revista n.º 85, páginas 9, 10 - Suinicultura.com
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N<strong>º</strong> <strong>85</strong> • Outubro / Novembro / Dezembro de 2009 • 5,00 €<br />
Sessões<br />
de Esclarecimento<br />
2009<br />
IV Congresso SCS<br />
Raças Autóctones<br />
Jornadas<br />
Técnicas<br />
na Feira do Porco<br />
Ministro<br />
da Agricultura<br />
recebe representantes<br />
da FPAS
Espero que a<br />
Direcção da<br />
FPAS que vier<br />
a assumir a<br />
responsabilidade<br />
de realizar<br />
este Congresso<br />
saiba merecer<br />
o prestígio e a<br />
credibilidade<br />
granjeadas por<br />
esta Casa ao<br />
longo de trinta<br />
anos de existência<br />
Recado dado,<br />
missão cumprida!<br />
Editorial<br />
O principal objectivo da nossa presença no Congresso da OIPORC foi alcançado na<br />
plenitude e disso dar-se à conta nas <strong>páginas</strong> desta Revista. Mais uma vez o espírito<br />
missionário duma delegação da FPAS (<strong>com</strong> especial destaque para a eficiência do seu<br />
Secretário-Geral, Dr. Simões Monteiro) priorizou a nossa estadia e deixou do lado de<br />
lá do Atlântico um forte lastro de simpatia e de relacionamentos pessoais e institucionais<br />
<strong>com</strong> todas as delegações oficiais dos países ali representados.<br />
Trouxemos, por unanimidade, a acreditação e a responsabilidade de realizar o próximo<br />
Congresso da OIPORC no nosso País em 2011. Desnecessário se torna invocar<br />
a importância sociopolítica dum acontecimento desta dimensão, <strong>com</strong> a presença de<br />
palestrantes de grande prestígio mundial e a discussão de temas transversais a toda<br />
a fileira, enquadrados e contextualizados numa perspectiva inevitavelmente globalizante.<br />
A realização dum evento desta natureza vai ser uma tarefa bastante árdua e vai exigir<br />
de todos os que de uma ou outra forma nela vierem a participar muita disponibilidade<br />
e sobretudo muito entusiasmo.<br />
Não faltarão certamente <strong>com</strong>entários depreciativos e as críticas habituais de alguns<br />
“aprendizes de feiticeiros” (tolhidos pelos seus pungentes sentimentos de inveja, creio<br />
eu…) afirmando aos seus acólitos paroquianos que há outras questões bem mais importantes<br />
e preocupantes para ocuparem o “tempo” à FPAS, até 2011…<br />
Obviamente que melhor do que ninguém sabemos à exaustão quais os “velhos” problemas<br />
do Sector que teimosamente persistem e contra os quais a FPAS lutou, luta e<br />
continuará a lutar denodadamente, mas também sabemos que é preciso, em simultâneo,<br />
falar e escrever palavras de esperança e de futuro.<br />
Somos conhecidos lá fora <strong>com</strong>o um País ilógico, (Já um general romano escrevia para<br />
Roma dizendo que gente tão estranha estes lusitanos que não se sabem governar mas<br />
também não se deixam governar…) é tempo de irmos deixando de perder tempo em<br />
conversas de treta à escala nacional e passarmos a reflectir em escalas maiores para<br />
não perdermos definitivamente o ritmo do progresso que inexoravelmente marcará<br />
o destino da Globalização social e económica num <strong>com</strong>plexo desafio geracional que<br />
temos de saber enfrentar e ganhar.<br />
Espero que a Direcção da FPAS que vier a assumir a responsabilidade de realizar este<br />
Congresso saiba merecer o prestígio e a credibilidade granjeadas por esta Casa ao<br />
longo de trinta anos de existência os quais serão <strong>com</strong>emorados precisamente em 2011<br />
e que daquelas circunstâncias saiba retirar os maiores sucessos e proveitos sociopolíticos<br />
para toda a Fileira da carne de porco e já agora… para todos aqueles que persistam<br />
corajosamente em continuar a ser suinicultores em Portugal!<br />
Por nós; recado dado…missão cumprida!<br />
Joaquim da Conceição Dias<br />
Presidente da Direcção da FPAS<br />
<strong>Suinicultura</strong> 3
Ficha Técnica<br />
Revista <strong>Suinicultura</strong> n.<strong>º</strong><strong>85</strong><br />
Publicação da Federação<br />
Portuguesa de Associações<br />
de Suinicultores (FPAS)<br />
www.suinicultura.<strong>com</strong><br />
NIPC 501 312 072<br />
Director<br />
Joaquim C. Dias<br />
joaquim.c.dias@hotmail.<strong>com</strong><br />
Sub-Director<br />
A. Simões Monteiro<br />
(Médico Veterinário)<br />
asm@suinicultura.<strong>com</strong><br />
Editor/Redacção<br />
FPAS - Av. António Augusto Aguiar, n.<strong>º</strong><br />
179, r/c esq. - <strong>10</strong>50-014 Lisboa<br />
Tel.: 21 387 99 49; 91 756 39 01<br />
Fax: 21 388 31 77<br />
fedsuinos@mail.telepac.pt<br />
Grafismo e paginação<br />
Paulo Costa - Design Gráfico<br />
paulocostadg@gmail.<strong>com</strong><br />
Pré-impressão e impressão<br />
Sociedade Tipográfica<br />
Apartado 20 - 2135-999 Samora Correia<br />
Periodicidade<br />
Trimestral<br />
Tiragem<br />
2500 exemplares<br />
Sumário<br />
4 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 5<br />
ICS/122280<br />
Sócio n<strong>º</strong> P-1154<br />
EDITORIAL: por J.C. Dias ............................................................................................................3<br />
1<strong>º</strong> CONGRESSO OIPORC<br />
Balanço ..........................................................................................................................................6<br />
Reacções ........................................................................................................................................9<br />
Visão global para o controlo das mais importantes doenças<br />
da industria suinícola<br />
Laura Batista ...................................................................................................................................16<br />
XX FEIRA NACIONAL DO PORCO .....................................................................................24<br />
A problemática associada ao tratamento dos efluentes pecuários<br />
David Neves ....................................................................................................................................26<br />
Constrangimentos ao Sucesso das Marcas<br />
Pedro Celeste ..................................................................................................................................29<br />
SESSÕES DE ESCLARECIMENTO 2009 .............................................................................34<br />
Gripe A – Situação e Prevenção no Sector Suinícolae<br />
Tavares Santos, P.; Pina Fonseca, A.; Agrela Pinheiro, C. ..............................................................36<br />
SIRCA Suínos<br />
Margarida Bairrão ...........................................................................................................................44<br />
RAÇAS AUTÓCTONES<br />
Promoção dos Presuntos DOP e IGP do Alentejo ...................................................50<br />
Feira do Montado 2009 .....................................................................................................50<br />
IV Congresso SCS<br />
Secção Raças Autóctones - Futuro económico das raças autóctones<br />
Conclusões ................................................................................................................................51<br />
Alentejana<br />
O Futuro económico das Raças Autóctones<br />
José Cândido Nobre ........................................................................................................................52<br />
Futuro económico do porco de raça Alentejana<br />
Pedro Manuel Bento .......................................................................................................................55<br />
Bísaro<br />
Futuro económico das raças autóctones - Bísaro<br />
Pedro Manuel Bento .......................................................................................................................57<br />
Malhado de Alcobaça<br />
O futuro do Malhado de Alcobaça<br />
José Reis..........................................................................................................................................60<br />
Porco Alentejano ≠ Porco Preto (Nótula Preliminar I)<br />
António do Rosário Oliveira ...........................................................................................................64<br />
Reuniões, Congressos & Seminários ....................................................................68 a 76<br />
Próximos Eventos ..................................................................................................................76<br />
Consultório ...............................................................................................................................77<br />
Profilaxia e saúde Animal ................................................................................................78<br />
Notícias FPAS ..................................................................................................................80 a 82
Feira Nacional do Porco Congresso OIPORC<br />
1<strong>º</strong> CONGRESSO OIPORC<br />
Decorreu no passado mês de Outubro na<br />
República Dominicana o 1<strong>º</strong> Congresso da<br />
OIPORC – Organizacion Iberoamericana de<br />
Porcicultores.<br />
Esta organização internacional teve a<br />
sua génese na OIP, a qual, desde o início da<br />
década de 90 integrava práticamente todas<br />
as estruturas associativas dos países latinoamericanos,<br />
Espanha e Portugal.<br />
A FPAS, que aderiu a este grupo logo a<br />
seguir á sua fundação, e por isso considerada<br />
<strong>com</strong>o fazendo parte do grupo de Países fundadores,<br />
teve o previlégio de ser escolhida<br />
para a organização do VI Congresso realizado<br />
no Estoril em 1998 por altura da Expo<br />
98, cujo êxito predura na memória de todos<br />
aqueles que tiveram oportunidade de a ele<br />
assistirem.<br />
Após um período de certa letargia (de<br />
2001 a 2006) foi resolvido ressuscitar a organização<br />
tendo um grupo de entusiastas,<br />
liderado pela Colômbia, México e República<br />
Dominicana rebaptizado a OIP <strong>com</strong> o nome<br />
de OIPORC e lançado de imediato a ideia de<br />
preparar uma reunião magna de todos os países<br />
que considerassem o tema <strong>com</strong>o importante<br />
para os interesses da suinicultura latino<br />
americana.<br />
A resposta não poderia ter sido mais<br />
abrangente dado que rumaram a Punta Cana<br />
representações de 24 Países.<br />
Como afirmou o grande dinamizador<br />
deste 1<strong>º</strong> Congresso Ibero-americano de Suinicultores,<br />
José Miguel Cordero, a reunião<br />
foi dividida em 4 grandes painéis:<br />
• Política de desenvolvimento;<br />
• Mecanismos de criação de valor<br />
acrescentado na produção;<br />
• Perspectivas de mercado, incluindo<br />
o tema de bio<strong>com</strong>bustíveis<br />
• e por último um forum de cariz sanitário.<br />
Propositadamente foram excluídos do<br />
programa os aspectos mais práticos de maneio<br />
e técnicas de produção, porque foi<br />
considerado que este fórum deve tratar essencialmente<br />
temas de política e desenvolvimento<br />
do sector.<br />
Foi um grande encontro a que tiveram<br />
oportunidade de assistir, <strong>com</strong>o atrás dissemos,<br />
24 países de toda a América, desde o<br />
Canadá á Argentina e ainda a nossa vizinha<br />
Espanha e Portugal.<br />
A cerimónia de abertura contou <strong>com</strong> a<br />
presença do Dr. Rafael Albuquerque de Castro,<br />
Vice-presidente da República Dominicana<br />
que, em nome do Presidente desse simpático<br />
e acolhedor País, Dr. Leonel Fernandes,<br />
deu as boas vindas a todos os congressistas<br />
tendo tido palavras muito especiais para as<br />
representações estrangeiras.<br />
Depois de fazer algumas considerações<br />
sobre a política e a economia do mundo actual<br />
realçou o facto de que, apesar da crise que<br />
a todos afecta, a República Dominicana foi<br />
dos poucos países que no primeiro semestre<br />
deste ano conseguiu manter uma economia<br />
em crescimento (cerca de 1,5%), chamando<br />
a especial atenção para que tal facto não se<br />
ficou a dever aos serviços, nem ao turismo,<br />
nem ás finanças, mas sim ao sector agropecuário,<br />
esclarecendo que isto só foi conseguido<br />
graças ao trabalho desenvolvido pelas<br />
autoridades e pelo sector produtivo nacional<br />
“o que nos permitiu para além do mais garantir<br />
a toda à população uma verdadeira<br />
segurança alimentar dos alimentos que consome,<br />
para além de incentivar uma produção<br />
moderna e respeitadora do ambiente”.<br />
Antes de dar por terminada a cerimónia<br />
oficial de abertura do Congresso o Dr. José<br />
Miguel Cordero solicitou ao Vice Presidente<br />
da República Dominicana que entregasse em<br />
nome da OIPORC medalhas de reconhecimento<br />
a algumas individualidades que, pela<br />
sua postura e intervenção, têm ao longo dos<br />
anos, dignificado esta organização.<br />
Assim o Dr. Albuquerque de Castro entregou<br />
<strong>com</strong>o símbolo desse reconhecimento,<br />
medalhas ás seguintes personalidadees:<br />
Consuelo Velasco, Directora da Associação<br />
Colombiana de Suinicultores<br />
Carlos Escribano, Director Geral de<br />
Recursos Agricolas e Ganaderia, Espanha<br />
José António del Barrio, Director Geral<br />
da Anprogapor, Espanha<br />
Enrique Dominguez, Director Geral da<br />
Confederação de Porcicultores Mexicanos<br />
José Lopez, Presidente da FEDOPORC<br />
e do Comité Organizador do Congresso<br />
António Simões Monteiro, Secretáriogeral<br />
da FPAS, Portugal<br />
6 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 7
Nutrição<br />
No final do Congresso e após a aprovação<br />
da Candidatura Portuguesa, procurámos<br />
recolher algumas opiniões junto de vários<br />
responsáveis pelas representações oficiais<br />
presentes e de alguns técnicos e investigadores.<br />
Do resumo que a seguir damos conta<br />
pode inferir-se não só a grande oportunidade<br />
da Candidatura apresentada pela FPAS mas<br />
também a grande expectativa de vários países<br />
em relação aos temas que vão ser agendados<br />
e ao propósito e importância das discussões<br />
Inter-continentais acerca das negociações da<br />
OMC e das repercussões nos respectivos Países,<br />
confrontados a médio prazo <strong>com</strong> novos<br />
cenários <strong>com</strong>erciais e num inevitável quadro<br />
da Globalização Económica<br />
José Miguel Cordero – República<br />
Dominicana<br />
O congresso a que acabam de assistir e<br />
a candidatura apresentada pela FPAS dãonos<br />
uma projecção que extravasa a dimensão<br />
ibero-americana e a colocam em posição de<br />
representatividade na suinicultura mundial.<br />
A reunião técnica sobre o tema de política<br />
sanitária que precedeu o congresso<br />
teve uma projecção mundial dada a presença<br />
de representantes ao mais alto nível da<br />
OIE, FAO, etc. Se a isto juntarmos a vossa<br />
candidatura, que nos permite passar além<br />
Atlântico, facilitando-nos o intercâmbio <strong>com</strong><br />
a Europa no seu conjunto, caminhamos no<br />
sentido de internacionalizar a OIPORC e o<br />
definitivo reconhecimento da sua importância<br />
a nível mundial.<br />
Estou seguro que os desafios são muitos,<br />
mas a estrutura organizacional que estamos<br />
montando vai possibilitar-nos um impacto<br />
muito positivo na suinicultura ibero-americana<br />
e mundial.<br />
Por tudo isto desejamos o maior êxito<br />
para a FPAS na organização do congresso de<br />
Reacções<br />
2011, disponibilizando todo o apoio e experiência<br />
da Federação Dominicana<br />
Hernando Blandon – Colômbia<br />
Consideramos muito feliz a escolha de<br />
Portugal <strong>com</strong>o sede do 2<strong>º</strong> Congresso da OI-<br />
PORC, porque é uma decisão virada ao futuro.<br />
É a possibilidade de contactarmos <strong>com</strong><br />
os nossos amigos e interlocutores da Comunidade<br />
Europeia.<br />
A juntar a uma <strong>com</strong>ponente técnica não<br />
devemos esquecer a <strong>com</strong>ponente turística.<br />
Portugal é uma maravilha. Lisboa é linda, o<br />
Santuário de Fátima é imperdível.<br />
Contem <strong>com</strong> o apoio integral do Secretário<br />
Técnico da OIPORC, sedeado na Colômbia<br />
e garantimos desde já uma forte presença<br />
em Portugal em 2011.<br />
Cumprimentamos a delegação portuguesa<br />
pela maravilhosa apresentação da sua<br />
candidatura e pela sua postura bem demonstrativa<br />
da força e do carinho que põem nesta<br />
organização.<br />
Acreditem que a Colômbia estará presente<br />
em força nos vossos 30 anos<br />
Jean Luis Uccelli - Argentina<br />
Estamos particularmente felizes pela escolha<br />
de Portugal <strong>com</strong>o sede do 2<strong>º</strong> Congresso<br />
da OIPORC, país que visitámos em 1998<br />
quando teve lugar o 6<strong>º</strong> Congresso da OIP, no<br />
Estoril.<br />
Creio que vai ser uma reunião muito importante<br />
na qual participará por certo todo o<br />
Continente Sul-americano que se mudará durante<br />
esses dias para a Península Ibérica.<br />
Saudamos em especial os nossos amigos<br />
de Portugal que se disponibilizaram a organizar<br />
tão importante evento em 2011.<br />
Quanto a temas a discutir considero primordial<br />
o mercado.<br />
Congresso OIPORC<br />
José Miguel Cordero<br />
República Dominicana<br />
Hernando Blandon<br />
Colômbia<br />
Jean Luis Uccelli<br />
Argentina<br />
8 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 9
Congresso OIPORC<br />
Federico Fernandéz<br />
El Salvador<br />
Marco Tulio Figueroa Lopez<br />
Guatemala<br />
Enrique Dominguez<br />
México<br />
Quando não se ganha dinheiro algo está<br />
mal. O lucro e a rentabilidade é a base de<br />
tudo. Dentro deste tema deveríamos estudar e<br />
discutir os sistemas organizativos, <strong>com</strong>o por<br />
exemplo as integrações que poderão ajudar<br />
os pequenos e médios produtores, juntandoos<br />
de forma a criar grandes grupos.<br />
Os suinicultores da Argentina estarão covosco<br />
em 2011<br />
Federico Fernandéz, El Salvador<br />
Considero Portugal <strong>com</strong>o uma boa escolha<br />
para a edição de 2011.<br />
Portugal e Espanha têm que ser a nossa<br />
porta de entrada na Europa. Com Espanha<br />
já mantemos muitos negócios. É importante<br />
alargá-los a Portugal.<br />
Por outro lado temos que fazer crescer<br />
muito a <strong>Suinicultura</strong> em El Salvador.<br />
Para bem da <strong>Suinicultura</strong> das Américas<br />
é crucial que os próximos 3 ou 4 congressos<br />
sejam da responsabilidade dos países mais<br />
importantes (Portugal, Espanha, México,<br />
Brasil).<br />
Marco Tulio Figueroa Lopez –<br />
Guatemala<br />
Meu estimado amigo António, na minha<br />
opinião pessoal este Congresso foi um enorme<br />
êxito tanto no ponto de vista de participação<br />
<strong>com</strong>o no resultado económico. O lugar<br />
escolhido é espectacular mas talvez não o<br />
mais apropriado para para este tipo de evento<br />
dado que pela concorrência <strong>com</strong> o maravilhoso<br />
mar, as apresentações caracterizaramse<br />
por uma enorme falta de pontualidade.<br />
Considero por outro lado que a discussão<br />
sobre o Plano Continental para a Erradicação<br />
da Peste Suína Clássica excedeu todas as expectativas.<br />
Quanto á escolha de Portugal para sede<br />
do próximo Congresso da OIPORC, a nossa<br />
opinião é de que foi sem dúvida uma óptima<br />
escolha.<br />
Saudações fraternas para Portugal.<br />
Enrique Dominguez – México<br />
Foi muito importante que a Federação<br />
Portuguesa apresentasse a sua candidatura<br />
para a sede da 2ª edição do Congresso da OI-<br />
PORC, ainda por cima quando nessa altura<br />
<strong>com</strong>emora os 30 anos de existência.<br />
Para nós Mexicanos é uma situação muito<br />
interessante, tendo em conta todo o processo<br />
inerente á presença de Portugal na Comunidade<br />
Europeia e também a experiência<br />
vivida por um pequeno país que tem <strong>com</strong>o<br />
vizinho um grande produtor. Isto é algo de<br />
parecido <strong>com</strong> situação do México, vivendo<br />
lado a lado <strong>com</strong> os Estados Unidos. Consideramos<br />
por isso muito importante o contacto<br />
<strong>com</strong> Portugal dado que estamos no mesmo<br />
barco quando analisamos as negociações a<br />
nível da OMC. Reconhecemos que existem<br />
alguns avanços nessas negociações mas nunca<br />
são demais as trocas de opiniões entre<br />
representantes do mesmo sector vindas de<br />
diversos países.<br />
Tudo isto já são razões mais do que suficientes<br />
para vos visitarmos mas também no<br />
ponto de vista de uma representação estamos<br />
certos que será importante tendo em vista a<br />
recolha de informações de natureza técnica,<br />
económica e política.<br />
João Guttierres –representante<br />
da Produmix–empresa anunciante<br />
na “<strong>Suinicultura</strong>”<br />
Portugal já foi uma vez sede do congresso<br />
da OIP (agora OIPORC) e creio que esse<br />
facto torna ainda mais importante e interessante<br />
a presença de empresas sul-americanas<br />
em Évora. Creio que os temas a desenvolver<br />
em Portugal serão de enorme interesse para<br />
a produção da América do Sul, a qual se baseia<br />
numa pecuária tipo familiar mas que em<br />
determinados países já vai assumindo um<br />
importante papel no <strong>com</strong>ércio internacional,<br />
inclusive para a Europa.<br />
Congresso<br />
CALIER<br />
N<strong>º</strong> ANTERIOR<br />
IDENDIFICAÇÃO<br />
<strong>10</strong> <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong><br />
11 17 15
Congresso OIPORC<br />
João Guttierres<br />
representante da Produmix<br />
Carlos Escribano Mora<br />
Espanha<br />
José António del Barrio<br />
ANPROGAPOR<br />
Por certo que a nossa empresa Produmix<br />
estará convosco em Portugal em 2011.<br />
Carlos Escribano Mora - Espanha<br />
Quando há aproximadamente 15 anos se<br />
reuniram diversas personalidades de países<br />
ibero-americanos, entre os quais se contavam<br />
Espanha, Portugal, Colômbia, Costa Rica,<br />
México, e outros, surgiu a ideia de se criar<br />
uma associação de suinicultores que pudessem<br />
tratar, em conjunto, alguns problemas<br />
ligados ao sector, <strong>com</strong> especial ênfase para<br />
os temas de desenvolvimento e <strong>com</strong>ércio<br />
internacional.<br />
Durante todos estes anos fomos avançando<br />
cada vez mais e hoje temos a sensação<br />
de que, ao assistir a este I Congresso da OI-<br />
PORC, existe uma perfeita noção de continuidade<br />
dum projecto relativamente ao qual<br />
tivemos o privilégio de participar desde a sua<br />
origem. Sentimos que o espírito dessa época<br />
prevalece nos actuais dirigentes.<br />
Agora que, <strong>com</strong> grande alegria, assistimos<br />
á votação por unanimidade para que seja<br />
Portugal o responsável pela organização da<br />
próxima edição em 2011, sentimos que estaremos<br />
perante uma oportunidade uníca de<br />
analisar e opinar sobre dois tipos distintos de<br />
produção: a de Portugal e Espanha, por um<br />
lado e a dos Países do outro lado do Atlântico,<br />
por outro.<br />
Aproveito para dizer que, apesar de não<br />
ter conhecimento da forma <strong>com</strong>o a Federação<br />
Portuguesa irá organizar a reunião, considero<br />
que seria importante que, para além das habituais<br />
apresentações e conferências, houvesse<br />
a possibilidade de programar visitas a algumas<br />
explorações tanto de porco branco <strong>com</strong>o<br />
também porco alentejano/ibérico, para que<br />
os nossos amigos da América Latina pudessem<br />
ficar <strong>com</strong> uma ideia relativamente aos<br />
avanços da suinicultura ibérica desde que,<br />
em 1986 entrarmos para a U.E.<br />
Apresentar as nossas particularidades e<br />
porque não também, uma visão sobre a qualidade<br />
dos produtos transformados que temos<br />
em Portugal e Espanha.<br />
Quanto á nossa participação, a disponibilidade<br />
é total.<br />
Portugal dirá <strong>com</strong>o nos quer a colaborar.<br />
Pessoal e/ou institucionalmente estaremos<br />
em Portugal em 2011.<br />
Quanto ao “figurino”, defendo pessoalmente<br />
que o congresso da OIPORC deverá<br />
contar sómente <strong>com</strong> a participação de intervenientes/palestrantes/conferencistasiberoamericanos.<br />
Para focar outros temas e outras<br />
regiões existem outros forúns .<br />
José António del Barrio<br />
– ANPROGAPOR<br />
Quanto á escolha de Portugal para 2011<br />
considero que foi uma decisão brilhante e estou<br />
certo que os meus amigos de Portugal organizarão<br />
um congresso igual ou melhor que<br />
o da Republica Dominicana que, no entanto<br />
e foi sem dúvida, uma reunião extraordinária.<br />
Conhecendo <strong>com</strong>o conheço o meu amigo<br />
António Simões e o Presidente Joaquim Dias<br />
acredito que o 2<strong>º</strong> Congresso Ibero-americano<br />
será um êxito para todo o sector suinícola<br />
ibero-americano mas muito especialmente<br />
para os produtores de Espanha e Portugal.<br />
Quanto aos temas fulcrais para 2011 teremos<br />
ainda que esperar algumas decisões<br />
dos burocratas da União Europeia para vermos<br />
para onde caminham as escolhas desses<br />
inúteis empregados de escritório.<br />
No entanto para manter o equilíbrio de<br />
interesses entre os diversos participantes –<br />
América Latina e Portugal/Espanha – deveremos<br />
escolher temas europeus que também<br />
interessem aos do outro lado do Atlântico e<br />
temas científicos que a todos interessam tais<br />
<strong>com</strong>o sanidade, produção e o maneio das explorações<br />
suinícolas..<br />
MESSE Frankfurt<br />
está em CD à parte<br />
12 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 13
Congresso OIPORC<br />
Jorge Miguel Miquet – Investigador<br />
- Argentina<br />
Penso que o relançamento da OIPORC,<br />
ao qual acabámos de assistir, foi muito importante<br />
porque a forma enérgica que o Dr.<br />
Cordero colocou na sua organização nos permite<br />
concluir que haverá de certeza um 2<strong>º</strong>, 3<strong>º</strong><br />
e muitos outros no futuro.<br />
Para os Países Latinos Americanos a escolha<br />
de Portugal foi duplamente feliz porque,<br />
para além de puderem vir a <strong>com</strong>partilhar<br />
conhecimentos <strong>com</strong> os suinicultores de<br />
um País mais avançado tecnologicamente,<br />
permitir-lhes-á também poder atravessar o<br />
“charco” e visitar o continente europeu.<br />
Podem estar certos que todos desejamos<br />
ter a mesma sorte que vocês tiveram em visitar-nos.<br />
Consideramos fundamental este relacionamento,<br />
tanto para nós <strong>com</strong>o para vós.<br />
Para nós é muito importante consolidar<br />
mente sobre o mercado e sobre a sanidade.<br />
No entanto os temas “políticos ou geopolíticos”<br />
não devem ser esquecidos tanto mais<br />
que a União Europeia tem estratégias muito<br />
mais consistentes e prolongadas no tempo do<br />
que a América Latina, que por isso mesmo<br />
necessitará de apoios para aprender a forma<br />
<strong>com</strong>o se relacionar <strong>com</strong> os grandes blocos e<br />
a maneira mais rentável de levar por diante a<br />
<strong>com</strong>ercialização dos seus produtos.<br />
Infelizmente não tenho trabalhado muito<br />
directamente <strong>com</strong> Portugal, mas há mais<br />
de 20 anos que conheço o sector espanhol e<br />
digo, <strong>com</strong> toda a sinceridade, que o futuro da<br />
América Latina não passa pelos Estados Unidos<br />
nem outros grandes blocos mas sim que o<br />
nosso futuro passa por regressarmos ás nossas<br />
raízes e por isso Espanha e Portugal têm<br />
