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PLANO METROPOLITANO DE MAPUTO

Plano Metropolitano da Área Metropolitana de Maputo (AMM) – Horizonte 2045 Este trabalho apresenta o Plano Metropolitano da Área Metropolitana de Maputo (AMM), desenvolvido como instrumento estratégico de planeamento territorial e urbano, com horizonte temporal até 2045. A proposta resulta de uma abordagem prospectiva e participativa, com base no cenário optimista “Maputo Integrada”, e visa orientar o crescimento sustentável, equilibrado e inclusivo dos municípios de Maputo, Matola, Boane e Marracuene. O plano estrutura-se a partir de cinco eixos estratégicos — uso do solo, mobilidade, habitação, desenvolvimento económico e ambiente — e propõe um modelo territorial policêntrico, resiliente e coordenado, articulado por corredores de mobilidade e zonas de expansão planeada. A visão metropolitana adoptada promove uma governação intermunicipal robusta, inclusão social, inovação económica e adaptação climática.

Plano Metropolitano da Área Metropolitana de Maputo (AMM) – Horizonte 2045

Este trabalho apresenta o Plano Metropolitano da Área Metropolitana de Maputo (AMM), desenvolvido como instrumento estratégico de planeamento territorial e urbano, com horizonte temporal até 2045. A proposta resulta de uma abordagem prospectiva e participativa, com base no cenário optimista “Maputo Integrada”, e visa orientar o crescimento sustentável, equilibrado e inclusivo dos municípios de Maputo, Matola, Boane e Marracuene.

O plano estrutura-se a partir de cinco eixos estratégicos — uso do solo, mobilidade, habitação, desenvolvimento económico e ambiente — e propõe um modelo territorial policêntrico, resiliente e coordenado, articulado por corredores de mobilidade e zonas de expansão planeada. A visão metropolitana adoptada promove uma governação intermunicipal robusta, inclusão social, inovação económica e adaptação climática.

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PLANO REGIONAL

METROPOLITANO DE

MAPUTO

FRANCISCO CHINA JR - UEM-FAPF– LAB VII DE PLANEAMENTO FÍSICO – PLANO METROPOLITANO DE MAPUTO


LABORATÓRIO VII DE PLANEAMENTO

Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Arquitectura e planeamento

Físico

Cadeira:

Laboratório de Planeamento Físico III

Docentes:

Arquitecto e Urbanistas: Jessica Lage e

Catarina Cruz

Discente:

Francisco China Júnior

4° Ano | 7° Semestre | Junho de 2025


LABORATÓRIO VII DE PLANEAMENTO

República de Moçambique

Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico

Laboratório de Planeamento Físico III

Projecto Regional de Ordenamento Territorial - PROT

Título: Plano Regional Metropolitano de Ordenamento Territorial da Área Metropolitana de Maputo

“Instrumento Estratégico De Desenvolvimento Integrado Até 2045”

Edição: Laboratório de Planeamento Físico III

Produção: discente - Francisco China Júnior

Apoio Técnico

CONDIÇÕES FISICO-

SOCIOCULTURA

INFRAESTRUTURAS

EQUIPAMENTOS

ACTIVIDADES

NATURAIS

Bilate Magoto

Carima Malate

SOCIAIS

ECONÔMICAS

Cleiton Cardigo

Elton Saide

Hina Cano

Derick Pinto

Colin Gustavo

Edson Chquefane

Horácio comé

Jéssica Trabuk

Eseron Malandzele

Edmilson Mucabel

Graça José

Sergio Muiambo

Letízia Jamal

Francisco Zandamela

Lucrência Mutsuque

José Bié

Titos Nhanombe

Lizandra Tivane

João Manjoro

Maria Mandlate

Melo João

Yumna Caetano

Manuel Chicanha

Pedro Pires

Sanildo Muta

Elias Velichane

Vânia Macamo

ACTIVIDADES

COMPILAÇÂO E BASE

Elísio Dava

Youlda Omar

ECNÔMIVAS

CARTOGRÁFICA

Augusto Cumbe

Bongani Nhaquila

Chelton Nhapulo

Ferozmina Mamudmiã

Domingos Manjate

Igor Ferreira

Eduardo Jr

Kevin Raul

Rui Nelson

Marcelo Cumbe

Vichenzo Jamal

Muarway Baboy

Zalino Mnie

Assistência Tecnica Metodológica: Docentes : Jessica Lage e Catarina Cruz

Avaliação e Controle de Qualidade: Jessica Lage e Catarina Cruz

Desenho Gráfico: Francisco China Júnior + Grupos de Apoio Técnico

Impressão e Acabamentos:

Tiragem: 0000 exemplares

Edição: 1ª Edição, 4º ano | 7º semestre | Junho de 2025

Apoio Financeiro:


1. ENQUADRAMENTO

1.1. Introduçâo

1.2. Justificativo do instrumento

1.3. Objectivo

a) Principal

b) Específico

1.4. Alcance temporal e terriotorial

1.5. Principios

1.6. Metodologia de elaboração

1.7. Visão

1.8. Enqaudramento legal e normativo

(articulação com instrumentos nacionais locais)

2. DIAGNÓSTICO

2.1. Análises temáticas (sistematização e

consolidação da fase dos grupos)

2.2 Mapas – temáticos e síntese

3. ANÁLISE ESTRATÉGICA

3.1. Análise SWOT – geral

3.2. Mapas Síntese (potencialidadeproblemas-geral

4. CENÁRIOS

4.1. Método escolhido

4.2. Metodologia e Síntese

4.3. Cenários resultantes

4.4. Cenário escolhido - Mapa

6. ESTRATÉGIA E PLANO DE

IMPLEMENTAÇÃO

6.1. Descrição

6.2. Quadro estratégico de

operacionalização do plano

5. PLANO METROPOLITANO

DE MAPUTO

5.1. Visão Metropolitana

5.2. Modelo de coordenação intermunicipal

a) Mecanismo de coordenação e

gestão

b) Modelo de financiamento

5.3. Eixos estratégicos

5.4. Modelo de uso e ocupação do solo

5.5. Mapas temáticos

6. Estratégia e Plano de Implementação

6.1. Descrição

6.2. Quadro estratégico de

operacionalização do plano

7. Conclusão

7.1. Referêcias Bibliográficas


ACRÓNIMOS E SIGLAS

UEM- Universidade Eduardo Mondlane

PROT- Plano Regional Metropolitano de Ordenamento Teritorial

PROT AMM - Plano Regional Metropolitano de Ordenamento Teritorial da Area Metropolitana de Maputo

PMM- Plano Metropolitano de Maputo

AMM- Área Metropolitana de Maputo

E.E – Eixo Estratégico

O.E – Objectivo Estratégico

L.A – Linha de Ação

AMT- Agência Metropolitana de Transportes

ANE- Administração Nacional de Estradas

BM- Banco Mundial

CFM- Caminhos de Ferro de Moçambique

CMM- Conselho Municipal de Maputo

EDM – Eletricidade de Moçambique

ETA- Estação de Tratamento de Água

ETAR- Estação de Tratamento de Águas Residuais

FIPAG- Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água

FMI- Fundo Monetário Internacional

FUNAB- Fundo do Ambiente

INE- Instituto Nacional de Estatísticas

PPP- Parcerias Públicos Privadas


01

1.1. INTRODUÇÃO E

CONTEXTUALIZAÇÃO

A Área Metropolitana de Maputo (AMM),

composta pelos municípios de Maputo, Matola,

Matola Rio, Boane e Marracuene, enfrenta

desafios significativos decorrentes da sua rápida

urbanização. Com uma população em

crescimento contínuo, impulsionada pela

migração rural-urbana, a região regista uma

expansão desordenada das zonas periurbanas,

sobrecarga das infraestruturas e dos serviços

básicos, bem como riscos ambientais, tais como

inundações sazonais e erosão costeira. Este

Plano Metropolitano visa orientar o

desenvolvimento sustentável da AMM até 2045,

promovendo uma governação coordenada,

equidade territorial e resiliência urbana.

A elaboração do plano responde à necessidade

de ultrapassar as limitações do planeamento

urbano na AMM, como a implementação parcial

do Plano Estrutural Urbano de Maputo (PEUM),

decorrente da falta de coordenação

intermunicipal e de recursos. A urbanização

descontrolada, agravada por inundações sazonais

e desigualdades sociais, exige um instrumento

estratégico que articule políticas públicas e

investimentos, alinhado com o cenário optimista

“Maputo Integrada”.

