Revista Analytica Edição 132
Revista Analytica Edição 132
Revista Analytica Edição 132
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EDITORIAL<br />
<strong>Revista</strong><br />
Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>132</strong> - Setembro 2024<br />
Nesta edição da <strong>Analytica</strong>, temos o prazer de apresentar uma seleção de conteúdos<br />
que refletem as mais recentes inovações e desafios no campo das ciências analíticas<br />
e tecnológicas. A cada nova publicação, reafirmamos nosso compromisso em trazer<br />
temas de relevância e impacto para nossos leitores, sejam eles profissionais do laboratório,<br />
pesquisadores ou estudantes.<br />
Na coluna Espectrometria de Massas, exploramos o fascinante universo dos biossimilares<br />
com o artigo “Biossimilares: Análise de Massa Intacta e Proteoformas”. Este<br />
texto traz à luz os avanços no uso da espectrometria de massas para a caracterização<br />
detalhada dessas moléculas, essenciais para garantir a segurança e eficácia dos<br />
medicamentos biológicos.<br />
Já na coluna Química e Meio Ambiente, abordamos um tema que está na vanguarda<br />
das discussões sobre sustentabilidade: “Bateria de Lítio e o Carro Elétrico”. Com a<br />
crescente demanda por veículos elétricos, as baterias de lítio tornaram-se um<br />
componente crítico, e este artigo explora tanto os benefícios quanto os desafios<br />
ambientais associados a essa tecnologia.<br />
Nos artigos científicos, destacamos a inovação no cuidado com a saúde com o “Aplicador<br />
Fármaco Automático para Adolescentes Portadores da Doença de Crohn”. Esta<br />
tecnologia promete revolucionar a forma como medicamentos são administrados,<br />
melhorando a qualidade de vida dos jovens pacientes. Além disso, trazemos uma<br />
discussão técnica sobre o “Uso de Espectrofotometria UV-VIS na Determinação de<br />
Estireno”, uma técnica essencial para a análise de compostos em diversas indústrias.<br />
Não poderíamos deixar de expressar nossa gratidão aos anunciantes que tornaram<br />
possível esta edição. A parceria e o apoio de empresas comprometidas com a<br />
inovação e a qualidade são fundamentais para continuarmos a oferecer conteúdo<br />
relevante e de excelência.<br />
Esperamos que esta edição inspire e enriqueça seus conhecimentos, impulsionando<br />
novos debates e descobertas no campo das ciências analíticas. Boa leitura!<br />
Luciene Almeida<br />
Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIENTE | BIOTECNOLOGIA | LIFE SCIENCE<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />
Para novidades na área de instrumentação analítica, controle<br />
de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:<br />
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EXPEDIENTE<br />
Realização: Futurlab<br />
Editora Responsável: Luciene Almeida | redacao@futurlab.com.br<br />
Para assinaturas / renovação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@futurlab.com.br<br />
Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br<br />
Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral
<strong>Revista</strong><br />
Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>132</strong> - Setembro 2024<br />
ÍNDICE<br />
01 Editorial<br />
05 Agenda<br />
ARTIGO 1 08<br />
Beatriz Sena da Silva, Alessandra Souza Alves Abou Hamia, Daniela Santos Silva.<br />
06<br />
Publique na <strong>Analytica</strong><br />
APLICADOR FÁRMACO AUTOMÁTICO PARA<br />
ADOLESCENTES PORTADORES DA DOENÇA DE CROHN<br />
ARTIGO 2 22<br />
Fernanda Aparecida Pedrosa, Alex Magalhães de Almeida.<br />
USO DE ESPECTROFOTOMETRIA UV-VIS NA<br />
DETERMINAÇÃO DE ESTIRENO.<br />
MATÉRIA DE CAPA 30<br />
Greiner Bio-One<br />
CULTURA CELULAR 3D: UM NOVO HORIZONTE NA<br />
PESQUISA BIOMÉDICA<br />
34<br />
Química no Meio Ambiente<br />
Espectrometria de Massas 36<br />
2<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Em Foco 46<br />
40<br />
Blog dos Cientistas
Bem-vindo à evolução da<br />
confiabilidade na rotina do IC<br />
O novo sistema de cromatografia de íons Dionex Inuvion da<br />
Thermo Scientific torna a análise de íons mais simples e<br />
intuitiva do que nunca e entrega exatamente o que um laboratório<br />
de testes analíticos procura: resultados excelentes e consistentes,<br />
em todos os turnos, todos os dias e com todos os operadores.
<strong>Revista</strong><br />
Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>132</strong> - Setembro 2024<br />
ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES<br />
ordem alfabética<br />
Anunciante pág. Anunciante pág.<br />
ALFA 39<br />
KASVI 20<br />
BCQ<br />
4ª CAPA<br />
NOVA ANALITICA 03<br />
CRAL 45<br />
VEOLIA 07<br />
GREINER CAPA | 32<br />
Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:<br />
FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE<br />
Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.<br />
4<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Conselho Editorial<br />
Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de<br />
Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)<br />
do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional<br />
de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de<br />
Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS<br />
da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.<br />
Colaboraram nesta <strong>Edição</strong>:<br />
Maria Mayara Saraiva de Sousa, Maurício Ferreira da Rosa, Junior Romeo Deoti, Daniele Fernanda de Oliveira Rocha, Rogerio Aparecido Machado, Ingrid Ferreira Costa.
agenda<br />
VII ENCONTRO REGIONAL DA SBQ<br />
DATA: 02 A 04 DE OUTUBRO DE 2024<br />
Local: Complexo Multiuso Dercir Pedro de Oliveira 1 – UFMS - Campo Grande-MS<br />
Informações: https://eventos.galoa.com.br/viiersbqco-2024/page/4420-home<br />
MERCOPAR 2024 – FEIRA DE INOVAÇÃO INDUSTRIAL 33ª EDIÇÃO<br />
DATA: 15 A 18 DE OUTUBRO DE 2024<br />
Local: Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva – Caxias do Sul/RS<br />
Informações: https://mercopar.com.br/<br />
63º CONGRESSO BRASILEIRO DE QUÍMICA<br />
DATA: 05 A 08 DE NOVEMBRO DE 2024<br />
Local: Centro de Eventos do Fiesta Bahia Hotel - Av. Antonio Carlos Magalhães, 741, Itaigara<br />
- Salvador/BA<br />
Informações: https://www.abq.org.br/cbq/<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Julho 2024<br />
5
<strong>Revista</strong><br />
Ano 22 - <strong>Edição</strong> <strong>132</strong> - Setembro 2024<br />
PUBLIQUE NA ANALYTICA<br />
Normas de publicação<br />
A <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong>, em busca de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas<br />
para publicação de artigos aos autores interessados.<br />
Bimestralmente, a <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> publica<br />
editoriais, artigos originais, revisões, casos<br />
educacionais, resumos de teses etc. Os editores<br />
levarão em consideração para publicação toda<br />
e qualquer contribuição que possua correlação<br />
com as análises industriais, instrumentação e o<br />
controle de qualidade.<br />
Os manuscritos deverão ser escritos em<br />
português (ortografia oficial), com Abstract<br />
detalhado em inglês. O Resumo e o<br />
Abstract deverão conter as palavras-chave<br />
e keywords, respectivamente.<br />
Todas as fotos, ilustrações, gráficos, desenhos<br />
e fórmulas que comporem o artigo, devem ser<br />
enviados separadamente, em alta resolução<br />
e com os devidos créditos, para uma perfeita<br />
reprodução. Todas deverão estar devidamente<br />
identificadas e com a indicação no texto de<br />
onde deverão ser colocadas.<br />
Os trabalhos deverão ser enviados por e-mail,<br />
ordenados em título, nome e sobrenomes<br />
completos dos autores e nome da instituição<br />
onde o estudo foi realizado. Além disso, o<br />
nome do autor correspondente, com endereço<br />
completo, telefone e e-mail. Seguidos por<br />
Resumo, Palavras-chave, Abstract, Keywords,<br />
Introdução, Materiais e Métodos, Parte<br />
Experimental, Resultados, Discussão, Conclusão,<br />
Agradecimentos e Referências bibliográficas.<br />
As referências deverão constar no texto de<br />
acordo com as normas ABNT.<br />
Evite utilizar abstracts como referências.<br />
Referências de contribuições ainda não<br />
publicadas deverão ser mencionadas como<br />
"no prelo" ou "in press".<br />
Todas as contribuições serão revisadas e<br />
analisadas pelo comitê editorial. Os autores<br />
deverão informar todo e qualquer conflito<br />
de interesse existente, em particular aqueles<br />
de natureza financeira relativo a companhias<br />
interessadas ou envolvidas em produtos ou<br />
processos que estejam relacionados com a<br />
contribuição e o manuscrito apresentado.<br />
Após a aprovação do artigo, os autores<br />
deverão preencher e assinar o termo de<br />
compromisso enviado pela redação, atestando<br />
a originalidade do artigo, bem como a<br />
participação de todos os envolvidos.<br />
Observação: É importante frisar que a <strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato<br />
que, tendo em vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa<br />
nesse sentido. Além disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados –<br />
levando em conta uma média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores<br />
disponibilizarem seu material em outras publicações.<br />
6<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
ENVIE SEU TRABALHO<br />
Luciene Almeida – Redação<br />
redacao@futurlab.com.br<br />
CASO PRECISE DE INFORMAÇÕES ADICIONAIS, ENVIE UM E-MAIL PARA A REDAÇÃO.
Artigo 1<br />
APLICADOR FÁRMACO AUTOMÁTICO PARA<br />
ADOLESCENTES PORTADORES DA DOENÇA DE CROHN<br />
Autoras: Beatriz Sena da Silva,<br />
Alessandra Souza Alves Abou Hamia,<br />
Daniela Santos Silva<br />
Colégio Técnico “Antônio Teixeira Fernandes”<br />
– Colégio Univap<br />
8<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Introdução<br />
A Doença de Crohn (DC) é<br />
considerada uma doença<br />
autoimune inflamatória<br />
crônica caracterizada por<br />
uma inflamação persistente<br />
no trato gastrointestinal,<br />
podendo afetar<br />
qualquer parte do sistema,<br />
desde a boca até o<br />
ânus, não apresenta cura,<br />
portanto o tratamento<br />
é feito através de diversos<br />
imunossupressores<br />
e esteroides com o foco<br />
de atrasar a progressão<br />
da doença. Tendo em<br />
vista esse contexto, a<br />
procura por novas formas<br />
de tratamento que atendam<br />
às necessidades da<br />
enfermidade ao mesmo<br />
tempo que propõe maior<br />
comodidade ao paciente<br />
tem sido recorrente no<br />
meio científico, realizou-<br />
-se então, por meio de<br />
uma análise bibliográfica<br />
em artigos sobre a temática<br />
e uma pesquisa na<br />
população através de um<br />
formulário on-line a criação<br />
do protótipo de um<br />
aplicador automático. A<br />
proposta do aplicador<br />
fármaco para jovens portadores<br />
da DC é um passo<br />
importante na gestão da<br />
doença nesse público<br />
pois facilitaria a administração<br />
de medicamentos<br />
essenciais que muitas<br />
vezes são necessários<br />
para reduzir e aliviar os<br />
sintomas, além disso,<br />
a automatização traria<br />
a redução do estresse<br />
causado pelo tratamento<br />
comum o que seria particularmente<br />
benéfico para<br />
os jovens com problemas<br />
de saúde mental pré-existentes<br />
neste ambiente,<br />
trazendo conforto pro<br />
paciente e as pessoas<br />
em sua volta. A inspiração<br />
para este dispositivo
surgiu da observação da<br />
eficiência e praticidade<br />
das bombas de insulina<br />
utilizadas por pacientes<br />
diabéticos, visando<br />
adaptar esse mecanismo<br />
para o tratamento da<br />
doença de Crohn. Sendo<br />
assim, o presente trabalho<br />
desenvolveu-se com<br />
o objetivo de estudar a<br />
possibilidade de trazer<br />
maior autonomia e conforto<br />
para o portador de<br />
forma a melhorar a qualidade<br />
de vida, através da<br />
idealização do protótipo<br />
de um aplicador. Como<br />
resultado, obtido é possível<br />
observar que por mais<br />
que ainda seja necessária<br />
uma maior disseminação<br />
de informações a respeito<br />
da DC, os entrevistados<br />
demonstraram que é de<br />
interesse populacional<br />
a criação do aplicador<br />
automático.<br />
Palavras-chaves: Doença<br />
de Crohn, Aplicador<br />
Fármaco, Adolescentes.<br />
Abstract<br />
Crohn's Disease (CD) is<br />
considered a chronic<br />
inflammatory autoimmune<br />
disease characterized<br />
by persistent inflammation<br />
in the gastrointestinal<br />
tract, potentially affecting<br />
any part of the system from<br />
the mouth to the anus.<br />
It has no cure; therefore,<br />
treatment involves various<br />
immunosuppressants and<br />
steroids aimed at slowing<br />
down the progression of<br />
the disease. In light of this<br />
context, the search for new<br />
treatment approaches<br />
that address the needs of<br />
the disease while providing<br />
greater convenience<br />
to the patient has been<br />
a recurring theme in the<br />
scientific community.<br />
Through a literature review<br />
of articles on the topic and<br />
a survey conducted with<br />
the population using an<br />
online form, the prototype<br />
of an automatic applicator<br />
was developed. The<br />
proposal of a pharmaceutical<br />
applicator for young<br />
individuals with Crohn's<br />
Disease is a significant<br />
step in managing the disease<br />
in this demographic,<br />
as it would facilitate the<br />
administration of essential<br />
medications often required<br />
to reduce and alleviate<br />
symptoms. Additionally,<br />
automation would reduce<br />
