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revista n.º 85, páginas 9, 10 - Suinicultura.com

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N<strong>º</strong> <strong>85</strong> • Outubro / Novembro / Dezembro de 2009 • 5,00 €<br />

Sessões<br />

de Esclarecimento<br />

2009<br />

IV Congresso SCS<br />

Raças Autóctones<br />

Jornadas<br />

Técnicas<br />

na Feira do Porco<br />

Ministro<br />

da Agricultura<br />

recebe representantes<br />

da FPAS


Espero que a<br />

Direcção da<br />

FPAS que vier<br />

a assumir a<br />

responsabilidade<br />

de realizar<br />

este Congresso<br />

saiba merecer<br />

o prestígio e a<br />

credibilidade<br />

granjeadas por<br />

esta Casa ao<br />

longo de trinta<br />

anos de existência<br />

Recado dado,<br />

missão cumprida!<br />

Editorial<br />

O principal objectivo da nossa presença no Congresso da OIPORC foi alcançado na<br />

plenitude e disso dar-se à conta nas <strong>páginas</strong> desta Revista. Mais uma vez o espírito<br />

missionário duma delegação da FPAS (<strong>com</strong> especial destaque para a eficiência do seu<br />

Secretário-Geral, Dr. Simões Monteiro) priorizou a nossa estadia e deixou do lado de<br />

lá do Atlântico um forte lastro de simpatia e de relacionamentos pessoais e institucionais<br />

<strong>com</strong> todas as delegações oficiais dos países ali representados.<br />

Trouxemos, por unanimidade, a acreditação e a responsabilidade de realizar o próximo<br />

Congresso da OIPORC no nosso País em 2011. Desnecessário se torna invocar<br />

a importância sociopolítica dum acontecimento desta dimensão, <strong>com</strong> a presença de<br />

palestrantes de grande prestígio mundial e a discussão de temas transversais a toda<br />

a fileira, enquadrados e contextualizados numa perspectiva inevitavelmente globalizante.<br />

A realização dum evento desta natureza vai ser uma tarefa bastante árdua e vai exigir<br />

de todos os que de uma ou outra forma nela vierem a participar muita disponibilidade<br />

e sobretudo muito entusiasmo.<br />

Não faltarão certamente <strong>com</strong>entários depreciativos e as críticas habituais de alguns<br />

“aprendizes de feiticeiros” (tolhidos pelos seus pungentes sentimentos de inveja, creio<br />

eu…) afirmando aos seus acólitos paroquianos que há outras questões bem mais importantes<br />

e preocupantes para ocuparem o “tempo” à FPAS, até 2011…<br />

Obviamente que melhor do que ninguém sabemos à exaustão quais os “velhos” problemas<br />

do Sector que teimosamente persistem e contra os quais a FPAS lutou, luta e<br />

continuará a lutar denodadamente, mas também sabemos que é preciso, em simultâneo,<br />

falar e escrever palavras de esperança e de futuro.<br />

Somos conhecidos lá fora <strong>com</strong>o um País ilógico, (Já um general romano escrevia para<br />

Roma dizendo que gente tão estranha estes lusitanos que não se sabem governar mas<br />

também não se deixam governar…) é tempo de irmos deixando de perder tempo em<br />

conversas de treta à escala nacional e passarmos a reflectir em escalas maiores para<br />

não perdermos definitivamente o ritmo do progresso que inexoravelmente marcará<br />

o destino da Globalização social e económica num <strong>com</strong>plexo desafio geracional que<br />

temos de saber enfrentar e ganhar.<br />

Espero que a Direcção da FPAS que vier a assumir a responsabilidade de realizar este<br />

