Florestal_265Web
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ENTREVISTA<br />
Pedro Francio Filho apresenta sua visão e experiência em silvicultura de alta performance<br />
<br />
TECNOLOGIA EM COMPOSTAGEM<br />
RESÍDUOS ORGÂNICOS:<br />
PASSIVO AMBIENTAL OU OPORTUNIDADE?<br />
COMPOSTING TECHNOLOGY<br />
ORGANIC WASTE: ENVIRONMENTAL<br />
LIABILITY OR OPPORTUNITY?
LÍDER ABSOLUTO<br />
EM TRITURAÇÃO VEGETAL<br />
ACIMA E ABAIXO DO SOLO<br />
EXPERIÊNCIA DE QUEM REALMENTE SABE<br />
SOBRE TRITURAÇÃO VEGETAL
Linha Biotritus SHPH+<br />
Alta eficiência em qualquer tipo de<br />
terreno;<br />
Martelos de aço especial com<br />
pastilhas de carbeto de tungstênio;<br />
Ideais para limpeza de áreas,<br />
renovação de cultura e eliminação<br />
de queimadas.<br />
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SUMÁRIO<br />
AGOSTO 2024<br />
60<br />
FLORESTA<br />
POTENCIALIZADA<br />
08 Editorial<br />
10 Cartas<br />
12 Bastidores<br />
14 Notas<br />
42 Coluna CIPEM<br />
44 Frases<br />
46 Entrevista<br />
56 Coluna<br />
60 Principal<br />
66 Manejo<br />
74 Relatório<br />
78 Compostagem<br />
82 Transporte<br />
84 Meio ambiente<br />
90 Legislação<br />
96 Pesquisa<br />
102 Agenda<br />
104 Espaço Aberto<br />
66<br />
96<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
21 Agroceres<br />
47 Algar Farming<br />
99 Bellé Suporte<br />
11 BKT<br />
09 Bruno<br />
19 Carrocerias Bachiega<br />
89 D’Antonio Equipamentos<br />
41 Denis Cimaf<br />
02 Dinagro<br />
17 DRV Ferramentas<br />
69 Duffatto Viveiro <strong>Florestal</strong><br />
67 Eloforte<br />
37 Emex Brasil<br />
45 Engeforest<br />
58 Envimat<br />
108 Envimat<br />
15 Envimat/CBI<br />
81 Envimat/Compostagem<br />
07 Envu<br />
57 Feldermann<br />
23 Fex<br />
53 Fezer<br />
55 Francio Soluções Florestais<br />
35 Hennings<br />
04 Himev<br />
27 Lion Equipamentos<br />
77 Mill Indústrias<br />
95 NN Pandini<br />
71 Planalto Picadores<br />
73 Planflora<br />
105 Prêmio REFERÊNCIA<br />
87 Remsoft<br />
39 Rocha Facas<br />
93 Rodotrem<br />
101 Romiotto<br />
13 Rotary-Ax<br />
29 Rotor Equipamentos<br />
49 Sergomel<br />
106 Sparta Brasil<br />
75 Tabaco Máquinas<br />
25 Tecmater<br />
33 Unibrás<br />
51 Vale do Tibagi<br />
31 Vantec<br />
43 WDS Pneumática<br />
06 www.referenciaflorestal.com.br
Envu é uma nova visão para uma<br />
empresa com meio século de história<br />
no segmento de saúde ambiental,<br />
que detém um sólido portfólio<br />
de produtos comprovados<br />
e reconhecidos.<br />
Em cada uma de suas linhas de<br />
negócio, a Envu concentra seu<br />
trabalho na química e além,<br />
colaborando com os clientes para<br />
criar soluções que funcionarão hoje<br />
e no futuro.<br />
Mantemos as florestas prosperando para<br />
que as comunidades continuem crescendo.<br />
Florestas<br />
Para receber mais informações, cadastre-se<br />
através do QR code abaixo:
EDITORIAL<br />
Semente do<br />
futuro<br />
As florestas plantadas crescem em um ritmo acelerado. Cada<br />
vez mais a produção aumenta, a demanda, também, e na mesma<br />
proporção, o mercado exige mais de toda a cadeia produtiva.<br />
Encontrar formas de melhorar os processos de produção são os<br />
grandes desafios do setor, pois dentro dos limites de tempo, espaço<br />
e produtividade, há soluções para se fazer mais e melhor. Esses<br />
objetivos movem o setor de base florestal e nos motivam a lutar<br />
para mostrar a todos que um futuro verde e sustentável está em<br />
nossas mãos. Nessa edição, as soluções tecnológicas de compostagem<br />
florestal da Envimat, a importância da segurança no transporte<br />
de cargas florestais, as novidades sobre manejo florestal no norte do<br />
país, uma visão geral sobre o mercado paulista de silvicultura e uma<br />
entrevista exclusiva com Pedro Francio Filho, especialista em consultoria<br />
florestal, que compartilha sua experiência e visão de mercado.<br />
Excelente leitura a todos!<br />
SEEDS OF THE FUTURE<br />
Planted forests are growing rapidly. At the same time, production<br />
is increasing and the market is demanding more from the entire<br />
production chain. Finding ways to improve production processes is<br />
the Sector’s biggest challenge, as there are solutions to do more and<br />
do it better within the constraints of time, space, and productivity.<br />
These are the goals that drive the Forest-based Sector and motivate<br />
us to fight to show everyone that a green and sustainable future is<br />
in our hands. In this issue, you will find Envimat’s technological solutions<br />
for forest composting, the importance of safety when transporting<br />
forest products, news on forest management in the North of<br />
the Country, an overview of the State of São Paulo forestry market,<br />
and an exclusive interview with Pedro Francio Filho, a specialist in<br />
forest consulting, who shares his experience and vision of the market.<br />
Pleasant reading!<br />
2<br />
Entrevista com<br />
Pedro Francio Filho,<br />
consultor florestal<br />
1<br />
Na capa dessa edição as<br />
soluções da ENVIMAT para<br />
compostagem, prática<br />
que vem crescendo<br />
exponencialmente no Brasil.<br />
Mercado de florestas plantadas<br />
em Minas Gerais<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XXVI • Nº265 • Agosto 2024<br />
ENTREVISTA<br />
<br />
Pedro Francio Filho apresenta sua visão e experiência em silvicultura de alta performance<br />
COMPOSTING TECHNOLOGY<br />
ORGANIC WASTE: ENVIRONMENTAL<br />
LIABILITY OR OPPORTUNITY?<br />
TECNOLOGIA EM COMPOSTAGEM<br />
RESÍDUOS ORGÂNICOS:<br />
PASSIVO AMBIENTAL OU OPORTUNIDADE?<br />
3<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXVI - EDIÇÃO 264 - AGOSTO 2024<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Vinicius Santos<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Cipem<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Julia Harumi<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />
without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br
THOR SE DESTACA ENTRE AS SOLUÇÕES<br />
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CARTAS<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
ENTREVISTA<br />
Adriana Maugeri apresenta resultados e planos da indústria florestal em Minas Gerais<br />
FORÇA NO CAMPO<br />
NOVO TRITURADOR FLORESTAL<br />
UNE POTÊNCIA, RESISTÊNCIA E<br />
PRODUTIVIDADE NA LIMPEZA<br />
DE ÁREA<br />
Capa da Edição 264 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de julho de 2024<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XXVI • Nº264 • Julho 2024<br />
<br />
STRENGTH IN THE FIELD<br />
NEW FOREST MULCHER COMBINES POWER,<br />
RESISTANCE, AND PRODUCTIVITY IN LAND CLEARING<br />
PRINCIPAL<br />
Por Eduardo Gonçalves, Betim (MG)<br />
É sempre bom ver as novidades do setor. A evolução contínua dos<br />
equipamentos ajuda a cada dia melhorar o trabalho no campo.<br />
ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Por Miguel Tavares, Bento Gonçalves (RS)<br />
Grande trabalho da Adriana. Esse comprometimento e dedicação fazem<br />
toda a diferença para o nosso segmento.<br />
REFLORESTAMENTO<br />
Por Clara Moraes, São Paulo (SP)<br />
Conhecimento e prática misturados em prol do meio ambiente. Grande<br />
trabalho dos pesquisadores.<br />
Foto: divulgacão<br />
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CURTA NOSSAS PÁGINAS<br />
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10 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Revista Referência <strong>Florestal</strong><br />
@referenciaflorestal<br />
@revistareferencia9702<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados também para redação<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.
BASTIDORES<br />
Revista<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
VISITA<br />
O comercial da Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
Gerson Penkal, esteve na cidade de Salete (SC), para<br />
conhecer mais sobre a empresa NN Pandini, da<br />
diretora Naiara Pandini.<br />
PARCERIA<br />
A Revista REFERÊNCIA FLORESTAL visitou a empresa<br />
Rocha Facas, na cidade de Campos Novos (SC), para<br />
planejamento e continuidade da parceria. Na foto,<br />
Gerson Penkal (comercial da revista), Zelir Rocha e Jair<br />
Rocha (diretores da Rocha Facas) e Fábio Machado<br />
(diretor comercial da REFERÊNCIA FLORESTAL).<br />
AJUDA LIBERADA<br />
ALTA<br />
O governo liberou R$ 137 milhões de crédito extraordinário<br />
para combater incêndios no Pantanal,<br />
que já devastaram este ano, mais de 766 mil ha<br />
(hectares) na região. Isso equivale a mais de 750<br />
mil campos de futebol. No total, já são mais de<br />
R$ 237 milhões para enfrentamento da crise no<br />
Pantanal. O governo havia destinado em junho, outros<br />
R$ 100 milhões. Mais de R$ 72 milhões serão<br />
destinados ao MMA (Ministério do Meio Ambiente<br />
e Mudança do Clima). O dinheiro será utilizado, por<br />
exemplo, para a contratação de brigadistas e para<br />
que sejam adquiridos equipamentos de proteção<br />
individual e de combate ao fogo.<br />
AGOSTO 2024<br />
TRANSPORTE MAIS CARO<br />
O diesel teve aumento quatro vezes maior do que a<br />
inflação no último ano. Em junho, o valor médio do<br />
combustível fóssil somou R$ 6,158 o litro, alta de<br />
15,5% na comparação com o mesmo mês do ano<br />
passado, segundo o estudo, com base em transações<br />
feitas em mais de 25 mil postos de combustíveis<br />
credenciados em todo o país. Nesse período, a<br />
inflação medida pelo IPCA apontou um avanço de<br />
4,23%. Em postos ao redor do país o preço por litro<br />
do combustível já está próximo de R$ 6, mas em<br />
algumas localidades já foram registrados preços na<br />
casa dos R$ 6,15.<br />
BAIXA<br />
12 www.referenciaflorestal.com.br
Uma obra de arte<br />
Tão afiada<br />
quanto a espada<br />
de um samurai<br />
em corte florestal<br />
sabres<br />
dentes de corte<br />
ponteiras substituíveis<br />
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rotary-ax.com.br<br />
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NOTAS<br />
Podcast REFERÊNCIA<br />
No último mês o estúdio do Podcast REFERÊNCIA teve como convidada Lisiane Nardi Tissot. Lisiane é catarinense de Campos<br />
Novos, publicitária formada pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e é diretora comercial da Bonardi<br />
Painéis de Madeira. A Bonardi é uma empresa com 26 anos de tradição no segmento fabricando e fornecendo painéis de alto<br />
padrão para o mercado de móveis e decoração.<br />
A convidada contou sobre a história da Bonardi, fundada por seu pai, Francisco Nardi, no final dos anos 1990 e na época era<br />
uma empresa focada na produção de compensados. Lisiane antes de entrar na empresa estava no ramo de eventos e Gianpaulo<br />
Nardi, seu irmão e sócio, é engenheiro mecânico de<br />
formação e estava trabalhando em Joinville (SC) na<br />
época da fundação da Bonardi. “Na virada para o<br />
segundo ano da Bonardi meu pai e meu irmão me<br />
chamaram para conversar e me convidaram para<br />
assumir a parte financeira e comercial da empresa”,<br />
relata Lisiane.<br />
Um dos pontos tratados por Lisiane é a gestão<br />
de uma empresa familiar. A diretora conta que por<br />
mais que possa parecer difícil para alguns, o bom<br />
relacionamento entre ela e o irmão foi fundamental<br />
e o foco no melhor para a empresa esteve sempre<br />
em primeiro lugar. “Temos um entendimento muito<br />
claro de que dentro da empresa somos sócios e não<br />
irmãos, isso ajuda muito na gestão e na divisão das<br />
tarefas e das responsabilidades. Fora da empresa somos<br />
irmãos e falamos de tudo, menos de trabalho”,<br />
valoriza Lisiane.<br />
Nesses mais de 25 anos da Bonardi as dificuldades<br />
vieram e segundo Lisiane 2015 foi um momento<br />
mais crítico. Lisiane relata que o volume de vendas<br />
na época até era bom, mas o valor fazia com que<br />
a empresa ficasse presa no mesmo lugar. “Nesse<br />
período entendi que nem toda venda é positiva.<br />
Entendemos que precisávamos mudar algumas práticas,<br />
tomar uma nova direção e, assim, colocamos a<br />
Bonardi em uma direção melhor”, destaca Lisiane.<br />
Para o futuro Lisiane tem grandes perspectivas.<br />
Os planos já estão sendo feitos para os próximos<br />
anos e tem como foco melhorar ainda mais o atendimento<br />
dos clientes da Bonardi. “Temos ideias para<br />
2025, 2026 e vamos colocar em prática da melhor<br />
forma possível. Quero levar o melhor que fazemos<br />
para clientes em mercados que também estamos<br />
abrindo em outros países”, complementa Lisiane.<br />
O episódio completo o Leitor pode conferir<br />
no canal do youtube da Revista REFERÊNCIA:<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
14 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Proximidade com os clientes<br />
O Estado do Mato Grosso ganhou um novo suporte de ferramentas para o setor florestal. No dia 20 de julho de 2024, a empresa<br />
DRV inaugurou sua primeira filial em Sinop (MT), conhecida como a capital do norte do Estado. Visando atender toda a cadeia florestal,<br />
a DRV oferece um catálogo robusto que inclui suas renomadas facas e serras, além de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), correntes<br />
e sabres para harvesters, afiadoras de correntes, mangueiras hidráulicas, conexões hidráulicas, e muito mais.<br />
Adicionalmente, a DRV lançou um novo serviço na loja: a afiação de facas. Para isso, foi montado um centro de alta tecnologia, capaz<br />
de fornecer suporte completo para toda a região. A nova loja da DRV na Rua Guarapari, 84, Jardim Itapuã, localizada atrás do Posto São<br />
Cristóvão na BR-163. A empresa paranaense tem crescido em ritmo exponencial desde sua inauguração e principalmente nos últimos<br />
anos, com a valorização do segmento de biomassa e cavaco de madeira, conquistando um espaço de relevância no setor florestal. A<br />
inauguração foi marcada pela presença da diretoria da DRV e de parceiros e amigos que movimentam a produção florestal na região e,<br />
partir de agora, podem contar com a excelência da DRV de maneira mais rápida e pronta.”<br />
O público do centro-oeste agora tem uma opção muito mais próxima para conhecer toda a qualidade que a DRV oferece. E quem<br />
não puder ir até Sinop, poderá aproveitar a oportunidade de vê-los na feira Lignum, que acontece durante o mês de setembro em Pinhais<br />
(PR) - região metropolitana de Curitiba -, na qual a DRV já garantiu presença e estará pronta para receber todos os presentes.<br />
Fotos: Fabiano Mendes<br />
16 www.referenciaflorestal.com.br
Mato Grosso, chegamos!<br />
Agora a DRV é um ponto de<br />
apoio completo para o <strong>Florestal</strong> e o<br />
Madeireiro no centro-oeste<br />
e norte do Brasil.<br />
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Visando atender com mais agilidade e manter a proximidade com<br />
nossos parceiros, a DRV abre suas portas em Sinop. Oferecendo um<br />
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NOTAS<br />
Visita internacional<br />
A VT (Vale do Tibagi), empresa paranaense de Telêmaco Borba enviou alguns de seus funcionários para uma visita ao<br />
Estado de Iowa, nos EUA (Estados Unidos da América), na Customer Experience, evento realizado por um dos principais parceiros<br />
da VT. Essa visita faz parte de uma iniciativa da Vale do Tibagi para a melhoria do trabalho desenvolvido pela empresa,<br />
trazendo para o rol de serviços o que há de melhor mundialmente a fim de atender seus clientes com excelência e padrões<br />
internacionais. Foi uma oportunidade para os funcionários da VT de conversarem com diretores, gerentes da empresa e com<br />
usuários dos equipamentos expostos.<br />
Para Diego Antônio dos Santos, coordenador de operação de biomassa da filial de Santa Catarina da VT, viajar pela empresa<br />
é uma grande oportunidade, que traz diversas experiências.<br />
“Nossa viagem aos EUA foi muito produtiva para o meu desenvolvimento profissional, pois pude conhecer de onde vem<br />
parte das tecnologias aplicadas em nossa operação de biomassa, que só pessoalmente podemos ter a verdadeira noção da<br />
dimensão de nossa área, com muita tecnologia aplicada e toda a estrutura de suporte, ampliamos o nosso campo de visão<br />
cada vez mais”, valorizou Diego.<br />
Segundo Eron Richard Carneiro, gerente de manutenção Vale do Tibagi, o objetivo da visita foi conhecer um equipamento<br />
de aproveitamento da madeira, pois hoje o setor tem uma grande demanda de bioenergia, e traz também o desenvolvimento<br />
de diversas tecnologias e novos maquinários. Para Eron, a VT sempre proporciona viagens internacionais, que além<br />
de novas culturas, agrega novos conhecimentos e diferentes tecnologias, por meio do benchmark. “Esse ano fui para o<br />
Chile ver novos implementos para colheita florestal, em áreas declivosas que reduzem o risco nas operações, trazendo mais<br />
segurança. Em julho estive em Portugal e Espanha, visitei a feira Galiforest, conheci algumas inovações para o setor florestal,<br />
pois hoje é essencial manter-se atualizado, o mercado está cada vez mais avançado e estamos sempre buscando melhorias”,<br />
relatou Eron.<br />
Fotos: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Tarifa cancelada<br />
O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) oficializou nesta em sua página<br />
oficial o cancelamento dos débitos relacionados à TCFA (Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental) a partir do segundo<br />
trimestre do ano corrente, cujo fato gerador era o exercício exclusivo das atividades de silvicultura de florestas plantadas<br />
de espécies nativas ou de silvicultura de florestas plantadas de espécies exóticas.<br />
A Lei Federal número 14.876, de 31 de maio de 2024, que alterou a Lei Federal número 6.938, de 31 de agosto de<br />
1981, excluiu a silvicultura do rol de atividades potencialmente poluidoras e utilizadoras de recursos naturais constante<br />
do Anexo VIII da Política Nacional de Meio Ambiente.<br />
Como a Lei Federal número 14.876/2024 foi publicada em 31 de maio, no interstício do período de apuração para<br />
a TCFA do segundo trimestre do ano, pairava a discussão sobre a exigibilidade do tributo por parte do órgão ambiental<br />
quanto a esse trimestre, com vencimento em 05 de julho.<br />
Com a publicação do informe, o Ibama assentou entendimento pela inexigibilidade das taxas a partir do segundo<br />
trimestre para a atividade de silvicultura, em atenção à alteração legislativa promovida. Contribuintes que já efetuaram<br />
pagamentos antecipados do segundo, terceiro e quarto trimestres podem solicitar a restituição dos valores pagos por<br />
meio de protocolo de requerimento de restituição junto ao Ibama.<br />
Foto: divulgação<br />
20 www.referenciaflorestal.com.br
Qualidade<br />
Sistema de Gestão de Qualidade<br />
certificado pela ISO 9001: 2015,<br />
em desenvolvimento, produção,<br />
comercialização e serviços pós-venda.<br />
Eficiência<br />
Resultados de controle comprovado em<br />
campo e por ensaios técnicos de universidades.<br />
Precisão
NOTAS<br />
Fogo como recurso<br />
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais<br />
Renováveis) sediou o primeiro Sinafogo (Simpósio Nacional sobre Gestão<br />
do Fogo), com o tema: Avanços no conhecimento sobre os incêndios<br />
florestais - monitoramento, ecologia e manejo integrado do fogo. O evento<br />
reuniu diversas instituições para discutir estratégias de gestão e combate<br />
aos incêndios florestais, ressaltando a importância da pesquisa científica no<br />
MIF (Manejo Integrado do Fogo), especialmente frente às mudanças climáticas<br />
que aumentam a incidência de incêndios. O simpósio foi transmitido<br />
ao vivo pelo youtube.<br />
Para André Lima, secretário Nacional na Secretaria Extraordinária de<br />
Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA<br />
(Ministério de Meio Ambiente e Mudanças do Clima), o evento possibilita<br />
que o Brasil seja referência no assunto. “É fundamental que eventos como<br />
