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AFBiomais_65Web

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Entrevista<br />

João Gabriel Marini da Silva, destaca os avanços em pesquisas no Senai (MS)<br />

<br />

INOVAÇÃO COM CAVACO<br />

EMPRESA DESENVOLVE SISTEMA DE<br />

AUTOMAÇÃO PARA FORNALHAS DE<br />

SECADORES DE GRÃOS QUE<br />

REPRESENTA UMA EVOLUÇÃO<br />

INNOVATION<br />

USING CHIPS<br />

A COMPANY HAS DEVELOPED AN<br />

INNOVATIVE AUTOMATION SYSTEM<br />

FOR GRAIN DRYER KILNS THAT<br />

REPRESENTS A SIGNIFICANT<br />

ADVANCEMENT IN THE INDUSTRY<br />

FEIRA<br />

LIGNUM LATIN AMERICA SE<br />

CONSOLIDA COMO PONTO DE<br />

ENCONTRO E NEGÓCIOS<br />

ESTUDO<br />

TRABALHO CONJUNTO ENTRE INSTITUIÇÕES VAI<br />

PRODUZIR O RETRATO DA BIOMASSA NA BAHIA


SUMÁRIO<br />

06 | EDITORIAL<br />

Busca por soluções<br />

08 | CARTAS<br />

10 | NOTAS<br />

22 | ENTREVISTA<br />

30 | PRINCIPAL<br />

38 | ESTUDO<br />

Retrato da biomassa<br />

na Bahia<br />

42 | FEIRA<br />

Feira de sucesso<br />

56 | POTENCIAL<br />

Biomassas com potencial para<br />

energia limpa<br />

62 | PESQUISA<br />

66 | ARTIGO<br />

72 | AGENDA<br />

74 | OPINIÃO<br />

Auditorias em redes de<br />

distribuição elétrica: uma questão<br />

de segurança e eficiência<br />

04 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EDITORIAL<br />

A reportagem de capa desta<br />

edição destaca o sistema<br />

ComBer, do grupo Comelli<br />

BUSCA POR<br />

SOLUÇÕES<br />

A<br />

nova edição da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS foi conhecer de perto, em Rio Verde (GO), o sistema de automação de fornalhas<br />

de secadores de grãos com uso de biomassa (cavaco) da ComBer. A empresa, do grupo Comelli, é líder neste segmento<br />

e foi pioneira no desenvolvimento do sistema que representou um importante avanço para o setor. Hoje já são mais de 800<br />

equipamentos instalados em todas regiões do Brasil. Na editoria de Entrevista conversamos com o diretor do Instituto Senai<br />

de Inovação em Biomassa, ligado ao sistema da FIEMS (Federação das Indústrias do Estado do Mato Grosso do Sul), com sede em Três<br />

Lagoas (MS), João Gabriel Marini da Silva. Uma matéria especial traz um resumo das novidades apresentadas pelas empresas parceiras<br />

durante a Lignum Latin America, realizada em Pinhais (PR) no último mês de setembro. A edição ainda traz notícias sobre o setor de<br />

biomassa e energias renováveis, agenda de eventos do segmento, entre outras informações atualizadas. Ótima leitura!<br />

SEARCH FOR SOLUTIONS<br />

I<br />

n the latest Issue of REFERÊNCIA Biomais, we take a closer look at an innovative system for automating grain dryer furnaces using biomass<br />

(chips) from ComBer, a company based in Rio Verde (GO). The Company, part of the Comelli Group, is a market leader in this Sector<br />

and was a pioneer in developing the system, which represented a significant advancement for the industry. To date, over 800 pieces of<br />

equipment have been installed across all regions of Brazil. In the Interview Section, we spoke with João Gabriel Marini da Silva, Director<br />

of the Instituto Senai de Inovação em Biomassa, which is affiliated with the Federation of Industries of Mato Grosso do Sul (Fiems) system<br />

and headquartered in Três Lagoas (MS). A special article provides an overview of the innovative solutions presented by partner companies<br />

at Lignum Latin America, held in Pinhais (PR) last September. This Issue also includes the latest news and developments in the Biomass and<br />

Renewable Energy Sectors, a comprehensive event schedule, and other pertinent updates. Pleasant Reading!<br />

C<br />

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CMY<br />

K<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XI - EDIÇÃO 64 - AGOSTO 2024<br />

Diretor Comercial/Commercial Director:<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)<br />

Diretor Executivo/Executive Director:<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

(bartoski@revistabiomais.com.br)<br />

Redação/Writing:<br />

Gisele Rossi<br />

(jornalismo@revistabiomais.com.br)<br />

Dep. de Criação/Graphic Design:<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão -<br />

Julia Harumi<br />

(criacao@revistareferencia.com.br)<br />

Dep. Comercial/Sales Departament:<br />

Gerson Penkal<br />

(comercial@revistabiomais.com.br) Fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Tradução / Translation: John Wood Moore<br />

Dep. de Assinaturas/Subscription:<br />

José Carlos Ferreira<br />

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora<br />

Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil<br />

Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023<br />

www.jotaeditora.com.br<br />

A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas<br />

e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de<br />

energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos<br />

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,<br />

direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS<br />

não se responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,<br />

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de<br />

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são<br />

terminantemente proibídas sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed<br />

at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues<br />

used for energy generation and cogeneration, research institutions, university<br />

students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/<br />

or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does not hold itself<br />

responsible for concepts contained in materials, articles, ads or columns signed<br />

by others; these are the responsibility of their authors. The use, reproduction,<br />

appropriation, databank storage, in any form or means, of the text, photos<br />

and other intellectual property of REVISTA BIOMAIS are strictly forbidden<br />

without written authorization of the holder of the authorial rights, except for<br />

educational purposes.<br />

06 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CARTAS<br />

PRINCIPAL<br />

A Imtab é orgulho para Agrolândia. Joel Padilha é um grande empresário.<br />

Aguinaldo Reiter – Agrolândia (SC)<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

Muito interessante o trabalho do LPF (Laboratório de Produtos Florestais) sobre biomassa. As pesquisas são importantes<br />

para a sociedade avançar.<br />

Maria Fernanda Santos – Luziânia (GO)<br />

PELLETS<br />

A planta da Jsic Equipamentos em Inácio Martins (PR) consolida a vocação da nossa região com o setor da madeira.<br />

Sérgio Alves – Irati (PR)<br />

MODELO<br />

O mercado livre de energia veio para ficar. É uma forma de incentivar cada vez mais<br />

outras fontes de energia.<br />

Paulo Bataglin – Vilhena (RO)<br />

Foto: divulgação<br />

www.revistabiomais.com.br<br />

na<br />

mí<br />

energia<br />

biomassa<br />

dia informação<br />

@revistabiomais<br />

/revistabiomais<br />

Publicações Técnicas da JOTA EDITORA<br />

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

PODCAST REFERÊNCIA<br />

Durante o mês passado, o estúdio do Podcast REFERÊNCIA teve a honra de receber convidados muito especiais que trataram<br />

de importantes temas e compartilharam belas histórias. Os entrevistados desses episódios foram Gabriel Machado Marques, diretor<br />

de operações da GBF Madeiras, falando sobre sua história florestal e sua expertise em secagem de madeira, e José Sawinski Junior,<br />

engenheiro florestal formado em Canoinhas (SC) e diretor florestal da The Forest Company.<br />

Gabriel Machado Marques, gaúcho de Bagé (RS) relatou que seu principal incentivador ao trabalho com a floresta foi seu pai,<br />

que o apoiou a sair do Rio Grande do Sul e vir ao Paraná para estudar na Escola Florestal de Irati (PR), a mais tradicional escola do<br />

tipo no Brasil com mais de 50 anos de tradição. “Essa escola<br />

foi um grande investimento feito pelo Estado que tinha desde<br />

livros sobre sementes, viveiros, plantios, manejos de florestas,<br />

colheitas indo até a secagem da madeira já processada. Essa<br />

escola foi chave para abastecer toda a cadeia produtiva da<br />

madeira do Estado durante muito tempo com técnicos muito<br />

capacitados”, relatou Gabriel (foto ao lado).<br />

Ao falar sobre indústria de secagem de madeira, Gabriel<br />

relata uma evolução muito grande em relação ao que era feito<br />

anteriormente. Gabriel explica que houve uma renovação no<br />

processo de produção da madeira e que a secagem acompanhou<br />

e pôde entregar resultados ainda melhores. “A indústria<br />

que utiliza madeira sólida buscou soluções melhores e mais<br />

modernas, os mercados que antes utilizavam grandes toras<br />

mudaram e tudo isso fez com que a estrutura da secagem também<br />

fosse melhorada, entregando um produto muito melhor<br />

no final do processo”, aponta Gabriel.<br />

No outro programa o convidado foi José Sawinski Junior,<br />

que tem um vasto currículo com mais de 25 anos de experiência<br />

no segmento florestal. Sawinski contou que a floresta está<br />

em sua família desde seu avô que trabalhou na área e teve<br />

seus passos seguidos por seu pai, por ele e seu filho mais velho.<br />

“Escutávamos muitas histórias e aprendemos muito. Essa<br />

exploração florestal na região de Três Barras (SC) foi o maior<br />

motor de desenvolvimento da região, que gerou muitos empregos<br />

e trouxe infraestrutura para a cidade”, relatou Sawinski<br />

(foto ao centro).<br />

Um dos destaques do episódio foi a explicação do entrevistado<br />

sobre a importância da produção florestal e como é<br />

necessário desmistificar algumas inverdades que são contadas<br />

ao grande público. “Temos um programa dentro da empresa<br />

que é o De Olho na Floresta que pôde registrar animais de<br />

topo de cadeia dentro da operação florestal, o que prova que<br />

o eucalipto e o pinus tenham derrubado aquela imagem de<br />

que onde planta afeta o solo, que os animais não estão lá. Se<br />

tem uma onça, tem a presa da onça, tem o alimento da presa e<br />

assim por diante”, destacou Sawinski.<br />

Os episódios do Podcast REFERÊNCIA<br />

estão disponíveis no nosso canal do<br />

youtube, que o Leitor pode acessar<br />

através do QR Code:<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Aponte sua câmera e<br />

veja como é o<br />

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NOTAS<br />

Foto: divulgação<br />

MERCADO LIVRE DE ENERGIA PARA<br />

CONSUMIDORES RESIDENCIAIS<br />

A previsão é que o mercado livre de energia esteja em vigor até 2030, permitindo<br />

que os consumidores residenciais negociem diretamente com as comercializadoras<br />

de energia, conforme anunciou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A<br />

abertura do mercado de energia foi um dos temas abordados durante a Smart Energy<br />

2024 – Conferência Internacional de Energias Inteligentes, que ocorreu de 24 a 26 de<br />

setembro no Campus da Indústria, no Jardim Botânico, em Curitiba (PR). Atualmente,<br />

o mercado livre é acessível apenas para grandes empresas, mas desde janeiro deste<br />

ano, empresas de menor porte conectadas à rede de alta tensão também podem<br />

participar. No Brasil, existem duas formas de contratação de energia: pelo ACR (Ambiente<br />

de Contratação Regulada), cujos consumidores, especialmente os residenciais,<br />

adquirem energia das concessionárias de distribuição; e pelo ACL (Ambiente de<br />

Contratação Livre), no qual o consumidor pode comprar diretamente de geradores<br />

ou comercializadores.<br />

12 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

CPM ESTÁ COM NOVO GERENTE PARA<br />

AMÉRICA DO SUL<br />

Engenheiro mecânico formado pela Unijuí (Universidade Regional do Noroeste do Estado<br />

do Rio Grande do Sul), Matheus Taffarel assumiu a gerência regional para América do Sul da<br />

CPM, empresa de origem norte-americana com presença global, pioneira na fabricação de<br />

peletizadoras. Com longa experiência no setor de biomassa e energias alternativas, Matheus<br />

já atuou como gerente comercial em empresas do ramo. “A CPM é uma marcas que busca<br />

inovação constante, tem muita melhoria de processo, muita otimização energética, sempre em<br />

busca de reduzir custos e aumentar eficiência da operação. Vou atender toda América do Sul<br />

nesse mercado. Percebemos que é um mercado que está crescendo bastante, há um interesse<br />

contínuo. Tem bastante movimento no Chile, além do Brasil, e continuamos com boas expectativas<br />

no país”, disse.<br />

Foto: BIOMAIS<br />

14 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Mato Grosso, chegamos!<br />

Agora a DRV é um ponto de<br />

apoio completo para o Florestal e o<br />

Madeireiro no centro-oeste<br />

e norte do Brasil.<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

Visando atender com mais agilidade e manter a proximidade com<br />

nossos parceiros, a DRV abre suas portas em Sinop. Oferecendo um<br />

catálogo robusto que inclui suas renomadas facas e serras, além de<br />

EPIs, correntes e sabres para harvesters, afiadoras de correntes,<br />

mangueiras hidráulicas, conexões hidráulicas, e muito mais.


