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DESTAQUE<br />

Prêmio REFERÊNCIA: conheça os vencedores da maior festa do segmento de base florestal<br />

<br />

PRONTA PARA O FUTURO<br />

INDÚSTRIA AMPLIA OPERAÇÃO COM NOVA<br />

LINHA DE PRODUÇÃO DE FORMICIDAS<br />

READY FOR THE FUTURE<br />

INDUSTRY EXPANDS OPERATIONS WITH<br />

NEW FORMICIDE PRODUCTION LINE


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SUMÁRIO<br />

NOVEMBRO 2024<br />

38<br />

MAIS FORTE<br />

NO COMBATE<br />

10 Editorial<br />

12 Cartas<br />

14 Bastidores<br />

16 Notas<br />

22 Coluna CIPEM<br />

24 Frases<br />

26 Entrevista<br />

36 Coluna<br />

38 Principal<br />

44 Crescimento<br />

50 Informação<br />

56 Prêmio REFERÊNCIA<br />

60 Solo<br />

64 Compostagem<br />

68 Minuto Floresta<br />

70 Artigo<br />

72 Plantio<br />

74 Pesquisa<br />

80 Artigo<br />

86 Agenda<br />

88 Espaço Aberto<br />

60<br />

74<br />

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO<br />

13 BKT<br />

11 Bruno<br />

21 Carrocerias Bachiega<br />

83 D’Antonio Equipamentos<br />

37 Denis Cimaf<br />

02 Dinagro<br />

25 DRV Ferramentas<br />

53 Engeforest<br />

92 Envimat<br />

19 Envimat/CBI<br />

67 Envimat/Compostagem<br />

09 Envu<br />

55 Equilíbrio Florestal<br />

85 Felipe Diesel<br />

06 Fex<br />

04 Himev<br />

33 J de Souza<br />

31 Lion Equipamentos<br />

23 LS Tractor<br />

69 Mill Indústrias<br />

59 Potenza<br />

89 Prêmio REFERÊNCIA<br />

79 Remsoft<br />

35 Rocha Facas<br />

15 Rotary-Ax<br />

47 Rotor Equipamentos<br />

91 Sparta Brasil<br />

27 Tecmater<br />

63 Vale do Tibagi<br />

29 Vantec<br />

49 WDS Pneumática<br />

08 www.referenciaflorestal.com.br


O Herbicida seletivo da Envu para impedir as daninhas<br />

desde o início e em todas as épocas do ano<br />

Aplicação<br />

Pré e Pós-Plantio<br />

Das culturas do<br />

eucalipto e pinus<br />

Seletividade<br />

Não afeta o<br />

desenvolvimento<br />

das culturas do<br />

eucalipto e pinus<br />

Flexibilidade<br />

Permite aplicação<br />

em épocas úmidas<br />

e secas<br />

Efeito Recarga<br />

Promove atividade<br />

residual no controle<br />

de plantas daninhas,<br />

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EDITORIAL<br />

Trabalhando por mais<br />

O ano de 2024 marca os 25 anos de existência da Revista REFERÊNCIA.<br />

Nesse quarto de século trabalhamos para fortalecer e defender a indústria<br />

de base florestal e todas as suas áreas de atuação. Do plantio ao processamento<br />

da madeira, lutamos e nos esforçamos para fazer do setor um exemplo<br />

de trabalho e esforço para melhorar o país e proteger o meio ambiente.<br />

Acreditamos e valorizamos o trabalho árduo de todos que estão no campo,<br />

nas estradas e indústrias transformando a madeira em bens de consumo.<br />

Nosso trabalho é representar e mostrar para toda a sociedade e demais órgãos,<br />

que há um setor que cresce, fomenta economia e preserva as riquezas<br />

naturais do nosso país. Nessa edição, o Leitor irá conhecer um pouco mais<br />

sobre a nova linha de produção da Dinagro, especialista em iscas formicidas<br />

resistentes à água, os vencedores do Prêmio REFERÊNCIA Melhores do Ano,<br />

a melhoria das técnicas no agrossilvipastoril, os destaques do relatório IBÁ<br />

2024, a inovação na avaliação de plantas através de ressonância magnética<br />

e uma entrevista exclusiva com Sabrina Marques Wolf, presidente da AGEF<br />

(Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais), relatando a importância da<br />

profissão e os desafios para os novos profissionais.<br />

WORKING FOR MORE<br />

In 2024, REFERENCIA celebrates its 25th anniversary. Over the past quarter<br />

century, we have worked to reinforce and promote the Forest-based Sector<br />

and its various segments. From planting to wood processing, we are committed<br />

to making the Sector an exemplar of rigorous work and effort to enhance<br />

the Country and safeguard the environment. We recognize and appreciate the<br />

dedication and hard work of all those involved in the production, transportation,<br />

and processing of wood into consumer goods. It is our responsibility to<br />

represent and demonstrate to society and other entities that there is a sector<br />

that is experiencing growth, contributing to economic expansion, and safeguarding<br />

our Country’s natural resources. This issue will provide readers with<br />

further insight into the new production line from Dinagro, a leading provider<br />

of water-resistant formicide baits. It will also showcase the winners of the<br />

REFERENCIA Best of the Year Award, the latest developments in agroforestry<br />

techniques, key findings from the IBÁ 2024 report, innovative approaches to<br />

plant assessment using magnetic resonance imaging, and an exclusive interview<br />

with Sabrina Marques Wolf, President of the State of Rio Grande do Sul<br />

Association of Forest Engineers (Agef), who will discuss the significance of the<br />

profession and the challenges facing new professionals.<br />

2<br />

Entrevista<br />

com Sabrina<br />

Marques Wolf,<br />

presidente da<br />

AGEF (Associação<br />

Gaúcha de<br />

Engenheiros<br />

Florestais)<br />

1<br />

Na capa dessa edição a<br />

Dinagro, que investiu para<br />

atender ainda melhor<br />

a demanda de iscas<br />

formicidas<br />

As oportunidades de transformar e<br />

utilizar os resíduos da Silvicultura<br />

A Revista da Indústria Florestal / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

Ano XXVI • Nº268 • Novembro 2024<br />

DESTAQUE<br />

<br />

Prêmio REFERÊNCIA: conheça os vencedores da maior festa do segmento de base florestal<br />

PRONTA PARA O FUTURO<br />

INDÚSTRIA AMPLIA OPERAÇÃO COM NOVA<br />

LINHA DE PRODUÇÃO DE FORMICIDAS<br />

READY FOR THE FUTURE<br />

INDUSTRY EXPANDS OPERATIONS WITH<br />

NEW FORMICIDE PRODUCTION LINE<br />

3<br />

EXPEDIENTE<br />

ANO XXVI - EDIÇÃO 268 - NOVEMBRO 2024<br />

Diretor Comercial / Commercial Director<br />

Fábio Alexandre Machado<br />

fabiomachado@revistareferencia.com.br<br />

Diretor Executivo / Executive Director<br />

Pedro Bartoski Jr<br />

bartoski@revistareferencia.com.br<br />

Redação / Writing<br />

Vinicius Santos<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Colunista<br />

Cipem<br />

Gabriel Dalla Costa Berger<br />

Depto. de Criação / Graphic Design<br />

Fabiana Tokarski - Supervisão<br />

Ana Paula Vogler<br />

criacao@revistareferencia.com.br<br />

Tradução / Translation<br />

John Wood Moore<br />

Depto. Comercial / Sales Departament<br />

Gerson Penkal<br />

Kauê Angeli<br />

comercial@revistareferencia.com.br<br />

fone: +55 (41) 3333-1023<br />

Depto. de Assinaturas / Subscription<br />

assinatura@revistareferencia.com.br<br />

José Carlos Ferreira<br />

(41) 99203-2091<br />

ASSINATURAS<br />

0800 600 2038<br />

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GARANTIDA GARANTEED<br />

Veículo filiado a:<br />

A Revista REFERÊNCIA - é uma publicação mensal e independente,<br />

dirigida aos produtores e consumidores de bens e serviços em madeira,<br />

instituições de pesquisa, estudantes universitários, orgãos governamentais,<br />

ONG’s, entidades de classe e demais públicos, direta e/ou indiretamente<br />

ligados ao segmento de base florestal. A Revista REFERÊNCIA do Setor<br />

Industrial Madeireiro não se responsabiliza por conceitos emitidos em<br />

matérias, artigos ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais<br />

de responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,<br />

armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos<br />

textos, fotos e outras criações intelectuais da Revista REFERÊNCIA são<br />

terminantemente proibidos sem autorização escrita dos titulares dos<br />

direitos autorais, exceto para fins didáticos.<br />

Revista REFERÊNCIA is a monthly and independent publication<br />

directed at the producers and consumers of the good and services of the<br />

lumberz industry, research institutions, university students, governmental<br />

agencies, NGO’s, class and other entities directly and/or indirectly linked<br />

to the forest based segment. Revista REFERÊNCIA does not hold itself<br />

responsible for the concepts contained in the material, articles or columns<br />

signed by others. These are the exclusive responsibility of the authors,<br />

themselves. The use, reproduction, appropriation and databank storage<br />

under any form or means of the texts, photographs and other intellectual<br />

property in each publication of Revista REFERÊNCIA is expressly prohibited<br />

without the written authorization of the holders of the authorial rights.<br />

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Titan se deve à capacidade da Bruno de entender as demandas do mercado e transformá-las<br />

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CARTAS<br />

Capa da Edição 267 da<br />

Revista REFERÊNCIA FLORESTAL,<br />

mês de outubro de 2024<br />

A Revista da Indústria Florestal / The Magazine for the Forest Product<br />

www.referenciaflorestal.com.br<br />

ENTREVISTA<br />

Celulose: Associação trabalha pelo fortalecimento da produção no extremo sul da Bahia<br />

PLANTIO<br />

DE SUCESSO<br />

PRODUTIVIDADE, VARIEDADE<br />

E CRESCIMENTO MARCAM 20<br />

ANOS DE VIVEIRO FLORESTAL<br />

SUCCESSFUL<br />

PLANTING<br />

PRODUCTIVITY, VARIETY, AND<br />

GROWTH MARK TWO DECADES<br />

FOR A FOREST NURSERY<br />

Ano XXVI • Nº267 • Outubro 2024<br />

<br />

PRINCIPAL<br />

Por Claudio Oliveira, Lages (SC)<br />

Santa Catarina não é um Estado florestal à toa. Mais uma grande empresa<br />

enraizada por lá e levando seu grande trabalho para todo o Brasil.<br />

ENTREVISTA<br />

Foto: Emanuel Caldeira<br />

Por Gilberto Souza, Três Lagoas (MS)<br />

Uma região tão importante para a silvicultura deve ser cada vez mais<br />

valorizada por todos aqueles que ali estão. Muito sucesso à ASPEX em<br />

sua luta pelo desenvolvimento da atividade.<br />

LIGNUM<br />

Por Thiago Henrique Lopes Bauru (SP)<br />

Eventos como esse mostram que o segmento florestal é em sua essência feito<br />

por pessoas e esse contato entre elas que move realmente o mercado.<br />

Foto: Malinovski<br />

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12 www.referenciaflorestal.com.br<br />

Revista Referência Florestal<br />

@referenciaflorestal<br />

@revistareferencia9702<br />

E-mails, críticas e sugestões podem ser<br />

enviados também para redação<br />

jornalismo@revistareferencia.com.br<br />

Mande sua opinião sobre a Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

ou a respeito de reportagem produzida pelo veículo.


BASTIDORES<br />

Revista<br />

Foto: REFERÊNCIA<br />

Foto: Emanoel Caldeira<br />

ABTCP<br />

Durante a feira ABTCP em São Paulo (SP), o diretor<br />

comercial da REFERÊNCIA FLORESTAL, Fábio<br />

Machado, teve a oportunidade de conversar com<br />

o vice-presidente do Grupo Cenibra, Júlio César<br />

Tôrres Ribeiro, sobre o crescimento do mercado<br />

florestal da empresa.<br />

BIOMAIS<br />

A equipe da Revista REFERÊNCIA, através da<br />

jornalista Gisele Rossi, esteve visitando a empresa<br />

Comber Indústria em Rio Verde (GO), do sócio e CEO,<br />

Mauro Sérgio Souza, para a produção da capa que foi<br />

publicada na Revista BIOMAIS.<br />

ECONOMIA FORTE<br />

ALTA<br />

O FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou, de<br />

2,1% para 3%, a projeção de crescimento da economia<br />

brasileira neste ano. Apesar da melhoria nas<br />

expectativas para este ano, o fundo estima desaceleração<br />

para 2025, com o crescimento caindo de 2,4%<br />

para 2,2%. O FMI atualizou as previsões de crescimento<br />

para todos os países durante a reunião anual do<br />

órgão, que ocorre em Washington (EUA) nesta semana.<br />

Segundo o fundo, a economia brasileira crescerá<br />

mais que o previsto por causa de resultados melhores<br />

que o esperado no primeiro semestre, o mercado de<br />

trabalho forte, a inflação sob controle e o aumento<br />

da renda. O FMI também citou impacto menor que o<br />

esperado das enchentes no Rio Grande do Sul sobre o<br />

PIB (produto interno bruto).<br />

NOVEMBRO 2024<br />

DINHEIRO MAIS CARO<br />

A previsão do mercado financeiro para o IPCA<br />

(Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo),<br />

considerando a inflação oficial do país, passou de<br />

4,39% para 4,5% este ano. Para 2025, a projeção<br />

da inflação também subiu de 3,96% para 3,99%.<br />

Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,6% e 3,5%,<br />

respectivamente. A estimativa para 2024 está no<br />

teto da meta de inflação que deve ser perseguida<br />

pelo BC. Definida pelo CMN (Conselho Monetário<br />

Nacional), a meta é de 3% para este ano, com<br />

intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual<br />

para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é<br />

1,5% e o superior 4,5%.<br />

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NOTAS<br />

Podcast REFERÊNCIA<br />

Durante o mês de outubro o estúdio do Podcast REFERÊNCIA teve a honra de receber convidados muito importantes para o<br />

desenvolvimento do segmento de base madeireira florestal. Os entrevistados desses episódios foram Martin Kemmsies, americano<br />

radicado em Curitiba (PR), que é engenheiro florestal e consultor da indústria da madeira; e Ricardo Rossini, presidente do Sindusmade/Floema,<br />

que lidera o programa Refloresta Alto Vale, o mesmo tem reconectado produtores e indústrias processadoras do<br />

Estado de Santa Catarina. Os episódios tiveram o apoio da DRV Ferramentas e Águia Máquinas, empresas paranaenses que atuam<br />

oferecendo soluções para o segmento de base florestal.<br />

Martin está no Brasil há mais de duas décadas e desde sua chegada se estabeleceu como uma referência no processamento<br />

de madeira e no período mais recente, construção com madeira. Martin explicou que um dos maiores diferenciais sobre a madeira<br />

estruturada para a construção é que 1 m3 (metro cúbico)<br />

de madeira é diferente de 1 m3 de madeira engenheirada. “É<br />

necessária uma série de testes, para qual carga a madeira está<br />

apta e como aplicar essa madeira dentro da construção”, apontou<br />

Martin (foto ao lado).<br />

Trazendo uma visão de mercado sobre o Brasil em relação<br />

a construção com madeira Martin foi cauteloso e apontou que<br />

ainda há uma série de paradigmas a serem quebrados nesse<br />

ramo, pois há uma cultura de construção já estabelecida em relação<br />

a madeira. “Há ainda uma visão de que a madeira queima<br />

fácil, que terá cupim, que não é resistente, que carrega consigo<br />

uma série de problemas que já tem soluções, mas que não são<br />

do conhecimento do grande público e, por isso, tem um preconceito<br />

que precisa ser derrubado”, alerta Martin.<br />

Ricardo Rossini atua na indústria da madeira há muito tempo,<br />

pois cresceu em meio ao negócio da família. A herança vem<br />

desde a época que sua família ainda estava na Itália. “Tem muito<br />

mais serragem do que sangue nas veias da família”, brincou<br />

Ricardo. O empresário formado em administração de empresas<br />

e especialista em comércio exterior levou sua expertise para o<br />

Sindimade/Floema na busca por melhorar a produção da região<br />

alinhando o direcionamento entre produção madeireira e processamento,<br />

que tomou forma com o Refloresta Alto Vale. “Havia<br />

uma quebra na comunicação entre produtores e indústria<br />

em nossa região e por isso precisamos buscar o alinhamento<br />

entre as partes para fomentar a economia da região”, explicou<br />

Ricardo.<br />

Ricardo relatou que no momento há uma realidade de grande<br />

complicação entre processos e demandas do setor de base<br />

florestal. Ele citou como exemplo a dificuldade de exportação<br />

trazida pelo pouco espaço nos portos nacionais para escoamento<br />

da produção. “Temos como saída para os produtos feitos<br />

de madeira em nossa região o porto de Itajaí, mas temos que<br />

encontrar janelas de espaço para fazer isso, pois não é sempre<br />

que há opções fáceis”, complementou Ricardo (foto ao lado).<br />

Os episódios completos o Leitor pode conferir<br />

no canal do youtube da Revista REFERÊNCIA:<br />

Fotos: REFERÊNCIA<br />

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Acordo firmado<br />

Foto: divulgação<br />

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudanças<br />

Climáticas), por meio do SFB (Serviço Florestal Brasileiro), firmaram contrato para estruturar e modelar novos projetos de<br />

concessões florestais. Além de contemplar áreas voltadas à prática de atividades de manejo florestal sustentável, essa parceria<br />

visa dar escala às concessões baseadas em créditos de carbono a partir da restauração de áreas degradadas na Amazônia.<br />

O contrato abrange 11 unidades de conservação, que possuem área total de 6 milhões de ha (hectares). Com isso, o Bndes<br />

e SFB pretendem modelar novos projetos para a conservação da floresta e a restauração de áreas degradadas, contribuindo<br />

para o combate ao desmatamento ilegal e para a geração de investimentos, emprego e renda na região amazônica. O plano é<br />

que as novas concessões florestais possibilitem o manejo florestal sustentável em 1,4 milhões de ha e a restauração de 334 mil<br />

ha de florestas degradadas, resultando em investimentos de mais de R$ 6 bilhões ao longo da vigência dos contratos.<br />

Para o diretor de Planejamento e Relacionamento Institucional, Nelson Henrique Barbosa Filho, a saída para estes projetos<br />

florestais passa por combinar capital público e privado. “Quando se fala de concessão, aparecem uns ruídos aqui e ali: temos<br />

de fazer um trabalho de convencimento. Nós do BNDES estamos dedicados a este projeto. Esperamos resultados até metade<br />

do ano que vem, com editais já publicados”, afirmou Nelson<br />

A atuação do BNDES como estruturador de projetos de concessões florestais se iniciou em 2020, a partir de uma primeira<br />

parceria com o SFB e o PPI (Programa de Parceria de Investimentos do Governo Federal), com vistas a ampliar a implantação<br />

de concessões florestais e seus diversos benefícios socioambientais. O trabalho conjunto já rendeu frutos: um contrato<br />

assinado de concessão florestal para restauração da vegetação nativa na Floresta Nacional de Irati (PR) e um pipeline de novas<br />

licitações de concessões florestais previstas para 2025 em cinco florestas no Estado do Amazonas, com mais de 2 milhões de<br />

ha destinados ao manejo florestal sustentável.<br />

Novembro 2024<br />

17


NOTAS<br />

Visita de campo<br />

A Ageflor (Associação Gaúcha de Empresas Florestais) realizou no dia 24 de outubro, o seu quarto Encontro Técnico no ano com<br />

seus associados. O evento aconteceu em Cambará do Sul (RS), na associada Reflorestadores Unidos. Recepcionados com um café da<br />

manhã pelo diretor da empresa no Rio Grande do Sul e vice-presidente da Cadeia Produtiva do Pinus na Ageflor, Cassiano De Zorzi,<br />

e pelo Gerente Florestal, Rafael Wolff, a programação começou com uma apresentação da empresa, com sua trajetória e da atuação<br />

florestal.<br />

Na sequência, foram apresentados experimentos com Pinus taeda da também associada ArborGen. Trata-se de demonstrar a<br />

partir de testes de campo o desenvolvimento de materiais comerciais ArborGen, junto de outros materiais de mercado (testemunhas).<br />

