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Anuário 2024

Anuário 2024

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2


4<br />

TOQUE.<br />

DESLIZE<br />

DIMERIZE.<br />

RECONHECIDO PELOS PRINCIPAIS PRÊMIOS INTERNACIONAIS<br />

DE ILUMINAÇÃO E DESIGN.<br />

SAIBA MAIS:<br />

Conheça S.TOUCH, o toque da Stella.<br />

Uma linha de dimmers com uma série de atributos, como o Sistema<br />

DUALCUT, que permite dimerizar produtos com corte de fase<br />

Trailing Edge ou Leading Edge. São diversos acessórios e um amplificador<br />

exclusivo para dimerizar até mesmo os espaços mais amplos.<br />

Tudo isso sem flicker nem ruídos, com a qualidade autoral da Stella.


6


8<br />

A GRID MINI É A EVOLUÇÃO<br />

QUE VOCÊ ESPERAVA.<br />

Compacta e eficiente, oferece a<br />

mesma qualidade da Grid original,<br />

mas com um design ainda mais<br />

discreto e sofisticado.<br />

TIPOS DE USO:<br />

Disponível na versão de embutir,<br />

sobrepor, trilho e pendente.<br />

Comprimento: 60,23 mm<br />

Comprimento: 120 mm<br />

VARIEDADE DE MODELOS:<br />

Na versão de embutir, pode ser fixa<br />

ou orientável, "no frame" ou com<br />

microborda. Na versão de sobrepor,<br />

fixa ou basculante.<br />

ILUMINAÇÃO PRECISA<br />

E DESIGN COMPACTO<br />

PARA AMBIENTES<br />

MODERNOS<br />

OFUSCAMENTO:<br />

Possui baixíssimo índice de<br />

ofuscamento, com UGR


projetar é transcender<br />

palestrantes:<br />

Guto Requena<br />

Brasil<br />

Derek Porter<br />

EUA<br />

Tomás Ribas<br />

Brasil - Portugal<br />

Mônica Luz Lobo<br />

Brasil<br />

Roberto Corradini<br />

Itália<br />

Isabel Villar<br />

Chile - Suécia<br />

Martin Flugelman<br />

Argentina - Alemanha - EUA<br />

Anna Turra<br />

Brasil<br />

Kevin Houser<br />

EUA<br />

Vicente Scopacasa<br />

Brasil<br />

direção de conteúdo:<br />

Diana Joels<br />

Thiago Gaya<br />

Paula Carnelós<br />

ledforum.com.br<br />

@ledforum


12<br />

Expediente Anuário 2024<br />

Capa<br />

Fintech – Empresa de Tecnologia<br />

Financeira<br />

Projeto de iluminação:<br />

Estudio Carlos Fortes<br />

Foto: Manuel Sá<br />

Composição gráfica: Maria Fraga<br />

Publisher<br />

Thiago Gaya<br />

Editor Convidado<br />

Gilberto Franco<br />

Projeto gráfico e diagramação<br />

Maria Fraga, Juliana Fujimoto<br />

Colaboradoras<br />

Gabriella Franco, Valentina Figuerola<br />

Revisão<br />

Débora Tamayose<br />

Atendimento & Operações<br />

Márcio Silva<br />

Thiago Gaya é publisher da revista<br />

L+D e fundador do LEDforum. Atua<br />

há 25 anos na produção de conteúdo<br />

e na promoção do lighting design no<br />

Brasil como forma de elevar o setor<br />

e fortalecer o senso de comunidade<br />

no mundo da iluminação.<br />

Maria Fraga é designer gráfica,<br />

portuguesa. Desde 2010 em São<br />

Paulo, formou-se pela Faculdade de<br />

Belas Artes do Porto e passou pela<br />

FAU-USP. Hoje trabalha em design<br />

com projetos nos dois lados do<br />

oceano, navegando principalmente<br />

pelos universos do vinho, arquitetura<br />

e iluminação. Maria é a responsável<br />

pelo novo projeto gráfico da L+D.<br />

Gilberto Franco, titular do escritório<br />

franco+ berriel lighting design, trabalha<br />

com projetos de iluminação desde 1981,<br />

tendo mais de 3 mil projetos em seu<br />

currículo. Em 2004, conquistou o IALD<br />

Award of Merit pelo projeto Estação<br />

da Luz – Museu da Língua Portuguesa,<br />

juntamente com Carlos Fortes. É um<br />

entusiasta do tema da iluminação,<br />

já tendo sido Presidente e diretor da<br />

Asbai e membro do Board de diretores<br />

da IALD. Escreve regularmente para<br />

a L+D desde sua fundação e em<br />

2022 assumiu a posição de editor<br />

convidado (de honra). Essa primeira<br />

edição do Anuário é dedicada a ele.<br />

Gabriella Franco é quartanista<br />

de Jornalismo na Universidade<br />

Mackenzie, tendo estagiado na<br />

agência iNFRA de comunicação<br />

e na Subprefeitura de Pinheiros.<br />

Estreou na edição 85 da L+D e<br />

redigiu dez projetos deste Anuário.<br />

SURPREENDA-SE!<br />

De Mini só tem o<br />

tamanho e o nome<br />

Fluxo luminoso de até 1650lm,<br />

102 variações de modelos.<br />

Publicação<br />

Rua Catalunha, 350, 05329-030<br />

São Paulo SP<br />

ld@editoralumiere.com.br<br />

www.editoralumiere.com.br<br />

Impressão<br />

Gráfica Elyon<br />

Valentina Figuerola é formada em<br />

Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP<br />

e atua como jornalista especializada em<br />

arquitetura, engenharia civil e iluminação.<br />

Antiga colaboradora da L+D,<br />

Valentina assina o texto de doze<br />

projetos desta edição.<br />

Bruno Araújo é artista plástico, designer<br />

e ilustrador. Tem, na síntese gráfica,<br />

uma de suas principais ferramentas,<br />

desenvolvida em mais de uma década<br />

de produção de cartum. Responsável<br />

pelas ilustrações das últimas edições<br />

do LEDforum, foi provocado em 2024<br />

a contrariar essa síntese formal para<br />

explorar conceitos menos lineares<br />

como a sintropia que cruza espaços e<br />

seres em todas as camadas do viver.<br />

15° 24° 36° 50° Wall Washer<br />

Diâmetro de Ø90mm, duas cores branca e preta, fluxo de 725lm a 1650lm, 3 opções de refletores e 5 fachos, CCT 2,7K, 3K e 4K, IRC>90, UGR de 09 a 17.<br />

www.lumicenter.com


14 Editorial Anuário 2024<br />

A L+D é uma homenagem ao segmento<br />

de iluminação e seus profissionais. É a<br />

celebração do Lighting Design, materializada<br />

em páginas que revelam, de forma afetuosa,<br />

a importância e o poder da luz em nossa vida.<br />

Mais que uma revista, tem sido, ao longo de<br />

seus quase 20 anos, elemento fundamental na<br />

elevação da profissão e na construção do senso<br />

de comunidade do segmento no Brasil, e ferramenta<br />

indispensável para o engajamento de seus membros.<br />

Não podemos desconsiderar, no entanto, a<br />

profunda mudança nos hábitos de leitura e a<br />

transformação do que se entende por mídia. O<br />

conceito de “edição”, nas notícias do dia a dia,<br />

tornou-se ultrapassado, dado o imediatismo com<br />

que as informações são divulgadas. O meio digital<br />

se impôs como forma independente de divulgação.<br />

Hoje, por meio das redes sociais, empresas e<br />

profissionais tornaram-se suas próprias mídias.<br />

Gilberto Franco, FAU-USP, 1979<br />

um corte transversal<br />

Diante dessa realidade, para as mídias impressas<br />

é mister ir além das edições de rotina. Devem<br />

cumprir seu natural papel de retratar, criticar e<br />

documentar os diferentes momentos presentes,<br />

imortalizando-os. Uma edição impressa deve<br />

ser atraente, convidando o leitor a folheá-la e<br />

deleitar-se com a beleza do que se apresenta.<br />

Por isso, a L+D se transforma, a partir desta<br />

edição, em Anuário, lançado na Semana da Luz e<br />

distribuído aos participantes do LEDforum. Será<br />

uma compilação dos melhores projetos realizados<br />

no país nos dois anos anteriores a seu lançamento,<br />

de forma a registrar o que de melhor se produziu<br />

no período por nossos lighting designers.<br />

Para esta edição, tivemos grande adesão dos<br />

principais escritórios, que selecionaram suas<br />

produções preferidas e as apresentaram por meio<br />

de um formulário padronizado. Isso permitiu não só<br />

a participação direta do autor, mas também uma<br />

grande agilidade na compilação do conteúdo.<br />

A partir desse rico material, pudemos, juntamente<br />

com nossas jornalistas Gabi e Valentina, mesclar<br />

à visão pessoal de cada autor nossa própria<br />

percepção e visão crítica de cada projeto.<br />

Nossa pretensão quanto a este Anuário, no<br />

entanto, não se limitou apenas a uma leitura<br />

presente. Tivemos em mente também seu<br />

valor como fonte de consultas futuras. O que<br />

pensarão estudantes, projetistas e pesquisadores,<br />

daqui a alguns anos, acerca do que se fazia em<br />

2024? Alguém, algum “escafandrista” (como na<br />

música do Chico) encontrará na publicação um<br />

corte transversal do que se fazia nesta época:<br />

residências de alto padrão, projetos corporativos,<br />

lojas, santuários, exposições, tudo embrulhado<br />

no belo projeto gráfico de Maria Fraga.<br />

Seja hoje, seja no futuro, desejamos a você<br />

uma leitura alegre e informativa, tanto<br />

quanto o foi para nós esta produção.<br />

Gilberto Franco e Thiago Gaya


16<br />

NOS MELHORES PROJETOS,<br />

COM OS MELHORES PROFISSIONAIS.<br />

CASA MCO<br />

Local: Florianópolis - SC<br />

Projeto de iluminação: Allume arquitetura de iluminação<br />

Projeto de arquitetura e interiores: Ruschel arquitetura e urbanismo<br />

Foto: Mariana Boro - ACASAA<br />

Portfólio | Pontualidade | Suporte


18


20<br />

consulte os melhores<br />

lançamentos de 2024<br />

shape your light<br />

any shape you like<br />

consulte os melhores<br />

lançamentos de 2024


22


24<br />

Emporio Armani Shopping Iguatemi SP<br />

LINHA ARGUS<br />

Embutido No Frame Orbital 1xAR70<br />

GU10 104x104mm<br />

LINHA LED.MOD<br />

ø70mm<br />

13w(1410lm) e 18w(1970lm)<br />

2700k, 3000k e 4000k<br />

18°, 24° e 36°<br />

IRC>90<br />

LINHA FOCUS<br />

ø57mm x 185mm<br />

9w(960lm), 13w(1320lm) e 18w(1850lm)<br />

2700k, 3000k e 4000k<br />

10°, 25° e 55°<br />

IRC>90


DESCUBRA<br />

A nova luminária da Luxion que<br />

redefine a iluminação com design<br />

e tecnologia de ponta.<br />

por MARIANA NOVAES<br />

Projeto Can Lis Jorn Utzon<br />

Disponível nas versões direta ou direta e indireta<br />

UGR90 - 3.000K /3.500K /4.000K<br />

Disponível na versão tunnable white 2.200-6.500K<br />

luxion.com.br


28 Sumário Projetos 2024<br />

50 56<br />

60 66<br />

Cristina Maluf<br />

SAP Labs Latin<br />

America – Fase 3<br />

Draeger Studio<br />

Largo do Piva<br />

LD Studio<br />

Copacabana Palace<br />

Allume<br />

Fortaleza São José<br />

da Ponta Grossa<br />

72<br />

78<br />

studioix<br />

Colégio<br />

Bandeirantes<br />

Lichia Lighting<br />

Restaurante<br />

Just a Bite<br />

82<br />

88<br />

94<br />

Senzi<br />

Lighting Design<br />

Sede corporativa<br />

Sicredi Dexis<br />

FOCO Luz<br />

e Desenho<br />

Apartamento<br />

Varanda<br />

concepDUAL<br />

e Acenda<br />

Iluminação<br />

Museu do Jardim<br />

Botânico do Rio<br />

de Janeiro<br />

100<br />

108<br />

112<br />

Franco+Berriel<br />

Lighting Design<br />

Breton Dubai<br />

Fernanda Carvalho<br />

Lighting Design<br />

35ª Bienal de São<br />

Paulo, Coreografias<br />

do Impossível<br />

Castilha<br />

Iluminação<br />

Casa Subtração


30<br />

Sumário Projetos 2024<br />

118<br />

124 128<br />

134<br />

Lit Arquitetura<br />

de Iluminação<br />

EstudioBola<br />

Arquitetura e Luz<br />

Câmara de<br />

Dirigentes<br />

Lojistas<br />

Atiaîa<br />

Lighting Design<br />

Residência SL<br />

Mingrone<br />

Iluminação<br />

Santuário Nacional<br />

de Nossa Senhora<br />

da Aparecida<br />

140<br />

146<br />

152<br />

OMstudio Lighting<br />

Residência<br />

Pacaembu<br />

Archidesign<br />

Ba’Ra Hotel<br />

Pitá Arquitetura<br />

Heartman<br />

158<br />

164<br />

170<br />

Rafael Leão<br />

Lighting Design<br />

Residência RH<br />

Studio FOS<br />

Iluminação<br />

Espaço XP<br />

RBF<br />

Lighting Design<br />

Residencial<br />

Israelita RJS<br />

176<br />

182<br />

188<br />

A Luzia<br />

Iluminação<br />

e Sentidos<br />

Uliving Student<br />

Housing Campinas<br />

Estudio<br />

Carlos Fortes<br />

Fintech – Empresa<br />

de Tecnologia<br />

Financeira<br />

Estúdio Lodi<br />

Neriage


32<br />

Nova linha PINNE TUNABLE WHITE +<br />

Moderna e cheia de tecnologia, a nova linha de luminárias PINNE trabalha<br />

em perfeita harmonia com o sistema de automação CASAMBI.<br />

Características do conjunto:<br />

Nova linha<br />

PINNE TUNABLE<br />

WHITE<br />

+<br />

• Dimerização de Cor e Intensidade dos leds;<br />

• Estruturação de rede Mesh sem fio;<br />

• Tecnologia Bluetooth BLE;<br />

• Sem custo com cabeamento de dados.<br />

A Everlight inova mais uma<br />

vez e traz uma solução incrível<br />

em sistemas de automação<br />

para iluminação!<br />

Automação com integração sem fio<br />

Tecnologia Finlandesa<br />

DISTRIBUIDOR<br />

Dimerizável em<br />

temperatura<br />

e intensidade<br />

Módulos<br />

inteligentes<br />

e independentes<br />

Rede<br />

Escalável<br />

Controle<br />

simplificado<br />

pelo APP<br />

EXCLUSIVO<br />

www.everlight.com.br | (31) 2566-8963<br />

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34


36


38


40<br />

Para nós da Luminacril Itaim a iluminação é arte:<br />

transformar cenários para que a vida aconteça de forma<br />

mais agradável, bonita e eficiente está no nosso DNA.<br />

Estamos presentes nos projetos mais icônicos do país,<br />

colaborando com renomados lighting designers para criar<br />

ambientes verdadeiramente únicos e inspiradores.<br />

Descubra como nossas soluções podem revolucionar seus<br />

projetos e elevar cada espaço ao seu máximo potencial.<br />

Colégio Bandeirantes – São Paulo, SP<br />

Projeto Luminotécnico: Studio IX<br />

Interiores e Paisagismo: Denise Barretto<br />

Arquitetura: Aflalo / Gasperini<br />

Leia o QR CODE e assista ao conceito<br />

do projeto luminotécnico por<br />

Guinter Parschalk<br />

Foto: Romulo Fialdini<br />

luminacril.com.br<br />

itaimlc.com.br


MINIUM<br />

Apresentamos a nova<br />

linha técnica minimalista<br />

Bella Luce, com a melhor<br />

eficiência do mercado,<br />

alcance que ultrapassa<br />

50 metros de altura,<br />

vida útil assegurada de<br />

50.000 horas e tecnologia<br />

Pro Color embarcada.<br />

MICRO<br />

MINIUM<br />

As luminárias das<br />

linhas Minium e Micro<br />

Minium vieram para<br />

revolucionar o mercado<br />

de iluminação!<br />

Saiba mais sobre as<br />

linhas completas em<br />

bellaluce.com.br


46<br />

A Steluti trabalha com o portfolio completo<br />

de produtos premium da Lutron.<br />

Uma variedade de soluções personalizadas<br />

para atender às necessidades específicas de<br />

cada projeto.<br />

o2promo.com.br<br />

DIAMOND ELITE DEALER<br />

Fone: +55 11 3079-7339<br />

www.steluti.com.br


2024<br />

25 projetos


50 Projeto SAP Labs Latin America – Fase 3<br />

51<br />

prisma diáfano<br />

No edifício SAP Labs Latin America (fase 3),<br />

em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, a iluminação<br />

natural é abundante. Brises têxteis filtram a<br />

luz solar, sem barrar a vista, ao mesmo tempo<br />

que conferem uma suave textura ao volume<br />

arquitetônico. À noite, esse volume é visualmente<br />

percebido sem manchas de luz e sombra, graças<br />

às soluções do projeto luminotécnico do escritório<br />

Cristina Maluf Arquitetura de Iluminação. Além do<br />

aproveitamento máximo da luz natural, o projeto<br />

arquitetônico do Hype Studio privilegiou o reúso<br />

de água e a ventilação natural na construção,<br />

que é certificada com o selo LEED Gold.<br />

Em sintonia com a arquitetura, a iluminação<br />

segue um conceito contemporâneo e minimalista,<br />

privilegiando a temperatura de cor amarela<br />

(3.000 K) em todos os ambientes. “Um bom projeto<br />

de iluminação é aquele em que as formas e os<br />

planos arquitetônicos são valorizados pela luz e<br />

as luminárias menos aparecem”, afirma a lighting<br />

designer Cristina Maluf, titular do escritório de<br />

iluminação fundado em Porto Alegre, em 1992.<br />

Cercada por jardins,<br />

a circulação central<br />

que liga os dois blocos<br />

do SAP Labs (fase 3) recebe<br />

uma luz difusa proveniente<br />

de luminárias lineares difusas<br />

(LED 15 W/m; 1.434 lm/m;<br />

3.000 K; IRC 80).<br />

Os patamares da escada<br />

são iluminados por três<br />

spots dimerizáveis com<br />

grelha honeycomb (LED<br />

13,2 W; 1.020 lm; 3.000 K;<br />

35°; IRC > 90; R9).


52 Projeto SAP Labs Latin America – Fase 3<br />

53<br />

2<br />

3<br />

5<br />

2. Luminárias paginadas<br />

com as placas de forro<br />

e os difusores lineares<br />

do ar-condicionado.<br />

4<br />

“um bom projeto de iluminação é aquele em que<br />

as formas e os planos arquitetônicos são valorizados<br />

pela luz e onde as luminárias menos aparecem”<br />

A estrutura metálica favoreceu a criação de grandes<br />

vãos, ambientes amplos e flexíveis, como o espaço<br />

multiúso com arquibancada que conecta o novo<br />

edifício da fase 3 às construções mais antigas.<br />

Com laje de steel deck aparente, o espaço com<br />

pé-direito generoso foi pensado para trabalhos<br />

colaborativos e eventos. “Em ambientes como<br />

circulações e convivência, onde não há forro, o<br />

sistema de iluminação foi integrado em baffles<br />

ou, simplesmente, paginado de acordo com as<br />

diversas instalações aparentes”, diz Cristina.<br />

Nos escritórios open space, as luminárias<br />

foram integradas ao forro modular acústico,<br />

paginadas com os difusores lineares do sistema<br />

de ar-condicionado. Para dar uniformidade da<br />

iluminância adequada à superfície de trabalho,<br />

as luminárias foram instaladas em linhas contínuas<br />

perpendiculares às mesas e paralelas às janelas.<br />

“Para atender à Certificação LEED Gold,<br />

instalamos comandos de acionamento e<br />

dimerização independentes em cada linha de<br />

iluminação. Dessa forma, em dias ensolarados<br />

ou com abundante luz natural, o sistema de<br />

controle ajusta automaticamente a intensidade<br />

das luzes, garantindo uma iluminância uniforme<br />

nas superfícies de trabalho, adequada às<br />

normas brasileiras e internacionais”, conclui<br />

Cristina. [por Valentina Figuerola]<br />

3. Com 8 metros de<br />

pé-direito, o amplo<br />

espaço multiúso que liga<br />

o SAP Labs (fase 3) às<br />

construções mais antigas<br />

(fases 1 e 2) é iluminado<br />

por dois sistemas de<br />

iluminação independentes<br />

que podem variar conforme<br />

a utilização. Um deles é de<br />

luminárias lineares com aletas<br />

parabólicas (LED 32 W;<br />

3.200 lm/m; 3.000 K; IRC > 90;<br />

R9); e o outro, de spots com<br />

grelha antiofuscamento<br />

(LED 13,2 W; 1.020 lm;<br />

3.000 K; 35° e 25°; IRC > 90;<br />

R9) que proporcionam uma<br />

luz mais intimista quando as<br />

lineares estão desligadas.<br />

Ambos são dimerizáveis e<br />

estão fixados em eletrocalhas<br />

entre os baffles.<br />

4. Sobre a arquibancada<br />

do espaço Conexão, onde o<br />

pé-direito é menor e variável,<br />

luminárias com aletas<br />

proporcionam iluminação<br />

geral controlada. Esse sistema<br />

é complementado por spots<br />

com grelha honeycomb<br />

fixados entre os baffles.<br />

A circulação lateral é<br />

iluminada por luminárias<br />

dimerizáveis (LED 6,6 W; 35°;<br />

451 lm; 3.000 K; IRC 90; R9).<br />

5. Todas as salas de<br />

open plan são iluminadas<br />

por luminárias com aletas<br />

parabólicas e alto índice<br />

de UGR (LED 16 W;<br />

2.312 lm; 3.000 K; IRC > 90;<br />

R9; dimerizáveis) embutidas<br />

de forma discreta entre as<br />

placas de forro. As luminárias<br />

dispõem de sistema de<br />

dimerização que responde<br />

de maneira independente em<br />

razão da disponibilidade de<br />

luz natural, com a finalidade<br />

de manter as intensidades<br />

luminosas conforme as<br />

normas brasileiras.


