Transforme seus PDFs em revista digital e aumente sua receita!
Otimize suas revistas digitais para SEO, use backlinks fortes e conteúdo multimídia para aumentar sua visibilidade e receita.
Entrevista Paula Chaccur aborda a criação do sistema para regular o comércio de GEE
TRANSPORTANDO
ENERGIA
CRESCEM SOLUÇÕES COM
PISO MÓVEL PARA ATENDER
MERCADO NACIONAL DE
BIOMASSA
TRANSPORTING
ENERGY
GROWTH OF LIVE FLOOR
TRAILER SOLUTIONS FOR THE
DOMESTIC BIOMASS MARKET
SUSTENTABILIDADE
ASSOCIAÇÃO APONTA O PELLETS
COMO MELHOR OPÇÃO PARA
AQUECER CASAS NA ESPANHA
MERCADO
FABRICAÇÃO DE PELLETS DE EUCALIPTO É
APOSTA PARA A ESTABILIZAÇÃO DO SETOR
Soluções
completas
para geração
de calor na
produção de
pellets.
A demanda por pellets de
biomassa cresce mundialmente,
e as indústrias precisam de
soluções eficientes e acessíveis
para secagem.
A Imtab oferece as melhores
opções em geração de calor,
garantindo alta eficiência,
qualidade no produto final e
suporte técnico especializado.
Portfólio
Catálogo
Fabricação e
montagem de
caldeiras
Fabricação
de vasos de
pressão
Escaneie o
QR Code e
confira
nossos
projetos.
Escaneie o
QR Code e
confira
nosso
catálogo.
Soluções
Imtab
Fornalha de Gás Quente
Solução econômica para
secagem em tambores
rotativos. Processo direto,
simples e de menor
investimento.
Gerador de Ar Quente
Alta eficiência energética,
redução de custos e qualidade
preservada no produto final.
Caldeira flamotubular de água
quente com capacidade de geração
de 5.000.000 kcal, acoplada a
secador tipo esteira para secagem
de serragem, em operação na
cidade de Curitibanos/SC.
Caldeira Flamotubular
de Vapor
Tecnologia inovadora para
processos que exigem
temperatura controlada e
desempenho confiável.
Caldeira Flamotubular
de Água Quente
Robusta, estável e eficiente,
ideal para grandes volumes
e processos contínuos.
www.imtab.com.br
+55 (47) 3534-0396
SUMÁRIO
06 | EDITORIAL
Soluções para o setor
08 | CARTAS
10 | NOTAS
20 | ENTREVISTA
28 | PRINCIPAL
34 | SUSTENTABILIDADE
Pellets é a melhor opção para aquecer casas
40 | INOVAÇÃO
Descoberta pode transformar
resíduos em biocombustível
46 | MERCADO
50 | ARTIGO
56 | AGENDA
58 | OPINIÃO
Eventos e IA: tecnologia
substitui a criatividade?
04 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EDITORIAL
A capa desta edição traz os
implementos rodoviários para
biomassa da Usicamp
SOLUÇÕES
PARA O SETOR
T
er o transporte adequado para a biomassa é um dos desafios do segmento e tem gerado oportunidades. A Usicamp Implementos
Rodoviários está conquistando o mercado nacional com a produção de implementos para transporte de biomassa, garantindo
qualidade dos seus produtos e entregando soluções que atendem as necessidades específicas do consumidor final. A empresa paranaense
é o tema da reportagem de capa desta nova edição da Revista REFERÊNCIA BIOMAIS. Na editoria Entrevista, conversamos
com a advogada Paula Chaccur, especialista em direito empresarial e ambiental, que explicou sobre o recém-criado SBCE (Sistema Brasileiro
de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa). Ainda nesta edição, destacamos outras matérias que abordam a utilização dos pellets
no mercado doméstico da Espanha, o crescimento do mercado de pellets no Brasil e a descoberta de uma molécula que pode transformar
resíduos em biocombustíveis, entre outras notícias relevantes sobre o mercado de biomassa e energias renováveis. Até a próxima!
SOLUTIONS FOR THE SECTOR
T
he adequate transport of biomass is one of the Sector's challenges, which has created opportunities for it. Usicamp Implementos Rodoviários
is conquering the national market by manufacturing equipment for the transportation of biomass, guaranteeing the quality of its
products and delivering solutions that meet the end user's specific needs. This company from Paraná is the subject of the cover story in this
new issue of REFERÊNCIA Biomais. In the Interview Section, we spoke with attorney Paula Chaccur, a business and environmental law specialist,
who explained the recently created Brazilian Greenhouse Gas Emissions Trading System (Sbce). Also, in this issue, we highlight other articles
on the use of pellets in Spain, the growth of the pellet market in Brazil, and the discovery of a molecule that can turn waste into biofuels, among
other relevant news in the biomass and renewable energy market. See you next time!
EXPEDIENTE
ANO XII - EDIÇÃO 68 - MARÇO 2025
Diretor Comercial/Commercial Director:
Fábio Alexandre Machado
(fabiomachado@revistabiomais.com.br)
Diretor Executivo/Executive Director:
Pedro Bartoski Jr
(bartoski@revistabiomais.com.br)
Redação/Writing:
Gisele Rossi
(jornalismo@revistabiomais.com.br)
Dep. de Criação/Graphic Design:
Fabiana Tokarski - Supervisão -
Ana Paula Vogler
Maria Soares
(criacao@revistareferencia.com.br)
Dep. Comercial/Sales Departament:
Gerson Penkal, Kauê Angeli
(comercial@revistabiomais.com.br) Fone: +55 (41) 3333-1023
Tradução / Translation: John Wood Moore
Dep. de Assinaturas/Subscription:
José A. Ferreira - (41) 99203-2091
(assinatura@revistabiomais.com.br) - 0800 600 2038
ASSINATURAS
0800 600 2038
A REVISTA BIOMAIS é uma publicação da JOTA Editora
Rua Maranhão, 502 - Água Verde - Cep: 80610-000 - Curitiba (PR) - Brasil
Fone/Fax: +55 (41) 3333-1023
www.jotaeditora.com.br
A REVISTA BIOMAIS - é uma publicação bimestral e independente,
dirigida aos produtores e consumidores de energias limpas
e alternativas, produtores de resíduos para geração e cogeração de
energia, instituições de pesquisa, estudantes universitários, órgãos
governamentais, ONG’s, entidades de classe e demais públicos,
direta e/ou indiretamente ligados ao segmento. A REVISTA BIOMAIS
não se responsabiliza por conceitos emitidos em matérias, artigos,
anúncios ou colunas assinadas, por entender serem estes materiais de
responsabilidade de seus autores. A utilização, reprodução, apropriação,
armazenamento de banco de dados, sob qualquer forma ou meio, dos
textos, fotos e outras criações intelectuais da REVISTA BIOMAIS são
terminantemente proibídas sem autorização escrita dos titulares dos
direitos autorais, exceto para fins didáticos.
REVISTA BIOMAIS is a bimonthly and independent publication, directed
at clean alternative energy producers and consumers, producers of residues
used for energy generation and cogeneration, research institutions, university
students, governmental agencies, NGO’s, class and other entities, directly and/
or indirectly linked to the Segment. REVISTA BIOMAIS does not hold itself
responsible for concepts contained in materials, articles, ads or columns signed
by others; these are the responsibility of their authors. The use, reproduction,
appropriation, databank storage, in any form or means, of the text, photos
and other intellectual property of REVISTA BIOMAIS are strictly forbidden
without written authorization of the holder of the authorial rights, except for
educational purposes.
06 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CARTAS
PRINCIPAL
Satisfeito em conhecer um pouco mais sobre a Andritz. É uma empresa referência na área de
pellets.
Silvio Faria – São José do Rio Preto (SP)
Foto: divulgação
ENTREVISTA
Interessante a entrevista com o professor Willian Flores, por proporcionar saber um pouco mais sobre a região amazônica.
Juliano Carrot – São José dos Pinhais (PR)
ESTUDO
Como mostra a matéria, não faltam opções para promover a transição energética.
João Cézar Barroso – Araxá (MG)
INOVAÇÃO
Me enche de orgulho ver resultados de pesquisas de universidades brasileiras
contribuindo para a sustentabilidade.
Graça Souza – Arapoti (PR)
Foto: divulgação
www.revistabiomais.com.br
na
mí
energia
biomassa
dia informação
@revistabiomais
/revistabiomais
Publicações Técnicas da JOTA EDITORA
08 www.REVISTABIOMAIS.com.br
NOTAS
PODCAST REFERÊNCIA
Durante o mês de fevereiro o estúdio do Podcast Referência teve a honra de receber convidados muito importantes para o
desenvolvimento do segmento de base florestal, no reflorestamento e no manejo florestal sustentável. Os entrevistados desses
episódios foram Ednei Blasius (foto de cima), presidente do CIPEM (Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do
Estado do Mato Grosso), é formado em administração e sócio-proprietário da B2 Madeiras. O outro convidado foi Pedro Francio Filho
(foto de baixo), diretor da Francio Soluções Florestais, formado em agronomia e especialista em produtividade florestal. Os episódios
tiveram o apoio da Máquinas Águia, Crocodilo Empreendimentos Florestais, Poli Fertilizantes e TMA, que atuam oferecendo soluções
para o segmento de base florestal.
Ednei aproveitou o programa para contar sobre sua história que começou muito longe do manejo florestal e caminhou gradativamente
para uma das indústrias mais pujantes do Mato Grosso. “Vendi picolé, trabalhei empacotando café e passei pela engenharia
civil, lidando com AutoCAD muito antes da floresta. Foi quando minha família saiu de Juína (MT) para Cuiabá que minhas primeiras
oportunidades que me levaram ao florestal, de uma migração da
engenharia civil que passei a desenhar plantas de áreas florestais e
não apenas de prédios”, relatou Ednei.
Ednei, que é muito ligado ao associativismo conta que o
manejo florestal no Mato Grosso tem crescido muito, ele mesmo
já tem sete unidades produtivas entre indústrias madeireiras e
operações de biomassa, mas que o trabalho do manejo ainda não
tem o reconhecimento e nem mesmo as aberturas de mercado que
outros segmentos produtivos já recebem. “Hoje quem trabalha no
estado já consegue aproveitar praticamente toda sua produção,
mas o acesso ao crédito, como acontece com o agro, ainda é muito
reduzido, o que trava parte do potencial produtivo que já temos e
podemos alcançar”, destacou Ednei.