este sejam constantes. Este seminário é um exemplo prático do que a ministra<br />
Marina defende: políticas públicas eficientes e efetivas baseadas em<br />
evidências científicas”, destacou André.<br />
Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, afirmou durante a abertura<br />
do evento que o tema do fogo precisa ser debatido continuamente pela sociedade<br />
brasileira, não apenas nos momentos de crise. “Apesar do estoque<br />
de informação científica que possuímos, ainda é necessário discutirmos<br />
cada vez mais a temática frente às mudanças climáticas”, salientou Rodrigo.<br />
A abertura contou ainda com a presença de Ricardo Galvão, presidente<br />
do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Ane<br />
Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia;<br />
e Iara Vasco, diretora de Criação e Manejo de Unidades de Conservação<br />
do ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).<br />
22 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Foto: divulgação
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Produção impulsionada<br />
Foto: divulgação<br />
Na região administrativa da Emater (RS)/Ascar ((Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul/<br />
Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural) de Passo Fundo (RS), a coleta de resina de pinus e o manejo nos coletores<br />
seguem ativos nas florestas sob contratos vigentes, mesmo com uma significativa redução nos preços da resina e de outros<br />
produtos agropecuários. Segundo o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater (RS)/Asca a demanda por toras de pinus<br />
destinadas ao abastecimento de empresas em Santa Catarina também diminuiu, resultando em uma colheita moderada. As<br />
derrubadas de florestas foram suspensas na última semana devido às fortes chuvas.<br />
Na região de Caxias do Sul (RS), a atividade florestal desempenha um papel importante na produção de toras e na<br />
fabricação de produtos como chapas, compensados, móveis e pallets. Recentemente, os preços das toras se estabilizaram,<br />
impulsionados por uma demanda consistente e pelo aumento das exportações de madeira e celulose. Além disso, a chegada<br />
de novas indústrias consumidoras em áreas como São Francisco de Paula (RS) e Cambará do Sul (RS) têm beneficiado os produtores<br />
locais com melhores preços e maior volume comercializado, especialmente de toras menores.<br />
Apesar desses desenvolvimentos positivos, a falta de novos plantios de pinus devido a um mercado recessivo e a restrições<br />
legislativas está gerando preocupações quanto à disponibilidade futura de madeira. A estabilidade nos preços atuais e a<br />
crescente demanda não são suficientes para estimular novos plantios, o que pode comprometer a oferta de madeira a longo<br />
prazo.<br />
As autoridades e produtores locais estão atentos a essas questões e buscam alternativas para garantir a sustentabilidade<br />
do setor florestal na região, enfrentando desafios econômicos e climáticos para manter a produção e a qualidade dos produtos<br />
derivados do pinus.<br />
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NOTAS<br />
Floresta em recuperação<br />
O desmatamento na Mata Atlântica caiu 25,9% de agosto de 2022 a julho de 2023 em relação ao período anterior, apontam<br />
dados do sistema Prodes, do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial). A área desmatada no intervalo foi de 765<br />
km² (quilômetros quadrados), a menor taxa desde o início da série histórica em 2001. As informações foram apresentadas<br />
pelas ministras Marina Silva e Luciana Santos do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) em entrevista coletiva<br />
na sede do MCTI, em Brasília (DF). Também foram divulgados dados que indicaram quedas do desmatamento em 2024 na<br />
Amazônia e no Cerrado.<br />
João Paulo Capobianco, secretário-executivo do MMA (Ministério do Meio Ambiente) explicou que essa queda veio após<br />
anos de crescimento acelerado: em 2020, foram desmatados 790 km² (quilômetros quadrados) e, no ano seguinte, 927 km².<br />
“Passamos da casa dos 1.000 km² em 2022, e agora tivemos uma queda de quase 26%. É um feito enorme neste bioma, que<br />
é um dos mais ameaçados do país”, afirmou João. Três quartos do desmatamento registrado no período concentram-se em<br />
cinco Estados: Minas Gerais (22,8%), Bahia (21,9%), Rio Grande do Sul (11%), Santa Catarina (10,6%) e Paraná (10,3%).<br />
A Mata Atlântica se estende pela costa do país, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Além das florestas nativas,<br />
reúne também ecossistemas associados (manguezais, vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e<br />
encraves florestais do nordeste). De acordo com o INPE, 71,6% da vegetação nativa do bioma foi desmatada em razão da<br />
exploração durante os ciclos econômicos da história do país, da construção de rodovias e ferrovias, do avanço da pecuária e<br />
da expansão urbana, entre outros fatores. Cerca de 70% da população brasileira vive hoje na Mata Atlântica.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Reconhecimento internacional<br />
A pesquisadora Aline Krolow Soares, recém doutora em Engenharia e Ciência de Materiais pela UFPR (Universidade<br />
Federal do Paraná), recebeu o IUFRO Student Award for Excellence in Forest Science, durante o IUFRO (Congresso Mundial<br />
da União Internacional de Organizações de Pesquisa <strong>Florestal</strong>), em Estocolmo, na Suécia. A pesquisa de Aline Soares,<br />
desenvolvida no Laboratório de Tecnologia da Madeira da Embrapa Florestas, propõe um novo modelo de biorrefinaria para<br />
a indústria de destilação de óleos essenciais, aproveitando o subproduto da produção de óleo. “O objetivo foi reaproveitar a<br />
água residual da destilação de folhas de Corymbia citriodora, que normalmente é descartada”, explicou Aline.<br />
A pesquisa mostrou que é possível otimizar o processo, reutilizando a água da destilação em até sete vezes e concentrando<br />
compostos químicos de interesse econômico, como taninos, frutose, glucose e sacarose. “Esta pesquisa tem grande<br />
impacto social, pois abre novas possibilidades de produção a partir de um resíduo industrial”, afirmou Aline.<br />
O pesquisador Washington Magalhães, orientador da tese, ressalta a importância da pesquisa. “A pesquisa, além de<br />
gerar um modelo inovador para a produção de óleos essenciais, contribui para a sustentabilidade e a economia circular na<br />
indústria florestal”, valorizou Washington.<br />
A técnica de hidrodestilação sequencial, aplicada no estudo, permitiu a concentração dos compostos químicos de interesse<br />
no subproduto. A alta concentração de açúcares, por exemplo, abre possibilidades para a produção de ácido láctico,<br />
um importante precursor para plásticos biodegradáveis. Já os compostos fenólicos, como os taninos, apresentam grande<br />
potencial para a produção de antioxidantes, com aplicações em alimentos, cosméticos e produtos farmacêuticos.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Compromisso<br />
marcado<br />
A SIM (Semana Internacional da Madeira),<br />
que acontecerá entre os dias 16 e 19 de setembro<br />
em Curitiba (PR), está com a programação<br />
formatada para receber um público altamente<br />
qualificado, reforçando seu papel como um dos<br />
principais catalisadores de inovação e networking<br />
na indústria madeireira do país. Esta é a V edição<br />
da SIM que engloba o V Woodtrade Brazil, a Feira<br />
Lignum Latin America, o VI ENCAPP (Encontro<br />
da Cadeia Produtiva da Porta), além de diversos<br />
eventos técnicos. A Abimci (Associação Brasileira<br />
da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente)<br />
é apoiadora master da Semana.<br />
Juliano Vieira de Araujo, presidente da<br />
Abimci, destacou a importância do evento para<br />
a indústria madeireira. Segundo Juliano, a SIM é<br />
um evento já tradicional que se tornou essencial<br />
para o setor, é um período em que Curitiba se<br />
transforma na capital da indústria madeireira,<br />
além de ser um palco para o lançamento de<br />
novas tecnologias, ela desempenha um papel<br />
fundamental na promoção do networking e na<br />
aproximação de todos os envolvidos na cadeia<br />
produtiva da madeira. “É um momento único<br />
para compartilhar conhecimentos, explorar novas<br />
oportunidades de negócios e fortalecer parcerias,<br />
permitindo uma ampla troca de informações<br />
essenciais para ampliar a competitividade e<br />
promover o desenvolvimento em um mercado<br />
tão dinâmico como o nosso”, avalia Juliano.<br />
Durante o evento serão realizados painéis<br />
sobre temas como mercado de pellets, madeira<br />
serrada, molduras, portas e compensados. Além<br />
dos palestrantes nacionais, o evento contará com<br />
a presença de especialistas internacionais que<br />
trarão uma visão global sobre os desafios e oportunidades<br />
nos mercados do Reino Unido e dos<br />
EUA (Estados Unidos da América). David Hopkins,<br />
CEO da Timber Development UK (Federação<br />
Inglesa da Madeira), falará sobre o mercado do<br />
Reino Unido. Brent J. McClendon, presidente e<br />
CEO da National Wooden Pallet and Container<br />
Association, vai abordar o mercado americano de<br />
paletes e embalagens, trazendo uma perspectiva<br />
das condições e tendências nos EUA.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Nova direção<br />
As entidades FIERGS/CIERGS (Federação e o Centro das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul) estão sob nova direção.<br />
Claudio Bier assumiu oficialmente em cerimônia na sede da FIERGS que reuniu cerca de 1 mil pessoas, a presidência das<br />
entidades para a gestão 2024/2027. Ele sucede Gilberto Porcello Petry. “Estamos hoje reunidos não apenas para celebrar esta<br />
posse, mas para reafirmar um compromisso com o futuro e com a reconstrução do Rio Grande do Sul. Nosso Estado se recupera<br />
da maior enchente de sua história. Este evento nos deixou grandes desafios, mas também nos ofereceu a oportunidade de<br />
mostrar nossa resiliência. Não podemos normalizar estiagens e enchentes. O tema mudanças climáticas precisa ser discutido,<br />
pensando bem mais além do que na próxima eleição”, destacou Claudio.<br />
Participaram da solenidade os ministros da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul,<br />
Paulo Pimenta; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e da Agricultura, Carlos Fávaro, o governador<br />
do Estado, Eduardo Leite, e o prefeito Sebastião Melo, entre outras autoridades. O presidente da CNI (Confederação Nacional<br />
da Indústria), Ricardo Alban, foi representado pelo diretor Edson Campagnolo.<br />
Claudio Bier pediu maior agilidade dos governos no auxílio ao Rio Grande do Sul atingido pelas enchentes. “Precisamos de<br />
apoio rápido e eficaz. Não é favor. É Justiça. Não estamos pedindo esmola e nem privilégios. Queremos o que é nosso, em uma<br />
visão integrada de país e de mundo. Não podemos assistir a fuga de empresas, mão de obra e talentos para outros Estados.<br />
Este é o momento em que nossos governos, que nos representam e que por nós, cidadãos e empresas, são eleitos e financiados,<br />
devem priorizar agilidade e resultados”, enfatizou Claudio. “Inspirado pelo momento, me permito unir palavras que, juntas,<br />
ganham força e novas dimensões: Reconstrução com Propósito”, complementou o novo presidente. Até 2027, Claudio Bier<br />
também passa a administrar o Sesi-RS (Serviço Social da Indústria), o Senai-RS (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e<br />
o IEL-RS (Instituto Euvaldo Lodi do Rio Grande do Sul).<br />
Foto: Dudu Leal/Fiergs<br />
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NOTAS<br />
Compromisso<br />
das instituições<br />
Fotos: Carlos Silva/MAPA<br />
O MAPA (Ministério da Agricultura e Pecuária), por meio da SDI (Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e<br />
Cooperativismo), assinou, na sede da pasta, Protocolos de Intenção com quatro associações que são referência em atividades voltadas<br />
para o setor florestal brasileiro, entre elas a APRE (Associação Paranaense das Empresas de Base <strong>Florestal</strong>). O objetivo é estabelecer<br />
parcerias que visam ampliar as oportunidades para o silvicultor e o apoio institucional à Rede Floresta+, do Plano Floresta + Sustentável,<br />
proporcionando mais investimento e cooperação técnica para o setor. Os protocolos representam o compromisso das instituições<br />
em trazer para a Rede Floresta + ações colaborativas e integradas, possibilitando a execução de projetos voltados à recuperação de<br />
áreas degradadas e reflorestamento e o desenvolvimento da cadeia produtiva florestal, causando impacto positivo para os produtores.<br />
Firmaram compromisso com o MAPA, a IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), a AREFLORESTA (Associação dos Reflorestadores de<br />
Mato Grosso), a ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente ), e a APRE. A entrada destas instituições<br />
na Rede Floresta+ vai facilitar a interligação entre os projetos e as entidades interessadas em financiá-los.<br />
De acordo com o secretário substituto de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismos, Pedro Neto, a<br />
adesão dessas associações à Rede Floresta+ valida a importância desta cadeia produtiva, que tem como base a floresta plantada.<br />
“O estímulo à economia de base florestal, além de atender ao Plano de Ação para Recuperação de Áreas Degradadas e Manejo de<br />
Florestas do MAPA, contribui para implementação de práticas sustentáveis, abrindo novas possibilidades de negócio e renda para o<br />
produtor rural”, destacou Pedro Neto.<br />
Segundo o presidente da IBÁ, Paulo Hartung, a participação da entidade na Rede Floresta+ vem coroar o empenho do MAPA em<br />
construir uma aproximação entre o setor privado e o governo federal. “O fomento e a parceria do MAPA em ações que potencializam<br />
o setor têm contribuído para mudar a realidade de milhares de silvicultores brasileiros que produzem hoje com sustentabilidade e<br />
rentabilidade”, completou Paulo.<br />
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NOTAS<br />
Danos para quem produz<br />
A greve dos funcionários do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) tem<br />
gerado prejuízos para a indústria da madeira nativa no norte do país, principalmente no Pará, um dos principais polos de<br />
manejo sustentável do Brasil junto com o Mato Grosso. Apenas com a presença dos funcionários da autarquia a liberação<br />
das cargas de madeira produzida legalmente no país podem ser liberadas para seus destinos ao redor do mundo.<br />
Para Deryck Pantoja Martins, presidente da AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do<br />
Pará) a greve gerou uma série de impactos diretos na parte mercantil da madeira paraense. “A ausência dos profissionais<br />
gerou o acúmulo de mais de 600 cargas de madeira, que tem valor de mais de R$ 100 milhões em produtos que estão<br />
parados, o que compromete toda a cadeia de produção”, lamentou Deryck.<br />
Para além da parte financeira, Deryck destaca que as atividades de licença ambiental e tantas outras onde o IBAMA<br />
é a única entidade que pode realizar essas atividades. “Toda a indústria é afetada, pois sem o licenciamento e outras<br />
agendas do IBAMA é a única forma de normalizar as atividades da indústria, das exportações, mas também a fiscalização<br />
e proteção ambiental, que o IBAMA deve fazer”, salientou Deryck.<br />
Para o presidente da AIMEX a greve é sim um direito dos funcionários do IBAMA, mas ela deve ser feita de forma<br />
a não comprometer todo o funcionamento de uma fatia significativa da economia local. “É importante que o governo<br />
federal converse com os grevistas e encontre um fim para essa situação, pois há muito em jogo e as empresas não podem<br />
ficar apenas com o prejuízo de uma ação de terceiros”, complementou Deryck.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Consequências para o Brasil<br />
A greve dos servidores do IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) gerou uma série<br />
de complicações e descontrole de atividades que a autarquia tem reponsabilidade dentro do território nacional. A manifestação<br />
que se iniciou em 24 de junho e não teve fim tem afetado o meio ambiente e a economia nacional de forma pesada,<br />
gerando prejuízos financeiros e ambientais de grande escala.<br />
A queda de braço entre governo federal e IBAMA não parece ter fim e as rusgas são cada vez maiores. Em nota o Comando<br />
Nacional de Greve, a Condsef/Fenadsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal/ Federação Nacional<br />
dos Trabalhadores do Serviço Público Federal) e a ASCEMA Nacional (Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista<br />
em Meio Ambiente), acusou o governo federal de negar a conciliação através do presidente do IBAMA, além de alegar<br />
a diminuição do corpo de trabalho entre 20120 e 2024, que afeta a qualidade das operações.<br />
A nota ainda afirma que “A morosidade do Presidente Rodrigo Agostinho denota que, enquanto ocorre o cerceamento do<br />
direito de greve, a “boiada” nunca parou de passar, em detrimento dos compromissos ambientais e climáticos assumidos pelo<br />
atual Governo” e coloca toda a responsabilidade da não conciliação no poder federal.<br />
Ministério do Meio Ambiente afirma que as negociações com os servidores do meio ambiente se iniciaram em outubro<br />
de 2023 e que a proposta atual prevê ganhos de 29% a 49% no consolidado entre 2023 a 2026. A proposta também atende à<br />
demanda dos servidores de garantir um reajuste maior para os servidores que atuam nas áreas de fiscalização, e prevê gratificações<br />
para lotações em regiões de difícil acesso. A mesma não foi aceita pelos grevistas, que também reclamaram do fato de<br />
terem seus salários descontados pelo período parados.<br />
Enquanto a greve continua, os danos para o Brasil aumentam, com focos de incêndios incontroláveis durante o inverno,<br />
diminuição da liberação de licenças ambientais, não liberação de produtos e matérias-primas que dependem de selos do<br />
IBAMA e tantos outros. Além do problema causado a economia paraense citada na nota “Danos para quem produz”, desta<br />
mesma edição, no norte do Mato Grosso o problema de liberação de cargas de madeira também é significativo, deteriorando<br />
a imagem do Brasil como exportador pelo não cumprimento de prazos e contratos.<br />
Foto: divulgação<br />
38 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Fortalecimento do mercado<br />
O presidente da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), Paulo Hartung, esteve na FIEB (Federação das Indústrias do Estado da<br />
Bahia), onde foi recebido pelo presidente Carlos Henrique Passos para palestrar a empresários de diversos setores. O encontro<br />
foi organizado pela ABAF (Associação Baiana das Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) e mediado pelo seu diretor executivo, Wilson Andrade.<br />
Aos executivos, o presidente da IBÁ compartilhou ao longo de mais de 2h (horas) de conversa e debate sua visão do Brasil<br />
atual, jogando luz para o futuro. “É fato que o Brasil não é para principiantes, como dizia o maestro Tom Jobim, mas nós temos a<br />
mania de ver o copo vazio e dificuldade de vê-lo meio cheio. Vivemos hoje um cenário complexo, mas que apresenta inúmeras<br />
oportunidades”, prospectou Paulo.<br />
O encontro, organizado pela ABAF, reuniu presidentes de entidades empresariais, vice-presidentes e presidentes dos sindicatos<br />
da FIEB, diretores de empresas do setor florestal e lideranças empresariais de todos os segmentos da Bahia. A mesa foi composta<br />
por Benedito Carneiro, vice-presidente da FIEB; Caio Zanardo, presidente da Veracel; Décio Barros, presidente da FETRA-<br />
BASE (Federação das Empresas de Transporte dos Estados da Bahia e Sergipe); Paulo Cavalcanti, presidente da ACB (Associação<br />
Comercial da Bahia) e Eduardo Salles, deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar da Indústria.<br />