the stress caused by<br />
conventional treatment,<br />
which would be particularly<br />
beneficial for young<br />
people with pre-existing<br />
mental health issues in this<br />
setting, providing comfort<br />
for the patient and<br />
those around them. The<br />
inspiration for this device<br />
arose from observing the<br />
efficiency and convenience<br />
of insulin pumps used<br />
by diabetic patients, with<br />
the aim of adapting this<br />
mechanism for Crohn's<br />
Disease treatment. Therefore,<br />
this study was developed<br />
with the objective<br />
of exploring the possibility<br />
of providing greater autonomy<br />
and comfort for<br />
individuals with Crohn's<br />
Disease to enhance their<br />
quality of life through the<br />
conceptualization of the<br />
applicator prototype. The<br />
results show that despite<br />
the need for further dissemination<br />
of information<br />
regarding Crohn's Disease,<br />
the respondents demonstrated<br />
a population-wide<br />
interest in the creation of<br />
the automatic applicator.<br />
Keywords: Crohn's Disease,<br />
Pharmaceutical Applicator,<br />
Adolescents.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
9
Artigo 1<br />
10<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Introdução<br />
A Doença de Crohn é uma<br />
DII – Doença Inflamatória<br />
Intestinal -, que se acomete<br />
ao longo de todo o<br />
aparelho gastrintestinal,<br />
ou seja, todo aparelho<br />
digestivo da boca ao reto,<br />
mas com o íleo sendo<br />
considerado como o ponto<br />
central da infecção, a<br />
doença afeta maiormente<br />
o cólon e o intestino<br />
delgado (Imagem 1) a<br />
mesma pode se apresentar<br />
de forma fragmentada,<br />
com segmentos<br />
saudáveis e inflamados<br />
se estendendo a maior<br />
parte do órgão (NETO,<br />
DAMASCENO. 2023). A<br />
doença de Crohn (DC), é<br />
caracterizada como uma<br />
doença crônica, e sua<br />
principal causa continua<br />
desconhecida, assim<br />
como em outras doenças<br />
intestinais. Não possui<br />
uma cura, portanto o<br />
tratamento é realizado a<br />
base de medicamentos<br />
que auxiliem com o alívio<br />
dos sintomas, gerenciando<br />
o controle da inflamação<br />
para que retarde<br />
a progressão da doença<br />
(BARRETO, 2008).<br />
Imagem 1: Locais mais afetados pela DC.<br />
Fonte: Alemdii, s,d<br />
A incidência de manifestação<br />
da doença é mais<br />
comum na fase da adolescência<br />
e adulta. A inflamação<br />
diminui a integridade<br />
da mucosa epitelial prejudicando<br />
assim a função<br />
de absorção das células<br />
epiteliais. Em casos mais<br />
complexos da DC outras<br />
complicações tendem a<br />
aparecer, como por exemplo<br />
a uropatia obstrutiva.<br />
(JUNIOR, ERRANTE. 2016)<br />
A doença de Crohn, assim<br />
como outras patologias<br />
podem evoluir para<br />
demais complicações<br />
em diferentes casos e<br />
diferentes organismos,<br />
esse fato ocorre devido<br />
a fatores como a reação<br />
do corpo, os métodos de<br />
tratamentos aplicados e a<br />
falta de tratamento, esses<br />
e outros corroboram para<br />
possíveis complicações<br />
da doença. (NASCIMEN-<br />
TO, LIMA, 2021)<br />
A obstrução intestinal<br />
é a complicação mais<br />
comum da DC, ela pode<br />
surgir de um edema ou<br />
a partir da formação<br />
de tecido cicatrizado<br />
e como resultado a<br />
parede intestinal fica<br />
mais estreita e espessa.<br />
(FALKOWSKI, 2021)
O abscesso é uma bolsa<br />
de pus que é causada<br />
por uma infecção proveniente<br />
de bactérias.<br />
Normalmente, o intestino<br />
próximo está perfurado<br />
ou estenosado, resultado<br />
da obstrução intestinal.<br />
(FALKOWSKI, 2021)<br />
Existem também as fístulas<br />
que são feridas profundas<br />
dentro do trato<br />
intestinal, essas feridas<br />
se tornam canais que<br />
ligam diferentes partes<br />
do intestino. As fístulas<br />
podem também adentrar<br />
os tecidos que circundam<br />
a bexiga, vagina ou a<br />
pele. (FALKOWSKI, 2021)<br />
Outra complicação comum<br />
para os pacientes da Doença<br />
de Crohn tem a ver com<br />
a carência de nutrientes<br />
como proteínas, vitaminas<br />
e gordura. A doença normalmente<br />
afeta o intestino<br />
delgado, que é a parte<br />
que absorve a maioria dos<br />
nutrientes e essa complicação<br />
é chamada de má<br />
absorção e desnutrição.<br />
(MARTINELLI, 2021)<br />
O diagnóstico é dado através<br />
do resultado e análise<br />
de exames endoscópicos,<br />
histopatológicos, laboratoriais<br />
e radiológicos.<br />
Clinicamente os sintomas<br />
tendem a se manifestar<br />
em forma de diarreia, perdas<br />
de peso, fadiga, dores<br />
abdominais, cólicas, febre<br />
e anemias que podem<br />
acarretar o retardamento<br />
no desenvolvimento de<br />
crianças. O grau de atividade<br />
da doença, atualmente,<br />
pode ser medido através<br />
de parâmetros Harvey<br />
Bradshaw (IHB) e Diretrizes<br />
terapêuticas da Doença de<br />
Crohn e pela Crohn’s disease<br />
Activity Index (CDAI).<br />
(JUNIOR, ERRANTE. 2016)<br />
Segundo os estudos<br />
publicados pela Dra. Bruna<br />
Potássio (2012), houve<br />
um aumento significativo<br />
no número de crianças e<br />
adolescentes diagnosticados<br />
com a Doença de<br />
Crohn, fator preocupante,<br />
uma vez que ela afirma<br />
também que este público<br />
tende a ter maior probabilidade<br />
do agravamento<br />
da doença, levando em<br />
consideração que, devido<br />
as lesões acarretem uma<br />
inflamação, isso pode<br />
levar a sintomas prejudiciais<br />
a esses jovens em<br />
desenvolvimento, como<br />
anorexia, e uma deficiência<br />
no processo de absorção<br />
de nutrientes. Devido<br />
à melhor opção atual de<br />
tratamento ser a base de<br />
uma dieta entérica, ou<br />
parentérica, é evidente a<br />
necessidade do desenvolvimento<br />
de novas tecnologias<br />
que visem melhorar<br />
a qualidade de vida desses<br />
jovens que desenvolveram<br />
a doença precocemente.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
11
Artigo 1<br />
12<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
É importante analisar<br />
que ao decorrer dos<br />
anos, a medicina foi se<br />
desenvolvendo mais nas<br />
ciências tecnológicas,<br />
avançando seus métodos<br />
de pesquisas, e tratamentos.<br />
É possível evidenciar<br />
esse ocorrido na<br />
pandemia do covid-19<br />
por exemplo, que perdurou<br />
de 2020 a 2023.<br />
A pandemia acarretou<br />
uma série de desenvolvimentos<br />
em diversas<br />
áreas, principalmente<br />
na saúde, uma vez que<br />
diante da necessidade<br />
passou a demonstrar<br />
mais a importância de<br />
novas técnicas e adaptações<br />
aos métodos de<br />
cuidado e interações<br />
com o paciente. Diante<br />
desse cenário, é perceptível<br />
o desenvolvimento<br />
constante de diversos<br />
mecanismos para melhor<br />
tratamento de várias<br />
doenças, transmissoras<br />
ou não, logo, é notório a<br />
necessidade de constantes<br />
inovações para que<br />
cada dia mais a tecnologia<br />
passe a se aliar com a<br />
área da saúde, trazendo<br />
assim maior abrangência<br />
aos tratamentos e doenças.<br />
(BAMBIRRA, FERLINI,<br />
MACEDO 2023).<br />
Diante disso, a bomba<br />
portátil de infusão de<br />
insulina para pacientes<br />
portadores da Diabetes<br />
Mellitus (DM) tipo 1 , foi<br />
considerado um grande<br />
avanço na medicina, pois<br />
ela trouxe uma melhor<br />
administração da diabetes,<br />
levando mais conforto<br />
e independência para<br />
os pacientes. Uma vez<br />
que o tratamento inicial<br />
anterior era a base da<br />
aplicação da insulina de<br />
forma intravenosa, sendo<br />
aplicada somente em<br />
ambientes hospitalares.<br />
Portanto, era considerado<br />
um processo traumatizante<br />
para o público mais<br />
jovem, e infantil, sendo<br />
um tratamento doloroso.<br />
Logo o equipamento foi<br />
considerado um sucesso<br />
ao priorizar afetividade,<br />
e a comodidade dos<br />
pacientes. Foi levando<br />
isso em consideração<br />
que se idealizou o protótipo<br />
do aplicador fármaco<br />
para adolescentes<br />
portadores da doença de<br />
Crohn. (FILGUEIRA 2022)<br />
De acordo com o exposto,<br />
o presente trabalho<br />
teve inspiração a bomba<br />
de infusão de insulina, o<br />
aplicador fármaco para<br />
portadores da Doença<br />
de Crohn, foi idealizado<br />
seguindo um mecanismo<br />
similar já existente<br />
na bomba de insulina,<br />
entretanto, adaptando<br />
os medicamentos para<br />
as necessidades dos<br />
pacientes portadores<br />
da DC. O aplicador tem<br />
como foco o bem-estar<br />
desses jovens, através de<br />
sua função que é melhorar<br />
a administração dos<br />
medicamentos necessários<br />
para o controle<br />
da doença, com uma<br />
aplicação automática e<br />
com doses precisas, além<br />
disso, o aparelho visa oferecer<br />
também uma maior<br />
autonomia e conforto ao<br />
tratamento, com fito de<br />
melhorar a qualidade de<br />
vida do paciente.
A metodologia utilizada<br />
na produção desse trabalho<br />
foi realizada através de<br />
uma abordagem extensa,<br />
na qual inicialmente<br />
foi realizada pesquisas<br />
bibliográficas para o<br />
embasamento teórico do<br />
estudo. Logo, na segunda<br />
parte, foi desenvolvido<br />
um formulário Google<br />
para o público com o<br />
objetivo de coletar dados<br />
e informações relevantes<br />
ao tema, todos os participantes<br />
foram anônimos e<br />
todas as questões foram<br />
utilizadas para melhor<br />
desenvolvimento do projeto.<br />
Ademais, com base<br />
nas conclusões, foi feito<br />
a criação teórica de um<br />
protótipo, no qual apresenta<br />
a ideia do tema de<br />
forma visual.<br />
O objetivo do presente<br />
trabalho é facilitar o tratamento<br />
e torna-lo mais<br />
humanizado, através da<br />
idealização de uma nova<br />
tecnologia para uso dos<br />
portadores, sendo essa<br />
tecnologia o aplicador<br />
fármaco automático para<br />
adolescentes portadores<br />
da Doença de Crohn,<br />
que oferece aplicação<br />
automática de medicamentos<br />
que podem ser<br />
personalizados de acordo<br />
com a necessidade<br />
do paciente em questão,<br />
fazendo com que o mesmo<br />
tenha maior autonomia<br />
e uma melhora na<br />
sua qualidade de vida<br />
tanto em questões de<br />
saúde quanto em relação<br />
a sua vida social. Dessa<br />
forma, objetivo também<br />
consiste em coletar informações<br />
sobre a ciência<br />
populacional acerca da<br />
temática que está diretamente<br />
relacionada a saúde<br />
pública da população.<br />
Metodologia<br />
O presente artigo foi<br />
desenvolvido a partir de<br />
uma abordagem fundamentada<br />
em uma revisão<br />
bibliográfica e leituras<br />
de pesquisas publicadas<br />
em plataformas como<br />
Google Acadêmico, SCIE-<br />
LO e Manual MSD com<br />
os seguintes descritores:<br />
Doença de Crohn, Aplicador<br />
Fármaco, Sistema<br />
imunológico, Infliximabe,<br />
Doenças autoimunes e<br />
Bomba de Infusão de<br />
Insulina. Com o propósito<br />
de compreender e coletar<br />
informações sobre a<br />
doença, suas necessidades<br />
e a possibilidade do<br />
tratamento automatizado.<br />
Além disso, a idealização<br />
do aplicador fármaco<br />
automático foi projetado<br />
com inspiração na bomba<br />
de infusão de insulina e<br />
modificado para adaptação<br />
ao tratamento da<br />
doença de Crohn, visando<br />
oferecer um design mais<br />
ergonômico, proporcionar<br />
funcionalidades e ajustes<br />
personalizados a satisfazer<br />
as necessidades do<br />
paciente, ressaltando que<br />
ele é apenas um protótipo.<br />
Para elucidar o artigo a<br />
respeito do conhecimento<br />
da população foi realizado<br />
uma pesquisa pelo<br />
Google Forms no qual<br />
compreenderam 8 perguntas,<br />
a pesquisa foi realizada<br />
de forma aleatória<br />
e voluntária, com partici-<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
13
Artigo 1<br />
14<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
pantes não identificados,<br />
conforme a Resolução<br />
510/2016, que diz: “pesquisa<br />
de opinião pública<br />
com participantes não<br />
identificados não necessitam<br />
de apreciação ética<br />
pelo CEP (Comitê de Ética<br />
em Pesquisa)., as quais<br />
tiveram grande importância<br />
para corroboração do<br />
tema proposto.<br />
A pesquisa foi conduzida<br />
em etapas distintas, para<br />
garantir um processo sistemático<br />
de coleta e análise<br />
de informações relevantes.<br />
A seguir, são delineadas as<br />
principais etapas da metodologia<br />
usada:<br />
I. Definição dos Descritores:<br />
A escolha dos descritores<br />
foi cuidadosamente selecionada<br />
de forma que<br />
não deixasse o estudo<br />
perder o foco, entretanto<br />
cuidando ainda para que<br />
nada de importante fosse<br />
passado despercebido.<br />
Dessa forma, a escolha<br />
foi realizada mediante<br />
uma revisão da literatura,<br />
levando em consideração<br />
a relevância e pertinência<br />
dos termos para o estudo.<br />
II. Levantamento Bibliográfico:<br />
Foi conduzida uma busca<br />
em plataformas como<br />
Google Acadêmico, SCIE-<br />
LO e Manual MSD. O objetivo<br />
foi identificar estudos<br />
e artigos científicos que<br />
abordassem os temas de<br />
interesse, garantindo uma<br />
ampla e atualizada base<br />
teórica para o trabalho.<br />
O objetivo era encontrar<br />
estudos e artigos científicos<br />
relacionados a doença<br />
de Crohn e suas alternativas<br />
de tratamento, além<br />
de compreender como era<br />
