L+D86
Anuário 2024
Anuário 2024
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2
4<br />
TOQUE.<br />
DESLIZE<br />
DIMERIZE.<br />
RECONHECIDO PELOS PRINCIPAIS PRÊMIOS INTERNACIONAIS<br />
DE ILUMINAÇÃO E DESIGN.<br />
SAIBA MAIS:<br />
Conheça S.TOUCH, o toque da Stella.<br />
Uma linha de dimmers com uma série de atributos, como o Sistema<br />
DUALCUT, que permite dimerizar produtos com corte de fase<br />
Trailing Edge ou Leading Edge. São diversos acessórios e um amplificador<br />
exclusivo para dimerizar até mesmo os espaços mais amplos.<br />
Tudo isso sem flicker nem ruídos, com a qualidade autoral da Stella.
6
8<br />
A GRID MINI É A EVOLUÇÃO<br />
QUE VOCÊ ESPERAVA.<br />
Compacta e eficiente, oferece a<br />
mesma qualidade da Grid original,<br />
mas com um design ainda mais<br />
discreto e sofisticado.<br />
TIPOS DE USO:<br />
Disponível na versão de embutir,<br />
sobrepor, trilho e pendente.<br />
Comprimento: 60,23 mm<br />
Comprimento: 120 mm<br />
VARIEDADE DE MODELOS:<br />
Na versão de embutir, pode ser fixa<br />
ou orientável, "no frame" ou com<br />
microborda. Na versão de sobrepor,<br />
fixa ou basculante.<br />
ILUMINAÇÃO PRECISA<br />
E DESIGN COMPACTO<br />
PARA AMBIENTES<br />
MODERNOS<br />
OFUSCAMENTO:<br />
Possui baixíssimo índice de<br />
ofuscamento, com UGR
projetar é transcender<br />
palestrantes:<br />
Guto Requena<br />
Brasil<br />
Derek Porter<br />
EUA<br />
Tomás Ribas<br />
Brasil - Portugal<br />
Mônica Luz Lobo<br />
Brasil<br />
Roberto Corradini<br />
Itália<br />
Isabel Villar<br />
Chile - Suécia<br />
Martin Flugelman<br />
Argentina - Alemanha - EUA<br />
Anna Turra<br />
Brasil<br />
Kevin Houser<br />
EUA<br />
Vicente Scopacasa<br />
Brasil<br />
direção de conteúdo:<br />
Diana Joels<br />
Thiago Gaya<br />
Paula Carnelós<br />
ledforum.com.br<br />
@ledforum
12<br />
Expediente Anuário 2024<br />
Capa<br />
Fintech – Empresa de Tecnologia<br />
Financeira<br />
Projeto de iluminação:<br />
Estudio Carlos Fortes<br />
Foto: Manuel Sá<br />
Composição gráfica: Maria Fraga<br />
Publisher<br />
Thiago Gaya<br />
Editor Convidado<br />
Gilberto Franco<br />
Projeto gráfico e diagramação<br />
Maria Fraga, Juliana Fujimoto<br />
Colaboradoras<br />
Gabriella Franco, Valentina Figuerola<br />
Revisão<br />
Débora Tamayose<br />
Atendimento & Operações<br />
Márcio Silva<br />
Thiago Gaya é publisher da revista<br />
L+D e fundador do LEDforum. Atua<br />
há 25 anos na produção de conteúdo<br />
e na promoção do lighting design no<br />
Brasil como forma de elevar o setor<br />
e fortalecer o senso de comunidade<br />
no mundo da iluminação.<br />
Maria Fraga é designer gráfica,<br />
portuguesa. Desde 2010 em São<br />
Paulo, formou-se pela Faculdade de<br />
Belas Artes do Porto e passou pela<br />
FAU-USP. Hoje trabalha em design<br />
com projetos nos dois lados do<br />
oceano, navegando principalmente<br />
pelos universos do vinho, arquitetura<br />
e iluminação. Maria é a responsável<br />
pelo novo projeto gráfico da L+D.<br />
Gilberto Franco, titular do escritório<br />
franco+ berriel lighting design, trabalha<br />
com projetos de iluminação desde 1981,<br />
tendo mais de 3 mil projetos em seu<br />
currículo. Em 2004, conquistou o IALD<br />
Award of Merit pelo projeto Estação<br />
da Luz – Museu da Língua Portuguesa,<br />
juntamente com Carlos Fortes. É um<br />
entusiasta do tema da iluminação,<br />
já tendo sido Presidente e diretor da<br />
Asbai e membro do Board de diretores<br />
da IALD. Escreve regularmente para<br />
a L+D desde sua fundação e em<br />
2022 assumiu a posição de editor<br />
convidado (de honra). Essa primeira<br />
edição do Anuário é dedicada a ele.<br />
Gabriella Franco é quartanista<br />
de Jornalismo na Universidade<br />
Mackenzie, tendo estagiado na<br />
agência iNFRA de comunicação<br />
e na Subprefeitura de Pinheiros.<br />
Estreou na edição 85 da L+D e<br />
redigiu dez projetos deste Anuário.<br />
SURPREENDA-SE!<br />
De Mini só tem o<br />
tamanho e o nome<br />
Fluxo luminoso de até 1650lm,<br />
102 variações de modelos.<br />
Publicação<br />
Rua Catalunha, 350, 05329-030<br />
São Paulo SP<br />
ld@editoralumiere.com.br<br />
www.editoralumiere.com.br<br />
Impressão<br />
Gráfica Elyon<br />
Valentina Figuerola é formada em<br />
Arquitetura e Urbanismo pela FAU-USP<br />
e atua como jornalista especializada em<br />
arquitetura, engenharia civil e iluminação.<br />
Antiga colaboradora da L+D,<br />
Valentina assina o texto de doze<br />
projetos desta edição.<br />
Bruno Araújo é artista plástico, designer<br />
e ilustrador. Tem, na síntese gráfica,<br />
uma de suas principais ferramentas,<br />
desenvolvida em mais de uma década<br />
de produção de cartum. Responsável<br />
pelas ilustrações das últimas edições<br />
do LEDforum, foi provocado em 2024<br />
a contrariar essa síntese formal para<br />
explorar conceitos menos lineares<br />
como a sintropia que cruza espaços e<br />
seres em todas as camadas do viver.<br />
15° 24° 36° 50° Wall Washer<br />
Diâmetro de Ø90mm, duas cores branca e preta, fluxo de 725lm a 1650lm, 3 opções de refletores e 5 fachos, CCT 2,7K, 3K e 4K, IRC>90, UGR de 09 a 17.<br />
www.lumicenter.com
14 Editorial Anuário 2024<br />
A L+D é uma homenagem ao segmento<br />
de iluminação e seus profissionais. É a<br />
celebração do Lighting Design, materializada<br />
em páginas que revelam, de forma afetuosa,<br />
a importância e o poder da luz em nossa vida.<br />
Mais que uma revista, tem sido, ao longo de<br />
seus quase 20 anos, elemento fundamental na<br />
elevação da profissão e na construção do senso<br />
de comunidade do segmento no Brasil, e ferramenta<br />
indispensável para o engajamento de seus membros.<br />
Não podemos desconsiderar, no entanto, a<br />
profunda mudança nos hábitos de leitura e a<br />
transformação do que se entende por mídia. O<br />
conceito de “edição”, nas notícias do dia a dia,<br />
tornou-se ultrapassado, dado o imediatismo com<br />
que as informações são divulgadas. O meio digital<br />
se impôs como forma independente de divulgação.<br />
Hoje, por meio das redes sociais, empresas e<br />
profissionais tornaram-se suas próprias mídias.<br />
Gilberto Franco, FAU-USP, 1979<br />
um corte transversal<br />
Diante dessa realidade, para as mídias impressas<br />
é mister ir além das edições de rotina. Devem<br />
cumprir seu natural papel de retratar, criticar e<br />
documentar os diferentes momentos presentes,<br />
imortalizando-os. Uma edição impressa deve<br />
ser atraente, convidando o leitor a folheá-la e<br />
deleitar-se com a beleza do que se apresenta.<br />
Por isso, a L+D se transforma, a partir desta<br />
edição, em Anuário, lançado na Semana da Luz e<br />
distribuído aos participantes do LEDforum. Será<br />
uma compilação dos melhores projetos realizados<br />
no país nos dois anos anteriores a seu lançamento,<br />
de forma a registrar o que de melhor se produziu<br />
no período por nossos lighting designers.<br />
Para esta edição, tivemos grande adesão dos<br />
principais escritórios, que selecionaram suas<br />
produções preferidas e as apresentaram por meio<br />
de um formulário padronizado. Isso permitiu não só<br />
a participação direta do autor, mas também uma<br />
grande agilidade na compilação do conteúdo.<br />
A partir desse rico material, pudemos, juntamente<br />
com nossas jornalistas Gabi e Valentina, mesclar<br />
à visão pessoal de cada autor nossa própria<br />
percepção e visão crítica de cada projeto.<br />
Nossa pretensão quanto a este Anuário, no<br />
entanto, não se limitou apenas a uma leitura<br />
presente. Tivemos em mente também seu<br />
valor como fonte de consultas futuras. O que<br />
pensarão estudantes, projetistas e pesquisadores,<br />
daqui a alguns anos, acerca do que se fazia em<br />
2024? Alguém, algum “escafandrista” (como na<br />
música do Chico) encontrará na publicação um<br />
corte transversal do que se fazia nesta época:<br />
residências de alto padrão, projetos corporativos,<br />
lojas, santuários, exposições, tudo embrulhado<br />
no belo projeto gráfico de Maria Fraga.<br />
Seja hoje, seja no futuro, desejamos a você<br />
uma leitura alegre e informativa, tanto<br />
quanto o foi para nós esta produção.<br />
Gilberto Franco e Thiago Gaya
16<br />
NOS MELHORES PROJETOS,<br />
COM OS MELHORES PROFISSIONAIS.<br />
CASA MCO<br />
Local: Florianópolis - SC<br />
Projeto de iluminação: Allume arquitetura de iluminação<br />
Projeto de arquitetura e interiores: Ruschel arquitetura e urbanismo<br />
Foto: Mariana Boro - ACASAA<br />
Portfólio | Pontualidade | Suporte
18
20<br />
consulte os melhores<br />
lançamentos de 2024<br />
shape your light<br />
any shape you like<br />
consulte os melhores<br />
lançamentos de 2024
22
24<br />
Emporio Armani Shopping Iguatemi SP<br />
LINHA ARGUS<br />
Embutido No Frame Orbital 1xAR70<br />
GU10 104x104mm<br />
LINHA LED.MOD<br />
ø70mm<br />
13w(1410lm) e 18w(1970lm)<br />
2700k, 3000k e 4000k<br />
18°, 24° e 36°<br />
IRC>90<br />
LINHA FOCUS<br />
ø57mm x 185mm<br />
9w(960lm), 13w(1320lm) e 18w(1850lm)<br />
2700k, 3000k e 4000k<br />
10°, 25° e 55°<br />
IRC>90
DESCUBRA<br />
A nova luminária da Luxion que<br />
redefine a iluminação com design<br />
e tecnologia de ponta.<br />
por MARIANA NOVAES<br />
Projeto Can Lis Jorn Utzon<br />
Disponível nas versões direta ou direta e indireta<br />
UGR90 - 3.000K /3.500K /4.000K<br />
Disponível na versão tunnable white 2.200-6.500K<br />
luxion.com.br
28 Sumário Projetos 2024<br />
50 56<br />
60 66<br />
Cristina Maluf<br />
SAP Labs Latin<br />
America – Fase 3<br />
Draeger Studio<br />
Largo do Piva<br />
LD Studio<br />
Copacabana Palace<br />
Allume<br />
Fortaleza São José<br />
da Ponta Grossa<br />
72<br />
78<br />
studioix<br />
Colégio<br />
Bandeirantes<br />
Lichia Lighting<br />
Restaurante<br />
Just a Bite<br />
82<br />
88<br />
94<br />
Senzi<br />
Lighting Design<br />
Sede corporativa<br />
Sicredi Dexis<br />
FOCO Luz<br />
e Desenho<br />
Apartamento<br />
Varanda<br />
concepDUAL<br />
e Acenda<br />
Iluminação<br />
Museu do Jardim<br />
Botânico do Rio<br />
de Janeiro<br />
100<br />
108<br />
112<br />
Franco+Berriel<br />
Lighting Design<br />
Breton Dubai<br />
Fernanda Carvalho<br />
Lighting Design<br />
35ª Bienal de São<br />
Paulo, Coreografias<br />
do Impossível<br />
Castilha<br />
Iluminação<br />
Casa Subtração
30<br />
Sumário Projetos 2024<br />
118<br />
124 128<br />
134<br />
Lit Arquitetura<br />
de Iluminação<br />
EstudioBola<br />
Arquitetura e Luz<br />
Câmara de<br />
Dirigentes<br />
Lojistas<br />
Atiaîa<br />
Lighting Design<br />
Residência SL<br />
Mingrone<br />
Iluminação<br />
Santuário Nacional<br />
de Nossa Senhora<br />
da Aparecida<br />
140<br />
146<br />
152<br />
OMstudio Lighting<br />
Residência<br />
Pacaembu<br />
Archidesign<br />
Ba’Ra Hotel<br />
Pitá Arquitetura<br />
Heartman<br />
158<br />
164<br />
170<br />
Rafael Leão<br />
Lighting Design<br />
Residência RH<br />
Studio FOS<br />
Iluminação<br />
Espaço XP<br />
RBF<br />
Lighting Design<br />
Residencial<br />
Israelita RJS<br />
176<br />
182<br />
188<br />
A Luzia<br />
Iluminação<br />
e Sentidos<br />
Uliving Student<br />
Housing Campinas<br />
Estudio<br />
Carlos Fortes<br />
Fintech – Empresa<br />
de Tecnologia<br />
Financeira<br />
Estúdio Lodi<br />
Neriage
32<br />
Nova linha PINNE TUNABLE WHITE +<br />
Moderna e cheia de tecnologia, a nova linha de luminárias PINNE trabalha<br />
em perfeita harmonia com o sistema de automação CASAMBI.<br />
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38
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Para nós da Luminacril Itaim a iluminação é arte:<br />
transformar cenários para que a vida aconteça de forma<br />
mais agradável, bonita e eficiente está no nosso DNA.<br />
Estamos presentes nos projetos mais icônicos do país,<br />
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Interiores e Paisagismo: Denise Barretto<br />
Arquitetura: Aflalo / Gasperini<br />
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do projeto luminotécnico por<br />
Guinter Parschalk<br />
Foto: Romulo Fialdini<br />
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2024<br />
25 projetos
50 Projeto SAP Labs Latin America – Fase 3<br />
51<br />
prisma diáfano<br />
No edifício SAP Labs Latin America (fase 3),<br />
em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, a iluminação<br />
natural é abundante. Brises têxteis filtram a<br />
luz solar, sem barrar a vista, ao mesmo tempo<br />
que conferem uma suave textura ao volume<br />
arquitetônico. À noite, esse volume é visualmente<br />
percebido sem manchas de luz e sombra, graças<br />
às soluções do projeto luminotécnico do escritório<br />
Cristina Maluf Arquitetura de Iluminação. Além do<br />
aproveitamento máximo da luz natural, o projeto<br />
arquitetônico do Hype Studio privilegiou o reúso<br />
de água e a ventilação natural na construção,<br />
que é certificada com o selo LEED Gold.<br />
Em sintonia com a arquitetura, a iluminação<br />
segue um conceito contemporâneo e minimalista,<br />
privilegiando a temperatura de cor amarela<br />
(3.000 K) em todos os ambientes. “Um bom projeto<br />
de iluminação é aquele em que as formas e os<br />
planos arquitetônicos são valorizados pela luz e<br />
as luminárias menos aparecem”, afirma a lighting<br />
designer Cristina Maluf, titular do escritório de<br />
iluminação fundado em Porto Alegre, em 1992.<br />
Cercada por jardins,<br />
a circulação central<br />
que liga os dois blocos<br />
do SAP Labs (fase 3) recebe<br />
uma luz difusa proveniente<br />
de luminárias lineares difusas<br />
(LED 15 W/m; 1.434 lm/m;<br />
3.000 K; IRC 80).<br />
Os patamares da escada<br />
são iluminados por três<br />
spots dimerizáveis com<br />
grelha honeycomb (LED<br />
13,2 W; 1.020 lm; 3.000 K;<br />
35°; IRC > 90; R9).
52 Projeto SAP Labs Latin America – Fase 3<br />
53<br />
2<br />
3<br />
5<br />
2. Luminárias paginadas<br />
com as placas de forro<br />
e os difusores lineares<br />
do ar-condicionado.<br />
4<br />
“um bom projeto de iluminação é aquele em que<br />
as formas e os planos arquitetônicos são valorizados<br />
pela luz e onde as luminárias menos aparecem”<br />
A estrutura metálica favoreceu a criação de grandes<br />
vãos, ambientes amplos e flexíveis, como o espaço<br />
multiúso com arquibancada que conecta o novo<br />
edifício da fase 3 às construções mais antigas.<br />
Com laje de steel deck aparente, o espaço com<br />
pé-direito generoso foi pensado para trabalhos<br />
colaborativos e eventos. “Em ambientes como<br />
circulações e convivência, onde não há forro, o<br />
sistema de iluminação foi integrado em baffles<br />
ou, simplesmente, paginado de acordo com as<br />
diversas instalações aparentes”, diz Cristina.<br />
Nos escritórios open space, as luminárias<br />
foram integradas ao forro modular acústico,<br />
paginadas com os difusores lineares do sistema<br />
de ar-condicionado. Para dar uniformidade da<br />
iluminância adequada à superfície de trabalho,<br />
as luminárias foram instaladas em linhas contínuas<br />
perpendiculares às mesas e paralelas às janelas.<br />
“Para atender à Certificação LEED Gold,<br />
instalamos comandos de acionamento e<br />
dimerização independentes em cada linha de<br />
iluminação. Dessa forma, em dias ensolarados<br />
ou com abundante luz natural, o sistema de<br />
controle ajusta automaticamente a intensidade<br />
das luzes, garantindo uma iluminância uniforme<br />
nas superfícies de trabalho, adequada às<br />
normas brasileiras e internacionais”, conclui<br />
Cristina. [por Valentina Figuerola]<br />
3. Com 8 metros de<br />
pé-direito, o amplo<br />
espaço multiúso que liga<br />
o SAP Labs (fase 3) às<br />
construções mais antigas<br />
(fases 1 e 2) é iluminado<br />
por dois sistemas de<br />
iluminação independentes<br />
que podem variar conforme<br />
a utilização. Um deles é de<br />
luminárias lineares com aletas<br />
parabólicas (LED 32 W;<br />
3.200 lm/m; 3.000 K; IRC > 90;<br />
R9); e o outro, de spots com<br />
grelha antiofuscamento<br />
(LED 13,2 W; 1.020 lm;<br />
3.000 K; 35° e 25°; IRC > 90;<br />
R9) que proporcionam uma<br />
luz mais intimista quando as<br />
lineares estão desligadas.<br />
Ambos são dimerizáveis e<br />
estão fixados em eletrocalhas<br />
entre os baffles.<br />
4. Sobre a arquibancada<br />
do espaço Conexão, onde o<br />
pé-direito é menor e variável,<br />
luminárias com aletas<br />
proporcionam iluminação<br />
geral controlada. Esse sistema<br />
é complementado por spots<br />
com grelha honeycomb<br />
fixados entre os baffles.<br />
A circulação lateral é<br />
iluminada por luminárias<br />
dimerizáveis (LED 6,6 W; 35°;<br />
451 lm; 3.000 K; IRC 90; R9).<br />
5. Todas as salas de<br />
open plan são iluminadas<br />
por luminárias com aletas<br />
parabólicas e alto índice<br />
de UGR (LED 16 W;<br />
2.312 lm; 3.000 K; IRC > 90;<br />
R9; dimerizáveis) embutidas<br />
de forma discreta entre as<br />
placas de forro. As luminárias<br />
dispõem de sistema de<br />
dimerização que responde<br />
de maneira independente em<br />
razão da disponibilidade de<br />
luz natural, com a finalidade<br />
de manter as intensidades<br />
luminosas conforme as<br />
normas brasileiras.
54 Projeto SAP Labs Latin America – Fase 3<br />
55<br />
6. O SAP Labs conta com<br />
vários espaços flexíveis<br />
de convivência e trabalho,<br />
como booths para café ou<br />
reuniões descontraídas,<br />
realçados por pendentes com<br />
acendimento independente.<br />
A circulação, assim como<br />
em todos os pavimentos,<br />
recebe uma luz difusa<br />
proveniente de luminárias<br />
lineares (LED 15 W/m;<br />
1.434 lm/m; 3.000 K; IRC 80).<br />
6<br />
8<br />
7. À noite, open plan<br />
é filtrada por brises<br />
têxteis, fornecendo uma<br />
percepção visual do volume<br />
do prédio sem manchas<br />
de luz e sombra.<br />
O acesso e a circulação de<br />
veículos são iluminados por<br />
postes com facho simétrico<br />
(LED 80 W; 8.226 lm;<br />
h = 3,0 m; 3.000 K; IRC > 70;<br />
R9; IP66). A vegetação baixa<br />
é iluminada por balizadores<br />
(LED 2,2 W; 230 lm; 3.000 K;<br />
IRC 80, IP54). Os postes e os<br />
balizadores só emitem luz para<br />
baixo, minimizando a poluição<br />
luminosa. A circulação no<br />
entorno do prédio é iluminada<br />
por spots dimerizáveis<br />
com grelha honeycomb.<br />
(LED 13,2 W; 1.020 lm;<br />
3.000 K; 35°; IRC > 90, R9).<br />
8. Pendentes entre os<br />
baffles e luminárias lineares<br />
(LED 15 W/m; 1.434 lm/m;<br />
3.000 K; IRC 80) valorizam<br />
a área de acesso. As mesmas<br />
luminárias foram instaladas<br />
próximo aos planos brancos<br />
verticais, proporcionando um<br />
efeito wall washer. Presas<br />
às eletrocalhas, luminárias<br />
dimerizáveis (LED 6,6 W;<br />
35°; 451 lm; 3.000 K; IRC 90;<br />
R9) realçam o mobiliário<br />
e o ambiente de estar.<br />
7<br />
SAP Labs Latin<br />
America – Fase 3<br />
São Leopoldo, RS<br />
Projeto de iluminação:<br />
Cristina Maluf Arq.<br />
de Iluminação<br />
Maria Cristina Maluf<br />
Gardolinski (titular);<br />
Cecília Britto,<br />
Letícia O. Souza e<br />
Uilliam S. Sandre<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
Hype Studio Arquitetura<br />
+ Triptyque Architecture<br />
Fernando Balvedi (titular<br />
do Hype Studio) e<br />
Jean Grivot (titular<br />
do Triptyque)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Tellini Vontobel<br />
Cliente:<br />
SAP LABs Latin America<br />
Conclusão:<br />
2022<br />
Fornecedores:<br />
Lemca, Lumini<br />
e Soneres<br />
Fotos:<br />
Marcelo Donadussi
56 Projeto Largo do Piva<br />
57<br />
rua<br />
artística,<br />
Criado em homenagem ao arquiteto André Piva,<br />
falecido em 2020, o Largo do Piva é uma galeria a<br />
céu aberto que ocupa uma calçada de 11 metros de<br />
largura na Rua Juquiá, no Leblon, Rio de Janeiro.<br />
Integrada às lojas do edifício Essência, cuja fachada<br />
foi projetada pelo próprio Piva, a calçada exibe obras<br />
de arte de expoentes do cenário das artes carioca.<br />
O projeto de iluminação do espaço público, assinado<br />
pelo escritório Draeger Studio, visou valorizar, de<br />
forma discreta e fluida, o percurso do pedestre.<br />
Fitas de LED embutidas em bancos e canteiros<br />
direcionam intuitivamente os transeuntes pelo<br />
percurso. A iluminação contínua acompanha<br />
as curvas do mobiliário urbano e da marquise,<br />
iluminando o trajeto e as obras de forma a<br />
surpreender quem passa no local. “A calçada se<br />
torna uma oportunidade para as pessoas interagirem<br />
com as obras de arte”, acrescenta a lighting<br />
designer Christina Draeger, titular do Draeger Studio.<br />
As curvas da marquise<br />
são ressaltadas por<br />
uma iluminação linear,<br />
proporcionada por perfil de<br />
silicone flexível com fita de<br />
LED (2.300 lm, 2.700 K, IP65).<br />
Na foto, também é possível<br />
visualizar a obra Síntese<br />
Concreta, da artista Marina<br />
Rodrigues. Em aço corten,<br />
a peça é realçada pela<br />
iluminação inserida em seu<br />
perímetro (fita de LED 500 lm,<br />
2.700 K, IP65 com difusor).<br />
luz<br />
fluida
58 Projeto Largo do Piva<br />
59<br />
a iluminação tem um papel central na interlocução<br />
de diversos aspectos de um projeto arquitetônico<br />
3 4<br />
2<br />
Além de iluminar a marquise e o mobiliário<br />
urbano, Christina trabalhou em colaboração com<br />
as artistas Marina Rodrigues, na iluminação da<br />
obra Síntese Concreta, e com Marina Caverzan,<br />
autora dos bicicletários Cósmico e Prisma. “A<br />
iluminação é integrada às obras, valorizando-as<br />
de forma harmônica e respeitosa, sem ser invasiva<br />
e atrapalhar a ideia original das artistas”, explica.<br />
Um dos destaques do Largo do Piva é o piso<br />
geométrico, criado pelo Coletivo Muda, que conecta<br />
diferentes elementos urbanos e confere ritmo e<br />
identidade ao percurso, assim como o projeto<br />
de iluminação. “O Draeger Studio entende que a<br />
iluminação tem um papel central na interlocução<br />
de diversos aspectos de um projeto arquitetônico,<br />
sendo a cola invisível que une e torna visível<br />
aspectos das edificações”, conclui Christina. [VF]<br />
2. O mobiliário urbano<br />
é enaltecido pela fita de LED<br />
(500 lm, 2.700 K, IP65), assim<br />
como a marquise e o pórtico.<br />
3. A iluminação foi integrada<br />
ao mobiliário urbano,<br />
ressaltando suas formas<br />
e balizando os caminhos (fita<br />
de LED 500 lm, 2.700 K, IP65).<br />
Marquise e pórtico de entrada<br />
são salientados por perfis<br />
flexíveis com fita de LED<br />
(2.300 lm, 2.700 K, IP65).<br />
4. O perfil de silicone<br />
flexível com fita de LED<br />
(2.300 lm, 2.700 K, IP65)<br />
destaca o desenho<br />
da marquise.<br />
À noite, o bicicletário Prisma,<br />
da artista Marina Caverzan,<br />
ganha vida com a iluminação.<br />
Largo do Piva<br />
Rio de Janeiro, RJ<br />
Projeto de iluminação<br />
da intervenção urbana:<br />
Draeger Studio<br />
Christina Draeger (titular)<br />
Projeto de intervenção<br />
urbana e curadoria<br />
artística:<br />
Vanessa Borges<br />
Painel do piso<br />
da calçada:<br />
Coletivo Muda<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Wabi Sabi Ateliê<br />
Esculturas:<br />
Maritza Orleans e<br />
Bragança, Camilo<br />
Portugal, Ana Biolchini,<br />
Marina Caverzan<br />
e Marina Rodrigues<br />
Realização:<br />
Mozak<br />
Empreendimentos<br />
Conclusão:<br />
2024<br />
Fornecedores<br />
especificados:<br />
Ledplus, Ledprofiles,<br />
Lemca<br />
Fotos:<br />
Pedro Mascaro
60 Projeto Copacabana Palace<br />
61<br />
copacabana palace:<br />
1<br />
A ambiciosa empreitada de lighting design ficou a<br />
cargo do LD Studio, escritório brasileiro que atua em<br />
projetos por toda a América e vem trabalhando com<br />
o Copacabana Palace desde 2004. O briefing parecia<br />
simples o suficiente: criar um desenho de iluminação<br />
que permitisse o uso de cor em ocasiões especiais.<br />
No entanto, Mônica Lobo, a lighting designer<br />
fundadora do LD Studio, comenta que a natureza<br />
do projeto implicava uma série de desafios. A<br />
renovação deveria honrar o legado do edifício e,<br />
ao mesmo tempo, colocá-lo a par de necessidades<br />
contemporâneas – de certa forma garantindo a<br />
continuação desse legado. Foi pensado, então, um<br />
sistema de LEDs endereçáveis que pudessem mudar<br />
de cor, controlados por programação inteligente.<br />
3<br />
100 anos de novidade<br />
4<br />
1. Visão frontal da<br />
fachada na cena Day<br />
by Day (Dia a dia). LEDs<br />
regulados na temperatura<br />
de cor 2.700 K, estáticos,<br />
adicionam calor e elegância<br />
ao hotel na cena noturna.<br />
2. O letreiro é iluminado<br />
por perfil linear flexível<br />
Continuity T RGBW 15 W/m.<br />
Uma luminária linear sob<br />
medida foi desenvolvida<br />
especialmente para minimizar<br />
a interferência da linha<br />
no edifício tombado.<br />
2<br />
3. As portas dos salões<br />
que dão acesso ao terraço<br />
recebem 2 barras de LED<br />
45 W RGBW, com óptica<br />
12° × 55°, para evidenciar<br />
as texturas da estrutura<br />
que sustenta o balcão acima.<br />
Catalisador de muitas histórias e sentimentos<br />
nacionais, o hotel Belmond Copacabana Palace,<br />
no Rio de Janeiro, completou 100 anos de existência<br />
em 2023. O marco foi escolhido para a realização<br />
de um projeto até então engavetado: a renovação<br />
da fachada do edifício. Além de receber pintura no<br />
tom Pérola Palace, exclusivo do hotel, a fachada se<br />
fez nova com a restauração das janelas dos quartos.<br />
No escopo da renovação, estava também um novo<br />
sistema de iluminação, que, como uma camada de<br />
verniz, pudesse dar brilho a cada detalhe, sem tirar<br />
sua originalidade.<br />
Quem caminhou pela Avenida Atlântica nos<br />
últimos meses viu a histórica fachada colorida<br />
por luzes nas cores rosa, para o Outubro Rosa;<br />
azul, para o Novembro Azul; do arco-íris, para<br />
o mês do Orgulho LGBTQIA+; roxa, rosa e azul,<br />
para o Carnaval; e em várias outras composições.<br />
São essas as chamadas “cenas” programadas<br />
no sistema que se propõem a fazer do hotel um<br />
espelho da cidade, ao mesmo tempo que se<br />
comunica com ela. Em parceria com as equipes<br />
de marketing e design do hotel, o LD Studio criou<br />
14 cenas que comunicam diferentes mensagens.<br />
4. Barras de LED<br />
com óptica 60° × 120°,<br />
iluminam as nervuras<br />
no 4º pavimento, dando<br />
charme a seus detalhes.
