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DESTAQUE<br />
Prêmio REFERÊNCIA: conheça os vencedores da maior festa do segmento de base florestal<br />
<br />
PRONTA PARA O FUTURO<br />
INDÚSTRIA AMPLIA OPERAÇÃO COM NOVA<br />
LINHA DE PRODUÇÃO DE FORMICIDAS<br />
READY FOR THE FUTURE<br />
INDUSTRY EXPANDS OPERATIONS WITH<br />
NEW FORMICIDE PRODUCTION LINE
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SUMÁRIO<br />
NOVEMBRO 2024<br />
38<br />
MAIS FORTE<br />
NO COMBATE<br />
10 Editorial<br />
12 Cartas<br />
14 Bastidores<br />
16 Notas<br />
22 Coluna CIPEM<br />
24 Frases<br />
26 Entrevista<br />
36 Coluna<br />
38 Principal<br />
44 Crescimento<br />
50 Informação<br />
56 Prêmio REFERÊNCIA<br />
60 Solo<br />
64 Compostagem<br />
68 Minuto Floresta<br />
70 Artigo<br />
72 Plantio<br />
74 Pesquisa<br />
80 Artigo<br />
86 Agenda<br />
88 Espaço Aberto<br />
60<br />
74<br />
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />
13 BKT<br />
11 Bruno<br />
21 Carrocerias Bachiega<br />
83 D’Antonio Equipamentos<br />
37 Denis Cimaf<br />
02 Dinagro<br />
25 DRV Ferramentas<br />
53 Engeforest<br />
92 Envimat<br />
19 Envimat/CBI<br />
67 Envimat/Compostagem<br />
09 Envu<br />
55 Equilíbrio Florestal<br />
85 Felipe Diesel<br />
06 Fex<br />
04 Himev<br />
33 J de Souza<br />
31 Lion Equipamentos<br />
23 LS Tractor<br />
69 Mill Indústrias<br />
59 Potenza<br />
89 Prêmio REFERÊNCIA<br />
79 Remsoft<br />
35 Rocha Facas<br />
15 Rotary-Ax<br />
47 Rotor Equipamentos<br />
91 Sparta Brasil<br />
27 Tecmater<br />
63 Vale do Tibagi<br />
29 Vantec<br />
49 WDS Pneumática<br />
08 www.referenciaflorestal.com.br
O Herbicida seletivo da Envu para impedir as daninhas<br />
desde o início e em todas as épocas do ano<br />
Aplicação<br />
Pré e Pós-Plantio<br />
Das culturas do<br />
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EDITORIAL<br />
Trabalhando por mais<br />
O ano de 2024 marca os 25 anos de existência da Revista REFERÊNCIA.<br />
Nesse quarto de século trabalhamos para fortalecer e defender a indústria<br />
de base florestal e todas as suas áreas de atuação. Do plantio ao processamento<br />
da madeira, lutamos e nos esforçamos para fazer do setor um exemplo<br />
de trabalho e esforço para melhorar o país e proteger o meio ambiente.<br />
Acreditamos e valorizamos o trabalho árduo de todos que estão no campo,<br />
nas estradas e indústrias transformando a madeira em bens de consumo.<br />
Nosso trabalho é representar e mostrar para toda a sociedade e demais órgãos,<br />
que há um setor que cresce, fomenta economia e preserva as riquezas<br />
naturais do nosso país. Nessa edição, o Leitor irá conhecer um pouco mais<br />
sobre a nova linha de produção da Dinagro, especialista em iscas formicidas<br />
resistentes à água, os vencedores do Prêmio REFERÊNCIA Melhores do Ano,<br />
a melhoria das técnicas no agrossilvipastoril, os destaques do relatório IBÁ<br />
2024, a inovação na avaliação de plantas através de ressonância magnética<br />
e uma entrevista exclusiva com Sabrina Marques Wolf, presidente da AGEF<br />
(Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais), relatando a importância da<br />
profissão e os desafios para os novos profissionais.<br />
WORKING FOR MORE<br />
In 2024, REFERENCIA celebrates its 25th anniversary. Over the past quarter<br />
century, we have worked to reinforce and promote the Forest-based Sector<br />
and its various segments. From planting to wood processing, we are committed<br />
to making the Sector an exemplar of rigorous work and effort to enhance<br />
the Country and safeguard the environment. We recognize and appreciate the<br />
dedication and hard work of all those involved in the production, transportation,<br />
and processing of wood into consumer goods. It is our responsibility to<br />
represent and demonstrate to society and other entities that there is a sector<br />
that is experiencing growth, contributing to economic expansion, and safeguarding<br />
our Country’s natural resources. This issue will provide readers with<br />
further insight into the new production line from Dinagro, a leading provider<br />
of water-resistant formicide baits. It will also showcase the winners of the<br />
REFERENCIA Best of the Year Award, the latest developments in agroforestry<br />
techniques, key findings from the IBÁ 2024 report, innovative approaches to<br />
plant assessment using magnetic resonance imaging, and an exclusive interview<br />
with Sabrina Marques Wolf, President of the State of Rio Grande do Sul<br />
Association of Forest Engineers (Agef), who will discuss the significance of the<br />
profession and the challenges facing new professionals.<br />
2<br />
Entrevista<br />
com Sabrina<br />
Marques Wolf,<br />
presidente da<br />
AGEF (Associação<br />
Gaúcha de<br />
Engenheiros<br />
Florestais)<br />
1<br />
Na capa dessa edição a<br />
Dinagro, que investiu para<br />
atender ainda melhor<br />
a demanda de iscas<br />
formicidas<br />
As oportunidades de transformar e<br />
utilizar os resíduos da Silvicultura<br />
A Revista da Indústria Florestal / The Magazine for the Forest Product<br />
www.referenciaflorestal.com.br<br />
Ano XXVI • Nº268 • Novembro 2024<br />
DESTAQUE<br />
<br />
Prêmio REFERÊNCIA: conheça os vencedores da maior festa do segmento de base florestal<br />
PRONTA PARA O FUTURO<br />
INDÚSTRIA AMPLIA OPERAÇÃO COM NOVA<br />
LINHA DE PRODUÇÃO DE FORMICIDAS<br />
READY FOR THE FUTURE<br />
INDUSTRY EXPANDS OPERATIONS WITH<br />
NEW FORMICIDE PRODUCTION LINE<br />
3<br />
EXPEDIENTE<br />
ANO XXVI - EDIÇÃO 268 - NOVEMBRO 2024<br />
Diretor Comercial / Commercial Director<br />
Fábio Alexandre Machado<br />
fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />
Diretor Executivo / Executive Director<br />
Pedro Bartoski Jr<br />
bartoski@revistareferencia.com.br<br />
Redação / Writing<br />
Vinicius Santos<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Colunista<br />
Cipem<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Depto. de Criação / Graphic Design<br />
Fabiana Tokarski - Supervisão<br />
Ana Paula Vogler<br />
criacao@revistareferencia.com.br<br />
Tradução / Translation<br />
John Wood Moore<br />
Depto. Comercial / Sales Departament<br />
Gerson Penkal<br />
Kauê Angeli<br />
comercial@revistareferencia.com.br<br />
fone: +55 (41) 3333-1023<br />
Depto. de Assinaturas / Subscription<br />
assinatura@revistareferencia.com.br<br />
José Carlos Ferreira<br />
(41) 99203-2091<br />
ASSINATURAS<br />
0800 600 2038<br />
Periodicidade Advertising<br />
GARANTIDA GARANTEED<br />
Veículo filiado a:<br />
A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />
dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />
instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />
ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />
ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />
Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />
matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />
de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />
textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />
terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />
direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />
Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />
directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />
lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />
agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />
to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />
responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />
signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />
themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />
under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />
property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />
without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />
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CARTAS<br />
Capa da Edição 267 da<br />
Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />
mês de outubro de 2024<br />
A Revista da Indústria Florestal / The Magazine for the Forest Product<br />
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ENTREVISTA<br />
Celulose: Associação trabalha pelo fortalecimento da produção no extremo sul da Bahia<br />
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DE SUCESSO<br />
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E CRESCIMENTO MARCAM 20<br />
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PRODUCTIVITY, VARIETY, AND<br />
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Ano XXVI • Nº267 • Outubro 2024<br />
<br />
PRINCIPAL<br />
Por Claudio Oliveira, Lages (SC)<br />
Santa Catarina não é um Estado florestal à toa. Mais uma grande empresa<br />
enraizada por lá e levando seu grande trabalho para todo o Brasil.<br />
ENTREVISTA<br />
Foto: Emanuel Caldeira<br />
Por Gilberto Souza, Três Lagoas (MS)<br />
Uma região tão importante para a silvicultura deve ser cada vez mais<br />
valorizada por todos aqueles que ali estão. Muito sucesso à ASPEX em<br />
sua luta pelo desenvolvimento da atividade.<br />
LIGNUM<br />
Por Thiago Henrique Lopes Bauru (SP)<br />
Eventos como esse mostram que o segmento florestal é em sua essência feito<br />
por pessoas e esse contato entre elas que move realmente o mercado.<br />
Foto: Malinovski<br />
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12 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Revista Referência Florestal<br />
@referenciaflorestal<br />
@revistareferencia9702<br />
E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />
enviados também para redação<br />
jornalismo@revistareferencia.com.br<br />
Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.
BASTIDORES<br />
Revista<br />
Foto: REFERÊNCIA<br />
Foto: Emanoel Caldeira<br />
ABTCP<br />
Durante a feira ABTCP em São Paulo (SP), o diretor<br />
comercial da REFERÊNCIA FLORESTAL, Fábio<br />
Machado, teve a oportunidade de conversar com<br />
o vice-presidente do Grupo Cenibra, Júlio César<br />
Tôrres Ribeiro, sobre o crescimento do mercado<br />
florestal da empresa.<br />
BIOMAIS<br />
A equipe da Revista REFERÊNCIA, através da<br />
jornalista Gisele Rossi, esteve visitando a empresa<br />
Comber Indústria em Rio Verde (GO), do sócio e CEO,<br />
Mauro Sérgio Souza, para a produção da capa que foi<br />
publicada na Revista BIOMAIS.<br />
ECONOMIA FORTE<br />
ALTA<br />
O FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou, de<br />
2,1% para 3%, a projeção de crescimento da economia<br />
brasileira neste ano. Apesar da melhoria nas<br />
expectativas para este ano, o fundo estima desaceleração<br />
para 2025, com o crescimento caindo de 2,4%<br />
para 2,2%. O FMI atualizou as previsões de crescimento<br />
para todos os países durante a reunião anual do<br />
órgão, que ocorre em Washington (EUA) nesta semana.<br />
Segundo o fundo, a economia brasileira crescerá<br />
mais que o previsto por causa de resultados melhores<br />
que o esperado no primeiro semestre, o mercado de<br />
trabalho forte, a inflação sob controle e o aumento<br />
da renda. O FMI também citou impacto menor que o<br />
esperado das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o<br />
PIB (produto interno bruto).<br />
NOVEMBRO 2024<br />
DINHEIRO MAIS CARO<br />
A previsão do mercado financeiro para o IPCA<br />
(Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo),<br />
considerando a inflação oficial do país, passou de<br />
4,39% para 4,5% este ano. Para 2025, a projeção<br />
da inflação também subiu de 3,96% para 3,99%.<br />
Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%,<br />
respectivamente. A estimativa para 2024 está no<br />
teto da meta de inflação que deve ser perseguida<br />
pelo BC. Definida pelo CMN (Conselho Monetário<br />
Nacional), a meta é de 3% para este ano, com<br />
intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual<br />
para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é<br />
1,5% e o superior 4,5%.<br />
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SINTA A FORÇA DE CORTAR<br />
O MUNDO EM SUAS MÃOS<br />
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NOTAS<br />
Podcast REFERÊNCIA<br />
Durante o mês de outubro o estúdio do Podcast REFERÊNCIA teve a honra de receber convidados muito importantes para o<br />
desenvolvimento do segmento de base madeireira florestal. Os entrevistados desses episódios foram Martin Kemmsies, americano<br />
radicado em Curitiba (PR), que é engenheiro florestal e consultor da indústria da madeira; e Ricardo Rossini, presidente do Sindusmade/Floema,<br />
que lidera o programa Refloresta Alto Vale, o mesmo tem reconectado produtores e indústrias processadoras do<br />
Estado de Santa Catarina. Os episódios tiveram o apoio da DRV Ferramentas e Águia Máquinas, empresas paranaenses que atuam<br />
oferecendo soluções para o segmento de base florestal.<br />
Martin está no Brasil há mais de duas décadas e desde sua chegada se estabeleceu como uma referência no processamento<br />
de madeira e no período mais recente, construção com madeira. Martin explicou que um dos maiores diferenciais sobre a madeira<br />
estruturada para a construção é que 1 m3 (metro cúbico)<br />
de madeira é diferente de 1 m3 de madeira engenheirada. “É<br />
necessária uma série de testes, para qual carga a madeira está<br />
apta e como aplicar essa madeira dentro da construção”, apontou<br />
Martin (foto ao lado).<br />
Trazendo uma visão de mercado sobre o Brasil em relação<br />
a construção com madeira Martin foi cauteloso e apontou que<br />
ainda há uma série de paradigmas a serem quebrados nesse<br />
ramo, pois há uma cultura de construção já estabelecida em relação<br />
a madeira. “Há ainda uma visão de que a madeira queima<br />
fácil, que terá cupim, que não é resistente, que carrega consigo<br />
uma série de problemas que já tem soluções, mas que não são<br />
do conhecimento do grande público e, por isso, tem um preconceito<br />
que precisa ser derrubado”, alerta Martin.<br />
Ricardo Rossini atua na indústria da madeira há muito tempo,<br />
pois cresceu em meio ao negócio da família. A herança vem<br />
desde a época que sua família ainda estava na Itália. “Tem muito<br />
mais serragem do que sangue nas veias da família”, brincou<br />
Ricardo. O empresário formado em administração de empresas<br />
e especialista em comércio exterior levou sua expertise para o<br />
Sindimade/Floema na busca por melhorar a produção da região<br />
alinhando o direcionamento entre produção madeireira e processamento,<br />
que tomou forma com o Refloresta Alto Vale. “Havia<br />
uma quebra na comunicação entre produtores e indústria<br />
em nossa região e por isso precisamos buscar o alinhamento<br />
entre as partes para fomentar a economia da região”, explicou<br />
Ricardo.<br />
Ricardo relatou que no momento há uma realidade de grande<br />
complicação entre processos e demandas do setor de base<br />
florestal. Ele citou como exemplo a dificuldade de exportação<br />
trazida pelo pouco espaço nos portos nacionais para escoamento<br />
da produção. “Temos como saída para os produtos feitos<br />
de madeira em nossa região o porto de Itajaí, mas temos que<br />
encontrar janelas de espaço para fazer isso, pois não é sempre<br />
que há opções fáceis”, complementou Ricardo (foto ao lado).<br />
Os episódios completos o Leitor pode conferir<br />
no canal do youtube da Revista REFERÊNCIA:<br />
Fotos: REFERÊNCIA<br />
16 www.referenciaflorestal.com.br
Acordo firmado<br />
Foto: divulgação<br />
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudanças<br />
Climáticas), por meio do SFB (Serviço Florestal Brasileiro), firmaram contrato para estruturar e modelar novos projetos de<br />
concessões florestais. Além de contemplar áreas voltadas à prática de atividades de manejo florestal sustentável, essa parceria<br />
visa dar escala às concessões baseadas em créditos de carbono a partir da restauração de áreas degradadas na Amazônia.<br />
O contrato abrange 11 unidades de conservação, que possuem área total de 6 milhões de ha (hectares). Com isso, o Bndes<br />
e SFB pretendem modelar novos projetos para a conservação da floresta e a restauração de áreas degradadas, contribuindo<br />
para o combate ao desmatamento ilegal e para a geração de investimentos, emprego e renda na região amazônica. O plano é<br />
que as novas concessões florestais possibilitem o manejo florestal sustentável em 1,4 milhões de ha e a restauração de 334 mil<br />
ha de florestas degradadas, resultando em investimentos de mais de R$ 6 bilhões ao longo da vigência dos contratos.<br />
Para o diretor de Planejamento e Relacionamento Institucional, Nelson Henrique Barbosa Filho, a saída para estes projetos<br />
florestais passa por combinar capital público e privado. “Quando se fala de concessão, aparecem uns ruídos aqui e ali: temos<br />
de fazer um trabalho de convencimento. Nós do BNDES estamos dedicados a este projeto. Esperamos resultados até metade<br />
do ano que vem, com editais já publicados”, afirmou Nelson<br />
A atuação do BNDES como estruturador de projetos de concessões florestais se iniciou em 2020, a partir de uma primeira<br />
parceria com o SFB e o PPI (Programa de Parceria de Investimentos do Governo Federal), com vistas a ampliar a implantação<br />
de concessões florestais e seus diversos benefícios socioambientais. O trabalho conjunto já rendeu frutos: um contrato<br />
assinado de concessão florestal para restauração da vegetação nativa na Floresta Nacional de Irati (PR) e um pipeline de novas<br />
licitações de concessões florestais previstas para 2025 em cinco florestas no Estado do Amazonas, com mais de 2 milhões de<br />
ha destinados ao manejo florestal sustentável.<br />
Novembro 2024<br />
17
NOTAS<br />
Visita de campo<br />
A Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais) realizou no dia 24 de outubro, o seu quarto Encontro Técnico no ano com<br />
seus associados. O evento aconteceu em Cambará do Sul (RS), na associada Reflorestadores Unidos. Recepcionados com um café da<br />
manhã pelo diretor da empresa no Rio Grande do Sul e vice-presidente da Cadeia Produtiva do Pinus na Ageflor, Cassiano De Zorzi,<br />
e pelo Gerente Florestal, Rafael Wolff, a programação começou com uma apresentação da empresa, com sua trajetória e da atuação<br />
florestal.<br />
Na sequência, foram apresentados experimentos com Pinus taeda da também associada ArborGen. Trata-se de demonstrar a<br />
partir de testes de campo o desenvolvimento de materiais comerciais ArborGen, junto de outros materiais de mercado (testemunhas).<br />
Além de Cambará, a parceria da Unidos com a ArborGen acontece também em fazenda de Cachoeira do Sul.<br />
Em campo, foi possível observar os ganhos de volume, diâmetro e altura dos diferentes materiais genéticos e esclarecer dúvidas<br />
dos presentes. Na visita também foi apresentada a distância uma operação de colheita. Após, o grupo seguiu para almoço, no qual a<br />
empresa ofereceu gentilmente um churrasco a todos. Na parte da tarde, os presentes tiveram apresentação do departamento industrial,<br />
com o coordenador Maicon Passos.<br />
A Ageflor, na pessoa de seu presidente Daniel Chies, encerrou o evento, agradecendo a Reflorestadores Unidos pela recepção,<br />
