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Mala Direta

Básica

9912281412/2011-SE/SPM

Correcta Editora

FEVEREIRO | 2025

Nº 305 • ANO 30

IMPRESSO FECHADO

Pode ser aberto pela ECT

GENERALI

100 anos de

história no Brasil

Seguradora italiana consolida

sua mudança de atuação,

renovando-se para ocupar

mais espaço no mercado

brasileiro

>> MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Será que temos o controle?

O aquecimento global e as

transformações do clima mostram

suas consequências através de

enchentes, secas e incêndios

>> NOVAS REGRAS

Proteção veicular terá

fiscalização

Nova lei aprovada em dezembro

traz para o mercado de seguros

os produtos de proteção veicular

comercializados por associações

e cooperativas



EDITORIAL

O mundo em

que vivemos

FEVEREIRO • 2025 • Nº 305 • ANO 30

EXPEDIENTE

Diretora de Redação:

Kelly Lubiato - MTB 25933

klubiato@revistaapolice.com.br

2025 começou com muitas novidades, tanto na economia

quanto no mercado de seguros. As seguradoras trabalham

com a previsão de taxa de juros de 15% ao ano, o que contribui

para melhorar os resultados, por um lado, mas também faz

com que as pessoas tenham menos dinheiro disponível para investir

em proteção. É difícil saber onde iremos parar, mas é certo que

o abismo social só tende a crescer.

Enquanto isso, o mercado de seguros continua buscando formas

de atrair novos clientes para o setor. Uma delas foi a aprovação

da Lei Complementar que regulariza a atuação das associações de

proteção veicular e cooperativas. Pela nova regra, estas empresas

poderão se sujeitar à fiscalização da Susep, o que as insere oficialmente

no mercado de seguros. Teremos uma nova classe de produtos,

que podem ter custo mais baixo, mas que terão garantia de

entrega em caso de sinistro. Este setor pode agregar mais R$ 16

bilhões em prêmios ao mercado de seguro de automóveis, segundo

estimativas da ENS (Escola de Negócios e Seguros), que já está

preparando os profissionais da distribuição para agregarem os novos

produtos ao porffolio.

A maior preocupação das autoridades é trazer estas empresas

para o mercado fiscalizado, para evitar que os segurados sigam

comprando um produto diferente como se fosse seguro.

Outro tema que preocupa o setor de seguros e a sociedade

são as mudanças climáticas. Com eventos cada vez mais frequentes

e severos, é necessário tomar providências para minimizar as

perdas. Assistimos perplexos aos incêndios em Los Angeles, nos

Estados Unidos, onde companhias seguradoras já estão optando

por não renovar as apólices, de olho na saúde da sua carteira.

Certamente, esta não é a melhor solução para o segurado, principalmente

porque lá eles possuem poder aquisitivo para continuar

consumindo seguros.

Boa leitura!

Diretora de Negócios:

Graciane Pereira

graciane@revistaapolice.com.br

Estagiário de Jornalismo

Lucas Monteiro

Colaborador:

André Felipe de Lima

Diagramação e Arte:

Enza Lofrano

Tiragem:

12.000 exemplares

Circulação:

Nacional

Periodicidade:

Mensal

Os artigos assinados são de

responsabilidade exclusiva de

seus autores, não representando,

necessariamente, a opinião desta revista.

Esta revista é uma

publicação independente

da Correcta Editora Ltda e

de público dirigido

CORRECTA EDITORA LTDA

Administração, Redação e Publicidade:

Alameda dos Arapanés, 881 - cjto 22 -

Moema

CEP 04524-001- SÃO PAULO/SP

CNPJ: 00689066/0001-30

Diretora de Redação

Mande suas dúvidas,

críticas e sugestões para

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CONTEÚDO

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Incêndios e enchentes sem controle, degelo nas calotas

polares, aumento da temperatura dos oceanos. Tudo isso

tem impacto direto na vida das pessoas, na produção de

alimentos e, consequentemente, no seguro.

ÍNDICE

05 Gente

10 Entrevista

O CEO da Swiss Re Corporate

Solutions, Guilherme Perondi, fala

sobre o papel das seguradoras na

mitigação dos riscos emergentes,

cada vez mais frequentes e severos.

LEGISLAÇÃO

As cooperativas e associações de proteção veicular foram

regulamentadas no PLC 143/2024. Sob a fiscalização da

Susep, mercado de seguros automóveis pode finalmente

ver o bolo crescer.

>> PÁG. 24

12 Capa

Generali completa 100 anos de

atuação no Brasil. A seguradora

reposicionou sua linha de

produtos para atuar no mercado

de produtos massificados,

valorizando a tecnologia e

o cliente no centro das suas

operações.

16 Perspectivas 2025

Executivos de empresas que

compõem o ecossistema de

seguros deram seus depoimentos

sobre o que esperam e como estão

se preparando para o ano de 2025,

que deve ser desafiador.

>> PÁG. 30

Os artigos assinados são de

responsabilidade exclusiva de

seus autores, não representando,

necessariamente, a opinião desta

revista.

4


gente

NOVA DIRETORIA NO CSP BAHIA

O Clube de Seguros de Pessoas

da Bahia (CSP Bahia) realizou,

no dia 30 de janeiro, a solenidade de

posse da nova diretoria para o biênio

2025-2026. O evento, realizado

em Salvador (BA), reuniu associados,

beneméritas e importantes lideranças

do mercado para celebrar o início

de um novo ciclo sob a presidência

de Antonio Daniel Mota, reconduzido ao cargo.

Diretor Presidente: Antonio Daniel Mota

Diretor Vice-Presidente: Ulisses Brito

Diretora Administrativa: Michelly Rosica

Diretor de Comunicações: Paulo Telles

Diretor Educacional: Felipe Maciel

Diretora Financeira: Maria Luciana Ghissoni

Diretor Adjunto Financeiro: Fernando Magalhães

Diretora Socioambiental: Patrícia Porciúncula Jacobucci

Diretora Adjunta Socioambiental: Adriana Magalhães Dias

Diretora Adjunta Socioambiental: Cristina Azevedo Sá

Diretor de Saúde Suplementar: Paulo Rangel

Diretor Vida Individual: Paulo Rebelo dos Santos

Diretora Adjunta de Vida Individual: Gisele Oliveira da Silva

Diretora Adjunta de Vida Individual: Solange Silva de

Souza

Diretor de Vida Corporativo: Tiago Costa de Melo

Diretora Adjunta de Vida Corporativo: Caroline Janaína

Moura

Diretor Adjunto de Vida Corporativo: André dos Santos

Nova diretoria comandará a entidade no biênio 2025-2026

Diretora de Previdência Complementar: Mariuchi Uzeda

Diretora Adjunta de Previdência Complementar: Janaína

Leal Araújo

Diretor de Odontologia: Franclin Castro da Silva

Diretora Adjunta de Odontologia: Jamile de Menezes

Cerqueira

Diretor de Capitalização: Rubens Monforte Barbosa

Conselho Institucional

Presidente: Solon Britto Barretto

Secretário: Gelásio Teixeira de Souza

Conselheiro Efetivo: Cristiano Monteiro Tavares da Cruz

Conselho Fiscal

Conselheiro Fiscal Efetivo: Danilo Augusto Santos Castro

Conselheiro Fiscal Efetivo: Eduardo Barbosa de Souza

Conselheiro Fiscal Efetivo: Joel Cosme Inah de Almeida

Conselheiro Fiscal Suplente: André dos Santos Pereira

Conselheiro Fiscal Suplente: Cássio Emanuel S. Coutinho

de Souza

Foto: Vitor Moreira

MAIS MUDANÇAS

A Alper Seguros fez mudanças

em sua estrutura organizacional

com o objetivo de acelerar

o crescimento e aprimorar a

tomada de decisões estratégicas.

Uma das principais novidades

é a criação da área de

Growth, que será liderada por

Gabriela Rosati, que continua

à frente da área de Marketing e Comunicação. Gabriela

traz para este novo desafio uma trajetória de oito anos

na companhia, durante os quais consolidou a área de

marketing e liderou o processo de virada de marca da

Alper.

Outra mudança é a

nomeação de Alex Ferreira

como diretor executivo de

Resseguros e Specialty. “Assumir

a liderança da área de

Resseguros e Specialty é um

grande prazer. Estou confiante

de que 2025 será um ano

emocionante e repleto de

conquistas. Com minha experiência em aeronáutico,

casco marítimo, transportes, joalheria e outros

segmentos, acredito que temos o potencial para

continuar alcançando resultados extraordinários”,

afirmou Alex.

5


gente

NOMES DO CONEC

O Sincor-SP divulgou o primeiro palestrante

confirmado no Conec 2025, maior

congresso de corretores de seguros do

Brasil. O futurista e head de Inovação da

Ayoo, Luiz Candreva, vai apresentar “6 lições

sobre o futuro”, no dia 26 de setembro,

às 9h10.

Um dos principais futuristas brasileiros,

Luiz Candreva também é board

member da Boali e da 4Pay, diretor de criação do

Disruptive, professor da Fundação Dom Cabral e da

HSM, palestrante com mais de 1.100 apresentações

em diferentes países, colunista de diversos

portais e grupos como CBN e CNN, além de

ser recordista mundial de KiteSurfing.

O Conec 2025 vai ter como tema

principal “SinergIA Digital” O Futuro Inteligente

do Corretor de Seguros. As inscrições

para associados podem ser parceladas

em até 10x de R$128. Os profissionais

também têm opção de hospedagem no

hotel Holiday Inn, que fica a 350m do local do evento.

Neste caso, o valor em apartamento duplo está em

10x de R$300, com pagamento no cartão de crédito.

BROKER DE RESSEGURO

A Latin Re anunciou

a chegada de Juliana Leite

como gerente comercial da

Latin Wholesale. Com mais

de 12 anos de experiência

no setor, Juliana traz um

histórico profissional sólido

e uma visão estratégica

inovadora para alavancar o

crescimento da empresa.

“Estou muito animada e ansiosa para colocar

minhas ideias em prática, testar as hipóteses que tenho

em mente e fazer novas parcerias! Tenho certeza

que essa operação irá crescer muito, sem perder

o foco no cliente que faz parte do DNA da Latin Re,”

compartilhou Juliana.

APOIO COMERCIAL

A REP Seguros anunciou

Vladimir Sípoli como

novo diretor comercial. Reconhecido

por sua ampla

experiência no mercado de

seguros e expertise em soluções

customizadas, Vladimir será peça-chave na estratégia

de expansão da empresa no Paraná – um estado

estratégico para o crescimento da companhia.

“Essa nova fase abre portas para oportunidades

valiosas, e estamos confiantes no impacto

positivo que ela trará aos nossos parceiros e clientes”,

destaca Bruno Cervi, CEO da REP Seguros. A

empresa também aproveita para convidar talentos

interessados em crescer junto a uma organização

em constante expansão a integrarem o time.

NOVO LÍDER

A Finlândia Seguros

anunciou Paulo Victor Correa

Geo como seu novo CEO, com

sede em Belo Horizonte e atuação

em 14 cidades de quatro

estados.

Agora, à frente da Finlândia

Seguros, Paulo Victor

lidera uma equipe de cerca

de 100 colaboradores, responsáveis pelo atendimento

personalizado a mais de 5 mil empresas. “Temos

como foco o atendimento personalizado, graças à

capacidade técnica de nossos especialistas em todos

os tipos de produtos que oferecemos no mercado de

seguros”, afirma o novo CEO.

Na nova posição, Paulo Victor pretende não

apenas manter os altos índices de satisfação, mas também

aprimorar os processos e sistemas da companhia,

trazendo mais inovação e energia. “Nosso compromisso

é com a excelência em serviços e na oferta de soluções

personalizadas para nossos parceiros e clientes”,

finaliza.

6


MUDANÇAS NO GRUPO

A Bradesco Seguros

apresentou mudanças internas

na liderança de superintendências,

com o rodízio

de posições entre dois

executivos: a partir deste

ano, a Superintendência de

Produto Auto passa a ser comandada

por Raquel Cerqueira, enquanto a Superintendência

de Ramos Elementares (Residências,

Empresas, Equipamentos e Equipamentos Agrícolas)

será liderada por Eduardo Menezes.

“A movimentação faz parte de uma prática da

companhia, que valoriza a circulação dos líderes e demais

talentos em diferentes áreas”, explica Raquel Cerqueira.

Já Eduardo Menezes ressalta que a estratégia

amplia a visão de negócio. “As mudanças mantêm os

times sempre atualizados e trazem mais sinergia para

as equipes, sendo benéfico tanto para os líderes quanto

para a organização”, destaca o superintendente.

Além disso, as superintendências regionais

também passaram por mudanças. A Superintendência

Regional Sudeste incorporou as sucursais de

São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Bauru, que

antes eram atendidas pela Regional Sul. A região

será ligada à gestão do Superintendente Sênior Luiz

Carlos Ferreira Gomes.

NOVAS ESTRATÉGIAS

A Pitzi anuncia a chegada de dois novos

profissionais, Cristiano Alex Gonçalves e Karina

Matos, que irão fortalecer as áreas operacionais e

estratégicas em 2025. A empresa pretende gerar

novos negócios e reafirma seu compromisso em

aprimorar a experiência dos clientes e parceiros ao

investir em talentos de ponta para liderar a nova

fase de crescimento.

