apolice306 page flip
Edição especial do Mês da Mulher, com matérias feitas exclusivamente com fontes femininas.
Edição especial do Mês da Mulher, com matérias feitas exclusivamente com fontes femininas.
Transforme seus PDFs em revista digital e aumente sua receita!
Otimize suas revistas digitais para SEO, use backlinks fortes e conteúdo multimídia para aumentar sua visibilidade e receita.
AX
Pa
C1
R0
He
RA
AX
Pa
C0
R2
He
RA
Mala Direta
Básica
9912281412/2011-SE/SPM
Correcta Editora
MARÇO | 2025
Nº 306 • ANO 30
IMPRESSO FECHADO
Pode ser aberto pela ECT
AXA NO BRASIL
Uma década de ascensão
no mercado brasileiro
Seguradora pode ser classificada como a
parceira ideal de qualquer tipo de negócio
ou segmento quando o assunto é proteção
>> ESPECIAL MULHER
Empreendedorismo: Os passos para iniciar um
negócio no mercado de seguros
Desafios: Não basta ter conhecimento, é preciso
investir na inteligência emocional
Oportunidades do setor: A sempre difícil tarefa
de escolher a qual área se dedicar em seguros
FF Seguros
15 anos de atuação no Brasil, em uma
jornada de evolução e conexão com
parceiros, clientes e colaboradores
EDITORIAL
A ocupação do
lugar de direito
MARÇO • 2025 • Nº 306 • ANO 30
EXPEDIENTE
Diretora de Redação:
Kelly Lubiato - MTB 25933
klubiato@revistaapolice.com.br
Aproveitando os muitos memes relacionados ao Dia Internacional
da mulher, comemorado em 08 de março, um
especialmente me toca: “Se um grupo de pessoas precisa
de um dia para comemorar sua existência, talvez a sociedade não
o respeite como um todo”.
É muito triste que as mulheres ainda precisem se preocupar
com muito mais do que apenas estudar, praticar esportes, formar
uma família, estruturar uma carreira e ter hábitos simples.
Sou mãe de duas meninas e fico muito triste quando tenho
que ensinar a elas como se defender de assédio, que roupas elas
podem ou não vestir, quando uma frase ultrapassa a barreira do
elogio e cai no abuso.
Muito nova eu comecei uma empresa, tendo mais dois parceiros
jornalistas de índole impecável no trato com as mulheres.
Quero acreditar que esse tipo de pessoa é a maioria. Que os homens,
aos poucos, percebem que somos iguais, capazes de exercer
quaisquer funções com a mesma (e, em alguns casos, mais) competência.
Essa edição da Revista Apólice conta apenas com fontes mulheres
em seu especial. Vamos apresentar nas próximas páginas
histórias que, independente de gênero, são inspiradoras e nos levam
a refletir sobre quais condições queremos ter dentro de nossas
empresas.
Como líderes, precisamos incentivar e motivar as mulheres a
se sentirem aptas a ocupar novos cargos, a enfrentar a dupla jornada
e a partir de condições idênticas em disputas no mercado de
trabalho.
Vamos aprender que equidade e diversidade fazem bem não
só para as mulheres, mas para a organização como um todo.
Boa leitura!
Diretora de Negócios:
Graciane Pereira
graciane@revistaapolice.com.br
Estagiário de Jornalismo
Lucas Monteiro
Colaborador:
André Felipe de Lima
Diagramação e Arte:
Enza Lofrano
Tiragem:
12.000 exemplares
Circulação:
Nacional
Periodicidade:
Mensal
Os artigos assinados são de
responsabilidade exclusiva de
seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião desta revista.
Esta revista é uma
publicação independente
da Correcta Editora Ltda e
de público dirigido
CORRECTA EDITORA LTDA
Administração, Redação e Publicidade:
Alameda dos Arapanés, 881 - cjto 22 -
Moema
CEP 04524-001- SÃO PAULO/SP
CNPJ: 00689066/0001-30
Diretora de Redação
Mande suas dúvidas,
críticas e sugestões para
redacao@revistaapolice.com.br
CONTEÚDO
www.revistaapolice.com.br
revista apólice
linkedin.com/apolice
instagram.com/revista_apolice
ESPECIAL MULHER
DESAFIOS
Assumir postos de
liderança requer certa
audácia por parte das
mulheres. Apesar de aptas
e bem formadas, o ponto
de partida para homens e
mulheres nem sempre é o
mesmo
>> PÁG. 22
EMPREENDEDORISMO
Empresárias do mercado
contam por onde as
empreendedoras podem
começar seus negócios,
enumerando os passos
necessárioso
>> PÁG. 16
CASOS DE SUCESSO
Contamos a história
de cinco mulheres
exemplares do mercado
de seguros, que
consolidaram uma
carreira de sucesso
>> PÁG. 26
ÍNDICE
06 Gente
08 Capa
AXA no Brasil completa 10 anos com a marca
de R$ 1,9 bilhão em prêmios e prevê continuar
crescendo a dois dígitos por ano. Empresa quer
ensinar o consumidor a prevenir o risco
12 Aniversário
Conexão com corretores e clientes e
investimento em tecnologia são os focos da
FF Seguros ao atingir 15 anos de atuação no
mercado brasileiro
ESPECIAL MULHER
05 GEO
Diretora da GEO, Rossana Costa, é um exemplo
de como a inovação e liderança feminina
podem redefinir paradigmas
14 Oportunidades
Os oportunidades no mercado de seguros
existem para as mulheres que desejam
empreender, seja como corretoras ou
prestadoras de serviços
20 Wiz Corporate
Neste artigo, Stephanie Zalcman destaca como
a presença feminina no corpo diretivo das
empresas torna a administração mais plural
25 Excelsior
A representatividade feminina é fundamental,
por isso a Excelsior investe na promoção das
mulheres. Elas já respondem por mais de 54%
dos cargos de liderança
30 Políticas inclusivas
As empresas precisam mostrar a seus
colaboradores suas políticas para incentivar as
mulheres a ascenderem profissionalmente
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião desta revista.
4
ESPECIAL MULHER
GEO
POR UM SEGURO
MAIS PLURAL:
Rossana Costa
transforma mercado
com visão inovadora
No cenário global, onde apenas 6% dos
cargos executivos são ocupados por
mulheres, a indústria de seguros enfrenta
um desafio duplo: modernizar-se e promover
equidade. No Brasil, a realidade não é mais animadora:
12% das profissionais acreditam que
suas empresas agem concretamente por diversidade
de gênero. É nesse contexto que Rossana
Costa, Diretora da GEO, empresa pioneira em
tecnologia para seguros de linhas financeiras,
emerge como um exemplo de como inovação e
liderança feminina podem redefinir paradigmas.
LIDERANÇA QUE INSPIRA:
FLEXIBILIDADE COMO ALICERCE
Com mais de 20 anos de mercado, a GEO
consolidou-se não apenas pela plataforma digital
que conecta 1,7 mil corretoras, mas por uma
cultura organizacional que prioriza o equilíbrio
entre vida pessoal e profissional. “Mulheres ainda
precisam superar desafios únicos, como a dupla
jornada e a falta de representatividade”, afirma
Rossana. Dados globais mostram que 30%
das brasileiras que retornaram ao trabalho presencial
pediram redução de carga horária, refletindo
a urgência de políticas flexíveis. Na GEO, a
adaptação às necessidades individuais — como
horários personalizados e realocação estratégica
de talentos — é parte do DNA. “Valorizamos
o que cada profissional traz, seja intelectual ou
humano”, complementa.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES:
UM MERCADO EM TRANSFORMAÇÃO
Apesar dos avanços, 17% das brasileiras temem deterioração
de seus direitos, especialmente em segurança pessoal e financeira.
Rossana enxerga nisso um chamado para ação: “Líderes devem criar
ambientes onde mulheres tenham sua experiência respeitada”. Na
GEO, iniciativas como mentoria interna e programas de ascensão
buscam reter talentos e inspirar novas gerações. “Conselhos? Persistam.
Cada obstáculo superado pavimenta o caminho para quem
vem depois”, conclui.
Com processos ágeis e transparência, a GEO mostra que tecnologia
e diversidade são pilares indissociáveis. Rossana finaliza
com um recado ao mercado:
“Empresas que não abraçarem a
pluralidade ficarão para trás”.
Na intersecção entre seguros e
tecnologia, a GEO — e Rossana Costa
— mostram que o futuro sustentável é,
acima de tudo, coletivo, responsável e
humano.
Fonte: Deloitte. (2024). Women in the boardroom: A
global perspective. Deloitte. (2024). Women @ Work: A
Global Outlook.
5
gente
SUBSCRIÇÃO E SOLUÇÕES CORPORATIVAS
A partir de 1º de junho
de 2025, Katie McGrath,
atualmente CEO da divisão
da América do Norte,
assumirá o cargo de Chief
Underwriting Officer da
Corporate Solutions, substituindo
Kera McDonald,
que a partir da mesma data
passará a ocupar o cargo Chief Underwriting Officer
do Grupo Swiss Re.
Katie McGrath ingressou na Swiss Re Corporate
Solutions em 2019 como Head Accident &
Health da América do Norte e, em 2022, foi nomeada
CEO da divisão. Katie McGrath tem mais de 25
anos de experiência desempenhando múltiplas
funções em seguros comerciais, com um histórico
comprovado de crescimento de negócios sustentáveis,
combinando experiência técnica com
uma mentalidade centrada no cliente e liderando
equipes de alto desempenho. Ela continuará trabalhando
em Nova York, sob a liderança de Iván
González, CEO da Swiss Re Corporate Solutions.
MULHER NO COMANDO
O Seguro PASI inicia
um novo ciclo sob a liderança
da executiva Fabiana
Resende, que assumiu a
presidência da empresa no
início de 2025. A transição
marca um momento estratégico
para a companhia,
consolidando sua trajetória
de inovação e inclusão no
mercado de seguros.
A liderança da executiva tem sido decisiva
para a modernização e expansão da companhia,
com projetos que incluem a ampliação de parcerias
estratégicas, a digitalização de processos e o
desenvolvimento de soluções inovadoras para os
clientes. Sua atuação combina expertise técnica e
sensibilidade, características que alinham inovação
e impacto social – valores que definem o legado
do PASI.
CONSELHO CONSULTIVO
A Split Risk apresentou
seu novo conselho consultivo.
Os três membros
são Gabriel Boyer, CFO da
Tailor Partners, com passagens
por Newe Seguros e
Markel Seguros; Fabio Tulio
Felippe, diretor estratégico
e presidente do Conselho da Sankhya; e Luciano Penha,
que já foi vice-presidente da Policard e diretor
Geral da Up Brasil.
Os três executivos possuem grande experiência
em negócios e relacionamento entre empresas
(B2B); atuam ou atuaram em mercados altamente
regulados, como é o caso do mercado de
seguros. Também são profissionais que já criaram
o seu próprio negócio, aumentaram a capacidade
e eficiência da empresa (escala) e maximizaram retorno
sobre o investimento, realizando sua saída de
forma parcial ou integral.
“Estamos muito felizes em contar com profissionais
com esse nível de conhecimento e senioridade.
Tenho certeza de que ajudarão muito para o
crescimento da companhia. São investidores ativos
do mercado, que aumentarão muito a nossa capacidade
em analisar projetos estratégicos para futuras
aquisições”, destacou Pedro Pires, CEO da Split Risk.
NOVOS ARES
A Stere apresentou
Leonardo Rigo Rodrigues
como novo country manager
para o Brasil. Ele assume
o posto com a missão de fortalecer
o crescimento da empresa
no mercado brasileiro,
com foco em recursos e serviços
de tecnologia para seguradoras
e corretores.
“Crescemos junto com a inovação em seguros
no Brasil e aproveitamos nosso expertise em
outros países, oferecendo recursos tanto para seguradoras,
que podem ofertar produtos digitais e
escaláveis para ampliar sua base de clientes, como
para corretores, com ferramentas para aumentar
sua eficiência e produtividade”, afirma Rodrigues.
6
COMUNICAÇÃO COM O CLIENTE
A Funcional Health
Tech anunciou a chegada
de Renato Fonseca como
Diretor de Marketing, Dados
e Pesquisa. O novo Diretor
tem como objetivo
integrar a inteligência de
marketing às áreas de produtos
e negócios, ampliando
a visibilidade e promovendo o crescimento da
companhia no setor de saúde. Para isso, o profissional
será responsável por fomentar a cultura de
growth, ampliar o foco na comunicação segmentada
suportada pela automação de marketing, potencializar
a geração de leads, assim como otimizar
a experiência dos clientes.
“Toda minha trajetória profissional resultou
no acúmulo de competências para hoje contribuir
com este momento de expansão da Funcional.
Quero auxiliar com a minha expertise para atrair
mais oportunidades de negócio , além de fortalecer
o relacionamento com nossa base de clientes, contribuindo
para aumento de faturamento e receita”,
enfatiza o novo Diretor de Marketing, Dados e Pesquisa
da Funcional Health Tech.