à equipe da ArborGen pela disponibilidade, bem como a todos os associados, integrantes das instituições do Conselho Consultivo e<br />
demais visitantes que estiveram presentes no encontro, interagindo e desenvolvendo uma sinergia para crescimento do setor como<br />
atividade.<br />
Fotos: Ageflor<br />
18 www.referenciaflorestal.com.br
NOTAS<br />
Proteção à floresta<br />
Um estudo de avaliação de impacto institucional das ações do Programa REM MT, que é coordenado pelo Governo do Estado de<br />
Mato Grosso, por meio da SEMA-MT (Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso), apontou resultados expressivos na<br />
redução do desmatamento no Estado. O estudo, realizado pela empresa Agroicone, avaliou a eficácia do REM MT na preservação de<br />
160 mil ha (hectares) de vegetação em 2 anos.<br />
Uma das principais contribuições do Programa REM para o combate ao desmatamento ilegal em Mato Grosso é a Plataforma com<br />
Imagens de Satélite Planet, que permite o monitoramento em tempo real, com maior precisão e agilidade na identificação de áreas de<br />
desmatamento.<br />
Segundo dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), do Inpe (Instituto Nacional<br />
de Pesquisas Espaciais), que analisou o desmatamento evitado em Mato Grosso em 2022, as ações de combate ao desmatamento<br />
no Estado, com recursos do Programa REM MT, foram responsáveis por 27% da área preservada naquele ano.<br />
Desde 2019, o Programa REM investiu R$ 45 milhões em Mato Grosso, recursos direcionados ao aprimoramento do monitoramento,<br />
fiscalização e da reestruturação física dos órgãos do Governo de Mato Grosso responsáveis pelas operações contra crimes<br />
ambientais, o que resultou em um avanço significativo nas ações de combate ao desmatamento, preservação da vegetação nativa e<br />
sustentabilidade do Estado, principalmente com o aumento de tecnologia.<br />
Ligia Vendramin, coordenadora do Programa REM MT, explica que este estudo de impacto foi fundamental para avaliarmos, de<br />
forma mais precisa, como o REM MT tem atuado em Mato Grosso e qual é seu impacto efetivo no combate ao desmatamento e na<br />
vida das pessoas que trabalham para manter a floresta em pé. “Esses resultados positivos são fruto de uma parceria sólida entre o<br />
programa e o Governo de Mato Grosso, alinhada aos objetivos globais de preservação ambiental e sustentabilidade. É a soma desses<br />
esforços que nos permite avançar em direção a um futuro mais sustentável”, destacou Ligia.<br />
Foto: divulgação<br />
20 www.referenciaflorestal.com.br
COLUNA<br />
União de sucesso<br />
Parcerias com instituições<br />
acadêmicas aperfeiçoam<br />
práticas florestais<br />
Por Ednei Blasius, presidente do Cipem<br />
(Centro das Indústrias Produtoras e<br />
Exportadoras de Madeira do Estado de<br />
Mato Grosso)<br />
Atualmente, mais de 5<br />
milhões de hectares<br />
de matas nativas<br />
estão abarcados por<br />
Planos de Manejo<br />
Florestal Sustentável,<br />
com potencial de<br />
expansão para mais<br />
de 6 milhões de<br />
hectares<br />
https://cipem.org.br<br />
22 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Pesquisas relacionadas à gestão das florestas apontam soluções para equilibrar<br />
desenvolvimento econômico com sustentabilidade ecológica. Em<br />
Mato Grosso, o Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />
Madeira do Estado de Mato Grosso) tem firmado parcerias com instituições<br />
acadêmicas para aprimorar e fortalecer a produção de madeira nativa no<br />
Estado. Somente nos últimos 2 anos, foram implementadas doze ações de inovação e<br />
aprimoramento de práticas com embasamento científico no campo da atividade de base<br />
florestal.<br />
Neste sentido, somando forças com a UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia)<br />
e a UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso), além da Sema (Secretaria<br />
Estadual de Meio Ambiente), foi realizado em setembro, no município mato-grossense<br />
de Alta Floresta, no bioma amazônico, o I Encontro de Identificadores de Árvores Nativas<br />
da Amazônia. O evento promoveu durante 3 dias, com 40 participantes, o intercâmbio<br />
de experiências e atualização de conhecimentos sobre espécies arbóreas, essenciais<br />
para o manejo sustentável das florestas da região.<br />
Outros projetos apoiados pelo Cipem junto às instituições de ensino e pesquisa e<br />
com impacto na sustentabilidade envolvem estudos sobre o potencial energético de<br />
resíduos de madeira, conversão de pó de serra em adubo para melhoramento de solo,<br />
desenvolvimento de software para gestão florestal e sistema computacional para reconhecimento<br />
de espécies arbóreas da Amazônia brasileira. Também foram desenvolvidos<br />
estudos de monitoramento da dinâmica florestal de área de manejo sustentável na<br />
Amazônia mato-grossense e sobre a situação atual das variedades de ipê. Foi realizada,<br />
ainda, atualização de informações técnico-científicas reunidas pelo LAPEX-MAD (Levantamento<br />
e Análise da Produção e Exportação de Madeiras), promovida capacitação<br />
sobre secagem da madeira visando padrão exportação, bem como atualização das espécies<br />
arbóreas nativas mais comercializadas em Mato Grosso.<br />
Em julho deste ano, em parceria com a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso)<br />
foi criado e apresentado o protótipo de um projeto inovador, batizado de Módulo<br />
TecnoÍndia, que possibilita a aplicação de tecnologias utilizando madeira colhida dos<br />
PMFS (Planos de Manejo Florestal Sustentável). O projeto é resultado de pesquisa coordenada<br />
pelo arquiteto e professor titular aposentado do Departamento de Arquitetura e<br />
Urbanismo da UFMT, José Afonso Botura Portocarrero.<br />
Montado no campus em Cuiabá (MT), o protótipo foi inspirado na arquitetura das<br />
habitações indígenas e apresenta estrutura que passou por testes de carga no Laboratório<br />
de Estruturas do Departamento de Engenharia Civil da UFMT. Além disso, possui<br />
um pedido de patente junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) que é<br />
acompanhado pelo EIT (Escritório de Inovação Tecnológica da UFMT).<br />
Em Mato Grosso, o setor de base florestal é reconhecido por promover práticas eficientes<br />
e ambientalmente responsáveis por meio do manejo sustentável. Atualmente,<br />
mais de 5 milhões de ha (hectares) de matas nativas estão abarcados por PMFS (Planos<br />
de Manejo Florestal Sustentável), com potencial de expansão para mais de 6 milhões<br />
de ha. Das áreas contidas em PMFS, em Mato Grosso são colhidas aproximadamente 46<br />
espécies arbóreas nativas de valor comercial. A colorimetria da madeira tropical mato-<br />
-grossense é caracterizada por 25 tonalidades, variando entre matizes de branco, bege,<br />
amarelo, marrom, vermelho, rosa e verde-oliva. Outros atributos das espécies arbóreas<br />
comerciais são os variados valores de massa, desde os leves aos pesados.<br />
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FRASES<br />
Foto: Rafael Otero - Podemos do Senado<br />
Precisamos atuar com agilidade,<br />
para não ficarmos nas mãos<br />
dos europeus e desse discurso<br />
travestido de ambiental, mas<br />
que, na realidade, não passa<br />
de uma barreira comercial<br />
para interferir indiretamente no<br />
Código Florestal Brasileiro, para<br />
defender interesses comerciais<br />
e enfraquecer a competitividade<br />
brasileira lá fora<br />
Senador Zequinha Marinho (Podemos-PA),<br />
durante discussões sobre as restrições impostas<br />
pela União Europeia ao Brasil<br />
“Os povos originários do<br />
Pará irão virar a página da<br />
miséria e da dependência<br />
e passarão a ter um<br />
novo desafio de bem<br />
utilizar os recursos que<br />
estarão financiando uma<br />
nova história nos povos<br />
tradicionais da floresta”<br />
Helder Barbalho, governador do Pará, sobre<br />
venda de créditos de carbono realizada pelo<br />
Estado<br />
“Estamos todos alinhados<br />
com a missão do conselho<br />
de promover o crescimento<br />
econômico com eficiência e<br />
segurança jurídica. O benefício<br />
para a teca impulsionará o<br />
setor, que é um destaque na<br />
área florestal e um produto<br />
exportado para a Ásia e<br />
Europa”<br />
César Miranda, secretário do desenvolvimento do<br />
Mato Grosso sobre incentivos fiscais à produção<br />
de teca no Estado, que lidera a produção no<br />
continente<br />
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SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
ENTREVISTA<br />
Liderança<br />
RENOVADA<br />
Renewed leadership<br />
Foto: divulgação<br />
ENTREVISTA<br />
A<br />
engenharia florestal é a base do segmento de<br />
base florestal madeireira. É na academia e nas<br />
cadeiras deste curso que são formados os profissionais<br />
que vão se dedicar para encontrar caminhos<br />
de produtividade do setor. Sabrina Marques Wolf, presidente<br />
da AGEF (Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais)<br />
tem trabalhado para fomentar e melhorar a profissão, unindo<br />
engenheiros e focando no desenvolvimento dos profissionais.<br />
F<br />
orestry Engineering is the foundation of the forest-based<br />
activity. Forestry Schools and their courses<br />
train professionals who are dedicated to finding<br />
ways to increase productivity in the Sector. Sabrina<br />
Marques Wolf, President of the State of Rio Grande<br />
Association of Forest Engineers (Agef), has worked to promote<br />
and improve the profession by bringing engineers together and<br />
focusing on professional development.<br />
Sabrina<br />
Marques Wolf<br />
ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />
Engenheira Florestal da Prefeitura de Lajeado (RS). Formada<br />
pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) em<br />
2014. Atualmente, presidente da AGEF (Associação Gaúcha<br />
de Engenheiros Florestais).<br />
Forestry Engineer for the Municipality of Lajeado (RS). Graduated<br />
from the Federal University of Santa Maria (Ufsm)<br />
in 2014. Currently, President of the State of Rio Grande<br />
Association of Forest Engineers (Agef).<br />
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ENTREVISTA<br />
>> Como foi sua escolha pela Engenharia Florestal?<br />
Foi algo bem natural, pois venho de uma família que sempre trabalhou<br />
com plantio e corte de árvores. Meu avô paterno se chamava<br />
Mário Nicolau Wolf e tinha um horto florestal na cidade de<br />
Cruz Alta (RS). Nas décadas de 60 e 70 ele decidiu fazer mudas<br />
de eucalipto. Levou meu pai e meus tios em um lixão da cidade<br />
e separou sacos de leite descartados para usar como saquinho<br />
para as mudas. As sementes de árvores nativas ele coletava nos<br />
pátios das casas e nos matos. Ele vendia as mudas das árvores<br />
para os moradores de Cruz Alta e região. Vendia até pinheiro-<br />
-alemão na época de natal, mas o carro-chefe do horto eram as<br />
mudas de eucalipto. Meu avô conseguiu importar sementes da<br />
Austrália. Ele fazia até teste de germinação. Quando estavam<br />
grandes, meu pai e meus tios trabalhavam plantando as mudas<br />
nas propriedades e depois fazendo o corte da madeira. Depois<br />
que meu avô morreu em 1995 o horto foi vendido. Meu pai foi<br />
trabalhar em Barra do Ribeiro (RS) onde plantou 90 ha (hectares)<br />
de Acácia-negra. Enquanto cursava o ensino médio, em 2008, fiz<br />
o curso técnico em celulose e papel, em Guaíba (RS). Na época,<br />
o curso era oferecido gratuitamente pelo colégio Gomes Jardim<br />
em parceria com a empresa Aracruz, hoje CMPC Brasil. Na hora<br />
de escolher o próximo passo dos estudos, li em um jornal a<br />
descrição do curso de Engenharia Florestal e essa profissão se<br />
apresentou perfeita para mim. Então, em 2009, fiz o vestibular<br />
na UFSM e entrei no curso. Me formei em 2014. Hoje trabalho<br />
no que gosto. Amo muito minha profissão.<br />
>> O que te motivou a entrar na associação?<br />
Depois que me formei, passei em um concurso de Engenheira<br />
Florestal em Lajeado (RS). Comecei a trabalhar e perceber diversos<br />
desafios, como, por exemplo, a invasão das nossas atribuições<br />
por outras profissões. Também, como não tive mais contato<br />
com meus colegas de turma e com os professores, me senti muito<br />
sozinha. Precisava tirar dúvidas técnicas e não tinham muitos<br />
Engenheiros Florestais na minha região. No final de 2016 vi no<br />
facebook da AGEF (Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais),<br />
que haveria assembleia ordinária em Porto Alegre (RS) para<br />
eleição de nova diretoria e decidi participar. Na ocasião, entrei<br />
no conselho deliberativo fiscal. Depois virei vice-presidente e<br />
estou agora como presidente. Vejo a associação como um grande<br />
ponto de encontro de colegas e amigos, pois fiz amizades para<br />
a vida inteira. Também batalhamos para vencer os desafios da<br />
ciência florestal e do próprio setor florestal.<br />
>> E os desafios para o segmento florestal gaúcho?<br />
Temos muitos desafios. Recentemente tivemos episódios em que<br />
o setor foi estigmatizado como destruidor e poluidor. Em 2006,<br />
houve um momento de possível expansão do setor florestal com<br />
a duplicação de várias plantas de empresas já existentes e com<br />
a chegada da empresa finlandesa fabricante de celulose e papel<br />
Stora Enzo. Os jornais da grande mídia vincularam matérias informando<br />
que o plantio de eucalipto causaria um deserto verde,<br />
que a espécie secava o solo, que não nasce nada embaixo do<br />
plantio, entre outras falácias. As empresas desistiram e os investimentos<br />
não chegaram em sua totalidade. Após diversos anos<br />
How did you choose Forestry Engineering?<br />
It was natural because I come from a family that has always<br />
worked with planting and felling trees. Mário Nicolau Wolf, my<br />
paternal grandfather, had a forest seedling nursery in Cruz Alta<br />
(RS). In the 60’s and 70’s, he decided to grow eucalyptus seedlings.<br />
He used to take my father and uncles to the city dump<br />
and separate discarded milk sacks to use as seedling bags. He<br />
collected the seeds of local trees in the yards and the forest. He<br />
sold the seedlings to residents of Cruz Alta and the surrounding<br />
area. He even sold German pines at Christmas time, but<br />
the flagship of the nursery was the eucalyptus seedlings. My<br />
grandfather was able to import seeds from Australia. He even<br />
performed germination tests. When they were ready, my father<br />
and uncles worked planting the seedlings on properties and<br />
then felling the timber. After my grandfather passed away in<br />
1995, the nursery was sold.<br />
My father went to work in Barra do Ribeiro (RS), where he<br />
planted 90 hectares of black acacia. In 2008, while I was in high<br />
school, I took a technical course in pulp and paper in Guaíba<br />
(RS). At that time, the course was offered for free by the Gomes<br />
Jardim School in partnership with Aracruz, now CMPC Brasil.<br />
When it came to choosing the next step in my studies, I read a<br />
description of the Forestry Engineering course in a newspaper,<br />
and it seemed like the perfect profession for me. So, in 2009, I<br />
took the entrance exam at the Ufsm and enrolled in the course.<br />
I graduated in 2014. Today, I am doing what I love. I love my job<br />
very much.<br />
What motivated you to join the Association?<br />
After graduating, I applied for a job as a Forest Engineer in<br />
Lajeado. I started working and realized that there were many<br />
challenges, such as the invasion of our duties by other professions.<br />
I also felt very lonely because I had lost contact with my<br />
classmates and teachers. I had technical questions, and there<br />
were not many forest engineers in my region. At the end of<br />
2016, I saw on the State of Rio Grande Association of Forest Engineers<br />
(Agef) Facebook page that there would be an ordinary<br />
assembly in Porto Alegre (RS) to elect a new board, and I decided<br />
to participate. At that time, I joined the consultative fiscal<br />
council. Then, I became Vice President, and now I am President.<br />
I see the Association as a great place to meet colleagues and<br />
friends, as I have made lifelong friends. We also fight to meet<br />
the challenges facing forestry and the forest-based industry<br />
itself.<br />
What are the challenges for the Forestry Sector in Rio Grande<br />
do Sul?<br />
We have many challenges. Recently, we have had episodes<br />
in which the Sector has been stigmatized as destructive and<br />
polluting. In 2006, there was a moment of possible expansion in<br />
the Forestry Sector with the duplication of several plants of existing<br />
companies and the arrival of the Finnish pulp and paper<br />
manufacturer Stora Enzo. Mainstream newspapers ran stories<br />
claiming that eucalyptus plantations would create a green desert,<br />
that the species would dry out the soil, that nothing would<br />
28 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
de pesquisas sérias conduzidas pelas universidades e empresas,<br />
verificou-se que a silvicultura bem planejada e conduzida respeita<br />
o meio ambiente e as pessoas e conserva os recursos naturais.<br />
Ano passado, tivemos uma grande vitória do setor, pois houve a<br />
atualização do ZAS (Zoneamento Ambiental para a Atividade da<br />
Silvicultura) aprovada pelo Consema (Conselho Estadual do Meio<br />
Ambiente). Esse instrumento de gestão na implantação da atividade<br />
de silvicultura no Estado não era atualizado há mais de 10<br />
anos, o que atrasava o desenvolvimento do setor.<br />
>> E sobre as principais ações da associação para o fortalecimento<br />
da profissão?<br />
Destaco algumas ações que realizamos no ano passado, como<br />
o I Fórum de Desenvolvimento Florestal no Rio Grande do Sul:<br />
aspectos técnicos e legais que tinha como objetivo discutir tecnicamente<br />
os estudos para atualização da resolução número<br />
187/2008 Consema, que institui o ZAS (Zoneamento Ambiental<br />
da Silvicultura), e o I e II Workshops: Licenciamento florestal na<br />
prática – edições Santa Maria e Frederico Westphalen. Estes últimos<br />
eventos foram realizados em parceria com a UFSM e foram<br />
ofertados para os alunos do curso de Engenharia Florestal. Também<br />
participamos com estande no Seminário Sul Brasileiro de<br />
Silvicultura promovido pelo Sindimadeira (RS) no município de<br />
Canela (RS). Neste ano, participamos da elaboração do evento de<br />
comemoração dos 50 anos de formatura da primeira turma de<br />
Engenharia Florestal da UFSM. O evento foi realizado dia 13 de<br />
julho em Santa Maria (RS) e contou com ciclo de palestras e homenagens<br />
aos primeiros profissionais do Rio Grande do Sul. Na<br />
ocasião, também comemoramos os 40 anos da SOSEF (Sociedade<br />
Santamariense de Engenheiros Florestais) e os 25 anos da Câmara<br />
Especializada de Engenharia Florestal do CREA/RS (Conselho<br />
Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio Grande do Sul).<br />
>> Como o segmento de base florestal gaúcho tem contribuído<br />
na reconstrução das regiões afetadas pelas enchentes deste<br />
ano?<br />
