Revista ICONIC EDIÇÃO 18
A Revista ICONIC é aquele "rolê" certo pra quem curte estar por dentro de tudo que é tendência, cultura e lifestyle com atitude. Cheia de estilo e conteúdo que prende, ela não só informa, mas inspira. É leitura obrigatória pra quem é ligado no que realmente importa — e com muita personalidade “Não é só sobre moda ou cultura pop, é sobre enxergar o mundo com mais identidade. A ICONIC me inspira a ser mais eu.” — João, 22 anos, estudante de comunicação “A estética é impecável, o conteúdo é profundo e leve ao mesmo tempo. Dá vontade de guardar cada edição como se fosse uma obra de arte.” — Camila, 34 anos, fotógrafa “A ICONIC é tipo aquele amigo descolado que te apresenta tudo antes de virar tendência. Já me fez ver muita coisa com outros olhos.” — Rafael, 30 anos, publicitário “Descobri artistas, ideias e até novos jeitos de pensar por causa da ICONIC. Não é só uma revista, é uma experiência.” — Marina, 25 anos, artista visual "É raro encontrar uma revista que una beleza e profundidade com tanta naturalidade. A ICONIC consegue." — Regina, 70 anos, ex-jornalista "A ICONIC me conecta com o novo sem me fazer sentir de fora. Ela conversa com todas as gerações." — Antônio, 65 anos, maestro "Ler a ICONIC é como visitar uma boa galeria de arte com curadoria afiada e alma vibrante." — Marta, 72 anos, artista plástica 5 anos com muito conteúdo, entrevistas e entretenimento! Parabéns para toda equipe! Marilu Gomes Editora Chefe
A Revista ICONIC é aquele "rolê" certo pra quem curte estar por dentro de tudo que é tendência, cultura e lifestyle com atitude. Cheia de estilo e conteúdo que prende, ela não só informa, mas inspira. É leitura obrigatória pra quem é ligado no que realmente importa — e com muita personalidade
“Não é só sobre moda ou cultura pop, é sobre enxergar o mundo com mais identidade. A ICONIC me inspira a ser mais eu.”
— João, 22 anos, estudante de comunicação
“A estética é impecável, o conteúdo é profundo e leve ao mesmo tempo. Dá vontade de guardar cada edição como se fosse uma obra de arte.”
— Camila, 34 anos, fotógrafa
“A ICONIC é tipo aquele amigo descolado que te apresenta tudo antes de virar tendência. Já me fez ver muita coisa com outros olhos.”
— Rafael, 30 anos, publicitário
“Descobri artistas, ideias e até novos jeitos de pensar por causa da ICONIC. Não é só uma revista, é uma experiência.”
— Marina, 25 anos, artista visual
"É raro encontrar uma revista que una beleza e profundidade com tanta naturalidade. A ICONIC consegue."
— Regina, 70 anos, ex-jornalista
"A ICONIC me conecta com o novo sem me fazer sentir de fora. Ela conversa com todas as gerações."
— Antônio, 65 anos, maestro
"Ler a ICONIC é como visitar uma boa galeria de arte com curadoria afiada e alma vibrante."
— Marta, 72 anos, artista plástica
5 anos com muito conteúdo, entrevistas e entretenimento!
Parabéns para toda equipe!
Marilu Gomes
Editora Chefe
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I C O N I C
M A I O & J U N H O 2 0 2 5 N O . 1 8
Nesta Edição
Dra Maria Berenice Dias
Manual de Direito das Famílias
Erik Momo
1900 Pizzeria
Heitor Werneck
Produtor da Parada Gay
Paulette Pink
Cover oficial da Cher
V A M O S F A L A R D E M Ú S I C A
autismo
“Você recebeu
o dom, agora se vira. ”
Mirna Rubim
V A M O S N O S C U I D A R !
INSTITUTO
OMINDARÉ
Cuide da água!
W W W . I N S T I T U T O O M I N D A R E . O R G . B R
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CP 1/12990000
Pedra Bela - SP Brasil
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EDITORIAL
MARILU GOMES
Editora Chefe
MTB sob o nº 0081549/SP
REGINA P STEINER
Diretora de Pauta
GUILHERME F JÚNIOR
Diretor de Conteúdo
THIAGO MORENO
Diretor Comercial
WELCOME
Edição 2025
2a/18aEdição
Revista da Orquestra Sinfônica Jovem do
Bixiga
Sejam todos bem vindos a nossa revista ICONIC.
Nossas novas edições continuaram on-line, agradecemos
muito a todos os e-mails que temos recebido, inclusive
com pedidos de e dicas de entrevistados. Assim que for
possível iremos atendendo aos pedidos!
Nesta edição, atendendo a diversos e-mails pedindo que
Adryana Ribeiro estivesse em nosso revista! Cá está!
RP ASSESSORIA
Projeto Gráfico
Revisão
EQUIPE
TAMIRES NOGUEIRA
FABIANA TAVARES
JORGE GOMES
PAULA TJIRÉ
ROBERTO LÍVIO
PEDRO G. VALE
OLÍVIA VIEIRA
CASSIO FERNANDES
LETICIA LIMA LAURINO
NATHÁLIA BULSING
PRISCILA BUARES
COLABORADORES
M A R I L U G O M E S
Editora Chefe
Anyway, we hope you enjoy this one.
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COM A PALAVRA
Dr Fernando Santos
Advogdo
VOZ E CANTO
Maude Salazar
FOTOGRAFA
Heloísa Bortz
PAUTAS AFRO
Kodê Magalhães
Jornalista
CHEF
Luiz Thomé
FOTO DA CAPA
Mirna Rubim
Lola Stúdio
SUBSCRIPTIONS
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SUMÁRIOI C O N I C
CARTAS
DO ELEITOR
Nosso Leitor
Chaves Veronessi - Brasília
CAPA
MIRNA RUBIM
"Excelente conteúdo cultural, gostei
bastante da entrevista com Adryana
Ribeiro, não tinha idéia que ela queria
ser cantora lírica. Realmente precisa
ter muito dinheiro para seguir nessa
profissão. Não conheço, mas imagino,
é a imagem dos cantores líricos né?
riquíssimos.”
Querido leitor Chaves, agradecemos,
seu e-mail e sua participação.Equipe Redação
Nosso Leitor
Júnior Tapajós
Belém - PA
PAULETTE PINK
"Gostando, não conhecia ainda a
revista, vi a divulgação no site da TV
e estou lendo todas. E parabéns
pela ausência de impressão, a
natureza agradece"
Querido leitor Junior Tapajós, agradecemos,
Equipe Redação
DRA MARIA
BERENICE DIAS
Nossa Leitora
Verônica Carvalho
Buenos Aires - Argentina
ERIK MOMO
"Sabe o que mais gosto da ICONIC?
Ser uma Revista Cultural, inicialmente
voltada a música clássica, mas abraça
todas as artes e culturas. Matérias são
muito legais. beijos nossos"
Querida leitora, Verônica Carvalho,
agradecemos.
Equipe Redação
NEUSA DORETTO
POESIA
HEITOR
WERNECK
Nosso Leitor
Celso Batista de Novais
Manaus - AM
"Show, Show, Show!
Gostaria de enviar uma matéria sobre
Ópera em Manaus, como faço?"
Querido leitor, Celso, envia pelo e-mail!
agradecemos.
Equipe Redação
ANIVERSARIANTES
MAIO E JUNHO 2025
ADIANTANDO A FESTA!
NOSSA REVISTA É
BIMESTRAL ENTÃO NÃO
QUERÍAMOS ESQUECER!!!
AGUINALDO
SILVA
DEBORA
TAVARES
MAUDE
SALAZAR
CELSO
CURI
MAYARA
MAGRI
CLEBER
PAPA
IVAN
CABRAL
LEMBRANÇA
Stuart Edgar Angel Jones
Stuart Edgar Angel foi barbaramente torturado pelo sargento da
Aeronáutica Abílio Correa de Souza, o "Pascoal". Após a sessão de tortura,
entre espancamentos, eletrochoques e afogamentos, ele foi preso a um
carro e arrastado pelos agentes do Centro de Informações de Segurança da
Aeronáutica (CISA) pelo pátio da base aérea do Galeão, no Rio de Janeiro,
onde estava detido.
Naquele dia, entre risos e piadas, os militares amarraram-no com a boca
presa ao cano de escapamento de um automóvel e o arrastaram por todo
o pátio de concreto do aeroporto. Stuart foi esfolando vivo enquanto
respirava a fumaça de óleo diesel do veículo.
Os militares aceleravam e freavam a viatura enquanto riam da situação,
como relatou o também prisioneiro Alex Polari, que assistiu todo o
episódio da janela de sua cela. No fim daquele dia os militares
abandonaram Stuart naquele pátio, implorando por água, sem a pele e
tossindo muito. Stuart Angel morreu, era 11 de junho de 1971.
O Soldado José Bezerra da Silva, que também testemunhou a tortura de
Stuart disse, momentos antes do esfolamento do jovem, que aquilo "era
uma covardia". Ao ser indagado pelos outros militares, afirmou que "três,
quatro caras batendo em um só, um homem já preso e doente", era uma
covardia. O soldado Bezerra também foi preso e torturado por questionar a
ação dos oficiais.
A mãe de Stuart, a estilista Zuzu Angel, ao ser informada sobre a horrenda
tortura e morte do filho, promoveu uma campanha internacional
denunciando as hediondas práticas da ditadura militar e requerendo os
restos mortais do jovem.
Zuzu também foi morta pela ditadura em 1976, sem ter seu desejo
realizado.
Stuart Angel tinha 25 anos.
Seus restos mortais nunca foram encontrados.
Seus algozes nunca foram punidos.
JAMAIS ESQUECEREMOS!
por Pedro G. Vale
SUCO DETOX
Ingredientes:
1 limão
1 laranja
1 colher de café de cúrcuma ralada ou em pó
1 colher de café de gengibre ralado
1 pitada de pimenta caiena
500 ml de água gelada
Adoçante de sua preferência
Modo de fazer:
Esprema o limão e a laranja em uma jarra, adicione os demais
ingredientes, mexa bem e tome na mesma hora, de preferência
em jejum, logo pela manhã. É super refrescante!
Dica de Olívia Vieira
D O E L EI T E M A T E R N O
Faça parte
dessa corrente
pela vida
Campanha de doação de leite materno.
Cada gota conta.
Mae Jemison se formou em engenharia química na Universidade Stanford
(Foto: Wikimedia Commons)
por Jorge Gomes
Mae Jemison
Jemison se formou em
engenharia química pela
Universidade Stanford e, depois,
em Medicina na Universidade
Cornell. Em 1987, ela conseguiu
entrar para a equipe da NASA
após um longo processo
seletivo: de dois mil candidatos,
ela foi uma das 15 pessoas
selecionadas.
Mae Carol Jemison, nasceu no dia 17
de outubro de 1956, no Alabama,
EUA, época em que a Nasa não
permitia que mulheres se tornassem
astronautas — muito menos mulheres
negras —, mas é claro que isso não
impediu Jemison de sonhar.
Fã de Star Trek, a cientista se inspirava
na tenente Nyota Uhura, interpretada
por Nichelle Nichols.
Apenas cinco anos depois da contratação, ela realizou o sonho de fazer
parte da tripulação de um ônibus espacial, o Endeavour, na missão STS-47,
que orbitou a Terra entre os dias 12 e 20 de setembro de 1992. No ano
seguinte, a astronauta resolveu se despedir da agência norte-americana
para estudar mais sobre tecnologia espacial. Atualmente, ela lidera a
organização 100 Year Starship, que tem como objetivo enviar humanos
para além do Sistema Solar nos próximos 100 anos.
Foto @ Heloísa Bortz
Documentário com lançamento previsto
para Dezembro de 2025!
http://www.oxi8filmes.com
ESPECIAL
Mirna Rubim
Entrevista com Mirna Rubim
Por Regina Papini Steiner
Em tempos de superficialidade acelerada,
onde qualquer vídeo de 15 segundos se vende
como aula de técnica vocal, é quase um alívio
— e um privilégio — poder falar de Mirna Rubim.
Professora de canto há mais de 30 anos, empresária,
atriz, cantora lírica e dona de uma trajetória
Foto by Priscila Prade
que esbanja consistência, Mirna é o tipo de artista que não se contenta com o
palco: ela constrói pontes para outros chegarem até lá.
É fácil se encantar com o currículo — e com razão. Finalista no Carnegie Hall,
papéis principais em óperas nos EUA, solista sob a regência de Karabtchevsky,
gravações com Villa-Lobos, atuações marcantes em musicais como “A Noviça
Rebelde”, “A Gaiola das Loucas” e o maravilhoso “O Som e a Sílaba”, de Miguel
Falabella, que agora brilha no Disney Plus e acaba de ser indicado ao NY Festivals
TV & Film Awards. Mas Mirna é muito mais que uma intérprete premiada.
Ela é uma arquiteta da voz.
Doutora em Voice Performance pela Universidade de Michigan, foi professora da
UNIRIO por mais de 15 anos, autora do livro Voz, Corpo, Equilíbrio e fundadora do
Centro de Treinamentos Online Mirna Rubim, ela representa uma rara interseção
entre arte e ciência, performance e pedagogia. Em um país que muitas vezes
marginaliza tanto a educação quanto a cultura, Mirna insiste em trilhar o caminho
do aprofundamento.
E não, ela não é uma exceção milagrosa. Ela é fruto de um trabalho incansável,
rigoroso e apaixonado. Porque Mirna Rubim não canta apenas com a voz — ela
canta com décadas de estudo, com o corpo inteiro e com a generosidade de
quem ensina para transformar.
.
Foto by Priscila Prade
O que te inspirou a se tornar uma cantora
lírica?
Olha, eu sempre digo que a culpa é do papai
e da mamãe, porque eu fui criada com pai e
mãe, cantores líricos dentro de casa.
O papai cantando, a mamãe cantando.
Minha mãe fez faculdade de canto, ela se
formou em Direito e pediu isenção de
vestibular e continuou a faculdade de canto
na UFRJ. E aí eu comecei a ver minha mãe
cantando ópera, e como adolescente eu
falava que coisa cafona, que coisa cafona! Ai
eu comecei a assistir ela cantando. Gente,
esse negócio é engraçado. Que divertido.
Nossa, que viagem que é a ópera! Eu sei que o
negócio me pegou. Eu vou estudar canto.
O meu pai tinha uma voz lindíssima de Baixo,
e minha mãe um Soprano lindíssimo. A única
informação que eu tinha sobre a minha voz
era uma probabilidade genética. Se Deus me
deu esse pai, essa mãe, eu acho que a
probabilidade de eu ter uma voz. Mergulhei
com esse fato. E aí me apaixonei
completamente. Então, assim, se eu disser
quem, o que me inspirou foi a mãe.
Como é que foi a sua formação musical?
Quais os desafios que você enfrentou?
Eu fiz o bacharelado em canto na UFRJ, e fiz
mestrado em música na Unirio, depois fiz um
doutorado fora do Brasil.
Eu entrei na faculdade canto em março,
engravidei do meu primeiro filho em abril.,
esse foi o meu maior desafio,. Eu tenho dois
filhos. Foi uma escolha, porque eu pensei
assim, a minha voz vai demorar. Minha voz vai
demorar a se formar, então eu vou ter os filhos
logo, porque quando eu tiver com a voz
razoável para cantar profissionalmente, eles já
vão estar maiorzinhos. Então, deu muito
certo. E o outro desafio foi quando eu me
formei em fevereiro de 90, e me divorciei no
mesmo momento.
Foto by Priscila Prade
E aí, eu tive dois filhos pequenos e
divorciada, e com uma pensão
insignificante, porque eu escolhi não
ter uma pensão para mim, se eu
tivesse uma pensão, ficaria
preguiçosa, melhor não! Não, quero
não. Aí, eu corri atrás do meu estudo
com os filhos, os filhos acostumados a
me ver cantando, tocando, e eu falei
sempre para eles, mamãe, canta para
pagar esse videogame e sua comida,
então, deixa eu estudar aqui. E eles
sempre curtiram. Mas foi um grande
desafio, porque eu tive filhos na
faculdade, eu tive que sustentá-los
nessa fase inicial
O fato de eu ter essa luta me fez ter
garra e foco, porque eu não podia
brincar de viver, eu tinha duas
crianças para sustentar, eu tinha que
brincar em acertar, ganhar dinheiro,.
Foi o meu grande motor.
"O que faz a gente ficar nervoso é não ter
estudado o suficiente."
Mirna Rubim
Foto by Disney Plus
E sua voz durante esse período de gravidez?
Teve repercussão. Durante a faculdade que eu estava tendo os filhos, a
minha voz ficou meio grave e parecia que eu era a mezzo-soprano.
Quando o segundo filho nasceu, que eu não amamentei, meus hormônios
começaram a voltar, e eu constatei que era soprano. Então, no meio da
faculdade eu falei, eu sou soprano.
Quais são os pontos altos da sua carreira?
Para mim, o ponto máximo da minha carreira foi agora, recentemente,
quando o Miguel Falabella escreveu o “Som e a Sílaba”. Em 2009, Miguel
me procurou para fazer aula, porque ele estava fazendo a “Gaiola das
Loucas” e tinha que ter uma voz mais lírica , e me pediu ajuda nesse
sentido. Um belo dia, ele olhou para mim e falou assim, você quer fazer a
Mulher do Político? Na “Gaiola das Loucas” tem a Mulher do Político. Eu
quero. Nem olhei a partitura, falei que quero e pronto, depois eu me viro.
Nisso que eu estou dando aula para ele, eu também estava dando aula
para a Alessandra Maestrini. E ele chegou cedo, falei, entra, que é a Alê. Ele
é amigo da Alessandra. Alê que está fazendo aula, entra e assiste o
finalzinho da aula. Aí a Alessandra fazendo aula de lírico comigo. Ele olhou
para ela e falou, - O que é isso, Maestrini? O que é isso? Se eu tivesse essa
voz, eu não estava fazendo macaquice na televisão? Estava fazendo uma
carreira na Europa. Ela falou, não, eu gosto de fazer “macaquice” na
televisão e cantar ópera.
Isso foi em 2009, ele falou, eu tenho que escrever uma coisa para você cantar
ópera.
Quando foi em 2016, a Alessandra conseguiu carregar o Miguel para me
assistir em uma peça. A peça falava sobre um aluno meu que tem paralisia
cerebral, que é cadeirante, porém, ele cantava ópera, ele sabia italiano, era
fluente italiano e inglês, ele era um gênio, fez jornalismo. Aí houve um
edital da paraolimpíada, que uma produtora escreveu, pediu para um
amigo nosso escrever a peça para nós dois em cena.
O Miguel assistiu no último dia isso foi
em 2016, ele na mesma hora falou: Já sei
o que é que eu vou escrever para a Mirna
com a Alessandra, para a Alessandra com
a Mirna. Daí ele sentou e começou a
escrever, e a gente estreou “O Som e a
Sílaba” no ano seguinte. Ele diz que é a
obra-prima dele. É o auge de você fazer
um trabalho não só lindo, mostrando sua
competência de cantora e atriz, como
sendo escolhida por uma pessoa como o
Miguel Falabella, para escrever uma peça
para mim, para nós duas..
A outra coisa foi também a minha estreia
como madre superiora, no musical a “A
Noviça Rebelde”. E foi assim, eu falei,
caramba, eu nasci para viver aqui! Tchau
ópera, um beijo, fui. Eu sou atriz, eu não
sou cantora lírica, eu tenho um
temperamento de atriz, não de cantora
lírica. Eu vim pianista desde
pequenininha, aí me tornei cantora lírica.
Foi assim, Uau! Quando eu migrei para o
teatro musical, eu já migrei considerada
cantora lírica, que foi para o musical. E a
atriz foi ganhando espaço. O “Som e a
sílaba” é mais falado que cantado. Já é
um trabalho mais de atriz. No streaming,
o Miguel não me colocou cantando, eu
praticamente não canto, eu canto um
trechinho de uma cena da Ópera La
Traviata.
