Boletim Stallos News - 47
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Ano XIV - Edição 47 - Dezembro/2024
O FUTURO DO MERCADO
DE CÂMBIO COMEÇA AGORA:
REFLEXÕES DE 2024 E O QUE
ESPERAR PARA 2025
Nesta edição
O futuro do mercado: inovação
tecnológica e o papel dos
agentes de IA
Compliance em 2025:
tendências, desafios e como se preparar
para o futuro
Segurança digital no mercado
de câmbio: desafios, estatísticas
e soluções
Confira também:
Stallos participa do
Apresenta + ABRACAM
com o webinar “Mais
segurança e eficiência
para seus controles de
compliance e gestão de
riscos com o Roster“
e muito mais!
Nesta edição:
01
O futuro do mercado de câmbio começa
agora: reflexões de 2024 e o que esperar
para 2025
05
Déro Domingues recebe homenagem
póstuma no Abracam Speech de 2024
07
A geopolítica global em 2025
10
Sob impactos de gigantes econômicos,
mercados emergentes enfrentarão 2025 difícil
12
O que esperar do mercado de M&A em 2025?
14
O futuro do mercado: inovação tecnológica
e o papel dos agentes de IA
16
Tendências em finanças para 2025:
o que esperar?
19
Anunciadas as indicações de três novos
diretores do Banco Central
20
BC publica segunda edição da pesquisa
sobre uso de meio de pagamentos
22
LiveBC detalhou como funciona o Open
Finance e como utilizar o ecossistema
24
BC lança consulta pública sobre prestação
de serviços de Banking as a Service
27
BC diz que não há risco para
estabilidade financeira no Brasil
28
BC apresenta para consultas públicas
proposta de regulação de serviços de
ativos virtuais
30
Proposta de regulação para atividades e
operações das prestadoras de serviços
de ativos virtuais
32
IFs serão obrigadas a divulgar relatório
de informações financeiras relacionadas
a sustentabilidade
33
BC exigirá mais informações para que
instituições possam participar do PIX
36
Planejamento sucessório: 2025 trará
mudanças em relação ao ITCMD
38
Como escolher o sócio ideal?
40
E-Financeira: expectativas para 2025
44
Compliance em 2025: tendências,
desafios e como se preparar
46
Segurança digital no mercado de câmbio
49
Stallos participa do Apresenta + ABRACAM
com o webinar “Mais segurança e eficiência
para seus controles de compliance e gestão
de riscos com o Roster“
HÁ MAIS DE 35 ANOS
INOVANDO O MERCADO
DE CÂMBIO NO BRASIL
Os conteúdos apresentados no BOLETIM STALLOS NEWS são
meramente informativos. Não prestamos consultoria de nenhuma
natureza e nem nos responsabilizamos por medidas que possam ser
adotadas por terceiros a partir das informações contidas nessa edição.
O FUTURO DO MERCADO
DE CÂMBIO COMEÇA AGORA:
REFLEXÕES DE 2024 E O QUE
ESPERAR PARA 2025
01
À medida que encerramos mais um ano, é
essencial refletir sobre os acontecimentos
que moldaram 2024 e direcionaram o
mercado cambial brasileiro rumo a um
futuro repleto de novas possibilidades. Este
ano foi marcado por avanços significativos,
reafirmando o papel estratégico do setor
na economia nacional e global.
Um dos grandes marcos de 2024 foi a
consolidação das diretrizes do Novo Marco
Cambial, que completou seu primeiro ciclo
pleno de aplicação. As simplificações
normativas não apenas facilitaram a
integração do Brasil com mercados
internacionais, mas também
impulsionaram o volume de operações de
câmbio realizadas eletronicamente. Essa
modernização, aliada à expansão de
ferramentas digitais no setor, contribuiu
para uma maior eficiência operacional e
segurança nas transações.
Outro destaque foi o crescimento
expressivo das operações de EFXs
(Electronic Foreign Exchanges), que
passaram a desempenhar um papel
importante no mercado cambial. A
automação dessas transações trouxe mais
agilidade, precisão e redução de custos,
ampliando as oportunidades de negócios
para empresas e instituições financeiras.
Essa tendência reflete a crescente
demanda por soluções tecnológicas
capazes de atender à dinâmica acelerada
do mercado globalizado.
No âmbito regulatório, as discussões sobre
a abertura de contas em moeda
estrangeira por empresas e indivíduos
ganharam relevância. Essa flexibilização é
vista como um passo essencial para
promover maior competitividade no
mercado cambial, preparando o país para
os desafios da economia globalizada.
Para 2025, o horizonte promete ser
igualmente dinâmico e transformador. Entre
os temas mais discutidos, estão as
regulações voltadas ao mercado de apostas,
que deverá se consolidar como um setor
regulamentado e integrado ao mercado
cambial a partir de janeiro. A crescente
demanda por conformidade regulatória
também merece destaque, com instituições
financeiras e empresas se adaptando a
padrões rigorosos de compliance para
prevenir fraudes, lavagem de dinheiro e
outros riscos associados. Nesse cenário, a
integração entre tecnologia e regulação será
essencial para garantir transparência e
segurança nas transações deste novo
mercado.
Em um ambiente tão desafiador, a Stallos
consolidou, ao longo deste ano, parcerias
estratégicas, introduziu novas
funcionalidades e recursos em seus sistemas
e expandiu seus serviços para atender à
crescente complexidade do setor. Mais do
que desenvolver tecnologias para otimizar
processos internos, nossa equipe trabalhou
incansavelmente para oferecer soluções que
impulsionam o crescimento de nossos
clientes.
Por outro lado, 2024 também foi um ano de
pesar para nossa família e equipe. Perdemos
nosso pai e fundador da Stallos Tecnologia.
Déro Domingues, como era conhecido no
mercado, acreditava profundamente no
poder transformador da inovação. Sua
paixão pela tecnologia e sua dedicação ao
mercado financeiro contagiava todos ao seu
redor. O câmbio corria em suas veias.
Ao longo de sua carreira, Déro desenvolveu
soluções pioneiras que revolucionaram e
contribuíram significativamente para o
fortalecimento do mercado cambial.,
deixando um legado único para o setor.
02
Mais do que um pai exemplar e
empreendedor brilhante, foi um mentor
generoso, sempre disposto a compartilhar
sua experiência e orientar aqueles que
tiveram o privilégio de trabalhar com ele.
Por sua inestimável contribuição ao
mercado de câmbio, Déro será lembrado
como um pioneiro e visionário. Sua
influência e ensinamentos continuarão a
nos guiar e a inspirar na entrega das
melhores soluções aos nossos clientes e
sua memória viverá em cada conquista e
inovação que a Stallos proporciona ao
mercado.
Que 2025 seja repleto de novas conquistas,
oportunidades e desafios que nos
impulsionem a avançar ainda mais.
Contem sempre conosco para estar ao
lado de vocês nessa jornada de inovação,
transformação e crescimento.
Desejamos Boas Festas à todos os nossos
leitores e suas famílias.
Um abraço,
Juliana & Patricia
Diretoria Stallos Tecnologia
Por fim, expressamos nossa profunda
gratidão pela confiança depositada por
nossos parceiros, clientes e colaboradores
em 2024. Vocês são a força que nos inspira
a inovar continuamente e a superar limites.
03
CÂMBIO COMERCIAL,
POSIÇÃO PRÓPRIA
OU TURISMO?
Independente de qual seja o foco da sua Instituição
Financeira, na Stallos Tecnologia você encontra as
melhores soluções para a automatização e gestão
dos seus processos cambiais.
CONTE COM QUEM É REFERÊNCIA
NO MERCADO HÁ 35 ANOS
04
DÉRO DOMINGUES
RECEBE HOMENAGEM PÓSTUMA
NO ABRACAM SPEECH 2024
Realizado em São Paulo, no dia 28 de
novembro, o ABRACAM SPEECH reuniu
especialistas renomados do mercado
que versaram sobre temas
extremamente importantes, tais como:
ESG – Sustentabilidade e
Competitividade. DREX e Ativos Virtuais
– Avaliação dos avanços e efeitos da
inovação financeira. EFX – Tendências
na internacionalização de
pagamentos instantâneos.
No final do evento, foram reconhecidas
as personalidades do Mercado que
contribuíram para Sustentabilidade,
Inclusão e Capacitação no Mercado
de Câmbio.
Um dos pontos altos do evento foi a
homenagem póstuma prestada pela
ABRACAM, por meio de sua Diretora
Presidente, Sra. Kelly C. Gallego Massaro,
ao Sr. Déro Domingues, na ocasião
representado pela viúva Sra. Fátima
Domingues e sua filha, Patricia Domingues.
A placa entregue aos familiares é um
reconhecimento de uma vida marcada
pelo compromisso inabalável com a
inovação tecnológica e o mercado de
câmbio brasileiro. Déro moldou um legado
que certamente ultrapassará a sua
geração, consolidando a Stallos
Tecnologia como uma empresa de
referência em sua área de atuação.
05
Desde o início de sua jornada
empreendedora, Déro demonstrou uma
paixão inquestionável pela tecnologia e
uma capacidade singular de enxergar
oportunidades onde outros viam
apenas desafios. Ele entendeu, desde
cedo, que a tecnologia seria o alicerce
para transformar o mercado financeiro,
especialmente em um setor tão sonoro
e complexo como o câmbio.
Seu trabalho incansável foi essencial
para modernizar e otimizar processos,
promovendo maior transparência,
eficiência e acessibilidade nas
operações cambiais. Por meio de sua
liderança e espírito inovador, Déro
ajudou a construir pontes entre as
necessidades do mercado, novidades
regulatórias e as soluções tecnológicas.
Ele também foi reconhecido por sua
habilidade em formar equipes
especializadas,
inspirando
profissionais a buscar a excelência e a
nunca deixar de aprender. Sua ética
de trabalho, combinada com uma
visão estratégica foi determinante
para transformar desafios em
conquistas que impactaram
positivamente o setor como um todo.
Seu nome estará sempre associado à
evolução tecnológica e ao
desenvolvimento do mercado
financeiro brasileiro, particularmente, o
Mercado de Câmbio.
A Déro Domingues o nosso reconhecimento e a nossa eterna gratidão.
06
A GEOPOLÍTICA
GLOBAL EM 2025:
UMA NOVA ERA DE RIVALIDADE
E ADAPTAÇÃO, COM TRUMP
Em 2025, o cenário geopolítico
internacional está em uma encruzilhada,
com dinâmicas de poder em
transformação e tensões crescentes entre
grandes potências. A vitória de Donald
Trump nas eleições americanas trouxe
consigo uma onda de isolacionismo,
enquanto países como China e Índia
ganham cada vez mais influência,
impulsionando o mundo para uma
estrutura multipolar.
Em meio a essas mudanças, três grandes
forças se destacam: a competição
tecnológica, o impacto das mudanças
climáticas e a redefinição das alianças
globais. Essa nova realidade traz consigo
uma mistura de incertezas e
oportunidades, e exige uma adaptação
rápida e estratégica das nações ao redor
do globo.
07
Com o retorno de Donald Trump ao poder,
os Estados Unidos adotam uma postura
mais isolacionista, reduzindo seu
envolvimento em alianças tradicionais e
minimizando a participação em
organizações multilaterais. Essa mudança
cria um vácuo de liderança que outras
potências, como a China, estão prontas
para ocupar.
Por outro lado, este movimento gera uma
oportunidade para que outras nações
desenvolvam suas capacidades internas
e formem alianças inéditas. É um
momento crucial em que as potências
médias, que historicamente mantiveram
neutralidade, possam finalmente assumir
papéis mais estratégicos e moldar as
novas regras do jogo. O mundo, assim,
caminha para uma era de rivalidade
multipolar, onde a política externa de
cada país deve ser flexível e adaptável às
novas realidades regionais.