O plano integra diagnósticos detalhados das

condições físico-ambientais e socioeconómicas da

região, bem como cenários de futuro

desenvolvidos com recurso ao método Delphi e à

técnica de impactos cruzados.

5


01

ENQUDRAMENTO

1.1. INTRODUÇÂO

6


01

1.4. Alcance Temporal e Territorial

O plano abrange o período de 2025 a 2045, com

metas de curto (até 2030), médio (até 2035) e longo

prazo (até 2045). Territorialmente, cobre os

municípios de Maputo, Matola, Boane e Marracuene,

considerando as suas interdependências económicas,

sociais e ambientais, com enfoque na integração da

Baía de Maputo, dos rios Umbeluzi e Incomáti, e das

zonas periurbanas.

1.5. Princípios

OBJECTIVO GERAL

Formular um plano metropolitano

integrado para a AMM até 2045, que

promova o desenvolvimento sustentável,

a inclusão social e a adaptação às

alterações climáticas.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar e priorizar variáveis críticas de

transformação urbana, com base em

diagnósticos territoriais e cenarização

prospectiva;

• Propor estratégias de governação

metropolitana que reforcem a coordenação

entre Maputo, Matola, Boane e Marracuene;

• Desenvolver políticas públicas nas áreas da

habitação, mobilidade, saneamento e gestão

ambiental, alinhadas com o cenário optimista

“Maputo Integrada”;

• Estabelecer directrizes para a formalização do

sector informal e a redução das desigualdades

territoriais;

• Incorporar medidas de resiliência face a riscos

climáticos, considerando a morfologia costeira

e a rede hidrográfica da AMM.

Sustentabilidade: Promover o uso racional dos

recursos naturais, como solos aluviais e sistemas

hídricos.

Inclusão: Garantir o acesso equitativo à habitação,

aos serviços e às oportunidades económicas.

Resiliência: Reforçar a capacidade de adaptação

aos riscos climáticos, como as inundações sazonais.

Coordenação: Fomentar a governação

metropolitana entre os quatro municípios.

Participação: Envolver activamente as comunidades

nos processos decisórios, como nas zonas urbanas

do Zimpeto (Maputo).

1.6. Metodologia de Elaboração

A elaboração do plano seguiu uma abordagem

participativa e prospectiva, estruturada em três

etapas principais:

• Diagnóstico: Análise dos componentes físiconaturais

(morfologia, rede hidrográfica),

socioculturais (população), infraestruturas,

equipamentos sociais e actividades económicas,

com base em dados secundários e consultas

locais.

• Cenarização: Aplicação do método Delphi com

sete especialistas, complementado pela técnica de

impactos cruzados, com vista à formulação de

três cenários: optimista, tendencial e pessimista.

• Formulação Estratégica: Definição da visão

metropolitana, dos eixos estratégicos e do plano

de acção, com validação comunitária e

concertação intermunicipal.

7


1.7. VISÃO ESTRATÉGICA

GERAL

Até 2045, a AMM será uma metrópole integrada,

resiliente e inclusiva, com uma governação

coordenada, habitação condigna, mobilidade

eficiente, serviços universais e uma economia

dinâmica, valorizando a sua diversidade

sociocultural e adaptando-se aos desafios

climáticos.

01

1.8 ENQUADRAMENTO LEGAL

O plano articula-se com instrumentos nacionais e

locais, incluindo:

• Lei do Ordenamento do Território (Lei n.º

19/2007): Define diretrizes para o planeamento

territorial. •

Plano Nacional de Desenvolvimento Territorial:

Orienta o desenvolvimento urbano ordenado e

sustentável.

• PEUM: Base para a integração metropolitana,

apesar das suas limitações.

• Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações

Climáticas: Articula ações de resiliência. O plano

promove a articulação com as políticas

municipais de Maputo, Matola, Boane e

Marracuene, incentivando o alinhamento

normativo.

Esta visão parte do reconhecimento de que a

AMM enfrenta uma profunda crise urbana,

manifestada na expansão informal desordenada,

na sobrecarga das infraestruturas, na crise

habitacional e no agravamento dos riscos

ambientais. Contudo, a região possui também

activos estratégicos — económicos, naturais e

territoriais — que podem sustentar uma nova

lógica de desenvolvimento, mais colaborativa,

sustentável e equitativa.

8


02

2.1. ANÁLISES

TEMÁTICAS

O diagnóstico da Área Metropolitana de Maputo

(AMM), abrangendo Maputo, Matola, Boane e

Marracuene, consolida análises temáticas e

mapas síntese para compreender as dinâmicas

territoriais, sociais, económicas e ambientais.

Esta secção sistematiza os temas das condições

físico-naturais, caracterização sociocultural,

infraestruturas, equipamentos coletivos,

atividades económicas (setores terciário,

primário e secundário) e uma síntese de

informações, com base em dados detalhados. A

análise fundamenta o Plano Metropolitano,

destacando desafios como a urbanização

desordenada, défices de infraestruturas e riscos

climáticos, além de potencialidades como solos

férteis, localização estratégica e diversidade

sociocultural.

A) CONDIÇÕES FÍSICO-NATURAIS:

• Morfologia e Topografia: A AMM apresenta

planícies costeiras (0–47 m de altitude) em

Maputo e Matola, e dunas interiores (média de

84 m) em Boane e Marracuene. As áreas baixas,

como Zimpeto (Maputo), são propensas a

inundações, enquanto as dunas oferecem

oferecem potencial para urbanização planeada,

mas com riscos de erosão.

• Solos: Predominam solos arenosos (Maputo),

argilosos (Matola), aluviais (Marracuene) e

lateríticos (Boane). Solos aluviais suportam

agricultura intensiva, mas solos arenosos

requerem reforço para construção. A extração de

areia em Boane agrava a degradação.

• Rede Hidrográfica: Os rios Maputo, Umbeluzi e

Incomati são fontes críticas de água, mas

enfrentam poluição industrial (ex.: Matola) e

intrusão salina na Baía de Maputo. Aquíferos em

Marracuene têm potencial, mas estão

subexplorados.

• Cobertura Vegetal: Florestas de miombo

cobrem 25% da AMM, com savanas herbáceas

em Boane. A urbanização reduziu 15% da

cobertura verde entre 2000 e 2020, aumentando

a vulnerabilidade climática.

9


A) CONDIÇÕES FÍSICO-NATURAIS:

• Morfologia e Topografia: A AMM apresenta

planícies costeiras (0–47 m de altitude) em

Maputo e Matola, e dunas altas (média de 84 m

de altitude) em Boane e Marracuene. As áreas

baixas, como Zimpeto (Maputo), são propensas a

inundações sazonais, enquanto as dunas

oferecem potencial para urbanização planeada,

mas com riscos de erosão.

• Riscos Ambientais: As inundações afetam

30% das áreas urbanas modernas(ex.: Intaka,

Matola), a erosão costeira ameaça a Baía de

Maputo, e os conflitos entre humanos e fauna

selvagem (ex.: crocodilos, elefantes) em

Marracuene impactam as comunidades rurais. A

mineração intensifica estes riscos.

• Implicações: A morfologia requer

planeamento territorial resiliente, os solos

aluviais favorecem a agricultura, e a rede

hidrográfica exige proteção. A redução da

vegetação e os riscos climáticos demandam

barreiras verdes e infraestruturas adaptadas

10


• Cultura e Identidade: Feiras tradicionais e

música local (marrabenta) são ativos culturais,

mas carecem de infraestruturas, como teatros

em Matola.

• Implicações: O crescimento populacional

pressiona os serviços, requerendo regularização

fundiária e expansão de escolas. A diversidade

cultural é um ativo para o turismo, mas exige

investimento em equipamentos coletivos.

B) CARACTERIZAÇÃO

SOCIOCULTURAL:

• Demografia: A AMM tem 2,5 milhões de

habitantes (estimativa 2025), com crescimento

anual de 3% devido à migração rural-urbana.

Maputo e Matola concentram 60% da população,

com densidades de 3000 hab/km² em bairros

como Magoanine.

• Bairros Informais: 40% dos residentes

vivem em áreas de ocupação informal (ex.:

Tsalala, Matola; Zimpeto, Maputo), sem acesso a

serviços básicos. A regularização fundiária é

lenta, com apenas 10% dos lotes titulados.

• Educação e Saúde: A taxa de literacia é de

70% em Maputo, mas desce para 50% em

Marracuene. Apenas 50% das crianças têm

acesso a escolas secundárias em Boane.

• Dinâmicas Sociais: Persistem desigualdades,

com 30% da população abaixo do limiar de

pobreza. A diversidade étnica (ex.: changana,

ronga) enriquece a cultura, mas a escassez de

centros comunitários limita a coesão social.