Além de Cambará, a parceria da Unidos com a ArborGen acontece também em fazenda de Cachoeira do Sul.<br />

Em campo, foi possível observar os ganhos de volume, diâmetro e altura dos diferentes materiais genéticos e esclarecer dúvidas<br />

dos presentes. Na visita também foi apresentada a distância uma operação de colheita. Após, o grupo seguiu para almoço, no qual a<br />

empresa ofereceu gentilmente um churrasco a todos. Na parte da tarde, os presentes tiveram apresentação do departamento industrial,<br />

com o coordenador Maicon Passos.<br />

A Ageflor, na pessoa de seu presidente Daniel Chies, encerrou o evento, agradecendo a Reflorestadores Unidos pela recepção,<br />

à equipe da ArborGen pela disponibilidade, bem como a todos os associados, integrantes das instituições do Conselho Consultivo e<br />

demais visitantes que estiveram presentes no encontro, interagindo e desenvolvendo uma sinergia para crescimento do setor como<br />

atividade.<br />

Fotos: Ageflor<br />

18 www.referenciaflorestal.com.br


NOTAS<br />

Proteção à floresta<br />

Um estudo de avaliação de impacto institucional das ações do Programa REM MT, que é coordenado pelo Governo do Estado de<br />

Mato Grosso, por meio da SEMA-MT (Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Mato Grosso), apontou resultados expressivos na<br />

redução do desmatamento no Estado. O estudo, realizado pela empresa Agroicone, avaliou a eficácia do REM MT na preservação de<br />

160 mil ha (hectares) de vegetação em 2 anos.<br />

Uma das principais contribuições do Programa REM para o combate ao desmatamento ilegal em Mato Grosso é a Plataforma com<br />

Imagens de Satélite Planet, que permite o monitoramento em tempo real, com maior precisão e agilidade na identificação de áreas de<br />

desmatamento.<br />

Segundo dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), do Inpe (Instituto Nacional<br />

de Pesquisas Espaciais), que analisou o desmatamento evitado em Mato Grosso em 2022, as ações de combate ao desmatamento<br />

no Estado, com recursos do Programa REM MT, foram responsáveis por 27% da área preservada naquele ano.<br />

Desde 2019, o Programa REM investiu R$ 45 milhões em Mato Grosso, recursos direcionados ao aprimoramento do monitoramento,<br />

fiscalização e da reestruturação física dos órgãos do Governo de Mato Grosso responsáveis pelas operações contra crimes<br />

ambientais, o que resultou em um avanço significativo nas ações de combate ao desmatamento, preservação da vegetação nativa e<br />

sustentabilidade do Estado, principalmente com o aumento de tecnologia.<br />

Ligia Vendramin, coordenadora do Programa REM MT, explica que este estudo de impacto foi fundamental para avaliarmos, de<br />

forma mais precisa, como o REM MT tem atuado em Mato Grosso e qual é seu impacto efetivo no combate ao desmatamento e na<br />

vida das pessoas que trabalham para manter a floresta em pé. “Esses resultados positivos são fruto de uma parceria sólida entre o<br />

programa e o Governo de Mato Grosso, alinhada aos objetivos globais de preservação ambiental e sustentabilidade. É a soma desses<br />

esforços que nos permite avançar em direção a um futuro mais sustentável”, destacou Ligia.<br />

Foto: divulgação<br />

20 www.referenciaflorestal.com.br


COLUNA<br />

União de sucesso<br />

Parcerias com instituições<br />

acadêmicas aperfeiçoam<br />

práticas florestais<br />

Por Ednei Blasius, presidente do Cipem<br />

(Centro das Indústrias Produtoras e<br />

Exportadoras de Madeira do Estado de<br />

Mato Grosso)<br />

Atualmente, mais de 5<br />

milhões de hectares<br />

de matas nativas<br />

estão abarcados por<br />

Planos de Manejo<br />

Florestal Sustentável,<br />

com potencial de<br />

expansão para mais<br />

de 6 milhões de<br />

hectares<br />

https://cipem.org.br<br />

22 www.referenciaflorestal.com.br<br />

Pesquisas relacionadas à gestão das florestas apontam soluções para equilibrar<br />

desenvolvimento econômico com sustentabilidade ecológica. Em<br />

Mato Grosso, o Cipem (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de<br />

Madeira do Estado de Mato Grosso) tem firmado parcerias com instituições<br />

acadêmicas para aprimorar e fortalecer a produção de madeira nativa no<br />

Estado. Somente nos últimos 2 anos, foram implementadas doze ações de inovação e<br />

aprimoramento de práticas com embasamento científico no campo da atividade de base<br />

florestal.<br />

Neste sentido, somando forças com a UFRA (Universidade Federal Rural da Amazônia)<br />

e a UNEMAT (Universidade do Estado de Mato Grosso), além da Sema (Secretaria<br />

Estadual de Meio Ambiente), foi realizado em setembro, no município mato-grossense<br />

de Alta Floresta, no bioma amazônico, o I Encontro de Identificadores de Árvores Nativas<br />

da Amazônia. O evento promoveu durante 3 dias, com 40 participantes, o intercâmbio<br />

de experiências e atualização de conhecimentos sobre espécies arbóreas, essenciais<br />

para o manejo sustentável das florestas da região.<br />

Outros projetos apoiados pelo Cipem junto às instituições de ensino e pesquisa e<br />

com impacto na sustentabilidade envolvem estudos sobre o potencial energético de<br />

resíduos de madeira, conversão de pó de serra em adubo para melhoramento de solo,<br />

desenvolvimento de software para gestão florestal e sistema computacional para reconhecimento<br />

de espécies arbóreas da Amazônia brasileira. Também foram desenvolvidos<br />

estudos de monitoramento da dinâmica florestal de área de manejo sustentável na<br />

Amazônia mato-grossense e sobre a situação atual das variedades de ipê. Foi realizada,<br />

ainda, atualização de informações técnico-científicas reunidas pelo LAPEX-MAD (Levantamento<br />

e Análise da Produção e Exportação de Madeiras), promovida capacitação<br />

sobre secagem da madeira visando padrão exportação, bem como atualização das espécies<br />

arbóreas nativas mais comercializadas em Mato Grosso.<br />

Em julho deste ano, em parceria com a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso)<br />

foi criado e apresentado o protótipo de um projeto inovador, batizado de Módulo<br />

TecnoÍndia, que possibilita a aplicação de tecnologias utilizando madeira colhida dos<br />

PMFS (Planos de Manejo Florestal Sustentável). O projeto é resultado de pesquisa coordenada<br />

pelo arquiteto e professor titular aposentado do Departamento de Arquitetura e<br />

Urbanismo da UFMT, José Afonso Botura Portocarrero.<br />

Montado no campus em Cuiabá (MT), o protótipo foi inspirado na arquitetura das<br />

habitações indígenas e apresenta estrutura que passou por testes de carga no Laboratório<br />

de Estruturas do Departamento de Engenharia Civil da UFMT. Além disso, possui<br />

um pedido de patente junto ao INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) que é<br />

acompanhado pelo EIT (Escritório de Inovação Tecnológica da UFMT).<br />

Em Mato Grosso, o setor de base florestal é reconhecido por promover práticas eficientes<br />

e ambientalmente responsáveis por meio do manejo sustentável. Atualmente,<br />

mais de 5 milhões de ha (hectares) de matas nativas estão abarcados por PMFS (Planos<br />

de Manejo Florestal Sustentável), com potencial de expansão para mais de 6 milhões<br />

de ha. Das áreas contidas em PMFS, em Mato Grosso são colhidas aproximadamente 46<br />

espécies arbóreas nativas de valor comercial. A colorimetria da madeira tropical mato-<br />

-grossense é caracterizada por 25 tonalidades, variando entre matizes de branco, bege,<br />

amarelo, marrom, vermelho, rosa e verde-oliva. Outros atributos das espécies arbóreas<br />

