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propmark.com.br ANO 60 - Nº 3.027 - 27 de janeiro de 2025 R$ 20,00
Etarismo persiste
e geração 50+
tem pouco espaço
na publicidade
Freepik
Pesquisa do IBGE mostra que, em 2030, 40% da população
brasileira terá entre 30 e 60 anos. Mas os
profissionais de publicidade na faixa dos 50+ encontram
barreiras para ingressar no mercado. O Instituto
Locomotiva, citado por Paula Molina, da WMcCann,
indica que 40% dessa faixa etária quer trabalhar. Os
seniores são minoria nas agências. “Na VML, a população
46+ representa 10% do nosso total”, revela
Camila Arruda, CPO da agência. O preconceito existe,
segundo Glaucio Binder, da Binder, sobretudo em
anunciantes. A recomendação é aumentar o mix geracional.
Mercado também precisa entender o comportamento
dos consumidores silver heads, que vão impactar
cada vez mais nas decisões de compra. pág. 12
Mercado da propaganda
teme o fim do TikTok
Dia do Publicitário traz
reflexões sobre desafios
Luiz Sanches assume
criação da Kimberly-Clark
Divulgação Divulgação Divulgação
Ricardo Silvestre, CEO da Black Influence, destaca que banimento
nos EUA pode gerar incertezas, mas mercado brasileiro
segue forte. O profissional reforça que plataforma
criou um novo padrão de conteúdo. pág. 24
Alessandra Sadock, ECD da WMcCann, acredita que o papel do
publicitário é mais relevante do que nunca. “A incerteza
é combustível para a criatividade”, diz ela. Líderes falam
sobre o cenário de constantes mudanças. pág. 18
Depois de 30 anos de carreira em agências, o criativo (que
deixou a BBDO e a Almap em setembro de 2024) passa para
o lado do cliente. Ele é o novo global chief creative & design
officer da Kimberly-Clark. pág. 21
DA CONSULTA AO MERCADO,
↘ AS OPINIÕES.
DAS OPINIÕES,
↘ O DEBATE.
DO DEBATE,
↘ O CONSENSO.
DO CONSENSO,
↘ O DOCUMENTO.
DO DOCUMENTO,
↘ O PACTO.
O Cenp reuniu todos os agentes do mercado para pensar e debater
o futuro da atividade publicitária. Dessa união de ideias nasceu o Pacto Cenp.
Um documento com as boas práticas relacionadas a temas
centrais para o crescimento econômico da atividade:
↘ Concorrências
↘ Transparência nos processos
↘ Sustentabilidade financeira
↘ Planos de incentivo
O Pacto Cenp, que reforça a importância da autorregulação da indústria
da comunicação, servirá de referência para um mercado cada vez mais
desenvolvido e ético, como exigem os nossos tempos.
↘
Consulte e,
o mais importante,
adote.
editorial
Armando Ferrentini
Etarismo na publicidade
Assim como em todo o mercado de trabalho, a propaganda abre pouco espaço
para os profissionais 50+. Quando as pessoas chegam a uma certa idade, já começam
a se preocupar com uma possível substituição na empresa ou enfrentam
muito mais dificuldade para encontrar um trabalho na disputa com os mais jovens. A
barreira aumenta ainda mais quando se chega aos 60 anos.
Definitivamente, não deveria ser desse jeito. Os profissionais mais velhos têm a seu
favor a experiência no currículo. No caso de um criativo, por exemplo, o repertório é
um fator que conta muito na hora de ter uma ideia e desenvolver o projeto buscando
referências na vivência mesmo. Além disso, tem a questão da troca geracional.
Em matéria nesta edição, líderes ouvidos pela reportagem reconhecem a importância
estratégica que os 50+ oferecem, com diversidade de experiências para agregar
perspectivas na resolução de problemas e maturidade na tomada de decisões. Mas a
realidade nas agências é outra. O percentual de seniores é muito pequeno.
Na VML, uma das poucas agências que abriram esse número, a população 46+ representa
10% do total do time. “Seguimos monitorando e buscando o equilíbrio. Isso nos permite
aproveitar a diversidade de perspectivas que diferentes gerações trazem. Ao construir
equipes que incluam pessoas com diferentes trajetórias de carreira, teremos mais pontos
de vista e, como resultado, uma visão mais estratégica e soluções inovadoras”, diz Camila
Arruda, chief people officer da agência.
Provavelmente, as empresas ainda não se deram conta de que a expectativa de vida
aumentou nos últimos anos e haverá cada vez mais idosos no Brasil.
As projeções de população do IBGE mostram que, de 2000 para 2023, a proporção de idosos
(pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7%
para 15,6%. O total passou de 15,2 milhões para 33 milhões, no período. Em 2070, cerca de
37,8% dos habitantes do país serão idosos, o que corresponderá a 75,3 milhões de pessoas
com 60 anos ou mais.
Na publicidade, talvez uma das vantagens para os chamados silver heads é que eles
conseguem atuar como especialistas e muitas vezes de forma mais consultiva, como
autônomos ou independentes. “Mas a realidade da demografia brasileira vai exigir que
as instituições avaliem como incorporar e manter esses perfis”, completa a executiva
da VML.
Presente em toda a sociedade, o etarismo torna invisíveis talentos com ideias alinhadas
aos anseios de uma parte importante dos consumidores.
“Com o crescimento da população 50+, essa faixa etária representa não apenas um
grupo demográfico relevante, mas também um recurso valioso para atender às demandas
de um mercado cada vez mais diverso e em transformação”, pontua Paula Molina,
diretora de recursos humanos da agência WMcCann, que considera ter colaboradores
da geração 50+ como fundamental para as organizações.
A conquista do Globo de Ouro de melhor atriz por Fernanda Torres pela atuação no
filme ‘Ainda estou aqui’, dirigido por Walter Salles, que também foram indicados ao
Oscar em três categorias, é um exemplo de como a vitalidade não vem só dos jovens.
“Olha, agora mesmo aconteceu a premiação do Globo de Ouro e Fernanda Torres tem
59 anos, Walter Salles tem 68, Selton Mello 52 (que também atua no filme) e seguem
brilhando. É a prova de que a experiência não é antagônica ao frescor. Pelo contrário.
E outra, eles vêm sendo bons desde que nasceram na profissão. Quem é bom, é bom”,
analisa Manir Fadel, CEO e CCO da Grey Brasil.
Por outro lado, o mercado avalia que os seniores precisam se manter atualizados em
relação às novas tecnologias, uma vantagem largamente atribuída aos mais jovens.
Mas vale lembrar que a troca de experiências é o que enriquece um time.
Frase: “Nos Estados Unidos, o impossível é o que fazemos de melhor” (Donald Trump,
20/1/2025).
as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br
1ª
2ª
Especialistas ouvidos pelo propmark analisaram quais devem ser os
impactos da nova gestão de Donald Trump à frente da presidência dos
Estados Unidos.
3ª
O que esperar da nova era Trump do
ponto de vista da economia e da publicidade
Futebol 2025 no SBT terá
10 marcas nas transmissões
O SBT já comercializou 10 cotas para a temporada 2025 de futebol, com as
transmissões da Conmebol Sul-Americana e UEFA Champions League, e a
contratação de Tiago Leifert como narrador.
Brand Finance: Itaú é a marca
brasileira mais valorizada; Apple lidera
A Brand Finance trouxe o Itaú como a marca brasileira mais valorizada entre
as 500 maiores do mundo. O banco aumentou o valor da sua marca em 3% e
está avaliada em US$ 8,6 bilhões. Quem também representou o país na lista
foi o Banco do Brasil.
4ª
A BETC Havas é a nova dona da conta publicitária da Bet365. A agência será
responsável por toda a estratégia e compra de mídia, além do lançamento
da plataforma no Brasil.
5ª
BETC Havas é a nova
agência da Bet365
Com esportes, Netflix ganha assinantes
e especialistas veem fortalecimento dos streamings
A Netflix terminou o último trimestre de 2024 com um recorde de 18,9
milhões de novos assinantes, puxado por ‘Round 6’ e principalmente pelas
transmissões esportivas.
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 3
índice
Geração 50+ enfrenta
etarismo no mercado
publicitário brasileiro
A proporção entre jovens e
profissionais mais velhos nas
agências é discrepante. Na
Bferraz, que apresentou o
melhor índice, 30% da mão
de obra é constituída pelo
perfil mais sênior, sobretudo
nas lideranças.
12
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propmark
propmark.com.br
Jor na lis ta res pon sá vel
Ar man do Fer ren ti ni
Editora-chefe: Kelly Dores
Editores: Janaina Langsdorff e
Paulo Macedo
Editor de fotografia: Alê
Oliveira
Editor-assistente: Vinícius
Novaes
Repórteres: Adrieny Magalhães,
Bruna Nunes e Vitor Kadooka
Revisor: José Carlos Boanerges
Editor de Arte: Adunias Bispo
da Luz
Diagramador Pleno: Lucas
Boccatto
Diretor-presidente
Armando Ferrentini
Diretor-executivo
Tiago Ferrentini
CIEE está com marca nova para
se comunicar mais com os jovens
O CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) mudou
para acompanhar novas demandas e continuar sendo
ponte entre as empresas e os jovens que buscam a
primeira oportunidade de trabalho, diz Rodrigo Dib,
superintendente institucional e de inovação. pág. 10
Propaganda avalia lei que proíbe
o uso de celular nas escolas
Mercado analisa impactos da legislação que entrou em
vigor no último dia 13. A campanha ‘Infância livre de
telas’, criada pela McCann Health Brasil, por exemplo,
aborda o uso excessivo de aparelhos eletrônicos por
crianças e adolescentes. pág. 26
Departamento comercial
Gerentes de contas:
Luciano Marcondes
luciano@propmark.com.br
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Redação
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As ma té rias as si na das não re pre sen tam
ne ces sa ria men te a opi nião des te jor nal,
po den do até mes mo ser con trá rias a ela.
Editorial .............................................................................3
Conexões ...........................................................................6
Curtas .................................................................................8
Quem Fez ...........................................................................9
Entrevista ..........................................................................10
Mercado .............................................................................12
Marcas ...............................................................................21
Digital ................................................................................24
Pesquisas ..........................................................................28
Mídia ..................................................................................29
Opinião...............................................................................31
Inspiração ..........................................................................33
Out of Home ......................................................................34
Click do Alê ........................................................................35
ESG no MKT ........................................................................36
Supercenas ........................................................................37
Última Página ....................................................................38
Calendário da Pirelli
deste ano volta com
mais sensualidade
A 61ª edição do ‘The Cal’, como o
calendário é conhecido, mantém a
abordagem sensual que caracteriza
o projeto desde a sua origem, mas
sem o erotismo do passado. O
discurso está mais politicamente
correto. Com imagens do fotógrafo
Ethan James Green. pág. 22
4 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
conexões
última hora
CONTRATAÇÃO
A agência Isla, liderada no Brasil por Ricardo
John, está reforçando sua área criativa com o
head of art Cassio Moron (foto à esquerda). Com
mais de 30 anos de experiência profissional no
mercado publicitário, Cassio soma passagens
pela Y&R Lisboa, Madrid e Miami, Lowe, Talent,
Loducca e JWT. Sua última atuação foi na Suno,
como diretor de criação.
AUDIOVISUAL
Acontece no dia 29 de fevereiro, a formatura
da segunda turma do Cri.Ativos da Favela,
curso idealizado pela Favela Filmes, Central
Única das Favelas (CUFA), Instituto Heineken e
Rock in Rio. O programa, que começou em 2023, em São Paulo, no festival The Town, tem
como objetivo proporcionar novas oportunidades para os jovens através da formação na
área do audiovisual. Assim como na primeira edição, o curso foi ministrado pela Favela
Filmes e foi viabilizado pelo lucro de 100% das vendas de Heineken 0.0 durante o Rock in
Rio, permitindo a criação de um laboratório tecnológico exclusivo que atendeu cerca de
120 jovens das favelas do Rio de Janeiro.
EXPANSÃO
A NeoPerformance, agência de marketing digital com atuação no Brasil, Estados Unidos
e México, agora é responsável por toda governança de dados de mídia online e offline da
L’Oréal Brasil
Post: O que esperar da nova
era Trump do ponto de vista da
economia e da publicidade
“Tendência de proximidade com
o BR”, depois daquela entrevista
deixou de ser tendência!
Jeff
Post: ‘A Sephora é um destino
completo’, diz diretor de
marketing
@propmark, obrigado pela matéria!
Cataldo Domenicis
Somos fãs. Faz um trabalho impecável.
Agência de comunicação digital
Sou fã de @cataldo_domenicis
Ju Ferraz
Duailibi Essencial
ERRATA
Na matéria
“São Paulo se
destaca como
benchmark e
liderança criativa
do OOH
no Brasil”, o
nome da executiva
Sofia
Raucci foi grafado de forma errada na
legenda da foto. Pedimos desculpas!
“Qual é o homem mais inútil?” Aquele que não sabe nem mandar nem
obedecer” (Goethe)
dorinho
PRODUÇÃO
A Magma anuncia a contratação da dupla de diretores Filhos do Dono (foto acima), formada
por Baraúna e Santo Alceu. Ex-Seiva, os diretores já atenderam Amazon Prime, Energético
Fusion, Elle Brasil, Ebony, Joint.Music e assinaram a campanha ‘Brasil Sem Fome’ para a Ação
da Cidadania.
DIMENSÃO
O Open Air Brasil, maior cinema do mundo, está de volta este ano! E também em 2026
e 2027. E o novo patrocinador master é o Nubank. Desta vez, cinco cidades brasileiras
serão contempladas e haverá uma grande novidade: a realização de mais 50 edições
do Cinema Inflável, também ao ar livre e com uma tela inflável de 10m x 6m, com
exibições em localidades onde não há salas de cinema. O evento-proprietário é da
agência carioca D+3 Produções.
6 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
GANHAR O
COLUNISTAS
É MANEIRO,
MASSA,
MIL GRAU,
PORRETA,
TRILEGAL,
BARRIL
DOBRADO.
Para onde o Brasil aponta, tem
Prêmio Colunistas impulsionando
agências e carreiras.
Do norte ao sul do país, há 56 anos reconhecemos a
criatividade da comunicação brasileira. Separe seus melhores
trabalhos e inscreva. Colunistas, o prêmio de todo o Brasil.
colunistas.com.br
curtas
Divulgação
AgênciAs E mArcAs AquEcEm
movimEntAçõEs no início do Ano
O ano de 2025 começa com um volume expressivo de movimentações entre contas e agências.
A BETC Havas venceu concorrência e assumiu a conta da Bet365. Vai lançar a plataforma no
Brasil e será responsável pela compra de mídia e estratégia sob o conceito ‘Sempre extraordinário’.
Veiculada no meio digital, OOH e TV aberta, campanha já mostra a relação dos brasileiros
com os esportes. O objetivo é atrair entusiastas. Estima-se que o investimento do mercado
de bets na publicidade brasileira supere a cifra de R$ 2 bilhões, sem contar o montante vindo
de patrocínios a clubes de futebol, promoções e naming rights. A presença é latente. Em 2024,
os 20 clubes da segunda divisão do Campeonato Brasileiro estamparam casas de apostas nos
uniformes. Na esteira da BETC Havas, a Peppery conquistou a conta da Seara Food Solutions; a
Grey é a nova agência da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a Osesp; a Suno United
Creators passa a atender Aramis e Urban Performance, após ganhar também Americanas; a
Live inicia parceria de conteúdo always on de Amstel; e a agência Jones ganhou a conta de
comunicação da frente de negócios agro da Bayer no Brasil.
AlliAnz PArque celebrA dez Anos
Divulgação
gruPo dreAMers AMPliA boArd criAtivo
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Empreendimento está instalado no bairro da Água Branca, na Zona Oeste de São Paulo
Rafael Gil, Rodolfo Medina e Rodrigo Almeida (Monte): reconhecimento de talentos
A arena Allianz Parque, localizada Zona Oeste de São Paulo, completa dez anos com nova
identidade visual e a assinatura ‘Allianz Parque, onde as emoções se encontram’. O projeto
foi idealizado em parceria com o Studio Balaclava a fim de posicionar o empreendimento do
Grupo WTorre como um dos principais centros de entretenimento do Brasil para jogos, shows
ou eventos corporativos. Tons de verde estabelecem a ligação com a Sociedade Esportiva
Palmeiras, e se misturam com o cinza metálico e o azul - a cor institucional do espaço. Tradição
e contemporaneidade definem o design minimalista e coeso, com elementos gráficos que
complementam a experiência visual sem sobrecarregar o espectador.
Os chief creative officers (CCOs) da Artplan, Rodrigo Almeida (Monte) e Rafael Gil, passam a integrar
também o board criativo do Grupo Dreamers, reportando-se a Rodolfo Medina, presidente
executivo da holding. Na Artplan, a dupla segue atuando em parceria com Gláucia Montanha,
CEO da agência em São Paulo, e respondendo ao sócio-presidente, Antonio Fadiga. Permanecem
ainda como CCOs na Artplan, ao lado de Marcello Noronha. “A ampliação do escopo é um movimento
que reconhece os nossos talentos para fortalecer o posicionamento do Grupo Dreamers
como uma plataforma de comunicação e entretenimento. Eles estão preparados para o desafio
com a mesma energia e dedicação que demonstram na Artplan”, comenta Medina.
unilever escolhe br MediA cleAr chAnnel teM PAinéis eM FloriAnóPolis lAunch PAd chegA Ao MercAdo
Divulgação
Divulgação
Divulgação
Camilla Ramôa e Thiago Bispo: autenticidade e evolução
A BR Media é a nova parceira da Unilever para atividades com
influenciadores na categoria de cuidados para casa. A agência
será responsável pela gestão, planejamento, negociação,
criação, produção, acompanhamento e relatórios de desempenho
de campanhas e ações realizadas para as marcas OMO,
Brilhante, Ala, Surf, Cif, Vim, Comfort e Fofo, além de projetos
proprietários como Cleanipedia, hub de conteúdo sobre limpeza.
