Jornal 100PORCENTOAGRO - Ano I -Ed. 5 - Agosto, 2023
Chegamos à quinta edição do jornal 100PORCENTO-AGRO, produzida especialmente para circular durante a 10ª Fenacampo. A Feira de Agronegócios do Alto Paranaíba conta com mais de 100 expositores e apresenta as últimas tendências e soluções para o agronegócio, desde sementes, máquinas agrícolas, insumos e tecnologia para a produção agrícola. A meta é superar os excelentes números de 2022, quando mais de 6 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições durante a 9ª Fenacampo e foram realizados negócios que ultrapassaram os R$ 300 milhões. Para os interessados em gestão de riscos no agronegócio, a matéria de capa reúne informações contextualizadas sobre a importância do Seguro Rural. Além disso, a Associação Mineira dos Produtores de Alho (AMIPA) presta contas de suas ações em julho em sua coluna mensal, enquanto a Escola Cooperativa Terra Ideal aborda a cultura da excelência operacional na fazenda. Em artigo exclusivo, a consultora e CEO da Lisboa Consultoria, Juliana Lisboa, traça um paralelo entre agricultura irrigada e desenvolvimento sustentável. Esta edição também apresenta um artigo assinado pela comunicadora e advogada Pauliana Oliveira sobre ESG e Mercado de Carbono, um alerta sobre a fiscalização especial da Receita Federal sobre os produtores rurais — oportunidade para resolver pendências, além de uma reportagem especial sobre uma importante conquista dos cafeicultores do Cerrado Mineiro: um grupo da Expocaccer recebeu o selo de cafeicultura regenerativa. Aproveite as análises e matérias especiais que interessam de perto a toda a cadeia produtiva. E, durante a Fenacampo, estaremos preparando uma edição especial com o que aconteceu de mais importante na feira. O especial 100PORCENTOAGRO FENACAMPO 2023 irá circular em 10 de setembro. Enquanto aguarda a próxima edição, boa leitura!
Chegamos à quinta edição do jornal 100PORCENTO-AGRO, produzida especialmente para circular durante a 10ª Fenacampo.
A Feira de Agronegócios do Alto Paranaíba conta com mais de 100 expositores e apresenta as últimas tendências e soluções para o agronegócio, desde sementes, máquinas agrícolas, insumos e tecnologia para a produção agrícola. A meta é superar os excelentes números de 2022, quando mais de 6 mil pessoas passaram pelo Parque de Exposições durante a 9ª Fenacampo e foram realizados negócios que ultrapassaram os R$ 300 milhões.
Para os interessados em gestão de riscos no agronegócio, a matéria de capa reúne informações contextualizadas sobre a importância do Seguro Rural. Além disso, a Associação Mineira dos Produtores de Alho (AMIPA) presta contas de suas ações em julho em sua coluna mensal, enquanto a Escola Cooperativa Terra Ideal aborda a cultura da excelência operacional na fazenda. Em artigo exclusivo, a consultora e CEO da Lisboa Consultoria, Juliana Lisboa, traça um paralelo entre agricultura irrigada e desenvolvimento sustentável. Esta edição também apresenta um artigo assinado pela comunicadora e advogada Pauliana Oliveira sobre ESG e Mercado de Carbono, um alerta sobre a fiscalização especial da Receita Federal sobre os produtores rurais — oportunidade para resolver pendências, além de uma reportagem especial sobre uma importante conquista dos cafeicultores do Cerrado Mineiro: um grupo da Expocaccer recebeu o selo de cafeicultura regenerativa.
Aproveite as análises e matérias especiais que interessam de perto a toda a cadeia produtiva. E, durante a Fenacampo, estaremos preparando uma edição especial com o que aconteceu de mais importante na feira. O especial 100PORCENTOAGRO FENACAMPO 2023 irá circular em 10 de setembro.
Enquanto aguarda a próxima edição, boa leitura!
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Ano I — Edição n. 5 — Alto Paranaíba, Alto São Francisco e Triângulo Mineiro (MG), — agosto, 2023
MATÉRIA DE CAPA
Foto: David Taljat/Pexels
Em cenário de desafios para o
agronegócio, seguro rural é aliado
Pecuaristas se
unem contra
importação de
leite
Centenas de produtores de leite e
líderes de entidades representativas
se reuniram em Brasília para
discutir a crescente importação de
lácteos, especialmente da Argentina
e do Uruguai. A busca por leite
no mercado internacional é uma
concorrência desleal, ameaçando
pecuaristas e postos de trabalho,
diante dos aumentos nos custos
de produção enfrentados pelos
brasileiros.
Makoto Sekita, da Sekita Agronegócios
(São Gotardo e Rio
Paranaíba), considera urgen-te
uma tomada de posição do Governo
Brasileiro. É necessário que
o governo adote medidas para
proteger a indústria leiteira nacional
e garantir a sustentabilidade do
setor. Página 3
Especialista
analisa agricultura
irrigada e
sustentabilidade
Agricultura irrigada é a chave
para um futuro mais sustentável e
produtivo. A análise é da especialista
Juliana Lisboa, em artigo exclusivo.
Com a constante evolução da
tecnologia, é fundamental investir
em treinamento e educação dos
agricultores para enfrentar os desafios
de maneira eficaz. A garantia
de alimentos de alta qualidade para
uma população em crescimento
depende do papel central da
agricultura irrigada
Como defensora da prática, Juliana
se compromete a contribuir
para sua melhoria contínua,
impul-sionando um futuro mais
resiliente e produtivo. A inovação
tecnológica é crucial para aprimorar
a agricultura irrigada e torná-la
ainda mais eficiente. Página 9
Gestão de riscos no agronegócio
brasileiro é um tema cada
vez mais relevante, pois as atividades
agrícolas estão sujeitas
a diferentes situações adversas,
como variações climáticas, pragas
e doenças. Nesse contexto,
o seguro rural se mostrado uma
ferramenta importante para os
produtores rurais, oferecendo
proteção financeira em caso de
perdas decorrentes de eventos
adversos.
De acordo com Luíza Pereira,
supervisora de produtos do
Sicoob Credisg, a Cooperativa
de Crédito de São Gotardo,
que integra o Sistema de Cooperativas
Financeiras do
Brasil, o seguro rural é uma
opção a ser considerada pelos
produtores. Em entrevista exclusiva,
Luíza diz que, no entanto,
ainda há desafios a serem
superados para sua ampliação e
popularização. Um desses desafios
é a falta de informação e
conscientização por parte dos
produtores, que muitas vezes
desconhecem os benefícios do
seguro rural e seus diferentes
tipos de cobertura.
