Florestal_267Web
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ENTREVISTA<br />
Celulose: Associação trabalha pelo fortalecimento da produção no extremo sul da Bahia<br />
PLANTIO<br />
DE SUCESSO<br />
PRODUTIVIDADE, VARIEDADE<br />
E CRESCIMENTO MARCAM 20<br />
ANOS DE VIVEIRO FLORESTAL<br />
SUCCESSFUL<br />
PLANTING<br />
PRODUCTIVITY, VARIETY, AND<br />
GROWTH MARK TWO DECADES<br />
FOR A FOREST NURSERY
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SUMÁRIO<br />
OUTUBRO 2024<br />
50<br />
SEMENTES<br />
DO FUTURO<br />
08 Editorial<br />
10 Cartas<br />
12 Bastidores<br />
14 Notas<br />
36 Coluna CIPEM<br />
38 Frases<br />
40 Entrevista<br />
48 Coluna<br />
50 Principal<br />
56 Integração<br />
64 Parceria<br />
66 Feira<br />
86 Compostagem<br />
90 Secas<br />
96 Pesquisa<br />
102 Agenda<br />
104 Espaço Aberto<br />
66<br />
90<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
79 Algar Farming<br />
97 Bellé Suporte<br />
11 BKT<br />
09 Bruno<br />
17 Carrocerias Bachiega<br />
93 D’Antonio Equipamentos<br />
39 Denis Cimaf<br />
02 Dinagro<br />
21 DRV Ferramentas<br />
49 Duffatto Viveiro <strong>Florestal</strong><br />
63 Eloforte<br />
37 Emex Brasil<br />
47 Engeforest<br />
108 Envimat<br />
15 Envimat/CBI<br />
89 Envimat/Compostagem<br />
07 Envu<br />
59 Feldermann Forest<br />
25 Fex<br />
65 Fezer<br />
77 Francio Soluções Florestais<br />
61 Hennings<br />
04 Himev<br />
31 J de Souza<br />
29 Lion Equipamentos<br />
19 LS Tractor<br />
83 Mill Indústrias<br />
103 Neutraliza/DP Forest<br />
99 NN Pandini<br />
71 Nordtech<br />
75 Planalto Picadores<br />
73 Planflora<br />
105 Prêmio REFERÊNCIA<br />
91 Remsoft<br />
33 Rocha Facas<br />
95 Rodotrem<br />
13 Rotary-Ax<br />
41 Rotor Equipamentos<br />
45 Sergomel<br />
106 Sparta Brasil<br />
81 Tabaco Máquinas<br />
23 Tecmater<br />
35 Unibrás<br />
27 Vantec<br />
43 WDS Pneumática<br />
101 Woodtech<br />
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Florestas<br />
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EDITORIAL<br />
Imersão<br />
Uma floresta se faz de centenas de milhares de árvores, das<br />
mais variadas cores, tamanhos e tipos. É essa variedade que faz<br />
a floresta rica e forte, um verdadeiro ecossistema onde tudo contribui<br />
de alguma forma para o seu desenvolvimento. Assim é o<br />
segmento de base florestal, que tem em cada uma das empresas<br />
que o compõe uma dinâmica diferente, porém, com um único<br />
foco: o desenvolvimento. Nessa edição, o Leitor irá conhecer<br />
a história da Duffatto Viveiro <strong>Florestal</strong>, que há 20 anos oferece<br />
mudas para reflorestamento, recuperação florestal e nativas<br />
alimentares, a cobertura da feira Lignum Latin America, os efeitos<br />
da seca na recuperação florestal, a implantação de ILPF como<br />
melhoria para o solo e uma entrevista exclusiva com Francisco<br />
Tercílio, presidente da ASPEX (Associação dos Produtores de<br />
Eucalipto do Extremo Sul da Bahia), falando sobre as ações da<br />
entidade e a importância da região na silvicultura nacional. Aproveitem<br />
cada página especialmente feita para você, nosso Leitor!<br />
2<br />
1<br />
Na capa dessa edição a<br />
Duffatto Viveiro <strong>Florestal</strong>,<br />
que celebra 20 anos no<br />
fornecimento de mudas<br />
nativas e para reflorestamento<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XXVI • Nº267 • Outubro 2024<br />
ENTREVISTA<br />
<br />
Celulose: Associação trabalha pelo fortalecimento da produção no extremo sul da Bahia<br />
PLANTIO<br />
DE SUCESSO<br />
PRODUTIVIDADE, VARIEDADE<br />
E CRESCIMENTO MARCAM 20<br />
ANOS DE VIVEIRO FLORESTAL<br />
SUCCESSFUL<br />
PLANTING<br />
PRODUCTIVITY, VARIETY, AND<br />
GROWTH MARK TWO DECADES<br />
FOR A FOREST NURSERY<br />
IMMERSION<br />
A forest is made up of hundreds of thousands of trees of<br />
different colors, sizes, and species. It is this diversity that makes<br />
a forest rich and strong, a true ecosystem where everything contributes<br />
in some way to its development. This is the Forest-based<br />
Sector, and each of the companies that make it up has a different<br />
dynamic but with a single focus: development. In this issue,<br />
readers will learn a little more about Duffatto Viveiro <strong>Florestal</strong>,<br />
which has been offering seedlings for reforestation, forest restoration,<br />
and native items for two decades, about the Lignum Latin<br />
America fair, the effects of drought on forest restoration, the<br />
implementation of Ilpf as a soil improvement, and an exclusive<br />
interview with Francisco Tercílio Menezes de Assis, President of<br />
the Association of Eucalyptus Producers in the Far South of Bahia<br />
(Aspex), who spoke to us about the Association’s activities and<br />
the importance of the Region in national forestry. We hope you<br />
enjoy each and every page that has been designed especially for<br />
you, our readers!<br />
Prática de ILPF (Integração Lavoura-<br />
Pecuária-Floresta) no cerrado brasileiro<br />
Entrevista com,<br />
Francisco Tercílio,<br />
presidente da ASPEX<br />
3<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXVI - EDIÇÃO 267 - OUTUBRO 2024<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Vinicius Santos<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Cipem<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Julia Harumi<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
José Carlos Ferreira<br />
0800 600 2038<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />
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CARTAS<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Capa da Edição 266 da<br />
Revista REFERÊNCIA<br />
<br />
FLORESTAL,<br />
mês de setembro de 2024<br />
A Revista da Indústria <strong>Florestal</strong> / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
ENTREVISTA<br />
FOREST<br />
EXCELLENCE<br />
PARTNERSHIPS AND<br />
NEW IMPLEMENTS<br />
CONTRIBUTE TO<br />
THE EVOLUTION<br />
OF THE HARVEST<br />
Barbara Bonfim conta os desafios e conquistas para presidir a Rede Mulher <strong>Florestal</strong><br />
EXCELÊNCIA<br />
NA FLORESTA<br />
PARCERIAS E NOVOS<br />
IMPLEMENTOS<br />
CONTRIBUEM NA<br />
EVOLUÇÃO DA<br />
COLHEITA<br />
<br />
Ano XXVI • Nº266 • Setembro 2024<br />
<br />
PRINCIPAL<br />
Por Paulo de Oliveira, Campinas (SP)<br />
Bela história da empresa. O segmento florestal se fortalece com a valorização<br />
do bom trabalho de quem se dedica há tanto tempo ao setor.<br />
ENTREVISTA<br />
Foto: divulgação<br />
Por Miguel Campos Saldanha, Lages (SC)<br />
Muito importante a presença feminina no segmento ser valorizada e<br />
compreendida como uma fatia importante para quem trabalha com<br />
floresta.<br />
COMPOSTAGEM<br />
Por Isabel Venancio, Uberlândia (MG)<br />
Esse é um conteúdo de grande relevância. É uma oportunidade importante para<br />
reaproveitamento de resíduos e melhoria da qualidade do solo.<br />
Foto: divulgacão<br />
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CURTA NOSSAS PÁGINAS<br />
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Revista Referência <strong>Florestal</strong><br />
@referenciaflorestal<br />
@revistareferencia9702<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados também para redação<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.
BASTIDORES<br />
Revista<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
PODCAST<br />
O diretor do Grupo Frameport, Fábio Parisotto,<br />
foi um dos convidados para participar do PodCast<br />
REFERÊNCIA, para contar sobre sua experiência e<br />
conhecimento no setor florestal. Em breve no canal do<br />
Youtube da Revista REFERÊNCIA.<br />
EXPERIÊNCIA<br />
O diretor administrativo da Madeireira Rozene Rossini<br />
e também presidente do SindimadeFloema, Ricardo<br />
Rozene Rossini participou do PodCast REFERÊNCIA<br />
junto com o diretor da Revista, Fábio Machado, onde<br />
além da sua experiência profissional falou sobre a<br />
funcionalidade do Programa Refloresta Alto Vale.<br />
ALTA<br />
OUTUBRO 2024<br />
IMPULSO ECONÔMICO<br />
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento<br />
Econômico) revisou para cima as<br />
projeções de crescimento do PIB (Produto Interno<br />
Bruto) do Brasil para este ano e para 2025.<br />
Para 2024, a estimativa passou de expansão de<br />
1,9% para 2,9%, e para o próximo ano, foi de<br />
2,1% para 2,6%, segundo o relatório Perspectiva<br />
Econômica de setembro. “A previsão é de que o<br />
Brasil deverá manter o sólido impulso econômico<br />
observado no primeiro semestre de 2024,<br />
auxiliado por maior gasto fiscal”, relata o texto<br />
da organização.<br />
FUMAÇA FORTE<br />
A CNM (Confederação Nacional dos Municípios)<br />
estima que 11,2 milhões de pessoas já foram diretamente<br />
afetadas por incêndios florestais nas cidades<br />
brasileiras desde o início deste ano. Os números<br />
constam de levantamento feito pela entidade, que<br />
calcula os prejuízos econômicos com as queimadas<br />
em R$ 1,1 bilhão. A estimativa foi feita com<br />
dados de 2024, que mostram que 538 municípios<br />
decretaram situação de emergência por conta dos<br />
incêndios. O crescimento é alarmante quando é<br />
feita a comparação com o ano passado, com 3.800<br />
pessoas afetadas e apenas 23 municípios tendo<br />
decretado situação de emergência.<br />
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NOTAS<br />
Podcast REFERÊNCIA<br />
Durante o mês de agosto o estúdio do Podcast REFERÊNCIA teve a honra de receber convidados muito especiais que trataram<br />
de importantes temas e compartilharam belas histórias. Os entrevistados desses episódios foram Gabriel Machado Marques, diretor<br />
de operações da GBF Madeiras, falando sobre sua história florestal e sua expertise em secagem de madeira, e José Sawinski Junior,<br />
engenheiro florestal formado em Canoinhas (SC) e diretor florestal da The Forest Company.<br />
Gabriel Machado Marques, gaúcho de Bagé (RS) relatou que seu principal incentivador ao trabalho com a floresta foi seu pai,<br />
que o apoiou a sair do Rio Grande do Sul e vir ao Paraná para estudar na Escola <strong>Florestal</strong> de Irati (PR), a mais tradicional escola do<br />
tipo no Brasil com mais de 50 anos de tradição. “Essa escola<br />
foi um grande investimento feito pelo Estado que tinha<br />
desde livros sobre sementes, viveiros, plantios, manejos de<br />
florestas, colheitas indo até a secagem da madeira já processada.<br />
Essa escola foi chave para abastecer toda a cadeira<br />
produtiva da madeira do Estado durante muito tempo com<br />
técnicos muito capacitados”, relatou Gabriel (foto ao lado).<br />
Ao falar sobre indústria de secagem de madeira Gabriel<br />
relata uma evolução muito grande em relação ao que era<br />
feito anteriormente. Gabriel explica que houve uma renovação<br />
no processo de produção da madeira e que a secagem<br />
acompanhou e pôde entregar resultados ainda melhores. “A<br />
indústria que utiliza madeira sólida buscou soluções melhores<br />
e mais modernas, os mercados que antes utilizavam grandes<br />
toras mudaram e tudo isso fez com que a estrutura da<br />
secagem também fosse melhorada, entregando um produto<br />
muito melhor no final do processo”, aponta Gabriel.<br />
No outro programa o convidado foi José Sawinski Junior,<br />
que tem um vasto currículo com mais de 25 anos de experiência<br />
no segmento florestal. Sawinski contou que a floresta<br />
está em sua família desde seu avô que trabalhou na área e<br />
teve seus passos seguidos por seu pai, por ele e seu filho<br />
mais velho. “Escutávamos muitas histórias e aprendemos<br />
muito. Essa exploração florestal na região de Três Barras (SC)<br />
foi o maior motor de desenvolvimento da região, que gerou<br />
muitos empregos e trouxe infraestrutura para a cidade”,<br />
relatou Sawinski (foto ao centro).<br />
Um dos destaques do episódio foi a explicação do entrevistado<br />
sobre a importância da produção florestal e como é<br />
necessário desmistificar algumas inverdades que são contadas<br />
ao grande público. “Temos um programa dentro da empresa<br />
que é o De Olho na Floresta que pôde registrar animais<br />
de topo de cadeia dentro da operação florestal, o que prova<br />
que o eucalipto e o pinus tenham derrubado aquela imagem<br />
de que onde planta afeta o solo, que os animais não estão lá.<br />
Se tem uma onça, tem a presa da onça, tem o alimento da<br />
presa e assim por diante”, destacou Sawinski.<br />
Os episódios completos o Leitor pode conferir<br />
no canal do youtube da Revista REFERÊNCIA:<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
14 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Foto: divulgação<br />
São Paulo contra o fogo<br />
O setor de base florestal paulista é organizado e eficiente. Atua de forma integrada em todas as etapas, desde o<br />
planejamento estratégico dos plantios, até a logística e distribuição da matéria-prima, proveniente das árvores cultivadas.<br />
Durante os incêndios que atingiram o Estado, no fim de agosto e começo de setembro, a resposta imediata das<br />
empresas florestais evitou uma tragédia ainda maior.<br />
O agro paulista contabilizou uma área atingida de 230 mil ha (hectares) e um prejuízo equivalente a cerca de R$<br />
2 bilhões. A estimativa da área impactada com florestas plantadas foi de oito a dez mil ha, aproximadamente 4% do<br />
total. “As empresas associadas a Florestar tem infraestrutura, ações de inteligência e monitoramento, equipamentos<br />
e pessoal treinado para prevenir e combater os incêndios rurais com respostas rápidas”, relata a Diretora Executiva da<br />
Associação, Fernanda Abílio.<br />
Apesar das condições adversas que contribuíram para a propagação rápida dos focos de incêndio, criando um desafio<br />
gigantesco a ser enfrentado, “o setor florestal tem conseguido mitigar os danos, tanto economicamente em áreas<br />
plantadas quanto em áreas de proteção ambiental”. destaca a diretora-executiva da Florestar São Paulo.<br />
Com relação aos prejuízos econômicos, o gerente de operações da associada Dexco, Matheus Esteves, explica que<br />
mesmo expostas ao fogo, algumas árvores podem ser utilizadas. “Dependendo da idade dos plantios comerciais atingidos<br />
e da intensidade do fogo, os eucaliptos ainda podem ser aproveitados, conforme a finalidade e o tipo de processamento”,<br />
explica Matheus.<br />
16 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Setor unido<br />
Visando a solução e o atendimento da demanda por madeira e cavaco de madeira para a geração de energia, a Abaf<br />
(Associação Baiana das Empresas de Base <strong>Florestal</strong>) vem se reunindo com representantes da Seagri (Secretaria da Agricultura<br />
do Estado da Bahia) e da Seinfra (Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia) para contribuir com o estudo sobre<br />
a disponibilização de biomassa de madeira no estado da Bahia e, como alternativa, outras fontes de bioenergia, como sisal,<br />
seringa, côco, dendê, cana-de-açúcar, entre outras. “Somos constantemente consultados sobre o fornecimento de madeira<br />
ou cavaco, por várias empresas de diferentes segmentos, como a indústria de alimentos JBS, o Sindicato de Cerâmica ou<br />
empresas de energia. O cavaco de madeira é uma fonte de energia renovável e sustentável com um alto potencial energético.<br />
O seu uso pode contribuir para a redução do desperdício de madeira e gerar economia para as empresas. Além disso,<br />
outras alternativas estão sendo estudadas para ampliar a fonte de energia em nosso Estado”, explica Wilson Andrade,<br />
diretor executivo da Abaf.<br />
Este estudo, que está sendo conduzido pela Seagri, Seinfra, Cimatec e USP, pode vir a se chamar: Atlas da Biomassa da<br />
Bahia; a exemplo do documento já divulgado por Minas Gerais, o Atlas de Biomassa de Minas Gerais. “Com base nos atlas<br />
realizados anteriormente por nós, o eólico e o solar, estamos construindo essa que será uma ferramenta bastante utilizada<br />
pelos empreendedores. Um documento completo sobre as várias fontes de energia de biomassa disponíveis na Bahia”,<br />
completou Gilson Moraes, diretor de energia da Seinfra.<br />
Participaram da reunião na Seagri com Claudemir Nonato (Superintendente de Política do Agronegócio), Kátia Correia<br />
Lima (Coordenadora de Políticas Agrícolas), Paulo Emílio Torres (Fiscal Agropecuário da Adab), Carlito Nunes (Assistente<br />
Técnico do Gabinete) e Mairla Lacerda (estagiária estudante de engenharia florestal). E na Seinfra: Gilson Moraes (Diretor<br />
de Energia), Aldo Pinheiro (Coordenador de Desenvolvimento Energético), Dulce Longa (Assessora Jurídica), Carlito Nunes<br />
(Assistente Técnico do Gabinete da Seagri) e Mairla Lacerda (estagiária Seagri). Pela ABAF, em ambas: Yara Vasku (Comunicação<br />
e Projetos) e Wilson Andrade (Diretor Executivo).<br />
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NOTAS<br />
Manejo em vídeo<br />
Foto: divulgação<br />
O Programa REM (REDD Early Mover) e o IFT (Instituto Floresta Tropical), em parceria com a Sema (Secretaria de Estado<br />
de Meio Ambiente) e com o Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso),<br />
realizam o lançamento de quatro vídeos educativos sobre boas práticas em manejo florestal sustentável.<br />
Os produtos audiovisuais abordam, de forma didática, todas as etapas do manejo florestal - do planejamento à execução.<br />
Os vídeos apresentam boas práticas na extração madeireira para mostrar como é possível conciliar o ganho econômico com a<br />
conservação florestal, além de discutir conceitos fundamentais para o planejamento do licenciamento da atividade.<br />
O manejo florestal sustentável é um conjunto de práticas adotadas na gestão de florestas com o objetivo de assegurar a<br />
conservação e o uso racional dos recursos naturais. Dentro dessas práticas, a adoção de técnicas de EIR (Exploração de Impacto<br />
Reduzido) é um tipo de exploração que se contrapõe às práticas de exploração convencional, tida como predatória.<br />
Para o analista ambiental da Sema e engenheiro florestal do Programa REM (MT), Marcos Antônio Camargo Ferreira, a atividade<br />
de manejo florestal sustentável é um dos principais componentes dos esforços para mitigação e adaptação aos efeitos<br />
das mudanças climáticas e compõe o documento Trajetória de Descarbonização de Mato Grosso, que é baseado no conceito<br />
AFOLU (sigla em inglês para Agricultura, Florestas e outros Usos da Terra).<br />
“Essa ação do Programa REM (MT) contribui com os esforços do Estado em ampliar a área sob manejo florestal sustentável,<br />
alcançando 6 milhões de ha (hectares) até 2030 e incrementar, até o ano de 2050, mais de 2,3 milhões de ha de áreas<br />
sob regime de manejo, com o objetivo de contribuir com a manutenção do ativo florestal, com incentivos socioeconômicos à<br />
conservação, por meio do manejo florestal sustentável. Por fim, essa ação ainda contribui com os chamados ODS (Objetivos<br />
de Desenvolvimento Sustentável), em especial os ODS 13 e 15, que tratam das ações urgentes para combater as alterações<br />
climáticas e os seus impactos, além de promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres e gerir as florestas de forma<br />
sustentável”, apontou Antonio.<br />
20 www.referenciaflorestal.com.br
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />
A INOVAÇÃO CHEGA<br />
PARA TODOS...<br />
...A COLHEITA FLORESTAL<br />
NÃO SERÁ MAIS A MESMA.