O Sindimadeira (RS) tem feito um trabalho extraordinário enviando<br />
doações para diversos municípios afetados pelas enchentes.<br />
Foram 21 carretas bitrens com cerca de 50 m³ (metros cúbicos)<br />
de carga cada carregadas de madeira e chapas de compensado.<br />
A madeira é utilizada em projetos sociais e de infraestrutura.<br />
Quem quiser saber mais informações, pode acessar o site do Sindimadeira<br />
(RS) (https://www.sindimadeirars.com.br/tv-sindimadeira).<br />
Também diversas madeireiras, como a Mademape Madeiras,<br />
sediada em Campina Grande do Sul (PR), têm executado<br />
projetos incríveis de casas solidárias de madeira para moradores<br />
que perderam suas moradias. É emocionante saber que o setor<br />
florestal tem essa importância para a sociedade, uma vez que ter<br />
um lar seguro e digno é primordial para a dignidade humana. Saber<br />
que existe o trabalho do Engenheiro Florestal acompanhando<br />
todo o processo, desde a semente até a tábua, é emocionante<br />
e dá forças para seguirmos em frente, unindo a produção com a<br />
conservação da natureza.<br />
>> Qual a importância da retirada da silvicultura do rol das atividades<br />
poluidoras para o desenvolvimento da profissão?<br />
grow under the plantations, and other fallacies. The companies<br />
gave up, and the investments did not come to full fruition. After<br />
several years of serious research by universities and companies,<br />
it was found that well-planned and managed forestry respects<br />
the environment and people and conserves natural resources.<br />
Last year, we had a great victory for the Sector when the Environmental<br />
Zoning for Forestry Activities (ZAS) was updated and<br />
approved by the State Environmental Council (Consema). This<br />
Management tool for the implementation of forestry activities<br />
in the State had not been updated for more than 10 years,<br />
which slowed down the development of the Sector.<br />
What are the main actions of the Association to strengthen<br />
the profession?<br />
I would like to highlight some of the activities we carried out<br />
last year, such as the 1st Forum on Forestry Development in<br />
Rio Grande do Sul: Technical and Legal Aspects, which aimed<br />
to technically discuss studies to update Consema Resolution<br />
187/2008, which establishes the Environmental Zoning for<br />
Forestry (ZAS), and the 1st and 2nd Forestry Licensing in<br />
Practice – in Santa Maria and Frederico Westphalen. The latter<br />
events were held in partnership with the Ufsm and were offered<br />
to students of the Forestry Engineering course. We also had<br />
a booth at the South Brazilian Forestry Seminar organized by<br />
Sindimadeira (RS) in Canela (RS). This year, we participated in<br />
the celebration of the 50th anniversary of the graduation of<br />
the first class of Forestry Engineers of Ufsm. The event was held<br />
on July 13 in Santa Maria (RS) and included a series of lectures<br />
and tributes to the first professionals in Rio Grande do Sul. On<br />
this occasion, we also celebrated the 40th anniversary of the<br />
Santa Maria Society of Forest Engineers (Sosef) and the 25th<br />
anniversary of the Specialized Chamber of Forest Engineering<br />
of the Regional Council of Engineering and Architecture of Rio<br />
Grande do Sul (Crea/RS).<br />
How has the Forest-based Sector in Rio Grande do Sul contributed<br />
to the reconstruction of the regions affected by this<br />
year’s floods?<br />
Sindimadeira (RS) has done an extraordinary job of sending donations<br />
to different communities affected by the floods. There<br />
were 21 truckloads of lumber and plywood, each containing<br />
about 50 m³. The lumber will be used for social and infrastructure<br />
projects. For more information, visit the Sindimadeira (RS)<br />
website (https://www.sindimadeirars.com.br/tv-sindimadeira).<br />
Some forest product companies, such as Mademape Madeiras,<br />
based in Campina Grande do Sul (PR), have also carried out<br />
incredible projects to build wooden solidarity houses for residents<br />
who have lost their homes. It is exciting to know that the<br />
Forestry Sector is so important to society because having a safe<br />
and decent home is essential for human dignity. Knowing that<br />
the work of a forest engineer is involved in the whole process,<br />
from seed to lumber, is exciting and gives us the strength to<br />
move forward, combining production with conservation.<br />
How important is the removal of Forestry from the list of polluting<br />
activities for the development of the profession?<br />
30 www.referenciaflorestal.com.br
ENTREVISTA<br />
É a correção de uma injustiça que foi feita com a silvicultura há<br />
anos. É inconcebível pensar que o plantio de árvores era enquadrado<br />
como potencial poluidor semelhante à de um aterro<br />
sanitário (potencial poluir alto) no Rio Grande do Sul, por exemplo.<br />
Acredito que o setor florestal ganha fôlego para prospectar<br />
novos investimentos, pois a burocracia é um dos maiores entraves<br />
para o desenvolvimento do setor. Assim, como profissionais,<br />
podemos focar no que realmente importa, que é o acompanhamento<br />
técnico da cadeia produtiva.<br />
>> Fale sobre as principais conquistas da associação nos últimos<br />
anos?<br />
A AGEF entrou com ações jurídicas importantes nos últimos<br />
anos, como a que protege o manejo florestal sustentável e a que<br />
define as responsabilidades técnicas sobre exploração florestal<br />
e a industrialização de madeira. Também nos aproximamos dos<br />
sindicatos, das empresas do setor florestal, da Secretaria do<br />
Meio Ambiente do Estado e da Assembleia Legislativa do Rio<br />
Grande do Sul, através do Fórum Democrático de Desenvolvimento<br />
Regional. Em âmbito municipal, estamos atuando em<br />
conselhos de meio ambiente.<br />
>> Acredita que haja preconceito em relação a uma mulher à<br />
frente da entidade?<br />
Nunca senti nenhum tipo de preconceito. Pelo contrário, existem<br />
elogios. Inclusive, a vice-presidente Nadia Helena Bianchini<br />
e as conselheiras da associação, Liana Sarturi de Freitas e Sara<br />
Chagas de Souza, são mulheres exemplares e mães. Brincamos<br />
que conseguimos dar conta de tudo e ainda organizarmos a casa<br />
também.<br />
>> Como a tecnologia tem facilitado o trabalho do engenheiro<br />
florestal?<br />
A tecnologia é um aliado do engenheiro florestal, principalmente<br />
nos levantamentos dos dados a campo. O que antes demorava<br />
dias, hoje em minutos é resolvido. No entanto, o profissional<br />
deve estar mais atento às fichas técnicas dos equipamentos e<br />
trabalhar melhor no escritório, no processamento dos dados<br />
coletados. Também deve haver cuidado com a obsolência das<br />
tecnologias, pois o lançamento de novidades é contínuo.<br />
>> Existem desafios para os recém-formados?<br />
Um dos perfis de mentoria florestal que gosto muito, o Liga<br />
Florestal (@ligaflorestal), tem indicado algumas habilidades essenciais<br />
dos recém-formados que desejam ingressar no mercado<br />
de trabalho, sendo elas: comunicação oral e escrita, resolução<br />
de problemas, proatividade, liderança e trabalho em equipe, vivências<br />
diversas, uso de softwares de análise de dados, inclusive<br />
planilhas, estatística florestal básica e elaboração de gestão e<br />
projetos. Explorar as oportunidades durante a graduação é uma<br />
dica importante, pois pode desenvolver as deficiências e habilidades<br />
antes da entrada efetiva no mercado de trabalho.<br />
>> Que objetivos tem à frente da associação?<br />
Meu maior objetivo é unir os engenheiros florestais através da<br />
It is the correction of an injustice that was done to forestry<br />
years ago. It is inconceivable to think that in Rio Grande do Sul,<br />
for example, the planting of trees was classified as having the<br />
same pollution potential as a landfill (high pollution potential).<br />
I believe that the Forestry Sector is gaining momentum to<br />
prospect for new investments since bureaucracy is one of the<br />
biggest obstacles to the development of the Sector. This allows<br />
us, as professionals, to focus on what really matters, which is<br />
the technical control of the production chain.<br />
Could you tell us about the Association’s main achievements<br />
in recent years?<br />
Agef has launched important legal actions in recent years, such<br />
as the one to protect Sustainable Forest Management and the<br />
one to define technical responsibilities for forest exploitation<br />
and wood industrialization. We have also worked closely with<br />
business unions, forest companies, the State Environment<br />
Department, and the Legislative Assembly of Rio Grande do Sul<br />
through the Democratic Forum for Regional Development. At<br />
the municipal level, we are active in environmental councils.<br />
Do you believe there is any bias against a woman in a leadership<br />
role?<br />
I have never experienced any form of prejudice. On the contrary,<br />
there have been expressions of appreciation. Indeed, Vice-President<br />
Nadia Helena Bianchini and the Association’s Council<br />
members, Liana Sarturi de Freitas and Sara Chagas de Souza,<br />
are exemplary women and mothers. We have a good sense of<br />
humor about our ability to manage everything and keep the<br />
home organized.<br />
How has technology made the Forest Engineer’s job easier?<br />
Technology is the Forest Engineer’s ally, especially when it<br />
comes to collecting data in the field. What used to take days<br />
can now be done in minutes. However, the professional needs<br />
to pay more attention to the technical data sheets of the equipment<br />
and work better in the office to process the data collected.<br />
The Engineer must also be aware of technological obsolescence,<br />
as new products are constantly being introduced.<br />
Are there any challenges for new graduates?<br />
One of the forestry mentoring profiles that I really like, Liga<br />
Florestal (@ligaflorestal), has identified some essential skills for<br />
recent graduates who want to enter the job market, which are<br />
oral and written communication, problem-solving, proactivity,<br />
leadership and teamwork, diverse experience, use of data analysis<br />
software including spreadsheets, basic forestry statistics,<br />
management, and project preparation. Exploring opportunities<br />
during your studies is an important tip, as you can develop your<br />
deficiencies and skills before you actually enter the job market.<br />
What are your goals as President of the Association?<br />
My main objective is to unite Forest Engineers by promoting<br />
interesting events for our members and all professionals in the<br />
field, such as short technical courses, seminars, congresses,<br />
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BR 116 - Nº 5828, KM 247<br />
Área Industrial<br />
+55 49 3226 0511 I +55 49 3226 0722<br />
Lages - Santa Catarina - Brasil<br />
www.jdesouza.com.br<br />
UNIDADE 01<br />
SETE LAGOAS - MG<br />
Av. Prefeito Alberto Moura, Nº 2051A - Vale das Palmeiras<br />
UNIDADE 02<br />
IMPERATRIZ - MA<br />
Av. Moacir Campos Milhomem, Nº 12 - Colina Park<br />
UNIDADE 03<br />
LAGES - SC<br />
BR 116 - S/Nº, KM 247 - Área Industrial<br />
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO<br />
E TESTES<br />
SÃO JOSÉ DO CERRITO - SC<br />
Localidade de Bom Jesus
ENTREVISTA<br />
promoção de eventos interessantes para os nossos associados e<br />
todos os profissionais da área, como cursos técnicos de pequena<br />
duração, seminários, congressos ou palestras de atualização.<br />
Também acho importante a confraternização, através da realização<br />
de jantares de comemoração de datas importantes para nós,<br />
como o dia do Engenheiro Florestal (12 de julho), por exemplo.<br />
Além disso, busco defender a nossa profissão através de envio<br />
de denúncias ao CREA (RS) e de ofícios às prefeituras municipais<br />
e demais órgãos públicos que estejam desrespeitando as nossas<br />
atribuições profissionais.<br />
>> O engenheiro florestal será um profissional cada vez mais<br />
necessário em um mundo focado em economia verde?<br />
Com certeza. Os cursos de Engenharia Florestal têm enfrentado<br />
grandes transformações, pois as pessoas não estão mais interessadas<br />
em cursar cursos de longa duração. Algumas medidas<br />
tomadas pelas instituições de ensino podem auxiliar na atração<br />
de alunos, como diminuir a carga horária e mudar o turno das<br />
aulas para permitir que os discentes possam trabalhar enquanto<br />
estudam. Na minha opinião, a profissão de Engenheiro Florestal<br />
tem vantagem competitiva com outras profissões, pois está ligada<br />
à produção econômica e à preservação dos recursos naturais,<br />
como solo, água, vegetação e animais. Ou seja, dois pontos<br />
importantes para a sociedade humana, a geração de renda e o<br />
cuidado com o meio ambiente. Acabamos de vivenciar umas das<br />
maiores enchentes no Rio Grande do Sul que causou uma catástrofe<br />
social e ambiental. Além da elaboração de projetos técnicos<br />
e avaliativos das áreas afetadas, de projetos de restauração ambiental<br />
e da participação no planejamento de ações preventivas,<br />
também podemos contribuir com a retomada econômica do<br />
Estado por meio da cadeia produtiva de florestas plantadas. Não<br />
podemos esquecer que o Estado é responsável por 935 mil ha de<br />
cultivos florestais, que geram cerca de 65 mil empregos diretos.<br />
Destaco que o setor florestal, onde pode atuar o engenheiro florestal,<br />
produz bens madeireiros e não madeireiros importantes<br />
para a população, como móveis, lenha, fibras celulósicas, madeira<br />
serrada e resinas diversas. O cultivo da erva-mate, por exemplo,<br />
pode ser uma alternativa para as áreas produtivas afetadas<br />
pela enchente. Temos muito trabalho pela frente.<br />
and refresher courses. I also think it is important to socialize by<br />
organizing dinners to celebrate important dates for us, such as<br />
Forest Engineer’s Day (July 12). I also try to defend our profession<br />
by sending complaints to Crea (RS) and letters to municipal<br />
offices and other public bodies that do not respect our professional<br />
attributes.<br />
Will Forest Engineers become an increasingly necessary profession<br />
in a world focused on the green economy?<br />
Absolutely. Forestry Engineering programs are undergoing major<br />
changes because people are no longer interested in taking<br />
long courses. Some measures taken by educational institutions<br />
can help attract students, such as reducing the workload and<br />
changing the class schedule to allow students to work while<br />
they study. In my opinion, the profession of Forest Engineer<br />
has a competitive advantage over other professions because it<br />
is linked to economic production and conservation of natural<br />
resources such as soil, water, vegetation, and animals. In other<br />
words, two important points for human society are generating<br />
income and caring for the environment. We have just experienced<br />
one of the biggest floods in Rio Grande do Sul, which<br />
caused a social and environmental disaster. In addition to developing<br />
technical and assessment projects for the affected areas,<br />
environmental restoration projects, and participating in the<br />
planning of preventive measures, we can also contribute to the<br />
State’s economic recovery through the planted forest production<br />
chain. Let us not forget that the State is responsible for 935<br />
thousand hectares of forest plantations, which generate about<br />
65 thousand direct jobs. I want to point out that the Forestry<br />
Sector, in which Forest Engineers can work, produces timber<br />
and non-timber products that are important to the population,<br />
such as furniture, firewood, cellulose fibers, lumber, and various<br />
resins. The cultivation of yerba mate, for example, could be an<br />
alternative for the production areas affected by the floods. We<br />
still have much work to do.<br />
Hoje vejo a associação como um grande ponto de encontro<br />
de colegas e amigos, pois fiz amizades para a vida inteira.<br />
Também batalhamos para vencer os desafios da ciência<br />
florestal e do próprio setor florestal<br />
34 www.referenciaflorestal.com.br
COLUNA<br />
Segurança na aplicação<br />
de herbicidas em<br />
florestas<br />
Gabriel Dalla Costa Berger<br />
Engenheiro Florestal e Segurança do Trabalho<br />
Mestre em Manejo Florestal<br />
gabrielberger.com.br<br />
gabriel@gabrielberger.com.br<br />
Foto: divulgação<br />
A aplicação de herbicidas em florestas é essencial para o controle de pragas e plantas invasoras,<br />
mas requer cuidados rigorosos para proteger os trabalhadores e o meio ambiente<br />
Aaplicação de herbicidas em ambientes florestais,<br />
embora seja essencial para o controle de pragas,<br />
doenças, plantas indesejadas e ervas daninhas,<br />
exige cuidados rigorosos para garantir a segurança<br />
dos trabalhadores, a preservação do meio ambiente,<br />
qualidade dos produtos florestais e consequentemente a<br />
otimização da produção.<br />
A falta de rigor no cumprimento da legislação ambiental e de<br />
segurança intensifica o risco de contaminação, impulsionado por<br />
fatores como:<br />
• Toxicidade: herbicidas são substâncias químicas potencialmente<br />
tóxicas para humanos, animais e organismos aquáticos. A<br />
inalação de vapores, o contato com a pele ou a ingestão acidental<br />
podem causar diversos problemas de saúde, desde irritações<br />
até doenças mais graves.<br />
• Contaminação do solo e da água: os defensivos podem<br />
infiltrar no solo, contaminando lençóis freáticos e cursos d’água,<br />
afetando a qualidade da água e a vida aquática, afetando a biodiversidade<br />
e os ecossistemas.<br />
• Resistência de plantas daninhas: a aplicação frequente<br />
e inadequada de herbicidas pode levar ao desenvolvimento de<br />
plantas daninhas resistentes, dificultando o controle e aumentando<br />
a necessidade de doses mais altas e produtos mais agressivos.<br />
• Danos à biodiversidade: a aplicação indiscriminada de<br />
defensivos pode eliminar organismos benéficos, como insetos<br />
polinizadores e microrganismos decompositores, além de afetar<br />
a fauna em geral.<br />
• Acúmulo de resíduos: o uso contínuo de defensivos pode<br />
levar ao acúmulo de resíduos no solo, tornando-o menos fértil e<br />
mais suscetível à erosão.<br />
• Impacto em ecossistemas sensíveis: áreas florestais, especialmente<br />
as de preservação permanente, são ecossistemas<br />
frágeis e sensíveis a qualquer tipo de perturbação, incluindo a<br />
aplicação de defensivos.<br />
A fim de preservar a saúde e o meio ambiente, é imprescindível<br />
que a aplicação do produto seja realizada conforme as<br />
instruções a seguir:<br />
• Escolha do produto: optar por herbicidas seletivos e menos<br />
tóxicos, seguindo as recomendações técnicas e as normas<br />
vigentes. A aquisição de qualquer produto sempre deverá ser<br />
realizada através de receituário agronômico.<br />
• EPI (Equipamento de Proteção Individual): utilizar EPI<br />