Nova ordem geopolítica e a corrida
pela supremacia tecnológica
Um dos pilares desta nova ordem
geopolítica é a corrida pela supremacia
tecnológica. A inteligência artificial, a
biotecnologia e a energia renovável estão
no centro das atenções, com cada nação
buscando uma vantagem competitiva.
A China avança rapidamente com sua
própria agenda de desenvolvimento
tecnológico, enquanto os Estados Unidos,
agora com Trump de volta ao poder,
enfrentam o dilema de manter a liderança
tecnológica em um mundo cada vez mais
descentralizado. A questão não é apenas
econômica, mas estratégica; o país que
liderar em IA, por exemplo, terá a
capacidade de controlar fluxos de
informações e moldar as narrativas
globais.
O impacto dessa corrida tecnológica vai
além da competição entre nações. As
grandes empresas de tecnologia, com
presença e influência global, tornam-se
atores políticos de peso, capazes de
desafiar e até influenciar diretamente
políticas nacionais. Esse cenário levanta
questões éticas complexas,
principalmente em relação à privacidade,
aos direitos civis e ao controle de
informações. A governança dessas
tecnologias se tornará um dos grandes
desafios da década e poderá definir as
regras do poder no século 21.
Outro grande desafio que influencia a
geopolítica de 2025 são o impacto das
mudanças climáticas e a crise de custo
de vida que afeta grande parte da
população mundial. Eventos climáticos
extremos intensificam-se, impondo uma
nova urgência às questões de
sustentabilidade e transição energética.
Para muitos países, a mudança climática
não é apenas uma ameaça futura, mas
uma realidade que demanda respostas
imediatas. O recente aumento nos preços
de bens essenciais criou uma crise global
de custo de vida, aprofundando as
desigualdades e gerando instabilidade
social em diversas regiões.
08
A postura isolacionista dos EUA sob o novo
presidente torna essa questão ainda mais
complexa, uma vez que enfraquece as
possibilidades de cooperação global para
enfrentar os desafios climáticos. Outras
nações, especialmente nações da União
Europeia, assumem a liderança nesse
campo, promovendo políticas energéticas
e ambientais mais rigorosas.
Em resposta, alguns países da América
Latina e da Ásia também adotam
medidas para fortalecer suas políticas
internas de sustentabilidade, promovendo
inovações no campo da energia limpa e
buscando alternativas para reduzir a
dependência de combustíveis fósseis.
À medida que os EUA reduzem sua
presença global, conflitos regionais se
tornam mais frequentes. Sem a
intervenção direta das grandes potências,
nações menores encontram espaço para
resolver disputas locais, mas também
correm o risco de intensificar confrontos
por falta de mecanismos de mediação.
A ausência de uma liderança global clara
torna o ambiente mais volátil, e as
organizações internacionais lutam para se
manterem relevantes diante dessa nova
realidade. O Oriente Médio, o Leste Asiático
e partes da África são algumas das
regiões onde a instabilidade pode
facilmente escalar, com consequências
diretas para a economia global, como
interrupções nas cadeias de
abastecimento e flutuações nos preços
dos combustíveis.
Oportunidade para a consolidação
de blocos regionais
Por outro lado, essa fragmentação cria
uma oportunidade para a consolidação
de blocos regionais, cada um com
normas, alianças e acordos próprios. Essa
rivalidade multipolar significa que as
potências globais evitam confrontos
diretos, mas competem em campos
variados – desde comércio e
investimentos até influência cultural. Essa
fragmentação também leva a uma
adaptação das rotas comerciais e uma
reorganização das cadeias produtivas
para acomodar a nova estrutura política e
econômica.
A geopolítica de 2025 é marcada por
incertezas, mas também por
possibilidades de inovação e adaptação.
O novo isolacionismo americano e o
avanço da China e de outras potências
emergentes indicam uma fase de
transição para um mundo mais
fragmentado e imprevisível. Países que
souberem navegar entre essas potências,
investindo em inovação tecnológica,
políticas sustentáveis e alianças
estratégicas, estarão mais preparados
para enfrentar os desafios futuros.
Estamos diante de uma era em que as
decisões geopolíticas serão mais rápidas
e a estabilidade global, mais frágil. Neste
cenário, a flexibilidade, a inovação e a
diplomacia cuidadosa serão
fundamentais para garantir não apenas o
sucesso, mas também a sobrevivência de
nações e corporações após a eleição de
Donald Trump.
Fonte: Thiago de Aragão (Estadão)
09
JP MORGAN
SOB O IMPACTO DE GIGANTES
ECONÔMICOS, MERCADOS EMERGENTES
ENFRENTARÃO 2025 DIFÍCIL
Mercados emergentes enfrentarão um
ano difícil e incerto devido às
mudanças de política nos Estados
Unidos e ao crescimento incerto na
China, disse o JPMorgan em sua
perspectiva anual, prevendo que os
fundos de títulos de mercados
emergentes tendem a sofrer fluxos de
saída consideráveis. “O crescimento
dos mercados emergentes enfrenta
uma incerteza significativa em 2025,
preso entre dois gigantes — a China e
os EUA — com as mudanças de política
no EUA potencialmente causando um
grande choque negativo na oferta que
terá repercussões em todos os
mercados emergentes”, disse o
JPMorgan.
O banco disse que, em seu cenário
base, o crescimento dos países em
desenvolvimento está desacelerando
de 4,1% este ano para 3,4% em 2025.
Analisando os mercados emergentes
excluindo a China, o JPMorgan previu
que o crescimento seria moderado,
passando de 3,4% para 3,0%.
A renda fixa dos mercados emergentes
deverá ser a mais afetada, com o
retorno de Donald Trump à Casa
Branca e um Congresso norteamericano
Republicano representando
“ventos contrários desafiadores”
devido à política tarifária, às
mudanças geopolíticas e à política
interna dos EUA, o que levará a um
dólar mais forte e a juros mais altos.
O banco de Wall Street previu que os
fundos de títulos dedicados a
mercados emergentes sofreriam fluxos
de saída entre US$ 5 bilhões e US$ 15
bilhões no próximo ano. “É provável que
o impacto da política dos EUA sobre o
sentimento em relação aos mercados
emergentes seja o principal obstáculo,
com o impacto defasado da
flexibilização do Fed proporcionando
alguma compensação”, escreveram os
analistas do JPMorgan.
Com relação às vendas de dívida, o
JPMorgan previu US$ 169 bilhões de
emissão bruta soberana em moeda
forte em 2025, um pouco abaixo de
2024. Entretanto, o aumento das
amortizações significa que o
financiamento líquido ficaria em US$ 1,3
bilhão, uma fração dos US$ 55,2 bilhões
deste ano.
O banco disse que espera que a dívida
soberana em moeda forte tenha um
retorno de 4,3% até o final do ano de
2025, em comparação com os retornos
de 6,9% no acumulado do ano de 2024.
Fonte: CNN Brasil
10
O QUE PODEMOS ESPERAR DO
MERCADO DE M&A EM 2025?
Durante anos após o surto de COVID-19, o aumento dos custos e das taxas de juros
manteve os dólares de investimento sob controle. Mas com o recente anúncio de que o
Fed reduzirá a taxa dos Fundos Federais em meio ponto percentual, sabemos que a
economia está em uma trajetória ascendente. O mercado de fusões e aquisições já
começou a se recuperar em 2024, e prevemos que esse aumento nos negócios de
fusões e aquisições continue em 2025.
O que mais podemos esperar do mercado de M&A?
A inflação vai desacelerar, mas as taxas de empréstimos podem ficar defasadas.
Fonte: Bureau of Labor Statistics dos EUA
O objetivo do Fed há muito tempo é manter a inflação em ou abaixo de 2%, que se
prevê ser a taxa de inflação ideal para maximizar o emprego e garantir a estabilidade
dos preços ao consumidor. Após o surto de coronavírus, a inflação começou a disparar,
chegando a 9,1% em meados de 2022. Neste ano, em outubro de 2024, a inflação voltou
a cair para um pouco acima dessa marca de 2%, e os economistas preveem que
atingirá a meta do Fed no início de 2025.
11
O que isso significa para o mercado de M&A?
Historicamente, à medida que a inflação cai, a atividade de fusões e
aquisições aumenta e isso porque:
· Os empréstimos são mais baratos. À medida que a inflação cai, o
financiamento tende a ficar mais barato, incentivando os indivíduos a
considerar novas oportunidades de investimento.
· As empresas estão procurando se expandir. Em tempos de
prosperidade, as empresas procuram crescer e adquirir outras
empresas.
· Os negócios são acelerados. Quando a inflação e as taxas de juros são
mais altas, as empresas tendem a adiar fusões ou aquisições. Mas, uma
vez que a inflação e as taxas de juros caiam, a demanda reprimida por
fusões e aquisições garantirá que as empresas realizem acordos de
compra/venda rapidamente.
Mas há uma coisa sobre a qual queremos alertá-lo: embora a taxa de
inflação esteja caindo, os investidores podem não ver mudanças nas
taxas de empréstimos imediatamente.
Por quanto tempo as taxas de empréstimo ficam
atrás da política monetária?
Em meados de setembro, o Federal Reserve emitiu seu primeiro corte na
taxa de juros em mais de um ano. Ele reduziu a taxa-alvo dos Fundos
Federais em 50 pontos-base, de um máximo de 5,5% para 5,0%. Os
economistas preveem que continuará a reduzir as taxas de juros em
2025, terminando o ano em 3,1% projetados.
Quando as empresas verão essa nova política monetária refletida nos
padrões de gastos e preços?
Há uma crença de longa data de que há um atraso de 12 a 18 meses
entre as mudanças na política monetária e as mudanças no mercado. A
redução da taxa de fundos federais sempre foi vista como uma forma
de ajustar a inflação. Mas, recentemente, os economistas têm
questionado essa teoria. Os especialistas hoje acreditam que a política
monetária serve menos como "uma alavanca mecânica para controlar
a inflação" e mais como um método para "afetar a psicologia pública e
reforçar a confiança na instituição".
12
A tecnologia desempenhará um papel mais forte
Algumas empresas usam fusões e aquisições como estratégia para adquirir
melhor tecnologia. Mas percebemos que a inteligência artificial (IA) e outras
tecnologias inteligentes também podem ajudar no próprio processo de
M&A. Muitas empresas usam IA generativa para apoiar o processo de
negociação, redigindo documentos, resumindo a papelada, desenvolvendo
estratégias de due diligence e muito mais.
Se você está pensando em usar fusões e aquisições para adquirir novas
tecnologias ou se por acaso está adquirindo uma empresa que possui
tecnologias inteligentes incorporadas em suas operações e processos, não
se apresse durante o processo de due diligence. Aqui estão alguns possíveis
obstáculos:
· As avaliações podem ser altas. As empresas que implementaram a IA
podem ser supervalorizadas. Em um relatório publicado pelo The Carlyle
Group no ano passado, os autores mostraram uma comparação das
empresas elétricas na década de 1920 com as empresas que adotaram a IA
de hoje. Como o que aconteceu na década de 1920, é possível que os
investidores aumentem agressivamente as avaliações de empresas
habilitadas para IA simplesmente porque há um desejo de ser um investidor
em estágio inicial nessas novas tecnologias. Esse preço premium pode valer
a pena, mas esteja ciente do papel que a IA desempenha nessas
avaliações.
