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JORNAL 100PORCENTOAGRO - Ano 1 - Ed. n. 7 - Dezembro, 2023

Fechamos muito bem o ano de 2023 com a edição número 7 do nosso jornal. Na matéria de capa, destaque para as novas rotas turísticas de Minas Gerais, especialmente a Rota do Café-Cerrado. A iniciativa é uma importante fonte de geração de emprego e renda, além de ser uma oportunidade de valorizar as tradições regionais envolvendo a cultura do café. Nas colunas: - AMIPA e um balanço de novembro - Escola Cooperativa Terra Ideal: a importância da presença constante do produtor onde as coisas de fato acontecem - A estreia de Lúcio Freimann com uma reflexão sobre a (im)parcialidade no jornalismo especializado no agronegócio - Hélio Lemes Costa Júnior, nosso analista de Ciência no Agro, aborda a inovação no agronegócio E mais: em análise exclusiva, especialista diz que variações climáticas extremas comprometem a segurança alimentar. Produtora do Cerrado Mineiro é premiada em evento nacional. Minas Gerais lança oficialmente a Medalha Ministro Alysson Paolinelli. Liderança regional comenta a importância da honraria e a ligação do ex-ministro com o desenvolvimento do Alto Paranaíba Aproveite a leitura!

Fechamos muito bem o ano de 2023 com a edição número 7 do nosso jornal.

Na matéria de capa, destaque para as novas rotas turísticas de Minas Gerais, especialmente a Rota do Café-Cerrado. A iniciativa é uma importante fonte de geração de emprego e renda, além de ser uma oportunidade de valorizar as tradições regionais envolvendo a cultura do café.

Nas colunas:

- AMIPA e um balanço de novembro
- Escola Cooperativa Terra Ideal: a importância da presença constante do produtor onde as coisas de fato acontecem
- A estreia de Lúcio Freimann com uma reflexão sobre a (im)parcialidade no jornalismo especializado no agronegócio
- Hélio Lemes Costa Júnior, nosso analista de Ciência no Agro, aborda a inovação no agronegócio

E mais: em análise exclusiva, especialista diz que variações climáticas extremas comprometem a segurança alimentar.
Produtora do Cerrado Mineiro é premiada em evento nacional.

Minas Gerais lança oficialmente a Medalha Ministro Alysson Paolinelli. Liderança regional comenta a importância da honraria e a ligação do ex-ministro com o desenvolvimento do Alto Paranaíba

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Se é agro, a gente comunica — <strong>Ano</strong> I — <strong>Ed</strong>ição n. 7 — Minas Gerais — <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong><br />

Rota do Café-Cerrado vai gerar emprego e renda<br />

e alavancar turismo regional<br />

O visitante poderá conhecer cada propriedade, além de saborear as quitandas servidas (Foto: Agência Sebrae<br />