“A chegada de Cristiano e Karina representa

nosso compromisso de investir em talentos que

compartilham a visão de transformar o mercado de

proteção para smartphones no Brasil. Em um setor

que exige constante inovação e agilidade, contamos

com a vasta experiência destes profissionais para fortalecer

as operações e criar soluções de impacto para

nossos clientes e parceiros", informou Tatiany Martins,

vice-presidente Comercial e Marketing da Pitzi.

CLUBE DE VIDA

O Clube Vida em Grupo

São Paulo (CVG-SP) elegeu

Anderson F. Mundim

Martins, que também é

Superintendente Sênior de

Negócios da Bradesco Vida

e Previdência, como seu

presidente.

Em seu discurso de posse, Mundim agradeceu

aos ex-presidentes do CVG-SP, Silas Kasahaya e

Marcos Kobayashi, pela sua participação na diretoria

na gestão de ambos e, ainda, ao atual presidente

Marcio Batistuti e ao vice-presidente Gustavo Toledo

pela indicação e apoio à sua candidatura. “Agradeço

a Deus e peço que me dê muita sabedoria,

força e tempo para gerir o CVG-SP, juntamente com

toda a diretoria, com bastante propriedade”, disse.

MAIS VENDAS

O Delta Fleet, ecossistema

de gestão de frotas da

Delta Global, tem novo gerente

comercial após a contratação

de Felipe Gonzales

Duarte. Com carreira consolidada

na área de gestão de

vendas e desenvolvimento

de negócios, Duarte traz sua experiência para fortalecer

a presença do Delta Fleet no mercado.

“Com um time apaixonado por frotas, a Delta

Global e sua vertical de negócios Delta Fleet está

pronta para enfrentar o desafio de dobrar seu parque

instalado em 2025. A meta inclui não apenas

consolidar sua presença no mercado de transporte,

mas também expandir para novos segmentos”, afirma

Duarte.

7


gente

SINISTROS CONTROLADOS

Mario Sagredo assume

a liderança do time

de Sinistros, trazendo consigo

conhecimento técnico

e experiência consolidada

como Superintendente de

Sinistros ASAS. ‘‘Passei por

várias seguradoras do RJ e

RS, por várias mudanças do

mercado segurador e pela abertura do mercado de

resseguro. Sem dúvida, o fator determinante foi a

capacidade de me adaptar e entender que nada é

perene e que mudanças, ainda que inicialmente

possam parecer traumáticas, sempre apontam para

uma nova oportunidade de revisão ou recomeço’’,

destaca Sagredo.

‘‘A estratégia para cumprir estes objetivos

passa pelo conhecimento e integração com os colaboradores

e prestadores da área, bem como ampliar

o contato com nossos parceiros e seguro e resseguro’’,

afirma. De forma sucinta, Sagredo destaca como

sua bagagem profissional pode somar às operações

do ASAS Group: ‘‘Trago conhecimento técnico, resiliência,

experiência na gestão de processos/pessoas

e dedicação para atingir os objetivos propostos

pela empresa’’.

INTELIGÊNCIA HUMANA

A PsycoAI, healthtech

brasileira especializada no

desenvolvimento de agentes

de inteligência artificial

para otimizar operações no

setor de saúde e recursos

humanos, anunciou a chegada

de Fernando Morad

como seu novo Chief Operating

Officer. Com bagagem nas áreas de operação,

tecnologia e inovação, o executivo tem como

missão acelerar o crescimento da empresa, focando

especialmente na ampliação do número de associados

em 2025.

“Nosso objetivo é triplicar o número de

agentes e clientes no primeiro trimestre do ano”,

afirma o COO.

TECNOLOGIA NA OFERTA DE CRÉDITO

A Unicred do Brasil,

sistema de cooperativas financeiras

voltada ao setor

da saúde, anunciou a nomeação

de Alexandre da

Silveira como seu novo Diretor

de Tecnologia. Silveira

assume a posição com o objetivo

de liderar iniciativas

que promovam a transformação digital e otimizem

os serviços oferecidos aos seus cooperados.

“O objetivo é construir soluções financeiras

baseadas em tecnologias escaláveis e seguras, utilizando

arquitetura de sistemas flexíveis e que se

integrem perfeitamente aos nossos processos”, afirma

o novo diretor.

TECNOLOGIA RENOVADA

A Mapfre tem dois

novos executivos na área de

tecnologia da informação

(TI). André Caselli assume

a posição de diretor-geral

de TI no Brasil, após liderar

com sucesso a área de datacenter

regional, infraestrutura

e arquitetura de TI para

a América Latina na Mapfre Estados Unidos.

Com habilidades em aprimorar processos,

Caselli foi responsável, nos últimos anos, pela implementação

de importantes projetos de modernização

da infraestrutura de TI da seguradora. “É uma

satisfação retornar ao Brasil para liderar a transformação

da Mapfre. Nosso foco será continuar promovendo

inovação e excelência operacional, garantindo

uma experiência ágil e segura para nossos

clientes e parceiros”, afirma o executivo.

Aline Miranda também retorna à Mapfre,

após dois anos e meio, para assumir a superintendência

de governança e controle de TI. “É um prazer

retornar à Mapfre para assumir um papel tão estratégico.

A governança de TI é essencial para garantir

a segurança, transparência e eficiência dos nossos

sistemas, sempre alinhada às melhores práticas do

mercado e às necessidades de nossos clientes e parceiros

de negócios”, comenta Aline.

8


PARA O MUNDO

A Inter Risk, holding de seguros, resseguros

e benefícios que tem como sócio o

grupo americano Amwins, anunciou a chegada

de Frank Moraes como novo diretor

de resseguros, com o desafio de desenvolver

a carteira de riscos Facultativos de Property,

Casualty e Risco de Engenharia.

Na Inter Risk, Frank terá a missão de

desenvolver a área de resseguros facultativos.

O foco são os clientes diretos da Inter

ou de parceiros e corretores de seguros independentes.

“Novamente, terei o papel de estruturar

e apresentar ao mercado uma nova

operação de negócios. Pretendo aproveitar

minha rede de relacionamento com o mercado

segurador e ressegurador, além de contribuir

com minha experiência em colocação e

subscrição de riscos”, afirma Moraes.

NOVA LÍDER

Patrícia Chacon assumiu

a presidência do Sindicato

das Empresas de Seguros e

Resseguros do Estado de São

Paulo – Sindseg SP, marcando

um momento histórico para a

instituição. A executiva é a primeira

mulher a ocupar o cargo

em mais de oito décadas de

atuação do sindicato e vai liderar uma diretoria renovada,

composta por profissionais de destaque em grandes

companhias e que refletem a força, a diversidade e

a evolução do mercado de seguros brasileiro.

“Assumir essa posição é uma grande honra e

também uma enorme responsabilidade. O setor está em

transformação e o Sindseg SP tem um papel essencial na

promoção de ações que apoiem as empresas e os profissionais

neste cenário, sempre com foco em oferecer

melhores serviços aos nossos clientes e gerar conhecimento

sobre a importância dos seguros para o desenvolvimento

social e econômico do país”, afirmou Patrícia.

Diretoria Sindseg SP (2025 – 2028)

Presidente: Patrícia Chacon (Porto Seguro)

Diretor vice-presidente: Leonardo Pereira de Freitas

(Bradesco Seguros)

Diretor vice-presidente: Jonson Souza (Mapfre)

Diretora vice-presidente: Andréa Ribeiro (Tokio Marine)

Diretor: Heitor Augusto (SulAmérica)

Diretor: Marco Antônio Messere Gonçalves (MAG)

Diretor: Alexandre Nunes de Oliveira (Zurich)

Diretor: Fernando Grossi (Sompo)

Diretor: Marcos Machini (HDI)

Diretor: Pablo Ricoldy (Brasilseg)

Diretor: Luis Nagamine (Mitsui Sumitomo)

Conselheiro: Andreas Kerl (Allianz)

Conselheiro: Paulo Medeiro (allseg)

Conselheiro: Guilherme Perondi (Swiss Corporate)

Conselheiro: Alexandre de Mattos Malho (Icatu)

Conselheiro: Gabriel de Souza Escabin (BTG Pactual)

Conselheira: Eliane Percino (Suhai)

CONTATO COM O CORRETOR

A Porto anunciou Emerson Valentim

como seu novo diretor comercial Brasil. Com

mais de 20 anos de experiência no setor de

seguros, o executivo assume a posição com a

missão de liderar estratégias de crescimento,

otimizar operações e expandir a distribuição

de produtos da companhia.

“Assumir esse novo desafio na Porto é

uma grande honra. Nosso foco será intensificar

o relacionamento com os corretores,

expandir a presença regional e oferecer

soluções inovadoras que consolidem ainda

mais a nossa liderança no mercado

segurador. Com uma estrutura comercial

robusta, seguimos comprometidos em garantir

resultados sustentáveis e fortalecer a

presença e a reputação da marca no país”,

afirma Valentim.

9


ENTREVISTA

SWISS RE CORPORATE SOLUTIONS

O papel do seguro na mitigação

de riscos para a sociedade

GUILHERME PERONDI, PRESIDENTE E

CEO BRASIL DA SWISS RE CORPORATE

SOLUTIONS, FALA SOBRE O AUMENTO

DA SEVERIDADE DE ALGUNS RISCOS E

O PAPEL DA SEGURADORA

O ano passado foi o quinto ano consecutivo em que as perdas

globais seguradas devido às catástrofes naturais ultrapassaram os

US$ 100 bilhões. O Swiss Re Institute estima que o setor pagou mais

de US$ 135 bilhões em sinistros por catástrofes naturais em 2024.

Embora os efeitos das mudanças climáticas estejam, sem dúvida, intensificando

os riscos, o aumento das perdas seguradas ao redor do

mundo é amplamente impulsionado por fatores como crescimento

econômico, urbanização e concentração geográfica dos ativos.

Através da colaboração com parceiros e clientes e da digitalização,

o setor de seguros está evoluindo da sua função tradicional

de transferência de risco para um papel mais proativo, ajudando

indivíduos e empresas na gestão riscos, servindo como um consultor

de riscos de confiança dos clientes. Podemos desempenhar um

papel ainda maior em ajudar clientes corporativos a retomar o controle

de seus riscos, e vemos dados e a tecnologia como ferramentas

essenciais para entender e enfrentar alguns dos maiores riscos que

enfrentamos atualmente.

Guilherme Perondi

REVISTA APÓLICE: Quais serão os maiores

desafios para 2025?

O mundo continua a enfrentar

inúmeros riscos interconectados, tornando

o cenário cada vez mais complexo e

exigindo que o setor securitário continue

a se transformar e inovar continuamente

para atender às necessidades dos clientes.

Operamos em um ambiente desafiador

e incerto, onde riscos emergentes

impactam tanto os clientes quanto a indústria.

Embora não sejam novos, esses

riscos tornaram-se mais extremos e frequentes.

Além disso, fatores macroeconômicos

e externos, como geopolítica,

economia, questões sociais, tecnológicas

- como os riscos cibernéticos-, mudanças

climáticas, cadeias de suprimentos e regulamentação

estão mais proeminentes

do que nunca.

REVISTA APÓLICE: Quais soluções a Swiss Re Corporate Solutions

oferece para mitigar riscos, especialmente no contexto das mudanças

climáticas?

Na Swiss Re Corporate Solutions oferecemos uma variedade

de soluções para mitigar os riscos climáticos. Nossos produtos de

seguro, incluindo coberturas tradicionais e de catástrofes, ajudam

a transferir os riscos associados a inundações, tempestades e incêndios

florestais, reduzindo a pressão financeira sobre investidores e

desenvolvedores de infraestrutura e ajudando a viabilizar investimentos

em setores de riscos mais complexos.

Também oferecemos seguros paramétricos, que pagam com

base em gatilhos predefinidos, como eventos climáticos específicos

– por exemplo um furacão em uma região pré-determinada-, sem

necessidade de avaliação de eventuais danos. Essa solução proporciona

alívio financeiro imediato, pela indenização mais rápida e garantia

da continuidade das operações do cliente.

Através de nossa plataforma Risk Data Services (RDS), os

clientes podem avaliar em tempo real a exposição a riscos de seus

ativos, fornecedores e clientes estratégicos, permitindo uma gestão

de risco mais eficaz e mais resiliência contra desastres naturais.

Além disso, utilizamos Insurance-Linked Securities (ILS) e Catastrophe

Bonds (Cat Bonds), conhecidos no Brasil como Letra de Risco de

Seguro (LRS), para transferir riscos aos mercados de capitais. Esses

instrumentos ajudam os seguradores a absorver e compartilhar seus

riscos assumidos, diversificando fontes de capital e mitigando o impacto

financeiro de grandes desastres, adicionalmente oferecendo

aos investidores institucionais uma alternativa de investimento não

correlacionados aos instrumentos financeiros tradicionais, tais como

taxas de juros, moeda e mercado de ações.

10


REVISTA APÓLICE: Quais produtos você acha que ganharão impulso

em 2025 no Brasil?

Há várias áreas em que o seguro corporativo será mais demandado,

especialmente onde o risco climático desempenha um

papel relevante. Com a crescente volatilidade do clima no país, as

soluções agrícolas continuarão sendo essenciais, especialmente

considerando que apenas uma pequena parte de nossa produção

agrícola está segurada atualmente. Além disso, acreditamos que

as operações industriais e comerciais revisarão suas estratégias de

proteção contra riscos climáticos secundários - como inundações,

incêndios florestais e vendavais -, uma vez que esses eventos estão

se tornando mais frequentes e extremos conforme mencionado

mais acima.

