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Stallos News - Edição 46 - Setembro 2024

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Ano XIV - <strong>Edição</strong> <strong>46</strong> - <strong>Setembro</strong>/<strong>2024</strong><br />

Inovação e Competitividade<br />

O NOVO CENÁRIO DO<br />

MERCADO DE CÂMBIO<br />

BRASILEIRO<br />

Nesta edição<br />

Banco Central acelera adoção de<br />

IA para prevenção contra fraudes e<br />

tomada de decisões estratégicas<br />

Banco Central amplia o limite<br />

cambial de instituições não<br />

bancárias para USD 500 mil<br />

Bets vão ter de fazer<br />

classificação de risco dos<br />

apostadores e comunicar<br />

operações suspeitas ao COAF<br />

Confira também:<br />

A importância das<br />

consultas automatizadas<br />

a dados públicos na<br />

gestão de riscos e<br />

prevenção de fraudes<br />

e muito mais!


HÁ MAIS DE 35 ANOS<br />

INOVANDO O MERCADO<br />

DE CÂMBIO NO BRASIL<br />

Os conteúdos apresentados no BOLETIM STALLOS NEWS são<br />

meramente informativos. Não prestamos consultoria de nenhuma<br />

natureza e nem nos responsabilizamos por medidas que possam ser<br />

adotadas por terceiros a partir das informações contidas nessa edição.