Pedro Francio Filho é uma das grandes referências no segmento
de produtividade florestal do Brasil. Paranaense de Engenheiro Beltrão,
Pedro contou que sua família tem uma ligação com o campo
muito forte, o que o levou a fazer agronomia, mas a influência de
Augusto Francio, um grande nome da indústria madeireira, e o professor
José Luiz Stape, que deu o conselho que mudou a sua vida.
“Ele me disse que deveria fazer a agronomia focado no florestal,
pois o florestal precisava dessa visão da agronomia, que o florestal
precisava olhar para o solo e para a produtividade. Eu segui e tenho
certeza que foi a melhor escolha que fiz”, ressaltou Pedro.
Pedro conta sobre uns principais momentos que marcaram sua
história, que ele mesmo não consegue colocar apenas um e aponta
como momentos diferentes marcam situações e oportunidades diferentes.
“Fui convidado a participar de um evento em Buenos Aires
e nem falava inglês ou espanhol, mas os contatos foram feitos mesmo
assim. Participei de todas as ExpoForest, o que me colocou num
lugar de destaque. Em um momento de crise eu trabalhei 18h por
dia, batendo na porta de clientes e correndo atrás. Cada dificuldade
foi uma oportunidade que me abriu caminhos”, celebrou Pedro.
Os episódios do Podcast
REFERÊNCIA estão disponíveis no
nosso canal do youtube, que o Leitor
pode acessar através do QR Code:
Fotos: REFERÊNCIA
10 www.REVISTABIOMAIS.com.br
LINHA DE TRANSMISSÃO EM CONSTRUÇÃO
Líder em transmissão de energia no país, a Isa Energia Brasil, celebra a construção da milésima concretagem de fundação
de torre do Projeto Piraquê, o maior empreendimento greenfield em construção no setor de transmissão de energia no Brasil. O
Projeto Piraquê, arrematado no lote 3 do leilão de transmissão número 01/22 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica),
envolve a construção de 947 km de linhas de transmissão nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com um investimento
de R$ 3,7 bilhões (CaPex ANEEL). A fundação da milésima torre foi executada em 15 de fevereiro de 2025 na linha de transmissão
de alta tensão (500 kV) que vai da Subestação Janaúba 6 à Subestação Capelinha 3. No total, serão 1.913 torres de transmissão
que somam mais de 33 mil toneladas em estruturas,
equivalente a 4,5 vezes o peso da Torre Eiffel.
O prazo de energização da ANEEL para setembro
de 2027 marca um horizonte promissor para o
fornecimento de energia confiável e eficiente na
região, ao permitir a conexão de 11 usinas fotovoltaicas,
somando aproximadamente 8,5 GW de
potência instalada - equivalente a 60% da capacidade
instalada na Usina de Itaipu.
Foto: divulgação
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
11
NOTAS
MOTOR A HIDROGÊNIO
A JCB, empresa com origem no Reino Unido, líder global na fabricação de equipamentos para construção e
movimentação de materiais, desenvolveu o primeiro motor de combustão a hidrogênio do mundo, que recebeu
este ano permissão para ser usado comercialmente em máquinas. Conforme anunciado, autoridades de licenciamento
europeias concederam a certificação para que estes motores passem a ser comercializados em vários países
do continente. “Este é um momento muito significativo para a JCB. Começar o ano novo com a certificação em
vigor em tantos países europeus é um bom presságio para o futuro da tecnologia de combustão de hidrogênio.
Provamos nos últimos anos que esta é uma solução adequada de emissões zero para equipamentos agrícolas e
de construção,” afirma Anthony Bamford, presidente da JCB, responsável pelo projeto. A JCB é a primeira empresa
de equipamentos de construção e movimentação a desenvolver um motor de combustão totalmente funcional
alimentado por hidrogênio. Um time de 150 engenheiros se dedicou ao projeto, que representa um investimento
de £100 milhões ao longo de mais de 3 anos. Comemorando 80 anos, a empresa recebeu, recentemente, visita do
Rei Charles III que foi conhecer a nova tecnologia.
Fotos: divulgação
12 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CERTIFICAÇÃO DE ENERGIA RENOVÁVEL
A CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), uma associação civil sem fins lucrativos responsável
pelo comércio de eletricidade no país, lançou a primeira plataforma brasileira para centralizar a certificação de
energia renovável. De acordo com a CCEE, o serviço concentrará dados das empresas e entidades certificadoras do
país e terá a capacidade, a partir dessas informações, de fazer o rastreamento da origem da energia utilizada. Uma
das funções da plataforma será de evitar a dupla certificação da mesma energia. A Câmara estima que cerca de
93% da eletricidade produzida no Brasil já vêm de fontes como usinas eólicas, solares, hidrelétricas e de biomassa.
Em 2021, segundo a CCEE, menos de 2% desta energia renovável era certificada. Em 2022, o percentual avançou
para 4% e, em 2023, subiu para 6,9%. De acordo com projeções da Câmara, esse resultado poderia chegar até 50%.
“Vamos contribuir com a atração de investidores, ampliação dos negócios e geração de empregos, além de potencializar
a inserção, no mercado internacional, dos produtos verdes brasileiros”, destacou o presidente do Conselho
de Administração da CCEE, Alexandre Ramos.
Foto: divulgação
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
13
NOTAS
COMITÊ DE MONITORAMENTO
Durante a última reunião do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico),
foi criado um grupo de trabalho para coordenar ações, realizar diagnóstico, avaliar e
propor medidas de planejamento, regulatórias e operacionais para diminuir cortes de
geração renovável. Os cortes de geração renovável ocorrem por razões elétricas, de
confiabilidade do SIN (Sistema Interligado Nacional) e de suas áreas elétricas ou por
insuficiência de consumo para fazer frente à geração instantânea. As ações do grupo
envolverão a ampliação e reforços da rede de transmissão, a indicação de novos
compensadores síncronos para a região nordeste, a antecipação de obras de linhas de
transmissão, os aperfeiçoamentos dos modelos dinâmicos das usinas renováveis e da
metodologia de corte e da programação e avaliações sobre utilização de sistemas de
armazenamento de energia. O grupo será coordenado pela SNEE (Secretaria Nacional
de Energia Elétrica) do MME (Ministério de Minas e Energia).
Foto: divulgação
14 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Direct Drive
Peletizadora de alta performance
Feita para a Indústria de Biomassa
As exigências especiais da indústria de biomassa foram incorporadas ao
design da tecnologia Direct Drive incluindo a potência do motor e as configurações
de tamanho da matriz.
Benefícios
• Manutenção simplificada
devido ao menor número de
componentes
• Pellets mais densos e com
mais qualidade devido ao alto
torque
• Maior eficiência e menor
custo de kilowatt por tonelada
em relação à concorrência
• Menos custo e mais sustentabilidade
com menor consumo
de graxa
• A baixa velocidade e vibração
preservam a vida útil dos
componentes
Matrizes
Nosso amplo portfólio de matrizes enaltece a
tecnologia, com ágeis tempos de resposta, desempenho
duradouro e excelência em serviços.
Com a integração com a Dorssers, a CPM é
única capaz de fornecer matrizes para todas as
marcas de peletizadoras.
Desde os alimentos que você consome até os combustíveis que você precisa,
a CPM desempenha um papel importante na construção de um mundo
melhor. Nossa equipe experiente e nossa família de marcas confiáveis estão
trabalhando juntas para tornar nosso planeta um lugar melhor para se viver.
Entre em contato para maiores informações:
CPM Américas
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1234 – 6º andar
Pinheiros, SP – CEP: 01451-001 – Brasil
Telefone: 0800 591 5214
E-mail de contato: sales.latam@cpm.net/equipment.latam@cpm.net
NOTAS
Foto: divulgação
BRASIL REDUZ EM 12% EMISSÕES DE GEE
O Brasil reduziu em 12% as emissões de GtCO2e (gás carbônico equivalente) em 2023 em relação ao ano anterior,
conforme divulgou o Observatório do Clima. Em 2023 o país emitiu 2,3 bilhões de toneladas de GEE (gases
do efeito estufa), enquanto que, em 2022, foram emitidas 2,6 bilhões de toneladas. Segundo o observatório,
essa foi a maior queda percentual nas emissões desde 2009, quando o país registrou a menor emissão da série
histórica iniciada em 1990 (1,77 bilhão de GtCO2e). A queda no desmatamento na Amazônia foi a principal razão
para a redução das emissões. As emissões por desmatamento na floresta tropical caíram 37%, de 1,074 bilhão de
toneladas de gás carbônico equivalente para 687 milhões de toneladas. Por outro lado, os dados do SEEG (Sistema
de Estimativas de Emissões de GEE) do observatório mostram que, apesar da desaceleração na Amazônia, a
devastação dos demais biomas resultaram na emissão de 1,04 GtCO2e brutas em 2023.
16 www.REVISTABIOMAIS.com.br
OTIMIZAÇÃO E
BIOTECH FAIR
Estande 143 e 134
BIOECONOMIA
EM SUA PLANTA
FIERGS
Porto Alegre - RS
26 a 28 de março,
2025 Com mais de 100 anos de experiência na
fabricação de peletizadoras, a AMANDUS KAHL
fornece equipamentos com matriz plana em
diversos tamanhos, possibilitando uma produção
de 1 até 12 t/h, oferecendo uniformidade e eficiência.
Visite-nos na Biotech Fair 2025 para conhecer mais
sobre as vantagens e diferenciais deste equipamento
para a bioeconomia de sua planta.
Distribuidor e representante exclusivo
Kahl Brasil
NOTAS
ENERGIA NO MAR
O projeto de lei número 576/2021, que trata do aproveitamento da geração de energia elétrica no mar, a
chamada offshore foi sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. A lei estabelece diretrizes para o
aproveitamento para a geração de energia em áreas sob domínio da União, como o mar territorial, a zona econômica
exclusiva e a plataforma continental. Entre outros pontos, o texto determina que a exploração offshore
de energia se dará por meio de contratos de autorização ou concessão. Caberá ao Poder Executivo definir os
locais para receber as atividades de geração de energia offshore, chamados de prismas. Segundo o texto, a cessão
pode ocorrer por meio da oferta permanente ou da oferta planejada. As receitas geradas, provenientes de
bônus de assinatura, taxas de ocupação e participação proporcional sobre a energia produzida, serão distribuídas
entre União, Estados e municípios, com investimentos, prioritariamente, destinados à pesquisa, inovação
tecnológica e desenvolvimento sustentável.