54 Projeto SAP Labs Latin America – Fase 3<br />

55<br />

6. O SAP Labs conta com<br />

vários espaços flexíveis<br />

de convivência e trabalho,<br />

como booths para café ou<br />

reuniões descontraídas,<br />

realçados por pendentes com<br />

acendimento independente.<br />

A circulação, assim como<br />

em todos os pavimentos,<br />

recebe uma luz difusa<br />

proveniente de luminárias<br />

lineares (LED 15 W/m;<br />

1.434 lm/m; 3.000 K; IRC 80).<br />

6<br />

8<br />

7. À noite, open plan<br />

é filtrada por brises<br />

têxteis, fornecendo uma<br />

percepção visual do volume<br />

do prédio sem manchas<br />

de luz e sombra.<br />

O acesso e a circulação de<br />

veículos são iluminados por<br />

postes com facho simétrico<br />

(LED 80 W; 8.226 lm;<br />

h = 3,0 m; 3.000 K; IRC > 70;<br />

R9; IP66). A vegetação baixa<br />

é iluminada por balizadores<br />

(LED 2,2 W; 230 lm; 3.000 K;<br />

IRC 80, IP54). Os postes e os<br />

balizadores só emitem luz para<br />

baixo, minimizando a poluição<br />

luminosa. A circulação no<br />

entorno do prédio é iluminada<br />

por spots dimerizáveis<br />

com grelha honeycomb.<br />

(LED 13,2 W; 1.020 lm;<br />

3.000 K; 35°; IRC > 90, R9).<br />

8. Pendentes entre os<br />

baffles e luminárias lineares<br />

(LED 15 W/m; 1.434 lm/m;<br />

3.000 K; IRC 80) valorizam<br />

a área de acesso. As mesmas<br />

luminárias foram instaladas<br />

próximo aos planos brancos<br />

verticais, proporcionando um<br />

efeito wall washer. Presas<br />

às eletrocalhas, luminárias<br />

dimerizáveis (LED 6,6 W;<br />

35°; 451 lm; 3.000 K; IRC 90;<br />

R9) realçam o mobiliário<br />

e o ambiente de estar.<br />

7<br />

SAP Labs Latin<br />

America – Fase 3<br />

São Leopoldo, RS<br />

Projeto de iluminação:<br />

Cristina Maluf Arq.<br />

de Iluminação<br />

Maria Cristina Maluf<br />

Gardolinski (titular);<br />

Cecília Britto,<br />

Letícia O. Souza e<br />

Uilliam S. Sandre<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

Hype Studio Arquitetura<br />

+ Triptyque Architecture<br />

Fernando Balvedi (titular<br />

do Hype Studio) e<br />

Jean Grivot (titular<br />

do Triptyque)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Tellini Vontobel<br />

Cliente:<br />

SAP LABs Latin America<br />

Conclusão:<br />

2022<br />

Fornecedores:<br />

Lemca, Lumini<br />

e Soneres<br />

Fotos:<br />

Marcelo Donadussi


56 Projeto Largo do Piva<br />

57<br />

rua<br />

artística,<br />

Criado em homenagem ao arquiteto André Piva,<br />

falecido em 2020, o Largo do Piva é uma galeria a<br />

céu aberto que ocupa uma calçada de 11 metros de<br />

largura na Rua Juquiá, no Leblon, Rio de Janeiro.<br />

Integrada às lojas do edifício Essência, cuja fachada<br />

foi projetada pelo próprio Piva, a calçada exibe obras<br />

de arte de expoentes do cenário das artes carioca.<br />

O projeto de iluminação do espaço público, assinado<br />

pelo escritório Draeger Studio, visou valorizar, de<br />

forma discreta e fluida, o percurso do pedestre.<br />

Fitas de LED embutidas em bancos e canteiros<br />

direcionam intuitivamente os transeuntes pelo<br />

percurso. A iluminação contínua acompanha<br />

as curvas do mobiliário urbano e da marquise,<br />

iluminando o trajeto e as obras de forma a<br />

surpreender quem passa no local. “A calçada se<br />

torna uma oportunidade para as pessoas interagirem<br />

com as obras de arte”, acrescenta a lighting<br />

designer Christina Draeger, titular do Draeger Studio.<br />

As curvas da marquise<br />

são ressaltadas por<br />

uma iluminação linear,<br />

proporcionada por perfil de<br />

silicone flexível com fita de<br />

LED (2.300 lm, 2.700 K, IP65).<br />

Na foto, também é possível<br />

visualizar a obra Síntese<br />

Concreta, da artista Marina<br />

Rodrigues. Em aço corten,<br />

a peça é realçada pela<br />

iluminação inserida em seu<br />

perímetro (fita de LED 500 lm,<br />

2.700 K, IP65 com difusor).<br />

luz<br />

fluida


58 Projeto Largo do Piva<br />

59<br />

a iluminação tem um papel central na interlocução<br />

de diversos aspectos de um projeto arquitetônico<br />

3 4<br />

2<br />

Além de iluminar a marquise e o mobiliário<br />

urbano, Christina trabalhou em colaboração com<br />

as artistas Marina Rodrigues, na iluminação da<br />

obra Síntese Concreta, e com Marina Caverzan,<br />

autora dos bicicletários Cósmico e Prisma. “A<br />

iluminação é integrada às obras, valorizando-as<br />

de forma harmônica e respeitosa, sem ser invasiva<br />

e atrapalhar a ideia original das artistas”, explica.<br />

Um dos destaques do Largo do Piva é o piso<br />

geométrico, criado pelo Coletivo Muda, que conecta<br />

diferentes elementos urbanos e confere ritmo e<br />

identidade ao percurso, assim como o projeto<br />

de iluminação. “O Draeger Studio entende que a<br />

iluminação tem um papel central na interlocução<br />

de diversos aspectos de um projeto arquitetônico,<br />

sendo a cola invisível que une e torna visível<br />

aspectos das edificações”, conclui Christina. [VF]<br />

2. O mobiliário urbano<br />

é enaltecido pela fita de LED<br />

(500 lm, 2.700 K, IP65), assim<br />

como a marquise e o pórtico.<br />

3. A iluminação foi integrada<br />

ao mobiliário urbano,<br />

ressaltando suas formas<br />

e balizando os caminhos (fita<br />

de LED 500 lm, 2.700 K, IP65).<br />

Marquise e pórtico de entrada<br />

são salientados por perfis<br />

flexíveis com fita de LED<br />

(2.300 lm, 2.700 K, IP65).<br />

4. O perfil de silicone<br />

flexível com fita de LED<br />

(2.300 lm, 2.700 K, IP65)<br />

destaca o desenho<br />

da marquise.<br />

À noite, o bicicletário Prisma,<br />

da artista Marina Caverzan,<br />

ganha vida com a iluminação.<br />

Largo do Piva<br />

Rio de Janeiro, RJ<br />

Projeto de iluminação<br />

da intervenção urbana:<br />

Draeger Studio<br />

Christina Draeger (titular)<br />

Projeto de intervenção<br />

urbana e curadoria<br />

artística:<br />

Vanessa Borges<br />

Painel do piso<br />

da calçada:<br />

Coletivo Muda<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Wabi Sabi Ateliê<br />

Esculturas:<br />

Maritza Orleans e<br />

Bragança, Camilo<br />

Portugal, Ana Biolchini,<br />

Marina Caverzan<br />

e Marina Rodrigues<br />

Realização:<br />

Mozak<br />

Empreendimentos<br />

Conclusão:<br />

2024<br />

Fornecedores<br />

especificados:<br />

Ledplus, Ledprofiles,<br />

Lemca<br />

Fotos:<br />

Pedro Mascaro


60 Projeto Copacabana Palace<br />

61<br />

copacabana palace:<br />

1<br />

A ambiciosa empreitada de lighting design ficou a<br />

cargo do LD Studio, escritório brasileiro que atua em<br />

projetos por toda a América e vem trabalhando com<br />

o Copacabana Palace desde 2004. O briefing parecia<br />

simples o suficiente: criar um desenho de iluminação<br />

que permitisse o uso de cor em ocasiões especiais.<br />

No entanto, Mônica Lobo, a lighting designer<br />

fundadora do LD Studio, comenta que a natureza<br />

do projeto implicava uma série de desafios. A<br />

renovação deveria honrar o legado do edifício e,<br />

ao mesmo tempo, colocá-lo a par de necessidades<br />

contemporâneas – de certa forma garantindo a<br />

continuação desse legado. Foi pensado, então, um<br />

sistema de LEDs endereçáveis que pudessem mudar<br />

de cor, controlados por programação inteligente.<br />

3<br />

100 anos de novidade<br />

4<br />

1. Visão frontal da<br />

fachada na cena Day<br />

by Day (Dia a dia). LEDs<br />

regulados na temperatura<br />

de cor 2.700 K, estáticos,<br />

adicionam calor e elegância<br />

ao hotel na cena noturna.<br />

2. O letreiro é iluminado<br />

por perfil linear flexível<br />

Continuity T RGBW 15 W/m.<br />

Uma luminária linear sob<br />

medida foi desenvolvida<br />

especialmente para minimizar<br />

a interferência da linha<br />

no edifício tombado.<br />

2<br />

3. As portas dos salões<br />

que dão acesso ao terraço<br />

recebem 2 barras de LED<br />

45 W RGBW, com óptica<br />

12° × 55°, para evidenciar<br />

as texturas da estrutura<br />

que sustenta o balcão acima.<br />

Catalisador de muitas histórias e sentimentos<br />

nacionais, o hotel Belmond Copacabana Palace,<br />

no Rio de Janeiro, completou 100 anos de existência<br />

em 2023. O marco foi escolhido para a realização<br />

de um projeto até então engavetado: a renovação<br />

da fachada do edifício. Além de receber pintura no<br />

tom Pérola Palace, exclusivo do hotel, a fachada se<br />

fez nova com a restauração das janelas dos quartos.<br />

No escopo da renovação, estava também um novo<br />

sistema de iluminação, que, como uma camada de<br />

verniz, pudesse dar brilho a cada detalhe, sem tirar<br />

sua originalidade.<br />

Quem caminhou pela Avenida Atlântica nos<br />

últimos meses viu a histórica fachada colorida<br />

por luzes nas cores rosa, para o Outubro Rosa;<br />

azul, para o Novembro Azul; do arco-íris, para<br />

o mês do Orgulho LGBTQIA+; roxa, rosa e azul,<br />

para o Carnaval; e em várias outras composições.<br />

São essas as chamadas “cenas” programadas<br />

no sistema que se propõem a fazer do hotel um<br />

espelho da cidade, ao mesmo tempo que se<br />

comunica com ela. Em parceria com as equipes<br />

de marketing e design do hotel, o LD Studio criou<br />

14 cenas que comunicam diferentes mensagens.<br />

4. Barras de LED<br />

com óptica 60° × 120°,<br />

iluminam as nervuras<br />

no 4º pavimento, dando<br />

charme a seus detalhes.


62 Projeto Copacabana Palace<br />

63<br />

A luminária RGBW 51 W,<br />

12°, dá ênfase a uma das<br />

colunas na cena Carnaval.


64 Projeto Copacabana Palace<br />

65<br />

6<br />

O LD Studio tem vasta experiência iluminando obras<br />

tombadas, como o Theatro Municipal de São Paulo;<br />

a Casa Daros, no Rio de Janeiro; e o Museu da<br />

Inconfidência, em Ouro Preto. Para a equipe, o mais<br />

importante ao trabalhar com bens tombados é o<br />

respeito pela história deles. “O Copa é um ícone<br />

da cidade. Todos que passam pela orla durante o<br />

dia o reconhecem e têm orgulho de sua presença.<br />

Quisemos trazer essa imponência também para o<br />

horário noturno. Estamos usando o estado da arte<br />

em tecnologia para revelar a alma do Copa através<br />

da luz”. O projeto de iluminação do Copacabana<br />

Palace teve apoio do Instituto do Patrimônio<br />

Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que atuou<br />

como interface para seu desenvolvimento.<br />

[por Gabriella C. Franco]<br />

“estamos usando o estado da arte em<br />

tecnologia para revelar a alma do copa<br />

através da luz”<br />

Copacabana Palace<br />

Rio de Janeiro, RJ<br />

Projeto de iluminação:<br />

LD Studio<br />

Mônica Luz Lobo e<br />

Daniele Valle (titulares)<br />

Jordan Rocha<br />

(colaborador)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Ivan Rezende<br />

Arquitetura<br />

Ivan Rezende (titular)<br />

Gerenciamento:<br />

Tah Arquitetura<br />

Construtora:<br />

Baggio e Carvalho<br />

Cliente:<br />

Copacabana Palace,<br />

A Belmond Hotel<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

Pharos e Tryka LED<br />

(fornecidos por e:light)<br />

Fotos:<br />

Andrés Otero<br />

A intervenção acentua detalhes como as formas e<br />

as texturas características do edifício tombado, com<br />

o cuidado necessário de preservar o visual glamuroso<br />

de sua fachada. As luzes da cena Day by Day (Dia<br />

a dia), configuração cotidiana do hotel, apresentam<br />

um fade in de baixo para cima que faz a estrutura<br />

parecer ainda mais grandiosa. A partir das 23 horas,<br />

a luz é dimerizada automaticamente para 75%,<br />

suavizando o efeito para se adequar ao horário.<br />

O icônico letreiro indicando o nome do hotel<br />

também recebeu novo tratamento de luz, assim<br />

como os mastros e as bandeiras em frente ao<br />

edifício. Todas as escolhas foram feitas pensando<br />

em trazer à tona o sempre jovem carisma do hotel.<br />

Parte importante da história da capital carioca, o<br />

“Copa” já recebeu grandes personalidades de todo<br />

o mundo e desde 2008 é tombado e considerado<br />

patrimônio cultural da cidade.<br />

7<br />

6. Na cena Pride (Orgulho),<br />

que celebra o Orgulho<br />

LGBTQIA+, as luminárias<br />

do 4º pavimento e das colunas<br />

acima do letreiro recebem<br />

as cores vibrantes do arcoíris,<br />

que se movimentam<br />

continuamente.<br />

7. Na cena Carnaval,<br />

o edifício se transforma em<br />

um verdadeiro esplendor de<br />

cores, iluminado em roxo,<br />

rosa e azul. As bandeiras<br />

e o letreiro mantêm a<br />

temperatura de cor 2.700 K.<br />

8. A cena Novembro Azul<br />

marca o mês voltado à<br />

conscientização sobre o<br />

câncer de próstata. O hotel<br />

se comunica com a cidade<br />

por meio da cor, sem perder<br />

a elegância e o glamour.<br />

8


66 Projeto Fortaleza São José<br />

67<br />

da Ponta Grossa<br />

muralhas<br />

em evidência<br />

Erguida entre 1740 e 1765, a Fortaleza de São José<br />

da Ponta Grossa, localizada na praia de Jurerê,<br />

em Florianópolis (SC), é considerada uma das<br />

mais importantes fortificações do Brasil colonial.<br />

As espessas muralhas do conjunto arquitetônico<br />

foram valorizadas pelo projeto de iluminação<br />

criado pelo escritório Allume Arquitetura de<br />

Iluminação, que buscou reforçar o protagonismo<br />

da edificação na paisagem, conferindo à iluminação<br />

do paisagismo um papel coadjuvante, porém<br />

importante para revelar de forma indireta os<br />

elementos construídos no processo de revitalização.<br />

Tombada pelo Iphan em 1938, a edificação histórica<br />

impôs como desafio a elaboração de soluções de<br />

iluminação que interferissem o mínimo possível na<br />

construção. “Nosso principal objetivo foi manter as<br />

fontes de luz artificial o menos visíveis possível para<br />

não interferir fisicamente no espaço construído”,<br />

afirma Marina Makowiecky, lighting designer titular.<br />

Para minimizar a interferência física da<br />

alimentação das luminárias na arquitetura, foram<br />

aproveitados alguns pontos de alimentação<br />

existentes, feitos em restaurações anteriores.<br />

Também foram especificados equipamentos<br />

de qualidade e alta durabilidade para<br />

minimizar a necessidade de manutenção.<br />

As muralhas da fortificação<br />

são realçadas por projetores<br />

que evidenciam de maneira<br />

uniforme a textura das<br />

superfícies de pedra (LED<br />

20 W, 1.900 lm, 100°,<br />

4.000 K, IRC 80, IP65,<br />

iluminância média = 75 lux).


68 Projeto Fortaleza São José<br />

69<br />

da Ponta Grossa<br />

No belo cenário arquitetônico, a edificação mais<br />

significativa é a Casa do Comandante, construção<br />

de dois pavimentos que abriga também o Paiol<br />

da Pólvora. Já a capela dedicada a São José é<br />

a única construção da fortaleza que permanece<br />

até os dias atuais com a sua função original.<br />

É no acesso principal ao interior da fortaleza<br />

que se dá uma das soluções de iluminação<br />

mais interessantes do projeto. Luminárias<br />

pendentes, instaladas em diferentes alturas,<br />

fazem uma alusão poética a uma antiga<br />

estrutura abobadada que ali existia.<br />

Um dos objetivos do projeto era trabalhar<br />

com uma iluminação homogênea, de modo a<br />

destacar uniformemente os diferentes níveis do<br />

conjunto arquitetônico. Isso foi conseguido por<br />

meio de equipamentos de luz difusa com baixa<br />

intensidade, a fim de reduzir a poluição luminosa.<br />

a austeridade do conjunto arquitetônico, com<br />

suas imponentes muralhas, foi valorizada pelo<br />

projeto de iluminação, que faz jus à importância<br />

histórica do monumento<br />

2. Quando o sol se põe,<br />

projetores realçam a solidez<br />

dos maciços de pedra<br />

erguidos no século XVIII.<br />

Os passeios, por sua vez,<br />

são iluminados por balizadores<br />

(LED 3 W, 180 lm, 4.000 K,<br />

IRC > 80, IP65, luminância<br />

média de 30 lux).<br />

3. A passarela<br />

é iluminada por fitas<br />

luminosas (LED 14,4 W/m,<br />

790 lm/m, 120°, 4.000 K,<br />

IRC > 70, IP66).<br />

Já as árvores recebem luz<br />

de destaque de projetores<br />

embutidos no solo (LED 8 W,<br />

6.800 lm, 90°, 4.000 K, IP66).<br />

4. À noite, os contrafortes<br />

ganham vida com a luz<br />

proveniente de projetores<br />

(LED 20 W, 1.900 lm, 100°,<br />

4.000 K, IRC 80, IP65.<br />

Luminância média de 75 lux).<br />

Os percursos são iluminados<br />

por balizadores (LED<br />

3 W, 180 lm, 4.000 K,<br />

IRC > 80, IP65, luminância<br />

média de 30 lux).<br />

4<br />

2 3


70 Projeto Fortaleza São José<br />

71<br />

da Ponta Grossa<br />

Certos elementos de artilharia e canhões receberam<br />

iluminação direta, de maior intensidade. As vigílias,<br />

por sua vez, foram iluminadas internamente<br />

de maneira difusa e com tonalidade quente<br />

para fazer referência à função de segurança,<br />

como se alguém estivesse presente no local.<br />

A austeridade do conjunto arquitetônico, com<br />

suas imponentes muralhas, foi valorizada<br />

pelo projeto de iluminação do Allume, que faz<br />

jus à importância histórica do monumento.<br />

“Oferecemos nosso olhar na leitura do espaço,<br />

compreendendo sua volumetria, suas formas, suas<br />

cores e suas texturas e como podemos interpretálos.<br />

Entendemos as particularidades de cada<br />

tipologia e buscamos proporcionar a melhor<br />

compreensão das propriedades físicas do espaço<br />

pelos usuários, influenciando como eles se sentem<br />

e se comportam nele”, conta Marina. [VF]<br />

5. O quartel da tropa<br />

é iluminado por luminárias<br />

(LED 9 W, 850 lm, 38º,<br />

4.000 K, IRC 80, IK08, IP67,<br />

luminância média de 100 lux).<br />

6. Muradas externas<br />

iluminadas por projetores.<br />

Iluminância média dos<br />

passeios de 30 lux.<br />

À noite, os robustos<br />

contrafortes ganham vida<br />

com a iluminação proveniente<br />

de projetores (LED 20 W,<br />

1.900 lm, 100°, 4.000 K,<br />

IRC 80, IP65, iluminância<br />

média de 75 lux).<br />

A iluminância média dos<br />

percursos é de 30 lux.<br />

7. As austeras edificações<br />

que compõem o conjunto<br />

histórico são salientadas<br />

por projetores (LED 20 W,<br />

1.900 lm, 100°, 4.000 K,<br />

IRC 80, IP65, luminância<br />

média de 100 lux).<br />

8. A volumetria sóbria<br />

do quartel do comandante<br />

é destacada por luminárias<br />

(LED 9 W, 850 lm, 38º,<br />

4.000 K, IRC 80, IK08, IP67).<br />

A fachada lateral é iluminada<br />

com projetor (LED 20 W,<br />

1.900 lm, 100°, 4.000 K,<br />

IRC 80, IP65, luminância<br />

média de 100 lux).<br />

5<br />

8<br />

Fortaleza São José<br />

da Ponta Grossa<br />

Florianópolis, SC<br />

Projeto de iluminação:<br />

Allume Arquitetura<br />

de Iluminação<br />

Marina Makowiecky<br />

(titular)<br />

Paola Polla e Rúbia<br />

Collaço (colaboradoras)<br />

Projeto de arquitetura<br />

novos anexos:<br />

Prospectiva Arquitetura<br />

e Restauro<br />

Lilian Mendonça e<br />

Peter Widmer (titulares)<br />

Projeto paisagismo:<br />

José Tabacow<br />

Arquitetura da<br />

Paisagem e Studio<br />

Eduardo Barra<br />

Cliente:<br />

Instituto do Patrimônio<br />

Histórico e Artístico<br />

Nacional (Iphan) –<br />

Superintendência<br />

em Santa Catarina<br />

Conclusão:<br />

2022<br />

Fornecedores:<br />

Alloy, Brilia, iGuzzini<br />

(fornecido por Osvaldo<br />

Matos), Interlight,<br />

Ledvance e O/M<br />

Fotos:<br />

Fernando Willadino<br />

6<br />

7


72 Projeto Colégio Bandeirantes<br />

73<br />

1<br />

luz simbiótica<br />

2<br />

Em fevereiro de 2023, foi inaugurada a 1ª fase do<br />

projeto de expansão do Colégio Bandeirantes, na<br />

Vila Mariana, em São Paulo. Criado pelo escritório<br />

Aflalo & Gasperini Arquitetos, o novo edifício de<br />

12 pavimentos, incluindo dois subsolos, dispõe<br />

de salas de aula, biblioteca, auditório multiúso,<br />

um andar com refeitório e uma quadra descoberta<br />

na cobertura. Em sintonia com o projeto de<br />

arquitetura, o projeto de iluminação, de autoria do<br />

studioix, buscou garantir uma experiência visual<br />

interessante e envolvente por meio da luz, que<br />

reforça intuitivamente a linguagem arquitetônica<br />

e a comunicação visual dos espaços internos.<br />

Linhas de luz criam efeitos visuais marcantes<br />

e convidativos nas áreas de circulação dos<br />

pavimentos, caracterizados por uma cor específica.<br />

Em “simbiose” com a arquitetura de interiores,<br />

diagonais luminosas fazem a transição entre cores<br />

e materiais, contribuindo para a identidade visual<br />

dos espaços. “A interação entre as luminárias e<br />

as cores do teto não apenas cumpriu a função<br />

de iluminar o espaço, mas também trouxe uma<br />

atmosfera criativa e inspiradora para o ambiente”,<br />

explica Guinter Parschalk.<br />

A biblioteca de pé-direito duplo recebe uma luz<br />

difusa e agradável das luminárias tensionadas<br />

encaixadas entre elementos de madeira, criando<br />

um plano de luz que pode ser controlado conforme<br />

a necessidade.<br />

1. Na biblioteca,<br />

luminárias tensionadas feitas<br />

sob medida, com perfis<br />

lineares de LED integrado<br />

(5,8 W/m e 600 lm/m, 4.000 K,<br />

IRC > 80, dimerizáveis) são<br />

encaixadas nos elementos de<br />

madeira, criando um plano<br />

de luz que pode ser controlado<br />

conforme a necessidade.<br />

A iluminação é complementada<br />

pelas luminárias de leitura<br />

nas mesas.


74 Projeto Colégio Bandeirantes<br />

75<br />

3<br />

4<br />

3. Luminárias lineares<br />

de embutir em perfil de<br />

alumínio extrudado com<br />

LED integrado e difusor<br />

acrílico translúcido<br />

(16 W/m, 1.600 lm/m,<br />

4.000 K, IRC > 80, on/off)<br />

criam diagonais luminosas<br />

e fazem a transição entre<br />

cores e materiais.<br />

O mesmo tipo de<br />

equipamento ilumina a<br />

parede dos elevadores.<br />

4. Cada pavimento tem<br />

uma cor específica.<br />

Luminárias lineares<br />

de embutir fazem a transição<br />

entre cores e materiais.<br />

O mesmo tipo de<br />

equipamento ilumina a<br />

parede dos elevadores.<br />

5. As circulações das<br />

salas de aula são iluminadas<br />

por luminárias lineares<br />

de embutir em perfil de<br />

alumínio extrudado com LED<br />

integrado e difusor acrílico<br />

translúcido (16 W/m).<br />

2. Os painéis acústicos<br />

do auditório multiúso,<br />

instalados em diferentes<br />

alturas e direções, atuam<br />

como pendentes “flutuantes”<br />

com linhas de luz integradas<br />

em perfil linear com 16 mm<br />

de largura e difusor acrílico<br />

translúcido (24 W/m, 2.400 lm<br />

e 3.000 K, IRC > 80, on/off).<br />

O mesmo tipo de linha<br />

luminosa também foi<br />

estrategicamente embutida<br />

no forro para reforçar o<br />

desenho luminoso em<br />

diferentes alturas.<br />

Outra solução marcante do projeto luminotécnico<br />

são os painéis acústicos que também assumem<br />

a função de pendentes no auditório multiuso.<br />

Em diferentes alturas e direções, os elementos<br />

“flutuantes” trazem ritmo ao espaço.<br />

Em conformidade com as normas técnicas, o projeto<br />

luminotécnico foi cuidadosamente planejado para<br />

proporcionar conforto visual, além de atender aos<br />

requisitos específicos de cada ambiente, como salas<br />

de aula, laboratórios, cantina, salas administrativas e<br />

biblioteca).<br />

Em todos os seus projetos, o studioix segue<br />

uma filosofia de trabalho fundamentada em uma<br />

abordagem ampla da iluminação que vai além da<br />

simples funcionalidade, abraçando a estética e o<br />

bem-estar visual. A consideração pela percepção<br />

visual e o respeito pela estética de cada ambiente<br />

asseguram que cada projeto seja desenvolvido com<br />

um profundo entendimento de como a luz interage<br />

com os espaços e impacta seus ocupantes.<br />

5


76 Projeto Colégio Bandeirantes<br />

77<br />

6<br />

6. Externas à biblioteca<br />

e à cantina, luminárias<br />

de LED (IP65) com difusor<br />

acrílico translúcido foram<br />

instaladas dentro de nichos<br />

da marquise metálica.<br />

7. As luminárias lineares<br />

de embutir em perfil de<br />

alumínio extrudado com<br />

LED integrado (8 W/m,<br />

4.000 K) e difusor acrílico<br />

translúcido, instaladas<br />

de forma paralela à<br />

divisória retrátil azul,<br />

proporcionam uma luz<br />

uniforme, com conforto<br />

visual, nas salas de aula.<br />

Próxima do quadro branco,<br />

a luminária dispõe de<br />

duas linhas de luz (8 W/m,<br />

4.000 K), que podem<br />

ser acesas separada ou<br />

simultaneamente.<br />

8. Nas escadas, onde<br />

não há forro, foram<br />

especificadas luminárias<br />

lineares pendentes em perfil<br />

de alumínio extrudado com<br />

LED integrado e difusor<br />

acrílico translúcido (16 W/m,<br />

4.000 K, IRC > 80, on/off,<br />

com sensor de presença).<br />

o projeto de iluminação buscou garantir uma<br />

experiência visual envolvente e interessante<br />

por meio da luz<br />

8<br />

Colégio Bandeirantes,<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

studioix<br />

Guinter Parschalk<br />

e Marlen Diaz<br />

Artigas (titulares)<br />

Thais Longhini<br />

Barbeiro, Vanderlei<br />

Brasil e Viviane Oda<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

aflalo/gasperini<br />

arquitetos<br />

Roberto Aflalo Filho,<br />

Felipe Aflalo, José Luiz<br />

Lemos, Grazzieli Gomes<br />

Rocha (titulares)<br />

Projeto de arquitetura<br />

de interiores e<br />

paisagismo:<br />

Denise Barretto<br />

Construção:<br />

R. Yazbek<br />

Automação e controle:<br />

SI2 Soluções<br />

Inteligentes Integradas<br />

Elétrica, hidráulica e<br />

combate a incêndio:<br />

Projetar Engenharia<br />

Cliente:<br />

Colégio Bandeirantes<br />

Conclusão:<br />

2024<br />

Fornecedor:<br />

Luminacril<br />

Fotos:<br />

Romulo Fialdini<br />

No novo edifício do Colégio Bandeirantes, cada<br />

detalhe do projeto de iluminação foi cuidadosamente<br />

calculado, planejado e executado para garantir<br />

uma experiência visual estimulante, agradável e<br />

convidativa, em que a luz serve de ferramenta para<br />

potencializar a linguagem arquitetônica, o fluxo de<br />

pessoas e o uso do espaço. [VF]<br />

7


78 Projeto Restaurante Just a Bite Itaim Bibi<br />

79<br />

1. A luz que passa através<br />

da chapa perfurada<br />

vem de projetores lineares<br />

1.800 lm, 30º × 60°<br />

instalados no segundo<br />

pavimento do restaurante.<br />

2. Nos balcões de inox,<br />

uma iluminação abundante<br />

cria um espetáculo<br />

para quem assiste<br />

à preparação dos pratos.<br />

Sistema de trilho em<br />

miniatura com módulos<br />

difusos (1.680 lm, IRC 90).<br />

3. A luminária recebeu<br />

ajuste do fluxo (400 lm)<br />

e da temperatura de cor<br />

(2.700 K) e ganhou uma<br />

fiação longa para integração<br />

na alimentação elétrica.<br />

1<br />

2<br />

3<br />

Com a proposta de oferecer culinária gourmet de<br />

forma mais flexível, o restaurante Just a Bite abriu<br />

as portas no bairro do Itaim Bibi, na zona oeste de<br />

São Paulo. Ocupando um antigo sobrado, a casa<br />

tem ambiente convidativo e colorido, refletindo as<br />

pequenas porções disponíveis no cardápio. Ali, os<br />

clientes são convidados a explorar o próprio paladar,<br />

combinando os “bocadinhos” como quiserem,<br />

a qualquer hora do dia.<br />

Experientes na criação de propostas de<br />

iluminação personalizadas, os lighting designers<br />

Rafaela Romitelli, Estêvão Pessotta e Gabriel Garcia,<br />

do escritório Lichia Lighting, foram responsáveis por<br />

iluminar o espaço.


