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Revista Coamo Edição de Dezembro de 2024

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revista

www.coamo.com.br

dezembro/2024

ano 50 edição 553

ENCONTRO NO MS

Segundo evento de

verão na Fazenda

Experimental

PREMIAÇÃO

Coamo é campeã em

premiação da Revista

Globo Rural

Família Homiak,

de Campo Mourão (PR)

Sobras que transformam

Antecipação das sobras aos cooperados no valor de R$ 230 milhões

pela Coamo e Credicoamo fortalece famílias e movimenta a economia.

Um compromisso que garante apoio financeiro e celebra a parceria entre

cooperativas e associados em momentos essenciais



expediente

Órgão de divulgação da Coamo

ano 50 | edição 553 | dezembro 2024

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO COAMO

Ilivaldo Duarte de Campos, Wilson Bibiano Lima, Ana Paula Bento Pelissari Smith,

Antonio Marcio dos Santos, Ruthielle Borsuk da Silva Granado, Guilherme Augusto

Boller, Raquel Sumie Eishima, Aline Aristides Bazán, Marcos Gabriel Batista dos Santos,

Nicole Camargo Barroso e Milena Luiz Corrêa.

Contato: comunicacao@coamo.com.br (44) 3599-8129 - WhatsApp (44) 9 9957-5951

Jornalista responsável e Editor: Ilivaldo Duarte de Campos

Reportagens e fotos: Antonio Marcio dos Santos, Wilson Bibiano Lima, Ana Paula

Bento Pelissari Smith, Ruthielle Borsuk da Silva Granado, Guilherme Augusto Boller e

Ilivaldo Duarte de Campos

Edição de fotografia: Antonio Marcio dos Santos e Wilson Bibiano Lima

Contato publicitário

- Agromídia Desenvolvimento de Negócios Publicitários. Contato: (11) 5092-3305

- Guerreiro Agromarketing. Contato: (44) 99180-4450

Acompanhe a Coamo pelas redes sociais

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados não

exprimem, necessariamente, a opinião da Revista Coamo.

COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA

SEDE: Rua Fioravante João Ferri, 99 - Jardim Alvorada. CEP 87308-445. Campo Mourão - Paraná - Brasil. Telefone (44) 3599.8000 - Caixa Postal, 460 - www.coamo.com.br

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Presidente: Engenheiro Agrônomo, José Aroldo Gallassini. MEMBROS VOGAIS: Claudio Francisco Bianchi Rizzatto, Jonathan Henrique Welz Negri,

Joaquim Peres Montans, Ricardo Accioly Calderari, Emilio Magne Guerreiro Junior, Wilson Pereira de Godoy, João Marco Nicaretta e Igor Eduardo de Mello Schreiner.

CONSELHO FISCAL: Pedro Augusto Brunetta Borgo, Flávio Favro Neitzke e Alessandro Gaspar Colombo (Membros Efetivos). Airton Spilka, Leandro Wesley Alves e Vander Carlos

Furlanetto (Membros Suplentes).

DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente Executivo: Airton Galinari. Diretor Administrativo e Financeiro: Antonio Sérgio Gabriel. Diretor Comercial: Rogério Trannin de Mello.

Diretor Industrial: Divaldo Corrêa. Diretor de Logística e Operações: Edenilson Carlos de Oliveira. Diretor de Suprimentos e Assistência Técnica: Aquiles de Oliveira Dias.

Extensão Territorial: 4,5 milhões de hectares. Capacidade Global de Armazenagem: 7,02 milhões de toneladas. Receita Global de 2023: R$ 30,295 bilhões.

Sobras liquidas: R$ 2,324 bilhões. Tributos e taxas gerados e recolhidos: R$ 824,905 milhões. Cooperados: mais de 31,6 mil. Municípios presentes: 75. Unidades: 115.

dezembro/2024 revista

3



índice

Entrevista

10

Jorge Nishimura, filho do seu Shunji Nishimura, fundador da Jacto é o entrevistado do mês. Ele diz

que um grande problema na sucessão entre as gerações é falta de comunicação e relacionamento

Adiantamento de Sobras

14

Coamo e Credicoamo antecipam R$ 230 milhões em sobras. Valor da Coamo soma R$ 185,8 milhões

e da Credicoamo R$ 45 milhões. Montante beneficia milhares de cooperados do PR, SC e MS

20

Encontro de cooperados

Foi realizado entre os dias 10 e 11 de dezembro a segunda edição do

Encontro de Verão na Fazenda Experimental da Coamo em Dourados (MS).

Evento contou com cinco estações de pesquisa

Globo Rural

45

A Coamo conquistou o título de campeã na categoria Cooperativas na premiação “Melhores do

Agronegócio”, da Revista Globo Rural. Evento contou com o lançamento do Anuário do Agronegócio

dezembro/2024 revista

5


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governança

Apesar do clima e dos preços, um ano de bons resultados

Podemos considerar 2024

como um ano positivo de

forma geral, mesmo levando

em conta os problemas climáticos

em várias safras e os de

comercialização que resultaram

na queda dos preços das commodities.

Mas agradecemos a

Deus pelo ano e por encerrar o

exercício ainda com resultados

satisfatórios, apesar de uma pequena

redução no faturamento

de 2024.

Todo o grande trabalho

resultado pela movimentação

dos cooperados nas suas cooperativas

Coamo e Credicoamo

foram determinantes para que

pudessem novamente comemorar

neste mês de dezembro a

antecipação de parte das sobras

para um excelente fim de ano

com familiares.

Uma celebração dupla e

recompensa pela prática do cooperativismo,

com harmonia e responsabilidade,

e a forte capitalização

das cooperativas. No dia 10

de dezembro eles receberam na

Coamo um montante de R$ 185

milhões como primeira parcela

das sobras sendo R$ 0,70 por saca

de soja, R$ 0,20 para o milho e R$

0,20 para o trigo, além de 1,5% de

tudo o que a cooperativa forneceu

até o mês de novembro. E no dia

12, foi a vez da alegria dos associados

da Credicoamo com a entrega

de R$ 45 milhões creditados em

suas contas correntes.

Um total de R$ 230 milhões

em sobras antecipadas da

Coamo e da Credicoamo, que

garantem a tradição e a satisfação

de boas festas com o “13º

salário do agricultor” aos cooperados

e familiares, e o incremento

da economia em dezenas de

regiões produtoras nos Estados

do Paraná, Santa Catarina e Mato

Grosso do Sul.

Ficamos felizes e satisfeitos

em antecipar as sobras, com

a certeza de que entre os motivos

do sucesso da Coamo e da

Credicoamo está a solidez e a

administração das cooperativas,

com forte capitalização e harmonia

entre diretoria, cooperados

e funcionários. E na segura e

exemplar participação dos cooperados

o ano todo seja pelo fornecimento

dos insumos no momento

e no lugar certo por meio

de financiamentos com produtos

e linhas exclusivas de crédito, na

colheita e entrega da produção,

e com ampliação de conhecimentos

nas centenas de eventos

técnicos, educacionais e sociais

promovidos à família cooperada.

Os nossos cooperados

têm vocação à terra, tem fé e esperança,

e fazem o seu melhor a

cada nova safra, semeando com

capricho e tecnologias modernas

para colher os frutos do seu

trabalho. O nosso desejo para

2025 é acreditar sempre em dias

melhores renovando as expectativas

para boas safras, com produtividade,

bons preços e renda.

Por fim, agradecemos a

Deus por tudo de bom que tivemos

em nossas vidas e dos nossos

familiares. Reconhecemos

e parabenizamos o trabalho, a

dedicação e a participação expressiva

dos cooperados, dos

membros dos Conselhos de

Administração e Fiscal, da diretoria

Executiva e dos funcionários

da Coamo e Credicoamo.

Manifestamos a eles e aos nossos

clientes, fornecedores, parceiros

e consumidores, os votos

de boas festas e um ano novo

repleto de saúde, paz, amor,

progresso e felicidade.

ENGENHEIRO AGRÔNOMO, JOSÉ AROLDO GALLASSINI

Presidente dos Conselhos de Administração Coamo e Credicoamo

dezembro/2024 revista

7



gestão

Manancial de oportunidades para cooperados e funcionários

O

trabalho desenvolvido pela Coamo por

mais de 10 mil funcionários beneficia mais

de 32 mil cooperados e é um diferencial

competitivo sendo uma importante alavanca para

eles, para o cooperativismo, o agronegócio e o desenvolvimento

sustentável também para dezenas de

comunidades de Xanxerê até Sonora, nos Estados

do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

A Coamo chegou aos 54 anos e o Memorial

que inauguramos em outubro deste ano cumpre a

missão de mostrar um pouco da história dos cooperados

e da cooperativa, perpetuando as ações e

práticas desenvolvidas durante essas mais de cinco

décadas.

Oportunidades foram e estão sendo criadas

para o desenvolvimento e o sucesso dos funcionários

e dos cooperados. Impossível imaginar

que naquela época, no fim dos anos 1960, alguém

pudesse pensar que aquela região se tornaria em

uma das mais férteis do país. Que a Coamo seria

uma alavanca para apoiar regiões e seus milhares

de produtores, dos quais 70% pequenos pelo tamanho

de propriedades.

Esta bela realidade 54 anos depois se chama

Coamo, uma cooperativa que surgiu das necessidades

iniciais de 79 agricultores e desde então, não

parou de crescer e trabalhou muito para que milhares

de cooperados se tornassem fortes e exemplos

nas práticas sustentáveis no agronegócio.

Com o apoio, a estrutura e a força da Coamo,

eles têm acesso ao fornecimento de insumos

com qualidade e segurança na hora e no momento

que necessitam, aos diversos mercados com elevada

competividade. Eles podem ter o orgulho em ver

que sua produção agrícola industrializada em modernas

fábricas da cooperativa é transformada em

alimentos à mesa de milhares de lares em todos os

estados brasileiros e em vários países da América

Latina, e em exportação com produtos como farelo e

outros embarcados para vários mercados mundiais,

nos continentes europeu e asiático.

Temos a certeza de que estamos no lugar

certo, no momento certo e ajudamos a fazer um

agronegócio brasileiro pujante e referencial, com

forte posicionamento mundial.

Para chegar até aqui foi preciso muito trabalho

e muita cooperação, com visão, evolução e

inovação constante. Por isso, queremos agradecer e

lembrar dos pioneiros que iniciaram este sonho, ao

tripé de cooperados, diretoria e funcionários que,

como preconiza o nosso idealizador Dr. Aroldo Gallassini,

puxam para o mesmo lado, e assim, o sucesso

tem sido garantido nesses 54 anos.

Somos uma só Coamo, de Xanxerê, Santa Catarina

a Sonora, no Mato Grosso do Sul, participamos

com orgulho e satisfação de uma cooperativa cada

dia mais moderna, forte e sólida. Agradecemos a todos

os cooperados, funcionários, clientes, fornecedores

e consumidores, e desejamos com a graça de

Deus, um 2025 com realizações, colheitas abundantes,

nossa união fortalecida e bons resultados.

AIRTON GALINARI

Presidente Executivo da Coamo

dezembro/2024 revista

9


entrevista

JORGE NISHIMURA

Membro do Conselho do Grupo Jacto e do Conselho Curador da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia

"O grande problema para as empresas familiares é o

desconhecimento do processo sucessório."

Jorge Nishimura, filho caçula

do seu Shunji Nishimura,

fundador da Jacto é o entrevistado

desta última edição de

2024. Ele conta como está o processo

de sucessão nas famílias e

afirma que se não houver preparação,

muitas podem desaparecer

como proprietárias rurais. "Se

as pessoas se prepararem para a

transição, a chance de sucesso é

bastante alta, mas ao contrário,

sem a transição para sucessões

futuras, a chance é muito baixa de

sobrevivência.”

A Jacto é um dos parceiros

mais antigos da Coamo e Jorge

tem orgulho do seu pai, Shinji

Nishimura, um pioneiro que revolucionou

a agricultura, após

chegar ao Brasil em 1932, com

apenas 21 anos de idade, para

buscar uma vida melhor. A Jacto

é uma marca forte nos campos

do Brasil e do mundo, e a inspiração

do nome da empresa remete

a história vinda realmente do rastro

deixado no céu pelos aviões

a jato, e representa progresso,

tecnologia e modernidade.

Revista Coamo: Quando se fala

em Jacto, lembramos do pioneirismo

do seu pai, o seu Shunji Nishimura.

Qual o legado dele que

perpetua para as gerações?

Jorge Nishimura: Agradeço o

convite por estar nesta conceituada

Revista Coamo, que completou

50 anos de publicação

ininterrupta em 2024. Ela é uma

referência na comunicação do

cooperativismo e do agronegócio.

Parabéns a todos da Coamo

por valorizar e incentivar a

comunicação eficiente com os

cooperados, funcionários, clientes,

parceiros e a comunidade.

Falar do meu pai é muito prazeiroso

e motivo de grande alegria.

