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propmark.com.br ANO 60 - Nº 3.029 - 10 de fevereiro de 2025 R$ 20,00
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Setor de comunicação corporativa
se reinventa com soluções integradas
A comunicação corporativa se consolidou como um pilar estratégico para as empresas, que, em um cenário digital altamente conectado, precisam de
narrativas autênticas e bem planejadas para fortalecer suas marcas. O setor, que movimenta mais de R$ 5 bilhões, tem crescido com agências de relações
públicas oferecendo serviços além da tradicional assessoria de imprensa. Hoje, incluem estratégias de storytelling, marketing de influência, gestão de crises
e abordagens voltadas para ESG. Especial nesta edição explora como as agências têm se adaptado a novos desafios e tendências, como a digitalização, e
como estão moldando o futuro das relações públicas no Brasil. pág. 12
Helloo vê segmentação
como joia do seu produto
Desde dezembro de 2024 como CEO da Helloo, Rafael Saito
observa que os dados proprietários da empresa, dos lojistas
dos shoppings e usuários de elevadores residenciais
fazem a diferença na oferta de OOH da empresa. pág. 8
Oakley completa 50 anos
e prepara lançamentos
Talent celebra primeiro
ano do seu novo board
Divulgação Divulgação Divulgação
Marca famosa pelos
óculos esportivos
afirma que 2025 será o
ano mais inovador da
sua história. “Vamos
entregar cinco grandes
inovações. A primeira
acabou de sair, são
novos óculos e um
capacete de bike. Passamos
três, quatro anos
desenvolvendo o que a
marca está acabando
de lançar junto ao time
de bike, que chama
Tudor”, diz o CMO global
Caio Amato. pág. 24
Novo board da Talent orquestrou rebranding sob a liderança
da CEO Lica Bueno (à esq.), mas conservando brasilidade
e poder dos memes, uma tradição da agência que também
prioriza planejamento e foco no negócio do cliente. pág. 22
editorial
Armando Ferrentini
O trabalho de relações públicas
O
profissional de relações públicas, RP ou PR (Public Relations), vem ganhando cada
vez mais espaço na estrutura das organizações e tornou-se peça fundamental
para cuidar da imagem das empresas. Uma espécie de guardião da reputação
das marcas, o RP passou a fazer parte das decisões das estratégias de comunicação
desde o planejamento. Antes, basicamente, ele era acionado apenas no momento do
lançamento das campanhas para enviar os releases para a imprensa.
Essa mudança de mindset das marcas ocorreu muito em razão do avanço das redes
sociais. Tanto que agências de publicidade e de comunicação corporativa passaram a
atuar em conjunto para evitar possíveis crises de imagem. Afinal, hoje com a internet
os consumidores têm voz ativa para fazer reclamações e críticas a marcas e produtos.
Não à toa, pelo segundo ano consecutivo, este veículo publica o ‘Especial Comunicação
Corporativa’ com o intuito de dar mais visibilidade ao setor, mostrar desafios e conquistas
de um segmento da comunicação que não para de crescer.
Em 2023, o setor movimentou R$ 5,1 bilhões, de acordo com o Anuário da Comunicação
Corporativa de 2024, da Mega Brasil. O mercado brasileiro conta atualmente com 1.145
agências especializadas, que empregam quase 20 mil profissionais, e a tendência é
que esse número continue crescendo, à medida que o trabalho de relações públicas se
torna cada vez mais estratégico para as empresas.
Reconhecendo a relevância desses profissionais, em uma iniciativa inédita no trade de
propaganda e marketing, o propmark adicionou ao seu Prêmio Melhores do propmark
2024 a categoria Profissional de PR. A vencedora por votação popular foi Fabiana Antacli,
diretora de comunicação da BETC Havas, que atua há 30 anos no mercado. Emocionada
com o reconhecimento, Fabiana relatou que sempre trabalhou nos bastidores para
promover a imagem de marcas e executivos, mas nunca havia sido premiada.
Assim como cresce a importância do PR, aumenta também o mix de serviços
das agências de relações públicas, que hoje vai muito além da tradicional assessoria
de imprensa. Com as oportunidades e desafios trazidos pelo avanço das redes sociais,
atualmente a comunicação corporativa envolve estratégias de storytelling, marketing
de influência, gestão de crises, relacionamento com os stakeholders e até produção de
conteúdo sobre temas como ESG (Environmental, Social and Governance).
A Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) declara que a reputação
de uma empresa está diretamente ligada à percepção do setor em que ela atua. Por
isso, é crucial adotar uma comunicação estratégica baseada em dados. E numa era em
que as pessoas cobram cada vez mais por transparência e autenticidade das marcas,
é fundamental que um profissional de PR tenha acesso às informações mais sensíveis
para antecipar crises e preparar cenários.
Apesar de todos esses pontos, existem muitas companhias (grandes, inclusive) que
não são tão abertas ao trabalho de relações públicas - ou mesmo não entendem como
funciona. Ainda há muito para evoluir no sentido de criar uma cultura de comunicação
corporativa dentro das organizações, que as ajude a navegarem em meio a cenários
cada vez mais incertos e turbulentos.
Na opinião de especialistas ouvidos pela reportagem, nunca empresas, marcas e suas
lideranças estiveram tão expostas e desafiadas a debater questões amplas em seus
mercados e até fora deles.
Interessante observar que, assim como o mercado publicitário, o setor de comunicação
corporativa atravessa um período de consolidações e fusões. O WPP, por
exemplo, colocou sob o guarda-chuva da Burson agências como a JeffreyGroup e
a Máquina. Antes, já havia feito a fusão da BCW e Hill & Knowlton, cujas marcas
desapareceram.
Frase:“O sucesso é um professor traiçoeiro. Ele seduz pessoas inteligentes e as
faz pensar que elas não podem perder tudo” (Bill Gates, fundador da Microsoft e
da Gates Foundation).
as Mais lidas da seMana no propMark.coM.br
1ª
2ª
O Publicis Groupe fechou 2024 com uma receita líquida de 13,965 bilhões de
euros, o que significa um aumento de 6,6% na comparação com os 13,099
bilhões de euros em 2023.
3ª
Publicis Groupe cresce
mais de 6% em 2024
Justiça decreta falência da Editora Três,
das revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro
A Editora Três, responsável pelas revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, teve seu
pedido de falência decretado. A Justiça alega que a editora não cumpriu as
obrigações determinadas no processo de recuperação judicial.
TIM promove concorrência
para publicidade
Fontes do propmark revelaram que a TIM está promovendo concorrência
para a escolha de uma nova agência de publicidade. Estão no processo
a BETC Havas; a VML, que representa o grupo WPP no pitch; e a
independente WE.
4ª
Profissionais do marketing esportivo explicam por que Neymar, recémchegado
ao Santos, é um dos grandes nomes do mercado. “Neymar é um
canhão de audiência”, disse Renê Salviano, CEO da Heatmap.
5ª
Marketing esportivo: especialistas
avaliam o impacto do retorno de Neymar ao Brasil
Fernand Alphen
deixa Fbiz
Fernand Alphen deixou a Fbiz, onde estava desde 2019 no cargo de co-CEO.
Em e-mail enviado aos funcionários, a CEO Paula Puppi disse que a liderança
estratégica de Alphen foi ‘essencial para a evolução da agência’.
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 3
Comunicação
corporativa projeta
e protege empresas
índice
As agências de relações
públicas ampliam a atuação
para atender demandas dos
clientes, com serviços como
marketing de influência,
storytelling e gestão de
crises. Tudo para garantir a
reputação das marcas.
12
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Jor na lis ta res pon sá vel
Ar man do Fer ren ti ni
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Editores: Janaina Langsdorff e
Paulo Macedo
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Oliveira
Editor-assistente: Vinícius
Novaes
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Bruna Nunes e Vitor Kadooka
Revisor: José Carlos Boanerges
Editor de Arte: Adunias Bispo
da Luz
Diagramador Pleno: Lucas
Boccatto
Diretor-presidente
Armando Ferrentini
Diretor-executivo
Tiago Ferrentini
Comportamento dos jovens provoca
mudanças de estratégias das marcas
Com o consumo menor de álcool pelas gerações Z e
alpha, a Heineken reforçou a estratégia com a cerveja
0.0. “A versão de bebidas zero álcool tem ocupado
cada vez mais espaço na rotina dos consumidores”,
conta o executivo Elbert Beekman. pág. 28
Lucia Bittar aborda ações para
combater o etarismo no marketing
Diretora de marketing mobile experience na Samsung
Brasil lista, em artigo exclusivo, medidas essenciais para
ampliar a presença de homens e mulheres acima dos
50 anos nas narrativas das marcas. “Essa faixa etária
não é algo único. É pluralidade”, diz ela. pág. 31
Departamento comercial
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As ma té rias as si na das não re pre sen tam
ne ces sa ria men te a opi nião des te jor nal,
po den do até mes mo ser con trá rias a ela.
Editorial .............................................................................3
Conexões ...........................................................................6
Curtas .................................................................................7
Entrevista ..........................................................................8
Quem Fez ...........................................................................10
Inspiração ..........................................................................11
Especial Comunicação Corporativa .................................12
Agências ............................................................................22
Marcas ...............................................................................24
Out of Home ......................................................................27
Mercado .............................................................................28
Opinião...............................................................................30
ESG no MKT ........................................................................32
Supercenas ........................................................................33
Última Página ....................................................................34
RZK estuda potencial
de consumo de
passageiros de ônibus
A RZK Digital realizou pesquisa
sobre o potencial de consumo dos
passageiros de ônibus em São
Paulo. A conclusão foi que mais
de 3,8 milhões de pessoas devem
gastar neste ano R$ 7,4 bilhões com
viagens, assinaturas de streaming e
compras no varejo online. pág. 27
4 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
conexões
última hora
Post: Talent contrata diretora de
negócios para Claro
Sorte da Talent ter a Fernanda Albuquerque
e Eduardo Megale!
Michele Barros
MODELO
A RBS TV inaugurou novo modelo para sua programação. A partir de processos mais
automatizados, a operação de exibição de conteúdos locais e em rede de todas as 12
emissoras será centralizada em Porto Alegre. Esse movimento representa mais um
importante avanço na modernização do parque tecnológico da RBS TV, mirando nas
possibilidades da TV 3.0, como destacou o diretor-executivo de operações e entretenimento
rádios, Marco Gomes, na cerimônia de inauguração, que reuniu líderes da RBS, a diretora de
afiliadas da Globo, Patricia Rego, e o gerente de distribuição SP e parcerias da Globo, Rodrigo
Saborido (todos na foto acima).
Tá aí uma notícia incrível. Esses dois juntos
novamente é sucesso garantido!
Alessandro Bernardo
Post: TIM promove concorrência
para publicidade
Pra cima, Agência WE!
Eduardo Pizzo
Post: Paulo Siqueira é o novo
head de vendas comerciais do SBT
Parabéns, queridão. Sucesso pra você aí.
Essio Floridi
Parabéns!
Sandra Martinelli
Post: Neymar recebe entrega
de Mercado Livre na volta ao
Brasil
Fico aqui imaginando o Neymar acessando
com “seu perfil” no Mercado Livre
e comprando um produto e, ainda,
colocando o endereço do aeroporto
pra receber exatamente quando descer
do avião, ainda na pista hehehe.
Amo a publicidade!
Ronaldo Camargo
CONCORRÊNCIA
A operadora de telecomunicações TIM, a terceira do ranking do segmento, com receita
em 2023 de R$ 24 bilhões, está ouvindo as propostas da atual fornecedora de serviços de
publicidade, a BETC Havas; da VML, que representa o grupo WPP no pitch; e da independente
WE. Verba de R$ 200 milhões.
CONQUISTA
A Greenz assumiu a conta da montadora chinesa GAC e já trabalha na produção da primeira
campanha.
REFORÇO
Fernanda Albuquerque é a nova diretora de negócios da Talent. Com mais de 20 anos de
experiência no mercado, a executiva chega para liderar contas da agência.
Duailibi Essencial
“Alguma coisa tem de ser feita pela humanidade sem visar lucro” (Albert Sabin)
dorinho
EMOÇÃO
Equipe da agência 35 nos bastidores da gravação da nova campanha do Instituto Ayrton
Senna. O filme celebra o legado do ídolo nacional e as transformações que o instituto realiza
na educação pública do Brasil, três décadas após sua partida. Na foto acima em pé, da
esquerda para a direita: Astério Segundo, Andrea Consoleto (agência 35) e Gabriel Almeida
(Instituto Ayrton Senna); Sentados, da esquerda para a direita: Lucas Zulian (35), Beatriz
Grespan e Ana Paula Vinhas (Instituto Ayrton Senna).
CARNAVAL
Após três edições bem-sucedidas do ELLEoween, comemoração do Dia das Bruxas, a ELLE
Brasil terá o seu primeiro baile de Carnaval, a realizar-se em 16 de fevereiro, no histórico
União Fraterna da Lapa, em São Paulo.
OOH
A Helloo faz parceria com a inglesa VIOOH para expandir a publicidade programática digital
internacional em suas telas. Anunciantes de todo o mundo passarão a ter acesso ao
inventário da empresa em mais de cem shoppings no Brasil e mais 15 mil telas em edifícios
residenciais.
6 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
curtas
Paulo Pinto/Divulgação Agência Brasil
Globo já tem quatro patrocínios
para transmitir o carnaval 2025
Brahma, Guaraná Antarctica, Superbet e Comfort já fecharam contratos com a Globo para patrocinar
a transmissão do ‘Carnaval Globeleza 2025’, com os desfiles das escolas de samba do Rio
de Janeiro e São Paulo, marcados para o início de março. O acordo inclui a cobertura de blocos
e festas com o ‘Glô na Rua’ e no ‘Desfile das Campeãs’, além de show de abertura. TV Globo,
Multishow, Globoplay e os portais g1 e receitas.com participam da folia. A estratégia tem ainda
formatos de mídia programática com o GAMA. Nas redes sociais, a parceria com creators ocorre
por meio da ViU, unidade digital de social media da Globo. Outras cotas estão em negociação.
Ainda há oportunidades em Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo. Já o ‘Carnaval da Sabrina’
chega com a Galderma, que comercializa Sculptra e Restylane; e Bayer, dona das marcas
Redoxon e Gino Canesten. Com seis episódios, o programa exibido na GNT e Globoplay mostrará
a preparação de Sabrina Sato para os desfiles. As marcas aparecerão nos intervalos e no conteúdo,
com desdobramentos no gshow e nas redes sociais de creators, também apoiados pela
ViU. As plataformas Globo atingiram mais de 78 milhões de pessoas no Carnaval 2024.
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Redes divulgam balanços de 2024
Receitas cresceram no Omnicom (6,8%)
e Publicis Groupe (6,6%)
A receita do Grupo Omnicom avançou
6,8% em 2024, para US$ 15,7 bilhões.
