09 - Jornal Paraná Setembro 2025
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OPINIÃO
Brasil, EUA e o Agro: guerra
silenciosa por soberania alimentar
A corrida global por soberania alimentar já começou. No desafio de alimentar
o planeta entra em cena o jogo de poder e estabilidade geopolítica
Bruna Forte
No clássico “A Arte da
Guerra”, o general chinês
Sun Tzu ensina
que a vitória suprema
não exige o combate, ela se alcança
por estratégia, influência
e antecipação. Trazendo para o
cenário real, onde as batalhas se
travam com sanções e diplomacia,
o Brasil se vê em uma guerra
silenciosa que ameaça seu
setor mais vital, o agronegócio.
A recente aplicação da Lei Magnitsky
Global a um dos ministros
do Supremo Tribunal Federal
transcende a esfera jurídica e
acende alertas diplomáticos e
comerciais. Trata-se de uso da
legislação como instrumento de
pressão geopolítica, sinalizando
que as relações entre o Brasil e
outras democracias estão sob
tensão crescente.
Criada para punir violadores de
direitos humanos e práticas de
corrupção, a Lei Magnitsky é
aplicada a indivíduos, mas os
efeitos se espalham por toda
uma nação, sobretudo quando
esse país e signatário de tratados
internacionais como o Pacto
de San José da Costa Rica, o
qual o Brasil faz parte, que exige
a preservação das liberdades e
garantias democráticas. Ao violar
esses compromissos, o Brasil
passa a ser visto como um
Estado sob regime abusivo, o
que afeta não apenas sua imagem,
mas sua economia.
As implicações são profundas,
a Europa já avalia aplicar sanções
semelhantes, e os Estados
Unidos anunciaram a maior taxação
de importação já imposta
ao Brasil, 50% sobre diversos
produtos. E quem mais sentirá
esse impacto? Todos nós obviamente,
mas quando falamos
de seguimentos, considero que
o agronegócio será um dos
mais afetados, por se tratar de
um setor produtivo, internacionalizado
e competitivo.
A corrida global por soberania
alimentar já começou. Com a
população mundial projetada
para ultrapassar os 9 bilhões de
pessoas até 2050, alimentar o
planeta será questão de poder e
estabilidade geopolítica.
E o Brasil é peça central nesse
tabuleiro, temos capacidade real
de aumentar nossa produção de
forma sustentável, com tecnologia
de ponta e compromisso
com florestas em pé. Enquanto
Estados Unidos, China e Índia
correm por terras férteis, tecnologias
agrícolas e alianças comerciais,
o mundo observa
quem será o líder da segurança
alimentar global. Mas essa guerra
não se trava com mísseis,
ela é feita com pressões regulatórias,
barreiras comerciais e
sanções silenciosas, e é por isso
que o agro se torna um alvo
sensível.
As sanções não foram apenas
contra o governo, elas foram
contra o setor mais globalizado
e diplomático que temos. Retaliações
comerciais como essas
são um duro golpe para cadeias
produtivas, prejudicando contratos,
acesso a mercados, imagem
internacional e empregos
diretos e indiretos.
E o risco não é apenas econômico,
é geopolítico. Com o Brasil
sendo associado a regimes
autoritários, acordos multilaterais
se enfraquecem, parcerias
internacionais se desgastam e
novas barreiras poderão surgir.
Mais do que nunca, o Brasil precisa
jogar com sabedoria, pois
como coloca Sun Tzu: “A sobrevivência
depende da inteligência
de reconhecer os verdadeiros
aliados e não subestimar os riscos
disfarçados de neutralidade.”
Manter relações sólidas com
democracias, como os Estados
Unidos, não é submissão, é
pragmatismo estratégico. Afinal,
ambos os países são candidatos
naturais à liderança alimentar
do século XXI. Entrar em
confronto com quem compartilha
da mesma missão apenas
enfraquece nossa posição e
abre espaço para potências
como a China avançarem sobre
nosso território, nossa tecnologia
e nossa soberania produtiva,
e mais um insight do livro A Arte
da Guerra: “Mantenha seus
amigos por perto, e seus “inimigos”
(concorrentes) mais perto
ainda.” Mais do que nunca, o
Brasil precisa jogar com sabedoria,
pois como coloca Sun
Tzu: “A sobrevivência depende
da inteligência de reconhecer os
verdadeiros aliados e não subestimar
os riscos disfarçados
de neutralidade.”
