

83 Valfer Ferramentas<br />

33 Vantec<br />

95 Vista Hydraulics<br />

45 Watanabe<br />

71 WDS Pneumática<br />

103 Woodtech<br />

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A TRADIÇÃO EM<br />

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produção e com o meio ambiente<br />

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EDITORIAL<br />

Olhando para o alvo<br />

Estar em primeiro lugar é o objetivo para qualquer competidor.<br />

Ninguém sai de casa para ser o último, todos buscam o topo e se<br />

tratarmos a indústria de base florestal brasileira como esse competidor,<br />

ela pode sim manter seus olhos no alvo e se tornar um líder e<br />

exemplo mundial para o segmento. O Brasil tem terras férteis, clima<br />

ideal e acima de tudo pessoas dispostas a fazer mais e melhor. Entregar<br />

melhores resultados, atingir novos níveis e buscar objetivos ainda<br />

maiores dos até aqui já alcançados. O caminho é cheio de dificuldades<br />

e percalços, mas o setor florestal nacional tem todos os recursos<br />

e chances de se tornar o modelo de negócio e indústria ideal. Nessa<br />

edição, o leitor irá conhecer um pouco mais sobre a Rotary-Ax,<br />

especialista em ferramentas de corte para o segmento florestal e<br />

seus planos de crescimento, novidades sobre captura de carbono,<br />

modelos de integração lavoura-floresta, produtividade florestal e uma<br />

entrevista exclusiva com o novo presidente do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong><br />

Brasileiro), Garo Batmanian, que apresenta os planos da autarquia<br />

para os próximos anos. Ótima leitura!<br />

Manipuladores<br />

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Picadores, Trituradores,<br />

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Na capa dessa edição a<br />

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o corte mecanizado no<br />

segmento florestal<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

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Ano XXV • Nº254 • Agosto 2023<br />

GENÉTICA<br />

DO BRASIL PARA<br />

O MUNDO<br />

Pesquisadores desenvolvem árvores que produzem até 40% mais celulose por ciclo<br />

SABRES NACIONAIS CONQUISTAM<br />

MERCADO FLORESTAL INTERNACIONAL<br />

FROM BRAZIL<br />

TO THE WORLD<br />

BRAZILIAN GUIDE BARS<br />

CONQUER THE INTERNATIONAL<br />

FOREST-BASED MARKET<br />

LOOKING AT THE TARGET<br />

Being first is the goal of any competitor. No one leaves home<br />

to be the last, everyone seeks the top, and if we treat the Brazilian<br />

forest-based industry as this competitor, it can keep its eyes on the<br />

target and become a world leader and example for the segment.<br />

Brazil has fertile lands, an ideal climate, and people willing to do more<br />

and better, delivering better results, reaching new levels, and seeking<br />

even greater goals than those already achieved. The path is full of difficulties<br />

and mishaps, but the Brazilian Forest-based Sector has all the<br />

resources and chances to become the ideal business model and industry.<br />

In this issue, the reader will learn a little more about Rotary-Ax, a<br />

specialist in cutting tools for the Forest-based Sector and its growth<br />

plans, news on carbon capture, crop-forest integration models, forest<br />

productivity, and an exclusive interview with Garo Batmanian, the<br />

new president of the Brazilian Forest Service (SFB), who talks about<br />

the plans of the agency for the next few years. Pleasant Reading!<br />

Entrevista com<br />

Garo Batmanian,<br />

novo presidente<br />

do SFB (Serviço<br />

<strong>Florestal</strong> Brasileiro)<br />

Programa cooperativo monitora<br />

produtividade e sequestro de<br />

carbono em florestas plantadas<br />

3<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXV - EDIÇÃO 254 - AGOSTO 2023<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Vinicius Santos<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Cipem<br />

Gabriel Dalla Costa Berger<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Crislaine Briatori Ferreira<br />

Guilherme Augusto Oliveira<br />

Sofia Carlesso<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Midias Sociais / Social Media<br />

Cainan Lucas<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal - Carlos Felde<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Representante Comercial<br />

Dash7 Comunicação - Joseane Cristina<br />

Knop<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

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ASSINATURAS<br />

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Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />

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CARTAS<br />

Manipuladores<br />

Hidráulicos<br />

A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />

DESEMPENHO DE GIGANTE Novo picador florestal Titan bate recorde no processamento de madeira<br />

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Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

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Ano XXV • Nº253 • Julho 2023<br />

PRINCIPAL<br />

Por Ailton Junior, Telêmaco Borba (PR)<br />

A prontidão e excelência do trabalho da Flamar ajuda a proteger florestas<br />

nativas e as áreas de silvicultura do Brasil com perfeição.<br />

ECONOMIA<br />

Foto: divulgação<br />

Por Pedro Lopez, Canoas (RS)<br />

Tão importante quanto anunciar o crescimento é mostrar com números<br />

esse crescimento. Essa transparência é uma das forças do setor.<br />

ESPÉCIE<br />

Por Paulo Batista, Bauru (SP)<br />

A EMBRAPA é um patrimônio nacional. O trabalho desses pesquisadores<br />

fez com que o Brasil se tornasse essa potência produtiva.<br />

Foto: divulgacão<br />

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Revista Referência <strong>Florestal</strong><br />

@referenciaflorestal<br />

@revistareferencia9702<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />

enviados também para redação<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.


BASTIDORES<br />

Revista<br />

EXPOFOREST<br />

Estaremos presentes na<br />

Expoforest 2023, maior<br />

feira florestal do mundo,<br />

no stand 112, durante os<br />

dias 09 a 11 de agosto<br />

na região de Guatapará<br />

(SP). Estaremos<br />

presenteando clientes<br />

e assinantes da Revista<br />

com belos chapéus,<br />

bonés e chaveiros.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Foto: Emanoel Caldeira<br />

CAPA<br />

Registro da reportagem da capa dessa edição<br />

em parceria com a Rotary-Ax, realizado na<br />

região de Bauru (SP), na empresa Riacho<br />

<strong>Florestal</strong>.<br />

VISITA<br />

O diretor da Rocha<br />

Facas, Jair Rocha,<br />

esteve visitando as<br />

dependências da<br />

JOTA EDITORA, e<br />

foi recepcionado<br />

pelo comercial da<br />

REVISTA REFERÊNCIA<br />

FLORESTAL, Gerson<br />

Penkal.<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

ALTA<br />

AGOSTO 2023<br />

CONCESSÕES DESBUROCRATIZADAS<br />

DEMANDA INTERNACIONAL<br />

Aprovada pelo Senado Federal no final de maio, a<br />

Lei nº 14.590/2023 prevê mudanças na Lei de Gestão<br />

de Florestas Públicas, responsável por garantir<br />

a proteção das florestas brasileiras e combater a<br />

prática ilegal de apropriação de terras, ocupações<br />

irregulares e a exploração irresponsável dos recursos<br />

naturais. As alterações implementadas pela Lei<br />

nº 14.590 permitem às concessionárias acesso ao<br />

patrimônio genético ou conhecimento tradicional<br />

para fins de conservação, pesquisa, desenvolvimento<br />

e bioprospecção, bem como a comercialização<br />

de créditos de carbono. As mudanças aprovadas<br />

visam facilitar e desburocratizar o processo de<br />

concessões florestais.<br />

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Os mercados de madeira tropical não mostraram sinais<br />

de recuperação em maio e mantiveram queda em alguns<br />

países, de acordo com o último relatório do GTI (Global<br />

Timber Index). O GTI ficou abaixo de 50% nos sete países-<br />

-piloto Brasil, China, Congo, Gabão, Indonésia, Malásia e<br />

México, indicando crescimento negativo no setor. Segundo<br />

o relatório, o GTI da Indonésia, que havia subido acima do<br />

valor limite de 50% em abril, caiu 5,7 pontos percentuais<br />

em maio, para 44,9%, sugerindo que as bases da recuperação<br />

da indústria madeireira do país continuam fracas.<br />

O GTI do Congo aumentou 9,4 pontos percentuais, para<br />

35,7%, indicando um abrandamento no ritmo de contração<br />

do setor. GTIs ficaram bem abaixo de 50% na China<br />

(35,3%), Malásia (28,0%), Brasil (32,9%), Gabão (33,8%) e<br />

México (44,5%), sem recuperação à vista.<br />

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NOTAS<br />

Cabeçote <strong>Florestal</strong> H61 - Minusa<br />

Desenvolvido pela Minusa, o Cabeçote <strong>Florestal</strong> H61 possui tecnologia e assistência técnica 100% nacional.<br />

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florestas de pinus ou eucalipto, o equipamento alia inovação, alta produtividade e tecnologia.<br />

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NOTAS<br />

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Livro eucalipto<br />

No Brasil, o eucalipto é o gênero mais utilizado em plantios florestais com fins comerciais, sendo seu cultivo de grande<br />

relevância econômica, social e ambiental. Nos últimos anos, contudo, vem se tornando frequente a introdução e a disseminação<br />

de novas pragas e doenças, exigindo cada vez mais o manejo integrado. Foi nesse contexto que uma equipe de especialistas da<br />

Suzano, reuniu no livro Pragas & Doenças do Eucalipto informações para detecção, manejo e controle das principais ameaças da<br />

cultura. A publicação permite identificar as principais pragas e doenças do eucalipto, reunindo fotos e informações detalhadas<br />

para serem utilizadas na estratégia de manejo integrado, como caracterização morfológica, comportamento daninho, importância<br />

econômica, época da ocorrência e mecanismos de controle. O livro também relaciona os principais inimigos naturais utilizados no<br />

controle biológico de pragas do eucalipto.<br />

“Esse trabalho é fruto de décadas de experiência, investimentos em pesquisa e sólidas parcerias com pesquisadores, universidades<br />

e institutos de pesquisa. Nosso objetivo é compartilhar conhecimentos com os demais produtores florestais, academia e<br />

com a sociedade em geral, seguindo um dos nossos direcionadores de gerar e compartilhar valor”, explica Reginaldo Gonçalves<br />

Mafia, gerente executivo de Inovações em Manejo <strong>Florestal</strong> da Suzano. Com prefácio dos professores Carlos F. Wilcken, líder do<br />

PROTEF/IPEF (Programa de Proteção <strong>Florestal</strong>/Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), e Acelino C. Alfenas, da UFV (Universidade<br />

Federal de Viçosa), o livro é de autoria de diversos profissionais da Suzano, que atuam na área de tecnologia e inovação.<br />

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NOTAS<br />

Destaque paranaense<br />

A Great Place To Work, consultoria global que avalia e certifica ambientes de trabalho em diversos países, divulgou, no<br />

fim de junho, as Melhores Empresas de Agro 2023. O que chamou atenção é que a Remasa Reflorestadora, empresa sediada<br />

em Bituruna (PR), conquistou o primeiro lugar do ranking de médias empresas. A avaliação dos melhores do Agro, que está<br />

na quinta edição, teve 199 empresas inscritas, com um total de 241.055 funcionários – 50 delas foram premiadas, sendo 10<br />

de pequeno porte, 20 de médio porte e 20 de grande porte.<br />

Para celebrar a conquista, a Remasa divulgou um comunicado assinado pelo diretor-presidente, Alceu Gugelmin Junior,<br />

reforçando o compromisso de criar um ambiente de trabalho excepcional para todos aqueles que contribuem para o<br />

crescimento da empresa. “A conquista deste prêmio não é apenas uma honra para nós, mas também é uma oportunidade<br />

para refletirmos sobre a importância do agronegócio no Brasil, em particular, o setor de florestas plantadas. Nosso setor tem<br />

desempenhado um papel fundamental na economia, na preservação do meio ambiente, e um exemplo notável de como as<br />

duas prioridades podem coexistir e se equilibrar”, disse Alceu.<br />

Na mesma ocasião, Alceu afirmou que o compromisso em desenvolver uma atividade responsável e sustentável é resultado<br />

do esforço conjunto de cada colaborador, que desempenha um papel fundamental em nossa jornada. “Gostaria, portanto,<br />

de agradecer a cada um dos membros da equipe Remasa, por seu comprometimento, dedicação e paixão pelo trabalho que<br />

realizam todos os dias. Vocês são a essência do nosso sucesso e motivo de orgulho”, completou Alceu.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Save the date<br />

O Congresso Plantações Florestais foi considerado<br />

um grande sucesso segundo os organizadores.<br />

O evento reuniu toda a cadeia produtiva<br />

florestal, recebeu profissionais e pesquisadores<br />

de diversas instituições nacionais e internacionais,<br />

e colocou em pauta temas relevantes, técnicos,<br />

científicos, estratégicos e inovadores sobre como<br />

as plantações florestais têm contribuído para a<br />

sociedade, de forma expressiva, envolvendo aspectos<br />

econômicos, sociais e o atendimento de<br />

serviços ecossistêmicos.<br />

E devido aos resultados obtidos no evento<br />

a próxima edição já está garantida. Na edição<br />

de 2023 as inscrições foram esgotadas com antecedência<br />

e a audiência superou mais de 400<br />

participantes por dia. Em 9 sessões plenárias, 14<br />

talk shows e 14 sessões de trabalhos voluntários,<br />

contou com o envolvimento de mais de 65 palestrantes,<br />

foram selecionados mais de 130 trabalhos<br />

científicos e em relação a sustentabilidade, foi<br />

um evento carbono neutro.<br />

O IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais),<br />

organizador do evento, destacou a parceria<br />

da ABTCP (Associação Brasileira de Técnicos<br />

em Celulose e Papel), IBÁ (Indústria Brasileira<br />

de Árvores) e IUFRO (União Internacional de Organizações<br />

de Pesquisa <strong>Florestal</strong>) na realização<br />

do evento, dos patrocinadores, das associações<br />

apoiadoras.<br />

O próximo congresso será realizado em abril<br />

de 2025 e as informações sobre inscrições e temas<br />

abordados serão divulgados pelo IPEF.<br />

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NOTAS<br />

Conhecimento difundido<br />

Foto: divulgação<br />

O PCCF (Programa Cooperativo sobre Certificação <strong>Florestal</strong>) do IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais) reuniu em<br />

sua XXX Reunião de Filiadas empresas e profissionais do setor florestal. O evento foi realizado de forma híbrida, com sessão<br />

presencial em Curitiba (PR). No total, 33 participantes estiveram em Curitiba, representando 19 empresas, e outras 30 pessoas,<br />

de diversos estados, acompanharam online.<br />

Ao longo de 3 dias de encontro, colocou em pauta diversos temas relevantes sobre certificação florestal e teve como foco<br />

principal as mudanças previstas para o Novo Padrão FSC (Conselho de Manejo <strong>Florestal</strong>). Divididas em nove temas centrais e<br />

ministradas por seis profissionais, as apresentações e discussões foram definidas com base em pontos considerados críticos para<br />

as empresas filiadas ao PCCF.<br />

Entre os temas, os participantes puderam acompanhar sobre os Desastres Naturais (José Maia - Morada Consultoria), Monitoramento<br />

do Plano de Manejo e Monitoramento e Implementação de Indicadores (Zezé Zakia), Programa de Auditoria Interna<br />

(José Maia e Zezé Zakia), Direitos Fundamentais no Trabalho e Compensação Justa (Arthur Gersioni - Eldorado Brasil), Relação<br />

com as Comunidades e Povos Indígenas (Eunice Brito - Etno Consultoria), Equidade de Gênero (Fernanda Rodrigues - Rede Mulher<br />

<strong>Florestal</strong>) e Práticas Anticorrupção (André Tourinho - Eldorado Brasil).<br />

O PCCF agradece a participação de todos os palestrantes e representantes das empresas que prestigiaram o evento, de forma<br />

presencial ou remota. A próxima reunião de filiadas do PCCF será realizada nos dias 22 e 23 de novembro, na Bracell SP, em<br />

Lençóis Paulista (SP)<br />

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NOTAS<br />

Associação ativa<br />

O FFBA (Fórum <strong>Florestal</strong> da Bahia) realizou em Porto Seguro (BA) a sua LXXXIV reunião ordinária. A plenária tratou de assuntos<br />

como o levantamento de informações acerca da construção do novo aeroporto na Costa do Descobrimento, das atualizações<br />

dos resultados e as próximas etapas do Monitoramento do Uso do Solo na região do extremo sul da Bahia, bem como<br />

das ações da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) para a fiscalização do uso de defensivos químicos.<br />

A ABAF (Associação Baiana das Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) lançou o PAFS (Programa Ambiente <strong>Florestal</strong> Sustentável) em<br />

2016. Este programa é uma ampliação do PFCLP (Programa Fitossanitário de Controle da Lagarta Parda), lançado pela ADAB<br />

(Agência de Defesa Agropecuária) e ABAF em 2015, visando o monitoramento e controle da lagarta parda no sul e extremo sul<br />

da Bahia. Após os bons resultados alcançados pelo PFCLP, a aceitação dos diversos stakeholders e das empresas, a ADAB e a<br />

ABAF resolveram manter o PAFS, ampliando os tópicos a serem trabalhados.<br />

Durante a reunião plenária foi realizada a escolha da nova secretária executiva, momento em que se encerrou o período<br />

de 2 anos da secretária atual, ocupada pela advogada Victória Rizo. Seguindo o regimento interno, os membros realizaram a<br />

votação aberta e democrática para escolher um(a) candidato(a) entre os três finalistas de um processo seletivo que se iniciou<br />

com 81 candidatos e finalizou com a escolha da engenheira florestal Érica Munaro para ser a nova secretária executiva do<br />

Fórum <strong>Florestal</strong> da Bahia pelos próximos 2 anos.<br />

Paulo Andrade, coordenador do PAFS (Programa Ambiente <strong>Florestal</strong> Sustentável), felicitou Victoria Rizo pelo período em<br />

que liderou a secretaria executiva da entidade e parabeniza Érica Munaro pelo êxito na seleção. “Destacamos sua posição de<br />

parceira para a continuidade do diálogo saudável, respeitoso e construtivo, em harmonia com os objetivos<br />

do desenvolvimento regional sustentável”, declarou Paulo.<br />

Foto: Pedro José Ferreira Filho<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Radar de melhoramento<br />

Os testes de progênies do PCMF (Programa Cooperativo sobre Melhoramento <strong>Florestal</strong>),<br />

localizados em Itatinga (SP), receberam o Escaneamento LiDAR. Essa etapa faz parte do<br />

projeto: Escaneamento LiDAR em Experimentos de Melhoramento Genético <strong>Florestal</strong>; desenvolvido<br />

em parceria entre o PCMF do IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), a<br />

ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo)<br />

e com o apoio de diversas empresas filiadas.<br />

O objetivo principal do projeto é avaliar a viabilidade da tecnologia LiDAR em ensaios<br />

de melhoramento genético, comparando-a com os métodos tradicionais de mensuração em<br />

campo. A ação de campo foi acompanhada pelas empresas Suzano, EMESENT, ForLiDAR e<br />

Gestão Engenharia, além dos representantes da ESALQ/USP e do IPEF, e no total sete empresas<br />

afiliadas ao PCMF estão participando dessa iniciativa.<br />

Para a equipe do PCMF, o projeto representa um passo significativo no aprimoramento<br />

do conhecimento e da tecnologia utilizada nos programas de melhoramento florestal. E, a<br />

presença da Emesent foi particularmente importante para explorar os recursos e as aplicações<br />

do Hovermap STX, um novo equipamento com maior resolução.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Data<br />

marcada<br />

O comitê brasileiro organizador do Congresso<br />

Internacional IUFRO (União Internacional<br />

de Organizações de Pesquisa <strong>Florestal</strong>, em<br />

inglês) composto por instituições nacionais<br />

e internacionais do setor florestal, inclusive<br />

pelo IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos<br />

Florestais), se reuniu em Campo Grande (MS)<br />

para o planejamento da próxima edição do<br />

evento, que será entre os 18 a 21 de setembro<br />

de 2023.<br />

O Congresso terá como tema: Estratégias<br />

Novas e Clássicas para Manejar a Sanidade<br />

<strong>Florestal</strong> em Plantações; e contará com a<br />

participação de palestrantes da África do Sul,<br />

Argentina, Austrália, Brasil, Colômbia, EUA<br />

(Estados Unidos da América), Inglaterra, Israel,<br />

Nova Zelândia e Uruguai, que abordarão as<br />

novidades no manejo de pragas e doenças em<br />

plantações florestais. Alguns tópicos de discussão<br />

já foram definidos, como Biossegurança,<br />

Controle Biológico, Melhoramento genético<br />

aplicado à pragas e doenças, Mudanças climáticas,<br />

Novas tecnologias aéreas de aplicação<br />

e Possibilidades no manejo de Organismos<br />

Geneticamente Modificados em florestas.<br />

O comitê de organização é representado<br />

pelo IPEF, UNESP (Universidade Estadual Paulista),<br />

Embrapa Florestas (Empresa Brasileira<br />

de Pesquisa Agropecuária), Reflore-MS (Associação<br />

Sul-Mato-Grossense de Produtores e<br />

Consumidores de Florestas Plantadas), UFGD<br />

(Universidade de Grande Dourados), SCION,<br />

NSW, UDELAR (Universidad de La Republica, no<br />

Uruguai), FABI (Faculdade Batista Interdenominacional)<br />

e Arauco. O encontro promovido<br />

em Campo Grande (MS), com apoio da Reflore<br />

(MS), contou a presença de Murilo Ribeiro<br />

(coordenador PROTEF/IPEF), professor Carlos<br />

Wilcken (Líder Científico Proteção <strong>Florestal</strong><br />

do IPEF e UNESP/Botucatu), professor Edson<br />

Furtado (UESP/Botucatu), Leonardo Barbosa<br />

(Embrapa Florestas), Dito Mário (Reflore-MS) e<br />

professor Fabrício Pereira (UFGD).<br />

As inscrições e submissões de trabalhos<br />

para o Congresso Internacional IUFRO estão<br />

abertas e podem ser feitas através do QR<br />

Code:<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Luta contra o fogo<br />

