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Biomais_68Web

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Entrevista Paula Chaccur aborda a criação do sistema para regular o comércio de GEE

TRANSPORTANDO

ENERGIA

CRESCEM SOLUÇÕES COM

PISO MÓVEL PARA ATENDER

MERCADO NACIONAL DE

BIOMASSA

TRANSPORTING

ENERGY

GROWTH OF LIVE FLOOR

TRAILER SOLUTIONS FOR THE

DOMESTIC BIOMASS MARKET

SUSTENTABILIDADE

ASSOCIAÇÃO APONTA O PELLETS

COMO MELHOR OPÇÃO PARA

AQUECER CASAS NA ESPANHA

MERCADO

FABRICAÇÃO DE PELLETS DE EUCALIPTO É

APOSTA PARA A ESTABILIZAÇÃO DO SETOR


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A demanda por pellets de

biomassa cresce mundialmente,

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SUMÁRIO

06 | EDITORIAL

Soluções para o setor

08 | CARTAS

10 | NOTAS

20 | ENTREVISTA

28 | PRINCIPAL

34 | SUSTENTABILIDADE

Pellets é a melhor opção para aquecer casas

40 | INOVAÇÃO

Descoberta pode transformar

resíduos em biocombustível

46 | MERCADO

50 | ARTIGO

56 | AGENDA

58 | OPINIÃO

Eventos e IA: tecnologia

substitui a criatividade?

04 www.REVISTABIOMAIS.com.br



EDITORIAL

A capa desta edição traz os

implementos rodoviários para

biomassa da Usicamp

SOLUÇÕES

PARA O SETOR

T

er o transporte adequado para a biomassa é um dos desafios do segmento e tem gerado oportunidades. A Usicamp Implementos

Rodoviários está conquistando o mercado nacional com a produção de implementos para transporte de biomassa, garantindo

qualidade dos seus produtos e entregando soluções que atendem as necessidades específicas do consumidor final. A empresa paranaense

é o tema da reportagem de capa desta nova edição da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS. Na editoria Entrevista, conversamos

com a advogada Paula Chaccur, especialista em direito empresarial e ambiental, que explicou sobre o recém-criado SBCE (Sistema Brasileiro

de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa). Ainda nesta edição, destacamos outras matérias que abordam a utilização dos pellets

no mercado doméstico da Espanha, o crescimento do mercado de pellets no Brasil e a descoberta de uma molécula que pode transformar

resíduos em biocombustíveis, entre outras notícias relevantes sobre o mercado de biomassa e energias renováveis. Até a próxima!

SOLUTIONS FOR THE SECTOR

T

he adequate transport of biomass is one of the Sector's challenges, which has created opportunities for it. Usicamp Implementos Rodoviários

is conquering the national market by manufacturing equipment for the transportation of biomass, guaranteeing the quality of its

products and delivering solutions that meet the end user's specific needs. This company from Paraná is the subject of the cover story in this

new issue of REFERÊNCIA Biomais. In the Interview Section, we spoke with attorney Paula Chaccur, a business and environmental law specialist,

who explained the recently created Brazilian Greenhouse Gas Emissions Trading System (Sbce). Also, in this issue, we highlight other articles

on the use of pellets in Spain, the growth of the pellet market in Brazil, and the discovery of a molecule that can turn waste into biofuels, among

other relevant news in the biomass and renewable energy market. See you next time!

EXPEDIENTE

ANO XII - EDIÇÃO 68 - MARÇO 2025

Diretor Comercial/Commercial Director:

Fábio Alexandre Machado

(fabiomachado@revistabiomais.com.br)

Diretor Executivo/Executive Director:

Pedro Bartoski Jr

(bartoski@revistabiomais.com.br)

Redação/Writing:

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Fabiana Tokarski - Supervisão -

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(comercial@revistabiomais.com.br) Fone: +55 (41) 3333-1023

Tradução / Translation: John Wood Moore

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José A. Ferreira - (41) 99203-2091

(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038

ASSINATURAS

0800 600 2038

A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora

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A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente,

dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas

e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de

energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos

governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,

direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS

não se responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,

anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de

responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,

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textos, fotos e outras criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são

terminantemente proibídas sem autorização escrita dos titulares dos

direitos autorais, exceto para fins didáticos.

REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed

at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues

used for energy generation and cogeneration, research institutions, university

students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/

or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does not hold itself

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and other intellectual property of REVISTA BIOMAIS are strictly forbidden

without written authorization of the holder of the authorial rights, except for

educational purposes.

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CARTAS

PRINCIPAL

Satisfeito em conhecer um pouco mais sobre a Andritz. É uma empresa referência na área de

pellets.

Silvio Faria – São José do Rio Preto (SP)

Foto: divulgação

ENTREVISTA

Interessante a entrevista com o professor Willian Flores, por proporcionar saber um pouco mais sobre a região amazônica.

Juliano Carrot – São José dos Pinhais (PR)

ESTUDO

Como mostra a matéria, não faltam opções para promover a transição energética.

João Cézar Barroso – Araxá (MG)

INOVAÇÃO

Me enche de orgulho ver resultados de pesquisas de universidades brasileiras

contribuindo para a sustentabilidade.

Graça Souza – Arapoti (PR)

Foto: divulgação

www.revistabiomais.com.br

na

energia

biomassa

dia informação

@revistabiomais

/revistabiomais

Publicações Técnicas da JOTA EDITORA

08 www.REVISTABIOMAIS.com.br



NOTAS

PODCAST REFERÊNCIA

Durante o mês de fevereiro o estúdio do Podcast Referência teve a honra de receber convidados muito importantes para o

desenvolvimento do segmento de base florestal, no reflorestamento e no manejo florestal sustentável. Os entrevistados desses

episódios foram Ednei Blasius (foto de cima), presidente do CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do

Estado do Mato Grosso), é formado em administração e sócio-proprietário da B2 Madeiras. O outro convidado foi Pedro Francio Filho

(foto de baixo), diretor da Francio Soluções Florestais, formado em agronomia e especialista em produtividade florestal. Os episódios

tiveram o apoio da Máquinas Águia, Crocodilo Empreendimentos Florestais, Poli Fertilizantes e TMA, que atuam oferecendo soluções

para o segmento de base florestal.

Ednei aproveitou o programa para contar sobre sua história que começou muito longe do manejo florestal e caminhou gradativamente

para uma das indústrias mais pujantes do Mato Grosso. “Vendi picolé, trabalhei empacotando café e passei pela engenharia

civil, lidando com AutoCAD muito antes da floresta. Foi quando minha família saiu de Juína (MT) para Cuiabá que minhas primeiras

oportunidades que me levaram ao florestal, de uma migração da

engenharia civil que passei a desenhar plantas de áreas florestais e

não apenas de prédios”, relatou Ednei.

Ednei, que é muito ligado ao associativismo conta que o

manejo florestal no Mato Grosso tem crescido muito, ele mesmo

já tem sete unidades produtivas entre indústrias madeireiras e

operações de biomassa, mas que o trabalho do manejo ainda não

tem o reconhecimento e nem mesmo as aberturas de mercado que

outros segmentos produtivos já recebem. “Hoje quem trabalha no

estado já consegue aproveitar praticamente toda sua produção,

mas o acesso ao crédito, como acontece com o agro, ainda é muito

reduzido, o que trava parte do potencial produtivo que já temos e

podemos alcançar”, destacou Ednei.

Pedro Francio Filho é uma das grandes referências no segmento

de produtividade florestal do Brasil. Paranaense de Engenheiro Beltrão,

Pedro contou que sua família tem uma ligação com o campo

muito forte, o que o levou a fazer agronomia, mas a influência de

Augusto Francio, um grande nome da indústria madeireira, e o professor

José Luiz Stape, que deu o conselho que mudou a sua vida.

“Ele me disse que deveria fazer a agronomia focado no florestal,

pois o florestal precisava dessa visão da agronomia, que o florestal

precisava olhar para o solo e para a produtividade. Eu segui e tenho

certeza que foi a melhor escolha que fiz”, ressaltou Pedro.

Pedro conta sobre uns principais momentos que marcaram sua

história, que ele mesmo não consegue colocar apenas um e aponta

como momentos diferentes marcam situações e oportunidades diferentes.

“Fui convidado a participar de um evento em Buenos Aires

e nem falava inglês ou espanhol, mas os contatos foram feitos mesmo

assim. Participei de todas as ExpoForest, o que me colocou num

lugar de destaque. Em um momento de crise eu trabalhei 18h por

dia, batendo na porta de clientes e correndo atrás. Cada dificuldade

foi uma oportunidade que me abriu caminhos”, celebrou Pedro.