Para os produtores compre-enderem
melhor as vantagens
do seguro rural e como
ele pode ajudá-los a proteger
suas atividades, é necessário investir
em campanhas de conscientização
e em programas
educativos. Dessa forma, será
possível ampliar o acesso ao
seguro rural e garantir que os
produtores rurais estejam mais
preparados para enfrentar os
desafios do agronegócio brasileiro.
Páginas 6 e 7
EDITORIAL
Eis a nossa 5ª edição!
ALHO BRASILEIRO
Julho tem balanço positivo
Chegamos à quinta edição do jornal 100PORCENTO-
AGRO, produzida especialmente para circular durante a 10ª
Fenacampo.
A Feira de Agronegócios do Alto Paranaíba conta com mais
de 100 expositores e apresenta as últimas tendências e soluções
para o agronegócio, desde sementes, máquinas agrícolas, insumos
e tecnologia para a produção agrícola. A meta é superar
os excelentes números de 2022, quando mais de 6 mil pessoas
passaram pelo Parque de Exposições durante a 9ª Fenacampo
e foram realizados negócios que ultrapassaram os R$ 300 milhões.
Para os interessados em gestão de riscos no agronegócio, a
matéria de capa reúne informações contextualizadas sobre a importância
do Seguro Rural. Além disso,
(...) durante a
Fenacampo,
estaremos
preparando uma
edição especial
com o que
aconteceu de
mais importante
na feira
EXPEDIENTE
a Associação Mineira dos Produtores
de Alho (AMIPA) presta contas de suas
ações em julho em sua coluna mensal,
enquanto a Escola Cooperativa Terra
Ideal aborda a cultura da excelência
operacional na fazenda. Em artigo exclusivo,
a consultora e CEO da Lisboa
Consultoria, Juliana Lisboa, traça um
paralelo entre agricultura irrigada e desenvolvimento
sustentável. Esta edição
também apresenta um artigo assinado
pela comunicadora e advogada Pauliana
Oliveira sobre ESG e Mercado de Carbono, um alerta sobre a
fiscalização especial da Receita dos produtores rurais — oportunidade
para resolver pendências, além de uma reportagem
especial sobre uma importante conquista dos cafeicultores do
Cerrado Mineiro: um grupo da Expocaccer recebeu o selo de
cafeicultura regenerativa.
Aproveite as análises e matérias especiais que interessam de
perto a toda a cadeia produtiva. E, durante a Fenacampo, estaremos
preparando uma edição especial com o que aconteceu de
mais importante na feira. O especial 100PORCENTOAGRO
FENACAMPO 2023 irá circular em 10 de setembro.
Enquanto aguarda a próxima edição, boa leitura!
MÍRIAN DELGADO, DIRETORA
TÉCNICA DA AMIPA
Julho foi mais um mês agitado na
agenda de atividade da AMIPA.
No dia 4, abrindo nosso calendário
de ações do segundo semestre,
aconteceu na Região de São Gotardo
o Treinamento em Manejo Integrado
de Plantas Daninhas na Cultura do
Alho, ministrado pelo Dr. Marcelo
Rodrigues dos Reis (Diretor Técnico
do IPACER: Instituto de Pesquisa
Agrícola do Cerrado). O treinamento
foi dividido em teoria e prática,
finalizando com uma visita na sede
do IPACER, onde os participantes
tiveram a oportunidade de acompanhar
experimentos voltados para a
cultura do alho em campo. A ação foi
realizada em parceria com o Sebrae
e Ipacer.
No dia seguinte, recebemos na
Região de São Gotardo, a equipe da
empresa Eastman (Bunema), juntamente
com um de seus representantes
globais. O foco da visita juntamente
com um de nossos associados
foi compreender melhor a utilização
do Bunema e eleger possíveis processos
de melhoria para otimizar a aplicação
e resultados do produto.
Ainda na mesma semana, no dia 6,
participamos do “Ipacer no Campo-
Alho”, evento realizado na sede do
Instituto com participantes de diversas
regiões produtoras. Foram apresentadas
informações relevantes do setor.
Já no dia 10, a AMIPA em parceria
com a Ubyfol e Alvo Consultoria, realizou
em Santa Juliana, o Trei-namento
em Tecnologia de Aplicação, ministrado
pelo Dr. Cícero Antônio Mariano
dos Santos. A programação foi dividida
em teórica e prática, sendo esta
última realizada na propriedade de um
dos nossos associados da região.
Nos dias 12, 13 e 14, visitamos
a Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (ESALQ/USP) em
Piracicaba-SP, em ação organizada
pela ANAPA. O objetivo foi acompanhar
o Projeto selecionado por
produtores no Edital de Pesquisa da
ANAPA em 2022, “Desenvolvimento
de novas cultivares por meio de
Mutagênese”. O projeto é coordenado
pelo Dr. Fernando Piotto e sua
equipe. Durante a visita, os participantes
tiveram a oportunidade de presenciar
no campo o desenvolvimento
das plantas que foram submetidas a
diferentes doses de radiação. Essa etapa
do projeto visa analisar os efeitos
da mutagênese nas plantas e identificar
possíveis características desejáveis
para o desenvolvimento de novas cultivares.
Embora seja apenas o primeiro
ano da pesquisa, espera-se que ao
longo do segundo semestre sejam obtidos
resultados iniciais significativos,
que proporcionarão embasamento
para a tomada de decisões futuras no
desenvolvimento do projeto.
Também contamos com mais um
Giro Técnico do Alho da Região de
São Gotardo, no dia 18, quando visitamos
as áreas de produção de três associados.
Houve, ainda, uma palestra
técnica ministrada pelo professor da
Universidade Federal de Viçosa (UFV-
CRP), Dr. Willian Macedo, especialista
em fisiologia vegetal, sobre “Aspectos
fisiológicos do cultivo de Alho”.
Por fim, nossos parabéns ao
Sindicato dos Produtores Rurais de
São Gotardo e a todos os envolvidos,
pela belíssima e organizada 25a Festa
Nacional da Cenoura (FENACEN),
ocorrida entre os dias 19 e 23.