REVISTA APÓLICE: Como a seguradora pode contribuir para aumentar

a penetração do seguro das carteiras em que ela atua?

O mercado de seguros brasileiro é robusto e variado, com

players locais e internacionais firmemente posicionados em todos

os segmentos, como resseguradoras, seguradoras, corretores e um

extenso ecossistema de consultores, advogados, reguladores de sinistros,

entre outros. Esse mercado, que une crescimento e grande

potencial de expansão, faz do Brasil um destino atraente para investimentos,

como tem sido observado nos últimos anos e acreditamos

que continuará sendo no futuro.

A necessidade de proteção securitária no país está crescendo

e o setor precisa seguir investindo para tornar as soluções mais acessíveis

e fáceis de adquirir, ampliando sua relevância para os clientes

e a economia como um todo. Essa é a abordagem que adotamos

para direcionar nossos investimentos no Brasil.

A Swiss Re Corporate Solutions Brasil opera em grandes riscos,

médio mercado e bancassurance. Em bancassurance, nossa relevância

se estende além das nossas soluções de Seguros Rurais e

Agrícolas, incluindo uma gama crescente de produtos digitais em

várias linhas como Engenharia, Responsabilidade Civil Profissional,

Empresarial e D&O. No Brasil, a Swiss Re Corporate Solutions é uma

joint-venture com a Bradesco Seguros e, através da ampla força de

distribuição da Bradesco, atendemos corretores e clientes em todo

o país. Temos investido bastante em ampliar nossa capacidade de

atendimento comercial e técnico, oferta de produtos, especialmente

os digitais, e tecnologia para melhorar a experiência dos corretores

e clientes.

Em 2024, por exemplo, lançamos mais de 20 produtos digitais,

incluindo uma variedade de soluções de Responsabilidade Profissional

para profissionais autônomos e pequenas empresas. Também

lançamos o produto Engenharia Reforma e Construção para

obras residenciais e comerciais. É uma solução digital inovadora,

que cobre projetos que vão desde pequenas reformas até construção

de edifícios comerciais com até 36 andares e valores segurados

de até R$ 100 milhões, com cotação e emissão online.

Além disso, passamos a oferecer novas opções de pagamento

para todos os produtos digitais - incluindo o Seguro Agrícola

- como débito em conta, e planejamos implementar o Boleto

PIX em breve. Esses investimentos estratégicos não só ampliam

o acesso para corretores e clientes em

todo o Brasil, mas também nos posicionam

para resultados ainda maiores em

2025.

REVISTA APÓLICE: Quais são as expectativas

para 2025 em relação à economia

e ao mercado?

As perspectivas econômicas para

o país em 2025 são incertas, como cenário

base, o Swiss Re Institute acredita

que a economia do Brasil deve desacelerar

para 2,0% em 2025 após um crescimento

de 3,6% em 2024. Espera-se

que essa desaceleração impacte a demanda

doméstica devido às condições

monetárias mais rígidas, enquanto as

exportações enfrentarão desafios com

o crescimento global mais lento e o

aumento do protecionismo. A inflação

deve ficar em torno de 5,2% em 2025,

impulsionada pelo forte crescimento

e pela desvalorização do real. Para lidar

com essas questões, espera-se que

a taxa SELIC atinja 15% até meados de

2025. Essa conjuntura desafiadora, traz

a expectativa de que o crescimento real

do prêmio de seguro desacelere para

4% em 2025, com os seguros de Vida

e Saúde caindo para 5% e o seguro de

ramos elementares permanecendo em

torno de 3,5%.

Mesmo considerando essa incerteza

à frente, o setor de seguros no país

é resiliente e a Swiss Re Corporate Solutions

no Brasil permanece totalmente

comprometida com o mercado brasileiro.

Em 2025, manteremos a consistência

em nossa estratégia de longo prazo para

fortalecer nossa posição em grandes riscos,

expandir nossa presença no médio

mercado - entregando a qualidade de

nossas soluções para corretores e clientes

deste segmento em todo o Brasil, por

meio da contínua simplificação de nossos

processos, além do avanço em bancassurance,

expandindo a oferta de produtos

digitais e jornadas otimizadas com

tecnologia. Temos o privilégio de contar

com a parceria da Bradesco Seguros no

Brasil, o que nos incentiva a melhorar

cada vez mais e avançar nossas operações

no país.

11


CAPA

GENERALI

Um século de muita história e

preparação para o futuro

SEGURADORA ITALIANA

COMPLETA 100 ANOS

DE ATUAÇÃO NO BRASIL

E RENOVA-SE PARA

OCUPAR MAIS ESPAÇO

NO MERCADO

Andrea Crisanaz

12


Em 2025, a Generali, uma das maiores seguradoras do mundo,

completa 100 anos de atuação no Brasil. Mesmo com

tanto tempo em operação, a marca continua dando provas

de que, com solidez e experiência, é possível manter-se inovadora

e adaptada aos novos tempos.

O centenário vem em um momento de grande força da empresa

no país. A companhia tem se destacado pela sua capacidade

de adaptação aos desafios do mercado brasileiro.

O CEO da companhia, Andrea Crisanaz, conversou com a

Apólice sobre o momento atual da Generali Brasil, sobre as homenagens

programadas para o ano e sobre os próximos passos da agora

centenária marca de seguros.

“Acredito que a Generali tem demonstrado uma incrível capacidade

de se adaptar aos cenários brasileiros e mundiais ao longo

desses 100 anos. Isso é resultado de um trabalho constante de inovação

e de busca por entender as necessidades dos nossos clientes”,

afirma o executivo.

Essa adaptabilidade se reflete, atualmente, na centralidade

do cliente dentro da estratégia da Generali. A empresa tem investido

fortemente em Customer Experience (CX), principalmente nos

últimos anos, com o objetivo de oferecer uma jornada cada vez

mais completa e satisfatória para os seus clientes.

“O consumidor está no centro de tudo o que fazemos. Queremos

oferecer a melhor experiência possível para quem confia em

nós para proteger o que é mais importante”, completa Crisanaz.

Para além dos clientes, a Generali também mostrou uma grande

atenção com seus colaboradores, buscando atrair e reter talentos

que compartilhem dos mesmos valores que a marca. A empresa oferece

um ambiente de trabalho diverso e inclusivo, com oportunidades

de desenvolvimento e crescimento para todos os funcionários.

Entre suas principais ações, a extensão da licença-maternidade

para 6 meses no total – 60 dias remunerados a mais do que o que

é previsto em lei atualmente – merece destaque. Além disso, as mamães

da Generali têm a possibilidade de trabalhar remotamente até

que a criança que tenha a alimentação pelo leite materno complete

um ano. Já para os papais, a soma de dias remunerados é de 20 dias,

acima dos 5 previstos em lei.

“Temos uma preocupação genuína com os nossos funcionários,

porque, afinal de contas, são eles que constroem a nossa

história. Ao longo dos 100 anos, tivemos muitas pessoas que foram

extremamente importantes para que a empresa se mantivesse

firme e atuante, como chegamos agora em 2025”, explica

Andrea Crisanaz.

Essa preocupação com as pessoas, no entanto, não se limita

apenas dentro dos muros da empresa. A Generali tem um forte

compromisso com a sustentabilidade e com a responsabilidade social,

e integra os princípios ESG (Environmental, Social and Governance)

em todas as suas operações.

ESG: UM PILAR ESTRATÉGICO

A Generali tem implementado diversas ações ESG, com um

grande destaque para a criação de um fundo de crédito privado com

essa temática em parceria com a Santander

Asset Management, gestora de recursos

de terceiros do Santander Brasil.

O fundo tem como objetivo investir

em projetos que promovam o desenvolvimento

sustentável e a inclusão social

no Brasil. Em um primeiro momento, em

setembro de 2024, a Generali aportou R$

30 milhões no fundo, com a expectativa

de aumentar gradativamente até que esse

investimento chegue a R$ 95 milhões.

“Essa iniciativa fez com que a Generali

se tornasse a primeira seguradora

brasileira a aportar recursos nesse produto,

seguindo métricas ESG. Isso só reforça

o nosso perfil de pioneirismo e inovação”,

destaca Andrea Crisanaz.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A

REVOLUÇÃO NO SEGMENTO DE

SEGUROS

O uso de Inteligência Artificial por

parte das seguradoras ainda está sendo

adaptado para o segmento, mas a Generali

já deu passos importantes e muito

interessantes para esse que parece ser o

futuro das companhias brasileiras.

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CAPA

GENERALI

>> ATUAÇÃO Antiga sede da Generali, no Rio de Janeiro

A Generali no Brasil mantém seu

foco em seguros massificados,

seguros de vida em grupo e

grandes riscos.

NOS MASSIFICADOS,

OS DESTAQUES SÃO:

- Proteção financeira (prestamista)

- Seguro viagem

- Seguro de portáteis

- Bolsa protegida

- Garantia estendida

- Cobertura PIX

FOCO NO CLIENTE

Esses investimentos recentes da

Generali em inovação e tecnologia contribuem

fortemente para a transformação

digital da companhia, além de consolidar a Área do Cliente

como um motor que impulsiona a empresa.

Entre os projetos focados nessa área, destaca-se a implementação

de um novo sistema core, mais moderno e integrado, que visa

otimizar processos e melhorar a eficiência operacional da Generali.

De acordo com Crisanaz, o objetivo é permitir soluções mais ágeis

e personalizadas, reduzindo a fricção do consumidor nos contatos

com a seguradora.

UMA HISTÓRIA DE SUCESSO NO BRASIL

Um dos maiores pontos de “virada de chave” da Generali no

Brasil, sem dúvidas, aconteceu nos últimos cinco anos. Ao perceber

que o ramo de massificados poderia ser melhor explorado por

aqui, a companhia realizou uma grande decisão de negócios: se

afastar do segmento de automóveis e focar em outros setores mais

lucrativos.

EM GRANDES RISCOS:

- Riscos patrimoniais

- Riscos de engenharia

- Responsabilidade civil

A IA tem desempenhado um papel

crucial na melhoria da experiência do

cliente, especialmente na área de sinistros

da companhia, com foco na redução

das reclamações judiciais.

Além disso, a Generali já é reconhecida

pela MIT Technology Review

como uma das 20 empresas mais inovadoras

do Brasil, justamente graças a iniciativas

como essa, que utilizam IA para

otimizar processos e desburocratizar

fluxos de trabalho. “O investimento em

tecnologia de ponta nos proporciona a

entrega de soluções inovadoras e, também,

a melhora da experiência do cliente”,

conta Crisanaz.

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“Essa mudança permitiu que a Generali

se consolidasse, hoje, como uma

das principais seguradoras do país, especialmente

ao fechar parcerias com bancos

e varejistas de grande relevância ou

seja, diversas marcas que nos escolheram

como um parceiro ideal para a venda de

seguros massificados no Brasil”, diz Andrea

Crisanaz.

CELEBRANDO 100 ANOS DE HISTÓRIA

Para comemorar o seu centenário,

a Generali preparou uma série de ações

especiais, como um videocast no canal do

Youtube, iluminação do Cristo Redentor

de vermelho, o plantio de 100 árvores no

Rio de Janeiro e 100 em São Paulo, o lançamento

de um livro comemorativo sobre

a história da empresa no Brasil e a criação

de um espaço de memória dentro da sede

da companhia. “Queremos celebrar esse

momento especial com todos os nossos

stakeholders, que fazem parte da nossa história”,

conta Andrea o CEO da seguradora.

>>

CENTRO DE MEMÓRIA

Ao completar 100 anos, a companhia investiu na

criação de um Centro de Memória para prestigiar a sua

história no Brasil, que fica na Matriz, no Rio de Janeiro.

Mais do que momentos da companhia, o acervo conta

um pouco da história do seguro no Brasil, com ferramentas

inovadoras, como o uso de ambientes virtuais.

PARA ONDE VÃO

Mesmo atuando em segmentos

específicos do mercado, a Generali tem

como objetivo ser líder e referência nesses

nichos. A ambição da empresa é ousada:

dobrar de tamanho nos próximos

cinco anos, impulsionada principalmente

pela rentabilidade e pelo volume de prêmios.

“Não são objetivos fáceis, apesar do

mercado estar em crescimento. É uma

meta de médio prazo, que pode, eventualmente,

incluir também a aquisição de

alguma empresa que tenha sinergia com

a seguradora”, pontua Crisanaz. . Essa estratégia

de crescimento combina o aumento

da penetração nos segmentos em

que a Generali já atua com a análise de

oportunidades de aquisição que possam

complementar o portfólio e fortalecer a

presença da marca.

Em um país com mais de 200 milhões

de habitantes, as oportunidades

de crescimento são inúmeras. A Generali

reconhece o potencial do mercado brasileiro

e está preparada para enfrentar uma

concorrência cada vez mais acirrada, com

o objetivo de construir um futuro de sucesso

e prosperidade no Brasil.

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PERSPECTIVAS 2025

DEPOIMENTOS

ESTAMOS

PREPARADOS

PARA

2025

?

PEDIMOS AOS

EXECUTIVOS DE

EMPRESAS DE TODO

O ECOSSISTEMA DE

SEGUROS QUE NOS

DISSESSEM COMO ESTÃO

SE PREPARANDO PARA

ENCARAR O ANO QUE

COMEÇOU

SEGURO CYBER INDISPENSÁVEL PARA EMPRESAS NO BRASIL

JULIO MURTA, sócio da Hubsegs

“Em 2025, o Brasil continuará a enfrentar um cenário desafiador em relação aos riscos

cibernéticos. O país é um dos mais visados da América e, a cada ano, os ataques se tornam

mais sofisticados e abrangentes.