Congresso saiba merecer o prestígio e a credibilidade granjeadas por esta Casa ao<br />

longo de trinta anos de existência os quais serão <strong>com</strong>emorados precisamente em 2011<br />

e que daquelas circunstâncias saiba retirar os maiores sucessos e proveitos sociopolíticos<br />

para toda a Fileira da carne de porco e já agora… para todos aqueles que persistam<br />

corajosamente em continuar a ser suinicultores em Portugal!<br />

Por nós; recado dado…missão cumprida!<br />

Joaquim da Conceição Dias<br />

Presidente da Direcção da FPAS<br />

<strong>Suinicultura</strong> 3


Ficha Técnica<br />

Revista <strong>Suinicultura</strong> n.<strong>º</strong><strong>85</strong><br />

Publicação da Federação<br />

Portuguesa de Associações<br />

de Suinicultores (FPAS)<br />

www.suinicultura.<strong>com</strong><br />

NIPC 501 312 072<br />

Director<br />

Joaquim C. Dias<br />

joaquim.c.dias@hotmail.<strong>com</strong><br />

Sub-Director<br />

A. Simões Monteiro<br />

(Médico Veterinário)<br />

asm@suinicultura.<strong>com</strong><br />

Editor/Redacção<br />

FPAS - Av. António Augusto Aguiar, n.<strong>º</strong><br />

179, r/c esq. - <strong>10</strong>50-014 Lisboa<br />

Tel.: 21 387 99 49; 91 756 39 01<br />

Fax: 21 388 31 77<br />

fedsuinos@mail.telepac.pt<br />

Grafismo e paginação<br />

Paulo Costa - Design Gráfico<br />

paulocostadg@gmail.<strong>com</strong><br />

Pré-impressão e impressão<br />

Sociedade Tipográfica<br />

Apartado 20 - 2135-999 Samora Correia<br />

Periodicidade<br />

Trimestral<br />

Tiragem<br />

2500 exemplares<br />

Sumário<br />

4 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 5<br />

ICS/122280<br />

Sócio n<strong>º</strong> P-1154<br />

EDITORIAL: por J.C. Dias ............................................................................................................3<br />

1<strong>º</strong> CONGRESSO OIPORC<br />

Balanço ..........................................................................................................................................6<br />

Reacções ........................................................................................................................................9<br />

Visão global para o controlo das mais importantes doenças<br />

da industria suinícola<br />

Laura Batista ...................................................................................................................................16<br />

XX FEIRA NACIONAL DO PORCO .....................................................................................24<br />

A problemática associada ao tratamento dos efluentes pecuários<br />

David Neves ....................................................................................................................................26<br />

Constrangimentos ao Sucesso das Marcas<br />

Pedro Celeste ..................................................................................................................................29<br />

SESSÕES DE ESCLARECIMENTO 2009 .............................................................................34<br />

Gripe A – Situação e Prevenção no Sector Suinícolae<br />

Tavares Santos, P.; Pina Fonseca, A.; Agrela Pinheiro, C. ..............................................................36<br />

SIRCA Suínos<br />

Margarida Bairrão ...........................................................................................................................44<br />

RAÇAS AUTÓCTONES<br />

Promoção dos Presuntos DOP e IGP do Alentejo ...................................................50<br />

Feira do Montado 2009 .....................................................................................................50<br />

IV Congresso SCS<br />

Secção Raças Autóctones - Futuro económico das raças autóctones<br />

Conclusões ................................................................................................................................51<br />

Alentejana<br />

O Futuro económico das Raças Autóctones<br />

José Cândido Nobre ........................................................................................................................52<br />

Futuro económico do porco de raça Alentejana<br />

Pedro Manuel Bento .......................................................................................................................55<br />

Bísaro<br />

Futuro económico das raças autóctones - Bísaro<br />

Pedro Manuel Bento .......................................................................................................................57<br />

Malhado de Alcobaça<br />

O futuro do Malhado de Alcobaça<br />

José Reis..........................................................................................................................................60<br />

Porco Alentejano ≠ Porco Preto (Nótula Preliminar I)<br />

António do Rosário Oliveira ...........................................................................................................64<br />

Reuniões, Congressos & Seminários ....................................................................68 a 76<br />

Próximos Eventos ..................................................................................................................76<br />

Consultório ...............................................................................................................................77<br />