comerciais são os variados valores de massa, desde os leves aos pesados.<br />

Fotos: divulgação


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FRASES<br />

Foto: Rafael Otero - Podemos do Senado<br />

Precisamos atuar com agilidade,<br />

para não ficarmos nas mãos<br />

dos europeus e desse discurso<br />

travestido de ambiental, mas<br />

que, na realidade, não passa<br />

de uma barreira comercial<br />

para interferir indiretamente no<br />

Código Florestal Brasileiro, para<br />

defender interesses comerciais<br />

e enfraquecer a competitividade<br />

brasileira lá fora<br />

Senador Zequinha Marinho (Podemos-PA),<br />

durante discussões sobre as restrições impostas<br />

pela União Europeia ao Brasil<br />

“Os povos originários do<br />

Pará irão virar a página da<br />

miséria e da dependência<br />

e passarão a ter um<br />

novo desafio de bem<br />

utilizar os recursos que<br />

estarão financiando uma<br />

nova história nos povos<br />

tradicionais da floresta”<br />

Helder Barbalho, governador do Pará, sobre<br />

venda de créditos de carbono realizada pelo<br />

Estado<br />

“Estamos todos alinhados<br />

com a missão do conselho<br />

de promover o crescimento<br />

econômico com eficiência e<br />

segurança jurídica. O benefício<br />

para a teca impulsionará o<br />

setor, que é um destaque na<br />

área florestal e um produto<br />

exportado para a Ásia e<br />

Europa”<br />

César Miranda, secretário do desenvolvimento do<br />

Mato Grosso sobre incentivos fiscais à produção<br />

de teca no Estado, que lidera a produção no<br />

continente<br />

24 www.referenciaflorestal.com.br


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ENTREVISTA<br />

Liderança<br />

RENOVADA<br />

Renewed leadership<br />

Foto: divulgação<br />

ENTREVISTA<br />

A<br />

engenharia florestal é a base do segmento de<br />

base florestal madeireira. É na academia e nas<br />

cadeiras deste curso que são formados os profissionais<br />

que vão se dedicar para encontrar caminhos<br />

de produtividade do setor. Sabrina Marques Wolf, presidente<br />

da AGEF (Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais)<br />

tem trabalhado para fomentar e melhorar a profissão, unindo<br />

engenheiros e focando no desenvolvimento dos profissionais.<br />

F<br />

orestry Engineering is the foundation of the forest-based<br />

activity. Forestry Schools and their courses<br />

train professionals who are dedicated to finding<br />

ways to increase productivity in the Sector. Sabrina<br />

Marques Wolf, President of the State of Rio Grande<br />

Association of Forest Engineers (Agef), has worked to promote<br />

and improve the profession by bringing engineers together and<br />

focusing on professional development.<br />

Sabrina<br />

Marques Wolf<br />

ATIVIDADE/ ACTIVITY:<br />

Engenheira Florestal da Prefeitura de Lajeado (RS). Formada<br />

pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) em<br />

2014. Atualmente, presidente da AGEF (Associação Gaúcha<br />

de Engenheiros Florestais).<br />

Forestry Engineer for the Municipality of Lajeado (RS). Graduated<br />

from the Federal University of Santa Maria (Ufsm)<br />

in 2014. Currently, President of the State of Rio Grande<br />

Association of Forest Engineers (Agef).<br />

26 www.referenciaflorestal.com.br


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ENTREVISTA<br />

>> Como foi sua escolha pela Engenharia Florestal?<br />

Foi algo bem natural, pois venho de uma família que sempre trabalhou<br />

com plantio e corte de árvores. Meu avô paterno se chamava<br />

Mário Nicolau Wolf e tinha um horto florestal na cidade de<br />

Cruz Alta (RS). Nas décadas de 60 e 70 ele decidiu fazer mudas<br />

de eucalipto. Levou meu pai e meus tios em um lixão da cidade<br />

e separou sacos de leite descartados para usar como saquinho<br />

para as mudas. As sementes de árvores nativas ele coletava nos<br />

pátios das casas e nos matos. Ele vendia as mudas das árvores<br />

para os moradores de Cruz Alta e região. Vendia até pinheiro-<br />

-alemão na época de natal, mas o carro-chefe do horto eram as<br />

mudas de eucalipto. Meu avô conseguiu importar sementes da<br />

Austrália. Ele fazia até teste de germinação. Quando estavam<br />

grandes, meu pai e meus tios trabalhavam plantando as mudas<br />

nas propriedades e depois fazendo o corte da madeira. Depois<br />

que meu avô morreu em 1995 o horto foi vendido. Meu pai foi<br />

trabalhar em Barra do Ribeiro (RS) onde plantou 90 ha (hectares)<br />

de Acácia-negra. Enquanto cursava o ensino médio, em 2008, fiz<br />

o curso técnico em celulose e papel, em Guaíba (RS). Na época,<br />

o curso era oferecido gratuitamente pelo colégio Gomes Jardim<br />

em parceria com a empresa Aracruz, hoje CMPC Brasil. Na hora<br />

de escolher o próximo passo dos estudos, li em um jornal a<br />

descrição do curso de Engenharia Florestal e essa profissão se<br />

apresentou perfeita para mim. Então, em 2009, fiz o vestibular<br />

na UFSM e entrei no curso. Me formei em 2014. Hoje trabalho<br />

no que gosto. Amo muito minha profissão.<br />

>> O que te motivou a entrar na associação?<br />

Depois que me formei, passei em um concurso de Engenheira<br />

Florestal em Lajeado (RS). Comecei a trabalhar e perceber diversos<br />

desafios, como, por exemplo, a invasão das nossas atribuições<br />

por outras profissões. Também, como não tive mais contato<br />

com meus colegas de turma e com os professores, me senti muito<br />

sozinha. Precisava tirar dúvidas técnicas e não tinham muitos<br />

Engenheiros Florestais na minha região. No final de 2016 vi no<br />

facebook da AGEF (Associação Gaúcha de Engenheiros Florestais),<br />

que haveria assembleia ordinária em Porto Alegre (RS) para<br />

eleição de nova diretoria e decidi participar. Na ocasião, entrei<br />

no conselho deliberativo fiscal. Depois virei vice-presidente e<br />

estou agora como presidente. Vejo a associação como um grande<br />

ponto de encontro de colegas e amigos, pois fiz amizades para<br />

a vida inteira. Também batalhamos para vencer os desafios da<br />

ciência florestal e do próprio setor florestal.<br />

>> E os desafios para o segmento florestal gaúcho?<br />

Temos muitos desafios. Recentemente tivemos episódios em que<br />

o setor foi estigmatizado como destruidor e poluidor. Em 2006,<br />

houve um momento de possível expansão do setor florestal com<br />

a duplicação de várias plantas de empresas já existentes e com<br />

a chegada da empresa finlandesa fabricante de celulose e papel<br />

Stora Enzo. Os jornais da grande mídia vincularam matérias informando<br />

que o plantio de eucalipto causaria um deserto verde,<br />

que a espécie secava o solo, que não nasce nada embaixo do<br />

plantio, entre outras falácias. As empresas desistiram e os investimentos<br />

não chegaram em sua totalidade. Após diversos anos<br />

How did you choose Forestry Engineering?<br />

It was natural because I come from a family that has always<br />

worked with planting and felling trees. Mário Nicolau Wolf, my<br />

paternal grandfather, had a forest seedling nursery in Cruz Alta<br />

(RS). In the 60’s and 70’s, he decided to grow eucalyptus seedlings.<br />

He used to take my father and uncles to the city dump<br />

and separate discarded milk sacks to use as seedling bags. He<br />

collected the seeds of local trees in the yards and the forest. He<br />

sold the seedlings to residents of Cruz Alta and the surrounding<br />

area. He even sold German pines at Christmas time, but<br />

the flagship of the nursery was the eucalyptus seedlings. My<br />

grandfather was able to import seeds from Australia. He even<br />

performed germination tests. When they were ready, my father<br />

and uncles worked planting the seedlings on properties and<br />

then felling the timber. After my grandfather passed away in<br />

1995, the nursery was sold.<br />

My father went to work in Barra do Ribeiro (RS), where he<br />

planted 90 hectares of black acacia. In 2008, while I was in high<br />

school, I took a technical course in pulp and paper in Guaíba<br />

(RS). At that time, the course was offered for free by the Gomes<br />

Jardim School in partnership with Aracruz, now CMPC Brasil.<br />

When it came to choosing the next step in my studies, I read a<br />

description of the Forestry Engineering course in a newspaper,<br />

and it seemed like the perfect profession for me. So, in 2009, I<br />

took the entrance exam at the Ufsm and enrolled in the course.<br />

I graduated in 2014. Today, I am doing what I love. I love my job<br />

very much.<br />

What motivated you to join the Association?<br />

After graduating, I applied for a job as a Forest Engineer in<br />

Lajeado. I started working and realized that there were many<br />

challenges, such as the invasion of our duties by other professions.<br />

I also felt very lonely because I had lost contact with my<br />

classmates and teachers. I had technical questions, and there<br />

were not many forest engineers in my region. At the end of<br />

2016, I saw on the State of Rio Grande Association of Forest Engineers<br />

(Agef) Facebook page that there would be an ordinary<br />

assembly in Porto Alegre (RS) to elect a new board, and I decided<br />

to participate. At that time, I joined the consultative fiscal<br />

council. Then, I became Vice President, and now I am President.<br />

I see the Association as a great place to meet colleagues and<br />

friends, as I have made lifelong friends. We also fight to meet<br />

the challenges facing forestry and the forest-based industry<br />

itself.<br />

What are the challenges for the Forestry Sector in Rio Grande<br />

do Sul?<br />

We have many challenges. Recently, we have had episodes<br />

in which the Sector has been stigmatized as destructive and<br />

polluting. In 2006, there was a moment of possible expansion in<br />

the Forestry Sector with the duplication of several plants of existing<br />

companies and the arrival of the Finnish pulp and paper<br />

manufacturer Stora Enzo. Mainstream newspapers ran stories<br />

claiming that eucalyptus plantations would create a green desert,<br />

that the species would dry out the soil, that nothing would<br />

28 www.referenciaflorestal.com.br


ENTREVISTA<br />

de pesquisas sérias conduzidas pelas universidades e empresas,<br />

verificou-se que a silvicultura bem planejada e conduzida respeita<br />

o meio ambiente e as pessoas e conserva os recursos naturais.<br />

Ano passado, tivemos uma grande vitória do setor, pois houve a<br />

atualização do ZAS (Zoneamento Ambiental para a Atividade da<br />

Silvicultura) aprovada pelo Consema (Conselho Estadual do Meio<br />

Ambiente). Esse instrumento de gestão na implantação da atividade<br />

de silvicultura no Estado não era atualizado há mais de 10<br />

anos, o que atrasava o desenvolvimento do setor.<br />

>> E sobre as principais ações da associação para o fortalecimento<br />

da profissão?<br />

Destaco algumas ações que realizamos no ano passado, como<br />

o I Fórum de Desenvolvimento Florestal no Rio Grande do Sul:<br />

aspectos técnicos e legais que tinha como objetivo discutir tecnicamente<br />

os estudos para atualização da resolução número<br />

187/2008 Consema, que institui o ZAS (Zoneamento Ambiental<br />

da Silvicultura), e o I e II Workshops: Licenciamento florestal na<br />

prática – edições Santa Maria e Frederico Westphalen. Estes últimos<br />

eventos foram realizados em parceria com a UFSM e foram<br />

ofertados para os alunos do curso de Engenharia Florestal. Também<br />

participamos com estande no Seminário Sul Brasileiro de<br />

Silvicultura promovido pelo Sindimadeira (RS) no município de<br />

Canela (RS). Neste ano, participamos da elaboração do evento de<br />

comemoração dos 50 anos de formatura da primeira turma de<br />

Engenharia Florestal da UFSM. O evento foi realizado dia 13 de<br />

julho em Santa Maria (RS) e contou com ciclo de palestras e homenagens<br />

aos primeiros profissionais do Rio Grande do Sul. Na<br />

ocasião, também comemoramos os 40 anos da SOSEF (Sociedade<br />

Santamariense de Engenheiros Florestais) e os 25 anos da Câmara<br />

Especializada de Engenharia Florestal do CREA/RS (Conselho<br />

Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio Grande do Sul).<br />

>> Como o segmento de base florestal gaúcho tem contribuído<br />

na reconstrução das regiões afetadas pelas enchentes deste<br />

ano?<br />

O Sindimadeira (RS) tem feito um trabalho extraordinário enviando<br />

doações para diversos municípios afetados pelas enchentes.<br />

Foram 21 carretas bitrens com cerca de 50 m³ (metros cúbicos)<br />

de carga cada carregadas de madeira e chapas de compensado.<br />

A madeira é utilizada em projetos sociais e de infraestrutura.<br />

Quem quiser saber mais informações, pode acessar o site do Sindimadeira<br />

(RS) (https://www.sindimadeirars.com.br/tv-sindimadeira).<br />

Também diversas madeireiras, como a Mademape Madeiras,<br />

sediada em Campina Grande do Sul (PR), têm executado<br />

projetos incríveis de casas solidárias de madeira para moradores<br />

que perderam suas moradias. É emocionante saber que o setor<br />

florestal tem essa importância para a sociedade, uma vez que ter<br />

um lar seguro e digno é primordial para a dignidade humana. Saber<br />

que existe o trabalho do Engenheiro Florestal acompanhando<br />

todo o processo, desde a semente até a tábua, é emocionante<br />

e dá forças para seguirmos em frente, unindo a produção com a<br />

conservação da natureza.<br />

>> Qual a importância da retirada da silvicultura do rol das atividades<br />

poluidoras para o desenvolvimento da profissão?<br />

grow under the plantations, and other fallacies. The companies<br />

gave up, and the investments did not come to full fruition. After<br />

several years of serious research by universities and companies,<br />

it was found that well-planned and managed forestry respects<br />

the environment and people and conserves natural resources.<br />

Last year, we had a great victory for the Sector when the Environmental<br />

Zoning for Forestry Activities (ZAS) was updated and<br />

approved by the State Environmental Council (Consema). This<br />

Management tool for the implementation of forestry activities<br />

in the State had not been updated for more than 10 years,<br />

which slowed down the development of the Sector.<br />

What are the main actions of the Association to strengthen<br />

the profession?<br />

I would like to highlight some of the activities we carried out<br />

last year, such as the 1st Forum on Forestry Development in<br />

Rio Grande do Sul: Technical and Legal Aspects, which aimed<br />

to technically discuss studies to update Consema Resolution<br />

187/2008, which establishes the Environmental Zoning for<br />

Forestry (ZAS), and the 1st and 2nd Forestry Licensing in<br />

Practice – in Santa Maria and Frederico Westphalen. The latter<br />

events were held in partnership with the Ufsm and were offered<br />

to students of the Forestry Engineering course. We also had<br />

a booth at the South Brazilian Forestry Seminar organized by<br />

Sindimadeira (RS) in Canela (RS). This year, we participated in<br />

the celebration of the 50th anniversary of the graduation of<br />

the first class of Forestry Engineers of Ufsm. The event was held<br />

on July 13 in Santa Maria (RS) and included a series of lectures<br />

and tributes to the first professionals in Rio Grande do Sul. On<br />

this occasion, we also celebrated the 40th anniversary of the<br />

Santa Maria Society of Forest Engineers (Sosef) and the 25th<br />

anniversary of the Specialized Chamber of Forest Engineering<br />

of the Regional Council of Engineering and Architecture of Rio<br />

Grande do Sul (Crea/RS).<br />

How has the Forest-based Sector in Rio Grande do Sul contributed<br />

to the reconstruction of the regions affected by this<br />

year’s floods?<br />

Sindimadeira (RS) has done an extraordinary job of sending donations<br />

to different communities affected by the floods. There<br />

were 21 truckloads of lumber and plywood, each containing<br />

about 50 m³. The lumber will be used for social and infrastructure<br />

projects. For more information, visit the Sindimadeira (RS)<br />

website (https://www.sindimadeirars.com.br/tv-sindimadeira).<br />

Some forest product companies, such as Mademape Madeiras,<br />

based in Campina Grande do Sul (PR), have also carried out<br />

incredible projects to build wooden solidarity houses for residents<br />

who have lost their homes. It is exciting to know that the<br />

Forestry Sector is so important to society because having a safe<br />

and decent home is essential for human dignity. Knowing that<br />

the work of a forest engineer is involved in the whole process,<br />

from seed to lumber, is exciting and gives us the strength to<br />

move forward, combining production with conservation.<br />

How important is the removal of Forestry from the list of polluting<br />

activities for the development of the profession?<br />

30 www.referenciaflorestal.com.br


ENTREVISTA<br />

É a correção de uma injustiça que foi feita com a silvicultura há<br />

anos. É inconcebível pensar que o plantio de árvores era enquadrado<br />

como potencial poluidor semelhante à de um aterro<br />

sanitário (potencial poluir alto) no Rio Grande do Sul, por exemplo.<br />

Acredito que o setor florestal ganha fôlego para prospectar<br />

novos investimentos, pois a burocracia é um dos maiores entraves<br />

para o desenvolvimento do setor. Assim, como profissionais,<br />

podemos focar no que realmente importa, que é o acompanhamento<br />

técnico da cadeia produtiva.<br />

>> Fale sobre as principais conquistas da associação nos últimos<br />

anos?<br />

A AGEF entrou com ações jurídicas importantes nos últimos<br />

anos, como a que protege o manejo florestal sustentável e a que<br />

define as responsabilidades técnicas sobre exploração florestal<br />

e a industrialização de madeira. Também nos aproximamos dos<br />

sindicatos, das empresas do setor florestal, da Secretaria do<br />

Meio Ambiente do Estado e da Assembleia Legislativa do Rio<br />

Grande do Sul, através do Fórum Democrático de Desenvolvimento<br />

Regional. Em âmbito municipal, estamos atuando em<br />

conselhos de meio ambiente.<br />

>> Acredita que haja preconceito em relação a uma mulher à<br />

frente da entidade?<br />

Nunca senti nenhum tipo de preconceito. Pelo contrário, existem<br />

elogios. Inclusive, a vice-presidente Nadia Helena Bianchini<br />

e as conselheiras da associação, Liana Sarturi de Freitas e Sara<br />

Chagas de Souza, são mulheres exemplares e mães. Brincamos<br />

que conseguimos dar conta de tudo e ainda organizarmos a casa<br />

também.<br />

>> Como a tecnologia tem facilitado o trabalho do engenheiro<br />

florestal?<br />

A tecnologia é um aliado do engenheiro florestal, principalmente<br />

nos levantamentos dos dados a campo. O que antes demorava<br />

dias, hoje em minutos é resolvido. No entanto, o profissional<br />

deve estar mais atento às fichas técnicas dos equipamentos e<br />

trabalhar melhor no escritório, no processamento dos dados<br />

coletados. Também deve haver cuidado com a obsolência das<br />

tecnologias, pois o lançamento de novidades é contínuo.<br />

>> Existem desafios para os recém-formados?<br />

Um dos perfis de mentoria florestal que gosto muito, o Liga<br />

Florestal (@ligaflorestal), tem indicado algumas habilidades essenciais<br />

dos recém-formados que desejam ingressar no mercado<br />

de trabalho, sendo elas: comunicação oral e escrita, resolução<br />

de problemas, proatividade, liderança e trabalho em equipe, vivências<br />

diversas, uso de softwares de análise de dados, inclusive<br />

planilhas, estatística florestal básica e elaboração de gestão e<br />

projetos. Explorar as oportunidades durante a graduação é uma<br />

dica importante, pois pode desenvolver as deficiências e habilidades<br />

antes da entrada efetiva no mercado de trabalho.<br />

>> Que objetivos tem à frente da associação?<br />

Meu maior objetivo é unir os engenheiros florestais através da<br />

It is the correction of an injustice that was done to forestry<br />

years ago. It is inconceivable to think that in Rio Grande do Sul,<br />

for example, the planting of trees was classified as having the<br />

same pollution potential as a landfill (high pollution potential).<br />

I believe that the Forestry Sector is gaining momentum to<br />

prospect for new investments since bureaucracy is one of the<br />

biggest obstacles to the development of the Sector. This allows<br />

us, as professionals, to focus on what really matters, which is<br />

the technical control of the production chain.<br />

Could you tell us about the Association’s main achievements<br />

in recent years?<br />

Agef has launched important legal actions in recent years, such<br />

as the one to protect Sustainable Forest Management and the<br />

one to define technical responsibilities for forest exploitation<br />

and wood industrialization. We have also worked closely with<br />

business unions, forest companies, the State Environment<br />

Department, and the Legislative Assembly of Rio Grande do Sul<br />

through the Democratic Forum for Regional Development. At<br />

the municipal level, we are active in environmental councils.<br />

Do you believe there is any bias against a woman in a leadership<br />

role?<br />

I have never experienced any form of prejudice. On the contrary,<br />

there have been expressions of appreciation. Indeed, Vice-President<br />

Nadia Helena Bianchini and the Association’s Council<br />

members, Liana Sarturi de Freitas and Sara Chagas de Souza,<br />

are exemplary women and mothers. We have a good sense of<br />

humor about our ability to manage everything and keep the<br />

home organized.<br />

How has technology made the Forest Engineer’s job easier?<br />

Technology is the Forest Engineer’s ally, especially when it<br />

comes to collecting data in the field. What used to take days<br />

can now be done in minutes. However, the professional needs<br />

to pay more attention to the technical data sheets of the equipment<br />

and work better in the office to process the data collected.<br />

The Engineer must also be aware of technological obsolescence,<br />

as new products are constantly being introduced.<br />

Are there any challenges for new graduates?<br />

One of the forestry mentoring profiles that I really like, Liga<br />

Florestal (@ligaflorestal), has identified some essential skills for<br />

recent graduates who want to enter the job market, which are<br />

oral and written communication, problem-solving, proactivity,<br />

leadership and teamwork, diverse experience, use of data analysis<br />

software including spreadsheets, basic forestry statistics,<br />

management, and project preparation. Exploring opportunities<br />

during your studies is an important tip, as you can develop your<br />

deficiencies and skills before you actually enter the job market.<br />

What are your goals as President of the Association?<br />

My main objective is to unite Forest Engineers by promoting<br />

interesting events for our members and all professionals in the<br />

field, such as short technical courses, seminars, congresses,<br />

32 www.referenciaflorestal.com.br


SUBSOLADORES PARA<br />

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BR 116 - Nº 5828, KM 247<br />

Área Industrial<br />

+55 49 3226 0511 I +55 49 3226 0722<br />

Lages - Santa Catarina - Brasil<br />

www.jdesouza.com.br<br />

UNIDADE 01<br />

SETE LAGOAS - MG<br />

Av. Prefeito Alberto Moura, Nº 2051A - Vale das Palmeiras<br />

UNIDADE 02<br />

IMPERATRIZ - MA<br />

Av. Moacir Campos Milhomem, Nº 12 - Colina Park<br />

UNIDADE 03<br />

LAGES - SC<br />

BR 116 - S/Nº, KM 247 - Área Industrial<br />

CENTRO DE DESENVOLVIMENTO<br />

E TESTES<br />

SÃO JOSÉ DO CERRITO - SC<br />

Localidade de Bom Jesus


ENTREVISTA<br />

promoção de eventos interessantes para os nossos associados e<br />

todos os profissionais da área, como cursos técnicos de pequena<br />

duração, seminários, congressos ou palestras de atualização.<br />

Também acho importante a confraternização, através da realização<br />

de jantares de comemoração de datas importantes para nós,<br />

como o dia do Engenheiro Florestal (12 de julho), por exemplo.<br />

Além disso, busco defender a nossa profissão através de envio<br />

de denúncias ao CREA (RS) e de ofícios às prefeituras municipais<br />

e demais órgãos públicos que estejam desrespeitando as nossas<br />

atribuições profissionais.<br />

>> O engenheiro florestal será um profissional cada vez mais<br />

necessário em um mundo focado em economia verde?<br />

Com certeza. Os cursos de Engenharia Florestal têm enfrentado<br />

grandes transformações, pois as pessoas não estão mais interessadas<br />

em cursar cursos de longa duração. Algumas medidas<br />

tomadas pelas instituições de ensino podem auxiliar na atração<br />

de alunos, como diminuir a carga horária e mudar o turno das<br />

aulas para permitir que os discentes possam trabalhar enquanto<br />

estudam. Na minha opinião, a profissão de Engenheiro Florestal<br />

tem vantagem competitiva com outras profissões, pois está ligada<br />

à produção econômica e à preservação dos recursos naturais,<br />

como solo, água, vegetação e animais. Ou seja, dois pontos<br />

importantes para a sociedade humana, a geração de renda e o<br />

cuidado com o meio ambiente. Acabamos de vivenciar umas das<br />

maiores enchentes no Rio Grande do Sul que causou uma catástrofe<br />

social e ambiental. Além da elaboração de projetos técnicos<br />

e avaliativos das áreas afetadas, de projetos de restauração ambiental<br />

e da participação no planejamento de ações preventivas,<br />

também podemos contribuir com a retomada econômica do<br />

Estado por meio da cadeia produtiva de florestas plantadas. Não<br />

podemos esquecer que o Estado é responsável por 935 mil ha de<br />

cultivos florestais, que geram cerca de 65 mil empregos diretos.<br />

Destaco que o setor florestal, onde pode atuar o engenheiro florestal,<br />

produz bens madeireiros e não madeireiros importantes<br />

para a população, como móveis, lenha, fibras celulósicas, madeira<br />

serrada e resinas diversas. O cultivo da erva-mate, por exemplo,<br />

pode ser uma alternativa para as áreas produtivas afetadas<br />

pela enchente. Temos muito trabalho pela frente.<br />

and refresher courses. I also think it is important to socialize by<br />

organizing dinners to celebrate important dates for us, such as<br />

Forest Engineer’s Day (July 12). I also try to defend our profession<br />

by sending complaints to Crea (RS) and letters to municipal<br />

offices and other public bodies that do not respect our professional<br />

attributes.<br />

Will Forest Engineers become an increasingly necessary profession<br />

in a world focused on the green economy?<br />

Absolutely. Forestry Engineering programs are undergoing major<br />

changes because people are no longer interested in taking<br />

long courses. Some measures taken by educational institutions<br />

can help attract students, such as reducing the workload and<br />

changing the class schedule to allow students to work while<br />

they study. In my opinion, the profession of Forest Engineer<br />

has a competitive advantage over other professions because it<br />

is linked to economic production and conservation of natural<br />

resources such as soil, water, vegetation, and animals. In other<br />

words, two important points for human society are generating<br />

income and caring for the environment. We have just experienced<br />

one of the biggest floods in Rio Grande do Sul, which<br />

caused a social and environmental disaster. In addition to developing<br />

technical and assessment projects for the affected areas,<br />

environmental restoration projects, and participating in the<br />

planning of preventive measures, we can also contribute to the<br />

State’s economic recovery through the planted forest production<br />

chain. Let us not forget that the State is responsible for 935<br />

thousand hectares of forest plantations, which generate about<br />

65 thousand direct jobs. I want to point out that the Forestry<br />

Sector, in which Forest Engineers can work, produces timber<br />

and non-timber products that are important to the population,<br />

such as furniture, firewood, cellulose fibers, lumber, and various<br />

resins. The cultivation of yerba mate, for example, could be an<br />

alternative for the production areas affected by the floods. We<br />

still have much work to do.<br />

Hoje vejo a associação como um grande ponto de encontro<br />

de colegas e amigos, pois fiz amizades para a vida inteira.<br />

Também batalhamos para vencer os desafios da ciência<br />

florestal e do próprio setor florestal<br />

34 www.referenciaflorestal.com.br


COLUNA<br />

Segurança na aplicação<br />

de herbicidas em<br />

florestas<br />

Gabriel Dalla Costa Berger<br />

Engenheiro Florestal e Segurança do Trabalho<br />

Mestre em Manejo Florestal<br />

gabrielberger.com.br<br />

gabriel@gabrielberger.com.br<br />

Foto: divulgação<br />

A aplicação de herbicidas em florestas é essencial para o controle de pragas e plantas invasoras,<br />

mas requer cuidados rigorosos para proteger os trabalhadores e o meio ambiente<br />

