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Entrevista: Presidente da Arefloresta, Glauber Silveira aborda o mercado no Mato Grosso<br />
TECNOLOGIA<br />
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PESQUISA<br />
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SUMÁRIO<br />
12 | EDITORIAL<br />
Superando expectativas<br />
14 | CARTAS<br />
16 | NOTAS<br />
24 | ENTREVISTA<br />
34 | PRINCIPAL<br />
40 | AMBIENTE<br />
Descarbonização na<br />
Amazônia legal<br />
44 | PESQUISA<br />
Hidrogênio verde em projeto<br />
50 | PELLETS<br />
Biomassa para energia<br />
56 | FEIRA<br />
62 | BIOMASSA<br />
Eficiência e automação<br />
64 | ARTIGO<br />
72 | AGENDA<br />
74 | OPINIÃO<br />
Por um canal direto entre<br />
ciência e sociedade<br />
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL<br />
A tecnologia em pellets da Costruzioni<br />
Nazzareno instalada na empresa Pellets<br />
Rodrigues é o destaque desta edição<br />
SUPERANDO<br />
EXPECTATIVAS<br />
C<br />
om atendimento eficiente e equipamentos de qualidade a Costruzioni Nazzareno, empresa de origem italiana especializada<br />
na construção de plantas de pellets de madeira, vem contribuindo para o crescimento da produção de pellets no Brasil.<br />
A empresa Pellets Rodrigues, instalada em Santa Catarina, entrou no mercado no ano passado produzindo pellets com<br />
uma planta construída e instalada pela Costruzioni Nazzareno. A reportagem especial desta edição da Revista REFERÊNCIA<br />
BIOMAIS conta a história desta iniciativa que já está em expansão com previsão de inaugurar uma segunda planta de pellets no próximo<br />
mês de setembro. Na editoria Entrevista, Glauber Silveira, presidente da Arefloresta (Associação dos Reflorestadores do Mato Grosso)<br />
traça um histórico do mercado de biomassa no Estado. A edição ainda traz notícias sobre pesquisas envolvendo pellets, hidrogênio<br />
verde, mercado e outras informações sobre o setor de biomassa e energias renováveis. Tenha uma excelente leitura!<br />
EXCEEDING EXPECTATIONS<br />
W<br />
ith efficient service and quality equipment, Costruzioni Nazzareno, an Italian company specializing in constructing wood pellet<br />
plants, has long been contributing to the growth of pellet production in Brazil. The company producing Pellets Rodrigues, installed<br />
in Santa Catarina, entered the market last year, producing pellets from a line built and installed by Costruzioni Nazzareno.<br />
This issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>’ cover story reports on this initiative already being expanded to include a second pellet line to<br />
be inaugurated this September. In this issue’s Interview, Glauber Silveira, President of the State of Mato Grosso Association Planted Forest Producers<br />
(Arefloresta), outlines the history of the biomass market in the State of Mato Grosso. The issue also has news about research involving<br />
pellets, green hydrogen, and other information about the Biomass and Renewable Energy Sector. Have a pleasant read!<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO X - EDIÇÃO 58 - AGOSTO 2023<br />
Diretor Comercial/Commercial Director:<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />
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dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />
e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />
energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />
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at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />
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educational purposes.<br />
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BR 116 - KM 180 | São Cristóvão do Sul - SC<br />
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Daniel Santos - Guarulhos (SP)<br />
Foto: divulgação<br />
PARABÉNS<br />
A Revista BIOMAIS surpreendendo a cada edição, repleta de novidades, não perco uma!<br />
Juan Moreira - Porto Velho (RO)<br />
FEIRA<br />
A Ligna foi extraordinária! Acompanhei toda a cobertura pelas redes sociais da Revista REFERÊNCIA!<br />
Felipe Sielski - Curitiba (PR)<br />
INOVAÇÃO<br />
Que reportagem interessante! O uso de matérias-primas diferentes para a produção de<br />
biomassa estão crescendo cada vez mais.<br />
Ana Clara - Aparecida de Goiânia (GO)<br />
Foto: divulgação<br />
www.revistabiomais.com.br<br />
na<br />
mí<br />
energia<br />
biomassa<br />
dia informação<br />
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NOTAS<br />
RECORDE DE PÚBLICO MARCA EDIÇÃO DE EVENTO<br />
O ENASE (Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico), promovido pelo Grupo Canal Energia/Informa Markets, reuniu 2<br />
mil visitantes nos dias 21 e 22 de junho, e terminou com grandes conquistas. O evento foi realizado no Hotel Windsor Oceânico,<br />
no Rio de Janeiro e teve pela primeira vez expositores reunidos para apresentar suas marcas, produtos e serviços para um público<br />
selecionado e estratégico. Outra novidade desta edição foi a Arena ENASE, um espaço para possibilitar ainda mais as discussões<br />
com temas relevantes e em evidência no mercado, acontecendo em dois dias de congresso. Além disso, a plenária principal<br />
reuniu executivos e especialistas de peso em oito painéis de temas importantíssimos para o setor. Em comemoração aos 20 anos<br />
do ENASE, vários executivos que estiveram no evento nesse caminho refletiram sobre a transição energética na esfera econômica.<br />
Para a organização do ENASE, ouvir o reconhecimento do mercado é o motivo para trabalhar ainda mais pelo setor elétrico, bem<br />
como, almejar o crescimento do evento para a próxima edição.<br />
Foto: ENASE 2023, Tulio Tomé<br />
Foto: divulgação<br />
16 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS<br />
RESÍDUOS VIRANDO ENERGIA LIMPA<br />
A Green Valley, empresa que desenvolve processos e produtos sustentáveis, criou uma tecnologia, em parceria com o Instituto<br />
SENAI de Inovação em Biomassa, do Mato Grosso do Sul, que transforma resíduos da agroindústria em briquetes, materiais com<br />
alto poder calorífico e de baixo custo. Os briquetes podem ser usados em fornalhas e caldeiras para geração de energia. O diretor<br />
da marca contou detalhes na live do dia 26 de julho, do BW Works Senai – Empresas Inovadoras. Quem apresentou a live foi o<br />
especialista em desenvolvimento industrial do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), Luís Gustavo Delmont, que<br />
opinou sobre o sistema: “Tem o potencial de substituir o combustível fóssil em algumas aplicações, ao usar os briquetes, feitos a<br />
partir dos resíduos agrícolas, para gerar energia. É um grande exemplo de economia circular desenvolvida no Brasil, unindo competências<br />
da indústria e dos institutos de pesquisa do SENAI”, destaca. A série traz essas e outras iniciativas de reindustrialização,<br />
aliadas ao meio ambiente.<br />
Foto: divulgação<br />
18 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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temperatura<br />
135 o C<br />
NOTAS<br />
TRIPLICOU OS INVESTIMENTOS<br />
Líder em investimento no exterior em energia renovável, a China tem expandido seus negócios na América Latina e<br />
Caribe, sendo 1/3 dos investimentos do país em eólica e solar. Com isso, em termos relativos, a região concentra “a maior porcentagem<br />
de projetos de geração a partir de fontes limpas”, com origem chinesa. A conclusão é de estudo do Ipea (Instituto<br />
de Pesquisa Econômica Aplicada) assinado por quatro pesquisadores. Entre 2018 e 2022 o investimento externo triplicou, de<br />
US$ 960 milhões para US$ 3,8 bilhões, sendo 55% da modalidade de IED greenfield. A capacidade instalada de usinas solares<br />
controladas por empresas chinesas na América Latina e Caribe quadruplicou entre 2019 e 2022, subindo de 363 MW (Megawatts)<br />
para cerca de 1,4 GW (Gigawatt). Desse total, contudo, cerca de 1 GW correspondeu à aquisição de ativos existentes.<br />
Apesar de terem crescido menos, as usinas eólicas da América Latina e Caribe controladas pelas firmas do país asiático duplicaram<br />
a capacidade de geração de energia no mesmo período, passando de 1,6 GW para 3,2 GWs. O país asiático também é<br />
líder em investimentos em manufatura, tecnologia e geração de energia a partir de fontes renováveis, bem como, a liderança<br />
mundial em capacidade de geração elétrica renovável.<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
Foto: divulgação<br />
20 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS<br />
100<br />
95<br />
75<br />
25<br />
5<br />
0<br />
Fotos: Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná<br />
UEM<br />
UNIOESTE<br />
UNIVERSIDADES DO PARANÁ ADEREM À ENERGIA SOLAR<br />
A Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) será mais uma instituição paranaense de ensino superior a contar com os<br />
benefícios da fonte solar em suas dependências, passando a se tornar autossuficiente em relação à energia elétrica. A usina instalada<br />
pela universidade recebeu um investimento de R$ 1,04 milhão para implementação de 572 módulos fotovoltaicos de 550W (watts) de<br />
potência, aprovados no Programa de Eficiência Energética da Copel (Companhia Paranaense de Energia). Outras três universidades<br />
estaduais do Paraná já contam com sistemas de energia solar, contemplada com programa da Copel.<br />
A usina da UEL (Universidade Estadual de Londrina) está em funcionamento desde 2019, com 1.020 painéis solares instalados e que<br />
geram, em média, 400 MWh (megawatts por hora) por ano. O sistema ocupa uma área de 2 mil m2 (metros quadrados) do estacionamento<br />
da Clínica Odontológica Universitária.<br />
Na UEM (Universidade Estadual de Maringá), a geração solar teve início em junho de 2020 com a implementação de um sistema<br />
de 1.440 módulos fotovoltaicos, com geração média de 574 MWh por ano. Já em dezembro de 2022, foi a vez do Pavilhão Didático da<br />
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) receber a instalação de 179 painéis solares, com geração de 80 kWp.<br />
Se transformadas em valores mais próximos ao dia a dia, a energia que foi gerada pelas três usinas fotovoltaicas instaladas até o momento<br />
poderia manter 535 unidades consumidoras funcionando durante um ano, considerando que, em média, cada unidade utiliza<br />
152,2 kWh (quilowatts por hora) por mês.<br />
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5<br />
22 www.REVISTABIOMAIS.com.br<br />
0
ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
GLAUBER<br />
SILVEIRA<br />
Formação: Engenheiro Agrônomo pela UFGD (Universidade<br />
Federal da Grande Dourados), pós-graduado em Agronégocio pela<br />
Fundação Getúlio Vargas<br />
Education: Agronomist Engineer, Federal University of Grande<br />
Dourados (UFGD) with postgraduate studies in Agrobusiness, Fundação<br />
Getúlio Vargas.<br />
Cargo: Presidente da Arefloresta (Associação de Reflorestadores de<br />
Mato Grosso), diretor executivo da Abramilho (Associação Brasileira<br />
dos Produtores de Milho), diretor da Aprosoja (Asssociação Brasileira<br />
dos Produtores de Soja), apresentador do programa Direto ao Ponto<br />
no Canal Rural<br />
Function: President of the State of Mato Grosso Association of Planted<br />
Forest Producers (Arefloresta), Executive Director of the Brazilian<br />
Association of Corn Producers (Abramilho), Director of the Brazilian<br />
Association of Soybean Producers (Aprosoja), host of the program<br />
Direto ao Ponto on Canal Rural<br />
BIOMASSA NO<br />
MATO GROSSO<br />
BIOMASS IN THE STATE OF MATO GROSSO<br />
A<br />
pesar de Mato Grosso (MT) ser conhecido por extensas<br />
áreas de floresta nativa e manejo florestal<br />
sustentável, o Estado também possui áreas de<br />
floresta plantada, com produção voltada para<br />
biomassa. A Arefloresta (Associação de Reflorestadores de<br />
Mato Grosso) fundada em 2003, tem atuado para o desenvolvimento<br />
e fortalecimento do setor. O presidente da associação,<br />
Glauber Silveira, produtor rural que há mais de 20 anos<br />
começou a plantar eucalipto para produção de biomassa no<br />
Mato Grosso é o entrevistado desta edição da Revista REFE-<br />
RÊNCIA BIOMAIS. Presidente da associação por três mandatos,<br />
Glauber traça um breve histórico do mercado da biomassa no<br />
Mato Grosso, as expectativas do setor e aborda o trabalho que<br />
a Arefloresta tem feito em prol dos associados.<br />
A<br />
lthough Mato Grosso (MT) is a state known for<br />
extensive areas of native forest and sustainable<br />
forest management, the State also has planted<br />
forest areas, with production focused on biomass.<br />
The State of Mato Grosso Association of Planted Forest<br />
Producers (Arefloresta), founded in 2003, has acted to develop<br />