de Notícias)<br />

Minas Gerais lançou três novas<br />

rotas turísticas, incluindo a<br />

Rota do Café-Cerrado Mineiro.<br />

O anúncio foi feito pelo governador<br />

em exercício, Professor<br />

Mateus Simões (NOVO), e pelo<br />

secretário de Cultura e Turismo,<br />

Leônidas Oliveira no dia 10/11,<br />

durante e Feira Internacional de<br />

Turismo de Gramado (RS).<br />

O objetivo é fortalecer o turismo<br />

em Minas, gerando emprego<br />

e renda, ao ampliar a oferta de<br />

produtos atrativos, destacando<br />

territórios, patrimônios históricos<br />

e a rica culinária mineira.<br />

A proposta abrange aspectos culturais<br />

e geográficos, e visa, também,<br />

impulsionar o turismo rural.<br />

Além de proporcionar uma imersão<br />

na cultura do café, a iniciativa<br />

permite aos turistas conhecerem a<br />

região central do Brasil e aprofundar-se<br />

na história e cultura relacionadas<br />

ao cultivo e produção dessa bebida<br />

tão importante para o país.<br />

A região do bioma Cerrado<br />

destaca-se por vastos campos, clima<br />

favorável e solo fértil, proporcionando<br />

condições ideais para o<br />

cultivo de café de alta qualidade.<br />

A Rota do Café-Cerrado Mineiro<br />

conduz os visitantes a fazendas de<br />

café onde podem explorar variedades<br />

de grãos, técnicas de cultivo<br />

e processamento.<br />

Iniciado em abril de <strong>2023</strong>, o<br />

projeto piloto é crucial para o Alto<br />

Paranaíba, impulsionando o desenvolvimento<br />

econômico e social ao incentivar<br />

o turismo, analisa Juliano Tarabal,<br />

Diretor Executivo da Federação dos<br />

Cafeicultores do Cerrado.<br />

Página 12<br />

Especialista alerta<br />

sobre riscos<br />

à segurança<br />

alimentar<br />

Produtora do<br />

Cerrado Mineiro<br />

é premiada em<br />

evento nacional<br />

IMA alerta sobre<br />

prazo para<br />

atualizar cadastro<br />

de rebanhos<br />

Minas Gerais<br />

lança a Medalha<br />

Ministro Allysson<br />

Paolinelli<br />

As exportações do agronegócio<br />

brasileiro cresceram 3%<br />

em 10 meses de <strong>2023</strong>, atingindo<br />

R$ 680,25 bilhões. A Ásia foi o<br />

principal destino, com 53,4% do<br />

volume exportado.<br />

O bom desempenho foi impulsionado<br />

pela safra recorde<br />

de grãos no ano anterior, com<br />

destaque para soja, milho e açúcar.<br />

No entanto, a onda de calor<br />

que atingiu o país em outubro<br />

pode afetar a segurança alimentar<br />

mundial, alerta a especialista<br />

Karla Vilaça.<br />

Página 2<br />

O 8º Congresso Nacional de<br />

Mulheres do Agronegócio em São<br />

Paulo destacou sustentabilidade<br />

e premiou Ana Paula Curiacos,<br />

gestora da Fazenda Três Meninas,<br />

referência em agricultura regenerativa.<br />

O evento reconheceu nove<br />

produtoras, evidenciando o aumento<br />

da liderança feminina em<br />

estabelecimentos agrícolas. Ana<br />

Paula e seu marido são pioneiros<br />

na prática conservacionista e regenerativa,<br />

promovendo a importância<br />

dessas abordagens para o<br />

futuro do agronegócio.<br />

Página 3<br />

Desde março, pecuaristas em<br />

Minas Gerais não precisam mais<br />

vacinar contra febre aftosa, mas<br />

o estado ainda não recebeu reconhecimento<br />

internacional da<br />

OMSA. É essencial que veterinários,<br />

empresas e produtores<br />

cumpram etapas, incluindo a<br />

atualização cadastral do rebanho.<br />

A medida visa agilizar a detecção<br />

de focos da doença, com declaração<br />

obrigatória da vacinação<br />

contra raiva em várias espécies.<br />

A não atualização pode resultar<br />

em restrições.<br />

Página 4<br />

Minas Gerais instituiu a Medalha<br />

Ministro Alysson Paolinelli para reconhecer<br />

contribuições notáveis ao<br />

agronegócio sustentável. A honraria<br />

homenageia o pioneirismo do líder<br />

agrícola e será concedida em diversas<br />

categorias anuais, destacando a relevância<br />

de Paolinelli na modernização<br />

da agricultura do Cerrado brasileiro.<br />

Jorge Kiryu, líder do agronegócio,<br />

elogia a Medalha Alysson Paolinelli<br />

como reconhecimento ao pioneirismo<br />

e impacto do ex-ministro na<br />

agricultura, destacando a origem do<br />

plantio de soja no Cerrado.<br />

Página 8


SEGURANÇA ALIMENTAR<br />

Alterações climáticas recentes podem comprometer<br />

produção de alimentos no Brasil, diz especialista<br />

As exportações do agronegócio<br />

brasileiro aumentaram<br />

3% entre janeiro e outubro de<br />

<strong>2023</strong> em relação ao mesmo período<br />

de 2022, atingindo R$<br />

680,25 bilhões. Produtos sucroalcooleiros,<br />

cereais, farinhas<br />

e preparações foram os itens<br />

que mais contribuíram para o<br />

bom desempenho. Os dados<br />

são da Secretaria de Comércio<br />

e Relações Internacionais do<br />

Ministério da Agricultura e<br />

Pecuária (SCRI/Mapa).<br />

Principal destino, a Ásia respondeu<br />

por 53,4% do volume<br />

exportado pelo agronegócio<br />

brasileiro, com a China aparecendo<br />

no topo do ranking, com<br />

R$ 248,72 bilhões adquiridos,<br />

ou seja 36,6% do market share<br />

somado. Mesmo com a redução<br />

nas exportações de outubro,<br />

atribuída ao declínio nos preços<br />

dos produtos exportados, houve<br />

um incremento do volume comercializado<br />

com outros países<br />

graças à safra recorde de grãos<br />

no ano anterior.<br />

Soja em grãos (+45,7%), milho<br />

(+24,5%) e açúcar (+15,4%)<br />