CONFIRA NESTA EDIÇÃO<br />

01 07 10 11 12<br />

Inovação e<br />

competitividade:<br />

o novo cenário do<br />

mercado de<br />

câmbio brasileiro<br />

Por Tiago Ramos<br />

14 15 17 20 21<br />

Banco Central<br />

abre consulta<br />

pública sobre<br />

gerenciamento de<br />

riscos em arranjos<br />

de pagamentos<br />

Todo mundo<br />

quer ser Bet<br />

Criando<br />

sua própria<br />

Bet<br />

Bets vão ter de fazer<br />

classificação de risco<br />

dos apostadores e<br />

comunicar operações<br />

suspeitas ao COAF<br />

Pessoas<br />

impedidas:<br />

quem não<br />

pode apostar?<br />

23 25 27 29 31<br />

Banco Central<br />

define que PIX<br />

automático será<br />

lançado em<br />

junho de 2025<br />

Próximos passos<br />

da regulação dos<br />

criptoativos e dos<br />

prestadores de<br />

serviços de ativos<br />

virtuais<br />

Banco Central<br />

acelera adoção de<br />

IA para prevenção<br />

contra fraudes e<br />

tomada de decisões<br />

estratégicas<br />

Remessas de<br />

criptos e Bets já<br />

superam gastos de<br />

brasileiros no<br />

exterior<br />

Novo presidente<br />

do BC terá o<br />

desafio de seguir<br />

o legado de<br />

Campos Neto<br />

Banco Central<br />

facilita consulta de<br />

valores a receber<br />

para empresas<br />

encerradas<br />

PIB: Brasil é 6ª<br />

economia que<br />

mais cresceu<br />

no mundo em<br />

<strong>2024</strong><br />

Banco Central e<br />

CVM anunciam<br />

os 13 projetos<br />

selecionados<br />

para segunda<br />

fase do DREX<br />

PIB: o outro<br />

lado da moeda<br />

33<br />

Banco Central<br />

amplia o limite<br />

cambial de<br />

instituições não<br />

bancárias para<br />

USD 500 mil<br />

44<br />

Computação<br />

quântica vai<br />

mudar tudo<br />

que você sabe<br />

sobre bancos<br />

e finanças<br />

35 40<br />

37 43<br />

O Brasil e o<br />

pacto pela<br />

transformação<br />

ecológica<br />

<strong>46</strong><br />

Tempo seco<br />

aumenta o<br />

risco cardíaco<br />

e potencializa<br />

doenças<br />

respiratórias<br />

Para cumprir<br />

reporte ESG da<br />

CVM, empresas<br />

precisam<br />

acelerar, diz<br />

PWC<br />

48<br />

Método PDCA<br />

funciona para<br />

organizar os<br />

investimentos?<br />

A importância<br />

das consultas<br />

automatizadas a<br />

dados públicos na<br />

gestão de riscos e<br />

prevenção de<br />

fraudes<br />

Conheça o<br />

Roster: sua<br />

solução para<br />

consultas<br />

automatizadas<br />

de dados<br />

públicos no<br />

mercado de<br />

câmbio


Inovação e Competitividade<br />

O NOVO CENÁRIO DO<br />

MERCADO DE CÂMBIO<br />

BRASILEIRO<br />

01


O mercado de câmbio no Brasil passa por<br />

um período de grandes transformações,<br />

impulsionado tanto por avanços<br />

tecnológicos quanto por mudanças no<br />

cenário regulatório. A pressão por inovação e<br />

a competitividade entre as instituições<br />

financeiras criam um ambiente em<br />

constante evolução, repleto de desafios e<br />

novas oportunidades.<br />

Dentro desse contexto, convidamos Tiago<br />

Ramos, CEO da Freex Corretora de Câmbio,<br />

para compartilhar sua trajetória profissional<br />

e suas percepções sobre o atual panorama<br />

do mercado de câmbio no Brasil. Com uma<br />

carreira marcada por grandes realizações,<br />

Tiago traz uma visão única sobre como as<br />

instituições podem se manter competitivas<br />

em um ambiente de rápidas mudanças.<br />

Confira a seguir nossa entrevista exclusiva e<br />

conheça mais sobre os desafios e<br />

oportunidades que moldam o futuro do setor<br />

cambial:<br />

Poderia nos contar um pouco sobre sua<br />

trajetória no mercado de câmbio? Como<br />

começou sua carreira e quais foram os<br />

principais desafios que enfrentou ao longo<br />

do caminho até se tornar CEO da Freex<br />

Corretora de Câmbio?<br />

Minha carreira no mercado de câmbio<br />

iniciou-se no Banco Paulista, como<br />

estagiário de BackOffice, aos 19 anos. Essa<br />

primeira experiência durou apenas 4 meses<br />

devido a minha efetivação como analista<br />

júnior. Encerrei minhas atividades nessa<br />

Instituição Financeira após 8 anos como<br />

analista sênior. Após o Banco Paulista, fui<br />

para o Banco Safra, local que permaneci por<br />

3 meses devido a um convite na Treviso<br />

Corretora, onde permaneci por 3 anos<br />

ocupando a Superintendência do NACC –<br />

Núcleo de Apoio ao Correspondente<br />

Cambial.<br />

Tiago Ramos<br />

Cambial. Em seguida, tive a oportunidade de<br />

ser Coordenador Institucional da ABRACAM, por<br />

onde fiquei 2 anos. Posteriormente a minha<br />

experiência na ABRACAM, recebi o convite para<br />

estar na gerência de projetos da Decyseo<br />

Corretora de Câmbio, hoje EFX Corretora, onde<br />

fiquei por 5 anos. Aos meus 33 anos, pude ter a<br />

experiência de concluir meu mestrado de<br />

economia na Europa, período que levou 2 anos.<br />

Ao meu regresso no Brasil, fui convidado a<br />

assumir a gerência de compliance da OZ<br />

Corretora de Câmbio, onde fiquei por 1 ano<br />

como Gerente e outros 10 meses como Diretor<br />

de Compliance. Após esse período, tive a<br />

oportunidade, posterior a convite de acionistas<br />

americanos, de abraçar o projeto da Freex<br />

Corretora de Câmbio, tendo recebido a<br />

aprovação a operar no mercado de câmbio<br />

pelo Bacen há 4 meses atrás.<br />

02


Existe alguma experiência ou projeto<br />

específico que você considera um<br />

marco em sua jornada profissional?<br />

Sim, a abertura da Freex Corretora de<br />

Câmbio. A experiência que tive aqui está<br />

sendo diferente das outras instituições<br />

nas quais assumi a direção ou gerência,<br />

uma vez que, quando assumi a gestão<br />

dessas, elas já existiam. A Freex Câmbio<br />

foi uma construção física, orçamentária,<br />

regulatória e de processos. Projetar o<br />

desejo dos investidores em algo<br />

concreto, sem a menor sombra de<br />

dúvidas, foi o maior desafio profissional<br />

da minha carreira.<br />

Como você avalia o contexto atual do<br />

mercado de câmbio brasileiro? Quais<br />

são as principais tendências e desafios<br />

que você acredita que estão moldando o<br />

mercado hoje?<br />

Percebo que algumas instituições<br />

financeiras buscam apenas ser as<br />

primeiras em rankings de volume. São<br />

tantos esforços e investimentos para<br />

estarem na mídia que chego a admirálas,<br />

mas, ao mesmo tempo, ao<br />

analisarmos a receita desses volumes,<br />

começo a me preocupar com a<br />

estratégia. As perguntas que me faço<br />

são:<br />

Queremos apenas volume para sermos<br />

notados no mercado e, assim,<br />

supostamente nos vender para quem<br />

tem interesse em comprar? Onde está a<br />

receita desses grandes volumes?<br />

Particularmente, não vejo que o alto risco<br />

assumido está proporcional à receita<br />

obtida.<br />

Não sou contra o risco, pois é ele também<br />

que traz receita, mas o risco é bem-vindo<br />

quando se tem bons controles internos e<br />

s<br />

sistemas robustos e eficientes de PLD-FT.<br />

Um MSAC que não fica apenas na política,<br />

mas que tem aplicabilidade nas<br />

operações, sejam elas de baixo, médio e<br />

alto risco.<br />

Mas resumo os maiores desafios em:<br />

Volatilidade das taxas de câmbio<br />

Intervenções governamentais<br />

Incertezas políticas<br />

Globalização e interconexão<br />

Tecnologia e regulamentação.<br />

Crises econômicas<br />

Mudanças nas políticas comerciais<br />

Especulação<br />

Acesso desigual ao mercado<br />

Concorrência Desleal<br />

Ego Corporativo<br />

E quanto às oportunidades? Quais setores<br />

ou áreas você acredita que apresentam<br />

maior potencial de crescimento e<br />

inovação no mercado de câmbio?<br />

Se no passado o atendimento era a melhor<br />

forma de se diferenciar, hoje virou mantra.<br />

Todos os players oferecem os mesmos<br />

serviços, porém chegamos em um<br />

momento de que não é o que oferecer,<br />

mas COMO OFERECER. As oportunidades<br />

estão aí, a tecnologia de mercado está<br />

cada dia mais avançada. O digital se<br />

encontra na palma de nossas mãos, além<br />

do reconhecimento facial, estrutura<br />

importantíssima para segurança. Ademais,<br />

a IA vem trazendo o mundo dos “Jacksons”<br />

para o nosso mundo de forma ágil e sem<br />

volta. Ou seja, as oportunidades estão nas<br />

operações já existentes e nas que vão<br />

surgir devido a esse avanço tecnológico<br />

cambial. Por esse motivo, a Freex Câmbio<br />

estabelece parceria com a <strong>Stallos</strong>,<br />

empresa de tecnologia reconhecida no<br />

mercado devido a inovação e a alta<br />

qualidade.<br />

03


Com a entrada de novos players no<br />

mercado de câmbio como fintechs,<br />

casas de apostas e plataformas digitais,<br />

como você vê o impacto dessas<br />

mudanças na concorrência e no<br />

funcionamento tradicional do mercado?<br />

Na minha ótica, a concorrência não está<br />

na entrada de novos players, mas sim na<br />

forma como eles irão oferecer essas<br />

operações de câmbio. Naturezas, como<br />

apostas, já há algum tempo são vistas<br />

como um risco no mercado financeiro,<br />

porém o próprio Banco Central regulou<br />

uma natureza específica para isso. Na<br />

minha opinião, agora cabe a cada<br />

instituição financeira criar seus<br />

mecanismos operacionais e preventivos<br />

para essas operações. A entrada de<br />

novos players no mercado é sempre<br />

bem-vinda, pois gera a oportunidade de<br />

algumas instituições mais antigas saírem<br />

da zona de conforto, promovendo uma<br />

competitividade<br />

saudável,<br />

proporcionando uma nova dinâmica de<br />

mercado e, consequentemente,<br />

favorecendo o cliente como um todo.<br />

Quais são as vantagens e os riscos<br />

associados a essa diversificação de<br />

participantes no mercado?<br />

Vantagens: necessidades de criar novas<br />

estratégias comerciais e operacionais;<br />

Riscos: continuar a dinâmica que clientes<br />

e parceiros utilizam: “Lá na outra<br />

Instituição Financeira faz, porque aqui não<br />

faria?”.<br />

Como você vê o impacto da regulação<br />

atual no mercado de câmbio brasileiro e<br />

quais os principais desafios nesse<br />

sentido? Há alguma mudança que você<br />

considera especialmente relevante?<br />

A regulamentação trouxe muita<br />

flexibilidade aos negócios,<br />

possibilitando a criação de novas<br />

estratégias. Entender os cenários<br />

atuais faz parte dos novos desafios<br />

das IFs (Instituições Financeiras). Uma<br />

mudança sugestiva seria ainda o<br />

aumento do limite das Corretoras de<br />

Câmbio de USD 500.000,00 para USD<br />

1.000.000,00, visto que o custo de<br />

observância das operações continua<br />

aumentando devido aos investimentos<br />

que se tornam necessários.<br />

Olhando para os próximos 5 anos,<br />

quais tendências você vê se<br />

consolidando e quais as novidades<br />

podem surgir para o mercado de<br />

câmbio brasileiro?<br />

1. Digitalização das Moedas e<br />

Moedas Digitais<br />

2. Volatilidade Geopolítica<br />

3. Impacto da Inteligência Artificial e<br />

Automação<br />

4. Sustentabilidade e ESG (Governança<br />

Ambiental, Social e Corporativa)<br />

5. Desafios e Oportunidades nos<br />

Mercados Emergentes<br />

6. Aumento de Limites Operacionais<br />

7. Educação Corporativa<br />

Que conselhos você daria para jovens<br />

profissionais que estão entrando no<br />

mercado de câmbio agora?<br />

Primeiro, buscar se especializar no<br />

assunto. Sou suspeito para falar da<br />

área de educação, visto que leciono<br />

em Faculdades há 18 anos e coordeno<br />

o 1º MBA em Câmbio do Brasil. Da<br />

experiência que possuo, se especializar<br />

com a área é indispensável, além de<br />

colaborar com o desenvolvimento da<br />

leitura de artigos do mercado. Sempre<br />

h<br />

04


digo aos meus alunos, que possuem<br />

interesse na área de câmbio que nós<br />

temos uma vantagem imensa de termos<br />

uma associação bem ativa no mercado.<br />

Então acompanhe, faça os respectivos<br />

cursos e participe dos webinares. A<br />

ABRACAM certamente contribuirá com o<br />

seu desenvolvimento profissional, assim<br />

como contribui com o meu até hoje.<br />

O que você acredita ser essencial para<br />

se manter relevante e competitivo em<br />

um mercado que está passando por<br />

aceleradas transformações?<br />

Para encerrar, gostaria de deixar uma<br />

mensagem final para os nossos leitores<br />

sobre o futuro do mercado de câmbio ou<br />

sobre sua experiência pessoal?<br />

Quero agradecer a <strong>Stallos</strong> pelo convite e<br />

interesse de saber sobre minha carreira e<br />

desejar a todos muitos sucessos em tudo<br />

que forem fazer.<br />

Abraços,<br />

Tiago Ramos<br />

Aceitar que o mercado está mudando e<br />

deixar de ser resistente as mudanças.<br />

Fechar os olhos para isso retarda a<br />

evolução do nosso segmento e<br />

enfraquece a imagem cambial brasileira.<br />

05<br />

04


CÂMBIO COMERCIAL,<br />

POSIÇÃO PRÓPRIA<br />

OU TURISMO?<br />

Independente de qual seja o foco da sua Instituição<br />

Financeira, na <strong>Stallos</strong> Tecnologia você encontra as<br />

melhores soluções para a automatização e gestão<br />

dos seus processos cambiais.<br />

CONTE COM QUEM É REFERÊNCIA<br />

NO MERCADO HÁ 35 ANOS<br />

06


TODO MUNDO<br />

QUER SER BET<br />

Novas regras para o setor valerão<br />

a partir de janeiro de 2025<br />

07


Eles só estavam esperando pela<br />

regulamentação. Agora que o país deixou<br />

de ser uma terra sem lei para as bets,<br />

empresas de comunicação e até times de<br />

futebol decidiram, enfim, avançar sobre<br />

essa montanha de dinheiro – a despeito<br />

da crescente má fama do negócio. Nas<br />

últimas semanas, Grupo Globo, Grupo<br />

Silvio Santos e até o Flamengo mostraram<br />

acalentar o sonho da bet própria.<br />