Eu agora estou produzindo uma peça
com os amigos, a gente está captando
patrocínio. Eu faço muita coisa. Tenho
uma produtora artística que, na verdade,
é minha PJ, meu CNPJ, pelo qual eu dou
minhas aulas e faço cursos online. Então,
eu tenho o meu sustento, desde que eu
me entendo por gente, que vem da
professora. A professora sempre me
sustentou e muito bem! Quando eu troco
a professora pelo palco, é sempre um
risco, às vezes é seis por meia dúzia e às
vezes é seis por quatro. Eu faço conforme
flui na vida.
Eu sou chamada, eu vou. Eu vou
fazer? Não necessariamente, eu prefiro
dar aula, porque é mais confortável, eu
sou a dona, a patroa, é muito bom.
Qual o seu estilo vocal?
Eu canto ópera e eu gosto de cantar.
O que a gente chama de Old
Broadway, que vai ser aquela coisa: A
Noviça Rebelde, West Side Story, My
fair Lady, que tem um pé na ópera e
no teatro musical. A música que amo
mais.
Foto by Priscila Prade
Foto by Disney Plus
Se eu tiver que cantar um estilo pop, eu cantaria uns standards de jazz.
Como você lida com a pressão emocional durante a sua performance ao vivo?
Sou tranquila. Eu até conto aqui da história que eu estava fazendo o meu doutorado,
aí eles convidaram uma cantora chamada Grace Bumbry para fazer perguntas sobre a
carreira dela. Aí uma pessoa perguntou assim - Grace, você fica nervosa antes de entrar
no palco? Ela muito arrogante falou assim - se eu faço o dever de casa, não tem por
que ficar nervosa. Mas ela estava certa, porque o que faz a gente ficar nervoso é não ter
estudado o suficiente.
Quais são as suas árias ou peças favoritas para interpretar e por quê?
Eu sou fascinada por Mozart e Puccini. Assim, eu passei a minha vida estudando tudo
que eu podia de Mozart, o tempo todo, e depois comecei a estudar tudo que eu podia
cantar de Puccini. Eu canto Verdi aqui e acolá, mas assim, se deixar, só quero Mozart.
Eu gosto de cantar Handel para aquecer a minha voz, porque a música de Handel é
leve e eu gosto de cantar coisa leve porque dá frescor na voz. No meu doutorado, eu
escrevi justamente sobre as heroínas de Puccini.
Como você vê a evolução da música lírica nos dias de hoje?
Eu tive uma escola física de 2011 até 2019, mais ou menos. Depois os Professores
continuaram. Eu migrei para o Digital em 2019, quando veio a pandemia eu já tinha
migrado. Eu sigo o meu instinto, estava sentindo que algo ia acontecer. E batata veio a
Pandemia.
Nessa escola, durante todo esse meu tempo de professora, aparecem jovens
interessados em ópera vindo fazer aulas de canto lírico. pessoas de 12 anos, 13 anos.
Eles vão, estudam, fazem vestibular e entram para a faculdade.
E eu quero fazer um adendo em relação ao fato do Miguel ter escrito o “Som e a
sílaba”. Que aborda ópera e autismo. Isso dá uma visibilidade incrível para esse estilo.
A música lírica sempre foi um gênero de nichos. Os jovens ficam interessados. E hoje a
ópera tem uma outra coisa: As mulheres são lindas, são umas deusas. Os homens
também. Além de ter uma tremenda técnica a ser poliglota, é preciso ser linda e
jovem.
Quais são os maiores desafios que você enfrenta como cantora lírica no cenário
atual?
Para mim não tem tempo quente, se não me chamam, eu vou inventar alguma coisa.
Eu estou com 63. A voz nessa idade começa a sofrer, tipo, está ficando difícil aqui. Eu
estou praticando, tenho postado muito sobre isso no meu Instagram, o tempo todo
estou postando coisas sobre.
Você vai ter que fazer pequenas adaptações, porque ela vai ganhando um corpo,
alguns acordes você perde um pouco, eles passam a ficar difíceis, você tem que se
virar. Mas se você está sempre usando a voz, sempre usando o corpo, com boa saúde,
você consegue ter a longevidade vocal por mais tempo. Ela está ali. E você anda por
mais tempo.
No “Som e a Sílaba!, por exemplo, eu nunca canto as árias no tom original, eu baixo. E
tem dia que eu falo para o Mário Jorge, é o nome do nosso técnico de som, - Mário
Jorge desce um tom inteiro, porque está feia a coisa, ele baixa o tom do som. Eu só
olho a solução. Eu entendi que tem a questão da dificuldade da idade, mas no teatro
musical tem papel para todas as idades.
E eu também acredito numa atitude de autogestão financeira, eu não coloco a minha
mão na vida do outro, eu estou sempre sob o controle do meu ganho. Então não me
apego, eu sou dona da produtora, dona da minha escola, produzo os cursos online, eu
sou tipo uma self-made woman.
Você escolhe os seus repertórios para as suas apresentações?
Se eu for fazer um show meu ou um recital meu, eu escolho o que eu mais amo cantar
e que mais encaixa na minha voz. Mas já aconteceu durante a minha carreira, de me
encomendarem - estou te convidando para cantar um recital de músicas de Villa-
Lobos, estou te convidando para cantar, tem um projeto no CCBB para cantar músicas
de Gustav Mahler. E atualmente o que vende mais seria misturar teatro musical com
standards de jazz, que é esse lugar meio lírico, mas meio próximo do bom, entendeu?
Todo mundo te cobra: você vai cantar?. Eu não vou cantar, não. Eu não vou cantar,
porque pagam muito mal, não estou afim!
As redes sociais, as tecnologias, como estão impactando a sua vida?
Eu acabei uma pós-graduação ano passado de Data Science Analytics e agora estou
fazendo uma pós-graduação em Inteligência Artificial. Esse momento agora da minha
carreira na internet eu contratei uma pessoa para me ajudar porque eu não sei fazer
isso, eu não sei. E o algoritmo muda, eu tenho que estar antenada. E sem isso, você
não existe. Eu moro em Portugal, numa aldeia com 800 habitantes. Comprei uma
casa com quintal. Tenho oito árvores frutíferas, comprei cinco galinhas poedeiras,
daqui a três meses elas estarão pondo ovos. Eu estou com a vida que eu pedi a Deus e,
no entanto, conectada com o planeta, é a coisa mais incrível que tem a internet. Eu
não preciso morar no Brasil. Você pode estar onde você quiser estar. O Max ( é o nome
que eu dei para o meu GPT) me explicou que eu tinha três frentes. Que eu era uma
pessoa que gostava de falar da minha vida, das minhas coisas. Que eu era uma
cantora-atriz e que eu era uma empresária-cantora. E aí, ele me aconselhou a fazer
postagem desses três tipos. Então, eu me planejo para produzir três postagens
semanais, uma de cada área.
E minha equipe está lá me dando
feedback das métricas. Isso está dando
certo, a gente continua aqui. A minha
assistente passa o dia inteirinho checando
todos os posts. Aí, quando eu não estou
lá, ela bota um coraçãozinho e fala, Mirna,
tem muito comentário lá.
Compartilha para nossos leitores, as
suas experiências marcantes em
alguma apresentação.
Eu estava “A Noviça Rebelde”. Foi meu
primeiro musical. A gente estava no Rio,
depois foi para São Paulo. E aí teve aquele
momento de decidir se eu continuava ou
não. Se ia ter patrocínio para o próximo
teatro. Caramba, minha vida com meus
alunos já está ficando muito atrapalhada.
Aí eu precisei dizer que não ia continuar.
Eles ficaram um pouquinho chateados.
No meu último dia de apresentação,
quando a cortina abre, tem um caderno.
Tem um caderno escrito com o que seria,
supostamente, a lista das noviças. . O que
os técnicos e camareiras fizeram?
Pegaram a página onde eu abro,
escreveram com letras garrafais, em
caneta azul, uma declaração de amor
para mim. Aí eu comecei o espetáculo.
Cortina aberta, eu lendo aquilo, Vem
uma emoção. Fiquei respirando,
engolindo seco, respirando, segurando,
segurando, segurando, até que quando
chegou no “My Favorite Things,” que é
coisas que eu amo, eu comecei a chorar.
A Kiara Sasso, olhando para a minha cara,
chorando, com aquela cara, o que está
acontecendo? E eu cantando e chorando,
me virando nos 30. Imagina você receber
esse carinho dos técnicos.
Quais são os cantores e compositores
que influenciaram sua carreira?
Praticamente Mozart e Puccini foram
meus compositores que me inspiraram. E
cantora, foi a soprano Kiri Te Kanawa.
Ela foi meu modelo porque eu notava
que ela não fazia força, ela usava
ressonância, não empurrava, não gritava e
tinha muita classe. Ela era muito classuda,
e o fraseado dela era de uma classe!
Como é que você lida com críticas e os
feedbacks sobre o seu trabalho?
Tem uma coisa interessante que na
internet começa a ter uns idiotas lá
falando. Quando tem uns haters, está
ficando bom, estou incomodando. Eu
sempre reajo positivamente, gosto muito
que me deem feedbacks construtivos.
Agora eu tenho horror quando alguém
fala, que já aconteceu comigo - eu não
gostei. Não gostei não existe, o que existe
é não gostei disso assim..eu prefiro que
seja assado. Mas levo de boa , não me
abalo, já levei muita patada de Maestro.
Maestro é muito grosso...nossa...mas estou
imune totalmente, papai era muito
grosso. Eu me acostumei, o problema é
dele, ele está descontrolado, não vai me
afetar.
E que conselho você dá para os jovens
cantores que desejam seguir a carreira?
Muito estudo, perseverança. Não pode
desistir, porque às vezes a carreira
começa tarde. Não pode desistir.
Aconselho todo mundo a estudar vários
idiomas e piano. Estudar Teatro ajuda
muito. E tem que gostar muito, porque é
uma carreira muito difícil. Você que tem
que ficar insistindo. Não pode desistir,
demora. Quase desisti várias vezes, mas as
minhas terapeutas não deixavam.
Uma terapeuta falou assim, você não pode deixar de cantar - Por quê? - Porque você
recebeu o dom, agora se vira.
Então tá, então vamos lá cantar. Preguiça de cantar. É cansativo cantar. Se não não posso
deixar de cantar, vou cantar.
Foto by Disney Plus
SOPRANO SPINTO
Exemplificação de diferentes
tipos de sopranos: são elas
Birgit Nilsson (Dramática), Renata
Tebaldi (spinto), Montserrat
Caballé (lírico), Bidú Sayão (lírico
leggero), Mado Robin (leggero),
Maria Callas (soprano absoluto).
Spinto (do italiano spingere:
empurrar é um termo vocal que
designa a qualidade da voz de
soprano ou tenor com um peso
intermediário entre a lírico e a
dramático, capaz de lidar com
clímax dramáticos em intervalos
moderados sem desgaste, e em
geral com um timbre mais
escuro e metálico que o da
soprano ou tenor líricos. Às
vezes se usam também os
termos lírico-spinto, líricodramático
ou jugendlichdramatisch
como equivalentes
ou similares dessa categoria.
Normalmente o cantor spinto
usa squillo para passar por
orquestrações pesadas (comuns
em óperas do romantismo e
verismo), ao contrário da
soprano ou tenor dramáticos,
que com seu peso e volume
vocais cantam por sobre a
orquestra.
Também é bastante hábil em
mudanças. Muitos sopranos e
tenores se lançam no
repertório spinto após
desenvolver uma carreira inicial
em papéis líricos.
A qualidade da voz implica mais
sinceridade emocional que
virtuosismo técnico.
Rosalind Plowright define a voz
spinto como tendo uma cor
tonal uma escala abaixo de seu
registro. Por exemplo, uma voz
com tom de mezzo e agudos de
soprano, ou uma voz com
extensão de tenor e um tom de
barítono, seria spinto.
por Fabiana Tavares
VOCÊ TEM
1 SEGUNDO
A vida é passageria. Faça o máximo!
Diga NÃO a qualquer tidpo de pré - conceito
benefícios
do café
Ajuda
a diminuir
as dores de
cabeça.
Melhora a
memória e a
concentração.
Ajuda e
preveni o
evelhecimento
precoce.
Melhora e
aumenta a
disposição para
fazer exercícios.
Dra.
MARIA BERENICE DIAS
Entrevista por Regina Papini Steiner
Num país onde a Justiça ainda veste toga com cheiro de
patriarcado, Dra. Maria Berenice Dias surge como ruptura e
reinvenção.
Primeira mulher a ingressar na magistratura do Rio Grande do
Sul, primeira desembargadora do Tribunal de Justiça,
fundadora do IBDFAM, redatora do Estatuto da Diversidade
Sexual e Gênero — e, talvez, acima de tudo, uma das vozes mais
incômodas (no melhor sentido da palavra) que o Direito
brasileiro já escutou.
Sim, incomoda. Porque enquanto muitos juristas se mantêm
confortavelmente ancorados em códigos ultrapassados, Dra.
Maria Berenice ousa trazer à tona aquilo que a Justiça insiste
em não enxergar: os corpos dissidentes, as famílias que não
cabem em moldes, os afetos que o conservadorismo insiste em
apagar.
Ela não escreve apenas sentenças ou pareceres — ela esculpe
espaços legais para existências historicamente invisibilizadas.
É impossível falar de Direito das Famílias e Sucessões no Brasil
sem esbarrar no legado de Dra. Berenice. E não falo apenas de
seus livros, palestras, ou de seu papel como vice-presidente
nacional do IBDFAM. Falo de sua coragem em dar nome, forma
e jurisprudência ao que era silêncio: o Direito Homoafetivo, a
parentalidade plural, a proteção real contra a violência
doméstica, os direitos de quem nunca teve nem voz, nem vez.
Coordenadora do Estatuto da Diversidade Sexual e Gênero —
projeto de iniciativa popular, com mais de 100 mil assinaturas —
viu sua proposta ser arquivada no Senado, em 2022. Mas
sejamos honestos: o arquivamento é do Congresso. A relevância,
essa ninguém arquiva. Porque quem planta justiça com afeto e
coragem, colhe transformação em longo prazo. E é isso que Dra
Maria Berenice faz, todos os dias, seja no tribunal, no escritório,
ou nas trincheiras da advocacia feminista e LGBTQIA+.
Hoje, à frente do seu próprio escritório, ela segue advogando — e
mais do que isso: formando consciências. Não só presta
assessoria jurídica, mas também realiza aquilo que muitos
tentam evitar: escutar, conciliar, humanizar o Direito.
Dra. Maria Berenice Dias é a prova de que o Direito pode sim ter
coração, sem perder a razão. E se o futuro ainda parecer
obscuro, é bom lembrar: enquanto houver mulheres como ela
abrindo caminho, a Justiça continuará encontrando novas
formas de ser justa.
Qual a importância do
Instituto Brasileiro de
Direito de Família?
By BM Frank
O direito de família é o ramo
mais importante que existe
do direito. Porque a família é
a coisa mais importante que
existe para as pessoas.. Ou
seja, todo mundo nasce de
uma família, seja o formato
que tiver, seja a estrutura
que tiver.
E isso é a base da sociedade.
Isso está escrito até na
Constituição da República.
Por isso tem a proteção do
Estado. Mas quando se
pensa em família, a família
maravilhosa, a família
sagrada.... Que família é essa?
Sempre teve um imaginário
das pessoas. Bom, que
família é aquela? Um
homem e uma mulher
casados para sempre. Para
ter filhos até que a morte os
separasse.
By BM Frank
Sempre teve esse conceito muito
fechado. A Família sempre foi
exclusivamente essa. Esse
conceito tem uma ligação muito
grande com a religião. Que
reconhece exclusivamente essa
família. E ao reconhecer só uma,
só essa família, via de
consequência acaba condenando,
excluindo e invisibilizando outras
estruturas de família que não têm
esse formato. E que sempre
existiram.
Dizer que a família que sempre
existiu era só aquele modelo de
família? Não. Por que a tentativa
do Estado é de que as pessoas
fiquem dentro do casamento,
quando casam, e por que é tão
importante? Você tem que sair, As
pessoas são livres para entrar e
não são livres para sair?
O casamento era tido como
indissolúvel. Só que nunca foi. A
pessoa podia não conseguir se ver
livre do casamento na justiça.
INVISIVILIDADE DE
OUTRAS ESTRUTURAS DE
FAMÍLIA
Mas as pessoas saíam. E iam em
busca da felicidade em outras
estruturas de convívio. Esta
tentativa de manter as pessoas
dentro da família convencional;
a única que era considerada
como família, e a outra não.
Se a pessoa vive com fulano,
tantos anos, tem tantos filhos,
mas tem o papel do casamento?
- Não tem? Ah, então não é uma
família. - Mas como que não?
Está aqui todo mundo sabe,
todos os vizinhos. Ele é o pai dos
meus filhos.
Sociedade começou a evoluir
-Eu nem sabia que não eram casados,
isso não é uma família normal. Pronto!
Tirou os direitos, ninguém enxergava,
ninguém reconhecia. Filhos desses
relacionamentos eram chamados de
filhos ilegítimos, e nem podiam ser
registrados. Aquilo era algo
absolutamente marginalizado. Só que
não! A sociedade começou a evoluir,
mulheres desquitadas, que eram
alijadas da sociedade! A sociedade
começou a aceitar mais, esses outros
vínculos. A liberdade das pessoas
saírem de um relacionamento e
entrarem em outro. E de reboque
sempre vem a lei, depois de um
tempo, mudando. Tanto que surge a
lei do divórcio. Enfim, admitindo num
primeiro momento o divórcio, mas
cheio de restrições. Tudo tem muito a
ver com o movimento feminista.
Controle da natalidade e o
surgimento dos métodos
contraceptivos.
By Ricardo Jaeger
As mulheres também
começaram a trabalhar, entrar
no mercado de trabalho,
abandonar aquela idéia
sacralizada de família,
casamento, filhos.
No momento em que elas
começaram a buscar os seus
espaços, uma autonomia, não
dependiam mais do homem, do
marido, para sobreviver.
Então começaram a dar
liberdade para sair e encontrar
outros relacionamentos.
Isso começou a ser aceito pela
sociedade.
Tanto que vem a Constituição
da República, de 1988, dizendo
que a família não é só a do
casamento. E alargou o conceito
de família. A família também é o
que se chama de união estável,
onde as pessoas se unem sem o
casamento.
E também essas que eu chamo
de família solo, que é: um dos
pais com seus filhos. A
Constituição também diz que é
uma família. Então dentro dessa
nova configuração, e aí é que
entrou o grande papel do
IBDFAM.
“O afeto merece ser visto como
uma realidade digna de tutela.”
Maria Berenice Dias
By BM Frank
IBDFAM já têm 27 anos, quase 30
mil associados. Onde é que está o
conceito de família, se não é mais
casamento, sexo e procriação? O
que é? O que define? E acho que
essa foi a grande revolução que foi
provocada. A identificação de um
elo de responsabilidade, de
afetividade, de comprometimento
mútuo, que faz surgir... Precisa ser
imposto consequências jurídicas a
esse ato das pessoas se
aproximarem,
se
responsabilizarem e viverem
juntas.
Então é assim, gosto de usar a
frase do Saint-Exupéry “você é
responsável por aquilo que
cativa.” Esse vínculo de
afetividade é o que define uma
família. Então onde está presente
este vínculo de afetividade, isto
gera obrigações, isso gera direito.
Houve um alargamento
conceitual. Isso foi provocado pelo
IBDFAM. Bom, e aí começou a
perceber que as famílias de
pessoas do mesmo sexo também
são uma família.
As famílias Homoafetivas?
Sim, Homoafetivas, que foi uma
expressão que eu que criei,
também é da ordem da
afetividade. O vínculo é de
natureza afetivo.