· A IA não é regulamentada. No momento, a tecnologia de IA não é
regulamentada nos EUA. Quando a regulamentação da IA for
implementada, como isso afetará seus negócios? Você será capaz e estará
disposto a ajustar suas práticas de tecnologia para atender a essas novas
expectativas?
· Novos riscos de segurança podem se desenvolver. Sempre que você
implementa uma nova tecnologia, precisa reavaliar seus riscos de
segurança. A tecnologia inteligente usada por uma empresa-alvo pode
expor o comprador a riscos de segurança que ele não está preparado para
gerenciar. Isso inclui ferramentas de IA desenvolvidas internamente e o uso
de ferramentas de IA disponíveis publicamente.
M&A é vista como uma estratégia de crescimento menos tênue
Hoje, muitos veem as transações de fusões e aquisições como uma maneira
mais eficaz de acelerar o crescimento e transformar seus negócios do que o
crescimento orgânico. O crescimento orgânico pode ser difícil de alcançar
quando o cenário político é tão incerto e quando a adoção da tecnologia de
IA pode parecer tão arriscada. Em vez de perseguir o crescimento orgânico
que depende de políticas governamentais tênues, as empresas podem
optar por crescer adquirindo outros negócios.
Fonte: Biz Journals
13
Você sabia que neste ano a Stallos
celebrou o seu 35º aniversário?
Trinta e cinco anos de trabalho, dedicação e consolidação no mercado!
Para marcar esta ocasião tão importante, desenvolvemos nosso selo
comemorativo, que esteve presente em todos os nossos materiais ao
longo do ano. Junto ao selo, destacamos um símbolo, cujo significado faz
muito sentido nesta celebração: o coral, que encontra-se ilustrado ao lado
esquerdo do logo.
O Jubileu de Coral é um símbolo poderoso de amadurecimento,
resistência e fortificação do relacionamento ao longo do tempo. Assim
como os corais marinhos, que levam anos para se desenvolverem
completamente, nossa empresa também passou por diversas fases de
crescimento, desafios e conquistas, consolidando-se como uma referência
no mercado.
Obrigado por fazer parte da nossa história!
O FUTURO DO MERCADO:
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E O
PAPEL DOS AGENTES DE IA
14
A criação de agentes de IA marca a
próxima fase no aprimoramento de
soluções baseadas em inteligência
artificial. Após o sucesso de inovações
como o ChatGPT, o mercado agora se
volta para uma nova etapa de
transformação
tecnológica,
impulsionada pela personalização de
ferramentas digitais por meio de
aprendizagem generativa.
O uso desse serviço representa uma
revolução parecida àquela que ocorreu
com o surgimento dos aplicativos. Assim
como os apps transformaram a maneira
como interagimos com dispositivos
móveis e realizamos tarefas cotidianas,
esses estão elevando esse potencial ao
personalizar experiências e agir de forma
autônoma. Com a combinação de várias
ferramentas de inteligência artificial,
esses agentes oferecem uma nova
dimensão de eficiência, similar ao
impacto inicial que os aplicativos tiveram
no mercado tecnológico.
Agentes de IA
Os agentes de IA são sistemas
autônomos de gerenciamento de
informações que foram projetados para
realizar tarefas específicas de forma
inteligente e adaptativa, e podem ser
integrados a diversas plataformas, como
aplicativos. Essa ferramenta funciona
recebendo dados do ambiente,
processando essas informações com
base em algoritmos de aprendizagem de
máquina criados a partir da inteligência
artificial, e respondendo de maneira
autônoma.
Um agente de IA em forma de aplicativo
pode aprender com a interação do
usuário, por exemplo, aprimorando suas
respostas e decisões ao longo do tempo,
utilizando técnicas como aprendizagem
generativa e redes neurais. Isso permitirá
uma experiência personalizada e
eficiente, adaptada ao contexto e às
necessidades de cada usuário.
Agrupamento de inteligências artificiais
A junção de várias ferramentas de
inteligência artificial permite realizar
tarefas de forma mais eficiente e
personalizada através de agentes de IA,
que podem integrar diferentes
tecnologias, como processamento de
linguagem natural (NLP), reconhecimento
de voz e imagem, análise de dados e
aprendizado por reforço.
Um agente de IA pode usar NLP para
processar comandos de voz ou texto. Já
as redes neurais permitem gerar
respostas inteligentes, e algoritmos de
recomendação são usados para sugerir
ações com base no comportamento do
usuário. Ao combinar essas múltiplas
ferramentas, os agentes de IA
conseguem interagir com o ambiente,
acessar diversas fontes de dados e
evoluir de maneira autônoma ao mesmo
tempo, oferecendo soluções cada vez
mais personalizadas.
Os agentes de IA representam uma
evolução significativa em inovações
relacionadas à inteligência artificial, ao
combinar inúmeras ferramentas
avançadas para oferecer soluções
inteligentes. Com a capacidade de
integrar tecnologias como
processamento de linguagem natural,
redes neurais e aprendizado de máquina,
esses ampliam as possibilidades de
interação, tornando a experiência do
usuário mais intuitiva e eficiente. À
medida que essas inovações continuam
a se desenvolver, espera-se que os
agentes de IA se transformem em um
novo capítulo na internet, em sua fase de
consolidação do espaço Web3.
Autor: Adilson Batista é especialista em
inteligência artificial. Foi vice-presidente da
Wunderman e diretor de estratégia digital da
Young & Rubicam, atualmente VML. Foi fundador e
CEO da agência digital Today e hoje ele está à
frente de sua consultoria, a Adbat.
Fonte: Portal de Fusões e Aquisições.
15
TENDÊNCIAS EM FINANÇAS PARA 2025:
O QUE ESPERAR?
À medida que avançamos para 2025, o
setor financeiro enfrenta mudanças
significativas, impulsionadas pela
tecnologia, sustentabilidade e novos
comportamentos de consumo. As
tendências que moldarão o futuro do
mercado financeiro não apenas
desafiarão modelos tradicionais, mas
também abrirão oportunidades para
empresas e profissionais que estiverem
preparados para inovar. Neste artigo,
vamos explorar as principais
tendências em finanças que merecem
sua atenção. Prepare-se para um
cenário dinâmico e em constante
evolução.
Inteligência artificial e automação:
um novo padrão operacional
A Inteligência Artificial (IA) já deixou de
ser um conceito futurista e se tornou
uma realidade em processos
financeiros. Em 2025, a expectativa é
que soluções automatizadas dominem
áreas como gestão de riscos, análise
de crédito e auditoria. Empresas que
utilizam IA têm uma capacidade muito
maior de processar dados em tempo
real, tomar decisões estratégicas e
otimizar operações, eliminando erros
humanos. Além disso, as ferramentas
de automação reduzirão o tempo
gasto em tarefas rotineiras, liberando
profissionais para se concentrarem em
análises complexas e estratégias de
crescimento. O setor bancário, por
exemplo, deve continuar a investir
pesado em assistentes virtuais,
personalizando ainda mais a
experiência do cliente e promovendo
uma comunicação mais ágil e
eficiente.
A era do ESG: sustentabilidade
financeira como prioridade
O conceito de ESG (Environmental,
Social and Governance) está cada vez
mais consolidado e, em 2025, estará no
centro das decisões financeiras.
Investidores não estão mais
interessados apenas no retorno
financeiro, eles buscam empresas que
estejam comprometidas com práticas
responsáveis e éticas. A pressão por
ações sustentáveis, transparência e
inclusão social aumentará
substancialmente, exigindo que
gestores adaptem suas estratégias e
que empresas se alinhem a estas
expectativas. A inclusão de métricas
ESG nas decisões de investimento
criará um padrão para as instituições
financeiras, que terão de avaliar riscos
ambientais e sociais com a mesma
seriedade que avaliam os riscos
econômicos. O desafio será equilibrar
lucratividade e responsabilidade,
transformando a sustentabilidade em
uma vantagem competitiva.
16
Educação financeira digital: a nova
prioridade para consumidores e
empresas
O crescimento das fintechs e DeFi:
finanças descentralizadas
Em 2025, as fintechs continuarão a
disruptar o sistema financeiro
tradicional, oferecendo soluções mais
acessíveis, ágeis e personalizadas para
consumidores e empresas.
Plataformas de pagamento digital,
crédito peer-to-peer e bancos 100%
digitais estão se expandindo em um
ritmo sem precedentes. Para os
grandes bancos, a parceria com
fintechs será fundamental para evitar
a obsolescência, enquanto os
consumidores exigirão mais liberdade
e controle sobre suas finanças. Além
disso, o conceito de DeFi (Finanças
Descentralizadas) continuará a ganhar
força, oferecendo serviços financeiros
através de blockchain, sem
intermediários tradicionais. A
descentralização permite maior
acessibilidade, transparência e
segurança nas transações, criando um
novo paradigma para empréstimos,
seguros e investimentos.
Em um mundo cada vez mais digital, a
educação financeira se tornará uma
das grandes tendências para 2025.
Com o aumento da complexidade dos
produtos financeiros e a acessibilidade
a investimentos, tanto consumidores
quanto profissionais precisarão de
ferramentas mais sofisticadas para
tomar decisões inteligentes.
Plataformas de aprendizado online e
aplicativos de finanças pessoais já
estão tornando o processo mais
acessível e prático. No entanto, a
expectativa é que essas soluções se
tornem ainda mais personalizadas,
utilizando IA para fornecer orientações
financeiras sob medida e aumentar a
independência dos usuários. Para as
empresas, investir em treinamento
contínuo para seus colaboradores será
uma questão de sobrevivência em um
mercado onde o conhecimento
financeiro é um diferencial competitivo.
Tokenização de ativos e a
popularização das criptomoedas
A tokenização de ativos — processo
que transforma ativos reais em tokens
digitais negociáveis via blockchain —
se tornará uma prática comum.
Propriedades, obras de arte e até
ações poderão ser tokenizadas,
permitindo que investidores comprem
frações desses ativos, tornando o
mercado mais acessível. Além disso, as
criptomoedas estarão mais integradas
ao sistema financeiro tradicional.
Governos e bancos centrais estão
explorando as CBDCs (moedas digitais
emitidas por bancos centrais), o que
pode trazer mais estabilidade ao setor
de criptoativos e atrair novos
investidores, mudando a percepção de
risco associada a essas moedas.
17
Cibersegurança: prioridade máxima
em um ambiente digitalizado
Com a crescente digitalização das
operações financeiras, a
cibersegurança será um dos principais
focos em 2025. O aumento das
transações digitais e o uso de
criptomoedas vêm acompanhado de
novos desafios, e o risco de ataques
cibernéticos está em seu nível mais
alto. Instituições financeiras precisarão
reforçar suas defesas para garantir a
confiança dos clientes e proteger
dados sensíveis. Inovações como
criptografia avançada, blockchain e
autenticação multifatorial já estão
sendo implementadas, mas a
velocidade com que as ameaças
evoluem exige uma postura proativa. A
capacidade de prevenir, detectar e
mitigar ataques cibernéticos será um
fator determinante para a
sobrevivência das instituições
financeiras no cenário digital de 2025.
Conclusão: preparando-se para 2025
O cenário financeiro de 2025 será moldado por forças tecnológicas, mudanças
culturais e novas exigências regulatórias. Para quem deseja prosperar nesse
ambiente, será crucial abraçar a inovação, investir em educação financeira contínua
e adotar práticas que integram tecnologia e sustentabilidade.
O sucesso virá para aqueles que anteciparem essas tendências e agirem agora para
se adaptar. Se você é um profissional de finanças ou empreendedor, prepare-se para
uma revolução que promete não apenas transformar o mercado, mas também criar
formas de gerar valor e impacto no mundo.
