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090 - Jantar Reservado com Secretário de Estado da Justiça, Pedro Tavares

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JANTAR RESERVADO

PEDRO

TAVARES

Secretário de Estado da Justiça

#90

Set.

2023


Jantar Reservado - Pedro Tavares

Trabalhar numa lógica

diferenciada

Criar serviços que respondam e antecipem necessidades de

cidadãos e empresas é o objetivo da transformação da Justiça,

numa lógica integrada, simples e eficiente. A revolução está em

curso e o seu sucesso dependerá do nível de colaboração e do

trabalho em ecossistema. Seja dentro da AP seja com o setor

privado.

O processo de digitalização da Justiça está

em curso, com o objetivo de criar serviços que

respondam e antecipem as necessidades de

cidadãos e empresas e, em paralelo, trazer

eficiência, simplicidade e capacidade de

resposta a um setor essencial. Mas este

ambicioso conjunto de reformas só se faz

em ecossistema e colaboração estreita, o

que reforça o papel central de entidades

como a APDC.

Para o secretário de Estado da Justiça, o

orador convidado de um jantar reservado da

Associação que decorreu a 14 de setembro,

“temos de ter capacidade de arriscar, de

inovar, de fazer diferente, concretizar,

envolver, trabalhar em conjunto. E a APDC

pode-nos ajudar a que isto seja possível”.

Pedro Tavares destacou o papel que a

Associação tem tido e que foi sendo reforçado

ao longo dos anos no setor público. “É por

isso que é tão importante trabalharmos

numa ligação. Porque temos de aprender

uns com os outros. É essencial estamos

perto das empresas e das organizações, para

não ficarmos fechados numa redoma e para

trabalharmos em conjunto”, destaca.

Em termos genéricos, a Administração

Pública (AP) tem de “fazer o impossível e

andar para a frente, numa lógica de pensar

e trabalhar diferente”, de disponibilizar uma

“experiência de serviço público que, de facto,

reflita o que são as necessidades do serviço

público. É essencial trabalharmos sob o

ponto de vista do cidadão e das empresas

para que isto seja possível”, adianta, deixando

claro que o setor público tem, cada vez mais,

saber quem são os cidadãos e até antecipar

as suas necessidades, de “pensar na ideia de

inovação nos serviços públicos, trabalhando

numa lógica diferenciada”. O que “tem

dores de crescimento, associadas a muito

legacy ao nível tecnológico, de processos e

de cultura. É algo que temos de conseguir

transformar, mas é um desafio.

Concretamente no setor da Justiça, há já

muitos serviços pensados e criados “não

numa lógica de silo, mas de prestação de

serviço agregado e integrado”, como o Cartão

do Cidadão ou a Empresa na Hora. “É essa

a lógica que temos de conseguir continuar,

agora muito mais exigentes, porque os

cidadãos estão muto mais exigentes”, afirma,

destacando que o processo de digitalização

da Justiça portuguesa está em curso, com

trabalho em cinco áreas distintas.

APOSTAS EM VÁRIAS FRENTES

A aposta na liderança estratégica é a

primeira, já que a capacitação das pessoas

é essencial para pôr “todas a falar a mesma

língua e acrescentar valor”. Em parceria

com a NOVA SBE e o ISEG, foi definido

um programa de qualificação em áreas

a transição digital, liderança, gestão da

mudança, gestão de impacto ou tecnologia.

Por lá, já passaram 100 líderes da Justiça,

que ficaram agora “mais focados e capazes

de reformar e transformar. O PRR não é

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dinheiro, mas reformas e se queremos

reformar, as lideranças têm de ser capazes

disso. É a 1ª parte deste processo”, ressalta o

governante.

Depois, tem de se apostar em “pessoas,

porque tudo começa e acaba nelas”. O

que passa por saber imprimir uma cultura

de mudança e de ganhar capacidade de

conseguir captar mais talento para o setor.

Daí o investimento em competências e na

atração de talento, onde há que “voltar ao

propósito”, para diferenciar e captar pessoas.

A tecnologia, não “um fim, mas um meio

fulcral de conseguir endereçar”, é também

essencial para garantir “boas soluções para o

futuro”. Nesta vertente, Pedro Tavares explica

que há três áreas em que se está a trabalhar,

a começar com o aumento da eficiência.