No século XXI, quem produz alimentos
em larga escala, com
segurança e sustentabilidade,
garante a paz global, quem tem
um ouro verde sobre suas terras,
abaixo delas minerais raros
e abundância em água em seu
território, comanda o jogo. A
reunião próspera desses recursos
é a nova arma estratégica
na geopolítica, e o Brasil não
pode ser refém de conflitos institucionais,
erros diplomáticos e
ter sob seu comando líderes impositivos
e inábeis.
É preciso menos ideologia e
mais estratégia. O agro precisa
de estabilidade, acesso a mercados,
respeito a tratados e previsibilidade
institucional. A
guerra já está em curso, mas
não é com armas, e sim com
reputação, alianças e visão de
longo prazo. E como ensinou
Sun Tzu: “Na guerra, o importante
não é vencer todas as batalhas,
mas saber quais batalhas
devem ser evitadas.” - Evitar
o isolamento diplomático é,
neste momento, a batalha que o
Brasil precisa vencer sem lutar.
E mudando o assunto, vale lembrar
que a compra de terras
agrícolas no Brasil pela China
vem acontecendo de modo silencioso
e já acende sinal de
alerta entre produtores, juristas
e especialistas em soberania
territorial.
2
Jornal Paraná
SAFRA 2024/25
Rendimento da cana
é menor no Centro-Sul
A queda de 8% no TCH somada à perda de 4% no ATR resultou
em uma redução de 12% na quantidade de ATR por hectare colhido
Na segunda quinzena
de agosto, as unidades
produtoras da região
Centro-Sul processaram
50,06 milhões de toneladas
ante a 45,23 milhões
da safra 2024/2025 – o que representa
um aumento de
10,68%. No acumulado da
safra 2025/2026 até primeiro
de setembro, a moagem atingiu
403,94 milhões de toneladas,
ante 424,21 milhões de toneladas
registradas no mesmo período
do ciclo anterior, o que
representa uma queda acumulada
de 20,27 milhões de toneladas
- equivalente a uma retração
de 4,78%.
Na segunda quinzena de
agosto, 257 unidades produtoras
na região Centro-Sul estavam
em operação, sendo 237
unidades com processamento
de cana, dez empresas que fabricam
etanol a partir do milho
e dez usinas flex. No mesmo
período, na safra 2024/2025,
operaram 261 unidades produtoras,
sendo 241 unidades
com processamento de cana,
nove empresas que fabricam
etanol a partir do milho e onze
usinas flex.
Em relação à qualidade da matéria-prima,
o nível de Açúcares
Totais Recuperáveis (ATR) registrado
na segunda quinzena
de agosto atingiu 149,79 kg de
ATR por tonelada de cana-deaçúcar,
contra 155,82 kg por
tonelada na safra 2024/2025 –
variação negativa de 3,87%. No
acumulado da safra, o indicador
marca 131,76 kg de ATR
por tonelada, registrando retração
de 4,16% na comparação
com o valor observado na
mesma posição no ciclo anterior.
Dados apurados pelo Centro de
Tecnologia Canavieira (CTC) indicam
que, no acumulado de
abril a agosto, a produtividade
agrícola atingiu 79,3 toneladas
por hectare colhido, em média,
nas lavouras do Centro-Sul.
Esse valor representa uma retração
de 8% em relação ao índice
registrado no mesmo período
do ciclo anterior.
O diretor de Inteligência Setorial
da UNICA, Luciano Rodrigues,
destaca que "a queda de 8% no
TCH somada à perda de 4% no
ATR resultou em uma redução
de 12% na quantidade de ATR
por hectare colhido (TAH), prejudicando
a quantidade de produtos
extraída por unidade de
área". Com exceção do Paraná
e da região de Assis, em São
Paulo, a queda do TAH foi generalizada
no Centro-Sul chegando
a 12,3% em São Paulo, 16,3%
em Goiás e 22,6% em Minas
Gerais, concluiu o executivo.
Mercado de CBios
Dados da B3 até o dia 15 de setembro indicam a emissão de
29,85 milhões de créditos em 2025 pelos produtores de biocombustíveis.