62 Projeto Copacabana Palace<br />
63<br />
A luminária RGBW 51 W,<br />
12°, dá ênfase a uma das<br />
colunas na cena Carnaval.
64 Projeto Copacabana Palace<br />
65<br />
6<br />
O LD Studio tem vasta experiência iluminando obras<br />
tombadas, como o Theatro Municipal de São Paulo;<br />
a Casa Daros, no Rio de Janeiro; e o Museu da<br />
Inconfidência, em Ouro Preto. Para a equipe, o mais<br />
importante ao trabalhar com bens tombados é o<br />
respeito pela história deles. “O Copa é um ícone<br />
da cidade. Todos que passam pela orla durante o<br />
dia o reconhecem e têm orgulho de sua presença.<br />
Quisemos trazer essa imponência também para o<br />
horário noturno. Estamos usando o estado da arte<br />
em tecnologia para revelar a alma do Copa através<br />
da luz”. O projeto de iluminação do Copacabana<br />
Palace teve apoio do Instituto do Patrimônio<br />
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que atuou<br />
como interface para seu desenvolvimento.<br />
[por Gabriella C. Franco]<br />
“estamos usando o estado da arte em<br />
tecnologia para revelar a alma do copa<br />
através da luz”<br />
Copacabana Palace<br />
Rio de Janeiro, RJ<br />
Projeto de iluminação:<br />
LD Studio<br />
Mônica Luz Lobo e<br />
Daniele Valle (titulares)<br />
Jordan Rocha<br />
(colaborador)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Ivan Rezende<br />
Arquitetura<br />
Ivan Rezende (titular)<br />
Gerenciamento:<br />
Tah Arquitetura<br />
Construtora:<br />
Baggio e Carvalho<br />
Cliente:<br />
Copacabana Palace,<br />
A Belmond Hotel<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
Pharos e Tryka LED<br />
(fornecidos por e:light)<br />
Fotos:<br />
Andrés Otero<br />
A intervenção acentua detalhes como as formas e<br />
as texturas características do edifício tombado, com<br />
o cuidado necessário de preservar o visual glamuroso<br />
de sua fachada. As luzes da cena Day by Day (Dia<br />
a dia), configuração cotidiana do hotel, apresentam<br />
um fade in de baixo para cima que faz a estrutura<br />
parecer ainda mais grandiosa. A partir das 23 horas,<br />
a luz é dimerizada automaticamente para 75%,<br />
suavizando o efeito para se adequar ao horário.<br />
O icônico letreiro indicando o nome do hotel<br />
também recebeu novo tratamento de luz, assim<br />
como os mastros e as bandeiras em frente ao<br />
edifício. Todas as escolhas foram feitas pensando<br />
em trazer à tona o sempre jovem carisma do hotel.<br />
Parte importante da história da capital carioca, o<br />
“Copa” já recebeu grandes personalidades de todo<br />
o mundo e desde 2008 é tombado e considerado<br />
patrimônio cultural da cidade.<br />
7<br />
6. Na cena Pride (Orgulho),<br />
que celebra o Orgulho<br />
LGBTQIA+, as luminárias<br />
do 4º pavimento e das colunas<br />
acima do letreiro recebem<br />
as cores vibrantes do arcoíris,<br />
que se movimentam<br />
continuamente.<br />
7. Na cena Carnaval,<br />
o edifício se transforma em<br />
um verdadeiro esplendor de<br />
cores, iluminado em roxo,<br />
rosa e azul. As bandeiras<br />
e o letreiro mantêm a<br />
temperatura de cor 2.700 K.<br />
8. A cena Novembro Azul<br />
marca o mês voltado à<br />
conscientização sobre o<br />
câncer de próstata. O hotel<br />
se comunica com a cidade<br />
por meio da cor, sem perder<br />
a elegância e o glamour.<br />
8
66 Projeto Fortaleza São José<br />
67<br />
da Ponta Grossa<br />
muralhas<br />
em evidência<br />
Erguida entre 1740 e 1765, a Fortaleza de São José<br />
da Ponta Grossa, localizada na praia de Jurerê,<br />
em Florianópolis (SC), é considerada uma das<br />
mais importantes fortificações do Brasil colonial.<br />
As espessas muralhas do conjunto arquitetônico<br />
foram valorizadas pelo projeto de iluminação<br />
criado pelo escritório Allume Arquitetura de<br />
Iluminação, que buscou reforçar o protagonismo<br />
da edificação na paisagem, conferindo à iluminação<br />
do paisagismo um papel coadjuvante, porém<br />
importante para revelar de forma indireta os<br />
elementos construídos no processo de revitalização.<br />
Tombada pelo Iphan em 1938, a edificação histórica<br />
impôs como desafio a elaboração de soluções de<br />
iluminação que interferissem o mínimo possível na<br />
construção. “Nosso principal objetivo foi manter as<br />
fontes de luz artificial o menos visíveis possível para<br />
não interferir fisicamente no espaço construído”,<br />
afirma Marina Makowiecky, lighting designer titular.<br />
Para minimizar a interferência física da<br />
alimentação das luminárias na arquitetura, foram<br />
aproveitados alguns pontos de alimentação<br />
existentes, feitos em restaurações anteriores.<br />
Também foram especificados equipamentos<br />
de qualidade e alta durabilidade para<br />
minimizar a necessidade de manutenção.<br />
As muralhas da fortificação<br />
são realçadas por projetores<br />
que evidenciam de maneira<br />
uniforme a textura das<br />
superfícies de pedra (LED<br />
20 W, 1.900 lm, 100°,<br />
4.000 K, IRC 80, IP65,<br />
iluminância média = 75 lux).
68 Projeto Fortaleza São José<br />
69<br />
da Ponta Grossa<br />
No belo cenário arquitetônico, a edificação mais<br />
significativa é a Casa do Comandante, construção<br />
de dois pavimentos que abriga também o Paiol<br />
da Pólvora. Já a capela dedicada a São José é<br />
a única construção da fortaleza que permanece<br />
até os dias atuais com a sua função original.<br />
É no acesso principal ao interior da fortaleza<br />
que se dá uma das soluções de iluminação<br />
mais interessantes do projeto. Luminárias<br />
pendentes, instaladas em diferentes alturas,<br />
fazem uma alusão poética a uma antiga<br />
estrutura abobadada que ali existia.<br />
Um dos objetivos do projeto era trabalhar<br />
com uma iluminação homogênea, de modo a<br />
destacar uniformemente os diferentes níveis do<br />
conjunto arquitetônico. Isso foi conseguido por<br />
meio de equipamentos de luz difusa com baixa<br />
intensidade, a fim de reduzir a poluição luminosa.<br />
a austeridade do conjunto arquitetônico, com<br />
suas imponentes muralhas, foi valorizada pelo<br />
projeto de iluminação, que faz jus à importância<br />
histórica do monumento<br />
2. Quando o sol se põe,<br />
projetores realçam a solidez<br />
dos maciços de pedra<br />
erguidos no século XVIII.<br />
Os passeios, por sua vez,<br />
são iluminados por balizadores<br />
(LED 3 W, 180 lm, 4.000 K,<br />
IRC > 80, IP65, luminância<br />
média de 30 lux).<br />
3. A passarela<br />
é iluminada por fitas<br />
luminosas (LED 14,4 W/m,<br />
790 lm/m, 120°, 4.000 K,<br />
IRC > 70, IP66).<br />
Já as árvores recebem luz<br />
de destaque de projetores<br />
embutidos no solo (LED 8 W,<br />
6.800 lm, 90°, 4.000 K, IP66).<br />
4. À noite, os contrafortes<br />
ganham vida com a luz<br />
proveniente de projetores<br />
(LED 20 W, 1.900 lm, 100°,<br />
4.000 K, IRC 80, IP65.<br />
Luminância média de 75 lux).<br />
Os percursos são iluminados<br />
por balizadores (LED<br />
3 W, 180 lm, 4.000 K,<br />
IRC > 80, IP65, luminância<br />
média de 30 lux).<br />
4<br />
2 3
70 Projeto Fortaleza São José<br />
71<br />
da Ponta Grossa<br />
Certos elementos de artilharia e canhões receberam<br />
iluminação direta, de maior intensidade. As vigílias,<br />
por sua vez, foram iluminadas internamente<br />
de maneira difusa e com tonalidade quente<br />
para fazer referência à função de segurança,<br />
como se alguém estivesse presente no local.<br />
A austeridade do conjunto arquitetônico, com<br />
suas imponentes muralhas, foi valorizada<br />
pelo projeto de iluminação do Allume, que faz<br />
jus à importância histórica do monumento.<br />
“Oferecemos nosso olhar na leitura do espaço,<br />
compreendendo sua volumetria, suas formas, suas<br />
cores e suas texturas e como podemos interpretálos.<br />
Entendemos as particularidades de cada<br />
tipologia e buscamos proporcionar a melhor<br />
compreensão das propriedades físicas do espaço<br />
pelos usuários, influenciando como eles se sentem<br />
e se comportam nele”, conta Marina. [VF]<br />
5. O quartel da tropa<br />
é iluminado por luminárias<br />
(LED 9 W, 850 lm, 38º,<br />
4.000 K, IRC 80, IK08, IP67,<br />
luminância média de 100 lux).<br />
6. Muradas externas<br />
iluminadas por projetores.<br />
Iluminância média dos<br />
passeios de 30 lux.<br />
À noite, os robustos<br />
contrafortes ganham vida<br />
com a iluminação proveniente<br />
de projetores (LED 20 W,<br />
1.900 lm, 100°, 4.000 K,<br />
IRC 80, IP65, iluminância<br />
média de 75 lux).<br />
A iluminância média dos<br />
percursos é de 30 lux.<br />
7. As austeras edificações<br />
que compõem o conjunto<br />
histórico são salientadas<br />
por projetores (LED 20 W,<br />
1.900 lm, 100°, 4.000 K,<br />
IRC 80, IP65, luminância<br />
média de 100 lux).<br />
8. A volumetria sóbria<br />
do quartel do comandante<br />
é destacada por luminárias<br />
(LED 9 W, 850 lm, 38º,<br />
4.000 K, IRC 80, IK08, IP67).<br />
A fachada lateral é iluminada<br />
com projetor (LED 20 W,<br />
1.900 lm, 100°, 4.000 K,<br />
IRC 80, IP65, luminância<br />
média de 100 lux).<br />
5<br />
8<br />
Fortaleza São José<br />
da Ponta Grossa<br />
Florianópolis, SC<br />
Projeto de iluminação:<br />
Allume Arquitetura<br />
de Iluminação<br />
Marina Makowiecky<br />
(titular)<br />
Paola Polla e Rúbia<br />
Collaço (colaboradoras)<br />
Projeto de arquitetura<br />
novos anexos:<br />
Prospectiva Arquitetura<br />
e Restauro<br />
Lilian Mendonça e<br />
Peter Widmer (titulares)<br />
Projeto paisagismo:<br />
José Tabacow<br />
Arquitetura da<br />
Paisagem e Studio<br />
Eduardo Barra<br />
Cliente:<br />
Instituto do Patrimônio<br />
Histórico e Artístico<br />
Nacional (Iphan) –<br />
Superintendência<br />
em Santa Catarina<br />
Conclusão:<br />
2022<br />
Fornecedores:<br />
Alloy, Brilia, iGuzzini<br />
(fornecido por Osvaldo<br />
Matos), Interlight,<br />
Ledvance e O/M<br />
Fotos:<br />
Fernando Willadino<br />
6<br />
7
72 Projeto Colégio Bandeirantes<br />
73<br />
1<br />
luz simbiótica<br />
2<br />
Em fevereiro de 2023, foi inaugurada a 1ª fase do<br />
projeto de expansão do Colégio Bandeirantes, na<br />
Vila Mariana, em São Paulo. Criado pelo escritório<br />
Aflalo & Gasperini Arquitetos, o novo edifício de<br />
12 pavimentos, incluindo dois subsolos, dispõe<br />
de salas de aula, biblioteca, auditório multiúso,<br />
um andar com refeitório e uma quadra descoberta<br />
na cobertura. Em sintonia com o projeto de<br />
arquitetura, o projeto de iluminação, de autoria do<br />
studioix, buscou garantir uma experiência visual<br />
interessante e envolvente por meio da luz, que<br />
reforça intuitivamente a linguagem arquitetônica<br />
e a comunicação visual dos espaços internos.<br />
Linhas de luz criam efeitos visuais marcantes<br />
e convidativos nas áreas de circulação dos<br />
pavimentos, caracterizados por uma cor específica.<br />
Em “simbiose” com a arquitetura de interiores,<br />
diagonais luminosas fazem a transição entre cores<br />
e materiais, contribuindo para a identidade visual<br />
dos espaços. “A interação entre as luminárias e<br />
as cores do teto não apenas cumpriu a função<br />
de iluminar o espaço, mas também trouxe uma<br />
atmosfera criativa e inspiradora para o ambiente”,<br />
explica Guinter Parschalk.<br />
A biblioteca de pé-direito duplo recebe uma luz<br />
difusa e agradável das luminárias tensionadas<br />
encaixadas entre elementos de madeira, criando<br />
um plano de luz que pode ser controlado conforme<br />
a necessidade.<br />
1. Na biblioteca,<br />
luminárias tensionadas feitas<br />
sob medida, com perfis<br />
lineares de LED integrado<br />
(5,8 W/m e 600 lm/m, 4.000 K,<br />
IRC > 80, dimerizáveis) são<br />
encaixadas nos elementos de<br />
madeira, criando um plano<br />
de luz que pode ser controlado<br />
conforme a necessidade.<br />
A iluminação é complementada<br />
pelas luminárias de leitura<br />
nas mesas.
74 Projeto Colégio Bandeirantes<br />
75<br />
3<br />
4<br />
3. Luminárias lineares<br />
de embutir em perfil de<br />
alumínio extrudado com<br />
LED integrado e difusor<br />
acrílico translúcido<br />
(16 W/m, 1.600 lm/m,<br />
4.000 K, IRC > 80, on/off)<br />
criam diagonais luminosas<br />
e fazem a transição entre<br />
cores e materiais.<br />
O mesmo tipo de<br />
equipamento ilumina a<br />
parede dos elevadores.<br />
4. Cada pavimento tem<br />
uma cor específica.<br />
Luminárias lineares<br />
de embutir fazem a transição<br />
entre cores e materiais.<br />
O mesmo tipo de<br />
equipamento ilumina a<br />
parede dos elevadores.<br />
5. As circulações das<br />
salas de aula são iluminadas<br />
por luminárias lineares<br />
de embutir em perfil de<br />
alumínio extrudado com LED<br />
integrado e difusor acrílico<br />
translúcido (16 W/m).<br />
2. Os painéis acústicos<br />
do auditório multiúso,<br />
instalados em diferentes<br />
alturas e direções, atuam<br />
como pendentes “flutuantes”<br />
com linhas de luz integradas<br />
em perfil linear com 16 mm<br />
de largura e difusor acrílico<br />
translúcido (24 W/m, 2.400 lm<br />
e 3.000 K, IRC > 80, on/off).<br />
O mesmo tipo de linha<br />
luminosa também foi<br />
estrategicamente embutida<br />
no forro para reforçar o<br />
desenho luminoso em<br />
diferentes alturas.<br />
Outra solução marcante do projeto luminotécnico<br />
são os painéis acústicos que também assumem<br />
a função de pendentes no auditório multiuso.<br />
Em diferentes alturas e direções, os elementos<br />
“flutuantes” trazem ritmo ao espaço.<br />
Em conformidade com as normas técnicas, o projeto<br />
luminotécnico foi cuidadosamente planejado para<br />
proporcionar conforto visual, além de atender aos<br />
requisitos específicos de cada ambiente, como salas<br />
de aula, laboratórios, cantina, salas administrativas e<br />
biblioteca).<br />
Em todos os seus projetos, o studioix segue<br />
uma filosofia de trabalho fundamentada em uma<br />
abordagem ampla da iluminação que vai além da<br />
simples funcionalidade, abraçando a estética e o<br />
bem-estar visual. A consideração pela percepção<br />
visual e o respeito pela estética de cada ambiente<br />
asseguram que cada projeto seja desenvolvido com<br />
um profundo entendimento de como a luz interage<br />
com os espaços e impacta seus ocupantes.<br />
5
76 Projeto Colégio Bandeirantes<br />
77<br />
6<br />
6. Externas à biblioteca<br />
e à cantina, luminárias<br />
de LED (IP65) com difusor<br />
acrílico translúcido foram<br />
instaladas dentro de nichos<br />
da marquise metálica.<br />
7. As luminárias lineares<br />
de embutir em perfil de<br />
alumínio extrudado com<br />
LED integrado (8 W/m,<br />
4.000 K) e difusor acrílico<br />
translúcido, instaladas<br />
de forma paralela à<br />
divisória retrátil azul,<br />
proporcionam uma luz<br />
uniforme, com conforto<br />
visual, nas salas de aula.<br />
Próxima do quadro branco,<br />
a luminária dispõe de<br />
duas linhas de luz (8 W/m,<br />
4.000 K), que podem<br />
ser acesas separada ou<br />
simultaneamente.<br />
8. Nas escadas, onde<br />
não há forro, foram<br />
especificadas luminárias<br />
lineares pendentes em perfil<br />
de alumínio extrudado com<br />
LED integrado e difusor<br />
acrílico translúcido (16 W/m,<br />
4.000 K, IRC > 80, on/off,<br />
com sensor de presença).<br />
o projeto de iluminação buscou garantir uma<br />
experiência visual envolvente e interessante<br />
por meio da luz<br />
8<br />
Colégio Bandeirantes,<br />
São Paulo, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
studioix<br />
Guinter Parschalk<br />
e Marlen Diaz<br />
Artigas (titulares)<br />
Thais Longhini<br />
Barbeiro, Vanderlei<br />
Brasil e Viviane Oda<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
aflalo/gasperini<br />
arquitetos<br />
Roberto Aflalo Filho,<br />
Felipe Aflalo, José Luiz<br />
Lemos, Grazzieli Gomes<br />
Rocha (titulares)<br />
Projeto de arquitetura<br />
de interiores e<br />
paisagismo:<br />
Denise Barretto<br />
Construção:<br />
R. Yazbek<br />
Automação e controle:<br />
SI2 Soluções<br />
Inteligentes Integradas<br />
Elétrica, hidráulica e<br />
combate a incêndio:<br />
Projetar Engenharia<br />
Cliente:<br />
Colégio Bandeirantes<br />
Conclusão:<br />
2024<br />
Fornecedor:<br />
Luminacril<br />
Fotos:<br />
Romulo Fialdini<br />
No novo edifício do Colégio Bandeirantes, cada<br />
detalhe do projeto de iluminação foi cuidadosamente<br />
calculado, planejado e executado para garantir<br />
uma experiência visual estimulante, agradável e<br />
convidativa, em que a luz serve de ferramenta para<br />
potencializar a linguagem arquitetônica, o fluxo de<br />
pessoas e o uso do espaço. [VF]<br />
7
78 Projeto Restaurante Just a Bite Itaim Bibi<br />
79<br />
1. A luz que passa através<br />
da chapa perfurada<br />
vem de projetores lineares<br />
1.800 lm, 30º × 60°<br />
instalados no segundo<br />
pavimento do restaurante.<br />
2. Nos balcões de inox,<br />
uma iluminação abundante<br />
cria um espetáculo<br />
para quem assiste<br />
à preparação dos pratos.<br />
Sistema de trilho em<br />
miniatura com módulos<br />
difusos (1.680 lm, IRC 90).<br />
3. A luminária recebeu<br />
ajuste do fluxo (400 lm)<br />
e da temperatura de cor<br />
(2.700 K) e ganhou uma<br />
fiação longa para integração<br />
na alimentação elétrica.<br />
1<br />
2<br />
3<br />
Com a proposta de oferecer culinária gourmet de<br />
forma mais flexível, o restaurante Just a Bite abriu<br />
as portas no bairro do Itaim Bibi, na zona oeste de<br />
São Paulo. Ocupando um antigo sobrado, a casa<br />
tem ambiente convidativo e colorido, refletindo as<br />
pequenas porções disponíveis no cardápio. Ali, os<br />
clientes são convidados a explorar o próprio paladar,<br />
combinando os “bocadinhos” como quiserem,<br />
a qualquer hora do dia.<br />
Experientes na criação de propostas de<br />
iluminação personalizadas, os lighting designers<br />
Rafaela Romitelli, Estêvão Pessotta e Gabriel Garcia,<br />
do escritório Lichia Lighting, foram responsáveis por<br />
iluminar o espaço.
