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Revista Newslab Edição 181

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R$ 25,00<br />

Ano 31 | <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Editorial<br />

revista<br />

Ano 31 - <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />

Caros leitores,<br />

À medida que inauguramos este novo ano,<br />

a <strong>Revista</strong> NewsLab tem o prazer de anunciar<br />

um conjunto emocionante de artigos<br />

e eventos profissionais que esperamos que<br />

inspirem e impulsionem sua jornada no<br />

mundo científico.<br />

O ano de 2024 está repleto de promessas<br />

e oportunidades sem precedentes para<br />

aqueles envolvidos na área de laboratório<br />

e ciências afins. Nosso compromisso permanente<br />

com a excelência e a inovação<br />

nos leva a apresentar uma série de artigos<br />

cuidadosamente selecionados para oferecer<br />

insights valiosos, tendências emergentes<br />

e descobertas revolucionárias.<br />

Destaque dos Artigos:<br />

Avanços Tecnológicos em Análises Laboratoriais:<br />

Explore os desenvolvimentos<br />

mais recentes em tecnologias que estão<br />

redefinindo os padrões de precisão e eficiência<br />

nos laboratórios, oferecendo uma<br />

visão privilegiada do futuro do diagnóstico<br />

e análises clínicas. Nesta edição, inauguramos<br />

a seção Liquor em perspectiva<br />

– Análise e diagnóstico, comandada pela<br />

equipe de profissionais do Laboratório<br />

Senne Liquor.<br />

Trouxemos também, o primeiro artigo<br />

sobre Parasitologia Clínica, escrito pelo<br />

biomédico Rafael Euzébio, estreando sua<br />

coluna neste brilhante ano que se inicia.<br />

Ele nos ajudará a desvendar as últimas e<br />

empolgantes descobertas da parasitologia.<br />

Sustentabilidade e Inovação: Descubra<br />

como a ciência está se unindo à sustentabilidade,<br />

apresentando soluções inova-<br />

doras para reduzir o impacto ambiental dos<br />

processos laboratoriais e promover práticas<br />

mais ecológicas.<br />

Crescimento Profissional: Uma série de artigos<br />

focados no avanço profissional, desde<br />

dicas para aprimorar habilidades técnicas<br />

até conselhos para o desenvolvimento de<br />

liderança no ambiente laboratorial. Nesta<br />

edição, temos um artigo que aborda as cinco<br />

áreas de atuação do citometrista, escrito pela<br />

equipe Hemoflow.<br />

Além dos conteúdos enriquecedores, a<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab está comprometida em<br />

oferecer incentivos tangíveis para impulsionar<br />

suas ambições profissionais neste ano:<br />

NewsLab Webinars: Estamos estabelecendo<br />

novas parcerias para oferecer palestras e<br />

aulas exclusivas e oportunidades de treinamento<br />

para expandir seu conhecimento<br />

e experiência, através do nosso canal no<br />

YouTube, se você ainda não está inscrito,<br />

aproveite e inscreva-se!<br />

Eventos Profissionais: Fique de olho em nossa<br />

agenda e nas redes sociais. Participe de eventos<br />

exclusivos e fóruns de discussão que conectam<br />

profissionais do setor, proporcionando<br />

networking e compartilhamento de ideias.<br />

Mentoria e Aconselhamento Profissional:<br />

Uma iniciativa dedicada a fornecer orientação<br />

personalizada por meio de programas de<br />

mentoria, conectando mentores experientes<br />

com profissionais em ascensão.<br />

Estamos empolgados com as perspectivas<br />

que o ano de 2024 reserva para a comunidade<br />

científica e estamos comprometidos em<br />

Luciene Almeida<br />

Editora Chefe<br />

ser sua parceira de confiança nesta jornada.<br />

Prepare-se para mergulhar em um mundo de<br />

descobertas, aprendizado e oportunidades<br />

que a <strong>Revista</strong> NewsLab se orgulha de oferecer.<br />

Juntos, vamos explorar novos horizontes<br />

e impulsionar o progresso da ciência.<br />

Feliz 2024!<br />

Atenciosamente,<br />

Luciene Almeida<br />

Para novidades na área de diagnóstico e pesquisa,<br />

acessem nossas redes sociais:<br />

/revistanewslab<br />

/revistanewslab<br />

/revistanewslab<br />

@revista_newslab<br />

EXPEDIENTE<br />

Realização: FUTURLAB<br />

Jornalista Responsável: Luciene Almeida | redacao@futurlab.com.br<br />

Assinaturas: Daniela Faria (11) 98357-9843 | assinatura@futurlab.com.br<br />

Comercial: João Domingues (11) 98357-9852 | comercial@futurlab.com.br<br />

Comercial: Juliana Cristina da Silva (11) 97733-3312 | comercial2@futurlab.com.br<br />

Diagramação e Arte: FC Design | contato@fcdesign.com.br<br />

Impressão: Gráfica Hawaii | Periodiciade: Bimestral<br />

Ano 31 - Número <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />

ISSN 0104 - 8384<br />

<strong>Newslab</strong> - Tel.: (11) 98357-9843<br />

www.newslab.com.br - david.kernbaum@futurlab.com.br<br />

2


EXPLORANDO O FUTURO DA BIOINFORMÁTICA<br />

ZTRON, a Revolução nos Servidores de Processamento<br />

e Armazenamento da MGI<br />

Cloud<br />

Storage<br />

Local<br />

Storage<br />

ZTRON Pro<br />

A MGI Lança o ZTRON, servidor de processamento bioinformático e armazenamento de dados.<br />

Sua combinação de potência, eficiência e sustentabilidade coloca os cientistas da genômica<br />

na vanguarda da inovação, acelerando o progresso em direção a uma compreensão mais<br />

profunda do código genético e suas aplicações revolucionárias.<br />

ALTA PERFORMANCE<br />

Aumento exponencial<br />

da produção de dados<br />

biológicos, Velociadade<br />

de análise 60x mais<br />

rápida.<br />

ALTA SEGURANCA<br />

Implantação offline,<br />

Rede autônoma,<br />

Conformidade com<br />

GDPR.<br />

ALTA INTELIGÊNCIA<br />

Processo automatizado,<br />

Expansão flexível,<br />

Bioinformática com<br />

aprendizagem<br />

profunda.<br />

ALTA DISPONIBILIDADE<br />

Proteção redundante,<br />

Tolerância a falhas de<br />

software. Compatibilidade<br />

com ferramentas<br />

bioinformáticas líderes de<br />

mercado.<br />

RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO<br />

Economize espaço<br />

Reduza os custos de<br />

manutenção de TI,<br />

Reduza o armazenamento<br />

por compactação.<br />

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Liderando a Inovação em Ciências da Vida<br />

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nossos representantes


Normas de Publicação<br />

para artigos e informes de mercado<br />

revista<br />

A <strong>Revista</strong> <strong>Newslab</strong>, em busca constante de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas para<br />

publicação de artigos, aos autores interessados. Caso precise de informações adicionais, entre em contato com a redação.<br />

Ano 31 - <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />

Informações aos autores<br />

Bimestralmente, a <strong>Revista</strong> NewsLab<br />

publica editoriais, artigos originais, revisões,<br />

casos educacionais, resumos de<br />

teses etc. Os editores levarão em consideração<br />

para publicação toda e qualquer<br />

contribuição que possua correlação<br />

com a medicina diagnóstica.<br />

Todas as contribuições serão revisadas<br />

e analisadas pelos revisores. Os autores<br />

deverão informar todo e qualquer<br />

conflito de interesse existente, em particular<br />

aqueles de natureza financeira<br />

relativo a companhias interessadas ou<br />

envolvidas em produtos ou processos<br />

que estejam relacionados com a contribuição<br />

e o manuscrito apresentado.<br />

Acompanhando o artigo deve vir o termo<br />

de compromisso assinado por todos<br />

os autores, atestando a originalidade<br />

do artigo, bem como a participação de<br />

todos os envolvidos.<br />

Os manuscritos deverão ser escritos em<br />

português, mas com Abstract detalhado<br />

em inglês. O Resumo e o Abstract<br />

deverão conter as palavras-chave e<br />

keywords, respectivamente.<br />

As fotos e ilustrações devem preferencialmente<br />

ser enviadas na forma original,<br />

para uma perfeita reprodução.<br />

Se o autor preferir mandá-las por e-mail,<br />

pedimos que a resolução do escaneamento<br />

seja de 300 dpi’s, com extensão<br />

em TIF ou JPG.<br />

Os manuscritos deverão estar digitados<br />

e enviados por e-mail, ordenados em<br />

título, nome e sobrenomes completos<br />

dos autores e nome da instituição onde<br />

o estudo foi realizado. Além disso, o<br />

nome do autor correspondente, com<br />

endereço completo fone/fax e e-mail<br />

também deverão constar. Seguidos<br />

por resumo, palavras-chave, abstract,<br />

keywords, texto (Ex: Introdução, Materiais<br />

e Métodos, Parte Experimental,<br />

Resultados e Discussão, Conclusão)<br />

agradecimentos, referências bibliográficas,<br />

tabelas e legendas.<br />

As referências deverão constar no texto<br />

com o sobrenome do devido autor,<br />

seguido pelo ano da publicação, segundo<br />

norma ABNT 10520.<br />

As identificações completas de cada<br />

referência citadas no texto devem vir<br />

listadas no fim, com o sobrenome do<br />

autor em primeiro lugar seguido pela<br />

sigla do prenome. Ex.: sobrenome, siglas<br />

dos prenomes. Título: subtítulo do artigo.<br />

Título do livro/periódico, volume,<br />

fascículo, página inicial e ano.<br />

Evite utilizar abstracts como referências.<br />

Referências de contribuições ainda não<br />

publicadas deverão ser mencionadas<br />

como “no prelo” ou “in press”.<br />

Os trabalhos deverão ser enviados para:<br />

Luciene Almeida – Redação<br />

E-mail: redacao@futurlab.com.br<br />

Ano 31 | <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

Contato<br />

A sua opinião é muito importante para nós. Por isso, criamos<br />

vários canais de comunicação para você, nosso leitor.<br />

REDAÇÃO: Rua Doutor Guilherme Bannitz, 126, 8º Andar - Conj. 81<br />

CV: 10543 Itaim Bibi, São Paulo, SP, 04532-060.<br />

WhatsApp: (11) 98357-9856<br />

E-mail: redacao@futurlab.com.br.<br />

Acesse nosso site: www.newslab.com.br<br />

Para novidades na área de diagnóstico e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />

/revistanewslab<br />

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/revistanewslab<br />

@revista_newslab<br />

Esta publicação é dirigida aos laboratórios, hemocentros e universidades de todo o país.<br />

Os artigos e informes assinados são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião da <strong>Newslab</strong>.<br />

Filiado à:<br />

4<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Diagnósticos Especiais<br />

com Coleta Inteligente<br />

®<br />

CoproOne<br />

®<br />

Testes Coprológicos Especiais<br />

Amostra de Fezes<br />

1 tubo - 15mg<br />

18 parâmetros<br />

Calprotectina | Elastase | HB/HP | Anti-tTg<br />

Gliadina IgA | α1 Antitripsina Fecal | Albumina<br />

EDN | Lisozima | β-Defensina | Ácidos Biliares<br />

Zonulina | Serotonina | GABA | Triptofano<br />

Histamina | Lactoferrina<br />

Urina<br />

Papel de Filtro<br />

7 Neurotransmissores<br />

Serotonina | GABA<br />

Dopamina |Noradrenalina | Adrenalina<br />

Glutamato| Histamina<br />

SalivaCare<br />

®<br />

Saliva<br />

1 Tubo Coletor<br />

11 hormônios<br />

17-OH-Progesterona | Androstenediona<br />

Cortisol | DHEA | DHEA-S | Estradiol<br />

Estrona | IgA Secretora | Melatonina<br />

Progesterona | Testosterona<br />

DBS<br />

®<br />

Amostra de Sangue<br />

Papel de Filtro<br />

Dried Blood Spot®<br />

Depressão: Serotonina, Quinurenina, Triptofano, IDO<br />

Intolerância Histamínica: DAO, Histamina<br />

Hormônios: AMH, FSH, LH, Prolactina<br />

Inflamação: PCR Ultrassensível<br />

Intolerância Alimentar<br />

Vitamina D<br />

EasyCopro<br />

®<br />

Amostra de Fezes<br />

Papel de Filtro<br />

Adenovirus | Calprotectina<br />

Clostridium difficile (Toxina A+B / GDH)<br />

Sangue Oculto | Giardia | H. pylori<br />

Rotavírus | Transferrina<br />

biomecheck<br />

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(11) 94959-2950<br />

Amostra de Fezes<br />

Tubo Coletor<br />

Análise da Microbiota Intestinal<br />

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Índice remissivo de<br />

anunciantes<br />

ordem alfabética<br />

revista<br />

Ano 31 - <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />

ANUNCIANTE PÁG. ANUNCIANTE PÁG.<br />

ACADEMIA DAS ANÁLISES CLÍNICAS 173<br />

ACADEMIA DO LIQUOR 147<br />

ALFA PLAST 97<br />

ALTONA 123<br />

APPARAT CAPA | 89 | 165<br />

BIOCON 23<br />

BIOMEDICA 119<br />

BUNZL SAÚDE 16-17 | 51<br />

CELLAVISION 109<br />

DAILYTECH 101<br />

DATA INNOVATIONS 125<br />

DB APOIO<br />

4ª CAPA<br />

DIAGAM 177<br />

DIAGNO 21 | 171<br />

DYMIND 113<br />

EDAN INSTRUMENTS 39<br />

EUROIMMUN 78<br />

FASTTEST 05<br />

FIRSTLAB 69<br />

GREINER 55<br />

GRIFOLS 26-27<br />

GRUPO PRIME<br />

3ª CAPA<br />

GT GROUP- BIOSUL 129<br />

HAMILTON 13<br />

HERMES PARDINI 30-31<br />

HIMEDIA LABORATORIES 133<br />

HORIBA 2ª CAPA | 167<br />

IBMP 91<br />

LAB REDE 175<br />

LABOR LINE 80-81<br />

LABORATÓRIO MASTELLINI 62-63<br />

LIFOTRONIC 43<br />

LOCCUS 137<br />

MACCURA BIOTECHNOLOGY 34-35<br />

MEDIX 117<br />

MGI AMERICA 03<br />

MINDRAY 143<br />

NEOLAB BY NEOCOMPANY 19<br />

NEXCOPE 141<br />

NIHON KOHDEN 72-73 | 107<br />

OHC- OSANG HEALTH CARE 105<br />

PERFECTA 121<br />

PNCQ 59<br />

QUALLYX 115<br />

RENYLAB 151<br />

SARSTED 47<br />

SNIBE 95<br />

SYSMEX DO BRASIL 09<br />

TPP TECHNO PLASTICS PRODUCTS 11<br />

VEOLIA 07<br />

VIDA BIOTECNOLOGIA 155<br />

ZYBIO 163<br />

Conselho Editorial<br />

Prof. Humberto Façanha da Costa filho - Engenheiro, Mestre em Administração e Especialista em Análise de Sistemas | Dr. Dan Waitzberg - Associado do Departamento de Gastroenterologia da Fmusp. Diretor Ganep Nutrição<br />

humana | Prof. Angela Waitzberg - Professora doutora livre docente do departamento de patologia da UNIFESP | Fábia Regina Severiano Bezerra - Biomédica. Especialista em Gestão de Contratos pela Universidade Corporativa<br />

da Universidade de São Paulo. Auditora em Sistemas de Gestão da Qualidade: ISO 9001:15 e NBR ISO 14001:15, Organização Nacional de Acreditação (ONA). Auditora Interna da Divisão de Laboratórios do Hospital das Clínicas da<br />

Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo | Luiz Euribel Prestes Carneiro – Farmacêutico-Bioquímico, Depto. de Imunologia e de Pós-Graduação da Universidade do Oeste Paulista, Mestre e Doutor em Imunologia pela<br />

USP/SP | Dr. Amadeo Saéz-Alquézar - Farmacêutico-Bioquímico | Prof. Dr. Antenor Henrique Pedrazzi – Prof. Titular e Vice-Diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP | Prof. Dr. José Carlos Barbério<br />

– Professor Emérito da USP | Dr. Silvano Wendel – Banco de Sangue do Hospital Sírio-Libanês | Dr. Paulo C. Cardoso De Almeida – Doutor em Patologia pela Faculdade de Medicina Da USP | Dr. Zan Mustacchi – Prof. Adjunto<br />

de Genética da Faculdade Objetivo/UNIP | Dr. José Pascoal Simonetti – Biomédico, Pesquisador Titular do Depto de Virologia do Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz - RJ | Dr. Sérgio Cimerman – Médico-Assistente do Instituto de<br />

Infectologia Emílio Ribas e Responsável Técnico pelo Laboratório Cimerman de Análises Clínicas.<br />

Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />

Allyne Cristina Grando; Franciele da Rosa Sonemann; Humberto Façanha; Fábia Bezerra; Gleiciere Maia Silva; Jorge Luiz Silva Araújo-Filho; Brunno Câmara; Helena Varela de Araújo; Rafaele Loureiro; Bruna Garcia; Fabiano de<br />

Abreu Agrela Rodrigues; Délio J. Ciriaco de Oliveira; Anna Clara do Nascimento Jesus; Luiza de Souza Fernandes; Victória Oliveira Gonzaga; Daniela Santos Silva; Járede da Silva Lopes; Bianca Victoria Trevizã da Cunha Ferreira<br />

Silvério; Pâmela Caroline Costa Pereira; Alessandra Alves de Souza Abou Hamia; Waldirene Nicioli; Silvânia Ramalho; Andressa Fehlberg; Rachel Siqueira de Queiroz Simões; Joelma Lessa da Silva; Juliana Yuri; Juliana Gomes;<br />

Paulo Mafra; Bruna Massa Barbosa de Andrade; Marina Raposo Neves Baptista; Mirella Portella Serafini; Álvaro Nunes de Morais; Gabriel Valença de Siqueira Borges; Júlia Domingues Marinho.<br />

6<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


ÍNDICEAno 31 | <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

revista<br />

Ano 31 - <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> - Janeiro 2024<br />

84<br />

MATÉRIA DE CAPA<br />

Equip Diagnostica<br />

Cada vez mais abrangente<br />

e conectada<br />

10 - Agenda<br />

79 - Publieditorial I - Euroimmun<br />

80 - Publieditorial II - Laborline<br />

82 - Neurociência em Foco<br />

88 - Análises Clínicas<br />

92 - Auditoria e Qualidade<br />

94 - Papo de bancada<br />

98 - Liquor em Perspectiva Análise e Diagnóstico<br />

100 - Direito e Saúde<br />

106 - Medicina Genômica<br />

114 - Parasitologia<br />

128 - Minuto Laboratório<br />

132 - OFAC Brasil<br />

138 - Epidemiologia<br />

146 - Biossegurança<br />

158 - Citometria de Fluxo<br />

160 - Logística Laboratorial<br />

162 - Informes de Mercado<br />

12<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

A RELAÇÃO ENTRE<br />

CHROMOANAGENESIS E O<br />

CÂNCER<br />

38<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

ASSOCIAÇÃO ENTRE ANEMIA<br />

HEMOLÍTICA EM PACIENTES<br />

COM DOENÇAS AUTOIMUNES:<br />

UMA REVISÃO DA LITERATURA<br />

60<br />

ARTIGO CIENTÍFICO III<br />

RELAÇÃO EIXO<br />

MICROBIOTA-INTESTINO-<br />

CÉREBRO NA DEPRESSÃO EM<br />

JOVENS<br />

70<br />

GESTÃO LABORATORIAL<br />

COLEÇÃO: GESTÃO ECONÔMICA<br />

DE VANGUARDA PARA<br />

LABORATÓRIOS CLÍNICOS<br />

Autores: Dias, Mayara Rosa, Burssed, Bruna.<br />

Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna<br />

Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />

Sarah Crystina Borges Ribeiro, Maria Eduarda de<br />

Medeiros Bezerra, Luciana Aparecida Venancio,<br />

Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Liara Freitas Cavalcanti.<br />

Autores: Odair Casado Virtos Júnior;<br />

Mitiko Sugiyama; André Ribeiro Virtos;<br />

Monica Marques Telles.<br />

Autor: Humberto Façanha da Costa Filho.<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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AGENDA<br />

AGENDA<br />

de eventos 2024<br />

IMAGINE 2024 - XII CONGRESSO DE RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM<br />

DATA: 20 A 22 DE MARÇO DE 2024<br />

LOCAL: INRAD - INSTITUTO DE RADIOLOGIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS FMUSP<br />

PORTARIA 2 - SÃO PAULO - SP<br />

INFORMAÇÕES: https://congressoimagine.com.br/<br />

V CONGIPLAB – CONGRESSO BRASILEIRO DE LABORATÓRIOS<br />

DATA: 26 E 27 DE ABRIL DE 2024<br />

LOCAL: CAMPINAS – SP<br />

INFORMAÇÕES: www.Giplab.com.br<br />

JORNADA PAULISTA DE RADIOLOGIA JPR 2024<br />

DATA: 2 A 5 DE MAIO DE 2024<br />

LOCAL: TRANSAMÉRICA EXPO CENTER – SÃO PAULO/SP<br />

INFORMAÇÕES: https://g.co/kgs/zQsxJ7<br />

HOSPITALAR 2024<br />

DATA: 21 A 24 DE MAIO DE 2024<br />

SÃO PAULO EXPO – SÃO PAULO/SP<br />

INFORMAÇÕES: https://www.hospitalar.com/pt/home.html<br />

49º CBAC 2024 - CONGRESSO BRASILEIRO DE ANÁLISES CLÍNICAS<br />

DATA: 16 A 19 DE JUNHO DE 2024<br />

LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES - NATAL/RN<br />

INFORMAÇÕES: https://www.sbac.org.br/cbac/<br />

56º CONGRESSO BRASILEIRO DE PATOLOGIA CLÍNICA MEDICINA LABORATORIAL<br />

DATA: 10 A 13 DE SETEMBRO DE 2024<br />

CENTRO DE CONVENÇÕES DE SALVADOR - SALVADOR/BA<br />

INFORMAÇÕES: https://www.sbpc.org.br/pt/<br />

CONGRESSO SUL MINEIRO DE LABORATÓRIOS CLÍNICOS - XI EDIÇÃO<br />

DATA: 19 A 21 DE SETEMBRO DE 2024<br />

LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES DO HOTEL GUANABARA - SÃO LOURENÇO/MG<br />

INFORMAÇÕES: http://congressosulmineiro.com.br/<br />

53º CONGRESSO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM (CBR24)<br />

DATA: 19 A 21 DE SETEMBRO DE 2024<br />

LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES DE SALVADOR – SALVADOR/BA<br />

INFORMAÇÕES: https://cbr.org.br/calendario-de-eventos/53o-congresso-brasileiro-de-radiologia-e-diagnostico-por-imagem-cbr24/<br />

CONGRESSO BRASILEIRO DE HEMATOLOGIA, HEMOTERAPIA E TERAPIA CELULAR – HEMO 2024<br />

DATA: 23 A 26 DE OUTUBRO DE 2024<br />

LOCAL: TRANSAMERICA EXPO CENTER – SÃO PAULO – SP<br />

INFORMAÇÕES: https://abhh.org.br/evento/congresso-brasileiro-de-hematologia-hemoterapia-e-terapia-celular-hemo-2024/<br />

19° CONGRELAB – CONGRESSO GAÚCHO DE ANÁLISES CLÍNICAS<br />

DATA: 22 E 23 DE NOVEMBRO DE 2024<br />

LOCAL: CENTRO DE EVENTOS DA PUCRS – PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL - PORTO ALEGRE/RS<br />

INFORMAÇÕES: https://las.org.br/congrelab/o-congrelab/<br />

10<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

11


ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

A RELAÇÃO ENTRE<br />

CHROMOANAGENESIS E O CÂNCER<br />

The relation between chromoanagenesis and cancer<br />

Autores:<br />

Dias, Mayara Rosa1,<br />

Burssed, Bruna2<br />

1 - Graduanda em Biomedicina pela Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU<br />

2 - Biomédica, Mestre e Doutoranda em Genética pela Universidade Federal de<br />

São Paulo - UNIFESP<br />

* Imagem ilustrativa<br />

Resumo<br />

Uma mutação genética pode dar início ao desenvolvimento<br />

de um tumor, causando um câncer. Uma única anomalia<br />

cromossômica pode levar à inativação de genes supressores<br />

de tumor e ativação de oncogenes, levando a uma<br />

proliferação celular anormal. Quebras e fusões genéticas<br />

podem gerar rearranjos cromossômicos, que podem ser<br />

mais simples como em deleções, translocações, inversões ou<br />

duplicações, ou mais complexo como quando são formados<br />

por mecanismos como chromothripsis, chromoplexy<br />

e chromoanasynthesis, os quais envolvem anomalias<br />

catastróficas num único cromossomo ou podendo envolver<br />

dois ou mais. Nesta revisão literária, estudamos como<br />

funcionam os rearranjos complexos da chromoanagenesis e<br />

qual a sua influência no câncer.<br />

Palavras-chaves: Câncer, chomoanagenesis, chromothripsis,<br />

chromoplexy, chromoanasynthesis.<br />

Abstract<br />

A genetic mutation can cause the development of a<br />

tumor, leading to cancer. A single chromosomic alteration<br />

can induce the inactivation of tumor suppressor genes<br />

and activation of oncogenes, causing abnormal cell<br />

proliferation. Breaks and gene fusions can produce<br />

chromosomal rearrangements, which can be simpler, such<br />

as deletions, translocations, inversions or duplications, or<br />

more complex, when they are formed by mechanisms as<br />

chromothripsis, chromoplexy and chromoanasynhtesis,<br />

which involve aberrations in a single chromosome, two<br />

chromosomes, or more. In this literature review, we study<br />

how the complex chromoanagenesis mechanisms work<br />

and how they influence cancer.<br />

Keywords: Cancer, chomoanagenesis, chromothripsis,<br />

chromoplexy, chromoanasynthesis.<br />

12 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

Introdução<br />

Câncer é uma proliferação<br />

anormal, contínua<br />

e desenfreada de células<br />

que se inicia com<br />

uma alteração genética<br />

e gera uma população<br />

de células com a mesma<br />

mutação que inibem<br />

os reguladores celulares<br />

naturais(VARGAS, 2015).<br />

As mutações cromossômicas,<br />

que geralmente<br />

ocorrem durante a fase<br />

de divisão celular, são<br />

características detectadas<br />

na carcinogênese e<br />

são reportadas em todos<br />

os principais tipos<br />

de câncer(HOLLAND;<br />

CLEVELAND, 2012a).<br />

Durante a mitose o centrossomo<br />

se organiza em<br />

microtúbulos que separam<br />

uma cromátide irmã<br />

para cada célula filha.<br />

Havendo uma falha nesse<br />

processo, podemos<br />

ter o desenvolvimento<br />

do câncer(PIHAN, 2013).<br />

A informação citogenética<br />

é importante para<br />

poder identificar genes<br />

com significância na carcinogênese,<br />

evidenciando<br />

a ocorrência de um<br />

rearranjo cromossômico<br />

ou uma desregulação<br />

que leva a uma mistura<br />

do material genético(-<br />

MITELMAN; MERTENS;<br />

JOHANSSON, 2005).<br />

Rearranjos cromossômicos<br />

são causados<br />

pela reparação incorreta<br />

da dupla fita de<br />

DNA e podem levar a<br />

duplicação, deleção,<br />

inversão ou translocação<br />

do conteúdo genético(VARGAS,<br />

2015).<br />

Rearranjos podem ser<br />

recorrentes ou não. Os<br />

recorrentes são aqueles<br />

que apresentam<br />

pontos de rupturas,<br />

tamanhos e conteúdo<br />

genético semelhante<br />

entre indivíduos não<br />

correlacionados. Enquanto<br />

os não-recorrentes<br />

são os que apresentam<br />

formas únicas<br />

e desconhecidas, onde<br />

cada indivíduo apresenta<br />

um ponto de<br />

ruptura, tamanho e<br />

conteúdo genético diferente.<br />

Eles podem<br />

ocorrer através de uma<br />

tentativa de reparação<br />

de double-strand break<br />

(DSB), que são quebras<br />

da dupla-fita de uma<br />

ou duas extremidades,<br />

onde diferentes recombinações<br />

ou mecanismos<br />

de reparo podem<br />

gerar um rearranjo cromossômico(BURSSED<br />

et al., 2022).<br />

Nesta revisão, apresentamos<br />

os mecanismos<br />

de formação de rearranjos<br />

complexos chamados<br />

chromoanagenesis, descrevendo-os,<br />

distinguindo-<br />

-os entre si e correlacionando<br />

cada um com o câncer.<br />

Chromoanagenesis<br />

A chromoanagenesis é<br />

um termo do grego que<br />

significa renascimento<br />

e engloba três mecanismos<br />

de formação de rearranjos<br />

cromossômicos,<br />

sendo eles chromothripsis,<br />

chromoplexy e chromoanasynthesis.<br />

Eles<br />

formam rearranjos complexos<br />

com diversas alterações<br />

em algumas regiões<br />

dos cromossomos,<br />

que ocorrem geralmente<br />

em um único ciclo celular.<br />

São rearranjos muito<br />

associado à instabilidade<br />

genômica, onde um<br />

14 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


defeito na segregação<br />

mitótica dos cromossomos<br />

pode gerar um<br />

evento que leva à chromoanagenesis.<br />

São<br />

ocorrências antes não<br />

facilmente detectadas,<br />

mas, com o avanço tecnológico,<br />

foi possível<br />

identificar diferentes<br />

rearranjos muito mais<br />

complexos(MANTERE et<br />

al., 2021a).<br />

Chromothripsis<br />

Do grego, a palavra<br />

“chromo” vem de cromossomo<br />

e “thripsis” de<br />

estilhaçar em pedaços<br />

(PLAISANCIÉ et al., 2014).<br />

A chromothripsis leva a<br />

rearranjos em um único<br />

cromossomo, inteiro<br />

ou somente em um<br />

braço, ocasionados por<br />

um estilhaçamento do<br />

cromossomo em pequenos<br />

fragmentos que são<br />

reorganizados posteriormente<br />

de forma aleatória<br />

e diferente da conformação<br />

original. Nesse<br />

processo pode haver deleções<br />

pela possível perda<br />

de fragmentos, inversões<br />

e translocações<br />

(BURSSED et al., 2022).<br />

A chromothripsis pode<br />

ocorrer durante um erro<br />

mitótico que gera a produção<br />

de micronúcleo<br />

(HOLLAND; CLEVELAND,<br />

2012b). O micronúcleo<br />

é um corpo citoplasmático<br />

que contém fragmentos<br />

de DNA que se<br />

formam quando um cromossomo,<br />

ou um fragmento<br />

de cromossomo,<br />

não é incorporado<br />

às células filhas após a<br />

anáfase. São estruturas<br />

semelhantes ao núcleo<br />

que isolam o nucleoplasma<br />

do citoplasma<br />

(PIAZZA; HEYER, 2019).<br />

Ele não contém uma resposta<br />

efetiva ao dano,<br />

tem uma replicação de<br />

DNA mais lenta e se o<br />

núcleo entra em mitose<br />

enquanto o micronúcleo<br />

está replicando o<br />

DNA, produz um grande<br />

DSB de DNA micronuclear<br />

(HOLLAND; CLEVE-<br />

LAND, 2012b). O rompimento<br />

da membrana do<br />

micronúcleo expõe os<br />

cromossomos micronucleados<br />

à endonucleases<br />

citoplasmáticas, gerando<br />

o estilhaçamento<br />

dos mesmos, sendo recomposto<br />

em seguida<br />

através de mecanismos<br />

de reparo (WILLIS; RASS;<br />

SCULLY, 2015).<br />

O principal meio de reparar<br />

DSBs seria através<br />

do mecanismo Junção<br />

de Extremidade Não-<br />

-Homóloga (NHEJ, do<br />

inglês Non-Homologous<br />

End-Joining), que ocorre<br />

durante o ciclo e não<br />

precisa de nenhuma homologia<br />

nos pontos de<br />

ruptura pois DSBs de<br />

duas extremidades quebradas<br />

de DNA são modificadas<br />

e ajuntadas.<br />

Por ser um mecanismo<br />

impreciso, há ganhos<br />

ou perdas de nucleotídeos.<br />

Para facilitar a ligação<br />

das extremidades<br />

quebradas, são acrescentados<br />

ou retirados<br />

nucleotídeos para imitar<br />

microhomologia, considerando<br />

que a maioria<br />

dos DSBs terminam com<br />

um fim brusco. Ligações<br />

de extremidades incorretas<br />

através do NHEJ<br />

podem ocasionar em<br />

translocações (BURSSED<br />

et al., 2022; HOLLAND;<br />

CLEVELAND, 2012b).<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

15


Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

Outros processos celulares<br />

que podem levar a<br />

chromothripsis seriam<br />

apoptose abortiva, atrito<br />

do telômero, erro mitótico,<br />

condensação cromossômica<br />

prematura, defeito<br />

na p53 ou integração<br />

viral (OSTAPIŃSKA; STYKA;<br />

LEJMAN, 2022).<br />

retando rearranjo entre<br />

cromossomos heterólogos,<br />

onde extremidades<br />

quebradas de deleções<br />

de DNA formam pontes<br />

que se estendem entre<br />

pontos de rupturas de<br />

duas fusões diferentes.<br />

As pontas finais de cada<br />

deleção se fundem com<br />

diferentes pares ao invés<br />

de entre si, gerando<br />

assim a chromoplexy, no<br />

lugar de uma simples deleção<br />

(BACA et al., 2013).<br />

A figura 1 mostra a diferença<br />

entre chromothripsis<br />

e chromoplexy.<br />

Chromoplexy<br />

A chromoplexy, do grego<br />

“chromo” de cromossomo<br />

e “pleko” de torcer<br />

ou envolver (ZEPEDA-<br />

-MENDOZA; MORTON,<br />

2019), é a reconstrução<br />

do cromossomo e<br />

envolve dois ou mais<br />

cromossomos simultaneamente.<br />

Neste mecanismo,<br />

há quebra dos<br />

fragmentos e rearranjos<br />

em cromossomos diferentes,<br />

ocasionando<br />

em translocações. Este<br />

mecanismo apresenta<br />

pouca perda ou ganho<br />

de material genético<br />

comparado aos outros<br />

(BURSSED et al., 2022;<br />

PIHAN, 2013). Foi originalmente<br />

descrito em<br />

câncer de próstata, acar-<br />

Figura 1 – Chromothripsis e chromoplexy (PIHAN, 2013)<br />

18 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

Chromoanasynthesis<br />

Do grego, “chromo” para<br />

cromossomo e “anasynthesis”<br />

para reconstituição,<br />

a chromoanasynthesis<br />

é a reconstituição<br />

do cromossomo e envolve<br />

um lócus ou um cromossomo<br />

inteiro. O fragmento<br />

cromossômico<br />

é ressintetizado através<br />

de FoSTeS (Fork-Stalling<br />

and Template Switching)<br />

e MMBIR (Microhomology-Mediated<br />

Break-Induced<br />

Replication), podendo<br />

gerar duplicações ou<br />

até triplicações do mesmo<br />

segmento, e não envolve<br />

a formação de um<br />

micronúcleo. A chromoanasynthesis<br />

forma muitas<br />

cópias localizadas,<br />

incluindo deleções, inversões<br />

e até triplicações<br />

(BURSSED et al., 2022).<br />

ao encontrar uma DSB<br />

de extremidade única<br />

e promove replicação<br />

de DNA dependente de<br />

micro-homologia, pois a<br />

excisão da fita com extremidade<br />

5’ gera uma<br />

proeminência da fita<br />

simples com extremidade<br />

3’ livre, que pode<br />

invadir outra região genômica,<br />

reiniciando a<br />

síntese de DNA e causando<br />

diversas trocas de<br />

fita molde, resultando<br />

em rearranjos complexos<br />

ao redor da forquilha<br />

que foi colapsada.<br />

Em FoSTeS, o rearranjo<br />

provém como um resultado<br />

da pausa da<br />

forquilha de replicação,<br />

na qual a fita de DNA se<br />

desvincula da fita molde<br />

e, pela presença de micro-homologia,<br />

desvia<br />

para outro molde em<br />

outra forquilha ativa e<br />

recomeça a síntese do<br />

DNA. Na nova forquilha,<br />

o DNA é copiado e a fita<br />

pode se desvincular novamente<br />

e invadir outra<br />

forquilha ou retornar<br />

à original. Se for para<br />

uma forquilha localizada<br />

abaixo na fita, resulta<br />

em deleção. Se for para<br />

uma forquilha acima na<br />

fita, duplicação. Se for<br />

para outro cromossomo,<br />

translocação(BURSSED<br />

et al., 2022; HOLLAND;<br />

CLEVELAND, 2012b).<br />

A figura 2 representa os<br />

3 tipos de chromoanagenesis.<br />

Figura 2 – Os três tipos de chromoanagenesis (OSTAPIŃSKA; STYKA; LEJMAN, 2022)<br />