Ele chegou ao Brasil em 1932,

é a pessoa que plantou a Jacto,

que deu início a esta empresa

presente na vida de milhares de

empreendedores do campo e da

cidade. E quando a gente olha,

passados 76 anos de história, enxergo

claramente o DNA do meu

pai. As coisas que ele fez para

que a Jacto fosse do jeito que ela

é, o jeito dela funcionar e o de

relacionar com as pessoas. Isso

vem tudo do meu pai, é impressionante.

Esse conhecimento e

os valores vem sendo passados

por várias gerações e é tão valioso

a gente ter entendido o valor

de tudo isso. É muito, muito bom

mesmo.

RC: Como foi o início do senhor

nos negócios da Jacto?

Nishimura: Eu entrei nos negócios

da família como o filho mais

novo. Entrei na empresa no começo

dos anos 1980 e acabei encontrando

o meu lugar dentro da

Jacto quando nós começamos

a tratar de uma temática muito

difícil em uma empresa familiar,

que é como a gente mantém a

empresa ao longo das gerações.

É conhecido que empresa familiar

tem um ciclo curto. E tem um

conhecido ditado “Pai rico, filho

nobre, neto pobre.” Isso mostra,

de certa forma, que o ciclo de

uma empresa familiar quase nunca

chega até a terceira geração,

a geração dos netos. Conforme

uma pesquisa global, o ciclo co-

10 revista

dezembro/2024


meça com os avós, passa para os

pais, e chega aos filhos, mas menos

de 10% consegue chegar até

os filhos. Então esse é um drama

para as empresas familiares e a

economia de um modo geral.

RC: A Jacto viveu esta transição.

Como foi esse processo?

Nishimura: Este tema é muito

importante e gosto de compartilhar,

inclusive, agradeço a Coamo

pela oportunidade de ter mostrado

um pouco desta experiência

no dia 5 de dezembro para 300

líderes dos Comitês Educativos.

Nós vivenciamos essa experiência

de atravessar tempos difíceis

de transição. Mas de fato, a Jacto

acabou conseguindo vencer

as dificuldades, os obstáculos.

Não foi fácil, mais graças a Deus

a gente conseguiu chegar e hoje

temos a terceira geração na liderança

do grupo Jacto. Isso é uma

coisa muito boa, que nos deixa

muito feliz.

Jorge Nishimura é o filho caçula do seu Shunji Nishimura, fundador da Jacto, e atualmente é

membro do Conselho do Grupo Jacto e do Conselho Curador da Fundação Shunji Nishimura de

Tecnologia, que suporta diversas entidades educacionais. Formado em Engenharia Mecânica, Jorge

teve papel decisivo na construção da Governança Corporativa do Grupo Jacto. Foi um dos fundadores

da Universidade da Família, em 1992, juntamente com a sua esposa Márcia, tendo atuado como

presidente da organização até 2022. Ele esteve na Coamo dia 5 de novembro palestrando para 300

lideranças da cooperativa com o tema “O Desafio da Sucessão nas Empresas Familiares”.

RC: O senhor diz que muitas famílias

esquecem ou não conhecem

o processo sucessório.

Nishimura: Sim, e acredito ser

isso uma coisa importantíssima,

pois a gente olha os negócios,

olha um monte de atividades,

mas muitas vezes esquecemos

do processo sucessório e da necessidade

dele acontecer. A sucessão

é importante porque ela

vai dar a continuidade das coisas

que o pai começou lá trás, então

é muito importante, relevante. Eu

vejo com muita preocupação o

fato de que muitas famílias não

dezembro/2024 revista 11


entrevista

"A GENTE OLHA OS NEGÓCIOS, OLHA UM MONTE DE ATIVIDADES, MAS MUITAS VEZES

ESQUECEMOS DO PROCESSO SUCESSÓRIO E DA NECESSIDADE DELE ACONTECER."

vão conseguir fazer essa travessia.

Isso a gente tem compartilhado,

porque a sucessão em

uma empresa familiar, é uma coisa

fantástica e muito importante.

Mas não é fácil não.

RC: O senhor cita travessia e

perpetuação. Qual é o principal

problema e ao mesmo tempo,

quais as dicas para que a sucessão

aconteça?

Nishimura: É uma grande questão,

muitas vezes, na transição a

gente não se prepara e as pessoas

de um modo geral, vão

achando que quando chegar a

hora vai virar a chave e vai dar

tudo certo. Mas não é bem assim.

Tem que ter um preparo, um entendimento.

Eu falo que o grande

problema para as empresas

familiares é o desconhecimento

do processo sucessório. Se as

pessoas não entendem o processo

sucessório, as dificuldades,

os preparativos que têm que ser

feito e as pessoas vão deixando

isso para última hora, não vai dar

certo. É muito importante que as

pessoas comecem a entender.

RC: E aí é que entra a importância

do relacionamento e das conversas

entre familiares e gerações.

Nishimura: Sim, precisamos começar

a conversar e então, basicamente

o grande problema no

processo de transição entre as

gerações é a comunicação e o

relacionamento. Não é tratar as

questões, é entender e resolver

os problemas, os conflitos, que

existem em toda a família. Conflito

não é coisa ruim, ele existe e

não é em toda a relação, mas resolvendo

vamos alinhando e encontrando

caminhos para dar sequência

por meio das gerações.

RC: Como o senhor acredita que

deve ser o processo de transição?

Nishimura: Esta é uma grande

questão, a de que como podemos

construir basicamente um

processo de transição. Eu posso

afirmar, que se as pessoas se preparam

para a transição, a chance

de sucesso é bastante alta. Se for

ao contrário, se as pessoas não se

prepararem para a transição e sucessões

futuras, a chance é muito

baixa de sobrevivência. Isso não

é desastroso para a maior parte

das empresas que se preparam,

mas sim para quem não percebe

e não se prepara para esta situação

que mais dia, menos dia, vai

acontecer.

Família Nishimura:

Jorge, Shiro, Lincon,

(em pé) e Takashi,

Jiro, Shunji e Chikao

(sentados)

RC: Qual a consequência para as

famílias que não estão atentas a

esta preparação?

Nishimura: Se não houver essa

preparação, o que pode acontecer

é que, de repente, essas

famílias, possivelmente na área

agrícola, irão deixar de ser proprietárias

e de empresários rurais.

A gente observa bastante

que, quando há um conflito não

12 revista

dezembro/2024


resolvido, conciliado, normalmente

o pai divide a propriedade

em vários pedaços e dá para

os filhos. Mas esse é um caminho

muito ruim porque a gente tem

que saber também que vocação

agrícola, por exemplo, não

é para todo mundo. Então, ser

um agricultor não é uma vocação

que todas as gerações têm

ou querem perpetuar. Pode ser

que dentro de uma família tenha

um ou dois que têm a vocação

e outros não. Mas o fato de conseguir

trabalhar junto e manter

a família unida e conseguir conciliar

tudo isso é um caminho

muto bom.

RC: Como foi a visita na Coamo

nos dias 4 e 5 de dezembro e o

encontro com os cooperados e a

diretoria?

Nishimura: Posso resumir em

uma palavra: sensacional, foram

dois dias que irão ficar em nossa

história, memória e em nossos

corações. Na chegada, fomos

até a Fazenda Experimental e tivemos

a honra de plantar uma

árvore em nome da família Nishimura,

o qual nos deixou muito

feliz e emocionado. Depois, saboreamos

o carneiro no buraco,

prato típico de Campo Mourão.

E após a minha palestra com os

líderes da Coamo, fomos surpreendidos,

de novo, com uma

homenagem por meio de um

quadro com a imagem de toda

a nossa família, inclusive com o

meu pai. É um reconhecimento

que recebemos com alegria e

emoção, retratando uma grande

parceria entre as famílias e

Coamo, perpetuada ao longo de

muitas décadas.

RC: Qual foi o sentimento e a conexão

que o senhor encontrou

na Coamo?

Nishimura: A empresa cresce, e

a tendência às vezes de uma empresa

ao crescer, é perder a sua

alma, perder a sua identidade.

"O reconhecimento

que recebemos da

Coamo, foi com muita

alegria e emoção, e

retratou uma grande

parceria entre as

famílias e Coamo,

perpetuada ao longo

de muitas décadas."

Mas, estar aqui na Coamo foi diferente,

é algo fabuloso, fantástico.

A Coamo cresceu tanto e eu

vejo o gigantismo em que ela se

transformou, mas uma das coisas

que eu percebi na cooperativa é

o calor humano sempre presente,

com o carinho e o relacionamento,

a hospitalidade, o acolhimento

das diferentes pessoas

que pude encontrar e conviver

nesses dias maravilhosos. Normalmente

em algumas empresas

que crescem muito, vai gerando

um esfriamento nas relações,

um distanciamento. E aqui encontrei

o mesmo acolhimento e

carinho dado ao meu pai e aos

meus irmãos nas diversas visitas

que eles fizeram ao longo desses

anos todos.

RC: Então, manter as empresas

com alma e valorizar as pessoas

é um grande desafio no crescimento?

Nishimura: Sem dúvida, é grande

o desafio de manter as empresas

com alma e a Coamo está

de parabéns, pois isso é admirável.

Celebramos a forte parceria

entre a Jacto e a Coamo, que é

uma parceria de bom relacionamento,

de amizade, de respeito,

de inovação tecnológica e

bons resultados. É uma relação

que vem sendo cultivada desde

o tempo do meu pai e do Dr.

Aroldo, e a gente percebe que

é uma relação forte, e isso nos

enche de alegria e esperança.

A gente vê a história do Brasil,

da Jacto e da Coamo e vai entender

a história da agricultura

brasileira moderna. É impressionante

ver como o Brasil evoluiu

em pouco tempo e com a Jacto

e Coamo não foi diferente, pois

temos os nossos valores e o espírito

com um DNA, com a inovação

e os investimentos muito

presente em prol dos nossos

clientes e parceiros.

dezembro/2024 revista 13


benefício

SOBRAS ANTECIPADAS

São R$ 185,8 milhões antecipados, sendo R$ 0,70 para a soja,

R$ 0,20 para o milho, R$ 0,20 para o trigo e 1,50% para os insumos

A

Coamo garantiu mais uma vez um final de

ano especial para os mais de 32 mil cooperados

com a antecipação de sobras no valor

de R$ 185,8 milhões. É um momento aguardado

com expectativa pelos agricultores associados e as

comunidades na área de atuação da cooperativa no

Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

A antecipação da Coamo foi paga no dia 10

de dezembro, conforme a movimentação de cada

cooperado na comercialização de soja, trigo, milho

e insumos. Estão sendo antecipados R$ 0,70 para a

soja, R$ 0,20 para o milho, R$ 0,20 para o trigo e

1,50% para os insumos. O restante das sobras será

distribuído aos mais de 32,8 mil cooperados após a

realização da Assembleia Geral Ordinária (AGO), em

fevereiro de 2025.

José Aroldo Gallassini, presidente dos Conselhos

de Administração da Coamo e da Credicoamo,

destaca a importância dessa antecipação, mesmo

em um ano marcado por desafios climáticos e

econômicos. “É uma satisfação proporcionar aos

cooperados um Natal mais tranquilo, especialmente

14 revista

dezembro/2024


após um ano não tão bom. Tivemos quebra de safra

devido ao clima, afetando culturas como a soja, o

milho safrinha e o trigo. Também houve queda significativa

nos preços. Apesar disso, conseguimos alcançar

bons resultados graças ao trabalho conjunto

com os cooperados, que operam volumes expressivos

na cooperativa, mesmo em cenários adversos”,

afirma Gallassini.

Ele explica que o modelo de operação da

Coamo é fundamental para esses resultados. “Trabalhamos

sempre com preços de mercado, garantindo

ao cooperado a melhor condição para suas vendas

e compras. E as sobras no final do exercício são devolvidas

proporcionalmente à movimentação de

cada cooperado. Isso fortalece o vínculo e mantém

a confiança na cooperativa”, diz.

O presidente da Associação Comercial e

Industrial de Campo Mourão, Francisco Viudes, ressalta

a importância dos valores distribuídos pelas

cooperativas para o fortalecimento do comércio lo-

cal, que se beneficia especialmente nesta época do

ano. Ele reitera que esse impacto positivo é sentido

em todas as regiões onde a Coamo e a Credicoamo

estão presentes. “É um dinheiro que movimenta

o comércio e beneficia diretamente empresários e

consumidores”, afirma.

Francisco Viudes, presidente da Associação Comercial e Industrial

de Campo Mourão (Acicam), com José Aroldo Gallassini

dezembro/2024 revista 15


benefício

Albino e Amarildo

Nespolo, pai e filho de

Campo Mourão (PR)

Receber as sobras no final do ano é motivo

de satisfação para os cooperados da Coamo, especialmente

em períodos desafiadores, como anos

de quebra de safra. Albino e Amarildo Nespolo, pai

e filho de Campo Mourão, destacam a relevância

de receber as sobras da Coamo, um benefício que

contribui significativamente para o planejamento

financeiro de suas famílias. Seu Albino, cooperado

há mais de 50 anos, lembra que, desde o início de

sua associação, as sobras sempre foram um apoio

importante. "É um período que enfrentamos dificuldades

com a safra ainda em desenvolvimento. Esse

dinheiro chega em uma hora crucial para nos ajudar",

afirma.