Os episódios do Podcast

REFERÊNCIA estão disponíveis no

nosso canal do youtube, que o Leitor

pode acessar através do QR Code:

Fotos: REFERÊNCIA

10 www.REVISTABIOMAIS.com.br


LINHA DE TRANSMISSÃO EM CONSTRUÇÃO

Líder em transmissão de energia no país, a Isa Energia Brasil, celebra a construção da milésima concretagem de fundação

de torre do Projeto Piraquê, o maior empreendimento greenfield em construção no setor de transmissão de energia no Brasil. O

Projeto Piraquê, arrematado no lote 3 do leilão de transmissão número 01/22 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica),

envolve a construção de 947 km de linhas de transmissão nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com um investimento

de R$ 3,7 bilhões (CaPex ANEEL). A fundação da milésima torre foi executada em 15 de fevereiro de 2025 na linha de transmissão

de alta tensão (500 kV) que vai da Subestação Janaúba 6 à Subestação Capelinha 3. No total, serão 1.913 torres de transmissão

que somam mais de 33 mil toneladas em estruturas,

equivalente a 4,5 vezes o peso da Torre Eiffel.

O prazo de energização da ANEEL para setembro

de 2027 marca um horizonte promissor para o

fornecimento de energia confiável e eficiente na

região, ao permitir a conexão de 11 usinas fotovoltaicas,

somando aproximadamente 8,5 GW de

potência instalada - equivalente a 60% da capacidade

instalada na Usina de Itaipu.

Foto: divulgação

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

11


NOTAS

MOTOR A HIDROGÊNIO

A JCB, empresa com origem no Reino Unido, líder global na fabricação de equipamentos para construção e

movimentação de materiais, desenvolveu o primeiro motor de combustão a hidrogênio do mundo, que recebeu

este ano permissão para ser usado comercialmente em máquinas. Conforme anunciado, autoridades de licenciamento

europeias concederam a certificação para que estes motores passem a ser comercializados em vários países

do continente. “Este é um momento muito significativo para a JCB. Começar o ano novo com a certificação em

vigor em tantos países europeus é um bom presságio para o futuro da tecnologia de combustão de hidrogênio.

Provamos nos últimos anos que esta é uma solução adequada de emissões zero para equipamentos agrícolas e

de construção,” afirma Anthony Bamford, presidente da JCB, responsável pelo projeto. A JCB é a primeira empresa

de equipamentos de construção e movimentação a desenvolver um motor de combustão totalmente funcional

alimentado por hidrogênio. Um time de 150 engenheiros se dedicou ao projeto, que representa um investimento

de £100 milhões ao longo de mais de 3 anos. Comemorando 80 anos, a empresa recebeu, recentemente, visita do

Rei Charles III que foi conhecer a nova tecnologia.

Fotos: divulgação

12 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CERTIFICAÇÃO DE ENERGIA RENOVÁVEL

A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), uma associação civil sem fins lucrativos responsável

pelo comércio de eletricidade no país, lançou a primeira plataforma brasileira para centralizar a certificação de

energia renovável. De acordo com a CCEE, o serviço concentrará dados das empresas e entidades certificadoras do

país e terá a capacidade, a partir dessas informações, de fazer o rastreamento da origem da energia utilizada. Uma

das funções da plataforma será de evitar a dupla certificação da mesma energia. A Câmara estima que cerca de

93% da eletricidade produzida no Brasil já vêm de fontes como usinas eólicas, solares, hidrelétricas e de biomassa.

Em 2021, segundo a CCEE, menos de 2% desta energia renovável era certificada. Em 2022, o percentual avançou

para 4% e, em 2023, subiu para 6,9%. De acordo com projeções da Câmara, esse resultado poderia chegar até 50%.

“Vamos contribuir com a atração de investidores, ampliação dos negócios e geração de empregos, além de potencializar

a inserção, no mercado internacional, dos produtos verdes brasileiros”, destacou o presidente do Conselho

de Administração da CCEE, Alexandre Ramos.

Foto: divulgação

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

13


NOTAS

COMITÊ DE MONITORAMENTO

Durante a última reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico),

foi criado um grupo de trabalho para coordenar ações, realizar diagnóstico, avaliar e

propor medidas de planejamento, regulatórias e operacionais para diminuir cortes de

geração renovável. Os cortes de geração renovável ocorrem por razões elétricas, de

confiabilidade do SIN (Sistema Interligado Nacional) e de suas áreas elétricas ou por

insuficiência de consumo para fazer frente à geração instantânea. As ações do grupo

envolverão a ampliação e reforços da rede de transmissão, a indicação de novos

compensadores síncronos para a região nordeste, a antecipação de obras de linhas de

transmissão, os aperfeiçoamentos dos modelos dinâmicos das usinas renováveis e da

metodologia de corte e da programação e avaliações sobre utilização de sistemas de

armazenamento de energia. O grupo será coordenado pela SNEE (Secretaria Nacional

de Energia Elétrica) do MME (Ministério de Minas e Energia).

Foto: divulgação

14 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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devido ao menor número de

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NOTAS

Foto: divulgação

BRASIL REDUZ EM 12% EMISSÕES DE GEE

O Brasil reduziu em 12% as emissões de GtCO2e (gás carbônico equivalente) em 2023 em relação ao ano anterior,

conforme divulgou o Observatório do Clima. Em 2023 o país emitiu 2,3 bilhões de toneladas de GEE (gases

do efeito estufa), enquanto que, em 2022, foram emitidas 2,6 bilhões de toneladas. Segundo o observatório,

essa foi a maior queda percentual nas emissões desde 2009, quando o país registrou a menor emissão da série

histórica iniciada em 1990 (1,77 bilhão de GtCO2e). A queda no desmatamento na Amazônia foi a principal razão

para a redução das emissões. As emissões por desmatamento na floresta tropical caíram 37%, de 1,074 bilhão de

toneladas de gás carbônico equivalente para 687 milhões de toneladas. Por outro lado, os dados do SEEG (Sistema

de Estimativas de Emissões de GEE) do observatório mostram que, apesar da desaceleração na Amazônia, a

devastação dos demais biomas resultaram na emissão de 1,04 GtCO2e brutas em 2023.

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NOTAS

ENERGIA NO MAR

O projeto de lei número 576/2021, que trata do aproveitamento da geração de energia elétrica no mar, a

chamada offshore foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. A lei estabelece diretrizes para o

aproveitamento para a geração de energia em áreas sob domínio da União, como o mar territorial, a zona econômica

exclusiva e a plataforma continental. Entre outros pontos, o texto determina que a exploração offshore

de energia se dará por meio de contratos de autorização ou concessão. Caberá ao Poder Executivo definir os

locais para receber as atividades de geração de energia offshore, chamados de prismas. Segundo o texto, a cessão

pode ocorrer por meio da oferta permanente ou da oferta planejada. As receitas geradas, provenientes de

bônus de assinatura, taxas de ocupação e participação proporcional sobre a energia produzida, serão distribuídas

entre União, Estados e municípios, com investimentos, prioritariamente, destinados à pesquisa, inovação

tecnológica e desenvolvimento sustentável.

Foto: divulgação

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ENTREVISTA

Foto: Divulgação/CGM Advogados

ENTREVISTA

PAULA

CHACCUR

Formação: Direito na PUC/SP (Pontifícia Universidade Católica de

São Paulo); pós-graduação em Direito Processual e Direito Ambiental

na PUC (SP); mestre em Administração e Sustentabilidade pela FGV

(Fundação Getúlio Vargas)

Education: Law Degree, Pontifical Catholic University of São Paulo

(PUC/SP); Postgraduate Studies in Procedural Law and Environmental

Law, PUC (SP); Master’s Degree in Administration and Sustainability,

Getúlio Vargas Foundation (FGV)

Cargo: Advogada

Function: Lawyer

MERCADO

DE CARBONO

CARBON CREDITS

O

Brasil já conta com o mercado de créditos de

carbono. Por meio da lei número 15.042, de 11 de

dezembro de 2024, foi instituído o SBCE (Sistema

Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de

Efeito Estufa) que ainda terá regulamentações mais específicas.

O sistema regulamenta o mercado de carbono e contribui para

o controle das emissões de GEE (gases de efeito estufa). Para

entender o que isto representa, a Revista REFERÊNCIA BIOMAIS

conversou com a advogada especialista no tema, Paula Chaccur,

sócia do CGM Advogados, um escritório de advocacia full service,

com expertise nas mais diversas áreas do direito empresarial que

atende mais de 900 clientes. Com 20 anos de experiência em

direito ambiental, Paula tem assessorado empresas nacionais e

estrangeiras dos mais diversos segmentos da indústria, incluindo

energia, agronegócio, químico, automotivo, papel e celulose,

setor madeireiro e de bens de consumo.

B

razil already has a carbon credit market. Law No.

15.042 of December 11, 2024, established the

Brazilian Greenhouse Gas Emissions Trading System

(Sbce), which still needs specific regulations.

The system regulates the carbon market and contributes

to the control of GHG emissions. To understand what this

means, REFERÊNCIA Biomais spoke with Paula Chaccur,

a lawyer specializing in this area and a partner at CGM

Advogados, a full-service law firm with expertise in the most

diverse areas of business law serving more than nine hundred

clients. With 20 years of experience in environmental

law, Chaccur has advised domestic and foreign companies

in a wide range of industries, including energy, agribusiness,

chemicals, automotive, pulp and paper, timber, and

consumer goods.

20 www.REVISTABIOMAIS.com.br


O que representa a criação do SBCE (Sistema Brasileiro

de Comércio de Emissões de Gases de Efeito

Estufa) criado pela lei número 15.042?