“Quem não conhece o mercado e tenta<br />

entrar agora achando que vai ganhar<br />

dinheiro fácil pode ter uma surpresa. A<br />

gestão será muito importante para que o<br />

negócio dê certo”, pontua Plínio Lemos<br />

Jorge, presidente da Associação Nacional<br />

de Jogos e Loterias (ANJL), que reúne<br />

empresas que atuam no ecossistema das<br />

bets, além das próprias casas de apostas.<br />

O hiato de cinco anos entre a legalização<br />

das bets (2018) e a regulamentação do<br />

setor (2023) fez do Brasil um terreno fértil<br />

para a multiplicação de empresas<br />

obscuras – sem CNPJ no país e acusadas<br />

de fraude, por exemplo. Mas o Brasil<br />

deixou de ser terra sem lei para as bets.<br />

A partir de janeiro de 2025, valerão novas<br />

regras para o setor, determinadas por 21<br />

portarias do Ministério da Fazenda que<br />

foram publicadas entre outubro do ano<br />

passado e o fim de julho de <strong>2024</strong>. Elas<br />

regulamentam das propagandas à<br />

fiscalização – a pasta criou a Secretaria<br />

de Prêmios e Apostas especialmente para<br />

monitorar essa área.<br />

O regramento vai encarecer as operações<br />

das bets. Será obrigatório, por exemplo,<br />

pagar R$ 30 milhões ao governo para<br />

conseguir a autorização, comprovar<br />

patrimônio de pelo menos outros R$ 30<br />

milhões e ainda contar com uma reserva<br />

financeira imediata de R$ 5 milhões. Isso<br />

fora o investimento necessário para tocar<br />

a operação, manter a sede em território<br />

nacional, pagar funcionários, entre outros.<br />

BETS NA TV<br />

Mais de 100 empresas correram para<br />

apresentar à Fazenda os documentos<br />

necessários para começar a operar já na<br />

abertura do mercado regulado, em 1º de<br />

janeiro de 2025. Como cada empresa<br />

pode registrar até três marcas, a pasta<br />

projeta que 220 sites diferentes serão<br />

autorizados só nessa primeira leva.<br />

Entre as candidatas estão a BetMGM,<br />

parceria entre a empresa de cassinos e<br />

hotéis MGM Resorts e o Grupo Globo, que é<br />

o maior grupo de comunicação do Brasil.<br />

No comunicado em que anunciaram a<br />

sociedade, MGM e Globo disseram que o<br />

objetivo é trazer a BetMGM, que já atua<br />

nos EUA e no Reino Unido, a um mercado<br />

regulado que está entre “um dos mais<br />

recentes e de rápido crescimento do<br />

mundo”.<br />

08


O Brasil tem mais de 20 milhões de<br />

apostadores ativos, que representam um<br />

mercado estimado em mais de US$ 3<br />

bilhões [R$ 17 bilhões] – e com<br />

crescimento de dois dígitos todos os<br />

anos”, diz a nota. A ideia aqui é juntar a<br />

experiência da MGM no mundo dos jogos<br />

com a audiência das empresas da Globo,<br />

que alcançam diariamente 70 milhões de<br />

pessoas no Brasil.<br />

Outro player tradicional que está de olho<br />

no mercado das bets é o Grupo Silvio<br />

Santos (GSS), que tenta colocar de pé a<br />

Todos Querem Jogar (TQJ). A expectativa<br />

é que o GSS repita no mundo das bets o<br />

modelo que construiu o patrimônio<br />

bilionário da família Abravanel: utilizar<br />

suas empresas de comunicação, como o<br />

SBT, para converter em consumidores –<br />

ou apostadores – quem assiste a<br />

programação de sua emissora de TV. Em<br />

nota, o GSS disse que a TQJ terá “a<br />

expertise de 65 anos com Baú da<br />

Felicidade e Tele Sena para dar um novo<br />

passo no mercado regulamentado de<br />

apostas no Brasil”.<br />

Fonte: adaptado de<br />

https://investnews.com.br<br />

09


CRIANDO SUA<br />

PRÓPRIA BET<br />

Há grandes plataformas internacionais<br />

que oferecem bets “white label”, isto é,<br />

estruturas digitais praticamente prontas<br />

para entrar em funcionamento. Basta<br />

comprar uma delas, escolher os jogos que<br />

farão parte do catálogo, associar a um<br />

domínio, escolher os meios de pagamento<br />

e voilà, nasce uma bet.<br />

Empresas como a PlayTech desenvolvem<br />

as plataformas, que podem ser<br />

compradas com poucos cliques. Outras<br />

companhias, como a PGSoft, criam os<br />

joguinhos. É possível até já contratar um<br />

combo (plataforma + jogos). De certa<br />

forma, toda esta cadeia industrial de<br />

produção de bets se torna sócia das<br />

próprias casas de aposta: elas são<br />

remuneradas com uma parte do<br />

faturamento. Todo mundo ganha um<br />

pedacinho.<br />

Este novo momento do mercado das<br />

bets terá uma marca mais visível. Só as<br />

bets devidamente autorizadas – as que<br />

cumprirem todos os requisitos<br />

estabelecidos, incluindo o pagamento<br />

dos R$ 30 milhões ao governo –<br />

poderão operar com o domínio .bet. Ele<br />

vai distinguir as autorizadas das que,<br />

por qualquer motivo, ainda não<br />

estiverem 100% alinhadas à<br />

regulamentação. O objetivo do governo<br />

é criar uma espécie de “selo de<br />

qualidade”, o que pode até acelerar a<br />

consolidação.<br />

Fonte: adaptado de<br />

https://investnews.com.br<br />

O último passo é escolher o meio de<br />

pagamento, empresas que precisam<br />

estar autorizadas pelo Banco Central. São<br />

elas que fazem a administração das<br />

contas dos usuários e reportam as<br />

movimentações ao BC. Também é a partir<br />

delas que são cobrados os impostos.<br />

Há players menos conhecidos nesse<br />

mercado, como a WePayment, a Paag e o<br />

Zro Bank. Com a regulamentação,<br />

instituições financeiras tradicionais<br />

também estão entrando. Plínio Jorge, da<br />

ANJL, cita o BTG Pactual como uma dessas<br />

empresas.<br />

10


BETS VÃO TER DE FAZER<br />

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DOS<br />

APOSTADORES E COMUNICAR<br />

OPERAÇÕES SUSPEITAS AO COAF<br />

Para operar no Brasil, as empresas de apostas deverão validar a<br />

identidade dos apostadores e fazer uma classificação de risco<br />

para clientes, funcionários e fornecedores.<br />

11


As plataformas de apostas<br />

(popularmente conhecida como bets)<br />

estabelecidas no Brasil terão que<br />

identificar, qualificar e fazer classificação<br />

de risco dos apostadores e comunicar<br />

transações suspeitas ao Conselho de<br />

Controle de Atividades Financeiras<br />

(COAF), órgão do governo federal que<br />

atua no combate à lavagem de dinheiro.<br />

As determinações constam na Portaria<br />

SPA/MF Nº 1143 DE 11/07/<strong>2024</strong> da<br />

Secretaria de Prêmios e Apostas do<br />

Ministério da Fazenda publicada no dia<br />

12/07/<strong>2024</strong> no Diário Oficial da União que<br />

Dispõe sobre políticas, procedimentos e<br />

controles internos de prevenção à<br />

lavagem de dinheiro, de que trata a Lei nº<br />

9.613, de 3 de março de 1998, do<br />

financiamento do terrorismo e da<br />

proliferação de armas de destruição em<br />

massa (PLD/FTP) e de outros delitos<br />

correlatos a serem adotados pelos<br />

agentes operadores de apostas que<br />

exploram apostas de quota fixa, de que<br />

tratam as Leis nº 13.756, de 12 de<br />

dezembro de 2018, e nº 14.790, de 29 de<br />

dezembro de 2023.<br />

Segundo a portaria supracitada, a<br />

qualificação do apostador inclui avaliar a<br />

compatibilidade entre a capacidade<br />

econômico-financeira dele e a apostas<br />

que ele faz e checar se ele é uma pessoa<br />

politicamente exposta ou próxima de<br />

alguma.<br />

De acordo com a portaria, devem ser<br />

objeto de especial atenção as apostas<br />

em que haja sinais de falta de<br />

fundamentação econômica ou legal,<br />

sejam incompatíveis com as práticas do<br />

mercado ou tenham indícios de lavagem<br />

de dinheiro ou de financiamento ou à<br />

proliferação de armas de destruição em<br />

massa. Também devem ser objeto de<br />

atenção especial, entre outras:<br />

Apostas esportivas na categoria<br />

bolsa de apostas – as “bet exchange”,<br />

nas quais o fator multiplicador da<br />

aposta, conhecido como odds, é<br />

definida não pela plataforma e sim<br />

pelos próprios apostadores – em que<br />

haja indício de arranjo entre os<br />

apostadores para resultados<br />

diferentes e, dividirem o dinheiro do<br />

prêmio entre si;<br />

Movimentações atípicas de valores<br />

de forma que possa sugerir o uso de<br />

ferramenta automatizada;<br />

Incompatibilidade entre as operações<br />

realizadas pelo apostador e sua<br />

profissão ou sua situação financeira<br />

aparente;<br />

As informações devem ser preservadas<br />

pelas empresas de aposta por, no<br />

mínimo, cinco anos. Além de<br />

apostadores, as bets terão de fazer<br />

classificação de risco de funcionários e<br />

fornecedores. As regras começam a<br />

valer em 1º de janeiro de 2025, quando<br />

começa a funcionar o mercado regulado<br />

de apostas no Brasil.<br />

Associação nacional aprova medida<br />

Em nota, a Associação Nacional de Jogos<br />

e Loterias (ANJL) disse que a avaliação<br />

da portaria é positiva. "Uma vez que traz<br />

medidas a serem implementadas pelos<br />

operadores que vão contribuir para o<br />

controle da integridade da indústria no<br />

Brasil, diz a nota. A associação destaca,<br />

ainda, que as medidas serão tomadas<br />

pelas bets que atuarem regulamentadas<br />

no Brasil, "o que reforça a importância do<br />

combate aos sites clandestinos, que não<br />

terão qualquer compromisso com essas<br />

regras", diz a nota.<br />

Fonte: https://g1.globo.com<br />

12


BETS<br />

PESSOAS IMPEDIDAS:<br />

QUEM NÃO PODE APOSTAR?<br />

A lei das bets atribui às empresas a<br />

responsabilidade por impedir que as<br />

seguintes pessoas apostem:<br />

Menor de 18 (dezoito) anos de<br />

idade;<br />

Proprietário, administrador, diretor,<br />

pessoa com influência significativa,<br />

gerente ou funcionário do agente<br />

operador;<br />

Agente público com atribuições<br />

diretamente relacionadas à<br />

regulação, ao controle e à<br />

fiscalização da atividade no âmbito<br />

do ente federativo em cujo quadro<br />

de pessoal exerça suas<br />

competências;<br />

Pessoa que tenha ou possa ter<br />

acesso aos sistemas<br />

informatizados de loteria de<br />

apostas de quota fixa;<br />

Pessoa que tenha ou possa ter<br />

qualquer influência no resultado de<br />

evento real de temática esportiva<br />

objeto de loteria de apostas de<br />

quota fixa, incluídos:<br />

Pessoa que exerça cargo de dirigente<br />

desportivo, técnico desportivo, treinador<br />

e integrante de comissão técnica;<br />

Árbitro de modalidade desportiva,<br />

assistente de árbitro de modalidade<br />

desportiva, ou equivalente, empresário<br />

desportivo, agente ou procurador de<br />

atletas e de técnicos, técnico ou<br />

membro de comissão técnica;<br />

Membro de órgão de administração<br />

ou de fiscalização de entidade de<br />

administração de organizadora de<br />

competição ou de prova desportiva;<br />

Atleta participante de competições<br />

organizadas pelas entidades integrantes<br />

do Sistema Nacional do Esporte;<br />

Pessoa diagnosticada com ludopatia,<br />

por laudo de profissional de saúde<br />

mental habilitado; e<br />

Outras pessoas previstas na<br />

regulamentação do Ministério da<br />

Fazenda.<br />

A ludopatia é reconhecida como uma condição<br />

médica caracterizada pela compulsão de uma<br />

pessoa por jogos de azar, o que pode levar a graves<br />

consequências para o indivíduo: financeiras, sociais,<br />

físicas e emocionais. O vício em jogos de azar é<br />

classificado pelos CID-10-Z72.6 (mania de jogo e<br />

apostas) e CID-10-F63.0 (jogo patológico). Embora o<br />

jogo possa ser uma atividade divertida e<br />

socialmente aceitável quando praticada com<br />

moderação, a ludopatia ocorre quando o jogo se<br />

torna incontrolável e interfere na vida diária da<br />

pessoa, que se torna um jogador patológico.<br />

13


BANCO CENTRAL ABRE CONSULTA<br />

PÚBLICA SOBRE GERENCIAMENTO<br />

DE RISCOS EM ARRANJOS<br />

DE PAGAMENTOS<br />

O Banco Central informou que<br />

abriu no dia 02/09/<strong>2024</strong>, a consulta<br />

pública nº 104/<strong>2024</strong> para<br />

estabelecer regras que buscam<br />

aprimorar as estruturas de<br />

gerenciamento centralizado de<br />

riscos nos arranjos de pagamento<br />

do Sistema de Pagamentos<br />

Brasileiro (SPB).<br />

A proposta em consulta busca<br />

avançar na segurança e na<br />

eficiência do ecossistema de<br />

arranjos de pagamento,<br />

preservando as questões<br />

relacionadas à inclusão de novos<br />

participantes e ao surgimento de<br />

novos modelos de negócios, de<br />

acordo com o BC.<br />

A consulta pública ficará disponível<br />

por 60 dias.<br />

Arranjo de pagamento é o conjunto<br />

de regras e procedimentos que<br />

disciplina a prestação de<br />

determinado serviço de<br />

pagamento ao público, podendo<br />

se referir, por exemplo, aos<br />

procedimentos utilizados para<br />

realizar compras com cartões de<br />

crédito, débito e pré-pago, em<br />

moeda nacional ou estrangeira.<br />

Há três consultas públicas ativas<br />

do Banco Central até a publicação<br />

dessa edição do Boletim <strong>Stallos</strong><br />

<strong>News</strong>.<br />

Consulta Pública nº 104/<strong>2024</strong><br />

Data final da consulta: 31/10/<strong>2024</strong><br />

Divulga minuta de resolução BCB que<br />

altera o Anexo I à Resolução BCB nº 150,<br />

de 6 de outubro de 2021, para estabelecer<br />

regras para aprimorar as estruturas de<br />

gerenciamento centralizado de riscos<br />

nos arranjos de pagamento integrantes<br />

do Sistema de Pagamentos Brasileiro<br />

(SPB).<br />

Consulta Pública nº 103/<strong>2024</strong><br />

Data final da consulta: 30/09/<strong>2024</strong><br />

Divulga informações para realização de<br />

mecanismo de participação social, na<br />

forma de tomada de subsídios, com o<br />

objetivo de obter contribuições e<br />

informações sobre elementos a serem<br />

considerados na consolidação e no<br />

aprimoramento da regulamentação<br />

sobre o investimento de não residente no<br />