adequado, como máscaras, luvas, botas, macacões e óculos de<br />
proteção, durante todas as etapas da aplicação.<br />
• Treinamento dos trabalhadores: oferecer treinamento<br />
aos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de segurança e<br />
os procedimentos corretos de aplicação, conforme determinado<br />
na NR31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,<br />
Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura<br />
• Condições climáticas: evitar a aplicação de herbicidas em<br />
dias de vento forte, chuva ou alta temperatura, pois as condições<br />
climáticas podem aumentar a dispersão do produto e os<br />
riscos de intoxicação.<br />
• Armazenamento: armazenar os herbicidas em local seguro,<br />
seco, ventilado e de difícil acesso a crianças e animais.<br />
• Limpeza dos equipamentos: limpar os equipamentos de<br />
aplicação após o uso, evitando a contaminação de outras áreas.<br />
• Descarte adequado das embalagens: descartar as embalagens<br />
vazias de acordo com as orientações do fabricante e da<br />
legislação ambiental.<br />
• Monitoramento da área: realizar o monitoramento da<br />
área após a aplicação para verificar a eficácia do tratamento e<br />
identificar possíveis problemas.<br />
A aplicação de herbicidas é regulamentada por leis e normas<br />
específicas, que estabelecem os requisitos para o registro,<br />
a venda, o transporte, o armazenamento e o uso desses produtos.<br />
É fundamental que os trabalhadores estejam cientes<br />
dessas normas e as cumpram rigorosamente.<br />
A segurança na aplicação de herbicidas em florestas é um<br />
tema de grande importância para a saúde humana, a preservação<br />
do meio ambiente e a sustentabilidade da atividade florestal.<br />
Ao adotar as medidas de segurança adequadas e seguir<br />
as recomendações técnicas, é possível minimizar os riscos e<br />
garantir a eficácia do tratamento.<br />
Ao adotar as medidas de<br />
segurança adequadas e seguir as<br />
recomendações técnicas, é possível<br />
minimizar os riscos e garantir a<br />
eficácia do tratamento<br />
36 www.referenciaflorestal.com.br
PRINCIPAL<br />
Mais forte no<br />
COMBATE<br />
Indústria de iscas formicidas resistentes a<br />
água apresenta nova linha de produção para<br />
atender o segmento de base florestal<br />
Por<br />
Bióloga Cristiane de Pieri - Consultora técnica Dinagro<br />
Engenheira Florestal Maria Fernanda Simões - Consultora técnica Dinagro<br />
Fotos: divulgação<br />
38 www.referenciaflorestal.com.br
Novembro 2024 39
PRINCIPAL<br />
Para superar as adversidades que surgem<br />
com o passar dos anos deve-se ter sempre a<br />
mente aberta, se atentar às necessidades do<br />
mercado e principalmente ter em seu DNA a<br />
capacidade de solucionar problemas. Foi com<br />
esse espírito tomado por desafios e empreendedor que<br />
a Dinagro, em 2019, após anos de intensas pesquisas<br />
lançou a solução para um grande problema que por<br />
muito tempo atormentou o setor florestal: controlar<br />
formigas cortadeiras em períodos chuvosos e locais de<br />
alta umidade relativa tais como Bahia, Espírito Santo e<br />
Rio Grande do Sul.<br />
Entretanto, o Leitor deve estar se perguntando: Por<br />
que as formigas cortadeiras devem ser controladas até<br />
em períodos chuvosos? De acordo com estudos sobre a<br />
biologia das cortadeiras tem-se que a atividade desses<br />
insetos é mais intensa em períodos de alta temperatura<br />
e alta umidade relativa, o que coincide com o período<br />
do verão em algumas regiões do país.<br />
Na contramão da produtividade, as formigas cortadeiras<br />
são consideradas a principal praga das monoculturas<br />
em florestas plantadas. Há cerca de 5 a 15 milhões<br />
de anos as formigas da tribo Attini (saúvas e quenquéns)<br />
desenvolveram uma agricultura complexa e organizada<br />
colocando-as como um dos únicos grupos de animais<br />
que apresentam associação mutualística com seu fungo<br />
simbionte, do qual elas dependem para obtenção do<br />
seu alimento. Para suprir a necessidade do fungo as<br />
cortadeiras selecionam e cortam grandes quantidades<br />
Enhanced Combat<br />
Capabilities<br />
A water-resistant formicide bait<br />
manufacturer announces the launch of<br />
a new product line designed to meet the<br />
needs of the forest-based segment<br />
T<br />
o overcome the challenges that arise over<br />
time, it is essential to maintain an open mind,<br />
pay close attention to market needs, and,<br />
most importantly, possess the ability to solve<br />
problems. In 2019, the Dinagro team, driven<br />
by a spirit of challenge and entrepreneurship, launched a<br />
solution to a significant problem in the Forest-based Sector:<br />
controlling leafcutter ants during the rainy season and in<br />
areas with high relative humidity, such as the States of<br />
Bahia, Espírito Santo, and Rio Grande do Sul.<br />
However, you may be wondering: Why should leafcutter<br />
ants be controlled even during rainy periods? According<br />
to studies on the biology of leafcutter ants, the activity<br />
of these insects is more intense during periods of high<br />
temperature and high relative humidity, which coincides<br />
with the summer period in some regions of the Country.<br />
Against the backdrop of productivity, leafcutter ants<br />
are considered the main pest of monocultures in planted<br />
40 www.referenciaflorestal.com.br
Assim, a tecnologia<br />
disruptiva desse produto<br />
rompe com o modelo<br />
anteriormente definido<br />
como época de aplicação<br />
de isca formicida e propõe<br />
algo nunca antes visto, a<br />
aplicação em condições<br />
de solos molhados, dias<br />
chuvosos ou com prenúncio<br />
de chuvas<br />
de materiais vegetais, chegando a consumir, ao longo<br />
de um ano, o equivalente a 90 árvores de eucalipto ou,<br />
aproximadamente, 1 tonelada de folhas.<br />
Pesquisas, como a realizada por Mantragolo e colaboradores<br />
em 2010, apontam que a remoção total das<br />
folhas por uma única vez na fase inicial de desenvolvimento<br />
do eucalipto resultou em perdas de 18,9% no<br />
crescimento em diâmetro e 12,0% na altura, com perdas<br />
significativas em volume total de 37,9%. Considerando<br />
três desfolhas consecutivas, esse dano pode alcançar<br />
redução em volume de 79,7%.<br />
A atividade de forrageamento apresenta sazonalidade<br />
ao longo do ano, porém, já foi comprovado que<br />
espécies do gênero Atta (saúvas) forrageiam mais intensamente<br />
em períodos de alta temperatura e umidade<br />
relativa. Diante desse fato comprovado a Dinagro, que<br />
há mais de 5 décadas está na vanguarda do fornecimento<br />
de isca formicida, chegou na solução para este desafio.<br />
A inovação tecnológica no processo de produção<br />
permitiu elevar a resistência à umidade nos pellets, sem<br />
alterar a estrutura, molécula, quantidade do princípio ativo<br />
e a atratividade da isca. Assim, a tecnologia disruptiva<br />
desse produto rompe com o modelo anteriormente definido<br />
como época de aplicação de isca formicida e propõe<br />
algo nunca antes visto, a aplicação em condições de solos<br />
molhados, dias chuvosos ou com prenúncio de chuvas.<br />
Desde o lançamento da isca Dinagro-S Resistente,<br />
cada vez mais empresas do setor florestal preconizam<br />
forests. Between 5 and 15 million years ago, the ants of<br />
the Attini tribe (saúvas and quenquéns) developed complex<br />
and organized agriculture, making them one of the only<br />
groups of animals that have a mutualistic association with<br />
their symbiotic fungus on which they depend for food. To<br />
meet the fungus’ needs, the leafcutters select and cut large<br />
quantities of plant material, consuming the equivalent of<br />
90 eucalyptus trees or approximately 1 ton of leaves over<br />
the course of a year.<br />
Research conducted by Mantragolo et al. (2010) indicates<br />
that the total removal of leaves on a single occasion<br />
during the early stages of eucalyptus development resulted<br />
in significant losses. Specifically, the study found that removing<br />
leaves resulted in an 18.9% loss in diameter growth,<br />
a 12.0% loss in height, and a 37.9% loss in total volume.<br />
Three consecutive defoliations can result in a reduction in<br />
volume of up to 79.7%.<br />
The foraging activity is seasonal throughout the year,<br />
but research has shown that species of the genus Atta<br />
(saúvas) forage more intensively during periods of high<br />
temperature and relative humidity. In light of this proven<br />
fact, Dinagro, a leading supplier of formicide bait for over<br />
five decades, has developed a solution to this challenge.<br />
Thanks to technological innovation in the production<br />
process, we have been able to increase the moisture<br />
resistance of the pellets without altering the structure,<br />
molecule, quantity of the active ingredient, or the attractiveness<br />
of the bait. This product’s innovative technology<br />
Novembro 2024<br />
41
PRINCIPAL<br />
a utilização desta nova tecnologia como parte do manejo<br />
integrado de formigas cortadeiras devido aos seus<br />
diversos benefícios, como: diminuição dos custos com a<br />
atividade de replantio em área de repasse; economia de<br />
retrabalho (insumos e mão de obra); maior área controlada<br />
no período chuvoso, oferecendo mais segurança para<br />
o planejamento das operações seguintes; otimização do<br />
trabalho das equipes e máquinas durante todo o ano; aumento<br />
da eficiência do controle de formigas cortadeiras<br />
no período chuvoso, entre outros benefícios.<br />
A primeira fábrica da Dinagro, construída em 1969,<br />
contava com 400 m² (metros quadrados) de área fabril<br />
para a produção da isca convencional. Com o lançamento<br />
da isca resistente em 2019 foi necessário destinar parte<br />
da fábrica de produção da isca convencional para isca<br />
resistente. A projeção de produção da isca resistente no<br />
primeiro ano de produção extrapolou todas as expectativas,<br />
dobrando o número no ano seguinte, em função<br />
da alta eficiência apresentada pelo produto.<br />
Devido à alta aceitação e efetividade da isca resistente<br />
no mercado florestal, a demanda cresceu e com<br />
challenges the conventional wisdom regarding the use of<br />
formicide bait. It offers a new approach that allows for<br />
application in wet soil conditions, even on rainy days or<br />
when rain is forecast.<br />
Since the launch of the Dinagro-S Resistant bait,<br />
more and more companies in the Forestry Sector are<br />
recommending the use of this new technology as part<br />
of their integrated management of leaf-cutting ants due<br />
to its many benefits, such as a reduction in the costs of<br />
replanting in areas that have been just planted; savings<br />
A nova planta dispõe de<br />
equipamentos de ponta<br />
como moinhos altamente<br />
precisos para uma perfeita<br />
granulometria e secadores<br />
mais produtivos<br />
42 www.referenciaflorestal.com.br
isso a antiga fábrica precisou crescer e se modernizar.<br />
Em comemoração ao seu aniversário de 56 anos, como<br />
líder absoluta no mercado de iscas formicidas, a Dinagro<br />
inaugurou seu novo parque fabril. A nova planta dispõe<br />
de equipamentos de ponta como moinhos altamente<br />
precisos para uma perfeita granulometria e secadores<br />
mais produtivos. Hoje a nova fábrica produz 1 tonelada/<br />
hora, sendo capaz de atingir 2 toneladas/hora.<br />
Em todo o processo de fabricação da isca formicida<br />
existe o aproveitamento total das matérias-primas e<br />
reaproveitamento parcial de subprodutos através de<br />
ideias e tecnologia desenvolvidas. Desta forma, é gerado<br />
o mínimo possível de resíduos que recebe a destinação<br />
final adequada. O processo é integralmente monitorado<br />
a fim de evitar qualquer tipo de contaminação ambiental.<br />
Agora que o Leitor da Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />
conhece um pouco da história da Dinagro vale ressaltar<br />
que, o segredo para resultados satisfatórios de eficiência<br />
de controle como também de redução do custo operacional<br />
como um todo, não está atrelado apenas à qualidade<br />
da isca escolhida. O sucesso no controle das formigas<br />
cortadeiras depende também de fatores intrínsecos<br />
ligados à biologia e comportamento do inseto e fatores<br />
extrínsecos ligados à fatores climáticos, operacionais e<br />
metodológicos.<br />
on rework (inputs and labor); a larger area controlled during<br />
the rainy season, offering more security for planning<br />
subsequent operations; optimization of the work of teams<br />
and machines throughout the year; increased efficiency<br />
in controlling leaf-cutting ants during the rainy season,<br />
among other benefits.<br />
Dinagro’s first factory, built in 1969, had four hundred<br />
m² of factory space for conventional bait production. With<br />
the launch of the resistant bait in 2019, it was necessary<br />
to allocate part of the conventional bait production plant<br />
to the resistant bait. The production projection for the<br />
resistant bait in the first year of production exceeded all<br />
expectations, doubling production in the following year<br />
due to the product’s high efficiency.<br />
Due to the high acceptance and effectiveness of the<br />
resistant bait in the forestry market, demand grew, and<br />
the old factory had to be expanded and modernized. In<br />
celebration of its 56th anniversary as the absolute leader<br />
in the formicide bait market, Dinagro inaugurated its new<br />
plant. The new plant has state-of-the-art equipment, such<br />
as highly precise mills for perfect granulometry and more<br />
productive dryers. Today, the new plant produces 1 ton/<br />
hour and can reach 2 tons/hour.<br />
The entire manufacturing process of the formicide bait<br />
makes full use of raw materials and partial reuse of by-products<br />
through the ideas and technology developed. In this<br />
way, as little waste as possible is generated and properly<br />
disposed of. The process is fully monitored in order to avoid<br />
any environmental contamination.<br />
Now that the reader of REFERÊNCIA Florestal has learned<br />
a little about Dinagro’s history, it is worth pointing out<br />
that the secret to satisfactory results in terms of control<br />
efficiency as well as reducing operating costs as a whole,<br />
is not only linked to the quality of the bait chosen. Successful<br />
control of leafcutter ants also depends on intrinsic<br />
factors linked to the biology and behavior of the insect<br />
and extrinsic factors linked to climatic, operational, and<br />
methodological factors.<br />
Novembro 2024<br />
43
CRESCIMENTO<br />
MAIOR,<br />
melhor e mais forte<br />
44 www.referenciaflorestal.com.br
Setor florestal<br />
apresenta crescimento<br />
Fotos: divulgação<br />
O<br />
Relatório Anual da IBÁ (Indústria Brasileira<br />
de Árvores) apresenta os indicadores setoriais<br />
econômicos, ambientais e sociais<br />
referentes a 2023. O documento é produzido<br />
em parceria com a consultoria ESG<br />
Tech. O relatório mostra que o setor planta 1,8 milhão de<br />
árvores por dia. Árvores que são plantadas para a produção<br />
de bioprodutos de origem renovável, reciclável e, em sua<br />
maioria, biodegradável, utilizados por mais de 2 bilhões de<br />
planetários.<br />
A área total dedicada ao plantio de árvores no Brasil<br />
ultrapassou, pela primeira vez, os 10 milhões de ha (hectares),<br />
um crescimento de 3% em comparação ao ano<br />
anterior. Os dados foram obtidos por meio de mapeamento<br />
usando imagens de satélite analisadas pela Canopy Remote<br />
Sensing Solutions. Dentre os tipos de plantios, o eucalipto<br />
se destaca, abrangendo 7,8 milhões de ha, o que corres-<br />
Novembro 2024<br />
45
CRESCIMENTO<br />
ENERGIA E ECONOMIA<br />
Em termos de balanço, o consumo de energia foi de<br />
183,6 milhões de GJ (Giga Jaules), sendo que 92% desse<br />
consumo foi suprido pela energia gerada pelas próprias emponde<br />
a 76% da área total plantada. Esse número representa<br />
um crescimento de 41% nos últimos 10 anos, evidenciando<br />
a crescente importância dessa cultura na economia<br />
florestal brasileira. São 1,8 milhão de árvores plantadas por<br />
dia, que removem e estocam carbono da atmosfera. Com<br />
isso, recupera áreas, trazendo uma nova ocupação com<br />
benefícios para o clima e manejo sustentável, entregando<br />
impactos positivos para o ambiente e valor compartilhado<br />
para a sociedade.<br />
Os plantios de eucalipto estão concentrados na região<br />
sudeste, que abriga 44% do total do país, com 3,5 milhões<br />
de ha. O destaque é o Estado de Minas Gerais, responsável<br />
por 63% dos plantios nessa região. Além disso, o centro-<br />
-oeste do país têm emergido com áreas em expansão, totalizando<br />
1,6 milhão de ha de eucalipto plantados.<br />
Uma das práticas de manejo sustentável mais importantes<br />
do setor consiste na técnica chamada de plantio em<br />
mosaico, que intercala áreas de conservação com as áreas<br />
de árvores cultivadas para fins industriais em nível de paisagem.<br />
O setor conserva 6,91 milhões de ha de vegetação<br />
natural, uma extensão maior que o Estado do Rio de Janeiro.<br />
Juntas, as áreas conservadas e plantadas pelo setor,<br />
estocam 4,92 bilhões de toneladas de dióxido de carbono<br />
equivalente (tCO₂eq).<br />
Em 2023, a área conservada da cadeia de árvores<br />
cultivadas chegou a 6,91 milhões de ha, incluindo 4,88<br />
milhões de ha de RL (reserva legal), 1,94 milhão de ha de<br />
APP (Áreas de Preservação Permanente), e 100 mil ha de<br />
RPPN (Reservas Particulares do Patrimônio Natural), essas<br />
administradas direta ou indiretamente pelo setor. A RPPN é<br />
uma categoria de Unidade de Conservação de domínio privado<br />
e perpétuo, evidenciando o compromisso do setor em<br />
manter voluntariamente áreas de grande relevância para a<br />
conservação da biodiversidade.<br />
Dentro dessas áreas conservadas, 195 mil ha foram<br />
caracterizados como AAVC (Áreas de Alto Valor de Conservação),<br />
um aumento de 8,3% em relação ao último ano. As<br />
AAVCs são uma denominação usada por esquemas de certificação<br />
para se referir a áreas que possuem uma importância<br />
excepcional ou crítica em termos biológicos, ecológicos<br />
e sociais. Essas áreas são identificadas por conta de seus<br />
atributos especiais para a conservação da biodiversidade e<br />
serviços ecossistêmicos, por exemplo.<br />
46 www.referenciaflorestal.com.br
CRESCIMENTO<br />
presas, o equivalente a 168,7 milhões de GJ. O restante da<br />
demanda, 8%, é suprida com a compra de energia, que totalizou<br />
28,3 milhões de GJ. Há ainda que pontuar que algumas<br />
fábricas vendem a energia não utilizada, seja excedente<br />
de produção própria ou de compra, para a rede nacional,<br />
contribuindo significativamente na matriz elétrica de alguns<br />
municípios. O montante de energia vendida em 2023 foi de<br />
13,4 milhões de GJ. A participação da energia renovável no<br />
balanço desse setor é motivo de orgulho e um grande diferencial<br />
em sua estratégia de sustentabilidade. Ao todo, 87%<br />