Crescimento orgânico (5,2%), lucro
(5,5%) e margem operacional de 14,5%
indicam resultados positivos. “Estamos
preparados com a combinação de negócios
e culturas a partir da proposta
de aquisição da Interpublic”, declara o
presidente e CEO John Wren, referindo-
-se à fusão anunciada no fim do ano
passado, que criou o maior grupo de
comunicação do mundo, com receitas
combinadas de US$ 25,6 bilhões em
2023. Já o Publicis Groupe reporta
alta de 6,6% na receita líquida, para
13,965 bilhões de euros. O crescimento
orgânico aumentou 5,8%. “Crescemos
três vezes mais rápido que nossos
pares e cinco vezes mais rápido que as
consultorias de TI. Entregamos índices
financeiros altos no setor, enquanto
aceleramos o ritmo de nossos
investimentos em IA e em talentos”,
diz Arthur Sadoun, presidente e CEO do
Publicis Groupe.
tHe town começa venda de ingRessos
Cena de filme da campanha ‘We are back in town’, criada pelo Rockers, do Grupo Dreamers
As vendas do The Town Card, ingressos para a segunda edição do The Town, começam no dia 20
de fevereiro, às 19h. O festival será realizado nos dias 6, 7, 12, 13 e 14 de setembro, no Autódromo
de Interlagos, na zona sul de São Paulo. A campanha ‘We are back in town’, criada pelo Rockers,
hub do Grupo Dreamers, anuncia o retorno do evento. “Em 2023, os ingressos esgotaram em
pouco mais de três horas e ainda tínhamos 435 mil pessoas na fila. Agora, não queremos que
ninguém perca essa oportunidade”, comenta Ana Deccache, diretora de marketing do The
Town. A campanha segue até abril, quando começa a venda geral de ingressos, pela Ticketmaster.
O festival acaba de lançar o desafio #QueroBrilharnoTheTown, no TikTok, que distribuirá
ingressos do The Town Card.
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Ri Happy escolHe aRc e peRfoRmics magenta expande pResença na floRa Justiça decReta falência da editoRa tRês
Reprodução
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O mascote ‘Solzinho’ trabalha a linguagem digital da marca Profissionais da agência e cliente comemoram parceria Revista IstoÉ era uma das publicações da empresa
As agências Arc e Performics, ambas pertencentes ao ecossistena
de negócios do Publicis Groupe, são as novas parceiras
de marketing, publicidade e transformação digital do grupo Ri
Happy, uma das maiores varejistas de brinquedos no mercado
brasileiro. “Acreditamos que uma marca forte se constrói
por meio da criatividade e do relacionamento. Com essa
parceria, vamos levar ainda mais experiência para as lojas Ri
Happy, tornando cada visita um momento especial para as
famílias”, afirma Marilia Queiroz, managing director da Arc.
Desde o ano passado, as lojas da rede Ri Happy vêm sendo
transformadas em espaços voltados para a experiência dos
clientes, estratégia que se intensificou a partir da chegada do
CEO Thiago Rebello.
A Magenta iniciou em janeiro projeto de comunicação digital
para a fabricante de cosméticos e produtos de limpeza Flora,
do grupo J&F. A agência já havia conquistado em 2024 a
conta de OX Cosméticos, uma das 13 marcas do portfólio da
companhia. Ambas as decisões ocorreram após processos
de concorrência. O trabalho promete ampliar a presença
institucional da empresa, reforçando a sua visibilidade nos
meios digitais. “Estamos trabalhando no desenvolvimento de
uma estratégia social first que reflita a grandeza da marca
Flora, reforçando a evolução de imagem da companhia em
canais onde é possível, ao mesmo tempo, atuar com foco em
reputação e em geração de negócios”, conta Flavia Altheman,
CEO da Magenta.
A Justiça acaba de decretar a falência da Editora Três, que publica
as revistas IstoÉ e IstoÉ Dinheiro, por descumprimento
de obrigações determinadas no processo de recuperação judicial
protocolado pela primeira vez em 2007. Em 2020, a editora
entrou com um novo pedido de recuperação. “Uma nova
crise atingiu severamente o segmento, especialmente o de
mídia impressa, coincidindo drasticamente com a pior década
econômica já vista na história do país”, alegou a empresa. De
acordo com o sindicato dos jornalistas profissionais no Estado
de São Paulo, mais de 20 jornalistas estavam entre os 50 funcionários
com salários irregulares. A administração judicial
nomeada tem dez dias para apresentar a lista de credores,
descontando valores já pagos e incluindo novas dívidas.
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 7
entrevista
rafael saito
ceo da Helloo
“Dados enriquecem a segmentação”
O meio OOH tem registrado crescimento
desde a ruptura com o modelo anterior
materializado pela Lei Cidade Limpa na
capital paulista e já tem cerca de 11%
do market share de mídia no país. Novos
fornecedores trouxeram olhar mais
contemporâneo à audiêncisa. Rafael Saito,
novo CEO da Helloo, desde dezembro de
2024 com a transferência de Felipe Forjaz
para o conselho da empresa do Allos,
pretende fortalecer o braço de mídia do
grupo usando as fortalezas compostas
por dados proprietários e das mais de
15 mil lojas instaladas no ecossistema.
São cem shopping centers em todo o
país, entre os quais o Villa-Lobos, em São
Paulo, e o Leblon, no Rio de Janeiro. Saito
esclarece que a exibição de publicidade
em elevadores residenciais, que deu início
à Helloo, e em shoppings, traz vantagem
competitiva para os anunciantes.
Paulo Macedo
Quais são os planos para a sua gestão?
Nosso foco está nos shoppings, elevadores residenciais, uma boa entrada em inventário
de rua e capilaridade nacional. A pretensão é fortalecer o processo de expansão, especialmente
pela via digital e com expertise do nosso braço de tecnologia. A Helloo, por
ser do grupo Allos, mesmo sendo independente, tem muitos dados de comportamento
de consumo por meio da tecnologia. A vantagem dessa sinergia é que os shoppings são
como uma grande cidade devido ao fluxo de aproximadamente um milhão de pessoas
por mês. Estamos falando de 500 shoppings em todo o país, dos quais cem são do Allos,
portanto, temos 20% desse volume.
Divulgação
Qual a vantagem competitiva desse patrimônio?
Além de atendermos o mercado de agências e anunciantes com telas com cobertura
e frequência nos shoppings e elevadores, conseguimos agregar algo que é essencial
em um planejamento de mídia: o comportamento de consumo. Por exemplo, no Villa-
-Lobos, em São Paulo, ofertamos um programa de benefícios para os clientes no qual
eles “imputam” as notas de compra realizadas no shopping e, consequentemente, conseguimos
identificar desde o seu perfil, sua frequência, tíquete médio e onde faz suas
compras. Em uma campanha, por exemplo, para o Burger King, além do impacto, conseguimos
comprovar se está gerando vendas ou não. Ou seja, se as campanhas de publicidade
da marca estão surtindo o efeito desejado. Isso é algo que o OOH até agora não
consegue porque fica refém de não ter essa informação na parte final da conversão.
Você está querendo dizer que esse ambiente de mídia em shoppings
e elevadores evita dispersão?
Sim! Além de conseguir trabalhar de forma mais eficaz as campanhas exibidas. O programa
de benefícios fica disponível, mas o cliente pode não o utilizar por ‘n’ motivos.
Isso significa uma oportunidade para o marketing atuar, porque talvez falta um empurrãozinho
para a tomada de decisão por meio de incentivos. Como a base de dados é da
Helloo, conseguimos ativar o cliente mesmo após o fim da campanha.
Qual é a extensão de dados que a Allos e a Helloo conseguem disponibilizar?
Nosso inventário de usuários ativos tem mais de dois milhões de pessoas. Em média,
temos cerca de seis mil benefícios utilizados por dia. O volume é limitado porque esse
programa abrange apenas nove shoppings. Porém, a partir de março de 2025 estaremos
presentes com o plano de benefícios em 50 shoppings. O aumento dessa base em
todo o país vai permitir maior incremento das ações. Também tem um fator positivo: os
dados não são só da conversão da campanha. Muitas vezes, por mais que o anunciante
não tenha uma relação direta com vendas, ele deseja compreender mais o perfil dos
consumidores, que vai além do espectro sociodemográfico. Uma marca fitness com in-
8 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
“No Norte Shopping, no Rio, estamos com uma
ativação do ‘Big Brother’ com a Rede Globo”
formações sobre o comportamento de consumo do universo Helloo gera insights para
as marcas que querem interagir com um público que busca saudabilidade na sua vida.
Nosso banco de dados pode fornecer o que esse consumidor compra e está relacionado
com sua proposta. Os dados enriquecem a segmentação.
Qual o efeito dessa combinação?
Temos uma pesquisa feita em 2024 sobre a eficiência da integração da aplicação de
mídia em elevadores residenciais e em shoppings. No residencial, a frequência do impacto
é cotidiana e, para uma marca always on, isso é muito interessante para a sua
lembrança. No shopping, por outro lado, vimos que é um ambiente completamente
diferente de qualidade de impacto, porque o consumidor se dirige a esse local bem relaxado.
Essa intenção é diferente do inventário de rua que, muitas vezes, a pessoa está
no trânsito ou se dirigindo a um outro destino, enquanto no shopping ele permanece
pelo menos três horas e com outra velocidade. E com a intenção de absorver conteúdo.
Nesses ambientes mais relaxados a qualidade do impacto é maior.
E como se materializa esse estado de espírito?
Quando alguém vai a um shopping está propenso a realizar compras. Mesmo quando
não é um produto que é vendido no local. Ninguém compra um apartamento em um
shopping. Mas, como está mais acessível para pesquisar, um stand de um imóvel em
uma região de interesse, a pessoa vai buscar mais conteúdo, além de estar aberta a
essa troca. Isso tem sido muito rico nas nossas discussões.
Qual é a composição do inventário da Helloo?
Nos shoppings temos três tipos de oferta: mega banner, normalmente instalado em
localização de grande fluxo; totens, que garantem que todo mundo que entra no local
seja impactado de maneira única; e um terceiro tipo é o que chamamos de icônicos,
como um túnel de led que as marcas podem explorar sob demanda. Além de ser uma
experiência pontual para o cliente. A análise é feita caso a caso, para não comprometer
a adequação. Em telas residenciais são 15 mil telas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Curitiba, Recife e algumas cidades do interior. No caso de elevadores, nosso
foco é o residencial. Outros players têm oferta híbrida.
Há aproveitamento do ambiente externo dos shoppings e condomínios
como oferta complementar?
Os shoppings são edificados em localizações privilegiadas das cidades e sua área de
influência realmente pode amplificar a comunicação. Temos utilizado esses terrenos
com oferta de outdoor digital. Em Barueri, na grande São Paulo, no Shopping Tamboré,
temos essa oferta que impacta quem transita pela Rodovia Castello Branco, cujo fluxo
é muito grande. No Rio e no ABC paulista também marcamos presença. A ideia é completar
as campanhas.
O ambiente indoor foi uma opção estratégica da Helloo, mas há a
intenção de disputar uma fatia do negócio nas ruas?
Por enquanto, só estamos com esses painéis digitais. Relógios, abrigos de ônibus e
outras possibilidades externas podem ampliar o escopo. Há intenção, sim, mas temos
consciência de que o inventário existente está bem posicionado. E gera impacto. Por
enquanto, temos sido bem cautelosos nessa construção. Esse investimento exige diferenciais
como temos nos elevadores e shoppings. Por sermos uma empresa de uma
empresa controladora de shoppings, temos acesso a dados que são usados em prol do
propósito dos anunciantes.
É fidelidade à origem da Helloo ou à concorrência já estabelecida?
Um pouco dos dois. A proposta é ser a melhor oferta nos ambientes os quais estamos.
Sabemos, por outro lado, que investir tempo e pesquisa no nosso negócio é fator complementar
para todo o meio OOH.
O que está além da exposição midiática nos shoppings?
A possibilidade de oferecer os espaços para ações de live marketing. As marcas gostam
muito desse ambiente para promover ativações que permitem uma experiência
diferenciada de marca. Fazemos isso com certa facilidade porque não precisamos de
autorização do poder público. Esses ativos ficam em local muito mais controlado até
para propor às marcas o desfrute do fluxo qualificado dos shoppings, que funcionam
sete dias por semana. No nosso caso, a capilaridade é fator decisivo nas ativações. Temos
atualmemnte uma estrutura para contribuir com projetos especiais, a Helloo Live,
uma agência criada para dar suporte às marcas. Que propõe ideias às agências sobre o
que se pode fazer em um shopping. Esse time dedicado ajuda a construir conteúdo, da
criação à operação. Às vezes uma marca está presente em eventos como o Rock in Rio,
mas pode estender essa experiência no shopping. Temos dados que comprovam que
clientes se deslocam para os shoppings quando sabem que há eventos. No Norte Shopping,
no Rio, estamos com uma ativação do ‘Big Brother’ com a Rede Globo. No Villa-
-Lobos já tivemos uma réplica da casa do ‘BBB’ com todos os seus cenários. O shopping
oferece segurança e horário flexível.
Então comprar é uma consequência?
Assistir um filme é uma experiência que tem o complemento de uma ida a um restaurante
no próprio shopping. Comprar é consequência desses momentos. O comportamento
de consumo vem mudando muito nos últimos anos e a Helloo está atenta a
esse processo. Outro pilar é que a Helloo tem trabalhado para fazer parte da rotina dos
clientes, tanto em elevadores como nos shoppings, que são escolhas pessoais. O impacto
é mais atrativo do que na rua. A mensagem publicitária fica muito mais receptiva.
Quando a Disney convida o seu cliente que está chegado em casa para assistir uma
série ou um filme, acontece logo depois de ele ser exposto a essa publicidade na tela
do elevador.
Como o estacionamento dos shoppings integram a estratégia
always on?
De novo: a tecnologia ajuda muito nesse controle. Além da informação, trazemos segurança
para o usuário. Tudo começa pela captura da placa do automóvel e a vinculação
do CPF devido às promoções que tiveram esse documento cadastrado. Cruzamos esses
dados e as marcas podem fazer uso para que esse comportamento tenha impacto nas
suas vendas. Não temos um inventário padronizado para os estacionamentos, a não
ser possibilidades nos valets e a mídia da cancela. Isso varia de shopping a shopping.
O interessante é que as marcas não enxergam shoppings e elevadores como um canal
de mídia tradicional, mas como parceiros de negócios. Os estacionamentos permitem
que mantenhamos conversas com o setor automobilístico e do mercado seguro. O Sem
Parar e a Porto Seguro conhecem bem a oferta.
Qual o volume de anunciantes que a Helloo atende?
Temos uma vantagem enorme: atendemos desde o pequeno até os grandes. São pelo
menos quatro mil anunciantes que utilizam nosso inventário. O colégio do bairro, a
concessionária e outros serviços se unem à Disney, à Vivo e a outros investidores de
grande porte. Todos, no entanto, vêm valor em anunciar no ambiente Helloo. Em cada
shopping temos um executivo comercial. Eles atendem em Belém e Manaus os clientes
e agências locais. Nascemos com os pequenos e médios anunciantes, que não tinham
opção para anunciar, apenas panfletos e Google. O grande anunciante viu que poderia
complementar conosco o que já tinha.
Ainda há oportunidades para a Helloo crescer suas receitas com
seu inventário?
Tem um dinheiro que não está no radar que não vem das grandes agências: a receita
de venda de mídia de um shopping está fora do eixo porque, muitas vezes, ele é a única
opção para o cliente fazer propaganda. Claro, tem as TVs que são organizadas. Mas o
OOH ainda carece de um planejamento mais organizado. Essa é uma oportunidade porque
conseguimos resolver a vida de anunciantes no Triângulo Mineiro e outros centros
do interior. Podemos até ajudar a construir o conteúdo caso ele não tenha agência. Nos
elevadores, temos uma equipe que gera conteúdo para essa viagem de 30 segundos,
do térreo ao andar desejado.
“A mensagem publicitária
fica muito mais receptiva”
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 9
quem fez
Paulo Macedo
paulo@propmark.com.br
Cafehyna
ENGOV
Fotos Divulgação
Título: ‘Lançamento Pink Lemonade’
Gerente de criação: Bruno Garcia
Criação: Karen Madeo, Jefferson Delospital, Allan Costa e
Alysson Villalba
Aprovação: Ana Aparecida Biguilin Avanco, Pedro Calamita
e Carla Dias Araújo
Com produção da Vandalo e direção de Martin Escriche, projeto
conta com o cantor Leo Santana, que este ano traz o single
‘Surra de toma’, lançado nas primeiras semanas de janeiro. A
ação, feita para anunciar o novo sabor Pink Lemonade, se passa
em um ambiente corporativo onde profissionais vivem a
expectativa de cair na folia.