“obrigação” de nos dar as mãos. Por mais<br />
que venhamos a aprender inglês e que fiquemos<br />
extasiados <strong>com</strong> os avanços científicos<br />
Jorge Miguel Miquet (Argentina), Consuelo Velasco (Colômbia),<br />
Hernando Blandon (Colômbia), Laura Batista (México)<br />
e Mercelo Gottschalk (Universidade de Montreal)<br />
estas relações porque estou certo quer dentro<br />
de 15 a 20 anos constituiremos um novo<br />
bloco <strong>com</strong> uma importância ainda difícil de<br />
prever.<br />
A Europa, ao criar grandes exigências<br />
ambientais, não pode descurar a necessidade<br />
que tem em garantir o fornececimento de alimentos<br />
ás suas populações.<br />
É por isso que muitas empresas europeias<br />
virão produzir para a América Latina e<br />
aí Portugal e Espanha terão algo a dizer nos<br />
relacionamentos entre esses dois blocos <strong>com</strong>erciais.<br />
Quanto ao Congresso de 2011 julgo que<br />
os temas-base deverão incidir fundamental-<br />
dos Estados Unidos e do Canadá a realidade<br />
é que a língua e a atitude latinas nos colocam<br />
sempre <strong>com</strong> o olhar na Península Ibérica.<br />
É muito frequente vermos países altamente<br />
especializados e avançados falharem a<br />
sua implantação na América Latina pelo simples<br />
facto de não conhecerem a nossa mentalidade,<br />
concluindo precipitadamente que,<br />
conosco, nada se consegue fazer.<br />
É verdade que existem deficites mas também<br />
é verdade que nos últimos dez anos já<br />
conseguimos provar que escolhendo pessoas<br />
capazes se pode avançar reduzindo esses<br />
atrasos e essas deficiências. A ideia que determinadas<br />
pessoas têm de que toda a fileira<br />
tem que avançar ao mesmo tempo não é realista<br />
nem é praticável na América Latina.<br />
Foi isto que aprendemos e por isso achamos<br />
que, <strong>com</strong> Portugal e Espanha, conseguiremos<br />
avançar <strong>com</strong> maior segurança e estabilidade.<br />
Fortalecer o que temos de bom e a pouco<br />
e pouco ir recuperando as nossas debilidades.<br />
Considero que será uma péssima estratégia<br />
apoiarmo-nos nas grandes universidades e<br />
empresas americanas, não porque não lhe<br />
reconheçâmos excelência mas sim porque<br />
entendemos que as nossas debilidades latinas<br />
são menos visíveis quando em presença de<br />
povos que falam as nossas línguas.<br />
Estaremos em Évora, Lisboa e Fátima<br />
em 2011!<br />
Laura Batista - Investigadora<br />
Fiquei extremamente feliz quando tomei<br />
conhecimento de que será Portugal o anfitrião<br />
do próximo congresso da OIPORC.<br />
Felizmente para mim conheço Portugal e<br />
já aí me desloquei várias vezes.<br />
Tenho por isso perfeita noção da importância<br />
de Portugal <strong>com</strong>o produtor suinícola<br />
e acredito que, em conjunto <strong>com</strong> a sua vertente<br />
cultural, estarão reunidas as condições<br />
para que o Congresso de 2011 venha a ser<br />
um êxito.<br />
Vamos todos a partir de agora promover<br />
esse evento e desde já vos saúdo pela apresentação<br />
que nos presentearam, através da<br />
qual nos deram uma ideia do que é a produção<br />
suinícola no vosso país e também nos<br />
mostraram os locais que poderemos visitar<br />
durante o congresso.<br />
Estamos prontos para ir a Portugal em<br />
2011 e, em termos pessoais, contem <strong>com</strong>igo<br />
para tudo o que necessitarem.<br />
Economia<br />
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14 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 15<br />
®
Congresso OIPORC Congresso OIPORC<br />
Visão global para o controlo<br />
das mais importantes doenças<br />
da industria suinícola<br />
Laura Batista*<br />
Introdução<br />
Em 1999 Nelsen e al. concluiram que as<br />
alterações na produção e no maneio em suinicultura,<br />
praticados a partir da segunda metade<br />
do século XX, criaram um ambiente propício<br />
para a disseminação e perpetuidade de várias<br />
doenças existentes nas explorações suinícolas.<br />
Factores tão banais <strong>com</strong>o o aumento da<br />
inseminação artificial, a integração vertical,<br />
o aumento de dimensão das explorações e<br />
em muitos casos a alta densidade de animais<br />
em certas zonas de produção, bem <strong>com</strong>o o<br />
movimento de porcos e semen facilitaram<br />
a passagem de diferentes virús e bactérias<br />
dentro e entre países. O impacto económico<br />
negativo causado pela presença de diferentes<br />
doenças na produção suinícola já foi avaliada<br />
em numerosas ocasiões. Como exemplo<br />
podemos citar alguns dados relacionados<br />
<strong>com</strong> a presença do Síndrome reprodutivo e<br />
respiratório (PRRS). Em 1990 Polson e al.<br />
estimou percas de US$ 236 por reprodutora<br />
devido a infertilidade, nados mortos e mortalidade<br />
pre-desmame. Recentemente, Neumann<br />
e al. (2005) reportaram nos Estados<br />
Unidos um impacto total devido a PRRS de<br />
$560 milhões de dólares em porcos em fase<br />
de crescimento: $250 milhões (45%) devido<br />
à diminuição de ganho médio diário de peso<br />
e ao aumento no indíce de conversão alimentar<br />
nos porcos em crescimento; $243 milhões<br />
(43%) devido a mortalidade de animais em<br />
fase de crescimento e sómente $63 milhões<br />
(12%) foi atribuido a percas reprodutivas. Os<br />
cálculos deste estudo foram baseados num<br />
custo de alimento de $0,286/kg., ainda que<br />
desde que o estudo foi efctuado, esse custo<br />
tenha aumentado em mais de 50%, devido<br />
em parte ao aumento na procura de milho por<br />
parte dos produtores de etanol (Funderburke,<br />
2007), pelo que o impacto económico actual<br />
do PRRS é muito más alto (Zimmerman<br />
2008). É exactamente por este motivo que<br />
hoje em dia a importância dos programas de<br />
controlo e futura erradicação das diferentes<br />
doenças dos porcos foram transformados em<br />
programas locais, regionais e nacionais.<br />
Mudança de Paradigma: Estabelecimento<br />
de estratégias de controlo<br />
e erradicação por regiões<br />
De uma maneira geral, a indústria suinícola<br />
tem vido a ser atacada por novas afecções<br />
tais <strong>com</strong>o o PRRS, as doenças associadas ao<br />
circovirus porcino tipo 2 (PCVAD) e as novas<br />
variantes do virús da influenza (SIV). Portanto,<br />
os veterinários desenvolveram estratégias<br />
efectivas para o controlo e/ou a erradicação<br />
quer em explorações individuais quer em sistemas<br />
integrados de produção (explorações<br />
de um mesmo grupo). No entanto, o risco de<br />
re-infecções, particularmente quando se trata<br />
do virús da PRRS, é muito elevado, ainda<br />
que estejamos em presença da aplicação das<br />
melhores práticas de biosegurança. Tudo isto<br />
levou-nos a um consenso generalizado de<br />
que deve existir uma rigorosa coordenação<br />
local e regional quanto á localização das explorações,<br />
na tentativa de <strong>com</strong>bater o PRRS<br />
e outras doenças emergentes.<br />
Num recente estudo sobre a transmissão<br />
entre vários locais de duas regiões do Quebec,<br />
Lambert e al. 2008 concluiram que a<br />
biosegurança da exploração e da região poderia<br />
ser aumentada <strong>com</strong> a simples aplicação<br />
de medidas correctivas pouco dispendiosas.<br />
No entanto, nas suas análises os os autores<br />
concluiram que o material educativo sobre<br />
biosegurança está ultrapassado, não é prático<br />
ou é apresentado num formato que não permite<br />
a adequada aplicação destas medidas de<br />
controlo.<br />
Investigações realizadas nos Estados<br />
Unidos da América e Canadá (Lambert e al.<br />
2008; Dee e al. 2008) sugeriram que:<br />
• Existe ampla evidência relativa à<br />
falta de cumprimento das estratégias<br />
estabelecidas o que limita fortemente<br />
a efectividade dos programas<br />
de biosegurança.<br />
• Sómente uma mudança nos paradigmas<br />
estabelecidos quanto à atitude<br />
e conduta do pessoal, associado<br />
directa e indirectamente à produção<br />
suinícola resultarão num melhoramento<br />
a longo prazo dos programas<br />
de controlo individual e regional<br />
das doenças.<br />
• Esta mudança depende da habilidade<br />
e da forma <strong>com</strong>o é feita a transferência<br />
de conhecimentos e da tecnología<br />
bem <strong>com</strong>o da motivação no<br />
cumprimento das regras por parte<br />
de todos aqueles que estão envolvidos<br />
na produção suinícola.<br />
É claro que o objectivo dos actuais pro-<br />
Quadro 1: Características gerais das doenças que requerem um cuidado controlo regional vs. individual<br />
(adaptado de Hanson and Hanson, 1978)<br />
Controlo Regional<br />
• A doença ultrapassa as medidas habituais de biosegurança<br />
• A velocidade de dispersão é tão rápida que não permite<br />
qualquer intervenção antes de todo o núcleo estar infectado<br />
• Os portadores sãos disseminam a doença<br />
• A doença causa uma elevada mortalidade e morbilidade<br />
• A vacinação e/ou o tratamento têm uma eficácia moderada.<br />
• A doença constitui um alto risco para a saúde pública<br />
gramas de controlo vai no sentido de deter<br />
a entrada de diferentes patógenos, particularmente<br />
o do virús de PRRS em explorações<br />
negativas ou a introdução de novas estirpes<br />
em explorações já infectadas (Dee e al.,<br />
2001). Sabemos que os animais e o semen<br />
infectados são as principais fontes do virús,<br />
mas que para além destas existem outras origens<br />
de infecção de igual importância tais<br />
<strong>com</strong>o o transporte, objectos contaminados<br />
e a transmissão por via aérea ou por aerosol<br />
(Desrosiers 2002, Desrosiers, 2004a, b).<br />
Torremorell e al. (2004) reportaram que<br />
aproximadamente 80% das novas infecções<br />
em várias organizações <strong>com</strong>erciais de produção<br />
nos Estados Unidos eram devidas:<br />
• à transmissão por via aérea (movimento<br />
do virús numa área de produção<br />
sem que se possa detectar a<br />
rota seguida entre as diversas explorações<br />
vizinhas),<br />
• através dos meios de transporte<br />
• e pelo não cumprimento dos programas<br />
de biosegurança pré-estabelecidos.<br />
Dee e al. (2004a) demonstraram por seu<br />
lado que a implementação de simples medidas<br />
de higiene são suficientes para inactivar<br />
e evitar a transmissão do virús de PRRS.<br />
Este grupo também descreveu uma série de<br />
protocolos de lavagem, simples e efecientes,<br />
desinfecção e secagem que inactivam o virús<br />
de PRRS presentes no transporte de porcos<br />
(Dee e al. 2004b, c; 2005a,b; 2007; Dee y<br />
Deen 2006a, b).<br />
Como já se referiu, existe cada dia um<br />
maior consenso na <strong>com</strong>unidade veterinária<br />
que, mais importante que os esforços isolados<br />
aplicados numa determinada exploração (que<br />
muitas vezes se tornam frustantes devido ás<br />
constantes re-infecções), no futuro imediato,<br />
será necessário estabelecer uma coordenação<br />
a nível de uma região para assim conseguir<br />
<strong>com</strong>bater <strong>com</strong> efectividade o PRRS e outras<br />
das chamadas doenças emergentes (Quadro<br />
1).<br />
Em todo o mundo,<br />
os investigadores<br />
trabalham activamente<br />
para perceber<br />
os mecanismos<br />
de transmissão dos<br />
diferentes patógenos,<br />
avaliando novas<br />
opções para melhorar<br />
a prevenção<br />
e a biosegurança a<br />
nível da exploração,<br />
principalmente<br />
em todos os pontos<br />
relacionados <strong>com</strong><br />
a biosegurança no<br />
transporte, a transmissão<br />
por insectos<br />
e outros contaminados<br />
e ainda, recentemente<br />
os sistemas<br />
de filtração do ar. É<br />
por isto que a biosegurança<br />
se tornou<br />
num factor de relevante<br />
improtância<br />
Controlo Individual<br />
• A disseminação da doença pode ser detida e restringida<br />
unicmanete <strong>com</strong> medidas standars de biosegurança<br />
• A velocidade de dispersão é de molde a permitir uma intervenção<br />
antes de toda a piara estar infectada<br />
• Os portadores podem ser detectados na exploração<br />
• A doença produz uma morbilidade e mortalidade baixa<br />
ou moderada<br />
• A doença não constitui um risco importante para a saúde<br />
pública.<br />
no <strong>com</strong>bate contra o PRRS, assumindo, inclusivé<br />
uma maior importância que no controlo<br />
de outras doenças .<br />
Os novos programas de controlo são<br />
baseados numa adequada vigilância epidemiológica,<br />
usando para tal ferramentas apropriadas<br />
de controlo e diagnóstico, bem <strong>com</strong>o<br />
os adequados recursos humanos e financeiros.<br />
As intervenções “regionais” incluem a<br />
Oseuapoionodiagnósticodadoençasuína.<br />
_SEROLOGIA SUÍNA<br />
_ANÁLISESDEVETERINÁRIA;<br />
O serviço de análises das explorações agro-pecuárias.<br />
16 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 17
Congresso OIPORC Congresso OIPORC<br />
adequada implementação de eficientes programas<br />
de biosegurança locais e por zona, a<br />
quarentena de animais infectados (incluindo<br />
os suspeitos e as populações em contacto<br />
<strong>com</strong> eles), a restrição ao movimento destes<br />
animais, o possível vazio sanitário, <strong>com</strong> os<br />
respectivos programas de lavagem e desinfecção,<br />
bem <strong>com</strong>o a implementação de diferentes<br />
programas de vacinação que reduzam<br />
a excreção de patógenos e por conseguinte a<br />
dispersão numa determinada área duma zona<br />
de produção.<br />
Exitem actualmente no mundo vários<br />
programas de controlo regional tendo em<br />
vista uma possível futura erradicação do virús<br />
de PRRS em conjunto <strong>com</strong> outros patógenos.<br />
Exemplos desses estudos são os estabelecidos<br />
nos condados de Rice e Ramsey,<br />
no Minnesota (liderados por Bob Morrison),<br />
na região de Loire, em França, a região de<br />
Tehuacán e o estado de Sonora, no México e<br />
o Grupo Norte-americano de Erradicação da<br />
PRRS da AASV, nos Estados Unidos.<br />
Estes projectos utilizam sistemas de informação<br />
geográfica (GIS, programas para<br />
mapear e analisar a informação geográfica)<br />
para a formação de “clusters” ou grupos de<br />
trabalho, <strong>com</strong>partilhando a informação entre<br />
explorações relativamente aos sistemas de<br />
produção, estatuto sanitário (dependendo do<br />
patógeno, o uso de sequências para entender<br />
a movimentação das doenças), rotas de transporte<br />
<strong>com</strong>partilhadas, incluindo inform,ação<br />
em tempo real e outra informação relacionada<br />
(Figuras 1, 2 y 3).<br />
A análise de risco (Figuras 4 e 5) faz<br />
parte integrante destes programas e permite<br />
um melhor entendimento sobre os factores<br />
de risco associados à introdução do virús<br />
de PRRS nas explorações livres ou negativas.<br />
Ajuda a criar a percepção dos factores e<br />
condições associadas ao facto de que certas<br />
explorações se infectam constantemente, enquanto<br />
que outras mantêm uma baixa taxa de<br />
re-infecção e dá-nos importantes pistas sob a<br />
forma <strong>com</strong>o deveremos manejar e controlar<br />
as diferentes doenças. A expectativa é que<br />
esta análise permita a redução da lista das<br />
acções ligadas á biosegurança a um punhado<br />
>C<br />
" <br />
G(<br />
HG) '5# D%&<br />
G+C#8>>=<br />
,<br />
Figura 1. Clústers 8 e grupos de trabalho " de uma zona &" em processo ( I? de Figura<br />
3. Análise de rotas de transporte <strong>com</strong>partilhadas numa zona em processo de controlo e futura<br />
8"&")"JK<br />
controlo e futura erradicação do PRRS (Cortesia de Enrique Monda-<br />
erradicação de PRRS (Cortesía de Spencer Wayne 2009).<br />
ca). " <br />
( <br />
") <br />
"(# ./)<br />
3)!%4 ( 56 ( <br />
$227,% '+1!<br />
3:! 6<br />
( $227,% *7;(9
Outro paradigma: a filtração do<br />
ar contra o virús de PRRS e outros<br />
patógenos importantes da<br />
indústria suinícola<br />
Como já dissemos, através do mundo têm<br />
sido feitos, pela indústria sunícola, enormes<br />
esforços o sentido de proteger a integridade<br />
sanitária não só das explorações produtoras<br />
de genética, <strong>com</strong>o também das <strong>com</strong>erciais<br />
(Dee e al. 2006c). Com o objectivo de reduzir<br />
o risco da transmissão por aerósois<br />
alguns produtores <strong>com</strong>eçaram a implementar<br />
sistemas de filtração do ar que entra nas<br />
explorações. França foi o 1<strong>º</strong> país que reportou<br />
o uso desses sistemas numa exploração e<br />
num centro de inseminação artificial. Desde<br />
1996, a Cooperl- Hunaudaye, implementou<br />
a filtração de ar em 11 pavilhões que foram<br />
povoados <strong>com</strong> animais livres de todos os patógenos<br />
importantes nos porcos. Estes pavilhões<br />
estavam situadas na Bretanha, na área<br />
mais povoada de produção de porcos de toda<br />
a França; até á data todas estas explorações<br />
têm mantido o estatudo de livre de doenças<br />
de maior impacto económico no sector. Actualmente<br />
um número considerável de centros<br />
de inseminação artificial e explorações de genética<br />
na Europa, Quebec e Estados Unidos<br />
implantaram esta tecnología dado que, apesar<br />
de terem estabelecido rigorosas estratégias<br />
de biosegurança, foram contaminadas <strong>com</strong> o<br />
virús da PRRS sem que, para tal, tenham uma<br />
explicação (Desrosiers R, 2004a). No dia de<br />
hoje existem diferentes sistemas de filtração:<br />
HEPA, DOP95 e os filtros anti-microbianos.<br />
A escolha do sistema depende do seu custo,<br />
da existência ou não no país e da localização<br />
e tipo de produção de cada exploração.<br />
No entanto o que é claro é que este tipo de<br />
solução é cada dia mais popular, permitindo,<br />
em conjunto <strong>com</strong> uma adequada estratégia de<br />
biosegurança, uma solução consistente, face<br />
às constantes e inexplicáveis infecções colaterais<br />
do virús da PRRS.<br />
Finalmente, é muito importante que desde<br />
o início do programa se estabeleça uma<br />
<strong>com</strong>unicação rápida, eficaz e adequada que<br />
inclúa:<br />
B , & ' <br />
% <br />
C (; .**2) ' % C<br />
" " L> ;M1 " 5<br />
Congresso OIPORC ' <br />
Congresso OIPORC<br />
'8 <br />
8 ' & " <br />
C<br />
"<br />
Figura 5. Diagrama de avaliação do risco de introdução de patógenos<br />
(adaptado de Polson e al. 2006)<br />
3 @! "$ $ $<br />
, !9
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Dee SA, Deen J. 2006b. Evaluation of an<br />
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That Keeps Bugging Us London Swine<br />
Conference 2008.<br />
Évora Santo Tirso<br />
266 743 246 252 372 171<br />
TOPIGS e SNW<br />
colaboram na<br />
selecção de Piétrain<br />
As empresas de genética TOPIGS e SNW irão colaborar na selecção<br />
de varrascos terminais de raça Piétrain.<br />
A fusão dos dois programas de selecção resultará num mais rápido<br />
progresso genético.<br />
As populações de Piétrains da TOPIGS e da SNW serão integradas<br />
numa só população. O nome de marca SNW-Piétrain continuará a existir<br />
tal <strong>com</strong>o o nome de marca Top Pie. A TOPIGS será responsável pela<br />
coordenação do programa de selecção. Em conjunto <strong>com</strong> o programa de<br />
selecção da TOPIGS, o método alemão TOP-Genetik test da SNW e da<br />
organização de centros de inseminação artificial GFS, deverá continuar.<br />
Isto dará à selecção de Piétrain um impulso extra, através da <strong>com</strong>binação<br />
dum programa de selecção moderno, da experiência de selecção Alemã e<br />
dos melhores genes das duas organizações de gentética.<br />
As actividades da selecção de Piétrain da SNW passarão a estar sob<br />
a responsabilidade da organização Alemã TOPIGS-SNW. Isto irá garantir<br />
uma base Alemã clara para os produtores de Piétrains SNW na região de<br />
actividade da SNW.<br />
Graças a esta colaboração, o mercado alemão deverá ganhar maior<br />
acesso aos outros varrascos terminais TOPIGS. Os varrascos terminais<br />
TOPIGS Talent e Tempo são cada vez mais uma importante alternativa<br />
para os suinicultores alemães dado às alterações no mercado da carne.<br />
A colaboração na área dos varrascos terminais marca o próximo passo<br />
na proveitosa parceria entre as duas empresas. Em 2006 a TOPIGS e a<br />
SNW assinaram um acordo colaborativo na área da selecção de linhas<br />
fêmea e desde então a organização resultante estabeleceu-se rapidamente<br />
<strong>com</strong>o a n<strong>º</strong> 3 no mercado Alemão.<br />
22 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 23
Feira Nacional do Porco Feira Nacional do Porco<br />
XX Feira Nacional do Porco<br />
Decorreu no passado mês de Setembro,<br />
no Montijo, a XX edição da bienal Feira Nacional<br />
do Porco, que durante 3 dias levou ao<br />
Parque de Exposições daquela cidade alguns<br />
milhares de intervenientes e interessados na<br />
suinicultura nacional.<br />
A cerimónia oficial de abertura contou<br />
mais uma vez <strong>com</strong> a participação da FPAS<br />
que, em conjunto <strong>com</strong> a Presidente da Câmara<br />
Municipal do Montijo e outras autoridades<br />
deram as Boas vindas aos participantes neste<br />
evento de largas tradições no sector.<br />
O Presidente da Federação proferiu na<br />
ocasião uma breve intervenção cujo texto<br />
integral poderá ler no portal www.suinicultura.<strong>com</strong><br />
A FPAS colaborou mais uma vez <strong>com</strong> a<br />
organização do evento, tendo não só presenteado<br />
todos os participantes <strong>com</strong> um stand<br />
de grande impacto visual <strong>com</strong>o também coorganizou,<br />
<strong>com</strong> a Alis, as Jornadas Técnicas<br />
2009 que decorreram num auditório montado<br />
propositadamente para o efeito.<br />
Este facto mereceu a aceitação generalizada<br />
tendo sido considerada a ideia, a localização<br />
e <strong>com</strong>odidade <strong>com</strong>o de possível<br />
repetição em próximos eventos.<br />
Das Jornadas Técnicas 2009, constavam<br />
interessantes intervenções da responsabilidade<br />
de vários técnicos entre os quais nos permitimos<br />
realçar as seguintes:<br />
• Sistemas Colectivos de Tratamento<br />
de Efluentes - Caso de Leiria e da<br />
Península de Setúbal<br />
• Marketing: Criação de Valor para o<br />
Cliente e Diferenciação da Oferta -<br />
Prof. Pedro Celeste<br />
Não devemos igualmente deixar de dar<br />
nota das restantes intervenções que em muito<br />
dignificaram este encontro técnico:<br />
• O que mudou na gestão dos recursos<br />
humanos em suinicultura? - Miguel<br />
Collell<br />
• SIRCA - Sistema integrado de recolha<br />
de cadáveres - Intervenções:<br />
DGV, IFAP e ACE – ITS & Luís<br />
Leal & F.os, lda<br />
• Apresentação Comercial da INTEC<br />
(Grupo Magapor)<br />
•<br />
C<br />
Vacinação contra o odor a varras-<br />
M<br />
co - Aplicações práticas e dados de<br />
Y<br />
campo em Portugal” – Gil Sena,<br />
Pfizer Saúde Animal<br />
Como é hábito em todas as organizações MY<br />
a que a FPAS está ligada julgamos ser da CY<br />
mais elementar justiça relembrar o apoio das CMY<br />
empresas que connosco colaboraram e sem K<br />
as quais não teriamos tido a possibilidade de<br />
realizar este encontro técnico-profissional.<br />
A todas apresentamos publicamente os<br />
nossos agradecimentos:<br />
• Elanco,<br />
• Magapor,<br />
• Pfizer Saúde Animal,<br />
• Proegram,<br />
• Vetlima<br />
• ACE- ITS & Luís Leal & F.os,<br />
Lda.<br />
24 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 25<br />
CM<br />
suiniculturaC070709.pdf 7/7/09 2:22:22 PM
Reuniões Congressos & Seminários Maneio<br />
Feira Nacional do Porco Feira Nacional do Porco<br />
Por causa da seca<br />
A problemática SELECPOR associada<br />
ao tratamento dos efluentes<br />
PRODUTOS AGROPECUÁRIOS, S.A.<br />
pecuários<br />
Malhado de Alcobaça<br />
Trazemos do<br />
passado o melhor<br />
para o futuro<br />
Núcleo<br />
David Neves*<br />
SELECPOR, S.A.<br />
A problemática associada ao tratamento<br />
Fig. 4<br />
tura, Fig. Comissária assente 3 em três pilares fundamentais, Europeia de visita ao Alentejo<br />
sustentabilidade técnica, ambiental e econó-<br />
Figura 3<br />
mica, Garantindo uma tarifa de tratamento <br />
NN<br />
que o sector tenha capacidade de incorporar <br />
nos seus custos de produção. <br />
<br />
análise<br />
<br />
novo,<br />
<br />
extremamente<br />
<br />
preciso e rápido, os três genótipos possíveis,<br />
...<br />
baseado<br />
Solução<br />
<br />
na detecção<br />
<br />
de mutações<br />
<br />
pontuais<br />
<br />
correspondendo o genótipo nn<br />
(SNPs,<br />
A solução,<br />
<br />
Single<br />
do<br />
<br />
Nucleotide<br />
ponto de vista<br />
<br />
Polymorphisms),<br />
técnico, de-<br />
NN <br />
aos indivíduos susceptíveis, Nn<br />
veria<br />
que<br />
garantir<br />
<br />
permite<br />
os<br />
<br />
detectar<br />
seguintes<br />
<br />
o<br />
pressupostos:<br />
<br />
genótipo<br />
<br />
no gene<br />
<br />
aos portadores heterozigóticos<br />
Ryr1.<br />
•<br />
<br />
Este<br />
Valorização<br />
<br />
método<br />
da<br />
<br />
baseia-se<br />
<strong>com</strong>ponente<br />
<br />
na<br />
<br />
recolha<br />
energéde<br />
e NN aos homozigóticos isentos<br />
Nn<br />
uma<br />
<br />
pequena<br />
tica das<br />
<br />
porção<br />
soluções<br />
<br />
de sangue<br />
de tratamento,<br />
<br />
ou pêlo,<br />
<br />
para do alelo da sensibilidade ao<br />
extracção<br />
• Possibilidade<br />
<br />
do<br />
<br />
DNA<br />
de<br />
<br />
do<br />
tratamento<br />
<br />
animal. O<br />
de<br />
<br />
método<br />
ou-<br />
<br />
halotano.<br />
utiliza<br />
tros<br />
<br />
a técnica<br />
resíduos<br />
<br />
da<br />
orgânicos,<br />
<br />
reacção<br />
<br />
em<br />
<strong>com</strong>o<br />
cadeia<br />
forma<br />
<br />
da João<br />
<br />
Esta Luís técnica Parreira permite, em <strong>com</strong> o de ministro Jaime Silva e o Sec. de Estado Luís Vieira<br />
polimerase<br />
de optimizar<br />
<br />
(PCR<br />
<br />
- polymerase<br />
as tarifas a<br />
<br />
chain<br />
praticar;<br />
reaction uma<br />
<br />
forma rápida,<br />
<br />
eficaz<br />
<br />
e<br />
<br />
amplification),<br />
• Enquadramento<br />
<br />
que permite<br />
para<br />
<br />
amplificar<br />
aplicação<br />
<br />
a<br />
duos orgânicos,<br />
• A opção técnica recaiu sobre uma<br />
precisa,<br />
<br />
identificar<br />
<br />
o genótipo<br />
<br />
região<br />
agrícola<br />
<br />
que<br />
<br />
contem<br />
dos<br />
<br />
a<br />
efluentes<br />
<br />
mutação<br />
pré-tratados Nn<br />
<br />
do gene<br />
<br />
do<br />
• a Reciclagem Figura de nutrientes 4 através solução de tratamento colectivo de<br />
dos<br />
<br />
animais, podendo<br />
<br />
assim<br />
<br />
halotano,<br />
e sobre<br />
<br />
de forma<br />
tudo<br />
<br />
a<br />
que<br />
ser<br />
promovesse<br />
<br />
identificado<br />
a<br />
<br />
em<br />
da valorização agrícola dos efluen- “Digestão Anaeróbia” <strong>com</strong> cogera-<br />
<br />
ser<br />
<br />
de grande<br />
<br />
utilidade<br />
<br />
na<br />
<br />
sequenciador<br />
aplicação<br />
<br />
automático.<br />
do princípio<br />
<br />
É,<br />
do<br />
portanto,<br />
Poluidor-<br />
<br />
uma<br />
tes pré-tratados e<br />
ção.<br />
implementação<br />
<br />
dos programas<br />
nn<br />
<br />
técnica<br />
Pagador.<br />
<br />
baseada<br />
<br />
na detecção da alteração<br />
• a Produção energética e o incentivo<br />
de<br />
<br />
selecção<br />
<br />
em diferentes<br />
<br />