Albino também destaca a visão estratégica

da Coamo em implementar a distribuição das

sobras: "O doutor Aroldo e os outros fundadores

foram muito inteligentes ao instituir esse benefício.

Isso ajuda todos os cooperados, grandes ou

pequenos. Mas, para o pequeno agricultor é ainda

mais importante. Qualquer valor pode fazer uma

grande diferença."

Amarildo, que se tornou cooperado depois

do pai, também reconhece o impacto positivo das

sobras. "Receber esse dinheiro faz uma grande diferença.

É um recurso que nos ajuda a fechar o ano

em melhores condições, com dinheiro para investir,

celebrar as festas e até comprar presentes para

a família. Quanto mais trabalhamos e contribuímos,

mais recebemos, o que reforça a gratificação em fazer

parte dessa cooperativa."

Heitor Roberto Homiak, associado desde os 18

anos em Campo Mourão, conta que o valor repassado

é sempre aguardado com expectativa. “Mesmo

em um ano difícil, a Coamo manteve seu compromisso,

garantindo um montante que surpreendeu

positivamente”, frisa.

Para Homiak, as sobras chegam em um momento

muito oportuno, aliviando as despesas típicas

de fim de ano. Ele ressalta que esse recurso também

é essencial para o início do ano, ajudando a cobrir

contas escolares e outras despesas inevitáveis de janeiro.

“O dinheiro representa um suporte financeiro

indispensável, especialmente em períodos em que

a safra não alcança os resultados esperados devido

a fatores climáticos”, comenta.

Maiara, esposa de Heitor, compartilha que

16 revista

dezembro/2024


as sobras já têm destino certo. “Parte será destinada

ao casamento de uma irmã, que ocorrerá em janeiro”,

revela. Além de contribuir com roupas e presentes

para a ocasião, o casal planeja usar o dinheiro

para complementar as compras de mercado e outros

preparativos típicos do período festivo. Para ela,

as sobras são uma forma de trazer alívio financeiro e

garantir momentos especiais em família.

Jovenal de Oliveira Dias, cooperado da Coamo

em Maracaju (MS), destaca os benefícios de movimentar

suas atividades com a cooperativa. Além de

adquirir peças e insumos a preços mais competitivos,

ele valoriza a distribuição das sobras, que se

tornou um recurso essencial em sua rotina. "As sobras

são um diferencial importante. O adiantamento,

como acontece todos os anos, vem em boa hora.

Vou usar parte desse recurso para comprar óleo diesel,

pagar o 13º salário dos funcionários e o saldo

remanescente será utilizado para atender as necessidades

da família", afirma.

Dias reforça que a parceria com a Coamo é

vantajosa não apenas pela qualidade dos serviços e

produtos oferecidos, mas também pelo compromisso

em compartilhar os resultados com os cooperados,

permitindo que eles mantenham suas atividades

organizadas e equilibradas financeiramente.

Denilson Bruno Rosa, cooperado da Coamo em

Xanxerê, destaca a importância das sobras para sua

rotina e para a economia local. Cooperado há mais

de uma década, ele vê as sobras como uma espécie

de 13º salário para os agricultores. "Ser cooperado

da Coamo é uma grande satisfação. A sobra chega

como um recurso que movimenta o comércio da cidade,

chegando em um momento oportuno, quando

mais precisamos", comenta Denilson.

Ele também elogia o atendimento da cooperativa,

que considera diferenciado. "A gente se

sente parte de uma grande família, e é um prazer

imenso ser cooperado da Coamo. Esperamos que

possamos continuar compartilhando muitos anos

de benefícios, sobras e bons negócios com a cooperativa",

finaliza.

Gallassini com a família do cooperado Heitor Homiak

Aristides Anastácio Neto, gerente da Coamo em

Maracaju, com o cooperado Jovenal de Oliveira Dias

Denilson Bruno Rosa, cooperado, e Leonardo Alexandre

Pereira, gerente da Coamo em Xanxerê (SC)

dezembro/2024 revista 17


benefício

Antonio Sabino Guadagnin, associado em Campo Mourão, com Alcir José Goldoni, presidente executivo da Credicoamo (PR)

Credicoamo faz o pagamento antecipado de

R$ 45 milhões de sobras sobre o capital social

Os associados da Credicoamo receberam no

dia 12 de dezembro, a antecipação de sobras

sobre o capital social. O valor ultrapassa

R$ 45 milhões e representa mais um benefício do

sistema cooperativista, fortalecendo a parceria entre

a cooperativa e os mais de 28,6 mil associados.

Alcir José Goldoni, presidente Executivo

da Credicoamo, destaca a relevância dessa antecipação

para os associados. “O cooperativismo é

o único sistema que pode proporcionar esse tipo

de benefício aos participantes. Com uma gestão

focada em resultados, buscamos sempre agregar

valor aos associados”, afirma.

Segundo Goldoni, o valor antecipado representa

apenas uma parte das sobras, cuja totalidade

será definida no balanço anual a ser aprovada em

assembleia geral. “É com alegria que novamente estamos

fazendo o pagamento antecipado das sobras

do capital no valor de R$ 45 milhões e que refletem

o trabalho realizado pelos associados junto à cooperativa.

Em todos 35 anos da sua existência a Credicoamo

sempre distribuiu resultados aos associados.

Quanto mais o associado movimenta com a sua Credicoamo,

mais benefícios ele gera para si mesmo e

18 revista

dezembro/2024


para a cooperativa”, explica.

Além das sobras, os associados têm acesso

a diversos programas e produtos financeiros que

promovem a agregação de renda. Goldoni enfatiza

que todos os produtos e serviços financeiros oferecidos

pela Credicoamo são pensados para atender

às necessidades dos associados de maneira eficiente

e vantajosa. “Nosso objetivo é agregar renda e

valor ao associado, mantendo custos compatíveis

com o mercado e fortalecendo a sustentabilidade

da Credicoamo”, conclui.

Entre as iniciativas mencionadas, está o Aniversário

Automotivo, que oferece condições diferenciadas

para a aquisição de veículos. “Essa linha de

financiamento foi desenvolvida pensando no associado.

Proporcionamos prazos estendidos, taxas de

juros mais baixas que o mercado, o que gera resultados

positivos ao longo do tempo”, destaca Goldoni.

A política da cooperativa também se reflete

em outros benefícios indiretos. “As taxas praticadas

pela Credicoamo estão bem abaixo da média do

mercado financeiro, assim como os custos de tarifas.

Esses fatores, muitas vezes, passam despercebidos,

mas representam uma sobra indireta significativa

para o associado”, acrescenta o presidente Executivo.

Antonio Sabino Guadagnin, associado da Credicoamo

em Campo Mourão, destaca a relevância do

benefício neste momento do ano. “Dinheiro sempre

vem em boa hora, ainda mais no fim do ano. Ajuda

com as despesas de final de ano ou mesmo planejar

uma viagem.” Guadagnin é associado desde a fundação

da Credicoamo e possui uma relação próxima

com a cooperativa. “Meu número é 152, estou com

a Credicoamo desde o início. É uma segurança para

nós”, explica.

Sobre a relevância de ser associado, Guadagnin

é enfático: “Não tem banco que faça o que a Credicoamo

faz, devolvendo juros e distribuindo sobras

para os cooperados. Quem ainda não é associado deveria

considerar se associar, porque vale muito a pena”.

Alessandro Gaspar Colombo, associado da Credicoamo em Campo Mourão (PR)

Alessandro Gaspar Colombo, associado da Credicoamo

em Campo Mourão, destaca a importância dessa

antecipação. “Esse resultado, essas sobras que estão

sendo depositadas na conta de cada cooperado, são

frutos de um trabalho voltado para nós, associados”, afirma.

Colombo ressalta que é associado da Credicoamo

há 20 anos e que a relação com a cooperativa tem sido

muito positiva. “Quanto mais movimentamos e nos relacionamos

com a cooperativa, mais temos benefícios. É

uma parceria que gera resultados concretos”, comenta.

O associado também destaca a diferença

entre o modelo cooperativista e o sistema bancário

tradicional. “Enquanto os bancos particulares dividem

seus resultados entre os donos, aqui na cooperativa

o lucro é compartilhado com os associados. É

um benefício que nenhum banco convencional oferece”,

diz Colombo.

Associados valorizam o trabalho e serviços oferecidos pela Credicoamo

dezembro/2024 revista 19


COLHEITA DE CONHECIMENTO

Coamo reúne 800 cooperados em Dourados (MS) para troca de conhecimento

e apresentação de pesquisas que beneficiam cooperados sul-mato-grossenses

20 revista

dezembro/2024


Durante os dois dias, cerca de 800 pessoas participaram do

evento, promovendo uma troca de conhecimentos entre os participantes

e apresentando os resultados mais recentes das pesquisas que são

desenvolvidas em parceria com a Coamo. Somente neste primeiro ano

de Fazenda Experimental no Mato Grosso do Sul, mais de 2.500 produtores

associados já foram impactos pelas tecnologias e estudos que são

desenvolvidos no local, demonstrando o valor e a relevância que a nova

estação de pesquisa promove aos cooperados sul-mato-grossenses.

Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo, destaca o papel

da Fazenda Experimental no Mato Grosso do Sul e reforça a importância

do encontro de cooperados para a disseminação de conhecimento

técnico. “Este é o segundo encontro de verão, que se soma

ao evento realizado no inverno, consolidando um espaço de troca de

experiências e informações. Aqui, reforçamos nosso compromisso de

entregar ao cooperado aquilo que prometemos desde o início: progresso,

desenvolvimento, inovação e sustentabilidade”, afirma Galinari.

Atualmente, a cooperativa conta com mais de 20 unidades no

Estado e está em expansão com a construção de três novas unidades

em Dourados, Amambai e Sidrolândia. “Essas unidades irão fortalecer

ainda mais nossa presença e a capacidade de atender os cooperados

com eficiência”, destaca.

A Fazenda Experimental, segundo Galinari, tem como objetivo

principal a transferência ágil de conhecimento técnico para os produtores.

“Buscamos trazer informações de instituições como a Embrapa e

universidades, além de experimentos que já estão sendo testados para

aplicação prática, como os relacionados à próxima safra de inverno,

com foco no milho”, explica.

O evento contou com a participação de técnicos da cooperativa

e representantes de empresas parceiras, que apresentaram tecnologias

e práticas de manejo. “A Coamo mantém um relacionamento forte

com empresas de pesquisa e fornecedores, sem privilegiar uma ou outra

marca. O que importa é identificar o que realmente faz sentido para o

cooperado e transferir esse conhecimento para ele”, reforça Galinari e

acrescenta que a Fazenda Experimental e os encontros promovidos pela

Coamo são parte do compromisso da cooperativa em oferecer soluções

que viabilizem e tornem sustentáveis as atividades dos cooperados.

O diretor de Suprimentos e Assistência Técnica da Coamo,

Aquiles de Oliveira Dias, reitera o compromisso da Coamo com a transferência

de tecnologia. “Inauguramos a Fazenda Experimental em dezembro

de 2023, e este já é o terceiro encontro que promovemos para

transferir conhecimento técnico aos cooperados. É uma satisfação realizar

eventos como este, que possibilitam mudanças imediatas nas propriedades

dos nossos cooperados”, afirma Dias.

Ele menciona a evolução da Fazenda Experimental e compaencontro

de cooperados

Cooperados, técnicos da

Coamo e de empresas

parceiras, pesquisadores e

diretores da cooperativa estiveram

presentes, nos dias 10 e 11 de dezembro,

na Fazenda Experimental

de Dourados (MS) para a segunda

edição do Encontro de Verão no

Mato Grosso do Sul. Inaugurada

há pouco mais de um ano, a estação

de pesquisa já está transformando

a realidade agrícola dos

produtores da região, que têm à

sua disposição um espaço de testes,

validação e desenvolvimento

de pesquisas que contribuem e

aprimoram as atividades dos cooperados

de todo o Estado.

dezembro/2024 revista 21


encontro de cooperados

ra o modelo adotado no Mato Grosso do Sul com

a experiência da estação experimental da Coamo

no Paraná, que completará 50 anos em 2025. “Em

Campo Mourão, realizamos 38 encontros no mesmo

formato e implantamos essa ideia para o MS porque

sabemos que dá resultados. Nossa missão é transferir

tecnologia para que o cooperado possa colher

mais, gastar menos e alcançar o desenvolvimento

sustentável.”

Sobre as parcerias da Coamo com instituições

de pesquisa, Dias destaca o papel das universidades

e da Embrapa no desenvolvimento de

projetos. “Temos experimentos como a rotação de

culturas, que é contínuo e sempre gera resultados, e

um ensaio de calagem em parceria com a Universidade

Estadual de Maringá, que pode durar de dez a

20 anos. Esses trabalhos são fundamentais para aprimorar

o manejo nas propriedades dos cooperados.”

O diretor também enfatiza a colaboração

com empresas do setor de insumos agrícolas. “Trabalhamos

com várias instituições e empresas parceiras,

todas unidas pelo mesmo objetivo: levar a

melhor tecnologia aos nossos cooperados para que

possam aplicá-las em suas lavouras e obter os melhores

resultados.”