É que tem de haver capacidade da AP de

alocar recursos onde eles acrescentam mais

valor, processo que não pode ser feito “de

um dia para o outro”. Segue-se a gestão dos

grandes volumes de informação detidos

pelo Estado, que não são utilizados nas

Neste evento, reservado a

patrocinadores anuais da APDC e

membros da Direção, foi debatido o tema

da digitalização da Justiça e o papel que

as empresas das TIC podem e devem

desempenhar num processo que é tudo

menos simples.

próprias decisões e na geração de valor para

as organizações. Criar um melhor serviço ao

cidadão e empresas através da tecnologia é

também uma aposta.

O secretário de Estado da Justiça cita alguns

casos, que exemplificam “muito do trabalho

que pode ser feito com a tecnologia para

servirmos melhor o cidadão, com uma

linguagem simples e clara” e de forma

proativa. Como a renovação automática

do Cartão do Cidadão ou a comunicação

automática entre a Saúde e o Registo,

quando nasce uma criança, para sua

emissão. Ou a Empresa na Hora, que é

agora possível em apenas 10 minutos, de

forma “simples, rápida, pratica e proativa,

reduzindo custos de contexto”. Ou ainda o


Jantar Reservado - Pedro Tavares

“A execução do PRR não pode apenas ser financeira.

Quando estamos a trabalhar numa reforma como

esta, temos de ultrapassar esse paradigma. Tem de

ser medida pelo impacto, pelo que tem de haver

um conjunto de dimensões associadas à geração de

impacto”, defende o secretário de Estado da Justiça

BUPI ou Balcão Único do Prédio, “um projeto

altamente tecnológico, mas totalmente

humano” de identificação e registo da

propriedade pública.

PESSOAS E TECNOLOGIA

Nos tribunais, a mudança é ainda mais

complexa. Porque se há muito que tem a

ver com simplificação legislativa, tem muito

mais a ver com “processos, muito focado em

pessoas e em tecnologia. Temos de conseguir

ter capacidade de trabalhar nesse sentido,

mas também explicar às pessoas o que é que

isto significa. Muitos dos problemas têm a

ver com a literacia tecnológica associada aos

projetos, porque as pessoas não entendem

que desafios significam e implicam este

tipo de mudanças”, adianta.

Assim, e na renovação dos tribunais, será

por exemplo adotado até final do ano um

sistema desenvolvido em colaboração com

os juízes, que vem substituir os sistemas

informáticos CITIUS e SITAF. Numa

lógica da automatização de tarefas e de

interoperabilidade, já se deram também

muitos passos. E está a ser desenvolvido

o Guia Prático da Justiça, que assenta em

IA (modelo de linguagem GPT 3.5) e usa

técnicas de deep learning para conseguir

criar uma linguagem natural e o mais

semelhante possível à escrita humana,

cuja versão já disponível permite neste

momento, em tempo real, obter informação

sobre Casamento e Divórcio.

Mas o governante deixa claro que “o

envolvimento das pessoas é a base do

trabalho. Numa logica de colaboração com o

cidadão e envolvendo todas as organizações.

Uma associação como a APDC é para nós

fulcral que conseguirmos trabalhar, para

perceber como é que podemos melhorar, o

que é que podemos fazer em conjunto e em

que é que podemos trabalhar”.

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Nesse sentido, e com o apoio do PRR,

foi lançado o Programa Govtech da

Justiça. Destina-se a desenvolver

um conjunto de projetos de

inovação e transformação digital,

em colaboração com universidades,

centros de investigação e startups,

com o objetivo de tornar os serviços

da justiça mais ágeis e eficientes.

No fundo, segundo Pedro Tavares,

pretende-se “criar o que são as

experiências do amanhã”.

E se todo este processo de reformas

faz sentido, destaca que terá de se

aferir o seu impacto. “A execução

do PRR não pode apenas ser

financeira. Quando estamos a

trabalhar numa reforma como

esta, temos de ultrapassar o

paradigma da execução financeira.

Tem de ser medida pelo impacto.

Tem de haver um conjunto de

dimensões associadas à geração

de impacto”. Nesse sentido, foi já

feita uma parceria com o ISCTE e

com a Universidade de Coimbra,

para “fazer a medição de impacto

associada ao que investimento do

PRR”.


Jantar Reservado - Pedro Tavares

Reportagem

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o UPDATE tem como objetivo disponibilizar informação estruturada sobre cada uma das iniciativas promovidas pela APDC.

Pretemde-se facilitar, a todos os interessados, um arquivo com os conteúdos mais relevantes de cada evento, que poderá ser

consultado em www.apdc.pt

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