80 Projeto Restaurante Just a Bite Itaim Bibi<br />
81<br />
um ambiente que soma, de forma tão harmônica<br />
quanto a culinária, as propostas artísticas de<br />
diversos profissionais<br />
4<br />
5<br />
4. Uma peça especial de<br />
fixação permite a mudança<br />
de posição da luminária<br />
com facilidade. A solução<br />
atravessa todo o restaurante,<br />
indo da varanda de entrada,<br />
passando pelo salão interno<br />
e chegando ao salão externo,<br />
com pé-direito mais<br />
amplo, no fundo.<br />
5. As sombras que vemos<br />
na imagem vêm de projetores<br />
lineares 1.800 lm,<br />
30º × 60°, instalados<br />
no pé-direito duplo.<br />
6. Na implantação final<br />
do projeto, as luminárias<br />
especiais ficaram<br />
concentradas na grade<br />
do paisagismo, enquanto<br />
os demais efeitos de luz<br />
são constituídos de iluminação<br />
linear integrada à arquitetura.<br />
Restaurante Just<br />
a Bite Itaim Bibi<br />
São Paulo, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
Lichia Lighting –<br />
desenho de iluminação<br />
Rafaela Romitelli (titular)<br />
Estêvão Vieira Pessotta<br />
e Gabriel Lima Garcia<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
SIAA Arquitetos<br />
Cesar Shundi<br />
Iwamizu e Beatriz<br />
Sonnenhohl (titulares)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Gabriella Ornaghi<br />
Arquitetura da Paisagem<br />
Cliente:<br />
Restaurante Just A Bite<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
Lemca e Lumini<br />
Fotos:<br />
Alessandro Kusuki<br />
6<br />
A equipe deu início ao projeto desenvolvendo<br />
estudos para a criação de uma luminária original:<br />
uma peça em móbile que penderia do teto. A ideia<br />
era que seus elementos móveis remetessem à leveza<br />
dos pratos servidos no Just a Bite. Um projetor<br />
e um rebatedor simulariam as pequenas e coloridas<br />
porções, que em sua maioria são compostas<br />
de frutas ou legumes assados dispostos sobre<br />
bases como pães ou tapioca.<br />
A criação da luminária-móbile, no entanto, esbarrou<br />
no curto prazo de entrega da obra. Visando manter<br />
a essência “móvel” pretendida para o projeto,<br />
os lighting designers optaram por uma luminária<br />
comercial dotada de um gancho que, integrada<br />
à grade vertical que suporta os elementos<br />
de paisagismo, pode ser fixada em diversos pontos.<br />
Assim, misturada entre as plantas e as pequenas<br />
entradas de luz natural, a luminária escolhida oferece<br />
uma luz quente e agradável que pode ser deslocada<br />
conforme as variações de layout. Essa solução<br />
se estende por todo o térreo do restaurante, desde<br />
a área externa na entrada, passando pelo salão<br />
principal com a cozinha, até uma espécie de quintal<br />
nos fundos.<br />
Celebrando a ideia de que o ato de comer começa<br />
no preparo, os idealizadores do Just a Bite decidiram<br />
manter uma cozinha aberta. Para iluminar os balcões<br />
de inox sobre as quais são preparadas as porções,<br />
a escolha foi um sistema linear com módulos difusos<br />
que dão às superfícies refletivas uma aparência<br />
de “palco”.<br />
O amplo espaço do sobrado foi renovado pelo<br />
escritório SIAA Arquitetos. Embaixo da escada<br />
que leva ao segundo andar, localizada nos fundos,<br />
são preparados os drinks. Ali, uma charmosa luz<br />
rosa dá vida ao bar, vinda do perfil de LED instalado<br />
na prateleira, enquanto a luz do refrigerador<br />
é aquecida por filtros âmbar. No pé-direito duplo,<br />
foram instalados projetores que criam interessantes<br />
sombras no espaço. Já a fachada do restaurante<br />
foi revestida de uma chapa perfurada, de modo<br />
que a luz contorna os pequenos desenhos.<br />
O resultado é um ambiente que soma, de forma<br />
tão harmônica quanto a culinária, as propostas<br />
artísticas de diversos profissionais, resultando<br />
em uma identidade visual única. [GCF]
82 Projeto Sede corporativa Sicredi Dexis<br />
83<br />
uma luz para<br />
muitas funções<br />
1<br />
Criada pelo arquiteto Edson Yabiku, a nova sede<br />
da Sicredi Dexis, em Maringá, Paraná, é um edifício<br />
sem muros, integrado ao entorno, composto de<br />
duas torres unidas por um generoso átrio central.<br />
Certificada com o selo LEED, na categoria Platinum,<br />
a edificação dispõe de recursos que garantem<br />
conforto termoacústico, além de redução do<br />
consumo de água e de energia.<br />
O projeto de iluminação, de autoria do escritório<br />
Senzi Lighting Design, buscou atender aos critérios<br />
da certificação, além de ocultar os elementos<br />
luminosos, tornando-os visualmente imperceptíveis,<br />
de modo a conferir o protagonismo aos efeitos de luz.<br />
Neide Senzi, , conta que o projeto luminotécnico<br />
foi feito de acordo com os mais altos padrões<br />
de sustentabilidade, de modo que a iluminação<br />
atingisse, em média, patamares de 5 a 6 W/m.<br />
“Além disso, a iluminação se integrou totalmente<br />
aos elementos da arquitetura, fundindo-se em um<br />
elemento único e solidário, por meio do uso de<br />
miniperfis de LED embutidos em rebaixos de forro,<br />
sancas e estruturas metálicas, o que possibilitou<br />
um desenho agradável e com efeitos inusitados<br />
de luz, seja com iluminação indireta, seja direta”,<br />
acrescenta.<br />
2<br />
3<br />
1. O projeto de iluminação fez<br />
uso do “efeito vitrine” para<br />
iluminação das fachadas,<br />
para não ultrapassar o restrito<br />
DPL (0,2 W/m²) imposto pela<br />
certificação LEED Platinum,<br />
ou seja, à noite, os panos<br />
de vidro permitem que a luz<br />
proveniente dos ambientes<br />
internos revele o exterior,<br />
integrando os espaços<br />
internos à paisagem urbana.<br />
2. O átrio de pé-direito triplo<br />
atua como espaço de ligação<br />
entre os ambientes do edifício.<br />
É cercado por mezaninos, nos<br />
quais se destacam os spots<br />
de LED (24 W; 2.180 lm; 24°;<br />
3.000 K; IRC 90; R9 95; COB;<br />
driver DALI).<br />
3. O elevado pé-direito<br />
do hall é enfatizado pelas<br />
linhas luminosas ao lado<br />
dos elevadores (LED 4 W/m;<br />
360 lm; difuso; 2.800 K;<br />
IRC > 80; R9 82; driver<br />
DALI). A mesma fita de<br />
LED foi usada atrás das<br />
membranas tensionadas do<br />
teto, proporcionando uma<br />
luz difusa e uniforme.
84 Projeto Sede corporativa Sicredi Dexis<br />
85<br />
4 5<br />
O maior desafio do projeto, segundo a lighting<br />
designer, foi abraçar todas as funções e espaços<br />
propostos, combinando o ambiente corporativo<br />
com o cultural. Além da agência de relacionamento<br />
da cooperativa Sicredi, há salão de beleza,<br />
coworking, café e biblioteca para uso<br />
da comunidade local.<br />
Para o público interno, existe um estúdio de TV,<br />
espaço do conhecimento, refeitório com área<br />
gourmet, espaço-família e creche para os filhos<br />
dos colaboradores.<br />
O edifício foi projetado com um completo sistema<br />
de automação, o Building Management System<br />
(BMS), que permite gerenciar e monitorar<br />
subsistemas e instalações, incluindo a iluminação.<br />
Nesse sentido, há controle automático do equilíbrio<br />
entre a luz natural e a artificial, com abertura<br />
e fechamento das persianas, acendimento das<br />
luminárias e dimerização.<br />
4. Nas passarelas de<br />
interligação entre os dois<br />
blocos do edifício foi criado<br />
um tecido tensionado com<br />
backlight (LED 4 W/m; 360 lm;<br />
RGBW; IRC > 80;<br />
R9 82; driver DALI com<br />
controle DMX), devido à<br />
restrição do LEED Platinum<br />
quanto à densidade de<br />
potência das fachadas<br />
e à poluição luminosa. O uso<br />
de sistema RGBW possibilita<br />
“colorir” as fachadas<br />
de vidros do átrio central.<br />
5. Confeccionada<br />
especialmente para<br />
a Sala do Conselho, em aço<br />
inox e difusor em PMMA,<br />
o pendente (LED 2X 18 W/m;<br />
2X 2.600 lm; difuso; 4.000 K;<br />
IRC > 90; R9 92; PCB; driver<br />
DALI) proporciona uma<br />
luz suave e com grande<br />
conforto visual (UGR < 19).
86 Projeto Sede corporativa Sicredi Dexis<br />
87<br />
6<br />
7<br />
O projeto de iluminação atende a uma diversidade<br />
de ambientes e funções, tendo em vista o conforto<br />
visual dos espaços sociais e dos ambientes<br />
de trabalho. Também reforça a vocação cultural<br />
do edifício, que reúne uma seleção de obras<br />
de arte, móveis e luminárias de renomados artistas<br />
e designers brasileiros. As peças decorativas,<br />
em conjunto com as obras de arte e de design,<br />
compõem uma exposição permanente aberta<br />
a estudantes, a institutos de arte e ao público<br />
em geral. [VF]<br />
6. Fixados sobre os<br />
caixilhos, perfis de LED<br />
(24,4 W/m; PCB; 2.600 lm;<br />
3.000 K; IRC > 80; R9 82)<br />
iluminam os baffles, que,<br />
por sua vez, rebatem uma<br />
luz indireta para o ambiente.<br />
Os bancos de aço<br />
corten parecem flutuar<br />
com a iluminação<br />
dos perfis flexíveis (LED<br />
8 W/m; 3.000 K; IRC 90)<br />
fixados sob o assento.<br />
7. Luminárias lineares<br />
modulares com louver<br />
parabólico e lentes especiais<br />
(LED 2X 24 W/m; 2X 2.600 lm;<br />
4.000 K; IRC > 90; R9 92; PCB;<br />
driver DALI) foram embutidas<br />
nas canaletas entre os forros<br />
modulares acústicos, onde<br />
foram agregadas instalações<br />
como sprinklers, difusores<br />
de ar-condicionado,<br />
detectores de fumaça<br />
e sonorização.<br />
8. A iluminação linear<br />
por módulos integrados<br />
ao forro (24 W; 2.600 lm;<br />
3.000 K; IRC 90; R9 94;<br />
driver DALI; dimerizável;<br />
controlada pelo sistema<br />
de automação BMS)<br />
proporciona diversas<br />
iluminâncias, permitindo<br />
a programação de cenários<br />
de iluminação para<br />
apresentações, palestras,<br />
eventos e cinema.<br />
Nos painéis verticais<br />
acústicos das paredes, foram<br />
embutidos perfis lineares<br />
(LED 14,4 W/m; 1.200 lm;<br />
3.000 K; IRC > 80; R9 82;<br />
driver DALI; dimerizável)<br />
que atuam como balizamento<br />
em apresentações visuais<br />
que necessitam de uma luz<br />
de vigia e segurança.<br />
o maior desafio do projeto, foi abraçar todas<br />
as funções e espaços propostos, combinando<br />
o ambiente corporativo com o cultural<br />
8<br />
Sede corporativa<br />
Sicredi Dexis<br />
Maringá, PR<br />
Projeto de iluminação:<br />
Senzi Lighting Design<br />
Neide Senzi (titular)<br />
Douglas Domingues<br />
(colaborador)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Edson Yabiku<br />
Arquitetura<br />
Projeto de arquitetura<br />
de interiores:<br />
Vanessa Yabiku<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Flora Decari<br />
Construção:<br />
Plaenge<br />
Cliente:<br />
Sicredi Dexis<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
LedsC4 (fornecido<br />
por e:light) e<br />
LightDesign Exporlux<br />
Fotos:<br />
Tuca Reinés
88 Projeto Apartamento Varanda<br />
89<br />
o futuro<br />
do morar<br />
1<br />
1. Na sala de estar,<br />
perfis de LED se misturam<br />
à textura das plantas<br />
acomodadas nas floreiras.<br />
2. As soluções em<br />
iluminação indireta<br />
contribuíram para criar<br />
continuidade visual<br />
entre ambientes<br />
no Apartamento Varanda.<br />
2<br />
Na Santa Cecília, bairro histórico do centro de<br />
São Paulo, o edifício Albina preserva ainda o charme<br />
modernista da década de 1960. A planta quadrada,<br />
com apenas um apartamento por andar, é de autoria<br />
do escritório Botti Rubin. Nas janelas, brises de<br />
madeira permitem ventilação e entrada de luz natural<br />
nos apartamentos, além de criarem interessante<br />
visual para a fachada.<br />
Encantado por esse visual, o arquiteto e designer<br />
Guto Requena desenvolveu projeto arquitetônico<br />
para um Apartamento Varanda, pensado para ser<br />
seu próprio lar, levando essa estética da fachada<br />
para dentro. O espaço foi desenhado para abrigar<br />
atividades, mais que cômodos, conjugando concreto<br />
e virtual em um apartamento 100% conectado.<br />
Ali, é possível deslocar peças de mobiliário e<br />
paredes, de acordo com as necessidades de cada<br />
momento do dia.<br />
De acordo com Guto, o projeto é uma tentativa de<br />
ensaiar tendências do futuro, que, para ele, incluem<br />
sustentabilidade e tecnologia.
90 Projeto Apartamento Varanda<br />
91<br />
3<br />
5<br />
4<br />
Acompanhando os eixos do projeto arquitetônico –<br />
flexibilidade, tecnologia e biofilia –, o lighting design,<br />
desenvolvido pelo escritório Foco Luz e Desenho,<br />
valoriza as diversas possibilidades que o espaço<br />
permite. Perfis instalados na mobília, misturados<br />
entre as plantas, oferecem iluminação indireta<br />
que garante a continuidade visual entre os diferentes<br />
ambientes. As luminárias instaladas na sala de<br />
estar, nos quartos e no escritório criam cenários<br />
adequados para trabalho, leitura ou refeição e<br />
colaboram de forma agradável com a decoração.<br />
A peça no escritório, bem como a mesa de<br />
trabalho, é feita de madeira reaproveitada do antigo<br />
piso do apartamento e rotaciona para assumir<br />
diferentes funções.<br />
O grande desafio conceitual do projeto, de acordo<br />
com a equipe do Foco Luz e Desenho, foi encontrar<br />
maneiras de valorizar a estrutura original do<br />
apartamento, dispensando forros. Esse obstáculo,<br />
no entanto, foi o que colocou os demais elementos<br />
do espaço em evidência.<br />
A resposta para a iluminação foi aproveitar aquilo<br />
que a arquitetura de Requena protagoniza: as plantas<br />
e a madeira. A instalação de perfis faz a luz parecer<br />
irradiar naturalmente dos objetos da casa e mantém<br />
princípios importantes para o projeto arquitetônico:<br />
elegância e simplicidade.<br />
3. A luz parece irradiar<br />
das plantas e da madeira<br />
do mobiliário, elementos<br />
de maior personalidade<br />
e destaque no projeto.<br />
4. A luminária acima<br />
da mesa de trabalho oferece<br />
luz pontual para atividades<br />
como leitura e trabalho.<br />
5. A integração fluida<br />
entre ambientes foi o<br />
mote principal do projeto,<br />
assistida por um lighting<br />
design minimalista.
92 Projeto Apartamento Varanda<br />
93<br />
6<br />
o projeto de iluminação do apartamento varanda alcança<br />
a máxima arquitetônica: menos é mais<br />
6. Perfis de LED foram<br />
aplicados à parte inferior<br />
de armários e nos espelhos.<br />
8<br />
7. Aplicada à parte inferior<br />
dos armários, atrás<br />
de espelhos e da sanca, a<br />
luz indireta trouxe conforto<br />
e relaxamento às áreas<br />
privativas do apartamento.<br />
8. Jogo entre luz direta<br />
e indireta na cozinha,<br />
com aplicação dos<br />
perfis com caneleiro.<br />
7<br />
Na cozinha, um forro que acomoda a infraestrutura<br />
do edifício recebeu a aplicação de perfis com<br />
caneleiro. Nos banheiros, a iluminação foi embutida<br />
na parte inferior dos armários, atrás dos espelhos<br />
e em sanca, método que garante melhor distribuição<br />
da luz, além de propiciar intimidade e conforto.<br />
A lavanderia é rodeada por uma horta indoor e conta<br />
com sistema de iluminação linear, própria para<br />
estimular o crescimento das plantas.<br />
O projeto de iluminação do Apartamento Varanda<br />
alcança a máxima arquitetônica: menos é mais.<br />
Para valorizar o espaço e garantir uma manutenção<br />
mais econômica, o repertório de equipamentos<br />
se manteve conciso. “O projeto de iluminação deve<br />
valorizar a arquitetura e nunca se sobrepor a ela”,<br />
pontua Junia Azenha, sócia fundadora do Foco<br />
Luz e Desenho. O sistema de iluminação também<br />
é automatizado, assim como outras funções<br />
do apartamento inteligente, e possui controle de<br />
eficiência energética, reforçando o compromisso<br />
com a sustentabilidade. [GCF]<br />
Apartamento Varanda<br />
São Paulo, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
Foco Luz e Desenho<br />
Ana Karina Camasmie<br />
e Junia Azenha<br />
(titulares)<br />
Camila Concer,<br />
Giovanni Grigio<br />
e Laura Assef<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
Estudio Guto Requena<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Juliana Freitas<br />
Conclusão:<br />
2022<br />
Fornecedores:<br />
Lumini e Luxion<br />
Fotos:<br />
Maíra Acayaba
94 Projeto Museu do Jardim Botânico<br />
95<br />
do Rio de Janeiro<br />
2<br />
quando a luz<br />
1<br />
imita a vida<br />
O casarão localizado na entrada do Jardim<br />
Botânico do Rio de Janeiro que anteriormente<br />
sediava o Museu do Meio Ambiente ganhou vida<br />
com a inauguração de um novo espaço cultural<br />
e educativo. Aberto desde 8 de março deste<br />
ano, o Museu do Jardim Botânico foi fruto de<br />
uma parceria entre o JBRJ, a Shell e o Instituto<br />
de Desenvolvimento e Gestão (IDG), também<br />
responsável por gerir o Museu do Amanhã.<br />
Em oito salas distintas, o espaço mantém um<br />
acervo contendo espécimes vegetais desidratados<br />
e ilustrações botânicas que colocam o trabalho<br />
científico ao alcance do público.<br />
O projeto de iluminação é uma colaboração entre<br />
os escritórios concepDUAL e Acenda Iluminação,<br />
das lighting designers Diana Joels e Paula Carnelós.<br />
As instalações luminosas, feitas de forma a integrar<br />
o projeto expográfico, foram pensadas também<br />
como complementos à abundante luz natural que<br />
entra pelas janelas do museu.<br />
1. Placas de acrílico<br />
translúcido no forro garantem<br />
a retroiluminação do ambiente<br />
e uma agradável luz difusa. Os<br />
painéis de LED com variadas<br />
potências (9 W e 12 W) e<br />
fluxos luminosos (630 lm<br />
e 1.100 lm), associados à<br />
sua distribuição, criaram o<br />
desenho radial em torno do<br />
pilar e da arena das espécies.<br />
2. Na sala de leitura, luz em<br />
todo lugar. Na mesa central,<br />
perfis de LED integrados<br />
garantem um espaço<br />
perfeito para a apreciação<br />
do acervo literário. Luz geral<br />
homogênea promovida<br />
pelos painéis de LED 12 W,<br />
1.100 lm, 4.000 K, IRC > 80,<br />
on/off, aplicados sobre o forro<br />
modular com camada superior<br />
em acrílico translúcido.
96 Projeto Museu do Jardim Botânico<br />
97<br />
do Rio de Janeiro<br />
“A integração com a luz natural e a multiplicidade<br />
de ambiências e atmosferas foram questões<br />
que nos atraíram desde o início”, explicam as<br />
autoras do projeto. O ambiente interno do museu,<br />
tão luminoso quanto o externo, garante uma<br />
continuação da experiência de contato com a<br />
natureza e de conservação de conhecimento sobre<br />
a flora brasileira.<br />
A primeira sala da exposição recebe os visitantes<br />
com uma maquete topográfica do grandioso<br />
Jardim Botânico reduzido em 500 vezes. As luzes<br />
no ambiente têm inspirações orgânicas: um forro<br />
colmeia com iluminação instalada em diferentes<br />
alturas cria camadas que remetem à luz do sol<br />
filtrada pelas nuvens. Uma placa de acrílico<br />
translúcido suaviza esse efeito. A instalação é<br />
composta de painéis e projetores equipados com<br />
lâmpadas LED, e as paredes são iluminadas por<br />
perfis lineares.<br />
Experiência de destaque do novo espaço, a<br />
instalação Sumaúma: Copa, Casa, Cosmos<br />
proporciona uma imersão na sagrada árvore<br />
amazônica, que também integra a coleção do<br />
jardim. Nas janelas, um tratamento com tecido<br />
escuro, sombrite preto e películas nos vidros filtra<br />
a entrada de luz natural. No chão, projeções de luz<br />
e sombra imitam a textura luminosa das folhagens<br />
da sumaúma, como num passeio noturno em volta<br />
de seu tronco, sob a luz da lua cheia.<br />
Intitulada “Flora brasileira em perigo”, a sala<br />
seguinte exibe uma arena de monitoramento da<br />
flora, em que é indicado o grau de ameaça de cada<br />
espécie por meio de botões luminosos com as cores<br />
verde, amarela ou vermelha. O formato radial da<br />
instalação permite que o visitante se veja rodeado<br />
pelos detalhados desenhos botânicos, datados<br />
do século XIX. O desenho das luzes foi feito com<br />
painéis de LED de fluxos luminosos variados sobre<br />
o forro revestido com placas de acrílico translúcido,<br />
projetado em colaboração com os arquitetos<br />
responsáveis pela expografia, do Estúdio Chão.<br />
4<br />
3. O forro da sala é composto<br />
do mesmo sistema de todo<br />
o pavimento térreo: camada<br />
de forro colmeia modular<br />
sob acrílico translúcido,<br />
abaixo do qual se instalou um<br />
segundo forro de tecido tipo<br />
voil aplicado a uma estrutura<br />
metálica tridimensional.<br />
A iluminação foi instalada<br />
em diversas alturas, criando<br />
distintas camadas de luz.<br />
Painéis de LED 12 W, 1.100 lm,<br />
4.000 K, IRC > 80, on/off<br />
(efeito nuvens); projetores<br />
equipados com lâmpadas<br />
LED AR 70 4,7 W, 7º e 24º,<br />
2.700 K, IRC > 95, on/off, com<br />
máscara (efeito luz do sol).<br />
As paredes foram iluminadas<br />
de forma rasante com perfis<br />
lineares de LED 22,4 W/m,<br />
2.000 lm/m, 2.700K, IRC<br />
> 90, dimerizáveis.<br />
3<br />
5<br />
4. Para tratar a luz natural<br />
proveniente das janelas,<br />
foram aplicadas películas 3M<br />
Night Vision, com bloqueio<br />
anti-UV e transmissão de luz<br />
visível de 36%, procedimento<br />
repetido em todas as janelas<br />
do museu. Um trainel com<br />
sombrite branco também<br />
foi usado para filtrar<br />
a incidência solar direta,<br />
garantindo a legibilidade<br />
dos conteúdos expostos.<br />
5. O conteúdo presente<br />
na mesa central da sala<br />
“Expedições” tem perfis<br />
de LED 3.000 K e IRC > 90,<br />
integrados na parte superior<br />
das vitrines com emissão<br />
45º, e backlight para imagens<br />
com lente cilíndrica 30º.<br />
Sobre a mesa, pendente com<br />
tela tensionada com fitas<br />
de LED 4,8 W/m, 3.000 K,<br />
IRC > 90 garante abundância<br />
de luz homogênea.
