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Biomais_64Web

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Entrevista<br />

Analista Lucélia Alves de Macedo aborda os estudos sobre biomassa no LPF<br />

GERAÇÃO DE CALOR<br />

EMPRESA CATARINENSE INVESTE EM<br />

TECNOLOGIA PARA PRODUÇÃO DE<br />

PELLETS DE QUALIDADE<br />

<br />

HEAT GENERATION<br />

A COMPANY IN THE STATE OF SANTA<br />

CATARINA IS INVESTING IN TECHNOLOGY<br />

TO PRODUCE HIGH-QUALITY PELLETS<br />

MATO GROSSO<br />

ESTADO REGISTRA AUMENTO NO<br />

CONSUMO DE RESÍDUO FLORESTAL<br />

COMO FONTE DE ENERGIA<br />

ENERGIA<br />

MERCADO LIVRE FAZ CRESCER EMISSÕES DE<br />

CERTIFICADOS RENOVÁVEIS E PRÁTICAS ESG


,<br />

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Máquinas, equipamentos industriais, capas e matrizes


SUMÁRIO<br />

08 | EDITORIAL<br />

Gerando energia<br />

10 | CARTAS<br />

12 | NOTAS<br />

22 | ENTREVISTA<br />

38 | PRINCIPAL<br />

46 | MODELO<br />

Mercado livre de energia<br />

52 | ESPECIAL<br />

Informe<br />

56 | PELLETS<br />

Nova planta<br />

60 | MATO GROSSO<br />

66 | ARTIGO<br />

72 | AGENDA<br />

74 | OPINIÃO<br />

Qual é melhor para seu<br />

computador: Upgrade com<br />

SSD ou memória RAM?<br />

06 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

A capa desta edição traz os<br />

equipamentos da Imtab para<br />

produção de pellets.<br />

GERANDO<br />

ENERGIA<br />

A<br />

biomassa é uma fonte de matéria-prima sustentável e seu uso para geração de energia está cada vez mais frequente. A importância<br />

da escolha do gerador de calor para qualidade final na produção de pellets é o foco central da reportagem de capa da<br />

nova edição da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS. A matéria destaca a Imtab, empresa catarinense especialista em equipamentos<br />

e soluções para geração de calor. Na editoria de Entrevista conversamos com a analista ambiental do setor de biomassa do LPF<br />

(Laboratórios de Produtos Florestais) do SFB (Serviço Florestal Brasileiro), Lucélia Alves de Macedo, que abordou as principais pesquisas que<br />

estão sendo desenvolvidas pelo setor. A demanda crescente por biomassa nas indústrias no Estado do Mato Grosso é tema de outra reportagem,<br />

assim como a inauguração de uma nova planta da Jsic Equipamentos Industriais, em Inácio Martins (PR). A <strong>Biomais</strong> ainda oferece<br />

notícias e informações sobre o segmento de energias renováveis. Aproveite sua edição!<br />

GENERATING ENERGY<br />

T<br />

Biomass is a sustainable raw material, and its use for energy generation is becoming more and more common. The importance of choosing<br />

a heat generator for the final quality of pellet production is the focus of the cover story in the new issue of REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong>. The<br />

main article highlights Imtab, a company from Santa Catarina that specializes in the manufacture of equipment and solutions for heat<br />

generation. In the Interview Section, we spoke with Lucélia Alves de Macedo, an environmental analyst in the Biomass Sector at the Forest<br />

Products Laboratories (LPF) of the Brazilian Forest Service (SFB), who discussed the main research being carried out in the Sector. The growing<br />

demand for biomass in the industry in the State of Mato Grosso is the subject of another article, as is the inauguration of a new Jsic Equipamentos<br />

Industriais plant in Inácio Martins (PR). The issue also offers news and information on the Renewable Energy Sector. Enjoy your issue!<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XI - EDIÇÃO 64 - AGOSTO 2024<br />

Diretor Comercial/Commercial Director:<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo/Executive Director:<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação/Writing:<br />

Gisele Rossi<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação/Graphic Design:<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão -<br />

Julia Harumi<br />

(criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Dep. Comercial/Sales Departament:<br />

Gerson Penkal<br />

(comercial@revistabiomais.com.br) Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Tradução / Translation: John Wood Moore<br />

Dep. de Assinaturas/Subscription:<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />

e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />

energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,<br />

direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS<br />

não se responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são<br />

terminantemente proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed<br />

at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />

used for energy generation and cogeneration, research institutions, university<br />

students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/<br />

or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does not hold itself<br />

responsible for concepts contained in materials, articles, ads or columns signed<br />

by others; these are the responsibility of their authors. The use, reproduction,<br />

appropriation, databank storage, in any form or means, of the text, photos<br />

and other intellectual property of REVISTA BIOMAIS are strictly forbidden<br />

without written authorization of the holder of the authorial rights, except for<br />

educational purposes.<br />

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A Benecke é uma tradicional fabricante de<br />

caldeiras, máquinas para o segmento madeireiro<br />

e sistemas de secagem de grãos direto e indireto.<br />

Ao longo dos nossos 70 anos de mercado e<br />

presença em 21 países, com um parque fabril de<br />

18.500 metros quadrados, a Benecke estabeleceu<br />

uma sólida reputação, atendendo diversos<br />

mercados ao redor do mundo com mais de 5.400<br />

equipamentos vendidos.<br />

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do software ANSYS e compromisso com a<br />

excelência e qualidade, nos posicionando como<br />

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dos equipamentos, desta forma conseguimos o<br />

melhor rendimento e uma assistência técnica<br />

remota ágil.<br />

A unidade Caldeira é voltada para qualquer<br />

indústria que necessite de água quente, vapor<br />

saturado, superaquecido ou óleo térmico.<br />

Customizamos a caldeira de acordo com a<br />

necessidade da indústria, oferecendo soluções<br />

sustentáveis e com a garantia de qualidade,<br />

eficiência energética e confiabilidade de um<br />

produto robusto.<br />

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da indústria, garantindo mais qualidade no<br />

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Aquatubulares, com capacidade<br />

produtiva de até 60ton/h e até 45 bar de<br />

pressão.<br />

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necessidade, garantindo qualidade e<br />

principalmente a confiabilidade em quem<br />

carrega 70 anos de experiência no mercado.


CARTAS<br />

PRINCIPAL<br />

O atendimento próximo ao cliente é um diferencial da DRV Indústria.<br />

Paulo Marcondes – Rio Verde (GO)<br />

Foto: Fabiano Mendes<br />

POTENCIAL<br />

A nossa Amazônia tem muito para oferecer ainda. Por isso é importante apoiar os fundos de amparo à pesquisa.<br />

Roseli Gouveia – Pimenta Bueno (RO)<br />

ENTREVISTA<br />

Interessante a história da Pellets Rodrigues. Souberam aproveitar o resíduo que produzem e, assim, gerar um<br />

novo produto.<br />

Murilo Portela – Lages (SC)<br />

ESTUDOS<br />

É estimulante ver quanto uso pode ser feito das diferentes biomassas.<br />

Mariana Gomes - Naviraí (MS)<br />

Foto: divulgação<br />

www.revistabiomais.com.br<br />

na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

@revistabiomais<br />

/revistabiomais<br />

Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

PODCAST REFERÊNCIA<br />

No último mês o estúdio do Podcast REFERÊNCIA teve a honra de receber Lisiane Nardi Tissot e Marcelo Schmid. Lisiane é catarinense<br />

de Campos Novos, publicitária formada pela PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e é diretora comercial da<br />

Bonardi Painéis de Madeira. A Bonardi é uma empresa com 26 anos de tradição no segmento, fabricando e fornecendo painéis de<br />

alto padrão para o mercado de móveis e decoração. Marcelo Schmid, CEO do Grupo Index, é curitibano, engenheiro florestal formado<br />

pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), advogado formado pela UTP (Universidade Tuiuti do Paraná) e mestre em economia<br />

e política florestal pela UFPR. Trabalha na área de consultoria desde o início da faculdade e há 14 anos está no Grupo Index, onde é<br />

sócio.<br />

Lisiane contou um pouco da história da Bonardi, fundada por seu pai, Francisco Nardi, no final dos anos 1990 e na época era uma<br />

empresa focada na produção de compensados. Lisiane antes de entrar na empresa estava no ramo de eventos e Gianpaulo Nardi,<br />

seu irmão e sócio, é engenheiro mecânico de formação e estava trabalhando<br />

em Joinville (SC) na época da fundação da Bonardi. “Na virada<br />

para o segundo ano da Bonardi meu pai e meu irmão me chamaram<br />

para conversar e me convidaram para assumir a parte financeira e<br />

comercial da empresa”, relatou Lisiane.<br />

Um dos pontos tratados por Lisiane é a gestão de uma empresa<br />

familiar. A diretora conta que por mais que possa parecer difícil para<br />

alguns, o bom relacionamento entre ela e o irmão foi o melhor possível,<br />

pois o foco no melhor para a empresa esteve sempre em primeiro<br />

lugar. “Temos um entendimento muito claro de que dentro da empresa<br />

somos sócios e não irmãos, isso ajuda muito na gestão e na divisão<br />

das tarefas e das responsabilidades. Fora da empresa somos irmãos e<br />

falamos de tudo menos de trabalho”, valorizou Lisiane.<br />

Já em seu episódio, Marcelo relatou que sua escolha pela faculdade<br />

de engenharia florestal gerou uma frustração no início, pois suas<br />

expectativas com o curso eram de algo muito mais voltado à natureza,<br />

um trabalho mais de campo e quando o curso começou não era<br />

bem assim. “Começou o curso, por ser uma engenharia, apareceram<br />

matérias de matemática, física, química e assim me surpreendi negativamente.<br />

Química era algo que desde o ensino médio não gostava<br />

e no curso de engenharia tive quatro matérias relacionadas”, contou<br />

Marcelo sobre esse primeiro impacto.<br />

Um dos destaques da entrevista de Marcelo foi o uso da tecnologia<br />

dentro da operação florestal. Na visão do CEO a produção de eucalipto<br />

para suprir a cadeia da produção de celulose deveria ser de 10<br />

milhões de ha (hectares) plantados e hoje temos apenas 7 milhões de<br />

ha e além da melhoria da produtividade das florestas que deve evoluir,<br />

melhorar a cadeia produtiva precisa ser uma prioridade. “Para melhorar<br />

a cadeia produtiva percebo que a tokeninzação (representação digital)<br />

da floresta, através do sistema de blockchain, meio digital de garantia<br />

dos processos, servirá como segurança para quem produz, para quem<br />

compra e impulsionará o volume de plantios, pois dará a possibilidade<br />

para quem planta de receber hoje por uma floresta que será cortada<br />

daqui 7 anos”, exemplifica Marcelo.<br />

Os episódios do Podcast REFERÊNCIA estão<br />

disponíveis no nosso canal do youtube, que o<br />

Leitor pode acessar através do QR Code:<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

12 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A ComBer possui uma linha<br />

completa de automatizadores e<br />

também fornalhas para melhorar<br />

ainda mais o rendimento de seu<br />

secador de cereais.<br />

A empresa trabalha com<br />

atendimentos personalizados a partir<br />

das necessidades dos clientes. É uma<br />

empresa de Rio Verde-GO, pioneira e líder<br />

nacional em seu segmento, que há mais de<br />

10 anos fornece soluções em secagem de grãos<br />

para todo o Brasil.<br />

Os automatizadores ComBer CBI e LBI ganham<br />

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(64) 3018-2522


NOTAS<br />

EVENTO LANÇOU NOVIDADES<br />

O primeiro Congresso e Feira Internacional de Biomassa, Compostagem e Floresta – BioComForest,<br />

que aconteceu no Campus FCA (Faculdade de Ciências Agronômicas) da UNESP (Universidade Estadual<br />

Paulista), de Botucatu (SP), nos dias 30, 31 de julho e 1º de agosto reuniu empresas, produtores, profissionais<br />

e estudantes, bem como representantes do governo do Estado do Mato Grosso do Sul – referência<br />

na produção de florestas plantadas e de celulose, para discutir os desafios e inovações nos segmentos. Os<br />

Dias de Campo do evento contaram com diversas demonstrações na prática de equipamentos inovadores<br />

nos segmentos. Maquinários robustos de empresas como a Equilíbrio Equipamentos, Máquina Solo<br />

e Madeplant, impressionaram o público, chamando atenção através da eficiência, tecnologia e inovação<br />

agregadas. Alguns equipamentos foram lançados de maneira<br />

inédita no BioComForest, tais como a enfardadeira Madeplant e o<br />

caminhão multifuncional, da Equilíbrio. Com casa cheia durante<br />

os três dias, a biomassa pautou o último dia de palestras e debates<br />

do evento, com o tema central: O futuro da biomassa como<br />

fonte de energia sustentável; tendo como mediador José Mauro,<br />

pesquisador da Embrapa Florestas. A próxima edição da BioCom-<br />

Forest está prevista para 2026.<br />

Fotos: divulgação<br />

14 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

NOTA DE FALECIMENTO<br />

A Revista REFERÊNCIA BIOMAIS lamenta o falecimento da senhora Ingeborg<br />

Bremer, a Dona Inha, que trabalhou no setor financeiro da H. Bremer<br />

durante 50 anos, sendo colega de trabalho, irmã do senhor Horst Bremer<br />

(in memorian). A senhora Ingeborg faleceu na madrugada do último dia 17<br />

de julho, deixando dois filhos e cinco netos. A direção e colaboradores da<br />

indústria H.Bremer e Filhos Ltda divulgou nota comunicando, com pesar,<br />

o falecimento. “Foram cinco décadas de dedicação à H. Bremer, com muito<br />

afinco, comprometimento e principalmente amor pelo o que realizava.<br />

Que Deus, na sua infinita bondade conforte nossos corações entristecidos,<br />

dos familiares e dos amigos. Sentiremos saudades e somos muito gratos<br />

pelo seu trabalho e dedicação para com a H. Bremer & Filhos Ltda ao longo<br />

destes anos”, diz trecho da nota. A H. Bremer é uma empresa situada em<br />

Rio do Sul (SC), com 78 anos de atividades, que fornece equipamentos<br />

para indústrias de mais de 15 segmentos diferentes como celulose e papel,<br />

alimentício, têxtil, entre outros.<br />

Foto: divulgação H. Bremer<br />

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NOTAS<br />

SMART ENERGY 2024<br />

ACONTECE EM CURITIBA (PR)<br />

As energias sustentáveis trazem possíveis soluções para problemas que se tornam cada vez<br />

mais urgentes. Este será o tema da Conferência Internacional Smart Energy 2024, que ocorrerá<br />

entre 24 a 26 de setembro, no Campus da Indústria da Fiep (Federação das Indústrias do Estado<br />

do Paraná), em Curitiba (PR). Palestras sobre biogás, gás biometano, biomassa, energia fotovoltaica<br />

e hidrogênio verde estão na programação. “O intuito é evidenciar as aptidões do Estado do Paraná,<br />

o quanto aqui se respeita a geração de energias limpas", diz Tiago Fraga, CEO do Grupo FRG<br />

e organizador do evento. Para o diretor-presidente do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná),<br />