raças<br />
<br />
de<br />
•<br />
um<br />
A<br />
<br />
único<br />
Solução<br />
<br />
nucleótido<br />
deve ainda<br />
<br />
(SNP<br />
garantir<br />
-<br />
<br />
Single<br />
à utilização de energias novas ou re- ... Solução / Tarifa de tratamento<br />
<br />
suínas.<br />
<br />
<br />
Nucleotide<br />
• a protecção<br />
<br />
Polymorfism).<br />
ambiental<br />
<br />
Os resultados<br />
através<br />
<br />
deste<br />
do nováveis contribuindo para a redu- Os aspectos que assumem particular re-<br />
<br />
*Estação Zootécnica<br />
<br />
método<br />
tratamento<br />
<br />
encontram-se<br />
dos<br />
<br />
na<br />
efluentes<br />
Figura<br />
<br />
4,<br />
e<br />
<br />
que<br />
da ade-<br />
ilustra<br />
ção de produção de gases de efeito levância na obtenção de uma “solução” são<br />
<br />
Nacional<br />
quada deposição nos solos dos resí-<br />
<br />
nn de estufa.<br />
os seguintes:<br />
dos efluentes pecuários, é um tema que se es- tratamento dos efluentes, suinícolas e agro- lugar, no sentido de sensibilizar os agentes<br />
tende a todo o território nacional, assumindo pecuários:<br />
do sector, levando-os a reflectir sobre as suas<br />
mais Este relevância, animal ou mais mediatismo, possui numas todas as características responsabilidades de uma individuais boa mãe: e colectivas,<br />
regiões que noutras. A situação que se vive Enquadramento:<br />
tornando-os parte da solução. Por outro lado<br />
hoje no país é, acima de tudo, consequência O Sector é uma das principais actividades houve necessidade de sensibilizar o poder<br />
da falta de estratégia política face a um sector socio-economias da região, representando, <br />
<br />
central e local, levando-os a <br />
<br />
reconhecer a<br />
Mamilos<br />
de importância inquestionável da economia cerca de 2000 postos de trabalho e próximo importância socio-económica do sector e a <br />
nacional. Esta bem falta de estratégia desenvolvidos<br />
levou a que de 450 explorações suinícolas, distribuídas promover a cooperação entre os Ministérios<br />
o país desperdiçasse um conjunto de instru- pelos conselhos de Leiria, Batalha e Porto de da Agricultura, do Ambiente, da Economia e<br />
<br />
<br />
mentos financeiros uniformes<br />
que a U.E. pôs á disposi- Mós.<br />
também das Autarquias.<br />
ção dos seus estados membros nos sucessivos<br />
quadros <strong>com</strong>unitários número de apoio. não<br />
Hoje o sector inferior encontra-se a economica- 12<br />
mente debilitado, e <strong>com</strong> a necessidade urgente<br />
de resolver a problemática ambiental<br />
<br />
<br />
... O Diagnostico <br />
Na região, verifica-se uma Grande Concentração<br />
de Explorações, de pequena e<br />
<br />
<br />
média dimensão, próximas de Zonas Urba-<br />
Promoveu-se uma abordagem integrada<br />
do problema, abordagem essa que se materializou<br />
na constituição da Recilis S.A., empresa<br />
cujo objectivo é a gestão de todo o processo<br />
de tratamento dos efluentes pecuários<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
resultante da sua actividade, sendo que a<br />
solução Boa só poderá corpulência<br />
ser encontrada num quanas,<br />
sem terra associada e ainda <strong>com</strong> grande<br />
deficiência de soluções de Tratamento dos<br />
dos seus aderentes, tendo <strong>com</strong>o accionistas<br />
os utilizadores (suinicultores), empresas da<br />
dro de sustentabilidade técnica e ambiental,<br />
Esqueleto forte<br />
economicamente sustentável e que o sector<br />
tenha Calmos capacidade de incorporar e dóceis na sua estrutura<br />
de custos.<br />
Efluentes.<br />
O Sector agro-pecuário representa a principal<br />
quota de poluição orgânica da Bacia Hidrográfica<br />
<br />
<br />
do Rio Lis.<br />
Fileira e a Associação de Municípios.<br />
... Missão da Recilis<br />
Garantir a continuidade do sector na re- <br />
<br />
Tomando por base uma das regiões mais<br />
gião, resolver o impacte ambiental causado<br />
mediatizadas Excelente do país, Leiria qualidade e a Ribeira dos e ... Estratégia sabor. Este é o melhor pelo sector leitão nas bacias para hidrográficas assar! dos rios<br />
Milagres, apresentamos o enquadramento Tendo em conta a realidade da região e Lis e Lena, desenvolver um plano integrado<br />
<br />
e a estratégia seguida para a resolução do do sector, o primeiro passo foi, em primeiro para o tratamento dos efluentes de suinicul-<br />
Caldas da Raínha<br />
26<br />
94<br />
<strong>Suinicultura</strong><br />
<strong>Suinicultura</strong> Tel. 262 880195 / 831862 Fax. 262 841 790<br />
<br />
<br />
<strong>Suinicultura</strong> 89<br />
<strong>Suinicultura</strong> 67<br />
<strong>Suinicultura</strong> 27
Feira Nacional do Porco Feira Nacional do Porco<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
a escolha da solução técnica e do modelo<br />
de gestão,<br />
a valorização da energia eléctrica produzida<br />
a partir do Biogás<br />
e por fim, porque os custos financeiros<br />
representam uma <strong>com</strong>ponente importante no<br />
valor da tarifa de tratamento, o apoio ao Investimento<br />
(<strong>com</strong>participação do estado).<br />
... Investimento<br />
Para o modelo de Leiria foi estimado um<br />
investimento da ordem dos 31 milhões de<br />
euros<br />
sendo a <strong>com</strong>ponente de tratamento de 20<br />
milhões de euros e a <strong>com</strong>ponente de transporte<br />
de 11 milhões de euros. O apoio ao<br />
investimento, rondará os 30%, situação que<br />
nos parece manifestamente insuficiente.<br />
… Quanto Vamos Pagar<br />
No cenário acima descrito o valor da tarifa<br />
a pagar está estimado em 5,73€ /m3.<br />
Constrangimentos<br />
ao Sucesso das Marcas<br />
Pedro Celeste*<br />
Todos os sectores de actividade e, entre<br />
eles, os industriais, vivem actualmente<br />
um momento particularmente difícil no que<br />
diz respeito à gestão de marcas que resulta,<br />
essencialmente, de 2 grandes problemas: alterações<br />
no mercado e deficiente gestão do<br />
portfolio. Este artigo visa contribuir humildemente<br />
para a reflexão sobre a importância<br />
do tema da criação e gestão de marcas para o<br />
mercado da suinicultura.<br />
Actualmente as alterações são transversais<br />
a todos os actores de um mercado: consumidores,<br />
concorrentes e distribuidores:<br />
Consumidores – estão melhor informados<br />
e possuem um nível educacional mais<br />
elevado; são mais exigentes e menos condescendentes;<br />
Por outro lado, são mais elaborados<br />
no que se refere às suas opções de <strong>com</strong>pra<br />
(os critérios de segmentação demográfica<br />
ou socioeconómicos são agora substituídos<br />
por critérios emotivos e de atitude). De facto,<br />
há cada vez mais consumidores que, pertencendo<br />
às classes sociais mais altas, <strong>com</strong>pram<br />
produtos da marca do distribuidor.<br />
Concorrentes - Actualmente, a reacção<br />
dos concorrentes é mais rápida, sobretudo no<br />
que corresponde a copiar as melhores ideias.<br />
As ideias novas já não funcionam <strong>com</strong>o an-<br />
tes. Quase antes de saírem para o mercado,<br />
já foram copiadas. O aparecimento cada vez<br />
mais rápido de imitações diminuiu o período<br />
de tempo durante o qual um conceito original<br />
podia fazer subir os preços e obter maiores<br />
margens <strong>com</strong>erciais. Copiar é mais fácil<br />
porque o trabalho difícil está feito. Passa-se<br />
a jogar pelo seguro. Porquê perder tempo<br />
a investigar algo, quando alguém o fez por<br />
nós, e para além disso, a solução funciona?<br />
A prática de preços altos entre as tradicionais<br />
marcas dominantes contribuiu para este desenvolvimento.<br />
O facto de se tratarem de empresas<br />
<strong>com</strong> enormes estruturas em termos de<br />
custos, contribui para que esses preços elevados<br />
se transformem em margens de contribuição<br />
menos apetecíveis. Comparados <strong>com</strong><br />
produtos similares, os consumidores optam,<br />
naturalmente, por produtos cujo valor lhes<br />
pareça adequado ao preço.<br />
Distribuidores - Cada vez é mais difícil<br />
obter resultados positivos <strong>com</strong> a gestão das<br />
marcas, porque estas sofrem ataques constantes<br />
devido a estratégias de baixo preço,<br />
onde se incluem os distribuidores <strong>com</strong> marcas<br />
próprias. É o que sucede, por exemplo,<br />
<strong>com</strong> um alargado conjunto de categorias de<br />
produtos, alimentares e de higiene pessoal.<br />
As principais marcas destes mercados têm<br />
perdido quota de mercado a uma cadência<br />
exponencial, substituída essencialmente por<br />
marcas brancas. Na última década, as grandes<br />
cadeias de distribuição investiram sobretudo<br />
no valor acrescentado de serviços,<br />
formação de colaboradores, linhas de apoio<br />
ao consumidor e melhorias de eficiência na<br />
cadeia de valor, o que contribui para um crescimento<br />
significativo da quota de mercado<br />
das marcas próprias, que já ultrapassam os<br />
40% das vendas em mercados diferenciados.<br />
Por outro lado, a introdução de tecnologias<br />
de informação nos locais de venda, garantelhe<br />
mais e melhor informação sobre a evolução<br />
das diferentes marcas, do que os próprios<br />
fabricantes. A relação custo-benefício por<br />
metro de linear permite-lhes gerir <strong>com</strong> maior<br />
profissionalismo as suas próprias marcas e<br />
adequar a oferta às necessidades de consumo<br />
e às tendências do mercado, sem grande<br />
risco. Assim, o poder de negociação dos distribuidores<br />
ganha vantagem à medida que o<br />
tempo passa. Um produto de marca própria<br />
não é mais um sinónimo de baixa qualidade<br />
ou pouca variedade.<br />
Nos dias de hoje a inovação é obrigatoriamente<br />
um tema prioritário e o conhecimento<br />
do mercado também. Na busca incessante de<br />
vantagens <strong>com</strong>petitivas, as empresas têm necessidade<br />
de inovar constantemente.<br />
É neste pressuposto que as marcas se<br />
devem apresentar ao mercado, não tanto por<br />
serem mais criativas do que outras, mas simplesmente<br />
por conseguirem oferecer uma novidade<br />
e também a utilidade do seu produto,<br />
necessária para garantir uma boa receptividade<br />
por parte dos clientes.<br />
É fundamental <strong>com</strong>petir <strong>com</strong><br />
Marcas<br />
Saturação. Concorrência. Mercado.<br />
Oferta. Mais oferta e diferenciação. É a lei do<br />
mais forte. Do que vai mais depressa. Daquele<br />
que tem a última ideia: a mais inovadora.<br />
28 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 29
Nutrição<br />
"<br />
60!* + *"<br />
6 3 "<br />
5 <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
*<br />
<br />
<br />
+ <br />
<br />
"<br />
<br />
<br />
As novas ideias já não funcionam <strong>com</strong>o antes, porque não<br />
duram. Ainda não chegaram ao mercado e já estão a ser copiadas<br />
< !"% 3"= "2 "=<br />
(todos<br />
<br />
descobriram<br />
!"5<br />
o manga/laranja ou o aloé vera ao mesmo<br />
".<br />
tempo?).<br />
Já não são novas: são ideias obsoletas.<br />
".7 Na realidade " o consumidor está a ser bombardeado <strong>com</strong> publicidade<br />
em todos os suportes imagináveis, a todo o momento, <strong>com</strong><br />
um infindável rol de mensagens que, basicamente, dizem: <strong>com</strong>pre-<br />
#0+ "# 0+<br />
me! <strong>com</strong>pre-me! No entanto não deixa de ser verdade que alguns<br />
) > 0* de nós estamos desejosos 4-"?+<br />
de ser os primeiros a descobrir algo de<br />
novo, <strong>com</strong>o seja um sabor diferente, um último gadget, etc…<br />
"<br />
A grande saturação do mercado actual é fruto de uma multiplicidade<br />
de produtos similares que <strong>com</strong>petem por alcançar as boas<br />
<br />
graças dos clientes e faz <strong>com</strong> que, por exemplo, as políticas de<br />
packaging acabem por se tornar um método eficaz para lograr a<br />
desejada diferenciação no linear de <strong>com</strong>pra.<br />
Por outro lado, as imagens, instantâneas e eficazes para iden-<br />
6 + tificar uma marca, são muitas vezes demasiado +<br />
genéricas no seu<br />
simbolismo para poder transmitir o seu propósito. O embrulho das<br />
+ imagens seduz eficazmente, mas são as palavras /@ que lhe restituem /@6 o<br />
verdadeiro significado da sua existência. Palavras <strong>com</strong>o Aloé Vera,<br />
,0 <br />
Paracetamol, Bifidus Activo, Flúor, Light, etc… em si mesmas não<br />
0 7A representam nada de tangível, mas perceptualmente estão associadas<br />
a imagens positivas, porque representam soluções para determinados<br />
constrangimentos.<br />
# ! * <br />
Ao concentrar a oferta na marca esta reforça a <strong>com</strong>unicação,<br />
! !<br />
<br />
<br />
* 0<br />
! "<br />
( <br />
<br />
* <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
,"2 <br />
30 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 31<br />
3"( <br />
#<br />
!<br />
$<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Feira Nacional do Porco<br />
!" "<br />
<br />
<br />
<br />
# $
Feira Nacional do Porco<br />
provocando uma maior mancha na visibilidade<br />
e consequentemente maior notoriedade.<br />
É por isso que, <strong>com</strong> alguma facilidade, se<br />
colocam ao sabor dos desígnios do mercado<br />
todo o tipo de produtos e suas variantes, <strong>com</strong><br />
a finalidade de ficar na expectativa de que algum<br />
seja bem-sucedido.<br />
Com as marcas é precisamente o mesmo.<br />
Tantas soluções e inovações se colocam no<br />
mercado que algumas dão resultado: de tantas<br />
variedades do mesmo produto, uma ou<br />
poucas darão lucro, enquanto a grande maioria<br />
apenas cria “mancha”, mas não se paga a<br />
si própria.<br />
Ser capaz de, no momento apropriado,<br />
conceber um produto ou solução que vá de<br />
encontro à motivação dos clientes, coerente<br />
<strong>com</strong> o negócio e diferenciador face à concorrência<br />
é um trabalho árduo que necessita<br />
de um envolvimento total <strong>com</strong> o processo de<br />
criação, desde o primeiro momento. Antes de<br />
iniciar qualquer alteração é necessário estudar<br />
o produto e, sobretudo, o público-alvo a<br />
quem se destina. Posteriormente consideramse<br />
outros argumentos, <strong>com</strong>o seja a análise do<br />
mercado, relação <strong>com</strong> a estratégia da marca,<br />
novos tipos de embalagens, produtos concorrentes,<br />
material promocional, etc… A partir<br />
daqui exploram-se alternativas de desenho<br />
de forma a <strong>com</strong>provar se a marca <strong>com</strong>unica<br />
eficazmente, para além de se diferenciar da<br />
concorrência e estar coerente <strong>com</strong> a restante<br />
ofertada empresa.<br />
E é aqui que reside o problema, porque<br />
todo este trabalho de preparação ocorre <strong>com</strong><br />
pouca frequência. Todos assistimos nos diferentes<br />
meios de <strong>com</strong>unicação a um aumento<br />
do grau de sofisticação da oferta de um tipo<br />
de produto que teimava em não se diferenciar:<br />
garrafas de água. Hoje sabe-se que é<br />
possível vender águas <strong>com</strong> uma multiplicidade<br />
de formas, cores, etiquetas e sabores.<br />
Neste segmento de mercado, a inovação deixou<br />
de o ser no momento em que o segundo<br />
concorrente copiou o primeiro, fazendo <strong>com</strong><br />
que o mercado das águas tenha chegado a um<br />
volume de negócios que parecia absurdo há<br />
alguns anos atrás.<br />
No que diz respeito ao mercado de bens<br />
de consumo, as empresas tendem a focalizar<br />
a sua estratégia na construção de marcas fortes,<br />
da qual resultam incrementos de produtividade<br />
importantes, designadamente através<br />
da sinergia de processos (fabrico, <strong>com</strong>ercialização,<br />
distribuição, esforço de marketing,<br />
etc…). Conjugando este cenário <strong>com</strong> o aumento<br />
do poder negocial por parte dos distribuidores,<br />
que exigem inovação e rotatividade<br />
constantes, estamos perante uma atomização<br />
de categorias de produtos, respectivas linhas<br />
e variedades em cada linha, contribuindo<br />
para o repensar das estratégias de marketing<br />
futuras.<br />
O mercado industrial da suinicultura tem<br />
tudo para crescer em termos da afirmação de<br />
soluções diferenciadas e próprias. Deve procurar<br />
captar nichos de mercado que saibam<br />
valorizar a oferta, sem deixar que o preço<br />
constitua a única variável de decisão. Não<br />
esqueçamos: para um industrial um “pata negra”<br />
é uma categoria de produtos <strong>com</strong> uma<br />
determinada especificação. Para o consumidor<br />
não passa de uma “grande marca”. Saibamos<br />
criar inúmeras “patas negras”!<br />
FAN of<br />
Tryptophan !*<br />
*Adepto do Triptofano !<br />
A J I N O M O T O A N I M A L N U T R I T I O N<br />
AJINOMOTO EUROLYSINE S.A.S.<br />
32 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 33<br />
Nutrição<br />
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Centro Emp. Sintra-Estoril II<br />
Rua Pé de Mouro - Edif C.<br />
Apartado 48 - Estrada de Albarraque<br />
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Tel: +351 219 248 140<br />
Fax: +351 219 248 141<br />
153, rue de Courcelles - 75817 Paris cedex 17 - France<br />
Tel : +33 1 44 40 12 12 - Fax : +33 1 44 40 12 13<br />
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AJINOMOTO EUROLYSINE S.A.S. está certificada de acordo <strong>com</strong> as ISO 9001, FAMI-QS, ISO 14001 e OHSAS 18001<br />
Para garantir um bom<br />
arranque, os leitões necessitam<br />
de alimentos <strong>com</strong> um fornecimento<br />
equilibrado de<br />
aminoácidos.<br />
Os estudos nutricionais mais<br />
recentes demonstram que na<br />
etapa posterior ao desmame,<br />
o triptofano tem um efeito<br />
positivo na ingestão voluntária<br />
dos alimentos e nos rendimentos<br />
produtivos, no qual o rácio<br />
óptimo entre o triptofano e a<br />
lisina é de 22%.<br />
Equilibrar um alimento <strong>com</strong><br />
um suplemento adequado de<br />
L-Triptofano oferece aos leitões<br />
a oportunidade de beneficiar<br />
de um bom <strong>com</strong>eço. Por esta<br />
razão eles já são adeptos do<br />
triptofano.<br />
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www.tryptophan.eu<br />
O L-Triptofano tecnicamente puro está suportado<br />
pela regulação EC 1831/2003 de 22/09/2003 dentro<br />
dos aditivos para alimentação animal, categoria<br />
“aditivos nutritivos”, grupo de aditivos<br />
“aminoácidos, os seus sais e análogos” e o seu uso<br />
está aprovado para todas as espécies animais.<br />
Privilège : +33 1 47 47 20 80
ORGANIZAÇÃO<br />
Sessões<br />
de Esclarecimento<br />
Recolha e Destruição de Cadáveres Sessões de Esclarecimento<br />
NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />
Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />
Fragoso de Almeida Margarida Bairrão Teresa Figueiredo Pina da Fonseca Patrícia Tavares Santos<br />
A A R A - Auditório C. M. Alcobaça - 02 de Dezembro<br />
GRIPE A-Medidas de Biosegurança nas Explorações Suninícolas<br />
Dr. Pina da Fonseca e/ou Dr.ª Patrícia Santos<br />
Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />
Sessões<br />
SIRCA Suínos – Zonas de<br />
de<br />
recolha organizada<br />
Esclarecimento<br />
e zonas remotas<br />
2009 Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />
dade<br />
Ao finalizar mais um ano de actividade<br />
não quiz a FPAS deixar de cumprir a tradição<br />
de, pelo menos uma vez por ano, visitar as<br />
Associações Federadas e levar até aos seus<br />
associados algumas informações de caracter<br />
técnico que, a cada momento sejam consideradas<br />
de maior actualidade e importância para<br />
o sector.<br />
Baseados neste pressuposto, e escolhidos<br />
os temas “Gripe A” e “Sirca-suínos” contactámos<br />
o Sr. Director Geral de Veterinária, no<br />
sentido de, mais uma vez colaborar <strong>com</strong> a<br />
FPAS atarvés da disponibilização de técnicos<br />
para nos apoiarem neste trabalho.<br />
Terminado o ciclo de 8 sessões, não temos<br />
dúvidas em afirmar que dificilmente<br />
poderíamos ter melhor conjunto de oradores<br />
dos que aqueles que nos apoiaram: Dr. Pina<br />
da Fonseca, Dr.ª Patrícia Tavares Santos, Dr.<br />
Carlos Fragoso de Almeida, Dr.ª Margarida<br />
Bairrão e Dr.ª Teresa Figueiredo.<br />
A forma simples e directa <strong>com</strong>o abordaram<br />
temas de alguma <strong>com</strong>plexidade demonstrou,<br />
por um lado, o conhecimento profunda<br />
das matérias, permitindo, por outro que todos<br />
recolhessem ensinamentos que muito poderão<br />
ajudar na gestão diária das suas explorações.<br />
Cabe aqui um agradecimento muito especial<br />
ás Direcções das Associações Federadas<br />
e seus técnicos que, <strong>com</strong> o seu trabalho e<br />
dinamismo, muito contribuiram para o êxito<br />
das sessões.<br />
Por fim não queremos perder a oportuni-<br />
APOIOS<br />
de demonstrar o nosso público agradecimento<br />
ás empresas que connosco colaboraram<br />
e sem as quais não teríamos tido hipótese<br />
de levar por diante esta tarefa.<br />
São elas: ALFAVET, CALIER, CEVA,<br />
ELANCO e NUTEGA<br />
34 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 35
Sessões<br />
de Esclarecimento<br />
NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />
Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />
Gripe A – Situação e Prevenção<br />
no Sector Suinícola<br />
A A R A - Auditório C. M. Alcobaça - 02 de Dezembro<br />
Tavares Santos, P.;<br />
gripe suína, da gripe aviaria e da gripe hu- de inter-pandemia (fases 1 e 2), período de<br />
Pina Fonseca, A. *;<br />
mana numa <strong>com</strong>binação que não tinha sido alerta de pandemia (fases 3, 4 e 5) e período<br />
Agrela Pinheiro, C. *<br />
observada antes.<br />
de pandemia (fase 6). A fase 6 ou pandemia<br />
A Gripe A apresenta sintomas semelhan- é declarada quando aumenta a transmissão<br />
tes aos da Gripe Sazonal mas para além dos<br />
Introdução<br />
humanos, infecta também suínos e aves e<br />
contínua entre a população geral.<br />
No entanto a declaração de pande-<br />
Nos últimos meses, as noticias sobre a eventualmente outras espécies. No entanto, o mia não tem relação <strong>com</strong> a gravidade da<br />
Gripe A têm tido destaque nos meios de co- vírus não se transmite pela ingestão de car- doença: “A passagem à fase 6 do alerta<br />
municação social, contribuindo para um alarne. de pandemia, decidida pela Organiza-<br />
mismo exagerado e gerando por vezes mais Sabe-se agora que o vírus já sofreu algução Mundial de Saúde, deve-se à faci-<br />
“desinformação” do que esclarecimento.<br />
mas ligeiras mutações, tendo-se tornado mais lidade e velocidade de propagação do<br />
Inicialmente e erradamente denominada resistente aos anti-virais, mas a sua notorie- vírus a nível mundial e não à sua gravida-<br />
Gripe Suína, por não estar esclarecido o papel<br />
epidemiológico dos suínos na transmissão do<br />
dade mediática deve-se sobretudo ao facto<br />
de ter adquirido rapidamente características<br />
de clínica. Apesar de ter atingido um número<br />
elevado de países em todo o mundo,<br />
vírus, esta nova epidemia lançou novamente pandémicas.<br />
o vírus tem revelado, até à data, baixa viru-<br />
suspeitas sobre o sector pecuário e mais con- Uma pandemia (do grego [pan = tudo/ lência.” – Declaração do Ministério da Saúcretamente<br />
sobre o consumo de carne, neste todo(s)] + [demos = população]) é uma epide. caso a de porco.<br />
demia de doença infecciosa que se espalha A transmissão do vírus da Gripe A é idên-<br />
Não obstante, pelo facto de infectar hu- facilmente entre a população de uma grande tica à dos outros vírus da gripe, ou seja por<br />
manos e animais e pelo risco do vírus poder região geográfica. De acordo <strong>com</strong> a Orga- contacto directo ou indirecto. Na transmissão<br />
sofrer mutações ou re<strong>com</strong>binações, constitui nização Mundial da Saúde, uma pandemia directa há contacto <strong>com</strong> as secreções das vias<br />
preocupação bastante, quer pelas repercus- pode <strong>com</strong>eçar quando se reúnem as seguin- respiratórias de uma pessoa contaminada ao<br />
sões a nível da Saúde Pública e da Saúde tes condições:<br />
falar, espirrar, ou tossir; na transmissão indi-<br />
Animal, quer pelos eventuais impactos eco- • Aparecimento de uma nova doença reta, as mãos após contato <strong>com</strong> superfícies<br />
nómicos, que justifica uma actuação e um infecciosa;<br />
ou objectos recentemente contaminados por<br />
esclarecimento por parte da Autoridade Sa- • O agente infecta humanos, causan- secreções respiratórias de um indivíduo innitária<br />
Veterinária Nacional.<br />
do uma doença séria;<br />
fectado, transportam o agente infeccioso para<br />
• O agente espalha-se fácil e sustenta- a boca, nariz e olhos.<br />
A Gripe A<br />
velmente entre humanos.<br />
O período de transmissão do vírus é de<br />
O vírus da Gripe A (H1N1)v é uma nova As fases mundiais de pandemia para a 2 dias antes até 7 dias após o início dos sin-<br />
estirpe de vírus da gripe que afecta humanos Gripe, segundo a Organização Mundial de tomas.<br />
e que contém segmentos de genes de vírus da Saúde, agrupam-se em três períodos: período O vírus pode sobreviver várias horas em<br />
superfícies de equipamentos utilizados frequentemente<br />
<strong>com</strong>o sejam bancadas, maçanetas<br />
de portas, varões, corrimãos, manípulos<br />
de torneiras, etc.<br />
GRIPE A-Medidas de Biosegurança nas Explorações Suninícolas<br />
Dr. Pina da Fonseca e/ou Dr.ª Patrícia Santos<br />
Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />
SIRCA Suínos – Zonas de recolha organizada e zonas remotas<br />
Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />
<br />
ORGANIZAÇÃO<br />
!!"# !# APOIOS<br />
$%<br />
# &! ! ' (! )$%* ! "#<br />
<br />
! ! ! #, % ! <br />
!#, %!,# ! $# #<br />
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3456# !,#!"#)# "# 6<br />
!,#!#, !!# # $%<br />
!! <br />
!!!789: !4;
Sessões<br />
de Esclarecimento<br />
NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />
Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />
A A R A - Auditório C. M. Alcobaça - 02 de Dezembro<br />
Embora o número acumulado de casos de<br />
Gripe A seja mais elevado no Sul da Europa<br />
(devido sobretudo à densidade populacional),<br />
verifica-se que a intensidade tem aumentado<br />
do Norte para o Sul da Europa (o que está<br />
de acordo <strong>com</strong> as condições meteorológicas<br />
observadas neste período).<br />
Suínos<br />
À data de 4 de Dezembro de 2009, a Europa<br />
contava já <strong>com</strong> 49 focos em suínos, todos<br />
eles em países que apresentaram elevada<br />
intensidade de gripe em Humanos.<br />
Aves<br />
Também Para além disso, em 42 dos focos hou-<br />
nas aves são reportados focos<br />
ve uma exposição prévia a Humanos <strong>com</strong><br />
devidos 6 ao vírus %!)!!,#+ Influenza A (H1N1)v, todos<br />
)# '345!<br />
sintomas gripais na exploração, sendo ainda<br />
eles<br />
<br />
em perús; o primeiro<br />
;H!O#<br />
ocorre no Chile a<br />
!. desconhecida 8@2##<br />
a origem da infecção nos res-<br />
23 de Julho e posteriormente no Canadá e<br />
<br />
tantes 7.<br />
nos EUA, em Outubro e Novembro respectivamente.<br />
! #"# Até #!!# ao momento, este novo % vírus não<br />
parece causar mais problemas sanitários<br />
) Nestes animais, !"#"# a única sintomatologia !-<br />
que os causados pelos outros vírus da gripe<br />
observada consiste numa quebra acentuada<br />
que circulam nos suínos, i.e. uma infecção<br />
da postura, não se verificando quaisquer sin-<br />