and strengthen the Sector. Glauber Silveira, President of the<br />
Association, is a rural producer who, more than 20 years ago,<br />
began to plant eucalyptus for biomass production in Mato<br />
Grosso is the interviewee of this issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>.<br />
As President of the Association for three terms, Glauber traces<br />
a brief history of the biomass market in the State of Mato<br />
Grosso and the Sector’s expectations and addresses the work<br />
that Arefloresta has done on behalf of its members.<br />
24 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
Como foi sua trajetória profissional até chegar na<br />
presidência da Arefloresta.<br />
Em 1992 fui para a região de Campos de Júlio (MT)<br />
onde comecei minha vida profissional plantando soja, milho.<br />
Fundei o sindicato rural da cidade, abri uma revenda,<br />
fui presidente da associação de revendas da região. Então<br />
teve diversas crises econômicas e criei e participei de movimentos<br />
em defesa dos produtores rurais que repercutiram<br />
em Brasília (DF). Depois disso, participei da criação<br />
da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja)<br />
onde fui presidente por dois mandatos. Há uns 20 anos<br />
atrás comecei a plantar eucalipto, porque tinha uma área<br />
na fazenda, uns 600 ha (hectares), que era bem arenosa<br />
e nessa época também começou a ser incentivada a produção<br />
do etanol de milho no Brasil. E logo depois fizemos<br />
a primeira usina flex (Usimat Flex, que processa cana-de-<br />
-açúcar e milho para produção de etanol) em Campos<br />
de Júlio para onde pude começar a mandar o eucalipto<br />
que plantava. Nesse meio tempo surgiu uma oportunidade<br />
e ingressei na Abramilho (Associação Brasileira dos<br />
Produtores de Milho) onde fui vice-presidente por alguns<br />
anos. Há 3 anos estou na direção executiva da associação.<br />
Ainda estava na Aprosoja Brasil e como também plantava<br />
floresta e esse setor precisava de uma liderança articulada<br />
politicamente, as pessoas me chamaram para a Arefloresta,<br />
pois já tinha experiência com associação, articulações e<br />
conhecia o Fausto (Takizawa, diretor da Arefloresta). Então<br />
comecei a participar da associação.<br />
E o início da sua atividade especificamente na área<br />
da biomassa?<br />
Esse início na biomassa foi interessante, porque tenho<br />
que contar uma experiência aqui do nosso Estado. O<br />
Mato Grosso, uns anos atrás tinha aberto algumas áreas e<br />
tinha plantado muito em terra de areia e com a crise que<br />
veio, colher 40 sacas de soja em uma área arenosa não<br />
tinha sentido, e muitas áreas já estavam com plantação.<br />
Foi nesse momento que conversei com Gilberto Geller<br />
(produtor rural) e ele falou que tinha plantado eucalipto<br />
nas áreas de areia, porque já tinha sido plantado soja por<br />
3, 4 anos e a área tinha uma fertilidade, e que o eucalipto<br />
estava indo muito bem e com baixo custo. Foi aí que decidi<br />
também plantar eucalipto. Plantava ainda de semente,<br />
não era clonado, mas foi interessante. Experimentei outras<br />
espécies, pau de balsa, acácia, tenho inclusive plantio<br />
de mogno africano, uns 20 ha, e fui experimentando e<br />
aperfeiçoando, e fomos vendo que era mais interessante<br />
plantar clone. É uma atividade que me interessou bastan-<br />
Can you tell us about your professional career until you<br />
became President of Arefloresta.<br />
In 1992, I moved to the Campos de Júlio Region (MT), where<br />
I started my professional life planting soybeans and corn. I<br />
founded the rural business syndicate in the City, opened a retail<br />
business, and became President of the Region’s Retailers Association.<br />
Then, several economic crises occurred, and I created<br />
and participated in movements to defend rural producers that<br />
had repercussions in Brasilia (DF). After that, I participated in<br />
creating the Brazilian Association of Soybean Producers (Aprosoja),<br />
where I became President for two terms. About 20 years<br />
ago, I started planting eucalyptus because there was an area<br />
on the farm, about 600 hectares (ha), which was very sandy,<br />
and, at that time, I also saw an opportunity for growing corn<br />
for ethanol production in Brazil. And soon after, we installed the<br />
first flex plant in Campos de Júlio (Usimat Flex, which processes<br />
sugarcane and corn for ethanol production), where I could<br />
start sending the eucalyptus I had planted. In the meantime,<br />
an opportunity arose, and I joined the Brazilian Association of<br />
Corn Producers (Abramilho), where I became Vice-president for<br />
a few years. For three years, I have been the Executive Director<br />
of the Association. I am still associated with the management<br />
of Aprosoja Brasil. As I also grew a planted forest and this Sector<br />
needed a politically articulated leadership, people asked me to<br />
become associated with the management of Arefloresta because<br />
I already had experience with business associations and<br />
articulations with governments. I also knew Fausto Takizawa<br />
(then Director of Arefloresta). So, I began to participate in the<br />
Association.<br />
How did you become active in the biomass area?<br />
My beginning in biomass was interesting, and I must descri-<br />
Até 5 anos atrás tinha uma<br />
competição muito grande com<br />
a biomassa de desmatamento<br />
de florestas nativas. Como<br />
entrava a biomassa do<br />
desmatamento a gente não<br />
tinha preço. Com a questão<br />
do controle do desmatamento<br />
melhorou o mercado<br />
26 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A FACA<br />
GIGANTE<br />
DO AGRO<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
ENTREVISTA<br />
te, mas o que impulsionou foi a parceria com a usina de<br />
etanol, um cliente cativo para fornecer minha produção.<br />
Qual o principal material para produção de biomassa<br />
no Mato Grosso?<br />
Hoje o Mato Grosso planta principalmente o eucalipto<br />
VM 01, um clone bem interessante. É bastante agressivo,<br />
desenvolve bem rápido, apesar da pesquisa falar que ele<br />
não produz tanta biomassa, mas particularmente sempre<br />
gostei muito do VM. Já plantei outras variedades como<br />
o 144 e o H13. Hoje esses três materiais são os principais<br />
plantados no Mato Grosso.<br />
Como se desenvolveu o mercado de biomassa no<br />
Estado?<br />
Esse mercado começou há muitos anos atrás, uns<br />
30 anos, com incentivo de grandes empresas como a<br />
Bunge, para plantio. As empresas faziam parceria e o<br />
produtor plantou, isso não só no Mato Grosso, mas no<br />
Brasil inteiro, com as empresas incentivando, financiando<br />
o plantio da biomassa. Não deu muito certo, porque a<br />
oferta foi grande. Na verdade, até 5 anos atrás tinha uma<br />
competição muito grande com a biomassa de desmatamento<br />
de florestas nativas. Como entrava a biomassa do<br />
desmatamento a gente não tinha preço, então passamos<br />
20 anos vendendo eucalipto em pé, por metro estéreo, a<br />
R$ 40,00. Com a questão do controle do desmatamento,<br />
a fiscalização e as exigências das empresas internacionais<br />
sobre o rastreio da matéria-prima, melhorou o mercado<br />
de biomassa.<br />
Como está o mercado de biomassa atualmente?<br />
O mercado está bastante aquecido. Passamos 20 anos<br />
vendendo barato o metro estéreo de biomassa, mas hoje<br />
é diferente. Quem tem eucalipto em pé não vai vender por<br />
menos de R$ 100,00, R$ 120,00 o metro estéreo, dependendo<br />
da localização, e por valor até maior. Nos últimos 3<br />
anos duplicou o valor. Saiu de R$ 40,00 para R$ 80,00 ou<br />
até triplicou para R$ 120,00. Realmente o mercado está<br />
aquecido. Isso porque hoje, no Mato Grosso, também tem<br />
instalado o PSS (plano de suprimento sustentável), que<br />
obriga grandes consumidores a dizer de onde vem essa<br />
biomassa. E também as empresas de etanol deram toda<br />
uma pujança, melhoraram esse cenário. Hoje tem uma<br />
grande demanda, tanto que a quantidade de biomassa<br />
no Estado diminuiu muito. E se não tiver plantio, nos<br />
próximos 3 anos, a gente pode ter um colapso. Por isso, as<br />
empresas estão correndo plantar, incentivando o plantio<br />
be an experience in our State. A few years ago, Mato Grosso had<br />
designated some sandy areas for planting, and with the crisis<br />
that came, trying to harvest 40 bags of soybeans in a sandy<br />
area did not make sense, and many other areas had already<br />
been planted. At the time, I talked to Gilberto Geller (a rural<br />
producer), who said he had planted eucalyptus in sandy areas<br />
because soybeans had already been planted there for three or<br />
four years. The area had little fertility for such, but the eucalyptus<br />
was doing very well and cheaply. That is when I decided to<br />
plant eucalyptus as well. I planted seeds, not cloned seedlings,<br />
but it was interesting. I tried other species, such as balsa and<br />
acacia, I even tried planting African mahogany, about 20 ha,<br />
and I was experimenting and perfecting. We saw that it was<br />
more interesting to plant eucalyptus clones. It is an activity that<br />
interested me a lot, but what really decided it was the partnership<br />
with Usina de Etanol, a captive customer to whom I could<br />
supply my production.<br />
What is the primary material for biomass production in<br />
the State of Mato Grosso?<br />
Today, Mato Grosso plants mainly the eucalyptus VM 01, a<br />
very interesting clone. It is very aggressive and develops quickly,<br />
although research says it does not produce as much biomass as<br />
other clone varieties. Mainly, I have always liked the VM. I have<br />
planted different types, such as 144 and H13. These three materials<br />
are the primary clones grown in the State of Mato Grosso.<br />
How did the biomass market develop in the State?<br />
This market began many years ago, some 30 years ago,<br />
with incentives for planting from large companies, such as<br />
Bunge. The companies created outgrower partnerships, and the<br />
outgrower planted in the State of Mato Grosso and throughout<br />
Brazil, with the companies encouraging and financing biomass<br />
planting. It did not work out very well because the supply was<br />
ample. Up to five years ago, there had been competition with<br />
biomass from native forest deforestation. So, as deforestation<br />
biomass entered the market, prices fell, so we spent 20 years<br />
selling standing eucalyptus at R$ 40.00 per stereo meter. With<br />
deforestation control and the supervision and requirements of<br />
international companies, the biomass market has dramatically<br />
improved.<br />
How is the biomass market today?<br />
The market is strong. We spent 20 years selling cheap<br />
steres of biomass, but today it is different. Those with standing<br />
eucalyptus will not sell for less than R$ 100.00 or even R$ 120.00<br />
per stere, depending on location, and for an even higher value.<br />
In the last three years, the biomass price has doubled in value. It<br />
28 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
da biomassa. No caso da FS (FS Agrosolutions Indústria de<br />
Biocombustíveis Ltda) por exemplo, experimentando o<br />
plantio de outras espécies tentando suprir a sua demanda.<br />
Hoje o mercado está positivo, muito aquecido.<br />
Há expectativa de crescimento futuro do mercado<br />
de biomassa no Estado?<br />
A expectativa é de que cresça. Só a FS Bioenergia pode<br />
duplicar a fábrica em Primavera do Leste (MT), tem um<br />
projeto de uma fábrica em Querência, em Campo Novo do<br />
Parecis, só para esses atendimentos precisaria de 50 mil<br />
ha. Mais a Inpasa que está crescendo, que também tem<br />
demanda, e mais outras empresas que estão surgindo, por<br />
exemplo em Rondonópolis. Ainda se soma a demanda do<br />
grão, todo ano tem aumentado no Estado a produção em<br />
10, 15 milhões de toneladas de grãos, que precisa de biomassa<br />
para secar a produção. Com certeza é um mercado<br />
aquecido, e um mercado interessante. Agora não dá para<br />
todo mundo sair plantando 100 mil ha de floresta por ano.<br />
Precisa ter um crescimento ordenado, de 15, 20 mil ha<br />
por ano. Sem dúvida, nos próximos 10 anos vamos ter um<br />
bom mercado para quem está plantando floresta agora.<br />
Qual a produção estimada de biomassa de madeira<br />
no momento?<br />
Estamos buscando em média uma produção de 400<br />
metros estéreo por hectare. Agora, por exemplo, não temos<br />
grande potencial de biomassa. Hoje tem pouca para<br />
corte, em torno de 20 mil ha por ano para cortar. Por isso<br />
está todo mundo correndo plantar. Tanto que a muda saiu<br />