NOTAS<br />
Verba liberada<br />
O governo federal publicou a MP (medida provisória) número 1.258, que autoriza crédito extraordinário de R$ 514,5<br />
milhões para o combate aos incêndios na Amazônia, intensificados pela mudança do clima. R$ 114,4 milhões serão destinados<br />
ao MMA (Ministério do Meio Ambiente), que redirecionará recursos para reforçar ações de prevenção, fiscalização<br />
e combate realizadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e ICMBio (Instituto<br />
Chico Mendes de Biodiversidade).<br />
A medida assinada pelo presidente Lula foi anunciada durante reunião entre executivo, legislativo e judiciário para<br />
reforçar a ação conjunta na resposta os incêndios no país, que enfrenta a pior estiagem em 75 anos. Segundo dados do<br />
Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), cerca de 58% do território nacional está<br />
afetado pela seca.<br />
A MP destina R$ 62,2 milhões para o ICMBio e R$ 42,2 milhões para o Ibama, crédito que será usado para contratação<br />
de brigadistas, aquisição de equipamentos, contratação de serviços especializados, viaturas e aeronaves, entre outros.<br />
A medida também prevê R$ 10 milhões para o MMA fortalecer a formulação de políticas públicas e realizar campanhas<br />
informativas para prevenção e combate aos incêndios.<br />
A defesa receberá R$ 154,8 milhões para ações das forças armadas na prevenção e no combate aos incêndios na<br />
Amazônia Legal. Outros R$ 130 milhões serão repassados ao MIDR para ações de defesa civil e proteção, além de gestão<br />
de riscos e desastres.<br />
Foto: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Confiança geral<br />
Foto: divulgação<br />
Em setembro, empresários de 26 dos 29 setores industriais demonstraram confiança, de acordo com o Icei (Índice<br />
de Confiança do Empresário Industrial) setorial, divulgado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Esse é o<br />
maior número de setores da indústria confiantes em quase 2 anos. De acordo com o levantamento, empresários de<br />
apenas três setores alegam falta de confiança.<br />
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, lembra que, desde outubro de 2022, não havia otimismo<br />
em tantos setores, ao mesmo tempo. Ele credita o resultado positivo à melhora da percepção dos empresários sobre<br />
a economia. Na passagem de agosto para setembro, o Icei de 21 setores aumentou. Em seis, a alta foi suficiente para<br />
que eles migrassem de falta de confiança para confiança. São eles: metalurgia; couro e artefatos de couro; máquinas e<br />
equipamentos; produtos de metal; biocombustíveis; e equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos.<br />
Em sete setores, a confiança diminuiu, o que fez com os serviços especializados para a construção e madeira passassem<br />
de um patamar positivo para um patamar negativo de confiança. Em um setor, o Icei não mudou.<br />
A confiança cresceu entre os empresários de todas as regiões do país, com destaque para o sul, onde se registrou a<br />
alta mais expressiva do Icei, de 2,3 pontos. Desde abril, a indústria da região não registrava um índice significativamente<br />
acima da linha divisória dos 50 pontos, que separa falta de confiança de confiança. Entre os industriais do nordeste, a<br />
confiança subiu 2,2 pontos. O otimismo também subiu no norte (+ 1,6 ponto) no sudeste (1,3 ponto) e no centro-oeste<br />
(+ 0,7 ponto). Com isso, o Icei fecha o mês de setembro positivo em todas as regiões do Brasil.<br />
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NOTAS<br />
Investindo no futuro<br />
Representantes do setor de florestas plantadas estiveram em Brasília (DF) para um encontro com o presidente Lula. Na<br />
reunião estavam: o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin; o ministro da Casa Civil, Rui Costa; o<br />
ministro da Fazenda, Fernando Haddad; a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro;<br />
a presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silva Massruhá; o presidente do Ibama, Rodrigo<br />
Agostinho; e o presidente da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), Paulo Hartung.<br />
Durante a reunião, o presidente da IBÁ lembrou que o setor é referência em bioeconomia em larga escala e anunciou<br />
investimentos de R$ 105,4 bilhões a serem feitos até 2028. De acordo com informações da IBÁ, este setor no Brasil é o mais<br />
sustentável do mundo e planta 1,8 milhão de árvores por dia.<br />
Os aportes anunciados serão feitos na abertura de novas fábricas, ampliação de plantas já existentes e obras de infraestrutura<br />
logística para escoamento da produção. Entre as novas unidades previstas para os próximos anos, destacam-se a da<br />
Arauco em Inocência (MS), com R$ 25 bilhões; da Suzano em Ribas do Rio Pardo (MS), no valor de R$ 22,2 bilhões; da CMPC<br />
em Barra do Ribeiro (RS), cujo aporte será de R$ 25 bilhões; da Bracell em Lençóis Paulistas (SP), com R$ 5 bilhões; e da<br />
Klabin em Piracicaba (SP), com investimento de R$ 1,6 bilhões. “São investimentos feitos em regiões, via de regra, com baixo<br />
dinamismo econômico. E as florestas cultivadas estão sendo implementadas, nos últimos anos, substituindo área degradada,<br />
geralmente pastagem improdutiva”, alertou Paulo Hartung.<br />
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Foto: divulgação
NOTAS<br />
Associação ativa<br />
A Florestar São Paulo, representada pela diretora-executiva<br />
Fernanda Abilio, participou de reunião na sede do MAPA (Ministério<br />
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em Brasília. No encontro<br />
aconteceu a assinatura do protocolo de intenções da Rede Floresta +<br />
Iniciativa Conexão <strong>Florestal</strong>.<br />
A intenção é ampliar o apoio de instituições em integrar a Rede,<br />
fortalecendo a consolidação e estruturação. Trata-se de um primeiro<br />
passo, fundamental para envolver instituições que desempenham um papel significativo<br />
no desenvolvimento do setor florestal e têm potencial para impactar positivamente a<br />
vida dos produtores de florestas plantadas.<br />
Entre os principais objetivos estão: criar uma rede colaborativa e integrada para<br />
viabilizar a execução de projetos da cadeia produtiva florestal voltados à recuperação<br />
e recomposição florestal, à promoção do desenvolvimento sustentável e ao fomento à<br />
economia de base florestal. Facilitar a interligação entre instituições autoras dos projetos<br />
e entidades interessadas no financiamento desses programas. E, incentivar a recuperação<br />
de áreas degradadas e o reflorestamento por meio da cadeia produtiva florestal no<br />
território brasileiro, a partir de práticas sustentáveis, transparentes e responsáveis com a<br />
administração dos recursos florestais.<br />
“A Florestar São Paulo, como associação que representa e promove o setor de<br />
florestas plantadas na esfera estadual, entende como responsabilidade contribuir com o<br />
governo em iniciativas como esta, que buscam, entre outros objetivos, expandir a área<br />
plantada em solos degradados”, defende a diretora-executiva da Florestar São Paulo.<br />
“Dentro do estado de São Paulo, praticamente toda a expansão do setor de florestas<br />
cultivadas acontece em áreas degradadas. Todo o manejo acontece atendendo às boas<br />
práticas ambientais”, concluiu Fernanda.<br />
Fotos: divulgação<br />
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NOTAS<br />
50 anos de tradição<br />
Foram momentos de aprendizado e muita nostalgia. Com a presença de um grande número de profissionais da Engenharia<br />
<strong>Florestal</strong> do Rio Grande do Sul, a AGEF (Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais) em conjunto com a SOSEF (Sociedade<br />
Santamariense dos Engenheiros Florestais), SEFARGS (Sociedade dos Engenheiros Florestais Autônomos do Estado do Rio<br />
Grande do Sul), UNIPAMPA (Universidade Federal do Pampa) e UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), realizaram no<br />
mês de julho em Santa Maria, o evento comemorativo aos 50 anos da Engenharia <strong>Florestal</strong> no Rio Grande do Sul.<br />
O encontro contou com o patrocínio da Mútua e CMPC. O apoio é da RDK Logs, TANAC, Sindimadeira (Sindicato Intermunicipal<br />
das Indústrias Madeireiras, Serrarias, Carpintarias, Tanoarias, Esquadrias, Marcenarias, Móveis, Madeiras Compensadas<br />
e Laminadas, Aglomerados e Chapas de Fibras de Madeiras do Estado do Rio Grande do Sul) e AGEFLOR (Associação Gaúcha<br />
de Empresas Florestais) além da parceria do CREA/RS (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio Grande do<br />
Sul), Neutraliza Carbono Neutro, Revista Referência <strong>Florestal</strong> e Ervateira Rei Verde.<br />
Muitos sorrisos e encontros cheios de saudades marcaram o “Resgate da história dos primeiros profissionais e a valorização<br />
da categoria em cinco décadas da Engenharia <strong>Florestal</strong> no Rio Grande do Sul”. Neste momento, as entidades que<br />
organizaram o evento prestaram uma série de homenagens para os convidados.<br />
As honrarias iniciaram com os 13 formados da primeira turma do curso da Engenharia <strong>Florestal</strong> da UFSM, no ano de<br />
1974. Na sequência foi a vez da SOSEF com entrega de placa de homenagem ao fundador e aos presidentes da entidade que<br />
completa 40 anos de fundação. Encerrando houve a entrega de placa comemorativa aos coordenadores da Câmara da Engenharia<br />
<strong>Florestal</strong> que completa 25 anos de fundação com destaque para o Engenheiro <strong>Florestal</strong> Luiz Alberto Carvalho Junior<br />
(in memoriam).<br />
Fotos: divulgação<br />
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NOTAS<br />
Cada vez maior<br />
Mato Grosso do Sul registrou um aumento<br />
de 15% em sua área de florestas plantadas em<br />
relação ao ano de 2023, maior crescimento do<br />
Brasil. Com seis plantas de celulose confirmadas<br />
em investimentos de R$ 75 bilhões, o<br />
Estado tem atualmente a segunda maior área<br />
de florestas plantadas do país, com 1,5 milhão<br />
de hectares, sendo 98% dessa área destinada<br />
ao cultivo de eucalipto, utilizado principalmente<br />
pela indústria de papel e celulose, que<br />
tem forte presença no Estado.<br />
As informações são provenientes do Projeto<br />
SIGA (MS), que monitora e acompanha o<br />
crescimento do setor em Mato Grosso do Sul.<br />
Os dados foram apresentados pelo secretário<br />
Jaime Verruck, da SEMADESC (Secretaria de<br />
Meio Ambiente, Ciência, Tecnologia e Inovação)<br />
em palestra realizada no LVI Congresso<br />
e Exposição Internacional de Celulose e Papel<br />
da ABTCP que acontece em São Paulo. “Tivemos<br />
um aumento de praticamente 275 mil ha<br />
(hectares) de florestas plantadas no último<br />
ano. Quem está na ponta entende o que isso<br />
representa para o setor. A movimentação<br />
econômica muda, toda a estrutura para comportar<br />
uma área deste tamanho se altera”,<br />
informou Jaime.<br />
Cinco dos dez maiores municípios brasileiros<br />
em termos de área de florestas plantadas<br />
estão localizados em Mato Grosso do Sul, conforme<br />
o ranking nacional, Ribas do Rio Pardo<br />
ocupa a primeira posição no Brasil, com 420,5<br />
ha de florestas plantadas; Três Lagoas está na<br />
segunda posição, com 311,9 ha; Água Clara na<br />
terceira posição, com 163,1 ha; Brasilândia:<br />
ocupa a quarta posição, com 150 mil ha e Selvíria<br />
na sexta posição do ranking, com 106,5<br />
ha. “Esses municípios são os principais polos<br />
de produção de eucalipto no Estado, atraindo<br />
investimentos nacionais e internacionais para<br />
a instalação de grandes indústrias de celulose<br />
e papel, como a Suzano, Eldorado Brasil, Bracell<br />
e Arauco”, ressaltou Jaime.<br />
Fotos: divulgação<br />
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NOTAS<br />
APOIO:<br />
ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE<br />
MADEIRAS E DERIVADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />
envimat<br />
Prêmio Referência 2024<br />
O Prêmio REFERÊNCIA 2024 será realizado no dia 2 de dezembro em Curitiba (PR). O tradicional evento que chega a sua<br />
vigésima segunda edição. O Prêmio REFERÊNCIA melhores do ano é organizado e realizado pela JOTA Editora, responsável<br />
pela publicação das Revistas REFERÊNCIA FLORESTAL, REFERÊNCIA INDUSTRIAL, REFERÊNCIA BIOMAIS, REFERÊNCIA<br />
CELULOSE & PAPEL e REFERÊNCIA PRODUTOS DE MADEIRA.<br />
Neste ano, como parte das atividades do evento será feita uma ação muito especial: a gravação de um episódio do Podcast<br />
REFERÊNCIA ao vivo com grandes nomes do segmento de base florestal. Os nomes dos participantes serão revelados<br />
na próxima edição e o tema será Floresta 4.0 e serão apresentadas as visões sobre a importância da tecnologia no cuidado<br />
com a floresta nativa e também na silvicultura e alta produção, que farão diferença no porvir da produção florestal.<br />
Neste ano serão premiadas dez empresas, associações e personalidades que se destacaram no segmento de base florestal.<br />
Foram enviadas mais de 100 sugestões de empresas e a partir de uma série de critérios estipulados como relevância das<br />
ações, sustentabilidade e impacto social, serão premiadas aquelas que se superaram e atingiram um novo nível na atividade<br />
de base florestal madeireira.<br />
O Prêmio REFERÊNCIA conta com o apoio da: ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />
Mecanicamente), ACIMDERJ (Associação do Comércio e Indústria de Madeiras e Derivados do Estado do Rio de Janeiro),<br />
AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará), CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e<br />
Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), DRV Ferramentas, Envimat, Himev, Montana Química, MSM Química<br />
e Rotteng.<br />
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Ação integrada<br />
fortalece a gestão<br />
florestal em Mato<br />
Grosso<br />
Por Ednei Blasius, presidente do Cipem<br />
(Centro das Indústrias Produtoras e<br />
Exportadoras de Madeira do Estado de<br />
Mato Grosso)<br />
O manejo sustentável<br />
permite a produção<br />
de madeira de<br />
forma compatível<br />
com a conservação<br />
ambiental, garantindo<br />
que a colheita seletiva<br />
de árvores adultas<br />
seja feita de forma a<br />
preservar o ciclo de<br />
regeneração natural<br />
da floresta<br />
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O<br />
1º Encontro de Identificadores<br />
de Árvores<br />
em Florestas de Mato<br />
Grosso, realizado em<br />
Alta Floresta (MT), representou<br />
um marco na consolidação<br />
da rede de identificadores de espécies<br />
arbóreas do Estado, reforçando a<br />
importância da coleta botânica qualificada<br />
e a execução precisa dos inventários<br />
florestais. O evento promoveu<br />
o intercâmbio de experiências e atualização<br />
de conhecimentos, essenciais para o manejo sustentável das florestas da região.<br />
Durante três dias, 40 participantes - em sua maioria engenheiros florestais e técnicos,<br />
que atuam diretamente no campo - tiveram a oportunidade de trocar experiências e se capacitar<br />
sobre as técnicas avançadas de identificação de espécies. Esse conhecimento é fundamental<br />
para garantir a sustentabilidade da gestão florestal. O evento foi organizado pelo<br />
Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato<br />
Grosso), em parceria com a Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente), a Ufra (Universidade<br />
Federal Rural da Amazônia) e a Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso).<br />
Mato Grosso é reconhecido por promover práticas florestais eficientes e ambientalmente<br />
responsáveis, por meio do manejo florestal sustentável, técnica implementada há<br />
mais de 50 anos. Atualmente, o Estado tem mais de 5 milhões de ha (hectares) de florestas<br />
nativas abarcados por Planos de Manejo <strong>Florestal</strong> Sustentável (PMFS), com potencial<br />
de expansão para mais de 6 milhões de ha. O manejo sustentável permite a produção de<br />
madeira de forma compatível com a conservação ambiental, garantindo que a colheita<br />
seletiva de árvores adultas seja feita de forma a preservar o ciclo de regeneração natural<br />
da floresta. Nesse contexto, a correta identificação das espécies arbóreas é um elemento<br />
chave para o sucesso do manejo florestal, permitindo a distinção exata de características<br />
como cor, textura e densidade da madeira e conservando a biodiversidade. Com o uso de<br />
microscópios e tecnologias avançadas, como a espectroscopia de infravermelho, a análise<br />
das espécies tornou-se ainda mais precisa.<br />
Infelizmente, ainda ocorrem equívocos na catalogação de nomes científicos, como<br />
por exemplo a inclusão na listagem de espécies fora do bioma amazônico e de plantas de<br />
menor porte, como arbustos e ervas. Para corrigir tais distorções, é necessário uma rede<br />
de identificadores, para aprimorar e fortalecer o trabalho de identificação de espécies arbóreas<br />
florestais, aumentando o número de profissionais especializados e estabelecendo<br />
regulamentação específica. Em resposta, o Cipem lançou em 2023 o projeto: Espécies arbóreas<br />
mais comercializadas de Mato Grosso; que têm o objetivo de atualizar as amostras<br />