auto-limitante do aparelho respiratório <strong>com</strong><br />
tomas de origem respiratória.<br />
"#$%&'(() <<br />
sintomas pouco específicos (febre repentina,<br />
Focos de Influenza A (H1N1)v em perús<br />
Data do 1<strong>º</strong> foco País N<strong>º</strong> Focos Mortes<br />
Humanos <strong>com</strong> sintomas gripais na ex- letargia, falta de apetite, tosse, descargas na-<br />
*(+<br />
ploração antes dos focos<br />
+" sais ou oculares, espirros e dificuldades res-<br />
$ 23-Jul Chile 2 0 Sim<br />
piratórias).<br />
09-Out Canadá 1 0 ?<br />
16-Nov EUA 1 0 Sim<br />
Situação em Portugal<br />
Situação na Europa<br />
gripais (influenzanet.<strong>com</strong>), feita em alguns Até 29 de Novembro de 2009, tinham<br />
Humanos<br />
países europeus, pode verificar-se que, até ao sido registados cerca de 122.000 casos de<br />
Como referido anteriormente, o primeiro mês de Novembro de 2009, a incidência de Gripe A em Portugal, correspondendo a<br />
caso de Gripe A na Europa surgiu em Abril sintomas gripais não parece apresentar dife- 1,15% da população, e 23 óbitos. Segundo o<br />
de 2009 em Espanha, e até ao final do mês de renças significativas em relação ao ano ante- ECDC, Portugal apresenta uma intensidade<br />
Junho, a grande maioria dos países europeus rior. Constata-se no entanto que o pico epidé- média, uma distribuição nacional e uma ten-<br />
tinha já declarado casos de Gripe A. mico se antecipou de cerca de um a dois medência estável.<br />
Da monitorização on-line de sintomas ses em relação à gripe sazonal 2008/2009. Tal <strong>com</strong>o para outros países europeus,<br />
na monitorização on-line de sintomas gripais<br />
(influenzanet.<strong>com</strong>), pode verificar-se que a<br />
incidência de sintomas gripais não parece<br />
apresentar diferenças significativas em relação<br />
ao ano anterior, constatando-se igualmente<br />
uma antecipação de cerca de mês e<br />
meio do pico epidémico em relação à gripe<br />
sazonal 2008/2009.<br />
Até à data, não foi reportado nenhum<br />
foco em animais em Portugal.<br />
2<br />
Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />
<br />
/ 6<br />
SIRCA Suínos – Zonas de recolha organizada e zonas remotas<br />
Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />
APOIOS<br />
8 ##!!!0! #!8#3!!<br />
#!L! !!# ' 5):"# !!# !!<br />
#!8#3"#.!! ,- !$/-! ,!5<br />
$<br />
7. / <br />
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(8. 6; ( <br />
I<br />
<br />
<br />
4# <br />
)! ! 8###!;
Sessões<br />
de Esclarecimento<br />
NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />
Conclusões sobre o custo de produção: Os custos de produção aumentaram<br />
principalmente no que toca á mão de obra, factores de produção e serviços, fazendo <strong>com</strong><br />
que os seus valores aumentassem cerca de 1% ao ano (<strong>10</strong>% em <strong>10</strong> anos).<br />
As rações não aumentaram de preço, não sendo essa a razão para o aumento do custo de<br />
produção. Em resumo o custo de produção do porco terá no entanto aumentado 9,5 –<br />
<strong>10</strong>% nos últimos <strong>10</strong> anos.<br />
Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />
##$%&'(()6(1 3 anteriores, não é difícil destacar as principais<br />
• Reforçar a limpeza e desinfecção<br />
78= 73= 7>=<br />
preocupações em relação ao sector suiníco-<br />
a nível europeu das instalações; e mundial, Notícias bem <strong>com</strong>o a sua<br />
PRECIOS CERDO VIVO vs COSTE PRODUCCIÓN<br />
la:<br />
evolução • Não e tendência. dar restos de alimentos aos ani-<br />
(€/<strong>10</strong>0 KG)<br />
• Os suínos são sensíveis à infecção<br />
No quadro mais. seguinte temos os censos do<br />
Xviii 140Feira<br />
Nacional do Porco e Xvi Feira Nacional de Salsicharia<br />
pelo vírus da Gripe A;<br />
sector na UE de 86 a 2003, antes do alarga-<br />
120<br />
• A circulação viral elevada em su-<br />
O Ponto de Encontro da Fileira Medidas mento. no Montijo<br />
de Reforço da Bios-<br />
GRIPE A-Medidas de Biosegurança nas Explorações <strong>10</strong>0<br />
ínos pode conduzir Suninícolas<br />
a mutações ou<br />
segurança Neste gráfico determinadas vemos a evolução pela dos cen-<br />
80 <br />
Dr. 7= Pina da Fonseca 2= e/ou Dr.ª Patrícia 2(= Santos<br />
re<strong>com</strong>binações imprevisíveis no<br />
A linha amarela tracejada representa a tendência sos dos principais países produtores, obser-<br />
€<br />
Direcção do preço Geral médio. de Podemos Veterinária observar que<br />
<br />
ela vai diminuindo de 1995 a 2005 (em 1995 encontra-se acima da linha vermelha, que<br />
vírus;<br />
60<br />
representa a média do preço dos <strong>10</strong> anos, e (Nota vando-se em 2005 de já a se Serviço espectacular encontra abaixo de subida 17 da mesma). de de Julho Espanha<br />
<br />
• Em 86% dos focos na Europa hou-<br />
40<br />
<br />
de entre 2009) os anos 1986 (momento da nossa entra-<br />
Ao invés da produção, a <strong>com</strong>ercialização (preço e condições de venda) não depende<br />
Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />
ve confirmadamente uma exposição<br />
20<br />
exclusivamente da empresa, mas sim de aspectos da e<br />
<br />
• a UE) muito Uso e mais o sistemático ano <strong>com</strong>plicados, 2001. Alemanha, de máscara que não França são de pa-e<br />
por ela controlados. Na fixação do preço além<br />
<br />
Dinamarca da oferta mostram e da procura, uma entram evolução em jogo<br />
prévia a humanos infectados, i.e. a<br />
0<br />
bastante<br />
1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001<br />
Sin embargo el precio de venta de los animales (cerdo<br />
outros<br />
vivo cebado<br />
factores 2.002 2.003<br />
de<br />
tais<br />
Mercolleida)<br />
<strong>com</strong>o 2.004 o mercado 2.005<br />
no<br />
nacional, o mercado pel descartável; europeu e inclusivamente o<br />
infecção passou dos humanos para<br />
€ <strong>10</strong>8,15 117,73 123,27 88,37 81,76 <strong>10</strong>4,76 130,19 ha evolucionado de la misma forma, del 95 al 2005 se mantuvo<br />
mercado <strong>10</strong>0,99<br />
a<br />
mundial, 95,55<br />
1,054 €<br />
e<br />
de<br />
também <strong>10</strong>2,19<br />
media, con<br />
as <strong>10</strong>6,32 outras produções regular. animais, São dignas a elasticidade de nota cruzada as descidas dos da<br />
em Portugal está directamente relacionado <strong>com</strong> as mãos ou <strong>com</strong> objectos du- • Qualquer funcionário <strong>com</strong> sintomas<br />
Media <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 preços, <strong>10</strong>5,4 as barreiras <strong>10</strong>5,4sanitárias, <strong>10</strong>5,4 as <strong>10</strong>5,4 tendências de consumo da população e até mesmo as<br />
os suínos;<br />
" #$$%$ máximos de 1,3 $<br />
(año 2001) y 0,817 (1999). <br />
Holanda e Reino Unido, antigos pioneiros<br />
Coste aprox 89 89,9 90,8 91,7 92,6 93,5 94,5 95,4 96,4 97,3 98,3<br />
<strong>com</strong> o contacto <strong>com</strong> humanos infectados. rante decisões o trabalho; de organismos internacionais (OMC). de gripe não deve contactar <strong>com</strong> os<br />
2= 27= 22=<br />
SIRCA Suínos – Zonas de recolha organizada • e zonas Existe um risco remotas<br />
acrescido de infec-<br />
"# ) ! AÑOS Para % a 6fixação !),do ! preço, e para se ter uma da ideia produção de quais e dos os factores avanços que tecnológicos mais irão do<br />
Assim, o <strong>com</strong>portamento do produtor, tal • Utilizar influenciar equipamento a rentabilidade de da protecção animais durante pelo menos 7 dias;<br />
empresa suinícola deverá ser tido em conta as estatísticas<br />
#$/$%# ,7<br />
Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />
ção dos suínos durante os próximos<br />
<br />
sector.<br />
<strong>com</strong>o o do Médico Veterinário Assistente, pessoal a nível descartável;<br />
europeu e mundial, bem <strong>com</strong>o a sua evolução • Proibição e tendência. do acesso a todas as pes-<br />
2#, % ,L )$%,#!<br />
<br />
No quadro seguinte temos os censos do sector (ver página na UE seguinte) de 86 a 2003, antes do<br />
meses.<br />
é de crucial importância na prevenção, pois • Cobrir alargamento. a boca e o nariz <strong>com</strong> lenço soas estranhas às instalações da ex-<br />
#$%!#, ! !#'#$/# $/,<br />
A Gripe A na interface entre animais e<br />
constituem<br />
e em 2005 já<br />
o principal<br />
se encontra factor<br />
abaixo<br />
de risco<br />
da mesma). de in- descartável ao tossir ou espirrar;<br />
ploração;<br />
,#<br />
" humanos #$$%$ tem sido regularmente $ discutida<br />
trodução<br />
Ao invés<br />
do vírus<br />
da produção,<br />
na exploração. a <strong>com</strong>ercialização<br />
<br />
• Não <strong>com</strong>partilhar alimentos, copos, • Restrição máxima de circulação de<br />
8 QAS ! ) 8# # )! # &$% 6 # <br />
ORGANIZAÇÃO<br />
APOIOS<br />
nas reuniões do "# Comité ) Permanente ! da Ca (preço Seguindo e condições as orientações de venda)<br />
da não<br />
CE, depen-<br />
a Di- toalhas e objectos de uso pessoal;<br />
veículos oriundos do exterior da ex-<br />
)! % 6 !), )$%#!# ! #, <br />
21= 28= 23=<br />
deia Alimentar e Saúde Animal, da Comisrecçãode<br />
exclusivamente Geral de Veterinária<br />
da empresa, tem vindo mas sim<br />
a di- • Evitar contacto próximo <strong>com</strong> pes- ploração;<br />
#$/$%# ,7<br />
8&#!! )$%!#, de !# -&<br />
são Europeia. No início de Novembro, os<br />
vulgar, <br />
aspectos<br />
desde<br />
muito<br />
Maio,<br />
mais<br />
informação<br />
<strong>com</strong>plicados,<br />
e re<strong>com</strong>en- soas doentes;<br />
• Desinfecção profunda e sistemática<br />
2#, % ,L )$%,#!<br />
que não<br />
Estados Membros aprovaram um documento<br />
dações <br />
<br />
são por<br />
para<br />
ela controlados.<br />
os sectores suinícola<br />
Na fixação<br />
e<br />
do<br />
aviário, • Manter o ambiente ventilado.<br />
de todos os veículos que acedam ao<br />
? -<br />
preço<br />
orientador #$%!#, actualizado sobre vigilância, mo- ! !#'#$/#<br />
que $/, <br />
além<br />
assentam<br />
da oferta<br />
fundamentalmente<br />
e da procura, entram<br />
no<br />
em<br />
reforço • Medidas de Biossegurança<br />
espaço da exploração (rodilúvios e<br />
jogo<br />
nitorização ,# e medidas de controlo em suínos,<br />
<br />
das <br />
outros<br />
medidas<br />
factores<br />
de<br />
tais<br />
biossegurança.<br />
<strong>com</strong>o o mercado<br />
Obviamente, • Estar atento aos primeiros sintomas arcos de desinfecção);<br />
nacional,<br />
<strong>com</strong> 8 o objectivo QAS ! de reduzir ) os riscos 8# para a # )! <br />
devem #<br />
o mercado<br />
igualmente &$%<br />
europeu<br />
ser<br />
e inclusivamente<br />
aplicadas 6as medidas # de doença nos animais;<br />
• Reforço da eficácia das barreiras<br />
o mer-<br />
Saúde <br />
)! Animal e Saúde Pública, )$%#!# que assenta #, de<br />
cado<br />
higiene <br />
mundial,<br />
e protecção<br />
e também<br />
pessoal,<br />
as outras<br />
amplamente • Reforçar o filtro sanitário à entrada físicas contra a entrada de pragas<br />
produções <br />
*-0$$ #, <br />
6<br />
em três princípios chave que são a vigilância,<br />
divulgadas<br />
animais, a elasticidade<br />
pelo<br />
<br />
Ministério<br />
cruzada <br />
da Saúde.<br />
da exploração;<br />
(ex: roedores) e de outros animais<br />
8&#!! )$%!#, !# -& dos preços, as <br />
<br />
R!!I!9'!;
Sessões<br />
de Esclarecimento<br />
NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />
Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />
são aplicáveis à produção em extensivo ou ao<br />
ar livre, pelo que cabe ao Médico Veterinário<br />
Assistente avaliar os riscos de introdução do<br />
vírus na exploração e adequar ou reforçar as<br />
medidas de biossegurança.<br />
Vigilância activa e passiva<br />
Em Julho de 2009, a Direcção Geral de<br />
Veterinária iniciou colheitas de material em<br />
explorações de suínos para pesquisa do vírus<br />
Influenza A (H1N1)v. Foram testadas explorações<br />
das cinco Regiões e todos os resultados<br />
foram negativos.<br />
Uma vigilância activa e sistemática, nesta<br />
fase, seria in<strong>com</strong>portável pelo que a vigilância<br />
nas explorações de suínos irá assentar<br />
maioritariamente na detecção precoce de<br />
sintomas que façam suspeitar da presença da<br />
infecção na exploração.<br />
Em caso de suspeita, o Médico Veterinário<br />
Assistente deve ser informado de imediato<br />
e, caso a suspeita se confirme, devem ser<br />
notificados os Serviços Veterinários Locais<br />
ou Regionais.<br />
Vacinação<br />
Humanos<br />
A pedido da Federação Portuguesa das<br />
Associações de Suinicultores (FPAS) e da<br />
Federação Portuguesa das Associações Avícolas<br />
(FEPASA), a Direcção Geral de Veterinária<br />
solicitou à Direcção Geral da Saúde a<br />
inclusão dos trabalhadores dos sectores suinícola<br />
e avícola nos grupos prioritários para<br />
a vacinação contra a Gripe A. Em resposta ao<br />
solicitado, a Direcção Geral da Saúde incluiu<br />
os trabalhadores no Grupo C para a vacinação.<br />
No entanto, mesmo após vacinação, nenhum<br />
trabalhador do sector deve descurar as<br />
medidas de biossegurança referidas anteriormente.<br />
Suínos<br />
A eficácia das vacinas contra a Gripe<br />
Suína na protecção contra o novo vírus Influenza<br />
A (H1N1)v é ainda desconhecida,<br />
não havendo conhecimento da existência de<br />
imunidade cruzada.<br />
Nesta fase, não existem conhecimentos<br />
científicos suficientes para considerar a utilização<br />
de vacinas específicas na prevenção ou<br />
controlo do vírus em suínos.<br />
A A R A - Auditório C. M. Alcobaça - 02 de Dezembro<br />
ORGANIZAÇÃO<br />
Medidas de controlo em caso de<br />
foco<br />
Com base nos conhecimentos actuais sobre<br />
o vírus e nas re<strong>com</strong>endações da CE, em<br />
caso de surgimento de um foco em suínos,<br />
estão p<strong>revista</strong>s as seguintes medidas de controlo:<br />
• Restrição dos movimentos para outras<br />
explorações ou centros de agrupamento<br />
até 7 dias após o desaparecimento<br />
dos sintomas;<br />
• Autorização da movimentação para<br />
abate de porcos sem sintomas ou<br />
recuperados;<br />
• APOIOS Reforço das medidas de biossegurança;<br />
• Reforço das medidas de higiene;<br />
• Reforço das medidas de protecção<br />
pessoal.<br />
No entanto, estas medidas poderão ser<br />
alteradas sempre que a evolução epidemiológica<br />
da doença assim o determinar.<br />
Conclusões<br />
Os suínos são susceptíveis ao vírus Influenza<br />
A (H1N1)v, assim <strong>com</strong>o a outros vírus<br />
da gripe, o que faz deles o “recipiente”<br />
ideal para a re<strong>com</strong>binação viral, que pode<br />
constituir uma séria ameaça não só para a<br />
Saúde Animal mas também para a Saúde Pú-<br />
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blica.<br />
Os suinicultores têm assim uma responsabilidade<br />
acrescida, que além de sanitária é<br />
também cívica: prevenir a infecção dos suínos<br />
e a dispersão do vírus e, por esta via,<br />
protecção do sector de eventuais impactos<br />
económicos.<br />
De momento, a única arma disponível<br />
para tal é a biossegurança, que terá que ser<br />
reforçada ao máximo nos próximos meses de<br />
Inverno.<br />
Como para qualquer outra doença que<br />
surge pela primeira vez, teremos todos que<br />
actuar de acordo <strong>com</strong> o conhecimento, i.e.<br />
detectando precocemente a doença (Vigilância)<br />
e adequando as medidas ao risco (Proporcionalidade)<br />
e à evolução epidemiológica<br />
(Flexibilidade).<br />
GRIPE A-Medidas de Biosegurança nas Explorações Suninícolas<br />
Dr. Pina da Fonseca e/ou Dr.ª Patrícia Santos<br />
Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />
SIRCA Suínos – Zonas de recolha organizada e zonas remotas<br />
Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />
Mais informações<br />
Poderá ser consultada mais informação<br />
nos seguintes websites:<br />
Direcção Geral de Veterinária (DGV):<br />
http://www.dgv.min-agricultura.pt<br />
Direcção Geral da Saúde e dos Consumidores<br />
(DG SANCO): http://ec.europa.<br />
eu/dgs/health_consumer<br />
Organização Mundial de Saúde Animal<br />
(OIE): http://www.oie.int<br />
Direcção Geral da Saúde (DGS): http://<br />
www.dgs.pt<br />
Centro Europeu para a Prevenção e Controlo<br />
de Doenças (ECDC): http://ecdc.<br />
europa.eu<br />
Organização Mundial de Saúde (OMS):<br />
http://www.who.int<br />
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42 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 43<br />
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SIRCA - Suínos<br />
Margarida Bairrão*<br />
Sessões<br />
de Esclarecimento<br />
A Federação Portuguesa de Associações<br />
de Suinicultores (FPAS) propôs à Direcção<br />
Geral de Veterinária (DGV) que colaborasse<br />
em Sessões de Esclarecimento sobre Gripe A<br />
– Medidas de Biossegurança nas Explorações<br />
Suinícolas e sobre o Sistema de Recolha de<br />
Cadáveres de suínos mortos nas explorações<br />
(SIRCA-Suínos) – Zonas de recolha organizada<br />
e zonas remotas.<br />
Aquela solicitação mereceu concordância<br />
da Direcção Geral, tendo os técnicos do<br />
Serviço de apoio à suinicultura da Direcção<br />
de Serviços Veterinários da Região de Lisboa<br />
e Vale do Tejo, sido encarregues de apresentar<br />
o tema sobre o SIRCA-Suínos.<br />
O SIRCA - Suinos surge para cumprimento<br />
de uma lei <strong>com</strong>unitária (Regulamento<br />
(CE) n.<strong>º</strong> 1774 /2002 de 3 de Outubro) que é<br />
<strong>com</strong>um a todos os vinte e sete Estados Membros.<br />
De acordo <strong>com</strong> este Regulamento, os<br />
cadáveres de suínos são subprodutos animais<br />
não destinados ao consumo humano e <strong>com</strong>o<br />
tal têm que ser armazenados, manuseados,<br />
recolhidos, transportados, utilizados, transformados<br />
e/ou eliminados de acordo <strong>com</strong><br />
regras que salvaguardem a sanidade animal<br />
e a saúde pública (Fig. 1).<br />
Ainda de acordo <strong>com</strong> o disposto no Regulamento,<br />
os cadáveres de suínos mortos<br />
nas explorações são considerados subprodutos<br />
de Categoria 2 e o seu destino só pode ser<br />
eliminação directa por incineração ou transformação<br />
sempre em Unidades aprovadas<br />
para o efeito (Fig. 2).<br />
Aos serviços da DGV <strong>com</strong>pete a fiscalização<br />
dos aspectos sanitários e supervisão<br />
do armazenamento e recolha, dos subprodutos<br />
animais nas explorações onde são gerados,<br />
até serem expedidos (Decreto-Lei n.<strong>º</strong><br />
122/2006 de 27 de Junho).<br />
É ainda atribuição da DGV a aprovação<br />
do Plano alternativo ao SIRCA (se for essa a<br />
opção do suinicultor) e a<strong>com</strong>panhamento da<br />
! !+<br />
4056'+<br />
!!.=!-A!*!<br />
74056!!!!0!5"+89::;<<br />
!, -./<br />
/! !!!<br />
Sessões de Esclarecimento<br />
=>>=?7 .!!/"$! /0 1 23-<br />
B)!!+<br />
+!<br />
NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />
Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />
! 4056'+ 0!- / <br />
*! A<br />
Estado Membro <strong>com</strong> base nos critérios, bai-<br />
74056!!!!0!5"+89::;<<br />
' !<br />
"$! xa densidade de efectivos suínos e/ou ! maior<br />
distanciamento das unidades de transforma-<br />
=>>=?7 .!!/"$! +!<br />
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*- A! <<br />
!*- !-<br />
ção de subprodutos (UTS), .- &<br />
O Director Geral de Veterinária, fez sa-<br />
A/ ber através de Edital publicado em ' 13 de Outubro<br />
de 2009, quais os concelhos que fazem<br />
""/!-//+8J;!/!<br />
NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />
!-.!<br />
<br />
dimensão reduzida. Nesta modalidade, o netes do SIRCA-Suínos, terá que ser sempre<br />
crotério tem que estar equipado <strong>com</strong> câmara a<strong>com</strong>panhada de uma Ficha que substitui a<br />
de congelação que assegure uma temperatura Guia de A<strong>com</strong>panhamento de Subprodutos<br />
constante de 5 graus negativos, devidamen- (Mod. 376-E/DGV).<br />
te identificada e de uso exclusivo para este O correcto preenchimento desta Ficha<br />
efeito.<br />
(Fig.5), permitirá obter dados importantes<br />
Sempre que necessário, a recolha poderá<br />
ser * antecipada +<br />
por chamada telefónica, para<br />
para a gestão sanitária das explorações, nomeadamente<br />
no que se refere ao valor das<br />
número a fornecer pela UTS, que no prazo taxas de mortalidade, exigidas também pela<br />
máximo de 48 horas terá de proceder ao le- legislação do Bem-Estar Animal.<br />
vantamento dos subprodutos.<br />
Nas sessões de esclarecimento efectua-<br />
A recolha de cadáveres, para os aderendas em zonas consideradas remotas (Vinhais<br />
<br />
! & <br />
! *+ H<br />
A@ !,! )- <br />
e Ourique), a apresentação foi adaptada a<br />
essa realidade, uma vez que nestas regiões<br />
não está p<strong>revista</strong>, à data, a recolha organizada<br />
através do SIRCA-Suínos. Foi dado particular<br />
ênfase às boas práticas de enterramento<br />
de cadáveres, também publicitadas no Edital,<br />
sistematizando e explicando a razão de ser<br />
daquelas práticas.<br />
O enterramento directamente no solo,<br />
desde que correctamente efectuado (Fig. 6),<br />
possibilita a de<strong>com</strong>posição e o desaparecimento<br />
dos cadáveres, segundo regras que<br />
satisfazem as exigências de higiene pública<br />
e de protecção do meio ambiente, desde que:<br />
• O local escolhido seja suficientemente<br />
distante das explorações<br />
vizinhas, instalações e habitações,<br />
cursos de água e lençóis freáticos<br />
existentes.<br />
• A vala seja escavada <strong>com</strong> paredes<br />
inclinadas.<br />
• A vala tenha uma profundidade suficiente<br />
para enterrar todos os cadáveres<br />
e deve ter no fundo um revestimento<br />
de 0,5 cm de saibro, o qual<br />
deve ser revestido de cal viva.<br />
• A vala tenha cerca de 1,5 m2 por<br />
cada 5 suínos adultos.<br />
• Os cadáveres sejam cobertos de cal<br />
viva e terra logo de seguida, de forma<br />
a ficar acima do nível da superfície<br />
do solo.<br />
As acções de preparação e a<strong>com</strong>panhamento<br />
do SIRCA, que efectuámos em estreita<br />
ligação <strong>com</strong> as empresas encarregues pela<br />
sua execução e <strong>com</strong> os suinicultores e Médicos<br />
Veterinários Responsáveis Sanitários<br />
das explorações da região de Lisboa e Vale<br />
do Tejo, permitiram perceber e identificar as<br />
dificuldades que foram surgindo e ajudar a<br />
construir a solução. Fomos assim capazes de,<br />
ao longo do tempo, ir reunindo dados que nos<br />
permitiram fazer o diagnóstico da situação.<br />
Este diagnóstico foi enriquecido pelas<br />
diversas %!6"!+<br />
questões que nos foram colocadas<br />
nestas sessões pelos participantes e que entendemos<br />
ser interessante apresentar algu- <br />
mas delas em síntese:<br />
+;/ !<br />
!K<br />
<br />
/- ! & /!<br />
<br />
A ! *+ &/ H<br />
A+<br />
!-.!<br />
!-))!AC-B!<br />
Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />
!,! <br />
AD2-*!&!;J)/!<br />
!<br />
+ SIRCA Suínos – Zonas de recolha organizada !K<br />
e zonas remotas<br />
)/-4056'-!!)<br />
Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />
/- /!<br />
! !)! $+?:E6"-K! -////+<br />
/)9-K!=K'+<br />
7/3! //-A!A!<br />
'/A'+<br />
A'<br />
*-!-!!A*C<br />
+<br />
"CA/A!<br />
!!!'L<br />
Sessões de Esclarecimento
Sessões de Esclarecimento<br />
HA-!A!!-C&!A/<br />
&'<br />
nhamos enganado. A dimensão do lapso cresceu<br />
ao longo da “digressão” pelo país, desde<br />
!@+:<br />
Évora até Vinhais, passando por Monchique,<br />
N Santiago, /! Leiria e Alcobaça. <br />
O nosso objectivo foi transmitir aos par-<br />
) ticipantes, ! o PORQUÊ do sistema, clarifi-<br />
)!/<br />
cando as alternativas ao mesmo, bem <strong>com</strong>o<br />
as <strong>com</strong>petências dos diversos intervenientes<br />
*-!/*-<br />
(Suinicultores, DGV, IFAP, Unidade de Recolha<br />
e Transformação de Subprodutos) e<br />
!)/<br />
principalmente, o COMO FAZER.<br />
3 !! Sabíamos que neste particular, tínhamos<br />
7 3/ A ! - 70NDQ a tarefa facilitada pela divulgação já feita<br />
A !- A <br />
pela <strong>revista</strong> da Federação e pela distribuição<br />
/!!- !!!@//-<br />
* do material concebido '+ pela Divisão de Identificação<br />
Animal, Registo e Licenciamento<br />
-4-D0)2A! !-57$7<br />
1<br />
de<br />
<br />
Explorações<br />
!<br />
da DGV<br />
<br />
(Fig.<br />
-<br />
8).<br />
*!9E
|||||||||Raças Autóctones<br />
Promoção<br />
dos Presuntos<br />
DOP e IGP<br />
do Alentejo<br />
A ACPA em parceria <strong>com</strong> a ANCPA, a<br />
Barrancarnes e a Montaraz elaborou uma<br />
candidatura, cujo prazo de entrega terminou<br />
no passado dia 19 de Novembro, à Acção<br />
1.4.2 “Informação e promoção de produtos<br />
de qualidade” da medida 1.4 “Valorização<br />
da produção de qualidade”, integrada no<br />
subprograma n.<strong>º</strong> 1 “Promoção da <strong>com</strong>petitividade”<br />
do Programa de Desenvolvimento<br />
Rural do Continente”, PRODER.<br />
O sector vê assim uma oportunidade<br />
para a promoção de alguns dos produtos de<br />
qualidade derivados de porco alentejano,<br />
cujo apoio há muito se ansiava. Infelizmente,<br />
nem todos os produtos sob gestão<br />
da ACPA (Presunto de Barrancos DOP,<br />
Presunto e Paleta de Santana da Serra IGP,<br />
Presunto e Paleta de Campo Maior e Elvas,<br />
Presunto e Paleta do Alentejo DOP e Carne<br />
de Porco Alentejano DOP) serão objecto<br />
deste pedido de apoio, caso venha a ser<br />
aprovado, pois não foi possível reunir todas<br />
as indústrias que transformam e <strong>com</strong>ercializam<br />
os produtos em questão.<br />
Pretende-se <strong>com</strong> este projecto dinamizar<br />
e incrementar as vendas através do aumento<br />
da notoriedade dos produtos. Propõe-se que<br />
através da <strong>com</strong>binação de diversos meios e<br />
técnicas de <strong>com</strong>unicação, a sociedade em<br />
geral e o público-alvo em particular, reconheçam,<br />
valorizem, divulguem e <strong>com</strong>prem<br />
“Presunto de Barrancos DOP”, “Presunto e<br />
Paleta de Santana da Serra IGP” e do Presunto<br />
e Paleta do Alentejo DOP”. O objectivo<br />
é colocar estes 3 produtos, no top of<br />
mind do consumidor.<br />
É <strong>com</strong> grande expectativa que a ACPA<br />
e os restantes parceiros esperam ver aprovada<br />
esta candidatura para bem do sector e de<br />
toda a fileira, pois seria uma óptima oportunidade<br />
para promover estes produtos através<br />
da cooperação de vários intervenientes.<br />
50 <strong>Suinicultura</strong><br />
Integrado na Feira do Montado 2009 que<br />
decorreu mais um ano em Portel a Associação<br />
Nacional dos Criadores do Porco Alentejano<br />
(ANCPA) em parceria <strong>com</strong> a Associação<br />
Portuguesa de Caprinicultores de Raça Serpentina<br />
(APCRS) e a Câmara Municipal de<br />
Portel organizou mais umas jornadas técnicas<br />
destinadas a todos os agentes do sector.<br />
A sessão de abertura das jornadas contou<br />
<strong>com</strong> a presença do Sr. Vice-Presidente<br />
da Câmara Municipal de Portel que realçou<br />
a importância do Montado no Concelho de<br />
Portel e que a presença destas duas raças nas<br />
explorações agrícolas são o manter da tradição,<br />
da vida rural e da cultura local e que por<br />
isso é de extrema importância a realização<br />
destas jornadas <strong>com</strong>o promotor do Montado<br />
e da criação destas raças autóctones.<br />
As III Jornadas do Porco Alentejano<br />
constaram de uma mesa redonda sobre o<br />
tema “A diferenciação <strong>com</strong>o vantagem <strong>com</strong>petitiva<br />