MutatO
BROwN-FORMAN - JACK DANIEL's
Título: ‘Manifesto Jack & Música’
Vice-presidente de criação: Dindi Coelho
Diretor de criaçāo e redator: wilson Jr.
Diretor de arte: Lucas Oliveira
Produtora: Untitled
Diretora: Gabriela Mo
Aprovação: Daniela Molinos, Mariana Visconde, Gustavo Mata
e João Magnani
Gravada no terraço de um edifício na área central de São Paulo, campanha
propõe celebrar a música em sua essência, reunindo diferentes
estilos e contextos. A escolha do local reflete a conexão da marca
com cenários autênticos e pouco explorados. Videomanifesto conta
com Marcelo D2, Xênia França, Chuck Hipolitho e Carol Navarro.
OpusMúltipla
UNINTER
Título: ‘Quando você liga o modo Enem, sua nota vira até 100% de bolsa
na Uninter’
VP de criação: Alexandre Popoviski
Redator: Alisson Noronha
Diretor de arte: Larissa Abreu
Aprovação: Mario Henrique Thomé da Cruz, Giovanni Varella, Fernanda Lopes
e Alberto Durango
A proposta é aproximar a instituição do mundo gamer e high-tech, utilizando uma
linguagem e um visual modernos, que ressoam com estudantes que buscam agilidade
e inovação na escolha do ensino superior. Plano de mídia se estende até 19
de fevereiro com inserções em TV aberta, rádio, OOH e DOOH. Porém, a campanha
será mantida durante o restante de 2025 apenas em canais online.
10 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
inspiração
As coisas como elas são
Fotos: Arquivo Pessoal e Rodrigo Ladeira/Divulgação
“Por enquanto, acho que só minha cabeça funciona como um HD quase
sempre muito quente de tanto pensar e por causa dessas tais inspirações”
Fernanda Souza ‘Correrua’
Especial para o propmark
Pessoas comuns, a famosa frase “gente como a gente” e os lugares simples, onde
eu considero “o meu lugar”, são literalmente a vida como ela é. Tudo o que os meus
olhos conseguem ver são a base para o que minha cabeça sempre está desenhando.
Eu sou uma diretora e uma criativa que cria com tudo que eu entro em contato, por isso
costumo dizer que minha cabeça está sempre em movimento de criação.
Não tenho grandes teorias para contar o que me inspira, pois eu sou uma pessoa fissurada
no simples. Quando eu paro para reparar nas matriarcas do meu bairro, nos domingos de
sol nas periferias, no caos no coração do centro da cidade, recebendo milhares de pessoas
de outras partes e nas conversas de filas de espera, eu vejo o que me inspira.
Galerias de arte, por exemplo, são excelentes lugares os quais contribuem para uma
parcela da minha inspiração, principalmente, quando ali estão artistas negros e periféricos,
pois acredito que quase todo artista consome outras artes para poder enriquecer a si e suas
obras. Mas, curiosamente, eu já criava projetos, roteiros e imaginava filmes quando adolescente,
apenas vendo as coisas como elas eram no dia a dia.
E pessoas emblemáticas e grandes obras me inspiram? Claro que sim! Tenho grandes
referências desde meu filme preferido como ‘La Haine’, as estrelas da literatura Machado
de Assis, uma música do MC Hariel, a cineasta Adélia Sampaio, o diretor criativo Virgil Abloh,
Spike Lee e muito mais.
No entanto, quando reflito no que é o coração da minha inspiração, penso que é exatamente
o que eu vi na obra de Carolina Maria de Jesus ou percebi na exposição da Melissa
Oliveira (fotógrafa do Dendê), que é arte se manifestando do simples, do visceral, ou seja,
da vida em movimento. Elas não precisavam de uma validação da Academia de Letras ou do
MAM para ser uma excelente escritora e fotógrafa, elas apenas criaram. E por isso, o que eu
acredito que me fascina é o simples, a vida como ela realmente é. Pura e usual!
Eu costumo dizer que se meus olhos fossem uma câmera, eu teria um filme por semana.
Por enquanto, acho que só minha cabeça funciona como um HD quase sempre muito quente
de tanto pensar e por causa dessas tais inspirações aí: as coisas como elas são. Recentemente,
eu tive a inspiração de um curta após passar 20 minutos na feira do rolo do meu
bairro, e em 2019 uma iluminação para fazer meu primeiro longa que estou trabalhando
sobre uma situação recorrente a periféricos. Veja só, eu comecei no audiovisual em 2014,
fotografando o baile funk porque esse movimento mexe comigo. Afinal, é sobre gente como
eu nos lugares em que pertenço.
Eu sou uma criativa em busca das expressões e suas singularidades e caso me raptem
uma ideia, eu tenho milhões de outras possibilidades. E, para recomeçar um sonho, vou sem
medo, pois minhas inspirações são infinitas e em constante movimento.
Fernanda Souza ‘Correrua’ é diretora de cena da DLKTSN
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 11
comunicação corporativa
Trabalho de relações públicas continua
sendo pilar para reputação empresarial
Com a digitalização e a crescente exigência por transparência,
profissionais do setor analisam desafios, tendências e oportunidades
Unsplash
O setor de comunicação corporativa movimentou R$ 5,1 bilhões em 2023, segundo dados presentes no Anuário da Comunicação Corporativa de 2024
Adrieny Magalhães
A
comunicação corporativa nunca
foi tão essencial para as empresas.
Em um mundo onde a reputação
pode mudar com um simples post
nas redes sociais, as marcas precisam
estar preparadas para contar sua história
da maneira certa. As agências especializadas
nesse setor cresceram significativamente
nos últimos anos e, hoje,
se tornaram peças-chave para construir
e manter a imagem de empresas dos
mais diversos segmentos.
O setor de comunicação corporativa
no Brasil vem se consolidando e
mostrando sua importância a cada ano
que passa. O setor movimentou R$ 5,1
bilhões em 2023, segundo o Anuário
da Comunicação Corporativa de 2024,
da Mega Brasil, se consolidando como
um pilar fundamental para empresas
que buscam fortalecer sua imagem e
relacionamento com stakeholders. O
anuário ainda destaca que o Brasil conta
atualmente com 1.145 agências especializadas,
que empregam quase 20 mil
profissionais, e a tendência é que esse
número continue crescendo à medida
que a comunicação se torna cada vez
mais estratégica para as corporações.
O trabalho das agências de relações
públicas vai muito além da tradicional
assessoria de imprensa. Hoje, a comunicação
corporativa envolve estratégias
de storytelling, marketing de influência,
gestão de crises e temas como ESG
(ambiental, social e governança). Com
a ascensão das redes sociais, as empresas
precisam ser mais transparentes
e autênticas, construindo uma relação
direta com seu público.
A digitalização trouxe tanto desafios
quanto oportunidades. Ferramentas de
monitoramento permitem acompanhar
a percepção das marcas em tempo real,
ajudando a evitar crises e identificar
novas formas de engajamento. Além
disso, a comunicação interna ganhou
ainda mais relevância, garantindo que
colaboradores estejam alinhados com
os valores e a cultura da empresa.
Para entender melhor esse momento
do mercado e as transformações
pelas quais ele passa, o propmark consultou
vários profissionais do segmento.
Este especial explora as tendências, os
desafios e as oportunidades que estão
moldando o futuro do setor de relações
públicas no Brasil.
O Brasil conta
atualmente com
cerca de 1.145
agências de
relações públicas
12 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Rosa Vanzella, CEO do Grupo Burson no Brasil Fabio Santos, CEO da CDN e presidente da Abracom Luciana Munaretti, consultora de comunicação e PR
REPUTAÇÃO
A comunicação corporativa se tornou
um pilar essencial da gestão empresarial
moderna, desempenhando
um papel fundamental na construção e
preservação da reputação das marcas.
Ainda no Anuário da Comunicação Corporativa
de 2024, a Aberje (Associação
Brasileira de Comunicação Empresarial)
declara que a reputação de uma empresa
está diretamente ligada à percepção
do setor em que ela atua. Por isso, é crucial
adotar uma comunicação estratégica
baseada em dados.
No cenário atual, altamente dinâmico
e interconectado, onde as informações
circulam em tempo real, as empresas
precisam garantir uma comunicação
clara, autêntica e alinhada com seus
valores. Especialistas do setor destacam
que a comunicação corporativa vai além
da simples transmissão de mensagens
institucionais, ela é uma ferramenta estratégica
para consolidar a identidade
da empresa e seu impacto social. Dessa
forma, uma comunicação bem estruturada
não apenas fortalece o relacionamento
com stakeholders, mas também
contribui para a credibilidade, transparência
e sucesso para os negócios.
A reputação empresarial é um ativo
valioso para as empresas, sendo moldada
por fatores como cultura organizacional,
valores institucionais, qualidade da
gestão e percepção do público. Para Fabrizio
Leonardo, vice-presidente sênior
da Weber Shandwick, a comunicação
corporativa é fundamental nesse processo,
pois fortalece os relacionamentos
e transmite credibilidade. “Ao fazer
isso de forma estratégica e alinhada
aos objetivos do negócio, gera além
de confiança de marca, mas também a
identificação com valores e propósitos
da organização e impacto na sociedade
em que está inserida”, explica.
Luciana Munaretti, consultora de comunicação
e PR, explica que a comunicação
corporativa projeta e protege as
empresas. “É preciso estar atento aos
movimentos da sociedade, às tendências
e às necessidades do mercado no
qual a organização está inserida, que
muitas vezes passam despercebidos pelos
tomadores de decisões. Diariamente
nós temos de lembrar as lideranças que
reputação é uma construção gradual,
que não existe mágica, e o melhor caminho
é o da coerência entre aquilo que se
fez e se mostra.”
Para além disso, ela destaca que é
importante que o profissional de comunicação
tenha acesso às informações
mais sensíveis, ao que é tratado em
reuniões fechadas, para ter noção do
que vem pela frente e preparar diversos
cenários. “Quando há uma relação de
confiança com a cúpula da empresa, o
trabalho flui”, completa.
Para Fabio Santos, CEO da CDN e presidente
da Abracom (Associação Brasileira
das Agências de Comunicação), a
reputação é um bem intangível construído
sobre vários pilares, como a cultura
e os valores da empresa, a qualidade da
gestão e da operação, o relacionamento
com a sociedade e com os stakeholders.
“É neste último que a comunicação corporativa
atua, orientando e facilitando
o diálogo da marca ou instituição com
seus públicos. É também papel dela atuar
na prevenção e gestão de riscos de
imagem, assim como monitorar o que
se fala sobre a marca e o contexto em
que ela atua”, avalia.
Já Rosa Vanzella, CEO do Grupo Burson
no Brasil, enfatiza que a construção da
reputação é um processo colaborativo,
“Não se trata
apenas de
transmitir
mensagens,
mas de criar
uma narrativa
consistente”
no qual empresa e sociedade desempenham
papéis complementares. “Não se
trata apenas de transmitir mensagens,
mas de criar uma narrativa consistente
que conecte valores internos com expectativas
externas. É o equilíbrio entre
autenticidade e propósito que constrói
credibilidade e, por consequência, reputação”,
ressalta.
Na mesma linha, Ana Laura Motta,
CBSO & partner da Motim, argumenta
que a comunicação corporativa reduz
incertezas e fortalece a competitividade
das empresas. “Uma narrativa bem
construída e sustentada ao longo do
tempo, eleva a reputação e reduz a incerteza
sobre o negócio, aumentando
sua atratividade e competitividade”.
Para Roberta Machado, presidente-
-executiva do Grupo In Press, a comunicação
corporativa tem um papel
altamente estratégico ao apoiar as
organizações a navegarem em meio a
cenários cada vez mais incertos e turbulentos.
“Mais do que um conjunto de
ações isoladas ou pontuais, o trabalho
de gestão da reputação de uma empresa
é perene e deve permear todos os
processos e níveis do negócio, garantindo
uma narrativa coesa e alinhada ao
propósito, valores e práticas da organização,
e aos seus objetivos de negócios.”
“A comunicação corporativa é essencial
na construção e proteção da
reputação empresarial, pois constrói
estratégias para manter um diálogo
constante e transparente com stakeholders,
reforçando a credibilidade da empresa
e criando vínculos emocionais
com o público. Isso é essencial em um
mundo hiperconectado, onde cada decisão
corporativa pode ser amplificada.
Comunicação eficaz não se resume a
divulgar mensagens positivas, mas a
antecipar riscos e apresentar soluções”,
complementa Alexandre Loures, sócio-
-controlador da FSB Holding.
Daniela Graicar, co-CEO da PROS, destaca
o momento que o mercado está
vivendo: de transformações intensas,
novas tecnologias, formatos, players e
stakeholders. “Nunca, empresas, marcas
e suas lideranças estiveram tão expostas
e desafiadas a debater questões
amplas em seus mercados e até fora
deles”, avalia.
Marcio Cavalieri, co-CEO e sócio-fundador
do Grupo RPMA, traça um outro
panorama. Para o profissional, a comunicação
estratégica não só constrói
a reputação, mas também a protege.
“Quando a tempestade chega – e cedo
ou tarde, chega –, a comunicação bem
estruturada é o para-raios que evita
danos maiores. Ela dá o tom, acalma os
ânimos e mostra que a empresa está no
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 13
Fotos: Divulgação
Caio Bamberg, CEO da Ketchum Brasil
Fabrizio Leonardo, vice-presidente sênior da Weber Shandwick
controle, com respostas rápidas e certeiras”,
exemplifica.
Taciana Veloso, sócia-fundadora da
Index, acredita que quem constrói marca,
constrói valor. “A reputação de uma
empresa é reflexo de seu impacto na
sociedade, como ela performa como
negócio e também como transforma
a vida das pessoas. Para criar narrativas
consistentes é fundamental alinhar
discurso e prática de dentro para
fora, com coerência e conexão com o
Zeitgeist, ou ‘espírito do tempo’. Como
diz o autor Charles Duhigg, reputação
é um feeling. Para construir reputação,
nos perguntamos qual a emoção que
queremos transmitir e despertar nas
pessoas? Confiança, credibilidade e
eficiência são valores intrínsecos de
empresas com boa reputação e é fato
que uma boa reputação protege na
hora de uma crise”, afirma.
DESAFIOS
O avanço das tecnologias digitais
trouxe novas complexidades para a gestão
da reputação empresarial. A velocidade
e a fragmentação da informação
tornaram o monitoramento da imagem
corporativa um desafio contínuo. Para
Roberta Machado, presidente-executiva
do Grupo In Press, a disseminação de
fake news e a hiperconectividade exigem
respostas rápidas e eficazes. Ela
ainda destaca o alinhamento entre o
posicionamento da empresa e as expectativas
do público como outro grande
desafio. “A narrativa de uma marca deixou
de ser construída exclusivamente
por ela e passou a ser cocriada pela
participação ativa dos consumidores e
demais stakeholders. Os públicos estão
cada vez mais exigentes em relação a
compromissos éticos, sustentáveis e
à transparência na comunicação. Empresas
que não demonstram coerência
entre o que falam e o que fazem, entre
discurso e prática, correm o risco de serem
expostas e sofrerem impactos significativos
em sua reputação.”
Loures, da FSB Holding, destaca que
a crescente demanda por responsabilidade
social e sustentabilidade ampliou
os desafios das empresas. “As empresas
precisam responder a questões complexas,
como ESG, diversidade e posicionamento
em temas sensíveis, enquanto
gerenciam a velocidade das redes sociais,
onde cada ação ou inação pode se
tornar viral”, observa.