“Conseguimos criar diálogos autênticos e fortalecer vínculos
com nossas comunidades através das vozes dos nossos embaixadores”,
diz Camilla Ramôa, gerente de influência e conteúdo
de home care na Unilever. “Players globais estão evoluindo
no segmento, ampliando os investimentos com marketing de
influência”, aponta Thiago Bispo, VP de negócios da BR Media.
Peças foram desenvolvidas pela Imply Tecnologia
A empresa de mídia out of home Clear Channel expande a sua
presença no Brasil com a instalação de 20 painéis MUPI (Mobiliário
Urbano para Propaganda e Informação) desenvolvidos
pela Imply Tecnologia, em Florianópolis (SC). A Imply já inclui
40 relógios digitais de OOH na cidade de Caxias do Sul (RS).
“A solução mudou a nossa capacidade de instalar cada vez
mais telas digitais nas ruas”, observa Robin Callegari, diretor
de produtos da Clear Channel na América Latina. Tironi Paz
Ortiz, CEO e fundador da Imply Tecnologia, posiciona os painéis
como uma evolução. “Equipados com gerenciamento remoto
via web, essas soluções permitem atualização em tempo real
e agendamento de conteúdo, garantindo campanhas memoráveis
e impactantes”, garante.
Ana Luiza Marcolina, Fábio Santos e Marcellye Hansen
Marcellye Hansen, Ana Luiza Marcolina e Fábio Santos
apresentam a LaunchPad Digital, que promete transformar
o marketing para influenciadores e empresas por meio de
recursos de inteligência artificial personalizados. “A nossa
missão é colocar essas soluções ao alcance de pequenos
empreendedores, marcas emergentes e grandes players de
mercado”, planeja Fábio Santos, CEO da LaunchPad Digital.
No último dia 24, a LaunchPad Digital realizou um evento de
lançamento transmitido ao vivo pelo YouTube. Os fundadores
detalharam a visão da empresa para o futuro e explicaram
como a IA contribuirá para tornar o marketing digital mais inclusivo,
efetivo e escalável, tanto para criadores de conteúdo
quanto para marcas em busca de inovação.
8 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
quem fez
Paulo Macedo
paulo@propmark.com.br
AsiA
EngiE
Fotos Divulgação
Título: ‘Esse é o nosso esporte’
CCO: Vico Benevides
CSO: Carla Sá
CMO: Rodrigo Carmo
ECD: Rafael genu
Produtora: not So impossible
Aprovação: gil Maranhão, Leandro Provedel, Karina Howlett e
Carolina Frazão
Os seis filmes exploram a ligação entre a energia que move o mundo e a que
move as práticas esportivas. Sem a energia da água, do sol e do vento, por
exemplo, não há surfe, tênis ou vela – esses elementos da natureza são também
os que movem a transição energética no país, guiada pela marca. Os
filmes vão ao ar no ‘Jornal das 10’, da Globo News durante o Rio Open 2025.
Publicis brAsil
HOnDA MOTOS
Título: ‘Leve a vida numa Honda’
Vice-presidente de criação e operações: Fabio Astolpho
Diretores de criação: Luís Figueiredo e Ricardo Sarno
Produtora: O2 Filmes
Diretor: Rodrigo Pesavento
Aprovação: Marcelo Langrafe, Renato Cruz e Livia Cunha
Criado pelo núcleo de atendimento exclusivo The Dream,
filme mostra um casal opinando sobre a rotina do motociclista
vizinho, por, supostamente, parecer um dia a dia fácil,
em que ele sai de casa tarde, chega cedo e está sempre
viajando. Imediatamente, o motociclista lembra de todas
as tarefas que faz com a sua CG.
Tech & soul
CnA
Título: ‘Seu lugar no mundo’
CCO: Flavio Waiteman
ECD: Daniel Magri
Diretora de criação: Angélica Pernau
Diretores de arte: Cristiano Bernardo e Ricardo Marques
Aprovação: Luciana Fortuna, nicadan galvão e Tallyta Tulio
Campanha busca inspirar o público ao destacar as oportunidades
futuras e mostrar as conquistas que os alunos podem alcançar
ao estudar inglês ou espanhol. “Desta vez, o CNA coloca a cadeira
do aluno como símbolo da campanha, representando o primeiro
passo para o futuro, afinal tudo começa ali, escolhendo ser aluno
e sentar na cadeira”, esclarece comunicado da marca.
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 9
entrevista
RodRigo dib
superintendente institucional e de inovação do CIEE
‘O jovem mudou’
Com 60 anos de história, o CIEE (Centro
de Integração Empresa-Escola) enfrenta
um cenário de mudanças movidas pelas
transformações de comportamento
dos jovens e também pela falta de
capacitação deles. Para acompanhar essas
demandas e ser a principal ponte entre
as empresas e os jovens que buscam a
primeira oportunidade de trabalho, o CIEE
se desconstruiu. Virou a chave, mudou a
marca e agora quer ser o grande gerador
de conteúdo sobre o mundo do trabalho
para a juventude. “Precisamos ser o maior
influenciador sobre o mundo do trabalho”,
disse Rodrigo Dib, superintendente
institucional e de inovação do CIEE, que
comanda hoje um time de marketing de 50
pessoas. “Lançamos uma marca nova, cores
novas e começamos a ter uma linguagem
100% nova para se comunicar mais”, relatou
o executivo. Confira a sua entrevista.
Kelly Dores
O que é hoje o CIEE?
É uma organização sem fins lucrativos, que nasceu há 60 anos com o objetivo
de apoiar a juventude brasileira a conseguir sua primeira oportunidade. Tudo
começou com estágio, mas as coisas foram evoluindo e foi surgindo a necessidade
de ter outros tipos de programa. Sempre pensando em apoiar os jovens, mas
também as empresas. Hoje, o CIEE atua com programas para o jovem que é mais
vulnerável no Brasil com os centros de cidadania, que são espaços físicos para
o jovem carente que precisa de um lugar de acolhimento. Os centros oferecem
psicólogos, alimentação e apoio que ele precisa até para saber dos seus direitos.
Para o jovem que já consegue ter condição para se capacitar, o CIEE oferece plataformas
digitais, onde 1,2 milhão de jovens estão cadastrados. Por mês, mais de 30
mil jovens entram e se capacitam com mais de 60 cursos online que geram certificado.
São cursos que vão estar ligados com a vida deles, como Word, Excel, ferramentas
Office, Google, comunicação, finanças e matemática. E tem o programa de
entrada no mercado de trabalho, que é o jovem aprendiz. Hoje, o jovem aprendiz é
um programa governamental, uma lei que exige que empresas com mais de sete
colaboradores contratem um jovem aprendiz, que está no Ensino Médio, não tem
experiência e ainda não está em uma faculdade. Hoje, somos responsáveis por 80
mil jovens aprendizes por ano, que entram no mercado de trabalho via CIEE.
Reinaldo Canato/Divulgação
E temos também os programas de estágios, com cerca de 180 mil jovens que são
estagiários por intermédio do CIEE.
E qual é o perfil das empresas que contratam esses jovens?
O CIEE está hoje no Brasil inteiro, com 2.300 colaboradores. São mais de 27 mil
empresas que contratam com o CIEE. O CIEE é um case único, porque é uma organização
do terceiro setor, mas não vive de doação e sim através do serviço que
presta para as empresas, que pagam uma retribuição. Eu trabalhei com branding
parte da minha trajetória, com o Instituto Ayrton Senna, por exemplo, e o CIEE para
mim é um case de marca que poucas vezes eu vi. A gente consegue quase R$ 200
milhões de retorno em mídia espontânea. O CIEE tem muita vaga e consegue ser
responsável por quase 300 mil intermediações de empregos diretos. Na última
Expo CIEE, maior feira da América Latina para falar de mercado de trabalho, reunimos
48 mil pessoas. Assim como tudo o que a gente faz para os jovens, o evento
é gratuito. E as marcas patrocinam a feira porque querem se relacionar com os
jovens. O Banco do Brasil, por exemplo, estava com um stand na feira e bateu
todas as metas que tinha de abertura de contas no evento.
Como é a estrutura de marketing do CIEE?
Temos um time interno com 50 pessoas, divididas entre design, imprensa, criação
e projetos. O CIEE investe em projetos sociais de vulnerabilidade cerca de R$ 12
10 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
“A gente tem investido muito em tecnologias
para poder chegar ao perfil do jovem”
milhões por ano. Hoje eu lidero toda a parte institucional, comunicação, marketing
e inovação. Abrimos no ano passado um centro de inovação para pegar as
tendências de fora e aplicar aqui. Neste ano, vamos lançar uma ferramenta de
inteligência artificial em que as empresas poderão recrutar os jovens por meio da
IA, por exemplo.
E como são as campanhas da marca?
A gente fez uma virada de chave importante em 2023. O CIEE sempre teve redes
sociais. No dia 8 de agosto daquele ano, apagamos tudo que existia no passado. O
site saiu do ar e reformulou tudo. Lançamos uma marca nova, cores novas e começamos
a ter uma linguagem 100% nova para se comunicar mais. Por ser muito
tradicional e estar presente na vida do brasileiro organicamente, a gente sentiu
necessidade de se conectar ainda mais com as pessoas no aspecto emocional. O
CIEE está num novo momento, muito conectado, à frente, mas não podia perder
a essência que fez ele chegar até aqui. Trouxemos novas cores para a marca,
como roxo, magenta, azul e laranja. Antes, a marca era só azul. A gente começou
também a criar muito conteúdo para os jovens. Deu um buzz na comunicação. Na
época, nasceu parceria com o podcast Flow e com a CazéTV para estarmos mais
próximos do jovem. Para este ano, vamos ter novas parcerias.
O que vocês fazem para se conectar com a geração Z?
Essa foi uma mudança de chave também importante, porque o jovem mudou. E o
CIEE começou a se descontruir. O TikTok do CIEE, por exemplo, tem uma linguagem
próxima, brincalhona. Fazemos tudo internamente. Entendi que tínhamos de dar
vazão ao know-how que temos sobre o jovem. Nosso time interno é jovem também,
com autonomia de trabalho. Houve uma ampliação e mudança desse time.
A estrutura de audiovisual, por exemplo, foi ressignificada. Antes, ela fazia filmes
naquele modelo tradicional. Agora, os vídeos são orgânicos. A gente foi ressignificando
as áreas e teremos um impacto importante neste ano. Hoje estamos
com um time robusto para ser o grande gerador de conteúdo sobre o mundo do
trabalho para a juventude. Precisamos ser o maior influenciador sobre o mundo
do trabalho. Quando o jovem pensar em trabalho, seja informal ou formal, ele tem
de seguir o CIEE nas redes.
O CIEE tem parceria com influenciadores?
É tímido. Temos 3,9 milhões de seguidores nas redes sociais e o que eu quero é
que os jovens que conseguem oportunidades conosco sejam os porta-vozes do
CIEE. Já estamos programando isso. Quem melhor para falar sobre como construir
um currículo do que o próprio jovem que construiu um currículo e hoje está
trabalhando? O objetivo é dar luz para essa juventude. Eu acredito muito mais no
empoderamento do jovem do que trazer influenciador para dentro.
Qual é a tagline da marca?
Temos duas hoje. Para o jovem, nós temos trabalhado muito ‘A vaga que completa
você’. A gente tem investido muito em tecnologias para poder chegar ao perfil do
jovem e quando for dar o direcionamento da vaga dele não será só por causa do
binário salário e região. Tem a personalidade também, para poder indicar algo que
faça sentido para ele. Para as empresas, trabalhamos ‘CIEE, sempre um estágio
além’. A gente brinca com a palavra estágio, que é a nossa essência, mas mostrando
para o mercado que sempre vai estar um estágio à frente das vertentes, com
os processos de inovação e tudo que temos procurado fazer a mais. Essa virada de
chave veio em 2023, porque a gente quer efetivamente agora estar mais conectado
com o que a empresa precisa e com o que jovem quer, sempre olhando as
tendências de futuro.
E quais são as tendências na área?
Estamos falando muito da questão comportamental. Hoje tem uma desconstrução
grande quando se fala de carreira e profissão. É muito batido isso, mas a
gente nem sabe quais serão as profissões daqui a 20 anos. A gente precisa trabalhar
esse jovem muito mais em competências, como colaboração, saber aprender,
jogar junto em equipe, ter criatividade e flexibilidade. Estamos procurando
desenvolver nessa juventude habilidades que, independentemente de se amanhã
vai ser IA, robótica ou o que for, se ele estiver com esse centro desenvolvido vai
conseguir chegar lá.
Vocês estão com campanha na mídia?
No último ano, fizemos muita coisa com a Exame e um fórum com a Band. Com a
CazéTV e com a Flow, eu quis trabalhar muito o elemento sobre a importância de
conscientização do primeiro emprego para o jovem. Era menos sobre o CIEE, porque
a gente não precisava de uma campanha de marca. As pessoas conhecem o
CIEE. Mas a organização precisa ser uma alavanca social, tem o papel de fomentar
o mercado de contratação de jovens. No Brasil, há 600 mil jovens aprendizes e
800 mil estagiários. Quando junto as duas coisas, você tem quase 1,5 milhão, só
que há 34 milhões de jovens com idade que poderiam trabalhar. Então, o mercado
não está dando vazão nem a 10% disso. Isso mostra também uma tendência de
informalidade forte crescendo muito no Brasil.
E tem também a questão da falta de especialização e preparo desse
jovem. Como o CIEE atua nesse campo?
A gente consegue ter uma temperatura muito real sobre isso porque o jovem se
cadastra conosco, e ele fala quem ele é e o que ele tem. Foi por isso que aumentamos
muito a nossa presença nos cursos de preparação. Os cursos de preparação
básico, como português, matemática, vêm com uma defasagem grande do Ensino
Médio, principalmente os jovens da rede pública, que são 85%. E muitas empresas
também estão dando esses cursos. Não tem como fugir disso. A gente começou
a fomentar muito os nossos cursos básicos de formação dentro do programa de
aprendiz, que é um mix entre formação e trabalho. Há várias defasagens técnicas,
mas o que mais pega hoje é a base de português e matemática para o mercado
de trabalho. É como construir um prédio e a estrutura não está sólida. E matemática
é raciocínio lógico. Por isso que o Brasil tem uma defasagem de 300 mil vagas
em tecnologia. Ela existe e vai continuar existindo porque falta o básico para o
jovem. Se um jovem não sabe matemática, como é que ele vai programar? Ele não
tem raciocínio lógico.
Em quanto vocês aumentaram os cursos de capacitação?
Hoje são 90 cursos online, mais uma parceria inédita com o Google, com 70 mil
vagas dos cursos do Google que o jovem pagaria US$ 100 para fazer e se ele se
cadastra via CIEE faz de graça. A gente sempre cria cursos com base no que o mercado
precisa. Comunicação é sempre presente e cada vez mais presente. A gente
vive um problema de educação no país. De cada dez jovens que saem do Ensino
Médio, três têm matemática básica e dois sabem interpretar texto.
E quais são os seus principais desafios de marketing neste ano?
A gente quer muito mostrar para o mundo esse case de marca que é o CIEE, tanto
para inspirar e também para que as empresas comecem a perceber na parte
prática toda essa mudança que o CIEE tem feito na área tecnológica e de comunicação.
O desafio que eu tenho é que, efetivamente quando as empresas olharem
para o CIEE, enxerguem uma organização que está conectada e um estágio à
frente, dando vazão ao nosso mote. E com o jovem, a gente precisa que ele se
fidelize. Introjetar o CIEE na vida das pessoas e acompanhar o jovem nas próximas
trajetórias dele é também um desafio de marca. Ou seja, ele ver a gente não só
como um veículo de passagem. E é óbvio que se eu consigo esses dois objetivos,
o CIEE cresce, tem mais empresas contratando estagiário e a máquina gira para
investirmos mais no social.
“Há várias defasagens técnicas, mas o que mais pega hoje é a
base de português e matemática para o mercado de trabalho”
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 11
mercado
Geração 50+ abre aos poucos espaço na
publicidade, mas etarismo continua forte
Equilíbrio entre experiência com a ousadia dos mais jovens é receita
que exige olhar aberto para envelhecimento da população brasileira
Paulo Macedo
Freepik
Segundo a pesquisa ‘Longeratividade’,
do Instituto Locomotiva, 40%
da população 50+ quer trabalhar
e guardar dinheiro. A percepção é que
eles estão ativos e desejam seguir contribuindo
para o mercado de trabalho,
com vontade genuína de se manterem
relevantes e conectados às transformações
do mercado, priorizando organizações
que tenham valores parecidos
com os seus. Eles enxergam novas oportunidades
como uma forma de aplicar
sua experiência acumulada de forma
significativa, ao mesmo tempo em que
continuam se reinventando. O recorte
acima é uma análise da executiva Paula
Molina, diretora de recursos humanos
da agência WMcCann, que considera ter
colaboradores da geração 50+ como
fundamental para as organizações.
“Sua autenticidade e confiabilidade
os tornam figuras de referência, capazes
de construir um ambiente de trabalho
sólido e baseado na confiança. Uma
agência de publicidade que cria para
grandes marcas, como a WMcCann, precisa
refletir a diversidade do mundo real
em todas as suas formas. Isso significa
ter um time plural, composto por pessoas
de diferentes origens, culturas, crenças,
experiências, raças, gêneros, deficiências,
orientações sexuais e gerações.
Os 50+ oferecem vantagens estratégicas
em todas as áreas da agência. Sua diversidade
de experiências de vida pode
agregar perspectivas únicas na resolução
de problemas, inovação e tomada de
decisões, especialmente como líderes.
Com o crescimento da população 50+,
essa faixa etária representa não apenas
um grupo demográfico relevante, mas
também um recurso valioso para atender
às demandas de um mercado cada
vez mais diverso e em transformação”,
esclarece Paula Molina.
A executiva afirma que ainda há preconceitos
etários na sociedade, o que é
refletido nas organizações. Um tipo de
restrição que não apenas limita o crescimento
das empresas, como também
desperdiça a criação de ideias alinhadas
aos anseios dos consumidores. “No en-
A geração silver heads, ou 50+, traz o valor agregado da experiência, mas ainda enfrenta rejeição em muitos mercados
12 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Dilma Campos, CEO da Nossa Praia e head na B&Partners Debora Moura é head de diversidade da Artplan Camila Arruda é chief people officer da VML Brasil
tanto, empresas que valorizam verdadeiramente
a diversidade e a inclusão
reconhecem que a pluralidade, em todas
as suas formas, é um ativo estratégico”,
constata Paula.