MMBIR e FoSTes são<br />

mecanismos baseados<br />

em replicação de DNA.<br />

MMBIR pode acontecer<br />

quando a forquilha<br />

de replicação colapsa<br />

20 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

A genética do câncer<br />

Câncer é um crescimento<br />

celular de tecidos<br />

normais que deixa de<br />

responder aos controles<br />

homeostáticos de crescimento,<br />

por conta de<br />

um dano no DNA e se<br />

expande além dos limites<br />

anatômicos(ROCHA,<br />

2011). Uma célula que<br />

sofre inúmeras rupturas<br />

em seu DNA em um<br />

único evento entraria<br />

em apoptose. O fato de<br />

que esta célula pode<br />

sobreviver e progredir<br />

indica que a remodelação<br />

desse genoma pode<br />

trazer vantagem seletiva<br />

ao clone, promovendo<br />

a evolução ao câncer(S-<br />

TEPHENS et al., 2011).<br />

Apoptose é um processo<br />

homeostático denominado<br />

morte celular programada.<br />

Vários fatores<br />

podem sinalizar a apoptose,<br />

como por exemplo<br />

o DNA danificado. Esses<br />

sinais ativam vias que<br />

resultam na liberação<br />

de citocromo C na mitocôndria<br />

e as proteases<br />

intracelulares destroem<br />

as organelas e degradam<br />

o DNA(ROCHA, 2011). A<br />

regulação desse processo<br />

é feita por fatores inibidores<br />

e ativadores da<br />

cascata apoptótica, proteínas<br />

pró e anti-apoptóticas.<br />

As proteínas anti-<br />

-apoptóticas estabilizam<br />

a membrana externa da<br />

mitocôndria impedindo<br />

a liberação de seu conteúdo<br />

e evitando os eventos<br />

desencadeadores. A<br />

proteínas pró-apoptóticas<br />

inibem as proteínas<br />

anti-apoptóticas, desestabilizando<br />

a membrana<br />

mitocondrial e liberando<br />

fatores apoptogênicos<br />

como o citocromo C,<br />

iniciando assim a morte<br />

celular. A apoptose também<br />

pode ser resultante<br />

da ativação do gene supressor<br />

de tumor p53,<br />

onde participam as moléculas<br />

reguladoras(GAS-<br />

PAROTTO, 2009).<br />

Durante a mitose normal,<br />

o conteúdo genético replicado<br />

é dividido igualmente<br />

entre dois núcleos<br />

filhos para que cada<br />

um receba uma cópia do<br />

cromossomo duplicado.<br />

Erros na segregação dos<br />

cromossomos durante a<br />

mitose, que geram uma<br />

produção de micronúcleos,<br />

resultam em células<br />

aneuploides, que podem<br />

ter grande papel na carcinogênese(HOLLAND;<br />

CLEVELAND, 2012b).<br />

Numa célula normal temos<br />

os proto-oncogenes<br />

que controlam a proliferação<br />

celular e o desenvolvimento<br />

tumoral, enquanto<br />

os genes supressores de<br />

tumor inibem o desenvolvimento<br />

do câncer(VAR-<br />

GAS, 2015).<br />

Os proto-oncogenes<br />

estão envolvidos na regulação<br />

da proliferação<br />

celular normal e, se alterados,<br />

são chamados<br />

de oncogenes. Os oncogenes<br />

podem estimular<br />

o crescimento celular e<br />

ativar a alta proliferação.<br />

Já os genes supressores<br />

de tumor, se mutados ou<br />

perdidos, não controlam<br />

os pontos de checagem<br />

do ciclo celular, impedindo<br />

que células que<br />

tenham o DNA modifi-<br />

22 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

cado sofram apoptose.<br />

As alterações epigenéticas<br />

também são grandes<br />

atuantes na biologia<br />

tumoral. Elas são alterações<br />

herdadas na expressão<br />

gênica nas células<br />

somáticas sem que haja<br />

alteração na sequência<br />

de DNA. Um exemplo é<br />

a metilação do DNA, que<br />

é uma adição do grupo<br />

metil na citosina que expressa<br />

os genes em células<br />

normais, porém a<br />

falta ou excesso de metilação<br />

ativa os oncogenes(ROCHA,<br />

2011).<br />

Alterações cromossômicas<br />

estruturais são consideradas<br />

complexas<br />

quando os rearranjos<br />

envolvem mais de dois<br />

pontos de ruptura(PLAI-<br />

SANCIÉ et al., 2014). São<br />

mutações que podem<br />

gerar oncogenes que estimulam<br />

a proliferação<br />

celular anormal, dando<br />

início, assim, a um câncer.<br />

Os rearranjos são contribuintes<br />

para amplificação<br />

dos oncogenes e<br />

inibição de genes supressores<br />

tumorais(MITEL-<br />

MAN; JOHANSSON; MER-<br />

TENS, 2007; STEPHENS et<br />

al., 2011), levando à alta<br />

proliferação celular, ultrapassando<br />

os limites do<br />

tecido e à falha na apoptose<br />

programada(VAR-<br />

GAS, 2015).<br />

As mutações acumuladas<br />

com o passar dos<br />

anos nas células cancerígenas<br />

resultam numa<br />

progressão da malignidade<br />

da doença(MITEL-<br />

MAN; JOHANSSON; MER-<br />

TENS, 2007; STEPHENS et<br />

al., 2011) e no amadurecimento<br />

do câncer metastático,<br />

que se adapta<br />

a ambientes hostis invadindo<br />

tecidos(WILLIS;<br />

RASS; SCULLY, 2015).<br />

A chromoanagenesis e o<br />

câncer<br />

Anormalidades no cariótipo<br />

que comprometem<br />

número e estrutura<br />

dos cromossomos é<br />

uma característica que<br />

define o genoma de<br />

uma célula cancerígena.<br />

Sequenciadores de<br />

DNA mais recentes detectaram<br />

em tumores<br />

humanos o processo<br />

chamado chromoanagenesis.<br />

Nesses tumores,<br />

os pontos de rupturas<br />

dos cromossomos se<br />

aglomeram muito mais<br />

do que esperado quando<br />

comparados com<br />

rearranjos independentes.<br />

São rearranjos que<br />

acontecem em um único<br />

evento catastrófico<br />

advindo de pulverização<br />

cromossômica e seguida<br />

por ajuntamento<br />

de fragmentos em ordem<br />

aleatória. A montagem<br />

aleatória pela<br />

NHEJ de muitos fragmentos<br />

simultâneos<br />

pode ser a explicação<br />

da maioria das translocações<br />

criadas durante<br />

a chromoanagenesis<br />

em células cancerígenas(HOLLAND;<br />

CLEVE-<br />

LAND, 2012b).<br />

24 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Um fator muito proeminente<br />

em que o estilhaçamento<br />

e religamento<br />

pela NHEJ dos<br />

cromossomos pode promover<br />

proliferação celular<br />

desenfreada é pela<br />

facilitação da ampliação<br />

dos oncogenes através<br />

da criação de fragmentos<br />

extracromossomais<br />

circulares (double-minute<br />

chromossomes) que<br />

não apresentam centrômeros<br />

e telômeros e que<br />

frequentemente carregam<br />

oncogenes. Outro<br />

fator seria a criação de<br />

mutações que ocasionam<br />

na perda ou no interrompimento<br />

de genes<br />

supressores de tumor<br />

(HOLLAND; CLEVELAND,<br />

2012b). A chromothripsis<br />

é muito associada com<br />

a formação de double-<br />

-minute chromossomes,<br />

fragmentos circulares de<br />

DNA com tamanho de<br />

poucos megabases (Mb)<br />

que tem um papel grande<br />

na amplificação de<br />

oncogenes(WILLIS; RASS;<br />

SCULLY, 2015) A chromothripsis<br />

é o principal mecanismo<br />

de maior parte<br />

dos rearranjos identificados<br />

em câncer (MITEL-<br />

MAN; JOHANSSON;<br />

MERTENS, 2007) e está<br />

associada com cânceres<br />

agressivos e de mal prognóstico<br />

(OSTAPIŃSKA;<br />

STYKA; LEJMAN, 2022).<br />

A chromothripsis é um<br />

fenômeno comumente<br />

encontrado em tumores,<br />

visto em pelo menos de<br />

2 a 3% de todos os cânceres<br />

e presente principalmente<br />

em 25% dos<br />

casos de câncer ósseo.<br />

Dez pacientes com leucemia<br />

linfoide crônica foram<br />

examinados e um foi<br />

identificado com 42 rearranjos<br />

genômicos somáticos<br />

envolvendo o braço<br />

longo do cromossomo 4.<br />

Uma análise por todo o<br />

cromossomo mostra diversas<br />

regiões com alterações,<br />

alternando entre<br />

uma ou duas cópias, além<br />

de apresentar segmentos<br />

com perda da heterozigosidade.<br />

Essa perda,<br />

porém, não ocorreu por<br />

simples deleção, mas em<br />

inversões da orientação.<br />

Foi observado também<br />

que as localizações dos<br />

fragmentos unidos em<br />

cada ponto de ruptura<br />

não são geograficamente<br />

próximas(STEPHENS et<br />

al., 2011).<br />

No mesmo estudo, foram<br />

analisadas amostras de<br />

20 pacientes com câncer<br />

ósseo, onde 5 destes<br />

pacientes apresentaram<br />

grandes números de rearranjos<br />

por chromothripsis.<br />

Foram identificados<br />

147 rearranjos envolvendo<br />

os cromossomos 3, 4,<br />

7, 8 e 9, sendo 49 destes<br />

intracromossômicos. Os<br />

rearranjos ligam várias<br />

regiões rompidas, implicando<br />

que a estrutura<br />

genômica resultante é<br />

uma mistura de fragmentos<br />

de diferentes cromossomos<br />

misturados(STE-<br />

PHENS et al., 2011).<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

25


Autores: Dias, Mayara Rosa e Burssed, Bruna.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

Usando o sequenciamento<br />

de genômico<br />

humano, foi possível<br />

detectar chromothripsis<br />

em 2658 cânceres humanos.<br />

A chromothripsis<br />

apresenta um grande<br />

papel em formar a arquitetura<br />

de diferentes<br />

cânceres genômicos. É<br />

frequente em mais de<br />

40% dos gliobastomas<br />

e adenocarcinomas pulmonares,<br />

assim também<br />

como em 100% dos liposarcomas<br />

estudados<br />

e 77% dos osteossarcomas.<br />

Adenocarcinomas<br />

ovarianos, adenocarcinomas<br />

de mama, melanomas<br />

e adenocarcinoma<br />

esofágico também<br />

mostram evidências de<br />

chromothripsis em mais<br />

de 50% dos casos(OS-<br />

TAPIŃSKA; STYKA; LE-<br />

JMAN, 2022).<br />

Um potencial mecanismo<br />

em que a chromothripsis<br />

pode gerar um câncer<br />

é através da perda ou<br />

modificação de um gene<br />

supressor de tumor. No<br />

câncer ósseo de um paciente<br />

estudado, o gene<br />

CDKN2A perdeu uma das<br />

cópias. Juntamente, houve<br />

um rearranjo que interrompeu<br />

o gene WRN, que<br />

é associado à Síndrome<br />

Werner, uma condição associada<br />

a tumores ósseos,<br />

quando afetado por<br />

mutações germinativas,<br />

e a câncer renal, quando<br />

é inativado por mutações<br />

somáticas. No mesmo paciente,<br />

houve perda também<br />

de uma cópia do<br />

gene FBXW7 no cromossomo<br />

4q, que se encontra<br />

inativado em cerca de 6%<br />

de diversos tipos de cânceres.<br />

No caso deste paciente,<br />

um único evento<br />

catastrófico resultou na<br />

interrupção de 3 genes<br />

supressores de tumor(S-<br />

TEPHENS et al., 2011).<br />

Ao analisar pacientes<br />

com mieloma múltiplo, a<br />

chromothripsis foi detectada<br />

em 24% dos casos,<br />

fazendo o mieloma múltiplo<br />

o câncer hematológico<br />

com maior prevalência<br />

de chromothripsis.<br />

Pacientes com leucemia<br />

linfoide crônica (LLC)<br />

também apresentam<br />

diversos rearranjos genômicos<br />

(chromothripsis)<br />

envolvendo o braço<br />

longo do cromossomo<br />

4, assim também como<br />

deleções no 11q ou 17p.<br />

Pacientes com LLC que<br />

apresentam chromothripsis<br />

mostraram resultado<br />

inferior em relação<br />

à resposta ao tratamento,<br />

progressão e sobrevivência<br />

de forma geral.<br />

Já na leucemia mieloide<br />

aguda (LMA), a perda de<br />

um alelo TP53 é frequentemente<br />

observada. A<br />

chromothripsis na LMA é<br />

observada de forma distribuída,<br />

mas com prevalência<br />

nos cromossomos<br />

3, 7 e 12. Cerca de 300<br />

pacientes com síndrome<br />

mielodisplásica foram estudados<br />

e foi constatado<br />

chromothripsis envolvendo<br />

o cromossomo 13<br />

e afetando os genes cancerígenos<br />

FLT3, BRCA2 e<br />

RB1(OSTAPIŃSKA; STYKA;<br />

LEJMAN, 2022).<br />

A chromothripsis, dos três<br />

mecanismos que compõem<br />

a chromoanagene-<br />

28 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


sis, é a que mais se apresenta<br />

em diferentes tipos<br />

de câncer. A frequência<br />

varia para cada tipo, assim<br />

como se pode observar<br />

na figura 3 (CORTÉS-CI-<br />

RIANO et al., 2020):<br />

Ao analisar 57 casos de<br />

tumores prostáticos, um<br />

estudo identificou chromoplexy<br />

como um processo<br />

comum entre eles,<br />

alterando mais de um<br />

oncogene e apresentando<br />

padrões diferentes<br />

entre si. Deleções se acumulam<br />

no desenvolvimento<br />

da carcinogênese<br />

prostática e inativam<br />

genes supressores de<br />

tumor como PTEN, TP53<br />

e CDKN1B. Por volta de<br />

metade dos adenocarcinomas<br />

expressam muitas<br />

vezes o oncogene<br />

ERG, fator de transcrição<br />

ETS essencial para<br />

homeostase endotelial<br />

que reprime genes pró-<br />

-inflamatórios (SASHIDA<br />

et al., 2010). Analises de<br />

genomas em câncer de<br />

próstata mostram rearranjos<br />

complexos que<br />

resultam em extremidades<br />

quebradas de DNA<br />

que se ligam de forma<br />

aleatória umas as outras<br />

formando novas configurações.<br />

Foram observados<br />

5596 rearranjos<br />

que não eram encontrados<br />

no DNA normal, sendo<br />

113 deles validados<br />

por ressequenciamento<br />

e amplificação por PCR<br />

de DNA normal e tumoral.<br />

Genes como PTEN,<br />

RB1, GSK3B e FOXO1 sofreram<br />

rearranjos com<br />

potencial consequência<br />

biológica. Correntes com<br />

cinco ou mais rearranjos,<br />

contendo mais de dez<br />

pontos de quebra, formados<br />

por chromoplexy<br />

foram encontrados<br />

em 50 dos 57 tumores<br />

enquanto 36 desses 57<br />

continham duas ou mais<br />

dessas correntes (BACA<br />

et al., 2013).<br />

Ao analisar amostras de<br />

mieloma múltiplo, foram<br />

encontrados 752<br />

casos de rearranjos<br />

complexos, sendo 19%<br />

destes chromoplexy,<br />

com maior prevalência<br />

em pacientes com mutações<br />

nos genes FGRF3,<br />

DSCAML1 e HYDIN. Em<br />

23% dos pacientes que<br />

apresentam chromoplexy<br />

não foram detectados<br />

eventos de inativação<br />

dos genes RB1 e TP53<br />

(ASHBY et al., 2022).<br />

Em um estudo, 18 casos<br />

de câncer de mama<br />

HER2+ foram mapea-<br />

Figura 3 – Frequência de chromothripsis em diversos tipos de câncer(CORTÉS-CI-<br />

RIANO et al., 2020)<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

29


ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

dos e foi evidenciado<br />

que, em 15 deles, houve<br />

grande quantidade<br />

de chromoanasynthesis<br />

no cromossomo 17, amplificando<br />

o oncogene<br />

ERBB2. Neste estudo,<br />

somente 3 desses 18<br />

casos mostram chromoanasynthesis<br />

somente<br />

no cromossomo 17, sem<br />

envolver outro cromossomo.<br />

Dos outros 12<br />

casos, foram envolvidos<br />

outros cromossomos<br />

juntamente ao 17, com<br />

frequência os cromossomos<br />

7 e 8. Assim como<br />

mostra a figura 4 (VAS-<br />

MATZIS et al., 2018):<br />

Um estudo de caso<br />

de um raro leiomiossarcoma<br />

renal encontrou<br />

chromoanasynthesis<br />

em três regiões:<br />

6q21-q27, uma região<br />

que apresenta 13 oncogenes,<br />

7p22.3-p21.1,<br />

região que apresenta<br />

10 oncogenes e 12q13.<br />

11-q21.2, região com 9<br />

Figura 4 – Os eventos de chromoanasynthesis detectados nos 18 casos, mostrando<br />

quantos destes eventos envolvem os respectivos cromossomos.(VASMATZIS et al., 2018)<br />

oncogenes. Uma análise<br />

dos pontos de ruptura<br />

em chromoanasynthesis<br />

revela um total<br />

de 60 genes, incluindo<br />

2 oncogenes e 6 genes<br />

supressores de tumor.<br />

Neste caso foi percebido<br />

que a chromoanasynthesis<br />

na região<br />

12q afeta os oncogenes<br />

MDM2 e CDK4 que tem<br />

papeis essenciais no ciclo<br />

celular (ANOSHKIN<br />

et al., 2020).<br />

Técnicas citogenéticaspara<br />

o estudo de chromoanagenesis<br />

Diversas técnicas podem<br />

ser utilizadas para a caracterização<br />

dos rearranjos e<br />

detecção de chromoanagenesis.<br />

A cariotipagem<br />

sob bandeamento G é<br />

uma técnica muito útil<br />

para identificação de alterações<br />

equilibradas e<br />

não-equilibradas. Entretanto,<br />

ela possui uma baixa<br />

taxa de diagnóstico de<br />

32 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


aproximadamente 10%<br />

e tem a limitação de detectar<br />

apenas alterações<br />

nores, como pequenas<br />

deleções e duplicações<br />

que não são vistas pelo<br />

sequenciamento com<br />

short-reads possui menor<br />

custo, porém é li-<br />

ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

genômicas<br />

envolven-<br />

cariótipo. O diagnóstico<br />

mitado ao tamanho da<br />

do mais de 5-10 Mb(S-<br />

de rearranjos mais com-<br />

read e à presença de<br />

TANKIEWICZ;<br />

PURSLEY;<br />

plexos é uma importante<br />

regiões repetitivas, que<br />

CHEUNG, 2010). Além<br />

aplicação dessa técnica e<br />

tem papel importante na<br />

disso, em rearranjos com-<br />

pode ser realizado com o<br />

formação de rearranjos<br />

plexos, como é o caso dos<br />

uso de diferentes fluoro-<br />

complexos(MANTERE et<br />

formados por chromoa-<br />

cromos para que ocorra<br />

al., 2021b). O sequencia-<br />

nagenesis,<br />

depende-se<br />

a detecção simultânea<br />

mento com long-reads,<br />

da expertise de citogene-<br />

de mais de uma região<br />

por outro lado, usa rea-<br />

ticistas, o que pode levar<br />

genômica<br />

complemen-<br />

ds mais longas que são<br />

a diferenças de interpre-<br />

tar às sondas utilizadas. É<br />

capazes de se alinhar a<br />

tação entre amostras e<br />

importante ressaltar que<br />

essas regiões repetiti-<br />

laboratórios(MANTERE et<br />

a FISH tem como limita-<br />

vas (MANTERE; KERSTEN;<br />

al., 2021b; STANKIEWICZ;<br />

ção a necessidade de que<br />

HOISCHEN, 2019). A téc-<br />

PURSLEY; CHEUNG, 2010).<br />

a região analisada seja<br />

nica de mapeamento óp-<br />

A técnica de hibridização<br />

conhecia a priori (NEVE-<br />

tico do genoma (OGM,<br />

in situ fluorescente (FISH,<br />

LING et al., 2021; WECK-<br />

do inglês, optical geno-<br />

do inglês, fluorescent in<br />

SELBLATT; RUDD, 2015).<br />

me mapping) vem recen-<br />

situ hybridization) utili-<br />

temente sendo utilizada<br />

za sondas fluorescentes<br />

O sequenciamento do<br />

para a detecção de va-<br />

de DNA específicas para<br />

genoma completo per-<br />

riantes estruturais devi-<br />

certas regiões dos cro-<br />

mite a detecção tanto<br />

do à sua alta quantidade<br />

mossomos com o ob-<br />

de variante nucleotídeo<br />

de dados, baixos custos e<br />

jetivo de identificar al-<br />

único (SNV, do inglês sin-<br />

melhor resolução quan-<br />

terações equilibradas e<br />

gle nucleotide variants)<br />

do comparada às técnicas<br />

não equilibradas, sendo<br />

quanto de variantes<br />

descritas anteriormente<br />

capaz de detectar altera-<br />

estruturais<br />

(WECKSEL-<br />

(NEVELING et al., 2021). A<br />

ções cromossômicas me-<br />

BLATT; RUDD, 2015). O<br />

técnica utiliza moléculas<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

33


ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

linearizadas de DNA de<br />

alto peso molecular que<br />

cas anteriores com o sequenciamento<br />

de San-<br />

chromoanasynthesis,<br />

chromoanagenesis and<br />

são marcadas em pontos<br />

ger, que é utilizado para<br />

cancer,<br />

chromoanasyn-<br />

específicos ao longo do<br />

confirmação dos pon-<br />

thesis and cancer, genéti-<br />

genoma para reconstruir<br />

tos de quebra ao nível<br />

ca humana.<br />

e então mapear comple-<br />

de nucleotídeos (JAN-<br />

tamente o genoma de<br />

CUSKOVA et al., 2013;<br />

Considerações finais<br />

interesse (DREMSEK et<br />

SCHLUTH-BOLARD et al.,<br />

Câncer é uma doença<br />

al., 2021; NEVELING et<br />

2013). Dessa forma, po-<br />

que atinge muitas pes-<br />

al., 2021). Neveling et al.<br />

de-se detectar rearran-<br />

soas atualmente e que<br />

(2021) acreditam que o<br />

jos formados por chro-<br />

está em constante estu-<br />

OGM poderá substituir<br />

moanagenesis.<br />

do. É uma doença agres-<br />

o uso de uma combina-<br />

siva e que apresenta di-<br />

ção das metodologias<br />

Metodologia<br />

versas facetas, portanto<br />

anteriores, uma vez que,<br />

Realizou-se uma revisão li-<br />

identificar a causa raiz<br />

em amostras de cânce-<br />

terária utilizando as bases<br />

de todo o fenômeno<br />

res hematológicos com<br />

de dados PubMed, SciELO<br />

pode trazer muitas res-<br />

essa metodologia, foi<br />

e plataforma Biblioteca<br />

postas.<br />

Chromoanage-<br />

possível a detecção de<br />

Virtual Pearson para en-<br />

nesis forma rearranjos<br />

deleções, inserções, in-<br />

contrar livros, artigos e<br />

muito complexos difí-<br />

versões, aneuploidias e<br />

estudos sobre o assunto.<br />

ceis de serem detecta-<br />

translocações.<br />

A pesquisa foi realizada<br />

dos e que são encon-<br />

no período entre março e<br />

trados em câncer, como<br />

Para um melhor enten-<br />

novembro de 2023.<br />

estudado nessa revisão,<br />

dimento do mecanismo<br />

logo sua detecção pode<br />

de formação do rearran-<br />

As<br />

palavras-chaves<br />

ser muito útil para mon-<br />

jo, é indispensável, na<br />

utilizadas foram: chro-<br />

tar tratamentos e medi-<br />

maioria dos casos, o uso<br />

moanagenesis, chromo-<br />

camentos que possam<br />

combinado das técni-<br />

trypsis,<br />

chromoplexy,<br />

agir nesse mecanismo.<br />

36 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


A quantidade de estudos<br />

relacionando o câncer<br />

com chromothripsis<br />

é grande, porém a<br />

quantidade envolvendo<br />

chromoplexy e chromoanasynthesis<br />

é bastante<br />

limitada. É necessário<br />

um estudo maior e mais<br />

focado nesses rearranjos<br />

para entender melhor<br />

seu papel no desenvolvimento<br />

do câncer.<br />

A técnica de OGM é uma<br />

técnica recente que<br />

ajudou a detectar anomalias<br />

cromossômicas.<br />

Enquanto as técnicas<br />

atualmente utilizadas na<br />

rotina clínica possuem<br />

limitações para detectar<br />

variações estruturais<br />

complexas e indicar sua<br />

localização e orientação,<br />

o uso do OGM em células<br />

cancerígenas pode<br />

ajudar na detecção da<br />

mutação presente na<br />

doença e onde está localizada,<br />

assim auxiliando<br />

em trazer um melhor<br />

diagnóstico e tratamento<br />

ao paciente. O câncer<br />

não é uma doença de<br />

tratamento simples, entender<br />

como surgiu e se<br />

originou pode nortear<br />

o melhor caminho a seguir<br />

para um bom prognóstico<br />

do paciente.<br />

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ARTIGO CIENTÍFICO I<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

37


ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

ASSOCIAÇÃO ENTRE ANEMIA HEMOLÍTICA<br />

EM PACIENTES COM DOENÇAS AUTOIMUNES: UMA<br />

REVISÃO DA LITERATURA<br />

Autores:<br />

Elisandra Oliveira Ribeiro¹,<br />

Lorenna Moreira Santos²,<br />

Stéfani Campos de Oliveira³,<br />

Sarah Chrystina Borges Ribeiro 2 ,<br />

Maria Eduarda de Medeiros Bezerra⁴,<br />

Luciana Aparecida Venancio⁵,<br />

Luca Kiichi Suzuki Trancolin⁶,<br />

Liara Freitas Cavalcanti⁶.<br />

1 - Faculdade Uniprojeção. Brasília, GO. Brasil.<br />

2 - Universidade Unigranrio | Afya. Rio de Janeiro, RJ. Brasil.<br />

3 - Universidade Cesumar – UniCesumar. Ipatinga, MG. Brasil.<br />

4 - Unp-universidade potiguar. Natal, RN. Brasil.<br />

5 - Universidade Cruzeiro do Sul<br />

6 - Instituto Cursau Educação, Londrina, PR, Brasil.<br />

* Imagem ilustrativa<br />

Resumo<br />

A anemia hemolítica autoimune (AHAI) é um tipo de<br />

anemia caracterizada pela destruição das hemácias<br />

devido a presença de autoanticorpos. Pode ou não estar<br />

associada a quadros sintomáticos. A AHAI pode estar<br />

presente em associação a outras doenças autoimunes,<br />

podendo ser uma causa ou uma consequência da<br />

mesma. O objetivo deste trabalho foi buscar relatos na<br />

literatura que mostrassem uma possível relação entre<br />

AHAI e doenças autoimunes de caráter não hematológico.<br />

O presente trabalho observou que a AHAI pode<br />

estar presente em doenças autoimunes de caráter não<br />

hematológico, mas que essas associações são raramente<br />

relatadas. Quando a AHAI não está presente, outros<br />

tipos de anemia podem ser encontrados. Além disso,<br />

constatou-se que a AHAI pode levar ao surgimento de<br />

doenças autoimunes de caráter não hematológico devido<br />

a sua fisiopatologia e falta de tratamento adequado.<br />

Nossos achados mostraram ainda que essas associações<br />

podem surgir devido ao uso de medicamentos ou por<br />

causas desconhecidas. Conclui-se que mais estudos são<br />

necessários para elucidar os mecanismos pelos quais a<br />

AHAI e as doenças autoimunes de caráter não hematológico<br />

podem se associar.<br />

Palavras-chaves: autoanticorpos, eritrócitos, anemia<br />

hemolítica autoimune, fisiopatologia.<br />

Abstract<br />

Autoimmune hemolytic anemia (AHAI) is a type of<br />

anemia characterized by destruction of red blood<br />

cells due to the presence of autoantibodies. It may<br />

or may not be associated with symptomatic conditions.<br />

AHAI may be present in association with<br />

other autoimmune diseases and may be a cause or<br />

consequence of it. The objective of this study was<br />

to search for reports in the literature that showed<br />

a possible relationship between AHAI and non-hematological<br />

autoimmune diseases. The present<br />

study observed that AHAI may be present in non-<br />

-hematological autoimmune diseases, but that<br />

these associations are rarely reported. When AHAI<br />

is not present, other types of anemia can be found.<br />

In addition, it was found that AHAI can lead to the<br />

emergence of autoimmune diseases of non-hematological<br />

character due to its pathophysiology<br />

and lack of adequate treatment. Our findings also<br />

showed that these associations may arise due to the<br />

use of medications or for unknown causes. It is concluded<br />

that more studies are needed to elucidate the<br />

mechanisms by which AHAI and non-hematological<br />

autoimmune diseases can be associated.<br />

Keywords: autoantibodies, erythrocytes, autoimmune<br />

hemolytic anemia, pathophysiology.<br />

38 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

39


ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

Introdução<br />

A anemia hemolítica<br />

autoimune (AHAI) é uma<br />

ferativas, autoimunes e<br />

infecciosas, imunodeficiências,<br />

tumores sólidos,<br />

elevada de reticulócitos,<br />

bilirrubina não conjugada<br />

elevada, haptoglobi-<br />

doença caracterizada por<br />

transplantes e drogas<br />

na reduzida e esfregaço<br />

uma maior destruição<br />

(BARCELLINI et al., 2020).<br />

de sangue com policro-<br />

das hemácias, poden-<br />

Quando associada a<br />

masia ou características<br />

do gerar desde qua-<br />

doenças autoimunes, os<br />

mais específicas, como<br />

dros assintomáticos até<br />

mecanismos<br />

imunoló-<br />

esferócitos ou aglutina-<br />

hemólise grave, poten-<br />

gicos combinam-se de<br />

ção. No entanto, nenhum<br />

cialmente fatal (CHEN et<br />

forma variável. Existem<br />

deles são totalmente sen-<br />

al., 2020; BARCELLINI et<br />

vários relatos de casos<br />

síveis ou específicos para<br />

al., 2020). Essa destruição<br />

de associação de AHIA<br />

a hemólise (HILL &HILL,<br />

se dá por autoanticorpos<br />

com esclerose sistêmica,<br />

2018). Posteriormente,<br />

com ou sem ativação do<br />

lúpus eritematoso sistê-<br />

parte-se para investi-<br />

sistema<br />

complemento<br />

mico (LES), síndrome de<br />

gações mais profundas<br />

(BARCELLINI et al, 2020).<br />

Sjögren (SS), doenças<br />

para saber se a causa da<br />

Cerca de 75% a 80% dos<br />

autoimunes do fígado,<br />

hemólise é imune ou<br />

casos são mediados por<br />

doenças<br />

inflamatórias<br />

não. O teste mais comu-<br />

autoanticorpos do tipo<br />

intestinais e doença de<br />

mente utilizado é o DAT<br />

IgG, e os demais, por<br />

Kawasaki<br />

(KUPELIAN;<br />

(teste direto de antiglo-<br />

IgM, ou por anticorpos<br />

SATHI; SINGH, 2021 e<br />

bulina) (DAT), capaz de<br />

mistos.<br />

A AHAI pode<br />

SBR, 2022).<br />

demonstrar se a imuno-<br />

ser classificada em pri-<br />

globulina (IgG, IgM ou<br />

mária, quando não tem<br />

Em relação ao diagnósti-<br />

IgA) e/ou complemento<br />

relação com doenças sis-<br />

co da AHAI, após a cons-<br />

está ligada à hemácia.<br />

têmicas ou secundária,<br />

tatação da hemólise, é<br />

O DAT pode ser positi-<br />

sendo a manifestação<br />

necessário que se inicie<br />

vo por consequência da<br />

de outra doença (CON-<br />

uma abordagem gradual.<br />

deposição passiva de<br />

TENTE et al., 2020). Pode<br />

Os testes iniciais podem<br />

anticorpos ou complexos<br />

também ter associação<br />

indicar anemia normo/<br />

imunes em doença hepá-<br />

com doenças linfoproli-<br />

macrocítica,<br />

contagem<br />

tica, infecção crônica, dis-<br />

40 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


túrbios renais e outros<br />

(HILL & HILL, 2018). Para<br />

escolher a melhor condu-<br />

adaptativo se desregula e<br />

passa a responder contra<br />

antígenos próprios. Antí-<br />

mente a anemia hemolítica,<br />

e doenças autoimunes<br />

não hematológicas.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

ta terapêutica e saber o<br />

genos microbianos e cito-<br />

Foi utilizado as bases de<br />

prognóstico, é necessário<br />

cinas podem induzir tam-<br />

dados PUBMED, ScIELO<br />

definir o tipo dos auto-<br />

bém a hiperativação de<br />

e Google Acadêmico. Os<br />

anticorpos associados a<br />

linfócitos T e B auto reati-<br />

idiomas utilizados para a<br />

hemácias. Os casos tipi-<br />

vos, alterando a duração<br />

busca foram português,<br />

camente graves, embora<br />

e qualidade da respos-<br />

inglês e espanhol, priori-<br />

mais raros, estão associa-<br />

ta imune (STAFFORD, et<br />

zando artigos entre 2006<br />

dos a anticorpos do tipo<br />

al,2020). Portanto, neste<br />

e 2023. A busca foi limi-<br />

IgM que reagem com<br />

trabalho iremos abordar<br />

tada em campos, como:<br />

as hemácias e ativam o<br />

a associação de doen-<br />

palavra-chave e resu-<br />

complemento,<br />

muitas<br />

ças autoimunes com a<br />

mo. Foram usados os<br />

vezes causando hemólise<br />

AHAI ou outros tipos de<br />

seguintes descritores na<br />

intravascular (BIANCO, et.<br />

anemias, discutindo os<br />

busca: “anemia hemolíti-<br />

al, 2020).<br />

mecanismos<br />

imunoló-<br />

ca autoimune”, “anemia<br />

gicos envolvidos para<br />

hemolítica síndrome de<br />

A autoimunidade na<br />

compreender a razão da<br />

sjogren”, “anemia hemo-<br />

AHAI ou em outras doen-<br />

associação entre essas<br />

lítica artrite reumatoide”,<br />

ças autoimunes pode ser<br />

doenças, além de trazer<br />

“anemia hemolítica hipo-<br />

originada, por exemplo,<br />

alguns relatos de casos<br />

tireoidismo”,<br />

“anemia<br />

devido a modificação dos<br />

para que se possa apro-<br />

hemolítica e hipertireoi-<br />

antígenos das hemácias<br />

fundar o conhecimento<br />

dismo”, “lúpus eritemato-<br />

por drogas ou agentes<br />

acerca desse assunto.<br />

so e anemia hemolítica”.<br />

infecciosos (BARCELLINI,<br />

Artigos que não aborda-<br />

et al, 2020). Pode ocorrer<br />

Metodologia<br />

vam os tópicos de inte-<br />

ainda como resultado da<br />

Esta revisão da literatu-<br />

resse foram excluídos.<br />

perda da auto tolerân-<br />

ra teve como objetivo<br />

No total, foram encon-<br />

cia, que ocorre quando<br />

apresentar a associação<br />

trados 95 artigos, sendo<br />

o sistema imune inato e<br />

entre anemia, principal-<br />

selecionados 35.<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

41


Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />

Sarah Crystina Borges Ribeiro, Maria Eduarda de Medeiros Bezerra, Luciana Aparecida<br />

Venancio, Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Liara Freitas Cavalcanti.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

Hipertireoidismo<br />

A glândula tireoide é responsável<br />

pela produção<br />

da tireoide (TSH) através<br />

da ligação dos anticorpos<br />

do tipo IgG as células<br />

reoidismo e tireoidite”. Já<br />

HENRY & RICHARD,1975<br />

dizem que “a anemia<br />

de hormônios T3 (triio-<br />

da tireoide, constituindo<br />

não é uma característi-<br />

dotironina) e T4 (tiroxi-<br />

um aumento na ativida-<br />

ca comum do hiperti-<br />

na) que participam da<br />

de metabólica da glân-<br />

reoidismo, mesmo em<br />

regulação do metabolis-<br />

dula (CHIANG, PACKER,<br />

pacientes mais velhos (...).<br />

mo (ROTINIA, LAZZARIA,<br />

2009). A DG é relacio-<br />

Quando a anemia ocorre<br />

SPADAA, 2019). Disfun-<br />

nada a outras doenças<br />

no hipertireoidismo, ela<br />

ções na produção desses<br />

autoimunes, sendo uma<br />

pode se apresentar com<br />

hormônios pode resultar<br />

de suas manifestações<br />

os mesmos tipos morfo-<br />

em doenças como hipoti-<br />

clínicas incomuns, dife-<br />

lógicos gerais do hipoti-<br />

reoidismo e o hipertireoi-<br />

rentes tipos de anemia,<br />

reoidismo:<br />

normocítica,<br />

dismo (KRAVEST, 2016).<br />

como a anemia perni-<br />

hipocrômica, microcítica<br />

A doença de Graves (DG)<br />

ciosa, por deficiência de<br />

e macrocítica.”<br />

é a causa mais comum<br />

ferro, e AHAI, sendo essa<br />

de hipertireoidismo e<br />

última rara (KANDINA-<br />

No trabalho de CHEE,<br />

pode apresentar mani-<br />

TA, SOELISTIJO, AMRITA,<br />

GILL, POH, 1978, foi<br />

festações clínicas como<br />

2021). Alguns trabalhos<br />

relatado o caso de uma<br />

anemia, vômitos, icterí-<br />

mostram que existe uma<br />

mulher de 39 anos, chi-<br />

cia, insuficiência cardía-<br />

possível relação entre<br />

nesa, que após aproxi-<br />

ca direita, pancitopenia,<br />

hipertireoidismo e AHAI,<br />

madamente seis meses<br />

leucopenia/tromboci-<br />

contudo, os dados ainda<br />

do diagnóstico de AHAI,<br />

topenia, eritema anular<br />

são escassos (CHIANG,<br />

desenvolveu o hiperti-<br />

centrífugo, bloqueio car-<br />

PACKER, 2009).<br />

reoidismo. Isso ocorreu<br />

díaco, infarto do mio-<br />

devido à ausência de<br />

cárdio, angioedema e<br />

Segundo CHEE, GILL,<br />

tratamento da AHAI,<br />

hipertensão pulmonar<br />

(HEGAZI, AHMED, 2012).<br />

Na DG, ocorre a ativação<br />

do hormônio estimulante<br />

POH, 1978 “a anemia<br />

perniciosa tem sido fortemente<br />

associada ao<br />

hipotireoidismo, hiperti-<br />

resultando em crises<br />

hemolíticas que exigiam<br />

altas doses de esteroides.<br />

Após o diagnósti-<br />

42 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />

Sarah Crystina Borges Ribeiro, Maria Eduarda de Medeiros Bezerra, Luciana Aparecida<br />