A quantidade de CBios disponível para negociação
em posse da parte obrigada, não obrigada e dos emissores
totaliza 33,54 milhões de créditos de descarbonização.
"Somando os CBios disponíveis para comercialização e os créditos
já aposentados para cumprimento da meta de 2025, já
temos cerca de 94% dos títulos necessários para o atendimento
integral da quantidade exigida pelo Programa para o final
deste ano. Esse cálculo inclui o saldo devedor acumulado de
metas anteriores e os ajustes decorrentes de contratos de
longo prazo", destacou o diretor da UNICA.
4 Jornal Paraná
A produção de açúcar na segunda
metade de agosto totalizou
3,87 milhões de toneladas.
No acumulado desde o início da
safra até 1º de setembro, a fabricação
do adoçante totalizou
26,76 milhões de toneladas,
contra 27,28 milhões de toneladas
do ciclo anterior – queda de
1,92%, ou 523,87 mil toneladas.
"O mix de produção destinado
ao açúcar atingiu 54,2% nos últimos
quinze dias de agosto, registrando
recuo ante os 55,0%
verificados na quinzena anterior.
Embora o índice de Açúcar Total
Recuperável (ATR) não tenha
atingido o pico verificado no
mesmo período do ano passado,
os dados sugerem restrições
operacionais de
capacidade nesse patamar de
ATR e ajustes na estratégia de
alocação da matéria-prima entre
a produção de etanol e açúcar
em algumas unidades.", complementa
Rodrigues.
Produção menor de açúcar e etanol
Na segunda metade de agosto,
a fabricação de etanol pelas unidades
do Centro-Sul atingiu
2,42 bilhões de litros, sendo
1,46 bilhão de litros de etanol hidratado
(-7,61%) e 964,57 milhões
de litros de etanol anidro
(+8,34%). No acumulado do
atual ciclo agrícola, a fabricação
do biocombustível totalizou
18,48 bilhões de litros (-
10,05%), sendo 11,57 bilhões
de etanol hidratado (-11,57%) e
6,91 bilhões de anidro (-7,40%).
Do total de etanol obtido na segunda
quinzena de agosto,
16,77% foram fabricados a partir
do milho, registrando produção
de 405,92 milhões de litros
neste ano, contra 345,61 milhões
de litros no mesmo período
do ciclo 2024/2025 –
aumento de 17,45%. No acumulado
desde o início da safra,
a produção de etanol de milho
atingiu 3,73 bilhões de litros –
avanço de 19,81% na comparação
com igual período do ano
passado.
Vendas de etanol anidro crescem
No mês de agosto, as vendas
de etanol totalizaram 2,93 bilhões
de litros. O volume comercializado
de etanol anidro
no período foi de 1,16 bilhão
de litros – avanço de 1,73% –
enquanto o etanol hidratado
registrou venda de 1,77 bilhão
de litros – recuo de
10,36%.
No mercado doméstico, o volume
de etanol hidratado vendido
pelas unidades do
Centro-Sul totalizou 1,69 bilhão
de litros, o que representa
uma retração de 8,36%
em relação ao mesmo período
da safra anterior. A
venda de etanol anidro, por
sua vez, atingiu a marca de
1,11 bilhão de litros, registrando
avanço de 6,87%.
No acumulado desde o início
da safra até 1º de setembro,
a comercialização de etanol
pelas unidades do Centro-Sul
somou 14,41 bilhões de litros,
registrando retração de
3,38%. O volume acumulado
de etanol hidratado totalizou
9,09 bilhões de litros (-
6,28%), enquanto o de anidro
alcançou 5,32 bilhões de litros
(+2,00%).
Jornal Paraná 5
COOPERATIVISMO
Dia de Cooperar na
Cooperval é sucesso
Além de retomar o Programa 5S de qualidade total, a cooperativa
organizou o plantio de mudas de árvores nativas em São Pedro do Ivaí
Em 2025, quando é celebrado
o Ano Internacional
das Cooperativas,
a Cooperval - Cooperativa
Agroindustrial Vale do
Ivaí Ltda., com sede no município
de Jandaia do Sul, desenvolveu
programação especial
no Dia C – Dia de Cooperar, em
comemoração ao Dia Internacional
do Cooperativismo, onde
as cooperativas do Brasil se organizam
para desenvolver projetos
de responsabilidade social,
por meio de ações voluntárias
transformadoras em prol
de suas comunidades.
