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Programa de Governo CDS-PP - 2025-2029 Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
Programa de Governo CDS-PP - 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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PROGRAMA DE
GOVERNO
2025-2029
com sentido de
responsabilidade
CDS-PP
UM VOTO SEGURO
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
ÍNDICE
Os nossos Principais Compromissos _______________________________
Princípios e Medidas ___________________________________________
Aprofundamento da Autonomia _________________________________
Ter orgulho na Madeira e na sua gente _____________________________
Saúde, qualidade de vida e bem-estar _____________________________
Educação e Qualificação para o Sec. XXI ___________________________
Causa Animal ________________________________________________
Inovação e Tecnologia na Economia _______________________________
Ambiente e Ordenamento do Território ____________________________
Turismo e Transportes __________________________________________
Diáspora e Migração ___________________________________________
Porto Santo: Presente e Futuro ___________________________________
Desafios da Autonomia ________________________________________
Conclusão ___________________________________________________
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Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
OS NOSSOS PRINCIPAIS COMPROMISSOS
> Reduzir 30% em todos os escalões do IRS, baixar o IRC e diminuição progressiva
das 3 taxas do IVA, ao longo de 4 anos;
> Criar um sistema fiscal próprio;
> Fixar o Salário Mínimo em mil euros, em 2026, através de apoios às empresas;
> Estabelecer um Salário de Referência para os jovens quando entram no mercado
de trabalho;
> Apoiar financeiramente as empresas que contratem, sem prazo, estagiários ou pessoas
com deficiência e incapacidades;
> Reduzir os preços das mensalidades das creches e jardins de infância, a fim de atingir
a gratuitidade;
> Consignar 100 milhões de euros, nos Orçamentos de 2025 a 2028, para a construção
de habitação;
> Isentar de IMT e de Imposto de Selo a compra da primeira casa, até 400 mil euros;
> Aumentar o Complemento Regional de Pensão para 140 euros e medicamentos
gratuitos para idosos com baixas pensões;
> Reduzir, em 2 anos, a Idade de Reforma dos Madeirenses;
> Maior proteção às vítimas de violência domestica;
> Converter o Hospital Dr. Nélio Mendonça numa unidade de apoio aos idosos e instalação
de lares e centros para idosos nas escolas fechadas;
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Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Implementar um Plano de Redução da Despesa Pública e avaliação custo/benefício
dos investimentos e das obras, para apostar no Social e na Habitação;
> Reforçar a Ajuda Domiciliária e estender a todos os concelhos o projeto do Hospital
Domiciliário;
> Implementar o Cheque Cirurgia no Sistema de Saúde, por forma a garantir as cirurgias
a tempo e horas;
> Aumentar o número de camas para o tratamento dos toxicodependentes;
> Atualizar os apoios às Casas de Saúde Mental e às IPSS;
> Revalorizar a carreira docente e reavaliar o uso exclusivo de manuais digitais, em
função do ciclo de escolaridade;
> Apostar no Ensino Profissional formando ativos para as necessidades do mercado;
> Garantir que os cidadãos só pagam 86 euros nas viagens aéreas;
> Cobertura dos custos de transporte de mercadorias entre o Porto Santo e a Madeira;
> Requalificar o destino turístico com um Plano de Restauro da Paisagem, recuperação
de caminhos reais e das antigas estradas regionais;
> Criar as Reservas Agrícolas essenciais à manutenção da vinha, da banana e da cana-de-açúcar;
> Modernizar as Pescas, com renovação da frota do peixe-espada-preto e negociação
das quotas de atum;
> Construir dois grandes centros de recolha e acolhimento para o bem-estar animal.
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
PRINCÍPIOS E MEDIDAS
Numa hora perigosa para o mundo, em que ameaças de Guerras em larga escala, união de
de ditaduras e figuras que ameaçam a democracia. O crescimento de fenómenos radicais
que provam o quanto a memória coletiva pode ser efémera.
O CDS-PP mantêm-se firme e resiliente na prossecução dos seus fundamentos basilares,
adaptados aos tempos modernos, numa simbiose entre uma Direita conservadora tradicional
e o Humanismo tolerante que nos caracteriza.
Um partido só consegue ser assim porque o solo onde assentam os seus pilares é a responsabilidade,
a responsabilidade que nos faz estar aqui, mais e outra vez, a projetar a sua voz,
o mais alto possível.
O CDS-PP Madeira é parte integrante da Democracia madeirense, indispensável, confiável e
sem escândalos judiciais que maculem a sua imagem.
O CDS-PP é família.
O CDS-PP propõe-se assim a apresentação de um programa que, mais que eleitoral é
fundamental, equilibrado, abrangente e realista, devolvendo ao madeirense o orgulho de
o ser, “do vale à montanha e do mar à serra”.
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APROFUNDAMENTO DA AUTONOMIA
Preâmbulo
Nos próximos quatro anos, ou seja, de 2025 a 2029 que é o período da próxima legislatura
regional com a composição resultante das próximas eleições para a Assembleia Legislativa
da Madeira, irá decorrer a comemoração de meio século do regime autonómico, consagrado
na Constituição da República que entrou em vigor a 25 de abril de 1976 e que originou
as primeiras eleições regionais em junho desse mesmo ano.
Forçosamente essa data, para além de uma desejável e reconhecida comemoração, apela
à reflexão e ao arrojo, com base no caminho feito, mas também com o supremo objetivo
de melhor servir as populações que vivem nestas ilhas, de forma a perspetivar os próximos
anos nas medidas políticas que podem ajudar/incentivar e determinar o nosso futuro coletivo
e a melhoria do nosso bem-estar.
Enquadramos neste Capítulo do Programa Eleitoral do CDS/PP da Madeira dedicado à Autonomia,
como temas principais, os seguintes:
> A ultraperificidade e os novos desafios na União Europeia;
> A evolução autonómica;
> O sistema político e eleitoral regional;
> O funcionamento da Administração e relações com as Autarquias Locais.
A ultraperificidade e os novos desafios na União Europeia
O artigo 349.º do TFUE atribui às regiões ultraperiféricas, plenamente integradas na União
Europeia, um estatuto específico que confere à União a capacidade de adaptar a estas regiões
o conjunto das suas políticas, dos seus programas e do seu direito. Em 2017 foi aprovado
no Parlamento Europeu um extenso relatório sobre a promoção da coesão e desenvolvimento
nas Regiões ultraperiféricas ao abrigo do referido Acordo, com um conjunto de
medidas de políticas concretas, muitas das quais não foram implementadas.
A previsível adesão de mais países á União europeia (são neste momento oito candidatos:
Albânia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Moldova, Montenegro, Sérvia, Turquia e
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Ucrânia) fará concentrar a União mais a leste tornando as ilhas atlânticas geograficamente
mais distantes. Também estas adesões farão concentrar as políticas associadas aos fundos
estruturais nessas regiões, diminuindo o peso relativo destas zonas atlânticas no orçamento
europeu. Devemos ter a plena consciência de que as políticas de coesão baseadas em fundos
estruturais devem conhecer significativas reduções senão mesmo alterações.
A crise pandémica revelou a verdadeira universalidade dos problemas que a economia aberta
tinha perspetivado. A condição insular não foi suficiente para evitar as consequências do
SRAS COV 2 e podemos hoje confessar que muitas das medidas de combate a essa situação
tiveram origem e cobertura europeia.
Neste sentido faz sentido pensar num quadro renovado do estatuto de ultraperificidade,
com um conjunto de medidas a serem aprovadas pelo Conselho onde tenham especial acuidade
os seguintes tópicos:
> A concretização do princípio de plena coesão territorial que obrigue a assegurar
a plena acessibilidade de pessoas e bens, a garantia de um serviço publico de transporte
de mercadorias e de passageiros e a eliminação dos custos de deslocação em
termos comparados;
> A defesa da economia local, como essencial à criação de postos de trabalho e a
fixação das comunidades residentes, o que pode passar por medidas de derrogação
ou de adaptação em matéria de livre concorrência, pela existência de sistemas fiscais
próprios e pela admissibilidade de relações comerciais especificas com países onde
existam comunidades oriundas destas Regiões;
> A fixação de critérios mais abrangentes de auxílios de natureza publica;
> A adoção de políticas ambientais especificas que cuidando da biodiversidade própria
destas ilhas a faça conjugar com o modo de vida ancestral das populações.
Este conjunto mais exigente e adaptado às evoluções recentes da economia e da política
europeia, justifica a criação no seio da União Europeia de um Comité específico para as Regiões
Ultraperiféricas que seja ouvido e interveniente na definição de políticas que possam
ter efeitos no território dessas Regiões.
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A Autonomia
Neste próximo ano celebramos o primeiro cinquentenário da instituição constitucional da
autonomia politica das Regiões Autónomas. É data festiva que deve orgulhar todos os
madeirenses. Mas é também data que obriga a refletir e a perspetivar os próximos tempos
num quadro alargado de representação politica. A Constituição da Republica não é revista
há quase vinte anos e por diversas declarações politicas nacionais tem sido assegurada a
necessidade dessa revisão no que respeita ao Título das Regiões Autónomas.
Tão importante como a estabilidade política que o CDS-PP assume como prioridade para
o necessário desenvolvimento da Madeira e Porto Santo, está a valorização da autonomia
regional que com arrojo e tendo por base o caminho feito mas também com o supremo objetivo
de melhor servir as populações que vivem nestas ilhas, pode ser melhorada nos seus
documentos essenciais.
Perspetiva-se e desafia-se as diversas representações politicas a estabelecer um PACTO
PELO DESENVOLVIMENTO DA AUTONOMIA, onde se estabeleça o aprofundamento da
autonomia através dos seus instrumentos estruturantes (Constituição da Republica, Estatuto
Politico Administrativo e Lei das Finanças Regionais) com:
> A eliminação da figura do Representante da Republica;
> O aumento dos poderes regionais alargando as matérias que possam ser objeto
do poder legislativo regional (como por exemplo, os assuntos do mar, o clima, a contratação
publica, a regulação e a inspeção económica, o domínio publico regional, a
inovação tecnológica ou os regimes de exceção administrativa e a proteção civil);
> A adoção de sistema fiscal próprio que esclareça a capacidade tributária das Regiões
e as suas relações financeiras com o Estado;
> O aprofundamento das obrigações de um Estado que quer ser unitário nomeadamente
assegurando os instrumentos das politicas de coesão territorial, de acessibilidade
e transportes, de energia e de segurança e desenvolvendo a participação
regional na definição de políticas nacionais;
> A consagração periódica de cimeiras governativas;
> o desenvolvimento e uma maior eficácia para os direitos de audição regional;
> a comparticipação nacional nos sistemas regionais de serviços públicos fundamentais
como a Educação e a Saúde, tarefas fundamentais do Estado em termos constitucionais
à semelhança do artigo 158º da Constituição espanhola, que determina a
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
obrigatoriedade de transferências do Orçamento do Estado para as Comunidades
Autónomas para garantir um nível mínimo na prestação desses serviços públicos;
> A simplificação do procedimento de legislar sob autorização da Assembleia da
Republica, estabelecendo regimes jurídicos próprios, em matérias reservadas à sua
competência, como a organização da administração publica regional, a requisição e
expropriação por utilidade publica e os meios e formas de intervenção publica, a proteção
da natureza, o equilíbrio ecológico, o património cultural, a habitação incluindo
o arrendamento, quer seja urbano quer seja rural, as bases da politica agrícola, o estatuto
das empresas e fundações publicas e as bases do ordenamento do território
e do urbanismo;
> O alargamento das possibilidades de referendo regional e de iniciativas legislativas
populares;
> A consagração como órgão consultivo permanente do poder regional composto
por representantes municipais que coordene por exemplo, o ordenamento do território,
as acessibilidades internas, as externalidades ou a distribuição de apoios públicos.
O Estatuto Europeu
O artigo 349.º do TFUE atribui às regiões ultraperiféricas, plenamente integradas na União
Europeia, um estatuto específico que confere à União a capacidade de adaptar a estas regiões
o conjunto das suas políticas, dos seus programas e do seu direito. Em 2017 foi aprovado
no Parlamento Europeu um extenso relatório sobre a promoção da coesão e desenvolvimento
nas Regiões ultraperiféricas ao abrigo do referido artigo, com um conjunto de
medidas de politicas concretas, muitas das quais não foram implementadas.
A previsível adesão de mais países á União europeia e os enormes desafios que a nova politica
americana está a criar ao Espaço europeu fará deslocar a União para leste tornando as
ilhas atlânticas geograficamente mais distantes. Há que ter a plena consciência de que as
politicas de coesão baseadas em fundos estruturais devem conhecer significativas reduções
senão mesmo alterações.
Neste sentido faz sentido pensar num quadro renovado do estatuto de ultraperificidade,
com um conjunto de medidas a serem aprovadas pelo Conselho onde tenha especial acuidade
os seguintes tópicos:
> A concretização do princípio de plena coesão territorial que obrigue a assegurar a plena
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Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
acessibilidade de pessoas e bens, a garantia de um serviço publico de transporte de mercadorias
e de passageiros e a eliminação dos custos de deslocação em termos comparados;
. a defesa da economia local, como essencial à criação de postos de trabalho e a fixação das
comunidades residentes, o que pode passar por medidas de derrogação ou de adaptação
em matéria de livre concorrência, pela existência de sistemas fiscais próprios, por critérios
mais abrangentes de auxílios de natureza publica e pela admissibilidade de relações comerciais
especificas com regiões onde nos integramos (Macaronésia) ou onde existam comunidades
oriundas destas Regiões;
> A adoção de politicas ambientais especificas que cuidando da biodiversidade própria destas
ilhas a faça conjugar com o modo de vida ancestral das populações, particularmente no
domínio da agricultura e do recursos marinhos.
O sistema político e eleitoral
O sistema autonómico tem enquadramento constitucional e não se encara como necessária
a sua alteração. É útil manter a responsabilidade politica do Governo Regional exclusivamente
no Parlamento e estruturar a divisão de competências (legislativa/executiva) sedeada
em cada um desses órgãos. Porém é manifesto que o desejável aumento da capacidade
e dos poderes legislativos obriga a reestruturar a Assembleia Legislativa preparando-a devidamente
para esses novos desafios.
O sistema eleitoral, depois da introdução do circulo único, melhorou a proporcionalidade,
mas não garante uma maior proximidade dos eleitores aos eleitos em especial na sua designação,
sendo visíveis alguns sintomas preocupantes como o aumento da abstenção, o
desinteresse dos jovens pela atividade política e o afastamento crescente das elites profissionais
em relação à vida político-partidária ativa.