Aaplicação de herbicidas em ambientes florestais,<br />

embora seja essencial para o controle de pragas,<br />

doenças, plantas indesejadas e ervas daninhas,<br />

exige cuidados rigorosos para garantir a segurança<br />

dos trabalhadores, a preservação do meio ambiente,<br />

qualidade dos produtos florestais e consequentemente a<br />

otimização da produção.<br />

A falta de rigor no cumprimento da legislação ambiental e de<br />

segurança intensifica o risco de contaminação, impulsionado por<br />

fatores como:<br />

• Toxicidade: herbicidas são substâncias químicas potencialmente<br />

tóxicas para humanos, animais e organismos aquáticos. A<br />

inalação de vapores, o contato com a pele ou a ingestão acidental<br />

podem causar diversos problemas de saúde, desde irritações<br />

até doenças mais graves.<br />

• Contaminação do solo e da água: os defensivos podem<br />

infiltrar no solo, contaminando lençóis freáticos e cursos d’água,<br />

afetando a qualidade da água e a vida aquática, afetando a biodiversidade<br />

e os ecossistemas.<br />

• Resistência de plantas daninhas: a aplicação frequente<br />

e inadequada de herbicidas pode levar ao desenvolvimento de<br />

plantas daninhas resistentes, dificultando o controle e aumentando<br />

a necessidade de doses mais altas e produtos mais agressivos.<br />

• Danos à biodiversidade: a aplicação indiscriminada de<br />

defensivos pode eliminar organismos benéficos, como insetos<br />

polinizadores e microrganismos decompositores, além de afetar<br />

a fauna em geral.<br />

• Acúmulo de resíduos: o uso contínuo de defensivos pode<br />

levar ao acúmulo de resíduos no solo, tornando-o menos fértil e<br />

mais suscetível à erosão.<br />

• Impacto em ecossistemas sensíveis: áreas florestais, especialmente<br />

as de preservação permanente, são ecossistemas<br />

frágeis e sensíveis a qualquer tipo de perturbação, incluindo a<br />

aplicação de defensivos.<br />

A fim de preservar a saúde e o meio ambiente, é imprescindível<br />

que a aplicação do produto seja realizada conforme as<br />

instruções a seguir:<br />

• Escolha do produto: optar por herbicidas seletivos e menos<br />

tóxicos, seguindo as recomendações técnicas e as normas<br />

vigentes. A aquisição de qualquer produto sempre deverá ser<br />

realizada através de receituário agronômico.<br />

• EPI (Equipamento de Proteção Individual): utilizar EPI<br />

adequado, como máscaras, luvas, botas, macacões e óculos de<br />

proteção, durante todas as etapas da aplicação.<br />

• Treinamento dos trabalhadores: oferecer treinamento<br />

aos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de segurança e<br />

os procedimentos corretos de aplicação, conforme determinado<br />

na NR31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura,<br />

Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura<br />

• Condições climáticas: evitar a aplicação de herbicidas em<br />

dias de vento forte, chuva ou alta temperatura, pois as condições<br />

climáticas podem aumentar a dispersão do produto e os<br />

riscos de intoxicação.<br />

• Armazenamento: armazenar os herbicidas em local seguro,<br />

seco, ventilado e de difícil acesso a crianças e animais.<br />

• Limpeza dos equipamentos: limpar os equipamentos de<br />

aplicação após o uso, evitando a contaminação de outras áreas.<br />

• Descarte adequado das embalagens: descartar as embalagens<br />

vazias de acordo com as orientações do fabricante e da<br />

legislação ambiental.<br />

• Monitoramento da área: realizar o monitoramento da<br />

área após a aplicação para verificar a eficácia do tratamento e<br />

identificar possíveis problemas.<br />

A aplicação de herbicidas é regulamentada por leis e normas<br />

específicas, que estabelecem os requisitos para o registro,<br />

a venda, o transporte, o armazenamento e o uso desses produtos.<br />

É fundamental que os trabalhadores estejam cientes<br />

dessas normas e as cumpram rigorosamente.<br />

A segurança na aplicação de herbicidas em florestas é um<br />

tema de grande importância para a saúde humana, a preservação<br />

do meio ambiente e a sustentabilidade da atividade florestal.<br />

Ao adotar as medidas de segurança adequadas e seguir<br />

as recomendações técnicas, é possível minimizar os riscos e<br />

garantir a eficácia do tratamento.<br />

Ao adotar as medidas de<br />

segurança adequadas e seguir as<br />

recomendações técnicas, é possível<br />

minimizar os riscos e garantir a<br />

eficácia do tratamento<br />

36 www.referenciaflorestal.com.br


PRINCIPAL<br />

Mais forte no<br />

COMBATE<br />

Indústria de iscas formicidas resistentes a<br />

água apresenta nova linha de produção para<br />

atender o segmento de base florestal<br />

Por<br />

Bióloga Cristiane de Pieri - Consultora técnica Dinagro<br />

Engenheira Florestal Maria Fernanda Simões - Consultora técnica Dinagro<br />

Fotos: divulgação<br />

38 www.referenciaflorestal.com.br


Novembro 2024 39


PRINCIPAL<br />

Para superar as adversidades que surgem<br />

com o passar dos anos deve-se ter sempre a<br />

mente aberta, se atentar às necessidades do<br />

mercado e principalmente ter em seu DNA a<br />

capacidade de solucionar problemas. Foi com<br />

esse espírito tomado por desafios e empreendedor que<br />

a Dinagro, em 2019, após anos de intensas pesquisas<br />

lançou a solução para um grande problema que por<br />

muito tempo atormentou o setor florestal: controlar<br />

formigas cortadeiras em períodos chuvosos e locais de<br />

alta umidade relativa tais como Bahia, Espírito Santo e<br />

Rio Grande do Sul.<br />

Entretanto, o Leitor deve estar se perguntando: Por<br />

que as formigas cortadeiras devem ser controladas até<br />

em períodos chuvosos? De acordo com estudos sobre a<br />

biologia das cortadeiras tem-se que a atividade desses<br />

insetos é mais intensa em períodos de alta temperatura<br />

e alta umidade relativa, o que coincide com o período<br />

do verão em algumas regiões do país.<br />

Na contramão da produtividade, as formigas cortadeiras<br />

são consideradas a principal praga das monoculturas<br />

em florestas plantadas. Há cerca de 5 a 15 milhões<br />

de anos as formigas da tribo Attini (saúvas e quenquéns)<br />

desenvolveram uma agricultura complexa e organizada<br />

colocando-as como um dos únicos grupos de animais<br />

que apresentam associação mutualística com seu fungo<br />

simbionte, do qual elas dependem para obtenção do<br />

seu alimento. Para suprir a necessidade do fungo as<br />

cortadeiras selecionam e cortam grandes quantidades<br />

Enhanced Combat<br />

Capabilities<br />

A water-resistant formicide bait<br />

manufacturer announces the launch of<br />

a new product line designed to meet the<br />

needs of the forest-based segment<br />

T<br />

o overcome the challenges that arise over<br />

time, it is essential to maintain an open mind,<br />

pay close attention to market needs, and,<br />

most importantly, possess the ability to solve<br />

problems. In 2019, the Dinagro team, driven<br />

by a spirit of challenge and entrepreneurship, launched a<br />

solution to a significant problem in the Forest-based Sector:<br />

controlling leafcutter ants during the rainy season and in<br />

areas with high relative humidity, such as the States of<br />

Bahia, Espírito Santo, and Rio Grande do Sul.<br />

However, you may be wondering: Why should leafcutter<br />

ants be controlled even during rainy periods? According<br />

to studies on the biology of leafcutter ants, the activity<br />

of these insects is more intense during periods of high<br />

temperature and high relative humidity, which coincides<br />

with the summer period in some regions of the Country.<br />

Against the backdrop of productivity, leafcutter ants<br />

are considered the main pest of monocultures in planted<br />

40 www.referenciaflorestal.com.br


Assim, a tecnologia<br />

disruptiva desse produto<br />

rompe com o modelo<br />

anteriormente definido<br />

como época de aplicação<br />

de isca formicida e propõe<br />

algo nunca antes visto, a<br />

aplicação em condições<br />

de solos molhados, dias<br />

chuvosos ou com prenúncio<br />

de chuvas<br />

de materiais vegetais, chegando a consumir, ao longo<br />

de um ano, o equivalente a 90 árvores de eucalipto ou,<br />

aproximadamente, 1 tonelada de folhas.<br />

Pesquisas, como a realizada por Mantragolo e colaboradores<br />

em 2010, apontam que a remoção total das<br />

folhas por uma única vez na fase inicial de desenvolvimento<br />

do eucalipto resultou em perdas de 18,9% no<br />

crescimento em diâmetro e 12,0% na altura, com perdas<br />

significativas em volume total de 37,9%. Considerando<br />

três desfolhas consecutivas, esse dano pode alcançar<br />

redução em volume de 79,7%.<br />

A atividade de forrageamento apresenta sazonalidade<br />

ao longo do ano, porém, já foi comprovado que<br />

espécies do gênero Atta (saúvas) forrageiam mais intensamente<br />

em períodos de alta temperatura e umidade<br />

relativa. Diante desse fato comprovado a Dinagro, que<br />

há mais de 5 décadas está na vanguarda do fornecimento<br />

de isca formicida, chegou na solução para este desafio.<br />

A inovação tecnológica no processo de produção<br />

permitiu elevar a resistência à umidade nos pellets, sem<br />

alterar a estrutura, molécula, quantidade do princípio ativo<br />

e a atratividade da isca. Assim, a tecnologia disruptiva<br />

desse produto rompe com o modelo anteriormente definido<br />

como época de aplicação de isca formicida e propõe<br />

algo nunca antes visto, a aplicação em condições de solos<br />

molhados, dias chuvosos ou com prenúncio de chuvas.<br />

Desde o lançamento da isca Dinagro-S Resistente,<br />

cada vez mais empresas do setor florestal preconizam<br />

forests. Between 5 and 15 million years ago, the ants of<br />

the Attini tribe (saúvas and quenquéns) developed complex<br />

and organized agriculture, making them one of the only<br />

groups of animals that have a mutualistic association with<br />

their symbiotic fungus on which they depend for food. To<br />

meet the fungus’ needs, the leafcutters select and cut large<br />

quantities of plant material, consuming the equivalent of<br />

90 eucalyptus trees or approximately 1 ton of leaves over<br />

the course of a year.<br />

Research conducted by Mantragolo et al. (2010) indicates<br />

that the total removal of leaves on a single occasion<br />

during the early stages of eucalyptus development resulted<br />

in significant losses. Specifically, the study found that removing<br />

leaves resulted in an 18.9% loss in diameter growth,<br />

a 12.0% loss in height, and a 37.9% loss in total volume.<br />

Three consecutive defoliations can result in a reduction in<br />

volume of up to 79.7%.<br />

The foraging activity is seasonal throughout the year,<br />

but research has shown that species of the genus Atta<br />

(saúvas) forage more intensively during periods of high<br />

temperature and relative humidity. In light of this proven<br />

fact, Dinagro, a leading supplier of formicide bait for over<br />

five decades, has developed a solution to this challenge.<br />

Thanks to technological innovation in the production<br />

process, we have been able to increase the moisture<br />

resistance of the pellets without altering the structure,<br />

molecule, quantity of the active ingredient, or the attractiveness<br />

of the bait. This product’s innovative technology<br />

Novembro 2024<br />

41


PRINCIPAL<br />

a utilização desta nova tecnologia como parte do manejo<br />

integrado de formigas cortadeiras devido aos seus<br />

diversos benefícios, como: diminuição dos custos com a<br />

atividade de replantio em área de repasse; economia de<br />

retrabalho (insumos e mão de obra); maior área controlada<br />

no período chuvoso, oferecendo mais segurança para<br />

o planejamento das operações seguintes; otimização do<br />

trabalho das equipes e máquinas durante todo o ano; aumento<br />

da eficiência do controle de formigas cortadeiras<br />

no período chuvoso, entre outros benefícios.<br />

A primeira fábrica da Dinagro, construída em 1969,<br />

contava com 400 m² (metros quadrados) de área fabril<br />

para a produção da isca convencional. Com o lançamento<br />

da isca resistente em 2019 foi necessário destinar parte<br />

da fábrica de produção da isca convencional para isca<br />

resistente. A projeção de produção da isca resistente no<br />

primeiro ano de produção extrapolou todas as expectativas,<br />

dobrando o número no ano seguinte, em função<br />

da alta eficiência apresentada pelo produto.<br />

Devido à alta aceitação e efetividade da isca resistente<br />

no mercado florestal, a demanda cresceu e com<br />

challenges the conventional wisdom regarding the use of<br />

formicide bait. It offers a new approach that allows for<br />

application in wet soil conditions, even on rainy days or<br />

when rain is forecast.<br />

Since the launch of the Dinagro-S Resistant bait,<br />

more and more companies in the Forestry Sector are<br />

recommending the use of this new technology as part<br />

of their integrated management of leaf-cutting ants due<br />

to its many benefits, such as a reduction in the costs of<br />

replanting in areas that have been just planted; savings<br />

A nova planta dispõe de<br />

equipamentos de ponta<br />

como moinhos altamente<br />

precisos para uma perfeita<br />

granulometria e secadores<br />

mais produtivos<br />

42 www.referenciaflorestal.com.br


isso a antiga fábrica precisou crescer e se modernizar.<br />

Em comemoração ao seu aniversário de 56 anos, como<br />

líder absoluta no mercado de iscas formicidas, a Dinagro<br />

inaugurou seu novo parque fabril. A nova planta dispõe<br />

de equipamentos de ponta como moinhos altamente<br />

precisos para uma perfeita granulometria e secadores<br />

mais produtivos. Hoje a nova fábrica produz 1 tonelada/<br />

hora, sendo capaz de atingir 2 toneladas/hora.<br />

Em todo o processo de fabricação da isca formicida<br />

existe o aproveitamento total das matérias-primas e<br />

reaproveitamento parcial de subprodutos através de<br />

ideias e tecnologia desenvolvidas. Desta forma, é gerado<br />

o mínimo possível de resíduos que recebe a destinação<br />

final adequada. O processo é integralmente monitorado<br />

a fim de evitar qualquer tipo de contaminação ambiental.<br />

Agora que o Leitor da Revista REFERÊNCIA FLORESTAL<br />

conhece um pouco da história da Dinagro vale ressaltar<br />

que, o segredo para resultados satisfatórios de eficiência<br />

de controle como também de redução do custo operacional<br />

como um todo, não está atrelado apenas à qualidade<br />

da isca escolhida. O sucesso no controle das formigas<br />

cortadeiras depende também de fatores intrínsecos<br />

ligados à biologia e comportamento do inseto e fatores<br />

extrínsecos ligados à fatores climáticos, operacionais e<br />

metodológicos.<br />

on rework (inputs and labor); a larger area controlled during<br />

the rainy season, offering more security for planning<br />

subsequent operations; optimization of the work of teams<br />

and machines throughout the year; increased efficiency<br />

in controlling leaf-cutting ants during the rainy season,<br />

among other benefits.<br />

Dinagro’s first factory, built in 1969, had four hundred<br />

m² of factory space for conventional bait production. With<br />

the launch of the resistant bait in 2019, it was necessary<br />

to allocate part of the conventional bait production plant<br />

to the resistant bait. The production projection for the<br />

resistant bait in the first year of production exceeded all<br />

expectations, doubling production in the following year<br />

due to the product’s high efficiency.<br />

Due to the high acceptance and effectiveness of the<br />

resistant bait in the forestry market, demand grew, and<br />

the old factory had to be expanded and modernized. In<br />

celebration of its 56th anniversary as the absolute leader<br />

in the formicide bait market, Dinagro inaugurated its new<br />

plant. The new plant has state-of-the-art equipment, such<br />

as highly precise mills for perfect granulometry and more<br />

productive dryers. Today, the new plant produces 1 ton/<br />

hour and can reach 2 tons/hour.<br />

The entire manufacturing process of the formicide bait<br />

makes full use of raw materials and partial reuse of by-products<br />

through the ideas and technology developed. In this<br />

way, as little waste as possible is generated and properly<br />

disposed of. The process is fully monitored in order to avoid<br />

any environmental contamination.<br />

Now that the reader of REFERÊNCIA Florestal has learned<br />

a little about Dinagro’s history, it is worth pointing out<br />

that the secret to satisfactory results in terms of control<br />

efficiency as well as reducing operating costs as a whole,<br />

is not only linked to the quality of the bait chosen. Successful<br />

control of leafcutter ants also depends on intrinsic<br />

factors linked to the biology and behavior of the insect<br />

and extrinsic factors linked to climatic, operational, and<br />

methodological factors.<br />

Novembro 2024<br />

43


CRESCIMENTO<br />

MAIOR,<br />

melhor e mais forte<br />

44 www.referenciaflorestal.com.br


Setor florestal<br />

apresenta crescimento<br />

Fotos: divulgação<br />

O<br />

Relatório Anual da IBÁ (Indústria Brasileira<br />

de Árvores) apresenta os indicadores setoriais<br />

econômicos, ambientais e sociais<br />

referentes a 2023. O documento é produzido<br />

em parceria com a consultoria ESG<br />

Tech. O relatório mostra que o setor planta 1,8 milhão de<br />

árvores por dia. Árvores que são plantadas para a produção<br />

de bioprodutos de origem renovável, reciclável e, em sua<br />

maioria, biodegradável, utilizados por mais de 2 bilhões de<br />

planetários.<br />

A área total dedicada ao plantio de árvores no Brasil<br />

ultrapassou, pela primeira vez, os 10 milhões de ha (hectares),<br />

um crescimento de 3% em comparação ao ano<br />

anterior. Os dados foram obtidos por meio de mapeamento<br />

usando imagens de satélite analisadas pela Canopy Remote<br />

Sensing Solutions. Dentre os tipos de plantios, o eucalipto<br />

se destaca, abrangendo 7,8 milhões de ha, o que corres-<br />

Novembro 2024<br />

45


CRESCIMENTO<br />

ENERGIA E ECONOMIA<br />

Em termos de balanço, o consumo de energia foi de<br />

183,6 milhões de GJ (Giga Jaules), sendo que 92% desse<br />

consumo foi suprido pela energia gerada pelas próprias emponde<br />

a 76% da área total plantada. Esse número representa<br />

um crescimento de 41% nos últimos 10 anos, evidenciando<br />

a crescente importância dessa cultura na economia<br />

florestal brasileira. São 1,8 milhão de árvores plantadas por<br />

dia, que removem e estocam carbono da atmosfera. Com<br />

isso, recupera áreas, trazendo uma nova ocupação com<br />

benefícios para o clima e manejo sustentável, entregando<br />

impactos positivos para o ambiente e valor compartilhado<br />

para a sociedade.<br />

Os plantios de eucalipto estão concentrados na região<br />

sudeste, que abriga 44% do total do país, com 3,5 milhões<br />

de ha. O destaque é o Estado de Minas Gerais, responsável<br />

por 63% dos plantios nessa região. Além disso, o centro-<br />

-oeste do país têm emergido com áreas em expansão, totalizando<br />

1,6 milhão de ha de eucalipto plantados.<br />

Uma das práticas de manejo sustentável mais importantes<br />

do setor consiste na técnica chamada de plantio em<br />

mosaico, que intercala áreas de conservação com as áreas<br />

de árvores cultivadas para fins industriais em nível de paisagem.<br />

O setor conserva 6,91 milhões de ha de vegetação<br />

natural, uma extensão maior que o Estado do Rio de Janeiro.<br />

Juntas, as áreas conservadas e plantadas pelo setor,<br />

estocam 4,92 bilhões de toneladas de dióxido de carbono<br />

equivalente (tCO₂eq).<br />

Em 2023, a área conservada da cadeia de árvores<br />

cultivadas chegou a 6,91 milhões de ha, incluindo 4,88<br />

milhões de ha de RL (reserva legal), 1,94 milhão de ha de<br />

APP (Áreas de Preservação Permanente), e 100 mil ha de<br />

RPPN (Reservas Particulares do Patrimônio Natural), essas<br />

administradas direta ou indiretamente pelo setor. A RPPN é<br />

uma categoria de Unidade de Conservação de domínio privado<br />

e perpétuo, evidenciando o compromisso do setor em<br />

manter voluntariamente áreas de grande relevância para a<br />

conservação da biodiversidade.<br />

Dentro dessas áreas conservadas, 195 mil ha foram<br />

caracterizados como AAVC (Áreas de Alto Valor de Conservação),<br />

um aumento de 8,3% em relação ao último ano. As<br />

AAVCs são uma denominação usada por esquemas de certificação<br />

para se referir a áreas que possuem uma importância<br />

excepcional ou crítica em termos biológicos, ecológicos<br />

e sociais. Essas áreas são identificadas por conta de seus<br />

atributos especiais para a conservação da biodiversidade e<br />

serviços ecossistêmicos, por exemplo.<br />

46 www.referenciaflorestal.com.br


CRESCIMENTO<br />

presas, o equivalente a 168,7 milhões de GJ. O restante da<br />

demanda, 8%, é suprida com a compra de energia, que totalizou<br />

28,3 milhões de GJ. Há ainda que pontuar que algumas<br />

fábricas vendem a energia não utilizada, seja excedente<br />

de produção própria ou de compra, para a rede nacional,<br />

contribuindo significativamente na matriz elétrica de alguns<br />