da energia consumida pelo setor vem de fontes limpas.<br />
O setor brasileiro de árvores cultivadas adota diversas<br />
práticas para otimizar a utilização de seus recursos naturais<br />
A área total dedicada ao<br />
plantio de árvores no Brasil<br />
ultrapassou, pela primeira<br />
vez, os 10 milhões de<br />
hectares, um crescimento<br />
de 3% em comparação ao<br />
ano anterior.<br />
e minimizar o descarte, fundamentando-se nos princípios<br />
da economia circular. Os principais materiais gerados dos<br />
processos produtivos do setor são o licor preto, resíduos<br />
florestais (cascas, galhos e folhas) e materiais reciclados,<br />
que juntos somam 79%. Os outros 21% são materiais como<br />
cavacos não conformes, serragem, lama de cal e cinzas de<br />
caldeira. Quanto à destinação, assim como em anos anteriores,<br />
a principal é para geração de energia (licor preto)<br />
— cerca de 64% —, seguida de reciclagem e/ou reutilização.<br />
O restante fica no campo para proteção, adubação ou<br />
correção do solo (resíduos florestais). Ao final, apenas 17%<br />
dos materiais resultantes dos processos fabris podem efetivamente<br />
ser chamados de resíduos, sendo destinados para<br />
aterros e outros destinos.<br />
ILPF<br />
O crescimento das áreas de ILPF (Integração Lavoura-<br />
-Pecuária-Floresta ) tem sido expressivo, incluindo sistemas<br />
de produção que possuem como componente as florestas,<br />
sendo eles ILF (integração lavoura-floresta), IPF (integração<br />
pecuária-floresta) e ILPF. Essa última é uma das práticas<br />
consideradas dentro do Plano Setorial para Adaptação à<br />
Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária<br />
(conhecido como ABC+), com vistas ao Desenvolvimento<br />
Sustentável (2020-2030), e que tem como propósito<br />
o avanço em soluções tecnológicas sustentáveis para a<br />
produção do campo e melhoria da renda dos produtores<br />
rurais, com foco na agricultura e no enfrentamento das mudanças<br />
climáticas.<br />
48 www.referenciaflorestal.com.br
INFORMAÇÃO<br />
Acesso<br />
FACILITADO<br />
50 www.referenciaflorestal.com.br
Governo lança plataformas<br />
que trazem informações sobre<br />
regularização e autorizações para<br />
a palma das mãos dos usuários<br />
Fotos: divulgação<br />
Novembro 2024<br />
51
INFORMAÇÃO<br />
O<br />
Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente<br />
e dos Recursos Naturais Renováveis) lançou,<br />
em setembro, o Painel de Autorizações<br />
de Exploração Florestal. Por meio da ferramenta<br />
interativa, os usuários podem acessar<br />
as poligonais georreferenciadas das autorizações emitidas<br />
pelo Sinaflor (Sistema Nacional de Controle da Origem dos<br />
Produtos Florestais).<br />
O painel foi desenvolvido pela Coflo (Coordenação de<br />
Monitoramento do Uso da Flora), em parceria com o Cenima<br />
(Centro Nacional de Monitoramento e Informações<br />
Ambientais), do Instituto. Por meio dele, é possível visualizar<br />
informações geoespaciais de ASV (Autorização de Supressão<br />
de Vegetação), de UAS (Uso Alternativo do Solo), de EFP (Exploração<br />
de Floresta Plantada), de PMFS (Plano de Manejo<br />
Florestal Sustentável) e de POA (Plano Operacional Anual).<br />
Um dos destaques da ferramenta são os filtros interativos<br />
que possibilitam a obtenção de informações relevantes<br />
em poucos passos: após aplicar os filtros desejados, o usuário<br />
pode clicar no botão: Lista; e verificar a relação de autorizações<br />
que correspondem aos critérios aplicados. Ao clicar<br />
em uma autorização específica, a poligonal georreferenciada<br />
piscará no mapa e será possível observar informações como<br />
ente ambiental emissor da autorização, área, data de validade,<br />
município, se há sobreposição com unidades de conservação,<br />
entre outras.<br />
Fernanda Simões, coordenadora da Coflo, explica que a<br />
interatividade do painel facilita a análise comparativa entre<br />
diferentes períodos e regiões, tornando-o uma ferramenta<br />
valiosa para pesquisadores e gestores que buscam entender<br />
as tendências e os impactos das atividades de exploração<br />
florestal no país. “Tudo isso para contribuir com o monitoramento<br />
e a melhor compreensão da dinâmica de supressão<br />
de vegetação em diferentes regiões do país”, aponta Fernanda.<br />
O painel também disponibiliza um link que possibilita<br />
baixar uma pasta compactada contendo todos os polígonos<br />
das autorizações disponíveis na data atual em formato shapefile.<br />
O painel representa um avanço significativo na disponibilização<br />
de informações sobre a gestão florestal no Brasil,<br />
atendendo a demanda por dados mais acessíveis e fortalecendo<br />
o monitoramento e a fiscalização do uso dos recursos<br />
florestais no país.<br />
REGULARIZAÇÃO<br />
O SFB (Serviço Florestal Brasileiro) lançou o Painel Interativo<br />
da Regularização Ambiental. A ferramenta digital<br />
reúne e disponibiliza dados sobre as intenções de adesão<br />
aos PRA (Programas de Regularização Ambiental), além de<br />
oferecer uma visão detalhada dos cadastros, passivos de<br />
reserva legal, APPs (Áreas de Preservação Permanente) e<br />
excedentes de vegetação nativa.<br />
Baseado no Sicar (Sistema de Cadastro Ambiental Rural),<br />
o painel integra e disponibiliza as informações declaradas<br />
no CAR (Cadastro Ambiental Rural), facilitando o acesso a<br />
dados sobre a regularização ambiental dos imóveis rurais<br />
em todo o país. Dividido em várias seções (abas), o painel<br />
permite que os usuários visualizem dados de forma geral ou<br />
52 www.referenciaflorestal.com.br
INFORMAÇÃO<br />
Tudo isso para contribuir com<br />
o monitoramento e a melhor<br />
compreensão da dinâmica de<br />
supressão de vegetação em<br />
diferentes regiões do país<br />
por meio de filtros específicos para obter informações mais<br />
segmentadas.<br />
Marcus Vinicius Alves, diretor de Regularização Ambiental<br />
Rural do SFB (Serviço Florestal Brasileiro), observa que,<br />
a partir de dados extraídos do painel, é possível identificar<br />
progressos significativos após a retomada da agenda ambiental<br />
por este governo: “O número de cadastros com a<br />
análise ambiental concluída mais que triplicou, passando de<br />
aproximadamente 41 mil em janeiro de 2023 para 141 mil<br />
em setembro de 2024, abrangendo uma área de mais de 25<br />
milhões de ha (hectares), representando uma área maior<br />
que a do Estado de São Paulo”, pontuou Marcus.<br />
Por meio dos dados apresentados na plataforma, também<br />
é possível constatar que cerca de 233 milhões de ha de<br />
vegetação nativa estão em áreas privadas, número equivalente<br />
a 150% da área continental de todas as Unidades de<br />
Conservação cadastradas no CNUC (Cadastro Nacional de<br />
Unidades de Conservação da Natureza). “Com essa informação,<br />
podemos promover políticas públicas de fomento e<br />
incentivo para que os proprietários e detentores de imóveis<br />
rurais continuem a manter a vegetação nativa nas suas terras,<br />
conservada”, destaca Marcus.<br />
Anteriormente, os dados declarados no Sicar eram disponibilizados<br />
pelo SFB nos boletins mensais do CAR. Com<br />
Fernanda Simões,<br />
coordenadora da Coflo<br />
o painel interativo da regularização ambiental, os usuários<br />
poderão ter uma experiência dinâmica, podendo visualizar<br />
os temas de maneira consolidada ou segmentada a partir da<br />
combinação de filtros, sendo também possível obter tabelas<br />
customizadas.<br />
O I Encontro da Regularização Ambiental, realizado em<br />
setembro, contou com a participação de representantes de<br />
24 Estados, incluindo a presença de técnicos, especialistas e<br />
gestores dos órgãos estaduais responsáveis pela gestão do<br />
Sicar para discutir a regularização ambiental de imóveis rurais.<br />
O evento promoveu o intercâmbio de experiências, fortalecimento<br />
de parcerias e alinhamento de estratégias para<br />
avançar na adequação ambiental das propriedades rurais<br />
em todo o país. Durante o encontro, foram apresentados<br />
panoramas e perspectivas sobre modelos de regularização<br />
ambiental e discutidos temas essenciais como a recuperação<br />
da vegetação nativa, incentivos econômicos e a legislação<br />
pertinente.<br />
54 www.referenciaflorestal.com.br
PRÊMIO<br />
Conheça os vencedores<br />
da edição deste ano do<br />
mais tradicional prêmio<br />
do setor de base florestal<br />
N<br />
o dia 2 de dezembro a indústria<br />
de base florestal brasileira estará<br />
em festa, pois neste dia acontece a<br />
cerimônia do Prêmio REFERÊNCIA<br />
Melhores do Ano. O tradicional<br />
evento que chega a sua vigésima primeira edição<br />
é organizado e realizado pela JOTA Editora, que<br />
celebra 25 anos de história em 2024 e é responsável<br />
pela publicação das revistas REFERÊNCIA<br />
CELULOSE & PAPEL, REFERÊNCIA PRODUTOS DE<br />
MADEIRA , REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL,<br />
REFERÊNCIA BIOMAIS e REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />
56 www.referenciaflorestal.com.br
Nesta edição, o evento conta com o apoio<br />
de: ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de<br />
Madeira Processada Mecanicamente), ACIDERJ<br />
(Associação do Comércio e Indústria de Madeiras<br />
e Derivados do Estado do Rio de Janeiro), AIMEX<br />
(Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras<br />
do Estado do Pará), CIPEM (Centro das Indústrias<br />
Produtoras e Exportadoras de Madeira do<br />
Estado de Mato Grosso), CPM, DRV, Envimat, Himev,<br />
Montana Química, MSM Química e Rottteng.<br />
A abertura do Prêmio REFERÊNCIA 2024 contará<br />
com um podcast ao vivo sobre tecnologia na<br />
floresta plantada e nativa. Os dois convidados já<br />
estão confirmados, Deryck Pantoja Martins, diretor<br />
técnico da AIMEX, e Ednei Blasius, presidente<br />
do CIPEM. A tecnologia já é uma realidade nas florestas<br />
brasileiras, portanto discutir e fomentar o<br />
aumento de sua utilização dará muito mais segurança<br />
para os produtores, como aponta Fábio Machado,<br />
diretor comercial da Revista REFERÊNCIA.<br />
“Vamos trazer especialistas e informações da mais<br />
alta relevância para o público e fazer um episódio<br />
muito especial do nosso podcast, que tem sido sucesso<br />
de audiência desde o seu lançamento, mostrando<br />
muitas facetas do universo encontradas na<br />
indústria de base florestal”, exalta Fábio.<br />
AMIF<br />
A AMIF (Associação Mineira de Indústria Florestal) é uma das mais tradicionais associações de empresas do<br />
país e em 2024 conseguiu selar um acordo com o ministério público de Minas Gerais, que facilitou e abriu portas<br />
para os investimentos em florestas plantadas no Estado. Por lutar com tanto empenho e fortalecer um Estado que<br />
já é tão pujante no segmento de base florestal, a AMIF é uma das vencedoras do Prêmio REFERÊNCIA Melhores do<br />
Ano.<br />
FRANCIO SOLUÇÕES FLORESTAIS<br />
A Francio Soluções Florestais se destaca pela excelência em manejo sustentável e inovação, especialmente<br />
no preparo e cuidado do solo. Sua dedicação à eficiência e qualidade foi fundamental para transformar desafios<br />
em oportunidades de crescimento. Parabéns à Francio por ser precursor em um caminho rumo a um futuro mais<br />
produtivo e sustentável. Como reconhecimento do trabalho, a empresa será agraciada com o Prêmio REFERÊNCIA<br />
2024.<br />
HAPPY PAK®<br />
Inovar é a chave para o desenvolvimento do setor de celulose e papel e a Happy Pak@ vem de encontro a essa<br />
demanda de forma singular. A empresa do Grupo Bonet lançou em 2024 o copo 100% livre de plásticos na composição,<br />
utilizando de técnicas únicas para gerar um produto sustentável do início ao fim de seu processo, desde<br />
o plantio da matéria-prima, até o descarte. Pensar em sustentabilidade aliada a economia faz com que a natureza<br />
agradeça e o mundo REFERÊNCIA também.<br />
INEXPORT MADEIRAS<br />
A Inexport Madeiras se destaca como uma referência no mercado pela excelência logística e forte atuação no<br />
comércio internacional. Com uma operação ágil e eficiente, a empresa conecta a madeira brasileira a mercados<br />
globais, garantindo qualidade e sustentabilidade em cada entrega. Seu compromisso em representar com orgulho<br />
a madeira nacional no exterior fortalece a imagem do Brasil mundo afora. Por esses motivos, a empresa é merecidamente<br />
agraciada com o Prêmio REFERÊNCIA.<br />
Novembro 2024<br />
57
PRÊMIO<br />
JULITAGO BIOENERGIA<br />
A Julitago é reconhecida por sua contribuição ao mercado de energias renováveis, fornecendo biomassa de<br />
alta qualidade para soluções energéticas sustentáveis. Seu compromisso com a inovação e a eficiência energética<br />
ajuda a reduzir a dependência de fontes fósseis e a promover um futuro mais limpo. A empresa se destaca por<br />
integrar sustentabilidade e desenvolvimento econômico, fortalecendo a cadeia de valor da biomassa. Esse trabalho<br />
exemplar faz da Julitago uma justa vencedora do Prêmio REFERÊNCIA Melhores do Ano.<br />
NOAH | WOOD BUILDING DESIGN<br />
A Noah é premiada no Prêmio REFERÊNCIA 2024 por sua atuação de vanguarda na construção com madeira,<br />
promovendo soluções arquitetônicas sustentáveis e inovadoras. Ao utilizar madeira engenheirada, a empresa alia<br />
estética, funcionalidade e baixo impacto ambiental, contribuindo para a redução de emissões de carbono no planeta.<br />
Seu trabalho destaca a versatilidade e eficiência da madeira como material de construção para o futuro.<br />
REFLORESTA ALTO VALE<br />
Uma floresta não se faz com apenas uma árvore e a partir desse princípio nasceu o programa Refloresta Alto<br />
Vale, que uniu empresas do Alto Vale do Itajaí para retomar o plantio florestal na região. A partir de uma demanda<br />
percebida por empresários da região foi criado há alguns anos esse programa, que visa garantir o suprimento de<br />
madeira para a região, que demandará continuamente de mais e mais madeira para processamento. Por valorizar<br />
a região e desenvolver a economia local de forma sustentável, o Refloresta Alto Vale leva o Prêmio REFERÊNCIA do<br />
ano.<br />
ROMANI MADEIRAS<br />
A Romani Madeiras assume com seriedade a responsabilidade de manejar as florestas e valorizar a madeira<br />
brasileira no mercado global. A conquista do Prêmio REFERÊNCIA Melhores do Ano, destaca o trabalho exemplar<br />
da empresa mato-grossense, que protege as florestas em pé enquanto impulsiona a economia do Estado de forma<br />
sustentável. Para a Revista REFERÊNCIA, é um grande orgulho celebrar iniciativas que fortalecem o setor florestal e<br />
elevam a imagem do Brasil no cenário internacional.<br />
SUPREMA AMBIENTES PLANEJADOS<br />
Mais de 50 anos de história serão celebrados no dia 2 de dezembro por todos aqueles que acompanharem<br />
o Prêmio REFERÊNCIA 2024. Uma família que trabalha com madeira há quase um século se tornou destaque na<br />
fabricação de ambientes planejados com madeiras nobres da Amazônia. A valorização do cuidado com o meio<br />
ambiente e a excelência na entrega de produtos únicos e de alto valor agregado fizeram da Suprema uma das vencedoras<br />
deste ano.<br />
VALE DO TIBAGI<br />
A Vale do Tibagi, ou VT como é chamada por seus clientes, se tornou sinônimo de excelência no trabalho quando<br />
se fala em serviços florestais. Mas a empresa não parou por aí e hoje oferece soluções em logística, pellets,<br />
silvicultura mecanizada e comercialização de madeira. A empresa de Irati (PR) recebe o Prêmio REFERÊNCIA do<br />
ano por trabalhar continuamente para elevar a qualidade de seus serviços, qualificar e cuidar de seus funcionários,<br />
além de oferecer o melhor para seus clientes, seja qual for a demanda apresentada.<br />
58 www.referenciaflorestal.com.br
01 SUB SOLADOR MAIS LEVE DO MERCADO;<br />
02 TODA ESTRUTURA COM MATERIAIS DE ALTA RESISTÊNCIA;<br />
03 CONJUNTO DESTORROADOR E AIVECA;<br />
04 DISCO DO ARADO COM REGULAGEM DE ÂNGULO;<br />
05 CILINDRO DOS BRAÇOS E AIVECA COM SISTEMA DE SEGURANÇA;<br />
06 AIVECA COM AMORTECIMENTO HIDRÁULICO;<br />
07 ESTRUTURA COM TRAVA DE SEGURANÇA PARA MANUTENÇÃO;<br />
08 MAIOR ÂNGULO DE SAÍDA PARA EMBARQUE E DESEMBARQUE;<br />
09 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO OTIMIZADO;<br />
10 COMPONENTES COM PADRONIZAÇÃO E 100% NACIONAIS;<br />
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SOLO<br />
Estratégias de resistência à seca<br />
E DEMAIS INTEMPÉRIES: INOVAÇÕES E TECNOLOGIAS<br />
ALIADAS À SILVICULTURA APLICADA<br />
Por<br />
Jhuan Lucas Melo Maciel - Consultor Florestal | Doutor em Ciência Florestal<br />
Pedro Francio Filho - Consultor Florestal | Engenheiro Agrônomo | Diretor Francio Soluções Florestais<br />
Fotos: Francio Soluções Florestais<br />
O<br />
setor florestal brasileiro enfrenta desafios crescentes,<br />
especialmente os relacionados à variabilidade<br />
climática e à adaptação dos plantios às condições<br />
de déficit hídrico, os quais se intensificaram bastante<br />
nos últimos anos, impulsionadas pelas mudanças<br />
climáticas. Esses plantios estão distribuídos por diversas regiões do<br />
país, com características edafoclimáticas diversas, abrangendo desde<br />
locais com abundância hídrica até áreas frequentemente impactadas<br />
por secas intensas. Os efeitos das mudanças climáticas, como a maior<br />
frequência e intensidade de períodos de seca, apresentam um cenário<br />
desafiador para a silvicultura.<br />
À medida que áreas plantadas com espécies como o eucalipto se<br />
expandem, torna-se essencial investir em estratégias que garantam,<br />
tanto a produtividade, quanto a adaptação às condições adversas impostas<br />
pela estiagem. Uma das principais ferramentas para enfrentar<br />
esses desafios é a escolha criteriosa do material genético, combinando<br />
alto rendimento e resistência à seca. Contudo, essa é apenas uma<br />
parte da solução: há uma necessidade urgente de associar essa seleção<br />
genética à silvicultura aplicada, que oferece maior segurança aos<br />
povoamentos, especialmente em regiões suscetíveis ao déficit hídrico.<br />
O manejo florestal voltado para a resistência à seca é uma estratégia<br />
essencial para ajustar o planejamento florestal às demandas<br />
econômicas e ambientais, mitigando os impactos da seca e ampliando<br />
o rendimento dos plantios. Este artigo explora os principais aspectos<br />
técnicos e práticos do manejo florestal com foco na resistência hídrica,<br />
abordando desde a seleção genética até práticas de solo, controle de<br />
matocompetição e outros fatores.<br />
PLANEJAMENTO<br />
O planejamento da silvicultura voltado à resistência à seca é fundamental<br />
para o sucesso dos povoamentos florestais, principalmente<br />
diante das incertezas climáticas e dos períodos de déficit hídrico. Esse<br />
planejamento exige uma análise cuidadosa das condições edafoclimáticas<br />
locais, considerando o regime de preparação, sua distribuição,<br />
quantidade e características do solo. A investigação dessas variáveis<br />
permite a adoção de práticas específicas para aumentar a retenção e<br />
o uso eficiente da água, como o preparo adequado do solo.<br />