a adesão desses tratamentos<br />
pelos adolescentes.<br />
Isso foi feito para garantir<br />
que o estudo estivesse<br />
fundamentado em base<br />
teórica ampla e atualizada.<br />
III. Organização e Síntese<br />
da Informação:<br />
As informações obtidas<br />
foram organizadas de forma<br />
sistematizada, permitindo<br />
uma compreensão<br />
clara e objetiva dos artigos.<br />
Organizar os dados<br />
de forma estruturada foi<br />
importante para que houvesse<br />
uma melhor compreensão<br />
das informações<br />
obtidas a partir dos artigos<br />
que foram revisados,<br />
isso permitiu uma análise<br />
mais clara e objetiva.<br />
IV. Elaboração do Questionário<br />
Google Forms:<br />
Paralelamente à revisão<br />
bibliográfica, foi desenvolvido<br />
um questionário<br />
utilizando a plataforma<br />
Google Forms. Este instrumento<br />
consistiu em<br />
oito perguntas elaboradas<br />
com o intuito de<br />
conhecer a ciência populacional<br />
acerca do tema.<br />
V. Análise dos Dados do<br />
Questionário:<br />
As respostas obtidas foram<br />
submetidas a uma análise<br />
estatística, permitindo a
interpretação dos resultados.<br />
Os métodos estatísticos<br />
utilizados serviram<br />
para interpretar as respostas<br />
e tirar conclusões<br />
significativas em relação a<br />
perspectiva da população<br />
sobre o tema em questão.<br />
Esta metodologia proporcionou<br />
uma abordagem<br />
abrangente, possibilitando<br />
a análise crítica e a<br />
interpretação dos temas<br />
abordados, bem como a<br />
obtenção de dados práticos<br />
por meio do questionário.<br />
Dessa forma, o<br />
presente trabalho está<br />
fundamentado em uma<br />
sólida base teórica e em<br />
evidências concretas,<br />
contribuindo para uma<br />
compreensão mais aprofundada<br />
sobre o tema.<br />
Gráfico 1: Conhecimento populacional acerca da DC.<br />
Fonte: As autoras, 2023<br />
Gráfico 2: Convívio com a DC.<br />
Fonte: As autoras, 2023<br />
Gráfico 3: Importância do investimento em tecnologias para pacientes da DC.<br />
Fonte: As autoras, 2023<br />
Resultados<br />
As 8 perguntas que compreenderam<br />
o formulário<br />
foram as seguintes: 1- Qual<br />
sua faixa etária? 2- Você já<br />
ouviu falar da doença de<br />
Crohn? 3- Você conhece<br />
alguém que seja portador<br />
da Doença de Crohn? 4-<br />
Você acha que é importante<br />
investir em tecnologias e<br />
dispositivos voltados para<br />
o cuidado de adolescentes<br />
portadores de doenças<br />
crônicas? 5- Você acha<br />
que dispositivos automatizados<br />
para aplicação de<br />
medicamentos podem ser<br />
benéficos para pacientes<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
15
Artigo 1<br />
16<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
com condições crônicas?<br />
6- Quando se fala sobre<br />
um possível aplicador fármaco<br />
automático, surgem<br />
dúvidas e preocupações<br />
em sua mente? 7- Quais<br />
funcionalidades você acredita<br />
que seriam mais uteis<br />
para um aplicador fármaco<br />
automático? 8- Você<br />
acredita que a introdução<br />
de dispositivos automatizados<br />
para aplicação de<br />
medicamentos requer treinamento<br />
adicional para<br />
os profissionais da saúde<br />
envolvidos no cuidado<br />
dos pacientes?<br />
A análise dos dados obtidos<br />
por meio do questionário<br />
aplicado revelou<br />
informações valiosas<br />
sobre a percepção e o<br />
entendimento do público<br />
em relação à Doença<br />
de Crohn, bem como a<br />
importância de tecnologias<br />
voltadas para a<br />
melhoria da qualidade de<br />
vida dos portadores. Em<br />
relação ao conhecimento<br />
e convívio com a Doença<br />
de Crohn, foi identificado<br />
um desequilíbrio entre<br />
os respondentes, a maioria<br />
demonstrou não ter<br />
conhecimento ou convívio<br />
direto com a doença<br />
(gráfico 1 e gráfico 2),<br />
sugerindo que a informação<br />
e a conscientização<br />
sobre este tema podem<br />
ser ampliadas.<br />
Entretanto, é notável<br />
que, independentemente<br />
do nível de familiaridade<br />
com a Doença<br />
de Crohn, a maioria dos<br />
participantes expressou<br />
a convicção de que o<br />
desenvolvimento de<br />
tecnologias direcionadas<br />
à melhoria da<br />
qualidade de vida dos<br />
portadores é de grande<br />
importância (gráfico 3).<br />
Essa constatação ressalta<br />
a sensibilidade e o<br />
interesse do público em<br />
relação às necessidades<br />
e desafios enfrentados<br />
por aqueles que vivenciam<br />
a condição.<br />
A tabela 1 apresenta<br />
as funcionalidades que<br />
emergiram como as mais<br />
interessantes e promissoras<br />
de acordo com os<br />
entrevistados. Cada elemento<br />
listado representa<br />
um ponto de partida para<br />
a criação de um aplicador<br />
fármaco que não apenas<br />
otimize a administração<br />
de medicamentos, mas<br />
também contribua para<br />
a qualidade de vida e o<br />
bem-estar dos pacientes.<br />
Outro aspecto importante<br />
a ser abordado diz<br />
a respeito das dúvidas e<br />
inseguranças quando se<br />
pensa na possibilidade<br />
de automatizar o tratamento,<br />
como é demonstrado<br />
no gráfico 4. Tendo<br />
isso em mente, é importante<br />
ressaltar que para<br />
que o aplicador seja<br />
utilizado, será necessário<br />
também a capacitação<br />
de profissionais da saúde<br />
para que eles possam<br />
auxiliar os pacientes que<br />
utilizarão o aparelho,
esse treinamento foi<br />
considerado essencial de<br />
acordo com os respondentes<br />
(gráfico 5).<br />
Portanto, a análise dos<br />
dados coletados destaca<br />
não apenas a relevância<br />
da conscientização<br />
e informação sobre a<br />
Doença de Crohn, mas<br />
também a urgência em<br />
investir em pesquisas e<br />
desenvolvimentos tecnológicos<br />
que promovam<br />
uma melhor qualidade<br />
de vida para os afetados<br />
por essa condição. Esta<br />
conclusão ressalta a<br />
importância do presente<br />
estudo e seu potencial<br />
impacto na área da saúde<br />
e bem-estar dos portadores<br />
de Doença de Crohn<br />
e de outras condições<br />
similares.<br />
Tabela 1: Funcionalidades essenciais.<br />
Fonte: As autoras, 2023<br />
Gráfico 4: Inseguranças a respeito do desenvolvimento do aplicador.<br />
Fonte: As autoras, 2023<br />
Gráfico 5: Necessidade de treinamento adicional para profissionais.<br />
Fonte: As autoras, 2023<br />
Discussão<br />
Conhecer a DC e suas<br />
implicações é crucial para<br />
promover uma compreensão<br />
mais ampla dessa<br />
condição, reduzindo os<br />
Gráfico 6: Faixa etária dos entrevistados.<br />
Fonte: As autoras, 2023<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
17
Artigo 1<br />
18<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
estigmas associados a<br />
ela e proporcionando<br />
uma melhor qualidade<br />
de vida para os pacientes.<br />
Uma abordagem inovadora<br />
nesse contexto é<br />
seria o desenvolvimento<br />
de aplicadores fármacos<br />
voltados para esse<br />
público, os quais têm o<br />
potencial de otimizar o<br />
tratamento da DC, esses<br />
dispositivos podem<br />
proporcionar uma<br />
administração precisa e<br />
controlada de medicamentos,<br />
possibilitando<br />
uma melhor eficácia<br />
terapêutica. Além disso,<br />
a automação e a precisão<br />
oferecidas pelos aplicadores<br />
podem melhorar a<br />
adesão ao tratamento.<br />
Outro aspecto a ser abordado,<br />
se diz a respeito do<br />
aumento do número de<br />
crianças e adolescentes<br />
apresentando os sintomas<br />
da Doença de Cohn,<br />
fato preocupante uma<br />
vez que de acordo com<br />
os estudos publicados<br />
por doutores da Irmandade<br />
da Santa Casa da<br />
Misericórdia de São Paulo,<br />
o desenvolvimento da<br />
doença no público mais<br />
jovem é considerado<br />
mais grave quando se diz<br />
a respeito da evolução e<br />
apresentação. Essa realidade<br />
corrobora com a<br />
necessidade de estudos<br />
que venham a abordar<br />
tal temática.<br />
A importância do<br />
desenvolvimento de<br />
novas tecnologias que<br />
visem o bem-estar da<br />
população é de interesse<br />
geral, como mostrado<br />
no formulário,<br />
além disso segundo os<br />
estudos conduzidos por<br />
Lorenzetti (2012) e sua<br />
equipe, é necessário<br />
que a medicina esteja<br />
aliada com a tecnologia<br />
para assim utilizá-la a<br />
nosso favor. Dito isso, o<br />
presente trabalho propõe<br />
a inovação de uma<br />
tecnologia já existente,<br />
a bomba de infusão<br />
de insulina, para que a<br />
mesma possa ser adaptada<br />
e aplicada também<br />
na Doença de Cohn para<br />
atender suas necessidades<br />
e promover um<br />
aumento na qualidade<br />
de vida dos portadores.<br />
No entanto, a implementação<br />
desse mecanismo<br />
não está isenta de desafios.<br />
A segurança dos<br />
aplicadores fármacos é<br />
uma preocupação primordial,<br />
exigindo rigorosos<br />
processos desde<br />
o controle de qualidade<br />
e treinamento adequado<br />
para os profissionais<br />
de saúde e pacientes<br />
envolvidos. Além disso,<br />
os custos associados<br />
à tecnologia dos aplicadores<br />
podem ser<br />
significativos, impactando<br />
a acessibilidade<br />
e a disponibilidade para<br />
os pacientes, especialmente<br />
em regiões com<br />
recursos financeiros<br />
limitados. Deve ser considerado<br />
também que
a aceitação por parte<br />
dos pacientes e profissionais<br />
de saúde, uma<br />
vez que a introdução<br />
de novas tecnologias<br />
muitas vezes enfrenta<br />
resistência e requer um<br />
esforço educacional que<br />
mostre os benefícios<br />
clínicos para garantir a<br />
confiança e a adesão.<br />
Ademais, é valido ressaltar<br />
que mesmo a DC<br />
não sendo incomum no<br />
Brasil, ainda existe uma<br />
parcela da população<br />
que não tem o conhecimento<br />
em relação<br />
a doença, como esta<br />
explicito no gráfico 1, o<br />
número de pessoas que<br />
não sabem muito sobre<br />
a doença ou não sabem<br />
nada sobre ela totalizam<br />
juntos 66% dos<br />
entrevistados, fato que<br />
demostra a carência em<br />
informações a respeito<br />
da doença.<br />
Apesar desses desafios,<br />
os aplicadores apresentam<br />
um enorme<br />
potencial no tratamento<br />
da Doença de Crohn.<br />
Com avanços contínuos<br />
em pesquisa e desenvolvimento,<br />
é possível<br />
superar as barreiras<br />
existentes e aumentar<br />
cada vez mais os benefícios<br />
dessa tecnologia<br />
para os pacientes, proporcionando-lhes<br />
uma<br />
vida mais confortável.<br />
Portanto, investir em<br />
estudos clínicos aprofundados,<br />
educação e<br />
políticas que favoreçam<br />
o acesso a essa inovação<br />
é fundamental para<br />
explorar plenamente<br />
seu potencial.<br />
Conclusão<br />
Este estudo discutiu e<br />
enfatizou a importância<br />
de uma maior compreensão<br />
a respeito da Doença<br />
de Crohn, visando a redução<br />
de estigmas e em uma<br />
proposta inovadora para<br />
o tratamento da enfermidade<br />
especialmente<br />
para público adolescente.<br />
O aplicador fármaco<br />
automático, mesmo em<br />
fase de protótipo, oferece<br />
uma boa proposta com<br />
funções promissoras, a<br />
capacidade de administração<br />
correta e programada<br />
de medicamentos,<br />
aliada à possibilidade de<br />
automação, torna essa<br />
tecnologia uma opção<br />
atraente para adolescentes,<br />
melhorando a adesão<br />
ao tratamento.<br />
No entanto, é necessário<br />
reconhecer que estamos<br />
nos estágios iniciais<br />
dessa proposta. A segurança<br />
do dispositivo e a<br />
garantia de que atenda<br />
às necessidades específicas<br />
dos adolescentes<br />
devem ser estudadas<br />
ainda mais a fundo<br />
para garantir a melhor<br />
qualidade, sendo assim<br />
investir em pesquisas<br />
mais aprofundadas,<br />
bem como em parcerias<br />
interdisciplinares, pode<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
19
Artigo 1<br />
acelerar a evolução desse<br />
protótipo, aprimorando<br />
sua eficácia, acessibilidade<br />
e aceitação. É<br />
importante lembrar que<br />
o tratamento da doença<br />
de Crohn é individualizado<br />
e deve ser acompanhado<br />
de perto pelo<br />
médico especialista na<br />
área. O uso adequado<br />
dos medicamentos,<br />
juntamente com as<br />
mudanças no estilo de<br />
vida, como uma dieta<br />
saudável e a prática de<br />
exercícios físicos, pode<br />
ajudar a controlar os<br />
sintomas e melhorar a<br />
qualidade de vida dos<br />
pacientes. (LACERDA,<br />
ARAÚJO, 2013)<br />
te propício à inovação<br />
e para garantir que os<br />
objetivos desse mecanismo<br />
sejam alcançados,<br />
sempre visando<br />
o bem-estar e saúde<br />
dos adolescentes que<br />
enfrentam diariamente<br />
os desafios impostos<br />
pela Doença de Crohn.<br />
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20<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Em resumo, o aplicador<br />
fármaco automático<br />
para adolescentes portadores<br />
da Doença de<br />
Crohn representa um<br />
grande passo na busca<br />
por melhores opções de<br />
tratamento. A divulgação<br />
e discussão sobre<br />
esse tema são cruciais<br />
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REVISÃO INTERATIVA. FACULDADE DE ENFERMAGEM<br />
NOVA ESPERANÇA DE MOSSORÓ. 2022. Disponível<br />
em: chrome extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://www.sistemasfacenern.com.br/repositorio/admin/uploads/arquivos/7d771e0e8f3633ab54856925ecdefc5d.pdf.<br />
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6z3hbtSdzr/?lang=pt. Acesso em: 8 ago. 2023.