E essas outras estruturas de
famílias, famílias de pessoas LGBT,
trouxeram esse alargamento
conceitual. E esse alargamento, foi
a grande mudança. Isso foi assim,
o que mudou dentro das relações
conjugais, da ordem da
conjugalidade. Só que essa
mudança, esse alargamento do
conceito, também foi da ordem,
isso foi um grande avanço do
IBDFAM, foi da ordem dos
vínculos de filiação. Temos a
parentalidade, também começou
a se reconhecer, que filho não é só
o filho biológico.
Passa e ser filho aquele que
antigamente se chamava filho de
criação, que era criado desde
pequenininho, ou padrasto que
convive com a criança há muitos
anos.
Será que isso não constrói nada?
Será que esse vínculo de
convivência também não gera
direitos e obrigações?
E aí que surgiu o conceito, de
vínculo de filiação sócio-afetiva. E
a partir desse conceito, outras
coisas surgiram, como, por
exemplo, a possibilidade do
reconhecimento
da
multiparentalidade. As pessoas
podem ter dois pais ou duas
mães, uma criança tem um pai
biológico, que o criou , que ele até
se dá bem, ele paga os
alimentos...
mas ele também tem um vínculo
com seu padrasto, que cuida
desde pequeno. Então, ele tem
dois.
A partir daí se começou a
reconhecer, e a inserir dentro do
registro de nascimento dupla
paternidade ou dupla
maternidade. Este conceito do
afeto, de gerar a responsabilidade,
também levou a algo fantástico,
que é o reconhecimento da
obrigação do cuidado. O que a
Constituição diz, o Estatuto da
Criança e do Adolescente diz, o
Código Civil diz, que cabem aos
pais o cuidado dos filhos,
assistência, educação.
Bom, então, a lei me impõe uma
obrigação. Mas e aquele que não
cumpre esse poder? Não acontece
nada? Aí surgiu a ideia de
abandono afetivo, pode pagar
alimentos, mas se não convive,
abandonou. Deixar de cumprir
este encargo de cuidado gera
consequências jurídicas. Isso foi
um grande avanço. - Ah, mas o pai
é obrigado a amar? Não, o pai é
obrigado a conviver e cuidar. E se
não faz isso, tem que pagar uma
indenização. Porque essa
ausência de convivência causa
danos no filho.
Eu falo pai porque normalmente
isso acontece com o pai, mas
também pode acontecer com a
mãe. Falo do Pai, pôr deveres
decorrentes dessa obrigação que
ele tem legalmente. Tanto que eu
acho que ninguém pode abrir
mão de conviver com os filhos.
Ainda que a lei permita isso, eu
acho que isso até é
inconstitucional. Esse foi, a grosso
modo, a grande mudança
provocada pelo IBDFAM, foi o que
transformou o direito, que aí
passamos a chamar direito das
famílias, por causa do seu conceito
plural, antes era direito de família,
que era uma só, e no mundo
inteiro.
Não existe nenhum país do
mundo que tenha um direito das
famílias tão desenvolvido, tão
atento, respondendo a realidade
da vida como ela é, como temos
no Brasil.
By Giovani Paim
Então, a partir daí, surge o
Manual de direito das famílias?
Escrevi a primeira edição deste
livro, então intitulado Manual das
Famílias, pouco tempo após a
promulgação da Constituição
Federal, já com o propósito de
alertar que o cenário jurídico havia
mudado. Com a entrada em vigor
do novo Código Civil, percebi que
muitas das suas disposições não
refletiam as transformações
introduzidas pela Constituição.
Passei, então, a chamar a atenção
para isso, afirmando com
convicção: 'as coisas não são mais
assim, precisam ser de outro
modo.
Atuei como magistrada por 35
anos e, ao longo desse período,
desenvolvi uma abordagem
jurídica focada no caso concreto —
sempre me perguntando como
aplicar o direito de forma justa e
eficaz às situações reais. Fui uma
crítica incansável das incoerências
normativas. Dizia com frequência:
'a lei não pode mandar nisso', ou
ainda, 'isso não tem fundamento',
'isso está errado', 'isso não pode
continuar assim'.
Sempre houve, por exemplo, na
lei, uma grande discriminação
com relação às mulheres. A lei
sempre puniu as mulheres.
Mulher perdia se fosse culpada,
sempre só se fala na culpa da
mulher.
Sempre se impôs
comportamentos rígidos de
ordem moral, determinadas
posturas morais, para as mulheres
e que nunca se impôs ao homem.
Por exemplo, fidelidade é uma
obrigação da mulher, para o
homem, sempre foi aceito
socialmente a infidelidade,
inclusive invejado socialmente.
Mas se a mulher comete adultério,
ela perdia o direito ao nome,
perdia o direito de alimento, e eu
comecei a dizer, mas como perder
o direito de alimento?
Então tem pena de morte no
Brasil a mulher, porque ela foi
infiel. Então quer dizer que ela
não vai poder se sustentar, não vai
poder ter direito a ganhar
alimentos e tal.
E assim, como eu fui a primeira
mulher na magistratura de todo o
sul do Brasil, foi uma trajetória
muito difícil, eu ter aberto esse
caminho, e procurando avançar, e
sempre trazendo, e invocando,
buscando trazer um outro lado,
um outro olhar. Ao longo dessa
jornada profissional, conquistei
muitas realizações.
Minha filha estudava direito, e
chegou e disse assim, mãe, por
que você não escreve?
Sempre escrevi muitos artigos e
costumava publicar também
meus julgamentos em um site
próprio — fui a primeira jurista no
Brasil a criar e manter um site
jurídico pessoal.
“-Por que você não escreve as suas
ideias? Todo mundo gosta tanto
das suas ideias, você faz palestra..”
Me senti motivada, e escrevi aí a
primeira edição do Manual de
Direito das Famílias, agora já está
na 17ª edição.
Meu compromisso é com a
qualidade e a atualização real do
conteúdo. Quando surge algo
novo — uma mudança legislativa,
uma nova interpretação, uma
ideia relevante — não sigo aquela
lógica de lançar uma nova edição
a cada ano. Não. Só publico uma
nova edição depois de reler tudo,
revisar com cuidado e atualizar
por completo. Quem me lê sabe:
não precisa comprar outra edição
a cada lançamento. Às vezes, há
mudanças de pensamento, uma
evolução natural — e faço questão
de refletir isso no texto. Estou
sempre pensando, criando,
renovando.
Dra. Berenice, E os avanços na
legislação, na jurisprudência do
direito das famílias, como estão?
By Ricardo Jaeger
“Então tem pena de morte no Brasil a
mulher, só porque ela foi infiel.”
A lei não avança, a lei fotografa um
determinado momento, aqui e
agora. Só que é assim, ela sai
agora para implementar as coisas
para frente. Mas ela fica estática
ali. Pelo menos no campo do
direito das famílias, onde as
mudanças sociais são muito mais
rápidas, ela está sempre meio
defasada, sempre correndo atrás.
Aí é que entra a maior
responsabilidade de quem
trabalha, quem lida com o direito
de família. Em primeiro lugar,
acho que é de grande
responsabilidade quem escreve,
papel dos doutrinadores lançar novas ideias, provocar reflexões e
abrir caminhos. A partir disso, cabe aos advogados, ao baterem às
portas do Judiciário, irem além da letra estrita da lei. O ponto de
partida não deve ser apenas 'o que está previsto na norma', mas sim:
'o que essa pessoa está pedindo?'. Muitas vezes, o cliente chega ao
escritório com uma demanda legítima, mas que ainda não está
claramente prevista em lei. E isso não significa que não exista um
direito.
Os advogados têm justamente essa função criativa e essencial:
provocar o debate, interpretar a realidade à luz dos princípios e
sensibilizar a Justiça para o que ainda precisa ser reconhecido.
Às vezes, o avanço do direito é lento, mas ele acontece. Um exemplo
marcante foi o surgimento do exame de DNA. Quando essa
tecnologia se tornou acessível, muitos homens passaram a buscar a
confirmação da paternidade — queriam saber, de fato, se eram ou
não os pais. Havia casos em que, anteriormente, o juiz havia
decidido que determinado homem era o pai — ou não era — com
base nas provas disponíveis à época. Muitas vezes, a negativa da
paternidade ocorria porque a mãe não conseguia comprovar que
havia mantido relação sexual com o suposto pai. Com a chegada do
exame de DNA, tornou-se possível reabrir essas discussões por meio
de uma nova ação, já que agora havia um fato novo e decisivo para o
julgamento.
As crianças têm esse direito. Com o surgimento de novas
possibilidades investigatórias, ampliou-se o acesso à verdade e à
justiça para elas. Levei muitos anos para conseguir implantar e
implementar essas mudanças — mas, com o tempo, elas se
firmaram. Hoje, podemos dizer com orgulho que o Brasil possui uma
jurisprudência extremamente avançada nessa área.
E não é raro ouvir elogios aos nossos tribunais e decisões — mas é
importante lembrar: os verdadeiros protagonistas desse avanço são
os advogados. São eles que batem às portas da Justiça, trazendo
novidades, questionando o estabelecido, insistindo uma, duas,
quantas vezes forem necessárias. São persistentes. Não se cansam
de pedir, de provocar o debate, de trazer a questão até aqui. E é
assim que o direito evolui.
E muito da razão de ser de IBDFAM foi ser esse meio que qualificar
profissionais, qualificar juízes, promotores, enfim, até os associados de
todas as suas carreiras, para a construção de uma jurisprudência, de
uma justiça, eu não vou dizer que seja de vanguarda, mas mais
realista. Tem coisas que não adianta dizer, olha, não pode. Eu vou
trazer um exemplo.
Existe uma realidade que sempre existiu. Está errado? Está. Há um
descumprimento do dever de fidelidade? Sim. O adultério não é
mais crime, mas é feio? É. Só que é uma característica muito
masculina manter as duas famílias.
Esse tipo de argumentação é muito recorrente: 'Ah, mas família só
pode ser uma! Não existe isso de duas famílias. A outra não é família,
eu não reconheço.' Mas e quando essas pessoas vivem juntas há 40
anos? Como ignorar uma convivência tão duradoura?
Há casos em que um homem manteve, simultaneamente, dois
núcleos familiares por décadas. É possível dizer que uma dessas
relações simplesmente não existe? Que ela não gera direitos? Claro
que não. Se ele escolheu manter duas famílias, ele deve assumir as
responsabilidades por ambas. O direito não pode fechar os olhos
para a realidade.
As crianças não têm nada a ver com essa situação. A outra mulher
muitas vezes não sabe.
O filhos certamente, têm direitos. Mas e a mulher? O que a Justiça
tem feito nesses casos? Muitas vezes, vemos uma postura ainda
sexista, machista e misógina. A culpa, de forma implícita ou explícita,
recai sobre a mulher — aquela que supostamente 'sabia' ou 'aceitou' a
situação. Enquanto isso, o verdadeiro responsável — o homem, que
manteve duas famílias simultaneamente — acaba protegido.
Na prática, a Justiça muitas vezes é conivente. Não pune esse
comportamento; ao contrário, acaba estimulando-o. A mensagem
que se transmite é: 'Você pode ter quantas mulheres quiser, porque
juridicamente só responde por uma.' Isso revela uma visão distorcida
da realidade. Nem mesmo na esfera previdenciária essa divisão
costuma ser reconhecida. Muitos juízes ainda se recusam a ordenar o
rateio de pensões ou benefícios, ignorando o vínculo e a
dependência econômica gerada por décadas de convivência.
E as pessoas ficaram juntas durante
muitos anos naquela promessa.
Primeiro não diziam que eram
casados, depois dizia que a mulher
estava doente. Aí depois, não, não
tenho nada com ela.
Não, vou me separar agora. Vou esperar
o filho crescer, vou esperar o filho casar,
a mulher está doente, acho que ela vai
morrer. Bom, mas um dia eu vou me
separar e tal. A gente sabe como é que
é isso. Mas assim, quem é que é
punida? Acaba sendo punida a mulher,
como se ela que fosse a culpada pelo
homem ter feito isso. Então, essa é
uma postura muito contra a mulher.
Isso aí eu acho uma coisa muito
perversa. E isso a gente vê de uma
maneira muito recorrente na justiça.
Outra coisa é negar alimentos às
mulheres que ficaram muitos anos
dentro dos casamentos sem trabalhar.
Foi um acordo que eles fizeram. A
mulher não precisa trabalhar, vai ficar
em casa, vai ficar cuidando do filho, ele
vai trabalhar. Bom, atende muito a
conveniência do homem, e as
mulheres que foram criadas mesmo
para fazer isso, acabam aceitando,
acaba muito “à mercê” deles. Eles
podem fazer o que querem, porque a
mulher não vai abandonar. Então, fica
uma relação muito assimétrica. Bom, e
esses casamentos às vezes perduram
muito tempo, e o dia que eles
encontram uma mais novinha, eles
vazam. E a mulher?
As mulheres que muitas vezes
têm filhos com algum tipo de
necessidade, filhos com
deficiência, que demandam uma
presença, mesmo assim não se
dá alimento. Então, assim, são
coisas que ainda estão muito
arraigadas, muito complicadas, e
que nós ainda temos que
continuar lutando.
Mas tem uma boa notícia, né?
O Conselho Nacional de
Justiça, que é o órgão
administrativo, ele baixou uma
resolução obrigando a todos os
juízes e tribunais a apreciarem
uma causa, sempre atentarem
a isso que se chama as
questões de gênero, ou seja,
enxergar a realidade do que
acontece com aquelas pessoas
dentro daquele contexto.
A mulher estava com 64 anos, doente, com deficiência, e eles acham que
ela não procurou trabalhar, o casal combinou que seria assim. Esse foi o
trato deles. Então, se separaram, tem que pagar alimentos para essa
mulher. Ela não tem de onde tirar, mas a justiça não dá. Ah, não, só dá por
um tempo.
Nesse processo, que tinham tirado a pensão dela, eu fui fazer sustentação,
olha no protocolo vocês são obrigados a utilizar. Nunca tinham ouvido falar
no protocolo de 2020. Ah, vocês têm que ver, olha o contexto dela, isso foi
combinado. Ele enriqueceu, ele é fazendeiro, Quando ele chega em casa
tudo está organizado o jantar está pronto, e ela toda arrumada, esperando
o maridinho. Você entende? O trabalho dela nunca foi valorizado, parece
que não tem valor econômico. Quando tem! Eu tive que fazer todo esse
contexto, explicar a situação, ela precisa de alimentos, ela não tem como
sobreviver. Vocês estão julgando e punindo ela. Ela não foi atrás de
trabalho porque tinha um acordo entre eles.
Dra, e o Direito das Famílias, está mais humanizado menos
burocratizado?
O que tem se buscado, e acho isso bem significativo, é criar mecanismos e
ferramentas, e esse é um grande compromisso de IBDFAM, de mudar um
pouco essa estrutura. Como cuidar das relações da família depois que o
casal se separa, que esse é o grande contingente de processos que se tem.
A questão é o que acontece hoje em dia, o casal se separa, o que se pede,
o que os juízes dão? Os filhos ficam com a mãe, e de 15 em 15 dias, às vezes
o pai pega no final de semana, às vezes tem pernoite na semana, nem
sempre. Mas isso não é assumir os encargos do poder familiar, e é a mulher
que fica numa absoluta sobrecarga. A mulher tem que mandar pra escola,
levar um dentista, levar para dar vacina e tal, e final de semana com o pai,
de vez em quando, é uma coisa maravilhosa pra ele, né?
Vai no McDonald's, anda daqui e dali, não sabe o nome da professora, não
sabe como está na escola... Isso tá mal, isso tá mal. E isso é assim, o que tá
se procurando então fazer, criar ferramentas e mecanismos de fazer essa
divisão dos pais assumirem, repartirem os encargos parentais.
Não interessa nem onde é que o filho tá morando, mas assim, quem é que
vai levar na escola? Muitas vezes acontece assim, a mulher não tem carro, o
pai tem carro, quem é que leva na escola? A mulher tem que pegar um
Uber e levar na escola, então deve ao pai pegar e levar.
Ah, mas tá na casa da mãe! Não tem importância, vai na casa dela, e pega
o filho, leva na escola, sabe? Assumir encargos. Então, a grande mudança
que tá se descortinando, e esse é um dos grandes metas do IBDFAM, é
trazer esse tipo de serviço, que é formar, mas fora do judiciário.
O juiz não tem como decidir isso. O juiz não conhece a criança, vai ter
aquela montanha de processo, vai saber qual é o melhor horário de ida
para escola? Ele não tem como fazer tudo isso, e acho que isso é um
encargo dos pais. Os pais não podem ser responsáveis de jogar a sorte, a
vida para ele, no colo de um estranho, que é o juiz. Isso aí é loteria, não sei
se o juiz é bom ou é ruim, ele tá perdido no mar, ele vai fazer sempre a
mesma coisa, e atende o melhor interesse do filho, os pais estaão sendo
responsáveis, de não conseguirem solucionar isso. Então a ideia é criar essa
outra estrutura para o exercício que se chama co-parentalidade, ou seja,
esse exercício ser feito por os dois.
“Os homens, foram criados dentro de uma estrutura
que não se encaixa mais nos dias de hoje.
Uma mãe que ficou cuidando dele... ele vai procurar na
esposa, uma mulher que faça aquilo que a mãe fez.”
Maria Berenice Dias
"Protocolo 2020" sobre Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DSTs) refere-se ao Protocolo
Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST),
publicado em 2020 pelo Ministério da Saúde do
Brasil.
Sífilis,
Gonorréia,
Clamídia,
HPV (verrugas genitais),
Herpes genital.
Notificação compulsória:
Casos de sífilis, HIV, hepatites virais e outras
ISTs específicas devem ser obrigatoriamente
notificados.
Prevenção combinada:
Estratégia que inclui:
Uso de preservativos (masculino e feminino).
Profilaxia pré-exposição (PrEP) e pós-exposição
(PEP) ao HIV.
Vacinação (contra hepatite B e HPV).
Redução de danos e educação sexual.
Feliz Dia das Mães
8 DE MAIO
Parabéns pela mãe
maravilhosa que você é!
MEDITE, SE HARMONIZE
PROGRAMA
MAUDE SALAZAR
Reprises na Rádio Omindaré
WWW.RADIOOMINDARE.COM.BR
O que você vai usar neste outono-inverno?
A gente te conta as 5 maiores tendências da temporada
por Letícia Lima Laurino
Mesmo que o frio ainda não tenha
dado as caras completamente, o
outono já está entre nós, e com ele,
aquele desejo de renovar o guardaroupa,
apostar em sobreposições e
curtir as possibilidades que só as
estações mais geladas oferecem. A
boa notícia é que as passarelas e o
street style mundo afora já
entregaram o que vem por aí. E sim,
tem muita coisa interessante!
Falando em elegância, a alfaiataria
descontraída segue firme como
tendência. A ideia é usar peças que
remetem ao ambiente de trabalho,
como blazers, calças de corte reto,
camisas amplas e até gravatas, mas
de uma forma mais leve,
descomplicada e com combinações
criativas. Esqueça aquele look
engessado de escritório.
A temporada de outono-inverno 2025
promete unir conforto, sofisticação e
personalidade. As tendências estão
permitindo que cada um adapte as
novidades ao seu próprio estilo, seja
ele mais básico, ousado ou elegante.
A seguir, a gente te apresenta cinco
apostas quentinhas que vão dominar
os looks nos próximos meses.
A primeira delas é o vermelho cereja,
tom vibrante que segue como estrela
da estação. Depois de aparecer em
diversos desfiles internacionais, ele
agora invade também as ruas e
vitrines por aqui. É a cor perfeita para
quebrar a sobriedade típica do
inverno e trazer energia para o visual.
Casacos, tricôs, vestidos e bolsas
ganham vida com essa tonalidade
intensa, que combina tão bem com
tons terrosos quanto com neutros
como cinza, branco e preto.