Wilson Andrade que é também Presidente do COMEX (Conselho de Comércio Exterior e Relações Internacionais) da FIEB<br />
afirmou que o economista Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, senador, deputado e atual presidente da IBÁ, tem<br />
experiência e visão<br />
política, desenvolvimentista<br />
que<br />
interessa a quem<br />
acredita que o<br />
país pode e deve<br />
voltar a crescer. “Os<br />
caminhos por ele<br />
indicados incluem<br />
educação, formação<br />
profissional, busca<br />
de investidores, financiamentos<br />
e tecnologias<br />
no exterior,<br />
onde os recursos<br />
são abundantes,<br />
notadamente para<br />
os setores que neutralizam<br />
as emissões<br />
de carbono, favorecem<br />
a economia<br />
circular e a inovação.<br />
Agradecemos ao<br />
presidente da FIEB,<br />
Carlos Henrique<br />
Passos que foi o anfitrião,<br />
as lideranças<br />
empresariais que<br />
compareceram e<br />
contribuíram com as<br />
discussões e a Paulo<br />
Hartung que aceitou<br />
nosso convite”, celebrou<br />
Wilson.<br />
Foto: divulgação ABAF e FIEB<br />
40 www.referenciaflorestal.com.br
COLUNA<br />
Ampliando<br />
o mercado<br />
Por Ednei Blasius, presidente do CIPEM<br />
(Centro das Indústrias Produtoras e<br />
Exportadoras de Madeira do Estado de<br />
Mato Grosso)<br />
Embora grandes<br />
empresas sejam<br />
frequentemente<br />
preferidas, as<br />
pequenas e<br />
médias empresas<br />
encontram um<br />
cenário favorável,<br />
pois há demanda por<br />
volumes menores de<br />
produtos florestais<br />
https://cipem.org.br<br />
42 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Oportunidades para pequenas e médias<br />
empresas em rodadas de negócios<br />
U<br />
ma rodada de negócios com empresários do setor florestal proporcionou<br />
novas parcerias comerciais para empresas mato-grossenses de diversos<br />
portes, incluindo pequenas e médias, com compradores nacionais e internacionais.<br />
O evento, organizado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de<br />
Promoção de Exportações e Investimentos), com apoio do Cipem (Centro<br />
das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), do FNBF<br />
(Fórum Nacional das Atividades de Base <strong>Florestal</strong>) e FIEMT (Federação das Indústrias do<br />
Estado de Mato Grosso), ocorreu em Alta Floresta (MT), a 803 km (quilômetros) da capital<br />
Cuiabá (MT). Demonstrou ser uma oportunidade valiosa para empreendimentos de todos<br />
os tamanhos.<br />
No evento, muitos importadores eram de pequeno e médio porte, facilitando negócios<br />
para empresas de diferentes escalas. Embora grandes empresas sejam frequentemente<br />
preferidas, as pequenas e médias empresas encontram um cenário favorável, pois há demanda<br />
por volumes menores de produtos florestais.<br />
Para empresas menores, há mais chances de parcerias comerciais quando os compradores<br />
não exigem grandes volumes. No caso dos grandes fornecedores de produtos madeireiros,<br />
movimentar toda sua estrutura para suprir a demanda de clientes que compram em<br />
volumes menores pode ser economicamente inviável.<br />
A rodada de negócios foi uma oportunidade importante para as pequenas empresas,<br />
permitindo conciliar interesses comerciais entre exportadores e importadores. Os importadores<br />
presentes no evento em Alta Floresta compram entre 15 e 20 contêineres por<br />
ano, um volume considerado baixo. Esse cenário abre oportunidades para aqueles que<br />
conseguem produzir até 5 contêineres mensais, como é o caso da maioria dos empresários<br />
mato-grossenses que participaram da ação organizada pela ApexBrasil.<br />
Considerando a participação de compradores de regiões fora dos grandes centros<br />
comerciais, como África do Sul, Polônia, partes da Alemanha e México, assim como a ausência<br />
de grandes players dos EUA (Estados Unidos da América) e França, reforça-se a ideia<br />
de que a rodada de negócios em Alta Floresta foi ideal para empresas de médio e pequeno<br />
porte que desejam exportar. O evento<br />
foi uma excelente oportunidade para os<br />
empresários entenderem o mercado e<br />
estabelecerem contatos.<br />
Além disso, a rodada de negócios é<br />
um momento valioso de aprendizado,<br />
permitindo que empresários locais entendam<br />
como diferentes culturas e empresas<br />
fazem negócios. A interação facilita<br />
futuras relações comerciais, onde um<br />
simples e-mail pode iniciar uma parceria<br />
significativa.<br />
Em resumo, a rodada de negócios<br />
na Amazônia mato-grossense destaca-se<br />
como uma plataforma para empresas<br />
menores encontrarem compradores<br />
compatíveis com seu nível de produção,<br />
compartilhando informações e experiências.<br />
Esse ambiente propício favorece o<br />
crescimento e a expansão das vendas de<br />
produtos florestais para empresários que<br />
buscam se consolidar no mercado internacional.<br />
Fotos: divulgação
FRASES<br />
Foto: divulgação<br />
A cultura de florestas<br />
plantadas continua objeto<br />
das regulações normativas<br />
estaduais e municipais, onde<br />
está a competência para<br />
determinar os respectivos<br />
modelos de licenciamento<br />
ambiental<br />
Adriana Maugeri, presidente da AMIF<br />
(Associação Mineira da Indústria <strong>Florestal</strong>), em<br />
artigo publicado na Folha de São Paulo<br />
“O envolvimento das<br />
instituições é importante<br />
para que os cursos atendam<br />
às suas demandas,<br />
especificamente sobre as<br />
lacunas de conhecimento<br />
que os servidores possuem<br />
e temas que possam<br />
auxiliar no desempenho<br />
institucional”<br />
Gustavo Bediaga, analista ambiental do Ibama<br />
(Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e<br />
Recursos Naturais Renováveis) sobre projeto de<br />
fortalecimento de manejo florestal<br />
“O manejo florestal<br />
obedece a parâmetros<br />
rigorosos, com volume<br />
máximo de extração por<br />
hectare e ciclos de 30<br />
anos para recomposição<br />
da floresta. A atividade<br />
faz com que o território<br />
beneficiado deixe de<br />
ser terra de ninguém,<br />
como acontece com a<br />
maioria das florestas não<br />
destinadas”<br />
Leonardo Sobral, diretor florestal do Imaflora<br />
(Instituto de Manejo e Certificação <strong>Florestal</strong> e<br />
Agrícola), sobre investimentos em manejo florestal<br />
44 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
Quem faz o<br />
futuro da<br />
FLORESTA<br />
Shaping the future<br />
of the forest?<br />
Planejamento é essencial em toda atividade de longo<br />
prazo e no segmento florestal não é diferente.<br />
Observar o ambiente, analisar as variáveis e se<br />
colocar à frente de possíveis intempéries, muda<br />
substancialmente o resultado de um plantio. Para auxiliar nesse<br />
processo, entra a figura do consultor florestal, especialista<br />
focado em apresentar soluções para as variáveis que podem<br />
ocorrer durante o ciclo. Pedro Francio Filho é consultor florestal<br />
há quase duas décadas e compartilha conosco experiências<br />
de sua carreira e como pode auxiliar nos resultados de produtores<br />
de norte a sul, leste a oeste desse maravilhoso país.<br />
P<br />
lanning is essential in any long-term activity, and<br />
forestry is no different. Observing the environment,<br />
analyzing the variables, and staying ahead<br />
of possible hindrances can change the outcome<br />
of a plantation. To assist in this process comes the figure of the<br />
Forestry Consultant, a specialist focused on presenting solutions<br />
to the variables that can occur during the cycle. Pedro Francio<br />
Filho has been a consultant for almost two decades and shares<br />
with us his career experiences and how he can help producers<br />
from North to South, East to West of this wonderful Country.<br />
ENTREVISTA<br />
Pedro Francio Filho<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Engenheiro agrônomo formado pela UEL (Universidade Estadual<br />
de Londrina) e tem especialização em gestão florestal pela UFPR<br />
(Universidade Federal do Paraná). Pedro é Diretor da Francio<br />
Soluções Florestais e atua no segmento de consultoria florestal<br />
há 18 anos, onde se destacou no Brasil, Chile, Paraguai, Argentina<br />
e países do continente africano aplicando sua expertise em<br />
melhoria na produção florestal e no sistema ILPF (Integração<br />
Lavoura-Pecuária-Floresta). Em 2012 e 2021 recebeu o Prêmio<br />
REFERÊNCIA melhores do ano por suas contribuições à indústria<br />
de base florestal.<br />
Agronomist Engineer with a degree from the State University<br />
of Londrina (UEL) and a specialization in Forestry Management<br />
from the Federal University of Paraná (Ufpr). Francio Filho is the<br />
Director of Francio Soluções Florestais and has been working<br />
in the Forestry Consulting Sector for 18 years, where he has excelled<br />
in Brazil, Chile, Paraguay, Argentina, and other countries<br />
on the African continent, applying his expertise to the improvement<br />
of forestry production and the Ilpf system (crop-livestock-forest<br />
integration). In 2012 and 2021, he received the<br />
Prêmio REFERÊNCIA Best of the Year Award for his contributions<br />
to the forestry industry.<br />
Foto: divulgação<br />
46 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
>> Como foi entrar no segmento florestal com sua formação?<br />
Na verdade, sempre fui apaixonado pelo setor florestal muito<br />
antes de ingressar na universidade. Minha família é do campo,<br />
me criei em uma propriedade rural familiar, bastante diversificada<br />
e fiz minha graduação focado em solos para florestas.<br />
Tive duas grandes influências, Augusto Francio, que desde<br />
criança, em todos os encontros de família encantava com seu<br />
entusiasmo falando de florestas de pinus, e José L. Stape que é<br />
Engenheiro Agrônomo e Engenheiro <strong>Florestal</strong> e me aconselhou<br />
seguir na agronomia e fazer estágios em empresas de base florestal<br />
para aprender sobre silvicultura. Fui apenas um sonhador<br />
muito focado e determinado. Durante a graduação, estagiei em<br />
empresas como Klabin, Suzano, Cenibra, Votorantim Siderurgia,<br />
antiga Aracruz, antiga VCP e Embrapa Florestas. Durante todas<br />
as férias estava ocupado e focado em aprender sobre silvicultura<br />
e sistemas ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta).<br />
Pouca coisa não é!? Passa um filme, daqueles cheios de bons<br />
momentos, desafios, perrengues e aprendizados, ao lembrar<br />
dessa fase.<br />
>> Existe algum preconceito por não ser engenheiro florestal?<br />
Sempre construí grandes amigos no setor florestal. Nunca<br />
liguei para isso, até porque sempre tive um objetivo muito<br />
claro, mas o preconceito infelizmente existe, por uma minoria,<br />
porém lidar com isso foi muito tranquilo. Na agronomia era<br />
ovelha negra porque só trabalhava com florestas, no meio de<br />
um mundo completamente agrícola, e no setor florestal, por<br />
ser agrônomo, vai entender. Inclusive um dos maiores mentores<br />
e pioneiros do setor florestal brasileiro, Edmundo Navarro<br />
de Andrade era engenheiro agrônomo. Todas as profissões<br />
são maravilhosas, complementares e necessárias, precisamos<br />
aprender a respeitar os espaços e competências. Na nossa empresa<br />
a maioria do nosso quadro é composta por engenheiros<br />
florestais, mas também temos engenheiro de produção, técnico<br />
agrícola, técnico florestal, secretária executiva, e diria que<br />
todos são fundamentais e cruciais para a construção do nosso<br />
trabalho e a entrega que fazemos aos nossos clientes. Deveríamos<br />
nos unir mais do que nunca para desenvolvermos esse setor<br />
que amamos tanto, que tem um potencial incrível, e muitas<br />
oportunidades neste país continental. Curiosamente, recebo<br />
mensagens de carinho todos os dias de engenheiros florestais,<br />
de muita gente que acompanha nosso trabalho. Como alguns<br />
dizem: “o agrônomo mais florestal que conheço”.<br />
>> Quais as principais demandas dentro da consultoria florestal?<br />
Nosso foco é a alta produtividade, tanto em florestas plantadas,<br />
silvicultura, quanto em sistemas ILPF. Oferecemos uma<br />
ampla gama de serviços relacionados a essa demanda, como,<br />
por exemplo, consultoria especializada conforme a necessidade,<br />
assessorias periódicas, capacitação de equipes e gestores,<br />
orientações para correção e fertilização do solo (usamos outra<br />
metodologia), o que nos destaca pelo uso de uma abordagem<br />
inovadora, desenvolvimento de projetos florestais, elaboração<br />
de diagnósticos detalhados, emissão de laudos e prescrições<br />
técnicas, implementação de protocolos silviculturais, elabora-<br />
How did you get into forestry with your degree?<br />
Actually, I have always had a passion for forestry long before<br />
I went to university. My family is from the countryside.<br />
I grew up on a diversified family farm, and I did my degree<br />
focusing on soils for forests. I had two great influences:<br />
Augusto Francio, who, since I was a child, would enchant<br />
me with his enthusiasm at every family gathering when<br />
he talked about pine forests, and José L. Stape, who is an<br />
agronomist and forestry engineer, who advised me to study<br />
agronomy and to do internships in forestry companies to<br />
learn about forestry. I was just a very focused and determined<br />
dreamer. During my studies, I did internships in companies<br />
like Klabin, Suzano, Cenibra, Votorantim Siderurgia,<br />
the former Aracruz, the former VCP, and Embrapa Florestas.<br />
During all my vacations, I was busy and focused on learning<br />
about forestry and Ilpf (crop-livestock-forest integration)<br />
systems. Not much, isn’t it!? A film, one of those full of good<br />
times, challenges, hardships and learning, comes to mind<br />
when remembering this phase.<br />
Is there prejudice against you because you are not a forestry<br />
engineer?<br />
The truth is that I have always found great friends in the<br />
Forestry Sector; I have never cared much about it, not least<br />
because I have always had a very clear objective. Unfortunately,<br />
there are prejudices from a minority, but it was<br />
very easy to deal with them. In agronomy, I was a black<br />
sheep. After all, I only worked with forests, in the middle of<br />
a completely agricultural world, and forestry because I was<br />
an agronomist; you can understand that. Even one of the<br />
greatest mentors and pioneers of Brazilian forestry, Edmundo<br />
Navarro de Andrade, was an Agronomist Engineer. All<br />
professions are wonderful, complementary, and necessary.<br />
We must learn to respect each other’s spaces and skills. In<br />
our Company, the majority are Forest ryEngineers. Still, we<br />
also have Production Engineers, Agricultural Technicians,<br />
Forest Technicians, and Secretaries. I would say that all of<br />
them are fundamental and crucial to our work and what<br />
we deliver to our clients. We should unite more than ever to<br />
develop this Sector that we love so much, which has incredible<br />
potential and many opportunities in this continental<br />
country. Curiously, every day, I receive messages of affection<br />
from forest engineers and many people who follow our<br />
work. As some say: “the most Forestry Agronomist I know”.<br />
What are the main requirements in Forestry Consulting?<br />
Our focus is on high productivity in planted forests, forestry,<br />
and Ilpf systems. That is why we offer a wide range of services<br />
related to this demand: specialized advice according<br />
to needs, periodic advice, training for teams and managers,<br />
advice on soil correction and fertilization (we use a different<br />
methodology, which makes us stand out for our innovative<br />
approach), development of forestry projects, preparation<br />
of detailed diagnoses, preparation of technical reports<br />
and prescriptions, implementation of forestry protocols,<br />
preparation of forestry management tables, preparation of<br />
48 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
ção de planilhas de gestão florestal, confecção de mapas, cursos<br />
(in-company) e realização de palestras voltadas para o setor<br />
florestal e agropecuário.<br />
>> Qual o maior desafio para o mercado de consultoria florestal?<br />
Profissionais competentes e comprometidos. Precisamos entregar<br />
soluções consistentes aos nossos clientes, estar preparados<br />
para todos os tipos de demanda, viajar pelo país e exterior, e<br />
manter a qualidade para que tenhamos êxito em todo o processo.<br />
É um desafio muito grande encontrar quem esteja determinado<br />
a seguir nessa jornada, com experiência plena na área<br />
de atuação, pois é uma profissão completamente diferente das<br />
convencionais. Não podemos deixar nosso cliente na mão ou<br />
sem solução, precisamos inovar, criar, ir atrás e entregar a solução.<br />
A consultoria é muito desafiadora. Por isso valorizo muito<br />
nosso time e tenho orgulho da família florestal, que estamos<br />
construindo.<br />
>> Uma frase que está em todas suas apresentações é: em<br />
Deus confiamos, o restante, tragam dados. Além do impacto<br />
que ela causa, por que utiliza esse argumento?<br />
Contra fatos não há argumentos. Hoje temos resultados sólidos<br />
e consistentes em todas as regiões do país. Áreas colhidas<br />
de eucalipto, que vão de 62 m3/ha/ano (metros cúbicos por<br />
hectare ao ano) a 94 m3/ha/ano, e em pinus de 45 m3/ha/ano<br />
a 61 m3/ha/ano, mas no início não foi bem assim. Imagina, um<br />
jovem sonhador, há 18 anos, trazendo inovação e tecnologia<br />
através de uma nova metodologia, em um segmento bastante<br />
conservador, onde florestas não eram tratadas como uma<br />
cultura agrícola. Ainda hoje, em diversas regiões, produtores<br />
ou empresas florestais, seguem receitas de bolo ou recomendações<br />
convencionais em um formato de “copia e cola” ou<br />
utilizando métodos tradicionais e ultrapassados. Com os dados<br />
e comprovações, temos resultados e isso é incontestável. Portanto,<br />
é fundamental não se basear em opiniões, suposições ou<br />
informações não verificadas de terceiros. Ao invés disso, confiamos<br />
em protocolos silviculturais completos e estabelecidos por<br />
especialistas que garantem resultados concretos.<br />
maps, courses (in-house), and lectures for the Forestry and<br />
Agricultural Sectors.<br />
What is the biggest challenge for the Forestry Consulting<br />
market?<br />
Competent and dedicated professionals. We have to provide<br />
consistent solutions to our clients, be prepared for all kinds<br />
of demands, travel around the Country and abroad, and<br />
maintain quality to be successful throughout the process. It<br />
is a big challenge to find someone who is determined to go<br />
on this journey, with full experience in the field, because it<br />
is a completely different profession from the conventional<br />
ones. We cannot leave our clients in the lurch or without a<br />
solution; we have to innovate, create, go after things, and<br />
deliver the solution. Consulting is very demanding. That<br />
is why I really value our team, and I am very proud of the<br />
Forestry family we are building.<br />
A phrase that appears in all of your presentations is: in<br />
God, we trust; the rest bring data. Apart from its impact,<br />
why do you use this argument?<br />
There are no arguments against data. Today, we have<br />
solid and consistent results in all regions of the Country.<br />
Eucalyptus harvests range from 62 m3/ha/year to 94 m3/<br />
ha/year, and pine harvests range from 45 m3/ha/year to 61<br />
m3/ha/year. But it was not quite like that at first. Imagine a<br />
young dreamer, more than 18 years ago, bringing innovation<br />
and technology through a new methodology to a very<br />
conservative segment where forests were not treated as<br />
