28.11.2024 Views

Revista Analytica Edição 133

Revista Analytica Edição 133

Revista Analytica Edição 133

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.


Conheça as

Placas de Petri

RODAC

Desenvolvidas para proporcionar

mais praticidade nas

análises ambientais.

65 x 15 mm

Placas em

Poliestireno (PS)

Esterilizadas por

Óxido de Etileno (ETO)

Agilizam o monitoramento microbiológico de superfícies;

Auxiliam a assegurar um ambiente livre

de contaminação bacteriana e fúngica.

Produto não passível de registro ANVISA.

Faça o seu pedido e conheça nosso portfólio!

portal.kasvi.com.br

comercial@kasvi.com.br (41) 3535-0900

(41) 9 9663-0055


EDITORIAL

Revista

Ano 22 - Edição 133 - Novembro 2024

Caros Leitores,

À medida que nos aproximamos do

encerramento de mais um ano, celebramos

as conquistas e os avanços do

campo da análise química, farmacêutica

e todo setor industrial, refletindo a relevância

e o crescimento contínuo dessas

áreas. Em meio ao desenvolvimento

científico e às constantes inovações,

trazemos nesta edição conteúdos especialmente

elaborados para atualizar e

inspirar nossos leitores.

Temos a honra de anunciar a estreia da

coluna P&D Analítico e Farmacotécnico,

assinada pelo autor Carlos Eduardo

Rodrigues Costa, que inaugura com

um tema de grande impacto: Estudos

de Estabilidade Super Acelerados.

Esta abordagem pioneira abre novas

possibilidades para o desenvolvimento

de fármacos com maior segurança e

eficácia, essencial no contexto da farmacotécnica

moderna.

Esta edição também inclui estudos práticos

que reforçam nosso compromisso

com a aplicação de técnicas analíticas em

diferentes setores. Destacamos o artigo

sobre a Aplicação da Técnica de Difração

a Laser para Ensaios Granulométricos em

Amostras de Minério de Ferro, oferecendo

uma perspectiva detalhada sobre a

importância dessa técnica para a indústria

mineral. Em outra frente, apresentamos

o artigo Desenvolvimento e Validação

de Método Analítico por CLAE-UV/VIS

para Determinação do Teor e Impurezas

Orgânicas do Insumo Farmacêutico

Desloratadina, uma análise rigorosa que

atende aos elevados padrões de controle

de qualidade na área farmacêutica.

A seção Logística e Saúde traz a contribuição

do Dr. Cris Roiz, com o artigo

A Crescente Demanda por Auditorias

no Setor de Medicamentos e Materiais

Biológicos: Falhas de Padronização e o

Impacto na Segurança Sanitária. Roiz

aborda temas críticos relacionados às

lacunas de padronização e seu impacto

direto na segurança dos pacientes, uma

leitura fundamental para gestores e profissionais

de saúde.

Reconhecemos também, o valor dos

nossos clientes anunciantes, cuja parceria

tem sido fundamental não apenas

para a continuidade do nosso trabalho,

mas também para o fortalecimento

e modernização do setor industrial.

Com o apoio deles, conseguimos oferecer

a cada edição o que há de mais

avançado e inovador em tecnologia

industrial, com soluções que vão desde

equipamentos de alto isolamento a

sistemas de automação de processos

produtivos, tornando os fluxos de

trabalho mais ágeis e seguros. Nossos

anunciantes são protagonistas na introdução

de produtos e metodologias de

última geração no mercado, disponibilizando

ferramentas que aprimoram

a capacidade produtiva e garantem

excelência e qualidade nos resultados.

Com essa sólida parceria, reafirmamos

nosso compromisso com a eficiência,

a precisão e a inovação, elevando os

padrões de qualidade que beneficiam

toda a comunidade industrial.

Assim, concluímos mais uma edição,

reafirmando nosso compromisso com a

excelência na inovação e na tecnologia.

Agradecemos aos nossos leitores pela

confiança e pela parceria, e esperamos

que esta edição seja fonte de insights

e inspiração para os desafios que nos

aguardam no ano que se aproxima.

Boa leitura e até a próxima edição!

Luciene Almeida

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIENTE | BIOTECNOLOGIA | LIFE SCIENCE

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.

Para novidades na área de instrumentação analítica, controle

de qualidade e pesquisa, acessem nossas redes sociais:

/RevistaAnalytica

/revista-analytica

/revistaanalytica

EXPEDIENTE

Realização: Futurlab

Editora Responsável: Luciene Almeida | redacao@futurlab.com.br

Para assinaturas / renovação: Daniela Faria | 11 98357-9843 | assinatura@futurlab.com.br

Coordenação de Arte: FC DESIGN - contato@fcdesign.com.br

Impressão: Gráfica Hawaii | Periodicidade: Bimestral


Revista

Ano 22 - Edição 133 - Novembro 2024

ÍNDICE

01 Editorial

05 Agenda

ARTIGO 1 08

Marcela Luciana Figueiredo Couto, Wellington Fernandes Alvarenga, Amanda Soares

Ferreira, Bruno de Oliveira Silva

06

Publique na Analytica

APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE DIFRAÇÃO A LASER PARA

ENSAIOS GRANULOMÉTRICOS EM AMOSTRAS DE

MINÉRIO DE FERRO

ARTIGO 2 28

Lucas Marcelo Scheuer, Cléber Antônio Lindino

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE MÉTODO

ANALÍTICO POR CLAE-UV/VIS PARA DETERMINAÇÃO

DO TEOR E IMPUREZAS ORGÂNICAS DO INSUMO

FARMACÊUTICO DESLORATADINA

40

Logística e Saúde

Química no Meio Ambiente 44

48

P&D Analítico e Farmacotécnico

2

Revista Analytica | Novembro 2024

Blog dos Cientistas 50

54

Em Foco



Revista

Ano 22 - Edição 133 - Novembro 2024

ÍNDICE REMISSIVO DE ANUNCIANTES

ordem alfabética

Anunciante pág. Anunciante pág.

ALFA 03

KASVI

2ª CAPA

BCQ

CRAL

4ª CAPA

3ª CAPA

NOVA ANALITICA 33

GREINER 07

VEOLIA 41

Esta publicação é dirigida a laboratórios analíticos e de controle de qualidade dos setores:

FARMACÊUTICO | ALIMENTÍCIO | QUÍMICO | MINERAÇÃO | AMBIENTAL | COSMÉTICO | PETROQUÍMICO | TINTAS | MEIO AMBIANTE | LIFE SCIENCE

Os artigos assinados sâo de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente a opinião da Editora.

4

Revista Analytica | Novembro 2024

Conselho Editorial

Carla Utecher, Pesquisadora Científica e chefe da seção de controle Microbiológico do serviço de controle de Qualidade do I.Butantan - Chefia Gonçalvez Mothé, Prof ª Titular da Escola de Química da Escola de

Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro - Elisabeth de Oliveira, Profª. Titular IQ-USP - Fernando Mauro Lanças, Profª. Titular da Universidade de São Paulo e Fundador do Grupo de Cromatografia (CROMA)

do Instituto de Química de São Carlos - Helena Godoy, FEA / Unicamp - Marcos E berlin, Profª de Química da Unicamp, Vice-Presidente das Sociedade Brasileira de Espectrometria de Massas e Sociedade Internacional

de Especteometria de Massas - Margarete Okazaki, Pesquisadora Cientifica do Centro de Ciências e Qualidade de Alimentos do Ital - Margareth Marques, U.S Pharmacopeia - Maria Aparecida Carvalho de

Medeiros, Profª. Depto. de Saneamento Ambiental-CESET/UNICAMP - Maria Tavares, Profª do Instituto de Química da Universidade de São Paulo - Shirley Abrantes Pesquisadora titular em Saúde Pública do INCQS

da Fundação Oswaldo Cruz - Ubaldinho Dantas, Diretor Presidente de OSCIP Biotema, Ciência e Tecnologia, e Secretário Executivo da Associação Brasileira de Agribusiness.

Colaboraram nesta Edição:

Maria Mayara Saraiva de Sousa, Maurício Ferreira da Rosa, Junior Romeo Deoti, Daniele Fernanda de Oliveira Rocha, Rogerio Aparecido Machado, Ingrid Ferreira Costa.


agenda

CONEXÃO FARMA

DATA: 18, 19 E 20 DE MARÇO DE 2025 | 14H00 ÀS 21H00

Local: Expo Center Norte

Mais informações: https://www.abradilan.com.br/institucional/conexao-farma-2025-vem-

-ai-uma-nova-edicao/

48ª REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE QUÍMICA

DATA: 8 A 11 DE JUNHO DE 2025

Local: Expo Dom Pedro | Campinas

Mais informações: https://boletim.sbq.org.br/noticias/2024/n3972.php

FFIQUI – FEIRA DE FORNECEDORES DA INDÚSTRIA QUÍMICA

DATA: 10 E 11 DE JUNHO DE 2025

LOCAL: CENTRO DE CONVENÇÕES FIERGS

MAIS INFORMAÇÕES: HTTPS://SINDIQUIM.ORG.BR/FFIQUI/

FCE PHARMA E FCE COSMETIQUE

DATA: 10 A 12 DE JUNHO DE 2025 | 11H ÀS 19H

Local: SÃO PAULO EXPO

Mais informações: https://www.fcepharma.com.br/

EXPO & CONGRESSO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO (EXPOSIBRAM)

DATA: 09 A 12 DE SETEMBRO DE 2024

Local: Expominas, Belo Horizonte – MG

Informações: https://exposibram2024.ibram.org.br/

ANALITICA LATIN AMERICA

DATA: 23 A 25 DE SETEMBRO DE 2025 | 13H ÀS 21H

Local: São Paulo Expo | São Paulo | Brasil

Mais informações: https://home.analiticanet.com.br/

Revista Analytica | Novembro 2024

5


Revista

Ano 22 - Edição 133 - Novembro 2024

PUBLIQUE NA ANALYTICA

Normas de publicação

A Revista Analytica, em busca de novidades em divulgação científica, disponibiliza abaixo as normas

para publicação de artigos aos autores interessados.

Bimestralmente, a Revista Analytica publica

editoriais, artigos originais, revisões, casos

educacionais, resumos de teses etc. Os editores

levarão em consideração para publicação toda

e qualquer contribuição que possua correlação

com as análises industriais, instrumentação e o

controle de qualidade.

Os manuscritos deverão ser escritos em

português (ortografia oficial), com Abstract

detalhado em inglês. O Resumo e o

Abstract deverão conter as palavras-chave

e keywords, respectivamente.

Todas as fotos, ilustrações, gráficos, desenhos

e fórmulas que comporem o artigo, devem ser

enviados separadamente, em alta resolução

e com os devidos créditos, para uma perfeita

reprodução. Todas deverão estar devidamente

identificadas e com a indicação no texto de

onde deverão ser colocadas.

Os trabalhos deverão ser enviados por e-mail,

ordenados em título, nome e sobrenomes

completos dos autores e nome da instituição

onde o estudo foi realizado. Além disso, o

nome do autor correspondente, com endereço

completo, telefone e e-mail. Seguidos por

Resumo, Palavras-chave, Abstract, Keywords,

Introdução, Materiais e Métodos, Parte

Experimental, Resultados, Discussão, Conclusão,

Agradecimentos e Referências bibliográficas.

As referências deverão constar no texto de

acordo com as normas ABNT.

Evite utilizar abstracts como referências.

Referências de contribuições ainda não

publicadas deverão ser mencionadas como

"no prelo" ou "in press".

Todas as contribuições serão revisadas e

analisadas pelo comitê editorial. Os autores

deverão informar todo e qualquer conflito

de interesse existente, em particular aqueles

de natureza financeira relativo a companhias

interessadas ou envolvidas em produtos ou

processos que estejam relacionados com a

contribuição e o manuscrito apresentado.

Após a aprovação do artigo, os autores

deverão preencher e assinar o termo de

compromisso enviado pela redação, atestando

a originalidade do artigo, bem como a

participação de todos os envolvidos.

Observação: É importante frisar que a Revista Analytica não informa a previsão sobre quando o artigo será publicado. Isso se deve ao fato

que, tendo em vista a revista também possuir um perfil comercial – além do técnico cientifico -, a decisão sobre a publicação dos artigos pesa

nesse sentido. Além disso, por questões estratégicas, a revista é bimestral, o que incorre a possibilidade de menos artigos serem publicados –

levando em conta uma média de três artigos por edição. Por esse motivo, não exigimos artigos inéditos – dando a liberdade para os autores

disponibilizarem seu material em outras publicações.

6

Revista Analytica | Novembro 2024

ENVIE SEU TRABALHO

Luciene Almeida – Redação

redacao@futurlab.com.br

CASO PRECISE DE INFORMAÇÕES ADICIONAIS, ENVIE UM E-MAIL PARA A REDAÇÃO.


making a difference

MICROPLACAS COM FUNDOS TRANSPARENTES

PARA LEITURAS ÓPTICAS

Conheça as Placas μClear® e UV-STAR®

Desenvolvidas com tecnologia exclusiva, nossas placas possuem um

fundo feito de um filme extremamente fino, ideais para quantificação de

proteínas e ácidos nucleicos em comprimentos de onda até 230 nm.

Acesse nosso site:

Avenida Affonso Pansan, 1967

CEP 13473-620 | Americana, SP

Tel +55 (19) 3468-9600

E-mail info@br.gbo.com

greinerbioonebr

greinerbioonebr

greiner-bio-one


Artigo 1

APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE DIFRAÇÃO A

LASER PARA ENSAIOS GRANULOMÉTRICOS

EM AMOSTRAS DE MINÉRIO DE FERRO

Autores: Marcela Luciana Figueiredo Couto1, Wellington Fernandes Alvarenga2,

Amanda Soares Ferreira3, Bruno de Oliveira Silva⁴

1 Química, MSc., Analista, Gerência de Laboratório, CSN Mineração - Congonhas-MG, Brasil2Químico, MSc.,

Especialista, Gerência de Laboratório, CSN Mineração - Congonhas-MG, Brasil.

3Técnica química, Auxiliar de laboratório , Gerência de Laboratório, CSN Mineração - Congonhas-MG, Brasil

⁴Químico, Bel, Gerente de laboratório, CSN Mineração - Congonhas-MG, Brasil.

8

Revista Analytica | Novembro 2024

RESUMO

A determinação do

tamanho de partículas

em minério de ferro é

essencial para otimizar os

processos de moagem e

separação, melhorando

a eficiência energética e

a qualidade do produto

acabado. A técnica mais

utilizada para esta finalidade

é o peneiramento,

especialmente devido à

sua simplicidade, baixo

custo e eficácia para uma

ampla faixa de tamanhos

de partículas. Em

laboratórios de controle

de qualidade, a determinação

da distribuição

granulométrica de materiais

sólidos depende da

faixa de tamanho das

partículas que compõem

a amostra, do tipo de

material e da quantidade

de amostra disponível

para o ensaio. Nesse caso,

o peneiramento mecânico

pode ser realizado

usando o material seco

ou com injeção de água,

necessária no caso de

finos de minério de ferro.

Porém, para partículas

menores que 38 mícrons,

essa técnica não é aplicável,

podendo ainda ocorrer

a agregação de partículas

úmidas ou finas,

resultando em medições

imprecisas. Além disso, o

peneiramento não leva

em consideração a forma

das partículas, que

também influencia na

qualidade dos resultados.

Por essas razões, ele

é frequentemente complementado

por outras

técnicas para uma análise

granulométrica mais

precisa e abrangente.


Técnicas mais avançadas,

como a difração a laser,

têm sido utilizadas para

esta finalidade. O objetivo

deste trabalho é apresentar

os resultados da

validação do método de

granulometria em amostras

de finos de minério

de ferro (de 0,010 a 2000

µm) por difração a laser e

comparar os resultados

com a técnica de peneiramento.

Os resultados

de precisão obtidos para

os valores de D10, D50

e D90 para as amostras

analisadas ficaram dentro

dos critérios estabelecidos

pela norma ISO

13320 (2020). A comparação

dos resultados com

o peneiramento mostrou

que há diferença entre

as técnicas, contudo, a

difração a laser se mostra

promissora devido a sua

rapidez e abrangência

para determinação de

tamanhos de partículas

mais finas.

Palavras-chave: Difração

a laser; Minério de

ferro; Granulometria;

Partículas finas.

ABSTRACT

SParticle size determination

in iron ore is essential

for optimizing grinding

and separation processes,

improving energy efficiency

and finished product

quality. The most widely

used technique for this

purpose is screening, especially

due to its simplicity,

low cost, and effectiveness

for a wide range of particle

sizes. In quality control

laboratories, the determination

of the particle size

distribution of solid materials

depends on the size

range of the particles that

make up the sample, the

type of material, and the

amount of sample available

for the assay. In this

case, mechanical screening

can be carried out using the

dry material or with water

injection, which is required

in the case of iron ore fines.

However, for particles smaller

than 38 microns, this

technique is not applicable,

and aggregation of wet or

fine particles may occur,

resulting in inaccurate

measurements. In addition,

the screening does not take

into account the shape of

the particles, which also

influences the quality of the

results. For these reasons, it

is often complemented by

other techniques for a more

accurate and comprehensive

particle size analysis.

More advanced techniques,

such as laser diffraction,

have been used for

this purpose. The objective

of this work is to present the

results of the validation of

the granulometry method

in samples of iron ore fines

(from 0.010 to 2000 μm)

by laser diffraction and to

compare the results with

the sieving technique. The

accuracy results obtained

for the values of D10, D50

and D90 for the analyzed

samples were within the

criteria established by the

ISO 13320 (2020) standard.