A autenticidade, segundo Caio Bamberg,
CEO da Ketchum Brasil, é um fator
determinante para a construção da
confiança. “Além disso, há uma expectativa
crescente para que as empresas
se posicionem sobre questões sociais
e ambientais. Não basta mais vender
um bom produto; é preciso demonstrar
valores e ética. A falta de transparência
ou ações percebidas como incoerentes
pode rapidamente minar a reputação
construída ao longo de anos”, pontua.
“Os desafios na gestão de reputação
nunca foram tão intensos. A digitalização
acelerada, as mudanças sociais e a
cobrança por transparência e responsabilidade
criaram um cenário em que
cada movimento de uma empresa pode
virar manchete – para o bem ou para o
mal. E os desafios não são poucos”, com-
“Os públicos
estão cada vez
mais exigentes
em relação a
compromissos
éticos”
plementa Cavalieri, do Grupo RPMA.
Outro aspecto crítico é a necessidade
de um “colchão reputacional” que
minimize impactos negativos. Daniela,
da PROS, explica que monitorar tendências
e acompanhar discussões em redes
sociais são medidas essenciais para
prevenir riscos. “Para vencer tudo isso,
as empresas devem implementar um
monitoramento eficaz de reputação que
transcenda os meios tradicionais e lhe
permita acompanhar as conversas que
estão acontecendo nas redes sociais e
nas ruas e inserir as marcas nesse grande
ecossistema de conversas legítimas
e atuais”, afirma.
Wilson Barros, sócio e diretor da Race
Comunicação, chama a atenção para
o perigo do greenwashing e do social
washing. “Para evitar esse risco, as empresas
precisam integrar esses valores
à sua cultura organizacional de forma
genuína, garantindo que suas iniciativas
sejam autênticas, sustentáveis e acom-
panhadas de métricas e resultados concretos”,
alerta.
Para Taciana, da Index, os principais
desafios são a força da comunicação
nas redes sociais. “A descentralização
da comunicação pelo Instagram, TikTok,
WhatsApp e X, entre outros, deu voz a
todas as pessoas. Qualquer experiência
negativa pode se tornar pública de
forma instantânea, colocando empresas
em posição de vulnerabilidade. As
marcas precisam desenvolver mecanismos
de prevenção e gestão de crises
de forma organizada e sistemática. Se
prepararem para essas situações, com
metodologia para solucionar e prevenir,
existe sempre uma oportunidade de
aprendizado e evolução”, avalia.
Fabrizio Leonardo, da Weber Shandwick,
destaca a “era da desinformação”
como grande desafio. “O que é um paradoxo
se apenas isolássemos o fato de
que vivemos em uma era hiperconectada,
com inúmeras tecnologias que permitem
acesso facilitado à informação.
Mas sempre existirá um fator humano,
um contexto geopolítico... O principal
desafio para nós, executivos de comunicação
corporativa, que atuamos na linha
de frente da gestão reputacional de empresas
e marcas.”
“A velocidade com que as informações
se propagam atualmente – principalmente
as negativas – é um desafio
quando a empresa perde o controle do
que vem sendo dito. As organizações
tímidas demais acabam abrindo espaço
para qualquer um falar sobre elas, e aí
perdem o protagonismo”, destaca Luciana
Munaretti.
14 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Taciana Veloso, Sussu Vidigal Ramos e Leticia Veloso, sócias-fundadoras da Index
Claudia Rondon e Marcio Cavalieri, sócios-fundadores do Grupo RPMA
A consultora conta que o que mais
escuta de novos clientes é: “preciso ser
melhor percebido pelo mercado”, ou “meu
concorrente faz menos do que eu, mas
aparece mais”. “Neste ponto entra nosso
papel de orientá-los a construir uma
reputação que demanda investimento e
planejamento. O maior erro é a empresa
se retrair e deixar de se comunicar nos
momentos de baixo crescimento”, explica.
TENDÊNCIAS
O setor de comunicação corporativa
tem passado por transformações
profundas, impulsionadas pela digitalização,
pelo crescimento da economia
da atenção e pela exigência de maior
responsabilidade social das empresas. A
inteligência artificial generativa (IA) surge
como um dos grandes vetores dessa
mudança, redefinindo a maneira como
as agências operam. Ferramentas como
monitoramento automatizado e análise
preditiva estão permitindo que empresas
adotem uma abordagem mais precisa
na gestão de crises e fortalecimento
da reputação. Ainda de acordo com o
Anuário da Comunicação Corporativa
2024, a IA está remodelando modelos de
negócios e ampliando a eficiência das
consultorias estratégicas, mas a necessidade
de manter o toque humano e a
autenticidade na comunicação se mantém
como um desafio central.
Fabio Santos observa que, apesar do
aumento da concorrência e da pressão
por redução de custos, a demanda por
consultorias especializadas e por produção
de conteúdo estratégico tem crescido.
“Empresas buscam cada vez mais
Rogério Artoni, fundador e CEO da Race Comunicação, e Wilson Barros, sócio e diretor
O futuro da
reputação
corporativa
dependerá da
capacidade
de gerenciar
informações
programas de thought leadership para
fortalecer sua autoridade no mercado e
construir narrativas que agreguem valor
à sua marca”, analisa.
Esse movimento acompanha uma
tendência mais ampla de conexão com
o zeitgeist, ou o espírito do tempo,
como destaca Taciana, da Index: “Quando
damos um passo adiante, além dos
valores que conferem boa reputação,
torna-se exponencial e desperta aquele
sentimento invisível, porém poderoso,
capaz de mover montanhas: o desejo”.
Marcio Cavalieri, co-CEO da RPMA,
acrescenta que a coerência na comunicação
é indispensável. “As empresas
precisam integrar todos os seus canais
de comunicação com estratégia e consistência.
Qualquer desalinhamento
entre discurso e prática pode comprometer
a reputação corporativa e gerar
desconfiança”, alerta.
Outro ponto de destaque é a crescente
valorização das práticas ESG na
comunicação corporativa. Empresas
precisam ir além do discurso e demonstrar,
por meio de ações concretas, seu
compromisso com a sustentabilidade e
a responsabilidade social.
O Anuário da Comunicação Corporativa
2024 aponta que eventos como
a COP 30, que acontecerá no Brasil em
2025, já mobilizam o setor, exigindo
transparência e engajamento efetivo
das marcas. Em paralelo, o mercado
vive um processo de consolidação, com
fusões e aquisições que ampliam a oferta
de serviços integrados, combinando
relações públicas, marketing digital e
análise de dados. Ao mesmo tempo, os
influenciadores digitais ganham ainda
mais espaço nas estratégias de comunicação,
assumindo funções que vão além
da publicidade tradicional.
O futuro da reputação corporativa
dependerá da capacidade das organizações
de gerenciar informações, antecipar
desafios e construir narrativas que
reforcem sua credibilidade e impacto
social. Mais do que proteger sua imagem,
as empresas que adotarem uma
comunicação estratégica e alinhada às
expectativas do público terão um diferencial
competitivo significativo, garantindo
sua relevância e longevidade.
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 15
comunicação corporativa
Novas gerações e redes sociais estão
redefinindo a relação com as marcas
Com consumidores mais exigentes e conectados, estratégias de RP
se tornaram fundamentais para manter a credibilidade das empresas
Fotos: Freepik e Unsplash
A geração Z é a mais propensa a identificar incoerências e a expô-las nas redes sociais
Um erro das empresas é tratar as redes sociais apenas como canais de marketing
Adrieny Magalhães
Na era digital, a reputação das marcas
está cada vez mais atrelada à
forma como se comunicam, especialmente
nas redes sociais. O surgimento
de novas gerações de consumidores,
como os millennials e a geração
Z, trouxe desafios e oportunidades para
a comunicação corporativa, tornando
as estratégias de relações públicas e
marketing de influência cada vez mais
necessárias para a construção e manutenção
da reputação empresarial.
A forma como diferentes gerações
avaliam a reputação das empresas também
está mudando. Para Fabrizio Leonardo,
vice-presidente sênior da Weber
Shandwick, a geração Z enxerga a reputação
das marcas não apenas pelos produtos
ou serviços oferecidos, mas pelo
vínculo criado através de interações e
propósitos autênticos.
Fabio Santos, CEO da CDN e presidente
da Abracom (Associação Brasileira das
Agências de Comunicação), reforça que
os millennials são mais emocionais e
buscam alinhamento com seus valores
pessoais, enquanto a geração Z procura
autenticidade e transparência. Já a
geração X tende a valorizar confiança e
tradição, sendo mais fiel às marcas que
atendem suas expectativas.
Roberta Machado, presidente-executiva
do Grupo In Press, destaca que,
segundo o relatório Purpose Priorities
Report 2024, da Porter Novelli, 76% dos
consumidores acreditam que as empresas
devem ter um propósito além do
lucro, sendo a coerência entre discurso
e prática um fator essencial para a reputação.
A geração Z, por sua vez, é a mais
propensa a identificar incoerências e a
expô-las nas redes sociais.
“Uma característica interessante em
relação à gen Z é que eles são mais propensos
a identificar possíveis incoerências,
buscarem dados que comprovam
isso e divulgarem amplamente por meio
das redes sociais”, conta.
REDES SOCIAIS
O impacto das redes sociais na construção
da reputação corporativa é inegável.
Como explica Rosa Vanzella, CEO
do Grupo Burson no Brasil, as redes são
tanto espaços de diálogo direto com o
público quanto ambientes propensos a
crises e desinformação. Para as marcas,
manter um monitoramento constante e
uma capacidade de resposta rápida se
tornou essencial.
Ana Laura Motta, CBSO & partner
da Motim, afirma que um erro comum
das empresas é tratar as redes sociais
apenas como canais de marketing, ignorando
que são espaços de percepção
pública. “Plataformas como o LinkedIn,
Consumidores
acreditam que
empresas devem
ter propósito
por exemplo, são essenciais para a construção
de autoridade e liderança de pensamento,
enquanto redes como TikTok e
Instagram impulsionam narrativas mais
humanizadas e acessíveis”, exemplifica.
“As redes sociais são a principal fonte
de informação e conexão da sociedade
atualmente. Não apenas as redes
abertas, mas também os aplicativos de
mensagens, que têm relevância cada
vez maior. Nesses ambientes as reputações
são construídas e, frequentemente,
destruídas. Eles amplificam a visibilidade
das empresas, permitindo um diálogo
direto com consumidores, mas também
intensificam a vulnerabilidade frente a
crises”, explica Alexandre Loures, sócio-
-controlador da FSB Holding.
Diante desse cenário, as agências
de relações públicas têm ampliado seu
escopo de atuação. Além do relacionamento
com a imprensa, a gestão de
influenciadores, a análise de dados e o
monitoramento digital se tornaram partes
essenciais do trabalho. Como aponta
Vanzella, oferecer um trabalho sólido de
gestão de reputação corporativa requer
um conjunto diversificado de entregas.
DIVERSIFICAÇÃO
A atenção dispersa do público também
demanda a diversificação de formatos. A
comunicação omnichannel, por meio de
podcasts, artigos e vídeos curtos, se tornou
essencial para manter a retenção da
audiência. Os perfis de líderes e CEOs em
plataformas como o LinkedIn passaram a
ser extensões da marca corporativa, amplificando
mensagens-chave e reforçando
compromissos institucionais.
“Para conquistar e manter essa conexão,
as empresas precisam ir além do
discurso e demonstrar, na prática, seu
compromisso com um futuro mais inclusivo,
sustentável e ético. Em um cenário
de fluidez cultural e social, as marcas que
prosperam são aquelas que entendem
os desejos e aspirações das pessoas,
respeitam suas identidades e constroem
diálogos reais com as comunidades
às quais pertencem”, enfatiza Fernanda
Tchernobilsky, co-CEO da PROS.
16 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
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comunicação corporativa
Profissionais se adaptam para o uso
de IA, mas fator humano se sobressai
Especialistas do mercado destacam o uso da tecnologia para
automatizar processos, analisar dados e personalizar a comunicação
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Agências de RP estão adotando IA para tornar os processos mais eficientes, aprimorar a análise de dados e oferecer uma comunicação mais personalizada ao público
Adrieny Magalhães
A
inteligência artificial tem provocado
mudanças significativas em
diversos setores, e a comunicação
corporativa não é exceção. As agências
de relações públicas (RP) têm incorporado
essa tecnologia para otimizar
processos, melhorar a análise de dados
e personalizar a comunicação com
o público. No entanto, a adoção da IA
também levanta desafios, exigindo que
os profissionais de RP se adaptem para
manter a relevância e garantir a autenticidade
na comunicação.
De acordo com um estudo recente divulgado
no Anuário da Comunicação Corporativa
de 2024, da Mega Brasil, 73,9%
das agências entrevistadas apontaram
a IA como a tendência mais influente no
setor. Muitas empresas já utilizam essa
tecnologia para automação de tarefas,
produção de conteúdo e análise de dados.
Ainda neste anuário, a Punto Comunicação
declara que os profissionais de
RP devem atuar como curadores de conteúdo
e estrategistas digitais para lidar
com esse impacto crescente.
Fabrizio Leonardo, vice-presidente
sênior da Weber Shandwick, destaca que
a IA já está presente tanto nos serviços
oferecidos pelas agências quanto no dia
a dia das equipes. “No caso específico de
IA, temos um time global de especialistas
no tema, que acompanha a agenda
visando tanto a aplicabilidade dentro do
nosso negócio, como atuando como consultores
para permitir a rápida adoção
destas tecnologias por nossos clientes”,
explica ele.
Fabio Santos, CEO da CDN e presidente
da Abracom (Associação Brasileira das
Agências de Comunicação), ressalta que
a IA trouxe ganhos de produtividade,
principalmente na produção de conteúdo
e análise de dados. No entanto, ele
destaca que a tecnologia ainda não impactou
significativamente o modelo de
negócios das agências. A Abracom enxerga
essa evolução de forma positiva,
aumentando a produtividade e permitindo
que os profissionais se dediquem a
tarefas mais estratégicas. “Percebemos
também muita cautela na utilização dos
resultados obtidos, uma vez que nem
sempre os conteúdos produzidos são
adequados.”
PERSONALIZAÇÃO
A inteligência artificial tem sido uma
73% das agências
apontaram a IA
como a tendência
mais influente
no setor
18 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Silas Colombo, CCO e fundador da Motim, e Ana Laura Motta, CBSO & partner
Fernanda Tchernobilsky e Daniela Graicar, co-CEOs da PROS
aliada na personalização de estratégias
e no monitoramento de tendências.
Rosa Vanzella, CEO do Grupo Burson no
Brasil, explica que a IA transforma a
maneira como as agências analisam
dados, desenvolvem planos estratégicos
e medem resultados. Segundo
ela, ferramentas de IA ajudam a prever
tendências, identificar crises potenciais
e personalizar mensagens para diferentes
públicos. “Ainda que haja muito o
que se fazer em relação a este tema, já
ouvi um cliente comentar que é possível
começar a identificar os profissionais
que entendem e os que não entendem
essa tecnologia. Compreender como
funciona e saber utilizar propriamente
uma ferramenta de inteligência artificial
fará a diferença para muitas marcas
e profissionais em um futuro não muito
distante”, complementa.
Silas Colombo, CCO e fundador da
Motim, observa que, apesar do avanço
tecnológico, o uso da IA na comunicação
corporativa ainda está em estágio
inicial. “Hoje, a tecnologia já auxilia no
monitoramento de crises, na automação
de análises e até na personalização
de mensagens, mas o cerne do trabalho
de um assessor de imprensa – o relacionamento
humano – continua insubstituível”.