an agricultural crop. Even today, in many regions, forest<br />
producers or companies follow cake recipes or conventional<br />
recommendations in a copy-and-paste format or traditional<br />
and outdated methods. With data and evidence, we<br />
have results, and that is undeniable. That is why we do not<br />
rely on third-party opinions, assumptions, or unverified<br />
information. Instead, we rely on complete forestry protocols<br />
established by experts that guarantee concrete results.<br />
What are the main changes you have noticed from the<br />
É um desafio muito grande encontrar quem esteja determinado a<br />
seguir nessa jornada, com experiência plena na área de atuação,<br />
pois é uma profissão completamente diferente das convencionais,<br />
não podemos deixar nosso cliente na mão ou sem solução,<br />
precisamos inovar, criar, ir atrás e entregar a solução<br />
50 www.referenciaflorestal.com.br
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TELÊMACO BORBA (PR), PONTA GROSSA (PR),<br />
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS (PR) E TRÊS BARRAS (SC)
ENTREVISTA<br />
>> Quais principais mudanças percebeu do início de sua caminhada<br />
até o momento?<br />
A maturidade; Saber entrar em discussões ou debates que<br />
valham a pena. Evitar desgastes é fundamental, além disso,<br />
evolução constante, transformação contínua, busca incessante<br />
por resultados, e uma fé inabalável que tudo irá dar certo: a<br />
vida acontece para quem está em movimento! E como diz meu<br />
grande amigo, a quem considero um grande mentor em minha<br />
vida, Manoel de Freitas, em uma de muitas conversas produtivas<br />
que tivemos, com uma humildade que me fez questionar:<br />
por que com essa idade, ou experiência, que poderia estar aposentado,<br />
ainda está buscando o conhecimento? Sua resposta:<br />
“O ser humano quando para, fossiliza”.<br />
>> Consultoria é custo ou investimento para o produtor?<br />
Com certeza, investimento com maior retorno que irá fazer<br />
na sua floresta, pois irá canalizar o recurso financeiro da forma<br />
correta e com o melhor retorno econômico. Entendemos<br />
assim: custo é uma medida monetária confundida por leigos<br />
com o conceito de despesas. Quando se entende, que irá ter<br />
resultados com o trabalho que irá desenvolver, a conversa<br />
muda, a pessoa se sente seguro de que está no caminho certo,<br />
seguindo um protocolo técnico, elaborado por profissionais<br />
especializados. Do contrário, poderá ter prejuízos consideráveis<br />
que podem gerar falta na oferta de madeira no futuro e já vi<br />
muitos casos de florestas mal geridas, de forma empírica, que<br />
podem levar até a falência, pois na colheita não tinha o volume<br />
prometido ou almejado no projeto inicial.<br />
>> Além das avaliações de áreas produtivas, realiza cursos e<br />
capacitações. Qual a importância desses treinamentos?<br />
A alta produtividade é uma soma de acertos, bem como a baixa<br />
produtividade uma soma de erros. Os treinamentos e capacitações<br />
são cruciais para executarmos todas as atividades com<br />
a devida qualidade, e alcançarmos a produtividade almejada no<br />
final do projeto. A instrução é uma garantia de que a atividade<br />
será realizada conforme proposto. Para obtermos produtividades<br />
acima da média, respeitamos alguns fatores: Ambiente<br />
(condições edafoclimáticas) + Genética (material adaptado ao<br />
microclima da região, que tenha potencial produtivo e também<br />
com as características do projeto proposto) + Prescrições<br />
Técnicas (protocolo silvicultural envolvendo todas as etapas do<br />
projeto) + Execução (profissionais habilitados a executar essas<br />
atividades com qualidade). Ou seja, é praticamente impossível<br />
alcançar altas produtividades sem o treinamento de colaboradores<br />
e a capacitação de gestores. Cada detalhe é fundamental!<br />
>> Se pudesse definir os três momentos mais importantes de<br />
uma cultura florestal, quais seriam?<br />
Planejamento e implantação; Condução e manejo; Desbaste e<br />
colheita. Praticamente um resumo breve em três tópicos que<br />
dá para ficar meses falando desses momentos, a depender da<br />
complexidade de cada fase, mas esses três momentos acontecem<br />
em todos os projetos florestais.<br />
beginning of your journey until now?<br />
Maturity, knowing how to enter into discussions or debates<br />
that are worthwhile, and avoiding wear and tear, is fundamental.<br />
Then, there is constant evolution, constant transformation,<br />
a constant search for results, and an unshakable<br />
faith that everything will work out: life happens to those<br />
who are on the move! As my great friend, and I consider<br />
him a great mentor in my life, Manoel de Freitas says in one<br />
of the many productive conversations we have had, with a<br />
humility that made me wonder why, at this age or with this<br />
experience, he could be retired, is he still seeking knowledge?<br />
His answer: “When people stop, they fossilize”.<br />
Is consulting a cost or an investment for the producer?<br />
It is an investment with the highest return that you can<br />
make in your forest because you channel your financial resources<br />
in the right way and with the best economic return.<br />
We understand it this way: cost is a monetary measure<br />
that laypeople confuse with the concept of expense. If you<br />
understand that you are going to get results from the work<br />
you are going to do, the conversation changes. You feel confident<br />
that you are on the right track, following a technical<br />
protocol designed by specialized professionals. If you do<br />
not, you could end up with significant losses that could lead<br />
to wood shortages in the future. I have seen many cases of<br />
poorly managed forests, which can even lead to bankruptcy<br />
because the harvest did not have the volume promised or<br />
desired in the original project.<br />
As well as evaluating production areas, you provide training<br />
courses. How important are these courses?<br />
High productivity is the sum of successes, while low productivity<br />
is the sum of mistakes. Training is crucial if we want to<br />
carry out all the activities with the right quality and achieve<br />
the desired productivity at the end of the project. Training<br />
is a guarantee that the activity is performed as proposed. In<br />
order to achieve above-average yields, we need to take into<br />
account a number of factors: Environment (soil and climatic<br />
conditions) + Genetics (material adapted to the microclimate<br />
of the region, which has productive potential and also<br />
has the characteristics of the proposed project) + Technical<br />
Prescriptions (forestry protocol involving all stages of the<br />
project) + Execution (professionals qualified to carry out<br />
these activities with quality). In other words, it is practically<br />
impossible to achieve high productivity without training<br />
employees and managers. Every detail is crucial!<br />
If you could define the three most important moments in a<br />
forest plantation, what would they be?<br />
Planning and implementation; management; thinning and<br />
harvesting. Practically, it is a summary of three topics that<br />
could go on for months, depending on the complexity of<br />
each phase, but these three moments happen in all forestry<br />
projects.<br />
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ENTREVISTA<br />
>> Qual a importância das análises de solo para melhoria de<br />
resultados na consultoria florestal?<br />
Na concepção da Francio Soluções Florestais, é impossível alcançar<br />
a alta produtividade sem um bom diagnóstico de solos,<br />
sem avaliar a química, física e biologia da terra. Isso não só para<br />
florestas, é o princípio básico de qualquer cultivo, de qualquer<br />
produção vegetal, deveria ser item obrigatório em 100% dos<br />
projetos. Infelizmente, a maioria, negligencia uma das etapas<br />
mais importantes. Tudo o que vem depois depende deste<br />
diagnóstico. Portanto, um bom planejamento de amostragem,<br />
aliado a uma coleta estratificada em duas ou três camadas de<br />
profundidade bem-feitas, envio das amostras compostas ao<br />
laboratório com a solicitação correta de cada profundidade, interpretação<br />
e recomendação dos corretivos e fertilizantes com<br />
a metodologia de equilíbrio de cargas com a lei do máximo, e<br />
aplicação desses insumos com a devida acurácia, é o primeiro<br />
passo de qualquer projeto, seja florestal ou agropecuário.<br />
>> Como a tecnologia facilita o trabalho?<br />
Usamos tecnologia em todas as atividades, do plantio até a colheita.<br />
É uma necessidade, desde os insumos, ferramentas, maquinários,<br />
softwares de gestão, aplicativos, no processamento<br />
de dados, no planejamento, agenda, relatórios, diagnósticos e<br />
recomendações. Tudo envolve tecnologia, sendo também uma<br />
exigência da empresa, em que todos os especialistas façam atualizações<br />
constantes, com capacitações na sua área de atuação<br />
para estar conectado com todas as inovações, compartilhando<br />
com o time para podermos encontrar sempre as melhores soluções<br />
para os nossos clientes.<br />
>> O que mais te motiva na área?<br />
Os resultados dos nossos clientes. Nosso propósito é contribuir<br />
com o desenvolvimento das florestas, da empresa e da região.<br />
Ver a transformação acontecer diante dos nossos olhos nas<br />
florestas e ILPF que atendemos, deixando um legado de que<br />
é possível alcançar altas produtividades e fazer uma melhor<br />
silvicultura em florestas plantadas em todos os cantos do país,<br />
considerando que o nosso trabalho seja uma benção na vida de<br />
todos os envolvidos.<br />
How important is soil analysis for improving the results of<br />
Forestry Consulting?<br />
Francio Soluções Florestais believes that it is impossible to<br />
achieve high productivity without a good soil diagnosis and<br />
without assessing the chemistry, physics, and biology of the<br />
land. It is not only for forests; it is the basic principle of any<br />
crop or plant production; it should be a mandatory item in<br />
100% of the projects. Unfortunately, most of them neglect<br />
one of the most important stages. Everything that follows<br />
depends on this diagnosis. Therefore, a good sampling plan,<br />
combined with a well-done stratified sampling in two or<br />
three depth layers, sending the composite samples to the<br />
laboratory with the correct request for each depth, interpreting<br />
and recommending correctives and fertilizers using<br />
the load balance methodology with the law of maximum,<br />
and applying these inputs with due accuracy, is the first step<br />
in any project, be it Forestry or Agriculture.<br />
How does technology facilitate your work?<br />
We use technology in all our activities, from planting to<br />
harvesting; it is a necessity. From inputs, tools, machinery,<br />
management software, applications, data processing,<br />
planning, scheduling, reports, diagnoses, and recommendations,<br />
everything involves technology. It is also a requirement<br />
of the company that all the specialists are constantly<br />
updated, with training in their area of expertise, so that<br />
they are connected to all the innovations and share them<br />
with the team so that we can always find the best solutions<br />
for our clients.<br />
What motivates you most in this area?<br />
The results of our clients. Our goal is to contribute to the development<br />
of the forests, the company, and the region. We<br />
want to see the transformation taking place before our eyes<br />
in the forests we serve and in Ilpf. To leave a legacy that it<br />
is possible to achieve high yields and better forest management<br />
in planted forests in every corner of the Country. May<br />
our work be a blessing in the lives of all involved.<br />
Quando se entende que irá ter resultados com o trabalho<br />
que irá desenvolver, a conversa muda, a pessoa se sente<br />
seguro de que está no caminho certo, seguindo um protocolo<br />
técnico, elaborado por profissionais especializados<br />
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COLUNA<br />
Análise de Risco:<br />
segurança na poda<br />
e corte de árvores<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Engenheiro <strong>Florestal</strong> e Segurança do Trabalho<br />
Mestre em Manejo <strong>Florestal</strong><br />
gabrielberger.com.br<br />
gabriel@gabrielberger.com.br<br />
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Uma APR (Análise Preliminar de Risco) bem executada é<br />
fundamental para o manejo de árvores seguro e produtivo<br />
E<br />
laborar uma APR ao podar e cortar uma árvore<br />
envolve uma variedade de fatores que interferem<br />
na atividade, cujo objetivo é garantir a segurança,<br />
a eficiência e o atendimento as legislações e<br />
normas.<br />
É nesta etapa da atividade do manejo florestal, que a<br />
equipe e todos os demais envolvidos realizam uma inspeção<br />
detalhada do local, onde se avaliam os riscos presentes para<br />
que a partir dessas constatações ocorra o bloqueio desses riscos,<br />
através de um bom planejamento.<br />
Na sequência é listado os principais pontos a serem levantados<br />
e considerados na elaboração de uma APR eficaz:<br />
1. Inspeção do ambiente: analisar a topografia e acessos,<br />
identificando possíveis obstáculos, terrenos irregulares, inclinações<br />
acentuadas e possíveis fontes de risco, como linhas de<br />
energia, edificações e demais obstáculos, além da infraestrutura.<br />
2. Aspectos legais: obter todas as licenças e autorizações<br />
necessárias antes de iniciar o trabalho, garantindo assim que<br />
todas as atividades de poda e corte de árvores, bem como<br />
o uso e transporte das máquinas estejam em conformidade<br />
com as leis locais e regulamentações de segurança e ambientais.<br />
Cumprir todas as normas e regulamentos de segurança<br />
aplicáveis ao manejo de árvores. Garantir que os trabalhadores<br />
sejam treinados adequadamente para o uso seguro das<br />
máquinas, ferramentas e equipamentos, bem como nas técnicas<br />
de poda e corte.<br />
3. Condições climáticas: considerar as condições climáticas,<br />
como vento, chuva, nevoeiro, que podem aumentar os<br />
riscos durante a poda ou corte. Falta de visibilidade também<br />
devem ser observados, principalmente se a atividade for realizada<br />
a noite.<br />
4. Análise da árvore e vegetação adjacente: avaliar o estado<br />
de saúde da árvore, inspecionando para verificar a presença<br />
de doenças, pragas, cavidades, podridões e estabilidade<br />
geral. Da mesma forma avaliar a dimensão e a estrutura da<br />
árvore, incluindo a inclinação da árvore, bem como a distribuição<br />
e o peso dos galhos.<br />
5. Inspeção das máquinas, equipamentos e ferramentas:<br />
realizar uma checagem minuciosa nas máquinas a serem<br />
utilizadas como motosserra e motopoda, verificando se estão<br />
seguras para o manuseio. Da mesma forma conferir se todos<br />
os equipamentos de proteção individual estão em perfeitas<br />
condições (capacete, óculos, protetores auditivos e de face,<br />
vestimenta, luvas, perneiras, calçados). Verificar as condições<br />
dos cones, fitas e placas de sinalização, e demais acessórios<br />
como cordas e serrotes. Não menos importante verificar a<br />
manutenção das máquinas e ferramentas para evitar falhas<br />
durante a operação.<br />
6. Planejamento da atividade de corte e poda: planejar<br />
a direção da queda da árvore ou dos galhos para minimizar<br />
o impacto em estruturas e garantir a segurança dos trabalhadores.<br />
Identificar as rotas de fuga durante a derrubada da<br />
árvore. Delimitar áreas de perigo e garantir que pessoas não<br />
autorizadas estejam fora dessas áreas durante a operação.<br />
Planejar a remoção e disposição adequada dos resíduos vegetais<br />
gerados.<br />
7. Comunicação: estabelecer um sistema de comunicação<br />
claro entre os membros da equipe durante a operação.<br />
8. Estabelecer procedimentos de emergência: desenvolver<br />
um plano de fuga para todos os trabalhadores em caso de<br />
situação de risco, incluindo primeiros socorros e contato com<br />
serviços de emergência.<br />
Levar em consideração esses fatores ao elaborar uma<br />
análise preliminar de risco para poda e corte de árvores é<br />
essencial para garantir a segurança dos trabalhadores, proteger<br />
a infraestrutura, cumprir as normas legais e minimizar o<br />
impacto ambiental. Uma abordagem cuidadosa e detalhada<br />
ajuda a prevenir acidentes e a otimizar os recursos utilizados,<br />
garantindo, assim, uma maior eficiência nas operações.<br />
Foto: divulgação<br />
56 www.referenciaflorestal.com.br
SOLUÇÕES PARA O MERCADO<br />
Desde 2015, trazendo inovação e<br />
desenvolvimento de soluções<br />
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A ENVIMAT representa empresas líderes de mercado em seus segmentos e está sempre buscando tecnologias inovadoras.<br />
COMPOSTAGEM, BIOMASSA ou PROCESSAMENTO DE RESÍDUOS, seja qual for sua necessidade, contem com a ENVIMAT.<br />
TOPTURN<br />
O Revolvedor de leiras autopropelido<br />
mais usado no mundo. Robusto, com<br />
grande capacidade de revolvimento,<br />
mesmo em materiais mais densos,<br />
garantem aeração completa da pilha,<br />
proporcionando um processo de<br />
decomposição uniforme e em menos<br />
tempo. Equipamento que se adapta a<br />
diferentes condições. Devido o seu<br />
design inovador, o Topturn garante<br />
eficiência, alto desempenho, fácil<br />
operação e manutenção. Com<br />
construção robusta e design intuitivo,<br />
é ideal para grandes volumes de<br />
compostagem.<br />
TRITURADORES, PICADORES<br />
PENEIRAS E REVOLVEDOR DE<br />
COMPOSTO<br />
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E SAIBA MAIS
Triturador duplo eixo, de baixa rotação e alto<br />
CRAMBO torque. Possui faca fixa central, o que permite o<br />
trabalho dos eixos de forma independente.<br />
Equipado com sistema de dentes que agarram o<br />
material, evitando que os resíduos fiquem<br />
“engaiolados” na câmara de trituração. Ideal para<br />
trituração de tocos, raizes, galhadas, dormentes,<br />
madeiras contaminadas com metais, cascas<br />
contaminadas pelo processo de Varrição.<br />
CRAMBO, o triturador primário mais respeitado<br />
do mercado.<br />
O Equipamento mais versátil do mercado!<br />
Picador Multifacas ou Triturador de Martelos:<br />
um equipamento para várias operações!<br />
Picagem ou Trituração de toras, ponteiras,<br />
galhadas, cascas, podas vegetais, resíduos de<br />
madeira, entre outros. Robusto e eficiente, com<br />
a mobilidade que as operações demandam.<br />
Classificação do material de saída através de<br />
grelha com várias opções de tamanho. É a<br />
melhor relação consumo de diesel e biomassa<br />
produzida do mercado.<br />
AXTOR<br />
PENEIRAS<br />
ROTATIVAS<br />
A KOMPTECH possui uma linha completa de peneiras<br />
de tambor. Com um design robusto e fácil de usar a linha<br />
de Peneiras garante uma separação precisa de vários<br />
tipos de materiais. Equipadas com tecnologia avançada,<br />
proporcionam alta produtividade e baixo consumo de<br />
energia. Manutenção simplificada e operação intuitiva<br />
tornam as peneiras KOMPTECH a escolha ideal para<br />
diversas aplicações de peneiramento.<br />
REVOLVEDOR E PENEIRA<br />
EM UMA MESMA MÁQUINA<br />
A ENVIMAT traz para o Brasil o Brown Bear, revolvedor de composto eficiente e<br />
robusto, para ser acoplado em carregadeiras hidráulicas. Projetado para otimizar o<br />
processo de compostagem, possui hélices poderosas, proporcionam uma aeração<br />
eficiente, acelerando a decomposição dos materiais orgânicos. Este equipamento é<br />
ideal para pequenos e médios volumes de compostagem, garantindo uma mistura<br />
uniforme e de alta qualidade. Sua construção durável e fácil manutenção tornam-no<br />
uma escolha confiável para operações de compostagem.