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Artigo 2<br />
USO DE ESPECTROFOTOMETRIA UV-VIS<br />
NA DETERMINAÇÃO DE ESTIRENO.<br />
Autores: Fernanda Aparecida Pedrosa<br />
Graduanda do curso de Bacharelado em Biomedicina no Centro Universitário de Formiga - MG<br />
UNIFORMG. Bolsista de iniciação científica CNPq e Participante do projeto “Desenvolvimento de<br />
um método espectrofotométrico para a detecção de estireno desprendido de material plástico<br />
para bebidas diversas”.<br />
Alex Magalhães de Almeida<br />
Bacharel em Química pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Doutor em química analítica<br />
pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Coordenador do projeto: “Desenvolvimento<br />
de um método espectrofotométrico para a detecção de estireno desprendido de material plástico<br />
para bebidas diversas”. Professor de disciplinas de Química Analítica, Química Geral e Bioquímica<br />
no Centro Universitário de Formiga – UNIFORMG.<br />
RESUMO<br />
O estireno é um composto<br />
orgânico, líquido<br />
a temperatura ambiente,<br />
apresentando-se oleoso,<br />
incolor, de aroma<br />
levemente<br />
adocicado,<br />
inflamável e solúvel em<br />
etanol, éter e cetona. É<br />
utilizado na produção<br />
de borrachas sintéticas,<br />
látex e resinas de poliés-<br />
22<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
ter. Amplamente usado<br />
na indústria automobilística<br />
e aeronáutica.<br />
Pode ser encontrado no<br />
ar, no solo e na água,<br />
pela liberação acidental<br />
durante o processo produtivo<br />
e nos efluentes,<br />
ou pela disposição inadequada<br />
de produtos<br />
à base de estireno. O<br />
estireno pode causar<br />
alterações na saúde do<br />
ser humano, caracterizadas<br />
como desordens<br />
nervosas e ou cancerígenas.<br />
Os estudos realizados<br />
até o presente<br />
momento denotam um<br />
limite para a presença<br />
do estireno no organismo<br />
humano da ordem<br />
de 20 µg/L, ingestão<br />
diária, para que as alterações<br />
na saúde sejam<br />
sentidas. Os métodos<br />
utilizados para determinar<br />
teores de estireno<br />
requerem equipamentos<br />
de cromatografia, o<br />
que tornam os procedi-
mentos dispendiosos, e<br />
the production process<br />
INTRODUÇÃO<br />
com inúmeras etapas no<br />
and in effluents, or throu-<br />
O estireno é um hidrocar-<br />
tratamento da amostra.<br />
Desenvolveu-se um procedimento<br />
de avaliação<br />
para o estireno utilizando<br />
espectrofotometria<br />
UV-VIS, pela reação de<br />
estireno com o reagente<br />
1-piridilazo-2-naftol em<br />
λ = 295nm.<br />
Palavras chave: Determinação<br />
espectrofotométrica.<br />
Composto cancerígeno.<br />
gh inadequate disposal of<br />
styrene-based products.<br />
Styrene can cause changes<br />
in human health, characterized<br />
as nervous and/<br />
or carcinogenic disorders.<br />
Studies carried out to date<br />
indicate a limit for the<br />
presence of styrene in the<br />
human body of the order<br />
of 20 µg/L, daily intake, for<br />
changes in health to be felt.<br />
The methods used to deter-<br />
boneto aromático sendo<br />
produzido no estado<br />
líquido a temperatura<br />
ambiente, é incolor e<br />
de odor característico,<br />
sendo muito utilizado na<br />
produção de borrachas,<br />
resina acrílica, resina poliéster<br />
e material polimérico<br />
como o poliestireno<br />
expandido. O Estireno<br />
possui fórmula molecular<br />
C8H8 representada estruturalmente<br />
na figura-1<br />
Reagentes cromogênico.<br />
mine styrene levels require<br />
a seguir, onde pode ser<br />
chromatography<br />
equip-<br />
visto o anel benzênico<br />
ABSTRACT<br />
ment, which makes the<br />
e a região onde ocorre a<br />
Styrene is an organic<br />
compound, liquid at room<br />
temperature, oily, colorless,<br />
with a slightly sweet aroma,<br />
flammable and soluble in<br />
ethanol, ether and ketone.<br />
It is used in the production<br />
of synthetic rubbers, latex<br />
and polyester resins. Widely<br />
used in the automobile<br />
and aeronautical industry.<br />
It can be found in the air,<br />
soil and water, through<br />
accidental release during<br />
procedures expensive, with<br />
numerous steps in sample<br />
treatment. An evaluation<br />
procedure was developed<br />
for the styrene using UV-VIS<br />
spectrophotometry, by<br />
reacting styrene with reagent<br />
1-pyridylazo-2-naphthol<br />
at λ = 295nm.<br />
Keywords: Spectrophotometric<br />
determination.<br />
Carcinogenic compound.<br />
Chromogenic reagents.<br />
instabilidade eletrônica,<br />
que permite a formação<br />
de polímeros. A IUPAC<br />
(International Union of<br />
Pure and Applied Chemistry)<br />
nomeia o composto<br />
como estireno, no<br />
entanto pode-se encontrar<br />
outras denominações<br />
(usuais) tais como:<br />
vinilbenzeno, estirol, etenilbenzeno,<br />
fenetileno,<br />
fenileteno. (BIASOTTO<br />
MANO, LOPES DIAS e OLI-<br />
VEIRA, 2004)<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
23
Artigo 2<br />
O estireno em temperatu-<br />
Sendo o estireno muito<br />
ra ambiente, se apresenta<br />
como um líquido de<br />
aspecto oleoso incolor,<br />
de odor adocicado, inflamável<br />
e volátil; solúvel<br />
em álcool, éter e acetona<br />
(OGA, CAMARGO e BATIS-<br />
TUZZO, 2021). É um dos<br />
reagentes monoméricos<br />
de maior importância na<br />
produção de polímeros<br />
e copolímeros, e atinge<br />
grandes volumes de produção<br />
em todo o mundo,<br />
dada à imensa variedade<br />
de seus derivados.<br />
Figura-1: Fórmula estrutural da molécula<br />
de estireno<br />
Fonte: Elaborada pelos autores com base<br />
na literatura.<br />
gir 3,5 MPa (CANEVAROLO<br />
e SEBASTIÃO, 2002; LIMA,<br />
2016). Em geral, a desidrogenação<br />
é um processo<br />
endotérmico que necessita<br />
de alta temperatura para a<br />
obtenção de boas conversões.<br />
São restritos aos processos<br />
em que reagentes<br />
empregado em diversos<br />
setores da vida humana,<br />
vem sendo estudado,<br />
pois o mesmo, é responsável<br />
por distúrbios na<br />
saúde das pessoas. Estas<br />
perturbações<br />
podem<br />
ocorrer no sistema nervoso<br />
(YAMAMOTO et al.<br />
2016), onde as pessoas<br />
sentem os efeitos no<br />
sistema nervoso central<br />
com as seguintes características:<br />
diminuição<br />
da discriminação de<br />
A forma mais utilizada para<br />
obter estireno é a desidrogenação<br />
catalítica do etilbenzeno<br />
na presença de<br />
vapor d'água. Os processos<br />
de desidrogenação são<br />
utilizados, em geral, para<br />
converter hidrocarbonetos<br />
saturados em compostos<br />
aromáticos através de<br />
e produtos possuam estabilidade<br />
térmica. Durante<br />
esses processos existe um<br />
forte controle dos materiais<br />
utilizados na produção,<br />
sendo que o processo de<br />
desidrogenação do etilbenzeno<br />
tem-se como reação<br />
principal, a equação-1<br />
exibida a seguir:<br />
cores, efeitos vestibulares,<br />
deficiência auditiva,<br />
“sensação de embriaguez”,<br />
cansaço, atrasos<br />
no tempo de reação e<br />
problemas de concentração.<br />
De acordo com<br />
a Agência Internacional<br />
de Pesquisa em Cân-<br />
indústrias com reatores em<br />
24<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
série do tipo leito catalítico<br />
que operam na faixa de<br />
430-530ºC de temperatura<br />
e pressões que podem atin-<br />
Equação-1: Reação de desidrogenação do etilbenzeno, sendo convertido para estireno.<br />
Fonte: Elaborada pelos autores a partir de MORRISON e BOYD, 2002; ARAÚJO, 2010.
cer (IARC), o estireno é<br />
ÇALVES, 2014; ADOLFO<br />
utilizou-se de reagentes<br />
classificado como um<br />
LUTZ, 2008; ANTUNES,<br />
com qualidade P. A. ou<br />
provável agente cance-<br />
PATUZZI e LINDEN, 2008;<br />
superior, e em todas<br />
rígeno para o ser huma-<br />
YAMAMOTO et al. 2016<br />
as diluições e soluções<br />
no, sendo colocado no<br />
e AMORIM, 2019), que<br />
empregou-se<br />
água<br />
Grupo 2A, com base em<br />
são métodos eficientes,<br />
deionizada.<br />
evidência de carcino-<br />
porém bastante dispen-<br />
genicidade limitada em<br />
diosos e que exigem<br />
Verificou-se inicialmen-<br />
seres humanos (leuce-<br />
muitas etapas de pre-<br />
te a possibilidade de<br />
mias e linfomas) e com<br />
paração das amostras.<br />
reação do estireno com<br />
suficiente evidência em<br />
O presente trabalho<br />
alguns compostos cro-<br />
animais de experimen-<br />
utilizou da reação entre<br />
mogênicos, sendo esses<br />
tação (GAMEIRO, 2016;<br />
o complexante 1-piri-<br />
solubilizados em etanol<br />
OTTEQUIR, 2022).<br />
dilazo-2-naftol com o<br />
ou água deionizada.<br />
estireno, obtendo resul-<br />
Os reagentes avaliados<br />
O fato do estireno ser<br />
tados satisfatórios em<br />
foram a 8-hidroxiqui-<br />
amplamente<br />
utilizado<br />
295 nm. Foram também<br />
nolina, α-benzoiloxima,<br />
em diversos setores da<br />
estudadas as condições<br />
1-piridilazo-2-naftol,<br />
atividade humana, e<br />
de temperatura e con-<br />
azul de bromotimol,<br />
pelo fato de suas impli-<br />
centração dos reagen-<br />
vermelho do congo, 4,<br />
cações na saúde das<br />
tes, visando uma meto-<br />
2-piridilazo<br />
resorcinol,<br />
pessoas, faz-se necessá-<br />
dologia analítica para a<br />
difeniltiocarbazona,<br />
rio a existência de méto-<br />
determinação de estire-<br />
alizarina sódica e 1,<br />
dos de monitoramento<br />
no utilizando espectro-<br />
10-fenantrolina,<br />
sendo<br />
e detecção eficientes,<br />
fotometria UV-VIS.<br />
que todos foram pre-<br />
e de fácil execução.<br />
parados aferindo-se 0,1<br />
Atualmente determina-<br />
-se compostos com o<br />
estireno com o uso de<br />
cromatografia (GON-<br />
MATERIAIS E MÉTO-<br />
DOS<br />
Em todos os procedimentos<br />
experimentais<br />
grama da substância<br />
solubilizada em 100 mL<br />
de solvente (água ou<br />
etanol). A solução de<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
25
Artigo 2<br />
estireno foi preparada<br />
detecção, efetuando na<br />
cedimentos de leitura<br />
na concentração de 0,1<br />
sequencia os estudos<br />
para o estireno.<br />
mol/L da substância,<br />
com materiais plásticos.<br />
utilizando etanol como<br />
As garrafas foram pre-<br />
solvente.<br />
Foram realizados ensaios<br />
enchidas com agua<br />
em copos plásticos, de 50<br />
deionizada e colocadas<br />
Os compostos que apre-<br />
mL, usados para tomar<br />
em banhos térmicos<br />
sentaram uma reação<br />
café, e em garrafas plásti-<br />
ajustados nas seguintes<br />
efetiva, ou seja, uma<br />
cas, de 500 mL, utilizadas<br />
temperaturas: 24ºC, 40ºC<br />
alteração de cor eviden-<br />
na comercialização de<br />
e 60ºC, sendo cada caso<br />
te, foram submetidos a<br />
sucos. O experimento<br />
observado em triplicata<br />
varredura por espectro-<br />
consistiu em preencher o<br />
por 10, 30 e 60 minutos.<br />
fotometria UV-VIS, entre<br />
conteúdo dos recipientes<br />
os comprimentos de<br />
com água deionizada, e<br />
Para a realização das lei-<br />
onda de 280 a 700 nm.<br />
deixar o líquido em con-<br />
turas colocou-se 2,0 mL<br />
O composto coordenado<br />
tato com o recipiente em<br />
de cada água para reagir<br />
que apresentou melhor<br />
intervalos de tempo e<br />
com 1,0 mL da solução<br />
distinção entre a presen-<br />
temperaturas definidas.<br />
do reagente cromogêni-<br />
ça e ausência do estireno,<br />
co, em um balão volumé-<br />
teve suas condições estu-<br />
No ensaio com os copos<br />
trico de 50,0 mL, que teve<br />
dadas quanto a tempera-<br />
plásticos,<br />
empregou-se<br />
seu volume completado<br />
tura e concentração dos<br />
o volume máximo do<br />
com etanol.<br />
reagentes envolvidos.<br />
recipiente, preenchendo<br />
com água nas seguintes<br />
As leituras foram realiza-<br />
Tendo-se<br />
estudado<br />
temperaturas: 15ºC, 24ºC<br />
das em um espectrofo-<br />
as condições citadas<br />
e 40ºC, sendo cada caso<br />
tômetro UV-VIS mono-<br />
26<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
confeccionou-se uma<br />
curva de calibração,<br />
verificando-se os limites<br />
de quantificação e<br />
observado em triplicata<br />
por 10, 30 e 60 minutos.<br />
Após os tempos definidos,<br />
realizou-se os pro-<br />
canal, em comprimento<br />
de onda ajustado conforme<br />
os estudos efetuados<br />
anteriormente.