Celso Kloss, promotor da Smart Energy 2024, é preciso contar com a participação de três agentes<br />

fundamentais: a iniciativa privada, com as empresas e indústrias do setor; o governo e também<br />

a academia, por meio das universidades. “Com a união desses três atores, nossa proposta é promover<br />

uma maior aproximação dos diferentes segmentos do setor de energias renováveis para<br />

discutir os problemas, propor soluções e conhecer as principais novidades. Todos os envolvidos<br />

têm temas complementares e um alinhamento muito forte pela busca do desenvolvimento da<br />

sustentabilidade, buscando fazer a transição energética”, afirma.<br />

Fotos: divulgação<br />

18 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Distribuidor e representante exclusivo<br />

Kahl Brasil


NOTAS<br />

IBAMA CANCELA TCFA A PARTIR<br />

DO SEGUNDO TRIMESTRE<br />

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) oficializou no<br />

início de julho, por meio de publicação em página oficial, o cancelamento dos débitos relacionados à<br />

TCFA (Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental) a partir do segundo trimestre do ano corrente (segundo/2024).<br />

O cancelamento se deu em razão da lei número 14.876, de 31 de maio de 2024, que alterou a<br />

lei número 6.938, de 31 de agosto de 1981, excluindo a silvicultura do rol de atividades potencialmente<br />

poluidoras e utilizadoras de recursos ambientais. Assim a CCob (Coordenação de Cobrança e Arrecadação)<br />

do Ibama informou que os débitos de TCFA, a partir do segundo trimestre do ano, cujo fato gerador<br />

seja o exercício exclusivo das atividades de silvicultura, referente a florestas plantadas de espécies<br />

nativas (cód. 20 - 60) ou de silvicultura, referente a florestas plantadas de espécies exóticas (cód. 20 - 61),<br />

serão cancelados. Os contribuintes que efetuaram os pagamentos antecipados do segundo, terceiro e<br />

quarto trimestres (segundo ao quarto/2024) devem solicitar restituição dos valores pagos por meio de<br />

protocolo de requerimento de restituição, conforme orientação no site do Ibama.<br />

Foto: divulgação<br />

20 www.REVISTABIOMAIS.com.br


SOLUÇÕES INOVADORAS EM<br />

TRANSPORTES DE BIOMASSA<br />

Nossos projetos garantem transportadores com fluxos de materiais consistentes,<br />

seguros e contínuos, com baixos custos de operação e manutenção. Atendemos a<br />

todas as exigências de transporte com soluções personalizadas.<br />

Oferecemos transportadores de correia tipo treliça, ideais para movimentação de<br />

biomassa e materiais a granel, e tipo tripper e carro móvel, recomendados para silos<br />

horizontais e formação de pilhas. Também temos transportadores tipo calha, eficientes<br />

para variados materiais, e calhas vibratórias, que proporcionam operação suave<br />

e baixa manutenção. Nossas roscas transportadoras garantem transporte limpo e hermético,<br />

enquanto os elevadores de caneca são indicados para materiais de baixa granulometria.<br />

Os transportadores tipo redler destacam-se pela eficiência e possibilidade<br />

de instalação em grandes ângulos.<br />

Todos nossos equipamentos estão em conformidade com as normas CEMA, ABNT<br />

e NR-12.<br />

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ENTREVISTA<br />

Foto: Assessoria de Imprensa do LPF<br />

ENTREVISTA<br />

LUCÉLIA ALVES<br />

DE MACEDO<br />

Formação: Engenheira Florestal - UnB (Universidade de Brasília);<br />

doutora em Ciências da Madeira e Fibras pela UL (Université de<br />

Lorraine) França<br />

Education: Forest Engineer - University of Brasília (UnB); PhD in<br />

Wood and Fiber Sciences from the Université de Lorraine, France<br />

Cargo: Analista Ambiental do LPF (Laboratório de Produtos<br />

Florestais)<br />

Function: Environmental Analyst at the Forest Products<br />

Laboratory (LPF)<br />

BIOMASSA<br />

NO LABORATÓRIO<br />

BIOMASS IN THE LAB<br />

A<br />

energia da biomassa é gerada a partir de materiais<br />

orgânicos, como resíduos florestais, agrícolas,<br />

urbanos e até industriais, sendo uma importante<br />

fonte renovável e alternativa aos combustíveis fósseis.<br />

Vinculado ao SFB (Serviço Florestal Brasileiro) o LPF (Laboratório<br />

de Produtos Florestais) possui um setor específico<br />

de pesquisa e estudos sobre energia da biomassa: o Aenbio.<br />

Estruturado desde 1981, o setor iniciou com pesquisas sobre<br />

carbonização e briquetagem, se tornando uma das referências<br />

nacionais em pirólise e compactação, com diversas publicações<br />

técnicas e científicas. Atualmente realiza pesquisas nas<br />

áreas de caracterização energética, torrefação, peletização<br />

e carbonização. A Revista REFERÊNCIA BIOMAIS conversou<br />

com os pesquisadores do setor para saber sobre os trabalhos<br />

desenvolvidos e a contribuição da energia da biomassa para<br />

independência energética do Brasil.<br />

B<br />

iomass energy is generated from organic materials<br />

such as forestry, agricultural, urban, and even<br />

industrial waste and is an important renewable<br />

energy source and alternative to fossil fuels. Linked<br />

to the Brazilian Forest Service (SFB), the Forest Products Laboratory<br />

(LPF) has a specific division for research and studies on<br />

biomass energy: Aenbio. Created in 1981, the division began<br />

with research on carbonization and briquetting, which<br />

became one of the national benchmarks in pyrolysis and<br />

densification, with several technical and scientific publications.<br />

At present, it carries out research in the areas of energy<br />

characterization, torrefaction, pelletizing, and carbonization.<br />

REFERÊNCIA <strong>Biomais</strong> spoke with scientists in the division to<br />

find out about their work and the contribution of biomass<br />

energy to Brazil’s energy independence.<br />

22 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Empresa pertencente ao Grupo Gaboardi, especializada na fabricação de<br />