The comparison of the

results with sieving showed

that there is a difference

between the techniques,

however, laser diffraction

shows promise due to its

speed and scope for determining

finer particle sizes.

Keywords: Laser diffraction;

Iron ore; Size Analysis.

Revista Analytica | Novembro 2024

9


Artigo 1

10

Revista Analytica | Novembro 2024

INTRODUÇÃO

OA determinação da

qualidade do minério

de ferro é realizada pela

medição de diversas

características físicas e

químicas. Essas características

são cruciais

para avaliar o valor

comercial do minério

e sua adequação para

processos industriais,

como a produção de aço.

A granulometria é uma

característica essencial

para essa avaliação, pois

influencia diretamente

seu comportamento

durante os processos

de beneficiamento e na

siderurgia. Um controle

rigoroso da granulometria

é necessário para

otimizar os processos,

garantir a qualidade do

produto final e maximizar

a eficiência operacional

(SAMPAIO; FRANÇA,

BRAGA, 2007).

A técnica mais utilizada

em laboratório para determinar

a granulometria de

materiais particulados,

como o minério de ferro,

é o peneiramento a seco

ou a úmido. Esta técnica

é amplamente aplicada

devido à sua simplicidade,

baixo custo e confiabilidade

na obtenção de

resultados. Contudo, com

o aumento expressivo da

produção de minério de

ferro nos últimos anos e

o desenvolvimento de

processos que viabilizam

a concentração de finos,

é importante inovar em

técnicas de análises físicas

que permitem obter resultados

em menor tempo

e com menos esforço

físico do analista. Além

disso, a técnica de peneiramento

é influenciada

por diversos fatores como

quantidade de material

analisado, o tempo de

peneiramento, forma das

partículas e presença de

partículas finas ou friáveis

entre outros (WEDD; WAR-

D-SMITH; RAWLE, 2019).

Com o desenvolvimento

e otimização das técnicas

de concentração mineral

para materiais finos

(menor que 0,038 mm) se

faz necessário a aplicação

de técnicas alternativas

ao peneiramento convencional

para determinação

de tamanhos de partículas.

Nos últimos anos,

tanto o entendimento

do espalhamento de luz

por diferentes materiais

como o desenvolvimento

dos instrumentos de

medida tem avançado

consideravelmente. A

difração a laser é amplamente

utilizada em diversos

segmentos industriais

devido à sua capacidade

de medir uma ampla faixa

de tamanhos de partículas

com precisão, facilidade

de uso e rapidez na

obtenção dos resultados.

Em sua revisão de 2020,

a ISO 13320 forneceu um

guia de utilização dessa

técnica para diversos

sistemas compostos por

duas fases como pós,

sprays, aerossóis, suspensões

e emulsões.

De acordo com a ISO 13320

(2020), a maioria dos equipamentos

de análise granulométrica

por difração

a laser utiliza a teoria de

espalhamento de Mie ou

a aproximação de Frau-


nhofer para o cálculo da

distribuição de tamanho

de partículas esféricas. Isso

porque a técnica assume

uma forma de partícula

esférica em seu modelo

óptico. Para partículas não

esféricas, a distribuição

do tamanho resultante é

diferente daquela obtida

por métodos baseados em

outros princípios físicos,

por exemplo, sedimentação

e peneiramento. Para

utilizar o modelo matemático

baseado na teoria

de Mie é necessário o

conhecimento dos índices

de refração do material e

do meio de análise, o que

pode ser desafiador em

amostras de minério em

que se observa a mistura

de minerais. Uma abordagem

simplificada é utilizar

a aproximação de Fraunhofer,

que não requer a

determinação de propriedades

ópticas da amostra.

No entanto, o uso apropriado

do instrumento

e a interpretação dos

resultados requer a

devida atenção.

O controle granulométrico

em uma planta industrial

de concentração de minério

de ferro por flotação

requer baixo tempo de resposta

e informações precisas

que possibilitem o controle

eficiente do processo.

O tempo médio gasto em

um ensaio de peneiramento

mecânico a úmido,

da amostragem até a liberação

do resultado pode

chegar até 4 (quatro) horas

na rotina operacional. Para

o ensaio do mesmo tipo

de amostra utilizando um

equipamento de difração a

laser, passando pelas mesmas

etapas de preparação

até a liberação do resultado,

o tempo médio gasto é

de 1 (uma) hora.

O objetivo deste trabalho

é apresentar os

resultados da validação

do método de granulometria

em amostras de

finos de minério de ferro

(de 0,010 a 2000 µm) por

difração a laser e comparar

os resultados com a

técnica de peneiramento.

Figura 1: Obtenção da porção de ensaio.

2. Metodologia

2.1. Tipos de amostra

As amostras utilizadas

nesse estudo foram a alimentação

e o rejeito da

flotação, uma amostra

de pellet feed e um rejeito

filtrado, com tamanho

máximo nominal de partículas

de até 1,0 mm.

2.2. Instrumentos,

aparatos utilizados e

método de preparação

A divisão da amostra

global e preparação da

porção de ensaio para

granulometria, tanto

por peneiramento quanto

por difração a laser,

foram realizadas conforme

indicado na referência

normativa ABNT NBR

ISO 3082 (2019).

As amostras foram recebidas

no laboratório Físico

na forma de polpa (mistura

de água e minério) e

submetidas às operações

descritas na Figura 1.

Revista Analytica | Novembro 2024

11


Artigo 1

12

Revista Analytica | Novembro 2024

Após a filtração, toda a

massa da torta foi submetida

à secagem em

chapa térmica à 105±5 °C

e, posteriormente, homogeneizada

por meio de

um divisor de calhas

com espaçamento de 10

mm entre as lâminas. Da

amostra homogeneizada,

foi extraída uma alíquota

de aproximadamente 2,2

kg para cada uma das

metodologias de ensaio.

Essa massa foi novamente

subdividida no divisor

de calhas até atingir uma

massa de 200 g. Para o

ensaio de peneiramento

a úmido, essa massa foi

reduzida no divisor de

calhas até atingir a porção

de ensaio de 130 g. Já

para o ensaio de granulometria

a laser, a massa

de 200 g foi fracionada

em um divisor rotativo de

bancada até alcançar a

porção de ensaio de 25 g.

Para o preparo da porção

de ensaio em suspensão,

utilizada para determinação

granulométrica

por difração a laser, foi

utilizado um béquer em

teflon com capacidade de

3000 mL, uma mangueira

de borracha com 4 mm

de diâmetro e um agitador

mecânico de hélice

Fisatom, modelo 713DS.

Para análise, foi utilizado o

equipamento de difração

a laser da marca Bettersize,

modelo Bettesizer

2600 com módulo líquido.

2.3. Ensaio granulométrico

por difração a laser

A massa de 25 g foi determinada

experimentalmente

para a preparação

da suspensão destinada

ao ensaio no granulômetro

a laser, utilizando água

como meio dispersante.

A escolha adequada do

meio dispersante é essencial

para a análise granulométrica

por difração a laser,

pois impacta diretamente

na precisão dos resultados.

O dispersante ideal deve

promover a separação

eficiente das partículas,

evitando a aglomeração,

preservar as características

originais do material

e ser compatível com as

especificações técnicas do

equipamento utilizado.

As etapas de preparação

da suspensão da amostra

para o ensaio estão ilustradas

na Figura 2.

Para formar uma suspensão

homogênea, a porção

de ensaio foi colocada

em suspensão com 1500

mL de água limpa filtrada

e mantida sob agitação

utilizando um agitador

mecânico de hélice na

velocidade de rotação de

2000 rpm por 60 segundos.

Após o tempo de

preparo da suspensão,

utilizou-se uma mangueira

de borracha com

espessura de 4 mm, para

transferir alíquotas da

suspensão para o tanque

de agitação do módulo a

úmido do granulometro

a laser até atingir obscuração

entre 10 e 20 %.

A Figura 3 apresenta o

esquema de introdução

de amostras e análise no

granulômetro a laser.


De acordo com a ISO

13320 (2020), as condições

de dispersão devem

conduzir a uma desaglomeração

completa sem

cominuição e a uma concentração

suficientemente

baixa para garantir

uma concentração única.

Figura 2: Preparo da suspensão para análise.

Figura 3: Esquema de introdução de amostras e análise no granulômetro a laser.

Após inserir a suspensão

no tanque de agitação do

granulômetro, o ensaio foi

realizado sob aplicação

de ultrassom de 40 W, agitação

de 1800 rpm e tempo

de condicionamento

igual a 60 s. O resultado

é a média de 03 medidas

realizadas de forma automática

do equipamento.

2.4. Ensaio granulométrico

por peneiramento

Para comparar os resultados

obtidos pela

granulometria a laser,

foi realizado o ensaio

nas mesmas amostras

utilizando a técnica de

peneiramento, conforme

os critérios estabelecidos

pela norma ABNT NBR

ISO 4701 (2020), utilizando

peneiras de 8” de

diâmetro e 2” de altura,

nas malhas de 0,045 mm,

0,053 mm, 0,075 mm, 106

mm e 0,150 mm.

2.5. Validação do método

de análise granulométrica

por difração a laser

Conforme preconizado no

DOQ-Cgcre-008 (2020), a

validação de um método

analítico é um processo

crucial que assegura a

confiabilidade dos resultados

obtidos. Ela é realizada

para confirmar que o

método é adequado para

a sua finalidade pretendida

e para demonstrar sua

capacidade em satisfazer

critérios de qualidade que

permitem sua reprodução

padronizada. O processo

de validação deve ser suficientemente

abrangente

para garantir que o método

seja adequado para seu

propósito e que os resultados

obtidos sejam confiáveis.

Para determinação

de tamanho de partículas,

não são aplicadas todas as

figuras de mérito na validação

do método.

Nesse trabalho, foram

validados os métodos

de análise por difração a

laser para as 04 (quatro)

amostras do processo

de beneficiamento, conforme

descrito no item

2.1. Foram realizados os

ensaios de precisão em

termos de repetibilidade

e precisão intermediária.

Para a repetibilidade,

foram analisadas 06

(seis) réplicas independentes

e para precisão

intermediária 12 (doze)

réplicas independentes.

Revista Analytica | Novembro 2024

13


Artigo 1

A grandeza avaliada foi

partícula abaixo dos quais

abaixo dos critérios de

o coeficiente de variação

estão 10 %, 50 % e 90 % da

aceitação definidos para

para os resultados de D10,

amostra, respectivamente.

as amostras de alimenta-

D50, D90 e os critérios de

ção, rejeito da flotação e

aceitação adotados foram

As Tabelas 1 e 2 apre-

pellet feed. Dessa forma,

obtidos do item 6.4.2 da

sentam os resultados

é possível atestar que

norma ISO 13320 (2020).

de repetibilidade e

os métodos validados

Também foram avaliados

precisão

intermediária

são adequados ao uso

os coeficientes de variação

obtidos na validação

pretendido, ou seja, os

para as frações acumula-

dos métodos analíticos

métodos irão gerar resul-

das em 0,150 mm, 0,106

de difração a laser para

tados confiáveis e pre-

mm, 0,075 mm, 0,053 mm

as amostras estudadas.

cisos quando utilizados

e 0,045 mm, que são os

nas condições analíticas

tamanhos de partículas de

Os resultados dos coefi-

especificadas para estes

controle dos processos das

cientes de variação obti-

tipos de amostra.

amostras do estudo. O cri-

dos tanto em condições

tério de aceitação definido

de repetibilidade quanto

A amostra de rejeito fil-

foi um coeficiente de varia-

em condições de preci-

trado, por sua vez, apre-

ção de até 10 %, definido

são intermediária ficaram

sentou coeficiente de

internamente, já que não

há referência normativa

para este parâmetro.

3. Resultados e Discussão

A norma ISO 13320 (2020)

estabelece os valores de

Amostra D10 D50 D90

Alimentação

flotação

COEFIFICENTE DE VARIAÇÃO (CV) - %

Acum.

0,150

mm

Acum.

0,106

mm

Acum.

0,075

mm

Acum.

0,053

mm

Acum.

0,045

mm

1,5 1,1 1,7 2,5 1,8 1,2 0,8 0,7

Pellet feed 2,9 2,4 2,1 5,2 4,0 2,9 2,1 1,7

Rejeito

flotação

1,0 1,2 1,4 2,7 2,2 1,4 0,9 0,7

Rejeito filtrado 1,6 5,3 2,3 4,9 3,1 2,9 2,8 2,8

ISO 13320

(2020)

3,0 2,5 4,0 10 10,0 10,0 10,0 10,0

Tabela 1: Resultados de repetibilidade obtidos nas validações dos métodos.

14

Revista Analytica | Novembro 2024

tolerância para as variações

máximas permitidas

nos diâmetros de partícula

correspondentes a D10,

D50 e D90, que representam

os tamanhos de

Amostra D10 D50 D90

Alimentação

flotação

COEFIFICENTE DE VARIAÇÃO (CV) - %

Acum.

0,150

mm

Acum.

0,106

mm

Acum.

0,075

mm

Acum.

0,053

mm

Acum.

0,045

mm

2,8 1,5 1,7 5,4 4,1 3,6 1,7 1,1

Pellet feed 3,4 3,2 2,6 6,5 5,7 4,1 2,8 2,3

Rejeito

flotação

1,2 2,2 2,9 4,2 5,0 3,4 1,2 1,0

Rejeito filtrado 2,2 4,9 3,3 6,5 4,2 3,5 3,3 3,2

ISO 13320

(2020)

3,0 2,5 4,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0

Tabela 2: Resultados de precisão intermediária obtidos nas validações dos métodos.


variação de aproxima-

FRAÇÃO ACUMULADA POR TAMANHO - %

damente de 5,0 % entre

as medidas de tamanho

de D50, tanto em condições

de repetibilidade

quanto em condições

Tamanho Técnica Alimentação flotação Pellet feed Rejeito flotação Rejeito filtrado

0,150 mm

0,106 mm

0,075 mm

0,053 mm

0,045 mm

Difração laser 17,6 12,2 13,5 4,4

Peneiramento 6,9 5,3 5,6 3,8

Difração laser 31,6 21,9 27,7 9,9

Peneiramento 18,6 12,3 18,4 12,3

Difração laser 50,0 34,6 46,0 17,0

Peneiramento 38,4 26,6 39,9 19,8

Difração laser 69,5 49,5 65,0 24,8

Peneiramento 57,3 45,0 62,9 31,7

Difração laser 78,2 58,0 73,3 29,1

Peneiramento 75,6 86,2 69,1 33,6

de precisão intermediária,

sendo que o valor de

Tabela 3: Resultados obtidos por difração a laser e peneiramento.

tolerância em termos de

repetibilidade para este

tamanho é de 2,5 % conforme

a norma.

O equipamento Bettersize

2600 permite a

apresentação de resultado

retido acumulado

nos tamanhos de interesse,

da mesma forma

que no peneiramento

clássico. Mesmo que a

ISO 13320 (2020) não

tenha estabelecido critérios

de aceitação para

coeficientes de variação

em frações acumuladas

de 0,150 mm,0,106 mm,

0,075 mm, 0,053 mm

e 0,045 mm, também

foram obtidas boas

precisões para essas

frações, com 95 % dos

resultados menores ou

iguais a 7 %.

3.1. Comparação de

resultados

Por ser o peneiramento a

técnica mais popular para

determinação de tamanho

de partículas em

caracterização de minério

de ferro, grande parte

dos bancos de dados de

controle de qualidade

utilizam essa referência

de tamanho para controle

de seus processos. A

Tabela 3 mostra os resultados

obtidos por difração

a laser e pela técnica

de peneiramento.

Como pode ser observado

nos dados da Tabela

3, os resultados obtidos

pelas técnicas de peneiramento

e difração a laser

são diferentes, como já

era esperado. Isso pode

ser explicado:

O peneiramento não leva

em conta a forma das

partículas e este fator

tem grande influência na

difração a laser pois várias

partículas se desviam da

forma de uma esfera;

Pela estimação incorreta

dos índices de refração

devido às amostras serem

compostas de misturas

de minerais;

Pela observação de um

número muito pequeno

ou muito grande de

partículas em uma determinada

fração granulométrica.

Isso é mostrado

para a amostra de rejeito

filtrado na fração acumulada

em 0,150 mm e para

a amostra de Pellet feed

na fração acumulada em

0,045 mm.

Revista Analytica | Novembro 2024

15


Artigo 1

As Figuras 4, 5, 6 e 7

mostram os gráficos de

distribuição granulométrica

com os resultados

obtidos pelas duas técnicas

analíticas.

Dentre as amostras estudadas,

observa-se que

a distribuição granulométrica

da alimentação

e do rejeito da flotação

apresentam curvas com

aspectos semelhantes,

sejam analisadas por

peneiramento ou por

difração a laser, conforme

mostrado pelas Figuras 4

e 6. As frações percentuais

passantes em 0,045 mm

dessas amostras guardam

diferenças mínimas de até

4 % entre as técnicas.

Porcentagem que passa (%)

110

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

1 10 100 1000 10000

Laser_passante

Alimentação flotação

Tamanho (mícron)

Peneiramento_passante

Figura 4: Resultados obtidos nos ensaios de granulometria por difração a laser e peneiramento

para a amostra de alimentação da flotação.