No ano passado, por exemplo, o Brasil ocupou o terceiro lugar no ranking de países

mais atingidos por ataques de ransomware. Esse tipo de cibercrime afeta empresas de diferentes setores, paralisando

suas operações e exigindo altos resgates para a recuperação de dados.

Acredito que o seguro cibernético pode ser um aliado estratégico em momentos de crise. A indústria brasileira

deve considerar não apenas como uma proteção financeira, mas também como uma medida essencial para

a resiliência organizacional. O investimento em segurança cibernética é uma estratégia fundamental para garantir

a continuidade dos negócios e a proteção dos dados em um mercado cada vez mais digitalizado”.

O IMPACTO DA ECONOMIA NO MERCADO DE SEGUROS

RUDH MENEZELLO, diretor de Venda e Marketing da Split Risk

“Indicadores macroeconômicos, como taxa de juros, inflação, PIB e nível de emprego,

exercem uma influência significativa nas decisões de compra e nos hábitos de consumo das

pessoas. Como a inflação e os juros estão em alta, há um desestímulo ao consumo - seja pelo

encarecimento do crédito ou pela deterioração do poder de compra - o que obriga as empresas a criarem produtos

mais flexíveis e customizados.

No mercado de seguros a situação não é diferente e a criação de soluções mais acessíveis tem sido um dos

objetivos do Sandbox da Susep. Uma das empresas que tem aproveitado esse cenário é a Split Risk, seguradora

digital com foco na criação de produtos de seguro Auto.

Oferecemos produtos flexíveis para atrair um público que ainda não consome seguros e essa receita tem

dado certo. De toda a base de clientes, somos a primeira apólice de seguros para mais de 65% deste público.

Vamos seguir investindo nesse modelo de negócio em 2025.”

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A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NO ATENDIMENTO EXCLUSIVO

JULIANA BAGAGLI, diretora de Atendimento Exclusivo SulAmérica

“No setor de saúde, cada vez mais dinâmico, a experiência do cliente é o diferencial

competitivo. Na SulAmérica, sabemos que cuidar da saúde vai além de oferecer serviços médicos:

é sobre criar jornadas personalizadas, integradas e ágeis. Por isso, desenvolvemos soluções

exclusivas na nossa Linha SulAmerica Concierge, que é o resultado de um processo de

revitalização de coberturas e benefícios dos produtos, com a criação dos novos serviços na Conciergeria.

O intuito é simplificar o acesso à saúde por meio do uso da tecnologia, sem abrir mão do acolhimento

humano nos momentos mais importantes da vida. Por isso, nossa Conciergeria disponibiliza serviços exclusivos

aos clientes do serviço incluindo, nossa Central de Relacionamento Concierge, disponível 24 horas todos os dias

da semana, oferecendo um atendimento de excelência e garantindo que nossos clientes se sintam acolhidos e

amparados.”

A IMPORTÂNCIA DO SEGURO SAÚDE PARA A SOCIEDADE E O PAPEL DO CORRETOR

FLÁVIO BITTER, diretor-gerente da Bradesco Saúde

“O Brasil superou a marca de 52 milhões de pessoas cobertas por planos de saúde. Reflexo

do interesse por esse produto que é o terceiro maior desejo dos brasileiros, atrás apenas

da casa própria e da educação, segundo pesquisa do Instituto Vox Populi para o Instituto de

Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

A perspectiva de nos tornarmos um país cada vez mais longevo – quase 40% da população deverá ter 60

anos ou mais em 2070, segundo o IBGE – chama a atenção para a necessidade de cuidarmos, hoje, da saúde física

e emocional.

Esse cenário reafirma a relevância do seguro saúde e o potencial desse mercado. A personalização do

cuidado, a busca por serviços que proporcionem bem-estar, com prevenção e promoção da saúde, incluindo

jornadas digitais cada vez mais fluidas no acesso à assistência, estão entre as tendências do segmento. O corretor

de seguros, conhecedor da necessidade de cada cliente e dos diferenciais do nosso portfólio, tem papel crucial no

processo de proteção da sociedade.”

O FUTURO NÃO DEVE SER UM RISCO

ARTHUR MITKE, vice-presidente de Sinistros e Subscrição da AXA no Brasil

“As mudanças climáticas preocupam tanto o nosso setor quanto a sociedade. Segundo

o último Future Risks Report da AXA, 45% dos entrevistados veem esse como o principal

risco emergente.

O cenário exige transformações, especialmente das seguradoras, com uma migração

do lugar da proteção para o da prevenção e prestação de serviços. Assim, a tecnologia e a parceria com corretores

e clientes serão fundamentais para personalizar produtos, analisar e suportar riscos.

Na AXA, já usamos recursos como geolocalização, criamos modelos preditivos e estamos em constante

adaptação para seguir a visão de que o futuro não deve ser um risco, com soluções para prevenir e mitigar.

Somos um grupo referência global em mudanças climáticas, com iniciativas como o AXA Climate, e isso

nos permite debater o tema com especialistas e oferecer coberturas sustentáveis para toda a cadeia de uma indústria

que se renova.”

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PERSPECTIVAS 2025

DEPOIMENTOS

EDUCAÇÃO E CAPACITAÇÃO EM SEGUROS COMO FERRAMENTA

JOSÉ PIRES, diretor Comercial da Bradesco Vida e Previdência

“Em 2025, reiteramos o nosso compromisso em promover ações educacionais, pois

entendemos que nosso crescimento está diretamente ligado à missão de contribuir com a

conscientização tanto do cliente final quanto do nosso parceiro de negócios

O Grupo Segurador tem apostado na cultura de educação e planejamento financeiro,

com destaque para os portais Viva a Longevidade e Familiaridades, este último lançado em 2024, tendo como

objetivo estimular a troca de experiências e informações entre as diferentes gerações das famílias brasileiras.

Continuaremos a destacar as vantagens da Universeg, plataforma de capacitação online e gratuita do

Grupo, que colabora com o desenvolvimento desses profissionais ao disponibilizar mais de 500 cursos.

Seguiremos com as edições do Café ConVida e do Conexão Prev, bate-papo ao vivo que reúne os times

Comercial e Técnico da Bradesco Vida e Previdência, além de convidados, para abordar oportunidades e desafios

na disseminação do seguro de vida e da previdência privada.”

COMUNICAÇÃO QUE INOVA E CONECTA

LEONARDO FREITAS, diretor Comercial da Bradesco Auto/RE

No dinâmico mercado de seguros, a comunicação é a ferramenta que conecta seguradoras,

corretores, clientes e prestadores. Ouvir, personalizar e antecipar são os pilares da

Bradesco Seguros para atender às demandas de um setor onde confiança é essencial.

A companhia investe continuamente em inovação e melhorias que fortalecem essas conexões.

Entre as iniciativas, destacam-se o BARE com Você e os Road Shows, realizados em cidades estratégicas pelo

Brasil. Esses encontros promovem interação e colaboração, permitindo ouvir as necessidades dos corretores, receber

feedbacks valiosos e compartilhar informações sobre o mercado e os produtos, fortalecendo o diálogo e a confiança.

Com pessoas cuidando de pessoas, a Bradesco Seguros une tecnologia e o toque humano. As ferramentas

digitais, como portais e aplicativos, tornam o acesso a informações mais ágil, enquanto os corretores personalizam

o atendimento. Para 2025, a companhia reforça seu compromisso de expandir essas iniciativas, oferecendo

novas soluções e fortalecendo a comunicação com seus públicos, acompanhando a evolução de um mercado em

constante transformação.

SEGURO RURAL DEVE AMPLIAR OFERTAS

MAURICIO MASFERRER, diretor Executivo de Negócios Corporativos da Allianz Seguros

“As perspectivas da Allianz Seguros para a carteira de seguro Rural em 2025 são bastante

positivas, considerando uma melhor percepção de valor dos clientes sobre os nossos

produtos. De um modo geral, nos últimos anos, temos observado um crescimento na conscientização

dos produtores com relação à proteção de suas colheitas, equipamentos agrícolas

e propriedades, a fim de preservar a continuidade de suas operações.

Isso acontece parcialmente em função dos eventos climáticos, que são cada vez mais recorrentes não apenas

no Brasil, mas também no mundo. Com isso, o mercado segurador deve seguir diversificando suas soluções

com base nas necessidades, culturas e variações climáticas de cada região, oferecendo assim uma proteção mais

assertiva por meio de produtos, serviços e coberturas customizadas de acordo com as demandas locais.

Essa adaptação nos dá uma boa perspectiva de que o setor deve ampliar ainda mais as suas ofertas ao

longo do ano e nós, da Allianz Seguros, seguiremos neste mesmo movimento.”

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS REDEFINEM O MERCADO DE SEGUROS

NEWTON QUEIROZ, Country Manager da XS Global no Brasil

“As mudanças climáticas estão transformando o mercado de seguros globalmente,

elevando riscos e desafiando seguradoras a se reinventarem. No Brasil, o impacto já é visível,

com eventos extremos como enchentes no Sul e secas no Nordeste afetando o setor.

A crescente frequência de catástrofes naturais tem pressionado a rentabilidade das

seguradoras. No cenário internacional, companhias estão aumentando prêmios ou até mesmo abandonando áreas

de alto risco, como já ocorre em partes dos EUA. Por aqui, o desafio se reflete no seguro rural, essencial para o

agronegócio, que sofre com alta sinistralidade devido às oscilações climáticas.

O cenário exige adaptação. Companhias que inovarem em produtos, tecnologia e estratégias de mitigação

sairão na frente. O grande desafio é equilibrar o aumento dos riscos climáticos com a necessidade de manter

seguros acessíveis e sustentáveis. O setor está diante de uma encruzilhada: ou se transforma, ou ficará exposto às

tempestades do futuro.”

EDUCAÇÃO SOBRE SEGUROS: A CHAVE PARA A EXPANSÃO DO SETOR

MARCUS VINICIUS MARTINS, VP Comercial da BP Seguradora

“A participação do mercado segurador no PIB brasileiro cresceu e hoje representa cerca

de 6,4%, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). O Brasil ainda está

abaixo das maiores economias, que ultrapassam 10%. O principal entrave não é apenas o

baixo poder aquisitivo, mas a falta de cultura do seguro. Apenas 28% dos veículos e 17% dos

domicílios estão segurados, o que demonstra essa realidade alarmante.

Para mudar esse cenário, algumas iniciativas podem ser eficazes. Uma delas é incentivar palestras sobre seguros

no ensino fundamental, levando o tema às famílias por meio das crianças, que questionariam os pais sobre

riscos e proteção. Outra estratégia é utilizar influenciadores digitais para explicar - de forma acessível e trazendo

exemplos reais - como o seguro minimiza riscos e impacta vidas.

Com uma abordagem simples, direta e pragmática, essas ações podem ampliar a conscientização da população,

incentivar uma nova mentalidade e potencializar a cultura do seguro no Brasil.”

CUMPRINDO O PAPEL DE FACILITADOR

FREDERICO GERALDO, CEO da Connecting Dots

“Por mais que as empresas invistam na identificação dos riscos aos quais estão expostas,

passam despercebidas oportunidades de melhoria que muitas vezes estão nos seus próprios

processos internos. E a indústria do seguro é uma das que têm deixado muito dinheiro

“na mesa”, o que para nós, da CD Consulting, acaba gerando um universo de oportunidades

para as quais estamos trabalhando forte neste ano de 2025.

Acompanhamos, por exemplo, o grande esforço dos principais gestores de risco, tanto dos segurados

como das seguradoras, para lidar com determinados desafios. Um deles, o de Garantia de Performance, por exemplo,

no que diz respeito ao monitoramento ativo dos contratos, principalmente diante dos desafios impostos pela

nova legislação.

Outra “cereja do bolo” que acredito será uma tendência nos próximos anos é a humanização dos serviços

de assistência, produto inédito que lançamos no ano passado. Questões jurídicas são importantes, mas apostamos

que um atendimento que contempla apoio social para o acidentado e à sua família causa um impacto tão positivo

que justifica o investimento. Estamos inspirados para ser um facilitador dos Risk Managers no seu dia a dia.”

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PERSPECTIVAS 2025

DEPOIMENTOS

PLANOS DE SAÚDE E ODONTOLÓGICOS: O QUE ESPERAR PARA 2025?

MATHEUS FRIDORI, líder de Growth na Ô Insurance Group

“O setor de saúde suplementar passa por uma transformação, impulsionada por desafios

financeiros, avanços tecnológicos e novas demandas dos beneficiários. Em 2025, o mercado

tende a se tornar ainda mais dinâmico, exigindo adaptação de empresas, corretores e

profissionais de RH.

A tecnologia tem papel central na evolução dos planos de saúde e odontológicos. A telemedicina se consolida

como serviço essencial, enquanto a inteligência artificial aprimora a gestão da sinistralidade, tornando a

análise de dados mais eficiente. Plataformas integradas de benefícios também se expandem, otimizando o controle

e a eficiência para as empresas.

Diante desse cenário, a Ô Health aparece como uma boutique de saúde e bem-estar que integra tecnologia

e consultoria para otimizar a gestão de benefícios. O futuro dos planos de saúde exige adaptação e entender

as novas diretrizes será essencial para garantir sustentabilidade e satisfação dos beneficiários.”