Advoga-se nesta matéria a introdução de sistemas, à semelhança do regime alemão, que
permitam ao eleitor influenciar a escolha do eleito no partido que é de sua escolha.
Por outro lado é fundamental consagrar o voto e a eleição de emigrantes para a Assembleia
Legislativa.
Os últimos tempos denunciaram a necessidade de introduzir no Estatuto Politico a obrigação
das Moções de Censura serem construtivas no sentido de estarem alicerçadas em
alternativas de Governo ao que se quer censurar.
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Por outro lado impõe que se estabeleça regras de transparência, de incompatibilidades e
impedimentos claras para os responsáveis políticos, lacuna que urge colmatar.
Em matéria eleitoral defendemos ainda a criação de um Círculo Eleitoral por cada uma das
Regiões Autónomas nas eleições para o Parlamento Europeu.
TER ORGULHO NA MADEIRA E NA SUA GENTE
> Prestigiar a nossa Terra, sem embaraço, por esse mundo além;
> Valorizar a Autonomia, defendendo a nossa identidade e as nossas tradições;
> Estabelecer um Pacto Nacional para a evolução da Autonomia nos 50 anos da sua
existência;
> Estabelecer um relacionamento mais eficiente com os órgãos de soberania que
permita um saudável relacionamento em prol da autonomia e do respeito mútuo;
> Desenvolver o estatuto de região periférica na EU (defesa da especificidade economia
local);
> Criar na União Europeia um Comité específico para as Regiões Ultraperiféricas.
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Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR
Preâmbulo
A saúde e qualidade de vida são fundamentais para o desenvolvimento de uma sociedade
próspera e sustentável.
Investir em políticas de saúde e qualidade de vida significa promover o bem-estar físico,
mental e social das pessoas. Medidas de políticas bem-sucedidas na área da saúde e qualidade
de vida incluem o acesso equitativo aos serviços de saúde, a promoção de estilos de
vida saudáveis e a prevenção de doença.
Quando as políticas públicas são bem-sucedidas em promover a saúde e a qualidade de
vida, elas contribuem para a redução das desigualdades sociais e para o aumento da produtividade
e do desenvolvimento económico.
Dessa forma, o reforço da implementação de medidas de política que priorizem a saúde e
a qualidade de vida são essenciais para o desenvolvimento sustentável e para o bem-estar
de toda a sociedade.
Atualmente o sistema de saúde da Ilha da Madeira enfrenta inúmeros desafios de ordem
organizacional, clínica, financeira e política, sendo necessário o reforço do foco no sentido
de ir ao encontro das necessidades da população. Um dos principais desafios é o envelhecimento
da população, o que aumenta a demanda por cuidados de saúde.
O consumo abusivo das novas drogas é também neste momento um fator de preocupação
na nossa região. Muitas vezes aliado à doença mental estas novas substâncias psicoativas
(NSPs), também conhecidas como “drogas sintéticas” ou “legal highs” são uma ameaça
crescente na Região Autónoma da Madeira uma vez que são projetadas para imitar os efeitos
de drogas mais comuns causando na maior parte das vezes danos irreversíveis.
No ano de 2021 houve aproximadamente 53.826 consultas de psicologia, porém esse número
aumentou para 63.000 em 2022.
Já no ano de 2022 até junho, 40% dos internamentos psiquiátricos foram admissões com
consumos associados, 42% desses foram internamentos em regime compulsivo por representarem
perigosidade para si e para terceiros.
É assim importante reforçar medidas que visem reduzir o uso destas substâncias, aumentar
a conscientização sobre os riscos envolvidos e fornecer tratamento adequado para aqueles
que sofrem de dependência.
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Outro desafio enfrentado pelo sistema de saúde da Ilha da Madeira é a necessidade de
sustentadamente e de forma faseada dar resposta às necessidades de reforço de recursos
humanos especializados a fim de se conseguir responder progressivamente às listas de espera
para consultas e tratamentos.
Áreas de atuação/intervenção:
Demografia; Saúde, Qualidade de vida e bem-estar e Coesão Social
Demografia: Fomentar o envelhecimento ativo e potenciar o aumento da taxa de natalidade:
> Apoio às médias e pequenas empresas com um sistema de recompensas a
todos os funcionários para incentivo à natalidade;
> Atribuição de um apoio mensal pecuniário por cada criança, até aos 6 anos de
idade;
> Apoio às medidas municipais que devolvam progressivamente o valor do IMI pago
por casais, > em função do número de filhos;
> Incremento da oferta de creches de oferta pública;
> Aumento de licença de maternidade;
> Apoios a tratamentos de fertilidade com a comparticipação nas deslocações, nas
estadas e nos próprios tratamentos;
> Adequação da mobilidade nas cidades tornando-as amigáveis para a terceira idade
(adaptação das estruturas e serviços de modo que estes incluam e sejam acessíveis
a pessoas mais velhas com diferentes necessidades e capacidades), reforço do transporte
coletivo acessível, pavimentos nivelados, boa iluminação, criação de locais para
convívio social sénior;
> Desenvolvimento de tecnologia para prevenção de doenças crónicas e para monitorização
da saúde dos idosos, melhorando assim a qualidade de vida e reduzindo os
custos de saúde.
14 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
Saúde, qualidade de vida e bem-estar: Aumento das respostas e da acessibilidade aos
serviços de saúde
> Reforço do princípio da Saúde gratuita para todos os utentes da Madeira e Porto
Santo;
> Implementação do Projeto PIM (Preparação Individual da Medicação), nas farmácias,
destinado às pessoas mais vulneráveis. Esta preparação pode ser automatizada
e/ou manual de forma a evitar a duplicação de toma da medicação e a troca na ingestão
da mesma. Assim, é possível combater o desperdício de medicação, melhorar a
gestão de stock farmacêutico e salvaguardar a autonomia e a qualidade de vida dos
utentes;
> Valorização do acesso à medicação para pessoas com mobilidade reduzida através
da entrega ao domicílio (programadas ou expressas quando necessário) ou através
mecanismos eletrónicos;
> Incentivo à prescrição de medicamentos genéricos de modo a reduzir o custo da
medicação para os pacientes e aumentar a acessibilidade;
> Reforço nos centros de saúde com contratação pública e criação de seguros de
saúde que abranjam a área mental e/ou estabelecimento de protocolos com entidades
privadas;
> Criação de um centro comunitário de saúde: Um centro comunitário de saúde pode
oferecer serviços de saúde acessíveis para a comunidade, incluindo atendimento primário,
serviços odontológicos e serviços de saúde mental;
> Criação de uma unidade sócio ocupacional comunitária no âmbito da Saúde Mental;
> Criação de parcerias entre as unidades de Saúde Mental e os Investimentos Habitacionais
da Madeira de forma a garantir o apoio com apartamentos destinados a
pessoas em fase de reabilitação mental para evitar as altas problemáticas nas unidades
de Saúde Mental;
> Criação de uma linha de apoio emocional - Pode ser uma linha telefónica gratuita
ou um chat online onde pessoas podem conversar com profissionais de saúde mental
em um ambiente confidencial e seguro;
> Criação de um programa de mentoria de forma a conectar pessoas que precisem
de suporte emocional com outras que passaram por situações semelhantes. O pro-
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
grama pode ser oferecido em escolas, centros comunitários ou igrejas;
> Parcerias entre as organizações de saúde: Estabelecer parcerias com organizações
de saúde locais, como clínicas e hospitais, de forma a garantir que a comunidade
tenha acesso a serviços de saúde de qualidade;
> Descentralização dos internamentos, com a criação de unidades de internamento
de Medicina Interna e/ou Unidades de Internamento de Curta Duração que permitam
aos doentes convalescer mais perto da sua casa e da sua família, mantendo o nível de
cuidados que teriam no Hospital Central;
> Aumento dos cuidados assistenciais aos utentes dos subsistemas de saúde, em
especial à ADSE, uma vez que têm menos cuidados e opções que no continente,
quer no acesso a cuidados no regime convencionado quer a consultas e cirurgias nas
diferentes especialidades;
> Agilização dos mecanismos que facilitem o acesso de utentes do Porto Santo a cuidados
de saúde na Madeira, integrados numa nova política regional de transportes e,
igualmente, a disponibilização de outros serviços no próprio Centro de Saúde;
> Introdução do conceito de Internamento Domiciliário com equipas multidisciplinares
motivadas e devidamente apoiadas, usando como referência os melhores exemplos
a nível nacional;
> Criação de uma Comissão de Humanização em Saúde, que promova iniciativas
que tornem os cuidados de saúde mais acessíveis, mais informados e próximos dos
cidadãos, com reconhecimento e divulgação das inovações e das boas práticas em
saúde;
> Negociação de um amplo protocolo de cooperação com o Serviço Nacional de
Saúde de forma que a Região beneficie da experiência, dos recursos organizativos e
assistenciais existentes no SNS, restabelecendo parcerias;
> Criação de mecanismos que possam aumentar a produção cirúrgica no SESARAM
em mais 50%, de forma a minorar a lista de espera;
> Implementação do projeto (InMente) para a educação das habilidades socio-emocionais
nos jovens. Há uma crescente demanda por habilidades socioemocionais,
como empatia, resiliência, colaboração, assertividade e criatividade. As escolas devem
incorporar aulas e projetos específicos com profissionais adequados para desenvolver
essas habilidades de forma a sensibilizar para as questões da Saúde Mental e
para a prevenção do uso das substâncias psicotrópicas.
16 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
Área Social: Reforçar a Coesão Social
> Alterações da lei relativa às substâncias psicoativas (as penalizações deverão ser
mais severas, porém com carácter psicoeducacional e de reintegração social):
> Realização de ações de sensibilização nas escolas (alunos/professores/ auxiliares) e
parcerias com instituições de Saúde Mental para acolhimento de jovens em contexto
educacional: criação de dinâmicas/atividades inclusivas e preventivas;
> Implementação de programas de educação financeira: Muitas pessoas têm dificuldade
em gerenciar suas finanças, o que pode levar a problemas de dívida e pobreza.
Programas de educação financeira ajudam a ensinar habilidades financeiras básicas e
promover uma maior independência financeira;
> Implementação de mecanismos de promoção do desenvolvimento de competências
socioemocionais para lidar com os desafios da vida diária destinado às populações
em geral;
> Incentivo e promoção do desenvolvimento da literacia emocional destinado ao ensino
Universitário (alunos);
> Plano de Integração de Pessoas Sem-Abrigo com equipas multidisciplinares e criação
de residências e incentivos ao emprego para estes cidadãos.
Saúde Mental
> Promover a alimentação e o estilo de vida saudável;
> Aumentar o imposto sobre o tabaco e o álcool, uma verdadeira epidemia que deveria
a ser tratada como problema de saúde pública;
> Criminalizar das drogas sintéticas, autêntico flagelo dos tempos modernos;
> Atualizar da Portaria 94/96, de 28/3, que introduz os limites quantitativos máximos
(diferença entre tráfico e consumo) para as substâncias ilícitas;
> Criar um centro de dia, para dar seguimento ao tratamento e auxiliar o utente a ter
uma vida com outras características. Estes centros que podiam funcionar como “cen-
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
tros de rua/comunitários”, onde os utentes pudessem dormir, tomar banho e trocar
de roupa;
> Investir em recursos humanos (psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, etc) e
equipamentos neste serviço;
> Apostar em programas validados de literacia em Saúde Mental, para que os indivíduos
saibam reconhecer, desde cedo, sinais de alerta, riscos e formas de prevenção,
podendo procurar apoio adequado o mais precocemente possível;
> Criar e incentivar programas de emprego apoiado e protegido para as pessoas mais
vulneráveis no sentido de alcançar estabilidade laboral ajudando a quebrar ciclos de
pobreza e reduzir comportamentos de risco associados às dependências;
> Manter e reforçar a colaboração entre forças de segurança, tribunais e serviços sociais
e de saúde assegurando uma abordagem humanista, preventiva e reabilitadora
e não repressiva;
> Integrar a comunidade nas decisões estratégicas locais e regionais refletindo as
necessidades da população;
> Reforçar de profissionais na área da saúde mental (psicólogos, psiquiatras e pedopsiquiatras),
respeitando os rácios recomendados pela OMS;
> Regularizar a situação dos contratados sem termo no SESARAM;
> Adaptar Internamentos de agudos em hospital geral como recomendam as normas
internacionais. Não faz sentido o internamento nas casas de saúde. Os doentes
não são exclusivamente psiquiátricos, tem outras morbilidades, precisam de exames
complementares de diagnóstico;
> Redefinir o papel e articulação com as casas de saúde nas áreas da reabilitação
psicossocial e na unidade de cuidados continuados em saúde mental. O PRR a maior
parte das verbas parece ter sido alocada nas diárias das casas de saúde e não no
sistema publico o que é impensável tendo em conta tantos entraves existentes para
a intervenção no SESARAM.
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Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
EDUCAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PARA O SÉCULO XXI
Preâmbulo
A educação e a qualificação para o século XXI encontra-se em linha com os objetivos do desenvolvimento
sustentável e das orientações da UNESCO, em matéria do reforço científico
e das tecnologias para um futuro sustentável, no sentido de promover uma educação para
todos que abranja o desenvolvimento, do ensino pré-escolar ao ensino superior, incluindo o
ensino técnico, o ensino profissional e de formação, assim como a educação não formal e
de alfabetização.
A qualificação dos recursos humanos é um dos principais fatores impulsionadores de um
maior e mais sustentável crescimento económico, sendo promotora da igualdade de oportunidades.
Uma população ativa e qualificada garante uma economia mais pujante e competitiva,
assegurando uma sociedade mais integrada, mais harmoniosa e com mais rendimento.
A principal fonte das injustiças sociais começa na desigualdade do conhecimento. A Região
tem investido muito na Educação, tendo um parque escolar em boas condições, um corpo
docente competente e auxiliares de ação educativa empenhados. Mas apesar da substancial
melhoria dos números do abandono escolar, é um objetivo permanente prevenir o abandono
escolar precoce e continuar a investir na melhoria da qualidade de ensino.
Apostamos na complementaridade entre escola pública, privada e social, sem complexos
nem exclusões, assegurando a todas as crianças e jovens um ensino de qualidade.
Pretendemos continuar a dialogar com as instituições do ensino superior, procurando parcerias
e formas de conciliar a oferta formativa com as necessidades do mercado de trabalho
e, desse modo, continuar a contribuir para a diminuição da taxa do desemprego jovem.
Consideramos que a ciência e a tecnologia são setores basilares para o progresso da nossa
Região e para a melhoria da qualidade de vida dos nossos cidadãos.