Foto: divulgação
18 www.REVISTABIOMAIS.com.br
ENTREVISTA
Foto: Divulgação/CGM Advogados
ENTREVISTA
PAULA
CHACCUR
Formação: Direito na PUC/SP (Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo); pós-graduação em Direito Processual e Direito Ambiental
na PUC (SP); mestre em Administração e Sustentabilidade pela FGV
(Fundação Getúlio Vargas)
Education: Law Degree, Pontifical Catholic University of São Paulo
(PUC/SP); Postgraduate Studies in Procedural Law and Environmental
Law, PUC (SP); Master’s Degree in Administration and Sustainability,
Getúlio Vargas Foundation (FGV)
Cargo: Advogada
Function: Lawyer
MERCADO
DE CARBONO
CARBON CREDITS
O
Brasil já conta com o mercado de créditos de
carbono. Por meio da lei número 15.042, de 11 de
dezembro de 2024, foi instituído o SBCE (Sistema
Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de
Efeito Estufa) que ainda terá regulamentações mais específicas.
O sistema regulamenta o mercado de carbono e contribui para
o controle das emissões de GEE (gases de efeito estufa). Para
entender o que isto representa, a Revista REFERÊNCIA BIOMAIS
conversou com a advogada especialista no tema, Paula Chaccur,
sócia do CGM Advogados, um escritório de advocacia full service,
com expertise nas mais diversas áreas do direito empresarial que
atende mais de 900 clientes. Com 20 anos de experiência em
direito ambiental, Paula tem assessorado empresas nacionais e
estrangeiras dos mais diversos segmentos da indústria, incluindo
energia, agronegócio, químico, automotivo, papel e celulose,
setor madeireiro e de bens de consumo.
B
razil already has a carbon credit market. Law No.
15.042 of December 11, 2024, established the
Brazilian Greenhouse Gas Emissions Trading System
(Sbce), which still needs specific regulations.
The system regulates the carbon market and contributes
to the control of GHG emissions. To understand what this
means, REFERÊNCIA Biomais spoke with Paula Chaccur,
a lawyer specializing in this area and a partner at CGM
Advogados, a full-service law firm with expertise in the most
diverse areas of business law serving more than nine hundred
clients. With 20 years of experience in environmental
law, Chaccur has advised domestic and foreign companies
in a wide range of industries, including energy, agribusiness,
chemicals, automotive, pulp and paper, timber, and
consumer goods.
20 www.REVISTABIOMAIS.com.br
O que representa a criação do SBCE (Sistema Brasileiro
de Comércio de Emissões de Gases de Efeito
Estufa) criado pela lei número 15.042?
A criação do SBCE representa a regulamentação do
mercado de carbono no Brasil. O mercado de créditos
de carbono nasceu como uma estratégia para controle
das emissões de GEE (gases de efeito estufa), dentre os
quais está o CO2 (gás carbônico), em razão da contribuição
desses gases para o aquecimento do planeta. Uma
tonelada de carbono que deixa de ser emitida, ou que
seja retirada da atmosfera, após o devido processo de
certificação, gera um certificado de crédito de carbono.
A comercialização desses certificados é um mecanismo
econômico que incentiva a descarbonização das
atividades e fontes de emissão de GEE. O SBCE vem
regulamentar esse mercado no Brasil, estabelecendo
obrigações para empresas e atividades que emitirem
acima de 10 mil toneladas de CO2 equivalente por ano.
Como está hoje o mercado de créditos de carbono
do Brasil?
O Brasil já vem atuando no mercado voluntário
de créditos de carbono desde a entrada em vigor do
Protocolo de Quioto, no âmbito do MDL (Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo). Foram desenvolvidos vários
projetos de MDL no Brasil com a venda de créditos de
carbono gerados aqui para países desenvolvidos que
possuíam metas de redução de emissões. O período
de apogeu do nosso mercado voluntário foi em 2008,
quando os créditos de carbono chegaram a ser comercializados
em leilões por quase € 20. Após um longo
período de esmorecimento do mercado de carbono e
queda no preço dos créditos, o mercado voluntário no
Brasil ganhou certa tração no período pós-pandemia. A
criação do mercado regulado era esperada pelo menos
desde 2021, ano em que foi apresentado o primeiro
projeto de lei tratando do tema.
What does the creation of the Brazilian
Greenhouse Gas Emissions Trading System
(Sbce), established by Law No. 15.042, mean?
The creation of the Sbce represents the regulation
of the carbon credit market in Brazil. The carbon
credit market was born as a strategy to control
the emission of greenhouse gases (GHG), including
CO2, due to the contribution of these gases to
global warming. After the appropriate certification
process, a ton of carbon no longer emitted or
removed from the atmosphere generates a carbon
credit certificate. The sale of these certificates is
an economic mechanism that encourages the
decarbonization of activities and the reduction of
the sources of greenhouse gas emissions. The Sbce
regulates this market in Brazil, establishing obligations
for companies and activities that emit more
than 10 thousand tons of CO2 equivalent per year.
What is the Brazilian carbon credit market
like today?
Brazil has been active in the voluntary carbon
credit market since the Kyoto Protocol was enacted
under the Clean Development Mechanism (CDM).
Several CDM projects have been developed in
Brazil, with the carbon credits generated here
being sold to developed countries with emission
reduction targets. The heyday of our voluntary
market was in 2008 when carbon credits were
auctioned for almost €20. After a long period in
which the carbon market faded and the price of
credits fell, the voluntary market in Brazil gained
some traction in the post-pandemic period. The
creation of a regulated market has been expected
since 2021 when the first bill on the subject was
presented.
O SBCE vem regulamentar o mercado no Brasil, estabelecendo
obrigações para empresas e atividades que emitirem acima de 10
mil toneladas de CO2 equivalente por ano
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
21
ENTREVISTA
Este sistema contribui para ampliar o comércio
de créditos de carbono no Brasil?
Certamente. O SBCE estabelecerá limites máximos
de emissões de GEE por setores, trazendo obrigações
que sujeitarão os operadores a penalidades. Com o
estabelecimento de limites de emissões, os operadores
regulados investirão em processos de descarbonização
da sua produção. Aqueles que não conseguirem,
ou optarem por seguir emitindo acima do teto, terão
que compensar essa diferença comprando o direito
de poluir dos operadores que tiverem mantido as suas
emissões abaixo do teto. Esse sistema estimulará a
demanda por créditos de carbono.
Qual expectativa com esse sistema?
A expectativa é a aceleração do processo de transição
para uma economia de baixo carbono que, além
de contribuir para o enfrentamento das mudanças
climáticas, atrairá investimentos em projetos socioambientais
e em inovação tecnológica, gerando benefícios
econômicos e preservando o nosso capital natural.
As empresas estão preparadas para atuar com
este sistema?
As empresas de maior porte, especialmente aquelas
que atuam no mercado externo, já vêm fazendo os
seus inventários de emissões de GEE há alguns anos e
têm buscado a redução das emissões ao longo de sua
cadeia de produção. Muitas, inclusive, assumiram metas
voluntárias de descarbonização ao longo dos anos.
Obviamente, com o advento da lei, passaremos por um
período de assimilação e adaptação ao novo sistema.
Muitas empresas precisarão de capacitação técnica para
garantir compliance. O Brasil conta com consultorias
técnicas e jurídicas com grande expertise nessa temática.
Será importante que as empresas busquem uma boa
orientação.
Is this system helping to expand carbon
trading in Brazil?
It certainly will. The Sbce will set maximum limits
for GHG emissions by sector, with obligations
that will subject operators to penalties. By setting
emission limits (caps), regulated operators will invest
in processes to decarbonize their production.
Those who fail to do so or choose to continue to
emit above the cap will have to make up the difference
by buying the right to pollute from operators
who have kept their emissions below the cap. This
system will stimulate demand for carbon credits.
What do you expect from the scheme?
The expectation is to accelerate the transition
to a low-carbon economy that not only helps
tackle climate change but also attracts investment
in socio-environmental projects and technological
innovation, generating economic benefits and
preserving our natural capital.
Are companies ready to work with this
scheme?
Larger companies, especially those operating
in foreign markets, have been inventorying their
GHG emissions for several years and have sought
to reduce emissions throughout their production
chain. Many have even set voluntary decarbonization
targets over the years. Of course, with the
law’s introduction, we will go through a period of
assimilation and adaptation to the new system.
Many companies will need technical training to
ensure compliance. Brazil has technical and legal
consultancies with significant expertise in this
area. It will be necessary for companies to seek
good advice.
Além do combate às mudanças climáticas, a estruturação do
mercado de carbono evitará que o Brasil seja prejudicado por
barreiras comerciais no mercado externo
22 www.REVISTABIOMAIS.com.br
JSIC EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA
jsicomex.com.br
Entre em Contato
(41) 3308-5688
(41) 99283-8871
comercial@jsicomex.com.br
Rua Carlos de Laet 1122
Hauer – Curitiba/PR
ENTREVISTA
A nova lei produz que dificuldades para ser
aplicada?
Uma dificuldade da lei é a sua complexidade.
Vários aspectos ainda dependem de regulamentação.
Além disso, a harmonização com outras iniciativas
internacionais do mercado regulado poderá apresentar
desafios, com destaque para a precificação do
carbono.
Quais os principais benefícios que o mercado
pode esperar?
Além do combate às mudanças climáticas, a estruturação
do mercado de carbono evitará que o Brasil
seja prejudicado por barreiras comerciais no mercado
externo. Ainda, a estruturação do mercado doméstico
de carbono contribuirá para o atingimento das metas
de redução de GEE assumidas pelo Brasil no âmbito
do Acordo de Paris. Outro benefício importante será o
investimento em inovação tecnológica e a promoção
da sustentabilidade.
A lei também aborda os projetos de REDD+ (redução
de emissões por desmatamento e degradação
florestal). Como vê essa situação? Acredita que
haverá mais incentivo para projetos REDD+?