Venancio, Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Liara Freitas Cavalcanti.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

co do hipertireoidismo,<br />

houve uma redução da<br />

dosagem do medica-<br />

volveu icterícia mucocutânea,<br />

hipertireoidismo<br />

e nódulo no lobo<br />

Os exames detectaram<br />

anemia normocítica normocrômica<br />

e hipertireoi-<br />

mento.<br />

Posteriormen-<br />

esquerdo. Em relação aos<br />

dismo. O uso da medica-<br />

te, constatou-se que o<br />

hipertireoidismo era de<br />

caráter autoimune (DG).<br />

É incerto que a paciente<br />

tenha anemia perniciosa<br />

pois apresentava<br />

níveis séricos de vitamina<br />

B12 normais, mas foi<br />

documentada a pancitopenia<br />

e AHAI.<br />

Também foi relatado o<br />

caso de dois pacientes<br />

que realizaram tratamento<br />

prolongado com<br />

amiodarona (fármaco<br />

utilizado para o tratamento<br />

de arritmias cardíacas),<br />

resultando em<br />

hipertireoidismo e AHAI.<br />

exames, obteve-se, teste<br />

de Coombs positivo, haptoglobina<br />

inferior a 0,4<br />

g/l (valor de referência de<br />

0,8 a 2) e taxa de iodo de<br />

16,4 µg/100 ml (valor de<br />

referência de 3 a 10). Suspendeu-se<br />

então o uso do<br />

medicamento. Para controlar<br />

o hipertireoidismo<br />

foi necessário o tratamento<br />

com carbimazol 30 mg/<br />

dia com posterior aumento<br />

da dose para 60 mg/<br />

dia, e por fim, redução<br />

para 50 mg/dia. O outro<br />

paciente é um homem de<br />

84 anos, que apresentava<br />

arritmia completa por<br />

fibrilação auricular e por<br />

ção foi suspenso e ainda<br />

assim o paciente apresentava<br />

hipertireoidismo<br />

persistente e suspeita de<br />

AHAI. Primeiramente foi<br />

feito o tratamento com<br />

carbimazol 80 mg/dia e<br />

posteriormente adicionou-se<br />

ao tratamento o<br />

carbonato de lítio 700mg/<br />

dia. Nesses dois relatos de<br />

caso o hipertireoidismo e<br />

a AHAI ocorreram devido<br />

ao uso do amiodarona,<br />

sendo o primeiro o acúmulo<br />

do medicamento e<br />

o segundo a indução de<br />

um mecanismo imunológico<br />

por esse fármaco<br />

(ARPIN et al., 1991).<br />

Uma mulher de 73 anos,<br />

que fazia uso de amiodarona<br />

200 mg/dia, sem<br />

precedentes tireóideos<br />

isso fazia uso de amiodarona<br />

200 mg/dia. Não<br />

tinha precedentes hematológicos<br />

e era portador<br />

Além disso, foi relatado<br />

o caso de um paciente<br />

japonês de 29 anos, internado<br />

devido a paralisia<br />

e hematológicos, desen-<br />

de bócio intratorácico.<br />

periódica. Perdeu 7,5 kg<br />

44 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


em dois meses, começou<br />

a sentir distúrbio transitório<br />

do movimento e<br />

ve a inibição da hemólise<br />

pela terapia anti-hipertireoidiana,<br />

sendo neces-<br />

microcítica, normocítica<br />

e macrocítica. A anemia<br />

ocorre em cerca de<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

palpitações. Constatou-<br />

sário a transfusão de san-<br />

20% a 60% dos pacien-<br />

-se anemia, bócio difuso<br />

gue ou administração<br />

tes com hipotireoidismo<br />

bilateral de superfície<br />

de esteróide ou ambos<br />

(ILKKILIC, AYAS, ALGUN,<br />

lisa, icterícia, sopro sis-<br />

(OGIHARA et al., 1987).<br />

2022) e caracteriza-se<br />

tólico e tremor no dedo<br />

pelo número insuficien-<br />

em repouso. Ao realizar<br />

Hipotireoidismo<br />

te de glóbulos verme-<br />

os exames laboratoriais<br />

O hipotireoidismo é o<br />

lhos, sendo mais comum<br />

foi relatado DG e AHAI. O<br />

outro tipo de doença que<br />

em crianças de 0 a 5 anos<br />

tratamento consistiu em<br />

pode afetar a glândula<br />

(DE BENOIST et al., 2008).<br />

empropiltiouracil,<br />

um<br />

tireoide. É caracterizada<br />

anti-hipotireoidiano,<br />

o<br />

pela produção e secre-<br />

A prevalência do hipoti-<br />

que resultou na inibição<br />

ção insuficiente de hor-<br />

reoidismo varia, de acor-<br />

da hemólise e melhora<br />

mônios T3 e T4, afetando<br />

do com a idade, sexo,<br />

da anemia, não sendo<br />

muitos órgãos e siste-<br />

raça e região geográfica.<br />

necessário a transfusão<br />

mas, incluindo o sistema<br />

O hipotireoidismo clíni-<br />

de sangue. Há também<br />

hematopoiético (OLIVEI-<br />

co possui uma prevalên-<br />

três casos na literatura<br />

RA, MALDONADO, 2014).<br />

cia de 2% a 5% global-<br />

inglesa de hipertireoi-<br />

A doença pode se apre-<br />

mente, e o subclínico de<br />

dismo relacionados a<br />

sentar de forma primária,<br />

4% a 8,5%. Em mulheres<br />

AHAI e cinco na litera-<br />

onde ocorre a diminui-<br />

acima dos 60 anos, ocor-<br />

tura japonesa. Dentre<br />

ção gradual da produ-<br />

re com frequência devi-<br />

esses casos, cinco eram<br />

ção de hormônios, ou de<br />

do a desaceleração no<br />

japoneses, um era nipo-<br />

forma congênita, central<br />

metabolismo.<br />

Estudos<br />

-americano e o outro era<br />

e subclínica (SOARES, et<br />

apontam que a anemia<br />

do Sri Lanka. Porém em<br />

al., 2017). A deficiência<br />

mais frequente no hipo-<br />

nenhum desses pacien-<br />

de hormônios tireoidia-<br />

tireoidismo é a anemia<br />

tes relatados com hiper-<br />

nos pode levar ao desen-<br />

normocítica<br />

normocrô-<br />

tireoidismo e AHAI hou-<br />

volvimento de anemia<br />

mica, devido a<br />

desa-<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

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ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

celeração metabólica<br />

observada na menopausa,<br />

diminuindo a<br />

demanda de oxigênio.<br />

A anemia normocítica<br />

se caracteriza por reticulopenia,<br />

hipoplasia<br />

da linhagem eritróide,<br />

diminuição do nível<br />

de eritropoetina e da<br />

sobrevida regular dos<br />

eritrócitos. A ausência<br />

de estimulação do<br />

desenvolvimento de<br />

linhagens eritróides<br />

pelos hormônios tireoidianos,<br />

a redução na<br />

distribuição de oxigênio<br />

para os tecidos e a<br />

diminuição do nível de<br />

eritropoetina na ausência<br />

de hormônios tireoidianos<br />

podem levar a<br />

anemia normocítica<br />

(SOLIMAN, DE SANCTIS,<br />

YASSIN ET AL. 2017). A<br />

anemia macrocítica no<br />

hipotireoidismo pode<br />

também se desenvolver<br />

devido à má absorção<br />

de vitamina B12 ou<br />

ácido fólico (ILKKILIC,<br />

AYAS, ALGUN, 2022).<br />

Um estudo realizado no<br />

ambulatório de endocrinologia<br />

da Faculdade<br />

de Medicina revela que<br />

o tipo de anemia mais<br />

comum nos grupos de<br />

hipotireoidismo clínico<br />

e subclínico é a anemia<br />

decorrente de doença<br />

crônica (50%, 48,3%, e<br />

52%), e sendo o segundo<br />

por deficiência de ferro<br />

(41,7%, 41,4%, e 44%,<br />

respectivamente) (ILKKI-<br />

LIC, AYAS, ALGUN, 2022).<br />

Outro caso relatado é<br />

de uma paciente de 25<br />

anos, onde foi detectada<br />

anemia pela primeira vez<br />

após um exame de rotina.<br />

Ela negava quaisquer sintomas<br />

seis meses antes,<br />

porém, os exames mostraram<br />

que a hemoglobina<br />

era de 6,7g/100ml, e<br />

reticulócitos 10%. Além<br />

disso, apresentava hiperplasia<br />

meroblástica na<br />

medula óssea. Foi administrado<br />

5 mg de ácido<br />

fólico por dia, via oral,<br />

por uma semana antes<br />

da admissão e foi continuado<br />

por mais 10 dias,<br />

não havendo alteração<br />

significativa no nível de<br />

hemoglobina. Seu hipotireoidismo<br />

foi tratado<br />

com Cytomel 10 mg diariamente,<br />

tendo a dose<br />

aumentada para 65 mg<br />

por 7 dias. O tratamento<br />

foi mantido com 180 mg<br />

de Proloid diariamente.<br />

Após os tratamentos foi<br />

identificado que a paciente<br />

tinha hipotireoidismo<br />

com anemia hemolítica.<br />

Embora a anemia seja<br />

uma complicação frequente<br />

do hipotireoidismo,<br />

geralmente é do tipo<br />

macrocítica, devido à anemia<br />

perniciosa associada,<br />

hipocrômica como resultado<br />

da deficiência de ferro<br />

ou normocítica devido<br />

ao aumento do volume<br />

plasmático da retenção<br />

de líquidos. Não foi identificado<br />

associação de anemia<br />

hemolítica esferocítica<br />

com hipotireoidismo<br />

(LEONE, NARASIMHAN,<br />

WATSON-WILLIANS, 1971)<br />

46 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

Em outro relato, uma<br />

mulher de 57 anos<br />

começou um tratamen-<br />

ra e dor nas costas. Os<br />

exames apresentaram<br />

hemoglobina e triio-<br />

recidiva alguns meses<br />

depois e ela recebeu<br />

tratamento por 12<br />

to com interferon-a2b<br />

dotironina livre abaixo<br />

semanas com ledipasvir<br />

peguilhado (PEG-IFN) na<br />

do valor de referência.<br />

e sofosbuvir. Sua tireoi-<br />

dose de 80 lg semanais<br />

Também<br />

apresentava<br />

de estava com a função<br />

mais ribavirina (RBV)<br />

reticulócitos,<br />

bilirrubi-<br />

e seus níveis mantidos<br />

na dose de 900 mg/dia<br />

na total, aspartato ami-<br />

durante o tratamento<br />

para hepatite C crônica<br />

notransferase e tiroxina<br />

com terapia substituti-<br />

(CHC). A paciente não<br />

livre acima do valor de<br />

va de levotiroxina.<br />

tinha doenças autoimu-<br />

referência. Os testes de<br />

nes ou alergia. Depois<br />

Coombs direto e indire-<br />

Artrite reumatoide<br />

de quase 2 meses ini-<br />

to foram positivos para<br />

A Artrite reumatoi-<br />

ciou tratamento com<br />

IgG e C3d. O exame de<br />

de (AR) é uma doença<br />

Levotiroxina (50 g/dia)<br />

medula óssea apresen-<br />

autoimune, de caráter<br />

para<br />

hipotireoidismo,<br />

tou<br />

hiperproliferativi-<br />

inflamatório e crônico<br />

tendo como suspeita<br />

dade, anemia e hiper-<br />

que afeta as articula-<br />

uma causa autoimune<br />

plasia. Então a paciente<br />

ções. Além disso, causa<br />

durante o tratamen-<br />

foi diagnosticada com<br />

outras<br />

manifestações,<br />

to. Após 28 semanas<br />

AIHA devido ao uso do<br />

sendo os distúrbios<br />

de tratamento houve a<br />

PEG-IFN visto que as<br />

hematológicos os mais<br />

redução do RBV devido<br />

demais causas foram<br />

comuns, principalmen-<br />

a anemia e foi retirado<br />

excluídas.<br />

Também<br />

te a anemia. Outros dis-<br />

após 4 semanas pois os<br />

houve um mecanismo<br />

túrbios hematológicos<br />

níveis de hemoglobinas<br />

de contribuição para o<br />

também<br />

encontrados<br />

haviam diminuído mais.<br />

medicamento<br />

causar<br />

na AR é a síndrome de<br />

Com 35 semanas de tra-<br />

AIHA pois ele é injetado<br />

felty, leucocitose e dis-<br />

tamento<br />

interrompeu<br />

diretamente na medula.<br />

túrbios<br />

linfoprolifera-<br />

o uso do PEG-IFN pois<br />

A paciente teve melho-<br />

tivos (GANNA, 2014;<br />

ela apresentava fadi-<br />

ra após a esplenecto-<br />

SOUZA et al., 2003; SPA-<br />

ga, tontura, urina escu-<br />

mia. Porém houve uma<br />

SOVSKI et al., 2022)<br />

48 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Embora possam existir<br />

complicações hematológicas<br />

na AR, são raros<br />

a hemoglobina foram<br />

de 4,2 g%, hematócrito<br />

13% e Coombs direto<br />

to sinovial. Exames realizados<br />

revelaram uma<br />

intensa anemia com um<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

os casos de associações<br />

positivo. O tratamento foi<br />

nível de reticulócitos alto<br />

a AHAI relatados na lite-<br />

realizado com predniso-<br />

e anticorpos do tipo IgG<br />

ratura. Dentre as ocor-<br />

na (1mg/kg/dia). Apenas<br />

com proteína C3 presen-<br />

rências, grande parte se<br />

no primeiro caso hou-<br />

te, confirmando a AHAI<br />

dá devido à autoanticor-<br />

ve melhora no quadro<br />

por anticorpos quentes.<br />

pos do tipo IgG. (SOUZA<br />

hematológico. O segun-<br />

Embora o caso obser-<br />

et al., 2003; ESPINOSA-<br />

do paciente precisou ser<br />

vado, ressalta-se que a<br />

-ORANTES et al., 2020).<br />

tratado com metilpredni-<br />

AHAI ocorre com frequ-<br />

solona 1g/dia via endo-<br />

ência em pacientes com<br />

SOUZA et al., 2003, relata-<br />

venosa durante 3 dias.<br />

LES, porém é uma mani-<br />

ram dois casos de pacien-<br />

festação rara em pessoas<br />

tes diagnosticados com<br />

Outra associação entre<br />

com AR, sendo mais raro<br />

AR que apresentaram<br />

AR e AHAI foi encontrada<br />

ainda em pacientes com<br />

AHAI confirmados por<br />

na síndrome de Rhupus.<br />

síndrome de Rhupus.<br />

exames laboratoriais. O<br />

Segundo Antonini et al.,<br />

primeiro se trata de uma<br />

2020, Rhupus é uma rara<br />

Em outro relato feito por<br />

mulher de 69 anos e o<br />

síndrome<br />

caracterizada<br />

Estrada, Lyons, Terebelo,<br />

segundo, de um homem<br />

pela manifestação da AR<br />

1990, uma senhora de<br />

de 21 anos. Sintomas<br />

e dos lúpus eritematoso<br />

83 anos portadora de AR<br />

como dispneia, febre ves-<br />

sistêmico (LES) no mes-<br />

manifestou AHAI, tendo<br />

pertina, cefaleia e muco-<br />

mo paciente. Um relato<br />

sintomas como tontura<br />

sas descoradas foram<br />

feito por Espinosa-Oran-<br />

e síncope. Ela fazia uso<br />

relatados em ambos os<br />

tes et al., 2020 descreve<br />

de medicamentos como<br />

casos. O primeiro pacien-<br />

essa condição em uma<br />

captopril,<br />

sulindaco,<br />

te apresentou hemoglo-<br />

paciente de 29 anos,<br />

hidroclorotiazida e trian-<br />

bina de 5,9 g%, hemató-<br />

que manifestou AHAI,<br />

tereno para tratar pie-<br />

crito de 17% e Coombs<br />

apresentando<br />

sintomas<br />

lonefrite e hipertensão.<br />

direto +++. Já o segundo,<br />

como dispneia, dor e cis-<br />

Os exames realizados<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

49


Autores: Elisandra Oliveira Ribeiro, Lorenna Moreira Santos, Stéfani Campos de Oliveira,<br />

Sarah Crystina Borges Ribeiro, Maria Eduarda de Medeiros Bezerra, Luciana Aparecida<br />

Venancio, Luca Kiichi Suzuki Trancolin, Liara Freitas Cavalcanti.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

na paciente indicaram<br />

resultados de hemoglobina<br />

de 7,1 mg/dl, conta-<br />

nuição da meia vida dos<br />

eritrócitos, alterações no<br />

metabolismo do ferro e<br />

necrose tumoral alfa<br />

(TNFα) e interleucina-1<br />

beta (IL-1β). Nos resul-<br />

gem de reticulócitos de<br />

deficiência na eritropoie-<br />

tados obtidos, foi cons-<br />

18,1%, bilirrubina total<br />

se. O processo se dá atra-<br />

tatada anemia em 57<br />

de 2,6 mg/dl, esfregaço<br />

vés da ação das citocinas<br />

pacientes. Ao ser fei-<br />

sanguíneo com esferóci-<br />

inflamatórias,<br />

especial-<br />

ta a comparação entre<br />

tos, hemácias nucleadas<br />

mente a IL-6 que aumen-<br />

pacientes<br />

anêmicos/<br />

e auto aglutinação, LDH<br />

ta a síntese do hormô-<br />

não anêmicos, pôde ser<br />

de 406 mg/dl e teste de<br />

nio hepcidina, que age<br />

observado que os parâ-<br />

Coombs direto e indire-<br />

inibindo a saída do ferro<br />

metros avaliados esta-<br />

to positivo. O tratamento<br />

nas células, diminuindo<br />

vam aumentados nos<br />

com prednisona melho-<br />

seus níveis na corrente<br />

pacientes com anemia.<br />

rou o quadro da anemia,<br />

sanguínea (Masson C,<br />

tendo o nível de hemo-<br />

2011; Ganna S, 2014).<br />

Síndrome de Sojgren<br />

globina aumentado para<br />

Um estudo feito por<br />

A síndrome de Sjogren<br />

12,7 mg/dl cinco sema-<br />

Ganna, 2014 analisou<br />

(SS) é uma doença crôni-<br />

nas após o seu início.<br />

a predominância da<br />

ca autoimune e genera-<br />

anemia em pacientes<br />

lizada, caracterizada por<br />

Outro tipo de anemia<br />

diagnosticados<br />

com<br />

infiltração linfocítica nas<br />

que ocorre em cerca de<br />

AR. Foram avaliados<br />

glândulas exócrinas, tan-<br />

65% dos casos de pacien-<br />

89 pacientes que rea-<br />

to salivares quanto lacri-<br />

te com AR, é a anemia<br />

lizaram os seguintes<br />

mais. Tal infiltração está<br />

reumatoide<br />

(ESTRADA,<br />

exames: velocidade de<br />

relacionada ao aumento<br />

LYONS, TEREBELO, 1990;<br />

hemossedimentação<br />

de autoanticorpos e pos-<br />

MASSON, 2011). A pato-<br />

(VHS), níveis de hemhe-<br />

sui como consequência a<br />

gênese da anemia reu-<br />

moglobina,<br />

proteína-<br />

substituição das glându-<br />

matoide envolve a dimi-<br />

reativa (PCR), fator de<br />

las por tecido conjunti-<br />

50 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

vo, ocasionando na incapacidade<br />

secretora das<br />

mesmas. Apesar da cau-<br />

Os critérios de diagnóstico<br />

da doença foram<br />

modificados pelo Grupo<br />

dessa doença é de difícil<br />

realização e majoritariamente<br />

tardio, uma vez<br />

sa da doença continuar<br />

de Consenso Americano-<br />

que só há manifestação<br />

desconhecida,<br />

sabe-se<br />

-Europeu em 2002, mas<br />

clínica dos sintomas<br />

que o desenvolvimento<br />

resumem-se em: xerof-<br />

após a lesão irreversível<br />

é marcado pela relação<br />

talmia, exame oftalmoló-<br />

do órgão. Além disso,<br />

de fatores intrínsecos e<br />

gico anormal, presença<br />

por ser uma doença de<br />

extrínsecos bem como<br />

de anticorpos nos exa-<br />

base multifatorial, há a<br />

ambientais,<br />

genéticos,<br />

mes hematológicos, sen-<br />

influência de diversos<br />

imunológicos e hormo-<br />

sação de boca seca por<br />

fatores, bem como a<br />

nais (SANTOS et al., 2013).<br />

um período superior a 3<br />

predisposição<br />

genéti-<br />

meses, biópsias de glân-<br />

ca e fatores ambientais<br />

Na SS, há a destruição dos<br />

dulas salivares e teste de<br />

(SANTOS, 2013).<br />

tecidos pelo infiltrado lin-<br />

Saxon (SANTOS, 2013).<br />

focítico de células B e T. As<br />

A AHAI, por ser também<br />

células B são responsáveis<br />

De acordo com Martí-<br />

uma doença autoimu-<br />

pela produção de imu-<br />

nez (2017), a SS pode se<br />

ne, pode se associar<br />

noglobulinas locais e de<br />

apresentar de duas for-<br />

à outras doenças de<br />

autoanticorpos. Os auto-<br />

mas: primária ou secun-<br />

mesma classificação. A<br />

anticorpos estão presen-<br />

dária. A primária ocorre<br />

associação entre SS e<br />

tes em 60% dos pacientes<br />

quando não há nenhu-<br />

AHAI costuma ser rara,<br />

com SS e incluem anticor-<br />

ma outra doença asso-<br />

inespecífica e com sin-<br />

pos contra os complexos<br />

ciada. Já a secundária,<br />

tomatologia diversa.<br />

Ro/SS-A e La/SS-B7,10,<br />

está associada a outras<br />

fator reumatoide (FR) e<br />

doenças<br />

autoimunes<br />

Martinez, 2017 relata o<br />

fator antinuclear (FAN)<br />

como o LES e AR. Entre-<br />

caso de uma mulher de<br />

(BALARINI,2015).<br />

tanto, o diagnóstico<br />

50 anos com um qua-<br />

52 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


dro de hemorragia uterina<br />

anormal persistente,<br />

síndrome anêmica<br />

dulador com corticosteroides,<br />

azatioprina, ciclofosfamida<br />

e metotrexato.<br />

56,1% de anormalidades<br />

hematológicas. Em<br />

dois dos casos de ane-<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

secundária,<br />

diminuição<br />

O tratamento em ques-<br />

mia observou-se altera-<br />

da força física e fraque-<br />

tão provou-se eficaz,<br />

ções da medula óssea,<br />

za muscular. Apesar de<br />

causando um aumento<br />

concluindo que pacien-<br />

não apresentar AHAI, foi<br />

gradual da hemoglobina<br />

tes com SS primária e<br />

observado um quadro<br />

e das plaquetas.<br />

com anemia podem<br />

de anemia normocítica,<br />

produzir hemácias dani-<br />

normocrômica e trom-<br />

Zhou, 2010 realizou um<br />

ficadas e alterações<br />

bocitopenia. Ao realizar<br />

estudo com o objeti-<br />

hematopoiéticas,<br />

além<br />

os exames de perfil imu-<br />

vo de analisar a preva-<br />

da destruição de célu-<br />

nológico, observou-se a<br />

lência e as causas de<br />

las sanguíneas periféri-<br />

presença de anticorpos<br />

anemia na SS primária.<br />

cas maduras. Ademais,<br />

antinucleares e do fator<br />

Cento e trinta e dois<br />

é válido ressaltar que<br />

reumatoide<br />

positivo,<br />

pacientes foram incluí-<br />

a AHAI se apresentou<br />

considerando a positi-<br />

dos, dos quais 11 eram<br />

mais grave nos casos de<br />

vidade para SS, com a<br />

homens e 121 mulheres.<br />

SS primária e 6,1% dos<br />

confirmação após bióp-<br />

Observou-se que a ane-<br />

pacientes apresentaram<br />

sia da glândula salivar.<br />

mia atingia 34,1% dos<br />

complicações.<br />

Em casos semelhantes a<br />

pacientes,<br />

possuindo<br />

este, com a presença de<br />

diversas causas, dentre<br />

Wen, 2015 acompanhou<br />

alterações<br />

hematológi-<br />

elas: anemia de doen-<br />

565 pacientes com SS,<br />

cas, deve-se adicionar<br />

ça crônica (69%), AHAI<br />

dos quais 16 foram diag-<br />

suplementação de fer-<br />

(18%), anemia por defi-<br />

nosticados com AHAI.<br />

ro, ácido fólico, cianoco-<br />

ciência de ferro (9%)<br />

O estudo observou que<br />

balamina, EPO, além do<br />

e outras (4%), além de<br />

esses pacientes são mais<br />

tratamento<br />

imunomo-<br />

uma prevalência de<br />

propensos a sofrerem<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

53


ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

danos hepáticos, febre<br />

e edema do que aqueles<br />

sem anemia, além de<br />

hematológicos característicos.<br />

Portanto, enfatiza-se<br />

a importância de a<br />

linhagens. O diagnóstico<br />

precoce possibilita<br />

estratégias de tratamen-<br />

estarem mais vulnerá-<br />

SS ser considerada para<br />

tos diferentes. Um estu-<br />

veis à trombocitopenia,<br />

o diagnóstico diferen-<br />

do relatou que a incidên-<br />

leucopenia, urina escura,<br />

cial de AHAI.<br />

cia de anemia no LES é<br />

icterícia, palidez e outras<br />

relativamente alta e que<br />

anormalidades hemato-<br />

Lúpus<br />

os mecanismos incluem<br />

lógicas. Todos os dados<br />

O LES é uma doença<br />

principalmente<br />

fato-<br />

apontam para a neces-<br />

autoimune<br />

complexa<br />

res imunológicos e não<br />

sidade de a SS ser consi-<br />

com características clí-<br />

imunológicos dos quais<br />

derada para o diagnós-<br />

nicas variáveis (LU, MEI,<br />

a AIHA é o fator imuno-<br />

tico diferencial de AHAI,<br />

HUANG, 2022). AHAI e<br />

lógico mais comum (MO<br />

mesmo com a ausência<br />

LES compartilham fato-<br />

et al., 2021).<br />

de sintomas.<br />

res de risco genéticos<br />

e ambientais e meca-<br />

De acordo com a lite-<br />

A SS, assim como a AHAI,<br />

nismos fisiopatológicos<br />

ratura, as anormalida-<br />

são doenças autoimu-<br />

(MO et al., 2021). LES é<br />

des hematológicas são<br />

nes que, segundo a lite-<br />

caracterizada pela pre-<br />

comuns em crianças<br />

ratura, possuem poucos<br />

sença de autoanticor-<br />

com LES, com incidência<br />

casos de associação. Ain-<br />

pos, resultando na for-<br />

de 34% a 82,7%. Em um<br />

da assim, quando há a<br />

mação e deposição de<br />

estudo realizado com<br />

presença simultânea de<br />

imunocomplexos<br />

(LU,<br />

duas crianças que apre-<br />

ambas as doenças, con-<br />

MEI, HUANG, 2022). O<br />

sentavam AHAI associa-<br />

segue-se perceber que<br />

LES pode afetar o sis-<br />

do a LES, observou-se<br />

a gravidade é elevada,<br />

tema<br />

hematopoiético,<br />

teste de Coombs posi-<br />

bem como a presença<br />

levando a hemocito-<br />

tivo, anemia e aumento<br />

de sintomas e achados<br />

penia em uma ou mais<br />

de esferócitos no esfre-<br />

54 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

55


ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

gaço sanguíneo. Ambos<br />

os pacientes iniciaram a<br />

terapia imunossupres-<br />

anticoncepcional oral<br />

há vários anos. A paciente<br />

recorreu ao pronto<br />

mentou tromboembolismo<br />

pulmonar agudo<br />

ao nível da artéria lobar<br />

sora combinada e os<br />

socorro por quadro de<br />

inferior direita e dos seus<br />

sintomas clínicos foram<br />

astenia progressiva, dor<br />

ramos segmentares, com<br />

minimizados. A síndro-<br />

torácica de característi-<br />

área de densificação<br />

me de hipoprotrombi-<br />

cas pleuríticas à direita e<br />

homolateral<br />

sugestiva<br />

nemia<br />

anticoagulante<br />

tosse a cerca de 1 sema-<br />

de infarto pulmonar de<br />

lúpica (LAHPS) é uma<br />

na. Foi destacado ane-<br />

baixo risco. Após os tra-<br />

causa de sangramento<br />

mia macrocítica, teste de<br />

tamentos com medica-<br />

raramente identificada<br />

Coombs IgG C3- positiva<br />

ção, foi observado pos-<br />

em pacientes com LES,<br />

(4+) e Coombs indireta<br />

teriormente subida dos<br />

mas deve ser conside-<br />

positiva (4+). A paciente<br />

níveis de hemoglobina,<br />

rada ao avaliar crianças<br />

foi internada para escla-<br />

acompanhada de des-<br />

com resultado positivo<br />

recimento<br />

etiológico<br />

cida dos parâmetros de<br />

de anticoagulante lúpi-<br />

da AHAI e cuidados de<br />

hemólise (desidrogena-<br />

co (LU & HUANG, 2022).<br />

suporte, sendo tratada<br />

se do lactato e da bilir-<br />

com medicação e suple-<br />

rubina indireta). Foi esta-<br />

Um caso clínico de uma<br />

mentação de vitamina<br />

belecido o diagnóstico<br />

mulher de 35 anos rela-<br />

B12 e ácido fólico. Foram<br />

de LES de acordo com<br />

tou hipotiroidismo de<br />

exploradas causas para-<br />

os critérios da Systemic<br />

etiologia não estuda-<br />

neoplásicas,<br />

infeccio-<br />

Lupus<br />

Erythematosus<br />

da previamente, rini-<br />

sas e imunes. A pacien-<br />

International Collabora-<br />

te alérgica e patologia<br />

te realizou tomografia<br />

ting Clinics (SLICC), com<br />

otorrinolaringológica<br />

computorizada<br />

toraco-<br />

AHAI, associado à prová-<br />

benigna. A mesma esta-<br />

-abdomino pélvica onde<br />

vel Síndrome Antifosfoli-<br />

va medicada com levo-<br />

não revelou evidência<br />

pídico (DIAS, MENDON-<br />

tiroxina 0,1 mg/dia e<br />

de neoplasia, mas docu-<br />

ÇA, RIBEIRO 2022).<br />

56 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Além disso, BUILES et<br />

al., 2010, descreveram<br />

um caso de uma<br />

tado agradável direcionado<br />

ao quadro de<br />

hemólise. Para o trata-<br />

apresentou febre, síndrome<br />

da borboleta, hipertireoidismo,<br />

leucopenia e<br />

ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

mulher de 55 anos, que<br />

mento da anemia e da<br />

AIHA. Ambos os pacien-<br />

apresentava<br />

sintomas<br />

baixa de hemoglobina<br />

tes iniciaram tratamento<br />

como astenia, icterícia,<br />

foi realizada uma trans-<br />

imunossupressor<br />

com-<br />

fraqueza muscular e<br />

fusão de hemácias.<br />

binado e os sintomas clí-<br />

diaforese. Nos exames<br />

nicos de ambos foram<br />

laboratoriais indicaram<br />

Por fim, Lu & Huang, 2022<br />

finalmente<br />

resolvidos.<br />

valores para hemoglo-<br />

relataram os casos de<br />

Uma revisão da literatura<br />

bina: 6,72 g/dl; VCM:<br />

duas crianças com AIHA<br />

sobre LES infantil mos-<br />

99,10 fL; Coombs dire-<br />

como primeira manifes-<br />

trou que AIHA é comum<br />

to: negativo e Vitamina<br />

tação de LES. Ambos os<br />

em pacientes com LES.<br />

B12: 95,2pg/ml, indi-<br />

pacientes apresentaram<br />

Os LAHPs são uma causa<br />

cando uma eritropoiese<br />

teste de Coombs posi-<br />

de sangramento espon-<br />

ineficiente, sendo feito<br />

tivo, anemia e aumento<br />

tâneo identificado em<br />

o tratamento com ácido<br />

do número de esferócitos<br />

pacientes com eles e<br />

fólico e vitamina B12. O<br />

no sangue sanguíneo. O<br />

devem ser levados em<br />

diagnóstico de LES foi<br />

paciente do caso 1 apre-<br />

consideração ao avaliar<br />

confirmado com FAN<br />

sentou febre, eritema<br />

crianças positivas.<br />

negativo e anti-Ro posi-<br />

urticário, paresia facial,<br />

tivo, o tratamento foi<br />

AIHA e leucopenia. Após<br />

Conclusão<br />

feito com metilpredni-<br />

exames realizados, cons-<br />

De forma geral, as ane-<br />

solona 500mg/dia por 3<br />

tatou-se o diagnóstico<br />

mias são complicações<br />

dias, prednisona, sendo<br />

de síndrome de hipo-<br />

secundárias que estão<br />

necessário também o<br />

protrombinemia antico-<br />

associadas ao hiperti-<br />

uso de ciclofosfamida<br />

agulante lúpica (LAHPS),<br />

reoidismo,<br />

hipotireoi-<br />

750 mg para um resul-<br />

além de LES. O paciente 2<br />

dismo e artrite reuma-<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

57


ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

toide. Contudo, a AHAI<br />

mostrou-se rara nesses<br />

casos, sendo desencadeada<br />

por medicamentos<br />

ou mecanismos<br />

ainda não muito<br />

bem elucidados. Apesar<br />

de poucos os casos, a<br />

associação entre AHAI<br />

e SS mostrou trazer<br />

consequências<br />

graves<br />

para o paciente, sendo<br />

indispensável o tratamento.<br />

Com isso, mais<br />

estudos acerca dessas<br />

associações são necessários<br />

para um melhor<br />

manejo dos casos.<br />

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58 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