Valorizamos a liberdade e a iniciativa privada também no desenvolvimento científico e tecnológico
e entendemos que o Governo Regional, deve desempenhar um papel importante
na atribuição de incentivos ao setor privado nos projetos com maior potencial de geração
de valor, na promoção da competitividade e do empreendedorismo, bem como no apoio à
investigação científica e na inovação tecnológica, sobretudo em áreas estratégicas para o
desenvolvimento regional.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Buscamos aprimorar a formação e a capacitação dos nossos jovens e trabalhadores, investindo
em programas de formação e na cooperação nacional e internacional, de forma a promover
o intercâmbio de conhecimentos e o avanço da nossa Região em áreas de fronteira
do conhecimento.
Em linha do que temos definido e implementado estamos convictos que o Desporto possui
uma importância determinante na sociedade, assumindo-se como um instrumento promotor
de princípios e valores, de capacidades e aptidões, de bem-estar e saúde, bem como de
inclusão social e combate nos comportamentos de risco. Desta forma, entendemos que o
Desporto assume um papel relevante nas várias fases da vida que se inicia na formação do
jovem, projetando-se ao longo da vida através da manutenção da saúde e bem-estar.
Com as medidas que aqui se apresentam temos a convicção de que poderemos transformar
a Região Autónoma da Madeira numa referência nacional, na educação, ciência, tecnologia,
juventude e desporto, gerando empregos de qualidade, crescimento económico e
qualidade de vida a todos os cidadãos.
Educação, Ciência e Tecnologia
Medidas:
> Reorientar o foco do sistema educativo para os alunos, valorizando a exigência, o
rigor e o empenhamento, visando a excelência e o mérito, num número crescente de
estudantes, com base no princípio da equidade;
> Promover a melhoria sistemática do sistema educativo, de forma que as nossas
crianças, adolescentes e jovens sejam formados numa cultura de cada vez maior exigência,
liberdade e respeito pelo outro;
> Revalorizar a carreira docente e a ação dos professores na escola e comunidade,
investindo na qualidade da formação docente;
> Reforçar as ajudas às instituições da área educativa de apoio à infância e adolescência;
> Implementar um plano pré-escolar e escolar de sinalização de necessidades de intervenção
precoce e adaptada a cada situação, privilegiando a colaboração entre os
diferentes agentes educativos;
> Incentivar e premiar a formação académica e profissional ao longo da vida;
20 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Investir na melhoria sistemática das competências pedagógicas dos professores,
na desburocratização do seu trabalho, e na melhoria das suas condições de trabalho;
> Definir um plano de modernização das escolas;
> Reforçar a prioridade da luta contra o abandono escolar, promovendo a realização
de um estudo a fim de permitir implementar um conjunto de medidas eficazes visando
esse objetivo;
> Melhorar a avaliação e planeamento do sistema escolar, com base na produção de
estudos;
> Reforçar a promoção da Educação e da Formação ao longo da Vida para a generalidade
da população, com índices elevados de qualidade;
> Incentivar a promoção do ensino de informática, permitindo que as escolas que o
desejarem, integrem nos seus currículos linguagem de programação e pensamento
computacional, e permitir que todas as escolas integrem a tecnologia digital à aprendizagem
nas situações em que esta possa melhorar a aprendizagem dos alunos, incluindo
noções didáticas de robótica, de acordo com a oferta educativa das escolas;
> Reforçar a mentalidade científica como eixo estruturante do ensino;
> Priorizar os setores de tecnologia mais avançada e de maior valor acrescentado,
desde a educação e formação profissional até à criação das infraestruturas necessárias;
> Promover, dentro do setor público regional, uma cultura antecipativa de adoção de
tecnologia, colocando assim a tecnologia de ponta ao serviço dos cidadãos;
> Tornar a tecnologia acessível e utilizável por todos os cidadãos, independentemente
de sua origem ou condição social, por meio de programas de inclusão digital e da
promoção de políticas de inovação social;
> Reforçar a formação profissional nas entidades da administração pública, instituições
e empresas;
> Fomentar a literacia digital, junto dos “maiores”, através de uma rede de Universidade
Sénior;
> Pugnar para que o Curso Técnico de Ensino Superior Profissional em Ciências do
Mar e Sustentabilidade, se encontre alinhado com as tecnologias emergentes e ne-
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
cessidades locais, orientado para o ingresso no mercado de trabalho;
> Restruturar a oferta educativa na área do Turismo, visando uma formação de qualidade,
ajustada ao nível de excelência da oferta regional de serviços, que se pretende
consolidar na Região;
> Promover estágios de verão com incentivos à contratação;
> Fomentar a formação técnica e profissional para desempregados que possibilite a
realização de estágios profissionais e orientada para o ingresso no mercado de trabalho;
> Criar nos Centros específicos a qualificação de adultos que não trabalhem e que
não se encontrem a frequentar modalidades de educação ou de formação, uma vertente
de orientação e encaminhamento de adultos para o reconhecimento, validação
e certificação de competências.
Desporto
Medidas:
> Promover o Destino Madeira enquanto Capital do Desporto Atlântico e palco preferencial
para a dinamização de grandes eventos desportivos;
> Rentabilizar e promover infraestruturas desportivas regionais para realização de
estágios de equipas e seleções, nacionais e internacionais;
> Rever o plano de apoio às deslocações a campeonatos nacionais, para a competição
desportiva não-regular;
> Continuar a estimular a prática regular de desportos náuticos para os quais possuímos
condições ímpares de desenvolvimento;
> Rentabilizar o Parque Desportivo Regional, promovendo uma maior cooperação
entre as Escolas e o Desporto Federado;
> Continuar a promover a melhoria das condições espaciais e materiais desportivas,
nas escolas do ensino básico, visando a continuidade de um ensino desportivo de
qualidade, ajustado às necessidades;
22 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Dinamizar e valorizar os clubes de bairro ou locais, como polos de integração social,
desportiva e cultural;
> Criar um Programa Regional de Exercício Físico e Saúde, para a população adulta,
que promova um envelhecimento ativo.
CAUSA ANIMAL
A evolução da Humanidade facilitou e normalizou os animais de companhia como parte
integrante das nossas famílias e com isso o bem estar animal, no geral, passou a ter uma
importância fulcral no cerne da sociedade, o CDS-PP seguiu a evolução e tem no seu âmago
a valorização do animal como ser senciente, neste sentido propõe:
> Construir dois grandes centros de recolha e acolhimento para o bem-estar animal;
> Criar crematórios individuais que evitem a cremação dos animais de companhia
juntamente com o lixo regular;
> Realizar procedimentos como a microchipagem, a vacina da raiva e esterilização e
vigilância das condições de salubridade dos animais em geral (sejam domésticos ou
de produção);
> Reduzir ao mínimo indispensável o transporte de animais vivos, destinados ao consumo
humano;
> Rever o enquadramento jurídico e de competências do Provedor do Animal da Região
Autónoma da Madeira.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA NA ECONOMIA
Preâmbulo
A Região Autónoma da Madeira, região ultraperiférica do território português, apresenta, à
semelhança de outras regiões com características similares, uma economia altamente terciarizada
com elevados custos de produção, fortemente dependente do setor do Turismo e
com um tecido empresarial composto, essencialmente, por microempresas (96%) de cariz
familiar. Estas e outras características, tornam a Região, altamente vulnerável e exposta a
choques económicos externos.
Aliás, a pandemia Covid-19 atingiu a Região com um impacto muito superior ao resto do
País. É preciso não esquecer que o PIB Regional recuou no ano de 2020, quase o dobro do
que tinha recuado nos 3 anos da crise das dívidas soberanas. A mono indústria do Turismo
amplificou, naturalmente, os impactos económicos da pandemia na Região, no entanto,
assistimos também à digitalização forçada e acelerada da economia Europeia, Nacional e
Regional.
Neste sentido, a Inovação e Tecnologia, assim como a economia digital, oferecem oportunidades
únicas a uma região insular e ultraperiférica como a nossa. Vivemos uma ocasião
única para esbater a distância, a ultraperiferia e a insularidade.
Precisamos de uma especialização, mas uma especialização inteligente, que siga as diretrizes
dos planos Europeus, Nacionais e Regionais, mas que procure, dentro destes, as vantagens
competitivas necessárias para a valorização do nosso tecido empresarial, dos nossos
recursos humanos e que seja, ao mesmo tempo, capaz de atrair capital estrangeiro de valor
acrescentado.
Acreditamos, que o peso das empresas em setores de alta e média alta tecnologia tem potencial
para crescer. Acreditamos que a Região tem todas as valências para se tornar um
Ecossistema de Inovação Digital, com a implementação de zonas livres tecnológicas (ZLT),
onde a prototipagem e a experimentação sejam encorajadas e sejam uma realidade.
Acreditamos na consolidação do projeto de nomadismo digital, acreditamos que a Região
deverá procurar focar- se num nicho de mercado tecnológico com o devido entrosamento
das diversas entidades competentes. Acima de tudo, acreditamos que o caminho para o
crescimento económico sustentado seja alcançado por via de uma aposta clara na Economia
do Conhecimento, da Inovação e Tecnologia e na Economia Digital.
24 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
Ecossistema de Inovação Regional
O critério de investimento da RAM deverá ser simples e objetivo: Promover a competitividade
no mercado global. Para o efeito a Região conta com um conjunto de entidades e organizações,
privadas e públicas, suficientemente capazes de atingir as metas desejáveis. A
UMa, a Startup Madeira, a ARDITI, as Empresas, a Invest Madeira, o Centro Internacional de
Negócios, o IDR, IP-RAM e o IDE, IP-RAM, são as organizações e entidades que compõem
o Sistema Regional de Inovação na RAM e o seu devido entrosamento, torna-se preponderante
para atingir os objetivos pretendidos.
Tendo em conta a dimensão demográfica da região e a sua situação ultraperiférica, acreditamos
que a Região deverá, entre outras medidas, procurar focar-se num nicho de mercado
tecnológico e expandir as plataformas de investigação associadas às prioridades da especialização
inteligente (EREI 21-27).
Estamos conscientes do caminho a percorrer, mas acreditamos ser possível que a Região
atinja até 2030, o nível de “Inovador Moderado”, no Regional Innovation Scoreboard – 70%
a 100% da média da UE – Em 2021, com um score de 53,6%, a RAM era classificada como
“inovadora emergente +”. Assim, o CDS-PP apresenta um conjunto de medidas capazes de
alcançar esse mesmo objetivo.
Medidas:
> Reforçar, financeiramente, as plataformas existentes de investigação de especialização
inteligente (Centro de Química da Madeira; MTIExcell e Observatório Oceânico
da Madeira) e procurar a criação de novas plataformas;
> Manter o protocolo de cooperação “Sentinela Atlântica”, entre o Estado-Maior-General
das Forças Armadas, o Governo Regional da Madeira, a Universidade da Madeira
e a ARDITI e porventura procurar outros meios de cooperação com estas e/ou
outras entidades;
> Juntamente com as Forças Armadas, ARDITI e UMa, posicionar a Madeira na vanguarda
da robótica, reforçando um dos domínios prioritários de especialização da
Estratégia Regional de Especialização Inteligente (EREI 21-27) – Recursos e Tecnologias
do Mar;
> Continuar a aposta nas sinergias resultantes da cooperação e relacionamento entre
a Startup Madeira, ARIDITI e Universidade da Madeira;
> Criar, com o envolvimento da ARDITI e Universidade da Madeira, um Programa de
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Doutorados nas Empresas, onde a ARDITI se disponha a pagar 50% do salário do
Doutorado por um determinado período;
> Investir e melhorar a Infraestrutura Tecnológica Regional (Campus da Penteada);
> Incrementar, através da criação de um “Gabinete de Apoio a Projetos Europeus”,
o acesso das organizações da RAM a Programas Europeus geridos pela Comissão
Europeia nos domínios da I&D e da Inovação;
> Efetivar a criação de um Hub Tecnológico na área da saúde, inserido no novo Hospital
Universitário da Madeira;
> Manter a aposta de sucesso no projeto H-INNOVA – Health Innovation HUB. Um
acelerador para promover a inovação aberta e colaborativa, envolvendo centros de
investigação, universidades, empresas e organizações de referência públicas e privadas,
num ecossistema integrado, centrado sobre os temas críticos na área da saúde e
da prestação de cuidados de saúde;
> Criar um centro de competências Regional, especializado em soluções inovadoras
para as mais diversas áreas;
> Continuar, através da Startup Madeira a realização de programas de ideação e aceleração,
dedicados a áreas emergentes nos diferentes setores, nomeadamente nos
domínios prioritários de especialização da Estratégia Regional de Especialização Inteligente
(EREI 21-27).
Instrumentos Financeiros e de Capital
O modelo atual de disponibilização de instrumentos financeiros em Portugal tem assim, a
partir de 2020, como elemento central o BPF (“Banco Português de Fomento”). Acresce
que o BPF detém a maioria do capital social da Portugal Ventures, cuja criação igualmente
racionalizou a oferta de instrumentos de capital através de uma entidade pública.
Não menos importante, os instrumentos de capital estão particularmente vocacionados
para empresas em estágios iniciais e/ou com forte potencial de crescimento. Podemos sistematizá-los
considerando Startups (estágios de pré-seed e seed) e Scaleups (estágio de
crescimento).
Neste domínio, a Região apresenta ainda algumas limitações, nomeadamente, a operacio-
26 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
nalização tardia e a pouca oferta de instrumentos de capitalização. Por estas razões, acreditamos
que as medidas que se apresentam, irão contribuir certamente para alanvacar o
pontencial inovador existente no nosso tecido empresarial regional.
Medidas
> Assegurar que as operações e os instrumentos financeiros disponibilizados pelo
Banco Português de Fomento, a nível dos seus cinco eixos estratégicos de atuação,
nomeadamente (i) Financiamento a PME, (ii) Projetos de inovação, (iii) Green finance,
(iv) Impacto social e (v) Infraestrutura, e no âmbito das suas três tipologias de intervenção,
nomeadamente (i) de garantia, (ii) de capital e (iii) de dívida, são acessíveis a
empresas sediadas na RAM;
> Apostar na divulgação dos instrumentos de capitalização, com a realização de webinars
e outros metódos eficazes.
> Mandatar o IDE, IP-RAM, em parceria com a Invest Madeira e a Startup Madeira
a organizar missões em mercados geográficos relevantes, incluindo nessas ações a
captação de entidades de venture capital e de business angels com potencial para
operarem na RAM;
> Reforçar a articulação de entidades regionais com a Portugal Ventures. A ARDITI e
UMa devem ser Ignition Partners da Portugal Ventures;
> Promover protocolos de colaboração entre a Startup Madeira e intermediários
financeiros, nomedamente, Sociedades de Capital de Risco e Business Angels, de
modo a facilitar a partilha informação acerca do mercado de Start-ups regional;
> Instar o IDE, IP-RAM e a Startup Madeira a implementar um conjunto de ações de
informação e de atração de Sociades de Capital de Risco e Entidades Veículos de
Bussiness Angels’s.