98 Projeto Museu do Jardim Botânico<br />
99<br />
do Rio de Janeiro<br />
6<br />
“a integração com a luz natural e a<br />
multiplicidade de ambiências e atmosferas<br />
foram questões que nos atraíram desde o início”<br />
7 8<br />
Fundado para preservar a flora e fomentar a<br />
pesquisa botânica, o Jardim Botânico do Rio<br />
existe desde 1808. Seu acervo de livros, a<br />
Biblioteca Barbosa Rodrigues, foi criada em 1890<br />
e hoje possui a maior coleção de títulos sobre o<br />
tema da América Latina, com 110 mil volumes.<br />
Na sala de leitura incorporada ao Museu do Jardim<br />
Botânico, os visitantes podem folhear versões<br />
digitais de obras raras desse acervo, além dos livros<br />
físicos. A estratégia de iluminação para esse espaço<br />
foi preenchê-lo como um todo, rompendo hierarquias<br />
visuais ao integrar luz a todos os componentes<br />
(estantes, mesa, paredes e o próprio forro).<br />
No segundo pavimento, o “Jardim das espécies”<br />
hospeda uma galeria de ilustrações de espécies<br />
botânicas que flutuam em painéis de vidro<br />
iluminados por projetores instalados em sua parte<br />
superior. O efeito obtido, na ambiência escura do<br />
restante da sala, é um contraste marcante. Abaixo<br />
das ilustrações, gavetas iluminadas por perfis de<br />
LED com difusores contêm informações científicas<br />
sobre as amostras. Ao abri-las, uma nova camada<br />
de luz se sobrepõe às ilustrações, permitindo que os<br />
visitantes interajam com a exposição.<br />
Por último, as salas “Expedições” e “Laboratório”<br />
abrigam expositores com conteúdos didáticos<br />
diversos, exibidos em vitrines, caixotes e plaquetas.<br />
Perfis de LED, integrados aos móveis, garantem<br />
legibilidade, apesar da penetração de luz natural<br />
no ambiente. Acima, pendentes com telas<br />
tensionadas contribuem para o controle dos reflexos<br />
e criam situação luminosa homogênea, semelhante<br />
à de um laboratório. [GF]<br />
6. O efeito das folhas no<br />
acesso à instalação foi criado<br />
com projetores Osram Kreios<br />
G1, com fonte de luz LED<br />
20 W, 800 lm, 6.000 K, com<br />
lente ajustável e gobos<br />
com texturas de folhagem.<br />
A luz natural das janelas é<br />
filtrada com uma camada de<br />
tecido preto e uma camada<br />
de sombrite preto 70-30,<br />
além de película no vidro.<br />
7. Para iluminar os painéis<br />
de vidro, cinco projetores<br />
equipados com lâmpadas<br />
LED AR 70 4,7 W, 14º,<br />
4.000 K, IRC > 95, on/off,<br />
montados no eixo dos vidros<br />
e com recorte frontal da luz<br />
produzido pelo próprio<br />
detalhamento do móvel.<br />
Montados na parte anterior<br />
das gavetas, perfis com<br />
difusor 9,6 W/m, 1.000 lm/m,<br />
3.000 K, IRC > 90.<br />
8. Sobre a mesa central<br />
da sala “Laboratório”,<br />
pendente com tela<br />
tensionada com fitas<br />
de LED 4,8 W/m, 3.000K,<br />
IRC > 90 garante abundância<br />
de luz homogênea,<br />
complementada por perfis<br />
de LED, integrados na parte<br />
inferior da bandeja. Imagens<br />
retroiluminadas também com<br />
perfis de LED, tanto na mesa<br />
quanto no painel lateral.<br />
Museu do Jardim<br />
Botânico<br />
Rio de Janeiro, RJ<br />
Projeto de iluminação:<br />
concepDUAL<br />
e Acenda Iluminação<br />
Diana Joels<br />
e Paula Carnelós<br />
(titulares)<br />
Karina Costa<br />
e Cassio Favero<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de expografia:<br />
Estúdio Chão<br />
Adriano Carneiro<br />
de Mendonça<br />
e Antonio Pedro<br />
Coutinho (titulares)<br />
João Assad<br />
(colaborador)<br />
Direção criativa<br />
(exposição):<br />
Marina Piquet<br />
Coordenação<br />
(expografia):<br />
Caetana Lara Resende<br />
Instalação de<br />
equipamentos<br />
de iluminação:<br />
Fabrício Mendonça<br />
Cenotécnica:<br />
Camuflagem<br />
Cliente:<br />
Instituto de<br />
Desenvolvimento<br />
e Gestão (IDG)<br />
Conclusão:<br />
2024<br />
Fornecedores:<br />
Alfalux, Gobos do<br />
Brasil, Lemca, Lumini,<br />
Mecalux, Tensoflex,<br />
Stella e 3M<br />
Fotos:<br />
Renato Mangolin
100 Projeto Breton Dubai<br />
101<br />
made in brazil<br />
Em fevereiro deste ano, a Breton, marca<br />
brasileira de móveis de alto padrão, deu início<br />
à sua expansão internacional abrindo uma loja<br />
de 2.300 m² em Dubai, nos Emirados Árabes.<br />
Localizada no bairro residencial de Al Wasl Road,<br />
a flagship ocupa um edifício de esquina que teve a<br />
estrutura totalmente reformada. A inauguração<br />
celebra os 55 anos da empresa e estabelece sua<br />
entrada nos mercados do exterior.<br />
Para imprimir a imagem da marca no imóvel,<br />
o escritório Fernanda Marques propôs a Galeria<br />
de Vidro – um cubo flutuante de concreto<br />
e vidro sem colunas visíveis, destinado a abrigar<br />
novos lançamentos. De arquitetura minimalista<br />
e transparente, esse anexo, disposto em “L”<br />
com a casa principal, adiciona vida e inovação<br />
ao conjunto.<br />
O cubo de vidro rompe com<br />
o aspecto clássico do edifício<br />
residencial, expressando a<br />
vertente contemporânea da<br />
marca. O projeto de iluminação<br />
trabalha livremente com ambas<br />
as expressões, adequando-se<br />
a cada uma e entendendo-as<br />
como parte da mesma marca.
102 Projeto Breton Dubai<br />
103<br />
2 3<br />
4<br />
5<br />
Pensando em atender às necessidades estéticas,<br />
funcionais e econômicas da estrutura, o escritório<br />
franco+berriel desenvolveu projeto de lighting<br />
design que expressa elegância e sofisticação.<br />
A casa existente, de dois pavimentos, possui<br />
fachada simétrica, com uma colunata de pé-direito<br />
duplo e acesso ao centro do conjunto.<br />
Em discussões conceituais, a equipe do escritório<br />
de iluminação ponderou que a junção dessas duas<br />
arquiteturas tão diversas demonstrava o conceito<br />
da Breton; um edifício existente, clássico, mais<br />
fechado ao exterior, contendo uma ideia de “luxo”,<br />
contraposto a um volume transparente, flutuante,<br />
permeando generosamente interior e exterior.<br />
Essa dualidade foi a base para o projeto.<br />
A disposição de pilares no interior da casa divide<br />
o espaço em faixas longitudinais. Por isso, foram<br />
instalados trilhos eletrificados no forro, deixando<br />
livres os centros dessas faixas. Os trilhos acolhem<br />
projetores de facho médio para os destaques,<br />
enquanto a luz geral provém de pequenas luminárias<br />
fixas de facho aberto. Com isso, garante-se um teto<br />
organizado e paginado com a arquitetura.<br />
O acesso ao piso superior se dá por uma escadaria<br />
ao fundo. A partir dela, os trilhos seguem paralelos<br />
em direção à fachada frontal, onde descrevem<br />
um “L”, alinhando-se com a fachada, o que indica<br />
visualmente o percurso. Esse desenho abraça<br />
o ambiente Breton XPerience, iluminado por uma<br />
colmeia de madeira que filtra a luz proveniente<br />
de um sistema de tela tensionada, emanando<br />
uma delicada luz difusa.<br />
De volta ao térreo, além das áreas de backoffice,<br />
dispostas ao longo de uma edícula, passa-se<br />
por uma área de transição de teto único (em lona<br />
tensionada) por onde se chega à Galeria de Vidro<br />
– cujo forro é novamente em colmeia, como<br />
a descrita anteriormente.<br />
Para resolver aspectos de manutenção e dar<br />
destaque aos produtos, a colmeia foi fracionada<br />
em panos menores, criando canaletas com trilhos<br />
eletrificados que abrigam projetores de destaque<br />
aos produtos. O lighting designer Gilberto Franco,<br />
sócio do franco+berriel, comenta que foi necessário<br />
um minucioso trabalho de muitas mãos para<br />
compatibilizar o jogo de nichos e colmeias com as<br />
demais instalações.<br />
Nas áreas internas, foi dada ênfase ao jardim que<br />
é circundado pelos edifícios, com balizadores e<br />
marcações de degraus com fitas LED. A colunata<br />
do imóvel existente recebeu barras difusas de<br />
LED com luz direta, reforçando sua verticalidade<br />
e em acordo com proposta do próprio cliente.<br />
Em consonância com a proposta da loja, o espaço<br />
interno foi resolvido todo com luminárias made in<br />
BraziI, o que reforça seu forte senso de identidade<br />
em meio à cidade árabe. Em ambicioso movimento,<br />
a Breton se anuncia de modo triunfal ao mundo,<br />
fruto de um projeto que une o melhor da arquitetura,<br />
da iluminação e do design brasileiros. [GCF]<br />
2. Linhas de luz direta na<br />
colunata (5 W/m, 3.000 K,<br />
com difusores) ressaltam<br />
a verticalidade do edifício,<br />
enquanto a iluminação<br />
escondida nos degraus<br />
e nas floreiras (5 W/m, 3.000 K)<br />
contrapõe-se horizontalmente.<br />
3. A transição entre<br />
edifícios é marcada<br />
por um teto luminoso<br />
único, em tela tensionada<br />
translúcida (3.000 K).<br />
4. Em direção ao fundo<br />
da loja, trilhos eletrificados<br />
acomodam-se à divisão<br />
dos ambientes criadas<br />
por pilares e outros<br />
elementos. Neles, projetores<br />
orientáveis (12,5 W; 38°;<br />
3.000 K) destacam produtos.<br />
A iluminação geral é dada<br />
por pequenas luminárias,<br />
quase invisíveis para quem<br />
olha (13,2 W; 857 lm; 48°;<br />
3.000 K; dimerizáveis).<br />
5. Um teto luminoso<br />
único, em tela tensionada<br />
(3.000 K), provê iluminação<br />
geral difusa ao mobiliário<br />
do ambiente de transição.
104 Projeto Breton Dubai<br />
105<br />
6<br />
8<br />
Breton Dubai<br />
Dubai, Emirados<br />
Árabes Unidos<br />
Projeto de iluminação:<br />
franco+berriel<br />
Gilberto Franco e<br />
Livia Berriel (titulares)<br />
Amanda Toranzo<br />
e Juliana Vicenzi<br />
(coordenadoras)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
Fernanda Marques<br />
Arquitetura (Galeria<br />
de Vidro)<br />
Equipe interna Breton<br />
(demais áreas)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Equipe interna Breton<br />
Nome do cliente:<br />
Breton<br />
Conclusão:<br />
2024<br />
Fornecedores:<br />
Lumini<br />
Fotos:<br />
Catalin Marin<br />
7<br />
o espaço interno é permeado por luminárias<br />
made in BraziI, o que reforça o seu forte senso<br />
de identidade em meio à cidade árabe<br />
7. No cubo de vidro,<br />
projetores ocultos em<br />
canaletas (12,5 W; 25°;<br />
3.000 K) complementam<br />
a iluminação geral,<br />
sem que os vejamos.<br />
Ao fracionar a colmeia,<br />
canaletas viabilizam<br />
a manutenção da tela<br />
tensionada sobre o forro.<br />
8. Como em outras lojas<br />
Breton, uma sanca periférica<br />
(25 W/m, 3.000 K) demarca<br />
o limite entre teto e parede.<br />
Pequenas luminárias, quase<br />
invisíveis, provêm iluminação<br />
geral (13,2 W, 857 lm, 48°,<br />
3.000 K dimerizáveis).<br />
8. Uma luz diáfana,<br />
proveniente de nichos<br />
com tela tensionada<br />
(iluminação difusa,<br />
3.000 K) e filtrada por colmeia<br />
de madeira, reforça a pureza<br />
estrutural da edificação<br />
e ilumina homogeneamente<br />
os produtos.<br />
Canaletas transversais<br />
segmentam a colmeia,<br />
facilitando a lona tensionada<br />
sobre ela, e abrigam trilhos<br />
com projetores ocultos,<br />
para destaque dos produtos<br />
(12,5 W; 25°; 3.000 K;<br />
dimerizáveis). Barras de LED<br />
difusas (3.000 K) fazem flutuar<br />
o volume sobre o piso.
106 Projeto 35ª Bienal de São Paulo,<br />
107<br />
Coreografias do Impossível<br />
cenografias<br />
do impossível<br />
2<br />
1<br />
1. Grande vão do Pavilhão da<br />
Bienal fechado por painéis<br />
O gesto ousado da arquitetura<br />
pediu protagonismo nessa<br />
parte da exposição, e a luz<br />
foi responsável por reforçar<br />
as curvaturas, iluminando as<br />
superfícies de maneira<br />
desigual e valorizando,<br />
assim, as sinuosidades<br />
(elipsoidal halógena 575 W,<br />
14.900 lm, 50°, com recorte<br />
3.000 K, IRC 100).<br />
2. As peças gigantescas<br />
de metal, de autoria<br />
de Torkwase Dyson,<br />
contrastam com o fundo<br />
branco, tanto no pavimento<br />
inferior quanto no vão<br />
central do edifício, fechado<br />
por painéis curvos. A luz<br />
recortada nas peças buscou<br />
ressaltar sua presença<br />
e gerar reflexos e brilhos<br />
nas superfícies.<br />
Figura: Elipsoidal halógena<br />
575 W, 14.900 lm, 50°, com<br />
recorte 3.000 K, IRC 100.<br />
Fundo: PAR 30 LED<br />
9 W, 900 lm, 25°, 3.000 K,<br />
IRC > 80; filtros difusores Lee<br />
750 e 251 e corretivo Lee 218.<br />
IRC > 80; Filtros difusores Lee<br />
750 e 25 e corretivo Lee 218.
108 Projeto 35ª Bienal de São Paulo,<br />
109<br />
Coreografias do Impossível<br />
3 4<br />
5<br />
Cada Bienal é uma Bienal. Sempre no mesmo<br />
lugar, nunca do mesmo jeito. Um monumental<br />
pavilhão de 30 mil metros quadrados de área,<br />
o Ciccilo Matarazzo, projeto de Oscar Niemeyer,<br />
sedia o evento desde 1963, ocupando o coração<br />
do Parque Ibirapuera, em São Paulo.<br />
Desde seu surgimento, a Bienal propõe um contato<br />
entre o público paulistano e a arte moderna de todo<br />
o mundo. A cada dois anos, artistas expõem<br />
nos pavimentos do Ciccilo Matarazzo trabalhos<br />
das mais diversas escolas e origens.<br />
Eis o desafio que se apresentou à lighting<br />
designer Fernanda Carvalho ao ser convidada<br />
para iluminar a 35ª Bienal de São Paulo, Coreografias<br />
do impossível, a terceira de sua carreira:<br />
como a atualizar para as necessidades de cada<br />
artista. De 6 de setembro a 10 de dezembro de 2023,<br />
o evento expôs obras de 121 artistas diferentes, cada<br />
um com seu estilo, sua materialidade e sua visão.<br />
Suas duas prioridades eram: democratizar<br />
as luzes, para não criar entre as obras qualquer<br />
hierarquia visual, e mediar, com as instalações,<br />
o jogo entre luz natural e artificial. Para atender<br />
à primeira, foi necessário um mapeamento de fluxos<br />
e percursos que os espaços permitiriam, além de um<br />
estudo meticuloso da materialidade de cada obra.<br />
As escolhas passaram pela aprovação dos autores<br />
das peças expostas, garantindo que a iluminação<br />
estivesse de acordo com sua visão artística.<br />
“o trabalho com exposições é nosso<br />
dna, desenhamos a luz na fronteira<br />
entre a arquitetura e o teatro a partir<br />
de desejos visuais”<br />
3. Em primeiro plano,<br />
esculturas de Rubem<br />
Valentim, ao fundo,<br />
fotografias de Januário Jano.<br />
Para equilibrar os brilhos<br />
entre esculturas e fundo,<br />
ambos brancos, foi aplicada<br />
luz bem concentrada em dois<br />
ângulos, frente e contraluz,<br />
para cada peça. O fundo<br />
iluminado criou contexto para<br />
as figuras, ainda que fossem<br />
da mesma cor (PAR 38 LED<br />
13 W, 1.400 lm, 25°, 3.000 K,<br />
IRC > 80; AR111 LED<br />
12 W, 12°, 800 lm, 2.700 K,<br />
IRC > 80; filtros difusores<br />
Lee 750 e 251).<br />
4. A luz se concentra<br />
no trabalho de Geraldine<br />
Javier, sem escapar muito<br />
para as áreas do entorno.<br />
O desafio foi encontrar<br />
ângulos de incidência<br />
que revelassem os desenhos<br />
delicados suspensos, evitando<br />
reflexos e distância excessiva<br />
entre as peças (AR111 LED<br />
12 W, 24°, 800 lm, 2.700 K,<br />
IRC > 80; filtros difusores<br />
Lee 750 e barndoor).<br />
5. Uma luz teatral banha<br />
a instalação de Citra<br />
Sasmita. As paredes<br />
em vermelho queimado foram<br />
iluminadas suavemente,<br />
criando fundo e contexto<br />
para as obras suspensas. A<br />
figura posicionada no piso<br />
recebeu luz pontual, para dar<br />
destaque (Mini elipso LED<br />
40 W, 55°, 3.000 K, IRC > 90;<br />
AR111 LED 12 W, 24° e 10°,<br />
800 lm, 2.700 K, IRC > 80;<br />
PAR 30 LED 9 W, 900 lm,<br />
25°, 3.000 K, IRC > 80; filtros<br />
difusores Lee 750 e 251).<br />
6. Relevo de<br />
Emanoel Araújo. A luz é<br />
composta de duas camadas.<br />
A primeira lava suavemente<br />
a parede, de forma<br />
difusa. A segunda é mais<br />
concentrada no relevo, a fim<br />
de destacá-lo, reforçando<br />
as sombras, fundamentais<br />
para a percepção da<br />
tridimensionalidade da peça<br />
(PAR 30 LED 9 W, 900 lm,<br />
25°, 3.000 K, IRC > 80;<br />
AR111 LED 12 W, 12°, 800 lm,<br />
2.700 K, IRC > 80; filtros<br />
difusores Lee 750 e 251).<br />
6
110 Projeto 35ª Bienal de São Paulo,<br />
111<br />
Coreografias do Impossível<br />
7<br />
8<br />
7. Em primeiro plano,<br />
trabalhos de Arthur<br />
Bispo do Rosário e, ao<br />
fundo, de Ellen Gallagher.<br />
As obras de Bispo foram<br />
iluminadas individualmente<br />
com intensidade<br />
rigorosamente limitada a<br />
50 lux, devido à fragilidade do<br />
material. A obra de Gallagher<br />
recebe luz mais concentrada,<br />
deixando a parede com<br />
menor incidência de luz<br />
(Mini elipso LED 40 W, 55°,<br />
3.000 K, IRC > 90; AR111<br />
LED 12 W, 24°, 800 lm,<br />
2.700 K, IRC > 80; filtros<br />
difusores Lee 750 e 251).<br />
8. Os painéis suspensos<br />
de Mohnira Sohl foram<br />
iluminados com o cuidado<br />
de trabalhar os brilhos<br />
e os reflexos, já que<br />
os materiais diversos refletem<br />
a luz de maneiras inesperadas.<br />
A incidência de luz natural,<br />
abundante durante o dia,é<br />
equilibrada com intensidades<br />
luminosas diversas<br />
(PAR 38 LED 13 W, 1.400 lm,<br />
25°, 3.000 K, IRC > 80; filtros<br />
difusores Lee 750 e 251).<br />
9. A luz banha o painel<br />
do artista Denilson Baniwa,<br />
escurecendo as bordas<br />
da parede e limitandose<br />
para não vazar para o<br />
piso. O piso escurecido<br />
favorece que a pedra seja<br />
ressaltada pela luz lateral,<br />
que a destaca do fundo<br />
(PAR 30 LED 9 W, 900 lm,<br />
25°, 3.000 K, IRC > 80;<br />
AR111 LED 12 W, 12°, 800 lm,<br />
2.700 K, IRC > 80; filtros<br />
difusores Lee 750 e 251).<br />
Os arquitetos Anna Juni, Enk te Winkel e Gustavo<br />
Delonero, do escritório Vão, criaram um projeto<br />
de expografia que dialogava com a arquitetura<br />
do pavilhão, em gestos ousados de intervenção.<br />
No vão central, foram instalados painéis curvos<br />
que lançam o espaço em uma nova “coreografia”,<br />
provocando o público a imaginar novas interações<br />
com o espaço. As paredes tiveram sua sinuosidade<br />
acentuada por uma iluminação desigual, também<br />
propondo uma nova visualidade do espaço.<br />
Essa intervenção também apontou novas<br />
alternativas de arranjo para as obras: em cada<br />
pavimento, elas foram dispostas de maneira diversa,<br />
ora se aproximando visualmente, em espaços<br />
coletivos, ora ocupando salas individuais.<br />
A lighting designer Fernanda Carvalho comenta que,<br />
para conseguir uma distribuição equilibrada de luz<br />
natural, abundante em partes do pavilhão e limitada<br />
em outras, foi necessário um mapeamento<br />
das camadas de luz e dos planos verticais<br />
em cada pavimento. Para além da abordagem<br />
pragmática,no entanto, entraram para a conta<br />
as relações de figura e fundo que algumas<br />
perspectivas visuais trariam. Assim, paredes<br />
brancas foram iluminadas, tanto para acentuar<br />
uma composição arquitetônica quanto para criar<br />
fundo luminoso para um trabalho.<br />
Pensando na experiência noturna, algumas obras,<br />
como o móbile de Geraldine Javier, receberam luz<br />
concentrada, com o cuidado de encontrar ângulos de<br />
incidência que revelassem os desenhos suspensos,<br />
evitando reflexos e sombras entre as peças.<br />
Os maiores desafios do projeto, a monumentalidade<br />
do pavilhão e sua enorme quantidade de área<br />
expositiva, também foram abarcados pelo projeto<br />
de iluminação. Áreas vazias, quando iluminadas,<br />
transformavam-se em importantes transições entre<br />
obras relacionadas. Contudo, a própria distância<br />
permitiu que, com a luz certa, as peças fossem<br />
vislumbradas como paisagens de onde quer<br />
que se estivesse. [GCF]<br />
9<br />
35ª Bienal de São<br />
Paulo – Coreografias<br />
do Impossível<br />
São Paulo, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
Fernanda Carvalho<br />
Lighting Design<br />
Fernando Carvalho e<br />
Emilia Ramos (titulares)<br />
Luana Alves,<br />
Cristina Souto<br />
e Vini Hideki<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de expografia:<br />
Vão<br />
Anna Juni,<br />
Enk te Winkel<br />
e Gustavo Delonero<br />
(titulares)<br />
Curadores:<br />
Diane Lima,<br />
Grada Kilomba,<br />
Hélio Menezes<br />
e Manuel Borja-Villel<br />
Cliente:<br />
Fundação Bienal<br />
de São Paulo<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
Belight Iluminação<br />
Fotos:<br />
Feco Hamburger
112 Projeto Casa Subtração<br />
113<br />
1 2<br />
3<br />
luz<br />
essencial<br />
1. A laje de concreto<br />
rebate a luz dos abajures<br />
e colunas de piso e dos<br />
projetores e LED embutidos<br />
no piso (800 lm; 33°) no<br />
terraço adjacente.<br />
2. A piscina,<br />
estrategicamente posicionada<br />
na primeira laje, emana<br />
uma luz suave, proveniente<br />
de um sistema de fibra<br />
óptica. Essencial tanto para<br />
a arquitetura quanto<br />
para a iluminação, o<br />
paisagismo completa<br />
e estrutura espaços<br />
internos e externos.<br />
3. Vista da escada de acesso<br />
principal. Ao fundo, é possível<br />
ver a área de estar iluminada<br />
por abajures e colunas<br />
conectados a tomadas<br />
comandadas de piso. O teto<br />
de concreto rebate a luz<br />
de forma agradável e difusa.
114 Projeto Casa Subtração<br />
115<br />
4 Os vazios, além de proporcionar vistas generosas<br />
e variadas, incentivam o contato visual entre<br />
as pessoas da casa, seja na sala, no jardim<br />
da garagem – onde a vegetação se estende pelos<br />
vãos – ou na piscina. Esta última, estrategicamente<br />
posicionada na primeira laje, rompe com a rigidez<br />
das bordas dos planos organizadores do partido<br />
arquitetônico, emanando uma luz suave à noite.<br />
5<br />
O paisagismo é um elemento essencial não só da<br />
arquitetura, mas também do projeto luminotécnico,<br />
que faz uso de projetores sobrepostos à vegetação<br />
para iluminar as lajes que, ao rebater a luz,<br />
proporcionam uma iluminação difusa e homogênea<br />
que revela a volumetria arquitetônica angular<br />
e dinâmica.<br />
Situada em um condomínio em Bragança<br />
Paulista, São Paulo, a Casa Subtração, projetada<br />
pelo escritório FGMF, é configurada por duas<br />
lajes de concreto aparente recortadas de<br />
forma a criar passarelas e vazios atravessados<br />
pela luz natural e pelos jardins. Em harmonia<br />
com a arquitetura minimalista, livre de excessos,<br />
o projeto de iluminação criado pelo escritório<br />
Castilha Iluminação se ateve ao essencial,<br />
buscando a fusão da luz com a arquitetura marcada<br />
pela horizontalidade acentuada.<br />
Um dos principais objetivos do projeto<br />
era liberar as lajes da presença dos equipamentos<br />
de iluminação, convertendo os planos de<br />
concreto em rebatedores da luz proveniente do<br />
piso e dos jardins que permeiam os espaços internos<br />
e externos. Na área de estar, a iluminação se dá<br />
exclusivamente por abajures e colunas conectados<br />
a tomadas comandadas de piso, que iluminam<br />
os espaços de forma agradável e aconchegante.<br />
6<br />
7<br />
4. Projetores de LED<br />
embutidos no piso<br />
ou sobrepostos em meio<br />
à vegetação (800 lm;<br />
2.700 K; 30° a 40°) jogam<br />
a luz para a laje de concreto,<br />
que, por sua vez, rebate a luz<br />
para as circulações de acesso.<br />
5. A alameda de acesso<br />
é iluminada pelos postinhos<br />
balizadores do tipo “raio<br />
de luz” de 3 W. Sob<br />
as lajes, a iluminação<br />
rebatida é proveniente<br />
de projetores e piso<br />
(LED 33° a 40°; 800 lm;<br />
2.700 K), ora embutidos, ora<br />
sobrepostos na vegetação.<br />
6. A piscina é iluminada<br />
internamente por sistema de<br />
fibra óptica. A área de estar<br />
adjacente é iluminada por<br />
4 minispots sobrepostos na<br />
laje (LED 6,6 W; 510 lm; 36°).<br />
7. A iluminação que<br />
emana de abajures,<br />
projetores de piso e iluminação<br />
da piscina revela e valoriza<br />
a grande laje que define<br />
o partido arquitetônico.