Marcelo Sumiya, gerente de Assistência

Técnica da Coamo, avalia a importância da regionalização

das pesquisas e seu impacto na produção

agrícola dos associados. “É tudo muito positivo,

principalmente pela correlação de informações entre

o Mato Grosso do Sul e o Paraná. Isso nos permite

consolidar dados, ajustar recomendações e

identificar tendências para solucionar problemas e

Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo

Aquiles Dias, diretor de Suprimentos e Assistência Técnica da Coamo

SAMUEL LAURO SCHERER

Amambai

A iniciativa da Coamo de promover esses eventos

é muito importante. A cada dia, as tecnologias

avançam, e as pesquisas trazem novos conhecimentos,

como técnicas de aplicação de defensivos,

uso de herbicidas, fungicidas e inseticidas. É

essencial estarmos atualizados com o que há de

mais moderno e eficaz.

MARIA APARECIDA DE LIMA SANATO

Dourados

Os temas apresentados foram muito relevantes

para o dia a dia no campo. É sempre bom adquirirmos

conhecimento. A Fazenda Experimental

Coamo em Dourados é um marco para nós, cooperados

da região. Ter um espaço como esse perto

de casa, onde podemos acessar tecnologia e

informação de ponta, faz toda a diferença.

22 revista

dezembro/2024


implementar novas tecnologias nas propriedades

dos cooperados”, afirma Sumiya.

Ele ressalta os avanços obtidos com a Fazenda

Experimental no primeiro ano de operação.

“Estamos trabalhando para otimizar o sistema de

produção, com foco nas culturas de soja no verão

e milho na segunda safra. Os resultados já demonstram

ganhos significativos em produtividade

e tecnologia.”

A participação dos cooperados na segunda

edição do encontro na Fazenda Experimental foi

destacada como um indicador do sucesso do projeto.

“A presença maciça dos cooperados mostra que

o conceito aplicado aqui é útil e relevante. A busca

pelo segundo e terceiro eventos evidencia a satisfação

dos participantes e aponta os caminhos que

devemos seguir nas pesquisas.”

Sumiya menciona ainda os desafios e as

perspectivas para o futuro, especialmente relacionados

às recomendações técnicas e à integração dos

processos da Coamo. “Nosso objetivo é continuar

trazendo soluções que otimizem as propriedades,

com foco na viabilidade financeira e na qualidade

dos produtos para atender às necessidades da indústria,

seja com soja, milho ou trigo.”

Marcos Vinicios Garbiate, coordenador da

Fazenda Experimental da Coamo no Mato Grosso

do Sul, revela que o evento reuniu mais de 400 pessoas

por dia e teve como objetivo principal difundir

novas tecnologias e proporcionar aos cooperados

informações aplicáveis às suas propriedades. “A avaliação

é muito positiva. Tivemos uma excelente participação

dos cooperados e parceiros. Isso mostra

que estamos conseguindo atingir nossos objetivos

de levar e difundir novas tecnologias.”

O encontro técnico foi realizado durante a safra

de verão, em um momento oportuno para que os participantes

ainda possam aplicar os conhecimentos adquiridos

em suas lavouras. “O evento foi em um período

estratégico, permitindo que os produtores façam correções

e ajustes com base nas informações apresentadas.

Tivemos várias estações abordando manejo de pragas,

doenças e outros temas relevantes, com foco nas culturas

em desenvolvimento no campo.”

Marcelo Sumiya, gerente de Assistência Técnica da Coamo

Marcos Vinicios Garbiate, coordenador da Fazenda Experimental no MS

Garbiate também reitera a importância

de uma Fazenda Experimental localizada no Mato

Grosso do Sul, voltada para as necessidades específicas

da região. “Estar em um ambiente que reflete

as características do Estado é essencial. Os ensaios

conduzidos aqui nos permitem gerar resultados regionalizados,

que atendem diretamente à realidade

dos cooperados.”

Em um ano de atividades, a Fazenda Experimental

em Dourados já apresenta avanços significativos.

“Estamos finalizando o primeiro ciclo de atividades

e já conseguimos alcançar muitos objetivos. A

perspectiva para os próximos eventos é trazer resultados

concretos gerados aqui na estação, oferecendo

informações de qualidade para os produtores do

estado”, conclui Garbiate.

dezembro/2024 revista 23


encontro de cooperados

Calagem: diagnóstico e fundamentos

para correção eficiente do solo

A acidez superficial do solo, caracterizada

pelo excesso de íons H+ e Al³+, compromete o

desenvolvimento radicular e o aproveitamento de

nutrientes pelas plantas. A prática da calagem é

fundamental para corrigir a acidez, neutralizar o alumínio

trocável e fornecer cálcio e magnésio ao solo.

Contudo, sua aplicação inadequada ou em excesso

pode prejudicar o desenvolvimento das culturas.

Durante o encontro de cooperados na Fazenda

Experimental Coamo, em Dourados (MS), foi

destacada a importância do diagnóstico correto e

dos fundamentos para a correção eficiente do solo.

O engenheiro agrônomo da Coamo em Itaporã, Elvison

Alves da Cruz, explica que o objetivo da estação

foi apresentar aos cooperados informações técnicas

para a tomada de decisão na correção do solo,

com base em análises confiáveis. Segundo Cruz, o

trabalho na Fazenda Experimental é essencial nesse

processo. “Há 12 anos realizamos testes em Campo

Mourão, que agora também estão sendo aplicados

em Dourados, para fornecer dados concretos sobre

o uso eficiente do calcário.”

Ele revela que o primeiro passo para uma

calagem eficaz é realizar uma análise de solo detalhada

e de qualidade, feita por laboratórios certificados.

“Sem uma análise bem elaborada, é impossível

fazer uma recomendação adequada. Assim como

um médico precisa de exames para diagnosticar

um paciente, a correção do solo exige esse cuidado

prévio.”

24 revista

dezembro/2024


Após o diagnóstico, o cooperado deve contar

com o suporte de profissionais capacitados para

interpretar os resultados e definir a estratégia de correção,

que pode incluir a incorporação ou a aplicação

superficial do calcário. Além disso, o agrônomo

ressalta a importância de práticas complementares

como a rotação de culturas e o uso de palhada, que

contribuem para a melhoria das condições químicas

e físicas do solo.

No Mato Grosso do Sul, a evolução técnica

tem sido significativa nos últimos anos. Cruz pontua

que a presença da Coamo na região inseriu informações

mais precisas aos cooperados, além de facilitar

o acesso ao suporte técnico. “A falta de informações

e a má interpretação de resultados já foram

um problema. Mas hoje, com os avanços técnicos e

a atuação da Coamo, os cooperados têm tomado

decisões mais acertadas.”

Ele também destaca que a Fazenda Experimental

Coamo tem um papel decisivo na confiabilidade

das recomendações técnicas. “Trabalhamos

para levar resultados do campo para o campo. A

segurança que a fazenda experimental proporciona

aos técnicos e cooperados faz toda a diferença.”

Marcelo Augusto Batista, professor e pesquisador

da Universidade Estadual de Maringá

(UEM), destaca os fundamentos dessa prática e a

importância de um diagnóstico bem elaborado. “A

prioridade é determinar se é preciso ou não aplicar

calcário, qual o tipo mais adequado e a melhor forma

de aplicação.”

Ele ressalta que a calagem atua em várias

frentes, como a redução da toxidez de elementos

como alumínio e excesso de manganês, a melhoria

na disponibilidade de nutrientes essenciais — como

nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e

boro — e o estímulo à biologia do solo, especialmente

no que se refere à fixação biológica de nitrogênio,

essencial para a soja e o milho. “A calagem não deve

ter seu custo computado em uma única safra. Trata-

-se de um investimento de longo prazo, com benefícios

que vão muito além de uma cultura específica.”

Para garantir uma aplicação eficiente, o primeiro

passo é uma amostragem de solo adequada,

Elvison Alves da Cruz (Itaporã), Roberto Bueno da Silva (Campo

Mourão), Fabricio Bueno Correa (Campo Mourão) e Hugo

Lorran de Melo Rocha (São Gabriel do Oeste)

que deve ser seguida por uma análise detalhada em

laboratório. Com base nos resultados, um agrônomo

capacitado poderá interpretar os dados e definir a

necessidade de correção, a dosagem correta e o tipo

de calcário mais indicado. “A escolha entre um calcário

rico em cálcio ou magnésio depende diretamente

do diagnóstico. Tudo começa com uma boa análise

de solo, que orienta decisões técnicas cruciais.”

Batista reforça que a qualidade das informações

e o suporte técnico são decisivos para que

os cooperados tomem decisões racionais e eficientes.

“A Coamo realiza um trabalho extraordinário de

conscientização sobre a calagem. É louvável que

empresas e cooperativas promovam essa prática de

forma eficiente e racional, levando em conta aspectos

técnicos e financeiros.”

Marcelo Augusto

Batista, professor e

pesquisador da UEM

dezembro/2024 revista 25


Coamo, abordou estratégias eficientes de controle

e monitoramento dessa praga, destacando aspectos

fundamentais para os produtores.

O percevejo-marrom, principal espécie que

ataca a soja, apresenta um impacto significativo na

produtividade e qualidade da colheita, principalmente

em lavouras destinadas à produção de seencontro

de cooperados

Do monitoramento ao controle: estratégias

de sucesso contra percevejos na soja

A soja é uma cultura que exige atenção redobrada

no manejo de pragas, especialmente o

percevejo, reconhecido como uma das principais

ameaças à produtividade. Durante o encontro de

cooperados na Fazenda Experimental Coamo, Lucas

Gouvea Vilela Esperandino, coordenador de Suporte

Técnico da gerência de Assistência Técnica da

GABRIEL TIAGO BRAUNER

Bandeirantes

O evento foi uma oportunidade para conhecermos

novas tecnologias e experimentos que podem

fazer a diferença no campo. Temos acesso a

resultados concretos e confiáveis, o que nos ajuda

a tomar decisões mais assertivas. O diferencial

da Coamo está na forma como realiza os testes de

forma independente e imparcial.

ELSI FRANCISCO SANDRI

Ponta Porã

Foi uma experiência muito gratificante. Tivemos

a oportunidade de ver novidades, como pesquisas

e inovações na área de ecologia, e é sempre

bom participar de eventos assim. São inovações

que consigo utilizar na minha propriedade. Ter

uma fazenda experimental aqui no Mato Grosso

do Sul faz toda a diferença.

26 revista

dezembro/2024


Itamar Leandro Suss (Campo Mourão), Lucas Gouvea Vilela Esperandino (Campo

Mourão), Wagner Henrique de Borba Bini (Amambai), Macksuel Vinicius Coneglian

(Janiópolis), Marcelo Cordeiro de Abreu (Dourados) e Renato Cacho (Syngenta)

mentes. “O percevejo pode reduzir germinação e

vigor das sementes e, em áreas destinadas a grãos,

pode causar queda de produtividade e qualidade

do produto final, afetando também o processamento

industrial”, explica Esperandino.

Ele destaca ainda o ciclo de vida do percevejo,

abordando o reconhecimento das ninfas e da

oviposição, bem como os níveis de dano que a praga

pode causar. Regiões de clima quente, como o

Mato Grosso do Sul, são particularmente vulneráveis

devido ao ciclo acelerado da praga em temperaturas

elevadas.

No encontro, foram apresentadas duas vertentes

principais para o controle da praga: o manejo

biológico, que a Coamo tem ampliado esforços nesse

mercado, buscando alternativas sustentáveis para

o controle do percevejo; e o manejo químico, que

continua sendo a principal ferramenta no controle

dessa praga, com ênfase no momento ideal para a

aplicação de defensivos. “Nosso objetivo é reforçar

a importância do monitoramento. O produtor precisa

saber quando entrar na área e aplicar os produtos

no momento certo para evitar prejuízos”, afirma

o engenheiro agrônomo.

Além das apresentações no evento, a equipe

técnica da Coamo recebe orientações específicas

para repassar aos cooperados em suas unidades,

garantindo que a informação chegue de forma prática

e eficiente ao campo. No Mato Grosso do Sul,

onde o clima favorece o ciclo acelerado do percevejo,

o impacto da praga é significativo, exigindo um

manejo criterioso. “Em regiões mais quentes, o percevejo

tem várias gerações durante o ciclo da soja,

o que agrava os danos e reforça a necessidade de

monitoramento constante”, explica e acrescenta que

o encontro com cooperados demonstrou que o sucesso

no controle dessa praga está na combinação

de conhecimento técnico, monitoramento regular e

uso adequado de ferramentas de manejo, proporcionando

aos agricultores estratégias eficazes para

proteger as lavouras.

Doenças em soja: base para o manejo

e estratégias anti-resistência

Explorar o máximo potencial produtivo da

soja é um objetivo essencial para os produtores,

mas as doenças continuam sendo um dos principais

fatores que limitam a produtividade da cultura.

Durante a apresentação na Fazenda Experimental

Coamo, o tema doenças em soja: base para o manejo

e estratégias anti-resistência, foi apresentado

aos cooperados.

