02.01.2013 Views

os italianos na cidade de Cuiabá - Portal da Universidade Federal ...

os italianos na cidade de Cuiabá - Portal da Universidade Federal ...

os italianos na cidade de Cuiabá - Portal da Universidade Federal ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

REVISTA ELETRÔNICA<br />

2<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL<br />

DE MATO GROSSO<br />

NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO<br />

E INFORMAÇÃO HISTÓRICA<br />

REGIONAL - NDIHR


UNIVERSIDADE<br />

FEDERAL DE<br />

MATO GROSSO<br />

2<br />

NÚCLEO DE<br />

DOCUMENTAÇÃO<br />

E INFORMAÇÃO<br />

HISTÓRICA REGIONAL<br />

NDIHR<br />

OS ITALIANOS NA CIDADE DE CUIABÁ (1830-1930)<br />

68<br />

Nathália <strong>da</strong> C<strong>os</strong>ta Amedi<br />

Licencia<strong>da</strong> em História pela UNEMAT – Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

Estado <strong>de</strong> Mato Gr<strong>os</strong>so<br />

Correio eletrônico: <strong>na</strong>thalia<strong>da</strong>c<strong>os</strong>taamedi@yahoo.com.br<br />

Importa compreen<strong>de</strong>r que existe um tempo construído pelo sujeito, que é o tempo subjetivo, on<strong>de</strong> se expressa<br />

a singulari<strong>da</strong><strong>de</strong> d<strong>os</strong> seus protagonistas. Dimensões <strong>de</strong>ssa expressão po<strong>de</strong>m ser apreendi<strong>da</strong>s <strong>na</strong> própria<br />

multipli<strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>da</strong> existência huma<strong>na</strong>, movi<strong>da</strong> por necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, valores, c<strong>os</strong>tumes e subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s (sonh<strong>os</strong>,<br />

<strong>de</strong>sej<strong>os</strong>, expectativas, etc.). A materialização <strong>de</strong> um sonho exige um tempo. Esse não é o tempo-mundo, o<br />

tempo prático, é um tempo particular <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> sujeito (GOMES, 2005, p. 31).<br />

Olivro <strong>da</strong> professora Cristiane Thais do Amaral Cerzósimo Gomes se <strong>de</strong>dica a estu<strong>da</strong>r a imigração <strong>de</strong> italian<strong>os</strong><br />

para a <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Cuiabá</strong>-MT, tendo como recorte temporal <strong>os</strong> an<strong>os</strong> 1890 a 1930.<br />

Este trabalho que a autora ora n<strong>os</strong> apresenta é resultado <strong>de</strong> sua extensa pesquisa <strong>de</strong> mestrado que, transformado<br />

em livro, po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> estu<strong>da</strong>ntes, professores e pesquisadores que se <strong>de</strong>dicam ao estudo d<strong>os</strong><br />

moviment<strong>os</strong> imigratóri<strong>os</strong> e <strong>da</strong> História <strong>de</strong> Mato Gr<strong>os</strong>so d<strong>os</strong> sécul<strong>os</strong> XIX e XX.<br />

A vin<strong>da</strong> <strong>de</strong>sses imigrantes italian<strong>os</strong> para essa região se <strong>de</strong>u a partir <strong>da</strong>s relações econômicas <strong>de</strong> Mato Gr<strong>os</strong>so<br />

com <strong>os</strong> países do Prata (Argenti<strong>na</strong>, Paraguai e Uruguai), esse fato facilitou o trânsito <strong>de</strong> uma leva <strong>de</strong> forasteir<strong>os</strong> para<br />

a região, que antes <strong>de</strong> aqui se fixar passavam um tempo nessas Repúblicas plati<strong>na</strong>s.<br />

O recorte espacial que tem Mato Gr<strong>os</strong>so como cenário e como ator <strong>os</strong> italian<strong>os</strong> fazem <strong>de</strong>ste trabalho algo<br />

singular.<br />

Primeiro, a própria historiografia sobre o fenômeno imigratório trabalha com a imigração liga<strong>da</strong> especificamente<br />

à região Su<strong>de</strong>ste do Brasil, no momento <strong>da</strong> substituição <strong>da</strong> mão-<strong>de</strong>-obra escrava africa<strong>na</strong> pela estrangeira<br />

livre (especialmente <strong>de</strong> europeus), <strong>de</strong>ixando a margem pesquisas sobre esse mesmo fenômeno em outras partes<br />

do Brasil, como por exemplo Mato Gr<strong>os</strong>so. Essa obra vem em boa hora contemplar a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r e<br />

pensar essas margens cria<strong>da</strong>s pelo “su<strong>de</strong>steocentrismo” <strong>da</strong> pesquisa e escrita histórica.<br />