Fonte: Marcos Goulart (Expresso App)
18
ANUNCIADAS A INDICAÇÃO DE TRÊS
NOVOS DIRETORES DO BANCO CENTRAL
Nomes foram definidos para as diretorias de Política Monetária, Relacionamento
Institucional, Cidadania e Supervisão de Conduta e Regulação.
Para a DIRETORIA DE POLÍTICA MONETÁRIA, a mais
importante do órgão e que executa a definição da Taxa
Selic (juros básicos da economia), o escolhido é Nilton
David, que atualmente trabalha no Bradesco. Ele
substituirá Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência
do BC em janeiro. Chefe de Operações de Tesouraria do
Bradesco, Nilton David, tem grande experiência no
mercado financeiro, tendo trabalhado em diversas
instituições no Brasil e no exterior. O diretor indicado é
graduado em Engenharia de Produção pela Escola de
Engenharia Politécnica da Universidade de São Paulo
(USP).
Para a DIRETORIA DE RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL,
CIDADANIA E SUPERVISÃO DE CONDUTA, será indicada a
atual secretária de Integridade Pública da
Controladoria-Geral da União (CGU), Izabela Correa. Ela
substituirá a diretora Carolina de Assis Barros, cujo
mandato acaba no fim do ano. Servidora do Banco
Central desde 2006, Izabela foi pesquisadora de pósdoutorado
na Escola de Governo da Universidade de
Oxford e tem doutorado em Governo pela London
School of Economics and Political Science, concluído em
2017. Graduada em Administração Pública pela Escola
de Governo da Fundação João Pinheiro, é mestre em
Ciência Política pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG).
Na DIRETORIA DE REGULAÇÃO, o escolhido será Gilneu
Vivan. Ele substituirá o diretor Otávio Damaso, cujo
mandato também se encerra no fim de 2024. Servidor
de carreira do Banco Central desde 1994, Vivan
atualmente é chefe do Departamento de Regulação do
Sistema Financeiro (Denor) da instituição financeira. Até
o início de 2024, atuou como chefe do Departamento de
Monitoramento do Sistema Financeiro Nacional.
Também representou o Brasil em grupos internacionais,
como o Grupo Analítico de Vulnerabilidades, do
Conselho de Estabilidade Financeira, órgão do G20
(grupo das 19 maiores economias do planeta, mais
União Europeia e União Africana) responsável por
avaliar as ameaças ao sistema financeiro mundial.
19
BC PUBLICA 2ª EDIÇÃO DA PESQUISA
SOBRE O USO DE MEIOS DE PAGAMENTOS
O Banco Central do Brasil (BC) publicou os resultados da 2ª edição da pesquisa
“O brasileiro e os hábitos de uso de meios de pagamento”. Os dados foram
coletados entre outubro e novembro de 2023, por meio de pesquisas
quantitativas com 1.500 indivíduos e 600 estabelecimentos comerciais. Além
disso, foram coletados 1.228 diários de pagamento, em que os entrevistados
foram convidados a registrar todos os pagamentos e transferências realizados
no período de uma semana. O resultado foi o registro de 11.023 transações, com
detalhes sobre o meio de pagamento utilizado, a razão para a sua escolha, o
valor da transação e o tipo de bem ou serviço comprado. A novidade da
pesquisa em relação à 1ª edição, realizada em 2019, foi o foco no uso do Pix.
20
O uso do dinheiro para realização
de pagamentos pela população
brasileira diminuiu 36 pontos
percentuais entre a primeira e
segunda pesquisa. Em 2019, 76,6%
dos pagamentos registrados nos
diários, independentemente do
valor, haviam sido realizados com
dinheiro. Em 2023, esse percentual
diminuiu para 40,5%. O Pix foi
utilizado em 24,9% dos pagamentos,
tornando-se o meio de pagamento
mais utilizado pela população, após
o dinheiro.
Quando questionadas sobre os
meios de pagamento preferidos,
64,9% das pessoas citaram o Pix,
superando os 55,7% que
mencionaram o dinheiro entre os
dois meios de maior preferência. Do
ponto de vista dos
estabelecimentos comerciais, o Pix
também foi o meio de pagamento
mais lembrado, com 69,5% de
menções. Já o dinheiro foi citado
por 64,4% dos estabelecimentos
comerciais.
Em 2023, 64,1% das pessoas
reportaram receber sua principal
fonte de renda em conta, um
aumento significativo em relação
aos 40,2% de 2019. Isso impulsiona o
uso de pagamentos eletrônicos,
aumentando a eficiência dos
pagamentos de varejo.
A pesquisa evidencia a contribuição
do Pix para a digitalização dos
pagamentos no Brasil, promovendo
maior eficiência e inclusão
financeira. No entanto, 17,3% dos
entrevistados não usaram o Pix nos
últimos 12 meses. O principal motivo
para isso (37,3% dessas pessoas) é
a falta de conhecimento sobre o
uso do meio de pagamento. Até
mesmo entre as pessoas que usam
o Pix, existem certas situações em
que outro meio de pagamento é
escolhido: 33,5% dos entrevistados
escolheram pagar com outro meio
porque o meio escolhido é mais
rápido e 24,2% escolheram pagar
com outro meio por dificuldade de
acesso à internet. Para superar
essas barreiras, novas
funcionalidades, como o Pix por
Aproximação, estão sendo
implementadas para facilitar e
acelerar os pagamentos no
comércio físico.
O Banco Central continua a
desenvolver produtos e
funcionalidades para ampliar o uso
do Pix e oferecer mais opções de
pagamento à população.
21
LiveBC DETALHOU COMO
FUNCIONA O OPEN FINANCE E
COMO UTILIZAR O ECOSSISTEMA
O cliente bancário é o dono dos seus próprios
dados, não o banco. Com essa premissa, o Open
Finance, o sistema financeiro aberto do Brasil,
facilita o compartilhamento dessas informações,
que se tornam uma ferramenta poderosa para
oferecer produtos e serviços financeiros de melhor
qualidade e com condições mais vantajosas.
Durante a LiveBC de outubro, Otávio Damaso,
Diretor de Regulação (Dinor) do BC, discutiu o
impacto desse ecossistema no Sistema Financeiro
Nacional (SFN) e na forma como os brasileiros se
relacionam com as instituições financeiras.
Lançado em 2021 pelo BC, o Open Finance tem
evoluído de maneira sólida no Brasil, e é bem
provável que haja uma aceleração nas soluções
baseadas nessa infraestrutura de
compartilhamento de informações financeiras,
conforme destacou o diretor durante o programa.
De acordo com Damaso, a expectativa é que, com
o avanço do Open Finance, sejam desenvolvidos
inúmeros produtos, nos próximos anos, voltados
ao consumidor final. "Serão produtos que trarão
mais conveniência, baratearão o crédito,
aumentarão o volume de crédito disponível ao
consumidor e permitirão que ele tenha uma visão
mais clara do seu relacionamento bancário",
destacou o diretor Otávio.
Damaso também lembrou que o Open Finance
faz parte da agenda prioritária do BC e é um
projeto altamente complexo, que levou alguns
anos para ser colocado em prática. No entanto,
esse período de implementação foi necessário
para garantir o bom funcionamento da iniciativa,
algo que não é exclusivo ao Brasil: “Ao redor do
mundo, vemos que se trata de um projeto de
longo prazo”. Ele destacou que, em 2023 e 2024,
todo o ecossistema se consolidou, permitindo, a
partir de então, que a iniciativa traga inúmeros
benefícios aos usuários do SFN.
22
Atualmente, existem 54 milhões de
consentimentos ativos no sistema do
Open Finance, envolvendo 35 milhões de
clientes. Em muitos casos, os
consentimentos foram dados a mais de
uma instituição financeira, explicou o
diretor.
O que é e como funciona
Damaso explicou que o Open Finance
parte do princípio de que as informações
que o cliente possui em uma instituição
financeira pertencem a ele, e ele pode
compartilhar esses dados com outras
instituições, financeiras ou de
pagamento, que façam parte do
ecossistema.
O diretor detalhou que essa iniciativa se
baseia em uma infraestrutura onde as
instituições financeiras criam APIs
(interfaces de programação de
aplicativos) – os canais de comunicação
entre elas – para que os dados fluam de
uma instituição para outra, desde que o
cliente tenha consentido. Com a
autorização dele, a outra instituição
poderá acessar suas informações,
conhecê-lo melhor e oferecer produtos e
serviços mais adequados a ele.
Produtos criados a partir do
Open Finance
Durante a live, o diretor destacou alguns
produtos que já foram desenvolvidos
com base no Open Finance:
Iniciação de transações de
pagamento;
Operações de crédito com avaliação
de risco aprimorada, oferecendo
limites de crédito maiores e mais
adequados, taxas de juros menores,
novos clientes atendidos, e
portabilidade mais eficiente e ágil;
Processo de abertura de conta
simplificado, com redução do tempo de
análise;
Agregadores de contas, com benefícios
como notificações de uso do cheque
especial;
Recomendações de investimentos mais
rentáveis e auxílio para evitar que o
cliente mantenha dinheiro parado em
conta.
Futuro do ecossistema
Damaso destacou que a expectativa é que
o Open Finance continue a se desenvolver
de forma orgânica, sob monitoramento
constante do BC. Ele mencionou que a
estrutura focará cada vez mais no
compartilhamento de serviços, como a
portabilidade de crédito, salário e
investimento, além do encaminhamento de
proposta de operação de crédito, que
permitiria a criação de marketplaces de
crédito. Segundo ele, isso proporcionará
“maior fluidez, simplicidade e mobilidade
dos serviços e produtos, colocando o
cliente no controle”.
Ele também comentou que o
monitoramento do ecossistema será
essencial para melhorar a performance
das instituições participantes, tanto pela
estrutura do próprio Open Finance quanto
pela atuação do BC.
Outro ponto relevante é a crescente
integração do Open Finance com outras
soluções da autoridade monetária. Assim
como o Pix, o Open Finance será integrado
ao Drex (um projeto de moeda digital de
banco central) e a outras tecnologias
emergentes, como inteligência artificial (IA)
e tokenização.
Fonte: BCB
Gerenciamento financeiro mais
avançado;
23
BANCO CENTRAL LANÇA
CONSULTA PÚBLICA (CP 108)
SOBRE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
DE BANKING AS A SERVICE (BAAS)
No dia 31 de outubro, o Banco Central (BC)
anunciou a abertura da Consulta Pública nº
108 (CP 108), que busca estabelecer o
marco regulatório dos serviços de Banking
as a Service (BaaS).
A CP 108 contém proposta de resolução
conjunta do Conselho Monetário Nacional
(CMN) e do BC com o objetivo de disciplinar
a prestação de serviços do modelo BaaS. O
modelo BaaS representa uma associação
contratual entre uma entidade regulada
(“Prestadora de Serviços de BaaS”) e uma
não regulada (“Entidade Tomadora de
Serviços BaaS”) com o objetivo de oferecer
produtos e serviços financeiros e de
pagamentos aos clientes da última. Esse
modelo de negócio se disseminou no
mercado financeiro e de pagamentos nos
últimos anos e representa um meio
importante para inovação de produtos e
serviços e, principalmente, bancarização da
população brasileira.