botânicas em herbários, e associá-las corretamente aos nomes científicos que ocorrem no<br />
Estado. O projeto, executado pela Ufra em parceria com a Unemat, visa aprimorar a identificação<br />
morfológica das espécies e garantir maior precisão nos inventários florestais.<br />
Empresários mato-grossenses têm grande interesse na correta identificação das espécies,<br />
uma vez que isso é requisito legal para a comercialização de madeira. O Estado adota<br />
um rigoroso sistema que configura a cadeia de custódia dos produtos florestais através do<br />
Sisflora 2.0 (Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais), ou seja, um<br />
conjunto de procedimentos de controle em todos os estágios de produção - desde a origem<br />
até a comercialização -, garantindo a legalidade da madeira nativa.<br />
Em todos os estudos que envolvem a biodiversidade da Amazônia, algo muito importante<br />
é o nome da espécie. Esse é um grande desafio na região: como identificar as árvores,<br />
especialmente de forma científica. Muitas pessoas que vivem na floresta conhecem<br />
bem as plantas e a floresta em si, muitas vezes pelos nomes populares, no entanto, a conexão<br />
entre esse conhecimento tradicional e o meio científico, onde a nomenclatura formal<br />
é essencial, ainda é limitada. A solução para esse desafio passa pela colaboração entre<br />
taxonomistas, profissionais de campo e os responsáveis pelos herbários, garantindo assim<br />
a precisão necessária para o manejo sustentável.<br />
Fotos: divulgação
O X da questão em segurança<br />
no transporte de carga florestal!<br />
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FRASES<br />
Foto: Christiano Antonucci<br />
Essa demanda por biomassa<br />
é uma grande oportunidade<br />
para plantar-se em Mato<br />
Grosso e temos levado isso<br />
ao setor florestal do país, as<br />
grandes oportunidades que<br />
temos aqui, a participação<br />
na Lignum é um exemplo<br />
disso”<br />
César Miranda, secretário de<br />
Desenvolvimento Econômico<br />
do Mato Grosso durante a feira<br />
Lignum Latin America<br />
“Essas técnicas visam<br />
a minimizar o impacto<br />
ambiental, mantendo a<br />
produtividade das florestas<br />
a longo prazo. O manejo<br />
integrado, que considera<br />
a interação entre fauna,<br />
flora e solo, é crucial para<br />
evitar a degradação desses<br />
ecossistemas produtivos”<br />
Breno Moreira Motta, professor de biologia da<br />
UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) sobre<br />
técnicas de silvicultura<br />
“Não desconsideraremos<br />
os resultados do<br />
zoneamento, pois são<br />
dados técnicos baseados<br />
em estudos aprofundados<br />
sobre a sensibilidade<br />
ambiental. O que pode<br />
ocorrer é uma revisão<br />
do procedimento de<br />
licenciamento, mas sem<br />
ultrapassar os limites<br />
estabelecidos pelo<br />
zoneamento”<br />
Marjorie Kauffmann, Secretária do Meio<br />
Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul<br />
sobre possíveis mudanças na legislação estadual<br />
sobre silvicultura<br />
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ENTREVISTA<br />
Região<br />
FORTALECIDA<br />
A stronger region<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
O<br />
plantio de eucalipto no sul da Bahia é responsável<br />
pelo fornecimento de matéria-prima<br />
para as grandes indústrias de celulose<br />
da região. Para fortalecer e proteger os<br />
produtores locais foi fundada a ASPEX (Associação dos<br />
Produtores de Eucaliptos do Extremo Sul da Bahia), que é<br />
a representante desses produtores. Francisco Tercílio é o<br />
atual presidente da associação e relata sobre sua trajetória<br />
e planos para a associação.<br />
E<br />
ucalyptus plantations in the South of the State<br />
of Bahia are responsible for supplying raw<br />
material to the Region’s large pulp companies.<br />
The Association of Eucalyptus Producers in<br />
the Far South of Bahia (Aspex) was created<br />
to strengthen and protect local producers and to represent<br />
them. Francisco Tercílio Menezes de Assis is the current<br />
President of the Association, and in this interview, he spoke<br />
to us a little about his career and the Association’s plans.<br />
Francisco Tercílio<br />
Menezes de Assis<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Filho de produtor rural e atua no campo desde a infância.<br />
Pecuarista, silvicultor e empresário, Francisco é presidente<br />
da ASPEX desde 2022 e já foi presidente do Sindicato de<br />
Produtores Rurais de Itagimirim (BA) (2009 - 2012).<br />
Is the son of a farmer and has worked in agriculture since<br />
childhood. A cattle farmer, forester, and businessman, Assis<br />
has been President of Aspex since 2022 and was previously<br />
President of the Rural Producers’ Association Itagimirim<br />
(BA) (2009 - 2012).<br />
40 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
>> Como começou sua trajetória dentro da silvicultura de<br />
eucalipto?<br />
Anteriormente atuávamos somente com pecuária, mas por<br />
falta de mão de obra especializada na atividade em nossa<br />
região e a baixa no rendimento, optamos em diversificar e<br />
em 2018 apostamos na silvicultura, estamos no final do nosso<br />
primeiro ciclo de plantio.<br />
>> E a sua chegada à presidência da ASPEX?<br />
Estava entrando em uma nova atividade da qual não tinha<br />
muito conhecimento e precisava de apoio para as questões<br />
técnicas e burocracias do negócio. Assim, firmei a filiação<br />
na ASPEX a qual foi muito bem recomendada pela empresa<br />
parceira comercial e produtores da região. Em 2019, fui convidado<br />
pelos dirigentes da associação a assumir o cargo de<br />
vice-presidente e em 2021 por questões de saúde, o então<br />
presidente precisou se afastar do cargo. Em 2022, fui eleito<br />
em assembleia como novo presidente da ASPEX.<br />
>> Qual a importância da produção de eucalipto na região<br />
que representa?<br />
De extrema importância, visto que os indicadores IDH (índice<br />
de desenvolvimento humano) onde há produção de<br />
eucalipto mostram crescimento satisfatório. Geração de emprego,<br />
renda, diversificação na produção do agro, iniciativas<br />
em projetos educacionais em escolas públicas da zona rural<br />
e urbana, capacitação de trabalhadores ligados à silvicultura<br />
e ações socioambientais. Instalação de novas universidades<br />
na região, promovendo o crescimento na oferta de vagas em<br />
cursos de nível técnico e superior. E a arrecadação tributária<br />
gerada nas prestações de serviços.<br />
>> Quais os maiores desafios para o crescimento da produção<br />
na região?<br />
Trabalhamos para que a atuação da ASPEX, produtores<br />
florestais e outros atores ligados ao setor, possa melhorar<br />
a realidade atual. Mas os nossos maiores desafios atualmente<br />
são: os altos custos da silvicultura em nossa região, a<br />
legislação municipal, estadual e federal, falhas na gestão e<br />
How did your career in eucalyptus forestry begin?<br />
We used to farm only with livestock, but due to the lack<br />
of skilled labor in the activity in our Region and the low<br />
yield, we decided to diversify, and in 2018, we bet on<br />
forestry. We are at the end of our first planting cycle.<br />
What about your becoming President of Aspex?<br />
I was entering a new activity where I did not have much<br />
knowledge, and I needed support for the technical issues<br />
and the bureaucracy of the business. So, I joined Aspex,<br />
which commercial partner companies and producers in<br />
the Region highly recommended. In 2019, I was invited<br />
by the Association’s leadership to take on the role of Vice<br />
president, and in 2021, the then-president had to step<br />
down due to health reasons. In 2022, I was elected as the<br />
new President of Aspex.<br />
How important is eucalyptus production in the Region<br />
you represent?<br />
Extremely important, considering that the Human<br />
Development Index (HDI) indicators where eucalyptus is<br />
produced show satisfactory growth, generating employment,<br />
income, diversification of agricultural production,<br />
initiatives in educational projects in public schools in<br />
rural and urban areas, the training of workers related to<br />
forestry, and socio-environmental actions. The installation<br />
of new universities in the Region promotes growth<br />
in the supply of places for technical and higher education<br />
courses. And the tax revenues generated by the provision<br />
of services.<br />
What are the main challenges to the growth of production<br />
in the Region?<br />
We are working to ensure that the work of Aspex, forest<br />
producers, and other actors in the Sector can improve<br />
the current situation. But, at the moment, our biggest<br />
challenges are the high cost of forestry in our Region,<br />
Municipal, State, and Federal legislation, failures in management<br />
and service in environmental agencies, the need<br />
Com isso, a ASPEX atua de maneira ostensiva na defesa da<br />
posse justa e a mínima garantia de que seus associados<br />
e todos que impulsionam a economia nacional a partir do<br />
trabalho, tenham suas propriedades, lavouras, residências<br />
e investimentos respeitados<br />
42 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
atendimento em órgãos ambientais, necessidade de novas<br />
tecnologias, mudanças climáticas, ações antrópicas (como<br />
atear fogo), pragas e doenças, que afetam diretamente o<br />
desenvolvimento da planta (exemplo formiga e lagarta parda).<br />
Claro que o poder público muito ajudaria, acelerando<br />
as emissões e renovações de licenças e certidões, trazendo<br />
para mais perto outras indústrias consumidoras e processadoras<br />
de madeira.<br />
>> A implantação de novas fábricas de celulose no centro-<br />
-oeste afeta a situação do sul da Bahia no mapa da produção<br />
de eucalipto?<br />
Com as recentes e crescentes descobertas para o uso da celulose<br />
e muito para as nanotecnologias, com cada vez mais<br />
consciência ambiental para o uso de eucalipto tratado e as<br />
suas dezenas de milhares de aplicações no agro, construção<br />
civil, decoração e tantas mais, consideramos que temos muito<br />
mercado para atuar. Para a produção para celulose sim,<br />
produção para outros tantos usos e destinações, podemos<br />
seguir trabalhando, nos qualificando, buscando certificações<br />
e somando para a ampliação da unidade fabril que temos<br />
em nossa região<br />
>> Quais as maiores conquistas da ASPEX em seus 18 anos<br />
de atuação?<br />
A primeira delas é dupla certificação florestal pelos selos<br />
FSC (Conselho de Manejo <strong>Florestal</strong>) e Cerflor (Programa<br />
Brasileiro de Certificação <strong>Florestal</strong>), que fortalecem a nossa<br />
atividade. O reconhecimento nacional e internacional da<br />
entidade, que já nos gerou convites para palestrar e em diversos<br />
eventos e instituições interessadas na nossa forma de<br />
gestão e a representação ativa perante nossa principal parceira<br />
comercial. Além desses a participação em projetos de<br />
recuperação de áreas degradadas com reflorestamento de<br />
espécies nativas e as melhorias nas condições de trabalho<br />
da equipe interna, com investimentos em equipamentos e<br />
estrutura tem sido grandes marcos da associação.<br />
>> A invasão de terras por parte do MST virou notícia nacional.<br />
Como a ASPEX atua nessas situações?<br />
A ASPEX reúne produtores rurais, que têm em suas propriedades<br />
imóveis com ampla produção, geração de renda e circulação<br />
de recursos nas regiões onde atua. Neste contexto,<br />
segurança jurídica mínima que se espera é garantia de que<br />
seus imóveis não sejam alvos de invasões, danos e ações<br />
criminosas. Com isso, a ASPEX atua de maneira ostensiva<br />
na defesa da posse justa e a mínima garantia de que seus<br />
associados e todos que impulsionam a economia nacional<br />
a partir do trabalho, tenham suas propriedades, lavouras,<br />
residências e investimentos respeitados.<br />
>> Quais as vantagens para os associados ASPEX?<br />
Temos muito orgulho de utilizar nossos recursos na defesa<br />
daqueles que estão dentro da associação. Nos colocamos ao<br />
lado do produtor, desde o plantio, até a colheita e defendemos<br />
os interesses deles dentro do setor público com a re-<br />
for new technologies, climate change, anthropogenic<br />
actions (such as setting fires), and pests and diseases that<br />
directly affect the development of the plant (for example,<br />
ants and brown caterpillars). Of course, the authorities<br />
would help a lot by speeding up the issuance and renewal<br />
of licenses and certificates, bringing other wood-consuming<br />
and processing industries closer together.<br />
Does the construction of new pulp mills in the Midwest<br />
affect the situation of Southern Bahia on the eucalyptus<br />
production map?<br />
With the recent and growing discoveries for the use of<br />
cellulose and a lot for nanotechnologies, with more and<br />
more environmental awareness for the use of treated<br />
eucalyptus and its tens of thousands of applications in<br />
agriculture, housing construction, decoration, and many<br />
more, we feel that there is still an increasingly growing<br />
market to operate in. For the production of pulp, yes, but<br />
for the production of so many other uses and destinations,<br />
we can continue to work, qualify ourselves, seek<br />
certifications, and contribute to the expansion of the mills<br />
that we have in our Region.<br />
What are Aspex’s greatest achievements in its 18 years<br />
of operation?<br />
The first is the double certification of the forest by the<br />
Forest Stewardship Council (FSC) and the Brazilian Forest<br />
Certification Program (Cerflor), which strengthens our<br />
activity. The national and international recognition of<br />
the organization has already led to us being invited to<br />
speak at various events and institutions interested in our<br />
form of management, as well as active representation<br />
before our main commercial partners. In addition, our<br />
participation in projects for the recovery of degraded<br />
areas through reforestation with native species, the improvement<br />
of the working conditions, and investments in<br />
equipment and structure have been important milestones<br />
for the Association.<br />
Land invasions by the MST have become national news.<br />
How does Aspex act in these situations?<br />
Aspex brings together rural producers whose properties<br />
are highly productive, generating income and circulating<br />
resources in the Regions where they operate. In this context,<br />
the minimum legal security of landowners becomes<br />
a guarantee that their properties will not be the target of<br />
invasions, damage, or criminal acts. In this sense, Aspex<br />
acts ostensibly in defense of a just possession and a<br />
minimum guarantee that its members and all those who<br />
drive the national economy through their work have their<br />
properties, crops, homes, and investments respected.<br />
What are the benefits for Aspex members?<br />
We are very proud to use our resources to defend the<br />
members of the Association. We are on the side of producers<br />
from planting to harvesting, and we defend their<br />
44 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
presentação coletiva, que dá muito mais força às demandas<br />
apresentadas. Prestamos assessoria ambiental, jurídica, contábil<br />
e comercial para que todos os associados possam ter<br />
sempre os melhores cenários para a operação. Além é claro,<br />
da conquista da dupla certificação florestal, que dá muito<br />
mais valor ao trabalho e ao produto do nosso associado.<br />
>> Em sua maioria, os associados fornecem a matéria-prima<br />
para as grandes indústrias de celulose presentes na<br />
região? Como funciona essa dinâmica?<br />
Todos os nossos associados detêm contrato de compra e<br />
venda futura da madeira com empresa de celulose instalada<br />
em nossa região. Na modalidade de fomento, o produtor<br />
tem garantia da compra da sua produção, recebe suporte<br />
técnico durante todo o ciclo da floresta, incentivo de mudas<br />
e antecipação financeira anual a partir do terceiro ano de<br />
plantio.<br />
>> Como funciona a parte de certificações de manejo da<br />
ASPEX?<br />
Temos muito orgulho de ser a primeira instituição no Brasil<br />
a realizar certificação florestal em grupo, contando com a<br />
parceria de uma empresa de auditoria creditada pelas certificadoras<br />
mais conceituadas do setor, o que gera ganho em<br />
tempo e principalmente financeiro para o associado. Esse<br />
certificado coletivo é valido por 5 anos, com auditorias de<br />
manutenção realizadas anualmente. Destaco que para que o<br />
grupo continue certificado os produtores precisam atender<br />
todos os princípios e critérios auditados, gerando assim um<br />
compromisso coletivo com a causa, pois se um dos produtores<br />
do grupo estiver com alguma inconformidade, os demais<br />
membros também são afetados e perdem a certificação até<br />
que tudo seja regularizado.<br />
>> Qual seu maior objetivo à frente da associação?<br />
