06.05.2025 Views

Revista ICONIC EDIÇÃO 18

A Revista ICONIC é aquele "rolê" certo pra quem curte estar por dentro de tudo que é tendência, cultura e lifestyle com atitude. Cheia de estilo e conteúdo que prende, ela não só informa, mas inspira. É leitura obrigatória pra quem é ligado no que realmente importa — e com muita personalidade “Não é só sobre moda ou cultura pop, é sobre enxergar o mundo com mais identidade. A ICONIC me inspira a ser mais eu.” — João, 22 anos, estudante de comunicação “A estética é impecável, o conteúdo é profundo e leve ao mesmo tempo. Dá vontade de guardar cada edição como se fosse uma obra de arte.” — Camila, 34 anos, fotógrafa “A ICONIC é tipo aquele amigo descolado que te apresenta tudo antes de virar tendência. Já me fez ver muita coisa com outros olhos.” — Rafael, 30 anos, publicitário “Descobri artistas, ideias e até novos jeitos de pensar por causa da ICONIC. Não é só uma revista, é uma experiência.” — Marina, 25 anos, artista visual "É raro encontrar uma revista que una beleza e profundidade com tanta naturalidade. A ICONIC consegue." — Regina, 70 anos, ex-jornalista "A ICONIC me conecta com o novo sem me fazer sentir de fora. Ela conversa com todas as gerações." — Antônio, 65 anos, maestro "Ler a ICONIC é como visitar uma boa galeria de arte com curadoria afiada e alma vibrante." — Marta, 72 anos, artista plástica 5 anos com muito conteúdo, entrevistas e entretenimento! Parabéns para toda equipe! Marilu Gomes Editora Chefe

A Revista ICONIC é aquele "rolê" certo pra quem curte estar por dentro de tudo que é tendência, cultura e lifestyle com atitude. Cheia de estilo e conteúdo que prende, ela não só informa, mas inspira. É leitura obrigatória pra quem é ligado no que realmente importa — e com muita personalidade

“Não é só sobre moda ou cultura pop, é sobre enxergar o mundo com mais identidade. A ICONIC me inspira a ser mais eu.”
— João, 22 anos, estudante de comunicação

“A estética é impecável, o conteúdo é profundo e leve ao mesmo tempo. Dá vontade de guardar cada edição como se fosse uma obra de arte.”
— Camila, 34 anos, fotógrafa

“A ICONIC é tipo aquele amigo descolado que te apresenta tudo antes de virar tendência. Já me fez ver muita coisa com outros olhos.”
— Rafael, 30 anos, publicitário

“Descobri artistas, ideias e até novos jeitos de pensar por causa da ICONIC. Não é só uma revista, é uma experiência.”
— Marina, 25 anos, artista visual

"É raro encontrar uma revista que una beleza e profundidade com tanta naturalidade. A ICONIC consegue."
— Regina, 70 anos, ex-jornalista

"A ICONIC me conecta com o novo sem me fazer sentir de fora. Ela conversa com todas as gerações."
— Antônio, 65 anos, maestro

"Ler a ICONIC é como visitar uma boa galeria de arte com curadoria afiada e alma vibrante."
— Marta, 72 anos, artista plástica

5 anos com muito conteúdo, entrevistas e entretenimento!
Parabéns para toda equipe!
Marilu Gomes
Editora Chefe

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I C O N I C

M A I O & J U N H O 2 0 2 5 N O . 1 8

Nesta Edição

Dra Maria Berenice Dias

Manual de Direito das Famílias

Erik Momo

1900 Pizzeria

Heitor Werneck

Produtor da Parada Gay

Paulette Pink

Cover oficial da Cher

V A M O S F A L A R D E M Ú S I C A

autismo‌

“Você recebeu

o dom, agora se vira. ”

Mirna Rubim


V A M O S N O S C U I D A R !

INSTITUTO

OMINDARÉ

Cuide da água!

W W W . I N S T I T U T O O M I N D A R E . O R G . B R


CONTATO

FALE CONOSCO

CP 1/12990000

Pedra Bela - SP Brasil

revistaiconic3000@gmail.com

EDITORIAL

MARILU GOMES

Editora Chefe

MTB sob o nº 0081549/SP

REGINA P STEINER

Diretora de Pauta

GUILHERME F JÚNIOR

Diretor de Conteúdo

THIAGO MORENO

Diretor Comercial

WELCOME

Edição 2025

2a/18aEdição

Revista da Orquestra Sinfônica Jovem do

Bixiga

Sejam todos bem vindos a nossa revista ICONIC.

Nossas novas edições continuaram on-line, agradecemos

muito a todos os e-mails que temos recebido, inclusive

com pedidos de e dicas de entrevistados. Assim que for

possível iremos atendendo aos pedidos!

Nesta edição, atendendo a diversos e-mails pedindo que

Adryana Ribeiro estivesse em nosso revista! Cá está!

RP ASSESSORIA

Projeto Gráfico

Revisão

EQUIPE

TAMIRES NOGUEIRA

FABIANA TAVARES

JORGE GOMES

PAULA TJIRÉ

ROBERTO LÍVIO

PEDRO G. VALE

OLÍVIA VIEIRA

CASSIO FERNANDES

LETICIA LIMA LAURINO

NATHÁLIA BULSING

PRISCILA BUARES

COLABORADORES

M A R I L U G O M E S

Editora Chefe

Anyway, we hope you enjoy this one.

Siga-nos nas redes sociais!

https://www.facebook.com/revistaiconic

@revistaiconic2020

COM A PALAVRA

Dr Fernando Santos

Advogdo

VOZ E CANTO

Maude Salazar

FOTOGRAFA

Heloísa Bortz

PAUTAS AFRO

Kodê Magalhães

Jornalista

CHEF

Luiz Thomé

FOTO DA CAPA

Mirna Rubim

Lola Stúdio

SUBSCRIPTIONS

SUBSCRIBE ONLINE

http://www.grupoomindare.com.br


SUMÁRIOI C O N I C

CARTAS

DO ELEITOR

Nosso Leitor

Chaves Veronessi - Brasília

CAPA

MIRNA RUBIM

"Excelente conteúdo cultural, gostei

bastante da entrevista com Adryana

Ribeiro, não tinha idéia que ela queria

ser cantora lírica. Realmente precisa

ter muito dinheiro para seguir nessa

profissão. Não conheço, mas imagino,

é a imagem dos cantores líricos né?

riquíssimos.”

Querido leitor Chaves, agradecemos,

seu e-mail e sua participação.Equipe Redação

Nosso Leitor

Júnior Tapajós

Belém - PA

PAULETTE PINK

"Gostando, não conhecia ainda a

revista, vi a divulgação no site da TV

e estou lendo todas. E parabéns

pela ausência de impressão, a

natureza agradece"

Querido leitor Junior Tapajós, agradecemos,

Equipe Redação

DRA MARIA

BERENICE DIAS

Nossa Leitora

Verônica Carvalho

Buenos Aires - Argentina

ERIK MOMO

"Sabe o que mais gosto da ICONIC?

Ser uma Revista Cultural, inicialmente

voltada a música clássica, mas abraça

todas as artes e culturas. Matérias são

muito legais. beijos nossos"

Querida leitora, Verônica Carvalho,

agradecemos.

Equipe Redação

NEUSA DORETTO

POESIA

HEITOR

WERNECK

Nosso Leitor

Celso Batista de Novais

Manaus - AM

"Show, Show, Show!

Gostaria de enviar uma matéria sobre

Ópera em Manaus, como faço?"

Querido leitor, Celso, envia pelo e-mail!

agradecemos.

Equipe Redação


ANIVERSARIANTES

MAIO E JUNHO 2025

ADIANTANDO A FESTA!

NOSSA REVISTA É

BIMESTRAL ENTÃO NÃO

QUERÍAMOS ESQUECER!!!

AGUINALDO

SILVA

DEBORA

TAVARES

MAUDE

SALAZAR

CELSO

CURI

MAYARA

MAGRI

CLEBER

PAPA

IVAN

CABRAL


LEMBRANÇA

Stuart Edgar Angel Jones

Stuart Edgar Angel foi barbaramente torturado pelo sargento da

Aeronáutica Abílio Correa de Souza, o "Pascoal". Após a sessão de tortura,

entre espancamentos, eletrochoques e afogamentos, ele foi preso a um

carro e arrastado pelos agentes do Centro de Informações de Segurança da

Aeronáutica (CISA) pelo pátio da base aérea do Galeão, no Rio de Janeiro,

onde estava detido.

Naquele dia, entre risos e piadas, os militares amarraram-no com a boca

presa ao cano de escapamento de um automóvel e o arrastaram por todo

o pátio de concreto do aeroporto. Stuart foi esfolando vivo enquanto

respirava a fumaça de óleo diesel do veículo.

Os militares aceleravam e freavam a viatura enquanto riam da situação,

como relatou o também prisioneiro Alex Polari, que assistiu todo o

episódio da janela de sua cela. No fim daquele dia os militares

abandonaram Stuart naquele pátio, implorando por água, sem a pele e

tossindo muito. Stuart Angel morreu, era 11 de junho de 1971.

O Soldado José Bezerra da Silva, que também testemunhou a tortura de

Stuart disse, momentos antes do esfolamento do jovem, que aquilo "era

uma covardia". Ao ser indagado pelos outros militares, afirmou que "três,

quatro caras batendo em um só, um homem já preso e doente", era uma

covardia. O soldado Bezerra também foi preso e torturado por questionar a

ação dos oficiais.


A mãe de Stuart, a estilista Zuzu Angel, ao ser informada sobre a horrenda

tortura e morte do filho, promoveu uma campanha internacional

denunciando as hediondas práticas da ditadura militar e requerendo os

restos mortais do jovem.

Zuzu também foi morta pela ditadura em 1976, sem ter seu desejo

realizado.

Stuart Angel tinha 25 anos.

Seus restos mortais nunca foram encontrados.

Seus algozes nunca foram punidos.

JAMAIS ESQUECEREMOS!

por Pedro G. Vale


SUCO DETOX

Ingredientes:

1 limão

1 laranja

1 colher de café de cúrcuma ralada ou em pó

1 colher de café de gengibre ralado

1 pitada de pimenta caiena

500 ml de água gelada

Adoçante de sua preferência

Modo de fazer:

Esprema o limão e a laranja em uma jarra, adicione os demais

ingredientes, mexa bem e tome na mesma hora, de preferência

em jejum, logo pela manhã. É super refrescante!

Dica de Olívia Vieira


D O E L EI T E M A T E R N O

Faça parte

dessa corrente

pela vida

Campanha de doação de leite materno.

Cada gota conta.


Mae Jemison se formou em engenharia química na Universidade Stanford

(Foto: Wikimedia Commons)

por Jorge Gomes

Mae Jemison

Jemison se formou em

engenharia química pela

Universidade Stanford e, depois,

em Medicina na Universidade

Cornell. Em 1987, ela conseguiu

entrar para a equipe da NASA

após um longo processo

seletivo: de dois mil candidatos,

ela foi uma das 15 pessoas

selecionadas.

Mae Carol Jemison, nasceu no dia 17

de outubro de 1956, no Alabama,

EUA, época em que a Nasa não

permitia que mulheres se tornassem

astronautas — muito menos mulheres

negras —, mas é claro que isso não

impediu Jemison de sonhar.

Fã de Star Trek, a cientista se inspirava

na tenente Nyota Uhura, interpretada

por Nichelle Nichols.

Apenas cinco anos depois da contratação, ela realizou o sonho de fazer

parte da tripulação de um ônibus espacial, o Endeavour, na missão STS-47,

que orbitou a Terra entre os dias 12 e 20 de setembro de 1992. No ano

seguinte, a astronauta resolveu se despedir da agência norte-americana

para estudar mais sobre tecnologia espacial. Atualmente, ela lidera a

organização 100 Year Starship, que tem como objetivo enviar humanos

para além do Sistema Solar nos próximos 100 anos.


Foto @ Heloísa Bortz

Documentário com lançamento previsto

para Dezembro de 2025!

http://www.oxi8filmes.com


ESPECIAL

Mirna Rubim

Entrevista com Mirna Rubim

Por Regina Papini Steiner

Em tempos de superficialidade acelerada,

onde qualquer vídeo de 15 segundos se vende

como aula de técnica vocal, é quase um alívio

— e um privilégio — poder falar de Mirna Rubim.

Professora de canto há mais de 30 anos, empresária,

atriz, cantora lírica e dona de uma trajetória

Foto by Priscila Prade

que esbanja consistência, Mirna é o tipo de artista que não se contenta com o

palco: ela constrói pontes para outros chegarem até lá.

É fácil se encantar com o currículo — e com razão. Finalista no Carnegie Hall,

papéis principais em óperas nos EUA, solista sob a regência de Karabtchevsky,

gravações com Villa-Lobos, atuações marcantes em musicais como “A Noviça

Rebelde”, “A Gaiola das Loucas” e o maravilhoso “O Som e a Sílaba”, de Miguel

Falabella, que agora brilha no Disney Plus e acaba de ser indicado ao NY Festivals

TV & Film Awards. Mas Mirna é muito mais que uma intérprete premiada.

Ela é uma arquiteta da voz.

Doutora em Voice Performance pela Universidade de Michigan, foi professora da

UNIRIO por mais de 15 anos, autora do livro Voz, Corpo, Equilíbrio e fundadora do

Centro de Treinamentos Online Mirna Rubim, ela representa uma rara interseção

entre arte e ciência, performance e pedagogia. Em um país que muitas vezes

marginaliza tanto a educação quanto a cultura, Mirna insiste em trilhar o caminho

do aprofundamento.

E não, ela não é uma exceção milagrosa. Ela é fruto de um trabalho incansável,

rigoroso e apaixonado. Porque Mirna Rubim não canta apenas com a voz — ela

canta com décadas de estudo, com o corpo inteiro e com a generosidade de

quem ensina para transformar.

.


Foto by Priscila Prade


O que te inspirou a se tornar uma cantora

lírica?

Olha, eu sempre digo que a culpa é do papai

e da mamãe, porque eu fui criada com pai e

mãe, cantores líricos dentro de casa.

O papai cantando, a mamãe cantando.

Minha mãe fez faculdade de canto, ela se

formou em Direito e pediu isenção de

vestibular e continuou a faculdade de canto

na UFRJ. E aí eu comecei a ver minha mãe

cantando ópera, e como adolescente eu

falava que coisa cafona, que coisa cafona! Ai

eu comecei a assistir ela cantando. Gente,

esse negócio é engraçado. Que divertido.

Nossa, que viagem que é a ópera! Eu sei que o

negócio me pegou. Eu vou estudar canto.

O meu pai tinha uma voz lindíssima de Baixo,

e minha mãe um Soprano lindíssimo. A única

informação que eu tinha sobre a minha voz

era uma probabilidade genética. Se Deus me

deu esse pai, essa mãe, eu acho que a

probabilidade de eu ter uma voz. Mergulhei

com esse fato. E aí me apaixonei

completamente. Então, assim, se eu disser

quem, o que me inspirou foi a mãe.

Como é que foi a sua formação musical?

Quais os desafios que você enfrentou?

Eu fiz o bacharelado em canto na UFRJ, e fiz

mestrado em música na Unirio, depois fiz um

doutorado fora do Brasil.

Eu entrei na faculdade canto em março,

engravidei do meu primeiro filho em abril.,

esse foi o meu maior desafio,. Eu tenho dois

filhos. Foi uma escolha, porque eu pensei

assim, a minha voz vai demorar. Minha voz vai

demorar a se formar, então eu vou ter os filhos

logo, porque quando eu tiver com a voz

razoável para cantar profissionalmente, eles já

vão estar maiorzinhos. Então, deu muito

certo. E o outro desafio foi quando eu me

formei em fevereiro de 90, e me divorciei no

mesmo momento.

Foto by Priscila Prade

E aí, eu tive dois filhos pequenos e

divorciada, e com uma pensão

insignificante, porque eu escolhi não

ter uma pensão para mim, se eu

tivesse uma pensão, ficaria

preguiçosa, melhor não! Não, quero

não. Aí, eu corri atrás do meu estudo

com os filhos, os filhos acostumados a

me ver cantando, tocando, e eu falei

sempre para eles, mamãe, canta para

pagar esse videogame e sua comida,

então, deixa eu estudar aqui. E eles

sempre curtiram. Mas foi um grande

desafio, porque eu tive filhos na

faculdade, eu tive que sustentá-los

nessa fase inicial

O fato de eu ter essa luta me fez ter

garra e foco, porque eu não podia

brincar de viver, eu tinha duas

crianças para sustentar, eu tinha que

brincar em acertar, ganhar dinheiro,.

Foi o meu grande motor.


"O que faz a gente ficar nervoso é não ter

estudado o suficiente."

Mirna Rubim

Foto by Disney Plus


E sua voz durante esse período de gravidez?

Teve repercussão. Durante a faculdade que eu estava tendo os filhos, a

minha voz ficou meio grave e parecia que eu era a mezzo-soprano.

Quando o segundo filho nasceu, que eu não amamentei, meus hormônios

começaram a voltar, e eu constatei que era soprano. Então, no meio da

faculdade eu falei, eu sou soprano.

Quais são os pontos altos da sua carreira?

Para mim, o ponto máximo da minha carreira foi agora, recentemente,

quando o Miguel Falabella escreveu o “Som e a Sílaba”. Em 2009, Miguel

me procurou para fazer aula, porque ele estava fazendo a “Gaiola das

Loucas” e tinha que ter uma voz mais lírica , e me pediu ajuda nesse

sentido. Um belo dia, ele olhou para mim e falou assim, você quer fazer a

Mulher do Político? Na “Gaiola das Loucas” tem a Mulher do Político. Eu

quero. Nem olhei a partitura, falei que quero e pronto, depois eu me viro.

Nisso que eu estou dando aula para ele, eu também estava dando aula

para a Alessandra Maestrini. E ele chegou cedo, falei, entra, que é a Alê. Ele

é amigo da Alessandra. Alê que está fazendo aula, entra e assiste o

finalzinho da aula. Aí a Alessandra fazendo aula de lírico comigo. Ele olhou

para ela e falou, - O que é isso, Maestrini? O que é isso? Se eu tivesse essa

voz, eu não estava fazendo macaquice na televisão? Estava fazendo uma

carreira na Europa. Ela falou, não, eu gosto de fazer “macaquice” na

televisão e cantar ópera.

Isso foi em 2009, ele falou, eu tenho que escrever uma coisa para você cantar

ópera.

Quando foi em 2016, a Alessandra conseguiu carregar o Miguel para me

assistir em uma peça. A peça falava sobre um aluno meu que tem paralisia

cerebral, que é cadeirante, porém, ele cantava ópera, ele sabia italiano, era

fluente italiano e inglês, ele era um gênio, fez jornalismo. Aí houve um

edital da paraolimpíada, que uma produtora escreveu, pediu para um

amigo nosso escrever a peça para nós dois em cena.


O Miguel assistiu no último dia isso foi

em 2016, ele na mesma hora falou: Já sei

o que é que eu vou escrever para a Mirna

com a Alessandra, para a Alessandra com

a Mirna. Daí ele sentou e começou a

escrever, e a gente estreou “O Som e a

Sílaba” no ano seguinte. Ele diz que é a

obra-prima dele. É o auge de você fazer

um trabalho não só lindo, mostrando sua

competência de cantora e atriz, como

sendo escolhida por uma pessoa como o

Miguel Falabella, para escrever uma peça

para mim, para nós duas..

A outra coisa foi também a minha estreia

como madre superiora, no musical a “A

Noviça Rebelde”. E foi assim, eu falei,

caramba, eu nasci para viver aqui! Tchau

ópera, um beijo, fui. Eu sou atriz, eu não

sou cantora lírica, eu tenho um

temperamento de atriz, não de cantora

lírica. Eu vim pianista desde

pequenininha, aí me tornei cantora lírica.