11


02

2.1. Análises Temáticas

Distribuição da População

12


DIAGNÓSTICO

2.1. Análises Temáticas

C) INFRAESTRUTURAS:

• Transportes: A rede viária primária (ex.: EN4

Maputo-Matola) cobre 200 km, mas 60% das

vias secundárias não são pavimentadas em

Boane. O transporte público, baseado em

miniautocarros, atende 70% dos deslocamentos,

mas é precário. As ferrovias, subutilizadas,

conectam Maputo ao interior.

• Saneamento: Apenas 20% das áreas urbanas

periféricas (ex.: Intaka, Matola) dispõem de

redes de esgotos. Fossas sépticas predominam

em 50% dos bairros informais, com riscos de

contaminação.

• Abastecimento de Água: 60% da população

tem acesso a água potável, mas as interrupções

são frequentes em Marracuene. Os reservatórios

cobrem 40% da procura.

• Energia: A cobertura elétrica é de 80% em

Maputo, mas desce para 50% em Boane. Falhas

de energia afetam 30% dos bairros periurbanos.

• Tecnologia: A conectividade à internet é

limitada a 25% da população, com cobertura 4G

concentrada em Maputo.

• Implicações: A modernização da EN4 e a

expansão de autocarros rápidos de transporte

(BRT) são prioritárias. O saneamento e a água

requerem redes integradas, enquanto a energia

e a internet necessitam de cobertura universal.

Fig. REDE RODOVIÁRIA

Fig.REDE FERROVIÁRIA

Fig. MAPA DAS ROTAS E PARAGENS

13


C) INFRAESTRUTURAS:

MAPA DE REDE ELÉTRICA

ABASTECIMENTO DE ÁGU

02

MAPA DE RESIDUOS SÓLIDOS

MAPA DE CONGESTIONAMENTO

14


fig. Equipmentos de educação

D) EQUIPAMENTOS SOCIAIS:

• Educação: A AMM dispõe de 500 escolas

primárias, mas apenas 100 secundárias, com

sobrelotação em Maputo (30 alunos/sala). Boane

e Marracuene apresentam um défice de 20

escolas.

• Saúde: Existem 50 unidades de saúde,

cobrindo 50% da procura. Os hospitais centrais

em Maputo contrastam com postos precários em

Zimpeto e Intaka.

• Cultura e Recreação: Apenas 10 centros

comunitários estão operacionais, com carências

em Matola. Espaços recreativos, como parques,

são escassos em Boane.

• Segurança Pública: Os postos policiais

cobrem 60% das áreas urbanas, mas a

criminalidade é elevada em bairros informais.

• Implicações: A expansão de escolas e

unidades de saúde é urgente, sobretudo nas

periferias. Centros culturais e parques podem

reforçar a coesão social, enquanto a segurança

necessita de maior policiamento comunitário.

Fig. Equipmentos de assitênci social

Fig. Equipmentos religiosos

Fig. Equipmentos de segurança

15


E) ATIVIDADES

ECONÔMICAS SETOR

PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO:

• Agricultura: Solos aluviais em Marracuene

produzem 20 000 toneladas/ano de milho e

hortícolas, mas 60% dos agricultores carecem de

sistemas de rega.

• Pesca: A Baía de Maputo gera 5000

toneladas/ano de pescado, mas a pesca

artesanal é subfinanciada.

• Mineração: A extração de areia em Boane

gera 10 000 m³/ano, mas provoca erosão e

poluição.

• Indústria: O Parque Industrial de Beluluane

(Matola) emprega 5000 pessoas, com potencial

para 20 000 até 2035. A manufatura é limitada

em Marracuene.

• Implicações: A agricultura necessita de

sistemas de rega e cooperativas, a pesca de

financiamento, e a mineração de

regulamentação. A indústria pode expandir-se

com incentivos fiscais.

02

F) SETOR TERCIÁRIO:

• Comércio Informal: 70% da economia da

AMM é informal, com mercados como

Xipamanine (Maputo) e feiras em Matola

empregando 50 000 pessoas. A formalização

está limitada a 10% dos vendedores.

• Serviços Formais: Bancos e empresas

concentram-se em Maputo, com 80% dos

serviços financeiros na capital. Matola regista

crescimento em centros de atendimento

telefónico.

• Turismo: A Baía de Maputo e locais históricos

atraem 100 000 visitantes/ano, mas a escassez

de hotéis em Boane limita o potencial.

• Implicações: A formalização do setor

informal, com acesso a crédito e formação, é

essencial. O turismo requer infraestruturas, e os

serviços podem expandir-se em Matola e

Marracuene.

16


2.1. Análises Temáticas

Atividades Econômicas

02

Fig. Industrias transformdoras

Fig.Rede viária e logística

Fig. POLOS COMERCIAIS

17


02

2.1. Análises Temáticas

Mapa Temático – Uso do Solo

18


02

2.1. Análises Temáticas

Mapa Temático – Condicionantes

19


02

2.1. Análises Temáticas

Mapa Temático – Mobilidade Existente

20


3.1. Análises SWOT 03

S

Localização geográfica estratégica, com acesso à Baía de Maputo, Porto de

Maputo e corredores logísticos (EN1, EN4), conectando a AMM à região

austral.

• População jovem (60% com menos de 30 anos), com potencial como capital

humano para inovação e crescimento económico.

• Diversidade económica, com setores como agricultura (20 000 toneladas/ano

em Boane), comércio informal (70% em Xipamanine) e indústria (5000

empregos em Beluluane).

O

W

T

• Expansão do sistema de autocarros rápidos de transporte (BRT) e reativação

de ferrovias, conectando os quatro municípios e reduzindo o tempo de

deslocamento.

• Potencial para energia renovável (solar, biogás) e reutilização de águas

pluviais, promovendo a sustentabilidade em áreas rurais como Marracuene.

• Regularização do comércio informal (ex.: Xipamanine) e fortalecimento das

cadeias de valor agrícolas em Boane, com acesso a microcrédito para 50% dos

pequenos produtores.

• Elevada informalidade urbana (40% da população em bairros informais como

Magoanine) e económica (70% do comércio), dificultando a regularização e a

arrecadação fiscal.

• Infraestruturas insuficientes, com 40% das vias não pavimentadas e apenas

20% de cobertura de saneamento, especialmente em Boane e Marracuene.

• Vulnerabilidade climática, com 30% do território sujeito a inundações (ex.:

Intaka, Matola) e erosão costeira (1 m/ano na Baía de Maputo).

• Centralização de serviços em Maputo, com défices de equipamentos coletivos

(ex.: 100 escolas secundárias para 3 milhões de habitantes) e atividades

culturais em Matola e Boane.

• Riscos climáticos, com inundações afetando 30% do território e alterações

climáticas impactando a agricultura em Boane e Marracuene.

• Ocupação informal em zonas de risco (ex.: Intaka) e pressão sobre solos

agrícolas, com perda de 15% da cobertura vegetal entre 2010 e 2020.

• Concorrência de produtos importados e dependência do comércio informal,

limitando o crescimento económico formal.

21


3.1. Análises SWOT 03

SO

WO

ST

WT

• Localização geográfica estratégica, com acesso à Baía de Maputo, Porto de

Maputo e corredores logísticos (EN1, EN4), conectando a AMM à região austral.

• População jovem (60% com menos de 30 anos), com potencial como capital

humano para inovação e crescimento económico.

• Diversidade económica, com setores como agricultura (20 000 toneladas/ano

em Boane), comércio informal (70% em Xipamanine) e indústria (5000

empregos em Beluluane).

• Expansão do sistema de autocarros rápidos de transporte (BRT) e reativação

de ferrovias, conectando os quatro municípios e reduzindo o tempo de

deslocação.

• Potencial para energia renovável (solar, biogás) e reutilização de águas

pluviais, promovendo a sustentabilidade em áreas rurais como Marracuene.

• Regularização do comércio informal (ex.: Xipamanine) e fortalecimento das

cadeias de valor agrícolas em Boane, com acesso a microcrédito para 50% dos

pequenos produtores.

• Alta informalidade urbana (40% da população em assentamentos como

Magoanine) e econômica (70% do comércio), dificultando a formalização e

arrecadação fiscal.

• Infraestruturas deficientes, com 40% das vias não pavimentadas e apenas

20% de cobertura de saneamento, especialmente em Boane e Marracuene.

• Vulnerabilidade climática, com 30% do território sujeito a inundações (ex.:

Intaka, Matola) e erosão costeira (1 m/ano na Baía de Maputo).