Para Colombo, a construção de
confiança entre empresas e jornalistas, a
habilidade de entender o momento certo
para uma narrativa e a sensibilidade
de adaptar mensagens ao contexto são
aspectos que nenhuma ferramenta de IA
consegue replicar com precisão.
ESTRATÉGIA
Para Roberta Machado, presidente-
-executiva do Grupo In Press, a IA deve
ser usada como uma aliada na inovação
e aprimoramento das estratégias de comunicação.
Ela afirma que a tecnologia
facilita a análise de dados e a criação
de conteúdo, mas que a comunicação
permanece essencialmente humana.
“Nosso papel é equilibrar o uso de tecnologias
como a IA com a expertise dos
profissionais de comunicação, garantindo
autenticidade, pensamento crítico,
transparência e conexão genuína entre
marcas e públicos. Acredito que o avanço
da IA reforça ainda mais o posicionamento
das agências de RP como consultorias
estratégicas”, ressalta.
Alexandre Loures, sócio-controlador
da FSB Holding, destaca que a IA tem
revolucionado o mercado de RP ao permitir
monitoramento de tendências em
tempo real e facilitar a automação de
tarefas operacionais. “A inteligência artificial
já é uma ferramenta indispensável
no mercado de relações públicas. E estamos
apenas no início desta revolução. A
tecnologia também auxilia na medição
de reputação, ajudando marcas a identificarem
oportunidades de melhoria e
engajamento em diferentes mercados.”
Já Caio Bamberg, CEO da Ketchum
Brasil, reforça que a IA tem sido utilizada
para monitorar menções de marcas,
analisar sentimentos do público e prever
crises antes que elas se tornem problemas
maiores. Ele acredita que essa abordagem
proativa permite que as agências
“O uso da
tecnologia só é
válido quando
se investe em
pessoas”
ajustem suas estratégias de maneira
mais eficiente.
OPORTUNIDADES
Fernanda Tchernobilsky, co-CEO da
PROS, aponta que 81% dos profissionais
de RP já utilizam ferramentas de IA no
dia a dia e 63% das agências investiram
significativamente nessa tecnologia. “No
entanto, é crucial estarmos atentos aos
desafios éticos que acompanham essa
transformação, como a privacidade de
dados e a transparência.”
Marcio Cavalieri, co-CEO do Grupo
RPMA, compartilha que sua agência lançou
a “agia”, uma marca voltada para IA
no marketing digital. Ele menciona que
a tecnologia melhora a análise preditiva,
personalização de campanhas e engajamento
automatizado, permitindo que
as agências entreguem resultados mais
assertivos.
Rogério Artoni, CEO da Race Comunicação,
acrescenta que a IA tem sido usada
para revisão de materiais e geração de
ideias, mas que o olhar humano continua
fundamental para garantir qualidade e
alinhamento estratégico. “Vale reforçar
que o uso da tecnologia só é válido quando
se investe em pessoas, é nisso em que
acreditamos”, destaca.
Sussu Vidigal Ramos, sócia-fundadora
da Index, reforça que a IA tem acelerado
processos como monitoramento de
mídia, geração de relatórios e análise
de KPIs. “As empresas que ainda não reconhecem
que esse cenário só tende a
se expandir, correm o risco de ficar para
trás”, observa ela.
FUTURO
A IA já se tornou indispensável para
as agências de RP, trazendo eficiência,
precisão e novas oportunidades. No entanto,
a tecnologia não substitui o fator
humano.
“O equilíbrio entre a automação proporcionada
pela IA e o toque humano na
criação de estratégias continua sendo
um ponto crucial em todos os setores.
A tecnologia pode aprimorar muitos
processos, mas a compreensão dos sentimentos,
contextos e nuances humanas
ainda é fundamental para construir campanhas
de comunicação impactantes e
genuínas”, finaliza Sussu Vidigal.
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 19
comunicação corporativa
Agências de PR expandem suas atuações
para além da assessoria tradicional
Profissionais do setor detalham novas demandas, como estratégias
de marketing, produção audiovisual, treinamentos e consultorias
Unsplash
58,3% das empresas que contratam serviços de RP preferem trabalhar com agências integradas, impulsionando a diversificação dos serviços oferecidos
Adrieny Magalhães
Nos últimos anos, o setor de comunicação
corporativa tem passado
por profundas transformações.
A pesquisa PR Scope de 2022 revelou
que 58,3% das empresas contratantes
preferem trabalhar com agências integradas,
impulsionando a diversificação
dos serviços oferecidos por agências de
relações públicas. Essa tendência tem
levado muitas empresas a expandirem
suas atuações para além da assessoria
de imprensa tradicional, incorporando
estratégias de marketing, publicidade,
produção audiovisual, treinamentos e
consultorias especializadas.
Com o avanço das plataformas digitais
e a mudança no comportamento do
consumidor, as agências de RP precisaram
se adaptar para oferecer soluções
completas e estratégicas. A presença
digital, a construção de narrativas autênticas
e a transparência se tornaram
essenciais para a reputação corporativa.
Fabrizio Leonardo, vice-presidente
sênior da Weber Shandwick, destaca que
as agendas de ESG (Environmental, Social
and Governance) e diversidade já fazem
parte da estrutura de comunicação das
empresas, exigindo um olhar transversal
e expertise no tema. Além disso, ele
aponta que a crescente complexidade do
ambiente de negócios demanda aconselhamento
estratégico executivo para
lidar com desafios como cibersegurança
e governança reputacional.
O vice-presidente ainda compartilha
insights: “Uma pesquisa do The Weber
Shandwick Collective que acabamos de
publicar, ‘Delivering value in a volatile
world’ (Entregando valor em um mundo
volátil) fala que menos de dois em
cada dez executivos seniores (17%) têm
confiança de que suas áreas de comunicação
e relações públicas estejam
bem equipadas para navegar no ambiente
atual. Neste contexto, há sempre
oportunidade para a comunicação
corporativa estar melhor preparada
para apoiar o C-level nas questões urgentes
e estratégicas dos negócios. Um
bom exemplo é como temos apoiado
os clientes em promover um protocolo
de governança para riscos em cibersegurança,
com foco em mitigar momentos
de crise em potencial.”
Silas Colombo, CCO e fundador da Motim,
acredita que o papel das agências de
relações públicas evoluiu de um suporte
“ESG e
diversidade
não são mais
diferenciais”
20 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Alexandre Loures, sócio-controlador da FSB Holding
Roberta Machado, presidente-executiva do Grupo In Press
tático para um papel estratégico dentro
das organizações. “Tanto que ESG e diversidade
não são mais diferenciais, mas requisitos
essenciais. Por isso, as agências
têm trabalhado cada vez mais na construção
de narrativas que transcendam o
marketing e reflitam ações concretas.”
EXPANSÃO
De acordo com Fabio Santos, CEO da
CDN e presidente da Abracom (Associação
Brasileira das Agências de Comunicação),
o cenário atual requer que as agências
ofereçam serviços como marketing
de influência, campanhas de conteúdo
pago e gestão de canais proprietários
dos clientes. A inteligência de dados também
se tornou um diferencial estratégico,
permitindo uma comunicação mais
precisa e eficiente.
Rosa Vanzella, CEO do Grupo Burson
no Brasil, complementa que a tecnologia
impactou significativamente a comunicação
corporativa. “O clássico de
relacionamento com a mídia tradicional
ainda tem um espaço forte, mas sabemos
que gestão de reputação passa por
um ambiente fortemente digital, com influenciadores
e criadores de conteúdo”.
O Grupo Burson, por exemplo, investe
fortemente em inteligência artificial e
treinamentos especializados para otimizar
suas entregas.
Já no Grupo In Press, Roberta Machado
conta que o grupo investe em duas
frentes primordiais: inovação, com ferramentas
tecnológicas e novos produtos
e serviços; e pessoas altamente qualificadas,
com capacidade de entender as
questões que afetam a sociedade e de
lidar com a infinidade de dados. “E sempre
fazendo uso das melhores ferramentas
e soluções – sejam elas redes sociais,
marketing de influência, relacionamento
com a mídia, comunicação interna, data
strategy, liderança de pensamento e
branded entertainment, dentre outras –
e garantindo o olhar humano em toda a
estratégia”, complementa.
Na PROS, Daniela Graicar, co-CEO da
agência, detalha que projetos 360º têm
ganhado cada vez mais espaço em entregas.
Eles podem ter origem no live
marketing, no marketing de influência,
na produção de conteúdo ou em outras
áreas, mas sempre reverberam na imprensa
e contribuem para a construção
de reputação.
PREVENÇÃO DE CRISES
No passado, a comunicação de crise
era vista como uma resposta emergencial
a problemas inesperados. Hoje, a
mentalidade das empresas tem mudado
para um modelo mais preventivo.
Silas Colombo, CCO e fundador da
Motim, afirma que a blindagem reputacional
é a estratégia mais eficiente para
mitigar impactos negativos e fortalecer
a confiança do público. O “colchão reputacional”
se tornou um ativo essencial
para empresas que desejam manter sua
credibilidade a longo prazo.
“Com o aumento da complexidade da
gestão de reputação, as empresas mais
avançadas têm optado por contratar
“O mercado
mudou – e quem
entende isso
primeiro, sai
na frente”
vários fornecedores especializados em
determinados públicos (como governo,
comunidade e imprensa, entre outros)
ou grupos que conseguem trazer uma
abordagem integrada e coordenada.
Grande parte das nossas propostas para
nossos clientes já trazem pelo menos
três ou quatro serviços de agências da
holding”, explica Alexandre Loures, sócio-
-controlador da FSB Holding
Fernanda Tchernobilsky, co-CEO da
PROS, completa: “Como profissionais de
comunicação corporativa, nossa responsabilidade
é mapear riscos antes que
eles se tornem crises. Com o avanço
das novas tecnologias e a velocidade da
informação, crises não só se tornaram
mais frequentes, como também mais
imediatas. Segundo a Deloitte Insights,
60% dos executivos acreditam que as
organizações enfrentam mais crises hoje
do que há 10 anos.”
O QUE ESPERAR?
As agências de RP estão se consolidando
como hubs estratégicos de comunicação
integrada, oferecendo soluções
inovadoras que combinam tecnologia,
criatividade e expertise consultiva. A
tendência aponta para um mercado cada
vez mais orientado por dados, com estratégias
personalizadas e foco na construção
de reputações sólidas.
“O mercado mudou – e quem entende
isso primeiro, sai na frente. A RPMA já
está nesse jogo, ajudando marcas a se
conectarem com o que realmente importa.
Porque no fim das contas, comunicação
não é só falar. É fazer, ser e transformar”,
declara Marcio Cavalieri, co-CEO e
sócio-fundador do Grupo RPMA.
Com a ascensão do marketing de
influência, da comunicação digital e da
necessidade crescente de transparência,
as empresas que adotarem uma abordagem
holística para a comunicação corporativa
terão uma vantagem competitiva
significativa. As agências, por sua vez,
precisam continuar inovando e expandindo
seus serviços para atender às novas
demandas do mercado.
O cenário de RP está cada vez mais
dinâmico, e a diversificação será fundamental
para garantir que as empresas se
conectem de forma autêntica e estratégica
com seus públicos.
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 21
agências
Memes alimentam relação histórica da
Talent com a cultura popular brasileira
Criatividade eficaz e planejamento estratégico também fazem parte
de uma história que tem como base fortalecer o negócio dos clientes
Paulo Macedo
Uma linha de pensamento evolutivo
foi o que norteou o rebranding
da Talent, que abdicou há cerca de
um ano da Marcel, do portfólio do Publicis
Groupe. Na verdade, como explica a
CEO Lica Bueno, que chegou à agência
criada por Julio Ribeiro nos anos 1980,
em 2023, o processo já estava em andamento
e foi consolidado na sua gestão.
Mas sem abrir mão do DNA construído
desde a sua fundação, que passa por
criatividade eficaz e planejamento estratégico
como base para fortalecer o
negócio dos clientes.
Outro ponto que Lica destaca é a ligação
com a cultura popular brasileira nas
campanhas desenvolvidas pela equipe
criativa da Talent, liderada pelo CCO Gustavo
Victorino, que ela define como ‘Brasilzão’.
Que também se materializa nos
anunciantes que integram sua carteira
de clientes, 70% deles conquistados no
país.
Apenas 30% é fruto de alinhamento
como Ferrero Rocher, Lactalis e Meta,
as duas últimas para compra de mídia.
A herança cultural envolve a criação de
memes que se transformam em bordões
clássicos como ‘Bonita camisa, Fernandinho’,
‘Pergunta lá no Posto Ipiranga’,
‘Quem sabe, Safra’ e ‘Não é assim uma
Brastemp.
“É uma obrigação nossa entender
o Brasil. Manter esse legado também.
Clientes como Claro e Ipiranga, que estão
presentes em todo o território nacional,
precisam estar bem antenados com a
linguagem comum dos brasileiros. Os
memes refletem essa preocupação. Mas
trazendo as fortalezas do digital, que foi
algo muito importante da relação da Talent
com a Marcel”, diz Lica, com o aval
do COO Eduardo Megale, que menciona a
plataforma de dados Epsilon, adquirida
pelo Publicis há cinco anos, para compreender
essas fortalezas da identidade dos
indivíduos brasileiros.
“A ferramenta permite o uso para dados
locais e é o que fazemos com o chamado
MMM (Marketing Mix Modeling)”,
coloca Megale, que integra o board da
agência, que está completando um ano,
A CEO Lica Bueno com os membros do board da Talent: Gustavo Victorino, Gabriela Soares, Eduardo Megale e Vitor Kamada
ao lado da própria Lica, do CCO Gustavo
Victorino, da CSO Gabriela Soares e do VP
de mídia Vitor Kamada.
Esse grupo de profissionais deu liga.
A Talent conquistou um volume de contas
no decorrer de 2024 que permite
previsão de crescimento de dois dígitos
neste ano. Alguns desses anunciantes
não fizeram uso pleno dos seus budgets
de publicidade, mas agora estão prontos
para a execução integral.
A agência teve a preferência de toda
a parte digital da Claro, da Ferrero Rocher
e toda a mídia da francesa Lactalis,
dona da Président, que adquiriu no país
Parmalat, Batavo e Itambé, além da DPA
(Dairy Partners America), da Nestlé com
as marcas Chambinho, Chamyto e Chandelle
e licenciamento de Ninho, Neston,
Molico e Nesfit.
“É sobre mover
o ponteiro de
negócios. Não
temos medo de
sujar a mão”
Divulgação
Os novos negócios são responsáveis
por dinheiro novo na composição de
faturamento, mas Lica e Megale ponderam
que a diminuição de margem exige
olhar atento para a venda de serviços e
crescimento no que é extra escopo. Por
exemplo, a Talent organizou oito sprints
no ano passado para Inter, Ferrero, CCR,
Claro (duas vezes) e Coty, por exemplo, e
já organizou um este ano. Outra fonte de
receita são as produções usando a estrutura
da PXP. A Talent venceu o pitch de
produção para a Wella.
A agência também dá ênfase à criatividade
eficaz. “É sobre mover o ponteiro
de negócios. Não temos medo de
sujar a mão. Algumas agências fazem
awareness momentâneo. Nossa ideia é
o crescimento do business mensurado”,
finalizam Lica e Megale.
22 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
~
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marcas
“Criamos para o futuro e entregamos para o
Parte do portfólio da multinacional franco italiana
EssilorLuxottica, a Oakley tem nos óculos de sol seu
carro-chefe. Os seus acessórios esportivos se tornaram
parte da cultura e do dia a dia dos consumidores,
especialmente em países como o Brasil. “Na Oakley,
dizemos que cultura é esporte e esporte é cultura, e
descobrimos isso há muito tempo”, afirma Caio Amato,
CMO global da marca. A empresa já realizou parcerias
com diversos nomes pelo mundo, que vão do rapper
Travis Scott à dupla de podcasters brasileiros Igão e
Mítico, do PodPah. Para Amato, isso é um diferencial.