PRINCIPAL<br />
Floresta<br />
POTENCIALIZADA<br />
Compostagem florestal conquista espaço<br />
no segmento e abre portas para economia<br />
e maior produtividade<br />
Fotos: divulgação<br />
60 www.referenciaflorestal.com.br<br />
LINHA TOPTURN
Acompostagem é a transformação biológica de<br />
matéria orgânica, de origem doméstica, urbana,<br />
industrial, animal, florestal ou agrícola. Existem<br />
relatos sobre civilizações que remontam há mais<br />
de 5 mil anos que estão ligados à prática da compostagem.<br />
Temos o exemplo na região Amazônica, conhecidas<br />
como Terras Pretas de Índio, que são os solos de origem antrópica,<br />
ocasionada pelo acúmulo de resíduos orgânicos e uso do fogo na<br />
sua carbonização.<br />
A COMPOSTAGEM PODE SER DIVIDIDA EM TRÊS<br />
FASES DISTINTAS, SENDO ELAS:<br />
Primeira Fase Mesofílica: Nessa fase da compostagem, os<br />
fungos e as bactérias mesófilas (ativa a temperatura próxima<br />
da temperatura ambiente) começam a se proliferar na matéria<br />
orgânica, iniciando a decomposição. Nesta fase são metabolizadas<br />
as moléculas mais simples e as temperaturas são moderadas,<br />
em torno de 40°C (graus Celsius) e todo esse processo dura em<br />
torno de 15 dias.<br />
Segunda Fase Termofílica: Esta é a fase mais longa, podendo<br />
durar até dois meses, dependendo do material a ser decomposto.<br />
É nesta etapa do processo que os fungos e as bactérias denominados<br />
de termófilas atuam. Estes organismos são capazes de<br />
sobreviver a temperaturas entre 65°C e 75°C. As altas temperaturas<br />
são fundamentais para a degradação das moléculas mais<br />
complexas e a eliminação dos agentes patogênicos.<br />
Terceira Fase Maturação: É a última fase do processo de<br />
compostagem. Nessa fase, ocorre a diminuição da atividade<br />
microbiana e da temperatura, até se aproximar da temperatura<br />
ambiente. Neste período de estabilização ocorre a decomposição<br />
microbiológica e a matéria orgânica é transformada em húmus,<br />
livre de patógenos. O húmus é um material estável, rico em<br />
matéria orgânica, nutrientes e minerais, que pode ser utilizado<br />
para fins agrícolas.<br />
BENEFÍCIOS DA COMPOSTAGEM<br />
• A matéria orgânica se liga às partículas (areia, limo e argila),<br />
melhorando a agregação, ajudando na absorção e armazenamento<br />
de água, e aeração, além de favorecer o desenvolvimento<br />
das raízes;<br />
• A matéria orgânica aumenta a retenção dos nutrientes,<br />
reduzindo a lixiviação e proporcionando maior tempo para que<br />
as plantas absorvam estes elementos;<br />
• Fornecimento de nutrientes;<br />
• Aumenta a solubilização dos nutrientes;<br />
• Aumento da CTC (capacidade de troca de cátions);<br />
• Mantêm os níveis de acidez do solo;<br />
• Ativa a vida do solo, favorecendo a reprodução de microrganismos<br />
benéficos às culturas agrícolas.<br />
COMPOSTAGEM EM LEIRAS COM REVOLVIMENTO<br />
É o método mais utilizado no Brasil para a compostagem de<br />
resíduos orgânicos. O processo consiste na montagem de pilhas<br />
em locais abertos ou fechados. É muito importante que ocorra<br />
a passagem de ar por esta pilha, e para que isso aconteça é fundamental<br />
o revolvimento, que é realizado com equipamentos<br />
apropriados. Para que o resíduo não se compacte, impedindo a<br />
aeração, é aconselhável o uso de estruturantes, que permitem a<br />
Enhanced forestry<br />
Forest Composting is gaining ground in the<br />
Forestry Sector, opening doors to savings<br />
and greater productivity<br />
C<br />
omposting is the biological transformation of<br />
organic matter from domestic, urban, industrial,<br />
animal, forestry, or agricultural sources. There<br />
are reports of civilizations dating back more than<br />
5 thousand years associated with the practice of<br />
composting. We have an example in the Amazon region, known<br />
as Terras Pretas de Índio, which are soils of anthropogenic origin<br />
caused by the accumulation of organic waste and the use of<br />
fire to carbonize it.<br />
COMPOSTING CAN BE DIVIDED INTO THREE<br />
DISTINCT PHASES:<br />
First Phase - Mesophilic: In this phase of composting,<br />
mesophilic fungi and bacteria (active at temperatures close<br />
to ambient temperature) begin to proliferate in the organic<br />
matter and initiate decomposition. In this phase, the simplest<br />
molecules are metabolized, and temperatures are moderate,<br />
around 40°C. This phase lasts about 15 days.<br />
Second Phase - Thermophilic: This is the longest phase and<br />
can last up to two months, depending on the material being<br />
decomposed. It is in this phase that the so-called thermophilic<br />
fungi and bacteria operate. These organisms can survive at<br />
temperatures between 65°C and 75°C. High temperatures are<br />
essential for breaking down the more complex molecules and<br />
eliminating pathogens.<br />
Third Phase - Maturation: This is the final stage of the composting<br />
process. During this phase, microbial activity and temperature<br />
decrease until they approach ambient temperature.<br />
During this stabilization period, microbiological decomposition<br />
takes place, and the organic matter is transformed into humus<br />
that is free of pathogens. Humus is a stable material rich in<br />
organic matter, nutrients, and minerals that can be used for<br />
agricultural purposes.<br />
BENEFITS OF COMPOSTING<br />
• Organic matter binds to the particles (sand, silt, and clay),<br />
improving aggregation, water absorption and storage, aeration,<br />
and root development;<br />
• Organic matter increases nutrient retention, reducing<br />
leaching and giving plants more time to absorb these elements;<br />
• Nutrient delivery;<br />
• Increases solubility of nutrients;<br />
• Increases Cation Exchange Capacity (CEC);<br />
• Maintains soil acidity;<br />
• Activates soil life, encouraging the proliferation of microorganisms<br />
that are beneficial to crops.<br />
Agosto 2024<br />
61
PRINCIPAL<br />
formação das pilhas, permitindo a passagem de ar. Estes estruturantes<br />
são, na maioria das vezes, resíduos vegetais, como: podas<br />
de árvores, cavacos de madeira, cascas de árvores, entre outros.<br />
Na ausência de ar, as temperaturas ideais para o processo não<br />
são alcançadas.<br />
RELAÇÃO C/N (CARBONO/NITROGÊNIO) NA<br />
COMPOSTAGEM<br />
Esta relação é influência direta na atividade dos microrganismos,<br />
quanto maior a relação de C/N, maior o tempo de decomposição.<br />
A relação entre 30 e 40 de C/N é ideal para o processo<br />
de compostagem. Relações muito baixas causam o colapso do<br />
processo de compostagem, interrompendo o processo aeróbico,<br />
reduzindo as temperaturas e consequentemente a atividade microbiana.<br />
A adição de resíduos vegetais e lenhosos é fundamental<br />
para chegar a esta relação de C/N quando se composta materiais<br />
com densidades como a de lodos orgânicos.<br />
MECANIZAÇÃO DA COMPOSTAGEM<br />
O processo de compostagem é biológico, porém é fundamental<br />
o uso de máquinas e equipamentos quando se busca<br />
manter uma operação controlada, com as faixas de temperatura<br />
adequadas e um produto final homogêneo, dentro dos padrões<br />
de qualidade exigidos. Para um processo industrial, alguns equipamentos<br />
são exigidos, como: revolvedores, trituradores de<br />
resíduos vegetais e peneiras.<br />
REVOLVEDORES AUTOPROPELIDOS<br />
A KOMPTECH, empresa austríaca pioneira na fabricação de<br />
revolvedores autopropelidos, é líder mundial nesse segmento. O<br />
próprio nome da empresa já diz qual sua aptidão: KOMPTECH, Tecnologia<br />
em Compostagem. No Brasil, a KOMPTECH é representada<br />
pela ENVIMAT, que oferece atendimento comercial e pós-venda,<br />
além de contar com um time técnico de altíssimo nível para suporte.<br />
“A comercialização de equipamentos é uma consequência<br />
da nossa consultoria”, ressalta Vinicius Casselli, Diretor da ENVI-<br />
MAT. “Não podemos indicar qualquer equipamento, sem antes<br />
entender a atividade e necessidades de nossos clientes”, explica<br />
Vinicius. O diretor ainda destaca a qualidade do time ENVIMAT,<br />
que conta com o Suporte Técnico de uma das pessoas de maior<br />
renome em Compostagem do Brasil, o José Luiz Tomita, conhecido<br />
no mercado apenas como Tomita, graduado e pós-graduado em<br />
BED COMPOSTING WITH TURNING<br />
This is the most common method of composting organic<br />
waste in Brazil. The process consists of building piles in open<br />
or closed spaces. Air must pass through the pile, and for this to<br />
happen, turning is essential, which is carried out with appropriate<br />
equipment. In order to prevent the waste from compacting,<br />
which prevents aeration, it is advisable to use structuring agents<br />
that allow the piles to form and allow air to pass through. These<br />
structuring agents are most often vegetable waste, such as<br />
prunings, wood chips, bark, and others. In the absence of air,<br />
the ideal temperatures for the process are not reached.<br />
CARBON/NITROGEN (C/N) RATIO IN COMPOSTING<br />
This ratio directly affects the activity of microorganisms.<br />
The higher the C/N ratio, the longer the decomposition time.<br />
A C/N ratio between 30 and 40 is ideal for the composting<br />
process. Very low ratios cause the composting process to collapse,<br />
interrupt the aerobic process, reduce temperatures, and<br />
consequently increase microbial activity. The addition of plant<br />
and wood waste is essential to achieve this C/N ratio when<br />
composting materials with densities such as organic sludge.<br />
MECHANIZATION OF COMPOSTING<br />
The composting process is biological, but machinery and<br />
equipment are essential to maintain a controlled operation with<br />
the right temperature ranges and a homogeneous end-product<br />
within the required quality standards. Some pieces of equipment<br />
are required for an industrial process, such as turners, vegetable<br />
waste crushers, and screens.<br />
SELF-PROPELLED ROTARY CULTIVATORS<br />
KOMPTECH, an Austrian company that pioneered the manufacture<br />
of self-propelled tillers, is a world leader in this segmen.<br />
The Company name says it all: Komptech, Composting Technology.<br />
In Brazil, KOMPTECH is represented by ENVIMAT, which<br />
offers commercial and after-sales service, in addition to having<br />
a high-level technical team for support. The sale of equipment<br />
is a consequence of our advice, says Vinicius Casselli, Director<br />
of Envimat. “We cannot recommend just any equipment without<br />
first understanding our customers’ activities and needs,”<br />
explains Casselli. The Director also emphasizes the quality of<br />
the Envimat team, which has the technical support of one of<br />
EWALD KONRAD,<br />
CSO DA KOMPTECH<br />
FILIPE COSTA, GERENTE<br />
DE DESENVOLVIMENTO DE<br />
NEGÓCIOS DA KOMPTECH<br />
62 www.referenciaflorestal.com.br
LINHA TOPTURN<br />
gestão e tecnologias ambientais, com experiência de 4 anos no<br />
Japão, como técnico agropecuário com ênfase em microbiologia<br />
ambiental.<br />
A vinda do Tomita para o time trouxe ainda mais credibilidade<br />
ao trabalho desenvolvido pela ENVIMAT no segmento de compostagem.<br />
A ENVIMAT é especialista em máquinas e equipamentos,<br />
conta com o suporte incondicional da KOMPTECH, mas salienta<br />
que a compostagem é um processo biológico, que depende de<br />
seres vivos para que ocorra a decomposição dos resíduos orgânicos.<br />
E este conhecimento é fundamental para que o processo<br />
tenha o resultado, tempo e qualidade esperados.<br />
LINHA TOPTURN – É a linha de revolvedores autopropelidos,<br />
que podem trabalhar com leiras de comprimento de base entre<br />
4.500 mm e 6.000 mm (milímetros) e altura da pilha entre 2.200<br />
mm a 2.600 mm. Equipamentos com capacidade de revolvimento<br />
de até 5.000 m3/hora (metros cúbicos por hora).<br />
TRITURADORES DE RESÍDUOS VEGETAIS<br />
A produção de resíduos triturados é fundamental para a mistura<br />
com resíduos orgânicos a serem decompostos, permitindo<br />
estruturação e aeração das pilhas, principalmente quando se<br />
trabalha com lodos de processos industriais. A adição de resíduos<br />
triturados é fundamental para manter a relação de C/N entre<br />
30 e 40. Resíduos muito triturados se incorporam em resíduos<br />
orgânicos e ficam compactados, impedindo a passagem de ar.<br />
Resíduos em pedaços maiores impedem o aumento de temperatura<br />
nas pilhas, que é fundamental para a decomposição dos<br />
resíduos e eliminação de patógenos indispensáveis ao processo.<br />
A KOMPTECH conta com uma linha completa de equipamentos,<br />
salientando dois modelos mais utilizados na produção de material<br />
the most renowned people in composting in Brazil, José Luiz<br />
Tomita, known in the market only as Tomita, who has a degree<br />
and post-graduate studies in Environmental Management and<br />
Technologies, and four years of experience in Japan as an agricultural<br />
technician with a focus on environmental microbiology.<br />
Tomita’s addition to the team has added credibility to<br />
Envimat’s composting work. The Company knows a lot about<br />
machinery and equipment. It has the unconditional support of<br />
Komptech, but it emphasizes that composting is a biological<br />
process that depends on living organisms to decompose organic<br />
waste. This knowledge is fundamental for the process to have<br />
the expected results, time, and quality.<br />
TOPTURN LINE—This is the line of self-propelled turners<br />
that can work with beds with base lengths between 4.5 and 6<br />
thousand mm and pile heights between 2.2 and 2.6 thousand<br />
mm. The equipment has a turning capacity of up to 5 thousand<br />
m3/hour.<br />
VEGETABLE WASTE SHREDDERS<br />
The production of shredded waste is essential in order to mix<br />
it with the organic waste to be decomposed in order to structure<br />
and aerate the piles, especially when working with sludge<br />
from industrial processes. The addition of shredded waste is<br />
essential to keep the C/N ratio between 30 and 40. If too much<br />
finely shredded waste is incorporated into the organic waste,<br />
it becomes compacted, preventing the passage of air. Waste in<br />
larger pieces prevents the temperature in the piles from rising,<br />
which is essential for the decomposition of the waste and the<br />
elimination of pathogens that are essential to the process.<br />
KOMPTECHX has a complete range of equipment, including<br />
Agosto 2024<br />
63
PRINCIPAL<br />
MODELO CRAMBO<br />
estruturante: os modelos CRAMBO e AXTOR.<br />
O CRAMBO é um equipamento único em sua categoria. É<br />
um triturador primário de duplo eixo, mas com funcionamento<br />
independente e uma faca fixa central. Não trabalha eixo com eixo,<br />
como a maioria dos sistemas duplos de eixos do mercado. Possui<br />
sistema de dentes que agarram o material e puxam contra a faca<br />
fixa, evitando que o material fique “engaiolado” entre os eixos.<br />
Casselli salienta que é o equipamento mais indicado para o processamento<br />
de resíduos florestais, como troncos, raízes, cascas e<br />
galhadas. É um equipamento de baixa rotação e altíssimo torque<br />
que pode processar qualquer resíduo. Mesmo os resíduos contaminados<br />
com pedras e metais. Possui um sistema de peneira que<br />
classifica o material triturado, permitindo produzir estruturantes<br />
de diferentes granulometrias.<br />
Já o AXTOR é o triturador reconhecidamente mais versátil do<br />
mercado. Ele é um triturador de alta rotação que pode trabalhar<br />
com rotor equipado com martelos de giro livre ou martelos fixos.<br />
Mas este mesmo rotor pode ser configurado com 32 facas fixas se<br />
transformando em um picador florestal. Esta mudança é feita de<br />
forma muito rápida, mudando a polia que faz a transmissão para<br />
o rotor e reduzindo a velocidade quando se trabalha no modo<br />
de picagem. Este mesmo equipamento ainda pode ser equipado<br />
com rotor de facas fixas maiores, para a produção de cavacos de<br />
madeira. Neste caso é necessário a substituição do rotor.<br />
two models that are most commonly used in the production of<br />
structural materials: the Crambo and Axtor models.<br />
CRAMBO is unique in its category. It is a double-shaft<br />
primary crusher, but with independent operation and a fixed<br />
central blade. It does not work shedder to shaft like most<br />
double-shaft systems on the market. It has a system of teeth<br />
that grasps the material and pulls it against the fixed knife,<br />
preventing the material from becoming “trapped” between the<br />
shafts. Casselli points out that it is the most suitable machine for<br />
processing forestry waste such as logs, roots, bark, and branches.<br />
It is a low-speed, high-torque machine that can process<br />
any type of waste. Even waste contaminated with stones and<br />
metals. It has a screening system that classifies the shredded<br />
material, making it possible to produce structuring agents of<br />
different granulometries.<br />
AXTOR is the most versatile shredder on the market. It is a<br />
high-speed shredder that can work with a rotor equipped with<br />
free-rotating hammers or fixed hammers. However, the same<br />
rotor can be configured with 32 fixed knives to become a forestry<br />
chipper. This change is made very quickly by changing the pulley<br />
that drives the rotor and reducing the speed when working in<br />
chipping mode. The same machine can also be equipped with<br />
a larger fixed knife rotor for wood chip production. In this case,<br />
the rotor must be replaced.<br />
MODELO AXTOR<br />
64 www.referenciaflorestal.com.br
PENEIRAMENTO<br />
PENEIRAMENTO DO COMPOSTO<br />
O peneiramento do composto é a fase final do processo, que<br />
permite estabelecer uma granulometria máxima para o uso e<br />
comercialização. Neste processo ocorre a separação da fração<br />
fina, que é o composto final e da fração grossa, que retorna ao<br />
processo de compostagem como material estruturante. Nesta<br />
fração se encontra parte do estruturante adicionado na formação<br />
da pilha que não foi totalmente decomposto. A KOMPTECH<br />
conta com uma linha completa de peneiras e classificadores para<br />
o processo de compostagem.<br />
O BRASIL SERÁ O MAIOR PRODUTOR MUNDIAL DE<br />
COMPOSTO ORGÂNICO<br />
A KOMPTECH acredita no potencial do mercado brasileiro<br />
para ser o maior produtor mundial de composto orgânico e essa<br />
é a aposta de Ewald Konrad, CSO da KOMPTECH.<br />
Segundo o CSO, o Brasil é um dos maiores produtores mundiais<br />
de várias culturas e pode ser o principal em muitas delas,<br />