RESULTADOS E DISCUS-<br />
SÃO<br />
Dentre todos os reagentes<br />
cromogênicos<br />
avaliados, o que melhor<br />
evidenciou a formação<br />
de um composto dife-<br />
Figura-2: Estudo espectrofotométrico do composto estireno na presença do reagente<br />
1-piridilazo-2-naftol.<br />
Fonte: Elaborada pelos autores<br />
renciado na presença<br />
do estireno, foi o 1-piridilazo-2-naftol<br />
(PAN). O<br />
composto formado, ao<br />
ser submetido a análise<br />
espectrofotométrica<br />
revelou um comprimento<br />
de onda característico,<br />
na região de 295<br />
nm, conforme pode ser<br />
verificado na figura-2.<br />
Apesar do comprimen-<br />
Figura-3: Curva de calibração utilizada na detecção e determinação de estireno<br />
desprendido de material plástico.<br />
Fonte: Elaborada pelos autores<br />
to de onda ocorrer na<br />
região do ultravioleta,<br />
este permitiu a medida<br />
do complexo formado e<br />
a quantificação do teor<br />
de estireno nas condições<br />
estudadas.<br />
Tabela-1: Valores de concentração de estireno medidos em diversas temperaturas<br />
e diferentes tempos de contato do líquido com as paredes internas do recipiente,<br />
no caso os copos de café.<br />
Amostras de Tempo de contato no Temperatura Concentração do<br />
copos<br />
experimento (min)<br />
de contato (ºC)<br />
Estireno (mmol/L)<br />
Grupo 1 10 15 0,634<br />
Grupo 2 10 24 0,769<br />
Grupo 3 40 24 0,783<br />
Grupo 4 10 40 0,707<br />
Grupo 5 30 40 1,029<br />
Nas condições estudadas<br />
preparou-se soluções de<br />
estireno em diferentes<br />
Grupo 6 60 40 1,161<br />
Grupo 7 10 60 0,377<br />
Grupo 8 30 60 0,469<br />
Grupo 9 60 60 0,750<br />
Fonte: Elaborada pelos autores<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
27
Artigo 2<br />
valores de concentração<br />
e procedeu-se a adição<br />
da solução de PAN, rea-<br />
Tabela-2: Valores de concentração de estireno medidos em diversas temperaturas<br />
e diferentes tempos de contato do líquido com as paredes internas do recipiente,<br />
no caso as garrafas plásticas.<br />
Amostras<br />
garrafas<br />
de<br />
Tempo de contato no<br />
experimento (min)<br />
Temperatura<br />
de contato (ºC)<br />
Concentração do<br />
Estireno (mmol/L)<br />
lizando na sequência<br />
a leitura na região de<br />
295 nm. Os resultados<br />
Grupo 1 10 40 0,190<br />
Grupo 2 30 40 0,384<br />
Grupo 3 60 40 0,438<br />
Grupo 4 10 60 0,388<br />
Grupo 5 30 60 0,476<br />
permitiram a confecção<br />
da curva de calibração<br />
Grupo 6 60 60 0,529<br />
Fonte: Elaborada pelos autores<br />
com as seguintes características:<br />
é linear até 2<br />
mmol/L, apresentando<br />
um limite de detecção<br />
de 0,01 mmol/L e um<br />
limite de quantificação<br />
0,02 mmol/L, como<br />
pode ser observado na<br />
figura-3.<br />
são os comumente disponibilizados<br />
para tomar<br />
café, apresentando uma<br />
estrutura de aspecto<br />
frágil. Esses copos foram<br />
divididos em grupos,<br />
onde os fatores temperatura<br />
e tempo auxiliam<br />
Os resultados obtidos<br />
para as garrafas plásticas,<br />
que apresentavam<br />
uma densidade maior<br />
em relação aos copos,<br />
também indicam um<br />
aumento no desprendimento<br />
de estireno,<br />
28<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Devido ao fato do estireno<br />
ser miscível com<br />
etanol e solventes orgânicos,<br />
todos os estudos<br />
foram conduzidos em<br />
meio alcoólico, incluindo-se<br />
o estudo de águas<br />
em recipientes plásticos<br />
que foram submetidas<br />
a temperaturas diferenciadas.<br />
Salienta-se que<br />
os copos aqui utilizados,<br />
no entendimento do<br />
desprendimento<br />
de<br />
estireno. O estudo com<br />
copos plásticos, evidenciou<br />
que o aumento de<br />
temperatura em função<br />
do tempo, contado em<br />
minutos, favorece o desprendimento<br />
de estireno<br />
da parede interna<br />
do recipiente, conforme<br />
pode ser verificado na<br />
tabela-1.<br />
quando o tempo de<br />
contato é estendido<br />
numa dada temperatura,<br />
como pode ser<br />
visualizado na tabela-2.<br />
Este aspecto gerou a<br />
questão de que o tempo<br />
de contato favorece o<br />
desprendimento, e para<br />
verificar tal possibilidade,<br />
realizou-se após dois<br />
dias, a determinação de<br />
estireno para o grupo
de garrafas submetido<br />
-se também que os pro-<br />
ARAÚJO, C. L., Polimerização Radicalar Controlada de<br />
a temperatura de 60ºC,<br />
cedimentos<br />
adotados<br />
Estireno com AlfametilEstireno e Metacrilato de Metila<br />
verificando que o valor<br />
no processamento das<br />
Mediada por Nitróxido em Reator Tubular, Dissertação<br />
de concentração do esti-<br />
amostras não impedem<br />
de M.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil, 2010.<br />
reno passou de 0,529<br />
a sua execução em labo-<br />
YAMAMOTO, P. A., MORAES, N. V., SILVA, V. P. e LEPERA, J. S..<br />
para 0,580 mmol/L, ape-<br />
ratórios de análise ou<br />
Análise simultânea dos indicadores biológicos de exposi-<br />
sar de ser um pequeno<br />
controle de qualidade.<br />
ção aos solventes etilbenzeno, estireno, tolueno e xileno<br />
aumento, denota que o<br />
na urina por CLAE-UV. Química Nova, Vol. 39, Nº 9, 2016.<br />
desprendimento<br />
pode<br />
AGRADECIMENTOS<br />
GAMREIRO, R. A.. Modelos de Avaliação de Neurotoxi-<br />
ser continuo. Esse mesmo<br />
grupo de garrafas<br />
sofreu uma nova determinação<br />
após 60 dias,<br />
e o resultado de 1,057<br />
mmol/L confirma a suspeita<br />
inicial.<br />
CONCLUSÃO<br />
O trabalho realizado<br />
visando a determinação<br />
de estireno, prova que é<br />
possível realizar a quantificação<br />
do analito, utilizando<br />
espectrofotometria<br />
UV-VIS, sendo que o<br />
procedimento proposto<br />
apresenta baixo custo<br />
para sua execução, e um<br />
pequeno número de etapas<br />
analíticas. Salienta-<br />
Os autores agradecem<br />
ao Centro Universitário<br />
de Formiga UNIFOR-MG,<br />
pela disponibilização de<br />
equipamentos e pelo<br />
uso dos laboratórios, e<br />
ao CNPq pela bolsa concedida<br />
a discente participante<br />
do projeto.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS<br />
BIASOTTO MANO, E.; LOPES DIAS, M. e OLIVEIRA, C. M.<br />
F.. Química Experimental de polímeros. Editora: Edgard<br />
Blücher, 1ª edição, São Paulo, 2004.<br />
OGA, S.; CAMARGO, M.M.A; BATISTUZZO, J.A.O.. Fundamentos<br />
de Toxicologia. 5ª edição. São Paulo: Atheneu Editora, 2021.<br />
CANEVAROLO Jr.; SEBASTIÃO, V. Ciência dos polímeros:<br />
um texto básico para tecnólogos e engenheiros. - São<br />
Paulo: Artliber Editora, 2002.<br />
MORRISON, R. T.; BOYD, R, N, Organic Chemistry Sixth<br />
Edition, Editora Pretince-Hall, Nova Delfia, 2002.<br />
cidade. Dissertação de Mestrado. Instituto Superior de<br />
Ciências da Saúde Egas Moniz. Rio de Janeiro, 2016.<br />
OTTEQUIR, F.. Bisfenol a em alimentos e embalagens de<br />
alimentos - uma revisão narrativa. Trabalho de conclusão<br />
de curso, Universidade Federal de Santa Catarina<br />
– Florianópolis, 2022.<br />
GONÇALVES, C. M.. Determinação do potencial de<br />
migração de embalagens plásticas para alimentos.<br />
Universidade Federal do Pampa – Bagé, 2014.<br />
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Capítulo XIV – Embalagens e<br />
Equipamentos em contato com alimentos. In: Métodos<br />
Físicos Químicos para análises de alimentos, 1ª ed. Digital/<br />
coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e<br />
Paulo Tiglea – São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008.<br />
ANTUNES, M. V.; PATUZZI, A. L. M. e LINDEN, R.. Determinação<br />
simultânea de creatinina e indicadores biológicos<br />
de exposição ao tolueno, estireno e xileno em urina<br />
por cromatografia liquida de alta eficiência. Quimica<br />
Nova, Vol. 31, Nº 7, 2008.<br />
AMORIM, A. F. V.. Química Métodos Cromatográficos.<br />
1ª <strong>Edição</strong>, Editora da Universidade Estadual do Ceará –<br />
EdUECE, Fortaleza, 2019.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
29
Matéria de Capa<br />
Cultura Celular 3D: Um Novo Horizonte<br />
na Pesquisa Biomédica<br />
A cultura celular é uma técnica fundamental<br />
na biologia, permitindo<br />
que cientistas estudem o comportamento<br />
das células fora do corpo<br />
humano. Tradicionalmente,<br />
essas<br />
células são cultivadas em superfícies<br />
planas (2D). No entanto, nos últimos<br />
anos, a cultura celular tridimensional<br />
(3D) tem emergido como uma alternativa<br />
mais avançada, oferecendo<br />
uma representação mais fiel das<br />
interações celulares e do microambiente<br />
que as células encontram<br />
30<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Esferoides e organoides são<br />
dentro dos tecidos vivos.<br />
heterogeneidade celular. [1] auto-organização e autorregene-<br />
exemplos de modelos formados<br />
Essa técnica inovadora tem revolucionado<br />
a pesquisa biomédica,<br />
através da cultura celular 3D.<br />
Entenda a diferença:<br />
fornecendo insights mais precisos<br />
e aplicações amplas em diversas<br />
áreas da saúde como estudos de<br />
Esferoides: são agregados celulares<br />
com baixa complexidade<br />
câncer, descoberta de novas terapias<br />
estrutural, caracterizados pela<br />
e toxicologia.<br />
ausência de múltiplos tipos<br />
celulares e componentes normalmente<br />
As metodologias de cultura celular<br />
3D permitem estudar amostras encontrados no ambiente<br />
tecidual natural. [2]<br />
mais relevantes fisiologicamente,<br />
replicando características do<br />
tecido original, como morfologia,<br />
Organoides: são estruturas 3D formadas<br />
a partir de células primárias,<br />
diferenciação, polaridade, taxa de embrionárias ou células-tronco<br />
proliferação, expressão gênica e pluripotentes, com capacidade de<br />
ração, que reproduzem funcionalidades<br />
similares às encontradas no<br />
tecido original. [3]<br />
CARACTERÍSTICAS DOS ESFEROI-<br />
DES E ORGANOIDES<br />
Conheça as principais características<br />
presentes em esferoides<br />
e organoides que resultam em<br />
comportamentos celulares mais<br />
realistas e relevantes para as pesquisas<br />
biomédicas:<br />
• Interações celulares:<br />
A disposição tridimensional das<br />
células permite interações mais<br />
naturais, estimulando a expressão
Matéria de Capa<br />
de E-caderinas na superfície celular,<br />
oxigênio, pH e componentes solú-<br />
- Modelagem de Doenças: organoi-<br />
o que promove a adesão célula-cé-<br />
veis, como nutrientes e moléculas<br />
des são usados para estudar doen-<br />
lula e torna a estrutura mais com-<br />
efetoras, graças à disposição tridi-<br />
ças humanas de forma detalhada,<br />
pacta. A presença de outros tipos<br />
mensional das células e à presença<br />
permitindo a observação de proces-<br />
celulares, como células estromais e<br />
de MEC. Esses gradientes afetam<br />
sos patológicos em um ambiente<br />
células imunes, enriquece o modelo,<br />
permitindo a interações complexas<br />
e representativas através da<br />
secreção de fatores de crescimento,<br />
moléculas de sinalização ou outras<br />
substâncias, apresentando maior<br />
o comportamento celular, como<br />
motilidade, migração e sinalização<br />
e em caso de modelos de tumores<br />
pequenos e avasculares, é possível<br />
reproduzir um núcleo hipóxico. [3]<br />
controlado. Isso inclui estudos sobre<br />
doenças neurodegenerativas, fibrose<br />
cística e infecções virais.<br />
- Testes de Fármacos: modelos 3D<br />
são ideais para triagem de novos<br />
representatividade in vitro. [5]<br />
• Matriz extracelular (MEC):<br />
APLICAÇÕES MAIS UTILIZADAS<br />
EM CULTURA CELULAR 3D<br />
medicamentos, oferecendo uma<br />
plataforma robusta para o desenvolvimento<br />
de terapias personali-<br />
A MEC é essencial para regular atividades<br />
celulares como proliferação,<br />
diferenciação, migração, adesão e<br />
sobrevivência. Ela oferece suporte<br />
estrutural e bioquímico às células,<br />
sendo composta por colágeno,<br />
elastina, glicoproteínas, glicosaminoglicanos<br />
e proteoglicanos, além<br />
de ser uma fonte de componentes<br />
bioquímicos, contendo fatores de<br />
Devido à capacidade de replicar a<br />
heterogeneidade e complexidade<br />
dos tecidos humanos, os modelos<br />
3D têm sido explorados em diversas<br />
aplicações, a quais abrangem desde a<br />
pesquisa básica até o desenvolvimento<br />
clínico. Além disso, a cultura celular<br />
3D é uma alternativa ética ao uso e<br />
dependência de modelos animais.<br />
zadas. Eles replicam melhor a resistência<br />
e a eficácia dos tratamentos<br />
em comparação com culturas 2D,<br />
sendo especialmente relevante em<br />
oncologia. Nestes casos, a resposta<br />
do tumor a diferentes terapias pode<br />
ser avaliada com maior precisão,<br />
uma vez que se replica diferentes<br />
regiões de um tumor devido a variações<br />
na distribuição de oxigênio ou<br />
crescimento, enzimas e inibidores<br />
secretados pelas células. A composição<br />
da MEC varia conforme o tecido,<br />
e alterações nessa composição<br />
estão frequentemente associadas a<br />
condições patológicas .[4]<br />
• Gradientes de Concentração:<br />
Embora os testes em animais ainda<br />
sejam uma parte crucial da pesquisa<br />
biomédica, as culturas 3D oferecem<br />
uma alternativa acessível e<br />
potencialmente mais precisa, já que<br />
replicam as condições humanas de<br />
forma mais direta.<br />
na acessibilidade a medicamentos.<br />
- Medicina Regenerativa e Engenharia<br />
de Tecidos: A cultura 3D<br />
é fundamental para a criação de<br />
tecidos artificiais que podem ser<br />
usados para reparar ou substituir<br />
tecidos danificados. Pesquisas<br />
Assim como nos tecidos, esferoides<br />
e organoides podem reproduzir<br />
gradientes de concentração de<br />
Confira algumas das principais<br />
áreas de aplicação:<br />
com organoides têm explorado<br />
o potencial para regeneração de<br />
órgãos inteiros no futuro.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
31
Matéria de Capa<br />
- Personalização e Medicina de<br />
Precisão: organoides derivados<br />
de células de pacientes estão<br />
sendo cada vez mais utilizados na<br />
medicina de precisão para testar<br />
a eficácia de terapias específicas,<br />
permitindo tratamentos personalizados<br />
baseados nas características<br />
individuais do paciente.<br />
- Toxicologia e Segurança: A cultura<br />
3D é usada para testar a toxicidade<br />
de novos compostos químicos e farmacêuticos<br />
de forma mais eficiente<br />
e ética, proporcionando dados mais<br />
relevantes para a saúde humana do<br />
que os métodos tradicionais.<br />
O PAPEL DA GREINER BIO-ONE NO<br />
AVANÇO DA CULTURA CELULAR 3D<br />
configurações de membrana, esses<br />
insertos permitem realizar ensaios<br />
de migração e invasão, cocultivo,<br />
estudos de transporte/absorção de<br />
substâncias através de um epitélio,<br />
além do estabelecimento de culturas<br />
organotípicas, como a pele.<br />
Produtos Cell-Repellent: frascos<br />
e placas com tratamento de<br />
superfície que impede a adesão<br />
celular, promovendo a formação de<br />
esferoides celulares. Esses produtos<br />
podem ser utilizados para a cultura<br />
de células aderentes e semiaderentes<br />
em suspensão, além de contribuir<br />
para a formação de estruturas<br />
3D com diferentes metodologias,<br />
uma vez que possui placas de poços<br />
com fundos planos e redondos.<br />
humanas. Com modelos como<br />
esferoides e organoides, cientistas<br />
são capazes de explorar o comportamento<br />
celular e as respostas<br />
a tratamentos em um ambiente<br />
que reflete melhor a complexidade<br />
dos tecidos vivos. À medida que<br />
a tecnologia avança, a cultura 3D<br />
continuará a desempenhar um<br />
papel crucial no desenvolvimento<br />
de terapias inovadoras e no aprimoramento<br />
do conhecimento sobre a<br />
biologia humana.<br />
REFERÊNCIAS:<br />
1. KOLEDOVA, Z. (ED.). 3D Cell Culture: Methods and<br />
Protocols. New York, NY: Springer New York, 2017. v. 1612<br />
2. GUNTI, S. et al. Organoid and Spheroid Tumor<br />
Models: Techniques and Applications. Cancers, v. 13, n.<br />
4, p. 874, 19 fev. 2021.<br />
3. LANGHANS, S. A. Three-Dimensional in Vitro Cell Culture<br />
Models in Drug Discovery and Drug Repositioning.<br />
Como especialistas no desenvolvi-<br />
Cultura Celular 3D Magnética<br />
Frontiers in Pharmacology, v. 9, p. 6, 23 jan. 2018.<br />
mento, produção e distribuição de<br />
(m3D): tecnologia exclusiva que for-<br />
4. COSTA, E. C. et al. 3D tumor spheroids: an overview on<br />
produtos plásticos para laboratórios,<br />
hospitais, universidades, institutos<br />
de pesquisa e empresas dos<br />
setores diagnóstico, farmacêutico<br />
e biotecnológico, a Greiner Bio-One<br />
ma esferoides e organoides de forma<br />
fácil e rápida através da magnetização<br />
celular e o uso de forças magnéticas.<br />
Disponível em versões de 6 a 1536<br />
poços, essa metodologia oferece a<br />
the tools and techniques used for their analysis. Biotechnology<br />
Advances, v. 34, n. 8, p. 1427–1441, dez. 2016.<br />
5. JENSEN, C.; TENG, Y. Is It Time to Start Transitioning<br />
From 2D to 3D Cell Culture? Frontiers in Molecular<br />
Biosciences, v. 7, p. 33, 6 mar. 2020.<br />
oferece três principais tecnologias<br />
de alta qualidade para o estabelecimento<br />
de culturas celulares 3D:<br />
Insertos ThinCert®: suportes com<br />
praticidade de trabalhar com amostras<br />
representativas e sem preocupação.<br />
CONCLUSÃO<br />
A cultura celular 3D representa uma<br />
Para mais informações:<br />
Departamento de Marketing<br />
T: +55 19 3468 9600<br />
E-Mail: info@br.gbo.com<br />
uma membrana porosa na base,<br />
evolução significativa na pesquisa<br />
32<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
que criam uma compartimentalização<br />
dupla nos poços da placa de<br />
cultura. Disponíveis em diferentes<br />
biomédica, oferecendo uma ferramenta<br />
poderosa para estudos mais<br />
realistas e aplicáveis às condições
Química no Meio Ambiente<br />
BATERIA DE LÍTIO E O CARRO ELÉTRICO<br />
As mudanças climáticas<br />
que hoje são uma malfadada<br />
realidade, tem por<br />
um dos principais vilões,<br />
os automóveis movidos a<br />
combustível fóssil.<br />
A queima destes combustíveis<br />
como gasolina<br />
e óleo diesel, realmente<br />
geram uma quantidade<br />
Dentre as soluções encontradas<br />
para minoração do<br />
problema passou pelos<br />
combustíveis alternativos,<br />
o nosso etanol por exemplo,<br />
carros híbridos, com<br />
bateria e ainda combustível<br />
líquido, até o que parece<br />
ser o ideal para o meio<br />
ambiente: “o carro movido<br />
a eletricidade de bateria”.<br />
ou seja, não há muito em<br />
todo lugar do mundo.<br />
Países como: Estados<br />
Unidos, Australia, China,<br />
Chile, Bolívia, Brasil,<br />
Argentina, dentre outros<br />
possuem grandes quantidades.<br />
Sendo as maiores<br />
jazidas conhecidas hoje<br />
na Austrália e China.<br />
exagerada de dióxido de<br />
carbono no ar no mundo<br />
inteiro, todos os dias, isto<br />
já há mais de um século.<br />
A tecnologia empregada<br />
nos motores cresceu muito,<br />
mas não conseguiu<br />
Olhando apenas no sentido<br />
que não haverá queima<br />
de combustível, fica<br />
notório que a solução é a<br />
ideal, pois a poluição do<br />
ar com um carro elétrico<br />
é praticamente nada.<br />
A bateria de lítio que<br />
hoje também é encontrada<br />
em aparelhos eletrônicos,<br />
como celulares<br />
por exemplo, possui a<br />
grande vantagem de<br />
poder ser recarregada.<br />
34<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
suplantar o aumento<br />
exponencial da quantidade<br />
de automóveis.<br />
Resumindo, os automóveis<br />
estão gerando comparativamente<br />
ao século<br />
XX menos poluentes em<br />
quantidade, mas o número<br />
de carros aumentou<br />
tanto, que a tecnologia<br />
não conseguiu amenizar<br />
o problema.<br />
Nesta etapa do século<br />
XXI, o carro elétrico preponderante<br />
é movido a<br />
bateria de lítio.<br />
O lítio, pouco falado na<br />
mídia para outros assuntos<br />
que não baterias, é<br />
um metal encontrado no<br />
planeta todo, porém sua<br />
incidência em grandes<br />
quantidades é esparsa,<br />
O problema de um carro<br />
a bateria é sua autonomia,<br />
além claro, de que<br />
o proprietário precisa<br />
ter como recarregar a<br />
bateria em casa.<br />
Mas, fica a questão:<br />
-Nunca teremos problemas<br />
ambientais se<br />
optarmos pelo lítio?<br />
Realmente é o ideal?