116 Projeto Casa Subtração<br />
117<br />
“o arrojo conceitual da arquitetura<br />
demandou o mesmo arrojo da iluminação”<br />
Embutidos diretamente<br />
nos rebaixos moldados<br />
na laje, segmentos de perfis<br />
wall washer (2.000 lm/m)<br />
iluminam os quadros, além<br />
de proporcionar uma luz<br />
difusanas circulações.<br />
Na área de estar,<br />
a iluminação se dá<br />
exclusivamente por<br />
abajures e colunas<br />
conectados a tomadas<br />
comandadas de piso.<br />
Casa Subtração<br />
Bragança Paulista, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
Castilha Iluminação<br />
Marcos Castilha (titular)<br />
Rafaela Ferraz Campos<br />
(colaboradora)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
FGMF<br />
Fernando Forte,<br />
Lourenço Gimenes<br />
e Rodrigo Marcondes<br />
Ferraz (titulares)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Kalil Ferre<br />
Conclusão:<br />
2022<br />
Fornecedores:<br />
FASA Fibra Ótica,<br />
Ledplus, Lemca, Lumini,<br />
Power Lume e Stella<br />
Fotos:<br />
Fran Parente<br />
Marcos Castilha, arquiteto titular do Castilha<br />
Iluminação, conta que foram empregados<br />
predominantemente equipamentos de piso,<br />
como projetores embutidos e microbalizadores<br />
tipo side light, e, nas áreas de estar, abajures<br />
e colunas. “O teto [como suporte de luz] é utilizado<br />
em situações muito específicas e emblemáticas,<br />
como, por exemplo, nos pendentes da mesa<br />
de jantar e nos segmentos de perfis wall washers<br />
para iluminação de obras de arte nas circulações”,<br />
acrescenta Castilha.<br />
Ele conta que um dos desafios do projeto foi<br />
justamente o embutimento de alguns equipamentos<br />
direto no concreto, o que exigiu a previsão de fontes<br />
de alimentação em local remoto, com respectivo<br />
cabeamento. “O arrojo conceitual da arquitetura<br />
demandou o mesmo arrojo da iluminação”, conclui<br />
o lighting designer. [VF]
118 Projeto estudiobola<br />
119<br />
1 e 2. Na fachada,<br />
projetores wall washer LED<br />
de facho elíptico (15° × 45°),<br />
36 W, 1.800 lm, 3.000 K,<br />
IRC > 90 são fixados em<br />
canaleta junto ao trilho<br />
no topo, iluminando-a de<br />
forma rasante, criando o<br />
efeito de uma “casa ao<br />
avesso”. Solução similar<br />
foi adotada no muro.<br />
1<br />
Há mais de duas décadas, o estudiobola<br />
assina a criação de produtos com desenho<br />
autoral e simplicidade formal. A marca foi<br />
fundada pelos arquitetos Flavio Borsato e<br />
Mauricio Lamosa em 2002 e desde então cria<br />
itens de mobília e iluminação que desafiam<br />
modismos, tendo a atemporalidade como norte.<br />
Inaugurado em dezembro de 2023, um novo<br />
showroom da marca ocupa um antigo sobrado na<br />
Alameda Gabriel Monteiro da Silva, em São Paulo,<br />
importante via para o mundo da decoração. A<br />
casa possui recuo frontal, jardim aos fundos<br />
e acesso lateral. Da rua, vê-se apenas uma<br />
pequena abertura dos pisos térreo e superior,<br />
através de “cortinas” de lona que desvelam<br />
fragmentos dos móveis expostos no espaço.<br />
A inauguração faz parte da comemoração<br />
de 20 anos do estudiobola, que, além dos novos<br />
pontos de venda, somando três na capital paulista,<br />
trouxe um novo visual para cada uma das lojas.<br />
O projeto de arquitetura para as unidades ficou<br />
a cargo do escritório Superlimão. Trabalhando<br />
de forma complementar aos arquitetos, as lighting<br />
designers Cláudia Borges Shimabukuro e<br />
Letícia Mariotto, da Lit Arquitetura de Iluminação,<br />
desenvolveram soluções de iluminação<br />
baseadas no novo conceito do estudiobola.<br />
Como a alameda concentra mais de cem<br />
estabelecimentos do segmento home decor,<br />
era importante que a fachada do estudiobola,<br />
apesar de discreta, convidasse os transeuntes<br />
para o interior do showroom. Para isso, um<br />
trilho alongado com projetores lineares de<br />
facho elíptico no topo do sobrado proporciona<br />
iluminação rasante nas cortinas. A sensação<br />
é a de estar observando uma casa ao avesso,<br />
por uma janela que mira de fora para dentro.<br />
As plantas no entorno da casa foram iluminadas<br />
por projetores baixos, instalados no solo.<br />
Para criar diálogo entre as novas lojas,<br />
foram adotadas soluções similares, como<br />
os rodapés iluminados e as telas tensionadas<br />
que lembram claraboias. Desde a entrada,<br />
no hall de distribuição, essas telas preenchem<br />
o espaço com uma luz uniforme.<br />
O salão frontal do térreo, parcialmente<br />
revelado pela brecha nas cortinas, é iluminado<br />
de forma suave. No teto, luminárias com<br />
sistema antiofuscamento são distribuídas<br />
de forma a minimizar sombras e contrastes<br />
e evidenciar o layout da mobília. A sala,<br />
apesar de lembrar muito o cômodo de uma<br />
casa, também cria uma espécie de galeria,<br />
onde os móveis são as obras de arte.<br />
avesso<br />
2<br />
casa ao
120 Projeto estudiobola<br />
121<br />
3<br />
3. A tela tensionada<br />
ocupando a parede<br />
dá destaque ao desenho<br />
autoral das peças de mobília.<br />
4. Hall de distribuição com<br />
forro de tela tensionada<br />
com iluminação por<br />
backlight com fitas de<br />
LED 4,8 W/m, 3.000 K,<br />
IRC > 80, dimerizável.<br />
Ao fundo, bancada<br />
de atendimento sob<br />
vazio da escada.<br />
5. Salão frontal<br />
com distribuição de luminárias<br />
embutidas fixas com<br />
louver tipo darklight<br />
branco para LED (12 W,<br />
1.166 lm, 48°, IRC > 90)<br />
e orientáveis cilíndricas LED<br />
(9 W, 758 lm, 36°, 3.000 K,<br />
IRC > 90) para a estante.<br />
Montagem na parede com tela<br />
tensionada de iluminação<br />
por backlight com fitas<br />
de LED (4,8 W/m, 3.000 K,<br />
IRC > 80, dimerizáveis).<br />
4<br />
a sensação é a de estar observando uma casa ao<br />
avesso, por uma janela que mira de fora para dentro<br />
5
122 Projeto estudiobola<br />
123<br />
6<br />
8<br />
estudiobola<br />
São Paulo, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
Lit Arquitetura<br />
de Iluminação<br />
Cláudia Borges<br />
Shimabukuro e Letícia<br />
Mariotto (titulares)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
Superlimão<br />
Antonio Carlos Laraia<br />
Figueira de Mello,<br />
Lula Gouveia e Thiago<br />
Rodrigues (titulares)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Renata Fanti<br />
Cliente:<br />
estudiobola<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
Direct Light,<br />
Ledvance, Lemca,<br />
LightDesign Exporlux,<br />
Lumini, Omega Light<br />
e Tensoflex<br />
Fotos:<br />
Gui Gomes<br />
7<br />
A parede que divide os cômodos é ocupada por<br />
uma grande tela tensionada para iluminação<br />
homogênea do ambiente, além de desenhar<br />
a silhueta de uma estante fixa. Os objetos<br />
expostos nas prateleiras são destacados<br />
frontalmente graças a luminárias cilíndricas<br />
e orientáveis embutidas no forro.<br />
Presentes em muitos dos espaços da casa,<br />
as lamelas acústicas ou baffles cor de areia<br />
no teto fazem mais que diminuir ruídos. Elas foram<br />
pensadas para reduzir de forma aconchegante o pédireito<br />
e ocultar as luminárias embutidas no forro.<br />
Com abundante luz natural, o jardim que<br />
se abre no salão ao fundo traz um respiro para<br />
a prosa visual da loja. Esse espaço também<br />
é iluminado por uma configuração de projetores<br />
aéreos em postes baixos no solo e balizadores<br />
altos e discretos, a depender do plantio.<br />
O pavimento superior, todo aberto, tem em seu forro<br />
um sistema linear com módulos focais de luminárias<br />
fixas de facho aberto e controle antiofuscamento,<br />
assim como no térreo, além de miniprojetores<br />
de facho um pouco mais concentrado, para atingir<br />
pontos específicos. O efeito rasante, que no térreo<br />
está no rodapé, aqui passa para o teto, e permite<br />
que a luz “desça” pela textura das paredes. [GCF]<br />
6. Vista do salão frontal<br />
desde os fundos, mostrando<br />
distribuição de luminárias<br />
embutidas fixas com louver<br />
tipo darklight branco para<br />
LED (12 W, 1.166 lm,<br />
48°, 3.000 K, IRC > 90)<br />
entre baffles, montagem<br />
na parede e teto com tela<br />
tensionada com iluminação<br />
por backlight, dimerizável.<br />
7. Salão do pavimento<br />
superior com sistema<br />
linear embutido no forro,<br />
com módulos fixos<br />
de destaque contendo louver<br />
tipo darklight branco para LED<br />
(4 W, 522 lm, 48°, 3.000 K,<br />
IRC > 90) e projetores LED<br />
(8 W, 746 lm, 36°, IRC > 90).<br />
Perfil de LED com difusor alto<br />
para fita de LED (15 W/m,<br />
1.241 lm/m, 3.000 K, IRC > 90)<br />
oculto em tabica de 5 cm.<br />
8. Salão dos fundos,<br />
com vista para o jardim.<br />
Luminárias embutidas fixas<br />
com louver tipo darklight<br />
branco para LED (12 W,<br />
1.166 lm, 48°, 3.000 K,<br />
IRC > 90) foram acomodadas<br />
entre baffles. O rodapé<br />
luminoso, desenhado<br />
especialmente para a marca,<br />
possui lente para facho<br />
de 30° e fita de LED long<br />
run (9,6 W/m, 870 lm/m,<br />
3.000 K, IRC > 80).
124 Projeto Câmara de Dirigentes Lojistas<br />
125<br />
1<br />
1. No escritório<br />
do 5º pavimento<br />
foram usados pendentes<br />
especiais com régua<br />
de LED (12 W/50 cm,<br />
3.000 K, 1.260 lm/50 cm,<br />
IRC > 90) para proporcionar<br />
500 lux nas mesas<br />
de trabalho, em conformidade<br />
com as normas. O espaço<br />
de estar conta com luminárias<br />
redondas do tipo plafon<br />
com fita LED (20 W/12 V,<br />
3.000 K, com driver).<br />
2<br />
curvas, cores e luz<br />
Na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), um prédio<br />
de nove andares localizado em Belo Horizonte,<br />
os espaços coloridos, flexíveis e multifuncionais<br />
promovem uma dinâmica fluida que incentiva a<br />
conexão e a colaboração entre usuários do edifício.<br />
O projeto de iluminação, criado pelo escritório<br />
Arquitetura e Luz, deveria refletir, de forma<br />
singular e coerente, a identidade corporativa<br />
materializada pelo projeto de arquitetura<br />
de autoria da Óbvio Arquitetura.<br />
O traço curvo compõe elementos da arquitetura<br />
de interiores, sobretudo os da marcenaria, com<br />
destaque para os espaços compartilhados,<br />
com uso flexível, nos quais os painéis<br />
que percorre vertical e horizontalmente o espaço<br />
criam peças que “abraçam” o mobiliário,<br />
sem comprometer a integração espacial.<br />
O projeto de iluminação se apropria desses<br />
e de outros elementos de marcenaria para<br />
criar soluções exclusivas que, além de reforçar<br />
a atmosfera lúdica da arquitetura, cumprem<br />
os requisitos de funcionalidade e conforto visual.<br />
“O desafio do projeto luminotécnico foi adotar<br />
soluções utilizando linhas retas e curvas ao mesmo<br />
tempo, sem perder a harmonia e a leveza<br />
juntamente com todos os elementos do projeto<br />
de arquitetura”, explica Sônia Maria Santos Mendes,<br />
arquiteta titular do escritório Arquitetura e Luz.<br />
Para facilitar a manutenção, o cliente solicitou<br />
que lâmpadas e fitas de LED predominassem<br />
no espaço em vez de LEDs integrados. “Isso nos foi<br />
solicitado tecnicamente para facilitar manutenções<br />
futuras, que, dessa forma, deveriam acontecer<br />
mais rapidamente e sem a dependência de fábricas<br />
e de fornecedores”, acrescenta a lighting designer.<br />
2. O refeitório é iluminado<br />
por perfis lineares com réguas<br />
de LED (12 W/50 cm, 3.000 K,<br />
1.260 lm/50 cm, IRC > 90).<br />
Nas áreas de descompressão,<br />
luminárias pendentes<br />
redondas com fita de LED<br />
(12 W/12 V, 3.000 K, 1.040 lm)<br />
instaladas na parte interna<br />
do aro proporcionam uma<br />
luz indireta e suave. Os<br />
drivers estão localizados<br />
dentro das canoplas<br />
das luminárias do teto.<br />
3. Na copa do 4º pavimento,<br />
os miniplafons redondos (LED<br />
3 W, MR-11, base GU-10)<br />
embutidos de forma aleatória<br />
no teto de madeira reforçam<br />
a atmosfera lúdica do espaço.<br />
Nas mesas de trabalho, foram<br />
usados pendentes retos<br />
com bordas curvas (réguas<br />
de LED 12 W/50 cm, 3.000 K,<br />
1.260 lm/50 cm, IRC > 90).<br />
Nos detalhes dos armários<br />
da copa, foram utilizados<br />
perfis com fita rígida (LED<br />
12 W/12 V, 3.000 K, 1.040 lm).<br />
4. No 5º e no 6º pavimento,<br />
as pequenas ilhas com mesas<br />
de trabalho para reuniões<br />
informais são discretamente<br />
iluminadas por microplafons<br />
embutidos no forro de gesso,<br />
criando efeito de luz pontual<br />
com 3 focos recuados<br />
em LED integrado (1,6 W;<br />
34°; 3.000 K; 567 lm).<br />
3<br />
4
126 Projeto Câmara de Dirigentes Lojistas<br />
127<br />
5. Na sala de reunião<br />
da diretoria, perfis lineares<br />
pendentes com réguas<br />
de LED (12 W/50 cm,<br />
3.000 K, 1.260 lm/50 cm,<br />
IRC > 90) foram especialmente<br />
dimensionados para o forro<br />
curvo de madeira. Para<br />
apresentações audiovisuais,<br />
em que é necessária pouca<br />
luz, foram especificados<br />
microfocos de luz (LED<br />
1,6 W; 34°; 3.000 K; 189 lm)<br />
embutidos no forro de gesso.<br />
5<br />
7<br />
8<br />
6. No teto azul do banheiro<br />
feminino, pequenos pontos<br />
de luz (LED MR11 3W, base<br />
GU10, 36°, 3.000 K, 285 lm,<br />
75 lm/W, IRC > 80) embutidos<br />
de forma aleatória remetem<br />
a um céu estrelado.<br />
Com a intenção de possibilitar<br />
luz frontal para os usuários,<br />
fitas de LED (12 W/12 V,<br />
3.000 K, 1.040 lm) foram<br />
instaladas atrás dos espelhos,<br />
valorizando também o<br />
seu desenho curvo.<br />
CDL<br />
Belo Horizonte, MG<br />
7. Instalado no nicho curvo<br />
do mobiliário, na parte<br />
superior dos escaninhos,<br />
o perfil com fita LED<br />
(12 W/12 V, 3.000 K,<br />
1.040 lm) proporciona luz<br />
difusa. Integrados ao armário<br />
da copa, perfis com fita<br />
de LED (12 W/12 V, 3.000 K,<br />
1.040 lm) realçam o desenho<br />
do mobiliário, ao mesmo<br />
tempo que propiciam<br />
iluminação indireta.<br />
Na bancada do lado oposto,<br />
foram utilizados pequenos<br />
plafons embutidos no forro<br />
com lâmpadas de LED (MR16,<br />
36°, 3.000 K, 450 lm).<br />
8. Luminárias<br />
curvas de diâmetros<br />
diferenciados, (fita de LED<br />
20 W/12 V, 3.000 K, 1.800 lm),<br />
especialmente desenhadas<br />
para o projeto, decoram<br />
e iluminam o espaço no<br />
hall no 2º pavimento.<br />
6<br />
O projeto de iluminação deveria refletir, de forma<br />
singular e coerente, a identidade corporativa<br />
materializada pelo projeto de arquitetura<br />
As curvas da arquitetura de interiores inspiraram<br />
a especificação de equipamentos como os arcos<br />
luminosos, os plafons e os pendentes circulares<br />
com diâmetros variados que predominam<br />
nas áreas de estar e de descompressão.<br />
Algumas mesas de trabalho contam com<br />
peças especialmente desenhadas e produzidas<br />
para o projeto. São luminárias pendentes<br />
em perfis lineares leves, com luz eficiente,<br />
que combinam linhas retas e bordas curvas,<br />
uma espécie de “síntese” das soluções<br />
adotadas em todo o projeto. “Harmonizamos<br />
as soluções de iluminação com as curvas e cores<br />
da arquitetura”, finaliza a lighting designer. [VF]<br />
Projeto de iluminação:<br />
Arquitetura e Luz<br />
Sônia Maria Santos<br />
Mendes (titular)<br />
Bruno Almeida<br />
e Rafael Moreira<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
Óbvio Arquitetura<br />
Luciana Araújo e<br />
Natalia Otoni (titulares)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Kat Flores e Paisagismo<br />
Construção:<br />
Construtora Uni<br />
Cliente:<br />
Câmara de Dirigentes<br />
Lojistas (CDL)<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
Interpam Iluminação<br />
e Templuz Iluminação<br />
Fotos:<br />
Jomar Bragança
128 Projeto Residência SL<br />
129<br />
A Residência SL está inserida em um<br />
terreno de quase 1.600 m² em um condomínio<br />
na cidade de Nova Lima, a cerca de 30 km<br />
da capital mineira. O projeto arquitetônico do<br />
escritório MACh Arquitetos aproveitou o terreno<br />
em aclive para privilegiar a vista para a reserva<br />
natural de Cerrado e de Mata Atlântica integrante<br />
do condomínio, situada logo em frente à casa.<br />
O programa foi organizado em três pavimentos:<br />
no subsolo ficam o acesso social, o escritório<br />
e a garagem multiúso, espécie de bar, sala<br />
de jogos e abrigo para carros antigos; no nível<br />
térreo, estão localizadas as áreas de serviços<br />
e sociais, como piscina, spa, churrasqueira,<br />
cozinha, salas de leitura, estar e jantar, home<br />
theater, hóspedes e deck, além da lavanderia<br />
e da garagem; o primeiro andar recebe as suítes<br />
avarandadas do casal e dos filhos, além de outra<br />
para hóspedes, sala de TV e terraço descoberto.<br />
1. Um gradiente<br />
1 de luz é percebido<br />
3<br />
em direção ao exterior.<br />
Os balizadores orientam<br />
e indicam os diferentes<br />
pisos e níveis, contribuindo<br />
para a delimitação<br />
de espaços: varanda,<br />
terraço gramado, deck<br />
molhado, escada de acesso<br />
e terraço descoberto.<br />
A iluminação indireta<br />
percebida nas lajes e nas<br />
paredes de concreto é obtida<br />
da reflexão da luz no piso,<br />
proveniente dos downlights.<br />
oásis acolhedor<br />
2<br />
2. “Play of brilliants”<br />
da casa, o pé-direito<br />
duplo da sala de leitura<br />
conecta o pavimento social<br />
com o íntimo. O acendimento<br />
do paisagismo externo<br />
à casa e do muro<br />
de gabião que limita o terreno<br />
faz integrar o interior<br />
da edificação, contribuindo<br />
com texturas de luz e sombra.<br />
Os charmosos pendentes<br />
de vidro soprado foram<br />
sugeridos pela equipe<br />
da Casa Tereze. A estante<br />
tem seus nichos iluminados<br />
a partir de perfis LED com<br />
difusor 5 W/m, 300 lm/m,<br />
2.700 K, IRC > 80.<br />
3. Downlights de sobrepor<br />
são acomodados em nichos<br />
na laje de concreto.<br />
A iluminação do painel<br />
de madeira é feita por uma<br />
montagem de luminárias<br />
lineares com difusor<br />
e borda recuada preta,<br />
LED 28 W/m, 1.005 lm/m,<br />
3.000 K, IRC > 90, dimerizável.<br />
Luminárias com fonte<br />
e lentes recuadas, anéis<br />
antiofuscamento pretos,<br />
complementam a iluminação<br />
do estar (LED 10 W,<br />
650 lm, 45°, 3.000 K,<br />
IRC > 90, dimerizável).<br />
Grandes panos envidraçados são recuados<br />
entre lajes de concreto, de maneira a garantir<br />
sombra para a fachada durante o dia e permitir<br />
a integração visual entre interior e exterior<br />
das áreas sociais e íntimas – voltadas para o vale<br />
e distribuídas em torno da área de lazer.<br />
Para estabelecer uma harmonia com o entorno<br />
natural e pouco adensado, o projeto de<br />
iluminação, a cargo do escritório Atiaîa buscou<br />
conter a iluminação elétrica no interior da<br />
edificação, acendendo minimamente as varandas,<br />
as áreas externas e o paisagismo, de modo a<br />
funcionarem como zonas de penumbra entre<br />
a reserva e a casa, garantindo assim que as<br />
visadas noturnas também sejam usufruídas.<br />
À noite, as varandas e os beirais se transformam<br />
em nichos levemente iluminados, refletindo a luz<br />
interior remanescente nas superfícies, ao mesmo<br />
tempo que filtram sua emissão para o exterior.<br />
Concreto, madeira, vidro e cortinas são materiais<br />
predominantes na residência. Se, durante o<br />
dia, as janelas permitem que o exterior faça<br />
parte do interior, durante a noite o efeito inverso<br />
ocorre no primeiro pavimento: a transparência<br />
dos vidros revela as áreas sociais internas<br />
iluminadas. Já no segundo pavimento, a<br />
translucidez das cortinas acesas previne que<br />
as áreas íntimas fiquem devassadas.