Porcentagem que passa (%)

110

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

1 10 100 1000 10000

Laser_passante

Pellet feed

Tamanho (mícron)

Peneiramento_passante

Figura 5: Resultados obtidos nos ensaios de granulometria por difração a laser e peneiramento

para a amostra de Pellet feed.

16

Revista Analytica | Novembro 2024

A amostra de pellet feed,

apresentou distribuições

granulométricas semelhantes

entre as técnicas,

exceto para a fração de

tamanho de 0,045 mm,

o que pode indicar, para

esse tipo de amostra, a

necessidade de métodos

analíticos diferentes para

amostras de finos e grossos

na difração a laser.

Porcentagem que passa (%)

110

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

Rejeito flotação

0

1 10 100 1000 10000

Laser_passante

Tamanho (mícron)

Peneiramento_passante

Figura 6: Resultados obtidos nos ensaios de granulometria por difração a laser e peneiramento

para a amostra de rejeito da flotação.


O rejeito filtrado apresenta

comportamento inverso

ao das demais amostras,

sendo os resultados

do peneiramento maiores

que os da difração a

laser para todas as faixas

de tamanho de partículas

abaixo de 0,150 mm. A

curva de distribuição granulométrica

não se apresenta

fluida como ocorre

para as demais amostras,

e tal comportamento

pode ser justificado por

se tratar de uma amostra

de rejeito final, de matriz

mais complexa, que será

filtrado para empilhamento

e disposição final.

De acordo com o estudo

realizado por Pinheiro et

al. (2018), amostras de

rejeitos da mineração de

ferro, quando analisadas

por difração a laser,

requerem uma observação

particularizada para

cada material, associada

às características dos

rejeitos, como a composição

mineralógica e a

natureza eletroquímica

do material, por exemplo.

Porcentagem que passa (%)

110

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

1 10 100 1000 10000

Laser_passante

3.2. Acompanhamento

do desempenho dos

métodos validados

O granulômetro a laser

não possui calibração e,

portanto, sua verificação

quanto a precisão e exatidão

é feita utilizando-se

um Material de Referência

Certificado (MRC).

A verificação com esse

MRC é realizada a cada 06

meses em manutenções

preventivas e os critérios

de aceitação dos resultados

foram estabelecidos

de acordo com a referência

normativa ISO 13320

(2020) para os valores

dos decis D10, D50 e D90.

Além disso, foram produzidos

Materiais de Referência

Internos (MRI) para

Rejeito filtrado

Tamanho (mícron)

Peneiramento_passante

Figura 7: Resultados obtidos nos ensaios de granulometria por difração a laser e peneiramento

para a amostra de rejeito filtrado.

cada tipo de amostra. A

cada dia de análise, por

turno, é feita a análise do

MRI e os resultados são

lançados em cartas de

controle para monitoramento

do processo.

Embora os resultados

obtidos em ambas as

técnicas não possam ser

comparados de forma

direta, pode-se utilizá-los

no acompanhamento de

controle de processo. É

preciso conhecer a relação

entre o resultado da

análise granulométrica

por difração a laser e por

peneiramento para que

seja estabelecido o novo

valor de referência para

cada tipo de amostra e

seja realizado o adequado

controle dos processos.

Revista Analytica | Novembro 2024

17


Artigo 1

Ao adotar tal análise em

das demais amostras

por ambas pode conter

uma rotina de controle de

analisadas por difração

diferenças grandes ou

qualidade que já possui

a laser, o que pode ser

pequenas a depender

um histórico de análises

explicado por se tratar

das condições otimiza-

granulométricas obtidas

de uma amostra mais

das para o método e da

por outra técnica, como

fina do que as demais

complexidade da matriz

o peneiramento, deve-se

estudadas. Além des-

e de tamanhos de partí-

realizar análises cruza-

sa diferença entre as

culas da amostra.

das, a partir da mesma

amostras, tem-se a maior

amostra, de maneira

complexidade envolvida

Agradecimentos

periódica, permitindo ao

na análise de rejeitos e a

Os autores gostariam de

usuário acompanhar e

influência mineralógica a

agradecer à CSN Mineração

corrigir tendências.

ser considerada.

por proporcionar o desenvolvimento

desse estudo.

Conclusão

A partir deste trabalho,

pode-se concluir que a

A comparação dos resultados

de granulometria

por difração a laser e

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNI-

CAS. NBR ISO 3082. Minérios de ferro - Procedimentos

de amostragem e preparação de amostra. Rio de

difração a laser é uma

peneiramento deve ser

Janeiro, 3ª ed., p. 43, 2019.

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNI-

técnica eficaz e confiável

para o controle de processos

de beneficiamento

de minério de ferro,

realizada com cautela e

apenas com o objetivo

de estabelecer um novo

patamar para controle

CAS. NBR ISO 4701. Minérios de ferro e pré-reduzidos

- Determinação da distribuição granulométrica por

peneiramento. Rio de Janeiro, 3ª ed., 2020.

DOQ-CGCRE-008. ORIENTAÇÃO SOBRE VALIDAÇÃO DE

MÉTODOS ANALÍTICOS. Revisão 09, 2020.

ISO - INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDAR-

DIZATION. ISO 13320. Particle size analysis - Laser

proporcionando dados

rápidos e precisos, essenciais

para a otimização e a

garantia de qualidade.

dos processos. É importante

destacar que se

trata de duas técnicas

com princípios total-

diffraction methods. Geneva, 2nd ed., 2020.

PINHEIRO et al. Proposta de utilização do granulômetro

a laser para a determinação da distribuição

granulométrica de rejeitos finos de mineração. XIX

Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia

Geotécnica Geotecnia e Desenvolvimento

Urbano, COBRAMSEG, Brasil, 2018.

18

Revista Analytica | Novembro 2024

A amostra de rejeito

filtrado apresentou comportamento

diferente

mente diferentes e que

elas se complementam.

Além disso, a faixa granulométrica

determinada

SAMPAIO, J. A.; FRANÇA, S.C. A.; BRAGA, P. F. A. Tratamento

de Minérios: Práticas Laboratoriais - Centro

de Tecnologia Mineral, Ministério da Ciência e Tecnologia.

Rio de Janeiro, 2007.

WEDD, M.; WARD-SMITH, S.; RAWLE, A. Particle size

Analysis. Encyclopedia of Analytical Science, 3ª ed., p.

144-157, 2019.


iCAP MX Series – Precisão e Inovação

em Espectrometria de Massas

Revolucione a Análise de Elementos Traço com o Novo iCAP MX Series

Inovações da série MX

A nova série iCAP MX da Thermo

Fisher Scientific combina

tecnologia de ponta e robustez,

permitindo análises rápidas e

confiáveis de elementos traço,

mesmo nas matrizes mais

complexas. Explore os modelos

iCAP MSX e iCAP MTX, projetados

para atender às demandas dos

laboratórios mais exigentes.

• easyAGD, IntelliLens, manutenção

simplificada.

• Aplicações: laboratórios ambientais,

alimentares, industriais, etc.

• Benefícios: robustez, flexibilidade e

precisão nos resultados.


Artigo 2

DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE

MÉTODO ANALÍTICO POR CLAE-UV/VIS PARA

DETERMINAÇÃO DO TEOR E IMPUREZAS ORGÂNICAS DO

INSUMO FARMACÊUTICO DESLORATADINA

DEVELOPMENT AND VALIDATION OF A NEW ANALYTICAL METHOD

BY HPLC-UV/VIS FOR THE QUANTIFICATION OF DESLORATADINE AND

RELATED IMPURITIES

Autoras: Lucas Marcelo Scheuer1,

Cléber Antônio Lindino1

1Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Rua Guaíra, 3141, Jardim Santa Maria,

Toledo, Brasi

20

Revista Analytica | Novembro 2024

Introdução

A desloratadina é um

insumo farmacêutico

derivado metabólico da

loratadina, obtido pela

descarboxilação hidrolítica.

Pertence à classe

dos anti-histamínicos,

sendo assim um potente

antagonista seletivo dos

receptores periféricos H-1

da histamina, de ação prolongada,

indicado para tratar

sintomas associados à

rinite alérgica. Para atestar

a segurança e eficácia de

um medicamento se faz

necessário um controle de

qualidade do mesmo por

meio de métodos analíticos,

os quais identificam e

quantificam as impurezas

e o teor do ativo. Desta

forma, o objetivo deste

estudo foi desenvolver e

validar um método analítico

para doseamento e

impurezas orgânicas por

cromatografia líquida de

alta eficiência com detecção

UV-VIS para a matéria

prima de desloratadina.

A análise foi realizada em

um sistema isocrático, a

fase móvel foi constituída

de uma mistura de dodecil


sulfato de sódio na concentração

de 0,003 mol L-1

em pH 2,5 e acetonitrila na

proporção 56:44, respectivamente.

A coluna utilizada

foi a GL Science Inertsil

ODS-3. As condições de

operação foram com fluxo

de 1,0 mL min-1, temperatura

de forno de 35 ºC

e tempo de corrida de 40

minutos. Os compostos

foram avaliados com o

comprimento de onda de

279 nm. A desloratadina

foi submetida às condições

de estresse de degradação

oxidativa, ácida,

básica, hidrolítica, térmica

e fotolítica. Foi observado

degradação significativas

em condições oxidativas e

estáveis em condições de

degradação ácida, básica,

hidrolítica, térmica e fotolítica.

O método analítico

desenvolvido se mostrou

seletivo, preciso, exato,

robusto e linear na faixa

de concentração 64 a 96

µg.mL-1 de desloratadina

e na faixa de concentração

0,04 a 0,21 µg.mL-1 para as

impurezas orgânicas de

desloratadina. Desta forma,

o método é adequado

para a determinação do

teor e impurezas orgânicas

de desloratadina.

Palavras-chaves: cromatografia;

degradação; isocrático

Abstract

Desloratadine is a metabolic

derivative of loratadine,

obtained by hydrolytic

decarboxylation. It is a

long-action antihistamine

and is highly selective

histamine1-receptor antagonist.

Desloratadine is

indicated to treat allergic

rhinitis symptoms. To prove

the safety and efficacy

of a drug is necessary to

perform a quality control

through analytical

methods, which will identify

and quantify the active

pharmaceutical ingredient

and its impurities. Thus,

the aim of this study was

to develop and validate

an analytical method by

high-efficiency liquid chromatography

with UV-VIS

detection. The method was

developed using GL Science

Inertsil ODS-3 column

in an isocratic system with

mobile phase containing a

mixture of sodium dodecyl

sulfate at a concentration

of 0.003 mol L-1 at pH 2.5

and acetonitrile in the proportion

56:44, respectively.

The operating conditions

were with a flow of 1.0 mL

min-1, an oven temperature

of 35 ºC and a run time of 40

minutes. The eluted compounds

were monitored at

279 nm. Desloratadine was

subjected to the stress conditions

of oxidative, acid,

base, hydrolytic, thermal

and photolytic degradation.

Desloratadine was

found to degrade significantly

in oxidative and stable

in acid, base, hydrolytic,

thermal and photolytic

degradation conditions.

The results showed that

the analytical method is

selective, precise, accurate,

robust and linear in the

concentration range 64 to

96 µg.mL-1 of desloratadine

and in the concentration

range 0.04 to 0.21 µg.mL-1

for impurities related. Thus,

this method is suitable for

the assay determination

of desloratadine and for

quantify its impurities.

Keywords: chromatography;

degradation; isocratic

Revista Analytica | Novembro 2024

21


Artigo 2

22

Revista Analytica | Novembro 2024

Introdução

O controle de qualidade

da área farmacêutica é

constantemente atualizado

devido ao avanço

tecnológico e científico

e as atualizações das

Resoluções da Agência

Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) e de

compêndios oficiais como

a Farmacopeia Americana

(USP) e Farmacopeia Britânica

(BP). Estas atualizações

ressaltam maior criticidade

no que se refere

a aprovação de métodos

analíticos, tendo como

principal objetivo, comprovar

e atestar a qualidade

dos medicamentos e

insumos farmacêuticos, o

que promove o aumento

da segurança ao consumidor

final.

Para atestar a eficácia de

um método analítico realiza-se

sua validação, com

parâmetros de mérito analítico

como, por exemplo,

precisão, exatidão e linearidade,

que tem como

objetivo demonstrar a

capacidade do método

em quantificar e qualificar

o ativo e suas potenciais

impurezas, desde o limite

de quantificação (menor

quantidade de analito

presente em uma amostra

que pode ser quantificada

com confiabilidade), até

120 % da especificação do

princípio ativo e das impurezas

desconhecidas e as

impurezas conhecidas [7].

Conforme a legislação

vigente da ANVISA, a Resolução

da Diretoria Colegiada

(RDC) nº 166/2017,

torna-se possível compreender

a complexidade

de itens que devem ser

seguidos para o deferimento

do medicamento,

como atender inúmeras

especificações de qualidade

da parte analítica, as

quais devem ser comprovadas

por metodologias

validadas que atendam

as mesmas especificações

estabelecidas pelo órgão

regulador, dentre elas a

de impurezas orgânicas

provenientes de síntese

ou processos produtivos

de medicamentos ou de

insumos farmacêuticos

ativos e também a de teor

do ativo [7].

Neste contexto, a cromatografia

líquida de alta

eficiência (CLAE) tem sido

amplamente utilizada

para avaliar as impurezas

orgânicas e o teor do insumo

farmacêutico ativo

(IFA). Com a constante atualização

e o crescimento

do uso da cromatografia

em determinações analíticas,

os compêndios de

farmacopeias como a USP,

cada vez mais referenciam

métodos cromatográficos

como a técnica utilizada

para a quantificação e

liberação de diversas análises

de IFA [1].

A cromatografia é classificada

como método físico

químico de separação de

compostos/substâncias

em uma mistura, a qual

ocorre por meio de duas

fases divididas como fase

móvel, cujo objetivo é

mover os compostos a

serem separados permeando

na fase estacionária,

e a fase estacionária, que

é responsável pelas interações

químicas, quanto

maior afinidade dos

compostos com a fase

estacionária maior a sua


atração e retenção consequentemente,

entretanto

para que seja possível

a separação, a atração

entre os compostos com

a fase estacionária a

serem separados precisam

ser diferentes [2].

Após o desenvolvimento

inicial, a utilização da cromatografia

se expandiu

rapidamente e se especializou

em duas áreas

especificas de grande

utilização, sendo elas, a

cromatografia líquida de

alta eficiência (CLAE) e cromatografia

gasosa (CG) [3].

Conforme a classificação

de SKOOG et al.

(2006) p. 924

A cromatografia líquida

de alta eficiência (CLAE)

é o tipo mais versátil

e mais amplamente

empregado de cromatografia

por eluição. Essa

técnica é utilizada pelos

químicos para separar e

determinar espécies em

uma grande variedade

de materiais orgânicos,

inorgânicos e biológicos.

Por essas características,

a cromatografia líquida

tem ampla abrangência

nas análises de controle

de qualidade em indústrias

farmacêuticas, utilizada

para análises de

liberações de doseamento

e impurezas orgânicas,

sendo adotadas em IFA e

produto acabado e, por

este motivo, é a técnica

selecionada para aplicação

nesta pesquisa.

O presente estudo descreve

o desenvolvimento

e a validação de método

por cromatografia líquida

de alta eficiência como

indicativo de estabilidade,

isto é, capaz de detectar

e mensurar, ao longo do

tempo o teor do insumo

farmacêutico ativo, os

produtos de degradação

e outros componentes de

interesse, sem interferência

para a determinação

do teor de desloratadina e

de suas potenciais impurezas

orgânicas, de acordo

com a legislação vigente.

O método desenvolvido

é aplicado em análise de

rotina do insumo farmacêutico

de desloratadina.

2 JUSTIFICATIVA

Para um medicamento

chegar ao consumidor

final, ele passa por várias

etapas, desde a síntese

do IFA até a liberação do

produto acabado em um

laboratório analítico de

controle de qualidade.

Esta última etapa ocorre

por meio de métodos

analíticos, os quais avaliam

a amostra em relação

ao conteúdo do ativo

e das impurezas orgânicas.

Para garantir a eficácia

do método utilizado,

é realizado a validação

analítica, a qual visa comprovar

que este é capaz

de detectar, identificar e

quantificar o ativo e suas

potenciais impurezas.

Conforme parágrafo único

do artigo 252 da RDC

nº 301 de 21 de agosto de

2019, os métodos analíticos

devem ser validados.

O artigo 7º do Capítulo II

da RDC 166 de 24 de julho

de 2017 estabelece que os

métodos analíticos compendiais

devem ter sua

adequabilidade demonstrada

ao uso pretendido,

Revista Analytica | Novembro 2024

23


Artigo 2

24

Revista Analytica | Novembro 2024

nas condições operacionais

do laboratório, por

meio da apresentação de

um estudo de validação

parcial, além disso, a RDC

53/2015, preconiza que

os métodos analíticos

devem ser indicativos

de estabilidade, ou seja,

capazes de detectar e

quantificar o ativo e suas

potenciais impurezas nas

mais variadas condições

de estresse. Tal exigência

é cumprida por meio do

estudo de degradação

forçada (EDF), o qual submete

o IFA as seguintes

condições de degradação:

aquecimento, umidade,

solução ácida, solução

básica, solução oxidante,

exposição fotolítica e íons

metálicos [6, 8, 11].