de R$ 0,40 para R$ 1,40, até R$ 2,00! No momento, o Mato<br />
Grosso tem pouca biomassa para atender a demanda.<br />
Então, a produção de biomassa é para atender o<br />
Estado?<br />
A produção de biomassa do Mato Grosso atende<br />
principalmente o mercado interno. É para secar grãos,<br />
para frigoríficos, indústria de carnes. O grande potencial<br />
é para o etanol, que tem consumido muito. Tem também<br />
cervejarias, cerâmicas, mas o forte é para secagem de<br />
grãos e para produção de etanol.<br />
Quais as principais frentes de trabalho da associação?<br />
A questão do PSS (plano de suprimento sustentável)<br />
para as grandes consumidoras foi um grande incentivo<br />
para nós. Hoje a Arefloresta está trabalhando muito na<br />
questão de pesquisa, para poder ter mais clones, ter her-<br />
has gone from R$ 40.00 to R$ 80.00 and sometimes even tripled<br />
to R$ 120.00. The market is strong. This is because today, Mato<br />
Grosso has installed the Sustainable Supply Plan (PSS) that<br />
forces large consumers to say where this biomass comes from.<br />
And also, the ethanol companies have given a boost to demand<br />
and improved this scenario. Today, there is a considerable<br />
demand, so much so that the amount of biomass in the State<br />
has decreased significantly. And if there is no more planting<br />
over the next three years, we can have a collapse in the market.<br />
Therefore, companies are rushing to plant, encouraging the<br />
planting of biomass. In the case of FS Agrosolutions Indústria<br />
de Biocombustíveis Ltda (FS), for example, it is experimenting<br />
with growing other species to meet their biomass demand.<br />
Today, the market is favorable and very strong.<br />
Is there an expectation of future growth of the biomass<br />
market in the State?<br />
It is expected to grow. Just FS Bioenergia is doubling the<br />
size of its plant in Primavera do Leste (MT) and has projects for<br />
factories in Querência and Campo Novo do Parecis. Just for<br />
these projects, 50 thousand ha are needed. Furthermore, Inpasa<br />
is expanding and has demand, and other companies are emerging,<br />
for example, in Rondonópolis. Still adding to the market is<br />
grain production, which needs biomass to dry the production;<br />
in the State, grain production has increased to 10 to 15 million<br />
tons annually. It is undoubtedly a growing and exciting market.<br />
Now you cannot get everyone to plant 100 thousand ha of<br />
forest annually. There needs to be an orderly growth of 15 to 20<br />
thousand ha annually. Undoubtedly, in the next ten years, we<br />
will have a good market for those planting forests today.<br />
At the moment, what is the estimated production of<br />
wood biomass?<br />
We are aiming for a production of 400 steres on average<br />
per hectare. Now, for example, we do not have a large biomass<br />
supply. Today, there is little to cut, around 20 thousand ha a<br />
year to be cut. That is why everybody is rushing to plant so<br />
much that the seedling price has gone from R$ 0.40 to R$ 1.40,<br />
up to R$ 2.00 reais! Today, Mato Grosso has little biomass to<br />
meet the demand.<br />
So, is biomass production to serve the State?<br />
The biomass production of the State of Mato Grosso mainly<br />
serves the domestic market, principally drying grain and energy<br />
for meat packers. The great potential is for ethanol, which<br />
consumes a lot. There are also breweries and potters, but the<br />
primary uses are grain drying and ethanol production.<br />
30 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA<br />
bicida, buscando a qualificação da mão de obra, porque<br />
essa cultura, que não era muito importante no Mato<br />
Grosso, hoje se dá muito valor e ainda tem pouco conhecimento.<br />
Mesmo para o pessoal da engenharia florestal, o<br />
foco maior tem sido no manejo florestal e não no plantio<br />
de floresta. Também trabalhamos muito as questões do<br />
eucalipto.<br />
Qual a expectativa de crescimento para área de<br />
reflorestamento no Estado?<br />
Acredito que vamos precisar plantar mais de 100 mil<br />
ha para atender a demanda da produção de etanol. Porque<br />
o Mato Grosso vai ser o principal produtor de etanol,<br />
pois é onde o milho é mais barato e tem uma capacidade<br />
de produção bastante intensiva. É o principal meio para<br />
crescimento da floresta. Estamos procurando não só aumentar<br />
a quantidade de reflorestamento, mas procuramos<br />
empresas para ter contrato. O que estamos procurando é<br />
plantar floresta, mas plantar amarrado para poder ganhar<br />
certo, e essa questão de pesquisa. A Arefloresta tem<br />
parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária), estamos com cinco, seis unidades de pesquisa<br />
para diversos clones no Estado, para ver realmente<br />
qual é o melhor clone adaptado, qual clone vai melhor<br />
para as devidas regiões, porque tem muita diferença de<br />
plantar na regiões oeste, leste. São diferenças de 200m,<br />
300m de altitude, tipo de solo, pluviometria, período de<br />
seca. Estamos pesquisando para poder ter médias de<br />
produção para potencializar o que temos no Mato Grosso,<br />
para colher 600m estéreos em 6 anos. Isso é possível com<br />
qualificação, com treinamento, com bom manejo para ter<br />
ganhos expressivos com a biomassa.<br />
Qual legado pretende deixar da sua gestão como<br />
presidente da associação?<br />
O legado é o da comunicação. Sempre fui um comunicador<br />
de mídia, tanto que na Aprosoja criei o projeto Soja<br />
Brasil, na Abramilho criei o projeto Mais Milho. O legado<br />
que quero deixar é a floresta ser vista com bons olhos,<br />
temos um grande projeto de floresta para o Mato Grosso.<br />
Que a floresta seja vista e respeitada no Estado é o maior<br />
legado. Não é simples de fazer, mas realmente quero<br />
deixar uma entidade que possa mesmo estar representando<br />
os produtores, agregando e fazendo com que eles,<br />
produtores, tenham rentabilidade, trazer segurança para<br />
quem planta floresta no Mato Grosso. Representar bem,<br />
com competência, para que tenham segurança com a<br />
entidade onde são filiados.<br />
What are the primary areas of work for the Association?<br />
The issue of a Sustainable Supply Plan (PSS) for large consumers<br />
was a big incentive for us. Today, Arefloresta is working<br />
on the research issue to develop more clones, have herbicides,<br />
and seek workforce qualification because this culture, which,<br />
in the past, was not very important in the State, but today, is<br />
very valuable and yet is unknown. Even for the forest engineering<br />
folks, the most significant focus has been on forest<br />
management rather than forest planting. We also work a lot on<br />
eucalyptus issues.<br />
What is the expectation of growth for the reforestation<br />
area in the State?<br />
I believe we will need to plant more than 100 thousand<br />
ha to meet the demand for ethanol production because the<br />
State is expected to be the leading producer of ethanol as it<br />
is where corn is cheaper and has a very intensive production<br />
capacity. This leads to the primary means of forest growth.<br />
We are looking not only to increase reforestation but also for<br />
companies to contract biomass sales. We are looking for forest<br />
planting but planting tied to profitability, a research issue.<br />
Today, Arefloresta has a partnership with the Brazilian Agricultural<br />
Research Corporation (Embrapa); we have five or six<br />
research units for various clones in the State to see which is the<br />
best clone, which clone grows better for each region because<br />
the is a lot of difference from planting in the west and the east.<br />
They are two to -hundred-three-hundred-meter differences in<br />
altitude, soil types, rainfall, and dry periods. We are researching<br />
to obtain production averages to enhance what we have in<br />
Mato Grosso, to harvest 600 thousand steres in six years. With<br />
workforce qualification, training, and good management, it is<br />
possible to have expressive gains in biomass production.<br />
What legacy do you intend to leave from your tenure as<br />
the Association’s President?<br />
The legacy is communication. I have always been a media<br />
communicator, so much so that at Aprosoja, I created the<br />
Soja Brasil Project, and at Abramilho, I created the Mais Milho<br />
Project. The legacy I want to leave is for the forest to be seen in<br />
a positive light; we have an exciting forest project for the State<br />
of Mato Grosso, and that the forest is seen and respected in<br />
the State is the greatest legacy. It is not simple, but I want to<br />
leave an entity that can represent the producers, aggregating<br />
and making them profitable producers, and provide security<br />
to those who plant forests in Mato Grosso. Represent well and<br />
competently so the members have confidence in their affiliated<br />
entity.<br />
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br
PRINCIPAL<br />
TECNOLOGIA<br />
EM PELLETS<br />
TRADICIONAL EMPRESA<br />
MADEIREIRA INVESTE<br />
EM PLANTA DE ALTA<br />
PERFORMANCE PARA<br />
FABRICAÇÃO DE PELLETS<br />
PELLET MANUFACTURE<br />
TECHNOLOGY<br />
A TRADITIONAL FOREST<br />
PRODUCT COMPANY<br />
INVESTS IN A HIGH-<br />
PERFORMANCE PLANT FOR<br />
MANUFACTURING PELLETS<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
34 www.REVISTABIOMAIS.com.br
C<br />
om atuação consolidada no setor madeireiro<br />
há mais de 35 anos, a direção da empresa Nereu<br />
Rodrigues, sediada em Correia Pinto (SC),<br />
decidiu investir na produção de pellets. E para<br />
dar início a esta produção a empresa buscou uma parceria<br />
que garantisse qualidade para o novo produto e eficiência<br />
na produção, optando pela tecnologia da Costruzioni<br />
Nazzareno, empresa de origem italiana, presente no Brasil<br />
há mais de 10 anos, e referência no mercado nacional e internacional<br />
na construção de plantas de pellets de madeira,<br />
com 100% dos equipamentos construídos e instalados<br />
pela própria empresa.<br />
W<br />
ith consolidated operations in the Forest Product<br />
Sector for over 35 years, the Management<br />
of Nereu Rodrigues & Cia Ltda., headquartered<br />
in Correia Pinto (SC), decided to invest in pellet<br />
production. And to start, the Company sought a commercial<br />
partnership that would guarantee quality for the new product<br />
and efficiency in production, opting for the technology of Costruzioni<br />
Nazzareno, an Italian company operating in Brazil for<br />
more than ten years, and reference in the domestic and international<br />
market in the construction of wood pellet plants, with<br />
100% of the equipment built and installed by the Italian-based<br />
company.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
35
PRINCIPAL<br />
Após a instalação da primeira planta em setembro de<br />
2022, a Nereu Rodrigues já decidiu pela segunda planta<br />
que está em processo de montagem e deve entrar em<br />
operação no início do próximo mês de setembro, conforme<br />
Renan Rodrigues, filho de um dos sócios da empresa,<br />
que trabalha na administração e é responsável pela fiscalização<br />
dos produtos. “A instalação da primeira planta<br />
foi realizada em um curto período de tempo, o que nos<br />
impressionou grandemente com a agilidade e dedicação<br />
demonstradas pela Nazzareno. A rapidez com que executou<br />
a instalação, juntamente com o acompanhamento<br />
e suporte prestado em todas as etapas, foi fundamental<br />
para o perfeito funcionamento da planta. A expertise e<br />
habilidades técnicas demonstradas pelo time envolvido<br />
evidenciam o profundo conhecimento da empresa em<br />
sua área de atuação”, afirma Renan.<br />
INSTALAÇÃO DA PLANTA<br />
A instalação da fábrica aconteceu em três semanas de<br />
serviço contínuo. O diretor comercial da Costruzioni Nazzareno,<br />
Francesco Stella, revela que o principal desafio foi<br />
entregar uma fábrica de alta performance. “A família Rodrigues<br />
tem a tecnologia a serviço da madeira como ponto<br />
forte há mais de 35 anos e nosso desafio era entregar<br />
By the end of the installation of the first line in September<br />
2022, Nereu Rodrigues Management had already decided<br />
on the second line that is now in the process of assembly and<br />
should start operating at the beginning of this September, according<br />
to Renan Rodrigues, son of one of the Company’s Partners,<br />
who works in Administration and is responsible for product<br />
supervision. “The installation of the first line was carried<br />
out quickly and the agility and dedication shown by Nazzareno<br />
greatly impressed us. The speed with which the installation was<br />