NOTAS<br />

PARANÁ TERÁ BIODIESEL A SOJA<br />

Empresa paranaense produtora de biodiesel e glicerina, o grupo Potencial, pretende se tornar líder<br />

mundial em produção de biodiesel em planta única. Para isso, vai investir R$ 600 milhões para acelerar<br />

seu projeto de expansão na Lapa (PR), para chegar a uma produção de 1 bilhão e 620 milhões de litros<br />

de biodiesel por ano, incentivada pela nova legislação de descarbonização nacional. Parte da soja será<br />

adquirida de produtores paranaenses. “A transição energética é um movimento global irreversível e<br />

nosso país está avançando significativamente para garantir a segurança jurídica, a previsibilidade dos<br />

investimentos no setor e, consequentemente, estabilidade na matriz energética”, afirma Carlos Eduardo<br />

Hammerschmidt, vice-presidente Comercial, Operacional e de Relações Institucionais do Grupo<br />

Potencial. A expansão anunciada resultará em um acréscimo de 720 milhões de litros de combustível na<br />

planta por ano. “Além do biodiesel, aumentaremos a produção de glicerina refinada para 100 mil toneladas/ano,<br />

com investimento de aproximadamente R$ 100 milhões.”<br />

Foto: divulgação<br />

16 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

ENERGIA POR ASSINATURA CHEGA AO<br />

CENTRO-OESTE<br />

A Prime Energy, empresa de soluções de energia e licenciada da marca Shell Energy, está expandindo<br />

sua atuação na região centro-oeste, chegando aos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso<br />

do Sul e Goiás. A companhia leva para região o Shell Energy energia por assinatura, um serviço<br />

de comercialização de energia proveniente de fontes limpas e renováveis, destinado a pequenas<br />

e médias empresas que estão no mercado regulado de energia e conectadas à distribuidora local.<br />

Com créditos de energia gerados por usinas parceiras, o projeto deve beneficiar cerca de 800<br />

clientes, oferecendo uma economia de até 20% nas faturas. Desde o primeiro semestre de 2023,<br />

a companhia oferece soluções de energia por assinatura, destacando-se pela redução de custos<br />

e pela eficiência energética na utilização de fontes renováveis. A empresa já atende mais de 200<br />

clientes nas regiões sudeste e sul do país, proporcionando economia e eficiência para pequenas e<br />

médias empresas. O modelo dispensa investimentos adicionais em infraestrutura ou manutenção,<br />

oferecendo uma forma prática e econômica de energia solar.<br />

Foto: divulgação<br />

18 www.REVISTABIOMAIS.com.br


NOTAS<br />

APOIO:<br />

ASSOCIAÇÃO DO COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE<br />

MADEIRAS E DERIVADOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS<br />

envimat<br />

PRÊMIO REFERÊNCIA 2024<br />

O Prêmio REFERÊNCIA 2024 será realizado no dia 2 de dezembro em Curitiba (PR). O tradicional evento chega<br />

em sua vigésima segunda edição. O Prêmio REFERÊNCIA melhores do ano é organizado e realizado pela JOTA Editora,<br />

responsável pela publicação das Revistas REFERÊNCIA Florestal, REFERÊNCIA Industrial, REFERÊNCIA Biomais,<br />

REFERÊNCIA Celulose & Papel e REFERÊNCIA Produtos de Madeira.<br />

Neste ano, como parte das atividades do evento será feita uma ação muito especial: a gravação de um episódio<br />

do Podcast REFERÊNCIA ao vivo com grandes nomes do segmento de base florestal. Os nomes dos participantes<br />

serão revelados na próxima edição e o tema será Floresta 4.0 e serão apresentadas as visões sobre a importância da<br />

tecnologia no cuidado com a floresta nativa e também na silvicultura e alta produção, que farão diferença no porvir<br />

da produção florestal.<br />

Neste ano serão premiadas dez empresas, associações e personalidades que se destacaram no segmento de<br />

base florestal. Foram enviadas mais de 100 sugestões de empresas e a partir de uma série de critérios estipulados<br />

como relevância das ações, sustentabilidade e impacto social, serão premiadas aquelas que se superaram e atingiram<br />

um novo nível na atividade de base florestal madeireira.<br />

O Prêmio REFERÊNCIA conta com o apoio da: ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada<br />

Mecanicamente), ACIMDERJ (Associação do Comércio e Indústria de Madeiras e Derivados do Estado do Rio de<br />

Janeiro), AIMEX (Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará), CIPEM (Centro das Indústrias<br />

Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso), CPM, DRV Ferramentas, Envimat, Himev,<br />

Montana Química, MSM Química e Rotteng.<br />

20 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Distribuidor e representante exclusivo<br />

Kahl Brasil


ENTREVISTA<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

JOÃO GABRIEL<br />

MARINI DA SILVA<br />

Formação: Engenheiro Mecânico com ênfase em Mecatrônica –<br />

Unitau (Universidade Taubaté); mestrado em Ciência dos Materiais –<br />

Unesp (Universidade Estadual Paulista)<br />

Education: Mechanical Engineering with specialization in Mechatronics<br />

- Taubaté University (Unitau); Master's Degree in Materials Science - São<br />

Paulo State University (Unesp)<br />

Cargo: Diretor do Instituto Senai de Inovação em Biomassa, de Mato<br />

Grosso do Sul<br />

Function: Director of the Senai Institute for Innovation in Biomass<br />

BIOMASSA<br />

EM FOCO<br />

BIOMASS IN FOCUS<br />

O<br />

Instituto Senai de Inovação em Biomassa, ligado<br />

ao sistema da FIEMS (Federação das Indústrias do<br />

Estado do Mato Grosso do Sul), com sede em Três<br />

Lagoas (MS), tem se destacado na produção de<br />

pesquisas para o setor de biomassa, em busca de novas fontes<br />

renováveis para geração de energia, produção de biocombustíveis,<br />

bioinsumos. A Revista REFERÊNCIA BIOMAIS conversou<br />

com o diretor do instituto, João Gabriel Marini das Silva, que<br />

após atuar por 20 anos na área de metalurgia e soldagem,<br />

assumiu a gerência do instituto em 2020 e em março de 2024,<br />

passou a ser diretor. João Gabriel comentou sobre as linhas de<br />

pesquisa e avanços já obtidos pelo instituto desde o início de<br />

sua fundação.<br />

T<br />

he Senai Institute for Innovation in Biomass, linked<br />

to the Federation of Industries of Mato Grosso do Sul<br />

(Fiems) system and located in Três Lagoas (MS), has<br />

distinguished itself in the production of research for<br />

the Biomass Sector in the search for new renewable sources<br />

for energy generation, biofuel production, and bio-inputs.<br />

REFERÊNCIA Biomais spoke with João Gabriel Marini da Silva,<br />

Director of the Institute, who, after 20 years of work in the<br />

field of metallurgy and welding, took over the administration<br />

of the Institute in 2020 and became Director in March 2024.<br />

da Silva commented on the lines of research and the progress<br />

already made by the Institute since its foundation.<br />

22 www.REVISTABIOMAIS.com.br


LANÇAMENTO PICADOR TITAN ESTACIONÁRIO: O FUTURO<br />

DO PROCESSAMENTO DE BIOMASSA ESTÁ AQUI!<br />

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uma máquina inovadora que redefine os padrões do setor. Com uma potência impressionante<br />

de até 1200cv, este picador estacionário é a mais recente criação da Bruno, projetada<br />

para revolucionar suas operações.<br />

Imagine a capacidade de processar toras de até 600 mm e materiais volumosos com uma<br />

impressionante produção de até 250 t/h. Essa é a produtividade elevada ao extremo, algo<br />

que somente a Bruno pode oferecer.<br />

Não perca a oportunidade de se destacar no mercado com esta tecnologia exclusiva. Ao<br />

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ENTREVISTA<br />

Como chegou na gestão do ISI Biomassa?<br />

Fui convidado para assumir o cargo de gerente de gestão<br />

e negócios do ISI Biomassa em fevereiro de 2020, aceitei<br />

o convite e, devido a pandemia, iniciei efetivamente em<br />

maio de 2020. No início foi um desafio enorme, pois tive que<br />

me ambientar à estrutura e processos totalmente diferentes<br />

dos quais já havia trabalhado. Porém com o apoio da equipe<br />

fomos aprendendo e trazendo um pouco da experiência adquirida<br />

com gestão para ser implementada no ISI Biomassa.<br />

Conseguimos atingir sustentabilidade de 100%, remodelar<br />

o organograma e aprovar o desenvolvimento de uma nova<br />

competência junto ao Senai Nacional de Tecnologias de Descarbonização.<br />

A partir de março de 2024, assumi o cargo de<br />

diretor do ISI Biomassa por conta dos resultados alcançados.<br />

E o Instituto Senai de Inovação Biomassa de Três<br />

Lagoas (MS)?<br />

Somos uma unidade do Senai (MS) com atuação nacional<br />

na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação para<br />

transformação de biomassa. Fazemos parte de uma rede<br />

de 28 ISIs (Institutos Senai de Inovação) e somos unidade<br />

credenciada pela Embrapii para captar recursos para serem<br />

aplicados em pesquisa e inovação da indústria com pesquisa<br />

aplicada.<br />

Há quanto tempo foi criado o ISI Biomassa e como é<br />

composto o quadro de funcionários?<br />

O ISI Biomassa iniciou sua operação em 2014 em forma<br />

de escritório no departamento regional do Senai (MS), em<br />

Campo Grande (MS), onde começou a captar projetos de<br />

pesquisa e inovação para indústria principalmente editais<br />

promovidos pelo Senai DN. Inauguramos o prédio atual em<br />

2017, juntamente com nosso credenciamento na Embrapii,<br />

com os laboratórios e equipamentos dos mais modernos<br />

para nossa área de atuação. Hoje temos 30 colaboradores,<br />

20 bolsistas e 10 estagiários que atuam nos projetos captados<br />

pelo instituto.<br />

How did you come to become Director of the<br />

Senai Biomass Innovation Institute (ISI Biomassa)?<br />

I was invited to take on the role of Administrative and<br />

Business Manager at ISI Biomassa in February 2020, I<br />

accepted the invitation, and, due to the pandemic, I effectively<br />

started in May 2020. At first, it was a big challenge<br />

as I had to get used to a completely different structure<br />

and processes than I had worked with before. However,<br />

with the support of the team, we learned and brought<br />

some of our management experience to ISI Biomassa. We<br />

were able to achieve 100% sustainability, redesign the organization<br />

chart, and approve the development of a new<br />

competency with Senai Nacional for Decarbonization<br />

Technologies. As of March 2024, I became the Director of<br />

ISI Biomass due to the results achieved.<br />

What is the Senai Biomass Innovation Institute in<br />

Três Lagoas (MS)?<br />

We are a unit of Senai (MS) with national activities<br />

in the field of research, development, and innovation for<br />

the transformation of biomass. We are part of a network<br />

of 28 ISIs (Senai Innovation Institutes), and we are a unit<br />

accredited by Embrapii to raise funds to be applied to<br />

industrial research and innovation with applied research.<br />

When was ISI Biomassa founded and who are its<br />

employees?<br />

ISI Biomassa started its activity in 2014 as an office<br />

in the Regional Department of Senai (MS), in Campo<br />

Grande (MS), where it began to attract research and<br />

innovation projects for industry, mainly through tenders<br />

promoted by Senai DN. In 2017, we inaugurated the<br />

current building, along with our Embrapii accreditation,<br />

with the most modern laboratories and equipment for<br />

our field of expertise. Today, we have 30 employees, 20<br />

scholarship holders, and ten interns working on projects<br />

funded by the Institute.<br />

Fazemos parte de uma rede de 28 ISIs e somos unidade<br />

credenciada pela Embrapii para captar recursos para serem<br />

aplicados em pesquisa e inovação da Indústria<br />

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Fone: +55 47 3520-2500 +55 47 9 8897-4713<br />