Na DM9, a diversidade geracional
é concomitante às demais formas de
acolhimento à sua estrutura. De acordo
com Thomas Tagliaferro, COO da agência,
a bagagem dos silver heads une valores
como experiência, visão estratégica e
uma maturidade que complementam a
visão inovadora das novas gerações.
“São essenciais em todas as áreas da
agência, mas sua contribuição é especialmente
valiosa em posições estratégicas,
como planejamento, atendimento, mídia
e criação. Nessas áreas, a experiência de
mercado, o networking e a visão ampliada
sobre tendências ajudam muito nos
projetos do dia a dia. Na DM9, a gente
se esforça para fortalecer uma cultura
de aprendizado mútuo,
onde silver heads
podem muitas
vezes atuar como
mentores e inspirar
os mais jovens, que
por sua vez trazem
novas perspectivas,
dominam ferramentas
digitais e impulsionam a inovação.”
De acordo com o executivo, é assim
que conseguem ter uma equipe mais integrada,
soluções criativas mais completas
e capacidade de entender e atender
diferentes demandas. “Os silver heads
buscam oportunidades que os desafiem
e valorizem sua expertise. Alguns têm
interesse em atuar de uma forma mais
híbrida, seja como consultores ou freelancers,
mas também temos aqueles que
preferem se envolver profundamente na
agência”, diz Tagliaferro.
“Existem clientes
que não enxergam
valor neste tipo
de contribuição”
Ser júnior ou sênior não é só uma
questão de tempo de carreira, mas
também de talento, formação, atitude e
ambição. Essa é a percepção de Manir Fadel,
CEO e CCO da Grey Brasil. “Olha, agora
mesmo aconteceu a premiação do Globo
de Ouro e Fernanda Torres tem 59 anos,
Walter Salles tem 68, Selton Mello 52 e
seguem brilhando. É a prova de que a
experiência não é antagônica ao frescor.
Pelo contrário. E outra, eles vêm sendo
bons desde que nasceram na profissão.
Quem é bom, é bom. Eu, particularmente,
não gosto do termo silver heads. A cor do
cabelo não importa, mas o que se tem
dentro da cabeça”, raciocina Fadel.
“Na Grey, temos pessoas com mais
tempo de carreira liderando e outras
sendo lideradas por gente com menos
tempo de carreira. É um jeito que funciona
bem aqui. A troca de tendências e
experiências acontece de maneira orgânica
e mais intensa
nos dias presenciais.
O trabalho remoto
tem benefícios,
mas o presencial
promove uma troca
melhor e acelera o
desenvolvimento
profissional.”
EQUILÍBRIO
O mercado publictário tem a tendência
de priorizar perfis mais jovens. Porém,
como adverte Camila Arruda, chief
people officer da VML, a presença de profissionas
mais seniores tem importância
estratégica para o negócio.
“As organizações precisam levar em
consideração que a expectativa de vida
aumentou nos últimos anos e teremos
cada vez mais idosos do que crianças e jovens
no Brasil. Hoje, a VML é uma agência
com um bom mix de faixas etárias, com
a população 46+ representando 10% do
nosso total, seguimos monitorando e buscando
o equilíbrio. Isso nos permite aproveitar
a diversidade de perspectivas que
diferentes gerações trazem para a mesa.
Ao construir equipes que incluam pessoas
com diferentes trajetórias de carreira,
teremos mais pontos de vista e, como
resultado, uma visão mais estratégica e
soluções inovadora”,
relata Camila, que
também recomenda
equilíbrio para trazer
benefícios à gestão.
Segundo ela, é
um trabalho diário
das lideranças para
assegurar que os times
sejam os mais
representativos e
trabalhem juntos, garantindo que a diversidade
contemple as diferentes interseccionalidades.
“Então não é só júnior
e sênior, mas contemplar aspectos de
raça, gênero e classe social, por exemplo,
o que contribui comprovadamente para
resultados mais inovadores e crescimento
sustentado de longo prazo. Embora o
mercado ainda tenda a não valorizar ou
excluir profissionais a partir dos 45/50
anos, esses profissionais persistem com
resiliência, atuando como especialistas
e muitas vezes de forma mais consultiva,
como autônomos ou independentes, por
exemplo. Mas a realidade da demografia
brasileira vai exigir que as instituições
avaliem como incorporar e manter esses
perfis, permitindo que eles contribuam
com seu conhecimento e experiência,
buscando alternativas para se manterem
ativos e produtivos no mercado.”
Camila observa a não valorização da
faixa etária mais idosa e tratar jovens
“Silver heads
buscam algo que
os desafiem e
valorizem sua
expertise”
como ‘asset’ do negócio. “Como se isso
fosse sinônimo de frescor e agilidade nas
entregas. Nem sempre é assim, e mais do
que opor gerações, o importante é criar
um ambiente inclusivo que reconheça a
combinação de diferentes perfis geracionais
– e entender que há um grande
valor trazido pela experiência acumulada
ao longo dos anos, tornando os silver heads
fundamentais para equipes diversas
e bem-sucedidas.”
MATURIDADE
11,4% dos colaboradores
da WT,AG
estão acima dos 35
anos. “Isso reflete
o dinamismo do
nosso time, mas
também nos lembra
da importância de
buscar um maior equilíbrio geracional”,
pondera Sarah Feltes, sócia e diretora
de RH e cultura de agência digital first.
“Estou em um momento de transição
pessoal, assumindo meus 40 anos e abraçando
meus cabelos brancos, um gesto
que enxergo como um ato de coragem
e empoderamento. Acredito que isso
pode servir como exemplo ou incentivo
às mulheres. Para muitas profissionais,
retomar a carreira após pausas para criar
filhos ou se reinventar é um desafio, mas
também uma oportunidade de trazer um
olhar mais maduro, gerando decisões
mais empáticas e equilibradas dentro
das empresas”, afirma.
Sarah vê a maturidade como perspectiva
única. “Além da experiência técnica
e do conhecimento, os silver heads carregam
um repertório pessoal e vivências
que se traduzem em soluções criativas e
projetos mais consistentes. Eles são fundamentais
para oferecer equilíbrio, visão
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 13
Fotos: Divulgação
Albano Neto coordena área de estratégia da Score
Cassandra Rudinger é managing director da CP+B
Ian Black é co-CEO da empresa New Vegas
estratégica e a capacidade de mentorar
os talentos mais jovens, contribuindo
para equipes mais fortes, diversificadas
e colaborativas. Na publicidade, isso
pode ser decisivo em direção criativa,
gestão de contas estratégicas e inovação
orientada pela experiência. Os silver heads
brilham em projetos que demandam
equilíbrio entre estratégia e empatia,
pois conseguem traduzir histórias complexas
em mensagens que ressoam com
públicos diversos”, ela define.
Equilíbrio também é chave na gestão
da CP+B, nas palavras da managing director
Cassandra Rudinger. “A integração
de diferentes gerações passa por criar
uma cultura de colaboração e respeito
à diversidade. No nosso quadro de funcionários,
atualmente, temos 30% de
pessoas com mais de 40 anos e estamos
sempre atentos a esse equilíbrio não só
relacionado a faixa etária, mas também a
outros recortes de diversidade. Vejo que
um equilíbrio de perfis diversos em todas
as áreas é essencial para uma visão menos
enviesada durante os processos no
dia a dia. O equilíbrio entre profissionais
juniores e seniores promove inovação e
eficiência. Os mais jovens podem trazer
conhecimento atualizado sobre novas
tecnologias e tendências, enquanto os
mais experientes oferecem análise crítica
e orientação estratégica. Isso não
significa que esses papéis não possam
se inverter em determinados contextos”,
contemporiza a executiva da CP+B.
Em sua visão, não há restrições, mas
a ideia de que agências são ambientes
exclusivamente jovens ainda persiste,
“embora a gente já tenha atualmente
“A grande maioria
ainda são pessoas
na faixa entre 20
e 35 anos”
tínuo? De acordo com Carol, “essa troca é
extremamente rica: os profissionais mais
experientes compartilham sua visão estratégica,
enquanto os mais jovens trazem
novas perspectivas, inovação e domínio
de tecnologias emergentes. Essa
combinação resulta em soluções mais
completas, além de promover um ambiente
colaborativo e inclusivo. A diversidade
de pensamentos e experiências
aumenta a capacidade de inovação e fortalece
o desempenho do time”, afirma.
Head de diversidade e inclusão da
Artplan e Grupo Dreamers, Debora Moura
engrossa o coro de que os 50+ garantem
abrangência de olhares e mais assertividade
na comunicação. “Pessoas diversas
são necessárias em todas as áreas. O importante
é haver espaço para que todos
possam ser quem realmente são e contribuir
para o resultado. São práticas de
troca de conhecimento que podem contribuir
para melhores resultados de integração.
A mentoria reversa, por exemplo,
é uma ferramenta. No nosso negócio, te-
uma presença um pouco mais equilibrada,
a grande maioria ainda são pessoas
na faixa entre 20 e 35 anos. Superar esse
viés inconsciente exige educação interna
sobre os benefícios da diversidade etária
e revisão de processos de recrutamento”,
finaliza Cassandra.
Transformação rima com experiência.
Essa receita é vital para Carol Boccia,
copresidente da BETC Havas. “Os anos de
experiência têm sido cada vez mais valorizados
no mercado, especialmente em
um cenário de rápidas transformações.
Eles trazem uma bagagem rica de conhecimento,
maturidade profissional e visão
estratégica, que complementa perfeitamente
a energia e a inovação dos profissionais
mais jovens. Essa diversidade de
experiências cria times mais completos e
preparados para lidar com os desafios de
hoje. Ainda existe um certo preconceito no
mercado, o que dificulta a reinserção destes
profissionais. No entanto, muitos deles
estão abertos a novas oportunidades e desejam
se reintegrar ao mercado. Seja em
posições tradicionais ou em modelos mais
flexíveis, como consultorias e mentorias,
sem dúvida, eles têm muito a contribuir.
O desafio é quebrar essas barreiras culturais
e enxergar o enorme valor que esses
profissionais podem agregar às empresas.
São profissionais respeitados e admirados
pelo mercado, com um networking valioso
construído ao longo de anos de atuação.
Esse relacionamento sólido com o mercado
facilita a abertura de portas, fortalece
parcerias e traz credibilidade para a empresa”,
assegura Carol.
Equilibrar times é fundamental para
criar um ambiente de aprendizado conmos
talentos 60+, por exemplo, em plena
atividade criativa. Mas sempre vai haver
quem esteja buscando novas oportunidades
(e cabe a nós, mercado, criá-las),
quem esteja querendo ou já esteja empreendendo,
por exemplo.”
Debora acredita que a maioria esteja
buscando oportunidade. “A restrição está
na nossa cabeça. Temos de entender que
o mundo está envelhecendo e com ele
nós todos. Segundo o IBGE, em 2030, 40%
da população brasileira terá entre 30 e
60 anos. 2030 está quase aqui na nossa
porta. Precisamos pensar em políticas
de inclusão para esta população de mais
idade que, cada vez mais, tem uma vida
ativa e produtiva mais longa. É uma força
de trabalho e inteligência que não podemos
ignorar”, argumenta.
NEURODIVERGÊNCIA
“Cada vez mais precisamos estar atentos
ao tema da inclusão e da diversidade.
Temos estado mais atentos para termos
uma equipe mais diversa em termos de
gênero, raça, neurodivergência e presença
feminina em cargos de liderança, entre
outras iniciativas. Isso é muito importante
e, mais do que isso, é decisivo do
ponto de vista de vantagem competitiva
e imprescindível do ponto de vista ético”.
Esse é um resumo do discurso feito por
Glaucio Binder, sócio e fundador da Binder,
em 2024, quando recebeu o título de
Publicitário do Ano do Prêmio Colunistas.
Binder, por outro lado, vê miopia de alguns
segmentos do trade, especialmente
anunciantes. “Isto é, se queremos ter
um time diverso, é claro que a presença
de silvers no time é fundamental. Eles
14 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Carol Boccia atua como copresidente da BETC Havas Sarah Feltes cuida das áreas de RH e cultura da WT.AG Thomas Tagliaferro é responsável pela operação da DM9
contribuem muito com olhar experiente
sobre cada problema e cada solução que
encontramos para estes problemas. Mas,
também é verdade, existem clientes que
não enxergam valor neste tipo de contribuição.
O que é uma tristeza, uma miopia.
Apesar disso, continuamos acreditando
que a diversidade completa inclui os mais
velhos, e queremos contar com a riqueza
das contribuições dos nossos silvers.”
Toda a cadeia do negócio da propaganda
precisa ser acessível aos múltiplos
perfis, mas, na visão de Binder, “no administrativo,
a riqueza de experiência nos
impede de repetir erros”. Ele acrescenta:
“Na criação, eles sempre oferecem um
olhar complementar que pode transformar
positivamente qualquer ideia. Em
atendimento, profissionais mais experientes
são mestres em administrar crises.
No planejamento, sempre incluem
insights valiosos, muitas vezes decorrentes
de vivências anteriores. Na mídia, costumam
ser arquivos vivos de informações
que transcendem o olhar frio para os dados.
Até mesmo nas soluções digitais são
capazes de filtrar o que pode ou não fazer
diferença”, enfatiza.
Binder não vê restrição à contratação
de gente mais velha, mas considera
natural que, no universo digital, especialmente
aqueles mais up dates, não seja
simples encontrar um silver head pronto
para contribuir.
Os estereótipos não combinam com a
postura de Dilma Campos, head de ESG da
holding B&Partners e CEO da Nossa Praia.
“Aqui, valorizamos muito uma gestão horizontal,
na qual todos têm voz e podem
contribuir com opiniões, independentemente
de serem silver heads ou não.
Acredito que o grande desafio está justamente
na convivência e no equilíbrio
entre aqueles que estão ingressando no
mercado de trabalho e os profissionais
com muita experiência, pois são gerações
formadas em contextos profissionais
bastante distintos. Uma geração já
chega ao mercado com a percepção de
que precisa ter voz, deseja se expressar,
ser ouvida e acredita estar certa em muitas
das suas ações. Por outro lado, a geração
mais experiente tende, muitas vezes,
a chegar buscando primeiro compreender
o espaço, observar como pode interagir
e contribuir da melhor forma. São
relações diferentes, inclusive na maneira
de se relacionar com o trabalho. Quando
se reúne essas duas perspectivas, as discussões
que surgem desse encontro tendem
a ser sempre muito enriquecedoras
e benéficas”, propõe.
Dilma também observa uma certa
restrição aos silver heads no mercado.
“O que percebo é que, ao longo da última
década, o próprio mercado acabou
excluindo essas pessoas, como se o
ambiente de trabalho não fosse mais
um espaço para elas. Isso as obrigou,
inclusive, a criar novos modelos de atuação.
No entanto, não acredito que esses
novos modelos tenham surgido porque
elas não se encaixavam, mas sim porque
o mercado passou a enxergar profissionais
de determinada faixa etária como
inadequados para certas funções. O que
observamos atualmente, especialmente
com a chegada de gestões horizontais,
é que esses profissionais são essenciais
para as equipes. Eles desempenham um
“A cor do cabelo
não importa,
importa o que tem
dentro da cabeça”
papel fundamental ao contribuir para a
construção de raciocínios e estratégias
lógicas, além de atuarem na avaliação de
riscos e no desempenho das atividades.”
PIRÂMIDE
O Brasil está numa escala rumo a uma
geração matusalenial, por dizer. É que,
como coloca Dilma, a pirâmide etária
se inverteu porque a cada 30 segundos
a população envelhece e esses tipos humanos
é que serão os consumidores das
marcas e elas precisam se conscientizar
dessa relação.
Pode haver conflito? Ian Black, co-CEO
da New Vegas, responde que sim, mas
como haveria conflito entre homens e
mulheres, pessoas brancas e pessoas
pretas, pessoas mais heteronormativas
e pessoas que não estão nesse espectro.
“Não é uma coisa distante ou muito
diferente de outros tipos de diferenças.
Assim como a gente demanda que as
pessoas mais jovens tenham referências,
é importante que as pessoas mais
velhas estejam atualizadas sobre muitos
repertórios. Para o mundo de hoje, como
também de ferramentas”, situa Black.
Em alguns casos, a pirâmide já adequa
o núcleo silver head para que essa
maturidade se converta em visão estratégica.
“No contexto de shopper marketing,
onde o equilíbrio entre inovação
criativa e execução estratégica é fundamental,
os silver heads atuam como
pilares de confiança e sabedoria para
a equipe, ajudando a refinar soluções e
trazer profundidade para projetos complexos.
Também acumulam a função de
mentores naturais para talentos mais
jovens, transmitindo conhecimento prático
e ajudando na aceleração do desenvolvimento
profissional dos times juniores.
Essa mistura é muito benéfica para
o time como um todo”, sugere Albano
Neto, CSO da Score Group, que relaciona
inputs favoráveis a esse grupo: “planejamento,
negócios, criação e inovação com
base em experiência prática, mentoria e
desenvolvimento de talentos”.
Vantagem estratégica é o que Shirley
Acioly, VP de pessoas e cultura da Vitrio,
observa no aproveitamento daqueles
que, para muitos, estão no final da linha.
Mas há luz no fim desse túnel. “A verdade
é que os silver heads não estão apenas
buscando oportunidades – eles criam
valor. Seja na liderança, na estratégia
ou na mentoria, a contribuição deles é
essencial para a evolução do time e da
agência”, resume.
