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JORNAL 100PORCENTOAGRO - Ano 2 - Ed. n. 9 - Fev/Mar, 2024

Celebramos a chegada da nossa edição 9, correspondente aos meses de fevereiro e março de 2024! Ao folhear as páginas deste jornal, não apenas compartilhamos números, mas contamos histórias que moldam o cenário do agronegócio regional. E que jornada incrível tem sido esta! Cada visualização é um testemunho da crescente confiança e interesse depositados por vocês, nossos estimados leitores e parceiros. Seguimos na jornada iniciada com o lançamento da nossa primeira edição, reafirmando nosso compromisso inabalável com a entrega de conteúdo relevante e de qualidade. Nesta edição, temos o privilégio de destacar um evento que mescla tradição e inovação: o Carnaval da Mancha Verde. A renomada escola de samba paulistana mergulhou nas raízes do agronegócio, celebrando a essência do campo com autenticidade e respeito. Uma homenagem que vai além das expectativas, capturando a verdadeira alma do agro e enaltecendo sua importância para nossa identidade nacional. Além da vibrante festividade carnavalesca, esta edição traz reflexões profundas sobre a comunicação no agronegócio, o início da safra de alho, insights sobre as COPs e muito mais. Cada tópico foi cuidadosamente selecionado com você em mente, buscando sempre informar, inspirar e fomentar o debate sobre o futuro do setor. Convidamos você a mergulhar de cabeça nesta edição, confiantes de que cada história, cada análise, contribuirá para uma compreensão mais completa e enriquecedora do universo do agronegócio. Abrace essa leitura e embarque conosco nesta jornada!

Celebramos a chegada da nossa edição 9, correspondente aos meses de fevereiro e março de 2024!

Ao folhear as páginas deste jornal, não apenas compartilhamos números, mas contamos histórias que moldam o cenário do agronegócio regional. E que jornada incrível tem sido esta! Cada visualização é um testemunho da crescente confiança e interesse depositados por vocês, nossos estimados leitores e parceiros.

Seguimos na jornada iniciada com o lançamento da nossa primeira edição, reafirmando nosso compromisso inabalável com a entrega de conteúdo relevante e de qualidade.

Nesta edição, temos o privilégio de destacar um evento que mescla tradição e inovação: o Carnaval da Mancha Verde. A renomada escola de samba paulistana mergulhou nas raízes do agronegócio, celebrando a essência do campo com autenticidade e respeito. Uma homenagem que vai além das expectativas, capturando a verdadeira alma do agro e enaltecendo sua importância para nossa identidade nacional.

Além da vibrante festividade carnavalesca, esta edição traz reflexões profundas sobre a comunicação no agronegócio, o início da safra de alho, insights sobre as COPs e muito mais. Cada tópico foi cuidadosamente selecionado com você em mente, buscando sempre informar, inspirar e fomentar o debate sobre o futuro do setor.

Convidamos você a mergulhar de cabeça nesta edição, confiantes de que cada história, cada análise, contribuirá para uma compreensão mais completa e enriquecedora do universo do agronegócio.

Abrace essa leitura e embarque conosco nesta jornada!

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Se é agro, a gente comunica — <strong>Ano</strong> 2 — <strong>Ed</strong>ição n. 9 — Minas Gerais — <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong><br />

Com inspiração mineira, Mancha Verde<br />

leva o agro para a passarela do samba no<br />

carnaval de SP e mostra a grandeza do Brasil<br />

Em São Paulo, na madrugada<br />

de sexta para sábado, 9 de fevereiro,<br />

a escola de samba Mancha<br />

Verde trouxe o agronegócio para a<br />

avenida, com o enredo “Do nosso<br />

solo para o mundo: O campo que<br />

preserva, o campo que produz, o<br />

campo que alimenta”, assinado<br />

pelo carnavalesco André Machado.<br />

Com o propósito de mostrar<br />

para os brasileiros a sua grandeza<br />

perante o mundo, a agremiação<br />

destacou a importância do agronegócio<br />

brasileiro para a economia<br />

e para a segurança alimentar global,<br />

prestando uma belíssima homenagem<br />

ao ex-ministro Alysson<br />

Paolinelli, incansável defensor do<br />

desenvolvimento sustentável do<br />

agronegócio, falecido em 2023.<br />

(Páginas 6 a 9)<br />

Campanha busca<br />

legião de fãs do<br />

agro<br />

A Associação Brasileira de <strong>Mar</strong>keting<br />

Rural e agro segue na luta pela<br />

comunicação assertiva do agro. A<br />

partir de agora, uma campanha<br />

nacional pretende conquistar o<br />

público para fora da porteira. Saiba<br />

o que pensam lideranças regionais.<br />

Página 3<br />

Crédito: Mancha Verde carnaval<br />

As COPs e a<br />

segurança alimentar<br />

global<br />

Depois da COP28, em Dubai, no ano<br />

passado, teremos, neste ano, a COP29,<br />

no Azerbaijão e, em 2025, a COP30,<br />

no Brasil. Mas, o que as COPs têm a<br />

ver com o dia a dia do agronegócio?<br />

Página 10


DOS EDITORES<br />

Informar, inspirar<br />

e instigar o debate<br />

sobre o agro<br />

Através das páginas deste jornal,<br />

temos o imenso prazer de compartilhar<br />

não apenas números, mas histórias<br />

que formam o agronegócio regional. À<br />

medida que avançamos para a edição<br />

9, referente aos meses de fevereiro e<br />

março de <strong>2024</strong>, nosso canal do jornal<br />

online celebra quase 180 mil acessos.<br />

Um marco que reflete a confiança e o<br />

interesse crescente de nossos leitores e<br />

parceiros. Este momento é ainda mais<br />

especial, pois seguimos a jornada iniciada<br />

com o lançamento da edição 1 de<br />

nossa revista, consolidando nosso compromisso<br />

de trazer conteúdo relevante<br />

e de qualidade.<br />

Nesta edição, temos o privilégio de<br />

destacar um evento que une tradição e<br />

inovação: o carnaval da Mancha Verde.<br />

A escola de samba paulistana, com sua<br />

homenagem ao agronegócio, vai além<br />

do esperado ao explorar a essência do<br />

campo com autenticidade e respeito.<br />

Sua iniciativa de mergulhar no interior<br />

do país para captar a verdadeira alma do<br />

agro reflete um olhar cuidadoso e uma<br />

celebração do legítimo agronegócio.<br />

Este gesto não apenas enaltece o setor,<br />

mas também reforça como o agronegócio<br />

e o carnaval, em suas dualidades,<br />

são pilares da identidade brasileira, representando<br />

a riqueza cultural, as crenças<br />

e os costumes que nos definem.<br />

Além da exuberância do carnaval,<br />

esta edição traz reflexões sobre a comunicação<br />

no agronegócio, o início da<br />

safra de alho, insights sobre as COPs<br />

e muito mais. Cada tema foi escolhido<br />

pensando em você, nosso leitor, sempre<br />

buscando informar, inspirar e instigar o<br />

debate sobre o futuro do agronegócio.<br />

Convidamos você a mergulhar nesta<br />

edição, confiantes de que cada história,<br />

cada análise, contribuirá para uma compreensão<br />

mais rica e profunda do setor.<br />

Curta a leitura!<br />

ANÁLISE<br />

Recuperação Judicial no agronegócio:<br />

reflexões sobre uma tendência controversa<br />

Imagem gerada por IA Dall-E<br />

LÚCIO FREIMANN<br />

A crescente sugestão por consultores<br />

especializados para a adoção<br />

da recuperação judicial por<br />

produtores rurais tem suscitado<br />

um debate acalorado entre os players<br />

do agro sobre a sustentabilidade<br />

financeira e ética no setor.<br />

Embora apresentada como<br />

uma solução para a crise financeira,<br />

é imperativo questionarmos:<br />

a recuperação judicial está se tornando<br />

um refúgio fácil para a má<br />

gestão? A recuperação judicial,<br />

embora seja um mecanismo legal<br />

de proteção, levanta questões profundas<br />

sobre responsabilidade e<br />

consequências no tecido socioeco-<br />

nômico do agronegócio.<br />

Quando um produtor rural<br />

entra com um pedido de recuperação,<br />

não está apenas buscando<br />

uma saída para suas dívidas; ele<br />

também está influenciando o mercado<br />

ao seu redor. Tal ação pode<br />

gerar uma onda de instabilidade,<br />

afetando fornecedores, clientes<br />

e a comunidade local. É um ato<br />

de autopreservação que pode negligenciar<br />

o ecossistema agrícola<br />

interconectado, onde cada parte<br />

depende da saúde financeira e da<br />

integridade das outras.<br />

A facilidade com que se recorre<br />

à recuperação judicial levanta<br />

uma questão um tanto quanto<br />

incômoda: estamos dando guarida<br />

jurídica à ineficiência e à má<br />

gestão? Comprar terras, expandir<br />

operações sem um planejamento<br />

financeiro sólido e, posteriormente,<br />

buscar amparo na recuperação<br />

judicial pode parecer um ciclo vicioso<br />

que premia a irresponsabilidade<br />

financeira.<br />

Essa prática não apenas compromete<br />

a credibilidade do setor,<br />

mas também desvaloriza os esforços<br />

daqueles que mantêm suas<br />

operações através de uma gestão<br />

prudente e inovadora. O mercado<br />

agrícola, com sua volatilidade e<br />

desafios, exige mais do que nunca<br />

uma gestão competente.<br />

A recuperação judicial, enquanto<br />

ferramenta de reestruturação,<br />

deve ser reservada para situações<br />

genuínas de crise que não foram<br />

provocadas por negligência ou má<br />

gestão. É crucial questionar: até<br />

que ponto a recuperação judicial<br />

beneficia aqueles que falharam em<br />

adotar boas práticas de gestão? E,<br />

mais importante, como o judiciário<br />

e os credores podem efetivamente<br />

filtrar os pedidos para garantir que<br />

apenas os casos verdadeiramente<br />

legítimos sejam contemplados?<br />

A tendência crescente para a<br />

recuperação judicial no agronegócio<br />

merece uma análise crítica.<br />

Precisamos refletir sobre as implicações<br />

de longo alcance dessa<br />

prática, não apenas para o indivíduo,<br />

mas para o setor como um<br />

todo. Promover a sustentabilidade<br />

financeira, a responsabilidade e a<br />

inovação na gestão deve ser uma<br />

prioridade. Enquanto a recuperação<br />

judicial permanece uma opção<br />

legal, seu uso deve ser ponderado,<br />

com uma reflexão profunda sobre<br />

a ética e a responsabilidade que<br />

acompanham a gestão no agronegócio.<br />

EXPEDIENTE<br />

Jornal 100PORCENTOAgro: <strong>Ano</strong> 2 — <strong>Ed</strong>ição n. 9 — <strong>Fev</strong>/<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong><br />