DE VOLTA AO LAR
A BNP Paribas Cardif
Brasil indicou Emmanuel
Pelège como seu novo CEO.
O executivo francês foi um
dos pioneiros da operação
brasileira e retorna ao escritório
local em um momento
simbólico: no mesmo ano
em que a seguradora completa
seu aniversário de 25 anos no país.
“Volto mais uma vez para o Brasil para conduzir
não apenas projetos ambiciosos que já estão
em desenvolvimento, mas também para utilizar as
experiências que adquiri em outras regiões para
agregar ainda mais ao time local, que tem feito um
trabalho excelente em um dos mercados mais importantes
para a companhia ao redor do mundo”,
comenta Emmanuel Pelège.
MUDANÇA DE CASA
Gustavo Zobaran
está de casa nova. Ele é o
nove executivo de negócios
no Brasil da Winse Insurance
Intelligence.Seu
desafio é criar conexões
para abrir portas para a
empresa estabelecer sua
presença, oferecendo proteção
em todo o país.
“Nessa jornada, não vamos focar só na busca
em estabelecer sua presença. É preciso revolucionar
o mercado de seguros no Brasil. Minha função
será a de facilitador, criando conexões valiosas
e abrindo portas para que a Winse cresça e atenda
ainda mais às necessidades de proteção dos clientes,
através de soluções adaptadas às especificidades
de um mercado cada vez mais dinâmico”,
afirma Zobaran.
MAIS PREVENIDOS
Rodrigo Caravelli é
o novo superintendente
de Marketing, Comunicação
e Sustentabilidade da
Brasilprev, empresa de previdência
privada do grupo
BB Seguros. Atuando na
Brasilprev desde abril de
2018, Caravelli consolidou
a relevância da Consultoria em Investimentos
para o suporte comercial e esteve à frente da
Estratégia Corporativa, Gestão de Projetos e Sustentabilidade.
“Estou empolgado com o desafio de liderar
essa área tão importante para a Brasilprev.
Nossa ideia é ser a referência número um em planejamento
financeiro para os brasileiros” afirma
Rodrigo. “Buscaremos nos aproximar ainda mais
dos nossos clientes, inovando na comunicação,
e com transparência e compromisso com a sustentabilidade,
queremos impactar positivamente
a sociedade. Acredito que assim é possível construir
um futuro mais tranquilo e seguro para todas
as pessoas”.
7
CAPA
AXA NO BRASIL
Números que refletem uma
trajetória de sucesso
SEGURADORA ATINGIU A MARCA DE R$ 1,9 BILHÃO EM PRÊMIOS E
PREVÊ CONTINUAR CRESCENDO A DOIS DÍGITOS
O
ano de 2025 é de muita festa
para a AXA no Brasil: os números
de 2024 foram entregues, são
cinco anos de Erika Medici no cargo de
CEO, dez anos desde que a companhia
desembarcou no país e 40 anos da AXA
no mundo. São diversos marcos para
a seguradora que se tornou referência
como um dos portfólios mais completos
em soluções para empresas.
Em fevereiro, a equipe de mais de
500 colaboradores se reuniu em São Paulo
para celebrar essa jornada e planejar
os próximos passos. O evento, que teve
programação de um dia completo, contou com presenças ilustres:
Thomas Buberl, CEO global do Grupo AXA e Hassan El-Shabrawishi,
CEO da AXA International Markets; Daniel Bandle, novo CEO da AXA
Latin America e executivos responsáveis pelo desenvolvimento de
negócios e crescimento da empresa na América Latina.
Thomas voltou para Paris positivamente impactado com o
que viu e registrou em suas redes que “é uma honra testemunhar
a transformação da AXA no Brasil à medida que avança em direção
a um futuro mais inclusivo, digital e sustentável. [...] Fico orgulhoso
de fazer parte dessa jornada incrível, crescendo ao lado de equipes
talentosas que se dedicam a melhorar vidas todos os dias”.
Erika Medici afirma que tudo o que foi realizado até agora
só é possível por conta de um time apaixonado pelo que faz e com
vontade de realizar. “A AXA não é apenas sobre o que fazemos para o
8
mercado, mas também sobre o impacto que geramos internamente.
Cada avanço desse período tem um elemento em comum: NÓS,
as pessoas dessa companhia. Quem faz parte da AXA está com a
gente porque tem paixão e confia no poder que temos quando estamos
juntos.”
Isso se reflete em dois reconhecimentos recentes: em 2024, a
AXA conquistou os selos Great Place to Work e Top Employers. “Ao
longo desses dez anos, estabelecemos valores muito claros e um
jeito de trabalhar único que está melhorando a cada dia. Essas conquistas
são um reflexo do nosso compromisso contínuo em construir
um ambiente de trabalho cada vez mais positivo, com práticas
que são exemplos não só para o mercado segurador, como também
para outros segmentos. As certificações celebram as iniciativas já
estabelecidas, mas também nos inspiram a continuar aprimorando
nossas políticas internas e impactando a experiência das nossas
pessoas”, explica Alexandre Campos, vice-presidente de RH, Compliance,
Jurídico e ESG.
COMUNICAÇÃO E PROXIMIDADE COM O MERCADO
Mais do que uma equipe em sintonia e engajada, a comunicação
também tem sido uma força da AXA para crescer no país.
Nos últimos anos, sob o comando de Danielle Fagaraz, diretora de
Gestão Comercial, Marketing e Experiência do Cliente, a seguradora
intensificou suas ações para que, além de uma proposta de valor
robusta ao corretor, também ampliasse o alcance da marca, aumentando
seu reconhecimento, o que contribui na hora da venda do
seguro.
Nesse caminho, merece destaque o patrocínio e o seguro da
Roda Rico, em São Paulo, que foi a base para a primeira campanha
de marca nascida no Brasil. Em paralelo ao patrocínio, a AXA também
passou a marcar mais presença em eventos do setor alinhados
com a sua estratégia. No fim de 2024, também no intuito de levar a
marca a novos públicos, a seguradora apoiou o Festival Varilux de
Cinema Francês.
Em 2025, a companhia intensificará visitas às filiais por todo
o país para estreitar ainda mais os laços com os corretores. A campanha
Top Club ganhará nova edição, com destinos de 2026 já
anunciados: Portugal na viagem internacional e Cumbuco (Ceará),
na nacional. Esse ano, a campanha de incentivo também terá um
número maior de vagas, com posições exclusivas para assessorias
e corretores com melhor desempenho em algumas das linhas de
negócios.
“Estamos diante de um arcabouço de iniciativas que, combinadas,
garantem ao corretor uma experiência diferenciada no
mercado, desde ações de cultura e entretenimento a campanhas
que contribuem para o desenvolvimento dos negócios dos nossos
parceiros. Isso é resultado de uma escuta ativa de stakeholders fundamentais
para o sucesso coletivo, e que atuam como consultores
em momentos importantes da jornada de experiência. Outra importante
estratégia para 2025 é que estamos estruturando uma jornada
para os nossos clientes para que eles tenham um relacionamento
ainda mais próximo com as marcas, assim como já acontece com os
corretores", comenta Danielle.
SOLUÇÕES COMPLETAS PARA TODOS
OS TIPOS DE EMPRESA
Desde sua chegada ao Brasil, a
AXA usa a sua expertise internacional
para trazer ao país as melhores soluções
para empresas de todos os segmentos e
tamanhos. Se há dez anos a companhia
era reconhecida pela sua atuação focada
em grandes riscos, hoje pode ser classificada
como o parceiro ideal de qualquer
tipo de negócio quando o assunto é proteção.
Para isso, uma estrutura comercial
bem desenhada tem sido fundamental
para que a empresa tenha um conhecimento
diversificado. “Fizemos uma remodelação
recente em nosso time comercial,
de forma que as lideranças estejam focadas
no tipo de mercado e no perfil dos
parceiros, para oferecer um atendimento
ainda mais focado e especializado. Além
disso, com o avanço da digitalização em
nossos produtos e processos, estamos
ampliando nossa base de outros perfis de
corretores e clientes”, conta Erika Medici.
Para Bruno Porte, vice-presidente
de Transformação, Tecnologia e Dados, a
digitalização é fundamental para o ganho
de escala e para a estratégia de dados da
companhia, seja para evolução da análise
de riscos, estudo de necessidades e comportamentos,
e para aprimoramento da
gestão como um todo.
“O nosso plano de transformação
passa por utilizar novas tecnologias que
entreguem eficiência para nossos parceiros
e crie diferencial competitivo para
AXA. Mais do que simplificar o relacionamento,
queremos incrementar a capacidade
de criar e implantar novos produtos
digitais de um jeito mais simples e rápido;
nos conectar rapidamente a novas
soluções e parceiros, através de uma plataforma
aberta para integração via APIs.
A nova fundação de dados implantada
habilitou as iniciativas de Inteligência Artificial
e Machine Learning que estão em
andamento, teremos muitas novidades
em 2025”, destaca Bruno.
Arthur Mitke, vice-presidente de
Subscrição e Sinistros, complementa
deixando claro que a AXA continuará a
ser reconhecida como uma seguradora
9
CAPA
AXA NO BRASIL
próxima do corretor, sempre pronta para
trabalhar a muitas mãos para uma entrega
final de qualidade. “Em alguns riscos,
podemos ganhar escala com soluções
digitais. Em outros, podemos ter uma
atuação híbrida ou, ainda, processos de
subscrição mais tailormade, liderado por
uma equipe técnica altamente capacitada
para chegar numa resposta que exige
análise mais detalhada e envolvimento”,
explica.
AXA VERDE E O CAMINHO PARA UM
FUTURO SUSTENTÁVEL
Além da digitalização, a AXA no
Brasil tem outros caminhos para continuar
crescendo de olho na construção
de um futuro segurável: inclusão social
e soluções que suportem uma economia
verde. Anualmente, a AXA lança um
relatório global com os principais riscos
emergentes, segundo o público em geral
e especialistas no tema. Desde 2021,
mudanças climáticas aparecem no topo
da lista como o tema que mais causa preocupação.
O ano que passou mostrou bem
o impacto que eventos climáticos extremos
podem causar não só aqui no Brasil,
como no mundo inteiro. É por isso que,
globalmente, a AXA está atenta e trabalhando
em soluções que possam oferecer
suporte para a transição para uma economia
verde, que minimize, freie e mitigue
as alterações do planeta e seus ecossistemas.
Uma das iniciativas do Grupo
é o AXA Climate, entidade empenhada
em enfrentar os desafios da adaptação
climática e ambiental, impulsionada pelo
desafio coletivo da regeneração.
Aqui no Brasil, nesse ano de comemoração,
a AXA dá início ao AXA Verde.
Ele é a materialização de um dos pilares
estratégicos da companhia e tem como
objetivo reunir e pensar seguros, assistências
e outros serviços que colaborem
com o fortalecimento de setores engajados
em um modelo econômico em transição.
“Antes mesmo do AXA Verde, tínhamos
uma série de iniciativas nesse
sentido, como o Escolha Sustentável, Assistência
Eco ou a cobertura para danos a
Arthur Mitke, no lançamento do AXA Verde
carros elétricos do Auto Frota, estimulando a ampliação da adesão a
esse tipo de veículo. Mas esse é um tema que perpassa outras áreas
da companhia e não se fixa em produto: a frota executiva da empresa
é composta por carros híbridos e temos uma política de restrição
de subscrição nas indústrias do carvão e áreas petrolíferas”, pontua
Arthur Mitke.
É por isso que, este ano, a AXA dá um passo importante ampliando
a cobertura do seguro de Riscos Patrimoniais para atender
clientes da cadeia de energias renováveis. “O Brasil tem um enorme
potencial de liderar o mercado global de transição energética. Nossa
matriz é composta em quase sua totalidade por energia limpa.
Se queremos contribuir para descarbonizar nossa economia e atuarmos
como agentes promotores de resiliência financeira, estar inserido
nesse segmento é fundamental”, é o que afirma Erika Medici.
O comprometimento da empresa vai além: a AXA estará ao
lado da CNSeg na Casa do Seguro, iniciativa setorial para posicionar
nosso mercado nas discussões da COP 30, trazendo protagonismo
para as seguradoras nesse tema. De acordo com Erika, “o seguro é
um instrumento essencial para a resiliência das comunidades e economias,
e queremos contribuir ativamente para esse debate e também
reforçar o nosso compromisso com a prevenção e conscientização
de empresas e pessoas”.
10
AXA EM NÚMEROS
R$ 1,9 bi de prêmios (+ 11% vs. 2023)
R$ 100 milhões de resultado (+ 25% vs. 2023)
3 milhões de clientes
550 funcionários
MICROSSEGUROS COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO
Mas não é só investindo no ambiental que a AXA se prepara
para a construção desse futuro: olhar para uma parcela da população
que não está dentro do ecossistema de seguros é necessário
também para suportar o desenvolvimento econômico dos mercados
em que a empresa está inserida.