Quanto a poluição do<br />
ar e aquecimento global<br />
devido ao gás carbônico,<br />
teremos uma<br />
mudança extremamente<br />
significativa.<br />
Porém, a exploração de<br />
lítio não é algo que o<br />
meio ambiente não sofra<br />
interferência, e principalmente,<br />
não vá sofrer as<br />
consequências se a produção<br />
ficar desenfreada.<br />
O trabalho de exploração<br />
nas jazidas demandam<br />
uma grande quantidade<br />
de água próxima.<br />
Problema considerável,<br />
pois a mudança gerada<br />
no ambiente é drástica<br />
e com o grande volume<br />
de água necessário,<br />
o entorno de onde se<br />
produz o lítio pode ficar<br />
refém da falta de água.<br />
A falta de água inviabiliza<br />
a produção, portanto, a<br />
prioridade seria da produção<br />
de lítio em detrimento<br />
até a vida humana,<br />
animal e vegetal.<br />
Isto geraria forçosamente<br />
um abastecimento de<br />
água exclusivo para este<br />
tipo de empreendimento<br />
e outro para as demais<br />
necessidades.<br />
Também, não podemos<br />
esquecer da reciclagem<br />
das baterias.<br />
Hoje, o número de carros<br />
elétricos a bateria de lítio,<br />
não ofusca a quantidade<br />
de automóveis movidos<br />
a queima de combustível.<br />
Porém, faz-se necessário<br />
um cálculo muito<br />
bem-feito, levando em<br />
conta o máximo de variáveis<br />
possíveis, quando<br />
chegarmos ao ponto,<br />
como alguns desejam,<br />
de todos os automóveis<br />
serem movidos a bateria.<br />
Química no Meio Ambiente<br />
Senão, corremos o risco de<br />
presenciar algo parecido<br />
como o que temos hoje.<br />
Quando surgiu o automóvel<br />
com combustível<br />
fóssil, nem passou pela<br />
cabeça dos idealizadores,<br />
que este tipo de motor<br />
do século XIX, perdurasse<br />
até hoje, gerasse esta<br />
quantidade de poluentes<br />
e acabasse por alterar a<br />
normalidade do clima, se<br />
assim podemos dizer; a<br />
ponto de corrermos para<br />
não perder o modo salutar<br />
de viver neste mundo.<br />
Não podemos resolver um<br />
problema imediato, sem<br />
medir a consequência que<br />
nossos atos possam causar<br />
no causar no futuro.<br />
Isto não seria inteligente<br />
em tempos de sustentabilidade.<br />
Rogerio Aparecido Machado<br />
Bacharel em Química com atribuições tecnológicas - (1987), latu sensu em Qualidade na área de Engenharia (1991), mestrado em<br />
Saneamento Ambiental pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1999) e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São<br />
Paulo (2003). Atualmente é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade São Bernardo do Campo além de Químico<br />
Responsável do Instituto Presbiteriano Mackenzie.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
35
Espectrometria de Massas<br />
BIOSSIMILARES: ANÁLISE DE MASSA<br />
INTACTA E PROTEOFORMAS<br />
36<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
A fabricação de medicamentos<br />
biológicos está em<br />
desenvolvimento no Brasil,<br />
principalmente em biossimilares.<br />
Com isso, métodos<br />
analíticos para garantir a<br />
eficácia destes produtos são<br />
fundamentais para garantir<br />
a identidade, pureza e,<br />
por sua vez, a segurança e<br />
eficácia destes medicamentos.<br />
Mas o que há de tão<br />
específico sobre este tipo de<br />
análise? Nesta edição veremos<br />
os desafios da análise<br />
de macromoléculas, tanto<br />
pelo seu tamanho quanto<br />
pela diversidade estrutural<br />
gerada pelas modificações<br />
na cadeia proteica.<br />
Palavras-chave: proteínas,<br />
peptídeos, anticorpos, Orbitrap,<br />
indústria farmacêutica.<br />
Nas edições anteriores<br />
vimos exemplos de análise<br />
com moléculas com<br />
menos de 1500 Da, as chamadas<br />
pequenas moléculas.<br />
Mas porque essa<br />
discriminação? As macromoléculas,<br />
como proteínas,<br />
podem ter estruturas<br />
imensas, aumentando não<br />
só a massa molecular, mas<br />
também a complexidade<br />
estrutural. São muitos os<br />
desafios na aquisição e<br />
interpretação de dados por<br />
espectrometria de massas.<br />
Vamos neste mês conhecer<br />
um pouco da análise<br />
de biossimilares. Especificamente,<br />
vamos entender<br />
como funciona análise de<br />
um anticorpo monoclonal<br />
por LC-MS utilizando<br />
um analisador Orbitrap.<br />
Complexidade estrutural<br />
Os medicamentos biológicos<br />
são obtidos a partir<br />
de organismos vivos que<br />
produzem uma proteína<br />
de interesse graças à<br />
modificação genética.<br />
Por ter origem biológica,<br />
modificações estruturais<br />
podem ocorrer e a regulamentação<br />
e aprovação do<br />
produto deve garantir que<br />
as formas comercializadas<br />
são seguras e eficazes. Os<br />
biossimilares são medicamentos<br />
que garantam<br />
a mesma qualidade de<br />
outro medicamento<br />
biológico já aprovado e<br />
com patente expirada.1<br />
Uma pequena revisão<br />
de bioquímica: proteínas<br />
são cadeias poliméricas<br />
de aminoácidos ligados<br />
por ligações peptídicas.<br />
Além das particularidades<br />
espaciais, estas sequências<br />
podem sofrer modificações<br />
que alteram sua massa<br />
molecular e sua atividade<br />
biológica. Por exemplo,<br />
um anticorpo monoclonal<br />
(mAb) é formado por<br />
subunidades de proteínas<br />
que, combinadas por ligações<br />
dissulfeto formam<br />
uma única estrutura. Os<br />
mAb do tipo IgG possuem<br />
dois sítios de glicosilação<br />
e 16 ligações dissulfeto,<br />
além de transformações<br />
comuns em aminoácidos<br />
específicos, como oxidação<br />
da metionina e perda<br />
de lisina terminal (Figura<br />
1). Cada transformação<br />
e combinação entre elas<br />
corresponde a uma proteoforma.<br />
Agora, como saber<br />
se as proteoformas em<br />
um medicamento estão<br />
de acordo com o padrão<br />
regulamentado? Podemos<br />
analisar a massa intacta da<br />
proteína: através da diferença<br />
de massa podemos
Espectrometria de Massas<br />
inferir quais modificações<br />
estão presentes, especialmente<br />
quais glicosilações<br />
ocorreram e em qual proporção<br />
(Tabela 1). Por isso<br />
a espectrometria de massas<br />
é ideal para controle de<br />
qualidade de biossimilares.<br />
Grande parte dos métodos<br />
utilizados em indústria<br />
farmacêutica utilizam ionização<br />
por eletrospray (ESI),<br />
já que bioativos possuem<br />
sítios polares e não volatilizam<br />
sob aquecimento. Ele<br />
se aplica também para as<br />
proteínas, que, formadas<br />
por aminoácidos polares<br />
e cadeias muito longas<br />
encontram-se naturalmente<br />
ionizadas em solução.<br />
Foi assim que John<br />
Fenn foi laureado com Prêmio<br />
Nobel de Química em<br />
2002⁴: fazendo elefantes<br />
voarem com eletrospray.<br />
FIGURA 1: Estrutura geral de um IgG e modificações comuns em sua estrutura.2<br />
Glicano<br />
esperado*<br />
TABELA 1: Glicanos comuns no<br />
NIST mAb RM 8671 3<br />
Massa<br />
média (Da)<br />
Fórmula molecular<br />
G0F 1445,340 C 56H 92N 4O 39<br />
G1F 1607,481 C 62H 102N 4O 44<br />
G2F 1769,622 C 68H 112N 4O 49<br />
G0F/G0F 2890,679 C 112H 184N 8O 78<br />
G0F/G1F 3052,820 C 118H 194N 8O 83<br />
G1F/G1F<br />
3214,962 C 124H 204N 8O 88<br />
Vejamos agora uma<br />
análise de massa intacta.<br />
Um pico cromatográfico<br />
obtido com LC-MS de<br />
alta resolução e exatidão<br />
de massas discrimina<br />
picos com uma diferença<br />
muito pequena de m/z.<br />
Mas o espectro mostra<br />
muitos picos, com diferentes<br />
cargas (Figura 2A).<br />
Isso acontece porque<br />
(ou G0F/G2F)<br />
G1F/G2F 3377,103 C 130H 214N 8O 93<br />
G2F/G2F 3539,244 C 136H 224N 8O 98<br />
* composição variável: mais de um glicano pode<br />
apresentar a mesma massa molecular<br />
proteínas tem muitos<br />
sítios possíveis de serem<br />
carregados. Cada estado<br />
de carga vai gerar um<br />
pico de m/z diferente.<br />
Já dá para imaginar que<br />
visualmente não é possível<br />
interpretar este dado.<br />
Aplica-se então um algoritmo<br />
para deconvolução<br />
de picos, agrupando a<br />
todas as m/z correspon-<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
37
Espectrometria de Massas<br />
dentes a uma mesma<br />
massa. O espectro deconvoluído<br />
é descrito pela<br />
massa, que corresponde<br />
às proteoformas com<br />
diferentes modificações,<br />
no caso da Figura 2B,<br />
glicosilações. Você pode<br />
calcular manualmente,<br />
pela diferença de massa,<br />
qual modificação ocorreu<br />
e interpretar quais proteoformas<br />
estão presentes.<br />
Mas softwares como o<br />
Biopharma Finder podem<br />
facilitar bastante a vida<br />
de quem faz análise de<br />
rotina e já conhece as<br />
modificações esperadas<br />
para seu biossimilar.<br />
Como dito anteriormente,<br />
esta abordagem permite<br />
inferir quais proteoformas<br />
estão presentes. Mas<br />
considerando que alguns<br />
glicanos podem ter a<br />
mesma fórmula molecular,<br />
não é possível afirmar com<br />
certeza se a proteoforma<br />
é a desejada apenas com<br />
este dado. Na próxima<br />
edição veremos como ter<br />
certeza sobre a sequência<br />
FIGURA 2: A) Cromatograma com o pico em 5,34 minutos e o espectro de massas<br />
correspondente. À direita, expansão do sinal mostrando diversos picos de m/z<br />
próxima com carga 51. B) Espectro deconvoluído e proteoformas atribuídas pelo<br />
software Thermo Scientific Biopharma Finder.⁵<br />
da proteína e da posição<br />
onde as modificações<br />
ocorreram através da<br />
abordagem bottom-up ou<br />
mapeamento peptídico<br />
em métodos multiatributo<br />
(MAM, do inglês,<br />
Multi-Attribute Method).<br />
Gostou de saber um pouco<br />
mais sobre análise de<br />
biossimilares? Me procure<br />
no LinkedIn comentando<br />
quais temas gostaria<br />
de ver na próxima edição!<br />
1 Website da Biomanguinhos/Fiocruz acessado em<br />
02/09/2024 https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1744-entendendo-os-biossimilares#:~:text=Os%20<br />
biossimilares%20s%C3%A3o%20medicamentos%20<br />
biol%C3%B3gicos,poss%C3%ADvel%20fazer%20<br />
c%C3%B3pias%20quimicamente%20id%C3%AAnticas.<br />
2 Middle-down Approach for Monitoring Monoclonal<br />
Antibody Variants and Deglycosylation.<br />
Thermo Scientific Application note 72017<br />
3 J. Am. Soc. Mass Spectrom. 2020, 31, 1783−1802<br />
4 Nobel Prize Website acessado em 02/09/2024 https://<br />
www.nobelprize.org/prizes/chemistry/2002/fenn/facts/<br />
5 Confident monoclonal antibody sequence verification<br />
by complementary LC-MS techniques<br />
Thermo Scientific APPLICATION NOTE 21919<br />
38<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Daniele Fernanda de Oliveira Rocha<br />
Bacharela em Química Tecnológica pela PUC-Campinas (2005), Mestra (2008) e Doutora (2013) em Química Orgânica, e pós-doutorado em Espectrometria<br />
de Massas (2018) pela Unicamp. Pós-doutorado em proteômica pelo The Scripps Research Institute - La Jolla, California (2016). Atualmente é Química de<br />
Aplicação Sênior na Nova Analítica (revendedor autorizado Thermo Scientific) e Coordenadora da Especialização em Análise Instrumental da PUC-Campinas.