Bruno Lopes Paes, analista de Suporte Técnico

da Fazenda Experimental de Campo Mourão,

destaca a importância de estratégias de manejo para

mitigar os prejuízos causados por esses patógenos

e a necessidade de práticas que evitem a resistência

aos fungicidas. “Entre as doenças que afetam a soja,

a ferrugem asiática é uma das mais preocupantes,

especialmente em regiões, onde o clima favorece o

seu desenvolvimento”, comenta.

A apresentação abordou três pilares funda-

dezembro/2024 revista 27


encontro de cooperados

mentais para o manejo eficaz: estratégias anti-

-resistência, a utilização criteriosa de aplicações

no estágio V0 e o uso de fungicidas multissítios.

Segundo Paes, as mutações nos fungos responsáveis

pela ferrugem têm reduzido a eficácia de

ativos utilizados atualmente, tornando indispensável

a alternância de ingredientes ativos para

evitar a resistência. Ele enfatiza que as aplicações

no estágio V0, embora amplamente utilizadas,

devem seguir critérios técnicos específicos para

garantir resultados positivos. “Além disso, o uso

de fungicidas multissítios, desde a primeira até

a última aplicação, tem se mostrado eficaz tanto

para proteger a produtividade quanto para prolongar

a eficácia dos produtos disponíveis.”

Outro ponto abordado foi o impacto

das condições climáticas na ocorrência de

doenças. Após um período de 25 dias sem chuvas

e altas temperaturas, a retomada das precipitações

mostrou condições propícias para

o surgimento de inóculos de doenças, como a

ferrugem asiática e a mancha-alvo. “Dados do

monitoramento antiferrugem e do coletor de

esporos indicaram a presença de inóculos no

Oeste do Paraná e no Mato Grosso do Sul, com

registros de áreas comerciais já apresentando

incidência de ferrugem”, revela o engenheiro

agrônomo

As orientações incluem manter o planejamento

de aplicação de fungicidas, respeitando

os intervalos corretos e ajustando as práticas

ao ciclo da cultura. A escolha de cultivares

mais resistentes e épocas de plantio que reduzam

a pressão de doenças também foi destacada.

“O corpo técnico da Coamo está à disposição

dos cooperados para auxiliar na tomada

de decisão, garantindo que as lavouras estejam

protegidas e que o potencial produtivo seja alcançado”,

reforça Paes. Ele finaliza ressaltando

a importância de atenção redobrada neste momento

da safra, em que as chuvas aumentam o

risco de doenças, mas também oferecem condições

ideais para uma safra promissora.

O pesquisador da Embrapa Soja, Maurício

Meyer, acrescenta que o manejo eficaz

exige uma abordagem integrada. "Não existe

apenas a ferramenta fungicida para controlar as

doenças da soja. É necessário adotar uma série

28 revista

dezembro/2024


Dinâmica do boro no

sistema de produção e

práticas de adubação

Marcio Rech (Ponta Porã), Bruno Lopes Paes (Campo Mourão),

Mônica Caldeira (Dourados) e José Eduardo Frandsen Filho (Maracaju)

de medidas no planejamento da fazenda", explica.

Ele destaca que muitas doenças têm como fonte inicial

os restos culturais, o que reforça a importância

do manejo adequado do solo e da cobertura com

palhada. "A palhada ajuda a reduzir a infecção inicial,

evitando que a soja fique doente mais cedo",

completa.

Meyer também reforça que o controle químico

deve ser conduzido com critérios técnicos bem

definidos, incluindo a escolha correta de produtos,

o momento e o intervalo de aplicação e rotação de

ingredientes ativos ao longo da safra. “Essas práticas,

quando aplicadas corretamente, reduzem a

pressão de inóculo, protegem o potencial produtivo

da cultura e minimizam o risco de resistência dos patógenos

aos fungicidas. Produtores que planejam e

executam suas estratégias de manejo de forma integrada

conseguem melhores resultados, mesmo em

condições desafiadoras", conclui Meyer.

O boro, frequentemente chamado de "macro

dos micronutrientes", desempenha um papel

crucial no metabolismo das plantas, especialmente

nas culturas de soja, milho e trigo. Apesar de ser um

micronutriente, exerce grande importância em processos

como formação de raízes, estruturação da

planta e desenvolvimento floral. No entanto, a dinâmica

desse elemento no solo exige cuidados específicos

para garantir uma nutrição adequada.

Durante o encontro na Fazenda Experimental,

uma estação tratou a dinâmica do boro no

sistema de produção soja-milho e práticas de adubação.

Odair Johanns, engenheiro agrônomo da

Coamo em Caarapó, destaca a importância do boro

e as práticas recomendadas para sua aplicação. Segundo

ele, o boro é essencial em todas as fases do

desenvolvimento da planta e pode ser aplicado de

diferentes formas: no sistema de plantio, junto ao

fertilizante; em cobertura, associado ao cloreto de

potássio; combinado com enxofre, utilizando opções

disponíveis na Coamo; via pulverização, sendo

a aplicação na dessecação pré-plantio uma prática

comum e eficiente por garantir uniformidade; e via

foliar, como complemento para ajustar os níveis necessários.

Maurício Meyer, da

Embrapa Soja

José Petruise Ferreira Junior (Campo Mourão), Odair Johans (Caarapó), Andrew

Akihito Ouchita Gomes (Quarto Centenário) e Mateus Goncalves (Laguna Carapã)

dezembro/2024 revista 29


encontro de cooperados

Johanns destaca que, nos solos brasileiros,

geralmente pobres em boro, é fundamental realizar

análises de solo para determinar a necessidade de

suplementação. "A maior parte dos solos brasileiros

apresentam baixos teores de boro, o que torna necessário

o suprimento desse nutriente. O produtor

deve estar atento a essas análises e contar com o

suporte técnico para determinar as dosagens corretas",

explica.

Ele também ressalta que a aplicação adequada

do boro pode proporcionar ganhos significativos.

"Melhorar a nutrição das plantas é essencial para alcançar

melhores produtividades e, consequentemente,

mais rentabilidade para o cooperado. O boro, pela

sua importância, oferece excelentes oportunidades

para incrementar os resultados", afirma.

Essa abordagem integrada ao manejo do

boro visa otimizar a nutrição das plantas e garantir a

eficiência das práticas agrícolas, contribuindo para o

sucesso do sistema de produção soja-milho.

Tadeu Takeyoshi

Inoue, da UEM

O boro é um nutriente essencial para as

plantas, mas sua dinâmica no solo exige cuidados

especiais. Tadeu Takeyoshi Inoue, professor e pesquisador

da Universidade Estadual de Maringá

(UEM), destaca que, apesar do avanço nas tecnologias

que resultaram em materiais de alto potencial

30 revista

dezembro/2024


de rendimento, a produtividade das culturas depende

de condições ideais, especialmente no que se

refere ao manejo nutricional. "Os produtores costumam

se concentrar muito no manejo de nutrientes

macro, como o NPK, mas os micronutrientes, como

o boro, são igualmente importantes", afirma.

Inoue explica que, em regiões tropicais, o

boro se torna um desafio devido à sua alta mobilidade

no solo. "A formação dos solos a partir de

materiais como basalto e arenito resulta em solos

naturalmente pobres nesse nutriente. Além disso, a

precipitação elevada nas regiões tropicais faz com

que o boro se desloque para camadas mais profundas,

dificultando a absorção pelas plantas. Isso leva

à necessidade constante de suplementação desse

elemento.

O pesquisador enfatiza a importância de um

bom diagnóstico, baseado em análises de solo e, se

necessário, análises complementares de boro. "A

recomendação é manter os teores de boro no solo

entre 0,30 e 0,50 miligramas por decímetro cúbico,

mas muitas vezes esse nutriente não é considerado

nas análises de rotina, o que pode prejudicar a produtividade",

destaca.

Existem várias formas de aplicação do boro,

sendo fundamental escolher a modalidade mais

adequada ao estágio da cultura e às condições

ambientais. Inoue salienta que a adubação via solo

deve ser priorizada, mas a aplicação foliar pode ser

um importante complemento em momentos de

grande exigência metabólica das plantas. "Durante

o florescimento, o boro é crucial para a formação do

pólen e a fecundação, impactando diretamente na

formação de grãos, vagens e espigas."

Desafios e alternativas no manejo do capim pé-de-galinha

O manejo de plantas daninhas, especialmente

o capim pé-de-galinha, tem se tornado um

desafio crescente para os produtores rurais. Com

o aumento de áreas infestadas por essa planta invasora

e a resistência crescente a herbicidas, como

o glifosato, torna-se essencial repensar estratégias

para um controle eficiente. João Carlos Bonani,

coordenador da Fazenda Experimental da Coamo

em Campo Mourão, explica os principais desafios e

alternativas no manejo dessa planta nas propriedades

agrícolas.

Segundo Bonani, o capim pé-de-galinha

apresenta características que dificultam seu controle,

como a capacidade de emitir muitos perfilhos,

grande volume de raízes e elevada produção de

sementes. “Essas características tornam a planta de

difícil controle, principalmente nos estágios mais

avançados, agravado pela resistência a herbicidas

como o glifosato e graminicidas.”

O engenheiro agrônomo ressalta a impor-

Marcos Cosme Araújo (Amambai), Sidivan Loop (Laguna Carapã), João

Carlos Bonani (Campo Mourão), Carlos Vinicius Precinotto (Mamborê)

e Hayan Fernando de Oliveira (Rio Brilhante)

tância de entender a população de capim pé-de-

-galinha presente na propriedade. “É fundamental

saber se a população é resistente ou não aos herbicidas.

Caso haja dúvida, o ideal é procurar o departamento

técnico da Coamo, coletar sementes e

enviá-las para análise.”

Bonani também destaca que o manejo deve

dezembro/2024 revista 31


encontro de cooperados

ser realizado no estágio inicial da planta, pois o controle

é mais eficaz quando ela ainda é jovem. “Plantas

jovens têm mais probabilidade de sucesso no

controle, pois absorvem e translocam os defensivos

de forma mais eficiente. Já as plantas adultas, mesmo

com herbicidas eficazes, não apresentam um

controle satisfatório.”

Outras estratégias também foram abordadas,

como o uso correto de tecnologia de aplicação,

adjuvantes, doses adequadas e aplicações sequenciais

quando necessário. “Se preciso, roçar as plantas

adultas pode ser uma alternativa para reduzir seu

porte antes de aplicar o defensivo.”

O impacto do capim pé-de-galinha nas

culturas de soja, milho e trigo é significativo. “Por

ser uma planta de ciclo C4, ela se desenvolve melhor

sob déficit hídrico e aproveita de forma mais

eficiente recursos como água e luz, competindo

diretamente com as culturas.” Essa competição

intensa pode gerar perdas significativas de produtividade.

A Coamo tem realizado mapeamentos das

áreas afetadas e identificado níveis preocupantes de

resistência. “Em algumas regiões, mais de 30% das

populações de capim pé-de-galinha não estão sendo

controladas de forma adequada com os herbicidas

disponíveis atualmente. Isso exige adaptações

no manejo para reduzir os impactos.”

Por fim, Bonani reforça que o controle eficaz

do capim pé-de-galinha exige uma abordagem integrada.

“Nosso objetivo é eliminar essa planta daninha

e evitar prejuízos para os cooperados, utilizando

boas práticas de manejo, diagnóstico correto e uma

combinação de técnicas de controle.”

32 revista

dezembro/2024


Tendências e desafios do mercado agrícola

Jeferson Souza, da Agrinvest, esteve presente

no Encontro de Cooperados da Fazenda

Experimental Coamo, em Dourados (MS), para

abordar as tendências e as oportunidades do

mercado agrícola. A palestra fez parte da programação

voltada à atualização dos produtores cooperados,

um compromisso constante da Coamo

em oferecer conhecimento tanto técnico quanto

mercadológico.

Jeferson destaca que algumas condições

do mercado permanecem estáveis, mas outras sofreram

mudanças significativas nos últimos meses.

"O câmbio é um dos fatores que mais impactam a

dinâmica do mercado. Há cinco meses, trabalhávamos

com um dólar em torno de R$ 5,40. Hoje, estamos

próximos de R$ 6,10. Essa variação traz consequências

importantes para a comercialização e para

o planejamento do produtor."

Jeferson ressaltou a importância de o produtor

rural estar atento ao mercado, mesmo que

sua rotina seja dominada por questões internas da

propriedade. "O mercado de grãos é extremamente

dinâmico, e muita coisa pode mudar em poucos meses.

Por isso, é essencial que o produtor acompanhe

as atualizações de forma periódica, assim como ele

acompanha da porteira para dentro."