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ENTREVISTA<br />

Qual as principais atividades do ISI Biomassa?<br />

Trabalhamos em cinco plataformas tecnológicas na<br />

transformação da biomassa para projetos de P&D&I: Engenharia<br />

de Bioprocessos e Biotecnologia, Energia e Sustentabilidade,<br />

Biomateriais e Bioprodutos, Bioeconomia Circular<br />

e Tecnologias de Descarbonização. Além de consultorias e<br />

serviços de análises.<br />

What are ISI Biomassa's main activities?<br />

We work on five technology platforms in biomass<br />

conversion for R&D&I projects: Bioprocessing and Biotechnology,<br />

Energy and Sustainability, Biomaterials and<br />

Bioproducts, Circular Bioeconomy, and Decarbonization<br />

Technologies in addition to consulting and analytical<br />

services.<br />

Qual a importância do ISI Biomassa para o setor<br />

produtivo?<br />

O ISI Biomassa é não só um grande parceiro da indústria<br />

no desenvolvimento de projetos de pesquisa e inovação,<br />

mas também faz parte do ecossistema de inovação, unindo<br />

competências com as universidades e ICTs para valorizar a<br />

ciência no Brasil. Temos laboratórios com equipamentos de<br />

última geração que nos permitem ofertar o que há de mais<br />

moderno no mundo no que diz respeito à transformação<br />

de biomassa não só para geração de energia, mas também<br />

produção de biocombustíveis, bioprodutos, otimização de<br />

processos, etc...<br />

How important is ISI Biomass for the Manufacturing<br />

Sector?<br />

ISI Biomassa is not only a great partner for the<br />

industry in the development of research and innovation<br />

projects but is also part of the innovation ecosystem,<br />

combining skills with universities and ICT to promote<br />

science in Brazil. We have laboratories with state-of-the-art<br />

equipment that allows us to offer the most<br />

advanced technology in the world when it comes to<br />

biomass conversion, not only for energy generation but<br />

also for the production of biofuels, bioproducts, process<br />

optimization, etc.<br />

Quais as principais áreas de pesquisa do instituto?<br />

Atendemos a toda a indústria. Algumas das principais<br />

áreas são: bioprocessos, biotecnologia, energia, biocombustíveis,<br />

tecnologias de descarbonização, biologia molecular,<br />

microbiologia, sustentabilidade, bioinsumos, biomateriais,<br />

biocarvão, etc.<br />

What are the main research areas of the institute?<br />

We serve the whole industry. Some of the main areas<br />

are bioprocesses, biotechnology, energy, biofuels, decarbonization<br />

technologies, molecular biology, microbiology,<br />

sustainability, bioinputs, biomaterials, biochar, etc.<br />

O que destacaria como principais resultados alcançados<br />

até o momento pelo ISI Biomassa?<br />

Temos alguns projetos da área de bioprocessos /biotecnologia<br />

e energia que tiveram resultados muito bons, porém<br />

não podemos divulgá-los por haver confidencialidade<br />

envolvida.<br />

What would you highlight as the main achievements<br />

of ISI Biomassa so far?<br />

We have some projects in the area of bioprocesses/<br />

biotechnology and energy that have had very good<br />

results, but we cannot disclose them for confidentiality<br />

reasons.<br />

Qual a principal biomassa pesquisada na unidade?<br />

Já trabalhamos com diversos tipos de biomassa (vegetal,<br />

animal, microbiana) de diversos setores industriais.<br />

É um pouco difícil precisar a que mais exploramos, porém<br />

algumas relevantes que foram envolvidas em mais de um<br />

projeto são: macaúba, eucalipto, bagaço de cana-de-açúcar.<br />

Com relação a biomassa da madeira, é objeto de<br />

pesquisa no instituto?<br />

Sim, já tivemos e temos vários trabalhos com biomassa<br />

de origem do setor florestal e por estarmos no Vale da Celulose<br />

é um material bastante explorado não só para obtenção<br />

de produtos como a celulose, mas principalmente para<br />

avaliação dos subprodutos que hoje são pouco valorizados,<br />

What is the main biomass being researched at<br />

the unit?<br />

We have worked with different types of biomass<br />

(plant, animal, and microbial) from different industrial<br />

sectors. It is a little difficult to pinpoint the ones we have<br />

studied the most, but here are some of the relevant ones<br />

that have been involved in more than one project: macauba,<br />

eucalyptus, and sugarcane bagasse.<br />

Is wood biomass the subject of research at the<br />

Institute?<br />

Yes, we have done a lot of work with forest biomass.<br />

Being in Pulp Valley, it is a material that is being explored<br />

a lot, not only to get products like pulp but especially to<br />

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Empresa pertencente ao Grupo Gaboardi, especializada na fabricação de<br />

máquinas e equipamentos para produção de biomassa (pellet) e ração<br />

animal desde 1968, atendendo também demandas e necessidades no reparo<br />

e fabricação de peças de reposição do setor.<br />

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E-mail: comercial.gell@gaboardi.com.br


ENTREVISTA<br />

como a lignina, resíduos florestais, tocos e raízes, extratos,<br />

etc. Também já trabalhamos com clonagem de espécies e<br />

reprodução in vitro. Ainda existe etapas a serem superadas,<br />

mas já obtivemos resultados promissores, principalmente na<br />

utilização de biomassa residual para obtenção de biocombustíveis.<br />

O ISI Biomassa já atendeu mais de 60 empresas.<br />

Como é esta parceria?<br />

Hoje praticamente todos os projetos que estamos<br />

executando ou já executamos foram demandas que vieram<br />

da indústria. A indústria nos procura com um problema ou<br />

avaliação para aproveitamento de um produto que ainda<br />

não tem um destino sustentável e nós retornamos com<br />

ideias que permitem a otimização e/ou valorização deste<br />

material, transformando-o em outro produto que pode<br />

atender a própria cadeia produtiva ou que seja de interesse<br />

de outros setores.<br />

Quais os benefícios que o instituto pode proporcionar<br />

para a sociedade?<br />

A utilização de tecnologias de descarbonização que<br />

auxilia setores produtivos a reduzirem ou até neutralizarem<br />

suas emissões de GEEs (gases de efeito estufa) na busca<br />

de reduzir o impacto das mudanças climáticas no nosso<br />

planeta, além de buscar o aproveitamento de materiais hoje<br />

descartados e que podem reduzir a utilização de químicos<br />

na agricultura, são exemplos de como a ciência e o instituto<br />

podem gerar benefícios à sociedade. Além de proporcionar<br />

oportunidades de novos negócios, gerando novos empregos<br />

e reduzindo a dependência de produtos de origem<br />

fóssil, com geração de energia mais limpa em benefício de<br />

todos.<br />

evaluate by-products that are currently undervalued,<br />

such as lignin, forest residues, stumps, roots, extracts,<br />

and so on. We are also working on species cloning and in<br />

vitro propagation. There are still steps to be taken, but we<br />

have already achieved promising results, especially in the<br />

use of residual biomass to obtain biofuels.<br />

ISI Biomassa has already helped more than 60<br />

companies. How does this partnership work?<br />

Today, practically all the projects we do or have done<br />

come from companies. A company comes to us with a<br />

problem or an assessment of how to use a product that<br />

does not yet have a sustainable destination. We come<br />

back with ideas that allow this material to be optimized<br />

and/or valorized, transforming it into another product<br />

that can serve its production chain or that is of interest to<br />

other sectors.<br />

What benefits can the Institute bring to society?<br />

The application of decarbonization technologies that<br />

assist productive sectors in reducing or even neutralizing<br />

their greenhouse gas emissions is a means of mitigating<br />

the impact of climate change on our planet. Additionally,<br />

the utilization of materials that are currently discarded<br />

and that can reduce the use of chemicals in agriculture<br />

exemplifies how science and the Institute can generate<br />

benefits for society. Furthermore, new business opportunities<br />

will be created, new jobs will be generated, and<br />

dependence on fossil-based products will be reduced.<br />

The result will be the generation of cleaner energy for the<br />

benefit of all.<br />

Temos laboratórios com equipamentos de última geração<br />

que nos permitem ofertar o que há de mais moderno no<br />

mundo no que diz respeito à transformação de biomassa<br />

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Excelência em cada detalhe<br />

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automática, temos como resultado a alta produtividade,<br />