Portanto, o desenvolvimento

e validação de um

método analítico indicativo

de estabilidade, por

meio da cromatografia

líquida de alta eficiência,

além de cumprir a legislação,

assegurar o teor do

ativo e as impurezas dentro

da especificação, corrobora

para a definição

das condições às quais

o IFA ou medicamento é

particularmente sensível,

a fim de alertar quanto

a cuidados específicos

que devem ser tomados

no desenvolvimento, na

produção, manipulação

e conservação deste

medicamento, como, por

exemplo, não expor o

produto à luz ou à temperatura

elevada.

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Desenvolver e validar

método analítico por cromatografia

líquida de alta

eficiência com detecção

UV-VIS;

3.2 Objetivos específicos

Desenvolver método

seletivo para as principais

impurezas orgânicas

e produtos de degradação

de desloratadina;

Identificar e quantificar

as principais impurezas

orgânicas relacionadas a

síntese de desloratadina e

os produtos degradação

relacionados ao estudo

de degradação forçada;

Realizar estudo de degradação

forçada de desloratadina;

Validar a metodologia

desenvolvida de acordo

com as normas da Anvisa;

4 REVISÃODE

LITERATURA

4.1 Insumo farmacêutico

ativo

Insumo farmacêutico ativo

(IFA) é o termo utilizado

para o princípio ativo dos

medicamentos, a principal

matéria-prima para

a produção dos medicamentos

[7]. A eficácia,

qualidade e segurança de

qualquer medicamento

estão diretamente relacionados

a qualidade do

IFA utilizado, portanto,

sua etapa de síntese é de

suma importância.

Segundo a (ANVISA, 2017),

Insumo farmacêutico ativo

(IFA): insumo farmacêutico

que, quando administrado

a um paciente,

atua como componente


ativo, podendo exercer

atividade farmacológica

ou efeito direto no diagnóstico,

cura, tratamento

ou prevenção de uma

doença ou ainda afetar a

estrutura e funcionamento

do organismo humano

Os medicamentos são produzidos,

resumidamente,

em duas etapas: matérias-

-primas são transformadas

em IFA e, em seguida, são

convertidos em medicamentos.

A obtenção de

IFA poderá ser por meio de

processos de síntese química,

extração ou biotecnológica,

podendo haver

ainda a combinação deles,

sendo, a indústria farmoquímica

responsável por

esta etapa. Na síntese química,

a molécula em questão

é formada por meio

do emprego de reações

químicas que viabilizam

sua formação. Na extração,

solventes ou outros materiais

são empregados para

extrair substâncias específicas

de fontes biológicas.

Na biotecnológica, microorganismos

são utilizados

para a obtenção da substância

de interesse [20].

Figura 1: Esquema do funcionamento de um cromatógrafo líquido [13]

A indústria farmacêutica,

responsável pela segunda

etapa da produção de um

medicamento, utiliza os

princípios ativos sintetizados

pela indústria farmoquímica

para a produção

de medicamentos, portanto,

o controle e o monitoramento

da qualidade

do IFA são essenciais para

produção de um medicamento

com eficácia, qualidade

e segurança para os

consumidores [20].

4.2 Cromatografia líquida

de alta eficiência

A cromatografia líquida

de alta eficiência (CLAE) é

uma técnica analítica de

separação de compostos

químicos não voláteis, a

qual permite identificar e

quantificar, de forma individual,

os compostos presentes

em uma mistura,

por meio das diferentes

interações que ocorrem

da fase móvel com a fase

estacionária. A execução

da técnica ocorre nos cromatógrafos,

os quais são

constituídos por um reservatório

de fase móvel, sistema

de bombeamento,

sistema de injeção, coluna

cromatográfica, detector,

sistema para aquisição

de dados e descarte de

resíduos [3]. A Figura 1

demonstra o esquema

de funcionamento de um

cromatógrafo líquido.

Como demonstrado na

Figura 1, a fase móvel

migra por todo o sistema

cromatográfico por meio

de um sistema de bom-

Revista Analytica | Novembro 2024

25


Artigo 2

26

Revista Analytica | Novembro 2024

beamento, o qual opera

sob alta pressão. Por meio

do sistema de injeção,

a amostra é introduzida

juntamente com a fase

móvel e é deslocada até

a coluna cromatográfica,

onde ocorre a separação

dos compostos. Após esta

etapa, a amostra é direcionada

para um detector, e,

por meio de um sistema

para tratamento de dados,

é possível identificar e

quantificar cada composto

presente na mistura

através de um cromatograma.

Como consequência

da diferença de interação

de cada composto

com a coluna, o tempo

de eluição será distinto,

desta forma, é possível

identificá-los e quantificá-

-los de forma isolada [2].

Existem vários detectores

que podem ser utilizados,

os principais são: detector

de índice de refração,

detector de fluorescência

e detector ultra-violeta/

visível (UV-Vis). O índice

de refração é considerado

universal, pois consegue

detectar qualquer tipo

de amostra, seja ela polar,

apolar e até mesmo sem

grupamento cromóforo,

porém, é altamente sensível

a qualquer alteração de

temperatura, não permite

a utilização de gradiente

e baixa sensibilidade. O

detector de fluorescência

possui sensibilidade de 10

a 1000 vezes maior que os

detectores UV-vis e é altamente

seletivo, o mesmo

é amplamente utilizado

para análises de aminoácidos,

vitaminas e corantes.

O detector UV-vis é o

mais utilizado para a cromatografia

líquida, pois

apresenta baixo custo,

aceita o uso de gradiente,

não são tão afetados pelas

pequenas mudanças de

temperatura e fluxo, possuem

sensibilidade e 10

a 1000 vezes maior que

o índice de refração. O

mesmo consiste em um

espectrofotômetro que

mede a absorção de luz

de cada composto em um

determinado comprimento

de onda, compreendido

entre as regiões visível

e ultravioleta [2].

A cromatografia líquida

de alta eficiência pode ser

dividida em fase normal

e fase reversa. A fase normal

é caracterizada pelo

emprego de uma fase

estacionária polar e uma

fase móvel apolar sendo

utilizada para análise de

compostos polares. Já

na fase reversa, a fase

estacionária é apolar e a

fase móvel polar, sendo

utilizada para análise de

compostos apolares. A

fase normal possui esse

nome, devido a ser a

primeira a ser desenvolvida,

porém, atualmente

a maioria dos métodos

são desenvolvidos em

fase reversa, já que os

custos dos solventes são

menores, facilidade de

manipulação, o dano ao

equipamento é menor

e principalmente pela

maioria dos compostos

serem compatíveis com

essa fase [3].

Como grande parte

dos compostos não são

voláteis, sua aplicação é

muito vasta, principalmente

para as análises

realizadas nas indústrias


farmacêuticas, por meio

da identificação e quantificação

dos insumos

farmacêuticos ativos e

dos medicamentos, assim

como, para o doseamento

de impurezas orgânicas e

produtos de degradação

em matérias-primas e

produtos acabados. Neste

estudo, será utilizado a

fase reversa com a utilização

do detector UV-vis [3].

4.3 Desloratadina

A desloratadina é um IFA

obtido da descarboxilação

hidrolítica da molécula

de loratadina. Pertence

à classe dos anti-histamínicos,

sendo um potente

antagonista seletivo dos

receptores periféricos

H-1 da histamina, de ação

prolongada, sendo indicado

para tratar sintomas

associados à rinite alérgica

como: coriza, espirros

e prurido nasal, ardor e

prurido ocular, lacrimejamento,

prurido do palato

e tosse [21]. As propriedades

físico-químicas da

desloratadina podem ser

visualizadas na Tabela 1.

Propriedades

Estrutura química

pKa (Strongest

basic)

Desloratadina

9,73

LogP 3,969

Solubilidade

Descrição

Fórmula Molecular

Muito pouco solúvel ou praticamente

insolúvel em água, muito solúvel em etanol

(96 por cento), pouco solúvel ou muito pouco

solúvel em heptano.

Pó branco

C19H19ClN2

Massa molar 310.83 g.mol -1

Composição

C (73.42%), H (6.16%), Cl (11.41%),

N (9.01%)

CAS 100643-71-8

Nomenclatura

IUPAC

8-chloro-6,11-dihydro-11-(4-piperidilydene)-5H-

benzo[5,6]cyclohepta[1,2-β]pyridine

Tabela 1 - Propriedades físico-químicas

da desloratadina [14].

Além de ser um anti-histamínico

não sedativo, a

desloratadina também

evita muitos efeitos colaterais

adversos associados

à loratadina. De acordo

com a literatura, é 2,5 a 4

vezes mais ativa por via

oral do que a loratadina e

a atividade anti-histamínica

dura aproximadamente

24 horas [22].

Os compostos anti-histamínicos

são denominados

segundo o receptor

para histamina com o

qual interagem. Assim,

aquele que atuam preferencialmente

em receptores

H1, H2, H3 e H4,

são nomeados, respectivamente,

anti-H1, anti-

-H2, anti-H3 e anti-H4.

Destes, os anti-H1, são os

compostos mais utilizados

para o tratamento de

doenças alérgicas [23].

Após a administração

oral, concentrações plasmáticas

de desloratadina

podem ser detectadas

aproximadamente em

30 minutos e o pico por

volta de 3 horas, sendo

metabolizada pelo metabólito

ativo 3-hidroxi desloratadina

[22].

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Equipamentos

Utilizou-se os seguintes

equipamentos: cromatógrafo

a líquido Shimadzu

LC 2030, balança analítica

modelo Excelence

Plus XP 26 do fabricante

Mettler Toledo, aparelho

de ultrassom modelo

Elmasonic P do fabricante

Elma e sistema

de purificação de água

modelo Elix Technology

Inside Integral 5 do fabricante

Merck.

Revista Analytica | Novembro 2024

27


Artigo 2

28

Revista Analytica | Novembro 2024

5.2 Reagentes, padrões

e amostras

Os reagentes utilizados

foram dodecil sulfato de

sódio grau para análise

(P.A., Synth) , acetonitrila

grau HPLC (Biograde),

ácido trifluoroacético

grau P.A. (Merck), ácido

clorídrico concentrado

grau P.A.(Synth), hidróxido

de sódio grau P.A. (Neon),

peróxido de hidrogênio

grau P.A. ( Neon), sulfato de

cobre II (Synth). A matéria-

-prima de desloratadina,

lote 1235834, validade

06/2023, foi fabricada e

fornecida pelo fabricante

Morepen Laboratories

Limited. O padrão de desloratadina,

lote DSC8028,

foi caracterizado pelo

laboratório Labmass. Os

padrões das impurezas A

e B, lotes R123Y0 e F04040,

respectivamente, foram

fornecidos pela farmacopeia

americana (USP).

5.3 Sistema cromatográfico

A fase móvel foi constituída

de uma mistura de

dodecil sulfato de sódio

na concentração de 0,003

mol L-1 em pH 2,5 e acetonitrila

na proporção

56:44, respectivamente.

Foi utilizada uma coluna

de fase reversa GL Science

Inertsil ODS-3 com 250

mm de comprimento, 4,6

mm de diâmetro e 5 µm

de tamanho de partícula.

As condições de operação

foram com fluxo de 1,0

mL min-1, temperatura de

forno de 35 ºC e tempo de

corrida de 40 minutos.

5.4 Parâmetros de validação

5.4.1 Seletividade

A seletividade foi determinada

por meio do

preparo de solução com

a substância química de

referência do ativo na concentração

de 80 μg.mL-1

e as impurezas conhecidas

nas concentrações

conforme especificação

preconizada na USP 0,16

μg.mL-1 (impureza A) e

0,29 μg.mL-1 (impureza

B) utilizando a fase móvel

como diluente. No estudo

de degradação forçada,

foram preparadas

amostras na concentração

de 80 μg.mL-1, duas

amostras controle sem a

adição de agente degradante,

a fim de utilizá-la

como referência para o

decaimento de teor e formação

de impurezas nas

condições estresse estudadas.

As amostras com

as condições de estresse

foram preparadas na

mesma concentração das

amostras controle, contudo,

foram solubilizadas

com a fase móvel, e, em

seguida, foi adicionado

quantidade suficiente de

cada agente degradante.

Para o estudo de degradação

química, na hidrólise

básica, as amostras foram

submetidas em solução

a 0,01 mol L-1 de NaOH,

por 10 dias à temperatura

ambiente. Para a hidrólise

ácida, as amostras foram

submetidas em solução

a 0,01 mol L-1 de HCl, por

10 dias a temperatura

ambiente. Para o estresse

oxidativo, as amostras

foram submetidas em

solução a 0,1 % v/v de

H2O2, por 3 minutos a

temperatura ambiente.

Para o estresse por íons

metálicos, as amostras


foram submetidas em

solução a 0,5 mM L -1 de

CuSO4, por 24 horas a

temperatura ambiente.

Para o estudo de degradação

física (estresse fotolítico,

térmico e úmido)

submeteu-se o pó do IFA

as condições de estresse,

em seguida foram

preparadas amostras em

solução na concentração

de 80 μg.mL-1 utilizando a

fase móvel como diluente.

Para o estresse fotolítico

as amostras foram expostas

a 2,4 milhões lux h-1

durante 80 horas.

Para o estresse térmico,

as amostras foram submetidas

a temperatura

de 60 ºC por 10 dias.

Para o estresse úmido

as amostras foram submetidas

a temperatura

de 40 ºC com umidade

relativa de 75 %, por 10

dias. A homogeneidade

espectral do pico de desloratadina

foi avaliada

em todas as condições

de estresse estudadas,

por meio do emprego

do autothreshold – ferramenta

que determinar a

pureza do pico por meio

da avaliação dos ângulos

de pureza e de limite –

com absorção espectral

inferior a 1 mAU.

5.4.2 Linearidade

A avaliação da linearidade

para as impurezas

inespecíficas e impurezas

específicas foi realizada

mediante a obtenção de

três curvas analíticas com

cinco níveis de concentração

de 0,04 μg.mL-1

a 0,29 μg.mL-1, compreendendo

o intervalo de

0,05 % a 0,36 % m/v da

concentração nominal da

solução amostra, abrangendo,

desta forma, o

intervalo de limite de

desconsideração até 120

% da maior especificação

das impurezas (0,30 %).

O método dos mínimos

quadrados foi utilizado

para obtenção da equação

da reta e o cálculo do

coeficiente de correlação

linear. A análise estatística

dos resultados obtidos

dados foi realizada por

meio de análise de variância

(ANOVA), testes t e

F com nível de confiança

de 95%. A avaliação estatística

foi realizada por

meio do Sistema Action

Stat 3.7.

5.4.3 Precisão

A repetibilidade foi avaliada

por meio de 6 amostras

contendo desloratadina

na concentração nominal

da solução amostra (80

µg.mL-1). A repetibilidade

para a quantificação de

impurezas inespecíficas

foi avaliada por meio de

9 amostras, preparadas a

partir do padrão de desloratadina,

em três níveis de

concentrações: 0,04, 0,08

e 0,12 µg.mL-1, correspondendo,

respectivamente,

aos níveis 0,05 %, 0,10 %

e 0,15 % m/v em relação à

concentração nominal da

solução amostra.

A repetibilidade para a

quantificação das impurezas

específicas foi avaliada

por meio de nove

amostras do ativo a 80

µg.mL-1, contaminadas

com alíquotas de soluções

estoques padrão

das impurezas específicas

em três níveis de concentração,

desde o limite

Revista Analytica | Novembro 2024

29


Artigo 2

30

Revista Analytica | Novembro 2024

de desconsideração até

120 % da especificação

de cada impureza: 0,04,

0,16 e 0,21 µg.mL-1 para

a impureza A, correspondendo,

respectivamente,

aos níveis 0,05 %, 0,20

% e 0,26 % m/v e 0,04,

0,24 e 0,29 µg.mL-1 para

a impureza B, correspondendo,

respectivamente,

aos níveis 0,05

%, 0,30 % e 0,36 % m/v. A

precisão intermediária foi

avaliada da mesma forma

que a repetibilidade,

contudo, os ensaios ocorreram

em dias distintos e

com analistas diferentes.

5.4.4 Exatidão

A exatidão para a quantificação

de desloratadina

foi avaliada por meio de

9 amostras preparadas a

partir do padrão de desloratadina,

em três níveis

de concentração: 64, 80 e

96 µg.mL-1, correspondendo,

respectivamente, aos

níveis 80 %, 100 % e 120 %

m/v em relação à concentração

nominal da solução

amostra, com três réplicas

em cada nível. A

exatidão para a quantificação

das impurezas

inespecíficas foi avaliada

de forma semelhante à

repetibilidade. A exatidão

para a quantificação das

impurezas específicas foi

avaliada de forma semelhante

à repetibilidade.

5.4.5 Limite de quantificação

O limite de quantificação

para este método foi de

0,05 % m/v da concentração

nominal da amostra

(0,04 µg mL-1) para as

impurezas inespecíficas e

específicas, correspondente

a 0,05 % da concentração

nominal da amostra.

5.4.6 Robustez

Os critérios testados na

robustez foram o lote

da coluna, o tempo de

extração e a estabilidade

das soluções padrões e

amostra. Desta forma,

avaliou- se a capacidade

do método em resistir a

pequenas e deliberadas

variações dos parâmetros

no método analítico proposto.