Foto: divulgação<br />

A Campanha Pantanal sem Incêndios, alerta para os riscos de incêndios e esclarece sobre o uso consciente do fogo nos Estados<br />

de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Com o conceito central: Pantanal sem incêndios. Onde tem fogo, tem que ter cuidado; a<br />

campanha foi lançada em 23 de junho, e é uma inciativa do MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima), da Secretaria<br />

de Comunicação da Presidência da República, do Ibama e do ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) em<br />

parceria com os governos estaduais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.<br />

A iniciativa faz parte do plano de ação para o manejo integrado do fogo no bioma Pantanal, que visa contribuir para a redução<br />

significativa dos incêndios florestais. Elaborado pelo Prevfogo (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais)<br />

do Ibama, com apoio do MMA, do ICMBIO, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do LASA (Laboratório de Aplicações<br />

de Satélites Ambientais) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Segundo o plano, as ações serão realizadas de forma<br />

integrada, buscando somar esforços das diferentes entidades atuantes no Pantanal, tanto governamentais, terceiro setor e sociedade<br />

civil.<br />

O Pantanal sofreu grandes incêndios florestais em 2020, quando aproximadamente 30% do bioma foi consumido pelo fogo causando<br />

impactos negativos à saúde, à biodiversidade e à economia. Os focos ocorreram, sobretudo, em zonas de vegetação natural e<br />

pastagem, afetando profundamente as áreas de conservação ambiental.<br />

Buscando se antecipar e evitar a repetição desse quadro, o Plano de Ação do Pantanal prevê três frentes de atuação: prevenção,<br />

preparação e combate ao fogo, visando evitar a ocorrência dos incêndios ou diminuir sua severidade; organizar as estruturas de pessoal,<br />

equipamentos e bases operacionais; e, em caso de incidentes, controlar e extinguir todos os focos de forma organizada, segura<br />

e eficiente.<br />

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NOTAS<br />

Monitoramento e segurança<br />

A FEENA (Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade), em conjunto com a prefeitura municipal de Rio Claro (SP), por meio<br />

da Secretaria de Segurança Pública, firmaram uma parceria para fortalecer o monitoramento e ações de preservação na UC (Unidade<br />

de Conservação). A partir de agora, a gestão da unidade terá acesso às imagens de oito câmeras de segurança instaladas em pontos<br />

estratégicos da FEENA. Com isso, será possível realizar uma fiscalização e monitoramento de forma mais abrangente e eficiente do<br />

entorno da floresta, bem como ter uma visão ampla da UC e da cidade em seu entorno.<br />

As imagens, até então, eram monitoradas pela GCM (Guarda Civil Municipal) , mas agora com o acesso pela equipe da Fundação<br />

<strong>Florestal</strong>, esta capacidade de monitoramento será ampliada. Para isso, foi criada uma central na Administração da Floresta, que estará<br />

sob a responsabilidade da gestão da Unidade. “Esta iniciativa trará uma resposta mais rápida para as ações de prevenção, monitoramento<br />

e combate a ocorrências como incêndios florestais, descarte inadequado de resíduos sólidos e depredação do patrimônio<br />

público, entre outras”, completa Simone Freitas, gestora da UC.<br />

A parceria entre a Fundação <strong>Florestal</strong> de São Paulo e a prefeitura foi estabelecida por meio de um convênio, com duração inicial<br />

de cinco anos, podendo ser prorrogado de acordo com o interesse das partes envolvidas. Além do reforço no monitoramento, a<br />

gestão da FEENA tem se empenhado em ações de educação ambiental junto à população residente nos bairros próximos à unidade.<br />

Também foram adicionadas placas informativas em pontos estratégicos para reforçar a comunicação visual e conscientizar a população<br />

sobre a importância da preservação ambiental. “A parceria entre a Fundação <strong>Florestal</strong> e a Prefeitura demonstra o compromisso<br />

mútuo com a proteção e preservação da Floresta Estadual Edmundo Navarro de Andrade, e reforça a importância do envolvimento<br />

da sociedade na conservação das áreas naturais”, finaliza Simone.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Teca em<br />

páginas<br />

A Embrapa Florestas (Empresa Brasileira de<br />

Pesquisa Agropecuária), por meio de uma parceria<br />

técnica envolvendo diversas instituições públicas<br />

e privadas, acaba de disponibilizar o livro Teca<br />

(Tectona grandis L. f.) no Brasil. A publicação reúne<br />

distintos aspectos desta espécie de madeira nobre<br />

e altamente valorizada no mercado internacional.<br />

A obra engloba um importante acervo de conhecimentos<br />

técnicos-científicos sobre a cadeia produtiva<br />

da teca no Brasil, e contém 18 capítulos, tratados<br />

por 47 autores. O livro foi editado em formato digital<br />

e está disponível para download gratuito.<br />

A obra, em mais de 700 páginas, aborda temas<br />

como caracterização botânica, distribuição natural<br />

e requerimentos ambientais; contexto do mercado<br />

mundial da madeira; melhoramento genético;<br />

zoneamento edafoclimático no Brasil; produção de<br />

mudas; silvicultura e manejo sob sistemas de produção<br />

de monocultivo e de integração lavoura-pecuária-floresta;<br />

geotecnologias aplicadas aos cultivos;<br />

sanidade; crescimento e produção; softwares para<br />

manejo florestal de precisão; planejamento, análise<br />

econômica e pesquisa operacional; qualidade da<br />

madeira e certificação florestal.<br />

A teca é originária do sudeste asiático, com<br />

ocorrência natural na Índia, Laos, Mianmar e Tailândia.<br />

Sua madeira possui elevado valor, devido às<br />

suas excepcionais propriedades e beleza. Em função<br />

da enorme demanda por sua madeira no mercado<br />

mundial, plantios de teca passaram a ser realizados,<br />

em mais de 70 países tropicais. Dentre esses, o Brasil<br />

é considerado um relevante player mundial em<br />

plantios de curta rotação de teca, especialmente,<br />

por possuir algumas regiões que garantem condições<br />

ambientais muito favoráveis ao seu cultivo,<br />

atreladas ao uso de clones de bom desempenho<br />

e ao uso de práticas silviculturais de elevado nível<br />

tecnológico.<br />

Desde sua introdução no Brasil, até os dias<br />

atuais, a adaptação da espécie em várias localidades<br />

tropicais brasileiras, aliada aos investimentos em<br />

pesquisa, desenvolvimento e inovação de forma a<br />

aprimorar seu sistema de produção, tem permitido<br />

o sucesso de seus cultivos. O bom desempenho das<br />

plantações de teca, especialmente em Mato Grosso,<br />

ganhou destaque e se estendeu a outros Estados<br />

brasileiros com clima tropical.<br />

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Fotos: divulgação


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NOTAS<br />

Consulta pública<br />

O IATPR (Instituto Água e Terra do Paraná) abriu no dia 12 de julho a consulta pública para receber contribuições que<br />

possam ajudar no aperfeiçoamento dos textos das portarias IAT nº 257, 258 e 259. As normativas tratam de procedimentos<br />

para o plantio e uso para fins comerciais de espécies exóticas invasoras no Paraná, como o pinus, gramíneas, árvores<br />

frutíferas, plantas ornamentais e para sombreamento e acácia-negra. A medida tem como objetivo central ampliar o debate<br />

com a sociedade civil, comunidade científica, produtores rurais e organizações sindicais. Os formulários para enviar sugestões<br />

ficarão disponíveis por 30 dias no site do IAT.<br />

Publicadas em maio pelo IAT, as regulamentações proibiam, entre outras atividades, o plantio de pinus e acácia-negra<br />

fora dos talhões; uso para ornamentação, arborização, quebra-vento, recuperação de áreas degradadas, sombra e cerca-viva<br />

de árvores frutíferas de fora do Estado como limoeiro, ameixa-amarela (nêspera), mangueira, amora-preta e a goiabeira;<br />

além da permissão exclusiva do uso de gramíneas apenas para pastagens, como fonte de alimento para os animais.<br />

O IAT destaca que esse é o momento de ouvir todos os setores em busca de sugestões que possam colaborar com a<br />

redução da proliferação desenfreada de espécies que ameaçam o equilíbrio da flora e fauna nativas, prejudicando a preservação<br />

e conservação da biodiversidade no Paraná. A região dos Campos Gerais, segundo informações do órgão público, sofre os<br />

efeitos danosos da proliferação sem controle de pinus.<br />

“O momento é de discussão de ideias, de aperfeiçoamento do texto, de ouvir todos os atores envolvidos com o processo.<br />

Lembrando que as portarias visam dar maior responsabilidade para quem utiliza essas plantas em atividades comerciais, tendo<br />

em vista os impactos ambientais negativos e a dispersão descontrolada destas espécies em áreas naturais”, afirmou Rafael<br />

Andreguetto, diretor de Patrimônio Natural do IAT.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Luto<br />

nacional<br />

Faleceu no dia 29 de junho, aos<br />

86 anos, o professor e ex-ministro<br />

da Agricultura Alysson Paolinelli, que<br />

teve papel fundamental na estruturação<br />

da Embrapa (Empresa Brasileira<br />

de Pesquisa Agropecuária) na década<br />

de 1970. Engenheiro-agrônomo e professor<br />

universitário, Alysson Paolinelli<br />

é apontado por muitos como um dos<br />

maiores nomes por trás do desenvolvimento<br />

sustentável da agricultura<br />

brasileira. Ele é um dos principais<br />

responsáveis pela introdução da<br />

tecnologia e da pesquisa na produção<br />

agrícola, o que se consolidou em boa<br />

parte com a criação da Embrapa.<br />

Com isso, contribuiu para que o Brasil<br />

se tornasse uma potência no setor.<br />

Nos últimos anos, Paolinelli ficou conhecido<br />

por sua defesa da segurança<br />

alimentar mundial. Essa sua bandeira<br />

o fez ser indicado ao prêmio Nobel da<br />

Paz em 2021.<br />

Silvia Massruhá, presidente da<br />

Embrapa, destacou a importância<br />

da inegável liderança de Paolinelli<br />

na agricultura brasileira. “Nossos<br />

gestores e empregados se solidarizam<br />

com a família e com todos os atores<br />

do agro nacional que têm em Alysson<br />

Paolinelli essa referência do setor”,<br />

declarou Silvia.<br />

Apoiador da ciência e tecnologia,<br />

Alysson Paolinelli liderou a estruturação<br />

da Embrapa, na primeira<br />

década da estatal. Em sua gestão, foi<br />

criado o POLOCENTRO (Programa de<br />

Desenvolvimento dos Cerrados), com<br />

novos mecanismos de política agrícola<br />

e levando infraestrutura e tecnologia para produzir alimentos na região. As ações no bioma induziram à criação da<br />

Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF). Alysson Paolinelli também foi presidente da CNA (Confederação Nacional da<br />

Agricultura). Desde 2022, era presidente executivo da ABRAMILHO (Associação Brasileira dos Produtores de Milho).<br />

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NOTAS<br />

Juntos na luta<br />

A FLORESTAR (Associação Paulista de Produtores, Fornecedores e Consumidores de Florestas Plantadas) aderiu à operação<br />

São Paulo Sem Fogo, lançada pelo governo estadual. A operação São Paulo Sem Fogo tem como principal objetivo prevenir<br />

e combater incêndios florestais e queimadas em grandes áreas verdes próximas a regiões rurais e urbanas. Durante a<br />

cerimônia de lançamento, no Palácio dos Bandeirantes, o governador Tarcísio de Freitas reforçou o investimento do estado<br />

de mais de R$ 97 milhões na aquisição de equipamentos anti-incêndio, veículos, limpeza de áreas marginais de rodovias e<br />

ampliação do uso de tecnologia de boletins meteorológicos e monitoramento via satélite.<br />

A operação é uma parceria entre as SEMIL (Secretarias de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística), por meio da CFB<br />

(Coordenadoria de Fiscalização e Biodiversidade), Segurança Pública e Defesa Civil do Estado. Conta também com ações e<br />

investimentos do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar Ambiental, CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo),<br />

DER (Departamento de Estradas de Rodagem), FF (Fundação <strong>Florestal</strong>) e Secretaria de Agricultura e Abastecimento.<br />

Entre as inovações deste ano, o número de municípios que integram o plano preventivo da defesa civil subiu 87%,<br />

passando de 69 para 129 cidades participantes. Com a prevenção ampliada em mais localidades, também aumenta o número<br />

de pessoas protegidas contra efeitos da baixa umidade relativa do ar. Outra novidade é o aperfeiçoamento do sistema<br />

SMAC, desenvolvido pela defesa civil em parceria com a Climatempo para identificar focos de queimada em tempo real<br />

com o uso combinado de inteligência artificial e análises de imagens de satélites. O software também faz previsões de risco<br />

de queimadas para os próximos cinco dias, permitindo o envio de alertas antecipados aos municípios.<br />

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NOTAS<br />

Acácia Negra mais forte<br />

O estudo, realizado por pesquisadores da<br />

área de solo e água do DDPA (Departamento<br />

de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária) da<br />

SEAPI-RS (Secretaria da Agricultura, Pecuária,<br />

Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande<br />

do Sul), comprovou que a inoculação de<br />

rizóbios nas mudas de acácia-negra resultou<br />

no aumento da qualidade das mesmas. Os<br />

rizóbios são bactérias fixadoras de nitrogênio.<br />

A solicitação de registro do inoculante será<br />

encaminhada nas próximas semanas para o<br />

Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária).<br />

Para Jackson Brilhante, coordenador do<br />

Comitê Gestor do Plano ABC+RS (Plano de<br />

Agricultura de Baixa Emissão de Carbono),<br />

essa é uma ação importante do plano, que<br />

visa ampliar a adoção de bioinsumos. “Essa<br />

é uma etapa importante para disponibilizar<br />

a tecnologia, pois a partir disso as indústrias<br />

poderão produzir o bioinsumo e comercializar<br />

com os acacicultores”, destaca Jackson.<br />

Juarez Pedroso Filho, engenheiro florestal<br />

e gerente de produção agroflorestal da AFU-<br />

BRA (Associação dos Fumicultores do Brasil),<br />

relata que foram feitos testes com o inoculante<br />

em fevereiro deste ano. “A superioridade<br />

foi muito impressionante. De modo geral<br />

percebemos maior uniformidade, maior vigor,<br />

maior sanidade, maior uniformidade do lote,<br />

ou seja, todos os parâmetros de qualidade de<br />

muda foram superiores em relação às mudas<br />

não tratadas. Estamos na expectativa que a<br />

secretaria obtenha os registros necessários e<br />

coloque no mercado esse inoculante”, afirma<br />

Juarez.<br />

Na pesquisa, realizada pelo DDPA, foi<br />

observado que a inoculação foi capaz de<br />

aumentar em 20% o diâmetro do colo das<br />

mudas, 24% a altura das mudas, 13% a massa<br />

seca da parte aérea, 10% em massa de raízes<br />

e também acumulou cerca de 20% a mais de<br />

nitrogênio. Além disso, os ganhos com a inoculação<br />

vão além do processo de produção<br />

de mudas, porque após o plantio no campo,<br />

alguns estudos demonstram um aumento de<br />

12% na sobrevivência e de 21% no volume<br />

individual das árvores.<br />

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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

Nova legislação europeia<br />

O EUDR (Regulamento Antidesmatamento da União Europeia, em inglês) entrou em vigor. As disposições do EUDR serão<br />

aplicáveis a partir de 30 de dezembro de 2024. O EUDR proíbe a colocação ou exportação de produtos do mercado da UE<br />

(União Europeia), que não cumpram seus requisitos de legalidade e sustentabilidade. As empresas devem realizar due diligence<br />

para garantir que os produtos que adquirem sejam legais e não estejam vinculados a terras desmatadas ou degradadas<br />

após 31 de dezembro de 2020. O principal objetivo do EUDR é reduzir o impacto da UE no desmatamento global, promovendo<br />

o consumo de produtos livres de desmatamento.<br />

Um dos principais agentes para a implantação do EUDR foi o FSC (Conselho de Manejo <strong>Florestal</strong>, em inglês). O conselho<br />

tem quase 30 anos de experiência na implementação de uma abordagem baseada no mercado para combater o desmatamento<br />

e a degradação. Com seus requisitos de sustentabilidade abrangendo aspectos ambientais e sociais, a certificação FSC<br />

já fornece uma base sólida para que as empresas sejam capazes de cumprir suas obrigações relacionadas ao EUDR.<br />

Em comunicado sobre o tema, o FSC afirmou que esquemas robustos de certificação, como os promovidos pelo conselho,<br />

não podem ser usados para isentar as empresas de suas obrigações de due diligence; ao mesmo tempo, o FSC pode ser<br />

fundamental para apoiá-las na avaliação e mitigação de riscos em seus processos de due diligence de maneira sistemática<br />

e eficiente em termos de custos. Como um sistema em constante evolução comprometido com os desafios florestais, o FSC<br />

estabeleceu parcerias com empresas líderes em tecnologia para explorar inovações de ponta, como a tecnologia blockchain,<br />

a fim de promover controle e apoiar essa iniciativa.<br />

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NOTAS<br />

Minas contra o desmatamento<br />

Para que a população possa acompanhar de perto os trabalhos desenvolvidos pelo Sisema (Sistema Estadual de Meio<br />

Ambiente e Recursos Hídricos) no combate ao desmatamento ilegal, acaba de ser publicada a segunda edição do boletim<br />

mensal: Minas Contra o Desmatamento. A publicação tem como objetivo divulgar informações, iniciativas e resultados alcançados<br />

pelo Estado de Minas Gerais no combate ao desmatamento. O boletim traz dados de fiscalizações, infrações, áreas<br />

desmatadas e recuperadas em Minas Gerais.<br />

Em maio também foi assinado protocolo de intenções com municípios para o desenvolvimento de ações preventivas conjuntas<br />

e articuladas para redução do desmatamento ilegal no Estado. Sete municípios mineiros das regiões mais críticas em<br />

relação aos focos de desmatamento assinaram o protocolo, que reforça o compromisso das gestões municipais em articular<br />

essas ações com o Estado, a fim de reduzir a ocorrência de desmatamento ilegal em seu território.<br />

Além da fiscalização crescente no Estado para combater as irregularidades, é importante também fortalecer as ações preventivas<br />

para evitar as ocorrências. O Plano de Ação de Combate ao Desmatamento prevê o fortalecimento do diálogo com<br />

setores produtivos e governos municipais, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre as consequências da atividade<br />

ilegal para o meio ambiente e para a população, além de fomentar a regularização das intervenções pretendidas, com suas<br />

devidas condicionantes.<br />

O relatório mostra que no primeiro semestre de 2023 as áreas desmatadas tiveram redução de 25% em relação ao<br />

mesmo período do ano anterior. Nesse período foram realizadas 62 operações, 3.994 fiscalizações em 8318 ha (hectares) e<br />

verificadas 2966 infrações pelos agentes públicos.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Nova direção<br />

O BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) realizou a cerimônia de posse do diretor-presidente, João Paulo<br />

Kleinübing, e do diretor de Acompanhamento e Recuperação de Créditos, Mauro Mariani. O evento contou com a presença do<br />

governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, que assinou a posse dos novos gestores da instituição financeira.<br />

O governador destacou a relevância do BRDE no fomento ao desenvolvimento regional e enalteceu a importância dos novos<br />

diretores para o progresso econômico dos Estados do sul do Brasil. “O BRDE é um banco ativo que tem ajudado no crescimento de<br />

Santa Catarina e das demais regiões. Todos nós respeitamos essa instituição tão importante. Espero que o BRDE faça cada vez mais<br />

por todos os Estados representados. Desejo aos nossos novos representantes uma gestão de muito êxito”, comentou Jorginho.<br />

Durante o discurso, João Paulo Kleinübing agradeceu o convite do governador para integrar o banco e reforçou a importância<br />

do trabalho da instituição. Segundo o novo diretor-presidente, o BRDE por essência nasceu do pioneirismo e ineditismo da união<br />

dos três Estados do sul e o que está sendo feito na continuidade dessa história de sucesso é encontrar soluções para viabilizar os<br />

projetos de desenvolvimento e fazer nossas regiões alcançarem cada vez mais posições de destaque. “Queremos apresentar soluções<br />

diferenciadas para quem acredita e investe em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. O BRDE será<br />

parceiro de todos com a missão de apoiar e desenvolver nossos estados”, disse João Paulo.<br />

No pronunciamento, o diretor Mauro Mariani reconheceu a importância de cada setor no desenvolvimento dos Estados. “Queremos<br />

ajudar o BRDE a chegar mais longe, alcançar mais as necessidades da região sul e para isso, iremos nos dedicar ao máximo e<br />

com muita vontade para promover o crescimento das diversas áreas da nossa economia”, destacou Mauro Mariani.<br />

Fotos: Roberto Zacarias/Secom-Flickr<br />

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NOTAS<br />

Infraestrutura garantida<br />

Com mais de R$ 250 milhões de investimento, a obra de pavimentação na rodovia MS-338, que vai ligar Camapuã (MS)<br />

a Ribas do Rio Pardo (MS) vai contribuir com a integração e desenvolvimento da região. Encurtar caminhos e dar segurança<br />

para quem trafega no trecho. Com duas frentes de trabalho, as atividades seguem em pleno vapor.<br />

Ao todo são 111,5 km (quilômetros) de pavimentação, ligando as duas cidades. A obra foi dividida em dois lotes. O primeiro<br />

saindo de Camapuã tem 45,3 km e o segundo chegando a Ribas do Rio Pardo mais 66,2 km. Este grande investimento<br />

do governo do Estado segue o forte crescimento da região, que vai contar com a fábrica de celulose da Suzano, em Ribas do<br />

Rio Pardo.<br />

A primeira etapa da obra começa no entroncamento da BR-060, em Camapuã, com a rodovia MS-338. Os trabalhos estão<br />

bem avançados, com atividades de terraplanagem, base e solo cimento (preparo antes do asfalto), e implantação das camadas<br />

de pavimentação. Muitas fazendas e propriedades rurais ao longo deste caminho já contam com o asfalto, mudando sua<br />

rotina e realidade.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Paraná no caminho certo<br />