A criação do SBCE representa a regulamentação do

mercado de carbono no Brasil. O mercado de créditos

de carbono nasceu como uma estratégia para controle

das emissões de GEE (gases de efeito estufa), dentre os

quais está o CO2 (gás carbônico), em razão da contribuição

desses gases para o aquecimento do planeta. Uma

tonelada de carbono que deixa de ser emitida, ou que

seja retirada da atmosfera, após o devido processo de

certificação, gera um certificado de crédito de carbono.

A comercialização desses certificados é um mecanismo

econômico que incentiva a descarbonização das

atividades e fontes de emissão de GEE. O SBCE vem

regulamentar esse mercado no Brasil, estabelecendo

obrigações para empresas e atividades que emitirem

acima de 10 mil toneladas de CO2 equivalente por ano.

Como está hoje o mercado de créditos de carbono

do Brasil?

O Brasil já vem atuando no mercado voluntário

de créditos de carbono desde a entrada em vigor do

Protocolo de Quioto, no âmbito do MDL (Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo). Foram desenvolvidos vários

projetos de MDL no Brasil com a venda de créditos de

carbono gerados aqui para países desenvolvidos que

possuíam metas de redução de emissões. O período

de apogeu do nosso mercado voluntário foi em 2008,

quando os créditos de carbono chegaram a ser comercializados

em leilões por quase € 20. Após um longo

período de esmorecimento do mercado de carbono e

queda no preço dos créditos, o mercado voluntário no

Brasil ganhou certa tração no período pós-pandemia. A

criação do mercado regulado era esperada pelo menos

desde 2021, ano em que foi apresentado o primeiro

projeto de lei tratando do tema.

What does the creation of the Brazilian

Greenhouse Gas Emissions Trading System

(Sbce), established by Law No. 15.042, mean?

The creation of the Sbce represents the regulation

of the carbon credit market in Brazil. The carbon

credit market was born as a strategy to control

the emission of greenhouse gases (GHG), including

CO2, due to the contribution of these gases to

global warming. After the appropriate certification

process, a ton of carbon no longer emitted or

removed from the atmosphere generates a carbon

credit certificate. The sale of these certificates is

an economic mechanism that encourages the

decarbonization of activities and the reduction of

the sources of greenhouse gas emissions. The Sbce

regulates this market in Brazil, establishing obligations

for companies and activities that emit more

than 10 thousand tons of CO2 equivalent per year.

What is the Brazilian carbon credit market

like today?

Brazil has been active in the voluntary carbon

credit market since the Kyoto Protocol was enacted

under the Clean Development Mechanism (CDM).

Several CDM projects have been developed in

Brazil, with the carbon credits generated here

being sold to developed countries with emission

reduction targets. The heyday of our voluntary

market was in 2008 when carbon credits were

auctioned for almost €20. After a long period in

which the carbon market faded and the price of

credits fell, the voluntary market in Brazil gained

some traction in the post-pandemic period. The

creation of a regulated market has been expected

since 2021 when the first bill on the subject was

presented.

O SBCE vem regulamentar o mercado no Brasil, estabelecendo

obrigações para empresas e atividades que emitirem acima de 10

mil toneladas de CO2 equivalente por ano

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

21


ENTREVISTA

Este sistema contribui para ampliar o comércio

de créditos de carbono no Brasil?

Certamente. O SBCE estabelecerá limites máximos

de emissões de GEE por setores, trazendo obrigações

que sujeitarão os operadores a penalidades. Com o

estabelecimento de limites de emissões, os operadores

regulados investirão em processos de descarbonização

da sua produção. Aqueles que não conseguirem,

ou optarem por seguir emitindo acima do teto, terão

que compensar essa diferença comprando o direito

de poluir dos operadores que tiverem mantido as suas

emissões abaixo do teto. Esse sistema estimulará a

demanda por créditos de carbono.

Qual expectativa com esse sistema?

A expectativa é a aceleração do processo de transição

para uma economia de baixo carbono que, além

de contribuir para o enfrentamento das mudanças

climáticas, atrairá investimentos em projetos socioambientais

e em inovação tecnológica, gerando benefícios

econômicos e preservando o nosso capital natural.

As empresas estão preparadas para atuar com

este sistema?

As empresas de maior porte, especialmente aquelas

que atuam no mercado externo, já vêm fazendo os

seus inventários de emissões de GEE há alguns anos e

têm buscado a redução das emissões ao longo de sua

cadeia de produção. Muitas, inclusive, assumiram metas

voluntárias de descarbonização ao longo dos anos.

Obviamente, com o advento da lei, passaremos por um

período de assimilação e adaptação ao novo sistema.

Muitas empresas precisarão de capacitação técnica para

garantir compliance. O Brasil conta com consultorias

técnicas e jurídicas com grande expertise nessa temática.

Será importante que as empresas busquem uma boa

orientação.

Is this system helping to expand carbon

trading in Brazil?

It certainly will. The Sbce will set maximum limits

for GHG emissions by sector, with obligations

that will subject operators to penalties. By setting

emission limits (caps), regulated operators will invest

in processes to decarbonize their production.

Those who fail to do so or choose to continue to

emit above the cap will have to make up the difference

by buying the right to pollute from operators

who have kept their emissions below the cap. This

system will stimulate demand for carbon credits.

What do you expect from the scheme?

The expectation is to accelerate the transition

to a low-carbon economy that not only helps

tackle climate change but also attracts investment

in socio-environmental projects and technological

innovation, generating economic benefits and

preserving our natural capital.

Are companies ready to work with this

scheme?

Larger companies, especially those operating

in foreign markets, have been inventorying their

GHG emissions for several years and have sought

to reduce emissions throughout their production

chain. Many have even set voluntary decarbonization

targets over the years. Of course, with the

law’s introduction, we will go through a period of

assimilation and adaptation to the new system.

Many companies will need technical training to

ensure compliance. Brazil has technical and legal

consultancies with significant expertise in this

area. It will be necessary for companies to seek

good advice.

Além do combate às mudanças climáticas, a estruturação do

mercado de carbono evitará que o Brasil seja prejudicado por

barreiras comerciais no mercado externo

22 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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ENTREVISTA

A nova lei produz que dificuldades para ser

aplicada?

Uma dificuldade da lei é a sua complexidade.

Vários aspectos ainda dependem de regulamentação.

Além disso, a harmonização com outras iniciativas

internacionais do mercado regulado poderá apresentar

desafios, com destaque para a precificação do

carbono.

Quais os principais benefícios que o mercado

pode esperar?

Além do combate às mudanças climáticas, a estruturação

do mercado de carbono evitará que o Brasil

seja prejudicado por barreiras comerciais no mercado

externo. Ainda, a estruturação do mercado doméstico

de carbono contribuirá para o atingimento das metas

de redução de GEE assumidas pelo Brasil no âmbito

do Acordo de Paris. Outro benefício importante será o

investimento em inovação tecnológica e a promoção

da sustentabilidade.

A lei também aborda os projetos de REDD+ (redução

de emissões por desmatamento e degradação

florestal). Como vê essa situação? Acredita que

haverá mais incentivo para projetos REDD+?

A inclusão de projetos de REDD+ no SBCE é estratégica

para a conservação da Amazônia e outras áreas

florestais no Brasil, além de proteger os interesses das

comunidades tradicionais (como povos indígenas e

quilombolas) na geração dos créditos de carbono,

estabelecendo regras que preservam os seus direitos e

uma repartição justa de benefícios. A regulamentação

dos projetos de REDD+ na lei trará mais segurança

jurídica a essa modalidade de projeto, que atravessou,

recentemente, uma crise reputacional, com questionamentos

a respeito da metodologia dos projetos de

carbono e, também, com as complexas questões fun-

How difficult will it be to apply the new law?

One difficulty of the law is its complexity. Several

aspects need to be regulated. In addition, harmonization

with other international initiatives in the

regulated market may be a challenge, especially

carbon pricing.

What are the main benefits the market can

expect?

In addition to combating climate change, structuring

the carbon market will prevent Brazil from

being hindered by trade barriers in foreign markets.

In addition, structuring the domestic carbon market

will contribute to achieving Brazil’s greenhouse gas

reduction targets set under the Paris Agreement.

Another significant benefit will be investments in

technological innovation and the promotion of

sustainability.

The law also addresses Reducing Emissions

from Deforestation and Forest Degradation

projects (Redd+). How do you see the situation?

Do you think there will be more incentives for

Redd+ projects?

The inclusion of Redd+ projects in the Sbce is

strategic for the conservation of the Amazon and

other forest areas in Brazil, as well as for protecting

the interests of traditional communities (such as

Indigenous peoples and settler colonies) in the

generation of carbon credits, establishing rules

that preserve their rights and a fair distribution of

benefits. The regulation of Redd+ projects in the

law will bring more legal certainty to this type of

project, which has recently experienced a reputational

crisis, with questions about the methodology

of carbon projects and the complex land issues that

the Amazon region presents. It is hoped that with

A regulamentação dos projetos de REDD+ na lei trará mais

segurança jurídica a essa modalidade que atravessou uma crise

reputacional, com questionamentos a respeito da metodologia

dos projetos de carbono e com as complexas questões fundiárias

que a região amazônica apresenta

24 www.REVISTABIOMAIS.com.br


As Facas Suprema foram

projetadas para oferecer

máxima performance.