Neste ano a Cooperval decidiu
reimplantar o Programa 5S, idealizado
na cooperativa em 1996
pelo então presidente Hélcio
Rabassi. O programa de qualidade
total teve grande visibilidade
e ótimos resultados na
época, mas, com o passar dos
anos, a cooperativa foi perdendo
um pouco desse programa.
Segundo a gestora de RH (Recursos
Humanos), Ana Paula
Morelli Buranelo, no Dia C a
Cooperval deu o primeiro passo
para resgate do programa retomando
o que já tinha sido feito,
e com excelência. O trabalho
começou com a limpeza das
áreas e com a separação do
que não é mais útil, colocando
esses materiais para descarte
ou para repescagem por outros
setores, caso o material seja útil
para outras áreas, visando melhorar
o desempenho no serviço,
porque onde há organização,
os resultados são melhores.
Além da retomada do Programa
5 S, o Dia de Cooperar na cooperativa
foi associado a questão
ambiental onde voluntários do
Comitê Jovem da Cooperval fizeram
o plantio de mudas de
arvores nativas em áreas de reserva
legal em São Pedro do
Ivaí.
O Dia C dá visibilidade às ações
de impacto socioambiental,
respondendo ao 7º princípio do
cooperativismo que é o interesse
pela comunidade. Além de
incentivar a adesão de mais
pessoas ao voluntariado cooperativista,
ofertando à comunidade
atendimentos e serviços
voluntários, a ação reforça os
valores do modelo de negócios
das cooperativas, que sempre
buscam socorrer a comunidade
em suas demandas.
6
Jornal Paraná
HISTÓRIA
Os 100 anos da CMNP
A diretoria agradece a todas as pessoas que trabalham colaborando
com o progresso e contribuindo para o desenvolvimento consciente
e sustentável das regiões onde se faz presente
Em 24 de setembro de
2025 a Companhia
Melhoramentos Norte
do Paraná (CMNP),
uma empresa brasileira produtora
de energia renovável e
açúcar, completa 100 anos de
existência, sendo feita de
gente comprometida com um
desenvolvimento sustentável.
São 3 unidades, com 5 mil
colaboradores, produzindo 8
milhões de toneladas de canade-açúcar
em 90 mil hectares
de área plantada.
A história da CMNP começa
no século passado, na década
de 20, quando um grupo de
ingleses chega à região e funda
a Companhia de Terras do
Norte do Paraná, em 1925,
contribuindo para o desenvolvimento
econômico de uma
área correspondente a 13.200
km2. Londrina, Arapongas,
Apucarana, Maringá, Cianorte
e Umuarama são algumas das
dezenas de cidades fundadas.
Em 1944, a companhia foi
comprada por empresários
brasileiros, coordenados por
Gastão de Mesquita Filho,
dando início a novas atividades
e a um novo ciclo de sua
economia. A mudança para o
nome atual se deu em 1951.
Em 1981 foi fundada a Destilaria
Melhoramentos, em Jussara,
no Paraná.
Com uma nova composição
societária, em 2011, passa a
concentrar seu trabalho no
setor sucroenergético, tendo
como ponto de partida a usina
da cidade de Jussara. Em
2012 a CMNP adquire a Destilaria
Nova Londrina, no município
com o mesmo nome,
no Paraná, e em 2022 adquire
a Usina Vale do Paraná, em
Suzanápolis, São Paulo, que
produz etanol, energia elétrica
e açúcar, sendo responsável
por um grande salto de produção
na moagem do açúcar.
Nestes 100 anos, a CMNP recebeu
ao longo de sua história
inúmeras premiações em reconhecimento
ao seu trabalho.
Mais recentemente, em
2014, a Destilaria Melhoramentos
foi considerada a melhor
empresa no segmento de
açúcar e álcool na edição especial
da Revista Exame Melhores
e Maiores 2014. Foram
mais de 3.000 empresas analisadas
pela Fundação Instituto
de Pesquisa Contábeis,
Atuárias e Financeiras da Universidade
de São Paulo e da
Revista Exame.