Segundo, Mato Gr<strong>os</strong>so sempre foi visto como uma região rica por suas belezas <strong>na</strong>turais e <strong>de</strong>squalifica<strong>da</strong> por<br />

ser um lugar <strong>de</strong> fronteira (porém estratégica <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o período colonial), distante e pobre economicamente falando.<br />

O trabalho <strong>de</strong> Cerzósimo <strong>de</strong>smistifica parte <strong>de</strong>ssa imagem <strong>de</strong>monstrando que um d<strong>os</strong> motiv<strong>os</strong> para a vin<strong>da</strong> <strong>de</strong>sses<br />

forasteir<strong>os</strong> foi “o ciclo dinâmico <strong>da</strong> economia mato-gr<strong>os</strong>sense, basea<strong>da</strong> <strong>na</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> mercantil <strong>de</strong> exportação e


UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO / NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO HISTÓRICA REGIONAL -<br />

NDIHR<br />

importação” (GOMES, 2005, p. 17), a partir do intenso comércio <strong>na</strong> ciaram e foram influenciad<strong>os</strong> a partir <strong>de</strong> sua vivência cultural espe-<br />

região do Prata, o que serviu para “atrair” e “fixar” esses imigrantes cífica, transformando as suas relações sociais e culturais a ponto <strong>de</strong><br />

aqui. Esses homens e mulheres <strong>de</strong> outras <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s vislumbra- não se perceber o que era território italiano e o que era território<br />

ram nessa situação uma perspectiva <strong>de</strong> lucro numa região tão cuiabano, pois eles estavam imbricad<strong>os</strong>.<br />

carente <strong>de</strong> auto-abastecimento.<br />

Neste trabalho a autora trabalha com uma rica documenta-<br />

Isso po<strong>de</strong> ser percebido pela presença <strong>de</strong> inúmeras casas ção, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> fontes jor<strong>na</strong>lísticas, relat<strong>os</strong> <strong>de</strong> viajantes até documencomerciais<br />

<strong>na</strong> <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Cuiabá</strong>, capital <strong>de</strong> Mato Gr<strong>os</strong>so, que t<strong>os</strong> policiais e oficiais, que vai aju<strong>da</strong>r <strong>na</strong> construção <strong>de</strong> sua <strong>na</strong>rrati-<br />

tinham como don<strong>os</strong> italian<strong>os</strong>, portugueses, espanhóis <strong>de</strong>ntre va, mapeando um m<strong>os</strong>aico <strong>de</strong> relações advindo <strong>da</strong> experiência<br />

outr<strong>os</strong> estrangeir<strong>os</strong>. No caso d<strong>os</strong> italian<strong>os</strong>, estes eram proprietári<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s empreendiment<strong>os</strong> comerciais e <strong>de</strong> lojas importadoras<br />

e exportadoras como <strong>os</strong> Verlangieri, Addor, Orlando, só para citar<br />

alguns. Estes trabalhavam como mascates, don<strong>os</strong> <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong><br />

transportes, pa<strong>de</strong>ir<strong>os</strong>, marceneir<strong>os</strong>, construtores <strong>de</strong> casas, fabri-<br />

cantes <strong>de</strong> gelo, enfim, <strong>de</strong>monstrando que havia <strong>na</strong> capital mato-<br />

gr<strong>os</strong>sense uma <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por esses serviç<strong>os</strong> e bens <strong>de</strong> consumo, o<br />

que <strong>de</strong>smistifica o discurso do isolacionismo e <strong>da</strong> estag<strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />

Mato Gr<strong>os</strong>so.<br />

Para além do ambiente profissio<strong>na</strong>l vivido por esses imigrantes,<br />

a autora n<strong>os</strong> remete para as vivências e experiências que se<br />

constituíram no ambiente sociocultural <strong>de</strong> <strong>Cuiabá</strong> <strong>de</strong> forma muito<br />

particular.<br />

A <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Cuiabá</strong> <strong>de</strong>senvolveu uma cultura muito diferencia<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong> outras regiões do Brasil sendo alvo <strong>de</strong> críticas <strong>de</strong> muit<strong>os</strong><br />

viajantes como Bartolomé B<strong>os</strong>si e Karl Von Den Steinen - pelo seu<br />

espírito pouco afeito ao trabalho d<strong>os</strong> habitantes <strong>de</strong>ssa <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong>,<br />

on<strong>de</strong> a <strong>na</strong>tureza, o lazer e o trabalho se misturavam no dia-a-dia.<br />