Estas alterações

possibilitaram analisar a

confiança durante o uso

na rotina laboratorial

6 RESULTADOS E DIS-

CUSSÃO

6.1 Desenvolvimento

Para separar e quantificar

o teor de desloratadina e

de suas potenciais impurezas

orgânicas presentes

no IFA, primeiramente testou-se

o método isocrático

usando o reagente dodecil

sulfato de sódio na concentração

de 0,003 mol L-1

com pH 2,5 ajustado com

ácido trifluoroacético e

acetonitrila na proporção

57:43, respectivamente,

como fase móvel, coluna

250 mm x 4,6 mm x 5,0 µm

com fluxo de 1,0 mL min-1

e temperatura de forno

de 35 ºC. A solução mix,

contendo o ativo desloratadina

e as impurezas A e

B, as quais são geradas na

rota de síntese do IFA, conforme

indicado pelo fabricante,

foram injetadas no

equipamento. Na Tabela

2 estão descritos o nome,

nome químico e estrutura

química do insumo farma-


cêutico desloratadina e

das impurezas citadas, e, a

Figura 2 demonstra o cromatograma

obtido com a

solução mix.

Conforme observado na

Figura 2, na condição proposta,

os analitos eluiram

em tempos de retenção

(TR) diferentes obtendo

picos gaussianos e resolução

de 2,4 entre a impureza

B e a desloratadina, o que

atende a especificação

preconizada pela farmacopeia

americana que é de

no mínimo 2,0. Contudo, o

TR da desloratadina ocorreu

em torno de 33 minutos,

e para proporcionar

menor tempo de corrida

avaliaram-se as alterações

de fluxo para 1,5 mL min-

1, temperatura da coluna

para 45 ºC e a proporção

da fase móvel para 52:48.

Todas as condições propostas

foram testadas de

forma isoladas, a fim de

avaliar o impacto de cada

alteração no método.

Com o aumento do fluxo

e da temperatura, o TR

do ativo diminuiu aproximadamente

para 17

Tabela 2 – Nome, nomenclatura química e estrutura química das impurezas oriundas

do processo de síntese do IFA.

AU

Nome Nome Químico Estrutura Química

Desloratadina

Impureza A

Impureza B

0,0050

0,0045

0,0040

0,0035

0,0030

0,0025

0,0020

0,0015

0,0010

0,0005

0,0000

8-chloro-6,11-dihydro-11-(4-

piperdinylidene)-5Hbenzo[5,6]cyclohepta[1,2-

b]pyridine

4-[(11RS)-8-chloro-11-fluoro-

6,11-dihydro-5Hbenzo[5,6]cyclohepta[1,2-

b]pyridin-11-yl] piperidine

(8-chloro-11-(1,2,3,6-

tetrahydropyridin4-yl)-6,11-

dihydro-5Hbenzo[5,6]cyclohepta[1,2-

b]pyridine

2,00 4,00 6,00 8,00 10,00 12,00 14,00 16,00 18,00 20,00 22,00 24,00 26,00 28,00 30,00 32,00 34,00 36,00 38,00 40,00

Minutes

Figura 2 – Cromatograma da solução Mix contendo o IFA desloratadina e as impurezas

A e B, geradas na síntese do IFA.

minutos, todavia, a razão

sinal ruído para a amostra

no limite de quantificação

ficou muito baixo,

aproximadamente 15, se

comparado ao primeiro

teste que obteve sinal

ruído de 35. A alteração

na proporção de fase

móvel provocou coeluição

do pico da desloratadina

com a impureza B.

Impureza A - 24,742

Impureza B - 29,409

Desloratadina - 33,000

Mediante os resultados

obtidos, foram testadas

as seguintes condições

no mesmo sistema cromatográfico:

fluxo 1,2

mL minuto-1, temperatura

de 45 ºC e proporção

de fase móvel 56:44.

Nestas condições, a

desloratadina apresentou

tempo de retenção

Revista Analytica | Novembro 2024

31


Artigo 2

de 18 minutos aproximadamente,

e os picos

das impurezas A e B

apresentaram resolução

entre si e o ativo: 4,19

entre a impureza A e

impureza B e 2,37 entre

a impureza B e a desloratadina.

Conforme o

espectro demonstrado

na Figura 3 de absorbância

da desloratadina,

o comprimento de onda

escolhido foi 279 nm.

AU

0.30

0.25

0.20

0.15

0.10

0.05

0.00

17.991 Desloratadina

199.0

279.0

200.00 220.00 240.00 260.00 280.00 300.00 320.00 340.00 360.00 380.00 400.00

Figura 3 – Espectro de absorção na região UV-Vis para produto na solução amostra

de desloratadina.

nm

32

Revista Analytica | Novembro 2024

6.2 Validação do método

analítico

6.2.1 Adequabilidade

do sistema

Anteriormente a cada

análise, a adequabilidade

do sistema foi verificada

de acordo com o método

analítico, comprovando-

-se que todos os parâmetros

cromatográficos

foram satisfatórios, uma

vez que atingem resolução,

fator de cauda e

desvios padrão relativos

especificados no método

analítico. Tal avaliação

também foi feita para

os controles, garantindo

que o sistema mantevese

constante durante ou

até o final da análise.

6.2.2 Seletividade

De acordo com a RDC

166/2017, a seletividade

do método analítico

deve ser demonstrada

por meio da sua capacidade

de identificar

ou quantificar o analito

de interesse, inequivocamente,

na presença

de componentes que

podem estar presentes

no diluente ou na amostra,

como impurezas.

Inicialmente verificou-se

a interferência do diluente

da amostra na identificação

e quantificação

dos analitos de interesse.

Na Figura 4, é possível

observar que não há

picos oriundos do diluente

no tempo de retenção

da desloratadina ou

das impurezas conhecidas,

assim, o método

demonstrou-se capaz


de identificá-los e quantificá-los

sem qualquer

interferência do diluente.

Após a verificação da

interferência do diluente

na seletividade do método,

as amostras foram

submetidas as condições

de estresse conforme

apresentadas na Tabela 3.

Figura 4 – Sobreposição dos cromatogramas da solução branco (diluente) e solução

amostra contendo o ativo desloratadina as impurezas A e B.

Conforme preconizado

pela RDC 53/2015, na

condição de estresse

em que a molécula se

demonstrar susceptível,

a degradação do pico

principal deve ser de pelo

menos 10 %. Durante

o período avaliado, a

degradação de desloratadina

nas condições de

estresse citadas acima foi

inferior a 10 %, não sendo

observado também formação

de impurezas.

Portanto, a molécula de

desloratadina demonstrou-se

estável nas condições

de estresse por

hidrólise ácida, básica,

íons metálicos, fotolítico,

térmico e úmido. Os

resultados estão descritos

na Tabela 4.

Tipo de estresse Condição de estresse Tempo de exposição

Controle - -

Degradação ácida HCl 0,01 mol L -1 10 dias

Degradação alcalina NaOH 0,01 mol L -1 10 dias

Degradação oxidativa H 2O 2 0,1% v/v 3 minutos

Degradação por íons metálicos CuSO 4 0,5 mmol L -1 1 dia

Degradação térmica 60 °C 10 dias

Degradação úmida 40°C / 75% U.R. 10 dias

Degradação fotolítica 2,4 milhões lux hora -1 2 ciclos

Tabela 3 – Condições de estresse no estudo de degradação forçada.

Estresse/Condição

Teor

(%)

Impurezas

(%)

Balanço de

massas (%)

Recuperação

(%)

- Controle 100,42 0,10 100,52 -

Químico

Ácida 100,38 0,10 100,48 99,96

Básica 99,41 0,11 99,52 99,01

Oxidativo 76,38 20,87 97,25 96,75

Íons

metálicos

98,75 0,10 98,85 98,34

Fotolítico 98,12 0,11 98,23 97,72

Físico Térmico 100,23 0,11 100,34 99,82

Úmido 98,66 0,10 98,76 98,25

Tabela 4 – Resultados das soluções em estresse ácido, básico, íons metálicos, fotolítico,

térmico e climático

Revista Analytica | Novembro 2024

33


Artigo 2

A única condição em que

houve degradação da

desloratadina acima de

10 % foi a degradação

oxidativa, resultando na

formação de sete impurezas

inespecíficas, sendo

que a majoritária foi a

com tempo de retenção

relativo de 1,083 obtida

com 17,24 % e o decaimento

do teor do ativo

foi aproximadamente de

25 %. O cromatograma

apresentando o perfil de

degradação nesta condição

pode ser observado

na Figura 5.

AU

0.30

0.25

0.20

0.15

0.10

0.05

0.00

RRT 0,277 0,260 - - 4.939 4.642

RRT 0,289 - 5.157

RRT 0,451 - 7.640

RRT 0,500 - 8.219

CR-B - 16.019

Desloratadina - 17.849

RRT 1,037 - 18.517

RRT 1,083 - 19.336

0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00 22.00 24.00 26.00 28.00 30.00 32.00 34.00 36.00 38.00 40.00

Figura 5 – Cromatograma das soluções teste degradadas por estresse oxidativo por

H2O2 0,1% v/v por 3 minutos.

Minutes

34

Revista Analytica | Novembro 2024

Os resultados obtidos

corroboram com o encontrado

na literatura, pois

segundo Brown (2013), os

grupamentos amina e olefina

presentes na estrutura

Figura 6 – Reações de oxidação em meio contendo peróxido e estrutura dos produtos

de degradação [15].

molecular da desloratadina

são susceptíveis à oxidação

mediada por peróxido,

com consequente

formação das impurezas

N-óxido, via oxidação do

nitrogênio da piridina ou

da piperidina. Além das

duas N-oxidações, também

é possível formar o

epóxido na olefina que

conecta os quatro anéis da

estrutura. A Figura 6 apresenta

o mecanismo com a

formação desses possíveis

produtos de degradação.

A fim de complementar

o estudo de degradação

térmico, a estabilidade

térmica da desloratadina

foi estudada por análise

termogravimétrica

(TGA) num equipamento

Perkin Elmer modelo STA

6000. A massa da amostra

inserida no cadinho

de porcelana foi de 7,267

mg, a faixa de temperatura

utilizada foi de 30°C

a 400°C com razão de


aquecimento de 10°C

min-1 e fluxo de nitrogênio

de 30 mL min-1.

A Figura 7 demonstra a

curva termogravimétrica

de desloratadina.

(%)

massa

100

80

60

40

20

A perda de massa foi

de 96,5% e, conforme

demonstrado na Figura

8, a primeira derivada da

curva termogravimétrica

apresenta pico que indica a

temperatura de 327,25 ºC.

0

0 50 100 150 200 250 300 350 400

Figura 7 – Curva termogravimétrica da desloratadina. Varredura entre 30,0°C e

400,0°C, a 10°C min-1 e fluxo de N2 a 30 mL min-1.

0

Temperatura (°C)

-2

Os resultados da calorimetria

de varredura diferencial

estão demonstrados

na Figura 9.

DTGA

-4

-6

-8

A m o estudo de análises

térmicas em desloratadina

demonstram alguns autores

que também realizaram

o estudo de análises térmicas

em desloratadina.

50 100 150 200 250 300 350 400

Figura 8 – 1ª derivada da curva termogravimétrica. O pico indica a temperatura de

327,25 °C

-10

-15

Temperat ura (ºC)

Conforme demonstrado

na Tabela 5, os resultados

da perda de massa dos

três artigos citados ficaram

muito próximos ao

encontrado neste estudo,

com a variação de ± 0,6 %,

sendo que, os artigos 1 e 3

(mW)

Fluxo de calor

-20

-25

-30

-35

50 100 150 200 250 300 350 400

Temperatura (ºC)

Figura 9 – Calorimetria de varredura diferencial, obtida da curva termogravimétrica.

O pico 1 é em 157,4 °C e o pico 2 é 329,4 °C.

Revista Analytica | Novembro 2024

35


Artigo 2

36

Revista Analytica | Novembro 2024

submeteram a amostra até

a temperatura de 600 °C, e,

o artigo 2 não informou a

temperatura. Nos artigos 1

e 2, foi observado um pico

endotérmico bem definido

com característica de

fusão com a temperatura

de 158,4 °C, já no artigo 2,

com temperatura de 155,3

°C, não sendo observado

perda de massa. Para os

artigos 1 e 2, um segundo

pico endotérmico foi

observado com temperatura

340,8 °C e 305,6 °C,

respectivamente, os quais

coincidem com a perda de

massa encontrada na curva

de TGA. Ambos picos

foram encontrados neste

trabalho, desta forma,

podemos concluir que os

resultados da estabilidade

térmica de desloratadina

corroboram com os

encontrados na literatura

6.2.3 Linearidade

A avaliação da linearidade

para desloratadina, impureza

A e impureza B foi realizada

mediante a obtenção

de curva analítica com

cinco níveis de concentração

e três réplicas em cada

Parâmetro Este trabalho Artigo 1 a Artigo 2 b Artigo 3 c

Perda de massa 96,5 % 97,1 % 95,0 % 97,1 %

Temperatura de fusão 157,4 ºC 158,4 ºC 155,3 ºC 158,4 ºC

Temperatura de

degradação

nível, compreendendo o

intervalo de 0,05 % a 0,36

% m/v da concentração

nominal da solução amostra,

abrangendo, desta forma,

o intervalo de limite de

desconsideração até 120

% da maior especificação

das impurezas (0,30 %).

Os resultados obtidos

para as curvas de linearidade

nos intervalos de

concentração estabelecidos

foram avaliados estatisticamente.

O resumo

do estudo da linearidade

para desloratadina, impureza

A e impureza B está

apresentado na Tabela 6.

Conforme demonstrado na

Tabela 6, em todos os analitos

avaliados, no teste do

coeficiente angular, como

o p-valor do teste F da

ANOVA obtido foi menor

que 0,05, a significância do

329,4 °C 340,8 °C - 305,6 °C

Tabela 5 - Resultados de análises térmicas encontradas na literatura

a Veronez et al.

b Shi et al.

c Bissa

modelo linear não foi rejeitada

(coeficiente angular

igual a zero). No teste do

coeficiente linear (teste do

intercepto), o p- valor foi

maior que 0,05, portanto, o

intercepto foi considerado

igual a zero. Como o p-valor

na avaliação do teste de

normalidade dos resíduos

foi maior que 0,05, a distribuição

dos resíduos foi

considerada normal.

Para o teste de independência

das observações

(Teste de Durbin-Watson)

foi obtido p-valor maior

que 0,05, logo a hipótese

de independência das

observações ao nível de

significância de 5% não foi

rejeitada. Como o p-valor

(0,2493) do teste de homocedasticidade

(Teste de

Breusch Pagan) é maior que

0,05 (conforme proposto),

não rejeita-se a hipótese de


igualdade das variâncias

ao nível de significância

de 5%, sugerindo modelo

homocedástico. No

coeficiente de correlação

de Pearson (R), os valores

obtidos foram maiores que

0,99, o que demonstra relação

linear adequada. Além

disto, não foram detectados

valores extremos ou

pontos de alavanca.

A análise estatística

demonstrou cumprimento

dos critérios estabelecidos

para o parâmetro de linearidade

para desloratadina,

impureza A e impureza

B. Desta forma, pode-se

considerar o método

linear, homocedástico,

normal, independente nas

observações e sem valores

extremos (outliers). Considera-se,

então, o método

linear para quantificação

de impurezas inespecíficas,

impureza A e impureza B

de desloratadina na faixa

de 0,04 a 0,29 µg.mL-1 estabelecida

para o método.

6.2.4 Precisão

Teste

A repetibilidade e a precisão

intermediária foram

avaliadas por meio de

amostras contendo desloratadina

na concentração

nominal da solução

amostra (80 µg.mL-1) e nas

concentrações 0,04, 0,08

e 0,12 µg.mL-1, correspondendo,

respectivamente,

aos níveis 0,05 %, 0,10 %

e 0,15 % m/v em relação à

concentração nominal da

solução amostra. As impurezas

específicas foram

avaliadas com o ativo na

concentração nominal da

Desloratadina

p-valor

Impureza

A

Impureza

B

Coeficiente angular 0,0000 0,0000 0,0000

Coeficiente linear 0,1456 0,7542 0,1180

Teste de Normalidade dos Resíduos 0,4026 0,6479 0,1762

Teste de Homocedasticidade 0,2493 0,4786 0,4487

Teste de independência das observações 0,6117 0,0794 0,4585

R

Coeficiente de correlação de Pearson 0,9991 0,9986 0,9993

Tabela 6 - Resumo do estudo da linearidade para desloratadina, impureza A e impureza

B.

Composto

Concentração

(µg.mL -1 )

Repetibilidade

Média (%) DPR (%)

Precisão

Intermediária

Média

(%)

DPR

(%)

Desloratadina 80 98,88 0,4 99,00 0,1 0,3

DPR

(%)

0,04 99,00 2,6 98,96 5,0 4

Desloratadina 0,08 101,03 1,6 96,29 1,5 1

0,12 96,01 1,5 96,17 1,2 1

0,04 96,11 4,4 104,95 2,3 6

Impureza A 0,16 98,17 2,2 100,87 2,2 2

Impureza B

0,21 99,48 1,3 99,70 2,6 2

0,04 102,60 2,5 96,12 3,7 5

0,24 98,76 1,5 96,29 1,6 2

0,29 98,58 0,9 98,40 1,2 1

Tabela 7 - Resultados de repetibilidade e de precisão intermediária para a quantificação

de desloratadina e impurezas orgânicas.

solução amostra, contaminado

com as impurezas em

três níveis de concentração

diferentes, desde o limite

de desconsideração até

120 % da especificação de

cada impureza. Os ensaios

ocorreram em dias distintos

e com analistas diferentes.