> No curto prazo, defende-se a criação de fundos de capital de risco, geridos pela
Portugal Ventures e similares, específicos para a RAM, com foco em projetos de empresas
nos estados de pré-seed e de seed e nos domínios prioritários da Estratégia
Regional de Especialização Inteligente, o que será conducente a privilegiar projetos
em tecnologias digitais, tecnologias marinhas, biotecnologia, agroindústria e serviços
turísticos avançados. Mandatando o IDE, IP-RAM, enquanto organismo intermédio,
no acompanhamento dos cumprimentos dos critérios e das prioridades definidas no
Aviso, ao longo de todo o processo.
> Prosseguir e diversificar a aposta no financiamento de capital de risco, como a linha
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
“Call Madeira” da Portugal Ventures e IDE, IP-RAM, que pretende promover o acesso
ao financiamento de capital de risco para projetos inovadores com atividade na
Região Autónoma da Madeira. A este respeito, sensibilizar o Banco Português de Fomento
para a eliminação dos limites por empresa/projeto impostos na linha referida
anteriormente e linhas futuras;
> No longo-prazo, defende-se a criação de uma entidade pública regional de venture
capital (sociedade de capital de risco e gestora de fundos de capital de risco);
Quadro Comunitário 21-27
Dada a importância da implementação e operacionalização do novo quadro comunitário,
não só para o tecido empresarial madeirense, mas também para a formatação e financiamento
do Ecossistema Regional da RAM, impõe-se, uma atenção redobrada no desenho e
implementação dos novos sistemas de incentivos e nos futuros instrumentos financeiros.
Deste modo, acreditamos que as medidas que se seguem são um importante caminho a
percorrer para a capacitação inovadora e tecnológica das empresas regionais e para o progresso
do nosso ecossistema de inovação regional.
Medidas:
> Continuar a aposta em linhas de crédito bonificadas, referindo-se como exemplo,
a Linha Invest RAM–Investimento, como fonte de financiamento complementar aos
atuais Sistemas de Incentivos. No entanto, é sempre possível aperfeiçoar o regulamento
de modo a majorar investimentos realizados em concelhos de baixa densidade
populacional, de elevado desemprego ou/e inseridos na Madeira Parques Empresarias;
> Acoplar subvenções com instrumentos financeiros. Consideramos desejável manter-se
um incentivo repartido numa componente não reembolsável (mediante o atingir
de certas metas) e uma componente reembolsável (com período de carência e
isenção de juros), para os investimentos de inovação produtiva;
> Devido ao importante papel de ordenamento do território, fixação de empresas e
população que a Madeira Parques Empresariais hoje concretiza, torna-se fundamental
incluir majorações em todos os futuros Apoios Comunitários para empresas instaladas
ou que invistam nos diversos parques empresariais.
28 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Manter a Emissão de Garantias Autónomas. O principal objetivo desta linha é facilitar
as empresas na apresentação das Garantias autónomas necessárias aos pedidos
de pagamento de projetos aprovados no âmbito dos Sistemas de Incentivos;
> Criação de apoio a fundo perdido para empresas de base tecnológica, com o envolvimento
do IDE, IP-RAM e IDR, IP-RAM - “Voucher Madeira TEC.” - e com majorações
caso se instalem na Madeira Parques Empresariais;
> Salvaguardar que o futuro PO regional venha a disponibilizar instrumentos que
enquadrem projetos de I&D em colaboração entre diferentes organizações e setores
institucionais, do tipo projetos individuais em co-promoção, programas mobilizadores
ou CoLabs, com majorações caso se instalem na Madeira Parques Empresariais
(Ex: ProCiência);
> Aumentar a elegibilidade das despesas associadas a serviços e bens de cariz tecnológicos
presentes nos futuros Sistemas de Incentivos;
> Garantir que o novo PO Regional atribua uma grande prioridade ao incentivo à I&D
no setor empresarial, tendo como um dos focos as empresas em early-stage.
> Implementar e regulamentar o conceito de Canditatura Única para as empresas
emergentes associadas ao empreendedorismo tecnológico e qualificado. Agregando
os apoios ao investimento produtivo, à qualificação e internacionalização e, até, à I&D,
evitando que uma empresa recém-criada seja confrontada com diferentes janelas
temporais de decisão para estas diferentes dimensões. Em qualquer caso, este segmento
de empresas emergentes deve ser objeto de Avisos específicos.
Nomadismo e Inovação Digital
A Madeira tem todas as condições para ser reconhecida como um HUB de Inovação Digital
e o SIH – Smart Islands Hub, consórcio liderado pela ARDITI em parceria com a Universidade
da Madeira, a Startup Madeira, a ACIF-CCIM, a FCT-UNL, a Uninova, a Smart Energy Lab e
a CeCoLAB é um passo importante para a transição e inovação digital. Neste sentido, não
deixamos de salientar que a RAM apresenta todas as condições para se tornar um ecossistema
vivo de protatipagem e experimentação, encorajando a atração de capital estrangeiro
e a capacitação do nosso tecido empresarial.
Não menos importante, o projeto piloto desenvolvido na vila da Ponta de Sol - “Digital Nomad
Village Madeira Islands” e implementado durante a pandemia Covid19 pelo Governo
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Regional da Madeira, através da Startup Madeira, foi pioneiro e preponderante para colocar
Portugal no mapa mundo do Nomadismo Digital.
Estas e outras razões leva-nos a apresentar um conjunto de medidas capazes de consolidar
e traçar o caminho para tornar a Madeira, uma região inovadora, atrativa e singular.
Medidas
> Apostar fortemente no projeto “SIH - Smart Island Hub”, pólo de Inovação Digital
que atuará como acelerador de Transição Digital e será uma interface entre a investigação
tecnológica e inovação empresarial;
> No seguimento do projeto “SIH - Smart Island Hub”, prosseguir com a criação de
uma ZTL “Zona Livre Tecnológica” – Madeira Test Island, com o intuito de atrair projetos
inovadores e investimento estrangeiro relacionado com tecnologias emergentes,
onde a experimentação e prototipagem sejam um catalizador para o desenvolvimento
de soluções inovadoras;
> Instar a Madeira Parques Empresariais a participar ativamente no projeto “SIH -
Smart Island Hub”, entrosando deste modo a componente empresarial com a investigação
tecnológica;
> Conceção e criação de um canal de venda digital capaz de potenciar as vendas de
produtos e serviços regionais. É necessário concretizar o investimento numa plataforma
digital que congregue e remeta para cada produtor/criador e que lhes permita
captar audiência externa e convertê-los em clientes, com a efetivação da compra
online;
> Repristinar e readaptar o anterior Procom com forte componente na digitalização
e na tecnologia;
> Estender o prazo do projecto de Nómadas Digitais da Ponta de Sol até pelo menos
2026.
> “Os nómadas não viajam entre países mas sim entre comunidades”. Renovar a
aposta no projeto de sucesso dos Nómadas Digitais através de um novo projeto que
vise o alargamento das condições de sucesso a toda a Região. Este projeto deverá
ter uma preocupação com os concelhos da zona norte e deverá estar alinhado com
a necessidade de manter e potenciar a criação de empresas, serviços, aumentar a
empregabilidade e o aumento da qualidade de vida no geral, nestas zonas.
30 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Tornar o Porto Santo numa ilha de eventos empresariais e desportivos, através de
uma estratégia de promoção da marca Porto Santo e de campanhas marketing direcionadas
para o objetivo em questão.
> Reforçar o investimento da Região na captação de conferências de qualidade internacional
nas várias áreas que consubstanciam a economia do conhecimento e da
inovação. A Região tem todas as condições para ambicionar a realização de grandes
conferências nestas áreas.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
AMBIENTE E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO
Ambiente
Sendo a Região Autónoma da Madeira, um destino insular, muitas vezes inumerado e distinguido
como melhor destino insular da Europa, devemos ter especial atenção que isso só é
possível se tivermos em conta que tal prémio se deve à plenitude de vegetação, ambiente e
condições atmosféricas em que estamos inseridos.
Para dar continuidade a estas vangloriosas distinções, devemos ter a especial atenção de
cuidar e tratar do nosso ambiente, de reutilizar tudo o que já não seja necessário no momento,
mas que reutilizando possa ser utilizado noutra aérea ou mesmo numa prestação de
serviços.
Relativamente a esta temática e indo de encontro às medidas adotadas pelo Governo Regional
na preservação e proteção da qualidade do ambiente e da vida da população, pretendemos
enumerar alguns pontos que consideramos benéficos, eficientes e por sua vez,
altamente sustentáveis:
Promover a Economia Circular
Economia circular é um conceito que se baseia na ideia de que os recursos naturais são finitos
e devem ser utilizados de forma sustentável. Esta abordagem propõe que a produção,
o consumo e a exclusão de bens e materiais sejam repensados para evitar o desperdício e
a poluição, criando um ciclo virtuoso em que os recursos são reutilizados e regenerados
continuamente.
A economia circular busca substituir o modelo tradicional de economia linear, que se baseia
na extração de matérias-primas, produção, uso e descarte de produtos. Em vez disso, propõe-se
um modelo em que os resíduos são transformados em recursos, e os produtos são
concebidos para serem facilmente reparados, reutilizados e reciclados.
Desta forma, a economia circular busca promover, a eficiência no uso de recursos, reduzir a
emissão de gases com efeito de estufa, minimizar o impacto ambiental da produção e estimular
a inovação e a criação de novos modelos de negócio sustentáveis.
“O nosso sistema está em crise, e a razão que levou a esta crise consiste no facto de ser um
sistema linear e ao mesmo tempo, vivermos num planeta de recursos esgotáveis, sendo que
32 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
um sistema linear não pode funcionar interminavelmente num planeta de recursos esgotáveis.”
ANNIE LEONARD
Objetivos específicos:
> Aumentar a reutilização de produtos, nomeadamente os abrangidos pela responsabilidade
alargada do produtor e outros de consumo massificado (p.e. manuais escolares),
diminuir a produção de resíduos e contribuir para uma conceção de produtos
com múltiplas vidas úteis;
> Diminuir a produção de resíduos, através dos municípios ou sistema de gestão e
resíduos urbanos, colaborando no desenvolvimento das orientações, em particular
na disponibilização e promoção de rede de infraestruturas no desenvolvimento de
ações locais;
> Analisar o potencial económico e ambiental da introdução progressiva de instrumentos
que bonificam a produção e consumo sustentável;
> Incentivar o sector financeiro a capturar oportunidades em matéria de investimento
para a economia circular;
> Criação de entidades designadas pelos membros do Governo responsáveis pelas
áreas das finanças, emprego e ambiente: analisar conjuntamente instrumentos fiscais
que penalizem o uso insustentável de recursos e, simultaneamente, promovam o aumento
do emprego;
> Estabelecer um compromisso colaborativo, estratégico e de coesão na construção
da literacia ambiental na RAM materializada através da Estratégia Nacional de Educação
Ambiental (ENEA), considerando o pilar da Economia Circular;
> Educar os cidadãos para escolhas ambientalmente conscientes de bens e serviços;
> Sensibilizar a sociedade quanto às consequências no estado do oceano resultantes
de escolhas de bens e serviços que não consideram os impactes ambientais;
> Conhecer e monitorizar a realidade regional em matéria de desperdício alimentar
na cadeia de valor;
> Diminuir a produção de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
reutilização;
> Melhor a eficiência hídrica, através da promoção da eficiência hídrica no sector
urbano (edifícios residências e de serviços), setor agrícola e industrial: por exemplo
guias de eficiência hídrica para os vários setores, simplificados, de melhores técnicas
disponíveis, formação em eficiência hídrica e desenvolvimento de apoio à contabilização
e gestão de consumos (p.e. calculadora de água);
> Aumentar a reutilização de água, realizar campanhas de sensibilização para a reutilização
de águas.
Medidas estratégicas:
> Dias abertos ao conhecimento, criação de eventos com o objetivo de promover interações
e potenciar cooperação entre as empresas, Universidade e alguns membros
pertencentes ao Governo;
> Criação de um programa, através da autarquia, com projetos locais de economia
circular, que demonstrem os benefícios económicos, sociais e ambientais associados,
projetos que podem ser desde redes locais de compostagem, a reutilização de
manuais escolares, brinquedos e produtos de puericultura, passando por cozinhas
comunitárias e repair café;
> Desenvolver um Curso Formativo de Sustentabilidade no Turismo na oferecido pelo
Governo Regional;
> Comunicações/ Campanhas contra o desperdício alimentar: Dia Aberto: “Combate
ao Desperdício Alimentar”, Conferência sobre “Sustentabilidade e Desperdício Alimentar
na Hotelaria e Restauração”, Seminário “RAM a circular”, Conferência “Rumo
da RAM até à Economia Circular”
> Promover e reforçar a plataforma Madeira Circular já elaborada pelo Governo Regional,
com empresas, instituições sociais, associações e centros de investigação;
> Criar e implementar programas de auditorias e recomendações para o uso eficiente
dos recursos nas empresas;
> Introduzir critérios de circularidade nos cadernos de encargos de projetos de construção;
> Desenhar e implementar um Programa de Investimentos Ecológicos para a RAM;
34 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Reduzir o consumo de recursos naturais: pode ser feito através da adoção de práticas
de consumo consciente e pela redução do desperdício;
> Reutilizar e reparar produtos: a reutilização e reparação de produtos permite prolongar
a vida útil dos mesmos, evita que sejam descartados precocemente e reduzida
a necessidade de produzir novos produtos;
> Reciclar e recuperar materiais: a reciclagem e a recuperação de materiais, permite
que os recursos sejam reaproveitados, evitando que sejam descartados reduzindo
assim a necessidade de extrair novas matérias-primas;
> Repensar o design de produtos: o design de produtos pode ser repensado para facilitar
a reciclagem, a reutilização e a reparação, como também contribui para reduzir
o desperdício de materiais durante o processo de produção;
> Fomentar a colaboração entre diferentes setores: a colaboração entre diferentes setores
da sociedade, como empresas, governo e sociedade civil, pode contribuir para
a construção de uma economia circular mais eficiente e sustentável;
> Adotar modelos de negócios circulares: modelos de negócios circulares, como a
aluguer de produtos e a venda de produtos usados, podem contribuir para a redução
do desperdício e o aumento da eficiência na utilização dos recursos;
> Investir em tecnologias e inovações sustentáveis: o investimento em tecnologias e
inovações sustentáveis pode contribuir para a criação de novos produtos, serviços e
modelos de negócios mais eficientes e sustentáveis.