mercado financeiro e no mercado de<br />

capitais.<br />

Consulta Pública nº 102/<strong>2024</strong><br />

Data final da consulta: 17/11/<strong>2024</strong><br />

Divulga propostas de alteração da<br />

Resolução CMN nº 4.958, de 21 de outubro<br />

de 2021, e da Resolução BCB nº 200, de 11<br />

de março de 2022, e de publicação de<br />

resolução BCB que dispõe sobre o<br />

cálculo da parcela dos ativos<br />

ponderados pelo risco (RWA) relativa ao<br />

cálculo do capital requerido para as<br />

exposições ao risco de mercado dos<br />

instrumentos classificados na carteira de<br />

negociação (RWASENS).<br />

Fonte: bcb.gov.br<br />

14


CONFIRA OS PRÓXIMOS PASSOS<br />

DA REGULAÇÃO DOS CRIPTOATIVOS<br />

E DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS<br />

DE ATIVOS VIRTUAIS<br />

A competência de regulamentação<br />

atribuída ao Banco Central (BC) por<br />

meio do Decreto 11.563, de 2023 –<br />

preservadas as atribuições inerentes a<br />

outros órgãos, como a Comissão de<br />

Valores Mobiliários (CVM) e a Secretaria<br />

Especial da Receita Federal do Brasil<br />

(RFB) – tem o intuito de reforçar a<br />

proteção ao investidor de ativos virtuais,<br />

estabelecendo regras que confiram e<br />

exijam maior transparência em relação<br />

aos benefícios e riscos associados a<br />

esses investimentos. Para dar<br />

prosseguimento à regulação do<br />

mercado de prestação de serviços de<br />

criptoativos no país, o BC decidiu dividir<br />

em fases o processo. "O papel crucial<br />

da regulação é ampliar as informações<br />

kkkkkk<br />

relativas a práticas inadequadas que se<br />

utilizem desses ativos e venham a<br />

prejudicar os consumidores e os agentes<br />

atuantes no segmento em casos de<br />

golpes e fraudes. A regulamentação visa<br />

oferecer requerimentos mínimos para<br />

que os prestadores de serviços de ativos<br />

virtuais desempenhem as suas<br />

atividades, dedicando-se também a<br />

prover práticas adequadas ao lidar com<br />

seus clientes. A ideia é evoluir na<br />

construção dos atos normativos que<br />

tratarão dos prestadores de serviços de<br />

ativos virtuais, incluindo aspectos de<br />

negócio e de autorização", destaca<br />

Nagel Lisanias Paulino, do Departamento<br />

de Regulação do Sistema Financeiro do<br />

BC.<br />

15


Segundo a Lei 14.478, de 2022, essas<br />

prestadoras, chamadas de VASPs (do<br />

inglês, Virtual Asset Service Providers),<br />

somente poderão funcionar no Brasil<br />

mediante autorização do BC. Entre as<br />

atividades desempenhadas estão a<br />

oferta direta, a intermediação e a<br />

custódia de criptoativos.<br />

Divisão em fases e passos<br />

seguintes<br />

A iniciativa deve passar por processos de<br />

revisão e sofisticação gradual,<br />

acompanhando a evolução da<br />

compreensão dos reguladores e as ações<br />

propostas por organismos internacionais.<br />

Em paralelo, o BC tem intenção, contando<br />

com o apoio de órgãos reguladores,<br />

como a CVM, de lidar com aspectos<br />

relativos a ativos virtuais específicos, os<br />

quais conjugam características que<br />

combinam o interesse e a competência<br />

de ambas as autarquias, bem como de<br />

outros órgãos de governo.<br />

Confira, a seguir, os próximos passos da<br />

regulação das criptomoedas, que foi<br />

definida pelo BC como uma das<br />

prioridades de <strong>2024</strong>:<br />

Desenvolvimento e aperfeiçoamento<br />

do arcabouço complementar para<br />

recepcionar as entidades (exemplo:<br />

atuação das VASPs no mercado de<br />

câmbio e capitais internacionais,<br />

regulamentação prudencial, prestação<br />

de informações ao BC, contabilidade,<br />

tarifas, suitability etc.).<br />

A partir disso, será feito o aproveitamento<br />

das contribuições e o fechamento das<br />

propostas normativas no fim de <strong>2024</strong>.<br />

Importante ressaltar ainda que a<br />

regulamentação tem a finalidade de<br />

preservar a estabilidade do Sistema<br />

Financeiro Nacional, conforme mandato<br />

do BC. É nessa seara que importam as<br />

regras relativas à Prevenção à Lavagem<br />

de Dinheiro e Confrontação do<br />

Financiamento ao Terrorismo, o<br />

monitoramento de atividades suspeitas e<br />

a disciplina relacionada a aspectos<br />

prudenciais que os prestadores e outras<br />

instituições autorizadas desenvolvam.<br />

Fonte: www.bcb.gov.br<br />

Desenvolvimento de uma segunda<br />

consulta pública sobre as normas<br />

gerais de atuação dos prestadores e<br />

de autorização ainda no segundo<br />

semestre;<br />

Estabelecimento do planejamento<br />

interno em relação à regulamentação<br />

de stablecoins, em especial nas<br />

esferas de competência do Banco<br />

Central sobre pagamentos e o<br />

mercado de câmbio e capitais<br />

internacionais;<br />

16


ALERTA NO BC<br />

REMESSAS DE CRIPTOS E BETS JÁ<br />

SUPERAM GASTOS DE BRASILEIROS<br />

NO EXTERIOR<br />

A febre das bets e das criptomoedas se tornou<br />

um ralo de dinheiro para fora do país nos<br />

últimos anos. Nem todo mundo se dá conta,<br />

mas boa parte das bolsas digitais e das<br />

plataformas de jogos funciona no exterior.<br />

Portanto, ao fazer uma aposta ou comprar<br />

cripto, o usuário está mandando dólares para<br />

outro país. O volume tem crescido tanto que<br />

chamou a atenção do Banco Central e do<br />

próprio governo.<br />

Em evento, o diretor de Política Monetária do<br />

BC, Gabriel Galípolo, citou as criptomoedas<br />

como possível parte de um novo cenário de<br />

consumo S digital, que incluiria as bets.<br />

Só os gastos de brasileiros com as<br />

criptomoedas entre 2018 a 2023 somaram US$<br />

39,6 bilhões – ou R$ 213,8 bilhões –, segundo<br />

dados do BC. O crescimento foi de nada<br />

menos que 11 vezes nesse período de cinco<br />

anos. Entre janeiro e maio deste ano, os<br />

brasileiros que compraram cripto mandaram<br />

para fora do país US$ 7,3 bilhões. O volume<br />

acende uma luz amarela porque já tem<br />

exatamente o mesmo tamanho de outra<br />

atividade que há tempos pesa na balança de<br />

pagamentos: os gastos com o turismo de<br />

brasileiros no exterior.<br />

Se mantiver a tendência de crescimento, as<br />

criptos vão passar o turismo em breve. No ano<br />

passado, as estatísticas mostram que o<br />

investimento em criptomoedas alcançou US$<br />

11,7 bilhões (R$ 64,1 bilhões pelo câmbio atual)<br />

e o de gastos com turismo no exterior, de US$<br />

14,5 bilhões (R$ 79,5 bilhões). Em <strong>2024</strong>, de<br />

janeiro a maio, ambos cravaram o mesmo<br />

número: os já citados US$ 7,3 bilhões (R$ 40<br />

bilhões, pelo câmbio atual).<br />

17


OUTRO LADO DA MOEDA<br />

O diretor de novos negócios da exchange<br />

brasileira Mercado Bitcoin, Fabricio Tota,<br />

defende a necessidade de o mercado ter<br />

mais informações sobre as operações<br />

com criptomoedas. “O mundo cripto<br />

criou uma possibilidade do livre fluxo de<br />

capitais, de poder mandar dinheiro pra<br />

qualquer lugar do mundo de forma muito<br />

rápida, simples e barata.”<br />

Tota, porém, questiona os números<br />

divulgados pelo BC. Para o especialista,<br />

as estatísticas só mostram um dos lados<br />

das transações, o da remessa de valores.<br />

“Precisamos olhar também tudo o que<br />

está voltando”, diz. Ele se refere ao fato de<br />

que, quando o investidor decide resgatar<br />

os recursos que aplicou nas<br />

criptomoedas, o lucro pode retornar ao<br />

Brasil.<br />

Seja como for, as estatísticas mostram<br />

que tanto as cripto como as bets<br />

provocam um buraco nas contas<br />

externas – que nada mais é do que o<br />

saldo entre todos os recursos que entram<br />

e os que saem do país, com potencial de<br />

influenciar o comportamento do câmbio.<br />

No caso das cripto, além do fato de a<br />

maioria das “exchanges” – as bolsas de<br />

negociação dessas moedas digitais –<br />

funcionar no exterior, elas concorrem<br />

com produtos de investimento<br />

tradicionais, como renda fixa e ações.<br />

Quando alguém coloca dinheiro em um<br />

título de renda fixa ou investe em uma<br />

ação na bolsa brasileira, por exemplo,<br />

financia as atividades de uma empresa<br />

ou do governo. Não é o caso da<br />

aplicação nas criptomoedas, que tira<br />

recursos do mercado local.<br />

BETS: BURACO<br />

É AINDA MAIS FUNDO<br />

No caso das apostas online, as chamadas<br />

bets, não existem estatísticas oficiais. Mas<br />

muita gente tem se dedicado a estimar as<br />

cifras envolvidas no mercado da jogatina<br />

digital. E todos chegam à mesma<br />

conclusão: o crescente volume financeiro já<br />

pode chegar a mais de uma centena de<br />

bilhões de reais por ano.<br />

O Itaú Unibanco, por exemplo, divulgou um<br />

relatório no qual estimou um gasto bruto<br />

de R$ 68,2 bilhões pelos brasileiros com as<br />

bets em 2023. O estudo estima ainda que<br />

os usuários locais conseguiram sacar R$<br />

44,3 bilhões de prêmios. Ou seja, os<br />

apostadores perderam R$ 23,9 bilhões (US$<br />

4,36 bilhões, pelo câmbio atual) em um<br />

ano. O saldo que ficou com as plataformas<br />

no exterior é significativo. Supera, por<br />

exemplo, o total de exportações brasileiras<br />

ao Canadá no ano passado. As vendas ao<br />

país da América do Norte somaram US$ 4,2<br />

bilhões ou R$ 22,8 bilhões em 2023.<br />

Em outro estudo, o Santander calcula um<br />

desembolso total de R$ 100 bilhões a R$ 150<br />

bilhões pelos brasileiros ao ano em<br />

apostas, sem considerar ganhos com<br />

prêmios. A cifra, nesse caso, reúne também<br />

o dinheiro destinado às loterias oficiais,<br />

junto com apostas online e jogos informais.<br />

O número mais chamativo do relatório é<br />

aquele que revela o crescimento do<br />

mercado em cinco anos: os gastos com<br />

apostas multiplicaram por cinco desde<br />

2018. Esse crescimento acelerado das bets<br />

se tornou fonte de preocupação para<br />

vários setores. Isso porque há evidências de<br />

que usuários das plataformas de jogos têm<br />

reduzido o consumo para fazer apostas. O<br />

próprio Banco Central tem soado o alerta<br />

dessas mudanças.<br />

18


EFEITO NA ECONOMIA<br />

DOMÉSTICA<br />

Ao falar sobre as bets, o diretor do Banco<br />

Central, Gabriel Galípolo, disse suspeitar<br />

que parte do aumento da renda da<br />

população pode estar sendo<br />

direcionada às apostas. “Talvez o<br />

crescimento da renda possa estar<br />

vazando para esse tipo de atividade”,<br />

disse o diretor. O que chamou a atenção<br />

da autoridade foi que, mesmo com uma<br />

taxa de desemprego muito perto do<br />

menor nível da história, o aumento de<br />

renda refletido pelas estatísticas não tem<br />

se transformado em mais consumo ou<br />

poupança.<br />

O estudo do Santander, baseado em<br />

dados do IBGE, deixa bem evidente o<br />

peso dessa mudança do<br />

comportamento no orçamento dos<br />

brasileiros. O relatório mostra um<br />

aumento explosivo da participação de<br />

gastos com jogos de azar e apostas<br />

online em relação à renda das famílias. A<br />

participação pode ter triplicado: de 0,8%<br />

em 2018 para uma faixa entre 1,9% a 2,7%<br />

em 2023.<br />

Galípolo afirmou ter ouvido relatos de<br />

redes de varejo e supermercados que<br />

apontam o dedo para o crescimento das<br />

apostas online como um concorrente<br />

para as vendas de bens e serviços. Até<br />

as empresas de telefonia têm percebido<br />

esse impacto. O presidente da Claro,<br />

Paulo César Teixeira, afirmou em outro<br />

evento, em junho, já ver as plataformas<br />

de apostas como suas principais rivais<br />

na conquista do bolso dos clientes.<br />

De olho no crescimento exponencial das<br />

bets, o Ministério da Fazenda tomou a<br />

inciativa de regular o universo das apostas<br />

online. Em um momento em que o governo<br />

busca arrecadar mais, garantir uma fatia<br />

nesse mercado pode mudar o jogo das<br />

contas públicas. Se não pretende fechar o<br />

sumidouro monetário, o ministério planeja<br />

montar um encanamento paralelo e manter<br />

parte dessa irrigação financeira por aqui.<br />

Para isso, criou exigências ao funcionamento<br />

dessas empresas de apostas, como:<br />

Aprovação pelo Ministério da Fazenda,<br />

Ter sede e administração no Brasil,<br />

Ter participação de, no mínimo, 20% de<br />

um grupo nacional como sócio,<br />

Ter R$ 5 milhões em provisões para<br />

garantir o pagamento dos prêmios e<br />

Pagar R$ 30 milhões em outorga<br />

(licença) ao governo.<br />

A Fazenda também estabeleceu uma<br />

tributação sobre as receitas brutas das bets.<br />

A meta é arrecadar entre R$ 12 bilhões e R$<br />

15 bilhões por ano. Como a alíquota prevista<br />

no imposto da jogatina ficou em 12%, isso<br />

significa que, nas estimativas das<br />

autoridades, as plataformas online podem<br />

movimentar algo em torno de R$ 100 bilhões<br />

a R$ 125 bilhões a cada 12 meses.<br />

Em uma primeira leva, com prazo de<br />

cadastramento até o dia 20/08/<strong>2024</strong>, o<br />

governo tinha recebido 113 solicitações de<br />

108 empresas para operar plataformas de<br />

apostas no Brasil. Se receberem autorização<br />

da Fazenda, elas poderão atuar a partir de<br />

janeiro de 2025.<br />

Fonte: https://investnews.com.br<br />

19


BANCO CENTRAL FACILITA<br />

CONSULTA DE VALORES A RECEBER<br />

PARA EMPRESAS ENCERRADAS<br />

Desde o dia 03/09/<strong>2024</strong>, o Banco Central<br />

anunciou que o Sistema de Valores a<br />

Receber (SVR) está acessível para<br />

consulta por representantes de<br />

empresas que já foram encerradas.<br />

Para utilizar o sistema, é necessário que o<br />

representante tenha uma conta pessoal<br />

no Gov.br, com nível de segurança ouro<br />

ou prata, além de assinar um termo de<br />

responsabilidade. De acordo com as<br />

informações fornecidas pelo Banco<br />

Central, o sistema permite que o usuário<br />