DE OLHO NO AGRO

HENRIQUE CAMILLO, vice-presidente da Newe Seguros

“O ano de 2025 marca o começo de uma jornada em busca de um crescimento exponencial

da Newe Seguros. Com foco no corretor e novos canais de distribuição,a expectativa

é chegar em 2029 dez vezes maiores do que somos hoje.

Agilidade e especialização nos definem. Baseados nesses atributos que estão em nosso

DNA, seguiremos investindo em soluções para corretoras e empresas, ampliando o quadro de colaboradores

em todos os níveis e investindo ainda mais em tecnologia.

Mesmo num mercado de juros altos, conseguimos avançar cerca de 45% em agro no ano passado, e, graças

a emissão digital de seguro garantia, tivemos um salto de 200% nas apólices emitidas de 2023 para 2024.

Nos manteremos como referência no Agro, sem renunciar à diversificação do portfólio atual, importante

para a estruturação de cross-sell com as linhas que tivermos em carteira.

Fortalecidos pelo nosso amplo painel de resseguro de primeira linha, acreditamos ter plenas condições de

alcançar a nossa meta de ser uma seguradora com faturamento de $ 1,5 bilhão em médio prazo.”

SEGURO DE VIDA É PROTEÇÃO, LIQUIDEZ E PLANEJAMENTO

CAROLINA DE MOLLA LORENZATTO, diretora Comercial de Seguro de Vida da Mapfre

Proteção e liquidez são indispensáveis para garantir estabilidade financeira e emocional.

Nesse contexto, o seguro de vida surge como um instrumento essencial em situações

críticas, como o diagnóstico de uma doença grave com altos custos que surgem inesperadamente.

O seguro de vida assegura que desafios como esse não comprometam a estabilidade financeira das famílias,

garantindo liquidez imediata e permitindo que os beneficiários priorizem seus tratamentos.

Ele também auxilia no planejamento sucessório por transferir patrimônios de maneira ágil, reduzindo entraves

burocráticos, custos de inventário e eventuais disputas judiciais e oferecendo o pagamento direto aos beneficiários.

Mesmo com benefícios inquestionáveis, o seguro de vida ainda é visto como algo que não entra na prioridade

de muitas famílias brasileiras. É necessário promover uma cultura do seguro, desmistificando conceitos e

reforçando sua relevância como uma ferramenta de proteção, responsabilidade e planejamento.

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IA, PRODUTIVIDADE E SEU IMPACTO NO SETOR DE SEGUROS

ALEXANDRE VILARDI, vice-presidente Corporativo da Icatu Seguros

“A inteligência artificial é uma das principais tendências que vêm sendo discutidas,

considerando seu potencial e real impacto no mercado. Hoje, há um consenso sobre a ampliação

da produtividade e a possibilidade de economizar tempo com o que nos “robotiza”.

O que aparentemente ninguém sabe ainda é como a IA vai impactar questões como a privacidade, defesa

contra a desinformação, desigualdade social, direitos autorais, entre outros. Certamente, esses temas estarão em

pauta nos próximos anos.

Mas, no geral, diria que já temos indicativos das principais mudanças. No âmbito do trabalho, temos uma

tendência a ter mais tempo “livre”. Já na medicina, pesquisas indicam que provavelmente teremos ainda mais

anos de vida no futuro.

Vejo essa transição como uma oportunidade para que nós, corretores e seguradoras, possamos auxiliar a

sociedade a solucionar um grande desafio: já que possivelmente vamos viver mais, será que estamos protegidos

para viver esses anos “extras” com qualidade?

No nosso dia a dia de estímulo à proteção, arrisco dizer que talvez o segredo esteja em deixarmos as máquinas

cuidarem do que é delas, permitindo que nos dediquemos ao cuidado e à confiança. Afinal, o que é ser

humano além de saber equilibrar e ponderar o improvável da vida?

Se a IA nos ajudar a ampliar o nosso olhar para a humanidade, terá cumprido seu maior papel.”

BLUE ZONE

NANCY RODRIGUES, diretora de Seguros de Pessoas da Tokio Marine

“Cuidar da saúde em seus diversos aspectos, seja ele físico, mental ou financeiro, é um

dos principais fatores para a construção de uma vida longa e próspera. Nesse sentido, o setor

de seguros está cada vez mais preocupado com a questão da longevidade, especialmente

quando levamos em conta que a população brasileira está envelhecendo muito rápido. Esse aumento da longevidade

requer que as pessoas tenham recursos para garantir um futuro mais confortável e maior proteção financeira.

Nesse aspecto, o seguro de vida é um produto que contribui diretamente com o planejamento financeiro da

família, ao garantir os recursos necessários para enfrentar momentos de dificuldade e, ao mesmo tempo, oferece

serviços adicionais para a manutenção da saúde e do bem-estar a todo o núcleo familiar.”

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UM COMPROMISSO COM O CONSUMIDOR

DHAVAL CHADHA, CEO e cofundador da Justos

“A falta de clareza ainda é um desafio no mercado de seguros, prejudicando tanto

clientes quanto corretores, que precisam de informações precisas para conquistar e fidelizar

seus segurados. Na Justos, acreditamos que a transparência é essencial para simplificar essa

relação e construir confiança em cada etapa da jornada.

Oferecemos contratos claros, atualizações em tempo real via aplicativo e acompanhamento digital de

processos, como a abertura de sinistros e a solicitação de guincho. Nosso portal do corretor é uma ferramenta estratégica

que centraliza informações sobre apólices, comissionamentos e status de clientes, ajudando os parceiros

a terem uma visão completa e eficiente do negócio.

Além disso, personalizamos seguros com base no comportamento do motorista, garantindo preços justos

e uma comunicação direta sobre como o cliente pode melhorar sua apólice. Para nós, a transparência é mais do

que um valor: é um diferencial competitivo para os corretores se destacarem no mercado.”

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PERSPECTIVAS 2025

DEPOIMENTOS

ATENDIMENTO PARA TODOS: EM QUALQUER LUGAR E A QUALQUER HORA

EDUARDO BORGES, vice-presidente do Grupo Autoglass e head da Maxpar

“Para mostrar que a oferta e a disponibilidade de serviços 24 horas não é exclusividade

dos grandes centros, a Maxpar tem investido em um atendimento mais amplo.

Desde 2022, a empresa expande sua área de atendimento 24h, utilizando de uma rede

especializada para mapear as regiões do país, para que assim, seja possível alcançar todos

que solicitam prestação de serviços.

Com a gestão de tecnologia, multiplicidade de parceiros e capacitação de profissionais, o alcance da Maxpar

é nacional, prestando atendimento aos mercados de auto, vida e bem-estar em formato 24h. Além disso,

apostamos na expansão dos serviços para assistências de afinidade, como residencial, PET, celular e bike, com

danos de pequenas proporções.

Solução urgente, com padrões de controle e maior qualidade, atendendo a um dos principais gargalos das

operadoras de seguro no Brasil.”

OS DESAFIOS DA LONGEVIDADE

ALEXANDRE DOMINGUEZ, CEO da Seguradora ALM

“A longevidade, definida pelo aumento contínuo da expectativa de vida, está reformulando

a dinâmica socioeconômica global. Para o setor de seguros, isso representa tanto um

desafio quanto uma oportunidade sem precedentes, pois exige a reconfiguração de produtos

e serviços para atender às necessidades de uma população mais longeva e ativa.

A vida longa é mais do que um desafio para o setor de seguros; é uma oportunidade para demonstrarmos

nosso compromisso com os clientes e com a sociedade. Em 2025, a ALM Seguradora estará na vanguarda dessa

transformação, criando produtos inovadores, investindo em tecnologia e promovendo um futuro onde o envelhecimento

seja sinônimo de qualidade de vida.

Nossa missão é clara: acompanhar nossos clientes em cada etapa de suas vidas, oferecendo proteção, tranquilidade

e suporte para que aproveitem ao máximo suas jornadas. Estou confiante de que estamos prontos para

liderar o setor nesse novo cenário e entregar valor para nossos acionistas, colaboradores e, acima de tudo, nossos

segurados. Juntos, construiremos um futuro mais seguro, inclusivo e resiliente.”

IMPACTOS PARA A SOCIEDADE

EDWARD LANGE, CEO da Sancor Seguros

“As mudanças climáticas são uma ameaça crescente que impacta diretamente o progresso

da sociedade, as empresas e o mercado em que atuamos. Na Sancor Seguros, encaramos

esse desafio com seriedade, buscando agir de forma prática e responsável para minimizar

os riscos associados a eventos climáticos extremos e suas consequências.

Em 2025, estamos focados em desenvolver soluções concretas que ajudem nossos clientes e parceiros a se

adaptarem a esse cenário. Nosso trabalho inclui a análise de dados para prever impactos climáticos, o desenvolvimento

de produtos ajustados a essa nova realidade e a construção de parcerias que promovam uma abordagem

coletiva e transparente.

Entendemos que o papel de uma companhia como a nossa vai além de oferecer segurança: é contribuir

para fortalecer a sustentabilidade de comunidades e setores econômicos. Na Sancor, nossa prioridade é agir com

responsabilidade, buscando resultados tangíveis que garantam proteção e adaptação através da conscientização

dos riscos climáticos.”

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LONGEVIDADE FAZ PLANEJAMENTO FINANCEIRO GANHAR AINDA MAIS IMPORTÂNCIA

HELTON FREITAS, Presidente da Seguros Unimed

“A expectativa de vida no Brasil continua a crescer. Segundo o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), em 2040 seremos 220 milhões de brasileiros, com um pico significativo

na faixa etária acima dos 60 anos. Viver mais é uma conquista, mas também um

desafio que exige preparação para garantir qualidade de vida e segurança financeira.

Quando falamos sobre longevidade, é essencial refletir sobre como queremos viver e o que precisaremos

à medida que envelhecemos. Dados da pesquisa realizada pela Fenaprevi em parceria com o DataFolha, no ano

passado, indicam que 24% dos brasileiros não possuem nenhum planejamento financeiro. Entre as principais

justificativas está priorizar gastos imediatos, em vez de planejar no futuro.

Nos últimos anos, vivemos o "efeito Bet". Segundo o mesmo estudo do DataFolha, 25% dos brasileiros

participam de jogos de azar ou apostas online, e 10% consideram essas despesas mais importantes do que um seguro

de vida. Em 2024, o mercado de apostas movimentou R$216 bilhões, enquanto a previdência privada ainda

é vista como algo distante para muitos. Este cenário demonstra a relevância de uma comunicação cada vez mais

assertiva das seguradoras, para ampliar o conhecimento dos brasileiros sobre produtos de proteção à vida e ao

patrimônio e incentivar a cultura do planejamento financeiro.”

CONHECIMENTO, PROTEÇÃO E QUALIDADE DE VIDA

KELLY GODOI, diretora de Jurídico, Conformidade e Controles internos da Seguros Sura Brasil

“A segurança é uma necessidade humana fundamental para que as pessoas se desenvolvam.

Quando falamos em investir em um seguro, falamos de ter um parceiro especializado

que pode zelar daquilo que as pessoas possuem de mais importante: sua vida, família, casa

e mobilidade.

Ao olhar para essa perspectiva, o ponteiro de custo e investimento gira para outra direção. Ele nos indica

que é possível aproveitar melhor a vida com a certeza de que se está amparado.

É por acreditar nisso que Seguros Sura se propõe a ter uma relação sólida com seus clientes e parceiros,

além de fomentar a discussão sobre educação em seguros.

Criamos o Viva Bem com Sura, um programa de relacionamento para os corretores, e trabalharemos para

que ele potencialize, por meio de experiências, capacitações e conhecimento, não só os nossos parceiros, mas

também os nossos clientes.”

AFINAL, QUAL É O PERCENTUAL DE VEÍCULOS COM SEGURO?

GENILDO DATA, CEO da IzziData

“Apesar de muito se falar sobre o percentual de veículos com seguro, infelizmente

não temos uma fonte oficial com essa informação. A Superintendência de Seguros Privados

(Susep) não divulga a quantidade de veículos segurados desde 2020.

A frota real ou circulante é aquela que ainda está na ativa, ou seja, é necessário descontar

os veículos que foram sucateados pelo tempo, descartados, roubados e que sofreram perda total. Segundo

estimativa da IzziData - consultoria especializada em dados para o mercado de seguros - em 2024 a frota circulante

era de 60,5 milhões e 19,5 milhões deles possuíam seguro.

Porém, isso não quer dizer que o restante está totalmente desprotegido. Existem cinco milhões de veículos

com algum tipo de proteção veicular, além de um milhão de carros com rastreador ou dispositivos semelhantes. A divulgação

de dados é um fator essencial para o desenvolvimento e melhor regulação do mercado de seguros no Brasil."

23


MUDANÇAS CLIMÁTICAS

TENDÊNCIAS

Fogo e água incontroláveis

NÃO SABEMOS MAIS O QUE FAZER. AS MUDANÇAS

CLIMÁTICAS SÃO AVASSALADORAS. INCÊNDIOS, COMO OS QUE

ACONTECERAM EM JANEIRO, EM LOS ANGELES, E CHUVAS E

ENCHENTES DEVASTADORAS, COMO AS QUE ASSOLARAM O

RIO GRANDE DO SUL NO ANO PASSADO, DESAFIAM O PODER

PÚBLICO E A SOCIEDADE EM GERAL. O SETOR DE SEGUROS,

TANTO LÁ, NOS ESTADOS UNIDOS, QUANTO AQUI, NO BRASIL,

BUSCA DESESPERADAMENTE SOLUÇÕES PARA CUMPRIR AS

APÓLICES E ATENDER SEGURADOS EM MEIO AOS DESASTRES DE

QUE SÃO VÍTIMAS. DEFINITIVAMENTE, NÃO ESTÁ FÁCIL

André Felipe de Lima

As chamas inclementes destruíram

boa parte de áreas florestais

de Los Angeles, na Califórnia.