Shirley avança o olhar para sua experiência
pessoal. “O interessante é que
estamos em um processo natural de
crescimento. Hoje, a presença dos silver
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 15
Fotos: Divulgação
Glaucio Binder é sócio e fundador da Binder
Manir Fadel se divide como CEO e CCO da Grey Brasil
Oscar Moraes é co-CEO e COO da agência Bferraz
heads ainda é pequena, mas com mais
de 10% do time entre 41 e 50 anos. É só
uma questão de tempo até que muitos
desses profissionais atinjam os 50+. O
que importa é que a Vitrio está preparada
para crescer com eles, valorizando
cada etapa dessa jornada. E, falando nisso,
essa é também a minha história. Eu
cheguei à agência com 40 anos e vivi junto
com a Vitrio todas as transformações
que nos trouxeram até aqui. Participei
da construção da área de RH, do amadurecimento
e crescimento da agência.
Acompanhei sua expansão, consolidação
no mercado, ganho de visibilidade e me
senti, em todos os momentos, uma participante
ativa dessa história. Além disso,
tive a chance de colaborar com a formação
dos mais jovens, compartilhando
a minha experiência e crescendo junto
com eles. Essa é a essência da Vitrio: um
lugar onde todas as gerações têm espaço,
voz e oportunidade de evoluir. Aqui,
a diversidade etária não é apenas uma
força – é um diferencial que impulsiona
a inovação, fortalece a troca de experiências
e faz a agência crescer e evoluir
todos os dias”, detalha.
Shirley elenca pontos-chave para a
absorção dessa força de trabalho:
1) Liderança estratégica: em áreas
como projetos e negócios, a experiência
ajuda muito na tomada de decisões complexas
e na visão de longo prazo;
2) Financeiro e governança: a precisão
e o planejamento estratégico são
fundamentais – e os silver heads têm se
destacado;
3) Gestão de pessoas: atuam como
mentores, ajudando a reter e desenvolver
talentos, o que é superimportante
para o time crescer;
4) Data analysis: nessa área, a maturidade
ajuda a olhar para os dados com
mais contexto e visão crítica, o que fortalece
as decisões.
RELEVÂNCIA
Na Bferraz 30% da mão de obra é
constituída pelo perfil mais sênior, sobretudo
nas lideranças. “Ocupam posições
estratégicas em áreas importantes
da estrutura da agência, gerindo equipes
diversas. A capacidade técnica e o conhecimento
histórico acumulados ao longo
de suas carreiras são fundamentais para
garantir uma visão estratégica e decisões
bem fundamentadas. Além disso, a
habilidade de gestão e o equilíbrio emocional
que esses profissionais trazem
são indispensáveis para implementar
projetos complexos, como experiências
de marca ou comunicação. Contudo, para
permanecerem relevantes, é essencial
que esses profissionais se mantenham
atualizados e conectados com as transformações
constantes do mercado, algo
que pode ser potencializado tanto por
iniciativas da empresa quanto pelo próprio
esforço individual”, tergiversa Oscar
Moraes, co-CEO e COO da agência.
Moraes vê vantagem no equilíbrio
dos times. “É fundamental para criar
um ambiente de diversidade cultural e
profissional. Essa combinação possibilita
uma troca rica de experiências, com os
profissionais juniores trazendo inovação
e perspectivas novas, enquanto os
seniores oferecem estabilidade, know-
-how técnico e capacidade de gestão.
“Os silver heads
não estão
apenas buscando
oportunidades –
eles criam valor”
Essa dinâmica gera conflitos saudáveis
e provocações que desafiam convicções
estabelecidas, permitindo que a agência
evolua e explore soluções criativas. Além
disso, o equilíbrio entre gerações assegura
que as equipes não fiquem estagnadas
em suas abordagens, promovendo
uma constante atualização e adaptação
às exigências do mercado”, afirma.
Os silver heads são seletivos, mas
buscam oportunidades, segundo Moraes.
Ele relata que muitos optam por
modelos mais flexíveis, como o formato
as-a-service, que está diretamente ligado
à consultoria. “Nesse modelo, profissionais
altamente qualificados, tanto
em soft skills quanto em capacidades
técnicas, podem atuar de maneira
temporária e estratégica, contribuindo
durante um período predeterminado
em projetos específicos ou dentro da
agência. Enxergo isso muito como uma
maturidade atingida e entendimento
do que faz esse profissional feliz. Essa
abordagem permite extrair o máximo
da experiência e expertise do profissional
de forma alinhada às necessidades
do projeto e da empresa. Além disso,
garante que a relação seja saudável financeiramente
para ambas as partes,
promovendo a evolução do produto final.
Esse modelo é uma excelente alternativa
para aproveitar o conhecimento
de profissionais seniores em situações
pontuais, sem comprometer a eficiência
operacional.”
O executivo da Bferraz não vê restrições
aos 50+ no mercado publicitário
de um modo geral, mas recomenda que
estejam flexíveis às mudanças e à transformação.
“A capacidade de adaptação é
essencial, especialmente em um cenário
de constante evolução como o atual.
Profissionais que resistem a mudanças
ou se mantêm desconectados das novas
dinâmicas de mercado podem encontrar
um espaço de atuação mais restrito,
independentemente da idade ou experiência.
Em contrapartida, aqueles que
aliam na sua bagagem técnica a soft
skills, como empatia, gestão de pessoas
e capacidade de orientar equipes, têm
papel essencial e amplamente valorizado
nas organizações”, encerra Moraes.
skILLs
A questão quantitativa, na expressão
de Fabio Rosinholi, CEO da We, faz
parte. No entanto, o equilíbrio precisa
ser orquestrado pelo viés qualitativo.
“Quais são as metas da sua empresa?
Quais são os desafios dos seus clientes?
Qual é o melhor perfil profissional para
cumprir tais objetivos em constante
atualização? Na teoria, ao pensar com
16 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
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Shirley Acioly gosta de combinar os profissionais da Vitrio para gerar resultados
A executiva Paula Molina é responsável pela divisão de RH da agência WMcCann
mais profundidade, nenhuma das respostas
para essas perguntas tem a ver
com idade. Entretanto, na prática de
um mundo que está sempre em busca
de novas conquistas, o estereótipo de
‘obsolescência’ atrapalha a contratação
e manutenção das pessoas 55+ no
mercado de trabalho. Conheço silver
heads totalmente antenados às últimas
inovações e jovens totalmente avessos
às novas tecnologias. Os problemas do
nosso negócio não são resolvidos pela
data de nascimento dos profissionais,
são solucionados pelas skills que eles
possuem”, relata.
Rosinholi reconhece que trata-se de
uma análise complexa. “Quando começamos
a olhar o mundo corporativo sob
esse prisma, é natural que as discussões
de trabalho fiquem mais ricas para todo
o ambiente. E, no fim, todos os profissionais
envolvidos saem um pouco transformados
pela complementaridade de
pensamento, escuta cada vez mais ativa,
compreensão mais ampla do oposto e
troca de experiências diversas.”
Cultura inclusiva é um dos destaques
de Iza Herklotz, chief people officer do
Publicis Groupe no Brasil. “É fundamental
que as empresas se atentem para evitar
preconceitos relacionados à idade, que,
infelizmente, ainda podem surgir em algumas
situações. O ideal é cultivar uma
cultura inclusiva, onde todos os colaboradores
tenham acesso às mesmas oportunidades,
independentemente da idade.
Isso inclui oferecer capacitações e iniciativas
de desenvolvimento contínuo, para
que os silver heads possam se atualizar e
se sentir preparados para os desafios do
mercado atual”, frisa Iza.
“É um momento da vida profissional
em que se valoriza muito o impacto do
trabalho e a relevância do que se faz.
Alguns preferem assumir papéis como
consultores, mentores ou liderarem projetos
específicos, onde podem utilizar
toda a sua experiência sem a realidade
de uma rotina tradicional. Por outro lado,
também existem aqueles que optam por
um modelo mais flexível, como trabalho
freelancer ou em meio período, que lhes
dá a liberdade de equilibrar a vida pessoal
e profissional. O importante é criar
opções que atendam às diferentes expectativas
desse grupo”, acrescenta Iza.
Iza Herklotz é a chief people officer do Publicis Groupe no mercado brasileiro
Fundador e principal executivo da We, Fabio Rosinholi destaca equilíbrio etário
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 17
mercado
Para o Dia do Publicitário, líderes
refletem sobre mudanças e criatividade
Celebrada em 1º de fevereiro, profissão é marcada por um cenário de
constantes transformações, que desafiam setor com soluções criativas
Fotos: Divulgação
Alessandra Sadock, da WMcCann Ana Coutinho, da Galeria.ag Márcio Santoro (Africa Creative) Erh Ray, da BETC Havas
Vitor Kadooka
No marco regulatório da profissão, o Dia do Publicitário,
que se comemora em 1º de fevereiro
no Brasil, foi instituído a partir do Decreto-Lei
nº 57.690, de 1966. A data celebra uma profissão em
constante transformação. Em um mercado marcado
por mudanças tecnológicas, comportamentais e culturais,
os desafios e as oportunidades são renovados
diariamente.
Às vésperas de uma data tão significativa, o propmark
conversou com líderes das principais agências do
mercado para entender como é ser publicitário em um
mundo repleto de mudanças e incertezas.
Afinal, a criatividade – talvez a maior qualidade associada
à profissão – continua sendo o eixo central da
atividade publicitária.
Quando questionado sobre como é ser publicitário
em um mundo de tantas incertezas e mudanças?, Ricardo
Dolla, chief creative officer da Dentsu Creative, responde:
“Eu juro que não é inocência, é factual, o mundo
melhora a passos vistos. Pelo menos é isso que o
Steven Pinker relata no livro ‘Enlightenment now’. Claro
que incertezas vão permear a história do mundo. E de
novo, eu juro que não é inocência, mas onde tem mudança
e incerteza tem também espaço para soluções
criativas. É assim que olho o mundo em que vivemos,
sem nunca ignorar os perigos constantes de retrocesso
e sem nunca repeti-los. Ou pelo menos tento”. Acerca
da palavra-chave que ele mais associa com a profissão
do publicitário, Dolla foi direto: “Moleza: insight”.
Quem complementa esse pensamento é o sócio,
copresidente e CEO da Africa Creative, Márcio Santoro.
Para ele, a criatividade aliada a negócios e relacionamento
é o guia da publicidade. “Ser publicitário, em
meio a tantas transformações, é reconhecer o poder da
criatividade. Ela é, e sempre será, a chave do sucesso e
da relevância do nosso mercado.”
Para além disso, com o advento das redes sociais,
a publicidade tornou-se cada vez mais personalizada
e orientada por dados, tornando-se mais eficiente em
atingir o público-alvo desejado. De acordo com dados
do Cenp-Meios, no primeiro semestre de 2024, a internet
foi a segunda mídia com maior investimento publicitário
(38,2%), ficando atrás apenas da televisão aberta
(39,5%). Desse montante da internet, as redes sociais
representaram 20,9%.
Ana Coutinho, head de negócios da Galeria.ag, reflete
sobre a necessidade de adaptação. “Ser publicitária
em um mundo de constantes mudanças e incertezas
é desafiador, mas também apresenta oportunidades
valiosas. Precisamos nos adaptar a novas tecnologias
e às mudanças de comportamentos dos consumidores,
e é crucial equilibrar criatividade com dados. Afinal,
construir relacionamentos autênticos entre marcas
e consumidores ainda é o coração do nosso trabalho.
Embora o cenário seja volátil, ele nos oferece um ambiente
propício para experimentar, aprender e crescer.
Para mim, isso serve como um lembrete constante da
importância da resiliência e da empatia – tanto com
nossas equipes quanto com os clientes e consumidores”,
pondera Ana.
Da mesma forma, Antonio Fadiga, sócio-presidente
da Artplan, enxerga um cenário estimulante de criação.
“A beleza da nossa profissão está justamente em navegar
por um cenário de constantes mudanças e incerte-
Francine Pellacani, da GUT SP
“A incerteza é
combustível para a
criatividade. É cada vez
mais interessante”
zas. Imagine como seria monótono para um publicitário
lidar com um mercado estático. É a nossa inventividade
e criatividade que trazem brilho à publicidade, que nos
faz melhores a cada dia e nos motivam na busca por
soluções cada vez mais ousadas e eficazes”. Ele ainda
completa: “Atualmente, enfrentamos margens de rentabilidade
menores, um ambiente digital que exige
mais pessoas nas equipes com diversas especialidades,
salários em ascensão e concorrências que continuam
demandando dedicação extrema dos nossos profissionais.
Mesmo diante desses desafios, seguimos firmes,
trabalhando para consolidar nossa posição como uma
das melhores agências em um dos mercados mais renomados
globalmente: o da propaganda brasileira”.
A trajetória da publicidade reflete as transformações
sociais. Desde as campanhas impressas pioneiras,
até a ascensão da televisão, e agora o domínio do digital,
o setor se reinventa constantemente. Alessandra
Sadock, ECD da WMcCann, acredita que o papel do publicitário
é mais relevante do que nunca. “A incerteza
é combustível para a criatividade. O incômodo gerado
18 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Gabriela Borges, da Publicis Brasil João Fernandes, da AlmapBBDO Antonio Fadiga, da Artplan Rafael Donato, da Ogilvy Brasil
Ricardo Dolla, da Dentsu Creative
por um período de mudanças nos impulsiona a pensar
em inovações, abrindo espaço para explorar caminhos
que antes pareciam inviáveis. Vivemos em um mundo
de constante transformação, onde o desafio está em
colocar a ideia no centro da narrativa para gerar ainda
mais conexão entre marcas e pessoas de forma autêntica
e impactante. O papel do publicitário se tornou
mais pertinente, pois é a valorização ainda maior das
ideias que contribui para criar relevância e gerar resultados.
É cada vez mais interessante fazer propaganda
nos dias de hoje, em que as possibilidades são infinitas,
as ferramentas estão em constante evolução e o consumidor
busca narrativas que façam sentido para sua
vida”, avalia Alessandra.
Constantemente, a publicidade é influenciada por
grandes nomes, como Oliviero Toscani, cujos trabalhos
impactam não apenas o ecossistema publicitário, mas
também debates que antes eram tabus, como racismo
e desigualdade, para além de outros temas, em todas
as esferas sociais.
O chief strategy officer da AlmapBBDO, João Gabriel
Fernandes, conta um pouco sobre a responsabilidade
social no trabalho. “Entender que nossas narrativas
emocionais, nossas piadas, nossas sacadas geniais,
nossas ativações e tudo o que sai da cozinha da publicidade
não está apenas servindo a marcas e negócios,
mas, acima de tudo serve, às pessoas e à sociedade e,
portanto, precisa deixar um impacto positivo em toda
essa cadeia. Esse mundo cheio de mudanças e incertezas
nunca vai ser menos estimulante para os cérebros
das pessoas. Nossos cérebros estão viciados em
dopamina e nos fazem querer ter recompensas instantâneas.
A cultura da dopamina barata tem feito a superficialidade
ganhar do significado. O efêmero ganhar
do duradouro, a distração ganhar da reflexão. Então,
ser publicitário nesses tempos tem a ver com caprichar
no ‘banquete de boa dopamina’. Isto é: não sucumbir
por inteiro na superficialidade. Buscar ideias que capricham
na dose de conexão, comunidade, propósito,
reflexão, conversa e significado.”
Quando questionado sobre a palavra-chave da profissão,
ele considera: “Poderia citar muitas. Ao longo
dos anos já associei a várias palavras. Mas hoje, em especial,
gostaria não apenas de citar, mas de sublinhar a
“Imagine como seria
monótono para um
publicitário lidar com
um mercado estático”
palavra responsabilidade”.
No entanto, é preciso uma grande dose de coragem
quando se procura criar rupturas nas convenções
sociais. Francine Pellacani, head of growth da GUT SP,
associa essa qualidade com a profissão.
“A publicidade é essencial para os consumidores e
precisa ser responsável, se adaptando a qualquer cenário
que nos seja imposto. Publicidade cria comunidades,
conexões, gera entretenimento e vai além. Para
isso, temos anunciantes, parceiros e agências que têm
sim papel e força o suficiente para se posicionar com
responsabilidade. Afinal, não se constroem conexões
com consumidores sem confiança. Já vivemos muitas
mudanças, incertezas, cenários, adaptações e transformações
nos últimos anos, essa inconstância da nossa
indústria é sempre desafiadora, mas no fim sinto que
sempre conseguimos acabar com o copo mais cheio. A
palavra que eu mais associo com a profissão de publicitário
é coragem.”
Por outro lado, é necessário liderar as mudanças
que não podemos controlar, como diz Gabriela Borges,
managing director da Publicis Brasil. “Ser publicitário
em um mundo de tantas mudanças e incertezas é,
sem dúvida, uma jornada emocionante e repleta de
desafios. Seguimos firmemente nossa filosofia ‘Love
the change, lead the change’, que é a nossa missão em
não só transformar a nossa indústria, mas liderar essas
mudanças. As evoluções tecnológicas, as mudanças no
comportamento do consumidor e os novos canais de
comunicação exigem que estejamos constantemente
atualizados e flexíveis. Encaro minha carreira na publicidade
não apenas como um desafio, mas como uma
oportunidade ímpar de crescimento e aprendizado contínuo.
Cada projeto traz consigo a chance de experimentar
soluções novas, colaborar com mentes brilhantes e
impactar positivamente a vida das pessoas através das
marcas que representamos.”
Com diversas mudanças que obrigam os profissionais
a se adaptarem todos os dias, o olhar atento e capaz
de focar em diferentes canais é um diferencial indispensável
para o publicitário. “Acredito que estamos
vivendo na época mais empolgante da comunicação.
Novas tecnologias multiplicaram as possibilidades de
contar novas histórias. E a inspiração pode vir de qualquer
lugar, seja da última série no streaming, de um
personagem de game ou da criatividade de um adolescente”,
argumenta Rafael Donato, CCO da Ogilvy Brasil
Em razão disso, a profissão de publicitário se destaca
como um dos pilares centrais para direcionar os
rumos da sociedade no futuro. “Ser publicitário hoje
é estar no centro das conversas que definem o futuro.
Mais do que nunca, nosso papel é interpretar o que
está acontecendo no mundo e traduzir isso em ideias
que conectem marcas e pessoas de forma verdadeira.