Jeferson reforça a relevância desse equilíbrio

na formação dos produtores. "A mensagem

principal que deixamos é que, além de dominar as

práticas agrícolas, o produtor precisa estar atento

aos movimentos do mercado. Essa troca de informações

é fundamental para que ele tome decisões estratégicas

e se prepare para os desafios do próximo

ano, que promete ser desafiador."

dezembro/2024 revista 33


COOPERADOS CONECTADOS

Diretorias da Coamo e Credicoamo realizaram a Reunião de Campo no formato

virtual. Vídeo completo está disponível no canal da cooperativa no YouTube

A

Coamo realizou recentemente uma reunião

de campo virtual, transmitida pelo canal oficial

da cooperativa no YouTube. Durante o

encontro, José Aroldo Gallassini, presidente dos

Conselhos de Administração da Coamo e Credicoamo,

Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo,

Alcir José Goldoni, presidente Executivo da Credicoamo,

e Aquiles de Oliveira Dias, diretor de Suprimentos

e Assistência Técnica da Coamo, abordaram

temas importantes para os cooperados.

Entre os assuntos apresentados por Gallassini

está o cooperativismo, com suas ações e benefícios

para cooperados, funcionários e seus familiares.

A Coamo conta com 32.249 cooperados e 10.806

funcionários. São cerca de 150 mil pessoas envolvidas

e beneficiadas diretamente pelo cooperativismo

da Coamo, entre cooperados, funcionários e

familiares.

O presidente destacou aspectos como direitos

e deveres previstos na legislação cooperativista,

34 revista

dezembro/2024


reunião de campo

além de compartilhar dados sobre a trajetória da

Coamo desde a sua fundação até o momento atual.

Gallassini também explicou a estrutura das reuniões

de campo da cooperativa, que incluem encontros

presenciais e virtuais. “Embora as reuniões presenciais

permitam mais proximidade e interação direta

com os cooperados, a logística necessária para realizar

mais de 40 encontros presenciais ao longo do

tempo tornou esse formato desafiador. Chegamos

a percorrer mais de cinco mil quilômetros para realizar

essas reuniões. Atualmente, o formato virtual

vem sendo utilizado, especialmente no segundo

semestre, permitindo alcançar um grande número

de cooperados com informações relevantes sobre a

Coamo e a Credicoamo.”

Segundo Gallassini, o contato é fundamental

para apresentar a realidade da cooperativa, reforçando

a confiança e a credibilidade entre os cooperados.

“É importante compartilhar informações

claras e transparentes sobre a cooperativa, contribuindo

para um relacionamento sólido e baseado

na confiança mútua.”

José Aroldo Gallassini, presidente dos Conselhos

de Administração da Coamo e Credicoamo

Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo,

ressaltou que essa reunião é uma tradição da cooperativa,

consolidada ao longo dos 54 anos de sua história.

“Por meio das reuniões de campo, mantemos

o relacionamento com os cooperados. Realizamos

uma prestação de contas, um momento para falar

sobre o que aconteceu durante o ano, as perspectivas

de mercado e os investimentos realizados e planejados

pela cooperativa”, explicou Galinari.

Durante a reunião, foram abordados diversos

temas, como os investimentos em novas indústrias,

incluindo a 14ª unidade, voltada à produção

de etanol de milho, e a antecipação de sobras. Além

disso, foi anunciado o calendário de assembleias

para o próximo ano. A Assembleia Geral Ordinária

da Coamo será realizada no dia 5 de fevereiro, com

a apreciação do balanço e a distribuição do complemento

das sobras no dia 06 de fevereiro.

Outro tema relevante foi a participação dos

cooperados nos resultados da cooperativa, incluindo

os benefícios obtidos com a industrialização e a co-

Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo

dezembro/2024 revista 35


reunião de campo

mercialização de produtos. Galinari mencionou também

a importância dos portos e os resultados gerados

para os cooperados, tanto no preço do dia quanto nas

sobras. Por fim, o presidente destacou que, mesmo em

um ano desafiador, com diversas frustrações na safra, a

gestão eficiente e a confiança dos cooperados permitiram

à Coamo entregar bons resultados.

Alcir José Goldoni, presidente Executivo da Credicoamo,

apresentou diversas iniciativas importantes

para os associados. Entre os temas abordados,

Goldoni anunciou o lançamento do cartão virtual de

crédito, criado em comemoração ao 35º aniversário

da Credicoamo. Ele explicou que o cartão oferece

mais segurança para compras online, atendendo à

demanda crescente por transações digitais. Também

foi apresentado o segundo Aniversário Automotivo,

que oferece condições especiais para o financiamento

de veículos, com prazos facilitados e

análise da capacidade de pagamento dos associados,

levando em conta possíveis impactos financeiros,

como frustrações de produtividade ou oscilações

de preços.

Goldoni reforçou a importância do financiamento

de custeio agrícola pela Credicoamo, destacando

que a cooperativa mantém o compromisso

de apoiar os associados em casos de imprevistos

que possam afetar suas receitas. “A Credicoamo está

preparada para ajustar condições de pagamento e

assegurar a continuidade das atividades dos cooperados,

mesmo diante de desafios financeiros.”

Outro tema relevante foi a reestruturação da

Credicoamo Seguros, que agora disponibiliza seus

serviços diretamente nas agências da cooperativa.

“A Via Sollus Corretora de Seguros da Coamo foi

integrada à Credicoamo, adotando o nome Credicoamo

Seguros e ampliando o acesso aos produtos

financeiros. Além de atender aos cooperados, a

Credicoamo Seguros também oferece serviços para

terceiros, com foco em proteção patrimonial e tranquilidade

para as famílias.”

Goldoni finalizou reiterando o compromisso

das cooperativas em oferecer suporte contínuo e

soluções financeiras que garantam a segurança e o

Alcir José Goldoni, presidente Executivo da Credicoamo

Aquiles de Oliveira Dias, diretor de Suprimentos e Assistência Técnica

36 revista

dezembro/2024


bem-estar dos associados e de suas famílias, contribuindo

para a estabilidade e o desenvolvimento das

atividades no campo e na sociedade.

Aquiles de Oliveira Dias, diretor de Suprimentos

e Assistência Técnica, apresentou diversas informações

relevantes aos cooperados. Entre os temas

abordados, destacou-se a atualização dos custos

de produção para a lavoura de soja em desenvolvimento

nesta safra. “Detalhamos os custos variáveis,

como insumos, operações e taxas de juros,

com base nos dados do plano de fornecimento de

insumos da cooperativa. Também apresentamos a

estimativa de custos para a implantação do milho

safrinha, que será cultivado após a colheita da soja.”

Segundo Aquiles, as condições climáticas favoráveis

permitiram que a soja fosse plantada em época

ideal, proporcionando uma boa janela para o plantio

do milho.

Outro ponto abordado foi a viabilidade

econômica das culturas de soja e milho nesta safra.

Apesar da redução nos preços das commodities, os

custos de insumos também caíram, possibilitando

condições mais favoráveis de produção. “A expectativa

é de que os cooperados obtenham boa produtividade

e, consequentemente, rentabilidade.”

No que diz respeito à assistência técnica, a

Coamo encerra o ano com uma equipe composta

por 408 profissionais, entre engenheiros agrônomos

e médicos veterinários. Destaca-se a formação de 51

grupos de assistência técnica, que já estão em plena

atividade, e o incremento de 35 novos profissionais

em 2024. Além disso, a cooperativa realizou 1.089

eventos relacionados ao cooperativismo, envolvendo

mais de 86.000 cooperados e familiares em ações de

informação, treinamento e difusão de tecnologia.

Outro tema relevante da reunião foi a Fazenda

Experimental da Coamo, que completará 50 anos em

fevereiro de 2025. Para marcar a data, a cooperativa organizará

o encontro com cooperados entre 27 e 31 de

janeiro, com a participação dos cooperados. A Fazenda

Experimental conduz mais de 200 ensaios agrícolas

anualmente, com o objetivo de adequar tecnologias

para as necessidades dos cooperados.

REUNIÃO DE CAMPO NO YOUTUBE

A versão completa da Reunião de Campo com as diretorias da Coamo

e da Credicoamo está no canal da cooperativa no YouTube. Para

assistir, basta procurar no YouTube ou apontar o leitor de QR Code do

seu celular na imagem abaixo.

dezembro/2024 revista 37


homenagem

Como forma de celebrar uma parceria de quase cinco décadas com a Jacto, a Coamo preparou uma série de homenagens para a empresa

PARCERIA DURADOURA

Mais do que uma relação comercial, uma

relação de amizade e cooperação. Assim

pode ser definida a parceria entre Coamo

e Jacto, empresa que possui mais de 75 anos de

história e que atua com uma ampla linha de produtos

de alta tecnologia. Essa parceria começou a ser

construída há mais de 45 anos, quando a empresa

despontou como uma das primeiras a constituir

negócios com a cooperativa. Naquele período, a

Jacto era especializada em máquinas como a polvilhadeira

costal. Com o passar dos anos, a soja se

firmou como a principal cultura dos cooperados da

Coamo e o processo de mecanização se modernizou

e intensificou a agricultura nacional.

Como forma de celebrar este relacionamento

de quase cinco décadas, a Coamo preparou uma

série de homenagens para a Jacto no início de dezembro.

A primeira foi com o plantio de uma árvore

na Fazenda Experimental. “A Jacto é uma empresa

que nos ajuda a cumprir a missão de gerar renda

para os cooperados com o desenvolvimento sustentável

do agronegócio. Isso ocorre não só por meio

38 revista

dezembro/2024


Plantio de árvores na Fazenda Experimental da Coamo em Campo Mourão

dos produtos, soluções e tecnologias de qualidade

que eles oferecem, mas também pela identidade de

princípios e valores que existe entre Jacto e Coamo”,

detalha o diretor de Suprimentos e Assistência Técnica

da Coamo, Aquiles de Oliveira Dias.

No ato de plantio da árvore, o diretor relembrou

um dos pontos que solidificou a relação. O fato

ocorreu na década de 1980, quando houve um forte

movimento de revendedoras de máquinas e tratores

para que as fabricantes não vendessem seus produtos

diretamente para as cooperativas, pressionando

empresas como a Jacto, que tinham a maior parte

do volume de vendas nos negócios realizados com

as revendas. Com a ameaça de boicotar os produtos

das empresas que mantivessem negócios diretamente

com as cooperativas, as revendas pretendiam

fazer negociações intermediadas, que poderiam

onerar os preços pagos pelas empresas do setor.

Apesar das ameaças, a Jacto, sob a liderança

do fundador da empresa Shunji Nishimura e

apoiado por seus filhos, não cedeu à pressão. “Não

vamos virar as costas para os nossos amigos! A cooperativa

é um ajuntamento de agricultores. Se a Jacto

não puder vender para o agricultor, significa que

estamos fazendo algo de errado”, afirmou à época o

fundador da Jacto. Esse voto de confiança fez com

que a Coamo abrisse as portas da cooperativa para

a empresa apresentar os seus produtos, contribuindo

para a reestruturação das vendas da Jacto e fortalecendo

a parceria entre as duas empresas.

O empresário Jorge Nishimura, filho mais

novo do fundador da Jacto, foi presidente do Conselho

de Administração e conduziu o processo de sucessão

familiar da empresa. Junto do sobrinho Fábio,

ele representou a família Nishimura durante as homenagens

e manifestou sua alegria pelo reconhecimento

e relação com a cooperativa. “Tanto a Coamo

quanto a Jacto têm semelhanças na forma como nos

relacionamos com as pessoas. Eu fiquei muito feliz

com todas as homenagens, mas fico ainda mais feliz

em ver que, mesmo com o crescimento tão grande

das duas empresas, o calor humano e o respeito pelas

pessoas permanecem presentes”, destaca.

José Aroldo Gallassini, presidente do Conselho

de Administração da Coamo, ressalta que a

família Nishimura sempre foi parceira da Coamo e

compartilha um exemplo de sucessão que é muito

bem-visto. "Nós somos muito gratos pela parceria

de anos e pela oportunidade de recebermos toda a

equipe da Jacto em nossa cooperativa”, diz.

dezembro/2024 revista 39


cooperativismo

Coamo promove encontro com

integrantes dos comitês educativos

No mês de dezembro, centenas de cooperados

estiveram presentes em Campo Mourão

para o encontro dos Comitês Educativos.

Eles acompanharam palestras promovidas pela diretoria

da Coamo e por Jorge Nishimura, membro do

Conselho do Grupo Jacto e do Conselho Curador

da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, que

tratou sobre o tema de sucessão familiar.

Os Comitês Educativos são órgãos indicados

pelo estatuto social que funcionam como um

elo de comunicação entre os cooperados de cada

entreposto e a gestão da cooperativa. Esses núcleos

atuam junto à diretoria e aos Conselhos Administrativo

e Fiscal, levando proposições de melhorias e discussões

sobre políticas futuras, além de serem pontos

focais da gestão junto às unidades. Atualmente,

a cooperativa conta com 59 comitês instituídos em

toda a sua área de ação, com 1083 cooperados.

“O propósito de realizar este encontro é trazer

os representantes do Comitê Educativo para que

tenham um contato mais próximo com a diretoria

e conselheiros para que ouçam as proposições de

futuro, discutam sobre novas políticas e tendências,

além de terem a oportunidade de visualizar os caminhos

que a cooperativa tem buscado para melhorar

ou gerar renda”, detalha o assessor de Cooperativismo

da Coamo, José Ricardo Pedron Romani.