custos de produção reduzidos e otimização de processos.<br />

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PRINCIPAL<br />

INOVAÇÃO COM<br />

BIOMASSA<br />

EMPRESA BRASILEIRA DESENVOLVEU SISTEMA<br />

DE AUTOMAÇÃO PARA AS FORNALHAS DE<br />

SECADORES DE GRÃOS, POSSIBILITANDO A<br />

UTILIZAÇÃO DE BIOMASSA EM SUBSTITUIÇÃO<br />

AO PROCESSO MANUAL A LENHA EM METROS<br />

FOTOS EMANOEL CALDEIRA<br />

INNOVATION<br />

WITH BIOMASS<br />

A BRAZILIAN COMPANY HAS<br />

DEVELOPED AN AUTOMATION SYSTEM<br />

FOR GRAIN DRYER FURNACES THAT<br />

ALLOWS BIOMASS TO REPLACE THE<br />

MANUAL WOOD-FIRED PROCESS<br />

USING CUBIC METERS OF WOOD<br />

30 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

31


PRINCIPAL<br />

O<br />

agronegócio movimenta a economia nacional e a<br />

secagem de grãos é um importante processo dentro<br />

desta cadeia produtiva. Tradicionalmente feita<br />

com a queima de lenha em fornalhas, essa história<br />

começou a mudar em 2013, quando foi criado o sistema de automação<br />

ComBer, utilizando biomassa de madeira (cavaco) para<br />

queima e promovendo um avanço no setor com a nova tecnologia,<br />

deixando para trás os riscos e problemas da secagem com<br />

lenha em metros, conhecida como metrinho.<br />

“Hoje, os novos armazéns, via de regra, já são construídos<br />

com o sistema de automação que permite a geração de calor<br />

para secar o grão a partir da queima de cavaco. As vantagens são<br />

muitas, como por exemplo a redução da mão de obra, a estabilidade<br />

da temperatura que proporciona um aumento da produtividade<br />

do secador e uma qualidade de secagem muito superior,<br />

a redução drástica das despesas com manutenção de fornalha,<br />

do volume de cinza e de fumaça, além de estarmos inseridos na<br />

Indústria 4.0, permitindo o acompanhamento da operação de<br />

secagem à distância, na palma da mão”, explica Mauro Sergio<br />

Souza, sócio e CEO da ComBer Indústria, empresa do Grupo Comelli,<br />

com sede em Rio Verde (GO).<br />

BUSCA PELA SOLUÇÃO<br />

Esta solução para secagem de grãos surgiu da inquietude<br />

do empresário Ivan Comelli, que fazia transporte de lenha para<br />

abastecer as caldeiras e fornalhas da Perdigão, hoje BRF, em Rio<br />

Verde. Ele já fazia transporte de pintinhos para Perdigão em Orleans<br />

(SC) e a convite da empresa, mudou-se com a família para<br />

Goiás. Atuou também no transporte de lenha até 2010, quando<br />

a empresa disse que queria unificar a atividade que incluía o<br />

corte, baldeio e transporte da lenha. “Não queria assumir o pro-<br />

A<br />

gribusiness drives the domestic economy, and grain<br />

drying is an important process in this production<br />

chain. Traditionally carried out by burning wood in<br />

kilns, this story began to change in 2013 when the<br />

ComBer automation system was created, using wood bio-mass<br />

(chips) for burning and promoting a breakthrough in the Sector<br />

with the new tech-nology, leaving behind the risks and problems<br />

of drying using wood by the cubic meter (approximately 0.28<br />

cords), called “Metrinho”.<br />

Today, new warehouses are usually built with an automation<br />

system that allows heat production to dry the grain by burning<br />

the chips. “The benefits are many, including re-duced labor, temperature<br />

stability that increases dryer productivity, and much better-drying<br />

quality, drastically reducing the maintenance costs of<br />

the kiln, and the amount of ash and smoke, as well as being part<br />

of Industry 4.0, allowing the drying operation to be monitored remotely,<br />

from the palm of your hand,” explains Mauro Sergio Souza,<br />

Partner and Managing Director of ComBer Indústria, a Comelli<br />

Group company based in Rio Verde (GO).<br />

IN SEARCH OF A SOLUTION<br />

This solution for drying grain was born out of the concerns of<br />

Ivan Comelli, a business-man who used to transport firewood to<br />

feed the boilers and furnaces of Perdigão, now BRF, in Rio Verde.<br />

He was already transporting baby chicks for Perdigão in Orleans<br />

(SC) and moved to Goiás with his family at the Company’s invitation.<br />

He also worked in fire-wood transportation until 2010, when<br />

Perdigão wanted to unify the activity that included cutting, baling,<br />

and transporting firewood. “I did not want to take over the<br />

whole process because it involved many people, but I did not want<br />

to leave the job,” he says. “So, in 2011, Felipe (my eldest son) and I<br />

32<br />

www.REVISTABIOMAIS.com.br


As vantagens são muitas, como<br />

por exemplo a redução da<br />

mão de obra, a estabilidade da<br />

temperatura que proporciona<br />

um aumento da produtividade<br />

do secador e uma qualidade de<br />

secagem muito superior<br />

cesso inteiro, porque envolvia muita gente nesse corte, mas não<br />

queria deixar o serviço”, relutava o empresário. “Então em 2011,<br />

eu e o Felipe (filho mais velho), fomos na Expoforest em Mogi<br />

Mirim (SP) e lá conhecemos o processo de produção de cavaco<br />

no campo, que já operava em alguns países fora do Brasil. Vimos<br />

picador em operação, feller jogando madeira no chão e vimos<br />

skidder levar madeira para a beira da estrada e concluímos que<br />

se tivéssemos os equipamentos todos, poderíamos assumir o<br />

serviço. Montamos o projeto, vendemos a ideia para a Perdigão,<br />

inclusive baixando o custo deles. Eles aceitaram e então montamos<br />

o primeiro módulo florestal. Passamos a fazer o cavaco<br />

no campo e a levar pronto para ser consumido na caldeira da<br />

indústria”, conta Ivan.<br />

Porém, lembra o empresário, ainda assim tinha a entrega do<br />

metrinho, para os secadores de grãos da empresa. “Entregar 25<br />

mil m³/mês de cavaco na Perdigão me dava menos trabalho do<br />

que entregar 10 mil m³/ano de lenha. Perdia mais tempo, mão<br />

de obra ruim, gastava energia. Em 2012 disse que não ia entregar<br />

mais o metrinho e falei para eles adequarem os armazéns<br />

para operar com cavaco. Me falaram que não tinha nada nessa<br />

linha. Então disse: se não tem vou achar uma solução”, constestou<br />

o empresário à época. Ele revela que quando trabalhava<br />

em Orleans, na serraria com o pai, entregava pó de serra para<br />

queimar em olarias/cerâmicas e acreditava que seria possível<br />

desenvolver algo para viabilizar o uso de cavaco no processo de<br />

secagem dos grãos.<br />

Em viagem para Santa Catarina, em abril de 2013, fez visitas<br />

em fábricas de cerâmicas, na região de Orleans e Criciúma (SC),<br />

Mauro Sergio Souza, sócio e CEO<br />

da ComBer Indústria<br />

went to Expoforest in Mogi Mirim (SP), and there we learned about<br />

the process of producing chips in the field, which was already in<br />

operation in some countries outside Brazil. We saw a chipper in<br />

operation, a feller buncher piling wood on the ground, and a skidder<br />

taking wood to the side of the road, and we conclud-ed that<br />

if we had all the equipment, we could do the job. We set up the<br />

project, sold the idea to Perdigão, and even lowered the cost. They<br />

accepted, and so we set up the first forestry module. We started to<br />

produce chips in the field and take them to the industrial boiler,”<br />

says Comelli.<br />

But, he recalls, he still had to deliver the Metrinho for the Company’s<br />

grain dryers. “Deliv-ering 25 thousand m³/month of chips<br />

to Perdigão was less work than delivering 10 thou-sand m³/year<br />

of firewood. It was taking more time and energy, and there was<br />

a lack of skilled labor. In 2012, I told them I was not able to deliver<br />

the Metrinho anymore, and I told them they should adapt the<br />

warehouses to work with chips. They told me they did not have<br />

anything like that. So, I said: “If you have no way to do so, I will find<br />

one,” recalls the determined entrepreneur. He reveals that when he<br />

was working with his father at the sawmill in Orleans, he delivered<br />

sawdust to be used in potteries/ceramic firing kilns and believed<br />

that it would be possible to develop something that would make<br />

it possible to use chips in the grain drying process.<br />

When he traveled to Santa Catarina in April 2013, he visited<br />

ceramic factories in the Or-leans and Criciúma (SC) Regions until<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 33


PRINCIPAL<br />

até que encontrou um sistema de secagem de tijolos produzido<br />

pala metalúrgica Bernardini, com sede em Sangão (SC), que<br />

parecia ser o ponto de partida para a solução que ele buscava.<br />

Em conversa com o proprietário da metalúrgica, Dilamar Bernardini,<br />

chegaram ao consenso de que era possível desenvolver um<br />

sistema de automação a cavaco para a secagem de grãos. Bernardini<br />

foi para Rio Verde para conhecer o sistema de secagem<br />

tradicional de cereais e garantiu que conseguiriam desenvolver<br />

o equipamento, que não era difícil e que daria certo. Mesmo sem<br />

a garantia de que a Perdigão iria comprar a ideia, Ivan Comelli<br />

mandou seguir em frente e foram feitas quatro máquinas com o<br />

compromisso de instalar duas.<br />

Em junho de 2013 foram montadas as duas primeiras máquinas.<br />

Assim que estabilizou a temperatura, o gerente da Perdigão<br />

que acompanhava o processo chamou o Ivan e disse para instalar<br />

os outros dois equipamentos. “As primeiras máquinas funcionam<br />

até hoje na Perdigão. Eu sabia o que queria e o Bernardini<br />

sabia o que fabricava. Ele dizia que era mais fácil fazer esse<br />

equipamento do que outros equipamentos que fabricava e isso<br />

me deu muita segurança e tranquilidade. A partir daí entramos<br />

nesse mundo, comecei a conversar sobre o processo de secagem<br />

com outras empresas e o negócio foi evoluindo”, explica o<br />

empresário Ivan Comelli.<br />

SEDE EM RIO VERDE<br />

Até 2018 todos os equipamentos da ComBer eram fabricados<br />

em Sangão. Sócio no negócio, Bernardini acabou saindo da<br />

empresa por decisão própria, mas continua produzindo equipamentos<br />

até hoje, como um terceirizado. A produção da ComBer<br />

em Rio Verde começou em 2018 e em 2023 a fábrica mudou para<br />

uma nova sede, mais ampla e moderna, com cerca de 5 mil m²<br />

(metros quadrados).<br />

Mauro Sergio Souza, sócio e CEO da ComBer Indústria,<br />

Lucas de Oliveira Comelli, diretor comercial do Grupo Comelli,<br />

Ivan Comelli, empresário/fundador do Grupo Comelli e<br />

Felipe de Oliveira Comelli, CEO do Grupo Comelli,<br />

comemoram as conquistas da ComBer<br />

he came across a brick drying system developed by the Bernardini<br />

metallurgical plant located in Sangão (SC), which could be the<br />

starting point for the solution he was looking for. In a conversation<br />

with the owner of the metal-works, Dilamar Bernardini, they<br />

agreed that it was possible to develop a chip automation system<br />

for grain drying. Bernardini went to Rio Verde to see the traditional<br />

grain drying system and assured them that they could develop<br />

the equipment, that it was not difficult, and that it would work.<br />

Although there was no guarantee that Perdigão would buy the<br />

idea, Ivan Comelli told them to go ahead, and four machines were<br />

manufactured with a commitment to install two.<br />

The first two machines were installed in June 2013. As soon<br />

as the temperature stabi-lized, the Perdigão Manager who was<br />

monitoring the process called Comelli and told him to install the<br />

other two machines. “The first machines are still running at Perdigão<br />

today. I knew what I wanted, and Bernardini knew what he<br />

made. He said it was easier to make this equipment than other<br />

equipment he made, and that gave me a lot of security and peace<br />

of mind. From then on, we entered this world. I started talking to<br />

other compa-nies about the drying process, and the business developed,”<br />

explains entrepreneur Comelli.<br />

HEADQUARTERS IN RIO VERDE<br />

Until 2018, all ComBer equipment was manufactured in Sangão.<br />

As a Partner in the Company, Bernardini eventually left the<br />

Company by his own decision but continues to produce equipment<br />

as an outsourced contractor to this day. ComBer’s production<br />

in Rio Verde began in 2018, and in 2023, the factory moved<br />

to a new, larger, and more modern site of about five thousand m².<br />

“ComBer was born in this world and became professionalized.<br />

We saw the need that ex-isted and began to develop projects for<br />

large companies and cooperatives. Our equip-ment is adapted to<br />

each need. A producer with a small warehouse does not miss out.<br />

The return on investment today is less than two years; few things<br />

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


“A ComBer nasceu nesse mundo e se profissionalizou. Vimos<br />

a necessidade que existia e começamos a desenvolver projetos<br />

para grandes empresas e cooperativas. Nossos equipamentos<br />

são desenvolvidos de forma personalizada para cada necessidade.<br />

Um produtor com armazém pequeno não vai deixar de ser<br />

atendido. O retorno do investimento hoje é de menos de 2 anos<br />

e poucas coisas dão retorno tão rápido assim e de quebra, resolvendo<br />

um punhado de problemas. Acredito que em um prazo<br />

de 10 anos não tem mais ninguém mexendo com lenha, é um<br />

processo muito caro e problemático”, projeta Ivan.<br />

A ComBer está com 11 anos de mercado e é líder no setor,<br />

com mais de 800 equipamentos vendidos em todo Brasil. “É<br />

muito gratificante e não é por ego, é gratificante porque a gente<br />

sabe que contribuiu para esse desenvolvimento. Teve os percalços<br />

no caminho, surgiram cópias do equipamento, empresas<br />

que já atuavam nesse setor e não tinham essa solução também<br />

buscaram desenvolver uma solução parecida. Com tanta tecnologia<br />

que a agricultura tem hoje, a geração de calor no processo<br />

de secagem está muito atrasada e vemos que tem muita coisa<br />

para ser explorada”, alerta Ivan Comelli.<br />

O CEO da empresa reforça: “O diferencial da ComBer está na<br />

sua história, no fato de ter sido pioneira no segmento de automação<br />

a cavaco para fornalhas de secadores de grãos, nos seus<br />

valores e na sua tecnologia. A ComBer vem moldando esse mercado,<br />

sendo seguida e levando soluções para secagem de soja,<br />

de milho, de trigo, numa condição, com certeza, de mudança<br />

tecnológica e de melhoria da sustentabilidade do sistema de secagem<br />

de grãos”, resume o CEO Mauro Sergio Souza.<br />

GRUPO COMELLI<br />

A ComBer é um braço do Grupo Comelli que nasceu<br />

como transportadora. Hoje atua também no segmento de<br />

biomassa e colheita florestal. Com sede em Rio Verde (GO)<br />

o Grupo trabalha em todo centro-oeste, com filiais e com<br />

operações na região do Triângulo Mineiro e o transporte de<br />

biomassa, bagaço de cana, no Estado de São Paulo. “Hoje<br />

fazemos mais de 500 mil m³/mês de cavaco, temos mais<br />

de 300 caminhões rodando, mais de 50 máquinas florestais<br />

trabalhando e toda equipe técnica, pois nenhuma empresa<br />

funciona sem as pessoas estarem operando”, orgulha-se<br />

Felipe de Oliveira Comelli, CEO do Grupo Comelli. “Somos<br />

especializados em soluções para nossos clientes. A ComBer<br />

não está inserida apenas onde está a biomassa produzida<br />

por nós, está inserida no Brasil todo. O Grupo Comelli pode<br />

não estar, mas a ComBer está lá. Vemos que tem muita área<br />

para crescer dentro do próprio Brasil ”, afirma Lucas de Oliveira<br />

Comelli, diretor comercial do Grupo Comelli.<br />

pay for themselves so quick-ly and solve so many problems. I believe<br />

that in ten years, nobody will work with fire-wood; it is a very<br />

expensive and problematic process,” believes Comelli.<br />

ComBer has been in the market for 11 years and is a leader<br />

in the Sector, with more than 800 units sold throughout Brazil. “It<br />

is very gratifying, and not for ego’s sake; it is gratifying because<br />

we know we have contributed to this development. There were<br />

setbacks along the way; there were copies of the equipment; there<br />

were companies that were already working in this space that did<br />

not offer this solution. They were also trying to develop a similar<br />

solution. With so much technology in agriculture today, heat generation<br />

in the dry-ing process lags far behind, and we see that<br />

there is a lot to be explored,” warns Comelli.<br />

Managing Director Souza adds: “ComBer’s differentiation lies<br />

in its history, in the fact that it was a pioneer in the segment of<br />

chip automation for grain drying kilns, in its values and its technology.<br />

ComBer has shaped this market, has been followed, and<br />

has brought so-lutions for drying soybeans, corn, and wheat in a<br />

state that is sure to bring technological change and improve the<br />

sustainability of the grain drying system,” he concludes.<br />

COMELLI GROUP<br />

ComBer is a branch of the Comelli Group that was born as a<br />

transport company. Today, it also operates in the Biomass and Forest<br />

Harvest Sectors. Headquartered in Rio Verde (GO), the Group<br />

operates throughout the Midwest with branches and operations<br />

in the Triângulo Mineiro Region and in the transportation of biomass<br />

and sugarcane bagasse, in the State of São Paulo. “Today,<br />

we produce more than 500 thousand m³ of chips per month,<br />

we have more than 300 trucks, more than 50 forestry machines<br />

working, and an entire technical team because no company operates<br />

without workers,” says Felipe de Oliveira Comelli, Managing<br />

Director of the Comelli Group. “We specialize in solutions for our<br />

customers. ComBer is not only where the biomass we produce is; it<br />

is all over Brazil. The Comelli Group may not be there, but ComBer<br />

is. We see that there is much room for growth in Brazil itself,” says<br />

Lucas de Oliveira Comelli, Sales Director of the Comelli Group.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