• Centralização de serviços em Maputo, com déficits de equipamentos sociais

(ex.: 100 escolas secundárias para 3 milhões de habitantes) e atividades

culturais em Matola e Boane..

•Riscos climáticos, com inundações a afetar 30% do território e alterações

climáticas a impactar a agricultura em Boane e Marracuene.

•Ocupação informal em zonas de risco (ex.: Intaka) e pressão sobre solos

agrícolas, com uma perda de 15% da cobertura verde entre 2000 e 2020.

•Concorrência de produtos importados e dependência do comércio informal,

limitando o crescimento económico formal.

22


POTENCIALIDADES:

3.1

1. Localização e Conectividade:

A AMM possui uma localização estratégica na região

austral, com acesso à Baía de Maputo, ao Porto de

Maputo e a corredores logísticos nacionais e

internacionais.

Porto de Maputo: Situado em Maputo (aprox.

25°58'S, 32°34'E), movimenta 20 milhões de

toneladas por ano, com potencial de expansão para

30 milhões até 2035. Área: 150 ha, ligada à EN1 e às

ferrovias (50 km).

(b) Corredores Logísticos: EN1 (100 km, Maputo-

Boane) e EN4 (80 km, Maputo-Matola-Boane), com 4

nós logísticos (ex.: Matola, 5 ha, 25°51'S, 32°27'E).

Potencial para 10 BRT e 60 km de ciclovias.

(c) Aeroporto Internacional de

Maputo: Localizado em Maputo (25°55'S, 32°34'E),

com 50 ha e capacidade para 900.000 passageiros

por ano, expansível para 1,5 milhão até 2040.

2. Recursos Naturais:

A AMM possui ecossistemas valiosos e recursos

hídricos, com potencial para conservação, ecoturismo

e agricultura.

Potencialidades:

(a) Mangais: 10.000 ha na Costa do Sol (Maputo,

25°58'S, 32°36'E) e em Marracuene (25°44'S,

32°40'E), com potencial para ecoturismo (50.000

visitantes por ano) e mitigação das alterações

climáticas (redução de 90% das inundações).

(b) Solos agrícolas: 20.000 ha em Boane (25°59'S,

32°19'E), com solos aluviais que produzem 30.000

toneladas anuais de hortícolas, com potencial de

expansão através de irrigação (60% até 2035).

(c) Rios: Umbeluzi (Maputo, 50 km, 26°03'S,

32°22'E) e Incomati (Matola, 40 km, 25°50'S,

32°25'E), com potencial para captação de água (95%

de acesso até 2040) e produção de energia

renovável.

3. Infraestrutura:

A AMM possui uma base de infraestruturas urbanas e

logísticas, com potencial de expansão e

modernização.

Cobertura de eletricidade: 80% urbana, fornecida

pela EDM e HCB (Maputo-Matola, 25°55'S, 32°34'E),

com potencial para energia solar em Boane (5.000

ha, 25°59'S, 32°19'E), gerando 100 MW até 2035.

(b) Saneamento: Cobertura atual de 20%, com

potencial de expansão até 95%, através de estações

em Umbeluzi (Maputo, 10 ha, 26°03'S, 32°22'E) e

Incomati (Matola, 5 ha, 25°50'S, 32°25'E).

(c) Vias urbanas: 60% pavimentadas em Maputo

(500 km, 25°58'S, 32°34'E), com potencial para

reabilitar 40% das não pavimentadas em Matola e

Boane (300 km).

(d) Gestão de resíduos: Aterro em Boane (25°59'S,

32°19'E, 50 ha), com capacidade para 1.000

toneladas por dia até 2030.

4. População e Cultura:

A AMM conta com uma população jovem e

diversificada, com potencial para inovação e

fortalecimento cultural.

População jovem: 60% abaixo dos 30 anos (2,1

milhões), com potencial para formação técnica em

Maputo (25°58'S, 32°34'E) e Matola (25°51'S,

32°27'E), criando 50.000 empregos formais.

(b) Diversidade cultural: Comunidades Changana e

Ronga em Marracuene (25°44'S, 32°40'E), com

festivais de marrabenta em Matola (20 ha, 25°51'S,

32°27'E), atraindo 10.000 visitantes por ano.

(c) Educação: 50% de escolaridade secundária em

Maputo, com potencial de aumento para 90%,

através de 20 escolas em Boane (25°59'S, 32°19'E,

25 ha).

(d) Centros comunitários: 15 planeados em

Marracuene (50 ha, 25°44'S, 32°40'E), com potencial

para alfabetizar 50.000 pessoas até 2035.

24


3.1. Análises SWOT

Potencialidade Mapeada - Localização e Conectividade03

O mapa de localização e conetividade oferece uma leitura macro e mesoescalar da posição estratégica

da AMM no contexto regional e nacional. A Área Metropolitana de Maputo está integrada em

importantes corredores de desenvolvimento, como o Corredor de Maputo–Pretória–Joanesburgo (via

EN4) e o Corredor Norte (via EN1), ligando-a a mercados do interior e do sul do continente.

Dentro da cidade, destaca-se a importância da rede viária estruturante, com especial relevo para a

Circular de Maputo, que facilita o trânsito intermunicipal e constitui uma espinha dorsal para futuras

implementações do sistema BRT. A existência de estações ferroviárias (Matola Gare, Boane) e do Porto

de Maputo reforçam o papel logístico da cidade, enquanto o Aeroporto Internacional amplia a sua

centralidade.

Esta malha viária e logística é essencial para sustentar a proposta de mobilidade metropolitana

sustentável e para distribuir de forma mais equitativa os investimentos e serviços urbanos. O mapa

também evidencia zonas de transição e conetividade entre municípios, como as interfaces Matola–

Boane e Maputo–Marracuene, que exigem uma abordagem integrada no planeamento urbano.

25


03

3.1. Análises SWOT

Potencialidade Mapeada – Recursos Naturais

Este mapa tem como objetivo identificar e destacar as principais potencialidades territoriais e

socioeconómicas da AMM, de modo a orientar o modelo de desenvolvimento metropolitano proposto até

2045.

A análise do território revela uma concentração de funções estratégicas distribuídas ao longo de eixos

estruturantes, como a EN4, a EN1 e a Circular de Maputo, bem como zonas com forte vocação

produtiva e urbana.

Foram identificadas áreas com potencial para expansão habitacional, como Matidane (Boane), Tsalala

(Matola) e Zimpeto (Maputo), que apresentam disponibilidade de terreno e acessibilidade razoável.

Igualmente, foram assinaladas zonas com potencial industrial e logístico, destacando-se Beluluane e os

arredores da Matola Gare, dada a proximidade ao porto e às infraestruturas rodoviárias e ferroviárias.

Além disso, o território dispõe de recursos turísticos subaproveitados, como Inhaca e a Baía de Maputo,

com grande valor ecológico e paisagístico.

A identificação destas potencialidades fundamenta as propostas de ordenamento do solo, habitação,

mobilidade e desenvolvimento económico, permitindo uma leitura integrada e propositiva do território

metropolitanamente.

26


04

CENÁRIOS

A cenarização prospectiva da Área Metropolitana

de Maputo (AMM) explora futuros possíveis até

2045, tendo em consideração variáveis críticas

como governança, habitação, mobilidade,

saneamento, economia, educação e riscos

climáticos. Esta secção detalha o método

adotado (Delphi), a metodologia aplicada, os

cenários resultantes (otimista, tendencial e

pessimista) e o cenário selecionado, designado

por “Maputo Integrada”, acompanhando uma

descrição textual do mapa associado. Com base

no diagnóstico e na cenarização, a análise

orienta o Plano Metropolitano para superar

desafios como a urbanização informal e a

fragmentação intermunicipal, aproveitando

potencialidades como o Parque Industrial de

Beluluane e a Baía de Maputo.

4.1. Modelo escolhido

O método Delphi foi selecionado pela sua

capacidade de promover consenso entre

especialistas em contextos complexos, como o

planeamento metropolitano da AMM.

Desenvolvido para previsões de longo prazo, o

Delphi combina consultas iterativas com

feedback controlado, permitindo explorar

incertezas e integrar perspetivas

multidisciplinares.

A sua aplicação é particularmente adequada para

a AMM, devido à diversidade de desafios (por

exemplo, inundações; informalidade) e à

necessidade de coordenação intermunicipal.

Complementado pela técnica de análises de

impacto cruzado, o método garante a construção

de cenários robustos e coerentes, alinhados com

as metas de sustentabilidade e resiliência do

plano.