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Abrindo caminho

para um horizonte

de produtividade

sem limites!


ENTREVISTA

diárias que a região amazônica apresenta. Espera-se

que, diante do destaque dado aos projetos de REDD+

no SBCE, haja um fluxo financeiro relevante direcionado

à proteção das nossas florestas.

O SBCE ainda será regulamentado. O que

considera importante nesse processo de regulamentação?

É fundamental que esse arcabouço regulatório

adicional garanta clareza e segurança jurídica ao sistema,

definindo regras claras sobre os limites obrigatórios

de emissões, sobre as metodologias aplicáveis

para o monitoramento, relato e verificação, sobre

as obrigações às quais estarão sujeitos os operadores

e sobre a comercialização dos ativos. Também é

importante que seja criado um sistema de governança

eficiente e a definição de incentivos financeiros que

atraiam empresas de diferentes portes e setores para

a economia de baixo carbono. É importante, também,

a participação ativa da sociedade civil nesse processo

de regulamentação.

Quando acredita que haverá a aplicação da lei?

Estamos presenciando um momento de desaceleração

dos processos de descarbonização por parte de

alguns países, influenciados por questões geopolíticas

e econômicas. Algumas companhias e instituições

financeiras de grande relevância no mercado internacional

estão revendo as suas estratégias climáticas

e adiando suas metas de neutralidade de carbono,

o que é bastante preocupante. A expectativa é que

com a regulação do mercado no Brasil, o país avance

na direção da descarbonização da economia, atraia

investimentos e ganhe protagonismo na economia

global de baixo carbono. É uma grande oportunidade

que não podemos deixar passar.

the prominence given to Redd+ projects in the

Sbce, there will be a significant flow of financial

resources towards protecting our forests.

The Sbce has yet to be regulated. What

do you consider necessary in this regulatory

process?

This additional regulatory framework must

provide clarity and legal certainty for the system

by defining clear rules on mandatory emission

limits, the applicable monitoring, reporting, and

verification methodologies, the obligations to

which operators will be subject, and the marketing

of assets. It is also vital to create an effective governance

system and to define financial incentives to

attract companies of different sizes and sectors to

the low-carbon economy. The active participation

of civil society in this regulatory process is also

essential.

When do you think the law will be enforced?

We are witnessing a slowdown in decarbonization

in some countries, influenced by geopolitical

and economic issues. Some major companies and

financial institutions in the international market

are reviewing their climate strategies and postponing

their carbon neutrality targets, which is quite

worrying. The expectation is that by regulating the

market in Brazil, the Country will move towards

decarbonizing its economy, attracting investment,

and becoming a leading player in the global low-

-carbon economy. It is a great opportunity that we

cannot afford to miss.

A expectativa é que com a regulação do mercado no Brasil, o

país avance na direção da descarbonização da economia, atraia

investimentos e ganhe protagonismo na economia global de

baixo carbono

26 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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FOR BIOMASS

A COMPANY HAS GROWN WITH THE

PRODUCTION OF LIVE FLOOR TRAILERS

FOR THE BIOMASS MARKET

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

29


PRINCIPAL

O

mercado de biomassa no Brasil tem se mostrado

promissor. Nos últimos anos, o governo e o setor

privado têm investido em tecnologias para melhorar

a eficiência da conversão de biomassa em

energia e na produção de biocombustíveis, utilizando resíduos

agrícolas, florestais e urbanos. Este crescimento abre também

novos mercados como o transporte adequado da biomassa.

A Usicamp Implementos Rodoviários é uma empresa familiar

que vem crescendo com o setor. Surgiu em 1986 dentro do

mercado canavieiro, em Sarandi (PR). Tentando encontrar outras

frentes para manter a rentabilidade da empresa, independente

da cultura de cana-de-açúcar que é sazonal, em 2019,

estimulada pela solicitação de um cliente do setor sucroalcooleiro,

a Usicamp passou a fabricar também implementos com

piso móvel para transporte de biomassa.

“Hoje são dois negócios dentro da empresa. Conseguimos

ajustar a nossa produção e, apesar do mercado retraído atualmente,

pelas dificuldades, falta de crédito, vemos o setor de

biomassa como um mercado muito promissor”, aponta Mauro

Meneguetti, diretor de operações, que atua na empresa desde

2008.

PRODUÇÃO AJUSTADA

Consolidada no setor canavieiro, a Usicamp tem crescido

em média 30% ao ano na área de biomassa. Mauro conta que

em 2024 foram produzidos 200 implementos piso móvel. Em

2025 a expectativa é produzir 300 e em 2026, 400.

T

he biomass market in Brazil is promising. In recent years,

the Government and the Private Sector have invested in

technologies to improve the efficiency of converting

biomass to energy and producing biofuels from agricultural,

forestry, and urban waste. This growth is also opening up

new markets, such as the transportation of biomass.

Usicamp Implementos Rodoviários is a family business that

has grown within the Sector. It was founded in 1986, producing

equipment for the sugar cane market in Sarandi (PR). Trying to

find other fronts to maintain the Company’s profitability, regardless

of the seasonal sugarcane harvest, in 2019, stimulated by

a request from a client in the Sugar-alcohol Sector, Usicamp

also started manufacturing equipment with movable floors for

transporting biomass.

“Today, there are two business segments within the Company.

We have managed to adapt our production and, despite

the current market downturn due to difficulties and lack of credit,

we see the Biomass Sector as an up-and-coming market,”

points out Mauro Meneguetti, Operations Manager, who has

been with the Company since 2008.

ADJUSTED PRODUCTION

Consolidated in the sugarcane segment, Usicamp has

grown by an average of 30% per year in the Biomass Sector.

"O sucesso é o nosso

processo produtivo.

Nossa fabricação é em

linha, com padronização

dos processos, hoje

100% otimizado para

sair do processo de

cana-de-açúcar para

a biomassa, que já

responde por quase

30% da rentabilidade da

empresa"

Mauro Meneguetti, diretor de

operações da Usicamp

30

www.REVISTABIOMAIS.com.br


A Usicamp faz um rodízio na produção. “O mercado exige

planejamento. O setor canavieiro trabalha 100% por demanda

e é regionalizado. Já o piso móvel é no âmbito nacional e com

demanda constante ao longo do ano. 2025 foi o primeiro ano

que começamos com estoque, com 50 semirreboques para

atender o mercado durante a safra canavieira. Com o equipamento

em estoque perdemos o mínimo em vendas”, comenta

Mauro. “O sucesso é o nosso processo produtivo. Nossa fabricação

é em linha, com padronização dos processos, hoje 100%

otimizado para sair do processo de cana-de-açúcar para a biomassa,

que já responde por quase 30% da rentabilidade da

empresa”, conta.

Desde 2012 a empresa possui uma filial em Itumbiara (GO).

Somando as duas plantas, são 55 mil m² (metros quadrados)

de área construída. Em 2024 a Usicamp iniciou a produção de

piso móvel na filial, além de outros implementos, e em 2025 a

expectativa é que sejam produzidos 100 semirreboques piso

móvel no local.

A Usicamp também produz a linha prancha carrega-tudo

para transporte de equipamentos, e implementos para o transporte

florestal.

IMPORTANTES PARCERIAS

Quando a Usicamp entrou no setor de piso móvel, começou

em parceria com a Hallco Pisos Móveis, dos EUA (Estados

Unidos da América), e até hoje é o grande parceiro no segmento.

Mas, no desenvolvimento dos projetos a empresa está sempre

buscando o fornecedor que mais se adapta às solicitações

dos clientes. O diretor-geral da Hallco Piso Móvel América do

Sul, Marcus França, diz que a parceria existe desde 2019. “Te-

Meneguetti says two hundred livefloor trailers were produced

in 2024. In 2025, three hundred are expected to be produced,

and in 2026, four hundred.

Usicamp rotates production. “The market requires planning.

The sugarcane segment is 100% demand-driven and

regionalized. 2025 was the first year we started with trailers in

stock, with 50 semitrailers to serve the market during the sugarcane

harvest. We lost the minimum in sales with the equipment

in stock,” says Meneguetti. “Our success lies in our manufacturing

process. We produce in-line, with standardized processes

that are now 100% optimized to adapt from sugarcane to biomass,

which already accounts for almost 30% of the Company’s

profits,” he says.

Since 2012, the Company has had a subsidiary in Itumbiara

(GO). Together, the two plants cover a total area of 55 thousand

square meters. In 2024, Usicamp began producing live

floor trailers at the branch and other equipment and expects to

make one hundred live floor trailers at the site in 2025.

Usicamp also produces an all-cargo flat trailer line for

transporting equipment and implements for forestry transport.