Tenho como objetivo a divulgação, fortalecimento e valorização<br />
do nome da ASPEX, e com isso agregar novos<br />
produtores ao nosso guarda-chuva. Tudo isso focado principalmente<br />
na desmistificação da visão popular que o plantio<br />
do eucalipto é prejudicial ao meio ambiente, ele é um aliado<br />
poderoso e assim deve ser reconhecido.<br />
interests in the Public Sector through collective representation,<br />
which gives much more strength to the demands<br />
made. We also provide environmental, legal, accounting,<br />
and commercial advice so that all members always have<br />
the best scenarios for their operations. In addition, of<br />
course, to achieving dual forest certification, which provides<br />
more value to our members’ work and products.<br />
Do most of your members supply raw material to the<br />
large pulp mills in the Region? How does this dynamic<br />
work?<br />
All our members have contracts for the future purchase<br />
and sale of wood with a pulp mill located in our Region.<br />
In the development modality, the producer is guaranteed<br />
the purchase of his production and receives technical support<br />
throughout the forest cycle, seedling incentives, and<br />
annual financial advances starting from the third year of<br />
planting.<br />
How does the Aspex management certification work?<br />
We are very proud to be the first institution in Brazil to<br />
carry out collective forest certification in partnership with<br />
an auditing company accredited by the most prestigious<br />
certifiers in the Sector, which saves time and, above all,<br />
money for the members. This collective certificate is valid<br />
for five years, with annual maintenance audits. In order<br />
for the group to maintain its certification, the producers<br />
must comply with all the principles and criteria audited,<br />
thus creating a collective commitment to the cause, since<br />
if one of the producers in the group does not comply, the<br />
other members are also affected and lose their certification<br />
until everything is regularized.<br />
What is your main objective as President of the Association?<br />
My goal is to make the name Aspex better known,<br />
strengthen the Association, and bring new producers<br />
under its umbrella. All of this is focused on demystifying<br />
the common perception that eucalyptus plantations are<br />
harmful to the environment and showing that they are<br />
rather a powerful ally and should be recognized as such.<br />
Instalação de novas universidades na região, promovendo<br />
o crescimento na oferta de vagas em cursos de nível<br />
técnico e superior. E a arrecadação tributária gerada nas<br />
prestações de serviços<br />
46 www.referenciaflorestal.com.br
COLUNA<br />
Manejo de Resíduos<br />
Florestais: Estratégias<br />
para Redução de<br />
Impactos Ambientais<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Engenheiro <strong>Florestal</strong> e Segurança do Trabalho<br />
Mestre em Manejo <strong>Florestal</strong><br />
gabrielberger.com.br<br />
gabriel@gabrielberger.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
O manejo adequado de resíduos florestais é fundamental, tanto para a sustentabilidade<br />
ambiental, quanto para a geração de novas oportunidades econômicas no setor florestal<br />
O<br />
setor florestal é uma parte vital da economia<br />
global e brasileira, desempenhando<br />
um papel essencial na produção de madeira,<br />
papel, celulose e demais derivados.<br />
No entanto, a gestão dos resíduos gerados<br />
pelas atividades florestais, como galhos, folhas, cascas e<br />
materiais orgânicos, continua sendo um desafio ambiental<br />
significativo. Se mal geridos, esses resíduos podem causar<br />
impactos adversos, como o aumento do risco de incêndios<br />
florestais e a alteração da biodiversidade do solo. Por outro<br />
lado, quando gerenciados de forma sustentável, esses<br />
materiais podem se transformar em recursos importantes,<br />
contribuindo para a geração de renda e a redução dos impactos<br />
ambientais.<br />
O QUE SÃO RESÍDUOS FLORESTAIS?<br />
Resíduos florestais são todos os materiais remanescentes<br />
das operações de manejo florestal, como galhos,<br />
cascas, folhas, tocos, raízes e árvores que não têm valor<br />
comercial imediato. Embora muitas vezes considerados<br />
subprodutos sem utilidade, esses materiais podem representar<br />
uma fração significativa da biomassa gerada em<br />
uma operação florestal. O desafio é como gerenciar esses<br />
resíduos de forma a minimizar os danos ambientais e maximizar<br />
seu potencial econômico.<br />
IMPACTOS AMBIENTAIS DO MANEJO<br />
INADEQUADO DE RESÍDUOS<br />
Quando não são controlados, os resíduos florestais<br />
podem provocar uma série de impactos ambientais, como:<br />
Aumento do risco de incêndio: o acúmulo de material<br />
orgânico seco no solo florestal, como galhos e folhas, aumenta<br />
o risco de incêndio, especialmente em épocas de<br />
seca;<br />
Emissão de GEE (gases de efeito estufa): a combustão<br />
natural ou a queima contida dos resíduos florestais pode<br />
liberar GEE, como dióxido de carbono (CO₂) e metano<br />
(CH₄), contribuindo para o aquecimento global;<br />
Degradação do solo: o acúmulo de resíduos impede a<br />
regeneração natural do território e pode contribuir para a<br />
erosão do solo, especialmente em áreas montanhosas.<br />
Contaminação de corpos d’água: durante as chuvas,<br />
os resíduos podem ser arrastados para rios e riachos, cau-<br />
sando poluição da água, aumento da turbidez e impactando<br />
a fauna aquática.<br />
LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO NO MANEJO<br />
DE RESÍDUOS FLORESTAIS<br />
No Brasil, o manejo de resíduos florestais é regulamentado<br />
por diversas leis e normas que visam garantir a<br />
sustentabilidade ambiental. A Política Nacional de Resíduos<br />
Sólidos (lei número 12.305/2010) estabelece diretrizes<br />
sobre a gestão e o gerenciamento de resíduos sólidos,<br />
incluindo aquelas provenientes de atividades florestais.<br />
Além disso, o Código <strong>Florestal</strong> Brasileiro (lei número<br />
12.651/2012) promove o uso sustentável das florestas,<br />
incentivando práticas que minimizem os impactos ambientais.<br />
ESTRATÉGIAS SUSTENTÁVEIS PARA O MANEJO<br />
DE RESÍDUOS FLORESTAIS<br />
Existem diversas estratégias para o manejo de resíduos<br />
florestais, que permitem, tanto a redução de impactos<br />
ambientais, quanto a geração de renda para os produtores<br />
sustentáveis. Algumas das principais alternativas<br />
incluem:<br />
Produção de biomassa para energia: os resíduos<br />
florestais podem ser aproveitados para a produção de biomassa,<br />
que é utilizada como fonte de energia renovável;<br />
Compostagem e fertilização orgânica: parte dos<br />
resíduos florestais pode ser transformada em composto<br />
orgânico, utilizada como fertilizante para enriquecer solos<br />
agrícolas ou mesmo para áreas de reflorestamento;<br />
Produção de carvão vegetal: outra alternativa é a<br />
conversão de resíduos florestais em carvão vegetal, um<br />
processo que agrega valor aos materiais descartados,<br />
especialmente em áreas com grande disponibilidade de<br />
madeira;<br />
Painéis e produtos derivados de madeira: resíduos<br />
como cascas e pequenos pedaços podem ser usados na<br />
fabricação de painéis de madeira aglomerada, MDF (Medium<br />
Density Fiberboard) e outros produtos derivados;<br />
Biorrefinarias florestais: ocorre a transformação de<br />
resíduos florestais em produtos químicos de alto valor<br />
agregado, como biocombustíveis, bioplásticos e outros<br />
derivados.<br />
48 www.referenciaflorestal.com.br
MUDAS DE<br />
ARAUCÁRIA<br />
ENXERTADA<br />
(produção precoce do pinhão)<br />
Variedades;<br />
BRS 406, BRS 405, BRS 407, BRS 426, BRS 427, BRS 428<br />
Porte mais baixo;<br />
Maior produtividade;<br />
Mudas com produção precoce<br />
(média de 6 a 8 anos de idade).<br />
BOM RETIRO - MONTE CASTELO/SC
PRINCIPAL<br />
SEMENTES<br />
DO FUTURO<br />
Viveiro florestal celebra<br />
20 anos de tradição<br />
oferecendo soluções<br />
para reflorestamento,<br />
restauração florestal e<br />
frutíferas<br />
Fotos: Emanoel Caldeira<br />
Seeds for the Future<br />
A forest nursery is celebrating two<br />
decades of tradition and is proud to<br />
offer solutions for reforestation, forest<br />
restoration, and fruit trees<br />
50 www.referenciaflorestal.com.br
Outubro 2024 51
PRINCIPAL<br />
U<br />
m grão de arroz, esse é o tamanho de uma semente<br />
de pinus, que em pouco mais de uma década se<br />
torna a matéria-prima de uma das mais pujantes e<br />
crescentes indústrias do país. Muito semelhante a<br />
uma pequena semente que cresce e se torna uma<br />
árvore frondosa é a Duffatto Viveiro <strong>Florestal</strong>, que nesse 2024<br />
completa duas décadas de muito trabalho, dedicação, pesquisa<br />
e empenho no fortalecimento do segmento de base florestal.<br />
Sediada em Monte Castelo (SC), a Duffatto nasceu de uma<br />
história de superação. Até o ano de 2004 a família Duffecky plantava<br />
tabaco na propriedade e tinha uma pequena tradição com<br />
agricultura. Maicon Diego Duffecky, diretor da Duffatto, relata<br />
como foi o momento de transição da empresa. “Em 2004 meu pai<br />
sofreu um acidente com um trator e infelizmente veio a falecer.<br />
Eu tinha 18 anos, minha família foi em busca de outras alternativas<br />
de trabalho e assim me vi sozinho e com uma propriedade<br />
rural”, relata Maicon.<br />
O sonho de Maicon era originalmente fazer agronomia, que<br />
tinha tudo a ver com o que ele já fazia, mas devido as cargas horárias<br />
e a responsabilidade do trabalho não pode fazer e assim,<br />
em 2005, partiu para a engenharia florestal. Com muita dificuldade,<br />
se aproveitando de caronas na estrada até Canoinhas (SC),<br />
onde era a faculdade, fazendo lanches na sala e se empenhando<br />
com toda a força que tinha, as portas foram se abrindo. “Era o<br />
que mais chegava perto do que eu queria no começo, mas abriu<br />
muitas portas e me ensinou demais. Foi a faculdade que me deu<br />
o conhecimento para ampliar o viveiro e desenvolver o que faço<br />
atualmente. Já dentro da universidade, com uma demanda para o<br />
projeto Microbacias II da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />
e Extensão Rural de Santa Catarina) que necessitava de mudas<br />
nativas foi a centelha para que iniciasse a plantar as primeiras<br />
mudas onde eram os canteiros de fumo”, valoriza Maicon.<br />
A<br />
grain of rice is about the size of a pine seed. It is<br />
amazing how much things can change in just over<br />
a decade! That tiny seed has become the raw material<br />
for one of the Country’s most thriving and<br />
growing industries. It is like a small seed growing<br />
into a large leafy tree! This is Duffatto Viveiro <strong>Florestal</strong>. In 2024,<br />
they will have worked hard, dedicated themselves, researched, and<br />
shown their commitment to strengthening the Forestry Sector for<br />
more than two decades.<br />
Duffatto has its roots in Monte Castelo, SC, and has become a<br />
shining example of overcoming obstacles. Until 2004, the Duffecky<br />
family grew tobacco on their property and had a tradition in the<br />
world of agriculture. Maicon Diego Duffecky, President of Duffatto,<br />
kindly shared with us the story of the Company’s transformation.<br />
“In 2004, my father had an accident with a tractor and sadly passed<br />
away. I was just 18 years old, and my family was looking for other<br />
work alternatives, so I found myself alone with a rural property,”<br />
Duffecky told us.<br />
Duffecky had his heart set on studying agronomy, which was a<br />
perfect fit for him. But as we all know, life gets in the way sometimes!<br />
He was juggling a lot at the time and decided to study forestry<br />
instead. He struggled to get to Canoinhas (SC), where the university<br />
was located, hitchhiking and eating lunch in the classroom. He worked<br />
as hard as he could, and thankfully, the doors opened! “It was<br />
the closest thing to what I wanted in the beginning, but it opened so<br />
many doors and taught me so much! “It was at university that gave<br />
me all the knowledge I needed to expand the nursery and develop<br />
what I do today. While I was at university, I received a request from<br />
the Santa Catarina State Agricultural Research and Rural Extension<br />
Company (Epagri) for the Microbacias II project, which needed<br />
native seedlings. This led me to plant the first seedlings where the<br />
tobacco beds used to be,” says Duffecky.<br />
52 www.referenciaflorestal.com.br
Com a conclusão do curso em 2008 a mudança na realidade<br />
do viveiro pôde ser ainda mais forte. Foi nesse primeiro momento<br />
após a conclusão que Maicon cursou o Programa Empreendedor<br />
Rural do Senar/SC (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de<br />
Santa Catarina), onde foi reconhecido como um dos melhores<br />
projetos, focando sua formação no aumento de capacidade de<br />
produção de mudas produzidas no viveiro. Esse projeto abriu<br />
portas para que o empreendedor entrasse para o Senar e há<br />
15 anos atua como instrutor, ministrando uma série de cursos,<br />
como: NR 31 Saúde e segurança do trabalho com agrotóxicos,<br />
reflorestamento e controle de formigas cortadeiras.<br />
Naquela época a produção de mudas de espécies exóticas<br />
como pinus e eucaliptos, e não madeireiras como a erva-mate,<br />
entraram para o rol de mudas que eram produzidas. Além disso,<br />
uma outra característica da Duffatto que já é reconhecida por<br />
seus clientes começou a ganhar espaço: o compromisso com a<br />
sustentabilidade. “Iniciamos as ações para reaproveitamento de<br />
água, produção de energia solar e projetos de educação ambiental,<br />
convidando escolas da região para entender como funciona<br />
um viveiro, a importância da produção de mudas e o cuidado com<br />
o meio ambiente”, exalta Maicon.<br />
REFLORESTAMENTO<br />
A Duffato tem capacidade de produção de até 7 milhões de<br />
mudas por ano em seus mais de 140.000m² (metros quadrados)<br />
de áreas produtivas. Cada espaço foi desenvolvido para as mudas<br />
encontrem as melhores condições para o seu desenvolvimento.<br />
E os investimentos da Duffatto não param, sendo os planos para<br />
o futuro a expansão de suas estufas, que devem exponenciar a<br />
produção anual da empresa.<br />
O carro chefe da produção da Duffatto é o Pinus Taeda 2ª<br />
geração Rigesa, uma muda com genética melhorada para a<br />
produção de pinus na região sul do Brasil, sendo essa espécie<br />
It is so wonderful to see how much the nursery has grown and<br />
changed since the course finished in 2008! It was during this time<br />
that Duffecky had the amazing opportunity to attend the Rural<br />
Entrepreneur Program at the National Rural Apprenticeship Service<br />
of Santa Catarina (Senar/SC). His was recognized as one of the best<br />
projects, and he focused his training on increasing the nursery’s<br />
seedling production capacity. This project was a real game-changer<br />
for the entrepreneur, opening doors to join Senar. He has been an<br />
instructor for 15 years now, sharing his knowledge and expertise<br />
through a series of courses, such as NR 31 health and safety at<br />
work with pesticides, reforestation, and control of leaf-cutting ants.<br />
At that time, we were also producing seedlings of exotic species,<br />
such as pine and eucalyptus, as well as non-timber species, such<br />
as yerba mate. On top of all that, Duffatto’s customers started to<br />
recognize another of Duffecky’s best qualities: his dedication to<br />
sustainability. “We started initiatives to reuse water, produce solar<br />
energy, and environmental education projects, inviting schools in the<br />
region to understand how a nursery works, the importance of producing<br />
seedlings and caring for the environment,” Duffecky explains.<br />
REFORESTATION<br />
Duffato can produce up to 7 million seedlings a year in more<br />
than 140 thousand m² of production areas. Each space has been<br />
developed so that the seedlings find the best conditions for their<br />
development. Duffatto’s investments continue unabated, with plans<br />
to expand its greenhouses, which should increase the Company’s<br />
annual production.<br />
The flagship of Duffatto’s production is the 2nd generation<br />
Rigesa Taeda pine, a seedling with improved genetics for pine<br />
production in the in the southern region of Brazil, and this species<br />
is responsible for more than half of what the Company produces.<br />
“Today, we have a product that meets all the high productivity requirements<br />
that adapts to the southern and southeastern regions<br />
Outubro 2024<br />
53
PRINCIPAL<br />
of Brazil, offering our customers a seedling that becomes a tree<br />
with great commercial and productive potential,” says the Director.<br />
This high-volume production was only possible due to two key<br />
factors: technology and investment in personnel. For the Director,<br />
the evolution of processes and equipment used in recent years has<br />
made all the difference in Duffato’s growth. Still, the most important<br />