executed, along with the monitoring and support provided at<br />
all stages, was fundamental for the perfect functioning of the<br />
pellet production line. The expertise and technical skills demonstrated<br />
by the team involved evidenced Nazzareno’s knowledge<br />
in its area of expertise,” says Renan Rodrigues.<br />
PLANT INSTALLATION<br />
The production line was installed in three weeks of continuous<br />
work. Francesco Stella, Director of Sales for Costruzioni<br />
Nazzareno, reveals that the main challenge was to deliver a<br />
high-performance factory. “The Rodrigues family has had high<br />
technology experience working with wood as a strong point for<br />
more than 35 years, and our challenge was to deliver a factory<br />
with very high technical and productive performance,” explains<br />
Stella. “The differential of this project is that from the first con-<br />
36<br />
www.REVISTABIOMAIS.com.br
"Todo o trabalho da<br />
Nazzareno foi voltado<br />
para fazer com que o<br />
dia em que a empresa<br />
Rodrigues decidisse<br />
adicionar uma linha<br />
de produção a mais, o<br />
restante da instalação<br />
suportasse este aumento<br />
de produtividade, sem<br />
criar stress e interrupção<br />
da produção"<br />
Francesco Stella, diretor comercial<br />
da Costruzioni Nazzareno<br />
uma fábrica de altíssima performance técnica e produtiva”,<br />
explica Francesco. “O diferencial deste projeto é que desde<br />
a primeira conversa com a família Rodrigues, eles falaram<br />
do objetivo da empresa de dobrar a instalação. Então todo<br />
o trabalho da Nazzareno foi voltado para fazer com que o<br />
dia em que a empresa Rodrigues decidisse adicionar uma<br />
linha de produção a mais, o restante da instalação suportasse<br />
este aumento de produtividade, sem criar stress e interrupção<br />
da produção”, completa o diretor da Nazzareno.<br />
Com isso, a segunda planta da Pellets Rodrigues já<br />
está em fase adiantada de instalação. “Atualmente dispomos<br />
de dois barracões, totalizando uma área de 7.500<br />
m² (metros quadrados), os quais abrigam os maquinários<br />
da primeira planta em pleno funcionamento, bem como<br />
parte da segunda planta, cuja instalação encontra-se em<br />
andamento. Adicionalmente, temos o prazer de informar<br />
que estamos na fase final de construção de um terceiro<br />
barracão, com uma área de 4.800 m², destinado a abrigar<br />
o restante da segunda planta e, ainda, a possibilitar futura<br />
expansão”, comemora Renan.<br />
versation with the Rodrigues family, they always talked about<br />
their Company’s goal of doubling the installation. So, all of<br />
Nazzareno’s work was aimed at the day Nereu Rodrigues & Cia<br />
Ltda. Management decided to add an extra production line.<br />
The added facility had to support this increase in productivity<br />
without creating production stress and interruption,” says the<br />
Nazzareno Director.<br />
As a result, the second line for producing Pellets Rodrigues<br />
is already in an advanced installation stage. “We currently have<br />
two sheds, totaling an area of 75 hundred m², which house the<br />
machinery of the first line, which is in full operation, and part of<br />
the second line, whose installation is in progress. In addition, we<br />
are pleased to tell you that we are in the final phase of construction<br />
of a third shed, with an area of 48 hundred m², intended to<br />
house the rest of the second line and enable future expansion,”<br />
celebrates Renan Rodrigues.<br />
The second line being installed is a replica of the first, featuring<br />
the same production capacity. The decision to replicate the<br />
layout and configurations of the first line aims to optimize production<br />
efficiency and ensure that successful quality standards<br />
are maintained at every production stage.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 37
PRINCIPAL<br />
A segunda planta está sendo instalada como uma réplica<br />
exata da primeira, apresentando a mesma capacidade<br />
de produção. A decisão de replicar o layout e as configurações<br />
da primeira planta tem por objetivo otimizar a<br />
eficiência produtiva e assegurar que os padrões de qualidade,<br />
que têm sido bem-sucedidos, sejam mantidos em<br />
todas as etapas do processo.<br />
PRODUÇÃO DE PELLETS<br />
A atual capacidade de produção é de aproximadamente<br />
2,5 toneladas de pellets por hora. “Contamos com<br />
uma infraestrutura sólida e devidamente planejada para<br />
atender à crescente demanda e, ao mesmo tempo, permitir<br />
um crescimento consistente e responsável”, completa<br />
Renan. O principal mercado da Pellets Rodrigues é a Itália,<br />
e com a conclusão da instalação da segunda planta,<br />
os planos futuros incluem a expansão de atuação para o<br />
mercado nacional.<br />
A decisão da Nereu Rodrigues, empresa especializada<br />
na produção de chapas de compensados de pinus, de investir<br />
em pellets foi fundamentada na perspectiva de viabilizar<br />
o reaproveitamento dos subprodutos gerados pela<br />
atividade da madeireira, contribuindo para a promoção<br />
de práticas sustentáveis e a minimização do impacto ambiental.<br />
Como matéria-prima no processo produtivo, a Pellets<br />
Rodrigues utiliza cavaco, serragem e maravalha, que<br />
são selecionados para garantir que os insumos atendam<br />
aos padrões exigidos, a fim de assegurar a excelência dos<br />
pellets resultantes e a conformidade com as normativas<br />
ambientais pertinentes.<br />
“O maquinário utilizado em nossa planta de pellets,<br />
fornecido pela Nazzareno, é dotado de tecnologia avançada<br />
e comprovada confiabilidade. A qualidade e eficiência<br />
"A instalação da primeira<br />
planta foi realizada em um<br />
curto período de tempo,<br />
o que nos impressionou<br />
grandemente com a agilidade<br />
e dedicação demonstradas<br />
pela Nazzareno"<br />
Renan Rodrigues, da empresa<br />
Nereu Rodrigues<br />
PELLET PRODUCTION<br />
The current production capacity is approximately 2.5 tons<br />
of pellets per hour. “We have a solid and properly planned infrastructure<br />
to meet the growing demand and, simultaneously,<br />
allow consistent and responsible growth,” adds Renan Rodrigues.<br />
The primary market for Pellets Rodrigues is Italy, and with<br />
the completion of the installation of the second line, plans include<br />
expanding operations for the domestic market.<br />
The decision by Nereu Rodrigues & Cia Ltda., a company<br />
specializing in the production of pine plywood panels, to invest<br />
in pellets was based on the perspective of enabling the use of<br />
the by-product residue generated by the forest product activity,<br />
contributing to the promotion of sustainable practices and the<br />
minimization of the environmental impact. As raw material in<br />
38 www.REVISTABIOMAIS.com.br
desses equipamentos têm superado nossas expectativas,<br />
contribuindo significativamente para o alto desempenho<br />
e a produtividade de nossas operações. Adicionalmente,<br />
ressaltamos a facilidade e praticidade que nossos colaboradores<br />
têm experimentado após um treinamento ministrado<br />
pela Nazzareno. A capacitação oferecida foi conduzida<br />
com profissionalismo e excelência, capacitando nossos<br />
funcionários para operar os equipamentos de forma eficaz<br />
e segura, otimizando nossa produtividade e a qualidade<br />
de nossos produtos”, salientou Renan Rodrigues.<br />
Com dezenas de projetos de instalação de plantas de<br />
pellets no Brasil, Francesco Stella destaca a capacidade do<br />
mercado brasileiro de biomassa. “A potencialidade produtiva<br />
e de consumo do pellet no Brasil é altíssima. Nestes<br />
últimos 12 anos que a Costruzioni Nazzareno se instalou<br />
no país muitas coisas mudaram e ainda irão mudar a nível<br />
de pellet. Pellet é energia, e o mundo inteiro precisa de<br />
energia”, destaca Francesco Stella.<br />
the production process, Pellets Rodrigues are produced from<br />
selected chips, sawdust, and shavings to ensure the excellence<br />
of the resulting pellets and compliance with relevant environmental<br />
regulations.<br />
“The machinery used in our pellet line, supplied by Nazzaerno,<br />
is equipped with advanced technology and proven reliability.<br />
The quality and efficiency of this equipment have exceeded<br />
our expectations, significantly contributing to our operations’<br />
high performance and productivity.<br />
“Additionally, we emphasize the ease and practicality that<br />
our employees have experienced after the training given by<br />
Nazzareno. The training offered was conducted with professionalism<br />
and excellence, enabling our employees to operate the<br />
equipment effectively and safely, optimizing our productivity<br />
and the quality of our products,” highlights Renan Rodrigues.<br />
With dozens of pellet plant installation projects in Brazil,<br />
Stella highlights the capacity of the Brazilian biomass market.<br />
“The productive and consumption potential of pellets in Brazil<br />
is very high. In the last 12 years that Costruzioni Nazzareno has<br />
operated in the Country, many things have changed and will<br />
continue to change at the pellet level. Pellets are energy, and the<br />
whole world needs energy,” states Stella.<br />
Cesar Rodrigues e Sergio Rodrigues, da Nereu Rodrigues<br />
e Alberto Carlesso e Francesco Stella, da Nazzareno<br />
Fábrica da Nereu Rodrigues,<br />
em Correia Pinto (SC)<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
39
AMBIENTE<br />
DESCARBONIZAÇÃO NA<br />
AMAZÔNIA<br />
LEGAL<br />
40 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MATERIAL<br />
DISPONIBILIZADO<br />
DE FORMA<br />
GRATUITA TEM<br />
OBJETIVO DE<br />
APROFUNDAR O<br />
DEBATE SOBRE<br />
MOBILIDADE<br />
ELÉTRICA POR<br />
MEIO DE BARCOS<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
A<br />
ABGD (Associação Brasileira de Geração<br />
Distribuída), entidade que representa a<br />
geração própria de energia, e o WWF-<br />
-Brasil, lançaram: Guia para ampliar a<br />
mobilidade elétrica fluvial na Amazônia Legal; que<br />
tem como objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável<br />
e a descarbonização dos meios de transporte<br />
da região.<br />
O transporte por meio de barcos é um dos principais<br />
meios de locomoção da população local. Porém,<br />
a maior parte é dependente de combustíveis fósseis,<br />
como o diesel. Outro agravante é a quantidade de<br />
localidades sem acesso público à energia elétrica.<br />
Segundo o estudo: Sistemas Fotovoltaicos da Amazônia<br />
Legal; do IEMA (Instituto de Energia e Meio<br />
Ambiente), há mais de 990 mil pessoas sem acesso à<br />
eletricidade na Amazônia Legal. De acordo com essa<br />
demanda, o guia foi produzido com base na instalação<br />
de usinas de GD (geração distribuída), também<br />
conhecida como geração própria de energia.<br />
GERAÇÃO DE ENERGIA<br />
De acordo com Aurélio Souza, diretor de Projetos<br />
Especiais da ABGD, é fundamental aproximar as<br />
pessoas e levar informações para quebrar paradigmas.<br />
“É muito importante disseminar o conhecimento<br />
sobre a possibilidade dessa população (moradora<br />
da região Amazônica) mudar sua forma de se<br />
locomover, deixando de lado os combustíveis fósseis<br />
para utilizar veículos movidos a energia. Para isso,<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
41
AMBIENTE<br />
a GD é uma importante aliada, pois é uma solução<br />
viável e ambientalmente mais adequada para levar<br />
energia elétrica para quem reside na região da Amazônia<br />
Legal”, aponta Aurélio, da ABGD. Na mesma<br />
linha de raciocínio, Alessandra Mathyas, analista de<br />
Conservação do WWF-Brasil, defende o conteúdo do<br />
guia. “Esse projeto reúne dados e recomendações<br />
muito importantes, como qual o melhor módulo<br />
fotovoltaico para uma determinada instalação. Isso<br />
ajuda muito para que a população tenha uma base<br />
para se estruturar, principalmente em relação à mobilidade<br />
elétrica”, resume Alessandra.<br />
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL<br />
O material, disponibilizado de forma gratuita, é<br />
composto por propostas para ampliar a mobilidade<br />
elétrica nos rios da Amazônia Legal brasileira. Além<br />
disso, traz a demonstração de casos e estudos práticos,<br />
particularmente associados aos benefícios que a<br />
geração distribuída traz para populações que vivem<br />
em comunidades isoladas e remotas.<br />
Além disso, o guia demonstra o potencial que<br />
a GD com fontes renováveis pode gerar para o desenvolvimento<br />
sustentável da região, a exemplo dos<br />
programas de eletrificação rural com energia solar<br />
fotovoltaica em curso na Amazônia Legal, os quais<br />