IMPORTANT PARTNERSHIPS

When Usicamp entered the live floor segment, it began with

a partnership with Hallco Industries from the United States, and

to this day, it is the leading partner in this segment. However,

when developing projects, the Company continually looks for

the supplier that best meets the needs of its customers. Marcus

França, the Managing Director of Hallco Piso Móvel América

do Sul, says the partnership has existed since 2019. “We have

a successful partnership, mutual help, and robust integration,

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 31


PRINCIPAL

mos uma parceria de sucesso, de ajuda mútua, uma integração

muito forte, o que traz uma comunicação facilitada e agilidade

nas decisões. A Usicamp é o principal cliente da Hallco na América

do Sul”, exalta Marcus.

O grupo Comber (Companhia Brasileira de Energia Renovável),

com sede em Rio Verde (GO) é outro parceiro importante

na trajetória da Usicamp, que proporcionou a oportunidade de

desenvolver outros implementos. “Temos uma parceria muito

positiva. Nós conseguimos fazer uma sinergia de customização.

Tínhamos demanda da biomassa e o transporte de farelo,

e nessa parceria a Usicamp conseguiu adequar para nos atender

da melhor forma. Isso trouxe para o nosso negócio a flexibilização

de segmentos. Passamos a operar nas duas pontas”,

destaca Felipe Comelli, CEO do grupo Comber um ecossistema

que abrange logística, biomassa, coleta florestal, indústrias, floresta

plantada e seminovos.

A parceria com a Madeplant Transportes, que atua com

produção, transporte e comércio de cavaco e biomassa, sediada

em Campo Grande (MS), foi fortalecida no último ano

com aquisição de carretas com nova configuração, com apoio

da Hallco. O gerente de logística, Gustavo Lobo Leite, salienta

que os projetos são de muito boa qualidade. “Principalmente

a estrutura de travamento das carretas, visto que temos algumas

há mais de 4 anos e até o momento não tivemos que fazer

nenhum tipo de intervenção, o que demonstra a qualidade e

resistência dos insumos por eles utilizados, bem como a qualidade

da equipe de projetos. Em especial os implementos piso

móvel. A facilidade no desenvolvimento do projeto e a possibilidade

de conseguir melhoria nos implementos foram fundamentais

para desenvolver um novo mercado para a Madeplant

e também para a Usicamp”, elogia Gustavo.

"Os gargalos que tínhamos

nós conseguimos resolver

para garantir a capacidade de

produção. A nossa engenharia

hoje é 100% focada na busca de

melhorias para garantir menor

peso, maior cubagem para os

equipamentos atenderem de

forma eficiente o consumidor final"

Mauro Meneguetti, diretor de

operações da Usicamp

which makes communication easier and decisions faster,” he

says. Usicamp is Hallco’s primary customer in South America,”

says França.

The Comber Group (Companhia Brasileira de Energia Renovável),

based in Rio Verde (GO), is another important partner

in Usicamp’s development, allowing the development of other

equipment. “We have a very positive partnership. We have been

able to create a synergy in adaptation. We needed biomass and

the transportation of bran, and in this partnership, Usicamp

was able to adapt to us in the best way. This made our business

more flexible in terms of segments. We now operate at both

ends,” says Felipe Comelli, CEO of the Comber Group, an ecosystem

that includes logistics, biomass, forest collection, industry,

planted forest, and used vehicles.

The partnership with Madeplant Transportes, which produces,

transports, and sells chips and biomass and is based in

Campo Grande (MS), was strengthened last year by purchasing

newly configured trailers with the support of Hallco. Gustavo

Lobo Leite, Logistics Manager, points out the designs are very

high quality. “Especially the locking structure of the trailers. We

have used some of them for over four years, and so far, we have

not had to make any intervention, demonstrating the quality

and resistance of the inputs they use and the quality of the design

team. Especially the live floor trailers. The ease with which

the project was developed and the possibility of improving the

32 www.REVISTABIOMAIS.com.br


MERCADO E FUTURO

Os Estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,

São Paulo e Goiás são os principais mercados da Usicamp. Mas

existe demanda em todas regiões do Brasil. “Temos clientes espalhados

em todo o país. E estamos trabalhando para firmar

parcerias com possíveis distribuidores, representantes, oficinas

que nos dêem segurança para atuar e estar mais próximos dos

clientes”, planeja o diretor da empresa.

“Os gargalos que tínhamos conseguimos resolver para garantir

a capacidade de produção. O mercado compra um equipamento

com volume padrão. Porém, estamos trabalhando, e

nossa engenharia hoje é 100% focada na busca de melhorias

para garantir menor peso, maior cubagem para os equipamentos

atenderem de forma eficiente o consumidor final”, salienta

Mauro. “Gostamos muito de desenvolver novos projetos entendendo

as aplicações do consumidor final. Quando eles nos trazem

a demanda, sentamos e desenvolvemos juntos para achar

a solução para o transporte de um produto específico, para ser

mais eficaz na operação, e por entender que o sistema piso

móvel tem muito espaço ainda para crescer dentro do Brasil”,

enaltece. “E também estamos com um projeto bem avançado

para entrar no mercado florestal para justamente fechar todo

esse ciclo, fazendo o transporte de cana-de-açúcar e madeira,

e o transporte de biomassa. Além da linha complementar, que

é o carrega-tudo para o transporte das máquinas que movimentam

esses dois segmentos”, adianta Mauro Meneguetti.

tools have been fundamental in developing a new market for

Madeplant and Usicamp,” says Leite.

MARKET AND FUTURE

The States of Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São

Paulo, and Goiás are Usicamp’s main markets. But there is demand

in all regions of Brazil. “We have clients all over the Country.

And we are working to establish partnerships with possible

distributors, agents, and workshops that will give us the security

to operate and be closer to our customers,” says Meneguetti.

“The bottlenecks we had have been eliminated to guarantee

production capacity. The market buys equipment with a

standard volume. However, we are working, and our engineering

today is 100% focused on finding improvements to ensure

less weight and greater capacity for the equipment to serve the

end user efficiently,” the Company Director points out. “We like

to develop new projects by understanding the end user’s applications.

When they bring the demand, we develop it together to

find the solution to transport a specific product more efficiently.

Because we understand that the live floor system still has a lot

of room to grow in Brazil,” he says. “We are also working on a

very advanced project to enter the forestry market to close the

whole cycle, transporting sugar cane, timber, and biomass. In

addition to the complementary line, the all-rounder is used to

transport the machines that move these two segments,” says

Meneguetti.

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

33


SUSTENTABILIDADE

PELLETS

É A MELHOR OPÇÃO

PARA AQUECER CASAS

34 www.REVISTABIOMAIS.com.br


PUBLICAÇÃO DE

ASSOCIAÇÃO ESPANHOLA

DESTACA O USO DE PELLETS

COMO OPÇÃO MAIS

BARATA E SUSTENTÁVEL

PARA AQUECIMENTO E

GERAÇÃO DE CALOR

FOTOS DIVULGAÇÃO

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

35


SUSTENTABILIDADE

O

s pellets e outros biocombustíveis sólidos

foram, mais uma vez, a melhor opção em

termos de poupança e sustentabilidade

para aquecer as casas espanholas em 2024,

à frente do gás, do gasóleo (diesel) e da eletricidade.

A afirmação é da Avebiom (Associação Espanhola de

Biomassa), que publicou a comparação de preços entre

as principais fontes de energia disponíveis no mercado

para aquecimento doméstico, com dados do primeiro

semestre de 2024. A informação visa ajudar os consumidores

a tomar decisões na escolha da fonte de energia

para suas moradias, pois as baixas temperaturas do país

pedem fontes de aquecimento para o bem estar dos

moradores.

O país europeu tem registrado alta nos preços da

energia nos últimos anos, o que tem feito os consumidores

europeus e espanhóis a buscarem fontes de

energia mais adequadas e baratas para aquecer as suas

casas, uma escolha que não deve basear-se apenas no

custo atual, mas também na estabilidade dos preços

ao longo do tempo e no impacto ambiental de cada

opção, destaca a Avebiom.

BIOCOMBUSTÍVEIS SÓLIDOS

Conforme a publicação, os biocombustíveis sólidos,

como os pellets de madeira, os caroços de azeitona e

as sobras de madeira, continuam a ser as opções mais

econômicas e sustentáveis para aquecimento. Em 2024

ofereceram um custo significativamente inferior ao da

eletricidade e dos combustíveis fósseis, e o seu preço

demonstrou maior estabilidade ao longo do tempo.

Assim, em junho de 2024, os preços dos pellets e

caroço de oliveira situavam-se abaixo dos 7 €/kWh (Euros

por quilowat hora), enquanto as sobras de madeira

foram a opção mais barata, com preços em torno de 3

€/kWh.

Os biocombustíveis sólidos foram a opção mais

competitiva para aquecimento em 2022, mesmo no

Os biocombustíveis

sólidos, como os

pellets de madeira, os

caroços de azeitona e

as aparas de madeira,

continuam a ser as

opções mais econômicas

e sustentáveis para

aquecimento

36 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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SUSTENTABILIDADE

período em que os preços dos pellets atingiram altos

preços. O aquecimento a gás natural em 2022 era 44%

mais caro do que o aquecimento a pellets, e o aquecimento

com radiadores elétricos, por exemplo, custava

três vezes mais que o aquecimento com pellets. Conforme

a Avebiom, os preços dos biocombustíveis sólidos

ao consumidor final começaram a cair em dezembro de

2022 e continuaram a reduzir durante 2023 e 2024.