130 Projeto Residência SL<br />
131<br />
à noite, as varandas e os beirais se transformam em nichos levemente<br />
iluminados, refletindo a luz interior remanescente nas superfícies,<br />
ao mesmo tempo que filtram sua emissão para o exterior.<br />
Nível térreo, salas de jantar,<br />
estar e leitura. O pendente<br />
da mesa de jantar foi<br />
escolhido pela equipe de<br />
arquitetura de interiores,<br />
Casa Tereze. No primeiro<br />
pavimento, varanda coberta<br />
com vista para a sala íntima<br />
e uma das suítes. A cobertura<br />
serve de anteparo contra<br />
a poluição luminosa à noite,<br />
filtrando a iluminação interior.<br />
No cortineiro, perfis, LED<br />
18 W/m, 1.600 lm/m, difusor,<br />
2.700 K, IRC > 80, dimerizável.
132 Projeto Residência SL<br />
133<br />
5<br />
6<br />
A estratégia de acendimento de superfícies<br />
verticais e a reflexão da luz em painéis e nichos<br />
de madeira, cortinas e muros de gabião reforçam<br />
a materialidade e a espacialidade arquitetônicas.<br />
Luminárias complementares são distribuídas<br />
nas lajes, garantindo a iluminação das circulações<br />
e dos espaços de convivência. O piso,<br />
por sua vez, reflete a luz para os planos do teto.<br />
A laje de concreto aparente nas áreas sociais<br />
trouxe o desafio de integração das luminárias<br />
com a arquitetura. A equipe da Atiaîa<br />
propôs que fossem feitos nichos no concreto<br />
para sobreposição das peças, dando aspecto<br />
de que são embutidas. O fabricante das peças<br />
especificadas foi consultado para que a performance<br />
térmica não fosse prejudicada, garantindo a vida<br />
útil dos produtos. Logo, o projeto estrutural previu<br />
os nichos no desenho das formas, e o projeto<br />
de instalações elétricas garantiu a alimentação<br />
dos pontos antes da concretagem, permitindo<br />
que as peças fossem instaladas posteriormente.<br />
O equilíbrio resultante entre luz e penumbra;<br />
superfícies, cores e texturas iluminadas;<br />
transparência, translucidez e opacidade fazem<br />
da Residência SL um oásis acolhedor e atento<br />
ao contexto de preservação em que está<br />
inserida. [por Gilberto Franco e Thiago Gaya]<br />
5. Vista para o acesso<br />
social da casa, no nível<br />
térreo, incluindo o terraço<br />
do lazer, o lavabo externo<br />
e o deck. A escada de acesso<br />
recebe balizadores (LED<br />
1 W, 82 lm, 40°, 2.700 K,<br />
IRC > 80, on-off), e há luz<br />
difusa sobre a bancada<br />
nos lavabos (LED 28 W/m,<br />
3.000 K, IRC > 80). Todo<br />
o paisagismo foi iluminado<br />
com LED 2.700 K, IRC > 80.<br />
No primeiro pavimento,<br />
a luz remanescente do interior<br />
da suíte do casal acende<br />
o nicho da varanda; o interior<br />
da suíte conta com embutidos<br />
no forro de gesso, downlight,<br />
LED 8 W, 550 lm, 52°,<br />
3.000 K, IRC > 80, dimerizável,<br />
além de peças decorativas<br />
variadas, LED 2.700 K.<br />
6. A churrasqueira<br />
é integrada com a cozinha,<br />
o spa, a sauna, a piscina<br />
e o terraço gramado.<br />
Balizadores orientam<br />
e indicam os diferentes<br />
pisos e níveis, contribuindo<br />
para a delimitação<br />
de espaços: varanda,<br />
terraço gramado, deck<br />
molhado, escada de acesso<br />
e terraço descoberto.<br />
7. Vista lateral diurna<br />
da residência. As salas<br />
de estar e de jantar,<br />
a cozinha gourmet e as suítes<br />
se abrem para o terraço<br />
gramado e a piscina, mirando<br />
a paisagem da reserva natural<br />
do condomínio e do entorno<br />
montanhoso. Varandas com<br />
beirais generosos contribuem<br />
para o sombreamento<br />
e o conforto térmico<br />
das áreas internas.<br />
7<br />
RESIDÊNCIA SL<br />
Nova Lima, MG<br />
Projeto de iluminação:<br />
Atiaîa Lighting Design<br />
Mariana Novaes (titular)<br />
Camila Rocha<br />
e Pedro Ferreira<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
MACh Arquitetos<br />
Fernando Maculan e<br />
Mariza Machado Coelho<br />
(titulares)<br />
Projeto de interiores:<br />
Casa Tereze<br />
Joana Hardy, Antônio<br />
Valladares e Tereza<br />
do Prado (titulares)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Felipe Fontes<br />
Paisagismo<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
Dimlux, Interlight,<br />
Itens, Lumini e Luxion<br />
Fotos:<br />
Leonardo Finotti
134 Projeto Santuário Nacional<br />
135<br />
de Nossa Senhora Aparecida<br />
espaço sagrado<br />
2<br />
1<br />
luz grandiosa<br />
Situado no Vale do Paraíba, entre Rio de Janeiro<br />
e São Paulo, o Santuário Nacional de Aparecida<br />
é o maior do mundo dedicado a Maria. Criado<br />
pelo escritório Mingrone Iluminação, o projeto de<br />
iluminação das áreas interna e externa da basílica<br />
buscou enriquecer a experiência visual e espiritual<br />
dos peregrinos, além de realçar os elementos<br />
artísticos e arquitetônicos da construção.<br />
“A Congregação dos Padres Redentoristas [o<br />
cliente] buscava uma abordagem que integrasse<br />
tecnologia de ponta com sensibilidade artística<br />
e respeito pelo caráter sagrado do espaço,<br />
criando um ambiente que refletisse a importância<br />
espiritual da basílica”, explica Antonio Carlos<br />
Mingrone, lighting designer titular do escritório.<br />
1. A iluminação frontal do<br />
mosaico na fachada Norte,<br />
com 50 m de altura, é feita<br />
por projetores de sobrepor<br />
direcionáveis (LED 130 W e<br />
210 W, 27°, 3.000 K, IRC > 80)<br />
instalados em postes com<br />
altura de 20 m.<br />
O interior do arco é realçado<br />
por projetores lineares de<br />
sobrepor (LED 36 W/m,<br />
10°, 3.000 K, IRC 85).<br />
foto: Pedro Mascaro<br />
2. Na fachada Norte,<br />
a iluminação frontal<br />
do acabamento em<br />
mosaico foi feita por<br />
projetores de sobrepor<br />
direcionáveis (130 W e<br />
210 W, 27°, 3.000 K, IRC >80),<br />
instalados em postes com<br />
altura de 20 m.<br />
O mosaico lateral recebe luz<br />
de projetores de sobrepor<br />
direcionáveis (LED 208 W,<br />
27°, 3.000 K, IRC > 80)<br />
e projetores instalados<br />
em postes de 6 m (LED<br />
50 W, 10°, IRC 85).<br />
Para iluminar as escadarias,<br />
foram instalados sobre<br />
os arcos, nas arcadas<br />
laterais, projetores<br />
de sobrepor direcionáveis<br />
(LED 137,5 W, com fluxo<br />
assimétrico; 3.000 K; IRC > 80).<br />
As bases dos arcos, por<br />
sua vez, são iluminadas por<br />
projetores de embutir no piso<br />
(25 W, 30°, 3.000 K, IRC > 80)<br />
instalados junto aos pilares.<br />
foto: Pedro Mascaro
136 Projeto Santuário Nacional<br />
137<br />
de Nossa Senhora Aparecida<br />
3 4<br />
5<br />
A seleção meticulosa das soluções técnicas mais<br />
adequadas garantiu a valorização do patrimônio<br />
religioso sem o comprometimento da arquitetura<br />
ou da integridade visual da paisagem. “Além<br />
disso, a iluminação externa deveria destacar a<br />
grandiosidade da basílica, promovendo uma<br />
visão noturna que pudesse ser tão impactante<br />
quanto a diurna”, acrescenta Mingrone.<br />
Projetada pelo arquiteto Benedito Calixto de<br />
Jesus Netto, a Basílica de Aparecida começou<br />
a ser erguida em 1955. Para se ter ideia da<br />
monumentalidade, a construção, com capacidade<br />
para 35 mil visitantes, tem 72 mil m². Sua cúpula<br />
central mede 70 m de altura; as naves medem<br />
40 m, sendo o ponto mais alto a Torre do Relógio,<br />
ou Torre Brasília, com 109 m de altura.<br />
A riqueza de detalhes das fachadas Norte e<br />
Sul, colunatas, galerias e praça de circulação<br />
exigiu a implementação de soluções variadas,<br />
a exemplo da iluminação integrada aos elementos<br />
arquitetônicos e do uso de projetores embutidos<br />
no piso ou instalados em postes de grande<br />
altura. “Essas técnicas não apenas realçam<br />
pontos específicos como também promovem<br />
a valorização artística de painéis e o realce das<br />
fachadas que trazem a representação das cenas<br />
bíblicas em seus mosaicos”, ressalta Mingrone.<br />
Além disso, houve o desafio de desenvolver cenários<br />
de iluminação versáteis que se adaptassem às<br />
mudanças de luz ao longo do dia e aos eventos<br />
e às cerimônias realizados, por meio da criação<br />
de atmosferas ora solenes, ora festivas. Nesse<br />
sentido, a programação de cenas foi uma<br />
etapa essencial para o projeto luminotécnico,<br />
já que permitiu o realce da arquitetura de forma<br />
dinâmica, alterando a percepção da basílica<br />
por meio da manipulação da luz. [VF]<br />
3. A iluminação do interior<br />
da galeria das colunatas<br />
permite a criação de diferentes<br />
cenários luminosos. Instaladas<br />
no teto, luminárias de<br />
sobrepor (LED 32 W, 75°,<br />
3.000 K, IRC > 80) iluminam<br />
o interior das arcadas. Nas<br />
bases dos pilares internos,<br />
foram instalados projetores<br />
de embutir no piso (22 W,<br />
45°, 3.000 K, IRC > 80).<br />
foto: Thiago Leon<br />
4. Projetores embutidos<br />
no piso (LED 30 W, 28°,<br />
3.000 K, IRC > 80) jogam<br />
luz nas faces internas dos<br />
arcos. Na balaustrada, foram<br />
utilizados perfis flexíveis de<br />
(LED 14,4 W/m, 1.550 lm/m,<br />
3.000 K, IRC > 90).<br />
As esculturas dos apóstolos<br />
são iluminadas por projetores<br />
de sobrepor direcionáveis<br />
(30 W, 3.000 K, IRC > 80,<br />
fluxo assimétrico). A Capela<br />
do Batismo é valorizada<br />
por projetores lineares de<br />
sobrepor (24 W, 34° e 14°,<br />
3.000 K, IRC > 80) instalados<br />
na base da construção.<br />
No peitoril das janelas e no<br />
coroamento foram dispostas<br />
linhas contínuas de luz<br />
com perfis flexíveis de LED<br />
(14,4 W/m; 1.550 lm/m;<br />
3.000 K; IRC > 90).<br />
foto: Thiago Leon<br />
5. Com mais de 6 m<br />
de altura, a parede<br />
em mosaico, no interior<br />
da galeria das colunatas,<br />
é iluminada por luminárias<br />
wall washer de dimensões<br />
reduzidas instaladas no forro<br />
de gesso (28 W, 3.000 K,<br />
IRC > 80, facho assimétrico).<br />
foto: Antonio Carlos Mingrone
138 Projeto Santuário Nacional<br />
139<br />
de Nossa Senhora Aparecida<br />
6<br />
7<br />
6. A iluminação da Praça<br />
Esplanada João Paulo II,<br />
na fachada sul, contou com<br />
projetores de sobrepor<br />
direcionáveis (LED 413 W,<br />
45.132 lm, 3.000 K, IRC > 80,<br />
fluxo assimétrico) instalados<br />
em postes com altura de 26 m.<br />
A iluminação é<br />
complementada por projetores<br />
com fluxo assimétrico<br />
sobre os arcos (LED 138 W,<br />
19.361 lm, 3.000 K, IRC > 80).<br />
foto: Thiago Leon<br />
7. Na fachada sul,<br />
o mosaico com cenas<br />
que retratam a Paixão<br />
de Cristo é frontalmente<br />
iluminado por projetores<br />
de sobrepor direcionáveis<br />
(LED 275 W, 39.494 lm, 27°,<br />
3.000 K, IRC > 80) e projetores<br />
(LED 60 W, 5.460 lm, 10°,<br />
3.000 K, IRC 85) instalados<br />
em postes de 26 m de altura.<br />
Projetores lineares<br />
de sobrepor (LED<br />
36 W/m, 3.276 lm, 10°e 60°,<br />
3.000 K, IRC 85) iluminam<br />
o interior do arco.<br />
Nas bases dos arcos fechados<br />
com acabamento em mosaico<br />
foram instaladas linhas<br />
contínuas de projetores<br />
lineares de embutir no piso<br />
(LED, 36 W/m, 3.276 lm/m,<br />
10° e 60°, 3.000 K, IRC 85).<br />
foto: Thiago Leon<br />
8. Para a iluminação<br />
do obelisco e da praça,<br />
foram empregados projetores<br />
de sobrepor direcionáveis<br />
(LED 104 W e 138 W,<br />
14.810 lm e 19.361 lm, 27°,<br />
3.000 K, IRC > 80) instalados<br />
em postes com 20 m de altura.<br />
foto: Antonio Carlos Mingrone<br />
a iluminação externa deveria destacar a<br />
grandiosidade da basílica, promovendo uma<br />
visão noturna que pudesse ser tão impactante<br />
quanto a diurna<br />
Santuário Nacional<br />
de Nossa Senhora<br />
Aparecida<br />
Aparecida, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
Mingrone Iluminação<br />
Antonio Carlos<br />
Mingrone<br />
(titular)<br />
Marina Cristina<br />
Zanni, Lilian Mune,<br />
Henrique Klimas, Ítalo<br />
Pereira Fernandes<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
Benedito Calixto<br />
de Jesus Netto<br />
Projeto de arquitetura<br />
de interiores:<br />
Cláudio Pastro<br />
Projeto de fachada:<br />
Marko Ivan Rupnik<br />
Cliente:<br />
Santuário Nacional<br />
de Nossa Senhora<br />
Aparecida<br />
Conclusão:<br />
2024<br />
Fornecedores:<br />
Conipost, Eblux,<br />
LightDesign Exporlux,<br />
Novvalight, Power<br />
Lume e Revoluz<br />
Fotos:<br />
Antonio Carlos<br />
Mingrone,<br />
Pedro Mascaro,<br />
Thiago Leon<br />
8
140 Projeto Residência Pacaembu<br />
141<br />
sentir-se<br />
em casa<br />
Sequência das elevações<br />
internas das áreas sociais<br />
do pavimento térreo e áreas<br />
íntimas do pavimento.
142 Projeto Residência Pacaembu<br />
143<br />
3. Horário do luscofusco<br />
3<br />
nas áreas internas e<br />
5<br />
externas, contrastando com<br />
a temperatura de cor de<br />
2.700 K e IRC > 90. Ao fundo,<br />
iluminação linear uplight<br />
rasante destaca a parede de<br />
concreto ciclópico, criando<br />
um ponto focal nos espaços.<br />
4. Salas de estar separadas<br />
por mobiliário que também<br />
serve de guarda-corpo da<br />
escada para o acesso à<br />
circulação subterrânea. A<br />
iluminação indireta sobre<br />
esse móvel destaca o forro<br />
de madeira e o acesso a<br />
essa circulação. Ao fundo<br />
da sala de jantar, iluminação<br />
wall washer realça a parede<br />
de madeira. A iluminação<br />
integrada na marcenaria<br />
destaca planos e volumetrias<br />
e ressalta as materialidades.<br />
4<br />
5. À noite, os espaços de<br />
estar são iluminados por<br />
meio de diferentes cenas<br />
de automação, permitindo<br />
a leitura e o convívio íntimo<br />
e social, com luminárias<br />
que possuem rigoroso<br />
controle antiofuscamento.<br />
6<br />
6. O caminho do estar à<br />
sala de jantar é separado<br />
por escada com acesso<br />
à circulação subterrânea,<br />
sinalizada por iluminação<br />
integrada no corrimão.<br />
Diferentes planos verticais são<br />
iluminados como fundo para<br />
a mesa de jantar, destacada<br />
por luminárias embutidas no<br />
forro e por uma luminária<br />
pendente, proporcionando<br />
iluminação indireta ao forro.<br />
Com pouco mais de 1.400 m² de área interna<br />
e privilegiada vista para a cidade, a Residência<br />
Pacaembu é um projeto arquitetônico do Studio<br />
Arthur Casas, construída para ser o lar de um casal<br />
“para o resto da vida”. A luz é protagonista<br />
na concepção dos espaços, desenhados<br />
para promover encontro e convivência.<br />
“O mundo visual é percebido por meio da luz em<br />
interação com o mundo físico: sua forma, contornos,<br />
cores e as emoções que provoca.” É essa a filosofia<br />
adotada pelo OMstudio Lighting, escritório de<br />
iluminação que assumiu o projeto para a residência.<br />
De acordo com o lighting designer Orlando<br />
Marques, fundador do OMstudio, as soluções<br />
lumínicas visaram destacar o traço da arquitetura<br />
e reforçar os aspectos naturais da luz, presentes<br />
mesmo durante a noite. A ideia de aliar a retidão<br />
das linhas da arquitetura com a natureza é visível<br />
ao longo de todo o projeto, tanto nos materiais –<br />
painéis de concreto ciclópico moldado no local, com<br />
pedras, madeira, linho, camurça, mármore – quanto<br />
na valorização da luz. Com traços ao mesmo tempo<br />
retos, de estilo moderno clássico, e espontâneos,<br />
a casa é o resultado de perfeita sinergia entre os<br />
projetos de arquitetura, interiores e iluminação.
144 Projeto Residência Pacaembu<br />
145<br />
7 8<br />
as soluções lumínicas visaram destacar o traço da<br />
arquitetura e reforçar os aspectos naturais da luz,<br />
presentes mesmo durante a noite<br />
Residência Pacaembu<br />
São Paulo, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
OMstudio Lighting<br />
Orlando Marques<br />
(titular)<br />
Alessandro Eger,<br />
Caio Peres,<br />
Débora Torii,<br />
Fabiana Rodriguez,<br />
Fernanda Leite,<br />
Geovanna Lemos,<br />
Ivone Szabó<br />
e Pedro Portela<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
Studio Arthur Casas<br />
Arthur Casas,<br />
Nara Teles,<br />
Ligia Damin<br />
e Fabíola Andrade<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Ayapó Orsini<br />
Paisagismo<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
Duralamp, Flos e<br />
LEDsC4 (fornecidos<br />
por e:light), iGuzzini<br />
(por Osvaldo Matos),<br />
Ecopyre, Eurolighting,<br />
Lemca, Lightsource,<br />
Lumicenter, Lumini,<br />
Lumitenzi, Luxion,<br />
MisterLED, O/M e<br />
Studio Objeto<br />
Fotos:<br />
Fernando Guerra<br />
7 e 8. Corredor<br />
subterrâneo entre<br />
as áreas sociais e as áreas<br />
do spa e da churrasqueira<br />
é iluminado pelas claraboias,<br />
pela iluminação uplight<br />
rasante da parede de<br />
cimento ciclópico e da<br />
lona tensionada no nicho<br />
da parede oposta.<br />
Os espaços possuem amplas claraboias que<br />
garantem a entrada de muita luz natural, usada<br />
para desenhar ambientes que refletem a cultura<br />
familiar. O projeto definiu e programou diversas<br />
“cenas” para a casa, que acompanham o passar<br />
do dia. A iluminação é integrada principalmente<br />
à marcenaria, criando ambientes calorosos<br />
e convidativos. A luz também foi usada para<br />
acentuar planos verticais, com perfis, ora criando<br />
contraste com a mobília, ora destacando-a.<br />
Pensando naquilo que desejavam para sua<br />
residência, os clientes definiram palavraschave<br />
para o projeto: harmonia, aconchego e<br />
“city life”. Foram realizados, portanto, estudos<br />
de sombreamento e luminosidade natural na<br />
casa, essenciais para criar harmonia a partir das<br />
materialidades do projeto. Dentre as soluções<br />
de iluminação desenvolvidas, vale destacar a<br />
integração de luminárias em corrimãos, aparadores,<br />
nichos, aberturas zenitais, bancadas e estantes,<br />
o que iluminou cavidades e ainda destacou os<br />
acabamentos do projeto de arquitetura e interiores.<br />
As luminárias escondidas na mobília ou embutidas<br />
no forro, além de criarem interessantes efeitos de<br />
luz, adicionam calor que parece emanar da própria<br />
casa. Pequenos detalhes lumínicos adornam os<br />
espaços com delicadeza e personalidade. Traduzindo<br />
perfeitamente o conceito original do projeto,<br />
a iluminação propõe a convivência próxima, o<br />
acolhimento e a sensação de bem-estar. [GCF]
146 Projeto BA’RA Hotel<br />
147<br />
Na cobertura, onde fica o<br />
restaurante Orama Rooftop,<br />
a vegetação externa é<br />
realçada por projetores<br />
orientáveis (módulo de LED<br />
8 W, 2.700 K, 20°, 650 lm,<br />
60 lm/W, IRC > 80, IP67,<br />
50/60 Hz). No interior do<br />
restaurante, foram inseridos<br />
equipamentos de iluminação<br />
de sobrepor (módulo de LED<br />
7 W, 2.700 K, 34º, 580 lm,<br />
58 lm/W, IP40, IRC > 95).<br />
luz integrada<br />
à arquitetura<br />
O BA’RA Hotel, situado na orla da praia de Cabo<br />
Branco, em João Pessoa, Paraíba, destaca-se<br />
pela volumetria arquitetônica recortada, em que<br />
se sobressaem volumes diagonais escalonados e em<br />
balanço que garantem às suítes a vista para o mar.<br />
Garantir o conforto dos usuários e valorizar<br />
os elementos da arquitetura, concebida pelo<br />
escritório PLAN:B Arquitectos, foram os objetivos<br />
do projeto luminotécnico criado pelo Archidesign.<br />
A luz natural entra generosamente nos quartos<br />
graças aos amplos caixilhos com painéis articulados<br />
que se abrem totalmente, incorporada à marcenaria<br />
e a outros elementos da arquitetura, enquanto a<br />
iluminação indireta, na temperatura de cor amarela,<br />
proporciona aconchego e bem-estar aos hóspedes.<br />
A planta em “U” cria um pátio central convidativo,<br />
com pérgulas metálicas, passarela e jardins<br />
suspensos. Trata-se de um espaço semipúblico<br />
que, além de dar acesso ao hotel, abriga eventos<br />
relacionados com a vida da cidade e da praia.<br />
Aqui, a estrutura metálica serviu de suporte<br />
para os equipamentos de iluminação que,<br />
ao mesmo tempo que destacam elementos<br />
arquitetônicos, iluminam o grande pátio no térreo.
148 Projeto BA’RA Hotel<br />
149<br />
2 3<br />
a iluminação artificial se integra e se apropria de elementos<br />
arquitetônicos para valorizar espaços e superfícies<br />
2 e 3. Na cristaleira<br />
do restaurante, foram<br />
instalados, no fundo das<br />
prateiras, perfis de LED<br />
de alumínio com difusor<br />
translúcido (fita de LED<br />
4,8 W/m; 2.700 K; 408 lm/m;<br />
90 lm/W; IRC > 90; IP20).<br />
4<br />
4. No restaurante situado<br />
no subsolo do hotel,<br />
luminárias orientáveis<br />
(módulo de LED 7 W;<br />
2.700 K; 34º; 580 lm; 58 lm/W;<br />
IP40; IRC > 95) destacam<br />
a parede verde e o mobiliário.<br />
5. Na passarela de acesso<br />
ao restaurante e à área<br />
de lazer da cobertura do<br />
hotel, a iluminação de<br />
balizamento (módulos de<br />
LED 2,5 W; 12°; 2.700 K;<br />
170 lm; IP65; IRC > 90)<br />
também serve de rota de fuga<br />
em casos de emergência.<br />
5<br />
Do pátio central, o visitante pode acessar o lobby<br />
e o restaurante Iocá Casa & Massa, no subsolo,<br />
que, assim como os demais espaços do hotel,<br />
são banhados pela luz natural. A iluminação artificial<br />
se integra e se apropria de elementos arquitetônicos<br />
para valorizar espaços e superfícies, como<br />
o jardim vertical, que é marcante no restaurante.<br />
“O objetivo principal do projeto foi valorizar<br />
a arquitetura diferenciada do empreendimento<br />
por meio da luz, proporcionando conforto<br />
e bem-estar aos usuários, mas sempre<br />
com produtos de qualidade, por se tratar<br />
de um hotel à beira-mar”, afirma Regina Coeli<br />
Barros, arquiteta titular da Archidesign.<br />
Na cobertura, o acesso às áreas de lazer<br />
e ao restaurante Orama Rooftop acontece por meio<br />
de uma ponte central sobre as pérgulas metálicas.<br />
Quando o sol se põe, a passarela é revelada pela<br />
luz de balizamento e pela vegetação farta que<br />
percorre as vigas metálicas, as jardineiras do pátio<br />
de circulação e os canteiros das fachadas, e ganha<br />
protagonismo com a iluminação de destaque. [VF]
150 Projeto BA’RA Hotel<br />
151<br />
6<br />
7<br />
8<br />
BA’RA Hotel<br />
João Pessoa, PB<br />
Projeto de iluminação:<br />
Archidesign<br />
Regina Coeli<br />
Barros e Mohana<br />
Barros (titulares)<br />
Kassia Farias<br />
(colaboradora)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
PLAN:B Arquitectos<br />
Federico Mesa e Felipe<br />
Mesa (titulares)<br />
Projeto de arquitetura<br />
de interiores:<br />
Sandra Moura<br />
Arquitetura<br />
Sandra Moura (titular)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Estúdio Lago<br />
Cliente:<br />
Pardo Serviços<br />
Imobiliários e<br />
Administração<br />
Hoteleira S.A<br />
Conclusão:<br />
2022<br />
Fornecedor:<br />
Interlight<br />
Fotos:<br />
Divulgação BA’RA Hotel<br />
6. Na suíte, a iluminação é<br />
composta de perfis de LED<br />
de alumínio com difusor<br />
translúcido incorporado à<br />
marcenaria da cabeceira<br />
da cama, ao painel de TV<br />
e ao cortineiro (fita de LED<br />
18 W/m; 2.700 K; 2.180 lm/m;<br />
80 lm/W; IRC > 90; IP65).<br />
7. Na suíte, a iluminação<br />
indireta é proveniente de perfis<br />
de LED em alumínio com<br />
difusor translúcido (fita de LED<br />
18 W/m, 2.700 K, 2.180 lm/m,<br />
80 lm/W, IRC > 90, IP65)<br />
incorporados à marcenaria<br />
da cabeceira da cama, ao<br />
painel de TV e ao cortineiro.<br />
8. Para a iluminação do<br />
pátio do pavimento térreo,<br />
foram instalados projetores<br />
(módulos de LED 36 W,<br />
2.700 K, 3.276 lm, 10°, IP66,<br />
IRC 85) nas vigas metálicas.<br />
Também foram instalados<br />
projetores com a mesma<br />
configuração, mas com<br />
módulos de LED RGB,<br />
para atender aos eventos<br />
realizados no espaço.
152 Projeto Heartman<br />
153<br />
curvas como<br />
inspiração<br />
Marcação dos pilares ovais<br />
centrais da área colaborativa,<br />
por meio de pendentes de<br />
formato oblongo, feitos<br />
especialmente para o<br />
projeto, com iluminação<br />
difusa para baixo<br />
(LED 14 W/m, 1.245 lm/m,<br />
3.000K, IRC > 90, dimerizável).