Produção gráfica: @100porcentogro — 100porcentoagro.com.br contato@100porcentoagro.com.br — +55 34 99915 5466<br />

DIRETORIA EXECUTIVA: Pauliane Oliveira (pauliane.oliveira@100porcentoagro.com.br) e Rodolfo de Souza (rodolfo.souza@100porcentoagro.com.br). CON-<br />

SELHEIRA: Lucimar Silva. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E NEGÓCIOS: Bruna Juber (bruna.juber@100porcentoagro.com.br), Hellen Mendes (hellen.<br />

mendes@100porcentoagro.com.br) e Janaina Fernandes (janaina.fernandes@100porcentoagro.com.br). CONTEUDISTAS: Gilson Pereira (Cafeicultura), Hélio<br />

Lemes Costa Júnior (Ciência no agro), Lucimar Silva (Agricultura Regenerativa), Lúcio Freimann (Gerais), Milena Caramori (Saneamento e Recursos Hídricos),<br />

Pauliane Oliveira (Gestão e Negócios) e Rodolfo de Souza (Comunicação e <strong>Mar</strong>keting).<br />

ENTIDADES PARCEIRAS: Escola Cooperativa Terra Ideal e Associação Mineira dos Produtores de Alho (AMIPA). Opiniões emitidas em artigos não representam<br />