máquinas e equipamentos para produção de biomassa (pellet) e ração<br />

animal desde 1968, atendendo também demandas e necessidades no reparo<br />

e fabricação de peças de reposição do setor.<br />

www.gell.ind.br<br />

BR116-KM 180 | São Cristóvão do Sul - SC<br />

Fone: +55 (49) 3253-1100<br />

Fone: +55 (49) 9 9927-5926<br />

E-mail: comercial.gell@gaboardi.com.br


ENTREVISTA<br />

Em que ano foi estruturada a área de pesquisa de energia<br />

da biomassa no LPF?<br />

O LPF (Laboratório de Produtos Florestais) foi fundado em<br />

1973 e seus objetivos e linhas de pesquisa refletiam a diversidade<br />

de temas relacionados às tecnologias da madeira e de<br />

produtos florestais. A área de energia da biomassa (Aenbio),<br />

uma das sete áreas que compõem a estrutura do LPF, foi formalmente<br />

inaugurada em 1981.<br />

O que motivou a criação da área no LPF?<br />

O primeiro projeto relacionado à energia de biomassa no<br />

LPF foi iniciado em 1979 pelo pesquisador Paulo Prudente de<br />

Fontes, consistindo na avaliação da carbonização de espécies<br />

do gênero Vochysia. A área de energia da biomassa foi estruturada<br />

em 1981, após uma oportunidade de financiamento<br />

do Programa Nacional de Energia, da Embrapa, no qual o LPF<br />

executou um projeto de gaseificação de resíduos agrícolas.<br />

Quais as características da energia da biomassa?<br />

A energia da biomassa é gerada a partir de materiais<br />

orgânicos, como resíduos florestais, agrícolas, urbanos e até<br />

industriais, sendo uma importante fonte renovável e alternativa<br />

aos combustíveis fósseis. A biomassa possui características<br />

atraentes, como a disponibilidade, sendo abundante em quase<br />

todas as regiões do planeta e com grande diversidade. Outra<br />

característica é a flexibilidade de uso, pois pode ser utilizada<br />

de diversas maneiras, como na queima direta para geração de<br />

calor, na forma líquida, pela conversão em biocombustíveis,<br />

como álcool e biodiesel, ou convertida em outros produtos sólidos,<br />

como pellets, briquetes e carvão. A biomassa pode ainda<br />

ser convertida na forma gasosa, como biogás de decomposição<br />

anaeróbica ou gás de síntese da pirólise e da gaseificação. Além<br />

disso, seu uso ajuda na redução de emissões de CO2 na atmosfera,<br />

pois o carbono emitido na queima de biomassa é compensado<br />

pela absorção de CO2 no ciclo de vida de novas plantas.<br />

Por outro lado, a biomassa possui desvantagens técnicas em<br />

relação aos combustíveis fósseis, como a heterogeneidade<br />

na forma e na distribuição espacial, o alto teor de umidade e<br />

a baixa densidade energética na condição in natura. Muitas<br />

das tecnologias de conversão são necessárias para minimizar<br />

essas desvantagens, transformando a biomassa em produtos<br />

com melhores propriedades energéticas. Embora a biomassa<br />

seja uma fonte potencial de energia renovável e praticamente<br />

neutra em carbono, seu uso inadequado pode levar ao desmatamento,<br />

com impactos negativos para a biodiversidade e o<br />

clima. A neutralidade de carbono pode ser afetada por fatores<br />

como baixa eficiência da conversão da biomassa; mudanças<br />

no uso do solo, com a conversão de florestas naturais em<br />

culturas energéticas; e transporte e logística, com a queima de<br />

combustíveis fósseis para transportar ou processar a biomassa,<br />

In what year was the biomass energy research area<br />

structured at the Forest Products Laboratory (LPF)?<br />

The LPF was founded in 1973, and its objectives and<br />

research lines reflect the diversity of topics related to wood<br />

and forest products and technologies. The Biomass Energy<br />

Division (Aenbio), one of the seven areas that make up the<br />

LPF structure, was formally inaugurated in 1981.<br />

What prompted the creation of this division at LPF?<br />

Scientist Paulo Prudente de Fontes started the first<br />

project related to biomass energy at LPF in 1979. It consisted<br />

of evaluating the carbonization of species of the genus<br />

Vochysia. The biomass energy area was structured in 1981,<br />

following a funding opportunity from Embrapa’s National<br />

Energy Program, in which LPF carried out a project on the<br />

gasification of agricultural waste.<br />

What are the characteristics of biomass energy?<br />

Biomass energy is derived from organic materials such<br />

as forestry, agricultural, urban, and even industrial waste<br />

and is an important renewable energy source and alternative<br />

to fossil fuels. Biomass has attractive characteristics, such<br />

as its availability, abundance in almost all regions of the<br />

world, and diversity. Another characteristic is its flexibility<br />

of use, as it can be used in a variety of ways, including direct<br />

combustion for heat, in liquid form by conversion into biofuels<br />

such as alcohol and biodiesel, or converted into other<br />

solid products such as pellets, briquettes, and charcoal.<br />

Biomass can also be converted into a gaseous form, such<br />

as biogas from anaerobic digestion or synthesis gas from<br />

pyrolysis and gasification. In addition, its use contributes to<br />

the reduction of CO2 emissions into the atmosphere since<br />

the carbon emitted when biomass is burned is offset by the<br />

absorption of CO2 in the life cycle of new plants.<br />

On the other hand, biomass has technical disadvantages<br />

compared to fossil fuels, such as heterogeneity in shape<br />

and spatial distribution, high moisture content, and low<br />

energy density in its raw state. Many conversion technologies<br />

are needed to minimize these disadvantages and to<br />

transform biomass into products with better energy properties.<br />

Although biomass is a potential source of renewable<br />

energy and is virtually carbon neutral, its inappropriate<br />

use can lead to deforestation, with negative impacts on<br />

biodiversity and the climate. Carbon neutrality can be compromised<br />

by factors such as the low efficiency of biomass<br />

conversion, land use change, the conversion of natural<br />

forests to energy crops, transportation, and logistics, and<br />

the burning of fossil fuels to transport or process biomass,<br />

adding CO2 emissions to the cycle. It is, therefore, essential to<br />

promote sustainable forest management, invest in efficient<br />

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ENTREVISTA<br />

adicionando emissões de CO2 ao ciclo. É fundamental, portanto,<br />

fomentar o manejo sustentável das florestas, investir em<br />

tecnologias eficientes de conversão e promover a eficiência<br />

energética.<br />

Quais as principais áreas de pesquisa desenvolvidas<br />

pelo LPF?<br />

A Aenbio desenvolve projetos de pesquisa voltados para a<br />

valorização de resíduos de biomassa para usos energéticos e<br />

não energéticos, usando processos termoquímicos de conversão<br />

como a torrefação e a pirólise, e processos de compactação,<br />

como a peletização e a briquetagem. Atuamos ainda na<br />

caracterização energética de diferentes combustíveis sólidos<br />

por meio da prestação de serviços técnicos especializados para<br />

diferentes públicos, incluindo o setor industrial e acadêmico. A<br />

densificação energética consiste na compressão da biomassa<br />

na forma de briquetes e pellets, o que melhora sua densidade<br />

energética e facilita seu manuseio e transporte. Os processos<br />

termoquímicos visam converter a biomassa em produtos<br />

energéticos com maior concentração de carbono, como carvão,<br />

biochar e biomassa torrificada. Esses produtos são obtidos por<br />

meio de reações químicas controladas em alta temperatura,<br />

através dos processos de torrefação e pirólise. Ambas as abordagens<br />

têm o objetivo de tornar a biomassa uma fonte de energia<br />

mais eficiente e prática. A Aenbio possui uma briquetadeira<br />

laboratorial que permite o controle de temperatura e pressão<br />

e uma peletizadora para realização de serviços e pesquisas na<br />

área de compactação da biomassa. Quanto aos tratamentos<br />

termoquímicos, temos reatores de torrefação e pirólise que permitem<br />

o controle de temperatura e monitoramento da perda<br />

de massa em tempo real, além de sistema de condensação que<br />

permite o cálculo dos rendimentos sólido, líquido e gasoso do<br />

processo. Por fim, a Aenbio realiza ensaios de determinação de<br />

poder calorífico, análise imediata (cinzas, voláteis e carbono<br />

fixo), e densidade energética, parâmetros fundamentais para<br />

conhecimento da biomassa e seu potencial para uso energético.<br />

Atuamos ainda na determinação de importantes propriedades<br />

de pellets exigidas por normas internacionais de qualidade.<br />

Cite exemplos de pesquisa em desenvolvimento no<br />

setor.<br />

O LPF atualmente realiza pesquisas nas áreas de caracterização<br />

energética, torrefação, peletização e carbonização.<br />

Dentre os projetos de pesquisa em execução destacam-se<br />

dois projetos de mestrado para fabricação, análise das características<br />

energéticas e qualidade de pellets. O primeiro está<br />

relacionado com a produção de pellets a partir de resíduos<br />

da construção civil (pinus e outros materiais) com diferentes<br />

proporções de eucalipto. O segundo foca na fabricação<br />

de pellets a partir de uma mistura de diferentes resíduos de<br />

conversion technologies, and promote energy efficiency.<br />

What are the main research areas developed by LPF,<br />

and how do they differ?<br />

Aenbio carries out research projects aimed at the<br />

recovery of biomass waste for energy and non-energy<br />

uses, using thermochemical conversion processes such as<br />

torrefaction and pyrolysis, as well as compaction processes<br />

such as pelleting and briquetting. We also work on the<br />

energy characterization of various solid fuels by providing<br />

specialized technical services to various audiences, including<br />

the Industrial and Academic Sectors. Energy densification<br />

consists of compressing biomass into briquettes and pellets,<br />

which improves its energy density and makes it easier to<br />

handle and transport. Thermochemical processes aim to<br />

convert biomass into higher carbon energy products such<br />

as charcoal, biochar, and torrefied biomass. These products<br />

are obtained through controlled chemical reactions at high<br />

temperatures through the processes of torrefaction and<br />

pyrolysis. Both approaches aim to make biomass a more efficient<br />

and practical energy source. Aenbio has a laboratory<br />

briquetting machine that allows temperature and pressure<br />

control and a pelletizer to carry out services and research in<br />

the field of biomass densification. As far as thermochemical<br />

treatments are concerned, we have torrefaction and pyrolysis<br />

reactors that allow temperature control and real-time<br />

mass loss monitoring, as well as a condensation system that<br />

allows the calculation of the solid, liquid, and gaseous yields<br />

of the process. Finally, Aenbio carries out tests to determine<br />

calorific value, direct analysis (ash, volatiles, and fixed carbon),<br />

and energy density, which are fundamental parameters<br />

for understanding biomass and its potential for energy<br />

use. We also work to determine important pellet properties<br />

required by international quality standards.<br />

Provide examples of research being conducted in<br />

the Sector.<br />

LPF is currently conducting research in the areas of<br />

energy characterization, torrefaction, pelletizing, and carbonization.<br />

Among the ongoing research projects are two<br />

Master’s theses on the production and analysis of the energy<br />

characteristics and quality of pellets. The first is related to<br />

the production of pellets from construction waste (pine and<br />

other materials) with different proportions of eucalyptus.<br />

The second focuses on the production of pellets from a<br />

mixture of different Amazonian wood waste from the Flona<br />

Jacundá forest concession, pre-treated by torrefaction.<br />

Other research projects are related to the use of fibers obtained<br />

from green coconut shells. The studies range from the<br />

energetic characterization, production, and qualification of<br />

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ENTREVISTA<br />

madeiras amazônicas provenientes de concessão florestal da<br />

FLONA Jacundá, pré-tratados com torrefação. Outros projetos<br />

de pesquisa estão relacionados à utilização das fibras obtidas<br />

da casca do coco verde. Os estudos contemplam, desde a caracterização<br />

energética, fabricação e qualificação de pellets, até<br />

a carbonização do resíduo para obtenção de biochar para ser<br />

utilizado como substrato na adubação de hortaliças. Outra importante<br />

pesquisa em execução no LPF são testes da ONU para<br />

segurança de armazenamento e transporte de carvão de 10<br />

espécies da Amazônia, em parceria com a UFPA (Universidade<br />

Federal do Pará) e UFLA (Universidade Federal de Lavras). Por<br />

fim, a Aenbio, em parceria com a UnB (Universidade de Brasília),<br />

executa um projeto aprovado pela FAP/DF (Fundação de Apoio<br />

à Pesquisa do Distrito Federal) intitulado: Descarbonização do<br />

ecossistema do agronegócio - hibridização de rotas bioquímicas<br />

e termoquímicas para produção de Bio-Hidrogênio e<br />

Amônia-Verde a partir de resíduos agrícolas no Distrito Federal;<br />

que tem por objetivo principal realizar uma avaliação técnica,<br />

econômica e ambiental da hibridização de rotas bioquímicas<br />

e termoquímicas para a produção de BioH2 e Amônia verde a<br />

partir de resíduos da agroindústria da região do Distrito Federal<br />

e entorno.<br />

Para uso de energia, quais os principais avanços na área<br />

de pesquisa de biomassas lignocelulósicas?<br />

Algumas tecnologias de biomassa para energia que<br />

discutimos hoje são muito antigas, como é o caso de pirólise,<br />

compactação e gaseificação, mas sempre há lacunas técnicas,<br />

científicas e econômicas a se preencher, bem como melhorias<br />

em toda a cadeia de produção, desde a matéria-prima, até o<br />

produto. A torrefação tem mostrado excelente potencial como<br />

pré-tratamento para biocombustíveis a serem utilizados na<br />

gaseificação, aumentando significativamente a eficiência do<br />

processo. A torrefação e a pirólise geram muitas oportunidades<br />

de acoplamento com tecnologias de compactação, onde<br />

algumas das maiores desvantagens da biomassa são mitigadas,<br />

isto é, se obtém produtos mais homogêneos, de baixa umidade<br />

e alta densidade energética. Por exemplo, pellets e briquetes de<br />

material torrificado podem apresentar significativo ganho de<br />

densidade energética com mínimas perdas em rendimento. Há<br />

um campo grande de possibilidades para aprimorar a eficiência<br />

dos processos, diversificar a matéria-prima, avaliar aglutinanpellets<br />

to the carbonization of the residue to obtain biochar,<br />

which can be used as a substrate for fertilizing vegetables.<br />

Another important research carried out at LPF is the<br />

UNO testing of the safety of storage and transportation of<br />

charcoal from 10 Amazonian species in partnership with the<br />

Federal University of Pará (Ufpa) and the Federal University<br />

of Lavras (Ufla). Finally, Aenbio, in partnership with the University<br />

of Brasilia (UnB), is carrying out a project approved<br />

by the Federal District Research Support Foundation (FAP/<br />

DF) entitled Decarbonization of the Agribusiness Ecosystem<br />

- Hybridization of Biochemical and Thermochemical<br />

Pathways for the production of Bio-Hydrogen and Green<br />

Ammonia from agricultural waste in the Federal District; its<br />

main objective is to carry out a technical, economic, and environmental<br />

evaluation of the hybridization of biochemical<br />

and thermochemical routes for the production of BioH2 and<br />

Green Ammonia from agro-industrial waste in the Federal<br />

District and surrounding areas.<br />

For energy use, what are the major advances in<br />

lignocellulosic biomass research?<br />

Some biomass technologies for energy that we are discussing<br />

today are very old, such as pyrolysis, densification,<br />

and gasification. Still, there are always technical, scientific,<br />

and economic gaps to be filled, as well as improvements in<br />

the entire production chain, from raw material to product.<br />

Torrefaction has shown excellent potential as a pretreatment<br />

for biofuels to be used in gasification, significantly<br />

increasing the efficiency of the process. Torrefaction and<br />

pyrolysis offer many opportunities for coupling with densification<br />

technologies, where some of the major disadvantages<br />

of biomass are mitigated, i.e., more homogeneous, low<br />

moisture, and high energy density products are obtained.<br />

For example, pellets and briquettes made from torrefied<br />

material can show significant gains in energy density with<br />

minimal losses in yield. There is a wide range of opportunities<br />

to improve process efficiency, diversify raw materials,<br />

evaluate natural binders, and improve the quality of the end<br />

product. In addition to the solid product discussed above,<br />

pyrolysis and torrefaction produce liquid and gaseous<br />

by-products that offer numerous opportunities for energy<br />

or chemical use. These opportunities include the concepts of<br />

A biomassa possui características atraentes, como a<br />

disponibilidade, sendo abundante em quase todas as regiões do<br />

planeta e com grande diversidade<br />