thing is to have a team ready to face the challenges that planting<br />
presents. “We are committed to constant improvement for our<br />
employees; we invest in courses, training, and capacity building.<br />
Having the best workforce in the nursery is essential for what I<br />
believe in and want for our employees,” says Duffecky.<br />
a responsável por mais de metade daquilo que é produzido<br />
na empresa. “Hoje temos um produto que atende a todas as<br />
exigências de alta produtividade, que se adapta nas regiões sul<br />
e sudeste do Brasil, oferecendo para nossos clientes uma muda<br />
que se tornará uma árvore com grande potencial comercial e<br />
produtivo”, aponta o diretor.<br />
Essa produção de grande volume só foi possível por dois<br />
fatores preponderantes: tecnologia e investimento em pessoal.<br />
Para o diretor a evolução de processos e equipamentos utilizados<br />
nos últimos anos fez total diferença no crescimento da Duffato,<br />
mas o mais importante é ter um time pronto para encarar os<br />
desafios que o plantio apresenta. “Temos um compromisso de<br />
melhoria constante para nossos funcionários, investimos em<br />
cursos, formação e capacitação. Ter a melhor mão de obra dentro<br />
do viveiro é algo indispensável para aquilo que acredito e quero<br />
para os colaboradores”, expõe Maicon.<br />
NATIVAS E NÃO MADEIREIRAS<br />
O leque de opções para árvores nativas da Duffatto supera as<br />
120 espécies e sua finalidade pode variar de acordo com o que o<br />
cliente deseja. “Temos um compromisso com a sustentabilidade<br />
e recuperação de áreas degradadas, por isso investimos tanto nas<br />
espécies nativas e acreditamos no seu potencial para melhorar o<br />
meio ambiente”, destaca Maicon.<br />
Uma nativa com um espaço muito especial nos viveiros é<br />
a erva-mate, planta muito comum no sul do país e cujas folhas<br />
são colhidas para a produção do chimarrão e a vassoura para a<br />
produção de própolis verde, o pau amargo que também entra na<br />
produção de árvores para alimentação. “Temos consumidores de<br />
plantas nativas que desde os primeiros anos de nosso trabalho entendem<br />
e valorizam nossa atividade. As nativas são essenciais para<br />
a regeneração de áreas onde a ação humana está presente, pois<br />
há necessidade de expansões, construções de estradas e outros<br />
tipos de vias de infraestrutura que afetam a natureza e é nesse<br />
momento que nós entramos com essas mudas”, explica o diretor.<br />
NATIVE AND NON-TIMBER<br />
Duffatto offers a comprehensive selection of native trees, with<br />
over 120 species available. Our trees are suitable for a range of<br />
purposes, tailored to meet the specific needs of our customers. “We<br />
are committed to sustainability and the recovery of degraded areas,<br />
which is why we invest significantly in native species and believe<br />
in their potential to improve the environment,” states Duffecky.<br />
One native species that is particularly noteworthy is yerba mate,<br />
a plant that is widely prevalent in the southern regions of the Country.<br />
Its leaves are harvested for use in the preparation of chimarrão,<br />
as well as other products such as Baccharis dracunculifolia, which<br />
is utilized in the production of green propolis. Additionally, Quassia<br />
amara L. is employed in the food industry. “We have customers who<br />
have been loyal to our native plant products since the beginning of<br />
our Company. Native plants are vital for restoring areas affected<br />
by human activity, such as construction projects and infrastructure<br />
development. Our seedlings play a crucial role in this process,” the<br />
Director stated.<br />
Hoje temos um produto que<br />
atende a todas as exigências<br />
de alta produtividade, que<br />
se adapta nas regiões sul e<br />
sudeste do Brasil, oferecendo<br />
para nossos clientes uma muda<br />
que se tornará uma árvore com<br />
grande potencial comercial e<br />
produtivo<br />
Maicon Diego Duffecky,<br />
diretor da Duffatto<br />
54 www.referenciaflorestal.com.br
PINHÃO<br />
Um dos maiores orgulhos de Maicon é nunca ter perdido a sua<br />
ligação com a universidade e a pesquisa para o desenvolvimento<br />
do viveiro. A araucária enxertada produzida na Duffatto vem de<br />
uma parceria desenvolvida junto à Embrapa Florestas (Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) - Colombo (PR), que desenvolveu<br />
esse método que acelera a produção de pinhão para<br />
um terço do tempo esperado na árvore com desenvolvimento,<br />
gerando as primeiras pinhas com 4 ou 5 anos, contra 15 anos das<br />
árvores tradicionais.<br />
Maicon explica que no método aplicado nas mudas de araucária<br />
produzidas há um controle total para que o pinhão tenha um<br />
determinado tempo de desenvolvimento e possa ser enxertado<br />
da maneira correta. “Nosso processo enxerta uma gema de uma<br />
árvore adulta em uma planta jovem. Enquanto raízes e tronco<br />
estão em fase de desenvolvimento, o galho já está em estágio de<br />
geração de pinhas, que acelera exponencialmente a produção do<br />
pinhão”, conta Maicon orgulhoso de sua atividade. Outro detalhe<br />
é que essas árvores geram suas sementes tendo atingido poucos<br />
metros de altura, o que facilita a sua colheita e torna a atividade<br />
do pinhão muito mais rentável para o produtor.<br />
A Duffatto já atende o Brasil todo com suas mudas e Maicon<br />
vê apenas motivos para continuar investindo e trabalhando para<br />
ter ainda mais sucesso em sua atuação. Para o diretor já existe<br />
também uma preocupação com a sucessão do viveiro e por isso<br />
ele se orgulha muito de ter sua família, esposa e filhos, sempre<br />
juntos, participando e aprendendo sobre as demandas do dia a<br />
dia. “Uma frase que gosto muito é que cada um é do tamanho do<br />
seu sonho. Sonhamos grande na Duffatto, chegamos em muitos<br />
lugares, muito além do que pensava há 20 anos, mas isso não diminui<br />
a vontade de fazer mais e chegar muito além”, conclui Maicon.<br />
PINE NUT<br />
One of Duffecky’s greatest professional achievements is that<br />
he has maintained a strong connection with the university and<br />
continued to contribute to the nursery’s development. The grafted<br />
araucaria produced at Duffatto is the result of a partnership with<br />
the Brazilian Agricultural Research Company (Embrapa Florestas).<br />
This collaboration has led to the development of a method that<br />
significantly reduces the time required to produce pine nuts, cutting<br />
it by up to a third. This approach enables the first pine cones to form<br />
at four or five years old, compared to 15 years for traditional trees.<br />
Duffecky explains that the method applied to the araucaria<br />
seedlings is fully controlled, allowing for precise regulation of the<br />
pine nut’s development time and ensuring accurate grafting. “Our<br />
process involves grafting a gain from an adult tree onto a young<br />
plant. While the roots and trunk are still developing, the branch is<br />
already at the stage of generating pine cones, which exponentially<br />
speeds up the production of pine nuts,” says Duffecky, who is proud<br />
of his work. Another advantage is that these trees generate their<br />
seeds when they are only a few meters high, which makes them<br />
easier to harvest and much more profitable for the producer.<br />
Duffatto already serves the entire Brazilian market with its seedlings,<br />
and Duffecky sees no reason to cease investing and working<br />
to become even more successful. The Director is also concerned<br />
about the succession of the nursery. Therefore, he is proud to have<br />
his family, including his wife and children, participate in and learn<br />
about the nursery’s day-to-day operations. “A phrase I like very<br />
much is that everyone is the size of their dream. At Duffatto, we<br />
have set ambitious goals and achieved significant milestones far<br />
beyond what I anticipated 20 years ago. However, this does not<br />
diminish our aspiration to do more and reach even greater heights,”<br />
Duffecky concludes.<br />
Outubro 2024<br />
55
INTEGRAÇÃO<br />
56 www.referenciaflorestal.com.br
INTEGRAÇÃO<br />
que dá certo<br />
Estudo realizado em Goiás<br />
apresenta dados relevantes para<br />
a valorização da prática de ILPF<br />
(Integração Lavoura-Pecuária-<br />
Floresta) no cerrado brasileiro<br />
Fotos: divulgação<br />
Outubro 2024<br />
57
INTEGRAÇÃO<br />
U<br />
m estudo realizado pela Embrapa (Empresa<br />
Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o<br />
Ifgoiano (Instituto Federal Goiano) avaliou<br />
o impacto de sistemas de ILPF (Integração<br />
Lavoura-Pecuária-Floresta) recém-implantados<br />
sobre a qualidade do solo do cerrado goiano. O trabalho<br />
evidenciou melhorias, em comparação à pastagem não cultivada,<br />
por meio de indicadores de disponibilidade de água<br />
e de aeração (processo de renovação do ar entre o solo e a<br />
atmosfera). No segundo caso, o aumento da macroporosidade<br />
do solo chegou a ser 50% superior ao do pasto-referência.<br />
Esses dois elementos são importantes, pois estão ligados à<br />
sustentabilidade para o crescimento vegetal e para a vida<br />
microbiana debaixo da terra. Essa pesquisa foi realizada em<br />
duas fazendas-escola do Ifgoiano, uma no município de Morrinhos<br />
(GO) e outra em Iporá (GO), consideradas como representativas<br />
da região do sudoeste goiano, onde se produz<br />
cerca de 9% da safra de grãos brasileira. Os sistemas de ILPF<br />
possuíam de um a dois anos de implantação, ou seja, estavam<br />
em seu início, e compreenderam árvores de eucalipto e<br />
nativas (como baru e angico) com o cultivo, nas entre fileiras,<br />
de soja, milho e braquiária. Vacas leiteiras foram colocadas<br />
para pastejo na área da forrageira enquanto cercas elétricas<br />
protegiam o crescimento das árvores. Para efeito de comparação,<br />
levou-se em conta áreas de referência sob pastagens<br />
não cultivadas há mais de 30 anos.<br />
Os pesquisadores fizeram a coleta de amostras de solo<br />
nas áreas dos experimentos em sete camadas diferentes de<br />
perfil do solo, em uma profundidade de até 1m (metro). A<br />
coleta de amostras de solo até 1m em áreas com o componente<br />
arbóreo é importante, devido ao alcance das raízes das<br />
árvores nos sistemas de produção. As amostras passaram por<br />
procedimentos laboratoriais, incluindo análises estatísticas<br />
de indicadores relacionados à porosidade e propriedades<br />
físico-hídricas do solo.<br />
SOLOS COM MAIOR RETENÇÃO DE ÁGUA E AERAÇÃO<br />
Os resultados obtidos foram que, em Morrinhos e Iporá,<br />
a ILPF aumentou a umidade retida pelo solo, entre 0,1 mm<br />
(milímetro) e 0,7 mm por centímetro de solo, em comparação<br />
à área de pastagem não cultivada que era a de referência.<br />
Essa quantidade de água, aparentemente pouca, pode<br />
ser crucial para a sobrevivência das plantas durante longos<br />
períodos de seca e altas temperaturas. Em Iporá, onde baru<br />
e eucalipto foram cultivados no sistema de ILPF, o solo apresentou<br />
também maior capacidade de aeração em comparação<br />
com a área de referência. O experimento considerou a<br />
camada mais superficial do solo (até 30 centímetros de profundidade),<br />
onde essas diferenças foram mais significativas.<br />
A pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão, Márcia Carvalho,<br />
foi uma das coordenadoras desse trabalho. Ela explica<br />
o contexto em que foram obtidos esses resultados e a diferença<br />
dos efeitos do sistema de ILPF medidos em cada um<br />
dos experimentos. Segundo Márcia, no caso de Morrinhos, o<br />
solo da fazenda é classificado como latossolo argiloso e nas<br />
condições em que o sistema de ILPF foi conduzido, foram<br />
medidos maiores valores de CAD (capacidade de água disponível<br />
no solo) do que na pastagem de referência. “Isso pode<br />
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Maior CAS significa maior<br />
capacidade de atender à<br />
demanda respiratória de raízes<br />
e microrganismos, o que é<br />
importante nesses solos que,<br />
apesar de arenosos, podem<br />
ter drenagem impedida, devido<br />
ao nível alto do lençol freático<br />
e formação de pedra canga,<br />
material sólido formado por<br />
minerais<br />
Márcia Carvalho, pesquisadora<br />
da Embrapa<br />
ser atribuído ao maior volume de microporos responsáveis<br />
pela retenção e armazenamento de água no solo. Latossolos<br />
naturalmente são ricos em agregados e microporos, mas o<br />
sistema de ILPF contribuiu para o aumento desses sítios de<br />
armazenamento de água em relação à pastagem não cultivada”,<br />
compara Márcia.<br />
Em Iporá, a pesquisadora observa que o experimento<br />
ocorreu em um cambissolo, com destaque para o indicador<br />
CAS (capacidade de aeração do solo), que mede o número<br />
de poros responsáveis pela troca de oxigênio e dióxido de<br />
carbono entre a atmosfera e o solo. O CAS é diretamente<br />
proporcional à macroporosidade, que aumentou 50% no sistema<br />
de ILPF em relação ao solo do pasto-referência. “Maior<br />
CAS significa maior capacidade de atender à demanda respiratória<br />
de raízes e microrganismos, o que é importante<br />
nesses solos que, apesar de arenosos, podem ter drenagem<br />
impedida, devido ao nível alto do lençol freático e formação<br />
de pedra canga, material sólido formado por minerais”, complementa<br />
Márcia.<br />
A dinâmica da vida de raízes e microrganismos no solo<br />
está ligada a uma série de processos envolvendo a saúde do<br />
solo: a fertilidade, a absorção de nutrientes pelas plantas e a<br />
sustentabilidade agrícola, além do papel ecológico como a ciclagem<br />
de nutrientes e a decomposição de matéria orgânica,<br />
relacionadas à captura de carbono e nitrogênio da atmosfera.<br />
A pesquisadora destaca que os experimentos conduzidos,<br />
de avaliação do impacto de curto prazo de sistemas ILPF<br />
nas características físico-hídricas de solos típicos da região<br />
centro-oeste do Brasil, são uma forma de acompanhar as<br />
diferenças na evolução da qualidade do solo, desde a fase<br />
inicial de implantação da integração entre cultivos, forragei-<br />
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A maior vantagem dos dentes de corte Timberblade está na combinação de tecnologia de auto afiamento, maior<br />
número de arestas de corte e durabilidade superior. Essas características trazem benefícios significativos em termos<br />
de eficiência operacional, economia de combustível e menor necessidade de substituição.<br />
Principais vantagens:<br />
1. Tecnologia de Auto Afiamento: Os dentes Timberblade,<br />
possuem uma geometria patenteada que permite que<br />
eles se auto afiem durante o uso.<br />
2. Maior Número de Arestas de Corte: Enquanto o<br />
mercado costuma ofertar dentes com 4 arestas de corte,<br />
os dentes Timberblade possuem até 12. Isso significa que<br />
os dentes afiados por mais tempo, aumentando a vida<br />
útil do equipamento e reduzindo o tempo de<br />
inatividade para trocas ou manutenção.<br />
3. Durabilidade e Resistência ao Impacto: Os dentes<br />
Timberblade são projetados para resistir a impactos<br />
em terrenos difíceis, como aqueles com pedras, sem<br />
sofrer danos significativos.<br />
4. Economia de Combustível e Produtividade: A<br />
eficiência dos dentes Timberblade, devido à sua<br />
geometria avançada e menor necessidade de<br />
afiação, resulta em economia de combustível e<br />
aumento da produção, já que os cortes são mais<br />
rápidos e suaves.<br />
Essas inovações fazem dos produtos Timberblade uma opção superior, principalmente para quem busca<br />
reduzir custos operacionais e aumentar a produtividade em atividades florestais.<br />
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INTEGRAÇÃO<br />
ras e espécies arbóreas. Por isso, ela considera importante a<br />
continuidade de monitoramento ao longo do tempo.<br />
BIODIVERSIDADE<br />
O conhecimento em torno da ILPF pressupõe que sistemas<br />
de integração permitem modelos sustentáveis de produção<br />
de grãos, forrageiras, carne e leite, ao mesmo tempo<br />
em que aumenta a renda no campo. A ILPF possibilita a recuperação<br />
de solos degradados e a preservação de recursos<br />
naturais, como a água. Reduz ainda a pressão para abertura<br />
de novas áreas no meio rural.<br />
Além da ILPF, existem outros tipos de sistemas de integração<br />
que contribuem para uma produção mais sustentável.<br />
De acordo com Márcia, os sistemas agroflorestais são também<br />
um tipo de produção agrícola, em que a introdução de<br />
árvores contribui para regular a temperatura local e manter<br />
a umidade e a água no solo, pois são fatores essenciais para<br />
o enfrentamento do longo período de seca e ondas de calor<br />
cada vez mais frequentes no cerrado.<br />
A pesquisadora cita também os chamados sistemas<br />
agroecológicos e participativos como opções de produção<br />
sustentável, pois possibilitam simultaneamente construir e<br />
resgatar conhecimentos e tecnologias para adaptação em<br />
nível local de comunidades e, portanto, as parcerias e a ação<br />
coletiva são uma marca da diversidade nesses sistemas de<br />