A AMIPA agradece pela participação,
apoio e parcerias que promovem
cada vez mais o desenvolvimento do
Alho Brasileiro!
Jornal 100PORCENTOAGRO: Ano I - Edição n. 5 - Ago, 2023. Uma publicação da RAF Comunicação no Agronegócio: Rua Leônidas
Bueno da Silva, 240, Mansões do Lago, CEP 38800-000, São Gotardo/MG. 100porcentoagro.com.br. contato@100porcentoagro.
com.br. Telefones/WhatsApp: Redação, (34) 99915 5446 — Comercial, (34) 9 8808 9898
DIRETORES: Marcelo Gonçalves (Comercial), Fabiana A. P. Souza (Financeira) e Rodolfo de Souza (Conteúdos). CONSELHO
EDITORIAL: Makoto Sekita (Irrigantes), Hugo Shimada (Hortifruti), Juliana Lisboa (Políticas Estaduais e Nacionais para o
Agronegócio), Rhenys Silva Cambraia (Prefeito de Presidente Olegário/Amapar-Cispar - Políticas Regionais para o Agronegócio e
Saúde no Campo), Dener Henrique de Castro (Defesa Sanitária e Agroindústria), Flávio Márcio da Silva e Miriam Delgado (Cadeia
Produtiva do Alho), Rodolfo Molinari (Sindicatos Rurais, FAEMG e Sistema CNA), Renato Ruas (Ciências Agrárias) e Sabrina Miyazaki
(Negócios no Agro).
Entidades parceiras: Escola Cooperativa Terra Ideal e Associação Mineira dos Produtores de Alho (AMIPA)
Produção gráfica: RAF Comunicação no Agro - @agencia.rafcomunica
2 100PORCENTOAGRO / agosto, 2023
PECUÁRIA
Pecuaristas e lideranças se unem contra
importação de leite e derivados
Centenas de produtores de
leite e líderes de entidades representativas
se reuniram em
Brasília para discutir a crescente
importação de lácteos, especialmente
da Argentina e do
Uruguai. Com os aumentos nos
custos de produção enfrentados
pelos brasileiros, a busca por leite
no mercado internacional tem
proporcionado uma concorrência
desleal, ameaçando pecuaristas
e postos de trabalho.
Em 2023, somente no primeiro
semestre, o país já comprou 1,23
milhão de litros de leite, indicando
a possibilidade de quebrar o recorde
de importações de lácteos. A
iniciativa foi organizada pela Frente
Parlamentar em Apoio ao Produtor
de Leite (FPPL), com apoio da
Federação da Agricultura do Estado
do Paraná (FAEP), Confederação
da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA), Associação Brasileira dos
Produtores de Leite (Abraleite) e
Organização das Cooperativas do
Brasil (OCB), dentre outras entidades.
Para a presidente da Frente,
Ana Paula Leão, a valorização
da cadeia do leite passa necessariamente
pela defesa comercial,
porque existe concorrência desleal.
“Enfrentamos a pior crise
da pecuária nacional de leite. A
importação predatória do produto,
notadamente da Argentina
e do Uruguai, principal causa da
dramática situação da pecuária
leiteira nacional, cresceu muito
nos últimos meses. É preciso medidas
para mitigar essa situação e
proteger os produtores brasileiros”,
afirma.
Atividade está deixando de ser
atrativa
Makoto Sekita, maior produtor de leite de Minas Gerais, defende posição rigorosa do governo
brasileiro e criação de cotas de importação (Foto: PB Marketing)
O mercado de leite no Brasil
vem passando por mudanças
significativas desde 2021, com
a saída de vários produtores da
atividade e redução do rebanho
em diversos estados do país. Em
2022, os altos preços intensificaram-se
com a entrada da entressafra,
comprometendo o consumo
do produto pela população.
Diversos fatores influenciaram
diretamente os preços praticados,
como a redução da produção
nacional, a alta dos preços
dos principais itens da alimentação
do gado, o fenômeno La
Niña, a mudança crescente de
parte do sistema produtivo do
gado para confinamento, chuvas
fortes na região Sudeste, a inflação,
o aumento dos preços dos
combustíveis e a ascensão da cotação
do dólar.
A redução da produção de
leite formal em 2022 levou à ne-
-cessidade do aumento nas importações,
que subiram 26,3%,
representando 10% do total
consumido internamente, o que
é preocupante. A concentração
da produção é um fator que vem
crescendo, com 2% dos estabelecimentos
produzindo 30% do
leite do país. Isso pode trazer
instabilidade nos preços para o
consumidor, com possibilidade
de criação de cartéis que passem
a controlar o mercado, com redução
da concorrência e a prática
de preços mais elevados.
A necessidade de políticas públicas
para os médios e pequenos
produtores é fundamental
para garantir sua participação
na produção e evitar problemas
sociais. Quanto à questão climática,
a entrada do El Niño pode
ser um fator preocupante.
A implantação de tecnologias
digitais é uma oportunidade para
alcançar maior produtividade e
eficiência na produção de leite,
mas são necessários investimentos
e políticas públicas efetivas
para atender os pequenos produtores.
A expectativa é que a
melhora da economia brasileira
atue positivamente sobre o mercado
de leite, com a retomada do
consumo de produtos básicos,
diminuição dos custos de produção,
retomada dos estoques
reguladores e queda das cotações
do dólar. Espera-se que a
região Sul do Brasil retome sua
produção, influenciando positi-
-vamente a disponibilidade do
leite e interrompendo o ciclo de
importações de lácteos dos vizinhos
do Mercosul.
Opinião do 4º maior produtor do
Brasil e maior de Minas Gerais
Makoto Sekita, da Sekita Agronegócios
(São Gotardo e Rio
Paranaíba), considera urgente uma
tomada de posição do Governo
Brasileiro. A Sekita é a maior produtora
mineira de leite e quarta
maior produtora do Brasil, com
75.327 litros/dia em 2022 — o
primeiro colocado do ranking é
a Fazenda Colorado (Araras/SP),
seguida da Melkstad Agropecuária
(Carambeí/PR) e Orostrato Olavo
Silva Barbosa (Tapiratiba/SP).
Para Makoto, a importação de
leite argentino e uruguaio realmente
prejudica o produtor brasileiro.