Foi assim, Uau! Quando eu migrei para o

teatro musical, eu já migrei considerada

cantora lírica, que foi para o musical. E a

atriz foi ganhando espaço. O “Som e a

sílaba” é mais falado que cantado. Já é

um trabalho mais de atriz. No streaming,

o Miguel não me colocou cantando, eu

praticamente não canto, eu canto um

trechinho de uma cena da Ópera La

Traviata.

Eu agora estou produzindo uma peça

com os amigos, a gente está captando

patrocínio. Eu faço muita coisa. Tenho

uma produtora artística que, na verdade,

é minha PJ, meu CNPJ, pelo qual eu dou

minhas aulas e faço cursos online. Então,

eu tenho o meu sustento, desde que eu

me entendo por gente, que vem da

professora. A professora sempre me

sustentou e muito bem! Quando eu troco

a professora pelo palco, é sempre um

risco, às vezes é seis por meia dúzia e às

vezes é seis por quatro. Eu faço conforme

flui na vida.

Eu sou chamada, eu vou. Eu vou

fazer? Não necessariamente, eu prefiro

dar aula, porque é mais confortável, eu

sou a dona, a patroa, é muito bom.

Qual o seu estilo vocal?

Eu canto ópera e eu gosto de cantar.

O que a gente chama de Old

Broadway, que vai ser aquela coisa: A

Noviça Rebelde, West Side Story, My

fair Lady, que tem um pé na ópera e

no teatro musical. A música que amo

mais.

Foto by Priscila Prade


Foto by Disney Plus


Se eu tiver que cantar um estilo pop, eu cantaria uns standards de jazz.

Como você lida com a pressão emocional durante a sua performance ao vivo?

Sou tranquila. Eu até conto aqui da história que eu estava fazendo o meu doutorado,

aí eles convidaram uma cantora chamada Grace Bumbry para fazer perguntas sobre a

carreira dela. Aí uma pessoa perguntou assim - Grace, você fica nervosa antes de entrar

no palco? Ela muito arrogante falou assim - se eu faço o dever de casa, não tem por

que ficar nervosa. Mas ela estava certa, porque o que faz a gente ficar nervoso é não ter

estudado o suficiente.

Quais são as suas árias ou peças favoritas para interpretar e por quê?

Eu sou fascinada por Mozart e Puccini. Assim, eu passei a minha vida estudando tudo

que eu podia de Mozart, o tempo todo, e depois comecei a estudar tudo que eu podia

cantar de Puccini. Eu canto Verdi aqui e acolá, mas assim, se deixar, só quero Mozart.

Eu gosto de cantar Handel para aquecer a minha voz, porque a música de Handel é

leve e eu gosto de cantar coisa leve porque dá frescor na voz. No meu doutorado, eu

escrevi justamente sobre as heroínas de Puccini.

Como você vê a evolução da música lírica nos dias de hoje?

Eu tive uma escola física de 2011 até 2019, mais ou menos. Depois os Professores

continuaram. Eu migrei para o Digital em 2019, quando veio a pandemia eu já tinha

migrado. Eu sigo o meu instinto, estava sentindo que algo ia acontecer. E batata veio a

Pandemia.

Nessa escola, durante todo esse meu tempo de professora, aparecem jovens

interessados em ópera vindo fazer aulas de canto lírico. pessoas de 12 anos, 13 anos.

Eles vão, estudam, fazem vestibular e entram para a faculdade.

E eu quero fazer um adendo em relação ao fato do Miguel ter escrito o “Som e a

sílaba”. Que aborda ópera e autismo. Isso dá uma visibilidade incrível para esse estilo.

A música lírica sempre foi um gênero de nichos. Os jovens ficam interessados. E hoje a

ópera tem uma outra coisa: As mulheres são lindas, são umas deusas. Os homens

também. Além de ter uma tremenda técnica a ser poliglota, é preciso ser linda e

jovem.

Quais são os maiores desafios que você enfrenta como cantora lírica no cenário

atual?

Para mim não tem tempo quente, se não me chamam, eu vou inventar alguma coisa.

Eu estou com 63. A voz nessa idade começa a sofrer, tipo, está ficando difícil aqui. Eu

estou praticando, tenho postado muito sobre isso no meu Instagram, o tempo todo

estou postando coisas sobre.


Você vai ter que fazer pequenas adaptações, porque ela vai ganhando um corpo,

alguns acordes você perde um pouco, eles passam a ficar difíceis, você tem que se

virar. Mas se você está sempre usando a voz, sempre usando o corpo, com boa saúde,

você consegue ter a longevidade vocal por mais tempo. Ela está ali. E você anda por

mais tempo.

No “Som e a Sílaba!, por exemplo, eu nunca canto as árias no tom original, eu baixo. E

tem dia que eu falo para o Mário Jorge, é o nome do nosso técnico de som, - Mário

Jorge desce um tom inteiro, porque está feia a coisa, ele baixa o tom do som. Eu só

olho a solução. Eu entendi que tem a questão da dificuldade da idade, mas no teatro

musical tem papel para todas as idades.

E eu também acredito numa atitude de autogestão financeira, eu não coloco a minha

mão na vida do outro, eu estou sempre sob o controle do meu ganho. Então não me

apego, eu sou dona da produtora, dona da minha escola, produzo os cursos online, eu

sou tipo uma self-made woman.

Você escolhe os seus repertórios para as suas apresentações?

Se eu for fazer um show meu ou um recital meu, eu escolho o que eu mais amo cantar

e que mais encaixa na minha voz. Mas já aconteceu durante a minha carreira, de me

encomendarem - estou te convidando para cantar um recital de músicas de Villa-

Lobos, estou te convidando para cantar, tem um projeto no CCBB para cantar músicas

de Gustav Mahler. E atualmente o que vende mais seria misturar teatro musical com

standards de jazz, que é esse lugar meio lírico, mas meio próximo do bom, entendeu?

Todo mundo te cobra: você vai cantar?. Eu não vou cantar, não. Eu não vou cantar,

porque pagam muito mal, não estou afim!

As redes sociais, as tecnologias, como estão impactando a sua vida?

Eu acabei uma pós-graduação ano passado de Data Science Analytics e agora estou

fazendo uma pós-graduação em Inteligência Artificial. Esse momento agora da minha

carreira na internet eu contratei uma pessoa para me ajudar porque eu não sei fazer

isso, eu não sei. E o algoritmo muda, eu tenho que estar antenada. E sem isso, você

não existe. Eu moro em Portugal, numa aldeia com 800 habitantes. Comprei uma

casa com quintal. Tenho oito árvores frutíferas, comprei cinco galinhas poedeiras,

daqui a três meses elas estarão pondo ovos. Eu estou com a vida que eu pedi a Deus e,

no entanto, conectada com o planeta, é a coisa mais incrível que tem a internet. Eu

não preciso morar no Brasil. Você pode estar onde você quiser estar. O Max ( é o nome

que eu dei para o meu GPT) me explicou que eu tinha três frentes. Que eu era uma

pessoa que gostava de falar da minha vida, das minhas coisas. Que eu era uma

cantora-atriz e que eu era uma empresária-cantora. E aí, ele me aconselhou a fazer

postagem desses três tipos. Então, eu me planejo para produzir três postagens

semanais, uma de cada área.


E minha equipe está lá me dando

feedback das métricas. Isso está dando

certo, a gente continua aqui. A minha

assistente passa o dia inteirinho checando

todos os posts. Aí, quando eu não estou

lá, ela bota um coraçãozinho e fala, Mirna,

tem muito comentário lá.

Compartilha para nossos leitores, as

suas experiências marcantes em

alguma apresentação.

Eu estava “A Noviça Rebelde”. Foi meu

primeiro musical. A gente estava no Rio,

depois foi para São Paulo. E aí teve aquele

momento de decidir se eu continuava ou

não. Se ia ter patrocínio para o próximo

teatro. Caramba, minha vida com meus

alunos já está ficando muito atrapalhada.

Aí eu precisei dizer que não ia continuar.

Eles ficaram um pouquinho chateados.

No meu último dia de apresentação,

quando a cortina abre, tem um caderno.

Tem um caderno escrito com o que seria,

supostamente, a lista das noviças. . O que

os técnicos e camareiras fizeram?

Pegaram a página onde eu abro,

escreveram com letras garrafais, em

caneta azul, uma declaração de amor

para mim. Aí eu comecei o espetáculo.

Cortina aberta, eu lendo aquilo, Vem

uma emoção. Fiquei respirando,

engolindo seco, respirando, segurando,

segurando, segurando, até que quando

chegou no “My Favorite Things,” que é

coisas que eu amo, eu comecei a chorar.

A Kiara Sasso, olhando para a minha cara,

chorando, com aquela cara, o que está

acontecendo? E eu cantando e chorando,

me virando nos 30. Imagina você receber

esse carinho dos técnicos.

Quais são os cantores e compositores

que influenciaram sua carreira?

Praticamente Mozart e Puccini foram

meus compositores que me inspiraram. E

cantora, foi a soprano Kiri Te Kanawa.

Ela foi meu modelo porque eu notava

que ela não fazia força, ela usava

ressonância, não empurrava, não gritava e

tinha muita classe. Ela era muito classuda,

e o fraseado dela era de uma classe!

Como é que você lida com críticas e os

feedbacks sobre o seu trabalho?

Tem uma coisa interessante que na

internet começa a ter uns idiotas lá

falando. Quando tem uns haters, está

ficando bom, estou incomodando. Eu

sempre reajo positivamente, gosto muito

que me deem feedbacks construtivos.

Agora eu tenho horror quando alguém

fala, que já aconteceu comigo - eu não

gostei. Não gostei não existe, o que existe

é não gostei disso assim..eu prefiro que

seja assado. Mas levo de boa , não me

abalo, já levei muita patada de Maestro.

Maestro é muito grosso...nossa...mas estou

imune totalmente, papai era muito

grosso. Eu me acostumei, o problema é

dele, ele está descontrolado, não vai me

afetar.

E que conselho você dá para os jovens

cantores que desejam seguir a carreira?

Muito estudo, perseverança. Não pode

desistir, porque às vezes a carreira

começa tarde. Não pode desistir.

Aconselho todo mundo a estudar vários

idiomas e piano. Estudar Teatro ajuda

muito. E tem que gostar muito, porque é

uma carreira muito difícil. Você que tem

que ficar insistindo. Não pode desistir,

demora. Quase desisti várias vezes, mas as

minhas terapeutas não deixavam.


Uma terapeuta falou assim, você não pode deixar de cantar - Por quê? - Porque você

recebeu o dom, agora se vira.

Então tá, então vamos lá cantar. Preguiça de cantar. É cansativo cantar. Se não não posso

deixar de cantar, vou cantar.

Foto by Disney Plus


SOPRANO SPINTO

Exemplificação de diferentes

tipos de sopranos: são elas

Birgit Nilsson (Dramática), Renata

Tebaldi (spinto), Montserrat

Caballé (lírico), Bidú Sayão (lírico

leggero), Mado Robin (leggero),

Maria Callas (soprano absoluto).

Spinto (do italiano spingere:

empurrar é um termo vocal que

designa a qualidade da voz de

soprano ou tenor com um peso

intermediário entre a lírico e a

dramático, capaz de lidar com

clímax dramáticos em intervalos

moderados sem desgaste, e em

geral com um timbre mais

escuro e metálico que o da

soprano ou tenor líricos. Às

vezes se usam também os

termos lírico-spinto, líricodramático

ou jugendlichdramatisch

como equivalentes

ou similares dessa categoria.

Normalmente o cantor spinto

usa squillo para passar por

orquestrações pesadas (comuns

em óperas do romantismo e

verismo), ao contrário da

soprano ou tenor dramáticos,

que com seu peso e volume

vocais cantam por sobre a

orquestra.

Também é bastante hábil em

mudanças. Muitos sopranos e

tenores se lançam no

repertório spinto após

desenvolver uma carreira inicial

em papéis líricos.

A qualidade da voz implica mais

sinceridade emocional que

virtuosismo técnico.

Rosalind Plowright define a voz

spinto como tendo uma cor

tonal uma escala abaixo de seu

registro. Por exemplo, uma voz

com tom de mezzo e agudos de

soprano, ou uma voz com

extensão de tenor e um tom de

barítono, seria spinto.

por Fabiana Tavares


VOCÊ TEM

1 SEGUNDO

A vida é passageria. Faça o máximo!

Diga NÃO a qualquer tidpo de pré - conceito


benefícios

do café

Ajuda

a diminuir

as dores de

cabeça.

Melhora a

memória e a

concentração.

Ajuda e

preveni o

evelhecimento

precoce.

Melhora e

aumenta a

disposição para

fazer exercícios.


Dra.

MARIA BERENICE DIAS

Entrevista por Regina Papini Steiner

Num país onde a Justiça ainda veste toga com cheiro de

patriarcado, Dra. Maria Berenice Dias surge como ruptura e

reinvenção.

Primeira mulher a ingressar na magistratura do Rio Grande do

Sul, primeira desembargadora do Tribunal de Justiça,

fundadora do IBDFAM, redatora do Estatuto da Diversidade

Sexual e Gênero — e, talvez, acima de tudo, uma das vozes mais

incômodas (no melhor sentido da palavra) que o Direito

brasileiro já escutou.

Sim, incomoda. Porque enquanto muitos juristas se mantêm

confortavelmente ancorados em códigos ultrapassados, Dra.

Maria Berenice ousa trazer à tona aquilo que a Justiça insiste

em não enxergar: os corpos dissidentes, as famílias que não

cabem em moldes, os afetos que o conservadorismo insiste em

apagar.

Ela não escreve apenas sentenças ou pareceres — ela esculpe

espaços legais para existências historicamente invisibilizadas.

É impossível falar de Direito das Famílias e Sucessões no Brasil

sem esbarrar no legado de Dra. Berenice. E não falo apenas de

seus livros, palestras, ou de seu papel como vice-presidente

nacional do IBDFAM. Falo de sua coragem em dar nome, forma

e jurisprudência ao que era silêncio: o Direito Homoafetivo, a

parentalidade plural, a proteção real contra a violência

doméstica, os direitos de quem nunca teve nem voz, nem vez.

Coordenadora do Estatuto da Diversidade Sexual e Gênero —

projeto de iniciativa popular, com mais de 100 mil assinaturas —

viu sua proposta ser arquivada no Senado, em 2022. Mas

sejamos honestos: o arquivamento é do Congresso. A relevância,

essa ninguém arquiva. Porque quem planta justiça com afeto e

coragem, colhe transformação em longo prazo. E é isso que Dra

Maria Berenice faz, todos os dias, seja no tribunal, no escritório,

ou nas trincheiras da advocacia feminista e LGBTQIA+.

Hoje, à frente do seu próprio escritório, ela segue advogando — e

mais do que isso: formando consciências. Não só presta

assessoria jurídica, mas também realiza aquilo que muitos

tentam evitar: escutar, conciliar, humanizar o Direito.

Dra. Maria Berenice Dias é a prova de que o Direito pode sim ter

coração, sem perder a razão. E se o futuro ainda parecer

obscuro, é bom lembrar: enquanto houver mulheres como ela

abrindo caminho, a Justiça continuará encontrando novas

formas de ser justa.

Qual a importância do

Instituto Brasileiro de

Direito de Família?

By BM Frank

O direito de família é o ramo

mais importante que existe

do direito. Porque a família é

a coisa mais importante que

existe para as pessoas.. Ou

seja, todo mundo nasce de

uma família, seja o formato

que tiver, seja a estrutura

que tiver.

E isso é a base da sociedade.

Isso está escrito até na

Constituição da República.

Por isso tem a proteção do

Estado. Mas quando se

pensa em família, a família

maravilhosa, a família

sagrada.... Que família é essa?

Sempre teve um imaginário

das pessoas. Bom, que

família é aquela? Um

homem e uma mulher

casados para sempre. Para

ter filhos até que a morte os

separasse.


By BM Frank

Sempre teve esse conceito muito

fechado. A Família sempre foi

exclusivamente essa. Esse

conceito tem uma ligação muito

grande com a religião. Que

reconhece exclusivamente essa

família. E ao reconhecer só uma,

só essa família, via de

consequência acaba condenando,

excluindo e invisibilizando outras

estruturas de família que não têm

esse formato. E que sempre

existiram.

Dizer que a família que sempre

existiu era só aquele modelo de

família? Não. Por que a tentativa

do Estado é de que as pessoas

fiquem dentro do casamento,

quando casam, e por que é tão

importante? Você tem que sair, As

pessoas são livres para entrar e

não são livres para sair?

O casamento era tido como

indissolúvel. Só que nunca foi. A

pessoa podia não conseguir se ver

livre do casamento na justiça.

INVISIVILIDADE DE

OUTRAS ESTRUTURAS DE

FAMÍLIA

Mas as pessoas saíam. E iam em

busca da felicidade em outras

estruturas de convívio. Esta

tentativa de manter as pessoas

dentro da família convencional;

a única que era considerada

como família, e a outra não.

Se a pessoa vive com fulano,

tantos anos, tem tantos filhos,

mas tem o papel do casamento?

- Não tem? Ah, então não é uma

família. - Mas como que não?

Está aqui todo mundo sabe,

todos os vizinhos. Ele é o pai dos

meus filhos.


Sociedade começou a evoluir

-Eu nem sabia que não eram casados,

isso não é uma família normal. Pronto!

Tirou os direitos, ninguém enxergava,

ninguém reconhecia. Filhos desses

relacionamentos eram chamados de

filhos ilegítimos, e nem podiam ser

registrados. Aquilo era algo

absolutamente marginalizado. Só que

não! A sociedade começou a evoluir,

mulheres desquitadas, que eram

alijadas da sociedade! A sociedade

começou a aceitar mais, esses outros

vínculos. A liberdade das pessoas

saírem de um relacionamento e

entrarem em outro. E de reboque

sempre vem a lei, depois de um

tempo, mudando. Tanto que surge a

lei do divórcio. Enfim, admitindo num

primeiro momento o divórcio, mas

cheio de restrições. Tudo tem muito a

ver com o movimento feminista.

Controle da natalidade e o

surgimento dos métodos

contraceptivos.

By Ricardo Jaeger

As mulheres também

começaram a trabalhar, entrar

no mercado de trabalho,

abandonar aquela idéia

sacralizada de família,

casamento, filhos.

No momento em que elas

começaram a buscar os seus

espaços, uma autonomia, não

dependiam mais do homem, do

marido, para sobreviver.

Então começaram a dar

liberdade para sair e encontrar

outros relacionamentos.

Isso começou a ser aceito pela

sociedade.

Tanto que vem a Constituição

da República, de 1988, dizendo

que a família não é só a do

casamento. E alargou o conceito

de família. A família também é o

que se chama de união estável,

onde as pessoas se unem sem o

casamento.

E também essas que eu chamo

de família solo, que é: um dos

pais com seus filhos. A

Constituição também diz que é

uma família. Então dentro dessa

nova configuração, e aí é que

entrou o grande papel do

IBDFAM.


“O afeto merece ser visto como

uma realidade digna de tutela.”

Maria Berenice Dias

By BM Frank


IBDFAM já têm 27 anos, quase 30

mil associados. Onde é que está o

conceito de família, se não é mais

casamento, sexo e procriação? O

que é? O que define? E acho que

essa foi a grande revolução que foi

provocada. A identificação de um

elo de responsabilidade, de

afetividade, de comprometimento

mútuo, que faz surgir... Precisa ser

imposto consequências jurídicas a

esse ato das pessoas se

aproximarem,

se

responsabilizarem e viverem

juntas.

Então é assim, gosto de usar a

frase do Saint-Exupéry “você é

responsável por aquilo que

cativa.” Esse vínculo de

afetividade é o que define uma

família. Então onde está presente

este vínculo de afetividade, isto

gera obrigações, isso gera direito.

Houve um alargamento

conceitual. Isso foi provocado pelo

IBDFAM. Bom, e aí começou a

perceber que as famílias de

pessoas do mesmo sexo também

são uma família.

As famílias Homoafetivas?

Sim, Homoafetivas, que foi uma

expressão que eu que criei,

também é da ordem da

afetividade. O vínculo é de

natureza afetivo.