municípios. O montante de energia vendida em 2023 foi de<br />

13,4 milhões de GJ. A participação da energia renovável no<br />

balanço desse setor é motivo de orgulho e um grande diferencial<br />

em sua estratégia de sustentabilidade. Ao todo, 87%<br />

da energia consumida pelo setor vem de fontes limpas.<br />

O setor brasileiro de árvores cultivadas adota diversas<br />

práticas para otimizar a utilização de seus recursos naturais<br />

A área total dedicada ao<br />

plantio de árvores no Brasil<br />

ultrapassou, pela primeira<br />

vez, os 10 milhões de<br />

hectares, um crescimento<br />

de 3% em comparação ao<br />

ano anterior.<br />

e minimizar o descarte, fundamentando-se nos princípios<br />

da economia circular. Os principais materiais gerados dos<br />

processos produtivos do setor são o licor preto, resíduos<br />

florestais (cascas, galhos e folhas) e materiais reciclados,<br />

que juntos somam 79%. Os outros 21% são materiais como<br />

cavacos não conformes, serragem, lama de cal e cinzas de<br />

caldeira. Quanto à destinação, assim como em anos anteriores,<br />

a principal é para geração de energia (licor preto)<br />

— cerca de 64% —, seguida de reciclagem e/ou reutilização.<br />

O restante fica no campo para proteção, adubação ou<br />

correção do solo (resíduos florestais). Ao final, apenas 17%<br />

dos materiais resultantes dos processos fabris podem efetivamente<br />

ser chamados de resíduos, sendo destinados para<br />

aterros e outros destinos.<br />

ILPF<br />

O crescimento das áreas de ILPF (Integração Lavoura-<br />

-Pecuária-Floresta ) tem sido expressivo, incluindo sistemas<br />

de produção que possuem como componente as florestas,<br />

sendo eles ILF (integração lavoura-floresta), IPF (integração<br />

pecuária-floresta) e ILPF. Essa última é uma das práticas<br />

consideradas dentro do Plano Setorial para Adaptação à<br />

Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária<br />

(conhecido como ABC+), com vistas ao Desenvolvimento<br />

Sustentável (2020-2030), e que tem como propósito<br />

o avanço em soluções tecnológicas sustentáveis para a<br />

produção do campo e melhoria da renda dos produtores<br />

rurais, com foco na agricultura e no enfrentamento das mudanças<br />

climáticas.<br />

48 www.referenciaflorestal.com.br


INFORMAÇÃO<br />

Acesso<br />

FACILITADO<br />

50 www.referenciaflorestal.com.br


Governo lança plataformas<br />

que trazem informações sobre<br />

regularização e autorizações para<br />

a palma das mãos dos usuários<br />

Fotos: divulgação<br />

Novembro 2024<br />

51


INFORMAÇÃO<br />

O<br />

Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente<br />

e dos Recursos Naturais Renováveis) lançou,<br />

em setembro, o Painel de Autorizações<br />

de Exploração Florestal. Por meio da ferramenta<br />

interativa, os usuários podem acessar<br />

as poligonais georreferenciadas das autorizações emitidas<br />

pelo Sinaflor (Sistema Nacional de Controle da Origem dos<br />

Produtos Florestais).<br />

O painel foi desenvolvido pela Coflo (Coordenação de<br />

Monitoramento do Uso da Flora), em parceria com o Cenima<br />

(Centro Nacional de Monitoramento e Informações<br />

Ambientais), do Instituto. Por meio dele, é possível visualizar<br />

informações geoespaciais de ASV (Autorização de Supressão<br />

de Vegetação), de UAS (Uso Alternativo do Solo), de EFP (Exploração<br />

de Floresta Plantada), de PMFS (Plano de Manejo<br />

Florestal Sustentável) e de POA (Plano Operacional Anual).<br />

Um dos destaques da ferramenta são os filtros interativos<br />

que possibilitam a obtenção de informações relevantes<br />

em poucos passos: após aplicar os filtros desejados, o usuário<br />

pode clicar no botão: Lista; e verificar a relação de autorizações<br />

que correspondem aos critérios aplicados. Ao clicar<br />

em uma autorização específica, a poligonal georreferenciada<br />

piscará no mapa e será possível observar informações como<br />

ente ambiental emissor da autorização, área, data de validade,<br />

município, se há sobreposição com unidades de conservação,<br />

entre outras.<br />

Fernanda Simões, coordenadora da Coflo, explica que a<br />

interatividade do painel facilita a análise comparativa entre<br />

diferentes períodos e regiões, tornando-o uma ferramenta<br />

valiosa para pesquisadores e gestores que buscam entender<br />

as tendências e os impactos das atividades de exploração<br />

florestal no país. “Tudo isso para contribuir com o monitoramento<br />

e a melhor compreensão da dinâmica de supressão<br />

de vegetação em diferentes regiões do país”, aponta Fernanda.<br />

O painel também disponibiliza um link que possibilita<br />

baixar uma pasta compactada contendo todos os polígonos<br />

das autorizações disponíveis na data atual em formato shapefile.<br />

O painel representa um avanço significativo na disponibilização<br />

de informações sobre a gestão florestal no Brasil,<br />

atendendo a demanda por dados mais acessíveis e fortalecendo<br />

o monitoramento e a fiscalização do uso dos recursos<br />

florestais no país.<br />

REGULARIZAÇÃO<br />

O SFB (Serviço Florestal Brasileiro) lançou o Painel Interativo<br />

da Regularização Ambiental. A ferramenta digital<br />

reúne e disponibiliza dados sobre as intenções de adesão<br />

aos PRA (Programas de Regularização Ambiental), além de<br />

oferecer uma visão detalhada dos cadastros, passivos de<br />

reserva legal, APPs (Áreas de Preservação Permanente) e<br />

excedentes de vegetação nativa.<br />

Baseado no Sicar (Sistema de Cadastro Ambiental Rural),<br />

o painel integra e disponibiliza as informações declaradas<br />

no CAR (Cadastro Ambiental Rural), facilitando o acesso a<br />

dados sobre a regularização ambiental dos imóveis rurais<br />

em todo o país. Dividido em várias seções (abas), o painel<br />

permite que os usuários visualizem dados de forma geral ou<br />

52 www.referenciaflorestal.com.br


INFORMAÇÃO<br />

Tudo isso para contribuir com<br />

o monitoramento e a melhor<br />

compreensão da dinâmica de<br />

supressão de vegetação em<br />

diferentes regiões do país<br />

por meio de filtros específicos para obter informações mais<br />

segmentadas.<br />

Marcus Vinicius Alves, diretor de Regularização Ambiental<br />

Rural do SFB (Serviço Florestal Brasileiro), observa que,<br />

a partir de dados extraídos do painel, é possível identificar<br />

progressos significativos após a retomada da agenda ambiental<br />

por este governo: “O número de cadastros com a<br />

análise ambiental concluída mais que triplicou, passando de<br />

aproximadamente 41 mil em janeiro de 2023 para 141 mil<br />

em setembro de 2024, abrangendo uma área de mais de 25<br />

milhões de ha (hectares), representando uma área maior<br />

que a do Estado de São Paulo”, pontuou Marcus.<br />

Por meio dos dados apresentados na plataforma, também<br />

é possível constatar que cerca de 233 milhões de ha de<br />

vegetação nativa estão em áreas privadas, número equivalente<br />

a 150% da área continental de todas as Unidades de<br />

Conservação cadastradas no CNUC (Cadastro Nacional de<br />

Unidades de Conservação da Natureza). “Com essa informação,<br />

podemos promover políticas públicas de fomento e<br />

incentivo para que os proprietários e detentores de imóveis<br />

rurais continuem a manter a vegetação nativa nas suas terras,<br />

conservada”, destaca Marcus.<br />

Anteriormente, os dados declarados no Sicar eram disponibilizados<br />

pelo SFB nos boletins mensais do CAR. Com<br />

Fernanda Simões,<br />

coordenadora da Coflo<br />

o painel interativo da regularização ambiental, os usuários<br />

poderão ter uma experiência dinâmica, podendo visualizar<br />

os temas de maneira consolidada ou segmentada a partir da<br />

combinação de filtros, sendo também possível obter tabelas<br />

customizadas.<br />

O I Encontro da Regularização Ambiental, realizado em<br />

setembro, contou com a participação de representantes de<br />

24 Estados, incluindo a presença de técnicos, especialistas e<br />

gestores dos órgãos estaduais responsáveis pela gestão do<br />

Sicar para discutir a regularização ambiental de imóveis rurais.<br />

O evento promoveu o intercâmbio de experiências, fortalecimento<br />

de parcerias e alinhamento de estratégias para<br />

avançar na adequação ambiental das propriedades rurais<br />

em todo o país. Durante o encontro, foram apresentados<br />

panoramas e perspectivas sobre modelos de regularização<br />

ambiental e discutidos temas essenciais como a recuperação<br />

da vegetação nativa, incentivos econômicos e a legislação<br />

pertinente.<br />

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PRÊMIO<br />

Conheça os vencedores<br />

da edição deste ano do<br />

mais tradicional prêmio<br />

do setor de base florestal<br />

N<br />

o dia 2 de dezembro a indústria<br />

de base florestal brasileira estará<br />

em festa, pois neste dia acontece a<br />

cerimônia do Prêmio REFERÊNCIA<br />

Melhores do Ano. O tradicional<br />

evento que chega a sua vigésima primeira edição<br />

é organizado e realizado pela JOTA Editora, que<br />

celebra 25 anos de história em 2024 e é responsável<br />

pela publicação das revistas REFERÊNCIA<br />

CELULOSE & PAPEL, REFERÊNCIA PRODUTOS DE<br />

MADEIRA , REFERÊNCIA MADEIRA INDUSTRIAL,<br />

REFERÊNCIA BIOMAIS e REFERÊNCIA FLORESTAL.<br />

56 www.referenciaflorestal.com.br


Nesta edição, o evento conta com o apoio<br />

de: ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de<br />

Madeira Processada Mecanicamente), ACIDERJ<br />

(Associação do Comércio e Indústria de Madeiras<br />

e Derivados do Estado do Rio de Janeiro), AIMEX<br />

(Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras<br />

do Estado do Pará), CIPEM (Centro das Indústrias<br />

Produtoras e Exportadoras de Madeira do<br />

Estado de Mato Grosso), CPM, DRV, Envimat, Himev,<br />

Montana Química, MSM Química e Rottteng.<br />

A abertura do Prêmio REFERÊNCIA 2024 contará<br />

com um podcast ao vivo sobre tecnologia na<br />

floresta plantada e nativa. Os dois convidados já<br />

estão confirmados, Deryck Pantoja Martins, diretor<br />

técnico da AIMEX, e Ednei Blasius, presidente<br />

do CIPEM. A tecnologia já é uma realidade nas florestas<br />

brasileiras, portanto discutir e fomentar o<br />

aumento de sua utilização dará muito mais segurança<br />

para os produtores, como aponta Fábio Machado,<br />

diretor comercial da Revista REFERÊNCIA.<br />

“Vamos trazer especialistas e informações da mais<br />

alta relevância para o público e fazer um episódio<br />

muito especial do nosso podcast, que tem sido sucesso<br />

de audiência desde o seu lançamento, mostrando<br />

muitas facetas do universo encontradas na<br />

indústria de base florestal”, exalta Fábio.<br />

AMIF<br />

A AMIF (Associação Mineira de Indústria Florestal) é uma das mais tradicionais associações de empresas do<br />

país e em 2024 conseguiu selar um acordo com o ministério público de Minas Gerais, que facilitou e abriu portas<br />

para os investimentos em florestas plantadas no Estado. Por lutar com tanto empenho e fortalecer um Estado que<br />

já é tão pujante no segmento de base florestal, a AMIF é uma das vencedoras do Prêmio REFERÊNCIA Melhores do<br />

Ano.<br />

FRANCIO SOLUÇÕES FLORESTAIS<br />

A Francio Soluções Florestais se destaca pela excelência em manejo sustentável e inovação, especialmente<br />

no preparo e cuidado do solo. Sua dedicação à eficiência e qualidade foi fundamental para transformar desafios<br />

em oportunidades de crescimento. Parabéns à Francio por ser precursor em um caminho rumo a um futuro mais<br />

produtivo e sustentável. Como reconhecimento do trabalho, a empresa será agraciada com o Prêmio REFERÊNCIA<br />

2024.<br />

HAPPY PAK®<br />

Inovar é a chave para o desenvolvimento do setor de celulose e papel e a Happy Pak@ vem de encontro a essa<br />

demanda de forma singular. A empresa do Grupo Bonet lançou em 2024 o copo 100% livre de plásticos na composição,<br />

utilizando de técnicas únicas para gerar um produto sustentável do início ao fim de seu processo, desde<br />

o plantio da matéria-prima, até o descarte. Pensar em sustentabilidade aliada a economia faz com que a natureza<br />

agradeça e o mundo REFERÊNCIA também.<br />

INEXPORT MADEIRAS<br />

A Inexport Madeiras se destaca como uma referência no mercado pela excelência logística e forte atuação no<br />

comércio internacional. Com uma operação ágil e eficiente, a empresa conecta a madeira brasileira a mercados<br />

globais, garantindo qualidade e sustentabilidade em cada entrega. Seu compromisso em representar com orgulho<br />

a madeira nacional no exterior fortalece a imagem do Brasil mundo afora. Por esses motivos, a empresa é merecidamente<br />

agraciada com o Prêmio REFERÊNCIA.<br />

Novembro 2024<br />

57


PRÊMIO<br />

JULITAGO BIOENERGIA<br />

A Julitago é reconhecida por sua contribuição ao mercado de energias renováveis, fornecendo biomassa de<br />

alta qualidade para soluções energéticas sustentáveis. Seu compromisso com a inovação e a eficiência energética<br />

ajuda a reduzir a dependência de fontes fósseis e a promover um futuro mais limpo. A empresa se destaca por<br />

integrar sustentabilidade e desenvolvimento econômico, fortalecendo a cadeia de valor da biomassa. Esse trabalho<br />

exemplar faz da Julitago uma justa vencedora do Prêmio REFERÊNCIA Melhores do Ano.<br />

NOAH | WOOD BUILDING DESIGN<br />

A Noah é premiada no Prêmio REFERÊNCIA 2024 por sua atuação de vanguarda na construção com madeira,<br />

promovendo soluções arquitetônicas sustentáveis e inovadoras. Ao utilizar madeira engenheirada, a empresa alia<br />

estética, funcionalidade e baixo impacto ambiental, contribuindo para a redução de emissões de carbono no planeta.<br />

Seu trabalho destaca a versatilidade e eficiência da madeira como material de construção para o futuro.<br />

REFLORESTA ALTO VALE<br />

Uma floresta não se faz com apenas uma árvore e a partir desse princípio nasceu o programa Refloresta Alto<br />

Vale, que uniu empresas do Alto Vale do Itajaí para retomar o plantio florestal na região. A partir de uma demanda<br />

percebida por empresários da região foi criado há alguns anos esse programa, que visa garantir o suprimento de<br />

madeira para a região, que demandará continuamente de mais e mais madeira para processamento. Por valorizar<br />

a região e desenvolver a economia local de forma sustentável, o Refloresta Alto Vale leva o Prêmio REFERÊNCIA do<br />

ano.<br />

ROMANI MADEIRAS<br />

A Romani Madeiras assume com seriedade a responsabilidade de manejar as florestas e valorizar a madeira<br />

brasileira no mercado global. A conquista do Prêmio REFERÊNCIA Melhores do Ano, destaca o trabalho exemplar<br />

da empresa mato-grossense, que protege as florestas em pé enquanto impulsiona a economia do Estado de forma<br />

sustentável. Para a Revista REFERÊNCIA, é um grande orgulho celebrar iniciativas que fortalecem o setor florestal e<br />

elevam a imagem do Brasil no cenário internacional.<br />

SUPREMA AMBIENTES PLANEJADOS<br />

Mais de 50 anos de história serão celebrados no dia 2 de dezembro por todos aqueles que acompanharem<br />

o Prêmio REFERÊNCIA 2024. Uma família que trabalha com madeira há quase um século se tornou destaque na<br />

fabricação de ambientes planejados com madeiras nobres da Amazônia. A valorização do cuidado com o meio<br />

ambiente e a excelência na entrega de produtos únicos e de alto valor agregado fizeram da Suprema uma das vencedoras<br />

deste ano.<br />

VALE DO TIBAGI<br />

A Vale do Tibagi, ou VT como é chamada por seus clientes, se tornou sinônimo de excelência no trabalho quando<br />

se fala em serviços florestais. Mas a empresa não parou por aí e hoje oferece soluções em logística, pellets,<br />

silvicultura mecanizada e comercialização de madeira. A empresa de Irati (PR) recebe o Prêmio REFERÊNCIA do<br />

ano por trabalhar continuamente para elevar a qualidade de seus serviços, qualificar e cuidar de seus funcionários,<br />

além de oferecer o melhor para seus clientes, seja qual for a demanda apresentada.<br />

58 www.referenciaflorestal.com.br


01 SUB SOLADOR MAIS LEVE DO MERCADO;<br />

02 TODA ESTRUTURA COM MATERIAIS DE ALTA RESISTÊNCIA;<br />

03 CONJUNTO DESTORROADOR E AIVECA;<br />

04 DISCO DO ARADO COM REGULAGEM DE ÂNGULO;<br />

05 CILINDRO DOS BRAÇOS E AIVECA COM SISTEMA DE SEGURANÇA;<br />

06 AIVECA COM AMORTECIMENTO HIDRÁULICO;<br />

07 ESTRUTURA COM TRAVA DE SEGURANÇA PARA MANUTENÇÃO;<br />

08 MAIOR ÂNGULO DE SAÍDA PARA EMBARQUE E DESEMBARQUE;<br />

09 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO OTIMIZADO;<br />

10 COMPONENTES COM PADRONIZAÇÃO E 100% NACIONAIS;<br />

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SOLO<br />

Estratégias de resistência à seca<br />

E DEMAIS INTEMPÉRIES: INOVAÇÕES E TECNOLOGIAS<br />

ALIADAS À SILVICULTURA APLICADA<br />

Por<br />

Jhuan Lucas Melo Maciel - Consultor Florestal | Doutor em Ciência Florestal<br />

Pedro Francio Filho - Consultor Florestal | Engenheiro Agrônomo | Diretor Francio Soluções Florestais<br />

Fotos: Francio Soluções Florestais<br />

O<br />

setor florestal brasileiro enfrenta desafios crescentes,<br />

especialmente os relacionados à variabilidade<br />

climática e à adaptação dos plantios às condições<br />

de déficit hídrico, os quais se intensificaram bastante<br />

nos últimos anos, impulsionadas pelas mudanças<br />

climáticas. Esses plantios estão distribuídos por diversas regiões do<br />

país, com características edafoclimáticas diversas, abrangendo desde<br />

locais com abundância hídrica até áreas frequentemente impactadas<br />

por secas intensas. Os efeitos das mudanças climáticas, como a maior<br />

frequência e intensidade de períodos de seca, apresentam um cenário<br />

desafiador para a silvicultura.<br />

À medida que áreas plantadas com espécies como o eucalipto se<br />

expandem, torna-se essencial investir em estratégias que garantam,<br />

tanto a produtividade, quanto a adaptação às condições adversas impostas<br />

pela estiagem. Uma das principais ferramentas para enfrentar<br />

esses desafios é a escolha criteriosa do material genético, combinando<br />

alto rendimento e resistência à seca. Contudo, essa é apenas uma<br />

parte da solução: há uma necessidade urgente de associar essa seleção<br />

genética à silvicultura aplicada, que oferece maior segurança aos<br />

povoamentos, especialmente em regiões suscetíveis ao déficit hídrico.<br />

O manejo florestal voltado para a resistência à seca é uma estratégia<br />

essencial para ajustar o planejamento florestal às demandas<br />

econômicas e ambientais, mitigando os impactos da seca e ampliando<br />

o rendimento dos plantios. Este artigo explora os principais aspectos<br />

técnicos e práticos do manejo florestal com foco na resistência hídrica,<br />

abordando desde a seleção genética até práticas de solo, controle de<br />

matocompetição e outros fatores.<br />

PLANEJAMENTO<br />

O planejamento da silvicultura voltado à resistência à seca é fundamental<br />

para o sucesso dos povoamentos florestais, principalmente<br />

diante das incertezas climáticas e dos períodos de déficit hídrico. Esse<br />

planejamento exige uma análise cuidadosa das condições edafoclimáticas<br />

locais, considerando o regime de preparação, sua distribuição,<br />

quantidade e características do solo. A investigação dessas variáveis<br />

permite a adoção de práticas específicas para aumentar a retenção e<br />

o uso eficiente da água, como o preparo adequado do solo.<br />

Solos arenosos, que retêm menos água, requerem práticas conservacionistas<br />

para evitar a perda de umidade, enquanto solos argilosos<br />

exigem manejos que minimizem a compactação e favoreçam a oxigenação<br />

radicular. Com um planejamento bem estruturado, é possível<br />

promover a resiliência dos plantios às condições de seca, garantindo<br />

produtividade e sustentabilidade ao setor florestal brasileiro.<br />

Floresta desenvolvida com aderência ao<br />

protocolo silvicultural<br />

Plantio com 2,5 anos em Cândido Sales<br />

(BA) com 850 mm de precipitação, com<br />

espaçamento adequado às condições<br />

edafoclimáticas da região, com manejo de<br />

silvicultura seguindo o protocolo completo<br />

da Francio Soluções Florestais<br />

A IMPORTÂNCIA DO PREPARO DO SOLO NO<br />

DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA RADICULAR<br />

O preparo do solo é uma etapa primordial para o êxito florestal,<br />

especialmente em regiões sujeitas à seca, onde o desenvolvimento do<br />

sistema radicular desempenha um papel crucial para garantir o acesso<br />

à água e nutrientes. O solo manejado de forma correta, torna-se mais<br />

propício para o crescimento das raízes em todas as camadas do solo,<br />

aumentando a capacidade das plantas sobreviverem. Um solo bem<br />

preparado favorece a estrutura física para que as raízes se desenvolvam<br />

sem restrições. Práticas como a subsolagem são eficazes para<br />

reduzir a compactação e aumentar a aeração do solo, facilitando o<br />

desenvolvimento radicular, ampliando a área de absorção de água e<br />

nutrientes, promovendo, desta forma, o uso eficiente dos recursos<br />

disponíveis.<br />

Esse preparo contribui para a capacidade de retenção de água,<br />

criando condições ideais para o desenvolvimento radicular, conferindo<br />

aos plantios florestais maior segurança hídrica.<br />

CORREÇÃO DO SOLO COM CALCÁRIO E GESSO<br />

Outro manejo importante é a correção do solo com calcário<br />

(carbonato de cálcio) e gesso (sulfato de cálcio), que fortalece a segurança<br />