Metodologia e Síntese

A metodologia implicou três etapas principais,

realizadas entre 2024 e 2025, com base no

diagnóstico e na participação de stakeholders:

27


A) Etapa 1 - Identificação De

Variáveis Críticas:

Um painel de sete especialistas (urbanismo,

transporte, meio ambiente, economia, políticas

públicas, habitação, Sociologia) identificou 15

variáveis-chave, incluindo:

•Governança: Coordenação intermunicipal

•Habitação: Percentagem de assentamentos

informais

•Mobilidade: Tempo médio de deslocamento

•Saneamento: Cobertura de esgotos e água

•Economia: Formalização do setor informal

•Riscos climáticos: Impactos das inundações

•Educação: Taxa de alfabetização

Dados do diagnóstico (ex.: 40% em bairros

informais, páginas 38-96; 20% de saneamento,

páginas 97-160) fundamentaram a seleção

dessas variáveis.

B) ETAPA 2 - CONSTRUÇÃO DE

HIPÓTESES

Duas rodadas de consultas Delphi geraram 45

hipóteses, avaliadas em termos de probabilidade

e impacto. Exemplos incluem:

•“Até 2045, 80% da população terá habitação

formal com uma governança coordenada” (alta

probabilidade no cenário otimista).

•“Inundações afetarão 50% das áreas urbanas

sem adaptação climática” (alta probabilidade no

cenário pessimista).

A técnica de impacto cruzado analisou interações

entre variáveis, através de uma matriz 15x15,

para quantificar dependências, por exemplo:

governança impacta habitação e mobilidade.

04

D) Etapa 3 - Elaboração de Cenários

Foram construídos três cenários: otimista

(“Maputo Integrada”), tendencial (“Cidade em

Suspensão”) e pessimista (“Colapso Silencioso”),

com narrativas detalhadas e indicadores

quantificados.

A validação ocorreu junto de stakeholders locais

(municípios, comunidades, ONGs), assegurando

relevância prática.

Síntese Metodológica:

O processo combinou rigor analítico (Delphi,

impactos cruzados) com participação, resultando

em cenários plausíveis e úteis. A matriz de

impacto cruzado revelou que governança e

saneamento representam variáveis centrais,

influenciando cerca de 80% dos resultados

futuros. O cenário otimista foi priorizado por sua

viabilidade e alinhamento com a visão do plano.

Cenários Resultantes

Os três cenários exploram futuros possíveis para

a AMM até 2045, fundamentados nas variáveis

identificadas e no diagnóstico. Cada cenário

apresenta-se com indicadores, exemplos locais e

implicações específicas.

4.4. Cenários Escolhido - Optimista

O cenário otimista “Maputo Integrada” foi

selecionado pela sua viabilidade, alinhamento

com a visão metropolitana e potencial para

superar os desafios identificados no diagnóstico.

Este prioriza uma governança coordenada, a

redução da informalidade, a mobilidade eficiente

e a resiliência climática, evitando limitações do

cenário tendencial e crises do cenário

pessimista.

A seguir, apresenta-se uma descrição textual do

mapa associado, que espacializa as intervenções

propostas:

28


ZONAS DE INTERVENÇÃO:

•Habitação: Áreas de regularização fundiária em

Magoanine (Maputo) e Tsalala (Matola), com

20.000 unidades habitacionais planeadas em

zonas de baixa vulnerabilidade.

•Mobilidade: Dez corredores BRT ao longo da

Av. Julius Nyerere (Maputo) e da EN4 (Matola),

com ciclovias em Boane e ferrovias reativadas

em Marracuene.

•Saneamento: Estações de tratamento ao longo

dos rios Umbeluzi e Incomati, com redes de

esgotos em Intaka (Matola) e Zimpeto (Maputo).

•Economia: Expansão do Parque Industrial de

Beluluane (mais 10 km²) e feiras de mercados

formais em Xipamanine.

•Resiliência Climática: Barreiras verdes na

Baía de Maputo e drenagem urbana em áreas de

risco de inundação (30% do território).

•Educação e Cultura: 50 novos centros

comunitários em Marracuene e Boane, com

escolas secundárias nas periferias.

04

SÍNTESE:

O cenário “Maputo Integrada” orienta o plano

com metas ambiciosas, mas viáveis, apoiadas

numa governação eficaz e em investimentos

estratégicos. O mapa textual ilustra um futuro

onde a AMM equilibra crescimento económico,

inclusão social e resiliência ambiental.

IMPLICAÇÕES ESPACIAIS:

O mapa prioriza a integração territorial, com

investimentos concentrados em periferias

(saneamento, habitação), áreas costeiras

(resiliência) e corredores logísticos (mobilidade).

Evita a ocupação de zonas de risco e protege

recursos naturais, alinhando-se à visão de uma

AMM sustentável.

ÁREAS PROTEGIDAS:

As florestas de miombo em Marracuene (25% do

território) e zonas húmidas ao longo do rio

Incomati são delimitadas para conservação.

CONETIVIDADE

METROPOLITANA:

A EN4 e as ferrovias formam um eixo logístico,

com nós de integração em Maputo, Matola,

Boane e Marracuene, reduzindo o tempo de

deslocamento para cerca de 30 minutos.

29


4.4. CENÁRIOS ESCOLHIDO - OPTIMISTA

04

30


05

5.1. VISÃO ORIENTADORA DO DESENVOLVIMENTO

TERRITORIAL “AMM 2045”

A Visão Territorial do Plano Metropolitano traduz a estratégia global em diretrizes espaciais concretas e

funcionais, servindo como base para a proposta do modelo territorial da AMM até 2045. Esta visão

assume o cenário “Maputo Integrada” como horizonte de referência, prevendo um sistema urbano

interligado, com uma lógica de redistribuição de centralidades, diversificação de funções urbanas e

conetividade física e institucional entre os municípios.

A proposta contempla um modelo policêntrico, que evite a concentração excessiva em Maputo Cidade,

valorizando as restantes cidades da metrópole como centros secundários ou terciários, com identidade

própria e funções estratégicas. Procura-se equilibrar a urbanização com a proteção ambiental, evitar

ocupações em zonas de risco e reforçar os vazios verdes e áreas agrícolas enquanto elementos

estruturantes da paisagem metropolitana.

31


5.2

Os pilares estratégicos de desenvolvimento territorial definidos pelo PROT-AMM são orientados pela

análise das forças, debilidades, oportunidades e ameaças decorrentes do ambiente externo e interno,

complementada pela visão de desenvolvimento da AMM para o horizonte de 2045:

1. GOVERNANÇA EFICIENTE

Estabelecer uma agência metropolitana para

coordenar acções e envolver a comunidade,

superando a ausência de mecanismos formais de

coordenação intermunicipal.

2. INTEGRAÇÃO TERRITORIAL E

FUNCIONAL

Superar a fragmentação administrativa entre

Maputo, Matola, Boane, Marracuene, KaTembe e

Inhaca, promovendo a conectividade física e

institucional.

3. USO EQUILIBRADO DO SOLO

Orientar o crescimento urbano, protegendo os

ecossistemas e promovendo habitação a preços

acessíveis.

4. MOBILIDADE SUSTENTÁVEL E

ACESSIBILIDADE

Assegurar um transporte público eficiente,

reduzindo as desigualdades e as emissões de

CO₂.

5. DESENVOLVIMENTO

ECONÔMICO DIVERSIFICADO

Reforçar o porto de Maputo, os pólos industriais

e o turismo, criando oportunidades de emprego.

32


5.3

Governo Central: Representantes do Ministério

da Administração Estatal e Função Pública, do

Ministério da Terra e Ambiente e todos outros

imprescindíveis para garantir o alinhamento com

as políticas nacionais.

Sociedade Civil: Líderes comunitários e

organizações não-governamentais (ONGs).

•Sector Privado: Empresas ligadas ao porto,

aos transportes e à construção civil, para aportar

conhecimento técnico e investimentos.

A coordenação intermunicipal é essencial para

ultrapassar a fragmentação administrativa e

assegurar que os quatro municípios da Área

Metropolitana de Maputo (AMM) actuem em

sinergia. Este subponto define a estrutura de

governação e o modelo financeiro necessários

para viabilizar o plano.

Mecanismo de Coordenação e Gestão

Criação do Conselho Metropolitano de

Maputo (CMM)

Uma entidade formal com autoridade para

planear, implementar e monitorizar políticas

metropolitanas.

Funções do CMM:

•Coordenar políticas intermunicipais, como um

sistema de transporte integrado (ex.: bilhete

único Maputo-Matola).