E essas outras estruturas de

famílias, famílias de pessoas LGBT,

trouxeram esse alargamento

conceitual. E esse alargamento, foi

a grande mudança. Isso foi assim,

o que mudou dentro das relações

conjugais, da ordem da

conjugalidade. Só que essa

mudança, esse alargamento do

conceito, também foi da ordem,

isso foi um grande avanço do

IBDFAM, foi da ordem dos

vínculos de filiação. Temos a

parentalidade, também começou

a se reconhecer, que filho não é só

o filho biológico.

Passa e ser filho aquele que

antigamente se chamava filho de

criação, que era criado desde

pequenininho, ou padrasto que

convive com a criança há muitos

anos.

Será que isso não constrói nada?

Será que esse vínculo de

convivência também não gera

direitos e obrigações?

E aí que surgiu o conceito, de

vínculo de filiação sócio-afetiva. E

a partir desse conceito, outras

coisas surgiram, como, por

exemplo, a possibilidade do

reconhecimento

da

multiparentalidade. As pessoas

podem ter dois pais ou duas

mães, uma criança tem um pai

biológico, que o criou , que ele até

se dá bem, ele paga os

alimentos...


mas ele também tem um vínculo

com seu padrasto, que cuida

desde pequeno. Então, ele tem

dois.

A partir daí se começou a

reconhecer, e a inserir dentro do

registro de nascimento dupla

paternidade ou dupla

maternidade. Este conceito do

afeto, de gerar a responsabilidade,

também levou a algo fantástico,

que é o reconhecimento da

obrigação do cuidado. O que a

Constituição diz, o Estatuto da

Criança e do Adolescente diz, o

Código Civil diz, que cabem aos

pais o cuidado dos filhos,

assistência, educação.

Bom, então, a lei me impõe uma

obrigação. Mas e aquele que não

cumpre esse poder? Não acontece

nada? Aí surgiu a ideia de

abandono afetivo, pode pagar

alimentos, mas se não convive,

abandonou. Deixar de cumprir

este encargo de cuidado gera

consequências jurídicas. Isso foi

um grande avanço. - Ah, mas o pai

é obrigado a amar? Não, o pai é

obrigado a conviver e cuidar. E se

não faz isso, tem que pagar uma

indenização. Porque essa

ausência de convivência causa

danos no filho.

Eu falo pai porque normalmente

isso acontece com o pai, mas

também pode acontecer com a

mãe. Falo do Pai, pôr deveres

decorrentes dessa obrigação que

ele tem legalmente. Tanto que eu

acho que ninguém pode abrir

mão de conviver com os filhos.

Ainda que a lei permita isso, eu

acho que isso até é

inconstitucional. Esse foi, a grosso

modo, a grande mudança

provocada pelo IBDFAM, foi o que

transformou o direito, que aí

passamos a chamar direito das

famílias, por causa do seu conceito

plural, antes era direito de família,

que era uma só, e no mundo

inteiro.

Não existe nenhum país do

mundo que tenha um direito das

famílias tão desenvolvido, tão

atento, respondendo a realidade

da vida como ela é, como temos

no Brasil.

By Giovani Paim


Então, a partir daí, surge o

Manual de direito das famílias?

Escrevi a primeira edição deste

livro, então intitulado Manual das

Famílias, pouco tempo após a

promulgação da Constituição

Federal, já com o propósito de

alertar que o cenário jurídico havia

mudado. Com a entrada em vigor

do novo Código Civil, percebi que

muitas das suas disposições não

refletiam as transformações

introduzidas pela Constituição.

Passei, então, a chamar a atenção

para isso, afirmando com

convicção: 'as coisas não são mais

assim, precisam ser de outro

modo.

Atuei como magistrada por 35

anos e, ao longo desse período,

desenvolvi uma abordagem

jurídica focada no caso concreto —

sempre me perguntando como

aplicar o direito de forma justa e

eficaz às situações reais. Fui uma

crítica incansável das incoerências

normativas. Dizia com frequência:

'a lei não pode mandar nisso', ou

ainda, 'isso não tem fundamento',

'isso está errado', 'isso não pode

continuar assim'.

Sempre houve, por exemplo, na

lei, uma grande discriminação

com relação às mulheres. A lei

sempre puniu as mulheres.

Mulher perdia se fosse culpada,

sempre só se fala na culpa da

mulher.

Sempre se impôs

comportamentos rígidos de

ordem moral, determinadas

posturas morais, para as mulheres

e que nunca se impôs ao homem.

Por exemplo, fidelidade é uma

obrigação da mulher, para o

homem, sempre foi aceito

socialmente a infidelidade,

inclusive invejado socialmente.

Mas se a mulher comete adultério,

ela perdia o direito ao nome,

perdia o direito de alimento, e eu

comecei a dizer, mas como perder

o direito de alimento?

Então tem pena de morte no

Brasil a mulher, porque ela foi

infiel. Então quer dizer que ela

não vai poder se sustentar, não vai

poder ter direito a ganhar

alimentos e tal.

E assim, como eu fui a primeira

mulher na magistratura de todo o

sul do Brasil, foi uma trajetória

muito difícil, eu ter aberto esse

caminho, e procurando avançar, e

sempre trazendo, e invocando,

buscando trazer um outro lado,

um outro olhar. Ao longo dessa

jornada profissional, conquistei

muitas realizações.

Minha filha estudava direito, e

chegou e disse assim, mãe, por

que você não escreve?


Sempre escrevi muitos artigos e

costumava publicar também

meus julgamentos em um site

próprio — fui a primeira jurista no

Brasil a criar e manter um site

jurídico pessoal.

“-Por que você não escreve as suas

ideias? Todo mundo gosta tanto

das suas ideias, você faz palestra..”

Me senti motivada, e escrevi aí a

primeira edição do Manual de

Direito das Famílias, agora já está

na 17ª edição.

Meu compromisso é com a

qualidade e a atualização real do

conteúdo. Quando surge algo

novo — uma mudança legislativa,

uma nova interpretação, uma

ideia relevante — não sigo aquela

lógica de lançar uma nova edição

a cada ano. Não. Só publico uma

nova edição depois de reler tudo,

revisar com cuidado e atualizar

por completo. Quem me lê sabe:

não precisa comprar outra edição

a cada lançamento. Às vezes, há

mudanças de pensamento, uma

evolução natural — e faço questão

de refletir isso no texto. Estou

sempre pensando, criando,

renovando.

Dra. Berenice, E os avanços na

legislação, na jurisprudência do

direito das famílias, como estão?

By Ricardo Jaeger

“Então tem pena de morte no Brasil a

mulher, só porque ela foi infiel.”

A lei não avança, a lei fotografa um

determinado momento, aqui e

agora. Só que é assim, ela sai

agora para implementar as coisas

para frente. Mas ela fica estática

ali. Pelo menos no campo do

direito das famílias, onde as

mudanças sociais são muito mais

rápidas, ela está sempre meio

defasada, sempre correndo atrás.

Aí é que entra a maior

responsabilidade de quem

trabalha, quem lida com o direito

de família. Em primeiro lugar,

acho que é de grande

responsabilidade quem escreve,


papel dos doutrinadores lançar novas ideias, provocar reflexões e

abrir caminhos. A partir disso, cabe aos advogados, ao baterem às

portas do Judiciário, irem além da letra estrita da lei. O ponto de

partida não deve ser apenas 'o que está previsto na norma', mas sim:

'o que essa pessoa está pedindo?'. Muitas vezes, o cliente chega ao

escritório com uma demanda legítima, mas que ainda não está

claramente prevista em lei. E isso não significa que não exista um

direito.

Os advogados têm justamente essa função criativa e essencial:

provocar o debate, interpretar a realidade à luz dos princípios e

sensibilizar a Justiça para o que ainda precisa ser reconhecido.

Às vezes, o avanço do direito é lento, mas ele acontece. Um exemplo

marcante foi o surgimento do exame de DNA. Quando essa

tecnologia se tornou acessível, muitos homens passaram a buscar a

confirmação da paternidade — queriam saber, de fato, se eram ou

não os pais. Havia casos em que, anteriormente, o juiz havia

decidido que determinado homem era o pai — ou não era — com

base nas provas disponíveis à época. Muitas vezes, a negativa da

paternidade ocorria porque a mãe não conseguia comprovar que

havia mantido relação sexual com o suposto pai. Com a chegada do

exame de DNA, tornou-se possível reabrir essas discussões por meio

de uma nova ação, já que agora havia um fato novo e decisivo para o

julgamento.

As crianças têm esse direito. Com o surgimento de novas

possibilidades investigatórias, ampliou-se o acesso à verdade e à

justiça para elas. Levei muitos anos para conseguir implantar e

implementar essas mudanças — mas, com o tempo, elas se

firmaram. Hoje, podemos dizer com orgulho que o Brasil possui uma

jurisprudência extremamente avançada nessa área.

E não é raro ouvir elogios aos nossos tribunais e decisões — mas é

importante lembrar: os verdadeiros protagonistas desse avanço são

os advogados. São eles que batem às portas da Justiça, trazendo

novidades, questionando o estabelecido, insistindo uma, duas,

quantas vezes forem necessárias. São persistentes. Não se cansam

de pedir, de provocar o debate, de trazer a questão até aqui. E é

assim que o direito evolui.


E muito da razão de ser de IBDFAM foi ser esse meio que qualificar

profissionais, qualificar juízes, promotores, enfim, até os associados de

todas as suas carreiras, para a construção de uma jurisprudência, de

uma justiça, eu não vou dizer que seja de vanguarda, mas mais

realista. Tem coisas que não adianta dizer, olha, não pode. Eu vou

trazer um exemplo.

Existe uma realidade que sempre existiu. Está errado? Está. Há um

descumprimento do dever de fidelidade? Sim. O adultério não é

mais crime, mas é feio? É. Só que é uma característica muito

masculina manter as duas famílias.

Esse tipo de argumentação é muito recorrente: 'Ah, mas família só

pode ser uma! Não existe isso de duas famílias. A outra não é família,

eu não reconheço.' Mas e quando essas pessoas vivem juntas há 40

anos? Como ignorar uma convivência tão duradoura?

Há casos em que um homem manteve, simultaneamente, dois

núcleos familiares por décadas. É possível dizer que uma dessas

relações simplesmente não existe? Que ela não gera direitos? Claro

que não. Se ele escolheu manter duas famílias, ele deve assumir as

responsabilidades por ambas. O direito não pode fechar os olhos

para a realidade.

As crianças não têm nada a ver com essa situação. A outra mulher

muitas vezes não sabe.

O filhos certamente, têm direitos. Mas e a mulher? O que a Justiça

tem feito nesses casos? Muitas vezes, vemos uma postura ainda

sexista, machista e misógina. A culpa, de forma implícita ou explícita,

recai sobre a mulher — aquela que supostamente 'sabia' ou 'aceitou' a

situação. Enquanto isso, o verdadeiro responsável — o homem, que

manteve duas famílias simultaneamente — acaba protegido.

Na prática, a Justiça muitas vezes é conivente. Não pune esse

comportamento; ao contrário, acaba estimulando-o. A mensagem

que se transmite é: 'Você pode ter quantas mulheres quiser, porque

juridicamente só responde por uma.' Isso revela uma visão distorcida

da realidade. Nem mesmo na esfera previdenciária essa divisão

costuma ser reconhecida. Muitos juízes ainda se recusam a ordenar o

rateio de pensões ou benefícios, ignorando o vínculo e a

dependência econômica gerada por décadas de convivência.


E as pessoas ficaram juntas durante

muitos anos naquela promessa.

Primeiro não diziam que eram

casados, depois dizia que a mulher

estava doente. Aí depois, não, não

tenho nada com ela.

Não, vou me separar agora. Vou esperar

o filho crescer, vou esperar o filho casar,

a mulher está doente, acho que ela vai

morrer. Bom, mas um dia eu vou me

separar e tal. A gente sabe como é que

é isso. Mas assim, quem é que é

punida? Acaba sendo punida a mulher,

como se ela que fosse a culpada pelo

homem ter feito isso. Então, essa é

uma postura muito contra a mulher.

Isso aí eu acho uma coisa muito

perversa. E isso a gente vê de uma

maneira muito recorrente na justiça.

Outra coisa é negar alimentos às

mulheres que ficaram muitos anos

dentro dos casamentos sem trabalhar.

Foi um acordo que eles fizeram. A

mulher não precisa trabalhar, vai ficar

em casa, vai ficar cuidando do filho, ele

vai trabalhar. Bom, atende muito a

conveniência do homem, e as

mulheres que foram criadas mesmo

para fazer isso, acabam aceitando,

acaba muito “à mercê” deles. Eles

podem fazer o que querem, porque a

mulher não vai abandonar. Então, fica

uma relação muito assimétrica. Bom, e

esses casamentos às vezes perduram

muito tempo, e o dia que eles

encontram uma mais novinha, eles

vazam. E a mulher?

As mulheres que muitas vezes

têm filhos com algum tipo de

necessidade, filhos com

deficiência, que demandam uma

presença, mesmo assim não se

dá alimento. Então, assim, são

coisas que ainda estão muito

arraigadas, muito complicadas, e

que nós ainda temos que

continuar lutando.

Mas tem uma boa notícia, né?

O Conselho Nacional de

Justiça, que é o órgão

administrativo, ele baixou uma

resolução obrigando a todos os

juízes e tribunais a apreciarem

uma causa, sempre atentarem

a isso que se chama as

questões de gênero, ou seja,

enxergar a realidade do que

acontece com aquelas pessoas

dentro daquele contexto.


A mulher estava com 64 anos, doente, com deficiência, e eles acham que

ela não procurou trabalhar, o casal combinou que seria assim. Esse foi o

trato deles. Então, se separaram, tem que pagar alimentos para essa

mulher. Ela não tem de onde tirar, mas a justiça não dá. Ah, não, só dá por

um tempo.

Nesse processo, que tinham tirado a pensão dela, eu fui fazer sustentação,

olha no protocolo vocês são obrigados a utilizar. Nunca tinham ouvido falar

no protocolo de 2020. Ah, vocês têm que ver, olha o contexto dela, isso foi

combinado. Ele enriqueceu, ele é fazendeiro, Quando ele chega em casa

tudo está organizado o jantar está pronto, e ela toda arrumada, esperando

o maridinho. Você entende? O trabalho dela nunca foi valorizado, parece

que não tem valor econômico. Quando tem! Eu tive que fazer todo esse

contexto, explicar a situação, ela precisa de alimentos, ela não tem como

sobreviver. Vocês estão julgando e punindo ela. Ela não foi atrás de

trabalho porque tinha um acordo entre eles.

Dra, e o Direito das Famílias, está mais humanizado menos

burocratizado?

O que tem se buscado, e acho isso bem significativo, é criar mecanismos e

ferramentas, e esse é um grande compromisso de IBDFAM, de mudar um

pouco essa estrutura. Como cuidar das relações da família depois que o

casal se separa, que esse é o grande contingente de processos que se tem.

A questão é o que acontece hoje em dia, o casal se separa, o que se pede,

o que os juízes dão? Os filhos ficam com a mãe, e de 15 em 15 dias, às vezes

o pai pega no final de semana, às vezes tem pernoite na semana, nem

sempre. Mas isso não é assumir os encargos do poder familiar, e é a mulher

que fica numa absoluta sobrecarga. A mulher tem que mandar pra escola,

levar um dentista, levar para dar vacina e tal, e final de semana com o pai,

de vez em quando, é uma coisa maravilhosa pra ele, né?

Vai no McDonald's, anda daqui e dali, não sabe o nome da professora, não

sabe como está na escola... Isso tá mal, isso tá mal. E isso é assim, o que tá

se procurando então fazer, criar ferramentas e mecanismos de fazer essa

divisão dos pais assumirem, repartirem os encargos parentais.

Não interessa nem onde é que o filho tá morando, mas assim, quem é que

vai levar na escola? Muitas vezes acontece assim, a mulher não tem carro, o

pai tem carro, quem é que leva na escola? A mulher tem que pegar um

Uber e levar na escola, então deve ao pai pegar e levar.


Ah, mas tá na casa da mãe! Não tem importância, vai na casa dela, e pega

o filho, leva na escola, sabe? Assumir encargos. Então, a grande mudança

que tá se descortinando, e esse é um dos grandes metas do IBDFAM, é

trazer esse tipo de serviço, que é formar, mas fora do judiciário.

O juiz não tem como decidir isso. O juiz não conhece a criança, vai ter

aquela montanha de processo, vai saber qual é o melhor horário de ida

para escola? Ele não tem como fazer tudo isso, e acho que isso é um

encargo dos pais. Os pais não podem ser responsáveis de jogar a sorte, a

vida para ele, no colo de um estranho, que é o juiz. Isso aí é loteria, não sei

se o juiz é bom ou é ruim, ele tá perdido no mar, ele vai fazer sempre a

mesma coisa, e atende o melhor interesse do filho, os pais estaão sendo

responsáveis, de não conseguirem solucionar isso. Então a ideia é criar essa

outra estrutura para o exercício que se chama co-parentalidade, ou seja,

esse exercício ser feito por os dois.

“Os homens, foram criados dentro de uma estrutura

que não se encaixa mais nos dias de hoje.

Uma mãe que ficou cuidando dele... ele vai procurar na

esposa, uma mulher que faça aquilo que a mãe fez.”

Maria Berenice Dias


"Protocolo 2020" sobre Doenças Sexualmente

Transmissíveis (DSTs) refere-se ao Protocolo

Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para

Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST),

publicado em 2020 pelo Ministério da Saúde do

Brasil.

Sífilis,

Gonorréia,

Clamídia,

HPV (verrugas genitais),

Herpes genital.

Notificação compulsória:

Casos de sífilis, HIV, hepatites virais e outras

ISTs específicas devem ser obrigatoriamente

notificados.

Prevenção combinada:

Estratégia que inclui:

Uso de preservativos (masculino e feminino).

Profilaxia pré-exposição (PrEP) e pós-exposição

(PEP) ao HIV.

Vacinação (contra hepatite B e HPV).

Redução de danos e educação sexual.


Feliz Dia das Mães

8 DE MAIO

Parabéns pela mãe

maravilhosa que você é!


MEDITE, SE HARMONIZE

PROGRAMA

MAUDE SALAZAR

Reprises na Rádio Omindaré

WWW.RADIOOMINDARE.COM.BR


O que você vai usar neste outono-inverno?

A gente te conta as 5 maiores tendências da temporada

por Letícia Lima Laurino

Mesmo que o frio ainda não tenha

dado as caras completamente, o

outono já está entre nós, e com ele,

aquele desejo de renovar o guardaroupa,

apostar em sobreposições e

curtir as possibilidades que só as

estações mais geladas oferecem. A

boa notícia é que as passarelas e o

street style mundo afora já

entregaram o que vem por aí. E sim,

tem muita coisa interessante!

Falando em elegância, a alfaiataria

descontraída segue firme como

tendência. A ideia é usar peças que

remetem ao ambiente de trabalho,

como blazers, calças de corte reto,

camisas amplas e até gravatas, mas

de uma forma mais leve,

descomplicada e com combinações

criativas. Esqueça aquele look

engessado de escritório.

A temporada de outono-inverno 2025

promete unir conforto, sofisticação e

personalidade. As tendências estão

permitindo que cada um adapte as

novidades ao seu próprio estilo, seja

ele mais básico, ousado ou elegante.

A seguir, a gente te apresenta cinco

apostas quentinhas que vão dominar

os looks nos próximos meses.

A primeira delas é o vermelho cereja,

tom vibrante que segue como estrela

da estação. Depois de aparecer em

diversos desfiles internacionais, ele

agora invade também as ruas e

vitrines por aqui. É a cor perfeita para

quebrar a sobriedade típica do

inverno e trazer energia para o visual.

Casacos, tricôs, vestidos e bolsas

ganham vida com essa tonalidade

intensa, que combina tão bem com

tons terrosos quanto com neutros

como cinza, branco e preto.