Para o cooperado Antonio Marcos Pereira,

de Ivaiporã (Centro-Norte do Paraná), a participação

no comitê é produtiva para os integrantes e para

os cooperados de cada unidade. “Nós recebemos

orientações e informações sobre a cooperativa,

40 revista

dezembro/2024


além de ficarmos por dentro de assuntos que são de interesse dos produtores.

Com essa participação, podemos orientar outros produtores

para que eles também se mantenham atualizados e tornem-se defensores

da nossa cooperativa”, afirma

Ricardin de Oliveira Brunelli, cooperado em São Gabriel do Oeste

(Centro-Norte do Mato Grosso do Sul), reitera a importância sobre a

capacitação que os comitês promovem para os cooperados. “É o próprio

cooperado produtor transmitindo informações. Isso traz mais credibilidade

e transparência para as ações que estão sendo realizadas.”

O encontro contou com palestras promovidas pela diretoria

da Coamo, que apresentou um panorama e tendências do mercado

agrícola, bem como atualizações sobre a cooperativa e investimentos

futuros. Para fechar o evento, o palestrante Jorge Nishimura apresentou

o case de sucessão empresarial da Jacto.

Para o presidente do Conselho de Administração da Coamo e

Credicoamo, José Aroldo Gallassini, as palestras e o evento se somam a

outros programas de formação e educação cooperativista. “Sucessão é

uma coisa importante para nós. Temos cursos como o Jovens Líderes e

o FuturoCoop, que tratam sobre essa questão. Então trazer esse exemplo

de uma grande empresa parceira mostra que é possível ter sucesso

no processo de continuidade das atividades familiares.”

Integrante do comitê de Mangueirinha (Sudoeste do Paraná), o

cooperado Paulo Arboit destaca a relevância dos conteúdos apresentados.

“A cooperativa está de parabéns e os gestores que estão a frente

destes comitês também estão conseguindo desempenhar um bom

papel. Tudo isso nos dá uma certeza e confiança de que estamos no

caminho certo para conseguirmos agregar mais valor.”

Antonio Marcos Pereira, de Ivaiporã (PR): “Eu gostaria

que todo cooperado tivesse esse privilégio de

manter um contato mais aproximado com a diretoria.

Ao conhecer as pessoas que encabeçam e lideram

tudo isso, nós temos mais clareza e orientação

para o nosso dia a dia.”

Ricardin Brunelli, de São Gabriel do Oeste (MS):

“Os comitês proporcionam esse contato de produtor

para produtor. Para nós que participamos, é um

aprendizado constante, seja nos contatos com a diretoria

ou nas conversas com os outros cooperados.”

Jorge Nishimura, membro do Conselho do Grupo Jacto e do Conselho Curador da

Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, tratou sobre o tema de sucessão familiar

Paulo Arboit, de Mangueirinha (PR): “A participação

no Comitê Educativo é muito importante,

porque no dia a dia temos diversas dificuldades

e são dessas dificuldades que podemos orientar

algumas decisões, reportar aquilo que dá certo ou

errado, e para qual lado temos a tendência de ir.”

dezembro/2024 revista 41



sustentabilidade

Coamo conquista selo ouro

na certificação ODS 2024

No dia 29 de novembro, durante a Conferência

Nacional pelos ODS, em São Paulo, a Coamo

foi agraciada com o Selo Ouro na Certificação

ODS 2024, uma premiação do Instituto ODS

que reconhece empresas e iniciativas de todo o Brasil

que demonstram eficácia na implementação dos

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

da ONU. A cooperativa foi premiada por realizar,

ao longo do último ano, 17 projetos que atendem a

cada um dos 17 ODS, com foco no desenvolvimento

sustentável em diversas frentes: ambiental, social e

de governança.

Djalma Lúcio de Oliveira, coordenador de

Sustentabilidade Ambiental da Coamo, explica que

o selo ODS é uma validação de projetos concretos

que atingiram metas estabelecidas pela ONU, com

o intuito de melhorar o planeta e as condições de

vida de toda a humanidade. Para ele, a conquista

é uma materialização de um trabalho já realizado

pela cooperativa, que sempre esteve alinhada com

os princípios do cooperativismo, mas que agora

tem a comprovação oficial dessa atuação por meio

de uma certificação. “É uma forma de mostrar o que

já fazíamos, agora com uma comprovação institucional”,

afirma.

A premiação também reflete o impacto do

cooperativismo, que sempre incentivou os cooperados

a adotar práticas sustentáveis, tanto em termos

ambientais quanto sociais. A Coamo, com sua rede

de apoio e assessoria, tem incentivado a conscientização

e o engajamento de todos os envolvidos na

organização.

Com um olhar atento às necessidades globais,

a Coamo tem se alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento

Sustentável da ONU, estabelecidos

em 2015, e busca contribuir para um futuro mais sustentável

até 2030. Para Juscelino, a conquista do selo

é um reflexo do compromisso da cooperativa com a

transparência, a responsabilidade socioambiental e

a boa governança, aspectos essenciais para um futuro

melhor tanto para os cooperados quanto para a

sociedade como um todo.

dezembro/2024 revista 43


Família Bovo e Cortinove; cooperados em Marilândia do Sul (PR)

TECNOLOGIA NO CAMPO

Família adquire Uniports na Coamo buscando

mais eficiência na atividade agrícola

A

entrega de dois pulverizadores equipados

com a mais recente tecnologia agrícola,

marcou um momento especial para a família

Bovo e Cortinove, de Apucarana. Cooperados da

Coamo em Marilândia do Sul (Centro-Norte do Paraná),

eles afirmam que a aquisição dos equipamentos

representa a realização de um sonho, reforça a parceria

com a cooperativa e reflete a necessidade em

acompanhar as inovações tecnológicas no campo

para aumentar a eficiência e reduzir custos.

Evaldo Carlos Bovo, um dos representantes

da família, enfatiza o significado desse investimento.

“Há 30 anos trabalhávamos com pulverizadores

menores, de barra de 12 metros, que evoluíram

para 18 metros. Sempre tivemos o desejo de adquirir

um Uniport, principalmente para lidar com

44 revista

dezembro/2024


parceria

Cooperados com funcionários da Coamo de Marilândia do Sul

culturas mais altas, como o milho.

A Coamo nos ajudou a tornar

isso possível, oferecendo

condições financeiras adequadas,

o que nos permitiu realizar

esse sonho”, explica Evaldo.

A propriedade é gerida

em sociedade por três irmãos,

que utilizam os equipamentos

em conjunto para atender às

demandas da produção. “Começamos

com equipamentos

muito simples, como bombinhas

manuais, e fomos acompanhando

a evolução. Hoje, máquinas

como o Uniport são uma necessidade

para garantir eficiência e

competitividade. Conseguimos

trabalhar mais rápido e com mais

precisão, reduzindo custos e otimizando

recursos.”

A aquisição também reflete

o compromisso com a sustentabilidade

e a produtividade

no campo. Bovo destaca que

o novo equipamento permite

realizar aplicações no momento

ideal, mesmo em janelas de tempo

reduzidas, como após períodos

de chuva. “Com o Uniport,

fazemos o trabalho de forma

mais eficiente. Antes, levávamos

mais de uma semana para cobrir

toda a área. Agora, em até três

dias conseguimos completar a

aplicação, garantindo mais rentabilidade

e reduzindo custos com

mão de obra e recursos.”

Pedro Henrique Bovo

Cortinove ressalta a importância

de investir em tecnologias

avançadas. “Mesmo sendo mais

jovem, acompanhei os desafios

das gerações anteriores. Antigamente,

era tudo manual, sem

GPS e com muitas dificuldades.

Hoje, com os Uniports, conseguimos

integrar informações das

aplicações ao planejamento do

plantio e da colheita, o que reduz

os erros e melhora a eficiência.”

Para Cortinove, a aquisição

representa um marco no legado

da família e um passo estratégico

para o futuro. “As margens

na agricultura estão cada vez mais

apertadas, e precisamos de tecnologias

que otimizem os processos

e garantam a rentabilidade.

Com equipamentos modernos,

conseguimos errar menos, tomar

decisões mais precisas e aproveitar

ao máximo os recursos disponíveis.

A parceria com a Coamo

foi fundamental para que isso se

tornasse possível.”

A negociação foi conduzida

em parceria entre a Coamo,

a Jacto e a família Bovo e

Cortinove, envolvendo diversas

etapas para garantir que a aquisição

atendesse às necessidades

dos cooperados. “A Coamo

sempre esteve ao nosso lado.

Desde que chegou à região, temos

adquirido insumos e outros

produtos por meio da cooperativa.

É um relacionamento que

se fortaleceu com o tempo”, afirma

Cortinove.

Jaime Vieira da Silva,

gerente da Coamo em Marilândia

do Sul, destaca o papel da

cooperativa na viabilização de

investimentos que transformam

a realidade no campo. “São produtores

que sempre buscam inovação

e resultados expressivos.

Essa aquisição representa um

avanço importante, que vai trazer

ainda mais eficiência e produtividade.

O cooperado precisa

de ferramentas que otimizem o

trabalho e aumentem a rentabilidade.

Máquinas como o Uniport

são indispensáveis para quem

deseja se manter competitivo no

mercado. Para a Coamo, é uma

realização poder contribuir com

os cooperados nesse sentido.”

dezembro/2024 revista 45



esporte & lazer

Copa Coamo:

esporte,

cooperação

e novidades

para 2025

Novo logotipo da Copa Coamo

A

Copa Coamo, maior evento esportivo

rural do Brasil, retorna em 2025 com novas

edições de futebol suíço masculino e

vôlei de areia feminino. Programada para iniciar

em 26 de abril, com a regional Vale do Ivaí, e finalizar

em 26 de julho, com a grande final em

Campo Mourão, a competição abrange cooperados

das unidades do Paraná, Santa Catarina e

Mato Grosso do Sul. Serão 33 equipes na final,

tanto no futebol quanto no vôlei, com premiação

para os quatro mais bem colocados de cada

modalidade.

Na edição de 2023, a modalidade do

vôlei feminino foi inserida à competição e teve

grande adesão. Para 2025, a expectativa é de

crescimento, como destaca José Ricardo Pedron

Romani, assessor de Cooperativismo da Coamo

e coordenador geral do evento. “Desde julho estamos

trabalhando na preparação para o maior

evento esportivo agrícola do Brasil.”

Ele revela que a Copa Coamo contará

com um novo logotipo, atualizada para refletir a

inclusão do vôlei feminino, fortalecendo a marca

e destacando a participação das mulheres. “O tradicional

logo, com a botina e a bola de futebol, é

um símbolo muito forte representando a história

da cooperativa. Agora, incorporamos o elemento

do vôlei para reforçar a inovação e a diversidade

do evento”, afirma Romani.

O presidente de honra da Copa Coamo,

José Aroldo Gallassini, enfatiza o papel do evento

como um espaço de integração para cooperados

e familiares. “Trata-se de um projeto de esporte

e lazer que vem fazendo sucesso há mais

de 30 anos, sendo, como o seu slogan diz, ‘um

jeito gostoso de viver o cooperativismo’.”

dezembro/2024 revista 47


32 ANOS DE HISTÓRIA

PIONEIRO NA BIOESTIMULAÇÃO

A BASE DE XISTO

25 ANOS DE PARCERIA COAMO

RESULTADOS COMPROVADOS

EM MAIS DE 20 INSTITUIÇÕES

DE PESQUISA

48 revista

PARCERIA QUE TE FAZ CRESCER

dezembro/2024

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premiação

Coamo é campeã nas “Melhores

do Agronegócio” da Globo Rural

A

Coamo Agroindustrial Cooperativa conquistou

o título de campeã na categoria Cooperativas

na premiação “Melhores do Agronegócio”,

promovida pela Revista Globo Rural. A edição

de 2024 marcou os 20 anos da premiação, consolidada

como uma das mais relevantes do universo

corporativo do agronegócio brasileiro. O evento foi

em São Paulo, no dia 25 de novembro, e contou com

o lançamento da 20ª edição do Anuário do Agronegócio,

que traz perfis das empresas vencedoras e

dados completos sobre as participantes.

“Celebramos os bons resultados e ficamos

felizes em sermos campeões na categoria Cooperativas

entre 21 segmentos deste importante anuário

do agronegócio. Partilhamos esta conquista com

nossos mais de 32 mil cooperados, mais de dez

mil funcionários, além de clientes, fornecedores

e consumidores”, destaca José Aroldo Gallassini,

presidente do Conselho de Administração da Coamo.

Também participaram do evento o presidente

Executivo da Coamo, Airton Galinari, e os membros

do Conselho de Administração, Jonathan Henrique

Welz Negri e Igor Eduardo de Mello Schreiner.

Airton Galinari, presidente Executivo da

Coamo, ressalta a importância do prêmio. “Este é

um reconhecimento ao tripé que sempre destacamos:

cooperados, funcionários e a diretoria. Essa

união nos trouxe até aqui, recebendo este prêmio

da revista mais conceituada do agronegócio brasileiro.

Dedicamos essa conquista a todos que fazem

parte da Coamo. É o cooperativismo em sua essência.