Os resultados obtidos para

a repetibilidade e precisão

intermediária estão apresentados

na Tabela 7.

Revista Analytica | Novembro 2024

37


Artigo 2

Conforme os resultados

apresentados na Tabela

7, o método proposto é

preciso, pois obtiveram-se

valores de desvio padrão

relativo (DPR) de acordo

com os critérios de aceitação

estabelecidos pela

Association of Official Agricultural

Chemist (AOAC)

que é de 1,3 % para a

concentração 80 µg.mL-1,

5,3 % para a concentração

0,04 µg.mL-1 e 3,7 % para

as concentrações 0,08

µg.mL-1 e 0,12 µg.mL-1.

6.2.5 Exatidão

Composto

Concentração

(µg.mL -1 )

Média (%) DPR (%)

64 99,35 0,7

Desloratadina 80 100,00 0,2

Tabela 8 - Resultados de exatidão para a quantificação de desloratadina e impurezas

orgânicas.

Nível (%)

96 100,82 1,9

Identificação

Razão

Sinal/ruído

0,05 Desloratadina 1 22

2 24

3 27

1 19

Impureza A 2 28

3 24

1 47

38

Revista Analytica | Novembro 2024

A exatidão da metodologia

para teor foi avaliada em

três níveis de concentração:

80 %, 100 % e 120 % da

concentração nominal da

amostra, em três réplicas.

Os resultados da exatidão

são mostrados na Tabela 8.

Os resultados de exatidão

para as impurezas específicas

e inespecíficas estão

demonstrados na Tabela

7, uma vez que o parâmetro

foi avaliado juntamente

com a repetibilidade.

Conforme os resultados

apresentados na Tabela

7 e Tabela 8, o método

Tabela 9 - Razão Sinal/ruído para desloratadina e impurezas específicas no limite

de quantificação.

foi considerado com alta

exatidão, visto que todos

os resultados estão de

acordo com os critérios

de aceitação estabelecidos

pela AOAC que é de

90 % a 107 % para a concentração

0,04 µg.mL-1,

95 % a 105 % para as

concentrações 0,08

µg.mL-1 e 0,12 µg.mL-1, e

98 % a 102 % para a concentração

80 µg.mL-1.

Impureza B 2 65

3 61

6.2.6 Limite de quantificação

O limite de quantificação

para este método foi de

0,05 % da concentração

nominal da amostra (0,04

µg mL-1) para as impurezas

inespecíficas e específicas.

A Tabela 9 descreve

os valores da razão sinal/

ruído para os picos de

desloratadina, impureza

A e impureza B obtidos no


parâmetro de exatidão,

sendo os valores obtidos

superiores à 10.

6.2.7 Robustez

Condição

Solução Teste

Teor (%) Rec. (%)

Sem Alteração 0 horas 101,4 -

4 minutos de ultrassom 101,6 100,2

A robustez do método foi

avaliada a partir da solução

teste teor. Em todas

as variações os resultados

obtidos cumpriram com os

critérios definidos para a

exatidão na quantificação

do ativo. A Tabela 10 apresenta

os resultados quantitativos

das modificações

propostas na robustez.

Em todas as variações obteve-se

uma resolução maior

que 2,0 entre os analitos de

interesse, e o pico de desloratadina

apresentou pureza

espectral. Assim, o método

proposto foi robusto em

todos os parâmetros avaliados

demostrando que o

método foi uma excelente

alternativa na quantificação

de desloratadina e

impurezas orgânicas.

CONCLUSÃO

O método proposto

demonstrou-se seletivo,

apresentando resolução

entre a desloratadina e

suas impurezas de síntese,

Sem ultrassom 100,5 99,1

Lote de coluna 102,0 100,6

Sem alteração 193 horas 100,9 99,5

Critério de aceitação 98 – 102%

Tabela 10 - Avaliação quantitativa da robustez para a desloratadina

preciso, exato, robusto e

linear na faixa de concentração

64 a 96 µg.mL-1 de

desloratadina e na faixa de

concentração 0,04 a 0,21

µg.mL-1 para as impurezas

de síntese de desloratadina,

permitindo o seu uso

no controle de qualidade

de matérias- primas.

Referências

1. The United States Pharmacopeia, USP 44. United

States Pharmacopeial Convention Inc, Rockville, 2021.

2. COLLINS, C.H., BRAGA, G.L., BONATO, P.S. Fundamentos

de cromatografia. Campinas: Editora da UNICAMP,

página 277-384, 2006.

3. SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH, Fundamentos de Química

Analítica, Tradução da 8ª Edição norte-americana, Editora

Thomson, São Paulo-SP, 2006, capitulo 32, pagina 924-945.

4. PATEL, R.B., PATEL, M.R., MEHTA, J.B. Validation of

stability indicating high performance liquid chromatographic

method for estimation of Desloratadine

in tablet formulation. Arabian Journal of Chemistry.

S644-S645, 2017.

5. KREUTNER W., HEY J. A., ANTHES J., BARNETT A. YOU-

NG S. TOZZI S.

Preclinical Pharmacology of Desloratadine, a Selective

and Nonsedating Histamine H1 Receptor Antagonist.

Arzneimittelforschung 2000; 50(4): 345-352.

6. Guia Nº 04/2015 – Versão 01, Agência Nacional de

Vigilância Sanitária. MINISTÉRIO da Saúde.

7. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de

Vigilância Sanitária. RDC nº. 166 - Dispõe sobre a validação

de métodos analíticos e dá outras providências,

24 de julho de 2017

8. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de

Vigilância Sanitária. RDC nº 301 de 21 de agosto de 2019.

9. ICH, International Conference on Harmonization of

Technical Requirements for Registration of Pharmaceuticals

for Human Use, ICH Harmonized Tripartite

Guideline, Impurities in new drug substances – Q3A.

10. AOAC INTERNATIONAL, Guidelines for standard

method performance requirements. AOAC official

methods of analysis – 2016.

11. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de

Vigilância Sanitária. Resolução - RDC nº 53, de 04 de

dezembro de 2015 - Parâmetros para a notificação, identificação

e qualificação de produtos de degradação em

medicamentos com substâncias ativas sintéticas e semissintéticas,

classificados como novos, genéricos e similares.

12. BROWN, W.H., IVERSON B.L., ANSLYN E., FOOTE C.S.

Organic Chemistry 7th

Edition. Cengage Learning, página 967 -1019, 2013.

13. PLOÊNCIO, L. A. S. Desenvolvimento e Validação de

Um Método Para Determinação de Sacarose em Mel por

Cromatografia Líquida De Interação Hidrofílica Acoplada

à Espectrometria de Massas. Universidade Federal de

Santa Catarina, Centro de Ciências Físicas e Matemáticas

Departamento de Química, página 14, 2016.

14. CHEMICALIZE. Desloratadine. Disponível em:

<https://chemicalize.com/app/calculation/desloratadine

>. Acesso em: 28 de setembro de 2022.

15. ACD Chemsketch 2012. Versão 12.0

16. ICH, International Conference on Harmonization of

Technical Requirements for Registration of Pharmaceuticals

for Human Use, ICH, ICH Harmonized Tripartite

Guideline, Photostability Testing of New Active Substances

and Medicinal Products– Q1B.

17. VERONEZ, I. P. et al. Characterization and compatibility

study of desloratadine. J Therm Anal Calorim,

página 2408-2410, 2014.

18. SHI, Z. et al. Molecular Origin of the Distinct Tabletability

of Loratadine and Desloratadine: Role of the

Bonding Area – Bonding Strength Interplay, Pharm Res,

página 2-6, 2020.

19. BISSA, I. P. V. Estudos de Pré-Formulação em Formas

Farmacêuticas Sólidas de Uso Oral Para os Fármacos

Desloratadina e Etinilestradiol. Universidade Federal

de Alfenas, Ciências Farmacêuticas, página 63-33, 2013.

20. MITIDIERI, T. L. et al. Há espaços competitivos para

a indústria farmoquímica brasileira? Reflexões e propostas

para políticas públicas. Complexo Industrial da

Saúde, página 45-52, 2015.

21. QI, M. et al. Determination of desloratadine in drug

substance and pharmaceutical preparations by liquid

chromatography. Journal of Pharmaceutical and Biomedical

Analysis, página 355-356, 2005.

22. GEHA, R. S., MELTZER, E. O. Desloratadine: A new,

nonsedating, oral antihistamine. The Journal of Allergy

and Clinical Immunology, página 752-761, 2001.

23. CARONICA, G. W., BLAISS, M. Antihistaminic,

Anti-Inflammatory, and Antiallergic Properties of

the Nonsedating Second-Generation Antihistamine

Desloratadine: A Review of the Evidence. WAO Journal,

página 47-49, 2011.

Revista Analytica | Novembro 2024

39


Logística e Saúde

A CRESCENTE DEMANDA POR AUDITORIAS

NO SETOR DE MEDICAMENTOS E MATERIAIS

BIOLÓGICOS: FALHAS DE PADRONIZAÇÃO E

O IMPACTO NA SEGURANÇA SANITÁRIA

40

Revista Analytica | Novembro 2024

Nos últimos anos, o setor

de saúde na América do

Sul, especialmente nos

segmentos de medicamentos

e materiais biológicos,

tem enfrentado

uma crescente necessidade

de auditorias e consultorias

empresariais para

garantir a conformidade

com as regulamentações

sanitárias. No entanto,

essa demanda não surge

apenas da busca por

eficiência operacional ou

cumprimento de normas

internas. Ela reflete um

problema mais profundo:

a ausência ou ineficácia

de padronização normativa

e fiscalizatória, resultando

na falta de rigor

no controle de processos

logísticos, registros e na

gestão da cadeia de frio.

Esse cenário, agravado

pela crescente terceirização

de serviços logísticos

no transporte de medicamentos

e materiais

biológicos, evidencia a

necessidade urgente de

uma atuação mais incisiva

das auditorias como

ferramenta de melhoria

contínua. A pesquisa realizada

por Dr. Cristhian Roiz,

especialista em Transporte

de Cargas da Saúde

e Regulamentações,

aponta que a fragilidade

na aplicação das normas

e a ausência de padrões

claros no setor têm sido

fatores determinantes

para a demanda elevada

por auditorias, especialmente

entre as grandes

empresas farmacêuticas e

do setor de diagnósticos.

A Fragilidade da Padronização

e o Transporte

de Materiais Biológicos

Sensíveis

A falta de padronização

dos processos logísticos

e a ausência de mecanismos

de controle eficazes

criam um cenário de

vulnerabilidade. Entre

os problemas mais críticos

está o transporte

de materiais biológicos

sensíveis, como amostras

de diagnósticos da categoria

B, que são extremamente

suscetíveis a

fatores externos como

trepidações durante o

trajeto e temperaturas

oscilantes. Esses fatores

podem comprometer a

integridade das amostras,

resultando em resultados

não fidedignos,

necessidade de recoletas

e atrasos no diagnóstico

dos pacientes.

A capacitação inadequada

dos condutores e das

equipes de saúde envolvidas

no transporte dessas

amostras é um dos

maiores desafios a serem

enfrentados. A falta de

treinamento específico


Logística e Saúde

sobre o manuseio correto,

a organização interna

das embalagens, a relação

entre a carga e os

elementos refrigerantes,

e a sinalização inadequada

das embalagens são

falhas recorrentes, que

comprometem não apenas

a eficiência logística,

mas também a segurança

dos pacientes.

As regulamentações,

como a RDC 504/2021 e a

RDC 786/2023 da Anvisa,

estabelecem requisitos

claros quanto à qualidade

da prestação de

serviços no transporte de

materiais biológicos, mas

ainda há muitas lacunas

no cumprimento desses

requisitos por parte dos

prestadores de serviço

logístico. Ambas as RDCs

cobram rigor no controle

de temperatura, validação

dos processos de logística

e certificação de calibração

dos equipamentos

utilizados para monitoramento

das condições de

transporte, como termo

higrômetros e registradores

de temperatura.

A Importância das Auditorias

na Melhoria do

Cenário Sanitário

Nesse contexto, as auditorias

emergem como

uma ferramenta indispensável

para a melhoria

dos processos logísticos e

para garantir a segurança

do paciente. Empresas do

setor de saúde precisam

compreender que a validação

de seus parceiros

logísticos não deve ser

vista apenas como uma

exigência regulatória,

mas como uma necessidade

estratégica para

mitigar riscos. A validação

de processos logísticos

por auditorias independentes,

além de ser exigida

pelas RDC 430/2020 e

RDC 504/2021, deveria ser

adotada proativamente

pelas empresas, sobretudo

aquelas que dependem

de uma cadeia de

suprimentos refrigerada

e do transporte de materiais

sensíveis.

As auditorias não apenas

garantem a conformidade

com normas e

padrões internacionais,

como também desempenham

um papel crucial

na conscientização

das empresas contratantes

sobre a importância

de selecionar parceiros

logísticos capacitados e

certificados. Esse movimento

de validação

constante, por meio de

auditorias, traz inúmeros

benefícios, incluindo:

Revista Analytica | Novembro 2024

41


Logística e Saúde

42

Revista Analytica | Novembro 2024

1. Identificação de Falhas:

Auditorias ajudam a identificar

inconsistências nos

processos de transporte,

como falhas no monitoramento

da temperatura,

ausência de registros de

capacitações, falta de

manutenção preventiva

em veículos e embalagens

inadequadas.

2. Melhoria Contínua:

Empresas auditadas

recebem recomendações

detalhadas para melhorar

seus processos. Isso

inclui a implementação

de boas práticas de transporte,

treinamento de

equipes e a adoção de

tecnologias que garantam

a integridade dos

medicamentos e materiais

biológicos durante

todo o ciclo logístico.

3. Segurança do Paciente:

O principal objetivo das

auditorias é garantir que os

produtos, sejam medicamentos

ou amostras biológicas,

cheguem ao destino

final em condições ideais,

preservando sua eficácia

e, consequentemente, a

segurança dos pacientes

que irão utilizá-los.

A Ineficácia das Fiscalizações

e a Necessidade

de Ação Proativa

Outro ponto que agrava

a situação é a ineficácia

das fiscalizações sanitárias,

que muitas vezes não

conseguem abarcar todos

os elos da cadeia de suprimentos.

Em muitos casos,

as fiscalizações são esporádicas

e incapazes de cobrir

toda a complexidade

das operações logísticas

envolvidas no transporte

de medicamentos e materiais

biológicos. A ausência

de padronização nos processos

de capacitação das

equipes de transporte e a

falta de um monitoramento

constante resultam em

uma fiscalização pouco

eficaz, que muitas vezes só

detecta problemas quando

os danos já ocorreram.

Por isso, é imprescindível

que a iniciativa de garantir

a conformidade dos processos

logísticos venha

das empresas contratantes.

Ao validarem seus

parceiros logísticos por

meio de auditorias independentes,

elas não só

aumentam a segurança

de seus processos, como

também elevam o nível

de qualidade em toda a

cadeia de suprimentos.

Essa validação deve ser

um requisito básico nas

relações comerciais com

prestadores de serviços

logísticos, e não apenas

uma exigência das fiscalizações

sanitárias. A adoção

de um programa de

auditorias contínuas por

parte dos prestadores de

serviços logísticos trará o

benefício necessário para

a segurança do paciente,

um bem maior que não

pode ser negligenciado.

Experiência e Contribuições

para o Setor

Em mais de 15 anos de

auditoria e consultoria,

tenho observado

falhas recorrentes no

setor de transporte de


medicamentos e materiais

biológicos, como

erros na sinalização das

embalagens, falta de

organização interna das

cargas em relação aos

elementos refrigerantes,

e a ausência de certificação

de calibração dos

equipamentos utilizados

para monitorar e

registrar as condições de

transporte. Essas falhas

são fatores que comprometem

a qualidade dos

serviços e, por consequência,

a segurança dos

produtos transportados.

Minha intenção, ao longo

desses anos de atuação,

tem sido focar na instrução,

capacitação e padronização

das empresas,

tanto da saúde quanto

do setor logístico. Ainda

assim, é necessário que

outros atores também

entrem em ação de forma

urgente para que a relação

problema x solução

seja resolvida de maneira

favorável ao setor de diagnósticos

e, consequentemente,

aos pacientes.

Conclusão

A pesquisa conduzida por

Dr. Cristhian Roiz revela

um cenário de desafios

complexos no setor de

transporte de medicamentos

e materiais biológicos,

onde a falta de

padronização e fiscalização

efetiva coloca em risco

a segurança sanitária e

a eficácia dos produtos. As

auditorias surgem como

uma ferramenta essencial

para corrigir essas falhas,

garantindo que os processos

logísticos sejam

executados conforme

Logística e Saúde

os padrões estabelecidos.

Mais do que uma

exigência regulatória, a

validação contínua dos

parceiros logísticos por

meio de auditorias deve

ser adotada como uma

estratégia de negócio,

visando a segurança do

paciente e a integridade

da cadeia de suprimentos.

Com a implementação

de auditorias regulares,

será possível não apenas

corrigir falhas existentes,

mas também criar

um ciclo de melhoria

contínua, elevando o

padrão de qualidade no

transporte de medicamentos

e materiais biológicos,

garantindo que

as empresas de saúde

operem dentro dos mais

altos níveis de conformidade

e segurança.