Outra estampa que promete marcar

presença é o bom e velho animal

print. Mas não pense que é só a

oncinha de sempre: agora, o leque se

abre para padrões inspirados em pele

de cobra e até de vaca, tudo com uma

paleta mais sóbria, com fundo escuro

ou terroso. O resultado? Um visual

marcante, mas com sofisticação ideal

para quem quer destacar uma única

peça no look sem exagero.

urbana, estilosa e atual. É daquelas

peças que fazem o look sozinho, seja

com jeans básico, saia midi ou até por

cima de um vestido leve

E se inverno combina com aconchego,

as texturas estão em alta como

nunca. Os tricôs grossos, os tecidos

felpudos e o couro (especialmente o

sintético) ganham protagonismo. São

materiais que não só protegem do

frio, mas também adicionam

profundidade visual aos looks. A

mistura entre diferentes texturas,

como um casaco de pelúcia com uma

calça de couro, é uma das apostas

mais interessantes da temporada.

Por fim, uma peça específica se

destaca como item desejo da vez: a

jaqueta bomber em couro. Com

modelagem ampla, mangas

volumosas e punhos marcados, ela

aparece em diversas cores e

acabamentos, trazendo uma pegada

A verdade é que o outono-inverno 2025

chega com espaço para todos os estilos.

Você não precisa seguir todas as

tendências ao pé da letra, basta se

inspirar, adaptar e usar o que faz

sentido para você. Porque no fim das

contas, a melhor moda é aquela que

veste a sua verdade.



As abelhas são essenciais para a

humanidade por várias razões,

especialmente por seu papel na polinização,

na biodiversidade e na produção de

alimentos. São insetos essenciais para a

polinização e a biodiversidade. Existem mais

de 20.000 espécies no mundo, adaptadas a

diferentes habitats. Elas podem ser abelhas

sociais (vivem em colmeias organizadas) ou

abelhas solitárias (vivem de forma

independente).

São responsáveis pela polinização de cerca

de 75% das culturas agrícolas que

consumimos, incluindo frutas, vegetais,

nozes e sementes. Sem a polinização, muitas

plantas teriam dificuldades para se

reproduzir, reduzindo drasticamente a

produção de alimentos e afetando a

segurança alimentar global.

A polinização realizada pelas abelhas ajuda a

manter a biodiversidade e a preservação de

florestas, campos e ecossistemas naturais.

Elas garantem a reprodução de diversas

espécies de plantas que servem de alimento

e abrigo para outros animais. Produzem mel,

um alimento natural rico em nutrientes.

Além disso, fabricam cera de abelha,

própolis, geleia real e veneno de abelha, que

possuem aplicações medicinais, cosméticas e

industriais.

As abelhas são muito sensíveis a mudanças

ambientais e à poluição. O declínio das

populações de abelhas alerta sobre

problemas como desmatamento, uso

excessivo de agrotóxicos e mudanças

climáticas. A diminuição das populações de

abelhas, causada por pesticidas,

desmatamento e mudanças climáticas,

representa uma ameaça à produção de

alimentos e ao equilíbrio ecológico. Sem as

abelhas, a humanidade enfrentaria

dificuldades para produzir alimentos

suficientes para a população mundial.

As abelhas são verdadeiras heroínas da

natureza e sua preservação é essencial

para garantir um futuro equilibrado para

a humanidade e o meio ambiente!

Nos últimos anos, cientistas e

ambientalistas têm alertado para o

declínio alarmante das populações de

abelhas em todo o mundo. Esse

fenômeno, conhecido como Síndrome do

Colapso das Colônias (CCD - Colony

Collapse Disorder), pode ter

consequências catastróficas para o meio

ambiente e para a produção de

alimentos.

Plantar flores e árvores que sirvam de

alimento para as abelhas. Evitar o uso de

pesticidas e produtos químicos tóxicos.

Criar espaços seguros, como jardins e

colmeias urbanas. Apoiar a agricultura

orgânica e sustentável. Conscientizar

sobre a importância das abelhas para o

planeta. Práticas que podem ajudar a

preservação das abelhas.


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CHEESE

CAKE DE

TRUFAS

por Olívia Vieira

INGREDIENTES

1 1/4 de xícara de biscoitos maisena

moídos

1/4 de xícara de açúcar branco

2 colheres de chá de canela em pó

1/3 de xícara de manteiga derretida

300 g de morangos fatiados

1 colher de sopa de amido de milho

250 g de cream cheese amolecido

1 lata (390 g) de leite condensado

1/4 de xícara de suco de limão

1/2 colher de chá de extrato de

baunilha

3 ovos

1 colher de sopa de água (opcional)

TEMPO DE PREPARO: 1H

COZIMENTO: 45MIN

TEMPO TOTAL: 1H45

PREPARO

1. Misture os biscoitos, o açúcar, a canela e a

manteiga em uma tigela. Coloque a massa

em uma forma de fundo removível de cerca

de 22 cm. Refrigere por 30 minutos.

2. Pré-aqueça o forno a 150 °C.

3. Bata os morangos e o amido de milho no

liquidificador até virar um caldo homogêneo.

Coloque esse caldo em uma panela pequena.

4. Aqueça até ferver, mexendo até o caldo

ficar espesso e brilhante (cerca de 2

minutos). Separe 1/3 do caldo e deixe esfriar.

Cubra o restante e coloque no refrigerador.

5. Bata o cream cheese uma tigela, com um

mixer, até ficar leve e fofo. Continue batendo e

adicione aos poucos o leite condensado.

Adicione o suco de limão e a baunilha e, em

seguida, os ovos, batendo em velocidade baixa.

Despeje metade dessa mistura sobre a massa

de biscoitos e, sobre ela, derrame, com a ajuda

de uma colher, metade do caldo de morango

reservado. Espalhe o restante do cream cheese

sobre essa camada e, sobre isso, derrame o

restante do caldo de morango. Corte a camada

de cima com uma faca para espalhar o caldo.

6. Asse no forno pré-aquecido por cerca de

40 a 50 minutos. Deixe esfriar por 10 minutos.

Retire cuidadosamente da forma, usando

uma faca para ajudar a desgrudar, e deixe

esfriar por uma hora. Deixe no refrigerador

durante a noite. Sirva o cheesecake com o

caldo de morango reservado.


por Regina Papini Steiner

A 1900 não é só Pizzeria. É o cheiro de infância, é mesa de

domingo, é calor humano em torno do forno a lenha. E por trás

dessa tradição viva, está Erik Momo, que como um Maestro

conduz com a sensibilidade de quem entende que servir é

também acolher. Conseguiu transformar o que já era tradição em

experiência. Não se trata apenas de uma massa bem fermentada

ou de ingredientes impecáveis — trata-se de fazer da pizza um elo

entre pessoas, histórias e sabores que atravessam gerações.


Como surgiu a 1900 Pizzeria?

Eu sou da segunda geração, então eu

não tenho parte no processo criativo,

nem na decisão de empreender. Eu

era um garoto, tinha 12 anos de idade,

quando meus pais começaram. Eu

brinco que eu era levado assim pela

orelha para a pizzaria, para trabalhar,

para fazer as coisas que tinha.

Naquela época a gente ainda andava

nessa linha e estava tudo bem, né?

Era um mundo um pouco diferente

do que a gente está acostumado

hoje.

É como se o universo fosse dando

para o meu pai condições dele fazer

aquilo. Meu pai é músico, tocava viola

na Orquestra Municipal de São Paulo,

foi violista até se aposentar. Tocava

em uma orquestra de câmara, que

era o Lestro Harmônico. Tinha

quartetos, ele regia peças de coral,

trabalhou para a Prefeitura, na

Secretaria de Educação, também

para trazer música para as escolas.

Meu pai foi um cara que trouxe a arte,

a cultura, essa parte musical dentro

da vida dele. O negócio dele era

música.

Ele tinha um galpão, lá na rua Estado

Israel, e um predinho anexo ao lado,

que ele tinha herdado do avô dele

Estava alugado, era uma receitinha

extra que ele tinha, mas ele não tinha

pretensão de transformar em pizzaria.

A gente tinha um sítio onde meu pai

resolveu fazer um forno a lenha e

fazer pizza, era lazer e, hobby. E

quando vagou aquele imóvel, meu

pai falou, poxa, acho que eu vou

transformar aquele galpão.

Imagina na cabeça do meu pai ele ia

fazer um estúdio.

Estamos falando dos anos 80, uma

época em que a música eletrônica e

os recursos técnicos ainda eram

escassos. Para gravar um disco — sim,

na época ainda se gravavam discos —

os artistas precisavam de muitas

horas de estúdio, além de contar com

uma orquestra, uma banda completa

ou, no mínimo, uma boa 'cozinha',

como se diz no jargão musical, para

dar sustentação rítmica.

Quando meu pai viu aquele galpão,

imediatamente pensou: 'Vou montar

um estúdio de música aqui.' Era algo

que fazia todo o sentido para ele —

um homem que vivia e respirava

música. Transformar aquele espaço

em um estúdio seria quase uma

extensão natural da sua vida.

Enquanto isso, minha mãe trabalhava

na CETESB e, em 1982, foi enviada

para a Inglaterra para estudar o

processo de despoluição do rio

Tâmisa, com o objetivo de aplicar

esse conhecimento na recuperação

do rio Tietê. Meu pai foi com ela.

Durante essa temporada, parece que

ele encontrou uma antiga colega de

orquestra e compartilhou com ela a

ideia de montar o estúdio. E ela, com

toda a franqueza do mundo,

respondeu: 'Giovanni, esquece esse

negócio de música... isso nunca vai

dar dinheiro. Você faz uma pizza

maravilhosa! Abre uma pizzaria.'

Eu gosto de contar essa história com

uma certa licença poética — talvez

seja mais romântica do que

aconteceu de fato, mas é assim que

gosto de lembrar. E minha mãe

confirma: diz que naquele momento,

o “anjinho da boca mole” passou por

perto e fez com que meu pai ouvisse

aquilo com atenção. E foi assim que,

de uma ideia musical, nasceu a ideia

da pizzaria.


Detalhe: eles não entendiam nada de

gestão de restaurante. Meu pai só

sabia fazer uma coisa — mas fazia

muito bem — uma excelente pizza.

E eu brinco hoje, eu dou muita

palestra, dou aula, e falam que o

maior erro de qualquer

empreendedor é achar que fazer um

produto é o suficiente para você

começar um negócio.

E não é, não tem nada a ver. Então

saber cozinhar para os amigos, é uma

coisa, Transformar isso num negócio,

a pegada é outra, ainda mais hoje em

dia, que você não tem margem para

isso.

Então esse foi o princípio, e,

resolveram montar dentro de um

galpão, construído por volta de 1920,

uma pizzaria. E fizeram uma

referência à época de 1900.

E batizaram a pizzaria de 1900.

Qual é a filosofia da 1900 Pizzeria?

Ao longo dos anos, evoluímos muito —

como empresa, como marca e como

negócio. Aprendemos a gerir melhor,

aprimoramos nossa técnica e, hoje,

temos orgulho em dizer que sabemos

fazer uma pizza de verdade, com

qualidade e consistência.

Meu pai costumava brincar, nos últimos

anos, dizendo: “Tive que voltar para a

música porque meu filho já me superou

na pizza.” Era o jeito sutil dele de

elogiar, porque meu pai era exigente,

duro mesmo. Essa frase, que ele dizia

com um sorriso no rosto, sempre soou

para mim como o maior

reconhecimento que eu poderia

receber.

Eu, meu irmão e o Maciel, nosso sócio,

estamos à frente da 1900 nos últimos

30 anos. Claro, os primeiros 10 anos

pertencem aos nossos pais — eles

plantaram as raízes e nós seguimos

cultivando. E o que sempre buscamos

foi manter viva a essência de uma

pizzaria familiar, nascida do sonho de

um imigrante italiano que veio ao Brasil

não para empreender na pizza, mas na

arte. Ele veio pela música, e acabou

criando algo que funde essa paixão

com a cultura brasileira.

Nossa mãe, química de formação,

trouxe outro tipo de olhar — o da

ciência, da precisão, da alquimia dos

ingredientes. E é dessa união que nasce

a filosofia da 1900: uma fusão entre

técnica e sensibilidade, entre

conhecimento e criatividade, entre

ciência e arte. Assim como uma música

bem composta, nossa pizza é resultado

de equilíbrio, emoção e dedicação.

Essa é a alma da 1900 Pizzeria: familiar,

artesanal e culturalmente rica. E é isso

que continuamos a servir, fatia por fatia.


.A música te toca sem ser fisicamente,

mas ela te preenche a alma. Então

tudo isso é o que pensamos como

essência de negócio e tenta colocar

no nosso produto, no relacionamento

que a gente tem com o nosso cliente,

com os nossos fornecedores e com o

nosso time.

Transformar essa empresa num

negócio rentável, sustentável, que

cresce, que é sólido e tudo mais, e

que ao mesmo tempo traz leveza,

traz harmonia, traz um bem-estar

para as pessoas através da pizza.

É isso que somos hoje como

empresa, como negócio, que meus

pais começaram lá em 83.

A Pizza tem um toque autoral?

A pizza carrega muitas referências

culturais e gastronômicas. E, por isso

mesmo, às vezes é difícil olhar para a

nossa própria pizza e dizer: 'Essa é a

pizza da 1900', especialmente

quando comparamos com as

milhares de pizzarias espalhadas pelo

mundo. Mas existem elementos que

são muito nossos, muito próprios. É

igual a música. Música...tem sete

notas para tocar. Se você pensar nas

notas principais, vai para as

intermediárias, você vai dobrar isso.

Mas quanto se produz de música

com tão pouco material? Pensa a

música, que tem poucas frequências,

mas que combinadas geram os

harmônicos, que em ritmos, em

composições diferentes, em termos

de, se você pensar no ritmo, o

andamento, a duração das notas, o

instrumento, o timbre que você

coloca, quanto se gera a partir de

uma coisa tão básica quanto sete

notas? É praticamente infinito. É

infinit o porque você pode, com o

tempo, o tempo é infinito, você pode

brincar com o tempo

o quanto você quiser, então a música

fica infinita. Em termos de

probabilidade.

A pizza, são quatro ingredientes, se

você pensar como base. Então tem a

farinha, a água, sal e o fermento. Essa

base te permite, partir para coberturas

e ingredientes que você pode colocar,

tipo de forno, quantidade de

hidratação que você faz na massa,

então vai variando tanto que começa

a ter essa assinatura, o autora, né?

Você sabe que a música é aquela, mas

a execução é daquele instrumentista,

então ele põe a personalidade dele, é

como o pizzaiolo quando vai executar

uma pizza, a receita talvez não seja

minha, eu posso estar vendo de um

colega, pegando uma referência, mas

quando eu executo, eu ponho dentro

desse instrumento e dentro desse

palco que eu tô exercendo a pizza, daí

eu trago a minha personalidade na

hora que eu executo essa pizza. E parto

para um negócio autoral, é isso. Como

explicar? Eu acho que é melhor comer.

Como é que você explica uma música?

Ouça e sinta. o a pizza você tem que

experimentar. Porque qualquer

descrição que eu vá fazer sobre ela, vai

ser muito superficial e nada vai se

comparar a você ter experiência do

que é realmente o produto.


sabe até de cor, canta fazendo outras

coisas e aquilo se torna automático no

teu cérebro, na tua memória e nas tuas

sensações.

E o que que você considera essencial

pra oferecer uma experiência

memorável ao seu cliente?

É dar o inesperado. O esperado, eu

acho que já existe... Imagina que, por

exemplo, quando você faz um

caminho novo, sai para um lugar que

você nunca foi, a tua percepção, está

se abastecendo de estímulos novos.

Você nunca passou naquela rua,

naquele lugar, aquele comércio.

Então você mapeia tudo, olha e tem

mais atenção pra coisas novas. Então

registra mais informações. Esse

estímulo, ele é excitante para o

cérebro para marcar aquele

momento. Quando vai uma segunda

vez no mesmo caminho, o cérebro,

para não gastar energia, não cansar e

não fica sobrecarregado, começa a

eliminar aquilo que já conhece.

Então você faz uma viagem mais

rápida, entre aspas, porque você teve

menos percepção de detalhes, e

assim você vai. E quanto mais

rotineiro fica aquilo, você vai cada vez

absorvendo menos sobre aquilo e

você vai colocando a sua cabeça até

em outro lugar. Você se permite,

porque não tem estímulo. E isso é

em tudo. Na sua relação por um

caminho, num relacionamento que

você tem, na convivência com as

pessoas, na leitura de um livro, numa

leitura, até ouvir uma música. Se

ouve uma música pela primeira vez,

tende a ter mais atenção do que

quando você já ouviu várias vezes, já

Então pra você ter um restaurante que

traga uma experiência memorável, você

tem que inserir algum elemento que

faça essa conexão para você ter uma

lembrança importante naquele

momento.

A primeira impressão vai gravar a

referência do que é jantar na 1900.

Quando a pessoa sai com uma boa

experiência, ele volta pra tentar repetir

essa boa experiência. Só que a

percepção dele já tá lastreada numa

primeira vista, numa primeira sensação. .

Eu não consigo gerar de novo o mesmo

entusiasmo da primeira vez numa

segunda visita.

Quando eu falo de tentar inserir

elementos novos, tentar dar o

inesperado, é que a gente consiga ter

uma sutileza na pessoalização do

atendimento, em oferecer produtos

novos, em evoluir o produto de maneira

sútil, pra que eu sempre consiga inserir

um elemento novo que talvez traga pra

esse cliente a mesma percepção de - é

legal ir lá porque sempre tenho uma

experiência boa.

É dificílimo fazer isso. Porque tem gente

que vem para a repetição. Eu tenho

músicas que eu amo ouvir. Eu sou um

cara da música também. Eu não sou

musicista, porque eu não executo, mas

eu curto. Eu gosto de cantar aqui no

meu chuveiro, eu gosto de tocar no meu

piano. Então eu tenho o meu pezinho na

música. E tem músicas que eu adoro

ouvir.


Uma, duas, três, dez vezes eu gosto

porque ela provoca aquela sensação

que é a mesma coisa que comer a

mesma pizza. Ela me preenche

emocionalmente.

O cliente também tem isso com a

pizza, com o restaurante, com o

atendimento de alguém, com aquele

lugar que ele gosta de frequentar.

Então precisa tentar dar elementos

suficientes que abracem o cliente

emocionalmente para a gente

conseguir guardar um lugarzinho lá

para ele. E se possível, ele percebendo

aquela melodia, percebendo o

harmônico, percebendo, esse

instrumento aqui, eu não percebia que

era tão importante aqui. Então é mais

ou menos essa linha que eu gosto de

pensar.

Como propiciar isso para os clientes

através da nossa pizza.

A pizza é o canal, ela não é a

protagonista da história, mas ela é a

desculpa pela qual as pessoas se

juntam, conversam, interagem. Vamos

comer uma pizza lá na 1900? Essa

interação entre as pessoas é o mais

importante. E a nossa pizza está sendo

o catalisador dessa memória que vai

surgir naquele momento ali.

Ela vai fazer parte. Ela vai ser um

cenário, ela vai ser um objeto de cena,

ela vai ser coadjuvante, mas ela nunca

vai ser a protagonista da história.

O que é excelência na gastronomia?

Tem muita confusão na minha visão. Não

é necessariamente o cara que tem uma

estrela Michelin.

A excelência, está voltada na sua

proposta. Eu sou um empreendedor. Não

sou um chefe estrelado. Então, qual é a

proposta que eu tenho de negócio? O

que eu estou oferecendo e vendendo

para o meu cliente? O que eu espero que

a minha equipe sirva? O que eu espero

que o meu cliente entenda do que eu

estou servindo? Então, esse conjunto de

expectativas e entregas. Quem tem

excelência na gastronomia é quem está

conseguindo superar um pouco a

expectativa. Quem faz isso com

excelência e entrega constantemente

isso por muito tempo e está sempre

cumprindo, tem excelência no negócio.

Eu vou pegar um exemplo do Habib’s,

por exemplo. Gastronomicamente

falando, não é a proposta deles., como

um restaurante, Arábia, por exemplo. O

Habib’s tem uma proposta muito bem

definida: oferecer comida acessível, em

grande volume, voltada para o público de

baixa renda, em um ambiente

descontraído, onde as famílias possam

relaxar e levar as crianças para brincar.