Juntos fazemos melhor. Apesar de um ano desafiador,

entregamos bons resultados celebrados com

este reconhecimento de todo o setor.”

José Aroldo Gallassini foi escolhido para representar

todas as empresas campeãs no painel que

contou com a participação de José Roberto Mendon-

Coamo conquistou o título de

campeã na categoria ‘Cooperativas’.

Edição marcou os 20 anos da

premiação, consolidada como uma

das mais relevantes do universo

corporativo do agronegócio brasileiro

Ilivaldo Duarte, assessor de Comunicação, Igor Eduardo de Mello

Schreiner, membro do Conselho de Administração, José Aroldo

Gallassini, Jonathan Henrique Welz Negri, membro do Conselho de

Administração, e Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo

dezembro/2024 revista 49


premiação

ça de Barros, diretor do Banco do Brasil. “É notável

o respeito e o carinho que o Dr. Aroldo

conquista por onde passa, fruto de sua trajetória,

reputação e do legado que construiu. Não

é apenas sobre a Coamo, que já é um marco,

mas sobre a transformação que a cooperativa

impulsionou no mercado. Gallassini é, sem

dúvida, um ícone do cooperativismo, um líder

reconhecido nacionalmente, e isso é mais do

que merecido”, comenta Galinari.

Cassiano Ribeiro, editor-executivo

da Revista Globo Rural, destaca a relevância

da Coamo e do cooperativismo para o setor

agroindustrial. “É sempre gratificante ouvir

quem faz o agro acontecer na prática. A presença

de José Aroldo Gallassini, representando

a Coamo, homenageia todos os cooperados

com este prêmio. A Coamo, sendo a maior

cooperativa agroindustrial do Brasil, mantém

sua trajetória de novos investimentos e representa

o que há de melhor no cooperativismo”.

Cassiano também enfatiza a importância

das cooperativas no agronegócio. “As cooperativas

desempenham um papel essencial,

tanto econômico quanto social. Elas são responsáveis

por 16% do faturamento total das

500 maiores empresas do setor, mostrando

o impacto financeiro e o envolvimento social

desse sistema. O cooperativismo é, sem dúvida,

um dos motores da economia brasileira”.

Entre as melhores do Agronegócio, a

Coamo é a primeira paranaense no ranking,

a 11ª colocada entre as 500 maiores empresas

do agronegócio brasileira e a primeira

cooperativa. Na região Sul, é a segunda mais

bem colocada entre as empresas agrícolas.

A premiação e seleção das 500 maiores do

agro é feito pela revista Globo Rural em parceria

com a consultoria Serasa Experian que

elabora o ranking levando em conta os questionários

de pesquisa e as demonstrações

contábeis da empresa. Os indicadores financeiros

têm peso de 70% na nota final, e a responsabilidade

socioambiental, de 30%.

No centro, os cooperados

Quem chega a Campo Mourão, na região

centro-ocidental do Paraná, encontra uma cidade

bem estruturada, de pouco mais de 100.000 habitantes,

de acordo o Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE). Na área central do município, um

polo regional, fica o complexo de prédios que abriga

a sede da Coamo Agroindustrial, a maior cooperativa

agropecuária do país.

O movimento é intenso, com associados buscando

atendimento para negociar as safras, comprar

insumos ou realizar movimentações financeiras na

cooperativa de crédito Credicoamo. O estacionamento

é amplo, mas às vezes faltam vagas.

Em 2023, a Coamo faturou R$ 30,3 bilhões e

teve sobra líquida (ou lucro, segundo a terminologia

das cooperativas) de R$ 2,3 bilhões, dos quais ela distribuiu

R$ 850,3 milhões a seus cooperados. Diante

desses números, é difícil acreditar que nos primeiros

anos da cooperativa, fundada em 1970, havia quem

chamasse Campo Mourão de "terra dos três esses",

em referência a sapé, samambaia e saúva, as únicas

três formas de vida que, segundo se falava, eram capazes

de sobreviver àquele solo pobre.

A baixa fertilidade da terra os produtores corrigiram

à base de trabalho, disciplina e ciência, com

extensionistas a campo. Um deles era o engenheiro

agrônomo José Aroldo Gallassini, catarinense que

chegou à cidade em 1968 depois de graduar-se pela

Universidade Federal do Paraná.

Gallassini é o idealizador da Coamo e, hoje,

preside seu conselho de administração. Em um memorial

que a cooperativa acaba de inaugurar, é possível

ver o jipe modelo 1954 que ele utilizava para o

trabalho e entender um pouco mais da trajetória que

levou a Coamo à marca atual de 31.665 associados,

distribuídos por 75 municípios de Paraná, Santa Catarina

e Mato Grosso do Sul.

Airton Galinari, presidente executivo do

Coamo, diz que a cooperativa tem atualmente 400

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engenheiros agrônomos no campo, atendendo os

associados. "Além disso, mantemos uma fazenda

experimental, há 50 anos, com estudos de rotação

de culturas e o museu do solo. Temos parcerias com

instituições como a Embrapa, universidades e indústrias.

Só entram produtos em nosso portfólio depois

de testados", relata. Galinari é engenheiro químico

e ingressou na Coamo em 1987, como gerente da

destilaria de álcool que a cooperativa mantinha.

Mais tarde, ele se tornou superintendente de logística

e operações, e, em 2020, com a criação de uma

nova estrutura de governança, assumiu o posto de

presidente executivo, liderando cinco diretores e

reportando-se ao conselho de administração.

Questionado sobre o que considera ser o

maior diferencial da Coamo para vencer o prêmio

Melhores do Agronegócio, Galinari é direto: "Desde

o começo, a Coamo teve a cultura de se capitalizar.

Além dos fundos legais, que determinam 50% de

captação para reinvestimento, nosso estatuto prevê

outros fundos, que podem ser transitórios, para

capital de giro, por exemplo. O dinheiro que faturamos

é administrado e devolvido em forma de investimentos

em nossas unidades. Todo cooperado

tem acesso aos mesmos produtos e serviços. Transitamos

pelos períodos de dificuldades com tranquilidade,

fazendo bons negócios, pagando à vista. Isso

gera confiança. Em 53 anos, a Coamo sempre devolveu

sobras", relata.

Outro diferencial é a industrialização das

commodities. O volume chegou a 9,9 milhões de

toneladas em 2023. A Coamo industrializa cerca

de 50% da soja e 50% do trigo que recebe. Esses

produtos, em forma de itens como farinha de trigo,

margarina e óleo de soja, chegam ao varejo com a

marca da cooperativa.

Para o milho, já está em operação a indústria

de ração animal, que produz 500 toneladas ao dia,

mas consome menos de 2% do que a Coamo recebe.

Para agregar mais valor ao cereal, a cooperativa

já começou a construir uma planta de etanol de milho,

que receberá investimentos de R$ 1.6 bilhão e

deverá ficar pronta no segundo semestre de 2026.

Com ela, a Coamo passará a industrializar 20% do

milho que recebe.

"Olhamos para o futuro com confiança. E o

mais importante: com foco no cooperado conclui

Galinari. "Ele é a razão de a Coamo existir."

Texto publicado na Revista Globo Rural

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final de ano

Natal de Luzes

da Coamo

ilumina a sede

da cooperativa

Na noite desta quinta-feira, 12 de

dezembro, a Coamo realizou o tradicional

Natal de Luzes em Campo

Mourão (Centro-Oeste do Paraná). Neste

ano, o tema escolhido foi 'Quem sabe o

que planta, sabe o que colher', promovendo

valores como solidariedade, união

e esperança, que são pilares do cooperativismo.

Milhares de pessoas de Campo

Mourão e da região compareceram ao

evento que contou com apresentações

culturais e do acendimento das luzes de

Natal no prédio da Administração Central.

Entre as atrações artísticas estiveram

o coral da Primeira Igreja Presbiteriana

Renovada de Campo Mourão, com

canções natalinas que resgataram o verdadeiro

espírito do Natal, e os funcionários

da Credicoamo, Leandro Mendes e

Ana Paula Rodrigues, que interpretaram a

música tema deste ano.

O acendimento das luzes foi outro

destaque do evento. A iluminação transformou

a fachada e os jardins da Coamo.

A decoração permanecerá disponível para

visitação durante as noites, oferecendo um

espaço para fotos e contemplação. A Coamo

convida a comunidade para visitar a decoração

natalina e vivenciar a mensagem de

união e esperança representada.

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Evento contou com apresentações culturais e acendimento das luzes de Natal no prédio da Administração Central

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reconhecimento

Coamo presta homenagem a 540

funcionários no Programa Tempo de Casa

Funcionários com 30 e 40 anos de casa durante homenagem das diretorias da Coamo e Credicoamo, em Campo Mourão (PR)

Em 2024, 540 funcionários

foram homenageados pelos

anos de dedicação ao grupo

Coamo. Entre os reconhecidos

estão 20 colaboradores com 40

anos de casa, 37 com 30 anos, 143

com 20 anos e 340 com 10 anos

de trajetória. Essa tradição, que já

dura mais de duas décadas, reflete

a valorização do capital humano,

essencial para a cooperativa que

conta com mais de 10.500 funcionários

e 32.000 cooperados.

Antonio Sérgio Gabriel,

diretor Administrativo e Financeiro

da Coamo, destaca a emoção

da diretoria ao reconhecer o esforço

e o comprometimento dos

colaboradores. “Essa iniciativa

é uma forma de externar nosso

agradecimento aos profissionais

que, ao longo dos anos, contribuem

com seu conhecimento

e dedicação para o sucesso da

cooperativa. Ver a alegria de

cada homenageado é uma experiência

gratificante, pois ela

reflete o orgulho de fazer parte

dessa história”, afirma o diretor,

que está há 49 anos na Coamo.

Para Antônio César Marini,

gerente de Gestão de Pessoas,

o segredo para o sucesso está na

formação e no desenvolvimento

contínuo dos colaboradores. Ele

explicou que a cooperativa investe

em programas de integração,

capacitação e promoção interna,

permitindo que os funcionários

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Homenageados em visita ao Memorial da Coamo

tracem suas próprias trajetórias

de crescimento. “Temos uma

trilha de aprendizagem personalizada

para cada cargo, além

de uma central de carreiras que

orienta os colaboradores sobre

as oportunidades internas. Temos

uma palavra que consideramos

primordial na cooperativa, que é

o protagonismo, então, o funcionário

é responsável pela carreira

dele. Nossa política é priorizar o

aproveitamento interno, e, neste

ano, promovemos mais de 1.000

pessoas”, comenta.

A cooperativa encerrou

2024 com um balanço positivo

em treinamentos e capacitações.

Ao todo, os funcionários

participaram de cerca de 40.000

ações de formação, considerando

treinamentos presenciais e a

distância, em áreas como administração,

logística, indústria e

assistência técnica.

Antonio Sérgio usa uma

analogia para ilustrar a importância

de compartilhar conhecimento

no ambiente de trabalho. “O

conhecimento é como uma caixa

d’água: ele precisa ser transmitido

para ter valor. Assim como a

água, que apodrece se não for

distribuída para os cômodos da

casa, se o conhecimento não for

compartilhado, ele estagna. Incentivamos

nossos colaboradores

a dividirem suas experiências

para que todos possam crescer

juntos”, explica.

Para o diretor Administrativo

Financeiro, essas ações

refletem a visão da Coamo: uma

empresa formada por pessoas

que constroem, inovam e transformam,

levando excelência

aos cooperados e mantendo o

compromisso com o desenvolvimento

sustentável e humano. De

acordo com Antonio Sérgio, o segredo

do sucesso está na soma

das inteligências individuais. “A

força da Coamo está no conhecimento

compartilhado entre

todos os colaboradores. Juntos,

somos mais fortes e unidos, somos

gigantes”, conclui.

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alimentos coamo

Blitz Coamo em Campo Mourão

Em comemoração ao aniversário da Coamo, a

cooperativa trouxe uma super novidade para

os supermercados da cidade: a Blitz Coamo!

Uma ação divertida que transformou as compras

em uma experiência cheia de prêmios e surpresas.

Quem comprou mais de três produtos diferentes da

cooperativa e apresentou o cupom fiscal participou

da roleta da sorte, podendo ganhar prêmios e vale-

-compras de até R$ 400,00.

A consumidora Rosângela Silva Giraldo foi

premiada duas vezes. Ela participou da ação em

dois mercados da cidade. “Ganhei duas vezes um

cartão com R$ 60,00 para utilizar no mercado”, revela

a mourãoense que também destaca o quanto

aprecia os produtos da Coamo. “São produtos da

nossa terra e de muita qualidade. Mesmo, quando

morei em São Paulo, não deixei de comprar os produtos

da cooperativa. Sempre falava com orgulho

sobre a origem dos alimentos da Coamo.”

Maely Mendes de Oliveira Tomé é consumidora

fiel da linha alimentícia da Coamo. Quando

soube da Blitz não perdeu tempo e correu participar.

Ela também levou o prêmio de R$60,00 duas

vezes. “É uma ação muito legal. Além de comprar os

produtos que confiamos, concorremos a prêmios e

tem uma gincana que envolve a gente”, ressalta.

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