Um começo de ano dramático para

os americanos, mas também para o mundo

inteiro. Todos os países voltaram seus

olhares, e com profundo temor, para as

cenas apocalípticas em uma das maiores

cidades dos Estados Unidos. As mudanças

climáticas estão cada vez mais devastadoras.

Não há como pensar diferente.

No Brasil, o Rio Grande do Sul sente até

hoje os efeitos das enchentes de 2024 que massacraram 441 municípios

e desabrigaram mais de meio milhão de pessoas. O solo gaúcho

pode levar décadas para se recuperar completamente. O setor de seguros,

tanto lá, em Los Angeles, quanto aqui, após quase um ano da

tragédia que assolou os gaúchos e comoveu o mundo, ainda faz as

contas do tamanho real dos efeitos catastróficos do fogo e da água,

respectivamente.

Embora controlados após três semanas, como confirma

um comunicado divulgado no dia 1º de fevereiro pelo Departamento

de Bombeiros do estado da Califórnia, os incêndios florestais

em Palisades e Eaton, em Los Angeles, destruíram mais

de 17 mil imóveis, com uma perda média segurada por estrutura

24


estimada em US$ 1,9 milhão. E isso é fruto de um cálculo inicial

das agências de risco de catástrofes para perdas seguradas. Os

valores certamente serão muito superiores.

Apólice entrou em contato com a American Property Casualty

Insurance Association (APCIA) e obteve declarações oficiais do presidente

e CEO da entidade, David A. Sampson: “Os incêndios florestais

catastróficos que assolaram o Condado de Los Angeles são um lembrete

gritante de que o risco de incêndios florestais está aumentando.

O Congresso [americano] deve agir agora para reduzir o risco, salvar

vidas e proteger as comunidades.”

A APCIA e outras organizações comerciais de seguros enviaram

uma carta à liderança da Câmara e do Senado americanos

pedindo ação e soluções legislativas que estejam em sintonia com

as recomendações de política da Wildland Fire Mitigation and Management

Commission, a Comissão de Mitigação e Gestão de Incêndios

Florestais que integra o Departamento de Agricultura dos

Estados Unidos.

O rescaldo dos incêndios foi cruel também para as seguradoras,

que viram suas ações despencarem no mercado financeiro dos

Estados Unidos logo após os analistas de risco estimarem em cerca

de US$ 30 bilhões o valor dos sinistros provocados pelo que talvez

seja o desastre mais caro da história da Califórnia.

Pesquisador do Instituto de Inovação em Seguros e Resseguros

da Fundação Getulio Vargas (FGV-IISR), Gesner Oliveira afirma

que os incêndios em Los Angeles podem, de fato, representar

uma das maiores perdas para o mercado segurador em eventos

de seca e incêndio, mas ainda ficam atrás de catástrofes como o

furacão Katrina, de 2005, que resultou em perdas de aproximadamente

US$ 125 bilhões. “É importante ressaltar que eventos como

este são complexos e suas ligações com mudanças climáticas são

multifacetadas. No curto prazo, o setor pode enfrentar aumentos

nos prêmios de seguro e avaliar novas políticas de cobertura”, prevê

Oliveira.

A Chief Broking Officer da Gallagher no Brasil, Daniela Reia,

também avalia que os incêndios de Eaton, embora representem

uma perda significativa, configurando-se como uma das maiores

da indústria de seguros com esse fenômeno, ainda são inferiores às

perdas causadas pelos furacões mais destrutivos da história, como

Katrina, Ian e Ida, por exemplo. “Em curto prazo, o setor de seguros

pode enfrentar desafios significativos, incluindo a necessidade

de revisar políticas de subscrição e ajustar prêmios para refletir o

aumento do risco associado a eventos climáticos extremos. Além

disso, a volatilidade no mercado de ações de seguradoras destaca

a necessidade de estratégias robustas de gestão de risco. O aumento

das catástrofes climáticas tem impacto direto na economia,

especialmente no setor de logística e infraestrutura, com reflexos

até mesmo na saúde da população, conforme relatório da OMS [Organização

Mundial da Saúde], que aponta crescimento de doenças

como AVC e diabetes devido às mudanças no clima.”

Globalmente, enfatiza Daniela, as seguradoras estão colaborando

com resseguradores para garantir a continuidade da cobertura

e explorar novas formas de mitigação de riscos, como o uso de tecnologia

avançada para previsão e modelagem de desastres naturais. “No

DAVID A. SAMPSON,

da APCIA

Brasil, a Gallagher percebeu um aumento

de 35% na procura por seguros para floresta

e paramétricos, além de desenvolver

estudos para clientes e seguradoras sobre

os impactos climáticos futuros, através das

ferramentas de modelagem da Gallagher

Re”, revela.

O cenário é de preocupação extrema,

mas também de incertezas e, quando

elas prevalecem, o campo das projeções

torna-se torturante. Analistas estão avaliando

o impacto financeiro do desastre

em Los Angeles. A JPMorgan fala em perdas

seguradas superiores a mais de US$

20 bilhões. O Wells Fargo também espera

algo ainda pior. O prejuízo não será inferior

a US$ 60 bilhões, diz a agência de

risco. A faixa de perdas seguradas, segundo

a CoreLogic, deverá ficar entre US$

35 bilhões e US$ 45 bilhões, enquanto a

Moody’s RMS estimou perdas entre US$

20 bilhões e US$ 30 bilhões, ambas estimativas

incluem prejuízos severos para

o Plano Fair da Califórnia, um fundo de

seguros criado por autoridades estaduais

americanas em 1968, que oferece cobertura

a moradores e empresários em áreas

propensas a incêndios florestais e em

outras vulneráveis que não podem obter

cobertura de seguradoras privadas.

Diretor de gestão de produtos da

Moody’s para a América do Norte, Firas

Saleh declarou à imprensa americana que

a “tempestade de fogo” que assolou Los

Angeles é verdadeiramente o incêndio

25


MUDANÇAS CLIMÁTICAS

TENDÊNCIAS

GESNER OLIVEIRA,

da FGV-IISR

florestal mais destrutivo e multifacetado

da história dos Estados Unidos, com níveis

de conflagração urbana “sem precedentes”.

Ele atenuou a situação, porém,

ao afirmar que o evento climático de Los

Angeles não corresponde a um “cisne negro”,

dado o risco crescente de incêndios

florestais nos últimos anos.

Em artigo divulgado pela Moody’s,

Saleh escreveu: “Para as seguradoras, a série

de eventos significativos de incêndios

florestais na Califórnia nos últimos cinco

anos, combinada com restrições regulatórias

que impedem a incorporação de custos

de perdas por incêndios florestais com

base em modelos de catástrofe na definição

de tarifas, levou a uma posição de

maior cautela [...] Para ajudar a estabilizar

o mercado de seguros [em relação ao incêndio

em Los Angeles], há um reconhecimento

de que uma mudança regulatória é

necessária. Avanços regulatórios recentes

do Departamento de Seguros da Califórnia

para permitir o uso de modelos de catástrofe

no processo de tarifação para seguro

contra incêndios florestais marcaram

uma mudança significativa na abordagem.

Em 2 de janeiro de 2025, o Departamento

começou a aceitar petições de Determinação

de Informações Obrigatórias

Pré-Aplicação [Pre-application Required

Information Determination, Prid].”

Este movimento estratégico, explica

Saleh no mesmo artigo, visa melhorar

a acessibilidade do seguro, permitindo

que as seguradoras calculem com mais precisão os riscos associados

a incêndios florestais. “Ao alavancar técnicas avançadas de modelagem,

as seguradoras podem oferecer apólices que forneçam

cobertura e preços que reflitam melhor o risco atual de incêndios

florestais para as propriedades. Esse é um passo fundamental para

promover uma comunidade mais resiliente e melhor preparada para

enfrentar as crescentes ameaças de incêndios florestais”, conclui o

analista da Moody’s.

Saleh cita ainda em sua análise um esforço na busca por uma

“comunidade mais resiliente” para evitar desafios climáticos. Diante

de tantos e incômodos desafiois, Gesner Oliveira argumenta que a

resposta da indústria de seguros geralmente envolve a mobilização

de recursos de forma rápida, acelerando indenizações e apoiando

os segurados na condução dos processos de sinistros. Além disso,

enfatiza o especialista da FGV, as companhias procuram ajustar suas

políticas para mitigar riscos futuros. “No entanto, existe uma resistência

crescente em aceitar novos riscos nas áreas mais suscetíveis a

desastres naturais. Isso acontece, pois as seguradoras precisam garantir

a sustentabilidade dos negócios e a continuidade do suporte

financeiro. Assim, o foco tem sido em rever as estratégias de subscrição

e buscar formas de equilibrar as expectativas dos clientes com a

viabilidade dos seguros nas áreas de risco elevado”, salienta.

VAI DOER (E MUITO!) NO BOLSO

O que não se mostra nem um pouco ameno tende a piorar.

Desdobramentos trágicos ocasionados pelas mudanças climáticas

podem alterar os perfis das apólices. O impacto na precificação é

inevitável.

Especialista em gerenciamento de riscos da Rep Seguros, corretora

de Novo Hamburgo (RS), que atua com seguros corporativos

desde 1986, João Gabriel Schabarum analisa como os eventos climáticos,

igualmente ao ocorrido em Los Angeles, estão impactando

todo o setor de seguros. “Com eventos climáticos extremos mais frequentes

e severos, consequentemente os sinistros se tornam mais

comuns e de maior monta, levando assim as seguradoras a reajustarem

os valores das apólices para compensar estes riscos assumidos.

O impacto [nos preços das apólices] é inevitável, não só na precificação,

mas também na limitação ou até exclusão de cobertura para

certos desastres naturais, este movimento tende a ser uma forma de

as seguradoras se protegerem e evitarem prejuízos insustentáveis”,

sentencia Schabarum.

Se os preços sobem, o consumidor pisa no freio. Essa é a

lógica. Caso o aumento no valor das coberturas para eventos climáticos

começarem a pesar no bolso, o consumidor se afastará do

mercado de seguros. “Especialmente nas regiões ou setores mais

expostos a mudanças climáticas, inclusive tornando inacessível tal

serviço para algumas empresas, que optam por ficar sem cobertura”,

ressalta Schabarum.

Diretor-geral da área técnica da Mapfre, Antonio Clemente

Campanario não tem dúvida de que os incêndios de Palisades

e Eaton representam um evento de perdas extremamente significativas

para o setor de seguros, mas não há como precisar se é

o maior da história, considerando que o impacto total ainda está

26


em avaliação. “No entanto, é esperado um reajuste nos prêmios

e, consequentemente, uma seletividade na oferta de apólices em

regiões que têm um risco maior”, confirma.

Para Campanario, as seguradoras podem se tornar mais seletivas

em áreas de maior risco, restringindo coberturas ou se recusando

a segurar algumas propriedades em áreas que contêm histórico

de incêndios. “O mercado de seguros deverá investir cada vez mais

em novas tecnologias e produtos que possam ajudar na prevenção e

mitigação dos riscos de incêndio. É importante ressaltar que grande

parte de todas as perdas destes eventos climáticos de intensidade catastrófica

é assumida pelos mercados globais de resseguro, o que invariavelmente

leva a um incremento de preços globais. Podemos traçar

um paralelo com eventos de grande magnitude, como o atentado

às Torres Gêmeas, em Nova Iorque, que também gerou um impacto

significativo no mercado de resseguros, resultando em aumento de

preços e mudanças nas condições de cobertura”, recorda Campanario.

RECUO DAS SEGURADORAS

A agência de classificação de risco Fitch Ratings emitiu o

seguinte comunicado assinado por três de seus diretores: Gerry

Glombicki (sênior de seguros na América do Norte), Brian Schneider

(também sênior de seguros) e Laura Kaster (de instituições financeiras

das Américas do Norte e do Sul). Diz um trecho da análise dos

especialistas divulgada em janeiro, ainda com os incêndios ativos

em Los Angeles: “Estimar perdas seguradas é difícil, dado que os incêndios

não estão totalmente contidos. No entanto, estimativas significativamente

amplas para perdas seguradas variam entre US$ 10

bilhões e US$ 30 bilhões e perdas econômicas entre US$ 150 bilhões

e US$ 275 bilhões. As perdas esperadas para as resseguradoras classificadas,

embora não afetem o capital, reduzirão os lucros de curto

prazo, dependendo da exposição a reivindicações de proprietários

de imóveis, automóveis, propriedades comerciais e seguros de interrupção

de negócios. As empresas mais suscetíveis a ações de

classificação negativas são aquelas em que as perdas por incêndios

florestais excedem os limites de lucros e resseguros, enfraquecendo

o capital em relação às sensibilidades de classificação.”