Com microsseguros ofertados por parceiros, a companhia
protege e gera impacto positivo na vida de pessoas que nunca tiveram
qualquer tipo de seguro. “Entre nossos clientes está o CEAPE,
instituição de microfinanças com foco no Microcrédito Produtivo e
Orientado que atua em dez estados brasileiros por meio de agências
e uma rede de assessores de crédito, oferecendo empréstimos
a partir R$ 1,5 mil para clientes que atuam como microempreendedoras
nos setores alimentício e de vestuário. Uma cobertura para
doenças graves nesse caso é fundamental para a resiliência financeira
e manutenção de condições básicas de vida de uma família”,
exemplifica a CEO da AXA.
Na visão da AXA, olhar para essa população que ainda não
tem a cultura do seguro é fundamental para aumentar a participação
do setor no PIB nacional, bem como ampliar o seu benefício.
Empreendedores precisam de acesso a crédito competitivo e justo,
mas também devem compreender que seguro faz parte do planejamento
financeiro, além de ter opções de seguros que caibam dentro
do seu orçamento. E para Erika, “desenvolver a oferta de seguros
inclusivos é mais que um pilar estratégico, é também um propósito.
Nos faz ir além de pensar os produtos, requer experimentar novas
formas de distribuição e condições de pagamento, por exemplo”.
GESTÃO DE RISCOS E SERVIÇOS COMO MECANISMOS DE
PREVENÇÃO
Mais do que apoiar uma sociedade ambientalmente responsável
e inclusiva, a AXA também acredita que as transformações sociais
e econômicas demandam mais proatividade do setor como um
todo. Segundo Arthur Mitke, a empresa está totalmente alinhada
nesse sentido: “Cada vez mais, estamos migrando de uma visão de
pagamento de indenizações para uma visão de proteção, prevenção
e serviços, fortalecendo cada vez mais o conceito from payer to
partner”, explica.
Essa abordagem permeia todas as
linhas de seguros e uma novidade que
exemplifica bem esse posicionamento é a
AXA Torre 360, a central de gerenciamento
de riscos e monitoramento que está
sendo ofertada, inicialmente, a clientes
de Transportes.
Com operação 24 horas por dia
e uma visão 360, a central monitora veículos
em tempo real e, assim, permite
respostas rápidas às situações emergenciais.
A central possui um sistema que
gera mais de 50 tipos de alertas automáticos
ao identificar situações de risco
de forma preditiva. Ao iniciar o trajeto, o
veículo transmite um sinal para a central
e qualquer parada precisa de permissão
prévia. Ao constatar irregularidades,
como desvios de rota ou pausas não autorizadas,
a central pode acionar uma
equipe de pronta resposta ou comunicar
às autoridades policiais para uma intervenção
rápida.
De imediato, a companhia espera
uma sólida contribuição para a rentabilidade
e controle operacional dos clientes,
além de redução na sinistralidade, já que
os dados coletados pelo sistema poderão
ser base para insights estratégicos da otimização
das operações logísticas. A iniciativa
do AXA Torre 360 também inclui
cursos para motoristas, funcionários de
transportadores e corretores.
“Estamos diante de um novo paradigma
no gerenciamento de riscos logísticos.
A adoção de tecnologias e a análise
de dados em tempo real permite reagir a
incidentes de forma ainda mais ágil, oferecendo
uma solução que combina proteção
e prevenção para nossos clientes”,
ressalta Mitke.
Com um olhar atento às mudanças
do mercado e às novas demandas
dos clientes, a AXA Brasil segue evoluindo
e consolidando sua presença como
referência no setor. “Se em dez anos
chegamos até aqui, com relevância e
mantendo um crescimento sustentável,
temos certeza de que estaremos juntos
a cada passo dos nossos corretores e
clientes para uma próxima década de
ainda mais conquistas”, conclui Erika
Medici.
11
ANIVERSÁRIO
FF SEGUROS
Uma jornada de
EVOLUÇÃO
SEGURADORA COMPLETA
15 ANOS DE ATUAÇÃO
NO BRASIL DE OLHO NA
CONEXÃO COM AS PESSOAS
E NO INVESTIMENTO EM
TECNOLOGIA
Kelly Lubiato
A
FF Seguros nasceu há 15 anos
para ser uma criadora de soluções
sob medida para os segurados.
Ela é um reflexo do esforço e
dedicação das pessoas que acreditaram
que era possível oferecer soluções de
qualidade, criando uma experiência realmente diferente para todos
os seus parceiros.
Bruno Camargo, CEO da FF Seguros, ressalta que a seguradora
entende as necessidades específicas do mercado e adapta a sua
atuação, investindo em tecnologia, inovação e, acima de tudo, nas
pessoas que fazem parte da sua história.
12
“Quando olho para o nosso crescimento, vejo que ele não foi
apenas sobre números, mas sobre as conexões que construímos, os
desafios que superamos juntos e a forma como conseguimos impactar
positivamente o setor. Nos orgulhamos de ser reconhecidos
como uma das maiores seguradoras do Brasil, mas, para nós, o mais
importante sempre foi garantir que nossa trajetória fosse marcada
por valores como transparência, confiança e compromisso com o
futuro”.
Este futuro está muito mais próximo do que se pode imaginar.
Através da inovação, que é um dos principais pilares para o desenvolvimento
de novos produtos e serviços, a seguradora vai integrar
tecnologia de ponta em todos os processos e oferecer soluções
cada vez mais ágeis e eficientes para seus clientes e parceiros.
Camargo explica que as áreas técnicas estão constantemente
atentas às necessidades do mercado, ouvindo os clientes, corretores
e parceiros para identificar lacunas e novas oportunidades de negócios.
“Esse conhecimento é complementado pelo trabalho do time
de tecnologia, que desenvolve soluções avançadas para atender de
forma eficiente a essas demandas”, avalia.
Um exemplo claro disso é a plataforma digital FF Place, que
foi projetada para transformar a maneira como os corretores interagem
com os produtos da companhia. “Investimos fortemente em
tecnologia para tornar o processo de cotação e contratação de seguros
mais rápido e simples, com a emissão de apólices em poucos
minutos”, comemora o CEO, acrescentando que “o foco em tecnologia
é o que nos permite estar à frente, criando produtos que fazem
a diferença e respondem às expectativas de um mercado cada vez
mais exigente”.
O CLIENTE NO CENTRO DA OPERAÇÃO
“Na FF Seguros, acreditamos que o cliente deve estar no centro
de tudo o que fazemos”, afirma Camargo. Essa não é apenas uma
tendência, mas sim um compromisso genuíno com as pessoas que
confiam na seguradora. De acordo com o CEO, a missão é proporcionar
uma experiência que vá além de simplesmente vender um
produto. “Buscamos entender as necessidades de cada cliente para
oferecer soluções personalizadas e garantir que cada interação seja
a mais simples, transparente e satisfatória possível”.
O Open Insurance é uma das maneiras pelas quais a FF Seguros
está colocando essa filosofia em prática. Ao adotar um modelo
mais aberto e colaborativo, ela pode acessar uma gama mais
ampla de produtos e oferecer opções mais alinhadas às necessidades
reais de cada um. “Essa transformação também está estreitamente
ligada à Sociedade Processadora de Ordens do Cliente
(SPOC), que torna a experiência do cliente ainda mais ágil e direta.
Com a SPOC, garantimos que os clientes tenham mais controle e
transparência sobre suas informações e decisões, tornando todo o
processo mais eficiente e focado em suas conveniências”, detalha
Camargo.
O executivo ressalta que a FF Seguros está focada na digitalização
dos seus produtos e na FF Place como a plataforma central
para essa transformação. “O objetivo é disponibilizar as soluções de
grandes riscos e varejo, de forma integrada na plataforma, criando
um ambiente único para que os nossos
parceiros gerenciarem suas carteiras, cotações,
vendas e ajustes de apólices de
forma mais eficiente e ágil”.
A FF Place foi projetada para ser
uma ferramenta robusta, que permite ao
corretor realizar todo o processo de forma
simplificada, desde a cotação até o gerenciamento
de sinistros, sem a necessidade
de múltiplos sistemas. Além disso, a plataforma
permite que os corretores acessem
informações em tempo real, possibilitando
decisões mais rápidas e precisas,
com total controle sobre as informações
dos produtos e suas condições.
“Com a digitalização de todos os
nossos produtos, nossa meta é oferecer
aos corretores uma plataforma mais eficiente,
moderna e estratégica para impulsionar
os negócios e fortalecer a parceria
conosco”, pontua Camargo.
Para 2025, a FF Seguros possui
uma meta desafiadora, com objetivo de
crescimento rápido e foco na expansão,
tanto em grandes riscos quanto no varejo.
“Acreditamos que o impulso virá
principalmente de nossa estratégia digital,
com a FF Place permitindo maior
eficiência na operação e no relacionamento
com os corretores. Com a digitalização
de todos os nossos produtos e a
ampliação da oferta de novas soluções,
esperamos conquistar novos negócios,
aumentar a fidelização de nossos corretores
e, consequentemente, expandir
nossa carteira de clientes”, antecipa Camargo.
Além disso, a integração com o
Open Insurance, as parcerias estratégicas
e o uso crescente de tecnologias como IA
e big data também serão fundamentais
para otimizar a precificação, personalizar
as ofertas e agilizar os processos internos,
tornando a FF Seguros ainda mais competitiva
e eficiente no atendimento às
necessidades dos corretores e empresas.
“O nosso crescimento deve vir de
maneira sólida e sustentável, sempre alinhando
inovação, excelência operacional
e foco no desenvolvimento de novos produtos
e soluções para o mercado”, finaliza
o CEO da FF Seguros.
13
Especial Mulher
OPORTUNIDADES
Abrace sua
CHANCE!
O
setor de seguros no Brasil está
em expansão contínua, crescendo
a taxas anuais acima dos 10%.
Com a crescente conscientização sobre
a importância da proteção financeira,
novos nichos estão surgindo, abrindo
portas para mulheres empreendedoras.
São novas oportunidades que emergem
em meio a um cenário bastante promissor
e convidativo, sem dúvida. Mas há
questões a serem debatidas no mercado
segurador para que tais oportunidades
transcendam verdadeiramente os tabus
culturais que ainda persistem no âmbito
da discussão de gênero.
COO da Porto Seguros e presidente
do Sindseg-SP, Patricia Chacón tem
uma visão otimista do contexto. Para
ela, as mulheres empreendedoras estão
transformando o mercado e impactando
positivamente suas comunidades,
representando quase 50% dos pequenos
negócios no Brasil. Ela tem como base
dados da Rede Mulher Empreendedora.
“Quando elas prosperam, os benefícios
PATRICIA CHACÓN,
da Sindseg-SP
ELAS ESTÃO AÍ PARA QUEM DESEJA INVESTIR NO
SETOR DE SEGUROS. AS OPORTUNIDADES SÃO
VISÍVEIS E LATENTES, PRINCIPALMENTE PARA
MULHERES QUE BUSCAM SEU PRÓPRIO NEGÓCIO
E ALMEJAM PROTAGONISMO NO MERCADO
André Felipe de Lima
se multiplicam, fortalecendo a economia local, gerando empregos
e investindo no bem-estar de suas famílias”, ressalta.
Para que esses negócios cresçam com segurança, a proteção
financeira é, entretanto, essencial. Como afirma Patrícia, o setor de
seguros tem um papel fundamental ao oferecer soluções que minimizem
riscos e garantam a continuidade das empresas lideradas
por mulheres. “Na Porto Seguro, trabalhamos para tornar o seguro
empresarial mais acessível, com produtos como o seguro empresa
essencial e o seguro de responsabilidade civil, ajudando as empreendedoras
a prosperar com tranquilidade”, sinaliza.
A crescente conscientização sobre a importância da proteção
contra riscos demonstra a mudança de comportamento e mais
oportunidades no setor, sobretudo para os corretores, abrindo para
novos nichos de seguros. É o que argumenta a presidente do Sincor-PA,
Margarete Braga. Segundo ela, com essa abertura, o setor
oferece um ambiente próprio para mulheres empreendedoras em
um setor tradicionalmente dominado por homens. “A importância
da diversidade pode levar a maior representação feminina, incentivando
as mulheres a assumirem papéis de liderança. À medida que
mais mulheres se envolvem no setor de seguros, contribuem para o
crescimento econômico. O cenário atual apresenta oportunidades
para mulheres empreendedoras com o aumento da conscientização
sobre a exploração de novos nichos”, defende Margarete.
A importância da proteção financeira demonstra que mais
brasileiros estão buscando maneiras de se proteger. Essa mudança
de mentalidade, garante a presidente do Sincor-PA, é fundamental,
pois reflete um aumento no entendimento de riscos e planejamento
financeiro. “O cenário atual apresenta uma janela de oportunidade
para mulheres empreenderem no setor de seguros. Há um potencial
significativo para o crescimento e inovação que pode beneficiar tanto
o setor quanto a sociedade como um todo. Mas temos desafios
significativos e que não acompanham totalmente o ritmo de crescimento
geral de mercado, como acesso a recursos com igualdade.