na fileira do Porco Alentejano”, na<br />
qual participou a Direcção Regional de Agricultura<br />
e Pescas do Alentejo, do Gabinete de<br />
Planeamento, da ANCPA, da industria e da<br />
representação da Interprofissional do Cerdo<br />
Ibérico.<br />
0 Dr. João Libório (DRAPAL) sublinhou<br />
a extrema necessidade de organizar o sector<br />
numa perspectiva integrada de fileira passando<br />
sempre por uma estratégia conjunta de todos<br />
os intervinientes, garantindo a disponibilidade<br />
da DRAPAL para unificar e organizar<br />
a fileira. De seguida interveio o Eng. Pedro<br />
Bento (ANCPA) que salientou que a solução<br />
para os problemas do sector é a diferenciação,<br />
<strong>com</strong>batendo <strong>com</strong> todas as forças o engano<br />
que os consumidores estão diariamente<br />
sujeitos <strong>com</strong> o nome de “porco preto” que,<br />
sem qualquer diferenciação, inclui tudo. Esta<br />
diferenciação e o fim da fraude <strong>com</strong> o nome<br />
do porco preto só pode ter fim <strong>com</strong> a aplicação<br />
de normas nacionais.<br />
A indústria através do Eng. Pedro Freudenthal,<br />
da CATET, partilhou as dificuldades<br />
que diariamente encontram num mercado<br />
sem diferenciação nem normalização e no<br />
qual os pontos de venda tem os seus produtos<br />
ao lado de outros provenientes de matérias<br />
primas indeferenciadas, esmagando possíveis<br />
margens. A solução dos problemas da<br />
indústria passam pela fiscalização e pela normalização<br />
de modo a <strong>com</strong>bater as fraudes.<br />
De seguida o Dr. Sales Henriques afirmou a<br />
extrema importância da pureza da raça <strong>com</strong>o<br />
matéria prima para os produtos de qualidade<br />
e diferenciados, não deixando, o entanto, de<br />
mostrar a sua preocupação <strong>com</strong> a forte diminuição<br />
dos efectivos e de animais registados,<br />
situação que todos em conjunto temos que<br />
contrariar.<br />
Por último o Dr. Andrés Paredes (ASICI)<br />
partilhou <strong>com</strong> a assistência o inicio, em Espanha,<br />
da diferenciação entre cruzado e puro,<br />
<strong>com</strong>o medida única de salvação do sector,<br />
informando que a Norma de Qualidade está<br />
implementada e, neste momento, estão a <strong>com</strong>eçar<br />
a estudar uma nova IGP para os produtos<br />
de elevada qualidade e principalmente<br />
para proteger a raça pura.<br />
No final da sessão o Eng. Bulhão Martins<br />
(ANCPA) encerrou as Jornadas realçando a<br />
necessidade de organizar o sector numa perspectiva<br />
de fileira <strong>com</strong>o ponto chave para o<br />
sector, assim <strong>com</strong>o, a diferenciação e a normalização<br />
nacional deixando a mensagem<br />
que os criadores e todo o sector podem contar<br />
<strong>com</strong> a ANCPA <strong>com</strong>o dinamizador destas<br />
estratégias de máxima importância.<br />
De seguida todos os intervenientes e<br />
assistência saborearam o verdadeiro Porco<br />
Alentejano e o Cabrito do Alentejo num almoço<br />
convívio sempre de saudar.<br />
Raças<br />
IDENDIFICAÇÃO<br />
Autóctones|||||||||||<br />
Próximos Eventos<br />
Figura 3 – Reacção em cadeia da polimerase (PCR) <br />
hídricos. As águas residuais provenientes da benefício): 3) Instrumentos económicos (e.g. água, isso constituiria uma mais valia para a<br />
indústria e contendo patogénios e <strong>com</strong>postos Custo da água). Deverão ser consideradas sociedade. As orientações actuais fomentam<br />
tóxicos, <strong>com</strong>o metais pesados e poluentes várias soluções, mediante a avaliação da uma melhor gestão das lamas, considerando-<br />
Secção Raças Autóctones - Futuro económico das raças autóctones <br />
orgânicos, tornam o tratamento mais sustentabilidade tecnológica. A solução a as <strong>com</strong>o uma questão de gestão de recursos <br />
Conclusões<br />
<strong>com</strong>plexo e requerem recursos económicos adoptar deverá ter por base uma visão global mais do que <strong>com</strong>o um problema de resíduos. <br />
mais As elevados raças autóctones em termos são de um energia, valor espaço e a longo prazo, de forma a evitar o adiamento A tecnologia ções e soluções de tratamento de índole desempenha financeira ou um<br />
zootécnico e perícia. único e insubstituível e do problema no tempo e no espaço. papel meramente fundamental subsidiária, na gestão mas de sobretudo chorumes,<br />
<strong>com</strong>o É tal, um necessário dos elos mais desenvolver importan- novas<br />
permitindo a existência uma abordagem de apoios mais e incentivos flexível em à<br />
tes tecnologias da cadeia capazes alimentar de mundial. reduzir as descargas 2. Objectivos<br />
termos investigação, de aplicação inovação no solo e solucionando desenvolvi-<br />
e o No consumo caso dos de suínos, água. as Outra nossas questão ra- de Este encontro tem <strong>com</strong>o objectivo Objectivos alguns mento problemas quer da no específicos. rastreabilidade<br />
plano zootécnico e geças<br />
relevo Alentejano, é a aplicação Bísaro e de Malhado lamas resultantes de apresentar tecnologias alternativas e/ou genética nético quer na área da transformação e<br />
Alcobaça dos processos são um de património fabrico a nível socioindustrial<br />
<strong>com</strong>plementares para a valorização e 3. Organização<br />
<strong>com</strong>ercialização dos produtos ou ainda<br />
económico mediante tratamento, e cultural de sobretudo enorme no imcaso<br />
das remediação de águas residuais provenientes IAEA em apoios – International específicos Atomic à instalação Energy de<br />
portância pequenas para e médias o nosso empresas. país, pelo Como que qualquer de pequenas e médias empresas, tendo em Agency jovens criadores de raças autóctones. <br />
o outro Estado país Português membro tem da U.E., a obrigação Portugal e deverá conta os sistemas de produção intensiva ITN As – Instituto produções Tecnológico e os produtos e Nuclear tra-<br />
Oradores do Painel de Raças Autóctones<br />
<br />
a implementar responsabilidade o Sistema acrescida de Gestão de cuidar Ambiental, agro-industrial.<br />
(M. Luisa Botelho)<br />
<strong>com</strong> o Presidente da Mesa<br />
dicionais são uma alavanca segura do<br />
da em sua conformidade preservação <strong>com</strong> e expansão a Directiva atra- Comum da Actualmente, um dos maiores desafios EZN desenvolvimento – Estação das Zootécnica zonas mais Nacional ruravés<br />
Água de (WFD acções – de Water fomento Framework e melhoramento Directive). os da meios agricultura adequados é a e suficientes redução do para impacto podelizadas (Olga Conde e de galopante Moreira) <br />
desertificação que urge<br />
que No visem sentido criar de os incentivos cumprir indispensáveis<br />
os objectivos rem ambiental produzir dos e chorumes. sobreviver Por economicamente<br />
outro lado, se a estancar. Se esmorecermos politicamente es-<br />
e ambientais capazes não da só forma de salvaguardar mais eficaz, os a efectivos Directiva ao introdução lado de outros de tecnologias modelos alternativas de suiniculturas <strong>com</strong>o tes Contactos: desideratos corremos o risco de perder- <br />
mínimos apela para que a garantam aplicação a existência de: 1) Princípios e subsis- industrializadas a radiação ionizante, e inevitavelmente os sistemas biológicos bem mais e mos pouco Olga a pouco Conde grande Moreira parte da – nossa EZN ri<br />
tência económicos das matrizes (e.g. genéticas poluidor-pagador); mas também 2) <strong>com</strong>petitivas.<br />
o biogás pudesse contribuir para a obtenção queza ocmoreira@netcabo.pt<br />
endógena e a nossa memória colectiva <br />
proporcionar Ferramentas económicas aos respectivos (e.g. análise “Criadores” custo- de recursos Não nos económicos referimos concretamente <strong>com</strong>o a energia a ac- e a <strong>com</strong>o M. Povo Luísa e <strong>com</strong>o Botelho Nação. – ITN mlb@itn.pt <br />
Feira do Montado 2009 IV Congresso SCS<br />
<strong>Suinicultura</strong><br />
51 91 27
||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />
O Futuro económico<br />
das Raças Autóctones<br />
José Cândido Nobre*<br />
A Genética só por si é um elemento<br />
valioso.<br />
As raças autóctones são um valor zootécnico<br />
único insubstituível.<br />
A genética do porco Alentejano é um recurso<br />
requisitado para diversos fins.<br />
A linha pura é algo que merece a maior<br />
atenção e é suporte de muitas especificações<br />
em cadernos que regulam os produtos Qualificados.<br />
Os cruzamentos são frequentes para fins<br />
específicos, nomeadamente <strong>com</strong> o Duroc e<br />
sempre que se pretendam carcaças <strong>com</strong> maior<br />
introdução de gordura intra-muscular.<br />
Na Península Ibérica a Raça Alentejana<br />
e sua congénere Ibérica são obreiras de grande<br />
importância no tecido carnico industrial /<br />
artesanal.<br />
A Grande rusticidade e adaptação às<br />
regiões onde são naturais permite-lhes<br />
vantagens quando se pensa na exploração<br />
em Regime Extensivo.<br />
O Regime Extensivo implica exposição<br />
ao clima (frio/calor) deslocação (calcorrear<br />
montados), capacidade de transformação de<br />
subprodutos agrícolas, boa capacidade para<br />
o aproveitamento do cereal em grão, grande<br />
52 <strong>Suinicultura</strong><br />
facilidade na assimilação e transformação de<br />
Bolota e erva, etc.<br />
O porco alentejano já por muitos intitulado<br />
o Rei do Montado, tem características ímpares<br />
que lhe permitem fazer dos locais <strong>com</strong><br />
adversidades o seu habitat natural e conviver<br />
<strong>com</strong> estas <strong>com</strong> grande sucesso e sempre tirando<br />
o melhor partido.<br />
As raças autóctones são o reduto dos<br />
produtos tradicionais.<br />
O Presunto de Barrancos DOP, o Presunto<br />
e Paleta de Santana da Serra IGP, o Presunto<br />
do Alentejo DOP, o Presunto e Paleta<br />
de Campo Maior e Elvas, a salsicharia de<br />
Estremoz e Borba têm por base a Raça Alentejana.<br />
Muitos outros produtos que não viram o<br />
seu nome reconhecido e Qualificados assentam<br />
nesta mesma Raça, o saber fazer das populações<br />
naturalmente foi através dos tempos<br />
e das gerações direccionado para as características<br />
carnicas das raças que lhe estavam<br />
próximas ou seja das raças Autóctones.<br />
O Regime Extensivo, as regras de<br />
produção e a crescente moralização dos<br />
produtores são hoje importantes factores<br />
para obter produtos bem enquadrados na<br />
preocupação da protecção da saúde Humana.<br />
As produções no extensivo são hoje produções<br />
organizadas, quantificadas, bem identificadas,<br />
a<strong>com</strong>panhadas por técnicos bem<br />
formados de elevado valor e conhecimento,<br />
<strong>com</strong> formação diversa (veterinários Eng.<br />
Zootécnicos, Eng. Agro Alimentar e Agrónomos)<br />
que enquadrados nas Associações<br />
a<strong>com</strong>panham, instruem, rastreiam e conduzem<br />
as produções no sentido do equilíbrio<br />
necessário a obtenção de carcaças de alta<br />
qualidade conseguindo ainda em vida garantir<br />
questões <strong>com</strong>o a Qualidade de gordura o<br />
equilíbrio dos Ácidos gordos (palmítico esteárico<br />
oleico linoléico) cuidando para que as<br />
iguarias que a seguir outros de igual mestria,<br />
elaboram para nosso repasto, tenham ao seu<br />
dispor matéria prima de elevado valor, que<br />
em todo o momento está disponível e rastreavel.<br />
A existência de Organismos privados de<br />
controle (OPC) independentes garantem o ri-<br />
gor das produções extensivas que no final se<br />
vêm Qualificadas.<br />
Os Produtos derivados da raça autóctone<br />
Alentejana auferem de crescente creditação<br />
e reconhecimento de qualidade,<br />
exemplo disso são as DOP e as IGP.<br />
São inúmeros e já alguns citados neste<br />
texto, os produtos que foram objecto de reconhecimento<br />
Nacional, <strong>com</strong>unitário (CE) e<br />
qualificados, virão o seu nome protegido de<br />
usurpações indevidas.<br />
É certo que não chegamos ao ponto desejado<br />
de haver uma procura frenética e continua<br />
de produtos DOP e IGP, mas também<br />
é certo que avultados investimentos foram<br />
feitos na área, que existem produções muito<br />
significativas de certos produtos e que se consomem<br />
quantidades apreciáveis, se eventualmente<br />
<strong>com</strong>pararmos a situação no presente<br />
<strong>com</strong> a que tínhamos a <strong>10</strong> anos, verificamos<br />
que nos é permitido afirmar que a creditação<br />
junto do consumidor e o crescente reconhe-<br />
Alentejana | Raças Autóctones||||||||||<br />
cimento da qualidade é inegável, o que não<br />
implica que não tenhamos muito trabalho a<br />
fazer na área de divulgação e marketing.<br />
O binómio Montado/Porco Alentejano<br />
terá tendência a ser reconhecido pela<br />
sociedade <strong>com</strong>o factor de valorização ambiental.<br />
Cabe aqui realçar uma das conclusões do<br />
congresso Ibérico do Porco Alentejano organizado<br />
pela ACPA e ocorrido entre 17 e 18<br />
de Outubro de 2008 em Ourique e que reza<br />
assim:<br />
“Devemos proteger os sistemas de produção.<br />
No caso desta fileira deve considerar-se<br />
o montado <strong>com</strong>o um sistema cultural<br />
que estabelece o ponto de equilíbrio en-<br />
<strong>Suinicultura</strong> 53
||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />
Empresas<br />
tre a floresta e o deserto. O montado presta<br />
importante contributo para a fixação<br />
de CO2, regulações hídrica e térmica, sem<br />
esquecer toda a riqueza do sob-coberto na<br />
produção de diversas espécies vegetais que<br />
<strong>com</strong>põem a sua <strong>com</strong>plementar pratense<br />
associada aos frutos das quercíneas.<br />
Estes recursos alimentares são a base<br />
das características únicas apresentadas<br />
pela carne e presuntos de porco alentejano.”<br />
Acredito que as alterações climatéricas<br />
e o aquecimento do planeta farão a sociedade<br />
em geral olhar <strong>com</strong> maior atenção para a<br />
questão dos equilíbrios ambientais o porco<br />
raça alentejana que protagonizo, criado no<br />
extensivo acabado a bolota é o maior amigo<br />
das azinheiras e sobreiros pois <strong>com</strong>o já tenho<br />
afirmado o montado e o porco alentejano tem<br />
futuro indissociável e promovem-se mutuamente,<br />
está intrínseca uma questão financeira,<br />
pois do porco é possível retirar uma parte<br />
das verbas necessárias a sustentabilidade do<br />
Montado<br />
As questões organolépticas e os adeptos<br />
dos paladares e da gastronomia associada<br />
às regiões, a acção das Confrarias Gastronómicas<br />
e o Movimento “ Slow Food” potenciam<br />
os produtos tradicionais.<br />
Não estão suficientemente divulgados os<br />
estudos publicados por iminentes catedráticos<br />
Espanhóis e que demonstram as qualidades<br />
inerentes a estes produtos.<br />
Quando todos estivermos perfeitamente<br />
conscientes que uma fatia de um bom presunto<br />
de bolota é algo que até não é muito calórico<br />
<strong>com</strong>parado <strong>com</strong> outros alimentos que<br />
<strong>com</strong>emos todos os dias, que é perfeitamente<br />
salutar porque foi produzido e conduzido<br />
<strong>com</strong> o fim de promover a saúde humana e<br />
podermos saborear tranquilos os aromas que<br />
os prados e os frutos das quercíneas delegam<br />
nestes produtos então seremos mais a acreditar<br />
nestas potencialidades.<br />
Ainda assim parece-me importante realçar<br />
a acção das Confrarias Gastronómicas<br />
no estímulo do paladar e dos produtos tradicionais<br />
e apraz-me realçar o movimento “<br />
Slow Food” que <strong>com</strong>eça a ter forte expressão<br />
54 <strong>Suinicultura</strong><br />
nomeadamente em Itália e que são aliados<br />
destas produções de qualidade.<br />
Certamente que a Globalização, irá acentuar<br />
a necessidade das regiões apresentarem<br />
uma identidade mais forte, de serem genuínas<br />
e promoverem o Turismo regional <strong>com</strong><br />
a gastronomia que é peculiar de cada zona e<br />
hoje é frequente verificar a atenção dispensada<br />
dos Presidentes de Câmara e Alcaides,<br />
cada vez mais envolvidos na divulgação de<br />
produtos tradicionais precisamente pela potencialidade<br />
que estes conferem às regiões de<br />
apresentarem uma gastronomia própria que<br />
serve a um cartaz turístico de Qualidade.<br />
Como é bom de ver sou optimista em<br />
relação ao futuro acredito que <strong>com</strong> todos os<br />
produtos tradicionais e <strong>com</strong> a consciencia-<br />
lização do dever da protecção dos sistemas<br />
de produção, um vasto mercado para presuntos<br />
e enchidos se abrirá, um crescente<br />
na procura de frescos associados a novos<br />
conceitos de marketing e a presença de<br />
indústrias modernas, bem equipadas <strong>com</strong><br />
crescente penetração no mercado deverá<br />
garantir o futuro económico da Raça.<br />
Ainda assim teremos todos que ter a<br />
consciência do dever de esclarecer e trabalhar<br />
para que tal aconteça sem que em momento<br />
algum nos possamos esquecer ou demitir das<br />
responsabilidades que todos temos para o conhecimento<br />
de uma realidade que é nacional<br />
e autóctone das regiões.<br />
*Presidente da Direcção da ACPA<br />
Alentejana | Raças Autóctones||||||||||<br />
Futuro económico<br />
do porco de raça Alentejana<br />
Pedro Manuel Bento*<br />
O futuro do porco alentejano passa pela<br />
concretização do potencial da especificidade<br />
que caracteriza a raça e o seu modo de produção,<br />
através da criação de mercados específicos,<br />
numa conjuntura de regulamentação<br />
adequada e eficaz.<br />
Números<br />
Actualmente existem cerca de<br />
360 explorações produtoras do porco<br />
alentejano localizadas no Alentejo,<br />
Ribatejo, Estremadura, Beira<br />
Baixa e Algarve. Estão inscritas<br />
cerca de 9.000 porcas reprodutoras<br />
no LGPS – Livro Genealógico<br />
Português de Suínos – Secção Raça<br />
Alentejana. Na presente montanheira<br />
estima-se que em Portugal<br />
estejam a engordar cerca de 60.000<br />
porcos a bolota em 250.000 hectares<br />
de montado. O mercado destes<br />
animais está em Espanha e Portugal.<br />
As exportações para Espanha<br />
representam cerca de 75% do mercado.<br />
A quebra verificada no efectivo nacional<br />
desde o primeiro trimestre de 2007 é cerca<br />
de 45% e reflecte a forte baixa dos preços de<br />
mercado ao produtor (30 – 40%), para níveis<br />
de rentabilidade negativa nas várias áreas de<br />
negócio, agravados pelo elevado preço dos<br />
factores de produção, pelo menos até ao primeiro<br />
semestre de 2009. A base da queda dos<br />
preços a partir de 2007, justifica-se pelo desequilíbrio<br />
de mercado para o lado da oferta,<br />
e pela forte retracção no consumo e confiança<br />
do consumidor.<br />
Especificações<br />
As características da qualidade do porco<br />
alentejano e seus derivados advêm fundamentalmente<br />
da raça, do modo de produção e<br />
do saber fazer da transformação.<br />
Na raça, a maior capacidade do animal<br />
acumular gordura e infiltrá-la dentro e entre<br />
as massas musculares dão características organolepticas<br />
e apresentação únicas aos produtos<br />
transformados. A elevada rusticidade<br />
é fundamental para optimizar o maneio ex-<br />
tensivo, adaptado e sincronizado <strong>com</strong> outras<br />
espécies de exploração, cuja produção está<br />
inserida no conceito de elevado valor natural,<br />
garantindo a sustentabilidade do montado.<br />
A alimentação exclusiva no montado<br />
proporciona alimento: bolotas e erva – que<br />
conferem à gordura do porco alentejano características<br />
únicas para a transformação,<br />
estando na base da conceituada gama de<br />
presuntos “pata negra”, carne e enchidos do<br />
“porco preto”.<br />
A gordura do porco alentejano engordado<br />
a bolota tem no mínimo cerca de 54% de<br />
monoinsaturação, e é rica em antioxidantes<br />
naturais. Já existem estudos científicos, em<br />
populações fechadas, na melhoria dos índices<br />
de colesterol <strong>com</strong>o resultado da substituição<br />
da gordura total consumida por gordura de<br />
porcos alentejanos engordados a bolota.<br />
Estrangulamentos<br />
O característico e prolongado ciclo de<br />
produção, a dimensão do investimento e a<br />
correspondente demora na recuperação de<br />
capital investido, a ausência das sinergias de<br />
escala na produção e a promiscuidade<br />
existente, de nomenclaturas<br />
<strong>com</strong>erciais de produtos concorrenciais<br />
ou substitutos, no mercado<br />
sem qualquer tipo de regulamentação,<br />
constituem as principais resistências<br />
ao crescimento do sector,<br />
caracterizado por uma deficitária<br />
formação básica de gestão.<br />
A falta de esclarecimento do<br />
consumidor em relação às várias<br />
referências <strong>com</strong>erciais do porco<br />
alentejano e seus cruzamentos,<br />
<strong>com</strong> consequentes diferenças na<br />
qualidade, é responsável pela disparidade<br />
de preços praticados no<br />
mercado, e é limitativo às acções<br />
de <strong>com</strong>unicação <strong>com</strong> o consumidor,<br />
por beneficiar sempre o produto de menor<br />
preço.<br />
O consumidor está a ser enganado. No<br />
acto da <strong>com</strong>pra, o consumidor convencido<br />
que está a adquirir uma referência cultural<br />
<strong>Suinicultura</strong> 55
||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />
denominada porco preto, associado ao porco<br />
alentejano produzido de uma forma natural<br />
e extensiva no Alentejo, está na realidade a<br />
<strong>com</strong>prar produtos de porcos cruzados <strong>com</strong><br />
raças precoces produzidos em Espanha de<br />
uma forma intensiva, e engordados <strong>com</strong> alimentos<br />
<strong>com</strong>erciais de elevada eficiência.<br />
O Futuro<br />
Ao nível da exploração, a produção necessita<br />
de maior capacidade de gestão técnica<br />
e económica de forma a tornar mais<br />
eficientes os recursos utilizados. A constante<br />
investigação e pesquisa de novos processos<br />
produtivos e produtos inovadores deverão<br />
ser obrigatoriedades focalizadas para a eficiência<br />
e diferenciação.<br />
A velocidade e a intensidade <strong>com</strong> que<br />
56 <strong>Suinicultura</strong><br />
se verificam as alterações das condições de<br />
mercado, obrigam os produtores a reajustar a<br />
forma e o tipo de produção a oferecer. A garantia<br />
dos mercados passa pela contratualização<br />
da produção <strong>com</strong> a especificidade exigida<br />
pelo mercado. Estas condições obrigam a<br />
produção a cada vez mais conhecer não só o<br />
mercado da transformação industrial, <strong>com</strong>o<br />
também identificar no consumidor as tendências<br />
de consumo.<br />
A organização da fileira do porco alentejano<br />
numa interprofissional, <strong>com</strong> representação<br />
da produção, transformação e <strong>com</strong>ercialização,<br />
deve de ser uma prioridade<br />
para a planificação e execução de estratégias<br />
conjuntas e sustentáveis ao nível do sector.<br />
O pleno funcionamento de uma interprofissional,<br />
do porco alentejano, acredita de uma<br />
forma mais consistente as necessidades e<br />
estratégias para o sector, especialmente nas<br />
áreas de regulamentação e interligação <strong>com</strong><br />
as estratégias nacionais.<br />
A regulamentação neste sector é urgente<br />
e fundamental. Sem a aplicação, e controlo<br />
eficaz de normas que regulem a designação e<br />
apresentação dos produtos no mercado, todo<br />
o esforço efectuado pela produção de diferenciação<br />
pela qualidade, não tem o devido<br />
resultado. A tipificação do porco preto, em<br />
alentejano ou cruzado, tem de definir os diferentes<br />
produtos e correspondente apresentação<br />
ao mercado, especialmente ao nível das<br />
nomenclaturas e menções utilizadas.<br />
A regulamentação do mercado e a melhoria<br />
do planeamento estratégico das explorações<br />
vão permitir o aparecimento de oportunidades<br />
de integração na cadeia de valor,<br />
facultando a industrialização e a incorporação<br />
de margens para a produção. A criação de<br />
marcas fortes, diferenciadas pela qualidade<br />
específica e constantes na oferta, vão possibilitar<br />
a melhor penetração no mercado existente<br />
e na criação de novos mercados.<br />
O futuro do porco alentejano e derivados,<br />
devido às características produtivas menos<br />
eficientes da raça, passa pelo desenvolvimento<br />
de mercados de nicho e posicionamento<br />
específico, nunca concorrenciais pelo<br />
preço, mas sim pela qualidade única que os<br />
diferencia, sem dúvida, a sua principal vantagem<br />
<strong>com</strong>petitiva.<br />
*Associação Nacional dos Criadores do<br />
Porco Alentejano<br />
Bísara | Raças Autóctones|||||||||||<br />
Futuro económico das raças<br />
autóctones - Bísaro<br />
Hugo Baptista*<br />
Alguns dados estatísticos da Raça<br />
A raça Bísara é uma raça autóctone suína,<br />
cujo solar se encontra em Trás-os-Montes,<br />
região desfavorecida e economicamente<br />
abaixo dos níveis médios do País.<br />
Esta raça tem tido evolução em relação<br />
ao número de reprodutoras nos últimos 14<br />
anos <strong>com</strong>o se pode constatar no gráfico da<br />
fig. 2, o crescimento, embora seja contínuo,<br />
tem sido muito lento de ano para ano. Apesar<br />
de lento, temos de nos congratular <strong>com</strong> este<br />
crescimento pois, em outras raças autóctones<br />
portuguesas o número de reprodutoras está a<br />
diminuir.<br />
<br />
Fig. 1: Exemplar de um macho <strong>com</strong> 3 anos de idade<br />
Outro aspecto prende-se <strong>com</strong> o facto de<br />
se ter conseguido implementar nos poucos<br />
produtores a necessidade de registarem as<br />
respectivas ninhadas e <strong>com</strong> isto conseguirse<br />
um registo zootécnico mais apurado, tal<br />
<strong>com</strong>o mostra o gráfico da fig. 3.<br />
!"#$"$%&$' <br />
!&' $''(()'("$' *<br />
Fig. 2 Fig.3<br />
<br />
Este registo zootécnico é essencial para<br />
se poder proceder ao melhoramento da raça,<br />
evitando problemas <strong>com</strong>o a consanguinidade<br />
e obviamente conseguir implementar um<br />
programa de melhoramento genético da raça<br />
também junto dos produtores.<br />
*)'+!*!(,"($&'!)&-"!.$'$'&"$&(/'$'$&('-<br />
<br />
0$ '12$" "$&$"&(3$ $'&)2'+ $' $4)'<br />
'(*(( $2$!*0$*0$$&5$ $ !($'&$'5($'6<br />
&$'"$$'$ "$&'((&$/1"$ 17-$"'"&($-3$'."$&()&!$-(<br />
' $!($&($ &$&$' &($-($' &$'"$&(!"$'(<br />
<br />
<strong>Suinicultura</strong> 57
'($8$$(+"&"$'! $-("$$$'($/1"$ 1%<br />
|||||||||Raças Autóctones | Bísara<br />
58 <strong>Suinicultura</strong><br />
'('($8$$(+"&"$+''&"'$ $" $#$&($ *-<br />
2(& $ $3' "$$ "$&'&!& $32&( "$&'! &( !<br />
$ #$&($&+("$ *(3+.!&($ $'$ !($'<br />
Mais-valias essenciais económi- um sistema de controlo independente, ao lon- mercado e aumentam a qualidade de vida das<br />
cas para a Raça Bísara<br />
go de toda a fileira de produção. E por outro populações nas regiões desfavorecidas.<br />
%92$ Neste momento a raça '"&($' Bísara tem <strong>com</strong>o lado, constituem uma mais-valia económica A preservação de explorações e incenti-<br />
mais-valias económicas adjacentes á sua para os produtores, pois assim os produtos vo para o aparecimento de novas explorações<br />
produção os seguintes produtos: <br />
são mais valorizados gerando mais riqueza a têm além do desenvolvimento desta raça um<br />
Estas denominações vêm por um lado quem os produz.