verifique em qual instituição financeira<br />

estão os valores pertencentes à empresa<br />

com CNPJ inativo. Também são<br />

disponibilizados dados de contato da<br />

instituição, bem como a faixa e a origem<br />

dos valores.<br />

Após obter essas informações, o<br />

representante deve entrar em contato<br />

com a instituição para discutir a<br />

apresentação da documentação que<br />

comprove sua legitimidade como<br />

representante da empresa encerrada.<br />

Vale ressaltar que não será possível<br />

realizar a solicitação dos valores<br />

diretamente pelo sistema.<br />

20


BANCO CENTRAL DO BRASIL E CVM<br />

ANUNCIAM OS 13 PROJETOS SELECIONADOS<br />

PARA SEGUNDA FASE DO DREX<br />

O Banco Central do Brasil (BC), em<br />

parceria com a Comissão de Valores<br />

Mobiliários (CVM), anunciou no dia 04/09,<br />

a seleção de 13 projetos que farão parte<br />

da segunda fase de testes do Piloto Drex.<br />

Essa fase é crucial para o<br />

desenvolvimento da moeda digital do<br />

Brasil, que deverá ser lançada ao público<br />

até 2026.<br />

Dos 42 casos de uso propostos, 13<br />

projetos foram escolhidos com foco na<br />

implementação de contratos<br />

inteligentes. Os testes desta segunda<br />

fase vão avaliar também a<br />

escalabilidade da solução tecnológica e<br />

a privacidade dos dados, que têm sido<br />

pontos críticos, especialmente devido<br />

aos desafios de compatibilidade com a<br />

Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).<br />

A CVM terá um papel importante nessa<br />

fase, já que parte dos ativos envolvidos<br />

são regulados por ela, como<br />

instrumentos do mercado de capitais.<br />

A expectativa é que os testes continuem<br />

até o primeiro semestre de 2025, com o<br />

lançamento de uma nova fase de testes<br />

do Drex, voltada ao público, planejada<br />

para ocorrer após essa etapa. O objetivo<br />

é garantir que todas as funcionalidades e<br />

questões de privacidade estejam em<br />

conformidade antes da implementação<br />

em larga escala.<br />

O Piloto Drex conta atualmente com a<br />

participação de 16 consórcios ou<br />

empresas, identificados a seguir,<br />

diretamente engajados nos testes e no<br />

desenvolvimento dos recursos<br />

necessários à operação da plataforma.<br />

1. ABBC: Banco Brasileiro de Crédito,<br />

Banco Ribeirão Preto, Banco Original,<br />

Banco ABC Brasil, Banco BS2 e Banco<br />

Seguro, ABBC, BBChain, Microsoft e BIP;<br />

2. ABC: Banco ABC, Hamsa, LoopiPay e<br />

Microsoft;<br />

3. B3: Banco B3, B3 e B3 Digitas;<br />

4. BB: Banco do Brasil;<br />

5. Bradesco: Bradesco, Nuclea e Setl;<br />

6. BTG: Banco BTG;<br />

7. BV: Banco BV;<br />

8. Caixa: Caixa, Elo e Microsoft;<br />

9. Inter: Banco Inter, Microsoft e 7Comm;<br />

10. Itaú: Itaú Unibanco;<br />

11. MB: MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard e<br />

Banco Genial;<br />

12. Nubank: NuBank;<br />

13. Santander: Santander, Santander<br />

Asset Management, F1RST e Toro CTVM;<br />

14. SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e<br />

Unicred;<br />

15. TecBan: Basa, TecBan, Pinbank,<br />

Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens,<br />

Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin; e<br />

16. XP-Visa: XP e Visa.<br />

21


A seleção dos temas<br />

Considerada a superposição de escopo<br />

nas propostas apresentadas, o Comitê<br />

Executivo de Gestão (CEG) do Piloto Drex<br />

decidiu por agregar os casos de uso em<br />

13 temas, listados a seguir, sendo que 11<br />

desses temas caem na competência do<br />

BCB e os outros 2 na competência da<br />

CVM.<br />

Temas e consórcios participantes:<br />

1 - Cessão de recebível: ABC e Inter<br />

2 - Crédito colateralizado em CDB: BB,<br />

Bradesco e Itaú<br />

3 - Crédito colateralizado em títulos<br />

públicos: ABBC, ABC e MB<br />

4 - Financiamento de operações de<br />

comércio internacional (Trade Finance):<br />

Inter<br />

5 - Otimização do Mercado de Câmbio:<br />

XP-Visa e NuBank<br />

6 - Piscina de liquidez para negociação<br />

de títulos públicos: ABC, Inter e MB<br />

7 - Transações com Cédulas de Crédito<br />

Bancário: ABBC<br />

8 - Transações com ativos do<br />

agronegócio (CVM): TecBan, MB e XP-<br />

Visa<br />

9 - Transações com ativos em redes<br />

públicas: MB<br />

10 - Transações com automóveis: B3, BV e<br />

Santander<br />

11 - Transações com créditos e<br />

descarbonização – CBIO: Santander<br />

12 - Transações com debêntures (CVM):<br />

B3, BTG e Santander<br />

13 - Transações com imóveis: BB, Caixa e<br />

SFCoop<br />

Segundo Fabio Araújo, coordenador do<br />

Drex junto ao BC, ainda em<br />

setembro/<strong>2024</strong> haverá uma chamada<br />

pública para que empresas que ainda<br />

não estão participando desta segunda<br />

fase possam trazer seus casos de uso e<br />

começar a implementação em 2025.<br />

Araújo também destacou que 2025 será<br />

o próximo checkpoint do Drex no qual os<br />

objetivos estabelecidos serão avaliados,<br />

"o mais importante é garantir que<br />

atingimos os marcos necessários no<br />

processo, como privacidade, segurança<br />

e estabilidade, antes de avançar para a<br />

incorporação da população", afirmou.<br />

"Se conseguirmos alcançar esses<br />

marcos, poderemos iniciar testes com a<br />

população, observando como ela reage<br />

à nova tecnologia. Quando o PIX foi<br />

lançado, surgiram muitos usos que não<br />

imaginávamos, e o mesmo pode<br />

acontecer com o DREX, especialmente<br />

com algo que impacta tão<br />

profundamente a infraestrutura do<br />

sistema financeiro.", afirmou.<br />

Fonte: cointelgraph<br />

22


BC DEFINE QUE PIX AUTOMÁTICO SERÁ<br />

LANÇADO EM JUNHO DE 2025<br />

O Banco Central (BC) definiu no dia<br />

22/07/<strong>2024</strong> que o lançamento do Pix<br />

Automático para a população ocorrerá<br />

em 16 de junho de 2025. A nova data foi<br />

divulgada na Resolução BCB N° 402,<br />

publicada no site da instituição.<br />

A autoridade monetária prevê que o Pix<br />

Automático facilitará cobranças<br />

recorrentes, a modalidade de cobrança<br />

em que o usuário paga periodicamente<br />

para ter acesso a um produto ou serviço,<br />

e conseguirá aumentar a eficiência da<br />

cobrança periódica.<br />

O Pix Automático poderá ser usado como<br />

forma de recebimento por empresas de<br />

diversos tamanhos e setores de atuação.<br />

Entre elas, estão faturas de<br />

concessionárias de serviço público de luz,<br />

água, telefone, mensalidades de escolas<br />

e faculdades, academias, condomínios,<br />

clubes sociais, planos de saúde, serviços<br />

de<br />

de streamings, portais de notícias, clubes<br />

por assinatura e empresas do setor<br />

financeiro.<br />

Com a modalidade de Pix Automático, o<br />

BC calcula que as empresas que<br />

receberão por essa modalidade de<br />

pagamento vão conseguir diminuir os<br />

custos de cobrança, pois a operação<br />

independe de convênios bilaterais, como<br />

ocorre atualmente no débito em conta, e<br />

usa a infraestrutura já criada para o<br />

funcionamento do Pix.<br />

Outra vantagem apontada pelo BC é a<br />

possível redução da inadimplência, já<br />

que os pagamentos ficarão<br />

programados na conta do cliente.<br />

23


Empresas<br />

Pela resolução, o prestador de serviços<br />

precisará informar os detalhes da<br />

cobrança ao solicitar a autorização de Pix<br />

Automático. Essa autorização pode ser<br />

feita a partir da leitura de um QR Code,<br />

contendo as informações da permissão<br />

solicitada e será concedida a<br />

autorização.<br />

Em caso de saldo insuficiente na data de<br />

uma cobrança, poderão ser feitas novas<br />

tentativas na conta da pessoa pagadora.<br />

A empresa fornecedora do produto ou<br />

serviço poderá realizar novas tentativas<br />

de iniciar a transação de Pix Agendado,<br />

caso a tentativa original não tenha sido<br />

autorizada pelo pagador do serviço.<br />

O cliente também pode ler um QR Code<br />

contendo as informações da permissão<br />

solicitada e as informações relativas ao<br />

pagamento imediato da primeira<br />

cobrança e concede a autorização ao<br />

mesmo tempo em que inicia o<br />

pagamento imediato. Após dar a<br />

autorização única inicial, os valores serão<br />

debitados da conta da pessoa<br />

pagadora, com a periodicidade fixada na<br />

instrução de pagamento.<br />

A autorização para o Pix Automático<br />

pode ser cancelada ou, naquilo que for<br />

admitido, alterada unilateralmente pela<br />

pessoa pagadora a qualquer momento.<br />

Fonte: www.agenciabrasil.ebc.com.br<br />

Pagador<br />

O Pix Automático será gratuito para a<br />

pessoa pagadora. O Banco Central<br />

estima que o Pix Automático poderá<br />

trazer mais comodidade e servir de<br />

alternativa de pagamento recorrente aos<br />

pagadores. O pagante deverá dar uma<br />

autorização prévia e específica, uma<br />

única vez, para aquele pagamento<br />

recorrente, por meio do próprio<br />

dispositivo de acesso ao Pix por celular<br />

ou computador, no aplicativo da<br />

instituição financeira. No momento de<br />

dar a autorização prévia, o usuário<br />

deverá permitir os débitos periódicos de<br />

forma automática, sem a necessidade<br />

de autenticação a cada transação.<br />

24


BANCO CENTRAL ACELERA ADOÇÃO DE IA<br />

PARA PREVENÇÃO CONTRA FRAUDES E<br />

TOMADA DE DECISÕES ESTRATÉGICAS<br />

O Banco Central (BC) anunciou na<br />

últimas semana do mês de agosto, a<br />

criação do Centro de Excelência de<br />

Dados e Inteligência Artificial (CdE IA)<br />

para promover e acelerar o uso da<br />

tecnologia em seus processos internos,<br />

visando ganhos de eficiência e<br />

produtividade.<br />

O centro tem caráter consultivo e<br />

propositivo e será composto por<br />

especialistas, sob as diretrizes do<br />

Departamento de Tecnologia da<br />

Informação do BC (Deinf).<br />

As missões do centro se concentram em<br />

três pilares: propor medidas de<br />

governança para o uso seguro e ético de<br />

softwares de ciência de dados e IA; definir<br />

requisitos para produtos e serviços de IA<br />

generativa a serem utilizados pelo BC; e<br />

desenvolver um programa contínuo de<br />

capacitação para os funcionários.<br />

“Queremos melhorar a eficiência e a<br />

produtividade nos processos de negócio<br />

do BC por meio de ferramentas<br />

inovadoras, sobretudo com o uso de<br />

inteligência artificial, de forma segura e<br />

governada”, afirmou Haroldo Cruz, chefe<br />

do Deinf, ao comentar a criação do CdE IA.<br />

Todos os departamentos do BC terão<br />

assento no CdE IA, com representantes de<br />

perfil técnico capacitados para atender<br />

aos propósitos do grupo de trabalho.<br />

Espera-se que o CdE IA promova maior<br />

eficiência operacional, reduzindo o volume<br />

de tarefas repetitivas a serem<br />

desempenhadas pelos servidores do BC e<br />

aprimorando os processos de análise de<br />

dados; aumente a segurança do sistema<br />

financeiro, contribuindo para a criação de<br />

um sistema de monitoramento de<br />

transações e prevenção de fraudes mais<br />

efetivo e robusto; e auxilie na tomada de<br />

decisões estratégicas através da<br />

implementação de modelos preditivos.<br />

A partir da formação do CdE IA, o BC<br />

estabeleceu metas para a adoção<br />

progressiva de IA em seus processos<br />

internos. O primeiro passo será<br />

estabelecer um modelo de governança<br />

interno para o uso da tecnologia. Em<br />

seguida, o desenvolvimento de produtos<br />

proprietários utilizando a ciência de dados<br />

e a IA será acompanhado pela instituição<br />

de um programa de treinamento e<br />

atualização dos servidores. Por fim, o BC<br />

vai implementar sistemas de<br />

monitoramento e avaliação do uso de IA.<br />

25


Agenda de inovação<br />

do Banco Central<br />

A adoção de IA faz parte da agenda de<br />

inovação do BC. Conforme destacou<br />

anteriormente Roberto Campos Neto,<br />

presidente da instituição, a incorporação<br />

da tecnologia emergente deverá compor<br />

a última etapa do processo de<br />

transformação digital do sistema<br />

financeiro nacional.<br />

A criação de um sistema de pagamentos<br />

instantâneos foi a primeira etapa,<br />

resultando no lançamento do PIX. A<br />

integração de instituições bancárias,<br />

fintechs e produtos financeiros sob o<br />

guarda-chuva da Open Finance, foi o<br />

passo seguinte. Ainda faltam o<br />

lançamento do Drex, a moeda digital de<br />

banco central brasileira (CBDC), e a<br />

adoção da IA no ambiente financeiro. "A<br />

última coisa é que, assim que tivermos<br />

todo esse processo concluído, todos os<br />

blocos integrados, poderemos usar<br />

inteligência artificial para tornar o<br />

processo melhor para os usuários, com<br />

educação financeira, aconselhamento<br />

financeiro", afirmou Campos Neto na<br />

ocasião. "A IA vai permitir que as pessoas<br />

consumam produtos financeiros de uma<br />

forma mais eficiente e segura,” concluiu o<br />

presidente do BC.<br />

Fonte: cointelgraph<br />

26


NOVO PRESIDENTE DO BC TERÁ O DESAFIO<br />

DE SEGUIR O LEGADO DE CAMPOS NETO<br />

Com a proximidade do fim do mandato de Campos Neto,<br />

mercado vê sucessão de forma apreensiva<br />

Definitivamente, o iminente fim do<br />

mandato de Roberto Campos Neto como<br />

presidente do Banco Central do Brasil<br />

(BC) é um tema que devemos tratar com<br />

seriedade máxima. Isso porque aquele<br />

que sucedê-lo não terá uma vida fácil<br />

nos próximos anos, seja pelo que está por<br />

vir e por tudo o que já foi realizado até o<br />

momento.<br />

O legado do atual líder da instituição<br />

financeira criou uma régua elevada<br />

sobre as expectativas em relação a<br />

diversas áreas. Talvez o maior exemplo<br />

disso seja a atuação do BC no que diz<br />

respeito à autonomia, inovação e<br />

tecnologia com o avanço dos<br />

Pagamentos Instantâneos (Pix) e Open<br />