“Se o Governo não tomar
uma providência, vai matar a galinha
dos ovos de ouro”. Muitos
produtores vão desistir, se não
houver uma mudança de rumos.
A continuar como está, o quadro
pode piorar porque argentinos e
uruguaios não têm como suprir
a demanda brasileira.
Na avaliação de Makoto, se
os pequenos e médios deixarem
a atividade, no futuro próximo
poderá haver uma alta significativa
dos preços no mercado
nacional porque vai faltar leite.
“O Governo tem que criar cotas
para a importação de leite porque,
do contrário, a situação vai
se complicar”, conclui.
100PORCENTOAGRO / agosto, 2023 3
AQUI TEM GERÊNCIA
Seguindo o caminho para construir uma cultura de
excelência operacional dentro da fazenda
HENRIQUE MARQUES
E FELIPE ZUMKELLER,
ESCOLA COOPERATIVA
TERRA IDEAL
Os resultados produtivos e financeiros
da fazenda dependem das
condições do ambiente, das máquinas,
das entradas/insumos, dos processos,
das pessoas e do fluxo das
operações, que estão sob nosso controle
e que são necessárias para que
as plantas se desenvolvam e produzam
o máximo possível, ao menor
custo, sejam feitas do jeito certo na
hora certa. No último artigo da nossa
coluna discutimos sobre os componentes
1. ambiente, 2. máquinas e
3. entradas e a partir de agora vamos
nos aprofundar nos demais:
4. Processos: é a sequência e o
como todas as atividades são executadas
dentro da fazenda. Para que a
fazenda tenha bons produtos é necessário
bons processos, por isso o
segredo é determinar qual a melhor
maneira de se fazer cada coisa e garantir
que sejam feitas sempre na
hora certa por todas as pessoas responsáveis
por ela. Isso chamamos de
padronização. No entanto, temos que
criar uma cultura de que tudo pode
melhorar, assim esse padrão se torna
a melhor maneira de se fazer as coisas
até hoje, o que deve mudar a cada
maneira nova encontrada e ensinada
a todas as pessoas. Compreender que
todas as operações são processos que
devem ser mapeados e melhorados é
o primeiro passo.
5. Pessoas: para que o negócio
tenha bons produtos é necessário
bons processos e quem faz isso
tudo acontecer são as pessoas.
Logo, como as pessoas estão executando
cada atividade é a chave para
o sucesso do negócio. Ninguém
nasceu sabendo executar uma tarefa
como por exemplo fazer um
bom plantio, também ninguém nasceu
sabendo resolver problemas ou
ainda melhorar as coisas de maneira
cotidiana, trabalhando em equipe.
Assim, o papel do gestor deve ser
de professor. Ele deve ter como
foco desenvolver as pessoas todos
os dias para que todos sejam os melhores
no que fazem, saibam como
resolver seus problemas, busquem
melhorar todos os dias e trabalhando
em conjunto.
Fluxo: o último componente é
o cerne das operações na fazenda
porque é o fluxo do trabalho que
determina o valor que vamos entregar
ao cliente. Para gerir o fluxo
o gestor deve organizar primeiro o
ritmo de trabalho para atender as
necessidades do cliente e das plantas
dentro do seu ciclo fenológico.
Por exemplo, se eu tenho um planejamento
de plantio de 100 ha/
mês para atender a demanda de
mercado de uma determinada cultura,
dentro de um mês chuvoso em
que eu tenho apenas 10 dias agronomicamente
secos, eu preciso ter
um ritmo de plantio de 10 ha por
dia. Entretanto, há muitos fatores
que atrapalham o fluxo de trabalho
e ao acompanhar o plantio o gestor
percebe que das 8
horas do dia a máquina
está operando
efetivamente apenas
4 horas, o restante
do tempo está em
deslocamento, manutenção
ou por
outros motivos. Isso
significa que o ritmo
de operação deve
ser 2,5ha/hora, para
atender a demanda
de 100ha/mês.
O gestor deve,
no entanto, entender
que trabalhar com
qualidade e entregar
mais não significa
fazer mais rápido e
sim de forma mais
inteligente, eliminando
os motivos
pelos quais a máquina está parada 4
horas por dia, organizando as rotas
de deslocamento e manobra, rotinas
de abastecimento, manutenção
e alinhamento com a equipe, garantido
o fluxo do trabalho.
Ao longo dos últimos artigos
explicamos cada componente que
faz parte do sistema gerencial da
fazenda e nos próximos continuaremos
aprofundado nas ferramentas
gerenciais que podem ajudar os
leitores de desenvolverem sistemas
que influenciem todas as pessoas a
fazer o que precisa ser feito do jeito
certo e na hora certa, para que a
fazenda tenha como consequência
melhores resultados.
Para ficar na cabeça:
“Melhores pessoas
criam melhores
processos e
consequentemente
melhores produtos
e isso resulta e um
melhor desempenho.”
Michael e Freddy
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4 100PORCENTOAGRO / agosto, 2023
No coração da inovação
agrícola está a prática da
Agriculra
Irriga
Enquanto os desafios
climáticos se tornam
cada vez mais evidentes,
a agricultura irrigada se
destaca como uma
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100PORCENTOAGRO / agosto, 2023 5
MATÉRIA DE CAPA
Foto: David Taljat/Pexels
SEGURO RURAL É ALIADO EM CENÁRIO
DESAFIADOR PARA O AGRONEGÓCIO
Ferramenta importante para
auxiliar o produtor em casos
de problemas meteorológicos
e outros imprevistos que
possam afetar sua produção,
o seguro rural tem papel
estratégico na gestão de
riscos de uma propriedade
6 100PORCENTOAGRO / agosto, 2023
-guro rural, ainda há desafios a serem
superados para sua ampliação
e popularização. Um dos desafios
é a falta de informação e conscientização
por parte dos produtores,
que muitas vezes desconhecem os
benefícios do seguro rural e seus
diferentes tipos de cobertura. É
preciso investir em conscientização
e em programas educativos para os
produtores compreenderem melhor
as vantagens do seguro rural e
como ele pode ajudá-los a proteger
suas atividades.
Outro desafio é a necessidade
de ampliação da oferta de produtos
e coberturas. Atualmente, a
oferta de seguros rurais ainda é
limitada em relação às necessidades
dos produtores, o que acaba
limitando o alcance do seguro
rural como ferramenta de gestão
de riscos.