A proposta, nos termos apresentados pelo
BC, busca mitigar potenciais riscos
relacionados à transparência, às normas
de conduta, à prevenção à lavagem de
dinheiro e ao financiamento do terrorismo,
a controles internos e à responsabilização
pela prestação dos serviços contratados
que podem causar danos aos
consumidores e afetar o funcionamento do
Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
Entre as regras propostas pela CP 108,
destacamos as seguintes:
24
Escopo de serviços a serem prestados:
poderão ser objeto de prestação de
serviços de BaaS (a) a abertura,
manutenção e o encerramento de
contas de depósitos ou de pagamento;
(b) os serviços de pagamento
relacionados com moeda eletrônica,
instrumento de pagamento pós-pago e
credenciamento de instrumentos de
pagamento em arranjos de pagamento;
(c) a oferta e contratação de operações
de crédito e (d) outros serviços que
venham a ser disciplinados pelo BC.
O BC propõe, ainda, que uma entidade
tomadora de serviços somente possa
manter relacionamento contratual com
um único prestador de serviços BaaS.
Requisitos mínimos do contrato:
Previsões mínimas que devem constar
no contrato celebrado entre a entidade
tomadora e a entidade prestadora de
serviços de BaaS incluindo (a) a
descrição sobre a forma de
remuneração entre a entidade tomadora
e a instituição prestadora de serviços de
BaaS; (b) a adoção de medidas de
segurança para a recepção e o
armazenamento, pela entidade
tomadora de serviços de BaaS, dos
dados ou informações sobre serviços
ofertados aos clientes, bem como dos
dados fornecidos pelos clientes; (c) a
possibilidade de adoção de medidas
pela instituição prestadora de serviços
de BaaS em decorrência de
determinação do BC; (d) a declaração
de que a entidade tomadora de serviços
de BaaS tem pleno conhecimento de
realização, por sua própria conta, das
operações consideradas privativas de
instituições financeiras; (e) os
procedimentos para o tratamento de
demandas encaminhadas pelo cliente e
(f) a vedação à entidade tomadora de
serviços de BaaS de realizar
recebimentos e depósitos em conta
própria de valores relacionados a
serviços prestados pela instituição
prestadora de serviços de BaaS aos
clientes.
Transparência:
A CP 108 também propõe uma série de
obrigações aos prestadores de serviços BaaS
para que façam com que os tomadores dos
serviços informem adequadamente aos
clientes sobre a natureza do serviço e a
qualidade do prestador como instituição
autorizada pelo BC.
Relacionamento com clientes:
A instituição prestadora de serviços de BaaS
deverá prestar os serviços regulados
diretamente aos clientes, devendo, inclusive,
implementar procedimentos e controles
relacionados à (a) identificação e à
qualificação dos clientes, bem como à
análise do seu perfil de risco; (b) prevenção
de fraudes e (c) prevenção à lavagem de
dinheiro e ao financiamento do terrorismo.
Registros Regulatórios:
As instituições autorizadas a funcionar pelo
BC, na condição de prestadoras de serviços
de BaaS e de entidades tomadoras de
serviços de BaaS, devem designar um diretor
responsável pela observância do disposto
nesta resolução. Além disso, os dados das
entidades tomadoras dos serviços BaaS
deverão ser registrados no Cadastro de
Clientes do Sistema Financeiro (CCS).
Monitoramento:
As prestadoras de serviços de BaaS devem
instituir mecanismos de acompanhamento e
controle com vistas a assegurar a efetividade
do cumprimento do disposto na regra,
incluindo: (a) a definição de processos, testes
e trilhas de auditoria; (b) a definição de
métricas e indicadores adequados; e (c) a
identificação e a correção de eventuais
deficiências, as quais deverão ser
submetidas a testes periódicos, de
frequência mínima anual. Além disso, as
instituições prestadoras de serviços de BaaS
também devem instituir mecanismos de
controle de qualidade da atuação da
entidade tomadora dos serviços de BaaS.
25
Tarifas:
A entidade tomadora de serviços de BaaS
não poderá cobrar, em nome da instituição
regulada, tarifa, comissão ou qualquer
outra forma de remuneração pelo
fornecimento de produtos ou serviços
ofertados pela instituição prestadora de
serviços de BaaS (que segue sujeita às
regras de tarifas previstas pelo CMN).
O BC informou, ainda, que se encontra em
avaliação os seguintes temas em relação
aos serviços de BaaS, que podem ser
abordados por manifestações pelos
participantes:
Exigências de capital prudencial:
requerimentos adicionais de patrimônio
líquido e de capital mínimos e
requerimentos prudenciais para as
instituições autorizadas pelo BC que
venham a prestar os serviços de BaaS.
Atividade de subcredenciamento: BC
avalia a potencial limitação às
atividades de subcredenciamento no
mercado, ao potencialmente
estabelecer que tais entidades somente
poderiam operar como tomadoras de
serviços BaaS de credenciamento. Em
outras palavras, tais entidades
deixariam de acessar os recursos
transacionais.
e obrigatoriedade de manutenção de conta
da prestadora de eFX na mesma instituição
com que a entidade contrata o câmbio.
Serviço de pagamento ou transferência
internacional (eFX):
inclusão do serviço de eFX no rol do artigo 5º
e especificidades sobre tal serviço,
notadamente em relação ao montante das
transferências, tipo de instituição prestadora
de serviços de BaaS, tipo e porte da
entidade tomadora de serviços de BaaS e
obrigatoriedade de manutenção de conta
da prestadora de eFX na mesma instituição
com que a entidade contrata o câmbio.
A proposta do ato normativo está disponível
no Portal Participa + Brasil na internet
(www.gov.br/participamaisbrasil) e ficará
disponível até dia 31 de janeiro de 2025.
Contribuições à minuta de norma deverão
ser encaminhadas ao BC por meio de
sistema eletrônico, não havendo
obrigatoriedade de preenchimento de
formulário próprio para tanto.
O edital da CP 108 não especifica um prazo
de adaptação das estruturas já existentes.
Fonte: BCB
Iniciação de transação de pagamento:
inclusão do serviço de iniciação de
transação de pagamento no rol do artigo
5º e especificidade a serem consideradas e
previstas, incluindo restrições para
prestação do serviço, limitação do volume
de transações, portes da instituição
prestadora e da entidade tomadora de
serviços de BaaS.
Serviço de pagamento ou transferência
internacional (eFX):
inclusão do serviço de eFX no rol do artigo
5º e especificidades sobre tal serviço,
notadamente em relação ao montante das
transferências, tipo de instituição
prestadora de serviços de BaaS, tipo e porte
da entidade tomadora de serviços de BaaS
26
BC DIZ QUE NÃO HÁ
RISCO PARA ESTABILIDADE
FINANCEIRA DO BRASIL
O Banco Central (BC) informou que não
há risco para a estabilidade financeira
do Brasil. A autarquia monetária
divulgou o Relatório de Estabilidade
Financeira do primeiro semestre de 2024
no dia 21/11.
De acordo com o relatório, o Sistema
Financeiro Nacional (SFN) permanece
com capitalização e liquidez
confortáveis e provisões adequadas ao
nível de perdas esperadas. Os testes de
estresse de capital e de liquidez
também demonstram a robustez do
sistema bancário.
Além disso, o relatório indicou que o
financiamento à economia real voltou a
acelerar em linha com o crescimento da
atividade econômica acima do
esperado. A aceleração do crédito às
famílias foi mais acentuada nas
carteiras de financiamento de veículos e
de crédito não consignado.
Segundo o Banco Central, a retomada
de crédito bancário às pessoas jurídicas
foi puxada pelas grandes empresas, de
forma moderada em comparação ao
financiamento via mercado de capitais.
O Banco Central também informou que
as instituições financeiras elevaram
levemente o apetite a risco. As famílias
registraram uma reaceleração em
quase todas as modalidades de crédito
e flexibilização nos critérios de
contratação.
Já para as empresas, o ritmo de
crescimento do crédito aumentou.
Segundo o BC, os riscos relacionados à
situação financeira de famílias e
empresas continuam demandando a
preservação da qualidade das
concessões. “A perspectiva é a
rentabilidade continuar em melhora
gradual, suportada por despesas com
provisões relativamente estáveis,
despesas operacionais sob controle e
crescimento das receitas,
principalmente de serviço”, disse o BC
em nota.
Fonte: BCB
15 27
BC APRESENTA PARA CONSULTAS
PÚBLICAS (CP 109 e 110/2024)
PROPOSTA DE REGULAMENTAÇÃO
DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE
ATIVOS VIRTUAIS E DO RESPECTIVO
PROCESSO DE AUTORIZAÇÃO
28
O Banco Central colocou em consulta
pública duas propostas de regulação
para o mercado de ativos virtuais.
As propostas de regulamentação
apresentadas para manifestações do
público em geral têm como propósitos
principais assegurar um ambiente
juridicamente seguro, garantir a solidez,
a eficiência e o regular funcionamento
das sociedades prestadoras de
serviços de ativos virtuais e demais
instituições integrantes do mercado de
ativos virtuais, além de dispor sobre
aspectos relacionados aos riscos e às
vulnerabilidades identificadas nesse
mercado.
A Consulta Pública 109/2024 apresenta
proposta de regulamentação dos
serviços de ativos virtuais previstas no
art. 5º da Lei 14.478, de 2022; a
constituição e o funcionamento das
sociedades destinadas a prestação de
serviços de ativos virtuais, e quais
instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central poderão prestar
esses serviços. Além disso, define as
tarifas passíveis de serem cobradas na
prestação de serviços nesse mercado.
De forma objetiva, a proposta prevê a
criação das sociedades prestadoras de
serviços de ativos virtuais, e as classifica
em três modalidades:
As intermediárias de ativos virtuais,
responsáveis por intermediar a
negociação e a distribuição de
ativos virtuais;
As custodiantes de ativos virtuais,
responsáveis por realizar a custódia
de ativos virtuais;
As corretoras de ativos virtuais, que
realizam as atividades previstas
para as intermediárias e as
custodiantes de ativos virtuais,
simultaneamente.
Nas minutas são definidos aspectos
relativos à governança dessas
sociedades, aos limites mínimos de
capital integralizado e de patrimônio
líquido, além de obrigações gerais e
específicas, conforme as modalidades
que atuem.
A Consulta Pública 110/2024
regulamenta os processos de
autorizações das sociedades
prestadoras de serviços de ativos
virtuais. Atendendo determinação
legal, é definido tratamento distinto
para as entidades que operam no
mercado de ativos virtuais até a
entrada em vigor dos atos normativos.
Além disso, por similaridade de
atividade, o processo é consolidado
com a regulamentação da
autorização das sociedades que
atuam nos mercados de câmbio e de
títulos e valores mobiliários.
As documentações que serão exigidas,
os prazos para análise e demais
aspectos relativos aos processos de
decisão a cargo deste Banco Central,
abordados em disciplinas específicas,
serão divulgados oportunamente.
Além disso, o Banco Central divulgará,
até o final deste ano de 2024, uma
proposta de regulamentação
específica que definirá como as
sociedades prestadoras de serviços de
ativos virtuais poderão operar no
mercado de câmbio brasileiro,
promovendo maior transparência e
segurança nas operações que
envolvam o mercado de ativos virtuais.
As propostas em consulta pública
estão disponíveis no portal Participa
Mais Brasil e as contribuições podem
ser feitas até 7 de fevereiro de 2025.
29
BC COLOCA EM CONSULTA PÚBLICA
(CP 111/2024) PROPOSTA DE REGULAÇÃO
PARA ATIVIDADES E OPERAÇÕES DAS
PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE ATIVOS
VIRTUAIS NO MERCADO DE CÂMBIO E EM
CAPITAIS INTERNACIONAIS
30
O Banco Central (BC) divulgou edital de
consulta pública com proposta de
regulação para incluir atividades e
operações das prestadoras de serviços
de ativos virtuais (PSAVs) no mercado de
câmbio, além de dispor sobre as
situações que devem estar sujeitas à
regulamentação de capitais
internacionais.