foram os destaques. Já as vendas<br />

de café para o exterior totalizaram<br />

4,356 milhões de sacas no<br />

mesmo período (+21,8%) e uma<br />

receita de US$ 847,2 milhões<br />

(-2,5%).<br />

Minas Gerais: O volume exportado<br />

pelo agronegócio mineiro<br />

atingiu 13,2 milhões de toneladas<br />

entre janeiro e outubro deste<br />

ano, representando +10,6%<br />

em relação ao mesmo período<br />

do ano anterior. Com destaque<br />

para celulose, o agro do estado<br />

exportou 614 produtos diferentes<br />

para 174 países. No caso dos<br />

produtos florestais — celulose,<br />

madeira e borracha —, foram<br />

gerados US$ 871 milhões com<br />

a venda de 1,3 milhão de toneladas<br />

(+15% em receita e volume).<br />

O balanço foi divulgado<br />

pela Secretaria de Estado da<br />

Agricultura e Pecuária.<br />

Apesar da queda de 8,5% no<br />

valor das exportações no comparativo<br />

com o mesmo período<br />

de 2022, Minas Gerais registrou<br />

superávit de US$ 10,8 bilhões na<br />

balança comercial do agronegócio.<br />

Ou seja, o segmento vende<br />

mais do que compra de outros<br />

países.<br />

O bom desempenho anotado<br />

se deve muito à diversidade<br />

de produtos e destinos, evidenciando<br />

o papel de Minas Gerais<br />

como um dos grandes players<br />

do comércio internacional de<br />

produtos agropecuários, notadamente<br />

em itens estratégicos:<br />

açúcar, carne de frango e celulose.<br />

Em relação ao café, principal<br />

item da pauta mineira de exportações,<br />

caíram o volume e o valor<br />

comercializados: 20 milhões<br />

de sacas (-13,5%) a US$ 4,4 bilhões<br />

(-21%), consequência da<br />

baixa de compras pelos Estados<br />

Unidos, Alemanha e Itália.<br />

Análise exclusiva: A convite do<br />

100Porcentoagro, a engenheira<br />

agrônoma Karla Vilaça, doutora<br />

em Fisiologia de Plantas, analisou<br />

os efeitos da recente onda de<br />

calor sobre o futuro da produção<br />

agrícola nacional e os impactos<br />

nas exportações futuras. Karla<br />

é graduada em Agronomia pelo<br />

Centro Universitário de Patos<br />

de Minas (UNIPAM), em 2008,<br />

mestre em Ciências pela Escola<br />

Superior de Agricultura “Luiz<br />

de Queiroz” (ESALQ/USP) e<br />

doutora em Ciências na área de<br />

Fitotecnia. Também é especialista<br />

em fisiologia aplicada a sistemas<br />

de produção pela ESALQ/<br />

USP. Em sua análise, o estresse<br />

térmico e hídrico ocorrido neste<br />

período pode ser uma ameaça<br />

às principais culturas com riscos<br />

inevitáveis à produção global de<br />

alimentos e à segurança alimentar.<br />

Karla Vilaça avalia que, embora<br />

o Brasil seja um dos maiores<br />

exportadores de alimento do<br />

mundo, as alterações climáticas<br />

dos últimos anos podem comprometer<br />

a produção de alimentos<br />

do país. “A frequência e a intensidade<br />

de diferentes estresses<br />

abióticos, como seca, ondas de<br />

calor, ondas de frio e inundações<br />

afetam negativamente a produtividade<br />

das culturas, o que poderá<br />

gerar impacto negativo na<br />

segurança alimentar global num<br />

futuro próximo”<br />

A especialista cita um estudo<br />

recente segundo o qual a produção<br />

mundial de dez culturas,<br />

incluindo cevada, mandioca, milho,<br />

arroz, sorgo, soja, cana-de-<br />

-açúcar e trigo, foi afetada pelas<br />

mudanças climáticas. E explica<br />

também que, segundo a Conab,<br />

Karla Vilaça aponta riscos<br />

inevitáveis à segurança alimentar<br />

(Foto: Arquivo Pessoal)<br />

a estimativa de produção para a safra<br />

<strong>2023</strong>/24 indica um volume de<br />

4,7 milhões de toneladas abaixo do<br />

obtido na safra passada. “A área semeada,<br />

atualmente, apresenta percentuais<br />

aquém do observado no<br />

mesmo período da safra anterior,<br />

devido ao excesso de chuvas nas<br />

regiões Sul e Sudeste e baixas precipitações<br />

no Centro-Oeste”, analisa.<br />

Vilaça conclui afirmando que,<br />

em um cenário desafiador, é importante<br />

o agricultor adotar estratégias<br />

de manejo para mitigar<br />

o impacto do estresse em suas lavouras.<br />

“Mas, mudanças climáticas<br />

são um desafio global que afeta a<br />

todos. É necessári criar políticas<br />

públicas de incentivo e fomento à<br />

pesquisa para o desenvolvimento<br />

de soluções capazes de garantir a<br />

segurança alimentar e, cabe a todos<br />

nós assumir a responsabilidade de<br />

cuidar do meio ambiente”.<br />

EXPEDIENTE<br />

Jornal <strong>100PORCENTOAGRO</strong>: <strong>Ano</strong> I — <strong>Ed</strong>ição n. 7 — Dez, <strong>2023</strong> — Produção gráfica: @100porcentogro — 100porcentoagro.com.br<br />

contato@100porcentoagro.com.br — +55 34 99915 5466<br />

DIRETORIA EXECUTIVA/CONSELHO EDITORIAL: Lucimar Silva (lucimar.silva@100porcentoagro.com.br) — Pauliane Oliveira<br />

(pauliane.oliveira@100porcentoagro.com.br) — Rodolfo de Souza (rodolfo.souza@100porcentoagro.com.br). CONTEUDISTAS: Gilson<br />

Pereira (Cafeicultura), Hélio Lemes Costa Júnior (Ciência no Agro), Lucimar Silva (Agricultura Regenerativa), Milena Caramori<br />

(Saneamento e Recursos Hídricos), Pauliane Oliveira (Gestão e Negócios), Lúcio Freimann (Geral) e Rodolfo de Souza (Comunicação<br />

e Marketing). ENTIDADES PARCEIRAS: Escola Cooperativa Terra Ideal e Associação Mineira dos Produtores de Alho (AMIPA).<br />

Opiniões emitidas em artigos não representam necessariamente o posicionamento do <strong>100PORCENTOAGRO</strong>.<br />