poderiam ser expandidos para o modal de transporte<br />
de cargas e passageiros, gerando inúmeros<br />
benefícios para a sociedade.<br />
O Guia para ampliar a mobilidade elétrica fluvial<br />
na Amazônia Legal, está disponível para download<br />
no site da ABGD. Para saber mais, acesse o QRcode<br />
abaixo.<br />
"É muito importante disseminar<br />
o conhecimento sobre a<br />
possibilidade dessa população<br />
mudar sua forma de se<br />
locomover, deixando de lado os<br />
combustíveis fósseis para utilizar<br />
veículos movidos a energia"<br />
Aurélio Souza, diretor de Projetos<br />
Especiais da ABGD<br />
Você pode acessar o<br />
site pelo QRcode:<br />
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DESDE 1963
PESQUISA<br />
44 www.REVISTABIOMAIS.com.br
HIDROGÊNIO<br />
VERDE<br />
EM PROJETO<br />
POR MEIO DE PARCERIA,<br />
PESQUISADORES DO BRASIL<br />
E DA ALEMANHA ESTÃO<br />
DESENVOLVENDO PROJETO DE<br />
GASEIFICAÇÃO DE BIOMASSA<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
PRODUCING<br />
GREEN HYDROGEN<br />
THROUGH A RESEARCH PARTNERSHIP,<br />
SCIENTISTS IN BRAZIL AND GERMANY<br />
ARE DEVELOPING A BIOMASS<br />
GASIFICATION PROJECT<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
45
PESQUISA<br />
D<br />
esenvolver um processo de produção de<br />
hidrogênio verde por meio da gaseificação<br />
de biomassa e da reforma térmica dos gases<br />
é o objetivo de um projeto que está em<br />
execução desde o mês de janeiro pelo IPT (Instituto de<br />
Pesquisas Tecnológicas) em parceria com os alemães<br />
do KIT (Instituto Tecnológico de Karlsruhe). “A parceria<br />
entre o IPT e o KIT está focada em uma pesquisa<br />
colaborativa dentro da cadeia do H2V, bem como<br />
promover o intercâmbio e a capacitação de pesquisadores<br />
de ambas as instituições”, explica o pesquisador<br />
do IPT, Ademar Hakuo Ushima.<br />
O projeto coordenado pelo Laboratório de Bioenergia<br />
e Eficiência Energética do IPT tem a duração<br />
prevista de 12 meses e, segundo Ademar, combinam-<br />
-se dentro do seu escopo dois tópicos: o primeiro é a<br />
geração de hidrogênio via gaseificação de bagaço de<br />
cana-de-açúcar e reforma térmica do gás.<br />
O segundo tópico é o armazenamento de hidrogênio<br />
via hidrogenação catalítica de bio-óleo (hidrodesoxigenação)<br />
gerado a partir da pirólise rápida de<br />
bagaço de cana-de-açúcar. “Nesse sentido, o projeto<br />
combina as tecnologias de gaseificação, reforma<br />
térmica do gás de síntese, pirólise rápida e melhoramento<br />
do bio-óleo”, completa o pesquisador.<br />
D<br />
eveloping a green hydrogen production<br />
process through biomass gasification<br />
and gas thermal reforming is the goal<br />
of a project that has been ongoing since<br />
January by the Institute for Technological Research<br />
(IPT) in a research partnership with the German<br />
Karlsruhe Institute of Technology (KIT). “The research<br />
partnership between IPT and KIT is focused<br />
on collaborative work within the H2 Value Chain,<br />
as well as promoting the exchange and training<br />
of scientists from both institutions,” explains IPT<br />
Scientist Ademar Hakuo Ushima.<br />
The project coordinated by IPT’s Bioenergy and<br />
Energy Efficiency Laboratory is expected to last 12<br />
months and, according to Ushima, two topics are<br />
combined within its scope: the first is the generation<br />
of hydrogen via gasification of sugarcane<br />
bagasse and thermal reforming of the gas.<br />
The second topic is hydrogen storage via bio-oil<br />
catalytic hydrogenation (hydrodeoxygenation)<br />
generated from the rapid pyrolysis of sugarcane<br />
bagasse. “In this sense, the project combines the<br />
technologies of gasification, syngas thermal reforming,<br />
rapid pyrolysis, and bio-oil improvement,”<br />
adds the Scientist.<br />
46 www.REVISTABIOMAIS.com.br
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL<br />
O objetivo do projeto atende às diretivas do<br />
programa denominado: Cooperação Alemã-Brasileira<br />
em Pesquisa no Setor de Energia – NoPa 2.0; para as<br />
áreas temáticas Hidrogênio Verde/PtX, Eletrificação<br />
Direta e Armazenamento de Energia, com fundos<br />
da Sociedade Alemã para Cooperação Internacional<br />
(GIZ) GmbH, em nome do BMZ (Ministério Federal de<br />
Cooperação e Desenvolvimento Econômico), como<br />
parte da iniciativa: DKTI Parceria de Tecnologia entre<br />
Brasil e Alemanha. O projeto foi contemplado via<br />
edital da organização de fomento DAAD (Deutscher<br />
Akademischer Austauschdienst, ou Serviço Alemão de<br />
Intercâmbio Acadêmico, em português).<br />
“Existem critérios de longo e curto prazo dentro<br />
do programa que o projeto de pesquisa estima<br />
alcançar, e cujos impactos e efeitos contribuam para o<br />
desenvolvimento de uma rede internacional e aquisição<br />
de experiência no campo da cooperação internacional”,<br />
explica Ushima.<br />
ATIVIDADES SIMULTÂNEAS<br />
As atividades experimentais do projeto estão sendo<br />
executadas simultaneamente nas duas instituições:<br />
a etapa de gaseificação do bagaço de cana-de-açúcar<br />
em um reator de leito fluidizado, seguida da reforma<br />
térmica do gás de síntese gerado, por exemplo, é<br />
realizada pelo IPT.<br />
A segunda fase, executada no IKFT/KIT, consiste<br />
em realizar a pirólise rápida do bagaço de cana-<br />
-de-açúcar para a obtenção do bio-óleo, que será<br />
então melhorado para precursores de combustível<br />
com maior teor de energia do que o óleo de pirólise<br />
original via hidrogenação catalítica. Os produtos serão<br />
100% renováveis e adequados para refino adicional<br />
em plantas comerciais.<br />
Um dos principais desafios técnicos do projeto é a<br />
deposição excessiva de carbono no reator de reforma<br />
térmica, principalmente quando é utilizado o gás de<br />
síntese bruto, que tem teores elevados de alcatrão e<br />
vapor de água. Essa deposição pode bloquear o reator<br />
de reforma térmica, interrompendo a reforma.<br />
“O alcatrão tem um teor elevado de carbono que,<br />
na reforma térmica, poderá reagir com o vapor d’água<br />
e o dióxido de carbono presente no gás de síntese<br />
bruto, gerando o gás hidrogênio e o monóxido de carbono,<br />
ou se depositar nas paredes do reator na forma<br />
de carbono que, dependendo da intensidade, pode<br />
até bloquear a passagem dos gases. É um dos pontos<br />
INTERNATIONAL COOPERATION<br />
The objective of the project meets the directives<br />
of the program called: German-Brazilian Cooperation<br />
in Research in the Energy Sector – NoPa 2.0<br />
- for the Green Hydrogen/PtX, Direct Electrification,<br />
and Energy Storage areas, with funds from the<br />
German Society for International Cooperation (GIZ)<br />
GmbH., on behalf of the Federal Ministry for Economic<br />
Cooperation and Development (BMZ), as part<br />
of the German Climate and Technology Initiative<br />
(Deutsche Klima- und Technologieinitiative - DKTI)<br />
for the technology partnership between Brazil and<br />
Germany. The project was contemplated under<br />
sponsorship by the German Academic Exchange<br />
Service (Deutscher Akademischer Austauschdienst<br />
- DAAD).<br />
“There are long- and short-term criteria within<br />
the program that the research project aims to<br />
achieve and whose impacts and effects contribute<br />
to the development of an international network<br />
and acquisition of experience in the field of international<br />
cooperation,” explains Ushima.<br />
SIMULTANEOUS ACTIVITIES<br />
The experimental activities of the project are<br />
being carried out simultaneously in both institutions:<br />
the gasification stage of sugarcane bagasse<br />
in a fluidized bed reactor, followed by the thermal<br />
reforming of the syngas generated, for example, is<br />
carried out by IPT.<br />
The second phase, carried out at IKFT/KIT,<br />
consists of performing rapid pyrolysis of sugarcane<br />
bagasse to obtain the bio-oil, which will then be<br />
improved to fuel precursors with higher energy<br />
content than the original pyrolysis oil via catalytic<br />
hydrogenation. The products will be 100% renewable<br />
and suitable for further refining in commercial<br />
plants.<br />
One of the project’s main technical challenges<br />
is the excessive carbon deposition in the thermal<br />
reforming reactor, especially when raw syngas is<br />
used, which has high levels of tar and water vapor.<br />
This deposition can block the thermal reforming<br />
reactor, interrupting the reforming.<br />
“The tar has a high carbon content that, in<br />
thermal reforming, can react with water vapor<br />
and carbon dioxide present in the raw syngas,<br />
generating hydrogen gas and carbon monoxide, or<br />
deposits on the reactor walls in the form of carbon<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
47
PESQUISA<br />
de investigação do projeto”, explica o pesquisador do<br />
IPT.<br />
INTERCÂMBIO DE PESQUISADORES<br />
A execução do projeto envolve um total de 14<br />
colaboradores, sendo sete pesquisadores de cada<br />
instituição. Este não é o primeiro projeto de parceria<br />
entre o IPT e o KIT: em 2009 o pesquisador Ademar<br />
Ushima visitou as instalações do IKFT/KIT e, em 2016,<br />
a assistente de pesquisa Renata Moreira realizou um<br />
treinamento no instituto alemão por meio do PDCE<br />
(Programa de Desenvolvimento e Capacitação no<br />
Exterior) do IPT. Desde então foram mantidos contatos<br />
e algumas publicações científicas foram realizadas em<br />
colaboração.<br />
Em 2020, foi firmado o acordo de cooperação<br />
entre o KIT e IPT, com vigência até julho de 2024:<br />
dentro deste convênio, está sendo desenvolvido outro<br />
projeto de pesquisa que visa estudar duas biomassas<br />
de cana-de-açúcar (bagaço e palha) via pirólise rápida<br />
utilizando uma linha de by-pass com um sistema<br />
denominado quenching medium, que seria um sistema<br />
de resfriamento circulante, utilizando etanol. Ademais,<br />
o melhoramento do bio-óleo de pirólise via hidrogenação<br />
catalítica também é investigado utilizando<br />
novos catalisadores. O projeto está sendo executado<br />
desde 2020 e tem previsão de finalização em 2024.<br />
that, depending on the intensity, can even block the<br />
passage of gases. It is one of the project’s investigation<br />
points,” explains IPT Scientist Ushima.<br />
SCIENTIST EXCHANGE<br />
The execution of the project involves a total of<br />
14 scientists, seven from each institution. This is not<br />
the first research partnership project between IPT<br />
and KIT: in 2009, Scientist Ushima visited the IKFT/<br />
KIT facilities, and in 2016, Research Assistant Renata<br />
Moreira conducted a training at the German<br />
institute through IPT’s Program for Development<br />
and Training Abroad (PDCE). Since then, contacts<br />
have been maintained, and several scientific papers<br />
have been published in collaboration.<br />
In 2020, the cooperation agreement between<br />
KIT and IPT was signed, effective until July 2024:<br />
within this agreement, another research project is<br />
being developed that aims to study two sugarcane<br />
biomasses (bagasse and straw) via rapid pyrolysis<br />
using a by-pass line with a system called quenching<br />
medium, which would be a circulating cooling system,<br />
using ethanol. In addition, the improvement<br />
of bio-oil pyrolysis via catalytic hydrogenation is<br />
also investigated using new catalysts. The project<br />
has been running since 2020 and is expected to be<br />
completed in 2024.<br />
"A parceria entre o IPT e<br />
o KIT está focada em uma<br />
pesquisa colaborativa<br />
dentro da cadeia do H2V,<br />
bem como promover o<br />
intercâmbio e a capacitação<br />
de pesquisadores de ambas<br />
as instituições"<br />
Ademar Hakuo Ushima,<br />
pesquisador do IPT<br />
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FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
50 www.REVISTABIOMAIS.com.br
BIOMASS<br />
FOR ENERGY<br />
SCIENCE ADVANCES IN THE<br />
MANUFACTURE OF BIOMASS FROM<br />
DIFFERENT RAW MATERIALS FOR<br />
ENERGY PRODUCTION<br />
P<br />
esquisa desenvolvida pela Unesp (Universidade<br />
Estadual Paulista/Dracena) com<br />
participação da Embrapa Meio Ambiente (SP)<br />
conseguiu incorporar glicerina aos pellets<br />
para potencializar a sua utilização na agroindústria<br />
brasileira. Os pellets são combustíveis sólidos à base<br />
de resíduos de biomassa vegetal, como serragem,<br />
cavacos de madeira e bagaço de cana-de-açúcar, entre<br />
outros, usados para gerar energia elétrica e térmica<br />
em usinas, empresas e aquecimento residencial. Os<br />
modelos de agropellets, contendo glicerol, são mais<br />