produção. “Nesse caso, custos e ganhos econômicos e ecológicos<br />
andam lado a lado, no sentido de que há sempre uma<br />
compensação a ser feita”, acrescenta Márcia.<br />
A especialista explica ainda que sistemas agroecológicos<br />
de produção estão alinhados aos objetivos de desenvolvimento<br />
sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas)<br />
e à Agenda 2030, por meio da busca por formas de produção<br />
e consumo mais sustentáveis, combate à fome e enfrentamento<br />
às mudanças do clima. Com relação a essa última,<br />
Márcia menciona que a biodiversidade, a perenidade e a estabilidade<br />
de produção nos sistemas agroecológicos ao longo<br />
do tempo são estratégias-chave para o enfrentamento de<br />
incertezas geradas pelos extremos climáticos, além de contribuírem<br />
para aumentar a segurança alimentar.<br />
Com respeito ao âmbito das mudanças climáticas, ela<br />
pondera que são respostas naturais e biofísicas do planeta<br />
terra às atividades humanas. O desmatamento para o cultivo,<br />
a queima de combustíveis fósseis para transporte, mecanização<br />
e produção de insumos ou bens de consumo industrializados<br />
são importantes fontes de emissão de GEE (gases de<br />
efeito estufa). “O aquecimento global é inevitável e irreversível<br />
numa escala de tempo secular, mas podemos nos adaptar<br />
aos efeitos da mudança do clima em níveis regional e local.<br />
Precisamos implementar as estratégias baseadas no conhecimento<br />
e tecnologias da pesquisa e experiência agronômica,<br />
especialmente em países tropicais como o Brasil, onde a agricultura<br />
pode ser uma aliada na produção de alimentos e de<br />
qualidade de vida”, conclui a pesquisadora.<br />
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N<br />
o ano em que celebra 25 anos de atuação no segmento<br />
de base florestal e logística, a Vale do Tibagi, empresa<br />
paranaense de Telêmaco Borba (PR), não para de<br />
investir para atender com ainda mais qualidade seus<br />
clientes. O mais novo investimento da empresa foi<br />
atração da feira Lignum Latin America. Exposto no stand de um de<br />
seus principais parceiros, a Timber, estava a Plantadeira PlantMax X3<br />
automática que abre portas para a silvicultura mecanizada em um<br />
novo nível na empresa, onde o acompanhar o avanço da tecnologia<br />
é fundamental.<br />
Lais Malinowski Janacievicz, coordenadora de marketing e comunicação<br />
da Vale do Tibagi, celebrou a nova conquista que marca um<br />
ano tão importante para a empresa. “É uma nova oportunidade que<br />
temos agora na silvicultura, com a tecnologia, aprimorando a eficiência,<br />
produtividade e segurança, em um setor em franca expansão, podemos<br />
ampliar ainda mais nossa atuação que já estava em outros processos<br />
dentro da cadeia florestal”, valorizou Lais.<br />
Claumar Baldissera, gerente de Vendas Divisão <strong>Florestal</strong> aproveitou<br />
o momento para exaltar a parceria entre as empresas, que é uma das<br />
mais antigas no país e que fortaleceu ainda mais a relação entre as<br />
empresas. “Somos parceiros de longa data e ver a VT poder dar esse<br />
passo à frente com a PlantMax , de ser a primeira empresa do segmento<br />
de serviços florestais a investir na mecanização da silvicultura com um<br />
equipamento que nós trazemos”, apontou Claumar.<br />
Claumar ainda prosseguiu valorizando a eficiência da Timber em<br />
relação ao atendimento, entrega técnica e acompanhamento oferecido<br />
para a empresa, que tem como representante no Brasil Christer Larsson,<br />
que é gerente de produto responsável pelo equipamento. “É um<br />
equipamento de alta qualidade, com piloto automático, com total informação<br />
sobre o plantio, mapeamento via GPS, aplicação de fertilizante<br />
junto ao plantio que faz até 1 hectare por hora”, completou Christer.<br />
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2024<br />
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Feira agrada expositores<br />
e se destaca pelos<br />
eventos paralelos<br />
Fotos: Malinovski e REFERÊNCIA<br />
Outubro 2024<br />
67
FEIRA<br />
É<br />
difícil pensar na vida sem a madeira. Ela<br />
está ao nosso redor: móveis, portas, pisos e<br />
muito mais. O Brasil tem 10 milhões de ha<br />
(hectares) de florestas plantadas, que atendem<br />
a essas necessidades. Elas são usadas<br />
exclusivamente para fins industriais e são, principalmente,<br />
do gênero pinus e eucalipto.<br />
Em meados de setembro todo esse universo foi discutido<br />
e apresentado durante a SIM (Semana Internacional<br />
da Madeira), que ocorreu em Curitiba (PR), com o V<br />
Woodtrade Brazil, no Centro de Eventos do Sistema Fiep.<br />
O evento, promovido pela Abimci (Associação Brasileira<br />
da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), em<br />
parceria com a Fiep (Federação das Indústrias do Estado<br />
Paraná) e a Malinovski, reuniu 720 participantes, entre<br />
empresários e lideranças do setor da madeira e de base<br />
florestal para tratar de temas sensíveis e relevantes dos<br />
mercados interno e externo, cadeia de suprimentos, desafios<br />
e oportunidades.<br />
Durante os quatro dias de programação, que incluíram<br />
também a Feira Lignum Latin America, o VI ENCAPP (Encontro<br />
da Cadeia Produtiva da Porta), o 1º Lignum Talks,<br />
além de diversos eventos técnicos, a maioria dos participantes<br />
era de tomadores de decisões, como empresários,<br />
diretores, executivos e gerentes de grandes indústrias.<br />
A SIM, cujo ponto alto é a Lignum Latin America, feira<br />
da cadeia produtiva da madeira, encerrou a V edição<br />
com 11.190 visitantes, vindos de 21 Estados brasileiros e<br />
22 países da América Latina, Europa e Ásia. Segundo os<br />
organizadores, o número representa um aumento de 35%<br />
em relação à edição anterior, realizada em 2022. A feira<br />
também satisfez expositores, com 165 empresas participantes,<br />
representando um crescimento 40% maior, que<br />
na última edição.<br />
68 www.referenciaflorestal.com.br
BACHIEGA<br />
Especialista na fabricação de piso móvel para os<br />
transportes de cavaco e biomassa, a BACHIEGA levou à<br />
Lignum seu principal lançamento para o ano de 2024 que<br />
fez parte das demonstrações da área externa da feira.<br />
Elisangela Abel, supervisora administrativa, valorizou<br />
muito a experiência e as oportunidades trazidas pela feira.<br />
“Somos líderes nacionais no nosso segmento e para a<br />
Lignum viemos com nossa novidade em piso móvel com<br />
a maior capacidade de carga semirreboque no comprimento<br />
de 15,60m (metros), com 4 eixos e capacidade<br />
volumétrica de 114 m³ (metros cúbicos). Agradecemos<br />
a todos que nos visitaram e puderam conhecer todas as<br />
nossas soluções para o mercado”, valorizou Elisangela.<br />
BRUNO<br />
“A Lignum é um espaço essencial para o desenvolvimento<br />
do setor, e estar presente aqui reafirma nossa liderança<br />
e nosso compromisso com a inovação”, destacou<br />
o diretor da Bruno, Angelo Ricardo Henz. Ditando tendências<br />
a empresa aproveitou o evento para apresentar<br />
o seu mais novo lançamento, o picador estacionário Titan<br />
PBFTE 600/800x1200, que chamou a atenção de visitantes<br />
e especialistas do setor. Na avaliação da Bruno a feira<br />
foi uma excelente oportunidade para a apresentação das<br />
nossas soluções, mas também para o fortalecimento de<br />
parcerias e o compartilhamento de conhecimentos com<br />
clientes e potenciais novos parceiros.<br />
DINAGRO<br />
A Dinagro é uma referência na fabricação de iscas<br />
formicidas no Brasil e sua presença na Lignum ficou marcada<br />
por toda a tradição e reconhecimento que ela tem<br />
dentro do mercado. Maria Fernanda, assistente comercial<br />
da Dinagro, celebrou os 56 anos de história e a principal<br />
inovação realizada esse ano pela empresa paulista.<br />
“Em agosto pudemos realizar a inauguração da nossa<br />
nova linha de produção de iscas resistentes a água e aqui<br />
para a Lignum trouxemos esse produto que é nosso carro-chefe<br />
e parte essencial do ciclo da madeira”, destacou<br />
Maria Fernanda.<br />
Outubro 2024<br />
69
FEIRA<br />
DRV<br />
“Tudo isso é feito para vocês, para os nossos parceiros”,<br />
explica Diego Ricardo Vieira, diretor da DRV,<br />
sobre o estande que chamou atenção na feira. Para<br />
a Lignum a DRV trouxe uma grande novidade que é<br />
uma nova linha de sabres, ponteiras e afiadoras da<br />
DRV para o segmento florestal. “Era um segmento<br />
que nós já queríamos fazer parte e agora estamos<br />
muito orgulhosos de trazer nossa excelência para o<br />
corte florestal”, afirmou Diego.<br />
DUFFATTO VIVEIRO FLORESTAL<br />
Uma das maiores empresas do segmento de viveiros<br />
florestais está passando por um grande momento,<br />
celebrando 20 anos de história, com ampliação de sua<br />
área de plantio, uma variedade cada dia mais de espécies<br />
de nativas para reflorestamento e também frutíferas.<br />
“Estamos com muitas novidades e a principal delas é a<br />
araucária enxertada para a produção de pinhão, que é<br />
uma parceria nossa com a Embrapa Florestas e tem gerado<br />
as sementes em um ritmo muito mais rápido que as<br />
árvores tradicionais”, exaltou Maicon Duffecky, diretor da<br />
Duffatto.<br />
ELOFORTE<br />
André Wedderhoff, diretor comercial da Eloforte,<br />
empresa especializada na fabricação de máquinas para<br />
afiação de correntes florestais para implementos florestais<br />
como garras traçadoras e harvesters, valorizou<br />
as oportunidades de negócios que a feira proporcionou<br />
para a Eloforte. “Ficamos muito felizes com a feira,<br />
muitos bons negócios, muita interação com os clientes<br />
e sabemos que teremos ainda mais trabalho depois da<br />
feira para atender o grande volume de pedidos”, celebrou<br />
André.<br />
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também para a área de demonstração externa da feira,<br />
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Arnaldo Casselli, diretor da Envimat, valorizou a<br />
feira por suas possibilidades de negócios. “É a principal<br />
feira do país, abre muitas portas para todas as frentes de<br />
equipamentos que nós representamos e para diferentes<br />
demandas dos clientes nós temos as soluções ideais em<br />
nosso portifólio”, apontou Arnaldo.<br />
FEX<br />
“A Lignum é sempre um marco, sempre muito importante<br />
para nós da FEX”, elogiou Carlos Santos, consultor<br />
técnico da FEX. Para essa feira a FEX trouxe uma nova<br />
versão da catraca pneumática FEX, que gera ainda mais<br />
segurança e praticidade para o operador. “Essa nova<br />
catraca passou por uma reestruturação, deixando ainda<br />
mais robusta e ainda utilizando somente o ar do caminhão.<br />
Agora com engrenagens mais fortes, trazendo mais<br />
longevidade ao produto e até duas toneladas de força de<br />
contensão para a carga de madeira”, explicou Carlos.<br />
FEZER<br />
Na Lignum 2024, apresentamos nossa diversificada<br />
gama de máquinas e soluções para a indústria madeireira,<br />
com foco nas Linhas de Laminação (com e sem fusos),<br />
Secadores de Lâminas e Picadores Florestais. Em especial,<br />
destaca o modelo PFA 10120, lançado no ano passado,<br />
que conta com esteiras autopropelidas. “Participamos de<br />
todas as edições desta feira, desde a primeira, e os resultados<br />
sempre foram extremamente positivos. Este evento<br />
nos proporciona estabelecer novos contatos, fortalecer<br />
parcerias existentes e aumentar a visibilidade da nossa<br />
marca, que recentemente celebrou 76 anos de história”,<br />
enalteceu Roman Iliin, diretor comercial da Fezer.<br />
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FEIRA<br />
J DE SOUZA<br />
Capa da edição da REFERÊNCIA <strong>Florestal</strong> que circulou<br />
na Lignum a J de Souza levou ao evento toda sua<br />
tradição em implementos florestais. Fabrízio Santana,<br />
supervisor da Unidade Brasil Leste da J de Souza, apontou<br />
a oportunidade que a feira traz para apresentar as<br />
novidades e celebrar um ano tão importante. “Nesse<br />
ano completamos 45 anos de história e nada melhor do<br />
que estar na capa da revista que está aqui na feira, com<br />
nosso principal destaque que é a nova garra traçadora. É<br />
um momento de muita gratidão e de trabalho para continuarmos<br />
levando nosso melhor para nossos clientes”,<br />
destacou Fabrízio.<br />
LION EQUIPAMENTOS<br />
Quem visitou o estande da Lion pôde conhecer os<br />
principais equipamentos que a empresa dispõe para o<br />
mercado florestal, que são cabeçotes e garras florestais<br />
com excelência e reconhecimento internacional.<br />
Alexandre Falce, consultor comercial de equipamentos,<br />
enalteceu o crescimento do mercado florestal em 2024.<br />
“O ano começou um pouco desacelerado, mas há uma<br />
crescente contínua, alguns setores voltaram a produzir<br />
e com isso as vendas dos equipamentos nos levaram a<br />
um crescimento que superou nossas expectativas para o<br />
ano”, comemorou Alexandre.<br />
LUFER<br />
“Trouxemos para a Lignum a nossa nova garra traçadora<br />
florestal que é a combinação de toda a tradição,<br />
experiência e tecnologia que a Lufer conquistou em nossos<br />
50 anos de história”, afirmou Luciano Silva, diretor da<br />
Lufer. Além desse implemento, a empresa levou para a<br />
feira toda uma nova linha de rotatores e peças de reposição<br />
para a Lignum 2024. “Uma feira com um excelente<br />
aproveitamento, seja pelos negócios novos, mas também<br />
pelos reencontros que a feira proporciona”, completa<br />
Luciano.<br />
74 www.referenciaflorestal.com.br
FEIRA<br />
MANOS<br />
A Lignum foi escolhida para a primeira apresentação<br />
da nova Linha Biomassa da Manos Implementos. Kimio<br />
Mori, gerente comercial da Manos, explica que essa novidade<br />
é focada numa projeção de que a biomassa seja<br />
uma das principais fontes de energia mundiais ainda neste<br />
século. “Esse implemento com todas as características<br />
que estamos comercializando, tem o primeiro bitrem já<br />
rodando na operação da Klabin de Otacílio Costa (SC), é<br />
ideal para o transporte de biomassa que pode ser descarregado<br />
entre 3 min a 5 min (minutos), totalmente operado<br />
com controle remoto, trazendo mais segurança para o<br />
operador e velocidade no campo”, explicou Kimio.<br />
MILL INDÚSTRIAS<br />
O analista de Comunicação & Marketing da empresa,<br />
Bruno Valim, explicou o funcionamento do lançamento<br />
da empresa na feira. “O produto que nós expomos na<br />
Lignum é um lançamento que hoje contempla um dispositivo<br />
que executa o fechamento rápido nos cabeçotes da<br />
máquina bloco ou da máquina geminada, o Dispositivo<br />
de Fechamento Rápido para Serra Fita Vertical Geminada<br />
e Bloco. Esse mecanismo novo dispensa o sistema manual<br />
de ajustes e substitui um classificador, otimiza a produção<br />
e é possível fazer a programação com o range de<br />
diâmetro da madeira que o cliente processa. Um sensor<br />
na esteira da máquina faz o ajuste automático de acordo<br />
com a madeira que está passando.<br />
NORDTECH<br />
Fabiano Ribeiro, especialista técnico harvester da<br />
Nordtech, foi o responsável por receber e apresentar<br />
tudo que a empresa tem para o segmento florestal.<br />
A empresa, que é a principal distribuidora Oregon na<br />
América Latina, levou à feira um catálogo completo de<br />
soluções para o corte florestal. “Temos a linha Oregon<br />
SpeedMax, que é um grande sucesso de mercado, bem<br />
como afiadores manuais e automáticos, rompedores e<br />
rebitadores, que facilitam a operação no campo”, destacou<br />
Fabiano.<br />
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FEIRA<br />
PLANALTO<br />
Direto de Campos Novos (SC), a Planalto é uma das<br />
mais tradicionais empresas do segmento de picadores<br />
florestais e de pátios de cavaco, que é parceira da Revista<br />
REFERÊNCIA há 25 anos. Luis Carlos Mecabo, diretor da<br />
Planalto, destacou o crescimento do mercado de cavaco<br />
e biomassa, que tem impulsionado os negócios da<br />
empresa. “Quando comecei a mexer com cavaco ainda<br />
nos anos 1980, pensava que não seria algo tão grande.<br />
Nunca fui tão feliz por estar errado e ver o crescimento e<br />
as oportunidades que temos nesse mercado”, celebrou<br />
Mecabo.<br />
POTENZA<br />
“Estamos em mais uma edição da Lignum trazendo<br />
toda a nossa expertise em movimentação de carga e implementos<br />
para a operação florestal”, destacou Eliel Burigo,<br />
diretor da Potenza. Para a Lingum a Potenza trouxe<br />
o novo modelo de subsolador, que é mais leve e eficiente<br />
que seus modelos anteriores, como afirma Paulo Sergio<br />
Borges, engenheiro da Potenza. “É um equipamento 3<br />
toneladas mais leve que seus pares com sistema hidráulico<br />
na aiveca. O equipamento conta com amortecimento<br />
hidráulico, que compensam a diferenciação gerada por<br />
tocos, evitando, assim, o tombamento do equipamento”,<br />
explicou Paulo.<br />
RECIMAC<br />
Em sua primeira participação na Lignum, a Recimac,<br />
localizada em Palhoça (SC), apresentou suas melhores<br />
soluções em sistemas de peneiramento. Christian Martini,<br />
gerente comercial da empresa, destacou: “Trouxemos<br />