Vejam<strong>os</strong> a observação feita por Steinen sobre a “cultura do<br />

ócio” em <strong>Cuiabá</strong>:<br />

Não é p<strong>os</strong>sível que haja uma outra <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> no mundo on<strong>de</strong> se<br />

toque mais música, se <strong>da</strong>nce mais, se jogue mais baralho do que<br />

imigratória.<br />

Cristiane Thais do Amaral Cerzósimo Gomes é professora do<br />

Departamento <strong>de</strong> História do Instituto <strong>de</strong> Ciências Huma<strong>na</strong>s e Soci-<br />

ais <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Mato Gr<strong>os</strong>so/Campus Universitário<br />

<strong>de</strong> Rondonópolis e Doutora em História Social pela Pontifícia Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Católica <strong>de</strong> São Paulo PUC/SP com mestrado <strong>na</strong> mesma<br />

universi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Trabalha com <strong>os</strong> seguintes temas: imigração italia<strong>na</strong>,<br />

fronteiras fluviais, trajetórias, cultura e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> parentesco. Recen-<br />

temente teve sua tese <strong>de</strong> doutorado, intitula<strong>da</strong> Fronteiras <strong>de</strong> imigração<br />

no caminho <strong>da</strong>s águas do Prata: italian<strong>os</strong> em Mato Gr<strong>os</strong>so –<br />

1856 a 1914, aprova<strong>da</strong> para publicação pela Fun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> Ampa-<br />

ro à Pesquisa do Estado <strong>de</strong> Mato Gr<strong>os</strong>so.<br />

A divisão do seu livro se dá em quatro capítul<strong>os</strong>.<br />

No primeiro capítulo, Mod<strong>os</strong> <strong>de</strong> viver em <strong>Cuiabá</strong> e discussões<br />

à procura <strong>de</strong> “mã<strong>os</strong> inteligentes e labori<strong>os</strong>as”, a autora busca com-<br />

preen<strong>de</strong>r as características <strong>da</strong> imigração italia<strong>na</strong> para a <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Cuiabá</strong>, on<strong>de</strong> emerge às tentativas <strong>de</strong> estabelecimento <strong>de</strong> uma<br />

política <strong>de</strong> colonização européia para Mato Gr<strong>os</strong>so. Sobre essa<br />

questão, Cerzósimo i<strong>de</strong>ntifica em falas e discurs<strong>os</strong> <strong>de</strong> viajantes,<br />

gover<strong>na</strong>ntes e intelectuais do período as representações e idéias<br />

<strong>de</strong> progresso e perspectivas para a região, aparecendo o europeu<br />

como o elemento civilizador <strong>de</strong>stas terras, que traria a riqueza e a<br />

civilização para Mato Gr<strong>os</strong>so. As “mã<strong>os</strong> labori<strong>os</strong>as e inteligentes”,<br />

aqui. É imp<strong>os</strong>sível também, que em algum lugar se alteiem mais quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s do trabalhador estrangeiro “or<strong>de</strong>iro” e “discipli<strong>na</strong>do”,<br />

freqüentemente <strong>os</strong> estan<strong>da</strong>rtes <strong>da</strong> procissão e se saiba associar faziam o contraponto à mão-<strong>de</strong>-obra mato-gr<strong>os</strong>sense, vista como<br />

melhor as missas com <strong>os</strong> prazeres sociais (GOMES, 2005, p. 37). oci<strong>os</strong>a e <strong>de</strong> certa forma pouco afeita ao trabalho.<br />

Essa era a característica do ambiente urbano vivido por A autora discute neste capítulo ain<strong>da</strong> <strong>os</strong> mod<strong>os</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

mato-gr<strong>os</strong>senses e imigrantes, que no cotidiano <strong>da</strong> <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> influen- população cuiaba<strong>na</strong>, as particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s e estratégias do seu<br />

69<br />

REVISTA ELETRÔNICA 2 DOCUMENTO MONUMENTO


REVISTA ELETRÔNICA 2 DOCUMENTO MONUMENTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO / NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO HISTÓRICA REGIONAL -<br />

NDIHR<br />

viver, suas festas, suas formas <strong>de</strong> lazer, tão a contrag<strong>os</strong>to d<strong>os</strong> mo<strong>de</strong>- rem a terras mato-gr<strong>os</strong>senses, <strong>de</strong>sembarcando com uma bagal<strong>os</strong><br />

civilizacio<strong>na</strong>is europeus pensad<strong>os</strong> por viajantes e gover<strong>na</strong>ntes. gem <strong>de</strong> sonh<strong>os</strong> e esperanças no porto <strong>da</strong> <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Cuiabá</strong>.<br />

