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Revista dos Pneus 73

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Balanço do ano 2023<br />

Após um conturbado 2022, motivado<br />

pela contínua implementação<br />

de novos preços no setor,<br />

a incerteza sobre se o mercado<br />

poderia absorver esses aumentos tem sido<br />

um <strong>dos</strong> desafios a superar em 2023. Como<br />

resultado, a evolução do mercado de Sell-In<br />

foi impactada, posicionando-se de forma<br />

mais positiva entre as marcas <strong>dos</strong> segmentos<br />

Médios e Budget, e com um crescimento<br />

substancial das marcas de importação. Por<br />

outro lado, as marcas Premium foram as mais<br />

afetadas, tanto na comparação do Sell-Out<br />

como no Sell-In. Neste ambiente de alta<br />

competitividade, continuam a ser os produtos<br />

de alto desempenho e pneus de maior<br />

qualidade os que mantêm um crescimento<br />

sustentado, sendo para esses segmentos<br />

que as marcas Premium têm direcionado<br />

o foco, devido ao valor diferenciador que<br />

proporcionam.<br />

Temos um parque automóvel envelhecido,<br />

com uma idade média de cerca de 14 anos.<br />

Isto está a causar um empobrecimento do<br />

mix de pneus, o que não é vantajoso. Mas<br />

este fenómeno é também uma oportunidade.<br />

Um parque envelhecido e com mais<br />

quilómetros é uma oportunidade para as<br />

casas de pneus que apresentem uma oferta<br />

diversificada e sejam capazes de fazer uma<br />

manutenção global do veículo. Por outro<br />

lado, é importante realçar a polaridade do<br />

mercado. O parque é antigo e as novas vendas<br />

são feitas com recurso a novos formatos<br />

(renting, leasing...). A negociação com as<br />

empresas que gerem estas novas formas de<br />

utilização do automóvel, que não a venda,<br />

é fundamental e, por conseguinte, pertencer<br />

a uma rede capaz de negociar com estas<br />

empresas é vital para poder aceder à<br />

manutenção destas frotas. Por outro lado,<br />

existe uma parte considerável das viaturas<br />

matriculadas nos últimos anos que tem<br />

jantes mais elevadas. Temos por isso assistido<br />

a uma procura crescente no segmento<br />

UHP, que representa uma fatia muito interessante<br />

do negócio e com grande potencial<br />

de crescimento.<br />

REALIDADES DISTINTAS<br />

No que diz respeito ao mercado de distribuição,<br />

tendo em conta os resulta<strong>dos</strong> globais<br />

das principais empresas do setor, podemos<br />

também concluir que o balanço deste ano é<br />

certamente positivo. No entanto, de acordo<br />

com o atual cenário macroeconómico, em<br />

especial com o aumento da taxa de juro e,<br />

consequente, aumento do risco de crédito<br />

e retração do consumo, é fundamental as<br />

empresas continuarem a realizar os ajustes<br />

de negócio necessários, em especial no diz<br />

respeito à gestão de stocks e tesouraria financeira.<br />

Adicionalmente, os fatores do lado<br />

da produção mantêm-se altos pelo que se<br />

torna imperativo maximizar a eficiência para<br />

ser competitivo.<br />

O momento pós-venda atual tem bastantes<br />

oportunidades, mas obriga as empresas a<br />

estarem atentas e desenvolver um conjunto<br />

de ações focadas em manter um relacionamento<br />

duradouro e satisfatório com os<br />

clientes. Conforme o que se pretende haverá<br />

uma ou mais opções para o fim em<br />

questão, em relação aos pneus assiste-se a<br />

uma oferta de muitas marcas com qualidade<br />

de produto. Por tudo isto, a análise do momento<br />

que se vive no setor do comércio de<br />

pneus em Portugal tem de ser enquadrada<br />

e dividida em realidades distintas, uma vez<br />

que ao realizarmos uma análise global do<br />

mercado podemos obter números que não<br />

coincidem com a realidade de cada negócio<br />

ao longo da cadeia de valor. A título<br />

de exemplo, se analisarmos as vendas de<br />

pneus, podemos rapidamente concluir que<br />

os números da distribuição são certamente<br />

diferentes daqueles que são apresenta<strong>dos</strong><br />

pelos fabricantes.<br />

MERCADO ADAPTA-SE<br />

ÀS NOVAS TENDÊNCIAS<br />

O mercado de sell-out está a crescer ligeiramente<br />

até agora, registando um crescimento<br />

de quase 1% em comparação com<br />

2022. As vendas e o mercado sell in são<br />

mais eleva<strong>dos</strong>, porque estamos a assistir a<br />

uma entrada importante de produto asiático,<br />

o que terá repercussão em 2024, e fará<br />

com que ocorra uma recuperação, de forma<br />

paulatina, das marcas premium. O mercado<br />

português está a passar por uma redução no<br />

segmento de jantes de 16’’ e inferiores, que,<br />

até agora, representa uma queda de -12,5%,<br />

contrastando com a estabilidade nas jantes<br />

de 17’’ e o forte crescimento de +13% nas<br />

jantes de 18’’ e superiores. Também é verdade<br />

que a frota de veículos em Portugal<br />

é relativamente antiga, o que se reflete no<br />

peso significativo que as jantes mais pequenas<br />

ainda têm na procura de pneus,<br />

www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 07

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