Solos arenosos, que retêm menos água, requerem práticas conservacionistas<br />
para evitar a perda de umidade, enquanto solos argilosos<br />
exigem manejos que minimizem a compactação e favoreçam a oxigenação<br />
radicular. Com um planejamento bem estruturado, é possível<br />
promover a resiliência dos plantios às condições de seca, garantindo<br />
produtividade e sustentabilidade ao setor florestal brasileiro.<br />
Floresta desenvolvida com aderência ao<br />
protocolo silvicultural<br />
Plantio com 2,5 anos em Cândido Sales<br />
(BA) com 850 mm de precipitação, com<br />
espaçamento adequado às condições<br />
edafoclimáticas da região, com manejo de<br />
silvicultura seguindo o protocolo completo<br />
da Francio Soluções Florestais<br />
A IMPORTÂNCIA DO PREPARO DO SOLO NO<br />
DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA RADICULAR<br />
O preparo do solo é uma etapa primordial para o êxito florestal,<br />
especialmente em regiões sujeitas à seca, onde o desenvolvimento do<br />
sistema radicular desempenha um papel crucial para garantir o acesso<br />
à água e nutrientes. O solo manejado de forma correta, torna-se mais<br />
propício para o crescimento das raízes em todas as camadas do solo,<br />
aumentando a capacidade das plantas sobreviverem. Um solo bem<br />
preparado favorece a estrutura física para que as raízes se desenvolvam<br />
sem restrições. Práticas como a subsolagem são eficazes para<br />
reduzir a compactação e aumentar a aeração do solo, facilitando o<br />
desenvolvimento radicular, ampliando a área de absorção de água e<br />
nutrientes, promovendo, desta forma, o uso eficiente dos recursos<br />
disponíveis.<br />
Esse preparo contribui para a capacidade de retenção de água,<br />
criando condições ideais para o desenvolvimento radicular, conferindo<br />
aos plantios florestais maior segurança hídrica.<br />
CORREÇÃO DO SOLO COM CALCÁRIO E GESSO<br />
Outro manejo importante é a correção do solo com calcário<br />
(carbonato de cálcio) e gesso (sulfato de cálcio), que fortalece a segurança<br />
hídrica dos plantios, especialmente em períodos de déficit. A<br />
aplicação combinada de calcário aliado ao gesso, elevam os índices de<br />
cálcio e magnésio, corrige pH e neutraliza o alumínio tóxico no solo.<br />
Esse tratamento promove o aumento da rizosfera em profundidade,<br />
60 www.referenciaflorestal.com.br
estimulando a capilaridade radicular em busca de água e nutrientes.<br />
O aprofundamento das raízes amplia a capacidade das plantas de<br />
exploração de reservas de água em camadas mais profundas do solo.<br />
MANEJO NUTRICIONAL<br />
A nutrição florestal adequada permite que o povoamento suporte<br />
períodos de déficit hídrico, impulsionando o desenvolvimento do plantio<br />
e aumentando a resistência e a sobrevivência as plantas no campo.<br />
Nutrientes essenciais, como o potássio, atuam na regulação hídrica<br />
das células, ajudando as plantas a manterem a turgidez e reduzir a<br />
perda de água pela transpiração principalmente nos períodos secos.<br />
O cálcio fortalece as paredes celulares e contribui para a formação de<br />
raízes mais profundas e resistentes, enquanto o magnésio e o fósforo<br />
são indispensáveis para a eficiência fotossintética, garantindo que<br />
a planta tenha energia para explorar o solo e absorver nutrientes.<br />
Além disso, aplicações foliares de micronutrientes no período seco<br />
têm cunho complementar, sendo preventivo ou curativo de sintomas<br />
prejudiciais ao eucalipto nos períodos secos. Os objetivos são fornecer<br />
boro, cobre, zinco e manganês, com ênfase para o boro, pela sua<br />
relação direta com a seca de ponteiro, além dos baixos teores nos<br />
períodos secos que aumentam a incidência de pragas e doenças. A<br />
aplicação precisa destes micronutrientes potencializam o crescimento<br />
inicial e a saúde das plantas, aumentando a capacidade radicular de<br />
explorar as camadas mais profundas.<br />
A bioativação do solo promove e equilibra a atividade microbiológica,<br />
acelerando a mineralização da matéria orgânica e disponibilizando<br />
nutrientes essenciais para as plantas. Esse processo<br />
fortalece o povoamento florestal, aumenta a eficiência no uso dos<br />
recursos hídricos e prepara as plantas para suportar condições de<br />
estresse hídrico, sendo um elemento crucial para a produtividade e<br />
a resiliência florestal.<br />
ESPAÇAMENTO<br />
O planejamento do espaçamento entre árvores é uma prática<br />
essencial no manejo florestal para a resistência à seca, especialmente<br />
em regiões de oferta hídrica limitada. O espaçamento ideal deve<br />
considerar fatores como a precipitação local, a distribuição ao longo<br />
do ano, altitude e o tipo de solo, que influenciam diretamente a capacidade<br />
de retenção de água. Em solos com baixa retenção hídrica,<br />
um espaçamento maior permite que cada planta tenha mais espaço<br />
para explorar o solo em busca de água e nutrientes, reduzindo a competição<br />
e aumentando a capacidade de sobrevivência em períodos<br />
de déficit hídrico.<br />
Preparo do solo com<br />
subsolador acoplado com<br />
disco de corte frontal,<br />
dosador de adubo, grade<br />
niveladora e marcador do<br />
berço de plantio<br />
Espaçamentos amplos promovem um crescimento saudável,<br />
controlando o estresse hídrico, pois aumentam o volume de solo<br />
disponível para cada planta. Esse manejo permite que as árvores<br />
acessem água e nutrientes de forma eficiente, contribuindo para um<br />
desenvolvimento mais uniforme e menos sujeito a restrições hídricas.<br />
Por outro lado, o adensamento excessivo intensifica a competição<br />
por recursos, o que é particularmente crítico em regiões de baixa<br />
incidência. Esse excesso de competição pode levar ao esgotamento<br />
rápido da água nas camadas acessíveis e, em casos extremos, resultar<br />
na mortalidade de plantas devido ao estresse hídrico.<br />
Assim, o espaçamento planejado e equilibrado, aliado ao conhecimento<br />
das características climáticas e edáficas locais, contribui<br />
para um manejo que aumente a resiliência hídrica do plantio. A<br />
combinação entre a pesquisa com foco no material genético em<br />
experimentos com espaçamentos diversos, como os realizados com<br />
Anel de Nelder, oferece uma abordagem robusta para o desenvolvimento<br />
de estratégias de silvicultura mais eficientes. Por meio dessa<br />
integração, é possível selecionar genótipos adaptados às condições<br />
locais e definir o espaçamento que aumentem tanto a produtividade<br />
quanto a segurança hídrica dos plantios. O resultado são florestas<br />
com crescimento homogêneo, maior eficiência no uso de recursos e<br />
resistência aprimorada a estresses abióticos.<br />
ESTRATÉGIAS NO MOMENTO DO PLANTIO<br />
O uso de hidrorretentores à base de celulose, como o da Polyter,<br />
é uma estratégia eficaz na fase de plantio, pois aumenta a capacidade<br />
de retenção de água no solo e a disponibiliza gradualmente para a<br />
muda, conforme a necessidade da planta. Esse recurso permite que<br />
as mudas tenham acesso à água, sendo especialmente vantajoso em<br />
regiões ou períodos de déficit hídrico.<br />
Outro recurso importante nessa fase é o uso do Bacillus aryabhattai,<br />
um indutor biológico que estimula a resistência das plantas à seca.<br />
Esse microrganismo proporciona diversos benefícios, como o aumento<br />
da resistência ao estresse abiótico, maior exploração de nutrientes<br />
no solo e estímulo à formação de raízes, aumentando a capacidade<br />
das mudas de absorção de água e nutrientes em profundidade. Ao<br />
ser aplicado via irrigação no berço do plantio, o Bacillus aryabhattai<br />
Riper com subsolagem<br />
profunda em solos<br />
argilosos e compactados<br />
Preparo do solo com subsolador acoplado com disco de corte<br />
frontal, dosador de adubo e grade niveladora
SOLO<br />
Solo com a bioativação fortalecendo<br />
a capacidade de retenção e<br />
disponibilização de nutrientes<br />
Irrigação pós plantio com Bacillus<br />
aryabhattai para hidratação do gel<br />
hidrorretentor no berço de plantio<br />
Desenvolvimento do sistema radicular<br />
em profundidade<br />
auxilia na adaptação hídrica inicial das mudas.<br />
O plantio noturno é outra prática útil, pois reduz o estresse<br />
térmico das mudas durante a implantação. As temperaturas mais<br />
amenas e a ausência de radiação solar direta favorecem a adaptação<br />
inicial, proporcionando melhor hidratação das mudas e preservando<br />
a umidade do solo ao minimizar as perdas por evaporação. Assim, o<br />
plantio noturno contribui para uma adaptação das mudas e para um<br />
melhor aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis no solo.<br />
CONTROLE DA MATOCOMPETIÇÃO<br />
O controle da matocompetição nas camadas superficiais do solo,<br />
torna-se necessária a fim de reduzir a competição por luz, nutrientes e<br />
principalmente por água, com as plantas recém plantadas. Essas plantas<br />
invasoras absorvem rapidamente a água disponível, diminuindo a<br />
quantidade de água que deveria ser disponibilizada para as árvores.<br />
Manter o solo livre de mato até o fechamento da copa das árvores<br />
é imprescindível para o desenvolvimento dos povoamentos florestais,<br />
pois nesse estágio inicial as plantas são mais vulneráveis. O controle<br />
de matocompetição ajuda a evitar o esgotamento da umidade nas<br />
camadas mais acessíveis, onde as raízes das plantas jovens se concentram.<br />
Ao evitar a presença de plantas invasoras, promove-se um<br />
ambiente mais favorável ao desenvolvimento radicular das árvores,<br />
permitindo que cresçam de forma saudável e acelerada. Além disso, à<br />
medida que a floresta avança e as copas se fecham, a cobertura densa<br />
de folhas naturalmente sombreia o solo, dificultando o crescimento<br />
de plantas invasoras. Esse processo, combinado com o controle inicial<br />
de matocompetição, contribui para uma gestão mais eficiente<br />
dos recursos hídricos, maximizando a<br />
produtividade e a resiliência hídrica da<br />
floresta ao longo de seu ciclo de vida.<br />
O controle da matocompetição, por<br />
sua vez, é indispensável para reduzir a<br />
concorrência por água e nutrientes entre<br />
as árvores e as plantas invasoras. O<br />
manejo integrado, utilizando métodos<br />
mecânicos, químicos ou até biológicos,<br />
aumenta a eficiência do uso da água<br />
no sistema, maximizando o potencial<br />
produtivo das florestas.<br />
62 www.referenciaflorestal.com.br<br />
Área experimental com Anel de Nelder<br />
para auxiliar na tomada de decisão<br />
CENÁRIO ATUAL E FUTURO DO SETOR FLORESTAL<br />
BRASILEIRO<br />
O Brasil enfrenta um cenário de variabilidade climática, onde a<br />
distribuição irregular das chuvas e o aumento na frequência de períodos<br />
de seca impactam a disponibilidade hídrica em várias regiões<br />
florestais. Em resposta, o setor tem buscado estratégias de manejo<br />
para aumentar a resistência ao estresse hídrico.<br />
Práticas como o controle de matocompetição, o preparo adequado<br />
do solo e o planejamento de espaçamento entre árvores são<br />
algumas das abordagens que permitem otimizar o uso de água e nutrientes,<br />
além de reduzir a mortalidade de plantas e o estresse hídrico<br />
em nossos povoamentos. Para o futuro, o setor florestal brasileiro<br />
deverá investir cada vez mais em inovações tecnológicas e práticas<br />
sustentáveis que aumentem a produtividade sem comprometer os<br />
recursos naturais. A integração de práticas de manejo que favoreçam<br />
a saúde do solo e do sistema radicular permitem uma exploração<br />
mais eficiente dos recursos hídricos em profundidade, ampliando a<br />
segurança hídrica das florestas plantadas.<br />
A silvicultura voltada para a resistência à seca se estabelece<br />
como uma estratégia para o setor florestal, especialmente diante<br />
dos desafios impostos pela variabilidade climática e pelas condições<br />
ambientais de déficit hídrico. A combinação de práticas bem estruturadas<br />
fortalece a resiliência dos plantios, garantindo produtividade e<br />
sustentabilidade a longo prazo. Essas práticas, além de protegerem as<br />
florestas plantadas contra os efeitos da seca, aumentam a eficiência<br />
no uso dos recursos hídricos e ajudam a adaptar o setor florestal ao<br />
cenário atual e futuro das mudanças climáticas. Assim, com o apoio<br />
de inovações tecnológicas e técnicas de manejo, o setor florestal se<br />
prepara para continuar crescendo de forma competitiva e responsável,<br />
mantendo sua relevância global.<br />
Plantio com controle eficiente da matocompetição<br />
de pós e pré-emergência no pré-plantio, condução<br />
e manejo
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As oportunidades de transformar e utilizar os resíduos da silvicultura<br />
Fotos: divulgação<br />
64 www.referenciaflorestal.com.br
Asilvicultura é conhecida como prática de cultivo,<br />
manejo e preservação das florestas e seus<br />
recursos, com objetivos claros de produção de<br />
madeira, celulose, papel e outros derivados.<br />
Mas a prática de aproveitamento dos seus resíduos<br />
ainda é pouco explorada. Isso ocorre ainda pelo pouco<br />
conhecimento dos seus benefícios para o solo. Muitas<br />
vezes esses resíduos ainda são conhecidos por dificultar as<br />
operações do manejo das atividades silviculturais. A prática<br />
mais comum são estratégias de minimização dos impactos<br />
ambientais, como:<br />
• Enleirar os restos de colheita;<br />
• Retirar a galharia grossa e toretes para uso como biomassa;<br />
• Usar um picador móvel para retirar os resíduos mais<br />
pesados e grossos como cavacos para uso como biomassa;<br />
• Adubar diretamente o solo com os resíduos de celulose<br />
e cinzas de madeira para favorecer a manutenção e<br />
aumento do rendimento de madeira.<br />
• Compostar os resíduos principalmente os ponteiros<br />
para produção de adubos orgânicos enriquecendo com minerais<br />
na hora de aplicação de preparo de solos.<br />
Mas, é possível afirmar que na silvicultura não é comum<br />
o aproveitamento de outros benefícios de uso dos compostos<br />
orgânicos provenientes das misturas dos próprios<br />
resíduos da silvicultura com outros resíduos orgânicos. Podemos<br />
citar alguns destes benefícios conhecidos, mas ainda<br />
pouco aproveitado:<br />
• Manter ou melhorar as características físicas do solo;<br />
• Melhorar a estrutura física do solo;<br />
• Reduzir perdas de nutrientes do ecossistema;<br />
• Fornecer nutrientes de baixa solubilidade ao solo;<br />
• Manter e elevar as atividades biológicas do solo;<br />
• Manter e produzir fertilidade do solo;<br />
• Controlar a infestação de plantas invasoras;<br />
• Recuperar solos degradados física e biologicamente;<br />
• Reduzir custos de produção.<br />
Outra forma de uso dos compostos orgânicos na silvicultura<br />
é na produção de mudas, pois possui propriedades<br />
que favorecem o desenvolvimento das plantas. O composto<br />
orgânico pode ser considerado um adubo orgânico, resultado<br />
da decomposição de vários resíduos orgânicos como,<br />
folhas, restos de ingesta, dejetos animais entre outros. Esse<br />
composto pode ser usado puro ou misturado com outros<br />
Novembro 2024<br />
65
COMPOSTAGEM<br />
materiais como terra, carvão, húmus de minhoca, formando<br />
um substrato. O substrato pode ser utilizado para crescimento<br />
das mudas em sementeiras, enraizamentos e como<br />
corretivos de solo. Podemos citar alguns benefícios do uso<br />
do composto orgânico como substrato:<br />
• Melhora as propriedades físicas, químicas e biológicas;<br />
• Substitui e reduz o uso de fertilizantes químicos solúveis;<br />
• É uma opção economicamente viável na produção de<br />
mudas.<br />
O substrato pode ser formulado conforme a disponibilidade<br />
de materiais locais e baixar os custos de produção. Ou<br />
ser formulado conforme as exigências das plantas a serem<br />
produzidas. Os substratos comerciais nem sempre atendem<br />
as necessidades exigidas pelas plantas manejadas.<br />
O substrato de composto orgânico em geral é um material<br />
poroso e pode ser usado na produção de mudas ou<br />
mesmo em cultivo de plantas substituindo o solo ou terra. O<br />
substrato é o meio onde as raízes e a parte aérea das plantas<br />
se desenvolvem e com a adubação adequada alimenta<br />
as plantas nos primeiros estágios de vida. Algumas características<br />
desejadas no substrato para mudas, são a uniformidade<br />
na composição, baixa densidade e boa porosidade.<br />
Um bom substrato para produção de mudas precisa oferecer<br />
condições adequadas para a sustentação e retenção<br />
de quantidades suficientes de água, oxigênio e nutrientes,<br />
ausências de elementos químicos tóxicos e condutividade<br />
elétrica adequada. Alguns compostos orgânicos são oferecidos<br />
no mercado com adequada quantidade de nutrientes<br />
para a produção de mudas, neste caso podemos afirmar que<br />
mesmo para as mudas florestais.<br />
Pergunte ao Tomita<br />
Caso tenha alguma dúvida sobre<br />
o sistema de compostagem,<br />
envie sua pergunta para o e-mail<br />
jornalismo@revistareferência.com.br e<br />
saiba tudo sobre compostagem florestal.<br />
66 www.referenciaflorestal.com.br
MINUTO FLORESTA<br />
Fortalecendo<br />
O MERCADO<br />
Participação em eventos técnicos<br />
fortalece a participação de empresa<br />
no segmento de herbicidas<br />
Fotos: divulgação<br />
A<br />
Envu Brasi ampliou sua presença de marca<br />
ao marcar forte presença em eventos do setor<br />
florestal em outubro. Durante o mês, a<br />
Envu apresentou soluções inovadoras para<br />
o controle de plantas daninhas e reforçou<br />
seu compromisso com a sustentabilidade e eficiência no<br />
manejo agrícola e não agrícola. As interações com o público<br />
trouxeram à tona a experiência técnica da empresa,<br />
destacando seus produtos de alto desempenho e o valor<br />
que agregam ao setor florestal.<br />
Além de fortalecer sua rede de contatos e estabelecer<br />
novos canais de comunicação, a participação nos eventos<br />
ajudou a Envu a se posicionar como líder em inovação e<br />
sustentabilidade no mercado de herbicidas. Através do<br />
apoio e de palestras, a Envu não apenas promoveu suas<br />
soluções de manejo eficiente, mas também reafirmou seu<br />
papel de parceira essencial no desenvolvimento de práticas<br />
responsáveis e de alto desempenho.<br />
Entre os dias 01 e 03 de outubro, a Envu esteve presente<br />
e ajudou na organização do Curso presencial de<br />
tecnologia em aplicação de herbicidas em florestas plantadas,<br />
em parceria com a Apoiotec, na cidade de Três Lagoas<br />
(MS). O evento contou com mais de 30 profissionais<br />
do segmento que puderam durante uma semana aprender.<br />
O Curso presencial de tecnologia em aplicação de<br />
herbicidas em florestas plantadas teve como grande objetivo<br />
apresentar as soluções para o plantio de eucaliptos.<br />
Até o ano de 2030, o Mato Grosso do Sul deve se tornar<br />
o maior produtor de celulose do Brasil. Esse crescimento<br />
do Estado foi impulsionado pelo investimento pesado na<br />
construção de duas grandes fábricas de celulose, que devem<br />
garantir ao Brasil o primeiro lugar em nível mundial<br />