O desmatamento diminuiu 42% entre 2021 e 2022 no Paraná, a segunda maior redução entre todos os Estados do país,<br />

de acordo com o relatório publicado pelo MapBiomas, uma iniciativa do Observatório do Clima. A diferença corresponde a<br />

quase 3 mil ha (hectares) preservados, reflexo das políticas públicas implementadas a partir de 2019 com foco na educação<br />

ambiental, planejamento e repressão qualificada.<br />

De acordo com o relatório, Paraná perdeu 4.069 ha de área com vegetação nativa em 2022, 0,2% do total do Brasil, ante<br />

7.031 ha em 2021. O número também é inferior a 2020 (5.770 ha). Com isso, o Estado figura em 18º na lista da instituição.<br />

Apenas o Rio Grande do Norte apresentou desempenho superior, com queda de 47% (de 6.597 ha para 3.500 ha). No período,<br />

a área desmatada no Brasil cresceu 22,3%, totalizando 2.057.251 ha. Pará, Amazonas e Mato Grosso são os líderes do<br />

ranking.<br />

O Paraná também foi o único que apresentou redução de desmatamento em área entre os Estados das regiões sul e sudeste.<br />

Espírito Santo (236%), Rio de Janeiro (208%), São Paulo (66%), Santa Catarina (58%), Rio Grande do Sul (39%) e Minas<br />

Gerais (7%) tiveram aumento no número de árvores derrubadas no mesmo intervalo. Em relação ao número de eventos,<br />

também houve diminuição, de 22%, de 1.901 em 2021 para 1.491 em 2022, o que representou apenas 1,96% do recorte<br />

nacional.<br />

O MapBiomas listou também os 50 municípios que mais desmataram entre 2019 a 2022 no Brasil. Não há nenhuma<br />

cidade paranaense. Segundo o relatório, Lábrea, no Amazonas, liderou o ranking com 62.419 ha desmatados, seguido por<br />

Altamira (PA), com 61.446 ha; Apuí (AM), com 61.036 ha; Porto Velho (RO), com 48.140 ha; e São Félix do Xingu (PA), com<br />

46.892 ha. Considerando os últimos 4 anos, apenas 1.426 municípios (25,6%) não tiveram desmatamento detectado no país.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Novas brigadas<br />

Foto: divulgação<br />

O ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) retornou com os cursos de formação de brigada<br />

em unidades de conservação do Brasil. As capacitações são parte do processo seletivo que escolhe agentes temporários<br />

ambientais para atuar na temática fogo. Depois da inscrição, o candidato realiza o Teste de Aptidão Física, que avalia a<br />

capacidade física do candidato, visto que a atividade de campo pode demandar caminhadas longas em condições metereológicas<br />

adversas, e tem caráter eliminatório. Já o teste de uso de ferramentas agrícolas (THUFA) é classificatório e verifica se o<br />

candidato consegue roçar o solo até o nível mineral: esta habilidade é requerida em algumas atividades ligadas ao combate e<br />

à prevenção de incêndios.<br />

No total, estão previstos 86 cursos de formação de brigada, sendo que 40 deles já foram realizados. Ao todo, os cursos<br />

ocorreram em mais de 20 Estados do Brasil, em unidades de conservação nos biomas do Cerrado, Amazônia, Mata Atlântica e<br />

Caatinga. Na avaliação de João Morita, coordenador de Manejo Integrado de Fogo, a volta dos cursos de formação de brigada<br />

não é apenas uma seleção mais qualificada dos brigadistas, como também cumpre uma função social nas comunidades. “Os<br />

cursos de formação de brigada não formam somente brigadistas, como aproximam a maior quantidade possível de pessoas<br />

da gestão e conscientiza a comunidade dos desafios da gestão do fogo”, afirma João.<br />

Nos cursos, os alunos aprendem técnicas de combate a incêndio direto e indireto, como construção de linhas de defesa;<br />

fundamentos de maquinário motorizado, como as motobombas. Também é avaliada a conduta do brigadista: o trabalho<br />

em equipe e a capacidade de seguir orientações em campo, já que estas habilidades podem ser decisivas quando estão em<br />

campo.<br />

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NOTAS<br />

Brasil com crédito<br />

A agência de classificação de risco Fitch elevou a<br />

nota de crédito do Brasil de BB- para BB, com perspectiva<br />

estável. No anúncio, a agência justificou a nova classificação<br />

como reflexo de “um desempenho macroeconômico<br />

e fiscal melhor do que o esperado, em meio a sucessivos<br />

choques nos últimos anos, políticas proativas e reformas<br />

que apoiaram isso e a expectativa da Fitch de que o novo<br />

governo trabalhará para melhorias adicionais.”<br />

A Fitch Ratings atribui, periodicamente, notas relacionadas<br />

ao risco de crédito (conhecido como ratings) e o<br />

grau de investimento de determinados produtos ou ativos<br />

financeiros, emitidos por empresas ou por governos, em<br />

todo o mundo. A avaliação do Brasil tinha sido rebaixada<br />

para o patamar BB- em 2018. Mas, ao analisar o risco vigente,<br />

a Agência Fitch entende agora que o Brasil alcançou<br />

progresso em importantes reformas para enfrentar os<br />

desafios econômicos e fiscais.<br />

A agência de classificação de risco projeta, ainda, o<br />

crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) real em 2,3%<br />

em 2023 (antes se esperava 0,7%) e a convergência para<br />

um ritmo de tendência de 2% ao ano, a médio prazo. A<br />

projeção da Fitch é menor do que a esperada pelas autoridades<br />

brasileiras (2,6%). A Fitch justifica a projeção menor<br />

por ainda não estar claro se eles podem avançar uma<br />

agenda econômica forte o suficiente para conseguir isso.<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Diálogos florestais<br />

Estão abertas as inscrições para os Diálogos Amazônicos, conjunto de iniciativas da sociedade civil que integrará a<br />

programação da Cúpula da Amazônia, em Belém (PA), no início de agosto. Além do credenciamento para participar do<br />

evento, que acontecerá entre 4 e 6 de agosto, no Hangar Centro de Convenções da capital paraense, movimentos sociais<br />

e demais entidades podem inscrever as atividades auto-organizadas que desejam realizar, no mesmo período, em salas<br />

reservadas para isso.<br />

A Cúpula da Amazônia se estenderá até 9 de agosto, com o encontro dos líderes dos países amazônicos previsto para<br />

os dias 8 e 9. Durante os diálogos, que antecedem o encontro de líderes, serão reunidos representantes de entidades,<br />

movimentos sociais, academia, centros de pesquisa e agências governamentais, do Brasil e demais países amazônicos,<br />

para pautar a formulação de novas estratégias para a região amazônica. Os resultados dos diálogos serão apresentados<br />

por representantes da sociedade civil aos líderes reunidos na cúpula.<br />

As atividades serão divididas entre plenárias (organizadas pelo Governo Federal, com ampla participação social) e<br />

atividades auto-organizadas. A organização está disponibilizando salas com diferentes capacidades para a realização das<br />

atividades auto-organizadas. As inscrições podem ser feitas pelo QR Code:<br />

Foto: divulgação<br />

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NOTAS<br />

Apoio internacional<br />

Foto: divulgação<br />

A pedido do governo canadense, o governo federal brasileiro enviou ao Canadá uma missão humanitária para apoiar<br />

o combate aos incêndios florestais, que atingem aquele país desde março de 2023 e se intensificaram a partir de junho. O<br />

decreto foi assinado pelo vice-presidente e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e publicado no Diário Oficial da União.<br />

Todas as despesas serão reembolsadas pelo governo do Canadá. A Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações<br />

Exteriores, responsável pela cooperação humanitária brasileira, coordenará a missão. O MMA (Ministério do Meio Ambiente e<br />

Mudança do Clima) integra a missão por meio do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis)<br />

e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que enviarão 62 agentes ao país norte-americano.<br />

No total, 104 especialistas brasileiros atuarão nas florestas mais afetadas do Canadá.<br />

Integram a missão profissionais dos seguintes órgãos: Ibama; ICMBio; Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do<br />

Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional; FNSP (Força Nacional de Segurança Pública), do Ministério da Justiça<br />

e Segurança Pública; e as corporações de bombeiros militares dos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito<br />

Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,<br />

Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal. Cooperam com a organização da missão os Ministérios da<br />

Defesa, dos Transportes e da Fazenda, além do Conselho Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil e de outras<br />

repartições federais e estaduais.<br />

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COLUNA<br />

Floresta<br />

na prática<br />

A IV Edição do Dia na Floresta<br />

tem como foco tornar a madeira<br />

nativa protagonista em projetos<br />

arquitetônicos<br />

A iniciativa busca<br />

sensibilizar os<br />

profissionais da área<br />

sobre a importância de<br />

práticas sustentáveis<br />

na arquitetura<br />

e construção,<br />

contribuindo para<br />

a conservação<br />

ambiental e um futuro<br />

mais consciente<br />

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E<br />

ntre os dias 13 e 14 de julho, 100 pessoas, divididas entre autoridades<br />

ambientais, arquitetos influentes, pesquisadores, profissionais da comunicação<br />

e empresários, estiveram reunidos na Fazenda Vaca Branca,<br />

localizada no município de Alta Floresta (MT), para testemunhar in loco<br />

a realidade da atividade madeireira sustentável.<br />

Foram preparadas trilhas na UPA (Unidade de Produção Anual) demonstrando<br />

um cenário de conservação notável, com todas as árvores criteriosamente identificadas<br />

e divididas entre proibidas de corte, remanescentes e aptas ao corte,<br />

obedecendo ao rigoroso controle ambiental, desde o processo de licenciamento,<br />

até a colheita. A trilha também passou por uma UPA que já havia sido explorada,<br />

demonstrando a regeneração natural em curso.<br />

O evento, intitulado “Dia na Floresta”, promovido pelo CIPEM (Centro das Indústrias<br />

Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), FNBF<br />

(Fórum Nacional das Atividades de Base <strong>Florestal</strong>) e SEMA-MT (Secretaria de Estado<br />

de Meio Ambiente), já em sua quarta edição, teve como foco destacar a viabilidade<br />

de uso da madeira nativa em construções, pela redução da pegada de carbono e<br />

sustentabilidade de usar um produto verdadeiramente renovável.<br />

O presidente do CIPEM, Ednei Blasius, enfatizou a importância da rastreabilidade<br />

da madeira como um elemento essencial para garantir a sustentabilidade da<br />

cadeia produtiva e a conservação do meio ambiente.<br />

A SEMA (MT), Mauren Lazzaretti, aproveitou a ocasião para destacar os avanços<br />

na gestão da pasta, especialmente com a implementação do Sistema Sisflora 2.0,<br />

integrado ao Sistema nacional DOF+ Rastreabilidade do Ibama. Lazzaretti reforçou<br />

que o manejo florestal sustentável é uma das prioridades do Governo de Mato<br />

Grosso para manter a floresta conservada e equilibrar a demanda por recursos naturais.<br />

Com a participação de arquitetos influentes, o evento visou também incentivar<br />

a utilização responsável da madeira nativa em projetos de construção. A iniciativa<br />

busca sensibilizar os profissionais da área sobre a importância de práticas sustentáveis<br />

na arquitetura e construção, contribuindo para a conservação ambiental e um<br />

futuro mais consciente.<br />

Foto: divulgação Foto: divulgação


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FRASES<br />

Foto: divulgação<br />

O manejo florestal<br />

é uma opção não<br />

só para a Amazônia,<br />

mas para todo o<br />

Brasil<br />

Frank Rogieri de Souza Almeida,<br />

presidente do FNBF (Fórum Nacional das<br />

Atividades de Base <strong>Florestal</strong>) em debate<br />

no Senado Federal sobre manejo florestal<br />

sustentável.<br />

“É imprescindível propiciar o<br />

diálogo entre os Estados da<br />

Amazônia Legal, respeitando<br />

as particularidades de cada um<br />

no que tange a produção de<br />

madeira, a fim de promover<br />

os produtos do Manejo<br />

<strong>Florestal</strong> Sustentável aos países<br />

estrangeiros, pela garantia da<br />

origem legal e a contribuição para<br />

a agenda climática”<br />

João Carlos Baldasso, vice-presidente do CIPEM<br />

(Centro das Indústrias Produtoras<br />

e Exportadoras de Madeira do Estado de<br />

Mato Grosso), durante o evento: Juntos pela<br />

Sustentabilidade<br />

“O país, apesar de rico em<br />

termos de biodiversidade,<br />

ainda tem população à<br />

margem da pobreza, e esses<br />

projetos seriam excepcionais<br />

para tirar esse pessoal do<br />

trabalho degradante. Se não<br />

conseguirmos trazer esse<br />

pessoal para os trabalhos da<br />

bioeconomia, continuaremos<br />

a dar a eles incentivos para se<br />

desenvolver na ilegalidade”<br />

Lívia Karina Passos Martins, Diretora de Uso<br />

Sustentável da Biodiversidade e Florestas do<br />

Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente<br />

e dos Recursos Naturais Renováveis), durante<br />

debate sobre manejo sustentável no senado<br />

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ENTREVISTA<br />

A serviço do<br />

BRASIL<br />

At the service<br />

of Brazil<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

O<br />

Brasil é sinônimo mundial de florestas, riqueza<br />

ambiental e biodiversidade. Para gerir a gestão<br />

das reservas naturais relacionadas às florestas,<br />

foi criado o SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro),<br />

órgão governamental ligado ao MMA (Ministério do Meio<br />

Ambiente). Garo Batmanian, novo presidente do SFB, tem<br />

longa experiência no setor ambiental e agora é o responsável<br />

por dirigir e planejar as ações do órgão pelos próximos anos.<br />

Confira!<br />

B<br />

razil is a global synonym for forests, environmental<br />

wealth, and biodiversity. A government<br />

agency linked to the Ministry of the Environment<br />

(MMA), the Brazilian Forest Service (SFB),<br />

was created to manage the natural reserves related to forests.<br />

Garo Batmanian, the new president of SFB, has long experience<br />

in the Environmental Sector and is now responsible for directing<br />

and planning the Agency’s actions for the years to come. Check<br />

out below!<br />

Garo Batmanian<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Bacharel em Biologia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de<br />

Janeiro), tem mestrado em Ecologia da Fauna e Flora pela UNB<br />

(Universidade de Brasília) e é Ph.D. em Ecologia pela University of<br />

Georgia. Anteriormente, trabalhou nos escritórios do Banco Mundial<br />

nos EUA (Estados Unidos da América), Brasil e China, onde coordenou<br />

a implementação da agenda verde e gerenciou o Programa<br />

de Investimento <strong>Florestal</strong>, o Programa para Florestas e a Parceria<br />

Global para Paisagens Sustentáveis e Resilientes. Foi o primeiro CEO<br />

do WWF-Brasil (World Wide Fund for Nature Brazil) e também é o<br />

fundador do FSC (Forestry Stewardship Council) no Brasil.<br />

Bachelor’s Degree in Biology from the Federal University of Rio de<br />

Janeiro (Ufrj), a Master’s Degree in Ecology of Fauna and Flora from<br />

the University of Brasília (UNB), and a Ph.D. in Ecology from the University<br />

of Georgia. Previously, he worked in the World Bank’s offices<br />

in the United States, Brazil, and China, where he coordinated the<br />

implementation of the Green Agenda and managed the Forest Investment<br />

Program, the Forest Program, and the Global Partnership<br />

for Sustainable and Resilient Landscapes. He was the first Director<br />

of the World Wide Fund for Nature Brazil (WWF-Brasil) and founded<br />

the Forestry Stewardship Council (FSC) in Brazil.<br />

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ENTREVISTA<br />

>> Como foi sua chegada ao SFB?<br />

Fui muito bem recebido por toda a equipe que é muito competente,<br />

embora ainda pequena para o atendimento dos seus<br />

objetivos.<br />

>> Quais os maiores desafios na gestão do SFB?<br />

O primeiro desafio é reestruturar o SFB, uma vez que a administração<br />

anterior adotou um modelo de gestão, no qual<br />

equiparou o SFB a uma Secretaria do MAPA (Ministerio da<br />

Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Desta forma, todas as<br />

atividades consideradas meio como consultoria jurídica, ouvidoria<br />

e tecnologia da informação, que são cruciais para o funcionamento<br />

autônomo do SFB, foram extintas e suas funções<br />

transferidas para respectivas unidades do MAPA. Já em relação<br />

às atividades finalísticas, o desafio é a volta da priorização da<br />

gestão de florestas nativas com foco em: aumentar a oferta de<br />

produtos oriundos do manejo florestal, incluindo o aumento<br />

da área em concessões florestais; promover a recuperação<br />

florestal para a conservação e ou manejo sustentável; apoiar a<br />

regularização ambiental em imóveis e posses rurais, conforme<br />

estabelecido no Código <strong>Florestal</strong>.<br />

>> O SFB é responsável pelo SICAR (Sistema Nacional de Cadastro<br />

Ambiental Rural). Quais as principais ações do SFB para<br />

o fortalecimento do SICAR?<br />

O SICAR está construído para atender todas as etapas da regularização<br />

ambiental rural. Desde janeiro de 2023, o SFB vem<br />

adotando um conjunto de medidas buscando fortalecer os aspectos<br />

de segurança, integridade e transparência dos dados e<br />

das informações contidas no SICAR, bem como, aperfeiçoando<br />

e desenvolvendo novas funcionalidades com o objetivo de robustecer<br />

e automatizar o processo eletrônico de regularização<br />

ambiental. Algumas mudanças devem ocorrer devido a transferência<br />

da gestão do CAR (Cadastro Ambiental Rural) em nível<br />

federal, para o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços<br />

Públicos.<br />

>> Como foi sua experiência na WWF-Brasil e no FSC Brasil?<br />

Ao longo da minha carreira, tenho acumulado experiências<br />

trabalhando em projetos e iniciativas que penso serem úteis<br />

para o trabalho desenvolvido pelo SFB. No WWF apoiei, por<br />

exemplo, um projeto comunitário na RESEX (Reserva Extrativista)<br />

Chico Mendes, que exportava castanha do Brasil para uma<br />

empresa dos EUA, um projeto comunitário na RESEX Cajari para<br />

produção de palmito de açaí e polpa de açaí para o mercado<br />

nacional, e o desenvolvimento e disseminação de um manual<br />

para manejo florestal na Amazônia, liderado pelo IMAZON.<br />

Quando voltei ao Brasil para fundar o WWF-Brasil notei a demanda<br />

do setor florestal para separar a produção oriunda do<br />

manejo florestal da madeira proveniente de desmatamento. A<br />

certificação independente e reconhecida internacionalmente<br />

parecia ser a solução. Como já havia participado da criação do<br />

FSC mundial, promovi junto ao setor privado, ONGs sociais e<br />

ONGs ambientais, a criação do FSC Brasil, o qual presidi pelos<br />

primeiros 7 anos. Foi uma experiência que demonstrou que<br />

How were you received at the SFB?<br />

I was very well received by the team, which is very competent,<br />

although still small, for fulfilling its objectives.<br />

What are the most significant challenges in managing the<br />

SFB?<br />

The first challenge is restructuring SFB since the previous<br />

administration adopted a management model that equated<br />

the SFB as a Secretariat of the Ministry of Agriculture, Livestock,<br />

and Supply (Mapa). Thus, all activities, such as legal<br />

advice, ombudsman, and information technology, which<br />

are crucial for the autonomous functioning of the SFB, were<br />

extinguished, and their functions were transferred to the<br />

respective units of Mapa. Regarding the primary activities,<br />

the challenge is to return to the prioritization of native<br />

forest management with a focus on increasing the supply<br />

of products from forest management, including expanding<br />

the area in forest concessions; promoting forest recovery for<br />

conservation and/or sustainable management; supporting<br />

environmental regularization in rural properties and ownerships,<br />

as established in the Forest Code.<br />

SFB is responsible for the National Rural Environmental<br />

Registry System (Sicar). What are the main actions of SFB<br />

to strengthen Sicar?<br />

Sicar is built to meet all stages of rural environmental<br />

regularization. Since January 2023, SFB has been adopting<br />

measures seeking to strengthen the security, integrity, and<br />

transparency aspects of the data and information contained<br />

in Sicar, as well as improving and developing new functionalities<br />

to enhance and automate the electronic process of<br />

environmental regularization. Some changes must occur<br />

due to the transference of the Rural Environmental Registry<br />

(CAR) management at the federal level to the Ministry of<br />

Management and Innovation in Public Services.<br />

What was your experience at WWF-Brasil and FSC in Brazil<br />

like?<br />

Throughout my career, I have accumulated experience working<br />

on projects and initiatives that I think are useful for the<br />

work developed by SFB. At WWF, I supported, for example,<br />

a community project in Extractive Reserve (Resex) Chico<br />

Mendes, which exported Brazilian ground nuts to a U.S.<br />

company, a community project in Resex Cajari to produce<br />

açaí pulp and palm hearts for the domestic market, and the<br />

development and dissemination of a manual for forest management<br />

in the Amazon, run by Imazon. When I returned<br />

to Brazil to start WWF-Brasil, I noticed a demand from the<br />

Forest-based Sector to separate timber production between<br />

forest management and deforestation. Independent and<br />

internationally recognized certification seemed to be the<br />

solution. As I had already participated in creating the global<br />

FSC, I promoted, with the Private Sector and social and environmental<br />

NGOs, the creation of FSC Brasil, which I chaired<br />

for the first seven years. It was an experience that demon-<br />

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um diálogo organizado entre diferentes setores pode gerar<br />