Finance.<br />

Aliás, vale destacar que essa jornada<br />

bem-sucedida também foi resultado de<br />

dois outros méritos do banco: o apoio a<br />

hh<br />

novas empresas do setor, especialmente<br />

fintechs que contribuíram para aumentar<br />

os níveis de inclusão financeira no país, e<br />

uma política monetária proativa. Ambas<br />

as iniciativas foram muito relevantes<br />

para o avanço econômico e a contenção<br />

da inflação frente a cenários extremos,<br />

como a pandemia de Covid-19 e a<br />

instabilidade global em geral.<br />

Tudo isso fortaleceu a reputação<br />

financeira do Brasil ao redor do mundo,<br />

aumentando a confiança dos<br />

investidores internacionais. Provas desse<br />

reconhecimento são os inúmeros<br />

prêmios recebidos durante o processo,<br />

como o Central Banker of the Year 2021,<br />

pela revista The Banker (Financial Times);<br />

Melhor Banco Central da América Latina<br />

2020, pela revista Global Finance; e<br />

prêmios de inovação financeira pela<br />

implementação do Pix.<br />

27


O novo presidente do BC terá decisões<br />

difíceis a serem tomadas, que dirão<br />

muito sobre a personalidade que estará<br />

à frente da instituição financeira e como<br />

ela influenciará no futuro do País. E,<br />

diante de fatores como o aumento nos<br />

preços de commodities, volatilidade<br />

cambial e do cenário internacional, esses<br />

desafios já devem chegar à sua mesa<br />

logo no início dos trabalhos.<br />

O principal será ligado à política<br />

monetária e ajustes na taxa de juros<br />

Selic. Administrar a pressão de diferentes<br />

frentes como a de setores políticos que<br />

desejam implementar medidas<br />

populistas e pressões inflacionárias<br />

vindas de choques externos, será um<br />

ponto de equilíbrio tênue para o próximo<br />

líder.<br />

A resiliência a esse tipo de tensão e aos<br />

fatores macroeconômicos internos e<br />

externos marcaram a passagem de<br />

Roberto Campos Neto pelo cargo.<br />

Portanto, o mercado ficará duplamente<br />

atento à gestão do novo presidente do<br />

BC nesse aspecto. A previsibilidade e a<br />

transparência são demandas cruciais<br />

para a manutenção da credibilidade da<br />

instituição, assim como do patamar<br />

elevado de investimento externo atingido<br />

nos últimos anos.<br />

Outra expectativa bastante relevante é a<br />

atuação do Sistema Financeiro Nacional<br />

(SFN) na implementação de novas<br />

regulações em mercados altamente<br />

especulativos, visando reduzir o<br />

constante aumento de fraudes e riscos<br />

relacionados à lavagem de dinheiro. São<br />

os casos dos setores de Bets e<br />

Criptoativos, além de tecnologias como<br />

Bank as a Service.<br />

Ou seja, é certo dizer que, independente<br />

do nome que teremos à frente do BC em<br />

breve, a sucessão de Roberto Campos<br />

Neto representa um momento chave<br />

para a economia brasileira. A<br />

capacidade dessa figura de equilibrar<br />

inovação com estabilidade mostrará o<br />

quanto o Brasil estará pronto para<br />

continuar sendo um elemento<br />

importante no cenário financeiro global.<br />

Fonte: adaptado de https://diariodocomercio.com.br<br />

Por fim, ainda é essencial reforçar que o<br />

mercado espera a manutenção do forte<br />

posicionamento tecnológico e inovador<br />

alcançado na gestão de Neto. As<br />

agendas evolutivas do Pix e do<br />

lançamento do Drex (a futura moeda<br />

digital brasileira) são aspectos de<br />

extrema atenção nesse sentido.


PIB: BRASIL É 6ª ECONOMIA<br />

QUE MAIS CRESCEU NO MUNDO<br />

EM <strong>2024</strong><br />

A economia brasileira chegou até a<br />

metade de <strong>2024</strong> tendo crescido 2,5%<br />

nos 12 meses anteriores — o que<br />

coloca o país em 6º lugar entre as<br />

economias do G20 que mais<br />

cresceram neste ano. O G20 é um<br />

grupo que reúne algumas das<br />

maiores economias do mundo.<br />

Entre junho de 2023 e junho deste<br />

ano, o Brasil só cresceu menos do<br />

que Índia, Indonésia, China, Rússia e<br />

Estados Unidos — e igualou o índice<br />

da Turquia.<br />

Registraram crescimento menor do<br />

que o Brasil os seguintes países:<br />

Coreia do Sul, Canadá, México,<br />

França, Itália e Reino Unido — além<br />

da zona do euro, como um todo. A<br />

Alemanha registrou crescimento<br />

nulo, e a Arábia Saudita viu sua<br />

economia contrair no período.<br />

África do Sul, Argentina, Austrália e<br />

Japão ainda não têm dados sobre o<br />

segundo trimestre de suas<br />

economias.<br />

15 29


Quanto cada economia cresceu<br />

De junho de 2023 a junho de <strong>2024</strong> (em %)<br />

índia<br />

Indonésia<br />

China<br />

Rússia<br />

EUA<br />

Brasil<br />

Turquia<br />

Coreia do Sul<br />

Canadá<br />

México<br />

França<br />

Itália<br />

Reuno Unido<br />

Zona do Euro<br />

1 2 3 4 5 6 7<br />

África do Sul, Argentina, Austrália e Japão ainda não têm<br />

dados do segundo trimestre - Fonte: Trafind Economics<br />

Os Estados Unidos — a maior<br />

economia do mundo — estão<br />

crescendo a um ritmo anualizado de<br />

2,8%, segundo dados oficiais do<br />

primeiro semestre desse ano. Esse<br />

ritmo mostra uma aceleração em<br />

relação aos últimos dois anos,<br />

quando a economia americana<br />

cresceu 1,9% (2022) e 2,5% (2023). A<br />

expectativa de muitos economistas é<br />

de que a economia americana<br />

possa vir a se acelerar ainda mais,<br />

depois que, no mês passado, o<br />

Federal Reserve, o Banco Central do<br />

país, sinalizou que está preparado<br />

para começar a cortar os juros, o que<br />

tem o potencial de aquecer a<br />

economia.<br />

Os resultados do Brasil e de outros<br />

países confirmam uma tendência<br />

apontada para este ano por<br />

relatórios de grandes entidades —<br />

como Fundo Monetário Internacional<br />

(FMI), Banco Mundial e Organização<br />

para Cooperação e Desenvolvimento<br />

Econômico (OCDE) — de que a<br />

economia global está se<br />

normalizando após anos de<br />

instabilidade provocada pela<br />

pandemia e por conflitos.<br />

Eles sinalizam que o crescimento<br />

econômico está vindo de dois<br />

lugares em especial: dos Estados<br />

Unidos e dos mercados emergentes,<br />

entre eles o Brasil.<br />

Já o Brasil registrou no primeiro<br />

semestre de <strong>2024</strong> um ritmo maior de<br />

crescimento do que o FMI prevê para<br />

o país neste ano, de 2,1%, acima dos<br />

2,5% registrados oficialmente. O<br />

resultado do segundo trimestre — um<br />

crescimento de 1,4% em relação aos<br />

primeiros três meses do ano — ficou<br />

meio ponto percentual acima da<br />

expectativa dos economistas de<br />

mercado, que esperavam uma alta<br />

de 0,9%. Mas tanto o ritmo atual<br />

quanto a previsão do FMI para o<br />

Brasil ainda são inferiores ao<br />

crescimento registrado pelo Produto<br />

Interno Bruto (PIB) nos últimos dois<br />

anos, de 3% (em 2022) e 2,9% (em<br />

2023).<br />

Fonte: https://www.bbc.com<br />

30


PIB: O OUTRO LADO DA MOEDA<br />

Resultado surpreende e revela robustez da economia,<br />

mas deve pesar sobre inflação e juros.<br />

O crescimento de 1,4% do PIB do segundo<br />

trimestre é uma boa notícia. O motor da<br />

atividade econômica está forte e<br />

acelerado, com desempenho mais<br />

espalhado pelos setores e com maior<br />

equilíbrio entre a oferta e a demanda.<br />

Ainda assim, surgiu uma preocupação<br />

com a pressão inflacionária que este<br />

desempenho vai provocar, levando o BC<br />

a subir os juros inevitavelmente a partir<br />

de setembro.<br />

Para entender por que a dinâmica da<br />

atividade econômica pode gerar mais<br />

inflação, a economista Marcela Kauwati,<br />

da Lifetime Investimentos, desmembrou<br />

os componentes do PIB entre os setores<br />

que são cíclicos, ou seja, aqueles mais<br />

voláteis, que respondem mais<br />

rapidamente às mudanças nos juros e a<br />

impulsos sobre a demanda, e os não<br />

cíclicos, aqueles mais resilientes ao longo<br />

do tempo – e, portanto, menos voláteis.<br />

A economista explica que no segundo<br />

trimestre os componentes cíclicos<br />

voltaram a acelerar com mais força. É o<br />

caso da indústria da transformação, da<br />

construção civil, do comércio, de serviços<br />

como transporte, correio e comunicação,<br />

típicos da cesta de consumo das<br />

famílias. Exatamente aqueles que<br />

tiveram o melhor desempenho no<br />

segundo trimestre, segundo IBGE.<br />

“O mercado de trabalho aquecido e o<br />

impulso fiscal estão mais do que<br />

compensando a taxa de juro, que está<br />

restritiva em 10,50%. A política monetária<br />

faz um esforço de um lado, tentando<br />

segurar o crescimento dessa demanda, e<br />

a política fiscal e a geração de empregos<br />

vão na direção contrária”, disse Marcela<br />

Kawauti.<br />

31


Entre os componentes não cíclicos estão<br />

a agropecuária, a indústria extrativa, as<br />

atividades financeiras e imobiliárias, a<br />

defesa, a saúde, a educação do setor<br />

público e a seguridade social. São fatores<br />

de crescimento menos voláteis, mais<br />

resilientes e menos sensíveis à pressão<br />

de demais. A produção de alimentos e a<br />

extração mineral atendem também a<br />

demanda externa. O impulso fiscal citado<br />

pela economista é resultado de uma<br />

série de canais de transferência de renda<br />

que foram turbinados no governo Lula,<br />

especialmente no primeiro semestre<br />

deste ano.<br />

A expansão dos gastos públicos que tem<br />

sustentado boa parte da demanda<br />

doméstica. O aquecimento do mercado<br />

de trabalho também ajuda, com alta na<br />

massa salarial e o crescimento do<br />

emprego formal.<br />

Entre os canais de transferência pública<br />

de renda em <strong>2024</strong> estão o pagamento<br />

dos precatórios que estavam represados<br />

em R$ 98 bilhões, a antecipação do 13º<br />

salário para aposentados e pensionistas,<br />

o aumento real do salário mínimo, o<br />

reajuste salarial de servidores públicos, a<br />

disparada na concessão de benefícios<br />

sociais como o BPC e o aumento do<br />

Bolsa Família.<br />

A inflação já traz sinais de pressão há<br />

alguns meses. E o Banco Central subiu o<br />

tom nos alertas sobre a chance de o<br />

curso dos juros mudar para alta. Mesmo<br />

errando na comunicação nas últimas<br />

semanas, os diretores do Copom agora<br />

tem uma pressão contundente para<br />

aumentar a Selic e iniciar um ciclo de<br />

alta da taxa.<br />

“O Copom nunca ficou tão pouco tempo<br />

com juro parado para em voltar a subir a<br />

taxa. Foram três meses, ou apenas duas<br />

reuniões, entre a paralisação e, agora a<br />

partir da próxima reunião, retomar a<br />

elevação. A reversão esperada nessa<br />

trajetória da Selic é importante, não será<br />

só um ajuste”, alerta a economista da<br />

LifeTime Investimentos.<br />

Marcela Kawauti ressalva a importância<br />

de, além de acertar na dose da alta dos<br />

juros, o BC precisa ajustar sua<br />

comunicação para gerir o próximo ciclo.<br />

A próxima reunião do Copom está<br />

marcada para os dias 17 e 18 de<br />

setembro. A economista ainda tem uma<br />

breve expectativa de que o comitê<br />

consiga pelo menos adiar a alta na Selic.<br />

“O crescimento está mais generalizado e<br />

esse é um dos motivos pelos quais estou<br />

convencida de que não precisam subir<br />

os juros agora. Nós tivemos alta da<br />

formação bruta de capital fixo, ou seja,<br />

do investimento, e dos estoques na<br />

indústria. Essa alta do estoque é para<br />

regular oferta e demanda”, afirma.<br />

Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br<br />

32


BANCO CENTRAL AMPLIA O LIMITE<br />

CAMBIAL DE INSTITUIÇÕES NÃO<br />

BANCÁRIAS PARA USD 500 MIL<br />

A mudança deve fortalecer a posição de<br />

empresas que não dependem<br />

exclusivamente de grandes bancos para<br />

realizar suas transações internacionais,<br />

ampliando as alternativas para<br />

financiamento e execução de suas<br />

operações cambiais. Assim, o Banco<br />

Central reforça seu compromisso com a<br />

modernização do mercado cambial<br />

brasileiro, promovendo a concorrência e<br />

a inclusão de novos agentes.<br />

O Banco Central do Brasil anunciou um<br />

aumento no limite de operações<br />

cambiais para instituições não<br />

bancárias, como corretoras e<br />

distribuidoras de valores mobiliários. O<br />

novo teto, que passou de US$ 300 mil<br />

para US$ 500 mil, entrou em vigor no dia<br />

02 de setembro e visa dinamizar o<br />

mercado de câmbio. A medida pretende<br />

ampliar o acesso a operações<br />

internacionais, especialmente para<br />

pequenas e médias empresas,<br />

promovendo maior competitividade e<br />

eficiência. Além disso, o BC espera<br />

estimular uma oferta mais diversificada<br />

de serviços no mercado de câmbio,<br />

tornando o ambiente financeiro mais<br />

acessível e competitivo.<br />

Essa elevação no limite atende a uma<br />

demanda do setor e reflete a crescente<br />

participação de empresas menores no<br />

comércio internacional. Ao permitir maior<br />

flexibilidade para as instituições não<br />

bancárias, o BC cria condições para que<br />

essas entidades atuem com mais<br />

autonomia, movimentando recursos de<br />

forma mais eficiente e adaptada à<br />

realidade das operações de exportação<br />

e importação.<br />

Impacto das Operações Cambiais de<br />

US$ 300 mil a US$ 500 mil em 2023<br />

Exportação<br />

Quantidade<br />

5%<br />

Valor<br />

3%<br />

Importação<br />

Quantidade<br />

2,6%<br />

Valor<br />

6%<br />

O gráfico ilustra a participação dessas<br />

operações nas transações cambiais de<br />

exportação e importação, destacando o<br />

impacto significativo, sobretudo no valor<br />

das importações.<br />

33


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WhatsApp da sua Instituição<br />