Em 2015 foi eleita a melhor
do setor de açúcar e álcool
pelo jornal Valor Econômico,
premiação feita durante o lançamento
do Anuário Valor
1000 Edição 2015, que reúne
informações sobre os indicadores
econômicos das mil
maiores empresas do Brasil
em 2014. E em 2019, foi
eleita pela Revista Exame
como a melhor do setor de
açúcar e álcool como resultado
da gestão de custos,
produtividade e desempenho
da empresa, que se destacou
no período de 2018.
Reafirmando o compromisso
diário de impactar positivamente
a vida das pessoas e
das comunidades com as
quais se relaciona, contribuindo
para uma real mudança
sustentável na sociedade e
no planeta, a CMNP recebeu
várias certificações: Renovabio
– Política Nacional de Biocombustíveis,
ISO 9001 –
Sistema de Gestão da Qualidade,
Protocolo Etanol Verde,
Certificado Energia Renovável,
Certificado Energia Verde
e Certificado Madeira Legal.
Neste momento mais que especial,
a diretoria da CMNP
agradece a todas as pessoas
que trabalham incansavelmente,
dia e noite, colaborando
com este progresso e fazendo
com que a Família Melhoramentos
continue contribuindo
para o desenvolvimento
consciente e sustentável
das regiões e cidades onde
se faz presente.
8 Jornal Paraná
USINA
Jacarezinho investe em ações
culturais, esportivas e sociais
Grupo Maringá destinou mais de R$ 630 mil em projetos sociais
que beneficiam mais de 230 pessoas na região da divisa entre
os estados do Paraná e de São Paulo
AUsina Jacarezinho,
unidade do Grupo
Maringá localizada
no norte do Paraná,
reafirma seu compromisso
com a comunidade ao investir
em iniciativas que promovem
educação, cultura e esporte.
Em 2024, a empresa destinou
mais de R$ 630 mil a projetos
sociais em Jacarezinho (PR)
e Ourinhos (SP), beneficiando
diretamente mais de 230 pessoas,
entre crianças, adolescentes
e profissionais envolvidos.
Entre os destaques está o
“Bom de Nota Jacarezinho
2024”, realizado com recursos
próprios da Usina e sob
gestão da Associação Pró-
Esporte e Cultura e apoio do
Centro da Juventude José
Richa, da Goall Impacto Social
e da Prefeitura Municipal.
O projeto ofereceu aulas
de futsal e dança e atendeu
120 crianças da região, promovendo
inclusão, disciplina
e bem-estar por meio do
esporte e da expressão corporal.
Outro projeto de grande impacto
é o “Musicou”, executado
pela organização Sustenidos
com recursos da Lei
de Incentivo à Cultura. O programa
oferece aulas de iniciação
musical, canto coral,
percussão e instrumentos
como violão, acordeon ou
viola caipira, em atividades
sediadas no Parque Universitário
de Ciência, Cultura e
Inovação (UENP). Em 2024,
todas as 108 vagas foram
preenchidas por alunos da região.
Em Ourinhos, cidade vizinha a
Jacarezinho, a Usina também
mantém seu apoio ao Projeto
Guri, que promove a formação
musical de jovens por meio de
aulas gratuitas e acompanhamento
pedagógico. O investimento
em 2024 foi de R$ 100
mil, ampliando a presença do
grupo na área da cultura e da
educação em municípios vizinhos.
A Usina também realiza doações
ao Lar São Vicente de
Paulo, instituição de acolhimento
a idosos em Jacarezinho,
bem como a diversas
entidades dedicadas a apoiar
pessoas em condições de vulnerabilidade
social. Juntos, os
projetos complementam a
frente de responsabilidade social
da unidade, que visa atender
diferentes públicos e
necessidades.
E em 2025 os projetos estão
á todo vapor, os investimentos
sociais fazem parte da estratégia
de desenvolvimento da
companhia. “Acreditamos que
investir em educação, cultura
e esporte é também investir
no futuro das comunidades
que nos cercam. Esses projetos
ampliam horizontes e
criam novas possibilidades
para crianças, jovens e famílias
da região”, afirma Leandro
Bacon, Gerente Administrativo
e Financeiro da Usina
Jacarezinho.
Jornal Paraná 9
DOIS
PONTOS
Açúcar
As usinas de açúcar e etanol
do Nordeste do Brasil estão
em “compasso de espera”.