hídrica dos plantios, especialmente em períodos de déficit. A<br />

aplicação combinada de calcário aliado ao gesso, elevam os índices de<br />

cálcio e magnésio, corrige pH e neutraliza o alumínio tóxico no solo.<br />

Esse tratamento promove o aumento da rizosfera em profundidade,<br />

60 www.referenciaflorestal.com.br


estimulando a capilaridade radicular em busca de água e nutrientes.<br />

O aprofundamento das raízes amplia a capacidade das plantas de<br />

exploração de reservas de água em camadas mais profundas do solo.<br />

MANEJO NUTRICIONAL<br />

A nutrição florestal adequada permite que o povoamento suporte<br />

períodos de déficit hídrico, impulsionando o desenvolvimento do plantio<br />

e aumentando a resistência e a sobrevivência as plantas no campo.<br />

Nutrientes essenciais, como o potássio, atuam na regulação hídrica<br />

das células, ajudando as plantas a manterem a turgidez e reduzir a<br />

perda de água pela transpiração principalmente nos períodos secos.<br />

O cálcio fortalece as paredes celulares e contribui para a formação de<br />

raízes mais profundas e resistentes, enquanto o magnésio e o fósforo<br />

são indispensáveis para a eficiência fotossintética, garantindo que<br />

a planta tenha energia para explorar o solo e absorver nutrientes.<br />

Além disso, aplicações foliares de micronutrientes no período seco<br />

têm cunho complementar, sendo preventivo ou curativo de sintomas<br />

prejudiciais ao eucalipto nos períodos secos. Os objetivos são fornecer<br />

boro, cobre, zinco e manganês, com ênfase para o boro, pela sua<br />

relação direta com a seca de ponteiro, além dos baixos teores nos<br />

períodos secos que aumentam a incidência de pragas e doenças. A<br />

aplicação precisa destes micronutrientes potencializam o crescimento<br />

inicial e a saúde das plantas, aumentando a capacidade radicular de<br />

explorar as camadas mais profundas.<br />

A bioativação do solo promove e equilibra a atividade microbiológica,<br />

acelerando a mineralização da matéria orgânica e disponibilizando<br />

nutrientes essenciais para as plantas. Esse processo<br />

fortalece o povoamento florestal, aumenta a eficiência no uso dos<br />

recursos hídricos e prepara as plantas para suportar condições de<br />

estresse hídrico, sendo um elemento crucial para a produtividade e<br />

a resiliência florestal.<br />

ESPAÇAMENTO<br />

O planejamento do espaçamento entre árvores é uma prática<br />

essencial no manejo florestal para a resistência à seca, especialmente<br />

em regiões de oferta hídrica limitada. O espaçamento ideal deve<br />

considerar fatores como a precipitação local, a distribuição ao longo<br />

do ano, altitude e o tipo de solo, que influenciam diretamente a capacidade<br />