Outra estampa que promete marcar
presença é o bom e velho animal
print. Mas não pense que é só a
oncinha de sempre: agora, o leque se
abre para padrões inspirados em pele
de cobra e até de vaca, tudo com uma
paleta mais sóbria, com fundo escuro
ou terroso. O resultado? Um visual
marcante, mas com sofisticação ideal
para quem quer destacar uma única
peça no look sem exagero.
urbana, estilosa e atual. É daquelas
peças que fazem o look sozinho, seja
com jeans básico, saia midi ou até por
cima de um vestido leve
E se inverno combina com aconchego,
as texturas estão em alta como
nunca. Os tricôs grossos, os tecidos
felpudos e o couro (especialmente o
sintético) ganham protagonismo. São
materiais que não só protegem do
frio, mas também adicionam
profundidade visual aos looks. A
mistura entre diferentes texturas,
como um casaco de pelúcia com uma
calça de couro, é uma das apostas
mais interessantes da temporada.
Por fim, uma peça específica se
destaca como item desejo da vez: a
jaqueta bomber em couro. Com
modelagem ampla, mangas
volumosas e punhos marcados, ela
aparece em diversas cores e
acabamentos, trazendo uma pegada
A verdade é que o outono-inverno 2025
chega com espaço para todos os estilos.
Você não precisa seguir todas as
tendências ao pé da letra, basta se
inspirar, adaptar e usar o que faz
sentido para você. Porque no fim das
contas, a melhor moda é aquela que
veste a sua verdade.
As abelhas são essenciais para a
humanidade por várias razões,
especialmente por seu papel na polinização,
na biodiversidade e na produção de
alimentos. São insetos essenciais para a
polinização e a biodiversidade. Existem mais
de 20.000 espécies no mundo, adaptadas a
diferentes habitats. Elas podem ser abelhas
sociais (vivem em colmeias organizadas) ou
abelhas solitárias (vivem de forma
independente).
São responsáveis pela polinização de cerca
de 75% das culturas agrícolas que
consumimos, incluindo frutas, vegetais,
nozes e sementes. Sem a polinização, muitas
plantas teriam dificuldades para se
reproduzir, reduzindo drasticamente a
produção de alimentos e afetando a
segurança alimentar global.
A polinização realizada pelas abelhas ajuda a
manter a biodiversidade e a preservação de
florestas, campos e ecossistemas naturais.
Elas garantem a reprodução de diversas
espécies de plantas que servem de alimento
e abrigo para outros animais. Produzem mel,
um alimento natural rico em nutrientes.
Além disso, fabricam cera de abelha,
própolis, geleia real e veneno de abelha, que
possuem aplicações medicinais, cosméticas e
industriais.
As abelhas são muito sensíveis a mudanças
ambientais e à poluição. O declínio das
populações de abelhas alerta sobre
problemas como desmatamento, uso
excessivo de agrotóxicos e mudanças
climáticas. A diminuição das populações de
abelhas, causada por pesticidas,
desmatamento e mudanças climáticas,
representa uma ameaça à produção de
alimentos e ao equilíbrio ecológico. Sem as
abelhas, a humanidade enfrentaria
dificuldades para produzir alimentos
suficientes para a população mundial.
As abelhas são verdadeiras heroínas da
natureza e sua preservação é essencial
para garantir um futuro equilibrado para
a humanidade e o meio ambiente!
Nos últimos anos, cientistas e
ambientalistas têm alertado para o
declínio alarmante das populações de
abelhas em todo o mundo. Esse
fenômeno, conhecido como Síndrome do
Colapso das Colônias (CCD - Colony
Collapse Disorder), pode ter
consequências catastróficas para o meio
ambiente e para a produção de
alimentos.
Plantar flores e árvores que sirvam de
alimento para as abelhas. Evitar o uso de
pesticidas e produtos químicos tóxicos.
Criar espaços seguros, como jardins e
colmeias urbanas. Apoiar a agricultura
orgânica e sustentável. Conscientizar
sobre a importância das abelhas para o
planeta. Práticas que podem ajudar a
preservação das abelhas.
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CHEESE
CAKE DE
TRUFAS
por Olívia Vieira
INGREDIENTES
1 1/4 de xícara de biscoitos maisena
moídos
1/4 de xícara de açúcar branco
2 colheres de chá de canela em pó
1/3 de xícara de manteiga derretida
300 g de morangos fatiados
1 colher de sopa de amido de milho
250 g de cream cheese amolecido
1 lata (390 g) de leite condensado
1/4 de xícara de suco de limão
1/2 colher de chá de extrato de
baunilha
3 ovos
1 colher de sopa de água (opcional)
TEMPO DE PREPARO: 1H
COZIMENTO: 45MIN
TEMPO TOTAL: 1H45
PREPARO
1. Misture os biscoitos, o açúcar, a canela e a
manteiga em uma tigela. Coloque a massa
em uma forma de fundo removível de cerca
de 22 cm. Refrigere por 30 minutos.
2. Pré-aqueça o forno a 150 °C.
3. Bata os morangos e o amido de milho no
liquidificador até virar um caldo homogêneo.
Coloque esse caldo em uma panela pequena.
4. Aqueça até ferver, mexendo até o caldo
ficar espesso e brilhante (cerca de 2
minutos). Separe 1/3 do caldo e deixe esfriar.
Cubra o restante e coloque no refrigerador.
5. Bata o cream cheese uma tigela, com um
mixer, até ficar leve e fofo. Continue batendo e
adicione aos poucos o leite condensado.
Adicione o suco de limão e a baunilha e, em
seguida, os ovos, batendo em velocidade baixa.
Despeje metade dessa mistura sobre a massa
de biscoitos e, sobre ela, derrame, com a ajuda
de uma colher, metade do caldo de morango
reservado. Espalhe o restante do cream cheese
sobre essa camada e, sobre isso, derrame o
restante do caldo de morango. Corte a camada
de cima com uma faca para espalhar o caldo.
6. Asse no forno pré-aquecido por cerca de
40 a 50 minutos. Deixe esfriar por 10 minutos.
Retire cuidadosamente da forma, usando
uma faca para ajudar a desgrudar, e deixe
esfriar por uma hora. Deixe no refrigerador
durante a noite. Sirva o cheesecake com o
caldo de morango reservado.
por Regina Papini Steiner
A 1900 não é só Pizzeria. É o cheiro de infância, é mesa de
domingo, é calor humano em torno do forno a lenha. E por trás
dessa tradição viva, está Erik Momo, que como um Maestro
conduz com a sensibilidade de quem entende que servir é
também acolher. Conseguiu transformar o que já era tradição em
experiência. Não se trata apenas de uma massa bem fermentada
ou de ingredientes impecáveis — trata-se de fazer da pizza um elo
entre pessoas, histórias e sabores que atravessam gerações.
Como surgiu a 1900 Pizzeria?
Eu sou da segunda geração, então eu
não tenho parte no processo criativo,
nem na decisão de empreender. Eu
era um garoto, tinha 12 anos de idade,
quando meus pais começaram. Eu
brinco que eu era levado assim pela
orelha para a pizzaria, para trabalhar,
para fazer as coisas que tinha.
Naquela época a gente ainda andava
nessa linha e estava tudo bem, né?
Era um mundo um pouco diferente
do que a gente está acostumado
hoje.
É como se o universo fosse dando
para o meu pai condições dele fazer
aquilo. Meu pai é músico, tocava viola
na Orquestra Municipal de São Paulo,
foi violista até se aposentar. Tocava
em uma orquestra de câmara, que
era o Lestro Harmônico. Tinha
quartetos, ele regia peças de coral,
trabalhou para a Prefeitura, na
Secretaria de Educação, também
para trazer música para as escolas.
Meu pai foi um cara que trouxe a arte,
a cultura, essa parte musical dentro
da vida dele. O negócio dele era
música.
Ele tinha um galpão, lá na rua Estado
Israel, e um predinho anexo ao lado,
que ele tinha herdado do avô dele
Estava alugado, era uma receitinha
extra que ele tinha, mas ele não tinha
pretensão de transformar em pizzaria.
A gente tinha um sítio onde meu pai
resolveu fazer um forno a lenha e
fazer pizza, era lazer e, hobby. E
quando vagou aquele imóvel, meu
pai falou, poxa, acho que eu vou
transformar aquele galpão.
Imagina na cabeça do meu pai ele ia
fazer um estúdio.
Estamos falando dos anos 80, uma
época em que a música eletrônica e
os recursos técnicos ainda eram
escassos. Para gravar um disco — sim,
na época ainda se gravavam discos —
os artistas precisavam de muitas
horas de estúdio, além de contar com
uma orquestra, uma banda completa
ou, no mínimo, uma boa 'cozinha',
como se diz no jargão musical, para
dar sustentação rítmica.
Quando meu pai viu aquele galpão,
imediatamente pensou: 'Vou montar
um estúdio de música aqui.' Era algo
que fazia todo o sentido para ele —
um homem que vivia e respirava
música. Transformar aquele espaço
em um estúdio seria quase uma
extensão natural da sua vida.
Enquanto isso, minha mãe trabalhava
na CETESB e, em 1982, foi enviada
para a Inglaterra para estudar o
processo de despoluição do rio
Tâmisa, com o objetivo de aplicar
esse conhecimento na recuperação
do rio Tietê. Meu pai foi com ela.
Durante essa temporada, parece que
ele encontrou uma antiga colega de
orquestra e compartilhou com ela a
ideia de montar o estúdio. E ela, com
toda a franqueza do mundo,
respondeu: 'Giovanni, esquece esse
negócio de música... isso nunca vai
dar dinheiro. Você faz uma pizza
maravilhosa! Abre uma pizzaria.'
Eu gosto de contar essa história com
uma certa licença poética — talvez
seja mais romântica do que
aconteceu de fato, mas é assim que
gosto de lembrar. E minha mãe
confirma: diz que naquele momento,
o “anjinho da boca mole” passou por
perto e fez com que meu pai ouvisse
aquilo com atenção. E foi assim que,
de uma ideia musical, nasceu a ideia
da pizzaria.
Detalhe: eles não entendiam nada de
gestão de restaurante. Meu pai só
sabia fazer uma coisa — mas fazia
muito bem — uma excelente pizza.
E eu brinco hoje, eu dou muita
palestra, dou aula, e falam que o
maior erro de qualquer
empreendedor é achar que fazer um
produto é o suficiente para você
começar um negócio.
E não é, não tem nada a ver. Então
saber cozinhar para os amigos, é uma
coisa, Transformar isso num negócio,
a pegada é outra, ainda mais hoje em
dia, que você não tem margem para
isso.
Então esse foi o princípio, e,
resolveram montar dentro de um
galpão, construído por volta de 1920,
uma pizzaria. E fizeram uma
referência à época de 1900.
E batizaram a pizzaria de 1900.
Qual é a filosofia da 1900 Pizzeria?
Ao longo dos anos, evoluímos muito —
como empresa, como marca e como
negócio. Aprendemos a gerir melhor,
aprimoramos nossa técnica e, hoje,
temos orgulho em dizer que sabemos
fazer uma pizza de verdade, com
qualidade e consistência.
Meu pai costumava brincar, nos últimos
anos, dizendo: “Tive que voltar para a
música porque meu filho já me superou
na pizza.” Era o jeito sutil dele de
elogiar, porque meu pai era exigente,
duro mesmo. Essa frase, que ele dizia
com um sorriso no rosto, sempre soou
para mim como o maior
reconhecimento que eu poderia
receber.
Eu, meu irmão e o Maciel, nosso sócio,
estamos à frente da 1900 nos últimos
30 anos. Claro, os primeiros 10 anos
pertencem aos nossos pais — eles
plantaram as raízes e nós seguimos
cultivando. E o que sempre buscamos
foi manter viva a essência de uma
pizzaria familiar, nascida do sonho de
um imigrante italiano que veio ao Brasil
não para empreender na pizza, mas na
arte. Ele veio pela música, e acabou
criando algo que funde essa paixão
com a cultura brasileira.
Nossa mãe, química de formação,
trouxe outro tipo de olhar — o da
ciência, da precisão, da alquimia dos
ingredientes. E é dessa união que nasce
a filosofia da 1900: uma fusão entre
técnica e sensibilidade, entre
conhecimento e criatividade, entre
ciência e arte. Assim como uma música
bem composta, nossa pizza é resultado
de equilíbrio, emoção e dedicação.
Essa é a alma da 1900 Pizzeria: familiar,
artesanal e culturalmente rica. E é isso
que continuamos a servir, fatia por fatia.
.A música te toca sem ser fisicamente,
mas ela te preenche a alma. Então
tudo isso é o que pensamos como
essência de negócio e tenta colocar
no nosso produto, no relacionamento
que a gente tem com o nosso cliente,
com os nossos fornecedores e com o
nosso time.
Transformar essa empresa num
negócio rentável, sustentável, que
cresce, que é sólido e tudo mais, e
que ao mesmo tempo traz leveza,
traz harmonia, traz um bem-estar
para as pessoas através da pizza.
É isso que somos hoje como
empresa, como negócio, que meus
pais começaram lá em 83.
A Pizza tem um toque autoral?
A pizza carrega muitas referências
culturais e gastronômicas. E, por isso
mesmo, às vezes é difícil olhar para a
nossa própria pizza e dizer: 'Essa é a
pizza da 1900', especialmente
quando comparamos com as
milhares de pizzarias espalhadas pelo
mundo. Mas existem elementos que
são muito nossos, muito próprios. É
igual a música. Música...tem sete
notas para tocar. Se você pensar nas
notas principais, vai para as
intermediárias, você vai dobrar isso.
Mas quanto se produz de música
com tão pouco material? Pensa a
música, que tem poucas frequências,
mas que combinadas geram os
harmônicos, que em ritmos, em
composições diferentes, em termos
de, se você pensar no ritmo, o
andamento, a duração das notas, o
instrumento, o timbre que você
coloca, quanto se gera a partir de
uma coisa tão básica quanto sete
notas? É praticamente infinito. É
infinit o porque você pode, com o
tempo, o tempo é infinito, você pode
brincar com o tempo
o quanto você quiser, então a música
fica infinita. Em termos de
probabilidade.
A pizza, são quatro ingredientes, se
você pensar como base. Então tem a
farinha, a água, sal e o fermento. Essa
base te permite, partir para coberturas
e ingredientes que você pode colocar,
tipo de forno, quantidade de
hidratação que você faz na massa,
então vai variando tanto que começa
a ter essa assinatura, o autora, né?
Você sabe que a música é aquela, mas
a execução é daquele instrumentista,
então ele põe a personalidade dele, é
como o pizzaiolo quando vai executar
uma pizza, a receita talvez não seja
minha, eu posso estar vendo de um
colega, pegando uma referência, mas
quando eu executo, eu ponho dentro
desse instrumento e dentro desse
palco que eu tô exercendo a pizza, daí
eu trago a minha personalidade na
hora que eu executo essa pizza. E parto
para um negócio autoral, é isso. Como
explicar? Eu acho que é melhor comer.
Como é que você explica uma música?
Ouça e sinta. o a pizza você tem que
experimentar. Porque qualquer
descrição que eu vá fazer sobre ela, vai
ser muito superficial e nada vai se
comparar a você ter experiência do
que é realmente o produto.
sabe até de cor, canta fazendo outras
coisas e aquilo se torna automático no
teu cérebro, na tua memória e nas tuas
sensações.
E o que que você considera essencial
pra oferecer uma experiência
memorável ao seu cliente?
É dar o inesperado. O esperado, eu
acho que já existe... Imagina que, por
exemplo, quando você faz um
caminho novo, sai para um lugar que
você nunca foi, a tua percepção, está
se abastecendo de estímulos novos.
Você nunca passou naquela rua,
naquele lugar, aquele comércio.
Então você mapeia tudo, olha e tem
mais atenção pra coisas novas. Então
registra mais informações. Esse
estímulo, ele é excitante para o
cérebro para marcar aquele
momento. Quando vai uma segunda
vez no mesmo caminho, o cérebro,
para não gastar energia, não cansar e
não fica sobrecarregado, começa a
eliminar aquilo que já conhece.
Então você faz uma viagem mais
rápida, entre aspas, porque você teve
menos percepção de detalhes, e
assim você vai. E quanto mais
rotineiro fica aquilo, você vai cada vez
absorvendo menos sobre aquilo e
você vai colocando a sua cabeça até
em outro lugar. Você se permite,
porque não tem estímulo. E isso é
em tudo. Na sua relação por um
caminho, num relacionamento que
você tem, na convivência com as
pessoas, na leitura de um livro, numa
leitura, até ouvir uma música. Se
ouve uma música pela primeira vez,
tende a ter mais atenção do que
quando você já ouviu várias vezes, já
Então pra você ter um restaurante que
traga uma experiência memorável, você
tem que inserir algum elemento que
faça essa conexão para você ter uma
lembrança importante naquele
momento.
A primeira impressão vai gravar a
referência do que é jantar na 1900.
Quando a pessoa sai com uma boa
experiência, ele volta pra tentar repetir
essa boa experiência. Só que a
percepção dele já tá lastreada numa
primeira vista, numa primeira sensação. .
Eu não consigo gerar de novo o mesmo
entusiasmo da primeira vez numa
segunda visita.
Quando eu falo de tentar inserir
elementos novos, tentar dar o
inesperado, é que a gente consiga ter
uma sutileza na pessoalização do
atendimento, em oferecer produtos
novos, em evoluir o produto de maneira
sútil, pra que eu sempre consiga inserir
um elemento novo que talvez traga pra
esse cliente a mesma percepção de - é
legal ir lá porque sempre tenho uma
experiência boa.
É dificílimo fazer isso. Porque tem gente
que vem para a repetição. Eu tenho
músicas que eu amo ouvir. Eu sou um
cara da música também. Eu não sou
musicista, porque eu não executo, mas
eu curto. Eu gosto de cantar aqui no
meu chuveiro, eu gosto de tocar no meu
piano. Então eu tenho o meu pezinho na
música. E tem músicas que eu adoro
ouvir.
Uma, duas, três, dez vezes eu gosto
porque ela provoca aquela sensação
que é a mesma coisa que comer a
mesma pizza. Ela me preenche
emocionalmente.
O cliente também tem isso com a
pizza, com o restaurante, com o
atendimento de alguém, com aquele
lugar que ele gosta de frequentar.
Então precisa tentar dar elementos
suficientes que abracem o cliente
emocionalmente para a gente
conseguir guardar um lugarzinho lá
para ele. E se possível, ele percebendo
aquela melodia, percebendo o
harmônico, percebendo, esse
instrumento aqui, eu não percebia que
era tão importante aqui. Então é mais
ou menos essa linha que eu gosto de
pensar.
Como propiciar isso para os clientes
através da nossa pizza.
A pizza é o canal, ela não é a
protagonista da história, mas ela é a
desculpa pela qual as pessoas se
juntam, conversam, interagem. Vamos
comer uma pizza lá na 1900? Essa
interação entre as pessoas é o mais
importante. E a nossa pizza está sendo
o catalisador dessa memória que vai
surgir naquele momento ali.
Ela vai fazer parte. Ela vai ser um
cenário, ela vai ser um objeto de cena,
ela vai ser coadjuvante, mas ela nunca
vai ser a protagonista da história.
O que é excelência na gastronomia?
Tem muita confusão na minha visão. Não
é necessariamente o cara que tem uma
estrela Michelin.
A excelência, está voltada na sua
proposta. Eu sou um empreendedor. Não
sou um chefe estrelado. Então, qual é a
proposta que eu tenho de negócio? O
que eu estou oferecendo e vendendo
para o meu cliente? O que eu espero que
a minha equipe sirva? O que eu espero
que o meu cliente entenda do que eu
estou servindo? Então, esse conjunto de
expectativas e entregas. Quem tem
excelência na gastronomia é quem está
conseguindo superar um pouco a
expectativa. Quem faz isso com
excelência e entrega constantemente
isso por muito tempo e está sempre
cumprindo, tem excelência no negócio.
Eu vou pegar um exemplo do Habib’s,
por exemplo. Gastronomicamente
falando, não é a proposta deles., como
um restaurante, Arábia, por exemplo. O
Habib’s tem uma proposta muito bem
definida: oferecer comida acessível, em
grande volume, voltada para o público de
baixa renda, em um ambiente
descontraído, onde as famílias possam
relaxar e levar as crianças para brincar.