2 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong>


LÚCIO FREIMANN<br />

Viés declarado<br />

Acabo de trazer a essa dimensão um espaço para<br />

reflexão e provocação. Este espaço já existia em minha<br />

mente, mas era preciso trazer à luz um lugar pra<br />

explorar ideias e desafiar perspectivas. Aqui estarei<br />

sob o pseudônimo Lúcio Freimann, um simples<br />

agente para trazer ideias sem (ou com) amarras, em<br />

que a mensagem possa existir em mais intensidade<br />

que o mensageiro.<br />

Permitam-me esclarecer desde o início: tudo<br />

neste espaço será impregnado de viés. Sim, você leu<br />

certo. É um equívoco acreditar que podemos escapar<br />

do viés quando ele está impregnado em nossas<br />

mentes, colore nossas percepções e molda nossas<br />

narrativas. No entanto, há uma diferença vital entre<br />

ceder passivamente ao viés e declará-lo abertamente.<br />

O verdadeiro atributo deste espaço é a convicção<br />

de que o viés, quando trazido à luz, torna-se<br />

uma ferramenta poderosa. Precisamos encarar a<br />

realidade de frente: não só eu, mas cada um que se<br />

atrevesse a escrever ou expor suas ideias estaria, ao<br />

abordar determinado ponto, alocando as próprias<br />

experiências, crenças e limitações. Isso não pode ser<br />

visto como fraqueza: é pura humanidade e ponto.<br />

E colocar luz sobre o viés é, decididamente corajoso.<br />

Reconhecer o viés é o primeiro passo para<br />

cultivar uma mente crítica, uma mente capaz de<br />

discernir entre o que é dito e o que é de fato. É o<br />

primeiro passo para reduzir a massa de manobra.<br />

Ao optar por um pseudônimo, vamos deixar claro,<br />

o foco é na mensagem, não na personalidade por<br />

trás dela. Lúcio Freimman é apenas um agente para<br />

as ideias que anseiam por serem debatidas, desafiadas<br />

e ocasionalmente reformuladas possam ter essa<br />

chance.<br />

Em um jornalismo que aborda o agronegócio de<br />

forma tendenciosa, de maneira parcial e distorcida,<br />

em que há viés de enquadramento, de omissão, político<br />

ou ideológico, nos propomos a fazer quase tudo<br />

igual. Sim, mais uma vez você leu certo. Tudo são<br />

perspectivas e ingênuos somos quando acreditamos<br />

que elas não existem.<br />

Portanto, essa coluna não será um espaço imparcial,<br />

sem viés, mas haverá luz para a crítica, o questionamento,<br />

afinal, o que move o mundo não são as<br />

respostas, são as perguntas.<br />

Aguardo você na próxima edição, meu caro leitor.<br />

Até lá!<br />

PROTAGONISMO FEMININO<br />

Cafeicultora do Cerrado é<br />

premiada no Congresso Nacional<br />

de Mulheres do Agronegócio<br />

Durante dois dias, cerca de 3.300<br />

mulheres de todo o Brasil movimentaram<br />

o Transamérica Expocenter, em São<br />

Paulo (SP), no 8º Congresso Nacional de<br />

Mulheres do Agronegócio. Delegações<br />

do Cerrado Mineiro, Alto Paranaíba e<br />

Noroeste de Minas marcaram presença<br />

e reforçaram seu compromisso com<br />

o tema central do evento: “Dobrar o<br />

Agro de tamanho com sustentabilidade:<br />

A Marca Brasileira”. Durante o evento,<br />

ocorreu a sexta edição do Prêmio<br />

Mulheres do Agro, promovido pela<br />

Bayer e pela Associação Brasileira do<br />

Agronegócio (Abag), reconhecendo o<br />

trabalho de nove produtoras comprometidas<br />

com as dimensões ambiental,<br />

social e de governança.<br />

Uma das representantes da região conquistou<br />

o prêmio da categoria Pequena<br />

Propriedade. A zootecnista Ana Paula<br />

Curiacos (foto) é gestora da Fazenda<br />

Três Meninas, de Monte Carmelo, onde<br />

se produz café especial numa área de 54<br />

hectares. Todo o processo segue os princípios<br />

da agricultura conservacionista.<br />

Paula e o marido, Marcelo Urtado, apostam<br />

na cobertura permanente do solo,<br />

favorecendo a nutrição do café, a disponibilidade<br />

de água e a biodiversidade.<br />

“Eu e meu marido compramos a fazenda<br />

no Cerrado Mineiro e somos pioneiros<br />

regionais da agricultura regenerativa. Sempre<br />

trabalhamos em parceria com universidades<br />

e centros de pesquisa. A Três Meninas<br />

tem sido referência não só no Cerrado,<br />

mas também fora, no Brasil e no exterior”,<br />

disse Ana Paula em entrevista exclusiva ao<br />

100Porcentoagro.<br />

Paula conclui falando sobre a importância<br />

do Prêmio conquistado em São<br />

Paulo. “É muito importante para nós,<br />

um reconhecimento do papel da mulher<br />

na cafeicultura do Cerrado Mineiro.<br />

Tenho muito prazer em representar outras<br />

mulheres por meio do meu trabalho.<br />

A agricultura regenerativa é o caminho<br />

para o futuro”.<br />

Fato curioso é que o nome de Ana<br />

Paula recebeu um grande número de indicações.<br />

A lista de candidatas ao Prêmio<br />

é formada sempre por meio de inscrições<br />

e de indicações.<br />

O Congresso: criado em 2016, o<br />

Congresso Nacional das Mulheres do<br />

Agronegócio conquistou o status de<br />

maior evento de mulheres do agro na<br />

América Latina.<br />

Neste ano, o evento superou as expectativas<br />

e reuniu congressistas de 26<br />

estados. Também havia participantes do<br />

Paraguai, Argentina, Bolívia e de países<br />

da Europa e América do Norte.<br />

Palestras e debates discutiram os<br />

rumos do agronegócio para aumentar a<br />

produção de alimentos e insumos para<br />

as mais diferentes cadeias da indústria,<br />

por meio de tecnologias cada vez mais<br />

limpas e sustentáveis, notadamente em<br />

projetos com liderança feminina.<br />

Dados do Instituto Brasileiro de<br />

Geografia e Estatística (IBGE), apontam<br />

que, na última década, o número de<br />

estabelecimentos agrícolas liderados por<br />

mulheres aumentou 38%. Hoje, cerca<br />

de um milhão de mulheres estão à frente<br />

de propriedades rurais no Brasil.<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong> 3