de retenção de água. Em solos com baixa retenção hídrica,<br />

um espaçamento maior permite que cada planta tenha mais espaço<br />

para explorar o solo em busca de água e nutrientes, reduzindo a competição<br />

e aumentando a capacidade de sobrevivência em períodos<br />

de déficit hídrico.<br />

Preparo do solo com<br />

subsolador acoplado com<br />

disco de corte frontal,<br />

dosador de adubo, grade<br />

niveladora e marcador do<br />

berço de plantio<br />

Espaçamentos amplos promovem um crescimento saudável,<br />

controlando o estresse hídrico, pois aumentam o volume de solo<br />

disponível para cada planta. Esse manejo permite que as árvores<br />

acessem água e nutrientes de forma eficiente, contribuindo para um<br />

desenvolvimento mais uniforme e menos sujeito a restrições hídricas.<br />

Por outro lado, o adensamento excessivo intensifica a competição<br />

por recursos, o que é particularmente crítico em regiões de baixa<br />

incidência. Esse excesso de competição pode levar ao esgotamento<br />

rápido da água nas camadas acessíveis e, em casos extremos, resultar<br />

na mortalidade de plantas devido ao estresse hídrico.<br />

Assim, o espaçamento planejado e equilibrado, aliado ao conhecimento<br />

das características climáticas e edáficas locais, contribui<br />

para um manejo que aumente a resiliência hídrica do plantio. A<br />

combinação entre a pesquisa com foco no material genético em<br />

experimentos com espaçamentos diversos, como os realizados com<br />

Anel de Nelder, oferece uma abordagem robusta para o desenvolvimento<br />

de estratégias de silvicultura mais eficientes. Por meio dessa<br />

integração, é possível selecionar genótipos adaptados às condições<br />

locais e definir o espaçamento que aumentem tanto a produtividade<br />

quanto a segurança hídrica dos plantios. O resultado são florestas<br />

com crescimento homogêneo, maior eficiência no uso de recursos e<br />

resistência aprimorada a estresses abióticos.<br />

ESTRATÉGIAS NO MOMENTO DO PLANTIO<br />

O uso de hidrorretentores à base de celulose, como o da Polyter,<br />

é uma estratégia eficaz na fase de plantio, pois aumenta a capacidade<br />

de retenção de água no solo e a disponibiliza gradualmente para a<br />

muda, conforme a necessidade da planta. Esse recurso permite que<br />

as mudas tenham acesso à água, sendo especialmente vantajoso em<br />

regiões ou períodos de déficit hídrico.<br />

Outro recurso importante nessa fase é o uso do Bacillus aryabhattai,<br />

um indutor biológico que estimula a resistência das plantas à seca.<br />

Esse microrganismo proporciona diversos benefícios, como o aumento<br />

da resistência ao estresse abiótico, maior exploração de nutrientes<br />

no solo e estímulo à formação de raízes, aumentando a capacidade<br />

das mudas de absorção de água e nutrientes em profundidade. Ao<br />

ser aplicado via irrigação no berço do plantio, o Bacillus aryabhattai<br />

Riper com subsolagem<br />

profunda em solos<br />

argilosos e compactados<br />

Preparo do solo com subsolador acoplado com disco de corte<br />

frontal, dosador de adubo e grade niveladora


SOLO<br />

Solo com a bioativação fortalecendo<br />

a capacidade de retenção e<br />

disponibilização de nutrientes<br />

Irrigação pós plantio com Bacillus<br />

aryabhattai para hidratação do gel<br />

hidrorretentor no berço de plantio<br />

Desenvolvimento do sistema radicular<br />

em profundidade<br />

auxilia na adaptação hídrica inicial das mudas.<br />

O plantio noturno é outra prática útil, pois reduz o estresse<br />

térmico das mudas durante a implantação. As temperaturas mais<br />

amenas e a ausência de radiação solar direta favorecem a adaptação<br />

inicial, proporcionando melhor hidratação das mudas e preservando<br />

a umidade do solo ao minimizar as perdas por evaporação. Assim, o<br />

plantio noturno contribui para uma adaptação das mudas e para um<br />

melhor aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis no solo.<br />

CONTROLE DA MATOCOMPETIÇÃO<br />

O controle da matocompetição nas camadas superficiais do solo,<br />

torna-se necessária a fim de reduzir a competição por luz, nutrientes e<br />

principalmente por água, com as plantas recém plantadas. Essas plantas<br />

invasoras absorvem rapidamente a água disponível, diminuindo a<br />

quantidade de água que deveria ser disponibilizada para as árvores.<br />

Manter o solo livre de mato até o fechamento da copa das árvores<br />

é imprescindível para o desenvolvimento dos povoamentos florestais,<br />

pois nesse estágio inicial as plantas são mais vulneráveis. O controle<br />

de matocompetição ajuda a evitar o esgotamento da umidade nas<br />

camadas mais acessíveis, onde as raízes das plantas jovens se concentram.<br />

Ao evitar a presença de plantas invasoras, promove-se um<br />

ambiente mais favorável ao desenvolvimento radicular das árvores,<br />

permitindo que cresçam de forma saudável e acelerada. Além disso, à<br />

medida que a floresta avança e as copas se fecham, a cobertura densa<br />

de folhas naturalmente sombreia o solo, dificultando o crescimento<br />

de plantas invasoras. Esse processo, combinado com o controle inicial<br />

de matocompetição, contribui para uma gestão mais eficiente<br />

dos recursos hídricos, maximizando a<br />

produtividade e a resiliência hídrica da<br />

floresta ao longo de seu ciclo de vida.<br />

O controle da matocompetição, por<br />

sua vez, é indispensável para reduzir a<br />

concorrência por água e nutrientes entre<br />

as árvores e as plantas invasoras. O<br />

manejo integrado, utilizando métodos<br />

mecânicos, químicos ou até biológicos,<br />

aumenta a eficiência do uso da água<br />

no sistema, maximizando o potencial<br />

produtivo das florestas.<br />

62 www.referenciaflorestal.com.br<br />

Área experimental com Anel de Nelder<br />

para auxiliar na tomada de decisão<br />

CENÁRIO ATUAL E FUTURO DO SETOR FLORESTAL<br />

BRASILEIRO<br />

O Brasil enfrenta um cenário de variabilidade climática, onde a<br />

distribuição irregular das chuvas e o aumento na frequência de períodos<br />

de seca impactam a disponibilidade hídrica em várias regiões<br />

florestais. Em resposta, o setor tem buscado estratégias de manejo<br />

para aumentar a resistência ao estresse hídrico.<br />

Práticas como o controle de matocompetição, o preparo adequado<br />

do solo e o planejamento de espaçamento entre árvores são<br />

algumas das abordagens que permitem otimizar o uso de água e nutrientes,<br />

além de reduzir a mortalidade de plantas e o estresse hídrico<br />

em nossos povoamentos. Para o futuro, o setor florestal brasileiro<br />

deverá investir cada vez mais em inovações tecnológicas e práticas<br />

sustentáveis que aumentem a produtividade sem comprometer os<br />

recursos naturais. A integração de práticas de manejo que favoreçam<br />

a saúde do solo e do sistema radicular permitem uma exploração<br />

mais eficiente dos recursos hídricos em profundidade, ampliando a<br />

segurança hídrica das florestas plantadas.<br />

A silvicultura voltada para a resistência à seca se estabelece<br />

como uma estratégia para o setor florestal, especialmente diante<br />

dos desafios impostos pela variabilidade climática e pelas condições<br />

ambientais de déficit hídrico. A combinação de práticas bem estruturadas<br />

fortalece a resiliência dos plantios, garantindo produtividade e<br />

sustentabilidade a longo prazo. Essas práticas, além de protegerem as<br />

florestas plantadas contra os efeitos da seca, aumentam a eficiência<br />

no uso dos recursos hídricos e ajudam a adaptar o setor florestal ao<br />

cenário atual e futuro das mudanças climáticas. Assim, com o apoio<br />

de inovações tecnológicas e técnicas de manejo, o setor florestal se<br />

prepara para continuar crescendo de forma competitiva e responsável,<br />

mantendo sua relevância global.<br />

Plantio com controle eficiente da matocompetição<br />

de pós e pré-emergência no pré-plantio, condução<br />

e manejo


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Chance<br />

DE OURO<br />

As oportunidades de transformar e utilizar os resíduos da silvicultura<br />

Fotos: divulgação<br />

64 www.referenciaflorestal.com.br


Asilvicultura é conhecida como prática de cultivo,<br />

manejo e preservação das florestas e seus<br />

recursos, com objetivos claros de produção de<br />

madeira, celulose, papel e outros derivados.<br />

Mas a prática de aproveitamento dos seus resíduos<br />

ainda é pouco explorada. Isso ocorre ainda pelo pouco<br />

conhecimento dos seus benefícios para o solo. Muitas<br />

vezes esses resíduos ainda são conhecidos por dificultar as<br />

operações do manejo das atividades silviculturais. A prática<br />

mais comum são estratégias de minimização dos impactos<br />

ambientais, como:<br />

• Enleirar os restos de colheita;<br />

• Retirar a galharia grossa e toretes para uso como biomassa;<br />

• Usar um picador móvel para retirar os resíduos mais<br />

pesados e grossos como cavacos para uso como biomassa;<br />

• Adubar diretamente o solo com os resíduos de celulose<br />

e cinzas de madeira para favorecer a manutenção e<br />

aumento do rendimento de madeira.<br />

• Compostar os resíduos principalmente os ponteiros<br />

para produção de adubos orgânicos enriquecendo com minerais<br />

na hora de aplicação de preparo de solos.<br />

Mas, é possível afirmar que na silvicultura não é comum<br />

o aproveitamento de outros benefícios de uso dos compostos<br />

orgânicos provenientes das misturas dos próprios<br />

resíduos da silvicultura com outros resíduos orgânicos. Podemos<br />

citar alguns destes benefícios conhecidos, mas ainda<br />

pouco aproveitado:<br />

• Manter ou melhorar as características físicas do solo;<br />

• Melhorar a estrutura física do solo;<br />

• Reduzir perdas de nutrientes do ecossistema;<br />

• Fornecer nutrientes de baixa solubilidade ao solo;<br />

• Manter e elevar as atividades biológicas do solo;<br />

• Manter e produzir fertilidade do solo;<br />

• Controlar a infestação de plantas invasoras;<br />

• Recuperar solos degradados física e biologicamente;<br />

• Reduzir custos de produção.<br />

Outra forma de uso dos compostos orgânicos na silvicultura<br />

é na produção de mudas, pois possui propriedades<br />

que favorecem o desenvolvimento das plantas. O composto<br />

orgânico pode ser considerado um adubo orgânico, resultado<br />

da decomposição de vários resíduos orgânicos como,<br />

folhas, restos de ingesta, dejetos animais entre outros. Esse<br />

composto pode ser usado puro ou misturado com outros<br />

Novembro 2024<br />

65


COMPOSTAGEM<br />

materiais como terra, carvão, húmus de minhoca, formando<br />

um substrato. O substrato pode ser utilizado para crescimento<br />

das mudas em sementeiras, enraizamentos e como<br />

corretivos de solo. Podemos citar alguns benefícios do uso<br />

do composto orgânico como substrato:<br />

• Melhora as propriedades físicas, químicas e biológicas;<br />

• Substitui e reduz o uso de fertilizantes químicos solúveis;<br />

• É uma opção economicamente viável na produção de<br />

mudas.<br />

O substrato pode ser formulado conforme a disponibilidade<br />

de materiais locais e baixar os custos de produção. Ou<br />

ser formulado conforme as exigências das plantas a serem<br />

produzidas. Os substratos comerciais nem sempre atendem<br />

as necessidades exigidas pelas plantas manejadas.<br />

O substrato de composto orgânico em geral é um material<br />

poroso e pode ser usado na produção de mudas ou<br />

mesmo em cultivo de plantas substituindo o solo ou terra. O<br />

substrato é o meio onde as raízes e a parte aérea das plantas<br />

se desenvolvem e com a adubação adequada alimenta<br />

as plantas nos primeiros estágios de vida. Algumas características<br />

desejadas no substrato para mudas, são a uniformidade<br />

na composição, baixa densidade e boa porosidade.<br />

Um bom substrato para produção de mudas precisa oferecer<br />

condições adequadas para a sustentação e retenção<br />

de quantidades suficientes de água, oxigênio e nutrientes,<br />

ausências de elementos químicos tóxicos e condutividade<br />

elétrica adequada. Alguns compostos orgânicos são oferecidos<br />

no mercado com adequada quantidade de nutrientes<br />

para a produção de mudas, neste caso podemos afirmar que<br />

mesmo para as mudas florestais.<br />

Pergunte ao Tomita<br />

Caso tenha alguma dúvida sobre<br />

o sistema de compostagem,<br />

envie sua pergunta para o e-mail<br />

jornalismo@revistareferência.com.br e<br />

saiba tudo sobre compostagem florestal.<br />

66 www.referenciaflorestal.com.br


MINUTO FLORESTA<br />

Fortalecendo<br />

O MERCADO<br />

Participação em eventos técnicos<br />

fortalece a participação de empresa<br />

no segmento de herbicidas<br />

Fotos: divulgação<br />

A<br />

Envu Brasi ampliou sua presença de marca<br />

ao marcar forte presença em eventos do setor<br />

florestal em outubro. Durante o mês, a<br />

Envu apresentou soluções inovadoras para<br />

o controle de plantas daninhas e reforçou<br />

seu compromisso com a sustentabilidade e eficiência no<br />

manejo agrícola e não agrícola. As interações com o público<br />

trouxeram à tona a experiência técnica da empresa,<br />

destacando seus produtos de alto desempenho e o valor<br />

que agregam ao setor florestal.<br />

Além de fortalecer sua rede de contatos e estabelecer<br />

novos canais de comunicação, a participação nos eventos<br />

ajudou a Envu a se posicionar como líder em inovação e<br />

sustentabilidade no mercado de herbicidas. Através do<br />

apoio e de palestras, a Envu não apenas promoveu suas<br />

soluções de manejo eficiente, mas também reafirmou seu<br />

papel de parceira essencial no desenvolvimento de práticas<br />

responsáveis e de alto desempenho.<br />

Entre os dias 01 e 03 de outubro, a Envu esteve presente<br />

e ajudou na organização do Curso presencial de<br />

tecnologia em aplicação de herbicidas em florestas plantadas,<br />

em parceria com a Apoiotec, na cidade de Três Lagoas<br />

(MS). O evento contou com mais de 30 profissionais<br />

do segmento que puderam durante uma semana aprender.<br />

O Curso presencial de tecnologia em aplicação de<br />

herbicidas em florestas plantadas teve como grande objetivo<br />

apresentar as soluções para o plantio de eucaliptos.<br />

Até o ano de 2030, o Mato Grosso do Sul deve se tornar<br />

o maior produtor de celulose do Brasil. Esse crescimento<br />

do Estado foi impulsionado pelo investimento pesado na<br />

construção de duas grandes fábricas de celulose, que devem<br />

garantir ao Brasil o primeiro lugar em nível mundial<br />

na produção dessa commodity.<br />

Já nos dias 29 e 30 de outubro, a Envu Brasil esteve<br />

presente no Seminário de Ecofisiologia Florestal Estação<br />

experimental de Ciências Florestais da ESALQ/USP (Escola<br />

Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade<br />

de São Paulo) em Itatinga. Este evento, realizado pelo<br />

IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais), ESALQ<br />

e AEI-GFMO (Associação de Ex-Integrantes do Grupo<br />

Florestal Monte Olimpo), teve como objetivo explorar o<br />

conceito de Ecofisiologia e sua relação com as decisões<br />

estratégicas na produção de florestas plantadas e na restauração<br />

florestal. Contamos com a presença de professores<br />

e especialistas renomados em Ecofisiologia e Manejo<br />

Florestal, que ministraram palestras focadas em temas<br />

fundamentais. Os principais objetivos das palestras estão:<br />

apresentar o conceito de Ecofisiologia e sua aplicação<br />

prática no cotidiano dos silvicultores, discutir o desenvolvimento<br />

de biomassa e acúmulo de carbono nas áreas de<br />

restauração florestal, além de trazer perspectivas futuras<br />

para a produtividade florestal em um cenário de mudanças<br />

climáticas.<br />

Jessica Faria, especialista de desenvolvimento de<br />

soluções para manejo de matocompetição da Envu,<br />

apresentou junto com Joao Peloia e Natalia Bevilaqua,<br />

os objetivos dos ensaios que estão em andamento com<br />

Esplanade NA, herbicida pré-emergente para florestas<br />

nativas da Envu. Segundo Jéssica, a Envu participou com<br />

a equipe de desenvolvimento de soluções no evento de<br />

ecofisiologia florestal, onde foi destacada a importância<br />

do uso de herbicidas pré-emergentes não-agrícolas na<br />

restauração florestal. Para a especialista, essa tecnologia<br />

se mostrou fundamental para o sucesso da formação e estabelecimento<br />

de projetos de restauração, além de apresentar<br />

as soluções, compartilhamos os principais manejos<br />

do programa experimental voltado para o controle de<br />

invasoras, que foi desenvolvido em parceria com a ESALQ.<br />

O objetivo da rede experimental foi avaliar os custos,<br />

aproveitando a eficácia do Esplanade NA no controle da<br />

matocompetição por gramíneas invasoras. “A participação<br />

nesse evento não apenas consolidou nossa posição como<br />

uma empresa parceira com soluções inovadoras no controle<br />

da matocompetição, mas também nos posicionou<br />

como um agente ativo na promoção da sustentabilidade e<br />

na conservação dos ecossistemas”, valorizou Jéssica.<br />

68 www.referenciaflorestal.com.br


ARTIGO<br />

A TRAJETÓRIA DA<br />

MULHER<br />

FLORESTAL<br />

Por Patrícia Rodrigues Soares<br />

O<br />

dia 8 de março retrata um marco na trajetória<br />

das mulheres no mercado do trabalho.<br />

Assim, sugestivamente foi criada como<br />

data comemorativa o Dia Internacional da<br />

Mulher. Para tanto, a sua origem se deu<br />

no início do século 20, quando, em protestos, um grupo<br />

de mulheres reuniram-se e assim reivindicaram melhores<br />

condições de trabalho e igualdade de direitos. Na atualidade<br />

já é perceptível o quanto as mulheres vêm conquistando<br />

o seu espaço no âmbito profissional sem que se fale ainda<br />

sobre o feminismo. A exemplo, podemos citar a atuação<br />

da mulher no setor florestal, a qual abarca um grupo de<br />

mulheres que tem um vasto plantio de pensamentos em<br />

um solo fértil que é o coração feminino, dando assim expansão<br />

a consciência, e dando vazão a colheita de grandes<br />

resultados no setor florestal brasileiro.<br />

No ano de 1910, uma ativista e defensora dos direitos<br />

das mulheres, Clara Zetkin, propôs, durante uma Conferência<br />

Internacional das Mulheres Socialistas, a criação<br />

de uma jornada de manifestações femininas, bem como<br />

o estabelecimento da data como internacional. Assim, o<br />

primeiro dia oficial da mulher passou a ser celebrado em<br />

1911. Após alguns anos, em 1917, aconteceu um marco<br />

ainda maior nesta luta por direitos e deveres. Neste ano,<br />

90 mil operárias manifestavam contra as más condições<br />

de trabalho, fome e a guerra, o que deu voz a um grande<br />

manifesto que por meio da indignação, levou estas mulheres<br />

a se manifestarem no dia 23 de fevereiro pelo antigo<br />

calendário russo, o que corresponde ao dia 08 de março<br />

do calendário gregoriano.<br />

O primeiro acordo que visava a igualdade entre homens<br />

e mulheres foi assinado em 1945 pela ONU. Assim, com o<br />

passar dos anos, o movimento das mulheres ganhou mais<br />

força e em 1960 se consolidou, tendo se oficializado no ano<br />

de 1977. Assim, a ONU (Organização das Nações Unidas)<br />

posicionou-se e oficializou em 1975 a data comemorativa<br />

do Dia Internacional da Mulher ao marco no tempo em<br />

que um brado de mulheres, ganhando assim repercussão<br />

mundial. Desta forma, a origem desta data é muito mais<br />

que apenas sua oficialização.<br />

Até então, na área ambiental, o maior número de<br />

pessoas que se adentravam em cursos profissionalizantes<br />

era representado pelo gênero masculino, porque as mulheres<br />

eram tidas nascidas com o seu papel intrínseco de<br />

matriarcado. Além disso, os principais cargos e lideranças<br />

eram de poder dos mesmos. Contudo, este panorama vem<br />

mudando ao longo dos anos, apesar da conquista por tais<br />

cargos ainda serem uma difícil etapa para as mulheres.<br />

De maneira geral, algumas das empresas do setor<br />

florestal, não possuem mulheres em seus cargos estratégicos.<br />

Com o passar dos anos, mudanças começam a<br />

surgir. A exemplo, faz-se possível identificar a presença de<br />

equipamentos na cor rosa como uma forma de chamar a<br />

atenção para a inclusão das mulheres nas atividades de<br />

campo conectadas à cidade. As empresas estão contratando<br />

mulheres para cargos elevados do setor e, mais do que<br />

contratando, estão relatando os bons resultados obtidos.<br />

Essa labuta é tida como recente, e vai além de formar<br />

profissionais femininas, que além de um olhar técnico que<br />

adquiriram, também colocam em práticas seus nuances<br />

como insigths agregando valor emocional, tendo como porvir<br />

resultados incríveis. As mulheres têm buscado ocupar<br />

melhores cargos, com melhores salários e reconhecimento<br />

genuíno.<br />

Fotos: divulgação<br />

70 www.referenciaflorestal.com.br


Felizmente, vemos um cenário um pouco mais favorável<br />

às mulheres no setor florestal nos últimos anos, como<br />

regresso as propriedades rurais com outros olhares. A<br />

representatividade tem sido ostensiva, com a inserção de<br />

técnicas de equipamentos de trabalhos, operadoras de<br />

maquinários, agrônomas, biólogas, cientistas classificadores<br />

de madeiras, fauna e flora, empresárias e empreendedoras<br />

de implementos agrícolas, engenheiras florestais, madeiras<br />

e de multinacionais de fertilizantes, médicas veterinárias,<br />

zootecnistas, dentre outras. A seguir, alguns dados interessantes<br />

sobre a representatividade e atividades desenvolvidas<br />

pelas mulheres:<br />

Por meio de um levantamento sobre os mais diversos<br />

cursos de engenharia florestal mostram um aumento gradativo<br />

considerável ao número de mulheres formadas nos<br />

últimos anos. Nas universidades federais do Brasil, desde<br />

1960, quando se institucionalizou o primeiro curso de Engenharia<br />

Florestal, observa-se que o número de mulheres<br />

formadas tem crescido gradativamente.<br />

Dados do Confea (Conselho Federal de Engenharia e<br />

Agronomia) mostram que no Brasil há 15.739 engenheiros<br />

florestais com o registro ativo, sendo que 10.336 (65.67%)<br />

são do sexo masculino e 5.403 (34.33%) do sexo feminino.<br />

Qual seria então o motivo para termos mais mulheres do<br />

que homens se formando em engenharia florestal enquanto<br />

se observa que a grande maioria dos profissionais que<br />

atuam continua sendo os homens? Onde está a atuação da<br />

mulher no setor florestal?<br />

No primeiro momento, aos olhos, as possibilidades que<br />

já são reduzidas, e quando não há resiliência, se reduzem<br />

ainda mais. O cuidado com outros familiares, como os pais<br />

por exemplo, é outro fator responsável por tirar as mulheres<br />

do mercado de trabalho florestal. Assim, os homens<br />

continuam dominando este mercado promissor, que tem<br />

ganhado grande relevância mundial devido ao tema de<br />

grande repercussão.<br />

No âmbito do setor florestal, um estudo realizado pela<br />

RMF (Rede Mulher Florestal) traz informações sobre a<br />

presença e atuação das mulheres nas empresas florestais.<br />

O estudo, publicado no ano de 2021, aponta que dentre<br />

41 organizações, a mão-de-obra é composta em 81% por<br />

homens e 19% por mulheres. Além disso, destaca-se que,<br />

no universo da colheita e carregamento, a participação de<br />

mulheres é de 2,2%.<br />

Das mulheres que atuam nas empresas supracitadas, a<br />

maioria está alocada em atividades dos viveiros, em setores<br />

de celulose, e áreas ligadas ao meio ambiente, qualidade,<br />

certificação e social, administrativo, saúde e segurança do<br />

trabalho. Nos cargos executivos, as mulheres representam<br />

15.9% das ocupações. Além disso, poucas mulheres atuam<br />

nas áreas de silvicultura, proteção florestal, estradas e<br />

colheita, consideradas áreas tradicionalmente masculinas.<br />

Este estudo revela que organizações já começam a olhar<br />

para ações que promovam a equidade ente gêneros. Um<br />

dado interessante, repassado pelas organizações que participaram<br />

da pesquisa, foi que 63,2% das empresas afirmam<br />

O sonho, desejo, força e<br />

coragem tem impulsionado o<br />

sucesso de diversas mulheres.<br />

Contudo, a valorização, respeito,<br />

reconhecimento, direito e<br />

oportunidade de capacitação<br />

destas heroínas ainda são<br />

pontos que precisam ser<br />

debatidos e melhorados<br />

possuir política ou declaração de compromisso com a não<br />

discriminação e com a promoção de equidade de gênero.<br />

Além disso, cerca de 47,37% das empresas apresentam<br />

ações relacionadas ao protagonismo e empoderamento<br />

feminino.<br />

PERSPECTIVAS<br />

Atualmente, o setor apresenta um cenário de maior<br />

diversidade, em que as mulheres alcançaram espaços<br />

tradicionalmente ocupados por homens. A desigualdade<br />

entre as oportunidades para engenheiros e engenheiras<br />

florestais se materializa em um contexto bastante conservador,<br />

no qual as mulheres ainda são impactadas pelas<br />

preocupações acerca das perspectivas de carreira devido à<br />

falta de flexibilidade em suas jornadas de trabalho quando<br />

se deparam com responsabilidades como a maternidade,<br />

que dificultam a sua inserção e permanência no mercado.<br />

O sonho, desejo, força e coragem tem impulsionado<br />

o sucesso de diversas mulheres. Contudo, a valorização,<br />

respeito, reconhecimento, direito e oportunidade de capacitação<br />

destas heroínas ainda são pontos que precisam<br />

ser debatidos e melhorados. Muito mais que igualdade,<br />

os movimentos buscam abraçar a equidade. E o que isso<br />

quer dizer? O que se deseja é que sempre tenhamos mais<br />

atuação da mulher no setor florestal, ambiental, da saúde<br />

e muitos outros. Tendo em vista a desigualdade existente,<br />

mas também as oportunidades emergentes, não podemos<br />

ficar de braços cruzados. A mulher deve sempre agir para<br />

que a sua participação cresça no mercado e que seja reconhecida<br />

cada vez mais.<br />

Contatos: Cel: (66) 99900-9639<br />

E-mail: patrícia.rodrigues.advocacia@gmail.com<br />

Novembro 2024<br />

71


PLANTIO<br />

Cultivando<br />

A SEMENTE<br />

Programa une empresas<br />

catarinenses para fomentar o<br />

plantio florestal na região do<br />

Alto Vale do Itajaí<br />

Fotos: divulgação<br />

S<br />

anta Catarina é um dos Estados com<br />

maior produção florestal do país, sendo<br />

uma referência do segmento de produtos<br />

de madeira devido ao alto volume de<br />

pinus plantado. Mas na região do Alto<br />

Vale do Itajaí, composto por 28 municípios e ocupando<br />

uma área de mais de 7,5 milhoes de km² (quilômetros<br />

quadrados), que tem também sua vocação<br />

para o florestal, as coisas não andaram tão bem e foi<br />

necessária uma mudança de direção para que a floresta<br />

voltasse ao lugar de destaque que sempre teve e<br />

ajudasse a movimentar a economia local.<br />

Ricardo Rossini, presidente do Sindimade/Floema,<br />

explica que um dos maiores problemas enfrentados<br />

na região foi a falta de comunicação entre produtores<br />

florestais e indústria, o que levou ao desentendimento<br />

de como seguir atuando na região. “Quando não<br />

se sabe o que fazer, qualquer coisa feita está certa,<br />

e esse pensamento criou um problema no Alto Vale,<br />

pois cada produtor pensava de um jeito. Isso levou<br />

muitos a sair do plantio de pinus, focando em rendimentos<br />

com prazos mais curtos ou mesmo a abandonar<br />

o segmento florestal”, relata Ricardo sobre a distribuição<br />

da produção local. Hoje a maior demanda,<br />

84% é de pinus, mas a produção é principalmente de<br />

eucaliptos, que representa 70% do total. “É como se<br />

em uma cidade tivéssemos 70% dos restaurantes sendo<br />

churrascarias e uma população em grande maioria<br />

de vegetarianos”, explica Ricardo.<br />

Por isso, em 2022 foi criado o programa Refloresta<br />

Alto Vale, liderado pela Sindimade/Floema, que busca<br />

corrigir a rota do plantio florestal na região e suprir a<br />

72 www.referenciaflorestal.com.br


cadeia produtiva do segundo maior polo processador<br />

de madeira de Santa Catarina. Através de união e associativismo,<br />

foi entendido que era necessário mudar<br />

a forma de agir para manter a indústria ativa. “Nosso<br />

principal objetivo com o programa é alinhar a produção<br />

florestal da região com o consumo da indústria,<br />

garantindo que a região possa ser sustentável”, destaca<br />

Ricardo. Hoje o consumo mensal na região é de<br />

165 mil toneladas mensais de madeira e as perspectivas<br />

das empresas da região são de superar 250 mil<br />

toneladas mensais ou 3 milhões de toneladas ao ano<br />

até o ano de 2032, mantendo o percentual de pinus<br />

acima dos 80% do total processado pela indústria.<br />

As ações do programa estão focadas na conscientização<br />

dos produtores sobre o que e como fazer para<br />

atingir essas metas. Estão sendo realizados seminários<br />

e eventos para que os produtores possam sanar<br />

dúvidas e encontrar especialistas do mais alto nível<br />

a fim de melhorar a produção. “Trabalhamos sobre<br />

o tripé da orientação tecnológica, mercadológica e<br />

comercial para direcionar as ações do programa”,<br />

expõe Ricardo.<br />

Já no segmento mercadológico, para poder entender<br />

o que é necessário para alinhar a cadeia produtiva<br />

e de plantio da região, são realizados eventos<br />

com grandes nomes do setor de base florestal que<br />

levam seu conhecimento até a região. “Em nosso último<br />

seminário tivemos Pedro Francio Filho e Marcelo<br />

Schmid, que são referências dentro do setor para<br />

falar em reflorestamento de alta produtividade e planejamento<br />

florestal, que são chaves para atingirmos<br />

nossa meta produtiva”, relata Ricardo.<br />

Nosso principal objetivo<br />

com o programa é alinhar a<br />

produção florestal da região<br />

com o consumo da indústria,<br />

garantindo que a região possa<br />

ser sustentável<br />

Ricardo Rossini, presidente<br />

do Sindimade/Floema<br />

Novembro 2024<br />

73


PESQUISA<br />

Cálculo<br />

FLORESTAL<br />

74 www.referenciaflorestal.com.br


Medir a área basal dos<br />

troncos ajuda a melhorar<br />

o manejo de sistemas<br />

silvipastoris<br />

Fotos: divulgação<br />

Novembro 2024<br />

75


PESQUISA<br />

U<br />

m estudo publicado na revista internacional<br />

Agroforestry Systems por pesquisadores da<br />

Embrapa destaca a área basal das árvores<br />

como um indicador estratégico para o manejo<br />

de componentes florestais em sistemas<br />

silvipastoris. A pesquisa ressalta a importância e os desafios<br />

dos sistemas integrados, fornecendo insights sobre como<br />

otimizar a densidade de árvores para maximizar a produção<br />

de madeira e pastagem, além de promover benefícios ambientais<br />

e bem-estar animal.<br />

A área basal, que mede a ocupação florestal por meio<br />

da quantificação da área da seção transversal dos troncos<br />

das árvores por hectare, é uma métrica central para equilibrar<br />

a produção agrícola e a sustentabilidade na combinação<br />

de árvores e pastagem. De acordo com o primeiro<br />

autor do artigo, o pesquisador José Ricardo Pezzopane, da<br />

Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária)<br />

Pecuária Sudeste, uma área basal bem gerenciada pode<br />

melhorar significativamente a produtividade da pastagem e<br />

das árvores, além de proporcionar benefícios ecológicos.<br />

Os resultados de diversos experimentos em longo prazo<br />

mostraram que existe uma relação entre a transmissão da<br />

luz pelas árvores e a produção do pasto, assim como uma<br />

relação entre a área basal das árvores e a transmissão de<br />

luz, indicando a área basal ideal para uma produção equilibrada<br />

no sistema silvipastoril.<br />

O valor da área basal para manter o equilíbrio de todos<br />

os componentes do sistema foi de 8 m2/ha (metros quadrados<br />

por hectare), permitindo a produção de pastagem<br />

em níveis semelhantes ao sistema a pleno sol. O crescimento<br />

das árvores também foi otimizado com essa área<br />

basal. Esse fato pode contribuir para a conservação do solo,<br />

aumento da biodiversidade e sequestro de carbono, essenciais<br />

para a mitigação das mudanças climáticas, tão presentes<br />

em todo o mundo, afetando todo tipo de vida na terra.<br />

Segundo José Ricardo, há ainda benefícios para o bem-<br />

-estar animal. “O gado em áreas com uma densidade de<br />

árvores equilibrada apresentou melhor ganho de peso e de<br />

indicadores de saúde devido à redução do estresse térmico<br />

e a um ambiente mais confortável”, explica o pesquisador.<br />

76 www.referenciaflorestal.com.br


Deve-se incluir subsídios<br />

para a implementação de<br />

monitoramento da área basal<br />

e outras práticas, além de<br />

programas de educação e<br />

capacitação para pecuaristas<br />

e gestores florestais<br />

José Ricardo Pezzopane,<br />

pesquisador da Embrapa<br />

O trabalho oferece diretrizes práticas para agricultores e<br />

gestores florestais, sugerindo o monitoramento contínuo<br />

da área basal e a adaptação das práticas de manejo às condições<br />

específicas de cada local. O pesquisador Valdemir<br />

Laura, da Embrapa Gado de Corte (Mato Grosso do Sul) um<br />

dos coautores do artigo, reforça que, mesmo alterando o<br />

número de árvores por hectare ou a espécie de eucalipto, o<br />

valor da área basal não muda, é uma referência segura. Os<br />

dados de longo prazo são essenciais para entender as dinâmicas<br />

desses sistemas e garantir a sustentabilidade.<br />

No artigo, os pesquisadores defendem que políticas públicas<br />

devem incentivar essas práticas de manejo que promovam<br />

o uso sustentável das propriedades rurais. “Deve-se<br />

incluir subsídios para a implementação de monitoramento<br />

da área basal e outras práticas, além de programas de educação<br />

e capacitação para pecuaristas e gestores florestais”,<br />

recomenda José Ricardo.<br />

SISTEMAS SILVIPASTORIS<br />

Integrar árvores e pastagem em um mesmo espaço oferece<br />

uma série de benefícios econômicos, ecológicos e sociais.<br />

Os produtores conseguem melhorar a produtividade<br />

agropecuária ao proporcionar sombra e abrigo para o gado,<br />

Novembro 2024<br />

77


PESQUISA<br />

além de conservarem o solo, a biodiversidade e a água. Outra<br />

vantagem é o sequestro de carbono, contribuindo para<br />

a mitigação das mudanças climáticas. O estudo ainda está<br />

alinhado às metas dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento<br />