80 Projeto Restaurante Just a Bite Itaim Bibi<br />

81<br />

um ambiente que soma, de forma tão harmônica<br />

quanto a culinária, as propostas artísticas de<br />

diversos profissionais<br />

4<br />

5<br />

4. Uma peça especial de<br />

fixação permite a mudança<br />

de posição da luminária<br />

com facilidade. A solução<br />

atravessa todo o restaurante,<br />

indo da varanda de entrada,<br />

passando pelo salão interno<br />

e chegando ao salão externo,<br />

com pé-direito mais<br />

amplo, no fundo.<br />

5. As sombras que vemos<br />

na imagem vêm de projetores<br />

lineares 1.800 lm,<br />

30º × 60°, instalados<br />

no pé-direito duplo.<br />

6. Na implantação final<br />

do projeto, as luminárias<br />

especiais ficaram<br />

concentradas na grade<br />

do paisagismo, enquanto<br />

os demais efeitos de luz<br />

são constituídos de iluminação<br />

linear integrada à arquitetura.<br />

Restaurante Just<br />

a Bite Itaim Bibi<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Lichia Lighting –<br />

desenho de iluminação<br />

Rafaela Romitelli (titular)<br />

Estêvão Vieira Pessotta<br />

e Gabriel Lima Garcia<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

SIAA Arquitetos<br />

Cesar Shundi<br />

Iwamizu e Beatriz<br />

Sonnenhohl (titulares)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Gabriella Ornaghi<br />

Arquitetura da Paisagem<br />

Cliente:<br />

Restaurante Just A Bite<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

Lemca e Lumini<br />

Fotos:<br />

Alessandro Kusuki<br />

6<br />

A equipe deu início ao projeto desenvolvendo<br />

estudos para a criação de uma luminária original:<br />

uma peça em móbile que penderia do teto. A ideia<br />

era que seus elementos móveis remetessem à leveza<br />

dos pratos servidos no Just a Bite. Um projetor<br />

e um rebatedor simulariam as pequenas e coloridas<br />

porções, que em sua maioria são compostas<br />

de frutas ou legumes assados dispostos sobre<br />

bases como pães ou tapioca.<br />

A criação da luminária-móbile, no entanto, esbarrou<br />

no curto prazo de entrega da obra. Visando manter<br />

a essência “móvel” pretendida para o projeto,<br />

os lighting designers optaram por uma luminária<br />

comercial dotada de um gancho que, integrada<br />

à grade vertical que suporta os elementos<br />

de paisagismo, pode ser fixada em diversos pontos.<br />

Assim, misturada entre as plantas e as pequenas<br />

entradas de luz natural, a luminária escolhida oferece<br />

uma luz quente e agradável que pode ser deslocada<br />

conforme as variações de layout. Essa solução<br />

se estende por todo o térreo do restaurante, desde<br />

a área externa na entrada, passando pelo salão<br />

principal com a cozinha, até uma espécie de quintal<br />

nos fundos.<br />

Celebrando a ideia de que o ato de comer começa<br />

no preparo, os idealizadores do Just a Bite decidiram<br />

manter uma cozinha aberta. Para iluminar os balcões<br />

de inox sobre as quais são preparadas as porções,<br />

a escolha foi um sistema linear com módulos difusos<br />

que dão às superfícies refletivas uma aparência<br />

de “palco”.<br />

O amplo espaço do sobrado foi renovado pelo<br />

escritório SIAA Arquitetos. Embaixo da escada<br />

que leva ao segundo andar, localizada nos fundos,<br />

são preparados os drinks. Ali, uma charmosa luz<br />

rosa dá vida ao bar, vinda do perfil de LED instalado<br />

na prateleira, enquanto a luz do refrigerador<br />

é aquecida por filtros âmbar. No pé-direito duplo,<br />

foram instalados projetores que criam interessantes<br />

sombras no espaço. Já a fachada do restaurante<br />

foi revestida de uma chapa perfurada, de modo<br />

que a luz contorna os pequenos desenhos.<br />

O resultado é um ambiente que soma, de forma<br />

tão harmônica quanto a culinária, as propostas<br />

artísticas de diversos profissionais, resultando<br />

em uma identidade visual única. [GCF]


82 Projeto Sede corporativa Sicredi Dexis<br />

83<br />

uma luz para<br />

muitas funções<br />

1<br />

Criada pelo arquiteto Edson Yabiku, a nova sede<br />

da Sicredi Dexis, em Maringá, Paraná, é um edifício<br />

sem muros, integrado ao entorno, composto de<br />

duas torres unidas por um generoso átrio central.<br />

Certificada com o selo LEED, na categoria Platinum,<br />

a edificação dispõe de recursos que garantem<br />

conforto termoacústico, além de redução do<br />

consumo de água e de energia.<br />

O projeto de iluminação, de autoria do escritório<br />

Senzi Lighting Design, buscou atender aos critérios<br />

da certificação, além de ocultar os elementos<br />

luminosos, tornando-os visualmente imperceptíveis,<br />

de modo a conferir o protagonismo aos efeitos de luz.<br />

Neide Senzi, , conta que o projeto luminotécnico<br />

foi feito de acordo com os mais altos padrões<br />

de sustentabilidade, de modo que a iluminação<br />

atingisse, em média, patamares de 5 a 6 W/m.<br />

“Além disso, a iluminação se integrou totalmente<br />

aos elementos da arquitetura, fundindo-se em um<br />

elemento único e solidário, por meio do uso de<br />

miniperfis de LED embutidos em rebaixos de forro,<br />

sancas e estruturas metálicas, o que possibilitou<br />

um desenho agradável e com efeitos inusitados<br />

de luz, seja com iluminação indireta, seja direta”,<br />

acrescenta.<br />

2<br />

3<br />

1. O projeto de iluminação fez<br />

uso do “efeito vitrine” para<br />

iluminação das fachadas,<br />

para não ultrapassar o restrito<br />

DPL (0,2 W/m²) imposto pela<br />

certificação LEED Platinum,<br />

ou seja, à noite, os panos<br />

de vidro permitem que a luz<br />

proveniente dos ambientes<br />

internos revele o exterior,<br />

integrando os espaços<br />

internos à paisagem urbana.<br />

2. O átrio de pé-direito triplo<br />

atua como espaço de ligação<br />

entre os ambientes do edifício.<br />

É cercado por mezaninos, nos<br />

quais se destacam os spots<br />

de LED (24 W; 2.180 lm; 24°;<br />

3.000 K; IRC 90; R9 95; COB;<br />

driver DALI).<br />

3. O elevado pé-direito<br />

do hall é enfatizado pelas<br />

linhas luminosas ao lado<br />

dos elevadores (LED 4 W/m;<br />

360 lm; difuso; 2.800 K;<br />

IRC > 80; R9 82; driver<br />

DALI). A mesma fita de<br />

LED foi usada atrás das<br />

membranas tensionadas do<br />

teto, proporcionando uma<br />

luz difusa e uniforme.


84 Projeto Sede corporativa Sicredi Dexis<br />

85<br />

4 5<br />

O maior desafio do projeto, segundo a lighting<br />

designer, foi abraçar todas as funções e espaços<br />

propostos, combinando o ambiente corporativo<br />

com o cultural. Além da agência de relacionamento<br />

da cooperativa Sicredi, há salão de beleza,<br />

coworking, café e biblioteca para uso<br />

da comunidade local.<br />

Para o público interno, existe um estúdio de TV,<br />

espaço do conhecimento, refeitório com área<br />

gourmet, espaço-família e creche para os filhos<br />

dos colaboradores.<br />

O edifício foi projetado com um completo sistema<br />

de automação, o Building Management System<br />

(BMS), que permite gerenciar e monitorar<br />

subsistemas e instalações, incluindo a iluminação.<br />

Nesse sentido, há controle automático do equilíbrio<br />

entre a luz natural e a artificial, com abertura<br />

e fechamento das persianas, acendimento das<br />

luminárias e dimerização.<br />

4. Nas passarelas de<br />

interligação entre os dois<br />

blocos do edifício foi criado<br />

um tecido tensionado com<br />

backlight (LED 4 W/m; 360 lm;<br />

RGBW; IRC > 80;<br />

R9 82; driver DALI com<br />

controle DMX), devido à<br />

restrição do LEED Platinum<br />

quanto à densidade de<br />

potência das fachadas<br />

e à poluição luminosa. O uso<br />

de sistema RGBW possibilita<br />

“colorir” as fachadas<br />

de vidros do átrio central.<br />

5. Confeccionada<br />

especialmente para<br />

a Sala do Conselho, em aço<br />

inox e difusor em PMMA,<br />

o pendente (LED 2X 18 W/m;<br />

2X 2.600 lm; difuso; 4.000 K;<br />

IRC > 90; R9 92; PCB; driver<br />

DALI) proporciona uma<br />

luz suave e com grande<br />

conforto visual (UGR < 19).


86 Projeto Sede corporativa Sicredi Dexis<br />

87<br />

6<br />

7<br />

O projeto de iluminação atende a uma diversidade<br />

de ambientes e funções, tendo em vista o conforto<br />

visual dos espaços sociais e dos ambientes<br />

de trabalho. Também reforça a vocação cultural<br />

do edifício, que reúne uma seleção de obras<br />

de arte, móveis e luminárias de renomados artistas<br />

e designers brasileiros. As peças decorativas,<br />

em conjunto com as obras de arte e de design,<br />

compõem uma exposição permanente aberta<br />

a estudantes, a institutos de arte e ao público<br />

em geral. [VF]<br />

6. Fixados sobre os<br />

caixilhos, perfis de LED<br />

(24,4 W/m; PCB; 2.600 lm;<br />

3.000 K; IRC > 80; R9 82)<br />

iluminam os baffles, que,<br />

por sua vez, rebatem uma<br />

luz indireta para o ambiente.<br />

Os bancos de aço<br />

corten parecem flutuar<br />

com a iluminação<br />

dos perfis flexíveis (LED<br />

8 W/m; 3.000 K; IRC 90)<br />

fixados sob o assento.<br />

7. Luminárias lineares<br />

modulares com louver<br />

parabólico e lentes especiais<br />

(LED 2X 24 W/m; 2X 2.600 lm;<br />

4.000 K; IRC > 90; R9 92; PCB;<br />

driver DALI) foram embutidas<br />

nas canaletas entre os forros<br />

modulares acústicos, onde<br />

foram agregadas instalações<br />

como sprinklers, difusores<br />

de ar-condicionado,<br />

detectores de fumaça<br />

e sonorização.<br />

8. A iluminação linear<br />

por módulos integrados<br />

ao forro (24 W; 2.600 lm;<br />

3.000 K; IRC 90; R9 94;<br />

driver DALI; dimerizável;<br />

controlada pelo sistema<br />

de automação BMS)<br />

proporciona diversas<br />

iluminâncias, permitindo<br />

a programação de cenários<br />

de iluminação para<br />

apresentações, palestras,<br />

eventos e cinema.<br />

Nos painéis verticais<br />

acústicos das paredes, foram<br />

embutidos perfis lineares<br />

(LED 14,4 W/m; 1.200 lm;<br />

3.000 K; IRC > 80; R9 82;<br />

driver DALI; dimerizável)<br />

que atuam como balizamento<br />

em apresentações visuais<br />

que necessitam de uma luz<br />

de vigia e segurança.<br />

o maior desafio do projeto, foi abraçar todas<br />

as funções e espaços propostos, combinando<br />

o ambiente corporativo com o cultural<br />

8<br />

Sede corporativa<br />

Sicredi Dexis<br />

Maringá, PR<br />

Projeto de iluminação:<br />

Senzi Lighting Design<br />

Neide Senzi (titular)<br />

Douglas Domingues<br />

(colaborador)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Edson Yabiku<br />

Arquitetura<br />

Projeto de arquitetura<br />

de interiores:<br />

Vanessa Yabiku<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Flora Decari<br />

Construção:<br />

Plaenge<br />

Cliente:<br />

Sicredi Dexis<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

LedsC4 (fornecido<br />

por e:light) e<br />

LightDesign Exporlux<br />

Fotos:<br />

Tuca Reinés


88 Projeto Apartamento Varanda<br />

89<br />

o futuro<br />

do morar<br />

1<br />

1. Na sala de estar,<br />

perfis de LED se misturam<br />

à textura das plantas<br />

acomodadas nas floreiras.<br />

2. As soluções em<br />

iluminação indireta<br />

contribuíram para criar<br />

continuidade visual<br />

entre ambientes<br />

no Apartamento Varanda.<br />

2<br />

Na Santa Cecília, bairro histórico do centro de<br />

São Paulo, o edifício Albina preserva ainda o charme<br />

modernista da década de 1960. A planta quadrada,<br />

com apenas um apartamento por andar, é de autoria<br />

do escritório Botti Rubin. Nas janelas, brises de<br />

madeira permitem ventilação e entrada de luz natural<br />

nos apartamentos, além de criarem interessante<br />

visual para a fachada.<br />

Encantado por esse visual, o arquiteto e designer<br />

Guto Requena desenvolveu projeto arquitetônico<br />

para um Apartamento Varanda, pensado para ser<br />

seu próprio lar, levando essa estética da fachada<br />

para dentro. O espaço foi desenhado para abrigar<br />

atividades, mais que cômodos, conjugando concreto<br />

e virtual em um apartamento 100% conectado.<br />

Ali, é possível deslocar peças de mobiliário e<br />

paredes, de acordo com as necessidades de cada<br />

momento do dia.<br />

De acordo com Guto, o projeto é uma tentativa de<br />

ensaiar tendências do futuro, que, para ele, incluem<br />

sustentabilidade e tecnologia.


90 Projeto Apartamento Varanda<br />

91<br />

3<br />

5<br />

4<br />

Acompanhando os eixos do projeto arquitetônico –<br />

flexibilidade, tecnologia e biofilia –, o lighting design,<br />

desenvolvido pelo escritório Foco Luz e Desenho,<br />

valoriza as diversas possibilidades que o espaço<br />

permite. Perfis instalados na mobília, misturados<br />

entre as plantas, oferecem iluminação indireta<br />

que garante a continuidade visual entre os diferentes<br />

ambientes. As luminárias instaladas na sala de<br />

estar, nos quartos e no escritório criam cenários<br />

adequados para trabalho, leitura ou refeição e<br />

colaboram de forma agradável com a decoração.<br />

A peça no escritório, bem como a mesa de<br />

trabalho, é feita de madeira reaproveitada do antigo<br />

piso do apartamento e rotaciona para assumir<br />

diferentes funções.<br />

O grande desafio conceitual do projeto, de acordo<br />

com a equipe do Foco Luz e Desenho, foi encontrar<br />

maneiras de valorizar a estrutura original do<br />

apartamento, dispensando forros. Esse obstáculo,<br />

no entanto, foi o que colocou os demais elementos<br />

do espaço em evidência.<br />

A resposta para a iluminação foi aproveitar aquilo<br />

que a arquitetura de Requena protagoniza: as plantas<br />

e a madeira. A instalação de perfis faz a luz parecer<br />

irradiar naturalmente dos objetos da casa e mantém<br />

princípios importantes para o projeto arquitetônico:<br />

elegância e simplicidade.<br />

3. A luz parece irradiar<br />

das plantas e da madeira<br />

do mobiliário, elementos<br />

de maior personalidade<br />

e destaque no projeto.<br />

4. A luminária acima<br />

da mesa de trabalho oferece<br />

luz pontual para atividades<br />

como leitura e trabalho.<br />

5. A integração fluida<br />

entre ambientes foi o<br />

mote principal do projeto,<br />

assistida por um lighting<br />

design minimalista.


92 Projeto Apartamento Varanda<br />

93<br />

6<br />

o projeto de iluminação do apartamento varanda alcança<br />

a máxima arquitetônica: menos é mais<br />

6. Perfis de LED foram<br />

aplicados à parte inferior<br />

de armários e nos espelhos.<br />

8<br />

7. Aplicada à parte inferior<br />

dos armários, atrás<br />

de espelhos e da sanca, a<br />

luz indireta trouxe conforto<br />

e relaxamento às áreas<br />

privativas do apartamento.<br />

8. Jogo entre luz direta<br />

e indireta na cozinha,<br />

com aplicação dos<br />

perfis com caneleiro.<br />

7<br />

Na cozinha, um forro que acomoda a infraestrutura<br />

do edifício recebeu a aplicação de perfis com<br />

caneleiro. Nos banheiros, a iluminação foi embutida<br />

na parte inferior dos armários, atrás dos espelhos<br />

e em sanca, método que garante melhor distribuição<br />

da luz, além de propiciar intimidade e conforto.<br />

A lavanderia é rodeada por uma horta indoor e conta<br />

com sistema de iluminação linear, própria para<br />

estimular o crescimento das plantas.<br />

O projeto de iluminação do Apartamento Varanda<br />

alcança a máxima arquitetônica: menos é mais.<br />

Para valorizar o espaço e garantir uma manutenção<br />

mais econômica, o repertório de equipamentos<br />

se manteve conciso. “O projeto de iluminação deve<br />

valorizar a arquitetura e nunca se sobrepor a ela”,<br />

pontua Junia Azenha, sócia fundadora do Foco<br />

Luz e Desenho. O sistema de iluminação também<br />

é automatizado, assim como outras funções<br />

do apartamento inteligente, e possui controle de<br />

eficiência energética, reforçando o compromisso<br />

com a sustentabilidade. [GCF]<br />

Apartamento Varanda<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Foco Luz e Desenho<br />

Ana Karina Camasmie<br />

e Junia Azenha<br />

(titulares)<br />

Camila Concer,<br />

Giovanni Grigio<br />

e Laura Assef<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

Estudio Guto Requena<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Juliana Freitas<br />

Conclusão:<br />

2022<br />

Fornecedores:<br />

Lumini e Luxion<br />

Fotos:<br />

Maíra Acayaba


94 Projeto Museu do Jardim Botânico<br />

95<br />

do Rio de Janeiro<br />

2<br />

quando a luz<br />

1<br />

imita a vida<br />

O casarão localizado na entrada do Jardim<br />

Botânico do Rio de Janeiro que anteriormente<br />

sediava o Museu do Meio Ambiente ganhou vida<br />

com a inauguração de um novo espaço cultural<br />

e educativo. Aberto desde 8 de março deste<br />

ano, o Museu do Jardim Botânico foi fruto de<br />

uma parceria entre o JBRJ, a Shell e o Instituto<br />

de Desenvolvimento e Gestão (IDG), também<br />

responsável por gerir o Museu do Amanhã.<br />

Em oito salas distintas, o espaço mantém um<br />

acervo contendo espécimes vegetais desidratados<br />

e ilustrações botânicas que colocam o trabalho<br />

científico ao alcance do público.<br />

O projeto de iluminação é uma colaboração entre<br />

os escritórios concepDUAL e Acenda Iluminação,<br />

das lighting designers Diana Joels e Paula Carnelós.<br />

As instalações luminosas, feitas de forma a integrar<br />

o projeto expográfico, foram pensadas também<br />

como complementos à abundante luz natural que<br />

entra pelas janelas do museu.<br />

1. Placas de acrílico<br />

translúcido no forro garantem<br />

a retroiluminação do ambiente<br />

e uma agradável luz difusa. Os<br />

painéis de LED com variadas<br />

potências (9 W e 12 W) e<br />

fluxos luminosos (630 lm<br />

e 1.100 lm), associados à<br />

sua distribuição, criaram o<br />

desenho radial em torno do<br />

pilar e da arena das espécies.<br />

2. Na sala de leitura, luz em<br />

todo lugar. Na mesa central,<br />

perfis de LED integrados<br />

garantem um espaço<br />

perfeito para a apreciação<br />

do acervo literário. Luz geral<br />

homogênea promovida<br />

pelos painéis de LED 12 W,<br />

1.100 lm, 4.000 K, IRC > 80,<br />

on/off, aplicados sobre o forro<br />

modular com camada superior<br />

em acrílico translúcido.


96 Projeto Museu do Jardim Botânico<br />

97<br />

do Rio de Janeiro<br />

“A integração com a luz natural e a multiplicidade<br />

de ambiências e atmosferas foram questões<br />

que nos atraíram desde o início”, explicam as<br />

autoras do projeto. O ambiente interno do museu,<br />

tão luminoso quanto o externo, garante uma<br />

continuação da experiência de contato com a<br />

natureza e de conservação de conhecimento sobre<br />

a flora brasileira.<br />

A primeira sala da exposição recebe os visitantes<br />

com uma maquete topográfica do grandioso<br />

Jardim Botânico reduzido em 500 vezes. As luzes<br />

no ambiente têm inspirações orgânicas: um forro<br />

colmeia com iluminação instalada em diferentes<br />

alturas cria camadas que remetem à luz do sol<br />

filtrada pelas nuvens. Uma placa de acrílico<br />

translúcido suaviza esse efeito. A instalação é<br />

composta de painéis e projetores equipados com<br />

lâmpadas LED, e as paredes são iluminadas por<br />

perfis lineares.<br />

Experiência de destaque do novo espaço, a<br />

instalação Sumaúma: Copa, Casa, Cosmos<br />

proporciona uma imersão na sagrada árvore<br />

amazônica, que também integra a coleção do<br />

jardim. Nas janelas, um tratamento com tecido<br />

escuro, sombrite preto e películas nos vidros filtra<br />

a entrada de luz natural. No chão, projeções de luz<br />

e sombra imitam a textura luminosa das folhagens<br />

da sumaúma, como num passeio noturno em volta<br />

de seu tronco, sob a luz da lua cheia.<br />

Intitulada “Flora brasileira em perigo”, a sala<br />

seguinte exibe uma arena de monitoramento da<br />

flora, em que é indicado o grau de ameaça de cada<br />

espécie por meio de botões luminosos com as cores<br />

verde, amarela ou vermelha. O formato radial da<br />

instalação permite que o visitante se veja rodeado<br />

pelos detalhados desenhos botânicos, datados<br />

do século XIX. O desenho das luzes foi feito com<br />

painéis de LED de fluxos luminosos variados sobre<br />

o forro revestido com placas de acrílico translúcido,<br />

projetado em colaboração com os arquitetos<br />

responsáveis pela expografia, do Estúdio Chão.<br />

4<br />

3. O forro da sala é composto<br />

do mesmo sistema de todo<br />

o pavimento térreo: camada<br />

de forro colmeia modular<br />

sob acrílico translúcido,<br />

abaixo do qual se instalou um<br />

segundo forro de tecido tipo<br />

voil aplicado a uma estrutura<br />

metálica tridimensional.<br />

A iluminação foi instalada<br />

em diversas alturas, criando<br />

distintas camadas de luz.<br />

Painéis de LED 12 W, 1.100 lm,<br />

4.000 K, IRC > 80, on/off<br />

(efeito nuvens); projetores<br />

equipados com lâmpadas<br />

LED AR 70 4,7 W, 7º e 24º,<br />

2.700 K, IRC > 95, on/off, com<br />

máscara (efeito luz do sol).<br />

As paredes foram iluminadas<br />

de forma rasante com perfis<br />

lineares de LED 22,4 W/m,<br />

2.000 lm/m, 2.700K, IRC<br />

> 90, dimerizáveis.<br />

3<br />

5<br />

4. Para tratar a luz natural<br />

proveniente das janelas,<br />

foram aplicadas películas 3M<br />

Night Vision, com bloqueio<br />

anti-UV e transmissão de luz<br />

visível de 36%, procedimento<br />

repetido em todas as janelas<br />

do museu. Um trainel com<br />

sombrite branco também<br />

foi usado para filtrar<br />

a incidência solar direta,<br />

garantindo a legibilidade<br />

dos conteúdos expostos.<br />

5. O conteúdo presente<br />

na mesa central da sala<br />

“Expedições” tem perfis<br />

de LED 3.000 K e IRC > 90,<br />

integrados na parte superior<br />

das vitrines com emissão<br />

45º, e backlight para imagens<br />

com lente cilíndrica 30º.<br />

Sobre a mesa, pendente com<br />

tela tensionada com fitas<br />

de LED 4,8 W/m, 3.000 K,<br />

IRC > 90 garante abundância<br />

de luz homogênea.