Mas existem iniciativas e programas voltados para aumentar a participação
feminina. Cada vez mais mulheres se destacam no mercado
de seguros como empreendedoras e líderes, mostrando a força e expandindo
o caminho de um ambiente inclusivo e colaborativo”, diz.
CEO da Conduta Plus Consultoria em Seguros, Priscila Conduta
Elias também observa que a expansão do setor vem sendo impulsionada
pela crescente conscientização sobre a importância da proteção
financeira e pela inovação constante em produtos e serviços.
14
“Esse dinamismo tem fomentado o surgimento de novas empresas,
como as MGA [managing general agents], que operam em nome
das seguradoras, assumindo funções anteriormente centralizadas
nessas instituições. Esse modelo não apenas amplia a oferta de produtos,
mas também transforma o ecossistema do setor, tornando-o
mais ágil e diversificado. Nesse contexto, surgem novas oportunidades
para empreendedores, especialmente para as mulheres, que
vêm conquistando cada vez mais espaço e reconhecimento no mercado
de seguros”, assinala Priscila.
A executiva faz, contudo, um alerta: apesar dos avanços, a
participação feminina no setor de seguros ainda não cresce na mesma
proporção que o mercado como um todo. “As mulheres enfrentam
desafios significativos, como o machismo estrutural, a dificuldade
de ascender a cargos de liderança, a falta de apoio de gestores
e colegas, além de obstáculos familiares e limitações no acesso ao
capital para empreender”, lista Priscila.
No entanto, pondera a CEO da Conduta Plus, as iniciativas
voltadas à diversidade e inclusão têm desempenhado um papel
essencial na promoção da equidade e na geração de novas ideias
que impactam positivamente a liderança e os resultados das empresas.
“Programas de mentoria para mulheres, redes de apoio, pesquisas
especializadas e investimentos na educação e qualificação
profissional vêm contribuindo para que cada vez mais mulheres se
destaquem. O grande desafio agora é garantir que essas iniciativas
sejam mantidas e ampliadas, independentemente de mudanças no
cenário político e econômico”, resume.
MARGARETE BRAGA,
da Sincor-PA
PRISCILA CONDUTA ELIAS,
da Conduta Plus
INÚMERAS FRENTES
As oportunidades para as mulheres empreenderem no setor
de seguros são inúmeras, mas umas são mais flexíveis que outras.
Há espaço na corretagem de seguros que permite autonomia e possibilidade
de altos ganhos. Há, por exemplo, a gestão de riscos, ou
seja, um caminho fértil para que elas se especializem em mitigação
de riscos para empresas. Existem ainda os “seguros especializados”,
com ramos como cibernético, agronegócio e vida, que crescem a
olhos vistos, além das áreas de educação e de treinamento, que
abrem campo para a elaboração de cursos e mentorias para novos
profissionais do setor.
As mulheres desempenham um papel fundamental no mercado
de trabalho, impulsionando inovação, crescimento econômico
e transformações sociais. Em diversos setores, argumenta Patricia
Chacón, elas conquistam espaço, demonstrando sua capacidade de
liderança e adaptação a novos desafios. “Essas habilidades contribuem
muito para a transformação do mercado segurador em todas
as áreas de atuação. No entanto, ainda há barreiras a serem superadas,
como a necessidade de maior representatividade em cargos
estratégicos e acesso a capacitação especializada”, diz a executiva
da Porto Seguros.
Para se destacar da concorrência no setor de corretagem de
seguros, conta Margarete, é preciso investir em capacitação técnica e
em vendas, buscar uma personalização que atenda às necessidades
pontuais dos clientes e construir sua marca pessoal. “As oportunidades
são vastas em um mercado que ainda precisa ser mais explorado
em informação sobre a importância
do seguro e onde a corretora de seguros
é peça fundamental para informar ao
consumidor e educá-lo”, frisa Margarete,
acrescentando que a especialização em
todas essas frentes é a base do sucesso.
E ela complementa: “Com o aumento
da tecnologia, muitas empresas
ainda não têm a compreensão dos riscos,
da relevância do seguro agro, que é o
pilar da economia brasileira. A viabilidade
destas oportunidades na corretagem
de seguros está intimamente ligada à
demanda do mercado, à capacidade de
atender as necessidades dos clientes e à
existência de um ambiente propício”, diz
Margarete.
15
ESPECIAL MULHER
EMPREENDEDORISMO
Como começar?
NADA SE CONSTRÓI SE PROCESSOS
NÃO FOREM CUMPRIDOS. QUANDO BEM
DESENVOLVIDO O COMEÇO DE UMA JORNADA
EMPREENDEDORA, AS CHANCES DE O NEGÓCIO
DAR CERTO SÃO MAIORES
André Felipe de Lima
Ocomeço da jornada para o empreendedorismo
no setor de seguros exige muita
dedicação, disposição, trabalho árduo e,
sobretudo, estratégias precisas. Impossível negligenciar
essa receita básica.
PRIMEIRA ETAPA
NÚMERO DE MULHERES EM
BUSCA DO REGISTRO DE
CORRETORA TEM CRESCIDO
Paola Casado, diretora-geral da ENS
A primeira dessas quatro fases consiste na obtenção da certificação.
Ouvimos a diretora-geral da Escola de Negócios e Seguros
(ENS), Paola Casado, sobre o tema. Para obter o registro profissional
emitido pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) é necessário
apresentar certificado que comprove aprovação em curso
ou exame para habilitação de corretores de seguros ministrado pela
ENS. “O curso tem diversas entradas ao longo do ano, dependendo
da modalidade que o aluno escolher. As aulas são totalmente on-line
e ao vivo e duram nove meses para quem optar pela modalidade
Todos os Ramos, que é a mais completa. Nesse caso, a pessoa se tornará
corretora plena, podendo atuar nas áreas de capitalização, vida,
previdência complementar e ramos elementares”, orienta Paola.
Além da formação plena, há ainda outras duas opções de
habilitação pelo curso, nos segmentos de capitalização ou de vida
e previdência, permitindo ao profissional escolher ramos específicos
de acordo com seu interesse e plano de carreira. “Já o exame é
aplicado três vezes ao ano e o candidato pode estudar por conta
própria ou fazendo um curso preparatório on-line, ministrado pela
ENS”, diz ela.
As provas oferecem diversas combinações de formação dentro
dos segmentos já citados, ou seja, de capitalização, vida e previdência
complementar e ramos elementares. “Formamos corretores
de seguros há mais de 50 anos e, nesse período, capacitamos mais
de 120 mil profissionais. Nossos programas primam pela excelência
e são atualizados anualmente, já que sempre procuramos incluir na
16
grade disciplinas que acompanham os movimentos mais recentes
da indústria de seguros”, lembra Paola.
A procura das mulheres pelo curso para habilitação de corretores
de seguros realmente tem crescido bastante. “Isso fica evidente
quando analisamos o perfil dos alunos. Em algumas turmas,
a grande maioria é de mulheres. Somadas as quatro turmas que iniciamos
neste ano, 51% dos discentes são mulheres”, observa.
Paola reconhece, contudo, que o mercado de seguros é predominantemente
masculino e que esse fator representa uma “tendência
histórica”, que vem de muito tempo. Ela acredita, no entanto, que esse
aspecto não tem desdobramentos que façam com que as mulheres
enfrentem barreiras ou dificuldades para construir carreira no setor,
em qualquer segmento que seja, inclusive
o de corretagem.
Ela acrescenta que outra iniciativa
realizada pela ENS para dar maior visibilidade
e reconhecer o trabalho das mulheres
é a pesquisa que mede a participação
feminina no setor, em termos quantitativos
e qualitativos. “Neste ano, faremos a
quinta edição deste estudo, que mede
também a presença das mulheres em cargos
de maior representatividade dentro
das empresas do mercado”, resume Paola.
SEGUNDA ETAPA
DEFINIR UM NICHO ESPECÍFICO, COMO O
SEGURO DE TRANSPORTES, NO CASO DA WAY, FOI
IMPORTANTE PARA O LANÇAMENTO DO NEGÓCIO
Cátia Muller, presidente Way Reguladora de Sinistros
O processo rumo ao empreendedorismo prossegue. A segunda
etapa dele refere-se à escolha por um nicho de atuação. Para
entender como funciona esse momento, ouvimos a executiva Cátia
Muller, presidente Way Reguladora de Sinistros. Ela é um exemplo
singular de superação e de empreendedorismo. Nos primeiros
dias da pandemia de covid-19, em março de 2020, Cátia liderou sua
equipe no lançamento da Way no mercado. O que poderia ser uma
coincidência fatídica para seu negócio, a estimulou a seguir adiante,
apostando no empreendimento.
“O início de uma reguladora de sinistros solo é um desafio,
pois estar inserido em uma rede garante mais força para conseguir
avançar e conseguir negociações melhores. Fora desta rede, o cenário
é adverso e com muitas variantes que estamos explorando e
dominando aos poucos. Essa foi minha escolha e desde então iniciei
a caminhada de construção de uma empresa cheia de propósitos
e que se qualifica a cada dia, avança gradualmente e com firmeza.
Nessa trilha, encontramos lá no primeiro ano uma pandemia e com
ela a necessidade de repensar o negócio rapidamente”.
Cátia prossegue: “A interrupção de atividades presenciais,
consequente queda de demanda, adiamento de alguns projetos de
parceria e até mesmo a orientação de isolamento social afetaram
nossa organização, prospecções e até prestação dos serviços já conquistados,
que dependiam de pessoas que naquele momento não
deveriam sair de casa.”
Diante do cenário hostil onde havia uma crise sanitária sem
precedentes, a Way partiu para a experiência virtual e redes sociais
para garantir toda comunicação possível naquele momento e dar
continuidade aos trabalhos, mesmo que de forma “tímida”, como
Cátia reconhece. “A Way Reguladora de Sinistros precisava estar presente
no mercado e ‘acontecer’, tarefa nada fácil em meio ao caos. A
transformação digital não era tema desconhecido, mas a pandemia
acelerou esse processo, apresentando a
imediata necessidade de flexibilidade,
adoção de novas formas de trabalho e
busca de ferramentas de apoio. Nosso
posicionamento diante da crise foi determinante
para nossa continuidade, trabalhando
com proatividade, incentivando
a comunicação através do diálogo com
nossos colaboradores e parceiros, alimentando
as redes com soluções que poderíamos
disponibilizar naquele momento e
sempre exercitando a empatia”, recorda.
A tecnologia promoveu, portanto,
a integração do físico com o digital
e aos poucos as distâncias geradas pela
pandemia foram ficando mais curtas e as
relações fortalecidas, possibilitando que
os negócios da Way fossem iniciados e a
operação ganhasse corpo.
Com dedicação ao segmento de
seguro transporte, reforça a executiva, a
jovem empresa demonstrou especialidade
com um plano de marketing personalizado
para o público-alvo que pretendia
17
ESPECIAL MULHER
EMPREENDEDORISMO
atingir no começo. “Definimos nossas
estratégias para suprir as necessidades e
‘dores’ específicas dos clientes. O reconhecimento
do que estamos conseguindo no
mercado de seguros é consequência dessas
escolhas [iniciais], nenhuma empresa
faz sucesso sem ser muito boa no que faz
e trabalhamos todos os dias para nos tornarmos referência na regulação
de sinistro de transportes”, frisa Cátia.
Ela orgulha-se do trabalho que efetua no comando da Way
desde 2000, quando inaugurou a empresa. “Como mulher, sinto-me
igualmente orgulhosa por estar à frente de um negócio com histórico
de predominância masculina e que a cada dia está sendo alcançado
pela competência feminina”, conclui.
TERCEIRA ETAPA
PARA UMA EXECUTIVA QUE
DESEJA EMPREENDER NESSE
SETOR, EU RECOMENDARIA
CONHECER PROFUNDAMENTE
O CLIENTE E O MERCADO,
USANDO METODOLOGIAS
ÁGEIS COMO DESIGN THINKING
E CUSTOMER DISCOVERY
Luciana Padovez,
professora de empreendedorismo e
diretora da FGV Ventures
A terceira fase de todo esse processo
refere-se à criação de um plano de
negócios para empreender no mercado
segurador. O planejamento é essencial
para garantir a sustentabilidade do empreendimento.
Fato.
A professora de empreendedorismo
e diretora da FGV (Fundação Getulio
Vargas) Ventures, aceleradora de startups
da FGV Eaesp, Luciana Padovez, explica:
“As mulheres podem enfrentar diversos
desafios ao começar a empreender, prin-
cipalmente em setores historicamente dominados por homens, como
o de seguros. Isso pode dificultar o acesso a capital e a rede de contatos.
Por outro lado, pode tornar-se uma oportunidade, já que essas
mulheres poderiam focar em atender o público feminino de forma
diferenciada, porque conhecem o mercado de forma mais profunda
e com mais empatia. Ao empreender nessas áreas, elas podem contribuir
com o setor, ao quebrar barreiras e reduzir vieses de gênero,
passando a empregar mais mulheres e pessoas diversas, ajudando a
trazer inovação”, salienta Luciana.