Profilaxia e saúde Animal ................................................................................................78<br />

Notícias FPAS ..................................................................................................................80 a 82


Feira Nacional do Porco Congresso OIPORC<br />

1<strong>º</strong> CONGRESSO OIPORC<br />

Decorreu no passado mês de Outubro na<br />

República Dominicana o 1<strong>º</strong> Congresso da<br />

OIPORC – Organizacion Iberoamericana de<br />

Porcicultores.<br />

Esta organização internacional teve a<br />

sua génese na OIP, a qual, desde o início da<br />

década de 90 integrava práticamente todas<br />

as estruturas associativas dos países latinoamericanos,<br />

Espanha e Portugal.<br />

A FPAS, que aderiu a este grupo logo a<br />

seguir á sua fundação, e por isso considerada<br />

<strong>com</strong>o fazendo parte do grupo de Países fundadores,<br />

teve o previlégio de ser escolhida<br />

para a organização do VI Congresso realizado<br />

no Estoril em 1998 por altura da Expo<br />

98, cujo êxito predura na memória de todos<br />

aqueles que tiveram oportunidade de a ele<br />

assistirem.<br />

Após um período de certa letargia (de<br />

2001 a 2006) foi resolvido ressuscitar a organização<br />

tendo um grupo de entusiastas,<br />

liderado pela Colômbia, México e República<br />

Dominicana rebaptizado a OIP <strong>com</strong> o nome<br />

de OIPORC e lançado de imediato a ideia de<br />

preparar uma reunião magna de todos os países<br />

que considerassem o tema <strong>com</strong>o importante<br />

para os interesses da suinicultura latino<br />

americana.<br />

A resposta não poderia ter sido mais<br />

abrangente dado que rumaram a Punta Cana<br />

representações de 24 Países.<br />

Como afirmou o grande dinamizador<br />

deste 1<strong>º</strong> Congresso Ibero-americano de Suinicultores,<br />

José Miguel Cordero, a reunião<br />

foi dividida em 4 grandes painéis:<br />

• Política de desenvolvimento;<br />

• Mecanismos de criação de valor<br />

acrescentado na produção;<br />

• Perspectivas de mercado, incluindo<br />

o tema de bio<strong>com</strong>bustíveis<br />

• e por último um forum de cariz sanitário.<br />

Propositadamente foram excluídos do<br />

programa os aspectos mais práticos de maneio<br />

e técnicas de produção, porque foi<br />

considerado que este fórum deve tratar essencialmente<br />

temas de política e desenvolvimento<br />

do sector.<br />

Foi um grande encontro a que tiveram<br />

oportunidade de assistir, <strong>com</strong>o atrás dissemos,<br />

24 países de toda a América, desde o<br />

Canadá á Argentina e ainda a nossa vizinha<br />

Espanha e Portugal.<br />

A cerimónia de abertura contou <strong>com</strong> a<br />

presença do Dr. Rafael Albuquerque de Castro,<br />

Vice-presidente da República Dominicana<br />

que, em nome do Presidente desse simpático<br />

e acolhedor País, Dr. Leonel Fernandes,<br />

deu as boas vindas a todos os congressistas<br />

tendo tido palavras muito especiais para as<br />

representações estrangeiras.<br />

Depois de fazer algumas considerações<br />

sobre a política e a economia do mundo actual<br />

realçou o facto de que, apesar da crise que<br />

a todos afecta, a República Dominicana foi<br />

dos poucos países que no primeiro semestre<br />

deste ano conseguiu manter uma economia<br />

em crescimento (cerca de 1,5%), chamando<br />

a especial atenção para que tal facto não se<br />

ficou a dever aos serviços, nem ao turismo,<br />

nem ás finanças, mas sim ao sector agropecuário,<br />

esclarecendo que isto só foi conseguido<br />

graças ao trabalho desenvolvido pelas<br />

autoridades e pelo sector produtivo nacional<br />