No comunicado da Fitch Ratings, os três analistas ponderam,

entretanto, que as perdas podem pressionar empresas de capital

mais fracas, aumentar os custos de resseguro e sobrecarregar ainda

mais um sistema que viu as seguradoras recuarem do mercado: “Várias

seguradoras pararam de subscrever novos negócios no estado

após reavaliar o risco de incêndios florestais, os preços e as condições

do mercado de resseguros.”

Divulgado no começo de fevereiro pela empresa de modelagem

financeira de risco First Street, um estudo aponta do que são

capazes as mudanças climáticas. Elas podem desencadear um prejuízo

de mais de um trilhão de dólares ao mercado imobiliário americano.

Avaliado em US$ 50 trilhões, o mercado residencial é a base

da economia americana, com quase o dobro do PIB de US$ 27,4 trilhões

do país. Hoje, aproximadamente dois terços dos adultos dos

Estados Unidos são proprietários de imóveis, sendo a propriedade

residencial o sinal definitivo de sucesso para muitos americanos,

como destaca o estudo.

DANIELA REIA,

da Gallagher

E, nesse contexto, os custos do seguro

vêm aumentando “dramaticamente

mais rápido” que os pagamentos da hipoteca.

De 2013 a 2022, o seguro como

uma porcentagem dos pagamentos da

hipoteca mais que dobrou, aumentando

de 7-8% para mais de 20% dos custos da

hipoteca, ressalta o estudo da First Street.

LÁ COMO AQUI

Os Estados Unidos têm um Plano

Fair para “chamar de seu”, porém com

um desempenho que vem se mostrando

crítico nos últimos anos devido às mudanças

climáticas. No Brasil não há um

plano como esse que aproxime Estado e

a indústria de seguros. O setor sequer in-

FIRAS SALEH,

da Moody’s

27


MUDANÇAS CLIMÁTICAS

TENDÊNCIAS

JOÃO GABRIEL SCHABARUM,

da Rep

tegra a política econômica do país, embora

com algumas poucas iniciativas como

o Programa de Subvenção ao Prêmio do

Seguro Rural (PSR). Mas, apesar das cifras

que PSR movimenta, ainda é pouco para o

tamanho do setor no país e a capacidade

que ele tem para ajudar na, digamos, matemática

financeira das casas do brasileiro.

Representantes do setor vêm tentando

virar esse jogo a partir de iniciativas

como a recente reunião do presidente da

Confederação Nacional das Seguradoras

(CNSeg), Dyogo Oliveira, com a ministra

do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas

(MMA), Marina Silva, realizada no

dia 3 de fevereiro. Oliveira mostrou à ministra

estudos que a CNseg realiza para

ANTONIO CLEMENTE

CAMPANARIO, da Mapfre

melhorar o banco de dados que integra indicadores de localidades

nas quais incidentes climáticos ocorrem com mais frequência. Uma

proposta do setor de um seguro social contra catástrofes também

foi levada à Marina Silva. Mas foi só um embrionário.

A situação exige, porém, celeridade do Poder Público e do

próprio setor segurador para um amplo e imediato trabalho de

conscientização da população sobre prevenção a desastres naturais

e a importância do seguro nessas ocasiões. Dados do Banco Mundial

assustam muito e o preço a ser pago pela ignorância em relação ao

caos do clima pode ser dramaticamente muito alto. Como mostra o

relatório da instituição divulgado em maio do ano passado, as drásticas

mudanças climáticas podem levar à pobreza extrema de 800

mil a 3 milhões de brasileiros até 2030... e já estamos em 2025!

No final do ano passado, o Banco Interamericano de Desenvolvimento

(BID), entregou ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento

Regional (MDR), em Brasília, o relatório intitulado Avaliação

dos Efeitos e Impactos das Inundações no Rio Grande do Sul

– Novembro 2024. O levantamento faz recomendações estratégicas

para a recuperação resiliente de áreas afetadas pelas fortes chuvas

que atingiram o estado em abril e maio deste ano.

Produzido em conjunto com a Comissão Econômica para a

América Latina e o Caribe (Cepal) e o Banco Mundial, em parceria

com diversas entidades do Sistema das Nações Unidas, o relatório

do BID aponta um prejuízo de R$ 88,9 bilhões provocado em

2024 pelas cheias nas cidades gaúchas. Desse volume, 69% (R$ 61

bilhões) correspondem ao setor produtivo, 21% a setores sociais

(R$ 19 bilhões); 8% à infraestrutura (R$ 7 bilhões) e 1,8% ao meio

ambiente (R$ 1,6 bilhão).

Sob o ponto de vista do seguro, o que diferencia a tragédia

em Los Angeles para a ocorrida no Rio Grande do Sul, no ano passado?

Comparando os dois eventos climáticos, a principal diferença

está, explica Gesner Oliveira, do FGV-IISR, no tipo de desastre

e no contexto socioeconômico de cada região. “Ambos os casos

destacam a necessidade de tornar as cidades mais resilientes a

catástrofes específicas de cada localidade. No Brasil, o setor de

seguros ainda está em processo de recuperação, que pode levar

até três anos, visto que semelhantes sinistros exigem intervenções

substanciais na infraestrutura local. O papel dos governos e

resseguradores nesses cenários é fundamental. Até o momento, o

montante exato das perdas no sul do Brasil ainda não foi oficialmente

divulgado”, avalia Gesner Oliveira.

Para o especialista João Gabriel Schabarum, tanto nos incêndios

em Los Angeles quanto nas tempestades no Rio Grande do Sul,

o setor de seguros enfrenta desafios semelhantes, como a frequência

e imprevisibilidade dos eventos climáticos extremos e o aumento

dos custos dos sinistros. “Diante disto, as seguradoras têm buscado

adaptar suas estratégias, entretanto vale destacar que nos Estados

Unidos há uma cultura de seguros melhor estabelecida, com uma

maior conscientização sobre a importância de se proteger de eventos

catastróficos, já no Brasil, essa cultura ainda está em desenvolvimento”,

pondera.

Antonio Clemente Campanario, da Mapfre, alerta que o Brasil

possui uma heterogeneidade nas condições climáticas e geo-

28


RIO GRANDE DO SUL (BRASIL)

180 MORTES

NÚMEROS DAS TRAGÉDIAS

Inundações: a região enfrentou a pior inundação em 80 anos, iniciada no

final de abril e prolongada até maio. Este desastre afetou 1,5 milhão de residentes,

e causou danos substanciais ao setor agrícola, especialmente à produção

de arroz.

Impacto na agricultura: as inundações causaram grandes danos às plantações,

especialmente o arroz, com o Rio Grande do Sul perdendo uma parte significativa

de sua produção, responsável por 60% da demanda nacional de arroz.

Embora a colheita de soja tenha sido concluída antes das chuvas, o agronegócio da

região, que representa 12,6% do PIB agrícola do Brasil, sofreu severas perdas econômicas.

Ciclones e secas: em anos anteriores, o Brasil também lidou com ciclones severos e a pior seca na história do Rio

Grande do Sul, em 2022, agravada pelos fenômenos La Niña e El Niño. Essa tendência de eventos climáticos extremos, incluindo

inundações e secas, tem criado desafios para a economia agrícola local e aumentado a demanda por seguros rurais.

LOS ANGELES (EUA)

29 MORTES

150 mil pessoas tiveram de ser evacuadas das regiões afetadas pelas chamas.

Palisades sofreu o incêndio mais violento, que devastou quase 95 quilômetros

quadrados.

Eaton teve afetada a cidade de Pasadena, onde o incêndio reduziu quase 57

quilômetros quadrados a cinzas.

17 mil estruturas e imóveis destruídos.

(Fonte: Gallagher Re Natural Catastrophe and Climate Report 2024)

gráficas que o torna singular em relação a outros países: “E esse

fator, conjuntamente com a falta de infraestrutura de dados robustos

que possam auxiliar na mitigação de riscos e até na falta de

adoção da política de seguro pela sociedade, faz com que a análise

dos riscos no Brasil seja mais complexa do que em outros países.”

Campanario diz que tanto os incêndios em Los Angeles

quanto as enchentes no Rio Grande do Sul são eventos trágicos que

causaram devastações e perdas significativas, todavia com impactos

distintos para o setor de seguros. Entre as diferenças, segundo

ele, estão a natureza do evento e a abrangência geográfica. “Em Los

Angeles, a tragédia ficou concentrada em áreas específicas e propensas

a incêndios, enquanto no Rio Grande do Sul as enchentes

devastaram áreas rurais e urbanas. Porém, devido à baixa penetração

dos seguros no Brasil, os prejuízos indenizados sempre são

menores do que em outras regiões do mundo como nos Estados

Unidos”, acrescenta o executivo da Mapfre.

CEO da operação de contratos da Gallagher Re no Brasil, Daniel

Veiga explica que incêndios florestais, como os de Los Angeles,

têm características imprevisíveis, como

a rapidez de propagação e a destruição

ampla, enquanto enchentes, igualmente

as do Rio Grande do Sul, embora mais

previsíveis, têm impacto concentrado em

infraestrutura. “No Brasil, as enchentes de

maio de 2024 resultaram em perdas significativas,

com estimativas de danos segurados

superando R$ 6 bilhões. O setor de

seguros no Brasil ainda está em processo

de recuperação, implementando medidas

para aumentar a resiliência, como

a revisão de políticas de cobertura para

incluir riscos climáticos e a promoção de

práticas de construção resilientes”, diz. A

Gallagher, segundo Daniel Veiga, tem desenvolvido

estudos detalhados para prever

os impactos climáticos até 2100.

29


LEGISLAÇÃO

APV

da lei

Reflexos da lei

Reflexos

A NOVA LEI COMPLEMENTAR 213

JÁ ESTÁ EM VIGOR. COM ELA

TAMBÉM UM NOVO OLHAR E

UM REDIRECIONAMENTO PARA

O MERCADO BRASILEIRO DE

SEGUROS. MAS O DEBATE AINDA

É NECESSÁRIO EM TORNO DE

ALGUNS PONTOS CRUCIAIS PARA

O SETOR. A RENHIDA RUSGA

COM AS ASSOCIAÇÕES DE

PROTEÇÃO VEICULAR, AGORA SOB

O GUARDA-CHUVA DA LEI, POR

EXEMPLO, É UM DELES

André Felipe de Lima

Decorrente do projeto de lei complementar

(PLC) nº 143/2024, de

autoria do ex-deputado federal

Lucas Vergílio — atualmente presidente

da Escola de Negócios e Seguros (ENS)

—, a nova da lei complementar nº 213

sancionada pelo presidente da República,

após ter sido aprovada no Congresso

Nacional, regulamenta o funcionamento

de cooperativas de seguros e de grupos

de proteção patrimonial mutualista. O

que, de um modo geral, espera-se dela é

uma ampla reforma no sistema nacional

de seguros privados, inclusive com extensão

da supervisão da Superintendência

de Seguros Privados (Susep).

As indagações iniciais são se realmente

a nova lei consiste em uma

“revolução” no setor e se a supervisão

da Susep, bem como a do Conselho

Nacional de Seguros Privados (CNSP),

ficará verdadeiramente reforçada com

a LC 213/2025. Com a palavra, Lucas

Vergílio: “Essa lei é uma das revoluções

recentes que o setor vem vivenciando e

ela certamente ajudará muito o seguro

a atingir o novo patamar que todos desejam

dentro da economia nacional, compatível com o dos países

desenvolvidos. A lei é boa para todos porque dá a oportunidade

para centenas de empresas que, até então, operavam sem qualquer

regra e fiscalização, ingressarem no mercado formal, supervisionado.

Estamos falando de um segmento que gera cerca de R$

16 bilhões ao ano. Tudo indica que a entrada desses novos players

será benéfica a todos, especialmente para os consumidores, que

terão mais opções de proteção com coberturas diversificadas e

valores mais competitivos. Vislumbro um ciclo virtuoso em que o

resultado final será a ampliação do acesso ao seguro pelas classes

menos favorecidas.”

30


LUCAS VERGÍLIO,

da ENS

“O ano de 2024 apresentou um conjunto de reformas estruturais

de longo alcance”, resume o superintendente da Susep,

Alessandro Octaviani, para quem a nova lei do contrato de seguro

e a lei das cooperativas/associações resultam em um conjunto com

potencial de trazer confiança para o lado da demanda e concorrência

para o lado da oferta, o que, segundo Octaviani, são premissas

para um crescimento sustentável de longo prazo, em que ganham

segurados, seguradores, corretores, resseguradores, toda a cadeia

de prestadores de serviços e a sociedade brasileira como um todo.

“Com a LC 213/2025, os papeis da Susep e do CNSP se ampliam

para regular e fiscalizar novos atores, como administradoras de

operações mutualistas, e ganham instrumentos

mais específicos para supervisionar

adequadamente tais atividades. Essa

modernização fortalece a confiança no

mercado e atende às demandas de um

setor em expansão”, acredita.

Diretora jurídica da Confederação

Nacional das Seguradoras (CNseg), Glauce

Carvalhal diz ser inicialmente importante

destacar que o setor de seguros

já vem, nos últimos anos, passando por

transformações significativas que decorrem,

em parte, de um contexto social

pelo qual a sociedade também passou,

como, por exemplo, o avanço de novas

tecnologias, como, por exemplo, o desenvolvimento

da inteligência artificial generativa,

as novas modalidades de interações

nos ambientes de trabalho e familiar

e a disseminação da importância dos

princípios de sustentabilidade, inclusão e

governança. No caso do setor de seguros,

Glauce reforça o compromisso do setor

em aperfeiçoar e inovar suas atividades,

com lançamentos de novos seguros, de

canais de distribuição, de novas assistências

e ampla digitalização.