De modo geral, explica a professora e diretora da FGV Ventures,
os setores historicamente estruturados como ambientes predominantemente
masculinos podem receber planos de negócios de
executivas com certo ceticismo. “As mulheres em cargos de liderança
costumam enfrentar dois dilemas. Por um lado, é esperado que
elas se comportem de acordo com o estereótipo de características
femininas: emocionais, gentis, conciliadoras. Por outro lado, espera-
-se que pessoas ocupando cargos de liderança apresentem traços
de assertividade e racionalidade, características histórica e estruturalmente
consideradas como masculinas”, avalia.
Luciana cita um estudo sobre desigualdade de gênero promovido
pelo Fórum Econômico Mundial (2024). Os dados demonstram
que as empresas que possuem ao menos 30% de mulheres em
posições de liderança têm 12 vezes mais probabilidade de figurar
entre as 20% que apresentam melhor desempenho financeiro. “Os
setores mais abertos a mulheres em posição de liderança são os de
bem-estar, educação e serviços pessoais”, acrescenta Luciana.
Para desenvolvimento de um plano de negócios no setor de
seguros são necessários vários aspectos, como as definições do público-alvo
e da persona ideal; a estratégia de marketing e a prospecção
de clientes; a estrutura financeira, a precificação de coberturas
e as metas de faturamento; por fim, as parcerias com seguradoras e
assessorias de seguros e de corretores.
“Para uma executiva que quer empreender nesse setor, eu
recomendaria conhecer profundamente o cliente e o mercado,
usando metodologias ágeis como design thinking e customer discovery
para fazer pesquisa de mercado. Assim, elas podem identificar
necessidades e desejos dos clientes e gerar soluções diferentes
das atuais. Além disso, sugiro focar em formação contínua, principalmente
sobre gestão financeira e inovação. Ainda, é recomendável
fazer parte de grupos de networking, como aceleradoras, para
fortalecer sua rede de contatos, ter apoio de mentores e ambiente
seguro para debater sobre a gestão do negócio, ajudando a reduzir
as incertezas e inseguranças de quem está começando”, finaliza.
18
QUARTA ETAPA
QUANDO UM CORRETOR DECIDE IR PARA O
MARKETING DIGITAL, PRIMEIRO DE TUDO, ELE TEM
QUE ANALISAR O MOMENTO DELE, ENTENDER SE É
O MOMENTO CORRETO
Claudia Simplício, corretora de seguros e influenciador digital
A quarta etapa na busca pelo empreendedorismo em seguros
refere-se à construção de marca e presença digital no mercado. Hoje,
apesar de muitas barreiras para a equiparação de gênero, as mulheres
estão mais atuantes que os homens no universo digital. No concorrido
mercado de influenciadores, por exemplo, as mulheres são absolutas.
No Brasil, conforme pesquisa divulgada no ano passado pela plataforma
de marketing Squid e a consultoria YouPix, 70% dos cerca de
20 milhões destes profissionais digitais são mulheres. Há, entretanto,
uma distorção flagrante que denota um preconceito não menos gritante
contra a imagem feminina: as marcas digitais que elas gerenciam
ganham menos que aquelas dirigidas por homens influenciadores. A
corretora Claudia Simplicio, sócia-fundadora e diretora de marketing e
saúde da Ragaz Assessoria, mantém o canal de YouTube Sou Corretor, E
agora ?, com cerca de 35 mil inscritos e mais quase 500 vídeos.
Ela sinaliza quais são os passos para criação de um perfil profissional
para o setor de seguros e comenta dentre as redes sociais
mais comuns (LinkedIn, Instagram, Facebook) qual a mais eficiente
para uma empreendedora divulgar sua marca. “Penso como uma
corretora de seguros. Ela precisa entender quem é o seu público-
-alvo, com quem quer comunicar porque o marketing não pode ser
para todo mundo, ele tem de ter um nicho”, pontua Claudia, acrescentando
ser fundamental que a percepção do público seja considerada
premissa básica. Futebol, por exemplo, tem predominância
masculina. Uma divulgação em horários onde prevalecem desenhos
animados, o público infantil sobressai. E assim, por diante. No
caso de sua jornada pessoal como influenciadora, Claudia dirige o
conteúdo com foco único nos corretores e corretoras de seguros, e
isso vale tanto para sua figura pública, quanto para a Ragaz Assessoria
e o seu canal no YouTube. “Acredito muito na transformação.
Se o corretor de seguros trabalhar criando conteúdos que gerem
transformação para a audiência dele, certamente ganhará fãs. E se
ganha fãs, é mais fácil conseguir potenciais clientes”, argumenta.
“Quando um corretor decide ir para o marketing digital, primeiro
de tudo, ele tem que analisar o momento dele, entender se
é o momento correto. Todo mundo, em algum momento, tem que
entrar no marketing digital. Porém, dependendo do momento do
corretor, pode ser prematuro entrar. Por que digo isso? Porque, por
exemplo, para investir em tráfego pago, ele tem que estar ou com
uma reserva muito boa ou já ter um ganho recorrente na empresa
acontecendo para poder reinvestir no negócio”, orienta.
Claudia explica que o corretor ou corretora precisa estudar e
aprender sobre o que comunica e a quem para “não jogar dinheiro
fora” e para “não perder tempo”. “Não basta só aprender, ele tem que
agir sobre isso. Aprendeu um pouquinho, vai lá e executa, aprendeu
outro pouquinho, vai lá e executa. Ou, em
algumas situações, contratar uma agência
[de comunicação] que possa fazer por
ele. Eu confesso que hoje eu não conheço.
Não conheço agências que possam
entregar o que eu vejo que é necessário.
O corretor tem que aprender pelo menos
noções mínimas para que possa fazer ou
cobrar. O blog é algo que não vai trazer
retorno imediato. Se o corretor gastar
oito horas do dia dele escrevendo textos
e mais textos para um blog, achando que
no mês seguinte receberá uma série de
leads, poderá ficar muito frustrado porque
não será em um mês que receberá
organicamente o retorno desse blog. Isso
tem que ser construído com o tempo. Porém
eu não iria inicialmente para um blog
e sim para o tráfego pago”, afirma Claudia.
O marketing digital, como observa
a influenciadora, requer um aprendizado
e, muitas vezes, um investimento, e isso,
para quem está começando, é sempre um
risco. “Eu faria uma jornada. Primeiro, o corretor
tem que ganhar experiência porque
pagar tráfego para ganhar experiência sai
caro. Segundo, ele tem que ter algum acúmulo
de valor, de reservas anteriores ou de
ganhos recorrentes. Já ensinei marketing
digital para muitos corretores e vejo que
aqueles que mais têm sucesso são os que
já passaram dessa linha. Não que os outros
em algum momento também não consigam.
Só que acabam se frustrando muito
rápido porque têm que ter dinheiro para
pagar uma conta, o boleto do aluguel, do
telefone, do plano de saúde, da luz... é um
uma jornada, essa é a verdade”, finaliza.
19
ESPECIAL MULHER
WIZ CORPORATE
20
Inovação e liderança feminina
no setor de seguros
Stephanie Zalcman, diretora Técnica de Operações e Estruturação
O
mercado de seguros tem passado por uma revolução impulsionada
por avanços tecnológicos, mudanças nas expectati-
e a necessidade de uma cultura organi-
a representatividade nos altos escalões
vas dos consumidores e novas regulamentações. No centro
zacional mais inclusiva são algumas das
desta transformação, a liderança feminina tem desempenhado um
papel fundamental, trazendo inovação, diversidade e uma abordagem
estratégica para os desafios do mercado.
Historicamente dominado por homens, nosso setor tem visto
um aumento significativo na presença feminina em cargos de
liderança. Empresas que apostam na diversidade de gênero apresentam
melhor desempenho financeiro e maior capacidade de
adaptação às mudanças. Essa evolução reflete não apenas um avanço
social, mas também uma necessidade estratégica das empresas
barreiras a serem superadas.
Muitas empresas já estão implementando
políticas para fomentar a liderança
feminina, incluindo programas
de mentoria, iniciativas de desenvolvimento
profissional e redes de apoio
para mulheres no setor. Eventos e conferências
voltados para a inovação e
diversidade no mercado segurador têm
para acompanhar estas mudanças.
proporcionado oportunidades para
Mulheres líderes no setor de seguros estão assumindo papéis
chaves na formulação de políticas, desenvolvimento de produtos
inovadores e implementação de novas tecnologias, como inteligência
artificial, machine learning e análise preditiva para gestão de
riscos. Além disso, sua presença tem promovido ambientes corporativos
que mais mulheres compartilhem suas
experiências e fortaleçam sua presença
no setor.
Empresas que investirem na diversidade
e na inovação terão uma van-
mais inclusivos e colaborativos.
tagem competitiva significativa, não
A digitalização tem sido um dos principais motores de inovação
no setor de seguros, e a liderança feminina tem se destacado na
condução dessas mudanças. A ascensão das insurtechs, por exemplo,
é impulsionada por mulheres que lideram projetos de automação,
personalização de serviços e uso de Big Data para melhorar a
experiência do cliente.
Tecnologias como blockchain e smart contracts têm revolucionado
a transparência e segurança das operações, áreas em que
muitas executivas estão à frente. Essas inovações não apenas otimizam
processos, mas também, permitem uma abordagem mais
eficiente e ágil para a mitigação de riscos e resolução de sinistros.
No entanto, apesar dos avanços, a jornada da mulher no
mercado de seguros ainda enfrenta desafios. A equidade salarial,
apenas no desempenho financeiro, mas
também na construção de uma cultura
organizacional mais forte e adaptável às
novas demandas do mercado. E a presença
das mulheres nessas tomadas de decisões
serão cruciais.
A liderança feminina no setor
de seguros não é apenas uma tendência,
mas uma realidade em crescimento,
com impacto direto na transformação do
mercado e na criação de um setor mais
eficiente, inclusivo e preparado para os
desafios do futuro.
Tecnologias como blockchain e smart contracts têm revolucionado a transparência e
segurança das operações, áreas em que muitas executivas estão à frente. Essas inovações
não apenas otimizam processos, mas também, permitem uma abordagem mais eficiente e
ágil para a mitigação de riscos e resolução de sinistros”
21
ESPECIAL MULHER
DESAFIOS
Força e resiliência
Dados do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) são categóricos:
em 1990, a participação feminina
no mercado de trabalho era de 34,8% e
saltou para 52,2% em 2023. Apesar das
oportunidades hoje existentes, as mulheres
ainda enfrentam desafios, como a dificuldade
de acesso a crédito para iniciar
ou expandir o negócio e o preconceito e
subestimação no mercado por parte de
clientes e concorrentes.
Presidente da Marsh Brasil, Paula
Lopes reconhece que, apesar dos avanços
das últimas décadas, as mulheres ainda
enfrentam desafios substanciais no
ambiente dos negócios. Ela baseia-se em
dados do Banco Mundial, que indicam
que as mulheres têm 30% menos chances
de obter crédito do que os homens,
limitando suas oportunidades. “Essa realidade
é preocupante, pois a inclusão das
mulheres no mundo dos negócios não é
apenas um tópico de justiça social, mas
também uma questão de oportunidade
econômica. A igualdade de gênero poderia
adicionar milhões de dólares à economia
global”, diz Paula.
Para mudar esse cenário, ela afirma
ser fundamental que instituições
financeiras desenvolvam produtos de
crédito que atendam às necessidades
das mulheres e consolidem confiança em
toda a rede do negócio.
Por mais que tenha havido evolução
nas questões ligadas à inclusão, a sociedade
não chegou ainda a um patamar
ideal de equidade, e que seja estatisticamente
indiscutível, observa a presidente
da Delphos, Elisabete Prado, para quem
ainda há um sentimento geral de que
as mulheres precisam “provar mais” em
disputas. “Dentro desse contexto, avalio
que debates relevantes sobre o tema precisam
ser mais recorrentes por parte dos
contratantes, ao mesmo tempo em que as
mulheres devem aprimorar seus conheci-
MULHERES ENFRENTAM INÚMEROS DESAFIOS NO
MERCADO DE TRABALHO. PARA AQUELAS QUE
DESEJAM EMPREENDER OU ASSUMIR POSTOS DE
LIDERANÇA, ELES SE MULTIPLICAM
André Felipe de Lima
mentos com muito estudo, muita leitura, autoconfiança, trabalhar
bem a autoestima, desenvolver habilidades de influências positivas
sobre suas equipes, aprender a fazer uma diligente gestão do tempo
e fazer conexões estratégicas com honestidade suprema”, sugere.
Recentemente empossada como presidente do Seguro Pasi,
Fabiana Resende alerta que, de uma forma generalizada, o acesso
aos financiamentos estão mais difíceis no país devido aos juros mais
altos e à desaceleração da economia. A alta da inflação, segundo a
executiva, influencia o valor da parcela, que fica mais cara e reflete
no aumento da inadimplência, criando ainda mais barreiras para o
acesso às linhas de crédito em momentos como o atual.