Descarbonizar a sociedade
As alterações climáticas são o maior desafio ecológico a nível mundial, cada vez mais, existe
uma preocupação social a este respeito, pelo que a aposta na descarbonização pode ser
uma ação determinante para eliminar a utilização de energias provenientes de combustíveis
fósseis, como o carvão, gás ou petróleo, e têm como principal objetivo, diminuir até eliminar
a emissão de gases com efeito de estufa.
Para alcançar a descarbonização da sociedade, é preciso reduzir as emissões de CO2 em
todos os setores da economia, incluindo a energia, transporte, indústria, agricultura e construção.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
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Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Objetivos específicos:
> Redução das emissões de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono
(CO2);
> Aumentar da eficiência energética de edifícios, indústrias e transportes;
> Transição para fontes de energia renovável, como a energia solar, eólica e hidroelétrica;
> Acelerar a redução do consumo de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e
gás natural;
> Adoção de tecnologias de captura e armazenamento de carbono;
> Investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas e sustentáveis
para captura de CO2, armazenamento de energia e eletrificação de veículos;
> Educar e consciencializar a população sobre a importância da descarbonização da
sociedade, incluindo a promoção de hábitos de consumo sustentáveis e a publicação
de informações sobre a mudança climática e suas consequências;
Medidas Estratégicas
> Reforçar o valor concedido pelo Governo Regional no Programa de Incentivo à
Produção e Armazenamento de Energia, de forma a abranger todas as candidaturas
registadas;
> Adotar novos Sistemas de incentivos à produção e armazenamento de energia a
partir de fontes renováveis, de modo a estimular a produção e o armazenamento de
energia elétrica e calorífica, essencialmente destinada ao autoconsumo, por parte das
famílias, das empresas, das cooperativas, das associações sem fins lucrativos e das
Instituições Particulares de Solidariedade Social;
> Investimentos em sistemas de apoio à produção de energia elétrica: Recurso hídrico
(aumentar a capacidade de armazenamento de água na Central Hidroelétrica da
Calheta);
> Desenvolvimento e digitalização da infraestrutura de rede, através de um conjunto
de dispositivos, softwares, máquinas e profissionais especializados;
36 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Transição para fontes de energia renovável: a substituição de combustíveis fósseis
por fontes de energia renovável, como a energia solar e eólica, pode reduzir significativamente
as emissões de CO2 na produção de energia;
> Aumento da eficiência energética: a adoção de tecnologias mais eficientes e a melhoria
dos processos produtivos pode reduzir o consumo de energia e, consequentemente,
as emissões de CO2;
> Redução do consumo de carne e laticínios: a produção de carne e laticínios é responsável
por uma grande quantidade de emissões de gases de efeito estufa. A redução
do consumo destes alimentos pode contribuir significativamente para a descarbonização
da sociedade;
> Aumento do uso de transportes públicos e bicicletas: a adoção de modos de transporte
mais sustentáveis, como o transporte público e a bicicleta, pode reduzir as
emissões de CO2 no setor de transporte;
> Investimento em tecnologias de captura e armazenamento de carbono, as tecnologias
de captura e armazenamento de carbono podem ser usadas para capturar o
CO2 emitido por fontes industriais e armazená-lo de forma segura;
A descarbonização da sociedade é uma das principais metas do Acordo de Paris sobre mudanças
climáticas, que visa limitar o aumento da temperatura global a 2°C acima dos níveis
pré-industriais e diligenciar esforços para limitar o aumento a 1,5°C.
Valorizar o Território
A valorização do território é um processo de melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento
de uma determinada região ou área geográfica, com o objetivo de maximizar o
potencial do território e seus recursos. Isso pode ser alcançado através de uma abordagem
integrada que considera as dimensões econômica, social, ambiental e cultural.
A valorização do território envolve o planeamento e a implementação de ações que visam
melhorar as condições de vida das pessoas, bem como aumentar a competitividade e a
sustentabilidade da região. Isso inclui o desenvolvimento de infraestruturas adequadas, a
promoção de atividades econômicas sustentáveis, a preservação do meio ambiente, a promoção
do turismo e da cultura.
A valorização do território é fundamental para garantir um desenvolvimento equilibrado
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
37
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
e sustentável, que beneficie as gerações presentes e futuras. Isso requer uma abordagem
holística e colaborativa, envolvendo diferentes atores locais, como autoridades locais, empresas,
organizações da sociedade civil e comunidades locais.
Objetivos específicos:
> Desenvolver a economia local, a valorização do território pode incluir a promoção
de atividades econômicas sustentáveis e a atração de investimentos que gerem emprego
e renda na região;
> Preservar o patrimônio cultural e ambiental, a valorização do território pode incluir
a preservação do patrimônio cultural e natural da região, como monumentos, paisagens,
ecossistemas e tradições locais.
> Melhorar a qualidade de vida, a valorização do território pode incluir o aumento
da melhoria das condições de vida da população, por exemplo, através da melhoria
da infraestrutura, da oferta de serviços básicos, do transporte, da habitação, entre
outros;
> Promover o turismo, a valorização do território pode incluir a promoção do turismo
sustentável, atraindo visitantes para a região e gerando receita para a comunidade
local;
> Estimular a inovação e a criatividade, a valorização do território pode incluir a promoção
de iniciativas inovadoras e criativas, como a criação de parques tecnológicos,
incubadoras de empresas, espaços culturais e de coworking;
> Promover a sustentabilidade ambiental, a valorização do território pode incluir a
adoção de práticas sustentáveis, como o uso de fontes de energia renovável, a gestão
de resíduos, a promoção da agricultura ecológica, entre outras;
> Fortalecer a identidade e a coesão social, a valorização do território pode incluir a
promoção da identidade local e da coesão social, fortalecendo os laços entre as comunidades
locais e estimulando a participação do cidadão.
Medidas Estratégicas:
> Atualização do site do IFNM, onde conste os limites, áreas abrangidas, percursos
inseridos, biodiversidade, recursos existentes, a nível biológico e a nível paisagístico
do Parque Natural da Madeira;
38 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Controle na quantidade de pessoas a visitar os percursos pedestres, tendo em conta
a sua manutenção limpeza e segurança;
> Controlo da carga humana permitida nos percursos ativos;
> Aplicar o estatuto da Agricultura familiar fomentado a sua manutenção e rentabilidade,
combatendo a desertificação das zonas rurais;
> Recuperação dos canais de água para rega, fator essencial à produção agrícola;
> Proporcionar condições e apoios aos agricultores de forma a valorizar e desenvolver
as suas atividades;
> Melhorar as acessibilidades às explorações agrícolas, através da construção e requalificação
de caminhos agrícolas;
> Orientar e dar a conhecer aos agricultores práticas agrícolas sustentáveis e que valorizem
o ecossistema, contribuindo assim a descarbonização da economia;
> Desenvolvimento de infraestruturas, melhorar a infraestrutura da região é fundamental
para a valorização do território, incluindo a construção e melhoria de estradas,
pontes, aeroportos, portos, sistemas de transporte público, entre outros;
> Fomento de atividades econômicas, estimular o desenvolvimento de atividades
econômicas sustentáveis na região, como a agricultura, o turismo, a indústria, o comércio,
entre outros, é importante para gerar emprego e receita na região;
> Preservação do patrimônio cultural e ambiental, a preservação do patrimônio cultural
e ambiental é essencial para manter a identidade e a história da região, atraindo
turistas e investimentos;
> Promoção da educação e formação profissional, investir na educação e formação
profissional é fundamental para preparar a sociedade para as oportunidades de emprego
e negócios que surgirão com a valorização do território;
> Incentivo à inovação e criatividade: A promoção da inovação e criatividade, através
do fomento à criação de parques tecnológicos, incubadoras de empresas, espaços
culturais e de coworking, pode gerar novos negócios e oportunidades de emprego
na região;
> Promoção do turismo sustentável, o turismo sustentável pode ser uma importante
fonte de receita na região, mas é importante que seja desenvolvido de forma res-
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
39
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
ponsável, preservando o patrimônio cultural e ambiental da região e respeitando a
comunidade local.
Economia Azul
Não há economia do mar e desenvolvimento da economia do mar sem sustentabilidade,
sem uma aposta clara no conhecimento e na investigação, sem inovação – mesmo nas fileiras
mais tradicionais –, sem planeamento e sem instrumentos de mediação que permitam
conjugar os diferentes interesses relacionados com a ocupação dos espaços marinho e marítimo.
Na Madeira, é importante termos presente que a economia do mar representa 10,3% do VAB
Regional, sendo responsável pela criação de 10.000 postos de trabalho.
Os números são interessantes, mas quando os analisamos com maior profundidade, percebemos
que 77,5% VAB Mar da Região advém da atividade turística, que representa 8.000
postos de trabalho na economia do mar, em 3.000 unidades de negócio que faturam mais
de 320 milhões de euros, pelo que existem oportunidades para desenvolver outras áreas,
que possam contribuir para o emprego qualificado e para o posicionamento da Região enquanto
hub atlântico na economia do mar.
Politicamente será necessário o envolvimento de diferentes atores, tendo presente:
> A Madeira possuí já um centro de investigação de excelência também na economia
do mar, a ARDITI, responsável pelo Observatório Oceânico da Madeira - unidade de
investigação e monotorização do oceano, integrada em redes nacionais e transnacionais
– e que acolhe ainda um dos sete polos do Centro de Ciências do Mar e Ambiente
(MARE);
> O trabalho do Governo Regional, em articulação com a Marinha e com as entidades
nacionais, permitiu criar a maior área marinha protegida do Atlântico Norte, corporizada
na ZEE das Ilhas Selvagens, iniciativa que posiciona a Região como espaço
ímpar para a investigação e para o trabalho científico em matéria de estudo dos
oceanos, da biodiversidade, das alterações climáticas;
> É na Madeira que se situa o quatro maior registo internacional de navios da Europa,
40 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
ponte para o mercado global do shipping;
> As condições do mar da Madeira são favoráveis ao desenvolvimento de atividades
que, quer a União Europeia, quer as Nações Unidas, quer o estado português, consideram
fundamentais para garantirem a segurança na cadeia alimentar. Referimo-nos
à aquacultura, entendendo que a aposta terá obrigatoriamente de ser no desenvolvimento
de explorações sustentáveis, de mínimo impacto paisagístico e para a indústria
do turismo, nomeadamente do turismo náutico, e para a paisagem costeira da
Região, valor essencial também para a qualidade de vida dos cidadãos destas ilhas.
> A Madeira, responsavelmente, desenvolveu o seu trabalho, nomeadamente o Plano
de Ordenamento do Espaço Marítimo, instrumento absolutamente fundamental para
o crescimento da economia azul.
Assim sendo, a aposta para o desenvolvimento da economia deve alicerçar-se em três eixos
fundamentais:
> Conhecimento, inovação e investigação;
> Shipping;
> Turismo náutico
Tendo sempre como ponto de referência a sustentabilidade, verdadeiro fio condutor de
qualquer política de crescimento, com respeito pelos planos de ordenamento e envolvendo
e promovendo sinergias entre o conjunto de atores que hoje, trabalham ou atuam na economia
do mar e percebendo que a Madeira pode ser um Madeira como um living lab para
projetos de investigação científica, robótica marítima, tecnologias digitais, armazenamento
de dados.
Medidas Estratégicas:
> Promover a criação de hubs de empreendedorismo na economia do mar, procurando
atrair start ups internacionais que trabalhem com as entidades locais e nacionais,
sobretudo nas áreas da robótica, do shipping e green shipping, mas também das
pescas, da monitorização dos oceanos e das energias offshore renováveis;
> Incluir, no Madeira 2030, uma linha de apoio dedicada à inovação na economia do
mar;
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
41
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
> Garantir que uma percentagem de 5% dos lucros das explorações de aquacultura
revertem para um fundo comum, que anualmente será distribuído pelos municípios
nos quais essas explorações estão instaladas, para o desenvolvimento de projetos de
conservação e proteção ambiental;
> Criar o Conselho Estratégico para o Desenvolvimento da Economia do Mar, envolvendo
os centros de investigação e as entidades privadas que operam no mar, sendo
esse um espaço de mediação e de diálogo, com o objetivo de procurar sinergias e
envolvimento;
> Desenvolver projetos de parceria que permitam atrair, para a Região, nomeadamente
para a Maritime Protected Area das Ilhas Selvagens projetos de investigação
científica internacionais;
> Trabalhar com a Universidade da Madeira para a abertura de formação específica
na área da economia do mar, mesmo tendo em consideração que a UMa tem autonomia
científica e pedagógica, sendo tutelada pelo Ministério da Ciência e do Ensino
Superior;
> Desenvolver projetos de recuperação das marinas do Porto Santo e da Calheta,
capacitando a primeira para receber embarcações que, em doca seca ou no mar,
passem a temporada de inverno ancoradas;
> Posicionar, em articulação com a APRAM e com a APM, a Madeira enquanto espaço
atrativo para o turismo náutico;
> Desenvolver trabalho constante junto dos armadores europeus com navios registados
na Madeira para mudarem parte da operação para a Madeira, utilizando a fundo
todos os mecanismos e todas as vantagens do Centro Internacional de Negócios;
> Reforçar o Programa de Literacia para os Oceanos, levando-o a todas as escolas
secundárias da Madeira e do Porto Santo, permitindo despertar nas novas gerações
o interesse pelo mar, pelas profissões ligadas ao mar, mas também pela necessidade
de proteger e preservar o nosso património coletivo;
> Apoiar estrategicamente projetos de formação e de requalificação profissional, permitindo,
por um lado, que os jovens e os jovens trabalhadores da Região tenham mais
saídas profissionais e, por outro, que a Região possa beneficiar da presença de navios
de cruzeiros para ser espaço para ações de formação dirigidas aos tripulantes desses
navios;
42 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
Pescas
Uma das atribuições da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) é a monitorização
de mais de 500 populações de peixes em todo o mundo. Em 2022 quase 35% destas
populações são consideradas por esta agência especializada das Nações Unidas como
sobre exploradas em comparação com os 10% identificados em 1974. Para isto contribui o
aumento do consumo humano de recursos aquáticos cultivados ou capturados (à exceção
das algas) que em 2022 se cifrou nos 157 milhões de toneladas, constituindo-se um novo
record de consumo que atinge agora os 20,2 Kg per capita, o dobro do que se consumia na
década de 1960. Em Portugal estes números duplicam e o consumo médio ronda os 60 Kg
de peixe.