para este evento nossa principal novidade do ano:<br />
uma nova linha de produtos fabricados com materiais<br />
altamente resistentes à abrasão e insertos de Hardox,<br />
garantindo maior durabilidade e eficiência para os nossos<br />
equipamentos.”<br />
78 www.referenciaflorestal.com.br
FEIRA<br />
ROTARY<br />
A Rotary-Ax também marcou presença na Lignum<br />
2024. A empresa que estava no quintal de casa, por ser<br />
de Pinhais (PR), cidade onde foi realizada a feira, aproveitou<br />
para fortalecer ainda mais a sua marca e a tradição<br />
da empresa nos itens de reposição para o corte florestal<br />
mecanizado, como sabres, dentes de corte, facas para<br />
picadores, entre outros. “Trouxemos para o evento novidades<br />
para sabres, afiadores, ponteiras e o que temos<br />
de melhor para o mercado. E quem viu a capa da Revista<br />
REFERÊNCIA FLORESTAL pode ver nosso sabre na garra<br />
da J de Souza, que é uma parceira de negócios”, destacou<br />
Victor Shinohara, diretor industrial da Roraty-Ax.<br />
VANTEC<br />
A Vantec aproveitou a Lignum para apresentar o Picador<br />
<strong>Florestal</strong> BRONCO E, a solução ideal para otimizar a produção<br />
de cavaco a partir de toras, galhos e resíduos de madeira,<br />
sendo um equipamento compacto, montado sobre esteira<br />
rodante, com o motor hidráulico e fácil acesso para manutenção,<br />
e a Serra Circular para Desdobro Horizontal de Blocos<br />
e Costaneiras, a solução ideal para maximizar a eficiência<br />
no corte e desdobro de madeira com precisão e segurança,<br />
tendo alta performance e muita estabilidade durante a operação.<br />
“São novidades exclusivas da Vantec para continuarmos<br />
atendendo com excelência todo o segmento de base<br />
florestal”, afirma Fábio Grainer, gerente comercial de linha<br />
Biomassa, serraria, laminação, reciclagem e equipamento<br />
para produção de fertilizantes.<br />
WOODTECH<br />
“Somos uma empresa de tecnologia que desenvolve<br />
soluções para medição das características físicas da carga<br />
transportada em caminhões. Digitalizamos essas informações<br />
e tornamos o processo mais eficiente”, explica<br />
Pietro Sciavicco, executivo de vendas da Woodtech Brasil.<br />
Para Pietro a feira foi uma grande oportunidade para<br />
os clientes e visitantes nos encontrar e conhecer o que<br />
temos para o segmento florestal. “Foi um grande evento,<br />
ficamos muito gratos com as oportunidades de negócios<br />
e com a chance de apresentar nossa nova identidade<br />
visual para os principais nomes da indústria madeireira”,<br />
valorizou Pietro.<br />
80 www.referenciaflorestal.com.br
Manutenção e abertura de estradas e aceiros, enleiramento, limpa-trilho, movimentação de<br />
biomassa, carga e descarga de lenha/toras, silvicultura, aplicação de herbicidas, distribuição<br />
de corretivos, roçada mecanizada, subsolagem e locação de equipamentos.<br />
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EM 2025 A REVISTA BIOMAIS<br />
PASSA A SER MENSAL!<br />
NOVIDADE NA ÁREA<br />
A partir de 2025 a JOTA EDITORA vai ampliar sua produção. A<br />
Revista REFERÊNCIA BIOMAIS, que hoje é bimensal, passará a ser<br />
publicada mensalmente. A publicação será de fevereiro a<br />
novembro, atendendo a expansão do mercado de biomassa e<br />
energias renováveis que vem crescendo no Brasil. A publicação é<br />
destinada exclusivamente para produtores e consumidores de<br />
energias limpas e alternativas e há mais de 15 anos a equipe da<br />
editora vem buscando divulgar tecnologias, produtos e serviços<br />
para atender o setor. Com a publicação mensal esperamos<br />
ampliar a cobertura de produtos, novidades e políticas do<br />
segmento. A JOTA EDITORA atua há mais de 25 anos diretamente<br />
no mercado da informação, comunicação e marketing. Pelo<br />
respeito adquirido com as publicações, os produtos da editora se<br />
tornaram importantes formadores de opinião para diversos<br />
segmentos de mercado. As Revistas REFERÊNCIA (BIOMAIS,<br />
FLORESTAL, MADEIRA INDUSTRIAL, CELULOSE e PRODUTOS DE<br />
MADEIRA) são responsáveis pela divulgação de tudo que há de<br />
mais atual nas diversas áreas por meio de nossas publicações, que<br />
chegam em todas regiões do Brasil e vários países do exterior.<br />
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revistabiomais.com.br<br />
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LODOS INDUSTRIAIS, RESÍDUOS ORGÂNICOS, COMPOST BARN E ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO<br />
A compostagem e<br />
SEUS DESAFIOS<br />
Fotos: Emanoel Caldeira<br />
Desde a antiguidade tratar resíduos orgânicos de maneira<br />
adequada é opção para melhoria da qualidade do solo<br />
86 www.referenciaflorestal.com.br
O<br />
s gregos, os romanos e os povos orientais<br />
têm em comum a compostagem retratada<br />
em sua história como uma prática artesanal<br />
e empírica do aproveitamento dos resíduos<br />
orgânicos em geral. Desde aquela época,<br />
eles já sabiam da importância de devolvê-los ao solo em<br />
forma de fertilizantes naturais. Era considerado o adubo<br />
natural para melhorar o desenvolvimento agrícola. A prática<br />
da compostagem é a técnica de decomposição de resíduos<br />
orgânicos, independente do tipo de resíduo, que procura<br />
imitar o ciclo natural da decomposição de matéria orgânica,<br />
transformando em um adubo. Mas com o crescente uso de<br />
fertilizantes sintéticos, por serem mais práticos, passaram a<br />
ser utilizados pela comodidade e a facilidade de uso, ao contrário<br />
do composto orgânico que leva tempo e necessita de<br />
manejos para obter um bom fertilizante orgânico.<br />
No ocidente a compostagem moderna foi difundida<br />
através de pesquisas do agrônomo inglês Albert Howard,<br />
também conhecido como pai da agricultura orgânica. A<br />
partir de 1920 Howard sistematizou o processo de compostagem<br />
na Índia, criando o sistema Indore.<br />
A compostagem na atualidade é uma solução para todos<br />
os setores da atividade econômica que envolve resíduos<br />
orgânicos. Mas vale destacar algumas oportunidades na prática<br />
da compostagem:<br />
• Redução de resíduos orgânicos destinados a aterros<br />
sanitários (quando destinados adequadamente). A compostagem<br />
reduz o volume de lixo enviado a aterros sanitários,<br />
gerando economia para os geradores.<br />
• Adubo natural. O composto orgânico produzido é um<br />
adubo natural e pode ser utilizado na agricultura, jardinagem<br />
e paisagismo.<br />
• Redução de custos de produção. É possível produzir<br />
seu próprio composto e fazer uso nas próprias áreas de<br />
produção economizando na logística de destinação e substituindo<br />
os insumos agrícolas comprados externamente produzidos<br />
a partir do seu resíduo gerado.<br />
• Redução de emissões. A compostagem elimina a emissão<br />
de gases como o metano e o sulfídrico minimizando a<br />
contribuição do efeito estufa e principalmente os odores<br />
indesejáveis.<br />
Outubro 2024<br />
87
COMPOSTAGEM<br />
Outros benefícios da compostagem:<br />
1. Melhorias operacionais;<br />
2. Emissão de certificados ambientais;<br />
3. Relatório de impactos;<br />
4. Marketing verde;<br />
5. Criar subprodutos com oportunidades comerciais.<br />
Entretanto, quais os resíduos que podem ou devem ser<br />
tratados na compostagem:<br />
• Resíduos orgânicos de frigoríficos e abatedouros;<br />
• Dejetos de animais confinados (aves de corte, aves de<br />
postura, bovinocultura leiteira, bovinocultura de corte, codornas,<br />
suinocultura, haras, entre outros);<br />
• Tortas e farinhas da agroindústria;<br />
• Bagaços e outros resíduos da indústria de açúcar e<br />
álcool;<br />
• Cascas de frutas e legumes;<br />
• Lodos de ETE´s biológicos;<br />
• Produtos alimentícios vencidos ou fora de especificação;<br />
• Resíduos de podas e aparas da produção e da indústria<br />
da silvicultura;<br />
• Resíduos de podas e varrição urbana.<br />
Mas tratar os resíduos orgânicos na compostagem não<br />
basta para enxergar um bom negócio, principalmente para<br />
um empresário. Para isso é importante compreender qual o<br />
mercado em que se pode ser usado o composto:<br />
• No solo: o composto pode ser aplicado em cobertura<br />
como condicionador de solo biológico ou físico e como fertilizante<br />
para ser aplicado no preparo de solo;<br />
• Em vasos: preparação de substratos para vasos e fertilizantes<br />
para plantas que precisem de adubação;<br />
• Em jardins e paisagismo: pode ser diretamente no<br />
solo ou em jardineiras como substrato;<br />
• Em viveiros de mudas agrícolas e florestais: usar<br />
como substrato de mudas.<br />
Segundo o MMA (Ministério do Meio Ambiente ), os<br />
dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos mostram que<br />
45% dos resíduos sólidos urbanos são restos de alimentos<br />
e resíduos de jardinagem. Sua disposição inadequada em<br />
aterros sanitários e lixões é a segunda maior fonte de emissões<br />
de metano no país, de acordo com o SEEG (Sistema<br />
de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito<br />
Estufa).<br />
Nos dados do MMA, o Brasil é o quinto maior emissor<br />
global de metano, com potencial de efeito estufa 82,5 vezes<br />
maior que o do gás carbônico em um período de 20 anos. O<br />
país foi um dos mais de 155 signatários do “Compromisso<br />
Global do Metano”, pacto assinado na COP26, em 2021,<br />
para reduzir 30% das emissões de metano até 2030 em relação<br />
aos níveis de 2020.<br />
Podemos afirmar que a compostagem é uma fonte<br />
de renda para novos empreendedores. É uma prática de<br />
economia circular e do ESG para todos os geradores, sendo<br />
ainda, uma responsabilidade pública no âmbito dos órgãos<br />
governamentais, além de ser um caminho de solução mais<br />
barata e muito eficaz no tratamento de todos os resíduos<br />
orgânicos, independente da sua origem.<br />
Pergunte ao Tomita<br />
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88 www.referenciaflorestal.com.br
SECAS<br />
FLORESTA<br />
sem chuva<br />
90 www.referenciaflorestal.com.br
Secas atrasam em 20 anos<br />
a reposição de estoques<br />
de madeira em floresta<br />
manejada<br />
Fotos: divulgação<br />
TOP OF MIND EM<br />
PLANEJAMENTO<br />
FLORESTAL<br />
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SECAS<br />
Para recuperar o volume de madeira extraído<br />
em um ciclo de corte na floresta pode levar<br />
cerca de 45 anos. A constatação é de um estudo<br />
da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa<br />
Agropecuária), que avaliou a dinâmica<br />
de regeneração florestal em áreas de manejo do interior<br />
do Amazonas, durante duas décadas. Esse período de<br />
tempo está relacionado à ocorrência de secas sucessivas e<br />
consequente mortalidade das árvores, que atrasaram em<br />
20 anos o processo de recomposição da madeira extraída<br />
da floresta, previsto para 25 anos. Os resultados estão publicados<br />
em artigo na revista científica Forest Ecology and<br />
Management.<br />
Para conhecer os impactos da exploração madeireira<br />
na regeneração da floresta e a evolução desse processo, os<br />
pesquisadores monitoraram uma área de 600 ha (hectares),<br />
da fazenda Iracema, localizada no município de Lábrea<br />
(AM), entre os anos 2000 e 2022. Dividida em parcelas<br />
permanentes, a floresta foi medida antes e logo após o<br />
corte, procedimento que se repetiu outras sete vezes, em<br />
diferentes momentos da pesquisa, em campo e com auxílio<br />
de geotecnologias (drones com sensores remotos). Foram<br />
avaliados diferentes indicadores de desenvolvimento, como<br />
a biomassa acima do solo (madeira), ingresso de novas árvores,<br />
índice de crescimento de árvores residuais e taxa de<br />
mortalidade de plantas.<br />
Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Marcus Vinício<br />
Neves d´Oliveira, coordenador do estudo, as primeiras<br />
avaliações mostraram alta taxa anual de mortalidade de<br />
árvores (em torno de 5%), logo após o corte, e alto crescimento<br />
das árvores. Ele explica que nas florestas recém-exploradas<br />
esse índice de mortalidade é esperado, mesmo<br />
quando o manejo é de baixa intensidade, como é o caso da<br />
área estudada, mas diminui gradativamente. O corte e a<br />
retirada de madeira abrem espaços na floresta, o que reduz<br />
a competição entre as plantas por luz, água e nutrientes, favorecendo<br />
o desenvolvimento de árvores remanescentes e<br />
novas, fatores cruciais para a regeneração florestal. “Nossa<br />
expectativa era que, após esse primeiro momento, a floresta<br />
começasse a crescer de forma efetiva e se recuperasse<br />
plenamente em 20 a 25 anos, tempo considerado suficiente<br />
para a recomposição integral de áreas manejadas na Amazônia,<br />
onde sejam aplicadas técnicas de baixo impacto, mas<br />
o volume de madeira comercial cresceu de forma muito<br />
lenta”, aponta Marcus.<br />
As pesquisas sobre a regeneração da floresta gerenciada<br />
contam com a parceria do Fundo JBS pela Amazônia,<br />
entidade que financia, entre outras iniciativas, projetos<br />
92 www.referenciaflorestal.com.br
para a recuperação de áreas degradadas e geração de valor<br />
para a floresta em pé, e do Cirad, organização francesa de<br />
pesquisa agronômica e cooperação internacional para o<br />
desenvolvimento sustentável de regiões tropicais e mediterrâneas.<br />
ESTOQUES DE MADEIRA<br />
Os resultados da pesquisa revelaram que, em relação<br />
à biomassa, a floresta se regenerou completamente, após<br />
20 anos de exploração. O estoque calculado foi semelhante<br />
ao existente antes do corte, em função do crescimento<br />
de árvores remanescentes e das ingressantes (aquelas<br />
que atingiram o tamanho mínimo de 10 cm de diâmetro<br />
entre as especificidades e se planejadas). Entretanto, a<br />
recomposição dos estoques de madeira comercial extraída<br />
foi parcial, devido à alta taxa de mortalidade das árvores<br />
maiores. O especialista afirma que como resultado, temos<br />
uma floresta mais jovem, com predominância de árvores<br />
menores e é positivo ter uma floresta renovada, mas a<br />
redução do número de árvores grandes atrasa o ciclo do<br />
manejo florestal, uma vez que o corte e a exploração de<br />
madeira comercial, de acordo com a legislação florestal, só<br />
devem ser feitos em árvores com diâmetro acima de 50 cm<br />
(centímetros), medidas na altura do peito ou 1,30m (metro)<br />
do solo. “Considerando a média atual de crescimento das<br />
árvores, estimamos que essa floresta ainda traga cerca de<br />
Considerando a média<br />
atual de crescimento das<br />
árvores, estimamos que<br />
essa floresta ainda traga<br />
cerca de 20 anos para<br />
recuperar o estoque de<br />
madeira comercial original<br />
Marcus Vinício Neves d´Oliveira,<br />
pesquisador Embrapa Acre<br />
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Outubro 2024<br />
93
SECAS<br />
20 anos para recuperar o estoque de madeira comercial<br />
original”, ressalta Marcus.<br />
IMPACTOS DA SECA NA DINÂMICA FLORESTAL<br />
A pesquisa aponta que, apenas 8 anos após o corte e<br />
retirada das árvores, a floresta começou a dar respostas<br />
compatíveis com os cálculos de recuperação esperados.<br />
Houve redução significativa na mortalidade de árvores e<br />
aumento no ingresso de novas plantas e no crescimento<br />
de árvores residuais. Segundo o pesquisador, em princípio,<br />
esse atraso foi associado ao processo de exploração florestal,<br />
mas, 16 anos após o corte, a taxa de mortalidade de<br />
árvores subiu para 4% ao ano, fato considerado incomum<br />
para um período pós-manejo tão longo. Na visão do pesquisador<br />
é importante passarmos a avaliar outros fatores<br />
que poderiam influenciar a dinâmica florestal e percebemos<br />
que eventos climáticos causaram o crescimento da<br />
floresta mais lento, uma vez que o ganho pelo crescimento<br />
e novos ingressos de árvores foram perdidos, em boa parte,<br />
pela mortalidade. “Esse fator está diretamente relacionado<br />
a secas prolongadas na região, causadas como efeito do El<br />
Niño, evento climático que reduz o período de chuvas e aumenta<br />
a estiagem”, valoriza Marcus.<br />
É necessário investigar<br />
outros efeitos desses<br />
eventos na regeneração<br />
de áreas manejadas, como<br />
possíveis mudanças na<br />
sua estrutura florística e<br />
quais espécies comerciais<br />
são mais afetadas<br />
Evaldo Muñoz, pesquisador<br />
Embrapa Florestas<br />
94 www.referenciaflorestal.com.br
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores avaliaram<br />
uma série histórica com registros de previsões<br />
meteorológicas atípicas na Amazônia nos últimos 40 anos,<br />
que mostraram efeitos mais severos do El Niño em 2005,<br />
2010/2011, 2015/2016 e 2018, anos em que as taxas de<br />
mortalidade de árvores na área cultivada foram maiores.<br />
Os resultados das avaliações corroboram apontamentos de<br />
estudos anteriores, realizados nas florestas do Acre e em<br />
outras florestas tropicais, que evidenciaram a mortalidade<br />
de árvores associadas a eventos climáticos.<br />
MUDANÇAS NA ESTRUTURA DA FLORESTA<br />
No Brasil, o ciclo de corte previsto em planos de manejo<br />