necessariamente o posicionamento do 100PORCENTOAgro.<br />

2 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong>


DECLARA GRÃOS<br />

Produtor rural pode pagar menos imposto<br />

de renda legalmente, diz especialista<br />

A Receita Federal está cruzando informações<br />

da Declaração do Imposto<br />

de Renda Pessoa Física e do Livro Caixa<br />

Digital para comparar movimentações<br />

financeiras dos produtores rurais. Com<br />

isso, pretende aplicar a tributação correta<br />

e as deduções cabíveis, além de atualizar<br />

informações sobre arrendamentos<br />

e parcerias. Para o advogado Luis<br />

<strong>Mar</strong>tins Romanni, de Patos de Minas,<br />

não há grandes alterações neste ano em<br />

relação a 2023. Em entrevista exclusiva<br />

concedida a Hellen Mendes, o especialista<br />

disse ao <strong>100PORCENTOAGRO</strong><br />

que o produtor precisa estar constantemente<br />

atento à Operação Declara<br />

Grãos. Cerca de 98% dos produtores<br />

rurais brasileiros são pessoas físicas, segundo<br />

a Confederação da Agricultura e<br />

Pecuária do Brasil (CNA).<br />

Professor universitário e escritor,<br />

Luis é sócio-fundador do escritório<br />

<strong>Mar</strong>tins Romanni, junto com sua esposa,<br />

Lorrane Romanni. Desde 2016,<br />

o escritório é referência em advocacia<br />

especializada no agronegócio, atuando<br />

na redução de custos aliada à proteção<br />

jurídica preventiva do setor.<br />

No imposto de renda sobre a atividade<br />

rural, existem alguns benefícios<br />

para o cálculo.<br />

Enquanto as demais atividades, em<br />

regra geral, têm a aplicação das alíquotas<br />

de imposto sobre 100% das receitas,<br />

na atividade rural o contribuinte<br />

pode optar por calcular o IR sobre a<br />

diferença entre as receitas e despesas<br />

do período ou sobre 20% das receitas.<br />

É uma opção do contribuinte, porém<br />

é essencial saber quais são as receitas<br />

classificadas como atividade rural.<br />

Desde setembro de 2023, a Receita<br />

fiscaliza os empreendimentos agrícolas<br />

com base no Programa Nacional de<br />

Conformidade Tributária, para regularização<br />

fiscal do produtor rural pessoa<br />

física. A intenção é estimular a autorregularização,<br />

evitando interpretações incorretas<br />

da legislação e o consequente<br />

pagamento de multas pelos contribuintes<br />

rurais.<br />

O Livro Caixa Digital do Produtor<br />

Rural (LCDPR) é a apuração do resultado<br />

da atividade rural, onde receitas e<br />

despesas são lançadas. Deve ser apresentado<br />

por meio digital, anualmente,<br />

na plataforma do LCDPR. Se as receitas<br />

não atingirem R$ 4,8 milhões, o<br />

Livro deverá ser impresso e mantido<br />

em local seguro pelo contribuinte, juntamente<br />

com a documentação comprobatória.<br />

A entrega anual do LCDPR é<br />

obrigatória para produtores com receita<br />

bruta da atividade rural igual ou<br />

superior a R$ 4,8 milhões. Produtores<br />

com renda inferior a R$ 4,8 milhões<br />

e superior a R$ 56 mil devem realizar<br />

o Livro Caixa no formato tradicional<br />

físico. Para contribuintes rurais cujas<br />

receitas anuais somaram R$ 56 mil, a<br />

apuração do resultado na atividade rural<br />

é facultativa, bastando apresentar<br />

provas documentais, sem necessidade<br />

do Livro Caixa.<br />

Livro Caixa e Imposto de Renda da<br />

atividade rural são declarações diferentes<br />

e complementares. Os lançamentos no<br />

Livro Caixa podem ser comparados com<br />

as informações constantes no Imposto<br />

de Renda, gerando retenção na malha<br />

fina caso haja alguma incoerência.<br />

Para Luis Romanni, o objetivo da<br />

Receita Federal é arrecadar mais tributos<br />

a partir do cruzamento de dados.<br />

“Hoje, todo o sistema de fiscalização se<br />

dá pelo cruzamento de dados. Quanto<br />

mais pessoas declaram e mais informações<br />

a Receita tem, mais ela consegue<br />

fiscalizar de forma correta os produtores<br />

rurais, empresas do agro e todo o<br />

setor”.<br />

Com a Operação Declara Grãos,<br />

a Receita Federal notifica e orienta os<br />

contribuintes, com foco especial nos<br />

produtores rurais, a regularizar a situação<br />

fiscal.<br />

O produtor irregular é notificado<br />

via Correios ou pelo e-CAC, portal do<br />

Governo Federal acessado pelo contador<br />

da propriedade. “Caso não regularize,<br />

a primeira providência<br />

da Receita Federal<br />

é suspender o CPF do<br />

produtor rural. Isso traz<br />

grande dificuldade na comercialização,<br />

na compra<br />

de insumos, e só se resolve<br />

após a regularização”,<br />

explica Luis Romanni.<br />

O especialista comenta,<br />

ainda, que, mesmo se o<br />

produtor perder o prazo<br />

de 60 dias para corrigir<br />

todos os erros apontados<br />

pela Receita Federal, ele<br />

ainda poderá se livrar de<br />

multas caso se autorregularize.<br />

A autorregularização evita multas<br />

qualificadas sobre o tributo devido,<br />

sendo aplicada apenas a multa administrativa,<br />

reduzindo o litígio. Desta forma,<br />

a arrecadação tributária melhora.<br />

O grande desafio do produtor rural<br />

a partir de agora é manter a conciliação<br />

de sua rotina operacional com a escrituração<br />

do Livro Caixa digital ou físico.<br />

Se, depois de esgotadas todas as<br />

possibilidades, o contribuinte não entregar<br />

nem retificar as pendências, a<br />

multa qualificada pode chegar a 225%,<br />

caso se confirme a intenção de sonegação.<br />

“O mais importante agora para o<br />

produtor rural é a profissionalização<br />

da atividade. A questão tributária<br />

pode ser abordada de forma legal e<br />

com economia de impostos a partir<br />

de um planejamento tributário em<br />

conjunto com um advogado. A dica<br />

de ouro é buscar consultorias, seguir<br />

as regras, porque uma multa de 225%<br />

pode quebrar o produtor rural”, conclui<br />

Luis Romanni.<br />

Quanto mais pessoas<br />

declaram e mais<br />

informações a Receita tem,<br />

mais ela consegue fiscalizar<br />

de forma correta os<br />

produtores rurais, empresas<br />

do agro e todo o setor<br />

Advogado Luís Romani,<br />

especialista em agro<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong> 3


COMUNICAÇÃO E MARKETING<br />

Por que o agro precisa se comunicar melhor<br />

para fora da porteira?<br />

RODOLFO DE SOUZA<br />

Parece óbvio que o agronegócio,<br />

como setor, conheça seus<br />

“stakeholders” e saiba com quem<br />

deve se comunicar. Mas não é<br />

isso que de fato acontece. A afirmação<br />

é de Ricardo Nicodemos,<br />

Diretor de Planejamento em RV<br />

Mondel Comunicação, Diretor<br />

de Pesquisa da Associação<br />

Brasileira de <strong>Mar</strong>keting Rural e<br />

agro (ABMR&A) e Conselheiro<br />

do <strong>Mar</strong>kESALQ-USP, um grupo<br />

de pesquisa e extensão em<br />

marketing e gestão. Sua missão é<br />

gerar e disseminar conhecimento<br />

de marketing entre os membros<br />

e com a sociedade por meio de<br />

pesquisas, cursos, treinamentos,<br />

eventos, projetos de consultoria,<br />

publicações online e visitas técnicas<br />

a empresas.<br />

Nicodemos é autor do artigo<br />

“O agro sabe se comunicar,<br />

mas ainda não entendeu com<br />

quem”, publicado em julho de<br />

2023 pelo site AgFeed. No texto,<br />

o especialista cita as centenas de<br />

veículos de mídia existentes no<br />

Brasil e as muitas ações dirigidas<br />

ao agronegócio. No entanto,<br />

todas contam apenas uma parte<br />

da história: a que está dentro da<br />

porteira. Será que entre nós, em<br />

Minas Gerais, e particularmente<br />

no Alto Paranaíba, o sentimento<br />

é o mesmo?<br />

Para o jornalista, empresário<br />

e consultor do agronegócio José<br />

Benevides Romano – Bené Romano,<br />

os indicadores econômicos e sociais<br />

apresentados por órgãos oficiais, ano<br />

após ano, confirmam a importância<br />

do agronegócio para o Brasil. Seja<br />

pelo superávit na balança comercial,<br />

seja pela geração de emprego, renda<br />

e impostos. Ainda assim, grande<br />

parte da população brasileira, principalmente<br />

entre os mais jovens e os<br />

moradores das grandes cidades, tem<br />

uma imagem distorcida do agro.<br />

“Quando falamos sobre o<br />

agro, a maioria das pessoas imagina<br />

grandes lavouras de milho,<br />

soja, café, ou então pastagens<br />

com bovinos, que produzirão<br />

leite ou carne. E o pior, muitas<br />

vezes com uma visão negativa,<br />

relacionada a desmatamento, uso<br />