“A gente tem de transformar nossas coisas não
negociáveis e traduzir para cada país. Esse é o grande
segredo de construir marca e ao mesmo tempo
business”, aponta o brasileiro. Em 2025, a empresa
completa 50 anos e promete cinco lançamentos.
“Preparamos o ano mais inovador da nossa história”,
revela o executivo.
Bruna Nunes
ESPORTES
Eu venho do interior de São Paulo e eu
tive uma infância meio disfuncional, por
conta da obesidade. O futebol e o esporte
me deram uma vida nova, oportunidades
novas, amigos novos e me formaram
como ser humano e como profissional.
Depois de muito tempo, consegui entender
que o meu drive corporativo e de
carreira era, na verdade, a minha missão
de vida. Eu tento transformar a vida do
máximo de pessoas possíveis através
do esporte, como a minha foi transformada.
Então, foi através do esporte e do
futebol que eu comecei nessa jornada. E,
vindo do interior de São Paulo, eu acabei
caindo na Alpargatas primeiro, onde eu
trabalhei na Mizuno, que no Brasil é uma
marca superparticipativa no mercado.
Acabei ficando cinco anos na Mizuno e lá
foi onde eu aprendi o mais basal do mundo
corporativo.
ESSILORLUXOTTICA
Algumas pessoas trabalham aqui na
marca há 30 anos, em especial, duas
pessoas: Ryan Saylor, que é o número
um de produto e desenvolvimento, e
o Brian Takumi, cujo cargo se chama
‘alma e criativo’. Ele é o VB de soul and
creative. Esses caras entendem o DNA
da marca como ninguém no mundo, e
eles continuam com aquela cultura da
Oakley. A Luxottica era uma empresa
muito comercial, com muitas licenças,
já a Oakley é uma marca famosa por ser
autêntica e inspiradora. Esses dois mundos
não conversam se não tiver um tradutor
no meio. E esse foi exatamente o
papel que eu tive no começo, ajudando
os executivos a entender o ‘maravilhoso
mundo da Oakley’, que realmente é mais
do que uma marca, é uma cultura. E hoje
a gente está no pico de popularidade,
no pico de business, porque realmente
as duas partes começaram a entender
uma à outra.
BRASIL
O Brasil é um país que precisa evoluir
ainda muito em relação à maneira que
se enxerga a sociedade como um todo,
isso é uma coisa que agora que eu estou
aqui fora eu vejo muito claramente.
Um exemplo prático: por que a gente no
Brasil ama tanto o Travis Scott, a Lana,
a Beyoncé, e muitas pessoas atacam a
Anitta, o MC Hariel? Eles são a mesma
coisa, eles têm a mesma representatividade.
Então, para um brasileiro olhar de
fora e entender a dificuldade dos próprios
brasileiros, de elevar a cultura de
comunidade, que é uma cultura não só
válida como uma das mais inspiradoras
que tem, isso é uma coisa que me doía
muito, como brasileiro e como uma pessoa
que viveu em comunidade também,
por algum tempo da minha vida.
PERIFERIA
Para mim, era muito claro que o meu
papel como líder global não era distanciar
a Oakley da comunidade, é uma marca
que sempre teve ali justamente para
ser disruptiva e subverter a ordem das
coisas. As periferias são uma grande potência
cultural para o Brasil e sempre vão
ser. Então, para a gente estar nesse lugar,
apoiando comunidade, fazendo projetos
sociais junto com a Kond, dando acesso
para mais molecada entrar na música,
para se expressar através da arte, isso
para a gente é uma obrigação, porque
nós não escolhemos a comunidade, a comunidade
nos escolheu.
Caio Amato, CMO global da Oakley: “Hoje a gente está
“Acreditamos em
uma juventude
que é rebelde,
mas otimista”
24 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
presente”
no pico de popularidade, no pico de business”
Divulgação
RÉPLICAS
No Brasil, um óculos custa 80% de
um salário mínimo, fora do Brasil, é 8%
de um salário mínimo. A questão é que,
realmente, os impostos e todas as dinâmicas
do Brasil fazem o produto ser
caro. Eu tenho um pensamento muito
paradoxal em relação a produtos falsos.
Eu fico muito chateado porque é um produto
geralmente muito ruim, que tecnicamente
pode fazer mal, mas ao mesmo
tempo, eu sei que é a porta de entrada
das pessoas para a marca, elas não têm
condição de ter um óculos de cara. A última
vez que eu fui ao Brasil, eu fui na Batalha
de Rima. É maravilhoso quando eu
olho aquilo e vejo aquela molecada toda
desejando um Oakley, um Oakley sendo
um objeto de desejo, que a comunidade
abraça como deles. Cara, isso é um sonho
para a gente.
CURADORIA
A Oakley se aproxima de pessoas da
cultura que pensam como a gente, que
pensam e começam um trabalho antes
de ter patrocínio. Um exemplo prático é
que o Travis Scott ainda não tem patrocínio,
ele entra em projetos porque ele
tem a mesma visão de mundo que a
gente tem. Então, é isso que a gente faz,
olhamos primeiro quais são os parceiros
que têm essa visão de mundo alinhada
conosco, sentamos para conversar, trazemos
eles para ver a marca, como é a
marca. Então, subvertendo essa parada
de escolher por conta de demográfico,
a gente trabalha mais com coração. Por
isso, temos um grupo de parceiros tão
distinto.
COLLAB PODPAH
No momento que a gente sentou com
os meninos do Podpah e entendeu que
era essa a visão deles, instantaneamente
a gente já começou a fazer vários projetos
juntos, porque a visão estava alinhada.
Teve um capítulo, eles vieram visitar
o nosso headquarter aqui, eles perguntaram
qual QR code colocar na tela para
vender e eu falei “não, vocês não estão
aqui para colocar QR code, a gente não
está aqui para vender produto, a gente
está aqui para criar cultura, para entender
o que está por trás da cultura da Oakley
e para vocês se expressarem”.
CONCORRÊNCIA
Nós recebemos outras marcas aqui
internamente, como a Balenciaga, que
é uma marca que troca muito conosco e
até mesmo a Piet do Brasil. Essa é a parte
mais fácil para a gente, por incrível que
pareça. O tempo todo estamos procurando
novos problemas para solucionar,
novas estéticas para ter, e novos meios
e processos industriais para conseguir
produzir coisas diferentes, isso também
faz a Oakley fazer mais dinheiro. Nesse
mercado competitivo, nós dizemos na
Oakley que cultura é esporte, esporte
é cultura, e descobrimos isso há muito
tempo, quando criamos o X-Metal, o Jordan
começou a usar e virou aquela explosão
que foi nos anos 1990.
LIFESTYLE
Na sua história, a marca tem vários
produtos que nasceram para performance
e foram migrando para lifestyle e
para cultura. O i-Jacket é um belo exemplo
disso, o over the top, que apareceu
pela primeira vez nas Olimpíadas e, de
“É importante que
uma marca global
defina quais são
os seus valores”
repente, virou um ícone cultural no
mundo todo. A gente não se importa se
os consumidores usam para ir na rave,
para andar de bike, eles que vão decidir
como usar.
CULTURA
A gente fala que criamos para o futuro
e entregamos para o presente. Nós
acreditamos em uma juventude que é rebelde,
mas otimista. E isso está no centro
da marca, a gente quer continuar sendo
uma marca rebelde, mas não rebeldia
por rebeldia, como era no passado. Nós
acreditamos muito na rebeldia com o
intuito positivo e de fazer um mundo
melhor. Muitas vezes, escolhemos não
seguir uma tendência e não ir atrás de
um produto que talvez venderia mais,
em detrimento da nossa autenticidade.
A gente não troca a nossa autenticidade
por nada nesse mundo, é esse o DNA
da marca, esses são os nossos pilares,
eu acho que sempre acreditamos que o
esporte tem um papel central, mas achamos
que do esporte nasce a cultura.
CAMPANHAS
Eu baseio muito as nossas decisões
aqui em neurociência, no sentido de
entender que o nosso cérebro tem duas
áreas, uma que é mais límbica, mais
emocional, e a outra que é mais racional,
porque com isso na cabeça, a gente entende
que tem um grupo de consumidores
que vão comprar mais baseados na
emoção e o quão inovativo é, e outros
vão comprar mais racionalmente do que
o produto faz. Esse é um dos grandes
segredos que a gente tem. No nosso
desenvolvimento de produtos e campanhas
tem sempre 30% que devem empurrar
a imaginação das pessoas e 10%
que têm de explodir a cabeça das pessoas
imaginativamente. Muitas vezes, a
gente nem sabe para que esse produto
vai ser usado, ele é um produto fruto da
imaginação.
MARCA GLOBAL
É importante que uma marca global
defina quais são os seus valores, como
ela quer ser percebida, o que ela não
quer deixar de lado e quais são as coisas
que tornam a marca autêntica. Esse é o
grande segredo de construir marca e, ao
mesmo tempo, business. Você constrói a
marca, entende o que é não negociável
e como unir isso no mundo todo. A partir
disso, você começa a traduzir para as culturas
locais sem perder a credibilidade
da marca.
CONSUMIDORES
O consumidor brasileiro tem uma relação
com óculos, calçado e roupa que
é muito diferente do resto do mundo.
Na Europa, nunca teve taxa de importação
alta, então óculos e calçados sempre
foram acessíveis. Nos Estados Unidos,
eles gostam muito de status e esporte,
então óculos grande é uma coisa que
gostam mais. Óculos escuros são considerados
óculos de máfia no Japão, então
não vendem. Em alguns lugares da Europa,
eles são mais técnicos, eles ligam
menos para a estética e mais para a função
do óculos, mas em Paris e Milão são
voltados mais para luxo e fashion do que
para esporte.
50 ANOS
2025 é o aniversário de 50 anos da
Oakley e nós preparamos um ano que vai
ser o ano mais inovador da nossa história.
Vamos entregar cinco grandes inovações.
A primeira acabou de sair, que é um
novo óculos e um capacete de bike, fizemos
70 visitas a túneis de vento no mundo
inteiro para entender qual o sistema
seria o mais rápido da história e a gente
passou três, quatro anos desenvolvendo
o que a marca está acabando de lançar
junto ao time de bike, que chama Tudor.
Ao longo do ano, teremos mais quatro
inovações e eu posso prometer que algumas
dessas inovações vão ser para fora
do planeta.
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 25
marcas
KitKat lança ‘Better breaks at work’, ação
global adaptada pela GUT para o Brasil
Trilha sonora traz o hit ‘I want to break free’, do Queen, para lembrar a
importância da desconexão, como atestam 82% ouvidos por pesquisa
Sob O famoso slogan ‘Have a break,
have a KitKat’, a marca global de
chocolates do portfólio da Nestlé
lança sua mais nova campanha publicitária
adaptada pela agência GUT ao
estilo de vida e comportamento dos
jovens brasileiros, especialmente da
geração Z. A ação ‘Better breaks at
work’ está na TV, mídias digitais, redes
sociais e pontos de venda e faz parte
do novo posicionamento global da
marca, que conecta o conceito de pausa
com o momento do break durante o
trabalho, seja no café, no almoço ou na
interação com colegas.
Reconhecendo que vivemos em um
mundo que exige nossa atenção constante
e dificulta o momento de desconectar,
a campanha destaca a importância
de pausas de qualidade. E os dados
não mentem: uma pesquisa encomendada
pela marca à consultoria Human8
Pausas mais significativas é o que sugere KitKat na sua nova campanha global
Divulgação
revelou que apenas 27% dos brasileiros
sentem que fazem pausas realmente
boas, enquanto 66% afirmam que, mesmo
tirando pausas, não conseguem
desligar a mente. Além disso, 82% dos
entrevistados concordam que precisam
de breaks de melhor qualidade.
Com a trilha sonora do clássico ‘I want
to break free’, do Queen, a campanha no
Brasil apresenta uma funcionária cercada
por uma enxurrada de compromissos:
notificações de mensagens, e-mails, videochamadas
e lembretes que parecem
tomar conta de sua rotina. Tudo a rodeia
como se ‘grudasse’ nela, deixando evidente
o excesso de demandas. Porém, ao
abrir um KitKat e quebrar a icônica barra
de chocolate com wafer, ela finalmente
encontra um momento de desconexão.
“Queremos inspirar pausas mais significativas”,
ressalta Nathaly Glashan, gerente-executiva
de marketing da marca.
Piracanjuba completa sete décadas com
o novo posicionamento ‘Para viver bem’
Projeto de modernização foi coordenado pela agência FutureBrand,
que agregou novidades à marca, propósito e produtos da empresa
No ano em que comemora sete
décadas, a Piracanjuba apresenta
novo propósito, redesign
de embalagens e outras novidades
que serão divulgadas ao público ao
longo de 2025. A marca, que nasceu
no interior de Goiás com um único
produto, a manteiga, hoje é a 9ª mais
escolhida nos lares de todo o país,
conforme pesquisa Kantar (Ranking
Brand Footprint), divulgada em 2024,
e reúne mais de 100 itens no portfólio.
As atualizações em curso fazem parte
de uma ação de modernização da
marca, que se apoia na credibilidade
conquistada no decorrer de sua história
para seguir inovando em produtos
e na forma de se comunicar.
“Nesses 70 anos, a Piracanjuba se consolidou
como uma marca de confiança,
Divulgação
Nascida em Goiás, Piracanjuba celebra seus 70 anos com redesign e novo propósito
especialista em alimentos, que oferece
produtos para diferentes necessidades.
Foi considerando o atual portfólio e as
novidades previstas, que decidimos priorizar
uma comunicação visual e propósito
que contemplem os consumidores
em suas mais variadas fases de vida”, informa
a diretora de marketing do Grupo
Piracanjuba, Lisiane Campos.
“O objetivo foi construir um posicionamento
que não apenas preserva sua conexão
emocional com os consumidores,
mas também traduz seu papel ampliado
na vida das pessoas. ‘Para viver bem’ é o
alicerce que orienta a Piracanjuba a ser
relevante em cada etapa da jornada de
seus consumidores”, destaca o CEO da
FutureBrand, Ewerton Mokarzel, agência
parceira nesse processo de modernização
da marca.
26 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
Out of Home
A MÍDIA QUE MAIS CRESCE NO BRASIL
RZK pesquisa potencial de consumo
de passageiros de ônibus em São Paulo
Empresa ouve 16 mil usuários de wi-fi social em 17 terminais e conclui
que turismo, streaming e compras no varejo podem gerar R$ 7,4 bi
Fotos: Divulgação
O diretor-executivo da empresa, Paulo Queiroz, elenca as fortalezas dos passageiros
A RZK Digital marca presença com seu inventário em terminais de ônibus em SP e PE
ARZK Digital, especializada em ciência
de dados e mídia DOOH em terminais
de passageiros de ônibus,
com 16 mil usuários de wi-fi social em 17
espaços de São Paulo, realizou pesquisa
sobre o potencial de consumo dos
passageiros de ônibus em São Paulo. A
conclusão foi que mais de 3,8 milhões
de passageiros que circulam diariamente
em 35 terminais de ônibus na
capital paulista e região metropolitana
da Grande São Paulo devem gastar em
2025 R$ 7,4 bilhões em despesas com
viagens, assinaturas de plataformas de
streaming e compras no varejo online.
Os supermercados lideram o ranking,
com potencial de gastos de R$ 29,7 bilhões
anuais por parte dos usuários de
terminais de ônibus. O levantamento foi
realizado com 16 mil usuários do wi-fi
social de 17 dos 35 terminais urbanos de
São Paulo onde a RZK Digital está presente.