|||||||||Raças Autóctones | Malhado Alcobaça<br />
O futuro do Malhado de Alcobaça<br />
José Reis*<br />
História<br />
Foi Joaquim Inácio Ribeiro em 1865,<br />
na altura Sub-Director da Quinta Regional<br />
de Sintra (Quinta do Marquês) que iniciou o<br />
cruzamento da raça inglesa Berkshire <strong>com</strong> a<br />
raça Bísara portuguesa.<br />
Destes cruzamentos bem sucedidos, surgiu<br />
um animal <strong>com</strong> características somáticas<br />
bem definidas, ao qual foi dado o nome de<br />
Porco da Granja, Sintrão ou Torrejano.<br />
As qualidades reveladas por estes animais<br />
eram tão significativas que, em pouco<br />
tempo este efectivo era o dominante na região<br />
de Leiria a Oeiras, chegando até Santarém.<br />
Segundo Tavares Cabral em 1947 havia<br />
em Alcobaça, Batalha e Porto de Mós,<br />
65.000 cabeças.<br />
Contudo, a Raça hoje conhecida por Malhado<br />
de Alcobaça chegou aos nossos dias<br />
graças a um criador, que negociando em suínos,<br />
adquiriu todos os animais que encontrou<br />
<strong>com</strong> estas características e, que felizmente<br />
resistiu à tentação do cruzamentos indiscriminados,<br />
evitando a erosão genética deste<br />
pequeno núcleo que conta hoje <strong>com</strong> 170 reprodutoras<br />
e <strong>10</strong> machos.<br />
Origem<br />
A origem desta Raça surge de cruzamentos<br />
certamente planeados da Raça inglesa<br />
60 <strong>Suinicultura</strong><br />
" 3 5 9 :;
|||||||||Raças Autóctones | Malhado Alcobaça<br />
C + (<br />
62 <strong>Suinicultura</strong><br />
Reconhecimento da Raça<br />
Para o reconhecimento oficial da Raça<br />
Malhado de Alcobaça não bastaram só as<br />
genealogias do efectivo e o seu padrão morfológico,<br />
definido de acordo <strong>com</strong> as suas características<br />
somáticas (Fenótipo).<br />
Era pois necessário o estudo genético da<br />
Raça e para este estudo contribuiu a Estação<br />
Zootécnica Nacional, cujos resultados confirmaram<br />
estarmos na presença de uma Raça<br />
Autóctone.<br />
Também contribuiu para este reconhecimento<br />
o magnífico trabalho da Dra. Bárbara<br />
Achh, <strong>com</strong> o estudo do DNA mitocondrial<br />
(mt DNA), uma vez que a investigação do<br />
mt DNA permite estabelecer haplótipos (linhagens)<br />
e haplogrupos (grupos de linhagens<br />
aparentadas) que se diferenciam e agrupam<br />
indivíduos e populações, segundo os seus ancestrais<br />
maternos.<br />
/ + . ( $ + 4 ( 2 <br />
PERSPECTIVAS<br />
<br />
FUTURAS<br />
O estudo das linhagens masculinas <strong>com</strong><br />
" " .5- 2." . recurso a<br />
marcadores genéticos do cromos-<br />
, #-&<br />
soma Y<br />
A avaliação da diversidade genética <strong>com</strong><br />
D - "8 ( - D (2<br />
recurso a marcadores dos cromossomas au-<br />
E8 F 1 . -( tossómicos ( <br />
4<br />
Situação Actual<br />
3 8- + ",. + ) <br />
4++ F4 #F4& 5' 5" (2 Consanguinidade<br />
<br />
A prioridade a ter <strong>com</strong> esta Raça será di-<br />
F4- + --#+ "&+ -"-#"- + minuir " a consanguinidade.<br />
- & . "- 5, -- (G" Para tal é necessário a criação de novos<br />
núcleos, escolhendo animais parentalmente<br />
<br />
mais afastados, a sua difusão e dispersão geográfica<br />
<strong>com</strong> o objectivo de assegurar a sua<br />
preservação em caso de desastre sanitário,<br />
que obrigue ao abate <strong>com</strong>pulsivo (stampingout).<br />
Não existe no País nenhuma reserva genética<br />
desta Raça, isto é, não há um único<br />
embrião, nem sémen congelado.<br />
Produção<br />
É imperativa a prática de Inseminação<br />
Artificial <strong>com</strong> sémen refrigerado e congelado.<br />
F2M/ ,+ 5 "8 ( 82+?<br />
-5 (2 " -5# -"<br />
Malhado Alcobaça | Raças Autóctones|||||||||||<br />
28" <br />
Para o sémen congelado, seria utilizado<br />
um Programa genético a <strong>10</strong> anos (3+3+3+1)<br />
<strong>com</strong> vista a garantir a actual reserva genética<br />
de machos existentes em reprodução, <strong>com</strong> o<br />
objectivo de criar novas linhas e diminuindo<br />
a consanguinidade no novos núcleos.<br />
Melhoramento<br />
É necessário e urgente o melhoramento<br />
de parâmetros reprodutivos:<br />
Fertilidade = n<strong>º</strong> de porcas que pariram x <strong>10</strong>0<br />
n<strong>º</strong> de porcas cobertas<br />
Fecundidade = n<strong>º</strong> de leitões nascidos x <strong>10</strong>0<br />
n<strong>º</strong> de porcas cobertas<br />
Prolificidade = n<strong>º</strong> de leitões nascidos vivos<br />
n<strong>º</strong> de partos<br />
Taxa de Partos = n<strong>º</strong> de partos x <strong>10</strong>0<br />
n<strong>º</strong> de serviços<br />
Futuro da Raça<br />
O futuro da Raça Malhado de Alcobaça<br />
passa pela concretização de algumas permissas<br />
<strong>com</strong>o:<br />
&<br />
F2M/ ,+ 5 "8 ( 82+?<br />
28" <br />
•<br />
•<br />
•<br />
•<br />
•<br />
Apoios financeiros e logísticos;<br />
Capacidade técnica e de trabalho de<br />
quem tiver a responsabilidade da<br />
sua gestão;<br />
Colaboração estrita de funcionamento<br />
do Livro Genealógico e investigação<br />
científica;<br />
Plano produtivo e <strong>com</strong>ercial;<br />
Criação de marketing <strong>com</strong> a formação<br />
de nichos de mercado exi-<br />
gentes, garantindo a este tipo de<br />
consumidor pondo à sua disposição<br />
produtos transformados em verde<br />
ou leitão para assar.<br />
A concretizarem-se todas estas práticas,<br />
estou convicto que a Raça Malhado de Alcobaça<br />
será uma agradável realidade e terá capacidades<br />
por si só, de fazer parte integrante<br />
da produção na Fileira do Porco Portuguesa.<br />
<strong>Suinicultura</strong> 63
||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />
PORCO ALENTEJANO ≠ PORCO PRETO<br />
(Nótula Preliminar I)<br />
renças entre Genótipos, Gordura Subcutânea a Fevereiro), durante um período de tempo<br />
Dorsal da Carcaça, Perfil Ácidos Gordos. de dois meses no mínimo, alimentando-se de<br />
recursos alimentares : locais (essencialmente <br />
1 - INTRODUÇÃO<br />
bolota e erva da pastagem espontânea) (Oli-<br />
Miranda do 0 Vale (1949), citando Sanson 1$ 0<br />
sobre a origem e classificação das ra- Este tipo de alimentação fornecida ao<br />
ças porcinas, afirma que as raças Porco Alen- rebanho de porco Alentejano, confere aos<br />
<br />
tejano e Porco<br />
<br />
Ibérico<br />
0<br />
derivaram do<br />
<br />
tronco<br />
<br />
seus produtos finais valor acrescentado e<br />
<br />
<strong>com</strong>um Ibérico, resultante da domesticação sui generis, mas é importante salientar que,<br />
do Javali mediterrânico, mais propriamente por um lado o genótipo é dum animal tipo<br />
<br />
da espécie Sus mediterraneus,<br />
<br />
sub-género adipogénico, por outro a interacção genóti-<br />
Mediterraneus, forma intermediária : dos sub po ambiente, isto é, o efeito > do maneio geral, <br />
António do Rosário Oliveira* géneros Striatosus e Scrofa.<br />
particularmente o do regime alimentar na<br />
<br />
As duas<br />
<br />
raças, porco<br />
<br />
Alentejano<br />
<br />
e Por-<br />
3 <br />
fase de pré-engorda e na engorda em monta-<br />
0 Espanhola foi <strong>com</strong>unicado no 1.<strong>º</strong> Congresso Ibérico <br />
cujos produtos finais manifestam caracte- 1, cujos produtos finais provenientes destes<br />
Duroc Jersey = F1= Porco Preto Cruzado).<br />
0 rísticas sui generis, quando o acabamento é animais 0%<br />
híbridos, em termos de <strong>com</strong>posição<br />
Assim sendo, esta nótula, tem <strong>com</strong>o objec- feito em pastoreio na montanheira (Outubro química, estão muito aquém da realidade do<br />
tivo fundamental, salientar as diferenças<br />
fundamentais encontradas a nível da <strong>com</strong>posição<br />
química da gordura subcutânea da<br />
carcaça dos genótipos analisados, em termos<br />
percentuais de somatórios (∑), respectiva-<br />
#$<br />
! %%&' <br />
mente, dos ácidos gordos saturados (P≤0,05)<br />
e dos insaturados (P≤0,01), da relação entre<br />
∑Insaturados/∑Saturados (P≤0,05) e do perfil<br />
dos principais ácidos gordos maioritários,<br />
principalmente, o ácido oleico (C18:1-w9)<br />
(P≤0,001) e linoleico (C18:2-w6) (P≤0,001),<br />
<br />
"<br />
<br />
!<br />
quando o Porco Alentejano é alimentado, durante<br />
um período mínimo de 2 (dois) meses,<br />
em regime de maneio alimentar tradicional<br />
de pastoreio em montanheira.<br />
<br />
<br />
<br />
!<br />
<br />
Palavras-Chave: Porco Alentejano, Porco<br />
Preto Cruzado ou Híbrido Comercial, Dife-<br />
<br />
! "# $ % " &''%<br />
<br />
64 <strong>Suinicultura</strong><br />
Porco Alentejano <strong>com</strong> acabamento em regime<br />
alimentar de pastoreio em montanheira,<br />
<strong>com</strong>o se pode ver nesta nótula científica,<br />
mais adiante, no respectivo capítulo.<br />
Para melhor ilustração o que é o Porco<br />
Preto, tomamos a liberdade de apresentar<br />
alguns exemplares de Porcos Pretos (Europeu<br />
- Figura 2, Canário - Figura 3 e Crioulo<br />
Figura 4), tendo em conta a <strong>com</strong>preensão da<br />
Alentejana | Raças Autóctones||||||||||<br />
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Antes de apresentarmos os nossos resultados<br />
e respectiva discussão, queremos<br />
salientar, que por motivos económicos e financeiros<br />
tivemos que reduzir ao mínimo o<br />
número de amostras deste trabalho, pois trata-se<br />
de uma primeira nótula científica preliminar<br />
dos nossos resultados sobre o tema.<br />
Assim <strong>com</strong>eçamos por apresentar no<br />
Quadro I – Comparação dos genótipos e dos somatórios do perfil<br />
dos ácidos gordos<br />
DESIGNAÇÃO<br />
PORCO ALENTEJANO<br />
N = 3<br />
PORCO PRETO<br />
N = 9<br />
Teste F<br />
(P) SIG<br />
Genótipos VA♂ x PA♀ VA♂ x PD♀ - - -<br />
Suínos Raça Autóctone Híbrido Comercial - - -<br />
Perfil Ácido Gordo % % - - -<br />
Soma Saturados (∑S) 30,80±0,07 41,00±1,00 0,026 *<br />
Soma Insaturados (∑I) 63,46±0,03 53,46±0,30 0,012 **<br />
Relação ∑I / ∑S 2,06±0,00 1,30±0,002 0,022 *<br />
N - Número de amostras analisadas. SIG – Significância.<br />
VA - Varrasco Alentejano. PA – Porca Alentejana. PD – Porca Duroc Jersey.<br />
* Significativo para um nível de erro de P ≤ 0,05. ** Significativo para um nível de<br />
erro de P ≤ 0,01.<br />
realidade da denominação do Porco Alentejano<br />
(Sus ibericus, Sanson, 1901) e as suas<br />
variedades, não descurando a globalização<br />
mundial, re<strong>com</strong>endamos uma simples leitura<br />
do Padrão da Raça Suína Alentejana (Portaria<br />
n.<strong>º</strong> 17133 de 22-04-1959, DGSP, SEA do<br />
Ministério da Economia).<br />
2 - OBJECTIVOS<br />
Comparar o perfil dos ácidos gordos<br />
maioritários da <strong>com</strong>posição química da Gordura<br />
Subcutânea de: Porco Alentejano vs<br />
Porco Preto.<br />
3 - MATERIAL E MÉTODOS<br />
Amostras adquiridas nos Supermercados<br />
de Beja Barreiro e Lisboa (n = 9), Lotes de<br />
carcaças 26<strong>10</strong> a 2612 <strong>com</strong>ercializados até 31<br />
Dezembro de 2008; as análises das amostras<br />
recolhidas foram efectuadas através da técnica<br />
laboratorial clássica de Cromatografia<br />
Gasosa, descrita por Oliveira (2000);<br />
Análise Estatística: Aplicação de ANO-<br />
VA e Teste F – <strong>com</strong> recurso ao programa informático<br />
de análise de dados Office Microsoft<br />
Excel, 2007.<br />
Quadro I, a <strong>com</strong>paração dos resultados dos<br />
genótipos e os respectivos perfis da <strong>com</strong>posição<br />
química dos ácidos gordos, <strong>com</strong>o é óbvio,<br />
enquanto que o Porco Alentejano é uma<br />
raça autóctone, o Porco Preto é um híbrido<br />
<strong>com</strong>ercial ou cruzado e, analisando os somatórios<br />
(∑), percentuais dos ácidos gordos saturados<br />
(P≤0,05) e dos insaturados (P≤0,01),<br />
bem <strong>com</strong>o a relação ∑Insaturados / ∑Saturados<br />
(P≤0,05), rapidamente verificamos que<br />
há diferenças significativas, entre ambos os<br />
genótipos, <strong>com</strong>o seria de esperar.<br />
Na sequência dos nossos estudos confrontamos<br />
os resultados do Porco Preto <strong>com</strong><br />
os da Norma de Calidad RD 1469/2007 de 2<br />
de Novembro, BOE n.<strong>º</strong> 300 p.51655 (Quadro<br />
II), aplicada também em Portugal pelas<br />
Associações de Produtores de Porco Alentejano,<br />
verificamos que apenas o ácido linoleico<br />
(C18:2-w6), se encontrava dentro dos<br />
parâmetros exigidos pela dita Norma.<br />
Com a finalidade de melhor <strong>com</strong>preendermos<br />
as diferenças entre os genótipos em<br />
Quadro II – Comparação do <strong>com</strong>posição química do perfil dos ácidos<br />
gordos <strong>com</strong> a Norma de Calidad<br />
DESIGNAÇÃO<br />
PORCO<br />
PRETO<br />
(PP)<br />
NORMA<br />
DE<br />
CALIDAD (1)<br />
Perfil Ácido Gordo (%) BELLOTA - RECEBO<br />
Palmítico (C16:0) 27,66±1,48 ≤ 22,0-24,0 Fora<br />
Esteárico (C18:0) 13,33±0,58 ≤ <strong>10</strong>,5-11,5 Fora<br />
Oleico (C18:1 - w9) 48,33±0,58 ≥ 53,0-51,0 Fora<br />
Linoleico (C18:2 - w6) 5,13±0,70 ≤ <strong>10</strong>,5-11,5 Dentro<br />
Comparação (PP) <strong>com</strong> a<br />
NORMA<br />
- Norma de Calidad RD 1469/2007 de 2 de Novembro, BOE n.<strong>º</strong> 300 p.51655.<br />
Quadro III – Comparação da <strong>com</strong>posição química dos perfis doa ácido<br />
dos gordos maioritários da gordura subcutânea dos genótipos<br />
DESIGNAÇÃO<br />
PORCO<br />
ALENTEJANO<br />
N = 3<br />
PORCO<br />
PRETO<br />
N = 9<br />
Perfil Ácido Gordo (%) VA♂ x PA♀ VA♂ x PD♀ - - -<br />
Teste F<br />
(P) SIG<br />
Palmítico (C16:0) 21,62±2,89 27,66±1,48 0,027 *<br />
Esteárico (C18:0) 6,18±0,26 13,33±0,58 0,018 **<br />
Oleico (C18:1 - w9) 53,79±0,75 48,33±0,58 0,001 ***<br />
Linoleico (C18:2 - w6) <strong>10</strong>,07±0,07 5,13±0,70 0,001 ***<br />
N - Número de amostras analisadas. SIG Significância.<br />
VA - Varrasco Alentejano. PA – Porca Alentejana. PD – Porca Duroc Jersey.<br />
* Significativo para um nível de erro de P ≤ 0,05. ** Significativo para um nível de<br />
erro de P ≤ 0,01.<br />
*** Significativo para um nível de erro de P ≤ 0,001.<br />
<strong>Suinicultura</strong> 65
||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />
( %<br />
+( ,%<br />
. * /0<br />
!" # <br />
<br />
Percentagem (%)<br />
estudo, decidimos <strong>com</strong>pará-los em termos<br />
do perfil da <strong>com</strong>posição química dos quatro<br />
ácidos gordos maioritários, também referida<br />
pela Norma supracitada, cujos resultados estão<br />
descritos no Quadro III.<br />
Verificamos que todos os ácidos gordos<br />
analisados manifestam diferenças significativas,<br />
respectivamente, o Palmítico (P≤0,05),<br />
o Esteárico (P≤0,01), o Oleico (P≤0,001) e o<br />
Linoleico (P≤0,001). Para melhor <strong>com</strong>preensão<br />
e ilustração dos nossos resultados, apresentamos<br />
o Gráfico 1, que é elucidativo.<br />
Para finalizar, não podemos deixar de salientar,<br />
que se tem vindo a chamar atenção<br />
para este facto, há muito tempo, concretamente<br />
no Certame 24.ª Ovibeja (Olveira,<br />
2007b), Soeiro (2008), e mais recentemente<br />
66 <strong>Suinicultura</strong><br />
#$)<br />
* ( <br />
( %<br />
+( ,%<br />
. * /0<br />
!" # <br />
<br />
)( ,%-%<br />
#$+<br />
dos ácidos gordos maioritários, o ácido #$. oleico<br />
(C18-w9) e o linoleico (C18:2-w6), %<br />
que<br />
Características de la Canal y de la Grasa del Cerdo Alentejano (Sus<br />
ibericus). Tesis Doctoral. Universidad de Extremadura. Facultad de<br />
são altamente significativos (P≤0,001), res-<br />
Veterinaria, Cáceres, 168 pp.<br />
53,79<br />
48,33<br />
pectivamente.<br />
OLIVEIRA, A. R. (2007a). Importância do perfil dos principais<br />
$%&#'$(%#) ácidos gordos da <strong>com</strong>posição química da bolota e da erva da pasta-<br />
5.2 - Portando, defendemos a preserva- (gem<br />
espontânea @ do montado no maneio alimentar do Porco Alenção<br />
do património genético da RAÇA AU-<br />
tejano (Sus ibericus). In: Actas do 8.<strong>º</strong> Encontro de Química dos Ali-<br />
TÓCTONE PORCO ALENTEJANO, tendo<br />
mentos. Comunicação em Poster. Auditório do Instituto Politécnico<br />
<strong>10</strong>,07<br />
em conta a genuinidade e a qualiade sui ge-<br />
de Beja, Escola Superior Agrária de Beja, Sociedade Portuguesa de<br />
5,13<br />
<br />
neris dos seus produtos $%&##%<br />
finais dentro da sua<br />
fileira emergente. (<br />
Química. Beja, Março de 2007, 219-222.<br />
OLIVEIRA, A. R. (2007b). Comunicação Pessoal à Imprensa<br />
no Certame 24.ª Ovibeja.<br />
6 – BIBLIOGRAFIA<br />
OLIVEIRA, A. R. (2009). Contributo para a Historia do Porco<br />
BASTOS, *+,-./. #<br />
D. (2008). Porco Preto Co-<br />
Alentejano (Sus ibericus). Nótula Comemorativa dos 50 Anos do<br />
#$.<br />
mercialização. Comunicação Oral Apresen-<br />
%<br />
tada In: 1.<strong>º</strong> Congresso Ibério do Porco Alen-<br />
Padrão da Raça Suína Alentejana (1959.04.22 2009.04.22) Comunicação<br />
Oral por Convite. In: Colóquios do Certame 26.ª Ovibe-<br />
no Certame 26.ª Ovibeja (Oliveira, 2009), tejano. Ourique, Auditório do Cine-Teatro<br />
ja. Dia do Porco Alentejano, 30-04-2009.<br />
pelo que esperamos ter dado um contributo $%&#'$(%#)<br />
Sousa Teles, 18.<strong>10</strong>.08<br />
para a defesa, produção, protecção e valori- ( MIRANDA DO VALE, J. (1949). Gado<br />
zação do Património Genético e Cultural da Bissulco. Suínos, Bovinos, Arietinos, Capri-<br />
SANSON, A. (1901). Traité de Zootéchnie. Paris.<br />
SOEIRO, A. (2008). O Porco de Raça Alentejana e as Boas Origens.<br />
Revista <strong>Suinicultura</strong>, 80: 18-22<br />
Raça Suína Autóctone Portuguesa, vulgarmente<br />
denominado, Porco Alentejano.<br />
nos. Ed. Livraria Sá da Costa. A Terra e o Homem,<br />
Colecção @ Agrícola dirigida por Henri-<br />
AGRADECIMENTOS<br />
$%&##%<br />
que de Barros, 4.ª Secção – A Exploração e a<br />
O Autor agradece a todos os que directa e indirectamente contri-<br />
5 - CONCLUSÕES (<br />
Criação de Animais – n.<strong>º</strong> 2, Lisboa, 418 pp.<br />
buíram para a realização desta nótula.<br />
5.1 - Face aos nossos resultados, tendo MINISTÉRIO DA ECOMOIA (1959).<br />
em conta a <strong>com</strong>paração do perfil da <strong>com</strong>po-<br />
*+,-./. #<br />
sição química em ácidos gordos da gordura<br />
Secretaria de Estado da Agricultura, Direc-<br />
<br />
ção-Geral dos Serviços Pecuários. Diário da<br />
*Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja<br />
subcutânea da carcaça de Porco Alentejano República. Portaria n.<strong>º</strong>17133 de 22-04, 1.<strong>º</strong><br />
(Raça Suína Autóctone), engordado em mon- Semestre.<br />
tanheira e a do Porco Preto Cruzado (F1-Por- NORMA DE CALIDAD (2007). Norma<br />
co Híbrido Comercial), manifestam diferen- de Calidad. RD 1469/2007 de 2 de Novemças<br />
significativas, entre ambos os genótipos, bro, BOE n.<strong>º</strong> 300 p.51655.<br />
pelo que salientamos apenas dentro do perfil<br />
@<br />
OLIVEIRA, A. R. (2000). Estudio de las<br />
Gráfico 1 - Comparação do perfil dos 1% ácidos gordos da<br />
Gordura Subcutânea do Porco Alentejano engordado<br />
em Montanheira <strong>com</strong> ! o Porco Preto (PP)<br />
%1%<br />
%*1%<br />
60<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
<strong>10</strong><br />
0<br />
-<strong>10</strong><br />
27,66<br />
21,62<br />
6,18<br />
13,33<br />
( (( ()(*((( ((((<br />
+,(((!( !(&''$-./0<br />
Palmítico Esteárico Oleico Linoleico<br />
Perfis dos Ácidos Gordos<br />
Porco Alentejano Montanheira Porco Preto Diferenças<br />
)( ,%-%<br />
#$+<br />
1%<br />
!<br />
%1%<br />
%*1%<br />
( (( ()(*((( ((((<br />
+,(((!( !(&''$-./0<br />
<br />
( (( ()(*((( ((((<br />
+,(((!( !(&''$-./0<br />
$%&##%<br />
(<br />
*+,-./. #<br />
Alentejana | Raças Autóctones||||||||||<br />
<br />
#$.<br />
%<br />
$%&#'$(%#)<br />
(<br />
<br />
Reuniões, Congressos & Seminários<br />
<strong>Suinicultura</strong> 67
Reuniões, Congressos & Seminários<br />
O XXX Simposium ANAPORC<br />
Já vai sendo hábito a grande afluência,<br />
sobretudo de técnicos e profissionais do sector,<br />
a este evento anual da ANAPORC.<br />
Um Fórum de elevado nível técnico e<br />
cientifico onde são debatidos os principais<br />
temas da actualidade sectorial.<br />
Temos a<strong>com</strong>panhado, de alguns anos a<br />
esta parte, os vários Simposiuns e podemos<br />
afirmar que o de Segóvia em nada ficou a<br />
dever aos anteriores no que diz respeito ao<br />
número elevado de participantes, à qualidade<br />
e pertinência das <strong>com</strong>unicações apresentadas<br />
no auditório do Centro de Congressos e Convenções<br />
do Paradoro Nacional de Segóvia<br />
bem <strong>com</strong>o ao programa social que decorreu<br />
em paralelo. Este ano, tal <strong>com</strong>o anunciámos<br />
na <strong>revista</strong> anterior, o nosso País foi honrado<br />
<strong>com</strong> o convite da Organização ao Eng. António<br />
Tavares para proferir a Palestra de Abertura<br />
deste XXX Simposium, na condição de<br />
Presidente do Grupo de Trabalho da Carne de<br />
Porco da COPA-COGECA!<br />
A sua intervenção, ao propor a redução<br />
dos efectivos no espaço <strong>com</strong>unitário <strong>com</strong>o<br />
uma das medidas mais eficazes para ultrapassar<br />
a crise conjuntural, suscitou, <strong>com</strong>o era<br />
de esperar, alguma discussão e a imprensa<br />
diária dela fez notícia de primeira página no<br />
dia seguinte.<br />
Como nota de destaque, a intervenção<br />
da Conselheira de Agricultura e Ganaderia,<br />
Silvia Clemente Municio que, na cerimónia<br />
de encerramento, anunciou uma mão cheia<br />
de ajudas financeiras oficiais para a Fileira da<br />
suinicultura da região, tendo <strong>com</strong>o objectivo<br />
imediato minimizar os efeitos da crise que se<br />
abateu no sector e promover ao mesmo tempo<br />
o relançamento da <strong>com</strong>petitividade a nível<br />
interno e externo, tendo, no final, feito questão<br />
de referir e agradecer (!!!) á Organização<br />
Interprofissional da Fileira, sem a qual, disse,<br />
ter sido impossível reivindicar as verbas ao<br />
Governo Central em Madrid.<br />
Para reflectir, … dizemos nós!<br />