Região tem cota de exportação
de açúcar para os Estados
Unidos, mas, a medida
imposta pelo governo Trump,
praticamente, interrompeu os
negócios. O Brasil exporta
açúcar para os Estados Unidos
por uma cota de 146,6
mil toneladas, cumprida entre
outubro de um ano e setembro
do ano seguinte. A participação
brasileira é a segunda
maior, atrás da República Dominicana.
Os preços, geralmente,
superam os do mercado
internacional na bolsa de
Nova York. O volume embarcado
dentro da cota era isento
de taxa. Fora, a cobrança chegava
a 80%.
Agora, a tarifa de 50% gerou um ônus “pesado” para as usinas do Nordeste. Cálculo
da consultoria Datagro, ainda antes da entrada em vigor do tarifaço, estimava um
custo adicional de US$ 27,9 milhões para a indústria, levando em consideração o
volume da cota e um valor médio de US$ 371 por tonelada, praticado no ano passado.
Os Estados Unidos importam cerca de 3 milhões de toneladas de açúcar por
ano, são deficitários e dependem da commodity produzida em outros países.
A Petrobras tem planos de comprar
ainda neste ano uma empresa
produtora de etanol de
milho. O negócio, se confirmado,
vai marcar o retorno da estatal ao
setor, do qual saiu em meados da
década passada, com a venda de
ativos. Esse segmento de mercado
é crescente e visto como alternativa
à cana-de-açúcar na
produção do biocombustível. Projetos
em andamento na área de
etanol de milho somam R$ 23 bilhões
em investimentos.
Ônus pesado
Petrobras
Negócios
A Petrobras afirmou, em nota,
que conduz estudos e análises
de possibilidades de negócios
nos segmentos de bioprodutos,
que incluem cadeias de
etanol. A companhia acrescentou
que o atual plano de negócios,
de 2025 a 2029, prevê
investimentos no segmento de
etanol, “preferencialmente por
meio de parcerias estratégicas
minoritárias ou com controle
compartilhado, com ‘players’
relevantes do setor.” Embora
não negue os planos, a empresa
diz que ainda não há definições
sobre projetos de
etanol a partir do milho.
A Organização Meteorológica
Mundial (OMM) informou que
o La Niña voltará a afetar os
padrões climáticos globais a
partir de setembro. O fenômeno
climático, caracterizado
pelo resfriamento anômalo
das águas do Oceano Pacífico
na faixa equatorial, reduz a
ocorrência de ondas de calor.
No entanto, a OMM ressaltou
que as temperaturas ainda
devem ficar acima da média
em grande parte do mundo. O
impacto mais característico,
mesmo que não ocorra um
Combate a incêndios
As medidas previstas na resolução
obrigam os proprietários
e seus funcionários a
participarem de cursos de
treinamento contra incêndios,
a compra de equipamentos
mínimos para esse combate,
e criação de sistemas de
alerta e alarme comunitários
para comunicar incêndios. No
caso de grandes produtores
rurais, a resolução obriga o
uso de reservatórios de água
e bombas, de veículos de
La Niña
“La Ninã clássico”, é de um
verão com chuvas acima da
média no Norte e Nordeste,
enquanto o Sul do Brasil, em
especial o Rio Grande do Sul,
pode enfrentar risco de estiagem.
Para o início da safra de
verão, segundo os modelos,
não há risco para atraso de
chuva, mas ela deve vir de
forma bastante gradual. As
primeiras chuvas agrícolas
virão de forma pontual e
devem evoluir em especial no
fim de setembro e no decorrer
de outubro.
Às vésperas do período auge
das queimadas em setembro
e em pleno ano de COP no
Brasil, o governo vai obrigar
os proprietários rurais a combaterem
e prevenir incêndios
em suas fazendas. Um dos
objetivos é reduzir a ocorrência
de grandes incêndios,
como os que desbarataram o
país no ano passado. O Comitê
Nacional de Manejo Integrado
do Fogo, um órgão
ministerial do governo e comandado
pela pasta do Meio
Ambiente, aprovou uma resolução
nesse sentido. Inicialmente,
o Executivo pretendia
que as novas regras as propriedades
rurais já valessem
imediatamente, a partir deste
ano, mas após reações do
setor de agronegócios essas
obrigações passarão a valer
somente daqui a dois anos
para adequações regionais.