É preciso investir em novos
produtos e coberturas que atendam
às necessidades específicas
dos diferentes segmentos do
agronegócio brasileiro.
Por que é importante?
Nos últimos anos, a formação
A gestão de riscos no agronegócio
brasileiro é um tema cada
vez mais relevante, tendo em vista
a grande quantidade de situações
adversas a que as atividades agrícolas
estão sujeitas, como variações
climáticas, pragas e doenças,
dentre outras. É um cenário no
qual o seguro rural tem se mostrado
uma ferramenta importante
para os produtores rurais,
oferecendo proteção financeira
em caso de perdas decorrentes
de eventos imprevistos. A análise
é de Luíza Pereira, supervisora
de produtos do Sicoob Credisg,
a Cooperativa de Crédito de São
Gotardo, que integra o Sistema
de Cooperativas Financeiras do
Brasil. Em entrevista exclusiva,
Luíza analisou o cenário regional.
Apesar da importância do sedos
preços agropecuários teve sua
dimensão internacional ampliada,
agregando componentes de oferta
e demanda progressivamente mais
globais do que regionais ou nacionais.
Além disso, a rapidez com
que os canais de transmissão irradiam
os preços entre os componentes
das cadeias produtivas faz
com que o risco de preços impacte
imediatamente o agronegócio.
Diante desse cenário, a gestão
de riscos do agronegócio passou a
ter um papel importante na vida
das empresas desse setor da economia.
Por essa razão, o conhecimento
dos mercados de derivativos
ganhou importância na formação
dos profissionais que atuam nesse
mercado.
O livro “Gestão de Riscos no
Agronegócio”, escrito por Félix
Schouchana, Hsia Hua Sheng e
Carlos Alberto Decotelli e publicado
pela Editora FGV, traz
uma análise aprofundada sobre
a importância da gestão de risco
no agronegócio e como os mercados
de derivativos podem ser
utilizados como ferramenta para
minimizar esses riscos.
Os autores destacam que a
gestão de risco é fundamental
para garantir a estabilidade financeira
das empresas do agronegócio,
uma vez que fatores
externos como variações climáticas,
flutuações cambiais e
crises econômicas podem afetar
significativamente os preços dos
produtos agropecuários.
Nesse contexto, os mercados
de derivativos permitem que as
empresas se protejam contra
essas oscilações de preços, por
meio da negociação de contratos
futuros e opções.
Quando se fala em gestão de
riscos é fundamental entender
que não se trata apenas de uma
ferramenta financeira, mas, sim,
de uma estratégia empresarial
que envolve diversos aspectos
da gestão, como planejamento
estratégico, análise de mercado e
tomada de decisões. Por isso, é
fundamental que os profissionais
do agronegócio estejam preparados
para lidar com os desafios
do mercado globalizado e utilizem
as ferramentas disponíveis
para garantir a sustentabilidade
financeira de suas empresas.
Seguro é investimento em tranquilidade, diz
supervisora de produtos do Sicoob
A supervisora de produtos
do Sicoob Credisg, Luiza Pereira
(foto), afirma que o seguro é a
melhor forma de proteger os bens
de uma pessoa, da empresa e de
uma propriedade rural. Ela destaca
que um produtor que investe
na lavoura e perde sua produção
por conta de um imprevisto terá
melhores condições de superar
as perdas se puder contar com
um bom seguro. Luiza trabalha
com seguros há 13 anos e possui
certificação da Superintendência
de Seguros Privados (Susep), é
corretora formada e atua como
consultora do Sicoob Credisg.
A consultora lembra o caso
de um produtor atendido por ela
que acionou o seguro três vezes
durante um ano. “Primeiro, no
início do ano, por excesso de
temperatura, os frutos do café
amadureceram antes da hora.
Acionamos o sinistro. Pouco
tempo depois, choveu demais,
atrapalhou a colheita e comprometeu
a qualidade. Pra completar,
veio uma geada e acabou
com restante da lavoura”, conta.
Luíza explica que, quando se
trata de um seguro de produtividade,
como foi o caso deste
cafeicultor, o acionamento ocorre
na época do sinistro, porém,
apenas no final, na época da
colheita, o vistoriador avalia os
danos para liberar a cobertura.
O cafeicultor citado por Luíza
obteve cobertura completa.
Na avaliação de Luiza Pereira,
o seguro é um investimento em
tranquilidade. “A gente faz pra
não usar, mas, quando precisa, a
gente quer ser atendido”. Além
do café, os seguros ofertados
pelo Sicoob Credisg abrangem
praticamente todas as culturas
presentes no Alto Paranaíba.
Embora a maioria dos produtores
da área de cobertura da
Cooperativa ainda considerem o
seguro um custo desnecessário, a
instituição tem investido em conscientização.
“E aí, quando acontece
o sinistro, batem o desespero e
o arrependimento”, afirma Luíza,
defendendo uma mudança de cultura.
As coberturas abrangem todos
os danos da natureza em todas as
condições climáticas, mas o produtor
deve ficar atento e sempre consultar
o corretor de sua confiança
para encontrar a melhor solução
porque as seguradoras trabalham
com sazonalidades de coberturas.
“Investir em um seguro é garantir
a proteção do seu patrimônio
e ter tranquilidade em momentos
difíceis”, conlui a corretora.
As soluções do Sicoob
O Seguro Rural do Sicoob reúne
soluções sob medida para os
produtores rurais.
Com uma ampla gama de coberturas,
é uma ferramenta que
abrange desde a propriedade, equipamentos
e animais até a produção
agrícola. As coberturas são flexíveis
e de fácil contratação, permitindo
que se trabalhe com tranquilidade
faça chuva ou faça sol.
Seja um pequeno ou grande
produtor rural, o Sicoob Credisg
tem opções adequadas a cada porte.
Entre as modalidades disponíveis,
destacam-se o Multirrisco, que
permite segurar toda a propriedade
do associado em um único seguro,
e os seguros agrícolas para diversas
culturas, que oferecem cobertura
para condições climáticas adversas
como chuva excessiva, altas incomuns
de temperaturas, ventos fortes,
granizo e geada.
Além disso, o Sicoob Credisg
oferece seguros para equipamentos
e implementos agrícolas
e não agrícolas, benfeitorias, de
vida para funcionários e associados,
automóveis, motocicletas e
caminhões, além de animais registrados
e de elite.