Desde março<br />

deste ano, os pecuaristas<br />

de Minas<br />

Gerais estão dispensados<br />

da vacinação<br />

obrigatória<br />

contra a febre aftosa.<br />

Ainda assim,<br />

o estado não conseguiu<br />

conquistar<br />

o reconhecimento<br />

internacional<br />

de área livre da<br />

doença sem vacinação.<br />

O status<br />

é concedido<br />

pela Organização<br />

Mundial de Saúde<br />

Animal (OMSA).<br />

Antes da conquista,<br />

o serviço<br />

veterinário oficial,<br />

empresas privadas<br />

do segmento e produtores<br />

precisam cumprir diversas etapas.<br />

Uma dessas etapas é a atualização<br />

de dados do rebanho mineiro,<br />

considerada fundamental<br />

para o monitoramento sanitário<br />

estadual.<br />

Até 2022, a vacinação ocorria<br />

em duas etapas: março e novembro.<br />

Agora, basta atualizar<br />

o cadastro junto ao Instituto<br />

Mineiro de Agropecuária (IMA).<br />

Não apenas os bovinos devem<br />

ser cadastrados, mas também<br />

galinhas, peixes, abelhas, ovinos<br />

e caprinos. A medida serve para<br />

agilizar a localização de eventu-<br />

DEFESA SANITÁRIA<br />

IMA alerta para fim do prazo de atualização<br />

cadastral dos rebanhos em Minas<br />

ais focos da doença e direcionar<br />

as medidas necessárias.<br />

A atualização dos dados é feita<br />

no Portal do Produtor (acesso<br />

pelo QR Code), por e-mail ou<br />

presencialmente nas Unidades<br />

do IMA. Nos procedimentos<br />

de atualização dos rebanhos, o<br />

produtor também deve declarar<br />

a vacinação contra raiva de bovinos,<br />

bubalinos, asininos, equinos,<br />

muares, caprinos e ovinos.<br />

Os produtores que não atualizarem<br />

seus dados poderão ser<br />

impedidos de emitir a Guia de<br />

Trânsito Animal (GTA), documento<br />

oficial para trânsito animal,<br />

que contém informações<br />

essenciais sobre a rastreabilidade<br />

(origem, destino, finalidade, espécie,<br />

vacinações e afins). Outros<br />

ainda ficarão impedidos de<br />

terem acesso à Ficha Sanitária<br />

Animal até que ocorra a atualização<br />

do cadastro das explorações<br />

pecuárias.<br />

O Coordenador Regional do<br />

IMA de Patos de Minas, Sirley<br />

Alves Crispim, diz que os criadores<br />

ainda em atraso com essa<br />

obrigação perante o Estado devem<br />

aproveitar a oportunidade.<br />

“Essa informação é importante<br />

para prevenir doenças e contro-<br />

Próximo de<br />

conquistar o<br />

status de livre<br />

da febre aftosa<br />

sem vacinação,<br />

Minas Gerais<br />

atualiza o<br />

cadastro de<br />

rebanhos<br />

uma vez por<br />

ano (Foto:<br />

Fenacampo)<br />

lar a saúde das criações.”<br />

O Coordenador lembra que a<br />

atualização é realizada uma única<br />

vez ao ano. E orienta: “Se você<br />

já atualizou seus dados em <strong>2023</strong>,<br />

não precisa atualizar de novo. A<br />

evolução do seu rebanho ou declaração<br />

de nascimento, pode ser<br />

feita a qualquer momento. Não<br />

é mais vacinação, agora é atualização”.<br />

Acesse o Portal<br />

do Produtor<br />

20<br />

24<br />

vem aí !<br />

4 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong>


NEGÓCIOS<br />

Organizadores anunciam novidades para<br />

a edição 2024 da Fenaminas<br />

A Feira de Negócios e<br />

Tecnologia do Cerrado Mineiro<br />

(Fenaminas) chega à segunda edição<br />

com grandes novidades, após<br />

o sucesso alcançado em <strong>2023</strong>. Em<br />

coquetel, no dia 29 de novembro,<br />

em Patos de Minas, a comissão<br />

organizadora anunciou a data do<br />

evento de 2024. Será entre os dias<br />

24 e 26 de julho, das 9h às 18h00,<br />

no Parque de Exposições.<br />

O objetivo da Feira é proporcionar<br />

aos produtores rurais da<br />

região acesso a tecnologias, inovação,<br />

produtos e serviços para<br />

produzir com rentabilidade e sustentabilidade.<br />

É, ainda, uma oportunidade<br />

para empresas exporem<br />

bens e serviços voltados para o setor<br />

produtivo, envolvendo produtores<br />

rurais, pesquisadores, profissionais,<br />

estudantes e a comunidade<br />

em geral em cinco dias de evento.<br />

Equipe envolvida na organização da Fenaminas 2024 (Foto: Sicoob Credipatos)<br />

Realizada pelo Sicoob Credipatos<br />

em parceria com o<br />

Sindicato dos Produtores Rurais<br />

de Patos de Minas com apoio do<br />

Sebrae, a Fenaminas <strong>2023</strong> gerou<br />

mais de R$ 300 milhões em negócios,<br />

valor que deve ser superado<br />

em 2024.<br />

Duranteo lançamento, <strong>Ed</strong>milson<br />

Garcia, Presidente do Sicoob<br />

Credipatos, destacou a essência<br />

da Fenaminas como uma feira<br />

agroindustrial que congrega agronegócio,<br />

comércio, indústria e<br />

serviços. A Feira foi pensada para<br />

acontecer em 2020, mas foi adiada<br />

para <strong>2023</strong>, pela pandemia de covid-19.<br />

“Na edição deste ano, vamos<br />

apresentar o que há de mais<br />

moderno”, disse. As vendas de<br />

estandes já tiveram início.<br />

Garcia disse, ainda, que há uma<br />

soma de esforços entre o Sicoob e<br />

Sindicato Rural de Patos de Minas<br />

para oferecer as melhores soluções<br />

a todos os segmentos alcançados<br />

pela Fenaminas.<br />

Cleides Júnior, Presidente do<br />

Sindicato Rural, disse que faltava<br />

à cidade um evento como a<br />

Fenaminas. “Nossa cidade é polo<br />

regional, e nós não tínhamos<br />

uma movimentação como esta”.<br />

Cleides destacou também que o<br />

Parque de Exposições de Patos<br />

tem uma das melhores estruturas<br />

do estado, e é o palco ideal para<br />

um evento do agronegócio, um<br />

dos pilares da economia local.<br />

“Excelente material para todos nós que buscamos conhecimentos<br />

práticos e objetivos! Várias dicas e orientações<br />

vivenciadas nas fazendas que já estão produzindo mais<br />

alimentos, com menos desperdício e pessoas mais felizes!.“<br />

“Excelência Operacional na Horticultura, mais que um livro, uma<br />

visão, uma direção! Ele traz uma gigantesca contribuição para nossas<br />

discussões e tem como proposta mostrar um caminho para a<br />

excelência através da melhoria contínua, na implantação da cultura<br />

organizacional da eliminação dos desperdícios e foco no ser<br />

humano, pontos de extrema relevância para o<br />

momento que vivemos hoje e nos tempos<br />

que virão.“<br />

www.terralean.com.br/<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong> 5