154 Projeto Heartman<br />
155<br />
2. Nas salas de reuniões,<br />
a luz indireta é proveniente<br />
de perfis no forro metálico<br />
(LED 28 W, 2.365 lm, 3.000 K,<br />
IRC > 90, dimerizável).<br />
No espaço ao fundo,<br />
destaca-se o pendente<br />
central com luz direta e<br />
indireta (LED 70 W, 7.750 lm,<br />
3.000 K, IRC > 90, dimerizável).<br />
3. Dos pendentes difusos<br />
com luz direta – que<br />
parecem ecoar uma<br />
“explosão” ocorrida em<br />
um ponto mais ao fundo –<br />
provém iluminação difusa<br />
para a área colaborativa.<br />
(LED 14 W/m, 1.245 lm/m,<br />
3.000 K, IRC > 90, dimerizável).<br />
4. Os pilares são<br />
iluminados por pendentes<br />
difusos com luz direta (LED<br />
14 W/m, 1.245 lm/m, 3.000 K,<br />
IRC > 90, dimerizável).<br />
2<br />
4<br />
3<br />
A empresa de consultoria Heartman decidiu instalar<br />
sua sede em uma laje corporativa do icônico Edifício<br />
Copan, em São Paulo. O projeto arquitetônico,<br />
assim como o de iluminação, ficou a cargo<br />
do escritório Pitá Arquitetura, que se inspirou<br />
na arquitetura do prédio de autoria de Oscar<br />
Niemeyer, com seus pilares robustos e suas curvas<br />
acentuadas, para ocupar e iluminar os espaços.<br />
Durante a demolição, descobriu-se que os pilares<br />
ainda dispunham do revestimento original de pastilhas<br />
do prédio, erguido na década de 1950. “Com essa<br />
descoberta, optamos por destacar esses elementos<br />
e criamos anéis com pendentes difusos que<br />
valorizaram não apenas o acabamento mas também<br />
a dimensão dos pilares”, explica Fernanda Tendolini,<br />
arquiteta colaboradora do projeto luminotécnico.<br />
O projeto de arquitetura é estruturado a partir<br />
da área colaborativa, uma planta livre, ampla<br />
e fluida que tem nos pilares de grande porte<br />
o ponto de partida para a criação de um layout<br />
versátil, com mobiliário feito sob medida,<br />
permeando os elementos estruturais. É nesse<br />
espaço versátil que luminárias em forma<br />
de arco criam uma expansão visual da área social<br />
central, realçando o ambiente geral. “Foi assim<br />
que o espaço colaborativo se tornou o ponto<br />
de referência do projeto, e a iluminação teria o peso<br />
de enfatizar esse ponto central. A preocupação<br />
com a iluminação confortável também foi um<br />
ponto importante”, acrescenta Fernanda.<br />
Na parte central da área colaborativa, destacase<br />
um pendente circular que serviu de referência<br />
para a criação de arcos luminosos de diferentes<br />
tamanhos e raios, “quase como uma explosão<br />
desse centro espalhando a iluminação por toda<br />
a área colaborativa”, nas palavras de Fernanda.<br />
O conforto visual também norteou a iluminação<br />
das salas fechadas, onde predomina a iluminação<br />
indireta vinda do forro de chapa metálica<br />
e das sancas do forro de gesso. [VF]
156 Projeto Heartman<br />
157<br />
5<br />
5. Sala de reuniões para<br />
20 pessoas: perímetro<br />
iluminado por sancas indiretas<br />
com perfil de LED 28 W/m,<br />
2.365 lm/m, 3.000 K, IRC > 90,<br />
dimerizável, complementadas<br />
por luminárias pontuais<br />
embutidas no forro cleaneo<br />
(9 W, 795 lm, 3.000 K,<br />
IRC > 90, dimerizável)<br />
e um conjunto de<br />
pendentes de luz direta ao<br />
centro (26 W, 3.978 lm,<br />
3.000 K, dimerizável).<br />
foi assim que o espaço colaborativo se tornou o ponto de<br />
referência do projeto, e a iluminação teria o peso de enfatizar<br />
esse ponto central<br />
6<br />
6. O pendente<br />
escultórico com desenho<br />
curvo (LED flexível 10 W, 600 lm,<br />
3.000 K, IRC > 80) é um dos<br />
destaques da recepção, cuja<br />
iluminação é complementada<br />
por luminárias pontuais<br />
embutidas no forro de gesso<br />
(LED 14 W, 1.220 lm,<br />
3.000 K, IRC > 90).<br />
7. Área de staff para<br />
10 pessoas: pendente<br />
central com luz direta e<br />
indireta, aproveitando-se do<br />
forro branco ( LED 70 W,<br />
7.750 lm, 3.000 K, IRC > 90,<br />
dimerizável). A circulação,<br />
em laje aparente e escura,<br />
recebeu pendentes difusos<br />
apenas com luz direta (LED<br />
14 W/m, 1.245 lm/m, 3.000 K,<br />
IRC > 90, dimerizável).<br />
7<br />
Heartman<br />
São Paulo, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
Pitá Arquitetura<br />
Fernanda Tendolini<br />
e Juliana Dairiki<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
Pitá Arquitetura<br />
Antonio Mantovani<br />
Neto (titular)<br />
Engenharia:<br />
Voaz<br />
Engenharia mecânica,<br />
elétrica e hidráulica:<br />
Zenik<br />
Acústica:<br />
Harmonia<br />
Comunicação visual:<br />
Porú<br />
Cliente:<br />
Heartman<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
Lumicenter, Luxion<br />
e Omega Light<br />
Fotos:<br />
André Scarpa
158 Projeto Residência RH<br />
159<br />
1<br />
1. O forro de madeira<br />
é muito presente na cena<br />
do living e da varanda<br />
a partir do hall de entrada,<br />
configurando-se como<br />
um elemento arquitetônico<br />
dominante. Ele foi destacado<br />
com luz indireta, por meio de<br />
uma luminária linear de alto<br />
fluxo instalada sobre a<br />
esquadria metálica. Com isso,<br />
sua continuidade para a<br />
varanda foi enfatizada, e os<br />
espaços interno e externo<br />
ficaram visualmente<br />
integrados.<br />
2<br />
2. Pequenas luminárias<br />
embutidas entre as ripas<br />
do forro de madeira,<br />
equipadas com três a seis<br />
focos, são responsáveis<br />
pelo incremento dos índices<br />
de iluminância em pontos<br />
viver e habitar<br />
A luz simplifica os espaços? Foi essa a pergunta<br />
que a equipe do escritório Rafael Leão Lighting<br />
Design se fez ao desenvolver projeto para<br />
uma residência em condomínio de luxo em<br />
Porto Feliz, no interior de São Paulo.<br />
A casa de veraneio foi desenhada para oferecer lazer<br />
e relaxamento aos moradores, cujo primeiro e mais<br />
enfático pedido foi que o projeto de iluminação<br />
favorecesse a praticidade, sem excesso de cenas<br />
ou equipamentos. Assim, as instalações aproveitam<br />
o sofisticado desenho dos espaços, integrandose<br />
aos elementos arquitetônicos de forma simples<br />
e discreta, quase imperceptível a quem observa.<br />
Feita de madeira, concreto e aço, a casa térrea<br />
foi projetada pelos arquitetos do RMAA Arquitetura.<br />
Do extenso jardim, veem-se os ambientes internos<br />
iluminados em seus pontos mais importantes,<br />
preservando a conexão do observador com o exterior<br />
no período noturno e minimizando a poluição<br />
luminosa. As plantas são iluminadas de baixo<br />
para cima, por projetores embutidos no solo.<br />
A luz também atua para reforçar a integração<br />
entre os ambientes de uso misto e suavizar<br />
a transição interior-exterior. A casa conta com<br />
muitos elementos de transparência que, apesar<br />
de aumentarem a conexão com o jardim, atraem<br />
reflexos indesejados. Para resolver isso, os lighting<br />
designers trabalharam com soluções de rigoroso<br />
controle antiofuscamento, iluminação indireta<br />
e outras estratégias que mitigam esses reflexos.<br />
Dentre as prioridades do projeto de iluminação,<br />
estava também a criação de uma hierarquia visual<br />
que concedesse o destaque adequado a cada<br />
elemento. Um forro de madeira ripado integra<br />
a área de living com a varanda, iluminado de<br />
forma indireta para criar fluidez. É ele o elemento<br />
protagonista naquele espaço, e a luz garante<br />
sua predominância visual tanto para quem<br />
está dentro como para quem está fora.<br />
estratégicos, aumentando<br />
a dramaticidade da cena. Para<br />
evitar excesso de informação<br />
dentro do campo visual,<br />
apenas os nichos fechados da<br />
estante receberam iluminação,<br />
assim como o nicho ao longo<br />
da mesa de jantar e sob o<br />
balcão do espaço gourmet.<br />
3. Elementos arquitetônicos<br />
e decorativos, como quadros<br />
e nichos, também foram<br />
destacados, mas com brilho<br />
moderado, evitando conflito<br />
com a posição hierárquica<br />
predominante do forro<br />
de madeira. Vê-se à direita<br />
a luz indireta do hall de acesso,<br />
resolvida com um perfil de<br />
LED assimétrico que evidencia<br />
a textura da laje de concreto<br />
aparente sem projetar muita<br />
luz no forro de madeira.<br />
3
160 Projeto Residência RH<br />
161<br />
4<br />
5<br />
4. A transição entre<br />
o pé-direito baixo do hall<br />
de acesso, dominado pela<br />
leitura da laje de concreto<br />
aparente, e a espacialidade<br />
do living, onde o forro<br />
de madeira é o elemento<br />
predominante, é valorizada<br />
pela iluminação indireta<br />
de ambos os elementos.<br />
No hall, foi utilizado sobre<br />
a estante metálica um perfil<br />
de LED assimétrico, evitando<br />
vazamento de luz para o forro<br />
de madeira e eventual conflito<br />
com o efeito linear existente<br />
no lado oposto. Os principais<br />
materiais empregados<br />
pela arquitetura em sua<br />
forma natural – a madeira,<br />
o concreto e o aço-carbono –<br />
são evidenciados nessa cena.<br />
5. No hall de acesso,<br />
a parede ao fundo<br />
da circulação é enfatizada<br />
com uma luminária linear,<br />
valorizando a profundidade<br />
do ambiente e trazendo<br />
equilíbrio à composição.<br />
A luz indireta sobre a estante<br />
destaca a textura da laje<br />
de concreto, e seu brilho<br />
equilibra a composição visual<br />
com a superfície branca<br />
ao final da perspectiva.<br />
6. O corpo principal tem<br />
seu pé-direito alto valorizado<br />
com a iluminação do forro<br />
de madeira, enfatizando<br />
sua transparência<br />
e a silhueta da arquitetura,<br />
enquanto a luz aplicada<br />
dentro dos nichos e sobre<br />
a estante metálica enfatiza<br />
a profundidade do ambiente.<br />
6
162 Projeto Residência RH<br />
163<br />
7<br />
Residência RH<br />
Porto Feliz, SP<br />
as instalações aproveitam o sofisticado desenho<br />
dos espaços, integrando-se aos elementos<br />
arquitetônicos de forma simples e discreta<br />
Projeto de iluminação:<br />
Rafael Leão<br />
Lighting Design<br />
Rafael Leão (titular)<br />
Henrique Corrêa<br />
(colaborador)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
RMAA Arquitetura<br />
Henrique Reinach<br />
e Maurício Mendonça<br />
(titulares)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Jardim Paulistano<br />
Construção:<br />
AUM Construções<br />
Estrutura:<br />
Benedicts<br />
Instalações:<br />
Zamaro<br />
Conclusão:<br />
2022<br />
Fornecedores:<br />
MisterLED, Omega<br />
Light e Steluti Soluções<br />
de Automação<br />
Fotos:<br />
Marcelo Kahn<br />
8<br />
No mesmo espaço de living, quadros,<br />
nichos da estante, parede e balcão também<br />
fazem parte da composição, mas assumem<br />
um segundo plano na hierarquia visual.<br />
Portanto, recebem luz com brilho reduzido,<br />
o que assinala sua presença discretamente.<br />
Para completar a tríade de luz, pequenas<br />
luminárias foram embutidas no forro para<br />
atender a pontos específicos – acima da mesa<br />
de jantar, do balcão e da mesa do espaço gourmet<br />
e sobre as mesinhas de centro dos espaços de<br />
estar, nestas últimas com fluxo reduzido.<br />
Visando reduzir os reflexos e ainda manter<br />
a simplicidade proposta, os lighting designers<br />
optaram por um sistema de dimerização<br />
básico para flexibilizar e facilitar o controle do<br />
living e da varanda. Em harmoniosa união, luz<br />
e arquitetura trabalham para resultar em uma<br />
casa intimista, elegante e acolhedora. [GCF]<br />
7. A circulação para a<br />
sala de jogos e a academia<br />
foi resolvida com uma<br />
sequência de balizadores<br />
lineares embutidos na parede<br />
de concreto em conjunto<br />
com duas luminárias<br />
de sobrepor sob a laje.<br />
Esse espaço foi pensado<br />
para ser uma transição<br />
mais poética e com menos<br />
luminosidade, viabilizando<br />
a contemplação da fachada<br />
posterior e do jardim<br />
iluminados à noite, quando<br />
visualizados a partir do recorte<br />
na parede de concreto.<br />
8. A suíte do casal<br />
(ao fundo) foi resolvida com<br />
uma arandela linear de facho<br />
direto e indireto, posicionada<br />
à média altura, funcionando<br />
como elemento decorativo<br />
de composição junto<br />
à cabeceira e protegendo<br />
o observador de ofuscamento.<br />
Essa única fonte de luz<br />
atende a todo o ambiente,<br />
contando com um controle de<br />
dimerização para aumentar<br />
a flexibilidade de ajustes de<br />
luminosidade. Em primeiro<br />
plano, a varanda para o<br />
jardim possui um recorte<br />
nas paredes para iluminação<br />
indireta de baixa intensidade,<br />
para que o observador<br />
possa descansar o olhar<br />
e contemplar o jardim<br />
iluminado à noite.
164 Projeto Espaço XP<br />
165<br />
1<br />
3<br />
inovação,<br />
sofisticação e conforto<br />
2<br />
1. Na fachada, destacase<br />
o “farol” retroiluminado<br />
com perfis de LED (SBP20<br />
LED integrado; 5 W/m;<br />
625 lm; 4.000 K; IRC 85;<br />
on/off 12 V). Na praça,<br />
de pé-direito amplo, plafons<br />
cilíndricos de sobrepor (12 W;<br />
4.000 K) instalados entre<br />
as placas do forro direcionam<br />
a iluminação para o piso.<br />
2. Os brises são outro<br />
destaque da fachada da<br />
loja – uplight e downlight de<br />
perfis embutidos na estrutura<br />
(LED integrado, 14,4 W/m;<br />
1.728 lm/m; 4.000 K).<br />
3. Os pendentes cilíndricos<br />
pretos, especialmente<br />
confeccionados para<br />
o projeto (120 cm; 4.000 K),<br />
destacam o mobiliário<br />
principal, que, por sua<br />
vez, parece flutuar com a<br />
iluminação de rodapé com<br />
perfil flexível (LED 14,4 W/m;<br />
4.000 K).<br />
O projeto de iluminação concebido pelo Studio<br />
FOS Iluminação para o Espaço XP, em Brasília,<br />
buscou valorizar os espaços por meio de soluções<br />
integradas ao projeto de arquitetura, de modo<br />
que apenas os efeitos luminosos permanecessem<br />
visíveis, e não as fontes de luz.<br />
Na arquitetura arrojada, de autoria do escritório<br />
R4 Design, predominam o preto e o branco, cores<br />
do logotipo da instituição financeira, que busca,<br />
com o espaço, receber clientes, fazer eventos<br />
e estreitar relacionamentos.<br />
O Espaço XP é composto de uma grande praça<br />
principal, com bar, cafeteria e salas de reuniões<br />
que também servem para coworking. Todo o projeto<br />
de iluminação foi concebido na temperatura de cor<br />
4.000 K e dimerização com sistema DALI.<br />
Com pé-direito amplo, a praça tem, entre as placas<br />
do forro, luminárias que proporcionam uma luz geral<br />
no ambiente. Sobre a bancada do concierge e do bar,<br />
discretos pendentes cilíndricos, especialmente<br />
confeccionados para o projeto, destacam o<br />
mobiliário, que parece flutuar com a iluminação<br />
linear próximo ao piso e integrada ao móvel.
166 Projeto Espaço XP<br />
167<br />
Composta de globos<br />
translúcidos com iluminação<br />
interna, a escultura<br />
dinâmica é controlada por<br />
automação, que regula<br />
as imagens exibidas.<br />
Nas salas de reuniões<br />
do mezanino,<br />
destacam-se os pendentes<br />
(12 W/m; 1.500 lm/m;<br />
4.000 K; dimerizáveis) e<br />
as luminárias embutidas<br />
no forro (7 W, 700 lm;<br />
4.000 K; 36°; dimerizáveis).
168 Projeto Espaço XP<br />
169<br />
“A integração dos detalhes de iluminação<br />
com os projetos de arquitetura, interiores,<br />
paisagismo e comunicação visual é fundamental”<br />
5<br />
6<br />
ESPAÇO XP<br />
Brasília, DF<br />
O conceito de inovação ao qual a marca busca<br />
ser associada é materializado em uma escultura<br />
dinâmica formada por cubos translúcidos<br />
com iluminação interna, controlados pela automação<br />
que regula as imagens exibidas. A sofisticação<br />
e o conforto, por sua vez, são transmitidos pelos<br />
rodapés e pelas escadas iluminados.<br />
Outro elemento marcante no projeto de arquitetura<br />
são os brises verticais perfurados, valorizados<br />
com uplight e downlight na fachada, na qual<br />
também se destaca o “farol” retroiluminado,<br />
com o logotipo da XP.<br />
Projeto de iluminação:<br />
Studio FOS Iluminação<br />
Marília Saccaro e<br />
Marina Frigeri (titulares)<br />
João Lennon Lazeri<br />
e Tayná Alessio<br />
(colaboradores)<br />
Projeto de arquitetura:<br />
R4 Design<br />
Marlon Braga,<br />
Francisco Groch<br />
e Marcelo Cunha<br />
(titulares)<br />
Cliente:<br />
XP Investimentos<br />
Conclusão:<br />
2024<br />
Fornecedores:<br />
Interlight, Lemca,<br />
Lumini, Luxion, Power<br />
Lume, Reka e Stella<br />
Fotos:<br />
Júlia Totoli<br />
Da praça, é possível avistar as luminárias pendentes,<br />
de aspecto minimalista, das salas de reunião<br />
do mezanino com quinas curvas, que, assim como<br />
a escultura dinâmica, conferem um ar de inovação<br />
tecnológica ao projeto. Para se adequar ao uso,<br />
os pendentes são dimerizáveis.<br />
5. Nas circulações<br />
laterais de pé-direito<br />
duplo, foi usada a mesma<br />
luminária da praça central.<br />
6. Nas salas de reuniões,<br />
a iluminação difusa<br />
é proporcionada por pendente<br />
curvo de aspecto minimalista<br />
(LED 12 W/m; 1.500 lm/m;<br />
4.000 K; dimerizável; 12 V).<br />
Ao descrever a filosofia adotada por seu<br />
escritório, Marília Saccaro, arquiteta titular<br />
do Studio FOS, ressalta que o conforto, a<br />
tecnologia e a eficiência norteiam os projetos<br />
luminotécnicos do escritório que, desde 2019,<br />
são desenvolvidos com a tecnologia BIM. “A<br />
integração dos detalhes de iluminação com os<br />
projetos de arquitetura, interiores, paisagismo<br />
e comunicação visual é fundamental. O efeito<br />
luminoso deve ser visível, porém não a sua fonte<br />
de luz”, conclui Marília. [VF]
170 Projeto Residencial Israelita RJZ<br />
171<br />
luz funcional,<br />
atmosfera<br />
acolhedora<br />
1. O hall de entrada é<br />
valorizado por um sistema de<br />
módulos difusos de embutir<br />
(LED 14 W/m; 1.277 lm/m;<br />
3.000 K; IRC > 90), compondo<br />
desenhos curvos.<br />
2. O espaço de convivência<br />
ganha um “ar residencial”<br />
com os plafons inseridos<br />
em reentrâncias do forro<br />
que configuram sancas<br />
em que foram inseridos<br />
perfis com fita luminosa<br />
(LED 4,8 W/m; 540 lm/m;<br />
2.700 K; IRC > 80).<br />
2<br />
1<br />
O escritório de iluminação RBF LD tem como<br />
filosofia de trabalho “pensar a luz de forma criativa<br />
e responsável, criando espaços conectados com<br />
as pessoas e com seu ambiente”. Foi o que norteou<br />
o projeto luminotécnico do Residencial Israelita RJZ,<br />
lar para idosos projetado pelo RAF arquitetura como<br />
um recanto urbano na Zona Sul do Rio de Janeiro.<br />
O projeto de iluminação privilegiou uma<br />
iluminação acolhedora para os ambientes,<br />
levando em consideração as necessidades<br />
e os cuidados específicos da terceira idade.<br />
No residencial, os espaços bem iluminados,<br />
sem ofuscamento e com conforto visual, garantem<br />
a segurança dos usuários, ao mesmo tempo<br />
que transmitem aconchego e acolhimento. “O<br />
projeto foi pensado para uma residência, porém<br />
adaptada à realidade da terceira idade”, conta<br />
Mônica Rio Branco, lighting designer titular.
172 Projeto Residencial Israelita RJZ<br />
173<br />
3<br />
4<br />
5<br />
3. Sem janelas, com apenas<br />
uma claraboia no teto,<br />
por onde entra luz natural,<br />
a cozinha terapêutica recebe<br />
luz indireta de duas falsas<br />
claraboias feitas de telas<br />
tensionadas, com backlight<br />
de placas de LED dimerizáveis<br />
(28 W/m; 2.485 lm/m;<br />
2.700 K-6.500 K), com<br />
sistema de luz circadiana.<br />
Perfis com fitas luminosas<br />
(LED 14,4 W; 1.050 lm/m;<br />
2.700 K; IRC > 90) valorizam<br />
as paredes.<br />
4. O espaço multiúso<br />
é indiretamente iluminado<br />
por perfis lineares pendentes<br />
com barras de LED<br />
(12 W/m; 2.700 K; 1.200 lm/m;<br />
IRC > 90). Embutidos<br />
no forro, spots de LED<br />
(4,2 W; IRC 90; 2.700 K;<br />
439 lm; 38°) direcionam<br />
a luz para o mobiliário.<br />
5. Sancas com perfis<br />
de fita de LED (14,4 W/m;<br />
1.461 lm/m; 3.000 K; IRC > 90)<br />
valorizam a parede artística.<br />
A iluminação é<br />
complementada por<br />
luminárias embutidas<br />
(LED 9 W; 857 lm; IRC > 90).<br />
6. Nos quartos, perfis<br />
de iluminação indireta<br />
com LEDs (16 W/m;<br />
1.650 lm/m, 3.000 K, IRC > 90)<br />
proporcionam uma luz difusa<br />
e agradável. A atmosfera<br />
residencial é propiciada pelos<br />
plafons centrais com LED<br />
(33,6 W; 3.000 K; IRC > 80)<br />
e arandelas de cabeceira.<br />
6<br />
Um dos principais desafios, segundo ela, foi<br />
criar, por meio da luz, uma ambiência residencial<br />
sem muitos contrastes, evitando espaços<br />
visualmente confusos ou inseguros. “Foram<br />
adotadas muitas soluções ‘mistas’, como<br />
luminárias com estética residencial, acrescida<br />
de sistema de iluminação complementar que<br />
pudesse atender aos requisitos necessários<br />
para cada tarefa visual”, acrescenta Mônica.<br />
Nos quartos, foi adotada uma luz indireta e<br />
sem ofuscamento, com níveis mais baixos<br />
de iluminação no final do dia, quando os<br />
residentes precisam se preparar para dormir.<br />
Balizadores baixos sinalizam o caminho até o<br />
banheiro à noite, algo de extrema importância<br />
para reduzir o risco de quedas no trajeto.<br />
Durante o dia, ao acender o plafon central no teto<br />
do quarto, o usuário dispõe de uma iluminação<br />
geral com temperatura de cor e intensidade<br />
mais altas, o que contribui para uma ambiência<br />
diurna mais adequada, quando a permanência<br />
no quarto é necessária por qualquer motivo.
174 Projeto Residencial Israelita RJZ<br />
175<br />
os espaços bem iluminados, sem ofuscamento<br />
e com conforto visual, garantem a segurança<br />
dos usuários, ao mesmo tempo que transmitem<br />
aconchego e acolhimento<br />
Mônica conta que o projeto e a obra tiveram um<br />
orçamento bem limitado. “Após o orçamento<br />
inicial das especificações, tivemos de substituir<br />
diversos itens por outros com menor custo, mas<br />
nosso escritório esteve envolvido em todo esse<br />
processo junto à construtora, aos fabricantes e<br />
ao cliente para que o projeto de iluminação não<br />
fosse desvirtuado”, esclarece a lighting designer.<br />
Dessa forma, mesmo com a restrição orçamentária,<br />
a iluminação atendeu a todos os requisitos dos<br />
residentes, que podem desfrutar de momentos<br />
de cultura, convivência social, lazer e bem-estar<br />
com uma iluminação funcional, que garante sua<br />
segurança e, ao mesmo tempo, é acolhedora. [VF]<br />
7. Junto às paredes<br />
da circulação dos quartos,<br />
perfis com fita de LED<br />
(14,4 W; 1.050 lm/m;<br />
2.700 K; IRC > 90)<br />
proporcionam uma luz indireta.<br />
Nos postos de enfermagem,<br />
destacam-se os nichos<br />
luminosos e as luminárias<br />
embutidas no forro<br />
(LED 4,2 W; IRC 90;<br />
2.700 K; 439 lm, 38°).<br />
8. No hall dos elevadores,<br />
junto às paredes,<br />
perfis com fitas de LED<br />
(14,4 W; 1.050 lm/m; 2.700 K;<br />
IRC > 90) iluminam o espaço.<br />
8 7<br />
Residencial<br />
Israelita RJZ<br />
Rio de Janeiro, RJ<br />
Projeto de iluminação:<br />
RBF Lighting Design<br />
Mônica Rio Branco e<br />
Giani Faccini (titulares)<br />
Karine Teixeira<br />
(colaboradora)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e de interiores:<br />
RAF Arquitetura<br />
Flavio Kelner, Rodrigo<br />
Sambaqui e Anibal<br />
Sabrosa (titulares)<br />
Projeto de<br />
programação visual:<br />
Valéria London<br />
Branding e Design<br />
Cliente:<br />
Fundação Rogério<br />
Jonas Zylbersztajn<br />
Conclusão:<br />
2024<br />
Fornecedores:<br />
Accord, CIA de<br />
Iluminação, Lemca,<br />
LightDesign Exporlux,<br />
Lumicenter, Lumini,<br />
Luxion, Newline<br />
e Revoluz<br />
Fotos:<br />
André Nazareth
176 Projeto Uliving Student<br />
177<br />
Housing Campinas<br />
Escada de acesso ao pátio<br />
“lanterna” – luminárias<br />
LED lineares 18 W, 12 W<br />
e 8 W, 3.000 K, IRC > 80.<br />
sustentável<br />
leveza<br />
Um lugar confortável e seguro para morar<br />
torna a vida universitária mais agradável, além<br />
de incentivar a integração e facilitar a adaptação<br />
a uma nova cidade. Esse é o conceito da unidade<br />
da Uliving Student Housing, em Campinas, com<br />
6.780 m², no bairro Barão Geraldo, onde está<br />
a Unicamp. O projeto de arquitetura resulta<br />
de uma parceria entre os escritórios Branco Meio<br />
Amarelo (bma-arq) e Isaac Safdie Arquitetura.