“Apesar de os níveis de inadimplência serem próximos entre
homens e mulheres, infelizmente as mulheres encontram mais
dificuldade para acessar algumas linhas de crédito ou até mesmo
taxas mais altas em alguns financiamentos”, reconhece Fabiana.
Em contrapartida, pondera a executiva, existem linhas de crédito
específicas em algumas instituições que dispõem de soluções
22
PAULA LOPES,
da Marsh
específicas para mulheres empreendedoras em diversas áreas. “É
muito importante que se pesquise bem antes de buscar qual linha
faz mais sentido para suas necessidades e quais instituições são mais
inclusivas nesse sentido para evitar cair em algumas armadilhas do
mercado de crédito”, ensina a presidente da Seguro Pasi.
LIDERANÇA
Outro aspecto muito discutido no mercado em geral é a falta
de incentivo e representatividade feminina em cargos de liderança.
Fabiana Resende, por exemplo, mostra-se otimista, porém com ressalvas:
“Sem dúvida estamos evoluindo, porém ainda existe um caminho
a ser percorrido. Tem empresas que ainda praticam modelos
obsoletos de promoção dando preferência a questões de gênero ao
invés de modelos baseados em meritocracia e entrega efetiva de resultados.
Por isso é muito importante estar atenta a essas questões
e se de fato a posição de liderança é um objetivo para a profissional”,
avalia.
Fabiana aponta, contudo, para
uma “triste realidade” que precisa ser revertida
pelas mulheres. “Muitas vezes a
crença limitante parte da própria mulher,
que se subestima nessa corrida corporativa
sem reconhecer quais características
de destaque ela possui e que podem
impulsioná-la ao invés de estagnar seu
crescimento na organização. Por isso, a
saúde física, bem como a psicológica e
a emocional devem estar sempre em dia
para que ela tenha percepção do seu real
potencial e não se deixe cair nas armadilhas
de desistir antes mesmo de tentar.”
O incentivo à liderança feminina é
marcante na Delphos, como argumenta
Elisabete Prado: “Não posso tomar a minha
própria história como parâmetro para
avaliar a falta de incentivo aos cargos de liderança
porque isso nunca existiu na Delphos,
onde estou há quase 45 anos. Sempre
fui muito percebida e reconhecida.”
A experiência que traz da Delphos,
Elisabete procura compartilhá-la com
outras mulheres do setor segurador. Ela
acredita que há evolução da liderança
feminina no mercado, mas o caminho a
ser percorrido para que isso se consolide
ainda é longo. “Apesar de distante do ideal,
é sabido que mais de 40% dos cargos
gerenciais estão nas mãos de mulheres. É
um percentual bastante positivo quando
comparado com o mercado de trabalho
do início deste século. A equidade salarial
ainda é um quesito controverso, mas o
23
ESPECIAL MULHER
DESAFIOS
das empresas no tema ‘diversidade’. As mulheres possuem qualidades
e fortalezas diferentes dos homens e temos que saber o que
as empresas buscam. Vejo as mulheres bem focadas em pessoas
e clientes, com um engajamento e nível de entrega bem alto”, assinala.
ELISABETE PRADO,
da Delphos
mercado está avançando também nesse
particular, e, cabe a nós, mulheres, entabularmos
negociações que conduzam ao
respeito do binômio capital versus trabalho”,
avalia.
Para as mulheres, em especial,
há mais obstáculos a serem superados.
Paula Lopes não tem dúvidas disso.
Ela recorre a uma análise da consultoria
Bain &Company, com base nas 250
maiores empresas do Brasil, que mostra
que a parcela de mulheres CEOs dobrou
entre 2012 e 2024, mas ainda continua
muito baixa. Já o número de executivas,
segundo o mesmo estudo, subiu de
23% para 34%. “Acredito que estamos
evoluindo, mas precisa de mais intenção
FABIANA RESENDE,
da Pasi
TRABALHO E VIDA PESSOAL
Ao longo da história, a imagem da mulher está associada ao
papel de cuidadora do lar. Isso está mudando, mas lamentavelmente
se mantém enraizado em diversas sociedades e culturas, sem exceção,
reforçando estereótipos. A expansão da participação da mulher
no mercado de trabalho vem ajudando a derrubar esse conceito,
mas o fato é que a maioria ainda lida com a jornada dupla, ou seja, o
trabalho e a casa, com acúmulo de demandas diárias. Desafios, portanto,
na conciliação entre trabalho e vida pessoal, principalmente
para mães empreendedoras, são latentes. “São escolhas, prioridades
e equilíbrio. Sinto que as mulheres exercem um papel importante
na família e isso acaba as sobrecarregando, mas nada que não consigamos
fazer tendo uma boa rede de apoio, flexibilidade e empatia
nas empresas para conseguirmos conciliar trabalho e vida pessoal”,
diz Paula Lopes.
Para Elisabete Prado, as novas gerações estão levando “muito
a sério” o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. “Talvez muito
mais do que a minha geração, que foi justamente aquela que teve
que iniciar a transição e mudanças nos conceitos da sociedade e precisavam
escolher entre uma e outra coisa. Tarefas de casa, que antes
eram uma ‘obrigação feminina’, hoje são necessariamente compartilhadas
sob pena de os relacionamentos não se sustentarem. Por sua
vez, os empregadores hoje são muito mais sensíveis à máxima de
que ‘há vida além do trabalho’, pois, caso contrário, correm o risco de
não reter talentos ou levar seus times a esgotamentos que, no fim
das contas, irão resultar no comprometimento da produtividade”,
analisa.
Já Fabiana Resende alega ser esse — o da conciliação do trabalho
com a vida familiar — o maior desafio para mulheres na busca
de crescimento e consolidação profissional. “Eu acredito que a maior
barreira que todas as mulheres enfrentam é com elas mesmas para
equilibrar todos os papéis que se propõem a desempenhar. Afirmo
que a maternidade não é limitador para nenhuma mulher crescer
em sua vida profissional, pelo contrário, a força feminina, após se
tornar mãe, é surpreendente e pode inclusive ajudar a impulsioná-la
em sua carreira, pois nada motiva mais que poder proporcionar uma
vida melhor para seus filhos e sabemos que nos dias atuais apenas
um provedor na família acaba limitando as possibilidades e acessos”,
diz Fabiana.
Fabiana ressalta ainda que as mulheres devem se desprender
de comparações em busca da vida perfeita. “Afinal, isso acaba
sendo uma grande utopia. Muitas mulheres acabam sofrendo de
depressão e ansiedade devido à cobrança excessiva, pois buscam
em redes sociais ou na mídia referências que não se ajustam à
sua própria realidade. Construa uma vida feliz e em equilíbrio pra
você, independentemente do que as convenções sociais impõem”,
recomenda.
24
ESPECIAL MULHER
EXCELSIOR SEGUROS
Representatividade é
fundamental
EXCELSIOR SEGUROS INVESTE NA CAPACITAÇÃO E
PROMOÇÃO DE MULHERES, QUE HOJE OCUPAM 54,90%
DOS CARGOS DE LIDERANÇA
Kelly Lubiato
As mulheres dominam o mercado de seguro e assumem,
cada vez mais, cargos nos postos mais altos. A Excelsior
Seguros, por exemplo, está construindo um caminho sólido
para que mais mulheres possam ocupar cargos de liderança,
com o objetivo de tornar o setor de seguros mais inovador, dinâmico
e inclusivo. “Esse compromisso é uma prioridade para nós, pois
acreditamos que a diversidade impulsiona o desempenho organizacional
e contribui para um ambiente corporativo mais competitivo
e sustentável”, afirma Joana Portela Florêncio, diretora de Gestão e
Planejamento da seguradora.
Atualmente, 60,94% do quadro de colaboradores da companhia
Excelsior é composto por mulheres, sendo que 54,90% delas
ocupam cargos de liderança.
“Para estimular essa participação, adotamos políticas estruturadas
de recrutamento inclusivo, investimos continuamente na
capacitação profissional e buscamos parcerias estratégicas com iniciativas
alinhadas ao nosso compromisso, como os programas Tech
Woman e Tech Divas, além da “Sou Segura”, entidade que apoiamos
em 2024”, explica Joana.
Para a executiva, um dos caminhos mais eficazes para motivar
as mulheres a buscarem cargos de liderança é oferecer exemplos
concretos, ou seja, a representatividade. “Hoje, estou na Diretoria de
Gestão e Planejamento, o que demonstra que essas oportunidades
são reais e acessíveis”.
Além disso, a Excelsior incentiva uma cultura de aprendizado
contínuo, com programas de capacitação que permitem às mulheres
fortalecerem suas habilidades e ampliarem suas possibilidades
de crescimento.
Entretanto, é importante mostrar que os líderes têm um
papel fundamental na promoção da equidade de gênero, atuando
como facilitadores de uma transformação cultural, garantindo
igualdade de oportunidades, oferecendo feedbacks construtivos e
eliminando barreiras de gênero.
A diversidade fortalece as organizações, trazendo mais inovação
e resiliência. Joana sentencia: “Empresas diversas, como a
nossa, têm tomadas de decisão mais equilibradas, soluções mais
criativas e maior competitividade. Na Excelsior, buscamos assegurar
que a liderança seja um agente ativo dessa contínua construção
transformadora e sustentável”.
Empresas que investem em um ambiente inclusivo, como
a Excelsior, se tornam mais competitivas e inovadoras. Estudos da
McKinsey & Company demonstram que companhias com maior
Temos uma cultura corporativa
que favorece organicamente a
construção de redes de apoio,
permitindo que as mulheres
tenham referências e inspiração
para seguir uma trajetória de
crescimento dentro da empresa”
JOANA PORTELA FLORÊNCIO
diversidade de gênero têm 25% mais
chances de obter lucratividade acima da
média, e esse percentual sobe para 36%
quando também há diversidade étnica e
cultural.
As mulheres que ocupam cargos de
liderança na Excelsior têm um papel essencial
no desenvolvimento profissional de
outras colaboradoras. “Temos uma cultura
corporativa que favorece organicamente a
construção de redes de apoio, permitindo
que as mulheres tenham referências e inspiração
para seguir uma trajetória de crescimento
dentro da empresa”.
Equipes diversas trazem diferentes
perspectivas, resultando em soluções
mais criativas e adaptáveis às demandas
do mercado. Isso contribui diretamente
para um crescimento sustentável e uma
maior eficiência na tomada de decisões.
25
ESPECIAL MULHER
CASES DE SUCESSO
Elas fazem
história
CINCO MULHERES. CINCO
EXEMPLOS DE SUCESSO
PROFISSIONAL. CINCO NOMES
MARCANTES DO MERCADO
ATUAL DE SEGUROS
André Felipe de Lima
MARIA EDUARDA BOMFIM, “DUDA”
CEO da Latin Re
Eu sou carioca, né? Da gema. E moro
em São Paulo há 16 anos, mas estudei
a vida inteira e me formei no
Rio de Janeiro. Fiz faculdade de economia
porque sempre fui muito boa com matemática,
gostava de números e achava
também que a faculdade de economia me
proporcionaria um leque muito amplo de
atuação. Poderia trabalhar em várias coisas fazendo a faculdade de economia.
Escolhi esse curso também porque sempre me interessei pelos
temas de macroeconomia do país e o relacionamento do país com outros
países. Achei que tinha muito a ver com a minha área de interesse.
Me formei em economia pela PUC do Rio de Janeiro pensando
em trabalhar no mercado financeiro. Trabalhei num banco de investimentos
durante um tempo e saí para trabalhar no resseguro em
2004 e aqui estou até hoje e pretendo parar só quando me aposentar.
Nunca tinha ouvido falar sobre resseguro. Jamais poderia imaginar
que pararia no mercado de resseguros, porque era um mercado
bem fechado e não pequeno no volume, mas com um número reduzido
de profissionais. Cheguei, por acaso, ao mercado de resseguros
por conta de um amigo que já trabalhava no setor e que me convidou
para trabalhar com ele e daqui eu nunca mais saí.
Comecei no mercado de seguros ainda com o monopólio do
IRB. Entrei em 2004, então estou completando 21 anos de mercado.
Acho que fui muito sortuda porque vi realmente um mercado em
real transformação e pude fazer parte dessa transformação porque
sempre trabalhei no lado do resseguro, que experimentou uma mudança
radical com a quebra do monopólio, com a chegada dos novos
players e também com uma questão que até hoje é um desafio:
a formação de talentos.
Pude começar desde nova a experimentar várias linhas de
negócios com diferentes pessoas de dentro do IRB. Também tive a
26
oportunidade de fazer um networking muito grande ainda quando
o IRB era um mercado fechado e conheci pessoas que se tornaram
grandes amigos e até hoje a gente se fala. Tem, sim, várias pessoas
que me inspiraram e que me inspiram até hoje, mas não consigo ver
as inspirações somente do mercado de trabalho porque acho que
não conseguimos separar quem a gente é na pessoa física de quem
a gente é na pessoa jurídica.