ARTIGO CIENTÍFICO II<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

59


ARTIGO CIENTÍFICO III<br />

RELAÇÃO EIXO<br />

MICROBIOTA-INTESTINO-CÉREBRO<br />

NA DEPRESSÃO EM JOVENS<br />

Autores:<br />

Odair Casado Virtos Júnior 1;<br />

Mitiko Sugiyama 2;<br />

André Ribeiro Virtos 2;<br />

Monica Marques Telles 1, 3<br />

1 NUTRAFIS Educação - UNIFESP<br />

2 Fasttest Brasil<br />

3 Departamento de Fisiologia da UNIFESP-campus SÃO PAULO<br />

* Imagem ilustrativa<br />

Resumo<br />

A depressão é um transtorno de saúde mental complexo<br />

e altamente prevalente, que afeta mais de 300 milhões<br />

de pessoas em todo o mundo. Por desencadear uma série<br />

de sintomas debilitantes que diminuem drasticamente<br />

a qualidade de vida, podendo inclusive culminar em<br />

suicídio, a depressão requer um olhar diferenciado e<br />

com atenção a todos os aspectos associados ao seu<br />

desenvolvimento. Nos últimos anos, surgiram evidências<br />

relevantes de que a disfunção da microbiota no trato<br />

gastrointestinal humano parece desempenhar um papel<br />

fundamental na fisiopatologia da depressão maior, por<br />

meio de uma rede de comunicação bidirecional conhecida<br />

como eixo microbiota-intestino-cérebro. A comparação da<br />

composição da microbiota intestinal (MI) em indivíduos<br />

com depressão versus indivíduos saudáveis revelou que,<br />

em geral, a depressão está associada ao desenvolvimento<br />

de disbiose intestinal, resultando em reduções na<br />

diversidade e abundância bacteriana. Desta forma, a<br />

modulação da microbiota intestinal por meio do uso de<br />

pré-bióticos e probióticos passou a ter um grande interesse<br />

como potencial terapia complementar ao tratamento<br />

convencional da depressão. Contudo, mais estudos são<br />

necessários para melhor compreender os potenciais<br />

benefícios da modulação da MI.<br />

Palavras-chaves: Depressão em jovens, microbiota<br />

intestinal, eixo microbiota-intestino-cérebro, disbiose.<br />

Abstract<br />

Depression is a complex and highly prevalent mental<br />

health disorder, affecting more than 300 million people<br />

worldwide. Because it triggers a series of debilitating<br />

symptoms that drastically reduce the quality of life,<br />

and can even culminate in suicide, depression requires<br />

a different look and attention to all aspects associated<br />

with its development. In recent years, relevant evidence<br />

has emerged that microbiota dysfunction in the human<br />

gastrointestinal tract appears to play a fundamental role<br />

in the pathophysiology of major depression, through a<br />

bidirectional communication network known as the gutbrain<br />

axis. Comparison of gut microbiota (GM) composition<br />

in individuals with depression versus healthy individuals<br />

revealed that, in general, depression is associated with<br />

the development of gut dysbiosis, resulting in reductions<br />

in bacterial diversity and abundance. In this context, the<br />

modulation of the intestinal microbiota through the use of<br />

prebiotics and probiotics has become of great interest as a<br />

potential complementary therapy to conventional therapy<br />

for depression. However, more studies are needed to better<br />

understand the potential benefits of MI modulation.<br />

Keywords: Depression in young people, gut microbiota, gutbrain<br />

axis, dysbiosis.<br />

60 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Depressão<br />

A depressão caracteriza-se<br />

por um estado de<br />

No Brasil, a prevalência<br />

da depressão é de 10,9%<br />

para Mulheres e 3,9%<br />

mas cognitivos, afetivos<br />

e físicos. Caracteriza-se<br />

por curso clínico crônico<br />

ARTIGO CIENTÍFICO III<br />

melancolia profunda,<br />

que resulta em perda<br />

de interesse e prazer<br />

por atividades em geral,<br />

incluindo aquelas que<br />

em outros momentos<br />

estavam associadas à<br />

sensação de bem-estar,<br />

podendo levar ao<br />

suicídio nos casos mais<br />

graves. Estima-se que<br />

aproximadamente 300<br />

milhões de pessoas<br />

no mundo sofram de<br />

depressão 1,2,3 , sendo que<br />

aproximadamente 40%<br />

das pessoas com depressão<br />

manifestam seu 1º<br />

episódio antes dos 20<br />

anos 3 . Estudo com quase<br />

10.000 americanos,<br />

estabeleceu que 75%<br />

dos Transtornos mentais<br />

começam aos 24 anos 4 , o<br />

que ilustra a importância<br />

para Homens, representando<br />

23% dos atendimentos<br />

ambulatoriais e<br />

hospitalares em Saúde<br />

Mental no SUS 4 . Estes<br />

dados são especialmente<br />

alarmantes, se levarmos<br />

em conta o conjunto<br />

de comorbidades associadas<br />

à depressão, que<br />

podem prejudicar aspectos<br />

importantes da vida<br />

pessoal e profissional.<br />

Dentre os diferentes<br />

padrões de transtornos<br />

de humor, os tipos de<br />

maior prevalência em<br />

indivíduos jovens são: I.<br />

Transtorno depressivo<br />

recorrente, no qual há<br />

a ocorrência de pelo<br />

menos dois episódios<br />

depressivos; faz parte<br />

da doença, com relatos<br />

de episódios depressivos<br />

recorrentes em mais de<br />

50% dos indivíduos acometidos;<br />

II. Transtorno<br />

bipolar, caracterizado por<br />

episódios depressivos se<br />

alternam com períodos<br />

de sintomas maníacos,<br />

que incluem euforia ou<br />

irritabilidade, aumento<br />

de atividade ou energia<br />

e outros sintomas, como<br />

aumento da loquacidade,<br />

pensamentos acelerados,<br />

aumento da autoestima,<br />

diminuição da necessidade<br />

de sono, distração<br />

e comportamento<br />

impulsivo e imprudente 6 .<br />

De uma forma geral,<br />

pacientes em quadro<br />

de depressão relatam<br />

dificuldades significati-<br />

da avaliação do desen-<br />

deste grupo o Transtorno<br />

vas no funcionamento<br />

volvimento<br />

precoce,<br />

Depressivo Maior (TDM),<br />

pessoal, familiar, social,<br />

com ênfase na aborda-<br />

principal causa de invali-<br />

educacional,<br />

ocupacio-<br />

gem terapêutica.<br />

dez, com relatos de sinto-<br />

nal e/ou em outras áreas<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

61


Autores: Odair Casado Virtos Júnior, Mitiko Sugiyama, André Ribeiro Virtos,<br />

Monica Marques Telles.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO III<br />

importantes.<br />

Ademais,<br />

um episódio depressivo<br />

pode ser categorizado<br />

como leve, moderado ou<br />

grave dependendo do<br />

número e da gravidade<br />

dos sintomas, bem como<br />

do impacto no funcionamento<br />

do indivíduo 3 .<br />

Um aspecto relevante<br />

reside no fato de que<br />

44% dos pacientes não<br />

respondem a dois tratamentos<br />

convencionais<br />

consecutivos, sendo que<br />

30% dos pacientes com<br />

Depressão resistente<br />

tentam o suicídio7. É<br />

digno de nota que o suicídio<br />

é a quarta principal<br />

causa de morte entre<br />

jovens de 15 a 29 anos 2 .<br />

Neste cenário, novas<br />

abordagens diagnósticas<br />

e terapêuticas tem<br />

sido propostas; dentre<br />

elas, destaca-se o “eixo<br />

microbiota-intestino-cerebro”<br />

(EMIC), o qual tem<br />

sido associado a diferentes<br />

transtornos neuropsiquiátricos<br />

8 , dentre eles,<br />

a depressão.<br />

Eixo Microbiota-Intestino-Cérebro<br />

(EMIC) e a<br />

Depressão<br />

O EMIC tem sido proposto<br />

como uma conexão<br />

bidirecional entre o<br />

microbioma intestinal e o<br />

Sistema Nervoso Central<br />

(SNC). Desta forma, alterações<br />

na abundância<br />

e/ou na composição do<br />

microbioma são capazes<br />

de modular a função<br />

central mediante as vias<br />

neurais vagal, toracolombar<br />

ou lombossacral,<br />

ou mediadores solúveis<br />

como hormônios,<br />

neurotransmissores e<br />

citocinas 9 . Por sua vez,<br />

o cérebro se comunica<br />

com o trato digestivo<br />

de duas formas: Sistema<br />

Nervoso Autônomo (simpático<br />

e parassimpático)<br />

sobre o Sistema Nervoso<br />

Entérico (SNE) e, indiretamente,<br />

pelo Eixo Hipotalamo-hipófise<br />

adrenal<br />

(HPA) 8 . Tanto a fisiologia<br />

nervosa como a intestinal<br />

dependem dessa<br />

comunicação e, como<br />

resultado, há a regulação<br />

de funções fisiológicas<br />

como a saciedade e o<br />

comportamento diante<br />

de estímulos adversos.<br />

Por outro lado, alterações<br />

no SNC podem repercutir<br />

no funcionamento do<br />

TGI, de forma que transtornos<br />

neurais podem se<br />

refletir em enfermidades<br />

gastrintestinais 9 .<br />

Um dos fatores chave<br />

na regulação do EMIC<br />

é o neurotransmissor<br />

monoaminérgico Serotonina,<br />

que atua tanto<br />

no SNC quanto no sistema<br />

nervoso entérico<br />

(SNE) e sofre interferência<br />

direta do microbioma<br />

intestinal, desde<br />

que o triptofano, seu<br />

aminoácido precursor é<br />

utilizado no metabolismo<br />

de muitas espécies<br />

bacterianas 10 . Deficiência<br />

nos níveis deste<br />

neurotransmissor estão<br />

associadas à depressão,<br />

razão pela qual a terapia<br />

convencional utiliza,<br />

dentre outros fármacos,<br />

os inibidores seletivos<br />

da receptação de serotonina<br />

(do inglês: SSRIs).<br />

64 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


No contexto da MI, os<br />

principais mecanismos<br />

pelos quais as bactérias<br />

intestinais se comunicam<br />

com o SNC e regulam<br />

a neuroquímica do<br />

SNC e o comportamento<br />

emocional estão descritos<br />

a seguir 7,11 :<br />

I. Produção de neurometabólitos:<br />

Síntese ou<br />

mimetização de Acetilcolina,<br />

Catecolaminas,<br />

GABA, Histamina, Melatonina<br />

e Serotonina pela<br />

Microbiota Intestinal.<br />

II. Estimulação de mediadores<br />

imunológicos e<br />

inflamatórios: Um desequilíbrio<br />

na distribuição<br />

e na diversidade das<br />

bactérias do intestino<br />

(Disbiose) aumenta a permeabilidade<br />

intestinal<br />

(Leaky Gut) e promove a<br />

neuroinflamação, afetando<br />

a função cerebral e<br />

comportamento.<br />

III. Sinalização direta para<br />

o SNC a partir das bactérias<br />

da microbiota intestinal,<br />

via nervo vago.<br />

IV. Produção de Neurotoxinas:<br />

Algumas Bactérias<br />

intestinais (ex: Alguns<br />

gêneros de Clostridium<br />

sp.) produzem neurotoxinas<br />

que alcançam o<br />

SNC provocando danos<br />

cerebrais.<br />

Emeran Mayer (2018),<br />

em seu Livro “The Mind-Gut<br />

Connection” cita<br />

3 estudos controlados<br />

realizados com pacientes<br />

com diagnóstico de TDM<br />

que implicam claramente<br />

um papel dos microorganismos<br />

intestinais<br />

alterados nos sintomas<br />

da Depressão. Neste contexto,<br />

tem sido proposto<br />

que os pacientes podem<br />

ser diagnosticados como<br />

sofrendo de depressão<br />

por meio da observação<br />

da composição de sua<br />

MI 12 . De fato, o diagnóstico<br />

de depressão se<br />

associou com a maior<br />

prevalência de bactétias<br />

do filo Bacteroides, cuja<br />

a presença está relacionada<br />

a doenças inflamatórias<br />

intestinais como<br />

a Doença de Crohn8.<br />

Ademais, estudos sobre<br />

o uso de probióticos em<br />

pacientes deprimidos<br />

tem demonstrado uma<br />

melhora significativa no<br />

sofrimento psicológico<br />

associado à depressão 12 .<br />

Um outro aspecto<br />

importante a ser considerado<br />

no tratamento<br />

da depressão refere-se<br />

à abordagem multidisciplinar.<br />

Um estudo randomizado<br />

e controlado<br />

realizado por Felice Jacka<br />

(2019) na Austrália, em<br />

pacientes com depressão<br />

moderada à grave,<br />

demonstrou que o apoio<br />

social associado ao aconselhamento<br />

nutricional<br />

baseado no padrão da<br />

dieta mediterrânea, rica<br />

em fibras e gorduras de<br />

boa qualidade, além do<br />

tratamento psicológico<br />

e farmacológico tradicional,<br />

contribuiu de<br />

forma importante para a<br />

melhora dos sintomas 13 .<br />

A neuroinflamação tem<br />

sido proposta como<br />

um dos fenômenos que<br />

compõem a patogenia<br />

da depressão 11 . Tem sido<br />

ARTIGO CIENTÍFICO III<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

65


Autores: Odair Casado Virtos Júnior, Mitiko Sugiyama, André Ribeiro Virtos,<br />

Monica Marques Telles.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO III<br />

proposto que alterações<br />

no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal<br />

(HPA), que<br />

resultem tanto em hipercortisolemia<br />

quanto em<br />

alterações na regulação do<br />

eixo via feedback negativo,<br />

estariam associados aos<br />

efeitos do estresse sobre<br />

a composição da MI 14,15 .<br />

Tem sido proposto ainda<br />

que alterações nos receptores<br />

de glicocorticoides<br />

estariam associadas ao<br />

estresse crônico, levando<br />

à disfunção do Eixo HPA<br />

e aumento da resposta<br />

de despertar cortical em<br />

pacientes com TDM 16,17 .<br />

A resposta inflamatória<br />

cerebral pode modificar a<br />

síntese de neurotransmissores,<br />

tais como Glutamato,<br />

Serotonina, Dopamina<br />

e Noradrenalina, através<br />

da influência sobre a<br />

via da quinurenina 8 . Por<br />

outro lado, a composição<br />

da Microbiota intestinal é<br />

capaz de modular tanto a<br />

produção de serotonina e<br />

melatonina, como a relação<br />

GABA/Glutamato8.<br />

Vale destacar que mais<br />

de 90% da Serotonina<br />

é produzida no epitélio<br />

intestinal 9 .<br />

Diagnóstico e tratamento<br />

A microbiota de indivíduos<br />

saudáveis é colonizada<br />

principalmente<br />

por bactérias dos filos<br />

Bacteroidetes e Firmicutes,<br />

seguida por outras<br />

variedades. Em pacientes<br />

com TDM, encontrou-se<br />

maior número do<br />

gênero Prevotella, bem<br />

como número elevado<br />

de Bacteroidetes e baixo<br />

de Lachnospiraceae 18 .<br />

Uma das características<br />

das doenças do sistema<br />

gastrintestinal é a ocorrência<br />

de ansiedade e<br />

depressão, tais como verifica-se<br />

em Doença Celíaca,<br />

Doença de Crohn e<br />

Colite Ulcerativa 9,18 . Neste<br />

contexto, vale destacar<br />

que os medicamentos<br />

antidepressivos constituem<br />

o tratamento mais<br />

comum para episódios de<br />

depressão e, assim, são os<br />

mais prescritos no mundo<br />

inteiro, sendo que aproximadamente<br />

25% dos<br />

indivíduos que tomam<br />

antidepressivos o fazem<br />

há mais de uma década 16 .<br />

Os antidepressivos constituem<br />

a principal ferramenta<br />

farmacológica<br />

para o tratamento da<br />

depressão. Contudo, possuem<br />

um efeito sútil em<br />

pacientes com depressão<br />

leve a moderada e um<br />

efeito um pouco mais<br />

relevante em pacientes<br />

com depressão severa 19 .<br />

De fato, menos de 50%<br />

dos indivíduos relatam<br />

estar livres dos sintomas<br />

de depressão após o<br />

tratamento. Além disso,<br />

aqueles que atingem a<br />

remissão muitas vezes<br />

não obtêm recuperação<br />

funcional completa 19 .<br />

Neste cenário, fica clara<br />

a necessidade de novas<br />

abordagens terapêuticas.<br />

A maioria dos profissionais<br />

de saúde raramente<br />

prescreve exames laboratoriais<br />

específicos, tais<br />

como dosagem de neurotransmissores,<br />

como<br />

acompanhamento do<br />

sucesso da terapia medicamentosa<br />

adotada, nem<br />

tampouco investigam<br />

66 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


a saúde intestinal do<br />

paciente deprimido. Um<br />

laboratório especializa-<br />

tos como biomarcadores<br />

preditivos e correlativos<br />

da função do Sistema<br />

mentar como estratégia<br />

para atenuar sintomas e<br />

reduzir o risco de doen-<br />

ARTIGO CIENTÍFICO III<br />

do em medir os níveis<br />

Nervoso 21 . Abaixo, estão<br />

ças associadas. De fato,<br />

de<br />

neurotransmissores<br />

descritos<br />

marcadores<br />

o consumo de fibras<br />

mostrou que aproxi-<br />

laboratoriais de grande<br />

alimentares, prebióticos,<br />

madamente 70% da<br />

interesse para o diagnós-<br />

probióticos,<br />

polifenóis<br />

população apresenta um<br />

tico da Disbiose 16 :<br />

e componentes alimen-<br />

desequilíbrio dos neu-<br />

tares<br />

anti-inflamatórios<br />

rotransmissores 20 .<br />

Con-<br />

• Indigestão (Mal absor-<br />

devem ser considera-<br />

tudo, tem sido proposto<br />

ção): Calprotectina e Alfa<br />

dos quando se trata de<br />

que a resposta diferencial<br />

1 Antitripsina fecal<br />

saúde mental 7 . Neste<br />

de um tratamento pode<br />

• Indigestão (Má diges-<br />

cenário, a alimentação<br />

ser testada por meio de<br />

tão): Elastase Pancreática<br />

saudável é a forma mais<br />

Biomarcadores16. Assim,<br />

e Acidos Biliares<br />

barata, agradável e fácil<br />

um biomarcador de<br />

• Imunidade da Mucosa<br />

de modificar e melhorar<br />

diagnóstico (presença ou<br />

Intestinal: IgA secretora<br />

as interações intestino-<br />

ausência de uma doença)<br />

• Permeabilidade da<br />

-cérebro. A alimentação<br />

ou um biomarcador de<br />

Mucosa Intestinal: (Leaky<br />

tipo mediterrânea, rica<br />

tratamento, que ajuda a<br />

Gut) – Zonulina<br />

em fibras e gorduras de<br />

determinar a resposta do<br />

• Marcadores Inflamató-<br />

boa qualidade, é a mais<br />

tratamento, podem ser<br />

rios: Calprotectina, Lacto-<br />

estudada e indicada<br />

úteis para remodelar as<br />

ferrina, Alfa 1 Antitripsina<br />

para a Depressão 12,13,22 .<br />

abordagens terapêuticas<br />

Fecal, Lisozima<br />

Adicionalmente, a ati-<br />

e a tomada de decisões<br />

vidade física também<br />

de tratamento 16 .<br />

Um outro aspecto<br />

é reconhecida como<br />

importante a ser consi-<br />

fundamental para perda<br />

Apesar da ausência histó-<br />

derado na modulação<br />

de peso, minimizando<br />

rica de Biomarcadores em<br />

da microbiota intestinal,<br />

a síndrome metabólica<br />

Psiquiatria, os Neurotrans-<br />

em especial no contexto<br />

que está intimamente<br />

missores urinários tem<br />

da depressão, envolve a<br />

associada à inflamação<br />

sido atualmente propos-<br />

melhora do padrão ali-<br />

do cérebro e do corpo 22 .<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

67


Autores: Odair Casado Virtos Júnior, Mitiko Sugiyama, André Ribeiro Virtos,<br />

Monica Marques Telles.<br />

ARTIGO CIENTÍFICO III<br />

Conclusão<br />

A importância do EMIC<br />

e o papel da MI na<br />

modulação morfológica<br />

e da função cerebral do<br />

nascimento à velhice,<br />

passando pela juventude<br />

já estão bem estabelecidos<br />

na literatura.<br />

Alterações psiquiátricas<br />

são iniciadas e/ou tem<br />

seu tratamento dificultado<br />

por alterações da<br />

MI e inflamação crônica<br />

ao nível do intestino e<br />

do SNC. Desta forma, a<br />

modulação da MI passou<br />

a ter um grande interesse<br />

como potencial<br />

terapia complementar.<br />

Contudo, os efeitos dos<br />

Probióticos no “Microbioma<br />

Depressivo” precisam<br />

de maiores ensaios<br />

clínicos terapêuticos.<br />

Neste cenário, a alimentação<br />

saudável ainda é a<br />

forma mais barata, agradável<br />

e fácil de modificar<br />

e melhorar as interações<br />

intestino-cérebro.<br />

O Diagnóstico da microbiota<br />

por meio de um<br />

teste coprológico funcional<br />

pesquisando a disbiose<br />

do jovem deprimido,<br />

bem como a utilização<br />

de Biomarcadores, tais<br />

como a dosagem de neurotransmissores<br />

na urina,<br />

são ferramentas interessantes<br />

para uma terapêutica<br />

assertiva associada<br />

à Neurosuplementação,<br />

por meio de Nutracêuticos<br />

específicos, além da<br />

Farmacoterapia convencional<br />

baseada no uso de<br />

antidepressivos.<br />

Um outro aspecto de<br />

grande relevância no<br />

manejo da depressão,<br />

especialmente<br />

em jovens, envolve o<br />

desenvolvimento de<br />

estratégias preventivas,<br />

bem como tratamentos<br />

que atenuem rapidamente<br />

a sintomatologia<br />

da depressão. Assim, a<br />

capacidade de identificar<br />

mecanismos e biomarcadores<br />

que minimizem<br />

comorbidades secundárias<br />

tais como cognição<br />

prejudicada, anedonia e<br />

DCV, bem como reduzam<br />

ideações suicidas e limitem<br />

o número de efeitos<br />

adversos à saúde é de<br />

grande relevância clínica<br />

e de saúde pública.<br />

Referências Bibliográficas:<br />

1. “INSTITUTE OF HEALTH METRICS AND EVALUA-<br />

TION” Global Health Data Exchange (GHDx).<br />

Disponível em: . Acesso<br />

em: 1 de maio 2021.<br />

2. EVANS-LACKO, S. et al. Socio-economic variations<br />

in the mental health treatment gap for people with<br />

anxiety, mood, and substance use disorders: results<br />

from the WHO World Mental Health (WMH) surveys.<br />

“Psychol Med,” v. 48, n. 9, p. 1560-1571, 2018.<br />

3. OPAS/OMS. Depressão. Disponível em: < https://<br />

www.paho.org/pt/topicos/depressao>. Acesso em:<br />

18 de dezembro de 2023.<br />

4. Kessler, R.C., et al. “Lifetime prevalence and<br />

age-of-onsetdistributions of DSM-IV disordersin<br />

the National Comorbidity Survey Replication”. Arch<br />

Gen Psychiatry 62 (6):593-602, 2015.<br />

5. . Acesso em 18 de<br />

dezembro de 2023.<br />

6. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. “DSM-5 –<br />

TR TM.” American Psychiatric association. 5ª edição.<br />

2022.<br />

7. KACHANI, Adriana T.; CORDÁS, Táki Athanássios.<br />

“Nutrição em Psiquiatria.” Editora Manole. 2ª edição.<br />

2021.<br />

8. WAITZBERG, Daniel L.; ROCHA, Rafael Malagoli;<br />

ALMEIDA, Alan Hiltner. “Microbiota Gastrointestinal<br />

– Da disbiose ao tratamento.” Editora Atheneu. 1ª<br />

edição. 2021.<br />

9. FAINTUCH, Joel. “Microbioma, Disbiose, probióticos<br />

e bacterioterapia.” Editora Manole. 3ª edição,<br />

2020<br />

10. DUNKER, Christian. “Uma Biografia da Depressão.”<br />

Editora Paidós. 4ª edição. 2021.<br />

11. CHRISTOFOLETTI, Giulia S.F.; PAIVA, Nayara L.C.;<br />

PINHEIRO, G. J.; FERREIRA, Túlio C. O microbioma<br />

intestinal e a interconexão com os neurotransmissores<br />

associados a ansiedade e depressão. Brazilian<br />

Journal of Health Review. v.5, n.1, p. 3382-3408.<br />

2022.<br />

12. MAYER, Emeran, MD. “The Mind-Gut Connection.”<br />

Harper Wave, 1ª <strong>Edição</strong>. 2018.<br />

13. JACKA, Felice. “Brain Changer.” Pan Macmillan<br />

Australia, 1ª <strong>Edição</strong>. 2019.<br />

14. LEMOS, Dr. Artur. “Gastroenterologia Funcional.”<br />

Editora do próprio autor, 1ª edição. 2023.<br />

15. LEMOS, Dr. Artur. “Psiquiatria – Evidências Biológicas<br />

e Tratamento Multi-Integrado.” Editora do<br />

próprio autor, 1ª edição. 2019.<br />

16. POMPILI, Maurizio et al. “Novas Tendências em<br />

Psiquiatria – Reflexões e Desafios.” Editora Artmed,<br />

1ª edição, 2023<br />

17. JURUENA Mario F, CLEAREA Anthony J.; PARIAN-<br />

TE Carmine M. O eixo hipotálamo-pituitária-adrenal,<br />

a função dos<br />

receptores de glicocorticóides e sua importância<br />

na depressão. <strong>Revista</strong> Brasileira de Pisquiatria. v 26,<br />

n.3, p.189-201. 2004.<br />

18. MACHADO, A. B. Ferreira et al. “Microbiota Gastrointestinal<br />

- Evidências de sua influência na saúde<br />

e na Doença.” Editora Rubio. 2ª edição. 2021.<br />

19. ELISABETSKY, Elaine. “Descomplicando a psicofarmacologia<br />

– Psicofármacos de uso clínico e<br />

recreacional.” Editora Blucher, 1ª edição. 2021.<br />

20. OLSZEWER, Efrain. “Neurotransmissores.” Editora<br />

Fapes Book. 2ªedição. 2022<br />

21. MARC, David T. et al. “Neurotransmitters<br />

excreted in the urine as biomarkers of nervous<br />

system activity: Validity and clinical applicability”<br />

Neuroscience & Biobehavioral Reviews, v. 35, n. 3,<br />

p. 635-644. 2011.<br />

22. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTROLOGIA<br />

(ABRAN). “Congresso Brasileiro de Nutrologia.” São<br />

Paulo. Anais XXVII, Número 27, Volume 1. 2023.<br />

68 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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GESTÃO LABORATORIAL<br />

COLEÇÃO: GESTÃO ECONÔMICA DE VANGUARDA<br />

PARA LABORATÓRIOS CLÍNICOS<br />

VOLUME 2: MERCADO: ASPECTOS DA SITUAÇÃO – PROBLEMA PARA OS<br />

INVESTIMENTOS EM LABORATÓRIOS CLÍNICOS. PRIMEIRA DISRUPÇÃO<br />

Por Humberto Façanha da Costa Filho<br />

Introdução geral<br />

Em 2024, a Unidos Consultoria<br />

e Treinamento<br />

completou 24 anos de<br />

existência, cumprindo<br />

fielmente a sua razão<br />

de existir: fazer o possível<br />

para socializar tudo<br />

que conhecemos sobre<br />

gestão de laboratórios<br />

clínicos, pois acreditamos<br />

firmemente que a<br />

divisão do conhecimento<br />

é na verdade, a multiplicação<br />

das oportunidades<br />

para todos, resultando<br />

em uma sociedade mais<br />

justa e um País melhor.<br />

Criamos o PROGELAB<br />

– Programa Nacional<br />

para Profissionalização<br />

da Gestão Laboratorial,<br />

cujo macro OBJETIVO é<br />

disponibilizar uma solução<br />

prática em gestão<br />

econômica profissional,<br />

com fundamento científico<br />

e em exemplos reais<br />

advindos da rotina do<br />

dia a dia dos laboratórios<br />

clínicos, para os gestores<br />

cuja formação não<br />

é administração, acessível<br />

não somente aos<br />

grandes, mas também<br />

aos pequenos e médios<br />

laboratórios. A VISÃO do<br />

PROGELAB é aumentar a<br />

competitividade e reduzir<br />

o risco de insolvência dos<br />

laboratórios clínicos do<br />

País, proporcionando a<br />

manutenção dos empregos<br />

e uma justa remuneração<br />

aos seus acionistas.<br />

70 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Volume 2: MERCADO:<br />

aspectos da situação –<br />

problema para os investimentos<br />

em laboratórios<br />

clínicos. Primeira<br />

sador grego (540 AC). Isto<br />

nos leva ao conceito de<br />

disrupção: inovações que<br />

oferecem produtos acessíveis<br />

e criam um novo<br />

atuação e as perspectivas<br />

para todos no setor. São<br />

elas: tecnológica; econômica;<br />

socioeconômica e<br />

demográfica.<br />

GESTÃO LABORATORIAL<br />

DISRUPÇÃO<br />

• Resumo dos volumes<br />

anteriores da Coleção<br />

Foram identificados os<br />

fatores determinantes<br />

para o sucesso dos investimentos<br />

em laboratórios<br />

clínicos. Destes vamos<br />

estudar de forma permanente<br />

o fator que dá o<br />

título para a Coleção: Gestão<br />

de Econômica de Vanguarda<br />

para Laboratórios<br />

Clínicos. No presente<br />

volume iniciaremos a análise<br />

do “Mercado”, identificado<br />

como um fator<br />

decisivo para o sucesso<br />

mercado de consumidores,<br />

desestabilizando<br />

as empresas que eram<br />

líderes no setor. Este processo<br />

ocorre ao longo de<br />

um intervalo de tempo.<br />

A disrupção pressupõe<br />

a quebra do paradigma<br />

vigente, seja qual for a<br />

área dos negócios. Estamos<br />

na era da “Indústria<br />

4.0”, ou quarta revolução<br />

industrial, que utiliza conceitos<br />

de sistemas ciber-físicos,<br />

internet das coisas e<br />

computação em nuvem,<br />

visando a execução de<br />

fábricas inteligentes. O<br />

setor de saúde no Brasil<br />

• Impacto nos laboratórios<br />

clínicos<br />

Pode ser sintetizado nos<br />

cenários a seguir.<br />

NO PASSADO<br />

• Processos técnicos<br />

manuais<br />

• Equipamentos não automatizados<br />

• Laudos datilografados<br />

entregues em mãos<br />

• Clientes particulares<br />

• Capacidade de produção<br />

reduzida frente à<br />

demanda<br />

• Preços impostos pelo<br />

laboratório clínico<br />

• Alta lucratividade<br />

• Gestão empírica baseada<br />

na intuição<br />

• Época de “ouro” para os<br />

dos<br />

empreendimentos<br />

está vivendo o impacto<br />

laboratórios clínicos<br />

nas análises clínicas.<br />

de quatro revoluções,<br />

cujas mudanças provoca-<br />

• Generalidades<br />

das deverão ser radicais<br />

“Nada é permanente,<br />

e irreversíveis, transfor-<br />

exceto a mudança” –<br />

mando<br />

completamente<br />

Heráclito de Éfeso – Pen-<br />

o negócio, a forma de<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

71


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GESTÃO LABORATORIAL<br />

NO PRESENTE<br />

PRIMEIRA DISRUPÇÃO<br />

• Processos técnicos e<br />

equipamentos automáticos<br />

interfaceados – Produção<br />

industrial de infor-<br />

necessidade de gestão<br />

profissional. Trata-se do<br />

requisito mínimo, atributo<br />

mandatório para permanecer<br />

no mercado<br />

Situação – problema;<br />

2. ESTRUTURAIS, dentre as<br />

quais as principais foram<br />

a PRODUÇÃO INDUS-<br />

TRIAL DE EXAMES e a<br />

CARÊNCIA DE GESTÃO<br />

PROFISSIONAL.<br />

mações<br />

• Laudos digitais: via internet...<br />

• Clientes oriundos de convênios:<br />

a carteira de clientes<br />

passa a ser de terceiros<br />

• Verticalização do mercado<br />

• Excesso de capacidade<br />

instalada frente à demanda<br />

• Preços impostos pelos<br />

Causas e impacto na<br />

decisão de investir em<br />

laboratórios clínicos<br />

Os cenários mostrados<br />

evidenciam um conjunto<br />

de motivos que levaram<br />

ao que convencionei chamar<br />

de “PRIMEIRA DIS-<br />

RUPÇÃO” nos negócios<br />

das análises clínicas. Ela<br />

CATACLISMA” NO MER-<br />

CADO PELA RUPTURA<br />

DO EQUILÍBRIO ENTRE<br />

DEMANDA E OFERTA DE<br />

EXAMES NA ÁREA DAS<br />

ANÁLISES CLÍNICAS, CAU-<br />

SANDO A PRECIPITAÇÃO<br />

GERAL NOS PREÇOS DOS<br />

PRODUTOS (Exames).<br />

clientes<br />

NO FUTURO<br />

SEGUNDA DISRUPÇÃO<br />

• Crise política/econômica:<br />

transição abrupta?<br />

gera o problema chave<br />

dos laboratórios, conforme<br />

quadros a seguir.<br />

CAUSAS SÍNTESE DA<br />

DISRUPÇÃO<br />

O ambiente de negócios<br />

A situação problema<br />

DE UMA FORMA GERAL,<br />

ESSES FATOS ALIADOS Á<br />

CARÊNCIA DE GESTÃO<br />

PROFISSIONAL É QUE<br />

LEVAM AO PROBLEMA<br />

CHAVE DA PRIMEIRA DIS-<br />

RUPÇÃO NO SETOR DOS<br />

LABORATÓRIOS CLÍNICOS:<br />

• Fim de uma era ou de<br />

negócios?<br />

• A sobrevivência e a competitividade<br />

dos laboratórios<br />

clínicos exigirão a<br />

1. CONJUNTURAIS, dentre<br />

as quais a principal<br />

foi a SOCIALIZAÇÃO DA<br />

MEDICINA.<br />

RISCO CRESCENTE DE<br />

INSOLVÊNCIA DOS LABO-<br />

RATÓRIOS CLÍNICOS<br />

DECORRENTE DA QUEDA<br />

NA COMPETITIVIDADE.<br />

74 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Qual dessas causas é a<br />

única que está ao alcance<br />

das decisões dos gestores<br />

remotas; a crescente<br />

conscientização da saúde<br />

pessoal deverá criar um<br />

GESTÃO LABORATORIAL<br />

laboratoriais?<br />

perfil de sociedade, com<br />

novas exigências e orien-<br />

Qual é a única que ele<br />

• Cenários<br />

tações dogmáticas em<br />

pode agir?<br />

Os laboratórios terão<br />

saúde; as soluções tecno-<br />

• Socialização da medicina<br />

pela frente, no mínimo<br />

lógicas irão exigir grande<br />

os seguintes cenários:<br />

capacidade para lidar<br />

• Produção industrial de<br />

exigência maior pelos<br />

com enorme volume de<br />

exames<br />

testes laboratoriais remo-<br />

dados aliada à velocida-<br />

tos (point of care): idem<br />

de de processamento, na<br />

• Carência de gestão pro-<br />

para a biologia molecu-<br />

área da saúde. Isto deverá<br />

fissional<br />

lar/genética;<br />

crescente<br />

proporcionar transformar<br />

exigência para serviços<br />

rapidamente<br />

registros<br />

Quem quiser investir em<br />

e dispositivos de moni-<br />

clínicos em informação<br />

laboratórios clínicos, deve<br />

toramento<br />

residencial;<br />

para a tomada de decisão<br />

levar em consideração<br />

foco em telemetria,<br />

em favor dos pacientes;<br />

estes fatores que delimi-<br />

dispositivos,<br />

artefatos,<br />

os laboratórios clínicos<br />

tam uma situação – pro-<br />

sensores e outros equi-<br />

deverão sair da sede físi-<br />

blema de proporções<br />

pamentos acoplados aos<br />

ca para chegar junto aos<br />

consideráveis em termos<br />

smartphones e voltados<br />

pacientes, médicos, for-<br />

de riscos. Fica evidente<br />

a personalização dos ser-<br />

necedores e pagadores<br />

que é imperiosa a prática<br />

viços de cuidado pessoal;<br />

dos serviços (convênios...),<br />

de uma gestão econô-<br />

interpolaridade crescente<br />

através da conectividade<br />

mica de vanguarda para<br />

entre os smartphones e<br />

eletrônica; deverá haver<br />

estes empreendimentos.<br />

as tecnologias vestíveis;<br />

demanda crescente pelos<br />

Reforça esta afirmação,<br />

as relações entre os diver-<br />

serviços de análises clíni-<br />

os cenários identificados<br />

sos atores do “cluster da<br />

cas; deverá haver necessi-<br />

a seguir, prenúncio da<br />

saúde” serão realizadas<br />

dade crescente de reduzir<br />

SEGUNDA DISRUPÇÃO.<br />

de forma cada vez mais<br />

o prazo de entrega dos<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

75


GESTÃO LABORATORIAL<br />

exames (menor tempo<br />

de resposta); necessidade<br />

crescente do diagnóstico<br />

precoce de doenças;<br />

deverá haver crescimento<br />

de subespecializações<br />

dentro das especialidades<br />

clínicas; novos “entrantes”<br />

na área de auxílio<br />

ao diagnóstico médico:<br />

equipamentos que utilizam<br />

pequenos volumes<br />

de amostra (uma gota...)<br />

para realizar centenas<br />

de exames; laboratórios<br />

portáteis, exames remotos<br />

e junto aos pacientes;<br />

união entre os serviços de<br />

diagnósticos por imagem<br />

com os laboratórios clínicos,<br />

junções, fusões, aquisições<br />

buscando soluções<br />

ecologicamente corretas;<br />

deverá haver demanda<br />

crescente para testes preventivos<br />

e de fatores de<br />

risco, particularmente nas<br />

áreas de oncologia, endocrinologia<br />

e ginecologia;<br />

idem para testes de toxicologia/abuso<br />

de drogas;<br />

pressão maior sobre os<br />

laboratórios hospitalares<br />

para recolher, interpretar<br />

e fornecer informações<br />

para os médicos e outros<br />

profissionais de saúde<br />

com a finalidade de<br />

monitorar a condição do<br />

paciente e de sua saúde<br />

em geral, visando reduzir<br />

o tempo de estadia; é<br />

esperado um aumento<br />

no número de laboratórios<br />

clínicos, em particular<br />

no setor independente,<br />

continuando a influenciar<br />

a indústria e colocando<br />

pressão nos laboratórios,<br />

num esforço para reduzir<br />

os custos; deverá haver<br />

uma contínua pressão<br />

descendente de preços;<br />

no entanto, o mercado<br />

vai ser compensado por<br />

um aumento no volume;<br />

entrada no mercado de<br />

“players” como o Google<br />

com altos investimentos<br />

em pesquisas, etc.<br />

• Conclusão<br />

Pelo exposto, fica claro<br />

que atualmente não basta<br />

simplesmente se formar e<br />

abrir um novo laboratório.<br />

Não existe mais espaço<br />

para a aventura, para<br />

o amadorismo na gestão<br />

destes negócios. Há sim,<br />

a imperiosa necessidade<br />

de gestões profissionais<br />

nos laboratórios. Se não<br />

formos competitivos,<br />

não sobreviveremos<br />

como empreendedores!<br />

É neste contexto que se<br />

insere a proposta desta<br />

Coleção: uma pequena<br />

colaboração para ajudar<br />

os gestores laboratoriais<br />

enfrentarem este grande<br />

desafio presente e futuro,<br />

não só da sobrevivência,<br />

mas de tornarem suas<br />

organizações competitivas<br />

e rentáveis! Esta é a<br />

nossa seara. No próximo<br />

eBook da Coleção, iremos<br />

continuar debatendo o<br />

tema do “MARCADO”.<br />

A Unidos Consultoria e<br />

Treinamento desenvolveu<br />

o PROGELAB – Programa<br />

Nacional para Profissionalização<br />

da Gestão Laboratorial,<br />

composto pelos<br />

segmentos de “CAPACI-<br />

76 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


TAÇÃO” e de “GESTÃO<br />

APLICADA”. Nestes são<br />

disponibilizados diversos<br />

algo único em termos<br />

de gestão econômica<br />

para laboratórios, inédito<br />

e elaborar informações<br />

contidas em uma base de<br />

dados, transformando-os<br />

GESTÃO LABORATORIAL<br />

cursos bem como vários<br />

mesmo mundialmente: o<br />

em vantagem competiti-<br />

produtos de tecnologia<br />

RANKING NACIONAL DA<br />

va, para decidir de forma<br />

da informação, dentre os<br />

COMPETÊNCIA GEREN-<br />

inteligente.<br />

Esperando<br />

quais, destacamos o Sis-<br />

CIAL! Tudo implantado<br />

termos contribuído para<br />

tema de Apoio à Deci-<br />

à distância, via internet,<br />

a gestão na área das aná-<br />

são – Ranking Nacional<br />

acessível aos laboratórios<br />

lises clínicas, nos despedi-<br />

da Competência Geren-<br />

de pequeno e médio por-<br />

mos até a próxima edição<br />

cial (SAD-RNCG). Nunca<br />

te. A utilização de um Sis-<br />

da revista NewsLab.<br />

o apoio às decisões foi tão<br />

tema de Apoio à Decisão<br />

simples, completo, cien-<br />

(SAD) decorre, fundamen-<br />

Boa sorte e sucesso!<br />

tífico e acessível: identificação<br />

de problemas<br />

(diagnóstico) e análise de<br />

causas, proporcionando<br />

a visualização das ações<br />

talmente, da competição<br />

cada vez maior entre as<br />

organizações, bem como<br />

da necessidade de obter<br />

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ções cruciais para o pro-<br />