Obrigações
carga para transporte de
água, e até adaptar aeronaves
que pulverizam agrotóxicos
para apagar fogo. A norma
estabelece obrigações de
acordo com o tamanho da
propriedade: pequena, média
ou grande. As obrigações
precisam ser validadas por
um plano de manejo integrado
do fogo entregue pelos
produtores rurais a órgãos
competentes em seus Estados
e municípios.
10
Jornal Paraná
Déficit Global
Etanol de milho
A Organização Internacional do
Açúcar (OIA) espera que o déficit
no mercado global da commodity
na temporada 2025/
26 diminua drasticamente, impulsionado
por um aumento na
produção. A atualização trimestral
do órgão intergovernamental
projetou um déficit global
de 231.000 toneladas métricas
para 2025/26, abaixo
dos 4,88 milhões de toneladas
da temporada atual. A produção
global de açúcar foi projetada
para aumentar em 3,1%,
para 180,59 milhões de toneladas,
enquanto o consumo foi
projetado para crescer marginalmente
em 0,4%, para
180,82 milhões de toneladas.
Desde julho, voltaram a
ocorrer anúncios de empresas
investindo em novas
fábricas de etanol de milho
no país, surpreendendo o
mercado, já que as taxas
de juros elevadas poderiam
ser um desestímulo aos
aportes. São Martinho, FS
e Grupo Potencial foram algumas
das que apresentaram
seus novos planos de
expansão. Com esses
anúncios e de outras empresas,
os projetos de
novas unidades de etanol
de milho em construção ou
em planejamento no Brasil
já somam R$ 23 bilhões,
segundo levantamento do
Itaú BBA.
Brasil e México
Após assinar um memorando
de cooperação agrícola, Brasil e
México assinaram Declaração
de Intenções em Matéria de
Cooperação Bilateral sobre produção
e uso de biocombustíveis.
De acordo com o Ministério
da Agricultura, um dos objetivos
da parceria é impulsionar
o crescimento ordenado e devidamente
regulamentado do setor
no México, aproveitando a
A expansão da cobertura de internet
em áreas rurais no Paraná
resultou em um acréscimo
anual de R$ 2,08 bilhões
ao Produto Interno Bruto do Paraná,
segundo um levantamento
realizado pelo Instituto
Paranaense de Desenvolvimento
Econômico e Social
(Ipardes). Um relatório publicado
pela Anatel em abril deste
ano mostrou que o Paraná registrou
o maior avanço em cobertura
de internet em áreas
rurais no Brasil no ano passado.
Entre junho de 2023 e
junho de 2024, o Estado saltou
experiência que o Brasil possui
na produção de etanol a partir
da cana-de-açúcar. O Brasil é o
maior produtor e exportador de
cana-de-açúcar do mundo e
também se destaca no avanço
do uso dos biocombustíveis
com a adição de etanol à gasolina.
A Declaração também prevê
o avanço no desenvolvimento
de combustíveis sustentáveis
para a aviação.
Internet no campo
de 52,73% para 62,21% de
área coberta, um crescimento
de 9,48%, o maior do País. O
Paraná possui uma área territorial
de 199 mil quilômetros
quadrados, dos quais aproximadamente
apenas 4 mil quilômetros
quadrados correspondem
a zonas urbanas, enquanto
os demais 195 mil quilômetros
quadrados compreendem
áreas rurais. O estudo
mostra que houve incorporação
de 19.373 quilômetros
quadrados de área rural à conexão
no Estado, com base em
dados da Anatel.
A pauta de aproximação comercial
cada vez maior
entre Brasil e China passou
a envolver o uso do etanol
brasileiro para a produção
de combustíveis sustentáveis
de aviação (SAF) no
país asiático. O assunto foi
discutido em reuniões entre
representantes do governo
brasileiro, da China Petroleum
and Chemical Industry
Federation e da Chimbusco
(subsidiária da PetroChina).