É um modelo de negócio que funciona —
e funciona muito bem. A empresa
consegue entregar exatamente aquilo
que promete. Gera lucro, emprega
pessoas, atrai clientes e proporciona uma
experiência alinhada com as expectativas
do seu público.
Quem vai ao Habib’s esperando uma
refeição econômica, com um espaço
acolhedor para a família, encontra
exatamente isso. E essa coerência entre
promessa e entrega é o que define a
excelência do Habib’s dentro da sua
proposta.
O McDonald's como rede também de
fast-food, que está no mundo? Uma
marca que tem mais de 50 anos.
Quantos anos tem o McDonald's?
Quantas lojas no mundo? Quantos
hambúrgueres eles fazem?
O melhor nhoque que eu comi na
minha vida era o da minha avó. Os
restaurantes chiques e italianos que
tem por aí, nunca vão fazer um
nhoque como o da minha avó, porque
era da minha avó e acabou. Esse era o
lugar dela, entende?
Existem execuções de excelência na
gastronomia, assim como na música.
Pensa nos Rolling Stones — uma
banda icônica, de enorme sucesso.
Mas quantos grupos talentosos, com
composições e execuções incríveis,
simplesmente se desfizeram ao longo
do tempo? Faltou algo na relação, no
conjunto, na durabilidade. Já os
Rolling Stones conseguiram manter
tudo isso: a música, o entrosamento e
a longevidade. E seguem aí, ativos até
hoje.
Agora, claro, tem também a questão
do gosto. Nem todo mundo curte
Rolling Stones — meu pai, por
exemplo, nunca foi fã de rock. Eu
gosto de música de forma geral. Mas
quando se fala da proposta da banda
— o público que querem atingir, a
sonoridade que entregam, a
experiência que constroem — há
coerência. E é isso que importa:
entregar com consistência aquilo que
se propõe. Concorda?
É imbatível. Então, é isso que eu gosto
de pegar na excelência.
Você vê a pizzaria como um ponto de
encontro cultural?
Não, Eu seria muito leviano da minha
parte. Ali tem a cultura da gastronomia
paulistana como motor para as pessoas
se encontrarem. Os caras querem comer
uma pizza. São Paulo come-se muita
pizza. Então, existe isso como uma
cultura da cidade, que veio da cultura
italiana, dos imigrantes. Então, nesse
ponto, sim. Mas um ponto de encontro
cultural, eu entendo como algo para
troca. Igual a gente está debatendo aqui.
Um ponto de encontro cultural, para
mim, é um ponto onde as pessoas
trazem ideias, debates, coisas diferentes.
Como convivência social, ok! Mas é
muito irrelevante, porque qualquer
pizzaria tem essa parte, já está, como é
que eu vou dizer, está meio tatuada na
cultura paulistana, na vida do paulistano.
O paulistano nasce e já sabe que vai
comer pizza. Acabou e vai ser assim para
o resto da vida.
A arte, você falou bastante, eu queria
que você falasse um pouquinho mais o
que ela representa para você?
A arte é tudo. Eu acho que a expressão, a
arte e ciência, para mim, elas estão, elas
são tão... Nossa, me emociona até pensar
e falar. ( neste momento nosso
entrevistado ficou bem emocionado ).
O mundo está aí. E a gente interage com
o planeta, com o mundo. E tudo o que a
gente se expressa é através dessa
conexão. A tua voz, teu movimento, a sua
expressão física. Essa interação humana,
quando a gente pensa a fala, o tom de
voz, o ritmo com que você se
movimenta, tudo isso pode ser uma
expressão da sua emoção. E quando você
vai para a arte e você fala, eu quero pegar a
minha emoção e eu quero transformá-la
em algo concreto. Como eu faço isso?
Como eu tiro o que eu sinto e coloco em
algo que as pessoas sentem também? Eu
tiro e coloco na pintura, coloco na música,
numa cena de teatro, no cinema, numa
fotografia.
( Erik se emociona novamente )
A arte, para mim, é tangibilização vamos
dizer, da alma e da sensação humana. Não
tem outra forma para mim de explicar o
que é arte. Às vezes a gente fica naquele
limiar, isso aqui é arte ou não é? Tem
expressão da alma de alguém ali? Ele
conseguiu colocar o sentimento dele
naquilo?Não esteve uma expressão da sua
sensação, da sua visão, da sua alma ali,
então, não é arte para mim.
Quando eu falo da nossa essência de
interagir com o mundo, com o nosso
planeta, e por que eu pego a ciência
junto? Como eu falei da música, da
harmonia, a pintura, você pegar os
pintores, os grandes pintores
renascentistas, o quanto eles usaram de
técnica de ciência para representar em
materiais as cores que a gente decupa
vendo. Como é que eu chego naquele
pigmento? Como é que eu dou aquela
sensação?
Como é que eu faço a profundidade? A
mistura de cores, de tintas, de extrair isso
dos elementos da natureza, para você
conseguir fazer a pigmentação, trazer
referências de brilho, textura de metais,
usando a mesma coisa você faz uma
pintura que representa seda, representa
madeira, representa metal.
Isso tudo é ciência. Como é que eu
extraio, como dizia o Michelangelo,
como é que eu extraio o que não é a
escultura que eu estou vendo?
Porque ele falava, a obra está lá, eu só
estou tirando o que não é.. Então, como
é que eu faço as ferramentas necessárias
para cortar a pedra que está na
natureza, extrair daquilo, fazer o
polimento e dar aquela sensação, o
tecido sobre a pele que a gente vê em
algumas artes, que você fala, eu vejo dois
elementos, mas na verdade é um só. Aquilo é uma ilusão de ótica, que o meu
cérebro quer entender como duas peças, mas é uma só. Então, como é que eu
consigo fazer o cérebro de quem está vendo entender duas coisas? Isso é ciência. Isso
é entender a percepção visual. Essa expressão da essência humana, para mim, na
arte, ela está desde que a gente existe como um ser vivo.
E a gente vai buscando elementos, você pensa em imitar os cantos dos pássaros para
atrair, para fazer caça e etc. Querendo ou não, é você pegar aquilo e você replicar algo
da natureza de uma forma, com um objetivo. Seja para comunicar ou seja para se
alimentar. Se você pensar, vou fazer algo para me alimentar, produzir uma isca que
seja representativa de um inseto para poder pegar um peixe, uma coisa nesse
sentido. Quanto mais fiel você for, você precisa desenvolver técnica para aquilo, com
aquele objetivo. A arte vai andando nesse caminho, nessa evolução, para mim.
Nunca estudei história da arte, tenho vontade absurda de estudar, mas ainda não...
Um momento marcante de algum artista que passou pela 1.900?
Eu tenho vários. Meu pai esteve lá, o Maestro Júlio Medaglia tocou com orquestra, ele
também compôs uma fanfarra para meu pai., teve um violonista muito xarope,
xarope no sentido de ser muito louco e bom, tecnicamente, que é o Robson Miguel,
que tocou lá. A banda Mantiqueira tocou lá. O João Ventura, que é um jovem,
pianista, compositor, cria músicas incríveis e ousadas, esteve lá recentemente. Muitos
artistas também passam por lá e deixam sua marca. O Samba de Dandara, que uma
orquestra de mulheres que toca samba.
Mas se eu for falar um artista que marcou, para mim, é o meu pai. Porque eu não
posso tirar ele desse lugar, ele fez com que a música estivesse lá dentro. Ele queria
fazer dali um estúdio, mas ele fez uma pizzaria, e enfiou ali dentro música do jeito
que ele queria que fosse. Então, quando tem música na 1900, a gente não faz pizza. A
gente para uma apresentação, faz a música e depois volta a ser pizzaria. Então, essa
essência dele ali, de estar sempre valorizando essa parte musical, para mim, foi a
parte mais importante. E como maestro, a regência da orquestra, a gente pegou
muito como um paralelo para fazer a gestão do negócio. Cada músico tem que
ensaiar para fazer uma boa execução. E o maestro, não produz um som numa
sinfonia. Mas ele é o cara que vai fazer com que a orquestra em conjunto produza
uma grande obra. Então, a gente faz esse paralelo também, no aprendizado da
gestão do meu pai - o maestro é ele que conduz.
Conductor, como ele mesmo dizia do inglês. Porque o maestro do italiano não faz
muito sentido, mas o condutor, ele faz com que a orquestra tenha o ritmo, tenha a
cadência, tenha a harmonia. Cada instrumento tenha a intensidade necessária.
Então, a gente faz a regência da pizzaria, por influência de ter sido fundada por um
artista, como o meu pai. Esse é o papel dele, que eu acho que guardo como o artista
mais relevante que a 1900 já teve, foi o próprio fundador!
Milton Bellintani
por Roberto Lívio
Vamos falar deste grande jornalista. Dia 07 de abril, foi o dia
do Jornalista e melhor do que Milton para representar os
jornalistas. Falecido no dia 03 de novembro de 2015.
Despertou cedo para a luta social, inconformado com a
violência contra a sua própria família. Agentes do DOI-Codi
prenderam e torturaram seu pai, Milton, em abril de 1974,
por ser membro ativo do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Ele tinha apenas 14 anos, e sua vida mudou para sempre.
Seu último trabalho foi a elaboração do relatório da
Comissão da Verdade e Justiça do Sindicato, que deixou
quase concluído em seu computador, tendo sido entregue à
entidade por sua companheira, Sílvia, após sua morte. No
capítulo 5 do relatório, “Conclusões e recomendações”, um
dos pontos propõe: “Iniciar a montagem de uma biblioteca
na sede da entidade com todos os livros de referência sobre
o período escritos por jornalistas ou que tenham o
jornalismo como objeto de estudo durante a ditadura”.
fonte: https://unidade.org.br/memoria-milton-belintani/
REUTERS/Andrew Boyers
Rebeca Andrade:
A Rainha da Ginástica Brasileira
Conquista o Mundo e Entra para
o Panteão do Esporte Nacional
por: Nathália Bulsing
De Guarulhos para a glória olímpica, a
trajetória de Rebeca Andrade é um
épico de superação, talento e
conquistas históricas que a elevam ao
lado de Pelé, Guga e Senna.
Nascida em 8 de maio de 1999, em
Guarulhos, São Paulo, Rebeca
Rodrigues de Andrade trilhou um
caminho inspirador desde a infância
humilde, criada com seus seis irmãos
apenas pela mãe. A menina que
iniciou sua jornada na ginástica
artística aos quatro anos em um
projeto social da prefeitura de
Guarulhos se transformou na maior
medalhista olímpica da história do
Brasil, um feito que transcende o
esporte e ecoa como um símbolo de
perseverança e excelência.
Aos dez anos, o talento precoce de
Rebeca a levou a Curitiba, no Paraná,
em busca de aprimoramento técnico.
Aos 13, já demonstrava sua fibra
competitiva ao estrear no cenário
profissional no Campeonato Pan-
Americano Júnior de Medellín,
Colômbia, onde brilhou com o ouro no
geral, salto e solo, além da prata por
equipes e o bronze na trave.
No mesmo ano, o Troféu Brasil de
ginástica artística coroou sua ascensão,
superando nomes consagrados como
Daniele Hypólito e Jade Barbosa.
Em 2014, uma fratura no pé a afastou
dos Jogos Olímpicos de Verão da
Juventude, em Nanquim, um revés
que testou sua resiliência.
Mas a garra de Rebeca falou mais
alto. No início de 2015, sua estreia
na categoria sênior foi promissora,
com destaque para o ouro nas
barras assimétricas na etapa de
Ljubljana da Copa do Mundo.
Competindo em casa, na etapa
de São Paulo, chegou à final
das barras, ficando em sétimo
lugar.
Ainda em 2015, brilhou na
Gymnasiade em Brasília, com
bronze no individual geral e ouro
no salto, além da prata por
equipes.
Sua primeira participação adulta
no Troféu Brasil foi memorável:
campeã no individual geral, ouro
nas barras e na trave, e prata no
solo, demonstrando uma
versatilidade impressionante.
Contudo, em junho de 2015, uma grave lesão no ligamento cruzado
anterior do joelho direito durante um treino para os Jogos Pan-Americanos
de Toronto a afastou das competições por todo o ano.
Em 2016, mesmo em recuperação, Rebeca demonstrou sua força ao
conquistar a vaga e competir nos Jogos Olímpicos do Rio. Sua participação
foi fundamental para o oitavo lugar da equipe brasileira, a melhor
colocação do país na história da ginástica artística feminina em Olimpíadas,
e seu 11o lugar no individual geral comprovou sua garra.
O ano de 2017 foi dedicado à árdua recuperação, mas uma nova lesão no
joelho, uma ruptura do menisco, exigiu outra cirurgia e um novo
afastamento. 2018 marcou seu retorno gradual, com participações em
competições menores no Brasil e a convocação para o Campeonato
Mundial de Doha, onde a equipe brasileira ficou em 13o lugar.
2019 viu o ressurgimento de Rebeca no cenário internacional com
conquistas importantes nos Jogos Pan-Americanos de Lima: ouro por
equipes, prata no individual geral e no salto. No Campeonato Mundial de
Stuttgart, garantiu sua vaga individual para as Olimpíadas de Tóquio 2020.
fonte: reprodução Instagram
A pandemia de COVID-19 adiou os Jogos para 2021, exigindo adaptação e
foco na manutenção da forma física. Em Tóquio, Rebeca fez história ao
conquistar a prata no individual geral, a primeira medalha olímpica da
ginástica artística feminina brasileira.
O ano de 2022 foi ainda mais glorioso, com o inédito ouro no individual
geral do Campeonato Mundial, além do bronze no solo, garantindo a vaga
por equipes para Paris 2024. Em 2023, manteve o alto nível com prata no
individual geral e no salto no Mundial, e um brilhante desempenho nos
Jogos Pan-Americanos de Santiago, com ouro por equipes, no individual
geral e no salto, e prata nas barras.
A consagração definitiva veio nas Olimpíadas de Paris 2024. Rebeca
Andrade protagonizou uma atuação histórica, conquistando quatro
medalhas: ouro no solo, prata no individual geral e no salto, e bronze por
equipes. Com seis medalhas olímpicas no total, ela se tornou a maior
medalhista brasileira na história dos Jogos, um feito que a coloca em um
patamar único no esporte nacional.
A magnitude de suas conquistas ecoa nas palavras de Fernando Nardini: "É
obrigatório colocar a Rebeca Andrade junto de Pelé, Guga e Senna". A
jornalista Milly Lacombe também ressaltou a importância de sua
representatividade: "a maior atleta olímpica brasileira é uma mulher negra
e isso importa demais", enfatizando como o investimento em atletas pode
gerar resultados extraordinários.
Rebeca também popularizou a cultura brasileira ao utilizar a música "Baile
de Favela" em sua apresentações, marcando as Olimpíadas de Tóquio e o
Mundial de 2022. Para Paris 2024, inovou com uma trilha sonora que
misturava Beyoncé e Anitta, mostrando sua versatilidade e conexão com a
cultura pop. Aos 25 anos, Rebeca Andrade não apenas coleciona medalhas,
mas também inspira uma nação. Com planos de cursar psicologia após a
aposentadoria, ela deixa um legado imensurável no esporte brasileiro,
tendo o "Tsukahara" como seu movimento favorito.
Sua trajetória é a prova de que, com talento, dedicação e superação, o topo
do mundo é um lugar para atletas brasileiras como ela.
Divulgação/Alexandre Loureiro/COB
Minha Avó, Minha Mãe Preta!
Por Kodê Magalhães
A força de uma mulher preta idosa é algo poderoso e
ancestral. Ela carrega em si a resistência de gerações,
a sabedoria construída ao longo dos anos e a beleza
de quem enfrentou o mundo e permaneceu de pé.
Minha avó!
Ela é a raiz firme que sustenta sua família, a voz que
conta histórias de luta e superação, o olhar que viu
desafios, mas nunca deixou de enxergar esperança.
Seu riso é resistência, sua pele carrega memórias,
suas mãos moldam o futuro.
.
Essa força não é apenas física, mas
espiritual, emocional e intelectual. Ela é
a prova viva de que o tempo não
enfraquece quem é feita de coragem.
A resistência da mulher preta é
ancestral, visceral e revolucionária. Ela
nasce da necessidade de existir em um
mundo que tenta apagá-la, mas ela
resiste. Resiste na pele, no cabelo, na
voz, no corpo, na fé, na arte, no amor e
na luta.
Desde as mulheres pretas escravizadas
que cuidavam dos seus enquanto
sonhavam com liberdade, até as
intelectuais, ativistas, trabalhadoras e
artistas de hoje, a mulher preta tem
sido força, e inteligência .
Ela resiste quando ocupa espaços que
tentaram negar a ela. Quando se
recusa a se calar. Quando ama sua cor,
seus traços e sua história. Quando
educa os seus para que conheçam seu
valor.
A mulher preta resiste porque existir
plenamente já é um ato de revolução.
A história sempre destacou figuras
brancas e masculinas, deixando de
lado as contribuições das mulheres
negras para a sociedade. Seus feitos
foram apagados ou minimizados, e
elas tiveram que lutar para resgatar e
valorizar sua própria narrativa.
Enfrentaram e ainda enfrentam
múltiplas lutas, muitas delas
entrelaçadas com o racismo, o
machismo e a desigualdade social.
No passado, essas lutas foram ainda mais intensas e brutais, mas a resistência sempre esteve presente.
No passado, essas lutas foram ainda
mais intensas e brutais, mas a
resistência sempre esteve presente.
Durante muito tempo, foram
impedidas de votar, estudar, ocupar
cargos políticos e acessar serviços
básicos.
A dupla opressão de ser mulher e
negra fez com que essas mulheres
fossem historicamente alvos de
violência de gênero e racismo.
Sofreram abusos dentro e fora de
casa, sem que o Estado ou a
sociedade garantisse proteção ou
justiça.
Durante muito tempo, o ensino formal foi negado às mulheres pretas.
Mesmo quando conquistaram o direito de estudar, enfrentaram
discriminação nas escolas e universidades, onde o racismo estrutural as
impedia de avançar. Ainda hoje, muitas precisam lutar para serem
reconhecidas e respeitadas em espaços acadêmicos e culturais.
O controle sobre o corpo das mulheres pretas sempre foi uma questão
central. Desde a escravidão, quando eram exploradas e estupradas, até os
dias atuais, em que enfrentam padrões racistas de beleza e estereótipos
hipersexualizados.
Mesmo diante de todas essas adversidades, sempre resistiram. Elas foram
líderes quilombolas, guerreiras, escritoras, artistas, ativistas e trabalhadoras
que abriram caminho para as novas gerações. Seu legado é de força, luta e
esperança.
Na força da ancestralidade, agradeço
a minha avó, agradeço a minha mãe!
Agradeço a todas as mulheres pretas
que foram e ainda são resistência, pois
somente assim estou aqui nesta revista
tão importante falando de nós!
Laroiê Exú
Salve meu pai Oxalá!
Kodê
HEITOR
WERNECK
entrevistado por Regina Papini Steiner
Heitor Werneck é o tipo de figura que
incomoda — e ainda bem. Em um país
que frequentemente tenta empacotar a
diversidade em moldes palatáveis e
mercadológicos, ele aparece como uma
faísca rebelde que se recusa a ser
domesticada. Autista, ativista, criador
do Luxúria — a icônica festa fetichista
de São Paulo — e um dos nomes por
trás da maior Parada LGBTQIA+ do
mundo, Werneck não apenas ocupa
espaço: ele o redimensiona.
Werneck é, também, um autista em
posição de liderança em um
movimento social historicamente
negligente com a neurodivergência. Ele
não está ali como “exceção brilhante”,
como muitos tentam rotular. Está como
corpo político, como voz ativa, como
homem que entende que a verdadeira
inclusão se faz no caos — não no
controle.
E talvez seja por isso que incomode
tanto. Porque ele não está interessado
em ser a imagem certinha da
diversidade. Ele quer fazer barulho.