Adoro o que faço. Na Latin Re pude experimentar algo
superespecial que foi realmente montar uma operação do zero,
dentro do espírito empreendedor que trabalhamos na empresa,
e imprimir um pouco do que acreditamos e do que achamos que
vale a pena.
Sinto-me respeitada [como mulher
e liderança feminina de mercado]. Mas
ainda existem diferenças de tratamento,
diferenças de percepção. Mas vejo como
algo bem pontual. Já conseguimos quebrar
várias barreiras e avançar vários passos
para essa equidade de gênero. Acho
também que esse tema deve ser explorado
de maneira muito mais ampla, no sentido
não só do gênero, mas também de
raça, de equidade etária... há muita coisa
que precisa ser falada e tratada.
REGINA LACERDA
CEO da Rainha Seguros
Nasci em Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. Muito
pequena, vivi num dos lugares mais lindos do mundo:
a Tijuca. Meus pais tinham vocação para ser missionários.
Ambos foram estudar teologia no Seminário Batista do Sul do Brasil,
onde morei com eles e mais dois irmãos até os cinco anos.
Depois, entre cinco e onze anos, vivi no interior da Bahia (Ibotirama)
e em Minas Gerais (Pirapora e BH), onde meus pais foram
exercer seus ministérios. Meu pai tinha condição financeira humilde.
No entanto, vivemos sempre muito bem.
Sempre que podia, acompanhava meu pai ao Ministério da
Agricultura, onde ele começou a trabalhar quando chegou a Brasília.
Fascinava-me o ambiente. Já no ensino médio, antigo segundo
grau, comecei a estudar à noite. Foi aí que meu pai conseguiu uma
vaga, por meio de convênio, para ser datilógrafa no gabinete do então
ministro Delfim Neto.
Em poucos meses surgiu vaga no Ministério da Educação e Cultura.
Fiz o teste e fiquei entre os primeiros. Saí para receber um salário
quatro vezes maior. Com esse salário, ajudava nas despesas de casa.
Em 1988, fui convidada por um funcionário de carreira da Caixa
Econômica Federal, Henderson de Souza Vieira, para ingressar na
Sasse, a seguradora da Caixa Econômica Federal, que estava abrindo
suas portas em Brasília. Dois anos depois ingressei na Escola Nacional
de Seguros.
Formei-me na primeira turma de corretores de seguros de
Brasília, ministrada à época pela Funenseg. Conquistei minha própria
carteira de clientes, identificando nichos em Brasília que ainda
não tinham seguro, como os prédios funcionais cujos apartamentos
estavam sendo vendidos a servidores e não possuíam o seguro
condominial obrigatório. Abri minha própria corretora logo após o
curso. Contratei dois funcionários: uma secretária e um assistente
que fazia as cotações de seguros, que àquela época eram numa calculadora
com bobina ou no manual L.O.C. Eu ficava na rua, fazendo
o que mais amava: vendendo.
Pedi minha exoneração do serviço
público: esse foi meu maior desafio. Escolher
entre a segurança de um emprego
público e os riscos de abrir meu próprio
negócio, que hoje se chama empreender.
Na época, era ser empresária mesmo, com
altas cargas tributárias, estrutura física e
muitas responsabilidades. Encarei de frente.
Claro que deu um frio na barriga. Me
lembro do dia em que fui protocolar meu
pedido de exoneração. Eu parei e pensei:
“Meu Deus, será que é isso mesmo que
eu quero? Será que estou fazendo a coisa
certa?”. Eu ainda tinha um filho pequeno,
agora já com 5 anos de idade e precisava
sustentar a ele, a mim e cuidar da minha
família. Graças a Deus escolhi o seguro e
foi a decisão mais acertada da minha vida.
Este ano completo 34 anos dedicados
à proteção da vida e do patrimônio
das pessoas. Olho para trás e agradeço a
Deus todos os dias por todas as oportunidades
que tive, pelas bênçãos e pelas
conquistas que Ele me concedeu.
27
ESPECIAL MULHER
CASES DE SUCESSO
MARIANA MIRANDA
Head Marine & Corporate Sales da Akad Seguros
Nascida em São Paulo e formada
em administração, com mais de
20 anos de experiência no mercado
de seguros, atuei em companhias
de diferentes perfis. Atualmente sou responsável
pelas áreas de garantias, D&O,
RC geral e atendimento comercial estratégico
na Akad Seguros. Minha carreira é
marcada por bom relacionamento com o
mercado, inovação e implementação de
estratégias que visam melhorar a experiência
dos corretores e segurados com os
produtos oferecidos e desenvolvidos em
conjunto com nossos clientes.
Minha jornada no setor de seguros começou de forma inesperada.
Ainda na faculdade, um professor indicou-me para uma empresa
que prestava serviços para uma seguradora, a Unibanco AIG.
Meu primeiro desafio foi abrir sinistros no sistema da seguradora e
garantir que toda a documentação estivesse correta nos processos.
Pode parecer uma função simples, mas foi ali que comecei a compreender
o impacto real do seguro na vida das pessoas e das empresas.
Com o tempo, minha vontade de aprender me levou a explorar
novas áreas dentro do setor. Passei por sinistro, operações, resseguro,
subscrição, comercial e marketing. Cada experiência reforçou
minha convicção de que o seguro não é apenas um contrato padronizado,
mas sim uma ferramenta essencial para garantir segurança,
continuidade e prosperidade.
Ao longo dessa trajetória, posso afirmar que o maior desafio
do nosso setor não está na complexidade técnica ou na regulação
de um sinistro, mas sim em demonstrar o real valor do seguro.
Acredito que as mulheres já são, em grande parte, respeitadas
no mercado, especialmente com os avanços que tivemos nas
últimas décadas. No entanto o que ainda é necessário é que nos
apoiemos mais umas nas outras. O apoio mútuo entre mulheres é
essencial para fortalecer nossa presença, construir uma rede sólida
de networking e garantir que possamos enfrentar desafios com confiança
e colaboração.
A presença feminina no mercado precisa ser cada vez mais
ativa, especialmente em posições de liderança. Devemos continuar
a ocupar espaços estratégicos, influenciar decisões e compartilhar
nossas experiências para inspirar as próximas gerações. A mentoria
e o networking desempenham um papel crucial nesse processo, ajudando
a fortalecer a confiança e a capacitação de outras mulheres,
criando um ciclo positivo de crescimento e apoio.
SIMONE FÁVARO
Sócia da Facsi Corretora de Seguros em Jundiaí (SP) e
vice-presidente do Sincor (SP)
Nasci na cidade de Jundiaí e optei cursar ciências contábeis
para traçar uma base sólida para minha carreira. Comecei
minha carreira profissional há 34 anos, como auxiliar de escritório
na SulAmérica Seguros e, aos poucos, me apaixonei por esse
universo tão dinâmico dos seguros. Nunca imaginei que essa jornada
seria tão cheia de desafios, superações e conquistas.
Ser mulher no mundo corporativo já era um grande desafio.
Enfrentei, sim, muitas dificuldades — e sei que a realidade de muitas
mulheres nesse setor não é fácil. Mas nunca deixei que isso me
desanimasse. Com muito amor e dedicação, fui crescendo, conquistando
meu espaço e, aos poucos, mostrando que meu lugar era ali.
28
Fui promovida a inspetora de produção e, com isso, tive a chance de
me aprofundar ainda mais no mercado de seguros, entendendo as
necessidades.
Depois de anos de aprendizado e superação, tomei uma das
decisões mais importantes da minha vida: abrir minha própria corretora
de seguros. Não foi fácil começar do zero. Faltavam recursos e
o medo era grande, mas minha paixão pelo que faço, minha dedicação
e o apoio da minha família contribuíram para seguir em frente.
A Facsi Corretora de Seguros é uma empresa sólida, com mais
de 40 colaboradores, e sempre com o foco no melhor atendimento
aos nossos clientes. Cada pequeno passo dado até aqui foi conquistado
com muito esforço, respeito e amor pela nossa profissão. Amo
ser corretora de seguros e essa paixão me motiva todos os dias a
continuar buscando a excelência.
Meu filho Guilherme cresceu no ambiente da corretora. Agora,
ele lidera a área comercial e é um dos maiores presentes dessa
jornada. Ele traz uma energia nova e uma visão inovadora para a
empresa. Poder ver essa transição, de
mãe para filho é emocionante.
Também atuo como primeira vice-
-presidente do Sincor-SP, do qual tenho
o maior prazer em fazer parte, em contribuir
com o mercado de seguros e assim
agregar experiências e aprendizado junto
a nossa categoria de corretores.
Esses 34 anos de trajetória não
foram simples, mas marcados por momentos
de muita superação e gratidão.
O mercado de seguros tem seus altos e
baixos, mas o que me move é a certeza
de que, com respeito, dedicação e amor
pelo que faço, consigo conquistar meu
espaço e ajudar a transformar a vida das
pessoas.
ENIR JUNKER
Presidente da Aconseg Centro-Oeste
Nasci na zona rural do município de Santo Ângelo, no Rio
Grande do Sul, e desde cedo tive a convicção de que me
tornaria advogada. Minha graduação em direito foi uma escolha
baseada nos sonhos da adolescência, pois sempre acreditei
que poderia fazer a diferença na vida das pessoas.
Minha jornada no setor de seguros começou há mais de 25
anos, quando, aos 18 anos, tive a oportunidade de ingressar na Novo
Hamburgo Companhia de Seguros que, pouco depois, foi adquirida
pela Bradesco Seguros. Desde então, encantei-me pelo impacto que
esse mercado tem na vida das pessoas e na economia, o que consolidou
minha decisão de seguir nessa área.
Os desafios foram muitos, desde a necessidade de construir
credibilidade em um setor tradicionalmente masculino até a constante
atualização diante das transformações tecnológicas e regulatórias.
A concorrência é intensa e a exigência por inovação e excelência
no atendimento cresce a cada dia. No entanto, são esses
desafios que tornam a trajetória tão estimulante e repleta de aprendizados.
Com o tempo, a experiência no setor me trouxe uma nova visão.
Perceber que o seguro proporciona segurança financeira e tranquilidade
em momentos difíceis me fez enxergar essa profissão como
uma verdadeira missão. Além disso, tive o privilégio de contar com
colegas, líderes e mentores que me inspiraram ao longo do caminho,
mostrando que o setor de seguros é dinâmico e repleto de oportunidades
para quem está disposto a aprender e inovar.
Ser a primeira mulher a assumir a Presidência da Aconseg
Centro-Oeste é, sem dúvida, um marco na minha trajetória. Representa
não apenas uma conquista pessoal, mas também um passo
importante para ampliar a representatividade
feminina no setor de seguros.
Espero que minha presença nesse cargo
inspire outras mulheres a acreditarem
que o setor está aberto à liderança feminina
e que talento e competência são os
verdadeiros diferenciais.
As mulheres já conquistaram muito
no mercado de seguros, mas ainda
enfrentam desafios importantes. A verdadeira
mudança passa por uma cultura
corporativa mais inclusiva, políticas que
incentivem a equidade de oportunidades
e, principalmente, pelo reconhecimento
do talento e da competência independentemente
do gênero.
29
ESPECIAL MULHER
POLÍTICAS INCLUSIVAS
Inclusão,
falácia ou
realidade?
O QUE E COMO ARTICULAM OS SETORES DE
SEGUROS E DE SAÚDE SUPLEMENTAR PARA
TORNAR A MULHER AINDA MAIS PRESENTE
EM TODAS AS ÁREAS DE ATUAÇÃO,
SOBRETUDO NOS CARGOS DE LIDERANÇA
André Felipe de Lima
Considerando indicadores do 4º
estudo Mulheres no Mercado de
Seguros, preparado pela Escola
de Negócios e Seguros (ENS) e cujos dados
foram divulgados em junho de 2022,
as mulheres representam mais da metade
(54,4%) da força de trabalho no setor,
com uma presença em franca evolução
em várias frentes, sobretudo a de líderes
de empresas, inclusive multinacionais.
A informação, embora alvissareira,
depara-se com um paradoxo: as mulheres ainda são minoria em
postos de liderança no setor, ocupando 38,6% dos cargos de gerência
e de superintendência, 21,2% das diretorias e apenas 16,1%
dos conselhos de administração. O fato é que o seguro, que sempre
teve a pecha de “conservador”, apresenta-se hoje bastante inclusivo
quando os temas em questão são gênero e deficientes.
Segundo o estudo de 2022 — cuja 5ª edição deverá ser divulgada
ainda este ano —, mais da metade das empresas adotam
políticas estruturadas de diversidade, como ressalta a CEO da AXA
no Brasil, Erika Medici. “O que nos mostra que ainda é uma transformação
em curso. Estamos evoluindo, mas há desafios, sobretudo
30
Na AXA, a equidade de gênero é
prioridade. Hoje, 52% dos nossos
colaboradores são mulheres.