35


LINHA COMBER - GRELHA FIXA<br />

LBI - LARGE BIOMASS INJECTOR CBI - COMPACT BIOMASS INJECTOR FCB - FORNALHA METÁLICA<br />

• Capacidade máxima de injeção: 13,5 m³/h;<br />

• Capacidade máxima energética: 14,58 Gcal;<br />

• Estoque de até 20 m³;<br />

• Equipamento construído em aço<br />

galvanizado;<br />

• Equipamento modular com<br />

motorredutores individuais;<br />

• Sistema de monitoramento WEG SMART<br />

MACHINE;<br />

* Umidade da biomassa até 40%<br />

• Capacidade máxima de injeção: 9 m³/h;<br />

• Capacidade máxima energética: 9,72 Gcal;<br />

• Estoque de até 9,45 m³;<br />

• Equipamento construído em aço galvanizado;<br />

• Equipamento modular com motorredutores<br />

individuais;<br />

• Sistema de monitoramento WEG SMART<br />

MACHINE;<br />

* Umidade da biomassa até 40%<br />

• Equipamento construído em aço<br />

galvanizado;<br />

• Revestido em fibra cerâmica e massa<br />

silplate;<br />

• Colete de tijolo refratário para prevenir<br />

impactos e degradação da fibra;<br />

• Sistema de redemunhador e quebra<br />

chamas para a extinção de fagulhas;<br />

• Vazão máxima atendida de 800.000 m³/h;<br />

* Umidade da biomassa até 40%<br />

LINHA COMBER - GRELHA MÓVEL<br />

MOEGA INJETORA QDC - QUEIMADOR ECO DUOS QSC - QUEIMADOR STOKER<br />

• Capacidade máxima de injeção: 20 m³/h;<br />

• Capacidade máxima energética: 12 Gcal;<br />

• Estoque de até 10 m³;<br />

• Equipamento construído em aço carbono;<br />

• Equipamento com motorredutores<br />

individuais;<br />

* Umidade da biomassa até 50%<br />

• Sistema de grelha móvel adaptável em<br />

fornalhas existentes;<br />

• Preparado para queima de matérias com altos<br />

índices de umidade;<br />

• Equipamento construído com sistema de<br />

ventilação primária e secundária, que garante<br />

a queima de gases voláteis;<br />

• Patente Requerida INPI;<br />

* Umidade da biomassa até 50%<br />

• Sistema de grelhado móvel com câmara<br />

de combustão;<br />

• Revestido em fibra cerâmica e massa<br />

silplate;<br />

• Preparado para queima de matérias com<br />

altos índices de umidade;<br />

• Sistema de ventilação primária com ar<br />

pré-aquecido;<br />

• Equipamento construído com sistema de<br />

ventilação secundário, que garante a<br />

queima de gases voláteis;<br />

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• Construído com roletes;<br />

Correia de Fluxo Bidirecional<br />

• Direcionamento do fluxo de entrega;<br />

• Passarela para manutenção e inspeção;<br />

• Projetado conforme demanda da<br />

unidade;<br />

• Construído com roletes;<br />

• Possui cobertura com telhas<br />

multi-dobras;<br />

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• Realiza movimentação da biomassa<br />

através de taliscas alternadas;<br />

• Permite descarga com pá carregadeira,<br />

carreta basculante e carreta piso móvel;<br />

• Forma construtiva modular, permitindo<br />

ampliação;<br />

Esticador Gravitacional<br />

• Utilizado para realizar tensionamento de<br />

correias em grandes distâncias;<br />

• Esticamento dinâmico;<br />

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OPCIONAIS<br />

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DEFAGULHADOR<br />

• Realiza a classificação da biomassa dentro do<br />

padrão de trabalho projetado para o equipamento;<br />

• Previne empenamento dos helicoides, desgastes<br />

prematuros de grelhas e motorredutores;<br />

• Equipamento parafusado de fácil instalação e<br />

manutenção;<br />

• Pode ser acoplado em equipamentos já existentes;<br />

• Sistema de redemunhadores e quebra chamas para<br />

extinção de fagulhas;<br />

• Revestimento em fibra cerâmica;<br />

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de depressões;<br />

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ESTUDO<br />

RETRATO<br />

DA BIOMASSA<br />

NA BAHIA<br />

ASSOCIAÇÃO TEM<br />

SE REUNIDO COM<br />

REPRESENTANTES DO<br />

GOVERNO PARA<br />

LEVANTAMENTO<br />

DA PRODUÇÃO DE<br />

CAVACO NO ESTADO<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

39


ESTUDO<br />

A<br />

Abaf (Associação Baiana das Empresas de<br />

Base Florestal) tem se reunido com representantes<br />

da Seagri (Secretaria da Agricultura do<br />

Estado da Bahia) e da Seinfra (Secretaria de<br />

Infraestrutura do Estado da Bahia) para contribuir com o<br />

estudo sobre a disponibilização de biomassa de madeira<br />

no estado da Bahia. A medida visa atender a demanda<br />

por madeira e cavaco de madeira para a geração de energia<br />

no Estado, além de, como alternativa, outras fontes<br />

de bioenergia, como sisal, seringa, côco, dendê, cana-de-<br />

-açúcar, entre outras.<br />

“Somos constantemente consultados sobre o fornecimento<br />

de madeira ou cavaco, por várias empresas de<br />

diferentes segmentos, como a indústria de alimentos<br />

JBS, o Sindicato de Cerâmica ou empresas de energia. O<br />

cavaco de madeira é uma fonte de energia renovável e<br />

sustentável com um alto potencial energético. O seu uso<br />

pode contribuir para a redução do desperdício de madeira<br />

e gerar economia para as empresas. Além disso, outras<br />

alternativas estão sendo estudadas para ampliar a fonte<br />

de energia em nosso estado”, explica Wilson Andrade,<br />

diretor executivo da Abaf.<br />

Este estudo, que está sendo conduzido pela Seagri,<br />

Seinfra, Cimatec e USP, pode vir a se chamar: Atlas da Biomassa<br />

da Bahia; a exemplo do documento já divulgado<br />

por Minas Gerais, o Atlas de Biomassa de Minas Gerais.<br />

“Com base nos atlas realizados anteriormente por<br />

nós, o eólico e o solar, estamos construindo essa que será<br />

uma ferramenta bastante utilizada pelos empreendedores.<br />

Um documento completo sobre as várias fontes de<br />

energia de biomassa disponíveis na Bahia”, completou<br />

Gilson Moraes, diretor de energia da Seinfra.<br />

Com base nos atlas realizados<br />

anteriormente por nós, o eólico e<br />

o solar, estamos construindo essa<br />

que será uma ferramenta bastante<br />

utilizada pelos empreendedores.<br />

Um documento completo sobre<br />

as várias fontes de energia de<br />

biomassa disponíveis na Bahia<br />

Gilson Moraes, diretor de<br />

energia da Seinfra<br />

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FEIRA<br />

FEIRA<br />

DE SUCESSO<br />

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42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CONSOLIDADA NO<br />

SETOR, A LIGNUM<br />

LATIN AMERICA 2024<br />

SUPEROU EXPECTATIVA<br />

DE ORGANIZADORES E<br />

EXPOSITORES<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

43


FEIRA<br />

R<br />

ealizada entre os dias 17 e 19 de setembro, a Feira<br />

Lignum Latin America, feira da cadeia produtiva<br />

da madeira, encerrou a V edição com números<br />

recordes, consolidando-se como o principal<br />

evento do setor da indústria da madeira na América Latina.<br />

Segundo os organizadores, foram 11.190 participantes,<br />

vindos de 21 Estados brasileiros e 22 países da América<br />

Latina, Europa e Ásia que estiveram na feira que aconteceu<br />

no Expotrade em Pinhais (PR), e integrou a programação<br />

da SIM (Semana Internacional da Madeira). O número de<br />

visitantes representou um aumento de 35% em relação à<br />

edição anterior, realizada em 2022. A feira também bateu<br />

o recorde de expositores, com 165 empresas participantes,<br />

representando um crescimento 40% maior que na última<br />

edição.<br />

Para Juliano Araujo, presidente da Abimci (Associação<br />

Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente),<br />

os números são resultado de um trabalho a muitas<br />

mãos. “O sucesso desta edição da Semana Internacional<br />

da Madeira foi reflexo do envolvimento e da mobilização<br />

da equipe organizadora para trazer temas relevantes à<br />

discussão. Por isso, a cada edição, o evento ganha público<br />

mais qualificado que sabe que vai encontrar experiências e<br />

conhecimentos reais e aplicáveis ao dia a dia da indústria”,<br />

afirmou Juliano.<br />

A Revista REFERÊNCIA BIOMAIS conversou com clientes<br />

e parceiros que estiveram apresentando suas soluções e<br />

novidades na feira. Confira:<br />

ANDRITZ<br />

O diretor comercial da ANDRITZ, divisão de Feed e<br />

Biofuel – Ração e Biomassa, Eduardo Soffioni, comentou a<br />

novidade que a empresa expôs na feira. “Estamos na Lignun<br />

Latin America 2024 no estande com a nossa parceira<br />

Dujua, e apresentando o nosso lançamento a PM30-6,<br />

máquina específica para peletização de biomassa.” Houve<br />

uma procura importante de visitantes durante os três dias<br />

de feira e a expectativa é que o pós-feira seja ainda mais<br />

abrangente no que tange o volume de negócios fechado,<br />

segundo Eduardo, da ANDRITZ.<br />

44 www.REVISTABIOMAIS.com.br


BACHIEGA<br />

Especialista na fabricação de piso móvel para os transportes<br />

de cavaco e biomassa, a BACHIEGA levou à Lignum seu<br />

principal lançamento para o ano de 2024 que fez parte das<br />

demonstrações da área externa da feira. Elisangela Abel, supervisora<br />

administrativa, destacou a experiência e as oportunidades<br />

trazidas pela feira. “Somos líderes nacionais no nosso<br />

segmento e para a Lignum viemos com nossa novidade em<br />

piso móvel com a maior capacidade de carga semirreboque<br />

no comprimento de 15,60m (metros), com 4 eixos e capacidade<br />

volumétrica de 114 m³ (metros cúbicos). Agradecemos a<br />

todos que nos visitaram e puderam conhecer todas as nossas<br />

soluções para o mercado”, valorizou Elisangela.<br />

BENECKE<br />

Com mais de 70 anos de atuação no mercado, a Benecke<br />

apresentou suas inovações, conforme comentaram os diretores<br />

administrativos Kurt Benecke e Kurt Benecke Junior. “Na<br />

Benecke, estamos constantemente inovando para atender às<br />

necessidades e expectativas dos nossos clientes. Sabemos que<br />

não podemos parar, e é por isso que nossa caldeira se destaca<br />

no mercado como um dos nossos principais diferenciais. Desde<br />

2013, utilizamos o concreto refratário, uma tecnologia que consolidamos<br />

internamente e que tem sido essencial para o desempenho<br />

superior dos nossos equipamentos. Além disso, fomos<br />

pioneiros ao trazer a tecnologia de grelha móvel para o Brasil<br />

em 1990, uma inovação da Alemanha que evoluímos ao longo<br />

dos anos, acompanhando o mercado. Gostaríamos também<br />

de parabenizar a Revista REFERÊNCIA, que celebra 25 anos de<br />

excelência no setor”, lembrou Kurt, que a Benecke esteve entre<br />

as primeiras empresas anunciantes na Revista REFERÊNCIA, mais<br />

precisamente, desde a edição número 1, ou seja, há 25 anos.<br />

BRUNO<br />

"A Lignum é um espaço essencial para o desenvolvimento<br />

do setor, e estar presente aqui reafirma nossa liderança e<br />

nosso compromisso com a inovação", destacou o diretor da<br />

Bruno, Angelo Ricardo Henz. Ditando tendências a empresa<br />

aproveitou o evento para apresentar o seu mais novo lançamento,<br />

o picador estacionário Titan PBFTE 600/800x1200,<br />

que chamou a atenção de visitantes e especialistas do setor.<br />

Na avaliação da Bruno a feira foi uma excelente oportunidade<br />

para a apresentação das suas soluções, mas também para o<br />

fortalecimento de parcerias e o compartilhamento de conhecimentos<br />

com clientes e potenciais novos parceiros.<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