Quer provocar. Quer que você
questione por que o prazer ainda é
tabu. Por que a diferença ainda é
ameaçadora. Por que, mesmo com
milhões nas ruas da Paulista em junho,
ainda somos um país que assassina
LGBTQIA+ como quem troca de canal.
Quais foram os maiores desafios que
você enfrentou no início da sua
jornada?
O meu maior desafio, que eu enfrento
até hoje, é ser o que eu sou. Sabe?
Porque é uma loucura você ser uma
pessoa extremamente inteligente e
não saber escrever. Eu tenho a letra
espelhada. Eu não sei escrever. Eu sou
um homem de 58 anos. Quando eu
era criança, a Linha espelhada era
torta. Era um desenho. Para mim, é
normal. Para os outros, não. Eu sou
uma pessoa completamente criativa,
mas eu não conseguia fazer redação.
Então, ser eu é muito difícil.
Sou uma pessoa completamente criativa, mas eu
não conseguia fazer redação. Então, ser eu é
muito difícil. E, hoje em dia, eu ainda encontro
um monte de preconceitos, porque a
comunidade LGBT e o Kink, que eu faço parte, a
parte de fetichista, são as pessoas que menos são
inclusivas. Então, eles tiram um sarro. Eu sou um
cara que eu faço os maiores eventos de fetiche
desse país e sou desqualificado dentro da minha
comunidade, pelo meu jeito de ser. Eles não me
incluem.
Enquanto eu sou incluso dentro da parada, que a
parada até se modifica, para mim, eu tenho uma
luz mais baixa, eles não gritam, eles me
entendem, eles fazem um monte de coisa. A
parada se tornou mil por cento inclusiva e,
principalmente, por causa do autismo. Eu nunca
fui tão respeitado num lugar de trabalho como
eu sou dentro da associação da Parada. Não
gritam quando eu estou na sala, me dão óculos
escuros para eu ficar, porque quando eles
começam a ver que eu estou com rendimento
baixo, eles me valorizam, eles dizem, deixa o
Heitor descanso um pouquinho. E a minha
comunidade não faz isso. A minha maior
dificuldade é ser o que eu sou, desde que eu
nasci.
Já tive pessoas idiotas que falaram para mim,
você é a “kriptonita” de você mesmo. Eu já tive
muitas pessoas que me trataram mal, por eu ser
autista e eu ser o que eu sou e pessoas gays ou
fetichistas. Para mim, isso não combina, porque
eu sou uma pessoa que eu luto pelo LGBT, pelo
HIV, pelo fetiche, pelo sexo. E a comunidade do
Fetiche, por quem eu luto, não me protege. Mas
se beneficia. Sim. Porque em São Paulo, hoje em
dia, tem 10 festas de fetiche por fim de semana.
Fui eu que comecei. A Escola de Divinos foi a
primeira., que marcou a moda underground dos
anos 1990
Eu tive várias lojas. A Augusta era o meu ponto
de saída. Eu tinha uma loja, na Melo Alves, na
Augusta, eu tinha o ateliê e na Galeria Ourofino
ao total três lojas. Eu fui o percursor. Se teve
alguém que levou o fetiche, o BDSM, a estética
punk, foi a Escola de Divinos, fui eu. E muitas
pessoas nem sabem disso. Uma comunidade
que fala que é segura e consensual, não
respeitar o mais velho, me é uma loucura, sabe?
Heitor, teve algum momento decisivo ou um
projeto que foi um divisor de águas na sua
carreira?
Embora todo mundo me chame uma pessoa
altamente criativa, eu não acho que sou criativa.
Eu faço as mesmas coisas desde os meus 14 anos,
sabe? Eu continuo tratando de pessoas de rua e
de HIV, eu continuo falando de sexo, eu continuo
sendo um punk anárquico. Tudo que eu faço é
anárquico. Por exemplo, a gente pode usar esse
ano de 2025 que eu fiz uma aula fetichista
dentro de uma escola de samba a Terceiro
Milênio, o Murilo Carnavalesco, ele me deu um
carro de fetiche. E lá eu levei 18 pessoas
caracterizadas que o Sambódromo inteiro bateu
palma. Reverberou na imprensa,. As pessoas
bateram palmas, tem pessoas que me param na
rua, até hoje, falando, nossa, eu vi a festa que
você fez na Avenida. Eu fui anárquico. A mesma
coisa que eu fiz quando, eu levei Travestis para
Rede Globo, a mesma coisa quando fiz desfiles,
e eu obriguei todo mundo a levar leite e fralda
descartável para as pessoas de HIV na rua. Tudo
que eu fiz foi um divisor de água. Eu sempre
estou falando de sexo, de vulnerabilidade e de
ser uma pessoa livre de amarra, de viver uma
fantasia.
A Marisa Orth me falou uma vez uma coisa.
“Então, você criou o Cabaré Satã, em que eu
trabalhei, depois você criou peças de teatro, em
que eu trabalhei, depois você fez a Magda, em
que eu trabalhei, e agora você estará fazendo
um desfile com uma cobra que eu vou desfilar
pelada na Playboy. Você está sempre mexendo
com a minha vida sem eu saber. “
Você teve alguém que foi alguma referência?
A Elke Maravilha sempre foi o minha referência..
Quando eu a conheci, eu tremia dos pés à
cabeça, a gente fez três filmes juntos, ela desfilou
para mim várias vezes, a gente se tornou
queridos. Não posso falar que foi minha melhor
amiga, mas a gente foi queridos. A Elke
Maravilha, desde que eu ainda era criança, eu
olhava a televisão e falava que eu queria ser igual
a essa mulher. E o dia que ela falou que eu era o
“Elko” Maravilha, eu adorei. A gente ia gravar um
filme com a Bia Guedes. em que eu ia ser o
esposo dela. E a Elke morreu. A gente estava
ensaiando isso. Então a Elke Maravilha... Minha
inspiração sempre foi a Elke. Ela falava para mim
do meu autismo, porque eu nunca aceitei o meu
autismo, ela me chamava de Toizinho. “Toizinho,
você é um quebra-cabeça, aprende isso, você é
um quebra-cabeça. Não é todo mundo que sabe
encaixar suas peças, é só você que se encaixa. “
A minha avó Mariquinha foi a minha “gurua”. Ela
que me ensinou, ela falou, se você escuta tanto
som, tanto cheiro, escute de verdade, põe a
cabeça na terra, a terra vai falar para você o que
você tem que ser. Ela que ensinou a música que
me acalma, é o Noturno de Chopin, quando eu
tinha crise ela cantava. Ela que falava para todo
mundo, o Heitor é um brinquedo. Se você não
souber brincar, ele vai voltar para a caixa
Há alguma ação social e educativa com
relação à Parada LGBTQIA+ de São Paulo?
A Parada por si é um movimento social e
educativo. Mas ela não tinha esse caráter
social e educativo. De um tempo para cá, ela
está se tornando mais séria. Nessa gestão
atual, ela é completamente educativa. Tanto
que o tema este ano é Envelhecer LGBT.
Eu trouxe para dentro da Associação da
Parada a Parada Solidariedade, que é um
movimento de dar cesta básica para as
pessoas vulneráveis. Então, foram cadastrados
400 pessoas LGBTs e elas recebem cesta
básica até hoje. Desde a época da pandemia,
a Parada se tornou completamente social. Eu
não sou da associação, não sou da diretoria.
Sou uma pessoa que presto serviços para
associação. Sou Produtor Artístico da Parada
e de outra regiões do Brasil.
É muito difícil você dar continuidade, a cada
três anos mudam gestores da Associação da
Parada. Por exemplo, essa gestão atual é
completamente inclusiva, educada, diferente
da outra gestão. Mais diferente da outra
ainda. Sim. Eu já tive experiência com
pessoas da Parada que me chamaram de
doente mental. Hoje em dia, tenho certeza
que com essa gestão do Nelson, da Cláudia
Regina, do Diego, do William, do Almir, da
Fátima, são pessoas, que realmente são
militantes. Não são pessoas que entraram na
Parada para ter ego. Egocêntricas.
Uma das coisas que fizemos esse ano é uma
parceria com o Sebrae para ensinar as
pessoas a empreender.
Tem alguma história ou alguma situação
emocionante que você gostaria de
compartilhar com os nossos leitores da
revista ICONIC?
Positiva e negativa. Vou te falar uma
negativa primeiro. Eu faço um trabalho
com moradores em situação de rua que eu
gosto muito porque, fui morador de rua. eu
morei na rua por causa do meu autismo
porque as pessoas não me entendiam nem
em escola, nem em família, nem em um
monte de coisa. Eu fui morar na rua, que
era mais acalentador. E eu fui adotado
pelos donos do Madame de Satã, pelo
Wilson, e depois por uma Travesti. Depois
eu fui adotado por um casal de pessoas
negras eu morei em uma palafita no Rio
Paraíba, em Pinheiral. Isso tudo, me fez ter
um olhar para a rua muito grande. E aí, na
pandemia, eu fiquei muito focado na Vila
Nova Cachoeirinha, que tem um cemitério
onde moravam travestis., elas tomavam
banho de água do necrotério, cozinhavam
o feijão na caixa d'água do necrotério que
tinham sido lavados os defuntos.
E aí, eu fui fazendo um trabalho de
readaptação com elas. E tirei essas pessoas
de uma barraca, depois arranjei um jeito
delas entrarem numa pensão, depois de
uma pensão para um quarto, de um quarto
para casa. E aí, todas tiveram um
diagnóstico de tuberculose. Eu as internei.
Essa história é muito difícil, eu sempre
choro, eu estou muito emocionado. Três
dias depois, eu fui para o hospital, que elas
estavam internadas. Elas estavam mortas,
porque as enfermeiras se negaram a entrar
no quarto que tinham travestis moradores
de rua. Então, eu tirei uma pessoa para
voltar para a sociedade , em que uma
sociedade que mata e pessoas que
estão... ( emocionado ) Isso, para mim, foi
uma das piores lições que eu vivi na
minha vida. Que tipo de ser humano é o
que existe aqui fora?
Como é que você vai reintegrar alguém
numa sociedade que é criminosa?
Então, eu tenho que ficar feliz quando
existem meia dúzia de pessoas boas
contra meio milhão. Ou você se
contamina com o lado bom da força, ou
você se contamina com o lado ruim da
força.
Essa é a história número um, a história
triste. A história boa foi quando vivi na
África. Durante uns dois anos eu vivi ali e
eu conheci um africano que virou para
mim e falou assim - você é uma das
pessoas mais importantes do mundo. Aí
eu olhei para a cara dele e falei - você não
me conhece. Ele falou - te conheço muito
bem, você nunca jogou um lixo na rua,
você se preocupa com quem está do teu
lado. Essa humildade, de uma pessoa que
não me conhece, de ter prestado atenção,
que eu não jogo lixo, que eu penso no
próximo, que eu tenho que deixar a rua
limpa para o próximo andar, foi a lição
mais linda da minha vida que eu aprendi
no deserto da Namíbia.
VOZ
&
EMOÇÃO
PROGRAMA
DA RÁDIO
OMINDARÉ
REPRISES DO
PROGRAMA
APRESENTADO E
IDEALIZADO POR
EDUARDO JANHO
ABUMRAD
Bohêmia e Salomé Perfume
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http://www.radioomindare.com.br
A importância do uso de cristais.
Os cristais são ferramentas
especiais e poderosas para
alinhamento dos chacras e
proteção espiritual.
Tem sido utilizado a séculos e
com diversas funções. Um dos
poderes do cristal é amplificar a
energia e sustentar em um nível
alto de energia.
Cada pedra sintoniza e estabiliza
nossa energia, visando a melhora
e o aprimoramento.
Vamos apresentar dois
Pingentes:
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equilíbrio emocional, trabalha
culpa, ansiedade, traz alegria,
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Todos os chakras, limpeza astral,
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mestre”, amplifica sua energia
positiva e limpa as negativas.
Altura: 7 cm
Largura: 3 cm
Comprimento: 7 cm
Peso: 45 g
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Por: Cássio Fernandes
Era o fim dos anos 70, e Nova York pulsava em
um ritmo alucinado de criatividade, rebeldia e
autodestruição. No centro desse caos dourado,
nasceu o Studio 54 — mais que uma balada,
um teatro de delírios onde a fama, o vício e a
liberdade corriam soltos pela pista. Por trás das
luzes estroboscópicas, da trilha disco e do
brilho das lantejoulas, havia também o
excesso: brigas, descontrole e uma obsessão
por exclusividade que beirava a crueldade.
Ainda assim, o lugar virou berço de lendas. Foi
ali que nomes como Madonna, Grace Jones e
Jean-Michel Basquiat começaram a construir
seu mito. No meio da multidão, Andy Warhol,
Mick Jagger, Diana Ross, Michael Jackson, Liza
Minnelli e tantos outros ícones dançavam
como se o amanhã não existisse — e, para
muitos ali dentro, realmente não existia.
Para entrar no Studio 54, não bastava ser
bonito ou famoso — era preciso ser único,
exótico e provocador. A porta da boate era
uma atração à parte: Steve Rubell, um dos
donos, escolhia pessoalmente quem entrava e
quem ficava do lado de fora, congelando sob a
neve ou chorando de raiva.
Ele fazia questão de misturar pessoas
improváveis — drag queens,
artistas desconhecidos, modelos, magnatas,
punks e estrelas de Hollywood — tudo para
manter a aura de imprevisibilidade.
Dizia que o segredo era “colocar um pouco
de creme de leite no molho de espaguete”,
ou seja, sempre surpreender.
Lá dentro, o absurdo era o normal. Já houve
festa com chuva de purpurina do teto, outra
com pessoas nuas andando entre os
convidados, e uma em que uma mulher
dançava com um leopardo na coleira. A pista
de dança girava, o clima era de euforia
constante e, nos camarins, tudo era
permitido — sem nenhum limite. Artistas se
drogavam em cima dos sofás, havia muitas
brigas, e os funcionários da casa distribuíam
bebidas e sorrisos como se aquilo fosse o
paraíso.
Mas havia um preço.
Apesar de ser o centro do glamour, o Studio
54 escondia um lado obscuro: seus donos,
Steve Rubell e Ian Schrager, escondiam
dinheiro, sonegavam impostos e
mantinham um sistema ilegal por trás da
ostentação. Em 1979, o FBI descobriu os
esquemas e encontrou drogas,
contabilidade paralela e grandes quantias
de dinheiro escondidas no clube. Em 1980,
ambos foram presos, e o Studio nunca mais
voltou a ser o mesmo.
A prisão dos fundadores, somada
ao fim da era disco, à crise da AIDS e ao
avanço do conservadorismo nos Estados
Unidos, marcou o declínio do local. O
fechamento do Studio 54 simbolizou o fim
de uma época de liberdade extrema, onde
o prazer era vivido sem limites. O que restou foi a
memória de um lugar que, por alguns anos, fez o
mundo acreditar que a noite era eterna.
Fotos Bill Bernstein
C U I D E , A C O L H A E A M E !
Não abandone quem te ama e
jamais irá te abandonar!
S e v o c ê v e r u m a a n i m a l z i n h o s e n d o m a l t r a t a d o ,
d e n u n c i e !
DENUNCIE MAUS TRATOS!
Procure e informe -se nas ONGs que ajudam !
Em São Paulo, poderá fazer a denúncia no DEPA
http://www.ssp.sp.gov.br/depa
Tire seu livro da gaveta, do pendrive, do
computador, do papel....
Nossas ediçõ̃ es serã̃ o de autores que tenham
obras relacionadas a Música, Canto, Voz,
Ópera, Dança, Fotografia e Coletânea de peças
teatrais.
saiba mais acessando:
https://www.institutoomindare.org.br/editora
O BRASIL TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL
NA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE
POR JORGE GOMES
Biodiversidade, seus biomas e seus
recursos naturais.
O Brasil abriga a maior parte
da Floresta Amazônica, um
dos principais reguladores do
clima global. Além disso,
conta com biomas como o
Cerrado, Pantanal, Mata
Atlântica, Caatinga e Pampa,
essenciais para a
biodiversidade mundial.
O Brasil investe fortemente em
fontes de energia limpa, como
hidrelétricas (cerca de 60%
da matriz energética), energia
eólica e solar, reduzindo a
emissão de gases do efeito
estufa. Desenvolve projetos
para recuperar áreas
degradadas, como o Plano
Nacional de Recuperação da
Vegetação Nativa (Planaveg),
além de incentivar a
restauração florestal por meio
do Código Florestal. Mais de
18% do território nacional está
protegido em parques
nacionais,
reservas
extrativistas e áreas
indígenas, garantindo a
preservação da fauna e flora.
O Brasil avança na adoção de
práticas
agrícolas
sustentáveis, como o sistema
de integração Lavoura-
Pecuária-Floresta (ILPF) e
certificações ambientais,
reduzindo impactos negativos
na natureza.
A produção sustentável e a
agroecologia no Brasil são
estratégias essenciais para
garantir a segurança
alimentar, reduzir os impactos
ambientais da agricultura e
promover o desenvolvimento
econômico de forma
equilibrada.
A produção sustentável busca
conciliar a produção agrícola
com a preservação dos
recursos naturais, reduzindo
impactos
como
desmatamento, uso excessivo
de agrotóxicos e degradação
do solo. No Brasil, isso é feito
por meio de práticas como:
? Rotação de culturas:
Alternância entre diferentes
tipos de plantações para
evitar o esgotamento do solo.
? Uso racional da água:
Sistemas como irrigação por
gotejamento economizam
água.
? Redução de defensivos
agrícolas: Uso de controle
biológico para evitar pragas
sem prejudicar o meio
ambiente.
? Agricultura de baixo
carbono: Técnicas que
reduzem a emissão de CO₂,
como a fixação biológica de
nitrogênio e o plantio direto.
Desafios e Oportunidades:
Acesso a incentivos – Pequenos
produtores ainda precisam de
mais apoio para adotar práticas
agroecológicas.
Educação e capacitação –
Formação técnica para
agricultores sobre métodos
sustentáveis.
Expansão do mercado – Maior
valorização de produtos
sustentáveis por consumidores e
grandes empresas.
O Brasil tem um grande potencial
para ser referência mundial na
agricultura sustentável, unindo
tecnologia, biodiversidade e
conhecimento tradicional.
O país participa de acordos
globais, como o Acordo de Paris,
e tem metas de redução de
emissões de carbono e
desmatamento ilegal.
Apesar dessas contribuições,
ainda há desafios, como o
desmatamento, queimadas e o
equilíbrio entre desenvolvimento
econômico e preservação
ambiental. O fortalecimento de
políticas públicas e o
engajamento da sociedade são
essenciais para manter o Brasil
como um líder na
sustentabilidade global.
Engajar-se em programas de
reflorestamento e proteção
ambiental é uma forma eficaz de
contribuir para a recuperação da
biodiversidade e a
sustentabilidade do planeta.
Existem diversas maneiras de
participar, desde ações
individuais até o envolvimento em
projetos coletivos.
Muitas ONGs e iniciativas
governamentais promovem
plantios de árvores e
recuperação de áreas
degradadas. Algumas formas de
engajamento incluem:
Voluntariado em plantios de
mudas – Muitas organizações
realizam mutirões para
reflorestamento, onde qualquer
pessoa pode ajudar; Doação de
mudas ou financiamento de
projetos – Algumas instituições
aceitam doações para plantar
árvores em áreas degradadas;
Adote uma árvore – Projetos
como o Plante Árvore permitem
que indivíduos financiem o
plantio de mudas e acompanhem
seu crescimento.
Mesmo sem participar
diretamente de um projeto, você
pode contribuir para a proteção
ambiental:
Reduzir o consumo de papel e
madeira – Escolher produtos
certificados (como FSC) evita o
desmatamento ilegal.
Apoiar empresas sustentáveis –
Optar por marcas que plantam
árvores ou adotam práticas
ecológicas.
Evitar desperdício e reciclar – O
descarte correto de resíduos
reduz a degradação ambiental.