“Aliás, há ainda mudanças em curso

em paralelo à Lei Complementar nº

213/2025, como a publicação da Lei nº

15.040/24, nova lei do contrato de seguro,

que revoga todo o Capítulo do Código

Civil de 2002 relacionado aos seguros e alguns

dispositivos do Decreto-Lei nº 73/66”,

lembra Glauce. Por outro lado, pondera a

31


LEGISLAÇÃO

APV

ALESSANDRO OCTAVIANI,

da Susep

diretora da CNseg, não se desconsidera

que a Lei Complementar nº 213/2025 representa

um marco para o setor na medida

em que regulamenta as operações de

proteção patrimonial mutualista, conhecidas

popularmente por “proteção veicular”

e cujas associações operam à margem

da lei; bem como dispõe que as sociedades

cooperativas de seguros, que antes

tinham sua atuação limitada aos segmentos

de seguros agrícolas, de saúde e de

acidentes do trabalho, poderão, mediante

prévia autorização da Susep, operar em

qualquer ramo de seguros privados, salvo

as operações de seguro estruturadas nos

regimes financeiros de capitalização e

de repartição de capitais e coberturas, e

aqueles que forem expressamente vedados

por regulamentação específica.

“A lei acrescenta também como

atribuição da Susep a autorização e supervisão

do exercício da atividade de

registro das operações de seguros, previdência

complementar aberta, capitalização

e resseguros e o credenciamento

e supervisão do funcionamento das

sociedades processadoras de ordem do

cliente [Spoc’s], o que significa incluir as

registradoras e as Spoc’s no âmbito de

fiscalização e regulação da Autarquia”, informa

Glauce.

Quanto à expectativa de diminuição

dos preços das apólices, Glauce diz

ser necessário lembrar que o cálculo do

valor do prêmio decorre de vários fatores,

mas a legalização daqueles novos entrantes contribui para a concorrência

leal: “Vislumbra-se um cenário em que a legalização poderá

contribuir com a ampliação do acesso ao seguro pela população. Já

sobre os benefícios, pode-se dizer que toda a sociedade se beneficiará,

tanto que a referida regulamentação fez parte da agenda de

reformas microeconômicas promovidas pelo Poder Executivo, que

visam fomentar o desenvolvimento de mercados no país e estimular

operações de crédito. O principal beneficiado pelas novas regras

sempre será o consumidor de seguro, que poderá ter mais ofertas e

uma competividade saudável para a garantia do seu patrimônio e

de sua vida.”

Mas o consumidor corporativo também será beneficiado

com a nova lei, lembra o presidente da Federação Nacional dos Corretores

de Seguros (Fenacor), Armando Vergílio: “Eu não diria que [a

nova lei] é uma revolução, mas uma grande reforma. Temos agora a

possibilidade de um divisor de águas. Todos terão muito a ganhar.

Esse novo marco legal abre novas perspectivas e oportunidades

para todo o mercado de seguros no Brasil, notadamente para os

consumidores, sejam pessoas físicas ou empresas de todos os portes,

e também os corretores de seguros. Lembro que vivíamos em

um ambiente sem regra. Haverá um impacto muito positivo inclusive

nos preços, uma vez que a concorrência vai aumentar.”

VETO DO LULA

O trecho vetado do PLC pelo presidente Luiz Inácio Lula da

Silva criaria 26 novos cargos de direção e assessoria na Susep. A justificativa

do governo para o veto é que a Constituição Federal veda a

criação de cargos por projeto de iniciativa de parlamentares. O fato

é que, antes mesmo de a lei 213 ser sancionada por Lula (com o veto

em questão, frise-se), o governo já havia autorizado à Susep realizar

um concurso com a oferta de 75 vagas para o cargo de analista técnico.

A carreira exige escolaridade de nível superior e conta com remuneração

de R$ 20.924,80, além de auxílio-alimentação de R$ 1.000,00.

Até o fechamento desta edição, o edital não havia sido publicado.

Octaviani frisa que o atual governo vem apoiando de maneira

“sólida” e “indiscutível” o setor de seguros, “em geral”, e a Susep,

“em particular”. “Além das duas leis estruturais mencionadas, pode-

-se mencionar a realização do primeiro concurso para a Susep desde

2010, e inúmeras reuniões realizadas pelo setor diretamente com o

ministro da Fazenda [Fernando Haddad], fato publicamente reconhecido

como inédito por lideranças setoriais”, abrevia o superintendente

da Susep, que acrescenta: “A motivação do veto cinge-se

à interpretação da competência para originação do projeto de lei, o

que não invalida o reconhecimento da importância da ampliação do

número de cargos e funções para a Susep por parte do Poder Executivo,

que tem se mostrado inequívoco em seu compromisso com

a reestruturação do órgão, em prol de um amplo desenvolvimento

do mercado.”

GARGALOS

Sempre que um mercado passa por uma mudança desse porte,

é necessário um período de adaptação para que todos entendam

e absorvam os impactos. Como explica Lucas Vergílio, a tendência é

32


que, com o passar do tempo, o setor se acomode de forma espontânea

e progressiva: “Nada acontecerá da noite para o dia. Mas, sem

sombra de dúvidas, demos o passo que faltava para termos uma atividade

tão importante e produtiva, como o mutualismo, dentro de

um cenário de normalidade e supervisão. Em outros países em desenvolvimento

que possuem legislação própria para o mutualismo,

a atividade responde por 25% de tudo o que é gerado em seguros.

No Brasil, essa fatia é de apenas 6%, ou seja, temos uma real possibilidade

de quadruplicar os números. A redação final da lei ficou

muito assertiva, madura, entendo que os desafios que teremos que

enfrentar serão aqueles naturais, pertinentes a um movimento dessa

proporção.”

Na verdade, o Brasil já teve a sua experiência em sistema

mutual, explica Glauce Carvalhal. O Código Civil de 1916, reforça a

diretora jurídica da CNseg, trazia a questão do seguro mútuo. “Por

sua vez, o Código Civil de 2002 não contemplou essa modalidade,

considerando a experiência negativa na sociedade diante da ocorrência

de insolvência de diversas organizações que não asseguravam

adequadamente o interesse das partes, causando prejuízos aos

consumidores”, complementa Glauce.

Já Octaviani assinala que a implementação plena da nova legislação

dependerá da regulamentação complementar pelo CNSP

e de um período de transição para que as associações e cooperativas

se ajustem às novas regras. “É um passo significativo que resolve

lacunas históricas, mas desafios operacionais e culturais ainda

demandam tempo e esforço conjunto para que o modelo alcance

todo o seu potencial. Atuaremos nesse momento como atuamos ao

longo de toda a tramitação das duas novas leis: com muito diálogo,

transparência e compromisso com os interesses mais elevados do

Brasil”, enfatiza o superintendente da Susep.

A nova lei regula as operações de proteção patrimonial mutualista,

mas também abrange as chamadas associações de proteção

veicular, que poderão funcionar como “grupos de proteção

patrimonial mutualista”. “Vejo o cenário atual com muito otimismo

e convicto de que, com muito diálogo, conseguimos superar os

obstáculos que, até então, impediam que essa atividade [proteção

veicular] fosse regulamentada. Agora, as empresas sérias, responsáveis

e que desejam ser vistas com bons olhos pela sociedade têm a

oportunidade de ingressar em um dos setores mais prósperos da

nossa economia, que é o de seguros, atuando sob a égide dos dois

órgãos mais importantes do mercado, o CNSP e a Susep. Isso será

muito salutar para essas empresas, para o setor, para o País e, o mais

importante, para o consumidor”, observa Lucas Vergílio.

Superintendente da Associação de Proteção Veicular (APVS

Brasil), Kleber Vitor acredita que os ajustes e o tempo serão “senhores”

para o fim de rusgas que, ressalta ele, muitas vezes se firmaram

até por “desconhecimento das partes”. Mas a tendência, frisa

Vitor, é que as questões se acomodem pela moderação dos órgãos

competentes. “O próprio mercado e o consumidor, principal ator

do mercado, ajudam nessa acomodação. A Lei Complementar

213/2025 ajudará a mudar a maneira de se pensar em seguros no

Brasil. Uma transformação radical. A gama da população não atendida

hoje pelo segmento tradicional verá novas possibilidades

GLAUCE CARVALHAL,

da CNseg

e serviços à sua disposição. Com uma

maior diversidade de serviços e players,

a questão de disponibilidade e preços

sem dúvidas será afetada. E creio que o

preço tende a ser mais atrativo com a Lei

213. A abrangência passa a ser um fator

ainda mais relevante, já que os novos entrantes

no segmento têm grande capilaridade.

O beneficiário direto mais sensível

a estes fatores, sem dúvidas, será o

cidadão comum”, prevê Vitor.

Glauce Carvalhal recorre ao didatismo

em relação a esse ponto. Segundo

ela, nos termos da nova lei, considera-se

operação de proteção patrimonial mutualista

aquela que tenha por objeto a

garantia de interesse patrimonial de um

grupo de pessoas contra riscos predeterminados

que sejam repartidos entre

os seus participantes, por meio de rateio

mutualista de despesas. “A lei cria, ainda,

a figura do grupo de proteção patrimonial

mutualista, que consiste na reunião

exclusiva de pessoas naturais ou jurídicas

que sejam membros de uma mesma associação

e da administradora das operações

de proteção patrimonial mutualista,

que é responsável por gerir a operação de

proteção patrimonial mutualista e previamente

autorizada a funcionar pela Susep”,

resume.

Segundo a diretora da CNseg, é

importante destacar que a proteção

veicular é um “problema social” e não

apenas das sociedades seguradoras.

33


LEGISLAÇÃO

APV

exercerem atividade típica das sociedades seguradoras. Aliás,

com a nova lei, a Susep poderá, cautelarmente, determinar, sob

a cominação de multa, a interrupção do funcionamento ou das

atividades das pessoas que realizem operações nos mercados supervisionados

sem autorização da autarquia”, argumenta Glauce,

complementando: “Até então, essas associações não tinham garantia

de estrutura financeira para honrar com seus compromissos

perante os consumidores, captando indevidamente a poupança

popular.”

ARMANDO VERGÍLIO,

da Fenacor

“Há diversos casos amplamente noticiados

de consumidores que foram

surpreendidos com cotas extras a pagar

ou até mesmo com a ausência de

indenização. Além disso, essa atuação

irregular gera prejuízos à sociedade.

Em levantamento realizado a pedido da

Fenseg verificou-se uma perda fiscal de

R$ 1,2 bilhão/ano, direto [despesas com

tributos e tributação sobre o lucro] e indireto

[imposto sobre o prêmio]. Como

se trata de uma atuação ilegal, a Susep

ingressou com centenas de ações civis

públicas para que seja reconhecida a

ilegalidade na atuação de associações

e cooperativas, com a suspensão de

seu funcionamento e a abstenção de

KLEBER VITOR,

da APVS

COOPERATIVAS DE SEGUROS

Ainda falta algo para que as cooperativas de seguros e de

grupos de proteção patrimonial mutualista atuem de forma mais

abrangente, ou seja, para além do seguro de saúde, agrícola e de

acidentes de trabalho? “Nos termos da lei, as sociedades cooperativas

de seguros poderão ser constituídas sob a forma de cooperativas

singulares de seguros, cooperativas centrais de seguros ou

confederações de cooperativas de seguros, na forma regulamentada

pelo CNSP e mediante prévia autorização da Susep”, afirma

Glauce Carvalhal.

A regulamentação da lei está como item prioritário no Plano

de Regulação da Susep para 2025, diz ela. “Em linhas gerais, o Brasil

deu um passo importante com a nova legislação, que deve fortalecer,

desenvolver e ampliar a segurança jurídica para o setor segurador

e para o funcionamento das cooperativas de seguros. A entrada

de novas cooperativas no mercado poderá contribuir com a ampliação

do acesso ao seguro pela população e, consequentemente, com

o crescimento econômico do setor de seguros”, antevê Glauce.

E O CORRETOR... COMO FICA?

O corretor poderá atuar, afirma Armando Vergílio, fortemente

nesse segmento, comercializando e distribuindo um novo produto,

com a vantagem de contar com a plena confiança da sociedade,

em razão de sua experiência, capacidade e conhecimento técnico

adequado para atender os consumidores. Esse novo mercado deve

ter rápida expansão, criando um nicho relevante para os corretores

de seguros, cuja atuação nesse segmento é assegurada pela Lei

213/25”, lembra.

Especificamente para o corretor de seguros, a lei representa

verdadeiramente um marco, um novo mundo de oportunidades que

se descortina, como reforça Lucas Vergílio. “Isso porque a lei reforça

o papel deste profissional como principal ator na intermediação de

contratos de seguros entre seguradoras e consumidores, sejam eles

pessoas físicas ou jurídicas. Atualmente, existem no Brasil mais de

10 milhões de veículos com produtos de proteção patrimonial das

APV’s [associações de proteção veicular]. Trata-se de um universo

altamente significativo ao qual o corretor de seguros passará a ter

acesso, para ofertar as coberturas mais adequadas e prestar serviços

de consultoria em seguros. Vale lembrar que cerca de 90% de toda

a distribuição de seguros no país é feita pelo corretor de seguros,

então, ao destacar a atuação deste profissional, a nova lei vislumbra

proporcionar ao consumidor maior proteção e segurança nas negociações”,

observa Lucas Vergílio.

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