densos e podem oferecer soluções mais sustentáveis<br />
para recuperar energia a partir de subprodutos do<br />
bioetanol e biodiesel, reduzindo a dependência de<br />
processamento de madeira e biomassa lenhosa para<br />
biocombustíveis sólidos tradicionais.<br />
R<br />
esearch carried out by São Paulo State<br />
University/Dracena (Unesp) with the<br />
participation of Embrapa Meio Ambiente<br />
(SP) incorporated glycerol into pellets to<br />
enhance their use in Brazilian agribusiness. Pellets<br />
are solid fuels produced from plant biomass waste,<br />
such as sawdust, wood chips, and sugarcane bagasse,<br />
among others, used to generate electrical and<br />
thermal energy in power plants, companies, and<br />
residential heating. Glycerol-containing agro-pellet<br />
models are denser and can offer more sustainable<br />
solutions for recovering energy from bioethanol and<br />
biodiesel by-products, reducing reliance on wood<br />
processing waste and woody biomass for traditional<br />
solid biofuels.<br />
André May, Embrapa Meio Ambiente Scientist,<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
51
PELLETS<br />
O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, André<br />
May, explica que os pellets são como cubinhos de<br />
biomassa, produzidos a partir de resíduos vegetais,<br />
sobretudo de madeira, de grandes cadeias produtivas.<br />
Atualmente, a principal aplicação dos pellets de madeira<br />
no Brasil é na geração de energia térmica para as<br />
indústrias e o comércio, sendo utilizados por pizzarias,<br />
padarias, hotéis, parques aquáticos, academias de<br />
natação, estufas de pintura, indústrias alimentícias,<br />
lavanderias, etc.<br />
NOVO ELEMENTO<br />
A utilização desses subprodutos já agrega sustentabilidade<br />
à produção energética. Com o estudo,<br />
que foi financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo<br />
à Pesquisa do Estado de São Paulo), os cientistas<br />
conseguiram aumentar a densidade de biomassa dos<br />
pellets, a partir da incorporação de glicerol à mistura<br />
de bagaço de cana-de-açúcar (etanol de primeira<br />
geração - 1G) e resíduo lignocelulósico (advindo da<br />
produção de etanol de segunda geração - 2G).<br />
O glicerol é um subproduto do biodiesel. Ele<br />
oferece um aditivo adequado à fabricação de sólidos<br />
combustíveis. No entanto, os estudos sobre estruturas<br />
de biomassa com glicerol para geração de energia<br />
ainda precisavam de mais experimentos e testes<br />
para desenvolver alternativas relacionadas a pellets<br />
não madeireiros, além de aumentar a compreensão<br />
sobre as relações entre matérias-primas, produtos e<br />
processos.<br />
explains that pellets are like biomass cubes, produced<br />
from vegetable waste from large production<br />
chains, especially wood. Brazil’s primary application<br />
of wood pellets generates thermal energy for industrial<br />
processes and commerce, as used by pizzerias,<br />
bakeries, hotels, water parks, swimming academies,<br />
paint-drying kilns, food industries, laundries, etc.<br />
NEW ELEMENT<br />
The use of these by-products already adds<br />
sustainability to energy production. With this study,<br />
which was funded by the State of São Paulo Foundation<br />
for Fostering Research (FAPESP), the scientists<br />
were able to increase the biomass density of the<br />
pellets, from the incorporation of glycerol to the<br />
mixture of sugarcane bagasse (from the production<br />
of first-generation ethanol - 1G) and lignocellulosic<br />
residue (from the production of second-generation<br />
ethanol - 2G).<br />
Glycerol is a by-product of biodiesel. It offers an<br />
additive suitable for the manufacture of combustible<br />
solids. However, studies on biomass structures<br />
with glycerol for power generation still needed more<br />
experiments and tests to develop alternatives to<br />
non-wood pellets and to increase understanding of<br />
the relationships between raw materials, products,<br />
and processes.<br />
“Research has shown that condensing higher<br />
density energy to pellets than those produced from<br />
just the original biomass is possible. This expands<br />
52 www.REVISTABIOMAIS.com.br
“A pesquisa mostrou que é possível condensar<br />
energia de maior densidade aos pellets do que a biomassa<br />
original. Isso amplia a possibilidade de usos e<br />
mercados para esses produtos, como no transporte e<br />
estocagem de energia de forma mais segura”, assegura<br />
May.<br />
FORMAÇÃO DE PELLETS<br />
Ronaldo Viana, pesquisador e professor da Unesp,<br />
líder do estudo, complementa que o objetivo do<br />
projeto foi avaliar se a adição de glicerol a resíduos<br />
agroindustriais do bioetanol, bagaço de cana-de-<br />
-açúcar (primeira geração) e resíduo lignocelulósico<br />
(segunda geração), poderia desenvolver agropellets<br />
adequados para aquecimento e produção de energia.<br />
Os padrões dos produtos gerados foram analisados<br />
para matéria volátil, carbono fixo, densidade,<br />
aparência e poder calorífico. Além disso, foi realizada<br />
a termogravimetria (técnica de análise térmica) e<br />
microscopia eletrônica de varredura dos pellets formados<br />
para fornecer mais informações sobre sua estabilidade<br />
térmica, morfologia e propensão à formação de<br />
escória (impurezas) e incrustação.<br />
“Obtivemos evidências da formação de pellets<br />
de qualidade utilizando essas matérias-primas. Seus<br />
produtos podem ser tão importantes quanto biocombustíveis<br />
advindos de madeira de primeira qualidade,<br />
fornecendo excelentes soluções industriais, com alto<br />
rendimento da linha de peletização, capazes de gerar<br />
calor e energia nos mais rigorosos sistemas de combustão<br />
residenciais e comerciais”, observa Viana.<br />
the possibility of uses and markets for these products,<br />
such as in the transportation and storage of<br />
energy in a safer way,” says May.<br />
PELLET FORMATION<br />
Ronaldo Viana, Scientist and Professor at Unesp,<br />
leader of the study, adds that the objective of the<br />
project was to evaluate whether the addition of<br />
glycerol to agro-industrial residues of bioethanol,<br />
sugarcane bagasse (first-generation), and lignocellulosic<br />
residue (second-generation), could<br />
develop agro-pellets suitable for heating and energy<br />
production.<br />
The samples of the generated products were<br />
analyzed for volatile matter, fixed carbon, density,<br />
appearance, and calorific value. In addition,<br />
thermogravimetry (thermal analysis technique) and<br />
scanning electron microscopy of the formed pellets<br />
were performed to provide more information about<br />
their thermal stability, morphology, and propensity<br />
to slag formation (impurities) and fouling.<br />
“We obtained evidence of the formation of quality<br />
pellets using these raw materials. The products<br />
can be as important as biofuels from top quality<br />
wood, providing excellent industrial solutions, with<br />
high pelletizing line yield, capable of generating<br />
heat and energy in the most rigorous residential and<br />
commercial combustion systems,” notes Viana.<br />
GLYCEROL IN PELLETIZING<br />
Glycerol is the most significant by-product of<br />
"A pesquisa mostrou que é possível condensar energia<br />
de maior densidade aos pellets do que a biomassa<br />
original. Isso amplia a possibilidade de usos e mercados<br />
para esses produtos, como no transporte e estocagem<br />
de energia de forma mais segura"<br />
André May, pesquisador da Embrapa<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
53
PELLETS<br />
GLICEROL NA PELETIZAÇÃO<br />
O glicerol é o subproduto mais significativo oriundo<br />
do biodiesel. A produção global desse biocombustível<br />
ultrapassa 46 milhões de m3 (metros cúbicos), o<br />
que é uma quantidade significativa, com tendência de<br />
aumento até 2050. Sua conversão para biocombustíveis<br />
e bioquímicos oferece à indústria de biodiesel<br />
soluções para equilibrar vantagens econômicas e<br />
desafios socioambientais.<br />
A utilização do glicerol tem aplicação direta como<br />
combustível e também como aditivo para combustível<br />
e alimentos. O glicerol combustível é altamente viscoso<br />
e produz uma quantidade significativa de cinzas,<br />
diminuindo o poder calorífico. Como resultado, limita<br />
a eficiência de conversão térmica dos fornos, caldeiras,<br />
motores e microturbinas.<br />
O método mais comum de integração de glicerol<br />
à biomassa é como aditivo para pellets passíveis de<br />
queima. A peletização oferece um bom custo-benefício<br />
para converter materiais inorgânicos e biogênicos<br />
de baixa qualidade em matérias-primas para combustíveis<br />
sólidos granulares e densos em energia, melhorando<br />
seu transporte, armazenamento e utilização.<br />
biodiesel. The global production of this biofuel exceeds<br />
46 million m3 annually, a considerable amount,<br />
with an increasing trend to 2050. Its conversion to<br />
biofuels and biochemicals offers the biodiesel industry<br />
solutions to balance economic advantages and<br />
socio-environmental challenges.<br />
Glycerol has direct applications as a fuel and<br />
an additive for fuel and food. Fuel glycerol is highly<br />
viscous and produces significant ash, decreasing<br />
the calorific value. As a result, it limits the thermal<br />
conversion efficiency of furnaces, boilers, engines,<br />
and microturbines.<br />
"Obtivemos evidências<br />
da formação de pellets<br />
de qualidade fornecendo<br />
excelentes soluções<br />
industriais, com alto<br />
rendimento da linha de<br />
peletização, capazes de<br />
gerar calor e energia<br />
nos mais rigorosos<br />
sistemas de combustão<br />
residenciais e comerciais"<br />
Rodrigo Viana, professor e<br />
pesquisador da Unesp<br />
54 www.REVISTABIOMAIS.com.br
DA TECNOLOGIA À PRODUÇÃO,<br />
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56 www.REVISTABIOMAIS.com.br
FEIRA DO SETOR FLORESTAL TEVE PARTICIPAÇÃO<br />
DE EMPRESAS DO SEGMENTO DE BIOMASSA<br />
FOTOS REFERÊNCIA E MALINOVSKI<br />
C<br />
om lançamentos, demonstrações<br />
dinâmicas e um grande público<br />
interessado, a V Expoforest – Feira<br />
Florestal Brasileira, reuniu mais de<br />
200 empresas que estiveram expondo seus<br />
lançamentos e últimas novidades para o setor. O<br />
evento se consolidou como a maior feira florestal<br />
dinâmica do planeta e aconteceu entre os dias<br />
9 e 11 de agosto, em uma área de plantação de<br />
eucaliptos pertencente à International Paper<br />
(atual Sylvamo), em Guatapará (SP), município da<br />
região de Ribeirão Preto (SP). A exposição atraiu<br />
pessoas de todos os Estados do Brasil e visitantes<br />
de 43 países diferentes, que foram conferir de<br />
perto alguns dos lançamentos mundiais realizados<br />
aqui. O mercado estava ansioso em apresentar<br />
os lançamentos uma vez que a feira não era<br />
realizada há 5 anos e outro motivo do sucesso foi<br />
por ter sido o primeiro do gênero e porte a ser<br />
realizado após a pandemia do covid-19.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
57
FEIRA<br />
O diretor comercial da Revista REFERÊNCIA<br />
BIOMAIS, Fábio Machado, esteve presente e<br />
considera que essa foi a melhor edição do encontro.<br />
“A Expoforest 2023 foi excelente. Foi a melhor<br />
de todas já realizada, com mais visitantes, com<br />
os expositores mais satisfeitos e tudo isso em<br />
um momento em que o setor florestal também<br />
está atravessando um momento positivo. Foi<br />
uma feira de todo mercado e a Expoforest agora<br />
mudou de patamar. Está no nível de uma feira realmente<br />
internacional, maior feira dinâmica que<br />
cada vez mais vai atrair visitantes do mundo para<br />
conhecer o evento”, avalia Fábio. “A qualidade, a<br />
quantidade e diversificação dos visitantes, não<br />
digo que surpreendeu porque já imaginava que<br />
seria grande, mas que realmente fez jus ao nome<br />
de falar que é uma feira extreme”, completa o<br />
diretor da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS.<br />
Empresas que atuam no setor da biomassa<br />
marcaram presença mostrando suas novidades<br />
que prometem movimentar o mercado. Confira!<br />
"A Expoforest agora<br />
mudou de patamar. Está<br />
no nível de uma feira<br />
realmente internacional,<br />
maior feira dinâmica que<br />
cada vez mais vai atrair<br />
visitantes do mundo para<br />
conhecer o evento"<br />
Fábio Alexandre Machado,<br />
diretor da Revista REFERÊNCIA<br />
SHEILA BACHIEGA E FÁBIO BACHIEGA, DIRETORES DA BACHIEGA COM<br />
FÁBIO MACHADO, DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA BIOMAIS<br />
BACHIEGA<br />
A empresa Bachiega foi uma das atrações da feira com sua<br />