A inclusão de projetos de REDD+ no SBCE é estratégica
para a conservação da Amazônia e outras áreas
florestais no Brasil, além de proteger os interesses das
comunidades tradicionais (como povos indígenas e
quilombolas) na geração dos créditos de carbono,
estabelecendo regras que preservam os seus direitos e
uma repartição justa de benefícios. A regulamentação
dos projetos de REDD+ na lei trará mais segurança
jurídica a essa modalidade de projeto, que atravessou,
recentemente, uma crise reputacional, com questionamentos
a respeito da metodologia dos projetos de
carbono e, também, com as complexas questões fun-
How difficult will it be to apply the new law?
One difficulty of the law is its complexity. Several
aspects need to be regulated. In addition, harmonization
with other international initiatives in the
regulated market may be a challenge, especially
carbon pricing.
What are the main benefits the market can
expect?
In addition to combating climate change, structuring
the carbon market will prevent Brazil from
being hindered by trade barriers in foreign markets.
In addition, structuring the domestic carbon market
will contribute to achieving Brazil’s greenhouse gas
reduction targets set under the Paris Agreement.
Another significant benefit will be investments in
technological innovation and the promotion of
sustainability.
The law also addresses Reducing Emissions
from Deforestation and Forest Degradation
projects (Redd+). How do you see the situation?
Do you think there will be more incentives for
Redd+ projects?
The inclusion of Redd+ projects in the Sbce is
strategic for the conservation of the Amazon and
other forest areas in Brazil, as well as for protecting
the interests of traditional communities (such as
Indigenous peoples and settler colonies) in the
generation of carbon credits, establishing rules
that preserve their rights and a fair distribution of
benefits. The regulation of Redd+ projects in the
law will bring more legal certainty to this type of
project, which has recently experienced a reputational
crisis, with questions about the methodology
of carbon projects and the complex land issues that
the Amazon region presents. It is hoped that with
A regulamentação dos projetos de REDD+ na lei trará mais
segurança jurídica a essa modalidade que atravessou uma crise
reputacional, com questionamentos a respeito da metodologia
dos projetos de carbono e com as complexas questões fundiárias
que a região amazônica apresenta
24 www.REVISTABIOMAIS.com.br
As Facas Suprema foram
projetadas para oferecer
máxima performance.
Fabricadas com aço de
ligas especiais, garantem
durabilidade, precisão e
alta produtividade para
o trabalho no campo.
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
Abrindo caminho
para um horizonte
de produtividade
sem limites!
ENTREVISTA
diárias que a região amazônica apresenta. Espera-se
que, diante do destaque dado aos projetos de REDD+
no SBCE, haja um fluxo financeiro relevante direcionado
à proteção das nossas florestas.
O SBCE ainda será regulamentado. O que
considera importante nesse processo de regulamentação?
É fundamental que esse arcabouço regulatório
adicional garanta clareza e segurança jurídica ao sistema,
definindo regras claras sobre os limites obrigatórios
de emissões, sobre as metodologias aplicáveis
para o monitoramento, relato e verificação, sobre
as obrigações às quais estarão sujeitos os operadores
e sobre a comercialização dos ativos. Também é
importante que seja criado um sistema de governança
eficiente e a definição de incentivos financeiros que
atraiam empresas de diferentes portes e setores para
a economia de baixo carbono. É importante, também,
a participação ativa da sociedade civil nesse processo
de regulamentação.
Quando acredita que haverá a aplicação da lei?
Estamos presenciando um momento de desaceleração
dos processos de descarbonização por parte de
alguns países, influenciados por questões geopolíticas
e econômicas. Algumas companhias e instituições
financeiras de grande relevância no mercado internacional
estão revendo as suas estratégias climáticas
e adiando suas metas de neutralidade de carbono,
o que é bastante preocupante. A expectativa é que
com a regulação do mercado no Brasil, o país avance
na direção da descarbonização da economia, atraia
investimentos e ganhe protagonismo na economia
global de baixo carbono. É uma grande oportunidade
que não podemos deixar passar.
the prominence given to Redd+ projects in the
Sbce, there will be a significant flow of financial
resources towards protecting our forests.
The Sbce has yet to be regulated. What
do you consider necessary in this regulatory
process?
This additional regulatory framework must
provide clarity and legal certainty for the system
by defining clear rules on mandatory emission
limits, the applicable monitoring, reporting, and
verification methodologies, the obligations to
which operators will be subject, and the marketing
of assets. It is also vital to create an effective governance
system and to define financial incentives to
attract companies of different sizes and sectors to
the low-carbon economy. The active participation
of civil society in this regulatory process is also
essential.
When do you think the law will be enforced?
We are witnessing a slowdown in decarbonization
in some countries, influenced by geopolitical
and economic issues. Some major companies and
financial institutions in the international market
are reviewing their climate strategies and postponing
their carbon neutrality targets, which is quite
worrying. The expectation is that by regulating the
market in Brazil, the Country will move towards
decarbonizing its economy, attracting investment,
and becoming a leading player in the global low-
-carbon economy. It is a great opportunity that we
cannot afford to miss.
A expectativa é que com a regulação do mercado no Brasil, o
país avance na direção da descarbonização da economia, atraia
investimentos e ganhe protagonismo na economia global de
baixo carbono
26 www.REVISTABIOMAIS.com.br
usicamp.com.br
Conheça nossa linha
de implementos:
• Canavieiros
• Carrega Tudo
• Basculante
• Piso Móvel
• Florestal
Desde 1986 liderando o mercado de
implementos rodoviários com qualidade,
inovação e compromisso!
Referência no setor, nossa empresa atua
na fabricação e fornecimento de uma
ampla variedade de implementos, sempre
com excelência e tecnologia de ponta.
Sarandi - PR
Av. Antonio Volpato, 3680, Pq. Industrial
CEP: 87.111-011
usicamp@usicamp.com.br
(44) 3264-8500
Itumbiara - GO
Via Primaria 03, Distrito Agro Industrial
CEP: 75.503-970
itumbiara@usicamp.com.br
(64) 3433-8200
PRINCIPAL
IMPLEMENTOS PARA
BIOMASSA
EMPRESA VEM CRESCENDO COM A
PRODUÇÃO DE SEMIRREBOQUES PISO MÓVEL
PARA ATENDER O MERCADO DE BIOMASSA
FOTOS DIVULGAÇÃO
28 www.REVISTABIOMAIS.com.br
IMPLEMENTS
FOR BIOMASS
A COMPANY HAS GROWN WITH THE
PRODUCTION OF LIVE FLOOR TRAILERS
FOR THE BIOMASS MARKET
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
29
PRINCIPAL
O
mercado de biomassa no Brasil tem se mostrado
promissor. Nos últimos anos, o governo e o setor
privado têm investido em tecnologias para melhorar
a eficiência da conversão de biomassa em
energia e na produção de biocombustíveis, utilizando resíduos
agrícolas, florestais e urbanos. Este crescimento abre também
novos mercados como o transporte adequado da biomassa.
A Usicamp Implementos Rodoviários é uma empresa familiar
que vem crescendo com o setor. Surgiu em 1986 dentro do
mercado canavieiro, em Sarandi (PR). Tentando encontrar outras
frentes para manter a rentabilidade da empresa, independente
da cultura de cana-de-açúcar que é sazonal, em 2019,
estimulada pela solicitação de um cliente do setor sucroalcooleiro,
a Usicamp passou a fabricar também implementos com
piso móvel para transporte de biomassa.
“Hoje são dois negócios dentro da empresa. Conseguimos
ajustar a nossa produção e, apesar do mercado retraído atualmente,
pelas dificuldades, falta de crédito, vemos o setor de
biomassa como um mercado muito promissor”, aponta Mauro
Meneguetti, diretor de operações, que atua na empresa desde
2008.
PRODUÇÃO AJUSTADA
Consolidada no setor canavieiro, a Usicamp tem crescido
em média 30% ao ano na área de biomassa. Mauro conta que
em 2024 foram produzidos 200 implementos piso móvel. Em
2025 a expectativa é produzir 300 e em 2026, 400.
T
he biomass market in Brazil is promising. In recent years,
the Government and the Private Sector have invested in
technologies to improve the efficiency of converting
biomass to energy and producing biofuels from agricultural,
forestry, and urban waste. This growth is also opening up
new markets, such as the transportation of biomass.
Usicamp Implementos Rodoviários is a family business that
has grown within the Sector. It was founded in 1986, producing
equipment for the sugar cane market in Sarandi (PR). Trying to
find other fronts to maintain the Company’s profitability, regardless
of the seasonal sugarcane harvest, in 2019, stimulated by
a request from a client in the Sugar-alcohol Sector, Usicamp
also started manufacturing equipment with movable floors for
transporting biomass.
“Today, there are two business segments within the Company.
We have managed to adapt our production and, despite
the current market downturn due to difficulties and lack of credit,
we see the Biomass Sector as an up-and-coming market,”
points out Mauro Meneguetti, Operations Manager, who has
been with the Company since 2008.
ADJUSTED PRODUCTION
Consolidated in the sugarcane segment, Usicamp has
grown by an average of 30% per year in the Biomass Sector.
"O sucesso é o nosso
processo produtivo.
Nossa fabricação é em
linha, com padronização
dos processos, hoje
100% otimizado para
sair do processo de
cana-de-açúcar para
a biomassa, que já
responde por quase
30% da rentabilidade da
empresa"
Mauro Meneguetti, diretor de
operações da Usicamp
30
www.REVISTABIOMAIS.com.br
A Usicamp faz um rodízio na produção. “O mercado exige
planejamento. O setor canavieiro trabalha 100% por demanda
e é regionalizado. Já o piso móvel é no âmbito nacional e com
demanda constante ao longo do ano. 2025 foi o primeiro ano
que começamos com estoque, com 50 semirreboques para
atender o mercado durante a safra canavieira. Com o equipamento
em estoque perdemos o mínimo em vendas”, comenta
Mauro. “O sucesso é o nosso processo produtivo. Nossa fabricação
é em linha, com padronização dos processos, hoje 100%
otimizado para sair do processo de cana-de-açúcar para a biomassa,
que já responde por quase 30% da rentabilidade da
empresa”, conta.
Desde 2012 a empresa possui uma filial em Itumbiara (GO).
Somando as duas plantas, são 55 mil m² (metros quadrados)
de área construída. Em 2024 a Usicamp iniciou a produção de
piso móvel na filial, além de outros implementos, e em 2025 a
expectativa é que sejam produzidos 100 semirreboques piso
móvel no local.