Financeira em novos<br />

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as oportunidades de negócio através<br />

do WhatsApp para operações de<br />

câmbio?<br />

Se não está, está perdendo chances valiosas.<br />

O WhatsApp não apenas é o canal favorito<br />

dos consumidores, mas também se tornou<br />

uma ferramenta essencial para gerar novos<br />

negócios globalmente.<br />

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Atendimento 24 horas por dia;<br />

Fornecimento de cotação em<br />

tempo real para os usuários;<br />

Captação de dados cadastrais do<br />

cliente;<br />

Anexo de arquivo de documentos;<br />

Fechamento das operações de<br />

câmbio turismo;<br />

Integração automática das<br />

operações realizadas via WhatsApp<br />

para o SysCambio Turismo;<br />

34


O BRASIL E O PACTO<br />

PELA TRANSFORMAÇÃO ECOLÓGICA<br />

Lançado pelo ministro da Fazenda, Fernando<br />

Haddad, na Conferência das Nações Unidas<br />

sobre Mudanças Climáticas de 2023<br />

(COP28), o Plano de Transformação<br />

Ecológica foi apresentado como uma<br />

proposta do Sul Global (países em<br />

desenvolvimento ou emergentes) para<br />

promover o desenvolvimento sustentável e<br />

repensar a globalização. Com custo<br />

estimado entre US$ 130 bilhões e US$ 160<br />

bilhões por ano, o plano pretende estimular<br />

investimentos que melhorem o meio<br />

ambiente e reduzam as desigualdades.<br />

Estruturado em seis eixos, sendo eles: o<br />

financiamento sustentável, desenvolvimento<br />

tecnológico, bioeconomia, transição<br />

energética, economia circular e<br />

infraestrutura e adaptação às mudanças<br />

climáticas – o plano prevê principalmente<br />

investimentos em infraestrutura.<br />

Entre as medidas, estão o mercado<br />

regulado de carbono, a criação de núcleos<br />

de inovação tecnológica nas universidades,<br />

a ampliação de áreas de concessões<br />

florestais, a eletrificação de frotas de ônibus,<br />

o estímulo à reciclagem e obras públicas<br />

para reduzir riscos de desastres naturais.<br />

Protagonismo global<br />

O Pacto pela Transformação Ecológica irá<br />

fortalecer a posição do Brasil no cenário<br />

internacional como protagonista global no<br />

campo da segurança ambiental, climática<br />

e alimentar, considerando nossa<br />

biodiversidade, recursos naturais,<br />

produção agrícola e diferenciais<br />

tecnológicos.<br />

Os objetivos do Pacto são: sustentabilidade<br />

ecológica; desenvolvimento econômico<br />

sustentável; justiça social, ambiental e<br />

climática; considerações dos direitos das<br />

crianças e gerações futuras; e resiliência a<br />

eventos climáticos extremos.<br />

As ações do Pacto foram aglutinadas em<br />

três Pilares: ordenamento territorial e<br />

fundiário (Pilar I), transição energética<br />

(Pilar II) e desenvolvimento sustentável<br />

com justiça social, ambiental e climática<br />

(Pilar III). O documento detalha 26 medidas<br />

e prevê um comitê gestor conjunto, que<br />

será responsável pelo acompanhamento<br />

da implementação de cada uma das<br />

ações.<br />

35


AS PRINCIPAIS<br />

MEDIDAS DO PACTO<br />

O PODER LEGISLATIVO irá priorizar projetos<br />

de lei relacionados aos temas do pacto,<br />

como a aprovação do marco legal do<br />

mercado de carbono, da produção de<br />

energia eólica no mar e dos<br />

biocombustíveis;<br />

O PODER JUDICIÁRIO irá adotar medidas<br />

para agilizar demandas judiciais que<br />

envolvam a temática ambiental,<br />

fundiária e climática, inclusive com a<br />

definição de metas e protocolos do<br />

Conselho Nacional de Justiça (CNJ);<br />

O PODER EXECUTIVO irá ampliar o<br />

financiamento e reduzir o custo do<br />

crédito para setores, projetos e práticas<br />

sustentáveis;<br />

O PODER EXECUTIVO e o PODER JUDICIÁRIO<br />

irão, conjuntamente, integrar bancos de<br />

dados imobiliários, ambientais,<br />

cadastrais e fiscais, com dados<br />

georreferenciados, para garantir<br />

segurança jurídica sobre a titularidade<br />

das terras públicas e privadas no país,<br />

além de destravar investimentos.<br />

OS PODERES LEGISLATIVO, EXECUTIVO E<br />

JUDICIÁRIO irão adotar medidas de<br />

gestão para reduzir os impactos diretos<br />

de suas atividades sobre o meio<br />

ambiente, como licitações sustentáveis,<br />

redução de demanda por recursos<br />

naturais, eficiência energética e<br />

destinação adequada de resíduos.<br />

Fonte: www.gov.br<br />

36


PARA CUMPRIR REPORTE<br />

ESG DA CVM, EMPRESAS<br />

PRECISAM ACELERAR,<br />

DIZ PWC<br />

37


Empresas e fundos brasileiros estão<br />

avançando no trabalho para adotar o novo<br />

padrão global de divulgações financeiras<br />

para sustentabilidade, mas precisam<br />

acelerar o ritmo para atender o<br />

cronograma da Comissão Mobiliária de<br />

Valores (CVM). A conclusão é de uma<br />

pesquisa recém-publicada pela<br />

consultoria e auditoria PwC Brasil sobre o<br />

panorama atual da implementação das<br />

regras do International Sustainability<br />

Standards Board (ISSB) no Brasil.<br />

Em outubro passado, a CVM determinou o<br />

uso de novas normas criadas pelo ISSB.<br />

Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país<br />

a determinar oficialmente tais diretrizes. “A<br />

CVM foi bem ambiciosa em implementar<br />

essas regras para o ano de exercício de<br />

2026 (com publicação em 2027) e,<br />

propositalmente, colocou um objetivo<br />

bastante desafiador para as empresas”, diz<br />

Mauricio Colombari, sócio da PwC Brasil. “É<br />

normal elas ainda estarem se<br />

familiarizando com a norma publicada no<br />

ano passado, mas vão ter que acelerar<br />

bastante o ritmo nos próximos exercícios<br />

para conseguir chegar até lá.”<br />

A maior parte das organizações ainda está<br />

em fase de entendimento das normas e<br />

quase 60% ainda não definiram os papéis e<br />

as responsabilidades de funcionários para<br />

a preparação dos reportes, de acordo com<br />

a pesquisa.<br />

O levantamento circulou por cerca de 60<br />

empresas de capital aberto, com maior<br />

representação dos setores de engenharia e<br />

construção (16,2%), energia e serviços de<br />

utilidade pública (16,2%), produção<br />

industrial (13,5%), celulose, papel e<br />

embalagens (10,8%), infraestrutura e<br />

grandes projetos (10,8%) e varejo e<br />

consumo (10,8%).<br />

Dentro das empresas, as respostas vieram<br />

especialmente das áreas de finanças e<br />

controladoria (37,9%), sustentabilidade<br />

(27%) e relação com investidores (16,2%).<br />

Dor de crescimento<br />

“Enquanto outros países estarão<br />

pensando o que fazer, o Brasil já saiu<br />

na frente. Isso é muito positivo, mas<br />

colocou, de fato, uma pressão<br />

grande sobre as empresas”, afirma<br />

Colombari. Quando as regras<br />

contábeis foram estabelecidas anos<br />

atrás pela IFRS Foundation, mesma<br />

responsável pelo ISSB, havia<br />

referências de outras jurisdições.<br />

“Agora, isso não existe. É o Brasil que<br />

vai passar a ser referência.”<br />

Mais da metade dos respondentes<br />

(56,8%) apontou como principais<br />

desafios para aplicação da norma:<br />

a integração de diferentes áreas da<br />

organização;<br />

informações<br />

quantitativas sobre como os riscos e<br />

as oportunidades de<br />

sustentabilidade que podem afetar<br />

a posição patrimonial, geração de<br />

caixa e geração de resultados no<br />

curto, médio e longo prazos; e a<br />

necessidade de publicação das<br />

informações de sustentabilidade na<br />

mesma data que as demonstrações<br />

financeiras. A conexão das<br />

demonstrações financeiras com as<br />

informações de sustentabilidade<br />

(51,4%) e a definição de uma<br />

governança para gerir a temática<br />

(43,2%) vieram na sequência.<br />

38


Foco no investidor<br />

O ISSB tem dois conjuntos de<br />

normas principais: a S1, referente a<br />

informações de sustentabilidade, e<br />

a S2, ligadas ao clima. O formato a<br />

ser adotado para o reporte dessas<br />

normas não foi definido. Os números<br />

ainda são bem divididos entre as<br />

empresas: 45,9% pretendem<br />

publicar um novo tipo de relatório<br />

focado em ISSB, enquanto a mesma<br />

parcela planeja adaptar um<br />

relatório atual, como o integrado.<br />

Outros 8,2% ainda não avaliaram o<br />

assunto. Não existe resposta certa,<br />

diz Colombari, mas o foco no<br />

investidor precisa ser lembrado. “A<br />

norma busca um olhar específico<br />

para os riscos e oportunidades da<br />

sustentabilidade, principalmente<br />

para o investidor ou para os<br />

provedores de capital. Por definição,<br />

é voltada para esse público.”<br />

Compreender o objetivo para o qual<br />

o documento foi pensado é<br />

relevante para o formato escolhido<br />

pelas companhias. Hoje, a maioria<br />

delas usa o Global Reporting<br />

Initiative (GRI) em seus relatórios de<br />

sustentabilidade. De modo geral,<br />

eles são voltados para um público<br />

amplo, têm caráter mais<br />

institucional, contam com uma<br />

narrativa da empresa e podem<br />

chegar a 200 páginas. “Para o ISSB,<br />

eu penso mais em algo como uma<br />

nota explicativa de balanço<br />

(financeiro), um documento mais<br />

curto e objetivo”, diz o executivo.<br />

As percepções sobre a norma<br />

Para Colombari, dar ao investidor<br />

essa percepção do futuro da<br />

empresa é um dos benefícios das<br />

normas discutidas. Outro aspecto<br />

positivo é dar a oportunidade das<br />

companhias mostrarem como<br />

estão se posicionando nessas áreas,<br />

de modo transparente, para gerir e<br />

mitigar eventuais riscos.<br />

A pesquisa revela que 51,4% dos<br />

respondentes entendem que as<br />

normas do ISSB vieram preencher<br />

uma lacuna importante e<br />

contribuirão para que as<br />

divulgações sobre sustentabilidade<br />

tenham maior qualidade e<br />

confiabilidade.<br />

Outros 37,8%, porém, entendem que<br />

a implementação é positiva, mas<br />

não enxergam benefícios<br />

significativos. “Esse dado é<br />

impactante, mas não é uma<br />

surpresa”, afirma Colombari, “Vejo<br />

duas explicações possíveis: o<br />

segmento da atuação se considera<br />

menos exposto a temas de<br />

sustentabilidade, e também existem<br />

profissionais mais céticos [em<br />

relação à necessidade desse tipo de<br />

divulgação]”.<br />

A regulação na área climática ainda<br />

não é consenso entre todas as<br />

partes do mercado. Nos Estados<br />

Unidos, a Securities and Exchange<br />

Commission (SEC, a CVM<br />

americana) pausou a<br />

implementação de regras de<br />

divulgação climática no início deste<br />

mês. A decisão se deu após uma<br />

série de contestações judiciais por<br />

empresas de capital aberto.<br />

Por Ilana Cardial capitalreset.uol.com.br<br />

39


Você sabia que neste ano a <strong>Stallos</strong><br />

celebra o seu 35º aniversário?<br />

Trinta e cinco anos de trabalho, dedicação e consolidação no mercado!<br />

Para marcar esta ocasião tão importante, estamos apresentando nosso<br />

selo comemorativo, que estará presente em todos os nossos materiais ao<br />

longo do ano. Junto ao selo, queremos destacar um símbolo, cujo<br />

significado faz muito sentido nesta celebração: o coral, que encontra-se<br />

ilustrado ao lado esquerdo do logo.<br />

O Jubileu de Coral é um símbolo poderoso de amadurecimento,<br />

resistência e fortificação do relacionamento ao longo do tempo. Assim<br />

como os corais marinhos, que levam anos para se desenvolverem<br />

completamente, nossa empresa também passou por diversas fases de<br />

crescimento, desafios e conquistas, consolidando-se como uma referência<br />

no mercado.<br />

Este será um ano de comemorações e novidades! Estamos preparando<br />

uma série de eventos e iniciativas especiais para celebrar junto com vocês<br />

e nossos clientes que foram fundamentais nessa jornada.<br />

Obrigado por fazer parte da nossa história!<br />

34


A IMPORTÂNCIA DAS CONSULTAS<br />

AUTOMATIZADAS A DADOS PÚBLICOS NA<br />

GESTÃO DE RISCOS E PREVENÇÃO DE<br />

FRAUDES<br />

O Cenário Atual e os<br />

Desafios da Conformidade<br />

A gestão de riscos e a prevenção de<br />

fraudes são dois pilares fundamentais<br />

para a continuidade e o sucesso de<br />

qualquer negócio, especialmente em<br />

setores altamente regulados como o<br />

financeiro. A capacidade de verificar<br />

dados públicos de forma precisa, rápida e<br />

eficaz se tornou uma necessidade cada<br />

vez mais presente nas organizações. E é<br />

aqui que as consultas automatizadas a<br />

dados públicos desempenham um papel<br />

crucial.<br />

O ambiente corporativo moderno é regido<br />

por uma série de leis e regulamentações<br />

que exigem das empresas uma postura<br />

proativa em relação à prevenção de<br />

crimes financeiros, como a lavagem de<br />

dinheiro, a corrupção e outras fraudes. No<br />

Brasil, normativas como a Lei 9.613/1998<br />

(Prevenção à Lavagem de Dinheiro), a<br />

Resolução COAF nº 40/2021 e a Circular<br />

BCB nº 3.978/2020, entre outras, impõem a<br />

necessidade de verificar dados de<br />

clientes, fornecedores e parceiros para<br />

garantir a conformidade com as<br />

exigências legais.<br />

40


Essas regulamentações são essenciais<br />

para manter a integridade do sistema<br />

financeiro, porém, o cumprimento manual<br />

dessas normas é extremamente<br />

desafiador. O processo de consulta e<br />

verificação em diversas fontes de dados<br />

públicas, como listas de pessoas expostas<br />

politicamente (PEP), registros de<br />

inadimplência, mandados de prisão e até<br />

cadastros de empregadores que<br />

submeteram trabalhadores a condições<br />

análogas à escravidão, pode consumir<br />

tempo e recursos significativos.<br />

Nesse contexto, a automatização dessas<br />

consultas se torna uma solução viável e<br />

eficiente para otimizar o controle de riscos<br />

e garantir que a empresa esteja sempre<br />

em conformidade com as<br />

regulamentações vigentes.<br />

A Eficiência das Consultas<br />

Automatizadas<br />

A automatização de consultas a dados<br />

públicos representa um avanço<br />

significativo em termos de eficiência e<br />

segurança na gestão de riscos. Com<br />

sistemas que realizam buscas<br />

simultâneas em múltiplas fontes de<br />

dados, as empresas conseguem eliminar<br />

a necessidade de processos manuais e<br />

repetitivos, que além de serem lentos, são<br />

propensos a falhas humanas.<br />

Além disso, a automação possibilita a<br />

realização de consultas periódicas de<br />

maneira programada, permitindo que a<br />

empresa monitore continuamente as<br />

informações de seus clientes, parceiros e<br />

fornecedores.<br />

Isso é fundamental, pois, mesmo após a<br />

entrada de um cliente, seu perfil pode<br />

sofrer alterações ao longo do tempo. Com<br />

consultas regulares, é possível identificar<br />

rapidamente novos riscos e agir<br />

preventivamente para evitar fraudes ou<br />

outros problemas.<br />

A precisão dessas consultas também se<br />

torna um diferencial. Com o acesso a<br />

informações atualizadas e verificadas em<br />

tempo real, as empresas podem tomar<br />

decisões mais seguras e embasadas,<br />

reduzindo as chances de envolvimento<br />

com pessoas ou organizações envolvidas<br />

em atividades ilícitas.<br />

Compliance e Decisões<br />

Estratégicas<br />

As consultas automatizadas são<br />

particularmente importantes no<br />

cumprimento das políticas de<br />

compliance. Empresas que operam em<br />

setores regulados, como o financeiro, têm<br />

a obrigação de seguir normas que visam<br />

à prevenção de crimes financeiros, como<br />

a lavagem de dinheiro e o financiamento<br />

do terrorismo. As políticas de "Know Your<br />

Customer" (KYC) e "Anti-Money<br />

Laundering" (AML) são exemplos de<br />

práticas que exigem a verificação<br />

rigorosa dos perfis dos clientes.<br />

A automatização de consultas permite<br />

que essas verificações sejam feitas de<br />

maneira rápida e eficaz, garantindo que a<br />

empresa esteja em conformidade com as<br />

regulamentações e evitando sanções<br />

legais. Além disso, ao integrar a<br />

automação com outros sistemas internos,<br />

como ERPs e CRMs, é possível criar fluxos<br />

de trabalho ainda mais eficientes, onde a<br />

checagem de antecedentes e o<br />

compliance se tornam partes naturais<br />

dos processos diários.<br />

Mais do que uma questão de<br />

conformidade, a automação também<br />

possibilita decisões mais estratégicas. A<br />

análise de dados de clientes e<br />

fornecedores, baseados em informações<br />

públicas, fornece insights valiosos para a<br />

avaliação de riscos. Dessa forma, a<br />

empresa pode tomar decisões mais<br />

assertivas em relação à aceitação de<br />

novos parceiros, concessão de crédito,<br />

realização de investimentos e muito mais.<br />

41


Prevenção de Fraudes:<br />

Uma Prioridade Global<br />

A prevenção de fraudes não é apenas<br />

uma questão financeira, mas também de<br />

reputação. Empresas que falham em<br />

proteger seus negócios contra fraudes<br />

enfrentam perdas financeiras, danos à<br />

sua imagem e, muitas vezes,<br />

complicações legais. Ao automatizar<br />

consultas a listas públicas, como<br />

mandados de prisão, protestos, restrições<br />

de crédito, entre outras, as empresas têm<br />

uma camada adicional de segurança,<br />

mitigando riscos e evitando danos<br />

futuros.<br />

As fraudes corporativas podem surgir de<br />

diversas formas, desde o uso indevido de<br />

informações pessoais, falsificação de<br />

documentos, até parcerias com<br />

fornecedores ou clientes envolvidos em<br />

atividades ilícitas. A automação permite<br />

que as empresas identifiquem esses<br />

riscos logo no início, evitando problemas<br />

mais graves e garantindo a integridade<br />

de suas operações.<br />

A Vantagem Competitiva da<br />

Automação<br />

Empresas que adotam soluções<br />

automatizadas para consultas a dados<br />

públicos não apenas se mantêm em<br />

conformidade, mas também ganham<br />

uma vantagem competitiva no mercado.<br />

A agilidade e a precisão oferecidas por<br />

esses sistemas permitem que as<br />

organizações foquem em suas atividades<br />

principais, sem gastar tempo e recursos<br />

em tarefas manuais e burocráticas.<br />

Além disso, o monitoramento constante<br />

de informações pode ser um diferencial<br />

no relacionamento com clientes e<br />

parceiros. Ao demonstrar um<br />

compromisso com a segurança, a<br />

transparência e a conformidade, as<br />

empresas que utilizam essas soluções<br />

reforçam sua credibilidade e constroem<br />

uma reputação sólida no mercado.<br />

A automação de consultas a<br />

dados públicos se tornou uma<br />

ferramenta indispensável para<br />

as empresas que buscam<br />

fortalecer seus controles de<br />

gestão de riscos e prevenção de<br />

fraudes. Em um ambiente de<br />

negócios cada vez mais<br />

dinâmico e regulamentado,<br />

contar com sistemas que<br />

garantem a conformidade, a<br />

segurança e a precisão das<br />

informações é essencial para<br />

proteger a integridade das<br />

operações e assegurar o<br />

sucesso a longo prazo.<br />

A adoção de soluções<br />

automatizadas não é apenas<br />

uma questão de eficiência<br />

operacional, mas também de<br />

estratégia competitiva e<br />

proteção do negócio contra<br />

riscos iminentes. As empresas<br />

que investem nessa tecnologia<br />

têm mais chances de prosperar<br />

em um cenário de crescente<br />

complexidade regulatória e<br />

competitiva.<br />

42


CONHEÇA O ROSTER: SUA SOLUÇÃO PARA<br />

CONSULTAS AUTOMATIZADAS DE DADOS<br />

PÚBLICOS NO MERCADO DE CÂMBIO<br />

Ao longo do artigo anterior, abordamos a<br />

importância da automação das consultas<br />

a dados públicos como uma ferramenta<br />

vital para a gestão de riscos e prevenção<br />

de fraudes. Agora, apresentamos o Roster,<br />

uma solução desenvolvida pela <strong>Stallos</strong><br />

Tecnologia que vai além ao oferecer<br />

praticidade, segurança e eficiência para<br />

empresas do mercado de câmbio.<br />

O Roster é uma plataforma de consulta<br />

automatizada que permite a verificação<br />

de informações em mais de 20 listas<br />

públicas oficiais, nacionais e<br />

internacionais. Entre essas fontes, estão a<br />

Receita Federal, listas de Pessoas Expostas<br />

Politicamente (PEP), mandados de prisão,<br />

listas de sanções internacionais como a<br />

OFAC, entre muitas outras. Isso garante<br />

uma análise precisa e completa de seus<br />

clientes e parceiros, ajudando a proteger<br />

sua operação contra fraudes, não<br />

conformidades e riscos financeiros.<br />

Benefícios do Roster para<br />

o Mercado de Câmbio<br />

Automação de Processos:<br />

Reduza o tempo gasto em consultas<br />

manuais. O Roster automatiza as<br />

verificações, fornecendo resultados<br />

em tempo real e permitindo que sua<br />

equipe foque em tarefas<br />

estratégicas.<br />

Conformidade com a Legislação:<br />

Atenda às exigências regulatórias<br />

do Banco Central e da CVM com<br />

facilidade. O Roster garante<br />