98 Projeto Museu do Jardim Botânico<br />

99<br />

do Rio de Janeiro<br />

6<br />

“a integração com a luz natural e a<br />

multiplicidade de ambiências e atmosferas<br />

foram questões que nos atraíram desde o início”<br />

7 8<br />

Fundado para preservar a flora e fomentar a<br />

pesquisa botânica, o Jardim Botânico do Rio<br />

existe desde 1808. Seu acervo de livros, a<br />

Biblioteca Barbosa Rodrigues, foi criada em 1890<br />

e hoje possui a maior coleção de títulos sobre o<br />

tema da América Latina, com 110 mil volumes.<br />

Na sala de leitura incorporada ao Museu do Jardim<br />

Botânico, os visitantes podem folhear versões<br />

digitais de obras raras desse acervo, além dos livros<br />

físicos. A estratégia de iluminação para esse espaço<br />

foi preenchê-lo como um todo, rompendo hierarquias<br />

visuais ao integrar luz a todos os componentes<br />

(estantes, mesa, paredes e o próprio forro).<br />

No segundo pavimento, o “Jardim das espécies”<br />

hospeda uma galeria de ilustrações de espécies<br />

botânicas que flutuam em painéis de vidro<br />

iluminados por projetores instalados em sua parte<br />

superior. O efeito obtido, na ambiência escura do<br />

restante da sala, é um contraste marcante. Abaixo<br />

das ilustrações, gavetas iluminadas por perfis de<br />

LED com difusores contêm informações científicas<br />

sobre as amostras. Ao abri-las, uma nova camada<br />

de luz se sobrepõe às ilustrações, permitindo que os<br />

visitantes interajam com a exposição.<br />

Por último, as salas “Expedições” e “Laboratório”<br />

abrigam expositores com conteúdos didáticos<br />

diversos, exibidos em vitrines, caixotes e plaquetas.<br />

Perfis de LED, integrados aos móveis, garantem<br />

legibilidade, apesar da penetração de luz natural<br />

no ambiente. Acima, pendentes com telas<br />

tensionadas contribuem para o controle dos reflexos<br />

e criam situação luminosa homogênea, semelhante<br />

à de um laboratório. [GF]<br />

6. O efeito das folhas no<br />

acesso à instalação foi criado<br />

com projetores Osram Kreios<br />

G1, com fonte de luz LED<br />

20 W, 800 lm, 6.000 K, com<br />

lente ajustável e gobos<br />

com texturas de folhagem.<br />

A luz natural das janelas é<br />

filtrada com uma camada de<br />

tecido preto e uma camada<br />

de sombrite preto 70-30,<br />

além de película no vidro.<br />

7. Para iluminar os painéis<br />

de vidro, cinco projetores<br />

equipados com lâmpadas<br />

LED AR 70 4,7 W, 14º,<br />

4.000 K, IRC > 95, on/off,<br />

montados no eixo dos vidros<br />

e com recorte frontal da luz<br />

produzido pelo próprio<br />

detalhamento do móvel.<br />

Montados na parte anterior<br />

das gavetas, perfis com<br />

difusor 9,6 W/m, 1.000 lm/m,<br />

3.000 K, IRC > 90.<br />

8. Sobre a mesa central<br />

da sala “Laboratório”,<br />

pendente com tela<br />

tensionada com fitas<br />

de LED 4,8 W/m, 3.000K,<br />

IRC > 90 garante abundância<br />

de luz homogênea,<br />

complementada por perfis<br />

de LED, integrados na parte<br />

inferior da bandeja. Imagens<br />

retroiluminadas também com<br />

perfis de LED, tanto na mesa<br />

quanto no painel lateral.<br />

Museu do Jardim<br />

Botânico<br />

Rio de Janeiro, RJ<br />

Projeto de iluminação:<br />

concepDUAL<br />

e Acenda Iluminação<br />

Diana Joels<br />

e Paula Carnelós<br />

(titulares)<br />

Karina Costa<br />

e Cassio Favero<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de expografia:<br />

Estúdio Chão<br />

Adriano Carneiro<br />

de Mendonça<br />

e Antonio Pedro<br />

Coutinho (titulares)<br />

João Assad<br />

(colaborador)<br />

Direção criativa<br />

(exposição):<br />

Marina Piquet<br />

Coordenação<br />

(expografia):<br />

Caetana Lara Resende<br />

Instalação de<br />

equipamentos<br />

de iluminação:<br />

Fabrício Mendonça<br />

Cenotécnica:<br />

Camuflagem<br />

Cliente:<br />

Instituto de<br />

Desenvolvimento<br />

e Gestão (IDG)<br />

Conclusão:<br />

2024<br />

Fornecedores:<br />

Alfalux, Gobos do<br />

Brasil, Lemca, Lumini,<br />

Mecalux, Tensoflex,<br />

Stella e 3M<br />

Fotos:<br />

Renato Mangolin


100 Projeto Breton Dubai<br />

101<br />

made in brazil<br />

Em fevereiro deste ano, a Breton, marca<br />

brasileira de móveis de alto padrão, deu início<br />

à sua expansão internacional abrindo uma loja<br />

de 2.300 m² em Dubai, nos Emirados Árabes.<br />

Localizada no bairro residencial de Al Wasl Road,<br />

a flagship ocupa um edifício de esquina que teve a<br />

estrutura totalmente reformada. A inauguração<br />

celebra os 55 anos da empresa e estabelece sua<br />

entrada nos mercados do exterior.<br />

Para imprimir a imagem da marca no imóvel,<br />

o escritório Fernanda Marques propôs a Galeria<br />

de Vidro – um cubo flutuante de concreto<br />

e vidro sem colunas visíveis, destinado a abrigar<br />

novos lançamentos. De arquitetura minimalista<br />

e transparente, esse anexo, disposto em “L”<br />

com a casa principal, adiciona vida e inovação<br />

ao conjunto.<br />

O cubo de vidro rompe com<br />

o aspecto clássico do edifício<br />

residencial, expressando a<br />

vertente contemporânea da<br />

marca. O projeto de iluminação<br />

trabalha livremente com ambas<br />

as expressões, adequando-se<br />

a cada uma e entendendo-as<br />

como parte da mesma marca.


102 Projeto Breton Dubai<br />

103<br />

2 3<br />

4<br />

5<br />

Pensando em atender às necessidades estéticas,<br />

funcionais e econômicas da estrutura, o escritório<br />

franco+berriel desenvolveu projeto de lighting<br />

design que expressa elegância e sofisticação.<br />

A casa existente, de dois pavimentos, possui<br />

fachada simétrica, com uma colunata de pé-direito<br />

duplo e acesso ao centro do conjunto.<br />

Em discussões conceituais, a equipe do escritório<br />

de iluminação ponderou que a junção dessas duas<br />

arquiteturas tão diversas demonstrava o conceito<br />

da Breton; um edifício existente, clássico, mais<br />

fechado ao exterior, contendo uma ideia de “luxo”,<br />

contraposto a um volume transparente, flutuante,<br />

permeando generosamente interior e exterior.<br />

Essa dualidade foi a base para o projeto.<br />

A disposição de pilares no interior da casa divide<br />

o espaço em faixas longitudinais. Por isso, foram<br />

instalados trilhos eletrificados no forro, deixando<br />

livres os centros dessas faixas. Os trilhos acolhem<br />

projetores de facho médio para os destaques,<br />

enquanto a luz geral provém de pequenas luminárias<br />

fixas de facho aberto. Com isso, garante-se um teto<br />

organizado e paginado com a arquitetura.<br />

O acesso ao piso superior se dá por uma escadaria<br />

ao fundo. A partir dela, os trilhos seguem paralelos<br />

em direção à fachada frontal, onde descrevem<br />

um “L”, alinhando-se com a fachada, o que indica<br />

visualmente o percurso. Esse desenho abraça<br />

o ambiente Breton XPerience, iluminado por uma<br />

colmeia de madeira que filtra a luz proveniente<br />

de um sistema de tela tensionada, emanando<br />

uma delicada luz difusa.<br />

De volta ao térreo, além das áreas de backoffice,<br />

dispostas ao longo de uma edícula, passa-se<br />

por uma área de transição de teto único (em lona<br />

tensionada) por onde se chega à Galeria de Vidro<br />

– cujo forro é novamente em colmeia, como<br />

a descrita anteriormente.<br />

Para resolver aspectos de manutenção e dar<br />

destaque aos produtos, a colmeia foi fracionada<br />

em panos menores, criando canaletas com trilhos<br />

eletrificados que abrigam projetores de destaque<br />

aos produtos. O lighting designer Gilberto Franco,<br />

sócio do franco+berriel, comenta que foi necessário<br />

um minucioso trabalho de muitas mãos para<br />

compatibilizar o jogo de nichos e colmeias com as<br />

demais instalações.<br />

Nas áreas internas, foi dada ênfase ao jardim que<br />

é circundado pelos edifícios, com balizadores e<br />

marcações de degraus com fitas LED. A colunata<br />

do imóvel existente recebeu barras difusas de<br />

LED com luz direta, reforçando sua verticalidade<br />

e em acordo com proposta do próprio cliente.<br />

Em consonância com a proposta da loja, o espaço<br />

interno foi resolvido todo com luminárias made in<br />

BraziI, o que reforça seu forte senso de identidade<br />

em meio à cidade árabe. Em ambicioso movimento,<br />

a Breton se anuncia de modo triunfal ao mundo,<br />

fruto de um projeto que une o melhor da arquitetura,<br />

da iluminação e do design brasileiros. [GCF]<br />

2. Linhas de luz direta na<br />

colunata (5 W/m, 3.000 K,<br />

com difusores) ressaltam<br />

a verticalidade do edifício,<br />

enquanto a iluminação<br />

escondida nos degraus<br />

e nas floreiras (5 W/m, 3.000 K)<br />

contrapõe-se horizontalmente.<br />

3. A transição entre<br />

edifícios é marcada<br />

por um teto luminoso<br />

único, em tela tensionada<br />

translúcida (3.000 K).<br />

4. Em direção ao fundo<br />

da loja, trilhos eletrificados<br />

acomodam-se à divisão<br />

dos ambientes criadas<br />

por pilares e outros<br />

elementos. Neles, projetores<br />

orientáveis (12,5 W; 38°;<br />

3.000 K) destacam produtos.<br />

A iluminação geral é dada<br />

por pequenas luminárias,<br />

quase invisíveis para quem<br />

olha (13,2 W; 857 lm; 48°;<br />

3.000 K; dimerizáveis).<br />

5. Um teto luminoso<br />

único, em tela tensionada<br />

(3.000 K), provê iluminação<br />

geral difusa ao mobiliário<br />

do ambiente de transição.


104 Projeto Breton Dubai<br />

105<br />

6<br />

8<br />

Breton Dubai<br />

Dubai, Emirados<br />

Árabes Unidos<br />

Projeto de iluminação:<br />

franco+berriel<br />

Gilberto Franco e<br />

Livia Berriel (titulares)<br />

Amanda Toranzo<br />

e Juliana Vicenzi<br />

(coordenadoras)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

Fernanda Marques<br />

Arquitetura (Galeria<br />

de Vidro)<br />

Equipe interna Breton<br />

(demais áreas)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Equipe interna Breton<br />

Nome do cliente:<br />

Breton<br />

Conclusão:<br />

2024<br />

Fornecedores:<br />

Lumini<br />

Fotos:<br />

Catalin Marin<br />

7<br />

o espaço interno é permeado por luminárias<br />

made in BraziI, o que reforça o seu forte senso<br />

de identidade em meio à cidade árabe<br />

7. No cubo de vidro,<br />

projetores ocultos em<br />

canaletas (12,5 W; 25°;<br />

3.000 K) complementam<br />

a iluminação geral,<br />

sem que os vejamos.<br />

Ao fracionar a colmeia,<br />

canaletas viabilizam<br />

a manutenção da tela<br />

tensionada sobre o forro.<br />

8. Como em outras lojas<br />

Breton, uma sanca periférica<br />

(25 W/m, 3.000 K) demarca<br />

o limite entre teto e parede.<br />

Pequenas luminárias, quase<br />

invisíveis, provêm iluminação<br />

geral (13,2 W, 857 lm, 48°,<br />

3.000 K dimerizáveis).<br />

8. Uma luz diáfana,<br />

proveniente de nichos<br />

com tela tensionada<br />

(iluminação difusa,<br />

3.000 K) e filtrada por colmeia<br />

de madeira, reforça a pureza<br />

estrutural da edificação<br />

e ilumina homogeneamente<br />

os produtos.<br />

Canaletas transversais<br />

segmentam a colmeia,<br />

facilitando a lona tensionada<br />

sobre ela, e abrigam trilhos<br />

com projetores ocultos,<br />

para destaque dos produtos<br />

(12,5 W; 25°; 3.000 K;<br />

dimerizáveis). Barras de LED<br />

difusas (3.000 K) fazem flutuar<br />

o volume sobre o piso.


106 Projeto 35ª Bienal de São Paulo,<br />

107<br />

Coreografias do Impossível<br />

cenografias<br />

do impossível<br />

2<br />

1<br />

1. Grande vão do Pavilhão da<br />

Bienal fechado por painéis<br />

O gesto ousado da arquitetura<br />

pediu protagonismo nessa<br />

parte da exposição, e a luz<br />

foi responsável por reforçar<br />

as curvaturas, iluminando as<br />

superfícies de maneira<br />

desigual e valorizando,<br />

assim, as sinuosidades<br />

(elipsoidal halógena 575 W,<br />

14.900 lm, 50°, com recorte<br />

3.000 K, IRC 100).<br />

2. As peças gigantescas<br />

de metal, de autoria<br />

de Torkwase Dyson,<br />

contrastam com o fundo<br />

branco, tanto no pavimento<br />

inferior quanto no vão<br />

central do edifício, fechado<br />

por painéis curvos. A luz<br />

recortada nas peças buscou<br />

ressaltar sua presença<br />

e gerar reflexos e brilhos<br />

nas superfícies.<br />

Figura: Elipsoidal halógena<br />

575 W, 14.900 lm, 50°, com<br />

recorte 3.000 K, IRC 100.<br />

Fundo: PAR 30 LED<br />

9 W, 900 lm, 25°, 3.000 K,<br />

IRC > 80; filtros difusores Lee<br />

750 e 251 e corretivo Lee 218.<br />

IRC > 80; Filtros difusores Lee<br />

750 e 25 e corretivo Lee 218.


108 Projeto 35ª Bienal de São Paulo,<br />

109<br />

Coreografias do Impossível<br />

3 4<br />

5<br />

Cada Bienal é uma Bienal. Sempre no mesmo<br />

lugar, nunca do mesmo jeito. Um monumental<br />

pavilhão de 30 mil metros quadrados de área,<br />

o Ciccilo Matarazzo, projeto de Oscar Niemeyer,<br />

sedia o evento desde 1963, ocupando o coração<br />

do Parque Ibirapuera, em São Paulo.<br />

Desde seu surgimento, a Bienal propõe um contato<br />

entre o público paulistano e a arte moderna de todo<br />

o mundo. A cada dois anos, artistas expõem<br />

nos pavimentos do Ciccilo Matarazzo trabalhos<br />

das mais diversas escolas e origens.<br />

Eis o desafio que se apresentou à lighting<br />

designer Fernanda Carvalho ao ser convidada<br />

para iluminar a 35ª Bienal de São Paulo, Coreografias<br />

do impossível, a terceira de sua carreira:<br />

como a atualizar para as necessidades de cada<br />

artista. De 6 de setembro a 10 de dezembro de 2023,<br />

o evento expôs obras de 121 artistas diferentes, cada<br />

um com seu estilo, sua materialidade e sua visão.<br />

Suas duas prioridades eram: democratizar<br />

as luzes, para não criar entre as obras qualquer<br />

hierarquia visual, e mediar, com as instalações,<br />

o jogo entre luz natural e artificial. Para atender<br />

à primeira, foi necessário um mapeamento de fluxos<br />

e percursos que os espaços permitiriam, além de um<br />

estudo meticuloso da materialidade de cada obra.<br />

As escolhas passaram pela aprovação dos autores<br />

das peças expostas, garantindo que a iluminação<br />

estivesse de acordo com sua visão artística.<br />

“o trabalho com exposições é nosso<br />

dna, desenhamos a luz na fronteira<br />

entre a arquitetura e o teatro a partir<br />

de desejos visuais”<br />

3. Em primeiro plano,<br />

esculturas de Rubem<br />

Valentim, ao fundo,<br />

fotografias de Januário Jano.<br />

Para equilibrar os brilhos<br />

entre esculturas e fundo,<br />

ambos brancos, foi aplicada<br />

luz bem concentrada em dois<br />

ângulos, frente e contraluz,<br />

para cada peça. O fundo<br />

iluminado criou contexto para<br />

as figuras, ainda que fossem<br />

da mesma cor (PAR 38 LED<br />

13 W, 1.400 lm, 25°, 3.000 K,<br />

IRC > 80; AR111 LED<br />

12 W, 12°, 800 lm, 2.700 K,<br />

IRC > 80; filtros difusores<br />

Lee 750 e 251).<br />

4. A luz se concentra<br />

no trabalho de Geraldine<br />

Javier, sem escapar muito<br />

para as áreas do entorno.<br />

O desafio foi encontrar<br />

ângulos de incidência<br />

que revelassem os desenhos<br />

delicados suspensos, evitando<br />

reflexos e distância excessiva<br />

entre as peças (AR111 LED<br />

12 W, 24°, 800 lm, 2.700 K,<br />

IRC > 80; filtros difusores<br />

Lee 750 e barndoor).<br />

5. Uma luz teatral banha<br />

a instalação de Citra<br />

Sasmita. As paredes<br />

em vermelho queimado foram<br />

iluminadas suavemente,<br />

criando fundo e contexto<br />

para as obras suspensas. A<br />

figura posicionada no piso<br />

recebeu luz pontual, para dar<br />

destaque (Mini elipso LED<br />

40 W, 55°, 3.000 K, IRC > 90;<br />

AR111 LED 12 W, 24° e 10°,<br />

800 lm, 2.700 K, IRC > 80;<br />

PAR 30 LED 9 W, 900 lm,<br />

25°, 3.000 K, IRC > 80; filtros<br />

difusores Lee 750 e 251).<br />

6. Relevo de<br />

Emanoel Araújo. A luz é<br />

composta de duas camadas.<br />

A primeira lava suavemente<br />

a parede, de forma<br />

difusa. A segunda é mais<br />

concentrada no relevo, a fim<br />

de destacá-lo, reforçando<br />

as sombras, fundamentais<br />

para a percepção da<br />

tridimensionalidade da peça<br />

(PAR 30 LED 9 W, 900 lm,<br />

25°, 3.000 K, IRC > 80;<br />

AR111 LED 12 W, 12°, 800 lm,<br />

2.700 K, IRC > 80; filtros<br />

difusores Lee 750 e 251).<br />

6


110 Projeto 35ª Bienal de São Paulo,<br />

111<br />

Coreografias do Impossível<br />

7<br />

8<br />

7. Em primeiro plano,<br />

trabalhos de Arthur<br />

Bispo do Rosário e, ao<br />

fundo, de Ellen Gallagher.<br />

As obras de Bispo foram<br />

iluminadas individualmente<br />

com intensidade<br />

rigorosamente limitada a<br />

50 lux, devido à fragilidade do<br />

material. A obra de Gallagher<br />

recebe luz mais concentrada,<br />

deixando a parede com<br />

menor incidência de luz<br />

(Mini elipso LED 40 W, 55°,<br />

3.000 K, IRC > 90; AR111<br />

LED 12 W, 24°, 800 lm,<br />

2.700 K, IRC > 80; filtros<br />

difusores Lee 750 e 251).<br />

8. Os painéis suspensos<br />

de Mohnira Sohl foram<br />

iluminados com o cuidado<br />

de trabalhar os brilhos<br />

e os reflexos, já que<br />

os materiais diversos refletem<br />

a luz de maneiras inesperadas.<br />

A incidência de luz natural,<br />

abundante durante o dia,é<br />

equilibrada com intensidades<br />

luminosas diversas<br />

(PAR 38 LED 13 W, 1.400 lm,<br />

25°, 3.000 K, IRC > 80; filtros<br />

difusores Lee 750 e 251).<br />

9. A luz banha o painel<br />

do artista Denilson Baniwa,<br />

escurecendo as bordas<br />

da parede e limitandose<br />

para não vazar para o<br />

piso. O piso escurecido<br />

favorece que a pedra seja<br />

ressaltada pela luz lateral,<br />

que a destaca do fundo<br />

(PAR 30 LED 9 W, 900 lm,<br />

25°, 3.000 K, IRC > 80;<br />

AR111 LED 12 W, 12°, 800 lm,<br />

2.700 K, IRC > 80; filtros<br />

difusores Lee 750 e 251).<br />

Os arquitetos Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo<br />

Delonero, do escritório Vão, criaram um projeto<br />

de expografia que dialogava com a arquitetura<br />

do pavilhão, em gestos ousados de intervenção.<br />

No vão central, foram instalados painéis curvos<br />

que lançam o espaço em uma nova “coreografia”,<br />

provocando o público a imaginar novas interações<br />

com o espaço. As paredes tiveram sua sinuosidade<br />

acentuada por uma iluminação desigual, também<br />

propondo uma nova visualidade do espaço.<br />

Essa intervenção também apontou novas<br />

alternativas de arranjo para as obras: em cada<br />

pavimento, elas foram dispostas de maneira diversa,<br />

ora se aproximando visualmente, em espaços<br />

coletivos, ora ocupando salas individuais.<br />

A lighting designer Fernanda Carvalho comenta que,<br />

para conseguir uma distribuição equilibrada de luz<br />

natural, abundante em partes do pavilhão e limitada<br />

em outras, foi necessário um mapeamento<br />

das camadas de luz e dos planos verticais<br />

em cada pavimento. Para além da abordagem<br />

pragmática,no entanto, entraram para a conta<br />

as relações de figura e fundo que algumas<br />

perspectivas visuais trariam. Assim, paredes<br />

brancas foram iluminadas, tanto para acentuar<br />

uma composição arquitetônica quanto para criar<br />

fundo luminoso para um trabalho.<br />

Pensando na experiência noturna, algumas obras,<br />

como o móbile de Geraldine Javier, receberam luz<br />

concentrada, com o cuidado de encontrar ângulos de<br />

incidência que revelassem os desenhos suspensos,<br />

evitando reflexos e sombras entre as peças.<br />

Os maiores desafios do projeto, a monumentalidade<br />

do pavilhão e sua enorme quantidade de área<br />

expositiva, também foram abarcados pelo projeto<br />

de iluminação. Áreas vazias, quando iluminadas,<br />

transformavam-se em importantes transições entre<br />

obras relacionadas. Contudo, a própria distância<br />

permitiu que, com a luz certa, as peças fossem<br />

vislumbradas como paisagens de onde quer<br />

que se estivesse. [GCF]<br />

9<br />

35ª Bienal de São<br />

Paulo – Coreografias<br />

do Impossível<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Fernanda Carvalho<br />

Lighting Design<br />

Fernando Carvalho e<br />

Emilia Ramos (titulares)<br />

Luana Alves,<br />

Cristina Souto<br />

e Vini Hideki<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de expografia:<br />

Vão<br />

Anna Juni,<br />

Enk te Winkel<br />

e Gustavo Delonero<br />

(titulares)<br />

Curadores:<br />

Diane Lima,<br />

Grada Kilomba,<br />

Hélio Menezes<br />

e Manuel Borja-Villel<br />

Cliente:<br />

Fundação Bienal<br />

de São Paulo<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

Belight Iluminação<br />

Fotos:<br />

Feco Hamburger


112 Projeto Casa Subtração<br />

113<br />

1 2<br />

3<br />

luz<br />

essencial<br />

1. A laje de concreto<br />

rebate a luz dos abajures<br />

e colunas de piso e dos<br />

projetores e LED embutidos<br />

no piso (800 lm; 33°) no<br />

terraço adjacente.<br />

2. A piscina,<br />

estrategicamente posicionada<br />

na primeira laje, emana<br />

uma luz suave, proveniente<br />

de um sistema de fibra<br />

óptica. Essencial tanto para<br />

a arquitetura quanto<br />

para a iluminação, o<br />

paisagismo completa<br />

e estrutura espaços<br />

internos e externos.<br />

3. Vista da escada de acesso<br />

principal. Ao fundo, é possível<br />

ver a área de estar iluminada<br />

por abajures e colunas<br />

conectados a tomadas<br />

comandadas de piso. O teto<br />

de concreto rebate a luz<br />

de forma agradável e difusa.


114 Projeto Casa Subtração<br />

115<br />

4 Os vazios, além de proporcionar vistas generosas<br />

e variadas, incentivam o contato visual entre<br />

as pessoas da casa, seja na sala, no jardim<br />

da garagem – onde a vegetação se estende pelos<br />

vãos – ou na piscina. Esta última, estrategicamente<br />

posicionada na primeira laje, rompe com a rigidez<br />

das bordas dos planos organizadores do partido<br />

arquitetônico, emanando uma luz suave à noite.<br />

5<br />

O paisagismo é um elemento essencial não só da<br />

arquitetura, mas também do projeto luminotécnico,<br />

que faz uso de projetores sobrepostos à vegetação<br />

para iluminar as lajes que, ao rebater a luz,<br />

proporcionam uma iluminação difusa e homogênea<br />

que revela a volumetria arquitetônica angular<br />

e dinâmica.<br />

Situada em um condomínio em Bragança<br />

Paulista, São Paulo, a Casa Subtração, projetada<br />

pelo escritório FGMF, é configurada por duas<br />

lajes de concreto aparente recortadas de<br />

forma a criar passarelas e vazios atravessados<br />

pela luz natural e pelos jardins. Em harmonia<br />

com a arquitetura minimalista, livre de excessos,<br />

o projeto de iluminação criado pelo escritório<br />

Castilha Iluminação se ateve ao essencial,<br />

buscando a fusão da luz com a arquitetura marcada<br />

pela horizontalidade acentuada.<br />

Um dos principais objetivos do projeto<br />

era liberar as lajes da presença dos equipamentos<br />

de iluminação, convertendo os planos de<br />

concreto em rebatedores da luz proveniente do<br />

piso e dos jardins que permeiam os espaços internos<br />

e externos. Na área de estar, a iluminação se dá<br />

exclusivamente por abajures e colunas conectados<br />

a tomadas comandadas de piso, que iluminam<br />

os espaços de forma agradável e aconchegante.<br />

6<br />

7<br />

4. Projetores de LED<br />

embutidos no piso<br />

ou sobrepostos em meio<br />

à vegetação (800 lm;<br />

2.700 K; 30° a 40°) jogam<br />

a luz para a laje de concreto,<br />

que, por sua vez, rebate a luz<br />

para as circulações de acesso.<br />

5. A alameda de acesso<br />

é iluminada pelos postinhos<br />

balizadores do tipo “raio<br />

de luz” de 3 W. Sob<br />

as lajes, a iluminação<br />

rebatida é proveniente<br />

de projetores e piso<br />

(LED 33° a 40°; 800 lm;<br />

2.700 K), ora embutidos, ora<br />

sobrepostos na vegetação.<br />

6. A piscina é iluminada<br />

internamente por sistema de<br />

fibra óptica. A área de estar<br />

adjacente é iluminada por<br />

4 minispots sobrepostos na<br />

laje (LED 6,6 W; 510 lm; 36°).<br />

7. A iluminação que<br />

emana de abajures,<br />

projetores de piso e iluminação<br />

da piscina revela e valoriza<br />

a grande laje que define<br />

o partido arquitetônico.