Sustentável), da ONU (Organização das Nações Unidas),<br />

como a meta 13, de combate às mudanças no clima.<br />

DESAFIOS<br />

Um dos principais desafios que o agropecuarista vai enfrentar<br />

é manter o equilíbrio da densidade de árvores com<br />

a produtividade da pastagem. “Se a densidade de árvores<br />

for muito alta, pode haver competição excessiva por recursos<br />

como luz, água e nutrientes, reduzindo a produtividade<br />

da pastagem. Por outro lado, uma densidade muito baixa<br />

pode não fornecer benefícios suficientes para o solo e ao<br />

microclima”, detalha José Ricardo.<br />

Para solucionar esse desafio, a área basal é apresentada<br />

como um indicador essencial e uma ferramenta de manejo<br />

para o produtor maximizar a produção tanto de madeira<br />

quanto de pastagem, mantendo a conservação do solo, a<br />

biodiversidade e o sequestro de carbono.<br />

Isso resolve também a prática do desbaste, que é a retirada<br />

de árvores a fim de evitar a competição entre as árvores,<br />

geralmente realizada a partir do sexto ano de plantio.<br />

Entretanto, o uso de mão-de-obra especializada dificulta a<br />

sua adoção, assim como a finalidade final das árvores para<br />

compensar o investimento.<br />

METODOLOGIA<br />

Os experimentos foram conduzidos na Fazenda Canchim<br />

sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos<br />

(SP), área de Mata Atlântica, e na Embrapa Gado de Corte,<br />

em Campo Grande (MS), no Cerrado, com sistemas silvipastoris<br />

com árvores dos gêneros Eucalyptus e Corymbia, com<br />

diferentes práticas de manejo e condições ambientais. Isso<br />

permitiu uma análise abrangente e comparativa dos efeitos<br />

da área basal em diferentes contextos.<br />

Os experimentos englobam medições de produção de<br />

forragem e transmissão de radiação solar pelas árvores<br />

em sistemas silvipastoris com densidades de árvores que<br />

78 www.referenciaflorestal.com.br


variaram de 83 a 357 árvores por hectare. Diferentes espécies<br />

foram utilizadas para avaliar a aplicabilidade geral<br />

dos resultados, incluindo materiais clonais de eucalipto<br />

Urograndis e de Corymbia citriodora, comuns em sistemas<br />

silvipastoris.<br />

Os locais foram escolhidos com base na representatividade<br />

das principais regiões silvipastoris, variando em<br />

clima, tipo de solo e práticas agrícolas. A coleta de dados foi<br />

realizada periodicamente no decorrer dos experimentos,<br />

abrangendo sistemas silvipastoris com até nove anos de<br />

coleta de dados.<br />

RESULTADOS<br />

Há uma área basal ideal para a manutenção produtiva<br />

das pastagens no sistema silvipastoril, no qual a densidade<br />

de árvores maximiza a produção de madeira sem comprometer<br />

a produtividade da pastagem. Quando a área basal<br />

ultrapassa um certo limite, a competição por recursos<br />

como luz, água e nutrientes se intensificava, resultando em<br />

um crescimento reduzido das árvores e da pastagem.<br />

Nesse trabalho, considerando dados de pesquisas em<br />

conjunto dos experimentos de São Carlos e Campo Grande,<br />

o valor da área basal obtido para essa maximização da produção<br />

do sistema foi de 8 m2/ha. Esse valor está associado<br />

à transmissão de radiação solar pelas árvores na faixa de<br />

70%, o que permite produção de pastagem em níveis semelhantes<br />

ao sistema a pleno sol.<br />

O crescimento das árvores, medindo-se altura, diâmetro<br />

do tronco e volume de madeira, foi positivamente<br />

correlacionado com uma área basal otimizada. A produtividade<br />

da pastagem foi significativamente influenciada pela<br />

densidade de árvores. Nos experimentos que contêm maior<br />

quantidade de árvores por hectare e consequentemente<br />

maior valor de área basal mostraram efeito negativo na<br />

produção de pastagem. Isso ocorreu nas cidades pesquisadas<br />

com densidade maiores que 333 árvores por hectare e<br />

antes de se fazer o desbaste. Por outro lado, quando realizado<br />

o desbaste, com diminuição da densidade de árvores<br />

e uma basal intermediária, ocorreu a maior produção de<br />

biomassa da pastagem. A qualidade da forragem, medida<br />

pelo conteúdo de nutrientes e digestibilidade, também<br />

foi afetada pela área basal. Pastagens em áreas com uma<br />

densidade de árvores bem equilibrada mostraram melhor<br />

qualidade nutricional.<br />

TOP OF MIND EM<br />

PLANEJAMENTO<br />

FLORESTAL<br />

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Novembro 2024<br />

79


ARTIGO<br />

ALGORITMO QUÂNTICO<br />

VARIACIONAL APLICADO EM UM<br />

MODELO SIMPLIFICADO PARA<br />

OTIMIZAÇÃO DE CUSTOS EM<br />

PLANEJAMENTO FLORESTAL<br />

80 www.referenciaflorestal.com.br


RODRIGO BLOOT<br />

UNILA (UNIVERSIDADE FEDERAL DA INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA)<br />

RAPHAEL FORTES INFANTE GOMES<br />

UNILA<br />

ARNALDO SATORU GUNZI<br />

KLABIN<br />

Novembro 2024<br />

81


ARTIGO<br />

RESUMO<br />

Aexpectativa atrelada à superioridade no desempenho<br />

e na segurança dos computadores<br />

quânticos em relação às suas contrapartes<br />

clássicas vem fomentando cada vez mais<br />

o interesse de pesquisadores e do público<br />

geral neste tema. Embora a possibilidade de surgirem<br />

computadores quânticos que operam em larga escala nos<br />

próximos anos seja remota, o desenvolvimento recente<br />

dos dispositivos conhecidos como NISQ (Noisy Intermediate-scale<br />

Quantum) fomentou o interesse em investigar<br />

algoritmos que podem apresentar algum tipo de vantagem<br />

quântica nestas máquinas. Com base neste propósito,<br />

apresentamos neste trabalho um estudo do uso do<br />

VQE (Variational Quantum Eigensolver) para resolver um<br />

modelo sintético relacionado com a otimização de custos<br />

no plantio florestal. Os resultados obtidos através dos<br />

otimizadores selecionados e da plataforma QISKIT (IBM)<br />

comprovam a viabilidade teórica do uso destas ferramentas<br />

no âmbito da demonstração de provas de conceito,<br />

desde que a escolha da forma variacional do ansatz seja<br />

compatível com o problema abordado.<br />

82 www.referenciaflorestal.com.br


INTRODUÇÃO<br />

Nos últimos anos, a pesquisa e o desenvolvimento<br />

dos protótipos de computadores quânticos de escala intermediária<br />

- cuja tradução vem de Noisy Intermediate-scale<br />

Quantum (NISQ: Preskill, J.,2018) - acelerou a produção<br />

de dispositivos capazes de manipular bits quânticos<br />

em processos computacionais (Feynman, 2012; Roukes,<br />

2008). Com o avanço da tecnologia e devido ao acúmulo<br />

crescente de erros nas respectivas operações, surge a<br />

necessidade de ampliar o estudo e a adaptação de algoritmos<br />

que sejam compatíveis com estes dispositivos.<br />

Neste contexto, alguns algoritmos quânticos que possuem<br />

vantagens teóricas em comparação às respectivas<br />

contrapartes clássicas já foram reproduzidos com sucesso,<br />

como os modelos apresentados por David Deutsch<br />

em 1985 e 1992 (sendo o último em colaboração com<br />

Richard Jozsa).<br />

Com base nesta premissa, existe a expectativa de que<br />

determinados algoritmos quânticos possam ser utilizados<br />

como uma alternativa para solucionar problemas no con-<br />

Com base nesta premissa, existe a<br />

expectativa de que determinados<br />

algoritmos quânticos possam ser<br />

utilizados como uma alternativa<br />

para solucionar problemas no<br />

contexto específico dos modelos<br />

de plantio florestal, desde que os<br />

primeiros apresentem um tempo de<br />

execução viável e permitam gerar<br />

resultados mais robustos<br />

Disco de corte para Feller<br />

Usinagem<br />

• Disco de Corte para Feller<br />

conforme modelo ou amostra,<br />

fabricado em aço de alta<br />

qualidade;<br />

• Discos com encaixe para<br />

utilização de até 20<br />

ferramentas, conforme<br />

diâmetro externo do disco;<br />

Caldeiraria<br />

• Diâmetro externo e encaixe<br />

central de acordo com<br />

padrão do cabeçote;<br />

•Discos especiais;<br />

Detalhe de encaixe para<br />

ferramentas de 4 lados<br />

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ARTIGO<br />

texto específico dos modelos de plantio florestal, desde<br />

que os primeiros apresentem um tempo de execução<br />

viável e permitam gerar resultados mais robustos. No entanto,<br />

a viabilidade de produzir computadores quânticos<br />

com uma capacidade funcional significativa ainda está<br />

longe de ser concretizada.<br />

Todavia, por mais que o campo de atuação destes<br />

protótipos esteja limitado, o panorama atual gera<br />

oportunidades promissoras para testar estes algoritmos<br />

através de simuladores em cenários nos quais o interesse<br />

consiste em validar os conceitos associados aos<br />

respectivos modelos. Neste sentido, é importante analisar<br />

problemas atrelados a propostas interessantes que<br />

já possuam resultados bem estabelecidos, para que o<br />

desempenho das técnicas de computação quântica apresentadas<br />

ao longo dos últimos anos possa ser comparada<br />

diretamente com o desempenho obtido através das ferramentas<br />

computacionais contemporâneas.<br />

Munidos deste propósito,<br />

analisaremos o desempenho<br />

de um algoritmo quântico<br />

variacional aplicado a um<br />

problema de modelagem de<br />

custos no plantio florestal<br />

84 www.referenciaflorestal.com.br


Munidos deste propósito, analisaremos o desempenho<br />

de um algoritmo quântico variacional aplicado a um<br />

problema de modelagem de custos no plantio florestal.<br />

Para esta finalidade, abordaremos um problema sintético<br />

simplificado (que pode ser escalado posteriormente)<br />

para compreender e comparar os resultados obtidos<br />

na plataforma QISKIT (Javadi-Abhari et. al.,2004) com<br />

soluções clássicas bem definidas. Neste caso, o modelo<br />

será construído com base em hipóteses simplificadas do<br />

problema real, onde a respectiva solução é previamente<br />

determinada.<br />

Desse modo, a estratégia para solucioná-lo consistirá<br />

em aplicar um processo de otimização linear com variáveis<br />

de decisão binárias. O objetivo principal desta abordagem<br />

reside em compreender a estrutura do algoritmo<br />

ao longo do procedimento, visando futuramente escalar<br />

o número de variáveis e aplicar as ferramentas variacionais<br />

em dispositivos reais. Por este motivo, exploraremos<br />

o modelo através de simuladores quânticos, com a finalidade<br />

de prover uma compreensão detalhada de todos os<br />

aspectos que envolvem a análise do problema escolhido.<br />

O trabalho foi estruturado de acordo com as seguintes<br />

etapas: introduziremos o problema de modo a obter<br />

um modelo sintético controlado, cujos detalhes serão<br />

discutidos na seção seguinte. Na sequência, descrevemos<br />

brevemente o algoritmo variacional selecionado para resolver<br />

o problema-alvo. Em seguida, mostraremos como<br />

relacionar o problema linear com sua contraparte física,<br />

onde a última é expressa por um Hamiltoniano do tipo<br />

Ising (Lucas, A., 2014). Os testes desta prova de conceito<br />

foram realizados no simulador QASM com o objetivo de<br />

analisar e validar a convergência para o resultado exato.<br />

Por fim, estabeleceremos uma comparação entre os<br />

métodos, finalizando o trabalho com as discussões e as<br />

subsequentes conclusões.<br />

Essa é uma versão parcial deste artigo,<br />

o material completo pode ser acessado<br />

em: https://revistas.utfpr.edu.br/rbfta/<br />

article/view/18647/10380


AGENDA<br />

AGENDA 2025<br />

JANEIRO<br />

2025<br />

Imagem: reprodução<br />

Programa de Preparação de Gestores<br />

Florestais<br />

Data: 15/01 a 19/02<br />

Local: Piracicaba (SP)<br />

Informações:<br />

https://www.ipef.br/ppgf/<br />

MARÇO<br />

2025<br />

JUN<br />

2025<br />

FOREXPO<br />

A cada 4 anos, no coração do maior polo florestal<br />

produtivo, em um terreno de 70 ha (hectares), 400<br />

expositores internacionais e mais de 500 marcas<br />

apresentam as mais recentes inovações, da silvicultura<br />

à exploração madeireira. Pela primeira vez, a edição<br />

de 2025 será aberta aos produtos provenientes do<br />

processamento primário de madeira. A mostra, através<br />

de exposições, demonstrações, workshops mas também<br />

conferências, debates e visitas a estaleiros de construção<br />

e instalações industriais, irá oferecer uma visão geral<br />

da oferta no setor florestal madeireiro, da semente à<br />

transformação da madeira.<br />

Florestas Tchê<br />

Data: 20 e 21<br />

Local: Piracicaba (SP)<br />

Informações<br />

https://www.florestastche.com.br/<br />

Imagem: reprodução<br />

Congresso de Plantações Florestais<br />

Data: 12 a 16<br />

Local: Porto Alegre (RS)<br />

Informações: https://www.ipef.br/noticias/<br />

congresso_plantacoes_florestais_2025_<br />

save_the_date.aspx<br />

86 www.referenciaflorestal.com.br<br />

MAIO<br />

2025<br />

AGO<br />

2025<br />

SHOW FLORESTAL<br />

Realizada pela primeira vez em maio de 2022 no Parque<br />

de Exposição Arena Mix, em Três Lagoas (MS), a Feira<br />

da Indústria do Eucalipto, reuniu 130 expositores e<br />

7.188 visitantes. O volume de negócios fechados e<br />

prospectados durante a primeira edição do Show<br />

Florestal, segundo os organizadores, foi de R$ 175<br />

milhões. A feira teve a participação de profissionais de<br />

todos os Estados da federação e de países como Paraguai,<br />

Angola, Finlândia, Japão, Índia, Uruguai, Argentina e<br />

Alemanha. A expectativa para esta segunda edição é uma<br />

feira ainda maior. O Show Florestal Mato Grosso do Sul irá<br />

reunir profissionais, grandes marcas, produtos, serviços e<br />

soluções para a cadeia produtiva do eucalipto.


AGENDA 2025<br />

MAIO<br />

2025<br />

Ligna Plus Hannover<br />

Local: Hannover (Alemanha)<br />

Data: 26 a 30<br />

Informações:<br />

https://www.ligna.de/en/<br />

JUNHO<br />

2025<br />

ASSINE AS PRINCIPAIS<br />

REVISTAS DO SETOR<br />

E FIQUE POR DENTRO<br />

DAS NOVIDADES!<br />

Forexpo<br />

Data: 18 a 20<br />

Local: Mimizan (França)<br />

Informações:<br />

https://www.forexpo.fr/<br />

INFORMAÇÃO<br />

A ALMA DO NEGÓCIO!<br />

FLORESTAL<br />

INDUSTRIAL<br />

PRODUTOS<br />

BIOMAIS<br />

AGOSTO<br />

2025<br />

CELULOSE<br />

Show Florestal 2025<br />

Data: 19 a 21<br />

Local: Três Lagoas (MS)<br />

Informações:<br />

https://www.showflorestal.com.br/<br />

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87


ESPAÇO ABERTO<br />

Foto: divulgação<br />

O amanhã<br />

CHEGOU<br />

Por Leandro Luiz Branco, formado em<br />

Sistemas de informação pela FURB<br />

(Universidade Regional de Blumenau), tem<br />

MBA e Mestrado em Administração de<br />

empresas e é executivo sênior da AILOS<br />

Principais tendências<br />

estratégicas para 2025:<br />

o que as organizações<br />

precisam saber<br />

O<br />

estudo Top Forces That Will Impact Your Strategic Planning<br />

in 2025 da Gartner foi elaborado a partir de uma<br />

pesquisa com líderes de negócios globais, combinando<br />

dados primários, secundários, tendências emergentes<br />

em tecnologia, economia, política e sociedade. Apresento<br />

aqui as principais tendências que vão impactar seu negócio em 2025.<br />

• Tecnologia e Humanos Digitais: a tecnologia está transformando<br />

a maneira como fazemos negócios, e a ascensão dos humanos digitais<br />

promete revolucionar interações com clientes e processos internos.<br />

Esses humanos digitais — que podem ser avatares, gêmeos digitais ou<br />

assistentes virtuais — não só aumentam a eficiência, mas também garantem<br />

uma experiência mais personalizada para os clientes.<br />

• Declínio do Dinamismo Demográfico: o envelhecimento da população<br />

global e a queda nas taxas de natalidade estão criando uma nova<br />

realidade. Com menos pessoas em idade ativa, haverá uma pressão<br />

crescente sobre os sistemas de saúde e a força de trabalho. As organizações<br />

precisam começar a planejar o impacto dessa mudança demográfica<br />

em suas operações.<br />

• Prédios Positivos em Recursos: o conceito de prédios positivos<br />

em recursos - edifícios que geram mais energia e recursos do que consomem<br />

- está ganhando força. Essa tendência não apenas impulsiona a<br />

sustentabilidade, mas também cria novas fontes de receita para empresas<br />

que buscam se alinhar com a agenda verde.<br />

• Fadiga de DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão): muitas organizações<br />

estão enfrentando desafios com suas iniciativas de DE&I<br />

(Diversidade, Equidade e Inclusão). Após alguns anos de foco intenso, os<br />

resultados nem sempre são claros, o que tem levado à fadiga de DE&I.<br />

Mesmo assim, a pressão por inclusão e justiça social continua, especialmente<br />

entre as gerações mais jovens.<br />

• Inquietação Geopolítica: o cenário geopolítico global está cada<br />

vez mais instável. Tensões internacionais, guerras comerciais e políticas<br />

protecionistas estão aumentando os custos das transações globais e<br />

criando barreiras para o comércio internacional. As organizações que<br />

operam em vários países precisam adaptar suas estratégias rapidamente.<br />

• Democratização da Informação: o aumento do acesso digital está<br />

transformando a produção e o consumo de informações. Embora isso<br />

crie oportunidades para as empresas se conectarem com novos mercados,<br />

também traz desafios relacionados à desinformação e ao controle<br />

de dados. Com o crescente uso de IA e ferramentas digitais, a confiança<br />

e a segurança nas informações serão fatores críticos para o sucesso.<br />

• TrustOps (Operações de Confiança): com a proliferação de deepfakes,<br />

IA generativa e desinformação, as empresas precisam adotar<br />

operações de confiança (TrustOps) para garantir a integridade de suas<br />

marcas e operações. Isso inclui o uso de ferramentas que autenticam o<br />

conteúdo digital e a implementação de estratégias para mitigar riscos<br />

reputacionais.<br />

Conclusão: as organizações que estiverem preparadas para enfrentar<br />

essas forças estarão mais bem posicionadas para prosperar em um<br />

mundo dinâmico e incerto. O momento de agir é agora: investir em<br />

tecnologia, ajustar estratégias demográficas, inovar em sustentabilidade<br />

e adotar práticas que fortaleçam a confiança digital são fundamentais<br />

para o sucesso futuro.<br />

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