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ENTREVISTA<br />

tes naturais e melhorar a qualidade do produto final. Além do<br />

produto sólido que discutimos acima, a pirólise e a torrefação<br />

geram co-produtos líquidos e gasosos que oferecem amplas<br />

possibilidades de uso energético ou químico. Essas possibilidades<br />

contemplam os conceitos de biorrefinarias, onde múltiplos<br />

processos são combinados de modo a minimizar drasticamente<br />

a geração de resíduos para o ambiente, pois os resíduos ou<br />

co-produtos de um processo se tornam insumos para outro.<br />

A transição energética que o planeta demanda com tamanha<br />

urgência exigirá a disseminação de biorrefinarias e uma maior<br />

compreensão e domínio técnico dos processos. Essa abordagem<br />

precisa ser adequada ao contexto de disponibilidade,<br />

condição e variedade dos insumos lignocelulósicos, bem como<br />

à realidade cultural, considerando as demandas do público-alvo<br />

e as possibilidades de capacitação de operadores para as<br />

referidas tecnologias.<br />

Com relação às pesquisas de processos termoquímicos<br />

de conversão por torrefação e pirólise, quais as vantagens?<br />

Dentre as principais vantagens destacamos a maior eficiência<br />

energética dos materiais gerados pelos processos termoquímicos<br />

como a significativa diminuição da umidade e de parte<br />

de compostos voláteis da biomassa, resultando em produtos<br />

ricos em carbono e com maior eficiência na combustão. Essas<br />

tecnologias possibilitam a valorização de diversas biomassas<br />

e seus resíduos, como resíduos agrícolas e florestais, culturas<br />

energéticas e até mesmo resíduos sólidos urbanos, aumentando<br />

a flexibilidade do processo. Os produtos resultantes destes<br />

processos são um biocombustível sólido renovável, de menor<br />

impacto ambiental comparado aos combustíveis fósseis e com<br />

maior eficiência energética (carvão vegetal e material torreficado).<br />

Além disso, são gerados co-produtos que podem ser<br />

economicamente mais rentáveis que o biocombustível sólido,<br />

como bio-óleo utilizado na indústria química, gás de síntese<br />

para geração de energia e o biochar utilizado na agricultura<br />

para fertilização de solos.<br />

Quais os principais avanços, desde a criação da área de<br />

Energia da Biomassa?<br />

A Aenbio iniciou com pesquisas sobre carbonização e<br />

briquetagem, se tornando uma das referências nacionais em<br />

pirólise e compactação, com diversas publicações técnicas<br />

e científicas. No início dos anos 2000 se iniciou uma prolífica<br />

parceria com o CIRAD (agência francesa de pesquisa para<br />

desenvolvimento sustentável), quando pudemos contar com a<br />

colaboração de um pesquisador francês por 10 anos, e avançamos<br />

em linhas inovadoras como torrefação, análises termogravimétricas,<br />

pirólise sob pressão, biochar e modernização de metodologias<br />

e equipamentos de caracterização energética. Após<br />

a mudança do LPF para o SFB, surgiram novas oportunidades e<br />

biorefineries, where multiple processes are combined in such<br />

a way as to drastically minimize the generation of waste for<br />

the environment, as the waste or by-products of one process<br />

become feedstock for another. The energy transition that<br />

the planet so desperately needs requires the proliferation<br />

of biorefineries and a greater understanding and technical<br />

mastery of the processes. This approach must be adapted to<br />

the context of availability, condition, and diversity of lignocellulosic<br />

feedstocks, as well as cultural realities, taking into<br />

account the demands of the target public and the ability to<br />

train operators in these technologies.<br />

What are the advantages of researching thermochemical<br />

conversion processes using torrefaction and<br />

pyrolysis?<br />

Among the major advantages, we would highlight the<br />

greater energy efficiency of the materials produced by thermochemical<br />

processes, as well as the significant reduction<br />

of moisture and part of the volatile compounds in biomass,<br />

resulting in carbon-rich products with greater combustion<br />

efficiency. These technologies make it possible to valorize<br />

various biomasses and their residues, such as agricultural<br />

and forestry wastes, energy crops, and even solid urban<br />

wastes, increasing the flexibility of the process. The products<br />

of these processes are solid renewable biofuels with a<br />

lower environmental impact compared to fossil fuels and<br />

greater energy efficiency (charcoal and torrefied material).<br />

In addition, co-products are generated that can be more<br />

economically viable than solid biofuel, such as bio-oil for<br />

the chemical industry, syngas for energy production, and<br />

biochar for agricultural soil fertilization.<br />

What have been the main advances since the creation<br />

of the Biomass Energy Division?<br />

Aenbio started with research in carbonization and briquetting,<br />

becoming a national benchmark in pyrolysis and<br />

densification with several technical and scientific publications.<br />

A fruitful partnership with the French Research Agency<br />

for Sustainable Development (Cirad) began in the early<br />

2000s when we were able to count on the collaboration of a<br />

French scientist for 10 years. We advanced in innovative lines<br />

such as torrefaction, thermogravimetric analysis, pyrolysis<br />

under pressure, biochar, and the modernization of energy<br />

characterization methods and equipment. After LPF moved<br />

to the SFB, new opportunities and research lines emerged<br />

for the valorization of waste from public forest concessions.<br />

Aenbio received funding from KfW to coordinate two<br />

projects to analyze the technical and economic feasibility of<br />

using waste from forest concessions in the Amazon. One of<br />

the projects aimed to generate electricity, and the other was<br />

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ENTREVISTA<br />

linhas de pesquisa para valorizar resíduos de concessões de florestas<br />

públicas. A Aenbio recebeu financiamento do banco KfW<br />

para coordenar dois projetos de análise de viabilidade técnica<br />

e econômica do aproveitamento de resíduos de concessões<br />

florestais da Amazônia. Um dos projetos tinha como objetivo<br />

a geração de energia elétrica, e o outro a produção de pellets<br />

para exportação. Recentemente submetemos um pedido de<br />

patente em parceria com a UnB para uma planta de torrefação<br />

com tratamento acústico, que proporciona maior eficiência no<br />

processo. Também avançamos na área de compactação com<br />

estudos de produção de pellets de madeiras de concessão florestal,<br />

bambus e canas, resíduos de construção civil e biomassa<br />

termicamente tratada. Finalmente, a Aenbio adotou as normas<br />

ISO para análise de biocombustíveis, e estamos trabalhando em<br />

grandes projetos em rede para produção de pellets, torrefação<br />

e hidrogênio verde.<br />

Qual a importância das pesquisas na área de biomassa<br />

para o setor florestal?<br />

A pesquisa na área de conversão da biomassa para fins<br />

energéticos ou biomateriais permite a identificação de novas<br />

aplicações para produtos madeireiros e não-madeireiros, maximizando<br />

o aproveitamento do recurso florestal e reduzindo<br />

os resíduos gerados. Os frutos dessas pesquisas impulsionam<br />

a sustentabilidade e a competitividade do setor florestal,<br />

contribuindo com o desenvolvimento social das comunidades<br />

e regiões com vocação florestal. O Brasil tem grande potencial<br />

para aumentar a participação da biomassa na matriz energética<br />

nacional não só a partir de florestas plantadas, mas também<br />

por meio do aproveitamento de resíduos do processamento de<br />

madeiras nativas de origem legal e sustentável, como aqueles<br />

provenientes de planos de manejo e de concessões de florestas<br />

públicas. Estudos recentes do LPF identificaram a viabilidade<br />

técnica e econômica do aproveitamento de resíduos de concessões<br />

florestais na Amazônia para a produção de pellets e para a<br />

geração de energia elétrica. O aproveitamento desses resíduos<br />

agrega valor à cadeia produtiva da madeira e promove uma<br />

redução de um passivo ambiental.<br />

Como o LPF, por meio da Aenbio, pode contribuir para a<br />

to produce pellets for export. In partnership with UnB, we<br />

recently filed a patent application for a torrefaction system<br />

with acoustic treatment that makes the process more<br />

efficient. We have also made progress in the area of densification<br />

with studies on the production of pellets from forest<br />

concession wood, bamboo and cane, construction waste,<br />

and thermally treated biomass. Finally, Aenbio has adopted<br />

ISO standards for biofuel analysis, and we are working on<br />

large network projects for pellet production, torrefaction,<br />

and green hydrogen.<br />

How important is biomass research to the Forestry<br />

Sector?<br />

Research into the conversion of biomass for energy<br />

or biomaterial purposes makes it possible to identify new<br />

applications for timber and non-timber products, maximize<br />

the use of forest resources, and reduce the amount of waste<br />

generated. The results of this research strengthen the sustainability<br />

and competitiveness of the Forestry Sector and<br />

contribute to the social development of communities and<br />

regions with a forestry vocation. Brazil has great potential<br />

to increase the share of biomass in the national energy<br />

matrix, not only from planted forests but also through the<br />

use of residues from the processing of native wood of legal<br />

and sustainable origin, such as those from management<br />

plans and public forest concessions. Recent LPF studies have<br />

demonstrated the technical and economic viability of using<br />

waste from forest concessions in the Amazon to produce<br />

pellets and generate electricity. Using this waste adds value<br />

to the wood production chain and reduces environmental<br />

liabilities.<br />

How can LPF, through Aenbio, contribute to the<br />

energy transition on the agenda?<br />

Through our studies on the conversion of biomass waste<br />

into solid fuels (charcoal, pellets, and briquettes) and bioproducts<br />

such as biochar for agricultural use, we contribute to<br />

the pillars of the ongoing energy transition. The solid fuels<br />

from our torrefaction, pyrolysis, pelleting, and briquetting<br />

processes have the potential to replace fossil fuels in ther-<br />

O Brasil tem grande potencial para aumentar a participação<br />

da biomassa na matriz energética nacional não só a partir de<br />

florestas plantadas, mas também por meio do aproveitamento de<br />

resíduos de madeiras nativas de origem legal e sustentável<br />

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ENTREVISTA<br />

transição energética colocada em pauta?<br />

Através dos estudos em conversão de resíduos de biomassa<br />

em combustíveis sólidos (carvão, pellets e briquetes) e<br />

bioprodutos como o biochar para uso agrícola, contribuímos<br />

com os pilares da transição energética em curso. Os combustíveis<br />

sólidos provenientes dos processos de torrefação, pirólise,<br />

peletização e briquetagem estudados por nós têm potencial<br />

para substituir combustíveis fósseis em usinas termelétricas,<br />

residências e outros setores, contribuindo para a redução das<br />

emissões de gases de efeito estufa e a dependência de fontes<br />

energéticas externas. Produtos como o biochar, objeto de<br />

estudos mais recentes em nosso laboratório, quando aplicado<br />

no solo, impulsionam a produtividade agrícola, diminuindo o<br />

uso de fertilizantes químicos e sequestrando carbono, mitigando<br />

as mudanças climáticas e promovendo a sustentabilidade<br />

ambiental. Esses estudos, além de serem focados na geração de<br />

energia limpa, buscam a valorização de resíduos, transformando<br />

um problema ambiental em oportunidades econômicas e<br />

sociais, com geração de novos produtos e negócios e impulsionando<br />

o desenvolvimento regional. Ao estudar o potencial<br />

de biocombustíveis, contribuímos para o fortalecimento da<br />

independência energética do Brasil, reduzindo a dependência<br />

de importações de combustíveis fósseis, com consequente aumento<br />

da segurança energética do país e promoção da autonomia<br />

energética de comunidades e regiões. Além disso, estudos<br />

e prestação de serviços especializados como aqueles voltados<br />

para a produção e qualidade de pellets de biomassa, geram conhecimento<br />

e expertise que podem facilitar a competitividade<br />

da indústria brasileira de pellets, abrindo portas para a exportação<br />

desse produto. Por meio da colaboração com entidades<br />

dos setores acadêmico, industrial, agrícola e governamental e<br />

de projetos e prestação de serviços especializados na área de<br />

energia de biomassa, também contribuímos para elaboração e<br />

implementação de políticas públicas de incentivo à valorização<br />

da biomassa e o aumento de seu protagonismo no processo de<br />

transição energética em curso.<br />

Empresários do setor reclamam da falta de normas para<br />

os processos de fabricação de pellets. Como o LPF pode<br />

ajudar nisso?<br />

São muitas questões e muitos atores envolvidos na publicação<br />

de uma norma ou padrão de qualidade e grande parcela do<br />

público desconhece a complexidade desse processo. O LPF participou<br />

da formulação e publicação de diversas normas ABNT<br />

relacionadas à tecnologia da madeira e de produtos florestais.<br />

No caso dos pellets, participamos da elaboração da norma<br />

ABNT 17013-1, que define os requisitos e qualidades de pellets<br />

de pinus. O processo de formulação e publicação de uma<br />

norma envolve entidades representativas do setor produtivo,<br />

de pesquisadores e diversas entidades públicas. Durante a formoelectric<br />

power plants, homes, and other sectors, helping<br />

to reduce greenhouse gas emissions and dependence on external<br />

energy sources. Products such as biochar, the subject<br />

of recent studies in our laboratory, when applied to soil, increase<br />

agricultural productivity, reduce the use of chemical<br />

fertilizers, and increase the sequester of carbon, mitigating<br />

climate change and promoting environmental sustainability.<br />

These studies are not only focused on generating clean<br />

energy but also on valuing waste, turning an environmental<br />

problem into an economic and social opportunity, creating<br />

new products and businesses, and stimulating regional<br />

development. By studying the potential of biofuels, we<br />

contribute to strengthening Brazil’s energy independence,<br />

reducing dependence on imports of fossil fuels, thereby<br />

increasing the Country’s energy security and promoting the<br />

energy autonomy of communities and regions. In addition,<br />

studies and the provision of specialized services, such as<br />

those focused on the production and quality of biomass<br />

pellets, generate knowledge and expertise that can facilitate<br />

the competitiveness of the Brazilian pellet industry, opening<br />

doors for the export of this product. Through collaboration<br />

with academic, industrial, agricultural, and governmental<br />

entities, as well as through projects and the provision of<br />

specialized services in the field of biomass energy, we also<br />

contribute to the development and implementation of<br />

public policies that promote the valorization of biomass and<br />

increase its role in the ongoing energy transition process.<br />

Entrepreneurs in the industry complain about the<br />

lack of standards for pellet manufacturing processes.<br />

How can LPF help?<br />

There are many issues and many players involved in the<br />

publication of a norm or quality standard, and a large part<br />

of the public is unaware of the complexity of this process.<br />

LPF has been involved in the formulation and publication<br />

of several Abnt standards related to wood technology and<br />

forest products. In the case of pellets, we participated in<br />

the drafting of Abnt Standard 17013-1, which defines the<br />

requirements and qualities of pine pellets. The process of<br />

formulating and publishing a standard involves bodies<br />

representing the Production Sector, scientists, and various<br />

public bodies. During the formulation process, there must<br />

be a consensus among all participants to define the text<br />

and criteria of the standard. In other words, if there is any<br />

disagreement or veto of the text by any of the participating<br />

institutions, the discussion is reopened to reach a consensus.<br />

It usually takes many meetings and many days of discussion<br />

to finalize the standard text. If the participants approve the<br />

text, Abnt submits the preliminary version of the standard<br />

for national consultation, where other institutions can<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Mato Grosso, chegamos!<br />

Agora a DRV é um ponto de<br />

apoio completo para o Florestal e o<br />

Madeireiro no centro-oeste<br />

e norte do Brasil.<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

Visando atender com mais agilidade e manter a proximidade com<br />

nossos parceiros, a DRV abre suas portas em Sinop. Oferecendo um<br />

catálogo robusto que inclui suas renomadas facas e serras, além de<br />

EPIs, correntes e sabres para harvesters, afiadoras de correntes,<br />

mangueiras hidráulicas, conexões hidráulicas, e muito mais.