Blog dos Cientistas<br />
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (BPF)<br />
Cromatografia Líquida<br />
Além disso, a cromatogra-<br />
complexa. Sendo assim,<br />
A Cromatografia Líquida<br />
fia líquida é uma técnica<br />
ela se baseia na distri-<br />
se tornou uma ferramen-<br />
amplamente utilizada em<br />
buição diferencial dos<br />
ta analítica indispensável<br />
uma variedade de cam-<br />
componentes da amostra<br />
em laboratórios. Ela é<br />
pos, incluindo química,<br />
entre uma fase estacioná-<br />
bastante famosa, sen-<br />
bioquímica,<br />
farmacêuti-<br />
ria e uma fase móvel.<br />
do vista em programas<br />
ca, ambiental, alimentí-<br />
policiais como CSI e Law<br />
cia, entre outros, devido<br />
Na cromatografia líquida,<br />
and Order, mas vai muito<br />
à sua sensibilidade, sele-<br />
a fase estacionária é geral-<br />
além disso.<br />
tividade e capacidade de<br />
mente uma substância<br />
separação de uma ampla<br />
sólida ou líquida imobili-<br />
A cromatografia líquida<br />
gama de compostos.<br />
zada em uma matriz poro-<br />
é uma técnica de sepa-<br />
sa, enquanto a fase móvel<br />
ração que se baseia na<br />
O que é a Cromatografia<br />
é um líquido que flui atra-<br />
distribuição diferencial<br />
Líquida?<br />
vés da fase estacionária.<br />
dos componentes de<br />
Conforme a fase móvel<br />
uma mistura entre uma<br />
“O princípio básico da cro-<br />
passa pela fase estacio-<br />
fase estacionária e uma<br />
matografia é a separação<br />
nária, os componentes<br />
fase móvel. Dessa for-<br />
de certas misturas em duas<br />
da amostra interagem de<br />
ma, a técnica principal<br />
fases: móvel e estacionária.”<br />
maneira diferente com<br />
utilizada é a Cromato-<br />
ambas as fases, resultan-<br />
grafia Líquida de Alta<br />
Em resumo, a cromato-<br />
do em diferentes taxas<br />
Eficiência (CLAE), ou<br />
grafia líquida (CL) é uma<br />
de migração. Portanto,<br />
em inglês – High-per-<br />
técnica analítica utilizada<br />
isso leva à separação dos<br />
40<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
formance liquid chromatography<br />
(HPLC).<br />
para separar os componentes<br />
de uma amostra<br />
componentes com base<br />
em suas propriedades físi-
Blog dos Cientistas<br />
co-químicas, como polari-<br />
fases do seu sistema. A<br />
— Isocrática, onde a<br />
dade, tamanho molecular,<br />
primeira é a fase estacio-<br />
composição da fase<br />
afinidade por grupos funcionais,<br />
entre outras.<br />
nária, onde podem ser<br />
utilizados compostos<br />
sólidos ou líquidos.<br />
móvel se mostra constante<br />
durante a análise;<br />
Os componentes separados<br />
são então detectados<br />
por um detector,<br />
que gera sinais propor-<br />
— Os sólidos são geralmente<br />
substâncias absorventes,<br />
como por exem-<br />
— Gradiente, onde a<br />
composição se mostra<br />
alternada.<br />
cionais à concentração<br />
dos componentes,<br />
podendo então, as subs-<br />
plo: sílica e carvão ativo,<br />
que se encontram “empacotadas”<br />
numa coluna,<br />
Quais são os tipos de<br />
cromatografia líquida?<br />
tâncias serem analisadas<br />
qualitativamente e/<br />
que será atravessada na<br />
fase móvel;<br />
A classificação da croma-<br />
ou<br />
quantitativamente.<br />
tografia ocorre conforme<br />
Dessa forma, com o<br />
— Já o composto líquido<br />
os modos de separação<br />
auxílio de software de<br />
análise de dados, é possível<br />
identificar e quantificar<br />
os componentes<br />
presentes na amostra.<br />
Quais são as fases da<br />
cromatografia líquida?<br />
A princípio, para entender<br />
o que é a cromatografia<br />
líquida, é necessário<br />
compreender as duas<br />
é a película delgada.<br />
A segunda é a fase<br />
móvel, onde se emprega<br />
solventes, como por<br />
exemplo: o metanol,<br />
acetonitrila e água.<br />
Sendo assim, essa mistura<br />
é conhecida como<br />
eluente que promove a<br />
separação dos componentes.<br />
Por isso, há dois<br />
tipos de eluições:<br />
adotados na composição.<br />
E afinal, como é a escolha<br />
do tipo de cromatografia<br />
líquida? Ela tende a ocorrer<br />
pela sensibilidade e<br />
velocidade que precisa<br />
na aquisição dos resultados,<br />
porque as propriedades<br />
físico-químicas e<br />
forças intermoleculares<br />
acabam influenciando<br />
nesse processo.<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
41
Blog dos Cientistas<br />
Cromatografia de<br />
adsorção<br />
Adsorção é quando ocorre<br />
a adesão de moléculas<br />
líquidas numa superfície<br />
sólida. Por isso, na cromatografia<br />
de adsorção,<br />
as substâncias são fortemente<br />
adsorvidas, desta<br />
forma, fica mais difícil<br />
para elas serem arrastadas<br />
na fase móvel.<br />
Cromatografia de troca<br />
iônica<br />
Na cromatografia de<br />
troca iônica, ocorre a<br />
troca de íons de mesmo<br />
sinal entre uma solução<br />
e um material insolúvel<br />
em contato com ela. Para<br />
que isso ocorra, o sólido<br />
precisa ter uma estrutura<br />
molecular aberta e com<br />
boa permeabilidade.<br />
O equipamento de cromatografia<br />
líquida de alta<br />
eficiência (HPLC) é composto<br />
por vários componentes<br />
essenciais que<br />
trabalham em conjunto<br />
para realizar a separação<br />
dos componentes de<br />
uma amostra. Os principais<br />
componentes de<br />
um sistema HPLC típico<br />
incluem:<br />
Cromatografia de partição<br />
Na cromatografia de partição,<br />
os componentes mais<br />
solúveis na fase estacioná-<br />
Portanto, a permeabilidade<br />
permite que os<br />
íons e as moléculas do<br />
solvente transitem livremente<br />
pelo sólido.<br />
1. Bomba de solvente:<br />
Responsável por fornecer<br />
a fase móvel (solvente)<br />
à coluna cromatográfica<br />
com uma taxa de fluxo<br />
ria são armazenados seletivamente<br />
por ela, porque<br />
os menos solúveis acabam<br />
sendo conduzidos de forma<br />
mais ágil na fase móvel.<br />
Dessa forma, a partição é<br />
um dos modos de separação<br />
mais utilizados,<br />
Cromatografia por<br />
exclusão<br />
Na cromatografia por<br />
exclusão, o processo de<br />
separação ocorre pelo<br />
tamanho das moléculas<br />
dos componentes da<br />
amostra em solução.<br />
controlada e precisa. As<br />
bombas de solvente de<br />
HPLC são projetadas para<br />
fornecer uma pressão<br />
constante para garantir a<br />
eficiência da separação.<br />
2. Injetor de amostra:<br />
Utilizado para introduzir<br />
sendo visto bastante na<br />
Quais são os compo-<br />
a amostra na corrente de<br />
42<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
indústria farmacêutica e<br />
na indústria química.<br />
nentes do equipamento<br />
de HPLC?<br />
solvente que flui para a<br />
coluna cromatográfica. O
injetor de amostra pode<br />
ser automático ou manual<br />
e permite a injeção precisa<br />
de volumes definidos<br />
de amostra.<br />
3. Coluna cromatográfica:<br />
É o componente central<br />
do sistema de HPLC, onde<br />
ocorre a separação dos<br />
componentes da amostra.<br />
A coluna é preenchida<br />
com uma fase estacionária<br />
que interage seletivamente<br />
com os componentes<br />
da amostra, separando-os<br />
com base em suas características<br />
físico-químicas.<br />
4. Detetor: Responsável<br />
por monitorar e detectar<br />
os componentes separados<br />
à medida que saem<br />
da coluna cromatográfica.<br />
Existem diferentes<br />
tipos de detectores em<br />
HPLC, como UV-Vis, fluorescência,<br />
índice de<br />
refração, entre outros,<br />
que são selecionados<br />
com base nas propriedades<br />
dos analitos de<br />
interesse.<br />
5. Sistema de controle<br />
e aquisição de dados:<br />
Compreende o software<br />
e a eletrônica necessários<br />
para operar e controlar<br />
o sistema HPLC,<br />
bem como para adquirir<br />
e processar os dados do<br />
detector. Afinal, esse<br />
sistema permite a configuração<br />
dos parâmetros<br />
de análise, como tempo,<br />
fluxo, temperatura,<br />
entre outros, e a visualização<br />
dos resultados da<br />
cromatografia.<br />
6. Coluna de temperatura<br />
controlada: Em<br />
alguns casos, especialmente<br />
para análises<br />
sensíveis à temperatura,<br />
é utilizado um sistema<br />
de controle de temperatura<br />
para manter a coluna<br />
em uma temperatura<br />
constante e controlada<br />
durante a análise.<br />
Quais são as Boas Práticas<br />
de Cromatografia?<br />
As Boas Práticas Cromatográficas<br />
são um conjunto<br />
de orientações, teóricas<br />
e práticas, para o melhor<br />
aproveitamento dos<br />
equipamentos e acessórios<br />
do HPLC. E quais são<br />
os cuidados? Confira os<br />
exemplos a seguir:<br />
Diariamente<br />
— Purificar cada canal<br />
onde ocorreu troca<br />
de solvente durante 5<br />
minutos;<br />
— Aquecer as lâmpadas<br />
por 1 hora antes do<br />
começo da análise;<br />
— Equilibrar o sistema de<br />
análise por 15 minutos;
Blog dos Cientistas<br />
— Programar a limpeza<br />
do sistema após a análise;<br />
— Purificar o amostrador<br />
do equipamento antes<br />
e depois do sequenciamento<br />
de amostras.<br />
Semanalmente<br />
— Realizar a limpeza do<br />
selo do pistão, utilizando<br />
solução com água e isopropanol;<br />
— Lavar todos os canais<br />
com água durante 5<br />
minutos;<br />
— Inspecionar os filtros<br />
de solvente;<br />
— Realizar a limpeza de<br />
fora dos módulos.<br />
Devo realizar a manutenção<br />
preventiva do<br />
cromatógrafo líquido?<br />
As manutenções preventivas<br />
devem ser realizadas<br />
para assegurar o<br />
melhor funcionamento<br />
do equipamento, porque<br />
sem elas, há o maior risco<br />
de desgaste dos componentes<br />
eletrônicos e das<br />
placas presentes no cromatógrafo<br />
líquido.<br />
Cromatografia Líquida<br />
Quais são as aplicações<br />
da Cromatografia Líquida<br />
na indústria?<br />
Levando em conta principalmente<br />
a cromatografia<br />
de partição, a<br />
técnica tem diferentes<br />
aplicações na indústria:<br />
1. Antibióticos, sedativos,<br />
esteroides e analgésicos;<br />
2. Adoçantes artificiais,<br />
antioxidantes e aditivos;<br />
3. Aromáticos condensados<br />
e corantes;<br />
4. Pesticidas e herbicidas;<br />
5. Aminoácidos, proteínas,<br />
carboidratos e lipídeos.<br />
Portanto, a Cromatografia<br />
Líquida é vista na indústria<br />
farmacêutica e indústria<br />
química, principalmente.<br />
E por quê? É um dos métodos<br />
de separação mais<br />
eficientes em laboratórios!<br />
44<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Ingrid Ferreira Costa<br />
Founder & CEO da Biochemie. Bacharel em Química. Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas. Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Especialista<br />
em Growth Hacking. MBA em Marketing Estratégico Digital. Auditora Interna na ABNT ISO/IEC 17025:2017. Auditora Externa na ABNT ISO/IEC 17025:2017.<br />
Auditora Interna na ABNT ISO/IEC ISO 9001:2015. Auditora Líder na ABNT ISO/IEC 17025:2017, ABNT ISO/IEC 15189:2015 e ABNT ISO/IEC 17043:2011. Se você<br />
tiver interesse em cursos, treinamentos in company ou dúvidas sobre esse tema, entre em contato pelo e-mail: contato@biochemie.com.br.