É um modelo de negócio que funciona —

e funciona muito bem. A empresa

consegue entregar exatamente aquilo

que promete. Gera lucro, emprega

pessoas, atrai clientes e proporciona uma

experiência alinhada com as expectativas

do seu público.

Quem vai ao Habib’s esperando uma

refeição econômica, com um espaço

acolhedor para a família, encontra

exatamente isso. E essa coerência entre

promessa e entrega é o que define a

excelência do Habib’s dentro da sua

proposta.


O McDonald's como rede também de

fast-food, que está no mundo? Uma

marca que tem mais de 50 anos.

Quantos anos tem o McDonald's?

Quantas lojas no mundo? Quantos

hambúrgueres eles fazem?

O melhor nhoque que eu comi na

minha vida era o da minha avó. Os

restaurantes chiques e italianos que

tem por aí, nunca vão fazer um

nhoque como o da minha avó, porque

era da minha avó e acabou. Esse era o

lugar dela, entende?

Existem execuções de excelência na

gastronomia, assim como na música.

Pensa nos Rolling Stones — uma

banda icônica, de enorme sucesso.

Mas quantos grupos talentosos, com

composições e execuções incríveis,

simplesmente se desfizeram ao longo

do tempo? Faltou algo na relação, no

conjunto, na durabilidade. Já os

Rolling Stones conseguiram manter

tudo isso: a música, o entrosamento e

a longevidade. E seguem aí, ativos até

hoje.

Agora, claro, tem também a questão

do gosto. Nem todo mundo curte

Rolling Stones — meu pai, por

exemplo, nunca foi fã de rock. Eu

gosto de música de forma geral. Mas

quando se fala da proposta da banda

— o público que querem atingir, a

sonoridade que entregam, a

experiência que constroem — há

coerência. E é isso que importa:

entregar com consistência aquilo que

se propõe. Concorda?

É imbatível. Então, é isso que eu gosto

de pegar na excelência.

Você vê a pizzaria como um ponto de

encontro cultural?

Não, Eu seria muito leviano da minha

parte. Ali tem a cultura da gastronomia

paulistana como motor para as pessoas

se encontrarem. Os caras querem comer

uma pizza. São Paulo come-se muita

pizza. Então, existe isso como uma

cultura da cidade, que veio da cultura

italiana, dos imigrantes. Então, nesse

ponto, sim. Mas um ponto de encontro

cultural, eu entendo como algo para

troca. Igual a gente está debatendo aqui.

Um ponto de encontro cultural, para

mim, é um ponto onde as pessoas

trazem ideias, debates, coisas diferentes.

Como convivência social, ok! Mas é

muito irrelevante, porque qualquer

pizzaria tem essa parte, já está, como é

que eu vou dizer, está meio tatuada na

cultura paulistana, na vida do paulistano.

O paulistano nasce e já sabe que vai

comer pizza. Acabou e vai ser assim para

o resto da vida.

A arte, você falou bastante, eu queria

que você falasse um pouquinho mais o

que ela representa para você?

A arte é tudo. Eu acho que a expressão, a

arte e ciência, para mim, elas estão, elas

são tão... Nossa, me emociona até pensar

e falar. ( neste momento nosso

entrevistado ficou bem emocionado ).

O mundo está aí. E a gente interage com

o planeta, com o mundo. E tudo o que a

gente se expressa é através dessa

conexão. A tua voz, teu movimento, a sua

expressão física. Essa interação humana,

quando a gente pensa a fala, o tom de

voz, o ritmo com que você se

movimenta, tudo isso pode ser uma


expressão da sua emoção. E quando você

vai para a arte e você fala, eu quero pegar a

minha emoção e eu quero transformá-la

em algo concreto. Como eu faço isso?

Como eu tiro o que eu sinto e coloco em

algo que as pessoas sentem também? Eu

tiro e coloco na pintura, coloco na música,

numa cena de teatro, no cinema, numa

fotografia.

( Erik se emociona novamente )

A arte, para mim, é tangibilização vamos

dizer, da alma e da sensação humana. Não

tem outra forma para mim de explicar o

que é arte. Às vezes a gente fica naquele

limiar, isso aqui é arte ou não é? Tem

expressão da alma de alguém ali? Ele

conseguiu colocar o sentimento dele

naquilo?Não esteve uma expressão da sua

sensação, da sua visão, da sua alma ali,

então, não é arte para mim.

Quando eu falo da nossa essência de

interagir com o mundo, com o nosso

planeta, e por que eu pego a ciência

junto? Como eu falei da música, da

harmonia, a pintura, você pegar os

pintores, os grandes pintores

renascentistas, o quanto eles usaram de

técnica de ciência para representar em

materiais as cores que a gente decupa

vendo. Como é que eu chego naquele

pigmento? Como é que eu dou aquela

sensação?

Como é que eu faço a profundidade? A

mistura de cores, de tintas, de extrair isso

dos elementos da natureza, para você

conseguir fazer a pigmentação, trazer

referências de brilho, textura de metais,

usando a mesma coisa você faz uma

pintura que representa seda, representa

madeira, representa metal.

Isso tudo é ciência. Como é que eu

extraio, como dizia o Michelangelo,

como é que eu extraio o que não é a

escultura que eu estou vendo?

Porque ele falava, a obra está lá, eu só

estou tirando o que não é.. Então, como

é que eu faço as ferramentas necessárias

para cortar a pedra que está na

natureza, extrair daquilo, fazer o

polimento e dar aquela sensação, o

tecido sobre a pele que a gente vê em

algumas artes, que você fala, eu vejo dois


elementos, mas na verdade é um só. Aquilo é uma ilusão de ótica, que o meu

cérebro quer entender como duas peças, mas é uma só. Então, como é que eu

consigo fazer o cérebro de quem está vendo entender duas coisas? Isso é ciência. Isso

é entender a percepção visual. Essa expressão da essência humana, para mim, na

arte, ela está desde que a gente existe como um ser vivo.

E a gente vai buscando elementos, você pensa em imitar os cantos dos pássaros para

atrair, para fazer caça e etc. Querendo ou não, é você pegar aquilo e você replicar algo

da natureza de uma forma, com um objetivo. Seja para comunicar ou seja para se

alimentar. Se você pensar, vou fazer algo para me alimentar, produzir uma isca que

seja representativa de um inseto para poder pegar um peixe, uma coisa nesse

sentido. Quanto mais fiel você for, você precisa desenvolver técnica para aquilo, com

aquele objetivo. A arte vai andando nesse caminho, nessa evolução, para mim.

Nunca estudei história da arte, tenho vontade absurda de estudar, mas ainda não...

Um momento marcante de algum artista que passou pela 1.900?

Eu tenho vários. Meu pai esteve lá, o Maestro Júlio Medaglia tocou com orquestra, ele

também compôs uma fanfarra para meu pai., teve um violonista muito xarope,

xarope no sentido de ser muito louco e bom, tecnicamente, que é o Robson Miguel,

que tocou lá. A banda Mantiqueira tocou lá. O João Ventura, que é um jovem,

pianista, compositor, cria músicas incríveis e ousadas, esteve lá recentemente. Muitos

artistas também passam por lá e deixam sua marca. O Samba de Dandara, que uma

orquestra de mulheres que toca samba.

Mas se eu for falar um artista que marcou, para mim, é o meu pai. Porque eu não

posso tirar ele desse lugar, ele fez com que a música estivesse lá dentro. Ele queria

fazer dali um estúdio, mas ele fez uma pizzaria, e enfiou ali dentro música do jeito

que ele queria que fosse. Então, quando tem música na 1900, a gente não faz pizza. A

gente para uma apresentação, faz a música e depois volta a ser pizzaria. Então, essa

essência dele ali, de estar sempre valorizando essa parte musical, para mim, foi a

parte mais importante. E como maestro, a regência da orquestra, a gente pegou

muito como um paralelo para fazer a gestão do negócio. Cada músico tem que

ensaiar para fazer uma boa execução. E o maestro, não produz um som numa

sinfonia. Mas ele é o cara que vai fazer com que a orquestra em conjunto produza

uma grande obra. Então, a gente faz esse paralelo também, no aprendizado da

gestão do meu pai - o maestro é ele que conduz.

Conductor, como ele mesmo dizia do inglês. Porque o maestro do italiano não faz

muito sentido, mas o condutor, ele faz com que a orquestra tenha o ritmo, tenha a

cadência, tenha a harmonia. Cada instrumento tenha a intensidade necessária.

Então, a gente faz a regência da pizzaria, por influência de ter sido fundada por um

artista, como o meu pai. Esse é o papel dele, que eu acho que guardo como o artista

mais relevante que a 1900 já teve, foi o próprio fundador!


Milton Bellintani

por Roberto Lívio

Vamos falar deste grande jornalista. Dia 07 de abril, foi o dia

do Jornalista e melhor do que Milton para representar os

jornalistas. Falecido no dia 03 de novembro de 2015.

Despertou cedo para a luta social, inconformado com a

violência contra a sua própria família. Agentes do DOI-Codi

prenderam e torturaram seu pai, Milton, em abril de 1974,

por ser membro ativo do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Ele tinha apenas 14 anos, e sua vida mudou para sempre.

Seu último trabalho foi a elaboração do relatório da

Comissão da Verdade e Justiça do Sindicato, que deixou

quase concluído em seu computador, tendo sido entregue à

entidade por sua companheira, Sílvia, após sua morte. No

capítulo 5 do relatório, “Conclusões e recomendações”, um

dos pontos propõe: “Iniciar a montagem de uma biblioteca

na sede da entidade com todos os livros de referência sobre

o período escritos por jornalistas ou que tenham o

jornalismo como objeto de estudo durante a ditadura”.

fonte: https://unidade.org.br/memoria-milton-belintani/


REUTERS/Andrew Boyers

Rebeca Andrade:

A Rainha da Ginástica Brasileira

Conquista o Mundo e Entra para

o Panteão do Esporte Nacional

por: Nathália Bulsing


De Guarulhos para a glória olímpica, a

trajetória de Rebeca Andrade é um

épico de superação, talento e

conquistas históricas que a elevam ao

lado de Pelé, Guga e Senna.

Nascida em 8 de maio de 1999, em

Guarulhos, São Paulo, Rebeca

Rodrigues de Andrade trilhou um

caminho inspirador desde a infância

humilde, criada com seus seis irmãos

apenas pela mãe. A menina que

iniciou sua jornada na ginástica

artística aos quatro anos em um

projeto social da prefeitura de

Guarulhos se transformou na maior

medalhista olímpica da história do

Brasil, um feito que transcende o

esporte e ecoa como um símbolo de

perseverança e excelência.

Aos dez anos, o talento precoce de

Rebeca a levou a Curitiba, no Paraná,

em busca de aprimoramento técnico.

Aos 13, já demonstrava sua fibra

competitiva ao estrear no cenário

profissional no Campeonato Pan-

Americano Júnior de Medellín,

Colômbia, onde brilhou com o ouro no

geral, salto e solo, além da prata por

equipes e o bronze na trave.

No mesmo ano, o Troféu Brasil de

ginástica artística coroou sua ascensão,

superando nomes consagrados como

Daniele Hypólito e Jade Barbosa.

Em 2014, uma fratura no pé a afastou

dos Jogos Olímpicos de Verão da

Juventude, em Nanquim, um revés

que testou sua resiliência.

Mas a garra de Rebeca falou mais

alto. No início de 2015, sua estreia

na categoria sênior foi promissora,

com destaque para o ouro nas

barras assimétricas na etapa de

Ljubljana da Copa do Mundo.

Competindo em casa, na etapa

de São Paulo, chegou à final

das barras, ficando em sétimo

lugar.

Ainda em 2015, brilhou na

Gymnasiade em Brasília, com

bronze no individual geral e ouro

no salto, além da prata por

equipes.

Sua primeira participação adulta

no Troféu Brasil foi memorável:

campeã no individual geral, ouro

nas barras e na trave, e prata no

solo, demonstrando uma

versatilidade impressionante.


Contudo, em junho de 2015, uma grave lesão no ligamento cruzado

anterior do joelho direito durante um treino para os Jogos Pan-Americanos

de Toronto a afastou das competições por todo o ano.

Em 2016, mesmo em recuperação, Rebeca demonstrou sua força ao

conquistar a vaga e competir nos Jogos Olímpicos do Rio. Sua participação

foi fundamental para o oitavo lugar da equipe brasileira, a melhor

colocação do país na história da ginástica artística feminina em Olimpíadas,

e seu 11o lugar no individual geral comprovou sua garra.

O ano de 2017 foi dedicado à árdua recuperação, mas uma nova lesão no

joelho, uma ruptura do menisco, exigiu outra cirurgia e um novo

afastamento. 2018 marcou seu retorno gradual, com participações em

competições menores no Brasil e a convocação para o Campeonato

Mundial de Doha, onde a equipe brasileira ficou em 13o lugar.

2019 viu o ressurgimento de Rebeca no cenário internacional com

conquistas importantes nos Jogos Pan-Americanos de Lima: ouro por

equipes, prata no individual geral e no salto. No Campeonato Mundial de

Stuttgart, garantiu sua vaga individual para as Olimpíadas de Tóquio 2020.

fonte: reprodução Instagram


A pandemia de COVID-19 adiou os Jogos para 2021, exigindo adaptação e

foco na manutenção da forma física. Em Tóquio, Rebeca fez história ao

conquistar a prata no individual geral, a primeira medalha olímpica da

ginástica artística feminina brasileira.

O ano de 2022 foi ainda mais glorioso, com o inédito ouro no individual

geral do Campeonato Mundial, além do bronze no solo, garantindo a vaga

por equipes para Paris 2024. Em 2023, manteve o alto nível com prata no

individual geral e no salto no Mundial, e um brilhante desempenho nos

Jogos Pan-Americanos de Santiago, com ouro por equipes, no individual

geral e no salto, e prata nas barras.

A consagração definitiva veio nas Olimpíadas de Paris 2024. Rebeca

Andrade protagonizou uma atuação histórica, conquistando quatro

medalhas: ouro no solo, prata no individual geral e no salto, e bronze por

equipes. Com seis medalhas olímpicas no total, ela se tornou a maior

medalhista brasileira na história dos Jogos, um feito que a coloca em um

patamar único no esporte nacional.

A magnitude de suas conquistas ecoa nas palavras de Fernando Nardini: "É

obrigatório colocar a Rebeca Andrade junto de Pelé, Guga e Senna". A

jornalista Milly Lacombe também ressaltou a importância de sua

representatividade: "a maior atleta olímpica brasileira é uma mulher negra

e isso importa demais", enfatizando como o investimento em atletas pode

gerar resultados extraordinários.

Rebeca também popularizou a cultura brasileira ao utilizar a música "Baile

de Favela" em sua apresentações, marcando as Olimpíadas de Tóquio e o

Mundial de 2022. Para Paris 2024, inovou com uma trilha sonora que

misturava Beyoncé e Anitta, mostrando sua versatilidade e conexão com a

cultura pop. Aos 25 anos, Rebeca Andrade não apenas coleciona medalhas,

mas também inspira uma nação. Com planos de cursar psicologia após a

aposentadoria, ela deixa um legado imensurável no esporte brasileiro,

tendo o "Tsukahara" como seu movimento favorito.

Sua trajetória é a prova de que, com talento, dedicação e superação, o topo

do mundo é um lugar para atletas brasileiras como ela.


Divulgação/Alexandre Loureiro/COB


Minha Avó, Minha Mãe Preta!

Por Kodê Magalhães

A força de uma mulher preta idosa é algo poderoso e

ancestral. Ela carrega em si a resistência de gerações,

a sabedoria construída ao longo dos anos e a beleza

de quem enfrentou o mundo e permaneceu de pé.

Minha avó!

Ela é a raiz firme que sustenta sua família, a voz que

conta histórias de luta e superação, o olhar que viu

desafios, mas nunca deixou de enxergar esperança.

Seu riso é resistência, sua pele carrega memórias,

suas mãos moldam o futuro.

.


Essa força não é apenas física, mas

espiritual, emocional e intelectual. Ela é

a prova viva de que o tempo não

enfraquece quem é feita de coragem.

A resistência da mulher preta é

ancestral, visceral e revolucionária. Ela

nasce da necessidade de existir em um

mundo que tenta apagá-la, mas ela

resiste. Resiste na pele, no cabelo, na

voz, no corpo, na fé, na arte, no amor e

na luta.

Desde as mulheres pretas escravizadas

que cuidavam dos seus enquanto

sonhavam com liberdade, até as

intelectuais, ativistas, trabalhadoras e

artistas de hoje, a mulher preta tem

sido força, e inteligência .

Ela resiste quando ocupa espaços que

tentaram negar a ela. Quando se

recusa a se calar. Quando ama sua cor,

seus traços e sua história. Quando

educa os seus para que conheçam seu

valor.

A mulher preta resiste porque existir

plenamente já é um ato de revolução.

A história sempre destacou figuras

brancas e masculinas, deixando de

lado as contribuições das mulheres

negras para a sociedade. Seus feitos

foram apagados ou minimizados, e

elas tiveram que lutar para resgatar e

valorizar sua própria narrativa.

Enfrentaram e ainda enfrentam

múltiplas lutas, muitas delas

entrelaçadas com o racismo, o

machismo e a desigualdade social.

No passado, essas lutas foram ainda mais intensas e brutais, mas a resistência sempre esteve presente.

No passado, essas lutas foram ainda

mais intensas e brutais, mas a

resistência sempre esteve presente.

Durante muito tempo, foram

impedidas de votar, estudar, ocupar

cargos políticos e acessar serviços

básicos.

A dupla opressão de ser mulher e

negra fez com que essas mulheres

fossem historicamente alvos de

violência de gênero e racismo.

Sofreram abusos dentro e fora de

casa, sem que o Estado ou a

sociedade garantisse proteção ou

justiça.


Durante muito tempo, o ensino formal foi negado às mulheres pretas.

Mesmo quando conquistaram o direito de estudar, enfrentaram

discriminação nas escolas e universidades, onde o racismo estrutural as

impedia de avançar. Ainda hoje, muitas precisam lutar para serem

reconhecidas e respeitadas em espaços acadêmicos e culturais.

O controle sobre o corpo das mulheres pretas sempre foi uma questão

central. Desde a escravidão, quando eram exploradas e estupradas, até os

dias atuais, em que enfrentam padrões racistas de beleza e estereótipos

hipersexualizados.

Mesmo diante de todas essas adversidades, sempre resistiram. Elas foram

líderes quilombolas, guerreiras, escritoras, artistas, ativistas e trabalhadoras

que abriram caminho para as novas gerações. Seu legado é de força, luta e

esperança.

Na força da ancestralidade, agradeço

a minha avó, agradeço a minha mãe!

Agradeço a todas as mulheres pretas

que foram e ainda são resistência, pois

somente assim estou aqui nesta revista

tão importante falando de nós!

Laroiê Exú

Salve meu pai Oxalá!

Kodê


HEITOR

WERNECK

entrevistado por Regina Papini Steiner

Heitor Werneck é o tipo de figura que

incomoda — e ainda bem. Em um país

que frequentemente tenta empacotar a

diversidade em moldes palatáveis e

mercadológicos, ele aparece como uma

faísca rebelde que se recusa a ser

domesticada. Autista, ativista, criador

do Luxúria — a icônica festa fetichista

de São Paulo — e um dos nomes por

trás da maior Parada LGBTQIA+ do

mundo, Werneck não apenas ocupa

espaço: ele o redimensiona.

Werneck é, também, um autista em

posição de liderança em um

movimento social historicamente

negligente com a neurodivergência. Ele

não está ali como “exceção brilhante”,

como muitos tentam rotular. Está como

corpo político, como voz ativa, como

homem que entende que a verdadeira

inclusão se faz no caos — não no

controle.

E talvez seja por isso que incomode

tanto. Porque ele não está interessado

em ser a imagem certinha da

diversidade. Ele quer fazer barulho.

Quer provocar. Quer que você

questione por que o prazer ainda é

tabu. Por que a diferença ainda é

ameaçadora. Por que, mesmo com

milhões nas ruas da Paulista em junho,

ainda somos um país que assassina

LGBTQIA+ como quem troca de canal.