•Supervisionar projectos metropolitanos, como

corredores de BRT ou estações de tratamento de

águas residuais.

•Realizar consultas públicas para garantir a

participação da comunidade, especialmente em

zonas de assentamentos informais.

•Monitorizar indicadores como a redução do

tempo de deslocação ou o aumento da cobertura

de saneamento

Composição:

Representantes Municipais: Cada município

(Maputo, Matola, Boane, Marracuene) indica um

prefeito ou delegado com poder de decisão.

•Representantes Municipais: Cada município

(Maputo, Matola, Boane, Matola Rio, Marracuene)

designa um presidente da câmara ou delegado

com poder de decisão.

33


5.2

As empresas privadas financiam e operam

projetos em troca de concessões.

Vantagem: Reduz a carga financeira

sobre os municípios, promovendo

investimentos privados na infraestrutura e

nos serviços públicos.

FUNDO NACIONAL DE

DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL:

Recursos do governo central alocados para

projetos de infraestruturas e prestação de

serviços.

Vantagem: Alinha-se às prioridades nacionais,

garantindo suporte financeiro e estratégico para

o desenvolvimento municipal.

DOAÇÕES E EMPRÉSTIMOS

INTERNACIONAIS:

Financiamentos provenientes de instituições

como o Banco Mundial, o Banco Africano de

Desenvolvimento ou a União Europeia, com foco

em resiliência climática e urbanização

sustentável.

Vantagem: Acesso a montantes elevados de

financiamento e a expertise técnica, essenciais

para projetos de grande impacto.

TAXAS METROPOLITANAS:

Taxas específicas aplicadas na AMM para o

financiamento de projetos de interesse comum.

Vantagem: Geração de receita local sustentável,

reforçando a autonomia financeira dos

municípios.

RECEITAS LOCAIS:

Aumento da arrecadação através de impostos

prediais, taxas de serviços e processos de

regularização fundiária.

Vantagem: Reforça a autonomia financeira dos

municípios, facilitando o financiamento de ações

locais.

GESTÃO FINANCEIRA

• Criar um Fundo Metropolitano gerido pelo

Secretariado Técnico da Câmara Municipal de

Maputo (CMM), com contas sujeitas a

auditorias anuais.

Estabelecer um comité financeiro composto

por representantes dos municípios e

auditores independentes.

Publicar relatórios financeiros online,

promovendo transparência na gestão dos

recursos.

34


35

5.3

A operacionalização do PROT-AMM está segmentada em 5 Eixos Estratégicos, alinhados com

as distintas áreas prioritárias de desenvolvimento da AMM. Estes são os eixos:

Os eixos estratégicos representam as prioridades do plano, concebidos para abordar os principais

desafios da AMM. Cada eixo inclui objetivos, ações, indicadores e exemplos práticos.

E

I

X

O

01

ORDENAMENTO EIXO 1 ORDENAMENTO TERRITORIAL

E

TERRITORIAL

USO DO SOLO

E USO DO SOLO

MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE

02

E

I

X

O

E

I

X

O

03

HABITAÇÃO E REGULARIZAÇÃO

FUNDIÁRIA

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E

INOVAÇÃO

E

I

X

O

04

E

I

X

O

05

ESTRATÉGIA AMBIENTAL E

RESILIÊNCIA CLIMÁTICA


EIXO 1 - ORDENAMENTO TERRITORIAL E USO DO SOLO:

Estrutura o uso do solo para ordenar o crescimento, promovendo ocupação sustentável e integração

intermunicipal.

PROBLEMAS:

• Crescimento informal em Boane e Marracuene.

• Pressão sobre áreas agrícolas e mangais.

• Desalinhamento entre planos municipais.

POTENCIALIDADES:

Localização estratégica (EN4, Porto de Maputo), solos aluviais (20.000 ha em Boane), áreas de

conservação (25% da AMM)

OBJETIVO ESTRATÉGICO:

Promover um ordenamento territorial coeso e funcional que organize, de forma equilibrada, o

crescimento da AMM. Para tal, pretende-se garantir que o processo de urbanização ocorra de forma

planeada, especialmente nas zonas de transição entre os municípios, onde a expansão informal

ameaça ecossistemas sensíveis e solos agrícolas férteis.

A harmonização dos instrumentos de planeamento — como os planos diretores municipais e

distritais — será fundamental para assegurar coerência entre os territórios. Além disso, visa-se:

•Proteger zonas de preservação ambiental;

•Consolidar as vocações territoriais de cada município, respeitando as especificidades de Maputo,

Matola, Boane e Marracuene;

•Reforçar a base cartográfica comum;

•Criar corredores ecológicos;

•Limitar a ocupação em áreas de risco.

Estas ações-chave permitirão um uso do solo mais resiliente, produtivo e inclusivo.

LINHAS AÇÕES:

•Harmonizar os planos diretores municipais com o PMM até 2030.

•Criar corredores verdes em Marracuene e Inhaca até 2035.

•Estabelecer um observatório metropolitano de uso do solo com SIG até 2028.

•Urbanizar 300 hectares em Boane e Marracuene para habitação planeada até 2035.

•Proibir construções em zonas de risco até 2028.

INDICADORES:

•Reduzir as ocupações informais em 40% até 2045.

•Proteger 90% das áreas verdes prioritárias.

•Harmonizar 100% dos planos municipais.

36



EIXO 2 - MOBILIDADE METROPOLITANA SUSTENTÁVEL

Criar um sistema de transporte integrado, acessível e sustentável, reduzindo congestionamentos e

desigualdades.

PROBLEMAS:

•Transporte informal desorganizado.

•Congestionamentos na EN4 e na Av. 24 de Julho.

•Falta de mobilidade ativa.

POTENCIALIDADES:

Corredores logísticos (EN1, EN4), Porto de Maputo, população jovem (60% < 30 anos) demandando

mobilidade.

OBJECTIVO ESTRATÉGICO

Este eixo visa construir uma mobilidade urbana metropolitana mais justa, eficiente e

ambientalmente sustentável. O foco está em:

•Garantir acessibilidade universal a serviços, empregos e equipamentos;

•Promover a integração física e operacional dos sistemas de transporte entre os quatro municípios.

A implementação de corredores BRT, combinada com a integração tarifária (passe único), deverá

substituir gradualmente o sistema informal e desarticulado de transporte por "chapas", que

atualmente domina a mobilidade quotidiana da população.

Além disso, o plano propõe:

•A construção de redes interligadas de ciclovias;

•A reativação de linhas ferroviárias como alternativas sustentáveis.

Esta articulação entre municípios permitirá:

•Uma distribuição mais equilibrada dos fluxos de transporte;

•A redução dos congestionamentos em eixos críticos, como a EN4 e a Av. 24 de Julho;

•A diminuição das desigualdades de mobilidade, que afetam sobretudo os bairros periféricos.

LINHA DE AÇÃO:

•Implementar 10 corredores BRT (5 em Maputo, 3 em Matola, 2 em Boane) até 2035, totalizando 80

km.

•Regularizar as "chapas", integrando-as no sistema BRT com passe único até 2030.

•Construir 30 km de ciclovias em Maputo (Av. Julius Nyerere) e Matola até 2035.

•Reabilitar 50 km de estradas secundárias em Marracuene e KaTembe até 2035.

•Criar terminais intermodais em Zimpeto, Matola Gare e Boane até 2032.

INDICADORES:

•Reduzir o tempo médio de deslocação em 35% até 2045.

•Aumentar a cobertura de transporte público para 85% da população.

•Reduzir as emissões de CO₂ do transporte em 25%.

38



05

Reduzir o déficit habitacional, regularizar assentamentos informais e promover inclusão social.

EIXO 3 - HABITAÇÃO E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA:

PROBLEMAS:

•Expansão de bairros informais (ex.: Chamanculo, Polana Caniço).

•Serviços deficitários em Boane e Marracuene.

•Segregação espacial entre centros e periferias.

POTENCIALIDADES:

•Áreas urbanizáveis em Boane.

•Iniciativas locais de reassentamento.

OBJETIVO ESTRATÉGICO

Este eixo tem como objetivo central assegurar o direito à cidade e a uma habitação digna para

todos os residentes da AMM. A estratégia inclui:

•Construção de habitações acessíveis;

•Requalificação de bairros informais;

•Emissão de títulos de uso e aproveitamento da terra (DUATs) como forma de inclusão social

e segurança jurídica.

Com cerca de 40% da população a viver em condições precárias, especialmente nas periferias

de Maputo e Matola, é essencial desenvolver uma política metropolitana integrada que permita:

•Regularizar áreas ocupadas informalmente;

•Realojar famílias em zonas de risco.