carreta estande e com seu novo lançamento. “Apresentamos<br />
na Expoforest o piso móvel patenteado pela nossa empresa.<br />
Um equipamento com capacidade para 111 m3 (metros<br />
cúbicos) que fez muito sucesso. Viemos com a carreta estande<br />
reestilizada, onde foi instalada uma base de piso móvel com<br />
diferentes tipos de perfis para diversas aplicações. Foi muito<br />
boa a feira, recebemos clientes do Brasil todo e da América do<br />
Sul”, elogiou Sheila Bachiega, diretora da empresa.<br />
58 www.REVISTABIOMAIS.com.br
BRUNO FOREST<br />
A Bruno Forest apresentou o novo integrante da sua linha de<br />
picadores florestais: o Titan. Os visitantes da Expoforest 2023 puderam<br />
conferir o desempenho do equipamento durante as demonstrações<br />
que ocorreram nos três dias de feira. “Nosso lançamento,<br />
que trouxemos para a Expoforest, é o Titan, um picador florestal de<br />
mil cavalos, que apresenta robustez, segurança e alta produtividade<br />
nas mais diversas essências florestais”, destacou Lucas Antonini,<br />
gerente de vendas da área florestal da empresa.<br />
LUCAS ANTONINI, GERENTE DE<br />
VENDAS DA ÁREA FLORESTAL<br />
DA BRUNO<br />
DRV - FACAS E SERRAS INDUSTRIAIS<br />
O trailer Afiação e Área de Vivência foi a grande novidade lançada pela<br />
DRV – Facas e Serras Industriais, durante a Expoforest. O conjunto entrega<br />
um ganho geral importante, além de humanizar toda a operação. “Na parte<br />
interna temos todo o microprocedimento de afiação. É uma novidade, não<br />
existe no mercado. Uma vez que programou, o equipamento vai trabalhar de<br />
forma autônoma, garantindo mobilidade para o operador do picador. Quando<br />
terminar o processo, a máquina se desliga e o operador faz a reposição das<br />
facas. Isso vai agregar muito valor na operação, porque vai conseguir ter uma<br />
performance melhor do picador, menor consumo de combustível, melhor<br />
qualidade do cavaco”, relatou Diego Vieira, diretor da DRV.<br />
EQUIPE DRV NA EXPOFOREST 2023<br />
Foto: Fabiano Mendes<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
59
FEIRA<br />
MICHEL SCHRÖDER, GERENTE<br />
COMERCIAL DA HYVA BRASIL<br />
HYVA DO BRASIL<br />
Como fornecedora de soluções, a Hyva do Brasil oferta ao mercado solução<br />
completa para o segmento de transporte de biomassa, ou seja: tomada de força,<br />
kit hidráulico e o piso móvel. Aproveitando o evento, a Hyva agradeceu seus<br />
clientes, parceiros e fornecedores pela conquista de um número importante de<br />
equipamentos comercializados. “Trouxemos para essa edição, o modelo de piso<br />
CF500 SL-C, piso móvel mais utilizado nas operações de transporte de biomassa,<br />
tanto em aplicações rodoviárias, quanto estacionárias. Para demonstrar o funcionamento,<br />
foi exposto no estande, um modelo de unidade hidráulica estacionária,<br />
com capacidade de movimentar o piso nas mais variadas necessidades, permitindo<br />
inclusive regular a velocidade da carga e descarga. Também trouxemos<br />
dois modelos de kits hidráulicos apropriados para operação de pisos móveis.<br />
Aproveitamos para comemorar, ainda, a marca de 4 mil pisos móveis vendidos no<br />
Brasil”, enalteceu Michel Schröder, gerente comercial da Hyva do Brasil.<br />
VANTEC<br />
Especialista em picadores florestais, a Vantec está completando 60<br />
anos de mercado em 2023. A empresa levou para a Expoforest o picador<br />
com esteira que tem se destacado no mercado pela boa propulsão.<br />
“O cliente vem ao nosso estande e sai daqui com a opção correta. Cada<br />
cliente tem um tipo de operação e temos o produto que se encaixa na<br />
necessidade dele. O mercado de biomassa vem crescendo muito graças a<br />
evolução da cogeração de energia no Brasil e a tendência é crescer ainda<br />
mais”, salientou Adriano Vanzin, diretor presidente da empresa.<br />
FÁBIO MACHADO, DIRETOR COMERCIAL DA REVISTA BIOMAIS<br />
E ADRIANO VANZIN, DIRETOR PRESIDENTE DA VANTEC<br />
60 www.REVISTABIOMAIS.com.br
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á 33 anos, a Dujua Máquinas e Equipamentos<br />
vem se destacando no mercado, entregando<br />
soluções inovadoras para clientes em todo<br />
o mundo. Com sede em Agrolândia (SC), a<br />
empresa mantém seu compromisso original de oferecer<br />
produtos de alta qualidade, eficientes e voltados para<br />
o futuro, aliando a experiência de seus profissionais<br />
dedicados a melhorar constantemente o setor.<br />
A inovação é o combustível que impulsiona o<br />
trabalho na Dujua, estimulando a busca por novas descobertas<br />
e aperfeiçoamentos constantes, que ao longo<br />
do caminho firmou parcerias importantes e estabeleceu<br />
um sistema interno de crescimento de carreira, focado<br />
na especialização profissional. Seu time trabalha na<br />
instalação de sistemas completos de biomassa para o<br />
mercado mundial, com maior atuação no continente<br />
americano.<br />
O propósito da empresa permanece inabalável:<br />
Projetar, fabricar e montar equipamentos da mais alta<br />
qualidade e durabilidade. Além disso, a Dujua abraça<br />
sua responsabilidade socioambiental, reconhecendo a<br />
importância de práticas industriais sustentáveis. Nesse<br />
sentido, a empresa está comprometida com a utilização<br />
de recursos renováveis normalmente utilizados em<br />
plantas de cogeração de energia, visando a preservação<br />
ambiental.<br />
62 www.REVISTABIOMAIS.com.br
SILO HORIZONTAL<br />
A Dujua orgulha-se de apresentar um projeto exemplar<br />
que reflete seu compromisso com a sustentabilidade<br />
e eficiência energética: o sistema de alimentação<br />
completo para caldeira. Neste projeto, destaca-se um<br />
silo horizontal de capacidade de até 30 mil m³ (metros<br />
cúbicos) de armazenamento, com sistema de alimentação<br />
e extração totalmente automatizado proporcionando<br />
eficiência, flexibilidade e maior segurança<br />
operacional.<br />
Entre os benefícios desta solução destacam-se: a<br />
automação total do sistema que reduz a necessidade<br />
de intervenção manual, minimizando os riscos de erros<br />
humanos e aumentando a eficiência operacional. Com<br />
as soluções Dujua, cada etapa do processo de alimentação<br />
é controlada com precisão, garantindo um fluxo<br />
contínuo e confiável.<br />
O suprimento contínuo de combustível é outro diferencial.<br />
O sistema oferece um suprimento ininterrupto<br />
de combustível para a caldeira, isso é especialmente<br />
valioso em um processo de alta demanda energética,<br />
onde a disponibilidade contínua de combustível é fundamental<br />
para a operação sem interrupções.<br />
A otimização do consumo de combustível é outro<br />
importante benefício. As roscas extratoras móveis integradas<br />
ao sistema fornecem mobilidade e flexibilidade<br />
excepcionais. Com essa capacidade de estocagem e<br />
ajuste preciso, garantem um processo eficiente, seguro<br />
e econômico. Além disso, o sistema conta com um conjunto<br />
alimentador (pulmão) de 100 m³ de estocagem<br />
em frente a cada caldeira, isso permite uma adaptação<br />
rápida às necessidades da caldeira, otimizando o consumo<br />
de combustível e reduzindo desperdícios.<br />
COMPROMISSO COM A EXCELÊNCIA<br />
A Dujua ressalta seu compromisso contínuo com a<br />
excelência, por isso a empresa continua empenhada em<br />
desenvolver soluções inovadoras para seus parceiros e<br />
clientes, alinhadas com os princípios da sustentabilidade<br />
ambiental e energética, sabendo que suas soluções<br />
têm o potencial de contribuir significativamente para<br />
um mundo mais sustentável e eficiente.<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
63
ARTIGO<br />
MANEJO DA BIOMASSA E<br />
SUSTENTABILIDADE NUTRICIONAL<br />
EM POVOAMENTOS DE<br />
EUCALYPTUS SPP. EM PEQUENAS<br />
PROPRIEDADES RURAIS<br />
FOTOS DIVULGAÇÃO<br />
MAURO VALDIR SCHUMACHER<br />
UFSM (Universidade Federal de Santa Maria)<br />
RUDI WITSCHORECK<br />
UFSM (Universidade Federal de Santa Maria)<br />
FRANCINE NEVES CALIL<br />
UFG (Universidade Federal de Goiás)<br />
VICENTE GUILHERME LOPES<br />
Unipampa (Universidade Federal do Pampa)<br />
64 www.REVISTABIOMAIS.com.br
RESUMO<br />
O<br />
estudo foi realizado com o objetivo de<br />
subsidiar práticas de manejo nutricional<br />
de povoamentos de Eucalyptus<br />
spp. em pequenas propriedades rurais<br />
no estado do Rio Grande do Sul. Foram avaliados<br />
povoamentos de 2, 4, 6 e 8 anos de idade, com<br />
amostragem de 24 árvores e determinação da biomassa<br />
e nutrientes nos componentes: folha, galho<br />
vivo, galho morto, madeira e casca do tronco e raiz.<br />
Também foi estimada a biomassa e o conteúdo<br />
de nutrientes no sub-bosque e na serapilheira. A<br />
biomassa e o estoque de nutrientes no eucalipto<br />
foram estimados por meio do produto dos valores<br />
médios por componente, classe diamétrica e<br />
número de árvores por hectare, e no sub-bosque<br />
e serapilheira, por extrapolação com base na área<br />
das unidades amostrais. A eficiência de utilização<br />
dos nutrientes no eucalipto foi estimada através do<br />
CUB (coeficiente de utilização biológico). Considerando-se<br />
o estoque total de nutrientes no eucalipto,<br />
em média, a partição, por nutriente, obedeceu<br />
a seguinte ordem: Ca (40,0%), N (25,6%), K (22,6%),<br />
Mg (5,9%), S (3,1%), P (2,8%); e por componente:<br />
casca do tronco (27,5%), folha (25,1%), madeira do<br />
tronco (22,5%), galho vivo (14,4%), raiz (9,4%) e<br />
galho morto (1,1%). A serapilheira e o sub-bosque<br />
desempenham importante função na manutenção<br />
dos nutrientes no ecossistema florestal, e acumularam<br />
em média, em relação ao estoque total no<br />
eucalipto, para N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente,<br />
47,1%, 34,0%, 33,6%, 32,8%, 35,3% e 36,6%.<br />
A colheita florestal realizada em povoamentos<br />
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />
65
ARTIGO<br />
jovens acarreta perda no rendimento de madeira<br />
do tronco e maior exportação relativa de nutrientes<br />
(menor CUB). A colheita total da biomassa de<br />
eucalipto acima do solo, quando comparada com a<br />
colheita apenas da madeira do tronco, aumentou a<br />
exportação de N, P, K, Ca, Mg e S, respectivamente,<br />
em 83%, 152%, 193%, 445%, 305% e 49%, ao passo<br />
que a remoção de biomassa aumentou apenas<br />
20%.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O eucalipto é a essência mais utilizada em plantios<br />
florestais no Brasil, em 2015, dos 7,8 milhões<br />
de ha (hectares) de área total, 5,6 milhões de ha ou<br />
71,8% eram ocupados com espécies desse gênero,<br />
A medida que a<br />
densidade de plantas<br />
aumenta a produção por<br />
unidade de área também<br />
aumenta, ao passo que<br />
a biomassa por planta<br />
diminui<br />
66 www.REVISTABIOMAIS.com.br
dos quais, 6% pertenciam ao Rio Grande do Sul<br />
(IBÁ - Indústria Brasileira de Árvores -, 2016).<br />
O desenvolvimento rural sustentável implica<br />
no planejamento adequado do processo de produção<br />
agrícola e florestal, identificando e protegendo<br />
adequadamente as áreas de proteção para que se<br />
preserve água, biodiversidade e outros serviços<br />
ambientais, de forma a possibilitar o uso racional<br />
dos espaços produtivos da paisagem. No caso de<br />
plantações florestais, por exemplo, o setor evoluiu<br />
bastante neste sentido, com a adoção de práticas<br />
sustentáveis de manejo florestal.<br />
Na área do presente estudo, os plantios de eucalipto<br />
apresentam vários aspectos positivos. Economicamente,<br />
as florestas proporcionam biomassa<br />
barata que viabiliza atividades que necessitam<br />
dessa fonte de energia. Ecologicamente, além de<br />
amenizar a pressão sobre os parcos remanescentes<br />
de florestas naturais, os plantios de eucalipto possibilitam<br />
a melhor utilização da área das propriedades,<br />
permitindo a reintegração de áreas marginais,<br />
mal drenadas ou de topografia mais acidentada,<br />
nas quais desempenham importante papel na<br />
preservação do solo e dos recursos hídricos.<br />
Mais recentemente, as florestas de crescimento<br />
rápido, principalmente, como as de eucalipto,<br />
estão sendo indicadas como possíveis drenos do<br />
carbono atmosférico. Desde a revolução industrial,<br />
em decorrência da utilização de combustíveis fósseis<br />
e da destruição das florestas naturais, houve<br />
uma elevação de mais de 20% na concentração<br />
de CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera (Lal;<br />
Kimble; Follett, 1998). O efeito estufa é natural e<br />
necessário para a continuidade da vida na terra,<br />
porém, a intensificação desse fenômeno, causada<br />
por atividades humanas, está causando a mudança<br />