(soluções).<br />

Finalmente,<br />

cesso decisório. Um SAD<br />

este sistema contempla<br />

é responsável por captar<br />

*Humberto Façanha da Costa Filho<br />

Professor e engenheiro, atualmente é articulista e consultor financeiro<br />

da SBAC, professor do Centro de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas<br />

(CEPAC) da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e professor<br />

do Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo (IESA),<br />

curso de Pós-Graduação em Análises Clínicas.<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

77


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Perfis Disponíveis:<br />

Saiba mais:<br />

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NOVOS CONCEITOS E NOVOS PERFIS PARA A<br />

DETECÇÃO DE SENSIBILIDADE ALIMENTAR (IGG)<br />

É indiscutível que a alimentação<br />

certa contribui de forma significativa<br />

para a nossa saúde e o nosso<br />

bem-estar. No entanto, a forma<br />

como certos alimentos afetam o<br />

organismo é altamente individual.<br />

Assim, mesmo um alimento<br />

supostamente saudável pode<br />

causar uma grande variedade de<br />

sintomas. Quando esses se devem<br />

a uma resposta imunológica anormal<br />

e ao aumento da formação de<br />

anticorpos IgG, estamos diante<br />

de uma sensibilidade alimentar.<br />

No entanto, como os efeitos da<br />

sensibilidade a um determinado<br />

alimento normalmente só são perceptíveis<br />

dias após a ingestão, é<br />

particularmente difícil estabelecer<br />

uma relação entre as duas coisas.<br />

individuais. Se a amostra do<br />

paciente contiver anticorpos IgG<br />

específicos, estes ligam-se aos<br />

antígenos contidos no extrato,<br />

podendo ser detectados de forma<br />

semiquantitativa, através de uma<br />

reação cromática na última fase<br />

do procedimento do teste.<br />

Os resultados formam a base para<br />

seu conceito nutricional personalizado,<br />

evidenciando de forma clara<br />

e compreensível a intensidade<br />

das respostas dos anticorpos IgG<br />

aos alimentos analisados nos testes,<br />

classificados por categorias:<br />

baixa, elevada e muito elevada,<br />

em um esquema de semáforo, nas<br />

cores verde, amarelo e vermelho,<br />

facilitando a compreensão.<br />

O processamento pode ser realizado<br />

de forma manual, semiautomatizada<br />

ou automatizada,<br />

através dos equipamentos EURO-<br />

BlotMaster e EUROBlotOne.<br />

PUBLIEDITORIAL<br />

Com um novo conceito e novos<br />

perfis, o novo teste myfoodprofile<br />

permite a identificação de uma possível<br />

sensibilidade alimentar.<br />

A reação exacerbada do sistema<br />

imunológico é caracterizada por<br />

um aumento da produção de<br />

anticorpos IgG, que normalmente<br />

protegem o corpo contra invasores.<br />

Se a barreira intestinal de uma<br />

pessoa afetada for danificada,<br />

mais constituintes dos alimentos<br />

entram no sangue, sendo produzido<br />

um número de anticorpos<br />

IgG acima da média contra eles.<br />

Ao longo de períodos maiores,<br />

isso pode promover processos<br />

inflamatórios crônicos que podem<br />

causar diversos sintomas.<br />

Confira os novos perfis disponíveis:<br />

Código Descrição Número de alimentos Registro<br />

NP 7112-1602-1 G Myfoodprofile Extended 1 108 alimentos + mixes 81148560049<br />

NP 7124-1604-1 G Myfoodprofile Advanced 1 216 aliments + mixes 81148560049<br />

NP 7101-1601-1 G Myfoodprofile basic 1 54 alimentos + mixes Em processo de registro<br />

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Escolha o teste myfoodprofile que mais se adapta aos seus hábitos alimentares<br />

e verifique sua resposta de anticorpos IgG a mais de 200 alimentos<br />

das seguintes categorias: cereais, leguminosas, frutos e sementes,<br />

fruta, produtos lácteos e ovo, carnes, peixes e frutos do mar, ervas e<br />

especiarias, entre outros.<br />

O myfoodprofile permite verificar<br />

a intensidade da resposta de anticorpos<br />

IgG a mais de 200 alimentos.<br />

Através da tecnologia de imunoblot,<br />

até 54 extratos de alimentos<br />

são imobilizados em membranas<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

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NEUROCIÊNCIA EM FOCO<br />

É POSSÍVEL REGENERAR OS NEURÔNIOS?<br />

Você acreditava que os neurônios não podiam se regenerar? Novas descobertas na<br />

neurociência estão desafiando essa crença popular, revelando que o cérebro possui<br />

incríveis capacidades de recuperação após lesões cerebrais.<br />

Por Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues<br />

Neurogênese:<br />

A neurogênese, a capacidade<br />

de gerar novos<br />

neurônios em áreas específicas<br />

do cérebro adulto,<br />

como o hipocampo, revela<br />

um aspecto notável da<br />

regeneração neuronal. As<br />

descobertas mais recentes<br />

não apenas desafiam<br />

a visão anterior de que a<br />

formação de neurônios<br />

estava limitada ao desenvolvimento,<br />

mas também<br />

abrem portas para<br />

estratégias inovadoras de<br />

recuperação após danos<br />

cerebrais. O entendimento<br />

mais profundo da neurogênese<br />

destaca o potencial<br />

do cérebro em recriar<br />

suas próprias estruturas,<br />

desafiando noções antigas<br />

sobre a irreversibilidade<br />

das lesões cerebrais.<br />

Plasticidade Cerebral:<br />

A capacidade de reorganização<br />

do cérebro, ou<br />

plasticidade sináptica,<br />

vai além do que se imaginava<br />

inicialmente. Os<br />

neurônios remanescentes<br />

não apenas compensam<br />

parcialmente a perda de<br />

neurônios, mas também<br />

estabelecem novas conexões<br />

de maneira surpreendente.<br />

Este fenômeno<br />

não só desempenha um<br />

papel vital na recuperação<br />

funcional, mas redefine<br />

fundamentalmente<br />

nossa compreensão sobre<br />

como o cérebro se adapta<br />

a circunstâncias adversas,<br />

destacando sua notável<br />

resiliência e capacidade<br />

de autorregulação.<br />

Importância da Reabilitação:<br />

A reabilitação, por meio<br />

de terapias ocupacionais,<br />

fisioterapia e terapia da<br />

fala, emerge como um<br />

elemento essencial na<br />

jornada de recuperação.<br />

Estas terapias não apenas<br />

fortalecem as conexões<br />

neurais, mas também proporcionam<br />

um ambiente<br />

propício para a regeneração<br />

neuronal. O foco na<br />

reabilitação não é apenas<br />

restaurar funções, mas<br />

otimizar a capacidade<br />

adaptativa do cérebro,<br />

destacando a importância<br />

do papel ativo do paciente<br />

nesse processo.<br />

Redução do Inchaço e<br />

Atrofia Cerebral:<br />

A estratégia de redução<br />

do inchaço associado à<br />

atrofia cerebral não apenas<br />

se revela eficaz na<br />

melhoria da função cerebral,<br />

mas também lança<br />

luz sobre os intricados<br />

mecanismos subjacentes<br />

à regeneração neuronal.<br />

Essa abordagem não é<br />

apenas sintomática; ela<br />

ataca as causas fundamentais,<br />

proporcionando<br />

82 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


um ambiente propício<br />

para a recuperação neuronal.<br />

Ao compreender e<br />

modular o inchaço cerebral,<br />

os profissionais de<br />

saúde podem influenciar<br />

positivamente a regeneração<br />

neuronal e a recuperação<br />

funcional.<br />

Estimulação Cognitiva<br />

e Física:<br />

A estimulação cerebral,<br />

tanto cognitiva quanto<br />

física, ganha uma nova<br />

dimensão na promoção<br />

da recuperação cerebral.<br />

Ao ativar ativamente processos<br />

de restauração das<br />

funções cerebrais, essa<br />

abordagem não apenas<br />

amplia as possibilidades<br />

de reabilitação, mas representa<br />

um avanço crucial<br />

na aplicação prática dos<br />

princípios de regeneração<br />

neuronal. Esta abordagem<br />

holística destaca a importância<br />

de considerar tanto<br />

o aspecto cognitivo quanto<br />

o físico na busca por<br />

uma recuperação completa<br />

e sustentável.<br />

Tratamento de Condições<br />

Subjacentes:<br />

A abordagem de tratar<br />

condições subjacentes<br />

que contribuem para a<br />

atrofia cerebral assume<br />

um papel imperativo na<br />

maximização da regeneração<br />

neuronal. O foco<br />

em doenças vasculares,<br />

desnutrição ou distúrbios<br />

neurodegenerativos não<br />

apenas integra-se ao<br />

processo de recuperação,<br />

mas também representa<br />

uma estratégia proativa<br />

para potencializar a capacidade<br />

regenerativa do<br />

cérebro. Ao abordar as<br />

raízes dos problemas, os<br />

profissionais de saúde não<br />

apenas tratam os sintomas,<br />

mas criam condições<br />

ideais para a regeneração<br />

neuronal sustentada.<br />

Embora a recuperação<br />

completa após a atrofia<br />

cerebral seja um desafio,<br />

a compreensão aprofundada<br />

desses aspectos<br />

da regeneração neuronal<br />

oferece uma base<br />

sólida para abordagens<br />

inovadoras e personalizadas<br />

de tratamento.<br />

Muitas pessoas relatam<br />

melhorias significativas<br />

na função cerebral e qualidade<br />

de vida através da<br />

combinação cuidadosa<br />

de tratamentos médicos,<br />

terapias de reabilitação<br />

e apoio contínuo. A singularidade<br />

de cada caso<br />

destaca a necessidade de<br />

abordagens personalizadas<br />

na busca pela regeneração<br />

neuronal e pela<br />

recuperação funcional.<br />

NEUROCIÊNCIA EM FOCO<br />

Autor:<br />

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues<br />

www.deabreu.pt - www.pressmf.global - Instagram @fabianodeabreuoficial<br />

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues MRSB é Pós PhD em Neurociências eleito membro da Sigma Xi, membro da Society for Neuroscience nos Estados Unidos , membro da Royal Society of Biology<br />

no Reino Unido e da APA - American Philosophical Association também nos Estados Unidos. Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia e filosofia<br />

com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. Membro das sociedades de alto QI Mensa, Intertel, ISPE High IQ Society e Triple Nine Society. Autor de mais de<br />

200 artigos científicos e 15 livros.<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

83


MATÉRIA DE CAPA<br />

Cada vez<br />

mais conectada<br />

A Equip nasceu com o DNA de prestar um bom atendimento ao cliente. Com mais de duas décadas<br />

de experiência, desenvolveu uma competência técnica, logística e estratégica inigualável no setor de IVD. Isso<br />

se reflete em seu crescimento exponencial, resultado de investimentos significativos em sua expansão e no<br />

fortalecimento e valorização das parcerias com sua rede de distribuição, oferecendo ao setor produtos com<br />

tecnologia, qualidade, inovação e, principalmente, uma cultura de compreender as demandas com atenção<br />

especial aos pequenos e médios clientes.<br />

Inteligência<br />

Logística<br />

Presente em 26 estados<br />

do Brasil, a Equip está<br />

estrategicamente com uma<br />

operação em Extrema-Mg e<br />

Itatiba-SP viabilizando maior<br />

agilidade e o melhor custo e<br />

benefício para toda a cadeia<br />

1. Melhor custo e benefícios logístico<br />

do mercado para entregas em todo<br />

o Brasil.<br />

2. Estoque completo de reagentes,<br />

peças e acessórios.<br />

3. Garantimos excelente capilaridade<br />

em todo o território nacional, através<br />

da nossa rede de parceiros espalhada<br />

por grandes médias e pequenas<br />

cidades.<br />

84 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Tecnicidade<br />

e conhecimento<br />

Desde o início a Equip tem se dedicado ao aprimoramento<br />

técnico, fornecendo, além de uma gama de produtos, também<br />

muito conhecimento para todos que optam por trabalhar junto à<br />

empresa. Com seu centro de treinamento preparado para receber<br />

em suas instalações técnicos e assessores de todo o país, capacita<br />

profissionais para fazer o atendimento nas mais distantes regiões<br />

do Brasil. Além disso, oferece, por meio da sua plataforma EAD,<br />

um processo contínuo de reciclagem e aprimoramento da equipe<br />

de atendimento técnico, podendo também fornecer aos usuários<br />

finais de seus produtos informações e treinamentos de forma<br />

simples, através de aulas gravadas com acesso à sua plataforma.<br />

Nacionalmente, a Equip é<br />

conhecida pelo seu<br />

know-how técnico e<br />

científico, bem como pelo<br />

bom relacionamento com<br />

os parceiros. Porém, sua<br />

audácia em sua tomada<br />

de posição e decisões<br />

estratégicas assertivas, com<br />

uma mentalidade avançada,<br />

fizeram com que a empresa<br />

buscasse soluções de<br />

melhor custo-benefício em<br />

todos os continentes para<br />

atender as mais diferentes<br />

características do<br />

mercado nacional.<br />

MATÉRIA DE CAPA<br />

Cultura e<br />

Posicionamento<br />

A empresa valoriza o crescimento e a sustentabilidade de toda a cadeia, aderindo a rígidos princípios<br />

éticos em suas ações de verticalização e expansão de mercado. Isso inclui respeitar limites geográficos,<br />

gerenciar portfólios e estabelecer parcerias estratégicas, sempre buscando aliados com valores alinhados<br />

e que agreguem valor.<br />

Tudo é pensado para o bom funcionamento sustentável da cadeia, ouvindo atentamente seus<br />

distribuidores parceiros e atentos às tendências e dinâmicas do mercado, estabelecendo uma cultura<br />

de inovação. Isso levou a empresa a ser nacionalmente reconhecida pela sua habilidade em resolver<br />

problemas do mercado de IVD, com a disponibilização de equipamentos de diagnóstico de ponta<br />

e entrega eficiente de reagentes, tendo o cuidado para que estes estejam sempre disponíveis para<br />

atender o cliente a qualquer momento. Além disso, a Equip se destaca pela expertise técnica que<br />

assegura desempenho superior com eficácia na entrega dos equipamentos, reagentes e na execução<br />

dos atendimentos para a manutenção preventiva e corretiva, assegurando que todos os equipamentos<br />

tenham todas as peças e acessórios necessários de forma simples e econômica para o bom<br />

funcionamento e sem interrupções de nenhuma ordem. A empresa também busca replicar esse modelo<br />

entre seus distribuidores e demais envolvidos.<br />

#equipdiagnostica<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

85


MATÉRIA DE CAPA<br />

Cada vez mais<br />

abrangente<br />

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Analisador Hematológico<br />

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Reagentes para Hematologia<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


MATÉRIA DE CAPA<br />

EXS2600<br />

Sistema de espectrometria<br />

de massa<br />

EXZ6000<br />

Analisador<br />

Hematológico<br />

de carregamento<br />

automático das<br />

amostras<br />

XI-921<br />

Analisador Eletrolítico<br />

Reagentes<br />

para Bioquímica<br />

ECR<br />

SERIES<br />

Coagulômetros<br />

ESR100<br />

Analisador<br />

Químico<br />

Semiautomático<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024 87


ANÁLISES CLÍNICAS<br />

CAPACIDADE TOTAL DE<br />

LIGAÇÃO AO FERRO<br />

Por Brunno Câmara<br />

A Capacidade Total de<br />

Ligação ao Ferro (CTLF<br />

ou, em inglês, TIBC) é um<br />

teste laboratorial para<br />

verificar a concentração<br />

máxima de ferro em que<br />

a transferrina consegue<br />

se ligar.<br />

Dosar a CTLF é uma forma<br />

indireta que verificar<br />

os níveis de transferrina<br />

sérica.<br />

Cada molécula de transferrina<br />

pode transportar<br />

até dois átomos de ferro.<br />

Normalmente, somente<br />

1/3 dos sítios de ligação<br />

da transferrina estão<br />

ocupados com ferro.<br />

Isso quer dizer que 2/3<br />

da capacidade de ligação<br />

da transferrina estão<br />

disponíveis (reserva para<br />

situações pontuais de<br />

maior demanda).<br />

Capacidade Latente de<br />

Ligação ao Ferro<br />

Daí, tem-se a Capacidade<br />

Latente de Ligação ao<br />

Ferro (CLLF ou, em inglês,<br />

UIBC), que é um teste<br />

laboratorial para determinar<br />

a parte da transferrina<br />

que não está ligada<br />

ao ferro (não saturada).<br />

Ou seja, latente (não<br />

saturada) quer dizer que<br />

é uma parte da transferrina<br />

que não está sendo<br />

usada, mas que a qualquer<br />

momento pode vir<br />

a ser utilizada.<br />

Dosagem laboratorial<br />

A determinação direta<br />

da CLLF é feita por meio<br />

da incubação do soro do<br />

paciente com um padrão<br />

de ferro - do kit - com<br />

concentração conhecida<br />

(ex.: 500 µg/dL).<br />

Essa incubação fará<br />

com que todos os sítios<br />

de ligação da transferrina<br />

fiquem ligados<br />

(saturados) com o ferro<br />

que foi adicionado.<br />

Após essa etapa, um<br />

reagente de cor (ex.:<br />

Ferrozine) é adicionado<br />

à reação, formando um<br />

complexo com o ferro<br />

não ligado (que sobrou)<br />

magenta brilhante, que<br />

pode ser quantificado.<br />

88 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Você, profissional qualificado<br />

no Segmento de Análises Clínicas<br />

Venha fazer<br />

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mercado<br />

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do Mundo<br />

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interativo e<br />

dinâmico<br />

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todo território<br />

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ANÁLISES CLÍNICAS<br />

Resumindo, para achar<br />

o valor da CLLF usa-se<br />

a diferença entre o ferro<br />

que foi adicionado no<br />

início e o que sobrou no<br />

final da reação.<br />

Já a CTLF é obtida pode<br />

meio de um cálculo,<br />

sendo a soma da CLLF<br />

com o ferro sérico:<br />

CTLF (µg/dL) = CLLF +<br />

Fe sérico<br />

Quanto mais moléculas<br />

de transferrina no<br />

plasma, maior será a<br />

capacidade de ligação<br />

ao ferro. O inverso também<br />

é verdadeiro.<br />

Índice de Saturação da<br />

Transferrina<br />

Com esses dados, é possível<br />

também calcular o<br />

índice de saturação da<br />

transferrina (IST), com a<br />

seguinte fórmula:<br />

IST (%) = Fe sérico / CTLF<br />

x 100<br />

Os valores normais do<br />

IST variam entre 15 e<br />

50%. Ou seja, o normal é<br />

que a transferrina esteja<br />

com saturação de ferro<br />

entre 15 e 50%.<br />

Na deficiência de ferro,<br />

por exemplo, o IST está<br />

diminuído. Já na sobrecarga<br />

de ferro ele está<br />

aumentado.<br />

Em muitas situações, o<br />

resultado do IST tem a<br />

mesma aplicação clínica<br />

que a CLLF.<br />

Autor:<br />

Brunno Câmara<br />

Biomédico, CRBM-GO 5596, habilitado em patologia clínica e hematologia. Docente do Ensino Superior. Especialista em Hematologia e Hemoterapia pelo programa de<br />

Residência Multiprofissional do Hospital das Clínicas - UFG (HC-UFG). Mestre em Biologia da Relação Parasito-Hospedeiro (imunologia, parasitologia e microbiologia /<br />

experiência com biologia molecular e virologia). Criador e administrador do blog Biomedicina Padrão. Criador e integrante do podcast Biomedcast.<br />

Contato: @biomedicinapadrao<br />

FONTE: BIOMEDICINA PADRÃO<br />

https://www.biomedicinapadrao.com.br/2023/03/como-saber-se-uma-anemia-e.html<br />

90 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


AUDITORIA E QUALIDADE<br />

COMO IMPLANTAR QUALIDADE?<br />

SGQ – SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE EM LABORATÓRIO<br />

Por Waldirene Nicioli<br />

Um dos grandes desafios,<br />

se não o maior, é<br />

implantar a cultura da<br />

qualidade em todos os<br />

níveis hierárquicos, e<br />

não só a padronização<br />

dos processos.<br />

Todo laboratório que<br />

visa o crescimento sustentado<br />

se preocupa<br />

com sua qualidade. E não<br />

é apenas uma vez, mas<br />

sim de maneira consistente,<br />

pois é necessário<br />

garantir os padrões.<br />

Quando pensada de<br />

maneira estratégica e<br />

com método, com intenção<br />

de geração de resultados<br />

em desempenho e<br />

confiabilidade, a qualidade<br />

se torna um Sistema<br />

de Gestão da Qualidade<br />

– SGQ. É uma ferramenta<br />

gerencial que envolve<br />

um conjunto de atividades,<br />

estabelece políticas,<br />

objetivos, estrutura e<br />

processos para gerar<br />

valor de maneira consistente,<br />

a fim de alcançar<br />

sua visão de futuro.<br />

Devemos sempre visar<br />

a priorização, a padronização<br />

e o alto nível dos<br />

serviços realizados, ou<br />

seja, o SGQ é uma forma<br />

de gestão voltada para<br />

a excelência em tudo! A<br />

estratégia engloba desde<br />

o atendimento ao cliente<br />

até a entrega do laudo<br />

laboratorial.<br />

Garantir a qualidade dos<br />

processos internos, faz ir<br />

além da necessidade dos<br />

clientes, mas também<br />

se organizar para superar<br />

expectativas. Sendo<br />

assim, um diferencial<br />

competitivo.<br />

Para implementar o SGQ,<br />

além das adequações às<br />

normas técnicas básicas,<br />

seguem três estratégias<br />

que podem ser usadas:<br />

Otimizar os processos<br />

Principalmente laboratórios<br />

novos, devem analisar<br />

e verificar todos os<br />

processos internos, a fim<br />

de identificar gargalos<br />

produtivos. Alguns procedimentos<br />

podem ser<br />

desnecessários, outros<br />

podem ser simplificados<br />

e/ou substituídos.<br />

Isso é completamente<br />

comum, já que todas as<br />

empresas, à medida que<br />

crescem, vão criando<br />

estratégias para lidar<br />

com os novos trabalhos.<br />

Então, o primeiro passo<br />

para garantir a qualidade<br />

dos serviços é identificar<br />

oportunidades de<br />

melhoria e otimização<br />

de processos.<br />

92 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


AUDITORIA E QUALIDADE<br />

Padronizar as técnicas<br />

do laboratório<br />

Todas as atividades e<br />

técnicas do laboratório<br />

devem ser padronizadas.<br />

Tudo deve ser definido,<br />

desde a forma como<br />

conversar com o cliente,<br />

orientar sobre a coleta<br />

de materiais, estratégias<br />

para rejeição de amostras,<br />

enfim, devem haver<br />

orientações ou manuais<br />

de como as atividades<br />

devem ser executadas.<br />

É importante pensar em<br />

todo o processo de atividades<br />

que o laboratório<br />

se envolve, indo desde<br />

a entrada do cliente no<br />

laboratório até a entrega<br />

de resultados.<br />

Realizar o controle de<br />

qualidade<br />

Após implementar todos<br />

os padrões e normas que<br />

devem ser seguidos, é<br />

hora de acompanhar a<br />

execução das atividades.<br />

É necessário fazer<br />

o controle de qualidade<br />

para garantir que nada<br />

foi mudado, ou se foi,<br />

entender o motivo.<br />

Tenha sempre em mente:<br />

a criação e manutenção<br />

de um processo de<br />

gestão da qualidade não<br />

deve ser estático, esteja<br />

sempre aberto a novas<br />

idéias e melhorias!<br />

A gestão da qualidade<br />

dos serviços é necessária<br />

para entregar ao cliente<br />

a melhor experiência, e<br />

garantir a excelência em<br />

todos os processos.<br />

Assim, conseguimos<br />

uma experiência de<br />

excelência em um laboratório<br />

alto padrão!<br />

Quer melhor diferencial<br />

competitivo que esse?<br />

Autora:<br />

Waldirene Nicioli<br />

Farmacêutica Bioquímica, Especialista em Farmacologia Clínica, Especialista em Análises Clínicas e Toxicológicas, Proprietária Examinare de Análises<br />

Clínicas, Auditora Líder do DICQ - Sistema Nacional de Acreditação, Membro da Central de Negócios do Grupo ACB - Análises Clínicas Brasil, Umas das<br />

fundadoras da OFAC Brasil - Organização Feminina de Análises Clínicas.<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

93


PAPO DE BANCADA<br />

O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E AS<br />

NOVAS OPORTUNIDADES DE UM NOVO ANO<br />

CRESCER É MOVIMENTO<br />

Por Silvânia Ramalho<br />

Enfim concluímos 2023,<br />

um ano de muitos desafios<br />

e marcado pelo desconforto<br />

e apreensão<br />

por mudanças na área<br />

de laboratórios clínicos.<br />

Algumas mudanças<br />

ainda não aconteceram,<br />

mas outras já estão em<br />

uma velocidade que<br />

precisamos acompanhar.<br />

E você o que planejou<br />

algo novo para<br />

2024? Ousou pensar de<br />

novo em planos e metas<br />

que ainda não tirou ou<br />

não colocou no papel?<br />

Tenho certeza que tem<br />

aí no seu laboratório clínico<br />

anseios que ainda<br />

não foram desenhados<br />

e quem sabe este é o<br />

ano para concretizar.<br />

Todo desafio é sempre<br />

chave de mudanças e<br />

de novas oportunidades.<br />

Aproveite que a<br />

equipe está vindo com<br />

a energia renovada das<br />

comemorações de final<br />

de ano e ouse convidar<br />

o seu elenco para mais<br />

um ano de construções<br />

incríveis. Afinal este<br />

sentimento que temos de<br />

que o ano que nos espera<br />

é a oportunidade de renovação<br />

é alimento impulsionador<br />

para concretizar.<br />

Avalie a participação<br />

nos dos diversos congressos<br />

e feitas que<br />

estarão disponíveis<br />

durante os próximos<br />

meses. Conhecer o que<br />

o mercado que as diversas<br />

empresas da área<br />

de análises clínicas têm<br />

para apresentar é uma<br />

das opções. E até mesmo<br />

verificar o que ainda<br />

está sendo recomendado.<br />

Atualização técnica<br />

e científica sempre<br />

será uma ferramenta<br />

diferencial na vivência,<br />

independente da sua<br />

região de atuação.<br />

Os congressos além<br />

de equipamentos e<br />

insumos, também promovem<br />

oportunidade<br />

de interação. Encontrar<br />

colegas de outras regiões<br />

que compartilhem<br />

suas experiências de<br />

sucesso ou os infortúnios<br />

nos proporciona<br />

atualização.<br />

Cada vez mais, empresas<br />

com solução em gestão<br />

tem comparecido para<br />

captação de clientes<br />

interessados em melhorar<br />

o olhar para o negócio<br />

laboratório. E a gestão<br />

tem sido a palavra<br />

94 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


PAPO DE BANCADA<br />

de ordem para a sobrevivência<br />

e permanecia<br />

neste mercado cada vez<br />

mais competitivo.<br />

Análise quantas e quais<br />

são as áreas que reclamam<br />

a sua atenção e<br />

das quais você ainda não<br />

pode se dedicar com<br />

maior envolvimento.<br />

Comece por área, elabore<br />

etapas e organize ao longo<br />

de 12 meses para uma<br />

conclusão mais eficaz.<br />

Pense através do processo<br />

em que caminha<br />

a amostra do paciente,<br />

por exemplo, assim você<br />

conseguirá avançar até<br />

o objetivo final do seu<br />

negócio. Pecamos muitas<br />

vezes porque começamos<br />

pela alta direção em<br />

processos mais complexos,<br />

sem identificar que a<br />

maioria das nossas intercorrências<br />

que tomam o<br />

nosso tempo no dia a dia,<br />

estão relacionadas com o<br />

operacional.<br />

Eu te convido a sentar<br />

na recepção, observar<br />

o atendimento, o fluxo<br />

de pacientes, a retirada<br />

de senhas e o tempo<br />

de espera, as principais<br />

solicitações dos clientes<br />

(realizar exame, retirada<br />

de resultado, orçamento,<br />

etc), o público que tem<br />

procurado pelo seu laboratório,<br />

como você tem<br />

cuidado do seu público<br />

preferencial, a disposição<br />

dos assentos de espera.<br />

Anote, desenhe, planeje!<br />

Seja seu próprio cliente,<br />

avalie o seu laboratório<br />

com olhar de cliente.<br />

Visite a coleta e recepção<br />

de materiais biológicos.<br />

Mesmo que o seu<br />

fluxo já esteja desenhado<br />

e em funcionamento,<br />

visite pata verificar o<br />

que pode ser agregado<br />

como melhoria e os gargalos<br />

que estão dentro<br />

do processo. Durante<br />

a avaliação da coleta<br />

pense em segurança<br />

do paciente, pense nos<br />

desvios de processo que<br />

possam estar ocultos na<br />

atividade rotineira.<br />

Acompanhe a amostra.<br />

Autora:<br />

Silvânia Ramalho<br />

Bioquímica farmacêutica com especialização em Análise de Custos e Formação de Preço de Venda, Gestão Comercial em Vendas e membro do Grupo<br />

Técnico de Trabalhos de Analises Clinicas do CRF/MG.<br />

96 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


LIQUOR EM PERSPECTIVA<br />

ANÁLISE E DIAGNÓSTICO<br />

UTILIDADE CLÍNICA DO FILMARRAY®<br />

NO DIAGNÓSTICO DE INFECÇÕES DO<br />

SISTEMA NERVOSO<br />

Por Camila Spineli, Lais França Guerra, Marcio Vega, Daiane de Fatima Salomão, Laiz Vasconcelos dos Santos, Carlos Alberto S.Giafferi,<br />

Carlos Senne, Renan Barros Domingues<br />

Introdução e objetivos<br />

As infecções do sistema<br />

nervoso central (SNC)<br />

estão entre as condições<br />

infecciosas mais graves,<br />

pois são potencialmente<br />

fatais e associadas a<br />

sequelas neurológicas.<br />

O diagnóstico rápido é<br />

essencial para a introdução<br />

precoce do tratamento<br />

anti-infeccioso.<br />

No entanto, a definição<br />

etiológica não é fácil,<br />

dada a grande variedade<br />

de agentes associados a<br />

essas doenças, incluindo<br />

vírus, bactérias e fungos.<br />

Achados citológicos e<br />

bioquímicos do liquor<br />

(LCR), bem como métodos<br />

microbiológicos<br />

convencionais, incluindo<br />

métodos de coloração,<br />

detecção de antígeno e<br />

cultura, são de grande<br />

ajuda; no entanto, eles<br />

não são sensíveis o suficiente<br />

e podem levar<br />

muito tempo para um<br />

resultado final. O painel<br />

de meningite/encefalite<br />

(ME) FilmArray é uma reação<br />

em cadeia da polimerase<br />

(PCR) multiplex para<br />

identificação rápida de<br />

14 patógenos do líquido<br />

cefalorraquidiano: Streptococcus<br />

pneumoniae,<br />

Streptococcus agalactiae,<br />

Escherichia coli K1,<br />

Haemophylus influenza,<br />

Listeria monocytogenes,<br />

citomegalovírus,<br />

enterovírus, herpes simples<br />

1 e 2, herpesvírus<br />

humano 6, parechovírus<br />

humano, vírus varicela-<br />

-zoster e Cryptococcus<br />

neoformans/gattii. No<br />

presente estudo, descrevemos<br />

os resultados<br />

obtidos com o uso do<br />

painel FilmArray ME<br />

em casos de pacientes<br />

pediátricos com suspeita<br />

de infecção do SNC e<br />

discutimos o potencial<br />

impacto clínico de sua<br />

utilização.<br />

Métodos e resultados<br />

Avaliamos retrospectivamente<br />

dados de amostras<br />

de LCR de pacientes<br />

com suspeita de infecção<br />

do SNC, que foram<br />

classificadas como sendo<br />

LCR límpido e incolor.<br />

Essa categorização<br />

visual foi realizada pelo<br />

médico coletor e pela<br />

equipe biomédica do<br />

Senne Liquor Diagnóstico,<br />

com grande experiência<br />

em análise do LCR.<br />

Os parâmetros considerados<br />

normais foram:<br />

contagem de células do<br />

LCR até 3 células/mm3,<br />

a proteína abaixo de 45<br />

mg/dL, a glicose acima<br />

de 50 mg/dL e o lactato<br />

abaixo de 19,6 mg/dL.<br />

98 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


A proporção de resultados<br />

normais e anormais<br />

de LCR foi registrada. A<br />

celularidade das amostras<br />

de LCR límpido e<br />

incolor foi comparada<br />

com a de amostras de<br />

LCR com exame físico<br />

anormal.<br />

LIQUOR EM PERSPECTIVA<br />

ANÁLISE E DIAGNÓSTICO<br />

Avaliamos retrospectivamente<br />

os dados de 101<br />

pacientes com suspeita<br />

de infecção do SNC nos<br />

quais o LCR foi submetido<br />

ao FilmArray® e avaliamos<br />

sua utilidade diagnóstica.<br />

36 amostras de CSF<br />

(35,6%) tiveram um resultado<br />

FilmArray® positivo:<br />

• 26 (72,2%) casos foram<br />

positivos para enterovírus,<br />

• 6 (16,67%) foram positivos<br />

para HHV-6,<br />

• 2 foram positivos para<br />

Parechovirus (5,56%),<br />

• HSV-1, HSV-2, Haemophilus<br />

e Listeria = 1<br />

(2,78%).<br />

34 dessas 36 amostras<br />

de LCR (94,44%) apresentaram<br />

achados citobioquímicos<br />

alterados<br />

no LCR e 2 (5,56%) não<br />

apresentaram anormalidades<br />

no LCR. Nenhum<br />

desses agentes etiológicos<br />

foi identificado por<br />

outros métodos.<br />

Conclusões<br />

Os resultados descritos<br />

indicam que o painel<br />

FilmArray ME contribui<br />

com a avaliação clínica<br />

de pacientes com suspeita<br />

de SNC, corroborando<br />

decisões clínicas, pois:<br />

• Aumenta a sensibilidade<br />

do diagnóstico etiológico;<br />

• Confirma a etiologia<br />

viral, independentemente<br />

do resultado da análise<br />

geral do LCR;<br />

• Confirma a etiologia<br />

bacteriana;<br />

• Evitando a prescrição de<br />

antibióticos em pacientes<br />

sem meningite bacteriana.<br />

Referências:<br />

Domingues RB, Santos MVD, Leite FBVM, Senne C.<br />

Braz J Infect Dis. 2019;23(6):468-470.<br />

Barros Domingues R, Mendes-Correa MC, Vilela<br />

de Moura Leite FB, Vega Dos Santos M, Senne CA.<br />

Pediatr Emerg Care. 2022;38(2):58-61<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