A Usicamp também produz a linha prancha carrega-tudo
para transporte de equipamentos, e implementos para o transporte
florestal.
IMPORTANTES PARCERIAS
Quando a Usicamp entrou no setor de piso móvel, começou
em parceria com a Hallco Pisos Móveis, dos EUA (Estados
Unidos da América), e até hoje é o grande parceiro no segmento.
Mas, no desenvolvimento dos projetos a empresa está sempre
buscando o fornecedor que mais se adapta às solicitações
dos clientes. O diretor-geral da Hallco Piso Móvel América do
Sul, Marcus França, diz que a parceria existe desde 2019. “Te-
Meneguetti says two hundred livefloor trailers were produced
in 2024. In 2025, three hundred are expected to be produced,
and in 2026, four hundred.
Usicamp rotates production. “The market requires planning.
The sugarcane segment is 100% demand-driven and
regionalized. 2025 was the first year we started with trailers in
stock, with 50 semitrailers to serve the market during the sugarcane
harvest. We lost the minimum in sales with the equipment
in stock,” says Meneguetti. “Our success lies in our manufacturing
process. We produce in-line, with standardized processes
that are now 100% optimized to adapt from sugarcane to biomass,
which already accounts for almost 30% of the Company’s
profits,” he says.
Since 2012, the Company has had a subsidiary in Itumbiara
(GO). Together, the two plants cover a total area of 55 thousand
square meters. In 2024, Usicamp began producing live
floor trailers at the branch and other equipment and expects to
make one hundred live floor trailers at the site in 2025.
Usicamp also produces an all-cargo flat trailer line for
transporting equipment and implements for forestry transport.
IMPORTANT PARTNERSHIPS
When Usicamp entered the live floor segment, it began with
a partnership with Hallco Industries from the United States, and
to this day, it is the leading partner in this segment. However,
when developing projects, the Company continually looks for
the supplier that best meets the needs of its customers. Marcus
França, the Managing Director of Hallco Piso Móvel América
do Sul, says the partnership has existed since 2019. “We have
a successful partnership, mutual help, and robust integration,
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA 31
PRINCIPAL
mos uma parceria de sucesso, de ajuda mútua, uma integração
muito forte, o que traz uma comunicação facilitada e agilidade
nas decisões. A Usicamp é o principal cliente da Hallco na América
do Sul”, exalta Marcus.
O grupo Comber (Companhia Brasileira de Energia Renovável),
com sede em Rio Verde (GO) é outro parceiro importante
na trajetória da Usicamp, que proporcionou a oportunidade de
desenvolver outros implementos. “Temos uma parceria muito
positiva. Nós conseguimos fazer uma sinergia de customização.
Tínhamos demanda da biomassa e o transporte de farelo,
e nessa parceria a Usicamp conseguiu adequar para nos atender
da melhor forma. Isso trouxe para o nosso negócio a flexibilização
de segmentos. Passamos a operar nas duas pontas”,
destaca Felipe Comelli, CEO do grupo Comber um ecossistema
que abrange logística, biomassa, coleta florestal, indústrias, floresta
plantada e seminovos.
A parceria com a Madeplant Transportes, que atua com
produção, transporte e comércio de cavaco e biomassa, sediada
em Campo Grande (MS), foi fortalecida no último ano
com aquisição de carretas com nova configuração, com apoio
da Hallco. O gerente de logística, Gustavo Lobo Leite, salienta
que os projetos são de muito boa qualidade. “Principalmente
a estrutura de travamento das carretas, visto que temos algumas
há mais de 4 anos e até o momento não tivemos que fazer
nenhum tipo de intervenção, o que demonstra a qualidade e
resistência dos insumos por eles utilizados, bem como a qualidade
da equipe de projetos. Em especial os implementos piso
móvel. A facilidade no desenvolvimento do projeto e a possibilidade
de conseguir melhoria nos implementos foram fundamentais
para desenvolver um novo mercado para a Madeplant
e também para a Usicamp”, elogia Gustavo.
"Os gargalos que tínhamos
nós conseguimos resolver
para garantir a capacidade de
produção. A nossa engenharia
hoje é 100% focada na busca de
melhorias para garantir menor
peso, maior cubagem para os
equipamentos atenderem de
forma eficiente o consumidor final"
Mauro Meneguetti, diretor de
operações da Usicamp
which makes communication easier and decisions faster,” he
says. Usicamp is Hallco’s primary customer in South America,”
says França.
The Comber Group (Companhia Brasileira de Energia Renovável),
based in Rio Verde (GO), is another important partner
in Usicamp’s development, allowing the development of other
equipment. “We have a very positive partnership. We have been
able to create a synergy in adaptation. We needed biomass and
the transportation of bran, and in this partnership, Usicamp
was able to adapt to us in the best way. This made our business
more flexible in terms of segments. We now operate at both
ends,” says Felipe Comelli, CEO of the Comber Group, an ecosystem
that includes logistics, biomass, forest collection, industry,
planted forest, and used vehicles.
The partnership with Madeplant Transportes, which produces,
transports, and sells chips and biomass and is based in
Campo Grande (MS), was strengthened last year by purchasing
newly configured trailers with the support of Hallco. Gustavo
Lobo Leite, Logistics Manager, points out the designs are very
high quality. “Especially the locking structure of the trailers. We
have used some of them for over four years, and so far, we have
not had to make any intervention, demonstrating the quality
and resistance of the inputs they use and the quality of the design
team. Especially the live floor trailers. The ease with which
the project was developed and the possibility of improving the
32 www.REVISTABIOMAIS.com.br
MERCADO E FUTURO
Os Estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
São Paulo e Goiás são os principais mercados da Usicamp. Mas
existe demanda em todas regiões do Brasil. “Temos clientes espalhados
em todo o país. E estamos trabalhando para firmar
parcerias com possíveis distribuidores, representantes, oficinas
que nos dêem segurança para atuar e estar mais próximos dos
clientes”, planeja o diretor da empresa.
“Os gargalos que tínhamos conseguimos resolver para garantir
a capacidade de produção. O mercado compra um equipamento
com volume padrão. Porém, estamos trabalhando, e
nossa engenharia hoje é 100% focada na busca de melhorias
para garantir menor peso, maior cubagem para os equipamentos
atenderem de forma eficiente o consumidor final”, salienta
Mauro. “Gostamos muito de desenvolver novos projetos entendendo
as aplicações do consumidor final. Quando eles nos trazem
a demanda, sentamos e desenvolvemos juntos para achar
a solução para o transporte de um produto específico, para ser
mais eficaz na operação, e por entender que o sistema piso
móvel tem muito espaço ainda para crescer dentro do Brasil”,
enaltece. “E também estamos com um projeto bem avançado
para entrar no mercado florestal para justamente fechar todo
esse ciclo, fazendo o transporte de cana-de-açúcar e madeira,
e o transporte de biomassa. Além da linha complementar, que
é o carrega-tudo para o transporte das máquinas que movimentam
esses dois segmentos”, adianta Mauro Meneguetti.
tools have been fundamental in developing a new market for
Madeplant and Usicamp,” says Leite.
MARKET AND FUTURE
The States of Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São
Paulo, and Goiás are Usicamp’s main markets. But there is demand
in all regions of Brazil. “We have clients all over the Country.
And we are working to establish partnerships with possible
distributors, agents, and workshops that will give us the security
to operate and be closer to our customers,” says Meneguetti.
“The bottlenecks we had have been eliminated to guarantee
production capacity. The market buys equipment with a
standard volume. However, we are working, and our engineering
today is 100% focused on finding improvements to ensure
less weight and greater capacity for the equipment to serve the
end user efficiently,” the Company Director points out. “We like
to develop new projects by understanding the end user’s applications.
When they bring the demand, we develop it together to
find the solution to transport a specific product more efficiently.
Because we understand that the live floor system still has a lot
of room to grow in Brazil,” he says. “We are also working on a
very advanced project to enter the forestry market to close the
whole cycle, transporting sugar cane, timber, and biomass. In
addition to the complementary line, the all-rounder is used to
transport the machines that move these two segments,” says
Meneguetti.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
33
SUSTENTABILIDADE
PELLETS
É A MELHOR OPÇÃO
PARA AQUECER CASAS
34 www.REVISTABIOMAIS.com.br
PUBLICAÇÃO DE
ASSOCIAÇÃO ESPANHOLA
DESTACA O USO DE PELLETS
COMO OPÇÃO MAIS
BARATA E SUSTENTÁVEL
PARA AQUECIMENTO E
GERAÇÃO DE CALOR
FOTOS DIVULGAÇÃO
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
35
SUSTENTABILIDADE
O
s pellets e outros biocombustíveis sólidos
foram, mais uma vez, a melhor opção em
termos de poupança e sustentabilidade
para aquecer as casas espanholas em 2024,
à frente do gás, do gasóleo (diesel) e da eletricidade.
A afirmação é da Avebiom (Associação Espanhola de
Biomassa), que publicou a comparação de preços entre
as principais fontes de energia disponíveis no mercado
para aquecimento doméstico, com dados do primeiro
semestre de 2024. A informação visa ajudar os consumidores
a tomar decisões na escolha da fonte de energia
para suas moradias, pois as baixas temperaturas do país
pedem fontes de aquecimento para o bem estar dos
moradores.
O país europeu tem registrado alta nos preços da
energia nos últimos anos, o que tem feito os consumidores
europeus e espanhóis a buscarem fontes de
energia mais adequadas e baratas para aquecer as suas
casas, uma escolha que não deve basear-se apenas no
custo atual, mas também na estabilidade dos preços
ao longo do tempo e no impacto ambiental de cada
opção, destaca a Avebiom.
BIOCOMBUSTÍVEIS SÓLIDOS
Conforme a publicação, os biocombustíveis sólidos,
como os pellets de madeira, os caroços de azeitona e
as sobras de madeira, continuam a ser as opções mais
econômicas e sustentáveis para aquecimento. Em 2024
ofereceram um custo significativamente inferior ao da
eletricidade e dos combustíveis fósseis, e o seu preço
demonstrou maior estabilidade ao longo do tempo.