de agrotóxicos e maus tratos ao<br />

meio ambiente. Mas, o agro é<br />

bem diferente disso. Ele engloba:<br />

produção agropecuária dentro<br />

da porteira; agroindústrias, que<br />

produzem insumos; produção<br />

agropecuária, que será beneficiada,<br />

transportada e distribuída, até<br />

chegar na mesa dos consumidores.<br />

E tudo isso de forma segura<br />

e saudável”, argumenta.<br />

Bené Romano salienta que,<br />

por essa importância social e<br />

econômica, é fundamental uma<br />

comunicação eficiente, amistosa<br />

e assertiva com a sociedade para<br />

despertar sentimentos de orgulho<br />

e admiração em todos os<br />

brasileiros.<br />

Por sua vez, Antônio<br />

Pitangui de Salvo, Presidente<br />

da Federação da Agricultura e<br />

Pecuária do Estado de Minas<br />

Gerais e do Serviço Na-cional<br />

de Aprendizagem Rural no<br />

Estado (Sistema Faemg-Senar),<br />

arremata: “A comunicação é imprescindível<br />

para mostrarmos à<br />

sociedade urbana como o agro é<br />

importante para garantir segurança<br />

alimentar, climática e energética<br />

ao nosso país. Recentemente,<br />

divulgamos um estudo feito pelo<br />

Instituto Quaest, que nos mostrou<br />

que 78% dos mineiros entrevistados<br />

em todas as regiões<br />

do Estado enxergam a atividade<br />

agropecuária de maneira positiva.<br />

Os participantes da pesquisa<br />

relacionaram o setor à geração<br />

Contar com os<br />

serviços regionais<br />

de comunicação<br />

contribui para<br />

fortalecer a nossa voz<br />

Antônio Pitangui de Salvo<br />

de empregos, produção de bens<br />

importantes e de qualidade, entre<br />

outros itens, demonstrando que<br />

estamos no caminho certo”.<br />

Pitangui manifesta apoio a<br />

serviços locais e regionais de<br />

comunicação no agronegócio,<br />

como o 100PORCENTO-<br />

AGRO. “Contar com os serviços<br />

regionais de comunicação,<br />

que dialogam diretamente com<br />

as comunidades do entorno,<br />

contribui para fortalecer a nossa<br />

voz, levando a mensagem de que<br />

somos sustentáveis e contribuímos<br />

para o desenvolvimento do<br />

Brasil”.<br />

Juliano Tarabal, Presidente<br />

da Federação dos Cafeicultores<br />

do Cerrado Mineiro, entende<br />

que este é um momento decisivo<br />

de reposicionamento do<br />

agronegócio brasileiro, e a comunicação<br />

será um fator decisivo.<br />

“Levando em conta que<br />

o agente com maior influência<br />

em qualquer cadeia produtiva,<br />

com o advento das redes sociais,<br />

são os consumidores. E o agro<br />

precisa aprender a se comunicar<br />

com este público”.<br />

A Região do Cerrado<br />

Mineiro é um “case” de sucesso<br />

também em comunicação<br />

no agro. “Temos uma estratégia<br />

de promoção e internacionalização<br />

da marca, que é também<br />

uma Denominação de Origem.<br />

Atuamos fortemente no B2B,<br />

usando nossos canais e também<br />

mídia espontânea e especializada.<br />

Hoje, contamos com posicionamento<br />

da marca em mais<br />

de 30 países no café cru, com<br />

presença em todos os continentes.<br />

Recentemente, com o lançamento<br />

do café Arábica Selection<br />

Brasile Cerrado Mineiro, com a<br />

torrefadora Italiana illycafé, estamos<br />

chegando mais forte no<br />

segmento B2C, junto a consumidores<br />

de mais de 50 países”,<br />

conclui. A promoção da RCM<br />

valoriza especialmente a agricultura<br />

regenerativa.<br />

Campanha quer<br />

levar o agro ‘pra<br />

fora da bolha’<br />

Na segunda quinzena de março,<br />

em São Paulo (SP), a ABMR&A<br />

lançará uma campanha envolvendo<br />

todos os elos do agronegócio<br />

com o objetivo de unificar as<br />

falas do setor e ampliar o diálogo<br />

com a sociedade. Recentemente,<br />

a pesquisa “Percepções Sobre o<br />

agro. O Que Pensa o Brasileiro”,<br />

desenvolvida pelo Movimento<br />

Todos A Uma Só Voz, mostrou<br />

que 7 a cada 10 brasileiros têm<br />

uma atitude positiva em relação ao<br />

agro e que o setor é um dos mais<br />

admirados pelos brasileiros. O<br />

estudo também avaliou caminhos<br />

criativos e entendeu as mensagens<br />

que mais atraem, aproximam e<br />

despertam reações positivas para<br />

encantar a população brasileira.<br />

Foi o ponto de partida para a<br />

construção do projeto “<strong>Mar</strong>ca agro<br />

do Brasil”.<br />

Um dos públicos de interesse<br />

da campanha são jovens,<br />

reportados em recente diagnóstico<br />

como resistentes ao agro ou<br />

desinteressados no tema.<br />

Ricardo Nicodemos, Presidente<br />

da ABMR&A, defende união e<br />

profissionalismo para elevar o<br />

agronegócio a um novo patamar.<br />

“O agro precisa apoiar o agro<br />

para que qualquer projeto de<br />

comunicação tenha sucesso”.<br />

A campanha vai alcançar todo o<br />

Brasil e pretende criar uma legião<br />

de fãs do agro por meio de um<br />

projeto de branding, trabalhando<br />

de forma empática e amistosa,<br />

mostrando resultados produzidos<br />

pelo agronegócio brasileiro nas<br />

últimas décadas.<br />

Para Nicodemos é preciso ir além<br />

de simplesmente seguir a moda e<br />

falar de comunicação no agro. Ao<br />

tomar posse de sua marca, o setor<br />

passa a contar a própria história<br />

e se coloca como protagonista<br />

de sua narrativa, escolhendo o<br />

melhor tom e a melhor maneira de<br />

comunicar.<br />

4 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong>


HENRIQUE MARQUES<br />

E FELIPE ZUMKELLER,<br />

ESCOLA COOPERATIVA<br />

TERRA IDEAL<br />

Você já parou para pensar que o seu<br />

papel como gestor dentro seu trabalho<br />

não é diferente do papel de um técnico<br />

de futebol? O líder tem a responsabilidade<br />

de preparar sua equipe para<br />

enfrentar os desafios diários com um<br />

objetivo claro de atender as necessidades<br />

do cliente, assim como um técnico<br />

organiza seu time para enfrentar os<br />

adversários e ganhar cada jogo com o<br />

objetivo de ganhar o campeonato. Mas<br />

as semelhanças não param por ai:<br />

Estratégia e Preparação: Nenhum ti-<br />

-me profissional entra em campo sem<br />

alinhar as estratégias do jogo e sem<br />

conhecer claramente “o jogo” dos adversários.<br />

Antes de “entrar em campo”,<br />

o líder deve realizar uma “reunião de<br />

AQUI TEM GERÊNCIA<br />

Time em campo: do futebol<br />

à gestão da fazenda<br />

vestiário” com a equipe. Essa reunião<br />

diária é o momento de definir estratégias,<br />

discutir o papel de cada membro<br />

e preparar a equipe para os desafios do<br />

dia. Por exemplo, em uma fazenda, a<br />

equipe pode precisar ajustar suas ações<br />

de acordo com o clima, com as anomalias<br />

que aconteceram ou com a disponibilidade<br />

de equipamentos.<br />

Ajustes durante o jogo: Durante o jo-<br />

-go, ou no dia a dia da equipe, as coisas<br />

mudam, o adversário muda a jogada e<br />

podem surgir imprevistos. O líder deve<br />

estar pronto para “pedir tempo”, parar<br />

o jogo, fazer ajustes na estratégia e alinhar<br />

com a equipe. Isso requer flexibilidade<br />

e a capacidade de tomar decisões<br />

rápidas para manter a equipe no caminho<br />

certo. Se uma abordagem não está<br />

funcionando, não tenha medo de parar<br />

o processo e realinhar. É muito melhor<br />

um processo parado do que um processo<br />

que está entregando defeito como<br />

um plantio sendo realizado com uma<br />

maquina desregulada ou em condições<br />

desfavoráveis.<br />

Desenvolvimento do time e do capitão:<br />

Nenhum time entre em jogo sem treinar,<br />

o papel do técnico é observar cada<br />

jogador e capacitá-lo para que ele dê o<br />

seu melhor dentro das suas funções.<br />

Além disso, é importante desenvolver<br />

líderes dentro da própria equipe, como<br />

os “capitães” em um time de futebol,<br />

ajudam a manter a equipe alinhada e<br />

focada, observando o jogo de dentro,<br />

eles devem conhecer o processo, operar<br />

todos os dias junto com a equipe, garantindo<br />

que a estratégia seja executada<br />

efetivamente.<br />

Melhoria contínua: O líder deve cultivar<br />

uma mentalidade de melhoria contínua,<br />

incentivando a equipe a buscar<br />

constantemente maneiras de otimizar<br />

processos e melhorar o desempenho.<br />

Gritos de guerra e motivação não são<br />

suficientes para ganhar o jogo, mas uma<br />

estratégia bem definida e a busca contínua<br />

por melhorias, sim!<br />

Para ficar na cabeça:<br />

“Quer ter um time vencedor?<br />

Esteja no campo junto com eles!”<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong> 5