Encerrando a agenda de<br />

eventos da Associação Mineira<br />

dos Produtores de Alho<br />

(AMIPA) de <strong>2023</strong>, a entidade<br />

realizou dois grandes momentos<br />

no mês de novembro. Nos<br />

dias 16 e 17, a AMIPA promoveu<br />

palestras do Dr. Sérgio<br />

Mazaro, Professor Titular da<br />

UniversidadeTecnológica Federal<br />

do Paraná em Minas Gerais, nas<br />

regiões de Santa Juliana e São<br />

Gotardo, além de visitas técnicas<br />

nas propriedades de associados.<br />

Dr. Mazaro é especialista<br />

na área de controle biológico, e<br />

agregou informações de alto nível<br />

aos participantes que prestigiaram<br />

os eventos promovidos<br />

ALHO BRASILEIRO<br />

AMIPA encerra agenda de eventos de <strong>2023</strong> com sucesso<br />

MÍRIAN DELGADO,<br />

DIRETORA CIENTÍFICA<br />

DA AMIPA<br />

em parceria com a Ballagro.<br />

Já nos dias 22 e 23, aconteceu<br />

em São Gotardo a terceira<br />

edição do Encontro Técnico e<br />

Científico da Amipa, voltado exclusivamente<br />

para a cadeia produtiva<br />

do alho. O evento contou<br />

com dois dias de uma programação<br />

intensiva, tendo em seu<br />

palco palestrantes renomados,<br />

além da oportunidade de realizar<br />

networking de alto nível e o encontro<br />

com amigos e parceiros<br />

de trabalho.<br />

Abrindo o evento, a AMIPA<br />

contou com a participação do<br />

Dr. Silvino Moreira (UFLA),<br />

que abordou a temática sobre<br />

“Desafios para construção da<br />

fertilidade do solo”. Já no segundo<br />

dia, abrindo as atividades<br />

a entidade teve o Dr. Anderson<br />

Feltrim (EPAGRI), que discorreu<br />

sobre o desenvolvimento de<br />

variedades trazidas da Argentina,<br />

um projeto importante em parceria<br />

com a ANAPA. Ainda no<br />

período da manhã, o Dr. Flávio<br />

Medeiros (UFLA), compartilhou<br />

sua expertise sobre o tema<br />

“Bioinsumos para manejo de<br />

doenças: caminhos e descaminhos”.<br />

No período da tarde, o Dr.<br />

Tomás Pernias (STONEX), trouxe<br />

informações relevantes sobre<br />

o Mercado de Fertilizantes, ponto<br />

de muita atenção no cultivo<br />

não só do alho, mas de diversas<br />

culturas inseridas em nosso<br />

meio. Fechando o segundo dia<br />

de programação, a AMIPA teve<br />

a participação do Dr. José Portela<br />

(Inta-Argentina), que trouxe seu<br />

enorme conhecimento sobre<br />

“Ecofisiologia do Alho”.<br />

A entidade também contou<br />

com as considerações de suma<br />

importância, do Consultor<br />

Carlos Inácio Garcia de Oliveira,<br />

que possui experiência de mais<br />

de 27 anos trabalhando com a<br />

cultura do alho em regiões diversas.<br />

A AMIPA destaca que o desenvolvimento<br />

da cadeia produtiva<br />

só é eficiente quando existe<br />

o compartilhamento de conhecimento,<br />

a união de produtores<br />

e a vontade de crescer, de buscar<br />

melhorias. A entidade reforça,<br />

assim, a importância do associativismo,<br />

buscando sempre<br />

a melhoria contínua da cadeia<br />

produtiva do alho.<br />

A AMIPA agradece pela<br />

participação, apoio e parcerias<br />

que promovem cada vez mais<br />

o desenvolvimento do Alho<br />

Brasileiro.<br />

Saiba mais e veja fotos<br />

no site da Amipa<br />

6 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong>


CIÊNCIA NO AGRO<br />

Inovação na Cadeia Agropecuária:<br />

além do aumento da produtividade<br />

HÉLIO LEMES COSTA<br />

JÚNIOR: MESTRE,<br />

DOUTOR E PHD EM<br />

ENGENHARIA DE<br />

PRODUÇÃO. ESCRITOR,<br />

PALESTRANTE<br />

E ANALISTA<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong><br />

Ciência, Tecnologia e Inovação<br />

na cadeia agropecuária têm<br />

levado nosso país a um novo<br />

patamar de produtividade nunca<br />

visto. Mas o que representa essa<br />

alta da produtividade e quais são<br />

os fatores relacionados, que também<br />

são impactados e que são<br />

igualmente importantes?<br />

A inovação na cadeia agropecuária<br />

é um negócio que mexe<br />

com muita coisa. Traz um impacto<br />

grande na economia, no<br />

social, no meio ambiente e nas<br />

relações do país com o mundo<br />

lá fora também. Sabe por quê?<br />

Porque quando a gente fala de<br />

tecnologia chegando no campo,<br />

é dinheiro e qualidade de vida<br />

para as pessoas envolvidas, mas<br />

tem que fazer direito, senão vira<br />

uma bagunça.<br />

Na economia, isso significa<br />

mais produtividade, menos custo<br />

para produzir e novos produtos<br />

surgindo por aí. E isso gera<br />

emprego, viu? Não só para o<br />

pessoal do campo, mas também<br />

para quem mexe com tecnologia,<br />

comércio, estocagem, transformação,<br />

logística e outros setores.<br />

Tecnologias inovadoras muitas<br />

vezes ajudam a reduzir os<br />

custos de produção, aumentando<br />

a eficiência e a rentabilidade<br />

para os agricultores e pecuaristas.<br />

Aumento de produtividade<br />

repercute em redução de custos<br />

e de preço final ao consumidor,<br />

permitindo acesso a alimentação<br />

de qualidade a uma fatia maior<br />

da população.<br />

Diversidade: Há também a di-<br />

versificação de produtos. A inovação<br />

leva à criação de novos<br />

produtos agrícolas e pecuários<br />

que atendam à demanda do mercado,<br />

levando a novas oportunidades<br />

de negócios internos e de<br />

exportação.<br />

Socialmente falando, é comida<br />

mais barata, mais gente<br />

empregada e comunidades melhorando<br />

de vida. Agora, o meio<br />

ambiente não pode ser uma barreira<br />

ao desenvolvimento social<br />

e econômico, porque a parada é<br />

séria! Tem que inovar pensando<br />

em preservar, em usar os recursos<br />

de um jeito sustentável.<br />

A gente não quer só produção,<br />

quer preservação também, né?<br />

Preservação: Sustentabilidade é<br />

a palavra que define o futuro da<br />

Economia em geral. Inovações<br />

na agropecuária podem promover<br />

práticas mais sustentáveis,<br />

como o uso eficiente de recursos<br />

hídricos, redução do desperdício,<br />

melhores técnicas de<br />

conservação de alimentos e de<br />

cultivo e criação de gado mais<br />

sustentáveis.<br />

Isso permite preservar a biodiversidade,<br />

usando estratégias<br />

inovadoras que podem ajudar<br />

a conservar ecossistemas naturais,<br />

proteger espécies em risco<br />

e reduzir o impacto negativo no<br />

meio ambiente.<br />

E veja bem, lá fora, isso faz<br />

a gente bater de frente na competitividade.<br />

Produtos brasileiros<br />

ganham espaço e a gente se<br />

encaixa nas regras do mercado<br />

internacional, o que é chave para<br />

manter as portas abertas no comércio<br />

internacional.<br />

Um setor agropecuário inovador<br />

pode aumentar a competitividade<br />

dos produtos brasileiros<br />

no mercado internacional, ampliando<br />

as exportações, tanto em<br />

quantidade como em variedade.<br />

A conformidade com regulamentações<br />

globais voltadas para<br />

a sustentabilidade pode ajudar<br />

o Brasil a atender a padrões internacionais<br />

e regulamentações<br />

ambientais, facilitando relações<br />

comerciais mais favoráveis.<br />

Exemplos: Veja alguns exemplos<br />

de iniciativas brasileiras de<br />

jovens empresas inovadoras, que<br />

contribuem para o aumento da<br />

produtividade e, ao mesmo tempo,<br />

para a sustentabilidade social<br />

e ambiental e o incremento no<br />

comércio internacional:<br />

Agrosmart: Fundada em Itajubá<br />

(MG), em 2014, a Agrosmart é uma<br />

empresa que oferece soluções de<br />

agricultura de precisão, utilizando<br />

tecnologia avançada para coletar<br />

dados sobre o ambiente agrícola,<br />

como umidade do solo e previsões<br />

meteorológicas, por meio de<br />

sensores e análise de dados. Essas<br />

informações são processadas em<br />

uma plataforma digital que fornece<br />

insights em tempo real para os agricultores.<br />

Essa tecnologia ajuda na<br />

gestão eficiente dos recursos, como<br />

água e insumos, auxiliando na tomada<br />

de decisões sobre irrigação, fertilização<br />

e manejo, contribuindo para<br />

aumentar a produtividade e reduzir<br />

custos na agricultura.<br />

Agrobee: fundada em Ribeirão<br />

Preto (SP) em 2018, é uma<br />

startup brasileira especializada<br />

em soluções de polinização<br />

agrícola utilizando abelhas. A<br />

empresa oferece serviços de<br />

Brasil é referência: Embrapa<br />

Recursos Genéticos e<br />

Biotecnologia várias tecnologias<br />

foram desenvolvidas e<br />

introduzidas no setor produtivo<br />

(Foto: Cláudio Bezerra/Embrapa)<br />

locação de colmeias equipadas<br />

com sensores para monitorar<br />

o comportamento das abelhas,<br />

visando aprimorar a eficiência<br />

da polinização em cultivos agrícolas<br />

como frutas, legumes e<br />

grãos. Seu objetivo é aumentar a<br />

produtividade das plantações ao<br />

melhorar a qualidade da polinização,<br />

proporcionando serviços<br />

direcionados aos produtores<br />

agrícolas para maximizar a produção<br />

de alimentos.<br />

Raks: fundada em São Leopoldo<br />

(RS), em 2017, desenvolve<br />

um sistema para a otimização e<br />

automação do processo de irrigação,<br />

auxiliando produtores<br />

agrícolas a produzirem mais,<br />

com menos recursos hídricos<br />

ou energéticos. O que podemos<br />

chamar de manejo inteligente da<br />

irrigação. O sistema desenvolvido<br />

e patenteado por eles possui<br />

sensores de umidade do solo que<br />

permanecem fixos em campo e<br />

todos os dados são apresentados<br />

para os agricultores em um<br />

aplicativo mobile ou página web,<br />

auxiliando na tomada de decisão.<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong> 7