na produção dessa commodity.<br />
Já nos dias 29 e 30 de outubro, a Envu Brasil esteve<br />
presente no Seminário de Ecofisiologia Florestal Estação<br />
experimental de Ciências Florestais da ESALQ/USP (Escola<br />
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade<br />
de São Paulo) em Itatinga. Este evento, realizado pelo<br />
IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), ESALQ<br />
e AEI-GFMO (Associação de Ex-Integrantes do Grupo<br />
Florestal Monte Olimpo), teve como objetivo explorar o<br />
conceito de Ecofisiologia e sua relação com as decisões<br />
estratégicas na produção de florestas plantadas e na restauração<br />
florestal. Contamos com a presença de professores<br />
e especialistas renomados em Ecofisiologia e Manejo<br />
Florestal, que ministraram palestras focadas em temas<br />
fundamentais. Os principais objetivos das palestras estão:<br />
apresentar o conceito de Ecofisiologia e sua aplicação<br />
prática no cotidiano dos silvicultores, discutir o desenvolvimento<br />
de biomassa e acúmulo de carbono nas áreas de<br />
restauração florestal, além de trazer perspectivas futuras<br />
para a produtividade florestal em um cenário de mudanças<br />
climáticas.<br />
Jessica Faria, especialista de desenvolvimento de<br />
soluções para manejo de matocompetição da Envu,<br />
apresentou junto com Joao Peloia e Natalia Bevilaqua,<br />
os objetivos dos ensaios que estão em andamento com<br />
Esplanade NA, herbicida pré-emergente para florestas<br />
nativas da Envu. Segundo Jéssica, a Envu participou com<br />
a equipe de desenvolvimento de soluções no evento de<br />
ecofisiologia florestal, onde foi destacada a importância<br />
do uso de herbicidas pré-emergentes não-agrícolas na<br />
restauração florestal. Para a especialista, essa tecnologia<br />
se mostrou fundamental para o sucesso da formação e estabelecimento<br />
de projetos de restauração, além de apresentar<br />
as soluções, compartilhamos os principais manejos<br />
do programa experimental voltado para o controle de<br />
invasoras, que foi desenvolvido em parceria com a ESALQ.<br />
O objetivo da rede experimental foi avaliar os custos,<br />
aproveitando a eficácia do Esplanade NA no controle da<br />
matocompetição por gramíneas invasoras. “A participação<br />
nesse evento não apenas consolidou nossa posição como<br />
uma empresa parceira com soluções inovadoras no controle<br />
da matocompetição, mas também nos posicionou<br />
como um agente ativo na promoção da sustentabilidade e<br />
na conservação dos ecossistemas”, valorizou Jéssica.<br />
68 www.referenciaflorestal.com.br
ARTIGO<br />
A TRAJETÓRIA DA<br />
MULHER<br />
FLORESTAL<br />
Por Patrícia Rodrigues Soares<br />
O<br />
dia 8 de março retrata um marco na trajetória<br />
das mulheres no mercado do trabalho.<br />
Assim, sugestivamente foi criada como<br />
data comemorativa o Dia Internacional da<br />
Mulher. Para tanto, a sua origem se deu<br />
no início do século 20, quando, em protestos, um grupo<br />
de mulheres reuniram-se e assim reivindicaram melhores<br />
condições de trabalho e igualdade de direitos. Na atualidade<br />
já é perceptível o quanto as mulheres vêm conquistando<br />
o seu espaço no âmbito profissional sem que se fale ainda<br />
sobre o feminismo. A exemplo, podemos citar a atuação<br />
da mulher no setor florestal, a qual abarca um grupo de<br />
mulheres que tem um vasto plantio de pensamentos em<br />
um solo fértil que é o coração feminino, dando assim expansão<br />
a consciência, e dando vazão a colheita de grandes<br />
resultados no setor florestal brasileiro.<br />
No ano de 1910, uma ativista e defensora dos direitos<br />
das mulheres, Clara Zetkin, propôs, durante uma Conferência<br />
Internacional das Mulheres Socialistas, a criação<br />
de uma jornada de manifestações femininas, bem como<br />
o estabelecimento da data como internacional. Assim, o<br />
primeiro dia oficial da mulher passou a ser celebrado em<br />
1911. Após alguns anos, em 1917, aconteceu um marco<br />
ainda maior nesta luta por direitos e deveres. Neste ano,<br />
90 mil operárias manifestavam contra as más condições<br />
de trabalho, fome e a guerra, o que deu voz a um grande<br />
manifesto que por meio da indignação, levou estas mulheres<br />
a se manifestarem no dia 23 de fevereiro pelo antigo<br />
calendário russo, o que corresponde ao dia 08 de março<br />
do calendário gregoriano.<br />
O primeiro acordo que visava a igualdade entre homens<br />
e mulheres foi assinado em 1945 pela ONU. Assim, com o<br />
passar dos anos, o movimento das mulheres ganhou mais<br />
força e em 1960 se consolidou, tendo se oficializado no ano<br />
de 1977. Assim, a ONU (Organização das Nações Unidas)<br />
posicionou-se e oficializou em 1975 a data comemorativa<br />
do Dia Internacional da Mulher ao marco no tempo em<br />
que um brado de mulheres, ganhando assim repercussão<br />
mundial. Desta forma, a origem desta data é muito mais<br />
que apenas sua oficialização.<br />
Até então, na área ambiental, o maior número de<br />
pessoas que se adentravam em cursos profissionalizantes<br />
era representado pelo gênero masculino, porque as mulheres<br />
eram tidas nascidas com o seu papel intrínseco de<br />
matriarcado. Além disso, os principais cargos e lideranças<br />
eram de poder dos mesmos. Contudo, este panorama vem<br />
mudando ao longo dos anos, apesar da conquista por tais<br />
cargos ainda serem uma difícil etapa para as mulheres.<br />
De maneira geral, algumas das empresas do setor<br />
florestal, não possuem mulheres em seus cargos estratégicos.<br />
Com o passar dos anos, mudanças começam a<br />
surgir. A exemplo, faz-se possível identificar a presença de<br />
equipamentos na cor rosa como uma forma de chamar a<br />
atenção para a inclusão das mulheres nas atividades de<br />
campo conectadas à cidade. As empresas estão contratando<br />
mulheres para cargos elevados do setor e, mais do que<br />
contratando, estão relatando os bons resultados obtidos.<br />
Essa labuta é tida como recente, e vai além de formar<br />
profissionais femininas, que além de um olhar técnico que<br />
adquiriram, também colocam em práticas seus nuances<br />
como insigths agregando valor emocional, tendo como porvir<br />
resultados incríveis. As mulheres têm buscado ocupar<br />
melhores cargos, com melhores salários e reconhecimento<br />
genuíno.<br />
Fotos: divulgação<br />
70 www.referenciaflorestal.com.br
Felizmente, vemos um cenário um pouco mais favorável<br />
às mulheres no setor florestal nos últimos anos, como<br />
regresso as propriedades rurais com outros olhares. A<br />
representatividade tem sido ostensiva, com a inserção de<br />
técnicas de equipamentos de trabalhos, operadoras de<br />
maquinários, agrônomas, biólogas, cientistas classificadores<br />
de madeiras, fauna e flora, empresárias e empreendedoras<br />
de implementos agrícolas, engenheiras florestais, madeiras<br />
e de multinacionais de fertilizantes, médicas veterinárias,<br />
zootecnistas, dentre outras. A seguir, alguns dados interessantes<br />
sobre a representatividade e atividades desenvolvidas<br />
pelas mulheres:<br />
Por meio de um levantamento sobre os mais diversos<br />
cursos de engenharia florestal mostram um aumento gradativo<br />
considerável ao número de mulheres formadas nos<br />
últimos anos. Nas universidades federais do Brasil, desde<br />
1960, quando se institucionalizou o primeiro curso de Engenharia<br />
Florestal, observa-se que o número de mulheres<br />
formadas tem crescido gradativamente.<br />
Dados do Confea (Conselho Federal de Engenharia e<br />
Agronomia) mostram que no Brasil há 15.739 engenheiros<br />
florestais com o registro ativo, sendo que 10.336 (65.67%)<br />
são do sexo masculino e 5.403 (34.33%) do sexo feminino.<br />
Qual seria então o motivo para termos mais mulheres do<br />
que homens se formando em engenharia florestal enquanto<br />
se observa que a grande maioria dos profissionais que<br />
atuam continua sendo os homens? Onde está a atuação da<br />
mulher no setor florestal?<br />
No primeiro momento, aos olhos, as possibilidades que<br />
já são reduzidas, e quando não há resiliência, se reduzem<br />
ainda mais. O cuidado com outros familiares, como os pais<br />
por exemplo, é outro fator responsável por tirar as mulheres<br />
do mercado de trabalho florestal. Assim, os homens<br />
continuam dominando este mercado promissor, que tem<br />
ganhado grande relevância mundial devido ao tema de<br />
grande repercussão.<br />
No âmbito do setor florestal, um estudo realizado pela<br />
RMF (Rede Mulher Florestal) traz informações sobre a<br />
presença e atuação das mulheres nas empresas florestais.<br />
O estudo, publicado no ano de 2021, aponta que dentre<br />
41 organizações, a mão-de-obra é composta em 81% por<br />
homens e 19% por mulheres. Além disso, destaca-se que,<br />
no universo da colheita e carregamento, a participação de<br />
mulheres é de 2,2%.<br />
Das mulheres que atuam nas empresas supracitadas, a<br />
maioria está alocada em atividades dos viveiros, em setores<br />
de celulose, e áreas ligadas ao meio ambiente, qualidade,<br />
certificação e social, administrativo, saúde e segurança do<br />
trabalho. Nos cargos executivos, as mulheres representam<br />
15.9% das ocupações. Além disso, poucas mulheres atuam<br />
nas áreas de silvicultura, proteção florestal, estradas e<br />
colheita, consideradas áreas tradicionalmente masculinas.<br />
Este estudo revela que organizações já começam a olhar<br />
para ações que promovam a equidade ente gêneros. Um<br />
dado interessante, repassado pelas organizações que participaram<br />
da pesquisa, foi que 63,2% das empresas afirmam<br />
O sonho, desejo, força e<br />
coragem tem impulsionado o<br />
sucesso de diversas mulheres.<br />
Contudo, a valorização, respeito,<br />
reconhecimento, direito e<br />
oportunidade de capacitação<br />
destas heroínas ainda são<br />
pontos que precisam ser<br />
debatidos e melhorados<br />
possuir política ou declaração de compromisso com a não<br />
discriminação e com a promoção de equidade de gênero.<br />
Além disso, cerca de 47,37% das empresas apresentam<br />
ações relacionadas ao protagonismo e empoderamento<br />
feminino.<br />
PERSPECTIVAS<br />
Atualmente, o setor apresenta um cenário de maior<br />
diversidade, em que as mulheres alcançaram espaços<br />
tradicionalmente ocupados por homens. A desigualdade<br />
entre as oportunidades para engenheiros e engenheiras<br />
florestais se materializa em um contexto bastante conservador,<br />
no qual as mulheres ainda são impactadas pelas<br />
preocupações acerca das perspectivas de carreira devido à<br />
falta de flexibilidade em suas jornadas de trabalho quando<br />
se deparam com responsabilidades como a maternidade,<br />
que dificultam a sua inserção e permanência no mercado.<br />
O sonho, desejo, força e coragem tem impulsionado<br />
o sucesso de diversas mulheres. Contudo, a valorização,<br />
respeito, reconhecimento, direito e oportunidade de capacitação<br />
destas heroínas ainda são pontos que precisam<br />
ser debatidos e melhorados. Muito mais que igualdade,<br />
os movimentos buscam abraçar a equidade. E o que isso<br />
quer dizer? O que se deseja é que sempre tenhamos mais<br />
atuação da mulher no setor florestal, ambiental, da saúde<br />
e muitos outros. Tendo em vista a desigualdade existente,<br />
mas também as oportunidades emergentes, não podemos<br />
ficar de braços cruzados. A mulher deve sempre agir para<br />
que a sua participação cresça no mercado e que seja reconhecida<br />
cada vez mais.<br />
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Novembro 2024<br />
71
PLANTIO<br />
Cultivando<br />
A SEMENTE<br />
Programa une empresas<br />
catarinenses para fomentar o<br />
plantio florestal na região do<br />
Alto Vale do Itajaí<br />
Fotos: divulgação<br />
S<br />
anta Catarina é um dos Estados com<br />
maior produção florestal do país, sendo<br />
uma referência do segmento de produtos<br />
de madeira devido ao alto volume de<br />
pinus plantado. Mas na região do Alto<br />
Vale do Itajaí, composto por 28 municípios e ocupando<br />
uma área de mais de 7,5 milhoes de km² (quilômetros<br />
quadrados), que tem também sua vocação<br />
para o florestal, as coisas não andaram tão bem e foi<br />
necessária uma mudança de direção para que a floresta<br />
voltasse ao lugar de destaque que sempre teve e<br />
ajudasse a movimentar a economia local.<br />
Ricardo Rossini, presidente do Sindimade/Floema,<br />
explica que um dos maiores problemas enfrentados<br />
na região foi a falta de comunicação entre produtores<br />
florestais e indústria, o que levou ao desentendimento<br />
de como seguir atuando na região. “Quando não<br />
se sabe o que fazer, qualquer coisa feita está certa,<br />
e esse pensamento criou um problema no Alto Vale,<br />
pois cada produtor pensava de um jeito. Isso levou<br />
muitos a sair do plantio de pinus, focando em rendimentos<br />
com prazos mais curtos ou mesmo a abandonar<br />
o segmento florestal”, relata Ricardo sobre a distribuição<br />
da produção local. Hoje a maior demanda,<br />
84% é de pinus, mas a produção é principalmente de<br />
eucaliptos, que representa 70% do total. “É como se<br />
em uma cidade tivéssemos 70% dos restaurantes sendo<br />
churrascarias e uma população em grande maioria<br />
de vegetarianos”, explica Ricardo.<br />
Por isso, em 2022 foi criado o programa Refloresta<br />
Alto Vale, liderado pela Sindimade/Floema, que busca<br />
corrigir a rota do plantio florestal na região e suprir a<br />
72 www.referenciaflorestal.com.br
cadeia produtiva do segundo maior polo processador<br />
de madeira de Santa Catarina. Através de união e associativismo,<br />
foi entendido que era necessário mudar<br />
a forma de agir para manter a indústria ativa. “Nosso<br />
principal objetivo com o programa é alinhar a produção<br />
florestal da região com o consumo da indústria,<br />
garantindo que a região possa ser sustentável”, destaca<br />
Ricardo. Hoje o consumo mensal na região é de<br />
165 mil toneladas mensais de madeira e as perspectivas<br />
das empresas da região são de superar 250 mil<br />
toneladas mensais ou 3 milhões de toneladas ao ano<br />
até o ano de 2032, mantendo o percentual de pinus<br />
acima dos 80% do total processado pela indústria.<br />
As ações do programa estão focadas na conscientização<br />
dos produtores sobre o que e como fazer para<br />
atingir essas metas. Estão sendo realizados seminários<br />
e eventos para que os produtores possam sanar<br />
dúvidas e encontrar especialistas do mais alto nível<br />
a fim de melhorar a produção. “Trabalhamos sobre<br />
o tripé da orientação tecnológica, mercadológica e<br />
comercial para direcionar as ações do programa”,<br />
expõe Ricardo.<br />
Já no segmento mercadológico, para poder entender<br />
o que é necessário para alinhar a cadeia produtiva<br />
e de plantio da região, são realizados eventos<br />
com grandes nomes do setor de base florestal que<br />
levam seu conhecimento até a região. “Em nosso último<br />
seminário tivemos Pedro Francio Filho e Marcelo<br />
Schmid, que são referências dentro do setor para<br />
falar em reflorestamento de alta produtividade e planejamento<br />
florestal, que são chaves para atingirmos<br />
nossa meta produtiva”, relata Ricardo.<br />
Nosso principal objetivo<br />
com o programa é alinhar a<br />
produção florestal da região<br />
com o consumo da indústria,<br />
garantindo que a região possa<br />
ser sustentável<br />
Ricardo Rossini, presidente<br />
do Sindimade/Floema<br />
Novembro 2024<br />
73
PESQUISA<br />
Cálculo<br />
FLORESTAL<br />
74 www.referenciaflorestal.com.br
Medir a área basal dos<br />
troncos ajuda a melhorar<br />
o manejo de sistemas<br />
silvipastoris<br />
Fotos: divulgação<br />
Novembro 2024<br />
75
PESQUISA<br />
U<br />
m estudo publicado na revista internacional<br />
Agroforestry Systems por pesquisadores da<br />
Embrapa destaca a área basal das árvores<br />
como um indicador estratégico para o manejo<br />
de componentes florestais em sistemas<br />
silvipastoris. A pesquisa ressalta a importância e os desafios<br />
dos sistemas integrados, fornecendo insights sobre como<br />
otimizar a densidade de árvores para maximizar a produção<br />
de madeira e pastagem, além de promover benefícios ambientais<br />
e bem-estar animal.<br />
A área basal, que mede a ocupação florestal por meio<br />
da quantificação da área da seção transversal dos troncos<br />
das árvores por hectare, é uma métrica central para equilibrar<br />
a produção agrícola e a sustentabilidade na combinação<br />
de árvores e pastagem. De acordo com o primeiro<br />
autor do artigo, o pesquisador José Ricardo Pezzopane, da<br />
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)<br />
Pecuária Sudeste, uma área basal bem gerenciada pode<br />
melhorar significativamente a produtividade da pastagem e<br />
das árvores, além de proporcionar benefícios ecológicos.<br />
Os resultados de diversos experimentos em longo prazo<br />
mostraram que existe uma relação entre a transmissão da<br />
luz pelas árvores e a produção do pasto, assim como uma<br />
relação entre a área basal das árvores e a transmissão de<br />
luz, indicando a área basal ideal para uma produção equilibrada<br />
no sistema silvipastoril.<br />
O valor da área basal para manter o equilíbrio de todos<br />
os componentes do sistema foi de 8 m2/ha (metros quadrados<br />
por hectare), permitindo a produção de pastagem<br />
em níveis semelhantes ao sistema a pleno sol. O crescimento<br />
das árvores também foi otimizado com essa área<br />
basal. Esse fato pode contribuir para a conservação do solo,<br />
aumento da biodiversidade e sequestro de carbono, essenciais<br />
para a mitigação das mudanças climáticas, tão presentes<br />
em todo o mundo, afetando todo tipo de vida na terra.<br />
Segundo José Ricardo, há ainda benefícios para o bem-<br />
-estar animal. “O gado em áreas com uma densidade de<br />
árvores equilibrada apresentou melhor ganho de peso e de<br />
indicadores de saúde devido à redução do estresse térmico<br />
e a um ambiente mais confortável”, explica o pesquisador.<br />
76 www.referenciaflorestal.com.br
Deve-se incluir subsídios<br />
para a implementação de<br />
monitoramento da área basal<br />
e outras práticas, além de<br />
programas de educação e<br />
capacitação para pecuaristas<br />
e gestores florestais<br />
José Ricardo Pezzopane,<br />
pesquisador da Embrapa<br />
O trabalho oferece diretrizes práticas para agricultores e<br />
gestores florestais, sugerindo o monitoramento contínuo<br />
da área basal e a adaptação das práticas de manejo às condições<br />
específicas de cada local. O pesquisador Valdemir<br />
Laura, da Embrapa Gado de Corte (Mato Grosso do Sul) um<br />
dos coautores do artigo, reforça que, mesmo alterando o<br />
número de árvores por hectare ou a espécie de eucalipto, o<br />
valor da área basal não muda, é uma referência segura. Os<br />
dados de longo prazo são essenciais para entender as dinâmicas<br />
desses sistemas e garantir a sustentabilidade.<br />
No artigo, os pesquisadores defendem que políticas públicas<br />
devem incentivar essas práticas de manejo que promovam<br />