ENTREVISTA<br />

mulação, precisa haver consenso entre todos os participantes<br />

para se definir o texto e os critérios da norma. Isto é, havendo<br />

alguma divergência ou veto ao texto por qualquer instituição<br />

participante, a discussão é retomada para se construir um<br />

consenso. Geralmente são muitas reuniões e muitos dias de discussão<br />

para se definir a redação da norma. Caso o texto consiga<br />

aprovação dos participantes da formulação, a ABNT submete a<br />

versão preliminar da norma para consulta nacional, onde outras<br />

instituições podem questionar o texto ou os critérios definidos.<br />

Portanto, é possível compreender que não é fácil construir<br />

esses consensos, a não ser quando o tema já possui bastante<br />

maturidade técnica, científica e comercial, como foi no caso da<br />

norma ABNT 17013-1. Inicialmente o LPF defendia que a norma<br />

ABNT fosse publicada para classificar pellets de biomassas<br />

em geral, que além de pinus incluiria eucalipto, acácia, teca,<br />

gramíneas como canas e bambus, resíduos agrícolas e madeiras<br />

nativas com comprovação de origem legal e sustentável, como<br />

é o caso dos resíduos de madeira das concessões de florestas<br />

públicas. Porém, apenas os pellets de pinus obtiveram o consenso<br />

necessário para avançar na aprovação e publicação da<br />

norma, devido à maturidade técnica da produção de pellets de<br />

pinus no Brasil e também pela aderência dos parâmetros dos<br />

pellets de pinus com as exigências das normas de qualidade<br />

internacionais, notadamente a ISO 17225-2, que serve de base<br />

para o selo ENPLUS adotado pelo mercado europeu.<br />

Então a grande dificuldade para se desenvolver uma<br />

norma ABNT está nas exigências internacionais?<br />

Não é fácil partir de normas internacionais para formular<br />

uma norma brasileira para todos os demais tipos de pellets,<br />

pois o Brasil possui uma diversidade de espécies vegetais<br />

enorme e muitos dos parâmetros que as nossas biomassas<br />

apresentam não se enquadram nas exigências internacionais,<br />

que acabam por privilegiar as biomassas do hemisfério norte.<br />

Alguns exemplos são o teor de cloro e o teor de cinzas, que<br />

foram definidos de forma tão restrita pelas normas internacionais,<br />

que muitas biomassas daqui não conseguem se qualificar.<br />

Além desses, existem outros parâmetros que carecem de maior<br />

compreensão científica para se definir classes de qualidade<br />

efetivamente úteis para o consumidor de pellets. O LPF, como<br />

instituição pública e científica, participa das discussões sempre<br />

em defesa do interesse público e defendendo parâmetros que<br />

tenham embasamento científico. Assim é também a atuação de<br />

outras entidades e instituições participantes, o que garante que<br />

a norma seja publicada para beneficiar a sociedade como um<br />

todo, principalmente os consumidores do produto. Finalmente,<br />

o LPF e a Aenbio permanecem dispostos a contribuir com a<br />

formulação e aprovação de normas e padrões de qualidade<br />

nacionais para todo tipo de pellets e briquetes de biomassa<br />

vegetal.<br />

question the text or the criteria defined. It is, therefore,<br />

understandable that it is not easy to reach such a consensus,<br />

except when the subject is already technically, scientifically,<br />

and commercially mature, as was the case with the Abnt<br />

17013-1 standard. Initially, LPF advocated that the Abnt<br />

standard be published to classify biomass pellets in general,<br />

which would include, in addition to pine, eucalyptus, acacia,<br />

teak, grasses such as sugar cane and bamboo, agricultural<br />

waste, and native wood with proof of legal and sustainable<br />

origin, as is the case with wood waste from public forest concessions.<br />

However, only pine pellets obtained the consensus<br />

necessary to proceed with the approval and publication of<br />

the standard due to the technical maturity of pine pellet<br />

production in Brazil and also due to the compliance of pine<br />

pellet parameters with the requirements of international<br />

quality standards, especially ISO 17225-2, which serves<br />

as the basis for the Enplus label adopted by the European<br />

market.<br />

So, the main difficulty in developing an Abnt standard<br />

is the international requirements?<br />

It is not easy to start from international standards to<br />

formulate a Brazilian standard for all other types of pellets<br />

because Brazil has a huge diversity of plant species, and<br />

many of the parameters that our biomass presents do not<br />

fit with international requirements, which end up favoring<br />

biomass from the northern hemisphere. Some examples are<br />

chlorine and ash content, which are so narrowly defined by<br />

international standards that much biomass from here does<br />

not qualify. In addition, other parameters require greater<br />

scientific understanding to define quality classes that are<br />

actually useful to pellet consumers. LPF, as a public and<br />

scientific institution, always participates in discussions in<br />

defense of the public interest and in defense of parameters<br />

that have a scientific basis. This is also the case with the<br />

other institutions involved, which ensures that the standard<br />

is published for the benefit of society as a whole and, in<br />

particular, the consumers of the product. Finally, LPF and<br />

Aenbio remain willing to contribute to the formulation and<br />

approval of national norms and quality standards for all<br />

types of pellets and briquettes made from plant biomass.<br />

Os analistas ambientais do LPF, Luiz Gustavo<br />

Galvão e Bruno Sant’Anna Chaves, também<br />

contribuíram com as respostas da entrevista.<br />

36 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PRINCIPAL<br />

TECNOLOGIA<br />

PARA PLANTA<br />

DE PELLETS<br />

A IMPORTÂNCIA DA<br />

ESCOLHA DO GERADOR DE<br />

CALOR PARA A QUALIDADE<br />

FINAL DO PRODUTO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

39


PRINCIPAL<br />

O<br />

mercado de pellets está em crescimento e<br />

deve ultrapassar os US$ 26 bilhões em receita<br />

até 2032. Para a indústria brasileira,<br />

isso não é novidade. As empresas locais já<br />

reconhecem o potencial dos pellets, tanto para exportação,<br />

quanto para a fabricação de equipamentos. O Brasil é<br />

destaque em um dos setores que deve liderar a busca por<br />

energia sustentável no mundo.<br />

Para aproveitar o momento favorável do mercado,<br />

empresas estão em busca de soluções que se adequem<br />

ao seu potencial produtivo, estrutura fabril e projeção de<br />

investimento. A boa notícia é que existem opções para todos<br />

os portes.<br />

COMO ESCOLHER O MODELO CERTO<br />

Na produção de pellets, as indústrias podem escolher<br />

entre quatro tipos de geradores de calor. A decisão depende<br />

do que se busca na qualidade do produto final, nível de<br />

investimento e, principalmente, na escolha dos secadores<br />

para as plantas de pellets.<br />

Para investimentos iniciais menores, a Fornalha de Gás<br />

Quente é indicada como uma solução eficiente na geração<br />

de calor e secagem da biomassa. Ela trabalha com<br />

processos de secagem que utilizam tambores rotativos e<br />

demandam temperaturas mais altas para evaporação da<br />

umidade. Utiliza para filtragem dos gases o sistema defagulhador<br />

(produto de desenvolvimento Imtab), que garante<br />

uma melhor qualidade dos gases.<br />

PELLET PLANT<br />

TECHNOLOGY<br />

THE IMPORTANCE OF HEAT<br />

GENERATOR SELECTION FOR<br />

FINAL PRODUCT QUALITY<br />

T<br />

he worldwide pellet market is growing and is expected<br />

to exceed $ 26 billion in sales by 2032. This<br />

is nothing new for the Brazilian industry, and companies<br />

are already recogniz-ing the potential of<br />

pellets, both for export and equipment manufacturing.<br />

Brazil stands out in one of the Sectors that should lead the<br />

world’s search for sustainable energy.<br />

To take advantage of the market’s favorable momentum,<br />

companies are looking for solu-tions that fit their<br />

production potential, factory structure, and investment<br />

projections. The good news is that there are options for all<br />

sizes.<br />

CALDEIRA FLAMOTUBULAR<br />

40<br />

www.REVISTABIOMAIS.com.br


GERADOR DE AR QUENTE<br />

O Gerador de Ar Quente é uma solução econômica e<br />

eficiente, que utiliza fornalha de gás acoplada a um trocador<br />

de calor, com montagem que dispensa vasos de pressão,<br />

isso reduz custos, pois seu próprio trocador entrega<br />

ar totalmente limpo na entrada do secador e preserva a<br />

qualidade dos pellets de biomassa.<br />

Para empresas com foco em investimento de secadores<br />

a vapor, existe a Caldeira Flamotubular de Vapor, considerada<br />

uma inovação no mercado brasileiro de secagem<br />

de biomassa. Este equipamento oferece alta produtividade<br />

e é indicado para secagem com temperaturas controladas,<br />

garantindo desempenho confiável. Além disso, simplifica<br />

a operação e manutenção.<br />

Outra opção viável é a Caldeira Flamotubular de Água<br />

Quente, um equipamento robusto que utiliza grandes volumes<br />

de água aquecida por gases de combustão. Ele vem<br />

acompanhado de sistema de bombeamento que garante<br />

a perfeita circulação de água nos trocadores, garantindo<br />

uma temperatura estável do ar na entrada do secador. A<br />

eficiência e a alta qualidade dos pellets justificam a escolha.<br />

MERCADO BRASILEIRO INVESTE NA<br />

LIDERANÇA<br />

Sem depender de variações cambiais ou de suporte<br />

técnico distante, hoje as empresas brasileiras contam com<br />

suporte e entrega de todas as opções de geração de calor<br />

para queima de biomassa. Empresas de alcance mundial,<br />

HOW TO CHOOSE THE RIGHT MODEL<br />

In pellet production, companies can choose between<br />

four types of heat generators. The choice depends on the<br />

quality of the final product, the level of investment, and,<br />

most im-portantly, the choice of dryers for use in the factory.<br />

For smaller initial investments, the Hot Gas Furnace is<br />

indicated as an efficient solution for heat generation and<br />

biomass drying. It works with drying processes that use rotating<br />

drums and require higher temperatures to evaporate<br />

moisture. It uses a deflagrator sys-tem to filter the gases<br />

(a product developed by Imtab), which guarantees better<br />

gas quali-ty.<br />

The Hot Air Generator is an economical and efficient<br />

solution that uses a gas furnace coupled to a heat exchanger,<br />

with an assembly that does not require pressure vessels.<br />

This reduces costs because the heat exchanger itself<br />

delivers completely clean air to the dryer inlet and preserves<br />

the quality of the biomass pellets.<br />

For companies focused on investing in steam dryers,<br />

the Fire Tube Steam Boiler is con-sidered an innovation<br />

in the Brazilian biomass drying market. This equipment<br />

offers high productivity and is suitable for temperature-<br />

-controlled drying, guaranteeing reliable per-formance. It<br />

is also easy to operate and maintain.<br />

Another viable option is the Fire Tube Hot Water Boiler,<br />

a robust unit that uses large volumes of water heated by<br />

combustion gases. It is equipped with a pumping system<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 41


PRINCIPAL<br />

como a Imtab, oferecem as soluções completas em seu catálogo,<br />

com os quatro tipos de equipamentos completos<br />

para entrega.<br />

“Nós da Imtab temos uma ligação muito forte com<br />

segmento da biomassa”, enaltece Joel Padilha, diretor comercial<br />

da Imtab. “Estamos sempre presentes no desenvolvimento<br />

de novos equipamentos para entregar soluções<br />

cada vez mais eficientes, com foco particular para a<br />

necessidade de cada cliente”, destaca Joel. Ainda de acordo<br />

com o diretor comercial, esse pioneirismo fez com que<br />

a empresa alcançasse um crescimento de 215% nos últimos<br />

5 anos, ganhando notoriedade no mercado através<br />

de máquinas robustas, com tecnologias próprias e baixo<br />

índice de manutenção. O prazo também é outro aspecto<br />

fundamental no crescimento substancial da empresa.<br />

“A entrega antecipada dos equipamentos fez com que o<br />

crescimento da Imtab mantivesse este suporte exponencial<br />

ao longo do caminho”, revela Joel um dos segredos<br />

do sucesso da empresa. A qualidade da Imtab demonstra<br />

o potencial de crescimento, investimento em tecnologia<br />

e planejamento logístico. Sediada em Agrolândia (SC), a<br />

empresa possui certificação ASME (selos U e S), elevando o<br />

reconhecimento da inovação brasileira no mercado global<br />

e ampliando as possibilidades para o futuro do setor.<br />

"Estamos sempre presentes<br />

no desenvolvimento de novos<br />

equipamentos para entregar<br />

soluções cada vez mais eficientes,<br />

com foco particular para a<br />

necessidade de cada cliente"<br />

that ensures perfect water circulation in the exchangers,<br />

thus guaranteeing a stable air tem-perature at the dryer<br />

inlet. The efficiency and the high quality of the pellets justify<br />

the choice.<br />

BRAZILIAN MARKET INVESTS IN LEADERSHIP<br />

Today, Brazilian companies can count on the support<br />

and delivery of all heat generation options for biomass<br />

combustion without having to worry about exchange rate<br />

fluctuations or distant technical support. Companies with<br />

a global reach, such as Imtab, offer com-plete solutions in<br />

their catalog, with all four types of equipment available for<br />

delivery.<br />

“We at Imtab have a very strong connection with the<br />

biomass segment,” says Joel Pa-dilha, Imtab’s Director of<br />

Sales. “We are always involved in the development of new<br />

equipment to provide increasingly efficient solutions, with<br />

a special focus on the needs of each customer,” says Padilha.<br />

According to the Director of Sales, this pioneering<br />

spirit has enabled the Company to grow by 215% over the<br />

last five years and to gain a reputa-tion in the market for<br />

robust machines with proprietary technologies and low<br />

mainte-nance rates. Punctuality is another key aspect of<br />

the Company’s substantial growth. “The early delivery of<br />

equipment has meant that Imtab’s growth has maintained<br />

this exponen-tial support along the way,” reveals Padilha,<br />

one of the secrets of the Company’s success. Imtab’s<br />

quality demonstrates its potential for growth, investment<br />

in technology, and logis-tical planning. Headquartered in<br />

Agrolândia (SC), the Company is ASME certified (U and S<br />

seals), increasing the recognition of Brazilian innovation in<br />

the global market and ex-panding the possibilities for the<br />

future of the Sector.<br />

- Joel Padilha, diretor comercial<br />

da Imtab<br />

FORNALHA DE GÁS QUENTE<br />

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PRODUTOS IMTAB<br />

FORNALHA DE GÁS QUENTE:<br />

Uma solução econômica e eficiente para secagem em<br />

tambores rotativos e que demandam temperaturas elevadas.<br />

Versátil, pode ser aplicada em diferentes sistemas de<br />

secagem. Processo direto, simples e com menor investimento.<br />

GERADOR DE AR QUENTE:<br />

Eficiência e economia na secagem, utilizando fornalha<br />

de gás acoplada a um trocador de calor. Dispensa vasos<br />

de pressão, reduzindo custos. Mantém a qualidade dos<br />

pellets, preservando a lignina. Compatível com secadores<br />

de esteira importados, reconhecido pela eficiência energética,<br />

baixo custo operacional e segurança no manuseio.<br />

CALDEIRA FLAMOTUBULAR DE VAPOR:<br />

Inovação na secagem de biomassa como alternativa<br />

ao uso de água ou gás quente. Trabalha o vapor como fluido<br />

térmico, indicado para processo em que a temperatura<br />

precisa ser controlada e manter um desempenho confiável.<br />

Essa tecnologia representa uma evolução no mercado<br />

de secagem de biomassa, oferecendo uma alternativa<br />

competitiva aos métodos tradicionais.<br />

CALDEIRA FLAMOTUBULAR DE ÁGUA QUENTE:<br />

Caldeira robusta para secagem de biomassa, utilizando<br />

grande volume de água aquecida por gases de combustão.<br />

Sua capacidade em lidar com grandes volumes de<br />

água garante a consistência na temperatura, o controle da<br />

qualidade do produto e maior eficiência em secadores de<br />

esteira importados.<br />

IMTAB PRODUCTS<br />

HOT GAS FURNACE:<br />

An economical and efficient solution for rotary drum<br />

drying where high temperatures are required. Versatile,<br />

it can be applied to different drying systems a simple<br />

process with less investment.<br />

HOT AIR GENERATOR:<br />

Efficient and economical drying using a gas oven<br />

coupled to a heat exchanger. Elimi-nates the need for<br />

pressure vessels, reducing costs. Maintains pellet quality<br />

and pre-serves lignin. Compatible with imported<br />

belt dryers, recognized for their energy efficiency, low<br />

operating costs, and safe handling.<br />

FIRE TUBE STEAM BOILER:<br />

Innovation in biomass drying as an alternative to<br />

using water or hot gas. It uses steam as a thermal fluid,<br />

suitable for processes where temperature control and<br />

reliable perfor-mance are required. This technology<br />

represents an evolution in the biomass drying mar-ket<br />

and offers a competitive alternative to traditional methods.<br />

FIRE TUBE HOT WATER BOILER:<br />

A robust biomass drying boiler that uses a large volume<br />

of water heated by flue gases. Its ability to handle<br />

large volumes of water ensures temperature consistency,<br />

product quality control, and greater efficiency in<br />

imported conveyor dryers.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

43


MODELO<br />

MERCADO<br />

LIVRE DE<br />

ENERGIA<br />

CRESCIMENTO DE 75% NAS<br />

EMISSÕES DE CERTIFICADOS<br />

RENOVÁVEIS DESTACA O<br />

COMPROMISSO COM PRÁTICAS<br />

ESG NO SETOR ENERGÉTICO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

47


MODELO<br />

E<br />

m 2023, o mercado livre de energia no Brasil<br />

atingiu um recorde importante. Ao todo,<br />

foram negociados 37,8 milhões de I-RECs, ou<br />

seja, certificados que comprovam a origem renovável<br />

da energia consumida, cerca de 75% a mais do<br />

que em 2022, quando foram registrados 21,8 milhões.<br />

Os dados são do Instituto Totum, responsável pela<br />

emissão local dos certificados.<br />

A Spirit Energia, empresa que atua na assessoria de<br />

contratos para o mercado livre de energia, já trabalha<br />

com a utilização desses certificados, que garantem que<br />

a energia é proveniente de fontes renováveis. De acordo<br />

com o CEO da Spirit Energia, Uberto Sprung Neto,<br />

os próprios clientes têm solicitado os I-RECs. “A compra<br />

desses certificados pode trazer rastreabilidade total da<br />

energia, permitindo identificar quem produz a energia<br />

que consumimos no dia a dia. Por isso, muitos dos nossos<br />

clientes já buscam o certificado”, revela Uberto.<br />

Diferentemente do mercado regulado, onde a compra<br />

é feita de um único distribuidor local, no mercado<br />

livre os consumidores têm a flexibilidade para buscar<br />

alternativas que melhor atendam suas necessidades<br />

e metas estratégicas. “Os benefícios que as empresas<br />

têm ao optar por energias renováveis incluem cumprir<br />

os protocolos internacionais de incentivo à energia<br />

renovável, além de reforçar a credibilidade e sustentabilidade<br />

no mercado”, afirma Uberto.<br />

PRÁTICAS ESG<br />

As energias renováveis são aquelas produzidas<br />

através de recursos naturais, que são inesgotáveis ou<br />

que se regeneram rapidamente. Já as não renováveis<br />

incluem o petróleo, gás natural e carvão mineral. O<br />

grande impacto que as fontes renováveis apresentam<br />

em relação à energia não renovável está na questão<br />

de proporcionar mais qualidade e ajudar a diminuir o<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Excelência em cada detalhe<br />