Assim, em junho de 2024, os preços dos pellets e
caroço de oliveira situavam-se abaixo dos 7 €/kWh (Euros
por quilowat hora), enquanto as sobras de madeira
foram a opção mais barata, com preços em torno de 3
€/kWh.
Os biocombustíveis sólidos foram a opção mais
competitiva para aquecimento em 2022, mesmo no
Os biocombustíveis
sólidos, como os
pellets de madeira, os
caroços de azeitona e
as aparas de madeira,
continuam a ser as
opções mais econômicas
e sustentáveis para
aquecimento
36 www.REVISTABIOMAIS.com.br
DE 07 A 09
DE OUTUBRO DE 2025
3°encontro técnico de compostagem
2025
feira brasileira de compostagem
LOCAL: ENGENHO CENTRAL EM PIRACICABA (SP)
MAIS INFORMAÇÕES: www.composhow.com.br
ORGANIZAÇÃO:
DIVULGAÇÃO:
REVISTA
LODOS INDUSTRIAIS, RESÍDUOS ORGÂNICOS, COMPOST BARN E ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO
composhow@dtrip.com.br
+55 (16) 98111-6988 | +55 (16) 99777-5940
comercial@revistarefencia.com.br
+55 (41) 3333 1023 | +55 (41) 99965-3105
SUSTENTABILIDADE
período em que os preços dos pellets atingiram altos
preços. O aquecimento a gás natural em 2022 era 44%
mais caro do que o aquecimento a pellets, e o aquecimento
com radiadores elétricos, por exemplo, custava
três vezes mais que o aquecimento com pellets. Conforme
a Avebiom, os preços dos biocombustíveis sólidos
ao consumidor final começaram a cair em dezembro de
2022 e continuaram a reduzir durante 2023 e 2024.
OPÇÃO MAIS CARA
Ainda segundo a publicação, a eletricidade é uma
das opções mais caras para aquecer uma casa na
Espanha. Embora em 2023 e 2024 os preços tenham
diminuído após a crise energética de 2022, em junho de
2024 custava em torno de 14 €/kWh.
Os preços dos
biocombustíveis sólidos
ao consumidor final
começaram a cair em
dezembro de 2022 e
continuaram a reduzir
durante 2023 e 2024
A intermitência na geração eólica e solar e a limitada
interligação com outros mercados europeus mantêm
os preços elevados. Embora os preços da electricidade
provavelmente permaneçam inferiores aos picos de
2022, a volatilidade continua a ser um risco na Espanha,
especialmente se a procura crescer mais rapidamente
do que a capacidade de produção renovável.
GÁS NATURAL E GASÓLEO
No que diz respeito ao gás natural, ele representa a
terceira opção mais cara para aquecimento na Espanha.
Em junho de 2024, a TUR2 (para contratos de >5.000
kWh/ano) atingiu os 8,2 €/kWh.
Embora seu preço tenha experimentado uma queda
em 2023 e 2024, além dos picos históricos de 2022,
devido à estabilização do mercado internacional de
energia, a diversificação de fontes de abastecimento e a
redução da demanda, poderia voltar a elevar os preços
se a demanda global se recuperar ou se surgirem novas
tensões geopolíticas. Assim, mesmo que em alguns
momentos se situe como uma opção competitiva, os
consumidores devem estar atentos a possíveis flutuações,
como as que aconteceram nos anos anteriores.
Com 9,18 €/kWh em junho de 2024, o gasóleo C
é a fonte de energia mais cara. Apesar de ser uma das
opções mais comuns para aquecimento em zonas rurais
que não têm acesso ao gás natural, o seu uso continua
diminuindo devido à crescente adoção de alternativas
mais sustentáveis e à volatilidade nos preços do mercado
de combustíveis fósseis.
38 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Feira Internacional de Tecnologia em
Bioenergia e Biocombustíveis
Participe do mais
completo evento de
Bioenergia
• Biomassa e Resíduos
• Biogás e Biometano
• Biocombustíveis
• + Energias Renováveis
26 a28Março 2025
Centro de Eventos FIERGS
Porto Alegre | Rio Grande do Sul
10 mil m² de feira
Congresso em paralelo a BioTECH Fair
70 palestrantes em 3 dias
+ Seminário de Biomassa e
Resíduos para Energia
Patrocínio
Promoção
Copromoção
Local da Realização
www.biotechfair.com.br
www.congressodebioenergia.com.br
www.facebook.com/biotechfair www.twiter.com/biotechfair www.instagram.com/biotechfair
crdesign.com.br
INOVAÇÃO
DESCOBERTA PODE
TRANSFORMAR RESÍDUOS EM
BIOCOMBUSTÍVEL
MOLÉCULA DESCOBERTA
POR PESQUISADORES
BRASILEIROS ESTÁ EM FASE
DE LICENCIAMENTO PARA
APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA
FOTOS DIVULGAÇÃO
40 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A DISCOVERY
COULD TURN WASTE
INTO BIOFUEL
A MOLECULE DISCOVERED BY
BRAZILIAN SCIENTISTS IS NOW BEING
LICENSED FOR INDUSTRIAL USE
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
41
INOVAÇÃO
P
esquisadores do CNPEM (Centro Nacional de
Pesquisa em Energia e Materiais) divulgaram
recentemente, em uma conceituada revista
científica, o processo e potencial de um
biocatalisador isolado a partir de bactérias do solo
brasileiro, chamado de CelOCE (do inglês, Cellulose
Oxidative Cleaving Enzyme). Os cientistas brasileiros
descobriram uma enzima que pode revolucionar a
produção de biocombustíveis.
O estudo revela que a metaloenzima CelOCE
melhora a conversão da celulose, matéria-prima
essencial para o etanol de segunda geração, usado em
veículos e aviação. Além disso, a enzima soluciona um
dos maiores desafios do setor: a quebra eficiente da
biomassa de celulose.
Segundo a Agência Fapesp (Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo), a celulose é o
polímero vegetal mais abundante do planeta, mas
sua estrutura resistente dificulta a degradação. A nova
enzima introduz um mecanismo inédito de clivagem
oxidativa, aumentando a eficiência do processo de
decomposição de 60% a 70%, para até 80%. Além
disso, os cientistas destacam que a CelOCE utiliza um
S
cientists from the National Center for Research
in Energy and Materials (Cnpem) recently
announced in a prestigious scientific journal
the process and potential of a biocatalyst
isolated from Brazilian soil bacteria called Cellulose
Oxidative Cleaving Enzyme (CelOCE). Brazilian scientists
have discovered an enzyme that could revolutionize the
production of biofuels.
The study shows that the CelOCE metalloenzyme
improves the conversion of cellulose, an essential
feedstock for second-generation ethanol used in vehicles
and aviation. In addition, the enzyme solves one of the
industry’s biggest challenges: the efficient degradation of
cellulosic biomass.
According to the São Paulo State Research Foundation
(Fapesp), cellulose is the most abundant plant
polymer on the planet, but its resistant structure makes
it difficult to degrade. The new enzyme introduces an
unprecedented oxidative degradation mechanism that
increases the efficiency of the degradation process from
60% to 70% to up to 80%. In addition, the scientists point
out that CelOCE uses a less complex enzyme system,
making the process more sustainable.
42 www.REVISTABIOMAIS.com.br
sistema enzimático menos complexo, tornando o
processo mais sustentável.
PESQUISA EM CAMPO
As amostras utilizadas na pesquisa são de áreas
normalmente cobertas por bagaço de cana-de-açúcar,
e as bactérias analisadas não tiveram uma fase de
laboratório de seleção e criação. A pesquisa foi desde
a bioprospecção, quando se encontraram os microrganismos
com potencial, até a produção da enzima em
escala industrial, na planta-piloto do CNPEM.
A enzima já teve seu pedido de registro de patente
depositado e está em licenciamento para uso industrial.
O uso no setor produtivo pode começar entre um
e quatro anos após o licenciamento, dependendo da
tecnologia aplicada em seu desenvolvimento.
Encontrar as bactérias não foi um acidente, mas
parte dos resultados do programa de mapeamento
genético da vida microbiana da biodiversidade brasileira,
realizado pelo CNPEM com parceiros nacionais e
internacionais, como o que isolou compostos com po-
Essa descoberta
muda o paradigma da
degradação da celulose
na natureza e tem o
potencial de revolucionar
as biorrefinarias
Mario Murakami, pesquisador do
CNPEM
FIELD RESEARCH
The samples used in the research came from areas
usually covered with sugarcane bagasse, and the bacteria
analyzed did not have a laboratory phase of selection
and breeding. The research ranged from bioprospecting
when the microorganisms with potential were found to
the production of the enzyme on an industrial scale at
the Cnpem pilot plant.
The enzyme has already been patented and is being
licensed for industrial use. Production could begin between
one and four years after licensing, depending on the
technology used to develop it.
The discovery of the bacteria was not a coincidence
but part of the results of the genetic mapping program of
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
43
INOVAÇÃO
tencial para uso médico em bactérias de uma unidade
de conservação na Amazônia. A descoberta da enzima
teve parcerias com o INRAE (Instituto Nacional de
Pesquisa para Agricultura, Alimentos e Meio Ambiente
da França, da Universidade Aix Marseille), e com a DTU
(Universidade Técnica da Dinamarca).
PEQUENAS ENZIMAS
A CelOCE é uma enzima muito pequena, composta
por 115 aminoácidos, o que a torna mais simples de
alterar em laboratório do que o tipo de enzima usada
atualmente. Essa flexibilidade é um dos motivos que
a faz ser tratada pela equipe do CNPEM como um
avanço, com potencial de mudar a cadeia de produção
baseada em biomassa, e pode ser usada em combustíveis,
em produtos obtidos por petroquímicos, como
plásticos, ácidos orgânicos e outras moléculas. Dados
sob condições industriais mostraram que, ao ser usada
junto com enzimas já utilizadas na indústria, a CelOCE
aumentou em até 21% a quantidade de glicose liberada
a partir de resíduos vegetais.
Ela funciona acelerando a quebra da celulose por
desconstrução, etapa necessária para produzir energia
no processo de construção de bioquímicos. "Essa
the microbial life of the Brazilian biodiversity, carried out
by the Cnpem with national and international partners,
such as the one that isolated compounds with potential
medical use in bacteria from a conservation unit in the
Amazon. The enzyme discovery involved partnerships
with the French National Research Institute for Agriculture,
Food, and the Environment at the University of Aix
Marseille (Inrae) and the Technical University of Denmark
(DTU).