AGRICULTURA TROPICAL<br />

Minas Gerais cria Medalha Ministro Alysson Paolinelli<br />

Ex-ministro Alysson Paolinelli em discurso na Assembleia Legislativa<br />

de Minas Gerais (Foto: ALMG)<br />

Minas Gerais agora possui a Medalha<br />

Ministro Alysson Paolinelli, comenda<br />

que premiará pessoas e entidades com<br />

notável atuação em prol do agronegócio<br />

mineiro, especialmente aquelas<br />

comprometidas com o desenvolvimento<br />

sustentável. O governador Romeu<br />

Zema (NOVO) sancionou, em 1º de dezembro,<br />

a Lei 1050/<strong>2023</strong>. Reconhecido<br />

como o pai da agricultura tropical,<br />

Paolinelli revolucionou o Cerrado brasileiro<br />

e teve um papel fundamental na<br />

criação do Programa de Assentamento<br />

Dirigido do Alto Paranaíba (Padap).<br />

A honraria presta homenagem ao<br />

mineiro de Bambuí que teve uma história<br />

brilhante no agronegócio. Seguindo<br />

a mesma profissão do pai, Paolinelli<br />

formou-se em Agronomia na Escola<br />

Superior de Agricultura de Lavras —<br />

atual Universidade Federal de Lavras<br />

(UFLA), onde também foi professor e<br />

diretor. Ocupou o cargo de Secretário<br />

de Estado da Agricultura de Minas<br />

Gerais em 1971, em uma gestão marcada<br />

especialmente pelas inovações<br />

que transformaram o Estado no maior<br />

produtor brasileiro de café. Entre 1974<br />

e 1979, foi Ministro da Agricultura, sendo<br />

responsável direto pela modernização<br />

da Empresa Brasileira de Pesquisa<br />

Agropecuária (Embrapa). Em 1986,<br />

elegeu-se deputado federal e foi constituinte<br />

entre 1987 e 1988, com atuação<br />

decisiva na elaboração da chamada<br />

Constituição Cidadã. Paolinelli morreu<br />

aos 88 anos, em 29 de junho de <strong>2023</strong>.<br />

Antônio Carlos Arantes (PL), deputado<br />

estadual autor do projeto, afirma<br />

que “com a criação da Medalha Alysson<br />

Paolinelli, buscamos celebrar e reconhecer<br />

aqueles que seguem seu exemplo e<br />

contribuem para o desenvolvimento da<br />

agropecuária de forma responsável e<br />

sustentável em nosso estado”.<br />

A Medalha Ministro Alysson<br />

Paolinelli será concedida aos melhores<br />

de cada ano nas categorias: pequeno,<br />

médio e grande produtor; universidades<br />

e centros de pesquisa e inovação; entidades,<br />

associações, cooperativas e empreendimentos<br />

agropecuários; jornalismo<br />

e comunicação no agro; pesquisador/<br />

profissional das diversas ciências que impactam<br />

em resultados e ações positivas<br />

para a agropecuária; pessoa pública e/ou<br />

de governo; empresas agropecuárias e<br />

agroindústrias; e jovem produtor.<br />

O engenheiro agrônomo e produtor<br />

rural Jorge Kiryu, uma das lideranças<br />

do agronegócio no Alto Paranaíba, considera<br />

a criação da Medalha Ministro<br />

Alysson Paolinelli um marco. “É uma<br />

das melhores formas de agradecer pelo<br />

trabalho que o doutor Alysson fez em<br />

sua jornada. Foi um grande pai para<br />

nós. Muitas vezes as pessoas não têm<br />

conhecimento do trabalho pioneiro<br />

liderado por Paulinelli”. Jorge Kiruy<br />

destaca que uma das maiores contribuições<br />

do ex-ministro para a agricultura<br />

nacional foi o fato de o plantio da soja<br />

no Cerrado brasileiro ter começado<br />

exatamente na região de São Gotardo.<br />

Aponte a câmera para o QR Code e<br />

ouça essa parte da história envolvendo<br />

Alysson Paolinelli, o Alto Paranaíba,<br />

a cultura da soja no Brasil e a modernização<br />

da agricultura<br />

do Cerrado no podcast<br />

100Porcentoagro.<br />

CONSULTORIA E ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS<br />

PGR - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO<br />

PGTR - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE<br />

RISCO DO TRABALHO RURAL<br />

LTCAT - LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES<br />

AMBIENTAIS DO TRABALHO<br />

LAUDO DE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE<br />

IMPLANTAÇÃO DO ESOCIAL<br />

TREINAMENTOS EM GERAL<br />

MEDICINA DO TRABALHO<br />

AVALIAÇÃO CLÍNICA<br />

EXAMES LABORATORIAIS<br />

AUDIOMETRIA<br />

ESPIROMETRIA<br />

ELETROCARDIOGRAMA<br />

ELETROENCÉFALOGRAMA<br />

ACUIDADE VISUAL<br />

8 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong>


Está chegando<br />

Retrospectiva <strong>2023</strong><br />

Perspectivas 2024<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong> 9


AQUI TEM GERÊNCIA<br />

Saia do escritório! Vá ver com os seus próprios olhos<br />

HENRIQUE MARQUES<br />

E FELIPE ZUMKELLER,<br />

ESCOLA COOPERATIVA<br />

TERRA IDEAL<br />

Gerenciar uma fazenda eficientemente<br />

exige mais do que<br />

apenas estratégias de escritório;<br />

requer ir ao “gemba”, o local<br />

onde as coisas realmente acontecem.<br />

O termo “gemba” vem<br />

do japonês e é frequentemente<br />

usado em empresas que buscam<br />

a excelência operacional como<br />

um meio para se referir ao local<br />

onde o valor é criado para o<br />

cliente, fortalecedo a cultura de<br />

que não se gerencia do escritório<br />

e sim estando junto das pessoas,<br />

dos processos e da lavoura.<br />

A presença física no campo<br />

permite que o gestor observe<br />

diretamente as condições das<br />

máquinas, do ambiente, dos insumos,<br />

dos processos e das pessoas<br />

que impactam diretamente<br />

nos resultados que estão sendo<br />

obtidos, seja de um determinado<br />

processo como o plantio, uma<br />

pulverização ou até mesmo o<br />

beneficiamento, seja na produtividade<br />

geral da lavoura. A visita<br />

regular ao campo permite que<br />

o gerente observe o desenvolvimento<br />

das plantas em diferentes<br />

estágios, garantindo que<br />

as necessidades fisiológicas e os<br />

possíveis problemas sejam rapidamente<br />

identificados e solucionados,<br />

dando o melhor suporte<br />

para que a planta expresse seu<br />

potencial produtivo.<br />

Benefícios do Gerenciamento<br />

no Gemba: Detecção rápida de<br />

Problemas – Estar fisicamente<br />

presente permite identificar com<br />

rapidez questões que podem não<br />

ser evidentes em relatórios ou dados.<br />

Melhoria Contínua – A observação<br />

direta das operações diárias<br />

oferece oportunidades para otimizar<br />

processos, operações e práticas<br />

de trabalho.<br />

Relacionamento com a Equipe –<br />

Interagir com os trabalhadores no<br />

campo fortalece o relacionamento,<br />

promovendo uma comunicação<br />

mais aberta e direta, evitando<br />

erros e conflitos.<br />

Conhecimento Prático – Experienciar<br />

as condições reais de<br />

trabalho proporciona um entendimento<br />

mais profundo das necessidades<br />

e desafios da operação,<br />

enxergando os pequenos problemas<br />

e as barreiras que os operadores<br />

enfrentam diariamente.<br />

Tomada de Decisão Baseada<br />

na Realidade – Decisões informadas<br />

por observações reais tendem<br />

a ser mais eficazes e pertinentes às<br />

necessidades da fazenda.<br />

Contato com a realidade: Ir ao<br />

gemba é um aspecto crucial do<br />

gerenciamento agrícola, pois coloca<br />

os gestores em contato direto<br />

com as realidades das operações.<br />

E os gestores deveriam criar uma<br />

rotina para fazê-lo com disciplina<br />

e com olhos bem abertos para enxergar<br />

dificuldades na execução<br />

das operações. Essa abordagem<br />

não apenas melhora a tomada<br />

de decisão e a eficiência operacional,<br />

mas também fortalece o<br />

vínculo entre gerentes e trabalhadores,<br />

criando um ambiente<br />

de trabalho mais integrado e<br />

produtivo. Na produção agrícola,<br />

onde os insumos estão cada<br />

vez mais caros e as margens mais<br />

apertadas, estar no local onde as<br />

coisas acontecem não é apenas<br />

uma boa prática; é essencial.<br />

Para ficar na cabeça:<br />

“Vá e veja você mesmo.<br />

Genchi Genbutsu”<br />

Quer impactar o agronegócio?<br />

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empresas do Alto São Francisco, Alto Paranaíba e<br />

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10 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong>


O Projeto de Lei (PL) 1459/2022,<br />

que flexibiliza as regras de aprovação,<br />

registro e comercialização de pesticidas,<br />

foi aprovado nesta terça-feira (28)<br />

pelo Senado. Com parecer favorável<br />

do relator, o texto segue para sanção.<br />

A arualização aborda regulações<br />

sobre pesquisa, experimentação, produção,<br />

comercialização, importação<br />

e exportação, embalagens e destinação<br />

final, além de aspectos relacionados<br />

à fiscalização. O Ministério<br />

da Agricultura e Pecuária passa a<br />

concentrar a liberação de defensivos,<br />

mas a Agência Nacional de Vigilância<br />

Sanitária (Anvisa) mantém a atribuição<br />

de aprovar ou reprovar produtos.<br />

É instituída a possibilidade de<br />

licenças temporárias enquanto se<br />

aguarda o decorrer dos prazos para<br />

a obtenção de registros. Também<br />

ocorre a mudança na classificação<br />

de produtos nocivos à saúde humana<br />

e ao meio ambiente.<br />

Mudanças: A atual Lei 7802/1989<br />

será revogada. A nova legislação atende<br />

à necessidade de atualização diante<br />

do desenvolvimento técnico e científico<br />

no contexto do agronegócio. “O<br />

regramento atual tem mais de 30 anos<br />

e, nesse período, a economia, o setor<br />

agropecuário e a ciência evoluíram<br />

LEGISLAÇÃO<br />

Senado aprova projeto que facilita<br />

registro de pesticidas<br />

Senadora Tereza Cristina destaca benefícios para agricultores e consumidores, com a nova<br />