Quais foram os maiores desafios que

você enfrentou no início da sua

jornada?

O meu maior desafio, que eu enfrento

até hoje, é ser o que eu sou. Sabe?

Porque é uma loucura você ser uma

pessoa extremamente inteligente e

não saber escrever. Eu tenho a letra

espelhada. Eu não sei escrever. Eu sou

um homem de 58 anos. Quando eu

era criança, a Linha espelhada era

torta. Era um desenho. Para mim, é

normal. Para os outros, não. Eu sou

uma pessoa completamente criativa,

mas eu não conseguia fazer redação.

Então, ser eu é muito difícil.


Sou uma pessoa completamente criativa, mas eu

não conseguia fazer redação. Então, ser eu é

muito difícil. E, hoje em dia, eu ainda encontro

um monte de preconceitos, porque a

comunidade LGBT e o Kink, que eu faço parte, a

parte de fetichista, são as pessoas que menos são

inclusivas. Então, eles tiram um sarro. Eu sou um

cara que eu faço os maiores eventos de fetiche

desse país e sou desqualificado dentro da minha

comunidade, pelo meu jeito de ser. Eles não me

incluem.

Enquanto eu sou incluso dentro da parada, que a

parada até se modifica, para mim, eu tenho uma

luz mais baixa, eles não gritam, eles me

entendem, eles fazem um monte de coisa. A

parada se tornou mil por cento inclusiva e,

principalmente, por causa do autismo. Eu nunca

fui tão respeitado num lugar de trabalho como

eu sou dentro da associação da Parada. Não

gritam quando eu estou na sala, me dão óculos

escuros para eu ficar, porque quando eles

começam a ver que eu estou com rendimento

baixo, eles me valorizam, eles dizem, deixa o

Heitor descanso um pouquinho. E a minha

comunidade não faz isso. A minha maior

dificuldade é ser o que eu sou, desde que eu

nasci.

Já tive pessoas idiotas que falaram para mim,

você é a “kriptonita” de você mesmo. Eu já tive

muitas pessoas que me trataram mal, por eu ser

autista e eu ser o que eu sou e pessoas gays ou

fetichistas. Para mim, isso não combina, porque

eu sou uma pessoa que eu luto pelo LGBT, pelo

HIV, pelo fetiche, pelo sexo. E a comunidade do

Fetiche, por quem eu luto, não me protege. Mas

se beneficia. Sim. Porque em São Paulo, hoje em

dia, tem 10 festas de fetiche por fim de semana.

Fui eu que comecei. A Escola de Divinos foi a

primeira., que marcou a moda underground dos

anos 1990


Eu tive várias lojas. A Augusta era o meu ponto

de saída. Eu tinha uma loja, na Melo Alves, na

Augusta, eu tinha o ateliê e na Galeria Ourofino

ao total três lojas. Eu fui o percursor. Se teve

alguém que levou o fetiche, o BDSM, a estética

punk, foi a Escola de Divinos, fui eu. E muitas

pessoas nem sabem disso. Uma comunidade

que fala que é segura e consensual, não

respeitar o mais velho, me é uma loucura, sabe?

Heitor, teve algum momento decisivo ou um

projeto que foi um divisor de águas na sua

carreira?

Embora todo mundo me chame uma pessoa

altamente criativa, eu não acho que sou criativa.

Eu faço as mesmas coisas desde os meus 14 anos,

sabe? Eu continuo tratando de pessoas de rua e

de HIV, eu continuo falando de sexo, eu continuo

sendo um punk anárquico. Tudo que eu faço é

anárquico. Por exemplo, a gente pode usar esse

ano de 2025 que eu fiz uma aula fetichista

dentro de uma escola de samba a Terceiro

Milênio, o Murilo Carnavalesco, ele me deu um

carro de fetiche. E lá eu levei 18 pessoas

caracterizadas que o Sambódromo inteiro bateu

palma. Reverberou na imprensa,. As pessoas

bateram palmas, tem pessoas que me param na

rua, até hoje, falando, nossa, eu vi a festa que

você fez na Avenida. Eu fui anárquico. A mesma

coisa que eu fiz quando, eu levei Travestis para

Rede Globo, a mesma coisa quando fiz desfiles,

e eu obriguei todo mundo a levar leite e fralda

descartável para as pessoas de HIV na rua. Tudo

que eu fiz foi um divisor de água. Eu sempre

estou falando de sexo, de vulnerabilidade e de

ser uma pessoa livre de amarra, de viver uma

fantasia.


A Marisa Orth me falou uma vez uma coisa.

“Então, você criou o Cabaré Satã, em que eu

trabalhei, depois você criou peças de teatro, em

que eu trabalhei, depois você fez a Magda, em

que eu trabalhei, e agora você estará fazendo

um desfile com uma cobra que eu vou desfilar

pelada na Playboy. Você está sempre mexendo

com a minha vida sem eu saber. “

Você teve alguém que foi alguma referência?

A Elke Maravilha sempre foi o minha referência..

Quando eu a conheci, eu tremia dos pés à

cabeça, a gente fez três filmes juntos, ela desfilou

para mim várias vezes, a gente se tornou

queridos. Não posso falar que foi minha melhor

amiga, mas a gente foi queridos. A Elke

Maravilha, desde que eu ainda era criança, eu

olhava a televisão e falava que eu queria ser igual

a essa mulher. E o dia que ela falou que eu era o

“Elko” Maravilha, eu adorei. A gente ia gravar um

filme com a Bia Guedes. em que eu ia ser o

esposo dela. E a Elke morreu. A gente estava

ensaiando isso. Então a Elke Maravilha... Minha

inspiração sempre foi a Elke. Ela falava para mim

do meu autismo, porque eu nunca aceitei o meu

autismo, ela me chamava de Toizinho. “Toizinho,

você é um quebra-cabeça, aprende isso, você é

um quebra-cabeça. Não é todo mundo que sabe

encaixar suas peças, é só você que se encaixa. “

A minha avó Mariquinha foi a minha “gurua”. Ela

que me ensinou, ela falou, se você escuta tanto

som, tanto cheiro, escute de verdade, põe a

cabeça na terra, a terra vai falar para você o que

você tem que ser. Ela que ensinou a música que

me acalma, é o Noturno de Chopin, quando eu

tinha crise ela cantava. Ela que falava para todo

mundo, o Heitor é um brinquedo. Se você não

souber brincar, ele vai voltar para a caixa


Há alguma ação social e educativa com

relação à Parada LGBTQIA+ de São Paulo?

A Parada por si é um movimento social e

educativo. Mas ela não tinha esse caráter

social e educativo. De um tempo para cá, ela

está se tornando mais séria. Nessa gestão

atual, ela é completamente educativa. Tanto

que o tema este ano é Envelhecer LGBT.

Eu trouxe para dentro da Associação da

Parada a Parada Solidariedade, que é um

movimento de dar cesta básica para as

pessoas vulneráveis. Então, foram cadastrados

400 pessoas LGBTs e elas recebem cesta

básica até hoje. Desde a época da pandemia,

a Parada se tornou completamente social. Eu

não sou da associação, não sou da diretoria.

Sou uma pessoa que presto serviços para

associação. Sou Produtor Artístico da Parada

e de outra regiões do Brasil.

É muito difícil você dar continuidade, a cada

três anos mudam gestores da Associação da

Parada. Por exemplo, essa gestão atual é

completamente inclusiva, educada, diferente

da outra gestão. Mais diferente da outra

ainda. Sim. Eu já tive experiência com

pessoas da Parada que me chamaram de

doente mental. Hoje em dia, tenho certeza

que com essa gestão do Nelson, da Cláudia

Regina, do Diego, do William, do Almir, da

Fátima, são pessoas, que realmente são

militantes. Não são pessoas que entraram na

Parada para ter ego. Egocêntricas.

Uma das coisas que fizemos esse ano é uma

parceria com o Sebrae para ensinar as

pessoas a empreender.


Tem alguma história ou alguma situação

emocionante que você gostaria de

compartilhar com os nossos leitores da

revista ICONIC?

Positiva e negativa. Vou te falar uma

negativa primeiro. Eu faço um trabalho

com moradores em situação de rua que eu

gosto muito porque, fui morador de rua. eu

morei na rua por causa do meu autismo

porque as pessoas não me entendiam nem

em escola, nem em família, nem em um

monte de coisa. Eu fui morar na rua, que

era mais acalentador. E eu fui adotado

pelos donos do Madame de Satã, pelo

Wilson, e depois por uma Travesti. Depois

eu fui adotado por um casal de pessoas

negras eu morei em uma palafita no Rio

Paraíba, em Pinheiral. Isso tudo, me fez ter

um olhar para a rua muito grande. E aí, na

pandemia, eu fiquei muito focado na Vila

Nova Cachoeirinha, que tem um cemitério

onde moravam travestis., elas tomavam

banho de água do necrotério, cozinhavam

o feijão na caixa d'água do necrotério que

tinham sido lavados os defuntos.

E aí, eu fui fazendo um trabalho de

readaptação com elas. E tirei essas pessoas

de uma barraca, depois arranjei um jeito

delas entrarem numa pensão, depois de

uma pensão para um quarto, de um quarto

para casa. E aí, todas tiveram um

diagnóstico de tuberculose. Eu as internei.

Essa história é muito difícil, eu sempre

choro, eu estou muito emocionado. Três

dias depois, eu fui para o hospital, que elas

estavam internadas. Elas estavam mortas,

porque as enfermeiras se negaram a entrar

no quarto que tinham travestis moradores

de rua. Então, eu tirei uma pessoa para

voltar para a sociedade , em que uma

sociedade que mata e pessoas que

estão... ( emocionado ) Isso, para mim, foi

uma das piores lições que eu vivi na

minha vida. Que tipo de ser humano é o

que existe aqui fora?

Como é que você vai reintegrar alguém

numa sociedade que é criminosa?

Então, eu tenho que ficar feliz quando

existem meia dúzia de pessoas boas

contra meio milhão. Ou você se

contamina com o lado bom da força, ou

você se contamina com o lado ruim da

força.

Essa é a história número um, a história

triste. A história boa foi quando vivi na

África. Durante uns dois anos eu vivi ali e

eu conheci um africano que virou para

mim e falou assim - você é uma das

pessoas mais importantes do mundo. Aí

eu olhei para a cara dele e falei - você não

me conhece. Ele falou - te conheço muito

bem, você nunca jogou um lixo na rua,

você se preocupa com quem está do teu

lado. Essa humildade, de uma pessoa que

não me conhece, de ter prestado atenção,

que eu não jogo lixo, que eu penso no

próximo, que eu tenho que deixar a rua

limpa para o próximo andar, foi a lição

mais linda da minha vida que eu aprendi

no deserto da Namíbia.


VOZ

&

EMOÇÃO

PROGRAMA

DA RÁDIO

OMINDARÉ

REPRISES DO

PROGRAMA

APRESENTADO E

IDEALIZADO POR

EDUARDO JANHO

ABUMRAD

Bohêmia e Salomé Perfume

https://quitandadeomindare.kyte.site

http://www.radioomindare.com.br


A importância do uso de cristais.

Os cristais são ferramentas

especiais e poderosas para

alinhamento dos chacras e

proteção espiritual.

Tem sido utilizado a séculos e

com diversas funções. Um dos

poderes do cristal é amplificar a

energia e sustentar em um nível

alto de energia.

Cada pedra sintoniza e estabiliza

nossa energia, visando a melhora

e o aprimoramento.

Vamos apresentar dois

Pingentes:

Cornalina – segundo chakra,

equilíbrio emocional, trabalha

culpa, ansiedade, traz alegria,

movimento.

Altura: 6 cm

Largura: 3 cm

Comprimento: 6 cm

Peso: 35 g

Quartzo branco transparente –

Todos os chakras, limpeza astral,

proteção, paz, clarividência,

energia, cura, “curandeiro

mestre”, amplifica sua energia

positiva e limpa as negativas.

Altura: 7 cm

Largura: 3 cm

Comprimento: 7 cm

Peso: 45 g

Clique nas imagens para saber mais


Por: Cássio Fernandes

Era o fim dos anos 70, e Nova York pulsava em

um ritmo alucinado de criatividade, rebeldia e

autodestruição. No centro desse caos dourado,

nasceu o Studio 54 — mais que uma balada,

um teatro de delírios onde a fama, o vício e a

liberdade corriam soltos pela pista. Por trás das

luzes estroboscópicas, da trilha disco e do

brilho das lantejoulas, havia também o

excesso: brigas, descontrole e uma obsessão

por exclusividade que beirava a crueldade.

Ainda assim, o lugar virou berço de lendas. Foi

ali que nomes como Madonna, Grace Jones e

Jean-Michel Basquiat começaram a construir

seu mito. No meio da multidão, Andy Warhol,

Mick Jagger, Diana Ross, Michael Jackson, Liza

Minnelli e tantos outros ícones dançavam

como se o amanhã não existisse — e, para

muitos ali dentro, realmente não existia.

Para entrar no Studio 54, não bastava ser

bonito ou famoso — era preciso ser único,

exótico e provocador. A porta da boate era

uma atração à parte: Steve Rubell, um dos

donos, escolhia pessoalmente quem entrava e

quem ficava do lado de fora, congelando sob a

neve ou chorando de raiva.

Ele fazia questão de misturar pessoas

improváveis — drag queens,

artistas desconhecidos, modelos, magnatas,

punks e estrelas de Hollywood — tudo para

manter a aura de imprevisibilidade.


Dizia que o segredo era “colocar um pouco

de creme de leite no molho de espaguete”,

ou seja, sempre surpreender.

Lá dentro, o absurdo era o normal. Já houve

festa com chuva de purpurina do teto, outra

com pessoas nuas andando entre os

convidados, e uma em que uma mulher

dançava com um leopardo na coleira. A pista

de dança girava, o clima era de euforia

constante e, nos camarins, tudo era

permitido — sem nenhum limite. Artistas se

drogavam em cima dos sofás, havia muitas

brigas, e os funcionários da casa distribuíam

bebidas e sorrisos como se aquilo fosse o

paraíso.

Mas havia um preço.

Apesar de ser o centro do glamour, o Studio

54 escondia um lado obscuro: seus donos,

Steve Rubell e Ian Schrager, escondiam

dinheiro, sonegavam impostos e

mantinham um sistema ilegal por trás da

ostentação. Em 1979, o FBI descobriu os

esquemas e encontrou drogas,

contabilidade paralela e grandes quantias

de dinheiro escondidas no clube. Em 1980,

ambos foram presos, e o Studio nunca mais

voltou a ser o mesmo.

A prisão dos fundadores, somada

ao fim da era disco, à crise da AIDS e ao

avanço do conservadorismo nos Estados

Unidos, marcou o declínio do local. O

fechamento do Studio 54 simbolizou o fim

de uma época de liberdade extrema, onde


o prazer era vivido sem limites. O que restou foi a

memória de um lugar que, por alguns anos, fez o

mundo acreditar que a noite era eterna.

Fotos Bill Bernstein


C U I D E , A C O L H A E A M E !

Não abandone quem te ama e

jamais irá te abandonar!

S e v o c ê v e r u m a a n i m a l z i n h o s e n d o m a l t r a t a d o ,

d e n u n c i e !

DENUNCIE MAUS TRATOS!

Procure e informe -se nas ONGs que ajudam !

Em São Paulo, poderá fazer a denúncia no DEPA

http://www.ssp.sp.gov.br/depa


Tire seu livro da gaveta, do pendrive, do

computador, do papel....

Nossas ediçõ̃ es serã̃ o de autores que tenham

obras relacionadas a Música, Canto, Voz,

Ópera, Dança, Fotografia e Coletânea de peças

teatrais.

saiba mais acessando:

https://www.institutoomindare.org.br/editora


O BRASIL TEM UM PAPEL FUNDAMENTAL

NA PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

POR JORGE GOMES

Biodiversidade, seus biomas e seus

recursos naturais.

O Brasil abriga a maior parte

da Floresta Amazônica, um

dos principais reguladores do

clima global. Além disso,

conta com biomas como o

Cerrado, Pantanal, Mata

Atlântica, Caatinga e Pampa,

essenciais para a

biodiversidade mundial.

O Brasil investe fortemente em

fontes de energia limpa, como

hidrelétricas (cerca de 60%

da matriz energética), energia

eólica e solar, reduzindo a

emissão de gases do efeito

estufa. Desenvolve projetos

para recuperar áreas

degradadas, como o Plano

Nacional de Recuperação da

Vegetação Nativa (Planaveg),

além de incentivar a

restauração florestal por meio

do Código Florestal. Mais de

18% do território nacional está

protegido em parques

nacionais,

reservas

extrativistas e áreas

indígenas, garantindo a

preservação da fauna e flora.

O Brasil avança na adoção de

práticas

agrícolas

sustentáveis, como o sistema

de integração Lavoura-

Pecuária-Floresta (ILPF) e

certificações ambientais,

reduzindo impactos negativos

na natureza.

A produção sustentável e a

agroecologia no Brasil são

estratégias essenciais para

garantir a segurança

alimentar, reduzir os impactos

ambientais da agricultura e

promover o desenvolvimento

econômico de forma

equilibrada.

A produção sustentável busca

conciliar a produção agrícola

com a preservação dos

recursos naturais, reduzindo

impactos

como

desmatamento, uso excessivo

de agrotóxicos e degradação

do solo. No Brasil, isso é feito

por meio de práticas como:

? Rotação de culturas:

Alternância entre diferentes

tipos de plantações para

evitar o esgotamento do solo.

? Uso racional da água:

Sistemas como irrigação por

gotejamento economizam

água.

? Redução de defensivos

agrícolas: Uso de controle

biológico para evitar pragas

sem prejudicar o meio

ambiente.

? Agricultura de baixo

carbono: Técnicas que

reduzem a emissão de CO₂,

como a fixação biológica de

nitrogênio e o plantio direto.



Desafios e Oportunidades:

Acesso a incentivos – Pequenos

produtores ainda precisam de

mais apoio para adotar práticas

agroecológicas.

Educação e capacitação –

Formação técnica para

agricultores sobre métodos

sustentáveis.

Expansão do mercado – Maior

valorização de produtos

sustentáveis por consumidores e

grandes empresas.

O Brasil tem um grande potencial

para ser referência mundial na

agricultura sustentável, unindo

tecnologia, biodiversidade e

conhecimento tradicional.

O país participa de acordos

globais, como o Acordo de Paris,

e tem metas de redução de

emissões de carbono e

desmatamento ilegal.

Apesar dessas contribuições,

ainda há desafios, como o

desmatamento, queimadas e o

equilíbrio entre desenvolvimento

econômico e preservação

ambiental. O fortalecimento de

políticas públicas e o

engajamento da sociedade são

essenciais para manter o Brasil

como um líder na

sustentabilidade global.

Engajar-se em programas de

reflorestamento e proteção

ambiental é uma forma eficaz de

contribuir para a recuperação da

biodiversidade e a

sustentabilidade do planeta.

Existem diversas maneiras de

participar, desde ações

individuais até o envolvimento em

projetos coletivos.

Muitas ONGs e iniciativas

governamentais promovem

plantios de árvores e

recuperação de áreas

degradadas. Algumas formas de

engajamento incluem:

Voluntariado em plantios de

mudas – Muitas organizações

realizam mutirões para

reflorestamento, onde qualquer

pessoa pode ajudar; Doação de

mudas ou financiamento de

projetos – Algumas instituições

aceitam doações para plantar

árvores em áreas degradadas;

Adote uma árvore – Projetos

como o Plante Árvore permitem

que indivíduos financiem o

plantio de mudas e acompanhem

seu crescimento.

Mesmo sem participar

diretamente de um projeto, você

pode contribuir para a proteção

ambiental:

Reduzir o consumo de papel e

madeira – Escolher produtos

certificados (como FSC) evita o

desmatamento ilegal.

Apoiar empresas sustentáveis –

Optar por marcas que plantam

árvores ou adotam práticas

ecológicas.