O objetivo da proposta é levar segurança
jurídica para a prestação desses serviços
para os cidadãos e empresas, assim
como aumentar a competitividade e a
eficiência do mercado de câmbio e das
operações de capitais internacionais,
mediante aplicação de regulação
proporcional ao risco das atividades. A
regulamentação do assunto decorre de
competência estabelecida pelo inciso V
do art. 7º da Lei 14.478, de 2022.
O texto normativo apresentado no edital
de consulta pública define que as
atividades das PSAVs incluídas no
mercado de câmbio são:
Pagamentos e transferências
internacionais mediante transmissão
de ativos virtuais;
Além disso, fica entendido que as
operações envolvendo investimentos em
capitais internacionais realizadas por
meio de ativos virtuais estarão sujeitas às
mesmas normas aplicadas a
investimentos conduzidos por outros
meios. Também é estabelecido na
regulamentação de capitais
internacionais que todas as operações
de crédito externo, investimento
estrangeiro direto e de capitais
brasileiros no exterior que envolvam a
transmissão de ativos virtuais devem se
submeter à referida regulamentação.
Poderão prestar os serviços de ativos
virtuais no mercado de câmbio as
instituições autorizadas a operar no
mercado de câmbio que também
tenham autorização para prestação
desses serviços, de acordo com a futura
regulamentação.
A proposta em consulta pública está
disponível no endereço Governo Federal
- Participa + Brasil - Consultas Públicas e
as contribuições podem ser feitas até 28
de fevereiro de 2025.
Fonte: BCB
Troca ou custódia de ativos virtuais
denominados em reais por cliente
não residente;
Operações com ativos virtuais
denominados em moeda estrangeira.
Também são definidas as regras para
uso de ativos virtuais denominados em
reais por não residentes e é estabelecido
que a transferência de ativos virtuais
denominados em moeda estrangeira
entre residentes poderá ocorrer apenas
nos casos em que a legislação já
autoriza estipulação de pagamento em
moeda estrangeira.
31
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS SERÃO
OBRIGADAS A ELABORAR E DIVULGAR
O RELATÓRIO DE INFORMAÇÕES
FINANCEIRAS RELACIONADAS À
SUSTENTABILIDADE A PARTIR DE 2025
32
O Conselho Monetário Nacional (CMN)
aprovou, no dia 21/11, a Resolução CMN nº
5.185, que requer que as instituições
financeiras de maior porte elaborem e
divulguem, juntamente com suas
demonstrações financeiras, o relatório de
informações financeiras relacionadas à
sustentabilidade, em conformidade com
os pronunciamentos IFRS S1 – General
Requirements for Disclosure of
Sustainability-related
Financial
Information e IFRS S2 – Climate-related
Disclosures, emitidos pelo International
Sustainability Standards Board (ISSB) e
aprovados pelo Comitê Brasileiro de
Pronunciamentos de Sustentabilidade
(CBPS).
A elaboração e divulgação do relatório é
obrigatória para todas as instituições que
atualmente divulgam demonstrações
financeiras anuais consolidadas
adotando o padrão contábil
internacional de acordo com os
pronunciamentos emitidos pelo
International Accounting Standards
Board (IASB), que são as instituições
constituídas como companhia de capital
aberto ou que sejam líderes de
conglomerado prudencial enquadrado
nos segmentos S1, S2 ou S3.
Além disso, as instituições que
publicarem, de forma voluntária, suas
demonstrações financeiras consolidadas
de acordo com o padrão internacional
deverão divulgar também o relatório de
sustentabilidade. A medida determina
ainda que o relatório deve ser objeto de
asseguração razoável por auditor
independente. A fim de evitar assimetria
de informações entre as instituições
financeiras e as entidades reguladas
pela Comissão de Valores Mobiliários, as
disposições da norma estão alinhadas
com os requerimentos da Resolução
CVM nº 193, de 2023.
Ao fornecer aos investidores informações
financeiras comparáveis e confiáveis
sobre os riscos e oportunidade
relacionados à sustentabilidade, a
medida permite que essas informações
sejam consideradas na tomada de
decisões relacionadas ao fornecimento
de recursos à entidade, incentivando
assim um desenvolvimento econômico
mais sustentável e equilibrado.
Visando a dar tempo necessário para
adaptação aos novos requerimentos, a
obrigatoriedade de divulgação do
relatório se dará a partir do exercício
social de 2026, para as instituições
registradas como companhia aberta ou
que componham os segmentos S1 ou S2.
Para as instituições do segmento S3 e
instituições que publicam
voluntariamente demonstrações
financeiras consolidadas adotando o
padrão IFRS essa obrigatoriedade se
dará a partir do exercício social de 2028,
mas é permitida a adoção voluntária
antecipada.
A Resolução CMN prevê, ainda, que as
instituições que optarem por divulgar o
relatório de sustentabilidade de forma
voluntária também deverão adotar
integralmente o padrão internacional
ISSB.
A Resolução entra em vigor em 1º de
janeiro de 2025, de modo a possibilitar
que as instituições que o assim desejem
possam elaborar e divulgar, de forma
antecipada, o relatório de informações
financeiras relacionadas à
sustentabilidade de acordo com os
padrões internacionais.
Fonte: BCB
33
BANCO CENTRAL EXIGIRÁ MAIS
INFORMAÇÕES PARA QUE INSTITUIÇÕES
POSSAM PARTICIPAR DO PIX
Medidas visam tornar mais efetiva a atividade de supervisão
exercida pelo BC para garantir que o serviço continue sendo
prestado de forma segura, inclusiva e transparente para a
população, informou a instituição.
34
O Banco Central informou no dia 11/11 que,
a partir de 1 de janeiro de 2025, apenas
instituições autorizadas poderão solicitar
adesão ao PIX, o sistema de pagamentos
em tempo real, que funciona
ininterruptamente. "Os atuais
participantes que não sejam autorizados
poderão continuar participando, desde
que protocolem pedido de autorização
dentro dos prazos estabelecidos na
regulação", informou o BC.
De acordo como BC, atualmente há 67
instituições não autorizadas que são
participantes do PIX e outras 19 que estão
em processo de adesão.
Para que sejam autorizados a participar
do PIX, o Banco Central esclareceu que as
instituições de pagamento passam a
estar sujeitas, integralmente, à regulação
aplicável.
Enquanto a autorização não é concedida,
os participantes do PIX com processo de
autorização em curso, bem como
aqueles que ainda não tenham
alcançado o período para apresentar o
pedido, passam a se sujeitar a partir de 1
de julho de 2025:
À regulação contábil e de auditoria —
consubstanciada no Plano Contábil
das Instituições do Sistema Financeiro
Nacional (Cosif) — inclusive no que se
refere à elaboração;
À remessa de documentos contábeis
para o BC e à divulgação de
demonstrações financeiras;
Ao envio de informações relativas a
clientes ao Cadastro de Clientes do
Sistema Financeiro Nacional (CCS);
Ao envio de informações referentes a
saldos contábeis diários e a
operações de crédito; e
A partir de 1 de janeiro de 2026, estão
sujeitas também ao requerimento de
integralização e manutenção de
capital social e de patrimônio líquido
não inferior a R$ 5 milhões.
"Essas medidas têm como objetivo
compatibilizar os requerimentos
regulatórios ao nível de exigência
operacional requerido para a oferta de
pagamentos instantâneos aos clientes,
além de tornar mais efetiva a atividade
de supervisão exercida pelo BC. Dessa
forma, o BC busca garantir que o serviço
continue sendo prestado de forma
segura, inclusiva e transparente para a
população", informou a instituição.
Oportunidade / Prazos
De acordo com o BC, para dar
oportunidade de ampla participação no
PIX, foi permitido que, até o final deste
ano, as instituições de pagamento que
ainda não fazem parte do PIX e que não
se enquadram no critério geral para
solicitar autorização de funcionamento
(que tem como base o valor de suas
movimentações financeiras) possam
solicitar adesão.
Fonte: G1
Para as instituições impactadas pela
medida, o pedido de autorização
deverá ser feito em três períodos, de
acordo com o momento em que
essas instituições aderiram ao PIX:
Entre novembro deste ano e
março de 2025, para as
instituições de pagamento que
aderiram até dezembro de 2022;
Entre abril de 2025 e dezembro de
2025, para as instituições de
pagamento que aderiram entre
janeiro de 2023 e junho de 2024;
Entre janeiro de 2026 e dezembro
de 2026, para as instituições que
aderiram entre julho de 2024 e o
final deste ano.
35
PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO:
2025 TRARÁ MUDANÇAS EM RELAÇÃO
AO ITCMD. AINDA É TEMPO DE AGIR!
Promulgada em 20/12/23, a EC - Emenda
Constitucional 132 iniciou a reforma
tributária no ordenamento jurídico
brasileiro.
A nova sistemática extinguirá, no prazo
de 10 anos, os conhecidos ICMS e ISS, que
serão substituídos pelo IBS, de
competência compartilhada entre
Estados, municípios e Distrito Federal e
acabará com COFINS, PIS e o IPI, que
darão lugar à CBS, de competência da
União. Ainda, cria-se um tributo seletivo, o
IS, com fins regulatórios.
Em que pesa o foco da reforma tributária
ser a substituição dos, hoje, principais
tributos que incidem sobre o consumo,
com a finalidade de simplificar as
normas e toda operacionalização dos
tributos, as mudanças trazidas também
impactam outros impostos importantes
na vida dos brasileiros.
O ITCMD incide sobre a doação em vida
ou transferência causa mortis de bens e
direitos, ou seja, cobrado quando
realizado um planejamento sucessório.
O planejamento sucessório é a forma
eficaz de se transferir o patrimônio
familiar para os herdeiros de forma
menos onerosa, com a antecipação da
transferência de bens e direitos. Existem
outras formas eficazes e econômicas de
transmitir bens e direitos para os
sucessores, por exemplo, a criação de
uma holding familiar, no entanto, essa
opção requer estrutura mais elaborada e,
a depender do Estado, com a incidência
do ITBI.
36
Nesse ponto, é importante noticiar que a
reforma tributária traz um ponto de
atenção para quem já se antecipou e
atua com a citada empresa familiar. Não
poderá mais haver distribuição
desproporcional dos lucros dentro da
empresa - o que hoje era possível. No
caso de uma sociedade constituída por 4
cotas, ou seja, 25% para o genitor, 25%
para a genitora e 25% para cada um dos
2 filhos, um sócio não poderá receber
50% dos lucros, pois poderá ser
configurada doação, atraindo assim, a
incidência do ITCMD.
Aquele núcleo familiar que optou pela
holding, deve rever os atos societários e
as disposições referentes à distribuição
de lucros, buscando equalizar da forma
que fique mais adequada à realidade
familiar, atentando-se à uma distribuição
de lucros de forma proporcional e
motivada.
Com relação às alterações que virão a
impactar àqueles que buscam a
transferência antecipada de bens e
direitos, a principal modificação trazida
pela reforma tributária é a
progressividade do ITCMD. Os Estados
continuam livres para regulamentar e
estabelecer as alíquotas do imposto,
desde que respeitado o teto máximo
definido pelo Senado Federal, hoje, de 8%.
No entanto, deverá haver um
escalonamento em razão do valor dos
bens e direitos, como já existem em
alguns Estados.