climática global (Gurevitch; Scheiner; Fox, 2009).<br />
Como os vegetais têm a capacidade de fixar o<br />
carbono, os plantios de floresta têm se mostrado<br />
uma alternativa para o sequestro de carbono.<br />
Este trabalho teve como objetivo caracterizar a<br />
produção de biomassa e a distribuição e eficiên-<br />
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ARTIGO<br />
cia de utilização dos nutrientes ao longo do ciclo<br />
produtivo dos povoamentos de Eucalyptus spp.,<br />
em pequenas propriedades rurais, para orientar<br />
o manejo adequado da biomassa com vistas à<br />
sustentabilidade nutricional.<br />
MATERIAL E MÉTODO<br />
O estudo foi realizado em pequenas propriedades<br />
rurais no município de Vera Cruz (RS), em<br />
povoamentos de 2, 4, 6 e 8 anos de idade. Segundo<br />
Köppen, a área compreende o tipo climático Cfa2,<br />
que corresponde ao clima subtropical (Moreno,<br />
1961). A precipitação pluviométrica da região fica<br />
em torno de 1.650 mm (milímetros) anuais. Os<br />
solos pertencem ao Grupo São Bento, tendo como<br />
material de origem arenitos, siltitos e argilitos da<br />
formação rosário do sul (Santa Maria), originados<br />
de deposições sedimentares de natureza flúvio-lacustre<br />
do período triássico (Vieira, 1984).<br />
Os povoamentos foram selecionados de modo<br />
que representassem as condições de cultivo da<br />
espécie florestal em área de primeiro corte na<br />
região do estudo. O inventário florestal consistiu<br />
na distribuição aleatória de quatro parcelas de<br />
12m x 20m (metros), em cada um dos povoamentos,<br />
foram medidos todos os DAP (diâmetros das<br />
árvores a altura do peito), com auxílio de uma fita<br />
diamétrica, e 20% da altura total das árvores mais<br />
altas, com hipsômetro de precisão.<br />
A partir dos dados obtidos no inventário florestal,<br />
a amplitude diamétrica observada em cada<br />
povoamento foi dividida em 3 classes de diâmetro<br />
(DAP), sendo abatidas duas árvores com diâmetro<br />
médio em cada classe, totalizando 6 árvores por<br />
povoamento. Após o abate de cada árvore-amostra,<br />
a biomassa foi dividida em folha, galho vivo,<br />
galho morto, madeira, casca e raiz. Paralelamente<br />
à determinação de biomassa foi realizada uma<br />
cubagem rigorosa do fuste, segundo o método de<br />
Smalian. Para facilitar a pesagem e a obtenção das<br />
medidas de diâmetro, com e sem casca, o tronco<br />
foi seccionado nos pontos de cubagem (0,1; 0,3;<br />
1,3; 2,3; 3,3 m; e assim, sucessivamente, a intervalos<br />
de 1m, até o diâmetro mínimo de 3 cm (centímetros)<br />
- a partir do qual, foi considerado como galho<br />
vivo. Cada secção do tronco foi pesada com e sem<br />
casca para definir a biomassa de madeira e casca. A<br />
biomassa de raiz foi determinada após escavação<br />
68 www.REVISTABIOMAIS.com.br
do sistema radicular, manual e com retroescavadeira,<br />
até que se observassem raízes. Antes da<br />
pesagem as raízes foram lavadas para a retirada do<br />
solo aderido.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Apesar de grande variabilidade no espaçamento,<br />
de modo geral, os povoamentos são implantados<br />
sob excessiva densidade populacional, na<br />
sua maioria, em torno de 3 m2 (metros quadrados)<br />
por planta, mas que devido à taxa de mortalidade,<br />
apresentam redução no número de indivíduos algum<br />
tempo após o plantio. Apesar disso, os índices<br />
de produtividade, em termos de volume de madeira<br />
com casca, são elevados, evidenciando o grande<br />
potencial produtivo dos solos da região para a<br />
silvicultura. Os povoamentos estudados não receberam<br />
qualquer tipo de fertilização por ocasião do<br />
plantio, no entanto, em virtude da proximidade<br />
de cultivos agrícolas, notadamente o fumo, que<br />
recebe uma carga elevada de fertilizantes, pode ter<br />
A partição de biomassa<br />
sofre forte controle<br />
genético, entretanto,<br />
pode variar nas diferentes<br />
fases de crescimento<br />
das árvores, além da<br />
influência das condições<br />
de desenvolvimento,<br />
como a densidade de<br />
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ARTIGO<br />
havido algum aporte via escorrimento superficial.<br />
A partição de biomassa sofre forte controle genético,<br />
entretanto, pode variar nas diferentes fases<br />
de crescimento das árvores, além da influência das<br />
condições de desenvolvimento, como a densidade<br />
de plantio. Leite et al. (1997) estudando Eucalyptus<br />
grandis em Santa Barbara (MG) e Ladeira et al.<br />
(2001) na região de Três Marias (MG) em povoamentos<br />
de Eucalyptus camaldulensis, Eucalyptus<br />
pellita e Eucalyptus urophylla, constataram, sob<br />
diferentes espaçamentos de plantio, que a medida<br />
que a densidade de plantas aumenta a produção<br />
por unidade de área também aumenta, ao passo<br />
que a biomassa por planta diminui. Esses autores<br />
também verificaram que quanto menor o espaçamento<br />
entre plantas maior a alocação de biomassa<br />
no tronco e menor na copa. Além do espaçamento<br />
em si, o arranjo espacial das plantas na linha e na<br />
entrelinha de plantio pode influenciar a produção<br />
de biomassa, quando considerada a mesma<br />
densidade populacional, como ficou demonstrado<br />
por Assis et al. (1999) para Eucalyptus urophylla na<br />
região de cerrado de Minas Gerais.<br />
Em relação à idade dos povoamentos, Ladeira<br />
et al. (2001) observaram entre 15 e 84 meses<br />
pós-plantio que a biomassa relativa de madeira e<br />
casca do tronco aumentou em função da idade,<br />
enquanto o inverso aconteceu com galho e folha.<br />
A magnitude da exportação de nutrientes é diretamente<br />
proporcional à quantidade de biomassa<br />
e ao teor nutricional dos componentes envolvidos<br />
na colheita florestal. O teor de nutrientes varia em<br />
função de fatores como: espécie (capacidade de<br />
absorção, distribuição e utilização dos nutrientes);<br />
época do ano, componente da biomassa; solo<br />
(fertilidade); idade da floresta e condições de<br />
desenvolvimento (densidade de plantio, competição)<br />
(Binkley, 1986; Reis; Barros, 1990; Pallardy,<br />
70 www.REVISTABIOMAIS.com.br
2008). Uma forma de expressar conjuntamente os<br />
diversos fatores que condicionam a concentração<br />
de nutrientes no tecido vegetal é o CUB (Barros et<br />
al., 1986). O CUB representa quantas unidades de<br />
biomassa são formadas por unidade de nutriente,<br />
ou seja, quanto maior o valor, mais eficiente é a<br />
conversão dos nutrientes em biomassa. Em termos<br />
práticos, esse coeficiente deve ser o maior possível,<br />
com isso, será exportado menos nutriente por<br />
unidade de biomassa.<br />
CONCLUSÕES<br />
Os fundamentos da ciclagem de nutrientes<br />
devem ser aplicados ao manejo da biomassa para<br />
manter a fertilidade do solo e diminuir a necessidade<br />
de adubação. Nesse sentido, o sub-bosque e a<br />
serapilheira são importantes compartimentos para<br />
a manutenção dos nutrientes no sistema.<br />
A ciclagem interna de nutrientes aumenta a eficiência<br />
de utilização dos nutrientes (CUB) ao longo<br />
da idade do povoamento, reduzindo a exportação<br />
relativa de nutrientes pela colheita florestal. O<br />
aumento da biomassa relativa em função da idade<br />
contribui para um maior rendimento de madeira<br />
nos povoamentos após os 6 anos de idade.<br />
A restrição da exportação de biomassa somente<br />
à madeira do tronco, mantendo casca do tronco,<br />
raiz e os demais componentes da copa como<br />
resíduo sobre o solo, é a medida mais importante<br />
para a redução do impacto nutricional da colheita<br />
florestal.<br />
A observância à idade de colheita florestal e à<br />
intensidade de remoção da biomassa associadas<br />
ao manejo correto dos resíduos pós-colheita, são<br />
medidas efetivas à sustentabilidade nutricional de<br />
plantios de eucalipto.<br />
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Local: São Paulo (SP)<br />
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A TERMOBIO busca o diferencial em tecnologia, qualidade e parceria com<br />
seus clientes. Assim tendo como responsabilidade o desenvolvimento de<br />
projetos e fabricação de equipamentos os quais permitam a segurança do<br />
processo, viabilidade de investimento e alta eficácia, priorizando o<br />
atendimento ao cliente, visando garantir o melhor desempenho dos<br />
projetos e equipamentos de maneira ágil e sustentável.<br />
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OPINIÃO<br />
Foto: divulgação<br />
POR UM CANAL DIRETO<br />
ENTRE CIÊNCIA E<br />
SOCIEDADE<br />
A<br />
degradação da capacidade da visão científica<br />
influenciar processos decisórios na sociedade é um<br />
fenômeno global. Iniciado no final do Século XX,<br />
aprofundado pelo advento das redes sociais, ganha<br />
hoje contornos de colapso com a expectativa do casamento<br />
iminente entre sistemas de IA (inteligência artificial), buscadores<br />
de internet e canais de imagem. Localizar a melhor verdade<br />
no ambiente binário e polarizado das redes, já é um grande<br />
desafio. Este quadro, a cada semana, só vai piorar.<br />
O padrinho dos chatboxs, Geoffrey Hinton, é franco: a IA é<br />
uma ameaça existencial para a humanidade. A Era da Desinformação<br />
já começou. As melhores verdades, aquelas construídas<br />
por método, terão protagonismo no corpo social munidas<br />
apenas com a arma da divulgação científica?<br />
Difundir a evolução dos fatos científicos é essencial. Cerca<br />
de 5 mil jornalistas trabalham nessa missão para instituições<br />
do setor, voltados para a bolha do conhecimento. Ou seja, não<br />
navegam no oceano difuso, habitado por públicos de diversas<br />
capacidades cognitivas, imersos na guerra cultural. E, se<br />
apenas 8% dos brasileiros produzem e compreendem dados<br />
complexos, ali a lógica informacional nem explica, nem seduz.<br />
Como dialogar com leigos diante do avanço exponencial<br />
e diuturno da complexidade científica?<br />
Sabemos que o real papel da ciência não faz sentido crítico,<br />
urgente e estratégico no ambiente convencional do poder,<br />
em Brasília (DF), nem tampouco entre formadores da opinião<br />
pública. Assistimos há uma década, ano após ano, em governos<br />
distintos, a decomposição do orçamento público do setor.<br />
A comunidade científica global começa a discutir alternativas.<br />
Muitos ainda com a fé de que há de voltar o tempo<br />
em que a definição do orçamento era uma conversa de três<br />
cafezinhos. No exemplo da pesquisa agropecuária, o presidente<br />
da república e os ministros da Fazenda e da Agricultura. Esse<br />
mundo não existe mais.<br />
No hard power brasileiro não há espaço para questões<br />
estratégicas. O futuro chega aos soluços. Na Holanda, segundo<br />
maior exportador de alimentos em volume financeiro (mesmo<br />
sendo 176 vezes menor que o Brasil) nada é feito sem que o<br />
Estado, a iniciativa privada e a Universidade de Wageningen<br />
sentem à mesma mesa.<br />
Umberto Eco, professor titular de Comunicação da Universidade<br />
de Bolonha, antecipou esse quadro caótico com<br />
uma frase dita na semana de lançamento do twitter: seremos<br />
governados por uma legião de idiotas.<br />
No plano internacional, a trajetória do negacionismo<br />
quebrou paradigmas: a mentira passou a ter perna longa. A resiliência<br />
de narrativas contra a vacina atinge ainda 60 milhões<br />
de norte americanos. Os britânicos começam a ouvir o que os<br />
cientistas (cerca de dez mil) foram às ruas gritar no earth day,<br />
de 2017: o Brexit vai implodir pesquisas da maior relevância<br />
em curso com a UE (União Europeia). Boris Johnson perdeu seu<br />
assento no Parlamento. Cinco anos depois...<br />
Essa força teria pouco a ver com o conteúdo das mensagens<br />
e muito com dois sentimentos fundantes da guerra<br />
cultural: pertencimento e ressentimento. Estimular a revanche<br />
contra quem estudou dá clics, dá votos.<br />
Enquanto isto, a potência transformadora das soluções<br />
tecnológicas sustentáveis brasileiras não consegue lugar nas<br />
cenas interna e externa.<br />
Precisamos invadir essa praia. Inserir a iniciação científica e<br />
tecnológica no ensino básico; a disciplina comunicação em todas<br />
as graduações; usar o soft power para dialogar com quem<br />
vota, sem intermediários. Seria um bom começo.<br />
As Ciências produzidas nos trópicos formam, em seu<br />
conjunto, uma causa: contribuem em todas as agendas críticas<br />
do planeta. Senhoras e senhores pesquisadores, vamos ao<br />
twitter...<br />
Por Fernando Barros<br />
Diretor de Comunicação Estratégica do Instituto Fórum do Futuro<br />
Foto: divulgação<br />
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