Dr. Cristhian Roiz

Autor de vários artigos e um nome de referência no setor de transporte de cargas da saúde e regulamentações, é fundador do Programa de

Qualificação do Transporte para Saúde (PQTS), uma iniciativa que visa a melhoria contínua dos processos de transporte e armazenamento de

produtos da saúde por meio da capacitação, auditorias e consultorias especializadas, e do curso de Formação de Auditores Especialistas. Esse

curso já capacitou profissionais em 11 estados brasileiros e internacionalmente, consolidando-se como uma das principais formações para

aqueles que buscam especialização em auditorias e consultorias para o transporte de materiais biológicos e medicamentos.

Revista Analytica | Novembro 2024

43


Química no Meio Ambiente

CRISE CLIMÁTICA - IGNIÇÃO ESPONTÂNEA

Nesta época em que esta-

em ambiente fechado,

de ignição, poderia ocor-

mos, onde a crise climática

ou outras causas, as mais

rer uma reação química e

predomina no planeta,

variadas possíveis.

posteriormente inflama-

algumas coisas causam

ção e explosão por final.

estranheza, pois não acon-

Um lamentável exemplo

tecem de forma comum

foi o ocorrido no porto de

Pois, foi o que lamentavel-

no nosso cotidiano.

Beirute a anos atrás.

mente ocorreu, e o porto

de Beirute até hoje não

Assistir a uma enchente,

Havia naquele local já

se recuperou de tamanha

seja no Brasil, nos Esta-

a muitos anos a estoca-

tragédia, impondo per-

dos Unidos, na Europa ou

gem de um produto quí-

das gigantescas ao país.

Asia, não nos causa mais

mico, especificamente o

tanta estranheza, pois

nitrato de amônio, utili-

Isto foi algo realmente

deduzimos que foi causa-

zado como fertilizante

de negligência de quem

da por excesso de chuva

para lavoura.

tinha que prezar pela

ou fruto de um furacão

segurança do local.

que trouxe esta chuva.

Problema, ele estava

estocado no seu silo den-

Agora, esquisito é vermos

Quando vemos a incên-

tro do porto de Beirute,

um incêndio no topo de

dios, na maioria das

mas próximo a ele esta-

uma floresta a muitos

vezes existe uma causa,

vam substâncias, as quais

metros do sopé, ou seja,

seja falha humana ou de

denominamos de incom-

quase inacessível para

coisas como elétricas,

patíveis

quimicamente

alguém deliberadamente

44

Revista Analytica | Novembro 2024

no caso comum, curto-

-circuito, vela esquecida

com ele, ou seja, em contato

e com meio propício

cometer o crime de iniciar

um incêndio.


Química no Meio Ambiente

Pior,

completamente

Na realidade, a madei-

Existe um vídeo de trei-

fora de questão, querer

ra como muitos outros

namento para combate a

fugir de um incêndio

numa floresta a uma

altura de 400 a 1000

metros. Resumindo o

próprio infrator seria

vítima de seu crime.

O problema está na

autoignição que a própria

madeira pode sofrer

na ausência de umidade

do ar e temperatura acima

de 45 a 50ºC.

As arvores que estão no

topo são as mais sensíveis

ao calor extremos,

pois estão expostas diretamente

a luz solar.

A madeira é um sólido e

por isso a dificuldade em

compreender como ela iria

“pegar fogo” sem auxílio

de uma fonte de ignição.

sólidos, são compostas

por substâncias voláteis

na sua composição, uma

explicação fácil a isto, o

odor que sentimos de

algumas arvores, isto pé

propiciado por substâncias

voláteis até na temperatura

ambiente.

Quando o calor é intenso,

com pouca ventilação

no local, as substâncias

voláteis da planta começam

a evaporar mais

rapidamente, e podem

se concentrar a um ponto

que acontece o que chamamos

de ponto de ignição,

seguido do ponto

de inflamação. Seria uma

combustão espontânea.

Isto acontece mais do

que imaginamos, até

mesmo perto de nós no

ambiente urbano.

incêndio em edificações,

onde numa sala temos

um sofá comum com tecido,

espuma e madeira.

As paredes da sala, neste

treinamento, são aquecidas

a simular um incêndio

do lado de fora, fazendo

assim o ambiente fechado

no caso, começar a expulsar

toda umidade do ar e

fazer evaporar as substâncias

voláteis que estavam

contidas no sofá e até

mesmo no piso e paredes.

Ocorre exatamente uma

inflamação espontânea

do sofá, pois a geração

de gases inflamáveis, na

ausência de umidade e

concentração de combustíveis

são os fatores

iminentes para uma

ignição espontânea.

Revista Analytica | Novembro 2024

45


Química no Meio Ambiente

Sabemos que muitos

incêndios que estão acontecendo

no brasil são criminosos,

realmente muito

fácil de se deduzir, mais

alguns, como o exemplo

citado da floresta, não são

de origem antrópica.

O problema é que, estas

ignições espontâneas

ocorrem muitas das vezes

em locais inacessíveis,

dificultando sua extinção.

Pior, sua propagação,

muitas das vezes só é

detectada quando já consumiu

boa parte da área.

O exemplo da natureza

também serve para nosso

cotidiano em casa.

O armazenamento de

produtos de limpeza,

cosméticos, solventes,

tintas e qualquer produto

que tenha característica

devido a sua

composição de soltar no

ambiente as chamadas

substâncias voláteis,

deve ser encardo como

um perigo iminente.

Nunca armazenar substâncias

com característica

inflamável próximo a

fontes de ignição, como

por exemplo, armários ao

lado do fogão.

Solventes como querosene,

álcool ou removedores

devem sempre

estar armazenados em

prateleiras acima da

linha do fogão e de preferência

com portas que

facilitem a ventilação,

para não haver concentração

de solvente no ar.

Os botijões de gás devem

sempre estar fora do

ambiente da cozinha, ou

seja, não próximo ao fogão.

Nunca é demais se prevenir,

pois como foi citado, tudo

pode ocorrer sem nossa

percepção de momento.

46

Revista Analytica | Novembro 2024

Rogerio Aparecido Machado

Bacharel em Química com atribuições tecnológicas - (1987), latu sensu em Qualidade na área de Engenharia (1991), mestrado em

Saneamento Ambiental pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1999) e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São

Paulo (2003). Atualmente é professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Faculdade São Bernardo do Campo além de Químico

Responsável do Instituto Presbiteriano Mackenzie.


Conheça as

Placas de Petri

RODAC

Desenvolvidas para proporcionar

mais praticidade nas

análises ambientais.

65 x 15 mm

Placas em

Poliestireno (PS)

Esterilizadas por

Óxido de Etileno (ETO)

Agilizam o monitoramento microbiológico de superfícies;

Auxiliam a assegurar um ambiente livre

de contaminação bacteriana e fúngica.

Produto não passível de registro ANVISA.

Faça o seu pedido e conheça nosso portfólio!

portal.kasvi.com.br

comercial@kasvi.com.br (41) 3535-0900

(41) 9 9663-0055


P&D Analítico e Farmacotécnico

ESTUDOS DE ESTABILIDADE SUPER

ACELERADOS: OTIMIZANDO O P&D DAS

FORMULAÇÕES

48

Revista Analytica | Novembro 2024

A busca por inovação no

desenvolvimento (P&D)

da indústria farmacêutica

exige que repensemos

constantemente

nossas abordagens para

garantir entrega de produtos

com segurança,

eficácia e qualidade.

Nesse contexto, os estudos

de estabilidade super

acelerados atuam como

uma ferramenta interessante

e eficaz para avaliação

de formulações e

complementar aos estudos

de compatibilidade.

Esses estudos nos permitem

explorar os limites da

estabilidade dos medicamentos

em condições

extremas, antecipando

potenciais problemas e

criando oportunidades

de melhoria.

O que são os estudos

de estabilidade super

acelerados?

Esses estudos utilizam

condições extremas de

temperatura, umidade e

luz para acelerar a degradação

dos medicamentos,

simulando, em poucos

dias, o que aconteceria ao

longo de anos em condições

normais de armazenamento.

Temperaturas

de 60°C a 90°C e umidades

de até 75% (ou mais) são

aplicadas por um período

típico de 30 dias, com o

objetivo de acelerar a avaliação

da estabilidade química

e física do produto

através de análises a cada

7 ou 10 dias.

Ao submeter os medicamentos

a essas condições,

os cientistas podem

observar variações de

parâmetros críticos como

o teor de insumo ativo, a

ocorrência de produtos de

degradação e a estabilidade

física (como mudanças

de cor ou consistência).

Isso permite prever a

validade e segurança do

produto de maneira muito

mais rápida do que nos

estudos convencionais de

longa duração.

Parâmetros Críticos

Avaliados

Nos estudos de estabilidade

super acelerados, vários

parâmetros são monitorados

para garantir a integridade

do medicamento:

1. Variação de teor:

Alterações de teor que

possam comprometer a

qualidade do produto.

2. Produtos de degradação:

Potenciais degradantes

que possam aparecer

em níveis de alerta.

3. Teor de impurezas:

Monitorar o aumento de

impurezas conhecidas que

possam surgir nas condições

de estresse.

4. Aparência e estabilidade

física: Alterações

na cor, forma ou consistência

do produto.


P&D Analítico e Farmacotécnico

5. Viscosidade e pH:

Mudanças nesses parâmetros

podem indicar

instabilidade do produto.

Os dados obtidos são analisados

para avaliar as formulações

e, a partir disso,

determinar as opções mais

viáveis; assim, são usados

para extrapolar os resultados

e estimar como as formulações

se comportarão

nos estudos tradicionais

(requisito regulatório).

Impacto no Desenvolvimento

de Medicamentos

Os estudos de estabilidade

super acelerados são uma

peça-chave no desenvolvimento

de medicamentos,

oferecendo uma série de

vantagens:

• Decisões mais rápidas:

Identificação precoce de

problemas de estabilidade,

permitindo ajustes

na formulação ainda nas

fases iniciais.

• Redução de custos:

Ao acelerar o processo,

há uma diminuição nos

custos associados aos

estudos de estabilidade.

• Desenvolvimento de

produtos mais robustos:

A análise de degradação

sob condições extremas

ajuda a entender os

mecanismos de decomposição,

possibilitando o

desenvolvimento de formulações

mais estáveis.

Além disso, esses estudos

permitem uma compreensão

aprofundada dos

mecanismos de degradação,

o que é fundamental

para a criação de estratégias

de estabilização eficazes,

principalmente em

produtos farmacêuticos

mais sensíveis.

Limitações e Validação

Embora sejam altamente

eficazes, os estudos

de estabilidade super

acelerados não substituem

completamente os

estudos convencionais.

Isso porque eles não

conseguem replicar as

condições reais de armazenamento

com a mesma

precisão, e por questões

regulatórias. Assim, são

utilizados principalmente

para uma avaliação inicial

das propostas de formulação

em avaliação.

Conclusão

Os estudos de estabilidade

super acelerados

representam um avanço

significativo no desenvolvimento

farmacotécnico,

proporcionando uma

maneira rápida e eficaz de

avaliar a estabilidade dos

medicamentos. Com sua

capacidade de acelerar o

desenvolvimento, reduzir

custos e melhorar a

compreensão dos mecanismos

de degradação,

esses estudos otimizam

as avaliações iniciais dos

protótipos de produtos

em desenvolvimento.

Carlos Eduardo Rodrigues Costa

Farmacêutico industrial com 20 anos de experiência em gestão em diversas áreas na indústria farmacêutica, incluindo Controle de

Qualidade, P&D e Validação de Processos. Especialista em otimização e melhoria contínua, com domínio em instrumentação analítica

avançada e desenvolvimento de produtos.

Revista Analytica | Novembro 2024

49


Blog dos Cientistas

CUIDADOS PRÁTICOS COM A COLUNA

DE CROMATOGRAFIA GASOSA

50

Revista Analytica | Novembro 2024

A coluna de cromatografia

gasosa (CG) é um componente

fundamental em

sistemas cromatográficos,

desempenhando um

papel crucial na separação

eficiente e precisa de

componentes químicos

em uma variedade de

amostras. Para garantir o

desempenho ideal da CG

e prolongar sua vida útil,

é essencial adotar práticas

de manutenção adequadas,

desde o condicionamento

inicial até a desativação

correta da coluna.

Neste artigo, abordaremos

os cuidados práticos

essenciais para a coluna

de cromatografia gasosa,

incluindo o condicionamento,

instalação, limpeza,

desativação, solução de

problemas e prevenção de

problemas comuns.

Condicionamento

Coluna

da

Antes de usar uma nova

coluna de CG ou após

longos períodos de arma-

zenamento, é necessário

condicioná-la para remover

impurezas e garantir

uma performance consistente.

O condicionamento

geralmente envolve a

passagem de uma mistura

de gases inertes pela

coluna a uma temperatura

específica, conforme

recomendado pelo fabricante.

Portanto, isso ajuda

a estabilizar a fase estacionária

e eliminar quaisquer

contaminantes residuais.

Instalação da Coluna

Ao instalar uma coluna de

CG, é importante garantir

que esteja devidamente

conectada ao sistema cromatográfico,

com todas as

conexões apertadas para

evitar vazamentos de gás.

Além disso, verifique se a

coluna está devidamente

alinhada e não está dobrada

ou danificada, o que

pode comprometer o fluxo

da fase móvel e afetar

a resolução da separação.

Limpeza da Coluna

A limpeza regular da coluna

é essencial para remover

resíduos de amostras

anteriores e prevenir a

contaminação cruzada.

Dessa forma, isso pode

ser feito utilizando-se solventes

apropriados, como

hexano, acetona ou metanol,

que são compatíveis

com a fase estacionária

da coluna. Sendo assim, é

importante seguir as recomendações

do fabricante

quanto aos procedimentos

de limpeza e evitar o

uso de solventes agressivos

que possam danificar

a coluna.

Desativação da Coluna

Quando uma coluna de CG

não está em uso por um

longo período, desative-a

corretamente para evitar

a degradação prematura

da fase estacionária.

Dessa forma, isso geralmente

envolve a purga da


Blog dos Cientistas

coluna com gás inerte e o

armazenamento em condições

adequadas, como

temperatura e umidade

controladas. Além disso, é

recomendável proteger as

extremidades da coluna

com tampas adequadas

para evitar a entrada de

poeira e contaminantes.

Degradação da Fase

Estacionária

A degradação da fase

estacionária pode ocorrer

devido a vários fatores,

como exposição a altas

temperaturas, pH extremo,

solventes agressivos,

entre outros. Para minimizar

a degradação, opere a

CG dentro dos parâmetros

recomendados, evite

condições extremas e

realize uma manutenção

regular da coluna. Além

disso, o armazenamento

adequado da coluna em

condições controladas

pode ajudar a prolongar

sua vida útil.

Contaminação da Coluna

A contaminação da coluna

pode ocorrer devido

à presença de impurezas

nas amostras ou solventes,

bem como devido à

contaminação do sistema

cromatográfico. Para evitar

a contaminação, utilize solventes

e amostras de alta

pureza, limpe regularmente

a coluna e o sistema, e

adote práticas adequadas

de manipulação.

Vazamentos

Os vazamentos de gás

podem comprometer

o desempenho da CG,

resultando em picos cromatográficos

distorcidos,

ruído de base e baixa

sensibilidade. Para detectar

e corrigir vazamentos,

é importante realizar

verificações regulares no

sistema cromatográfico,

incluindo conexões, injetores,

detectores e coluna.

O uso de detectores

de vazamento e selantes

de alta qualidade também

pode ajudar a prevenir

vazamentos.

Ruído de Base

O ruído de base em cromatografia

gasosa pode

ser causado por vários

fatores, como impurezas

na fase móvel, contaminação

da coluna, vazamentos

de gás ou problemas

com o detector.

Para minimizar o ruído

de base, é importante

garantir a pureza dos

gases utilizados, realizar

uma limpeza regular da

coluna e do sistema, e

otimizar as condições de

operação do detector.

Eficiência da Coluna,

Resolução e Seletividade

A eficiência da coluna,

a resolução e a seletividade

são parâmetros

importantes que afetam

a qualidade da separação

cromatográfica. Sendo

assim, a eficiência da

Revista Analytica | Novembro 2024

51


Blog dos Cientistas

coluna está relacionada à

capacidade de separar os

componentes da amostra

com alta resolução e em

um curto período de tempo.

A resolução refere-se

à capacidade de distinguir

picos adjacentes no

cromatograma, enquanto

a seletividade se refere

à capacidade de separar

os componentes com

base em suas diferenças

estruturais ou químicas.

Para maximizar esses

parâmetros, escolha uma

coluna adequada para

a aplicação específica,

otimize as condições

cromatográficas e realize

uma manutenção regular

da coluna e do sistema.

Acessórios de Confiança

para Cromatografia

Gasosa

Os acessórios para cromatografia

gasosa são fundamentais

para proteger a sua

coluna e o seu instrumento,

além de assegurar resultados

precisos e confiáveis.

Um Sistema de Gerenciamento

de Gás é essencial

para garantir a qualidade

do gás de arraste, pois a

pureza inadequada pode

causar instabilidade na

linha de base, picos com

cauda, elevação da linha de

base, baixa sensibilidade

e até a extinção da chama

no FID. Além disso, a presença

de oxigênio no gás

de arraste pode danificar a

fase estacionária.