REPORTAGEM DE CAPA<br />

Agro e carnaval, união para mostrar<br />

a grandeza do Brasil<br />

Crédito: Paulo Pinto/ EBC: Empresa Brasileira<br />

de Comunicação/Agência Brasil<br />

Escultura de Alysson Paolinelli, em posição de oração, com asas de anjo, inspirando gratidão pelo solo<br />

“Do nosso solo<br />

para o mundo:<br />

o campo que<br />

preserva, o campo<br />

que produz,<br />

o campo que<br />

alimenta”<br />

REPORTAGEM: JANAÍNA<br />

FERNANDES. EDIÇÃO: PAULIANE<br />

OLIVEIRA E RODOLFO DE SOUZA<br />

A Mancha soube fazer muito<br />

bem! Soube aproximar o carnaval<br />

do agro e, independentemente,<br />

se, por algum motivo,<br />

não entenderam a profundidade<br />

do enredo, do quão a agremiação<br />

estava disposta a mostrar o<br />

valor do Brasil para os brasileiros<br />

e para o mundo, semeou sua<br />

presença de forma encantadora<br />

na avenida.<br />

Foi neste contexto que, na madrugada<br />

de sexta para sábado, 9<br />

de fevereiro, a escola de samba<br />

Mancha Verde, também conhecida<br />

por a “Mais Querida”,<br />

adentrou o Sambódromo do<br />

Anhembi, na primeira noite de<br />

desfiles da cidade de São Paulo,<br />

trazendo, cheia de coragem,<br />

emoção e propósito, o agronegócio<br />

para a avenida, com o<br />

enredo “Do nosso solo para o<br />

mundo: O campo que preserva,<br />

o campo que produz, o campo<br />

que alimenta”, assinado pelo<br />

carnavalesco André Machado.<br />

Para transmitir a mensagem<br />

do enredo, o carnavalesco e<br />

sua equipe tiveram o apoio da<br />

Fundação “Brasil Meu Amor”,<br />

que os guiou em uma imersão<br />

para o interior do país, a fim de<br />

que pudessem experienciar o<br />

agronegócio, em todos os seus<br />

aspectos e nuances, através da<br />

vivência de agricultores brasileiros.<br />

A Fundação Brasil Meu Amor<br />

é uma instituição apartidária, sem<br />

fins lucrativos, fundada em 2017,<br />

que, como o próprio nome diz,<br />

é um gesto de amor ao Brasil e<br />

tem como objetivo fazer o brasileiro<br />

se apaixonar pelo seu país.<br />

A Fundação se estrutura a partir<br />

de ações organizadas em quatro<br />

pilares que integram as esferas<br />

individual, social e coletiva que<br />

refletem a percepção fundamental<br />

das grandes transformações<br />

que fizeram avançar a humanidade.<br />

A artista, palestrante e<br />

empreendedora Gláucia Nasser,<br />

responsável pelas relações institucionais<br />

da Fundação Brasil<br />

Meu Amor, concedeu entrevista<br />

exclusiva ao 100PORCENTO-<br />

AGRO. Natural de Patos de<br />

Minas e produtora rural, Gláucia<br />

foi destaque no carnaval de São<br />

Paulo, pela escola de samba<br />

6 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong>


A artista patense Gláucia Nasser, responsável pelas Relações Institucionais da Fundação “Brasil<br />

Meu Amor”<br />

Mancha Verde. “Foi uma grata<br />

surpresa a escolha pela Mancha<br />

Verde do enredo sobre agricultura,<br />

principalmente, porque a<br />

intenção da escola era trazer à<br />

avenida uma perspectiva positiva<br />

do agronegócio. E, ainda, ressaltou<br />

que esta escolha foi uma<br />

atitude de coragem dos dirigentes<br />

em desenvolver um tema tão<br />

controvertido nos últimos tempos”,<br />

disse.<br />

História do agro<br />

foi mostrada para o<br />

Brasil e outras nações<br />

Segundo Gláucia Nasser, a<br />

Fundação Brasil Meu Amor viu<br />

no carnaval da Mancha “a possibilidade<br />

de mostrar ao Brasil o<br />

quanto somos grandes, o quanto<br />

nós somos capazes e o quanto<br />

nós temos superado coisas que<br />

as pessoas acreditam ser insuperáveis,<br />

como um solo pobre do<br />

Cerrado e construído nele uma<br />

riqueza, não só para nós, mas<br />

para o mundo.”<br />

O enredo “Do Nosso Solo<br />

Para o Mundo” retratou a importância<br />

do agronegócio brasileiro,<br />

sob uma perspectiva mais<br />

ampla e criativa, tal qual é exigido<br />

nos sambódromos de carnaval,<br />

na arte.<br />

A arte é uma forma de expressão.<br />

E, através dela, conseguimos<br />

expressar as emoções<br />

sem que nada seja dito. Assim<br />

é o carnaval: uma manifestação<br />

cultural, originária da Europa,<br />

mas muito celebrada no Brasil,<br />

que reflete a expressão do povo.<br />

Na entrevista, Gláucia fez um<br />

paralelo entre a arte e a agricultura:<br />

“quando se tem dentro de<br />

uma sociedade crenças muito<br />

fortes, arraigadas, que dividem<br />

um povo, não é possível conversar<br />

sobre elas. O filtro é a<br />

crença (...) Já com a arte, todas<br />

as vezes em que houve grandes<br />

transformações em uma sociedade,<br />

a arte estava traçando o<br />

rumo”, citando como exemplo,<br />

o Iluminismo.<br />

Nosso carnaval é mundialmente<br />

conhecido e muito admirado<br />

por estrangeiros. Se analisarmos<br />

sob esta ótica, vimos que,<br />

através do desfile da Mancha<br />

Verde, a história do agronegócio<br />

brasileiro foi apresentada não só<br />

ao Brasil, mas, também, a várias<br />

outras nações.<br />

Ou seja, a partir da arte e da<br />

Crédito: Mancha Verde Carnaval<br />

cultura pudemos reverberar o<br />

que, de fato, o nosso Brasil representa,<br />

sem crenças e ideologias<br />

que limitam e dividem um<br />

povo. Um povo que, ao fazer<br />

uma comunhão com o solo:<br />

planta, colhe e alimenta, merece<br />

colher os frutos que sua terra sagrada<br />

e fértil tem a oferecer. Que<br />

merece ser exaltado, que merece<br />

evoluir. Só a arte é capaz de<br />

transformar conceitos e crenças<br />

estereotipadas.<br />

E foi com esse propósito<br />

que a agremiação enalteceu o<br />

grande potencial agrícola que<br />

o Brasil possui, destacando o<br />

compromisso do país com a sustentabilidade,<br />

além de enfatizar<br />

a importância do agronegócio<br />

brasileiro para a economia e para<br />

a segurança alimentar mundial e,<br />

com isso, mostrar para os próprios<br />

brasileiros a sua grandeza<br />

perante o mundo.<br />

Na verdade, o grande propósito<br />

da Mancha Verde foi, realmente,<br />

mostrar o quão somos<br />

grandiosos perante o mundo e<br />

que o agronegócio está diretamente<br />

relacionado a esse propósito<br />

de crescimento e desenvolvimento<br />

do nosso país. E, para<br />

tanto, contou com o auxílio da<br />

Fundação Brasil Meu Amor, definida<br />

por Gláucia Nasser como<br />

uma canção de amor ao Brasil.<br />

“Onde alguém estiver fazendo<br />

algo que é incrível pelo Brasil, a<br />

Fundação vai estar lá apoiando,<br />

trabalhando junto, construindo<br />

junto. É o que a gente fez lá, na<br />

avenida”, diz Gláucia Nasser.<br />

E a Mancha soube fazer isso<br />

muito bem! Atentou-se aos pequenos<br />

detalhes, se permitiu conhecer<br />

a agricultura e a pecuária<br />

brasileiras antes, dentro e fora<br />

da porteira. Soube aproximar o<br />

carnaval do agro e, independentemente,<br />

se, por algum motivo,<br />

não entenderam a profundidade<br />

do enredo, do quão a agremiação<br />

estava disposta a mostrar o<br />

valor do Brasil para os brasileiros<br />

e para o mundo, semeou sua<br />

presença de forma encantadora<br />

na avenida.<br />

O Brasil é o agro que brota e<br />

deve ser reconhecido no mundo<br />

por ter uma agricultura sustentável.<br />

O Brasil é o agro que,<br />

mesmo em condições adversas,<br />

consegue superar o insuperável.<br />

O Brasil é o agro inovador, que<br />

tem conhecimento sobre o que<br />

faz. O Brasil é o agro que preserva,<br />

o agro que produz, o agro<br />

que alimenta.<br />

Detalhes das<br />

alegorias representam<br />

fartura<br />

Os detalhes nascem, por<br />

exemplo, das abelhas, que desfilaram<br />

na primeira alegoria. Por<br />

serem importantes polinizadores,<br />

representaram a abundância<br />

e a perenidade das culturas alimentares,<br />

garantindo, assim, a<br />

segurança alimentar global.<br />

De um modo entusiasta, a Mais<br />

Querida ressaltou o papel crucial<br />

dos agricultores, pecuaristas e trabalhadores<br />

rurais, celebrando a diversidade<br />

de culturas e produtos agrícolas<br />

do Brasil, além dos principais<br />

animais, dos quais o Brasil é produtor<br />

e exportador, sugerindo a jornada<br />

dos alimentos desde a produção<br />

no campo até a mesa das pessoas.<br />

A Mancha Verde retratou,<br />

ainda, as origens da agricultura<br />

no Brasil, onde jesuítas introduziram<br />

novas técnicas e cultivos<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong> 7