o uso sustentável das propriedades rurais. “Deve-se<br />
incluir subsídios para a implementação de monitoramento<br />
da área basal e outras práticas, além de programas de educação<br />
e capacitação para pecuaristas e gestores florestais”,<br />
recomenda José Ricardo.<br />
SISTEMAS SILVIPASTORIS<br />
Integrar árvores e pastagem em um mesmo espaço oferece<br />
uma série de benefícios econômicos, ecológicos e sociais.<br />
Os produtores conseguem melhorar a produtividade<br />
agropecuária ao proporcionar sombra e abrigo para o gado,<br />
Novembro 2024<br />
77
PESQUISA<br />
além de conservarem o solo, a biodiversidade e a água. Outra<br />
vantagem é o sequestro de carbono, contribuindo para<br />
a mitigação das mudanças climáticas. O estudo ainda está<br />
alinhado às metas dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento<br />
Sustentável), da ONU (Organização das Nações Unidas),<br />
como a meta 13, de combate às mudanças no clima.<br />
DESAFIOS<br />
Um dos principais desafios que o agropecuarista vai enfrentar<br />
é manter o equilíbrio da densidade de árvores com<br />
a produtividade da pastagem. “Se a densidade de árvores<br />
for muito alta, pode haver competição excessiva por recursos<br />
como luz, água e nutrientes, reduzindo a produtividade<br />
da pastagem. Por outro lado, uma densidade muito baixa<br />
pode não fornecer benefícios suficientes para o solo e ao<br />
microclima”, detalha José Ricardo.<br />
Para solucionar esse desafio, a área basal é apresentada<br />
como um indicador essencial e uma ferramenta de manejo<br />
para o produtor maximizar a produção tanto de madeira<br />
quanto de pastagem, mantendo a conservação do solo, a<br />
biodiversidade e o sequestro de carbono.<br />
Isso resolve também a prática do desbaste, que é a retirada<br />
de árvores a fim de evitar a competição entre as árvores,<br />
geralmente realizada a partir do sexto ano de plantio.<br />
Entretanto, o uso de mão-de-obra especializada dificulta a<br />
sua adoção, assim como a finalidade final das árvores para<br />
compensar o investimento.<br />
METODOLOGIA<br />
Os experimentos foram conduzidos na Fazenda Canchim<br />
sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos<br />
(SP), área de Mata Atlântica, e na Embrapa Gado de Corte,<br />
em Campo Grande (MS), no Cerrado, com sistemas silvipastoris<br />
com árvores dos gêneros Eucalyptus e Corymbia, com<br />
diferentes práticas de manejo e condições ambientais. Isso<br />
permitiu uma análise abrangente e comparativa dos efeitos<br />
da área basal em diferentes contextos.<br />
Os experimentos englobam medições de produção de<br />
forragem e transmissão de radiação solar pelas árvores<br />
em sistemas silvipastoris com densidades de árvores que<br />
78 www.referenciaflorestal.com.br
variaram de 83 a 357 árvores por hectare. Diferentes espécies<br />
foram utilizadas para avaliar a aplicabilidade geral<br />
dos resultados, incluindo materiais clonais de eucalipto<br />
Urograndis e de Corymbia citriodora, comuns em sistemas<br />
silvipastoris.<br />
Os locais foram escolhidos com base na representatividade<br />
das principais regiões silvipastoris, variando em<br />
clima, tipo de solo e práticas agrícolas. A coleta de dados foi<br />
realizada periodicamente no decorrer dos experimentos,<br />
abrangendo sistemas silvipastoris com até nove anos de<br />
coleta de dados.<br />
RESULTADOS<br />
Há uma área basal ideal para a manutenção produtiva<br />
das pastagens no sistema silvipastoril, no qual a densidade<br />
de árvores maximiza a produção de madeira sem comprometer<br />
a produtividade da pastagem. Quando a área basal<br />
ultrapassa um certo limite, a competição por recursos<br />
como luz, água e nutrientes se intensificava, resultando em<br />
um crescimento reduzido das árvores e da pastagem.<br />
Nesse trabalho, considerando dados de pesquisas em<br />
conjunto dos experimentos de São Carlos e Campo Grande,<br />
o valor da área basal obtido para essa maximização da produção<br />
do sistema foi de 8 m2/ha. Esse valor está associado<br />
à transmissão de radiação solar pelas árvores na faixa de<br />
70%, o que permite produção de pastagem em níveis semelhantes<br />
ao sistema a pleno sol.<br />
O crescimento das árvores, medindo-se altura, diâmetro<br />
do tronco e volume de madeira, foi positivamente<br />
correlacionado com uma área basal otimizada. A produtividade<br />
da pastagem foi significativamente influenciada pela<br />
densidade de árvores. Nos experimentos que contêm maior<br />
quantidade de árvores por hectare e consequentemente<br />
maior valor de área basal mostraram efeito negativo na<br />
produção de pastagem. Isso ocorreu nas cidades pesquisadas<br />
com densidade maiores que 333 árvores por hectare e<br />
antes de se fazer o desbaste. Por outro lado, quando realizado<br />
o desbaste, com diminuição da densidade de árvores<br />
e uma basal intermediária, ocorreu a maior produção de<br />
biomassa da pastagem. A qualidade da forragem, medida<br />
pelo conteúdo de nutrientes e digestibilidade, também<br />
foi afetada pela área basal. Pastagens em áreas com uma<br />
densidade de árvores bem equilibrada mostraram melhor<br />
qualidade nutricional.<br />
TOP OF MIND EM<br />
PLANEJAMENTO<br />
FLORESTAL<br />
remsoft.com/woodstock-optimization-studio<br />
Novembro 2024<br />
79
ARTIGO<br />
ALGORITMO QUÂNTICO<br />
VARIACIONAL APLICADO EM UM<br />
MODELO SIMPLIFICADO PARA<br />
OTIMIZAÇÃO DE CUSTOS EM<br />
PLANEJAMENTO FLORESTAL<br />
80 www.referenciaflorestal.com.br
RODRIGO BLOOT<br />
UNILA (UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA)<br />
RAPHAEL FORTES INFANTE GOMES<br />
UNILA<br />
ARNALDO SATORU GUNZI<br />
KLABIN<br />
Novembro 2024<br />
81
ARTIGO<br />
RESUMO<br />
Aexpectativa atrelada à superioridade no desempenho<br />
e na segurança dos computadores<br />
quânticos em relação às suas contrapartes<br />
clássicas vem fomentando cada vez mais<br />
o interesse de pesquisadores e do público<br />
geral neste tema. Embora a possibilidade de surgirem<br />
computadores quânticos que operam em larga escala nos<br />
próximos anos seja remota, o desenvolvimento recente<br />
dos dispositivos conhecidos como NISQ (Noisy Intermediate-scale<br />
Quantum) fomentou o interesse em investigar<br />
algoritmos que podem apresentar algum tipo de vantagem<br />
quântica nestas máquinas. Com base neste propósito,<br />
apresentamos neste trabalho um estudo do uso do<br />
VQE (Variational Quantum Eigensolver) para resolver um<br />
modelo sintético relacionado com a otimização de custos<br />
no plantio florestal. Os resultados obtidos através dos<br />
otimizadores selecionados e da plataforma QISKIT (IBM)<br />
comprovam a viabilidade teórica do uso destas ferramentas<br />
no âmbito da demonstração de provas de conceito,<br />
desde que a escolha da forma variacional do ansatz seja<br />
compatível com o problema abordado.<br />
82 www.referenciaflorestal.com.br
INTRODUÇÃO<br />
Nos últimos anos, a pesquisa e o desenvolvimento<br />
dos protótipos de computadores quânticos de escala intermediária<br />
- cuja tradução vem de Noisy Intermediate-scale<br />
Quantum (NISQ: Preskill, J.,2018) - acelerou a produção<br />
de dispositivos capazes de manipular bits quânticos<br />
em processos computacionais (Feynman, 2012; Roukes,<br />
2008). Com o avanço da tecnologia e devido ao acúmulo<br />
crescente de erros nas respectivas operações, surge a<br />
necessidade de ampliar o estudo e a adaptação de algoritmos<br />
que sejam compatíveis com estes dispositivos.<br />
Neste contexto, alguns algoritmos quânticos que possuem<br />
vantagens teóricas em comparação às respectivas<br />
contrapartes clássicas já foram reproduzidos com sucesso,<br />
como os modelos apresentados por David Deutsch<br />
em 1985 e 1992 (sendo o último em colaboração com<br />
Richard Jozsa).<br />
Com base nesta premissa, existe a expectativa de que<br />
determinados algoritmos quânticos possam ser utilizados<br />
como uma alternativa para solucionar problemas no con-<br />
Com base nesta premissa, existe a<br />
expectativa de que determinados<br />
algoritmos quânticos possam ser<br />
utilizados como uma alternativa<br />
para solucionar problemas no<br />
contexto específico dos modelos<br />
de plantio florestal, desde que os<br />
primeiros apresentem um tempo de<br />
execução viável e permitam gerar<br />
resultados mais robustos<br />
Disco de corte para Feller<br />
Usinagem<br />
• Disco de Corte para Feller<br />
conforme modelo ou amostra,<br />
fabricado em aço de alta<br />
qualidade;<br />
• Discos com encaixe para<br />
utilização de até 20<br />
ferramentas, conforme<br />
diâmetro externo do disco;<br />
Caldeiraria<br />
• Diâmetro externo e encaixe<br />
central de acordo com<br />
padrão do cabeçote;<br />
•Discos especiais;<br />
Detalhe de encaixe para<br />
ferramentas de 4 lados<br />
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ARTIGO<br />
texto específico dos modelos de plantio florestal, desde<br />
que os primeiros apresentem um tempo de execução<br />
viável e permitam gerar resultados mais robustos. No entanto,<br />
a viabilidade de produzir computadores quânticos<br />
com uma capacidade funcional significativa ainda está<br />
longe de ser concretizada.<br />
Todavia, por mais que o campo de atuação destes<br />
protótipos esteja limitado, o panorama atual gera<br />
oportunidades promissoras para testar estes algoritmos<br />
através de simuladores em cenários nos quais o interesse<br />
consiste em validar os conceitos associados aos<br />
respectivos modelos. Neste sentido, é importante analisar<br />
problemas atrelados a propostas interessantes que<br />
já possuam resultados bem estabelecidos, para que o<br />
desempenho das técnicas de computação quântica apresentadas<br />
ao longo dos últimos anos possa ser comparada<br />
diretamente com o desempenho obtido através das ferramentas<br />
computacionais contemporâneas.<br />
Munidos deste propósito,<br />
analisaremos o desempenho<br />
de um algoritmo quântico<br />
variacional aplicado a um<br />
problema de modelagem de<br />
custos no plantio florestal<br />
84 www.referenciaflorestal.com.br
Munidos deste propósito, analisaremos o desempenho<br />
de um algoritmo quântico variacional aplicado a um<br />
problema de modelagem de custos no plantio florestal.<br />
Para esta finalidade, abordaremos um problema sintético<br />
simplificado (que pode ser escalado posteriormente)<br />
para compreender e comparar os resultados obtidos<br />
na plataforma QISKIT (Javadi-Abhari et. al.,2004) com<br />
soluções clássicas bem definidas. Neste caso, o modelo<br />
será construído com base em hipóteses simplificadas do<br />
problema real, onde a respectiva solução é previamente<br />
determinada.<br />
Desse modo, a estratégia para solucioná-lo consistirá<br />
em aplicar um processo de otimização linear com variáveis<br />
de decisão binárias. O objetivo principal desta abordagem<br />
reside em compreender a estrutura do algoritmo<br />
ao longo do procedimento, visando futuramente escalar<br />
o número de variáveis e aplicar as ferramentas variacionais<br />
em dispositivos reais. Por este motivo, exploraremos<br />
o modelo através de simuladores quânticos, com a finalidade<br />
de prover uma compreensão detalhada de todos os<br />
aspectos que envolvem a análise do problema escolhido.<br />
O trabalho foi estruturado de acordo com as seguintes<br />
etapas: introduziremos o problema de modo a obter<br />
um modelo sintético controlado, cujos detalhes serão<br />
discutidos na seção seguinte. Na sequência, descrevemos<br />
brevemente o algoritmo variacional selecionado para resolver<br />
o problema-alvo. Em seguida, mostraremos como<br />
relacionar o problema linear com sua contraparte física,<br />
onde a última é expressa por um Hamiltoniano do tipo<br />
Ising (Lucas, A., 2014). Os testes desta prova de conceito<br />
foram realizados no simulador QASM com o objetivo de<br />
analisar e validar a convergência para o resultado exato.<br />
Por fim, estabeleceremos uma comparação entre os<br />
métodos, finalizando o trabalho com as discussões e as<br />
subsequentes conclusões.<br />
Essa é uma versão parcial deste artigo,<br />
o material completo pode ser acessado<br />
em: https://revistas.utfpr.edu.br/rbfta/<br />
article/view/18647/10380
AGENDA<br />
AGENDA 2025<br />
JANEIRO<br />
2025<br />
Imagem: reprodução<br />
Programa de Preparação de Gestores<br />
Florestais<br />
Data: 15/01 a 19/02<br />
Local: Piracicaba (SP)<br />
Informações:<br />
https://www.ipef.br/ppgf/<br />
MARÇO<br />
2025<br />
JUN<br />
2025<br />
FOREXPO<br />
A cada 4 anos, no coração do maior polo florestal<br />
produtivo, em um terreno de 70 ha (hectares), 400<br />
expositores internacionais e mais de 500 marcas<br />
apresentam as mais recentes inovações, da silvicultura<br />
à exploração madeireira. Pela primeira vez, a edição<br />
de 2025 será aberta aos produtos provenientes do<br />
processamento primário de madeira. A mostra, através<br />
de exposições, demonstrações, workshops mas também<br />
conferências, debates e visitas a estaleiros de construção<br />
e instalações industriais, irá oferecer uma visão geral<br />
da oferta no setor florestal madeireiro, da semente à<br />
transformação da madeira.<br />
Florestas Tchê<br />
Data: 20 e 21<br />
Local: Piracicaba (SP)<br />
Informações<br />
https://www.florestastche.com.br/<br />
Imagem: reprodução<br />
Congresso de Plantações Florestais<br />
Data: 12 a 16<br />
Local: Porto Alegre (RS)<br />
Informações: https://www.ipef.br/noticias/<br />
congresso_plantacoes_florestais_2025_<br />
save_the_date.aspx<br />
86 www.referenciaflorestal.com.br<br />
MAIO<br />
2025<br />
AGO<br />
2025<br />
SHOW FLORESTAL<br />
Realizada pela primeira vez em maio de 2022 no Parque<br />
de Exposição Arena Mix, em Três Lagoas (MS), a Feira<br />
da Indústria do Eucalipto, reuniu 130 expositores e<br />
7.188 visitantes. O volume de negócios fechados e<br />
prospectados durante a primeira edição do Show<br />
Florestal, segundo os organizadores, foi de R$ 175<br />
milhões. A feira teve a participação de profissionais de<br />
todos os Estados da federação e de países como Paraguai,<br />
Angola, Finlândia, Japão, Índia, Uruguai, Argentina e<br />
Alemanha. A expectativa para esta segunda edição é uma<br />
feira ainda maior. O Show Florestal Mato Grosso do Sul irá<br />
reunir profissionais, grandes marcas, produtos, serviços e<br />
soluções para a cadeia produtiva do eucalipto.
AGENDA 2025<br />
MAIO<br />
2025<br />
Ligna Plus Hannover<br />
Local: Hannover (Alemanha)<br />
Data: 26 a 30<br />
Informações:<br />
https://www.ligna.de/en/<br />
JUNHO<br />
2025<br />
ASSINE AS PRINCIPAIS<br />
REVISTAS DO SETOR<br />
E FIQUE POR DENTRO<br />
DAS NOVIDADES!<br />
Forexpo<br />
Data: 18 a 20<br />
Local: Mimizan (França)<br />
Informações:<br />
https://www.forexpo.fr/<br />
INFORMAÇÃO<br />
A ALMA DO NEGÓCIO!<br />
FLORESTAL<br />
INDUSTRIAL<br />
PRODUTOS<br />
BIOMAIS<br />
AGOSTO<br />
2025<br />
CELULOSE<br />
Show Florestal 2025<br />
Data: 19 a 21<br />
Local: Três Lagoas (MS)<br />
Informações:<br />
https://www.showflorestal.com.br/<br />
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Novembro 2024<br />
87
ESPAÇO ABERTO<br />
Foto: divulgação<br />
O amanhã<br />
CHEGOU<br />
Por Leandro Luiz Branco, formado em<br />
Sistemas de informação pela FURB<br />
(Universidade Regional de Blumenau), tem<br />
MBA e Mestrado em Administração de<br />
empresas e é executivo sênior da AILOS<br />
Principais tendências<br />
estratégicas para 2025:<br />
o que as organizações<br />
precisam saber<br />
O<br />
estudo Top Forces That Will Impact Your Strategic Planning<br />
in 2025 da Gartner foi elaborado a partir de uma<br />
pesquisa com líderes de negócios globais, combinando<br />
dados primários, secundários, tendências emergentes<br />
em tecnologia, economia, política e sociedade. Apresento<br />
aqui as principais tendências que vão impactar seu negócio em 2025.<br />
• Tecnologia e Humanos Digitais: a tecnologia está transformando<br />
a maneira como fazemos negócios, e a ascensão dos humanos digitais<br />
promete revolucionar interações com clientes e processos internos.<br />
Esses humanos digitais — que podem ser avatares, gêmeos digitais ou<br />
assistentes virtuais — não só aumentam a eficiência, mas também garantem<br />
uma experiência mais personalizada para os clientes.<br />
• Declínio do Dinamismo Demográfico: o envelhecimento da população<br />
global e a queda nas taxas de natalidade estão criando uma nova<br />
realidade. Com menos pessoas em idade ativa, haverá uma pressão<br />
crescente sobre os sistemas de saúde e a força de trabalho. As organizações<br />
precisam começar a planejar o impacto dessa mudança demográfica<br />
em suas operações.<br />
• Prédios Positivos em Recursos: o conceito de prédios positivos<br />
em recursos - edifícios que geram mais energia e recursos do que consomem<br />
- está ganhando força. Essa tendência não apenas impulsiona a<br />
sustentabilidade, mas também cria novas fontes de receita para empresas<br />
que buscam se alinhar com a agenda verde.<br />
• Fadiga de DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão): muitas organizações<br />
estão enfrentando desafios com suas iniciativas de DE&I<br />
(Diversidade, Equidade e Inclusão). Após alguns anos de foco intenso, os<br />
resultados nem sempre são claros, o que tem levado à fadiga de DE&I.<br />
Mesmo assim, a pressão por inclusão e justiça social continua, especialmente<br />
entre as gerações mais jovens.<br />
• Inquietação Geopolítica: o cenário geopolítico global está cada<br />
vez mais instável. Tensões internacionais, guerras comerciais e políticas<br />
protecionistas estão aumentando os custos das transações globais e<br />
criando barreiras para o comércio internacional. As organizações que<br />
operam em vários países precisam adaptar suas estratégias rapidamente.<br />
• Democratização da Informação: o aumento do acesso digital está<br />
transformando a produção e o consumo de informações. Embora isso<br />
crie oportunidades para as empresas se conectarem com novos mercados,<br />
também traz desafios relacionados à desinformação e ao controle<br />
de dados. Com o crescente uso de IA e ferramentas digitais, a confiança<br />
e a segurança nas informações serão fatores críticos para o sucesso.<br />
• TrustOps (Operações de Confiança): com a proliferação de deepfakes,<br />
IA generativa e desinformação, as empresas precisam adotar<br />
operações de confiança (TrustOps) para garantir a integridade de suas<br />
marcas e operações. Isso inclui o uso de ferramentas que autenticam o<br />
conteúdo digital e a implementação de estratégias para mitigar riscos<br />
reputacionais.<br />
Conclusão: as organizações que estiverem preparadas para enfrentar<br />
essas forças estarão mais bem posicionadas para prosperar em um<br />
mundo dinâmico e incerto. O momento de agir é agora: investir em<br />
tecnologia, ajustar estratégias demográficas, inovar em sustentabilidade<br />
e adotar práticas que fortaleçam a confiança digital são fundamentais<br />
para o sucesso futuro.<br />
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