Vivemos uma era em que a criatividade deixou de ser
apenas uma ferramenta para vender, e ela passou a
ser um catalisador de impacto cultural. Isso significa
que o publicitário precisa ter não só sensibilidade, mas
também coragem: coragem para propor o novo, para
desafiar o óbvio e para criar mensagens que não apenas
refletem o momento, mas que inspirem algo maior.
É uma profissão que exige curiosidade infinita, inquietação
e uma paixão pelo poder das ideias. E, acima de
tudo, exige acreditar que, mesmo em tempos incertos,
grandes histórias podem mudar o rumo das coisas”,
afirma Erh Ray, fundador, CEO e CCO na BETC Havas.
Acima de tudo, trilhar o caminho enquanto se constrói
a cada passo é o que não pode faltar na mentalidade
do publicitário ou de qualquer profissão. Transformar-se
é a chave do sucesso.
Nas palavras de Erh, “como canta Raul Seixas: ‘Eu
prefiro ser essa metamorfose ambulante’. É sobre
nunca aceitar o óbvio, nunca se conformar com verdades
absolutas e sempre buscar novas formas de ver,
pensar e criar”.
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 19
mercado
SXSW 2025 anuncia conferencistas
que debaterão o futuro das inovações
John Fogerty, Jay Graber e Arvind Krishna participarão do festival, que terá
23 trilhas sobre IA, sustentabilidade e economia criativa, entre outras áreas
A
39ª edição do festival South by Southwest
(SXSW), que será realizada entre os dias 7 e 15
de março de 2025, na cidade de Austin, no Texas
(EUA), acaba de apresentar novos palestrantes e
sessões. O vocalista da banda Creedence Clearwater
Revival, John Fogerty, vencedor do Grammy; e Jay Graber,
CEO da Bluesky, estão na agenda ao lado de Arvind
Krishna, presidente e CEO da IBM.
“Jay Graber e John Fogerty são adições excelentes
para o que está se tornando uma programação fascinante
de palestrantes principais”, comenta Hugh Forrest,
copresidente e diretor de programação do evento, que
reúne profissionais de tecnologia, entretenimento e cultura
para debater o futuro das redes sociais, inovações e
transformações nos mercados de música e cinema.
Cristiano Amon (presidente e CEO da Qualcomm
Incorporated), Alan Bergman (copresidente da Disney
Entertainment), Chelsea Clinton (vice-presidente
da Clinton Foundation e cofundadora da HiddenLight
Productions), o ator David Duchovny (vencedor do
Globo de Ouro, diretor e autor best-seller do New York
Times), Josh D’Amaro (presidente da Disney Experiences),
Scott Galloway (professor de marketing da NYU
Stern e autor best-seller), Arlan Hamilton (autora e
fundadora do Backstage Capital), o comediante Marc
Maron (escritor e apresentador do podcast WTF) e
Festival chega a sua 39ª edição, entre os dias 7 e 15 de março de 2025, na cidade de Austin, no Texas (EUA)
Molly White (pesquisadora, engenheira de software e
fundadora do site Web3 is Going Just Great) também
participam da programação.
O festival terá 23 trilhas sobre inteligência artificial,
sustentabilidade, economia criativa, indústria musical,
moda, saúde e startups. Entre os paineis já anunciados,
estão: ‘The future of world-building at Disney’, sobre
storytelling e experiências imersivas; ‘Mapping music
tech money, from seed to exit’, sobre investimentos em
tecnologia musical; ‘Meet the astronauts going to the
moon’, com astronautas da missão Artemis II da Nasa;
Aaron Rogosin/Divulgação SXSW
‘The moment Wwe’re in’, sobre transição energética e
integração de IA na sociedade; ‘Pattern Breakers: Why
some start-ups change the future’, sobre inovação e futuro
com startups; ‘Powering tomorrow’, sobre tecnologias
emergentes em energia limpa e sustentabilidade;
“Primal instincts: Making social ‘social’ again”, sobre o
papel das mídias sociais na conexão humana; ‘Prof G predictions
2025’, com previsões sobre tecnologia, consumo
e negócios; e ‘Rebooting aI from the ground up’, sobre a
reconstrução de sistemas de inteligência artificial, mais
éticos e transparentes.
Itaú é a marca brasileira mais valiosa
de ranking divulgado pela Brand Finance
Banco alcança a cifra de US$ 8,6 bilhões,
enquanto a Apple, primeira da lista, chega
a US$ 574,5 bilhões, um aumento de 11%
Reprodução Instagram
O
Itaú é a empresa brasileira mais valorizada entre
as 500 marcas presentes no novo relatório da
consultoria Brand Finance. O aumento foi de 3%,
para US$ 8,6 bilhões. Apesar do avanço, o banco caiu 11
degraus. Ocupa agora a 274ª posição.
Já a pontuação do Índice de Força da Marca (BSI) cresceu
para 78,1 em 100. Outro banco brasileiro no ranking é
o Banco do Brasil, no 467º lugar, um declínio de 36 pontos
após uma redução de 4% no valor da marca, para US$
5,2 bilhões.
“A participação de duas marcas brasileiras ressalta o
papel crítico da integração da marca com métricas de
desempenho, garantindo que a promessa de uma marca
se alinhe perfeitamente com a sua entrega operacional”,
comenta Eduardo Chaves, diretor-geral da Brand Finance
Brasil. Segundo o executivo, o ranking reflete não apenas
o sucesso financeiro, mas também a eficácia da gestão
estratégica de marcas na navegação de mercados
complexos e competitivos.
Ranking global
A Apple se mantém no topo do Global 500 2025, avaliada
em US$ 574,5 bilhões, alta de 11%. O segundo lugar é
da Microsoft, com US$ 461 bilhões e crescimento de 35%,
seguida pelo Google, com US$ 413 bilhões e avanço de
24%. Investimentos contínuos em IA melhoraram a performance
do Google e ajudaram a fortalecer a confiança
junto ao consumidor.
Marca do banco apresentou um crescimento de 3%
20 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
marcas
Kimberly-Clark contrata Luiz Sanches
para comandar criação globalmente
Brasileiro que deixou a BBDO e a Almap em setembro do ano passado
assume como global chief creative & design officer da multinacional
Kelly Dores
Em um movimento inédito no mercado,
Luiz Sanches assume como
global chief creative & design
officer da Kimberly-Clark e passa a
responder pela criação de todas as
marcas da companhia no mundo. Essa
é a primeira vez que um publicitário
brasileiro sai de agência para ocupar
um cargo deste porte em cliente. Sanches
é um dos grandes criativos da
propaganda atual, com carreira consolidada
internacionalmente, inclusive.
Em setembro de 2024, deixou a rede
BBDO, da holding norte-americana Omnicom.
Ele era CCO Américas da BBDO,
além de CCO e chairman da AlmapBBDO,
onde ficou por 30 anos.
Sua missão é levar criatividade para
dentro da Kimberly-Clark, multinacional
norte-americana de bens de consumo e
cuidados pessoais dona de marcas globais
como Huggies, Kleenex e Scott, com
atuação em mais de 175 países. Um negócio
de US$ 49 bilhões, com investimento
em propaganda de cerca de US$ 1 bi.
“Eu fiz questão de ter o designer no
cargo porque o craft sempre foi muito
importante para mim. Eu vou ser uma espécie
de CMO de criação, responsável por
toda a comunicação das marcas da empresa
no mundo, que trabalha com vários
grupos (de agências). Isso nunca foi
feito. Acho que vamos fazer um trabalho
espetacular, porque tudo o que eu fiz na
minha vida, fui determinado e consegui.
E eu acredito em criatividade.”
O publicitário vai trabalhar diretamente
com Patricia Corsi, global chief
growth officer da Kimberly-Clark, com
quem Sanches teve uma parceria
bem-sucedida como cliente e agência,
quando a brasileira liderava o marketing
da Bayer. O profissional tem como
missão liderar uma transformação
criativa global dentro da Kimberly-Clark,
um caminho que será pavimentado
pela executiva.
“É uma oportunidade incrível voltar a
trabalhar com o Luiz Sanches, dessa vez
do mesmo lado da mesa. Ele traz uma
visão única que alia criatividade, estratégia
e inovação tendo as marcas e os
Luiz Sanches: “Acho que vamos fazer um trabalho espetacular”
consumidores como parte central. Sob a
liderança do Luiz, com um time talentoso,
ambicionamos desenvolver, juntos,
um modelo pioneiro na Kimberly-Clark,
em que a criatividade está no centro de
tudo o que fazemos, focados em alta
performance e entrega de uma experiência
superior para os consumidores.
Nossos produtos na Kimberly-Clark são
essenciais diariamente para ¼ da população
mundial, e ter essa abordagem
que não só busca impacto cultural e
emocional, mas também é sustentada
por um modelo de negócios saudável
e eficiente, será um gatilho importante
de crescimento para nossas marcas”,
falou Patricia Corsi.
Indagado se a sua ideia é estruturar
uma in-house para a companhia, o brasileiro
negou veemente a possibilidade,
Divulgação
“Eu vou ser uma
espécie de CMO
de criação”
afirmando que o modelo não funciona.
“Para mim, in-house é que nem o drácula
fala da cruz. In-house não funciona, é um
horror, porque tem profissionais medíocres
que não conseguem emprego nas
agências e vão trabalhar sem nenhuma
fricção com o cliente. Ou seja, vão executar
aquilo que o cliente quer. São executores
de ideias ruins. Não acredito nisso,
não vai ser in-house”, ressaltou.
Sanches explicou que está criando
um modelo diferente, uma estrutura colaborativa
de especialistas. “Teremos um
profissional da Contagious para cuidar
de conteúdo; um que fez uma transformação
na Meta como designer; além de
criativos e estrategistas. Vai ser um pool
de colaboradores”, disse ele.
O publicitário afirma que o novo desafio
traz para ele a possibilidade de conhecer
o outro lado da indústria em um
modelo inovador, com a criatividade no
centro das decisões. Em sua opinião, há
uma desconexão grande entre agência
e cliente no mercado. “Acho que é preciso
entender essa desconexão, o que
faz a diferença e colocar a criatividade
num lugar em que ela esteja no começo,
meio e fim. Todas as decisões da Kimberly-Clark
agora terão a criatividade no
centro. Poder fazer disso uma grande
transformação de dentro do cliente para
fora. Eu não lembro de ter acontecido
isso antes”, pontuou Luizinho, como é
conhecido no mercado brasileiro.
“Eu transformei marcas e usei uma
agência para transformar muitas marcas.
Agora tenho um cliente com muitas
agências para transformar muitas marcas
desse cliente. Vai ser uma liderança
criativa vinda do cliente e não de agência.
A chance de transformação é grande
quando você tem a caneta e o budget
para aprovar”, completou ele, que ficará
baseado em Nova York.
Destacando que o negócio da publicidade
é feito de pessoas, Sanches
ressalta que é muito grato à BBDO
(cujo acordo de non-compete de dois
anos veta o trabalho do profissional
em agências) e à Almap por tudo o que
fez por lá.
“Eu tenho um carinho muito grande
pela agência e pelas pessoas que estão
lá. Torço muito por eles. Meu sentimento
é de muita gratidão. As pessoas
que estão do meu lado vou sempre
ajudá-las e fazer o que estiver ao meu
alcance. Eu acredito em pessoas, acho
que o investimento em pessoas volta.
O nosso negócio é feito de pessoas. A
gente não compra máquina, compra
softwares, mas o diferencial está nas
pessoas”, ressaltou.
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 21
marcas
Calendário da Pirelli completa 61 anos
com sensualidade como expressão
Empresa italiana revela beleza por meio de corpos em 2025 com
o olhar do fotógrafo Ethan James Green e nomes como San Cassel
Paulo Macedo
Uma história que começa no ano de 1964 pela unidade
da marca de pneus Pirelli no Reino Unido,
com imagens capturadas por Robert Freeman,
chega a 2025 com o trabalho ‘Refresh and reveal’, com
cliques do fotógrafo norte-americano Ethan James Green,
apresentado no fim do ano passado no Museu da
História Natural de Londres. Mantém nessa 61ª edição
a abordagem sensual que caracteriza o projeto desde
a sua gênese, mas já sem o erotismo do passado, que
ajudava a marca a interagir com o seu público-alvo. O
discurso do ‘The Cal’, como o calendário é conhecido,
está mais politicamente correto, materializado pela
busca da beleza revelada por meio do corpo, como esclarece
comunicado.
‘The Cal’ usa metodologia híbrida de comunicação
como marketing promocional, relações públicas e
marketing direto. A sofisticação usada pela marca italiana,
muito presente em competições automobilísticas,
como a Fórmula 1, se transformou em peça para colecionadores.
São 24 fotos registradas entre maio e junho do
ano passado em um estúdio instalado em Virginia Key
Beach Park, região de Miami que também foi usada para
as externas.
Green arregimentou para o elenco a escritora indo-
-americana Padma Lakshmi, o ator francês Vincent
Cassel, a cantora e atriz italiana Elodie, a atriz britânica
Simone Ashley, a atriz sul-coreana Hoyeon, a atriz britânica
Jodie Turner-Smith, a artista americana Martine Gutierrez,
a modelo e ilustradora de moda norte-americana
Connie Fleming, o ator britânico John Boyega e a modelo
norte-americana Jenny Shimizu (também presente no
Calendário Avedon de 1997).
Sempre com foto cor e P&B, e 12 convidados, ‘Refresh
and reveal’ contou com uma equipe de criativos, incluindo
a diretora de moda e consultora criativa do projeto,
Tonne Goodman, ex-editora de moda da Vogue. “O resultado
foi um produto refinado, exclusivo, com conotações
artísticas e culturais que, desde o início, o diferenciam
do mundo da moda e do glamour.”
“O desafio é que você está revelando algo – um corpo,
uma atitude, uma sexualidade, uma liberdade. Neste
caso, respeitando a elegância e a visão da Pirelli, era
preciso esconder para poder revelar. Esse foi o desafio,
encontrar roupas que eu pudesse usar como instrumento,
não para expressar moda, mas para expressar uma
atitude pessoal ao revelar o corpo”, explica Tonne Goodman
no comunicado da empresa, lembrando que Green
usou como referência os renomados Richard Avedon e
Herb Ritts, que assinaram o ‘The Cal’ na década de 1990.
“Recentemente, publiquei meu 2º livro, ‘Bombshell’,
que também é uma forma de explorar a sexualidade e
como ela se expressa diante da câmera”, justifica Green.
O ator francês Vincent Cassel
também está no elenco do
calendário da Pirelli
Fotos: Ethan James Green
A atriz sul-coreana Hoyeon é uma
das atrações do The Cal 2025
22 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
marcas
Datafolha mostra que trocar sapato por
Havaianas é um alívio para os brasileiros
O humorista e ator Paulo Vieira divulga os resultados do levantamento
com uma série de conteúdos que foram desenvolvidos pela Galeria
Trocar o sapato por uma Havaianas
é um alívio para 91%
das 2.078 pessoas de todo o
país, que foram entrevistadas em
pesquisa encomendada ao Datafolha.
O objetivo foi descobrir o
comportamento dos brasileiros
em momentos de pausa na rotina.
Descanso, descontração e bem-
-estar são as sensações ligadas ao
gesto.
“A pesquisa foi uma iniciativa
sagaz para comprovar que a nossa
marca é um convite para respirar,
desacelerar e aproveitar a vida.
Ficamos felizes com os resultados,
ainda mais com a chancela do DataFolha”,
comenta Juliana Soncini,
diretora de marketing da Havaianas
Brasil.
Com DJ Alok, Vivo lança a plataforma
de sustentabilidade ‘Futuro Vivo’
Campanha assinada pela Africa Creative retrata um mundo onde a
tecnologia e a natureza coexistem e tem Amazônia como eixo central
A
Vivo acaba de lançar a plataforma
de sustentabilidade
‘Futuro Vivo’, que aglutinará
as ações da marca sobre o meio
ambiente em 2025. “Vamos usar
nossos patrocínios em festivais e
no esporte para promover experiências
que façam as pessoas experimentarem
e se sensibilizarem sobre
a questão ambiental. Usaremos
as vozes de nossos embaixadores
em prol da causa. Daremos ainda
mais protagonismo para iniciativas
proprietárias como o Vivo Recicle”,
conta Marina Daineze, diretora de
marca e comunicação da Vivo.
O projeto fortalece o compromisso
da operadora com a preservação
da natureza em um ano marcado
pela realização da Conferência das
Nações Unidas sobre as Mudanças
Climáticas, a COP 30, entre os dias 10
O humorista e ator Paulo Vieira divulga os resultados com ação nas ruas e no Instagram
Alok participa da produção do projeto como embaixador e coautor de logo e música
Divulgação
Divulgação
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O humorista e ator Paulo Vieira
divulga os resultados do levantamento
com uma série de conteúdos
criados pela Galeria, e veiculados no
Instagram da marca e do artista.
Em episódios lançados semanalmente,
ele atua como um “pesquisador
das ruas” e espalha os dados
entre as regiões da Av. Paulista e próximo
da loja-conceito da marca, na
Rua Oscar Freire, em São Paulo. A websérie
reforça a conexão emocional
dos consumidores com a Havaianas.
Posicionamento
Em 2024, a marca lançou o posicionamento
‘Tira o pé, vai de Havaianas’, com
Paolla Oliveira e Diogo Nogueira, em
campanha assinada pela AlmapBBDO.
e 21 de novembro, em Belém (PA).
O filme da campanha, criado
pela Africa Creative e produzido
pela Coração da Selva, retrata um
mundo onde tecnologia e natureza
coexistem e tem a Amazônia como
eixo central. A produção conta
com o DJ Alok como embaixador e
coautor do novo logo e música da
marca, produzida em parceria com
a Soundthinker.
“O objetivo era criar algo que
não apenas representasse a modernidade
da Vivo, mas que fosse
um chamado para as pessoas se
conectarem com suas emoções,
com o outro e com o mundo ao
redor. Os sons orgânicos trazem
essa dimensão humana, enquanto
os elementos eletrônicos apontam
para um futuro de possibilidades”,
comenta Alok.