mas sendo um país tropical, com solos mais intemperizados, é<br />
fundamental a reposição da matéria orgânica perdida. “A agricultura<br />
brasileira é uma das mais desenvolvidas, com acesso aos<br />
equipamentos e máquinas de última geração, mas explora muito<br />
pouco o uso de compostos orgânicos nos solos. Na Áustria, mesmo<br />
com índices altos de matéria orgânica nos solos, continuamos<br />
aplicando e aumentando o estoque de matéria orgânica. E esta<br />
prática resulta em culturas mais sadias, mais resistentes a pragas<br />
e doenças e com menor necessidade de reposição de fertilizantes<br />
minerais”, expõe Ewald. Ele relata, ainda, que está muito satisfeito<br />
com o trabalho realizado pela ENVIMAT no Brasil. “Entendemos<br />
que é o parceiro ideal e estamos muito confiantes no crescimento<br />
da participação da KOMPTECH no mercado brasileiro. A ENVIMAT<br />
conta com equipe técnica treinada pelos técnicos da KOMPTECH,<br />
realizando treinamentos na fábrica e recebendo constantes visitas<br />
de nossos técnicos para atendimento a clientes”, valoriza Ewald.<br />
Filipe Costa, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da<br />
KOMPTECH, que é responsável em atender aos representantes<br />
na América do Sul, Portugal, Espanha e França, destaca o trabalho<br />
de atendimento e relacionamento com clientes realizado pela<br />
ENVIMAT no Brasil. “O departamento comercial da ENVIMAT está<br />
apto a atender da melhor forma a qualquer projeto, conhecem<br />
bem nossos equipamentos e suas aplicações e estamos sempre<br />
apoiando em treinamentos e reuniões comerciais”, valoriza Filipe.<br />
COMPOST SCREENING<br />
Compost screening is the final stage of the process that<br />
allows a maximum particle size to be defined for use and marketing.<br />
This process separates the fine fraction, which is the<br />
final compost, from the coarse fraction, which is returned to<br />
the composting process as structuring material. This fraction<br />
contains part of the structuring material added when the pile<br />
was formed, which has not been completely decomposed.<br />
Komptech has a complete range of screens and classifiers for<br />
the composting process.<br />
BRAZIL WILL BE THE WORLD’S LARGEST PRODUCER<br />
OF ORGANIC COMPOST<br />
Komptech believes in the potential of the Brazilian market<br />
to become the world’s largest producer of organic compost, and<br />
this is the bet of Ewald Konrad, CSO for Komptech.<br />
According to the CSO, Brazil is one of the world’s largest<br />
producers of various crops and could be the leading producer<br />
of many of them. However, as a tropical country with more<br />
weathered soils, it is essential to replace the organic matter that<br />
has been lost. Brazilian agriculture is one of the most developed,<br />
with access to state-of-the-art equipment and machinery, but it<br />
makes very little use of soil organic matter. In Austria, even with<br />
high levels of organic matter in the soil, we continue to apply<br />
and increase organic matter levels. And this practice results in<br />
healthier crops that are more resistant to pests and diseases,<br />
and with less need to replace mineral fertilizers,” says Konrad.<br />
He is also very pleased with Envimat’s work in Brazil. “We think<br />
it is the ideal partner, and we are very confident that Komptech’s<br />
share of the Brazilian market will grow. Envimat has a technical<br />
team made up of Komptech-trained technicians, who are trained<br />
at the factory and are constantly visited by our technicians<br />
to take care of customers,” says Konrad.<br />
Filipe Costa, Business Development Manager for Komptech,<br />
who is responsible for the distributors in South America,<br />
Portugal, Spain, and France, highlights the customer service<br />
and relationship work that Envimat does in Brazil. “Envimat’s<br />
sales department is able to provide the best service for any<br />
project. They know our equipment and its applications well,<br />
and we always support them with training and commercial<br />
meetings,” says Costa.<br />
Agosto 2024<br />
65
MANEJO<br />
FLORESTA<br />
bem utilizada<br />
Estados do norte têm novidades<br />
importantes quanto ao manejo<br />
florestal sustentável<br />
Fotos: divulgação<br />
66 www.referenciaflorestal.com.br
MANEJO<br />
O<br />
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento<br />
Econômico e Social) assinou no MMA<br />
(Ministério do Meio Ambiente e Mudança<br />
do Clima), um ACT (Acordo de Cooperação<br />
Técnica) com o SFB (Serviço <strong>Florestal</strong> Brasileiro)<br />
e convênio com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).<br />
Os atos visam a elaboração de projetos de<br />
concessão de unidades de conservação de uso sustentável<br />
que incluam restauração e manejo ambiental como atividade<br />
econômica.<br />
No acordo de cooperação com o SFB, o BNDES apoiará<br />
os projetos de concessão da Floresta Nacional de Bom<br />
Futuro (em Rondônia), com 17 mil ha (hectares) em desmatamento<br />
acumulado, e da Gleba João Bento (Rondônia e<br />
Amazonas), com 55.872 ha em desmatamento acumulado.<br />
Será o primeiro projeto de concessão para restauração de<br />
área degradada com a obtenção de receitas a partir da<br />
venda do crédito de carbono ou dos produtos florestais gerados<br />
a partir do reflorestamento.<br />
Por esse acordo, o BNDES também apoiará os projetos<br />
de concessão em Estados. O Banco já tem parceria com<br />
Estado do Amapá e vai celebrar novas parcerias com Amazonas<br />
e Pará, para a concessão de florestas. A instituição<br />
já dispõe de R$ 3,5 milhões para realizar ações de apoio a<br />
estados em concessões, conforme autoriza portaria do Ministério<br />
da Fazenda.<br />
Segundo o diretor de Planejamento e Estruturação de<br />
Projetos do Banco, Nelson Barbosa, o BNDES vai arcar com<br />
100% dos estudos para as florestas na Amazônia, com investimentos<br />
de até R$ 30 milhões, para atrair mais projetos<br />
estaduais. “Vamos disponibilizar para o governo e para as<br />
populações das áreas, qual o resultado dos estudos, quais<br />
são os investimentos, qual a receita, quantos empregos<br />
serão gerados e qual é a rentabilidade e a atratividade para<br />
quem vai investir”, explicou. E acrescentou o potencial de<br />
receita com a geração de crédito de carbono. “Crédito de<br />
carbono, que tem um preço internacional que só tende a<br />
crescer, tende a ser a principal receita no futuro”, apontou<br />
Nelson.<br />
O SFB pretende conceder mais de 2,9 milhões de ha<br />
até 2026, afirmou o diretor-geral da instituição, Garo Batmanian.<br />
“O interesse do setor privado de investir na restauração<br />
ecológica, restauração produtiva para recompor<br />
florestas, podendo vender crédito carbono e outros ativos”,<br />
ressaltou Garo.<br />
Atualmente, BNDES já tem, em andamento com o SFB,<br />
estudos que totalizam cerca de 9 milhões de ha na Amazônia.<br />
Em 2024, quatro áreas já serão objeto de consulta<br />
pública e lançamento de edital para concessão: Floresta<br />
Nacional do Bom Futuro (RO), Gleba Castanho (AM), Floresta<br />
Nacional do Iquiri (AM) e Floresta Nacional do Jatuarana<br />
(AM).<br />
68 www.referenciaflorestal.com.br
MUDAS DE<br />
ARAUCÁRIA<br />
ENXERTADA<br />
(produção precoce do pinhão)<br />
Variedades;<br />
BRS 406, BRS 405, BRS 407, BRS 426, BRS 427, BRS 428<br />
Porte mais baixo;<br />
Maior produtividade;<br />
Mudas com produção precoce<br />
(média de 6 a 8 anos de idade).<br />
BOM RETIRO - MONTE CASTELO/SC
MANEJO<br />
O SFB e o BNDES, segundo os termos do acordo, farão<br />
intercâmbio de experiências e trocas de informações, tecnologias,<br />
estudos e materiais técnicos. Além disso, compartilharão<br />
boas práticas em gestão de processos internos,<br />
estratégia operacional, padrões de análise de viabilidade<br />
técnica e jurídica de projetos, e capacitação técnica. Segundo<br />
o diretor do SFB, a entidade e o BNDES vão trabalhar<br />
em parceria para viabilizar concessões, tanto florestais<br />
quanto concessões para a restauração. “Quem sabe fazer<br />
modelagem econômica para fazer o negócio ficar de pé é o<br />
BNDES”, destacou Garo.<br />
AMAPÁ QUE MANEJA<br />
O governo do Amapá oficializou a entrega de 32 Autex<br />
(Autorizações de Exploração <strong>Florestal</strong>), para pequenos<br />
produtores rurais que vão atuar com manejo florestal<br />
sustentável madeireiro e não madeireiro no Amapá. As<br />
licenças reativam 16 indústrias localizadas na cidade e nos<br />
municípios de Pedra Branca, Mazagão, Tartarugalzinho, Serra<br />
do Navio e Macapá, gerando 800 empregos diretos em<br />
um semestre e a possibilidade de 4 mil ocupações ao longo<br />
de oito meses.<br />
A medida fortalece o setor madeireiro, considerado um<br />
pilar essencial da economia amapaense e que foi retomado<br />
na atual gestão como ferramenta para gerar emprego e<br />
renda usando os recursos naturais com responsabilidade<br />
ambiental. Em um ano e meio, foram emitidas mais de<br />
Isto é apenas o início,<br />
pretendemos a cada dia, com<br />
esforço e união, manter os<br />
indicadores ambientais e<br />
elevar os indicadores sociais<br />
com a produção controlada<br />
nas nossas áreas florestais<br />
Taísa Mendonça, secretária do meio<br />
ambiente do Amapá<br />
70 www.referenciaflorestal.com.br
MANEJO<br />
sessenta autorizações em seis municípios do Estado. “Retomamos<br />
uma cadeia produtiva gigantesca que estava adormecida<br />
com o manejo florestal sustentável, que garante recursos<br />
a partir da nossa floresta e mantém ela viva e em pé<br />
para sempre. Estamos aqui para dar transparência a esse<br />
processo, que para acontecer, precisou de um plano que<br />
identificou árvore por árvore, onde diferente do desmatamento,<br />
a retirada é seletiva e não agride o meio ambiente”,<br />
destacou o governador Clécio Luís. Atendendo o Plano de<br />
Governo da gestão, a SEMA (Secretaria de Estado do Meio<br />
Ambiente) reestruturou os processos de licenciamento ambiental,<br />
com agilidade e segurança jurídica.<br />
O avanço garantiu que o agricultor Francisco Souza, da<br />
Vila Jerusalém, em Mazagão, pudesse abrir o empreendimento<br />
dele após 20 anos de tentativas. “Tinha medo das<br />
multas, e sem esse documento a gente não consegue fazer<br />
nada legalizado. Recebi essa autorização em menos de<br />
6 meses e agora posso finalmente produzir frutos como<br />
açaí, pupunha, cacau e cupuaçu em grande escala. Eu, que<br />
cheguei a trabalhar de motorista de aplicativo para botar<br />
comida na mesa, tenho uma forma de ganhar renda, além<br />
de garantir à comunidade os empregos gerados pelo meu<br />
negócio”, comemorou Francisco.<br />
A secretária de Estado do Meio Ambiente, Taísa Mendonça,<br />
reforçou que este grande movimento não acontece<br />
só em Porto Grande, mas em todos os municípios, com o<br />
objetivo de chegar até os pequenos produtores e desenvolver<br />
o setor madeireiro e não madeireiro do estado de<br />
forma equilibrada e responsável. “Temos aqui um trabalho<br />
sendo desenvolvido com muita seriedade pelos órgãos<br />
de governo. Abrimos um diálogo com o setor para unir as<br />
forças, que nos permitiu emitir 32 autorizações em menos<br />
de 6 meses. Isto é apenas o início, pretendemos a cada dia,<br />
com esforço e união, manter os indicadores ambientais e<br />
elevar os indicadores sociais com a produção controlada<br />
nas nossas áreas florestais”, evidenciou Taísa.<br />
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Extração<br />
e Desdobramento de Madeiras no Amapá, Henrique<br />
Ulchak, as entregas das autorizações representam um<br />
marco para o setor, que foi destravado e impulsionado pelo<br />
governo do Estado no último ano. “Aqui tem muito pai de<br />
família que vai voltar a trabalhar e muitos produtores florestais<br />
recebendo essas autorizações, que vão permitir a<br />
aquisição de matéria-prima para construir imóveis e gerar<br />
bioeconomia com o manejo florestal sustentável. Esse setor<br />
produtivo florestal, que instalamos hoje, aumenta e reativa<br />
as indústrias com mais ofertas de empregos, algo muito importante”,<br />
frisou Henrique.<br />
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RELATÓRIO<br />
Floresta<br />
PAULISTA<br />
Associação<br />
estadual lança<br />
relatório com dados<br />
que apresentam<br />
a dimensão e<br />
crescimento do setor<br />
Fotos: divulgação<br />
N<br />
o dia 12 de julho, dia do Engenheiro <strong>Florestal</strong>,<br />
a Florestar (Associação Paulista de<br />
Produtores, Fornecedores e Consumidores<br />
de Florestas Plantadas) São Paulo lançou o<br />
Panorama da Silvicultura Paulista 2024. São<br />
Paulo é um dos principais Estados brasileiros com plantios<br />
florestais comerciais. As bases dessa cadeia produtiva são<br />
majoritariamente compostas por plantações de eucalipto<br />
e pinus, mas também incluem cultivos comerciais de seringueira,<br />
teca, araucária e acácia.<br />
O Panorama da Silvicultura Paulista traz informações relevantes<br />
aos engenheiros e engenheiras florestais paulistas e<br />
do Brasil. São dados essenciais para todo estudo de mercado,<br />
planejamento de empreendimentos florestais ou pesquisas<br />
que embasarão tomadas de decisão dentro do setor.<br />
As florestas plantadas ocupam 1,28 milhão de ha (hectares)<br />
do território paulista (1 milhão de ha com eucalipto e<br />
153 mil ha com pinus), correspondendo a 13% dos plantios<br />
brasileiros. Nos últimos 3 anos, registrou-se um aumento de<br />
5% na área cultivada, resultado de constantes investimentos<br />
em expansões e construção de novas fábricas.<br />
As plantações de eucalipto predominam nas regiões<br />
centro-oeste, sudoeste e central do Estado. O pinus é mais<br />
74 www.referenciaflorestal.com.br
Manutenção e abertura de estradas e aceiros, enleiramento, limpa-trilho, movimentação de<br />
biomassa, carga e descarga de lenha/toras, silvicultura, aplicação de herbicidas, distribuição<br />
de corretivos, roçada mecanizada, subsolagem e locação de equipamentos.<br />
SERVIÇOS E MÁQUINAS
RELATÓRIO<br />
comum na região sudoeste. Já a seringueira concentra-se<br />
principalmente no noroeste do Estado. O documento traz<br />
ainda informações sobre os polos florestais paulistas, crescimento<br />
do setor nos últimos anos, empregos, produção da<br />
silvicultura paulista, exportações, valor socioambiental das<br />
florestas plantadas e indicadores de ações sociais de empresas<br />
do setor.<br />
DADOS GERAIS<br />
A principal região silvicultural do Estado de São Paulo é a<br />
sul, sendo os municípios de Capão Bonito, Itapetininga, Botucatu<br />
e Avaré os principais produtores, concentrando 46%<br />
da produção total. Entre as maiores unidades industriais de<br />
produtos à base de eucalipto e pinus no Estado há 22 unidades<br />
de papel; nove de produtos resinosos; oito de painéis;<br />
e sete de celulose e papel. De acordo com a RAIS (Relação<br />
Anual de Informações Sociais) 2022, o Estado possui 9.435<br />
CNPJs registrados, correspondentes a empresas do setor<br />
florestal, um aumento de 12% em relação a 2021. São Paulo<br />
concentra 19% das empresas do setor florestal brasileiro.<br />
Nos últimos 3 anos, por exemplo, o montante de investimentos<br />
foi maior do que nos 30 anos anteriores. São<br />
importantes projetos, principalmente empreendidos por<br />
empresas associadas à Florestar São Paulo, resultando em<br />
incremento de receita e em oportunidades de emprego<br />
no interior paulista. Esse dinamismo tem gerado também<br />
aumento na arrecadação de impostos e aprimoramento dos<br />
índices de desenvolvimento humano nas áreas de atuação.<br />
PARTICIPAÇÃO FEMININA<br />
As mulheres ocupam cerca de 21% dos postos de trabalho<br />
no setor florestal paulista. Houve aumento de número<br />
de mulheres empregadas no Estado, de 2021 para 2022,<br />
em todas as faixas etárias. Em 2021 eram 31.734 mulheres,<br />
número que passou para 38.080, em 2022. A partir da consulta<br />
de 32 empresas da área e que atuam no Brasil, o levantamento<br />
do panorama de gênero 2023, da Rede Mulher<br />
<strong>Florestal</strong>, identificou um aumento de 4%, no ano de 2021,<br />
para 7% de mulheres ocupando cargos de diretoria florestal<br />
neste ano.<br />
EXPORTAÇÕES<br />
As exportações da cadeia produtiva florestal do Estado<br />
de São Paulo atingiram U$ 2,8 bilhões em 2023 e representaram<br />
10,6%, dados da SAA-SP (Secretaria de Agricultura e<br />
Abastecimento do Governo do Estado de São Paulo) e as exportações<br />
do agronegócio paulista se mantiveram estáveis,<br />
embora tenha havido queda nos valores das exportações<br />
florestais brasileiras, de U$ 15,5 para U$ 13,4 bilhões.<br />
Em percentual, São Paulo se destaca como um dos líderes<br />
em exportações do setor madeireiro entre o geral feito<br />
pelo Brasil, com 21% dos produtos florestais, 47% do papel,<br />
31% dos painéis de madeira, 18% da celulose e 60% da resina.<br />
Os principais países compradores são China, com quase<br />
US$1bi (bilhão de dólares) adquiridos, e EUA (Estados Unidos<br />
da América), com US$ 250 milhões. Outros países como<br />
Peru, Colômbia, Itália e Países Baixos importam em média<br />
US$ 100 milhões.<br />
As florestas plantadas ocupam<br />
1,28 milhão de ha do território<br />
paulista (1 milhão de ha com<br />
eucalipto e 153 mil ha com<br />
pinus), correspondendo a 13%<br />
dos plantios brasileiros<br />
76 www.referenciaflorestal.com.br
COMPOSTAGEM<br />
Compostagem<br />
NA PRÁTICA<br />
Evento reunirá profissionais do segmento florestal para<br />
discutir o reaproveitamento de compostos orgânicos<br />
Fotos: Emanoel Caldeira<br />
78 www.referenciaflorestal.com.br
E<br />
ntre os dias 20 e 22 de agosto acontece o II Encontro<br />
Técnico de Compostagem, realizado na<br />
cidade de São Carlos (SP). O evento é organizado<br />
e realizado pela ENVIMAT, empresa especializada<br />
no fornecimento de equipamentos para<br />
compostagem e processamento de resíduos. A prática da<br />
compostagem tem conquistado cada dia mais espaço, pois<br />
as vantagens produtivas e econômicas associadas à prática<br />
têm chamado atenção de produtores e empresas do setor<br />
agroindustrial de todo o país.<br />
Este evento visa promover a troca de conhecimentos<br />
sobre os desafios e avanços no campo da compostagem,<br />
além de apresentar as tecnologias mais recentes do mercado,<br />
proporcionando uma visão abrangente e atualizada da<br />
compostagem e gestão de resíduos. O evento consistirá em<br />