45


FEIRA<br />

BURNTECH<br />

O CEO da Burntech, empresa referência em soluções<br />

para geração de energia térmica, Reges Dias, falou sobre<br />

a importância da feira. “Um evento como a Lignum é<br />

uma oportunidade para compartilharmos o que temos<br />

desenvolvido firmemente nos últimos 10 anos. Investimos<br />

muito em tecnologia, em engenharia e com os mais de<br />

mil equipamentos instalados nos traz know how robusto<br />

para levar solução para nossos clientes. Levamos soluções<br />

eficientes gerando energia térmica e elétrica, setor onde<br />

estamos caminhando com êxito total.”<br />

COSTRUZIONI NAZZARENO<br />

A empresa de origem italiana com atuação no Brasil,<br />

Costruzioni Nazzareno, é reconhecida pelo design e construção<br />

de sistemas para produção de pellets de madeira.<br />

Durante a Lignum Latin America a empresa apresentou<br />

uma prensa nova, além das suas soluções personalizadas<br />

para serrarias e sistemas tecnológicos para a produção de<br />

combustíveis ecológicos a partir de biomassa e reciclagem<br />

e descartes de produção.<br />

CPM<br />

O gerente regional para América do Sul da CPM,<br />

Matheus Taffarel, ressaltou as novidades da empresa<br />

para o setor. “Estamos trazendo novidades, uma delas é a<br />

máquina Direct Drive que tem acionamento direto e uma<br />

série de benefícios. A CPM é uma marca que busca inovação<br />

constante, muita melhoria de processo e otimização<br />

energética, sempre em busca de reduzir custos e aumentar<br />

a eficiência da operação. A América do Sul é um mercado<br />

que está crescendo bastante e estamos conseguindo surpreender,<br />

há bastante movimento no Chile, além do Brasil,<br />

onde temos boas expectativas.”<br />

46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


DRV<br />

“Tudo isso é feito para vocês, para os nossos parceiros”,<br />

explica Diego Ricardo Vieira, diretor da DRV Ferramentas,<br />

sobre o estande que chamou atenção na feira. Para a<br />

Lignum a DRV trouxe uma grande novidade que é uma<br />

nova linha de sabres, ponteiras e afiadoras da DRV para o<br />

segmento florestal. “Era um segmento que já queríamos<br />

fazer parte e agora estamos muito orgulhosos de trazer<br />

nossa excelência para o corte florestal”, destacou Diego.<br />

DUJUA SOLUÇÕES PARA BIOMASSA<br />

Fernando da Silva, gerente comercial da Dujua, destacou<br />

a importância da participação na feira e a parceria com<br />

outros expositores. “A Lignum está sendo um grande sucesso,<br />

superando nossas expectativas em termos de movimento<br />

e interesse. Nosso objetivo aqui é apresentar a Dujua<br />

como uma gerenciadora de plantas turnkey no segmento<br />

de pellets de madeira, fabricante de equipamentos para a<br />

movimentação, processamento e armazenamento da biomassa,<br />

em parceria com a ANDRITZ, nossa aliada em toda a<br />

América Latina. A ANDRITZ fornece as peletizadoras e outros<br />

equipamentos acessórios para nossas plantas. Além disso,<br />

estamos agora representando a Stela Drying Technology em<br />

todo o Brasil, uma empresa alemã líder mundial e referência<br />

em tecnologia de secagem de madeira, conhecida por seus<br />

secadores de alta eficiência.”<br />

ENGECASS<br />

O diretor da Engecass Equipamentos Industriais, Paulo<br />

da Cass, comentou sobre as soluções em secagem de<br />

madeira que levou para a Lignum. “Acredito que a nossa indústria<br />

está sempre carente de novas tecnologias e novas<br />

soluções para o mercado da madeira, e a Engecass, com<br />

seus já 30 anos de experiência e sua equipe, está trazendo<br />

novidades aos processos de secagem de madeira com a<br />

implantação de dispositivos que trazem maior eficiência e<br />

maior rendimento para o processo.”<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

47


FEIRA<br />

GELL TECHNO SOLUTIONS<br />

O diretor da empresa, Joel Rosa, destacou o mercado<br />

de pellets no Brasil. “O pellet hoje, na verdade, contribui<br />

muito com o segmento aonde consegue agregar valor em<br />

determinados subprodutos. Pellet a gente sabe que é uma<br />

tendência no mercado cada vez mais crescente, não só<br />

para exportação, mas também para o mercado interno na<br />

indústria, comércio, residências. É um novo produto para<br />

os madeireiros. Parabenizo também a Revista REFERÊNCIA<br />

que é um meio que ajuda a divulgar a nossa tecnologia<br />

e difundir o pellet no mercado e fomentar o consumo”,<br />

enalteceu Joel.<br />

IMTAB<br />

Durante a Lignum, o diretor da empresa, Joel Padilha,<br />

falou sobre o lançamento da empresa: "A nossa empresa<br />

sempre procura estar à frente, inovando com produtos e<br />

lançamentos. E o lançamento nesta feira é o gerador de<br />

água quente. Estamos lançando a caldeira com geração de<br />

água quente para acoplar em secadores de esteiras para<br />

produção de pellets. Isso completa o nosso portfólio de<br />

máquinas para pellets." A Imtab é um dos grandes apoiadores<br />

da edição da REFERÊNCIA BIOMAIS, que a partir de<br />

2025 passa a ser mensal.<br />

LDG FOREST GROUP S/A<br />

Fundada na Dinamarca em 1976, a LDG Forest Group<br />

S/A traz mais de 40 anos de experiência para o cenário<br />

global, enfatizando a gestão sustentável de florestas e<br />

soluções energéticas ecológicas. A empresa foi uma das<br />

participantes da Lignum Latin America. Com operações na<br />

Itália, Escandinávia, Brasil, Polônia, Estados Bálticos, França,<br />

Bélgica, Canadá e EUA, a LDG Forest Group estabelece-se<br />

como uma empresa fundamental nos mercados de pellets<br />

de madeira na Europa, bem como na América do Norte e<br />

do Sul, comercializando pellets de uso doméstico e industrial,<br />

e exportando o produto em contêineres e navios a<br />

granel.<br />

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


MANOS<br />

A Lignum foi escolhida para a primeira apresentação<br />

da nova Linha Biomassa da Manos Implementos. Kimio<br />

Mori, gerente comercial da Manos, explica que essa novidade<br />

é focada em uma projeção de que a biomassa seja<br />

uma das principais fontes de energia mundiais ainda neste<br />

século. “Esse implemento, com todas as características que<br />

estamos comercializando, tem o primeiro bitrem já rodando<br />

na operação da Klabin de Otacílio Costa (SC), é ideal<br />

para o transporte de biomassa que pode ser descarregado<br />

entre 3 min a 5 min (minutos), totalmente operado com<br />

controle remoto, trazendo mais segurança para o operador<br />

e velocidade no campo”, explicou Kimio.<br />

METALSUL<br />

Fundada em 2008 a Metalsul Industrial está instalada<br />

em Xaxim (SC) e participou pela primeira vez da Lignum<br />

Latin America com demonstração dos equipamentos na<br />

área de produção de biomassa. “Estivemos presentes na<br />

feira Lignum expondo nossos produtos, equipamentos,<br />

apresentando nossa proposta na parte de secadores<br />

rotativos”, relatou Ezequiel de Barros, diretor e fundador da<br />

empresa.<br />

MILL INDÚSTRIAS<br />

O analista de Comunicação & Marketing da empresa,<br />

Bruno Valim, explicou o funcionamento do lançamento da<br />

empresa na feira. “O produto que expomos na Lignum é<br />

um lançamento que hoje contempla um dispositivo que<br />

executa o fechamento rápido nos cabeçotes da máquina<br />

bloco ou da máquina geminada, o Dispositivo de Fechamento<br />

Rápido para Serra Fita Vertical Geminada e Bloco.<br />

Esse mecanismo novo dispensa o sistema manual de<br />

ajustes e substitui um classificador, otimiza a produção e é<br />

possível fazer a programação com o range de diâmetro da<br />

madeira que o cliente processa. Um sensor na esteira da<br />

máquina faz o ajuste automático de acordo com a madeira<br />

que está passando.”<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

49


FEIRA<br />

TMSA/KAHL<br />

Fábio Moreira Soares, comercial KAHL Brasil ressaltou<br />

a participação na feira. “Mais uma vez a TMSA tem o prazer<br />

em participar da Lignum e trazer junto com nossos parceiros,<br />

Madec e Planalto, as soluções integrais que temos<br />

para a produção de pellets na indústria da madeira, uma<br />

forma segura de agregar valor a materiais que são pouco<br />

valorizados e que podem gerar além de receitas, benefícios<br />

para o meio ambiente. Agradecemos a visita de todos os<br />

nossos clientes e amigos que puderam compartilhar seu<br />

tempo conosco nesse evento.”<br />

RECIMAC<br />

Em sua primeira participação na Lignum, a Recimac,<br />

localizada em Palhoça (SC), apresentou suas melhores<br />

soluções em sistemas de peneiramento. Christian Martini,<br />

gerente comercial da empresa, destacou: “Trouxemos para<br />

este evento nossa principal novidade do ano - uma nova<br />

linha de produtos fabricados com materiais altamente resistentes<br />

à abrasão e insertos de Hardox, garantindo maior<br />

durabilidade e eficiência para os nossos equipamentos.”<br />

VANTEC<br />

A Vantec aproveitou a Lignum para apresentar o<br />

Picador Florestal BRONCO E, a solução ideal para otimizar<br />

a produção de cavaco a partir de toras, galhos e resíduos<br />

de madeira, sendo um equipamento compacto, montado<br />

sobre esteira rodante, como motor hidráulico e fácil acesso<br />

para manutenção, e a Serra Circular para Desdobro Horizontal<br />

de Blocos e Costaneiras, a solução ideal para maximizar<br />

a eficiência no corte e desdobro de madeira com precisão e<br />

segurança, tendo alta performance e muita estabilidade durante<br />

a operação. “São novidades exclusivas da Vantec para<br />

continuarmos atendendo com excelência todo o segmento<br />

de base florestal”, afirma Fábio Grainer, gerente comercial<br />

linha Biomassa, Serraria, Laminação, Reciclagem e Equipamento<br />

para Produção de Fertilizantes.<br />

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POTENCIAL<br />

BIOMASSAS<br />

COM POTENCIAL PARA<br />

ENERGIA LIMPA<br />

PARCERIA ENTRE EMPRESAS E<br />

INSTITUIÇÕES VIABILIZA ESTUDO<br />

INÉDITO DE MAPEAMENTO DE<br />

BIOMASSAS RESIDUAIS DO<br />

BRASIL<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO<br />

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BIOMASS WITH A<br />

CLEAN ENERGY<br />

POTENTIAL<br />

A PARTNERSHIP BETWEEN<br />

COMPANIES AND INSTITUTIONS<br />

ENABLES UNPRECEDENTED<br />

STUDY TO MAP RESIDUAL<br />

BIOMASS IN BRAZIL<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

57


POTENCIAL<br />

C<br />

onhecer a disponibilidade de matérias-primas<br />

para criar alternativas de geração de energia<br />

limpa é um deságio para a transição energética.<br />

Regiões, biomas, vocação econômica<br />

e produções agropecuárias precisam ser levadas em<br />

consideração nessa busca e é o que a pesquisa inédita do<br />

Instituto Senai de Inovação em Biomassa, de Três Lagoas<br />

(MS), vai mostrar com o mapeamento de biomassas residuais<br />

do Brasil.<br />

Segundo o diretor do Instituto, João Gabriel Marini, o<br />

Brasil é uma potência mundial na produção de biomassa<br />

e disponibilizar essas informações de forma organizada<br />

pode estimular a adoção de práticas renováveis. “Para isso<br />

contamos com o apoio de grandes empresas, de diversos<br />

setores e que já visualizaram a importância deste estudo<br />

para suas estratégias internas que consideram a biomassa<br />

como umas das chaves da transição energética da indústria<br />

brasileira.”<br />

Desenvolvida em parceria com as empresas Arcelor-<br />

Mittal Brasil S/A, Bionow S.A., Atiaia Energia S/A, Tupy S.A.,<br />

Vamtec Group e Votorantim Cimentos, o estudo busca<br />

fazer um levantamento das matérias orgânicas, vegetais<br />

ou animais, com potencial energético, capazes de serem<br />

utilizadas nas indústrias.<br />

K<br />

nowing the availability of raw materials to create<br />

alternatives for clean energy production is a challenge<br />

for the energy transition. Regions, biomes,<br />

economic vocation, and agricultural production<br />

must be taken into account in this search, and this is what<br />

the unprecedented research of the Senai Biomass Innovation<br />

Institute in Três Lagoas (MS) will show with the mapping of<br />

residual biomass in Brazil.<br />

According to João Gabriel Marini da Silva, the Institute’s<br />

Director, Brazil is a world power in the production of biomass,<br />

and making this information available in an organized way<br />

can stimulate the adoption of renewable practices. “To do<br />

this, we have the support of large companies from different<br />

sectors that have already recognized the importance of this<br />

study for their internal strategies, considering biomass as one<br />

of the keys to the energy transition of Brazilian industry.”<br />

The study, developed in partnership with ArcelorMittal<br />

Brasil S/A, Bionow S.A., Atiaia Energia S/A, Tupy S.A., the Vamtec<br />

Group, and Votorantim Cimentos, aims to identify organic,<br />

vegetable, or animal materials with energy potential that can<br />

be used in industry.<br />

Also participating in the project are the São Paulo Institute<br />

for Technological Research (IPT), Piracicaba Local Alcohol<br />

Producers (Apla), the Senai Institute for Environmental Tech-<br />

58 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Também fazem parte do projeto o IPT (Instituto de Pesquisa<br />