A habitação será tratada como uma política pública intermunicipal

Nestas zonas, serão articulados investimentos públicos e privados, com:

•Mecanismos de financiamento inovadores;

•Incentivos fiscais para habitação social.

LINHAS AÇÃO:

•Construir 15.000 habitações acessíveis em Boane e Matola até 2040.

•Regularizar 60% dos assentamentos informais (ex.: Chamanculo, Maxaquene) até 2045,

emitindo DUATs.

•Requalificar bairros informais com água, saneamento e energia (ex.: Polana Caniço) até 2035.

•Criar incentivos fiscais para habitação social até 2030.

•Elaborar planos diretores para novas zonas residenciais em Boane até 2032.

INDICADORES:

•Aumentar a habitação formal em 30% até 2045.

•Atribuir 25.000 DUATs.

•Reduzir a densidade populacional em bairros sobrelotados em 20%.

39



05

EIXO 4 - DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E INOVAÇÃO:

Diversificar a economia, criar empregos e posicionar a AMM como hub regional.

PROBLEMAS:

•Desemprego jovem (estimado em 30%).

•Baixa diversificação económica fora do setor informal.

•Desigualdades socioeconómicas entre Maputo e as periferias.

POTENCIALIDADES:

•Porto de Maputo e Zona Franca de Beluluane.

•Potencial logístico de Matola Gare e Boane.

OBJETIVO ESTRATÉGICO

O objetivo deste eixo é promover uma economia metropolitana mais diversificada, resiliente e

inovadora, capaz de integrar os diferentes municípios em cadeias produtivas e logísticas regionais. A

AMM, com elementos como o Porto de Maputo, o parque industrial de Beluluane, as zonas agrícolas de

Boane e Marracuene, e a Baixa histórica da capital, dispõe de todos os ingredientes para se tornar num

relevante centro económico na África Austral.

A estratégia passa por articular políticas de incentivo à inovação tecnológica, apoiar micro e pequenas

empresas (com especial enfoque no comércio informal) e valorizar o capital humano jovem. A criação

de polos de inovação, zonas econômicas especiais intermunicipais e a promoção de feiras agrícolas e de

turismo sustentável constituem algumas das ações previstas para dinamizar a economia local, criar

empregos e diminuir a dependência de setores informais e vulneráveis.

Este eixo exerce também uma função integradora, posicionando a economia como catalisadora da

coesão territorial e fomentando o desenvolvimento equilibrado da região.

LINHA DE AÇÃO:

•Modernizar o Porto de Maputo até 2035.

•Criar um polo de inovação em Matola (Machava) com incubadoras até 2032.

•Revitalizar a Baixa de Maputo para turismo, recuperando edifícios históricos até 2030.

•Estabelecer uma zona económica especial Maputo-Matola com incentivos fiscais até 2030.

•Promover feiras agrícolas em Marracuene e Boane para pequenos produtores até 2035.

INDICADORES:

•Aumentar o PIB metropolitano em 25% até 2045.

•Criar 60.000 empregos formais.

•Aumentar exportações via Porto de Maputo em 35%.

•Elevar o IDH da região.

40



EIXO 5 - ESTRATÉGIA AMBIENTAL E RESILIÊNCIA

CLIMÁTICA:

Proteger recursos naturais, mitigar riscos climáticos e promover sustentabilidade.

PROBLEMAS:

• Urbanização em zonas frágeis.

• Inundações frequentes.

• Fraca gestão de resíduos.

POTENCIALIDADES:

•Ecossistemas estratégicos (mangais, rios Umbelúzi e Incomati).

•Potencial para energias renováveis.

OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS

Diante dos impactos crescentes das alterações climáticas e da pressão exercida sobre os ecossistemas

urbanos e periurbanos, este eixo tem como missão estruturar uma estratégia ambiental metropolitana

sólida, capaz de preservar os recursos naturais, mitigar riscos e promover a sustentabilidade. A AMM

enfrenta desafios como inundações periódicas, erosão costeira, má gestão de resíduos e o aumento da

ocupação de áreas ambientalmente frágeis, como os mangais da Costa do Sol e de Marracuene.

A resposta estratégica engloba ações como a implementação de barreiras verdes, a ampliação da

cobertura de saneamento básico, o reflorestamento de áreas degradadas, a instalação de sistemas de

alerta precoce e a promoção do uso de energias renováveis, nomeadamente a energia solar. A

abordagem intermunicipal será fundamental para garantir uma gestão integrada e eficiente dos rios,

zonas húmidas e sistemas de drenagem urbana, assegurando resiliência ecológica e social para os mais

de três milhões de habitantes da metrópole.

AÇÕES:

•Construir sistemas de drenagem em KaTembe, Costa do Sol e Marracuene até 2035.

•Restaurar 600 hectares de mangais em Marracuene e Inhaca até 2040.

•Criar 5 centros de reciclagem (um por município, exceto Inhaca) até 2032.

•Implementar sistemas de alerta precoce para inundações até 2030.

•Promover energia solar em escolas e mercados de Boane até 2035.

INDICADORES:

•Reduzir áreas vulneráveis a inundações em 45% até 2045.

•Aumentar cobertura de saneamento para 85%.

•Reduzir descarga irregular de resíduos em 60%

41



E.E 1

ORDENAMENTO

TERITORIAL

LINHAS DE AÇÃO

O.E 1.1

Promover a expansão

urbana planejada nas

zonas de transição entre

municípios.

LA 1.1.1 Criar uma base de dados

metropolitana de uso do solo (SIG)

comum aos 4 municípios.

O.E 1.2

Harmonizar os

instrumentos de

ordenamento territorial

em toda a AMM.

LA 1.2.1 Desenvolver planos de

urbanização conjuntos para zonas

de fronteira entre Matola–Boane e

Maputo–Katembe

O.E 1.3

Preservar ecossistemas e

zonas agrícolas

estratégicas.

LA 1.3.1 Estabelecer um cinturão

verde intermunicipal entre

Marracuene e Maputo.

E.E 2

MOBILIDADE E

ACESSIBILIDADE

O.E 2.1

Garantir acessibilidade

segura e eficiente entre os

municípios.

LA 2.1.1 Implantar corredores BRT

integrando Maputo, Matola, Boane e

Marracuene com bilhete único.

O.E 2.2

Reduzir a dependência do

transporte informal

desarticulado.

LA 2.2.1 Criar terminais intermodais

nos nós logísticos (Zimpeto, Matola

Gare, Boane).

O.E 2.3

Promover modos

sustentáveis de

mobilidade (BRT, ciclovias,

ferrovias)

LA 3.3.1 Construir rede contínua de

ciclovias entre as sedes municipais

(ex.: Maputo–Matola, Matola–Boane).

E.E 3

HABITAÇÃO E

REGULRIZAÇÃO

FUNDIÁRIA

O.E 3.1

Reduzir o défice

habitacional com projetos

metropolitanos

LA 3.3.1 Desenvolver programas

conjuntos de habitação social em

Tsalala (Matola) e Matidane (Boane)

O.E 3.2

Regularizar bairros

informais em zonas

periurbanas

intermunicipais.

LA 3.2.1 Implementar operação

intermunicipal de regularização

fundiária (Zimpeto, Chamanculo,

Maxaquene, Tsalala)

O.E 3.3

Promover políticas

conjuntas de

reassentamento seguro

LA 3.3.1 Criar fundo metropolitano

para reassentamento em zonas

seguras da AMM.

E.E 4

DESENVLVIMENTO

ECONÔMICO

O.E 4.1

Estimular cadeias de valor

interligadas (indústria,

comércio, agricultura)

LA 4.1.1 Expandir a Zona Franca

de Beluluane com incentivos

coordenados Maputo–Matola.

O.E 4.2

Reduzir as disparidades de

oportunidades entre

centro e periferia

LA 4.2.1 Criar feiras agrícolas

regionais entre Boane e

Marracuene com rede logística

comum.

O.E 4.3

Posicionar a AMM como

plataforma logística e

tecnológica regional.

LA 4.3.1 Estabelecer o "Cinturão

Econômico Metropolitano" (Porto–

Beluluane–Matidane).

E.E 5

ESTRATÉGIA

AMBIENTL E

RESILIÊNCIA

O.E 5.1

Mitigar os riscos

ambientais e climáticos

compartilhados na AMM

LA 5.1.1 Implantar estações de

tratamento e redes de esgoto

interligadas (Maputo, Matola,

Boane).