SMALL ENZYMES
CelOCE is a very small enzyme, consisting of 115
amino acids, which makes it easier to modify in the
laboratory than the type of enzyme currently used. This
flexibility is one of the reasons why the Cnpem team considers
it a breakthrough that can potentially transform
the biomass-based production chain and be used in fuels
and products derived from petrochemicals, such as plastics,
organic acids, and other molecules. Data under industrial
conditions showed that CelOCE when used with
enzymes already used in industry, increased the amount
of glucose released from plant waste by up to 21%.
It works by accelerating the breakdown of cellulose
through deconstruction, a necessary step to produce
44 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A enzima já teve
seu pedido de
registro de patente
depositado e está
em licenciamento
para uso industrial.
O uso no setor
produtivo pode
começar entre um
e 4 anos após o
licenciamento
descoberta muda o paradigma da degradação da
celulose na natureza e tem o potencial de revolucionar
as biorrefinarias", explicou o pesquisador do CNPEM
Mario Murakami, responsável por liderar os estudos.
“A pesquisa foi motivada para elucidar a matéria
escura metagenômica, que são os genes de função
desconhecida de microrganismos inéditos e não cultiváveis
em laboratório. Mais de 90% da vida microbiana
ainda são desconhecidos e podem conter informações
capazes de mudar nosso entendimento sobre muitos
processos na natureza, assim como a degradação
da celulose, que foi a descoberta nesse trabalho. O
entendimento da ação da enzima sobre a celulose foi
possível graças a todo o parque de equipamentos e
ao elenco de pesquisadores do CNPEM, permitindo
a elucidação da estrutura tridimensional e o mecanismo
de reconhecimento das fibras de celulose. Seu
mecanismo único, baseado na bioquímica redox, leva
a ganhos superiores ao que se conhece no estado-da-
-arte”, resume Murakami.
energy in the building biochemical process. “This discovery
changes the paradigm of cellulose degradation in
nature and has the potential to revolutionize biorefineries,”
explained Mario Murakami, the Cnpem scientist
who led the studies.
“The research was motivated by the need to elucidate
the metagenomic dark matter, the genes of unknown
function of unpublished microorganisms that cannot be
cultured in the laboratory. More than 90% of microbial
life is still unknown and may contain information capable
of changing our understanding of many processes in
nature, such as the degradation of cellulose, which was
discovered in this work. Understanding the enzyme’s
action on cellulose was made possible thanks to all the
equipment and researchers at the Cnpem, allowing the
three-dimensional structure and recognition mechanism
of cellulose fibers to be elucidated. Its unique mechanism,
based on redox biochemistry, leads to greater gains
than what is known in the state of the art,” concludes
Murakami.
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
45
MERCADO
AQUECIMENTO
COM PELLETS
46 www.REVISTABIOMAIS.com.br
EMPRESA BRASILEIRA
PIONEIRA NA FABRICAÇÃO
DE PELLETS DE EUCALIPTO
APOSTA NA ESTABILIZAÇÃO
DO MERCADO
FOTOS DIVULGAÇÃO
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
47
MERCADO
O
s últimos 2 anos foram desafiadores para o
mercado de pellets mas, isso não impede o
crescimento da fabricação no Brasil, tendo
como principal foco o mercado internacional.
O uso do pellet para aquecimento de casas na Europa, em
substituição a outras formas para geração de aquecimento,
tem sido o destino da produção nacional.
A Haas Madeiras, empresa sediada em Venâncio Aires
(RS), desenvolveu o pellet com 100% de eucalipto, aproveitando
os resíduos gerados na sua produção de paletes.
Foram cerca de 8 anos de pesquisa até chegar ao produto
final adequado. “Muitas empresas criam um mix de pinus
e eucalipto, mas é diferente trabalhar 100% com eucalipto
porque não temos o pinus para contrabalancear. Nosso
diferencial é o tamanho e a qualidade da produção. Fazer
pellets qualquer um consegue, o difícil é fazer um grande
volume numa qualidade alta e constante”, alerta José Carlos
Haas Junior, diretor executivo da Haas Madeira.
“Quando se fala em pinus brasileiro tem dois tipos,
com densidade da fibra bastante similar. Já o eucalipto é
um gênero com mais de 700 espécies no Brasil. Hoje na
Haas, não temos uma base florestal regular, não somos
autossuficientes. Por isso, não dá para garantir que o
abastecimento será sempre da mesma espécie. O nosso
desafio foi entender sobre todas as espécies, idades, e
diferenças para descobrir como fazer um produto regular
todos os dias e épocas”, explica o diretor sobre a pesquisa
para produção do pellet de eucalipto.
VENCENDO BARREIRAS
Devido a um padrão internacional, baseado em estudo
de engenharia reversa, o pellet de eucalipto teve uma
certa resistência para entrar no mercado europeu, pois
tem um padrão químico de cloro um pouquinho superior
ao que a norma padrão permite. “Nossa serragem tem um
índice de 0,026 e a norma deles permite 0,020 de cloro.
É um número irrisório de acordo com todos os técnicos
e pesquisadores que consultamos”, lembra Haas Junior.
Apesar dessa diferença, a venda de cerca de 80% da
produção de pellets da Haas é destinada para a Itália, seu
principal mercado.
O diretor destaca que tem ocorrido um aumento
na demanda por pellets no mercado nacional, mas o
mercado externo ainda é o principal. “É um cliente 100%
48 www.REVISTABIOMAIS.com.br
residencial e que busca preço. O mercado residencial europeu
utiliza equipamentos pequenos e precisos, que têm
uma grande intolerância à produção de cinza e escória,
porque o sistema de ventilação emperra e para de funcionar.
É um cliente que tem uma percepção muito próxima
da qualidade”, comenta. “Existem outros mercados que
estão se desenvolvendo, das indústrias de médio porte ou
termelétricas que migraram de carvão para pellet, mas são
mercados diferentes do que atuamos”, completa Haas.
No Brasil o mercado aviário é um dos grandes consumidores
de pellets em especial no sul do Brasil, nos dias
frios. Também tem crescido o uso para aquecimento de
hotéis, de água, de piscina. “Acredito que internacionalmente
vai começar a estabilizar o consumo de pellet e o
seu preço. É um produto que já é muito conhecido. Espero
um mercado melhor para 2025 e 2026 porque estamos
vendo um crescimento do consumo nacional, apesar de
pequeno. O mercado de pellet é como todos os outros
mercados de madeira. Não conheço nenhum que nade
de braçada. É competitivo, é difícil, tem problema. É um
mercado válido, mas não se iluda achando que é muito
fácil”, dispara Haas Junior.
Acredito que
internacionalmente vai
começar a estabilizar o
consumo de pellet e o
seu preço. É um produto
que já é muito conhecido.
Espero um mercado
melhor para 2025 e 2026
porque estamos vendo
um crescimento do
consumo nacional
José Carlos Haas Junior, diretor
executivo da Haas Madeira
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
49
ARTIGO
ESTADO DA ARTE NA
QUANTIFICAÇÃO DE
BIOMASSA EM RAÍZES DE
FORMAÇÕES FLORESTA
FOTOS DIVULGAÇÃO
50 www.REVISTABIOMAIS.com.br
LUIS CARLOS RATUCHNE
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná)
HENRIQUE SOARES KOEHLER
UFPR (Universidade Federal do Paraná)
LUCIANO FARINHA WATZLAWICK
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná)
CARLOS ROBERTO SANQUETTA
UFPR (Universidade Federal do Paraná)
PRISCILA ANTUNES SCHAMNE
Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná)
FOTOS DIVULGAÇÃO
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
51
ARTIGO
RESUMO
O
objetivo do presente trabalho é apresentar
uma visão geral sobre o estado da arte na
obtenção de estimativas de biomassa e de
carbono nas raízes de formações florestais.
Inicialmente, realizou-se uma abordagem sobre a
biomassa florestal, o ciclo do carbono na atmosfera e
o papel das florestas nesse contexto. Sobre biomassa
e carbono florestal, foram apresentadas definições, as
metodologias citadas na literatura para a determinação
e estimativa da biomassa florestal subterrânea, sendo
realizado um apanhado geral dos métodos diretos e
indiretos para sua quantificação. Na sequência, fez-se
uma abordagem sobre as variáveis e os modelos utilizados
nos ajustes de equações para estimativa de biomassa
de raízes em formações florestais, como também
foram relacionados alguns dos modelos mais utilizados
e equações propostas na literatura.
INTRODUÇÃO
As florestas cobrem cerca de 30% da superfície da
terra e estocam em torno de 85% do carbono orgânico
disponível no meio ambiente (Houghton, 1994). Devido
à importância das florestas no ciclo do carbono global,
tem sido crescente o interesse de muitos pesquisadores
sobre o assunto. Houghton (1994) destaca, ainda, que
com a perda da cobertura florestal, perde-se também
a maior fonte de carbono do solo, a serapilheira e as
raízes, que também são responsáveis pela fixação do
carbono disponível na atmosfera.
Na literatura, observa-se que não há consenso sobre
a definição da biomassa. Martinelli et al. (1994) definem
biomassa como sendo a quantidade expressa em
massa do material vegetal disponível em uma floresta.
Brigadão (1992) refere-se ao termo fitomassa como
sendo o material seco da planta, que combinado com
a zoomassa corresponde à biomassa. Sanquetta (2002)
considera que o termo biomassa florestal pode significar
toda a biomassa existente na floresta ou apenas a
fração arbórea da mesma, podendo-se também utilizar
o termo fitomassa florestal ou fitomassa arbórea.
52 www.REVISTABIOMAIS.com.br
Os estudos de biomassa florestal são feitos com
objetivos diversos, dentre os quais destacam-se a quantificação
da ciclagem de nutrientes, a quantificação
para fins energéticos e como base de informação para
estudos de sequestro de carbono. Esses estudos são
de grande importância para a tomada de decisões no
manejo dos recursos florestais (Páscoa et al., 2004).
O interesse na completa utilização da árvore (raízes,
tronco, ramos), o uso dos resíduos da manufatura de
produtos florestais, a quantificação de material combustível
em relação ao potencial de incêndio de uma floresta
e outras abordagens aumentam a importância dos
estudos de biomassa (Hush et al., 1982; Philip, 1994).