CAPA<br />

Crédito: Mancha Verde Carnaval<br />

Mancha Verde teve a coragem de levar o agronegócio para o Sambódromo do Anhembi e para o mundo, e mostrar a<br />

grandeza do Brasil e do seu povo, em homenagem emocionante aos heróis anônimos do campo<br />

europeus, ao passo que aprendiam<br />

com os indígenas sobre<br />

práticas agrícolas locais e sobre a<br />

adaptação no ambiente, usando<br />

em conjunto seus talentos para<br />

construir algo único no planeta.<br />

Interessante compreender que,<br />

em um cenário, no qual a visão sobre<br />

o agronegócio é alvo de diferentes<br />

abordagens, refletindo divisões<br />

ideológicas e interesses divergentes,<br />

muitas vezes sendo vilanizado, a<br />

agremiação se concentrou em apresentar<br />

uma perspectiva, predominantemente,<br />

pacífica, destacando a<br />

importância da cooperação entre os<br />

povos para fomentar o crescimento<br />

e a prosperidade do setor.<br />

Nessa perspectiva, o enredo<br />

apresentado pela agremiação evidenciou<br />

como a união de esforços<br />

e a troca de conhecimentos<br />

entre diferentes grupos podem<br />

contribuir para o desenvolvimento<br />

sustentável do agronegócio,<br />

beneficiando, assim, todos os<br />

agentes envolvidos na cadeia produtiva<br />

agrícola.<br />

E, com muita sabedoria, pa-<br />

-ra encerrar o desfile da Mais<br />

Querida, em sua última alegoria,<br />

a escola prestou uma belíssima<br />

homenagem ao engenheiro<br />

agrônomo e político brasileiro,<br />

Alysson Paolinelli, falecido em<br />

2023, o qual veio eternizado em<br />

forma de escultura junto à imagem<br />

de São José, padroeiro dos<br />

agricultores.<br />

A escultura de Alysson Paolinelli<br />

apresenta-se em posição<br />

de oração, com asas de anjo,<br />

inspirando gratidão pelo solo<br />

que hoje é fértil e abundante no<br />

Brasil. E, nas mãos, a escultura<br />

carrega um girassol, simbolizando<br />

a esperança e a fé do povo<br />

brasileiro. A mesma esperança e<br />

fé que ajudam a erguer este país.<br />

Ao longo de sua trajetória,<br />

o ex-ministro da agricultura foi<br />

um incansável defensor do desenvolvimento<br />

do agronegócio,<br />

por meio da ciência e tecnologia<br />

e da implementação de políticas<br />

que fomentassem seu crescimento<br />

sustentável. Visionário,<br />

sempre mostrou a importância<br />

do agronegócio para a economia<br />

mundial, enfatizando o papel do<br />

Brasil como um dos principais<br />

protagonistas nesse setor.<br />

No mesmo tom, para dar vida<br />

ao tema explorado pela Mancha<br />

Verde, o samba-enredo entoou<br />

a grandeza do Brasil, o amor à<br />

terra, a esperança e a fé em suas<br />

diversas influências religiosas.<br />

É, claramente, uma oração que<br />

roga bençãos e invoca a proteção<br />

divina para o país e para todos<br />

aqueles que tiram desta terra<br />

o seu alimento.<br />

Muito embora tenha ficado em<br />

quinto lugar, com apenas quatro<br />

décimos atrás da campeã Mocidade<br />

Alegre, sem dúvidas a Mancha<br />

Verde continuou cumprindo muito<br />

bem o seu trabalho árduo e corajoso,<br />

que lhe conferiu a reputação de<br />

uma das principais escolas de samba<br />

de São Paulo, com diversas conquistas<br />

e títulos em sua história.<br />

Um salve à Mancha Verde carnaval,<br />

pela coragem de ter levado o<br />

agronegócio para o Sambódromo<br />

do Anhembi e para o mundo, e por<br />

ter mostrado a grandeza do Brasil<br />

e do seu povo! Um salve pela homenagem<br />

emocionante aos heróis<br />

anônimos do campo! Um salve por<br />

ter ofertado ao público uma grande<br />

oportunidade de reflexão sobre a<br />

importância do agronegócio, não<br />

só para o Brasil, mas para o<br />

mundo.<br />

8 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong>


A Coragem de Transgredir Fronteiras Culturais<br />

CAPA<br />

PAULIANE OLIVEIRA<br />

A frase “hoje não dá pra ser<br />

cinza, você só pode escolher<br />

ser preto ou branco”, apresentada<br />

em um canal de mídia recentemente,<br />

revela o quanto as<br />

diferenças frequentemente nos<br />

dividem. E em uma linha tão<br />

desafiadora quanto esta, a escolha<br />

da Mancha Verde de trazer<br />

o agronegócio para o carnaval é<br />

um poderoso chamado à reflexão.<br />

A decisão da Mancha não<br />

apenas desafia as fronteiras do<br />

que tradicionalmente se espera<br />

do carnaval, mas também nos<br />

convida a refletir sobre as dualidades<br />

que coexistem dentro do<br />

próprio Brasil. Mas, afinal, o que<br />

essa ousadia revela sobre nós,<br />

como nação, e sobre as possibilidades<br />

de encontro entre mundos<br />

tão distintos?<br />

Não seria esta uma atitude<br />

corajosa de uma escola de samba<br />

ao escolher um enredo que,<br />

à primeira vista, poderia não ser<br />

plenamente aceito pelo público<br />

tecnicamente exigente do carnaval?<br />

A decisão da Mancha Verde<br />

não apenas reflete uma ruptura<br />

com o convencional, mas também<br />

um diálogo aberto com o<br />

preconceito e a resistência. Ela<br />

nos leva a questionar: estamos<br />

prontos para aceitar a beleza que<br />

reside na convergência de mundos<br />

aparentemente opostos?<br />

Nos dias do carnaval, uma<br />

página famosa do agro postou<br />

a seguinte legenda, referenciando<br />

uma foto com diversas colheitadeiras<br />

em ação: “o carro<br />

alegórico mais importante que<br />

está desfilando neste carnaval”.<br />

E aí fica a pergunta: será que<br />

não estamos em posição de um<br />

espelho de julgamentos recíprocos?<br />

Quantas vezes o povo<br />

brasileiro busca reconhecimento<br />

internacional sem perceber a riqueza<br />

e a força que emanam do<br />

nosso próprio solo. Será que não<br />

estamos refletindo uma imagem<br />

distorcida de nós mesmos? Tal<br />

como o agro busca se afirmar<br />

no cenário global, enfrentando<br />

julgamentos e mal-entendidos,<br />

não estaria ele nestas situações,<br />

de certa forma, reproduzindo<br />

esse mesmo padrão ao julgar a<br />

cultura vibrante e diversificada<br />

do Brasil? Isso nos convida a<br />

olhar para dentro, a importância<br />

de reconhecer e valorizar a multiplicidade<br />

e a riqueza que nos<br />

definem como povo brasileiro.<br />

O carnaval, em sua essência,<br />

é uma explosão de cultura, arte<br />

e expressão. Ao incorporar o<br />

agronegócio em seu enredo, a<br />

Mancha Verde não apenas ce-<br />

lebra a riqueza do campo, mas<br />

também propõe a arte como<br />

uma ponte capaz de unir diferentes<br />

esferas da sociedade. Como<br />

a arte pode nos ajudar a superar<br />

barreiras ideológicas e enxergar<br />

além das nossas diferenças?<br />

Gláucia Nasser sabiamente mencionou<br />

que a arte tem o poder de<br />

quebrar a crença. E somente ao<br />

nos permitirmos experimentar é<br />

que saberemos nossa sensação e<br />

os efeitos que advirão disso. Será<br />

que a chave não está na experiência,<br />

na permissão para conhecer<br />

em vez da barreira do julgar?<br />

A iniciativa da Mancha Verde<br />

é um chamado à união em meio<br />

à diversidade, um convite a celebrar<br />

o que temos em comum, ao<br />

invés de nos dividir pelas nossas<br />

diferenças. Será que, ao dar as<br />

mãos, agro e carnaval podem nos<br />

ensinar sobre a força que reside<br />

na diversidade e na capacidade<br />

de encontrar beleza na união de<br />

contrastes?<br />

O carnaval já passou, mas o<br />

convite para olhar além das superfícies,<br />

reconhecer a grandeza<br />

que reside na rica multiplicidade<br />

de culturas, crenças e práticas que<br />

formam o Brasil, deve ser sempre<br />

atual. Talvez, ao abraçarmos essas<br />

dualidades, possamos encontrar<br />

não apenas uma maior compreensão<br />

de nós mesmos, mas também<br />

caminhos para uma unidade mais<br />

profunda e significativa.<br />

Do nosso solo para o<br />

mundo: o campo que<br />

preserva, o campo que<br />

produz, o campo que<br />

alimenta<br />

Ouça e cante o<br />

samba enredo<br />

Composição: Lico Monteiro, Tinga,<br />

<strong>Mar</strong>celo Lepiane, Leandro Thomaz,<br />

Richard Valença, Jéferson Oliveira,<br />

Telmo Augusto, João Perigo, Lucas<br />

Macedo, Ailson Picanço, Rodrigo Peu,<br />

David Gonçalves, Tiago Caldeira<br />

e Paulo Sérgio<br />

Ocô, sua flauta anunciou<br />

A colheita verdejou, na terra<br />

Regou a missão de Olorum<br />

Junto à forja do senhor da guerra<br />

Vai o legado, no balanço desse mar<br />

Solo sagrado germinou a plantação<br />

E, caiana levado pro cais<br />

A força dos cafezais<br />

Vem da fé que ergueu a nação<br />

Escorre à enxada o suor que vem<br />

do povo<br />

Em cada grão a liberdade na raiz<br />

Escorre à enxada o suor que vem<br />

do povo<br />

Traz na semente o futuro do país<br />

Brasil onde mora o verde<br />

Brasil, teu celeiro uma partilha<br />

Coragem na busca de um sonho<br />

Na mesa a união da família<br />

Orvalho que toca a viola<br />

Dá o tom pro matuto versar<br />

Levando aos céus as bençãos dessa<br />

Crédito: Mancha Verde Carnaval<br />

noite de luar<br />

Se as lágrimas molham a terra<br />

Eu faço um samba em oração<br />

Meu São José, nos dê a tua<br />

proteção<br />

Antes do galo cantar e a flor-docampo<br />

nascer<br />

Vem semear a nossa eterna aliança<br />

E da semente, o amor<br />

A nossa gente plantou<br />

Mancha Verde de esperança!<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong> 9