OPÇÃO MAIS CARA

Ainda segundo a publicação, a eletricidade é uma

das opções mais caras para aquecer uma casa na

Espanha. Embora em 2023 e 2024 os preços tenham

diminuído após a crise energética de 2022, em junho de

2024 custava em torno de 14 €/kWh.

Os preços dos

biocombustíveis sólidos

ao consumidor final

começaram a cair em

dezembro de 2022 e

continuaram a reduzir

durante 2023 e 2024

A intermitência na geração eólica e solar e a limitada

interligação com outros mercados europeus mantêm

os preços elevados. Embora os preços da electricidade

provavelmente permaneçam inferiores aos picos de

2022, a volatilidade continua a ser um risco na Espanha,

especialmente se a procura crescer mais rapidamente

do que a capacidade de produção renovável.

GÁS NATURAL E GASÓLEO

No que diz respeito ao gás natural, ele representa a

terceira opção mais cara para aquecimento na Espanha.

Em junho de 2024, a TUR2 (para contratos de >5.000

kWh/ano) atingiu os 8,2 €/kWh.

Embora seu preço tenha experimentado uma queda

em 2023 e 2024, além dos picos históricos de 2022,

devido à estabilização do mercado internacional de

energia, a diversificação de fontes de abastecimento e a

redução da demanda, poderia voltar a elevar os preços

se a demanda global se recuperar ou se surgirem novas

tensões geopolíticas. Assim, mesmo que em alguns

momentos se situe como uma opção competitiva, os

consumidores devem estar atentos a possíveis flutuações,

como as que aconteceram nos anos anteriores.

Com 9,18 €/kWh em junho de 2024, o gasóleo C

é a fonte de energia mais cara. Apesar de ser uma das

opções mais comuns para aquecimento em zonas rurais

que não têm acesso ao gás natural, o seu uso continua

diminuindo devido à crescente adoção de alternativas

mais sustentáveis e à volatilidade nos preços do mercado

de combustíveis fósseis.

38 www.REVISTABIOMAIS.com.br


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POR PESQUISADORES

BRASILEIROS ESTÁ EM FASE

DE LICENCIAMENTO PARA

APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA

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40 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A DISCOVERY

COULD TURN WASTE

INTO BIOFUEL

A MOLECULE DISCOVERED BY

BRAZILIAN SCIENTISTS IS NOW BEING

LICENSED FOR INDUSTRIAL USE

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

41


INOVAÇÃO

P

esquisadores do CNPEM (Centro Nacional de

Pesquisa em Energia e Materiais) divulgaram

recentemente, em uma conceituada revista

científica, o processo e potencial de um

biocatalisador isolado a partir de bactérias do solo

brasileiro, chamado de CelOCE (do inglês, Cellulose

Oxidative Cleaving Enzyme). Os cientistas brasileiros

descobriram uma enzima que pode revolucionar a

produção de biocombustíveis.

O estudo revela que a metaloenzima CelOCE

melhora a conversão da celulose, matéria-prima

essencial para o etanol de segunda geração, usado em

veículos e aviação. Além disso, a enzima soluciona um

dos maiores desafios do setor: a quebra eficiente da

biomassa de celulose.

Segundo a Agência Fapesp (Fundação de Amparo

à Pesquisa do Estado de São Paulo), a celulose é o

polímero vegetal mais abundante do planeta, mas

sua estrutura resistente dificulta a degradação. A nova

enzima introduz um mecanismo inédito de clivagem

oxidativa, aumentando a eficiência do processo de

decomposição de 60% a 70%, para até 80%. Além

disso, os cientistas destacam que a CelOCE utiliza um

S

cientists from the National Center for Research

in Energy and Materials (Cnpem) recently

announced in a prestigious scientific journal

the process and potential of a biocatalyst

isolated from Brazilian soil bacteria called Cellulose

Oxidative Cleaving Enzyme (CelOCE). Brazilian scientists

have discovered an enzyme that could revolutionize the

production of biofuels.

The study shows that the CelOCE metalloenzyme

improves the conversion of cellulose, an essential

feedstock for second-generation ethanol used in vehicles

and aviation. In addition, the enzyme solves one of the

industry’s biggest challenges: the efficient degradation of

cellulosic biomass.

According to the São Paulo State Research Foundation

(Fapesp), cellulose is the most abundant plant

polymer on the planet, but its resistant structure makes

it difficult to degrade. The new enzyme introduces an

unprecedented oxidative degradation mechanism that

increases the efficiency of the degradation process from

60% to 70% to up to 80%. In addition, the scientists point

out that CelOCE uses a less complex enzyme system,

making the process more sustainable.

42 www.REVISTABIOMAIS.com.br


sistema enzimático menos complexo, tornando o

processo mais sustentável.

PESQUISA EM CAMPO

As amostras utilizadas na pesquisa são de áreas

normalmente cobertas por bagaço de cana-de-açúcar,

e as bactérias analisadas não tiveram uma fase de

laboratório de seleção e criação. A pesquisa foi desde

a bioprospecção, quando se encontraram os microrganismos

com potencial, até a produção da enzima em

escala industrial, na planta-piloto do CNPEM.

A enzima já teve seu pedido de registro de patente

depositado e está em licenciamento para uso industrial.

O uso no setor produtivo pode começar entre um

e quatro anos após o licenciamento, dependendo da

tecnologia aplicada em seu desenvolvimento.

Encontrar as bactérias não foi um acidente, mas

parte dos resultados do programa de mapeamento

genético da vida microbiana da biodiversidade brasileira,

realizado pelo CNPEM com parceiros nacionais e

internacionais, como o que isolou compostos com po-

Essa descoberta

muda o paradigma da

degradação da celulose

na natureza e tem o

potencial de revolucionar

as biorrefinarias

Mario Murakami, pesquisador do

CNPEM

FIELD RESEARCH

The samples used in the research came from areas

usually covered with sugarcane bagasse, and the bacteria

analyzed did not have a laboratory phase of selection

and breeding. The research ranged from bioprospecting

when the microorganisms with potential were found to

the production of the enzyme on an industrial scale at

the Cnpem pilot plant.

The enzyme has already been patented and is being

licensed for industrial use. Production could begin between

one and four years after licensing, depending on the

technology used to develop it.

The discovery of the bacteria was not a coincidence

but part of the results of the genetic mapping program of

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

43


INOVAÇÃO

tencial para uso médico em bactérias de uma unidade

de conservação na Amazônia. A descoberta da enzima

teve parcerias com o INRAE (Instituto Nacional de

Pesquisa para Agricultura, Alimentos e Meio Ambiente

da França, da Universidade Aix Marseille), e com a DTU

(Universidade Técnica da Dinamarca).

PEQUENAS ENZIMAS

A CelOCE é uma enzima muito pequena, composta

por 115 aminoácidos, o que a torna mais simples de

alterar em laboratório do que o tipo de enzima usada

atualmente. Essa flexibilidade é um dos motivos que

a faz ser tratada pela equipe do CNPEM como um

avanço, com potencial de mudar a cadeia de produção

baseada em biomassa, e pode ser usada em combustíveis,

em produtos obtidos por petroquímicos, como

plásticos, ácidos orgânicos e outras moléculas. Dados

sob condições industriais mostraram que, ao ser usada

junto com enzimas já utilizadas na indústria, a CelOCE

aumentou em até 21% a quantidade de glicose liberada

a partir de resíduos vegetais.

Ela funciona acelerando a quebra da celulose por

desconstrução, etapa necessária para produzir energia

no processo de construção de bioquímicos. "Essa

the microbial life of the Brazilian biodiversity, carried out

by the Cnpem with national and international partners,

such as the one that isolated compounds with potential

medical use in bacteria from a conservation unit in the

Amazon. The enzyme discovery involved partnerships

with the French National Research Institute for Agriculture,

Food, and the Environment at the University of Aix

Marseille (Inrae) and the Technical University of Denmark

(DTU).

SMALL ENZYMES

CelOCE is a very small enzyme, consisting of 115

amino acids, which makes it easier to modify in the

laboratory than the type of enzyme currently used. This

flexibility is one of the reasons why the Cnpem team considers

it a breakthrough that can potentially transform

the biomass-based production chain and be used in fuels

and products derived from petrochemicals, such as plastics,

organic acids, and other molecules. Data under industrial

conditions showed that CelOCE when used with

enzymes already used in industry, increased the amount

of glucose released from plant waste by up to 21%.

It works by accelerating the breakdown of cellulose

through deconstruction, a necessary step to produce

44 www.REVISTABIOMAIS.com.br


A enzima já teve

seu pedido de

registro de patente

depositado e está

em licenciamento

para uso industrial.

O uso no setor

produtivo pode

começar entre um

e 4 anos após o

licenciamento

descoberta muda o paradigma da degradação da

celulose na natureza e tem o potencial de revolucionar

as biorrefinarias", explicou o pesquisador do CNPEM

Mario Murakami, responsável por liderar os estudos.