DESDE 1963<br />

secador de lâminas<br />

O melhor maquinário para secagem de lâminas, tecnologia<br />

avançada e qualidade garantida. Com sistema de alimentação<br />

automática, temos como resultado a alta produtividade,<br />

custos de produção reduzidos e otimização de processos.<br />

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MODELO<br />

impacto das mudanças climáticas no mundo.<br />

Estar inserido no mercado livre de energia apresenta<br />

vantagens de várias formas, como previsibilidade e<br />

redução de custos e a livre escolha do fornecedor. Além<br />

disso, este mercado oferece energias renováveis, que<br />

atuam de forma mais sustentável e atendem à abordagem<br />

ESG (environmental, social and governance), que<br />

reúne as políticas de meio ambiente, responsabilidade<br />

social e governança.<br />

Este termo está cada vez mais presente nas empresas,<br />

e as práticas de ESG estão sendo adotadas para<br />

que as atividades realizadas nas organizações gerem o<br />

menor impacto possível ao meio ambiente, à sociedade<br />

e aos próprios gestores dos negócios. Através dos hábitos<br />

e comportamentos que integram o ESG, as corporações<br />

são positivamente impactadas em vários âmbitos,<br />

seja na redução de custos operacionais e ganhos de<br />

produtividade, na atração de investidores, na melhoria<br />

da imagem da marca e até mesmo em consumidores<br />

mais satisfeitos.<br />

Os benefícios que as<br />

empresas têm ao optar<br />

por energias renováveis<br />

incluem cumprir os<br />

protocolos internacionais<br />

de incentivo à energia<br />

renovável, além de<br />

reforçar a credibilidade<br />

e sustentabilidade no<br />

mercado<br />

Uberto Sprung, CEO da Spirit<br />

Energia<br />

50 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ANDRITZ é líder global em tecnologia<br />

de peletização de biocombustíveis<br />

A ANDRITZ Feed & Biofuel é um dos principais fornecedores<br />

mundiais de soluções de tecnologias e serviços<br />

para as indústrias de ração animal, ração aquática e<br />

biocombustíveis. Essas soluções maximizam o uso de<br />

matérias-primas, atuam no aumento da eficiência e<br />

sustentabilidade da produção e na redução do custo<br />

total de propriedade das empresas.<br />

Com linhas completas, que representam a metade<br />

da produção mundial de rações para peixes e biomassa,<br />

garantimos os mais elevados níveis de segurança e<br />

qualidade, desde a matéria-prima até o produto final.<br />

Nosso portfólio de maquinários somado à expertise em<br />

processos, experiência em campo e ao suporte de<br />

especialistas locais, garante que os requisitos de<br />

produção sejam atendidos, proporcionando o máximo<br />

retorno sobre o investimento realizado.<br />

SOLUÇÕES ANDRITZ<br />

A ANDRITZ fornece soluções desde um equipamento<br />

único ou para uma etapa de processamento até uma<br />

planta completa, seja para a instalação em plantas<br />

existentes ou novas, com fornecimento significativo para<br />

processadores de biomassa e disponibilidade de atendimento<br />

para o mercado global.<br />

NOVA GERAÇÃO<br />

PM30-6<br />

Com tecnologia ainda mais robusta,<br />

garantimos a qualidade da peletizadora<br />

PM30 embarcando em uma atualização que<br />

traz melhorias no desempenho, resultando<br />

em:<br />

• Maior capacidade;<br />

• Maior facilidade de manutenção e segurança;<br />

• Maior confiabilidade e tempo de atividade;<br />

• Custos reduzidos de manutenção e<br />

operação.<br />

A nova geração PM30-6 Pellet Mill é<br />

projetada especificamente para aplicações<br />

que incluem plantas de processamento de<br />

biomassa, madeira e resíduos de madeira<br />

como serragem e cavacos, além de resíduos<br />

agrícolas como palha de trigo, casca de<br />

arroz e bagaços. Também é ideal para<br />

culturas energéticas, como bambu e<br />

capim-elefante.<br />

www.andritz.com/feed-and-biofuel-en/industries/biomass-pelleting


ANDRITZ NA LIGNUM<br />

Venha conhecer nossas soluções no fornecimento de plantas completas, em automação e<br />

digitalização, engenharia de projetos e equipamentos voltados ao mercado da biomassa. Nossa<br />

equipe de especialistas marcará presença na Lignum Latin America 2024, que será realizada entre<br />

os dias 17 a 19 de setembro, no Expotrade Convention Center em Curitiba/PR. Estaremos no estande<br />

Hb1 com a exibição in loco da peletizadora PM30.<br />

Know-how: da concepção do projeto ao<br />

suporte técnico<br />

O portfólio diversificado para fornecimento de<br />

plantas completas de peletização de biomassa<br />

abrange desde a recepção das matérias-primas<br />

até a moagem úmida e seca, secadores e máquinas<br />

de peletização. A ANDRITZ é a única empresa que<br />

fornece atendimento voltado à engenharia de<br />

projeto, gestão de compras, obra civil, montagem e<br />

comissionamento para produção de pellets de<br />

madeira com acompanhamento do corpo técnico<br />

de especialistas.<br />

Nossas máquinas de processamento chave<br />

abrangem todas as etapas essenciais, desde a<br />

moagem até a peletização, incluindo calor, resfriamento<br />

e controle de processos. Oferecemos projetos<br />

para máquinas individuais e plantas inteiras,<br />

integradas com tecnologias de digitalização e<br />

automação Metris para garantir eficiência e<br />

soluções em cada etapa. A linha de produção inclui<br />

equipamentos de moagem e peletização para<br />

converter subprodutos florestais e agrícolas em<br />

pellets de combustível uniformes e densificados para<br />

geração de energia e calor em grande escala, e<br />

para aquecimento de residências particulares.<br />

A peletização oferece um leque de vantagens<br />

para diversos setores, transformando materiais em<br />

produtos mais eficientes e manejáveis, entre seus<br />

benefícios destacamos:<br />

• Manuseio simples;<br />

• Custo de transporte reduzido;<br />

• Melhorias na capacidade de armazenamento;<br />

• Padronização e homogeneização do padrão<br />

calorífico do pellet;<br />

• Ambientalmente amigável;<br />

• Combustível neutro em CO2.<br />

EXCELÊNCIA EM PELETIZAÇÃO DE BIOMASSA<br />

Nossas linhas possuem flexibilidade de atender diversos tamanhos e necessidades de produção, com tecnologia<br />

e maquinários para uso de grandes, médios e pequenos produtores. Seja qual for o seu desafio, temos um time de<br />

especialistas oferecendo soluções e o melhor suporte de pós-venda, contemplando engenharia, instalação,<br />

manutenção, reposições até a otimização dos processos e treinamentos.


Somos o melhor parceiro para impulsionar o seu negócio com o compromisso contínuo de excelência em todo o<br />

ciclo de vida da sua operação: desde a primeira análise de matéria-prima em campo, passando a uma produção<br />

sem interrupções de biocombustíveis. Nossa parceria vai além da compra e instalação, se estende à manutenção,<br />

disponibilidade de peças em estoque local,serviço e suporte contínuos de todos os equipamentos de processamento<br />

de biocombustíveis da ANDRITZ, bem como de todas as linhas de produtos de outros fabricantes.<br />

INDÚSTRIA 4.0 PARA QUEM NUNCA FICA PARADO<br />

Nossas soluções de automação e digitalização, alimentadas pela plataforma digital Metris, são projetadas para<br />

atualizar operações, garantindo lucratividade, reduzindo o custo total de propriedade e melhorando a excelência<br />

operacional.<br />

Para evitar paradas não planejadas e custosas da planta, disponibilizamos o monitoramento de condições de<br />

operação Metris Vibe, contribuindo para a melhora no desempenho dos processos e redução de custos. Leve sua<br />

manutenção para o próximo nível com os recursos exclusivos do Metris Vibe:<br />

Diagnóstico personalizado do sistema;<br />

Cada sensor é configurado para monitorar de acordo com posicionamento específico e tipo de equipamento;<br />

Interfaces intuitivas (amigáveis para não especialistas);<br />

Isolado da rede de TI do cliente;<br />

Modelo de suporte de serviço integrado com recomendações à equipe de manutenção local, suporte ao<br />

serviço de campo e relatório de integridade do equipamento.<br />

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Metris Risk-based Management<br />

Com mais de 30 anos de experiência e uma ampla<br />

variedade de sistemas de automação e digitalização,<br />

a ANDRITZ desenvolveu seu próprio Sistema de Saúde<br />

de Ativos (Asset Health System) com uma perspectiva<br />

holística abrangendo toda a planta.<br />

O Metris Risk-based Management utiliza tecnologias<br />

avançadas para identificar, avaliar e mitigar<br />

riscos em tempo real, garantindo operações mais<br />

seguras e eficientes. A ferramenta atua como uma<br />

camada integrada para processos estáveis e confiáveis,<br />

cobrindo as condições de saúde e segurança<br />

dos equipamentos na fábrica. Com tecnologia de<br />

ponta, possibilita que ativos ou dispositivos únicos<br />

possam realizar o autodiagnóstico e prever problemas<br />

por meio de IA.<br />

Benefícios Metris Risk-based Management:<br />

Maior disponibilidade de ativos por meio da<br />

identificação de risco com uma visão holística;<br />

Segurança máxima por meio de abordagem<br />

única com verificação de vulnerabilidade de<br />

segurança cibernética OT incorporada;<br />

Excelente eficiência dos recursos de manutenção<br />

disponíveis, com foco nos "ativos certos";<br />

Contribuição ideal para encontrar a situação<br />

ótima para custos de manutenção específicos.<br />

COMPROMISSO AMBIENTAL<br />

Como líder global em tecnologia de peletização de<br />

biocombustíveis atuamos dentro dos mais altos<br />

padrões de qualidade e inovação direcionados por<br />

práticas ambientalmente responsáveis. Com 350<br />

plantas de referência no mercado, fornecemos<br />

soluções avançadas que otimizam o uso de recursos<br />

e reduzem o impacto ambiental. Mais de 50% de<br />

todos os pellets de biocombustível produzidos no<br />

mundo são produzidos pelas usinas de peletização<br />

da ANDRITZ Feed & Biofuel.<br />

A quantidade de combustível com emissões<br />

neutras de CO2 produzido com maquinário ANDRITZ<br />

substitui quase cinco milhões de toneladas de<br />

petróleo anualmente. Essa tecnologia é uma alternativa<br />

eficaz para reduzir a emissão de gases de efeito<br />

estufa, que atualizam o aquecimento global e as<br />

mudanças climáticas. A adoção eficiente de biomassa,<br />

um combustível limpo, renovável e de baixo<br />

impacto ambiental, também diminuiu significativamente<br />

as emissões.<br />

O compromisso com a sustentabilidade é refletido<br />

na cultura de negócio da ANDRITZ incorporado desde<br />

a análise inicial da matéria-prima até a produção<br />

final de biocombustíveis, garantindo que nossa<br />

atuação contribua para um futuro mais verde e<br />

sustentável.