Visitar reservas ambientais e
parques ecológicos – Conhecer
áreas protegidas incentiva sua
conservação.
Comprar de produtores locais e
sustentáveis – Apoiar
comunidades que cultivam
alimentos de forma ecológica.
O Mistério do Ser que Vibra Diferente
Autismo: Uma Jornada da Alma
Eles não vieram para se encaixar,
vieram para ensinar.
Para revelar que há outras
formas de amar, de sentir e de ser.
O autismo, sob o olhar da
espiritualidade, é mais do que um
nome técnico: é uma
presença rara no mundo.
Uma vibração única.
Um convite à escuta
que vai além da palavra.
Por Maude Salazar
O Transtorno do Espectro Autista,
conhecido como TEA, é uma condição
do neurodesenvolvimento que afeta a
forma como uma pessoa percebe, se
comunica e interage com o mundo.
Mas há um outro olhar, mais sutil, que
escapa às definições clínicas: o
espiritual. Nesse campo mais profundo,
o autismo é visto não como uma falha,
mas como um chamado. Um modo
diferente e, muitas vezes, mais sensível,
de estar no mundo.
A espiritualidade nos convida a
perceber que há almas que vibram em
outra frequência.
Que se expressam com gestos, com
silêncios, com repetições e olhares que
carregam mais do que palavras podem
conter. E que talvez, por isso mesmo,
encontrem dificuldade em habitar um
mundo agitado, barulhento e
apressado.
Almas de outra frequência
Diversas tradições espirituais enxergam
o autismo como a encarnação de almas
missionárias, almas antigas ou
consciências vindas de planos mais
sutis. Seriam seres com uma conexão
mais direta com o mundo espiritual,
que vieram à Terra com opropósito de
nos lembrar o essencial: a presença, o
silêncio, a pureza, a aceitação e a
autenticidade.
Muitos autistas têm uma
sensibilidade energética aguçada.
Percebem o que está nas
entrelinhas, captam vibrações do
ambiente, reagem com intensidade
a estímulos sonoros, visuais, táteis e
emocionais. Para alguns, um
simples toque pode ser avassalador.
Para outros, uma luz fluorescente é
mais invasiva do que suportável.
Esses sinais, do ponto de vista
espiritual, são indícios de que o
corpo está funcionando como um
filtro, limitando o excesso de
informação sensorial para proteger
uma alma extremamente sensível.
Não é ausência.
É outra forma de presença.
Na lógica espiritual, tudo o que
parece falta, pode ser, na verdade,
uma forma diferente de
completude. Uma criança que evita
o olhar direto não está sendo fria,
pode estar protegendo sua
delicadeza interior. Um jovem que
repete frases pode estar buscando
um eixo no caos. Um adulto que
não fala verbalmente pode estar
comunicando o essencial de outras
formas.
A fala, afinal, é apenas uma das
linguagens da alma. Muitas pessoas
autistas se expressam com clareza
através da música, da arte, dos
números, do movimento, da vibração
sonora ou do silêncio. A espiritualidade
nos ensina a escutar essas linguagens
com o coração aberto.
Missões silenciosas
Quando uma família recebe um filho
autista, muitos caminhos se abrem, não
apenas para a criança, mas para todos
ao redor. Espiritualmente, essa
convivência é vista como um acordo de
alma. Uma oportunidade de evolução
conjunta. A criança, mesmo em sua
aparente fragilidade, traz consigo uma
missão de cura: desprogramar
expectativas, quebrar padrões rígidos,
ensinar o amor incondicional.
É comum que pais, mães e educadores
relatem transformações profundas ao
longo desse convívio: aprendem a
desacelerar, a observar mais, a valorizar
o que não se diz. Passam a ver beleza
em movimentos repetitivos, a
encontrar poesia em uma rotina
previsível, e a reconhecer que o amor
verdadeiro não exige retorno, apenas
presença.
Escutar com o coração
O autismo, sob essa perspectiva, nos
convida a escutar além da audição.
É preciso silêncio interior para
escutar um ser autista, porque ele
não fala a linguagem da pressa.
Fala a linguagem da alma. Requer
um espaço sem julgamentos, um
tempo sem cobrança, um olhar sem
expectativa.
A sociedade, ainda presa a modelos
de produtividade e comportamento
padronizado, tem dificuldade de
acolher essas presenças. Mas é
exatamente esse desconforto que
revela o quanto ainda precisamos
crescer espiritualmente. O autismo
nos pede humildade, paciência,
flexibilidade e empatia, virtudes
profundamente espirituais.
Não estamos aqui para ensinar.
Estamos aqui para aprender.
O maior erro que podemos cometer
é tentar “corrigir” o autismo. É
querer que a criança fale mais, se
comporte como os outros, atenda
aos padrões sociais estabelecidos.
Mas o autismo não está aqui para se
encaixar, está aqui para transformar.
Talvez essas almas não tenham vindo
para falar muito. Vieram para revelar.
Para nos lembrar de que nem tudo o
que é diferente precisa ser explicado,
basta ser sentido. Que há cura no
silêncio, sabedoria na repetição, e
beleza nas formas menos óbvias de
comunicação.
O sagrado mora na diferença
Ver o autismo como uma jornada da
alma é abrir espaço para uma nova
forma de espiritualidade, mais
acolhedora, mais sensível e mais
conectada à essência de cada ser.
É reconhecer que o sagrado não se
manifesta apenas na fala fluente ou na
socialização idealizada, mas na pureza
do olhar, no gesto repetido, no brilho
fugaz de um sorriso que surge quando
há confiança.
Esses seres, que vibram diferente, não
estão desconectados, estão
profundamente conectados a outra
dimensão da existência. E se nos
dispusermos a escutá-los com a alma,
talvez descubramos que são eles os
verdadeiros mestres dessa nova era.
Quando a arte é resistência, presença e potência
Falar de Paulette Pink é falar de coragem..
Da coragem crua, cotidiana, que se sustenta na dignidade de existir — e de
existir em alto volume, com brilho, posicionamento e consciência política.
Com foi a sua trajetória. Fale um pouco da sua
história, infância e adolescência.
PAULETTE PINK
ENTREVISTA POR REGINA PAPINI STEINER
Minha história foi de uma criança do interior de São
Paulo, Eu nasci em Itacoaritinga, depois minha
família se mudou para Santa Adélia, uma cidade
próxima do interior de São Paulo. E lá eu estudei, fiz o
colegial, uma família humilde, bem simples, onde eu
trabalhava com meu pai, e meu pai sempre foi pintor
de parede. Eu comecei trabalhando com ele desde
criança. Ele fazia questão de me mostrar o quanto é
importante trabalhar na vida e ganhar seu próprio
dinheiro. Então, desde cedo, eu lembro que eu
trabalhava. Nunca parei de trabalhar, desde os sete,
oito anos, já trabalhava ajudando meu pai. Fiz a
primeira comunhão, fiz o colegial lá na cidade de
Santa Adélia. E lá eu já me destacava com os meus
talentos. Eu sempre tinha aptidão, graças a meu pai,
que me ensinou a pintar, pintar parede. Eu comecei a
mostrar aptidão para pintura, para fazer carros
alegóricos, fazer decoração. Então eu já era
conhecida na cidade por ser uma pessoa que fazia
arte. A minha história sempre foi ligada à arte. Lá
mesmo, no interior, eu comecei a estudar desenho e
pintura. Eu ia para Catanduva, uma cidade próxima,
fazer curso de pintura.
Então eu fazia um curso de pintura gratuito no Sesc
de Catanduva, onde eu desenvolvi o talento da
pintura, do óleo sobre tela, acrílico sobre tela,
desenho e tudo mais. Estudei muitos anos lá com
um professor chamado Luiz Dotto. Isso abriu muitas
portas para mim, porque eu fui adquirindo técnicas
de pintura, claro-escuro, esfumado e tudo mais.
Isso me ajudou muito e me fez sentir o desejo de
estudar artes plásticas. Quando eu fiz 17 anos, eu
prestei o concurso, o vestibular para a UNESP e USP.
Aí eu passei na UNESP e comecei a estudar.
“ E U S E M P R E
T R A B A L H E I ”
Naquela época, a gente chamava de teste
de aptidão para poder entrar em uma
faculdade. Não sei se você se lembra disso.
Teste de aptidão. Então você tinha que
mostrar que tinha aptidão para estudar
aquilo nas faculdades. Não sei se hoje
mudou isso. Então você tinha que fazer um
desenho, tinha testes de desenho e pintura,
testes de geometria e tal. Então eu fui
aprovada na UNESP e fui fazer educação
artística. Estudei quatro anos com
habilitação em teatro, porque eu também
tinha meu talento para teatro. E comecei a
trabalhar no terceiro ano com um professor
que me encaminhou para dar aulas, se
chamava FEBEM
Você se lembra disso? Dei aula há muitos
anos. Eu chamava-se um projeto da Alda
Marco Antônio chamado Enturmando,
onde a gente dava aulas de sociabilização
através da arte. .
Então lá eu dava aula de teatro de bonecos,
de desenho e pintura. Eu tinha as minhas...
Não eram aulas, eram oficinas. E aí eu
comecei a conseguir nesse primeiro
emprego.
Antes disso, eu já trabalhava com o Percival
Tirapeli. Eu era assistente de pintura dele.
Então a gente trabalhava juntos, fazendo
trompe-l'oeil. .Engana-olho em francês.
São aquelas pinturas nas casas de mulheres
ricas com campo de profundidade. Então
tem aqueles barrados na parede, que
chama estêncil. Tem pinturas com campo
de profundidade. Eu trabalhei muitos anos
com isso, sendo assistente do Percival. E
também ajudei ele nas coleções de pinturas
dele, onde ele trazia a parte figurativa da
obra de arte, onde ele compunha a parte. E
eu pintava a parte figurativa e depois ele
dava os traços dele e tal.
Então eu coloquei em prática um grande
sonho que eu tinha desde a infância, que
era um trauma que eu tive. Minha mãe, eu
lembro muito bem, fez quatro fantasias de
Barbie para as minhas irmãs. Eram vestidos
cor-de-rosa, imitando da boneca Barbie,
com peruca e tudo. E eu falei assim... - Mãe,
eu vou te ajudar a fazer os vestidos, porque
foi ali que eu aprendi a costurar. Eu vou te
ajudar a fazer os vestidos, mas eu também
quero um vestido, tá? Ela falou - tá. Mas na
hora H, na hora que a gente terminou os
vestidos, eu falei, agora é o meu, né? Ela
falou - Não, você não pode ir vestida de
mulher; porque elas queriam ir no carnaval;
você não pode ir vestida de mulher. Se você
quiser, você vai de palhaço. Aí eu falei assim
- não mãe, de palhaço. Foi aquela confusão,
né? De palhaço eu não queria ir, mas não
tinha outra possibilidade. Minha mãe, para
me traumatizar, pegou mercúrio-cromo e
passou por todo o meu rosto, né? Aí ficou
todo manchado de mercúrio-cromo, que
naquela época passava em machucado.
E aí ela falou- Vai. Eu não olhei no espelho.
Quando eu cheguei lá na matinê da cidade,
eu vi que meu rosto estava inteiro de
mercúrio-cromo. E as pessoas começaram a
rir de mim, porque eu pensava que eu ia
estar de boneca, né? De rosa como minhas
irmãs. Com sombra cintilante, batom, blush,
brilho, né? Aquilo para mim era um
encanto, né? E não, aquilo me traumatizou
seriamente. Aí eu jurei vingança. Eu jurei
que quando eu tivesse meu primeiro
salário, eu compraria uma máquina de
costura e eu ia fazer o meu próprio vestido.
E foi isso que aconteceu. Quando eu tive
meu primeiro salário, eu fiz o meu próprio
vestido de Barbie.
Fiz o meu vestido, bordei. Aí fui num brechó
e não tinha nada que servisse em mim. Só
tinha um par de patins.
Fui assistente dele, assim como todo
assistente quer aprender também. Isso foi
uma forma de aprendizado. E ele me
remunerava, porque eu ganhava um
dinheiro já com ele.
Aí eu peguei o par de patins, pintei e tinha uma
peruca rosa lá, cheia de tule, com chapéu de tule.
Foi isso que eu consegui. E saí para a primeira
festa a pé. Eu não sabia nem para onde eu ia. Na
época eu fazia faculdade ainda. Estava no meu
primeiro ano de faculdade. E aí eu fui parar em
uma boate chamada Senhora Kravitz. Aí me
diziam assim - entra aqui, você está maravilhosa.
Entrei e deu de calhar pelo destino, que era uma
festa de jornalistas. E eu fui fotografar. Do nada,
aconteceu. E no dia seguinte eu estava em todos
os jornais. Porque naquela época, 70, 80, 89, mais
ou menos 89, 88, 89, estava começando a chegar
no Brasil a moda clubber. E as drag queens, que
era a tal história do homem que se veste de
mulher para se divertir.
Só que eu não tinha nome, não era Paulette Pink.
Eu era Paulo. Nem tinha feito a transição. Aí
perguntaram - qual o seu nome? Eu tinha que
dar um nome. Eu nem imaginava que eu tinha
que ter um nome. Eu estava lá porque eu queria
quebrar as minhas frustrações. Imagina, uma
pessoa do interior que nunca tinha ido a uma
balada, que só ficava ali e tal.
Aí eu falei, meu nome é Paulo - Ah, então é
Paulette, começaram a falar. Eu falei, então tá,
então é Paulette. Então é Paulette Power. Aí eles
falaram - mas você está toda de pink da cabeça
aos pés. E na hora eu me lembrei de uma frase do
Andy Warhol que ele sempre dizia, “tudo que se
repete gera prazer”. Todas as formas que se
repetem geram prazer das pessoas. Que é aquela
coisa dele repetir um monte de latinha. Aí eu falei
assim, então tá. Então já que eu estou de pink, é
Paulette Pink. Batizou. Quem batizou foi o
jornalista Marcelo. E não me lembro o
sobrenome agora. Mas ele foi incrível. E aí no dia
seguinte saiu Paulette Pink em todos os jornais,
revistas. Até no Diário Popular. Foi assim que eu
comecei. Aí eu já dava aula. E eu comecei a
receber muitos convites pra ir nas festas, porque
eu era exagerada. Eu sempre gostei de exagerar.
E naquela época era novidade. Os clubes
começaram a me chamar. E como o trabalho, a
arte do show, do entretenimento me pagava
muito mais, era um pouco mais o salário. Pra mim
era muito. Não conseguia descansar. Dormia de
dia e trabalhava à noite. Então eu pedi pra me
demitirem e fui trabalhar só com o show. E aí
nunca mais parei. Até hoje eu trabalho, faço festa
de aniversário, despedida de solteiro, animação
de festas, eventos, até casamento.
E a Cher? Como que ela surgiu?
A Cher foi no momento em que eu já estava
conhecida e as pessoas querem algo novo,
sempre querem algo novo seu. Então
estavam cansados da Paulette Pink nas
boates. O Sérgio Calil, não, a Lili Ferraz, que
é um maquiador famosíssimo que maquia
a Gisele Bundchen, falou, mas Paulette,
você deixa eu te maquiar aqui, vem cá. Ele
me maquiou e falou, você é a cara da Cher.
Aí eu falei, Cher? Cher? Quem é essa Cher?
Eu não sei quem é. Eu era uma “bicha” do
interior, que eu só conhecia a música
sertaneja. Aí eu falei, nossa, eu vou
pesquisar. Ele tinha uma peruca lá
enroladinha, acho que eu tenho essa foto.
Ele me colocou nua num sofá, pelada, e ele
colocou um boá em mim, vermelho, e ele
fez umas fotos minhas. Ele falou, Paulette,
você é a cara da Cher. Se você fizer Cher, vai
te abrir um novo leque de trabalhos.
Aí eu comecei a estudar. Aí chegou um
momento que eu falei, eu não sou a cara da
Cher. E eu conheci um cirurgião plástico
que resolveu falar assim, vem aqui, que eu
vou te transformar na Cher. Então ele fez
meus preenchimentos no rosto. Ele operou
meu nariz pra ficar um pouco mais, o meu
nariz era bem grandão, parecia a nariz de
papagaio. E ele fez a testa, diminuiu minha
testa, cortou, diminuiu. Ele me transformou
na Cher. A minha Cher, foi fabricada.
Até que um dia a Cher começou a curtir
minhas coisas. Como eu não gosto de fazer
show nua, porque a maioria do meu
público é... é misturado.
Falar, nossa, você tá com frio? Tá frio aí? Tá se
agasalhando, não quer mostrar o decote? Ela
comentou no Twitter meu. E depois ela
começou a curtir minhas coisas. Eu fico muito
parecida com ela.
Aí depois ela veio pro Brasil, pra amfAR. Ela é
uma das patrocinadoras da amfAR. É uma
entidade que ajuda, através leilões angariar
dinheiro pra cura do HIV.
E ela é uma das mestres de cerimônia. Ela veio
pro Brasil, foi aquela confusão. E o TV Fama me
desafiou, chamou pra fazer um desafio. Se eu
conseguisse entrar nessa festa; eu não fui
convidada. Claro, quem sou eu? Uma rélis
mortal; se eu conseguisse entrar na amfAR sem
convite, eu ganharia mil reais.
Aí eles colocaram uma limusine, a minha
disposição, atores, fotógrafos, tudo falso, pra eu
chegar na amfAR de limusine vestida de Cher
mais natural possível, bem Cher mesmo, sem
muito exagero, com os fotógrafos de mentira e
os atores gritando, nós chegamos na amfAR.
Porque cada ingresso era cem mil reais, que é o
dinheiro que as empresas dão aos artistas, irem
representá-los, pra ajudar na campanha contra
o HIV. E eu nunca tinha ninguém que
acreditasse em mim ou que investisse em mim.
Então, o TV Fama falou, vamos botar esse
desafio. Quando eu cheguei no local, tinha o
tapete vermelho, eu estava lá numa casa
milionária, nem lembro mais onde foi. Os
seguranças, todo mundo ali gritando, querendo
ver os artistas. E abriram o portão pra mim,
porque eles falaram a Cher chegou, os atores
gritavam CHER! Eles acreditaram que eu era
Cher. Abriram o portão. Isso está na MTV, tem
vídeos na MTV que me confundiram comigo.
Inclusive, a imprensa estava ali, noticiou no dia
seguinte que eu era Cher. Chegando. Quando
eu entrei, eu fui na recepção, eu não falava
portuguêsn- Hello, hi, hi. Eles falaram é a Cher.
Hi, bateram fotos.
Na hora que eu entrei na premiação, logo de
cara, Naomi Campbell veio falar comigo. E veio
brindar. Tinha um brinde especialmente pra
Cher esperando ela.
Paulette Pink e Cher (Foto: Reprodução Instagram) — Foto: Glamour
Aí eu tomei o drink. No que eu tomei o
drink, a Cher chegou. A verdadeira Cher
chegou do lado de fora. Ela chegou de
calça jeans e regatinha branca e um blazer
branco. Se você ver nas fotos, é isso mesmo.
Ela chegou muito natural. Aí ela chegou
normal, com um jeep. Ela alugou um jeep e
foi.
Não deixaram ela entrar. Porque acharam
que a Cher já tinha entrado. Porque
imagina, a Cher chega com toda a pompa.
Com limousine, com gente gritando. E eu
com um vestido longo, maravilhoso, de
veludo, que eu copiei igual dela. E eles
acharam. Aí ela não entrou. Aí ela teve que
provar que era ela. Eu não dei nenhum
documento.
Ela teve que dar pra mostrar que o nome
dela no documento não é chair. É outro
nome. Eu sei que foi uma confusão, que
eles ficaram com tanta raiva de mim que
nessa hora que eu tava brindando com a
Naomi, tudo acontecendo lá fora, eu... Dois
seguranças, brutamontes, vieram, me
pegaram aqui, e me levantaram. E pra não
sair pela entrada, me jogaram pelos fundos.
Eu me ralei toda, mas...Consegui ganhar os
mil reais.