Além de pontuar os segmentos onde
esse púbico mais consome, a pesquisa
estima que o potencial de consumo dos
usuários de ônibus e terminais é de R$
108 bilhões anuais.
A empresa, que capta dados para suporte
a campanhas publicitárias, possui
mais de 697 telas em 42 terminais de
ônibus na Grande São Paulo e no Recife
(PE), que alcançam mais de 16 milhões de
visitas semanais. O levantamento é realizado
diariamente, por meio do fornecimento
de wi-fi grátis. Ao realizar o login e
acessar a rede disponibilizada nos terminais,
o usuário responde a uma pesquisa
sobre seus hábitos de consumo.
Os dados são armazenados de forma
agregada, com volume robusto de respondentes
diários - mais de 6 mil usuários
por dia -, o que garante nível de
confiança de 99% e margem de erro de
1% em relação às pesquisas realizadas.
Depois dos supermercados, o segundo
lugar em volume de consumo pelos passageiros
de ônibus e terminais de São
Paulo é das escolas particulares e creches:
R$ 10,8 bi por ano.
Já a terceira colocação é ocupada pelos
gastos com higiene e beleza, com R$
4,5 bilhões por ano, quase empatada com
as despesas com viagens (R$ 4,4 bilhões).
Em seguida, vêm os gastos com serviços
de streaming, com uma média de 1,5 assinatura
por pessoa, totalizando R$ 1,6
bilhão, e R$ 1,4 bilhão somente no mês da
Black Friday, data de maior movimentação
para o comércio eletrônico.
A cidade de São Paulo possui a maior
“Essa população
também faz
a economia
paulistana girar”
frota de ônibus do Brasil e da América
do Sul. São mais de 13 mil ônibus e 1.350
linhas à disposição de uma população
aproximada de 11,4 milhões de pessoas.
A média diária de passageiros transportados
é de 2,5 milhões, com uma média
mensal de 3,8 milhões de usuários únicos
conectados aos 35 terminais rodoviários
urbanos nos quais a RZK Digital está
presente.
Ainda de acordo com a pesquisa, a
idade predominante dos usuários dos
terminais de ônibus que responderam a
pesquisa via wi-fi está entre 18 e 40 anos
(66%). O grau de instrução é de ensino
médio completo ou superior incompleto
(1,5 milhão de pessoas). Cerca de 30%
possuem algum veículo para transporte
próprio, e 11% têm motos. Sobre as residências
deste público, 21% possuem imóvel
próprio, enquanto o restante reside
em imóveis alugados ou com familiares.
“Os usuários de ônibus, que passam
diariamente por terminais, por vezes,
não são percebidos como um perfil consumidor
de alto potencial, especialmente
durante os trajetos que percorrem
diariamente. Essa população também
faz a economia paulistana girar e tem
um potencial de consumo que pode ser
explorado por marcas e produtos interessados
em dialogar com esse público”,
afirma Paulo Queiroz, diretor-executivo
da RZK Digital, que gera insights para as
agências de publicidade usarem o seu inventários
na capital paulista e no Recife
a serviço dos seus clientes.
“A RZK Digital oferece as melhores
métricas, qualidade de operação e transparência,
garantindo resultados excepcionais
para nossos clientes. Nossa dedicação
à excelência nos torna a escolha
ideal para quem busca o que há de mais
avançado em mídia exterior digital”, finaliza
Queiroz.
PATROCÍNIO
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 27
mercado
Mudança no comportamento dos jovens
exige ação e menos discurso das marcas
As gerações Z e alpha preferem ficar em casa a ir para balada, usam
mais produtos de skincare e maquiagem e consomem menos álcool
Vitor Kadooka
Pexels/Ron Lach
As gerações Z (nascidos entre 1997 e 2010) e alpha
(nascidos a partir de 2010) estão reformulando
comportamentos e exigindo uma adaptação nas
estratégias das empresas. Essas duas gerações cresceram
– ou até nasceram – com celulares e tablets em
mãos, o que explica certos hábitos que as diferenciam
das anteriores.
O imediatismo é a norma, e ter uma responsabilidade
social genuína tornou-se essencial para marcas que desejam
conquistar esse público.
Na prática, esses novos padrões de comportamento
já podem ser observados nas dinâmicas sociais dos jovens.
A geração Z, por exemplo, tem redefinido o conceito
de lazer: a tradicional vida noturna perdeu parte do
seu apelo, dando lugar a momentos mais introspectivos.
Dados de um estudo conduzido pela Universidade de San
Diego e pelo Bryan Mawe College revelam que a maioria
dos jovens dessa geração prefere ficar em casa e se entreter
por meio das redes sociais.
No Brasil, essa mudança de hábitos também se reflete
na redução do consumo de álcool entre os jovens. Um
levantamento publicado em 2023 pelo Centro de Informações
sobre Saúde e Álcool (CISA) aponta que 46% dos
brasileiros de 18 a 24 anos nunca bebem, enquanto 20%
consomem bebidas alcoólicas apenas uma vez por mês
ou menos. Essa tendência se repete globalmente: um
estudo publicado no European Journal of Public Health,
com dados de 39 países da Europa, América do Norte e
Oceania, mostrou que o consumo de álcool entre adolescentes
de 12 a 18 anos diminuiu significativamente
entre 1999 e 2019. Os pesquisadores apontam fatores
como mudanças culturais, políticas públicas mais rígidas
e maior conscientização sobre os riscos do álcool como
possíveis razões para essa tendência.
As marcas não demoraram a reagir. A Heineken, por
exemplo, adaptou seu portfólio para atender à crescente
demanda por bebidas sem álcool. A empresa lançou a
Heineken 0.0 e reforçou sua estratégia nesse segmento.
Elbert Beekman, gerente de marketing da marca no
Brasil, destaca: “A versão de bebidas zero álcool tem
ocupado cada vez mais espaço na rotina dos consumidores
brasileiros, seja em bares, festas, festivais ou outros
eventos onde tradicionalmente o álcool predominava.
Isso reflete uma tendência de consumo consciente e
uma busca por opções mais saudáveis. O Brasil é um
mercado com grande potencial para esse segmento,
considerando a boa aceitação e o crescimento constante
da categoria.”
Se, por um lado, o consumo de bebidas alcoólicas diminui,
por outro, novos hábitos surgem – e nem sempre
são inofensivos. A ascensão das redes sociais e a influência
digital têm moldado uma geração mais conectada
do que nunca. O professor Roberto Kanter, da FGV,
A ascensão das redes sociais e a influência digital têm moldado uma geração mais conectada do que nunca
especialista em comportamento do consumidor, explica
essa mudança de paradigma. “Os jovens não querem se
igualar aos mais velhos. Como o consumo de álcool foi
um hábito muito presente nas gerações anteriores, a
geração Z busca diferenciação e, muitas vezes, a escolha
pelo ‘não álcool’ também é impulsionada por uma
necessidade de autenticidade”. Ele alerta: “No entanto,
essa mesma geração acaba desenvolvendo os próprios
vícios, como o consumo excessivo de conteúdo digital”.
A geração alpha, em particular, cresce imersa nesse
universo digital. Segundo a pesquisa Panorama, realizada
pela Mobile Time e pela Opinion Box, 44% das crianças
brasileiras entre 0 e 12 anos já possuem um smartphone
próprio. O impacto desse uso prolongado das telas é significativo,
tanto na saúde mental quanto no comportamento
de consumo.
Um exemplo disso é o fenômeno “Sephora Kids”, no
qual crianças cada vez mais jovens demonstram interesse
por produtos de skincare e maquiagem – na maior
parte das vezes voltados para adultos. Influenciadas por
plataformas como TikTok e YouTube, elas consomem e
recomendam marcas como Drunk Elephant, Rare Beauty
e Sol de Janeiro.
“Se uma empresa
defende o bem-estar, por
que não criar iniciativas
que incentivem
períodos offline?”
A professora de pesquisa e comportamento do
consumidor da ESPM, Bianca Dramali, alerta para os
riscos desse fenômeno: “Antecipar hábitos de consumo
que deveriam surgir em outras fases da vida,
como o uso de cosméticos, pode agravar questões
como dismorfia de imagem e até reforçar preconceitos,
como o etarismo. Deixar que crianças da geração
alpha tomem essas decisões sem a devida orientação
pode ter impactos negativos no autoconceito e na
autoestima”.
28 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
Fotos: Divulgação
Roberto Kanter: “Vivemos na era dos influenciadores” Bianca Dramali: “Marcas precisam de autenticidade” Elbert Beekman, da Heineken: “Aumento da versão 0.0”
Para as marcas, o desafio vai além de simplesmente
atender a essa nova demanda. Dramali adverte sobre
os riscos dos “washings” – práticas em que empresas
fingem aderir a causas sociais apenas por estratégia de
marketing. “Marcas que desejam prosperar junto à geração
Z precisam de autenticidade. Elas devem decidir se
querem surfar no hype das festas do pijama com cosméticos
para meninas de 10 anos ou se preferem construir
um posicionamento sólido ligado ao autocuidado e à
autoestima de maneira responsável.”
O comportamento de consumo das gerações Z e alpha
é diretamente influenciado pelas redes sociais, que não
apenas ditam tendências, mas também moldam identidades.
Roberto Kanter analisa essa transformação: “Vivemos
na era dos influenciadores. Antes, tínhamos apenas os macroinfluenciadores,
mas hoje falamos também de micro e
nanoinfluenciadores, além de comunidades inteiras de
criadores de conteúdo. Essas figuras desempenham um
papel central nas decisões de consumo das novas gerações,
que já não confiam na propaganda tradicional”.
O especialista também alerta para o papel dos algoritmos
nesse cenário: “Os algoritmos criam bolhas que
C
reforçam desejos e necessidades, tornando o consumo
M
algo quase inevitável. Isso afeta não só o mercado de
beleza, mas também o de alimentação, moda e entretenimento.
O desafio das marcas é equilibrar responsabili-
Y
CM
dade social com interesses comerciais, evitando cair na
MY
armadilha da exploração excessiva”.
CY
Com tanto poder de influência sobre os mais jovens,
CMY
as marcas devem definir estratégias claras. Nas palavras
K
de Dramali: “Não dá para ser tudo para todo mundo. Se
uma empresa realmente defende o bem-estar, por que
não criar iniciativas que incentivem períodos offline? O
digital é crucial para a decisão de compra, mas os jovens
também possuem senso crítico”. Ela complementa: “O
ideal é que as marcas utilizem o poder das redes tanto
para vender quanto para conscientizar, sempre alinhadas
aos seus valores”.
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As novas gerações desafiam os modelos tradicionais
de publicidade e exigem uma abordagem inovadora. A
geração alpha, em especial, não distingue mais entre o
mundo físico e digital – para eles, essa fruição é única. O
conceito de metaverso, por exemplo, não é apenas uma
tecnologia, mas uma mentalidade.
“A publicidade precisa compreender essa nova lógica.
A geração alpha está sendo alfabetizada para o consumo
por influenciadores, e isso faz com que se conectem
muito mais com pessoas do que com marcas. Eles reconhecem
grandes marcas porque as veem em vídeos
e games, mas isso não significa que vão consumi-las
automaticamente. A experiência e a autenticidade são
fundamentais para conquistar esse público”, explica a
professora de pesquisa e comportamento do consumidor
da ESPM, Bianca Dramali.
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Com um poder de compra projetado para atingir US$
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já está no radar das grandes empresas. No entanto, atrair
essa audiência exige mais do que anúncios tradicionais.
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jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 29
opinião
Divulgação
6 dicas para engajar
o posicionamento de
marketing e anúncios
Rafael Michelucci
Uma pesquisa recente da RD Station mostra que
36% das empresas ainda não possuem metas de
marketing bem definidas e 75% não conseguiram
atingir suas metas no ano passado. O marketing é essencial
para conectar uma marca ao seu público-alvo e
49% dos 1.800 profissionais desta área entrevistados
na pesquisa alegam ter recebido mais investimentos
para o setor de marketing neste ano, o que aumenta a
confiança de desenvolvimento no futuro.
Com o cenário cada vez mais competitivo e saturado
de informações, o posicionamento ideal de uma marca
em 2025 vai além de uma estratégia de marketing bem
elaborada, pois exige autenticidade, propósito e conexão
emocional. Para uma empresa se destacar é necessário
criar experiências significativas e personalizadas para os
consumidores, ao mesmo tempo em que demonstram um
compromisso genuíno com valores sociais e ambientais.
Investir em marketing estratégico e na construção
de uma identidade de marca relevante deixou de ser
uma opção e tornou-se uma necessidade vital para crescer
e prosperar no mercado atual. Por isso, as tendências
sinalizam o início de uma nova era para as marcas, que
tendem a se tornar mais humanas, mais conectadas e
mais criativas. O caminho para o sucesso estará em
ouvir ativamente, inovando e cocriando com o público,
construindo relações autênticas e impactantes. De olho
neste cenário, separei seis dicas para que sua empresa
possa olhar com segurança e direcionamento para o setor
de marketing. Confira:
1. Medir a comunidade
A medição de comunidade será crucial. Não se trata
mais da figura de grandes influenciadores com milhões
de seguidores, pois eles perderam a capacidade de gerar
autenticidade real. O foco se deslocará para microcomunidades
e para criadores com impacto genuíno, que
possuem uma voz autêntica e forte dentro de nichos
altamente engajados. São esses influenciadores que
moldam comportamentos e convertem métricas em resultados
tangíveis para as marcas. Em 2025, a compreensão
das conexões reais e das relações de confiança será
mais relevante do que simplesmente medir o alcance.
2. A criatividade como protagonista
Felizmente, estamos deixando para trás a era “bege”,
que tentava agradar a todos sem personalidade. O futuro
exige ousadia, autenticidade e, acima de tudo, originalidade.
A inteligência artificial generativa vai automatizar
tarefas básicas, mas será a criatividade humana,
com insights inovadores e empatia, que vai se destacar.
Marcas que se arriscarem e abraçarem narrativas fora
do comum vão conquistar a atenção do público em um
mundo saturado de conteúdo.
3. Storytelling
O storytelling fará um retorno triunfal, mas com um
novo diferencial: autenticidade e imersão. Precisamos
de histórias reais, que conectem experiências vividas
com as emoções do público. No fundo, marketing é sobre
fazer as pessoas acreditarem que precisam de algo,
que nem sabiam que queriam. Em 2025, isso se traduzirá
em narrativas mais envolventes e imersivas, impulsionadas
por tecnologias como realidade aumentada (AR)
e realidade virtual (VR). As histórias não serão mais apenas
ouvidas ou lidas, elas serão experimentadas.
4. Clientes como cocriadores
Já estamos começando a ver isso no universo dos influenciadores,
mas, em 2025, a colaboração será levada
a um novo nível. Marcas vão abrir espaço para a personalização
em massa, convidando os clientes a contribuir
com ideias, designs e até campanhas. O sucesso virá de
ouvir a voz do cliente a partir do próprio olhar, agregando
significado e autenticidade às suas comunidades.
5. Deixe para trás a campanha “tamanho único”
A abordagem “tamanho único” será totalmente superada.
Identificar o público não será mais uma questão
de demografia ou métricas tradicionais. Em 2025, será
fundamental entender valores, crenças e comportamentos.
A segmentação baseada em dados mais profundos
permitirá contar histórias distintas em canais diferentes,
respeitando os formatos e as linguagens de cada
plataforma. Além disso, estratégias omnichannel mais
integradas proporcionarão experiências consistentes e
personalizadas, garantindo que a mensagem certa chegue
à pessoa certa, no momento certo.