A parceria tem potencial bilionário
e, na prática, coloca
o etanol no centro da transição
energética chinesa. A
O bloco do Mercosul assinou
acordo de livre comércio com a
Efta (Associação Europeia de
Livre Comércio). Os países do
Mercosul - Brasil, Argentina,
Paraguai, Uruguai e, mais recentemente,
a Bolívia - passam
a ter acesso preferencial aos
mercados de Suíça, Noruega,
China
Livre comércio
Islândia e Liechtenstein. O
acordo foi fechado no dia 2 de
julho, semana anterior ao primeiro
anúncio de imposição de
tarifas ao Brasil pelo presidente
dos Estados Unidos, Donald
Trump. Enquanto oficializa com
a Efta, o bloco sul-americano
vive expectativa neste semestre
China estabeleceu como
objetivo chegar a 3% de
mistura de SAF em seus
voos em cinco anos e atingir
50% até 2030, o que significaria
produzir 46 milhões
de toneladas desse combustível,
de um total de 86
milhões de toneladas consumidas
por ano.
de finalizar com a União Europeia
a negociação que dura
desde 1999. A Comissão Europeia
apresentou no último dia 3,
em Bruxelas, o texto final do tratado
UE-Mercosul, que, se confirmado,
cria mercado de 750
milhões de pessoas e derruba
tarifas das duas partes.
Jornal Paraná
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PERSPECTIVAS
Demanda por biodiesel avança 8,9%
Para o 2º semestre, a expectativa é de novos recordes históricos
nas comercializações mensais de biodiesel
AStoneX, empresa
global de serviços financeiros,
divulgou
uma atualização de
suas projeções para os setores
de biodiesel e óleo de soja
no Brasil, após a decisão do
Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE) no final de
junho de elevar a mistura obrigatória
de biodiesel de 14%
para 15% a partir de agosto
de 2025.
Com a mudança, a demanda
projetada de biodiesel havia
sido elevada de 9,6 para 9,9
milhões de m³ neste período.
Agora, após ajuste na expectativa
de crescimento do consumo
de diesel B (de 3,0%
para 2,7%), a StoneX reduziu
levemente a estimativa de biodiesel
para 9,8 milhões de m³.
“Ainda assim, o volume representa
um aumento expressivo
de 8,9%, em relação a 2024”,
destaca o analista de Inteligência
de Mercado, Leonardo
Rossetti.
O consumo de óleo de soja
para biodiesel acompanhou a
revisão, passando de 8,0 para
7,9 milhões de toneladas,
uma alta de 10,3% frente a
2024. De acordo com Rossetti,
até o momento foram
consumidas 3,66 milhões de
toneladas, avanço de 8,2%
sobre o mesmo período do
ano passado. “Com esse
ritmo, a StoneX estima que a
participação do óleo de soja
tenha superado 85% da matriz
de insumos para o biodiesel
no primeiro semestre”, compartilha
o analista.
Neste cenário, a maior participação
do sebo bovino na
matriz de insumo pode trazer
certo alívio diante da forte demanda
por óleo de soja. Em
função da tarifa de importação
de 50% imposta pelos Estados
Unidos, o mercado deve
direcionar mais produto ao
consumo doméstico. Entre janeiro
e julho, o Brasil exportou
290 mil toneladas de sebo ao
país, alta anual de 84%.
Avanço nas vendas de
biodiesel no 1º semestre
O mercado de biodiesel registrou desempenho
positivo no primeiro semestre
de 2025, segundo relatório da StoneX.
No acumulado do período, as vendas totalizaram
4,53 milhões de m³, alta de
6,2% em relação ao mesmo período de
2024.
O destaque foi observado em maio,
quando foram comercializados 819 mil
m³, o maior volume mensal do ano e o
4º maior da série histórica, com avanço
de 11,4% frente a 2024. Já em junho, o
resultado foi mais moderado: 746 mil m³,
queda de 8,9% em relação a maio e de
1,6% frente ao mesmo mês do ano passado.
“O desempenho abaixo do esperado
foi atribuído a atrasos na colheita da
2ª safra de milho, que deslocaram parte
da demanda para julho”, diz Rossetti.
Para o segundo semestre, a expectativa
é de intensificação da demanda,
sustentada pela sazonalidade da demanda
de diesel B e pela introdução
da mistura obrigatória B15, fatores
que podem levar o mercado a registrar
novos recordes históricos de vendas
mensais.
“Esse cenário deve elevar a pressão
sobre a disponibilidade de óleo de soja,
principal insumo para o biodiesel. Embora
o uso de sebo bovino possa aliviar
parcialmente o balanço, a tendência é de
redução nas exportações de óleo de
soja para priorizar o consumo doméstico.
Com isso, a StoneX projeta um
mercado mais restrito e com preços
sustentados para óleo e biodiesel”, conclui
Rossetti.
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