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Revista dos Pneus 73

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Catarina Silva<br />

Como têm evoluído os materiais utiliza<strong>dos</strong><br />

no fabrico <strong>dos</strong> pneus?<br />

Os materiais utiliza<strong>dos</strong> na indústria de pneus<br />

têm evoluído muito nos últimos anos. Não<br />

só ao nível das características e requisitos de<br />

desempenho, mas também das limitações<br />

relativamente ao meio ambiente. A produção<br />

e a reciclagem tornaram-se vitais. Um<br />

<strong>dos</strong> nossos exemplos favoritos é a introdução<br />

de uma gama de pneus produzi<strong>dos</strong> com<br />

recurso a garrafas de plástico recicladas e<br />

que dão origem ao polyester da carcaça.<br />

Estes pneus garantem o mesmo nível de resistência<br />

e de desempenho de um pneu produzido<br />

“convencionalmente” e representam<br />

um passo muito importante em encontrar<br />

soluções para fechar ciclos de reciclagem<br />

de materiais. Muitas outras tecnologias estão<br />

a ser desenvolvidas pela Continental<br />

na produção de pneus mais ecológicos e<br />

temos departamentos inteiros dedica<strong>dos</strong><br />

só a esta área. Normalmente o anúncio de<br />

novas tecnologias vem sempre associado ao<br />

lançamento de novos produtos. u<br />

É fundamental que o comportamento<br />

do desgaste <strong>dos</strong> pneus e a formação de<br />

partículas possam ser medi<strong>dos</strong> e compara<strong>dos</strong><br />

sem a influência de variáveis externas<br />

A regulamentação proposta pela Comissão<br />

Europeia prevê a inclusão de<br />

A<br />

limites obrigatórios para os níveis de<br />

desgaste de pneus, na nova norma de emissões<br />

Euro 7. Desde já manifestamos a nossa total<br />

concordância com a iniciativa. No entanto, a forma<br />

concreta da regulamentação ainda não é clara.<br />

O Parlamento Europeu introduziu melhorias significativas<br />

na sua proposta inicial no que se<br />

refere ao desgaste de pneus. O próximo passo<br />

é detalhar estes pontos e, especialmente, estabelecer<br />

prazos de introdução desta regulamentação.<br />

Do ponto de vista da Continental, é crucial<br />

que a avaliação seja realizada com base em<br />

méto<strong>dos</strong> de teste internacionalmente reconheci<strong>dos</strong>.<br />