Em nossos processos seletivos,
garantimos que sempre haja
candidatos de diferentes gêneros
na etapa final. Além disso,
oferecemos benefícios voltados
às mulheres, como licençamaternidade
estendida e suporte
para climatério e menopausa por
meio do programa WeCare”
ERIKA MEDICI, da AXA
na ocupação de cargos estratégicos. Outro ponto crucial é incentivar
as mulheres a se candidatarem a cargos de liderança. Homens
costumam se arriscar mais, mesmo quando não atendem a todos
os requisitos de uma vaga, enxergando isso como uma oportunidade
de desenvolvimento”, observa Erika.
Essa mudança de mentalidade, salienta Erika, pode acelerar
a presença feminina em posições estratégicas. “Na AXA, a
equidade de gênero é prioridade. Hoje, 52% dos nossos colaboradores
são mulheres. Em nossos processos seletivos, garantimos
que sempre haja candidatos de diferentes gêneros na etapa final.
Além disso, oferecemos benefícios voltados às mulheres, como
licença-maternidade estendida e suporte
para climatério e menopausa por
meio do programa WeCare”, lista Erika.
Especialista em talento & cultura
da Zurich, Rafaela Learte Mesquita, assinala
que, assim como em outros setores,
o mercado de seguros ainda apresenta
grandes oportunidades quando se trata
da equidade de gênero. Como argumenta
Rafaela, os avanços apontados pela
pesquisa demonstram uma evolução
31
ESPECIAL MULHER
POLÍTICAS INCLUSIVAS
fomenta a importância de compartilhar responsabilidades entre homens
e mulheres”, afirma.
Esse movimento, como constata Rafaela, contribui para um
ambiente mais equilibrado e sustentável no longo prazo. “A existência
de estudos específicos sobre o tema, a recente consolidação de
uma comissão de diversidade, que deixou de ser apenas um grupo
de trabalho, e iniciativas como a Sou Segura ampliam a percepção
sobre as oportunidades para mulheres na alta liderança do setor. Esses
avanços reforçam nosso compromisso e nos impulsionam a ir
ainda mais longe”, sinaliza.
Nosso setor tem se dedicado
cada vez mais à capacitação
de mulheres para cargos de
liderança e ao desenvolvimento
de sucessoras em potencial. Além
disso, o novo modelo de trabalho,
mais flexível, não apenas favorece
uma melhor integração entre a
vida profissional e as demandas
pessoais, mas também fomenta
a importância de compartilhar
responsabilidades entre homens e
mulheres”
RAFAELA LEARTE MESQUITA, da Zurich
contínua. “Nosso setor tem se dedicado
cada vez mais à capacitação de mulheres
para cargos de liderança e ao desenvolvimento
de sucessoras em potencial. Além
disso, o novo modelo de trabalho, mais
flexível, não apenas favorece uma melhor
integração entre a vida profissional
e as demandas pessoais, mas também
ENTRE PERCENTUAIS, A REALIDADE
Simone Ramos, diretora de Portos & Logística da Real Estate
Lockton Brasil Consultoria e Corretora de Seguros, foi a única executiva
do mercado brasileiro indicada para a edição 2024 do Women
in Insurance Awards, tradicional prêmio que exalta as conquistas
das mulheres no mercado internacional de seguros. Sua história de
superação para crescer no setor é singular. Pernambucana, de Camaragibe,
cidade da região metropolitana do Recife, Simone nasceu
em uma família simples e fez do estudo a alavanca para evoluir em
todos os sentidos da vida. Quando ainda criança mudou-se para Manaus.
Ela foi apresentada, em 1995, ao setor de seguros. Começou ali
sua trajetória. Hoje, Simone Ramos é um dos nomes mais respeitados
da indústria seguradora no país.
Sobre os dados do 4º estudo Mulheres no Mercado de Seguros,
Simone assinala que eles revelam uma “certa ambiguidade” em
relação à posição das mulheres no setor. “Apesar de [as mulheres]
serem maioria, essa representação não se reflete nos níveis de liderança.
Embora haja progressos, as políticas de inclusão de gênero
precisam de fortalecimento contínuo. Algumas empresas até estão
recuando em seus programas de DE&I [diversidade, equidade e inclusão].
A meritocracia, embora seja frequentemente defendida
como um ideal que garante que as melhores pessoas sejam promovidas
com base em seus méritos, é, na prática, míope porque não
considera as desigualdades estruturais que permeiam o ambiente
de trabalho”, alerta Simone.
A executiva vai além. Embora as mulheres tenham, muitas
vezes, escolaridade igual ou superior, elas lidam com barreiras como
preconceitos inconscientes e acesso limitado a redes de influência,
o que dificulta seu avanço. “Além disso, quando a cultura organizacional
predominantemente é masculina, favorece comportamentos
e estilos de liderança associados aos homens, perpetuando a sub-
-representação feminina em posições de poder. Para que a meritocracia
funcione de fato, é essencial garantir que todos tenham acesso
igual a oportunidades e condições de competição. As empresas
de seguros devem continuar a promover programas de desenvolvimento
de liderança para mulheres, aprimorar a cultura corporativa e
implementar políticas reais de recrutamento e promoção que favoreçam
a equidade”, pontua.
EQUIPARAÇÃO SALARIAL
Outro ponto abordado pelo 4º estudo Mulheres no Mercado
de Seguros é a discrepância salarial. Mesmo com o aumento para
32
70% dos profissionais do mercado, as mulheres ainda ganham, em
média, apenas 70% do salário dos homens no setor. Em 2021, os
homens receberam, em média, R$ 8,3 mil mensais, enquanto as
mulheres receberam R$ 5,8 mil.
“Diversas empresas do setor já têm implementado programas
de equidade salarial e realizado auditorias regulares. Essas
iniciativas, aliadas à recente Lei 14.611/2023, conhecida como Lei
da Igualdade Salarial, representam uma mudança significativa no
cenário da equidade salarial. Essa legislação exige que empresas
com mais de 100 funcionários garantam salários iguais para homens
e mulheres que ocupem o mesmo cargo, constituindo um
importante passo na promoção da igualdade de remuneração.
Ao estabelecer esse padrão, a lei funciona como um mecanismo
de responsabilização, incentivando as organizações a revisar suas
práticas salariais e a eliminar discriminações de gênero”, menciona
Simone Ramos.
Erika Medici lembra que muitas empresas adotam auditorias
salariais, revisões das políticas de remuneração e mais transparência
nos critérios de progressão de carreira. Além disso, programas específicos
para o desenvolvimento feminino contribuem para reduzir
essa desigualdade. “Na AXA, a equidade salarial é um compromisso
real. Monitoramos constantemente os processos internos para garantir
que homens e mulheres recebam remuneração justa por funções
equivalentes. Promover essa igualdade não apenas fortalece
nossa cultura, mas também contribui para uma mudança estrutural
no mercado”, garante.
A diferença salarial entre homens e mulheres é uma questão
histórica e social que exige o comprometimento de todos os
setores, reforça Rafaela Learte. “Embora não tenhamos estudos específicos
sobre outras seguradoras, podemos apresentar o case da
Zurich, que monitora esse indicador há mais de três anos e, desde
2024, incorporou-o como uma meta de sustentabilidade, impactando
diretamente os resultados financeiros do comitê executivo. Além
disso, em 2025, implementamos a destinação de um percentual do
orçamento de revisão salarial exclusivamente para mulheres avaliadas
como alta performance”, destaca a executiva da Zurich
E NA SAÚDE SUPLEMENTAR?
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) dá o exemplo:
51% dos seus servidores são mulheres e 53% dos cargos de
gestão da Agência são ocupados por mulheres. Considerando também
estudos recentes, como o da Women in Global Health, onde se
destaca a informação que somente 25% de mulheres têm cargos de
liderança, embora representem maciça maioria (70%) dos profissionais
da área, perguntamos: As políticas de inclusão de gênero estão
na ordem do dia das empresas da saúde suplementar ou ainda há
muito a ser feito?
Diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente responde:
“A equidade de gênero tem ganhado espaço nas discussões
estratégicas das empresas de saúde suplementar, mas ainda há
muito a ser feito. O setor tem avançado na inclusão feminina
em posições de liderança, mas os dados do estudo da Women
in Global Health mostram que o desafio persiste globalmente.
Diversas empresas do setor já
têm implementado programas
de equidade salarial e realizado
auditorias regulares. Essas
iniciativas, aliadas à recente Lei
14.611/2023, conhecida como Lei
da Igualdade Salarial, representam
uma mudança significativa no
cenário da equidade salarial. Essa
legislação exige que empresas com
mais de 100 funcionários garantam
salários iguais para homens e
mulheres que ocupem o mesmo
cargo, constituindo um importante
passo na promoção da igualdade de
remuneração”
SIMONE RAMOS, da Real Estate Lockton
Na FenaSaúde, temos uma equipe majoritariamente
feminina: das 15 pessoas
que compõem nossa equipe, 13 são
mulheres, incluindo os dois cargos mais
relevantes da entidade — a presidência
33
ESPECIAL MULHER
POLÍTICAS INCLUSIVAS
Vera, garantir igualdade de oportunidades e representatividade nos
cargos decisórios exige um compromisso contínuo com políticas de
inclusão, desenvolvimento profissional e mudança cultural dentro
das organizações. “A desigualdade salarial entre homens e mulheres
é um problema estrutural presente em diversos setores. Embora não
tenhamos um levantamento específico sobre essa questão dentro
do setor, sabemos que essa disparidade ainda existe no mercado
de trabalho como um todo. Mas percebo que já existe um esforço
crescente para que as mulheres tenham mais oportunidades de ascensão,
o que contribui para reduzir essa disparidade ao longo do
tempo”, conclui.
A desigualdade salarial entre
homens e mulheres é um problema
estrutural presente em diversos
setores. Embora não tenhamos um
levantamento específico sobre essa
questão dentro do setor, sabemos
que essa disparidade ainda existe
no mercado de trabalho como
um todo. Mas percebo que já
existe um esforço crescente para
que as mulheres tenham mais
oportunidades de ascensão, o
que contribui para reduzir essa
disparidade ao longo do tempo”
VERA VALENTE, da FenaSaúde
do conselho diretor e a diretoria executiva”,
enumera Vera.
Essa realidade, como aponta a diretora
da FenaSaúde, reflete-se em muitas
operadoras, onde as mulheres desempenham
papel essencial na gestão e na
assistência à saúde. No entanto, pondera
CAMINHOS DA EDUCAÇÃO
Como melhorar a educação e as condições de ascensão
profissional para as mulheres no setor é uma questão que movimenta
os RH’s. Para Rafaela, é necessário um compromisso das
empresas com programas sociais voltados ao desenvolvimento
de mulheres em áreas historicamente dominadas por homens,
como tecnologia e finanças, ampliando suas oportunidades de
atuação. “Além disso, é importante reforçar o papel da mulher
não apenas como consumidora, mas também como protagonista
no mercado de trabalho, impulsionando inovação e crescimento
nos negócios”, sugere.
Segundo Simone Ramos, a educação é um dos pilares fundamentais
para o desenvolvimento de habilidades e competências
que permitem a ascensão na carreira. “É essencial promover a inclusão
desde a base, nas instituições de ensino, até o ambiente corporativo.
Uma boa estratégia é implementar programas de formação
e capacitação focados em habilidades técnicas e de liderança. Essas
iniciativas, que podem incluir workshops, mentorias e treinamentos
específicos, devem garantir que os conteúdos abordem as demandas
do mercado de trabalho atual”, recomenda.
Quanto à equidade de condições para ascensão profissional,
Simone Ramos afirma ser fundamental oferecer oportunidades
reais: “É necessário questionar e desmantelar barreiras
estruturais que limitem o progresso de talentos. Muitas vezes,
processos de promoção que não consideram a diversidade, contribuem
para a manutenção de desigualdades. É necessário promover
políticas que garantam um ambiente inclusivo e justo,
onde as mulheres possam se desenvolver plenamente e alcançar
posições de destaque.”
Já Vera Valente, da FenaSáude, argumenta que o caminho
para uma ascensão profissional mais equitativa passa por uma
combinação de educação, desenvolvimento de lideranças femininas
e mudança cultural dentro das organizações. “Programas de
capacitação, mentorias e redes de apoio são fundamentais para
preparar mulheres para assumir posições estratégicas. Além disso,
é essencial que as empresas tenham processos seletivos mais
inclusivos e políticas de promoção que valorizem competências e
resultados, sem vieses de gênero. Na FenaSaúde, acreditamos que
fomentar a equidade no ambiente corporativo é não apenas uma
questão de justiça, mas também um fator estratégico para o sucesso
do setor”, resume.
34
CONECTE-SE AOS NOSSOS
CANAIS ONLINE
20 mil
seguidores
revista apólice
revistaapolice
instagram.com/revista_apolice
20 mil
seguidores
29 mil seguidores
linkedin.com/company/
revista-apólice
twitter.com/revistaapolice
2,2 milhões de visualizações em 2024
www.revistaapolice.com.br
Newsletter • 20 mil e-mails cadastrados
(disparo 2 x semana)
Prepare-se
para
comemorar
CONOSCO!