Tecnológicas de São Paulo), a Apla (Arranjo Produtivo<br />

Local do Álcool de Piracicaba), o Instituto Senai de Tecnologia<br />

em Meio Ambiente, de Minas Gerais, e o Instituto Senai<br />

de Inovação em Sistemas Embarcados, de Santa Catarina.<br />

“Será um mapeamento, tanto do ponto de vista de<br />

disponibilidade e qualidade de biomassa, quanto das tecnologias<br />

de processamentos existentes e maduras para a<br />

implementação no Brasil. Buscaremos, com o estudo, identificar<br />

os desafios a serem superados e as oportunidades<br />

de negócios para as empresas do grupo e todas as outras<br />

interessadas”, explica a pesquisadora do ISI responsável por<br />

coordenar o projeto, Luiza Paula da Conceição Lopes.<br />

Conforme a pesquisadora, neste estudo serão mapeados<br />

três tipos de resíduos oriundos da biomassa: agrícolas,<br />

da silvicultura (florestas) e animais (bovino, suíno e aves).<br />

Nas amostras, serão avaliadas questões técnicas quanto a<br />

geração de energia, sazonalidade, logística e volume de<br />

resíduo gerado. Além disso, será realizado estudo sobre<br />

as tecnologias disponíveis para melhor aproveitamento<br />

energético dos itens mapeados.<br />

“A ideia é que, ao final do projeto, possamos disponibilizar<br />

essas informações compiladas em uma plataforma<br />

onde as empresas poderão acessá-la de onde estiverem”,<br />

explica Luiza.<br />

nology in Minas Gerais, and the Senai Institute for Innovation<br />

in Embedded Systems in Santa Catarina.<br />

“It is a mapping, both from the point of view of the availability<br />

and quality of biomass and of the existing processing<br />

technologies that are apt for implementation in Brazil. With<br />

the study, we will try to identify the challenges to be overcome<br />

and the business opportunities for the companies of the<br />

group and all other interested parties,” explains Luiza Paula<br />

da Conceição Lopes, the ISI scientist in charge of coordinating<br />

the project.<br />

According to the Scientist, the study covers three types of<br />

biomass waste: agricultural, forestry, and animal (cattle, pigs,<br />

and poultry). The samples will be used to assess technical issues<br />

in terms of energy production, seasonality, logistics, and<br />

volume of waste generated. In addition, a study will be carried<br />

out on the technologies available to make better use of the<br />

energy from the mapped items.<br />

“The idea is that at the end of the project, we can make<br />

this information available on a platform where companies<br />

can access it from anywhere,” explains Lopes.<br />

The lack of more detailed information on Brazilian<br />

biomass, which is available for use as an energy feedstock,<br />

compiled on a single platform and with a standardized methodology,<br />

motivated the development of this research.<br />

CORPORATE PRACTICES<br />

More than a financial commitment, the actions of the<br />

partner companies are focused on making decisions about<br />

the choice of biomass to be prioritized in the study. The infor-<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

59


POTENCIAL<br />

A ausência de informações mais detalhadas sobre as<br />

biomassas brasileiras disponíveis para serem utilizadas<br />

como matéria-prima energética, compiladas em uma única<br />

plataforma e com uma metodologia padronizada motivaram<br />

o desenvolvimento desta pesquisa.<br />

PRÁTICA DAS EMPRESAS<br />

Mais do que comprometimento financeiro, a atuação<br />

das empresas parceiras é centrada na tomada de decisões<br />

sobre as escolhas das biomassas a serem priorizadas no<br />

estudo. As informações geradas irão dar subsídios para<br />

promoção da transição energética.<br />

“A maioria das empresas estão em uma fase de migração<br />

de matrizes energéticas fósseis, provenientes de combustíveis<br />

fósseis à base de carvão ou petróleo, para fontes<br />

de energia renováveis, como é o caso das biomassas, que<br />

possuem uma pegada de carbono neutro, além de envolver<br />

o emprego de tecnologias mais adequadas e eficientes<br />

que as tradicionais”, destaca a pesquisadora Luiza Lopes.<br />

Será um mapeamento<br />

tanto do ponto de vista<br />

de disponibilidade e<br />

qualidade de biomassa,<br />

quanto das tecnologias<br />

de processamentos<br />

existentes e maduras para a<br />

implementação no Brasil<br />

Luiza Paula da Conceição Lopes,<br />

pesquisadora<br />

mation generated will help promote the energy transition.<br />

“Most companies are in the process of transitioning from<br />

fossil fuels based on coal or petroleum to renewable energy<br />

sources such as biomass, which has a neutral carbon footprint<br />

and involves the use of more appropriate and efficient<br />

technologies than traditional ones,” says Scientist Lopes.<br />

60 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EM 2025 A REVISTA BIOMAIS<br />

PASSA A SER MENSAL!<br />

NOVIDADE NA ÁREA<br />

A partir de 2025 a JOTA EDITORA vai ampliar sua produção. A<br />

Revista REFERÊNCIA BIOMAIS, que hoje é bimensal, passará a ser<br />

publicada mensalmente. A publicação será de fevereiro a<br />

novembro, atendendo a expansão do mercado de biomassa e<br />

energias renováveis que vem crescendo no Brasil. A publicação é<br />

destinada exclusivamente para produtores e consumidores de<br />

energias limpas e alternativas e há mais de 15 anos a equipe da<br />

editora vem buscando divulgar tecnologias, produtos e serviços<br />

para atender o setor. Com a publicação mensal esperamos<br />

ampliar a cobertura de produtos, novidades e políticas do<br />

segmento. A JOTA EDITORA atua há mais de 25 anos diretamente<br />

no mercado da informação, comunicação e marketing. Pelo<br />

respeito adquirido com as publicações, os produtos da editora se<br />

tornaram importantes formadores de opinião para diversos<br />

segmentos de mercado. As Revistas REFERÊNCIA (BIOMAIS,<br />

FLORESTAL, MADEIRA INDUSTRIAL, CELULOSE e PRODUTOS DE<br />

MADEIRA) são responsáveis pela divulgação de tudo que há de<br />

mais atual nas diversas áreas por meio de nossas publicações, que<br />

chegam em todas regiões do Brasil e vários países do exterior.<br />

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PESQUISA<br />

GERAÇÃO DE ENERGIA<br />

A PARTIR DE RESÍDUOS<br />

DE ALIMENTOS<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO E TECPAR<br />

62 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CENTRO DE TECNOLOGIA<br />

DO PARANÁ INVESTE EM<br />

PESQUISA PARA ESTUDAR<br />

POTENCIAL DE INSUMOS<br />

PARA GERAÇÃO DE ENERGIA<br />

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

63


PESQUISA<br />

O<br />

Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná)<br />

iniciou um experimento para avaliar o<br />

potencial de produção de biogás a partir de<br />

resíduos de alimentos, no novo laboratório<br />

de pesquisa de biogás e biometano. A intenção é avaliar<br />

o potencial metanogênico desse material para determinar<br />

se a biomassa contida ali é viável ou não para<br />

produzir metano em quantidade satisfatória.<br />

A biomassa é toda a matéria orgânica vegetal ou animal<br />

usada como fonte de energia limpa, como no caso<br />

o biogás e o biometano, biocombustíveis produzidos a<br />

partir desses materiais orgânicos.<br />

O Tecpar estruturou o novo laboratório neste ano<br />

de 2024, com a aquisição de um equipamento que faz<br />

análises automáticas do potencial de cada insumo na<br />

geração de energia renovável. É com essa infraestrutura<br />

que será realizado o experimento, explica o coordenador<br />

do projeto Bill Costa, químico, com mestrado e doutorado<br />

em engenharia de materiais.<br />

Os resíduos de alimentos<br />

são gerados em grandes<br />

quantidades e o biogás<br />

pode ser usado na<br />

produção de energia<br />

térmica ou energia<br />

elétrica<br />

Bill Costa, coordenador<br />

do projeto<br />

Segundo ele, os resíduos de alimentos prontos,<br />

como é o caso daqueles servidos em um restaurante ou<br />

preparados pelas pessoas em suas residências, constituem<br />

biomassas com um bom potencial para a produção<br />

de biogás.<br />

“São resíduos gerados em grandes quantidades e o<br />

biogás pode ser usado na produção de energia térmica<br />

ou energia elétrica. O aproveitamento desses resíduos<br />

tem um grande apelo ambiental, porque evita que eles<br />

sejam descartados em lixões ou aterros sanitários, e também<br />

econômico, pois o biogás produzido pode gerar<br />

calor ou eletricidade”, salienta o pesquisador do Tecpar.<br />

64 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Entre os alimentos testados neste experimento<br />

estão, por exemplo, resíduos de salada, de arroz, massas,<br />

frutas e frango desfiado.<br />

INVESTIMENTO NA INFRAESTRUTURA<br />

Um novo equipamento foi adquirido para modernizar<br />

o laboratório, um analisador portátil de biogás, com<br />

a intenção de fazer análise da composição de um biogás<br />

em campo.<br />

Com a operacionalização do laboratório, o Tecpar<br />

pretende executar pesquisa aplicada, ou seja, atuar<br />

junto a indústrias e outros interessados que busquem a<br />

produção de biogás a partir da biomassa, com a oferta<br />

de novas soluções tecnológicas.<br />

“Com esse equipamento portátil, é possível determinar<br />

os teores de metano, dióxido de carbono,<br />

gás sulfídrico e oxigênio do biogás, produzido em um<br />

biodigestor instalado em uma propriedade rural ou em<br />

uma indústria, por exemplo. As medições efetuadas pelo<br />

instrumento podem se constituir em uma futura prestação<br />

de serviços do laboratório”, observa o pesquisador.<br />

O diretor-presidente do Tecpar, Celso Kloss, destaca<br />

que o instituto tem suas ações pautadas na consonância<br />

com as demandas da sociedade paranaense e brasileira.<br />

“O Governo do Estado está comprometido em ampliar<br />

o uso de biogás e biometano no Paraná e com o novo<br />

laboratório no Tecpar poderemos apoiar indústrias que<br />

queiram gerar sua própria energia com as soluções<br />

laboratoriais e com nossa equipe especializada”, ressalta<br />

Kloss.<br />

A implantação do Laboratório de Pesquisa de Biogás<br />

e Biometano no Tecpar está em linha com as metas definidas<br />

pelo governo do Estado ao instituto. O Tecpar tem<br />

como objetivo, até 2026, ampliar o portfólio de serviços<br />

com ensaios laboratoriais inéditos na área da saúde e<br />

do meio ambiente. Com isso, o instituto ofertará novos<br />

serviços e agregará valor às soluções disponibilizadas à<br />

sociedade.<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

65


ARTIGO<br />

ASPECTOS TÉCNICOS<br />

DA PRODUÇÃO DE<br />

PELLETS DE MADEIRA<br />

FOTOS DIVULGAÇÃO E EMANOEL CALDEIRA<br />

LAURENT ROGER MARIE QUÉNO<br />

UnB (Universidade de Brasília)<br />

UnB<br />

UnB<br />

UnB<br />

UnB<br />

ÁLVARO NOGUEIRA DE SOUZA<br />

ALEXANDRE FLORIAN DA COSTA<br />

AILTON TEIXEIRA DO VALE<br />

MAÍSA SANTOS JOAQUIM<br />

66 www.REVISTABIOMAIS.com.br


ARTIGO<br />

RESUMO<br />

A<br />

evolução da política energética dos países<br />

desenvolvidos, associada à procura por fontes<br />

renováveis como a biomassa florestal, impulsionou,<br />

desde o início dos anos 2000, o crescimento<br />

da produção de pellets de madeira no mundo.<br />

O mercado de pellets tornou-se exigente em qualidade e<br />

deve lidar com a concorrência de outras fontes de energia,<br />

requerendo dos produtores um controle rigoroso de<br />

custo bem como um bom domínio técnico da produção.<br />

Dessa forma, realizou-se uma revisão bibliográfica sobre<br />

os aspectos técnicos da produção de pellets e as possibilidades<br />

e as exigências do mercado para que o Brasil possa<br />

aproveitar as oportunidades e valorizar o seu potencial<br />

florestal.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A produção mundial de pellets de madeira tem<br />