116 Projeto Casa Subtração<br />

117<br />

“o arrojo conceitual da arquitetura<br />

demandou o mesmo arrojo da iluminação”<br />

Embutidos diretamente<br />

nos rebaixos moldados<br />

na laje, segmentos de perfis<br />

wall washer (2.000 lm/m)<br />

iluminam os quadros, além<br />

de proporcionar uma luz<br />

difusanas circulações.<br />

Na área de estar,<br />

a iluminação se dá<br />

exclusivamente por<br />

abajures e colunas<br />

conectados a tomadas<br />

comandadas de piso.<br />

Casa Subtração<br />

Bragança Paulista, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Castilha Iluminação<br />

Marcos Castilha (titular)<br />

Rafaela Ferraz Campos<br />

(colaboradora)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

FGMF<br />

Fernando Forte,<br />

Lourenço Gimenes<br />

e Rodrigo Marcondes<br />

Ferraz (titulares)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Kalil Ferre<br />

Conclusão:<br />

2022<br />

Fornecedores:<br />

FASA Fibra Ótica,<br />

Ledplus, Lemca, Lumini,<br />

Power Lume e Stella<br />

Fotos:<br />

Fran Parente<br />

Marcos Castilha, arquiteto titular do Castilha<br />

Iluminação, conta que foram empregados<br />

predominantemente equipamentos de piso,<br />

como projetores embutidos e microbalizadores<br />

tipo side light, e, nas áreas de estar, abajures<br />

e colunas. “O teto [como suporte de luz] é utilizado<br />

em situações muito específicas e emblemáticas,<br />

como, por exemplo, nos pendentes da mesa<br />

de jantar e nos segmentos de perfis wall washers<br />

para iluminação de obras de arte nas circulações”,<br />

acrescenta Castilha.<br />

Ele conta que um dos desafios do projeto foi<br />

justamente o embutimento de alguns equipamentos<br />

direto no concreto, o que exigiu a previsão de fontes<br />

de alimentação em local remoto, com respectivo<br />

cabeamento. “O arrojo conceitual da arquitetura<br />

demandou o mesmo arrojo da iluminação”, conclui<br />

o lighting designer. [VF]


118 Projeto estudiobola<br />

119<br />

1 e 2. Na fachada,<br />

projetores wall washer LED<br />

de facho elíptico (15° × 45°),<br />

36 W, 1.800 lm, 3.000 K,<br />

IRC > 90 são fixados em<br />

canaleta junto ao trilho<br />

no topo, iluminando-a de<br />

forma rasante, criando o<br />

efeito de uma “casa ao<br />

avesso”. Solução similar<br />

foi adotada no muro.<br />

1<br />

Há mais de duas décadas, o estudiobola<br />

assina a criação de produtos com desenho<br />

autoral e simplicidade formal. A marca foi<br />

fundada pelos arquitetos Flavio Borsato e<br />

Mauricio Lamosa em 2002 e desde então cria<br />

itens de mobília e iluminação que desafiam<br />

modismos, tendo a atemporalidade como norte.<br />

Inaugurado em dezembro de 2023, um novo<br />

showroom da marca ocupa um antigo sobrado na<br />

Alameda Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo,<br />

importante via para o mundo da decoração. A<br />

casa possui recuo frontal, jardim aos fundos<br />

e acesso lateral. Da rua, vê-se apenas uma<br />

pequena abertura dos pisos térreo e superior,<br />

através de “cortinas” de lona que desvelam<br />

fragmentos dos móveis expostos no espaço.<br />

A inauguração faz parte da comemoração<br />

de 20 anos do estudiobola, que, além dos novos<br />

pontos de venda, somando três na capital paulista,<br />

trouxe um novo visual para cada uma das lojas.<br />

O projeto de arquitetura para as unidades ficou<br />

a cargo do escritório Superlimão. Trabalhando<br />

de forma complementar aos arquitetos, as lighting<br />

designers Cláudia Borges Shimabukuro e<br />

Letícia Mariotto, da Lit Arquitetura de Iluminação,<br />

desenvolveram soluções de iluminação<br />

baseadas no novo conceito do estudiobola.<br />

Como a alameda concentra mais de cem<br />

estabelecimentos do segmento home decor,<br />

era importante que a fachada do estudiobola,<br />

apesar de discreta, convidasse os transeuntes<br />

para o interior do showroom. Para isso, um<br />

trilho alongado com projetores lineares de<br />

facho elíptico no topo do sobrado proporciona<br />

iluminação rasante nas cortinas. A sensação<br />

é a de estar observando uma casa ao avesso,<br />

por uma janela que mira de fora para dentro.<br />

As plantas no entorno da casa foram iluminadas<br />

por projetores baixos, instalados no solo.<br />

Para criar diálogo entre as novas lojas,<br />

foram adotadas soluções similares, como<br />

os rodapés iluminados e as telas tensionadas<br />

que lembram claraboias. Desde a entrada,<br />

no hall de distribuição, essas telas preenchem<br />

o espaço com uma luz uniforme.<br />

O salão frontal do térreo, parcialmente<br />

revelado pela brecha nas cortinas, é iluminado<br />

de forma suave. No teto, luminárias com<br />

sistema antiofuscamento são distribuídas<br />

de forma a minimizar sombras e contrastes<br />

e evidenciar o layout da mobília. A sala,<br />

apesar de lembrar muito o cômodo de uma<br />

casa, também cria uma espécie de galeria,<br />

onde os móveis são as obras de arte.<br />

avesso<br />

2<br />

casa ao


120 Projeto estudiobola<br />

121<br />

3<br />

3. A tela tensionada<br />

ocupando a parede<br />

dá destaque ao desenho<br />

autoral das peças de mobília.<br />

4. Hall de distribuição com<br />

forro de tela tensionada<br />

com iluminação por<br />

backlight com fitas de<br />

LED 4,8 W/m, 3.000 K,<br />

IRC > 80, dimerizável.<br />

Ao fundo, bancada<br />

de atendimento sob<br />

vazio da escada.<br />

5. Salão frontal<br />

com distribuição de luminárias<br />

embutidas fixas com<br />

louver tipo darklight<br />

branco para LED (12 W,<br />

1.166 lm, 48°, IRC > 90)<br />

e orientáveis cilíndricas LED<br />

(9 W, 758 lm, 36°, 3.000 K,<br />

IRC > 90) para a estante.<br />

Montagem na parede com tela<br />

tensionada de iluminação<br />

por backlight com fitas<br />

de LED (4,8 W/m, 3.000 K,<br />

IRC > 80, dimerizáveis).<br />

4<br />

a sensação é a de estar observando uma casa ao<br />

avesso, por uma janela que mira de fora para dentro<br />

5


122 Projeto estudiobola<br />

123<br />

6<br />

8<br />

estudiobola<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Lit Arquitetura<br />

de Iluminação<br />

Cláudia Borges<br />

Shimabukuro e Letícia<br />

Mariotto (titulares)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

Superlimão<br />

Antonio Carlos Laraia<br />

Figueira de Mello,<br />

Lula Gouveia e Thiago<br />

Rodrigues (titulares)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Renata Fanti<br />

Cliente:<br />

estudiobola<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

Direct Light,<br />

Ledvance, Lemca,<br />

LightDesign Exporlux,<br />

Lumini, Omega Light<br />

e Tensoflex<br />

Fotos:<br />

Gui Gomes<br />

7<br />

A parede que divide os cômodos é ocupada por<br />

uma grande tela tensionada para iluminação<br />

homogênea do ambiente, além de desenhar<br />

a silhueta de uma estante fixa. Os objetos<br />

expostos nas prateleiras são destacados<br />

frontalmente graças a luminárias cilíndricas<br />

e orientáveis embutidas no forro.<br />

Presentes em muitos dos espaços da casa,<br />

as lamelas acústicas ou baffles cor de areia<br />

no teto fazem mais que diminuir ruídos. Elas foram<br />

pensadas para reduzir de forma aconchegante o pédireito<br />

e ocultar as luminárias embutidas no forro.<br />

Com abundante luz natural, o jardim que<br />

se abre no salão ao fundo traz um respiro para<br />

a prosa visual da loja. Esse espaço também<br />

é iluminado por uma configuração de projetores<br />

aéreos em postes baixos no solo e balizadores<br />

altos e discretos, a depender do plantio.<br />

O pavimento superior, todo aberto, tem em seu forro<br />

um sistema linear com módulos focais de luminárias<br />

fixas de facho aberto e controle antiofuscamento,<br />

assim como no térreo, além de miniprojetores<br />

de facho um pouco mais concentrado, para atingir<br />

pontos específicos. O efeito rasante, que no térreo<br />

está no rodapé, aqui passa para o teto, e permite<br />

que a luz “desça” pela textura das paredes. [GCF]<br />

6. Vista do salão frontal<br />

desde os fundos, mostrando<br />

distribuição de luminárias<br />

embutidas fixas com louver<br />

tipo darklight branco para<br />

LED (12 W, 1.166 lm,<br />

48°, 3.000 K, IRC > 90)<br />

entre baffles, montagem<br />

na parede e teto com tela<br />

tensionada com iluminação<br />

por backlight, dimerizável.<br />

7. Salão do pavimento<br />

superior com sistema<br />

linear embutido no forro,<br />

com módulos fixos<br />

de destaque contendo louver<br />

tipo darklight branco para LED<br />

(4 W, 522 lm, 48°, 3.000 K,<br />

IRC > 90) e projetores LED<br />

(8 W, 746 lm, 36°, IRC > 90).<br />

Perfil de LED com difusor alto<br />

para fita de LED (15 W/m,<br />

1.241 lm/m, 3.000 K, IRC > 90)<br />

oculto em tabica de 5 cm.<br />

8. Salão dos fundos,<br />

com vista para o jardim.<br />

Luminárias embutidas fixas<br />

com louver tipo darklight<br />

branco para LED (12 W,<br />

1.166 lm, 48°, 3.000 K,<br />

IRC > 90) foram acomodadas<br />

entre baffles. O rodapé<br />

luminoso, desenhado<br />

especialmente para a marca,<br />

possui lente para facho<br />

de 30° e fita de LED long<br />

run (9,6 W/m, 870 lm/m,<br />

3.000 K, IRC > 80).


124 Projeto Câmara de Dirigentes Lojistas<br />

125<br />

1<br />

1. No escritório<br />

do 5º pavimento<br />

foram usados pendentes<br />

especiais com régua<br />

de LED (12 W/50 cm,<br />

3.000 K, 1.260 lm/50 cm,<br />

IRC > 90) para proporcionar<br />

500 lux nas mesas<br />

de trabalho, em conformidade<br />

com as normas. O espaço<br />

de estar conta com luminárias<br />

redondas do tipo plafon<br />

com fita LED (20 W/12 V,<br />

3.000 K, com driver).<br />

2<br />

curvas, cores e luz<br />

Na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), um prédio<br />

de nove andares localizado em Belo Horizonte,<br />

os espaços coloridos, flexíveis e multifuncionais<br />

promovem uma dinâmica fluida que incentiva a<br />

conexão e a colaboração entre usuários do edifício.<br />

O projeto de iluminação, criado pelo escritório<br />

Arquitetura e Luz, deveria refletir, de forma<br />

singular e coerente, a identidade corporativa<br />

materializada pelo projeto de arquitetura<br />

de autoria da Óbvio Arquitetura.<br />

O traço curvo compõe elementos da arquitetura<br />

de interiores, sobretudo os da marcenaria, com<br />

destaque para os espaços compartilhados,<br />

com uso flexível, nos quais os painéis<br />

que percorre vertical e horizontalmente o espaço<br />

criam peças que “abraçam” o mobiliário,<br />

sem comprometer a integração espacial.<br />

O projeto de iluminação se apropria desses<br />

e de outros elementos de marcenaria para<br />

criar soluções exclusivas que, além de reforçar<br />

a atmosfera lúdica da arquitetura, cumprem<br />

os requisitos de funcionalidade e conforto visual.<br />

“O desafio do projeto luminotécnico foi adotar<br />

soluções utilizando linhas retas e curvas ao mesmo<br />

tempo, sem perder a harmonia e a leveza<br />

juntamente com todos os elementos do projeto<br />

de arquitetura”, explica Sônia Maria Santos Mendes,<br />

arquiteta titular do escritório Arquitetura e Luz.<br />

Para facilitar a manutenção, o cliente solicitou<br />

que lâmpadas e fitas de LED predominassem<br />

no espaço em vez de LEDs integrados. “Isso nos foi<br />

solicitado tecnicamente para facilitar manutenções<br />

futuras, que, dessa forma, deveriam acontecer<br />

mais rapidamente e sem a dependência de fábricas<br />

e de fornecedores”, acrescenta a lighting designer.<br />

2. O refeitório é iluminado<br />

por perfis lineares com réguas<br />

de LED (12 W/50 cm, 3.000 K,<br />

1.260 lm/50 cm, IRC > 90).<br />

Nas áreas de descompressão,<br />

luminárias pendentes<br />

redondas com fita de LED<br />

(12 W/12 V, 3.000 K, 1.040 lm)<br />

instaladas na parte interna<br />

do aro proporcionam uma<br />

luz indireta e suave. Os<br />

drivers estão localizados<br />

dentro das canoplas<br />

das luminárias do teto.<br />

3. Na copa do 4º pavimento,<br />

os miniplafons redondos (LED<br />

3 W, MR-11, base GU-10)<br />

embutidos de forma aleatória<br />

no teto de madeira reforçam<br />

a atmosfera lúdica do espaço.<br />

Nas mesas de trabalho, foram<br />

usados pendentes retos<br />

com bordas curvas (réguas<br />

de LED 12 W/50 cm, 3.000 K,<br />

1.260 lm/50 cm, IRC > 90).<br />

Nos detalhes dos armários<br />

da copa, foram utilizados<br />

perfis com fita rígida (LED<br />

12 W/12 V, 3.000 K, 1.040 lm).<br />

4. No 5º e no 6º pavimento,<br />

as pequenas ilhas com mesas<br />

de trabalho para reuniões<br />

informais são discretamente<br />

iluminadas por microplafons<br />

embutidos no forro de gesso,<br />

criando efeito de luz pontual<br />

com 3 focos recuados<br />

em LED integrado (1,6 W;<br />

34°; 3.000 K; 567 lm).<br />

3<br />

4


126 Projeto Câmara de Dirigentes Lojistas<br />

127<br />

5. Na sala de reunião<br />

da diretoria, perfis lineares<br />

pendentes com réguas<br />

de LED (12 W/50 cm,<br />

3.000 K, 1.260 lm/50 cm,<br />

IRC > 90) foram especialmente<br />

dimensionados para o forro<br />

curvo de madeira. Para<br />

apresentações audiovisuais,<br />

em que é necessária pouca<br />

luz, foram especificados<br />

microfocos de luz (LED<br />

1,6 W; 34°; 3.000 K; 189 lm)<br />

embutidos no forro de gesso.<br />

5<br />

7<br />

8<br />

6. No teto azul do banheiro<br />

feminino, pequenos pontos<br />

de luz (LED MR11 3W, base<br />

GU10, 36°, 3.000 K, 285 lm,<br />

75 lm/W, IRC > 80) embutidos<br />

de forma aleatória remetem<br />

a um céu estrelado.<br />

Com a intenção de possibilitar<br />

luz frontal para os usuários,<br />

fitas de LED (12 W/12 V,<br />

3.000 K, 1.040 lm) foram<br />

instaladas atrás dos espelhos,<br />

valorizando também o<br />

seu desenho curvo.<br />

CDL<br />

Belo Horizonte, MG<br />

7. Instalado no nicho curvo<br />

do mobiliário, na parte<br />

superior dos escaninhos,<br />

o perfil com fita LED<br />

(12 W/12 V, 3.000 K,<br />

1.040 lm) proporciona luz<br />

difusa. Integrados ao armário<br />

da copa, perfis com fita<br />

de LED (12 W/12 V, 3.000 K,<br />

1.040 lm) realçam o desenho<br />

do mobiliário, ao mesmo<br />

tempo que propiciam<br />

iluminação indireta.<br />

Na bancada do lado oposto,<br />

foram utilizados pequenos<br />

plafons embutidos no forro<br />

com lâmpadas de LED (MR16,<br />

36°, 3.000 K, 450 lm).<br />

8. Luminárias<br />

curvas de diâmetros<br />

diferenciados, (fita de LED<br />

20 W/12 V, 3.000 K, 1.800 lm),<br />

especialmente desenhadas<br />

para o projeto, decoram<br />

e iluminam o espaço no<br />

hall no 2º pavimento.<br />

6<br />

O projeto de iluminação deveria refletir, de forma<br />

singular e coerente, a identidade corporativa<br />

materializada pelo projeto de arquitetura<br />

As curvas da arquitetura de interiores inspiraram<br />

a especificação de equipamentos como os arcos<br />

luminosos, os plafons e os pendentes circulares<br />

com diâmetros variados que predominam<br />

nas áreas de estar e de descompressão.<br />

Algumas mesas de trabalho contam com<br />

peças especialmente desenhadas e produzidas<br />

para o projeto. São luminárias pendentes<br />

em perfis lineares leves, com luz eficiente,<br />

que combinam linhas retas e bordas curvas,<br />

uma espécie de “síntese” das soluções<br />

adotadas em todo o projeto. “Harmonizamos<br />

as soluções de iluminação com as curvas e cores<br />

da arquitetura”, finaliza a lighting designer. [VF]<br />

Projeto de iluminação:<br />

Arquitetura e Luz<br />

Sônia Maria Santos<br />

Mendes (titular)<br />

Bruno Almeida<br />

e Rafael Moreira<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

Óbvio Arquitetura<br />

Luciana Araújo e<br />

Natalia Otoni (titulares)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Kat Flores e Paisagismo<br />

Construção:<br />

Construtora Uni<br />

Cliente:<br />

Câmara de Dirigentes<br />

Lojistas (CDL)<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

Interpam Iluminação<br />

e Templuz Iluminação<br />

Fotos:<br />

Jomar Bragança


128 Projeto Residência SL<br />

129<br />

A Residência SL está inserida em um<br />

terreno de quase 1.600 m² em um condomínio<br />

na cidade de Nova Lima, a cerca de 30 km<br />

da capital mineira. O projeto arquitetônico do<br />

escritório MACh Arquitetos aproveitou o terreno<br />

em aclive para privilegiar a vista para a reserva<br />

natural de Cerrado e de Mata Atlântica integrante<br />

do condomínio, situada logo em frente à casa.<br />

O programa foi organizado em três pavimentos:<br />

no subsolo ficam o acesso social, o escritório<br />

e a garagem multiúso, espécie de bar, sala<br />

de jogos e abrigo para carros antigos; no nível<br />

térreo, estão localizadas as áreas de serviços<br />

e sociais, como piscina, spa, churrasqueira,<br />

cozinha, salas de leitura, estar e jantar, home<br />

theater, hóspedes e deck, além da lavanderia<br />

e da garagem; o primeiro andar recebe as suítes<br />

avarandadas do casal e dos filhos, além de outra<br />

para hóspedes, sala de TV e terraço descoberto.<br />

1. Um gradiente<br />

1 de luz é percebido<br />

3<br />

em direção ao exterior.<br />

Os balizadores orientam<br />

e indicam os diferentes<br />

pisos e níveis, contribuindo<br />

para a delimitação<br />

de espaços: varanda,<br />

terraço gramado, deck<br />

molhado, escada de acesso<br />

e terraço descoberto.<br />

A iluminação indireta<br />

percebida nas lajes e nas<br />

paredes de concreto é obtida<br />

da reflexão da luz no piso,<br />

proveniente dos downlights.<br />

oásis acolhedor<br />

2<br />

2. “Play of brilliants”<br />

da casa, o pé-direito<br />

duplo da sala de leitura<br />

conecta o pavimento social<br />

com o íntimo. O acendimento<br />

do paisagismo externo<br />

à casa e do muro<br />

de gabião que limita o terreno<br />

faz integrar o interior<br />

da edificação, contribuindo<br />

com texturas de luz e sombra.<br />

Os charmosos pendentes<br />

de vidro soprado foram<br />

sugeridos pela equipe<br />

da Casa Tereze. A estante<br />

tem seus nichos iluminados<br />

a partir de perfis LED com<br />

difusor 5 W/m, 300 lm/m,<br />

2.700 K, IRC > 80.<br />

3. Downlights de sobrepor<br />

são acomodados em nichos<br />

na laje de concreto.<br />

A iluminação do painel<br />

de madeira é feita por uma<br />

montagem de luminárias<br />

lineares com difusor<br />

e borda recuada preta,<br />

LED 28 W/m, 1.005 lm/m,<br />

3.000 K, IRC > 90, dimerizável.<br />

Luminárias com fonte<br />

e lentes recuadas, anéis<br />

antiofuscamento pretos,<br />

complementam a iluminação<br />

do estar (LED 10 W,<br />

650 lm, 45°, 3.000 K,<br />

IRC > 90, dimerizável).<br />

Grandes panos envidraçados são recuados<br />

entre lajes de concreto, de maneira a garantir<br />

sombra para a fachada durante o dia e permitir<br />

a integração visual entre interior e exterior<br />

das áreas sociais e íntimas – voltadas para o vale<br />

e distribuídas em torno da área de lazer.<br />

Para estabelecer uma harmonia com o entorno<br />

natural e pouco adensado, o projeto de<br />

iluminação, a cargo do escritório Atiaîa buscou<br />

conter a iluminação elétrica no interior da<br />

edificação, acendendo minimamente as varandas,<br />

as áreas externas e o paisagismo, de modo a<br />

funcionarem como zonas de penumbra entre<br />

a reserva e a casa, garantindo assim que as<br />

visadas noturnas também sejam usufruídas.<br />

À noite, as varandas e os beirais se transformam<br />

em nichos levemente iluminados, refletindo a luz<br />

interior remanescente nas superfícies, ao mesmo<br />

tempo que filtram sua emissão para o exterior.<br />

Concreto, madeira, vidro e cortinas são materiais<br />

predominantes na residência. Se, durante o<br />

dia, as janelas permitem que o exterior faça<br />

parte do interior, durante a noite o efeito inverso<br />

ocorre no primeiro pavimento: a transparência<br />

dos vidros revela as áreas sociais internas<br />

iluminadas. Já no segundo pavimento, a<br />

translucidez das cortinas acesas previne que<br />

as áreas íntimas fiquem devassadas.