resultados positivos, como os padrões nacionais para manejo<br />

florestal e para florestas plantadas, que continua em vigor.<br />

No Banco Mundial, gerenciei vários programas no Brasil que<br />

apoiou inúmeros projetos pilotos que serviram de base para<br />

iniciativas governamentais como o CAR, concessões florestais, e<br />

manejo comunitário. Na China, onde coordenei a área de meio<br />

ambiente e mudanças climáticas, conheci a diversa experiência<br />

em recuperação florestal e de paisagens. Já como líder global<br />

para florestas, paisagens, e biodiversidade, apoiei projetos de<br />

gestão e recuperação florestal em muitos países de diferentes<br />

continentes e biomas variados.<br />

>> Como avalia o retorno do SFB para o guarda-chuva do<br />

MMA?<br />

Um órgão criado para a gestão de florestas como parte da política<br />

ambiental do Brasil deve fazer parte do ministério responsável<br />

pela definição e implementação de tal política.<br />

>> Como as concessões florestais serão tratadas em sua gestão?<br />

Qual a importância delas para a preservação e monetização<br />

das florestas nacionais?<br />

Esta será a prioridade de nossa gestão. Pretendemos expandir<br />

as concessões dos atuais 1,3 milhão de ha (hectares) para 5<br />

milhões de ha nos próximos 3 anos. Em paralelo, vamos iniciar<br />

as concessões de restauração, nas quais o parceiro privado irá<br />

restaurar grandes áreas em unidades de conservação e poderá<br />

ficar com parte relevante dos créditos de carbono gerados na<br />

operação. Em nossas projeções, este modelo de concessão alcançará<br />

100 mil ha nos próximos 3 anos.<br />

>> Como funciona o LPF (Laboratório de Produtos Florestais)?<br />

O LPF foi concebido como um centro de pesquisa para executar<br />

estudos e pesquisas na área de tecnologia da madeira e produtos<br />

florestais. Sua principal missão é promover o uso racional<br />

dos recursos florestais brasileiros. Isto se dá, principalmente,<br />

por meio do desenvolvimento contínuo de estudos de caracterização<br />

tecnológica da madeira de espécies florestais pouco<br />

conhecidas no mercado madeireiro nacional. Esta estratégia<br />

contribui para a promoção do manejo florestal sustentável. O<br />

LPF também atua no desenvolvimento e melhoria de produtos<br />

florestais diversos, contribuindo com toda a cadeia de bioeconomia<br />

da floresta. Devido a sua estrutura de equipamentos e<br />

strated that an organized dialogue between different sectors<br />

could generate positive results, such as the development of<br />

national standards for forest management and for planted<br />

forests, which remain in force today. At the World Bank, I<br />

managed several programs in Brazil that supported numerous<br />

pilot projects that served as the basis for government<br />

initiatives such as CAR, forest concessions, and community<br />

management. In China, where I coordinated the environment<br />

and climate change area, I had diverse experiences in<br />

forest and landscape recovery. With global involvement with<br />

forests, landscapes, and biodiversity, I have supported forest<br />

management and recovery projects in many countries on<br />

different continents and in varied biomes.<br />

How do you see SFB’s return to the MMA umbrella?<br />

A body created for forest management as part of Brazil’s environmental<br />

policy should be part of the ministry responsible<br />

for defining and implementing such a policy.<br />

How will forest concessions be treated under your management?<br />

How important are they for the preservation and<br />

monetization of Brazilian forests?<br />

This will be the priority of our management. We intend to expand<br />

the concessions from 1.3 million to five million hectares<br />

in the next three years. In parallel, we will start Restoration<br />

Concessions, where the private partner will restore large<br />

areas in the Conservation Units and may keep a relevant<br />

part of the carbon credits generated in the operation. In our<br />

projections, this concession model will reach 100 thousand<br />

hectares in the next three years.<br />

How does the Forest Products Laboratory (LPF) work?<br />

Promoting the rational use of Brazilian forest resources.<br />

This occurs mainly through the continuous development<br />

of studies of the technological characterization of timber<br />

from little-known forest species in the domestic market. This<br />

strategy contributes to the promotion of sustainable forest<br />

management. The LPF also acts in the development and<br />

improvement of various forest products, contributing to the<br />

entire bioeconomy of the forest chain. Due to its equipment<br />

structure and multidisciplinary technical staff, it works<br />

collaboratively with similar bodies and national and international<br />

universities. In addition, it promotes the training<br />

O manejo florestal incluindo o manejo comunitário é<br />

uma alternativa econômica do uso da terra, e como tal é<br />

importante para manter a floresta em pé<br />

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ENTREVISTA<br />

corpo técnico multidisciplinar, atua de forma colaborativa com<br />

órgãos similares e universidades nacionais e internacionais.<br />

Além disso, promove a capacitação de recursos humanos por<br />

meio de cursos técnicos na sua área de atuação. Finalmente, é<br />

uma unidade geradora de receitas, pois presta serviços técnicos<br />

especializados à sociedade de modo geral.<br />

>> Qual a importância do SNIF (Sistema Nacional de Informações<br />

Florestais) para o trabalho do SFB?<br />

É por meio do SNIF que são apresentados os indicadores<br />

fundamentais para as políticas públicas florestais, atendendo<br />

também as agendas internacionais relacionadas aos objetivos<br />

do desenvolvimento sustentável. O SNIF é a referência em informações<br />

florestais no Brasil, pois agrega dados das principais<br />

fontes de informação oficial do país. São consultadas várias<br />

bases de dados de instituições como: IBGE, SISCOMEX, INPE,<br />

CERFLOR, FSC, CNPQ, CAPES, ICMBio, RAIS, entre outras. O SNIF<br />

é organizado em 4 eixos:<br />

• Recursos Florestais – com as informações sobre quantidade e<br />

qualidade dos recursos florestais;<br />

• Política e Gestão <strong>Florestal</strong> – Com as principais políticas, órgãos<br />

envolvidos e legislação;<br />

• Produção e Economia <strong>Florestal</strong> – Com dados de produção,<br />

quantidade, valor, comercialização e empregos;<br />

• Ensino e Pesquisa – Com informações sobre cursos de formação<br />

na área florestal, pesquisas entre outros.<br />

>> Qual a relevância do IFN (Inventário <strong>Florestal</strong> Nacional)<br />

para o desenvolvimento e preservação de nossas florestas?<br />

O Inventário <strong>Florestal</strong> Nacional é a principal fonte de dados<br />

coletados em campo sobre as Florestas do Brasil e uma importante<br />

ferramenta para gestão dos recursos florestais do país. Já<br />

foram coletados mais de 60% dos pontos previstos para todo<br />

o território do país. Em parceria com uma rede de herbários,<br />

mais de um milhão de árvores foram medidas e no processo<br />

de identificação botânica foram identificadas novas espécies e<br />

novas ocorrências. O inventário é a base para as estimativas de<br />

carbono florestal, pois as árvores são medidas uma a uma para<br />

representar todos biomas e suas tipologias vegetais. Além das<br />

informações sobre as plantas, são coletadas amostras de solo e<br />

outras variáveis biofísicas. No entorno da floresta são realizadas<br />

quatro entrevistas no qual são coletadas informações socioambientais<br />

como contribuição da floresta na renda familiar, quais<br />

plantas e suas partes são mais utilizadas, se há comercialização<br />

de quais produtos florestais, percepção da floresta, identificação<br />

de serviços ambientais das florestas, entre outros.<br />

>> Como funciona o portal Saberes da Floresta?<br />

Funciona como um ambiente de educação a distância com o<br />

objetivo de ampliar o acesso à temática ambiental. O Portal Saberes<br />

da Floresta oferta cursos que buscam ampliar o conhecimento<br />

sobre boas práticas de produção e gestão florestal, seja<br />

para fins de produção madeireira e/ou não madeireira. O Portal<br />

disponibiliza hoje dez cursos, que, entre 2018 e 2022, contou<br />

com quase 82 mil inscritos. São ofertados cursos sobre manejo<br />

of human resources through technical courses in its area of<br />

expertise. Finally, it is a revenue-generating unit, providing<br />

specialized technical services to society.<br />

What is the importance of the National Forest Information<br />

System (Snif) for SFB’s work?<br />

Through Snif, the fundamental indicators for forest public<br />

policies are elaborated to meet the international agenda<br />

related to sustainable development objectives. Snif is the reference<br />

for information on Brazilian forests, as it aggregates<br />

data from the primary sources of official information in the<br />

Country. Several institutional databases are consulted, such<br />

as those of Ibge, Siscomex, Inpe, Cerflor, FSC, Cnpq, Capes,<br />

ICMBio, and Rais. Snif is organized into four blocs:<br />

• Forest Resources – with information on the quantity and<br />

quality of forest resources;<br />

• Forest Policy and Management – with the central policies,<br />

agencies involved, and legislation;<br />

• Production and Forest Economics – with data on production,<br />

quantity, value, sales, and jobs;<br />

• Teaching and Research – with information about training<br />

courses in forestry and research, among others.<br />

What is the relevance of the National Forest Inventory<br />

(IFN) for developing and preserving Brazilian forests?<br />

The National Forest Inventory is the primary source of data<br />

collected in the field about Brazilian Forests and an essential<br />

tool for managing the Country’s forest resources. Data has<br />

already been collected for over 60% of the Country’s territory.<br />

In partnership with a herbaria network, more than one<br />

million trees were measured, and new species and occurrences<br />

were identified in the botanical identification process.<br />

The inventory is the basis for forest carbon estimates, as<br />

trees are measured individually to represent all biomes and<br />

their plant typologies. In addition to plant information, soil<br />

samples and other biophysical variables are collected. In<br />

the surrounding communities of the forest, four interviews<br />

are conducted in which socio-environmental information is<br />

collected, such as the contribution of the forest to the family<br />

income, which plants and their parts are most used, and<br />

if there is the commercialization of which forest products,<br />

perception of the forest, and identification of environmental<br />

services of forests, among others.<br />

How does the Forest Knowledge Portal work?<br />

It works as a distance education venue to expand access<br />

to environmental issues. The Forest Knowledge Portal<br />

offers courses that seek to expand knowledge about sound<br />

production practices and forest management, whether for<br />

timber and/or non-timber production purposes. Today, the<br />

Portal provides ten courses, which, between 2018 and 2022,<br />

had almost 82 thousand enrolled. Courses are offered on<br />

ground nut and açaí management; introduction to forest<br />

concession; community enterprise management; introduction<br />

to cooperatives and associations; introduction to forest<br />

78 www.referenciaflorestal.com.br


ENTREVISTA<br />

da castanha, do açaí; introdução à concessão florestal; gestão<br />

de empreendimentos comunitários; introdução a cooperativas<br />

e associações; introdução ao manejo florestal; manejo florestal<br />

comunitário e familiar; manejo de impacto reduzido com ênfase<br />

nas etapas e elaboração de planos de manejo; introdução<br />

à recomposição com ênfase nas florestas tropicais; e óleos e<br />

resinas florestais. Em 2022 foi introduzido um novo curso, em<br />

parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, com um espectro mais<br />

amplo visando ampliar o conhecimento e o uso dos produtos<br />

da biodiversidade, o primeiro curso ofertado foi o: SocioBiodiversidade<br />

e Saúde. Doze novos cursos estão sendo desenvolvidos<br />

para compor o novo portfólio do Portal, com temáticas<br />

mais diversificadas, tais como: manejo florestal na caatinga;<br />

inventário florestal nacional; práticas de recuperação de áreas<br />

degradadas no cerrado; ISA (indicadores de sustentabilidade<br />

em agrossistemas); manejo da araucária, dentre outros.<br />

>> Quais ações pretende realizar em relação ao Plano Nacional<br />

de Regularização Ambiental de Imóveis Rurais?<br />

O Plano Nacional de Regularização Ambiental de Imóveis Rurais<br />

- Plano RegularizAgro - foi estabelecido pelo decreto número<br />

11.015/2022 para, no âmbito do MAPA, realizar uma melhor<br />

coordenação da atuação governamental voltada à regularização<br />

ambiental dos imóveis rurais, em conformidade com o<br />

Código <strong>Florestal</strong>. Em razão da retomada de várias estruturas<br />

colegiadas, no âmbito do MMA, o SFB avaliará a necessidade<br />

de se estabelecer uma estrutura de governança e, também, um<br />

plano, em nível federal, voltados, especificamente, para a regularização<br />

ambiental. De todo o modo, é importante ressaltar<br />

que os objetivos gerais e diretrizes do Plano RegularizAgro estão<br />

incorporados, não apenas nas competências legais do MMA<br />

e do SFB, como na prática cotidiana desses órgãos do Governo<br />

Federal.<br />

>> O manejo florestal sustentável na floresta amazônica é chave<br />

para manutenção da floresta em pé?<br />

O manejo florestal incluindo o manejo comunitário é uma alternativa<br />

econômica do uso da terra, e como tal é importante para<br />

manter a floresta em pé. Há, entretanto outras considerações<br />

como a manutenção de serviços ambientais como controle de<br />

erosão e cheias, e a conservação da biodiversidade, que também<br />

dependem da manutenção das florestas.<br />

management; community and family forest management;<br />

reduced impact management with emphasis on stages and<br />

preparation of management plans; introduction to recomposition<br />

with a focus on tropical forests; and, forest oils and<br />

resins. In 2022, a new course was introduced, in partnership<br />

with the Oswaldo Cruz Foundation, with a broader spectrum<br />

aimed at expanding the knowledge and use of biodiversity<br />

products; the first course offered was: SocioBiodiversity and<br />

Health. Twelve new courses are being developed to compose<br />

the new portfolio of the Portal, with more diversified<br />

themes, such as forest management in the caatinga; National<br />

Forest Inventory; recovery practices of degraded areas in<br />

the cerrado; sustainability indicators in agrosystems (ISA);<br />

and, araucaria management, among others.<br />

What actions do you intend to carry out concerning the<br />

National Plan for Environmental Regularization of Rural<br />

Property?<br />

The National Plan for Environmental Regularization of Rural<br />

Property (Plano RegularizAgro) was established by decree<br />

number 11.015/2022, within the scope of Mapa, to carry<br />

out better coordination of government actions aimed at<br />

environmental regularization of rural property, in accord<br />

with the Forest Code. Due to the resumption of several institutional<br />

structures within the scope of the MMA, the SFB will<br />

evaluate the need to establish a governance structure and<br />

a federal plan aimed explicitly at environmental regularization.<br />

In any case, it is essential to emphasize that the general<br />

objectives and guidelines of the Plano RegularizAgro are<br />

incorporated not only in the legal competencies of the MMA<br />

and the SFB but also in the daily practice of these Federal<br />

Government agencies.<br />

Is sustainable forest management in the Amazon rainforest<br />

key to maintaining the forest standing?<br />

Forest management, including community management, is<br />

an economic alternative to land use, and as such, it is vital to<br />

keep the forest standing. There are, however, other considerations,<br />

such as the maintenance of environmental services<br />

such as erosion and flood control and the conservation of<br />

biodiversity, which also depend on the care of forests.<br />

Um órgão criado para a gestão de florestas como parte da<br />

política ambiental do Brasil deve fazer parte do ministério<br />

responsável pela definição e implementação de tal política<br />

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O papel do calçado<br />

de segurança no<br />

setor florestal<br />

Gabriel Dalla Costa Berger<br />

Engenheiro <strong>Florestal</strong> e Segurança do Trabalho<br />

Ms. em Manejo <strong>Florestal</strong><br />

gabrielberger.com.br<br />

gabriel@gabrielberger.com.br<br />

Foto: divulgação<br />

14% dos acidentes com o uso de motosserra no setor florestal<br />

ocorrem na região dos pés dos trabalhadores<br />

O<br />

manejo florestal desempenha um papel importante<br />

na economia nacional. Entretanto, as<br />

atividades realizadas nessa área apresentam<br />

diversos riscos aos trabalhadores, tornando o<br />

uso dos EPIs (equipamentos de proteção individual)<br />

essencial para a prevenção de acidentes. Neste artigo,<br />

daremos ênfase à importância do calçado de segurança, destacando<br />

suas características, benefícios e a necessidade de uso.<br />

OS RISCOS DO SETOR FLORESTAL<br />

Antes de mais nada, é necessário entender os riscos<br />

enfrentados pelos trabalhadores florestais em diversas atividades,<br />

como por exemplo, corte de árvores, roçada de vegetação,<br />

transporte de carga pesada manual, operação de maquinário<br />

ou simplesmente caminhada em terrenos irregulares.<br />

Essas atividades são propensas a diversos acidentes:<br />

Quedas – terreno acidentado e escorregadio pode resultar em<br />

quedas.<br />

Lesões por objetos pontiagudos – galhos, tocos, espinhos e<br />

outros objetos que podem perfurar os pés dos trabalhadores.<br />

Esmagamento – a queda de árvores, toras ou da própria motosserra<br />

pode levar a lesões por esmagamento.<br />

Corte – o contato acidental da corrente da motosserra com os<br />

pés pode causar graves ferimentos.<br />

A FUNÇÃO DO CALÇADO DE SEGURANÇA<br />

O calçado de segurança é um EPI fundamental na proteção<br />

dos pés dos trabalhadores no setor florestal. Os acidentes<br />

nessa região do corpo correspondem a aproximadamente 14%<br />

dos ferimentos. Esse tipo de calçado é projetado para oferecer<br />

conforto, resistência e segurança durante o trabalho. Um calçado<br />

adequado reduz o risco de lesões e aumenta a confiança<br />

dos profissionais durante o trabalho.<br />

CARACTERÍSTICAS DO CALÇADO DE SEGURANÇA<br />

Biqueira de aço ou composite: O calçado de segurança geralmente<br />

possui uma biqueira reforçada, que protege os dedos<br />

contra a corrente da motosserra, impactos de objetos pesados<br />

ou quedas de objetos pontiagudos.<br />

Solado antiderrapante e antiperfurante: Os solados são constituídos<br />

de materiais que proporcionam maior estabilidade e<br />

resistência, minimizando o risco de quedas em terrenos escorregadios<br />

e/ou inclinados, bem como dificultando a perfuração<br />

e penetração.<br />

Impermeabilidade: Muitos modelos de calçados de segurança<br />

são à prova d’água, protegendo os pés da umidade.<br />

Proteção de tornozelo: Alguns modelos oferecem proteção extra<br />

ao redor do tornozelo, minimizando o risco de entorse.<br />

BENEFÍCIOS DO USO ADEQUADO<br />

Segurança dos trabalhadores: O maior benefício é a segurança<br />

proporcionada aos trabalhadores, minimizando a ocorrência<br />

de acidentes graves ou lesões que poderiam resultar em<br />

afastamento temporário ou definitivo do trabalho.<br />

Conformidade com as normas regulamentares: O uso de<br />

calçado de segurança é exigido pelas normas de segurança (NR<br />

06), ou seja, o uso desse item permite que empresas e trabalhadores<br />

estejam em conformidade com a legislação.<br />

Produtividade e bem-estar: Quando os trabalhadores se<br />

sentem seguros e protegidos, sua produtividade aumenta, pois<br />

estão tranquilos e podem focar nas tarefas sem medo. Além<br />

disso, o bem-estar dos funcionários é valorizado, o que contribui<br />

para um ambiente de trabalho mais saudável.<br />

O calçado de segurança é fundamental para garantir a proteção<br />

dos trabalhadores no setor florestal, promovendo um<br />

ambiente de trabalho seguro e produtivo. Suas características<br />

específicas visam reduzir os riscos de acidentes, protegendo<br />

os pés contra cortes, quedas, perfurações, esmagamentos e<br />

outros acidentes. Além disso, o uso adequado do calçado de<br />

segurança é regulamentado pela legislação. Portanto, investir<br />

em um calçado de segurança de qualidade é essencial para a<br />

valorização da vida e da saúde dos profissionais.<br />

Foto: divulgação<br />

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Otimização de processos alavanca produtividade na<br />