A tendência é que, em Estados que
tributam com alíquota fixa, por exemplo,
São Paulo que exige 4% de ITCMD, o custo
da transferência do patrimônio dobre,
pois poderá a chegar a 8% em razão da
obrigatoriedade da progressividade do
imposto. Estados como o Distrito Federal,
já adotam a progressividade, ou seja,
exigem 4% de ITCMD sobre uma parcela
que não exceda a R$1.000.000,00, para a
faixa entre R$1.000.000,00 e
R$2.000.000,00 a alíquota é de 5% e para
base de cálculo que exceda
R$2.000.000,00, a alíquota é de 6%. No
entanto, as alíquotas podem ser
corrigidas para alcançar o teto de 8% e
com a criação de novas faixas.
Vale destacar, ainda, que existe a
iniciativa legislativa para alteração do
patamar fixado pelo Senado Federal, de
forma que poderá chegar a 16%. Sendo
assim, aqueles grupos familiares que
tiverem disponibilidade financeira e
querem alcançar uma economia
tributária na organização da sucessão
patrimonial familiar, têm até o final do
ano de 2024 para, com segurança,
antecipar o planejamento sucessório,
visto que a partir de 2025, após aprovada
e entrar em vigor a regulamentação da
reforma tributária (está prevista a
votação do relatório final da PLP 108/24
para o início de dezembro), iniciativas
como essas ficarão mais onerosas.
Fonte: Portal Migalhas
37
Mundo Corporativo
COMO ESCOLHER O SÓCIO IDEAL?
A escolha do sócio é uma das decisões
mais estratégicas que uma empresa
pode tomar, não se limitando apenas a
competências técnicas ou financeiras,
mas também à afinidade com os
valores, visão e objetivos da organização.
Um sócio vai muito além de ser apenas
um investidor ou colega de trabalho –
ele é um parceiro que compartilhará
responsabilidades, desafios e conquistas
ao longo da jornada empreendedora. No
entanto, encontrar o sócio ideal não é
uma tarefa simples. Dados apontam que
cerca de 65% das startups falham devido
a conflitos entre os fundadores,
principalmente quando os sócios não
compartilham os mesmos objetivos ou
visões para o negócio. Por isso, alinhar
expectativas desde o início é
fundamental para evitar rupturas futuras.
Um estudo revela que 27% dos
empresários enfrentam dificuldades em
encontrar um parceiro adequado, e
apenas 10% se sentem extremamente
confiantes na identificação e
qualificação de possíveis sócios. Esse
processo pode se tornar ainda mais
complicado quando não há clareza
sobre quais qualidades procurar, como
habilidades complementares e estilos de
trabalho compatíveis. Para escolher o
sócio ideal, é necessário seguir alguns
passos que ajudam a tornar essa
decisão mais assertiva.
38
O primeiro envolve realizar uma avaliação
interna honesta. É importante perguntar:
“O que a empresa realmente precisa para
crescer?”. Esse questionamento pode
apontar para a necessidade de expertise
em uma área técnica, uma visão
inovadora de mercado ou até mesmo
uma maior capacidade de execução.
Avaliar o histórico de parcerias e alianças
anteriores também pode ajudar a
identificar onde houve sucesso e onde
ocorreram falhas.
Outro aspecto essencial é definir a meta
da sociedade. Durante o planejamento
empresarial, é crucial estabelecer um
objetivo claro que esteja intimamente
conectado à visão estratégica da
empresa e à capacidade de execução do
time. O sócio escolhido deve estar
alinhado com essa meta desde o início e
ela pode envolver o aumento do
faturamento, a expansão para novos
mercados, o desenvolvimento de produtos
ou a entrada em um novo setor. É
importante que a meta seja mensurável,
específica e realista para todos os
envolvidos.
Considerar a cultura organizacional
também é indispensável no processo de
escolha de um sócio. Aspectos como estilo
de liderança, visão de longo prazo e
valores compartilhados devem ser levados
em conta. O possível sócio precisa ter não
apenas a vontade de crescer, mas
também de concordar com o caminho
que será percorrido para alcançar esse
crescimento. O alinhamento em questões
culturais e de gestão evitará conflitos e
garantirá uma parceria mais saudável no
futuro.
Entretanto, durante esse processo, um
ponto crucial que muitas empresas
negligenciam é o estabelecimento de
um acordo societário detalhado e bem
elaborado. A falta de clareza nos
contratos e responsabilidades pode
gerar conflitos irreparáveis. Ao abordar
questões como a divisão de lucros, a
tomada de decisões, a entrada de novos
sócios e a saída de membros da
sociedade, esse documento formalizará
a colaboração, criando uma base sólida
para lidar com possíveis
desentendimentos.
Outro cuidado importante é evitar
decisões impulsivas. O momento ideal
para escolher um sócio é quando a
empresa atinge um ponto de inflexão, ou
seja, quando as demandas de
crescimento ou expansão superam as
capacidades internas da organização.
Se o negócio começa a perder
oportunidades por falta de expertise,
conexão ou financiamento, pode ser o
momento de buscar um parceiro
estratégico, mas é fundamental que
essa decisão ocorra em um ambiente
de planejamento e não por impulso ou
desespero.
A escolha de um sócio compatível é um
processo complexo e, mesmo que
simbolize um desafio, é um passo
fundamental para garantir o
crescimento e o sucesso a longo prazo –
se realizado da maneira correta.
39
E-Financeira
EXPECTATIVAS PARA 2025
Implementada pela Receita Federal em
2015, a e-Financeira desempenha um papel
fundamental no processo de fiscalização e
transparência fiscal no Brasil. Por meio
desse sistema, empresas de vários
segmentos do mercado financeiro são
obrigadas a reportar periodicamente as
movimentações financeiras e de previdência
privada de seus clientes.
O objetivo com a submissão ao e-Financeira
é padronizar e unificar as informações
sobre essas operações, a fim de simplificar
o seu controle pela Receita e favorecer o
combate à sonegação de impostos.
Para 2025, a expectativa é que esse
sistema continue em evolução. A inclusão
de novas regras tende a não só expandir a
obrigatoriedade de envio das informações
por novas entidades, como aprimorar
ainda mais o monitoramento, a fiscalização
e a transparência das operações
financeiras.
Continue lendo e descubra mais sobre
como funciona a e-Financeira, quem deve
participar desse sistema e o que esperar
dele para o futuro do cenário financeiro no
Brasil. Confira!
40
O que é e-Financeira?
A e-Financeira consiste em uma
importante responsabilidade fiscal das
empresas que participam do setor
financeiro. Instituída pela Instrução
Normativa RFB n°1571/2015, esse recurso
obriga as instituições a prestar
regularmente informações sobre
operações financeiras de interesse da
Receita Federal. Portanto, trata-se de
um sistema que faz o levantamento de
arquivos digitais de cadastro e
movimentações financeiras e de
previdência privada, a fim de identificar
e prevenir irregularidades financeiras,
bem como fraudes fiscais.
Como funciona a e-Financeira?
Basicamente, a e-Financeira funciona
como uma espécie de declaração
eletrônica que deve ser feita
semestralmente pelas empresas. As
informações são transmitidas via
Sistema Público de Escrituração Digital
(SPED) e, em resumo, incluem:
Dados cadastrais básicos;
Data de abertura e fechamento do
envio de movimentações em
operações financeiras dentro do
semestre;
Cadastro de intermediários;
Movimentações de previdência
privada, entre outras informações.
O template com padrão de envio do
documento ao e-Financeira está
disponível no site do Sped.
Para o envio das informações, as
empresas devem atender a alguns
requisitos básicos. Ter Cadastro de
Procuração Eletrônica no e-CAC é um
deles. Além disso, a instituição
declarante também deve possuir
certificado digital, emitido por entidade
certificadora credenciada pelo ICP-
Brasil.
Quem deve participar
De acordo com o artigo 9° da IN RFB
n°2.219/2024, são obrigadas a submeter
a e-Financeira ao Sped, todas as
instituições que operam com
movimentações financeiras ou
transações que rentabilizam seus
clientes. Isso inclui:
Empresas custodiantes de ativos
financeiros associados às
aplicações financeiras;
Administradoras de consórcios;
Instituições financeiras depositárias
autorizadas a administrar contas de
pagamentos pré ou pós paga e em
moeda eletrônica;
Administradoras de fundos de
investimento;
Instituições intermediárias;
Empresas que realizam transações
financeiras no mercado de câmbio;
Instituições que possuam
relacionamento final com cliente em
hipótese não descrita nos itens
anteriores.
Prazo de envio da e-Financeira
O envio da e-Financeira ao Sped por
organizações obrigadas a fazer essa
transmissão deve ocorrer de modo
semestral. As informações referentes ao
segundo semestre do ano anterior
devem ser enviadas até o último dia útil
de fevereiro do ano seguinte. Já os
dados relativos ao primeiro semestre do
ano em curso, devem ser feitos até o
último dia útil do mês de agosto do
mesmo ano.
41
Multas e penalidades
A empresa que não efetuar a entrega
da e-Financeira, ou apresentá-la fora
do prazo, com informações incorretas
ou omissas, ficará sujeita a aplicação de
multa. Além disso, outras penalidades
também podem ser aplicadas, como a
exclusão do regime especial de
tributação e até a desqualificação em
programas de incentivos fiscais.
Impactos da e-Financeira
para as instituições
Desde sua criação, a e-Financeira
trouxe consigo transformações
significativas para as instituições
financeiras no Brasil. A obrigatoriedade
de reportar dados sobre transações,
investimentos e outras operações
financeiras à Receita, exigiu dos bancos,
fintechs, corretoras e de tantas outras
instituições, a adoção de um fluxo mais
organizado para suas movimentações
financeiras, visando a correta prestação
de contas junto à Receita. Além disso,
também surgiu a necessidade de mais
investimentos em tecnologias de
compliance e segurança de dados, uma
vez que a e-Financeira impõe maior
atenção e responsabilidade das
empresas em relação à conformidade
regulatória e transparência fiscal.
E-Financeira: o que
esperar para 2025
Em setembro de 2024, a Receita
Federal publicou a IN n°2.219/2024,
trazendo atualizações com vigência
prevista já para o ano que vem. Entre
as principais mudanças, está a
ampliação da obrigatoriedade de
envio da e-Financeira para novas
entidades. Segundo as novas regras,
a partir do próximo ano, as empresas
de pagamento também serão
incluídas no grupo de declarantes.
Outra mudança envolve a retirada
de alguns declarantes da
previdência privada da lista de
empresas obrigadas a transmitir a e-
Financeira junto à Receita.
Além disso, também haverá o fim do
módulo de movimentação financeira
anual. Com isso, a partir do próximo
semestre de apuração, as empresas
devem enviar suas informações no
módulo mensal, exceto quando as
contas não alcançarem o limite de
movimentação. Nesse caso, o envio
deve ser feito apenas em dezembro.
A e-Financeira representa um
importante avanço na segurança e
transparência no setor financeiro. Por
isso, acompanhar suas atualizações
e adaptar-se a elas para o correto
envio das informações, é
indispensável para empresas que
buscam cumprir seu papel
regulatório e elevar sua credibilidade
junto ao público e ao mercado.
42
CONHEÇA O STALLINHO
Seu melhor aliado na captação de novas
operações de Câmbio Turismo para a sua
Instituição Financeira ?
Eu sou o Stallinho e fui
desenvolvido para ser seu
melhor assistente virtual e para
transformar as conversas de
WhatsApp da sua Instituição
Financeira em novos
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as oportunidades de negócio através
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câmbio?
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dos consumidores, mas também se tornou
uma ferramenta essencial para gerar novos
negócios globalmente.
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dessas oportunidades, a Stallos desenvolveu
o Stallinho: um chatbot que permite fechar
operações de câmbio de forma totalmente
automatizada pelo WhatsApp. Este assistente
virtual é intuitivo e traz benefícios
significativos tanto para sua empresa quanto
para seus clientes.