Ao escolher o Seguro Rural
do Sicoob, o produtor passa a
contar com diversos benefícios,
como menores taxas, atendimento
personalizado, rapidez
nas soluções e proteção para os
principais cultivos, maquinário
agrícola e rebanho. Além disso,
estará protegido contra intempéries
climáticas e incêndio, bem
como despesas de remoção de
escombros.
São sete tipos de seguro disponíveis
na instituição: o Cafezal
(para produtores e cooperativas,
com coberturas diferenciadas), o
Canavial (garante o pagamento
do custeio da lavoura contra o
risco de incêndio na entressafra),
o Colheita Garantida (cobre perdas
por fenômenos naturais), o
Floresta (pagamento de custeio
ou valor comercial para perdas
em florestas, ocasionadas por
incêndio, raio ou ventos fortes),
o Granizo (cobre o risco para
diversas culturas), o Multirrisco
(contra incêndio, roubo, danos
elétricos e acidentes externos)
e o Pecuário (morte de bovinos
por doenças não epidêmicas,
além de outros riscos como incêndio
e envenenamento).
Entrevista completa em
nosso canal no YouTube
“Não tem tamanho
para ser atendido.
Seu eu tenho
um bem, mesmo
pequeno, ele é
meu. Eu lutei para
conquistar, e preciso
segurar aquele bem,
porque, pra repor,
vai ser muito difícil”
Luíza Pereira
100PORCENTOAGRO / agosto, 2023 7
ANÁLISE
Um convite à reflexão crítica e sistêmica a partir do
painel “ESG e Mercado de Carbono”, na FENAMINAS
PAULIANE OLIVEIRA
A experiência enriquecedora
no evento da FENAMINAS – 1ª
Feira de Negócios e Tecnologia
do Cerrado Mineiro, ocorrido
em Julho, em Patos de Minas, especificamente
no Painel ESG e
Mercado de Carbono, iluminou
um caminho intrigante em direção
ao futuro sustentável do agronegócio.
Nesse evento conduzido
com maestria por Douglas Alves
Andrade da Silva, conhecido
pelo seu envolvimento no Roots
Podcast, reuniu-se um grupo de
notáveis profissionais, do qual
tive a honra em compor, enquanto
sócia cofundadora do SantOliveira
Advogados e Comunicadora aqui
no 100PORCENTOAGRO, bem
como Isadora Caixeta, sócia cofundadora
da Campo Capital,
Alessandro Rodrigues, Coordenador
de Projetos na Imaflora, e Régis
Damásio, Diretor Superintendente
na MontCCer.
Promovido pela FENAMINAS
e pelo Colmeia Hub de Negócios,
este painel veio à tona como uma
plataforma vital para explorar a
nascente paisagem do mercado
de carbono, especialmente na região
do Alto Paranaíba. Em um
mundo onde o desafio é abraçar a
mudança, a discussão desse evento
ganhou vida através da colabora-
ção entre diferentes
mentes e expertises,
cada uma oferecendo
uma perspectiva
única.
O mercado de carbono,
como destacado
no evento, ainda está
na fase dos primeiros
passos. A troca de ide-
-ias se apresenta como
uma ferramenta crucial
para desvendar as
complexidades desse
mercado em desenvolvimento.
A ausência
de uma verdade absoluta
é um convite para
nos envolvermos de
maneira crítica com
as informações e explorar
um mosaico
de possibilidades e,
claro, sem esquecer
de que teremos que
transpor alguns desafios
para tanto.
Uma das conclusões
que se chega ao pensar sobre
o tema diz respeito à necessidade
de uma abordagem sistêmica.
Isso não pode ser ignorado. Cada
elemento no contexto do agronegócio
contribui para a sustentabilidade
como um todo. A interseção
entre ESG e mercado de carbono
não deve ser vista isoladamente,
mas como parte de um ecossistema
interdependente.
A singularidade deste painel
também reside na sua chamada
à ação. Convida-nos não apenas
a sermos observadores, mas sim
protagonistas ativos no enredo do
agronegócio sustentável. Essa jornada
requer um olhar crítico, uma
mente aberta, uma disposição para
abraçar a complexidade e trabalhar
lado a lado com ela durante o trajeto.
Ao recordar minha participação
no Painel ESG e Mercado
“A ausência de
uma verdade
absoluta é um
convite para nos
envolvermos
de maneira
crítica com as
informações
e explorar um
mosaico de
possibilidades.”
de Carbono, fica claro que
esse encontro desafiou minha
perspectiva e me inspirou. A
abordagem unificada entre
os painelistas, a iniciativa da
FENAMINAS e do Colmeia
Hub de Negócios proporcionou
uma experiência que transcendeu
o evento por nos possibilitar
a pensar criticamente sobre
os desafios e oportunidades que se
apresentam. O mercado de carbono
pode estar em seus primeiros
passos, mas com uma mentalidade
crítica, uma abordagem sistêmica e
ação comprometida, podemos ser
pioneiros em um agronegócio cada
vez mais sustentável.
Esta é a hora. Este é o momento.
8 100PORCENTOAGRO / agosto, 2023
IRRIGAÇÃO
Agricultura Irrigada: Desenvolvendo
um Futuro Sustentável
JULIANA LISBOA,
ESPECIALISTA EM
AGRICULTURA IRRIGADA
E CEO DA LISBOA
CONSULTORIA
O cenário da agricultura está
em constante evolução e, sem cerne
dessa transformação, encontra-se a
prática fundamental da agricultura
irrigada. Com um profundo entendimento
da importância desse método,
compartilho meu conhecimento
sobre como uma agricultura irrigada
molda um futuro mais sustentável.
Maximizando Recursos Hídricos
para Alimentar o Mundo
A agricultura irrigada é a arte de
fornecer água às plantas de maneira
controlada e precisa, utilizando
sistemas de controle. Essa técnica
revolucionária é uma resposta aos
desafios globais de disponibilidade
hídrica e variações climáticas.
Ela possibilita cultivar terras que,
de outra forma, seriam áridas e
improdutivas, permitindo-nos desfrutar
do nosso recurso mais precioso:
a água.
Benefícios Amplos e Profundos
Os benefícios da agricultura irrigada
são vastos e impactantes. A capacidade
de aumentar a produtividade
agrícola é uma conquista notável.