aumentado nos últimos anos, passando de quantidades<br />

insignificantes, no início dos anos 2000, para mais de 28<br />

milhões de toneladas, em 2015, segundo a FAO (Organi-<br />

zação das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).<br />

De um mercado limitado e regional, na Escandinávia e na<br />

Áustria, de produtores locais que supriam as necessidades<br />

de consumidores em escala individual, o status deste biocombustível<br />

sólido mudou e se tornou commodity, negociada<br />

nos mercados internacionais para abastecer usinas<br />

termoelétricas das maiores empresas de fornecimento<br />

de energia elétrica da Europa (Heinimo; Junginger, 2009;<br />

Lamers et al., 2012a). Um estudo de prospectiva realizado<br />

por Pöyry, (2010) projetou o consumo mundial de pellets,<br />

em 2020, de 46 milhões de toneladas por um valor de US$<br />

8 bilhões (valores 2010). Em outros estudos, Wihersaari,<br />

Agar e Kallio (2009), Obernberger e Thek (2010) projetaram<br />

que, com um crescimento anual de 10% da demanda<br />

mundial de pellets, entre 10% e 12% de toda a madeira<br />

industrial colhida no mundo será transformada em pellets<br />

até o ano de 2025.<br />

Para produzir o pellet, vários tipos de biomassa vegetal<br />

são utilizados. As diversas matérias-primas florestais<br />

utilizadas são os subprodutos da indústria madeireira de<br />

68 www.REVISTABIOMAIS.com.br


O custo de produção do<br />

pellet é normalmente<br />

baixo porque é baseado no<br />

reaproveitamento de uma<br />

matéria-prima barata, feita<br />

de subprodutos que antes<br />

eram abandonados por<br />

serrarias e outras indústrias<br />

madeireiras<br />

segunda transformação, maravalha, serragem e pó da<br />

indústria moveleira e de piso; os subprodutos da indústria<br />

madeireira de primeira transformação, serragem, costaneiras<br />

e desperdícios das serrarias; os resíduos da exploração<br />

florestal habitualmente não extraídos da floresta, como<br />

pontas, galhos e até mesmo tocos e a biomassa oriunda<br />

de plantações dedicadas com curta rotação e alta produtividade.<br />

Depois de recolhidos, triturados e secos, esses materiais<br />

são transformados em pó que, posteriormente, é<br />

comprimido para obter a forma final. Assim, de 6 m3 a 8<br />

m3 (metros cúbicos) de serragem ou cavacos de madeira,<br />

depois de secos, processados e comprimidos, geram 1 m3<br />

de pellets de madeira. O resultado é um composto 100%<br />

natural de elevado poder calorífico.<br />

EVOLUÇÕES DO MERCADO<br />

O custo de produção do pellet é normalmente baixo<br />

porque é baseado no reaproveitamento de uma matéria-<br />

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RESÍDUOS FLORESTAIS<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

69


ARTIGO<br />

Uma iniciativa privada, com<br />

o apoio de dois laboratórios<br />

universitários, em Lages (SC),<br />

no Brasil e em Ancona, na<br />

Itália, está trabalhando para<br />

a introdução de um selo de<br />

qualidade BRplus, para a<br />

padronização da produção e<br />

da comercialização de pellets.<br />

-prima barata, feita de subprodutos que antes eram abandonados<br />

por serrarias e outras indústrias madeireiras. Mas,<br />

com o aumento contínuo dessa demanda, vê-se, hoje, em<br />

vários países, a dificuldade para encontrar matéria-prima<br />

suficiente para abastecer o mercado. Surge, então, a<br />

questão para utilizar outras fontes de matéria-prima, com<br />

custo mais elevado, o que afetará o preço final do pellet<br />

ao consumidor (Tromborg et al., 2013).<br />

O crescimento atual da produção mundial de pellets<br />

será possível não apenas utilizando-se os subprodutos<br />

da indústria madeireira. Será necessário colher madeira<br />

diretamente em floresta para essa finalidade. No imenso<br />

maciço florestal do sudeste dos EUA (Estados Unidos da<br />

América), composto principalmente de plantações de<br />

Pinus taeda, várias fábricas de grande porte com produção<br />

anual superior a 100 mil toneladas foram instaladas<br />

nesses últimos anos (Mandell; Lang, 2013).<br />

70 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CONSIDERAÇÕES FINAIS: A SITUAÇÃO NO BRASIL<br />

Garcia (2010) analisou os pellets fabricados por quatro<br />

indústrias e demonstrou que os padrões não foram atingidos,<br />

especialmente no poder calorífico e na durabilidade<br />

mecânica. Mas, Quéno (2015), levantando a situação de<br />

nove empresas produtoras de pellets à base de maravalha<br />

de pinus nos três Estados do sul do Brasil, encontrou oito<br />

delas com controle de qualidade interno estabelecido,<br />

três com o selo de qualidade ENplus e duas em fase de<br />

certificação. Isso mostra o upgrade, em pouco tempo, na<br />

qualidade das produtoras brasileiras, no desejo de atender<br />

ao mercado externo promissor.<br />

Uma iniciativa privada, com o apoio de dois laboratórios<br />

universitários, em Lages (SC), no Brasil e em Ancona,<br />

na Itália, está trabalhando para a introdução de um selo<br />

de qualidade BRplus, para a padronização da produção e<br />

da comercialização de pellets (Quéno, 2015). A exemplo<br />

da Nova Zelândia (Hennessy, 2010), o Brasil poderia se<br />

apoiar no trabalho importante realizado pelo CEN (Comitê<br />

Europeu de Normatização), que fez um extenso trabalho<br />

de especificações técnicas na última década. Como a<br />

Europa é o maior mercado consumidor e importador de<br />

pellets do mundo, é natural a tendência de que as suas<br />

normas vigentes se tornem padrões a serem exigidos para<br />

os outros países exportadores interessados em vender<br />

suas produções.<br />

O Brasil apresenta grande potencial parcialmente<br />

aproveitado na produção de pellets a partir de resíduos<br />

das indústrias de madeiras à base de pinus. Além disso, o<br />

país pode desenvolver uma produção em grande escala,<br />

baseada em plantações de eucalipto dedicadas, como foi<br />

realizado com sucesso, tanto para a produção de celulose<br />

quanto para a de carvão vegetal. Para alcançar esse objetivo,<br />

um esforço específico de pesquisa deve ser realizado.<br />

Para acessar esse conteúdo na<br />

íntegra acesse o QRcode ao lado:<br />

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA<br />

71


AGENDA<br />

NOVEMBRO 2024<br />

DESTAQUE<br />

360 SOLAR 2024<br />

Data: 7 a 8<br />

Local: Centro Sul, Florianópolis (SC)<br />

Informações: https://360solar.com.br/<br />

MARÇO 2025<br />

ITALIA LEGNO ENERGIA<br />

Data: 6 a 8<br />

Local: Arezzo (Itália)<br />

Informações: italialegnoenergia.it<br />

MAIO 2025<br />

EXPO BIOMASA 2025<br />

Data: 6 a 8<br />

Local: Valladolid (Espanha)<br />

Informações: https://expobiomasa.com/<br />

MAIO 2025<br />

ALL-ENERGY 2025<br />

Data: 14 e 15<br />

Local: Glasgow (Reino Unido)<br />

Informações: all-energy.co.uk<br />

BIOTECHFAIR - FEIRA<br />

INTERNACIONAL DE<br />

TECNOLOGIA EM BIOENERGIA<br />

E BIOCOMBUSTÍVEIS<br />

Data: 26 a 28 de março 2025<br />

Local: Centro de Eventos da FIERGS –<br />

Porto Alegre (RS)<br />

Informações:<br />

https://biotechfair.com.br/feira<br />

A BioTECH Fair - Feira Internacional de<br />

Tecnologia em Bioenergia e Biocombustíveis é<br />

o único evento a congregar as diversas fontes<br />

renováveis de energia, com destaque para biodiesel,<br />

biomassa, biogás, etanol, bioquerosene,<br />

hidrogênio verde e outras fontes comprometidas<br />

com a sustentabilidade. Simultaneamente<br />

vai acontecer o Congresso Internacional de<br />

Bioenergia, em uma área de 14 mil m² (metros<br />

quadrados) com ambiente favorável para negócios,<br />

troca de conhecimentos e networking.<br />

72 www.REVISTABIOMAIS.com.br


VEM AÍ!<br />

02 DE DEZEMBRO - CURITIBA (PR)<br />

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OPINIÃO<br />

Foto: divulgação<br />

AUDITORIAS EM REDES DE<br />

DISTRIBUIÇÃO ELÉTRICA:<br />

UMA QUESTÃO DE<br />

SEGURANÇA E EFICIÊNCIA<br />

E<br />

nergia elétrica é uma commodity primordial e pode<br />

ser tanto uma aliada quanto um desafio para o<br />

sucesso de empresas em diversos setores. Nenhuma<br />

organização moderna, especialmente nas indústrias,<br />

cada vez mais automatizadas, funciona sem energia. Em<br />

operações altamente dependentes de eletricidade, a perda<br />

de energia causada por uma falha do equipamento elétrico<br />

representa um risco financeiro significativo e pode resultar em<br />

danos materiais, bem como colocar em risco a segurança de<br />

seus funcionários.<br />

No entanto, diante da expectativa de que a demanda<br />

global por eletricidade aumente anualmente 3,4% até 2026,<br />

em média, conforme projeta a AIE (Agência Internacional<br />

de Energia), a importância das auditorias nos sistemas de<br />

distribuição elétrica se torna ainda maior. Essas práticas são<br />

essenciais para constatar a obsolescência dos ativos - por idade,<br />

estresse ou tecnologia (às vezes a combinação de todos)<br />

- e as vulnerabilidades do sistema por aumentos de carga que<br />

ocorreram ao longo dos anos e incrementar a resiliência para<br />

garantir a disponibilidade de energia.<br />

Auditorias detalhadas permitem a detecção de problemas<br />

que poderiam passar despercebidos no dia a dia. Elas<br />

possibilitam a implementação de ações preventivas antes que<br />

pequenas falhas se transformem em grandes incidentes, evitando<br />

interrupções mais longas que venham a comprometer<br />

a segurança e a confiabilidade da rede elétrica e o processo<br />

produtivo.<br />

Outro benefício das auditorias é propiciar que o sistema<br />

elétrico esteja em conformidade com as normas e regulamentações<br />

vigentes - afinal, segurança é um ponto fundamental<br />

para as indústrias. As auditorias também podem apresentar<br />

para o cliente um plano de modernização que seja exequível<br />

em um horizonte de 3 a 5 anos, viabilizando, assim, um planejamento<br />

de investimentos baseado em critérios técnicos que<br />

definem a criticidade dos ativos associados ao risco de falha<br />

ou indisponibilidade.<br />

A qualidade da energia elétrica é outro ponto crucial<br />

dentro de qualquer rede de distribuição elétrica que pode<br />

ser verificado pelas auditorias. Em geral se desconhece que a<br />

grande maioria dos problemas de qualidade de energia seja<br />

gerada pelos próprios processos e equipamentos industriais.<br />

A percepção desses problemas de qualidade e a recomendação<br />

de ações para sua mitigação resultam na redução de<br />

custos operacionais, extensão da vida útil dos equipamentos<br />

e melhoria contínua do sistema como um todo.<br />

As auditorias também estão aptas a endereçar insights e<br />

recomendações relevantes sobre o monitoramento de ativos<br />

elétricos para a otimização do seu desempenho. A partir do<br />

monitoramento desses ativos elétricos associado a softwares<br />

analíticos que utilizam tanto a inteligência artificial como o<br />

machine learning, é possível avaliar, de forma preditiva, em<br />

quanto tempo um equipamento irá falhar. Essa abordagem<br />

muda completamente o modo de fazer a manutenção: se antes<br />

essa prática era baseada em um calendário, agora é mais<br />

assertiva porque se dá baseada na condição do ativo, o que<br />

ocasiona a queda de custos associada a uma melhor otimização<br />

dos recursos internos.<br />

Um gerenciamento cuidadoso da rede de distribuição<br />

elétrica aliado a uma documentação técnica adequada - como<br />

diagramas unifilares atualizados (conforme exige a NR-10) e<br />

estudos elétricos, a exemplo de curto-circuito, seletividade da<br />

proteção e energia incidente - e a treinamentos regulares para<br />

a equipe asseguram que a companhia esteja bem preparada<br />

para qualquer situação. Diante do risco constante de interrupções<br />

elétricas, particularmente em setores altamente dependentes<br />

de energia, como hospitais, data centers e a indústria<br />

de processo em geral, o aprimoramento do desempenho não<br />

é apenas uma questão de eficiência, mas de sobrevivência.<br />

E não para por aí. As auditorias são peças-chave para a<br />

sustentabilidade do sistema elétrico, uma vez que identificam<br />

oportunidades para integrar fontes de energia renovável,<br />

proporcionando que a infraestrutura existente suporte novas<br />

tecnologias sem ameaçar a estabilidade da rede.<br />

Por Claudia Guimarães,<br />

Diretora de Field Service na Schneider Electric<br />

Foto: divulgação<br />

74 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A FACA<br />

GIGANTE<br />

DO AGRO<br />

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS

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