indústria de segmento de corte florestal mecanizado<br />

Fotos: Emanoel Caldeira e divulgação<br />

Aindústria de base florestal cresce assiduamente e com<br />

ela surge a necessidade de avanços tecnológicos que<br />

garantam a plena produtividade, unindo, principalmente,<br />

qualidade, eficiência e durabilidade dos produtos.<br />

Tudo isso, aliada a uma pronta assistência técnica,<br />

haja vista, que máquina parada na floresta é sinônimo de prejuízo.<br />

Investir justamente na melhoria de processos foi o que fez a Rotary-<br />

-Ax, especialista em itens de reposição para o corte mecanizado no<br />

segmento florestal, o que projetou a empresa a alcançar lugares ainda<br />

mais altos em sua trajetória, tanto no Brasil como na América Latina.<br />

A empresa sediada em Pinhais (PR), conta com mais de duas<br />

décadas de experiência na fabricação e venda de implementos para<br />

a indústria de base florestal. A empresa se destaca no mercado pela<br />

qualidade e confiança oferecida em cada peça que sai de sua linha<br />

de produção. Fundada por Werner Krüger D’Almeida e sua esposa, a<br />

empresa nasceu com o intuito de suprir demandas da área presentes<br />

desde sua criação, como explica Mara Lúcia Krüger D’Almeida, sócia<br />

fundadora da Rotary-Ax. “O prazo de entrega de produtos importados<br />

era muito longo e a possibilidade de nacionalizar esses produtos e<br />

atender nosso mercado diretamente avivaram em Werner a coragem<br />

para dar início a Rotary-Ax”, relata Mara. A sócia comenta que dar<br />

continuidade ao trabalho de Werner é uma das maiores motivações<br />

de todos os colaboradores da Rotary-Ax. “Temos certeza de que o<br />

Werner tem muito orgulho do que estamos fazendo pela empresa”,<br />

completa Mara.<br />

A Rotary-Ax se estabeleceu como uma das líderes de mercado no<br />

segmento florestal, oferecendo sabres, coroas de tração, ponteiras<br />

substituíveis, dentes de corte para feller buncher e mais recentemente<br />

as facas para picador florestal, além de diversos outros itens.<br />

Productivity, quality,<br />

and accuracy<br />

Process optimization leverages productivity<br />

in mechanized forest-harvesting<br />

T<br />

he Forest-based Sector is constantly growing, and<br />

with this comes the need for technological advances<br />

that guarantee improved productivity, mainly uniting<br />

product quality, efficiency, and durability; all this is<br />

combined with prompt technical assistance, given that<br />

a machine stopped in the forest is synonymous with loss. Investing<br />

precisely in process improvement is what Rotary-Ax, a specialist<br />

in replacement items for mechanized cutting in the Forest-based<br />

Sector, has done, which has projected the Company to reach even<br />

higher places in its trajectory in Brazil and the rest of Latin America.<br />

The Company, based in Pinhais (PR), has over two decades<br />

of experience manufacturing and selling implements for the Forest-based<br />

Sector. The Company stands out in the market for the<br />

quality and confidence offered in each piece from its production<br />

line. Founded by Werner Krüger D’Almeida and his wife, the Company<br />

was born to meet the demands of the area present since its<br />

inception, as explained by Mara Lúcia Krüger D’Almeida, founding<br />

Partner of Rotary-Ax. “The delivery time for imported products was<br />

very long, and the possibility of domesticating the production of<br />

these products and serving the Brazilian market directly provided<br />

Agosto 2023<br />

87


PRINCIPAL<br />

Cada um destes de acordo com a demanda específica do cliente,<br />

garantindo velocidade na entrega e também a personalização de<br />

peças em projetos específicos, trabalho no campo ou para serrarias.<br />

INDÚSTRIA MODERNIZADA<br />

A Rotary-Ax não se apoia apenas em sua tradição para se manter<br />

forte em um mercado tão disputado. Os investimentos em equipamentos,<br />

tecnologia e aperfeiçoamento de processos industriais se<br />

tornaram uma marca registrada da empresa. Victor Hugo Shinohara,<br />

diretor da Rotary-Ax, explica que uma de suas principais iniciativas à<br />

frente da operação da indústria foi buscar melhorias nos procedimentos<br />

internos, para que a produção ampliasse sua eficiência e precisão.<br />

“Desenvolvemos um sistema exclusivo de gestão da Rotary-Ax, que<br />

dá uma visão geral da fabricação de maneira clara, facilitando o<br />

controle de produção e o estoque em tempo real, auxiliando nosso<br />

departamento comercial”,<br />

valoriza Victor.<br />

Além dos controles<br />

de qualidade e produção,<br />

a Rotary-Ax tem<br />

feito investimentos em<br />

maquinários, trazendo<br />

para seu parque industrial<br />

avanço em equipamentos<br />

e tecnologias<br />

presentes no mercado.<br />

“Esse investimento é<br />

fruto da evolução do<br />

segmento florestal, com<br />

Desenvolvemos um sistema<br />

exclusivo de gestão da Rotary-Ax,<br />

que dá uma visão geral da<br />

fabricação de maneira clara,<br />

facilitando o controle de<br />

produção e o estoque em tempo<br />

real, auxiliando nosso<br />

departamento comercial<br />

Victor Hugo Shinohara,<br />

diretor da Rotary-Ax<br />

Werner the courage to start Rotary-Ax,” says Mara D’Almeida.<br />

The Partner says that continuing Werner D’Almeida’s work is one<br />

of the greatest motivations of all Rotary-Ax workers. “We are<br />

sure Werner D’Almeida is very proud of what we are doing for the<br />

Company,” she goes on.<br />

Rotary-Ax has established itself as one of the market leaders in<br />

the Forest-based Sector, offering guide bars, sprockets, replaceable<br />

tips, feller buncher saw teeth, and, more recently, forest chipper<br />

knives, as well as many other items. Each of these is supplied<br />

according to the customer’s demand, ensuring delivery speed<br />

and the customization of parts for specific projects, work in the<br />

field, or sawmills.<br />

MODERNIZED INDUSTRY<br />

Rotary-Ax does not just rely on its tradition to stay strong in<br />

such a crowded market. Investments in equipment, technology,<br />

and industrial process improvement have become the Company’s


cada vez mais tecnologia, eficiência e soluções precisas”, exalta Victor.<br />

O diretor relata que a proximidade que a Rotary-Ax tem com seus<br />

clientes é uma das forças que auxiliam a empresa a estar sempre<br />

atenta a cada processo e exigência do mercado. Esse contato contínuo<br />

e presencial em cada visita é uma das chaves para o sucesso<br />

da Rotary-Ax. “Mais do que atender, queremos entender e ouvir<br />

nossos clientes, para ofertar os produtos adequados para cada tipo<br />

de condição operacional ou desenvolver algo novo e que supra perfeitamente<br />

a necessidade apresentada com a melhor solução para<br />

cada cliente”, completa Victor.<br />

Bruna Polo Krüger D’Almeida, diretora da Rotary-Ax, destaca<br />

que além da capacidade de produção e desenvolvimento de novos<br />

produtos, a empresa trabalha para garantir segurança em tudo que<br />

comercializa, tendo cuidado não apenas de fabricar, mas também de<br />

priorizar a qualidade do que é feito. Hoje a Rotary-Ax desenvolve e<br />

registra patentes de cada projeto realizado internamente, isso garante<br />

a exclusividade para seus clientes. “Essa busca por excelência nos<br />

levou a conquistar mercados internacionais com um produto 100%<br />

nacional”, valoriza Bruna, que também é responsável pelo marketing<br />

e crescimento da marca Rotary-Ax no setor.<br />

DA INDÚSTRIA PARA O CAMPO<br />

Aliar o atendimento de qualidade, tradição e personalização de<br />

produtos trouxe a Rotary-Ax ao patamar de referência no mercado<br />

florestal, tudo que a empresa apresenta é validado por seus clientes.<br />

É o caso da Riacho <strong>Florestal</strong>, empresa do segmento de prestação de<br />

serviços sediada na região de Bauru (SP). Joaquim Sidnei Giorgetti<br />

Costa, sócio-proprietário da Riacho <strong>Florestal</strong>, relata que o trabalho<br />

trademark. Victor Hugo Shinohara, Director of Engineering for<br />

Rotary-Ax, explains that one of his main initiatives at the head of<br />

industrial operations was to seek improvements in internal procedures<br />

to increase production efficiency and accuracy. “We have<br />

developed an exclusive Rotary-Ax management system, which gives<br />

a clear overview of manufacturing, facilitating production control<br />

and real-time inventory, helping our commercial department,”<br />

says Shinohara.<br />

In addition to quality and production controls, Rotary-Ax has<br />

invested in machinery, bringing to its industrial park advances in<br />

equipment and technologies in the market. “This investment is the<br />

result of the evolution of the forestry segment, with more and more<br />

technology, efficiency, and precise solutions,” says Shinohara. The<br />

Director says that the closeness that Rotary-Ax maintains with its<br />

customers is one of the forces that help the Company always to be<br />

attentive to each process and market requirement. This continuous,<br />

face-to-face contact on each visit is one of the keys to Rotary-Ax’s<br />

success. “More than anything, we want to understand and listen<br />

to our customers, to offer the appropriate products for each type<br />

of operating condition or to develop something new that perfectly<br />

meets the need presented with the best solution for each client,”<br />

adds Shinohara.<br />

Bruna Polo Krüger D’Almeida, Marketing Director of Rotary-Ax,<br />

points out that in addition to the capacity to produce and develop<br />

new products, the Company works to ensure safety in everything it<br />

sells, taking care not only to manufacture but also to prioritize the<br />

quality of what is made. Today, Rotary-Ax develops and registers<br />

patents for each project carried out internally, ensuring exclusivity<br />

Agosto 2023<br />

89


PRINCIPAL<br />

com a floresta de eucalipto na região, uma das mais importantes<br />

para o Estado de São Paulo, está presente na família há décadas.<br />

“Nossa história empresarial começa em 1960, com meu pai, Antônio<br />

Giorgetti Costa, fundando o Grupo Riacho, mas foi na década de<br />

1990 que a empresa mudou seu foco exclusivamente para atividade<br />

florestal, onde crescemos e nos tornamos referência na prestação<br />

de serviços”, conta Joaquim.<br />

Tiago Francisco Giorgetti Costa, gerente da Riacho <strong>Florestal</strong>,<br />

destaca a importância de produtos de alta qualidade na operação. “A<br />

Riacho oferece uma série de soluções para a operação florestal, como<br />

colheita mecanizada nas modalidades CTL e full tree, transporte de<br />

toras e produção e fornecimento de biomassa; com equipamentos de<br />

última geração conseguimos dar continuidade e manter o alto padrão<br />

de nosso atendimento aos nossos clientes e parceiros”, ressalta Tiago.<br />

O gerente conta que a parceria entre a Riacho e a Rotary–Ax<br />

iniciou há pouco mais de 5 anos e a empresa paranaense se tornou<br />

a fornecedora oficial de conjunto de corte como as coroas de tração,<br />

sabres com ponteira removível e dentes de corte para feller buncher.<br />

“A Rotary-Ax tem soluções com a mais alta qualidade e oferece para a<br />

Riacho equipamentos eficientes, com prazo de entrega rápido, preços<br />

acessíveis e, algo que nos deixa muito felizes: A abertura para dar sugestões<br />

no desenvolvimento de novos projetos”, complementa Tiago.<br />

Jadson e Eduardo Farias, diretores da <strong>Florestal</strong> Farias, empresa<br />

do segmento de serviços florestais fundada em 2017, utilizam os<br />

sabres da Rotary-Ax há mais de 2 anos e constatam a qualidade nos<br />

detalhes presentes no desenvolvimento das peças. “Alguns detalhes<br />

do sabre facilitam a lubrificação da corrente de corte, isso amplia<br />

muito a durabilidade do material e também sua produtividade no<br />

for its customers. “This search for excellence has led us to conquer<br />

international markets with a 100% Brazilian product,” says Bruna<br />

D’Almeida, who is responsible for the marketing and growth of the<br />

Rotary-Ax brand in the Sector.<br />

FROM THE FACTORY TO THE FIELD<br />

Combining quality service, tradition, and product customization<br />

has made Rotary-Ax a reference in the forestry market. Everything<br />

the Company produces is validated by its customers. This is the case<br />

for Riacho <strong>Florestal</strong>, a forest service provider based in the region<br />

of Bauru (SP). Joaquim Sidnei Giorgetti Costa, Co-owner of Riacho<br />

<strong>Florestal</strong>, says that the work with the eucalyptus forest in the area,<br />

one of the most important for the State of São Paulo, has been<br />

present in the family for decades. “Our business history began in<br />

1960, with my father, Antônio Giorgetti Costa founding the Riacho<br />

Group, but it was in the 1990s that the Company changed its focus<br />

exclusively to the forestry activity, where we grew and became a<br />

reference in the provision of services,” says Joaquim Costa.<br />

Tiago Francisco Giorgetti Costa, Manager at Riacho <strong>Florestal</strong>,<br />

highlights the importance of high-quality products in the operation.<br />

“Riacho offers a series of solutions for the forestry operation, such<br />

as mechanized harvesting in CTL and full tree modalities, log transportation,<br />

and biomass production and supply; with state-of-the-<br />

-art equipment, we can continue and maintain the high standard<br />

of our service to our customers and partners,” says Tiago Costa.<br />

The Manager goes on to say that the commercial partnership<br />

between Riacho and Rotary-Ax began just over five years ago, and<br />

the Company from the State of Paraná became the official supplier<br />

90 www.referenciaflorestal.com.br


campo”, aponta Jadson. Já Eduardo Farias, valoriza a versatilidade<br />

e praticidade do sabre da Rotary-Ax. “A possibilidade da troca de<br />

ponteira, que muitas vezes é a primeira peça a ser danificada na operação,<br />

diminui muito os custos e também amplia nossa capacidade<br />

de continuar produzindo, pois, com uma troca simples, podemos dar<br />

sequência ao trabalho”, aponta Eduardo.<br />

Raul Santos, responsável pela colheita, transporte e infraestrutura<br />

florestal do Grupo Maringá (SP), conta que o primeiro contato<br />

com a Rotary-Ax aconteceu na Show <strong>Florestal</strong>, feira realizada em<br />

Três Lagoas (MS) e todo o atendimento prestado desde o primeiro<br />

momento foi um diferencial para que a escolha pela Rotary-Ax fosse<br />

assertiva. “Desde o primeiro contato tivemos muita segurança, pois<br />

foi apresentado um dimensionamento completo de tudo que precisávamos<br />

para dar início a nossa operação. Além disso, a Rotary-Ax<br />

forneceu treinamento completo para garantir o sucesso dessa empreitada<br />

e tem dado suporte sempre que precisamos”, sublinha Raul.<br />

Ronei Pasternack, operador de harvester na TransDi Madeiras<br />

(SC), relata que a Rotary-Ax surgiu para a empresa como uma nova<br />

solução em relação aos sabres, pois oferece maior durabilidade na<br />

operação. “O sabre da Rotary-Ax tem uma diferença muito importante<br />

para o nosso trabalho que é a alta flexibilidade e resistência,<br />

impedindo que o sabre quebre ou empene, pois isso é essencial para<br />

a operação”, afirma Ronei.<br />

O sabre da Rotary-Ax tem uma<br />

diferença muito importante para<br />

o nosso trabalho que é a alta<br />

flexibilidade e resistência, impedindo<br />

que o sabre quebre ou empene, pois<br />

isso é essencial para a operação<br />

Ronei Pasternack, operador de<br />

harvester na TransDi Madeiras<br />

of cutting sets such as sprockets, guide bars with removable tips,<br />

and saw teeth for feller bunchers. “Rotary-Ax has the highest<br />

quality solutions and offers Riacho efficient equipment, with fast<br />

delivery time, affordable prices, and something that makes us<br />

very happy: the openness to give suggestions in developing new<br />

designs,” adds Tiago Costa.<br />

Jadson and Eduardo Farias, Directors of <strong>Florestal</strong> Farias, a<br />

forest service provider founded in 2017, have been using Rotary-<br />

-Ax guide bars for more than two years and see the quality in the<br />

details presented during their manufacture. “Some details of the<br />

guide bar facilitate the lubrication of the saw chain. This greatly<br />

extends the material’s durability and productivity in the field,”<br />

says Jadson Farias. On the other hand, Eduardo Farias values the<br />

versatility and practicality of Rotary’s guide bar. “The possibility<br />

of changing the tip, which is often the first part to be damaged in<br />

operation, greatly reduces costs and also expands our ability to<br />

continue producing because, with a simple change, we can continue<br />

working,” highlights Eduardo Farias.<br />

Raul Santos, responsible for the harvesting, transportation, and<br />

forestry infrastructure for the Maringá Group (SP), says that the<br />

first contact with Rotary-Ax took place at the Show <strong>Florestal</strong>, held<br />

in Três Lagoas (MS), and all the services provided starting from<br />

the first moment was a differential for Rotary-Ax to be chosen as<br />

a parts supplier. “From the first contact, we were very confident<br />

because we were presented with a complete sizing of everything we<br />

needed to start our operation. In addition, Rotary-Ax has provided<br />

comprehensive training to ensure the success of this endeavor and<br />

has provided support whenever we needed it,” emphasizes Santos<br />

Ronei Pasternack, harvester operator at TransDi Madeiras (SC),<br />

says that Rotary-Ax came to the Company as a new solution for<br />

guide bars, as it offers more outstanding durability in operation.<br />

“The Rotary-Ax guide bar has made a significant difference in our<br />

work, which is the high flexibility and resistance, preventing the bar<br />

from breaking or bending, as this is essential for the operation,”<br />

says Pasternack.<br />

Agosto 2023<br />

91


MANEJO<br />

Valorização<br />

DA ATIVIDADE<br />

Debate no senado valoriza o manejo florestal como ferramenta<br />

para deter o desmatamento e ajudar na economia verde<br />

Fotos: divulgação<br />

O<br />

manejo florestal sustentável é um dos mecanismos<br />

mais eficazes para deter o desmatamento<br />

e atividades ilícitas, além de possibilitar<br />

a exploração econômica de muitos<br />

produtos, manutenção de serviços, geração<br />

de emprego e renda e riquezas para Estados e municípios. A<br />

prática gera aumento na arrecadação de impostos e aumenta<br />

a segurança jurídica do setor florestal, além de promover<br />

a conservação da biodiversidade local. É preciso, no entanto,<br />

ampliar as áreas de concessão florestal no país e incentivar<br />

os planos de manejo. A conclusão é dos expositores que<br />

participaram de audiência pública interativa na CRA (Comissão<br />

de Agricultura e Reforma Agrária) sobre o manejo florestal<br />

em área nativa no bioma amazônico e seus desafios.<br />

O debate foi promovido por iniciativa do senador Jaime<br />

Bagattoli (PL-RO) e da senadora Soraya Thronicke (União-<br />

-MS), que preside a CRA. Ex-motorista de caminhão e neto<br />

de madeireiro, Jaime Bagattoli contou que foi um dos primeiros<br />

a fazer um plano de manejo florestal na Amazônia,<br />

em 1987, e destacou a importância do mecanismo para a<br />

preservação ambiental e a economia, até mesmo das comunidades<br />

indígenas. “Tem que aumentar as concessões,<br />

o plano de manejo sustentável é o caminho, é o único mecanismo<br />

de se preservar as florestas e terras da União que<br />

não vão ser destinadas a programa de reforma agrária. Não<br />

existe outro mecanismo, isso vai dar remuneração a todos”,<br />

afirmou Jaime.<br />

Na avaliação de Soraya Thronicke, é preciso acabar com<br />

as amarras ideológicas e promover o desenvolvimento do<br />

país. “Os especialistas da audiência pública podem nos<br />

92 www.referenciaflorestal.com.br


MANEJO<br />

ajudar nas lacunas da legislação que ainda existem para<br />

crescermos na produção e melhorarmos as condições de exploração<br />

com muita responsabilidade”, destacou Soraya.<br />

ÁREAS MAPEADAS<br />

As concessões florestais, atualmente concentradas no<br />

Amapá, Pará e Rondônia, ainda representam muito pouco<br />

da produção florestal, ressaltaram debatedores. Hoje há<br />

cerca de 1,4 milhão de hectares sob concessão, mas existem<br />

áreas mapeadas que indicam a possibilidade de ampliação<br />

das concessões, o que aumentaria a participação do Brasil<br />

na parcela global de demanda de madeira. Os EUA (Estados<br />

Unidos da América), Europa e China são os maiores compradores<br />

da madeira brasileira.<br />

Deryck Pantoja Martins, diretor técnico da CONFLORES-<br />

TA (Associação Brasileira de Empresas Concessionárias Florestais),<br />

diretor técnico da Aimex (Associação das Indústrias<br />

Exportadores da Madeira do Estado do Pará) e representante<br />

da CNI (Confederação Nacional da Indústria), apontou<br />

que o Brasil tem mais de 450 milhões de ha (hectares) de<br />

floresta, no entanto representa apenas 6% do suprimento<br />

industrial de madeira, pois o restante vem de floresta plantada.<br />

“O Brasil é o segundo país no mundo em extensão<br />

florestal, mas corresponde a parcela muito pequena do<br />

mercado mundial de madeira, o que demonstra que temos<br />

espaço para crescer, potencializar essa produção e participar<br />

de forma mais efetiva nesse mercado crescente”, destacou<br />

Deryck.<br />

O representante da CONFLORESTA ressaltou que o<br />

manejo florestal é a melhor estratégia de conservação das<br />

florestas e da biodiversidade. A madeira, segundo ele, é o<br />

produto mais rastreável da economia rural dentre os principais<br />

produtos da balança comercial, por meio de sistema<br />

altamente eficaz que permite garantir que o produto é originário<br />

de floresta licenciada devidamente autorizada pelos<br />

órgãos competentes, a partir de plataforma de sistemas públicos<br />

acessíveis a qualquer cidadão de forma efetiva.<br />

Ainda segundo Deryck, menos de 5% do suprimento de<br />

madeira vem das concessões florestais, e o país ainda tem<br />

grande parte das áreas privadas. Um dos grandes desafios é<br />

ampliar as concessões florestais. Se o país atingir 20 milhões<br />

de ha em concessão de florestas, poderá aumentar em R$<br />

3,3 bilhões o PIB (Produto Interno Brasileiro). “Isso poderá<br />

gerar uma arrecadação de impostos da ordem de R$ 250 milhões,<br />

um impacto positivo superior a R$ 85 milhões, a geração<br />

de mais de 170 mil empregos, um valor da produção<br />

em 2030 equivalente a R$ 6,3 bilhões, além de um potencial<br />

de receita projetado em R$ 357 milhões”, sublinhou Deryck.<br />

Dentre os principais desafios do Brasil no setor, segundo<br />

Deryck, estão a atuação nos mercados externo e interno; a<br />

substituição da madeira por plástico e gesso; os ataques deliberados<br />

ao produto madeira, associada a desmatamento;<br />

o acesso ao crédito; a reestruturação e fortalecimento dos<br />

órgãos ambientais; a sistematização dos processos autorizativos;<br />

e a garantia de fiscalização no campo. Derick sugeriu<br />

ainda a ampliação da atividade e a simplificação da gestão<br />

florestal; o uso de tecnologias e formas inteligentes de monitoramento<br />

já existentes; a garantia de segurança jurídica<br />

às concessões florestais; incentivos à produção florestal por<br />

meio de compras públicas e programas de casas populares;<br />

a diversificação da produção madeireira; e a promoção do<br />

produto madeira no Brasil e no mundo.<br />

DESINFORMAÇÃO<br />

Presidente do FNBF (Fórum Nacional das Atividades de<br />

Base <strong>Florestal</strong>), Frank Rogieri de Souza Almeida ressaltou<br />

que é preciso combater a desinformação e a ideologia desenfreada,<br />

que se implantou no Brasil, além da discrimina-<br />

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para o setor florestal.<br />

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VH-ISO: montagem em PTO e tomada de força.<br />

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Rolamento: VBH031, VBH051 e VBH075.<br />