METODOLOGIAS PARA QUANTIFICAÇÃO DA
BIOMASSA E DO CARBONO FLORESTAL
As metodologias usadas atualmente para se obter
estimativas de biomassa em áreas florestais são baseadas,
principalmente, em dados de inventário florestal,
empregando-se fatores e equações de biomassa que
Referência como montadora
de piso móvel em todo Brasil
Carrocerias Bachiega
www.carroceriasbachiega.com.br
(19) 3496-1555
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
53
ARTIGO
transformam dados de diâmetro, altura ou volume em
tais estimativas (Somogyi et al., 2007). Segundo Silveira
et al. (2008), na maioria dos casos é necessária uma
amostragem destrutiva para a estimativa correta de biomassa
e, normalmente, a biomassa arbórea é medida
a partir de seus componentes. A separação e especificação
desses componentes varia de acordo com o tipo
de povoamento e os objetivos a serem alcançados. Essa
variação pode incluir ou excluir alguns componentes
específicos, tais como flores e frutos, ou detalhar outros,
como ramos e raízes, subdividindo-os em ramos com
idades e espessuras diferentes e em raízes finas e grossas
(Campos, 1991).
Segundo Sanquetta (2002), os métodos indiretos de
quantificação da biomassa florestal geram necessariamente
estimativas. Para o autor, são utilizadas relações
empíricas entre a biomassa e outras variáveis obtidas
em inventário florestal, tais como dap, altura e volume.
Essas relações entre a biomassa e as variáveis florestais
são passíveis de modelagem. Segundo Rossi (2007),
um modelo é qualquer representação simplificada de
Os estudos de
biomassa florestal são
feitos com objetivos
diversos, dentre os
quais destacam-se
a quantificação da
ciclagem de nutrientes,
a quantificação para
fins energéticos e como
base de informação para
estudos de sequestro de
carbono
alguns aspectos de um sistema real, podendo tratar da
estrutura ou de suas funções. O modelo pode envolver
palavras, diagramas, mapas, equações, programas de
computadores ou estruturas físicas para representar
um sistema. As equações são igualdades entre sentenças
matemáticas e são compostas basicamente por
variáveis e coeficientes. Os coeficientes têm seus valores
conhecidos, enquanto as variáveis podem assumir
qualquer valor.
Assim como para a biomassa e o carbono, muitas
relações dendrométricas são estudadas e passíveis de
modelagem, tais como as relações entre altura e diâmetro
ou entre peso, altura e diâmetro, e diversos problemas
florestais são resolvidos utilizando-se relações
matemáticas que possibilitam obter estimativas a partir
de equações de regressão (Schneider, 1997). Segundo
Finger (1992), o problema se resume em obter a expressão
quantitativa de dependência entre uma variável de
difícil medição, a variável dependente, e uma ou mais
variáveis de fácil obtenção, as variáveis independentes.
54 www.REVISTABIOMAIS.com.br
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na quantificação de biomassa das raízes em
formações florestais observa-se que as metodologias
ainda estão em desenvolvimento, visto que não existe
uma padronização metodológica e protocolos bem
definidos. No entanto, os trabalhos desenvolvidos são
precursores e já representam referências sólidas para o
desenvolvimento de estudos com a biomassa florestal
subterrânea.
Os métodos diretos de quantificação, apesar de
trabalhosos, demorados e limitados, devem vir acompanhados
de um processo de amostragem bem elaborado,
visto que a maioria dos autores destaca a importância
dos fatores edafoclimáticos no desenvolvimento
das raízes, o que afeta, consequentemente, a biomassa
desse componente arbóreo.
Para as estimativas de biomassa de raízes utilizando
equações de regressão, fica evidente na literatura que
variáveis ambientais têm importância significativa no
desenvolvimento de modelos matemáticos que produzam
boas estimativas. Pois, assim como nos métodos
diretos de quantificação e em se tratando de uma
relação alométrica, os componentes ambientais podem
ser variáveis altamente explicativas.
Cabe ressaltar que as equações de regressão sempre
apresentam incertezas, que aumentam com a extrapolação.
Uma vez que diferentes ambientes são dominados
por diferentes espécies, as relações alométricas
também são, consequentemente, diferentes, cabendo
ao pesquisador uma análise das condições de extrapolação
das equações.
Para acessar esse conteúdo na
íntegra acesse o QRcode ao lado:
GARRAS PARA
RESÍDUOS FLORESTAIS
GARRAS TRAÇADORAS
CONHEÇA MAIS IMPLEMENTOS EM
WWW.JDESOUZA.COM.BR
MATRIZ
J de Souza Indústria Metalúrgica LTDA
BR 116 - Nº 5828, KM 247
Área Industrial
+55 49 3226 0511 I +55 49 3226 0722
Lages - Santa Catarina - Brasil
www.jdesouza.com.br
UNIDADE 01
SETE LAGOAS - MG
Av. Prefeito Alberto Moura, Nº 2051A - Vale das Palmeiras
UNIDADE 02
IMPERATRIZ - MA
Av. Moacir Campos Milhomem, Nº 12 - Colina Park
UNIDADE 03
LAGES - SC
BR 116 - S/Nº, KM 247 - Área Industrial
CENTRO DE DESENVOLVIMENTO
E TESTES
SÃO JOSÉ DO CERRITO - SC
Localidade de Bom Jesus
REVISTA + BIOMASSA + ENERGIA
55
AGENDA
MARÇO 2025
DESTAQUE
BIOTECH FAIR
Data: 26 a 28 de março
Local: Porto Alegre (RS)
Informações: https://biotechfair.com.br/
MAIO 2025
EXPOBIOMASA 2025
Data: 6 a 8 de maio
Local: Valladolid (Espanha)
Informações: https://expobiomasa.com/
INTERNATIONAL GREEN
ENERGY EXPO KOREA 2025
OUTUBRO 2025
Data: 23 a 25 de abril
Local: Daegu (Coreia do Sul)
Informações:
http://www.greenenergyexpo.co.kr/eng/
COMPOSHOW 2025
Data: 7 a 9 de outubro
Local: Piracicaba (SP)
Informações: https://composhow.com.br/
OUTUBRO 2025
Evento organizado pela Associação Coreana
de Energia Nova e Renovável, Associação Coreana
da Indústria Fotovoltaica, Associação Coreana da
Indústria de Energia Eólica, Associação Coreana da
Indústria de Hidrogênio apresenta equipamentos,
materiais e novidades na área para todo segmento
de energia renovável.
BIOMASS AND BIOENERGY
CONFERENCE | BBC BRAZIL 2025
Data: 28 a 31 de outubro
Local: Sorocaba (SP)
Informações: https://www.bbcbrazil.com.br/
56 www.REVISTABIOMAIS.com.br
VEM AÍ!
01 DE DEZEMBRO DE 2025
APOIO:
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS
envimat
www
revistareferencia.com.br
comercial@revistareferencia.com.br
OPINIÃO
Foto: divulgação
EVENTOS E IA:
TECNOLOGIA
SUBSTITUI A
CRIATIVIDADE?
O
uso de IA (inteligência artificial) está redefinindo
o setor de eventos e impulsionando transformações
que vão muito além da eficiência operacional.
Já estamos vivendo a realidade dos super
telões, cinemas 4D, escape room e outras propostas multissensoriais
com muita hiperpersonalização, cenários dinâmicos e
possibilidades interativas que antes pareciam ficção científica.
E toda transformação vem com uma caixinha de interrogações
e uma delas é: com tantas tecnologias, como fica a
criatividade? O setor de eventos já está experimentando IA
para analisar dados culturais com agilidade e implementar
uma série de ferramentas como assistentes virtuais, receptivos
com reconhecimento facial e emocional, personalização de
conteúdo e, até mesmo, gerir fluxo de pessoas dentro de um
estande em tempo real.
Essas e outras tecnologias já fazem parte do repertório do
nosso mercado, permitindo que eventos sejam cada vez mais
conectados e com os objetivos estratégicos das marcas e com
o público. Com certeza podemos e iremos entregar um outro
nível de impacto com a IA e, junto com isso e mais valioso, a
criatividade irá redefinir como as pessoas sentem um evento.
A criatividade essencialmente humana nasce da intuição,
da empatia e das nossas experiências. Ela é o diferencial que
transforma eventos em um acontecimento memorável. A IA é
uma ferramenta poderosa para potencializar essa criatividade,
estimulando sentidos, gerando sensações e criando vínculos.
Também está agilizando o trabalho ao automatizar processos,
fornecer insights valiosos e fazer com que as equipes foquem
no que realmente importa: ideias autênticas e impactantes.
Já é possível pensar em ambientes que respondem às
emoções do público em tempo real. A empresa Polygon LIVE
está testando sensores hápticos e aromas para potencializar
o impacto multissensorial. Esses sensores são dispositivos
que permitem a interação tátil entre o usuário e um ambiente
virtual ou real. Eles são capazes de fornecer feedback sensorial,
como sensações de toque, textura e temperatura.
Outra potência da IA está em melhorar a comunicação das
marcas com públicos globais considerando melhor a localidade
e a cultura, segmentando conteúdos a partir de tendências
regionais e ganhando então mais fluidez e relevância para
audiências diversas.
Eventos híbridos também ganham protagonismo nesse
contexto. Avatares e assistentes virtuais ajudam a tornar a
interação mais fluida entre participantes presenciais e virtuais,
criando uma experiência coesa independentemente da localização.
O uso de IA também possibilita experiências acessíveis,
com legendas automáticas, interpretação em libras e ajustes
dinâmicos conforme as necessidades dos participantes.
Uma reflexão que precisa estar na mesa é que a adoção da
IA nos eventos precisa vir acompanhada de responsabilidade
e transparência. O uso de dados deve ser feito de forma ética,
garantindo a segurança e a privacidade do público. Além disso,
as marcas devem se preocupar com a aplicação da IA para
criar eventos cada vez mais sustentáveis e inclusivos.
O desafio para agências e marcas é equilibrar a eficiência e
precisão da IA com as emoções que unem as pessoas.
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
Por Cissa Borges
Gerente de Planejamento e Criação da MCM Brand Experience
Foto: divulgação
58 www.REVISTABIOMAIS.com.br
A FACA
GIGANTE
DO AGRO
SERRAS E FACAS INDUSTRIAIS