De fato, uma Coluna de

Guarda para CG é indispensável

para prolongar a

vida útil da coluna de CG,

prevenindo danos à fase

estacionária e melhorando

a separação, a forma

dos picos (especialmente

os iniciais), a sensibilidade

e a precisão dos resultados

quantitativos. Além

disso, é crucial utilizar

Seringas e Liners de CG de

alta qualidade para garantir

a inércia necessária

durante a injeção, evitar a

adsorção ou degradação

dos analitos e impedir a

entrada de compostos

não voláteis na coluna, o

que pode comprometer

sua durabilidade.

Conclusão

Em resumo, para garantir

o melhor desempenho e

prolongar a vida útil do

sistema cromatográfico,

você deve cuidar adequadamente

da coluna

de cromatografia gasosa.

Sendo assim, os usuários

podem obter resultados

cromatográficos confiáveis

e consistentes em

uma variedade de aplicações

analíticas seguindo

as recomendações para

condicionamento, instalação,

limpeza, desativação

e solução de problemas.

52

Revista Analytica | Novembro 2024

Ingrid Ferreira Costa

Founder & CEO da Biochemie. Bacharel em Química. Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas. Mestrado em Ciências Farmacêuticas. Especialista

em Growth Hacking. MBA em Marketing Estratégico Digital. Auditora Interna na ABNT ISO/IEC 17025:2017. Auditora Externa na ABNT ISO/IEC 17025:2017.

Auditora Interna na ABNT ISO/IEC ISO 9001:2015. Auditora Líder na ABNT ISO/IEC 17025:2017, ABNT ISO/IEC 15189:2015 e ABNT ISO/IEC 17043:2011. Se você

tiver interesse em cursos, treinamentos in company ou dúvidas sobre esse tema, entre em contato pelo e-mail: contato@biochemie.com.br.



Em Foco

5 DICAS PARA UMA PIPETAGEM EFICIENTE

A pipetagem precisa é essencial

para garantir a exatidão e a reprodutibilidade

nos resultados laboratoriais.

Na Kasvi entendemos que

cada detalhe importa, e por isso

oferecemos uma linha completa de

pipetas e dosadores desenvolvidos

para otimizar sua rotina de trabalho.

Aqui estão algumas dicas fundamentais

para uma pipetagem eficiente:

3. Alinhe o Volume com o Propó-

que-as após cada uso. A linha de

sito: Use a pipeta adequada para o

ponteiras Kasvi conta com barreiras

1. Escolha a Pipeta Adequada: Sem-

volume específico de sua amostra,

que previnem contaminações cru-

pre utilize pipetas calibradas e ajus-

ajustando sempre para o intervalo

zadas e protegem suas amostras.

tadas ao volume desejado. A Kasvi

oferece modelos com ajustes de

volume fixo e variável, garantindo

maior controle no manuseio.

recomendado de cada dispositivo.

4. Mantenha a Pipeta Limpa e

Calibrada: A manutenção regular,

higienização e a calibração periódi-

Com essas boas práticas, sua rotina

laboratorial se torna mais precisa e

eficiente, garantindo a confiabilidade

dos seus resultados.

54

Revista Analytica | Novembro 2024

2. Aspire e Dispense Corretamente:

Ao aspirar, mantenha a pipeta na

posição vertical e aspire lentamente

para evitar bolhas de ar. Na dispensação,

toque suavemente a parede

do recipiente para garantir a transferência

completa do líquido.

ca são essenciais para evitar variações

nos resultados. A Kasvi oferece

serviços de calibração certificados

que asseguram a longevidade de

seus instrumentos.

5. Evite Contaminações: Utilize

ponteiras de alta qualidade e tro-

Conte com a Kasvi para elevar o padrão

de qualidade em cada etapa do seu

trabalho! Conheça nosso portfólio

completo em portal.kasvi.com.br.

Contato

Portal.kasvi.com.br

comercial@kasvi.com.br

(41) 3535-0900


Em Foco

NOVOS ICP-MS MX SERIES DA THERMO FISHER

A Thermo Fisher Scientific lançou

a série ICP-MS iCAP MX, desenvolvida

para otimizar a análise de

elementos traço com espectrometria

de massas de plasma acoplado

indutivamente. A série inclui os

modelos iCAP MSX quadrupolo

único e iCAP MTX triplo quadrupolo,

projetados para suportar a análise

em laboratórios ambientais,

alimentares, industriais etc. Essas

Thermo Scientific Orbitrap Exploris

BioPharma Platform

Figura 1: ICP-MS série MSX (esquerda) e ICP-MS série MTX (direita)

novas versões foram criadas para

enfrentar desafios com matrizes

complexas, promovendo flexibilidade

e consistência nos resultados.

Confidently characterize

without compromise

a sensibilidade. A plataforma ofe-

Para obter mais informações sobre

rece ainda uma manutenção simplificada,

com suporte de software

como a plataforma iCAP MX Series

ICP-MS avançará a pesquisa crítica

A Série MX traz inovações como a

diluição de aerossol easyAGD, que

permite ajuste preciso de diluição

de acordo com a complexidade das

amostras, minimizando depósitos

e melhorando a robustez. Além

disso, o sistema possui recursos

avançados, como o IntelliLens, que

como o assistente • Hawk, Peptide que Mapping facilita

a organização • e Aggregate agendamento analysisgem a saúde ambiental e pública,

e aplicações industriais que prote-

• Intact Protein Analysis

• Charge Variant Analysis

de cuidados preventivos. • Glycan Analysis incluindo especificações técnicas e

• RNA and Oligonucleotide Analysis

• Gene Therapy Analysis aplicações, clique aqui.

Essas melhorias visam • Host maximizar Cell Protein a Analysis

• Multi-Attribute Method

produtividade e • garantir Antibody análises Drug Conjugate Analysis

Tire suas dúvidas conosco

precisas e seguras em várias indústrias,

atendendo For a regulamenta-

more information visit: www.thermofisher.com/MAM

E-mail analitica@novanalitica.com.br

Telefone (11) 2162-8080

ções de segurança e apoiando

ajusta automaticamente as volta-

pesquisas para um ambiente mais

gens para cada analito, otimizando

saudável e seguro.

Revista Analytica | Novembro 2024

55


Em Foco

CRALTECH® NOVA LINHA DE EQUIPAMENTOS

DA CRAL.

A Cral, com uma sólida trajetória

marcada pela confiança e inovação,

reafirma constantemente seu compromisso

em oferecer ao mercado

produtos de excelência. A linha

CRALTECH® é um reflexo desse

compromisso, sobressaindo-se pela

perfeita união entre qualidade e

durabilidade. Cada equipamento é

projetado com um design moderno

microtubos e microhematócrito,

Portfólio composto por mais de

e intuitivo, pensado para otimizar a

homogeneizador digital tipo roller,

3.500 itens.

experiência do usuário, simplificar e

atender as diversas demandas laboratoriais

com precisão e eficiência.

agitadores Vortex (disponíveis em

versões analógica e multiplataformas)

com capacidade para tubos

de até 50mL, placas e microplacas,

Para mais informações sobre este,

ou outros lançamentos, acesse

www.cralplast.com.br.

Os equipamentos da linha CRAL-

TECH® possuem certificação

além do desintegrador de agulhas.

Sigam nossas páginas nas redes

sociais “@cralplast” (LinkedIn - You-

internacional de qualidade, ates-

Ao investir constantemente em tec-

Tube - Facebook - Instagram).

tando sua confiabilidade, todos os

nologia e inovação, a Cral não ape-

equipamentos possuem 12 meses

nas atende às exigências do setor,

de garantia contra defeitos de

mas também estabelece novos

56

Revista Analytica | Novembro 2024

fabricação. Com uma ampla gama

de soluções, a linha CRALTECH®

inclui centrífugas para até 24 tubos,

padrões de qualidade, reafirmando

sua posição como uma marca de

referência no mercado.

CRAL - Suprindo a saúde com qualidade e inovação desde 1977

Empresa certificada ISO 9001:2015 / ISO 13485:2016

Contatos: (11) 3454-7000 ou (11) 2712-7000

e-mail: contato@cralplast.com.br

Site: www.cralplast.com.br


Em Foco

ENTENDENDO O IMPACTO DA QUALIDADE DA

ÁGUA EM SUAS TÉCNICAS ANALÍTICAS

A água é um elemento fundamental

em muitos processos industriais e

aplicações analíticas. Sua qualidade

pode ter um impacto significativo

nos resultados de análises químicas,

físicas e biológicas. Portanto,

é essencial compreender como a

pureza e as características da água

podem afetar a confiabilidade e a

precisão de suas técnicas analíticas.

Neste artigo, exploraremos os desafios

relacionados à qualidade da água

e as melhores práticas para garantir a

integridade de seus dados analíticos.

Abordaremos tópicos como:

Impacto da Qualidade da Água em

Análises Químicas

Alguns exemplos de como a

qualidade da água pode afetar

- Parâmetros-chave da qualidade da

água e seus efeitos em análises

A água é um solvente universal e,

portanto, está presente em grande

análises químicas:

• Presença de íons inorgânicos (cálcio,

- Técnicas de purificação de água

para aplicações analíticas

parte dos procedimentos analíticos.

Desde a preparação de amostras

até a limpeza de equipamentos, a

magnésio, cloretos, etc.) pode causar

interferências em técnicas como

espectroscopia de absorção atômica,

- Validação de métodos analíticos e

controle de qualidade

qualidade da água é crucial para a

integridade dos resultados.

cromatografia iônica e titulações.

• Compostos orgânicos dissolvidos

- Melhoria contínua de seus processos

analíticos

Contaminantes presentes na água,

como íons, metais pesados, compostos

orgânicos, microrganismos,

podem afetar a linha de base e a

detecção em análises por cromatografia

líquida de alta eficiência

Ao final, você terá uma compreensão

sólida sobre como gerenciar a

qualidade da água em suas operações

e otimizar a confiabilidade

de seus resultados.

etc., podem interferir diretamente

nos métodos de análise. Isso pode

levar a resultados imprecisos, falsos

positivos ou negativos, e até mesmo

danos a instrumentos analíticos.

(HPLC) e espectrometria de massas.

• Microrganismos podem contaminar

amostras e degradar analitos em análises

microbiológicas e bioquímicas.

Revista Analytica | Novembro 2024

57


Em Foco

• Metais pesados podem catalisar

• Análises de traços e ultratraços

A qualidade da água utilizada em

reações de oxidação e degradação

de amostras.

Para minimizar esses efeitos, é

essencial utilizar água com grau de

pureza adequado para cada aplicação

analítica. Isso pode envolver

o uso de técnicas de purificação,

como destilação, deionização,

osmose reversa e ultrafiltração.

Importância da Água Ultrapura em

Análises Químicas

Em muitas aplicações analíticas, a

água ultrapura (também conhecida

como água grau reagente ou água

tipo I) é essencial para garantir a

confiabilidade dos resultados. Essa

água apresenta baixos níveis de

contaminantes iônicos, orgânicos

e particulados, atendendo a rigorosos

padrões de pureza.

O uso de água ultrapura é funda-

• Pesquisas biomédicas e farmacêuticas

• Desenvolvimento de novos métodos

analíticos

Ao utilizar água ultrapura, você

garante a eliminação de interferências

e a minimização de erros sistemáticos

em suas análises. Isso resulta

em dados mais confiáveis, reprodutíveis

e com melhor exatidão.

Para obter água ultrapura com as

características desejadas, é necessário

um sistema de purificação robusto

e bem projetado. Isso envolve uma

combinação de tecnologias, como

osmose reversa, deionização, ultrafiltração

e fotoxidação UV. É importante

também implementar um programa

de monitoramento e manutenção

regular do sistema de purificação.

todas as etapas da validação é crucial

para a obtenção de resultados

válidos e reprodutíveis. Eventuais

contaminações ou variações na

pureza da água podem comprometer

a validação do método e,

consequentemente, a confiança

nos dados gerados.

Além da validação inicial, é essencial

implementar um programa de

controle de qualidade contínuo.

Isso inclui:

• Monitoramento regular da qualidade

da água utilizada

• Realização de brancos e amostras

de controle

• Participação em programas de

proficiência

mental em diversas áreas, como:

• Preparação de amostras e solu-

Validação de Métodos Analíticos

e Controle de Qualidade

• Manutenção preventiva de equipamentos

ções-padrão

A validação de métodos analíti-

• Treinamento adequado da equipe

• Limpeza de vidrarias e equipamentos

• Solvente em técnicas cromatográficas

(HPLC, GC, etc.)

cos é um processo fundamental

para garantir a confiabilidade dos

resultados. Nesse processo, são avaliados

diversos parâmetros, como

seletividade, linearidade, precisão,

exatidão, limite de detecção, limite

Dessa forma, você garante que

possíveis desvios na qualidade da

água sejam rapidamente identificados

e solucionados, preservando

a integridade de seus resultados

58

Revista Analytica | Novembro 2024

• Diluição de amostras e reagentes

de quantificação, entre outros.

analíticos ao longo do tempo.


Em Foco

Melhoria Contínua de Processos

Analíticos

A melhoria contínua de seus processos

analíticos é fundamental

para garantir a confiabilidade e a

eficiência de suas operações. Isso

envolve a constante avaliação e

otimização de todos os aspectos

relacionados à qualidade da água,

desde o sistema de purificação até

os procedimentos operacionais.

• Implementação de melhorias tecnológicas,

como a adoção de novos

dispositivos de filtração.

• Ajuste dos parâmetros operacionais

para maximizar a qualidade da

água produzida

3. Revisão e atualização de procedimentos

analíticos:

• Avaliação constante da adequação

dos métodos em relação aos

requisitos analíticos

Conclusão

A qualidade da água desempenha

um papel crucial no desempenho

e na confiabilidade de suas técnicas

analíticas. Compreender

os impactos potenciais e implementar

as melhores práticas de

gestão da água é essencial para

obter resultados precisos, reprodutíveis

e confiáveis.

Algumas estratégias importantes

para a melhoria contínua incluem:

1. Monitoramento e controle da

qualidade da água:

• Incorporação de novas tecnologias

e melhores práticas

• Realização de estudos comparativos

para identificar oportunidades

de melhoria

Desde a seleção do sistema de

purificação adequado até a validação

de métodos e o controle de

qualidade contínuo, cada etapa do

processo analítico deve considerar

a importância da água. Somente

• Implementação de um programa

de monitoramento regular dos

parâmetros críticos da água

• Estabelecimento de limites de especi-

4. Capacitação e conscientização

da equipe:

• Treinamento contínuo sobre a

importância da qualidade da água

assim você poderá garantir a integridade

de seus dados e tomar

decisões informadas com base em

informações confiáveis.

ficação e planos de ação para desvios

• Adoção de técnicas avançadas de

análise de água, como cromatografia

iônica e carbono orgânico total

2. Otimização do sistema de purificação

de água:

• Avaliação periódica da eficiência

do sistema e da necessidade de

manutenção ou atualização

• Envolvimento da equipe na identificação

e resolução de problemas

• Promoção de uma cultura de

melhoria contínua e responsabilidade

compartilhada

Ao adotar uma abordagem sistemática

de melhoria contínua,

você estará bem posicionado para

enfrentar os desafios futuros e

garantir a excelência de suas análises

químicas.

Ao investir no gerenciamento

eficaz da qualidade da água, sua

organização estará bem posicionada

para atender aos mais altos

padrões analíticos, impulsionar a

inovação e garantir o sucesso de

seus projetos.

Para mais informações, contate

nossos especialistas:

marketingbr@veolia.com

Revista Analytica | Novembro 2024

59


Em Foco

GREINER BIO-ONE BRASIL: CELEBRANDO

CONQUISTAS E RENOVANDO COMPROMISSOS

EM 2025

Com o encerramento de 2024, é

momento de celebrar as conquistas

que marcaram mais um capítu-lo

da história da Greiner Bio-One

Brasil. Este ano foi repleto de

sucessos notáveis e superações,

impulsionados pelo trabalho

incansável da nossa equipe, pela

confiança dos nossos clientes e

pela parceria contínua com nossos

colaboradores. Somos gratos

e orgulhosos por tudo o que

construí-mos juntos!

Em 2024, comemoramos os 21

anos da nossa planta em Americana-SP

— um marco de duas

déca-das de dedicação, inovação

e compromisso com a qualidade.

Esse aniversário não é apenas um

nú-mero; é um testemunho da

nossa evolução constante e do

compromisso em apoiar a comunidade

científica, médica e de

diagnóstico do Brasil com produtos

de excelência e soluções que

atendem aos mais altos padrões.

Enquanto olhamos para o futuro,

estamos entusiasmados com as

oportunidades que nos aguardam

em 2025. Continuaremos

a investir no desenvolvimento

de produtos inovadores que

atendam às demandas do setor

laboratorial, mantendo o foco na

qualidade, na sustentabilidade e

na excelência que nos define.

Agradecemos a todos os nossos

parceiros, clientes e colaboradores

por fazerem parte da nossa

jornada. Que o fim de ano seja

repleto de alegria, e que 2025

traga novas realizações e sucesso

para todos. Juntos, continuaremos

construindo uma trajetória

marcada pela dedicação, inovação

e compromisso com o melhor.

Para mais informações:

Departamento de Marketing

Tel.: +55 19 3468 9600

E-mail: info@br.gbo.com

60

Revista Analytica | Novembro 2024



DESDE 2000

Conceito de qualidade em Microbiologia

Novas e modernas instalações

Equipe capacitada e comprometida

Acreditações: REBLAS / CGCRE-INMETRO /ABNT NBR ISO/IEC 17025:2017

comercial@bcq.com.br - www.bcq.com.br - TEL.: 55 11 5083-5444

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!