Evitar desperdício e reciclar – O

descarte correto de resíduos

reduz a degradação ambiental.

Visitar reservas ambientais e

parques ecológicos – Conhecer

áreas protegidas incentiva sua

conservação.

Comprar de produtores locais e

sustentáveis – Apoiar

comunidades que cultivam

alimentos de forma ecológica.


O Mistério do Ser que Vibra Diferente

Autismo: Uma Jornada da Alma

Eles não vieram para se encaixar,

vieram para ensinar.

Para revelar que há outras

formas de amar, de sentir e de ser.

O autismo, sob o olhar da

espiritualidade, é mais do que um

nome técnico: é uma

presença rara no mundo.

Uma vibração única.

Um convite à escuta

que vai além da palavra.

Por Maude Salazar


O Transtorno do Espectro Autista,

conhecido como TEA, é uma condição

do neurodesenvolvimento que afeta a

forma como uma pessoa percebe, se

comunica e interage com o mundo.

Mas há um outro olhar, mais sutil, que

escapa às definições clínicas: o

espiritual. Nesse campo mais profundo,

o autismo é visto não como uma falha,

mas como um chamado. Um modo

diferente e, muitas vezes, mais sensível,

de estar no mundo.

A espiritualidade nos convida a

perceber que há almas que vibram em

outra frequência.

Que se expressam com gestos, com

silêncios, com repetições e olhares que

carregam mais do que palavras podem

conter. E que talvez, por isso mesmo,

encontrem dificuldade em habitar um

mundo agitado, barulhento e

apressado.

Almas de outra frequência

Diversas tradições espirituais enxergam

o autismo como a encarnação de almas

missionárias, almas antigas ou

consciências vindas de planos mais

sutis. Seriam seres com uma conexão

mais direta com o mundo espiritual,

que vieram à Terra com opropósito de

nos lembrar o essencial: a presença, o

silêncio, a pureza, a aceitação e a

autenticidade.

Muitos autistas têm uma

sensibilidade energética aguçada.

Percebem o que está nas

entrelinhas, captam vibrações do

ambiente, reagem com intensidade

a estímulos sonoros, visuais, táteis e

emocionais. Para alguns, um

simples toque pode ser avassalador.

Para outros, uma luz fluorescente é

mais invasiva do que suportável.

Esses sinais, do ponto de vista

espiritual, são indícios de que o

corpo está funcionando como um

filtro, limitando o excesso de

informação sensorial para proteger

uma alma extremamente sensível.

Não é ausência.

É outra forma de presença.

Na lógica espiritual, tudo o que

parece falta, pode ser, na verdade,

uma forma diferente de

completude. Uma criança que evita

o olhar direto não está sendo fria,

pode estar protegendo sua

delicadeza interior. Um jovem que

repete frases pode estar buscando

um eixo no caos. Um adulto que

não fala verbalmente pode estar

comunicando o essencial de outras

formas.


A fala, afinal, é apenas uma das

linguagens da alma. Muitas pessoas

autistas se expressam com clareza

através da música, da arte, dos

números, do movimento, da vibração

sonora ou do silêncio. A espiritualidade

nos ensina a escutar essas linguagens

com o coração aberto.

Missões silenciosas

Quando uma família recebe um filho

autista, muitos caminhos se abrem, não

apenas para a criança, mas para todos

ao redor. Espiritualmente, essa

convivência é vista como um acordo de

alma. Uma oportunidade de evolução

conjunta. A criança, mesmo em sua

aparente fragilidade, traz consigo uma

missão de cura: desprogramar

expectativas, quebrar padrões rígidos,

ensinar o amor incondicional.

É comum que pais, mães e educadores

relatem transformações profundas ao

longo desse convívio: aprendem a

desacelerar, a observar mais, a valorizar

o que não se diz. Passam a ver beleza

em movimentos repetitivos, a

encontrar poesia em uma rotina

previsível, e a reconhecer que o amor

verdadeiro não exige retorno, apenas

presença.

Escutar com o coração

O autismo, sob essa perspectiva, nos

convida a escutar além da audição.

É preciso silêncio interior para

escutar um ser autista, porque ele

não fala a linguagem da pressa.

Fala a linguagem da alma. Requer

um espaço sem julgamentos, um

tempo sem cobrança, um olhar sem

expectativa.

A sociedade, ainda presa a modelos

de produtividade e comportamento

padronizado, tem dificuldade de

acolher essas presenças. Mas é

exatamente esse desconforto que

revela o quanto ainda precisamos

crescer espiritualmente. O autismo

nos pede humildade, paciência,

flexibilidade e empatia, virtudes

profundamente espirituais.

Não estamos aqui para ensinar.

Estamos aqui para aprender.

O maior erro que podemos cometer

é tentar “corrigir” o autismo. É

querer que a criança fale mais, se

comporte como os outros, atenda

aos padrões sociais estabelecidos.

Mas o autismo não está aqui para se

encaixar, está aqui para transformar.


Talvez essas almas não tenham vindo

para falar muito. Vieram para revelar.

Para nos lembrar de que nem tudo o

que é diferente precisa ser explicado,

basta ser sentido. Que há cura no

silêncio, sabedoria na repetição, e

beleza nas formas menos óbvias de

comunicação.

O sagrado mora na diferença

Ver o autismo como uma jornada da

alma é abrir espaço para uma nova

forma de espiritualidade, mais

acolhedora, mais sensível e mais

conectada à essência de cada ser.

É reconhecer que o sagrado não se

manifesta apenas na fala fluente ou na

socialização idealizada, mas na pureza

do olhar, no gesto repetido, no brilho

fugaz de um sorriso que surge quando

há confiança.

Esses seres, que vibram diferente, não

estão desconectados, estão

profundamente conectados a outra

dimensão da existência. E se nos

dispusermos a escutá-los com a alma,

talvez descubramos que são eles os

verdadeiros mestres dessa nova era.


Quando a arte é resistência, presença e potência

Falar de Paulette Pink é falar de coragem..

Da coragem crua, cotidiana, que se sustenta na dignidade de existir — e de

existir em alto volume, com brilho, posicionamento e consciência política.

Com foi a sua trajetória. Fale um pouco da sua

história, infância e adolescência.

PAULETTE PINK

ENTREVISTA POR REGINA PAPINI STEINER

Minha história foi de uma criança do interior de São

Paulo, Eu nasci em Itacoaritinga, depois minha

família se mudou para Santa Adélia, uma cidade

próxima do interior de São Paulo. E lá eu estudei, fiz o

colegial, uma família humilde, bem simples, onde eu

trabalhava com meu pai, e meu pai sempre foi pintor

de parede. Eu comecei trabalhando com ele desde

criança. Ele fazia questão de me mostrar o quanto é

importante trabalhar na vida e ganhar seu próprio

dinheiro. Então, desde cedo, eu lembro que eu

trabalhava. Nunca parei de trabalhar, desde os sete,

oito anos, já trabalhava ajudando meu pai. Fiz a

primeira comunhão, fiz o colegial lá na cidade de

Santa Adélia. E lá eu já me destacava com os meus

talentos. Eu sempre tinha aptidão, graças a meu pai,

que me ensinou a pintar, pintar parede. Eu comecei a

mostrar aptidão para pintura, para fazer carros

alegóricos, fazer decoração. Então eu já era

conhecida na cidade por ser uma pessoa que fazia

arte. A minha história sempre foi ligada à arte. Lá

mesmo, no interior, eu comecei a estudar desenho e

pintura. Eu ia para Catanduva, uma cidade próxima,

fazer curso de pintura.

Então eu fazia um curso de pintura gratuito no Sesc

de Catanduva, onde eu desenvolvi o talento da

pintura, do óleo sobre tela, acrílico sobre tela,

desenho e tudo mais. Estudei muitos anos lá com

um professor chamado Luiz Dotto. Isso abriu muitas

portas para mim, porque eu fui adquirindo técnicas

de pintura, claro-escuro, esfumado e tudo mais.

Isso me ajudou muito e me fez sentir o desejo de

estudar artes plásticas. Quando eu fiz 17 anos, eu

prestei o concurso, o vestibular para a UNESP e USP.

Aí eu passei na UNESP e comecei a estudar.


“ E U S E M P R E

T R A B A L H E I ”

Naquela época, a gente chamava de teste

de aptidão para poder entrar em uma

faculdade. Não sei se você se lembra disso.

Teste de aptidão. Então você tinha que

mostrar que tinha aptidão para estudar

aquilo nas faculdades. Não sei se hoje

mudou isso. Então você tinha que fazer um

desenho, tinha testes de desenho e pintura,

testes de geometria e tal. Então eu fui

aprovada na UNESP e fui fazer educação

artística. Estudei quatro anos com

habilitação em teatro, porque eu também

tinha meu talento para teatro. E comecei a

trabalhar no terceiro ano com um professor

que me encaminhou para dar aulas, se

chamava FEBEM

Você se lembra disso? Dei aula há muitos

anos. Eu chamava-se um projeto da Alda

Marco Antônio chamado Enturmando,

onde a gente dava aulas de sociabilização

através da arte. .

Então lá eu dava aula de teatro de bonecos,

de desenho e pintura. Eu tinha as minhas...

Não eram aulas, eram oficinas. E aí eu

comecei a conseguir nesse primeiro

emprego.

Antes disso, eu já trabalhava com o Percival

Tirapeli. Eu era assistente de pintura dele.

Então a gente trabalhava juntos, fazendo

trompe-l'oeil. .Engana-olho em francês.

São aquelas pinturas nas casas de mulheres

ricas com campo de profundidade. Então

tem aqueles barrados na parede, que

chama estêncil. Tem pinturas com campo

de profundidade. Eu trabalhei muitos anos

com isso, sendo assistente do Percival. E

também ajudei ele nas coleções de pinturas

dele, onde ele trazia a parte figurativa da

obra de arte, onde ele compunha a parte. E

eu pintava a parte figurativa e depois ele

dava os traços dele e tal.

Então eu coloquei em prática um grande

sonho que eu tinha desde a infância, que

era um trauma que eu tive. Minha mãe, eu

lembro muito bem, fez quatro fantasias de

Barbie para as minhas irmãs. Eram vestidos

cor-de-rosa, imitando da boneca Barbie,

com peruca e tudo. E eu falei assim... - Mãe,

eu vou te ajudar a fazer os vestidos, porque

foi ali que eu aprendi a costurar. Eu vou te

ajudar a fazer os vestidos, mas eu também

quero um vestido, tá? Ela falou - tá. Mas na

hora H, na hora que a gente terminou os

vestidos, eu falei, agora é o meu, né? Ela

falou - Não, você não pode ir vestida de

mulher; porque elas queriam ir no carnaval;

você não pode ir vestida de mulher. Se você

quiser, você vai de palhaço. Aí eu falei assim

- não mãe, de palhaço. Foi aquela confusão,

né? De palhaço eu não queria ir, mas não

tinha outra possibilidade. Minha mãe, para

me traumatizar, pegou mercúrio-cromo e

passou por todo o meu rosto, né? Aí ficou

todo manchado de mercúrio-cromo, que

naquela época passava em machucado.

E aí ela falou- Vai. Eu não olhei no espelho.

Quando eu cheguei lá na matinê da cidade,

eu vi que meu rosto estava inteiro de

mercúrio-cromo. E as pessoas começaram a

rir de mim, porque eu pensava que eu ia

estar de boneca, né? De rosa como minhas

irmãs. Com sombra cintilante, batom, blush,

brilho, né? Aquilo para mim era um

encanto, né? E não, aquilo me traumatizou

seriamente. Aí eu jurei vingança. Eu jurei

que quando eu tivesse meu primeiro

salário, eu compraria uma máquina de

costura e eu ia fazer o meu próprio vestido.

E foi isso que aconteceu. Quando eu tive

meu primeiro salário, eu fiz o meu próprio

vestido de Barbie.

Fiz o meu vestido, bordei. Aí fui num brechó

e não tinha nada que servisse em mim. Só

tinha um par de patins.

Fui assistente dele, assim como todo

assistente quer aprender também. Isso foi

uma forma de aprendizado. E ele me

remunerava, porque eu ganhava um

dinheiro já com ele.


Aí eu peguei o par de patins, pintei e tinha uma

peruca rosa lá, cheia de tule, com chapéu de tule.

Foi isso que eu consegui. E saí para a primeira

festa a pé. Eu não sabia nem para onde eu ia. Na

época eu fazia faculdade ainda. Estava no meu

primeiro ano de faculdade. E aí eu fui parar em

uma boate chamada Senhora Kravitz. Aí me

diziam assim - entra aqui, você está maravilhosa.

Entrei e deu de calhar pelo destino, que era uma

festa de jornalistas. E eu fui fotografar. Do nada,

aconteceu. E no dia seguinte eu estava em todos

os jornais. Porque naquela época, 70, 80, 89, mais

ou menos 89, 88, 89, estava começando a chegar

no Brasil a moda clubber. E as drag queens, que

era a tal história do homem que se veste de

mulher para se divertir.

Só que eu não tinha nome, não era Paulette Pink.

Eu era Paulo. Nem tinha feito a transição. Aí

perguntaram - qual o seu nome? Eu tinha que

dar um nome. Eu nem imaginava que eu tinha

que ter um nome. Eu estava lá porque eu queria

quebrar as minhas frustrações. Imagina, uma

pessoa do interior que nunca tinha ido a uma

balada, que só ficava ali e tal.

Aí eu falei, meu nome é Paulo - Ah, então é

Paulette, começaram a falar. Eu falei, então tá,

então é Paulette. Então é Paulette Power. Aí eles

falaram - mas você está toda de pink da cabeça

aos pés. E na hora eu me lembrei de uma frase do

Andy Warhol que ele sempre dizia, “tudo que se

repete gera prazer”. Todas as formas que se

repetem geram prazer das pessoas. Que é aquela

coisa dele repetir um monte de latinha. Aí eu falei

assim, então tá. Então já que eu estou de pink, é

Paulette Pink. Batizou. Quem batizou foi o

jornalista Marcelo. E não me lembro o

sobrenome agora. Mas ele foi incrível. E aí no dia

seguinte saiu Paulette Pink em todos os jornais,

revistas. Até no Diário Popular. Foi assim que eu

comecei. Aí eu já dava aula. E eu comecei a

receber muitos convites pra ir nas festas, porque

eu era exagerada. Eu sempre gostei de exagerar.

E naquela época era novidade. Os clubes

começaram a me chamar. E como o trabalho, a

arte do show, do entretenimento me pagava

muito mais, era um pouco mais o salário. Pra mim

era muito. Não conseguia descansar. Dormia de

dia e trabalhava à noite. Então eu pedi pra me

demitirem e fui trabalhar só com o show. E aí

nunca mais parei. Até hoje eu trabalho, faço festa

de aniversário, despedida de solteiro, animação

de festas, eventos, até casamento.

E a Cher? Como que ela surgiu?

A Cher foi no momento em que eu já estava

conhecida e as pessoas querem algo novo,

sempre querem algo novo seu. Então

estavam cansados da Paulette Pink nas

boates. O Sérgio Calil, não, a Lili Ferraz, que

é um maquiador famosíssimo que maquia

a Gisele Bundchen, falou, mas Paulette,

você deixa eu te maquiar aqui, vem cá. Ele

me maquiou e falou, você é a cara da Cher.

Aí eu falei, Cher? Cher? Quem é essa Cher?

Eu não sei quem é. Eu era uma “bicha” do

interior, que eu só conhecia a música

sertaneja. Aí eu falei, nossa, eu vou

pesquisar. Ele tinha uma peruca lá

enroladinha, acho que eu tenho essa foto.

Ele me colocou nua num sofá, pelada, e ele

colocou um boá em mim, vermelho, e ele

fez umas fotos minhas. Ele falou, Paulette,

você é a cara da Cher. Se você fizer Cher, vai

te abrir um novo leque de trabalhos.

Aí eu comecei a estudar. Aí chegou um

momento que eu falei, eu não sou a cara da

Cher. E eu conheci um cirurgião plástico

que resolveu falar assim, vem aqui, que eu

vou te transformar na Cher. Então ele fez

meus preenchimentos no rosto. Ele operou

meu nariz pra ficar um pouco mais, o meu

nariz era bem grandão, parecia a nariz de

papagaio. E ele fez a testa, diminuiu minha

testa, cortou, diminuiu. Ele me transformou

na Cher. A minha Cher, foi fabricada.

Até que um dia a Cher começou a curtir

minhas coisas. Como eu não gosto de fazer

show nua, porque a maioria do meu

público é... é misturado.


Falar, nossa, você tá com frio? Tá frio aí? Tá se

agasalhando, não quer mostrar o decote? Ela

comentou no Twitter meu. E depois ela

começou a curtir minhas coisas. Eu fico muito

parecida com ela.

Aí depois ela veio pro Brasil, pra amfAR. Ela é

uma das patrocinadoras da amfAR. É uma

entidade que ajuda, através leilões angariar

dinheiro pra cura do HIV.

E ela é uma das mestres de cerimônia. Ela veio

pro Brasil, foi aquela confusão. E o TV Fama me

desafiou, chamou pra fazer um desafio. Se eu

conseguisse entrar nessa festa; eu não fui

convidada. Claro, quem sou eu? Uma rélis

mortal; se eu conseguisse entrar na amfAR sem

convite, eu ganharia mil reais.

Aí eles colocaram uma limusine, a minha

disposição, atores, fotógrafos, tudo falso, pra eu

chegar na amfAR de limusine vestida de Cher

mais natural possível, bem Cher mesmo, sem

muito exagero, com os fotógrafos de mentira e

os atores gritando, nós chegamos na amfAR.

Porque cada ingresso era cem mil reais, que é o

dinheiro que as empresas dão aos artistas, irem

representá-los, pra ajudar na campanha contra

o HIV. E eu nunca tinha ninguém que

acreditasse em mim ou que investisse em mim.

Então, o TV Fama falou, vamos botar esse

desafio. Quando eu cheguei no local, tinha o

tapete vermelho, eu estava lá numa casa

milionária, nem lembro mais onde foi. Os

seguranças, todo mundo ali gritando, querendo

ver os artistas. E abriram o portão pra mim,

porque eles falaram a Cher chegou, os atores

gritavam CHER! Eles acreditaram que eu era

Cher. Abriram o portão. Isso está na MTV, tem

vídeos na MTV que me confundiram comigo.

Inclusive, a imprensa estava ali, noticiou no dia

seguinte que eu era Cher. Chegando. Quando

eu entrei, eu fui na recepção, eu não falava

portuguêsn- Hello, hi, hi. Eles falaram é a Cher.

Hi, bateram fotos.

Na hora que eu entrei na premiação, logo de

cara, Naomi Campbell veio falar comigo. E veio

brindar. Tinha um brinde especialmente pra

Cher esperando ela.

Paulette Pink e Cher (Foto: Reprodução Instagram) — Foto: Glamour

Aí eu tomei o drink. No que eu tomei o

drink, a Cher chegou. A verdadeira Cher

chegou do lado de fora. Ela chegou de

calça jeans e regatinha branca e um blazer

branco. Se você ver nas fotos, é isso mesmo.

Ela chegou muito natural. Aí ela chegou

normal, com um jeep. Ela alugou um jeep e

foi.

Não deixaram ela entrar. Porque acharam

que a Cher já tinha entrado. Porque

imagina, a Cher chega com toda a pompa.

Com limousine, com gente gritando. E eu

com um vestido longo, maravilhoso, de

veludo, que eu copiei igual dela. E eles

acharam. Aí ela não entrou. Aí ela teve que

provar que era ela. Eu não dei nenhum

documento.

Ela teve que dar pra mostrar que o nome

dela no documento não é chair. É outro

nome. Eu sei que foi uma confusão, que

eles ficaram com tanta raiva de mim que

nessa hora que eu tava brindando com a

Naomi, tudo acontecendo lá fora, eu... Dois

seguranças, brutamontes, vieram, me

pegaram aqui, e me levantaram. E pra não

sair pela entrada, me jogaram pelos fundos.

Eu me ralei toda, mas...Consegui ganhar os

mil reais.