O.E 5.2

Promover a conservação

de recursos naturais

transmunicipais

LA 5.2.1 Restaurar 10.000 ha de

mangais entre Costa do Sol,

Inhaca e Marracuene

O.E 5.3

Ampliar a infraestrutura de

saneamento e drenagem

com gestão integrada

LA 5.3.1 Implementar sistema

metropolitano de alerta precoce

para inundações e erosão

costeira.

42


5.4

O modelo de uso e ocupação do solo da Área Metropolitana de Maputo (AMM) constitui uma ferramenta

estratégica fundamental para ordenar o território, promovendo um crescimento urbano planeado, a

sustentabilidade ambiental e a integração funcional entre Maputo, Matola, Boane, Marracuene,

KaTembe e Inhaca. Este modelo responde aos desafios identificados no diagnóstico e potencializa as

strengths de cada município, criando sinergias que reforçam a visão de uma região resiliente, inclusiva

e economicamente vibrante até 2045.

Alinhado com a Lei 19/2007 (Ordenamento do Território), o Plano Diretor Distrital (PDD) de Boane e

outros instrumentos locais, garante coerência com as políticas nacionais de ordenamento do território.

O modelo de uso e ocupação do solo organiza o território da AMM de modo a suportar os eixos

estratégicos, promovendo um crescimento ordenado, sustentável e integrado.

43


5.4. MODELO DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

fig. Modelo de uso do Solo – Francisco China Jr.

44


06

A execução do plano será estruturada em fases

DESCRIÇÃO

temporais:

•Curto prazo (2025-2030): estabelecimento

do Conselho Metropolitano, formalizado até

2030, que coordenará as ações de

implementação, apoiado por parcerias públicoprivadas

(PPP) e financiamento internacional.

•Médio prazo (2031-2035): implementação

das principais intervenções em cada eixo

estratégico, com monitorização do progresso.

•Longo prazo (2036-2045): consolidação das

ações e avaliação dos resultados, com foco na

sustentabilidade e na alcance das metas.

MONITORAMENTO:

A estratégia de implementação do Plano

Metropolitano da AMM detalha as ações,

cronogramas, responsabilidades, fontes de

financiamento e indicadores essenciais para

concretizar a visão metropolitana até 2045,

alinhada ao cenário otimista “Maputo Integrada”.

Com base no diagnóstico, na análise SWOT e nos

eixos estratégicos, a execução está organizada

em cinco grandes áreas: Mobilidade, Habitação,

Saneamento, Economia e Educação. O foco está

na coordenação intermunicipal, na superação da

informalidade e na resiliência climática.

Essa implementação prioriza intervenções em

áreas como Magoanine (Maputo), Tsalala

(Matola) e Beluluane (Boane), através de ações

integradas, com monitoramento contínuo.

O Observatório Metropolitano, criado até

2027, contará com uma equipa de 20

técnicos responsáveis pela avaliação

anual de indicadores-chave . Os relatórios

de monitoramento serão disponibilizados

publicamente,

assegurando

transparência, com revisões e

ajustamentos a cada cinco anos.

45


EIXO

ESTRATÉGICO

OBJETIVO

OPERACIONAL

FONTES DE

AÇÃO

PRIORITÁRIA PRAZO RESPONSÁVEIS FINANCIAME

NTO

INDICADORES

Ordenamento

do Território e

Uso do Solo

Harmonizar a

expansão

urbana entre

municípios

Elaborar planos

de urbanização

conjuntos para

zonas fronteira

(ex.: Matola–

Boane)

Curto

(2025–

2030)

CM Matola, CM

Boane, Direcção

Nacional de

Planeamento

Territorial

Orçamento

Municipal,

Cooperação

Internacional

Nº de planos de

urbanização

intermunicipais

elaborados% da

área urbana

planejada em

zonas de

transição

Mobilidade

Metropolitana

Criar rede de

transporte

público

integrada

Implantar 2

corredores BRT

intermunicipais

com bilhete

único

Médio

(2030–

2035)

AMM, Min.

Transportes, CMs

Estado, PPPs

Nº de km de

corredores BRT

implantados%

da população

atendida pelo

sistema BRT

Habitação e

Regularização

Fundiária

Ampliar acesso

à habitação

segura

Construção de

10.000 unidades

habitacionais em

zonas de

expansão

Curto

(2025–

2030)

FMH, CM Boane,

Matola

Fundo de

Habitação,

Agências

Internacionais

Nº de unidades

habitacionais

construídas%

de famílias

reassentadas

com acesso a

serviços básicos

Desenvolvime

nto

Económico e

Inovação

Impulsionar

polos

produtivos

intermunicipai

s

Expandir Parque

Industrial de

Beluluane e criar

feiras agrícolas

em Boane

Médio

(2030–

2040)

APIEX, CM Boane,

Matola

Investimento

privado, Fundo

Soberano, BAD

Nº de

empregos

gerados nas

zonas

produtivasNº

de feiras

agrocomerciais

ativas por ano

Ambiente e

Resiliência

Climática

Reforçar

infraestrutura

verde e

drenagem

Restaurar

10.000 ha de

mangais e

construir

sistemas de

drenagem em

zonas críticas

Curto e

contínuo

FUNAB, CMs, MTA

Fundo do

Clima,

Cooperação

Multilateral

Nº de hectares

de mangal

restaurados%

de áreas de

risco cobertas

por sistema de

drenagem

46


07

O Plano Metropolitano de Maputo define uma estratégia clara para transformar a região

até 2045, tornando-a mais organizada, sustentável e com melhor qualidade de vida. O

plano aborda os principais desafios, como a expansão urbana desordenada, a falta de

infraestruturas e os riscos climáticos, através de ações concretas: melhorar os

transportes, construir habitações dignas, proteger o ambiente e impulsionar a economia.

A sua execução contará com uma governança coordenada entre municípios,

financiamento diversificado e monitorização regular. O objetivo final é criar uma região

mais equilibrada, onde os 3,5 milhões de habitantes tenham acesso a serviços básicos,

emprego e um ambiente seguro.

Este plano não é apenas uma visão, mas um compromisso realista e mensurável para o

futuro da Área Metropolitana de Maputo.

47


•ADMINISTRAÇÃO NACIONAL DE ESTRADAS (ANE). Plano de Desenvolvimento da Rede

7.1

Rodoviária Nacional 2020–2040. Maputo: ANE, 2022.

•BANCO MUNDIAL (BM). Estratégias de Resiliência Urbana em Contextos Periurbanos

Africanos. Washington, D.C.: Banco Mundial, 2020.

•CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA. Plano Diretor Municipal de Lisboa. Lisboa: CML, 2012.

Disponível em: https://www.cm-lisboa.pt. Acesso em: mai. 2025.

•CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO. Plano Diretor Municipal do Porto – Revisão 2021. Porto:

CMP, 2021. Disponível em: https://www.cm-porto.pt. Acesso em: mai. 2025.

•CIDADE DE LUANDA. Plano Diretor Geral Metropolitano de Luanda. Luanda: Governo

Provincial de Luanda, 2015.

•CONSELHO MUNICIPAL DE MAPUTO (CMM). Plano Estrutural Urbano de Maputo (PEUM).

Maputo: CMM, 2018.

•FUNDO DO AMBIENTE (FUNAB). Base Cartográfica Nacional – Zonas de Prote). Anuário

Estatístico de Moçambique – 2023. Maputo: INE, 2023.

•INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (INE). Shapefiles Municipais e Demográficos da

AMM. Maputo: INE, 2023.

•LEI n.º 19/2007, de 18 de Julho. Lei de Ordenamento do Território e Urbanização. Boletim da

República, I Série, n.º 29, de 18 de Julho de 2007.

•MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES (MTC). Plano Diretor de

Transportes Urbanos (PDTU) da Área Metropolitana de Maputo. Maputo: MTC, 2020.

•MINISTÉRIO DA TERRA E AMBIENTE (MTA). Estratégia Nacional de Adaptação às

Mudanças Climáticas 2021–2030. Maputo: MTA, 2021.

•ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO HUMANO

(PNUD). Relatório de Desenvolvimento Humano de Moçambique – 2022. Nova Iorque:

PNUD, 2022.

•ONU-HABITAT. Princípios de Planejamento Urbano Sustentável para Cidades Africanas.

Nairóbi: ONU-Habitat, 2020.

•UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE – FACULDADE ção Ecológica. Maputo: FUNAB,

2023.

•INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA (INEDE ARQUITETURA E PLANEAMENTO

FÍSICO (UEM-FAPF). Guia de Planeamento Territorial Participativo. Maputo: UEM, 2025.

48

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