99


DIREITO E SAÚDE<br />

ALINHAMENTO JURÍDICO PARA O ANO DE 2025<br />

INCLUINDO A IMPORTÂNCIA DA ASSESSORIA<br />

JURÍDICA NO RAMO EMPRESARIAL LABORATORIAL<br />

Por Délio J. Ciriaco de Oliveira<br />

Prezado(a) Leitor(a),<br />

seja bem, vindo(a) a<br />

esta análise jurídica!<br />

A cada novo ano que<br />

chega e entramos na fase<br />

das promessas, aquelas<br />

que são renovadas e as<br />

novas, sendo que a nossa<br />

análise jurídica desta<br />

edição para a NewsLab<br />

permeia justamente em<br />

uma promessa que você<br />

do ramo empresarial<br />

laboratorial tem que ter!<br />

A promessa de ter uma<br />

séria e confiável assessoria<br />

jurídica para seu<br />

laboratório.<br />

Além de ressaltar a importância<br />

da assessoria jurídica<br />

para a sua empresa,<br />

te ajudar com alguns<br />

pontos importantes para<br />

o seu ano de 2025 seja<br />

repleto de segurança<br />

jurídica, vejamos:<br />

01. Na área de atendimento<br />

ao paciente<br />

(cliente) do seu laboratório:<br />

• Reforce o treinamento<br />

da sua equipe de atendimento,<br />

ressaltando pontos<br />

como a importância<br />

em verificar documentos,<br />

coletar dados, pedir as<br />

informações sobre nome,<br />

nome social, sexo de nascimento,<br />

e dados cadastrais;<br />

• Reveja seus protocolos de<br />

exames, de liberação, autorizações,<br />

termos jurídicos<br />

para exames de alta chance<br />

de celeumas (sexagem<br />

fetal, DNA; Toxicológico);<br />

• Tenha seu protocolo de<br />

termos (físico ou eletrônicos<br />

da LGPD – Lei Geral de<br />

Proteção de Dados) em<br />

dia e colete a assinatura<br />

e ciência de seus pacientes,<br />

acerca desta operação<br />

(exigência inclusive<br />

imposta pela nova RDC<br />

786/2023 da Anvisa);<br />

02. Na área trabalhista,<br />

em relação aos colaboradores:<br />

• Revise as pastas físicas ou<br />

virtuais, tenha em mãos<br />

um roteiro de documentos<br />

necessários para que<br />

a manutenção da pasta<br />

do colaborador esteja em<br />

dia e para que as novas<br />

contratações sejam recepcionadas<br />

com todos os<br />

documentos em ordem;<br />

100 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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DIREITO E SAÚDE<br />

• Programas advindo das<br />

normas regulamentadoras,<br />

como por exemplo<br />

– PGR – Programa de<br />

Gerenciamento de Riscos<br />

e PCMSO – Programa<br />

de Controle Médico<br />

de Saúde Ocupacional<br />

03. Setor Tributário e<br />

Fiscal:<br />

• Proceder e verificar o<br />

correto recolhimento de<br />

notas, sob a rubrica do<br />

imposto correspondente;<br />

• Verificar o enquadra-<br />

• Alinhar com os clientes<br />

/ fornecedores o valor<br />

das notas, para que não<br />

haja emissão duplicada,<br />

ou ainda, sua empresa<br />

emita a nota fiscal, pague<br />

o tributo e não receba de<br />

seu parceiro comercial.<br />

(NR´s15 e 16 do MTE);<br />

• Rever o seu controle de<br />

jornada e pagamento de<br />

horas extras! Caso você<br />

ainda pague e costuma<br />

arcar com os custos do<br />

pagamento de horas<br />

extras, pense como seria<br />

vaiável para as finanças do<br />

da sua empresa a introdução<br />

e implementação de<br />

banco de horas junto aos<br />

colaboradores;<br />

• Termos jurídico de confidencialidade,<br />

de não<br />

concorrência, de direito<br />

de imagem;<br />

mento de seu laboratório<br />

perante a Receita Federal<br />

e sistema Governamental<br />

para que continue no<br />

Simples (caso assim seja);<br />

• Estar atento a nova<br />

reforma tributária aprovada,<br />

poderá haver<br />

impactos no setor da<br />

saúde laboratorial no<br />

que tange aos insumos;<br />

• Verificar ainda as alíquotas<br />

de ISS - Imposto sobre<br />

Serviços dos Municípios<br />

vizinhos, pode ser que haja<br />

alguma vantagem fiscal<br />

em para a abertura de filial;<br />

Para um setor tão dinâmico<br />

e nevrálgico da sociedade,<br />

como é o seguimento<br />

laboratorial, uma séria,<br />

especializada e sobretudo,<br />

que lhe assessore, que<br />

participe junto com sua<br />

empresa nas decisões<br />

estratégicas necessárias a<br />

serem tomadas.<br />

Mas afinal, qual a função<br />

da assessoria jurídica<br />

empresarial?<br />

As funções de uma<br />

assessoria jurídica abrangem<br />

diferentes setores<br />

das empresas, desde a<br />

relação com clientes,<br />

fornecedores a recursos<br />

humanos.<br />

102 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


A prevenção de riscos é<br />

ção do Estado Brasileiro<br />

Benefícios da assessoria<br />

DIREITO E SAÚDE<br />

uma das funções mais<br />

e a quantidade de leis e<br />

jurídica<br />

importantes que uma<br />

normas que regem nosso<br />

São diversos os benefí-<br />

assessoria pode desem-<br />

ordenamento tornam-se<br />

cios da assessoria jurídica<br />

penhar dentro de uma<br />

um grande desafio para<br />

empresarial conforme o<br />

empresa.<br />

o empresário. Tomar<br />

segmento da empresa.<br />

conhecimento de todas<br />

Vamos destacar alguns:<br />

Sua atuação preventiva<br />

elas e suas aplicações<br />

evita que a empresa<br />

torna impossível a gestão<br />

Segurança Jurídica: a<br />

possa se envolver futu-<br />

do negócio.<br />

tomada de decisão de um<br />

ramente em processos<br />

gestor sobre determina-<br />

judiciais, sejam na esfera<br />

Oferecer o suporte<br />

da estratégia de atuação<br />

trabalhista,<br />

tributária,<br />

necessário para compre-<br />

da empresa pode trazer<br />

resultando em prejuízos<br />

ensão e entendimento<br />

problemas futuros se<br />

financeiros através do<br />

da legislação vigente é<br />

não observados aspectos<br />

pagamento de indeniza-<br />

uma das principais fun-<br />

legais que muitas vezes<br />

ções, multas, honorários.<br />

ções da assessoria jurí-<br />

passam<br />

despercebidos<br />

dica, facilitando assim a<br />

pelos gestores.<br />

Outra função importan-<br />

aplicação das estratégias<br />

te desempenhada pela<br />

do gestor. A confecção<br />

O serviço de assesso-<br />

assessoria jurídica consis-<br />

e gestão de contratos é<br />

ria jurídica entrega ao<br />

ta na interpretação legal<br />

outra função essencial<br />

gestor do laboratório<br />

do ordenamento jurídico.<br />

desempenhada no servi-<br />

a antecipação destes<br />

A excessiva burocratiza-<br />

ço de assessoramento.<br />

eventuais<br />

problemas,<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

103


DIREITO E SAÚDE<br />

auxiliando-os na revisão<br />

ca sana o problema em<br />

É o que tínhamos a apre-<br />

de estratégias e tomadas<br />

de decisões que<br />

possam trazer prejuízos<br />

de curto a longo prazo.<br />

Outra segurança proveniente<br />

do assessoramento<br />

jurídico é o acompanhamento<br />

negocial e de<br />

contratos que garante<br />

ao gestor negociações<br />

em conformidade com<br />

os parâmetros legais e<br />

contratuais;<br />

sua raiz, identificando<br />

e corrigindo eventuais<br />

vícios de procedimento<br />

e gerenciamento como<br />

exemplificado há pouco.<br />

Os custos de uma readequação<br />

das normas de<br />

proteção de seus colaboradores<br />

tornam-se muito<br />

menores que os custos<br />

pecuniários relativos a<br />

multas, indenizações e<br />

honorários provenientes<br />

sentar, nesta primeira<br />

edição de 2025.<br />

Se você ainda ficou com<br />

alguma dúvida, entre<br />

em contato conosco!<br />

Proteção jurídica ao<br />

seu Laboratório! Está é<br />

nossa missão e está no<br />

nosso DNA lhe assessorar<br />

nesta empreitada,<br />

conte conosco!<br />

• Diminuição de custos<br />

com honorários advoca-<br />

de sucessivos processos<br />

judiciais relativos a aci-<br />

Obrigado e um gran-<br />

tícios: a assessoria jurídi-<br />

dentes de trabalho.<br />

de abraço a todos!<br />

Autor:<br />

Délio J. Ciriaco de Oliveira<br />

Advogado em São Paulo, especialista em direito e processo do trabalho, especialista em direito contratual, especializando em advocacia consultiva, é sócio do<br />

escritório CIRIACO ADVOGADOS, localizado em São Paulo – Capital, é Professor de Pós Graduação em São Paulo- SP; São Luis do Maranhão-MA; Goiânia-GO e<br />

Palestrante, atuando na área da saúde, na ASSESSORIA JURÍDICA E DEFESA de Laboratório de Análises Clínicas, Clínicas médicas e empresas.<br />

@ciriacoadvogados<br />

104 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Avanço no diagnóstico de arboviroses emergentes<br />

GeneFinder<br />

DENV/ZIKV/CHIKV<br />

RealAmp Kit<br />

As febres Dengue, Zika e Chikungunya representam preocupações contínuas de saúde pública,<br />

afetando milhões, especialmente em regiões tropicais e subtropicais onde o mosquito Aedes<br />

aegypti é prevalente. Para enfrentar esse desafio, surge o GeneFinder DENV/ZIKV/CHIKV<br />

RealAmp Kit.<br />

Este kit de PCR em tempo real de transcrição reversa em uma única etapa tem a capacidade de<br />

realizar até 100 testes por kit. Desenvolvido para profissionais capacitados, ele se destaca por<br />

identificar de forma distintiva os vírus DENV, ZIKV E CHIKV, oferecendo uma abordagem crucial<br />

para o diagnóstico diferenciado dessas arboviroses.<br />

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MEDICINA GENÔMICA<br />

DOENÇA DE FABRY:<br />

GENE GLA, ALFA-GALACTOSIDASE A E DIAGNÓSTICO<br />

Por Varsomics<br />

O que é a Doença de<br />

Fabry?<br />

A Doença de Fabry<br />

(DF) é um Erro Inato do<br />

Metabolismo, caracterizada<br />

pela deficiência<br />

ou ausência da enzima<br />

α-Galactosidase A (α-Gal<br />

A), codificada pelo gene<br />

GLA do cromossomo X<br />

(Xq22.1). Ou seja, esta é<br />

uma doença de caráter<br />

monogênico.<br />

Esta enzima é responsável<br />

pelo catabolismo<br />

de glicoesfingolipídeos,<br />

que são as gorduras<br />

mais abundantes na<br />

membrana celular. De<br />

maneira específica, a<br />

α-Gal A controla o metabolismo<br />

das Globotriaosilceramidas<br />

(Gb3).<br />

A presença de variantes<br />

patogênicas no gene<br />

GLA resulta no acúmulo<br />

patológico do substrato<br />

enzimático (Gb3) em dife-<br />

rentes órgãos, como rins,<br />

coração, cérebro e olhos,<br />

causando-os danos progressivos<br />

que culminam<br />

em sua falência.<br />

Estas variantes estão<br />

associadas, em sua<br />

maioria, à mutações do<br />

tipo missense no gene<br />

GLA, ainda que mutações<br />

nonsense, deleções<br />

e inserções também<br />

possam ser observadas<br />

nos casos de DF.<br />

Embora tais variantes<br />

possam ser adquiridas<br />

em casos raros, elas são<br />

majoritariamente herdadas<br />

por um padrão<br />

de herança recessivo<br />

ligado ao cromossomo<br />

sexual X.<br />

Em função disso, homens<br />

geralmente são afetados<br />

mais severamente<br />

quando em comparação<br />

com mulheres, uma vez<br />

que estes podem herdar<br />

a mutação em homozigose.<br />

Nestes casos, os<br />

homens desenvolvem<br />

sintomas e complicações<br />

mais cedo na vida.<br />

106 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Feliz<br />

“Não faz mal que seja pouco.<br />

O que importa é que o avanço de hoje,<br />

Seja maior do que o de ontem.<br />

Que nossos passos de amanhã,<br />

sejam mais largos do que os de hoje.”<br />

Daisaku Ikeda.<br />

A NIHON KOHDEN BRASIL deseja um<br />

ano novo repleto de realizações.<br />

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MEDICINA GENÔMICA<br />

Fenótipos e sintomas<br />

da Doença de Fabry<br />

A Doença de Fabry pode<br />

ser classificada em dois<br />

fenótipos: tipo 1, chamado<br />

de “clássico”, e o<br />

tipo 2, chamado de “de<br />

início tardio”. Ambos os<br />

tipos causam insuficiência<br />

renal, doença cardíaca<br />

e morte prematura.<br />

Estima-se que a doença<br />

de Fabry tipo 1 afete<br />

aproximadamente 1<br />

em 40.000 pessoas,<br />

enquanto o fenótipo<br />

tipo 2 é mais frequente,<br />

afetando cerca de 1 em<br />

1.500 – 4000 pessoas, a<br />

depender da população.<br />

Doença de Fabry Tipo 1:<br />

Clássico<br />

Homens tipo 1 têm<br />

pouca ou nenhuma<br />

atividade enzimática<br />

α-Gal A funcional e<br />

acúmulo acentuado de<br />

GL-3/Gb3 e glicolipídios<br />

relacionados nos<br />

capilares e pequenos<br />

vasos sanguíneos que<br />

causam os principais<br />

sintomas na infância<br />

ou adolescência.<br />

Os principais sintomas<br />

da Doença de Fabry<br />

tipo 1 são:<br />

• Dor intensa e queimação<br />

nas mãos e nos pés<br />

(acroparestesia);<br />

• Erupções cutâneas<br />

avermelhadas ou azuis;<br />

• Sudorese ausente ou<br />

diminuída;<br />

• Dor, cólicas abdominais<br />

e movimentos intestinais<br />

frequentes;<br />

• Distrofia característica<br />

nas córneas;<br />

108 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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MEDICINA GENÔMICA<br />

Com o aumento da idade,<br />

a deposição sistêmica<br />

de GL-3/Gb3, particular-<br />

Não há distinção fenotípica<br />

em mulheres. A<br />

classificação é baseada<br />

são diagnosticados pela<br />

triagem de pacientes em<br />

clínicas de hemodiálise,<br />

mente no coração, causa<br />

em mutações, história<br />

e em episódios de doen-<br />

arritmias, hipertrofia ven-<br />

familiar,<br />

características<br />

ças cardíacas e de AVC.<br />

tricular esquerda e car-<br />

clínicas e bioquímicas. O<br />

diomiopatia hipertrófica.<br />

curso da doença costuma<br />

Em homens com sus-<br />

ser diversificado e sua<br />

peita da doença, a ati-<br />

Nos rins, causa proteinúria<br />

severidade é variável.<br />

vidade de α-Gal A deve<br />

e insuficiência renal. Tam-<br />

ser medida. A atividade<br />

bém pode causar doenças<br />

Diagnóstico<br />

de α-Gal A < 1% é alta-<br />

cerebrovasculares, como<br />

O diagnóstico clínico do<br />

mente sugestiva para o<br />

episódios<br />

isquêmicos<br />

fenótipo tipo 1 envolve<br />

diagnóstico da doença<br />

transitórios e acidentes<br />

a avaliação do histórico<br />

de Fabry clássica.<br />

vasculares cerebrais.<br />

familiar, exame físico,<br />

achados clínicos e bio-<br />

Em mulheres, o diag-<br />

Doença de Fabry tipo<br />

químicos, testes genéti-<br />

nóstico é realizado com<br />

2: Início Tardio<br />

cos e exames de imagem.<br />

precisão apenas pela<br />

Em contraste, homens<br />

detecção da mutação<br />

com o fenótipo Tipo 2,<br />

Nas pessoas com Doença<br />

específica do gene GLA.<br />

têm atividade α-Gal A<br />

de Fabry tipo 2, o diag-<br />

No entanto, mesmo na<br />

residual e não apresen-<br />

nóstico muitas vezes<br />

presença de sinais clíni-<br />

tam os mesmos sinto-<br />

é realizado na idade<br />

cos, a atividade de α-Gal<br />

mas que pacientes do<br />

adulta, quando a doença<br />

A é variável e pode estar<br />

Tipo 1. Eles têm uma<br />

cardíaca e/ou renal se<br />

dentro da faixa normal.<br />

infância e adolescência<br />

manifesta, com exame<br />

essencialmente normais<br />

genético para detectar a<br />

Já o diagnóstico pré-na-<br />

e geralmente são diag-<br />

mutação no GLA.<br />

tal pode ser feito com 15<br />

nosticados com doença<br />

semanas de gravidez por<br />

renal e/ou cardíaca entre<br />

Muitos homens com o<br />

análises da enzima α-Gal<br />

os 30 e 70 anos.<br />

fenótipo de início tardio<br />

A e mutação GLA obtidas<br />

110 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


através por amniocentese<br />

ou também pode ser<br />

triado de maneira não<br />

invasiva, por NIPT, quando<br />

a mutação familiar é<br />

conhecida.<br />

Após o diagnóstico,<br />

deve ser realizada<br />

uma avaliação inicial<br />

do envolvimento de<br />

que visam normalizar o<br />

acúmulo de substrato<br />

enzimático, bem como<br />

medicamentos adjuvantes<br />

que abordam o<br />

comprometimento do<br />

órgão-alvo.<br />

A doença de Fabry pode<br />

ser tratada com a Terapia<br />

de Reposição Enzi-<br />

O início precoce da terapia<br />

enzimática recombinante<br />

é especialmente<br />

crítico em homens com<br />

o fenótipo tipo 1. Atualmente,<br />

a TRE é sugerida<br />

para homens clássicos<br />

do tipo 1 com sinais clínicos<br />

em qualquer idade<br />

ou, se assintomáticos,<br />

aos 15 anos de idade.<br />

MEDICINA GENÔMICA<br />

órgãos, seguida de<br />

monitoramento anual<br />

em homens e a cada<br />

2-3 anos em mulheres.<br />

Em homens com fenótipo<br />

de início tardio,<br />

os procedimentos de<br />

monitoramento devem<br />

mática (TRE), na qual<br />

uma enzima sintética<br />

é administrada por via<br />

intravenosa. O TRE substitui<br />

a enzima defeituosa<br />

e reduz o acúmulo de<br />

glicolipídios nas células<br />

de todo o corpo.<br />

Duas formas da enzima<br />

recombinante estão disponíveis:<br />

agalsidase alfa<br />

e agalsidase beta e várias<br />

formulações diferentes<br />

de enzimas recombinantes<br />

estão sendo testadas<br />

em humanos.<br />

ser focados nos órgãos<br />

afetados e o período de<br />

avaliação deve ser determinado<br />

caso a caso.<br />

Tratamento<br />

Pacientes com doença<br />

de Fabry necessitam de<br />

um plano de tratamento<br />

abrangente e multidisciplinar<br />

que inclua medicamentos<br />

específicos<br />

A TRE alivia a dor neuropática<br />

ao retardar ou<br />

prevenir o declínio da<br />

função renal, especialmente<br />

quando iniciada<br />

antes de uma lesão<br />

renal extensa. O acúmulo<br />

de GL-3/Gb3 no rim<br />

é removido por vários<br />

tipos celulares nesse<br />

tratamento.<br />

Uma alternativa, é a terapia<br />

oral com migalastat<br />

para adultos com doença<br />

de Fabry, aprovada na<br />

União Europeia (2017)<br />

e nos Estados Unidos<br />

(2018). Migalastat é uma<br />

chaperona que pode se<br />

ligar a mutações específicas,<br />

estabilizá-las e<br />

aumentar sua atividade<br />

enzimática residual.<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

111


MEDICINA GENÔMICA<br />

Terapias adjuvantes<br />

A terapia adjuvante para<br />

a acroparestesia inclui<br />

doses diárias baixas<br />

de difenilhidantoína,<br />

carbamazepina ou neurontina.<br />

A hemodiálise<br />

e o transplante renal<br />

podem ser necessários<br />

em pacientes com comprometimento<br />

renal.<br />

Por fim, é importante<br />

ressaltar que o aconselhamento<br />

genético é<br />

altamente recomendado<br />

tanto para indivíduos<br />

afetados quanto para<br />

aqueles com histórico<br />

familiar para a doença,<br />

especialmente mulheres,<br />

que podem ser<br />

assintomáticas durante<br />

a idade reprodutiva.<br />

Conclusão<br />

A doença de Fabry leva a<br />

uma variedade de manifestações<br />

clínicas com<br />

complicações potencialmente<br />

fatais, além de<br />

um impacto considerável<br />

na qualidade de vida<br />

do paciente. Mulheres<br />

geralmente têm doença<br />

mais leve com início tardio,<br />

mas em alguns casos<br />

podem desenvolver a<br />

doença na sua forma grave,<br />

semelhante a homens<br />

com fenótipo tipo 1.<br />

O diagnóstico precoce<br />

e o manejo correto da<br />

doença representam<br />

uma estratégia promissora<br />

para reduzir danos<br />

aos órgãos, morbidade e<br />

mortalidade prematura<br />

na idade adulta.<br />

Embora passos importantes<br />

tenham sido<br />

dados para melhorar o<br />

tratamento da doença<br />

de Fabry, a cura ainda<br />

não é uma realidade. O<br />

tratamento com chaperonas<br />

pode ser uma<br />

abordagem<br />

em alguns casos.<br />

adequada<br />

A terapia de reposição<br />

enzimática também é<br />

recomendada, mas os<br />

altos custos das terapias<br />

individuais atualmente<br />

constituem uma barreira<br />

importante para essa<br />

abordagem.<br />

Referências<br />

Fabry Disease. NIH. Disponível em: https://www.<br />

ninds.nih.gov/health-information/disorders/fabry-<br />

-disease. Acesso em: 23 de abril de 2023.<br />

Fabry Disease. NORD. Disponível em: https://rarediseases.org/rare-diseases/fabry-disease/.<br />

Acesso<br />

em: 23 de abril de 2023.<br />

van der Veen SJ, Hollak CE, van Kuilenburg AB,<br />

et al. Developments in the treatment of Fabry<br />

disease. Journal of inherited metabolic disease.<br />

2020;43(5):908-921. Doi: 10.1002/jimd.12228.<br />

Vardarli I, Rischpler C, Herrmann K, et al. Diagnosis<br />

and screening of patients with Fabry disease.<br />

Therapeutics and clinical risk management.<br />

2020;551-558.<br />

Germain DP, Fouilhoux A, Decramer S, et al. Consensus<br />

recommendations for diagnosis, management<br />

and treatment of Fabry disease in paediatric<br />

patients. Clinical Genetics. 2019;96(2):107-117.<br />

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112 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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PARASITOLOGIA<br />

DESVENDANDO OS MISTÉRIOS PARASITOLÓGICOS<br />

PARA UMA SAÚDE GLOBAL<br />

Por Rafael Euzébio<br />

Bem-vindos à Coluna<br />

Parasitologia Clínica,<br />

onde mergulharemos<br />

nas fascinantes interações<br />

entre organismos<br />

parasitas e seus hospedeiros,<br />

explorando<br />

desde os intrigantes<br />

protozoários até os<br />

desafiadores helmintos.<br />

Este espaço é dedicado<br />

a desvendar as últimas<br />

e empolgantes descobertas<br />

da Parasitologia,<br />

destacando seu papel<br />

crucial na compreensão<br />

das doenças parasitárias<br />

que transcendem humanos,<br />

animais e plantas.<br />

Nesta jornada, buscaremos<br />

inspirar uma apreciação<br />

mais profunda da<br />

importância crítica da<br />

Parasitologia em nosso<br />

mundo interconectado.<br />

Preparem-se para explorar<br />

as complexidades<br />

desse campo dinâmico,<br />

onde cada descoberta<br />

molda não apenas nossa<br />

compreensão científica,<br />

mas também a promoção<br />

da saúde global.<br />

Iremos imergir no universo<br />

parasitológico<br />

laboratorial, onde desvendaremos<br />

os mistérios<br />

do mundo microscópico<br />

que impactam diretamente<br />

a análise clínica<br />

e a saúde em nosso<br />

ambiente.<br />

Parasitas: Mestres da<br />

Sobrevivência<br />

Os parasitas, nesse intricado<br />

jogo da vida a nível<br />

microscópico, destacam-<br />

-se como verdadeiros<br />

mestres da adaptação,<br />

revelando estratégias<br />

evolutivas sofisticadas<br />

para assegurar sua<br />

sobrevivência. Esses<br />

organismos parasitários,<br />

ao longo dos milênios,<br />

aprimoraram mecanismos<br />

intrincados para<br />

explorar seus hospedeiros<br />

e eludir as complexas<br />

defesas do sistema<br />

imunológico, marcando<br />

assim a sua habilidade<br />

ímpar na coexistência<br />

parasita-hospedeiro. A<br />

compreensão profunda<br />

desses mecanismos de<br />

evasão imunológica<br />

emerge como uma peça<br />

fundamental para desvendar<br />

os segredos das<br />

doenças parasitárias e<br />

forjar terapias inovadoras<br />

e eficazes.<br />

Adaptação Estratégica<br />

Os parasitas não apenas<br />

sobrevivem, mas prosperam<br />

em ambientes<br />

muitas vezes hostis, mostrando<br />

uma habilidade<br />

excepcional de adaptação.<br />

Desde protozoários<br />

até helmintos, esses<br />

organismos desenvolve-<br />

114 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


PARASITOLOGIA<br />

ram uma variedade de<br />

estratégias para explorar<br />

nichos específicos dentro<br />

de seus hospedeiros,<br />

aproveitando-se de<br />

recursos essenciais para<br />

sua própria sobrevivência<br />

e reprodução.<br />

Mecanismos de Evasão<br />

Imunológica<br />

A complexidade dos<br />

mecanismos de evasão<br />

imunológica dos parasitas<br />

é notável. Esses<br />

organismos aprenderam<br />

a driblar as defesas<br />

naturais do sistema imunológico,<br />

muitas vezes<br />

manipulando respostas<br />

imunológicas específicas<br />

para garantir a sua<br />

persistência. Estratégias<br />

como a variação antigênica<br />

e a supressão da<br />

resposta imunológica do<br />

hospedeiro são apenas<br />

algumas das artimanhas<br />

desenvolvidas ao longo<br />

da coevolução parasita-<br />

-hospedeiro.<br />

Implicações para a Saúde<br />

Humana<br />

A compreensão desses<br />

intricados mecanismos<br />

não é meramente acadêmica;<br />

ela é crucial para<br />

avanços significativos na<br />

saúde humana. Doenças<br />

parasitárias como<br />

malária, leishmaniose e<br />

esquistossomose continuam<br />

a afligir populações<br />

em todo o mundo.<br />

A identificação e compreensão<br />

dos mecanismos<br />

de evasão imunológica<br />

desses parasitas são<br />

passos essenciais para<br />

o desenvolvimento de<br />

estratégias terapêuticas<br />

eficazes e, potencialmente,<br />

para a prevenção<br />

de infecções.<br />

Protozoários: Pequenos<br />

Vilões com Grandes<br />

Impactos<br />

Os protozoários, microrganismos<br />

unicelulares<br />

aparentemente discretos,<br />

revelam-se como pequenos<br />

vilões com impactos<br />

notáveis na saúde humana<br />

e animal. Responsáveis<br />

por uma variedade de<br />

doenças, esses organismos<br />

têm sido alvo de<br />

uma pesquisa intensiva,<br />

resultando em descobertas<br />

recentes que ampliam<br />

nossa compreensão sobre<br />

sua diversidade, evolução<br />

e mecanismos de interação<br />

com seus hospedeiros.<br />

Este artigo destaca<br />

os avanços mais recentes,<br />

destacando como a<br />

genômica parasitária tem<br />

desempenhado um papel<br />

crucial em desvendar os<br />

intricados segredos desses<br />

microrganismos.<br />

Diversidade Protozoária<br />

Sob Novo Olhar<br />

O mundo microscópico<br />

dos protozoários está<br />

longe de ser homogêneo.<br />

Recentemente,<br />

pesquisadores, por meio<br />

de técnicas avançadas<br />

de identificação, revelaram<br />

novas espécies<br />

e variantes genéticas,<br />

ampliando consideravelmente<br />

nossa compreensão<br />

sobre a diversidade<br />

desses microrganismos.<br />

Essa riqueza genética<br />

apresenta desafios e<br />

oportunidades únicas,<br />

não apenas na pesquisa<br />

básica, mas também na<br />

compreensão das bases<br />

moleculares das doenças<br />

por eles causadas.<br />

116 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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PARASITOLOGIA<br />

