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iii FEBRE REUMÁTICA

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DEMARCHI LMMF<br />

e col.<br />

Aspectos<br />

anatomopatológicos da<br />

febre reumática<br />

No miocárdio encontram-se as lesões histológicas<br />

mais características do comprometimento cardíaco pela<br />

doença reumática, que são os nódulos de Aschoff (19)<br />

(Figs. 2A, 2B e 2E).<br />

Os nódulos de Aschoff apresentam três fases morfológicas<br />

distintas, classicamente descritas na febre reumática<br />

ou nos episódios de atividade da doença (19) .<br />

Na fase inicial, ou exsudativa, cerca de 15 a 20 dias<br />

após a infecção estreptocócica, há tumefação, fragmentação<br />

e aumento da eosinofilia das fibras colágenas,<br />

as quais apresentam aspecto semelhante à fibrina,<br />

denominado degeneração ou necrose fibrinóide, que é<br />

a principal característica dos nódulos de Aschoff nessa<br />

fase (19) , podendo acompanhar-se de quantidade variável<br />

de infiltrado inflamatório linfomonoplasmocitário<br />

(Fig. 2A).<br />

Figura 2. Histologia cardíaca na febre reumática ou doença reumática em atividade.<br />

A. Nódulo de Aschoff, fase exsudativa no interstício perivascular do miocárdio. As<br />

setas delimitam o centro da lesão composto por necrose de padrão fibrinóide (hematoxilina<br />

e eosina — objetiva x20). B. Nódulo de Aschoff, fase proliferativa. As<br />

setas apontam o nódulo composto por células mononucleares macrofágicas tumefeitas<br />

(células de Anitschkow), mais bem visibilizadas no detalhe no canto inferior<br />

direito (hematoxilina e eosina — objetiva x40). C e D. Casos de biópsia em febre<br />

reumática ou doença reumática em surto de agudização/atividade, mostrando vegetações<br />

valvares em diferentes estágios de organização. Os asteriscos estão sobre<br />

a vegetação valvar, composta por fibrina (o que predomina no caso D) e paliçada<br />

de células mononucleares organizando a lesão fibrinosa a partir da base (em<br />

ambos os casos) (ambas as imagens: hematoxilina e eosina — objetiva x20). E.<br />

Outro exemplo de nódulo de Aschoff, fase proliferativa, no interstício perivascular do<br />

miocárdio, demarcado pelas setas (hematoxilina e eosina — objetiva x40).<br />

Na fase proliferativa ou granulomatosa, cerca de um<br />

mês após o início da doença, o nódulo de Aschoff é<br />

representado por degeneração fibrinóide do colágeno<br />

circundada por linfócitos, plasmócitos, macrófagos,<br />

células gigantes e fibroblastos dispostos, grosseiramente,<br />

em forma de paliçada (Figs. 2B e 2E). Alguns desses<br />

macrófagos, denominados células de Anitschkow<br />

(Fig. 2B — detalhe), são grandes, têm citoplasma basofílico<br />

e núcleo redondo ou oval. A cromatina dessas<br />

células apresenta condensação central e aspecto ondulado,<br />

circundada por um halo claro, que dá às células<br />

a aparência de lagarta, ao corte longitudinal (“caterpillar<br />

cells”), ou de olho de coruja, ao corte transversal<br />

(9) . Outros macrófagos, grandes e multinucleados,<br />

conhecidos como células de Aschoff, também podem<br />

fazer parte desse infiltrado inflamatório variado (9) . O<br />

Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 15 — N o 1 — Janeiro/Fevereiro de 2005 21

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