Assim, o desafio futuro para garantir a sustentabilidade dos recursos aquáticos selvagens
passará por uma gestão mais eficiente, sustentada das pescarias e pela diversificação da
alimentação com origem em produtos do mar provenientes não só de capturas selvagens,
mas também pela aquicultura, no que a FAO designa como “transformação alimentar azul”.
Objetivos gerais:
Tendo em conta a visão da FAO para melhorar os sistemas alimentares aquáticos, importa
que a Região não só alinhe com esta visão, como também tire partido dos três principais objetivos
perseguidos por esta agência não governamental das Nações Unidas, nomeadamente
permitindo-lhe gerir por um lado eficazmente todas as pescarias que tradicionalmente e
sustentadamente as nossas frotas fazem e por outro fortalecendo, melhorando e expandindo
a aquicultura sustentável, com vista a melhorar as cadeias alimentares e de valor.
A Região deverá continuar a trilhar caminhos suportados pelo conhecimento científico que
é desenvolvido pelos seus reconhecidos técnicos, que nos laboratórios exercem ativamente
funções de estudo e investigação na área do mar.
Maximizar todos os recursos humanos, mas também físicos dos seus laboratórios nas áreas
da biologia pesqueira e da bioquímica, são fundamentais. Se hoje é possível ter um retrato
fiel do setor, isto se deve ao importante trabalho que ao nível da amostragem e das estatísticas
se faz, fornecendo dados necessários ao aconselhamento científico que permitem uma
melhor gestão sustentável dos recursos marinhos e permitem garantir ao consumidor final
a qualidade do pescado capturado e consumido na Região.
Tendo ainda em conta os dados dos últimos quatro anos é possível referir que o setor da
pesca representou na RAM cerca de 66,296 milhões de euros de faturação, numa média
anual de mais de 5 mil toneladas de pescado descarregado nos portos da Região.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
43
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Na nossa Região trabalham na pesca mais de 700 pescadores, distribuídos por mais de 90
embarcações, naquela que é certamente uma das profissões mais duras que importa respeitar
e apoiar, como alias foi feito nos últimos anos.
Na indústria da aquicultura se dá emprego direto a mais de 70 madeirenses, exportando
semanalmente cerca de 100 toneladas de pescado, atividade esta que tende a crescer de
forma sustentada, atingindo em 2022, um volume de faturação superior a 8,4 milhões de
euros, mais 9,2% do que em 2021.
Medidas estratégicas:
> Prosseguir o esforço de modernização das infraestruturas terrestres de apoio a atividade
pesqueira (lotas e entrepostos frigoríficos);
> Estudar a criação de uma plataforma móvel que permita a recolha de produtos provenientes
da pesca efetuada por pequenas embarcações, quando por razões operacionais
e climáticas a sua descarga não seja possível efetuar nas lotas ou postos de
receção de pescado existentes na Região;
> Continuar a modernização, informatização e rastreabilidade na gestão administrativa
de apoio dado as atividades da pesca e da aquicultura em terra;
> Continuar o trabalho iniciado de valorização da atividade, dos produtos dela provenientes
e a formação de todos os intervenientes na fileira das pescas, promovendo
como até agora sinergias com o setor privado que atuam na formação, nestas áreas,
melhorando competências, aprofundando conhecimentos e técnicas das artes pesca
e em particular no manuseamento e conservação destes produtos;
> Manter o esforço até aqui desenvolvido com vista a modernização e reajustamento
da frota de pesca do peixe-espada-preto, dotando a mesma de melhores condições
de trabalho, de segurança e conservação em frio;
> Continuar o apoio a modernização das outras frotas de pesca, permitindo dotar as
mesmas das melhores condições de segurança, de trabalho e conservação em frio;
> Aprofundar as estratégias de valorização e certificação dos produtos provenientes
de capturas selvagens, mas também os provenientes da aquicultura, reforçando o
compromisso com a qualidade dos produtos até a mesa do consumidor final e a necessária
sustentabilidade ambiental;
44 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Manter parcerias científicas que visam o desenvolvimento de estudos científicos
que interna e externamente permitam aprofundar conhecimentos sobre as espécies
provenientes quer de capturas selvagens, quer da aquicultura, com vista a garantir
a sustentabilidade dos stocks das espécies, as quotas e a introdução no âmbito da
aquicultura de novas espécies;
> Manter os esforços que atualmente se desenvolvem junto das autoridades nacionais
e internacionais, que permitam a certificação das nossas artes de pesca, com vista
a manter as quotas de pesca das diversas espécies pescadas pelas frotas da região;
> Continuar o esforço de informar e esclarecer as diversas camadas da população sobre
os esforços que em conjunto todos nós somos chamados a ter, na preservação e
sustentabilidade dos recursos marinhos e dos compromissos assumidos pela Região
com a qualidade dos produtos que do mar saem para a mesa do consumidor final.
Ordenamento do Território, Urbanismo, Paisagem e Habitação
O território é o suporte das atividades humanas e por via disto é essencial a sua adequada
governança.
São várias as dimensões do território que importa acautelar e regular atendendo a sua importância.
Neste capítulo se pretende dar contributos ao nível do ordenamento e gestão do
território, tocando em áreas intrínsecas, nomeadamente ao nível do urbanismo, da preservação
da paisagem, da sua ocupação, nomeadamente ao nível habitacional e da reabilitação
urbana.
Medidas estratégicas:
A nova Agenda Urbana para o Século XXI das Nações Unidas apela ao desenvolvimento
urbano sustentável, pretendendo que se repense a forma como construímos, gerimos e
vivemos nas cidades. Este documento sugere políticas de governança que olham para o
todo do território, tendo em conta as áreas urbanas, periurbanas e rurais, onde a equidade
surge de forma central, permitindo garantir uma melhor justiça social, o aumento dos bens
comuns que se possam disponibilizar as comunidades e se maximize as oportunidades dos
cidadãos.
Por sua vez a União Europeia também aprofunda estas políticas e no âmbito da sua Agenda
Urbana (PPUE 2021), defende a implementação de políticas de governança essenciais para
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
45
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
o crescimento económico, a inclusão social, a inovação e a criatividade, necessários para
enfrentar os desafios emergentes que ao nível do território não se deixarão de colocar.
Assim, importa à Região ir ao encontro destas orientações, que permitam o alinhamento
das políticas regionais com as políticas comunitárias, nomeadamente:
> Aperfeiçoar a regulação, que considere os impactos locais e a dimensão urbana,
pretendendo antecipar as dificuldades particulares das caraterísticas do território;
> Aperfeiçoar o financiamento, que permita responder com razoabilidade e assertividade
os desafios territoriais, maximizando assim fundos comunitários disponíveis;
> Aperfeiçoar o conhecimento, que permita reforçar a base de conhecimentos atuais
de políticas urbanas, maximizando a cooperação e partilha de boas práticas.
Ordenamento do território e Paisagem
> A criação da Reserva Ecológica Regional, com consequente revisão dos limites do
Parque Natural, hoje desajustados face ao crescimento urbano verificado;
> A criação da Reserva Agrícola Regional, que permita manter áreas essenciais a produção
agrícola;
> A avaliação e atualização das medidas preconizadas no documento CLIMA – Estratégia
de Adaptação da Madeiras às Alterações Climáticas;
> A reavaliação dos objetivos do Observatório da Paisagem, devendo assumir-se
como um importante instrumento de consulta por parte do Governo Regional nas
matérias relacionadas com esta temática;
> Promover a atualização de todos os instrumentos de gestão territorial setoriais e
especiais que se considerem desalinhados com a estratégia de gestão territorial prevista
no novo PROTRAM;
> Promover a atualização dos Instrumentos de Ordenamento do Território de nível
Municipal, Planos Diretores Municipais (PDMs) e sua compatibilização com os recentes
Programa Regional de Ordenamento do Território da RAM (PROTRAM) e Planos
de Ordenamento da Orla Costeira (POOCs) em vigor;
46 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Desenvolver mecanismos administrativos que permitam acelerar e colocar em prática
a atualização do cadastro urbano, rústico e florestal na RAM;
> A criação do Portal do Ordenamento do Território da Madeira, pretendendo que
este seja um espaço dedicado à divulgação de informação técnica nos domínios do
ordenamento do território, urbanismo, riscos naturais, ocupação do solo e paisagem,
incluindo também neste portal a criação do Sistema Regional de Informação Territorial,
que disponibilize para consulta os programas e os planos territoriais em vigor na
RAM.
No Urbanismo
> Promover e melhorar políticas de incentivos que visem incrementar a regeneração
e reabilitação urbana, a deslocalização de empresas para Parques Industriais ou
Empresariais, permitindo assim melhorar a qualidade urbana das Cidades e Núcleos
Urbanos mais relevantes;
> Fomentar o planeamento urbano que permita introduzir sempre que possível o
conceito de “cidade de 15 minutos” ou “cidades policêntricas”, que apostam numa
cultura de proximidade, em que as pessoas têm acesso rápido aos serviços essenciais
sem usar o automóvel;
> Desenvolver mecanismos que permitam introduzir a requalificação das periferias
urbanas, esbatendo assim desigualdades sociais entre centros urbanos e periferias,
organizando o tecido urbano destas, garantindo a segurança, qualidade de vida das
populações e a sustentabilidade e desenvolvimento harmonioso do território;
> Promover junto das Autarquias a introdução nos Planos Diretores Municipais (PDMs)
das Cartas das Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI), que hoje impedem que a
adaptação desta legislação à RAM seja praticável, o que permitirá reforçar as políticas
de regeneração do território periférico por requalificar e onde subsistem muitas
habitações de génese ilegal que doutra forma não podem ser trazidas a legalidade;
> Promover em colaboração com as Autarquias Locais a chamada mobilidade suave
sempre que possível, reduzindo gradualmente a utilização do transporte individual,
reforçando o transporte coletivo amigo do ambiente e a utilização de outros transportes
não poluentes de utilização individual;
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
47
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Habitação e Reabilitação Urbana
> Consignar 100 milhões de euros, nos Orçamentos de 2025 a 2028, para a construção
de habitação;
> Isentar de IMT e de Imposto de Selo a compra da primeira casa, até 450 mil euros;
> Simplificar processos e licenças que permitam o aceleramento e motivação para a
construção própria;
> Converter os imóveis devolutos do Estado em imóveis passíveis de serem transformados
em habitação, através de arrendamento ou compra;
> A continuidade da construção de pequenos bairros sociais, permitindo responder
às carências habitacionais que ainda subsistem;
> A continuidade da recuperação de todo o parque habitacional da Região;
> Afetação de outras edificações não habitacionais da RAM que possam ser adaptadas
para habitação, podendo caso se considere pertinente incluir como parceiros o
sector cooperativo ou a iniciativa privada;
> Cedência de terrenos públicos a cooperativas para a promoção de habitação a
custos controlados;
> Criação de um programa regional de arrendamento com isenções de IMI e reduções
de IRS e IRC para os proprietários, que permitam colocar mais imóveis no mercado
de arrendamento;
> Introduzir majorações regionais aos instrumentos de financiamento a Reabilitação
Urbana existentes no plano nacional;
> O aumento do agravamento do IMI sobre imóveis devolutos, mas apenas e só em
Zonas de Pressão Urbanística;
> Aumentar o valor da isenção do IMT para a compra de habitação própria permanente,
com majoração para quem pretender investir nos concelhos do norte da Madeira;
> Promover junto do Estado Central a baixa do IVA para 5% para o setor da construção
desde que seja para fins habitacionais, a redução do Imposto de Selo na compra
de habitação própria permanente e o reforço do limite máximo das deduções do
valor das rendas em sede de IRS.
48 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
TURISMO E TRANSPORTES
Preâmbulo
A sustentabilidade no turismo é um caminho incontornável e assumido com crescente consciência
pelos agentes do setor, à escala mundial.
O objetivo final do turismo sustentável é reduzir o impacto do turismo nas comunidades
locais e no meio ambiente, o que implica otimizar o uso dos recursos para evitar o consumo
excessivo, ajudando na conservação do mundo natural e na autenticidade sociocultural das
comunidades, contribuindo para a sua preservação e assegurar que as atividades económicas
sejam viáveis no longo prazo, mantendo um elevado nível de satisfação dos turistas.
Em 2015, as Nações Unidas aprovaram a Agenda 2030, constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) e o Turismo contribui, direta e indiretamente, para todos.
A nível europeu, foi recentemente apresentado o Pacto Ecológico Europeu que visa transformar
a União Europeia numa economia moderna, mais eficiente e competitiva quanto ao
aproveitamento de recursos. O plano de ação do Pacto salienta a importância do comprometimento
e envolvimento de todos os setores de atividade, incluindo o Turismo.
No plano nacional, a visão da Estratégia Turismo 2027 assenta na afirmação do Turismo
como hub para o desenvolvimento económico, social e ambiental em todo o território, e
define metas concretas para cada um dos três pilares de sustentabilidade.
A Estratégia para o Turismo da Região Autónoma da Madeira, no período 2022– 2027, apresenta-se
como o documento orientador do setor do Turismo no arquipélago da Madeira,
atualizando a visão estratégica para: “Um destino para todo o ano, sustentável, de beleza
natural ímpar, de fácil acesso, de fusão experiencial entre o Mar, a Montanha e a Cultura, reconhecido
como o “must visit”, com clima ameno, autêntico e cosmopolita, com vasta oferta
de experiências diferenciadas”.
É neste contexto que o Plano Turismo +Sustentável 2020-2023 e a adesão do Turismo de
Portugal ao Global Sustainable Tourism Council (GSTC), ao Pacto Português para os Plásticos,
à Declaração de Glasgow para a Ação Climática no Turismo e à Declaração de Cancun
do World Travel and Tourism Council (WTTC) sobre a Igualdade e Liderança das Mulheres
no Turismo, constituem fortes compromissos que visam reforçar o papel do Turismo em
Portugal, na construção de um mundo melhor para todos.
Foram, assim, identificadas áreas de atuação relevantes que visam contribuir para uma resposta
do turismo aos urgentes desafios da sustentabilidade, em alinhamento com a Estratégia
Nacional de Turismo 2027 e com os objetivos do Fundo Ambiental, em matéria de
economia circular e sustentabilidade.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
49
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Compete-nos, adotar as Estratégias Turismo 2027 e Portugal 2030, como elementos enquadradores
e estruturadores dos grandes programas de modernização para o setor, antecipando
os desafios da próxima década e permitindo, simultaneamente, adaptar o futuro
quadro comunitário de apoio 2021-2027, de modo a posicionar a Região Autónoma da Madeira
como um destino turístico mais competitivo e sustentável que permita:
Promover o turismo como fator de coesão social
Assegurando que gera um impacto positivo nas populações residentes e assumindo
o desenvolvimento da atividade turística como ferramenta de dinamização da economia
regional.