ENTREVISTAS ANAPORC – 2009<br />
Mateo del Pozo<br />
Presidente da Anaporc<br />
Estamos muito contentes. Superámos<br />
os nossos objectivos: assistência, patrocinadores,<br />
qualidade das apresentações, o que<br />
contraria as opiniões de alguns dos nossos<br />
próprios associados que receavam muito os<br />
efeitos da crise.<br />
Quanto ao XXXI Simposium que se prevê<br />
vir a ter lugar na Galiza em 20<strong>10</strong>, foi uma<br />
decisão que demorou tempo a ser tomada<br />
mas agora está finalmente assumida após a<br />
confirmação do apoio de 2 grandes empresas<br />
dessa autonomia: a Hipra e a Coren.<br />
Esperamos um êxito pelo menos idêntico<br />
ao de Segóvia. Neste aspecto muito ficamos<br />
a dever a Mariano Herero e Alberto Alvarez<br />
que <strong>com</strong> muita descrição mas muita sincronização<br />
conseguiram levar por diante tudo isto<br />
a que vocês, portugueses e todos nós assistimos.<br />
Como Presidente da ANAPORC agradeço<br />
a presença da Federação Portuguesa e desejo<br />
um grande encontro para o 2<strong>º</strong> Congresso<br />
da OIPORC em Portugal.<br />
Mariano Herero - FEASPOR<br />
Estou extraordinariamente satisfeito <strong>com</strong><br />
o êxito alcançado <strong>com</strong> a XXX edição deste<br />
Simposium. Foi um trabalho de equipa que<br />
resultou em pleno.<br />
Quanto ao teu pedido de conselho relativamente<br />
à responsabilidade que vos foi<br />
atribuída <strong>com</strong> a organização do Congresso<br />
OIPORC, chamo a atenção de que a primeira<br />
coisa a garantir é o apoio <strong>com</strong>ercial das empresas<br />
do sector (stands, palestrantes, inscrição<br />
de técnicos, etc).<br />
Depois é crucial contar <strong>com</strong> o apoio dos organismos<br />
oficiais centrais e regionias, particularmente<br />
<strong>com</strong> estes últimos. Como exemplos<br />
desses apoios poderemos indicar, os directos<br />
e os logísticos (transportes, programa social,<br />
etc).<br />
Alberto Alvarez - Anaporc<br />
Foi um trabalho de uma equipa.<br />
Após a decisão sobre o local do evento<br />
iniciámos os contactos <strong>com</strong> as autoridades e<br />
<strong>com</strong> os patrocinadores.<br />
Foi importante conseguir a presença de<br />
todos os laboratórios farmacêuticos bem<br />
<strong>com</strong>o outras empresas representativas do<br />
sector.<br />
Esta colaboração garante não só o êxito<br />
económico do simposium <strong>com</strong>o permite também<br />
a presença de oradores de reconhecido<br />
RAPORAL<br />
NOVO<br />
Reuniões, Congressos & Seminários<br />
mérito vindos dos Estados Unidos, França,<br />
Holanda, etc.<br />
Por tudo isto, sentimos que foi re<strong>com</strong>pensado<br />
o duro trabalho desenvolvido ao<br />
longo de um ano.<br />
Não queremos de forma alguma esquecer<br />
o enorme apoio recebido da FEASPOR e<br />
das autoridades locais.<br />
É por tudo isto que, já a partir de amanhã,<br />
iremos iniciar os contactos <strong>com</strong> as autoridades<br />
da Galiza para assim garantirmos o apoio<br />
através da cedência de espaços nobres, organização<br />
de eventos, publicidade em Rádio e<br />
televisão, etc.<br />
Quanto a toda a parte informática e<br />
meios áudio-visuais é muito importante que<br />
tudo seja entregue a profissionais.<br />
Se reparares a imagem do Simposium<br />
muda todos os anos mas em cada ano a base<br />
é homogénea, isto é desde os programas, aos<br />
stands, sala de palestras, etc, tudo isto tem<br />
uma certa linha de rumo.<br />
Quero ainda saudar efusivamente a presença<br />
da Federação de Suinicultores de Portugal<br />
68 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 69
Reuniões, Congressos & Seminários Reuniões, Congressos & Seminários<br />
IDENDIFICAÇÃO<br />
A Tabela Figura hipra 2. 7 - Antibióticos Brinco autorizados faz <strong>com</strong>o Figura o aditivos 8 – lançamento<br />
Teste destinados de <strong>com</strong>patibilidade<br />
à alimentação animal (Dir. 70/524/CEE)<br />
CÓD. CE SUBSTÂNCIA ORIGEM<br />
de Suiseng ®<br />
Avilamicina Streptomyces viridochromogenes<br />
E 715 Avoparcina Streptomyces candidus<br />
A nova vacina <strong>com</strong>binada contra as<br />
E 700 Bacitracina de zinco Bacillus licheniformis<br />
diarreias neonatais do leitão e morte súbita<br />
E 7<strong>10</strong> Espiramicina Streptomyces ambofaciens<br />
da porca.<br />
E 712 Flavofosfolipol Streptomyces bambergiensis e outros*<br />
No passado dia 12 de Novembro, a HI-<br />
E 714 Monensina de sódio Streptomyces cinnamonensis<br />
PRA promoveu o lançamento da vacina SUI-<br />
Salinomicina de sódio Streptomyces albus Raça?<br />
SENG<br />
E 713 Tilosina Streptomyces fradiae<br />
E 711 Virginiamicina Streptomyces virginae<br />
* S. ghanaensis, S. geysiriensis e S. ederensis<br />
<br />
ocorridas nas práticas de maneio, e na antibioresistência selectiva da flora<br />
certeza que os animais criados e engordados gastrointestinal, nos animais produtores de<br />
para a produção de géneros alimentícios géneros alimentícios.<br />
são geneticamente diferentes dos que eram Na realidade a suposição de que os<br />
produzidos há quatro décadas atrás, os teores sub-terapêuticos em que os AB<br />
actuais conhecimento técnico-científicos promotores de crescimento eram utilizados <br />
vieram, porém, demonstrar que o recurso a não provocariam qualquer tipo de selecção,<br />
AB promotores de crescimento provocam veio-se a provar errada. A utilização <br />
® no Santarém Hotel.<br />
Esteve presente o Dr Nicolás Guerra, Product<br />
Manager da SUISENG ® da Hipra, que<br />
apresentou a nova vacina agora lançada em<br />
todo o mercado europeu, resultado de anos<br />
de investigação do departamento de I+D da des. Por um lado o seu adjuvante único e ex-<br />
HIPRA. Posteriormente o Dr. Lorenzo Fraile, clusivo em veterinária HIPRAMUNE G<br />
Investigador do IRTA e especialista em farmacologia,<br />
imunologia e ensaios clínicos da<br />
CRESA em Barcelona, desenvolveu o tema<br />
“Diluentes de nova geração no desenvolvimento<br />
de vacinas mais potentes e seguras”.<br />
Esta vacina aporta duas grandes novida-<br />
® à<br />
base de saponinas de ginseng, gingenósidos.<br />
Por outro as suas valências antigénicas: diarreia<br />
neonatal por E. coli e clostrídeo e morte<br />
súbita das reprodutoras por Clostrídium novyi.<br />
Esta vacina garante assim uma protecção mais<br />
<strong>com</strong>pleta segura e eficaz.<br />
EQUIPORAVE<br />
N<strong>º</strong> ANTERIOR<br />
Animal?<br />
Exploração?<br />
alimentar de anti microbianos em doses<br />
inferiores às terapêuticas traduz-se numa<br />
forte pressão selectiva, já que a concentração<br />
das substâncias farmacologicamente activas<br />
no local de acção excede as concentrações<br />
inibitórias mínimas ( MIC) da população<br />
bacteriana sensível, tendo ainda em<br />
consideração a duração prolongada da<br />
exposição.<br />
O local primário de selecção no contexto<br />
os AB promotores de crescimento é o tracto<br />
digestivo dos animais, mas a selecção também<br />
ocorre no meio ambiente das explorações,<br />
bem <strong>com</strong>o nos campos de cultivo, onde o<br />
estrume dos animais é depositado <strong>com</strong>o<br />
No final houve um largo espaço de debate<br />
fertilizante.<br />
<strong>com</strong> troca de opiniões e questões aos dois ora-<br />
Pese embora não seja possível medir e<br />
dores, pelos convidados presentes.<br />
quantificar <strong>com</strong> rigor o aumento de resistência<br />
Este evento da Hipra foi especialmente<br />
bacteriana nos diversos reservatórios (já que<br />
bem acolhido pelos técnicos nacionais, que<br />
só uma pequena porção da microflora do<br />
demonstraram grande expectativa e vontade<br />
trato gastrointestinal é cultivável “in vitro”,<br />
em experimentar e utilizar esta vacina inova-<br />
e muitos dos genes que conferem resistência<br />
dora e exclusiva neste mercado. <br />
Casa da Meada; Castelo de Vide<br />
Desde Abril de 2005<br />
Pfizer lança Improvac ®<br />
em Portugal<br />
A Pfizer Saúde Animal anunciou o lançamento<br />
em Portugal de Improvac ® , o medicamento<br />
imunológico para controlo do odor a<br />
varrasco. Segundo, Gil Sena, Team Leader –<br />
Suínos , da Pfizer Saúde Animal, o sector da<br />
suinicultura dispõe a partir de agora de uma<br />
alternativa à castração física <strong>com</strong>o método<br />
de controlo deste problema, <strong>com</strong> respeito pelas<br />
normas de bem-estar animal, permitindo<br />
manter o potencial zootécnico natural e melhorar<br />
a qualidade da carne proveniente de<br />
machos sexualmente maduros.<br />
O evento de lançamento aos médicos veterinários,<br />
decorreu no passado dia 24 de Setembro,<br />
em Lisboa, tendo suscitado elevado<br />
interesse desta classe profissional, que esteve<br />
presente em largo número.<br />
Também no decorrer da XX Feira Nacional<br />
do Porco, foi igualmente aborado o tema,<br />
desta vez mais direccionado para a produção,<br />
tendo o Dr. Gil Sena previligiado a assistência<br />
<strong>com</strong> uma apresentação que mereseu de<br />
DIN promove<br />
Jornada de Campo<br />
Há mais de uma década que a DIN –<br />
Desenvolvimento e Inovação Nutricional,<br />
SA, reune, por altura do Natal todos os seus<br />
clientes, fornecedores e amigos numa “Jornada<br />
de Campo” <strong>com</strong> caracteristicas únicas:<br />
um convívio “cinegético” para os amantes<br />
de caça às perdizes e faisões e um convívio<br />
“gastronómico” que todos retêm na sua memória<br />
pela qualidade e variedade de iguarias<br />
oferecidas.<br />
A edição deste ano decorreu no passado<br />
dia 28 de Novembro na Herdade do Barrocal<br />
de Baixo, perto de Montemor-o-Novo,<br />
e contou <strong>com</strong> a participação de mais de 200<br />
convidados, entre os quais, pela primeira vez<br />
tivemos o grato prazer de ser incluídos.<br />
A “<strong>Suinicultura</strong>” que tem o previlégio de<br />
contar <strong>com</strong> a presença permanente da DIN<br />
<strong>com</strong>o anunciante nas suas <strong>páginas</strong>, congratula-se<br />
<strong>com</strong> o êxito deste encontro e saúda<br />
particularmente os Drs Castanheira Lopes<br />
todos os maiores elogios.<br />
Mais tarde, a 16 de Outubro, a Pfizer<br />
Saúde Animal voltou a convocar todos os<br />
profissionais da fileira suína e desenvolveu a<br />
aplicabilidade deste inovador conceito à realidade<br />
portuguesa.<br />
Após este último encontro seguiu-se um<br />
animado jantar convívio, durante o qual o<br />
elevado número de participantes pôde provar<br />
carne de porco proveniente de um animal vacinado<br />
<strong>com</strong> Improvac ®<br />
e Pedro Barreiros, faces visíveis da organização<br />
do evento, bem <strong>com</strong>o a sua Administração<br />
na pessoa do Dr. José Filipe Ribeiro<br />
dos Santos, amigo de longa data e que, em<br />
tempos, liderou a Mesa da Assembleia Geral<br />
desta casa.<br />
70 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 71<br />
12 <strong>Suinicultura</strong><br />
32 <strong>Suinicultura</strong>
Mantenha-se<br />
Reuniões, Congressos & Seminários Reuniões, Congressos & Seminários<br />
Simpósio Elanco de gestão suinícola<br />
No passado dia 15 de Outubro, a Elanco<br />
realizou,<br />
informado<br />
no Turcifal, no hotel Westin Camporeal,<br />
um Simpósio subordinado ao tema<br />
“Gestão Suinícola – decisões estratégicas”.<br />
Este simpósio contou <strong>com</strong> a colabora-<br />
ção, enquanto palestrantes, do Dr. Francisco<br />
Carmo Reis, o qual abordou a temática do<br />
Impacto Económico do Complexo Respiratório<br />
Porcino e do Dr. Enric Marco (Marco<br />
& Collel), que dissertou sobre as estratégias<br />
que permitem Aumentar a Eficiência e<br />
Acrescentar Valor às Decisões Diárias, no<br />
âmbito da gestão suinícola.<br />
Contou ainda <strong>com</strong> a colaboração <strong>com</strong>o<br />
palestrantes, de elementos do staff da Elanco<br />
a nível nacional e internacional.<br />
Deste modo, o Dr. Jorge Trindade (Elanco<br />
Portugal) abordou o tema da Proposta de<br />
Valor da Elanco, tendo-se referido aos prin-<br />
Visite-nos em<br />
www.suinicultura.<strong>com</strong><br />
(<br />
... e receba a “SUINICULTURA”<br />
Ministro ...e receba a “SUINICULTURA”<br />
da Agricultura<br />
recebe representantes<br />
da FPAS em Sua casa<br />
A crise veio em sua casa!<br />
N.<strong>º</strong> 77 - Outubro / Novembro / Dezembro de 2007 - Preço: 5,00 euros<br />
N<strong>º</strong> <strong>85</strong> • Outubro / Novembro / Dezembro de 2009 • 5,00 €<br />
Sessões<br />
de Esclarecimento<br />
2009<br />
para ficar?<br />
IV Congresso SCS<br />
Raças Autóctones<br />
cipais programas metafiláticos que a Elanco<br />
preconiza em suinicultura, <strong>com</strong> os seus produtos<br />
de reconhecida qualidade, tais <strong>com</strong>o<br />
Pulmotil e Tylan, os quais permitem obter um<br />
maior número de Porcos de Valor Máximo.<br />
O Dr<strong>º</strong> Paulo Ferro (Elanco Itália) centrou-se<br />
no tema Pulmotil – Gestão do Gap<br />
Imunitário Pós-Desmame , tendo referido a<br />
importância de um eficaz controlo da patologia<br />
respiratória nos leitões de primeira idade,<br />
por forma a conseguir uma máxima performance.<br />
A Drª Susana Lapuente (Marketing Manager)<br />
abordou o tema do Diagnóstico da<br />
Ileitis e seu Impacto Económico , tendo salientado<br />
a importância do controlo da Ileitis,<br />
mesmo quando esta está presente sob uma<br />
forma mais silenciosa – forma sub-clínica,<br />
mas já <strong>com</strong> importante impacto na economia<br />
das explorações.<br />
Referiu-se ainda ao teste rápido de Ileitis<br />
5ª Reunião do Tech e VetClub de<br />
Suínos da Intervet Schering-Plough<br />
A Intervet Schering-Plough organizou a<br />
5ª edição das suas já habituais reuniões do<br />
TechClub e VetClub que decorreram no Hotel<br />
VIP Executive, em Santa Iria da Azóia.<br />
A reunião do TechClub teve lugar a 25<br />
de Novembro e contou <strong>com</strong> a presença de<br />
<strong>10</strong>0 técnicos que tiveram a oportunidade de<br />
assistir a uma excelente apresentação, a cargo<br />
do Dr. Miquel Collell que abordou os te-<br />
mas “Análise e interpretação de resultados”<br />
e “Optimização das performances - Onde e<br />
<strong>com</strong>o intervir”, realçando a importância da<br />
correcta identificação das causas de infertilidade<br />
das reprodutoras por forma a obter<br />
parâmetros reprodutivos óptimos e assim<br />
rentabilizar as explorações. No dia seguinte<br />
e no mesmo local decorreu a 5ª reunião do<br />
VetClub de Suínos que contou <strong>com</strong> a pre-<br />
que a Elanco disponibiliza <br />
aos seus clientes –<br />
FIRSTEST, tendo apresentado os valores da !"#$%&'(<br />
prevalência europeia da Ileitis, a qual é muito<br />
elevada e próxima dos <strong>10</strong>0%.<br />
)!*+(,-<br />
Neste simpósio participaram numerosos<br />
*. médicos veterinários ligados ao sector suiní- +(<br />
/0/12*%&*<br />
cola, bem <strong>com</strong>o gestores de empresas ligadas<br />
3&!"(<br />
ao sector.<br />
O simpósio foi encerrado <strong>com</strong> um animado<br />
jantar de confraternização.<br />
)!"4<br />
++(5&06&2<br />
7&.*<br />
*68<br />
*9<br />
sença de 40 Médicos Veterinários do sector<br />
que atentamente assistiram à apresentação a<br />
cargo do Dr. Miquel Collell que abordou os<br />
temas “Sanidade <strong>com</strong>o ferramenta de gestão”<br />
e “Planos profilácticos – Definição e<br />
avaliação de resultados”, destacando alguns<br />
problemas infecciosos nas diferentes fases<br />
de produção e apresentando diversas soluções<br />
para abordagem dos mesmos.<br />
3<strong>º</strong> Seminário PAGE PEC Universidade<br />
Católica / Intervet Schering-Plough<br />
+:6,0;.27!"#"$<br />
Para receber a <strong>revista</strong> da Federação 3&<br />
Portuguesa de<br />
Jornadas<br />
Inserido no âmbito da parceria desen-<br />
Técnicas<br />
Associações de Suinicultores $&.?0/@&/&2%<br />
<br />
formação em Business Administration dos<br />
<br />
3;*<br />
profissionais do sector pecuário, realizou-se,<br />
FPAS<br />
Projecto Agro In Memoram Raças Autóctones<br />
Rui Baptista<br />
no passado dia 7 de Novembro, o 3<strong>º</strong> Semi-<br />
Apresentação<br />
<br />
Ovídeo Rodrigues<br />
Alentejano<br />
<br />
Av. António<br />
.#7"A.<br />
Final<br />
Machado Gouveia Bísaro<br />
Augusto de Aguiar,<br />
nário do Programa Avançado de Gestão de<br />
n<strong>º</strong> 179, R/C<br />
Reuniões, Congressos & Seminários Reuniões, Congressos & Seminários<br />
VI Congresso da Ordem<br />
dos Médicos Veterinários<br />
Decorreu no passado mês de Outubro,<br />
no Centro Cultural de Belém, em Lisboa o<br />
VI Congresso da Ordem dos Médicos Veterinários.<br />
Constando do respectivo programa dois<br />
temas que muito têm a ver <strong>com</strong> o nosso sector<br />
permitimo-nos aqui apresentar as respectivas<br />
conclusões.<br />
I - Papeis do Médico Veterinário<br />
na <strong>Suinicultura</strong> Actual<br />
O Médico Veterinário no exercício da sua<br />
profissão está sujeito a deveres e obrigações<br />
para <strong>com</strong> a <strong>com</strong>unidade, os utentes dos seus<br />
serviços e para <strong>com</strong> os outros Médicos Veterinários,<br />
podendo, nos tempos que correm,<br />
exercer a sua actividade nos mais variados<br />
sectores e das mais variadas formas:<br />
• Profissão Liberal<br />
• Funcionalismo público central ou<br />
regional<br />
• Administração local<br />
• Laboratórios de análises<br />
• Saúde Pública<br />
• Inspecção e Segurança Alimentar<br />
• Industrias Alimentares, Farmacêuticas<br />
e outras<br />
• Ensino<br />
• Investigação<br />
Mas será que a nossa actividade se deverá<br />
reduzir a estes itens, considerados já hoje<br />
<strong>com</strong>o tradicionais.<br />
A ideia desta Mesa Redonda foi exactamente<br />
questionar esta situação.<br />
Para tal convidamos 2 colegas <strong>com</strong> larga<br />
experiência no sector (Pedro Lopes e Sales<br />
Luís), um outro <strong>com</strong> menos anos de exercício<br />
da profissão mas conhecedor das dificuldades<br />
inerentes ao início de carreira (António Banza)<br />
e por fim uma colega brasileira, Maria da<br />
Nazaré Lisboa, que, no seu dia a dia, pratica<br />
exactamente um tipo de actividade que gostaríamos<br />
de ver difundida em Portugal: formação<br />
e gestão de pessoal, aconselhamento<br />
tecnico, assessoria de admnistração, etc.<br />
Assim, questionámos:<br />
• Que outras áreas estarão a ser deixadas<br />
para outras profissões?<br />
• Não terá chegado a altura do Veterinário<br />
“entrar” na produção em vez<br />
de continuar a gravitar à sua volta,<br />
pensando somente na genética, na<br />
nutrição, na sanidade e no medicamento?<br />
Temas tão importantes <strong>com</strong>o a gestão, a<br />
economia, os recursos humanos, a biosegurança<br />
têm sido <strong>com</strong>pletamente esquecidos<br />
pela classe, permitindo <strong>com</strong> isso a entrada no<br />
sector de outras profissões que, <strong>com</strong> maior<br />
visão, menos <strong>com</strong>odismo, maior entrega e<br />
menos pruridos vão, dia após dia, cimentando<br />
as suas posições.<br />
No entanto o Veterinário não é o único<br />
culpado pela situação descrita.<br />
Também o ensino terá que se actualizar<br />
muito rapidamente considerando que a sua<br />
estrutura actual é muito teórica, está pouco<br />
preparada, não possui instalações de produção<br />
próprias e para além de tudo isto motrase<br />
desinteressada e alheada destes problemas,<br />
não havendo (salvo raras excepções)<br />
qualquer ligação ao sector empresarial desta<br />
actividade.<br />
Há pois que meditar, debater e, antes de<br />
mais responder a algumas questões:<br />
• Será que há, na realidade, perigo de<br />
desemprego na nossa área;<br />
• Será positiva a opinião dos suinicultores<br />
sobre os seus técnicos veterinários.<br />
Se não o é, qual será a<br />
razão? É absolutamente necessária<br />
uma introspecção sincera, profunda<br />
e honesta, a qual passará eventualmente<br />
por uma sondagem alargada<br />
ao sector (empregadores e empregados);<br />
• Qual o futuro previsível para o sector?<br />
• Qual será, por exemplo, o número<br />
de explorações existentes, daqui a<br />
<strong>10</strong> anos?<br />
• No caso do sector sobreviver, conseguiremos<br />
no dia de hoje definir<br />
qual o perfil a definir para o Médico<br />
Veterinário de suínos nessa altura?<br />
Entretanto alguns pontos reúnem consenso:<br />
• É necessário e urgente criar um código<br />
de deveres e obrigações.<br />
• É nosso dever incentivar a Ordem a<br />
criar no seu interior grupos de trabalho<br />
sectoriais, devendo os colegas<br />
escolhidos ser mandatados para, em<br />
seu nome, trabalharem directamente<br />
<strong>com</strong> instituições de ensino, formação<br />
profissional e colegas, criando<br />
nestes a vontade (necessidade?)<br />
de uma especialização dinâmica e<br />
continua.<br />
Em simultâneo deveremos defenir qual<br />
o perfil do “médico veterinário do futuro” o<br />
qual, no âmbito da suinicultura, deverá preparar-se<br />
para intervir em funções tão importnates<br />
<strong>com</strong>o por exemplo:<br />
• Administração<br />
Gestão<br />
Formação/Educação de pessoal<br />
Colaborador<br />
74 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 75<br />
•<br />
•<br />
•<br />
Enfim:<br />
Ser condiderado <strong>com</strong>o Parceiro do Empresário<br />
e não <strong>com</strong>o simples empregado/<br />
assalariado/avençado ou seja, ser uma maisvalia<br />
e não um custo.<br />
Para tal é essencial ao técnico possuir<br />
(ou aprender, ou cultivar) algumas características:<br />
• Saber estar (apresentação condigna)<br />
• Ser exigente consigo próprio para<br />
poder exigir aos outros<br />
• Ser culto e socialmente integrado<br />
• Falar pelo menos duas línguas (essencial)<br />
• Demonstrar inequivocamente o seu<br />
gosto pela actividade.<br />
Em resumo esta mesa redonda serviu<br />
<strong>com</strong>o um primeiro passo de um trabalho sério<br />
e profundo no sentido de, aproveitando o<br />