Bucha: VBH315, VBH330, VBH350 e VBH365.<br />

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MANEJO<br />

ção de certos setores da economia. O setor de base florestal<br />

é hoje um dos maiores vetores de preservação ambiental<br />

e de conservação de florestas que o Brasil e o mundo têm<br />

disponível. ”As concessões vêm crescendo, são feitas com<br />

maestria e levam opção de geração de renda, emprego e arrecadação<br />

de impostos a locais antes inóspitos da Amazônia<br />

brasileira”, pontuou Frank. Ainda de acordo com o presidente<br />

da FNBF, o manejo florestal combate o aquecimento<br />

global, contribui para a construção civil, gera emprego e leva<br />

dignidade e opção de renda aos povos amazônicos. Como<br />

exemplo, citou o projeto de manejo florestal implantado<br />

em Altamira (PA), em 2013, que vem contribuindo para o<br />

desenvolvimento da população local. Essa experiência, afirmou,<br />

precisa ser olhada com outros olhos, para combater a<br />

discriminação e mostrar ao Brasil que pode-se avançar mais.<br />

“Desde que foi assinado, o projeto na floresta de Altamira<br />

não tem um foco de incêndio. Gera-se muito emprego para<br />

as mulheres, que produzem para uma grande empresa brasileira”,<br />

apontou Frank.<br />

FLORESTAS PÚBLICAS<br />

Diretor-geral do SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro), Garo<br />

Joseph Batmanian defendeu a aceleração do processo de<br />

concessão de florestas e fez questão de esclarecer que manejo<br />

florestal sustentável não é sinônimo de desmatamento.<br />

Segundo Garo, é preciso reforçar essa mensagem de que na<br />

floresta sob concessão tudo tem que seguir a lei. O serviço<br />

florestal trabalha primeiramente com florestas públicas<br />

dentro das florestas nacionais do Brasil, que são unidades<br />

de conservação gerenciadas pelo ICMBIO (Instituto Chico<br />

Mendes de Biodiversidade). “Cada uma com área destinada<br />

a plano de manejo, todas no momento na Amazônia; 1,2 milhão<br />

de hectares de florestas concessionadas no momento,<br />

21 contratos vigentes em 7 florestas, com 14 em produção<br />

em cinco FLONAS (Florestas Nacionais), que até o momento<br />

já geraram 2 milhões de m3 (metros cúbicos) de madeira em<br />

tora”, explanou Garo.<br />

Além de afirmar que o manejo florestal, mesmo em terras<br />

privadas, gera emprego e renda, especialmente em lugares<br />

pobres, Garo falou dos recursos repassados ao governo<br />

pelos concessionários. Ele afirma que foram arrecadados R$<br />

31 milhões; 13% vão para o município, 13% para o Estado<br />

da concessão, 25% para o ICMBio e 36% para o SFB. Existe<br />

também uma contribuição efetiva para Estados e municípios<br />

que têm concessão de FLONAS em seus limites territoriais,<br />

que podem gerar emprego e renda à população carente.<br />

Para Garo, o SFB quer garantir que a madeira explorada nas<br />

concessões possa ser monitorada, por isso foi criado um<br />

sistema robusto de rastreamento da madeira que sai das<br />

concessões para garantir que ela seja bem utilizada. “As 21<br />

concessões feitas em cinco FLONAS já em operação geraram<br />

1.684 empregos diretos e mais de 3 mil indiretos, com carteira<br />

assinada e outras garantias”, valorizou Garo.<br />

96 www.referenciaflorestal.com.br


MANEJO<br />

CADEIA PRODUTIVA<br />

Diretora de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas<br />

do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos<br />

Recursos Naturais Renováveis), Lívia Karina Passos Martins<br />

disse que o manejo florestal incentiva a redução das mudanças<br />

climáticas, uma vez que toda a cadeia produtiva preserva<br />

e protege a floresta. Lívia afirma que o Ibama tem feito<br />

esforço grande para ajudar a qualificar o produto comerciado<br />

na cadeia de base florestal, pois é difícil o empresário sério<br />

da concessão florestal competir com a madeira que está<br />

sendo acobertada por créditos irregulares, com trabalho<br />

degradante e exploração da pobreza do entorno, com empresas<br />

fantasmas envolvidas e documentos fraudados. Isso<br />

não pode estar associado à cadeia de base legal. “Reconhecemos<br />

a importância da rastreabilidade da madeira; somos<br />

competitivos, tanto no mercado interno como externo, e a<br />

qualidade dos produtos é bastante exigida, não existe mais<br />

uma lógica de continuar contaminando a cadeia produtiva<br />

de base florestal com irregularidades já conhecidas”, alertou<br />

Lívia.<br />

GIGANTISMO<br />

Ex-ministra da Agricultura, a senadora Tereza Cristina<br />

(PP-MS) disse que o manejo florestal sustentável é uma<br />

ferramenta que contribui para deter o desmatamento ilegal<br />

em terras públicas. Tereza comenta que esse é um programa<br />

que deve ser olhado com muito carinho pelo MMA<br />

(Ministério do Meio Ambiente), pelo Ibama, e que ele seja<br />

mais célere. “Talvez com lotes menores, não sei, para que<br />

Precisamos avançar<br />

com o pagamento por<br />

serviços ambientais,<br />

pois essa é uma<br />

ferramenta que traria<br />

harmonia e conciliação<br />

entre ambientalistas e<br />

produtores rurais<br />

Tereza Cristina, senadora<br />

a gente possa utilizar essas terras não destinadas e tenha<br />

alguém cuidando. O Brasil tem um problema muito sério,<br />

que é o nosso gigantismo, somos um continente, tudo aqui<br />

e complicado pelo nosso tamanho. O Brasil vive um bom<br />

momento, mas a gente precisa caminhar”, ressaltou Tereza.<br />

A mesma observou que o manejo sustentável em florestas<br />

nativas é uma atividade de fundamental relevância, não só<br />

no âmbito do ambiente amazônico, mas em todo o país,<br />

tendo em vista a existência de áreas legais e de preservação<br />

permanente que podem ser exploradas. Todavia, afirmou,<br />

que a constante demonização da atividade produtiva no<br />

meio rural por setores radicais e movimentos fundamentalistas<br />

contribui para a criação de um ambiente institucional<br />

que dificulta demasiadamente a aprovação dos planos de<br />

manejo florestal, especialmente para aqueles produtores familiares<br />

e associações comunitárias que não têm condições<br />

de contratar assessorias especializadas para a elaboração<br />

dos planos. “Precisamos avançar com o pagamento por<br />

serviços ambientais, pois essa é uma ferramenta que traria<br />

harmonia e conciliação entre ambientalistas e produtores<br />

rurais”, concluiu Tereza.<br />

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INTEGRAÇÃO<br />

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Presença de árvores melhora qualidade da pastagem<br />