de florestas é de 20 a 35 anos, conforme o volume<br />
de madeira extraído (intensidade de corte) e o padrão de<br />
crescimento da floresta (geralmente em torno de 0,8 metro<br />
cúbico de madeira por ano). Na área científica, a intensidade<br />
de corte foi de 10 m³/ha (metro cúbico por hectare),<br />
número que segue a média utilizada no manejo de florestas<br />
no sudoeste amazônico (entre 10-15 m3/ha), por serem<br />
florestas mais abertas e com volume de madeira mais baixo<br />
do que nas demais regiões da Amazônia.<br />
De acordo com Marcus, embora a floresta tenha se<br />
recuperado quanto ao número de árvores por hectare e<br />
de biomassa acima do solo, em 20 anos, uma pesquisa evidenciou<br />
que a estrutura florestal está se modificando. “Ob-<br />
servamos uma floresta com muitas árvores jovens e menor<br />
quantidade de árvores de maior porte, comparativamente<br />
ao que existia antes do corte”, enfatiza o coordenador do<br />
estudo.<br />
PRÓXIMOS PASSOS DA PESQUISA<br />
Os estudos sobre dinâmica florestal são feitos no Acre<br />
há mais de 30 anos e na Amazônia como um todo há cerca<br />
de 50 anos, mas é consenso da pesquisa que esse tempo<br />
é relativamente curto para se conhecer eficazmente o<br />
comportamento da floresta. De acordo com Evaldo Muñoz,<br />
pesquisador da Embrapa Florestas (PR), participante desse<br />
estudo, como a pesquisa é contínua, os dados gerados<br />
servem de base para novas análises sobre a dinâmica da<br />
floresta. “A recorrência de efeitos climáticos atípicos vai<br />
exigir novos estudos para ampliar o conhecimento sobre<br />
como a floresta funciona a longo prazo. É necessário investigar<br />
outros efeitos desses eventos na regeneração de áreas<br />
manejadas, como possíveis mudanças na sua estrutura<br />
florística e quais espécies comerciais são mais afetadas”,<br />
considera Evaldo.<br />
As informações geradas pelo estudo serão compostas<br />
por um banco de dados, em fase de construção, que será<br />
disponibilizada para instituições de pesquisa, profissionais<br />
da área florestal e outros públicos de interesse, por meio<br />
do Redape (Repositório de Dados de Pesquisa da Embrapa).<br />
Outubro 2024<br />
95
PESQUISA<br />
Contagem de anéis e<br />
identificação de toras de<br />
madeira utilizando redes<br />
neurais profundas<br />
Fotos: divulgação<br />
96 www.referenciaflorestal.com.br
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necessidades do cliente, como a instalação<br />
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97
PESQUISA<br />
RESUMO<br />
O<br />
Brasil atua extensamente no fornecimento<br />
de matéria-prima para a<br />
indústria madeireira. Recentemente,<br />
esse fornecimento chegou ao valor de<br />
160 milhões de m3 (metros cúbicos) de<br />
madeira em toras produzidos apenas na silvicultura.<br />
Apesar do grande fornecimento, todo esse valor se<br />
concentra em um grupo mínimo e seleto de espécies de<br />
madeira. Essa concentração se deve, principalmente, à<br />
escassez de informações referentes a outras espécies<br />
de madeira. Neste sentido, o presente trabalho se<br />
propõe a desenvolver algoritmos de visão computacional,<br />
baseados em redes neurais profundas, que sejam<br />
capazes de identificar a posição da tora de madeira em<br />
uma imagem e estimar a quantidade de anéis de crescimento<br />
encontrados. Para realizar esta tarefa, o presente<br />
trabalho também envolve a adaptação de uma<br />
base de dados existente de identificação de toras e a<br />
criação de uma base de dados para contagem de anéis.<br />
A identificação de toras é feita através de redes neurais<br />
profundas baseadas em CNNs e Transformers para segmentação<br />
semântica. Os melhores resultados foram obtidos<br />
pela rede Swin que atingiu métricas mIoU e mAcc<br />
acima de 90 pontos em todos os testes. A contagem de<br />
anéis é feita pela família de redes neurais profundas<br />
ResNet, adaptadas para realizar a tarefa de regressão.<br />
Os melhores resultados foram apresentados por uma<br />
variação da ResNet34, com MSE de 195.29, MAE de<br />
12.00 e R2-Score de 0.60. Todos os tempos de inferência,<br />
seja para segmentação semântica ou para contagem<br />
de anéis, ficaram abaixo da marca de 10 segundos.<br />
Dados os objetivos do projeto e os resultados obtidos, a<br />
conclusão do trabalho é que o emprego destas redes na<br />
tarefa de extrair características de toras de madeira é<br />
promissora e deve ser pesquisada mais a fundo.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O Brasil é um dos principais países detentores de<br />
recursos naturais abundantes, sendo o único que possui<br />
extensa área de florestas tropicais. Por isso atua de<br />
forma expressiva no fornecimento de matéria-prima<br />
para a indústria madeireira (Reuwsaat et al., 2017) (Snif,<br />
2022). Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de<br />
Geografia e Estatística), em 2022 cerca de 160 milhões<br />
de m3 de madeira em toras foram produzidos na silvicultura<br />
brasileira. No entanto, a produção madeireira<br />
98 www.referenciaflorestal.com.br
se concentra apenas em uma quantidade mínima e seleta<br />
de espécies (Ribeiro, 2008), mesmo com a grande<br />
biodiversidade encontrada em território nacional. Essa<br />
limitação do setor madeireiro se deve principalmente<br />
à escassez de informações na literatura envolvendo<br />
outras espécies de madeira, sejam essas informações<br />
referentes às suas propriedades mecânicas ou outras<br />
características.<br />
Nesse sentido, fica claro que levantar informações<br />
referentes à toras de madeiras é um desafio relevante<br />
para a indústria nacional. As informações levantas podem<br />
ser através de equipamentos mais refinados, como<br />
equipamentos de tomografia computacional, ou através<br />
de técnicas mais simples, como a medida da largura<br />
dos anéis de crescimento de árvores. Como visto em<br />
(Niklas; Spatz, 2010), a largura dos anéis de crescimento<br />
está diretamente relacionada com propriedades mecânicas<br />
da madeira. Outras características interessantes<br />
podem ser a área da seção reta da tora de madeira,<br />
estimativa de volume da tora, quantidade de anéis de<br />
crescimento, estimativa de idade da tora ou mesmo a<br />
contagem de toras empilhadas.<br />
O desafio, nesse sentido, se caracteriza especificamente<br />
como desenvolver algum método que possa ser<br />
Não existe nenhuma<br />
propriedade da madeira –<br />
física, mecânica, química,<br />
biológica ou tecnológica – que<br />
não seja fundamentalmente<br />
derivada do fato de a madeira<br />
ser formada para satisfazer as<br />
necessidades da árvore viva<br />
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PESQUISA<br />
utilizado para acelerar a aquisição de dados sobre toras<br />
de madeiras. Este desafio, no entanto, já foi proposto<br />
em outras pesquisas. Frequentemente as pesquisas<br />
buscam utilizar técnicas de visão computacional para<br />
esta tarefa. Desta forma, o presente trabalho se propõe<br />
a avaliar algoritmos que possam, de alguma forma,<br />
extrair características de imagens de toras de madeira.<br />
Trabalhos prévios, como (Nack, 2021) utilizam técnicas<br />
de visão computacional clássica para estimar o volume<br />
de toras de madeira.<br />
Durante a revisão sistemática da literatura, dois<br />
desafios envolvendo características de toras de madeira<br />
foram evidenciados. Existe a necessidade de localizar<br />
a posição da tora dentro de uma imagem e existe a<br />
necessidade de se obter uma estimativa da quantidade<br />
de anéis de crescimento presentes nesta tora. Seguindo<br />
estas informações obtidas na revisão, o presente<br />
trabalho se propõe a utilizar técnicas modernas de segmentação<br />
semântica para identificar a posição de uma<br />
Outras características<br />
interessantes podem ser a<br />
área da seção reta da tora de<br />
madeira, estimativa de volume<br />
da tora, quantidade de anéis de<br />
crescimento, estimativa de idade<br />
da tora ou mesmo a contagem de<br />
toras empilhadas<br />
100 www.referenciaflorestal.com.br
tora de madeira em uma imagem, similar a abordagem<br />
clássica encontrada em (Nack, 2021) e na abordagem<br />
baseada em CNNs vista em (Decelle; Jalilian, 2020),<br />
isto é, avaliar técnicas modernas encontradas em redes<br />
neurais recentes. Adicionalmente, o presente trabalho<br />
também se propõe a treinar redes neurais profundas<br />
para estimar a quantidade de anéis de crescimento em<br />
toras de madeira.<br />
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />
Neste capítulo são discutidos os principais conceitos<br />
teóricos necessários para o desenvolvimento<br />
deste sistema de extração de características de toras<br />
de madeira. A metodologia de revisão sistemática da<br />
literatura proposta por (Kitchenham, 2004) foi utilizado<br />
como guia para realizar esta revisão de literatura. As<br />
três principais bases científicas utilizadas nas pesquisas<br />
são: Google Scholar, Ieee e Elsevier.<br />
MADEIRA<br />
A madeira é uma estrutura biológica complexa, um<br />
composto de muitos produtos químicos e tipos de células<br />
que atuam em conjunto para atender às necessidades<br />
de uma planta viva. Ao tentar compreender a ma-<br />
deira no contexto da tecnologia da madeira, muitas vezes<br />
negligenciamos o fato fundamental e básico de que<br />
a madeira evoluiu ao longo de milhões de anos para<br />
servir três funções principais nas plantas: condução de<br />
água das raízes para as folhas, suporte mecânico de o<br />
corpo da planta e armazenamento de produtos bioquímicos.<br />
Não existe nenhuma propriedade da madeira<br />
– física, mecânica, química, biológica ou tecnológica –<br />
que não seja fundamentalmente derivada do fato de a<br />
madeira ser formada para satisfazer as necessidades da<br />
árvore viva. Para realizar qualquer uma dessas funções,<br />
a madeira deve ter células projetadas e interligadas de<br />
maneira suficiente para suprir as necessidades. Estas<br />
três funções influenciaram a evolução de aproximadamente<br />
150 mil espécies diferentes de plantas lenhosas,<br />
cada uma com propriedades, usos e capacidades únicas,<br />
tanto em contextos vegetais como humanos.<br />
Essa é uma versão parcial desse artigo,<br />
o material completo pode ser acessado<br />
em: https://repositorio.ufsc.br/<br />
handle/123456789/257896?show=full
AGENDA<br />
AGENDA 2024/25<br />
OUTUBRO<br />
2024<br />
Imagem: reprodução<br />
Workshop do Mogno Africano<br />
Data: 19<br />
Local: São Paulo (SP)<br />
Informações: https://<br />
workshopmognoafricano.org.br/<br />
OUTUBRO<br />
2024<br />
OUT<br />
2024<br />
SEMINÁRIO DE<br />
ECOFISIOLOGIA FLORESTAL<br />
O seminário tem como objetivo abordar como a<br />
Ecofisiologia <strong>Florestal</strong> rege às tomadas de decisões<br />
na produção de florestas plantadas e na restauração<br />
florestal. Os temas serão apresentados por pesquisadores<br />
e profissionais do setor florestal que compartilharão<br />
conceitos e exemplos práticos de como as interações<br />
fisiológicas definem estratégias, visando maior<br />
sustentabilidade de plantios florestais, além das nativas.<br />
Serão dois dias envolvendo palestras e dia de campo, para<br />
que os participantes possam experimentar na prática os<br />
conhecimentos apresentados.<br />
Seminário de Ecofisiologia <strong>Florestal</strong><br />
Data: 29 e 30<br />
Local: Piracicaba (SP)<br />
Informações: https://www.ipef.br/eventos/<br />
evento.aspx?id=568<br />
Imagem: reprodução<br />
Expocorma<br />
Data: 20 a 22<br />
Local: Coronel (Chile)<br />
Informações: https://www.expocorma.cl/<br />
102 www.referenciaflorestal.com.br<br />
NOVEMBRO<br />
2024<br />
JAN<br />
2025<br />
PPGF<br />
O PPGF (Programa de Preparação de Gestores Florestais)<br />
é um Programa anual de seleção, vivência e capacitação<br />
para recém-formados em Engenharia <strong>Florestal</strong> e<br />
Mestrandos concluintes, com diploma de Engenheiro<br />
<strong>Florestal</strong>. O Programa conta com treinamentos nas<br />
diversas áreas da Engenharia <strong>Florestal</strong>, abrangendo<br />
temas como: planejamento florestal; economia;<br />
pesquisa; operações florestais; entre outros. Além<br />
disso, oferece várias abordagens na temática de gestão<br />
de pessoas, autoconhecimento e soft skills. Além dos<br />
treinamentos e vivências, o Programa realiza visitas<br />
técnicas, que proporcionam uma compreensão prática do<br />
funcionamento do setor de plantações florestais.
AGENDA 2024/25<br />
JANEIRO<br />
2025<br />
MARÇO<br />
2025<br />
Programa de Preparação de Gestores<br />
Florestais<br />
Data: 15/01 a 19/02<br />
Local: Piracicaba (SP)<br />
Informações:<br />
https://www.ipef.br/ppgf/<br />
Florestas Tchê<br />
Data: 20 e 21<br />
Local: Piracicaba (SP)<br />
Informações<br />
https://www.florestastche.com.br/<br />
Sustentabilidade é<br />
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Outubro 2024<br />
103
ESPAÇO ABERTO<br />
Foto: divulgação<br />
AUTOMAÇÃO<br />
Por Rafael Oliveira, gerente de<br />
qualidade da LDG. Formado pela<br />
ULBRA (Universidade Luterada<br />
do Brasil) em Engenharia<br />
Química, tem especializações em<br />
administração pelo IPOG (Instituto<br />
de Pós-Graduação e Graduação)<br />
e em Negócios pela University of<br />
Colorado Boulder<br />
O Papel da IA<br />
(Inteligência Artificial)<br />
na Gestão da Qualidade<br />
N<br />
o mundo atual, vemos um crescimento exponencial na capacidade<br />
dos modelos de inteligência artificial, e com isso várias<br />
aplicações diferentes estão sendo descobertas e testadas.<br />
Nessa semana vimos a OpenAI anunciar seu novo modelo de<br />
inteligência artificial chamado GPT-4o. A letra “o” representa<br />
a palavra omni que significa “tudo” ou “todos”, o que tem tudo a ver com o<br />
novo modelo, pois este pode processar como input qualquer combinação de<br />
texto, vídeo, áudio e imagens e gerar qualquer combinação de texto, áudio<br />
e imagem. A partir desse cenário é importante discutir como esses avanços<br />
na tecnologia em inteligência artificial podem ser aplicados para melhoria da<br />
Qualidade dos produtos e processos das empresas nos dias de hoje.<br />
A gestão da qualidade é uma parte essencial de qualquer empresa bem<br />
sucedida. É através da gestão da qualidade que os produtos e serviços são gerenciados<br />
para atender as expectativas dos clientes.<br />
Em grande parte das empresas a gestão da qualidade depende de inspeções<br />
e julgamento humano, e dependendo da maturidade da companhia,<br />
também de algumas análises estatísticas. No entanto, a IA oferece uma gama<br />
de novas oportunidades ao introduzir cada vez mais esse conceito omni, onde<br />
praticamente tudo pode ser utilizado em uma rede de processamento para<br />
fornecer-nos as respostas que precisamos.<br />
Inspeções de Qualidade Automatizadas - Uma das aplicações mais promissoras<br />
da IA na gestão da qualidade são as inspeções de qualidade automatizadas.<br />
Sistemas de visão com IA podem detectar defeitos em produtos com<br />
precisão notável. Por exemplo, uma fábrica pode usar câmeras com IA para<br />
inspecionar produtos na linha de montagem, identificando imperfeições que o<br />
olho humano pode não perceber. Isso não só acelera o processo de inspeção,<br />
como também reduz o risco de produtos defeituosos chegarem aos clientes.<br />
Análise de feedbacks dos clientes - Entender o feedback do cliente é<br />
crucial para a melhoria contínua. A IA pode analisar feedbacks de clientes<br />
de várias fontes, como redes sociais, avaliações e pesquisas, para identificar<br />
tendências e áreas de melhoria. Algoritmos de NLP (Processamento de Linguagem<br />
Natural) podem categorizar feedback em insights acionáveis, permitindo<br />
que as empresas tomem decisões baseadas em dados.<br />
O FUTURO DA IA NA GESTÃO DA QUALIDADE<br />
A integração da IA na gestão da qualidade ainda está em seus estágios iniciais,<br />
mas o potencial é imenso. À medida que as tecnologias de IA continuam<br />
a evoluir, podemos esperar aplicações ainda mais sofisticadas que irão aprimorar<br />
ainda mais os processos de garantia de qualidade. Algumas tendências<br />
emergentes incluem:<br />
Otimização de Processos com IA: A IA pode otimizar processos de produção<br />
inteiros, garantindo qualidade e eficiência consistentes.<br />
Monitoramento de Qualidade em Tempo Real: Sistemas de IA podem fornecer<br />
insights em tempo real sobre métricas de qualidade, permitindo ações<br />
corretivas imediatas.<br />
Robótica Avançada: Robôs com IA podem realizar inspeções de qualidade<br />
e tarefas de manutenção complexas com alta precisão.<br />
A Inteligência Artificial está revolucionando a gestão da qualidade, oferecendo<br />
níveis inéditos de precisão, eficiência e capacidades preditivas. Ao adotar<br />
a IA, as empresas podem alcançar maiores padrões de qualidade, reduzir<br />
custos e aumentar a satisfação do cliente. À medida que avançamos, o desenvolvimento<br />
contínuo e a integração da IA na gestão da qualidade certamente<br />
estabelecerão novos marcos de excelência em várias indústrias.<br />
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