130 Projeto Residência SL<br />

131<br />

à noite, as varandas e os beirais se transformam em nichos levemente<br />

iluminados, refletindo a luz interior remanescente nas superfícies,<br />

ao mesmo tempo que filtram sua emissão para o exterior.<br />

Nível térreo, salas de jantar,<br />

estar e leitura. O pendente<br />

da mesa de jantar foi<br />

escolhido pela equipe de<br />

arquitetura de interiores,<br />

Casa Tereze. No primeiro<br />

pavimento, varanda coberta<br />

com vista para a sala íntima<br />

e uma das suítes. A cobertura<br />

serve de anteparo contra<br />

a poluição luminosa à noite,<br />

filtrando a iluminação interior.<br />

No cortineiro, perfis, LED<br />

18 W/m, 1.600 lm/m, difusor,<br />

2.700 K, IRC > 80, dimerizável.


132 Projeto Residência SL<br />

133<br />

5<br />

6<br />

A estratégia de acendimento de superfícies<br />

verticais e a reflexão da luz em painéis e nichos<br />

de madeira, cortinas e muros de gabião reforçam<br />

a materialidade e a espacialidade arquitetônicas.<br />

Luminárias complementares são distribuídas<br />

nas lajes, garantindo a iluminação das circulações<br />

e dos espaços de convivência. O piso,<br />

por sua vez, reflete a luz para os planos do teto.<br />

A laje de concreto aparente nas áreas sociais<br />

trouxe o desafio de integração das luminárias<br />

com a arquitetura. A equipe da Atiaîa<br />

propôs que fossem feitos nichos no concreto<br />

para sobreposição das peças, dando aspecto<br />

de que são embutidas. O fabricante das peças<br />

especificadas foi consultado para que a performance<br />

térmica não fosse prejudicada, garantindo a vida<br />

útil dos produtos. Logo, o projeto estrutural previu<br />

os nichos no desenho das formas, e o projeto<br />

de instalações elétricas garantiu a alimentação<br />

dos pontos antes da concretagem, permitindo<br />

que as peças fossem instaladas posteriormente.<br />

O equilíbrio resultante entre luz e penumbra;<br />

superfícies, cores e texturas iluminadas;<br />

transparência, translucidez e opacidade fazem<br />

da Residência SL um oásis acolhedor e atento<br />

ao contexto de preservação em que está<br />

inserida. [por Gilberto Franco e Thiago Gaya]<br />

5. Vista para o acesso<br />

social da casa, no nível<br />

térreo, incluindo o terraço<br />

do lazer, o lavabo externo<br />

e o deck. A escada de acesso<br />

recebe balizadores (LED<br />

1 W, 82 lm, 40°, 2.700 K,<br />

IRC > 80, on-off), e há luz<br />

difusa sobre a bancada<br />

nos lavabos (LED 28 W/m,<br />

3.000 K, IRC > 80). Todo<br />

o paisagismo foi iluminado<br />

com LED 2.700 K, IRC > 80.<br />

No primeiro pavimento,<br />

a luz remanescente do interior<br />

da suíte do casal acende<br />

o nicho da varanda; o interior<br />

da suíte conta com embutidos<br />

no forro de gesso, downlight,<br />

LED 8 W, 550 lm, 52°,<br />

3.000 K, IRC > 80, dimerizável,<br />

além de peças decorativas<br />

variadas, LED 2.700 K.<br />

6. A churrasqueira<br />

é integrada com a cozinha,<br />

o spa, a sauna, a piscina<br />

e o terraço gramado.<br />

Balizadores orientam<br />

e indicam os diferentes<br />

pisos e níveis, contribuindo<br />

para a delimitação<br />

de espaços: varanda,<br />

terraço gramado, deck<br />

molhado, escada de acesso<br />

e terraço descoberto.<br />

7. Vista lateral diurna<br />

da residência. As salas<br />

de estar e de jantar,<br />

a cozinha gourmet e as suítes<br />

se abrem para o terraço<br />

gramado e a piscina, mirando<br />

a paisagem da reserva natural<br />

do condomínio e do entorno<br />

montanhoso. Varandas com<br />

beirais generosos contribuem<br />

para o sombreamento<br />

e o conforto térmico<br />

das áreas internas.<br />

7<br />

RESIDÊNCIA SL<br />

Nova Lima, MG<br />

Projeto de iluminação:<br />

Atiaîa Lighting Design<br />

Mariana Novaes (titular)<br />

Camila Rocha<br />

e Pedro Ferreira<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

MACh Arquitetos<br />

Fernando Maculan e<br />

Mariza Machado Coelho<br />

(titulares)<br />

Projeto de interiores:<br />

Casa Tereze<br />

Joana Hardy, Antônio<br />

Valladares e Tereza<br />

do Prado (titulares)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Felipe Fontes<br />

Paisagismo<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

Dimlux, Interlight,<br />

Itens, Lumini e Luxion<br />

Fotos:<br />

Leonardo Finotti


134 Projeto Santuário Nacional<br />

135<br />

de Nossa Senhora Aparecida<br />

espaço sagrado<br />

2<br />

1<br />

luz grandiosa<br />

Situado no Vale do Paraíba, entre Rio de Janeiro<br />

e São Paulo, o Santuário Nacional de Aparecida<br />

é o maior do mundo dedicado a Maria. Criado<br />

pelo escritório Mingrone Iluminação, o projeto de<br />

iluminação das áreas interna e externa da basílica<br />

buscou enriquecer a experiência visual e espiritual<br />

dos peregrinos, além de realçar os elementos<br />

artísticos e arquitetônicos da construção.<br />

“A Congregação dos Padres Redentoristas [o<br />

cliente] buscava uma abordagem que integrasse<br />

tecnologia de ponta com sensibilidade artística<br />

e respeito pelo caráter sagrado do espaço,<br />

criando um ambiente que refletisse a importância<br />

espiritual da basílica”, explica Antonio Carlos<br />

Mingrone, lighting designer titular do escritório.<br />

1. A iluminação frontal do<br />

mosaico na fachada Norte,<br />

com 50 m de altura, é feita<br />

por projetores de sobrepor<br />

direcionáveis (LED 130 W e<br />

210 W, 27°, 3.000 K, IRC > 80)<br />

instalados em postes com<br />

altura de 20 m.<br />

O interior do arco é realçado<br />

por projetores lineares de<br />

sobrepor (LED 36 W/m,<br />

10°, 3.000 K, IRC 85).<br />

foto: Pedro Mascaro<br />

2. Na fachada Norte,<br />

a iluminação frontal<br />

do acabamento em<br />

mosaico foi feita por<br />

projetores de sobrepor<br />

direcionáveis (130 W e<br />

210 W, 27°, 3.000 K, IRC >80),<br />

instalados em postes com<br />

altura de 20 m.<br />

O mosaico lateral recebe luz<br />

de projetores de sobrepor<br />

direcionáveis (LED 208 W,<br />

27°, 3.000 K, IRC > 80)<br />

e projetores instalados<br />

em postes de 6 m (LED<br />

50 W, 10°, IRC 85).<br />

Para iluminar as escadarias,<br />

foram instalados sobre<br />

os arcos, nas arcadas<br />

laterais, projetores<br />

de sobrepor direcionáveis<br />

(LED 137,5 W, com fluxo<br />

assimétrico; 3.000 K; IRC > 80).<br />

As bases dos arcos, por<br />

sua vez, são iluminadas por<br />

projetores de embutir no piso<br />

(25 W, 30°, 3.000 K, IRC > 80)<br />

instalados junto aos pilares.<br />

foto: Pedro Mascaro


136 Projeto Santuário Nacional<br />

137<br />

de Nossa Senhora Aparecida<br />

3 4<br />

5<br />

A seleção meticulosa das soluções técnicas mais<br />

adequadas garantiu a valorização do patrimônio<br />

religioso sem o comprometimento da arquitetura<br />

ou da integridade visual da paisagem. “Além<br />

disso, a iluminação externa deveria destacar a<br />

grandiosidade da basílica, promovendo uma<br />

visão noturna que pudesse ser tão impactante<br />

quanto a diurna”, acrescenta Mingrone.<br />

Projetada pelo arquiteto Benedito Calixto de<br />

Jesus Netto, a Basílica de Aparecida começou<br />

a ser erguida em 1955. Para se ter ideia da<br />

monumentalidade, a construção, com capacidade<br />

para 35 mil visitantes, tem 72 mil m². Sua cúpula<br />

central mede 70 m de altura; as naves medem<br />

40 m, sendo o ponto mais alto a Torre do Relógio,<br />

ou Torre Brasília, com 109 m de altura.<br />

A riqueza de detalhes das fachadas Norte e<br />

Sul, colunatas, galerias e praça de circulação<br />

exigiu a implementação de soluções variadas,<br />

a exemplo da iluminação integrada aos elementos<br />

arquitetônicos e do uso de projetores embutidos<br />

no piso ou instalados em postes de grande<br />

altura. “Essas técnicas não apenas realçam<br />

pontos específicos como também promovem<br />

a valorização artística de painéis e o realce das<br />

fachadas que trazem a representação das cenas<br />

bíblicas em seus mosaicos”, ressalta Mingrone.<br />

Além disso, houve o desafio de desenvolver cenários<br />

de iluminação versáteis que se adaptassem às<br />

mudanças de luz ao longo do dia e aos eventos<br />

e às cerimônias realizados, por meio da criação<br />

de atmosferas ora solenes, ora festivas. Nesse<br />

sentido, a programação de cenas foi uma<br />

etapa essencial para o projeto luminotécnico,<br />

já que permitiu o realce da arquitetura de forma<br />

dinâmica, alterando a percepção da basílica<br />

por meio da manipulação da luz. [VF]<br />

3. A iluminação do interior<br />

da galeria das colunatas<br />

permite a criação de diferentes<br />

cenários luminosos. Instaladas<br />

no teto, luminárias de<br />

sobrepor (LED 32 W, 75°,<br />

3.000 K, IRC > 80) iluminam<br />

o interior das arcadas. Nas<br />

bases dos pilares internos,<br />

foram instalados projetores<br />

de embutir no piso (22 W,<br />

45°, 3.000 K, IRC > 80).<br />

foto: Thiago Leon<br />

4. Projetores embutidos<br />

no piso (LED 30 W, 28°,<br />

3.000 K, IRC > 80) jogam<br />

luz nas faces internas dos<br />

arcos. Na balaustrada, foram<br />

utilizados perfis flexíveis de<br />

(LED 14,4 W/m, 1.550 lm/m,<br />

3.000 K, IRC > 90).<br />

As esculturas dos apóstolos<br />

são iluminadas por projetores<br />

de sobrepor direcionáveis<br />

(30 W, 3.000 K, IRC > 80,<br />

fluxo assimétrico). A Capela<br />

do Batismo é valorizada<br />

por projetores lineares de<br />

sobrepor (24 W, 34° e 14°,<br />

3.000 K, IRC > 80) instalados<br />

na base da construção.<br />

No peitoril das janelas e no<br />

coroamento foram dispostas<br />

linhas contínuas de luz<br />

com perfis flexíveis de LED<br />

(14,4 W/m; 1.550 lm/m;<br />

3.000 K; IRC > 90).<br />

foto: Thiago Leon<br />

5. Com mais de 6 m<br />

de altura, a parede<br />

em mosaico, no interior<br />

da galeria das colunatas,<br />

é iluminada por luminárias<br />

wall washer de dimensões<br />

reduzidas instaladas no forro<br />

de gesso (28 W, 3.000 K,<br />

IRC > 80, facho assimétrico).<br />

foto: Antonio Carlos Mingrone


138 Projeto Santuário Nacional<br />

139<br />

de Nossa Senhora Aparecida<br />

6<br />

7<br />

6. A iluminação da Praça<br />

Esplanada João Paulo II,<br />

na fachada sul, contou com<br />

projetores de sobrepor<br />

direcionáveis (LED 413 W,<br />

45.132 lm, 3.000 K, IRC > 80,<br />

fluxo assimétrico) instalados<br />

em postes com altura de 26 m.<br />

A iluminação é<br />

complementada por projetores<br />

com fluxo assimétrico<br />

sobre os arcos (LED 138 W,<br />

19.361 lm, 3.000 K, IRC > 80).<br />

foto: Thiago Leon<br />

7. Na fachada sul,<br />

o mosaico com cenas<br />

que retratam a Paixão<br />

de Cristo é frontalmente<br />

iluminado por projetores<br />

de sobrepor direcionáveis<br />

(LED 275 W, 39.494 lm, 27°,<br />

3.000 K, IRC > 80) e projetores<br />

(LED 60 W, 5.460 lm, 10°,<br />

3.000 K, IRC 85) instalados<br />

em postes de 26 m de altura.<br />

Projetores lineares<br />

de sobrepor (LED<br />

36 W/m, 3.276 lm, 10°e 60°,<br />

3.000 K, IRC 85) iluminam<br />

o interior do arco.<br />

Nas bases dos arcos fechados<br />

com acabamento em mosaico<br />

foram instaladas linhas<br />

contínuas de projetores<br />

lineares de embutir no piso<br />

(LED, 36 W/m, 3.276 lm/m,<br />

10° e 60°, 3.000 K, IRC 85).<br />

foto: Thiago Leon<br />

8. Para a iluminação<br />

do obelisco e da praça,<br />

foram empregados projetores<br />

de sobrepor direcionáveis<br />

(LED 104 W e 138 W,<br />

14.810 lm e 19.361 lm, 27°,<br />

3.000 K, IRC > 80) instalados<br />

em postes com 20 m de altura.<br />

foto: Antonio Carlos Mingrone<br />

a iluminação externa deveria destacar a<br />

grandiosidade da basílica, promovendo uma<br />

visão noturna que pudesse ser tão impactante<br />

quanto a diurna<br />

Santuário Nacional<br />

de Nossa Senhora<br />

Aparecida<br />

Aparecida, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Mingrone Iluminação<br />

Antonio Carlos<br />

Mingrone<br />

(titular)<br />

Marina Cristina<br />

Zanni, Lilian Mune,<br />

Henrique Klimas, Ítalo<br />

Pereira Fernandes<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

Benedito Calixto<br />

de Jesus Netto<br />

Projeto de arquitetura<br />

de interiores:<br />

Cláudio Pastro<br />

Projeto de fachada:<br />

Marko Ivan Rupnik<br />

Cliente:<br />

Santuário Nacional<br />

de Nossa Senhora<br />

Aparecida<br />

Conclusão:<br />

2024<br />

Fornecedores:<br />

Conipost, Eblux,<br />

LightDesign Exporlux,<br />

Novvalight, Power<br />

Lume e Revoluz<br />

Fotos:<br />

Antonio Carlos<br />

Mingrone,<br />

Pedro Mascaro,<br />

Thiago Leon<br />

8


140 Projeto Residência Pacaembu<br />

141<br />

sentir-se<br />

em casa<br />

Sequência das elevações<br />

internas das áreas sociais<br />

do pavimento térreo e áreas<br />

íntimas do pavimento.


142 Projeto Residência Pacaembu<br />

143<br />

3. Horário do luscofusco<br />

3<br />

nas áreas internas e<br />

5<br />

externas, contrastando com<br />

a temperatura de cor de<br />

2.700 K e IRC > 90. Ao fundo,<br />

iluminação linear uplight<br />

rasante destaca a parede de<br />

concreto ciclópico, criando<br />

um ponto focal nos espaços.<br />

4. Salas de estar separadas<br />

por mobiliário que também<br />

serve de guarda-corpo da<br />

escada para o acesso à<br />

circulação subterrânea. A<br />

iluminação indireta sobre<br />

esse móvel destaca o forro<br />

de madeira e o acesso a<br />

essa circulação. Ao fundo<br />

da sala de jantar, iluminação<br />

wall washer realça a parede<br />

de madeira. A iluminação<br />

integrada na marcenaria<br />

destaca planos e volumetrias<br />

e ressalta as materialidades.<br />

4<br />

5. À noite, os espaços de<br />

estar são iluminados por<br />

meio de diferentes cenas<br />

de automação, permitindo<br />

a leitura e o convívio íntimo<br />

e social, com luminárias<br />

que possuem rigoroso<br />

controle antiofuscamento.<br />

6<br />

6. O caminho do estar à<br />

sala de jantar é separado<br />

por escada com acesso<br />

à circulação subterrânea,<br />

sinalizada por iluminação<br />

integrada no corrimão.<br />

Diferentes planos verticais são<br />

iluminados como fundo para<br />

a mesa de jantar, destacada<br />

por luminárias embutidas no<br />

forro e por uma luminária<br />

pendente, proporcionando<br />

iluminação indireta ao forro.<br />

Com pouco mais de 1.400 m² de área interna<br />

e privilegiada vista para a cidade, a Residência<br />

Pacaembu é um projeto arquitetônico do Studio<br />

Arthur Casas, construída para ser o lar de um casal<br />

“para o resto da vida”. A luz é protagonista<br />

na concepção dos espaços, desenhados<br />

para promover encontro e convivência.<br />

“O mundo visual é percebido por meio da luz em<br />

interação com o mundo físico: sua forma, contornos,<br />

cores e as emoções que provoca.” É essa a filosofia<br />

adotada pelo OMstudio Lighting, escritório de<br />

iluminação que assumiu o projeto para a residência.<br />

De acordo com o lighting designer Orlando<br />

Marques, fundador do OMstudio, as soluções<br />

lumínicas visaram destacar o traço da arquitetura<br />

e reforçar os aspectos naturais da luz, presentes<br />

mesmo durante a noite. A ideia de aliar a retidão<br />

das linhas da arquitetura com a natureza é visível<br />

ao longo de todo o projeto, tanto nos materiais –<br />

painéis de concreto ciclópico moldado no local, com<br />

pedras, madeira, linho, camurça, mármore – quanto<br />

na valorização da luz. Com traços ao mesmo tempo<br />

retos, de estilo moderno clássico, e espontâneos,<br />

a casa é o resultado de perfeita sinergia entre os<br />

projetos de arquitetura, interiores e iluminação.


144 Projeto Residência Pacaembu<br />

145<br />

7 8<br />

as soluções lumínicas visaram destacar o traço da<br />

arquitetura e reforçar os aspectos naturais da luz,<br />

presentes mesmo durante a noite<br />

Residência Pacaembu<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

OMstudio Lighting<br />

Orlando Marques<br />

(titular)<br />

Alessandro Eger,<br />

Caio Peres,<br />

Débora Torii,<br />

Fabiana Rodriguez,<br />

Fernanda Leite,<br />

Geovanna Lemos,<br />

Ivone Szabó<br />

e Pedro Portela<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

Studio Arthur Casas<br />

Arthur Casas,<br />

Nara Teles,<br />

Ligia Damin<br />

e Fabíola Andrade<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Ayapó Orsini<br />

Paisagismo<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

Duralamp, Flos e<br />

LEDsC4 (fornecidos<br />

por e:light), iGuzzini<br />

(por Osvaldo Matos),<br />

Ecopyre, Eurolighting,<br />

Lemca, Lightsource,<br />

Lumicenter, Lumini,<br />

Lumitenzi, Luxion,<br />

MisterLED, O/M e<br />

Studio Objeto<br />

Fotos:<br />

Fernando Guerra<br />

7 e 8. Corredor<br />

subterrâneo entre<br />

as áreas sociais e as áreas<br />

do spa e da churrasqueira<br />

é iluminado pelas claraboias,<br />

pela iluminação uplight<br />

rasante da parede de<br />

cimento ciclópico e da<br />

lona tensionada no nicho<br />

da parede oposta.<br />

Os espaços possuem amplas claraboias que<br />

garantem a entrada de muita luz natural, usada<br />

para desenhar ambientes que refletem a cultura<br />

familiar. O projeto definiu e programou diversas<br />

“cenas” para a casa, que acompanham o passar<br />

do dia. A iluminação é integrada principalmente<br />

à marcenaria, criando ambientes calorosos<br />

e convidativos. A luz também foi usada para<br />

acentuar planos verticais, com perfis, ora criando<br />

contraste com a mobília, ora destacando-a.<br />

Pensando naquilo que desejavam para sua<br />

residência, os clientes definiram palavraschave<br />

para o projeto: harmonia, aconchego e<br />

“city life”. Foram realizados, portanto, estudos<br />

de sombreamento e luminosidade natural na<br />

casa, essenciais para criar harmonia a partir das<br />

materialidades do projeto. Dentre as soluções<br />

de iluminação desenvolvidas, vale destacar a<br />

integração de luminárias em corrimãos, aparadores,<br />

nichos, aberturas zenitais, bancadas e estantes,<br />

o que iluminou cavidades e ainda destacou os<br />

acabamentos do projeto de arquitetura e interiores.<br />

As luminárias escondidas na mobília ou embutidas<br />

no forro, além de criarem interessantes efeitos de<br />

luz, adicionam calor que parece emanar da própria<br />

casa. Pequenos detalhes lumínicos adornam os<br />

espaços com delicadeza e personalidade. Traduzindo<br />

perfeitamente o conceito original do projeto,<br />

a iluminação propõe a convivência próxima, o<br />

acolhimento e a sensação de bem-estar. [GCF]


146 Projeto BA’RA Hotel<br />

147<br />

Na cobertura, onde fica o<br />

restaurante Orama Rooftop,<br />

a vegetação externa é<br />

realçada por projetores<br />

orientáveis (módulo de LED<br />

8 W, 2.700 K, 20°, 650 lm,<br />

60 lm/W, IRC > 80, IP67,<br />

50/60 Hz). No interior do<br />

restaurante, foram inseridos<br />

equipamentos de iluminação<br />

de sobrepor (módulo de LED<br />

7 W, 2.700 K, 34º, 580 lm,<br />

58 lm/W, IP40, IRC > 95).<br />

luz integrada<br />

à arquitetura<br />

O BA’RA Hotel, situado na orla da praia de Cabo<br />

Branco, em João Pessoa, Paraíba, destaca-se<br />

pela volumetria arquitetônica recortada, em que<br />

se sobressaem volumes diagonais escalonados e em<br />

balanço que garantem às suítes a vista para o mar.<br />

Garantir o conforto dos usuários e valorizar<br />

os elementos da arquitetura, concebida pelo<br />

escritório PLAN:B Arquitectos, foram os objetivos<br />

do projeto luminotécnico criado pelo Archidesign.<br />

A luz natural entra generosamente nos quartos<br />

graças aos amplos caixilhos com painéis articulados<br />

que se abrem totalmente, incorporada à marcenaria<br />

e a outros elementos da arquitetura, enquanto a<br />

iluminação indireta, na temperatura de cor amarela,<br />

proporciona aconchego e bem-estar aos hóspedes.<br />

A planta em “U” cria um pátio central convidativo,<br />

com pérgulas metálicas, passarela e jardins<br />

suspensos. Trata-se de um espaço semipúblico<br />

que, além de dar acesso ao hotel, abriga eventos<br />

relacionados com a vida da cidade e da praia.<br />

Aqui, a estrutura metálica serviu de suporte<br />

para os equipamentos de iluminação que,<br />

ao mesmo tempo que destacam elementos<br />

arquitetônicos, iluminam o grande pátio no térreo.


148 Projeto BA’RA Hotel<br />

149<br />

2 3<br />

a iluminação artificial se integra e se apropria de elementos<br />

arquitetônicos para valorizar espaços e superfícies<br />

2 e 3. Na cristaleira<br />

do restaurante, foram<br />

instalados, no fundo das<br />

prateiras, perfis de LED<br />

de alumínio com difusor<br />

translúcido (fita de LED<br />

4,8 W/m; 2.700 K; 408 lm/m;<br />

90 lm/W; IRC > 90; IP20).<br />

4<br />

4. No restaurante situado<br />

no subsolo do hotel,<br />

luminárias orientáveis<br />

(módulo de LED 7 W;<br />

2.700 K; 34º; 580 lm; 58 lm/W;<br />

IP40; IRC > 95) destacam<br />

a parede verde e o mobiliário.<br />

5. Na passarela de acesso<br />

ao restaurante e à área<br />

de lazer da cobertura do<br />

hotel, a iluminação de<br />

balizamento (módulos de<br />

LED 2,5 W; 12°; 2.700 K;<br />

170 lm; IP65; IRC > 90)<br />

também serve de rota de fuga<br />

em casos de emergência.<br />

5<br />

Do pátio central, o visitante pode acessar o lobby<br />

e o restaurante Iocá Casa & Massa, no subsolo,<br />

que, assim como os demais espaços do hotel,<br />

são banhados pela luz natural. A iluminação artificial<br />

se integra e se apropria de elementos arquitetônicos<br />

para valorizar espaços e superfícies, como<br />

o jardim vertical, que é marcante no restaurante.<br />

“O objetivo principal do projeto foi valorizar<br />

a arquitetura diferenciada do empreendimento<br />

por meio da luz, proporcionando conforto<br />

e bem-estar aos usuários, mas sempre<br />

com produtos de qualidade, por se tratar<br />

de um hotel à beira-mar”, afirma Regina Coeli<br />

Barros, arquiteta titular da Archidesign.<br />

Na cobertura, o acesso às áreas de lazer<br />

e ao restaurante Orama Rooftop acontece por meio<br />

de uma ponte central sobre as pérgulas metálicas.<br />

Quando o sol se põe, a passarela é revelada pela<br />

luz de balizamento e pela vegetação farta que<br />

percorre as vigas metálicas, as jardineiras do pátio<br />

de circulação e os canteiros das fachadas, e ganha<br />

protagonismo com a iluminação de destaque. [VF]


150 Projeto BA’RA Hotel<br />

151<br />

6<br />

7<br />

8<br />

BA’RA Hotel<br />

João Pessoa, PB<br />

Projeto de iluminação:<br />

Archidesign<br />

Regina Coeli<br />

Barros e Mohana<br />

Barros (titulares)<br />

Kassia Farias<br />

(colaboradora)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

PLAN:B Arquitectos<br />

Federico Mesa e Felipe<br />

Mesa (titulares)<br />

Projeto de arquitetura<br />

de interiores:<br />

Sandra Moura<br />

Arquitetura<br />

Sandra Moura (titular)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Estúdio Lago<br />

Cliente:<br />

Pardo Serviços<br />

Imobiliários e<br />

Administração<br />

Hoteleira S.A<br />

Conclusão:<br />

2022<br />

Fornecedor:<br />

Interlight<br />

Fotos:<br />

Divulgação BA’RA Hotel<br />

6. Na suíte, a iluminação é<br />

composta de perfis de LED<br />

de alumínio com difusor<br />

translúcido incorporado à<br />

marcenaria da cabeceira<br />

da cama, ao painel de TV<br />

e ao cortineiro (fita de LED<br />

18 W/m; 2.700 K; 2.180 lm/m;<br />

80 lm/W; IRC > 90; IP65).<br />

7. Na suíte, a iluminação<br />

indireta é proveniente de perfis<br />

de LED em alumínio com<br />

difusor translúcido (fita de LED<br />

18 W/m, 2.700 K, 2.180 lm/m,<br />

80 lm/W, IRC > 90, IP65)<br />

incorporados à marcenaria<br />

da cabeceira da cama, ao<br />

painel de TV e ao cortineiro.<br />

8. Para a iluminação do<br />

pátio do pavimento térreo,<br />

foram instalados projetores<br />

(módulos de LED 36 W,<br />

2.700 K, 3.276 lm, 10°, IP66,<br />

IRC 85) nas vigas metálicas.<br />

Também foram instalados<br />

projetores com a mesma<br />

configuração, mas com<br />

módulos de LED RGB,<br />

para atender aos eventos<br />

realizados no espaço.


152 Projeto Heartman<br />

153<br />

curvas como<br />

inspiração<br />

Marcação dos pilares ovais<br />

centrais da área colaborativa,<br />

por meio de pendentes de<br />

formato oblongo, feitos<br />

especialmente para o<br />

projeto, com iluminação<br />

difusa para baixo<br />

(LED 14 W/m, 1.245 lm/m,<br />

3.000K, IRC > 90, dimerizável).