O turismo tem-se afirmado como um instrumento de desenvolvimento e alavancagem
dos diferentes setores de atividade, tendo em conta o efeito catalisador e
multiplicador que tem na economia e o seu cariz multissetorial. Ao gerar riqueza e
oportunidades de mobilidade social, o fenómeno turístico é, também, uma forma
equilibrada de combater a pobreza, quer através da inclusão das comunidades locais
nas atividades económicas, quer pela aplicação de diferentes políticas e programas
turísticos acessíveis a todos.
Pode significar uma forma de unir a economia em torno de um combate efetivo das
alterações climáticas, na adoção de boas práticas de sustentabilidade, na regeneração
urbana e na melhoria da vida das pessoas: dos residentes, dos profissionais e dos
visitantes.
Promover o emprego, a qualificação e valorização das pessoas de modo a permitir o aumento
dos rendimentos dos profissionais do turismo.
Valorizar as pessoas, que são o principal ativo de qualquer organização, através de
mais e melhores qualificações e de mais e melhor emprego é mais que uma responsabilidade,
é um dever.
O investimento no capital humano, uma vez que este é um fator de diferenciação e de
criação de valor, assume especial relevância, uma vez que o turismo continua a ter de
se adaptar aos fatores de competitividade, dada a globalização dos mercados.
Nesta perspetiva, a formação em hotelaria e turismo constitui uma chave para o sucesso
de qualquer organização inserida neste setor.
O rápido crescimento do sector, teve como consequências diretas, o aumento da
oferta de serviços turísticos, e o recurso a profissionais indiferenciados para suprir
50 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
as necessidades intensivas de mão-de-obra. Gerou-se, assim, um sério problema no
setor que se prende com a escassez de mão de obra qualificada, impactando na qualidade
da oferta e condicionando os investimentos previstos.
Torna-se, assim, urgente e vital pensarmos em estratégias para contrariar esta tendência,
nomeadamente:
> Apostar na formação interna contínua dos quadros;
> Reestruturar a Escola Hoteleira, tornando-a um estabelecimento de referência no
turismo internacional, promovendo parcerias no âmbito da Agenda para as Profissões
do Turismo, uma agenda estratégica, composta por 20 medidas para crescer
nas qualificações, na atratividade das profissões e no número de profissionais.
Estimular a inovação e empreendedorismo
Num sector de grande competitividade como este, as empresas devem criar alianças
e desenvolver formas de colaboração, no sentido de desenvolver sinergias e alcançar
vantagens competitivas face aos destinos concorrentes.
A colaboração pode resultar numa sinergia criativa que poderá conduzir a uma maior
inovação e eficácia.
Mas, inovar e empreender em Turismo não se limita ao surgimento de start-ups, mas
sim a um contínuo melhoramento das empresas já existentes, seja através do alargamento
e da qualificação da sua oferta, seja através de ofertas mais personalizadas,
inovadoras e com capacidade de surpreender e fazer diferente.
Se a afirmação das regiões como potenciais destinos turísticos depende do nível
de desenvolvimento da oferta, é do lado da procura que reside o poder de decisão,
tendo em conta as preferências, motivações, necessidades e tendências do mercado.
O crescimento mais acelerado em receitas vs dormidas.
É importante aumentar a oferta de turismo de maior qualidade, tanto no mercado
generalista como em nichos de mercado como o turismo de saúde, cultural, religioso,
natureza, aventura e náutico, num contexto de desenvolvimento sustentável. Deste
modo, será possível atrair turistas com maior capacidade financeira.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
51
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Afirmar o turismo na economia do mar.
Pretende-se a dinamização de atividades náuticas, desportivas e de lazer associadas
ao mar, como o surf, o kitesurf , o mergulho, a vela, e ainda o remo e canoagem , bem
como, a dinamização e valorização de infraestruturas, equipamentos e serviços de
apoio ao turismo náutico, nomeadamente portos, marinas e centros náuticos; a realização
de ações de valorização do litoral, e ofertas turísticas em torno do mar e das
atividades náuticas e a criação de projetos de turismo de saúde e bem-estar associado
às propriedades terapêuticas do Mar.
Atrair investimento e qualificar a oferta turística
Uma das áreas de crescimento é o turismo residencial, em que a Madeira pode ser um
destino muito atrativo, atendendo ao clima, paisagem, recursos naturais, infraestruturas,
segurança, hospitalidade e a fatores ligados ao custo de vida.
Promover a transição energética e a agenda para a economia circular das empresas do
setor.
Estimular a economia circular no Turismo, fomentando a transição para um modelo
económico assente na prevenção, redução, reutilização, recuperação e reciclagem de
materiais.
Incrementar os níveis de eficiência energética nas empresas, permitindo que o sector
adote medidas de utilização eficiente da energia e da água e desenvolva ações de
gestão ambiental dos resíduos.
Atuar em matéria de alterações climáticas ao nível da implementação de medidas de
mitigação. Dada a sua interdependência dos recursos naturais, o turismo pode e deve
dar um contributo positivo e regenerativo.
52 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
Conservar, valorizar e usufruir o património histórico-cultural e identitário
É indiscutível que os recursos culturais desempenham um importante papel para o desenvolvimento
dos destinos, sendo de realçar que estes recursos, independentemente do seu
valor patrimonial, histórico e cultural, apenas são relevantes se puderem ser usufruídos pelos
turistas.
Enquanto ativo estratégico, pretendemos que o património cultural seja valorizado através
de medidas que contribuam para a preservação dos valores que nos caracterizam e
diferenciam enquanto destino turístico e que geram benefícios para a economia e para as
comunidades locais.
Ações de valorização dos produtos endógenos regionais
Trata-se de um aspeto importante no desenvolvimento das comunidades rurais, inclusivamente
na redução de pobreza, através da valorização de produtos e serviços locais e na
identificação de como estas comunidades poderão participar mais efetivamente, nos mercados
internos.
Abordar a temática do Turismo e Riscos decorrentes das atividades de turismo de natureza
e aventura, em particular nos percursos pedestres “Veredas e Levadas”.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
53
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
DIÁSPORA E MIGRAÇÃO
Preâmbulo
Os portugueses tem sido, desde suas origens, uma população dinâmica e os madeirenses
não tem sido a exceção. São elos próprios portadores do ADN luso que através das suas
formas de organização em sociedade dinâmicas e na tentativa de manter viva sua língua e
cultura portuguesa, acabaram por contribuir para os objetivos de internacionalização e promoção
cultural da Região Autónoma da Madeira, (RAM).
A migração madeirense é um fenómeno histórico e social que envolve a saída de milhares
de pessoas da Madeira para diversos destinos, principalmente no continente americano,
africano e europeu. A migração madeirense teve diferentes motivações e consequências ao
longo dos séculos, mas foi sempre marcada pela busca de melhores condições de vida, pela
fuga à pobreza, à fome, à guerra ou à perseguição política ou religiosa.
A migração madeirense iniciou-se logo após o povoamento da ilha, no século XV, e intensificou-se
nos séculos seguintes, com destaque para os períodos entre os séculos XVII e XIX,
quando a Madeira foi afetada por crises económicas, sociais e naturais. Os principais destinos
dos madeirenses nessa época foram o Brasil, as Antilhas inglesas, a América do Norte
e as ilhas do Havai. Os madeirenses contribuíram para o desenvolvimento dessas regiões,
levando consigo a sua cultura, a sua língua e as suas tradições.
Ao longo dos séculos, os madeirenses emigraram para vários destinos, como o Brasil, a
Venezuela, a África do Sul, as Antilhas Holandesas, o Reino Unido, os Estados Unidos da
América, o Canadá, a Austrália e outros países europeus. Em cada destino, os madeirenses
adaptaram-se às condições locais, mas
mantiveram laços com a sua terra natal, através do envio de remessas para os seus familiares,
como uma expressão da sua coesão, identidade história e da cultura madeirense.
As remessas tem tido um impacto económico, social e cultural na Região e no Pais, serviram
para ajudar os familiares que ficaram na Madeira, para investir em propriedades ou negócios
na ilha, para contribuir para obras sociais ou religiosas nas suas freguesias ou concelhos de
origem, ou para expressar a sua identidade e cultura madeirenses.
De acordo com os dados do Banco de Portugal, a Madeira recebeu 113,9 milhões de euros
em remessas em 2021, um aumento de 8% em relação a 2020. Este valor representa cerca
de 3% do PIB regional e coloca a Madeira como a terceira região do país com maior peso
relativo das remessas no PIB.
Segundo o Relatório de Emigração de 2021, o valor total das remessas enviadas para Portu-
54 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
gal foi de 3.677,77 milhões de euros, o mais alto das últimas duas décadas e que representa
1,7% do Produto Interno Bruto (PIB) português.
Atualmente, estima-se que existam cerca de um milhão de madeirenses e seus descendentes
espalhados pelo mundo, formando uma diáspora dinâmica e diversificada.
A população residente na Madeira é cerca de 260 mil habitantes, dos quais cerca de 11 mil
são imigrantes, segundo os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) referentes
a 2022.
A comunidade imigrante na Madeira tem vindo a crescer nos últimos anos, sobretudo devido
ao fluxo de regresso dos emigrantes madeirenses e seus familiares que viviam na Venezuela,
um país que atravessa uma grave crise política, económica e social. A Venezuela é
o país de origem da maioria dos imigrantes na Madeira, seguida pelo Reino Unido, o Brasil, a
Alemanha e a França, mas há também imigrantes provenientes de outros países europeus,
africanos, asiáticos e americanos.
Logo, procurando alcançar os anseios dos nossos imigrantes residentes na Região, mas
também dos nossos madeirenses espalhados pelo mundo, realizaram-se diversas reuniões,
debates e mesas de trabalho com representantes das comunidades residentes e da diáspora,
para ouvir e registar suas preocupações.
Manifestaram preocupações quanto a falta de comunicação com os órgãos de representação
e governativos; a excessiva burocracia; a necessidade de mais informação e a falta de
sensibilização para os problemas sociais e económicos da nossa Diáspora.
Neste sentido, propomos reforçar o compromisso do Governo Regional com as nossas comunidades
imigrantes e com a nossa Diáspora através das seguintes propostas na área da
“Diáspora e Migração”:
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
55
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Propostas:
> Criação do «Balcão do Emigrante», nos países de acolhimento, através da rede
consular, que permita o acesso ao Sistema Previdencial Português e demais Serviços
Públicos portugueses, assim como otimizar o acesso aos apoios económicos, sociais,
médicos e medicamentosos pela nossa Diáspora.
> Promover o intercambio entre as diferentes ordens profissionais dos países de acolhimento
e as da Região Autónoma da Madeira, propiciando acordos para o reconhecimento
de diplomas estrangeiros de Ensino Superior.
> Reforçar e divulgar o ensino da língua portuguesa para jovens e adultos através de
instituições de Ensino Publico na Região Autónoma da Madeira.
> Propor a alteração da Lei Eleitoral da Assembleia Legislativa da Região Autónoma
da Madeira para implementar o «Círculo pela Emigração», adaptando-o à especificidade
da Região e permitindo aos emigrantes eleger aos seus representantes.
> Divulgar e promover as atividades da Universidade Sénior para a integração de
imigrantes, através do ensino da língua portuguesa, de formação para adultos e atividades
desportivas.
> Reivindicar as diferentes ordens profissionais e Universidades do país, maior celeridade
nos processos no reconhecimento dos Graus e Diplomas Estrangeiros de
Ensino Superior.
> Fortalecer o funcionamento das Conservatórias de Registos Civis e Serviços de
Estrangeiros e Fronteias (SEF) por forma a simplificar e agilizar os processos, conferindo
maior autonomia aos serviços regionais.
> Promover a rede comercial dos produtos “Madeira” na Diáspora através de um
«Balcão Comercial» dentro da rede consular, como ente de promoção na internacionalização
dos nossos produtos pelo mundo. (possível expensão da AICEP – Madeira
na Diáspora).
> Fomentar a criação de um curso propedêutico, com estudantes voluntários que
apadrinhem crianças e jovens no processo de integração aos diversos níveis de ensino.
> Sensibilizar sobre a importância de representação consular das comunidades de
países terceiros, residentes na Região Autónoma da Madeira, através da criação de
Consulados Honorários na RAM.
56 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Promover acordos com Universidades, Institutos, Centros Sociais e entidades publicas
em geral com sede nos diversos países de acolhimento, para a realização de intercâmbios
internacionais a nível de formação, desenvolvimento tecnológico, cultural e
desportivo para incentivar a participação dos nossos imigrantes e luso descendentes
na Universidade da Madeira, instituições de ensino e de formação profissional, cultural
e desportivo da Região.
> Incentivar relações permanentes de amizade e cooperação para fortalecer as relações
económicas e sociais com os países de Acolhimento através das Casas da Madeira
e instituições regionais com sede nos países de Acolhimento.
> Propor a criação de mesas de trabalho com os Conselho das Comunidade Madeirenses
para recolher as necessidades das comunidades, como órgão consultivo do
Governo Regional.
> Difundir o Programa “Madeira no Coração” que apoia e coordena as visitas ou o
regresso definitivo à Região de emigrantes carenciados.
> Propor à União Europeia uma política integrada para os emigrantes, promovendo a
interculturalidade e minimizando os preconceitos.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
57
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
PORTO SANTO: PRESENTE E FUTURO
Preâmbulo
Uma análise ao que é viver nesta ilha que, de tão bela e pacífica que é, traz-nos também
algumas carências sentidas. Sobretudo devido a uma curta densidade populacional, a uma
extensa e castradora sazonalidade e longos anos de ausência de um cuidado ou atenção
especial que merecia.
OS DOIS S’s DOURADOS
Saúde
As acessibilidades aos serviços de saúde sempre foram limitadas, criando uma dependência
muitas vezes básica aos serviços de saúde localizados na Ilha da Madeira.
Desta forma é empírico iniciar o mais rápido possível a nova Unidade Local de Saúde
do Porto Santo e adaptá-la com os cuidados que os habitantes necessitam.
A demografia da Ilha demonstra um aumento da população que se encontra numa
faixa etária superior a 50 anos, o que implica analisar o futuro com um cuidado extra
na qualidade do serviço e aumento de infraestruturas de apoio à comunidade sénior.
> Novas valências de saúde;
> Maior número de consultas de Especialidade;
> Maior número de profissionais para exames auxiliares de diagnóstico;
> Prover a possibilidade de consultas de Saúde Oral;
> Apoio e restruturação do Lar de terceira idade;
Segurança
Cada vez mais o Porto Santo é visitado periodicamente e a sazonalidade vai se afastando
dos meses de verão.