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 23
digital
Profissionais refletem sobre impacto da
possível suspensão do TikTok nos EUA
Incerteza sobre o futuro da plataforma no país gera dúvidas para
a estratégia de marcas, influenciadores e agências de publicidade
Unsplash/visuals
O TikTok se consolidou como uma ferramenta de busca, especialmente entre a geração Z, e a sua ausência pode alterar o fluxo de canais para veiculação de campanhas
Adrieny Magalhães
A
possível proibição do TikTok nos
Estados Unidos ganhou força
após a aprovação de uma lei
pela Suprema Corte norte-americana.
A empresa entrou com um recurso,
que foi rejeitado. O TikTok argumentava
que a medida violaria direitos
constitucionais. No entanto, na última
segunda-feira (20), o presidente
Donald Trump emitiu um decreto que
suspende o banimento por 75 dias,
concedendo à empresa um prazo para
solucionar as questões legais.
Apesar do novo fôlego, o risco levanta
preocupações no mercado publicitário
global. A incerteza sobre o futuro
da plataforma gera dúvidas para
a estratégia das marcas, criadores de
conteúdo e agências, podendo influenciar
investimentos e a dinâmica das
campanhas digitais.
AUDIÊNCIA
Uma pesquisa recente conduzida
pela Influency.me em parceria com a
Opinion Box, que ouviu 900 profissionais
do setor, aponta que o TikTok é considerado
a segunda melhor plataforma em
termos de monetização por criadores de
conteúdo, além de uma capacidade de
alcance orgânico considerada superior à
do Instagram. Rodrigo Azevedo, CEO da
Influency.me, explica que “o algoritmo
do TikTok é desenhado para maximizar a
exposição do conteúdo, permitindo que
um vídeo bem recebido alcance uma
audiência muito além do número de seguidores
do criador”.
“O TikTok inova e
lidera em criação
de conteúdo”
Além de ser uma potência no entretenimento,
o TikTok se consolidou
como uma ferramenta de busca, especialmente
entre a geração Z. Dados de
um levantamento da Her Campus Media
indicam que 51% dos jovens dessa
geração utilizam o aplicativo como a
sua principal fonte de pesquisa. O banimento
pode deslocar essas audiências
para outras plataformas, alterando
também os canais preferidos de veiculação
de campanhas publicitárias.
Resultados positivos desse algoritmo
tornaram o TikTok uma ferramenta
essencial para marcas que buscam
engajamento rápido. Se banido em
um dos maiores mercados do mundo,
como os EUA, a confiança dos anunciantes
globais pode ser abalada, refletindo
no Brasil, onde muitas campanhas
24 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Ronaldo Martins, CEO do A-Lab, do Grupo Dreamers Larissa Magrisso, diretora de conteúdo da WMcCann Ricardo Silvestre, CEO da Black Influence
espelham tendências internacionais.
“Além de uma redistribuição de
usuários ativos, vamos também ter
uma perda muito grande de tendências
de conteúdo, já que o TikTok hoje é
uma plataforma que inova e lidera em
criação de conteúdo. Então, também
vai haver uma certa mudança desses
formatos de conteúdo e de mídia que
são publicizados pelas marcas”, explica
João Finamor, professor de marketing
digital da ESPM.
“O TikTok é uma
referência global
em plataformas
de mídia”
REDNOTE
O cenário abre espaço para concorrentes.
Um exemplo é o RedNote, aplicativo
chinês que combina funcionalidades
de TikTok, Instagram e Pinterest.
Embora tenha ganhado popularidade
na China, enfrenta desafios no Ocidente,
como explica Marcelo Rullo, diretor
de criação e conteúdo da W3haus: “Para
conquistar os brasileiros,
o RedNote
precisará ir além
da tecnologia. Conexões
emocionais
e culturais, aliadas
à colaboração de
grandes influenciadores
locais serão
fundamentais.”
Na avaliação de Finamor, “o RedNote,
embora em destaque no momento,
também é uma rede social chinesa, o
que gera, de certa forma, uma controvérsia.
Além disso, embora seja uma
plataforma superpopular na China, tem
uma navegação muito mais semelhante
ao Pinterest do que efetivamente ao
TikTok. Quando você fala em produção
de conteúdo e realmente entretenimento
comparado ao TikTok, ele está
muito atrás. Ele é muito mais comercial
do que efetivamente uma plataforma
de entretenimento”.
O professor ainda cita casos recentes
como o Blue Sky e o Koo, duas
mídias sociais que tiveram destaque
temporário e rapidamente - assim que
a plataforma Twitter, hoje X, voltou - pararam
de ser utilizadas.
BRasil
Com o objetivo de investigar como
o assunto está reverberando no mercado
brasileiro, o propmark conversou
com profissionais de agências de publicidade,
que compartilharam a sua visão
quanto às movimentações nos EUA.
Ronaldo Martins, CEO do A-Lab, do
Grupo Dreamers, acredita que o impacto
do possível banimento seria
indireto, mas significativo. “O TikTok é
uma plataforma global, que influencia
tendências em diferentes regiões, inclusive
no Brasil, e
tem sido um espaço
essencial para
abordagens criativas,
principalmente
entre o público
jovem. O banimento
pode gerar uma
onda de incerteza,
levando marcas e agências a repensarem
a suas estratégias. Aqui no A-Lab,
temos reforçado a importância de
estratégias multiplataforma e a construção
de comunidades de marca. Isso
garante maior resiliência às mudanças
de mercado”, explica.
Martins acredita que, caso o TikTok
seja enfraquecido, plataformas como
Instagram Reels e YouTube Shorts já
estão bem posicionadas para capturar
parte desse público, pois oferecem
formatos similares e possuem bases
de usuários consolidadas. “Vemos, sim,
grandes oportunidades para o surgimento
de novas plataformas, principalmente
aquelas que priorizam privacidade, algoritmos
transparentes e experiências
mais personalizadas. O mercado está
cada vez mais aberto a inovações que
atendam a necessidades específicas de
engajamento e segurança. Para as marcas,
o momento é de explorar novos canais
e construir uma
estratégia multiplataforma
que aproveite
o melhor de
cada ambiente.”
Já Larissa Magrisso,
diretora-
-executiva de conteúdo
da WMcCann,
conta que, embora
pareça um cenário
distante, o impacto seria sentido no
Brasil, sim. “O TikTok é uma referência
global em plataformas de mídia e conteúdo,
e um banimento nos EUA poderia
gerar insegurança no mercado. Para
marcas globais, pode haver alinhamentos
estratégicos que restrinjam
grandes investimentos na plataforma,
permitindo apenas ações pontuais.
Além disso, é importante considerar
se a estrutura, os times locais e os investimentos
do TikTok no Brasil seriam
afetados, já que a colaboração corpo
a corpo com agências é fundamental
para o sucesso da plataforma”, explica.
Para a diretora-executiva, essa discussão
reforça a necessidade de mais
transparência e responsabilidade no
uso de dados, não apenas no TikTok,
mas em todas as plataformas. “Marcas
e usuários estão cada vez mais atentos
à privacidade, e a pressão por políticas
claras e seguras só tende a crescer. É
“O momento
também é uma
oportunidade
para inovação
no mercado”
um tema que impacta todo o ecossistema
digital e exige uma resposta estratégica
das plataformas e do mercado
publicitário.”
Para Ricardo Silvestre, CEO da Black
Influence, uma suposta suspensão nos
EUA certamente geraria reflexos no
mercado brasileiro, mas em dimensões
diferentes. “No Brasil, o TikTok é uma
plataforma consolidada e altamente
engajada, principalmente
entre o
público jovem. No
curto prazo, as marcas
podem hesitar
em investir devido
ao aumento da incerteza,
mas acredito
que o impacto
direto dependeria
de como as regulamentações
seriam interpretadas e
aplicadas localmente.”
O CEO ainda explica que o TikTok
criou um padrão de consumo de conteúdo
curto, dinâmico e altamente visual,
que outras plataformas estão tentando
replicar. Caso a plataforma chinesa se
enfraqueça, Instagram Reels e YouTube
Shorts devem se fortalecer. “Sempre há
espaço para o surgimento de novas plataformas,
especialmente se atenderem
a lacunas específicas, como personalização
de conteúdo e maior controle
sobre privacidade. O momento, embora
desafiador, também é uma oportunidade
para inovação no mercado”, conclui.
Apesar do futuro incerto, o impacto
do TikTok no mercado publicitário
brasileiro é inegável. A situação reforça
a importância de diversificar as
estratégias e observar atentamente
as tendências globais para identificar
oportunidades e mitigar riscos.
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 25
digital
Uso das redes sociais em aulas motiva
proibição de celulares nas escolas
Especialistas analisam lei que restringe os aparelhos eletrônicos nas
instituições; decisão visa a melhorar desempenho dos alunos em classe
Freepik
A Lei nº 15.100/2025 restringe o uso de aparelhos eletrônicos portáteis nas escolas, incluindo celulares, tablets e relógios inteligentes durante aulas, recreios e intervalos
Bruna Nunes
No último dia 13, o governo federal
sancionou a Lei nº 15.100/2025,
que restringe o uso de aparelhos
eletrônicos portáteis nas escolas. O
projeto, que já estava sendo discutido
e foi aprovado no fim do ano passado
pelo Congresso Nacional, decreta a
proibição do uso de celulares, tablets e
relógios inteligentes durante aulas, recreios
e intervalos em todas as etapas
da educação básica ao ensino médio,
nas redes públicas e privadas. A legislação
permite exceções apenas para
fins de acessibilidade, pedagógicos ou
didáticos, desde que monitorados pelos
professores.
Durante a reunião de sanção, Camilo
Santana, ministro da Educação, apresentou
argumentos baseados em alguns
dados que comparam o desempenho
dos alunos que usam o celular em sala
de aula, como o Programa Internacional
de Avaliação de Estudantes (Pisa), que é
aplicado a cada três anos e aparece no
Relatório Global de Monitoramento da
Educação, organizado pela Organização
das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco).
Na última avaliação, realizada em
2022, 80% dos estudantes brasileiros
afirmaram ter dificuldade para se concentrar
nos estudos por causa do celular.
Uma média de 65% dos estudantes admitiram
que ficam distraídos nas aulas de
matemática por estarem usando o celular
e outros dispositivos, como tablets
e laptops, e mais de 50% dizem que se
distraem indiretamente devido ao uso
dos colegas. Argentina, Canadá, Chile, Finlândia,
Letônia, Mongólia, Nova Zelândia
e Uruguai apresentaram resultados que
se equiparam aos do Brasil.
PLATAFORMAS
A Common Sense, organização não
partidária sem fins lucrativos dedicada
a medir o impacto da mídia junto
a crianças e adolescentes, também
fez um levantamento sobre o uso dos
smartphones nas salas de aula. Os resultados
apontaram que 97% dos adolescentes
utilizam o aparelho durante
as aulas por uma média de 43 minutos,
sendo que, desse tempo, 32% é destinado
às redes sociais e 26% às plataformas,
como o YouTube.
Mas a polêmica acerca da nova lei
brasileira não é novidade. A proibição do
97% dos
adolescentes
utilizam o
aparelho durante
as aulas
26 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
uso de celulares nas escolas é um tema
que já vem sendo debatido há algum
tempo em diversas partes do mundo,
como indica Vanessa Clarizia, professora
de comportamento humano e neurociências
da ESPM. “É algo que já vem sendo
discutido faz tempo, principalmente nos
Estados Unidos e alguns países da Europa.
Então não é uma novidade”, confirma.
A Austrália, por exemplo, além de banir
o uso no ambiente escolar proibiu totalmente
o acesso às redes sociais para
menores de 16 anos. As plataformas da
Meta - Facebook, Instagram, WhatsApp e
Threads -, TikTok e X (ex-Twitter) podem
ter de pagar uma multa de até 50 milhões
de dólares australianos no caso de
descumprimento da norma.
Segundo Vanessa, a decisão pressupõe
impacto no relacionamento dos jovens
com as plataformas digitais, mas esse
efeito será limitado. “Pode até ter um impacto,
mas esses estudantes não vão ficar
zero conectados com as redes sociais,
com as plataformas. No primeiro mês vai
ser mais complicado, mas a gente tem
bastante vantagem sobre isso”, pontuou.
Em nota ao propmark, o aplicativo
de vídeos Kwai esclarece que o seu
público é composto por jovens adultos.
“O Kwai é um aplicativo voltado majoritariamente
para uma base de usuários
acima de 20 anos, e menores de idade
não constituem o público-alvo da plataforma.
Ainda assim, em compromisso
com a segurança de todos seus usuários,
o Kwai estabelece 13 anos como
idade mínima permitida para cadastro”,
afirmou a empresa, que adota medidas
de segurança adicionais.
“A plataforma conta com uma camada
extra de proteção, que inclui restrição
de idade no momento do registro e monitoramento
contínuo de comportamentos
para identificar possíveis contas de
menores de 13 anos, que são bloqueadas
automaticamente. Isso posto, considera-
-se positiva qualquer iniciativa que tenha
como objetivo contribuir para a saúde e o
bem-estar dos jovens.”
NA PRÁTICA
A especialista da ESPM destacou a
importância de comunicar de forma clara
para os alunos a motivação por trás
dessa decisão. “Como isso vai ser passado
para a garotada? Esse é um fator bastante
interessante. Sim, vai ser liberado
para o uso pedagógico, com a anotação
do professor, mas a gente precisa ter o
cuidado de explicar qual é o motivo, o
propósito que está suportando todas
essas decisões”, adverte Vanessa Clarizia.
Para a estudiosa, é fundamental que
a tecnologia seja utilizada de forma
Alessandra Gomes, diretora de criação da McCann Health Brasil
A campanha ‘Infância livre de telas’ aborda o uso excessivo dos aparelhos
Em nota ao propmark, o Kwai diz considerar positivas medidas que protejam os jovens
responsável, sem demonizar as redes
sociais. “A gente vai testando, vai melhorando
e vai se ajustando. A tecnologia
é muito boa para isso, sem demonizar
a rede social. E tecnologias são boas. A
gente só precisa ensinar essa garotada
como usá-la para não afetar a saúde
mental”, completou.
Vanessa, que já aplica essa prática em
suas aulas no ensino superior desde 2017,
relatou os resultados positivos. “Eu mesmo
já proíbo o celular em sala de aula
32% do uso de
celular em sala de
aula é destinado
às redes sociais
Fotos: Divulgação
Vanessa Clarizia, professora da ESPM, avalia impacto da medida
faz um tempo. E ao fim do semestre, vejo
que existe uma massa de estudantes vindo
me agradecer”, relata.
Alessandra Gomes, diretora-executiva
de criação da McCann Health Brasil e responsável
pela campanha ‘Infância livre
de telas’, compartilhou a sua experiência
sobre o impacto dos celulares no cotidiano
das crianças.
“Desde que lançamos a ação, no ano
passado, temos alertado para a importância
de se manter o controle do uso
de telas pelas crianças, e oferecemos opções
de lazer e entretenimento para elas.
Eu mesma, como mãe de uma criança,
fiquei muito preocupada com o impacto
negativo, principalmente dos celulares,
no rendimento escolar da minha filha, então,
toda a sociedade precisa estar atenta
a isso, e se mobilizar das mais diversas
formas, inclusive com leis que protejam
as crianças”, ratifica Alessandra.
Ela também ressaltou a importância
da comunicação como ferramenta para
conscientizar a sociedade. “A comunicação
de qualidade e de credibilidade é
um dos caminhos mais eficientes para
que a informação possa ser usada como
um instrumento de esclarecimento, mobilização
e engajamento das pessoas.
Quanto mais falarmos sobre isso de maneira
séria, com dados qualificados, com
a participação de especialistas que estão
estudando de fato o tema e trazendo estudos
e informações claras e transparentes,
conseguiremos proteger as nossas
crianças”, acredita.
A reportagem entrou em contato com
as empresas Meta, TikTok, Samsung, Tim,
Claro e Vivo, que optaram por não se posicionar
sobre a medida.
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 27
pesquisas
Estudo confirma predomínio do digital
na rotina de crianças e adolescentes
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Smartphone é o aparelho mais usado, seguido pela Smart TV, fones de ouvidos, computador e console de videogame
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YouTube, videogame,
streaming e redes
sociais lideram
dados coletados pela
martech Kids Corp
A
pesquisa ‘Back to school: Analisando a volta às
aulas através do material escolar, hábitos de
consumo de lanches e influência no lar’ confirma
a hegemonia do ambiente digital na rotina de crianças
e adolescentes.
YouTube (78%), videogame (60%), streaming (58%) e
redes sociais (54%) atraem mais interesse que desenhar,
pintar e brincar com brinquedos - cada uma dessas atividades
com 43% da preferência de 5.750 crianças e jovens
de 3 a 17 anos, e 1.320 pais e mães com filhos na mesma
faixa etária.
O smartphone é o aparelho mais usado (83%) e possuído
(71%), seguido pela Smart TV (usado por 69% e
possuído por 34%), fones de ouvidos (32% e 24%, respectivamente),
computador do escritório (usado por 32% e
possuído por 12%) e o console de videogame (22% e 14%,
respectivamente).
O levantamento foi conduzido pela martech argentina
Kids Corp, especializada em marketing digital para
o público infantojuvenil e familiar. Entre os mais novos,
predominam as brincadeiras que estimulam a imaginação
e a criatividade.
Consumo
A pesquisa investigou ainda as disciplinas favoritas
da garotada. A campeã é a matemática, com 20% das
citações. Educação física (16%), artes (13%), informática
(9%), inglês (8%), história (6%), ciências naturais (5%),
geografia (4%), música (3%) e ciências sociais (2%) vêm
na sequência.
Já a lancheira é o item de maior preocupação entre as
crianças de 3 a 12 anos. Nesse grupo, 78% leva a refeição
de casa, enquanto 22% dos adolescentes (13 a 18 anos)
compram parte ou todo o lanche ao longo do caminho.
A maioria (57%) recebe dinheiro dos pais ou tutores; 24%
(adolescentes) ganham mesada; e 19% dispõem de ambos
os subsídios.
A independência se materializa em artigos que compram
por decisão própria. De acordo com o mapeamento,
13% gastam os seus recursos com itens de material
escolar - hábito mais frequente entre crianças entre 6 e
12 anos, com 17% de incidência. Por outro lado, 46% dos
pais compraram algum artigo de material escolar ou
papelaria para o filho, sendo 69% das compras feitas no
ambiente online.