Genômica Parasitária:<br />

Um Portal para os<br />

Mecanismos Intricados<br />

Os avanços na genômica<br />

parasitária representam<br />

um marco na desmistificação<br />

dos protozoários.<br />

Ao decifrar os intricados<br />

códigos genéticos<br />

desses microrganismos,<br />

os cientistas ganharam<br />

insights valiosos sobre<br />

os mecanismos de patogenicidade<br />

que possibilitam<br />

sua sobrevivência<br />

e reprodução no interior<br />

de seus hospedeiros.<br />

Essas descobertas são<br />

particularmente relevantes<br />

para o desenvolvimento<br />

de estratégias<br />

terapêuticas inovadoras<br />

e para o entendimento<br />

da resistência a medicamentos,<br />

uma questão de<br />

crescente preocupação<br />

global.<br />

Helmintos: Dos Vermes<br />

Intestinais aos Grandes<br />

Desafios de Saúde<br />

Os helmintos, vermes<br />

parasitas multicelulares,<br />

persistem como desafios<br />

formidáveis na arena da<br />

saúde global. Este segmento<br />

do artigo propõe<br />

uma incursão nas mais<br />

recentes descobertas<br />

que permeiam a biologia,<br />

epidemiologia e métodos<br />

de controle desses<br />

parasitas. Além disso,<br />

destacaremos estratégias<br />

inovadoras que visam<br />

não apenas compreender<br />

melhor esses helmintos,<br />

mas também desenvolver<br />

abordagens terapêuticas<br />

mais eficazes, incluindo<br />

vacinas e medicamentos<br />

antiparasitários.<br />

Desafios Contínuos<br />

Apresentados pelos<br />

Helmintos<br />

Os helmintos, ao infestar<br />

humanos e animais,<br />

contribuem significativamente<br />

para a carga<br />

global de doenças parasitárias.<br />

Suas complexas<br />

interações com o hospedeiro<br />

e a habilidade<br />

de persistir no ambiente<br />

desencadeiam uma série<br />

de desafios que afetam<br />

milhões em todo o mundo.<br />

Compreender esses<br />

desafios é fundamental<br />

para a concepção de<br />

estratégias eficazes de<br />

prevenção e controle.<br />

Biologia e Epidemiologia<br />

em Evolução Constante<br />

Recentes avanços na<br />

pesquisa helmintológica<br />

proporcionam<br />

insights valiosos sobre<br />

a biologia desses parasitas.<br />

A exploração aprofundada<br />

de seus ciclos<br />

de vida, mecanismos de<br />

infecção e adaptações<br />

evolutivas abre novas<br />

perspectivas para abordagens<br />

terapêuticas<br />

mais direcionadas. Além<br />

disso, investigações epidemiológicas<br />

refinadas<br />

oferecem uma visão<br />

mais clara da prevalência<br />

e distribuição global<br />

dessas infecções, fornecendo<br />

dados cruciais<br />

para a formulação de<br />

estratégias de controle.<br />

118 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


PAINEL NEONATAL<br />

NEOSCREEN<br />

SMA - TREC - KREC<br />

O novo painel NeoScreen é projetado para a<br />

triagem de recém-nascidos para Atrofia Muscular<br />

Espinhal e Imunodeficiência Primária,<br />

possibilitando intervenções com tratamentos<br />

precoces e evitando sequelas graves ou o<br />

óbito.<br />

Permite a detecção qualitativa da deleção no<br />

gene SMN1 e análise quantitativa dos marcadores<br />

TREC e KREC, associados aos distúrbios<br />

dos componentes das células T e B do<br />

sistema imunológico.<br />

ANÁLISE<br />

QUALITATIVA<br />

DE SMA E<br />

QUANTITATIVA DE<br />

KREC E TREC<br />

FINANCEIRA-<br />

MENTE VIÁVEL<br />

NÃO REQUER<br />

CURVA PADRÃO<br />

RESULTADO<br />

EM 1H40<br />

Todos os alvos são avaliados no mesmo poço<br />

e um ensaio multiplex, dispensando a necessidade<br />

do uso de curva padrão.<br />

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PARASITOLOGIA<br />

Controle de Helmintos:<br />

Estratégias Inovadoras<br />

e Desafios Emergentes<br />

Este segmento examina<br />

não apenas as estratégias<br />

de controle de helmintos<br />

existentes, mas também<br />

os avanços inovadores<br />

que estão moldando o<br />

futuro da parasitologia.<br />

A discussão se estende a<br />

novos métodos de diagnóstico,<br />

terapias baseadas<br />

em alvos específicos e<br />

abordagens sustentáveis<br />

para interromper os ciclos<br />

de vida dos helmintos.<br />

A convergência dessas<br />

estratégias promissoras<br />

busca não apenas mitigar<br />

a morbidade associada a<br />

essas infecções, mas também<br />

interromper a transmissão<br />

em comunidades<br />

afetadas.<br />

Vacinas e Medicamentos<br />

Antiparasitários:<br />

Um Olhar para o Futuro<br />

O desenvolvimento de<br />

vacinas e medicamentos<br />

antiparasitários mais<br />

eficazes é uma prioridade<br />

crítica na busca<br />

por soluções duradouras.<br />

Destacaremos as<br />

abordagens inovadoras<br />

em andamento, desde<br />

vacinas que visam imunizar<br />

contra infecções<br />

helmínticas até terapias<br />

medicamentosas que<br />

buscam superar desafios<br />

de resistência. Essas<br />

estratégias representam<br />

a vanguarda da pesquisa,<br />

promovendo esperanças<br />

renovadas na luta contra<br />

os helmintos.<br />

Avanços Tecnológicos:<br />

Ferramentas de Ponta<br />

na Parasitologia<br />

A pesquisa em Parasitologia<br />

experimenta uma<br />

verdadeira revolução<br />

impulsionada pelos<br />

avanços tecnológicos,<br />

e, em laboratórios de<br />

análises clínicas, técnicas<br />

de precisão, incluindo<br />

a microscopia óptica,<br />

complementam essas<br />

inovações. Ferramentas<br />

de última geração, como<br />

microscopia de fluorescência,<br />

espectrometria<br />

de massa e análise genômica<br />

avançada, aliadas<br />

a métodos laboratoriais,<br />

emergem como pilares<br />

fundamentais na investigação<br />

dos parasitas, proporcionando<br />

uma visão<br />

sem precedentes em<br />

níveis molecular e celular.<br />

Este artigo destaca o<br />

impacto transformador<br />

dessas ferramentas de<br />

ponta, bem como as técnicas<br />

específicas, como a<br />

microscopia óptica, utilizadas<br />

em laboratórios<br />

de análises clínicas, não<br />

apenas na aceleração<br />

da descoberta científica,<br />

mas também no reforço<br />

da vigilância e controle<br />

de doenças parasitárias.<br />

Microscopia Óptica:<br />

Revelando Detalhes<br />

Inestimáveis no Mundo<br />

Parasitário<br />

A microscopia óptica,<br />

uma ferramenta essencial<br />

nos laboratórios clínicos,<br />

desempenha um papel<br />

insubstituível na pesquisa<br />

parasitológica, proporcionando<br />

uma visão<br />

aprofundada do universo<br />

120 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


NOVIDADE<br />

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PARASITOLOGIA<br />

parasitário. Sua notável<br />

capacidade de revelar<br />

estruturas celulares e a<br />

complexa morfologia dos<br />

parasitas em amostras<br />

clínicas estabelece um<br />

padrão de excelência<br />

na identificação direta,<br />

tornando-se um pilar<br />

crucial na investigação<br />

e diagnóstico preciso de<br />

doenças parasitárias.<br />

No contexto dinâmico<br />

do laboratório clínico, a<br />

evolução constante das<br />

técnicas de microscopia,<br />

incluindo a microscopia<br />

de contraste de fase e a<br />

microscopia de campo<br />

escuro, amplifica substancialmente<br />

a acuidade<br />

diagnóstica. Estas técnicas<br />

refinadas não apenas<br />

permitem uma análise<br />

meticulosa de amostras,<br />

mas também realçam<br />

o papel essencial da<br />

microscopia óptica na<br />

rápida e confiável identificação<br />

de parasitas.<br />

Ao fazê-lo, fortalecem<br />

os protocolos laboratoriais,<br />

contribuindo para<br />

diagnósticos precisos,<br />

orientando eficazmente<br />

planos de tratamento<br />

e promovendo a saúde<br />

pública.<br />

A integração da microscopia<br />

óptica nos laboratórios<br />

clínicos não só<br />

sustenta a excelência<br />

diagnóstica, mas também<br />

desempenha um<br />

papel vital na formação<br />

de profissionais<br />

de saúde e cientistas,<br />

capacitando-os com as<br />

habilidades necessárias<br />

para enfrentar os desafios<br />

complexos apresentados<br />

pelas doenças<br />

parasitárias. Assim, a<br />

microscopia óptica não<br />

é apenas uma técnica,<br />

mas uma aliada imprescindível<br />

na batalha<br />

contra as doenças parasitárias,<br />

destacando sua<br />

importância e relevância<br />

contínuas na busca pela<br />

excelência na prática<br />

clínica e pesquisa biomédica.<br />

Microscopia de Fluorescência:<br />

Iluminando<br />

o Mundo Microscópico<br />

com Precisão Laboratorial<br />

A microscopia de fluorescência,<br />

aliada à<br />

microscopia óptica,<br />

revoluciona a visualização<br />

de parasitas. Permite<br />

a observação de estruturas<br />

celulares e moléculas<br />

específicas com incrível<br />

precisão, facilitando a<br />

identificação e classificação<br />

precisa dos parasitas<br />

presentes em amostras<br />

clínicas. A integração<br />

dessas técnicas proporciona<br />

uma abordagem<br />

abrangente e confiável<br />

para a identificação de<br />

parasitas, fundamentando<br />

estratégias terapêuticas<br />

direcionadas.<br />

Espectrometria de<br />

Massa: Análise Detalhada<br />

com Precisão<br />

Laboratorial<br />

A espectrometria de<br />

massa, aplicada em<br />

laboratórios de análises<br />

clínicas, possibilita a<br />

122 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


INOVE SEU PROCESSO COM O<br />

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PARASITOLOGIA<br />

análise detalhada das<br />

assinaturas moleculares<br />

dos parasitas. A identificação<br />

e quantificação de<br />

compostos específicos<br />

presentes nas amostras<br />

clínicas permitem uma<br />

compreensão mais profunda<br />

dos processos<br />

biológicos, orientando<br />

estratégias terapêuticas.<br />

A integração de técnicas<br />

laboratoriais de preparação<br />

de amostras aprimora<br />

a sensibilidade e a especificidade<br />

dessa poderosa<br />

ferramenta analítica.<br />

Análise Genômica de<br />

Última Geração: Navegando<br />

pelos Genomas<br />

Parasitários com Métodos<br />

Laboratoriais de<br />

Sequenciamento<br />

A análise genômica de<br />

última geração, complementada<br />

por métodos<br />

laboratoriais de sequenciamento<br />

de DNA, permite<br />

uma análise abrangente<br />

dos genomas<br />

parasitários. A identificação<br />

de variações genéticas,<br />

expressão gênica e<br />

evolução molecular, obtida<br />

por meio de técnicas<br />

laboratoriais avançadas,<br />

destaca a colaboração<br />

essencial entre a tecnologia<br />

e a execução precisa<br />

no laboratório para aprofundar<br />

nossa compreensão<br />

dos parasitas.<br />

Impacto na Descoberta<br />

de Alvos Terapêuticos:<br />

Acelerando Inovações<br />

com Técnicas Laboratoriais<br />

de Triagem<br />

Além de ferramentas de<br />

última geração, técnicas<br />

laboratoriais de triagem<br />

são fundamentais na<br />

descoberta de alvos terapêuticos.<br />

Ensaios de triagem,<br />

imunodiagnósticos<br />

e ensaios moleculares,<br />

realizados em laboratórios<br />

de análises clínicas,<br />

oferecem uma abordagem<br />

prática e eficaz na<br />

identificação de novos<br />

alvos e na validação de<br />

estratégias terapêuticas<br />

inovadoras.<br />

Vigilância e Controle<br />

Aprimorados com Técnicas<br />

Laboratoriais e<br />

Microscopia Óptica:<br />

Defendendo a Saúde<br />

Pública com Precisão<br />

A aplicação de técnicas<br />

laboratoriais avançadas,<br />

incluindo a microscopia<br />

óptica, fortalece a<br />

vigilância e o controle<br />

de doenças parasitárias.<br />

Métodos laboratoriais<br />

de diagnóstico, como<br />

PCR (Reação em Cadeia<br />

da Polimerase) e ELISA<br />

(Ensaio Imunoenzimático),<br />

aliados à microscopia<br />

óptica, são essenciais<br />

para a identificação precisa<br />

de parasitas, monitoramento<br />

da resistência<br />

a medicamentos e otimização<br />

de estratégias de<br />

controle, contribuindo<br />

assim para esforços mais<br />

eficazes na gestão da<br />

saúde pública.<br />

Desafios Futuros e<br />

Perspectivas<br />

Apesar dos avanços significativos<br />

alcançados<br />

na Parasitologia, a disciplina<br />

enfrenta desafios<br />

persistentes que demandam<br />

abordagens inovadoras<br />

e colaborações<br />

interdisciplinares para<br />

impulsionar a pesquisa e<br />

avançar na compreensão<br />

das doenças parasitárias.<br />

124 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Conectividade<br />

Desempenho e<br />

Confiabilidade<br />

Produtividade<br />

Suporte, Consultoria<br />

e Treinamento<br />

Análises e<br />

Inteligência<br />

Qualidade


PARASITOLOGIA<br />

Este segmento do artigo<br />

explora os desafios<br />

futuros e delineia perspectivas<br />

promissoras,<br />

reforçando a necessidade<br />

contínua de enfrentar<br />

questões prementes<br />

para a saúde global.<br />

Resistência a Medicamentos:<br />

Uma Batalha<br />

em Evolução<br />

A resistência a medicamentos<br />

persiste como<br />

um desafio premente<br />

em Parasitologia. Parasitas<br />

adaptáveis desenvolvem<br />

resistência a<br />

tratamentos padrão,<br />

minando a eficácia de<br />

terapias estabelecidas.<br />

Enfrentar esse desafio<br />

exige não apenas a busca<br />

por novos compostos<br />

terapêuticos, mas<br />

também estratégias<br />

sustentáveis de uso de<br />

medicamentos e uma<br />

compreensão profunda<br />

dos mecanismos subjacentes<br />

à resistência.<br />

Complexidade das Interações<br />

Parasita-Hospedeiro:<br />

Desvendando a<br />

Teia Biológica<br />

A intricada dança entre<br />

parasitas e seus hospedeiros<br />

representa<br />

um terreno desafiador<br />

para a Parasitologia. A<br />

complexidade das interações<br />

parasita-hospedeiro<br />

abrange desde<br />

estratégias evolutivas<br />

de escape imunológico<br />

até modificações moleculares<br />

que favorecem a<br />

sobrevivência do parasita.<br />

Desvendar essa<br />

teia biológica exige<br />

uma abordagem multifacetada,<br />

integrando<br />

genômica, imunologia<br />

e biologia molecular<br />

para compreender os<br />

intricados mecanismos<br />

envolvidos.<br />

Desafios Diagnósticos<br />

e Estratégias de Controle:<br />

Precisão e Sustentabilidade<br />

Os desafios diagnósticos<br />

continuam a ser uma<br />

barreira significativa,<br />

especialmente em regiões<br />

carentes de recursos. A<br />

busca por métodos de<br />

diagnóstico mais acessíveis<br />

e precisos é crucial<br />

para o manejo eficaz das<br />

doenças parasitárias.<br />

Além disso, estratégias de<br />

controle sustentáveis, que<br />

levem em consideração<br />

as condições socioeconômicas<br />

e ambientais, são<br />

essenciais para interromper<br />

ciclos de transmissão<br />

e reduzir a carga global de<br />

parasitoses.<br />

Perspectivas Promissoras:<br />

Rumo a Soluções<br />

Inovadoras<br />

O futuro da Parasitologia<br />

se desenha com promissoras<br />

perspectivas.<br />

A aplicação de tecnologias<br />

emergentes, como<br />

inteligência artificial e<br />

nanotecnologia, oferece<br />

novas ferramentas para<br />

diagnósticos avançados<br />

e desenvolvimento de<br />

terapias específicas. Abordagens<br />

baseadas em vacinas<br />

e estratégias de controle<br />

integradas ganham<br />

126 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


destaque, indicando um<br />

caminho promissor na<br />

prevenção e manejo das<br />

doenças parasitárias.<br />

Colaborações Interdisciplinares:<br />

Fortalecendo<br />

a Abordagem<br />

Holística<br />

Enfrentar os desafios<br />

futuros em Parasitologia<br />

requer uma abordagem<br />

holística e colaborações<br />

interdisciplinares. A<br />

integração de expertise<br />

de diversas disciplinas,<br />

como biologia, medicina,<br />

engenharia e ciência<br />

da computação, é essencial<br />

para abordar questões<br />

complexas e criar<br />

soluções inovadoras. A<br />

criação de consórcios<br />

de pesquisa e parcerias<br />

entre instituições pode<br />

impulsionar a sinergia<br />

necessária para avanços<br />

significativos.<br />

Concluindo<br />

Ao fecharmos este<br />

capítulo fascinante da<br />

Parasitologia, somos<br />

testemunhas de avanços<br />

reveladores, desvelando<br />

os intricados relacionamentos<br />

entre parasitas<br />

e hospedeiros, desde os<br />

mestres da sobrevivência<br />

até os pequenos vilões,<br />

protozoários. Cada<br />

descoberta representa<br />

um passo significativo<br />

em direção a terapias<br />

inovadoras e ao entendimento<br />

mais profundo do<br />

mundo parasitário.<br />

A genômica parasitária<br />

lança luz sobre a diversidade<br />

genética dos<br />

protozoários, enquanto<br />

estratégias inovadoras,<br />

como vacinas, prometem<br />

transformar o cenário<br />

dos desafiadores<br />

helmintos. Nos laboratórios<br />

clínicos, os avanços<br />

tecnológicos, como<br />

a microscopia óptica,<br />

amplificaram nossa<br />

visão sobre o mundo<br />

parasitário, fortalecendo<br />

a pesquisa e os diagnósticos<br />

precisos.<br />

Ao nos despedirmos,<br />

subentendemos a continuidade<br />

dessa jornada,<br />

destacando a importância<br />

das colaborações<br />

interdisciplinares diante<br />

de desafios iminentes,<br />

como a resistência<br />

a medicamentos. O<br />

futuro promissor da<br />

Parasitologia, impulsionado<br />

por tecnologias<br />

emergentes, nos levará<br />

a soluções inovadoras,<br />

e convidamos você a se<br />

juntar a nós na próxima<br />

edição, quando continuaremos<br />

a explorar os<br />

mistérios que moldam a<br />

saúde global. Até breve!<br />

PARASITOLOGIA<br />

Autor:<br />

Rafael Euzébio<br />

Biomédico habilitado em Análises Clínicas e Citologia Oncótica Mestrando em Ensino em Ciências da Saúde MBA em Auditoria,<br />

Acreditação e Qualidade dos Serviços de Saúde Especialista em Análises Clínicas Fundador e Diretor da Raeusi Biomed<br />

Consultorias e Treinamentos (@raeusibiomed)<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

127


MINUTO LABORATÓRIO<br />

VIGILÂNCIA SANITÁRIA:<br />

ATÉ ONDE VAI SEU PODER?<br />

Por Fábia Bezerra<br />

No Brasil, a Agência<br />

de Vigilância Sanitária<br />

(Anvisa) cumpre o mesmo<br />

papel desempenhado<br />

pelas agências reguladoras<br />

norte-americana<br />

(Food and Drug Administration<br />

– FDA), europeia<br />

(European Medicines<br />

Agency – EMA), japonesa<br />

(Pharmaceuticals and<br />

Medical Devices Agency<br />

– PMDA) e australiana<br />

(Therapeutic Goods<br />

Administration – TGA),<br />

ou seja, sua importância<br />

é extremamente respeitada<br />

e inclusive tem<br />

poder de Polícia.<br />

Para dar conta do trabalho<br />

de vigilância sanitária<br />

em um país com a<br />

dimensão e a divisão territorial<br />

do Brasil, além de<br />

sua diversidade geográfica,<br />

populacional e econômica,<br />

existe uma rede<br />

nacional de atuação, que<br />

abrange o nível central<br />

(Anvisa) e as unidades<br />

nos estados, municípios<br />

e Distrito Federal (DF),<br />

conhecidas como as Vigilâncias<br />

Sanitárias (Visas)<br />

estaduais, municipais e do<br />

DF. Esse conjunto forma o<br />

Sistema Nacional de Vigilância<br />

Sanitária (SNVS),<br />

coordenado pela ANVISA.<br />

Reconhecemos seu indiscutível<br />

valor, mas, por<br />

que algumas VISAS (Vigilâncias<br />

locais) exigem<br />

coisas diferentes sobre<br />

um mesmo tema em cada<br />

estado/município?<br />

Em meus mais de 25 anos<br />

de laboratório, estive em<br />

incontáveis visitas de<br />

Visas e em algumas delas,<br />

a impressão que tive é<br />

que o fiscal fazia seu próprio<br />

entendimento das<br />

regras, dificultando nossas<br />

ações - mesmo que a<br />

gente evidenciasse processos<br />

que jamais feririam<br />

a Lei. Por exemplo: um<br />

cliente meu, para não deixar<br />

de atender uma população<br />

distante, coletava as<br />

amostras de hemograma<br />

e enviava para fazer em<br />

sua área técnica a algumas<br />

horas de distância.<br />

Foi feito todo um estudo<br />

de estabilidade com validação<br />

da comparabilidade<br />

clínica, regras de Qualidade<br />

Analítica, testes<br />

para a definição da quantidade<br />

de gelos, caixa de<br />

transporte e temperatura.<br />

Enfim, mesmo assim, essa<br />

Visa local não aceitou a<br />

validação se baseando<br />

em um artigo do início<br />

dos anos 2000 que recomendava<br />

a leitura em<br />

menos tempo possível<br />

e simplesmente indeferiu<br />

o que foi apresentado.<br />

Situação essa que<br />

obrigou o laboratório<br />

na época a fechar o local<br />

por não ter volume suficiente<br />

de amostras para<br />

justificar a aquisição de<br />

um equipamento. Já em<br />

outras Visas, os fiscais<br />

aceitavam esta manobra<br />

porque entendiam o que<br />

era uma validação, com<br />

todas as nossas análises<br />

de Erro Total e desvio<br />

padrão por exemplo.<br />

128 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


MINUTO LABORATÓRIO<br />

E aí pergunto: o que<br />

fazer em uma situação<br />

dessas? Fica muito difícil<br />

administrar a mesma<br />

Lei com interpretações<br />

tão distintas, sem um<br />

padrão. Gostaria muito<br />

que existisse um Manual<br />

igual ao do Programa de<br />

Acreditação para Laboratórios<br />

Clínicos (PALC)<br />

para que os fiscais e fiscalizados<br />

conseguissem<br />

falar a mesma língua e<br />

não termos desencontros<br />

de entendimento.<br />

Segundo Gilberto de<br />

Jesus da Rocha Bento<br />

Júnior, Advogado e<br />

contabilista expert em<br />

advocacia empresarial<br />

e Doutor em Direito<br />

Constitucional, para<br />

combater os abusos da<br />

fiscalização, é preciso<br />

conhecer quais os limites<br />

e poderes autorizados<br />

ao agente fiscal, e<br />

isso está no Código Tributário<br />

Nacional, especificamente<br />

nos artigos<br />

195 e 196, e na Constituição<br />

Federal em seus<br />

artigos 5, 37 e 150.<br />

A falta de conhecimento<br />

do contribuinte muitas<br />

vezes dá espaço<br />

para condutas irregulares<br />

da autoridade fiscal,<br />

o contribuinte com certa<br />

frequência é vítima<br />

de abuso de poder, de<br />

ameaças, de confisco<br />

de bens ou documentos,<br />

de invasão do estabelecimento.<br />

O fiscal não pode entrar<br />

se não for convidado, o<br />

fiscal não pode ameaçar<br />

você ou sua empresa e<br />

não pode reter documentos<br />

ou bens sem<br />

ordem judicial, o fiscal<br />

não pode mexer em<br />

nada da sua empresa,<br />

isso seria um ato criminoso<br />

e abuso de poder.<br />

O procedimento apropriado<br />

é receber o fiscal<br />

com a educação que<br />

todo cidadão merece,<br />

acomodá-lo em local<br />

para conversar e receber<br />

as solicitações por<br />

escrito que deverão conter<br />

prazo coerente para<br />

atendimento.<br />

Vamos dar exemplos do<br />

que qualquer fiscal não<br />

pode fazer:<br />

1. invadir sua empresa<br />

e pegar bens, ameaçar<br />

ou intimidar. Só pode<br />

fazer se tiver autorização<br />

judicial, se não tiver<br />

está infringindo direito<br />

à liberdade e dignidade.<br />

2. Não pode fazer assédio<br />

moral para obter<br />

informações.<br />

3. Só pode fazer exigências<br />

de obrigações previstas<br />

em lei.<br />

4. Não pode atentar contra<br />

a honra, imagem ou intimidade<br />

do contribuinte e<br />

seus representantes.<br />

5. Não pode criar dificuldades<br />

para o normal<br />

funcionamento do estabelecimento,<br />

como por<br />

exemplo, impedir entrada<br />

ou saída de pessoas ou<br />

funcionários.<br />

6. Não pode destratar ou<br />

discriminar o contribuinte<br />

chamando de sonegador,<br />

também não pode<br />

tratar de forma discriminatória<br />

e difamatória.<br />

130 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


7. Não pode exigir documentos<br />

internos da<br />

empresa, como controles,<br />

relatórios, pois esses<br />

documentos não são<br />

obrigados por lei.<br />

8. Não pode induzir o<br />

contribuinte a erro.<br />

9. Não pode utilizar<br />

qualquer meio abusivo<br />

ou vexatório para obter<br />

documentos.<br />

Qualquer abuso praticado<br />

pelo agente fiscal<br />

deve ser denunciado por<br />

escrito aos órgãos competentes,<br />

e os órgãos<br />

competentes são a própria<br />

entidade, órgão<br />

público ao qual o agente<br />

fiscal faz parte, de preferência<br />

à corregedoria, e<br />

às autoridades criminais.<br />

Em Julho desde ano, a<br />

ANVISA atualizou seu<br />

canal de Ouvidoria – que<br />

é um caminho específico<br />

não apenas para receber<br />

nossas manifestações<br />

como para sugerirmos<br />

ideias a fim de desburocratizar<br />

os serviços prestados<br />

a nós. A plataforma<br />

Fala.BR é uma ferramenta<br />

de recebimento e tratamento<br />

de manifestações.<br />

Por meio dela, o cidadão<br />

poderá registrar sugestões,<br />

elogios, reclamações<br />

e denúncias, solicitação<br />

de providências para<br />

qualquer órgão governamental<br />

integrado à plataforma,<br />

além de poder<br />

fazer o acompanhamento<br />

de sua demanda e<br />

receber resposta: O sistema<br />

permite acompanhar<br />

o cumprimento dos<br />

prazos; consultar as respostas<br />

recebidas; entre<br />

outras ações.<br />

Para registrar qualquer<br />

manifestação é necessário<br />

realizar o cadastro no Portal<br />

Fala.BR, no endereço<br />

https://falabr.cgu.gov.br.<br />

Referências:<br />

https://www.gov.br/anvisa/pt-br/canais_atendimento/ouvidoria/orientacoes/orientacoes<br />

https://www.vigilanciasanitaria.sc.gov.br/index.<br />

php/component/content/article/a-importancia-<br />

-da-vigilancia-sanitaria-na-preservacao-da-saude-da-populacao.html?catid=9&Itemid=109<br />

https://www.jusbrasil.com.br/ artigos /como-<br />

-combater-os-abusos-da-fiscalizacao / 677886321<br />

#:~: text =N %C 3 % A 3 o % 2 0 p o d e %20destratar%20ou%20discri<br />

minar,n%C 3%A3o%20<br />

s%C3%A3 o%20obri gados%20por%20lei.<br />

https://www.bentojradvocacia.com.br/como-<br />

-combater-os-abusos-da-fiscalizacao/<br />

MINUTO LABORATÓRIO<br />

Autora:<br />

Fábia Bezerra<br />

Biomédica, Auditora; Gerente da Qualidade Corporativa na Hapvida /Diagnósticos.<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

131


OFAC BRASIL<br />

GESTÃO FAMILIAR SUSTENTÁVEL:<br />

A INTEGRAÇÃO DE GERAÇÕES NA LABORCLIN<br />

Por Gerly Carlos de Souza Júnior<br />

Eu sou Gerly, natural<br />

de Juiz de Fora/MG, me<br />

formei em Farmácia e<br />

Bioquímica em 1985 pela<br />

Universidade Federal de<br />

Juiz de Fora e me especializei<br />

em Análises Clínicas,<br />

desde então, a minha<br />

história se confunde com<br />

a do Laboratório Laborclin,<br />

que iniciou a sua trajetória<br />

dentro da extinta<br />

e saudosa Clínica Nossa<br />

Senhora de Guadalupe,<br />

na cidade de Lagoa da<br />

Prata no interior de Minas<br />

Gerais, que na época contava<br />

com pouco mais de<br />

25 mil habitantes.<br />

Assim que me formei,<br />

recebi um convite para<br />

ser responsável pelo<br />

laboratório da Clínica<br />

Nossa Senhora de<br />

Guadalupe em Lagoa<br />

da Prata, cidade que<br />

fica a 380 quilômetros<br />

da minha cidade natal.<br />

Aceitei o desafio e me<br />

mudei juntamente com<br />

minha esposa, Rovênia,<br />

também formada em<br />

farmácia e bioquímica<br />

pela UFJF. Juntos, em<br />

uma cidade que até<br />

então, não conhecíamos<br />

ninguém, enfrentamos<br />

diversos desafios, mas<br />

que, com fé e persistência<br />

foram superados e<br />

passaram a fazer parte<br />

de nossa trajetória.<br />

132 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


Mesmos Simtomas, 6 Possibilidades?<br />

HiGenoMB® tem a resposta!<br />

H1N1<br />

SARS-CoV-2<br />

H3N2<br />

RSV<br />

Inf A<br />

Inf B<br />

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Our USP :<br />

Detecta Swine flu (H1N1),<br />

Influenza A virus<br />

juntamente com um alvo<br />

adicional Influenza<br />

B em uma única reação<br />

em tubo<br />

Descrição do Produto : 4-plex assay<br />

1. Swine flu H1N1 virus<br />

2. Influenza A (seasonal H3N2 & seasonal H1N1)<br />

3. Influenza B<br />

4. Human endogenous IC<br />

Limite da Detecção :<br />

Swine flu H1N1 – 2 copies/µl<br />

Influenza B – 2 copies/µl<br />

Influenza A – 4 copies/µl<br />

Tubo 1<br />

H1N1<br />

Influenza A<br />

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IC<br />

HiMedia Laboratories<br />

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T : +55-11 981141515 | E : rgarcia@himedialabs.com


OFAC BRASIL<br />

Fomos muito bem acolhidos<br />

nessa cidade<br />

que nos proporcionou<br />

alcançar nossos sonhos<br />

e objetivos, por aqui<br />

construímos<br />

grandes<br />

amizades e foi o local<br />

escolhido para o nascimento<br />

dos nossos dois<br />

filhos, Álvaro e Carolina.<br />

Passado um tempo,<br />

decidimos estender o<br />

sucesso do Laborclin<br />

para fora da Clínica e<br />

inauguramos nossa<br />

sede independente em<br />

1997, e formamos nossa<br />

equipe com uma recepcionista<br />

e uma técnica<br />

para realizar as coletas.<br />

Desde então, iniciamos<br />

o processo de solidificação<br />

da marca própria,<br />

até que, em 2004, inauguramos<br />

nossa sede<br />

própria, onde estamos<br />

até o presente momento,<br />

mas com diversos<br />

projetos de expansão!<br />

Atualmente, a gestão<br />

do Laborclin já mescla a<br />

primeira com a segunda<br />

geração, visto que nossos<br />

filhos já assumiram<br />

posições estratégicas na<br />

organização. Álvaro, que<br />

é graduado em Engenharia<br />

de Produção, é<br />

focado na parte administrativa/financeira<br />

do negócio e contribui<br />

imensamente na gestão<br />

e crescimento da empresa.<br />

Enquanto a Carolina,<br />

graduada em Farmácia,<br />

gerencia a parte técnica<br />

buscando atualização<br />

no setor das análises<br />

clínicas e contribui na<br />

gestão do pessoal.<br />

134 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


O sucesso que o Labor-<br />

OFAC, essa grande orga-<br />

concedidos ao nosso<br />

OFAC BRASIL<br />

clin colhe até hoje se<br />

nização presidida pela<br />

laboratório. Fazer parte<br />

deve muito à base que<br />

querida Dra. Marbenha<br />

deste time é uma honra<br />

foi construída nos pri-<br />

que nos abriu portas,<br />

e nos estimula cada vez<br />

mórdios da clínica N.<br />

proporcionou<br />

encon-<br />

mais a buscar o melhor<br />

Sra. De Guadalupe, vis-<br />

tros especiais com<br />

para nossos clientes e<br />

to que o nosso propó-<br />

grandes profissionais e<br />

colaboradoras.<br />

sito sempre foi o de um<br />

deu espaço para que a<br />

tratamento bem próxi-<br />

Carol, ainda cursando<br />

Essa união entre labo-<br />

mo ao nosso paciente,<br />

Farmácia na faculdade,<br />

ratórios de todo o país,<br />

com um viés de acolhi-<br />

pudesse ter crescimen-<br />

contribui para que o<br />

mento e atenção que<br />

to acadêmico e, poste-<br />

setor seja cada vez mais<br />

passamos até os dias<br />

riormente, profissional.<br />

valorizado, nos ajuda<br />

atuais à nossa equipe,<br />

a enxergar um futuro<br />

que hoje conta com 12<br />

A OFAC nos ajudou a<br />

para as análises clínicas,<br />

colaboradoras.<br />

incentivar a nossa equi-<br />

faz com que a caminha-<br />

pe com os cursos minis-<br />

da, as vezes com muitos<br />

Todo nosso crescimento<br />

trados semanalmente,<br />

obstáculos, seja mais<br />

na gestão da empresa e<br />

e, por isso, seremos<br />

suave, já que podemos<br />

a busca incessante por<br />

eternamente gratos a<br />

compartilhar com todos<br />

atualização da nossa<br />

Dra. Marbenha e sua<br />

nossas alegrias, con-<br />

equipe são resultados<br />

equipe maravilhosa por<br />

quistas, e, também, as<br />

da nossa parceria com a<br />

inúmeros<br />

benefícios<br />

nossas preocupações.<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

135


OFAC BRASIL<br />

Acreditamos, que, ao<br />

longo desses quase<br />

38 anos, a nossa qualidade,<br />

eficácia, ética e<br />

investimento em tecnologias<br />

foi o que nos<br />

proporcionou destaque<br />

e excelência em nossa<br />

cidade e região. Por<br />

aqui, priorizamos uma<br />

experiência de excelência,<br />

desde o atendimento<br />

na recepção até o<br />

momento que o médico<br />

recebe o resultado.<br />

A nós, cabe apenas<br />

agradecer a todos<br />

aqueles que confiam<br />

em nosso árduo trabalho,<br />

a todos os parceiros<br />

que conquistamos<br />

ao longo dos anos, a<br />

OFAC que acreditou em<br />

nosso potencial. Vamos<br />

sempre em frente, com<br />

muitos sonhos e planos<br />

que, com muita perseverança,<br />

em breve<br />

serão concretizados.<br />

Autor:<br />

Gerly Carlos de Souza Júnior - CRF-MG 6004<br />

Formado pela UFJF Farmacêutico Bioquímico especializado em análises clínicas<br />

Sócio proprietário do Laborclin<br />

Lagoa da Prata/MG<br />

136 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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Equipamento<br />

sem custo*<br />

Acesso a<br />

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Acesso a<br />

suporte em<br />

idioma local<br />

veja as diferentes<br />

modalidades<br />

de assinatura<br />

*O equipamento fica disponível<br />

no laboratório durante o<br />

período da sua assinatura, assim<br />

que encerrada ele deve ser<br />

devolvido à Loccus.


EPIDEMIOLOGIA<br />

TRANSIÇÃO EPIDEMIOLOGICA<br />

MUDANÇAS NO ASPECTO POPULACIONAL QUE CAUSARAM O<br />

AUMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS<br />

Por Paulo Mafra e Meuze Alex Junior<br />

Queridos leitores nesta<br />

sétima coluna sobre<br />

epidemiologia trago o<br />

Meuze Alex Junior – acadêmico<br />

de medicina na<br />

Universidade Tiradentes<br />

(UNIT).<br />

Nesse ano de 2024 nossa<br />

perspectiva é trazer<br />

para vocês leitores da<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab sejam<br />

profissionais da saúde,<br />

donos de laboratórios,<br />

pacientes ou colaboradores,<br />

uma série onde<br />

os temas abordados da<br />

coluna Epidemiologia<br />

serão Doenças Crônicas<br />

Não Transmissíveis<br />

as mais conhecidas<br />

como DCNTs, em cada<br />

edição iremos falar a<br />

fundo sobre uma de<br />

forma aprofundada.<br />

O nosso propósito vai<br />

além de entendermos<br />

como essas doenças<br />

atingem determinada<br />

população. Nós iremos<br />

falar sobre os processos<br />

fisiológicos anormais<br />

e disfuncionais que<br />

ocorrem no corpo como<br />

resultado dessas doenças,<br />

também chamado<br />

de fisiopatologia.<br />

Quando uma pessoa<br />

está saudável, os sistemas<br />

do corpo funcionam<br />

de maneira equilibrada<br />

para manter o estado<br />

de homeostase, que<br />

é o equilíbrio interno<br />

essencial para o funcionamento<br />

adequado do<br />

organismo. No entanto,<br />

quando uma doença<br />

está presente, ocorrem<br />

mudanças nessas funções<br />

normais, levando<br />

o corpo a mostrar sintomas<br />

e sinais específicos<br />

daquela determinada<br />

doença. Iremos abordar<br />

sobre: Hipertensão<br />

Arterial Sistêmica (HAS);<br />

Doença Renal Crônica<br />

(DRC); Doença Pulmonar<br />

Obstrutiva Crônica<br />

(DPOC); Osteoporose<br />

(OP); Insuficiência Cárdica<br />

Congestiva (ICC).<br />

Compreende-se que a<br />

transição epidemiológica,<br />

as modificações ou<br />

transformações sucedidas<br />

no tempo, nos<br />

padrões de mortalidade,<br />

de morbidade e invalidez<br />

que correspondem<br />

a uma população especifica<br />

e que sucedem em<br />

138 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


associação com outros<br />

fatores: demográfico,<br />

social e econômico.<br />

Figura 1 - Evolução da mortalidade proporcional (%) segundo causas, Brasil –<br />

1930 a 2003<br />

EPIDEMIOLOGIA<br />

O cenário epidemiológico<br />

brasileiro é complexo<br />

e esse processo de<br />

transição envolve três<br />

mudanças: substituição<br />

de Doenças Infecciosas<br />

e Parasitarias (DIP) para<br />

Doenças Crônicas Não<br />

Transmissíveis (DCNTs),<br />

deslocamento de carga<br />

de morbi-mortalidade<br />

dos mais jovens aos mais<br />

idosos e a mudança de<br />

predomínio da mortalidade<br />

para morbidade.<br />

No ano de 1930 as DIP<br />

possuíam mortalidade<br />

de 46% nas capitais<br />

brasileiras, com o passar<br />

dos anos observou-se a<br />

diminuição progressiva<br />

onde no ano de 2003<br />

a mortalidade destas<br />

doenças corresponderá<br />

a 5% nas capitais do<br />

Fonte: Barbosa et al, 2003, in Epidemilogia & Saúde, Rouquayrol, MZ e Almeida F, N.<br />

Brasil, com isso outro<br />

cenário foi observado,<br />

a qual no ano de 1930<br />

as DCNTs apresentaram<br />

apenas 12% da mortalidade<br />

e atualmente são<br />

as principais causas de<br />

morte em todos os estados<br />

brasileiros (Figura 1).<br />

A transição no perfil de<br />

saúde populacional onde<br />

as doenças crônicas e<br />

suas complicações acarreta<br />

em modificações no<br />

modelo de uso dos serviços<br />

de saúde e aumento<br />

de gastos, levando em<br />

conta a indispensabilidade<br />

da integração de<br />

tecnologias para o diagnóstico<br />

e tratamento das<br />

mesmas com precisão a<br />

fim de acarretar problemas<br />

secundários.<br />

As DCNTs estão entre os<br />

problemas de saúde mais<br />

relevantes no mundo e<br />

no Brasil. No ano de 2019<br />

segundo a Organização<br />

Mundial da Saúde (OMS)<br />

70% das mortes foram<br />

causadas por esse conjunto<br />

de patologias. Em<br />

solo brasileiro no mesmo<br />

ano foram 41,8% do total<br />

de mortes ocorridas prematuramente<br />

(entre 30 e<br />

69 anos de idade).<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

139


EPIDEMIOLOGIA<br />

Os fatores de risco para<br />

esse quadro vem sendo<br />

dia após dia monitorado<br />

de forma aprimorada e<br />

operacionalizada pela<br />

Vigilância de Fatores de<br />

Risco e Proteção para<br />

Doenças Crônicas por<br />

Inquérito Telefônico<br />

(VIGITEL), implementada<br />

no ano de 2006<br />

e que no ano de 2021<br />

monitorou aproximadamente<br />

800 mil pessoas<br />

acima de 18 anos, para<br />

conhecer a disposição,<br />

relevância e propensão<br />

para as DCNTs, assim<br />

como suas causas externas,<br />

fatores de risco e<br />

proteção para essas<br />

condições (Figura 2).<br />

Hipertensão Arterial<br />

Sistêmica e Insuficiência<br />

Cárdica Congestiva<br />

As principais causas de<br />

internação e óbito são<br />

as Doenças Vardiovasculares<br />

(DCVs), no ano<br />

de 2016 foram a óbito<br />

Figura 2 - Principais fatores de risco para DCNTs.<br />

Fonte: Brasil, 2023.<br />

aproximadamente 17,9<br />

milhões de pessoas<br />

mundialmente. Dentre<br />

essas doenças tem-se a<br />

HAS e ICC.<br />

A HAS é um estado clinico<br />

multifatorial que se apresenta<br />

por uma elevação<br />

persistente da pressão<br />

arterial (PA), está correlacionada<br />

a modificações<br />

de estrutura ou função<br />

dos órgãos-alvo e alterações<br />

do metabolismo.<br />

Possui uma prevalência<br />

alta, com taxas baixas de<br />

controle e é considerado<br />

o principal problema<br />

de saúde pública. Essa<br />

patologia tem apresentado<br />

um aumento em<br />

países desenvolvidos<br />

e em desenvolvimento,<br />

devido a sua forma<br />

silenciosa, inicialmente<br />

assintomática e devido<br />

à falta de informação<br />

sobre seu controle. A<br />

HAS afeta aproximadamente<br />

30% da população<br />

adulta, no ano de<br />

2013 essa patologia foi<br />

responsável por 24.230<br />

óbitos, em 2017 foi o<br />

causador de 55.891<br />

internações.<br />

A ICC é um distúrbio<br />

onde o musculo cardíaco<br />

não mantém sua<br />

funcionalidade correta,<br />

causando assim uma<br />

diminuição no fluxo sanguíneo,<br />

levando a debilidade<br />

e enrijecimento<br />

das veias e coração.<br />

140 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


NE 620


EPIDEMIOLOGIA<br />

Essa patologia é conside-<br />

De acordo com a Socie-<br />

É uma patologia comum<br />

rada a principal causa de<br />

dade Brasileira de Nefro-<br />

em idosos acima de 65<br />

morbidade e mortalidade<br />

no mundo. A estimativa<br />

é que a ICC atinge<br />

26 milhões de pessoas.<br />

No Brasil a prevalência<br />

é de aproximadamente<br />

2 milhões de pacientes<br />

e sua incidência de<br />

240.000/ano.<br />

logia (SBN), mundialmente<br />

a prevalência da DRC é<br />

de 7,2% em indivíduos<br />

acima de 30 anos e 28% a<br />

46% em indivíduos acima<br />

de 64 anos. A estimativa<br />

em solo brasileiro é que<br />

há mais de 10 milhões de<br />

indivíduos com a patologia,<br />

onde menos de 10%<br />

anos, sua prevalência<br />

mundial combinada é<br />

de 15,7% em homens<br />

e em mulheres 9,93%,<br />

em estudos realizados a<br />

prevalência de DPOC no<br />

Brasil foi de 19% (IC95%:<br />

14,0 – 24,0; I2 = 95,66%)<br />

entre adultos maiores<br />

de 40 anos.<br />

(90 mil) realizam a diálise.<br />

Doença Renal Crônica<br />

Osteoporose<br />

A redução lenta e progressiva<br />

da capacidade<br />

de filtração dos metabolitos<br />

do sangue pelos<br />

rins, resulta na DRC,<br />

essa condição fisiológica<br />

danosa possui duas principais<br />

patologias casuais,<br />

PA elevada e Diabetes,<br />

gerando assim um dese-<br />

Doença Pulmonar Obstrutiva<br />

Crônica<br />

É causada pela diminuição<br />

do fluxo de ar<br />

dos pulmões quando<br />

o paciente expira, essa<br />

condição é uma resposta<br />

inflamatória a toxinas<br />

inalatórias que são ocasionadas<br />

por agentes<br />

ou fatores externos. A<br />

É uma patologia óssea<br />

metabólica progressiva<br />

que reduz a densidade de<br />

minerais ósseos que seria<br />

diminuir a massa óssea,<br />

com o desgaste da estrutura<br />

óssea. Contudo a<br />

fragilidade do esqueleto<br />

causa a susceptibilidade<br />

de fraturas com traumas<br />

secundários ou imper-<br />

quilíbrio<br />

ácido-base,<br />

DPOC envolve a Bron-<br />

ceptíveis, principalmente<br />

anemia, espasmos mus-<br />

quite Obstrutiva Crônica<br />

na coluna lombar, toráci-<br />

culares dentre outros.<br />

e Enfisema Pulmonar.<br />

ca, punho ou quadril.<br />

142 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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EPIDEMIOLOGIA<br />