em sistema de integração pecuária-floresta<br />

Fotos: divulgação<br />

U<br />

ma pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste<br />

(Empresa Brasileira de Agropecuária)<br />

comprovou que o manejo das árvores é<br />

estratégico para garantir o equilíbrio em<br />

sistemas de IPF (integração pecuária-floresta)<br />

ou silvipastoril. Além de manter a produtividade<br />

da pastagem e melhorar a qualidade da madeira remanescente,<br />

a forragem nesse sistema apresentou teor<br />

elevado de proteína bruta, quando comparada a um<br />

modelo pecuário tradicional, sem a presença do componente<br />

arbóreo, o que significa maior qualidade do<br />

alimento aos animais.<br />

O avanço é importante porque manter a produção<br />

de forragem em sistemas integrados com árvores é um<br />

desafio para o produtor rural, uma vez que o desenvolvimento<br />

das pastagens depende da incidência de luz.<br />

A diminuição da radiação afeta o crescimento dessas<br />

plantas, podendo ocasionar menor produtividade na<br />

pecuária.<br />

Os sistemas silvipastoris são opções sustentáveis<br />

para o pecuarista realizar a intensificação das pastagens.<br />

Com as árvores integradas à pecuária, o produtor<br />

proporciona bem-estar aos animais e contribui para a<br />

remoção do carbono atmosférico e mitigação das emissões<br />

de GEE (gases de efeito estufa). Sem contar que o<br />

componente arbóreo é uma boa aposta para garantir<br />

créditos de carbono no futuro, uma nova alternativa de<br />

renda.<br />

O trabalho, publicado no The Journal of Agricultural<br />

Science, concluiu que um pasto sombreado tem<br />

características nutritivas superiores e produtividade<br />

semelhante às de uma pastagem a pleno sol manejada<br />

da mesma maneira. (Leia o artigo científico: Productive<br />

and nutritive traits of Piatã palisadegrass after thinning<br />

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INTEGRAÇÃO<br />

the forest component of a silvopastoral system in southeastern<br />

Brazil).<br />

De acordo com o pesquisador José Ricardo Pezzopane,<br />

da Embrapa, o manejo das árvores no sistema<br />

silvipastoril proporcionou aumento da produção da<br />

forragem em comparação aos anos anteriores. Antes<br />

do desbaste, utilizando a média de duas estações – dois<br />

verões –, que é a época mais produtiva da pastagem, a<br />

produção de forragem no silvipastoril foi 45% inferior<br />

ao sistema a pleno sol: 996 quilos por ha (hectare) contra<br />

1,87 mil quilos por ha, respectivamente. Nos dois<br />

verões posteriores ao manejo, a produção foi bem diferente:<br />

quase 2 mil quilos por ha no modelo integrado<br />

e 2,38 mil quilos por ha a pleno sol. “Além de não ocorrer<br />

variação na produção, a forragem no silvipastoril<br />

apresentou teores de proteína bruta superiores, o que<br />

expressa maior qualidade do alimento aos animais. Importante<br />

ressaltar que os dois sistemas foram manejados<br />

sob o mesmo tipo de pastejo, ou seja, rotacionado<br />

com adubação nitrogenada da pastagem”, explica José.<br />

Pezzopane recomenda a adoção do desbaste de árvores<br />

em sistemas integrados para proporcionar produção de<br />

forragem semelhante a pleno sol e, ainda, com maior<br />

teor de proteína.<br />

Quando o pecuarista consegue utilizar, na mesma<br />

área, pecuária e produção de madeira com eficiência,<br />

ele tem diversos benefícios. Além da renda alternativa<br />

com a madeira, há os serviços ecossistêmicos como<br />

diversificação de espécies e fixação de carbono (C), que<br />

geralmente não são computados. No entanto, Pezzopane<br />

alerta que esse modelo é bastante complexo, porque<br />

ocorrem interações variadas entre os elementos:<br />

pastagem, árvores e animais. “Resultados positivos de-<br />

EXPERIMENTO<br />

O estudo avaliou as características produtivas e<br />

nutritivas do capim-piatã (Urochloa brizantha cv. BRS<br />

Piatã) após o desbaste do componente florestal do silvipastoril,<br />

formado por eucaliptos (Eucalyptus urograndis<br />

clone GG100). Também foram analisados a produção<br />

de forragem e o valor nutritivo, com as variáveis do<br />

microclima, no sistema intensivo a pleno sol com capim-piatã.<br />

O experimento ocorreu na Fazenda Canchim,<br />

sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP),<br />

de 2016 a 2018.<br />

O sistema silvipastoril foi formado em 2011, com<br />

árvores plantadas em fileiras simples no espaçamento<br />

de 15m (metros) por 2m, totalizando 333 árvores por<br />

ha. Antes do início do estudo, em 2016, foram retirados<br />

50% dos eucaliptos em cada fileira e, assim, o espaçamento<br />

foi reduzido para 15m por 4m. Segundo dados<br />

da pesquisa, em outubro de 2017, as árvores tinham,<br />

em média, 27,8m de altura e 25,9 cm (centímetros) de<br />

DAP (diâmetro à altura do peito).<br />

Durante o período experimental, o valor nutritivo<br />

e a produção de forragem foram avaliados em cinco<br />

ciclos de pastejo representativos característicos das estações<br />

do ano de dezembro de 2016 a março de 2018:<br />

verão, outono, inverno e primavera de 2017 e verão de<br />

2018.<br />

RESULTADOS<br />

O teor de proteína bruta foi maior no IPF do que<br />

a pleno sol na maioria das estações do ano. Já o acúmulo<br />

de forragem nos dois sistemas foi semelhante.<br />

A produção de forragem foi favorecida pelo desbaste,<br />

principalmente próximo ao evento, enquanto sua qualidade<br />

foi consistentemente superior no IPF. Assim,<br />

102 www.referenciaflorestal.com.br


+ DE 100 INSTALAÇÕES NO MUNDO


INTEGRAÇÃO<br />

Resultados positivos dependem da capacidade de<br />

garantir interações sinérgicas entre tais componentes<br />

José Ricardo Pezzopane, pesquisador da Embrapa<br />

pendem da capacidade de garantir interações sinérgicas<br />

entre tais componentes”, alerta José.<br />

A produtora Maria Fernanda Guerreiro, que trabalha<br />

com sistemas integrados em sua propriedade desde<br />

2013, confirma os resultados da pesquisa da Embrapa<br />

na prática. Ela conta que nunca teve problemas com o<br />

sombreamento das árvores, porque sempre fez o desbaste.<br />

Além de produtora, Maria Guerreiro é engenheira-agrônoma<br />

e relata que tem no sítio um medidor de<br />

radiação de luz fotossinteticamente ativa, PAR. “Por isso<br />

nunca tive problemas com o sombreamento da pastagem,<br />

pelo contrário, só tive benefícios. Trabalhei com<br />

desrama e desbaste dos eucaliptos. Quando o medidor<br />

apresentava sombreamento passando de 35%, a gente<br />

entrava com uma forma de manejo. Tirava as plantas<br />

mais finas, as doentes, e, assim, não tive problemas”,<br />

conta Maria.<br />

O momento certo para o manejo é indicado pelo<br />

nível de retenção de luz pelas árvores. Pezzopane recomenda<br />

o monitoramento constante e, caso ultrapasse<br />

os 35%, deve-se fazer o desbaste. Verificar o crescimento<br />

do diâmetro e da altura também contribui para definição<br />

do ponto ideal de manejo. Outros indicativos são<br />

a estabilização do crescimento das árvores, vigor das<br />

pastagens e as oportunidades de exploração da madeira<br />

para usos na propriedade ou para venda.<br />

A qualidade da pastagem no silvipastoril tem relação<br />

com a maior fertilidade do solo em comparação aos<br />

sistemas intensivos a pleno sol devido à diversificação<br />

da MOS (matéria orgânica do solo) e sua microbiota<br />

pelo desprendimento de raízes de diversas espécies e<br />

queda de serrapilheira. Segundo o estudo, a MOS e seu<br />

carbono resultam em taxa de mineralização de nitrogênio<br />

variada, beneficiando no longo prazo a suplementação<br />

de nitrogênio para as plantas. “Este fator, com as<br />

mudanças fisiológicas causadas pelo sombreamento,<br />

geralmente resultam em espécies com maior teor de<br />

proteína bruta e digestibilidade in vitro da matéria seca<br />

em comparação com aquelas manejadas a pleno sol, o<br />

que explica o maior teor de proteína bruta da forragem<br />

na maioria das estações quando comparado às posições<br />

do intensivo a pleno sol,” detalha José Pezzopane.<br />

MANEJO DE ÁRVORES TRAZ MAIS QUALIDADE<br />

E PRODUTIVIDADE<br />

A produção equilibrada só vai ocorrer com práticas<br />

de manejo como desbastes e podas de acordo com a<br />

necessidade dos sistemas de produção. O estudo apontou<br />

que o desbaste no silvipastoril garante ao pasto<br />

características nutritivas superiores e produtividade<br />

semelhante às de uma pastagem a pleno sol.<br />

As pastagens no IPF têm menos energia disponível<br />

para o crescimento, em comparação com pastagens a<br />

pleno sol. Assim, as plantas sombreadas adaptam-se<br />

morfológica e fisiologicamente para melhor aproveitamento<br />

da energia disponível. Plantas cultivadas sob baixa<br />

irradiação geralmente têm folhas mais finas com alta<br />

AFE (área específica foliar), o que aumenta a interceptação<br />

de luz. Isso é vantajoso para a planta em ambientes<br />

com pouca luz. O desenvolvimento de folhas mais finas<br />

é uma adaptação para diminuir a evapotranspiração,<br />

reduzindo a área foliar submetida à transpiração.<br />

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MADEIRA<br />

Floresta<br />

EM TUDO<br />

Produtos em que derivados da madeira estão presentes no cotidiano<br />

Fotos: divulgação<br />

D<br />

o sorvete à roupa, a árvore cultivada está<br />

mais presente no dia a dia do que se imagina.<br />

É a partir do plantio de árvores como<br />

eucalipto ou pinus que se origina a celulose,<br />

que vem ganhando relevância e já é<br />

utilizada para fabricação de mais de 5 mil itens. Em 2022,<br />

segundo a IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), foram<br />

produzidas quase 25 milhões de toneladas da matéria-<br />

-prima, um recorde histórico para o Brasil.<br />

Para além dos conhecidos cadernos, livros, papéis<br />

higiênicos e embalagens de papel, o setor tem investido<br />

em ciência e inovação para ampliar os usos da celulose<br />

e suprir as demandas globais por produtos de origem<br />

sustentável e biodegradáveis. Hoje a matéria-prima dá<br />

origem a uma série de produtos e materiais que estão<br />

muito presentes no cotidiano das pessoas.<br />

Um grande exemplo é a celulose solúvel, produzida a<br />

partir do eucalipto, que possibilita a substituição de matéria-prima<br />

de origem fóssil em uma série de segmentos<br />

industriais como têxtil, alimentício, beleza, higiene, entre<br />

outros. Assim, o avanço da ciência e tecnologia vem<br />

possibilitando a expansão dos múltiplos usos da madeira<br />

e seus derivados, aumentando as opções de produtos<br />

naturais, biodegradáveis e com alta eficiência.<br />

ROUPAS<br />

A indústria da moda é um setor que tem investido<br />

muito na aplicação da celulose para produção de roupas.<br />

Hoje a celulose solúvel, na forma de filamento de viscose<br />

é muito utilizada para revestir tecidos delicados, como<br />

gravatas, roupas íntimas, vestidos e até tecido jeans, bem<br />

como, em toalhas e roupa de cama.<br />

A partir do filamento de viscose produzido a partir<br />

da celulose solúvel, é possível produzir uma fibra com<br />

alto potencial de oferecer alternativa sustentável e de<br />

qualidade para a indústria têxtil, até mesmo ao poliéster.<br />

A fibra utiliza menos água na sua fabricação do que os<br />

tecidos tradicionais, além de ser biodegradável e ter origem<br />

renovável.<br />

No setor de árvores já são feitos vultosos investimen-<br />

106 www.referenciaflorestal.com.br


CAMINHOS DA SUSTENTABILIDADE


MADEIRA<br />

tos para aumentar a produção da fibra de celulose para<br />

este fim. Tamanho é o potencial do mercado que a Bracell<br />

levantou uma unidade, em Lençóis Paulista (SP), que<br />

pode fabricar, tanto a celulose comum, quanto a solúvel.<br />

Lá foram investidos R$ 8 bilhões, cujo principal objetivo é<br />

fabricar a matéria-prima para suprir a demanda por viscose<br />

para fabricação de tecidos.<br />

Outro exemplo é a LD Celulose, joint venture da brasileira<br />

Dexco com a austríaca Lenzing. A empresa inaugurou<br />

uma fábrica de celulose solúvel no Triângulo Mineiro,<br />

onde foram investidos mais de US$ 1,3 bilhão. Toda<br />

produção até o fim de 2025 já está comprada pela parte<br />

europeia, que vai utilizar a matéria-prima para produção<br />

de tecidos.<br />

A celulose microfibrilada [...]<br />

é uma alternativa natural,<br />

biodegradável e de origem<br />

sustentável aos polímeros<br />

sintéticos<br />

COSMÉTICOS<br />

Para além das elegantes embalagens de papel cartão,<br />

a celulose proveniente de árvores plantadas também<br />

está presente em diferentes cosméticos. O setor integra<br />

cada vez mais o material em seus produtos buscando<br />

aumentar a sustentabilidade da matéria-prima utilizada<br />

nesses produtos. Exemplo clássico são as esponjas de celulose<br />

utilizadas para limpar a pele ou aplicação de produtos<br />

cosméticos. Além disso, através do investimento<br />

em pesquisa e inovação, a celulose vem se tornando um<br />

material de grande versatilidade.<br />

A celulose microfibrilada também está presente na<br />

composição de diversos cosméticos como batons e bases,<br />

dando uma textura especial aos produtos e atuando<br />

como um espessante natural, o que aumenta seu poder<br />

de hidratação.<br />

É uma alternativa natural, biodegradável e de origem<br />

sustentável aos polímeros sintéticos, que estão presentes<br />

nas formulações. A utilização da celulose nesses produtos<br />

tem um forte apelo ao público jovem, que cada vez<br />

mais se preocupa com a sustentabilidade e origem responsável<br />

dos cosméticos que utiliza.<br />

108 www.referenciaflorestal.com.br


MADEIRA<br />

MEDICAMENTOS<br />

As cápsulas e revestimentos de remédios podem receber<br />

a matéria-prima. Na forma de celulose microcristalina,<br />

ela permite que os laboratórios e farmácias de manipulação<br />

produzam medicamentos que serão liberados<br />

após o tempo necessário de ingestão ou no local correto<br />

do organismo.<br />

Geralmente, as cápsulas são feitas a partir de uma<br />

proteína derivada de tecidos conjuntivos, como ossos. A<br />

celulose, então, pode ser um substituto para aqueles que<br />

dispõe de alguma restrição, alérgica ou cultural, aos compostos<br />

de origem animal. O revestimento evita que o sabor<br />

ruim do medicamento seja sentido na mucosa bucal.<br />

ALIMENTOS<br />

Exemplo diário é a salsicha, que, em alguns casos,<br />

é cozida em um molde de viscose. Isto quer dizer que a<br />

pele da salsicha, assim como de outros alimentos embutidos,<br />

como o salame, contém a matéria-prima. O revestimento<br />

de celulose é uma alternativa à pele feita com<br />

tripas de animais. Ainda na seara da alimentação, derivados<br />

da celulose são utilizados como emulsionantes,<br />

espessantes e estabilizantes na indústria. Assim, podem<br />

ser utilizados como substitutos ou complemento à gordura<br />

animal, dando a textura e cremosidade desejada a<br />

determinados alimentos. É o caso do sorvete, milkshake,<br />

caldas, creme de leite, xaropes, sucos e hambúrgueres. O<br />

queijo ralado também é um alimento que leva celulose,<br />

impedindo que os pedaços se aglomerem através do isolamento<br />

da umidade.<br />

Outro produto florestal, o licor pirolenhoso, gerado<br />

a partir do processo de produção do carvão vegetal, está<br />

muito presente na indústria alimentícia. É dele que se<br />

origina a fumaça condensada, que dá o famoso gostinho<br />

de churrasco ao molho barbecue ou aos salgadinhos.<br />

AVIÕES<br />

Até mesmo em uma viagem de avião tem-se o contato<br />

com fibras vindas da madeira cultivada, que é utilizada<br />

como reforço de pneus de alta performance, pois é mais<br />

resistente a altas temperaturas. Esse tipo de celulose<br />

solúvel é classificada como um filamento de alta performance<br />

e é mais resistente e sustentável do que aqueles<br />

de origem fóssil. O mesmo material é usado para correias<br />

e mangueiras de alta pressão, contribuindo para aumentar<br />

a resistência dos produtos.<br />

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MONITORAMENTO<br />

Controle<br />

TOTAL<br />

Programa cooperativo monitora produtividade<br />

e sequestro de carbono em florestas plantadas<br />

Fotos: divulgação<br />

A<br />

Bracell realizou uma parceria focada<br />

em sustentabilidade e busca de melhorias<br />

para o meio ambiente. Em<br />

uma área onde a companhia mantém<br />

operações florestais no município<br />

de Itatinga (SP) está instalada uma torre de fluxo<br />

que monitora e quantifica de forma detalhada<br />

as entradas e saídas de CO2 (dióxido de carbono) e<br />

água para a cultura do eucalipto.<br />

A torre faz parte do Eucflux (Programa Cooperativo<br />

sobre Produtividade e Fluxos de Carbono e<br />

Água em Eucalyptus), um programa liderado pelo<br />

IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais)<br />

e CIRAD (Centro de Cooperação Internacional em<br />

Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento), iniciado<br />

em 2008 e que conta com diversas empresas<br />

filiadas do setor de celulose, entre elas a Bracell.<br />

Além disso, o Programa conta com instituições<br />

integradas como a UFLA (Universidade Federal de<br />

Lavras), UNESP (Universidade Estadual Paulista) e<br />

USP/ESALQ (Universidade de São Paulo/Escola Superior<br />

de Agricultura Luiz de Queiroz).<br />

112 www.referenciaflorestal.com.br


MONITORAMENTO<br />

Geovanni Malatesta Barros, pesquisador de<br />

Ecofisiologia da Bracell São Paulo, explica que os<br />

dados gerados pelo Eucflux possibilitam uma melhor<br />

compreensão da dinâmica de utilização desses<br />

recursos naturais, sua variação a depender da<br />

sazonalidade climática e como essas informações<br />

podem ajudar na sustentabilidade dos ecossistemas,<br />

visando o melhor aproveitamento dos recursos<br />

e aprimorando a compreensão do crescimento<br />

das florestas de eucalipto. Para o pesquisador,<br />

compreender a variação do CO2 na área foi um dos<br />

principais resultados obtidos pelo projeto, pois<br />

durante o primeiro ciclo de medição, o local onde<br />

a floresta está plantada, agiu como um emissor<br />

de CO2 apenas até o sétimo mês após o plantio.<br />

“A partir deste momento, a situação se inverteu e<br />

ele passou a capturar mais carbono do que emitiu,<br />

gerando um saldo positivo de, na média, 1 tonelada<br />

de carbono por hectare por mês ao longo de<br />

toda a rotação, do plantio até a colheita”, salienta<br />

Geovanni.<br />

Temos um compromisso com a<br />

sustentabilidade e realizamos<br />

ações inovadoras que<br />

asseguram a melhoria contínua<br />

em todos os nossos processos<br />

inclusive em nossas florestas<br />

O projeto concluiu sua primeira fase entre os<br />

anos de 2008 a 2016. Em seguida, iniciou a segunda<br />

fase, com a implementação de um sistema<br />

de transmissão de dados online e a manutenção<br />

contínua de todos os equipamentos de alta performance,<br />

que coletam as informações em alta<br />

frequência, de forma ininterrupta.<br />

Os coordenadores e líderes científicos do programa,<br />

Otávio Camargo Campoe (UFLA), Joannès<br />

Guillemot (CIRAD) e Guerric le Maire (CIRAD),<br />

afirmam que a participação da Bracell é muito positiva,<br />

pois aumenta a integração entre as empresas<br />

e amplia as discussões sobre temas de grande<br />

relevância para o setor florestal, como sequestro<br />

de carbono, o uso de água e as adaptações dos<br />

plantios às diferentes condições ambientais. “Por<br />

isso, esse projeto é tão importante. Por meio dele,<br />

conseguimos entender melhor a dinâmica das<br />

nossas florestas e propor novas ações relacionadas<br />

ao manejo sustentável dos plantios”, destaca Geovanni.<br />

Segundo Gabriela Gonçalves Moreira, gerente<br />

de pesquisa e desenvolvimento da Bracell São<br />

Paulo, a adoção de práticas que potencializam<br />

os impactos positivos a favor do meio ambiente<br />

são prioridades para a companhia. “Temos um<br />

compromisso com a sustentabilidade e realizamos<br />

ações inovadoras que asseguram a melhoria contínua<br />

em todos os nossos processos, inclusive em<br />

nossas florestas”, finaliza Gabriela.<br />

Gabriela Gonçalves Moreira, gerente de<br />

pesquisa e desenvolvimento da Bracell<br />

São Paulo<br />

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VEM AÍ!<br />

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MERCADO<br />

Foto: divulgação<br />

Soluções florestais<br />

EM EXPANSÃO<br />

O mercado florestal<br />

está em busca<br />

de empresas que<br />

ofereçam soluções<br />

para os desafios<br />

enfrentados pelo setor<br />

O<br />

negócio de florestas plantadas representa um<br />

dos principais itens da balança do agronegócio<br />

brasileiro. Com o mercado em franca expansão<br />

e o desenvolvimento em inovações tecnológicas<br />

na colheita mecanizada, as empresas do<br />

setor têm que oferecer soluções adequadas de acordo com as<br />

particularidades de cada cliente e do próprio mercado.<br />

E foi pensando assim que a empresa Reflorestar acaba de<br />

fazer o reposicionamento da sua marca, com novas cores, mais<br />

moderna, e com uma nova tagline: Soluções Florestais. “Desde<br />

o fim da pandemia, começamos a fazer uma reestruturação na<br />

Reflorestar. Deixamos de pensar nos serviços que oferecemos<br />

para focar nas necessidades de cada cliente”, afirma Humberto<br />

Godinho, sócio-diretor da empresa.<br />

Referência em atividade mecanizada de colheita e carregamento<br />

de madeira em áreas reflorestadas, a Reflorestar – Soluções<br />

Florestais – atende grandes empresas de papel e celulose,<br />

de produção de carvão para siderúrgicas em todo o Brasil,<br />

além de empresas que utilizam o eucalipto para outras finalidades,<br />

como serraria, madeira tratada e cavacos para energia.<br />

Atualmente, ela tem operações em Minas Gerais, Bahia e Mato<br />

Grosso do Sul.<br />

124 www.referenciaflorestal.com.br


Igor Dutra de Souza, diretor florestal da Reflorestar, explica<br />

que a empresa se tornou uma marca referência em inovação,<br />

performance e confiabilidade em seus quase 20 anos de história.<br />

“Somos uma empresa centrada em pessoas, amparada<br />

pela tecnologia e orientada pela sustentabilidade. Tudo isso<br />

para oferecer excelência naquilo que fazemos e entregamos”,<br />

destaca Igor.<br />

O novo posicionamento da empresa vem acompanhado de<br />

investimentos na formação e capacitação do time, na renovação<br />

da frota e em planos de manutenção cada vez mais eficientes<br />

e confiáveis para atender as demandas do mercado. Com<br />

investimento de R$ 15 milhões em máquinas e equipamentos,<br />

somente este ano, a Reflorestar passa a ter uma das frotas mais<br />

novas do mercado em full tree.<br />

Com essas mudanças, a empresa prevê triplicar o faturamento<br />

em 2023, comparando-se com o período da pandemia.<br />

A Reflorestar aposta saltar dos R$ 55 milhões, em 2020, para<br />

cerca de R$ 150 milhões este ano.<br />

Com o ingresso de soluções digitais e com o crescimento<br />

sustentável, o colaborador também necessita agregar mais<br />

conhecimento para o seu ofício. De acordo com Souza, a capacitação<br />

contínua também foi uma das estratégias adotadas, gerando<br />

ganho de performance, receita e ampliação do portfólio<br />

de clientes.<br />

SUSTENTABILIDADE - O meio ambiente é outro fator que<br />

move a engrenagem da empresa. “Começamos a implementar<br />

diversas ações que contribuíram para a melhoria da nossa<br />

eficiência energética e para a sustentabilidade. Substituímos<br />

máquinas de maior consumo por outras de menor utilização de<br />

combustível. Além de termos um ganho de performance operacional,<br />

contribuímos para um manejo florestal mais sustentável<br />

e menos poluente”, afirma Igor.<br />

O investimento em sustentabilidade gerou uma redução de<br />

mais de 435 mil litros de diesel na atividade global de colheita,<br />

quando comparado 2021 com 2022. Neste ano, a redução do<br />

consumo de combustível permanece dentro do esperado, aumentando<br />

a eficiência energética da empresa.<br />

As iniciativas sustentáveis devem ser acompanhadas por<br />

um processo correto de manutenção, respeitando as instruções<br />

do fabricante e os ajustes rigorosos dos equipamentos. A reposição<br />

de peças genuínas também confere maior confiabilidade<br />

para os resultados ambientais e para a colheita florestal esperada<br />

pela empresa.<br />

Somos uma empresa centrada em<br />

pessoas, amparada pela tecnologia e<br />

orientada pela sustentabilidade<br />

Igor Dutra de Souza,<br />

diretor florestal da Reflorestar<br />

EQUIPE DO ADMINISTRATIVO<br />

DA REFLORESTAR<br />

IGOR DUTRA DE SOUZA, DIRETOR FLORESTAL<br />

DA REFLORESTAR E HUMBERTO GODINHO,<br />

SÓCIO-DIRETOR DA EMPRESA<br />

Foto: divulgação Foto: Marlon Fernandes Foto: Marlon Fernandes<br />

Agosto 2023<br />

125


GENÉTICA<br />

Produção<br />

ACELERADA<br />

126 www.referenciaflorestal.com.br


Árvores geneticamente modificadas<br />

produzem até 40% mais papel<br />

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GENÉTICA<br />

C<br />

ientistas da Universidade Estadual<br />

da Carolina do Norte, nos EUA<br />

(Estados Unidos da América), têm<br />

uma ideia para tornar a produção<br />

de papel mais sustentável. Eles<br />

cultivaram 174 tipos de árvores modificadas<br />

geneticamente que têm concentrações menores<br />

de lignina, um componente importante da madeira<br />

– mas que dá trabalho para a indústria no<br />

momento da produção da pasta de celulose. E<br />

descobriram que, assim, é possível aumentar a<br />

produção de papel em até 40%.<br />

A lignina contribui para a estrutura e integridade<br />

das árvores, e está ligada à celulose,<br />

que compõe o papel. Acontece que separar os<br />

dois componentes é trabalhoso. Para fazê-lo, as<br />

fábricas de papel usam milhões de toneladas de<br />

resíduos químicos e emitem outras milhões de<br />

toneladas de GEE (gases de efeito estufa), além<br />

do consumo de água.<br />

Os pesquisadores, então, tentaram encontrar<br />

uma forma de reduzir este trabalho. Como?<br />

Diminuindo a quantidade de lignina nas árvores<br />

sem prejudicar seu crescimento. Para isso, eles<br />

desenvolveram um modelo de computador baseado<br />

em milhares de estudos de biotecnologia<br />

florestal. Então, usaram para analisar o genoma<br />

do álamo e encontrar combinações de genes que<br />

seriam interessantes de se editar.<br />

A técnica usada para isso, neste caso, é o<br />

CRISPR (ou CRISPR-Cas9, seu nome completo).<br />

A técnica, a grosso modo, recorta um trecho de<br />

128 www.referenciaflorestal.com.br


DNA para inserir a alteração desejada, como em<br />

um efeito copia e cola, mas com amostras de<br />

DNA. Esse processo é criação de duas vencedoras<br />

do Nobel de Química.<br />

O modelo identificou mais de 69 mil maneiras<br />

de editar 21 genes do álamo, árvore muito utilizada<br />

na produção de celulose no hemisfério norte.<br />

Os pesquisadores analisaram todas essas possibilidades<br />

para identificar quais tinham mais chance<br />

de dar certo – em vez de resultar em uma árvore<br />

frágil e defeituosa. Restaram 0,5% das maneiras.<br />

Eles escolheram sete, e cultivaram 174 variantes<br />

diferentes de álamos editados com CRISPR.<br />

Após 6 meses de crescimento, os pesquisadores<br />

verificaram que as árvores modificadas geneticamente<br />

tinham até 49% menos lignina do que<br />

as árvores normais. Eles afirmam que, se uma<br />

fábrica de papel usasse as variedades mais promissoras<br />

obtidas pelo experimento, poderia aumentar<br />

sua produção de papel em 40%, reduzir<br />

suas emissões de GEE em 20% – e aumentar seus<br />

lucros em aproximadamente 1 bilhão de dólares.<br />

Após 6 meses de crescimento,<br />

os pesquisadores verificaram<br />

que as árvores modificadas<br />

geneticamente tinham até<br />

49% menos lignina do que as<br />

árvores normais<br />

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129


PRODUTIVIDADE<br />

Força da<br />

INTEGRAÇÃO<br />

Resultados produtivos e econômicos fortalecem a<br />

posição do sistema lavoura-floresta-pecuária<br />

Fotos: Rafael Richetti<br />

A<br />

ILPF (Integração Lavora-Pecuária-Floresta)<br />

já é uma realidade. A aplicação desse<br />

sistema tem se provado uma solução<br />

ideal para pequenos e médios produtores,<br />

pois rentabiliza a área produtiva<br />

de maneira contínua, oferecendo várias culturas, de<br />

curto, médio e longo prazo simultaneamente. Essa é<br />

a experiência que se tornou uma realidade na Richetti<br />

<strong>Florestal</strong>, que aplica a integração junto a sua produção<br />

de pinus no interior do Rio Grande do Sul.<br />

Rafael Richetti, diretor da Richetti <strong>Florestal</strong>, relata<br />

que tem se surpreendido com os resultados da operação,<br />

seja em relação a rentabilidade da área quanto a<br />

produtividade. E os frutos do sistema de ILPF não são<br />

vistos apenas no final das culturas, mas durante todo<br />

o ciclo. “Aqui plantamos junto com o pinus um tipo de<br />

trigo utilizado na alimentação do gado, e a forma de<br />

cultivo garante uma planta continuamente forte, saudável<br />

e produtiva”, conta Rafael.<br />

Esse trigo, desenvolvido pela Embrapa (Empresa<br />

130 www.referenciaflorestal.com.br


Brasileira de Pesquisa Agropecuária), permite poda<br />

e rebroto rápido, o que gera produção acelerada de<br />

alimento para a pecuária. “Esse trigo é cortado a cada<br />

15 ou 20 dias, isso faz com que tenhamos na fazenda<br />

uma planta nova e muito mais resistente à pragas<br />

e outras intempéries”, destaca Rafael. Esse fluxo de<br />

produção acelerado diminuiu o uso de defensivos<br />

agrícolas na área, pois a planta rejuvenescida é muito<br />

mais forte, implicando diretamente na diminuição de<br />

custos para a manutenção da produtividade. Apenas<br />

em 2023 serão feitas no total seis safras de grãos:<br />

sendo uma de milho que foi plantado em outubro de<br />

2022, as quatro safras do trigo que foi cortado para<br />

alimentação animal e o mesmo trigo, que pode continuar<br />

sendo cultivado e os grãos estarão prontos para<br />

colheita no último trimestre desse ano.<br />

Para Rafael, a grande vantagem já percebida é<br />

poder girar áreas economicamente em vários ciclos<br />

diferentes ao mesmo tempo. O diretor conta que hoje<br />

estão sendo produzidos trigo, pastagem, gado e pinus<br />

em uma mesma área, todos com produtividade alta.<br />

“O pinus protege o trigo e a pastagem contra o vento,<br />

por outro lado, as plantas sempre novas auxiliam na<br />

manutenção da área sem pragas que poderiam se<br />

proliferar sem essas defesas. O gado aproveita todo o<br />

alimento e sombra para crescer e se desenvolver, em<br />

um conjunto onde todos se ajudam”, valoriza Rafael.<br />

O diretor da Richetti chega a brincar com a simplicidade<br />

do ILPF, por ser uma atividade que exige seus<br />

cuidados, mas não foge muito do que já é feito de<br />

maneira separada. “Plantar e criar animais são práticas<br />

que dominamos há muito tempo, fazer com que<br />

elas funcionem juntas não deveria ser surpresa para<br />

ninguém”, aponta Rafael.<br />

O diretor da Richetti tem apenas uma ressalva<br />

quanto a ILPF que está relacionada a aplicação deste<br />

sistema. A forma como é feita em sua fazenda foi desenvolvida<br />

junto a parceiros e é fruto de muito estudo<br />

para produzir mais e melhor de acordo com todas as<br />

características de clima e geografia da área. “Aqui conseguimos<br />

ter sucesso por ajustarmos o sistema para<br />

nossa realidade, mas em outros lugares de climas e<br />

terrenos diferentes, é preciso um estudo direcionado<br />

para atingir esses resultados”, alerta Rafael.<br />

Plantar e criar animais são<br />

práticas que dominamos há<br />

muito tempo, fazer com que elas<br />

funcionem juntas não deveria ser<br />

surpresa para ninguém<br />

Rafael Richetti, diretor da<br />

Richetti <strong>Florestal</strong><br />

Agosto 2023<br />

131


SUSTENTABILIDADE<br />

INTEGRAÇÃO<br />

E RESULTADO<br />

Novo método de avaliação registra alto índice de<br />

sustentabilidade em sistemas de integração<br />

Fotos: divulgação<br />

132 www.referenciaflorestal.com.br


U<br />

m modelo inovador de análise baseado<br />

na coleta de métricas de sustentabilidade<br />

– dados econômicos, ambientais<br />

e sociais – aponta que as fazendas que<br />

praticam modalidades de sistemas de<br />

integração (lavoura, pecuária e floresta) apresentaram<br />

os melhores desempenhos nessas três dimensões. O<br />

estudo, desenvolvido por pesquisadores da Embrapa<br />

e de outras instituições, atribuiu uma escala numérica<br />

para cada variável analisada, permitindo comparações<br />

e categorizações. Os resultados comprovaram que os<br />

índices de sustentabilidade nos sistemas de integração<br />

foram maiores do que os de estabelecimentos exclusivamente<br />

voltados à produção de grãos ou de pecuária.