154 Projeto Heartman<br />

155<br />

2. Nas salas de reuniões,<br />

a luz indireta é proveniente<br />

de perfis no forro metálico<br />

(LED 28 W, 2.365 lm, 3.000 K,<br />

IRC > 90, dimerizável).<br />

No espaço ao fundo,<br />

destaca-se o pendente<br />

central com luz direta e<br />

indireta (LED 70 W, 7.750 lm,<br />

3.000 K, IRC > 90, dimerizável).<br />

3. Dos pendentes difusos<br />

com luz direta – que<br />

parecem ecoar uma<br />

“explosão” ocorrida em<br />

um ponto mais ao fundo –<br />

provém iluminação difusa<br />

para a área colaborativa.<br />

(LED 14 W/m, 1.245 lm/m,<br />

3.000 K, IRC > 90, dimerizável).<br />

4. Os pilares são<br />

iluminados por pendentes<br />

difusos com luz direta (LED<br />

14 W/m, 1.245 lm/m, 3.000 K,<br />

IRC > 90, dimerizável).<br />

2<br />

4<br />

3<br />

A empresa de consultoria Heartman decidiu instalar<br />

sua sede em uma laje corporativa do icônico Edifício<br />

Copan, em São Paulo. O projeto arquitetônico,<br />

assim como o de iluminação, ficou a cargo<br />

do escritório Pitá Arquitetura, que se inspirou<br />

na arquitetura do prédio de autoria de Oscar<br />

Niemeyer, com seus pilares robustos e suas curvas<br />

acentuadas, para ocupar e iluminar os espaços.<br />

Durante a demolição, descobriu-se que os pilares<br />

ainda dispunham do revestimento original de pastilhas<br />

do prédio, erguido na década de 1950. “Com essa<br />

descoberta, optamos por destacar esses elementos<br />

e criamos anéis com pendentes difusos que<br />

valorizaram não apenas o acabamento mas também<br />

a dimensão dos pilares”, explica Fernanda Tendolini,<br />

arquiteta colaboradora do projeto luminotécnico.<br />

O projeto de arquitetura é estruturado a partir<br />

da área colaborativa, uma planta livre, ampla<br />

e fluida que tem nos pilares de grande porte<br />

o ponto de partida para a criação de um layout<br />

versátil, com mobiliário feito sob medida,<br />

permeando os elementos estruturais. É nesse<br />

espaço versátil que luminárias em forma<br />

de arco criam uma expansão visual da área social<br />

central, realçando o ambiente geral. “Foi assim<br />

que o espaço colaborativo se tornou o ponto<br />

de referência do projeto, e a iluminação teria o peso<br />

de enfatizar esse ponto central. A preocupação<br />

com a iluminação confortável também foi um<br />

ponto importante”, acrescenta Fernanda.<br />

Na parte central da área colaborativa, destacase<br />

um pendente circular que serviu de referência<br />

para a criação de arcos luminosos de diferentes<br />

tamanhos e raios, “quase como uma explosão<br />

desse centro espalhando a iluminação por toda<br />

a área colaborativa”, nas palavras de Fernanda.<br />

O conforto visual também norteou a iluminação<br />

das salas fechadas, onde predomina a iluminação<br />

indireta vinda do forro de chapa metálica<br />

e das sancas do forro de gesso. [VF]


156 Projeto Heartman<br />

157<br />

5<br />

5. Sala de reuniões para<br />

20 pessoas: perímetro<br />

iluminado por sancas indiretas<br />

com perfil de LED 28 W/m,<br />

2.365 lm/m, 3.000 K, IRC > 90,<br />

dimerizável, complementadas<br />

por luminárias pontuais<br />

embutidas no forro cleaneo<br />

(9 W, 795 lm, 3.000 K,<br />

IRC > 90, dimerizável)<br />

e um conjunto de<br />

pendentes de luz direta ao<br />

centro (26 W, 3.978 lm,<br />

3.000 K, dimerizável).<br />

foi assim que o espaço colaborativo se tornou o ponto de<br />

referência do projeto, e a iluminação teria o peso de enfatizar<br />

esse ponto central<br />

6<br />

6. O pendente<br />

escultórico com desenho<br />

curvo (LED flexível 10 W, 600 lm,<br />

3.000 K, IRC > 80) é um dos<br />

destaques da recepção, cuja<br />

iluminação é complementada<br />

por luminárias pontuais<br />

embutidas no forro de gesso<br />

(LED 14 W, 1.220 lm,<br />

3.000 K, IRC > 90).<br />

7. Área de staff para<br />

10 pessoas: pendente<br />

central com luz direta e<br />

indireta, aproveitando-se do<br />

forro branco ( LED 70 W,<br />

7.750 lm, 3.000 K, IRC > 90,<br />

dimerizável). A circulação,<br />

em laje aparente e escura,<br />

recebeu pendentes difusos<br />

apenas com luz direta (LED<br />

14 W/m, 1.245 lm/m, 3.000 K,<br />

IRC > 90, dimerizável).<br />

7<br />

Heartman<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Pitá Arquitetura<br />

Fernanda Tendolini<br />

e Juliana Dairiki<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

Pitá Arquitetura<br />

Antonio Mantovani<br />

Neto (titular)<br />

Engenharia:<br />

Voaz<br />

Engenharia mecânica,<br />

elétrica e hidráulica:<br />

Zenik<br />

Acústica:<br />

Harmonia<br />

Comunicação visual:<br />

Porú<br />

Cliente:<br />

Heartman<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

Lumicenter, Luxion<br />

e Omega Light<br />

Fotos:<br />

André Scarpa


158 Projeto Residência RH<br />

159<br />

1<br />

1. O forro de madeira<br />

é muito presente na cena<br />

do living e da varanda<br />

a partir do hall de entrada,<br />

configurando-se como<br />

um elemento arquitetônico<br />

dominante. Ele foi destacado<br />

com luz indireta, por meio de<br />

uma luminária linear de alto<br />

fluxo instalada sobre a<br />

esquadria metálica. Com isso,<br />

sua continuidade para a<br />

varanda foi enfatizada, e os<br />

espaços interno e externo<br />

ficaram visualmente<br />

integrados.<br />

2<br />

2. Pequenas luminárias<br />

embutidas entre as ripas<br />

do forro de madeira,<br />

equipadas com três a seis<br />

focos, são responsáveis<br />

pelo incremento dos índices<br />

de iluminância em pontos<br />

viver e habitar<br />

A luz simplifica os espaços? Foi essa a pergunta<br />

que a equipe do escritório Rafael Leão Lighting<br />

Design se fez ao desenvolver projeto para<br />

uma residência em condomínio de luxo em<br />

Porto Feliz, no interior de São Paulo.<br />

A casa de veraneio foi desenhada para oferecer lazer<br />

e relaxamento aos moradores, cujo primeiro e mais<br />

enfático pedido foi que o projeto de iluminação<br />

favorecesse a praticidade, sem excesso de cenas<br />

ou equipamentos. Assim, as instalações aproveitam<br />

o sofisticado desenho dos espaços, integrandose<br />

aos elementos arquitetônicos de forma simples<br />

e discreta, quase imperceptível a quem observa.<br />

Feita de madeira, concreto e aço, a casa térrea<br />

foi projetada pelos arquitetos do RMAA Arquitetura.<br />

Do extenso jardim, veem-se os ambientes internos<br />

iluminados em seus pontos mais importantes,<br />

preservando a conexão do observador com o exterior<br />

no período noturno e minimizando a poluição<br />

luminosa. As plantas são iluminadas de baixo<br />

para cima, por projetores embutidos no solo.<br />

A luz também atua para reforçar a integração<br />

entre os ambientes de uso misto e suavizar<br />

a transição interior-exterior. A casa conta com<br />

muitos elementos de transparência que, apesar<br />

de aumentarem a conexão com o jardim, atraem<br />

reflexos indesejados. Para resolver isso, os lighting<br />

designers trabalharam com soluções de rigoroso<br />

controle antiofuscamento, iluminação indireta<br />

e outras estratégias que mitigam esses reflexos.<br />

Dentre as prioridades do projeto de iluminação,<br />

estava também a criação de uma hierarquia visual<br />

que concedesse o destaque adequado a cada<br />

elemento. Um forro de madeira ripado integra<br />

a área de living com a varanda, iluminado de<br />

forma indireta para criar fluidez. É ele o elemento<br />

protagonista naquele espaço, e a luz garante<br />

sua predominância visual tanto para quem<br />

está dentro como para quem está fora.<br />

estratégicos, aumentando<br />

a dramaticidade da cena. Para<br />

evitar excesso de informação<br />

dentro do campo visual,<br />

apenas os nichos fechados da<br />

estante receberam iluminação,<br />

assim como o nicho ao longo<br />

da mesa de jantar e sob o<br />

balcão do espaço gourmet.<br />

3. Elementos arquitetônicos<br />

e decorativos, como quadros<br />

e nichos, também foram<br />

destacados, mas com brilho<br />

moderado, evitando conflito<br />

com a posição hierárquica<br />

predominante do forro<br />

de madeira. Vê-se à direita<br />

a luz indireta do hall de acesso,<br />

resolvida com um perfil de<br />

LED assimétrico que evidencia<br />

a textura da laje de concreto<br />

aparente sem projetar muita<br />

luz no forro de madeira.<br />

3


160 Projeto Residência RH<br />

161<br />

4<br />

5<br />

4. A transição entre<br />

o pé-direito baixo do hall<br />

de acesso, dominado pela<br />

leitura da laje de concreto<br />

aparente, e a espacialidade<br />

do living, onde o forro<br />

de madeira é o elemento<br />

predominante, é valorizada<br />

pela iluminação indireta<br />

de ambos os elementos.<br />

No hall, foi utilizado sobre<br />

a estante metálica um perfil<br />

de LED assimétrico, evitando<br />

vazamento de luz para o forro<br />

de madeira e eventual conflito<br />

com o efeito linear existente<br />

no lado oposto. Os principais<br />

materiais empregados<br />

pela arquitetura em sua<br />

forma natural – a madeira,<br />

o concreto e o aço-carbono –<br />

são evidenciados nessa cena.<br />

5. No hall de acesso,<br />

a parede ao fundo<br />

da circulação é enfatizada<br />

com uma luminária linear,<br />

valorizando a profundidade<br />

do ambiente e trazendo<br />

equilíbrio à composição.<br />

A luz indireta sobre a estante<br />

destaca a textura da laje<br />

de concreto, e seu brilho<br />

equilibra a composição visual<br />

com a superfície branca<br />

ao final da perspectiva.<br />

6. O corpo principal tem<br />

seu pé-direito alto valorizado<br />

com a iluminação do forro<br />

de madeira, enfatizando<br />

sua transparência<br />

e a silhueta da arquitetura,<br />

enquanto a luz aplicada<br />

dentro dos nichos e sobre<br />

a estante metálica enfatiza<br />

a profundidade do ambiente.<br />

6


162 Projeto Residência RH<br />

163<br />

7<br />

Residência RH<br />

Porto Feliz, SP<br />

as instalações aproveitam o sofisticado desenho<br />

dos espaços, integrando-se aos elementos<br />

arquitetônicos de forma simples e discreta<br />

Projeto de iluminação:<br />

Rafael Leão<br />

Lighting Design<br />

Rafael Leão (titular)<br />

Henrique Corrêa<br />

(colaborador)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

RMAA Arquitetura<br />

Henrique Reinach<br />

e Maurício Mendonça<br />

(titulares)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Jardim Paulistano<br />

Construção:<br />

AUM Construções<br />

Estrutura:<br />

Benedicts<br />

Instalações:<br />

Zamaro<br />

Conclusão:<br />

2022<br />

Fornecedores:<br />

MisterLED, Omega<br />

Light e Steluti Soluções<br />

de Automação<br />

Fotos:<br />

Marcelo Kahn<br />

8<br />

No mesmo espaço de living, quadros,<br />

nichos da estante, parede e balcão também<br />

fazem parte da composição, mas assumem<br />

um segundo plano na hierarquia visual.<br />

Portanto, recebem luz com brilho reduzido,<br />

o que assinala sua presença discretamente.<br />

Para completar a tríade de luz, pequenas<br />

luminárias foram embutidas no forro para<br />

atender a pontos específicos – acima da mesa<br />

de jantar, do balcão e da mesa do espaço gourmet<br />

e sobre as mesinhas de centro dos espaços de<br />

estar, nestas últimas com fluxo reduzido.<br />

Visando reduzir os reflexos e ainda manter<br />

a simplicidade proposta, os lighting designers<br />

optaram por um sistema de dimerização<br />

básico para flexibilizar e facilitar o controle do<br />

living e da varanda. Em harmoniosa união, luz<br />

e arquitetura trabalham para resultar em uma<br />

casa intimista, elegante e acolhedora. [GCF]<br />

7. A circulação para a<br />

sala de jogos e a academia<br />

foi resolvida com uma<br />

sequência de balizadores<br />

lineares embutidos na parede<br />

de concreto em conjunto<br />

com duas luminárias<br />

de sobrepor sob a laje.<br />

Esse espaço foi pensado<br />

para ser uma transição<br />

mais poética e com menos<br />

luminosidade, viabilizando<br />

a contemplação da fachada<br />

posterior e do jardim<br />

iluminados à noite, quando<br />

visualizados a partir do recorte<br />

na parede de concreto.<br />

8. A suíte do casal<br />

(ao fundo) foi resolvida com<br />

uma arandela linear de facho<br />

direto e indireto, posicionada<br />

à média altura, funcionando<br />

como elemento decorativo<br />

de composição junto<br />

à cabeceira e protegendo<br />

o observador de ofuscamento.<br />

Essa única fonte de luz<br />

atende a todo o ambiente,<br />

contando com um controle de<br />

dimerização para aumentar<br />

a flexibilidade de ajustes de<br />

luminosidade. Em primeiro<br />

plano, a varanda para o<br />

jardim possui um recorte<br />

nas paredes para iluminação<br />

indireta de baixa intensidade,<br />

para que o observador<br />

possa descansar o olhar<br />

e contemplar o jardim<br />

iluminado à noite.


164 Projeto Espaço XP<br />

165<br />

1<br />

3<br />

inovação,<br />

sofisticação e conforto<br />

2<br />

1. Na fachada, destacase<br />

o “farol” retroiluminado<br />

com perfis de LED (SBP20<br />

LED integrado; 5 W/m;<br />

625 lm; 4.000 K; IRC 85;<br />

on/off 12 V). Na praça,<br />

de pé-direito amplo, plafons<br />

cilíndricos de sobrepor (12 W;<br />

4.000 K) instalados entre<br />

as placas do forro direcionam<br />

a iluminação para o piso.<br />

2. Os brises são outro<br />

destaque da fachada da<br />

loja – uplight e downlight de<br />

perfis embutidos na estrutura<br />

(LED integrado, 14,4 W/m;<br />

1.728 lm/m; 4.000 K).<br />

3. Os pendentes cilíndricos<br />

pretos, especialmente<br />

confeccionados para<br />

o projeto (120 cm; 4.000 K),<br />

destacam o mobiliário<br />

principal, que, por sua<br />

vez, parece flutuar com a<br />

iluminação de rodapé com<br />

perfil flexível (LED 14,4 W/m;<br />

4.000 K).<br />

O projeto de iluminação concebido pelo Studio<br />

FOS Iluminação para o Espaço XP, em Brasília,<br />

buscou valorizar os espaços por meio de soluções<br />

integradas ao projeto de arquitetura, de modo<br />

que apenas os efeitos luminosos permanecessem<br />

visíveis, e não as fontes de luz.<br />

Na arquitetura arrojada, de autoria do escritório<br />

R4 Design, predominam o preto e o branco, cores<br />

do logotipo da instituição financeira, que busca,<br />

com o espaço, receber clientes, fazer eventos<br />

e estreitar relacionamentos.<br />

O Espaço XP é composto de uma grande praça<br />

principal, com bar, cafeteria e salas de reuniões<br />

que também servem para coworking. Todo o projeto<br />

de iluminação foi concebido na temperatura de cor<br />

4.000 K e dimerização com sistema DALI.<br />

Com pé-direito amplo, a praça tem, entre as placas<br />

do forro, luminárias que proporcionam uma luz geral<br />

no ambiente. Sobre a bancada do concierge e do bar,<br />

discretos pendentes cilíndricos, especialmente<br />

confeccionados para o projeto, destacam o<br />

mobiliário, que parece flutuar com a iluminação<br />

linear próximo ao piso e integrada ao móvel.


166 Projeto Espaço XP<br />

167<br />

Composta de globos<br />

translúcidos com iluminação<br />

interna, a escultura<br />

dinâmica é controlada por<br />

automação, que regula<br />

as imagens exibidas.<br />

Nas salas de reuniões<br />

do mezanino,<br />

destacam-se os pendentes<br />

(12 W/m; 1.500 lm/m;<br />

4.000 K; dimerizáveis) e<br />

as luminárias embutidas<br />

no forro (7 W, 700 lm;<br />

4.000 K; 36°; dimerizáveis).


168 Projeto Espaço XP<br />

169<br />

“A integração dos detalhes de iluminação<br />

com os projetos de arquitetura, interiores,<br />

paisagismo e comunicação visual é fundamental”<br />

5<br />

6<br />

ESPAÇO XP<br />

Brasília, DF<br />

O conceito de inovação ao qual a marca busca<br />

ser associada é materializado em uma escultura<br />

dinâmica formada por cubos translúcidos<br />

com iluminação interna, controlados pela automação<br />

que regula as imagens exibidas. A sofisticação<br />

e o conforto, por sua vez, são transmitidos pelos<br />

rodapés e pelas escadas iluminados.<br />

Outro elemento marcante no projeto de arquitetura<br />

são os brises verticais perfurados, valorizados<br />

com uplight e downlight na fachada, na qual<br />

também se destaca o “farol” retroiluminado,<br />

com o logotipo da XP.<br />

Projeto de iluminação:<br />

Studio FOS Iluminação<br />

Marília Saccaro e<br />

Marina Frigeri (titulares)<br />

João Lennon Lazeri<br />

e Tayná Alessio<br />

(colaboradores)<br />

Projeto de arquitetura:<br />

R4 Design<br />

Marlon Braga,<br />

Francisco Groch<br />

e Marcelo Cunha<br />

(titulares)<br />

Cliente:<br />

XP Investimentos<br />

Conclusão:<br />

2024<br />

Fornecedores:<br />

Interlight, Lemca,<br />

Lumini, Luxion, Power<br />

Lume, Reka e Stella<br />

Fotos:<br />

Júlia Totoli<br />

Da praça, é possível avistar as luminárias pendentes,<br />

de aspecto minimalista, das salas de reunião<br />

do mezanino com quinas curvas, que, assim como<br />

a escultura dinâmica, conferem um ar de inovação<br />

tecnológica ao projeto. Para se adequar ao uso,<br />

os pendentes são dimerizáveis.<br />

5. Nas circulações<br />

laterais de pé-direito<br />

duplo, foi usada a mesma<br />

luminária da praça central.<br />

6. Nas salas de reuniões,<br />

a iluminação difusa<br />

é proporcionada por pendente<br />

curvo de aspecto minimalista<br />

(LED 12 W/m; 1.500 lm/m;<br />

4.000 K; dimerizável; 12 V).<br />

Ao descrever a filosofia adotada por seu<br />

escritório, Marília Saccaro, arquiteta titular<br />

do Studio FOS, ressalta que o conforto, a<br />

tecnologia e a eficiência norteiam os projetos<br />

luminotécnicos do escritório que, desde 2019,<br />

são desenvolvidos com a tecnologia BIM. “A<br />

integração dos detalhes de iluminação com os<br />

projetos de arquitetura, interiores, paisagismo<br />

e comunicação visual é fundamental. O efeito<br />

luminoso deve ser visível, porém não a sua fonte<br />

de luz”, conclui Marília. [VF]


170 Projeto Residencial Israelita RJZ<br />

171<br />

luz funcional,<br />

atmosfera<br />

acolhedora<br />

1. O hall de entrada é<br />

valorizado por um sistema de<br />

módulos difusos de embutir<br />

(LED 14 W/m; 1.277 lm/m;<br />

3.000 K; IRC > 90), compondo<br />

desenhos curvos.<br />

2. O espaço de convivência<br />

ganha um “ar residencial”<br />

com os plafons inseridos<br />

em reentrâncias do forro<br />

que configuram sancas<br />

em que foram inseridos<br />

perfis com fita luminosa<br />

(LED 4,8 W/m; 540 lm/m;<br />

2.700 K; IRC > 80).<br />

2<br />

1<br />

O escritório de iluminação RBF LD tem como<br />

filosofia de trabalho “pensar a luz de forma criativa<br />

e responsável, criando espaços conectados com<br />

as pessoas e com seu ambiente”. Foi o que norteou<br />

o projeto luminotécnico do Residencial Israelita RJZ,<br />

lar para idosos projetado pelo RAF arquitetura como<br />

um recanto urbano na Zona Sul do Rio de Janeiro.<br />

O projeto de iluminação privilegiou uma<br />

iluminação acolhedora para os ambientes,<br />

levando em consideração as necessidades<br />

e os cuidados específicos da terceira idade.<br />

No residencial, os espaços bem iluminados,<br />

sem ofuscamento e com conforto visual, garantem<br />

a segurança dos usuários, ao mesmo tempo<br />

que transmitem aconchego e acolhimento. “O<br />

projeto foi pensado para uma residência, porém<br />

adaptada à realidade da terceira idade”, conta<br />

Mônica Rio Branco, lighting designer titular.


172 Projeto Residencial Israelita RJZ<br />

173<br />

3<br />

4<br />

5<br />

3. Sem janelas, com apenas<br />

uma claraboia no teto,<br />

por onde entra luz natural,<br />

a cozinha terapêutica recebe<br />

luz indireta de duas falsas<br />

claraboias feitas de telas<br />

tensionadas, com backlight<br />

de placas de LED dimerizáveis<br />

(28 W/m; 2.485 lm/m;<br />

2.700 K-6.500 K), com<br />

sistema de luz circadiana.<br />

Perfis com fitas luminosas<br />

(LED 14,4 W; 1.050 lm/m;<br />

2.700 K; IRC > 90) valorizam<br />

as paredes.<br />

4. O espaço multiúso<br />

é indiretamente iluminado<br />

por perfis lineares pendentes<br />

com barras de LED<br />

(12 W/m; 2.700 K; 1.200 lm/m;<br />

IRC > 90). Embutidos<br />

no forro, spots de LED<br />

(4,2 W; IRC 90; 2.700 K;<br />

439 lm; 38°) direcionam<br />

a luz para o mobiliário.<br />

5. Sancas com perfis<br />

de fita de LED (14,4 W/m;<br />

1.461 lm/m; 3.000 K; IRC > 90)<br />

valorizam a parede artística.<br />

A iluminação é<br />

complementada por<br />

luminárias embutidas<br />

(LED 9 W; 857 lm; IRC > 90).<br />

6. Nos quartos, perfis<br />

de iluminação indireta<br />

com LEDs (16 W/m;<br />

1.650 lm/m, 3.000 K, IRC > 90)<br />

proporcionam uma luz difusa<br />

e agradável. A atmosfera<br />

residencial é propiciada pelos<br />

plafons centrais com LED<br />

(33,6 W; 3.000 K; IRC > 80)<br />

e arandelas de cabeceira.<br />

6<br />

Um dos principais desafios, segundo ela, foi<br />

criar, por meio da luz, uma ambiência residencial<br />

sem muitos contrastes, evitando espaços<br />

visualmente confusos ou inseguros. “Foram<br />

adotadas muitas soluções ‘mistas’, como<br />

luminárias com estética residencial, acrescida<br />

de sistema de iluminação complementar que<br />

pudesse atender aos requisitos necessários<br />

para cada tarefa visual”, acrescenta Mônica.<br />

Nos quartos, foi adotada uma luz indireta e<br />

sem ofuscamento, com níveis mais baixos<br />

de iluminação no final do dia, quando os<br />

residentes precisam se preparar para dormir.<br />

Balizadores baixos sinalizam o caminho até o<br />

banheiro à noite, algo de extrema importância<br />

para reduzir o risco de quedas no trajeto.<br />

Durante o dia, ao acender o plafon central no teto<br />

do quarto, o usuário dispõe de uma iluminação<br />

geral com temperatura de cor e intensidade<br />

mais altas, o que contribui para uma ambiência<br />

diurna mais adequada, quando a permanência<br />

no quarto é necessária por qualquer motivo.


174 Projeto Residencial Israelita RJZ<br />

175<br />

os espaços bem iluminados, sem ofuscamento<br />

e com conforto visual, garantem a segurança<br />

dos usuários, ao mesmo tempo que transmitem<br />

aconchego e acolhimento<br />

Mônica conta que o projeto e a obra tiveram um<br />

orçamento bem limitado. “Após o orçamento<br />

inicial das especificações, tivemos de substituir<br />

diversos itens por outros com menor custo, mas<br />

nosso escritório esteve envolvido em todo esse<br />

processo junto à construtora, aos fabricantes e<br />

ao cliente para que o projeto de iluminação não<br />

fosse desvirtuado”, esclarece a lighting designer.<br />

Dessa forma, mesmo com a restrição orçamentária,<br />

a iluminação atendeu a todos os requisitos dos<br />

residentes, que podem desfrutar de momentos<br />

de cultura, convivência social, lazer e bem-estar<br />

com uma iluminação funcional, que garante sua<br />

segurança e, ao mesmo tempo, é acolhedora. [VF]<br />

7. Junto às paredes<br />

da circulação dos quartos,<br />

perfis com fita de LED<br />

(14,4 W; 1.050 lm/m;<br />

2.700 K; IRC > 90)<br />

proporcionam uma luz indireta.<br />

Nos postos de enfermagem,<br />

destacam-se os nichos<br />

luminosos e as luminárias<br />

embutidas no forro<br />

(LED 4,2 W; IRC 90;<br />

2.700 K; 439 lm, 38°).<br />

8. No hall dos elevadores,<br />

junto às paredes,<br />

perfis com fitas de LED<br />

(14,4 W; 1.050 lm/m; 2.700 K;<br />

IRC > 90) iluminam o espaço.<br />

8 7<br />

Residencial<br />

Israelita RJZ<br />

Rio de Janeiro, RJ<br />

Projeto de iluminação:<br />

RBF Lighting Design<br />

Mônica Rio Branco e<br />

Giani Faccini (titulares)<br />

Karine Teixeira<br />

(colaboradora)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e de interiores:<br />

RAF Arquitetura<br />

Flavio Kelner, Rodrigo<br />

Sambaqui e Anibal<br />

Sabrosa (titulares)<br />

Projeto de<br />

programação visual:<br />

Valéria London<br />

Branding e Design<br />

Cliente:<br />

Fundação Rogério<br />

Jonas Zylbersztajn<br />

Conclusão:<br />

2024<br />

Fornecedores:<br />

Accord, CIA de<br />

Iluminação, Lemca,<br />

LightDesign Exporlux,<br />

Lumicenter, Lumini,<br />

Luxion, Newline<br />

e Revoluz<br />

Fotos:<br />

André Nazareth


176 Projeto Uliving Student<br />

177<br />

Housing Campinas<br />

Escada de acesso ao pátio<br />

“lanterna” – luminárias<br />

LED lineares 18 W, 12 W<br />

e 8 W, 3.000 K, IRC > 80.<br />

sustentável<br />

leveza<br />

Um lugar confortável e seguro para morar<br />

torna a vida universitária mais agradável, além<br />

de incentivar a integração e facilitar a adaptação<br />

a uma nova cidade. Esse é o conceito da unidade<br />

da Uliving Student Housing, em Campinas, com<br />

6.780 m², no bairro Barão Geraldo, onde está<br />

a Unicamp. O projeto de arquitetura resulta<br />

de uma parceria entre os escritórios Branco Meio<br />

Amarelo (bma-arq) e Isaac Safdie Arquitetura.