SUSTENTABILIDADE<br />

As COPs e o papel do agronegócio na<br />

segurança alimentar e energética do planeta<br />

Crédito: Sekita<br />

Alto Paranaíba: Sekita Agronegócios tem avançado sistema de<br />

compostagem em larga escala a partir dos resíduos do gado<br />

Depois da COP28, em Dubai, no<br />

ano passado, teremos, neste ano, a<br />

COP29, no Azerbaijão e, em 2025, a<br />

COP30, no Brasil. Mas, o que as COPs<br />

têm a ver com o dia a dia do agronegócio?<br />

Certamente você já se fez essa<br />

pergunta ou ouviu algo parecido. E a<br />

resposta é ampla, especialmente após<br />

os graves efeitos das recentes ondas de<br />

calor sobre diversas culturas no Brasil.<br />

No dia 13 de fevereiro, Brasil,<br />

Emirados Árabes Unidos e Azerbaijão<br />

lançaram oficialmente uma “troika”<br />

inédita para implementar o acordo<br />

da COP28 através da Missão 1,5ºC.<br />

A iniciativa pretende assegurar compromissos<br />

mais ambiciosos nas novas<br />

Contribuições Nacionalmente<br />

Determinadas (NDCs) a serem apresentadas<br />

pelos países-membros da<br />

Convenção do Clima em 2025.<br />

A iniciativa é resultado da decisão<br />

do Consenso dos Emirados, acordo<br />

da cúpula do clima de 2023, para as<br />

presidências das COPs 28, 29 e 30 incentivarem<br />

a cooperação internacional<br />

e trabalharem em conjunto na Missão<br />

1,5ºC.<br />

A COP29 será realizada em Baku,<br />

no Azerbaijão, de 11 a 24 de novembro.<br />

Já a COP30 ocorrerá em Belém,<br />

em 2025.<br />

Será a primeira cúpula do clima em<br />

uma cidade da Amazônia. As COPs<br />

são frutos de um tratado assinado<br />

durante a ECO92, no Rio de Janeiro,<br />

para reger as negociações climáticas<br />

da Organização das Nações Unidas<br />

(ONU). Têm validade apenas as decisões<br />

tomadas de comum acordo pelos<br />

quase 200 países signatários.<br />

Palco crucial para as discussões<br />

sobre mudanças climáticas e estratégias<br />

globais para combater os efeitos<br />

adversos do aquecimento global, a<br />

COP 30 deverá receber mais de 50 mil<br />

visitantes. No centro da pauta estará<br />

o papel da floresta amazônica nas urgências<br />

climáticas, e será fundamental<br />

para definir as novas NDCs, metas e<br />

os compromissos de redução de emissões<br />

de gases de efeito estufa (GEE)<br />

assumidos coletivamente pelos países<br />

signatários do Acordo de Paris.<br />

Durante a COP 30, o Brasil irá se<br />

posicionar em favor do agronegócio<br />

como peça-chave nas soluções para<br />

garantir segurança alimentar e energética<br />

no mundo. Buscará caminhos para<br />

viabilizar o financiamento aos países,<br />

principalmente aqueles em desenvolvimento,<br />

dispostos a chegar em 2025<br />

com mais condições de se adaptarem à<br />

crise climática.<br />

Na edição 2023 da COP, em Dubai,<br />

o governo brasileiro detalhou um plano<br />

para recuperar 40 milhões de hectares<br />

de áreas degradadas e improdutivas<br />

com alto potencial para a agricultura.<br />

O plano gira em torno da promessa<br />

de aumentar a produtividade sem<br />

derrubar florestas. Uma das melhores<br />

alternativas para o país é a Integração<br />

Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), cuja<br />

aplicação é tema de diversos estudos<br />

pela Empresa Brasileira de Pesquisa<br />

agropecuária (Embrapa).<br />

Exemplos no Alto Paranaíba: A Shimada<br />

Agronegócios cria gado de corte<br />

em áreas não agricultáveis e cultiva<br />

abacate, alho, beterraba, laranja, café<br />

arábica, cenoura, tangerina e repolho.<br />

Possui unidades em Rio Paranaíba,<br />

São Gotardo, Campos Altos, Ibiá e<br />

Perdizes. “Temos eucaliptos e mogno<br />

africano nas áreas com menos fertilidade,<br />

além de um pátio de compostagem<br />

e uma biofábrica, para produção própria<br />

de compostos orgânicos aplicados<br />

nas áreas produtivas”, explica o produtor<br />

rural Hugo Shimada.<br />

Já na Sekita Agronegócios, maior<br />

produtora de leite de Minas e quarta<br />

maior do Brasil, todo o resíduo sólido<br />

das fazendas é reaproveitado por<br />

meio de um avançado sistema de compostagem<br />

em larga escala a partir dos<br />

resíduos do gado. O biogás resultante<br />

serve para a geração de energia e um<br />

composto obtido pelo processamento<br />

do esterco é utilizado como adubo nos<br />

plantios de milho para silagem e tifton<br />

para as vacas leiteiras, representando<br />

80% de economia na comparação com<br />

fertilizantes sólidos. “É muito interessante<br />

porque a produtividade é bem<br />

maior quando comparada ao modelo<br />

tradicional. São praticamente entre 4 e<br />

6 litros por vaca a mais. Cada vez mais<br />

temos certeza de que vale a pena não<br />

apenas pela economia, mas do ponto<br />

de vista ambiental principalmente”,<br />

explica Makoto Sekita, membro do<br />

Conselho Administrativo da empresa.<br />

A ILPF em Minas Gerais: Em Minas<br />

Gerais, a ILPF tem Unidades de Referências<br />

Tecnológicas na Zona da Mata<br />

e no Campo das Vertentes. Segundo<br />

a publicação “Casos de sucesso na<br />

implantação de sistema de integração<br />

lavoura-pecuária-floresta em propriedades<br />

leiteiras de base familiar na Zona<br />

da Mata e do Campo das Vertentes<br />

de Minas Gerais”, da Embrapa, já em<br />

2019 a tecnologia já se mostrava sustentável<br />

e gerava diversos benefícios<br />

ambientais, socioeconômicos e até políticos.<br />

COP30 será importante para o futuro<br />

do agronegócio: A COP 30 será um<br />

marco importante para o futuro do<br />

agronegócio brasileiro. O evento será<br />

uma oportunidade para o país mostrar<br />

o seu compromisso com a sustentabilidade<br />

e destacar o papel fundamental<br />

do setor na garantia da segurança alimentar<br />

e energética global.<br />

10 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong>


ALHO BRASILEIRO<br />

AMIPA é estratégica no crescimento<br />

econômico de Minas Gerais<br />

MÍRIAN DELGADO,<br />

DIRETORA CIENTÍFICA DA<br />

AMIPA<br />

A Associação Mineira dos Produtores<br />

de Alho (AMIPA) desempenha<br />

um papel crucial no desenvolvimento<br />

da cultura do alho em Minas<br />

Gerais. Ao promover o associativismo<br />

entre produtores, a entidade<br />

contribui para o crescimento econômico<br />

da região, compartilhando conhecimentos,<br />

implementando boas<br />

práticas agrícolas e fortalecendo a<br />

cadeia produtiva. A AMIPA também<br />

desempenha um papel fundamental<br />

na representação dos interesses dos<br />

produtores, influenciando políticas<br />

agrícolas e contribuindo para a sustentabilidade<br />

do setor.<br />

Em <strong>2024</strong>, esperamos estar ainda<br />

mais próximos de nossos associados<br />

e parceiros, fortalecendo as conexões<br />

já existentes. Um de nossos<br />

principais intuitos é a união da cadeia<br />

produtiva e estamos engajados<br />

para cultivá-la. Iniciamos <strong>2024</strong> validando<br />

o planejamento estratégico<br />

junto à Diretoria da AMIPA, onde<br />

discutimos os principais pontos<br />

a serem desenvolvidos neste ano.<br />

Ainda em janeiro, promovemos<br />

junto à Conela dois dias de treinamento<br />

de refrigeração (câmaras<br />

frias) para nossos associados. Essa<br />

foi uma das demandas trazidas pelos<br />

produtores, onde foi atendida a<br />

necessidade de mais conhecimento<br />

relacionado ao tema.<br />

No dia 6 de fevereiro, aconteceu<br />

em São Gotardo a Reunião<br />

de Início de Safra <strong>2024</strong> (foto),<br />

momento para informações relevantes<br />

e discussões sobre os principais<br />

desafios da alhicultura no<br />

estado de Minas Gerais. Estiveram<br />

presentes mais de 80 participantes,<br />

entre produtores, colaboradores e<br />

parceiros de diversas regiões produtoras.<br />

O ano de <strong>2024</strong> está apenas<br />

começando e temos grandes<br />

perspectivas de realizações, fortalecendo<br />

cada dia mais o associativismo,<br />

que desempenha um papel<br />

crucial em diversas esferas sociais<br />

e econômicas. Ao unir indivíduos<br />

ou organizações com interesses<br />

comuns, promovemos a cooperação,<br />

fortalecemos a representatividade<br />

e possibilitamos o alcance<br />

de objetivos que, isoladamente,<br />

seriam mais difíceis de atingir.<br />

Além disso, o associativismo<br />

cria redes de networking valiosas,<br />

estimulando a troca de ideias e<br />

experiências. Em resumo, o associativismo<br />

é uma ferramenta poderosa<br />

para fortalecer coletivamente<br />

indivíduos e grupos, promovendo<br />

o crescimento econômico e o<br />

bem-estar social.<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong> 11


MAIS GRÃOS<br />

Sebrae MG orienta pequenos produtores a<br />

planejar safra para gerar novos negócios<br />

Crédito: Sebrae MG<br />

Identificar dificuldades de gestão<br />

e de mercado enfrentadas pelos<br />

pequenos produtores de grãos e<br />

propor soluções para obter os melhores<br />

resultados possíveis. Este é o<br />

objetivo central do programa Mais<br />

Grãos, do Sebrae MG. Inicialmente,<br />

27 produtores de milho e soja das<br />

regiões Oeste e Centro-Oeste estão<br />

recebendo assistência técnica e gerencial.<br />

O programa conecta<br />

produtores e mercado,<br />

notadamente empresas<br />

da avicultura e suinocultura.<br />

Também fazem<br />

parte do Mais Grãos<br />

orientações sobre o<br />

acesso a linhas de crédito<br />

específicas para<br />

o setor, envolvendo o<br />

Sicoob Credibam e o<br />

Sicredi.<br />

Desde 2021, técnicos<br />

do programa Mais<br />

Grãos fazem visitas<br />

mensais aos assistidos,<br />

oferecendo suportes<br />

no planejamento e gestão de safra,<br />

prospecção de novas parcerias comerciais<br />

e orientação das áreas de<br />

irrigação, produtividade, eficiência<br />

e tendências de mercado.<br />

O programa cobre uma lacuna<br />

importante junto ao pequeno<br />

produtor, pouco acostumado a<br />

fazer controle adequado de custos<br />

ou de produtividade, segundo<br />

Ana Caroline Pessoni, analista do<br />

Sebrae Minas.<br />

Em Bambuí, o produtor rural<br />

José Donizete de Paula é um dos<br />

grandes entusiastas do programa<br />

Mais Grãos devido ao seu alto potencial<br />

de gerar maior integração<br />

entre produção e consumo.<br />

Dados recentes da Emater MG<br />

apresentam estimativas sobre a safra<br />

2023/24. A safra mineira deve<br />

ser de 13,69 milhões de toneladas,<br />

5,45% menor que a do último ciclo,<br />

em área de 3,25 milhões de hectares<br />

(+2,75%). Os dados são do 1º<br />

Levantamento da Safra de Grãos e<br />

Café e refletem o clima mais seco<br />

na região.<br />

12 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong>


ALCANCE O<br />

PÚBLICO CERTO<br />

É importante alcançar o público certo, no momento certo e<br />

com a mensagem certa.<br />

Nossas plataformas abrangem as diversas cadeias<br />

produtivas do agronegócio.<br />

Utilize os canais 100porcentoagro para fazer sua mensagem<br />

chegar a um público qualificado e interessado.<br />

SE É AGRO,<br />

A GENTE COMUNICA<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong> 13


DESAFIOS<br />

Safra <strong>2024</strong> do alho chega com desafios<br />

políticos, técnicos e sanitários<br />

Crédito: Ingryd Thaynah<br />

O preparo da terra<br />

para o cultivo do<br />

alho é extremamente<br />

relevante para o bom<br />

desenvolvimento da<br />

cultura.<br />

Rotações de culturas<br />

preconizam a melhoria<br />

das características do solo,<br />

além de facilitar o manejo<br />

operacional.<br />

Profissionais bem<br />

preparados são um<br />

diferencial importante<br />

Um encontro em São Gotardo<br />

(MG), no dia 6 de fevereiro, reuniu<br />

produtores rurais e profissionais<br />

do agronegócio, marcando a abertura<br />

da safra <strong>2024</strong> de alho. A iniciativa<br />

foi da Associação Mineira<br />

dos Produtores de Alho (AMIPA),<br />

para discutir questões cruciais que<br />

irão nortear o cultivo neste ano.<br />

O Alto Paranaíba é a maior região<br />

produtora do Brasil, abrigando<br />

quatro dos cinco municípios campeões<br />

de produção: Rio Paranaíba<br />

(5,25 mil toneladas/mês), Campos<br />

Altos (4,05 mil), Santa Juliana (2,6<br />

mil) e São Gotardo (1,5 mil). A<br />