“A pesquisa foi motivada para elucidar a matéria

escura metagenômica, que são os genes de função

desconhecida de microrganismos inéditos e não cultiváveis

em laboratório. Mais de 90% da vida microbiana

ainda são desconhecidos e podem conter informações

capazes de mudar nosso entendimento sobre muitos

processos na natureza, assim como a degradação

da celulose, que foi a descoberta nesse trabalho. O

entendimento da ação da enzima sobre a celulose foi

possível graças a todo o parque de equipamentos e

ao elenco de pesquisadores do CNPEM, permitindo

a elucidação da estrutura tridimensional e o mecanismo

de reconhecimento das fibras de celulose. Seu

mecanismo único, baseado na bioquímica redox, leva

a ganhos superiores ao que se conhece no estado-da-

-arte”, resume Murakami.

energy in the building biochemical process. “This discovery

changes the paradigm of cellulose degradation in

nature and has the potential to revolutionize biorefineries,”

explained Mario Murakami, the Cnpem scientist

who led the studies.

“The research was motivated by the need to elucidate

the metagenomic dark matter, the genes of unknown

function of unpublished microorganisms that cannot be

cultured in the laboratory. More than 90% of microbial

life is still unknown and may contain information capable

of changing our understanding of many processes in

nature, such as the degradation of cellulose, which was

discovered in this work. Understanding the enzyme’s

action on cellulose was made possible thanks to all the

equipment and researchers at the Cnpem, allowing the

three-dimensional structure and recognition mechanism

of cellulose fibers to be elucidated. Its unique mechanism,

based on redox biochemistry, leads to greater gains

than what is known in the state of the art,” concludes

Murakami.

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

45


MERCADO

AQUECIMENTO

COM PELLETS

46 www.REVISTABIOMAIS.com.br


EMPRESA BRASILEIRA

PIONEIRA NA FABRICAÇÃO

DE PELLETS DE EUCALIPTO

APOSTA NA ESTABILIZAÇÃO

DO MERCADO

FOTOS DIVULGAÇÃO

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

47


MERCADO

O

s últimos 2 anos foram desafiadores para o

mercado de pellets mas, isso não impede o

crescimento da fabricação no Brasil, tendo

como principal foco o mercado internacional.

O uso do pellet para aquecimento de casas na Europa, em

substituição a outras formas para geração de aquecimento,

tem sido o destino da produção nacional.

A Haas Madeiras, empresa sediada em Venâncio Aires

(RS), desenvolveu o pellet com 100% de eucalipto, aproveitando

os resíduos gerados na sua produção de paletes.

Foram cerca de 8 anos de pesquisa até chegar ao produto

final adequado. “Muitas empresas criam um mix de pinus

e eucalipto, mas é diferente trabalhar 100% com eucalipto

porque não temos o pinus para contrabalancear. Nosso

diferencial é o tamanho e a qualidade da produção. Fazer

pellets qualquer um consegue, o difícil é fazer um grande

volume numa qualidade alta e constante”, alerta José Carlos

Haas Junior, diretor executivo da Haas Madeira.

“Quando se fala em pinus brasileiro tem dois tipos,

com densidade da fibra bastante similar. Já o eucalipto é

um gênero com mais de 700 espécies no Brasil. Hoje na

Haas, não temos uma base florestal regular, não somos

autossuficientes. Por isso, não dá para garantir que o

abastecimento será sempre da mesma espécie. O nosso

desafio foi entender sobre todas as espécies, idades, e

diferenças para descobrir como fazer um produto regular

todos os dias e épocas”, explica o diretor sobre a pesquisa

para produção do pellet de eucalipto.

VENCENDO BARREIRAS

Devido a um padrão internacional, baseado em estudo

de engenharia reversa, o pellet de eucalipto teve uma

certa resistência para entrar no mercado europeu, pois

tem um padrão químico de cloro um pouquinho superior

ao que a norma padrão permite. “Nossa serragem tem um

índice de 0,026 e a norma deles permite 0,020 de cloro.

É um número irrisório de acordo com todos os técnicos

e pesquisadores que consultamos”, lembra Haas Junior.

Apesar dessa diferença, a venda de cerca de 80% da

produção de pellets da Haas é destinada para a Itália, seu

principal mercado.

O diretor destaca que tem ocorrido um aumento

na demanda por pellets no mercado nacional, mas o

mercado externo ainda é o principal. “É um cliente 100%

48 www.REVISTABIOMAIS.com.br


residencial e que busca preço. O mercado residencial europeu

utiliza equipamentos pequenos e precisos, que têm

uma grande intolerância à produção de cinza e escória,

porque o sistema de ventilação emperra e para de funcionar.

É um cliente que tem uma percepção muito próxima

da qualidade”, comenta. “Existem outros mercados que

estão se desenvolvendo, das indústrias de médio porte ou

termelétricas que migraram de carvão para pellet, mas são

mercados diferentes do que atuamos”, completa Haas.

No Brasil o mercado aviário é um dos grandes consumidores

de pellets em especial no sul do Brasil, nos dias

frios. Também tem crescido o uso para aquecimento de

hotéis, de água, de piscina. “Acredito que internacionalmente

vai começar a estabilizar o consumo de pellet e o

seu preço. É um produto que já é muito conhecido. Espero

um mercado melhor para 2025 e 2026 porque estamos

vendo um crescimento do consumo nacional, apesar de

pequeno. O mercado de pellet é como todos os outros

mercados de madeira. Não conheço nenhum que nade

de braçada. É competitivo, é difícil, tem problema. É um

mercado válido, mas não se iluda achando que é muito

fácil”, dispara Haas Junior.

Acredito que

internacionalmente vai

começar a estabilizar o

consumo de pellet e o

seu preço. É um produto

que já é muito conhecido.

Espero um mercado

melhor para 2025 e 2026

porque estamos vendo

um crescimento do

consumo nacional

José Carlos Haas Junior, diretor

executivo da Haas Madeira

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

49


ARTIGO

ESTADO DA ARTE NA

QUANTIFICAÇÃO DE

BIOMASSA EM RAÍZES DE

FORMAÇÕES FLORESTA

FOTOS DIVULGAÇÃO

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LUIS CARLOS RATUCHNE

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná)

HENRIQUE SOARES KOEHLER

UFPR (Universidade Federal do Paraná)

LUCIANO FARINHA WATZLAWICK

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná)

CARLOS ROBERTO SANQUETTA

UFPR (Universidade Federal do Paraná)

PRISCILA ANTUNES SCHAMNE

Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná)

FOTOS DIVULGAÇÃO

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

51


ARTIGO

RESUMO

O

objetivo do presente trabalho é apresentar

uma visão geral sobre o estado da arte na

obtenção de estimativas de biomassa e de

carbono nas raízes de formações florestais.

Inicialmente, realizou-se uma abordagem sobre a

biomassa florestal, o ciclo do carbono na atmosfera e

o papel das florestas nesse contexto. Sobre biomassa

e carbono florestal, foram apresentadas definições, as

metodologias citadas na literatura para a determinação

e estimativa da biomassa florestal subterrânea, sendo

realizado um apanhado geral dos métodos diretos e

indiretos para sua quantificação. Na sequência, fez-se

uma abordagem sobre as variáveis e os modelos utilizados

nos ajustes de equações para estimativa de biomassa

de raízes em formações florestais, como também

foram relacionados alguns dos modelos mais utilizados

e equações propostas na literatura.

INTRODUÇÃO

As florestas cobrem cerca de 30% da superfície da

terra e estocam em torno de 85% do carbono orgânico

disponível no meio ambiente (Houghton, 1994). Devido

à importância das florestas no ciclo do carbono global,

tem sido crescente o interesse de muitos pesquisadores

sobre o assunto. Houghton (1994) destaca, ainda, que

com a perda da cobertura florestal, perde-se também

a maior fonte de carbono do solo, a serapilheira e as

raízes, que também são responsáveis pela fixação do

carbono disponível na atmosfera.

Na literatura, observa-se que não há consenso sobre

a definição da biomassa. Martinelli et al. (1994) definem

biomassa como sendo a quantidade expressa em

massa do material vegetal disponível em uma floresta.

Brigadão (1992) refere-se ao termo fitomassa como

sendo o material seco da planta, que combinado com

a zoomassa corresponde à biomassa. Sanquetta (2002)

considera que o termo biomassa florestal pode significar

toda a biomassa existente na floresta ou apenas a

fração arbórea da mesma, podendo-se também utilizar

o termo fitomassa florestal ou fitomassa arbórea.

52 www.REVISTABIOMAIS.com.br


Os estudos de biomassa florestal são feitos com

objetivos diversos, dentre os quais destacam-se a quantificação

da ciclagem de nutrientes, a quantificação

para fins energéticos e como base de informação para

estudos de sequestro de carbono. Esses estudos são

de grande importância para a tomada de decisões no

manejo dos recursos florestais (Páscoa et al., 2004).

O interesse na completa utilização da árvore (raízes,

tronco, ramos), o uso dos resíduos da manufatura de

produtos florestais, a quantificação de material combustível

em relação ao potencial de incêndio de uma floresta

e outras abordagens aumentam a importância dos

estudos de biomassa (Hush et al., 1982; Philip, 1994).