A Ilha Dourada é apresentada como destino de excelência e a sua segurança destacada.
No entanto esta segurança tem de ser salvaguardada não apenas no verão:
58 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Sensibilizar as Forças de Segurança para estarem mais presentes nos locais
e nas horas de maior afluência/movimento evitando abusos.
> O Porto Santo tem dois pontos de entrada legais, Porto/Marina e Aeroporto,
é necessário reforçar o controlo neste hotspots de entrada de estupefacientes,
visto que nos últimos dois anos tem ocorrido um aumento de crimes por narcotráfico.
> Sensibilizar as Forças de Segurança para a necessidade dos acessos aos
locais com mais enfase têm de ser mantidos sobre constante vigilância e as
estradas cuidadas.
> Construção de uma esquadra para a PSP.
> Implementar um maior controlo sobre os alojamentos locais em arrendamentos
a menores de idade.
REAVALIAÇÃO DE MEDIDAS
Mar
> Criação de um plano estratégico para melhoramento/manutenção das infraestruturas
e apoio ao sector náutico, (barco de apoio, posto de comunicações, manutenção).
> Capacitar as estruturas para receber navios de médio porte. Criação de acessos
para atracar pequenas balsas de navios de grande porte sem alterar a dinâmica local,
(MT; pescadores; Marina).
> Construção de infraestruturas para futuras concessões destinadas às Marítimo-Turísticas
e Armadores.
> Reavaliação da lota ou reformulação para um ponto de descarga, juntamente com
posto de gelo.
> Reavaliação dos Programas de Ordenamento da Orla Costeira que conduzam a
uma renaturalização do litoral e controlo de construções.
> Reestruturação das leis de alargamento e monitorização das Áreas Marinhas Protegidas.
> Beneficiar das excelentes condições de mar e Investir na aquisição de navios da
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
59
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
marinha para potencializar o mergulho em naufrágios no Porto Santo.
Transporte
> Atenuar a dupla insularidade do Porto Santo com uma revisão nos horários dos
transportes entre Ilhas.
> Valência e controlo no transporte marítimo e aéreo prioritário para os residentes
nos períodos de maior afluência de visitantes, principalmente para fins médicos/consultas.
> Revisão constante das obrigações de serviço público para manter os preços das
passagens os mais acessíveis possíveis e reduzir os preços dos transportes de mercadorias;
> Renovar e atualizar a pista/gare do Porto Santo. Fornecer conforto e acessibilidades
de um verdadeiro aeroporto alternativo ao da Madeira, em caso de inoperacionalidade.
> Reestruturar o espaço exterior do Aeroporto para um maior aproveitamento público,
reduzindo lugares reservados e dotar de um espaço próprio para os taxistas.
> Garantir uma melhor manutenção das estradas
Educação
> Melhores condições e um maior número de profissionais para a área da Educação
Especial.
> Plano de Combate ao Abandono Escolar Precoce para que a escolaridade obrigatória
seja cumprida.
> Dotar o Agrupamento de Escolas do Porto Santo de um miniautocarro para as necessidades
curriculares e extracurriculares.
> Apoiar os jovens com bolsas de estudo integrais nos campos de formação profissional
especifica das necessidades da Ilha, em contrapartida terem de voltar e traba-
60 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
lhar durante um período de tempo no comercio local.
> Criar incentivos para a realização de intercâmbios nacionais, internacionais a nível
educativo, cultural e desportivo.
> Sistema integrado de transportes terrestres, com melhor qualidade, revendo as carreiras
e frequências. Adequando-as aos horários escolares e de trabalho, reduzindo o
valor do passe mensal.
Habitação e Coesão Social
> Potencializar o PRID (Programa de Recuperação de Imóveis Degradados), para a
recuperação do centro histórico do Porto Santo, estimulando a preservação e habitação
com custos controlados.
> Plano de repovoamento dos centros urbanos com renda acessível para jovens, nomeadamente
por via de adaptação a residências de imóveis públicos devolutos, da
administração regional e local.
> Fomentar isenções fiscais a proprietários que tenham imoveis no mercado de arrendamento.
> Elaboração de um Plano de Combate à Pobreza e Exclusão Social que articule todos
os Munícipes, a Paróquia e as empresas.
Economia e Comércio
> Implementação no Porto Santo de um plano que potencie a primeira Operação
Integrada de Desenvolvimento, lançada no início deste século, e cujas infraestruturas,
nalguns casos, continuam subaproveitadas.
> Execução de uma avaliação ás barragens chave de forma a permitir uma maior
retenção da pluviosidade.
> Apoios canalizados para o investimento a longo prazo e que mantenham o seu
trabalho ativo anualmente.
> Apoiar os jovens agricultores na rentabilidade dos produtos no comércio local.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
61
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
> Aumentar a produção agrícola e pecuária, visando o não pagamento de taxas no
transporte entre Ilhas, referente a produtos perecíveis e não perecíveis.
> Reconverter os barcos de pesca locais e dar mais valia ao pescado na restauração
local, através de isenção de taxas.
> Plano de desburocratização, seleção e empregabilidade nos serviços da Administração
Pública para os residentes na Ilha.
> Investir na distribuição de água, reduzindo as perdas no abastecimento público e
obras frequentes nas estradas.
> Programa de atração dos jovens recém-formados que residam fora da região.
> Dotar a Ilha com postos de abastecimento de gás natural para veículos, fornecendo
um recurso a formas de energia mais limpas.
> Criação de um plano de arrendamento a longo prazo nos empreendimentos tutelados
pela Sociedade de Desenvolvimento do Porto Santo, que estejam parcialmente
ou totalmente inativos.
Turismo
> Garantir a criação e manutenção dos caminhos pedestres pela Ilha, juntamente com
WC’s em pontos chave.
> Reestruturação e avaliação das infraestruturas das Sociedades de Desenvolvimento
para um melhor aproveitamento das concessões.
> Reestruturação de áreas e horas limites para diversão noturna. Dotar a praça de
Táxis com um lugar coberto e Wc’s.
> Iniciar um projeto piloto em taxas turísticas com objetivo de obter fundos para que
o município possa investir nas infraestruturas que suportam o turismo na cidade
> Sistema integrado de transportes terrestres, com melhor qualidade, revendo as carreiras
e frequências.
62 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
Cultura
> Criação de um Plano de Apoio específico para o desenvolvimento, adaptação e
divulgação da marca Porto Santo. Através dos grupos que tenham por objetivo salvaguardar
os costumes como a Gastronomia e Folclore reforçando a identidade local.
> Recuperação de zonas e áreas envolventes importantes no passado, como passagem
de informação aos jovens e visitantes.
> Revitalizar o artesanato através de incentivos financeiros, plano educativo e através
de formação para os docentes, garantindo passagem de testemunho e a sua autenticidade.
> Investir na transformação da antiga casa das Águas do Porto Santo e suas redes de
captação como museu municipal para visitas interativas.
Desenvolvimento: Científico e Desportivo
> Impulsionar o desenvolvimento de Polos Científicos, com protocolos entre Centros
de Investigação e Universidades, paralelamente fixando Jovens.
> Aproveitar o potencial da Ilha do Porto Santo para desportos específicos e concentrar
recursos no seu desenvolvimento e divulgação.
> Revisão do Plano Regional de Apoio ao Desporto, canalizando apoios aos clubes
com formação mantendo a competitividade.
> Programa de exercício físico para um envelhecimento ativo dos nossos seniores, em
articulação com atividades e centros desportivos existentes.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
63
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
DESAFIOS DA AUTONOMIA
Nos próximos quatro anos, ou seja, de 2023 a 2027, período, expectável, da próxima legislatura
regional com a composição resultante das próximas eleições para a Assembleia
Legislativa da Madeira, irá decorrer a comemoração de meio século do regime autonómico,
consagrado na Constituição da República que entrou em vigor a 25 de abril de 1976 e que
originou as primeiras eleições regionais em junho desse mesmo ano.
Forçosamente essa data, para além de uma desejável e reconhecida comemoração, apela
à reflexão e ao arrojo, com base no caminho feito, mas também com o supremo objetivo
de melhor servir as populações que vivem nestas ilhas, de forma a perspetivar os próximos
anos nas medidas políticas que podem ajudar/incentivar e determinar o nosso futuro coletivo
e a melhoria do nosso bem-estar.
Falamos, pois de Autonomia, uma conquista que devemos aos nossos ascendentes, aos
nossos antepassados, aos nossos “egrégios avós” e nesse particular o CDS-PP propõe atenção
aos seguintes pontos fundamentais:
> A ultraperificidade e os novos desafios na União Europeia, através da implementação
de estudos e relatórios pendentes, a iminência da entrada de novos membros
que competirão com a nossa realidade;
> A evolução autonómica;
> O sistema político e eleitoral regional;
> O funcionamento da Administração e relações com as Autarquias Locais.
Através da prossecução de medidas como:
> Concretizar o princípio de plena coesão territorial que obrigue a assegurar a plena acessibilidade
de pessoas e bens, a garantia de um serviço publico de transporte de mercadorias
e de passageiros e a eliminação dos custos de deslocação em termos comparados;
> Defender a economia local, como essencial à criação de postos de trabalho e a fixação das
comunidades residentes, o que pode passar por medidas de derrogação ou de adaptação
em matéria de livre concorrência, pela existência de sistemas fiscais próprios, por critérios
mais abrangentes de auxílios de natureza publica e pela admissibilidade de relações comerciais
especificas com regiões onde nos integramos (Macaronésia) ou onde existam comunidades
oriundas destas Regiões;
64 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
> Adotar políticas ambientais especificas que cuidando da biodiversidade própria destas
ilhas a faça conjugar com o modo de vida ancestral das populações.
A autonomia não é um processo estanque, é um processo evolutivo que sempre contou e
sempre contará com o acompanhamento pelo CDS-PP, partido integrante da implementação
dessa autonomia neste sentido a evolução autonómica impõe o aprofundamento da
autonomia através dos seus instrumentos estruturantes (Constituição da República, Estatuto
Político Administrativo e Lei das Finanças Regionais), o CDS-PP propõe:
> Rever a Constituição da República portuguesa no sentido da eliminação da figura
do Representante da República;
> Pressionar a República no sentido de introduzir as matérias autonómicas madeirenses;
> Rever o atual Estatuto politico administrativo da RAM (que tem origem no ano de
1991);
> Alargar as matérias que possam ser objeto do poder legislativo regional (como por
exemplo, os assuntos do mar, o clima, a contratação publica, a regulação e a inspeção
económica, o domínio publico regional, a inovação tecnológica ou os regimes de exceção
administrativa e a proteção civil);
> Definir a capacidade tributária das Regiões e as suas relações financeiras com o
Estado.
Articular com a República:
> Planos de desenvolvimento económico social;
> Políticas fiscais e financeiras;
> Políticas respeitantes às aguas territoriais, à ZEE e aos fundos marinhos;
> Política internacional e em especial na participação na União europeia;
> Ordenamento do território;
> Promoção de habitação social;
> Correção das desigualdades económicas derivadas da insularidade;
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
65
Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
> A formalização da União das Regiões Autónomas Portuguesas;
> A existência de órgãos nacionais de elaboração e debate de politicas onde a participação
regional seja obrigatória;
> A consagração periódica de cimeiras governativas;
> O desenvolvimento e uma maior eficácia para os direitos de audição regional;
> A ineficácia no território regional de medidas legislativas que não tenham a participação
ou audição dos órgãos de governo próprio das Regiões:
> A comparticipação nacional nos sistemas regionais de serviços públicos fundamentais
como a Educação e a Saúde, tarefas fundamentais do Estado em termos constitucionais
à semelhança do artigo 158º da Constituição espanhola, que determina a
obrigatoriedade de transferências do Orçamento do Estado para as Comunidades
Autónomas para garantir um nível mínimo na prestação desses serviços públicos.
Com a autonomia consagrou-se o seu sistema próprio político e eleitoral que, com a formação
do círculo único conferiu justeza ao sistema e prevenção da subversão da distribuição
de representantes cuja ligação com os respetivos círculos era nula, não obstante, como suprarreferido,
o processo é evolutivo, assim o CDS-PP propõe-se:
> Dotar a Assembleia Legislativa Regional de instrumentos que permitam a defesa
da autonomia;
> Consagrar o voto e a eleição de emigrantes para a Assembleia Legislativa;
> Criar um Círculo Eleitoral por cada uma das Regiões Autónomas nas eleições para
o Parlamento Europeu.
O CDS-PP sempre teve uma vertente autárquica muito forte, a Madeira não é exceção, consideramos
fulcral a inserção das relações entre a Assembleia Legislativa Regional e a administração
Pública Regional, assim propomos:
> Coordenar um plano de Desburocratização dos serviços da Administração Pública
Regional no sentido de facilitar o investimento e a livre iniciativa de cidadãos e empresas
alargando-se procedimentos que confiem na responsabilidade dos proponentes
ou investidores;
> Concertar a defesa como necessária com os órgãos de soberana desejamos ver
66 Programa de Governo CDS-PP 2025-2029
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
reproduzida entre Governo Regional e Municípios, sem constrangimentos partidários;
> Consagrar como órgão consultivo do poder regional uma representação municipal
permanente.
CONCLUSÃO
Comprometemo-nos pelas nossas propostas, responsabilidade, atenção às famílias, aos jovens
e aos idosos, mas não esquecemos que nos suporta, a classe média trabalhadora. É
nossa responsabilidade baixar impostos, é nossa responsabilidade pugnar por cuidados de
saúde de qualidade, educação de qualidade que se inicia pela valorização da carreira docentes,
comprometemos-mos, com provas dadas, em facilitar a mobilidade dos madeirenses,
imigrantes e de quem nos visita. É nossa responsabilidade preparar o nosso arquipélago
para quem nos visita, sejam muitos ou poucos. É da maior justiça que todos os trabalhadores,
públicos ou privados, recebam o subsídio de insularidade a que têm direito, aumentar o
salário mínimo sem descurar os empregadores que os pagam, através da baixa de impostos,
mas também da rescisão da taxa social única.
Prometemos ser sempre CDS-PP.
Governar com SENTIDO DE RESPONSABILIDADE
67
ELEIÇÃO PARA A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA
23 de março de 2025
PCP-PEV
PPD/PSD
L
dia 23 de MARÇO
VOTA
CDS-PP
último no boletim de voto
JPP
ND
PAN
PTP.MPT.RIR
PS
IL
CDS-PP
UM VOTO SEGURO
PPM
BE
CH
ADN
CDS-PP