F A L T A M
O P O R T U N I D A D E S
P A R A U M A R T I S T A
T R A N S .
Seus maiores desafios enfrentados, Paulette?
Hoje em dia a gente vive aí uma guerra política, né,
que coloca a gente numa situação um pouco
complicada. Mas o dia a dia de um artista é criar
coisas, é se recriar e tentar vender o seu trabalho. E
eu faço, todo dia eu faço alguma coisa pra me
reinventar. Para uma artista Trans, faltam
oportunidades, esse é um grande desafio .
Então, eu sou maquiadora, eu faço caracterização, eu
fui a primeira transexual a ganhar um prêmio muito
importante chamado Prêmio Bibi Ferreira. É, eu fui a
primeira! Antes de mim, nenhuma transexual subiu no
palco, você acredita? E isso ninguém fala, mas eu tô te
contando, porque eu tenho o troféu aqui. Sim.
Só tem um porem nesse ato da entrega do prêmio, o
prêmio não estava programado para ser entregue a
mim.
Um trabalho que eu fiz e que foi o único prêmio que
essa produção desse espetáculo chamado “Forever
Young” ganhou. Eu fiz, o visagismo e fiz o figurino. O
único prêmio que ganhou,, não ganhou mais nenhum
prêmio, só o meu de visagismo. Olha! Só que a
produção queria dar pra outra pessoa, porque eu era
travesti. Eu sei que eu fui em protesto toda montada,
levei o portfólio, porque eu sempre registro tudo o que
eu faço.
Eu já tive inúmeros processos de plágio com o meu
personagem, porque eu acredito que eu criei o meu
personagem, eu desenhei, eu criei, eu registrei esse
personagem na Biblioteca Nacional do INPI, que é o
Instituto Nacional da Propriedade Industrial, como um
personagem. Ele não é só uma drag queen, ele se
tornou um personagem muito imitado. E às vezes gera
conflitos, porque as pessoas não sabem reconhecer
que o meu personagem é meu ganha-pão e eu
preciso, ao menos, ser creditada. Não é de domínio
público o meu personagem. O meu personagem, eu
sobrevivo dele. Eu fico feliz quando alguém se inspira
em mim. Eu acho que inspiração, eu ter me tornado
uma referência é muito inspirador e muito
gratificante pra mim, desde que eu seja creditada.
Por exemplo, Pabllo Vittar. Pabllo Vittar vem no meu
perfil e fala, você é minha inspiração, você é minha
referência.
Ao contrário das outras, que querem se promover em
cima do meu personagem, com algo que já está
pronto, apenas pegar, ganhar dinheiro em cima e
não me dar nem o crédito. Eu acho injusto. É uma
luta que me deixa muito triste. É a mesma coisa que
você pegar a obra de um artista, apagar a assinatura
dele e escrever o seu nome em cima. Eu vejo como
apropriação. Quando a pessoa usa o meu
personagem, porque até então não existia, eu fui
pesquisar, não existia nenhuma outra.
Apropriação indébita de personagem. Tem direitos
conexos, direitos de imagem. Agora tem evoluído
isso, inclusive a Xuxa acabou de perder um processo.
Desculpa, eu amo a Xuxa. Ela também foi minha
inspiração, o negócio da nave. Só que ela perdeu um
processo nos mesmos parâmetros, onde um artista
lá, o cara que faz desenhos animados, apresentou
para ela um projeto chamado Turma do Cabralzinho.
E ela se apropriou. Um produtor dela fazer.
Imagina no meu caso, que as pessoas copiam da
cabeça aos pés, inclusive os meus jargões que eu
tenho. Eu construí um personagem com referências,
com jargões. Tem todo um ritual. E as pessoas falam
assim você não é dona da cor. Eu não sou dona da
cor, mas eu sou dona do meu personagem que tem
uma série de características, inclusive uma cor. Agora,
não sei se você ficou sabendo que a Barbie
patenteou o Pantone Pink. Só que tem um número,
Pantone, específico. Ela patenteou. E por que eu não
posso me assegurar de patentear o meu Pantone
depois de quase 40 anos de uso? Posso. É porque eu
não tenho condições financeiras para patentear um
Pantone. A Barbie já tem. Só que tudo... E aí você vê.
Isso quebra os argumentos das drags aproveitadoras
a que querem se sobressair com essa história minha.
É o mínimo do mínimo. Agora, não. Elas fazem vídeo,
elas ganham dinheiro, elas fazem propaganda
ganhando dinheiro em cima do meu personagem e
não me dão nada, nenhum crédito. Então não acho
justo, entendeu? Nem um pouco justo.
Voltando no Premio Bibi Ferreira, eu acabei ganhando
o prêmio lá. No dia da entrega do prêmio do Bibi
Ferreira, a hora que eu cheguei lá não tinha nem
convite para entrar. Eu cheguei na produção e falei,
está acontecendo isso, estou com o registro aqui,
registrado em cartório. Eu sou a criadora do visagismo
do espetáculo. Eles falaram, a gente não sabia, porque
foi mandado para nós outro nome. Eu falei, mas fui eu
que criei, inclusive com uma equipe. Eu tenho uma
equipe que trabalha comigo. A gente faz maquiagem
e cabelos em eventos. Eu tenho uma equipe de... Eu
tenho CNPJ, uma espécie de maquiador de
cabeleireiro para eventos.
Tudo que eu faço, eu registro. Aprendi, depois de tanto
levar na cabeça. Com certeza! A minha vida toda, eu
tive muitos episódios de plágio. E as pessoas sempre
me colocaram para baixo. Dizendo que eu não sou
dona da cor. Mas quando você vai estudando isso a
fundo, com advogados, pessoas que entendem, ao
longo dos anos, isso foi evoluindo. Hoje, sim, eu posso
processar alguém por uso indevido de imagem ou
apropriação de personagem. Coisa que há 20 anos
atrás não tinha. Hoje tem os direitos conexos, os
direitos de imagem. E elas se apropriam. Porque elas
vão lá. Não estou sendo tão vista, mas eu já fui muito
vista. E ainda, as pessoas vão lá no meu perfil, olham e
copiam. Não me seguem, não me curtem, mas me
copiam. Eu acredito que quem é copiado é porque faz
sucesso ou é algo que deu certo. Então, assim, eu acho
que eu sou sucesso.
Sobre toda a sua história, o que você gostaria de deixar para para os leitores
da Revista ICONIC?
Eu acho que a minha história não terminou. Ela é uma história que está no meio.
Eu tenho 54 anos e estou ainda trabalhando e sempre criando coisas novas. Eu
sou uma artista em constante criação, que está na luta, na busca do sucesso,
dizem que o sucesso é um dragão que passa de mil em mil anos, e quando a
gente consegue pegar na cauda dele, ele começa a sacodir, até que você solta.
E ele só vai passar daqui a mil anos. Eu estou esperando esse dragão passar de
novo, menina, ele já passou faz mil anos, para agarrar na cauda desse dragão
novamente. É isso, o sucesso é isso, é muito trabalho, muita dedicação, muito
estudo, muito sofrimento, muitas horas de ansiedade, de agonia, de tentativas,
de testes que você faz e não é aprovado, dão oportunidades para as pessoas que
não merece, que estão amigos dos amigos. Eu queria ter mais amigos que
pudessem me indicar, mas muitas vezes o oportunismo supera o talento. Essa é
a nossa vida de artista, vamos tentando superar o oportunismo.
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Cantar Faz Bem: Descubra
Como a Sua Voz Pode
Transformar Corpo, Mente
e Emoções
Por Maude Salazar autora do livro Yoga da Voz
Respiração: a base de tudo
Antes de qualquer nota sair da sua
boca, o que vem? Respiração!
Cantar exige que a gente respire de
forma mais profunda e consciente.
Isso ajuda a:
Acalmar a ansiedade
Melhorar a concentração
Dormir melhor
Dar mais energia pro corpo
Sons que curam e Mantra
Você já percebeu como cantar
pode mudar totalmente o seu dia?
Basta colocar aquela música que
você ama, cantar alto no chuveiro
ou com os amigos no carro, e o
humor já melhora. Mas o que
muita gente não sabe é que cantar
não é só diversão — também faz
um bem danado pra saúde física,
mental e emocional.
Sim, sua voz tem poder! E
entender como usar esse poder
pode transformar a forma como
você se sente, se expressa e até se
relaciona com os outros.
Vários estudos mostram que
exercícios respiratórios usados no
canto melhoram a saúde dos
pulmões e do coração. E o mais legal?
Dá pra praticar em qualquer lugar: no
quarto, na rua, no estúdio, até no
banho.
Cantar = terapia natural
Quando a gente canta, a gente solta o
que tá preso por dentro. Sabe aquele
dia que você tá com raiva, triste ou
ansioso e parece que nada funciona?
Experimenta cantar. Nem precisa ser
"bem". Só canta.
Cantar ajuda a liberar dopamina e
endorfina — os famosos "hormônios da
felicidade". É como se o cérebro
dissesse: "Ahhh, obrigado por isso."
Um estudo feito na Inglaterra
mostrou que pessoas que
participavam de grupos de canto
ficavam menos estressadas, mais
animadas e até com a autoestima
mais alta. Ou seja, cantar ajuda o
corpo e o emocional a se
equilibrarem.
Sua voz fala muito sobre você.
A voz da gente mostra muito mais
do que parece. Quando você tá
nervoso, ela treme. Quando tá feliz,
ela brilha. Por isso, cuidar da voz é
também cuidar das emoções.
Som, ritmo, palavra: a fórmula
mágica.
Quando você junta som + ritmo +
palavra, algo mágico acontece. Você
transforma sentimentos em algo
que pode ser ouvido, sentido e até
compartilhado com os outros. É por
isso que a música toca tanta gente.
E o mais legal é que cada pessoa
tem uma voz única. A sua voz é só
sua — e ninguém no mundo
consegue cantar exatamente como
você canta. Legal, né?
Estudar canto pode te ajudar a:
Falar melhor em público
Ter mais autoconfiança
Perder a vergonha de se
expressar
Conhecer melhor seu próprio
corpo
E não precisa querer ser cantor
profissional pra isso! Muita gente
começa a estudar canto só pra se
sentir mais livre e mais conectado
consigo mesmo.
Cantar é autocuidado.
A gente ouve muito falar sobre
cuidar do corpo, da pele, da
alimentação... Mas e da voz? E da
mente? E das emoções?
Cantar é uma forma de cuidar de
tudo isso ao mesmo tempo. Você
movimenta o corpo, respira melhor,
libera emoções e ainda se diverte. É
tipo um treino completo — só que
com música.
"Comecei a fazer aula de canto por
curiosidade, e acabou virando uma
terapia. Descobri que cantar me
ajuda a lidar com a ansiedade, com
inseguranças... Hoje uso minha voz
com mais confiança em tudo, até
nas reuniões de trabalho."
— Carla, 24 anos
Resumindo: por que estudar canto?
Melhora a respiração e a saúde
geral
Diminui o estresse e a ansiedade
Aumenta a autoestima
Fortalece a voz e a comunicação
Ajuda a se expressar com mais
verdade
Seja no palco, no karaokê, no quarto ou com os fones de ouvido no metrô,
cantar pode ser um superpoder na sua vida.
Curtiu?
Dá o primeiro passo:
Você não precisa saber tudo de música pra começar. Pode começar agora
mesmo — com uma música que você ama, com a sua própria voz, do seu
jeito. Ou se quiser ir mais a fundo, procurar uma professora de canto.
Sua voz é sua identidade. Vamos usar ela pra criar, curar, se conectar e,
acima de tudo, se sentir bem.
Livro YOGA DA VOZ
Os livros foram doados por Maude Salazar,
para as ações do Instituto Omindaré.
Para adquiri-lo basta acessar o site:
LIVRO YOGA DA VOZ
Quem adquirir o livro irá fazer um encontro
on-line com Maude Salazar.
LEMBRETE
Hoje
11/05 - Dia das mães
Seja bem
vindo
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2025
D
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30
31
PROMOÇÃO
50%
OFF
OMINDARÉ HONEY
junho. 2025
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Santo Antônio
São João
São Pedro
CHEF
LUIZ THOMÉ
“Seu Luiz” como
carinhosamente é
conhecido, nasceu em
São Tomé das Letras.
Hoje vai nos apresentar o
famoso Fubá suado.
Tem gente que come até
pela
manhã
acompanhado com
cafezin...
“Seu Luiz” é especialista
em Buffet à moda
Mineira. Ganhou o
mundo com a culinária
de Minas Gerais.
Ingredientes
2 xícaras de chá de fubá précozido
1 ½ xícara de chá de água
sal a gosto
6 colheres de sopa de azeite
1 xícara de chá de bacon em
cubos
1 gomo de linguiça calabresa
defumada fatiada
1 cebola média picada
3 dentes de alho amassados
2 tomates sem pele e sem
semente picados
pimenta do reino a gosto
cebolinha/salsinha picada a
gosto
Dica: cozinhe um pouco a
linguiça sem pele, para sair um
pouco da gordura.
Modo de Preparo
Numa tigela coloca o fubá e o sal,
vai hidratando o fubá, vai passando
a mão e envolva muito bem até
sentir que o fubá que vc consegue
fazer um bolinho com a mão. Já
está no ponto.
Coloca 50 ml de azeite para
aquecer e joga o fubá, fogo bem
baixinho, vai demorar uns 10 a 12
minutos.
Quando a tampa da panela der
uma “suadinha”, meche um pouco
o fubá e volta a tampar e sempre
mexendo para não queimar.
Numa outra panela, frita o bacon,
assim que dourar, coloca a linguiça
calabresa cortadinha, acrescenta
cebola, alho e um pouquinho de
pimenta do reino, ou de cheiro ou
dedo de moça.
Quanto estiver bem fritinho, coloca
o tomate sem semente e refoga
bem e decora tudo com cebolinha
ou salsinha.
Agora é só colocar o refogado no
fuba e bommm apetite!
mães
feliz dia das
Ser mãe é abraçar um amor que
nunca descansa, ser o coração que
bate fora do peito, guiando cada
passo no caminho.
Parabéns a todas
as mães maravilhosas
do Instituto Omindaré
Os Cantores e a Música
por Pedro G. Vale
Os cantores dão voz a
sentimentos que
muitas vezes as
pessoas
não
conseguem expressar
sozinhas. Músicas de
amor, saudade,
superação e felicidade
tocam o coração do
público e criam laços
emocionais que fazem
com que os ouvintes
se
sintam
compreendidos e
acolhidos. . Letras
motivacionais ajudam
as pessoas a enfrentar
desafios e encontrar
força em momentos
difíceis. A música é um
reflexo da cultura de
um povo, e os
cantores
são
responsáveis por
transmitir e preservar
essa identidade. Desde
o samba brasileiro até
o rock internacional, os
estilos musicais
carregam histórias e
tradições que fazem
parte da formação
cultural das pessoas.
Muitas pessoas usam
canções para aliviar o
estresse, melhorar o
humor ou até mesmo
como uma forma de
terapia. A voz dos
cantores pode trazer
conforto e paz para
quem está passando
por momentos difíceis.
Os cantores ajudam a
criar momentos de
união. Shows, festivais
e até mesmo simples
encontros entre
amigos se tornam
mais especiais quando
há música envolvida.
As canções marcam
momentos
importantes da vida,
criando memórias
inesquecíveis.
No final, os cantores
são verdadeiros
mensageiros de
sentimentos e
histórias, tornando a
vida das pessoas mais
rica e significativa
através da música.
Cada país ou região
tem seus próprios
ritmos, estilos e formas
de expressão musical
que refletem suas
raízes culturais.
Cantores locais ajudam
a manter vivas essas
tradições
ao
interpretar músicas
que falam sobre o
cotidiano, crenças,
costumes e histórias de
seu povo.
Os cantores não
apenas entretêm, mas
também carregam
consigo
a
responsabilidade de
preservar e transmitir a
cultura e a identidade
de um povo. Através de suas vozes, a história, as
tradições e os sentimentos de uma sociedade
são perpetuados, enriquecendo a diversidade
cultural do mundo.
O Brasil é um dos países mais ricos
musicalmente, com uma diversidade de gêneros
e artistas que influenciaram não apenas a
música nacional, mas também a cena
internacional. Os cantores brasileiros são
responsáveis por perpetuar tradições culturais,
inovar estilos e levar a identidade musical do
país para o mundo.
Pula a Fogueira
Francisco Alves
por PaulaTjiré
Pula a fogueira, iaiá
Pula a fogueira, ioiô
Cuidado para não se queimar
Olha que a fogueira já queimou o meu
amor
Pula a fogueira, iaiá
Pula a fogueira, ioiô
Cuidado para não se queimar
Olha que a fogueira já queimou o meu
amor
Nessa noite de festança
Todos caem na dança, alegrando o
coração
Foguetes, cantos e troça, na cidade e na
roça
Em louvor a São João
Pula a fogueira, iaiá
Pula a fogueira, ioiô
“Ceis sabe canta essa?”
PoesiA
RápidA
Neusa Doretto
ASSIM
Agora você volta
me alicia
Escolta
um amor
se delicia
Que moleza, meu bem
Relaxe e dê
mole também!
Poesia “Sabotagem”, (edição de novembro de 2023, pág 29)
faz parte do livro PoesiA RápidA de Neusa Doretto.
Você poderá adquirir o livro através do site:
https://loja.uiclap.com/titulo/ua42697/
Por
Roberto Lívio
"Anora" é um filme dirigido por Sean Baker que aborda a vida de Ani, uma
jovem stripper de Nova York, interpretada por Mikey Madison. A trama se
desenrola quando Ani conhece Ivan, filho de um oligarca russo, e os dois
iniciam um relacionamento tumultuado que desafia barreiras sociais e
culturais. A narrativa explora temas como desigualdade social, o mito do
sonho americano e as dinâmicas de poder presentes nas relações humanas.
No entanto, algumas críticas apontam que, embora "Anora" seja um filme
poderoso, ele não supera trabalhos anteriores de Sean Baker. Além disso, há
debates sobre a representação do trabalho sexual na trama, com algumas
vozes argumentando que o filme reforça estereótipos, enquanto outras
elogiam a abordagem humanizada da profissão .Este filme foi comparado a
Uma Linda Mulher — mas não é um conto de fadas.
E você já assistiu? o que achou?
TRABALHO
A melhor coisa nesta vida física é o trabalho.
Trabalhar te dá conforto, equilíbrio, paz e
realização!
Não importa o trabalho, o que importa é que
seja feito com satisfação e alegria!
Esses últimos 15 dias foram, para mim,
intensos e com muito trabalho.
Trabalho delicado, cuidando das pessoas,
mas primeiramente cuidando de mim, pois
se eu não estiver bem não poderei realizar
bem o meu trabalho!
Lembre-se que você precisa estar bem!
Você precisa se sentir bem para, depois
ajudar, orientar, auxiliar alguém.
Estamos bem quando adquirimos
conhecimentos sobre o nosso trabalho,
Estamos bem quando nos envolvemos de
fato em nosso trabalho,
Estamos bem quando amamos o nosso
trabalho.
Quantas vezes nos preocupamos com o
"grande Trabalho" e esquecemos dos
detalhes!
Vamos procurar trabalhar com alegria,
satisfação e prazer!
Esqueça o trânsito, colocando um som
agradável até o caminho de seu trabalho!
Mude um pouco o seus hábitos que já estão
arraigados, coloque um flor na sua mesa,
coloque um cristal transparente, presenteie
o local onde você está no momento,
trabalhando!
Você estará se presenteando e presenteando
aqueles que estão ao seu redor!
Bom trabalho!
OM NAMAH SHIVA YA
Por Omindaré
HOMENAGEM
E S P E C I A L
Nossa Edição irá abraçar o mês de Junho,
mês da maior parada LGBT do mundo!
Nesta edição cuidamos também desta pauta.
Não podíamos deixar de homenagear a Rafaelly Domingues,
responsável pelas pautas LGBTQIA+ do Instituto Omindaré..
Foto Instagram Rafaelly