178 Projeto Uliving Student<br />

179<br />

Housing Campinas<br />

A proposta traz um volume em “O” de alvenaria<br />

estrutural aparente que circunda um pátio<br />

central, naturalmente eleito para centralizar<br />

as diferentes relações entre todas as funções. Para<br />

equilibrar a rotina acadêmica com os momentos<br />

sociais, a ocupação do volume se dá por meio<br />

de anéis de transição. Os anéis perimetrais<br />

externos abrigam os espaços privativos (quartos),<br />

enquanto o interno serve de interligação entre os<br />

diversos espaços coletivos, até culminar no pátio<br />

central, espécie de praça de convivência.<br />

O projeto de iluminação levou em conta,<br />

entre outros fatores, a transitoriedade<br />

da fase universitária, período sempre dinâmico<br />

e de múltiplos aprendizados. A iluminação<br />

é elemento fundamental para favorecer essa<br />

ambiência, incentivando tanto as interações<br />

quanto a introspecção, necessárias aos estudantes<br />

em diferentes momentos e espaços. De autoria<br />

de Ana Paula Laronga, titular do escritório A Luzia<br />

Iluminação e Sentidos, o projeto contribui para<br />

gerar uma sensação de pertencimento ao ambiente<br />

e tornar a volatilidade da vida estudantil mais leve.<br />

Nos dormitórios, a ideia foi possibilitar a criação<br />

de diferentes cenários, de forma ajustável<br />

e de acordo com a vontade ou as necessidades<br />

de seus ocupantes. Arandelas e abajures<br />

articuláveis favorecem essa personalização. No anel<br />

intermediário, onde se localizam as cozinhas<br />

e as salas compartilhadas, a iluminação indireta,<br />

sem ofuscamentos ou contrastes, complementa<br />

a luz natural do espaço. Pontos de iluminação<br />

direta iluminam áreas estratégicas, como<br />

a mesa de jantar, a pia da cozinha e outros locais<br />

distribuídos pela sala, permitindo versatilidade no<br />

uso dos ambientes – afinal, quem nunca estudou<br />

na mesa de jantar ou no sofá de uma sala?<br />

Nos corredores que circundam o vazio – lugares<br />

de passagem e encontros casuais – foram instaladas<br />

arandelas lineares, de luz direta e indireta, cuja luz<br />

se esparrama pelas irregularidades das paredes<br />

de bloco estrutural, bons rebatedores para iluminar<br />

planos verticais como pessoas e rostos, incentivando<br />

interações, além de contribuírem para o “mood”<br />

do pátio interno. A partir de determinado horário,<br />

parte das arandelas se apaga, adaptando o ambiente<br />

à introspecção noturna, além de poupar energia.<br />

Cobogós iluminados de forma homogênea<br />

sinalizam a localização das lavanderias, ajudando<br />

a “desenhar”, a fachada interna do edifício<br />

e suas funcionalidades; assim o fazem também<br />

as escadas, que, quando acesas, funcionam<br />

como grandes “lanternas” na composição.<br />

Complementam a luz do pátio central, além<br />

daquela que emana dos elementos descritos,<br />

uma luz sob os bancos e uma discreta iluminação<br />

da vegetação. Um ambiente noturno, em suma,<br />

propício para relaxar ou encontrar amigos.<br />

Aspectos de sustentabilidade do projeto são<br />

perceptíveis em medidas como a colocação<br />

de pontos de luz apenas onde necessário,<br />

o uso de sensores de presença, especificação<br />

de peças de alumínio natural, sem pintura,<br />

e exigência de prolongada garantia de<br />

funcionamento por parte dos fornecedores.<br />

Segundo a arquiteta Ana Paula, “a contratação<br />

do projeto de iluminação desde o início do<br />

projeto arquitetônico permitiu excelente<br />

sintonia com arquitetos e cliente, agregando<br />

valor aos ambientes”. [GF e TG]<br />

4<br />

2 3<br />

2. Arandelas lineares de luz<br />

direta e indireta de alumínio<br />

natural, de diferentes<br />

tamanhos, iluminam<br />

a circulação e banham a praça<br />

interna. Luz direta: fita LED<br />

10 W/m, 900 lm, 3.000 K,<br />

IP65, IRC > 90; luz indireta:<br />

fita LED 16 W/m, 1.730 lm,<br />

3.000 K, IP65, IRC > 90.<br />

5<br />

3. Vista do pátio interno,<br />

banhado pela discreta<br />

iluminação das circulações<br />

à sua volta, complementada<br />

pela luz sob bancos<br />

e canteiros (fitas de LED<br />

siliconado 3 W, 3.000 K).<br />

4. Diferentes soluções<br />

de iluminação evidenciam<br />

as diversas funcionalidades<br />

do edifício.<br />

5. Oculta atrás da viga, uma<br />

barra de LED ilumina a parede<br />

de cobogó, conferindo-lhe<br />

presença na composição<br />

do pátio (perfil LED 18 W,<br />

1.800 lm, 3.000 K, IRC > 80).


180 Projeto Uliving Student<br />

181<br />

Housing Campinas<br />

6<br />

Uliving Student<br />

Housing Campinas<br />

Campinas, SP<br />

7<br />

6. No estar, iluminação<br />

indireta com perfil de<br />

alumínio em “J”, fixado na<br />

parede, complementada<br />

por luminárias decorativas<br />

articuláveis com lâmpada<br />

LED 8 W, 3.000 K.<br />

7. Quarto privativo, no<br />

anel perimetral. Luminárias<br />

articuladas de alumínio com<br />

lâmpada LED 8 W, 806 lm,<br />

3.000 K e downlight com<br />

pintura externa preta e interna<br />

branca com lâmpada LED<br />

12 W, 1.300 lm, 3.000 K.<br />

8. Nas salas/cozinhas<br />

compartilhadas, iluminação<br />

indireta sobre armários<br />

com fitas LED 10 W/m,<br />

1.000 lm, 3.000 K, IRC 90. A<br />

iluminação da pia se dá por<br />

luminária desenvolvida sob<br />

medida para lâmpada LED<br />

18 W, 3.000 K. Pendentes<br />

e downlights cilíndricos<br />

de alumínio natural, para<br />

lâmpada LED 8 W, 3.000 K.<br />

o projeto contribui para gerar uma sensação de<br />

pertencimento ao ambiente e tornar a volatilidade<br />

da vida estudantil mais leve.<br />

8<br />

Projeto de iluminação:<br />

A Luzia Iluminação<br />

e Sentidos<br />

Ana Paula de Carvalho<br />

Laronga (titular)<br />

José Luiz Kehdi<br />

Cipullo (colaborador)<br />

Arquitetura (projeto<br />

conceitual e estudo<br />

preliminar):<br />

Branco Meio<br />

Amarelo (bma-arq)<br />

e Isaac Safdie<br />

Arquitetura<br />

Felipe Fuchs<br />

e Isaac Safdie (titulares)<br />

Arquitetura<br />

(projeto executivo,<br />

coordenação e<br />

gerenciamento):<br />

Primi & Appoloni<br />

Arquitetura<br />

Laudenir Appoloni<br />

e Giovana Bianchi<br />

(titulares)<br />

Mayla Bianchi<br />

(coordenadora)<br />

Interiores:<br />

Beto Magalhães<br />

Arquitetura<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Oficina2mais<br />

Gerenciamento<br />

de obra:<br />

EQC Engenharia<br />

Construção:<br />

GNO<br />

Projeto estrutural e de<br />

instalações prediais:<br />

Modo Engenharia<br />

Programação visual:<br />

Porú Studio<br />

Cliente:<br />

VBI Real State<br />

Conclusão:<br />

2024<br />

Fornecedores:<br />

Eklart, LEDVANCE<br />

e Stella (fornecidos<br />

por A+ Larong<br />

Iluminação), Estudio<br />

Mena e Power Lume<br />

Fotos:<br />

Davi Realle<br />

e Juliana Vasques


182 Projeto Fintech – Empresa<br />

183<br />

de Tecnologia Financeira<br />

galpão<br />

contemporâneo<br />

1. As áreas de<br />

descompressão, nas duas<br />

laterais do grande átrio,<br />

trazem o espaço para a escala<br />

humana, gerando pequenas<br />

ilhas de convivência com áreas<br />

de estar e jogos. A iluminação<br />

se dá por meio de luminárias<br />

lineares difusas (13,5 W/m;<br />

1.000 lm/m; 3.000 K; IRC 90)<br />

embutidas no forro de gesso.<br />

2. A iluminação dos<br />

espaços de convivência<br />

se dá por meio de projetores<br />

de LED (58 W, 35°,<br />

10.000 lm, 3.000 K, IRC 80)<br />

fixados na estrutura da cobertura<br />

existente do galpão<br />

de pé-direito triplo. A própria<br />

cobertura, por sua vez, tem<br />

o teto inclinado dos sheds<br />

iluminados por projetores<br />

lineares de facho<br />

assimétrico (36 W, 3.393 lm,<br />

3.000 K, IRC 90).<br />

2<br />

1<br />

O bairro Vila Leopoldina, no extremo oeste de São<br />

Paulo, tradicionalmente ocupado pelo Ceagesp<br />

(centro de distribuição e abastecimento de produtos<br />

hortícolas da cidade), tem se transformado nos<br />

últimos anos em uma espécie de polo tecnológico,<br />

com a implantação de universidades, escolas<br />

e empresas variadas de economia criativa,<br />

substituindo sua outrora ocupação fabril.<br />

Antigos galpões fabris, de pé-direito altíssimo<br />

– como os do grupo Votorantim –, vêm sendo<br />

reciclados como áreas de coworking, espaços<br />

de exposições e, mais recentemente, sede de<br />

uma grande empresa de tecnologia financeira, cujo<br />

projeto esteve a cargo do escritório de arquitetura<br />

MM18. O espaço conta com aproximadamente<br />

10 mil m² e pé-direito triplo de 15 m, preservando<br />

o caráter industrial da edificação. Os arquitetos<br />

procuraram imprimir em sua proposta<br />

de intervenção uma linguagem contemporânea,<br />

alinhada com o novo perfil de ocupação do bairro<br />

e com a identidade visual da empresa.


184 Projeto Fintech – Empresa<br />

185<br />

de Tecnologia Financeira<br />

3<br />

3. As áreas de circulação,<br />

espera e estar também<br />

são iluminadas pelo sistema<br />

linear pendente (3.000 K)<br />

que interliga os blocos de<br />

estações de trabalho.<br />

4. As áreas de trabalho<br />

são demarcadas pelo<br />

sistema de iluminação linear<br />

ora pendente, ora sobreposto<br />

(13,5 W/m; 1.000 lm/m;<br />

3.000 K; IRC 90), que invoca<br />

– nas linhas contínuas<br />

e fluidas – a identidade<br />

visual da empresa.<br />

5. Três luminárias lineares<br />

pendentes (13,5 W/m;<br />

1.000 lm/m; 3.000 K;<br />

IRC 90) garantem<br />

a iluminação geral dos<br />

espaços de reunião, enquanto<br />

as duas sancas de luz<br />

indireta nos fechamentos<br />

longitudinais promovem<br />

um ar mais aconchegante<br />

ao ambiente corporativo.<br />

5<br />

4<br />

O resultado do projeto de iluminação está em total sintonia com<br />

a arquitetura, enfatizando as características originais do galpão<br />

industrial e as intervenções contemporâneas<br />

Os ambientes de convivência – que ocupam o trecho<br />

do galpão de pé-direito triplo e os ambientes<br />

de trabalho – são fluidos e integrados,<br />

facilitando a convivência entre colaboradores<br />

e visitantes. O programa de necessidades<br />

valoriza a troca de conhecimentos e pluralidade<br />

de conexões. A nova sede foi projetada<br />

para receber, entre empresas, parceiros<br />

e colaboradores, cerca de 1.700 pessoas; o térreo<br />

– de 4.400 m² e três mezaninos de 1.320 m²<br />

cada – abrigam 750 estações de trabalho, salas de<br />

reuniões, espaços compartilhados e individuais,<br />

cozinhas, copas, praças de encontro, áreas<br />

de descompressão e healthcenter.<br />

A entrada principal é aberta ao público e conta<br />

com um café para receber os visitantes. Tratase<br />

de um local de encontros, pensado para<br />

fortalecer os laços e promover a interação<br />

dos times no período pós-pandêmico, cujo modelo<br />

de trabalho é híbrido. Um auditório com capacidade<br />

para até 400 pessoas foi criado para acomodar<br />

eventos presenciais com as equipes. A praça<br />

locada nesse amplo espaço tem jardins e áreas<br />

de integração e conta com generosa iluminação<br />

natural proveniente dos sheds originais do galpão.<br />

Nesse ambiente, a iluminação artificial reforça<br />

a grandeza do pé-direito, com elementos lineares<br />

de iluminação indireta que valorizam as superfícies<br />

inclinadas dos shads, além de projetores de facho<br />

concentrado e iluminação direta que iluminam<br />

a praça, as circulações e os espaços de convivência.<br />

As instalações originais foram preservadas<br />

e são enfatizadas pela iluminação direta.


186 Projeto Fintech – Empresa<br />

187<br />

de Tecnologia Financeira<br />

6. No 3º pavimento, onde<br />

o forro de colmeia metálica<br />

deu lugar às instalações<br />

e à estrutura da cobertura<br />

inclinada aparentes, optouse<br />

por uma espacialidade<br />

diferente das demais. Assim<br />

como a arquitetura, o sistema<br />

de iluminação ganhou outra<br />

forma, em que as linhas<br />

e curvas foram substituídas<br />

por elementos pendentes<br />

circulares (135 W, 68 W,<br />

45 W, 3.000 K) com diâmetros<br />

variados (1,50 m; 1,20m<br />

e 0,90m) e distribuição<br />

randômica.<br />

7. O grande auditório<br />

de pé-direito duplo,<br />

com capacidade de até 400<br />

pessoas, é iluminado por meio<br />

de perfis de LED dimerizáveis<br />

(26,5 W/m; 2.000 lm/m;<br />

3.000 K; IRC 90) embutidos<br />

nos forros inclinados<br />

e paredes.<br />

6<br />

7<br />

8. Nas salas de reunião<br />

do 3º pavimento,<br />

a linguagem circular<br />

dos forros propostos<br />

pela arquitetura foi<br />

incorporada também<br />

à iluminação por meio<br />

dos pendentes de luz<br />

direta e difusa (68 W,<br />

7.900 lm, 3.000 K, IRC 80).<br />

O auditório é iluminado por linhas difusas<br />

que acompanham a inclinação dos tetos e descem<br />

pelas paredes – dimerizadas para garantir<br />

a versatilidade de uso. O cimento queimado,<br />

material original do galpão, foi mantido<br />

nas paredes e nos tetos, misturados a elementos<br />

contemporâneos como o forro colmeia na cor violeta<br />

– marca registrada da empresa – que demarca<br />

as diferentes áreas de ocupação dos escritórios.<br />

Os mezaninos, conectados por uma escada<br />

em caracol preexistente, foram iluminados<br />

com luminárias difusas lineares e curvas, pendentes<br />

ou de sobrepor, que reforçam a variedade do layout.<br />

O resultado do projeto de iluminação<br />

está em total sintonia com a arquitetura,<br />

enfatizando as características originais do galpão<br />

industrial e as intervenções contemporâneas<br />

que contextualizam o cliente no novo perfil<br />

de ocupação do bairro paulistano.<br />

O projeto foi um dos vencedores do Prêmio<br />

Saint-Gobain AsBEA de arquitetura de 2024,<br />

uma das principais premiações no mercado de<br />

arquitetura e construção civil no Brasil. [GF e TG]<br />

8<br />

Fintech – Empresa de<br />

Tecnologia Financeira<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Estudio Carlos Fortes<br />

Carlos Fortes e Débora<br />

Esposto (titulares)<br />

Luiz Veiga (colaborador)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

MM18 Arquitetura<br />

Marcos Caldeira e Mila<br />

Strauss (titulares)<br />

Comunicação visual:<br />

Bijari<br />

Paisagismo:<br />

Gil Fialho<br />

Retrofit:<br />

Argis Arquitetura<br />

Gerenciamento<br />

e construção:<br />

Tetris<br />

Texto:<br />

colaboração Cobogó<br />

Relações Públicas<br />

Conclusão:<br />

2023<br />

Fornecedores:<br />

Cativa, LightDesign<br />

Exporlux e Lightsource<br />

Fotos:<br />

Manuel Sá


188 Projeto Neriage<br />

189<br />

industrial de luxo<br />

Originalmente um galpão industrial no Jardim<br />

Paulista, em São Paulo, a loja da Neriage foi<br />

inaugurada em 2022, com projeto de arquitetura<br />

do Estúdio Sumaúma. Trata-se da primeira<br />

flagship da marca, que trabalha com peças<br />

delicadas de tecidos naturais como seda,<br />

linho e algodão, além de acessórios e objetos<br />

decorativos. A estilista e fundadora Rafaella Caniello<br />

idealizou um espaço que refletisse os principais<br />

temas da Neriage: sensibilidade e leveza.<br />

Com cores neutras como as das roupas, o interior<br />

da loja remete a um organismo, no qual tudo<br />

é disposto de forma fluida. A palavra japonesa<br />

“neriage” designa uma técnica de cerâmica em<br />

que a mistura de argilas de diferentes cores produz<br />

um efeito marmorizado. Isso inspirou o uso, no<br />

interior da loja, de materiais como concreto, com<br />

texturas semelhantes às da cerâmica. Assim, o<br />

projeto arquitetônico estabelece um diálogo visual<br />

e estético equilibrado entre as peças e as formas da<br />

arquitetura, materializando os conceitos da Neriage.<br />

Para a iluminação, foi escolhido o Estúdio Lodi,<br />

escritório da lighting designer Marina Lodi,<br />

guiado por conceitos de sustentabilidade<br />

e longevidade. O projeto opta por uma<br />

iluminação indireta que acentua as delicadas<br />

curvas das peças e da arquitetura.<br />

Ao fundo da loja, vemos<br />

o conjunto de trilhos e<br />

projetores de hastes fixas<br />

(LED 7 W; 705 lm; 15°;<br />

3.000 K; IRC > 92; R9 66.6;<br />

R12 71.8; on-off) que,<br />

aplicados à estrutura metálica<br />

bruta no teto, criam os pontos<br />

de destaque para as peças<br />

abaixo. Complementarmente,<br />

perfis de LED (14 W/m,<br />

1.400 lm, 3.000 K, IRC > 92,<br />

on-off) ocultados em desnível<br />

entre as paredes revelam<br />

as texturas da parede<br />

superior, contribuindo para<br />

a iluminação geral da loja,<br />

além de ajudar a revelar a<br />

grandiosidade do espaço.


190 Projeto Neriage<br />

191<br />

2<br />

2. Projetores de hastes<br />

rígidas iluminam totens<br />

com produtos de decoração<br />

(LED, 4 W, 466 lm, 15°,<br />

3.000 K, IRC > 92, on-off).<br />

3 e 4. A colocação de<br />

perfis de LED (24 W/m,<br />

2.760 lm, 3.000 K, IRC > 90,<br />

on-off) atrás dos biombos<br />

cria agradável luz indireta.<br />

4<br />

3<br />

O projeto opta por uma iluminação<br />

indireta que acentua as delicadas curvas<br />

das peças e da arquitetura.<br />

Sob as araras de roupas, pairam trilhos suspensos e<br />

projetores em hastes fixas que, além de valorizarem<br />

o pé-direito duplo, dão enfoque aos totens de<br />

produtos. Perfis ocultados no desnível da parede<br />

são direcionados para a parte superior do amplo<br />

espaço; sua luz é rebatida de modo difuso pelas<br />

superfícies claras para todo o ambiente. Atrás das<br />

araras, um deslocamento de cerca de 50 cm entre<br />

os biombos e a parede principal também emana luz<br />

rebatida, vinda de perfis embutidos nesses biombos.<br />

Na entrada, o balcão de atendimento é<br />

iluminado por um projetor fixo no teto que<br />

garante uma luz direcionada. Todo o espaço da<br />

loja compartilha uma luz bastante homogênea<br />

e difusa, mas com pontos de enfoque que<br />

criam tridimensionalidade e interesse.


192 Projeto Neriage<br />

193<br />

Dividida em dois lados quase simétricos, com<br />

provadores ao fundo e uma longilínea árvore no<br />

centro, a loja possui um formato que permite<br />

que os clientes visualizem todos os itens<br />

simultaneamente. Os provadores são fechados por<br />

cortinas que aludem ao plissado das roupas, forte<br />

característica da marca, e recebem iluminação<br />

direta dos trilhos suspensos. Espelhos móveis<br />

podem ser colocados diante das cortinas, criando<br />

sensação de continuidade. Eles são iluminados<br />

por perfis instalados verticalmente em suas<br />

costas, criando interessante efeito de portal.<br />

Todo o conjunto criado pelo projeto de iluminação<br />

foi pensado para valorizar os diferentes tecidos<br />

trabalhados nas peças, além de suavizar a presença<br />

da estrutura industrial do galpão. O resultado é<br />

um ambiente luxuoso e aconchegante. [GCF]<br />

5 7<br />

NERIAGE<br />

São Paulo, SP<br />

Projeto de iluminação:<br />

Estúdio Lodi<br />

Marina Lodi (titular)<br />

Projeto de arquitetura<br />

e interiores:<br />

Estúdio Sumaúma<br />

Airon Martin<br />

e Gabriel Contreira<br />

(titulares)<br />

Projeto de paisagismo:<br />

Vitor Ballan Paisagismo<br />

Conclusão:<br />

2022<br />

Fornecedores:<br />

CIA de Iluminação,<br />

Lemca, Lightsource<br />

e Power Lume<br />

Fotos:<br />

Felco<br />

6<br />

5. Perfis de LED (14 W/m,<br />

1.400 lm, 3.000 K, IRC > 92,<br />

on-off) ocultos em desnível<br />

entre as paredes alta e baixa<br />

revelam as texturas da parede<br />

superior e contribuem para<br />

a iluminação geral da loja.<br />

6. Perfis de LED (24 W/m,<br />

2.760 lm, 3.000 K, IRC > 90,<br />

on-off) embutidos atrás dos<br />

biombos criam efeito de luz<br />

difusa na parede – afastada<br />

50 cm deles –, contrastando<br />

com a iluminação direta<br />

das araras de roupas.<br />

7. Perfis de LED (14 W/m,<br />

1.400 lm, 3.000 K, IRC > 92,<br />

on-off) ocultados em desnível<br />

entre as paredes alta e baixa<br />

revelam as texturas da parede<br />

superior e contribuem para<br />

a iluminação geral da loja.


194 LEDforum<br />

195<br />

A flexibilidade<br />

e modularidade<br />

dos sistemas LDE<br />

agora também para<br />

áreas externas.<br />

projetar é<br />

transcender<br />

projetar é transcender<br />

projetar é transcender<br />

Ilustração: Bruno Araújo<br />

projetar é transcender<br />

Módulos disponíveis em<br />

várias temperaturas de<br />

cor, com destaque nas<br />

versões 2200 e 1800 k<br />

(IRC > 90, R9 > 50) para<br />

uso em harmonia com os<br />

diferentes ecossistemas<br />

da natureza.<br />

@light_design_exporlux<br />

www.lightdesign.com.br<br />

O início da parceria entre o LEDforum e o<br />

projeto Light Drops, das arquitetas e lighting<br />

designers Diana Joels e Paula Carnelós, em<br />

2021, marca uma importante transformação<br />

na direção do conteúdo do evento.<br />

A 12ª segunda edição do congresso – então em<br />

seu segundo ano na versão digital, em razão da<br />

pandemia – inaugura a fase das edições temáticas,<br />

com palestras e conteúdos que se comunicam,<br />

se complementam e estabelecem um diálogo<br />

harmonioso, materializado em diferentes formas<br />

de apresentação, dinâmicas e trocas. Em louvor<br />

do design foi o tema daquele ano. LEDforum.22<br />

– Reconectando... será sempre lembrado pelo<br />

retorno às atividades presenciais... e por mais uma<br />

novidade: o início da série de ilustrações do artista<br />

Bruno Araújo, que passa a conceber, para cada<br />

edição e tema, um desenho que os sintetize.<br />

Para o LEDforum.24 – Projetar é Transcender,<br />

Bruno foi provocado a contrariar sua habitual síntese<br />

formal para explorar conceitos menos lineares.<br />

Projetos de iluminação proporcionam aos<br />

profissionais possibilidades de transcender<br />

as fronteiras de seus escopos. A adoção de<br />

abordagens e estratégias inovadoras em diversos<br />

domínios do design, incluindo metodologias,<br />

relações interpessoais, aspectos técnicos<br />

e avanços tecnológicos, oferece grandes<br />

oportunidades de crescimento e descoberta.<br />

O mergulho em diversas facetas desse processo<br />

dinâmico foi o fio condutor do conteúdo<br />

programático de 2024 e do briefing para a ilustração<br />

que simbolizaria a 15ª edição do LEDforum.<br />

O resultado é uma composição de texturas<br />

e limites que se intercalam e se sobrepõem,<br />

centrada na ideia de transcendência, que ilustra<br />

o LEDforum.24 e a página de fechamento<br />

da primeira edição do Anuário L+D, como<br />

um convite a participantes e leitores: vamos<br />

Projetar e Transcender? [por Thiago Gaya]


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