saber de experiência feito de alguns colegas,<br />
e pela mão da Ordem do Médicos Veterinários,<br />
procedermos a um levantamento sobre<br />
a realidade do sector, transmitindo “á posteriori”<br />
as respectivas conclusões ás Faculdades<br />
de Veterinária existentes em Portugal,<br />
solicitando de cada uma delas a indicação do<br />
seu posicionamento face ao trabalho apresentado.<br />
António Simões Monteiro<br />
II - Resumo da discussão sobre o<br />
tema Responsabilidade Sanitária<br />
No dia 5 de Outubro de 2009 foi discutido<br />
no âmbito do congresso da O.M.V, “ O<br />
Médico Veterinário Responsável Sanitário”.<br />
A mesa foi moderada pelo Dr. Carlos<br />
Fragoso de Almeida, e teve a valiosa colaboração<br />
do Dr. Manuel Joaquim que fez uma<br />
apresentação dos pontos críticos do que tem<br />
sido o papel do M.V.R.S., á qual seguiu a discussão<br />
do tema.<br />
Como Conclusões<br />
1. Historicamente, o M.V.R.S. tem sido<br />
utilizado pela D.G.V. <strong>com</strong>o operacional no<br />
campo, sem que este ou a O.M.V. sejam consultadas<br />
sobre a melhor maneira de implementar<br />
um programa.<br />
2. Na prática o Médico Veterinário Assistente<br />
Técnico e o M.V.R.S. nem sempre são<br />
a mesma pessoa. Para tal foi apresentada á<br />
O.M.V uma proposta feita pela Soc. Cientifica<br />
de <strong>Suinicultura</strong>, mas sem efeitos práticos.<br />
3. No âmbito do novo Regime de Exercício<br />
da Actividade Pecuária aparecem algumas<br />
incoerências que envolvem directamente<br />
a classe e que mais uma vez a classe<br />
não ouvida. Essas incoerências determinam<br />
que um veterinário tenha que ser acreditado<br />
pela DGV numa parte do texto e que noutra<br />
tenha que fazer um “Exame” em cada uma<br />
das DRA onde estiverem localizadas as explorações.<br />
4. Outro ponto de atrito é o da possibilidade<br />
da responsabilidade sanitária poder ser<br />
assegurada pelas OPP<br />
5. Numa altura em que a profissão está<br />
cada vez mais especializada este decreto<br />
aponta para MVRS multi-espécies.<br />
6. Este decreto deixa fora as explorações<br />
<strong>com</strong> menos de 75 cabeças normais, não prevendo<br />
quem vai controlar sanitariamente estes<br />
efectivos.<br />
7. Este e outros assuntos foram discutidos<br />
<strong>com</strong> o Sr. Bastonário em reunião muito<br />
participada na antiga sala do Conselho Regional<br />
do Sul e dessa reunião saiu uma <strong>com</strong>issão<br />
que ficou de escrever uma carta para a<br />
DGV a sustentaria a posição da OMV sobre o<br />
assunto. Este texto foi escrito e entregue, mas<br />
não houve nunca qualquer resposta.<br />
Propostas:<br />
1. A OMV exigir da DGV a resposta a<br />
solicitações anteriores sobre este assunto.<br />
2. A OMV Promover uma reunião de<br />
base alargada para apresentação de proposta<br />
alternativa.<br />
3. No futuro exigir sempre que a DGV<br />
a OMV e as associações de profissionais do<br />
sector, trabalhem em equipa para que não se<br />
voltem a repetir situações de difícil solução<br />
<strong>com</strong>o a presente.<br />
Rui Sales Luís
Reuniões, Congressos & Seminários<br />
Saiba mais em:<br />
www.suinicultura.<strong>com</strong><br />
GandAgro – 1ª Feira<br />
Internacional da Galiza<br />
Silleda, Espanha<br />
11 a 13 de Março de 20<strong>10</strong><br />
Concursos durante a Iffa 20<strong>10</strong><br />
9 a 13 de Maio de 20<strong>10</strong><br />
A Associação Alemã de Talhantes distingue<br />
os melhores produtos dos talhos.<br />
Durante a Iffa, Feira Internacional de<br />
Abate e Processamento de Carne decorrem<br />
vários importantes concursos na zona de<br />
<strong>com</strong>petição da Associação Alemã de Talhantes<br />
no Hall 6.1. Os participantes vêm de várias<br />
casas de talho locais e do estrangeiro.<br />
Inovação e criatividade: European Platter,<br />
Finger Food and Party Service Competition.<br />
EXPOAVIGA<br />
8 a <strong>10</strong> de Jun de 20<strong>10</strong><br />
Expoaviga, a Feira Internacional da Indústria<br />
Pecuária de Fira de Barcelona, irá realizar a<br />
sua 18 ª edição de 8 a <strong>10</strong> de Junho de 20<strong>10</strong><br />
no Pavilhão 2 do recinto da Gran Via. A<br />
organização decidiu alterar as datas para<br />
o evento não coincidir <strong>com</strong> nenhum outro<br />
evento do sector e atrair um maior número<br />
de expositores e visitantes nacionais e internacionais.<br />
• Barcelona, Espanha<br />
• As últimas inovações técnicas aplicadas<br />
à pecuária serão destaque na<br />
Expoaviga 20<strong>10</strong>.<br />
• 538 expositores;<br />
• 16 036 visitantes;<br />
• 14 937 m2 de superfície.<br />
• Recinto: Gran Via - Fira de Barcelona.<br />
• Carácter: Profissional<br />
• Periodicidade: Bienal<br />
Web: http://www.expoaviga.<strong>com</strong><br />
V Congresso Mundial do Presunto<br />
Lugo, Espanha<br />
Em 2011<br />
Workshop suínos<br />
da Alltech<br />
A Alltech organizou<br />
no passado dia<br />
19 de Novembro um<br />
workshop dedicados<br />
a Suínos, no Hotel<br />
Vip Santa Iria, que<br />
contou <strong>com</strong> a participação<br />
do Dr. Jean Le<br />
Dividich*, uma referência<br />
na área dos Suínos.<br />
O workshop reuniu cerca de 20 técnicos<br />
da área e mostrou ser do interesse geral, já<br />
que o tema de fundo foi a apresentação de<br />
soluções <strong>com</strong> vista à diminuição de custos e<br />
aumento da rentabilidade e performance das<br />
explorações de suínos.<br />
O tema das palestras foi:<br />
- Dr. Jean Le Dividich focou A importância<br />
da utilização de Bio-Mos na produção<br />
e qualidade do colostro;<br />
- Drª Jules Pickard, Responsável Técnica<br />
para a Alltech Europa e a responsável pelo<br />
Mycosorb <strong>com</strong> a apresentação da A importância<br />
das micotoxinas no actual contexto<br />
da produção suína (apresentação proferida<br />
pelo Eng<strong>º</strong> Jorge Cardoso).<br />
Num contexto de crise e procura de retorno<br />
de investimento em que nos encontramos,<br />
a Alltech pretende através dos seus<br />
produtos, apresentar soluções <strong>com</strong> futuro de<br />
onde se possa mais rendimento e performance<br />
dos nossos animais.<br />
Jean Le Dividich<br />
Jean Le Dividich, após a sua pós-graduação, fez carreira<br />
longa e de sucesso <strong>com</strong>o cientista de investigação<br />
no INRA, França. Em 1969 juntou-se à INRA <strong>com</strong>o assistente<br />
de investigação, tendo evoluído para o grau mais<br />
elevado de cientista do INRA, quando em 2004 foi promovido<br />
Director de Investigação em (1ª categoria). Esteve<br />
neste cargo até à sua reforma do INRA em 2006.<br />
A sua investigação durante muitos anos incidiu essencialmente<br />
sobre leitões e metabolismo energético. É<br />
responsável pela inovadora investigação que foi realizada<br />
em relação ao papel do colostro <strong>com</strong>o fornecedor de<br />
energia, imunoglobulinas, factores de crescimento, factores que afectam a produção de<br />
colostro, qualidade, a ingestão dos leitões, etc. A sua investigação incidiu também sobre<br />
o metabolismo energético de leitões recém-desmamados, bem <strong>com</strong>o a sua nutrição e problemas<br />
digestivos que muito frequentemente afectam estes animais.<br />
A sua especialidade em nutrição de suínos é predominantemente na área da alimentação<br />
de leitões, crescimento e desenvolvimento, <strong>com</strong> vasta experiência na concepção e<br />
realização de ensaios de investigação <strong>com</strong> animais; alto grau de conhecimento prático<br />
e técnico de nutrição avançada, incluindo dietas sem antibióticos promotores de crescimento,<br />
nutrição em porcas, dietas vegetais substituindo as proteínas animais e gorduras<br />
animais, especialista em Bio-Mos®, da Alltech.<br />
Embora<br />
na minha exploração<br />
tenha resultados de<br />
análises laboratoriais positivos a<br />
PCV2, os animais não manifestam sinais<br />
da doença. Uma vez que a taxa de<br />
mortalidade na recria/engorda é inferior<br />
a 6%, é de esperar que<br />
a vacinação se justifique<br />
em termos<br />
económicos?<br />
PERGUNTE!!!<br />
Os serviços técnicos da<br />
Schering-Plough / Intervet<br />
respondem!<br />
A decisão de iniciar a vacinação da sua exploração<br />
frente ao PCV2, bem <strong>com</strong>o o plano profilático a adoptar,<br />
deve ser tomada em conjunto <strong>com</strong> o seu Médico Veterinário Assistente, após análise<br />
de todos os dados produtivos e sanitários.<br />
Ainda que, aparentemente, na sua exploração não se observem sinais clínicos característicos de infecção<br />
por PCV2, a verdade é que o agente circula e <strong>com</strong> maior ou menor impacto estabelece o seu efeito sobre o sistema<br />
imunitário dos animais.<br />
O PCV2 é reconhecido <strong>com</strong>o um agente presente em todas as explorações, pelo que, neste momento é mundialmente aceite<br />
a importância da vacinação. Á semelhança do que sucede <strong>com</strong> o Micoplasma, a vacina frente ao PCV2 está claramente justificada<br />
devido às melhorias zootécnicas e sanitárias observadas.<br />
No Continente Americano, o primeiro a generalizar a imunização de leitões frente ao PCV2, a vacinação foi instituída sobretudo pelos<br />
importantes benefícios zootécnicos:<br />
• Aumento dos Ganhos Médios Diários e diminuição dos Índices de Conversão – menores gastos de ração (principal custo fixo da pecuária)<br />
• Menor variabilidade de pesos dentro de cada grupo – maior uniformidade e melhor classificação das carcaças<br />
•<br />
Considerando que a circulação do PCV2 favorece a entrada de outros agentes no organismo, e que, muitas vezes, estes actuam em<br />
sinergia <strong>com</strong> o vírus, é muito importante conferir imunidade específica aos leitões. A vacinação, ao melhorar a resposta imunitária<br />
dos animais, permite baixar os custos <strong>com</strong> medicações e reduzir a taxa de mortalidade, mesmo nas explorações onde<br />
esta apresenta valores considerados normais.<br />
Para uma fácil e imediata valorização económica dos benefícios da vacinação frente ao PCV2, a Intervet<br />
Schering-Plough poderá disponibilizar através do seu Médico Veterinário Assistente acesso ao programa<br />
de Auditoria Respig, o qual, entre outras análises, simula o retorno económico<br />
da introdução desta nova vacina.<br />
Envie as suas<br />
perguntas para:<br />
Consultório FPAS<br />
Av. António Augusto de<br />
Aguiar, n<strong>º</strong>179 R/C esq<strong>º</strong><br />
<strong>10</strong>50-014 Lisboa ou<br />
fedsuinos@mail.telepac.pt<br />
76 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 77
Profilaxía e Saúde Animal<br />
16<br />
Profilaxía e Saúde Animal<br />
Programa de Ilustração de Patologias Suínas<br />
do Atlas de Patologia e Clínica Suína da Pfizer<br />
PMWS<br />
As imagens do Atlas<br />
de Patologia da Pfizer<br />
seleccionadas para este<br />
número da <strong>revista</strong> abordam a<br />
principal síndrome associada<br />
ao circovirus suíno tipo 2 – o<br />
PMWS.<br />
78 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 79
Notícias FPAS<br />
FPAS reúne <strong>com</strong> Ministro<br />
da Agricultura e Sec. de Estado<br />
do Desenvolvimento Rural<br />
A Direcção da FPAS foi recebida no passado<br />
dia 3 de Dezembro de 2009, pelo Sr.<br />
Ministro da Agricultura, Prof. Doutor António<br />
Serrano, estando igualmente presente o<br />
Sr. Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento<br />
Rural, Eng. Rui Barreiro.<br />
Da agenda de trabalhos proposta pela<br />
FPAS faziam parte, entre outros, os seguintes<br />
pontos:<br />
• Medidas urgentes e excepcionais de<br />
apoio á tesouraria<br />
• SIRCA-Suínos – Suspensão, revisão<br />
e alteração do valor da taxa a<br />
cobrar aos suinicultores<br />
• Electricidade Verde (reposição das<br />
ajudas suspensas)<br />
• REAP - impraticabilidade da legislação<br />
já aprovada (sem ter em conta<br />
as posições sempre defendidas pela<br />
FPAS), suspensão e revisão dessa<br />
legislação<br />
• PRODER– reforço das verbas<br />
apoios específicos para a adaptação<br />
das explorações às novas regras de<br />
bem estar animal a vigorar a partir<br />
de 2013;<br />
• SNIRA-Suínos – inutilidade do actual<br />
sistema.<br />
• Cereais de intervenção: transferência<br />
de stocks para território nacional;<br />
• Plano para a melhoria da <strong>com</strong>petitividade:<br />
revisão e actualização<br />
do documento criado em 2001 no<br />
GPP;<br />
• Implementação de um Código de<br />
Boas Práticas <strong>com</strong>erciais (Fileira/<br />
grande distribuição).<br />
Do dossier FPAS constava vasta informação<br />
sobre o sector, concretamente:<br />
• Indicadores de representatividade;<br />
• Informação <strong>com</strong>parativa de custos<br />
sistemas de recolha de cadávers em<br />
França, Espanha e Portugal<br />
• Indicadores económicos;<br />
• Produção nacional<br />
• Importação<br />
• Preços<br />
• Dados de 2007/2008/2009<br />
Em relação às medidas urgentes solicitadas<br />
para apoio à tesouraria das empresas o<br />
Sr. Ministro deu conta da alteração da linha<br />
de crédito (Dec Lei 74/2009), criando uma<br />
nova linha para pecuária em condições mais<br />
aliciantes (idênticas ás criadas para o sector<br />
do leite);<br />
Quanto aos custos de energia (assunto<br />
desde sempre defendido pela FPAS desde<br />
que o anterior ministro suspendeu a “electricidade<br />
verde”), confirmou a reposição de<br />
apoio embora num novo conceito que passará<br />
especificamente pela colocação de contadores<br />
dedicados e <strong>com</strong>participação do Estado<br />
em 20% da factura energética.<br />
Em relação ao PRODER deu nota da<br />
criação de uma unidade autónoma em sede<br />
do GPP, <strong>com</strong> reforço substancial de técnicos<br />
e a nomeação de um Grupo de Trabalho para<br />
reavaliação e eventual reformulação interna<br />
deste programa aonde caberão certamente as<br />
sugestões apresentadas pela FPAS.<br />
Quanto ao Sirca, foi reconhecida a situação<br />
de injustiça que semelhante diploma<br />
acarreta para o sector sunícola quando em<br />
<strong>com</strong>paração <strong>com</strong> outras espécies (bovinos e<br />
ovinos). Foi igualmente decidida a suspensão<br />
imediata da cobrança da taxa p<strong>revista</strong> para 1<br />
de Janeiro e assumido o <strong>com</strong>promisso de que<br />
qualquer decisão sobre o valor final da taxa<br />
deverá atender ás propostas e argumentos<br />
apresentados pela Federação.<br />
Quanto ao REAP, foi transmitida pela<br />
FPAS a mensagem de que a aplicação no terreno<br />
do clausulado deste diploma é de todo<br />
impossível, tendo sido reafirmado que, nos<br />
arquivos do Ministério poderá ser encontrada<br />
documentação que sustenta esta posição<br />
da FPAS.<br />
O Sr. Secretário de Estado confirmou<br />
a preocupação do Ministério em relação á<br />
impraticabilidade de aplicação da legislação<br />
e dada a urgência e o vazio legislativo<br />
existente <strong>com</strong>prometeu-se em, pessoalmente,<br />
procurar uma solução até 30 de Março de<br />
Notícias FPAS<br />
Nota Informativa<br />
Transferência de stocks de cereais de intervenção<br />
A adesão á UE retirou-nos entre outras coisas, <strong>com</strong>petitividade<br />
no custo das rações, uma vez que devido á preferência europeia,<br />
tivemos de nos aprovisionar de cereais no mercado europeu. Ficamos<br />
por isso, desde logo, em desvantagem em relação aos nossos<br />
colegas que têm as suas explorações nos países produtores.<br />
A titulo de exemplo, podemos analisar o caso da cevada que<br />
está hoje a ser entregue na intervenção a 92,007 € por Tn, quando<br />
em Portugal o preço de mercado é de aproximadamente 130 € por<br />
Tn, o qual nem será um preço especulativ,o, dado que a diferença<br />
corresponderá, na prática, aos custos logísticos.<br />
A Comissão para evitar estas distorções de concorrência, dispõe<br />
de mecanismos <strong>com</strong>o o da transferência de stocks de cereais de<br />
intervenção <strong>com</strong>unitários dos países excedentários para os mais ca-<br />
20<strong>10</strong>, em conjunto <strong>com</strong> Ministério do Ambiente,<br />
DGV, Direcções Regionais, Câmaras,<br />
mais informando que na hipótese de nessa<br />
data não existir uma solução definitiava será<br />
criada uma situação de <strong>com</strong>promisso politica<br />
entre os organismos envolvidos de modo a<br />
evitar constrangimentos de putativas candidaturas<br />
aos quadros <strong>com</strong>unitários.<br />
Em relação ao Código de Boas Práticas<br />
Comerciais, o Sr. Ministro informou que já<br />
convidou a APED para uma reunião de trabalho,<br />
esperando igualmente abordar o assunto<br />
<strong>com</strong> o Ministro da Economía, <strong>com</strong> o Secretário<br />
de Estado do Consumidor e também <strong>com</strong><br />
o Observatório dos Mercados Agrícolas.<br />
No que respeita á “velha reivindicação”<br />
da possibilidade de haver um stock de matérias<br />
primas em Portugal, o Secretário de<br />
Estado propôs à FPAS a elaboração e entrega<br />
de um estudo sobre o tema para dar suporte<br />
técnico e político ao Sr. Ministro em eventuais<br />
negociações em Bruxelas. (Ver caixa em<br />
baixo). Também foi solicitada à FPAS o envio<br />
de um documento propondo as alterações<br />
desejadas para a revisão do PRODER.<br />
Finalmente informou que para dar continuidade<br />
aos temas periféricos das questões<br />
agendadas a FPAS será convocada ao seu<br />
Gabinete para nova reunião <strong>com</strong> a brevidade<br />
possível.<br />
Mais e melhor era díficil.<br />
renciados, permitindo assim que os concursos para acesso a esses<br />
produtos sejam iguais em todos os países.<br />
Em 01/11/09 abriu a intervenção da cevada e do trigo, tendo<br />
entrado na primeira semana nos silos <strong>com</strong>unitários respectivamente<br />
<strong>85</strong>2 981 Tn e1 790 000 Tn.<br />
O que sugerimos e solicitamos neste momento é a transferência<br />
de stocks de intervenção para Portugal, que permitam um abastecimento<br />
até à próxima colheita.<br />
Assim, prevendo-se para o 1<strong>º</strong> semestre de 20<strong>10</strong> um consumo<br />
de 150 000 Tn, seria este o valor a pedir de transferência para Portugal,<br />
o que julgamos ser o mais adequado e suficiente para não<br />
entrar em conflito <strong>com</strong> o mercado de cerais de produção nacional.<br />
Lisboa, <strong>10</strong> de Dezembro de 2009<br />
80 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 81
Notícias FPAS<br />
82 <strong>Suinicultura</strong><br />
ACTIVIDADES FPAS 4<strong>º</strong> Trimestre<br />
OUTUBRO<br />
03/05 – VI Congresso da OMV – Centro Cultural de Belém – Lisboa<br />
14/18 – 1<strong>º</strong> Congresso da OIPORC – República Dominicana<br />
27/29 – XXX Simposium ANAPORC - Segóvia<br />
NOVEMBRO<br />
03 – Reunião de Direcção<br />
04 – Reunião Alfavet/Nutega – Sessões Esclarecimetno<br />
05 – Reunião Contabilidade FPAS<br />
06 – Reunião Grupo ISP8 – Sede da Intervet-Schering - Cacém<br />
12 – Reunião Hipra - Santarém<br />
13/14 – IV Congresso SCS - EZN<br />
16 – 1ª Sessão de Esclarecimento – ALIS – Montijo<br />
18 – Reunião de Direcção<br />
19 – Reunião Câmara Municipal de Évora – Preparação do 2<strong>º</strong> Congresso<br />
OIPORC<br />
19 – 2ª Sessão de Esclarecimento – ANCPA – Évora<br />
20 – 3ª Sessão de Esclarecimento – ASL – Leiria<br />
23 – 4ª Sessão de Esclarecimento – ANCSUB – Vinhais<br />
26 – Reunião VetClube – Intervet-Schering – Sta Iria de Azóia<br />
AARA – Associação dos Agricultores<br />
de Alcobaça<br />
Rua de Leiria, s/n<br />
2460 – 045 Alcobaça<br />
ACPA – Associação Criadores de Porco<br />
Alentejano<br />
R. Armação de Pêra n<strong>º</strong>7A<br />
7670-259 Ourique<br />
ALIS - Associação Livre de Suinicultores<br />
R. Guerra Junqueiro, 2 – 1<strong>º</strong>.<br />
2870 Montijo<br />
ANCPA -Associação Nacional<br />
de Criadores de Porco Alentejano<br />
Rua Diana de Liz - Horta do Bispo<br />
Apartado 71 - E.C. Rossio.<br />
7002 – 501 Évora<br />
ANCSUB - Associação Nacional<br />
de Criadores de Suínos de Raça Bísara<br />
<br />
Edifício Casa do Povo - Largo do Toural<br />
5320 Vinhais<br />
26 – Reunião preparatória da Audiência <strong>com</strong> Ministro de Agricultura<br />
26 – 5ª Sessão de Esclarecimento – SUINIGARBE – Monchique<br />
27 – 6ª Sessão de Esclarecimento – SAGRAN – Santiago do Cacém<br />
28 – Jornada de Campo DIN – Montemor o Novo<br />
DEZEMBRO<br />
02 – Reunião de Direcção – Alcobaça<br />
02 – Reunião <strong>com</strong> Direcção da SCS<br />
02 – 7ª Sessão de Esclarecimento – AARA – Alcobaça<br />
03 – 8ª Sessão de Esclarecimento – ACPA – Ourique<br />
03 – Audiência <strong>com</strong> Ministro de Agricultura<br />
<strong>10</strong> – Reunião de Direcção<br />
11 – Reunião Grupo ISP8 – Sede da Intervet-Schering – Cacém<br />
15 – Reunião <strong>com</strong> Director Geral de Veterinária<br />
21 – Reunião de Direcção – Definição de Orçamento e Plano de<br />
Actividades 20<strong>10</strong><br />
21 – Reunião <strong>com</strong> a Eurodeputada Maria do Céu Patrão Neves<br />
29 – Reuniões em Évora – Preparação do 2<strong>º</strong> Congresso OIPORC<br />
30 – Reunião de Direcção<br />
30 – Assembleia Geral da FPAS<br />
Associações Federadas<br />
<br />
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'()*+,!-.$+,"-... /01&-!(2<br />
−3-4%&<br />
− 5%6-7<br />
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−6("8"<br />
APCRPS - Associação Portuguesa de<br />
Criadores de Raças Porcinas Selectas<br />
Apartado 153<br />
2402 Leiria Codex<br />
ASL - Associação de Suinicultores<br />
de Leiria<br />
Praceta Artur Portela, Lote 19 - Loja 2<br />
Apartado 754<br />
2400 Leiria<br />
ASM – Associação de Suinicultores<br />
de Montejunto<br />
Páteo Alfredo Marceneiro, 2<br />
2550 – 117 Cadaval<br />
SAGRAN - Associação dos Suinicultores<br />
dos Concelhos de Santiago do Cacém,<br />
Sines e Grândola<br />
Pinhal do Concelho<br />
7540 Santiago do Cacém<br />
SUINIGARBE - Associação dos<br />
Suinicultores do Barlavento Algarvio<br />
Largo do Pé da Cruz<br />
<strong>85</strong>50 Monchique