dois dias de palestras, que ocorrerão no Centro de Convenções<br />
de Eventos, do hotel Nacional Inn, seguidos por um dia<br />
de campo, com demonstração de equipamento na Embrapa<br />
Pecuária Sudeste.<br />
Para José Luiz Tomita, especialista em compostagem da<br />
ENVIMAT, o evento tem grande importância para que o público<br />
possa perceber as áreas de atuação da compostagem,<br />
a importância e falta dessa fonte de carbono e os contatos,<br />
sejam comercias ou de difusão de conhecimento, que a área<br />
florestal pode ganhar com esse encontro. “É um mercado<br />
com grande potencial de crescimento, que está dando seus<br />
primeiros passos, onde as grandes empresas já têm tomado<br />
a iniciativa de geração dessa biomassa. Tem um grande<br />
potencial de exploração e de mineralização para utilização<br />
dentro do próprio segmento da silvicultura”, avalia Tomita.<br />
Para o especialista, o Brasil tem grande potencial de se tornar<br />
uma referência nesse mercado, pois há uma produção<br />
muito grande e abrangente na silvicultura e isso abre portas<br />
para a compostagem florestal. Seja na área produtiva ou na<br />
indústria, temos espaço para o crescimento dessa prática. “A<br />
boa destinação dos resíduos da silvicultura e da indústria do<br />
processamento de madeira e de celulose é muito importante<br />
para que tenhamos um controle melhor desses resíduos,<br />
gerando menos danos ao meio ambiente, e diminuindo custos<br />
da cadeia de produção florestal”, aponta Tomita.<br />
Agosto 2024<br />
79
COMPOSTAGEM<br />
PROGRAMAÇÃO<br />
No primeiro dia de evento os palestrantes são:<br />
Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste (Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Andreas<br />
Kunter, da Komptech, Roberto Levrero, da ABISOLO<br />
(Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia<br />
em Nutrição Vegetal), Felipe Pedrazzi e Lara Teixeira<br />
Laranjo, da ABCOMPOSTAGEM (Associação Brasileira<br />
de Compostagem), Clarissa Okino, da Ikove Agro,<br />
José Luiz Tomita, da ENVIMAT, Rafael Golim e Osmário<br />
Ferreira, da Prefeitura de São Paulo, Cristiano<br />
Kenji, da CETESB (Companhia Ambiental do Estado<br />
de São Paulo), Alberto da Rocha Neto, do MMA (Ministério<br />
do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas),<br />
Evaldo Azevedo, da SEMIL (Secretaria de Meio Ambiente,<br />
Infraestrutura e Logística) e Fulvio Parajara,<br />
da Ecomark.<br />
No segundo dia de atividade, as palestras serão<br />
por conta de Rafael Nascimento, da Orizon, Pedro<br />
Cardoso, da LD Celulose, Susana Martins Carvalho,<br />
da Campo Forte e os representantes da Embrapa<br />
Gado Leite, Alessandro de Sá Guimarães e Marcelo<br />
Otênio. A tarde haverá um momento para networking<br />
e a última palestra do dia será apresentada por<br />
Anderson Ribeiro, da 5P2R Marketing de Precisão.<br />
No terceiro dia será feita a visita à Embrapa,<br />
onde serão realizadas demonstrações de equipamentos<br />
e com especialistas.<br />
O evento é organizado e realizado pela ENVI-<br />
MAT e conta com apoios institucionais da ABCOM-<br />
POSTAGEM, ABISOLO, Embrapa, SELIMP (Secretaria<br />
Executiva de Limpeza Urbana), SEMIL, MMA (Ministério<br />
do Meio Ambiente) e Governo Federal, além<br />
dos apoios de Sorain Centro Técnico, Komptech,<br />
Campo Forte e Malinovski.<br />
As inscrições para o evento podem<br />
ser feitas através do QR Code:<br />
Ricardo Campanelli e José Luiz Tomita, especialista em<br />
compostagem da ENVIMAT<br />
Pergunte ao Tomita<br />
Caso tenha alguma dúvida sobre<br />
o evento ou sobre o sistema de<br />
compostagem, envie sua pergunta para<br />
jornalismo@revistareferência.com.br e<br />
saiba tudo sobre compostagem florestal.<br />
80 www.referenciaflorestal.com.br
TRANSPORTE<br />
Segurança é o X<br />
DA QUESTÃO<br />
Proteção de motoristas,<br />
operadores e da carga<br />
ganha cada vez mais<br />
espaço no transporte<br />
florestal<br />
O<br />
transporte de cargas florestais é o fechamento<br />
do ciclo da cultura florestal, onde todo o trabalho<br />
que foi feito desde o preparo do solo, até o corte<br />
tem seu destino. Esse momento entre o campo e<br />
a indústria, é a chave para garantir o suprimento<br />
de toda a cadeia de base florestal que será suprida. E segurança<br />
de carga no transporte florestal é a especialidade da EMEX Brasil,<br />
que tem nas balanças Tamtron e nos fueiros e catracas ExTe, sua<br />
assinatura no setor florestal.<br />
Para Olle Melin, consultor florestal da EMEX Brasil, a segurança<br />
no transporte florestal vem com a experiência, e essas duas balizas<br />
onde a EMEX Brasil trabalha, não podem ter seu valor diminuído.<br />
A segurança tem investimento que é demonstrado com a experiência.<br />
“É necessário investir para atingir os padrões corretos de<br />
segurança e o mercado brasileiro nos ensina a cada dia melhorar<br />
a qualidade de nossos equipamentos para atingir o seu nível de<br />
exigência”, aponta Olle.<br />
Ainda sobre o mercado brasileiro, Olle diz que, neste quesito,<br />
se exige algo muito além de apenas matéria-prima de qualidade<br />
e toca diretamente no conhecimento envolvido nos processos<br />
de produção dos equipamentos e do local onde será realizado o<br />
transporte. “O aço é o item principal, mas a chapa correta, o corte e<br />
dobra corretos do aço, a flexibilidade, a solda correta, limites do uso<br />
e capacidade de atender ao cliente, são as peças mais importantes<br />
desde processo. Os 126 anos de experiência da ExTe garantem todo<br />
know-how de nossos produtos produzidos no Brasil”, valoriza Olle.<br />
Paula Machado, diretora comercial da EMEX Brasil, explica<br />
que, para o mercado brasileiro há um desenvolvimento especial de<br />
produtos, que tem a sua base no que é feito internacionalmente,<br />
82 www.referenciaflorestal.com.br
mas com a chamada tropicalização, tão necessária para atender o<br />
mercado brasileiro. “Estamos na terceira geração de fueiros produzidos<br />
no Brasil, a mais nova linha Master e Xtreme, foi desenvolvida,<br />
após ouvirmos muito nossos clientes e a necessidade na operação<br />
de suas empresas. Nosso compromisso constante em inovação e<br />
tecnologia, mostra a satisfação do cliente. Destacamos também a<br />
Catraca lançada para o setor florestal em 2018, que é o ExTe TU<br />
(Tensioner Unlimited), focada na máxima segurança e na menor<br />
complexidade de uso, o que deixa toda a operação otimizada e<br />
fácil para quem opera”, descreve Paula.<br />
Para Olle, o uso das catracas, fueiros e balanças utilizadas estão<br />
diretamente ligados a segurança, pois um excesso de carga pode<br />
causar danos diretos em todas as partes envolvidas no transporte<br />
florestal. “O excesso de carga destrói os fueiros, danifica a estrada,<br />
danifica o caminhão, coloca em risco a vida do operador ou motorista.<br />
Por isso nossa balança de grua para pesagem de carga, modelo<br />
One Timber Tamtron, que tem uma precisão verificada entre 2% a<br />
3% de variação em relação ao peso real da carga, nossa prioridade<br />
máxima é que todas as etapas do desenvolvimento e produção de<br />
nossos produtos alcancem o aspecto mais importante – A SEGU-<br />
RANÇA”, descreve Olle.<br />
Paula comenta que os investimentos em segurança têm crescido<br />
cada vez mais, principalmente quando se compara a 2010, o<br />
início da ExTe no Brasil. “Esse é um ponto de muita clareza para nós<br />
da EMEX Brasil, a segurança tem sido cada vez mais valorizada, a visão<br />
do mercado da combinação de catracas<br />
e fueiros tem recebido mais atenção e<br />
maiores investimentos, pois os clientes<br />
entendem cada vez mais que é<br />
um fator primordial no transporte”,<br />
destaca Paula (foto ao lado).<br />
É necessário investir para atingir<br />
os padrões corretos de segurança<br />
e o mercado brasileiro nos ensina<br />
a cada dia melhorar a qualidade de<br />
nossos equipamentos para atingir<br />
o seu nível de exigência<br />
Olle Melin, consultor florestal<br />
da EMEX Brasil (foto acima)<br />
Agosto 2024<br />
83
MEIO AMBIENTE<br />
Dia da<br />
PRESERVAÇÃO<br />
FLORESTAL<br />
Foto: Bracell<br />
84 www.referenciaflorestal.com.br
Setor florestal baiano celebra<br />
data e valoriza as ações<br />
práticas em prol do meio<br />
ambiente<br />
Agosto 2024<br />
85
MEIO AMBIENTE<br />
Adata de 17 de julho, o Dia de Proteção às<br />
Florestas, é uma forma de homenagear todos<br />
os tipos de florestas e, também, de buscar<br />
conscientizar a população mundial sobre<br />
a importância de seu uso sustentável. Serve<br />
também como um reforço para os cuidados que se deve<br />
ter no âmbito ambiental e, em todo o mundo, empresas<br />
têm investido na economia verde, unindo o fator de preservação<br />
às práticas de gestão sustentável.<br />
Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF (Associação<br />
Baiana das Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) destacou que<br />
o setor brasileiro de árvores cultivadas já vem trabalhando<br />
há décadas para aumentar sua produtividade utilizando<br />
menos recursos naturais, enquanto oferece uma grande<br />
gama de bioprodutos, recicláveis e biodegradáveis,<br />
para suprir as demandas globais por uma economia mais<br />
verde. “Respeito ao meio ambiente e à biodiversidade<br />
em nosso setor é também um resultado prioritário, que<br />
temos medido com dados e bons exemplos, colhendo<br />
sempre grandes avanços em prol da sustentabilidade”,<br />
comentou Wilson.<br />
Além disso, o setor no Brasil tem outro diferencial: todos<br />
os produtos fabricados são originados de árvores que<br />
são plantadas, colhidas e replantadas exclusivamente para<br />
este fim, sempre em áreas previamente degradadas (portanto<br />
sem desmatamento). Esse é outro fato que contribui<br />
para a preservação dos biomas e sua biodiversidade.<br />
A Bahia está em sintonia com este cenário. No Estado<br />
são 700 mil ha (hectares) de plantações florestais e 450<br />
mil ha de florestas nativas destinadas à preservação ambiental.<br />
Por aqui são plantadas 250 mil árvores por dia.<br />
Para Wilson, as florestas plantadas são essenciais para<br />
a preservação das matas nativas e responsáveis pela produção<br />
de quase 5 mil produtos que usamos em nosso dia<br />
a dia, incluindo papel, celulose, pisos, móveis, cosméticos,<br />
entre outros, incluindo a geração de energia. “Além disso,<br />
o uso de produtos de base florestal gera um importante<br />
benefício climático, pois ajuda a evitar ou minimizar o uso<br />
de produtos baseados em fontes fósseis ou não renováveis,<br />
evitando emissões ao longo de diversas cadeias produtivas.<br />
Os produtos de base florestal mantêm o carbono<br />
estocado ao longo de sua vida útil”, afirma Wilson.<br />
Foto: divulgação Susano<br />
86 www.referenciaflorestal.com.br
Além disso, o uso de produtos<br />
de base florestal gera um<br />
importante benefício climático,<br />
pois ajuda a evitar ou<br />
minimizar o uso de produtos<br />
baseados em fontes fósseis<br />
ou não renováveis, evitando<br />
emissões ao longo de diversas<br />
cadeias produtivas<br />
Foto: divulgação<br />
Wilson Andrade, diretor<br />
executivo da ABAF<br />
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FLORESTAL<br />
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Agosto 2024<br />
87
MEIO AMBIENTE<br />
Foto: divulgação<br />
Respeito ao meio ambiente e à<br />
biodiversidade em nosso setor é<br />
também um resultado prioritário,<br />
que temos medido com dados<br />
e bons exemplos, colhendo<br />
sempre grandes avanços em prol<br />
da sustentabilidade<br />
Wilson Andrade, diretor executivo da<br />
ABAF<br />
ALGUNS EXEMPLOS NA BAHIA<br />
Suzano - Recentemente a Suzano aderiu ao segundo<br />
ciclo de investimentos do FASB, iniciativa que vai conectar<br />
170 mil ha de fragmentos florestais entre o sul da Bahia<br />
e o norte do Espírito Santo, em uma extensão de 500<br />
km (quilômetros). O objetivo dos corredores ecológicos<br />
é promover a conectividade da paisagem e melhorar as<br />
condições ambientais para manutenção das comunidades<br />
de fauna e flora diante das flutuações climáticas e das atividades<br />
humanas que afetam o meio ambiente.<br />
Outra iniciativa da empresa é um programa de restauração<br />
ecológica, concentrando-se na recuperação e<br />
enriquecimento de áreas por meio do plantio de espécies<br />
nativas e da preservação da vegetação natural. Com mais<br />
de 24 mil ha de áreas em processo de restauração nos<br />
Estados do Espírito Santo, Minas Gerais e sul da Bahia, a<br />
iniciativa contribui para o aumento da cobertura florestal<br />
e protege importantes nascentes e mananciais hídricos.<br />
Veracel - Com área total de 200 mil ha, a empresa<br />
divide igualmente esse território entre o cultivo de eucalipto<br />
e a vegetação nativa. Isso porque, para cada hectare<br />
88 www.referenciaflorestal.com.br
de eucalipto que cultiva, destina 1 ha para a preservação<br />
ambiental, mantendo nesses espaços a vegetação nativa<br />
ou promovendo a restauração florestal.<br />
A companhia ainda mantém, há mais de 15 anos,<br />
uma parceria com instituições de monitoramento independentes,<br />
como o PROMAB (Programa Cooperativo de<br />
Monitoramento e Modelagem em Microbacias Hidrográficas)<br />
coordenado pelo IPEF (Instituto de Pesquisas<br />
e Estudos Florestais) em parceria com o Laboratório de<br />
Hidrologia <strong>Florestal</strong> do Departamento de Ciências Florestais<br />
da ESALQ/USP, para monitorar microbacias da área<br />
de atuação da Veracel e garantir que o manejo florestal<br />
da empresa não esteja causando impactos na qualidade e<br />
quantidade de água das bacias que abastecem a região.<br />
Bracell - A sustentabilidade dos plantios florestais é<br />
resultado de uma série de cuidados paralelos não apenas<br />
com as árvores plantadas em si, mas com o solo, os recursos<br />
hídricos e os remanescentes de vegetação nativa<br />
que intercalam as áreas reflorestadas. Um destaque é o<br />
cultivo mínimo, técnica conservacionista empregada pela<br />
silvicultura que reflete em inúmeros benefícios para a<br />
produção, além de contribuir para a sustentabilidade do<br />
meio ambiente. Similar ao plantio direto na agricultura, o<br />
cultivo mínimo nasceu da iniciativa privada e representou,<br />
basicamente, a abolição das queimadas dos resíduos vegetais<br />
pós-colheita (folhas, galhos e cascas) e a manutenção<br />
destes sobre o solo.<br />
No cuidado com os plantios, vale ainda ressaltar a técnica<br />
de mosaicos florestais, que consiste no plantio de árvores<br />
de espécies comerciais, como é o caso do eucalipto,<br />
entre corredores de florestas nativas. Desta forma, a vegetação<br />
original é preservada, assim como são mantidas<br />
as características locais que possibilitam a perpetuação<br />
das mais diversas espécies da fauna e da flora naturais do<br />
ecossistema onde estão inseridas. Esse manejo reconhece<br />
a importância crucial das florestas nativas, responsáveis<br />
pela manutenção de ecossistemas cruciais para a sobrevivência,<br />
como a ciclagem da água, mitigação das mudanças<br />
climáticas do planeta, proteção das nascentes e prevenção<br />
da degradação do solo, dentre outros benefícios.<br />
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Agosto 2024<br />
89
LEGISLAÇÃO<br />
<strong>Florestal</strong><br />
VALORIZADO<br />
90 www.referenciaflorestal.com.br
Acordo entre governo estadual e<br />
ministério público impulsiona o<br />
mercado de florestas plantadas<br />
em Minas Gerais<br />
Fotos: Emanoel Caldeira e divulgação<br />
Agosto 2024<br />
91
LEGISLAÇÃO<br />
O<br />
governo de Minas Gerais e o MPMG<br />
(Ministério Público de Minas Gerais)<br />
assinaram um acordo inédito que vai<br />
possibilitar a simplificação do modelo<br />
de licenciamento ambiental para a atividade<br />
de silvicultura mineira, como ocorre em outros<br />
Estados brasileiros. A partir da assinatura, Minas Gerais<br />
não está mais obrigado juridicamente a exigir os EIA/<br />
RIMA (Estudos de Impacto Ambiental e Relatórios de<br />
Impacto Ambiental) para todos os novos empreendimentos<br />
de plantios florestais acima de mil ha (hectares)<br />
de área plantada.<br />
O acordo, homologado pelo Poder Judiciário de Minas<br />
Gerais, contou com as assinaturas do Governador<br />
Romeu Zema; do Presidente do Tribunal de Justiça de<br />
Minas Gerais, Desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior,<br />
do Advogado-Geral do Estado, Sérgio Pessoa Castro; do<br />
Procurador-Geral do MPMG, Jarbas Soares Júnior; e de<br />
demais autoridades mineiras.<br />
Segundo Romeu Zema, a alteração dos procedimentos<br />
terá o potencial de atrair mais investimentos<br />
e empresas do setor, que é o maior do Brasil em área<br />
plantada e esse acordo representa muitos avanços,<br />
principalmente na área ambiental, já que Minas Gerais<br />
terá, a partir de agora, uma condição maior de atrair<br />
quem quer fazer florestas cultivadas e reflorestamento<br />
Minas Gerais tende a se consolidar<br />
cada vez mais como protagonista<br />
nacional na economia verde,<br />
liderando a produção sustentável<br />
de florestas plantadas e ampliando<br />
a restauração de vegetações<br />
nativas, ao mesmo passo em que<br />
amplia a distribuição de renda<br />
e a dignidade ao produtor rural<br />
em mais de 95% dos municípios<br />
mineiros<br />
Adriana Maugeri,<br />
presidente da AMIF<br />
92 www.referenciaflorestal.com.br
no Estado. “Além desse apelo ambiental, temos também<br />
o sequestro de gases estufa e a recuperação de<br />
áreas degradadas que passam a ser mais fáceis. Isso<br />
representa geração de emprego e mais renda para o<br />
mineiro”, destacou o governador Romeu Zema.<br />
O desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa<br />
Júnior ressaltou que o acordo foi construído entre as<br />
partes visando o desenvolvimento da economia verde<br />
no Estado. “Já havia uma anuência entre o MPMG e o<br />
governo de Minas Gerais, mas havia ainda uma chancela<br />
do Poder Judiciário e, desde que tivemos ciência<br />
disto, passamos a analisar esse pleito. E chegamos a<br />
este momento de lealdade institucional”, valorizou Luiz<br />
Carlos.<br />
Segundo o presidente do TJMG, trata-se de uma<br />
ação importante para a economia do Estado e, também,<br />
para os produtores de florestas, que preservam o<br />
meio ambiente, geram créditos de carbono e movimentam<br />
a economia local. “E por isso estamos aqui homologando<br />
este acordo”, enfatizou Luiz Carlos.<br />