Em Foco<br />
AUTOMAÇÃO FACILITADA PARA SEUS ENSAIOS<br />
COM INSERTOS DE CULTURA CELULAR<br />
Greiner Bio-One acrescenta ao seu portfólio versões de ThinCert® com 96 poços para<br />
aplicações de cultura celular em high throughput<br />
46<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
Os insertos de cultura celular Thin-<br />
Cert® da Greiner Bio-One fazem<br />
parte de uma história de sucesso<br />
global em aplicações sofisticadas<br />
de cultura de células e tecidos. Os<br />
novos produtos HTS de 96 poços<br />
se somam ao portfólio de 6, 12 e 24<br />
poços e são perfeitos para aplicações<br />
high-throughput, reduzindo os<br />
custos por ensaio.<br />
Insertos com membrana para<br />
cultura celular como o ThinCert®<br />
permitem testar in vitro modelos<br />
específicos de tecidos (ex.:<br />
endotélio e epitélios) em estudos<br />
de transporte, secreção, difusão,<br />
migração, invasão e cocultura<br />
usando métodos de cultura na<br />
interface ar-líquido ou submersa.<br />
Eles são utilizados principalmente<br />
na pesquisa básica e descoberta de<br />
novos compostos (drug discovery),<br />
representando uma alternativa ética,<br />
econômica e representativa em<br />
relação ao uso de animais.<br />
O portfólio do ThinCert® oferece<br />
insertos para placas multipoços<br />
com uma variedade de tipos de<br />
membranas, tamanhos de poros<br />
e densidades. Nossa nova adição<br />
é o inserto ThinCert® HTS de 96<br />
poços, o qual suporta aplicações<br />
altamente especializadas. Além<br />
disso, a miniaturização e o uso reduzido<br />
de células, meios de cultura e<br />
reagentes resultam na redução de<br />
custos por ensaio.<br />
Cada inserto ThinCert® HTS de 96<br />
poços consiste em uma placa de<br />
96 poços com membrana porosa e<br />
uma placa receptora. A membrana<br />
de policarbonato possui tratamento<br />
para cultura de células e tecidos<br />
(TC) e permite a troca de nutrientes<br />
e outras substâncias entre os compartimentos,<br />
criando condições de<br />
cultivo similares às encontradas in<br />
vivo. Essas características contribuem<br />
para o ótimo crescimento<br />
celular, a formação de monocamada<br />
e a diferenciação tecidual. O<br />
encaixe preciso entre a placa com<br />
membrana e a placa receptora<br />
previne possíveis vazamentos por<br />
efeito de capilaridade, oferencendo<br />
condições estáveis e reprodutíveis<br />
para os ensaios.<br />
Diferentes opções de aplicações<br />
graças às diversas configurações<br />
de membrana<br />
Semelhante aos insertos individuais,<br />
a versão HTS atende várias<br />
aplicações na área de screening<br />
de compostos assim como a<br />
investigação de processos fisiológicos<br />
e patológicos.<br />
Os insertos HTS com poros de 0.4<br />
µm são recomendados principalmente<br />
para a geração de modelos<br />
de tecido (ex.: endotélios e epitélios)<br />
em culturas na interface ar-líquido<br />
ou submersas que serão utilizadas<br />
para análises high-throughput em<br />
estudos de transporte, permeabilidade<br />
e cocultura.<br />
A Greiner Bio-One oferece uma<br />
opção exclusiva com uma configuração<br />
de poros especial que<br />
combina uma excelente permeabilidade<br />
e transparência para ensaios<br />
monitorados por microscopia. Uma<br />
alternativa com maior densidade<br />
de poros e ótima permeabilidade<br />
também está disponível.<br />
Os insertos ThinCert® HTS com poros<br />
de 3 µm e 8 µm são recomendados<br />
principalmente para testar o comportamento<br />
celular em estudos de<br />
mobilidade. Sua alta transparência<br />
permite o monitoramento de mecanismos<br />
como migração e invasão<br />
celular, os quais são fundamentais<br />
em processos fisiológicos e patológicos,<br />
como a migração de células<br />
imunes, o processo de cicatrização e<br />
a metástase tumoral.<br />
ThinCert® é uma marca registrada<br />
da Greiner Bio-One GmbH.<br />
Para mais informações:<br />
Departamento de Marketing<br />
Tel.: +55 19 3468 9600<br />
E-mail: info@br.gbo.com
Em Foco<br />
FAMÍLIA THERMO SCIENTIFIC DIONEX INUVION<br />
O novo Cromatógrafo de Íons<br />
da Thermo Scientific Dionex<br />
Inuvion é o que há de mais inovador<br />
em tecnologia para análises<br />
mo Scientific de íons. As Orbitrap análises se Exploris<br />
tornaram<br />
harma Platform<br />
ainda mais confiáveis e simples.<br />
Configuração flexível que permite<br />
upgradre para melhor atender a<br />
dently characterize<br />
ut compromise<br />
demanda de laboratórios análiticos<br />
está uma das suas pricipais<br />
caracteristicas. O Inuvion foi proje-<br />
e Mapping todo para máxima produtividade,<br />
Protein Analysis<br />
gate analysisindependente da demanda laboratorial,<br />
indicado para aplicações em<br />
e Variant Analysis<br />
n Analysis<br />
and Oligonucleotide<br />
diversas<br />
Analysis<br />
áreias como ambiental,<br />
Therapy Analysis<br />
Cell Protein Analysis petroquímica, pesquisa, alimentos,<br />
Attribute Method<br />
dy Drug Conjugate farmacêuticas, Analysisentre outras<br />
Tire suas dúvidas conosco<br />
re information E-mail visit: analitica@novanalitica.com.br<br />
www.thermofisher.com/MAM<br />
Telefone (11) 2162-8080<br />
Principais Características do Thermo Scientific Dionex Inuvion<br />
Sistema de bombeamento inovador, com alto desempenho (atinge até 5000 psi, ou 35<br />
MPa), permiter trabalhar com colunas de 4 µm para separação mais eficiente;<br />
Opções com supressão química e eletroquímica, com possibilidade da autoregeneração<br />
ou regeneração externa, conforme a necessidade;<br />
Plataforma flexível: permite upgrade com possibilidades de adição de módulos<br />
integrados, como gerador de elunete, degaseificador inline, forno de coluna, etc;<br />
Possibilidade de configuração de componentes, como válvula extra, dispositivo de<br />
lavagem de selo e pistão, etc;<br />
Sistema controlado pelo Shoftware Chromeleon, que permite a gerenciamento de<br />
dados (CRF part 11) e possibilita controlar instrumentos de terceiros (consultar);<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
47
Em Foco<br />
CONHEÇA OS SOLVENTES ECOLÓGICOS QUE<br />
OFERECEM MENOR IMPACTO AMBIENTAL<br />
PARA LABORATÓRIOS E INDÚSTRIAS<br />
Solventes verdes oferecem menos impacto para o meio ambiente e riscos à saúde<br />
A conscientização sobre os impactos<br />
ambientais dos produtos químicos e<br />
seus processos de produção impulsionou<br />
o conceito de Química Verde,<br />
criado em 1991 por Paul T. Anastas<br />
e John C. Warner. Esse conceito se<br />
baseia em 12 princípios para reduzir<br />
ou eliminar o uso e a geração de<br />
substâncias perigosas, utilizando<br />
matérias-primas renováveis, prevenindo<br />
resíduos, e garantindo eficiência<br />
energética e segurança.<br />
Solventes verdes são destacados por<br />
serem biodegradáveis, não tóxicos,<br />
de baixa volatilidade e obtidos de<br />
48<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
fontes sustentáveis. No Brasil, a Kasvi,<br />
em parceria com a CARLO ERBA<br />
Reagents, lidera esse movimento<br />
fornecendo produtos que atendem<br />
às necessidades atuais sem comprometer<br />
as futuras.<br />
Conheça alguns dos solventes<br />
verdes comercializados pela Kasvi<br />
• 2-Metiltetrahidrofurano (2-MeTHF)<br />
• 4-Metiltetrahidropirano (MTHP)<br />
• 1,3-Dioxolano<br />
• n,n’-Dimetilpropileno ureia (DMPU)<br />
• Éter ciclopentilmetílico (CPME)<br />
• 1,3-Propanodiol<br />
Esses solventes verdes representam<br />
um avanço significativo na<br />
redução do impacto ambiental dos<br />
processos químicos.<br />
Embalagens ecológicas<br />
Para melhorar ainda mais a eficácia<br />
e segurança, os solventes verdes<br />
são distribuídos para laboratórios<br />
e indústrias em embalagens de aço<br />
inoxidável. Essa abordagem otimiza<br />
a qualidade e a gestão de resíduos,<br />
garantindo zero desperdício de<br />
embalagens e reduzindo o impacto<br />
ambiental. Esses recipientes<br />
possuem compatibilidade química<br />
semelhante à do vidro e são superiores<br />
ao metal ou plástico, sendo<br />
totalmente soldados para evitar<br />
contaminações. Para mais informações<br />
sobre solventes verdes, que<br />
são produtos sob demanda, entre<br />
em contato com um consultor Kasvi,<br />
no telefone (41) 3535-0900 ou<br />
comercial@kasvi.com.br, ou visite<br />
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Contato<br />
Portal.kasvi.com.br<br />
comercial@kasvi.com.br<br />
(41) 3535-0900
ENTENDENDO O IMPACTO DA QUALIDADE DA<br />
ÁGUA EM SUAS TÉCNICAS ANALÍTICAS<br />
A água é um elemento fundamental<br />
em muitos processos industriais e<br />
aplicações analíticas. Sua qualidade<br />
pode ter um impacto significativo<br />
nos resultados de análises químicas,<br />
físicas e biológicas. Portanto,<br />
é essencial compreender como a<br />
pureza e as características da água<br />
podem afetar a confiabilidade e a<br />
precisão de suas técnicas analíticas.<br />
Em Foco<br />
Neste artigo, exploraremos os desafios<br />
relacionados à qualidade da água<br />
e as melhores práticas para garantir a<br />
integridade de seus dados analíticos.<br />
Abordaremos tópicos como:<br />
- Parâmetros-chave da qualidade da<br />
água e seus efeitos em análises<br />
- Técnicas de purificação de água<br />
para aplicações analíticas<br />
- Validação de métodos analíticos e<br />
controle de qualidade<br />
- Melhoria contínua de seus processos<br />
analíticos<br />
Ao final, você terá uma compreensão<br />
sólida sobre como gerenciar a<br />
qualidade da água em suas operações<br />
e otimizar a confiabilidade de<br />
seus resultados.<br />
Impacto da Qualidade da Água<br />
em Análises Químicas<br />
A água é um solvente universal e,<br />
portanto, está presente em grande<br />
parte dos procedimentos analíticos.<br />
Desde a preparação de amostras<br />
até a limpeza de equipamentos, a<br />
qualidade da água é crucial para a<br />
integridade dos resultados.<br />
Contaminantes presentes na água,<br />
como íons, metais pesados, compostos<br />
orgânicos, microrganismos,<br />
etc., podem interferir diretamente<br />
nos métodos de análise. Isso pode<br />
levar a resultados imprecisos, falsos<br />
positivos ou negativos, e até mesmo<br />
danos a instrumentos analíticos.<br />
Alguns exemplos de como a<br />
qualidade da água pode afetar<br />
análises químicas:<br />
• Presença de íons inorgânicos (cálcio,<br />
magnésio, cloretos, etc.) pode causar<br />
interferências em técnicas como<br />
espectroscopia de absorção atômica,<br />
cromatografia iônica e titulações.<br />
• Compostos orgânicos dissolvidos<br />
podem afetar a linha de base e a<br />
detecção em análises por cromatografia<br />
líquida de alta eficiência<br />
(HPLC) e espectrometria de massas.<br />
• Microrganismos podem contaminar<br />
amostras e degradar analitos em análises<br />
microbiológicas e bioquímicas.<br />
• Metais pesados podem catalisar<br />
reações de oxidação e degradação<br />
de amostras.<br />
Para minimizar esses efeitos, é<br />
essencial utilizar água com grau de<br />
pureza adequado para cada aplicação<br />
analítica. Isso pode envolver<br />
o uso de técnicas de purificação,<br />
como destilação, deionização,<br />
osmose reversa e ultrafiltração.<br />
Importância da Água Ultrapura<br />
em Análises Químicas<br />
Em muitas aplicações analíticas, a<br />
água ultrapura (também conhecida<br />
como água grau reagente ou água<br />
tipo I) é essencial para garantir a<br />
confiabilidade dos resultados. Essa<br />
água apresenta baixos níveis de<br />
contaminantes iônicos, orgânicos<br />
e particulados, atendendo a rigorosos<br />
padrões de pureza.<br />
O uso de água ultrapura é fundamental<br />
em diversas áreas, como:<br />
• Preparação de amostras e soluções-padrão<br />
• Limpeza de vidrarias e equipamentos<br />
• Solvente em técnicas cromatográficas<br />
(HPLC, GC, etc.)<br />
• Diluição de amostras e reagentes<br />
• Análises de traços e ultratraços<br />
• Pesquisas biomédicas e farmacêuticas<br />
• Desenvolvimento de novos métodos<br />
analíticos<br />
Ao utilizar água ultrapura, você<br />
garante a eliminação de interferên-<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
49
Em Foco<br />
50<br />
<strong>Revista</strong> <strong>Analytica</strong> | Setembro 2024<br />
cias e a minimização de erros sistemáticos<br />
em suas análises. Isso resulta<br />
em dados mais confiáveis, reprodutíveis<br />
e com melhor exatidão.<br />
Para obter água ultrapura com as<br />
características desejadas, é necessário<br />
um sistema de purificação robusto<br />
e bem projetado. Isso envolve uma<br />
combinação de tecnologias, como<br />
osmose reversa, deionização, ultrafiltração<br />
e fotoxidação UV. É importante<br />
também implementar um programa<br />
de monitoramento e manutenção<br />
regular do sistema de purificação.<br />
Validação de Métodos Analíticos<br />
e Controle de Qualidade<br />
A validação de métodos analíticos<br />
é um processo fundamental<br />
para garantir a confiabilidade dos<br />
resultados. Nesse processo, são avaliados<br />
diversos parâmetros, como<br />
seletividade, linearidade, precisão,<br />
exatidão, limite de detecção, limite<br />
de quantificação, entre outros.<br />
A qualidade da água utilizada em<br />
todas as etapas da validação é crucial<br />
para a obtenção de resultados válidos<br />
e reprodutíveis. Eventuais contaminações<br />
ou variações na pureza da água<br />
podem comprometer a validação<br />
do método e, consequentemente, a<br />
confiança nos dados gerados.<br />
Além da validação inicial, é essencial<br />
implementar um programa de<br />
controle de qualidade contínuo.<br />
Isso inclui:<br />
• Monitoramento regular da qualidade<br />
da água utilizada<br />
• Realização de brancos e amostras<br />
de controle<br />
• Participação em programas de<br />
proficiência<br />
• Manutenção preventiva de equipamentos<br />
• Treinamento adequado da equipe<br />
Dessa forma, você garante que possíveis<br />
desvios na qualidade da água<br />
sejam rapidamente identificados e<br />
solucionados, preservando a integridade<br />
de seus resultados analíticos<br />
ao longo do tempo.<br />
Melhoria Contínua de Processos<br />
Analíticos<br />
A melhoria contínua de seus processos<br />
analíticos é fundamental<br />
para garantir a confiabilidade e a<br />
eficiência de suas operações. Isso<br />
envolve a constante avaliação e<br />
otimização de todos os aspectos<br />
relacionados à qualidade da água,<br />
desde o sistema de purificação até<br />
os procedimentos operacionais.<br />
Algumas estratégias importantes<br />
para a melhoria contínua incluem:<br />
1. Monitoramento e controle da<br />
qualidade da água:<br />
• Implementação de um programa<br />
de monitoramento regular dos<br />
parâmetros críticos da água<br />
• Estabelecimento de limites de especificação<br />
e planos de ação para desvios<br />
• Adoção de técnicas avançadas de<br />
análise de água, como cromatografia<br />
iônica e carbono orgânico total<br />
2. Otimização do sistema de purificação<br />
de água:<br />
• Avaliação periódica da eficiência<br />
do sistema e da necessidade de<br />
manutenção ou atualização<br />
• Implementação de melhorias tecnológicas,<br />
como a adoção de novos<br />
dispositivos de filtração.<br />
• Ajuste dos parâmetros operacionais<br />
para maximizar a qualidade da<br />
água produzida<br />
3. Revisão e atualização de procedimentos<br />
analíticos:<br />
• Avaliação constante da adequação<br />
dos métodos em relação aos requisitos<br />
analíticos<br />
• Incorporação de novas tecnologias<br />
e melhores práticas<br />
• Realização de estudos comparativos<br />
para identificar oportunidades<br />
de melhoria<br />
4. Capacitação e conscientização<br />
da equipe:<br />
• Treinamento contínuo sobre a<br />
importância da qualidade da água<br />
• Envolvimento da equipe na identificação<br />
e resolução de problemas<br />
• Promoção de uma cultura de<br />
melhoria contínua e responsabilidade<br />
compartilhada<br />
Ao adotar uma abordagem sistemática<br />
de melhoria contínua, você<br />
estará bem posicionado para enfrentar<br />
os desafios futuros e garantir a<br />
excelência de suas análises químicas.<br />
Conclusão<br />
A qualidade da água desempenha<br />
um papel crucial no desempenho e<br />
na confiabilidade de suas técnicas<br />
analíticas. Compreender os impactos<br />
potenciais e implementar as<br />
melhores práticas de gestão da água<br />
é essencial para obter resultados<br />
precisos, reprodutíveis e confiáveis.<br />
Desde a seleção do sistema de<br />
purificação adequado até a validação<br />
de métodos e o controle de<br />
qualidade contínuo, cada etapa do<br />
processo analítico deve considerar<br />
a importância da água. Somente<br />
assim você poderá garantir a integridade<br />
de seus dados e tomar<br />
decisões informadas com base em<br />
informações confiáveis.<br />
Ao investir no gerenciamento eficaz<br />
da qualidade da água, sua organização<br />
estará bem posicionada<br />
para atender aos mais altos padrões<br />
analíticos, impulsionar a inovação e<br />
garantir o sucesso de seus projetos.<br />
Para mais informações, contate<br />
nossos especialistas:<br />
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