Os licenciamentos de filmes são os que mais chamam
a atenção de crianças de 6 a 12 anos. Já os itens
alusivos às séries despertam mais interesse entre os
adolescentes de 13 a 18 anos.
28 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
mídia
Com esportes, Netflix ganha assinantes e
especialistas veem força dos streamings
Netflix registrou recorde de 18,9 milhões de novos assinantes no último
trimestre de 2024, um crescimento de 16% em relação ao ano anterior
Unsplash
Em 2024, a Netflix transmitiu eventos esportivos importantes, que geraram audiência e repercussão na mídia, como a luta de boxe entre Mike Tyson e Jake Paul, em novembro
Vinícius Novaes
A
Netflix terminou o último trimestre
de 2024 com um recorde de
18,9 milhões de novos assinantes,
e com uma receita de US$ 10,2 bilhões,
um crescimento de 16% em relação ao
mesmo período de 2023.
Os números são os maiores desde a
pandemia da Covid-19, quando a plataforma
conseguiu 15 milhões de assinantes
no primeiro trimestre de 2020. Porém,
em 2022, nos três primeiros meses, o
streaming perdeu 200 mil usuários.
Não à toa, esse crescimento fez com
que as ações da empresa subissem na
Bolsa de Valores nesta quarta-feira (22),
atingindo US$ 994,36. Com isso, o valor de
mercado deve chegar a US$ 53 bilhões.
Um dos conteúdos que mais puxaram
a audiência foram, além da segunda
temporada de ‘Round 6’, as transmissões
esportivas, responsáveis por impulsionar
o boom de novas assinaturas.
Só em 2024, o streaming transmitiu
a luta entre Mike Tyson e Jake Paul, a
partida entre Rafael Nadal e Carlos Alcaraz
e os jogos de Natal da NFL, além
de outras competições, como um torneio
de golfe entre atletas profissionais
e pilotos de F-1.
O esportes têm sido uma boa aposta
para a Netflix, tanto que a empresa
resolveu jogar alto, e fechou um acordo
com a Fifa para ser a responsável
pela transmissão no streaming das
Copa do Mundo Feminina de 2027, no
Brasil, e de 2031.
Danielle Vilhena, diretora de projetos
e operações de marcas da agência End to
End, fala que ter as duas próximas edições
da Copa do Mundo marca um momento
‘emblemático’ para a marca.
“É um reflexo do crescente interesse
global pelo esporte, abrindo novas portas
para a visibilidade e valorização do
futebol feminino em uma plataforma de
alcance de massa”, destaca.
“É um reflexo
do crescente
interesse global
pelo esporte”
Descentralização
Há alguns anos, competições esportivas
eram praticamente uma exclusividade
da TV aberta. Com o surgimento dos
streamings, o que aconteceu foi uma
quebra desse monopólio, classificado
como ‘positivo’ por Fábio Wolff, sócio-
-diretor da Wolff Sports.
“Mas também a chance de se aprofundar
mais na narrativa esportiva, nas
estatísticas e nos bastidores”, afirma.
“Essa evolução está redefinindo a maneira
como consumimos entretenimento
esportivo”, complementa.
Para Renê Salviano, CEO da Heatmap
e especialista em marketing esportivo,
o crescimento do streaming de vídeo no
Brasil é resultado de uma série de fatores
interligados, que vêm moldando o
comportamento do consumidor.
“A capacidade das novas plataformas
de oferecer um acesso fácil, rápido
e flexível à uma ampla variedade de
conteúdo de entretenimento e informação
é um dos principais motivos pelos
quais a procura por esses serviços
disparou no país”.
Professor da ESPM, Ivan Martinho
explica que o crescimento do mercado
se dá também pelo surgimento de novas
plataformas a cada mês com conteúdos
diversos.
“Nesse aspecto, a disputa pela audiência
tende a aumentar cada vez mais
assim como o desafio de educar o consumidor
sobre qual canal transmitirá determinado
conteúdo”, finaliza.
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 29
mídia
SBT comercializa cotas para os jogos
da Champions League e da Conmebol
Heineken, Haleon, Renault, TIM, Novibet, Pagbank, VBET, Sanofi,
SportingBet e Bem Brasil são os parceiros com acordos fechados
O
SBT conta com mais de dez cotas
comerciais vendidas para a temporada
2025 com as transmissões
da Conmebol Sul-Americana e da Champions
League. A competição europeia
marcou a estreia do narrador Tiago
Leifert na semana passada no jogo
entre Barcelona e Benfica. Heineken,
Haleon, Renault, TIM, Novibet, Pagbank,
VBET, Sanofi, SportingBet e Bem Brasil
são os parceiros com acordos fechados.
“Tiago Leifert é um grande comunicador
e trará ainda mais emoção e qualidade
para as nossas transmissões. Temos
certeza de que os nossos espectadores
e patrocinadores ganharão muito
com a sua chegada para o time de esporte”,
destaca Vicente Varela, superintendente
de negócios e comercialização
do SBT.
Leifert também estará na narração
de jogos da Conmebol Sul-Americana.
Vicente Varela, Tiago Leifert e Marcos Kotait: emissora fecha negócios com futebol
Divulgação
Leifert ficou alguns anos na Rede Globo,
onde começou como repórter esportivo,
mas posteriormente ganhou fama como
âncora do ‘Big Brother Brasil’ e do ‘The
Voice’. Após deixar a Globo, ele trabalhou
em projetos pessoais abordando temas
como games, cultura pop e tecnologia,
e depois como locutor nas plataformas
Globoplay e Amazon Prime Video.
“Ter mais de 10 cotas comerciais já
vendidas para a temporada de futebol
2025 é motivo de grande orgulho para
nós. Isso reforça a confiança do mercado
na força da nossa programação e na capacidade
de engajamento da transmissão
de dois campeonatos tão importantes
de alcance nacional. Estamos certos
de que essa parceria trará resultados
expressivos para as marcas e uma experiência
completa para o nosso público”,
ressalta Marcos Kotait, diretor-comercial
nacional da emissora.
Globo formaliza acordo com a Amazon
para transmissão de novelas na AL
Parceria tem início com ‘Avenida Brasil’ ao streaming da big tech,
com exceção do Brasil, que permanece com a Globoplay
A premiada novela ‘Avenida Brasil’, escrita
por João Emanuel Carneiro, passa
a integrar o catálogo do Prime Video
em todos os países da América Latina,
com exceção do mecado brasileiro, que
está disponível no inventário do streaming
do grupo Globoplay.
Transmitida originalmente pela Globo,
de março a outubro de 2012, a trama
de 179 episódios foi um fenômeno de audiência
internacional.
No capítulo final, alcançou 52 pontos
no Ibope e cerca de 80 milhões de telespectadores,
consolidando-se como um
marco na história da TV brasileira.
A produção venceu 41 prêmios TPCAS
e foi indicada ao Emmy Internacional de
Melhor Novela.
Até hoje, a novela segue viva na memória
dos brasileiros, especialmente por
Divulgação
A novela ‘Avenida Brasil’ marca início do acordo da Globo com a Amazon Prime Video
seus memes que permanecem icônicos.
Segundo o Memória Globo, a novela
ganhou destaque até na imprensa estrangeira.
O jornal britânico The Guardian publicou,
na época, que a ex-presidente
Dilma Rousseff alterou sua agenda para
evitar competir com o final da trama. Em
2023, a Globo vendeu o formato de ‘Avenida
Brasil’ para a Turquia, resultando na
adaptação ‘Leyla’. O folhetim também
foi licenciado para 150 países e dublado
para 19 idiomas.
Segundo a a revista Forbes, ‘Avenida
Brasil’ gerou um faturamento de cerca
de R$ 1 bilhão durante os sete meses
de exibição, possivelmente chegando a
R$ 2 bilhões, levando em conta os mais
de 500 anúncios publicitários veiculados
pela rede de afiliadas.
30 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
opinião
Divulgação
Tendências do varejo
Brenda Maia
O
varejo está passando por uma transformação
acelerada, impulsionada por tendências globais
que exigem inovação e adaptação. A NRF
2025, maior evento de varejo do mundo, destacou
as principais forças que estão moldando o setor. O
desafio agora é transformar essas tendências em
resultados concretos. E é exatamente aqui que o
live marketing se torna uma ferramenta estratégica.
Mais do que criar ações pontuais, ele é capaz
de traduzir conceitos inovadores em experiências
reais, conectando marcas e consumidores de forma
autêntica e impactante.
Principais tendências do varejo em 2025 e o papel do
live marketing
1. Inteligência artificial e hiperpersonalização
A IA está revolucionando o varejo com soluções que
personalizam a experiência de compra. Desde recomendações
de produtos até o gerenciamento automatizado
de estoques, a IA permite que as marcas antecipem
necessidades e entreguem ofertas personalizadas, aumentando
a satisfação e a fidelização dos clientes. O live
marketing pode transformar a personalização da IA em
experiências práticas e envolventes. Ativações interativas
como quizzes, jogos gamificados e sugestões em
tempo real na loja ou durante eventos permitem que o
consumidor perceba o valor da ação.
2. Live shopping
O live shopping combina entretenimento e vendas ao
vivo, criando senso de urgência e conexão direta com o
consumidor. Plataformas como TikTok e Instagram já são
protagonistas e transformam o momento de compra em
uma experiência interativa. O live marketing amplia o
impacto do live shopping ao integrar storytelling, interação
ao vivo e formatos dinâmicos. Eventos online podem
destacar lançamentos de produtos com influenciadores,
sorteios e promoções exclusivas, criando um ambiente
de compra imersivo e engajador.
3. Experiências imersivas nas lojas físicas
Lojas físicas estão sendo repensadas para oferecer experiências
únicas, que não podem ser replicadas online. O
live marketing transforma o espaço físico em um verdadeiro
hub de experiências, com instalações sensoriais, ativações
com realidade aumentada e eventos exclusivos.
4. Sustentabilidade e circularidade
Modelos de negócios circulares, economia de baixo
impacto e ações sustentáveis são fundamentais para
conquistar o consumidor atual, especialmente as gerações
mais jovens. O live marketing dá vida às práticas
sustentáveis com oficinas de reutilização, ativações com
materiais recicláveis e eventos que promovem o consumo
consciente para que o consumidor vivencie o compromisso
ambiental da marca.
5. Omnicanalidade e integração digital-físico
Os consumidores esperam uma jornada de compra
fluida entre o online e o offline. A integração entre diferentes
canais fortalece o relacionamento e melhora a
experiência de compra. O live marketing conecta o físico
e o digital de forma fluida. QR codes em eventos que
levam a promoções exclusivas no e-commerce, eventos
híbridos e campanhas phygital garantem uma jornada
integrada e contínua.
6. Retail media
Os pontos de venda físicos e digitais estão se tornando
canais de mídia. Essa tendência permite transformar espaços
comerciais em plataformas de comunicação direta
com o consumidor, oferecendo conteúdos relevantes e
oportunidades de engajamento. O live marketing potencializa
e transforma o PDV com telas interativas, displays
dinâmicos e conteúdos ao vivo para criar ambientes que
contam histórias, educam e envolvem o consumidor.
7. Proteção de dados e privacidade
Com o uso intensivo de tecnologia, aumenta a preocupação
com a privacidade de dados. O live marketing deve
garantir interações seguras e transparentes. Nas ativações,
a coleta de dados deve ser feita com consentimento
claro e comunicação direta sobre como essas informações
serão utilizadas, fortalecendo a confiança do consumidor.
Inovação sem propósito não gera valor. Marcas que
investirem em experiências autênticas e relevantes estarão
mais preparadas para enfrentar o novo varejo. E o
live marketing é o caminho para transformar tendências
em resultados.
Brenda Maia
é CEO Eagle Agência
“O live marketing
amplia o impacto
do live shopping ao
integrar storytelling,
interação ao vivo e
formatos dinâmicos”
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 31
opinião
Divulgação
Transformações
Edmar Bulla
é fundador do Grupo Croma
Edmar Bulla
Vivemos em plena ebulição e transformações
diárias desafiam convenções, reestruturam
paradigmas e nos colocam em uma posição
constante de adaptação.
Agências se reinventam como especialistas em inteligência
artificial (IA), consultorias mergulham no universo
criativo e empresas de tecnologia começam a disputar territórios
tradicionalmente ocupados por essas companhias.
Observamos um cenário dinâmico, com uma lista interminável
de mudanças. Seriam esses movimentos sinais de
agonia, inovações genuínas ou uma luta por sobrevivência?
Embora a resposta permaneça nebulosa, uma coisa
é certa: estamos longe de atingir um ponto de equilíbrio.
Fusões como as do Omnicom e Interpublic Group
(IPG) e parcerias estratégicas como a de WPP com Nvidia
exemplificam que estamos apenas no início de uma
profunda reconfiguração do setor. Tais movimentos não
apenas alteram os alicerces da indústria, mas também
reverberam em todo o mercado. Fica evidente que a
transformação é inevitável, mas cabe a cada um interpretar
os sinais e decidir como reagir.
É possível analisar as perspectivas dessa transformação,
por exemplo, sob duas óticas. A primeira assume que
o setor é agora regido por dados, inteligência artificial e
integração digital como pilares centrais. Nessa abordagem,
a tecnologia se torna o eixo em torno do qual as
decisões giram, priorizando a eficiência e a escala.
Já a segunda, enxerga o “oráculo homem”, como o
descreveu Alan Turing, pai da computação e da IA, como
a peça central do processo. Essa visão sustenta que
aspectos como empatia, intuição e solidariedade são
intrinsecamente humanos e insubstituíveis, mesmo no
auge da automação. Embora essas duas visões pareçam
opostas, elas não precisam ser excludentes. No entanto,
a realidade do mercado mostra uma inclinação crescente
para a primeira, ignorando o fator humano que é, em
muitos casos, o diferencial mais significativo.
Essa obsessão pela automação e pela análise de dados
pode levar a soluções desumanizadas, comprometendo
o impacto cultural e emocional que é essencial
na publicidade. Assim, surge uma questão crítica: será
que, sem a essência humana, a criatividade generativa
realmente é suficiente? A transformação dos serviços
criativos e publicitários com o uso de IA generativa e
plataformas que concentram poder em grandes corporações
e fundos de investimento pode levar a um
empobrecimento do potencial criativo. Isso ocorre porque
a diversidade humana e os códigos culturais que
enriquecem a publicidade acabam comprimidos em
moldes preestabelecidos e rígidos.
Quando a tecnologia algorítmica assume o protagonismo,
as grandes janelas para o raciocínio e a criação
se reduzem a pequenas frestas, como se fôssemos obrigados
a engolir enlatados. O pensamento estratégico e
o criativo, que são elementos vitais para o setor publicitário,
correm o risco de ser desvalorizados por soluções
“eficientes”, porém previsíveis. Essa situação exige que
reflitamos sobre o papel da tecnologia na indústria e
como ela pode coexistir com o talento humano de maneira
mais equilibrada.
A busca por soluções instantâneas, alimentada pelo
imediatismo característico da sociedade contemporânea,
pode cobrar seu custo antes que possamos encontrar
um ponto de equilíbrio que seja saudável. Essa
pressa desenfreada coloca em risco os fundamentos da
criatividade e da conexão emocional que definem o sucesso
da comunicação publicitária e, por que não dizer,
da comunicação humana.
Não podemos transformar a publicidade em algo impessoal,
mecânico e empobrecido. Para evitar esse destino,
é fundamental que lembremos de nossa responsabilidade
nas transformações em curso. Precisamos estar
cientes e conscientes de que a mudança passa, antes de
tudo, por perceber que humanos são agentes protagonistas
do seu processo evolutivo, que por sua vez está
em um contexto histórico específico, do qual devemos
tirar proveito com responsabilidade e ética.
“Não podemos
transformar a
publicidade em algo
impessoal, mecânico
e empobrecido”
32 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
inspiração
Desenhos cegos e feios
Fotos: Arquivo Pessoal
“Esses desenhos me parecem ser o oposto do que vemos quando rolamos
o Instagram, com pessoas querendo parecer bonitas, usando muitos filtros”
Camila Guerreiro
Especial para o propmark
Sempre amei desenhar, mas, conforme fui saindo da infância, achei que não desenhava
bem e parei completamente (alguém aqui deve se identificar). Isso me levou
a experimentar a fotografia e o vídeo, que naquela época, anos 2000, ainda tinham
um caráter de retratar a realidade. Foi já mais velha, trabalhando com vídeo e fotografia
profissionalmente, que ouvi falar de um curso chamado “Desenhando com o lado direito
do cérebro”. Achei interessante e uma oportunidade de retomar uma paixão antiga,
então me inscrevi e voltei a desenhar. O mérito desse retorno está muito relacionado
a dois exercícios que aprendi nesse curso e pratico até hoje: o “desenho cego” e o “desenho
feio”.
Explico: desenhos cegos são aqueles em que você desenha sem olhar para o papel - se
você não consegue evitar a curiosidade, pode até furar uma folha com o lápis que vai usar,
para não ver o que está embaixo. O olhar é apenas para o objeto/a imagem que está desenhando.
Já os desenhos feios, na maioria dos casos, são aqueles que não são considerados bonitos
pela maioria, e tudo bem, a beleza é diversa. Esses desenhos me parecem ser o oposto
do que vemos quando rolamos o Instagram, com pessoas querendo parecer bonitas, usando
muitos filtros para deixar a realidade mais “perfeita” e satisfatória.
Cada dia tenho me apaixonado mais e mais pelos desenhos cegos e feios, justamente
pela estética alternativa que têm. Primeiro, porque você aprende a olhar de verdade para o
que está na sua frente, e não para a ideia que você tem daquilo. É a velha história de quando
pedem para você desenhar uma casa ou uma pessoa, e todo mundo desenha quase a mesma
coisa desde criança, com a imagem já formada na cabeça e não o que realmente se vê.