O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas<br />
Soares, exaltou o processo de construção do acordo<br />
e parabenizou as partes pela ação. “A autorização para<br />
esse tipo de exploração estava desorganizada, desordenada,<br />
simplificada da forma errada, e precisou da inter-<br />
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93
LEGISLAÇÃO<br />
venção do Ministério Público e do Poder Judiciário. Fico<br />
muito feliz por estarmos aqui selando este momento.<br />
Para nós, da Justiça, é um ato simples, mas para a sociedade<br />
é um ato muito importante o que assinamos<br />
hoje”, finalizou Jarbas.<br />
HISTÓRICO<br />
A mudança ocorre no contexto de uma decisão judicial<br />
proferida em 2011 que determinou a necessidade<br />
de apresentação do EIA/RIMA para os empreendimentos<br />
de atividades agropecuárias acima de mil ha em Minas<br />
Gerais, indistintamente. No entanto, após a recente<br />
publicação da Lei Federal número 14.876, de 2024, a<br />
silvicultura foi retirada do rol de atividades com significativo<br />
potencial de degradação e poluição ambiental,<br />
o que permitiu aos estados mais autonomia e simplificação<br />
dos processos de licenciamento. Diante da atualização<br />
federal, fez-se necessária, então, a atualização<br />
em Minas Gerais, a começar pelo comando judicial com<br />
foco em permitir a modulação dos efeitos ao Estado<br />
sem perder a necessária qualidade e a atenção estatal<br />
no processo de licenciamento ambiental.<br />
IMPACTOS E BENEFÍCIOS<br />
Segundo o acordo assinado, o governo de Minas<br />
Gerais está desimpedido judicialmente e retoma a sua<br />
autonomia de promoção da simplificação do licenciamento<br />
ambiental para os projetos que irão implantar<br />
florestas plantadas e ampliar as áreas de vegetação<br />
conservadas em todo o Estado. Em Minas Gerais, mais<br />
de 811 municípios serão beneficiados diretamente com<br />
essa medida, uma vez que são os territórios onde há<br />
mais de 2,3 milhões de ha de florestas plantadas e, ao<br />
mesmo tempo, mais de 1,3 milhão de ha de vegetação<br />
nativa conservada pelo setor florestal.<br />
Segundo a presidente da AMIF, Adriana Maugeri, a<br />
perspectiva que se abre com esse acordo é de um novo<br />
ciclo de prosperidade para a agroindústria florestal mineira.<br />
“O Estado de Minas Gerais tende a se consolidar<br />
cada vez mais como protagonista nacional na economia<br />
verde, liderando a produção sustentável de florestas<br />
plantadas e ampliando a restauração de vegetações nativas,<br />
ao mesmo passo em que amplia a distribuição de<br />
renda e a dignidade ao produtor rural em mais de 95%<br />
dos municípios mineiros”, valorizou Adriana.<br />
94 www.referenciaflorestal.com.br
ECONOMIA VERDE<br />
Promover o desenvolvimento da agroindústria florestal<br />
no Estado representa uma forte ação direta no<br />
combate ao desmatamento ilegal nos biomas mineiros.<br />
Adriana Maugeri explica, ainda, que ao ampliar a oferta<br />
dos produtos oriundos de madeira e fibra vegetal, há<br />
uma clara redução na pressão por madeira ilegal obtida<br />
nas vegetações nativas preservadas.<br />
Outro destaque que recebe os plantios florestais é<br />
o papel crucial que as árvores cultivadas possuem na<br />
descarbonização da economia mineira, uma vez que<br />
capturam e armazenam grandes quantidades de dióxido<br />
de carbono, o que contribui para a mitigação dos<br />
efeitos das mudanças climáticas em escala singular.<br />
De acordo com o Presidente do Conselho Deliberativo<br />
da AMIF, Edimar Cardoso, a agroindústria florestal<br />
seguramente vislumbrará um novo ciclo de atração de<br />
novos investimentos e ampliações dos negócios consolidados<br />
no Estado. “Vamos seguir firme para ampliar<br />
a produção, fornecer mais bioprodutos à sociedade<br />
que demanda por sustentabilidade, incentivar o fortalecimento<br />
e a circulação de renda nos municípios,<br />
incrementar as conexões de vegetações conservadas e<br />
conservação da biodiversidade protegida pelos nossos<br />
cuidados”, apontou Edimar.<br />
Além desse apelo<br />
ambiental, temos também o<br />
sequestro de gases estufa<br />
e a recuperação de áreas<br />
degradadas que passam a ser<br />
mais fáceis. Isso representa<br />
geração de emprego e mais<br />
renda para o mineiro<br />
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PESQUISA<br />
Utilização de drones em<br />
estudos florestais:<br />
UMA REVISÃO<br />
SISTEMÁTICA<br />
Fotos: divulgação<br />
96 www.referenciaflorestal.com.br
QUÉTILA SOUZA BARROS<br />
INPA (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA)<br />
LIVIA ROCHA DE BRITO<br />
UFAC (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE)<br />
HENRIQUE PEREIRA DE CARVALHO<br />
UFAC<br />
ROMÁRIO DE MESQUITA PINHEIRO<br />
INPA<br />
EVANDRO JOSÉ LINHARES FERREIRA<br />
INPA<br />
VITÓRIA EMILY PENEDO DA SILVA<br />
UFAC<br />
Agosto 2024<br />
97
PESQUISA<br />
ORESUMO<br />
s VANTs (veículos aéreos não tripulados),<br />
popularmente conhecidos como drones,<br />
tem ganhado destaque no campo científico.<br />
Este estudo tem como propósito<br />
explorar a trajetória histórica desses dispositivos,<br />
concentrando-se em suas aplicações específicas<br />
em estudos florestais. Este estudo adotou uma metodologia<br />
dedutiva exploratória, utilizando pesquisa bibliográfica<br />
para revisar estudos florestais que utilizam drones. A<br />
análise da literatura priorizou pesquisas recentes, com palavras-chave<br />
como: tecnologia remotamente pilotada em<br />
estudos florestais. Utilizando bancos de dados científicos,<br />
foram identificados artigos de 2015 a 2023, destacando<br />
avanços tecnológicos, métodos de coleta de dados e desafios<br />
na aplicação de drones em estudos florestais. As informações<br />
extraídas abordaram sistemas, uso nas ciências<br />
florestais e vantagens/desvantagens. O estudo revelou<br />
resultados promissores no uso de drones em estudos<br />
florestais. As aplicações abrangem monitoramento da<br />
restauração florestal, avaliação de plantios de eucalipto<br />
com alta precisão, obtenção de altura de árvores em florestas<br />
de coníferas com custo inferior, estimativa eficaz de<br />
combustíveis e estrutura florestal, comparação precisa de<br />
modelos de altimetria em áreas com vegetação esparsa,<br />
98 www.referenciaflorestal.com.br
inventário de açaizeiros superando a contagem a olho nu,<br />
eficiência no monitoramento agrícola e florestal, mapeamento<br />
de florestas antigas de faias por meio de levantamentos<br />
LiDAR, e uma ampla gama de aplicações práticas<br />
de sistemas não tripulados na silvicultura. As vantagens<br />
dos drones incluem redução de custos, flexibilidade temporal<br />
e execução em condições adversas, enquanto as<br />
limitações envolvem tempo de voo e dependência de luz<br />
solar, mas o estudo destaca sua eficiência e promissora<br />
contribuição para pesquisas florestais.<br />
INTRODUÇÃO<br />
De acordo com Watts, Ambrosia e Hinkley (2012), a<br />
história dos sistemas de aeronaves não tripuladas, popularmente<br />
conhecidos como drones, remonta à sua origem<br />
militar, onde desempenharam papéis cruciais como<br />
equipamentos de suporte às forças armadas. Durante a<br />
Guerra Fria, a Nasa (Agência Espacial Americana) desenvolveu<br />
as primeiras aeronaves não tripuladas, marcando<br />
um avanço significativo, embora com limitações de uso.<br />
Na década de 70, iniciou-se a era moderna dos VANTs,popularmente<br />
conhecidos como drones, foi impulsionada<br />
por pesquisadores americanos e israelenses, explorando<br />
experimentos com veículos menores e mais acessíveis.<br />
Drones equipados com<br />
sistemas de visão podem<br />
monitorar de forma rápida<br />
e precisa a condição<br />
das plantas, ajudando<br />
a detectar ameaças<br />
relacionadas a doenças de<br />
plantas, por exemplo<br />
Agosto 2024<br />
99
PESQUISA<br />
Ainda segundo esses autores no cenário científico,<br />
os drones ganharam destaque a partir dos anos 90, com<br />
aplicações diversas que vão desde a esfera militar até setores<br />
científicos e comerciais. A palavra drone é originária<br />
da língua inglesa, e seria o mesmo que zangão na língua<br />
portuguesa (o macho das abelhas). É um termo genérico<br />
que é usado para definir qualquer objeto voador não tripulado,<br />
incluindo aqueles de propósito militar, comercial,<br />
recreativo, etc. (Decea, 2015). O drone é um aeromodelo<br />
de controle remoto, sem piloto embarcado e controlado<br />
por controle remoto, à distância, com diversos usos que<br />
englobam desde o lazer ao uso militar (Pozzeti, 2016).<br />
A utilização é feita somente com piloto remoto. Ou<br />
seja, equipamentos autônomos, sem intervenção externa<br />
durante o tempo de voo, não são permitidos pela defesa<br />
aérea brasileira. Portanto, todo drone que apresenta<br />
um piloto remoto é intitulado de RPA (remotely-piloted<br />
aircraft), em português, ARP (aeronave remotamente<br />
pilotada), sigla adotada pela FAB (Força Aérea Brasileira).<br />
A partir do momento que os drones são empregados no<br />
setor de pesquisa, a exemplo, em universidades que utili-<br />
Eles oferecem vantagens<br />
sobre os métodos<br />
tradicionais e dados de<br />
satélite, incluindo maior<br />
precisão, produtividade<br />
e custo-benefício<br />
100 www.referenciaflorestal.com.br
zam o equipamento para levantamento do relevo, tipologia<br />
vegetal, florestal, estudos atmosféricos e etc., tem que<br />
ter uma autorização própria chamada Cave (Certificado de<br />
Autorização de Voo Experimental). Para qualquer um dos<br />
casos, além da autorização de uso do equipamento junto<br />
à Anac, os pilotos precisam pedir liberação de voo aos<br />
órgãos regionais assim como é feito no caso de aeronaves<br />
tripuladas (Pozzeti, 2016).<br />
No Brasil, a regulamentação do acesso ao espaço<br />
aéreo para drones foi estabelecida pela Portaria n. 415<br />
DGCEA em novembro de 2015, delineando as diretrizes<br />
para operação desses sistemas. No contexto científico, os<br />
drones têm se destacado em diversas áreas, sendo fundamentais<br />
em pesquisas florestais para medições precisas<br />
de altura das árvores, mapeamento de clareiras e suporte<br />
ao manejo florestal (Brasil, 2015).<br />
Os drones estão sendo usados em estudos florestais<br />
para diversas finalidades, como classificação de espécies<br />
arbóreas, monitoramento de incêndios florestais e detecção<br />
de fitopatógenos. Eles oferecem vantagens sobre os<br />
métodos tradicionais e dados de satélite, incluindo maior<br />
precisão, produtividade e custo-benefício. Drones equipados<br />
com sistemas de visão podem monitorar de forma<br />
rápida e precisa a condição das plantas, ajudando a detectar<br />
ameaças relacionadas a doenças de plantas (Robiah;<br />
Mohammad, 2022).<br />
No monitoramento de incêndios florestais, os drones<br />
fornecem dados em tempo real que aprimoram o processo<br />
de controle e evitam a propagação de incêndios<br />
(Mahdi et al., 2023). Os drones também desempenham<br />
um papel crucial no inventário e gestão florestal, permitindo<br />
a recolha de dados flexível e de alta resolução.<br />
Podem transportar diversos sensores, como câmeras RGB,<br />
multiespectrais, térmicos e sensores LiDAR, fornecendo<br />
informações precisas para monitoramento e pesquisa<br />
florestal (Basaran et al., 2022).<br />
Essa é uma versão parcial desse<br />
artigo, que pode ser acessado<br />
de forma integral em: https://<br />
diversitasjournal.com.br/diversitas_<br />
journal/article/view/2887/2613<br />
Agosto 2024<br />
101
AGENDA<br />
AGENDA 2024<br />
AGOSTO<br />
2024<br />
Imagem: reprodução<br />
Florestas 360°<br />
Data: 20 e 21<br />
Local: Campo Grande (MS)<br />
Informações:<br />
https://www.florestas360.com.br/<br />
SETEMBRO<br />
2024<br />
SET<br />
2024<br />
LIGNUM<br />
A Lignum Latin America é uma feira focada na<br />
transformação, beneficiamento, preservação, energia,<br />
biomassa, uso da madeira e manejo florestal. A cada<br />
edição apresenta soluções, lançamentos e tendências<br />
para o setor industrial madeireiro e florestal de forma<br />
estática e dinâmica. Na quarta edição, realizada em<br />
2022, a Lignum Latin America reuniu 120 expositores e<br />
8.298 visitantes altamente qualificados, gerando vendas<br />
e prospecções.<br />
Lignum<br />
Data: 17 a 19<br />
Local: Curitiba (PR)<br />
Informações:<br />
https://lignumlatinamerica.com/<br />
Imagem: reprodução<br />
Workshop PCMAF – 10 anos<br />
Data: 04<br />
Local: Três Lagoas (MS)<br />
Informações:<br />
https://www.ipef.br/eventos/evento.<br />
aspx?id=562<br />
SETEMBRO<br />
2024<br />
NOV<br />
2024<br />
EXPOCORMA<br />
A Expocorma é um encontro entre pequenas,<br />
médias e grandes empresas de toda a cadeia de<br />
valor: da floresta à indústria, passando por viveiros,<br />
pequenos proprietários, produtores de celulose e<br />
papel, serrarias de diversos portes, fábricas de cartão,<br />
cavacos e biomassa. É um encontro internacional para<br />
mostrar a oferta de valor de empresas e instituições<br />
que se dedicam ao cultivo e manejo sustentável de<br />
florestas produtivas, produção de madeira, celulose e<br />
bioprodutos, desenvolvimento tecnológico e encontros<br />
comerciais onde se reúnem o mundo das florestas.<br />
102 www.referenciaflorestal.com.br
AGENDA 2024<br />
OUTUBRO<br />
2024<br />
Fórum <strong>Florestal</strong> de São Petesburgo<br />
Data: 9 e 10<br />
Local: São Petesburgo (Rússia)<br />
Informações: https://spiff.ru/en<br />
OUTUBRO<br />
2024<br />
ASSINE AS PRINCIPAIS<br />
REVISTAS DO SETOR<br />
E FIQUE POR DENTRO<br />
DAS NOVIDADES!<br />
Workshop do Mogno Africano<br />
Data: 19<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: https://<br />
workshopmognoafricano.org.br/<br />
INFORMAÇÃO<br />
A ALMA DO NEGÓCIO!<br />
FLORESTAL<br />
INDUSTRIAL<br />
PRODUTOS<br />
BIOMAIS<br />
NOVEMBRO<br />
2024<br />
CELULOSE<br />
Expocorma<br />
Data: 20 a 22<br />
Local: Coronel (Chile)<br />
Informações: https://www.expocorma.cl/<br />
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Liderança na era da<br />
COMPLEXIDADE<br />
Por Luis Felipe Luchetti , formado em<br />
engenharia de produção pela UFSCAR<br />
(Universidade Federal de São Carlos),<br />
tem pós-graduação em inovação<br />
também pela UFSCAR e formação<br />
em gestão pela Universidade de<br />
Hannover, na Alemanha. É CEO da<br />
Fluxus e tem mais de 10 anos de<br />
experiência em gestão<br />
Inovações constantes,<br />
mudanças de comportamento<br />
e quebras de paradigmas<br />
impactam profundamente o<br />
desafio de liderar<br />
104 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Liderar na era da complexidade requer uma compreensão mais<br />
profunda dos desafios que enfrentamos. Vamos começar contemplando<br />
alguns aspectos que conferem complexidade ao<br />
mundo e às relações de trabalho.<br />
Velocidade das mudanças: A velocidade impressionante com<br />
que as mudanças ocorrem na sociedade e nos negócios tornou o mundo<br />
contemporâneo incrivelmente complexo. Hoje, as inovações tecnológicas<br />
e as transformações sociais acontecem em ritmo frenético, desafiando a<br />
capacidade das organizações e líderes de se adaptarem a novas realidades<br />
e de se manterem competitivas através da inovação.<br />
Sensibilização das novas gerações: As gerações mais jovens trazem<br />
consigo uma sensibilidade única para questões sociais e de saúde mental.<br />
Elas valorizam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, bem como a<br />
busca por propósito em seu trabalho. Os líderes precisam entender e abraçar<br />
esses valores, adaptando suas práticas de liderança para atrair e reter<br />
talentos.<br />
Quebra de paradigmas no mundo do trabalho: A era da complexidade<br />
também trouxe uma mudança significativa na forma como vemos o trabalho.<br />
As carreiras tradicionais já não são a única opção para o sucesso.<br />
Modelos de trabalho remoto (e muitas vezes offshore), empreendedorismo<br />
e carreiras não lineares e não tradicionais estão se tornando cada vez mais<br />
comuns. Os líderes modernos precisam estar atentos a esses novos paradigmas<br />
para seguirem criando jornadas atrativas para seus melhores talentos.<br />
À medida que exploramos o panorama atual, nota-se que uma boa<br />
liderança é cada vez mais imprescindível nas organizações. Os líderes que<br />
conseguem abraçar essa complexidade e se adaptar a ela estão em uma<br />
posição privilegiada para conduzir suas equipes em direção ao sucesso em<br />
um mundo em constante transformação. Diante desse cenário de complexidade<br />
emergente, a liderança enfrenta uma transformação fundamental.<br />
Abraçar a complexidade requer a adaptação dos líderes, reconhecendo que<br />
certos aspectos da liderança tradicional se tornam obsoletos.<br />
Reconhecimento do ser humano: A nova liderança reconhece que, por<br />
trás de cada função, há um ser humano único. Isso implica em dar espaço<br />
para que as pessoas sejam autênticas, se sintam bem no ambiente de<br />
trabalho e tragam seu verdadeiro eu para o cenário profissional. Em um<br />
mundo complexo, onde a diversidade de perspectivas é um ativo valioso,<br />
aprender a atrair, debater, e incluir a diversidade é fundamental.<br />
Criação de ambientes seguros e de confiança: À medida que a conscientização<br />
sobre a importância da saúde mental cresce, e as possibilidades<br />
de trabalho se ampliam, as pessoas tornam-se menos dispostas a tolerar<br />
ambientes de trabalho tóxicos. A liderança moderna deve construir ambientes<br />
onde a segurança psicológica e a confiança são prioridades. As pessoas<br />
precisam sentir que há espaço para serem vulneráveis, contribuir com<br />
suas ideias e preocupações sem o temor de retaliação. O medo de perder<br />
o emprego já não é suficiente para manter as pessoas por muito tempo em<br />
organizações onde se sintam constantemente vigiadas, psicologicamente<br />
assediadas ou emocionalmente desgastadas.<br />
Autonomia: Em um cenário onde a inovação é uma necessidade, não<br />
mais um diferencial, criar espaços onde as pessoas tenham autonomia para<br />
explorar, experimentar, cometer erros e aprender é crucial. O modelo de<br />
comando e controle, que inibe a criatividade e restringe as possibilidades<br />
de inovação, torna-se inviável. Líderes precisam fomentar a autonomia de<br />
suas equipes, incentivando a geração de novas ideias e a resolução de desafios<br />
de forma criativa e flexível.
VEM AÍ!<br />
02 DE DEZEMBRO - CURITIBA (PR)<br />
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