Com colheitas populares
e rendimentos altos, os
agricultores podem garantir
uma oferta constante
de alimentos num mundo
com procura crescente. A
diversificação de culturas
também é aprimorada
pela irrigação, causada em
maior segurança alimentar
e econômica.
Resistência em um
Mundo de Mudanças
Em um cenário de
mudanças climáticas, a
agricultura irrigada destaca-se
como âncora de
resiliência. Flutuações
climáticas, que uma vez
ameaçaram a produção
agrícola, agora podem
ser enfrentadas com
mais confiança. A agricultura
irrigada oferece
uma resposta proativa,
permitindo que os agricultores
se ajustem e
otimizem as condições para as suas
colheitas, independentemente das
condições climáticas.
Tecnologia: O Catalisador da
Inovação
A tecnologia na agricultura irrigada
é monumental. Sistemas
de monitoramento remoto, em
conjunto com sensores avançados
de umidade do solo, capacitam os
agricultores com dados precisos
para decisões controladas. Além
disso, o uso estratégico de drones
e imagens de satélite revoluciona a
forma como identificamos áreas de
instabilidade, flexibilidade, desperdício
e ineficiência.
Irrigação de Precisão:
Sustentabilidade na Prática
Uma inovação promissora é a
segurança de decisão, que aplica água
diretamente nas raízes
das plantas, otimizando a
absorção e minimizando
o desperdício. Essa abordagem
economiza água e
contribui para a redução
do uso de produtos químicos,
tornando a agricultura
mais sustentável e amigável
ao meio ambiente.
Visão para o Futuro
O futuro da agricultura
irrigada é promissor,
mas não é um desafio.
Enquanto enfrentamos
uma demanda crescente
por alimentos, também
preservamos nossos recursos
hídricos finitos e
minimizamos nosso impacto
ambiental. Investir
em treinamento e educação
dos agricultores, bem
como continuar a inovação
tecnológica, será fundamental
para enfrentar
esses desafios de maneira
eficaz. Nesse cenário, vislumbra-se
um mundo onde a agricultura irrigada
desempenha um papel central
na garantia de alimentos de alta qualidade
para uma população em crescimento.
Como defensora dessa prática,
estou comprometido em contribuir
para a melhoria contínua da agricultura
irrigada, impulsionando um
futuro mais sustentável, resiliente e
produtivo.
DO BLOQUINHO DE
NOTAS AO LIVRO
CONTANDO A HISTÓRIA
DE SUA EMPRESA
agencia.rafcomunica
100PORCENTOAGRO / agosto, 2023 9
CONHECIMENTO
Entidade promove Congreso Brasileiro
de Abacate e Avocado
Conectar produtores, profissionais
técnicos e empresas especialistas
da cadeia produtiva de Abacate
e Avocado. Este é o objetivo central
do Congresso Brasileiro de Abacate e
Avocado, organizado pela Associação
Abacates do Brasil. O evento acontecerá
nos dias 27 e 28 de novembro
de 2023, no Centro de Convenções
Expo Dom Pedro em Campinas
(SP), com o propósito de oferecer
aos participantes conteúdo atual e
especializado sobre novas técnicas,
capacitações e mercado interno e externo.
Em matéria recente, o site
100PORCENTOAGRO tratou do
crescimento significativo da produção
brasileira de abacate e avocado,
impulsionando toda a cadeia produtiva.
A Região de São Gotardo é
uma das maiores áreas produtoras de
abacate no Brasil, onde os produtores
locais investem cada vez mais em tecnologias
como a irrigação localizada
e a fertirrigação para melhorar a qualidade
e a produtividade das plantas.
A reportagem apresenta análises
de especialistas em relação à irrigação
localizada, uma das tecnologias que
mais contribuem para o crescimento
da produção de abacate. Recomendase
o uso de microaspersores em combinação
com sistemas automatizados
de controle da irrigação e dispositivo
para a injeção de fertilizantes. Além
disso, a fertirrigação propicia o fornecimento
dos nutrientes às plantas de
forma parcelada e de acordo com as
necessidades delas.
A irrigação na cultura do abacate é
uma ferramenta fundamental no manejo
dos estresses aos quais as plantas
estão submetidas no campo. A irrigação
associada ao uso de fertilizantes
em momentos-chave do ciclo fenológico
da cultura possibilita ganhos
na florada, produtividade e também
ajuda muito na qualidade e padrão
das frutas. Além disso, em anos com
má distribuição de chuvas o agricultor
tem uma segurança maior em seu
negócio, estando menos suscetível às
perdas devido ao clima.
Em algumas variedades tardias
como a Margarida e o Breda, através
da irrigação, há a possibilidade de
explorar melhor a janela de colheita,
possibilitando maiores ganhos na
comercialização. Atualmente, na região,
a maioria das áreas de abacate
são irrigadas, onde são evidentes os
ganhos para o agricultor, assim como
a segurança na atividade.
Interação e troca de conhecimentos
Por ampliar a interação entre
produtores, profissionais técnicos
e empresas especialistas da cadeia
produtiva do segmento, o Congresso
Brasileiro de Abacate e Avocado será
um evento fundamental para o setor
em 2023. A programação reúne apresentações
de trabalhos brasileiros nas
áreas de produção e de negócios, com
estandes de empresas especialistas na
cadeia produtiva.
Em pauta, o panorama mundial
da produção e comercialização, novas
tecnologias de produção de mudas,
manejo e poda de formação e condução
em pomares, ciclo fenológico
e fisiologia das variedades tropicais
e Hass, bioestimulantes em relação
a nutrientes/solos/planta buscando
maiores produtividades, importância
da padronização de rastreabilidade
e certificações, atualização de ferramentas
para o produtor (minor
crops), mercado interno de abacates
tropicais e avocado e mercado externo.
Inscreva-se
pelo QR-
Code
10 100PORCENTOAGRO / agosto, 2023
CAFÉ DO CERRADO
Expocaccer recebe selo de cafeicultura
regenerativa para cooperados do primeiro grupo
A Cooperativa dos Cafeiculto-res
do Cerrado (Expocaccer) conquistou,
recentemente, o selo de certificação
de cafeicultura regenerativa. O
feito foi alcançado através do grupo
composto por 12 cooperados, que
respondem por 21 fazendas e 2.364
hectares de café certificados. A auditoria
foi realizada pela Regenagri, programa
internacional que visa garantir
a saúde e a preservação do solo, e pela
certificadora inglesa ControlUnion,
acompanhada pelo Departamento
Técnico em Sustentabilidade da
Expocaccer.