178 Projeto Uliving Student<br />
179<br />
Housing Campinas<br />
A proposta traz um volume em “O” de alvenaria<br />
estrutural aparente que circunda um pátio<br />
central, naturalmente eleito para centralizar<br />
as diferentes relações entre todas as funções. Para<br />
equilibrar a rotina acadêmica com os momentos<br />
sociais, a ocupação do volume se dá por meio<br />
de anéis de transição. Os anéis perimetrais<br />
externos abrigam os espaços privativos (quartos),<br />
enquanto o interno serve de interligação entre os<br />
diversos espaços coletivos, até culminar no pátio<br />
central, espécie de praça de convivência.<br />
O projeto de iluminação levou em conta,<br />
entre outros fatores, a transitoriedade<br />
da fase universitária, período sempre dinâmico<br />
e de múltiplos aprendizados. A iluminação<br />
é elemento fundamental para favorecer essa<br />
ambiência, incentivando tanto as interações<br />
quanto a introspecção, necessárias aos estudantes<br />
em diferentes momentos e espaços. De autoria<br />
de Ana Paula Laronga, titular do escritório A Luzia<br />
Iluminação e Sentidos, o projeto contribui para<br />
gerar uma sensação de pertencimento ao ambiente<br />
e tornar a volatilidade da vida estudantil mais leve.<br />
Nos dormitórios, a ideia foi possibilitar a criação<br />
de diferentes cenários, de forma ajustável<br />
e de acordo com a vontade ou as necessidades<br />
de seus ocupantes. Arandelas e abajures<br />
articuláveis favorecem essa personalização. No anel<br />
intermediário, onde se localizam as cozinhas<br />
e as salas compartilhadas, a iluminação indireta,<br />
sem ofuscamentos ou contrastes, complementa<br />
a luz natural do espaço. Pontos de iluminação<br />
direta iluminam áreas estratégicas, como<br />
a mesa de jantar, a pia da cozinha e outros locais<br />
distribuídos pela sala, permitindo versatilidade no<br />
uso dos ambientes – afinal, quem nunca estudou<br />
na mesa de jantar ou no sofá de uma sala?<br />
Nos corredores que circundam o vazio – lugares<br />
de passagem e encontros casuais – foram instaladas<br />
arandelas lineares, de luz direta e indireta, cuja luz<br />
se esparrama pelas irregularidades das paredes<br />
de bloco estrutural, bons rebatedores para iluminar<br />
planos verticais como pessoas e rostos, incentivando<br />
interações, além de contribuírem para o “mood”<br />
do pátio interno. A partir de determinado horário,<br />
parte das arandelas se apaga, adaptando o ambiente<br />
à introspecção noturna, além de poupar energia.<br />
Cobogós iluminados de forma homogênea<br />
sinalizam a localização das lavanderias, ajudando<br />
a “desenhar”, a fachada interna do edifício<br />
e suas funcionalidades; assim o fazem também<br />
as escadas, que, quando acesas, funcionam<br />
como grandes “lanternas” na composição.<br />
Complementam a luz do pátio central, além<br />
daquela que emana dos elementos descritos,<br />
uma luz sob os bancos e uma discreta iluminação<br />
da vegetação. Um ambiente noturno, em suma,<br />
propício para relaxar ou encontrar amigos.<br />
Aspectos de sustentabilidade do projeto são<br />
perceptíveis em medidas como a colocação<br />
de pontos de luz apenas onde necessário,<br />
o uso de sensores de presença, especificação<br />
de peças de alumínio natural, sem pintura,<br />
e exigência de prolongada garantia de<br />
funcionamento por parte dos fornecedores.<br />
Segundo a arquiteta Ana Paula, “a contratação<br />
do projeto de iluminação desde o início do<br />
projeto arquitetônico permitiu excelente<br />
sintonia com arquitetos e cliente, agregando<br />
valor aos ambientes”. [GF e TG]<br />
4<br />
2 3<br />
2. Arandelas lineares de luz<br />
direta e indireta de alumínio<br />
natural, de diferentes<br />
tamanhos, iluminam<br />
a circulação e banham a praça<br />
interna. Luz direta: fita LED<br />
10 W/m, 900 lm, 3.000 K,<br />
IP65, IRC > 90; luz indireta:<br />
fita LED 16 W/m, 1.730 lm,<br />
3.000 K, IP65, IRC > 90.<br />
5<br />
3. Vista do pátio interno,<br />
banhado pela discreta<br />
iluminação das circulações<br />
à sua volta, complementada<br />
pela luz sob bancos<br />
e canteiros (fitas de LED<br />
siliconado 3 W, 3.000 K).<br />
4. Diferentes soluções<br />
de iluminação evidenciam<br />
as diversas funcionalidades<br />
do edifício.<br />
5. Oculta atrás da viga, uma<br />
barra de LED ilumina a parede<br />
de cobogó, conferindo-lhe<br />
presença na composição<br />
do pátio (perfil LED 18 W,<br />
1.800 lm, 3.000 K, IRC > 80).
180 Projeto Uliving Student<br />
181<br />
Housing Campinas<br />
6<br />
Uliving Student<br />
Housing Campinas<br />
Campinas, SP<br />
7<br />
6. No estar, iluminação<br />
indireta com perfil de<br />
alumínio em “J”, fixado na<br />
parede, complementada<br />
por luminárias decorativas<br />
articuláveis com lâmpada<br />
LED 8 W, 3.000 K.<br />
7. Quarto privativo, no<br />
anel perimetral. Luminárias<br />
articuladas de alumínio com<br />
lâmpada LED 8 W, 806 lm,<br />
3.000 K e downlight com<br />
pintura externa preta e interna<br />
branca com lâmpada LED<br />
12 W, 1.300 lm, 3.000 K.<br />
8. Nas salas/cozinhas<br />
compartilhadas, iluminação<br />
indireta sobre armários<br />
com fitas LED 10 W/m,<br />
1.000 lm, 3.000 K, IRC 90. A<br />
iluminação da pia se dá por<br />
luminária desenvolvida sob<br />
medida para lâmpada LED<br />
18 W, 3.000 K. Pendentes<br />
e downlights cilíndricos<br />
de alumínio natural, para<br />
lâmpada LED 8 W, 3.000 K.<br />
o projeto contribui para gerar uma sensação de<br />
pertencimento ao ambiente e tornar a volatilidade<br />
da vida estudantil mais leve.<br />
8<br />
Projeto de iluminação:<br />
A Luzia Iluminação<br />
e Sentidos<br />
Ana Paula de Carvalho<br />
Laronga (titular)<br />
José Luiz Kehdi<br />
Cipullo (colaborador)<br />
Arquitetura (projeto<br />
conceitual e estudo<br />
preliminar):<br />
Branco Meio<br />
Amarelo (bma-arq)<br />
e Isaac Safdie<br />
Arquitetura<br />
Felipe Fuchs<br />
e Isaac Safdie (titulares)<br />
Arquitetura<br />
(projeto executivo,<br />
coordenação e<br />
gerenciamento):<br />
Primi & Appoloni<br />
Arquitetura<br />
Laudenir Appoloni<br />
e Giovana Bianchi<br />
(titulares)<br />
Mayla Bianchi<br />
(coordenadora)<br />
Interiores:<br />
Beto Magalhães<br />
Arquitetura<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Oficina2mais<br />
Gerenciamento<br />
de obra:<br />
EQC Engenharia<br />
Construção:<br />
GNO<br />
Projeto estrutural e de<br />
instalações prediais:<br />
Modo Engenharia<br />
Programação visual:<br />
Porú Studio<br />
Cliente:<br />
VBI Real State<br />
Conclusão:<br />
2024<br />
Fornecedores:<br />
Eklart, LEDVANCE<br />
e Stella (fornecidos<br />
por A+ Larong<br />
Iluminação), Estudio<br />
Mena e Power Lume<br />
Fotos:<br />
Davi Realle<br />
e Juliana Vasques
182 Projeto Fintech – Empresa<br />
183<br />
de Tecnologia Financeira<br />
galpão<br />
contemporâneo<br />
1. As áreas de<br />
descompressão, nas duas<br />
laterais do grande átrio,<br />
trazem o espaço para a escala<br />
humana, gerando pequenas<br />
ilhas de convivência com áreas<br />
de estar e jogos. A iluminação<br />
se dá por meio de luminárias<br />
lineares difusas (13,5 W/m;<br />
1.000 lm/m; 3.000 K; IRC 90)<br />
embutidas no forro de gesso.<br />
2. A iluminação dos<br />
espaços de convivência<br />
se dá por meio de projetores<br />
de LED (58 W, 35°,<br />
10.000 lm, 3.000 K, IRC 80)<br />
fixados na estrutura da cobertura<br />
existente do galpão<br />
de pé-direito triplo. A própria<br />
cobertura, por sua vez, tem<br />
o teto inclinado dos sheds<br />
iluminados por projetores<br />
lineares de facho<br />
assimétrico (36 W, 3.393 lm,<br />
3.000 K, IRC 90).<br />
2<br />
1<br />
O bairro Vila Leopoldina, no extremo oeste de São<br />
Paulo, tradicionalmente ocupado pelo Ceagesp<br />
(centro de distribuição e abastecimento de produtos<br />
hortícolas da cidade), tem se transformado nos<br />
últimos anos em uma espécie de polo tecnológico,<br />
com a implantação de universidades, escolas<br />
e empresas variadas de economia criativa,<br />
substituindo sua outrora ocupação fabril.<br />
Antigos galpões fabris, de pé-direito altíssimo<br />
– como os do grupo Votorantim –, vêm sendo<br />
reciclados como áreas de coworking, espaços<br />
de exposições e, mais recentemente, sede de<br />
uma grande empresa de tecnologia financeira, cujo<br />
projeto esteve a cargo do escritório de arquitetura<br />
MM18. O espaço conta com aproximadamente<br />
10 mil m² e pé-direito triplo de 15 m, preservando<br />
o caráter industrial da edificação. Os arquitetos<br />
procuraram imprimir em sua proposta<br />
de intervenção uma linguagem contemporânea,<br />
alinhada com o novo perfil de ocupação do bairro<br />
e com a identidade visual da empresa.
184 Projeto Fintech – Empresa<br />
185<br />
de Tecnologia Financeira<br />
3<br />
3. As áreas de circulação,<br />
espera e estar também<br />
são iluminadas pelo sistema<br />
linear pendente (3.000 K)<br />
que interliga os blocos de<br />
estações de trabalho.<br />
4. As áreas de trabalho<br />
são demarcadas pelo<br />
sistema de iluminação linear<br />
ora pendente, ora sobreposto<br />
(13,5 W/m; 1.000 lm/m;<br />
3.000 K; IRC 90), que invoca<br />
– nas linhas contínuas<br />
e fluidas – a identidade<br />
visual da empresa.<br />
5. Três luminárias lineares<br />
pendentes (13,5 W/m;<br />
1.000 lm/m; 3.000 K;<br />
IRC 90) garantem<br />
a iluminação geral dos<br />
espaços de reunião, enquanto<br />
as duas sancas de luz<br />
indireta nos fechamentos<br />
longitudinais promovem<br />
um ar mais aconchegante<br />
ao ambiente corporativo.<br />
5<br />
4<br />
O resultado do projeto de iluminação está em total sintonia com<br />
a arquitetura, enfatizando as características originais do galpão<br />
industrial e as intervenções contemporâneas<br />
Os ambientes de convivência – que ocupam o trecho<br />
do galpão de pé-direito triplo e os ambientes<br />
de trabalho – são fluidos e integrados,<br />
facilitando a convivência entre colaboradores<br />
e visitantes. O programa de necessidades<br />
valoriza a troca de conhecimentos e pluralidade<br />
de conexões. A nova sede foi projetada<br />
para receber, entre empresas, parceiros<br />
e colaboradores, cerca de 1.700 pessoas; o térreo<br />
– de 4.400 m² e três mezaninos de 1.320 m²<br />
cada – abrigam 750 estações de trabalho, salas de<br />
reuniões, espaços compartilhados e individuais,<br />
cozinhas, copas, praças de encontro, áreas<br />
de descompressão e healthcenter.<br />
A entrada principal é aberta ao público e conta<br />
com um café para receber os visitantes. Tratase<br />
de um local de encontros, pensado para<br />
fortalecer os laços e promover a interação<br />
dos times no período pós-pandêmico, cujo modelo<br />
de trabalho é híbrido. Um auditório com capacidade<br />
para até 400 pessoas foi criado para acomodar<br />
eventos presenciais com as equipes. A praça<br />
locada nesse amplo espaço tem jardins e áreas<br />
de integração e conta com generosa iluminação<br />
natural proveniente dos sheds originais do galpão.<br />
Nesse ambiente, a iluminação artificial reforça<br />
a grandeza do pé-direito, com elementos lineares<br />
de iluminação indireta que valorizam as superfícies<br />
inclinadas dos shads, além de projetores de facho<br />
concentrado e iluminação direta que iluminam<br />
a praça, as circulações e os espaços de convivência.<br />
As instalações originais foram preservadas<br />
e são enfatizadas pela iluminação direta.
186 Projeto Fintech – Empresa<br />
187<br />
de Tecnologia Financeira<br />
6. No 3º pavimento, onde<br />
o forro de colmeia metálica<br />
deu lugar às instalações<br />
e à estrutura da cobertura<br />
inclinada aparentes, optouse<br />
por uma espacialidade<br />
diferente das demais. Assim<br />
como a arquitetura, o sistema<br />
de iluminação ganhou outra<br />
forma, em que as linhas<br />
e curvas foram substituídas<br />
por elementos pendentes<br />
circulares (135 W, 68 W,<br />
45 W, 3.000 K) com diâmetros<br />
variados (1,50 m; 1,20m<br />
e 0,90m) e distribuição<br />
randômica.<br />
7. O grande auditório<br />
de pé-direito duplo,<br />
com capacidade de até 400<br />
pessoas, é iluminado por meio<br />
de perfis de LED dimerizáveis<br />
(26,5 W/m; 2.000 lm/m;<br />
3.000 K; IRC 90) embutidos<br />
nos forros inclinados<br />
e paredes.<br />
6<br />
7<br />
8. Nas salas de reunião<br />
do 3º pavimento,<br />
a linguagem circular<br />
dos forros propostos<br />
pela arquitetura foi<br />
incorporada também<br />
à iluminação por meio<br />
dos pendentes de luz<br />
direta e difusa (68 W,<br />
7.900 lm, 3.000 K, IRC 80).<br />
O auditório é iluminado por linhas difusas<br />
que acompanham a inclinação dos tetos e descem<br />
pelas paredes – dimerizadas para garantir<br />
a versatilidade de uso. O cimento queimado,<br />
material original do galpão, foi mantido<br />
nas paredes e nos tetos, misturados a elementos<br />
contemporâneos como o forro colmeia na cor violeta<br />
– marca registrada da empresa – que demarca<br />
as diferentes áreas de ocupação dos escritórios.<br />
Os mezaninos, conectados por uma escada<br />
em caracol preexistente, foram iluminados<br />
com luminárias difusas lineares e curvas, pendentes<br />
ou de sobrepor, que reforçam a variedade do layout.<br />
O resultado do projeto de iluminação<br />
está em total sintonia com a arquitetura,<br />
enfatizando as características originais do galpão<br />
industrial e as intervenções contemporâneas<br />
que contextualizam o cliente no novo perfil<br />
de ocupação do bairro paulistano.<br />
O projeto foi um dos vencedores do Prêmio<br />
Saint-Gobain AsBEA de arquitetura de 2024,<br />
uma das principais premiações no mercado de<br />
arquitetura e construção civil no Brasil. [GF e TG]<br />
8<br />
Fintech – Empresa de<br />
Tecnologia Financeira<br />
São Paulo, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
Estudio Carlos Fortes<br />
Carlos Fortes e Débora<br />
Esposto (titulares)<br />
Luiz Veiga (colaborador)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
MM18 Arquitetura<br />
Marcos Caldeira e Mila<br />
Strauss (titulares)<br />
Comunicação visual:<br />
Bijari<br />
Paisagismo:<br />
Gil Fialho<br />
Retrofit:<br />
Argis Arquitetura<br />
Gerenciamento<br />
e construção:<br />
Tetris<br />
Texto:<br />
colaboração Cobogó<br />
Relações Públicas<br />
Conclusão:<br />
2023<br />
Fornecedores:<br />
Cativa, LightDesign<br />
Exporlux e Lightsource<br />
Fotos:<br />
Manuel Sá
188 Projeto Neriage<br />
189<br />
industrial de luxo<br />
Originalmente um galpão industrial no Jardim<br />
Paulista, em São Paulo, a loja da Neriage foi<br />
inaugurada em 2022, com projeto de arquitetura<br />
do Estúdio Sumaúma. Trata-se da primeira<br />
flagship da marca, que trabalha com peças<br />
delicadas de tecidos naturais como seda,<br />
linho e algodão, além de acessórios e objetos<br />
decorativos. A estilista e fundadora Rafaella Caniello<br />
idealizou um espaço que refletisse os principais<br />
temas da Neriage: sensibilidade e leveza.<br />
Com cores neutras como as das roupas, o interior<br />
da loja remete a um organismo, no qual tudo<br />
é disposto de forma fluida. A palavra japonesa<br />
“neriage” designa uma técnica de cerâmica em<br />
que a mistura de argilas de diferentes cores produz<br />
um efeito marmorizado. Isso inspirou o uso, no<br />
interior da loja, de materiais como concreto, com<br />
texturas semelhantes às da cerâmica. Assim, o<br />
projeto arquitetônico estabelece um diálogo visual<br />
e estético equilibrado entre as peças e as formas da<br />
arquitetura, materializando os conceitos da Neriage.<br />
Para a iluminação, foi escolhido o Estúdio Lodi,<br />
escritório da lighting designer Marina Lodi,<br />
guiado por conceitos de sustentabilidade<br />
e longevidade. O projeto opta por uma<br />
iluminação indireta que acentua as delicadas<br />
curvas das peças e da arquitetura.<br />
Ao fundo da loja, vemos<br />
o conjunto de trilhos e<br />
projetores de hastes fixas<br />
(LED 7 W; 705 lm; 15°;<br />
3.000 K; IRC > 92; R9 66.6;<br />
R12 71.8; on-off) que,<br />
aplicados à estrutura metálica<br />
bruta no teto, criam os pontos<br />
de destaque para as peças<br />
abaixo. Complementarmente,<br />
perfis de LED (14 W/m,<br />
1.400 lm, 3.000 K, IRC > 92,<br />
on-off) ocultados em desnível<br />
entre as paredes revelam<br />
as texturas da parede<br />
superior, contribuindo para<br />
a iluminação geral da loja,<br />
além de ajudar a revelar a<br />
grandiosidade do espaço.
190 Projeto Neriage<br />
191<br />
2<br />
2. Projetores de hastes<br />
rígidas iluminam totens<br />
com produtos de decoração<br />
(LED, 4 W, 466 lm, 15°,<br />
3.000 K, IRC > 92, on-off).<br />
3 e 4. A colocação de<br />
perfis de LED (24 W/m,<br />
2.760 lm, 3.000 K, IRC > 90,<br />
on-off) atrás dos biombos<br />
cria agradável luz indireta.<br />
4<br />
3<br />
O projeto opta por uma iluminação<br />
indireta que acentua as delicadas curvas<br />
das peças e da arquitetura.<br />
Sob as araras de roupas, pairam trilhos suspensos e<br />
projetores em hastes fixas que, além de valorizarem<br />
o pé-direito duplo, dão enfoque aos totens de<br />
produtos. Perfis ocultados no desnível da parede<br />
são direcionados para a parte superior do amplo<br />
espaço; sua luz é rebatida de modo difuso pelas<br />
superfícies claras para todo o ambiente. Atrás das<br />
araras, um deslocamento de cerca de 50 cm entre<br />
os biombos e a parede principal também emana luz<br />
rebatida, vinda de perfis embutidos nesses biombos.<br />
Na entrada, o balcão de atendimento é<br />
iluminado por um projetor fixo no teto que<br />
garante uma luz direcionada. Todo o espaço da<br />
loja compartilha uma luz bastante homogênea<br />
e difusa, mas com pontos de enfoque que<br />
criam tridimensionalidade e interesse.
192 Projeto Neriage<br />
193<br />
Dividida em dois lados quase simétricos, com<br />
provadores ao fundo e uma longilínea árvore no<br />
centro, a loja possui um formato que permite<br />
que os clientes visualizem todos os itens<br />
simultaneamente. Os provadores são fechados por<br />
cortinas que aludem ao plissado das roupas, forte<br />
característica da marca, e recebem iluminação<br />
direta dos trilhos suspensos. Espelhos móveis<br />
podem ser colocados diante das cortinas, criando<br />
sensação de continuidade. Eles são iluminados<br />
por perfis instalados verticalmente em suas<br />
costas, criando interessante efeito de portal.<br />
Todo o conjunto criado pelo projeto de iluminação<br />
foi pensado para valorizar os diferentes tecidos<br />
trabalhados nas peças, além de suavizar a presença<br />
da estrutura industrial do galpão. O resultado é<br />
um ambiente luxuoso e aconchegante. [GCF]<br />
5 7<br />
NERIAGE<br />
São Paulo, SP<br />
Projeto de iluminação:<br />
Estúdio Lodi<br />
Marina Lodi (titular)<br />
Projeto de arquitetura<br />
e interiores:<br />
Estúdio Sumaúma<br />
Airon Martin<br />
e Gabriel Contreira<br />
(titulares)<br />
Projeto de paisagismo:<br />
Vitor Ballan Paisagismo<br />
Conclusão:<br />
2022<br />
Fornecedores:<br />
CIA de Iluminação,<br />
Lemca, Lightsource<br />
e Power Lume<br />
Fotos:<br />
Felco<br />
6<br />
5. Perfis de LED (14 W/m,<br />
1.400 lm, 3.000 K, IRC > 92,<br />
on-off) ocultos em desnível<br />
entre as paredes alta e baixa<br />
revelam as texturas da parede<br />
superior e contribuem para<br />
a iluminação geral da loja.<br />
6. Perfis de LED (24 W/m,<br />
2.760 lm, 3.000 K, IRC > 90,<br />
on-off) embutidos atrás dos<br />
biombos criam efeito de luz<br />
difusa na parede – afastada<br />
50 cm deles –, contrastando<br />
com a iluminação direta<br />
das araras de roupas.<br />
7. Perfis de LED (14 W/m,<br />
1.400 lm, 3.000 K, IRC > 92,<br />
on-off) ocultados em desnível<br />
entre as paredes alta e baixa<br />
revelam as texturas da parede<br />
superior e contribuem para<br />
a iluminação geral da loja.
194 LEDforum<br />
195<br />
A flexibilidade<br />
e modularidade<br />
dos sistemas LDE<br />
agora também para<br />
áreas externas.<br />
projetar é<br />
transcender<br />
projetar é transcender<br />
projetar é transcender<br />
Ilustração: Bruno Araújo<br />
projetar é transcender<br />
Módulos disponíveis em<br />
várias temperaturas de<br />
cor, com destaque nas<br />
versões 2200 e 1800 k<br />
(IRC > 90, R9 > 50) para<br />
uso em harmonia com os<br />
diferentes ecossistemas<br />
da natureza.<br />
@light_design_exporlux<br />
www.lightdesign.com.br<br />
O início da parceria entre o LEDforum e o<br />
projeto Light Drops, das arquitetas e lighting<br />
designers Diana Joels e Paula Carnelós, em<br />
2021, marca uma importante transformação<br />
na direção do conteúdo do evento.<br />
A 12ª segunda edição do congresso – então em<br />
seu segundo ano na versão digital, em razão da<br />
pandemia – inaugura a fase das edições temáticas,<br />
com palestras e conteúdos que se comunicam,<br />
se complementam e estabelecem um diálogo<br />
harmonioso, materializado em diferentes formas<br />
de apresentação, dinâmicas e trocas. Em louvor<br />
do design foi o tema daquele ano. LEDforum.22<br />
– Reconectando... será sempre lembrado pelo<br />
retorno às atividades presenciais... e por mais uma<br />
novidade: o início da série de ilustrações do artista<br />
Bruno Araújo, que passa a conceber, para cada<br />
edição e tema, um desenho que os sintetize.<br />
Para o LEDforum.24 – Projetar é Transcender,<br />
Bruno foi provocado a contrariar sua habitual síntese<br />
formal para explorar conceitos menos lineares.<br />
Projetos de iluminação proporcionam aos<br />
profissionais possibilidades de transcender<br />
as fronteiras de seus escopos. A adoção de<br />
abordagens e estratégias inovadoras em diversos<br />
domínios do design, incluindo metodologias,<br />
relações interpessoais, aspectos técnicos<br />
e avanços tecnológicos, oferece grandes<br />
oportunidades de crescimento e descoberta.<br />
O mergulho em diversas facetas desse processo<br />
dinâmico foi o fio condutor do conteúdo<br />
programático de 2024 e do briefing para a ilustração<br />
que simbolizaria a 15ª edição do LEDforum.<br />
O resultado é uma composição de texturas<br />
e limites que se intercalam e se sobrepõem,<br />
centrada na ideia de transcendência, que ilustra<br />
o LEDforum.24 e a página de fechamento<br />
da primeira edição do Anuário L+D, como<br />
um convite a participantes e leitores: vamos<br />
Projetar e Transcender? [por Thiago Gaya]
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