No segundo capítulo, Localizando Italian<strong>os</strong> no espaço Cuiabano,<br />

a autora procura compreen<strong>de</strong>r a dimensão social do movi- Boa leitura!<br />

mento imigratório italiano para Mato Gr<strong>os</strong>so, com ênfase para a<br />

espontanei<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sse processo, uma vez que não existia uma polí-<br />

tica imigratória para essa parte do país, e o modo como essa experiência<br />

foi dimensio<strong>na</strong><strong>da</strong> em term<strong>os</strong> culturais e incorpora<strong>da</strong> às tradições,<br />

c<strong>os</strong>tumes e valores <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> cuiaba<strong>na</strong>.<br />

No terceiro capítulo, A constituição <strong>de</strong> espaç<strong>os</strong> italian<strong>os</strong> <strong>na</strong><br />

<strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Cuiabá</strong>, ela a<strong>na</strong>lisa as dimensões d<strong>os</strong> mod<strong>os</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

socie<strong>da</strong><strong>de</strong> cuiaba<strong>na</strong>, enten<strong>de</strong>ndo como a <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> incorpora as<br />

trajetórias, as experiências e a constituição d<strong>os</strong> espaç<strong>os</strong> italian<strong>os</strong><br />

no interior <strong>da</strong> reali<strong>da</strong><strong>de</strong> social. A estratégia <strong>de</strong> Cerzósimo foi a<strong>na</strong>lisar<br />

<strong>os</strong> intercâmbi<strong>os</strong> entre a cultura italia<strong>na</strong> e cuiaba<strong>na</strong> e a incorporação<br />

<strong>de</strong> element<strong>os</strong> d<strong>os</strong> mod<strong>os</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> italian<strong>os</strong> no cotidiano d<strong>os</strong><br />

habitantes <strong>de</strong> <strong>Cuiabá</strong>. Essa dinâmica cultural no jeito <strong>de</strong> viver e<br />

fazer <strong>da</strong> <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> colaborou <strong>na</strong> constituição do que conhecem<strong>os</strong><br />

como cuiabania.<br />

No quarto capítulo, Vi<strong>da</strong> urba<strong>na</strong>: tensões, e interações <strong>de</strong><br />

italian<strong>os</strong> em <strong>Cuiabá</strong>, ao pensar a vi<strong>da</strong> urba<strong>na</strong> como dinâmica e<br />

multifaceta<strong>da</strong>, a autora tece consi<strong>de</strong>rações sobre as experiências<br />

<strong>de</strong> lutas d<strong>os</strong> imigrantes <strong>na</strong> disputa por espaço <strong>da</strong> <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Cuiabá</strong>. Suas formas <strong>de</strong> inserção <strong>na</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> e sua luta diária<br />

fazem parte <strong>da</strong>s tramas do enredo <strong>de</strong>ssa fase conclusiva do livro<br />

<strong>de</strong> Cerzósimo.<br />

Com escrita e <strong>na</strong>rrativa instigante, a leitura do livro é um convite<br />

ao <strong>de</strong>leite, sendo o leitor seduzido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro parágrafo<br />

até as últimas linhas. A obra <strong>de</strong>ixa aquele g<strong>os</strong>to <strong>de</strong> quero mais entre<br />

aqueles que apreciam uma história muito bem conta<strong>da</strong>.<br />

Ler o trabalho <strong>de</strong> Cerzósimo é como an<strong>da</strong>r pelas ruas e travessas<br />

<strong>da</strong> <strong>Cuiabá</strong> <strong>da</strong> vira<strong>da</strong> do século XIX para o XX, com suas casas<br />

comerciais, suas festas e cerimônias e seus imigrantes italian<strong>os</strong>, oriund<strong>os</strong><br />

d<strong>os</strong> at<strong>os</strong> <strong>de</strong> emigrar, imigrar e reemigrar. Perso<strong>na</strong>gens que<br />

percorreram o longo e inusitado “caminho <strong>da</strong>s águas” para chega-<br />

70<br />

Rondonópolis-MT, abril <strong>de</strong> 2010.<br />

GOMES, Cristiane Thais do Amaral Cerzósimo. Viveres, fazeres e experiênci-<br />

as d<strong>os</strong> italian<strong>os</strong> <strong>na</strong> <strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Cuiabá</strong>: 1830-1930. <strong>Cuiabá</strong>: Entrelinhas;<br />

EdUFMT, 2005.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!