Nestes exercícios, você não deve se preocupar com o que está saindo no papel, nem com
o resultado final, mas sim com o que você está literalmente vendo: as linhas, as formas, os
vazios, as sombras e as luzes. Você aprende a curtir o processo sem se preocupar tanto com
o resultado, porque, afinal, naquele momento, você não tem controle sobre isso. E o mais
interessante: o que sai no papel fica muito mais parecido com a realidade, com suas linhas
tortas, erros e acasos. Fica autêntico, com erros lindos que jamais teríamos coragem de assumir
se não fossem desenhos cegos. Isso, a meu ver, leva a uma nova forma de representar
o mundo, sem copiar ou repetir o que já foi feito. O erro surge como uma construção de algo
novo e não como um problema.
Com esse método, você se solta, aprende a olhar, vai descobrindo sua personalidade e
a própria estética, mesmo que não esteja desenhando. Isso te leva a olhar de maneira diferente,
seja quando você está de férias ou produzindo imagens profissionalmente.
Em um dos meus últimos exercícios de desenho meio cego (em que você pode olhar
para o papel, mas não o tempo todo), escolhi desenhar um amigo. Quando terminei, ele me
pediu para ver e disse: “Mas esse não sou eu!”. E eu respondi: “É sim! É como eu vejo você”.
Em um momento em que estamos tentando viver em um mundo mais diverso e inclusivo,
onde diferentes tipos de corpos e raças tenham voz, não é incrível e animador, para
quem trabalha e consome imagens cada vez mais, ter diferentes pontos de vista, estéticas
e imagens cada vez mais autorais e não pasteurizadas? Eu acredito e trabalho para que isso
aconteça cada vez mais.
Fotógrafa, diretora e produtora de documentário nomeada para o Bafta US
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 33
Out of Home
A MÍDIA QUE MAIS CRESCE NO BRASIL
Multiplan usa painel gigante de LED na
promoção de lançamento do Lake Eyre
Novo condomínio em Porto Alegre contou
com plano de mídia e criação da WT.AG
Paulo Macedo
Sob o conceito ‘Viva diferente, viva o exclusivo’, o
grupo Multiplan está promovendo o lançamento
do Lake Eyre, segundo condomínio do bairro privativo
Golden Lake, em Porto Alegre. Com estratégia no
meio OOH, mais especificamente um painel gigante de
3D, com 300 metros quadrados, sendo 30 metros de largura
e 10 metros de altura, instalado na região central
da capital gaúcha, é considerado a maior tela de LED do
país. A mídia funciona 24 horas por dia com animações
realistas e imersivas.
“A estratégia de lançamento do Lake Eyre também
contempla um painel digital Wide Max e um circuito de
mídias OOH no complexo comercial Ramblas Atlântida,
localizado na Praia de Atlântida, em Xangri-lá, no litoral
do Rio Grande do Sul. Ainda no litoral, há uma sequência
de painéis rodoviários para impactar o público que se
dirige às praias nessa época de férias. Esses elementos
Eletromidia cria divisão
Ad Network para PMEs
Projeto agrega exibidores para
ampliar ofertas aos anunciantes
patrocínio
garantem visibilidade tanto na capital quanto no litoral
gaúcho, onde o público qualificado e alvo do empreendimento
costuma circular”, esclarece o executivo Lucas
Feltes, CEO da WT.AG, agência que coordena os projetos
mercadológicos da holding Multiplan no RS.
“O grande objetivo da mídia OOH é gerar um alto
impacto visual e tecnológico, que faça jus ao empreendimento
e à nossa estratégia de comunicação. Entendemos
que o OOH é extremamente importante para atingir
o público qualificado de Porto Alegre no planejamento
para o Golden Lake”, acrescenta Feltes, lembrando ainda
que o Lake Eyre totaliza oito condomínios planejados
para o Golden Lake, primeiro bairro privativo de Porto Alegre.
Com duas torres de 23 andares, o Lake Eyre oferece
129 apartamentos com vista para o Rio Guaíba.
Além do Mutiplan, WT.AG cuida da comunicação da Unilever,
Arezzo&CO, Assist Card, Lello Condomínios, Pampili,
Grupo Herval, NürnbergMesse Brasil, Saccaro, Tudo Pra Cabelo,
Abicalçados, Rissul, Macromix, Liz Lingerie e Vicenza.
Andre Cais foi eleito pela Eletromidia
para comandar a Ad Network
Divulgação
lez e Google. Em 2017, ingressou na JCDecaux
como head of sales, consolidando
sua expertise no segmento de OOH. Também
atuou no Google e Kwai.
Divulgação
Maior painel de LED instalado no centro de Porto Alegre
Tail Ads chega para trazer
mais erxpetise ao retail
São 700 telas digitais distribuídas
em 14 redes de varejo em SP e ES
O
mercado de publicidade e mídia
acaba de ganhar um novo player
de peso. Heitor Pontes, publicitário
reconhecido no mercado e um dos
protagonistas do segmento de OOH,
está lançando a Tail Ads junto a outros
profissionais com grande expertise
no mercado de mídia. A agência, especializada
em retail media, chega ao
mercado com o objetivo de fortalecer
a relação entre a indústria, o varejo e o
consumidor fazendo uso estratégico de
dados para conectar a comunicação do
topo e do meio do funil com o PDV.
“Nosso diferencial será a integração
entre dados e criatividade para impactar
a jornada do consumidor. Vamos transformar
os pontos de venda em espaços
dinâmicos, lúdicos e divertidos, propor-
Divulgação
Heitor Pontes, sócio-fundador e CEO da
empresa Tail Ads: oferta de retail media
A
Eletromidia lançou a Ad Network,
uma área criada para agregar
outros exibidores. Focada em
ampliar as possibilidades para anunciantes,
especialmente pequenas e
médias empresas (PMEs), a iniciativa
utiliza a plataforma AQUI, que combina
tecnologia e dados em um marketplace
estratégico voltado para esse perfil de
clientes.
André Cais assume como diretor de
Ad Network, trazendo mais de 20 anos
de experiência no mercado publicitário.
Ele se reportará a Lucio Schneider, chief
growth officer (CGO) da Eletromidia.
Com passagens por agências como
Talent, Y&R, Africa, Ogilvy e F/Nazca, André
liderou contas de grandes marcas
como Ambev, McDonald’s, Sadia, Mondecionando
aos clientes uma experiência
única, contribuindo diretamente para
além de melhorar a percepção das marcas”,
afirma Pontes.
34 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
click do alê
Alê Oliveira
aleoliveira@propmark.com.br
GM celebra seu centenário no Brasil
A Chevrolet celebra um marco histórico: 100
anos de presença no Brasil. As comemorações
tiveram início na noite de quinta-feira,
23 de janeiro, com um evento exclusivo realizado
no espaço Arca, que reuniu colaboradores,
parceiros e imprensa. A celebração
contou com a presença de executivos da
marca, como Shilpan Amin, presidente da
GM International; Santiago Chamorro, presidente
da GM América do Sul; e Guilherme
Arruda, CMO da GM América do Sul, além
de Marcos Mion, embaixador da Chevrolet,
e lideranças da WMcCann, como Hugo
Rodrigues, chairman, e Renata Bokel, CEO.
O evento também contou com a participação
de autoridades políticas, incluindo o
vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin,
destacando a relevância histórica da data
para o país. O grand finale da celebração
ficou por conta do cantor Seu Jorge, que fez
um show especial para os convidados.
Guilherme Arruda, CMO da GM América do Sul, e Hugo Rodrigues, chairman do McCann Worldgroup, que atende a marca
Fotos: Alê Oliveira
Manzar Feres e Valéria Soska (Globo)
Dani Ribeiro e Renata Bokel (WMcCann)
Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil
Cantor Seu Jorge entre Hermann Mahnke (GM) e Karla Mahnke
Apresentador Marcos Mion, embaixador da Chevrolet
Equipes do marketing da GM e da WMcCann celebram centenário da marca
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 35
esg no mkt
Alê Oliveira
O pirão todo,
só pra mim
Trump e sua turma deixam claro: o mundo é
a América. O resto que se dane. America first!
Alexis Thuller Pagliarini
pouca, meu pirão primeiro”, diz o ditado.
Nos Estados Unidos, embora não se possa
“Farinha
dizer que a farinha está escassa, o seu novo
governante deixa claro que quer o pirão todo, só para
si. America first é isso. Danem-se os outros, quero
tudo pra mim.
Repito: não se pode dizer que os EUA estejam precisando
dessa ganância toda. O governo democrata
está deixando o país numa situação confortável para
seu sucessor.
Os EUA vêm crescendo a taxas positivas, tem praticamente
pleno emprego e inflação sendo domada. Mas a
nova ordem no governo é o America first e uma nova era
dourada, mas apenas para o seu país.
Nem que tenha de romper amizade com os vizinhos,
ameaçando incorporar o Canadá como o 51º estado americano
ou tomar de volta o Canal do Panamá ou ainda
sobretaxar importações de produtos.
Essa atitude gulosa conflita com tudo o que se prega
de boas práticas modernas no mundo dos negócios. O
capitalismo moderno propõe o respeito entre todos os
stakeholders, reforçando a máxima “Um negócio só é
bom se for bom para todos”.
Mas a turma que assume o poder agora não dá ouvidos
a essas tendências. Eles têm as próprias regras e
demonstram uma insensibilidade atroz.
A ponto de comunicar que vai interromper contribuições
à OMS (Organização Mundial da Saúde) e sair do
Acordo de Paris.
Incrível! Bem nesse momento crucial de transformações
climáticas e demanda por ações de reversão do
quadro mais que preocupante no mundo hoje.
Que nada! Muitos deles são negacionistas e não
acreditam no aumento excepcional da temperatura
da Terra.
Califórnia em chamas? Isso é culpa do governo daquele
estado. “Incompetentes!”, diz o novo presidente.
Mas o pacote de maldades, apresentado já no primeiro
dia do governo Trump, tem mais ingredientes.
A expulsão em massa de imigrantes – sabe-se lá com
que critério –, o fim de tratamento especial a minorizados
e desdém total à questão de gêneros, reafirmando a
existência única de dois gêneros: masculino e feminino,
ignorando o universo LGBT+.
“É a era da meritocracia, pura e simples!”, vaticina
o novo presidente, prometendo reverter programas
de ações afirmativas que levam em consideração a
defasagem de pessoas pretas e outros grupos minorizados
na educação e no mercado de trabalho. É cada
um por si!
Boa parte dos americanos aplaude essa nova ordem
(afinal, o presidente foi eleito pela maioria) e diversas
empresas americanas estão aproveitando a onda conservadora
e negacionista para rever sua política ESG,
gerando uma névoa no horizonte, que parecia claro na
direção de negócios mais respeitosos e sensíveis às
questões ambientais e sociais.
Na área de governança, Trump é conhecido por ignorar
a ética e driblar aspectos legais, num vale tudo para seus
anseios e busca de vantagens. Todo esse movimento vem
deixando o lado mais consciente do mundo perplexo.
Na Europa, há um caminho sem volta na aplicação
de maior rigor na adoção de critérios que obriguem as
empresas a conduzir seus negócios com maior respeito
socioambiental e governança ética.
Mas como lidarão com essa nova ordem americana
de protecionismo e práticas em desalinho com os critérios
mais nobres, visando a um mundo melhor?
Trump e sua turma deixam claro: o mundo é a América.
O resto que se dane. America first! Essa postura de
egoísmo e de desdém pelo bem comum é um contrapé
dolorido aos movimentos globais, capitaneados pela ONU.
Como será a COP 30, a ser realizada em Belém, PA, no
fim deste ano, sem a presença dos EUA?
Como é possível traçar estratégias de combate às
alterações climáticas sem o maior player presente (ou
com presença sem peso)?
Enfim, esperemos que o bom senso prevaleça e as
atitudes leoninas desse governo insensível sejam confrontadas
pelas forças do bem.
Alexis Thuller Pagliarini
é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br
36 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
supercenas
Paulo Macedo
paulo@propmark.com.br
Divulgação
O jornalista e apresentador Pedro Bial é atração da campanha da marca Electrolux, patrocinadora do ‘BBB 25’, com criação da agência DPZ e produção da PXP, ambas do Publicis
ANFITRIÃO
Apresentador do reality ‘Big Brother Brasil’ por 16 temporadas,
o jornalista Pedro Bial foi convocado pela
marca Electrolux para ser seu anfitrião na temporada
deste ano da atração da Rede Globo. A patrocinadora
do programa já trouxe Bial em momentos antes da
estreia, no útimo dia 13, no filme que carrega o conceito
mercadológico ‘Sua casa bem vivida’. “Famoso
por seus discursos ao final de cada programa de eliminação
do ‘BBB’, ele agora faz proferimento de boas-
-vindas e convida o público a entrar na casa e viver
intensamente, assim como os participantes do reality.
Na ação que segue o conceito da Electrolux no programa
- ‘O Brasil tá vendo, você tá vivendo’ -, o apresentador
explora a ideia de que “a casa do reality é mais do
que apenas um lugar: é um espaço onde momentos
e memórias ganham vida”, esclarece comunicado do
anunciante. “Os desafios do dia a dia de uma casa não
são um obstáculo, mas sim componentes essenciais
que dão vida a grandes histórias. Ao associar a Electrolux
a Pedro Bial, um dos maiores ícones da história
do ‘Big Brother Brasil’, queremos reforçar como nossos
produtos e soluções transformam a casa em um
ambiente vivo e dinâmico, que reflete a essência de
quem mora nela”, afirma Ana Peretti, vice-presidente
de marketing e sustentabilidade do Electrolux Group
América Latina. Além da campanha nacional, Bial levará
para suas redes sociais a mensagem da marca
dentro do ‘BBB 25’. A estratégia criativa envolve as
agências DPZ, Live e Inpress. A produção é da PXP, com
direção de Tato Bono.
A cantora sertaneja Ana Castela está a serviço da marca de beleza Fashion Gold, que integra seu cronograma capilar
SEDOSO
Marca do portfólio da Ybera Paris, a linha Cronograma Capilar da Fashion Gold aproveita as madeixas da boiadeira
Ana Castela na campanha ‘Fashion Gold revela a beleza que há em você’. O audiovisual foi gravado no Espírito
Santo, estado que abriga a sede do anunciante, com produção da Scaena Films e direção de cena de Guilherme
Trog. “Ela ficou muito à vontade para gravar, interagir com a câmera e com a equipe, o que deixou o resultado
sensacional”, disse Johnathan Alves, CEO do grupo.
‘A busca’ está listada como Top 100 pela Source Creative
RANKING
Criada pela AlmapBBDO para seu cliente Bradesco
Seguros, a campanha ‘A busca’ foi selecionada como
uma das cem melhores peças de 2024 pelo portal
Source Creative, considerado o maior banco global de
dados da indústria de publicidade criativa.
jornal propmark - 27 de janeiro de 2025 37
última página
Alê Oliveira
Stalimir Vieira
é diretor da Base de Marketing
stalimircom@gmail.com
Vamos albericar?
Stalimir Vieira
Garimpando papelada antiga, encontrei um memorando,
em que se utilizando de linguagem elegante
e generosa, Alberico Cilento, então diretor de
atendimento da DPZ, descrevia para o Petit e para o
Washington, a minha performance em apresentação
de campanha ao banco Itaú.
A data era 18 de agosto de 1981, 44 anos atrás. Eu,
ainda, um recém-chegado de Porto Alegre, vivendo o
privilégio de trabalhar na agência mais criativa do país.
Aquela tinha sido a minha primeira reunião com um
cliente.
Foi a única vez, em 50 anos de carreira, que testemunhei
uma iniciativa com tamanha dimensão de bom-
-caratismo. Claro que outras pessoas em outras ocasiões
foram parceiras e muito contribuíram com o meu crescimento
profissional.
Mas a atitude do Alberico tem características bem
particulares, quando colocamos sob o prisma dos ambientes
das agências de publicidade. Sabemos do clima
de competição e vaidade com que se convive no cotidiano
do trabalho.
Se isso ocorria e ocorre entre colegas com as mesmas
funções, há um grande potencial de agravamento
quando se trata de gente com papéis diferentes, em situações
em que esses papéis se superpõem.
Para dar uma ideia do quanto um estado de conflito
era presente, lembro de ocasião em que o Petit se
aproximou da minha mesa e falou praticamente ao meu
ouvido: “tá ficando muito amiguinho do atendimento”.
Era verdade. Talvez, por ser recém-chegado, eu buscava
cultivar boas relações. Mas o fato é que não tinha captado
que ser atendimento na DPZ era ser desafiado permanentemente
a criar as melhores condições para que
a criação tivesse tempo de fazer alguma coisa que superasse
as expectativas dos clientes, de preferência gerando
uma primeira resistência pela ousadia da proposta.
Uma situação, portanto, naturalmente tensa para
quem precisava se mostrar sempre preparado para receber
e vender o novo, o inesperado, o original.
E, claro, para aguentar as vaias (e o desprestígio)
quando não vendia. Voltando à reunião de 18 de agosto
de 1981, ali foi aprovada uma grande verba, dinheiro não
previsto no orçamento do cliente para aquele ano.
Ou seja, uma oportunidade de ouro para qualquer
profissional de atendimento faturar para si toda a glória
do evento, principalmente se quem esteve junto na reunião,
era um jovem redator desconhecido.
Mas o que fez o Alberico? Documentou detalhadamente
o meu desempenho vitorioso, assinou embaixo e
divulgou ao meu chefe e ao nosso patrão, sequer insinuando
dividir qualquer mérito.
Esse memorando ficou guardado por mais de quatro
décadas e, talvez, por imaturidade (e deslumbramento),
eu nunca tenha compreendido o excepcional significado
do gesto.
Por isso, fiz questão de torná-lo público (está na minha
página do Facebook, para quem quiser ler e apreciar
a delicadeza, a sensibilidade e a segurança do texto).
Gostaria muito que servisse de exemplo e estimulasse
entre nossos colegas, uma vontade de grandeza ética,
que superasse a insegurança e a mesquinhez, que costumam
nos apequenar. Proponho até um neologismo: albericar.
Isto é, reconhecer e promover o mérito do outro.
Aliás, que tal dar uma albericada já hoje?
“Esse memorando
ficou guardado
por mais de
quatro décadas”
38 27 de janeiro de 2025 - jornal propmark
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