legislação (Foto: Agência Senado)<br />

significativamente pela incorporação<br />

de novos conhecimentos, tecnologias,<br />

processos e instrumentos”, ressalta o<br />

relator, senador Fabiano Contarato<br />

(PT-ES).<br />

Entre os senadores que defenderam<br />

a aprovação do texto, Tereza Cristina<br />

(PP-MS) sustenta que a aprovação<br />

permitirá a modernização dos defensivos<br />

agrícolas no Brasil. “Com o rigor<br />

técnico e a redução do tempo para a<br />

aprovação desses produtos, só temos a<br />

ganhar. Tenho certeza de que traremos<br />

benefícios não apenas para os agricultores,<br />

mas também para os consumidores”,<br />

disse Tereza Cristina, ex-ministra<br />

da Agricultura.<br />

Prazos: Com a sanção da nova legislação,<br />

pesquisa, produção, exportação,<br />

importação, comercialização<br />

e uso terão prazo máximo para inclusão<br />

e alteração de registro variando,<br />

conforme o caso, de 30 dias a 2<br />

anos. Produtos novos demandarão 24<br />

meses, mas os destinados à pesquisa<br />

e experimentação poderão solicitar<br />

registro especial temporário, sendo<br />

a análise concluída em 30 dias pelo<br />

Ministério da Agricultura.<br />

Em situações nas quais os produtos<br />

não sejam analisados dentro dos<br />

prazos previstos em lei, será emitido<br />

um registro temporário, desde que<br />

estejam registrados para culturas similares<br />

ou usos ambientais similares<br />

em pelo menos três países membros<br />

da Organização para Cooperação<br />

e Desenvolvimento Econômico<br />

(OCDE). Esses países devem<br />

adotar o Código Internacional de<br />

Conduta sobre a Distribuição e<br />

Uso de Pesticidas da Organização<br />

das Nações Unidas para Alimentação<br />

e Agricultura (FAO).<br />

Atualmente, registros temporários<br />

são concedidos apenas para<br />

produtos destinados à pesquisa<br />

ou experimentação.<br />

Riscos: O projeto aprovado define<br />

como proibido o registro de pesticidas,<br />

produtos de controle ambiental<br />

e afins que apresentem risco para os<br />

seres humanos ou meio ambiente.<br />

Caberá ao Ministério da Agricultura<br />

avaliar o nível de risco do produto<br />

que se pretende registrar no país, sem<br />

limitações de ordem específica como<br />

as atuais.<br />

Deixam de ser proibidos na legislação<br />

brasileira produtos para os quais<br />

o Brasil não disponha de antídotos ou<br />

de modos que impeçam os resíduos<br />

de provocar riscos ao meio ambiente<br />

e à saúde pública.<br />

Também acaba a previsão de impugnação<br />

ou cancelamento de registro<br />

a partir de manifestação de entidades,<br />

como as de classe, as de defesa<br />

do consumidor, do meio ambiente e<br />

partidos políticos com representação<br />

no Congresso.<br />

Em relação aos valores das multas<br />

para quem desrespeita a lei, hoje o<br />

valor é de R$ 20 mil. Com a nova lei,<br />

eles variam de R$ 2 mil a R$ 2 milhões,<br />

dependendo da gravidade da<br />

violação, podendo ser cumulativas e<br />

em dobro na reincidência. Se houver<br />

infração continuada, a multa será diária<br />

até cessar sua causa, sem prejuízo<br />

da paralisação imediata da atividade<br />

ou de interdição.<br />

Na legislação atual, que é revogada,<br />

a lei prevê 2 crimes com pena de<br />

reclusão. Fica mantida a pena de 2 a<br />

4 anos para quem produzir, importar,<br />

comercializar ou dar destinação<br />

a resíduos e embalagens vazias de<br />

agrotóxicos em descumprimento às<br />

exigências legais. Entretanto, segundo<br />

o texto, não haverá pena de reclusão<br />

para casos de transporte, aplicação ou<br />

prestação de serviço relacionados às<br />

embalagens.<br />

Outro dispositivo da legislação<br />

atual, revogado pelo projeto, é o crime<br />

de deixar de promover as medidas necessárias<br />

de proteção à saúde e ao meio<br />

ambiente por parte do empregador, do<br />

profissional responsável ou do prestador<br />

de serviço, que tinha pena de reclusão<br />

de 1 a 4 anos.<br />

O projeto também estipula pena<br />

de reclusão de 3 a 9 anos para um crime<br />

que não está previsto na legislação<br />

atual: produzir, armazenar, transportar,<br />

importar, utilizar ou comercializar pesticidas,<br />

produtos de controle ambiental<br />

ou afins não registrados ou não autorizados.<br />

A maioria das alterações feitas pelo relator<br />

retira partes ou expressões do texto. Foi<br />

suprimido, por exemplo, o conceito de “risco<br />

inaceitável” da proibição de registro de agrotóxicos<br />

perigosos para a saúde humana e o<br />

meio ambiente.<br />

O Projeto de Lei dos Pesticidas foi<br />

aprovado no Senado Federal, após mais<br />

de duas décadas de discussão. O texto<br />

traz modernização ao setor agrícola e<br />

possibilita o uso de moléculas mais seguras<br />

no combate às pragas e doenças<br />

no clima tropical brasileiro.<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong> 11


12 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Dezembro</strong>, <strong>2023</strong><br />

TURISMO<br />

Alto Paranaíba na Rota Turística do Café–Cerrado Mineiro<br />

A região do bioma Cerrado é reconhecida<br />

por seus vastos campos, clima<br />

favorável e solo fértil, que proporcionam<br />

condições ideais para o cultivo de<br />

café de alta qualidade. A rota turística<br />

leva os visitantes a fazendas de café,<br />

onde eles podem aprender sobre diferentes<br />

variedades de grãos, técnicas de<br />

No dia 10 de novembro,<br />

Minas Gerais<br />

recebeu três novas rotas<br />

turísticas em novembro,<br />

durante a 35ª Festuris<br />

(Feira Internacional de<br />

Turismo de Gramado),<br />

no Rio Grande do Sul.<br />

O anúncio foi feito pelo<br />

governador em exercício<br />

de Minas Gerais,<br />

Professor Mateus Simões,<br />

e pelo secretário de<br />

Estado de Cultura e<br />

Turismo (Secult), Leônidas<br />

Oliveira, que oficializaram<br />

a Rota do<br />

Café-Cerrado Mineiro.<br />

A proposta visa fortalecer<br />

a atividade turística<br />

no Estado, a partir<br />

da ampliação da oferta de produtos<br />

com potencial para atrair mais visitantes,<br />

impulsionando a geração de<br />

emprego e renda, além de potencializar<br />

o turismo mineiro, ampliando<br />

a oferta de mercadorias regionais,<br />

movimentando toda a cadeia envolvida<br />

no projeto.<br />

As rotas valorizam os territórios,<br />

os ingredientes locais, os<br />

patrimônios históricos, a arte<br />

moderna e contemporânea, além<br />

da cozinha mineira, que proporcionam<br />

experiências únicas ao<br />

visitante em solo mineiro.<br />

Sendo o café um dos principais<br />

produtos agrícolas do país<br />

e com grande relevância econômica<br />

para Minas Gerais, o projeto<br />

é uma forma de incentivar<br />

o turismo rural, agregando valor<br />

e girando toda uma cadeia econômica.<br />

A Rota Turística do Café-<br />

Cerrado Mineiro é uma excelente<br />

oportunidade para quem deseja<br />

conhecer mais sobre a produção,<br />

cultivo e processamento.<br />

Com o início da organização em<br />

abril de <strong>2023</strong>, o projeto piloto acontece<br />

na cidade de Patrocínio (MG),<br />

e é importante para a região do Alto<br />

Paranaíba. A Rota turística promove o<br />

desenvolvimento econômico e social<br />

da região, uma vez que incentiva o turismo<br />

e gera empregos diretos e indiretos.<br />

Além disso, a expectativa é que a<br />

experiência seja reproduzida em outros<br />

municípios da região.<br />

“O projeto piloto está nascendo<br />

em Patrocínio, e possui a participação<br />

da Federação dos Cafeicultores<br />

do Cerrado, da Associação Comercial<br />

e Industrial de Patrocínio/Câmara<br />

de Dirigentes Lojistas (Acip/CDL),<br />

Sebrae, Expocacer, Secretaria Municipal<br />

de Cultura e Turismo de Patrocínio,<br />

dentre outros. Nesta primeira etapa foram<br />

selecionadas quatro propriedades<br />

para visitação”, explica Juliano Tarabal,<br />

Diretor Executivo da Federação dos<br />

Cafeicultores do Cerrado.<br />

As propriedades escolhidas para o<br />

projeto piloto da Rota do Café–Cerrado<br />

Mineiro possuem perfis diferentes que<br />

vão desde um grande produtor até o<br />

pequeno, voltado para a agricultura familiar.<br />

Inserido no roteiro é possível visitar<br />

a primeira fazenda selecionada, onde<br />

além do café, há outras culturas como<br />

batata, cebola, hortifrutis em geral e cedesde<br />

o plantio até a<br />

colheita e torrefação, e<br />

também para os amantes<br />

da bebida ou para<br />

quem para quem busca<br />

uma forma de turismo<br />

diferenciada.<br />

Durante a visita,<br />

é possível vivenciar a<br />

cultura desse importante<br />

produto brasileiro,<br />

interagir com produtores<br />

locais, degustando<br />

cafés de alta qualidade<br />

e desfrutando das belas<br />

paisagens do bioma<br />

Cerrado.<br />

No geral, a Rota<br />

Turística oferece uma<br />

experiência única para<br />

os turistas interessados<br />

em aprender mais sobre o<br />

processo de produção de café, a<br />

cultura da região e degustar alguns<br />

dos melhores cafés produzidos<br />

no Brasil, além disso, permite aos<br />

visitantes explorar a região central<br />

do Brasil, e mergulhar na história<br />

e na cultura relacionada ao cultivo<br />

e produção do café.<br />

Diretor da Federação do Cerrado: “é mais emprego e renda”<br />

Juliano Tarabal, Diretor Executivo da Federação dos Cafeicultores do<br />

Cerrado (Foto: Região do Cerrado Mineiro)<br />

reais. A segunda escolhida possui diversas<br />

premiações no segmento do café especial,<br />

ali acontecerá uma imersão com<br />

os visitantes para degustar e conhecer a<br />

qualidade da bebida, também estão no<br />

projeto duas fazendas menores onde a<br />

terceira selecionada possui o foco voltado<br />

para a sustentabilidade, atuando<br />

com a agricultura regenerativa e a quarta<br />

propriedade do projeto voltada para<br />

a agricultura familiar.<br />

“Ainda não é possível visitar as fazendas<br />

por conta própria. O projeto<br />

em um primeiro momento prevê a<br />

comercialização de pacotes para grupos<br />

fechados entre 8 e 10 pessoas por<br />

grupo, com passeios que levam entre<br />

2h e 3h. O visitante vai poder conhecer<br />

cada propriedade, além de saborear as<br />

quitandas servidas. Cada fazenda do<br />

projeto vai oferecer uma degustação de<br />

diversas iguarias regionais como bolo,<br />

queijos, doces, pão de queijo, entre outros<br />

produtos”, conclui Tarabal.<br />

O Diretor informou, ainda, que a<br />

agência Porto Feliz será operadora da<br />

Rota do Café-Cerrado.

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