PELLETS<br />

NOVA<br />

PLANTA<br />

FOTOS EMANOEL CALDEIRA<br />

EMPRESA ESPECIALIZADA<br />

EM IMPORTAÇÃO<br />

E EXPORTAÇÃO<br />

DE PELETIZADORAS<br />

INAUGURA NOVA SEDE<br />

EM INÁCIO MARTINS (PR)<br />

I<br />

nstalada em Curitiba (PR), a Jsic Equipamentos<br />

Industriais está ampliando sua atuação.<br />

Recentemente inaugurou uma nova planta em<br />

Inácio Martins (PR), onde os clientes podem ver<br />

e analisar as condições de produção das máquinas<br />

que comercializa. A nova planta, denominada Jsic Bioenergia<br />

Ltda, surgiu da necessidade de ter um espaço<br />

disponível para os clientes que gostam de fazer uma<br />

visita física e necessitam ver e analisar as condições de<br />

produção e das máquinas.<br />

O gestor da empresa, Dalclis Azevedo, explica que<br />

neste espaço o cliente pode ver como é o processo<br />

das peletizadoras. “O cliente pode ver e participar<br />

por um momento da produção, tirar dúvidas, fazer<br />

análises técnicas e copiar o layout. Essa fábrica é a<br />

56 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ealização de um objetivo traçado desde o início do<br />

Grupo Jsic, de disponibilizar o espaço para que os<br />

clientes possam visitar e tirar dúvidas antes de fazer a<br />

aquisição”, afirma Dalclis .<br />

UNIVERSO PELLETS<br />

A Jsic Equipamentos Industriais trabalha com a<br />

importação e exportação de máquinas, peças de reposição,<br />

equipamentos, plantas completas de produção,<br />

desenvolvimento de projetos e consultoria técnica<br />

para atender o mercado de geração de energia limpa.<br />

A instalação em Inácio Martins se deu devido as parcerias<br />

de longa data que a empresa possui na cidade.<br />

“Temos parceiros em Inácio Martins que nos ajudaram<br />

"O cliente pode ver<br />

e participar por um<br />

momento da produção,<br />

tirar dúvidas, fazer<br />

análises técnicas e copiar<br />

o layout"<br />

Dalclis Azevedo, gestor da Jsic<br />

Equipamentos Industriais<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

57


PELLETS<br />

a realizar esse objetivo, foi uma das primeiras cidades<br />

onde oferecemos nossos produtos e fomos recebidos<br />

com muito carinho. É uma área com muitas fábricas de<br />

madeira que produzem resíduos e que podemos usar”,<br />

explica o diretor.<br />

“Os clientes que visitarem o local vão encontrar<br />

uma fábrica completa com as máquinas que importamos<br />

e comercializamos, porém a produção pode ser<br />

interrompida para fazer testes com outros materiais,<br />

análises de laboratório, testes de matrizes de diferentes<br />

taxas de compactação e de matéria-prima, umidade<br />

e granulação. Sabemos que diversos materiais<br />

podem ser usados para queima, para aquecimento e<br />

queremos disponibilizar a nossos clientes essa nova<br />

opção no mercado”, destaca Dalclis. “É um orgulho<br />

para nossos colaboradores e parceiros poder comercializar<br />

os equipamentos e poder mostrar em funcionamento<br />

aos nossos clientes”, completa.<br />

Os equipamentos da Jsic produzem pellets a partir<br />

de diferentes matérias-primas como casca de arroz,<br />

"Os clientes que visitarem<br />

o local vão encontrar<br />

uma fábrica completa<br />

com as máquinas<br />

que importamos e<br />

comercializamos"<br />

Dalclis Azevedo, gestor da Jsic<br />

Equipamentos Industriais<br />

casca de soja, de amendoim, além de resíduos de<br />

madeira. “Nossa expectativa é deixar nossos clientes<br />

mais confortáveis para adquirir nossos produtos,<br />

realizar testes de novos resíduos para queima e gerar<br />

feedback para a fábrica a respeito da performance das<br />

máquinas. Esse novo empreendimento abre novas<br />

possibilidades para abastecer o mercado de bioenergia.<br />

Estamos atentos a novas possibilidades de energia<br />

limpa e renovável que não agrida o meio ambiente”,<br />

finaliza Dalclis Azevedo.<br />

58 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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MATO GROSSO<br />

POTENCIAL<br />

DA BIOMASSA<br />

FLORESTAL<br />

ESTADO DO MATO GROSSO<br />

TEM REGISTRADO AUMENTO NO<br />

CONSUMO DE RESÍDUOS FLORESTAIS<br />

COMO FONTE DE ENERGIA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

60 www.REVISTABIOMAIS.com.br


THE POTENTIAL OF<br />

FOREST BIOMASS<br />

THE STATE OF MATO GROSSO<br />

HAS RECORDED AN INCREASE<br />

IN THE CONSUMPTION OF<br />

FOREST RESIDUES AS AN<br />

ENERGY SOURCE<br />

O<br />

uso da biomassa florestal no setor agropecuário<br />

tem crescido nos últimos anos no<br />

Estado do Mato Grosso e chamado atenção<br />

das instituições que atuam no setor. Este<br />

crescimento está relacionado à produção de grãos, especialmente<br />

soja e milho, que se destacam na produção<br />

nacional. Diante disso, a realização de estudos que possam<br />

aprofundar o conhecimento sobre propriedades e<br />

qualidades da madeira proveniente de plantios florestais<br />

e seu uso para geração de energia são importantes para<br />

otimizar o uso desses recursos.<br />

Com o objetivo de avaliar as propriedades energéticas<br />

dos clones em diferentes idades, plantados no<br />

município de Brasnorte (MT), e investigar a influência<br />

das características edafoclimáticas do local de plantio<br />

nas propriedades energéticas dos clones em diferentes<br />

idades de colheita, a Arefloresta (Associação de Reflo-<br />

T<br />

he use of forest biomass in the Agricultural<br />

Sector has grown in recent years in the State<br />

of Mato Grosso, attracting the attention of institutions<br />

working in the Sector. This growth is<br />

related to the production of cereals, especially soybeans<br />

and maize, which play an important role in national<br />

production. In this context, studies that can further the<br />

knowledge of the properties and qualities of wood from<br />

forest plantations and its use for energy generation are<br />

important for optimizing the use of these resources.<br />

With the aim of evaluating the energetic properties<br />

of clones of different ages planted in the municipality<br />

of Brasnorte (MT) and studying the influence of the<br />

edaphoclimatic characteristics of the plantation site on<br />

the energetic properties of clones of different harvesting<br />

ages, the Mato Grosso Planted Forest Association<br />

(Arefloresta), in partnership with the member company<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

61


MATO GROSSO<br />

restadores do Mato Grosso), em parceria com a empresa<br />

associada Grupo Mônica, está apoiando o projeto de<br />

mestrado intitulado: Qualidade da madeira proveniente<br />

de plantios florestais de eucalipto - 2024.<br />

Espera-se que, ao final da pesquisa, os dados de produtividade<br />

auxiliem na seleção e indicação dos melhores<br />

materiais genéticos a serem implantados no Mato Grosso.<br />

Além disso, a pesquisa deverá contribuir para identificar<br />

como a idade de colheita e as condições do solo e clima<br />

afetam a qualidade da madeira produzida. A iniciativa<br />

representa um passo importante para o desenvolvimento<br />

sustentável do setor florestal no Estado, promovendo o<br />

uso consciente dos recursos naturais e aprimorando a<br />

produção de biomassa florestal.<br />

INDÚSTRIA FLORESTAL<br />

Com uma indústria florestal em evolução constante,<br />

o setor passou a converter resíduos florestais que antes<br />

eram considerados um passivo ambiental em fonte de<br />

Grupo Mônica, is supporting the Master’s Degree Project<br />

entitled: Quality of Wood from Eucalyptus Forest<br />

Plantations - 2024.<br />

It is hoped that at the end of the research, the<br />

productivity data will help in the selection and indication<br />

of the best genetic material to be planted in<br />

Mato Grosso. In addition, the research should help to<br />

determine how the age of harvest and soil and climate<br />

conditions affect the quality of the wood produced.<br />

The initiative represents an important step towards the<br />

sustainable development of the Forestry Sector in the<br />

State, promoting the conscious use of natural resources<br />

and improving the production of forest biomass.<br />

FORESTRY INDUSTRY<br />

With a forestry industry that is constantly evolving,<br />

the Sector has begun to transform forestry waste, once<br />

considered an environmental liability, into a source for<br />

renewable energy generation. Ednei Blasius, Presi-<br />

62 www.REVISTABIOMAIS.com.br


geração de energia renovável. O presidente do Cipem<br />

(Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />

Madeira do Estado de Mato Grosso), Ednei Blasius,<br />

explica que a lei complementar número 233/2005 que<br />

dispõe sobre a política florestal e também versa sobre a<br />

reposição florestal, acompanhada da Instrução Normativa<br />

da Sema (Secretaria do Meio Ambiente do Mato Grosso)<br />

número 06/2022, marcou uma mudança significativa,<br />

pois os resíduos florestais que costumavam ser queimados<br />

a céu aberto após a supressão vegetal, passaram a<br />

ser aproveitados e transformados em bioenergia.<br />

Ednei destaca a indústria localizada em Nova Maringá<br />

(MT) que vem atuando nesse segmento. “Um exemplo<br />

notável é a indústria Madfreitas, que adotou o direcionamento<br />

dos resíduos para a geração de energia. Desde<br />

a instalação de um picador em 2007 esses resíduos têm<br />

sido destinados a outras grandes indústrias, incluindo a<br />

produção de etanol de milho e cana, como Inpasa, FSC,<br />

Libra, além da Votorantim Cimentos. Aproveitar os tocos,<br />

raízes e galhos promove um uso mais completo e equilibrado<br />

dos recursos florestais”, conta Ednei.<br />

dent of the Center of Wood Producing and Exporting<br />

Industries of the State of Mato Grosso (Cipem), explains<br />

that the Complementary Law No. 233/2005, which<br />

regulates the forestry policy and also deals with forest<br />

substitution, accompanied by the Normative Instruction<br />

No. 06/2022 of the Mato Grosso Secretary of the<br />

Environmental (Sema), marked a significant change,<br />

as forest residues, which were previously burned in the<br />

open after plant suppression, are now being used and<br />

transformed into bioenergy.<br />

Blasius highlights a company located in Nova Maringá<br />

(MT), which is active in this segment. “A notable<br />

example is Madfreitas, which has embraced the idea<br />

of using waste to generate energy. Since the installation<br />

of a chipper in 2007, this waste has been sent to<br />

other large companies, including corn and sugarcane<br />

ethanol producers such as Inpasa, FSC, Libra, and Votorantim<br />

Cimentos. Utilizing stumps, roots, and branches<br />

promotes a more complete and balanced use of forest<br />

resources,” says Blasius.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

63


MATO GROSSO<br />

É crucial enfatizar que a<br />

demanda por esse produto<br />

da madeira nativa continua<br />

crescendo em Mato Grosso,<br />

criando oportunidades<br />

promissoras para a<br />

indústria florestal<br />

Ednei Blasius, presidente<br />

do Cipem<br />

ESTUDO PARA AVANÇAR<br />

O estudo detalhado realizado pela Sema, e com o<br />

apoio do Cipem sobre o CRV (Coeficiente de Rendimento<br />

Volumétrico) se mostrou fundamental para viabilizar<br />

projetos de manejo florestal sustentável. Resíduos de serrarias<br />

e da colheita de madeira, que antes eram descartados<br />

a céu aberto, se tornaram um produto importante,<br />

tanto para as indústrias de base florestal, como para<br />

outras empresas que o adquirem com a finalidade de<br />

geração de energia.<br />

“É crucial enfatizar que a demanda por esse produto<br />

da madeira nativa continua crescendo em Mato Grosso,<br />

criando oportunidades promissoras para a indústria<br />

florestal”, destaca o presidente do Cipem. Nesse contexto,<br />

o valor equivalente ao total produzido em 2022 superou<br />

os volumes anuais anteriores (2020 e 2021), conforme<br />

STUDY TO MOVE FORWARD<br />

The in-depth study on the Volumetric Yield Coefficient<br />

(VYC), carried out by Sema with the support<br />

of Cipem, has proven to be fundamental in making<br />

sustainable forest management projects viable. Waste<br />

from sawmills and forest harvesting, which used to be<br />

dumped in open-air piles, has become an important<br />

product both for forest-based industries and for other<br />

companies that buy it to generate energy.<br />

“It is crucial to emphasize that the demand for<br />

this native wood product continues to grow in Mato<br />

Grosso, creating promising opportunities for the forest<br />

industry,” says the President of Cipem. In this context,<br />

the value corresponding to the total production in 2022<br />

exceeds the previous annual volumes (2020 and 2021),<br />

according to a study carried out by Cipem based on<br />

64 www.REVISTABIOMAIS.com.br


levantamento realizado pelo Cipem com base nos indicadores<br />

reunidos pela Fiemt (Federação das Indústrias do<br />

Estado de Mato Grosso), a partir de série histórica iniciada<br />

em 2015. Em 2022 foram faturados R$ 310,1 milhões com<br />

a produção anual de 3,5 milhões de m3 (metros cúbicos),<br />

representando alta anual de 119,53%.<br />

Apesar da demanda crescente e das iniciativas do<br />

setor produtivo, Ednei Blasius lembra que o setor precisa<br />

ser regulamentado. “Diante da alta demanda, é imperioso<br />

que o órgão ambiental licenciador estabeleça procedimentos<br />

com prazos de análise condizentes com a realidade<br />

dos empreendimentos que produzem biomassa para<br />

geração de energia, pois estes possuem processos e tempos<br />

diferentes, muito mais curtos em relação ao manejo.<br />

Caso o corpo técnico do órgão ambiental competente<br />

não consiga ajustar o atendimento aos prazos demandados<br />

pelo mercado consumidor, outras indústrias serão<br />

penalizadas, principalmente aquelas de base florestal”,<br />

defendeu Ednei Blasius.<br />

indicators collected by the Federation of Industries of<br />

Mato Grosso (Fiemt), based on a historical series that<br />

began in 2015. In 2022, R$ 310.1 million was invoiced<br />

with an annual production of 3.5 million m3, representing<br />

an annual increase of 119.53%.<br />

Despite the growing demand and the initiatives<br />

of the Production Sector, Blasius points out that the<br />

Biomass Sector needs to be regulated. “In view of the<br />

high demand, it is imperative that the environmental<br />

licensing body establishes procedures with analysis<br />

deadlines that are in line with the reality of companies<br />

that produce biomass for energy generation, as these<br />

have different processes and times that are much shorter<br />

in relation to management. Suppose the technical<br />

staff of the responsible environmental agency is not<br />

able to meet the deadlines demanded by the consumer<br />

market. In that case, other industries will be penalized,<br />

especially the forest-based industries,” states Blasius.<br />

Reduz a necessidade de paradas<br />

& Aumenta a eficiência<br />

de aquecedores de fluido térmico à biomassa<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