A cafeicultura regenerativa adota
práticas que visam preservar a saúde
do solo, aumentar a biodiversidade,
proteger recursos hídricos e promover
a resiliência dos sistemas agrícolas.
Com a iniciativa, além de atender
as demandas dos consumidores
conscientes, o café produzido com
práticas regenerativas estabelece também
relações comerciais mais éticas e
Primeiro grupo de cooperados da Expocaccer a conquistar selo
de cafeicultura regenerativa (Foto: Expocaccer)
justas ao longo da cadeia produtiva,
atendendo a agenda de sustentabilidade
do mercado.
A Expocaccer tem se destacado
na vanguarda de tecnologia, inovação
e sustentabilidade, e o selo Regenagri
comprova o trabalho sustentável que
os cooperados têm realizado há mais
to, a iniciativa contou com a parceria
do Sebrae Minas e da Plataforma
Educampo, que por meio dos engenheiros
agrônomos realizaram assessoria
técnica aos produtores. A coordenadora
técnica em sustentabilidade
da Expocaccer, Farlla Gomes, destaca
que os cooperados estão sempre na
vanguarda de tecnologia, inovação e
sustentabilidade. “Seguimos juntos
rumo a uma cafeicultura cada vez
mais sustentável e de baixas emissões”,
afirma.
As vagas para participar de novos
grupos de cafeicultura regenerativa da
Expocaccer estão abertas. Os interessados
podem procurar a cooperativa
por meio dos telefones: (34) 3839-
9300 ou 99902-7770. A conquista
do selo de cafeicultura regenerativa
representa um grande passo para a
Expocaccer e para o setor cafeeiro,
demonstrando o compromisso da
cooperativa com a sustentabilidade e
a preservação do meio ambiente.
Somos uma empresa de tecnologia agrícola que produz
fertilizantes. Nosso propósito é melhorar a saúde de todas as
pessoas e a do planeta. Por isso, em parceria com a natureza,
fazemos a agricultura mais saudável, produtiva e rentável.
de uma década. Dentre as vantagens
das práticas regenerativas estão a preservação
da flora e fauna, redução de
custos, diminuição da poluição, maior
qualidade do café, maior resistência
às mudanças climáticas e redução do
desmatamento.
Para apoiar a realização do projeverde.ag
| (31) 3245-0205
100PORCENTOAGRO / agosto, 2023 11
NOTAS
ALIMENTOS: A 8ª Conferência
Estadual de Segurança Alimentar
e Nutricional Sustentável de Minas
Gerais (Cesans-MG) será realizada
em Belo Horizonte, entre os dias
27 e 29 de setembro. O evento é
convocado pelo Conselho Estadual
de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável de Minas
Gerais (Consea-MG), e tem como
tema central “Por Democracia com
Comida de Verdade, Produção
Sustentável e Soberania Alimentar”.
Desde maio deste ano, estão sendo
realizadas conferências regionais,
como forma de preparação para o
grande encontro de setembro, onde
vão participar pessoas nomeadas
em cada regional. A participação
dos técnicos da Emater-MG é
essencial nesse processo de preparação,
pois ajuda a esclarecer as
políticas públicas voltadas para a
segurança alimentar, abastecimento
e alimentação escolar, além de ouvir
as reivindicações da população.
A conferência é uma oportunidade
para discutir e buscar soluções para
os desafios relacionados à segurança
alimentar e nutricional sustentável
em Minas Gerais.
AGRO E PALCO: A Secretaria
Muni-cipal de Cultura, Esporte
e Turismo de São Gotardo e a
Fundação de Arte de Ouro Preto
(FAOP), lançaram a primeira iniciativa
do Centro Integrado de Arte
e Economia Criativa (CIARTE),
de São Gotardo. A Oficina Livre
de Teatro será realizada entre os
dias 11 e 23/09, das 13h às 17h, e
é destinada a jovens a partir de 13
anos. O evento é patrocinado pela
COOPACER e tem como objetivo
unir o agro ao palco, trazendo
cultura para a cidade. As vagas
são limitadas e as inscrições foram
prorrogadas até 06/09 na Casa de
Cultura Dom José Lima, localizada
na Praça São Sebastião, 62, Centro,
São Gotardo.
FISCALIZAÇÃO
Produtores têm oportunidade de regularizar
pendências com a Receita Federal
A Receita Federal iniciará em
setembro uma operação especial
no meio rural com foco no
Imposto de Renda. A ação visa
identificar possíveis pendências
e irregularidades dos produtores
rurais e, inicialmente, será uma
oportunidade para regularizar,
evitando multas. A Federação da
Agricultura e Pecuária de Minas
Gerais (FAEMG) informou que
os produtores listados pela Receita
Federal receberão um aviso por
carta, e-mail ou correio eletrônico.
No foco da ação estarão contribuintes
obrigados a declarar o
Livro Caixa Digital e não o fizeram,
que são obrigados a entregar a
Declaração de Imposto de Renda e
não declararam, que adquiriram veículos
e os abateram nas despesas
de Imposto, mas não se trata de veículos
apropriados para a atividade,
que fizeram contrato de parceria,
mas que, em verdade, seria arrendamento
rural, que receberam o
pagamento de arrendamentos em
produtos rurais e que celebraram
consórcios rurais.
A FAEMG orienta os produtores
rurais a ficarem atentos
aos seus endereços fiscais, especialmente
naqueles casos em que
usem endereços de terceiros. É
importante acopanhar e-mails e a
caixa postal do e-CAC. A entidade
Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil
também recomenda que os produtores
nunca se dirijam ao fisco
sem analisar com o Sindicato/
FAEMG ou com o seu contador
sobre os documentos que têm em
mãos.
Somente haverá autuação se o
produtor permanecer em silêncio
ante o recebimento do aviso
ou se não conseguir se explicar
à Receita Federal. Muitos desses
avisos serão resolvidos ante os esclarecimentos
dos produtores rurais
– gerando os chamados falsos
positivos – princípio que também
pode vir a ser aplicado a favor do
produtor rural o benefício da dúvida.
12 100PORCENTOAGRO / agosto, 2023