SUSTENTABILIDADE<br />

O artigo publicado no periódico Agronomy for Sustainable<br />

Development propõe um modelo baseado na<br />

lógica difusa, composto por 18 indicadores que permitem<br />

avaliar a sustentabilidade de sistemas agrícolas e<br />

apresenta 22 estudos de caso com os sistemas produtivos<br />

mais comuns na fronteira agrícola mato-grossense<br />

em seus três biomas (Amazônia, Cerrado e Pantanal).<br />

Segundo os autores, o modelo de análise contempla o<br />

conhecimento científico e a percepção de especialistas<br />

na formulação dos indicadores, considera a grande<br />

variabilidade de desempenho dos sistemas agrícolas,<br />

bem como as interações entre as dimensões econômica,<br />

ambiental e social da sustentabilidade, podendo ser<br />

ajustado a diferentes contextos ambientais e socioeconômicos.<br />

Júlio César dos Reis, da Embrapa Cerrados (Empresa<br />

Brasileira de Pesquisa Agropecuária), no Distrito Federal,<br />

um dos autores do artigo. O conjunto de indicadores<br />

e o modelo de análise foram construídos associando<br />

as atividades produtivas aos efetivos resultados econômicos,<br />

ambientais e sociais, indicando que a sustentabilidade<br />

é considerada como um todo, e não como a<br />

soma de seus componentes. “Escolhemos esse método,<br />

porque incorpora as principais características dos modelos<br />

multicritério já descritos na literatura científica<br />

para avaliar a sustentabilidade de sistemas agrícolas,<br />

além de oferecer a vantagem de compatibilizar variáveis<br />

contínuas e categóricas e considerar a imprecisão<br />

inerente à análise da sustentabilidade”, ressalta Júlio.<br />

A estrutura do modelo forma um IS (Índice de Sustentabilidade),<br />

composto por três indicadores parciais<br />

(correspondentes às três dimensões da sustentabilidade),<br />

cada um com seis subindicadores, calculados a<br />

partir de dados levantados em cada fazenda.<br />

Essa estrutura permite a comparação entre os<br />

diferentes sistemas agrícolas e favorece a análise das<br />

contribuições de cada indicador para a dimensão de<br />

sustentabilidade correspondente e para o resultado<br />

final. O conjunto de indicadores e subindicadores foi selecionado<br />

considerando o gerenciamento das decisões<br />

dos produtores rurais, o que permite a análise da sustentabilidade<br />

a partir do dia a dia de cada propriedade.<br />

Assim, todos os dados das dimensões econômica, ambiental<br />

e social são derivados dos registros comumente<br />

feitos nas fazendas e calculados sem a necessidade de<br />

grandes recursos matemáticos e computacionais.<br />

Foram realizados nove estudos de caso de rotação<br />

soja-milho e um de rotação soja-milho-feijão, representando<br />

as dez fazendas de grãos; sete casos com criação<br />

de gado de corte, representando as propriedades<br />

de pecuária; e cinco casos de fazendas com sistemas<br />

de integração, sendo quatro com rotação soja-milho<br />

integrada com a criação de gado (Integração Lavoura-<br />

-Pecuária) e um com gado pastejando entre árvores<br />

de teca destinadas à produção de madeira (Integração<br />

Pecuária-Floresta).<br />

134 www.referenciaflorestal.com.br


DESEMPENHOS ELEVADOS E EQUILIBRADOS<br />

As propriedades com sistemas de integração receberam<br />

valores médios e altos para o IS. Duas fazendas<br />

com sistemas de integração – uma com IPF (Integração<br />

Pecuária-Floresta) e outra com ILP (Integração<br />

Lavoura-Pecuária) – mostraram os maiores índices de<br />

sustentabilidade, com elevados desempenhos nas três<br />

dimensões, ou seja, um favorável equilíbrio em termos<br />

econômicos, sociais e ambientais.<br />

A fazenda com IPF é especializada na produção de<br />

madeira de teca para exportação, combinada a uma<br />

pecuária de alta tecnologia. Apesar dos níveis medianos<br />

de lucro e produtividade, a elevada organização e<br />

expertise na produção de teca explicam os altos índices<br />

social e econômico. A eficiência no uso de fertilizantes e<br />

pesticidas e os serviços ecossistêmicos proporcionados<br />

pelas florestas, como baixa perda de solo superficial,<br />

sequestro de carbono e baixo escoamento superficial,<br />

se destacaram na dimensão ambiental, que obteve excelente<br />

resultado, o que contribuiu para um elevado IS.<br />

Já a propriedade com ILP mostrou alto desempenho<br />

produtivo baseado em práticas de gestão para melhorar<br />

os resultados financeiros e operacionais, como<br />

estratégias de comercialização para mitigar os impactos<br />

negativos da volatilidade do preço das commodities e<br />

Escolhemos esse método,<br />

porque incorpora as principais<br />

características dos modelos<br />

multicritério já descritos na<br />

literatura científica para avaliar<br />

a sustentabilidade de sistemas<br />

Júlio César dos Reis, da<br />

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135


SUSTENTABILIDADE<br />

a divisão de lucros com os empregados. Além disso, o<br />

sistema pecuário é focado apenas na engorda do gado,<br />

aproveitando as pastagens consorciadas com o milho.<br />

A fazenda colhe três safras ao longo do ano agrícola,<br />

sendo duas de grãos (soja e milho) e um período de<br />

três meses de engorda dos animais na mesma área. A<br />

propriedade apresentou o segundo maior lucro (969,91<br />

dólares por hectare) entre as 22 fazendas analisadas e<br />

um desempenho ambiental similar à fazenda com IPF,<br />

particularmente quanto a reduzida perda de solo superficial,<br />

ao uso de fertilizantes e a emissões de GEE (gases<br />

do efeito estufa).<br />

Por outro lado, os pesquisadores também encontraram<br />

desempenhos desequilibrados mesmo em propriedades<br />

com sistemas de integração, com elevados<br />

resultados nos indicadores econômico e ambiental, e<br />

mais baixo desempenho social, o que comprometeu o<br />

seu IS. Uma delas, com sistema de ILP, apresentou baixas<br />

escolaridade e atratividade do emprego; já outra,<br />

também com ILP, obteve baixos valores para treinamentos<br />

e cursos e qualidade do emprego.<br />

Segundo os autores, os diferentes resultados entre<br />

os sistemas de integração demonstram que é difícil<br />

estabelecer uma conclusão geral sobre os benefícios da<br />

intensificação sustentável, pois eles são específicos para<br />

cada contexto. Geraldo Stachetti, da Embrapa Meio<br />

Ambiente, afirma que o simples fato de as fazendas utilizarem<br />

sistemas de integração não garante um elevado<br />

IS. “Elas precisam ter um desempenho elevado e equilibrado<br />

entre as três dimensões da sustentabilidade”,<br />

destaca Geraldo.<br />

Na categoria A (desempenho alto) há apenas três<br />

fazendas – a com IPF e duas com ILP, que apresentaram<br />

bom desempenho econômico e excelente desempenho<br />

ambiental, porém desempenho mediano no indicador<br />

social.<br />

A categoria B (desempenho mediano) contempla<br />

quase todas as fazendas de grãos e apenas duas com<br />

sistemas de integração e foi dividida em dois subgrupos:<br />

B1, composto, em geral, por aquelas que apresentaram<br />

bom desempenho econômico associado a<br />

indicadores social e ambiental medianos; e B2, formado<br />

por fazendas que apresentaram baixo desempenho<br />

econômico associado a indicadores social e ambiental<br />

medianos.<br />

Já a categoria C (desempenho baixo) reúne todas<br />

as fazendas de pecuária e duas de grãos, e também<br />

foi dividida em dois subgrupos: C1, com propriedades<br />

caracterizadas por valores muito baixos em duas ou nas<br />

três dimensões da sustentabilidade; e C2, com as três<br />

fazendas que obtiveram resultados muito baixos nas<br />

três dimensões e, consequentemente, com os piores IS.<br />

Os sistemas exigem um alto grau<br />

de gerenciamento e consciência<br />

ambiental para aumentar a<br />

eficiência no uso dos recursos,<br />

o que, em consequência, leva<br />

também a melhores desempenhos<br />

econômicos e sociais<br />

Inácio de Barros, pesquisador da<br />

Embrapa Gado de Leite<br />

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LONGO PRAZO<br />

O modelo de análise proposto no estudo mostra<br />

que a interação harmoniosa entre as dimensões da sustentabilidade<br />

nas fazendas com sistemas de integração<br />

proporciona situações de ganha-ganha e gera uma trajetória<br />

contínua e sustentável.<br />

Apesar de não estarem no topo de todos os três<br />

indicadores parciais, as fazendas do grupo A mostram<br />

alto desempenho em todos eles. Inácio de Barros, pesquisador<br />

da Embrapa Gado de Leite, explica que esses<br />

resultados demonstram que não existe necessariamente<br />

um perde e ganha inerente entre as três dimensões<br />

e destacam o papel central que a gestão desempenha<br />

para que os produtores se beneficiem das interações<br />

entre as dimensões da sustentabilidade nos sistemas<br />

de integração. “Os sistemas exigem um alto grau de gerenciamento<br />

e consciência ambiental para aumentar a<br />

eficiência no uso dos recursos, o que, em consequência,<br />

leva também a melhores desempenhos econômicos e<br />

sociais”, comenta Inácio.<br />

As fazendas de grãos, por outro lado, apresentaram<br />

valores elevados de perdas de solo superficial e, particularmente,<br />

de escoamento superficial, que indicam<br />

impactos ambientais negativos das lavouras contínuas<br />

em larga escala, o que compromete a capacidade desse<br />

sistema de permanecer produtivo com o passar dos<br />

anos. Para manterem os níveis de produção elevados,<br />

essas propriedades consomem grandes e crescentes<br />

quantidades de insumos externos, em especial fertilizantes<br />

e pesticidas, acarretando custos de produção<br />

cada vez maiores e a necessidade de expansão das<br />

áreas de cultivo para aproveitarem os ganhos de escala.<br />

Essa situação, segundo os autores, ilustra a frágil sustentabilidade<br />

dessas fazendas altamente especializadas,<br />

com baixa diversidade produtiva.<br />

Quanto às fazendas de pecuária, eles argumentam<br />

que a intensificação sustentável a pasto com o emprego<br />

de tecnologias disponíveis poderia aumentar significativamente<br />

a produtividade, permitindo a liberação<br />

de áreas para a produção de carne, grãos, madeira e<br />

combustível para atender à demanda mundial por esses<br />

produtos. Para as áreas inadequadas à adoção de sistemas<br />

de integração, políticas públicas que promovam<br />

a ampla adoção de práticas de manejo das pastagens,<br />

com elevado grau de tecnologias gerenciais, associadas<br />

à concessão de crédito específico, seriam fundamentais<br />

para aumentar o desempenho da atividade no Cerrado<br />

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PESQUISA<br />

Portanto, existe uma abundante<br />

e diversificada regeneração de<br />

espécies comerciais nas clareiras<br />

e a disponibilidade de luz afeta<br />

positivamente a quantidade de<br />

mudas e espécies da regeneração<br />

RESUMO<br />

A<br />

investigação da regeneração natural após<br />

manejo florestal em pequena escala é crucial<br />

para a compreensão dos impactos que<br />

a exploração florestal causa na estrutura<br />

e dinâmica da floresta. Neste estudo, foi<br />

avaliada a regeneração natural de espécies comerciais<br />

exploradas em manejo florestal em pequena escala. Para<br />

isso, vinte clareiras de exploração foram caracterizadas<br />

de acordo com o tamanho, abertura de dossel e altura<br />

da floresta de borda. Em seguida, a regeneração natural<br />

foi diagnosticada a partir da identificação de espécies<br />

comerciais (altura ≥ 1,3m - metros) em nove parcelas de<br />

2m x 2m. A associação entre a abundância e riqueza da<br />

regeneração natural foi testada com correlação de Pearson.<br />

Foram encontrados 205 indivíduos, pertencentes a<br />

42 espécies e 11 famílias. As espécies que comumente se<br />

repetiram foram Protium apiculatum, Protium decandrume<br />

Goupia glabra. A abertura de dossel esteve positivamente<br />

associada com a abundância e riqueza de espécies,<br />

mas não com a composição de espécies. Portanto, existe<br />

uma abundante e diversificada regeneração de espécies<br />

comerciais nas clareiras e a disponibilidade de luz afeta<br />

positivamente a quantidade de mudas e espécies da<br />

regeneração. No entanto, a composição de espécies nas<br />

clareiras não depende da disponibilidade de luz e deve ser<br />

manipulada via plantio de enriquecimento.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A dinâmica florestal pode ser definida como o conjunto<br />

de mudanças na estrutura e composição de uma<br />

floresta quando exposta a distúrbios naturais ou antrópicos.<br />

Esses distúrbios provocam a quebra de galhos e/ou<br />

a morte de uma ou mais árvores, causando a abertura de<br />

clareiras no dossel da floresta (Nascimento et al., 2012). A<br />

abertura dessas clareiras é acompanhada por alterações<br />

nas condições ambientais no local, sendo a principal delas<br />

o aumento da disponibilidade de irradiância (Jardim et<br />

al., 2007), que impulsionam o início dos processos dinâmicos<br />

da regeneração natural, que são fundamentais<br />

para garantir a renovação das florestas tropicais (Puig,<br />

2008).<br />

A abertura das clareiras possibilita o aumento da incidência<br />

da irradiância no sub-bosque da floresta, criando<br />

ambientes de crescimento propícios à proliferação e coe-<br />

140 www.referenciaflorestal.com.br


xistência de diferentes espécies, promovendo um aumento<br />

na diversidade geral de espécies na floresta (Hammond<br />

et al., 2020). O fechamento das clareiras está associado<br />

aos mecanismos de regeneração natural, tais como, germinação<br />

das sementes no banco do solo ou de sementes<br />

que chegaram após a formação da clareira; do banco de<br />

plântulas ou da rebrota de plantas danificadas e do crescimento<br />

lateral da copa de árvores ao longo da borda das<br />

clareiras (Whitmore, 1990). No entanto, a composição da<br />

regeneração natural pode diferir entre clareiras devido<br />

a ação de diferentes fatores, tais como, tamanho e forma<br />

das clareiras e as respostas variadas das espécies à<br />

alteração no ambiente (Hammond et al., 2020). Assim, o<br />

conhecimento sobre a dinâmica de clareiras em florestas<br />

tropicais é fundamental para compreender a restauração<br />

da floresta, o manejo sustentável e a conservação dos remanescentes<br />

florestais (Martins et al., 2012).<br />

No entanto, ainda é um desafio para os planos de manejo<br />

florestal em pequena escala conciliar os protocolos<br />

de exploração madeireira com os processos de regeneração<br />

natural de florestas tropicais (Zimmerman; Kormos,<br />

2012), principalmente, a regeneração de espécies comerciais;<br />

pois, o recrutamento dessas árvores é essencial para<br />

garantir a sustentabilidade e a viabilidade operacional em<br />

longo prazo do plano de manejo (Fredericksen; Pariona,<br />

2002).<br />

Diante disso, o estudo da regeneração natural é uma<br />

importante ferramenta para obter informações sobre o<br />

ingresso e sobrevivência de espécies que estão associados<br />

a formação das clareiras em decorrência da exploração,<br />

entre outras informações fundamentais para embasar as<br />

próximas explorações madeireiras e as intervenções silviculturais<br />

previstas nos planos de manejo (Quadros et al.,<br />

2013). No entanto, entender o processo de regeneração<br />

das espécies é uma tarefa complexa, pois está relacionada<br />

às características ecológicas das espécies e às condições<br />

ambientais (Santos et al., 2015).<br />

Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar o<br />

potencial da regeneração natural de espécies arbóreas de<br />

interesse comercial em clareiras resultantes da exploração<br />

madeireira seletiva e de impacto reduzido em manejo<br />

florestal de pequena escala no médio Amazonas; e se as<br />

características das clareiras afetam a abundância, riqueza<br />

e composição da regeneração natural.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O estudo foi desenvolvido em dois planos de manejo<br />

florestal em pequena escala localizados no Km (quilôme-<br />

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Agosto 2023<br />

141


PESQUISA<br />

tro) 64 da rodovia AM - 363 (Estrada da Várzea), no município<br />

de Silves, interior do Estado do Amazonas. A propriedade<br />

I possui uma área de manejo florestal de 87,3 ha, e a<br />

propriedade II possui uma área de 75,8 ha. Nas duas propriedades<br />

foram explorados 741m³ (metros cúbicos) de<br />

madeira dos planos de manejo no ano de 2020. As duas<br />

áreas foram exploradas no ano de 2020, seguindo todas<br />

as normas e procedimentos da resolução CEMAAM nº<br />

007/2011 que regulamenta os planos de manejo florestal<br />

sustentável em pequena escala no Estado do Amazonas.<br />

Segundo o sistema de classificação de Koppen, o clima<br />

da região é do tipo “Am”, tropical úmido, com temperatura<br />

média anual de 26,7OC, com variação sazonal entre<br />

25,9OC e 27,7OC (Kottek et al., 2006). A precipitação média<br />

anual é estimada em 2.249,0 mm (milímetros), com chuvas<br />

excessivas de janeiro a maio (Silva; Rodrigues, 2003).<br />

O solo predominante na área é o Latossolo Amarelo Distrófico,<br />

sendo um solo muito argiloso com baixa fertilidade<br />

(Silva; Rodrigues, 2003).<br />

A vegetação da região é a Floresta Tropical Densa, que<br />

ocorre em dois ecossistemas distintos: o da Floresta das<br />

Baixas Altitudes, ocupando os platôs Terciários e terraços<br />

de aluviões antigos, onde são encontradas as espécies de<br />

Angelim (Dinizia excelsa Ducke), Breu (Protium brasiliense)<br />

e Abiu (Pouteria caimito Ruiz &Pav.), e o da Floresta<br />

Submontana, que ocupa as áreas com médias a altas altitudes,<br />

com a presença das espécies de Cardeiro (Scleronema<br />

micranthu Ducke), Cumaru (Dipteryx odorata Willd),<br />

Louro (Octea neesiana) e Tauari (Couratari guianensis<br />

Aubl) (Goeldi, 2008).<br />

Primeiramente, as clareiras formadas pela exploração<br />

de árvores foram caracterizadas de acordo com a área da<br />

clareira, abertura do dossel, altura da floresta nas bordas<br />

e posição no gradiente topográfico. Para caracterização,<br />

foram selecionadas 20 clareiras, 10 em áreas de platô e<br />

10 em áreas de baixio. Para tanto, utilizou-se o mapa de<br />

exploração do plano de manejo florestal para sortear as<br />

clareiras. Em campo, com auxílio de um GPS, as clareiras<br />

foram localizadas, verificada a sua posição na topografia<br />

(platô e baixio) e identificadas com uma numeração de<br />

A1-A10 (clareiras localizadas no platô) e B1-B10 (clareiras<br />

localizadas no baixio). O tamanho da clareira foi determinado<br />

a partir da mensuração da distância radial em oito<br />

direções (norte, sul, leste, oeste, sudeste, sudoeste, nordeste<br />

e noroeste) partindo do centro, utilizando bússola<br />

e trena laser. A abertura do dossel foi determinada com a<br />

utilização de um medidor de dossel (Plant Canopy Imager<br />

CI-110, Cid Biosciense, WA US). A partir do uso do medidor<br />

de dossel, foram tiradas três fotografias hemisféricas,<br />

no centro de cada clareira, 2m acima do solo, em dias<br />

parcialmente nublados. As fotografias foram analisadas<br />

no software próprio do medidor de dossel, com ajustes de<br />

filtros de céu e vegetação, e limites de borda.<br />

Para determinar a altura da floresta de borda foi mensurada<br />

a altura em três pontos: árvore mais alta, intermediária<br />

e mais baixa. A altura foi mensurada utilizando um<br />

142 www.referenciaflorestal.com.br


nível de Abney, coletando os dados de inclinação no topo<br />

e base de cada altura e a distância horizontal do medidor<br />

até a árvore.<br />

Para o diagnóstico da regeneração natural, foi realizada<br />

uma amostragem nas clareiras para determinar a<br />

abundância e riqueza de espécies arbóreas de interesse<br />

comercial (espécies exploradas em 2020 e outras comumente<br />

comercializadas na região).<br />

Para o inventário, foram marcadas nove parcelas de<br />

2m x 2m em cada clareira, sendo uma parcela no centro, e<br />

as demais nas direções norte (N1 e N2), sul (S1 e S2), leste<br />

(L1 e L2) e oeste (O1 e O2). Foram inventariados indivíduos<br />

com altura superior à 1,3m, e as informações coletadas<br />

foram: espécie, família e localização na parcela.<br />

Essa é uma versão<br />

parcial deste artigo. O<br />

estudo completo pode<br />

ser acessado através do<br />

QR Code:<br />

Assim, o conhecimento sobre<br />

a dinâmica de clareiras<br />

em florestas tropicais é<br />

fundamental para compreender a<br />

restauração da floresta, o manejo<br />

sustentável e a conservação dos<br />

remanescentes florestais<br />

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Agosto 2023<br />

143


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Internationale Forstmesse 2023<br />

Data: 24 a 27<br />

Local: Luzern (Suíça)<br />

Informações:<br />

https://www.forstmesse.com/de/<br />

fuer-besucher<br />

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American Conference<br />

Data: 9 a 11<br />

Local: Boston - EUA (Estados Unidos da<br />

América)<br />

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2023<br />

AGOSTO<br />

2023<br />

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2023<br />

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Informação<br />

É TUDO<br />

Por André Tourinho,<br />

formado em direito pela UFBA (Universidade<br />

Federal da Bahia), tem especializações<br />

pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e INSPER<br />

e atua como gerente de Compliance da<br />

Eldorado Brasil Celulose<br />

Controles internos como<br />

ferramenta de gestão<br />

são chave para melhor<br />

desempenho da indústria<br />

E<br />

screver um artigo para dizer que controles internos são<br />

uma função útil e essencial para uma boa governança<br />

corporativa das empresas seria chover no molhado.<br />

Grandes e pequenas empresas sabem da importância<br />

de se ter controles eficazes para a governança e para a<br />

integridade das informações em suas respectivas demonstrações<br />

financeiras.<br />

A falta de controles pode ser facilmente percebida por erros<br />

em demonstrativos contábeis, inconsistências em estoques e ineficiências<br />

operacionais, causando, por fim, perdas financeiras para o<br />

negócio. Os controles internos, então, devem ser associados como<br />

ferramentas da gestão para que as estratégias e os objetivos da empresa<br />

sejam alcançados.<br />

É nessa linha que os controles internos são definidos pelo COSO<br />

(Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission),<br />

uma das principais entidades internacionais dedicadas<br />

a desenvolver estruturas e orientações sobre controles internos,<br />

gerenciamento de riscos corporativos e análise de situações de fraudes,<br />

projetadas para aprimorar o desempenho organizacional, além<br />

de monitorar e reduzir a extensão de fraudes nas organizações. Para<br />

o COSO, controle interno “é um processo efetivado pelo conselho<br />

de administração ou pela gestão de uma entidade, projetado para<br />

fornecer garantia razoável em relação à realização de objetivos referentes<br />

a operações, relatórios de reporte e conformidade com as leis<br />

e regras internas.”<br />

Os controles internos vão muito além de simples ações ou regras<br />

internas. Não é apenas uma questão de ter controles para ter uma<br />

boa governança, mas de adotar os controles no dia a dia do negócio<br />

para evitar surpresas, materialização de impactos indesejados e,<br />

consequentemente, perdas financeiras relevantes.<br />

Como pilares essenciais de prevenção em um programa de compliance,<br />

são ferramentas que não visam burocratizar, mas garantir.<br />

São funções que buscam prever como determinadas decisões empresariais<br />

devem ser aprovadas e registradas para a continuidade do<br />

negócio; formalizar como ocorreram ações e operações; e ser suporte<br />

de dados e registro de operações. Tudo isso para garantir que as<br />

demonstrações financeiras reflitam a realidade dos negócios, dando<br />

confiabilidade para novos investimentos e avaliações de capital e<br />

assegurando que a gestão continuará a realizar as atividades empresariais<br />

de forma sustentável.<br />

Como regra geral, não é mandatório que toda empresa possua<br />

um departamento específico de controles internos para a execução<br />

de suas atividades (apesar de ser uma melhor prática!), mas é necessário<br />

que a administração adote os controles internos necessários<br />

para garantir que o negócio irá atingir seus objetivos e, consequentemente,<br />

crescer.<br />

No mês de maio, em que se celebrou a conscientização da auditoria<br />

interna, é importante frisar que as ferramentas de controles internos<br />

dão o suporte necessário para que os testes de auditoria evidenciem<br />

a saúde dos processos da empresa. A Eldorado Brasil conta<br />

com uma área de controles internos que tem o suporte necessário<br />

da administração, como parte da estratégia da empresa de manter<br />

os mais altos padrões de eficiência e competitividade.<br />

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