65


ARTIGO<br />

PODER CALORÍFICO E<br />

ANÁLISE ECONÔMICA<br />

DO USO TOTAL OU<br />

PARCIAL DA BIOMASSA<br />

DE EUCALIPTOS<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

66 www.REVISTABIOMAIS.com.br


TIAGO LUIS HABITZREITER<br />

UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná)<br />

UTFPR<br />

UTFPR<br />

UTFPR<br />

UTFPR<br />

UTFPR<br />

PAULO FERNANDO ADAMI<br />

ELEANDRO JOSÉ BRUN<br />

VANDERSON VIEIRA BATISTA<br />

MICHAEL LUIZ FERREIRA<br />

CLEVERSON LUIZ GIACOMEL<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

67


ARTIGO<br />

RESUMO<br />

A<br />

crescente demanda por fontes alternativas<br />

de energia tem se demonstrado uma<br />

tendência mundial. Diante do exposto,<br />

objetivou-se com o presente trabalho avaliar<br />

o poder calorífico das diferentes frações de biomassa de<br />

Eucalyptus grandis e Eucalyptus urophylla aos 60 meses<br />

de idade e analisar a viabilidade econômica do aproveitamento<br />

total ou parcial da biomassa, visando geração<br />

de energia. Para isso determinaram-se o poder calorífico<br />

superior, poder calorífico inferior, teor de cinzas e<br />

carbono orgânico dos compartimentos madeira, galhos,<br />

casca e folhas. Quanto ao PC (poder calorífico), a folha<br />

apresentou valores superiores as demais frações avaliadas,<br />

com 4.904 kcal kg-1, seguidas dos galhos com 4.290<br />

kcal kg-1, madeira com 4.126 kcal kg-1 e casca, com<br />

menor PC (3.641 kcal kg-1). Em relação a EUN (eficiência<br />

de uso dos nutrientes), a madeira apresentou os maiores<br />

valores, algo bastante desejável e de grande interesse<br />

para a silvicultura. Nas folhas estão os menores valores<br />

do EUN, com exceção do Ca e Mg, cujos menores valores<br />

A madeira para a região<br />

sudoeste do Paraná é de suma<br />

importância também para o<br />

uso em cerealistas, secadores<br />

de grãos, além de alimentar<br />

caldeiras nas agroindústrias e<br />

os aquecedores da avicultura,<br />

que estão presentes em<br />

grande número de produtores<br />

de aves<br />

68 www.REVISTABIOMAIS.com.br


estão na casca, indicando a importância da manutenção<br />

destes componentes no solo após a colheita. Em relação<br />

ao custo para repor os nutrientes (NPK) exportados por<br />

tonelada de biomassa de madeira, o Eucalyptus grandis<br />

apresentou valores de R$ 14,05 e Eucalyptus urophylla de<br />

R$ 11,54, sendo a biomassa deste componente, a mais<br />

barata em termos de custo com reposição de nutrientes.<br />

Por outro lado, as folhas apresentaram o maior custo<br />

de reposição de NPK, enfatizando a baixa viabilidade<br />

econômica da exportação desta biomassa para geração<br />

de energia.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A crescente demanda por fontes alternativas de<br />

energia tem se demonstrado uma tendência mundial.<br />

Tudo isso motivado pela crescente preocupação sobre<br />

o esgotamento de fontes energéticas não renováveis<br />

como o carvão mineral e o petróleo (ABRAF, 2013).<br />

Ainda, segundo a ABRAF (Associação Brasileira de<br />

Produtores de Florestas Plantadas), o mercado mundial<br />

tem despertado interesse no desenvolvimento e adoção<br />

de fontes alternativas e renováveis de energia. Do ponto<br />

de vista ambiental, a sustentabilidade do desenvolvimento<br />

depende, entre outras medidas, da redução<br />

das emissões de gases poluentes, conservação do solo,<br />

não contaminação das águas, exploração racional dos<br />

recursos fósseis e recursos naturais renováveis. Além<br />

dos fatores relacionados ao meio ambiente, questões<br />

econômicas, como o aumento do preço do petróleo e<br />

o fato de sua produção estar concentrada em poucos<br />

países (Fontes, 1994), levaram diversos países a se preocupar<br />

com sua segurança energética (Azevedo et al.,<br />

2017). Muitos países estabeleceram metas de redução na<br />

emissão de gases do efeito estufa, com intuito de reduzir<br />

o aquecimento global, e substituíram os combustíveis<br />

fósseis não renováveis por fontes energéticas renováveis<br />

em sua matriz energética (IBA, 2015). No Brasil, a maior<br />

parte da energia elétrica vem de hidrelétricas ou eólicas,<br />

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ARTIGO<br />

mas ainda um pequeno percentual vem de termoelétricas,<br />

sendo algumas destas fontes energéticas movidas à<br />

biomassa. A madeira para a região sudoeste do Paraná<br />

é de suma importância também para o uso em cerealistas,<br />

secadores de grãos, além de alimentar caldeiras nas<br />

agroindústrias e os aquecedores da avicultura, que estão<br />

presentes em grande número de produtores de aves<br />

(IBA, 2015).<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

A área experimental fica localizada no município de<br />

Salto do Lontra (PR), e pertence à Cooperativa FlorCoop,<br />

com sede no município de Francisco Beltrão (PR). A área<br />

é composta de 25 ha (hectares) de eucaliptos de duas<br />

espécies, Eucalyptus grandis e Eucalyptus urophylla, e<br />

apresenta altitude média de 510m (metros). A região<br />

possui clima de transição subtropical úmido mesotérmico<br />

e verões quentes, com temperatura média de 22ºC<br />

(graus Celsius) e inverno com geadas pouco frequentes.<br />

Possui temperatura média inferior a 18ºC, com quatro estações<br />

do ano bem definidas, chuvas frequentes, acima<br />

de 60 mm por mês e com pluviosidade média anual de<br />

1.800 mm a 2.200 mm (milímetros), os quais são distribuídos<br />

ao longo do ano (Inmet, 2019). O solo da área<br />

experimental está classificado como Nitossolo Vermelho<br />

Distroférrico, levemente ondulado e livres de pedras,<br />

profundo e com boa drenagem, baixa fertilidade e altos<br />

teores de ferro nos horizontes superficiais (Bhering;<br />

Silvio, 2008). Historicamente, esta área foi utilizada para<br />

cultivo com plantas anuais, como milho, soja e aveia.<br />

Após aquisição da área pela cooperativa, em 2009, foi<br />

realizado o plantio da floresta de eucalipto, o qual teve<br />

início em setembro de 2010. O plantio das mudas foi<br />

realizado com espaçamento 3m x 2m entre plantas, com<br />

isso cada planta inicialmente tinha um espaçamento<br />

relativo de 6 m² (metros quadrados) cada, sendo a densidade<br />

inicial de 1.666 árvores por ha. As mudas utilizadas<br />

foram oriundas de sementes, com boa sanidade, vigor<br />

e adubação. Os materiais foram compostos por duas<br />

espécies de eucalipto, sendo Eucalyptus grandis. As duas<br />

espécies foram plantadas no mesmo sítio florestal, alocado<br />

em uma área de plantio de 25 ha e dividida em duas<br />

70 www.REVISTABIOMAIS.com.br


áreas com tamanhos equivalentes. O estudo foi realizado<br />

após 60 meses do plantio das mudas. Inicialmente<br />

realizou-se o inventário florestal da área experimental e<br />

com base nestes dados, avaliaram-se os diâmetros, agrupados<br />

em quatro classes diamétricas e em cada classe<br />

abatidas três árvores.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Observando os resultados, podemos perceber<br />

que os teores de cinzas para a fração casca (7,28%), foi<br />

significativamente superior às demais frações, seguida<br />

da fração folha, com 4,74%. Na madeira foi encontrado o<br />

menor teor de cinzas com 0,56%. As cinzas são substâncias<br />

compostas de material inorgânico e tem relação inversa<br />

com o poder calorífico. Uma característica comum<br />

entre espécies de eucalipto é o baixo teor de cinza da<br />

madeira, em geral abaixo de 1%. Trabalhando com oito<br />

clones de eucalipto, encontraram teores de cinzas que<br />

variaram de 0,11 a 0,25%, trabalhando com dez clones<br />

de Eucalyptus grandis e três clones de Eucalyptus saligna,<br />

relataram teores de cinzas de 0,10 a 0,25%.<br />

CONCLUSÕES<br />

A fração folha apresenta o maior poder calorífico e<br />

a fração madeira tem a maior capacidade de produção<br />

de energia por hectare. O teor de carbono orgânico está<br />

ligado diretamente ao poder calorífico. A eficiência de<br />

utilização de nutrientes para Eucalyptus grandis e Eucalyptus<br />

urophylla decresceu na seguinte ordem: P>Mg > K > N<br />

> Ca. A madeira é a fração mais viável para produção de<br />

energia sendo que os galhos e as cascas também podem<br />

ser utilizados com vantagens econômicas. A fração folha,<br />

não apresentou viabilidade econômica para ser utilizada<br />

como fonte de energia.<br />

Para acessar esse conteúdo na<br />

íntegra acesse o QRcode ao lado:


AGENDA<br />

SETEMBRO 2024<br />

DESTAQUE<br />

POWERGEN ÍNDIA<br />

Data: 04 a 06<br />

Local: Nova Delhi, Índia<br />

Informações: https://www.powergen-india.com/<br />

OUTUBRO 2024<br />

CONFERÊNCIA BBEST – IEA BIOENERGY<br />

Data: 22 a 24<br />

Local: Hotel Renaissance, São Paulo (SP)<br />

Informações: https://bbest-ieabioenergy.org/<br />

NOVEMBRO 2024<br />

360 SOLAR 2024<br />

Data: 07 a 08<br />

Local: Centro Sul, Florianópolis (SC)<br />

Informações: https://360solar.com.br/<br />

MARÇO 2025<br />

CONGRESSO INTERNACIONAL<br />

DE BIOENERGIA<br />

Data: 26 a 28<br />

Local: Centro de Eventos da FIERGS - Porto Alegre (RS)<br />

Informações: https://congressodebioenergia.com.br/<br />

BRAZIL<br />

WINDPOWER<br />

Data: 22 a 24 de outubro<br />

Local: São Paulo Expo, São Paulo<br />

Informações: www.brazilwindpower.<br />

com.br/pt/home.html<br />

A edição de 15 anos do Brazil Windpower<br />

terá três palcos simultâneos abordando temas:<br />

on shore, off shore e O&M. A feira promete<br />

demonstrar seu potencial para networking e<br />

disseminação de conhecimento no setor eólico,<br />

reunindo os principais representantes nacionais<br />

e internacionais. O evento promove conexões e<br />

negócios entre centenas de profissionais durante<br />

três dias de imersão no tema.<br />

72 www.REVISTABIOMAIS.com.br


VEM AÍ!<br />

02 DE DEZEMBRO - CURITIBA (PR)<br />

APOIO:<br />

ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE<br />

MADEIRAS E DERIVADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

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revistareferencia.com.br<br />

comercial@revistareferencia.com.br


OPINIÃO<br />

Foto: divulgação<br />

QUAL É MELHOR PARA SEU<br />

COMPUTADOR: UPGRADE<br />

COM SSD OU MEMÓRIA<br />

RAM?<br />

N<br />

o mundo da tecnologia, a busca por um computador<br />

mais rápido e eficiente é constante.<br />

Quando chega o momento de melhorar a<br />

performance da sua máquina, é fácil se sobrecarregar<br />

com as opções disponíveis. Afinal, todos queremos<br />

um dispositivo que funcione sem problemas e sem<br />

atrasos irritantes. Entre as diversas opções disponíveis,<br />

duas se destacam: decidir entre um upgrade de memória<br />

RAM ou instalar um SSD (Solid-State Drive), já que tanto<br />

o SSD quanto a RAM podem impulsionar o desempenho.<br />

MEMÓRIA RAM<br />

Vamos começar com a memória RAM, um componente<br />

que é essencial para a capacidade do seu computador<br />

de lidar com várias tarefas ao mesmo tempo. Ele funciona<br />

como a mesa de trabalho do seu computador e, quanto<br />

mais espaço você tiver, mais arquivos poderá abrir e trabalhar<br />

ao mesmo tempo sem que tudo fique bagunçado<br />

e lento.<br />

A memória RAM é útil em casos específicos: edição<br />

de vídeos, ter mais RAM pode ser fundamental para lidar<br />

com arquivos grandes e softwares pesados; Jogos, para<br />

aqueles que desejam rodar jogos com configurações gráficas<br />

altas.<br />

Mas nem sempre a solução é mágica, é importante<br />

notar que um upgrade de RAM nem sempre resultará em<br />

um aumento significativo de desempenho. Se o gargalo<br />

do seu sistema estiver na velocidade de leitura e gravação<br />

de dados, por exemplo, adicionar mais RAM pode não resolver<br />

o problema – a dificuldade pode estar no seu DH<br />

(disco rígido) tradicional.<br />

SSD<br />

É aqui que entra o SSD, um tipo de armazenamento<br />

que é significativamente mais rápido do que o dos discos<br />

rígidos tradicionais. Enquanto um HD depende de discos<br />

giratórios mecânicos para acessar dados, um SSD utiliza<br />

memória flash, o que significa que ele pode ler e gravar<br />

dados de forma muito mais rápida e eficiente.<br />

Além disso, o SSD também pode melhorar a confiabilidade<br />

do seu sistema. Como não possui partes móveis, é<br />

menos suscetível a danos causados por choques ou movimentos<br />

bruscos, tornando-o uma opção mais durável a<br />

longo prazo.<br />

O SSD reduz o tempo de inicialização para apenas<br />

alguns segundos, te levando para a ação mais rápido.<br />

Proporciona carregamento instantâneo de programas,<br />

abrindo rapidamente as aplicativos favoritos. Maior fluidez<br />

na multitarefa, menos ruído, maior durabilidade, pois<br />

os SSDs são mais resistentes a quedas e vibrações.<br />

Portanto, ao considerar um upgrade para o seu computador,<br />

é difícil ignorar os benefícios de um SSD. Não<br />

só ele pode oferecer um impulso significativo de desempenho,<br />

mas também é capaz de prolongar a vida útil do<br />

seu sistema e proporcionar uma experiência mais fluida<br />

e satisfatória.<br />

C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

MY<br />

CY<br />

CMY<br />

K<br />

Por Flavio Pettengill,<br />

Diretor de Vendas da Netcore - empresa que fabrica memórias RAM e SSDs para o mercado brasileiro<br />

Foto: divulgação<br />

74 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A FACA<br />

GIGANTE<br />

DO AGRO<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS

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