É fundamental que o comportamento do<br />

desgaste <strong>dos</strong> pneus e a formação de partículas<br />

de desgaste de pneus possam ser medi<strong>dos</strong> e<br />

compara<strong>dos</strong> sem a influência de variáveis externas.<br />

O momento em que os requisitos específicos<br />

forem introduzi<strong>dos</strong> também é decisiva.<br />

Atualmente, uma avaliação técnica <strong>dos</strong> possíveis<br />

requisitos de limite ainda está pendente. Além<br />

disso, do ponto de vista da Continental, é necessário<br />

definir um processo para ter acesso<br />

aos pneus testa<strong>dos</strong>.<br />

A indústria de pneus está comprometida com as<br />

decisões do Fórum Mundial das Nações Unidas,<br />

onde se inclui o desenvolvimento de um padrão de<br />

teste para a taxa de desgaste que seja confiável,<br />

reproduzível e representativo. A Continental advoga<br />

para que esse método de teste seja incluído na<br />

norma de emissões Euro 7, juntamente com os<br />

limites relevantes e uma aprovação do tipo de<br />

acordo com a regulamentação pertinente da ONU.<br />

A Continental acredita firmemente que o desenvolvimento<br />

de um método de teste de referência,<br />

internacionalmente vinculativo, para determinar<br />

as taxas de desgaste <strong>dos</strong> pneus atuará como um<br />

incentivo adicional para toda a indústria otimizar<br />

ainda mais as características de desgaste <strong>dos</strong><br />

pneus. Temos trabalhado intensivamente na otimização<br />

contínua tanto do design <strong>dos</strong> pneus como<br />

na formulação <strong>dos</strong> seus compostos. Dessa forma,<br />

o impacto ambiental <strong>dos</strong> pneus tende a ser cada<br />

vez menor, sem comprometer as propriedades<br />

de segurança, muito relevantes <strong>dos</strong> pneus. Da<br />

mesma forma, a Continental está constantemente<br />

a melhorar o desempenho de quilometragem <strong>dos</strong><br />

seus pneus. Por exemplo, a linha de pneus PremiumContact<br />

7 tem um desempenho de quilometragem<br />

cerca de 10% superior, por quilómetro<br />

rodado comparativamente com o seu antecessor.<br />

A Continental também apoia projetos de pesquisa<br />

com o objetivo de minimizar o impacto ambiental<br />

do desgaste <strong>dos</strong> pneus e das estradas, em colaboração<br />

com universidades, associações industriais<br />

e outros parceiros externos. u<br />

A Continental está a desenvolver soluções sustentáveis<br />

ao longo de toda a cadeia de valor. To<strong>dos</strong> os pneus devem ser<br />

fabrica<strong>dos</strong> com materiais sustentáveis até 2050, no máximo<br />

Os negócios sustentáveis são impulsionadores<br />

de inovação. Por isso, a Conti-<br />

o<br />

nental está entre os pioneiros quando se<br />

trata de sustentabilidade na indústria de pneus.<br />

Consequentemente, a empresa está a desenvolver<br />

soluções sustentáveis ao longo de toda a cadeia<br />

de valor. To<strong>dos</strong> os pneus devem ser fabrica<strong>dos</strong> com<br />

materiais sustentáveis até 2050, no máximo. Passo<br />

a passo, já podemos ver quais tipos de matérias-<br />

-primas serão utiliza<strong>dos</strong> nos processos de fabrico<br />

de pneus do futuro, incluindo resíduos da agricultura,<br />

como cinzas de cascas de arroz, além de<br />

borracha de dente-de-leão, borracha reciclada e<br />

garrafas plásticas. Para aumentar ainda mais o teor<br />

de material sustentável e preservar recursos valiosos,<br />

a Continental está a analisar continuamente<br />

todas as matérias-primas utilizadas. A Continental<br />

também está constantemente a trabalhar para aumentar<br />

a vida útil <strong>dos</strong> pneus, as taxas de desgaste<br />

e a resistência ao rolamento - fatores cruciais para<br />

a qualidade excecional <strong>dos</strong> nossos pneus.<br />

No caso da mobilidade elétrica, os requisitos a que<br />

os nossos produtos precisam de dar resposta, fruto<br />

do desenvolvimento do setor automóvel, estão em<br />

constante mudança. Com os avanços na tecnologia<br />

de baterias e nas infraestruturas de carregamento,<br />

o problema de autonomia - um tópico amplamente<br />

discutido - vai gradualmente perder importância. Novas<br />

gerações de baterias tornarão possíveis autonomias de<br />

mais de 1.000 km. Atualmente, vemos cada vez mais<br />

veículos elétricos de alto desempenho no mercado,<br />

o que aumenta a procura por pneus que ofereçam<br />

também um elevado desempenho e possibilitem uma<br />

condução segura em velocidades superiores, dando<br />

ainda mais destaque à questão da segurança.<br />

Na IAA Mobility 2023, apresentamos a nossa ideia<br />

de condução eficiente no futuro em áreas urbanas<br />

com o Conti CityPlus. Essa tecnologia de pneus de<br />

última geração aumenta a eficiência energética total<br />

de um pneu em até 10%. Os resulta<strong>dos</strong> são menos<br />

emissões de CO 2 em veículos de passageiros, com<br />

motores a combustão e maiores autonomias para<br />

veículos elétricos.<br />

O progresso constante do setor automóvel influência<br />

os requisitos a que os nossos produtos precisam<br />

de dar resposta, nomeadamente com os enormes<br />

avanços técnicos com a condução autónoma, assim<br />

como novos modelos de negócios, como ofertas<br />

de mobilidade ou subscrição de automóveis. Além<br />

disso, existem soluções inteligentes e digitais de<br />

pneus impulsionadas pela indústria. u<br />

www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 55

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