safra <strong>2024</strong> traz consigo desafios<br />

econômicos, políticos, técnicos e<br />

sanitários.<br />

Dois dias após o meeting de São<br />

Gotardo, a Associação Nacional<br />

dos Produtores de Alho (ANAPA)<br />

promoveu uma reunião de inauguração<br />

do calendário de eventos<br />

da cultura em <strong>2024</strong>, em Cristalina<br />

(GO). O III Seminário de Alhicultura<br />

de Goiás contou com<br />

cerca de 180 participantes, entre<br />

produtores, técnicos, redes de serviços<br />

do agronegócio, estudantes<br />

e pesquisadores, no dia 8 de fevereiro.<br />

O calendário da ANAPA<br />

prevê uma série de ações como<br />

esta para levar conhecimento e capacitação<br />

aos produtores de todo<br />

o Brasil. O presidente da ANAPA,<br />

Rafael Jorge Corsino, recebeu os<br />

convidados junto com o chefe-<br />

-geral da Embrapa Hortaliças,<br />

Warley Nascimento, o presidente<br />

do Instituto Pensar Agro (IPA),<br />

Nilson Leitão, o vice-prefeito de<br />

Cristalina, Luiz Otávio Biazzoto<br />

Massa, o presidente do Sindicato<br />

Rural de Cristalina, Nilson Fogolin,<br />

e a coordenadora do curso superior<br />

de horticultura do Instituto<br />

Federal Goiano, Mírian de Almeida<br />

<strong>Mar</strong>ques.<br />

Desafios técnicos: o início da<br />

safra mineira <strong>2024</strong> de alho coincide<br />

com a inauguração do Centro<br />

de Referência em Olericultura de<br />

Minas Gerais, em São Gotardo.<br />

Resultado de parceria entre o<br />

Sindicato dos Produtores Rurais de<br />

14 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong>


São Gotardo e o Sistema Faemg-<br />

Senar, o Centro oferece uma série<br />

de benefícios para os produtores<br />

de alho do estado, na avaliação<br />

de dirigentes e entidades do segmento.<br />

O presidente da Comissão<br />

de Olericultura da Faemg e do<br />

Sindicato dos Produtores Rurais<br />

de São Gotardo, Rodolfo Molinari,<br />

diz que o Centro representa a concretização<br />

de um projeto concebido<br />

em 2022. Molinari declarou,<br />

em entrevista exclusiva, que, a<br />

partir de abril, a unidade vai ofertar<br />

cursos técnicos de nível médio<br />

para qualificar e capacitar mão de<br />

obra para a cadeia olerícola.<br />

Uma das vantagens é a transferência<br />

de tecnologia e inovação. A<br />

unidade de São Gotardo promove<br />

a difusão de novas tecnologias e<br />

práticas agrícolas para o cultivo do<br />

alho e outras hortaliças, visando<br />

aumentar a produtividade e a qualidade<br />

da produção.<br />

<strong>Mar</strong>co Aurélio Carvalho, diretor<br />

executivo do Sindicato dos<br />

Produtores Rurais de São Gotardo,<br />

cita como carta de apresentação<br />

do Centro o primeiro curso de<br />

formação de tratoristas. São 12<br />

trabalhadores sem nenhuma experiência<br />

com esse tipo de máquina<br />

participando do curso. Ao final de<br />

seis semanas, esses profissionais<br />

estarão aptos a operar os veículos.<br />

São módulos de inteligência<br />

emocional, manutenção, operação<br />

simples e com implementos, segurança<br />

no trabalho e operação de<br />

precisão com GPS. “Após 40 horas<br />

de treinamento totalmente gratuito,<br />

vamos colocar à disposição<br />

do mercado 12 novos tratoristas<br />

certificados pelo Senar, agregando<br />

mão de obra de qualidade para a<br />

nossa região”, explica.<br />

O Centro também disponibiliza<br />

assistência técnica e extensão<br />

rural com o objetivo de solucionar<br />

problemas e auxiliar na gestão<br />

da produção, além de promover<br />

a pesquisa e o desenvolvimento,<br />

investindo em pesquisa e desenvolvimento<br />

de novas variedades<br />

mais adaptadas ao clima e solo de<br />

Minas Gerais, além de novas técnicas<br />

de cultivo.<br />

Com essas ações, o Centro de<br />

Referência em Olericultura de<br />

Minas Gerais tem o potencial de<br />

contribuir significativamente para<br />

o aumento da produção de alho<br />

no estado, tornando a hortaliça<br />

mais competitiva no mercado nacional<br />

e internacional.<br />

A expectativa é que o Centro<br />

impulsione o crescimento da produção<br />

nos próximos anos, gerando<br />

renda e emprego para os produtores<br />

rurais mineiros.<br />

Desafios políticos: Um dos desafios<br />

mais importantes deste começo<br />

de ano para quem produz alho<br />

no Brasil é a renovação da lei antidumping.<br />

Os direitos antidumping<br />

protegem os produtores nacionais<br />

de importações realizadas a preços<br />

de dumping, prática considerada<br />

desleal em termos de comércio nos<br />

acordos internacionais. No caso<br />

do alho, foram instituídos em 2019<br />

pelo prazo de 5 anos. Portanto,<br />

precisam ser renovados agora, neste<br />

primeiro semestre de <strong>2024</strong>. De<br />

acordo com Rafael Corsino, em<br />

entrevista exclusiva, até abril a renovação<br />

precisa estar definida. Por<br />

isso, será necessária uma grande<br />

união dos produtores e um imenso<br />

esforço político. “É o maior desafio<br />

da história da ANAPA”.<br />

Desafio sanitário: No final do ano<br />

passado, os produtores do Alto<br />

Paranaíba foram beneficiados<br />

com R$ 200 mil para pesquisas<br />

sobre o manejo da podridão branca.<br />

A doença é uma das ameaças<br />

mais severas para o alho e a cebola.<br />

A pesquisa será conduzida pela<br />

Embrapa Hortaliças, e os recursos<br />

estão garantidos por uma emenda<br />

parlamentar do deputado federal<br />

Zé Vitor (PL/MG). Minas Gerais<br />

é o maior estado produtor de alho<br />

do Brasil e se destaca também no<br />

plantio de cebola.<br />

O fungo “Stromatinia cepivora”,<br />

causador da podridão branca,<br />

pode resistir no solo por mais de<br />

20 anos e ainda são poucas as medidas<br />

de controle da doença. Os<br />

experimentos já estão sendo conduzidos<br />

na área experimental da<br />

Cooperativa Agropecuária do Alto<br />

Paranaíba (COOPADAP), com a<br />

coordenação do pesquisador Dr.<br />

Valdir Lourenço Junior. Além<br />

da ANAPA, ANACE, AMIPA e<br />

COOPADAP, a parceria envolve<br />

a Universidade Federal de Viçosa<br />

(UFV) e outras entidades públicas<br />

e privadas do Alto Paranaíba.<br />

CONSULTORIA E ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS<br />

PGR - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCO<br />

PGTR - PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE<br />

RISCO DO TRABALHO RURAL<br />

LTCAT - LAUDO TÉCNICO DAS CONDIÇÕES<br />

AMBIENTAIS DO TRABALHO<br />

LAUDO DE PERICULOSIDADE E INSALUBRIDADE<br />

IMPLANTAÇÃO DO ESOCIAL<br />

TREINAMENTOS EM GERAL<br />

MEDICINA DO TRABALHO<br />

AVALIAÇÃO CLÍNICA<br />

EXAMES LABORATORIAIS<br />

AUDIOMETRIA<br />

ESPIROMETRIA<br />

ELETROCARDIOGRAMA<br />

ELETROENCÉFALOGRAMA<br />

ACUIDADE VISUAL<br />

<strong>100PORCENTOAGRO</strong> / <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong> 15


OLERICULTURA<br />

Inclusão da cebola no ZARC previne riscos<br />

climáticos e aumenta produtividade<br />

A cebola é a primeira hortaliça a integrar<br />

o Zoneamento Agrícola de Risco<br />

Climático (ZARC). Com a ferramenta, a<br />

gestão de riscos na agricultura ganha eficácia<br />

ao delimitar as áreas e as épocas de<br />

baixo risco climático para a implantação<br />

e produção de culturas no Brasil. O instrumento<br />

oferece informações aos produtores<br />

sobre os riscos agroclimáticos para<br />

reduzir perdas de produção e aumentar o<br />

rendimento das lavouras. A produção nacional<br />

de cebola no Brasil é uma das maiores<br />

do mundo. São Paulo, Minas Gerais,<br />

Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás<br />

lideram o ranking nacional. Os municípios<br />

de São Gotardo e Rio Paranaíba, no Alto<br />

Paranaíba, são importantes produtores da<br />

hortaliça. Para Rafael Corsino, presidente<br />

da Associação Nacional dos Produtores<br />

de Cebola (ANACE), a inclusão beneficia<br />

tanto o setor quanto a sociedade em geral.<br />

Criado em 1996, o ZARC congrega<br />

uma rede de pesquisadores e técnicos da<br />

Embrapa e de outras instituições em estudos<br />

de atualização e inclusão de novas<br />

culturas no programa. A cebola é muito<br />

influenciada por condições meteorológicas.<br />

A disponibilidade hídrica, o tempo<br />

462_553_23_af_anuncio_jornal_100_agro_26x13.pdf 1 15/12/2023 19:43:49<br />

de exposição à luz solar, a temperatura e<br />

as chuvas são fatores primordiais para o<br />

desenvolvimento das lavouras. Com a alta<br />

sensibilidade da cebola à falta de água, o<br />

cultivo é feito de forma irrigada em praticamente<br />

todas as regiões produtoras.<br />

Nas datas de plantio preconizadas<br />

pelo ZARC, os produtores devem acessar<br />

o Programa de Garantia da Atividade<br />

agropecuária (Proagro) e o Programa de<br />

Subvenção ao Seguro Rural (PSR). Os<br />

resultados do ZARC da cebola estão disponíveis<br />

no Painel de Indicadores e no<br />

aplicativo ZARC Plantio Certo para iOS<br />

e Android.<br />

Em entrevista exclusiva ao 100POR-<br />

CENTOAGRO, Rafael Corsino lembra<br />

que o ZARC ajudou a equilibrar a oferta<br />

de recursos demandados pelo crédito e<br />

seus mecanismos de mitigação de riscos.<br />

“De maneira geral, foi fundamental para<br />

que produtos financeiros melhores fossem<br />

construídos, e através dos recursos viabilizou-se<br />

a aquisição de insumos e tecnologia<br />

que modernizaram nossa agricultura”.<br />

Os produtores que seguem as recomendações<br />

têm acesso a crédito rural com<br />

juros mais baixos e a mecanismos de proteção<br />

da transação financeira. “Do ponto<br />

de vista produtivo, o ZARC pode nos ajudar<br />

com a redução de perdas e aumento da<br />

produtividade, fornecendo informações<br />

sobre os riscos climáticos para cada região<br />

e época do ano, permitindo que os produtores<br />

planejem suas atividades com maior<br />

segurança. Isso contribui para a redução<br />

de perdas por eventos climáticos adversos<br />

– inclusive excesso de chuvas, como secas,<br />

geadas, e consequentemente, aumenta a<br />

produtividade das culturas”, explica o presidente<br />

da ANACE.<br />

Além de indicar as épocas de semeadura,<br />

o ZARC estimula a agricultura sustentável<br />

ao orientar sobre a adoção das<br />

melhores práticas, contribuindo para a<br />

preservação dos recursos naturais, como<br />

água e solo, além de reduzir os riscos.<br />

“Nossa Política Agrícola ganhou muito<br />

com o ZARC, fornecendo informações<br />

valiosas e transparentes, sendo uma ferramenta<br />

pública e gratuita, que garante o<br />

acesso à informação para todos os produtores<br />

rurais. O impacto disso tudo é que o<br />

ZARC contribui para o desenvolvimento<br />

social do campo, pois cria negócios financeiros<br />

que modernizam a agricultura e aumentam<br />

o valor produzido, gerando emprego<br />

e renda. É uma ferramenta moderna<br />

e inovadora, e temos encontrado bastante<br />

abertura com a Embrapa para participação<br />

dos grupos de interesse na sua construção”,<br />

argumenta.<br />

O presidente da ANACE sustenta,<br />

ainda, que a horticultura brasileira pode se<br />

beneficiar com essa abordagem geral do<br />

programa, acessando recursos de forma<br />

diferenciada. A ordem é trabalhar para<br />

ser oferecida uma atenção ao pequeno e<br />

médio produtor e por atrativos também<br />

para o crédito rural, com juros mais baixos<br />

e seguros com menor prêmio, facilitando<br />

o acesso ao capital necessário para<br />

investir na produção hortícola, reduzindo<br />

os riscos financeiros da atividade. “O<br />

apoio à sua elaboração e implementação<br />

é fundamental para garantir os benefícios<br />

mencionados na produção hortícola do<br />

país. Esperamos que cada vez mais o setor<br />

hortícola se engaje com os coordenadores<br />

dos trabalhos no MAPA e na Embrapa,<br />

trocando informações para tornar a ferramenta<br />

mais eficiente e nossa atividade<br />

mais sustentável e resiliente às mudanças<br />

climáticas”, conclui Rafael Corsino.<br />

Sua soja rende mais hoje e seu<br />

solo segue saudável por gerações.<br />

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16 <strong>100PORCENTOAGRO</strong> <strong>Fev</strong>-<strong>Mar</strong>, <strong>2024</strong>

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