METODOLOGIAS PARA QUANTIFICAÇÃO DA

BIOMASSA E DO CARBONO FLORESTAL

As metodologias usadas atualmente para se obter

estimativas de biomassa em áreas florestais são baseadas,

principalmente, em dados de inventário florestal,

empregando-se fatores e equações de biomassa que

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REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

53


ARTIGO

transformam dados de diâmetro, altura ou volume em

tais estimativas (Somogyi et al., 2007). Segundo Silveira

et al. (2008), na maioria dos casos é necessária uma

amostragem destrutiva para a estimativa correta de biomassa

e, normalmente, a biomassa arbórea é medida

a partir de seus componentes. A separação e especificação

desses componentes varia de acordo com o tipo

de povoamento e os objetivos a serem alcançados. Essa

variação pode incluir ou excluir alguns componentes

específicos, tais como flores e frutos, ou detalhar outros,

como ramos e raízes, subdividindo-os em ramos com

idades e espessuras diferentes e em raízes finas e grossas

(Campos, 1991).

Segundo Sanquetta (2002), os métodos indiretos de

quantificação da biomassa florestal geram necessariamente

estimativas. Para o autor, são utilizadas relações

empíricas entre a biomassa e outras variáveis obtidas

em inventário florestal, tais como dap, altura e volume.

Essas relações entre a biomassa e as variáveis florestais

são passíveis de modelagem. Segundo Rossi (2007),

um modelo é qualquer representação simplificada de

Os estudos de

biomassa florestal são

feitos com objetivos

diversos, dentre os

quais destacam-se

a quantificação da

ciclagem de nutrientes,

a quantificação para

fins energéticos e como

base de informação para

estudos de sequestro de

carbono

alguns aspectos de um sistema real, podendo tratar da

estrutura ou de suas funções. O modelo pode envolver

palavras, diagramas, mapas, equações, programas de

computadores ou estruturas físicas para representar

um sistema. As equações são igualdades entre sentenças

matemáticas e são compostas basicamente por

variáveis e coeficientes. Os coeficientes têm seus valores

conhecidos, enquanto as variáveis podem assumir

qualquer valor.

Assim como para a biomassa e o carbono, muitas

relações dendrométricas são estudadas e passíveis de

modelagem, tais como as relações entre altura e diâmetro

ou entre peso, altura e diâmetro, e diversos problemas

florestais são resolvidos utilizando-se relações

matemáticas que possibilitam obter estimativas a partir

de equações de regressão (Schneider, 1997). Segundo

Finger (1992), o problema se resume em obter a expressão

quantitativa de dependência entre uma variável de

difícil medição, a variável dependente, e uma ou mais

variáveis de fácil obtenção, as variáveis independentes.

54 www.REVISTABIOMAIS.com.br


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na quantificação de biomassa das raízes em

formações florestais observa-se que as metodologias

ainda estão em desenvolvimento, visto que não existe

uma padronização metodológica e protocolos bem

definidos. No entanto, os trabalhos desenvolvidos são

precursores e já representam referências sólidas para o

desenvolvimento de estudos com a biomassa florestal

subterrânea.

Os métodos diretos de quantificação, apesar de

trabalhosos, demorados e limitados, devem vir acompanhados

de um processo de amostragem bem elaborado,

visto que a maioria dos autores destaca a importância

dos fatores edafoclimáticos no desenvolvimento

das raízes, o que afeta, consequentemente, a biomassa

desse componente arbóreo.

Para as estimativas de biomassa de raízes utilizando

equações de regressão, fica evidente na literatura que

variáveis ambientais têm importância significativa no

desenvolvimento de modelos matemáticos que produzam

boas estimativas. Pois, assim como nos métodos

diretos de quantificação e em se tratando de uma

relação alométrica, os componentes ambientais podem

ser variáveis altamente explicativas.

Cabe ressaltar que as equações de regressão sempre

apresentam incertezas, que aumentam com a extrapolação.

Uma vez que diferentes ambientes são dominados

por diferentes espécies, as relações alométricas

também são, consequentemente, diferentes, cabendo

ao pesquisador uma análise das condições de extrapolação

das equações.

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íntegra acesse o QRcode ao lado:

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E TESTES

SÃO JOSÉ DO CERRITO - SC

Localidade de Bom Jesus

REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA

55


AGENDA

MARÇO 2025

DESTAQUE

BIOTECH FAIR

Data: 26 a 28 de março

Local: Porto Alegre (RS)

Informações: https://biotechfair.com.br/

MAIO 2025

EXPOBIOMASA 2025

Data: 6 a 8 de maio

Local: Valladolid (Espanha)

Informações: https://expobiomasa.com/

INTERNATIONAL GREEN

ENERGY EXPO KOREA 2025

OUTUBRO 2025

Data: 23 a 25 de abril

Local: Daegu (Coreia do Sul)

Informações:

http://www.greenenergyexpo.co.kr/eng/

COMPOSHOW 2025

Data: 7 a 9 de outubro

Local: Piracicaba (SP)

Informações: https://composhow.com.br/

OUTUBRO 2025

Evento organizado pela Associação Coreana

de Energia Nova e Renovável, Associação Coreana

da Indústria Fotovoltaica, Associação Coreana da

Indústria de Energia Eólica, Associação Coreana da

Indústria de Hidrogênio apresenta equipamentos,

materiais e novidades na área para todo segmento

de energia renovável.

BIOMASS AND BIOENERGY

CONFERENCE | BBC BRAZIL 2025

Data: 28 a 31 de outubro

Local: Sorocaba (SP)

Informações: https://www.bbcbrazil.com.br/

56 www.REVISTABIOMAIS.com.br


VEM AÍ!

01 DE DEZEMBRO DE 2025

APOIO:

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS

envimat

www

revistareferencia.com.br

comercial@revistareferencia.com.br


OPINIÃO

Foto: divulgação

EVENTOS E IA:

TECNOLOGIA

SUBSTITUI A

CRIATIVIDADE?

O

uso de IA (inteligência artificial) está redefinindo

o setor de eventos e impulsionando transformações

que vão muito além da eficiência operacional.

Já estamos vivendo a realidade dos super

telões, cinemas 4D, escape room e outras propostas multissensoriais

com muita hiperpersonalização, cenários dinâmicos e

possibilidades interativas que antes pareciam ficção científica.

E toda transformação vem com uma caixinha de interrogações

e uma delas é: com tantas tecnologias, como fica a

criatividade? O setor de eventos já está experimentando IA

para analisar dados culturais com agilidade e implementar

uma série de ferramentas como assistentes virtuais, receptivos

com reconhecimento facial e emocional, personalização de

conteúdo e, até mesmo, gerir fluxo de pessoas dentro de um

estande em tempo real.

Essas e outras tecnologias já fazem parte do repertório do

nosso mercado, permitindo que eventos sejam cada vez mais

conectados e com os objetivos estratégicos das marcas e com

o público. Com certeza podemos e iremos entregar um outro

nível de impacto com a IA e, junto com isso e mais valioso, a

criatividade irá redefinir como as pessoas sentem um evento.

A criatividade essencialmente humana nasce da intuição,

da empatia e das nossas experiências. Ela é o diferencial que

transforma eventos em um acontecimento memorável. A IA é

uma ferramenta poderosa para potencializar essa criatividade,

estimulando sentidos, gerando sensações e criando vínculos.

Também está agilizando o trabalho ao automatizar processos,

fornecer insights valiosos e fazer com que as equipes foquem

no que realmente importa: ideias autênticas e impactantes.

Já é possível pensar em ambientes que respondem às

emoções do público em tempo real. A empresa Polygon LIVE

está testando sensores hápticos e aromas para potencializar

o impacto multissensorial. Esses sensores são dispositivos

que permitem a interação tátil entre o usuário e um ambiente

virtual ou real. Eles são capazes de fornecer feedback sensorial,

como sensações de toque, textura e temperatura.

Outra potência da IA está em melhorar a comunicação das

marcas com públicos globais considerando melhor a localidade

e a cultura, segmentando conteúdos a partir de tendências

regionais e ganhando então mais fluidez e relevância para

audiências diversas.

Eventos híbridos também ganham protagonismo nesse

contexto. Avatares e assistentes virtuais ajudam a tornar a

interação mais fluida entre participantes presenciais e virtuais,

criando uma experiência coesa independentemente da localização.

O uso de IA também possibilita experiências acessíveis,

com legendas automáticas, interpretação em libras e ajustes

dinâmicos conforme as necessidades dos participantes.

Uma reflexão que precisa estar na mesa é que a adoção da

IA nos eventos precisa vir acompanhada de responsabilidade

e transparência. O uso de dados deve ser feito de forma ética,

garantindo a segurança e a privacidade do público. Além disso,

as marcas devem se preocupar com a aplicação da IA para

criar eventos cada vez mais sustentáveis e inclusivos.

O desafio para agências e marcas é equilibrar a eficiência e

precisão da IA com as emoções que unem as pessoas.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Por Cissa Borges

Gerente de Planejamento e Criação da MCM Brand Experience

Foto: divulgação

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A FACA

GIGANTE

DO AGRO

SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS

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