6. É necessário se posicionar sobre causas reais
As novas gerações estão cada vez mais críticas e
exigem que as empresas se posicionem de forma clara
sobre causas reais, como mudanças climáticas, inclusão
e impacto social. Em 2025, empresas que não tiverem
ações genuínas para contribuir com um mundo melhor
perderão relevância. Propósito e lucro vão caminhar
lado a lado, e os consumidores apoiarão marcas que,
além de oferecer produtos de qualidade, compartilhem
valores alinhados aos seus.
Rafael Michelucci
é CEO do Grupo Unik
“As tendências
sinalizam o início
de uma nova era
para as marcas, que
tendem a se tornar
mais humanas,
mais conectadas
e mais criativas”
30 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
opinião
Divulgação
Cinco ações
contra o etarismo
no marketing
Lucia Bittar
Início de ano é sempre um convite à reinvenção. Listamos
metas e, na rotina do marketing, projetamos
estratégias. Proponho que adicionemos algo cada
vez mais relevante: combater o etarismo. Em tempos
de lutas por representatividade, é essencial ampliar
a presença de homens e mulheres acima dos 50 anos
nas narrativas das marcas.
Essa faixa etária não é algo único. É pluralidade. Assim
como seria impensável congelar a infância em uma
única imagem genérica, é um erro padronizar a maturidade
em arquétipos restritos. Somos potência e vulnerabilidade
ao mesmo tempo. Às vezes, somos as mães
ou, em alguns casos, as avós que acumulam histórias
no colo; em outros, mulheres que redefinem carreiras.
Por que ainda insistimos em representar esse grupo,
que é mais de 25% da população brasileira (IBGE), de
forma tão limitada?
Estudo da FIA Business School apontou que profissionais
com mais de 50 anos formam o grupo mais
estável, fiel e satisfeito em suas funções. Segundo o
levantamento, de forma geral, eles têm um vínculo
mais forte com os valores da empresa. Essa estabilidade
e comprometimento são ativos valiosos para as
organizações, demonstrando que a experiência acumulada
e a conexão com a cultura organizacional tornam
esses profissionais fundamentais para o sucesso
de equipes e negócios.
A maturidade profissional e o ótimo desempenho ficam
mais tangíveis quando se pensa em pessoas como
a empresária Luiza Trajano ou, em nível internacional, na
apresentadora Oprah Winfrey. Entre os brasileiros, temos
o físico e especialista em energia José Goldemberg, reconhecido
pelo trabalho em energia renovável e políticas
ambientais, já premiado internacionalmente.
E nós, como profissionais de marketing, como podemos
ajudar? Nos últimos anos, as marcas têm sido desafiadas
a desempenhar um papel ativo na construção de
uma sociedade mais inclusiva. Com base nas recomendações
do relatório ‘Campaigning to tackle ageism’, da
Organização Mundial da Saúde (OMS), proponho cinco
ações práticas.
1 - Histórias reais
Campanhas que trazem narrativas pessoais provocam
emoções e ampliam a conexão com a mensagem. Incorporar
relatos autênticos de pessoas mais velhas ajuda a
desmontar mitos, como a ideia de incapacidade ou desinteresse
desse público em viver plenamente ou consumir
produtos tecnológicos. É o caso, por exemplo, de uma avó
retomando sua paixão por fotografia com um smartphone.
2 - Imagens que conectam
Se as palavras emocionam, as imagens amplificam.
A OMS recomenda priorizar representações reais: idosos
em atividades cotidianas, compartilhando experiências
com jovens ou explorando novas aventuras. Afinal, hoje
nem o time dos 70 anos está na cadeira de balanço fazendo
crochê e assistindo TV. Campanhas devem ampliar
o repertório visual e fugir de estereótipos.
3 - Clareza nas mensagens
Comunicar-se com eficácia exige mensagens simples,
claras e objetivas, adaptadas a diferentes plataformas. Dados
podem reforçar a credibilidade, desde que usados de
forma consciente, para valorizar e legitimar campanhas.
4 - Normalizar experiências
Destruir estereótipos também é aceitar as realidades
do envelhecimento, como mudanças físicas ou aumento
da dependência. Essas experiências devem ser vistas
como parte da vida, sem exaltações à juventude como
padrão de beleza ou produtividade.
5 - Verdade sentida
Autenticidade exige incluir pessoas 50+ no processo
criativo, somando seus insights vivos, impossíveis
de capturar apenas com dados ou pesquisas. Não é só
representatividade: é acesso a uma vivência única, que
adiciona camadas reais às mensagens e cria conteúdo
que toca de forma profunda.
No marketing, combater o etarismo é estratégico.
Além de evitarem estereótipos, as marcas ganham mais
do que campanhas melhores: constroem conexões duradouras
e relevância. Que em 2025 possamos criar narrativas
que reforcem a riqueza da pluralidade, lembrando
que o presente, com suas nuances e oportunidades,
pode ser um campo fértil de novas vivências. Um ano
novo. Um marketing novo.
Lucia Bittar
é diretora de marketing mobile
experience na Samsung Brasil
“Estudo da FIA Business
School apontou que
profissionais com
mais de 50 anos formam
o grupo mais estável,
fiel e satisfeito em
suas funções”
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 31
esg no mkt
Alê Oliveira
Yes! Nós temos
energia!
“Sair da era do Yes! Nós temos banana!, das
commodities, para Yes! Nós temos energia!”
Alexis Thuller Pagliarini
Não há dúvidas de que estamos na era da energia.
Em todos os sentidos do termo: seja energia
humana, para fazer frente à overdose de
demandas do dia a dia, mas também a energia, em
si, aquela que faz girar a economia, cada vez mais
sua dependente.
Sei que sou repetitivo (quem é leitor desta coluna já
deve estar cansado de me ver enfatizar a força da energia
brasileira), mas é o que temos de mais promissor pra oferecer
para o mundo neste momento de proliferação da IA.
O Brasil tem uma matriz energética única: mais de
90% da eletricidade brasileira é advinda de fontes alternativas.
E essas fontes só crescem na matriz energética.
Alexis Thuller Pagliarini
é sócio-fundador da ESG4
alexis@criativista.com.br
Eu me refiro à energia que roda motores, que ilumina
e alimenta o mundo da inovação. Não à toa, energia
termina com IA.
A solar deu mais um grande salto em 2024 e se firmou
como 2ª fonte na matriz energética brasileira, superando
20%, perdendo apenas para a hídrica (45%).
A IA, cada vez onipresente, é uma atividade eletrointensiva,
isto é, depende de muita energia.
Energia para fazer seus computadores processarem
TBs e mais TBs de dados, para resfriar todas essas máquinas
de funcionamento contínuo, 24 horas ao dia, 7
dias por semana.
O negócio da IA mobiliza o mundo inteiro: nos EUA
anuncia-se um empreendimento de US$ 500 bilhões. Já
nos EAU (Emirados Árabes Unidos), o seu sheik trilionário
não esconde o desejo de ser um líder desse mercado
emergente, com investimentos bilionários.
De repente, surge uma tal de Deep Seek e bagunça
tudo, mostrando caminhos alternativos, bem mais simples
e baratos.
O fato é que, por trás da IA, existe um mundo de
oportunidades, seja no campo de processamento e
provimento de soluções, seja no campo de hardware
e infraestrutura, com a demanda por datacenters
enormes.
E no meio disso tudo está a energia. O mundo já
estava sedento de energia para tocar seus processos
de produção e a IA catapulta essa demanda para outro
patamar.
A eólica continua crescente ao sabor dos ventos
constantes e deve crescer ainda mais com o marco regulatório
de energia eólica offshore.
E temos ainda a biomassa (etanol, biodiesel, biometano)
e o emergente hidrogênio verde, com um potencial
enorme no futuro. Essa demanda mundial crescente por
energia limpa (apesar do “Drill, baby, drill!” do Trump),
pode fazer o Brasil ser o maior provedor do mundo em
2050, uma verdadeira Arabia Saudita da energia limpa.
É só ter foco e políticas que privilegiem a produção
dessa energia verde. No fim deste ano, sediaremos, em
Belém, PA, a COP 30.
Apesar da provável ausência (ou participação diminuída)
dos EUA, será o momento ideal para apresentarmos
ao mundo a capacidade, não só de proteger nossas
florestas e biodiversidade, mas também de gerar e distribuir
energia verde para suportar a demanda mundial
e fazer frente às mudanças climáticas.
Podemos contrapor o “Drill, baby, drill” com um “Produza,
que a gente garante energia limpa!”.
Devemos resistir à tentação da exploração do petróleo,
que ainda existe debaixo do nosso solo, e focar na
geração de energia limpa, que é a nossa vocação.
E como o Brasil se posiciona nessa história toda?
Competir com os players do peso que se apresentam é
utopia, mas inserir-se como um viabilizador de energia
é oportunidade de ouro para nosso país abocanhar sua
fatia desse mercado de trilhões.
Outros países estão investindo bilhões para buscar
uma matriz energética mais limpa, mas nós já demos a
largada nessa corrida há tempos, com as hidrelétricas e
o etanol, a princípio, e agora com solar, eólica, biomassa,
SAF e hidrogênio verde.
O Brasil deve sair da era do Yes! Nós temos banana!,
das commodities, para Yes! Nós temos energia!. Energia
pra dar e vender!
Ninguém conseguirá nos alcançar tão cedo, nem
em décadas! Produza, baby! Produza! E deixe a energia
por nossa conta!
32 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
supercenas
Paulo Macedo
paulo@propmark.com.br
Divulgação
A influencer Mel Maia engaja seus 22 milhões de seguidores no Instagram e sua carioquice para promover a coleção de verão com tom praiano do marketplace Shein
LIFESTYLE
A atriz e influenciadora Mel Maia foi convocada pelo
aplicativo Shein, que, segundo dados da Similarweb,
possui 11,35% do tráfego dos sites de moda no Brasil,
com média superior a seis minutos por visita, para a
sua campanha de verão. A escolha dessa personagem
carioca se deu, nas palavras de Helena Hwang, supervisora
de marketing da varejista global nascida em
Cingapura, porque ela democratiza a moda para todos.
Além disso, Mel Maia tem forte ligação com a geração
Z, público-chave para a Shein. “A campanha será veicu-
lada na página do Instagram da Shein Brasil, com mais
de 15 milhões de seguidores, e no perfil da Mel Maia
na mesma rede, com 22 milhões de seguidores. O app
da Shein também terá banner com destaques para a
fashion collab com a atriz”, justifica Helena. “A coleção,
com 60 peças, está sendo lançada em pleno verão
brasileiro, então, tem tom praiano e tropical. Os modelos
refletem o estilo descontraído e confiante de Mel
Maia, que é carioca e tem a praia como parte de seu
dia a dia”, acrescenta. O app conta com uma equipe de
300 profissionais e mais de 50 milhões de usuários no
país. “Operamos com três modelos de negócios: cross-
-border (importação de produtos), produção local por
meio de parceiros e o marketplace. O último, é nosso
modelo em que comerciantes locais têm a oportunidade
de vender seus produtos para nossos clientes
no Brasil. Lançado oficialmente em abril de 2023, o
marketplace já representa 55% das vendas da empresa
no país e conta com mais de 25 mil vendedores”,
finaliza Helena.
Luciana Fernandes se une a Carol Peternelli na produção executiva, ao lado de Rogério Pereira e Hilton Raw
OPERAÇÃO
Um dos principais fornecedores de criação e sonorização do país, a Raw Audio anuncia a chegada de Luciana
Fernandes como produtora-executiva. Na verdade, ela retorna após 18 anos com o plano de “impulsionar novos
negócios e fortalecer a atuação internacional da produtora, reconhecida por projetos premiados como o filme
‘Gerações’, para a Volkswagen”, explica comunicado. Luciana vai trabalhar com Carol Peternelli na produção executiva
e também ao lado de Rogério Pereira e do fundador, o maestro Hilton Raw.
Luiza Thomé é a embaixadora da ACG Home Care
SAÚDE
Com criação da Hachi Marketing, a marca ACG Home
Care celebra os seus 25 anos de mercado com campanha
que conta com a atriz Luiza Thomé, no ar na reprise
de ‘Tieta’, que será sua embaixadora em 2025. A
aprovação foi do CEO Alexandre Pires.
jornal propmark - 10 de fevereiro de 2025 33
última página
Alê Oliveira
Stalimir Vieira
é diretor da Base de Marketing
stalimircom@gmail.com
A migração final
Stalimir Vieira
Durante anos, comprei jornais e revistas nas bancas
(nunca fui adepto de assinaturas). Acreditava que,
assim, ajudava a dois negócios: o da edição e o da
venda avulsa. Morando em Buenos Aires, descobri que lá
esse negócio era levado muito a sério: as assinaturas não
eram contratadas nas editoras, mas com os revendedores
que detinham o direito de atender o seu quarteirão.
Com o tempo, fui restringindo minhas compras às
edições dos fins de semana. Domingo era o dia de levar
para casa leitura suficiente para ocupar o dia e ainda
render para a semana.
Com relação à TV, o hábito que se estendeu por muito
tempo foi o de zapear as notícias entre 19 e 21 horas.
Sempre tive interesse em observar como cada emissora
tratava as mesmas notícias. Posso dizer que adquiri
bastante clareza sobre tendências e conveniências nas
abordagens.
Com a venda da minha casa em São Paulo e a opção
por uma vida mais errante, preferencialmente fora dos
grandes centros, deixei de ter acesso a uma mídia impressa
mais qualificada; infelizmente a distribuição das
boas revistas ainda passa, compreensivelmente, longe
da maior parte desse imenso país.
Assim, adotei as versões digitais daquilo que mais
me interessa (a Piauí, por exemplo, mas não só). Hospedado
na casa de amigos, experimentei mais uma característica
do consumo contemporâneo de mídia.
Sozinho, liguei a TV às 19 horas para meu tradicional
giro pelos noticiários do “horário nobre”, e percebi que
só havia streaming. Sequer sabia que, assinante da Vivo,
tinha direito a alguns canais da GloboPlay, a que poderia
recorrer no celular.
Mas não consigo me imaginar assistindo ao ‘Jornal
Nacional’ na telinha, de cabeça baixa, o pescoço curvado.
Sim, sou o cidadão que se acostumou a receber
as notícias (mesmo as piores desgraças) “no conforto
do sofá da sua sala”.
Nessa experiência recente, descobri que poderia
acessar o YouTube e, através dele, a CNN Brasil e a
BandNews (que um pouco mais tarde reproduz o ‘Jornal
da Band’), que são oferecidas gratuitamente.
Assim, não fiquei sem o dinamismo de algum informativo
da TV aberta, ainda que restrito aos critérios
da Band. Tempos depois, as coisas se apresentam
um pouco, digamos, piores.
Na chácara do interior de São Paulo, onde, esporadicamente,
passo alguns dias do ano, eu tinha por
hábito assistir a, pelo menos, dois ou três jornais pela
TV aberta disponível.
Mas dessa vez, cheguei num momento de mudança
na propriedade, e o amplo sofá onde me acomodava
pontualmente às 19h20 para começar a minha
jornada informativa, devidamente servido do meu
Chivas, está tomado de tralhas. Ou seja, não tenho
mais onde sentar.
Estou, por isso, há mais de uma semana sem saber
o que os locutores dos telejornais andam falando.
O mais interessante, no entanto, é que (e aí peço
que me perdoem um sentimento até então impensável)
não tenho sentido nenhuma falta.
Prático, tenho resolvido tudo, logo cedo, pelo
celular antes de levantar da cama (assim, evito abaixar
a cabeça e torcer o pescoço). O pior é que eu sei
de tudo.
“Estou há mais de uma
semana sem saber o que os
locutores dos telejornais
andam falando”
34 10 de fevereiro de 2025 - jornal propmark
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