verificações conforme a Lei<br />

9.613/1998 e outras normas de<br />

compliance.<br />

Decisões Baseadas em Dados:<br />

Com informações precisas e<br />

atualizadas, o Roster permite<br />

decisões mais seguras sobre<br />

clientes, crédito e parcerias,<br />

reduzindo riscos.<br />

Relatórios Detalhados:<br />

Após as consultas, o sistema gera<br />

relatórios completos e em<br />

conformidade com as práticas de<br />

mercado, ideais para auditorias e<br />

controles de compliance.<br />

Integração Simplificada:<br />

O Roster pode ser integrado aos<br />

sistemas da sua empresa via API,<br />

otimizando a gestão de dados e<br />

aumentando a eficiência.<br />

27 43


COMPUTAÇÃO QUÂNTICA<br />

VAI MUDAR TUDO QUE VOCÊ SABE<br />

SOBRE BANCOS E FINANÇAS<br />

Transformação digital é um processo em<br />

constante evolução. Não importa o ramo<br />

de atuação, a evolução da tecnologia<br />

impõe novos parâmetros e oportunidades<br />

todos os dias mundo afora. Embora ainda<br />

estejamos apenas arranhando a superfície<br />

da Inteligência Artificial (IA), a “queridinha”<br />

do momento perante empresas e<br />

negócios, especialistas já olham para o<br />

que pode ser a nova onda. No setor<br />

bancário, o termo “Bancos Quânticos” é<br />

uma das bolas da vez.<br />

Como o nome sugere, trata-se do conceito<br />

que combina os princípios da computação<br />

quântica com operações bancárias. A ideia<br />

central envolve o aproveitamento das<br />

tecnologias quânticas para revolucionar<br />

vários aspectos dos serviços bancários e<br />

financeiros.<br />

Segundo um relatório da IBM,<br />

determinadas ações e operações das<br />

instituições seriam rapidamente<br />

impactadas:<br />

Otimização de negociações<br />

Elaboração de perfis de risco<br />

Direcionamento e previsões<br />

Recomendações de produtos<br />

Gerenciamento de portfólio<br />

Pontuação de crédito<br />

Detecção de fraudes<br />

Prevenção de lavagem de dinheiro<br />

Previsão de crises financeiras<br />

Mais do que uma evolução da<br />

computação clássica, a quântica permite<br />

uma alta velocidade de processamento de<br />

dados e informações, criando<br />

oportunidades e resultados até então<br />

considerados impossíveis. As interações<br />

entre moléculas, atos e partículas<br />

subatômicas, muito minúsculas e rápidas,<br />

fazem parte da física quântica, esta é a<br />

força teórica do que a computação<br />

quântica pode oferecer para múltiplos<br />

setores. Porém, especialistas veem o<br />

mundo bancário e financeiro na dianteira.<br />

Um estudo da McKinsey corrobora essa<br />

análise.<br />

Os bancos estão no topo quando os temas<br />

envolvem investimentos em tecnologia e<br />

bases de dados gigantescas e robustas.<br />

Com o apoio de uma tecnologia como a<br />

quântica, projeta-se o aumento da<br />

otimização de produtos, serviços e<br />

interações com os clientes, com maiores<br />

usos preditivos voltados ao mercado de<br />

ações e de empréstimos, além da redução<br />

de riscos de toda a ordem, tudo graças à<br />

alta velocidade de processamento de<br />

cálculos complexos.<br />

44


Desta forma é que avaliações de risco para<br />

crédito (com informações mais precisas<br />

sob perfis), ou a precificação de ativos –<br />

para ficar em apenas dois exemplos –<br />

podem ser impactadas de maneira<br />

decisiva para os bancos e instituições<br />

financeiras que possam abraçar a<br />

computação quântica. Já há trabalhos em<br />

andamento: Goldman Sachs, JPMorgan e<br />

HSBC iniciaram as suas primeiras<br />

iniciativas com essa nova tecnologia. No<br />

Brasil, Itaú e Bradesco trabalham para<br />

desenvolver as suas próprias soluções na<br />

área. Até mesmo a IA e suas propriedades<br />

ímpares será impactada diretamente pelos<br />

supercomputadores quânticos necessários<br />

para rodar todo esse ecossistema.<br />

Como toda evolução, contudo, há algumas<br />

barreiras e desafios a serem vencidos.<br />

Enquanto os mais otimistas acreditam que<br />

até o final desta década será possível<br />

vermos “Bancos Quânticos” com<br />

aplicações comerciais viáveis, há aqueles<br />

que pedem cautela. Para começar, é<br />

preciso levar em conta que um<br />

computador quântico, apesar de poderoso,<br />

é muito sensível e instável. De variações de<br />

temperatura à pequenos tremores e<br />

vibrações, eles podem perder as<br />

informações que carregam tão rápido<br />

quanto realizam cálculos impressionantes.<br />

Não por acaso, atualmente o hardware<br />

desse tipo de computador é armazenado<br />

em refrigeradores com temperatura<br />

próxima do zero absoluto, o que ajuda a<br />

garantir que os qubits (que supera a lógica<br />

binária do bit de vale um ou zero)<br />

permaneçam estáveis. Entretanto, nem<br />

todos os equipamentos funcionam em<br />

condições tão frias, o que impõe um custo<br />

bastante alto para a construção de uma<br />

arquitetura quântica operativa e funcional.<br />

Muito da aplicação futura com elementos<br />

quânticos vai depender não só de<br />

investimentos pesados, mas também da<br />

evolução de máquinas e condutores que<br />

dão suporte a esses supercomputadores.<br />

Além disso, como acontece a cada nova<br />

revolução tecnológica, o bom uso também<br />

pode vir acompanhado da utilização<br />

nociva. A computação quântica tem a<br />

capacidade de quebrar muitos dos<br />

algoritmos de criptografia que são usados<br />

hoje para proteger o ambiente digital. Por<br />

isso, todos os bancos e instituições<br />

financeiras que dependem de algoritmos<br />

de criptografia de chaves públicas<br />

tradicionais são vítimas potenciais de um<br />

ataque tão logo a computação quântica<br />

com criptografia relevante fique disponível.<br />

Por outro lado, enquanto os riscos de<br />

segurança se postam como um possível<br />

entrave, a segurança digital pode receber<br />

um impulso positivo, com o<br />

desenvolvimento da tecnologia de<br />

criptografia quântica, que é inquebrável<br />

por computadores clássicos e permite<br />

proteger dados confidenciais de clientes e<br />

instituições financeiras contra ataques<br />

cibernéticos. Essa evolução também pode<br />

ser considerada uma medida preditiva<br />

contra os chamados ataques de<br />

descriptografia retrospectiva (quando um<br />

criminoso coleta dados criptografados<br />

para descriptografá-los quando a<br />

tecnologia quântica estiver acessível. Aqui<br />

também se impõe a necessidade de mão<br />

de obra especializada, o que significa mais<br />

investimentos em profissionais que<br />

possuam noções tanto de computação<br />

quântica quanto de finanças.<br />

Como se vê, muitos dos desafios que se<br />

impõem diante do imenso potencial da<br />

computação quântica no ambiente<br />

financeiro e bancário em muito lembram o<br />

que se teorizou durante décadas em torno<br />

da IA, que está entre nós com cada vez<br />

mais relevância. É possível prever a<br />

necessidade de considerações regulatórias<br />

a cada nova etapa que virá – no ambiente<br />

financeiro bancário, estamos falando de<br />

novas questões em torno da privacidade<br />

dos dados, à segurança e ao potencial<br />

acesso desigual às tecnologias quânticas.<br />

Por Alessandro Buonopane – CEO Brasil da GFT Technologies<br />

(fintechlab.com.br<br />

45


Saúde em foco<br />

TEMPO SECO AUMENTA O RISCO CARDÍACO<br />

E POTENCIALIZA DOENÇAS RESPIRATÓRIAS<br />

O ar seco que atinge São Paulo e outras<br />

regiões do país merece atenção, afinal,<br />

essa condição eleva a concentração de<br />

poluentes, e pode aumentar em 50% o<br />

risco cardíaco de pessoas com alguma<br />

vulnerabilidade, como comprometimento<br />

coronário. O risco aumenta porque para<br />

manter a pressão arterial com esses<br />

vasos dilatados, o coração precisa<br />

trabalhar e bater mais forte. Além do<br />

coração fazer mais esforço, os poluentes<br />

do ar promovem uma irritação no<br />

pulmão.<br />

Para o cardiologista e clínico geral do<br />

HCor (Hospital do Coração), Dr. Abrão<br />

Cury, essa irritação é ruim, pois os<br />

brônquios ficam mais fechados. Quando<br />

isso acontece, os vasos também se<br />

fecham mais e o coração vai bombear<br />

contra um pulmão mais fechado, além de<br />

aumentar a resistência dos vasos. “A<br />

desidratação pelo ar seco também<br />

preocupa, pois quando a umidade do ar<br />

está baixa, o pulmão continua<br />

necessitando de um ar com 100% de<br />

saturação. É importante saber que a<br />

bbbbb<br />

desidratação traz, também, outras<br />

consequências graves, como maior risco<br />

de trombose e sobrecarga ao coração.<br />

Com isso, o coração se vê obrigado a<br />

trabalhar mais depressa”, diz Dr. Abrão<br />

Cury.<br />

Tempo seco e atividade física:<br />

Cuidado redobrado!<br />

Dr. Abrão Cury, do HCor, recomenda<br />

cautela ao praticar atividade física ao ar<br />

livre durante os dias com ar seco e<br />

grande concentração de poluição. “É<br />

preciso se hidratar mais do que o normal.<br />

O ideal é só praticar exercícios ao ar livre<br />

antes das 8h e depois das 19h. Sem vento<br />

e chuva, as partículas de poluentes ficam<br />

de dois a cinco dias voando sem se<br />

depositar, e vão sendo transformadas<br />

pela radiação solar, gerando radicais<br />

livres. Outra dica é não correr e se<br />

exercitar próximo aos carros, pois os níveis<br />

de poluentes são muito mais altos nos<br />

corredores de tráfego, do que no meio<br />

das árvores de um parque”, esclarece.<br />

Aumente a ingestão<br />

de líquidos, incluindo<br />

água (cerca de dois<br />

litros ao dia), sucos<br />

naturais e água de<br />

coco.<br />

Evite praticar<br />

atividades físicas,<br />

como corrida, em<br />

locais abertos nos<br />

horários de pico de<br />

movimento de<br />

automóveis.<br />

Mantenha a higiene<br />

doméstica. Faça a<br />

limpeza com pano úmido<br />

para que a poeira fique<br />

em suspensão, evitando<br />

assim as reações<br />

alérgicas.<br />

27 <strong>46</strong>


Baixa umidade relativa do ar e o aumento<br />

da incidência de doenças respiratórias<br />

De acordo com a Organização Mundial de<br />

Saúde, a umidade do ar ideal compreende<br />

a faixa entre 50 e 80%. Entretanto, em<br />

algumas épocas do ano, como no inverno,<br />

ela tende a cair, inclusive, abaixo de 30%.<br />

As regiões Centro-Oeste e Sudeste são,<br />

geralmente, as mais prejudicadas. Nestes<br />

estados, há um significativo aumento de<br />

buscas por atendimento médico,<br />

principalmente por pessoas alérgicas. Isso<br />

acontece porque as mucosas costumam<br />

ressecar e inflamar nestes períodos. Em<br />

outras regiões, a baixa umidade também<br />

causa desconforto, mas algumas atitudes<br />

podem ajudar a diminuir os problemas<br />

causados pela falta de chuva. Segundo o<br />

Ministério da Saúde, a baixa umidade<br />

requer cuidados, principalmente com as<br />

pessoas que já têm ou tiveram sintomas<br />

de doenças respiratórias.<br />

O tempo seco causa bastante incômodo e<br />

pode aumentar o risco de problemas<br />

respiratórios, de uma simples alergia ou<br />

irritação até infecções virais, como a gripe<br />

e o resfriado, especialmente quando a<br />

baixa umidade vem acompanhada de<br />

uma frente fria.<br />

Para se cuidar, a hidratação é essencial,<br />

pois o hábito ajuda a manter o corpo<br />

saudável e a garganta limpa. Além disso,<br />

você pode contar com umidificadores de<br />

ar, nebulizadores e inalação de vapor para<br />

hidratar a mucosa nasal e melhorar a<br />

respiração.<br />

Prefira alimentos frescos e<br />

produzidos o mais próximo<br />

possível do horário de<br />

consumo. Substitua as<br />

frituras por alimentos<br />

assados ou cozidos, assim<br />

como o sorvete de massa<br />

por picolé, especialmente<br />

de frutas.<br />

Durma em local<br />

arejado. Os ambientes<br />

podem ser<br />

umidificados com<br />

toalhas molhadas,<br />

reservatórios com<br />

água e, se possível,<br />

com uso de<br />

umidificadores.<br />

Evite banhos com água<br />

muito quente, que<br />

ressecam a pele, e use,<br />

sempre que possível, um<br />

creme hidratante. Em caso<br />

de irritação respiratória e<br />

dos olhos, use soro<br />

fisiológico para lavar os<br />

olhos e as narinas.<br />

27 47


MÉTODO PDCA FUNCIONA PARA<br />

ORGANIZAR OS INVESTIMENTOS?<br />

Metodologia PDCA costuma ser aplicada em gestão de empresas,<br />

mas pode ser estendida para as finanças pessoais<br />

Com disciplina e estratégia, organizar as<br />

contas pode ficar mais fácil do que parece<br />

à primeira vista. Uma das técnicas que<br />

podem ser empregadas nesta tarefa é o<br />

método PDCA (Planejar, Fazer, Checar e<br />

Agir, na sigla em inglês). Essa metodologia<br />

costuma ser aplicada em gestão de<br />

empresas, mas pode ser estendida para as<br />

finanças pessoais, segundo educadores<br />

financeiros.<br />

Desde 1939, a técnica PDCA é usada na<br />

engenharia, administração e gestão de<br />

companhias, com diversos resultados<br />

eficazes na organização das despesas. Por<br />

ser sistemática e de efeito contínuo, o<br />

investidor pode reproduzir a estratégia<br />

para seu próprio controle dos<br />

investimentos e finanças.<br />

O método permite ajustar o controle dos<br />

gastos conforme a mudança de<br />

comportamento e de vida. Mas os<br />

resultados somente surtem efeito se essas<br />

mudanças forem adaptadas conforme a<br />

nova rotina. Ou seja, os planos no papel<br />

devem acompanhar seu comportamento<br />

financeiro na vida real.<br />

Os educadores destacam que, quando se<br />

trata de finanças pessoais, a técnica deve<br />

ser alinhada aos objetivos de cada um,<br />

pois não existe uma receita de bolo<br />

aplicável a todos.<br />

48


Planejar (Plan)<br />

Elaborar o planejamento financeiro da sua<br />

vida é o primeiro passo na técnica PDCA.<br />

Segundo a planejadora financeira Luciana<br />

Ikedo, o orçamento pessoal deve ser<br />

definido nesta etapa. “Definimos os<br />

objetivos e metas financeiras de acordo<br />

com o perfil do investidor, o horizonte de<br />

tempo, a capacidade financeira e a<br />

propensão ao risco e traçamos as<br />

estratégias. Trata-se da elaboração do<br />

planejamento financeiro pessoal,<br />

elaboração de um orçamento pessoal e<br />

definição da carteira de investimentos e<br />

alocação de ativos”, afirma.<br />

Já para o educador financeiro Thiago<br />

Godoy, conhecido nas redes como o Papai<br />

Financeiro, esse primeiro passo também<br />

significa olhar para si, para um<br />

autoconhecimento antes de começar a<br />

rascunhar no papel. “Primeiro, você tem<br />

que definir as metas e o seu orçamento. É o<br />

mais importante. Isso vai guiar o restante<br />

dos passos. Você consegue definir coisas a<br />

curto prazo, uma quantia a cada mês. E a<br />

longo prazo, comprar uma casa, uma<br />

viagem ou aposentadoria. É um<br />

autoconhecimento financeiro.”<br />

Fazer (Do)<br />

Para Ikedo, é o momento de cortar gastos e<br />

fazer o plano anterior ganhar corpo. “Aqui a<br />

estratégia é implementada, o orçamento e<br />

a alocação dos ativos são executados. No<br />

orçamento, os gastos serão realizados de<br />

acordo com o proposto, cortando-se o que<br />

foi definido e buscando as receitas<br />

propostas. Na alocação dos ativos, os<br />

novos aportes para investimentos seguirão<br />

a estratégia proposta na etapa anterior”,<br />

explica.<br />

Godoy ressalta que o investidor necessita<br />

de uma boa ferramenta que seja capaz de<br />

acompanhar seus gastos e receitas.<br />

“Além de implementar esse plano, você<br />

acompanha os gastos, seja numa planilha<br />

ou com aplicativo. Ou no papel também,<br />

não importa a ferramenta, o que importa é<br />

que você esteja seguindo seu orçamento. É<br />

bom aprender sobre educação financeira,<br />

sobre crédito e evitar dívidas”, diz.<br />

Checar (Check)<br />

Essa hora demanda atenção e ajustes,<br />

conforme o comportamento financeiro e<br />

mudanças de vida. Não somente o seu<br />

cenário pessoal, mas o macroeconômico<br />

também traz reflexos significativos, como o<br />

quadro de incerteza da política fiscal no<br />

País e os abalos geopolíticos no mundo,<br />

que podem alterar os preços dos ativos no<br />

mercado de capitais. “Nesta etapa<br />

verifica-se se as ações estão surtindo os<br />

efeitos esperados, se as despesas e<br />

receitas estão aderentes ao orçamento e<br />

também se a performance de<br />

rentabilidade dos ativos está de acordo<br />

com o que foi planejado. Essa é uma etapa<br />

crucial, especialmente considerando-se a<br />

instabilidade do cenário político e<br />

econômico e alterações nas ofertas dos<br />

produtos de investimentos”, observa Ikedo.<br />

Já Godoy explica que este momento do<br />

método consiste em revisar os itens de<br />

acordo com o planejamento e, caso algo<br />

esteja diferente, ele recomenda não ter<br />

medo de fazer ajustes. “Você vai monitorar<br />

e avaliar seu orçamento com uma revisão.<br />

Todo fim de mês ou no começo do mês<br />

você revisa seus gastos e vê se está<br />

conseguindo alcançar as metas que<br />

estabeleceu. Compare o resultado<br />

financeiro com o plano que você fez. Não<br />

conseguiu chegar nas metas? Por quê?<br />

Analise isso e ajuste as metas, ou o<br />

comportamento financeiro e os gastos.”<br />

49


Agir (Act)<br />

É hora de agir. “De acordo com o que for<br />

diagnosticado na fase de checagem,<br />

tomamos as medidas corretivas para que o<br />

plano possa ser aperfeiçoado e para que as<br />

inconsistências possam ser corrigidas. Isso<br />

pode envolver a proposta de mudanças nos<br />

hábitos de consumo, adoção de novas<br />

ferramentas e estratégias, alteração no<br />

portfólio de ativos ou novas abordagens para<br />

que os objetivos e metas traçados sejam<br />

alcançados”, afirma Ikedo.<br />

Ela destaca que a aplicação desta técnica<br />

pode trazer bons resultados ao investidor por<br />

ser um processo contínuo de avaliação de<br />

seu portfólio, o que permite corrigir a rota de<br />

forma disciplinada e se antecipando aos<br />

movimentos do mercado financeiro,<br />

garantindo aderência ao planejamento<br />

financeiro pessoal com eficácia. “Por fim,<br />

acho que vale ressaltar que o erro mais<br />

comum das pessoas ao tentar seguir esses<br />

quatro passos na organização das suas<br />

finanças é fazer um planejamento e não<br />

implementá-lo corretamente, não<br />

acompanhar o que foi feito e não alterar<br />

absolutamente nada mesmo com várias<br />

mudanças na própria vida, na situação<br />

financeira e no cenário econômico”, observa<br />

Ikedo.<br />

“Faça as ações necessárias para garantir<br />

que está melhorando, analisando o que foi<br />

realizado, se estiver gastando mais do que<br />

planejou. É importante buscar uma forma de<br />

reduzir isso. Tem que ter dinamismo e ter<br />

flexibilidade para ajustar. Não se faz de uma<br />

vez só. Com isso, você tem confiança e mais<br />

exatidão para aumentar sua confiança na<br />

gestão financeira das suas contas”, pontua<br />

Godoy.<br />

Alternativas ao<br />

método PDCA<br />

Como não existe uma receita de<br />

bolo, outras alternativas também<br />

podem ser consideradas na hora<br />

de organizar as contas. Uma delas<br />

é o próprio método criado por<br />

Godoy chamado de “montanha<br />

dos três autos”.<br />

“Você sobe a base e depois chega<br />

ao ápice. A primeira etapa é o<br />

autoconhecimento. Então, para<br />

realmente entender qual é seu<br />

plano é preciso se conhecer, saber<br />

suas prioridades e crenças nas<br />

finanças, seu contato com dinheiro,<br />

etc. Depois, tem mais<br />

autoresponsabilidade para ter<br />

autoconhecimento e autocontrole.<br />

É ter clareza de que ninguém irá<br />

fazer isso por você. Se não colocar<br />

regras e objetivos, seu plano vai<br />

ficar bonito apenas no papel. Na<br />

terceira, é o autocontrole, é<br />

observar suas escolhas de forma<br />

prática”, explica.<br />

Fonte: borainvestir.b3.com.br<br />

50


Criada em 1989, a <strong>Stallos</strong> Tecnologia foi a primeira empresa<br />

do Brasil especializada no desenvolvimento de soluções para<br />

o mercado de Instituições Financeiras que operam no<br />

Câmbio Comercial, Posição Própria e Turismo.<br />

Ao longo dos anos, a empresa foi agregando módulos e<br />

desenvolvendo novos sistemas para otimizar as rotinas de<br />

gestão e controle das Instituições (sendo elas Corretoras de<br />

Câmbio, Bancos de Câmbio e Bancos), atendendo hoje o<br />

mercado de forma plena.<br />

Trabalhando com a melhor tecnologia para automatização,<br />

recursos humanos qualificados e foco no desempenho dos<br />

clientes e tendências do mercado, as nossas soluções<br />

contribuem para a redução de custos, aumento de<br />

produtividade e melhora da qualidade dos fluxos de<br />

trabalho, cooperando diretamente para o sucesso dos<br />

nossos clientes e fortalecimento do Mercado de Câmbio<br />

e Comércio Exterior.<br />

51


Pioneira na informatização<br />

dos Sistemas de Câmbio<br />

no Brasil<br />

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