Segundo estudos, a<br />

Na fisiopatologia de uma<br />

o diagnóstico, tratamento<br />

prevalência de osteo-<br />

doença cardiovascular -<br />

e prevenção eficazes.<br />

porose é de 10 milhões<br />

de pessoas, onde apenas<br />

20% sabem possuir<br />

a doença, que provoca<br />

mais de 200 mil mortes<br />

por ano no país.<br />

assunto que iremos tratar<br />

em uma das nossas próximas<br />

colunas -, pode-se<br />

estudar as mudanças nos<br />

vasos sanguíneos, a formação<br />

de placas ateroscleróticas<br />

e a sua relação<br />

E por que estamos<br />

falando sobre fisiopatologia<br />

em uma<br />

coluna destinada à<br />

epidemiologia?<br />

Não sei se já percebeu<br />

A fisiopatologia pode<br />

incluir uma grande<br />

variedade de processos.<br />

com várias patologias,<br />

a resposta inflamatória<br />

e os efeitos no fluxo<br />

sanguíneo, entre outras.<br />

durante essa breve explicação,<br />

mas a fisiopatologia<br />

e a epidemiologia<br />

desempenham papéis<br />

Desses, podemos citar<br />

Já na fisiopatologia de<br />

cruciais no entendimento<br />

os mais comuns, que<br />

uma doença infecciosa,<br />

abrangente das doenças<br />

são: Inflamação, lesões<br />

celulares, disfunções de<br />

órgãos e alterações nos<br />

processos metabólicos. O<br />

estudo desses processos<br />

é crucial para entender<br />

como a doença se desenvolve,<br />

progride e afeta o<br />

corpo - o que, por sua vez,<br />

ajuda na identificação de<br />

estratégias de tratamen-<br />

pode-se examinar como<br />

o organismo responde à<br />

infecção, como funciona<br />

a cascata de ativação do<br />

sistema imunológico e os<br />

danos causados ao tecido.<br />

Resumindo, a fisiopatologia<br />

é um campo<br />

fundamental para compreender<br />

os mecanismos<br />

subjacentes das doenças,<br />

e na promoção da saúde.<br />

A fisiopatologia fornece<br />

a base molecular e<br />

celular para compreender<br />

como uma doença<br />

se desenvolve no nível<br />

individual. Examina os<br />

processos patológicos,<br />

as mudanças nos tecidos<br />

e os desequilíbrios<br />

nas funções orgânicas<br />

to e prevenção.<br />

o que se torna crucial para<br />

que caracterizam uma<br />

144 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


condição específica. Esse<br />

A epidemiologia é valio-<br />

pica, enquanto a epide-<br />

EPIDEMIOLOGIA<br />

conhecimento é vital<br />

sa para a prevenção e<br />

miologia fornece a lente<br />

para diagnóstico, trata-<br />

controle de doenças em<br />

macroscópica, unindo os<br />

mento e desenvolvimen-<br />

nível populacional.<br />

aspectos individuais ao<br />

to de intervenções tera-<br />

panorama mais abran-<br />

pêuticas. Aprofundar-se<br />

A interseção entre fisiopa-<br />

gente da saúde pública.<br />

na fisiopatologia ajuda<br />

tologia e epidemiologia<br />

a desvendar os segredos<br />

é crucial para uma abor-<br />

E é essa visão holística e<br />

do corpo humano quan-<br />

dagem holística à saúde.<br />

ampliada que queremos<br />

do confrontado com<br />

Compreender os proces-<br />

trazer aos nossos leito-<br />

desafios à sua saúde.<br />

sos fisiológicos de uma<br />

res durante todo o ano<br />

doença é essencial, mas<br />

de 2024. O entendimen-<br />

Por outro lado, a epi-<br />

também é vital entender<br />

to do micro ao macro de<br />

demiologia amplia a<br />

como ela se manifesta em<br />

5 das principais Doenças<br />

visão,<br />

investigando<br />

comunidades, quem está<br />

Crônicas Não Transmis-<br />

como as doenças se dis-<br />

mais suscetível e o por-<br />

síveis que impactam sig-<br />

tribuem em diferentes<br />

quê. A fisiopatologia nos<br />

nificativamente a saúde<br />

populações e identifi-<br />

fornece a lente microscó-<br />

do nosso país.<br />

cando fatores de risco,<br />

padrões geográficos e<br />

tendências temporais.<br />

Autores:<br />

Ela busca entender não<br />

apenas a natureza intrínseca<br />

das doenças, mas<br />

também os contextos<br />

sociais, ambientais e<br />

comportamentais que<br />

podem influenciar sua<br />

incidência e prevalência.<br />

Paulo Mafra<br />

Biomédico no Hospital Regional do Alto Sertão. Docente do<br />

Centro Educacional Vale do Ipanema - CEVI com as disciplinas<br />

de Epidemiologia, Microbiologia e Parasitologia; Professor<br />

tutor na Faculdade Venda Nova do Imigrante - FAVENI.<br />

CRBM2 - 14461; Especialista em Epidemiologia e Vigilância<br />

em Saúde. Atuante na área laboratorial desde 2018.<br />

Meuze Alex Vieira Santana Júnior<br />

Estudante de Medicina<br />

Diretor Administrativo do DipironaCast<br />

Organizador do Curso de Emergência Clínico-Cirúrgicas<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

145


BIOSSEGURANÇA<br />

A BIOSSEGURANÇA NA ESTRUTURA<br />

HOSPITALAR COMO PILAR NA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES<br />

Por: Leticia Oliveira Azevedo; Maria Helenna Valadares da Rocha; Maria Rayane Leandro Cordeiro; Jorge Luiz Silva Araujo Filho<br />

A Agência Nacional<br />

de Vigilância Sanitária<br />

(ANVISA) define a<br />

Biossegurança como:<br />

"condição de segurança<br />

alcançada por um<br />

conjunto de ações destinadas<br />

a prevenir, controlar,<br />

reduzir ou eliminar<br />

riscos inerentes às<br />

atividades que possam<br />

comprometer a saúde<br />

humana, animal e o<br />

meio ambiente". Apesar<br />

de a referência a riscos<br />

biológicos para determinadas<br />

profissões ter<br />

sido descrita em 1700,<br />

na obra "As doenças<br />

dos trabalhadores",<br />

do autor Bernardino<br />

Ramazzini, considerado<br />

pai da Medicina do<br />

Trabalho, a biossegurança<br />

propriamente<br />

dita surgiu no Século<br />

XX, voltada para a<br />

minimização de riscos<br />

advindos da prática de<br />

diferentes tecnologias.<br />

A partir desse contexto,<br />

é fundamental ressaltar<br />

que o conhecimento<br />

sobre esse assunto<br />

vem se expandindo e<br />

se desenvolvendo na<br />

medida em que a tecnologia<br />

avança e novas<br />

infecções são descobertas,<br />

tendo assim<br />

cada país o seu próprio<br />

conjunto de leis e regulamentos<br />

para a aplicação<br />

dessas técnicas.<br />

Assim, a biossegurança<br />

é um conjunto de<br />

medidas que tem como<br />

finalidade reduzir os<br />

riscos e os danos para<br />

a saúde dos profissionais<br />

e dos pacientes no<br />

ambiente hospitalar.<br />

Em face disso, a biossegurança<br />

apresenta uma<br />

grande importância no<br />

planejamento e na utilização<br />

adequada das<br />

estruturas hospitalares,<br />

dessa maneira ela contribui<br />

para prevenção e<br />

combate às infecções.<br />

As medidas de biossegurança<br />

são colocadas<br />

em prática desde do início<br />

do planejamento e<br />

na rotina diária dessas<br />

146 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


BIOSSEGURANÇA<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

147


BIOSSEGURANÇA<br />

instituições de saúde,<br />

ressem no momento da<br />

Brasil para a elaboração,<br />

englobando a utiliza-<br />

chegada desses pacien-<br />

a ampliação e a avalia-<br />

ção de EPI e EPC na lim-<br />

tes, mostrando assim,<br />

ção de projetos físicos,<br />

peza adequada desses<br />

como a biossegurança<br />

bem como o funciona-<br />

ambientes, nas normas<br />

é imprescindível para<br />

mento adequado de<br />

de segurança de traba-<br />

combater o contá-<br />

estabelecimentos<br />

hos-<br />

lho e no gerenciamen-<br />

gio das infecções nos<br />

pitalares. Dessa forma,<br />

to do fluxo de pessoas.<br />

ambientes hospitalares.<br />

a RDC-50 inclui regras<br />

De acordo com Hert-<br />

sobre projetos estru-<br />

zog (2020), no contexto<br />

Nessa perspectiva, os<br />

turais<br />

arquitetônicos,<br />

da pandemia do coro-<br />

profissionais de saúde<br />

hidráulicos e elétricos,<br />

navirus, foi de grande<br />

e os demais funcioná-<br />

até climatização e fun-<br />

importância o fato das<br />

rios precisam conhecer<br />

cionalidade. O descum-<br />

gestões das unidades<br />

as normas regulamen-<br />

primento da RDC- 50<br />

de saúde terem estabe-<br />

tadoras de segurança e<br />

pode acarretar desde<br />

lecidos fluxos padroni-<br />

a acessibilidade neces-<br />

multas até a interdição<br />

zados nos atendimen-<br />

sárias em um estabele-<br />

da instituição. Peque-<br />

tos desses pacientes e<br />

cimento assistencial de<br />

nos cuidados, como,<br />

é importante ressaltar<br />

saúde. Sob esse viés, foi<br />

por exemplo: corredo-<br />

também que o Ministé-<br />

criada, em 21 de feverei-<br />

res largos, devido ao<br />

rio da Saúde (MS) esta-<br />

ro de 2002, a Resolução<br />

grande fluxo de pesso-<br />

beleceu os fluxogramas<br />

da Diretoria Colegiada<br />

as e equipamentos, a<br />

de atendimentos que<br />

no 50 da ANVISA (RDC-<br />

necessidade da instala-<br />

priorizavam atendimen-<br />

50), que considerou a<br />

ção da mesa de radio-<br />

tos rápidos, em nível de<br />

necessidade de um ins-<br />

grafia, que deve ficar<br />

gravidade e que ocor-<br />

trumento norteador no<br />

no mínimo a 1 metro de<br />

148 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


distância das paredes,<br />

algumas salas especí-<br />

lização de vestimentas<br />

BIOSSEGURANÇA<br />

para evitar a falta de<br />

ficas deste ambiente<br />

de proteção adequadas,<br />

acessibilidade. Quando<br />

possuam um sistema de<br />

uma estrutura e uma cir-<br />

todas essas precauções<br />

controle próprio, como<br />

culação de ar eficiente. A<br />

são somadas, garantem<br />

a sala limpa, que “é um<br />

NBR ISO 14644 de 2004,<br />

a segurança no com-<br />

local com controle de<br />

é uma norma que está<br />

plexo hospitalar. Contu-<br />

partículas,<br />

temperatu-<br />

relacionada com as exi-<br />

do, a norma citada, que<br />

ra, umidade, pressão e<br />

gências para o projeto<br />

serviu de embasamento<br />

alguns outros fatores<br />

e para a construção de<br />

para planejamentos em<br />

que influenciam na pro-<br />

salas limpas, que prevê<br />

hospitais,<br />

encontra-se<br />

dução de determinado<br />

também uma lista dos<br />

desatualizada, por ter<br />

produto ou serviço”, e<br />

parâmetros do desem-<br />

sido regulamentada há<br />

como as salas de cirur-<br />

penho e guia para a<br />

mais de 20 anos. Nes-<br />

gias. (Martins, 2018,<br />

construção dessas salas<br />

se contexto, atualmen-<br />

p. 17). De acordo com<br />

(NBR/ISO 14644: 2004 -<br />

te, as normas passaram<br />

Martins (2018), as salas<br />

Parte 4).<br />

a ser específicas para<br />

limpas possuem uma<br />

cada ambiente respec-<br />

importância notória no<br />

Dentro do programa<br />

tivo, por exemplo: salas<br />

âmbito hospitalar, para<br />

de uma sala limpa exis-<br />

de parto, centros cirúr-<br />

o controle das infecções<br />

te uma antecâmara,<br />

gicos, entre outros.<br />

e contaminantes presen-<br />

ambiente que serve<br />

tes no ar, dessa maneira<br />

como uma barreira, evi-<br />

Em relação à importân-<br />

é possível realizar uma<br />

tando que o ar exter-<br />

cia da biossegurança<br />

limpeza mais especiali-<br />

no entre na sala. Sendo<br />

no ambiente hospitalar,<br />

zada do ambiente, uni-<br />

assim um ambiente que,<br />

é imprescindível que<br />

da também com a uti-<br />

de acordo com a RDC<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

149


BIOSSEGURANÇA<br />

50 (2002), precisa ter<br />

panhantes e funcioná-<br />

minado, além das parti-<br />

no mínimo 1,8 m2 de<br />

rios. O quarto deve ter<br />

cularidades de cada área<br />

área e um lavatório, suas<br />

pressão negativa quan-<br />

do hospital. Atualmen-<br />

portas precisam ter um<br />

do o paciente está trans-<br />

te, apesar de não ser um<br />

sistema de mecanismo<br />

mitindo alguma doença<br />

pré-requisito,<br />

existem<br />

intertravado garantindo<br />

e positiva quando ele<br />

no mercado profissio-<br />

que uma porta só abra<br />

está<br />

imunodeprimido.<br />

nais que possuem espe-<br />

quando a outra estiver<br />

Além disso, deve ter um<br />

cialização na área des-<br />

completamente<br />

fecha-<br />

ar condicionado de alta<br />

se tipo de construção,<br />

da. Quando as duas por-<br />

pressão, com a revisão<br />

como especialista em<br />

tas estiverem fechadas<br />

sempre em dia e um fil-<br />

arquitetura<br />

hospitalar,<br />

o ar insuflado nela dilui<br />

tro de alta eficácia.<br />

engenheiros<br />

especiali-<br />

a contaminação que<br />

zados em construção e<br />

entrou quando a porta<br />

Para projetar um<br />

manutenção hospitalar.<br />

externa estava aberta.<br />

ambiente de saúde é<br />

O profissional capaci-<br />

Tapetes especiais tam-<br />

necessário ter conhe-<br />

tado na área entende<br />

bém são colocados para<br />

cimento das normas<br />

que, além da estética<br />

descontaminar solas de<br />

técnicas e legislações<br />

do ambiente, a escolha<br />

sapatos e rodas de car-<br />

que regem esse tipo de<br />

dos materiais também<br />

rinhos. As antecâmaras<br />

construção. A estrutura<br />

depende do contro-<br />

estão presentes tam-<br />

de um hospital é consi-<br />

le de infecção e riscos<br />

bém nos quartos de iso-<br />

derada complexa, pois<br />

de acidentes. Além dos<br />

lamento, onde se cria<br />

envolve áreas assisten-<br />

profissionais da área de<br />

uma barreira asséptica<br />

ciais, sociais e de servi-<br />

construção civil, os fun-<br />

impedindo a infecção<br />

ço onde o fluxo de cada<br />

cionários também pre-<br />

entre pacientes, acom-<br />

setor precisa ser deter-<br />

cisam ser capacitados<br />

150 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


BIOSSEGURANÇA<br />

e ensinados quanto à<br />

(CCIH). Notoriedade essa,<br />

to Rossete, em seu livro:<br />

importância da biosse-<br />

que cresceu mais ainda<br />

Biossegurança, "As infec-<br />

gurança e como se tra-<br />

e ganhou visualização<br />

ções hospitalares são res-<br />

tar no ambiente hospi-<br />

em todo o mundo, pelos<br />

ponsáveis pelo aumento<br />

talar, principalmente os<br />

casos de infecção pelo<br />

da morbidade das pato-<br />

que trabalham direta-<br />

vírus da imunodeficiência<br />

logias, tempo de inter-<br />

mente em áreas críticas,<br />

humana (HIV). Seguindo<br />

nação e custos das insti-<br />

no andar de internação<br />

a linha temporal, na déca-<br />

tuições de saúde", tendo,<br />

e salas limpas.<br />

da de 2000 houve um<br />

em consequência disso,<br />

aumento significativo de<br />

redução na rotatividade<br />

A Epidemiologia Hospi-<br />

infecções relacionadas à<br />

dos leitos. No Brasil, um<br />

talar é a ciência respon-<br />

assistência à saúde (IRAS)<br />

estudo<br />

encomendado<br />

sável por analisar o pro-<br />

por inúmeros fatores,<br />

pelo Ministério da Saú-<br />

cesso saúde - doença em<br />

como a resistência bac-<br />

de (MS) identificou que a<br />

coletividade, no referido<br />

teriana aos antibióticos,<br />

taxa de infecção hospita-<br />

ambiente. Ela é deter-<br />

evolução silenciosa das<br />

lar varia de 13% a 15%, o<br />

minante para o controle<br />

patologias e a elevação<br />

que é alto se comparado<br />

de infecções e passou a<br />

no índice da expectativa<br />

a taxas médias em paí-<br />

ganhar maior notabilida-<br />

de vida, tornando, desde<br />

ses desenvolvidos, que<br />

de quando, em 1950, na<br />

então, as contaminações<br />

gira em torno de 8%".<br />

Inglaterra, após um surto<br />

em ambiente hospita-<br />

Entretanto, como tam-<br />

causado por uma bacté-<br />

lar uma verdadeira vilã a<br />

bém avaliado pelo epide-<br />

ria chamada staphylococ-<br />

nível de saúde pública.<br />

miologista Marco Fábio<br />

cus, foi criada a primeira<br />

Ao adentrar no cenário<br />

Maestroni, em sua obra<br />

Comissão de Controle<br />

nacional, como citado<br />

"Biossegurança Aplicada<br />

de Infecção Hospitalar<br />

pelo autor Celso Augus-<br />

a Laboratórios e Servi-<br />

152 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


ços de Saúde", o proble-<br />

toriedade dos hospitais<br />

transmissíveis, com des-<br />

BIOSSEGURANÇA<br />

ma assume proporções<br />

do país de manter um<br />

taque para pessoas com<br />

maiores do que as esta-<br />

programa de controle<br />

suspeita de tuberculose<br />

tísticas existentes, visto<br />

de infecções hospitala-<br />

ocupacional.<br />

que é difícil de obter uma<br />

res (BRASIL, 1997). Nes-<br />

real dimensão, devido à<br />

se sentido, os resulta-<br />

Pode-se destacar a valo-<br />

constante modificação e<br />

dos dos programas de<br />

rização da biosseguran-<br />

a evolução dos patóge-<br />

prevenção e controle de<br />

ça para a prevenção de<br />

nos, e consequente falta<br />

infecção adquirida após<br />

complicações ocasiona-<br />

de percepção do nexo<br />

a admissão do paciente<br />

das por infecções hospi-<br />

causal entre o contágio<br />

na unidade hospitalar<br />

talares em procedimen-<br />

direto ou indireto, tanto<br />

dependem do envolvi-<br />

tos como o transplante<br />

daqueles que se inserem<br />

mento, tanto dos profis-<br />

de medula óssea, reali-<br />

na prestação de serviços<br />

sionais da saúde, quan-<br />

zado para substituir as<br />

de saúde, quanto aos<br />

to das demais pessoas<br />

células da medula em<br />

pacientes. Tal questão é<br />

inseridas, (MOURA et al.,<br />

pacientes doentes por<br />

agravada pela escassez<br />

2007, p 417). Contudo,<br />

células saudáveis, cujo<br />

de informação dos tra-<br />

constata-se a falta de<br />

quadro clínico é ocasio-<br />

balhadores da área sobre<br />

mapas de risco aos agen-<br />

nado por leucemia, lin-<br />

riscos ocupacionais aos<br />

tes biológicos e sinaliza-<br />

foma etc. Os pacientes<br />

quais estão expostos dia-<br />

ções. Além disso, nota-se<br />

transplantados<br />

levam<br />

riamente.<br />

em diversos hospitais,<br />

meses para recuperarem<br />

principalmente<br />

públi-<br />

o seu sistema imunoló-<br />

Ademais, a Lei n. 9.431,<br />

cos, a inexistência de<br />

gico, pois os linfocitos<br />

de 6 de janeiro de 1997,<br />

infra-estrutura para iso-<br />

tendem a se restabele-<br />

regulamentou a obriga-<br />

lamentos para doenças<br />

cer de forma lenta, ou<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

153


BIOSSEGURANÇA<br />

seja, são mais vulneráveis<br />

às infecções, poden-<br />

tes. Ademais, deve ser<br />

priorizada a diminuição<br />

De acordo com as informações<br />

citadas previa-<br />

do ocasionar, assim,<br />

do tempo de interna-<br />

mente, o hospital é con-<br />

complicações graves no<br />

ção (Barbosa, 2022). É<br />

siderado uma estrutura<br />

seu quadro clínico. Pos-<br />

importante<br />

ressaltar<br />

complexa com vários flu-<br />

to isso, é indispensável<br />

também que as doen-<br />

xos internos. O enten-<br />

que eles sejam manti-<br />

ças fúngicas, as quais<br />

dimento de que cada<br />

dos em ambientes que<br />

são invasivas (DFIs),<br />

processo dentro dele, se<br />

estejam em conformida-<br />

correspondem a uma<br />

realizado de forma cor-<br />

de com a biosseguran-<br />

das causas mais fre-<br />

reta tem uma parcela<br />

ça, tais como: quartos<br />

quentes de pneumonia<br />

de ajuda no combate de<br />

individuais que possu-<br />

hospitalar em pacien-<br />

riscos e infecções dentro<br />

am filtração do ar, pois<br />

tes que sofreram trans-<br />

da instituição: desde um<br />

as unidades hospitala-<br />

plantes, sendo ocasio-<br />

produto que é recebido,<br />

res apresentam altos<br />

nada pela inalação de<br />

até o lixo descartado.<br />

níveis de patógenos<br />

fungos presentes no<br />

Desse modo, é neces-<br />

resistentes. Consequen-<br />

ambiente.<br />

(ANDRADE,<br />

sário o treinamento da<br />

temente, essas medi-<br />

2021). Reforça, assim, a<br />

equipe para que tudo<br />

das devem ser unidas<br />

importância da imple-<br />

ocorra de maneira apro-<br />

ao uso de luvas, capo-<br />

mentação das normas<br />

priada, minimizando ris-<br />

tes, isolamento protetor<br />

de biossegurança no<br />

cos de contaminações. O<br />

e pelo uso adequado<br />

âmbito hospitalar para<br />

sistema de ar condicio-<br />

dos outros EPIs, como<br />

a prevenção de compli-<br />

nado precisa de atenção<br />

uso de máscaras pelos<br />

cações, durante e após<br />

especial nos hospitais, o<br />

profissionais da unida-<br />

o transplante, no qua-<br />

ideal é ter uma equipe<br />

de, visitantes e pacien-<br />

dro clínico do paciente.<br />

específica para manu-<br />

154 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


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tenção e reparos, já que<br />

rança é imprescindível<br />

funcionamento<br />

ade-<br />

esse equipamento é um<br />

no ambiente hospitalar,<br />

quado das instituições<br />

grande colaborador no<br />

visto que é compreen-<br />

hospitalares. E também<br />

controle de infecções.<br />

dida como um conjunto<br />

a Lei n. 9.431, de 6 de<br />

Desse modo, para que o<br />

de medidas que visam<br />

janeiro de 1997 que foi<br />

sistema de climatização<br />

minimizar os riscos para<br />

responsável por regu-<br />

seja eficiente na limpeza<br />

a saúde de todos indi-<br />

lamentar a obrigatorie-<br />

do ar, é necessário rea-<br />

víduos presentes nesse<br />

dade nos hospitais do<br />

lizar uma manutenção<br />

ambiente, e que está<br />

país em manter um pro-<br />

periódica obrigatória do<br />

presente desde do início<br />

grama de controle de<br />

sistema de climatização<br />

do planejamento dessas<br />

infecções<br />

hospitalares,<br />

PMOC (Plano de Manu-<br />

instituições até no seu<br />

no qual esse controle é<br />

tenção e Controle de Sis-<br />

uso diário adequado,<br />

determinado pela Epi-<br />

temas de Climatização).<br />

dessa forma é um tema<br />

demiologia<br />

Hospitalar,<br />

Considerando assim, que<br />

que vem se expandin-<br />

a qual analisa o proces-<br />

para o hospital funcionar<br />

do. É válido ressaltar a<br />

so de saúde e doença<br />

de maneira correta, os<br />

importância quanto ao<br />

em coletividade, que<br />

equipamentos e equipes<br />

conhecimento<br />

acerca<br />

passou a ganhar maior<br />

precisam estar funcionan-<br />

das medidas dispostas<br />

notoriedade a partir de<br />

do de forma adequada,<br />

nas normas regulamen-<br />

casos infecções cau-<br />

com manutenção e trei-<br />

tadoras de segurança<br />

sados pelos: surtos da<br />

namento em dia.<br />

pelos profissionais da<br />

bactéria staphylococcus,<br />

saúde, tal como a RDC-<br />

pelo vírus da imunode-<br />

Com base nas informa-<br />

50, por estar relaciona-<br />

ficiência humana (HIV) e<br />

ções supracitadas, con-<br />

da com a avaliação dos<br />

pelas infecções relacio-<br />

clui-se que a biossegu-<br />

projetos estruturais e<br />

nadas à assistência à saú-<br />

156 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


de (IRAS). As salas limpas<br />

que estão transmitindo<br />

esteja integralmente em<br />

BIOSSEGURANÇA<br />

possuem um controle<br />

alguma doença infec-<br />

concordância com a bios-<br />

específico, o qual apre-<br />

ciosa, como, por exem-<br />

segurança.<br />

senta grande relevância,<br />

no âmbito hospitalar para<br />

o controle de contaminações<br />

e são projetadas de<br />

acordo com as exigências<br />

da norma NBR ISO 14644<br />

de 2004. Outra área presente<br />

na estrutura hospitalar,<br />

que possui um<br />

gerenciamento semelhante<br />

para o combate às<br />

infecções, são os quartos<br />

de isolamentos, ou seja, o<br />

local onde ficam pacientes<br />

imunodeprimidos ou<br />

plo, pacientes que realizaram<br />

transplante de<br />

medula óssea. Portanto,<br />

como citado anteriormente,<br />

o hospital possui<br />

uma estrutura complexa,<br />

na qual todas as áreas<br />

devem ter uma estrutura<br />

adequada, assim como<br />

treinamento apropriado<br />

para uma efetiva utilização<br />

da mesma. Só assim,<br />

haverá a possibilidade de<br />

que a instituição de saúde,<br />

de alta complexidade,<br />

Referências:<br />

ANDRADE, A.A et al. Cuidados transplantado de<br />

medula óssea: Uma abordagem para prevenção<br />

de doenças infecciosas. <strong>Revista</strong> Conexão UEPG,<br />

v.17, n.1, p.1, (2021).<br />

BARBOSA, C.M. et al. Infecções Relacionadas Ao<br />

Transplante De Medula Óssea. Tópicos Atuais Em<br />

Saúde I: Abordagens Sobre Saúde, Doença E Cuidado,<br />

1(1), 147-173, (2022).<br />

COSTA BORTOLUZZI, T.V., et al. Quartos De Isolamento<br />

Em Unidades De Urgência E Emergência:<br />

Sinergia Entre Legislação E Prática?. Arquitetura<br />

<strong>Revista</strong>, 16(1), 119-136 (2020).<br />

CAMELO, S.H.H. Controle e prevenção de infecção<br />

hospitalar. Editora Pearson (2018).<br />

MARTINS, Caio Rodrigues; PIDDE, Mariana<br />

Gomes. Sala Limpa: Aspectos Gerais, Orçamento<br />

E Montagem Dos Painéis Isotérmicos. TCC. Curso<br />

de Engenharia Civil. Unievangélica, Anápolis,<br />

GO. 81 p. (2018)<br />

MASTROENI, M.F., Biossegurança aplicada a<br />

laboratórios e serviços de saúde. Atheneu, 1a.<br />

edição. (2010).<br />

HERTZOG, N.R. Gestão da pandemia Coronavírus<br />

em um hospital: relato de experiência profissional.<br />

Journal of Nursing & Health, 10(4), (2020).<br />

PENTEADO, M.S. Infraestrutura de biossegurança<br />

para agentes biológicos em hospitais do sul do<br />

Estado da Bahia, Brasil in <strong>Revista</strong> Brasileira de Enfermagem,<br />

Volume: 76, Issue: 3, Published: (2023).<br />

ROSSETE, C.A. Biossegurança. São Paulo. Pearson.<br />

(2016).<br />

Autores:<br />

Jorge Luiz Silva Araújo-Filho<br />

(@dr.biossegurança)<br />

Biólogo, mestre em patologia, doutor em biotecnologia;<br />

palestrante e consultor em biossegurança.<br />

Contato: drbiosseguranca@gmail.com<br />

Leticia Oliveira Azevedo<br />

Arquiteta pela Universidade Católica de<br />

Pernambuco e especialista em Arquitetura<br />

Hospitalar pelo Hospital Albert Einstein<br />

Maria Helenna Valadares da Rocha<br />

Acadêmica de Medicina, UNINASSAU<br />

Maria Rayane Leandro Cordeiro<br />

Acadêmica de Medicina, UNINASSAU<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

157


CITOMETRIA DE FLUXO<br />

5 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO CITOMETRISTA<br />

Por Helena Varela de Araújo, Rafaele Loureiro Azevedo, Fernanda Vitelli, Bruna Garcia Nogueira<br />

O profissional que trabalha<br />

com citometria<br />

de fluxo é chamado de<br />

citometrista. Geralmente<br />

com formação em biomedicina,<br />

farmácia ou<br />

ciências biológicas, esse<br />

profissional especializado<br />

pode trabalhar em<br />

diversas áreas, uma vez<br />

que a técnica é utilizada<br />

em abordagens diversas.<br />

Hoje mostraremos aqui<br />

algumas áreas onde<br />

encontramos citometristas,<br />

algumas delas<br />

pouco conhecidas!<br />

1. Pesquisa científica<br />

Talvez seja a área com<br />

maior número de profissionais<br />

envolvidos com<br />

citometria de fluxo.<br />

O citometrista desempenha<br />

um papel crucial<br />

na interpretação dos<br />

resultados, identificando<br />

e caracterizando diferentes<br />

subpopulações<br />

celulares com base em<br />

expressão de proteínas<br />

e outros parâmetros. Sua<br />

habilidade em analisar<br />

dados complexos permite<br />

a detecção de padrões<br />

significativos e a extração<br />

de informações valiosas<br />

para a compreensão de<br />

processos biológicos.<br />

Além disso, o citometrista<br />

frequentemente colabora<br />

com outros pesquisadores,<br />

contribuindo para<br />

estudos interdisciplinares<br />

e trazendo uma perspectiva<br />

especializada à<br />

equipe de pesquisa. Sua<br />

expertise não se limita<br />

apenas à operação de instrumentos,<br />

mas também<br />

inclui uma compreensão<br />

profunda das aplicações<br />

específicas da citometria<br />

de fluxo em diferentes<br />

contextos de pesquisa,<br />

como oncologia, imunologia,<br />

neurociência e<br />

outras áreas.<br />

Em suma, o citometrista<br />

desempenha um<br />

papel crucial na pesquisa<br />

científica, capacitando<br />

a comunidade<br />

científica a realizar descobertas<br />

inovadoras<br />

e a avançar no entendimento<br />

da biologia<br />

celular e molecular.<br />

2. Hematologia<br />

Na hematologia, o citometrista<br />

desempenha<br />

papel central na análise<br />

de amostras hematológicas,<br />

como sangue,<br />

medula óssea e linfonodos,<br />

permitindo a identificação<br />

e caracterização<br />

de diversas populações<br />

celulares presentes.<br />

Além disso, desempenha<br />

um papel crucial na<br />

detecção de distúrbios<br />

hematológicos, como<br />

leucemias e linfomas, ao<br />

avaliar a expressão de<br />

marcadores específicos<br />

158 <strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024


em células sanguíneas.<br />

Essa abordagem possibilita<br />

um diagnóstico mais<br />

rápido e preciso, influenciando<br />

diretamente o<br />

plano de tratamento<br />

adotado para o paciente.<br />

3. Imunologia<br />

Na imunologia, o citometrista<br />

é responsável por<br />

realizar experimentos<br />

que permitam a identificação<br />

e caracterização<br />

de diferentes subpopulações<br />

de células imunes,<br />

como linfócitos T, linfócitos<br />

B, células NK e outros<br />

subtipos específicos. Isso<br />

envolve a escolha estratégica<br />

de marcadores de<br />

superfície e a configuração<br />

adequada dos parâmetros<br />

do equipamento<br />

de citometria de fluxo.<br />

Além disso, o citometrista<br />

contribui para a<br />

avaliação funcional das<br />

células do sistema imunológico,<br />

analisando<br />

marcadores associados<br />

à ativação, diferenciação<br />

e função efetora.<br />

Essa análise detalhada é<br />

crucial para entender as<br />

respostas imunológicas<br />

em diferentes contextos,<br />

como infecções, doenças<br />

autoimunes e processos<br />

inflamatórios.<br />

4. Reprodução humana<br />

Uma área não tão<br />

comum de atuação do<br />

citometrista é a reprodução<br />

humana. Principalmente<br />

na avaliação<br />

de amostras de sêmen,<br />

a citometria de fluxo é<br />

utilizada para analisar o<br />

potencial de fertilidade<br />

de espermatozoides.<br />

5. Indústria<br />

Por fim, o profissional de<br />

citometria de fluxo pode<br />

trabalhar na indústria, em<br />

empresas que fornecem<br />

equipamentos e reagentes<br />

destinados à experimentos<br />

na área. São conhecidos<br />

como assessores<br />

científicos e têm o papel<br />

de auxiliar clientes em<br />

questões técnicas, como<br />

escolha de reagentes,<br />

procedimentos técnicos,<br />

montagem de experimentos<br />

e dúvidas referentes a<br />

equipamentos.<br />

CITOMETRIA DE FLUXO<br />

Autoras:<br />

Helena Varela de Araújo<br />

Biomédica graduada pela UFRN e pela University of Kent<br />

(Inglaterra). Especialista em Hematologia pelo Hospital<br />

Albert Einstein. Tem MBA em Gestão de Saúde pelo Centro<br />

Universitário São Camilo. Aluna de cursos na área de Marketing<br />

na ESPM. Foi assistente técnica do laboratório de citometria de<br />

fluxo do Whitehead Institute, MIT. Atualmente é supervisora<br />

do laboratório de citometria clínica do Beth Israel Deaconess<br />

- Harvard Medical School. Fundadora do @HemoFlow, maior<br />

página de ensino em citometria de fluxo do Instagram.<br />

Rafaele Loureiro de Azevedo<br />

Bióloga graduada pela Universidade Estácio de Sá,<br />

CRBio/RJ 121828/02-D. Especialista em hematologia<br />

pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em<br />

Imunobiológicos por BioManguinhos/Fundação Oswaldo<br />

Cruz. Atualmente é analista de inovação e operações<br />

farmacêuticas da Fiocruz/RJ. Tem experiência em<br />

Controle de Qualidade, Citometria de Fluxo e expressão de<br />

anticorpos monoclonais in vitro. É criadora de conteúdo e<br />

professora do @HemoFlow.<br />

Bruna Garcia Nogueira<br />

Farmacêutica graduada pela UnB, CRF/SP 95286.<br />

Especialista em Hematologia pelo Hospital Albert<br />

Einstein, com aperfeiçoamento em Citometria de<br />

Fluxo pelo Hospital das Clínicas da FMUSP. Analista<br />

especializada em citometria de fluxo no Hospital<br />

Albert Einstein. Criadora de conteúdo e professora<br />

do @HemoFlow<br />

Fernanda Vitelli Lins<br />

Formada em Biomedicina pela Universidade<br />

Católica de Brasília, Mestre em Patologia Molecular<br />

pela Universidade de Brasília. Atualmente Flow<br />

Cytometry Senior Specialist no Children's Research<br />

Institute at UT Southwestern Medical Center.<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab <strong>Edição</strong> <strong>181</strong> | Janeiro 2024<br />

159


LOGÍSTICA LABORATORIAL<br />

DOCUMENTOS PARA LOGÍSTICA DE<br />

PRODUTOS DE INTERESSE A SAÚDE.<br />

Pensando em armazenar<br />

produtos de interesse a<br />

saúde, o Operador Logístico<br />

necessita obter licenças<br />

regulatórias de acordo<br />

com as resoluções da AN-<br />

VISA, que são fiscalizadas<br />

pelas vigilâncias sanitárias<br />

de cada município.<br />

Na Prime Storage, onde<br />

em seu escopo, o seguimento<br />

para a prestação<br />

dos serviços logísticos<br />

em produtos de interesse<br />

a saúde possui grande<br />

relevância, o foco na<br />

vigência de suas licenças<br />

é primordial, pois para<br />

a renovação destas, um<br />

processo de inspeção sanitária<br />

é realizado por órgão<br />

fiscalizador garantindo<br />

assim as Boas Práticas<br />

de acordo com as resoluções:<br />

• RDC 430 de 08 de outubro<br />

de 2020, que dispõe<br />

sobre as Boas Práticas de<br />

Distribuição, Armazenagem<br />

e de Transporte de<br />

Medicamentos;<br />

• RDC 653 de 24 de março<br />

de 2022, que altera (complementa)<br />

a resolução<br />

colegiada – RDC 430 de<br />

08 de outubro de 2020;<br />

• RDC 665 de 30 de março<br />

de 2022, que dispõe sobre<br />

as Boas Práticas de Fabricação<br />

de Produtos Médicos e<br />

Produtos para Diagnóstico<br />

de Uso In Vitro;<br />

• Portaria/SVS 344 de 12<br />

de maio de 1998 que,<br />

aprova o Regulamento<br />

Técnico sobre substâncias<br />

e medicamentos sujeitos<br />

a controle especial;<br />

• RDC 504 de 27 de maio<br />

de 2021, que dispõe sobre<br />

as Boas Práticas para<br />

o transporte de material<br />

biológico humano.<br />

Com o resultado positivo<br />

destas inspeções, a Prime<br />

Storage também assegura<br />

o cumprimento dos requisitos<br />