Entre os principais benefícios
oferecidos pela nossa
solução estão:
Atendimento 24 horas por dia;
Fornecimento de cotação em
tempo real para os usuários;
Captação de dados cadastrais do
cliente;
Anexo de arquivo de documentos;
Fechamento das operações de
câmbio turismo;
Integração automática das
operações realizadas via WhatsApp
para o SysCambio Turismo;
43
COMPLIANCE EM 2025
TENDÊNCIAS, DESAFIOS E COMO
SE PREPARAR PARA O FUTURO
O cenário na área de Compliance está
em constante evolução, impulsionado por
fatores como a globalização, a
automação e a crescente complexidade
da legislação. Algumas das principais
tendências e desafios que as empresas
devem considerar para o próximo ano
incluem:
Inteligência Artificial e Automação:
A IA e a automação serão cada vez mais
utilizadas para monitorar dados,
identificar riscos e automatizar processos
de compliance. Isso permitirá uma
detecção mais rápida de desvios e uma
resposta mais ágil a incidentes.
Privacidade de Dados:
A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e
regulamentações semelhantes em outros
países continuarão a moldar as práticas
de privacidade das empresas. A gestão
de dados pessoais, a segurança da
informação e a transparência nas
relações com os clientes serão cada vez
mais importantes.
Sustentabilidade e ESG:
A crescente preocupação com questões
ambientais, sociais e de governança
corporativa (ESG) impulsionará a
necessidade de as empresas
demonstrarem seu compromisso com a
sustentabilidade. O compliance com as
normas ESG se tornará um diferencial
competitivo.
44
Corrupção e Suborno:
A luta contra a corrupção e o suborno
continuará sendo um foco importante
para as empresas. A implementação de
programas de integridade e a realização
de auditorias anticorrupção serão
essenciais para prevenir e detectar
irregularidades.
Riscos cibernéticos:
A crescente dependência da tecnologia e
os ataques cibernéticos cada vez mais
sofisticados exigirão das empresas
investimentos em segurança cibernética
e a implementação de medidas para
proteger seus dados e sistemas.
Compliance cultural:
A cultura de compliance precisa ser
fortalecida em todas as organizações,
com a criação de canais de denúncias,
treinamentos regulares e o envolvimento
da alta gestão.
Adaptação às novas tecnologias:
As empresas precisarão se adaptar
rapidamente às novas tecnologias e aos
novos modelos de negócios, como a
economia compartilhada e a blockchain,
que trazem novos desafios e
oportunidades para o compliance.
Para se preparar para esse cenário, as
empresas devem:
Realizar uma avaliação de riscos:
Identificar os principais riscos de
compliance e desenvolver um plano
de ação para mitigá-los.
Investir em tecnologia: Utilizar
ferramentas e softwares de
compliance e de canais de denúncias
para automatizar processos e
melhorar a eficiência.
Promover a cultura de compliance:
Criar um ambiente de trabalho onde a
ética e a integridade sejam valores
fundamentais.
Treinar os colaboradores: Oferecer
treinamentos regulares sobre as
normas e regulamentações aplicáveis
à empresa.
Monitorar o cenário regulatório:
Acompanhar as mudanças na
legislação e adaptar os programas de
compliance em conformidade.
Estabelecer parcerias com
especialistas: Contar com o apoio de
profissionais especializados em
compliance para garantir a
conformidade legal e ética da
empresa.
45
SEGURANÇA DIGITAL
NO MERCADO DE CÂMBIO
O mercado financeiro é um dos alvos mais
atrativos para cibercriminosos devido ao
grande volume de dados sensíveis e
transações de alto valor que ocorrem
diariamente. Com a aceleração da
transformação digital, as ameaças
evoluem a cada dia, tornando a segurança
cibernética uma prioridade para
instituições financeiras que operam no
mercado de câmbio. Desde ransomware
até ataques de phishing e força bruta, os
criminosos digitais estão buscando
constantemente explorar vulnerabilidades
em sistemas financeiros.
Iniciar o ano com um Plano de Segurança
Digital bem estruturado deve ser o objetivo
de qualquer empresa. Afinal, seja qual for o
seu porte ou setor, os riscos cibernéticos
são reais e cada vez mais avançados.
Mas por que a segurança digital é
essencial para a sua instituição?
Vazamento de dados:
No ano passado, mais de 24 milhões de
registros financeiros foram expostos no
Brasil devido a ataques cibernéticos.
Imagine o impacto disso na confiança dos
seus clientes.
Ataques de ransomware em alta:
Os cibercriminosos estão cada vez mais
focados em instituições financeiras. O
resgate médio exigido em ataques de
ransomware cresceu +150% no ano
passado.
Interrupções operacionais:
Ataques como DDoS podem paralisar
plataformas e causar perdas milionárias
em questão de horas.
De acordo com a Fortinet, o Brasil sofreu 60
bilhões de tentativas de ataques
cibernéticos em 2023, sendo o setor
financeiro um dos principais alvos. As
Instituições de Câmbio, que operam com
grandes volumes de transações e dados
financeiros de clientes, enfrentam uma
pressão crescente para proteger seus
sistemas contra invasões.
O impacto de um vazamento de dados
não se resume apenas às perdas
financeiras imediatas. Ele também envolve
danos reputacionais, a perda da confiança
dos clientes e, em muitos casos, multas
significativas por não cumprimento de
regulamentações, como a LGPD (Lei Geral
de Proteção de Dados) e a GDPR (General
Data Protection Regulation).
46
Segundo estimativas da Accenture, o custo
médio dos ciberataques no Brasil foi de R$
6,2 milhões em 2023, sendo que grande
parte desse custo está relacionada à
recuperação dos dados, multas por não
conformidade com regulamentações e
danos à reputação.
À medida que as ameaças se tornam mais
complexas, as instituições financeiras estão
aumentando seus investimentos em
tecnologias de segurança digital. A
Febraban estima que, até o final de 2024,
os bancos e corretoras de câmbio no Brasil
invistam mais de R$ 45 bilhões em
tecnologia, sendo grande parte desse
montante destinado à segurança
cibernética.
Tecnologias emergentes
Autenticação biométrica:
Já amplamente utilizada, a autenticação
biométrica está sendo expandida com
novas camadas de segurança, como
reconhecimento de íris e voz, com o intuito
de reduzir fraudes.
Blockchain:
Aplicada para aumentar a transparência e
segurança das transações, o blockchain
pode minimizar riscos de fraude em
operações de câmbio.
IA na Ofensiva
Por outro lado, a IA também está sendo
usada por cibercriminosos para lançar
ataques mais sofisticados. Tecnologias de
deepfake estão sendo empregadas para
criar phishing altamente personalizado,
enganando até mesmo usuários mais
experientes.
Planos de contingências na
recuperação de incidentes
A preparação para incidentes cibernéticos
é tão importante quanto a prevenção.
Instituições Financeiras devem ter planos
de contingência sólidos que incluam
processos de recuperação de dados,
resposta a incidentes e comunicação com
clientes e reguladores. Componentes
essenciais de um plano de contingência:
Backups regulares:
Garantem a continuidade do negócio em
caso de ataque.
Auditorias de segurança:
Realizadas periodicamente para identificar
e corrigir vulnerabilidades.
Pentests:
Simulações de ataques internos e externos
para testar a resiliência dos sistemas.
IA e Machine Learning:
As soluções baseadas em IA já são
utilizadas para detectar padrões anômalos
e prever ataques, melhorando a
capacidade de resposta em tempo real.
IA na Defesa
A Inteligência Artificial (IA) desempenha
um papel crucial na defesa cibernética,
ajudando as instituições financeiras a
identificar e mitigar ameaças em tempo
real. Algoritmos de machine learning
conseguem detectar padrões de
comportamento anômalos em grandes
volumes de dados, permitindo que
medidas preventivas sejam tomadas antes
que um ataque cause danos significativos.
Por Alessandro Buonopane – CEO Brasil da GFT Technologies
(fintechlab.com.br
47
Fortaleça a Segurança
da sua instituição
financeira com parceria
entre Stallos & Altinova
Para enfrentar os desafios de segurança digital no
setor financeiro, a Stallos Tecnologia firmou uma
parceria estratégica com uma empresa especializada
em segurança de dados para o mercado financeiro: a
Altinova. Esta colaboração visa oferecer soluções
personalizadas e avançadas de proteção para as
Instituições Financeiras que atuam no mercado de
câmbio, garantindo que suas operações estejam
protegidas contra as ameaças mais recentes e
sofisticadas.
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48
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meio do webinar "Automatize consultas com
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eficiência para seus controles de compliance
e gestão de riscos" que será apresentado
pela Michele Oliveira no dia 18 de dezembro
às 10h00 e transmitido online por meio da
Plataforma Zoom.
O Roster é uma plataforma automatizada
que realiza consultas a dados públicos em
diversas listas restritivas nacionais e
internacionais, inclusive PEP Internacional,
facilitando o cumprimento das
regulamentações de compliance e gestão de
riscos.
Voltado para Instituições Financeiras que
operam no mercado de câmbio, o sistema
oferece uma solução ágil e segura para
consultas de pessoas e empresas, auxiliando
na detecção de potenciais riscos e
garantindo maior controle e eficiência na
prevenção à lavagem de dinheiro e
financiamento ao terrorismo. Com o Roster,
sua empresa pode automatizar processos,
reduzir falhas manuais e assegurar a
conformidade com as exigências
regulatórias de forma contínua e eficaz.
Benefícios do Roster para
o Mercado de Câmbio
Automação de Processos:
Reduza o tempo gasto em consultas
manuais. O Roster automatiza as
verificações, fornecendo resultados
em tempo real e permitindo que sua
equipe foque em tarefas
estratégicas.
Conformidade com a Legislação:
Atenda às exigências regulatórias
do Banco Central e da CVM com
facilidade. O Roster garante
verificações conforme a Lei
9.613/1998 e outras normas de
compliance.
Decisões Baseadas em Dados:
Com informações precisas e
atualizadas, o Roster permite
decisões mais seguras sobre
clientes, crédito e parcerias,
reduzindo riscos.
Relatórios Detalhados:
Após as consultas, o sistema gera
relatórios completos e em
conformidade com as práticas de
mercado, ideais para auditorias e
controles de compliance.
Integração Simplificada:
O Roster pode ser integrado aos
sistemas da sua empresa via API,
otimizando a gestão de dados e
aumentando a eficiência.
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Caros leitores e parceiros,
À medida que encerramos mais um ano repleto de desafios
e realizações, queremos expressar nossa mais profunda
gratidão por sua confiança e parceria ao longo de 2024.
Foi um período de muito trabalho, inovação e compromisso
para garantir que continuássemos oferecendo as melhores
soluções para o mercado financeiro, sempre com foco em
eficiência, segurança e tecnologia de ponta.
Além disso, por meio deste boletim, buscamos não apenas
informar, mas também estreitar nossa conexão com vocês,
compartilhando as principais notícias e tendências que
movimentaram o mercado. A sua parceria e engajamento
foram fundamentais para o nosso sucesso.
Desejamos a todos um período de festas cheio de paz,
alegria e momentos especiais ao lado de quem vocês
amam. Que 2025 traga novas oportunidades, conquistas e
realizações para todos nós.
Seguiremos juntos, inovando e crescendo, com a
certeza de que o melhor ainda está por vir!
Boas festas e um excelente ano novo!
Equipe Stallos Tecnologia
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Pioneira na informatização
dos Sistemas de Câmbio
no Brasil
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