F A L T A M

O P O R T U N I D A D E S

P A R A U M A R T I S T A

T R A N S .

Seus maiores desafios enfrentados, Paulette?

Hoje em dia a gente vive aí uma guerra política, né,

que coloca a gente numa situação um pouco

complicada. Mas o dia a dia de um artista é criar

coisas, é se recriar e tentar vender o seu trabalho. E

eu faço, todo dia eu faço alguma coisa pra me

reinventar. Para uma artista Trans, faltam

oportunidades, esse é um grande desafio .

Então, eu sou maquiadora, eu faço caracterização, eu

fui a primeira transexual a ganhar um prêmio muito

importante chamado Prêmio Bibi Ferreira. É, eu fui a

primeira! Antes de mim, nenhuma transexual subiu no

palco, você acredita? E isso ninguém fala, mas eu tô te

contando, porque eu tenho o troféu aqui. Sim.

Só tem um porem nesse ato da entrega do prêmio, o

prêmio não estava programado para ser entregue a

mim.

Um trabalho que eu fiz e que foi o único prêmio que

essa produção desse espetáculo chamado “Forever

Young” ganhou. Eu fiz, o visagismo e fiz o figurino. O

único prêmio que ganhou,, não ganhou mais nenhum

prêmio, só o meu de visagismo. Olha! Só que a

produção queria dar pra outra pessoa, porque eu era

travesti. Eu sei que eu fui em protesto toda montada,

levei o portfólio, porque eu sempre registro tudo o que

eu faço.

Eu já tive inúmeros processos de plágio com o meu

personagem, porque eu acredito que eu criei o meu

personagem, eu desenhei, eu criei, eu registrei esse

personagem na Biblioteca Nacional do INPI, que é o

Instituto Nacional da Propriedade Industrial, como um

personagem. Ele não é só uma drag queen, ele se

tornou um personagem muito imitado. E às vezes gera

conflitos, porque as pessoas não sabem reconhecer

que o meu personagem é meu ganha-pão e eu

preciso, ao menos, ser creditada. Não é de domínio

público o meu personagem. O meu personagem, eu

sobrevivo dele. Eu fico feliz quando alguém se inspira


em mim. Eu acho que inspiração, eu ter me tornado

uma referência é muito inspirador e muito

gratificante pra mim, desde que eu seja creditada.

Por exemplo, Pabllo Vittar. Pabllo Vittar vem no meu

perfil e fala, você é minha inspiração, você é minha

referência.

Ao contrário das outras, que querem se promover em

cima do meu personagem, com algo que já está

pronto, apenas pegar, ganhar dinheiro em cima e

não me dar nem o crédito. Eu acho injusto. É uma

luta que me deixa muito triste. É a mesma coisa que

você pegar a obra de um artista, apagar a assinatura

dele e escrever o seu nome em cima. Eu vejo como

apropriação. Quando a pessoa usa o meu

personagem, porque até então não existia, eu fui

pesquisar, não existia nenhuma outra.

Apropriação indébita de personagem. Tem direitos

conexos, direitos de imagem. Agora tem evoluído

isso, inclusive a Xuxa acabou de perder um processo.

Desculpa, eu amo a Xuxa. Ela também foi minha

inspiração, o negócio da nave. Só que ela perdeu um

processo nos mesmos parâmetros, onde um artista

lá, o cara que faz desenhos animados, apresentou

para ela um projeto chamado Turma do Cabralzinho.

E ela se apropriou. Um produtor dela fazer.

Imagina no meu caso, que as pessoas copiam da

cabeça aos pés, inclusive os meus jargões que eu

tenho. Eu construí um personagem com referências,

com jargões. Tem todo um ritual. E as pessoas falam

assim você não é dona da cor. Eu não sou dona da

cor, mas eu sou dona do meu personagem que tem

uma série de características, inclusive uma cor. Agora,

não sei se você ficou sabendo que a Barbie

patenteou o Pantone Pink. Só que tem um número,

Pantone, específico. Ela patenteou. E por que eu não

posso me assegurar de patentear o meu Pantone

depois de quase 40 anos de uso? Posso. É porque eu

não tenho condições financeiras para patentear um

Pantone. A Barbie já tem. Só que tudo... E aí você vê.

Isso quebra os argumentos das drags aproveitadoras


a que querem se sobressair com essa história minha.

É o mínimo do mínimo. Agora, não. Elas fazem vídeo,

elas ganham dinheiro, elas fazem propaganda

ganhando dinheiro em cima do meu personagem e

não me dão nada, nenhum crédito. Então não acho

justo, entendeu? Nem um pouco justo.

Voltando no Premio Bibi Ferreira, eu acabei ganhando

o prêmio lá. No dia da entrega do prêmio do Bibi

Ferreira, a hora que eu cheguei lá não tinha nem

convite para entrar. Eu cheguei na produção e falei,

está acontecendo isso, estou com o registro aqui,

registrado em cartório. Eu sou a criadora do visagismo

do espetáculo. Eles falaram, a gente não sabia, porque

foi mandado para nós outro nome. Eu falei, mas fui eu

que criei, inclusive com uma equipe. Eu tenho uma

equipe que trabalha comigo. A gente faz maquiagem

e cabelos em eventos. Eu tenho uma equipe de... Eu

tenho CNPJ, uma espécie de maquiador de

cabeleireiro para eventos.

Tudo que eu faço, eu registro. Aprendi, depois de tanto

levar na cabeça. Com certeza! A minha vida toda, eu

tive muitos episódios de plágio. E as pessoas sempre

me colocaram para baixo. Dizendo que eu não sou

dona da cor. Mas quando você vai estudando isso a

fundo, com advogados, pessoas que entendem, ao

longo dos anos, isso foi evoluindo. Hoje, sim, eu posso

processar alguém por uso indevido de imagem ou

apropriação de personagem. Coisa que há 20 anos

atrás não tinha. Hoje tem os direitos conexos, os

direitos de imagem. E elas se apropriam. Porque elas

vão lá. Não estou sendo tão vista, mas eu já fui muito

vista. E ainda, as pessoas vão lá no meu perfil, olham e

copiam. Não me seguem, não me curtem, mas me

copiam. Eu acredito que quem é copiado é porque faz

sucesso ou é algo que deu certo. Então, assim, eu acho

que eu sou sucesso.


Sobre toda a sua história, o que você gostaria de deixar para para os leitores

da Revista ICONIC?

Eu acho que a minha história não terminou. Ela é uma história que está no meio.

Eu tenho 54 anos e estou ainda trabalhando e sempre criando coisas novas. Eu

sou uma artista em constante criação, que está na luta, na busca do sucesso,

dizem que o sucesso é um dragão que passa de mil em mil anos, e quando a

gente consegue pegar na cauda dele, ele começa a sacodir, até que você solta.

E ele só vai passar daqui a mil anos. Eu estou esperando esse dragão passar de

novo, menina, ele já passou faz mil anos, para agarrar na cauda desse dragão

novamente. É isso, o sucesso é isso, é muito trabalho, muita dedicação, muito

estudo, muito sofrimento, muitas horas de ansiedade, de agonia, de tentativas,

de testes que você faz e não é aprovado, dão oportunidades para as pessoas que

não merece, que estão amigos dos amigos. Eu queria ter mais amigos que

pudessem me indicar, mas muitas vezes o oportunismo supera o talento. Essa é

a nossa vida de artista, vamos tentando superar o oportunismo.

fotos arquivo pessoal de Paulette Pink


inicia depois

O dia só

do café.


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Cantar Faz Bem: Descubra

Como a Sua Voz Pode

Transformar Corpo, Mente

e Emoções

Por Maude Salazar autora do livro Yoga da Voz

Respiração: a base de tudo

Antes de qualquer nota sair da sua

boca, o que vem? Respiração!

Cantar exige que a gente respire de

forma mais profunda e consciente.

Isso ajuda a:

Acalmar a ansiedade

Melhorar a concentração

Dormir melhor

Dar mais energia pro corpo

Sons que curam e Mantra

Você já percebeu como cantar

pode mudar totalmente o seu dia?

Basta colocar aquela música que

você ama, cantar alto no chuveiro

ou com os amigos no carro, e o

humor já melhora. Mas o que

muita gente não sabe é que cantar

não é só diversão — também faz

um bem danado pra saúde física,

mental e emocional.

Sim, sua voz tem poder! E

entender como usar esse poder

pode transformar a forma como

você se sente, se expressa e até se

relaciona com os outros.

Vários estudos mostram que

exercícios respiratórios usados no

canto melhoram a saúde dos

pulmões e do coração. E o mais legal?

Dá pra praticar em qualquer lugar: no

quarto, na rua, no estúdio, até no

banho.

Cantar = terapia natural

Quando a gente canta, a gente solta o

que tá preso por dentro. Sabe aquele

dia que você tá com raiva, triste ou

ansioso e parece que nada funciona?

Experimenta cantar. Nem precisa ser

"bem". Só canta.

Cantar ajuda a liberar dopamina e

endorfina — os famosos "hormônios da

felicidade". É como se o cérebro

dissesse: "Ahhh, obrigado por isso."


Um estudo feito na Inglaterra

mostrou que pessoas que

participavam de grupos de canto

ficavam menos estressadas, mais

animadas e até com a autoestima

mais alta. Ou seja, cantar ajuda o

corpo e o emocional a se

equilibrarem.

Sua voz fala muito sobre você.

A voz da gente mostra muito mais

do que parece. Quando você tá

nervoso, ela treme. Quando tá feliz,

ela brilha. Por isso, cuidar da voz é

também cuidar das emoções.

Som, ritmo, palavra: a fórmula

mágica.

Quando você junta som + ritmo +

palavra, algo mágico acontece. Você

transforma sentimentos em algo

que pode ser ouvido, sentido e até

compartilhado com os outros. É por

isso que a música toca tanta gente.

E o mais legal é que cada pessoa

tem uma voz única. A sua voz é só

sua — e ninguém no mundo

consegue cantar exatamente como

você canta. Legal, né?

Estudar canto pode te ajudar a:

Falar melhor em público

Ter mais autoconfiança

Perder a vergonha de se

expressar

Conhecer melhor seu próprio

corpo

E não precisa querer ser cantor

profissional pra isso! Muita gente

começa a estudar canto só pra se

sentir mais livre e mais conectado

consigo mesmo.

Cantar é autocuidado.

A gente ouve muito falar sobre

cuidar do corpo, da pele, da

alimentação... Mas e da voz? E da

mente? E das emoções?

Cantar é uma forma de cuidar de

tudo isso ao mesmo tempo. Você

movimenta o corpo, respira melhor,

libera emoções e ainda se diverte. É

tipo um treino completo — só que

com música.

"Comecei a fazer aula de canto por

curiosidade, e acabou virando uma

terapia. Descobri que cantar me

ajuda a lidar com a ansiedade, com

inseguranças... Hoje uso minha voz

com mais confiança em tudo, até

nas reuniões de trabalho."

— Carla, 24 anos

Resumindo: por que estudar canto?

Melhora a respiração e a saúde

geral

Diminui o estresse e a ansiedade

Aumenta a autoestima

Fortalece a voz e a comunicação

Ajuda a se expressar com mais

verdade


Seja no palco, no karaokê, no quarto ou com os fones de ouvido no metrô,

cantar pode ser um superpoder na sua vida.

Curtiu?

Dá o primeiro passo:

Você não precisa saber tudo de música pra começar. Pode começar agora

mesmo — com uma música que você ama, com a sua própria voz, do seu

jeito. Ou se quiser ir mais a fundo, procurar uma professora de canto.

Sua voz é sua identidade. Vamos usar ela pra criar, curar, se conectar e,

acima de tudo, se sentir bem.

Livro YOGA DA VOZ

Os livros foram doados por Maude Salazar,

para as ações do Instituto Omindaré.

Para adquiri-lo basta acessar o site:

LIVRO YOGA DA VOZ

Quem adquirir o livro irá fazer um encontro

on-line com Maude Salazar.


LEMBRETE

Hoje

11/05 - Dia das mães

Seja bem

vindo

MAIO

2025

D

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31

PROMOÇÃO

50%

OFF

OMINDARÉ HONEY


junho. 2025

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Santo Antônio

São João

São Pedro


CHEF

LUIZ THOMÉ

“Seu Luiz” como

carinhosamente é

conhecido, nasceu em

São Tomé das Letras.

Hoje vai nos apresentar o

famoso Fubá suado.

Tem gente que come até

pela

manhã

acompanhado com

cafezin...

“Seu Luiz” é especialista

em Buffet à moda

Mineira. Ganhou o

mundo com a culinária

de Minas Gerais.


Ingredientes

2 xícaras de chá de fubá précozido

1 ½ xícara de chá de água

sal a gosto

6 colheres de sopa de azeite

1 xícara de chá de bacon em

cubos

1 gomo de linguiça calabresa

defumada fatiada

1 cebola média picada

3 dentes de alho amassados

2 tomates sem pele e sem

semente picados

pimenta do reino a gosto

cebolinha/salsinha picada a

gosto

Dica: cozinhe um pouco a

linguiça sem pele, para sair um

pouco da gordura.

Modo de Preparo

Numa tigela coloca o fubá e o sal,

vai hidratando o fubá, vai passando

a mão e envolva muito bem até

sentir que o fubá que vc consegue

fazer um bolinho com a mão. Já

está no ponto.

Coloca 50 ml de azeite para

aquecer e joga o fubá, fogo bem

baixinho, vai demorar uns 10 a 12

minutos.

Quando a tampa da panela der

uma “suadinha”, meche um pouco

o fubá e volta a tampar e sempre

mexendo para não queimar.

Numa outra panela, frita o bacon,

assim que dourar, coloca a linguiça

calabresa cortadinha, acrescenta

cebola, alho e um pouquinho de

pimenta do reino, ou de cheiro ou

dedo de moça.

Quanto estiver bem fritinho, coloca

o tomate sem semente e refoga

bem e decora tudo com cebolinha

ou salsinha.

Agora é só colocar o refogado no

fuba e bommm apetite!


mães

feliz dia das

Ser mãe é abraçar um amor que

nunca descansa, ser o coração que

bate fora do peito, guiando cada

passo no caminho.

Parabéns a todas

as mães maravilhosas

do Instituto Omindaré



Os Cantores e a Música

por Pedro G. Vale


Os cantores dão voz a

sentimentos que

muitas vezes as

pessoas

não

conseguem expressar

sozinhas. Músicas de

amor, saudade,

superação e felicidade

tocam o coração do

público e criam laços

emocionais que fazem

com que os ouvintes

se

sintam

compreendidos e

acolhidos. . Letras

motivacionais ajudam

as pessoas a enfrentar

desafios e encontrar

força em momentos

difíceis. A música é um

reflexo da cultura de

um povo, e os

cantores

são

responsáveis por

transmitir e preservar

essa identidade. Desde

o samba brasileiro até

o rock internacional, os

estilos musicais

carregam histórias e

tradições que fazem

parte da formação

cultural das pessoas.

Muitas pessoas usam

canções para aliviar o

estresse, melhorar o

humor ou até mesmo

como uma forma de

terapia. A voz dos

cantores pode trazer

conforto e paz para

quem está passando

por momentos difíceis.


Os cantores ajudam a

criar momentos de

união. Shows, festivais

e até mesmo simples

encontros entre

amigos se tornam

mais especiais quando

há música envolvida.

As canções marcam

momentos

importantes da vida,

criando memórias

inesquecíveis.

No final, os cantores

são verdadeiros

mensageiros de

sentimentos e

histórias, tornando a

vida das pessoas mais

rica e significativa

através da música.

Cada país ou região

tem seus próprios

ritmos, estilos e formas

de expressão musical

que refletem suas

raízes culturais.

Cantores locais ajudam

a manter vivas essas

tradições

ao

interpretar músicas

que falam sobre o

cotidiano, crenças,

costumes e histórias de

seu povo.

Os cantores não

apenas entretêm, mas

também carregam

consigo

a

responsabilidade de

preservar e transmitir a

cultura e a identidade


de um povo. Através de suas vozes, a história, as

tradições e os sentimentos de uma sociedade

são perpetuados, enriquecendo a diversidade

cultural do mundo.

O Brasil é um dos países mais ricos

musicalmente, com uma diversidade de gêneros

e artistas que influenciaram não apenas a

música nacional, mas também a cena

internacional. Os cantores brasileiros são

responsáveis por perpetuar tradições culturais,

inovar estilos e levar a identidade musical do

país para o mundo.


Pula a Fogueira

Francisco Alves

por PaulaTjiré

Pula a fogueira, iaiá

Pula a fogueira, ioiô

Cuidado para não se queimar

Olha que a fogueira já queimou o meu

amor

Pula a fogueira, iaiá

Pula a fogueira, ioiô

Cuidado para não se queimar

Olha que a fogueira já queimou o meu

amor

Nessa noite de festança

Todos caem na dança, alegrando o

coração

Foguetes, cantos e troça, na cidade e na

roça

Em louvor a São João

Pula a fogueira, iaiá

Pula a fogueira, ioiô

“Ceis sabe canta essa?”


PoesiA‌

RápidA‌

Neusa Doretto

ASSIM

Agora você volta

me alicia

Escolta

um amor

se delicia

Que moleza, meu bem

Relaxe e dê

mole também!

Poesia “Sabotagem”, (edição de novembro de 2023, pág 29)

faz parte do livro PoesiA RápidA de Neusa Doretto.

Você poderá adquirir o livro através do site:

https://loja.uiclap.com/titulo/ua42697/


Por

Roberto Lívio

"Anora" é um filme dirigido por Sean Baker que aborda a vida de Ani, uma

jovem stripper de Nova York, interpretada por Mikey Madison. A trama se

desenrola quando Ani conhece Ivan, filho de um oligarca russo, e os dois

iniciam um relacionamento tumultuado que desafia barreiras sociais e

culturais. A narrativa explora temas como desigualdade social, o mito do

sonho americano e as dinâmicas de poder presentes nas relações humanas.

No entanto, algumas críticas apontam que, embora "Anora" seja um filme

poderoso, ele não supera trabalhos anteriores de Sean Baker. Além disso, há

debates sobre a representação do trabalho sexual na trama, com algumas

vozes argumentando que o filme reforça estereótipos, enquanto outras

elogiam a abordagem humanizada da profissão .​Este filme foi comparado a

Uma Linda Mulher — mas não é um conto de fadas.

E você já assistiu? o que achou?


TRABALHO

A melhor coisa nesta vida física é o trabalho.

Trabalhar te dá conforto, equilíbrio, paz e

realização!

Não importa o trabalho, o que importa é que

seja feito com satisfação e alegria!

Esses últimos 15 dias foram, para mim,

intensos e com muito trabalho.

Trabalho delicado, cuidando das pessoas,

mas primeiramente cuidando de mim, pois

se eu não estiver bem não poderei realizar

bem o meu trabalho!

Lembre-se que você precisa estar bem!

Você precisa se sentir bem para, depois

ajudar, orientar, auxiliar alguém.

Estamos bem quando adquirimos

conhecimentos sobre o nosso trabalho,

Estamos bem quando nos envolvemos de

fato em nosso trabalho,

Estamos bem quando amamos o nosso

trabalho.

Quantas vezes nos preocupamos com o

"grande Trabalho" e esquecemos dos

detalhes!

Vamos procurar trabalhar com alegria,

satisfação e prazer!

Esqueça o trânsito, colocando um som

agradável até o caminho de seu trabalho!

Mude um pouco o seus hábitos que já estão

arraigados, coloque um flor na sua mesa,

coloque um cristal transparente, presenteie

o local onde você está no momento,

trabalhando!

Você estará se presenteando e presenteando

aqueles que estão ao seu redor!

Bom trabalho!

OM NAMAH SHIVA YA

Por Omindaré


HOMENAGEM‌‌

E S P E C I A L

Nossa Edição irá abraçar o mês de Junho,

mês da maior parada LGBT do mundo!

Nesta edição cuidamos também desta pauta.

Não podíamos deixar de homenagear a Rafaelly Domingues,

responsável pelas pautas LGBTQIA+ do Instituto Omindaré..

Foto Instagram Rafaelly



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