“o que nos permitiu para além do mais garantir<br />

a toda à população uma verdadeira<br />

segurança alimentar dos alimentos que consome,<br />

para além de incentivar uma produção<br />

moderna e respeitadora do ambiente”.<br />

Antes de dar por terminada a cerimónia<br />

oficial de abertura do Congresso o Dr. José<br />

Miguel Cordero solicitou ao Vice Presidente<br />

da República Dominicana que entregasse em<br />

nome da OIPORC medalhas de reconhecimento<br />

a algumas individualidades que, pela<br />

sua postura e intervenção, têm ao longo dos<br />

anos, dignificado esta organização.<br />

Assim o Dr. Albuquerque de Castro entregou<br />

<strong>com</strong>o símbolo desse reconhecimento,<br />

medalhas ás seguintes personalidadees:<br />

Consuelo Velasco, Directora da Associação<br />

Colombiana de Suinicultores<br />

Carlos Escribano, Director Geral de<br />

Recursos Agricolas e Ganaderia, Espanha<br />

José António del Barrio, Director Geral<br />

da Anprogapor, Espanha<br />

Enrique Dominguez, Director Geral da<br />

Confederação de Porcicultores Mexicanos<br />

José Lopez, Presidente da FEDOPORC<br />

e do Comité Organizador do Congresso<br />

António Simões Monteiro, Secretáriogeral<br />

da FPAS, Portugal<br />

6 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 7


Nutrição<br />

No final do Congresso e após a aprovação<br />

da Candidatura Portuguesa, procurámos<br />

recolher algumas opiniões junto de vários<br />

responsáveis pelas representações oficiais<br />

presentes e de alguns técnicos e investigadores.<br />

Do resumo que a seguir damos conta<br />

pode inferir-se não só a grande oportunidade<br />

da Candidatura apresentada pela FPAS mas<br />

também a grande expectativa de vários países<br />

em relação aos temas que vão ser agendados<br />

e ao propósito e importância das discussões<br />

Inter-continentais acerca das negociações da<br />

OMC e das repercussões nos respectivos Países,<br />

confrontados a médio prazo <strong>com</strong> novos<br />

cenários <strong>com</strong>erciais e num inevitável quadro<br />

da Globalização Económica<br />

José Miguel Cordero – República<br />

Dominicana<br />

O congresso a que acabam de assistir e<br />

a candidatura apresentada pela FPAS dãonos<br />

uma projecção que extravasa a dimensão<br />

ibero-americana e a colocam em posição de<br />

representatividade na suinicultura mundial.<br />

A reunião técnica sobre o tema de política<br />

sanitária que precedeu o congresso<br />

teve uma projecção mundial dada a presença<br />

de representantes ao mais alto nível da<br />

OIE, FAO, etc. Se a isto juntarmos a vossa<br />

candidatura, que nos permite passar além<br />

Atlântico, facilitando-nos o intercâmbio <strong>com</strong><br />

a Europa no seu conjunto, caminhamos no<br />

sentido de internacionalizar a OIPORC e o<br />

definitivo reconhecimento da sua importância<br />

a nível mundial.<br />

Estou seguro que os desafios são muitos,<br />

mas a estrutura organizacional que estamos<br />

montando vai possibilitar-nos um impacto<br />

muito positivo na suinicultura ibero-americana<br />

e mundial.<br />

Por tudo isto desejamos o maior êxito<br />

para a FPAS na organização do congresso de<br />

Reacções<br />

2011, disponibilizando todo o apoio e experiência<br />

da Federação Dominicana<br />

Hernando Blandon – Colômbia<br />

Consideramos muito feliz a escolha de<br />

Portugal <strong>com</strong>o sede do 2<strong>º</strong> Congresso da OI-<br />

PORC, porque é uma decisão virada ao futuro.<br />

É a possibilidade de contactarmos <strong>com</strong><br />

os nossos amigos e interlocutores da Comunidade<br />

Europeia.<br />

A juntar a uma <strong>com</strong>ponente técnica não<br />

devemos esquecer a <strong>com</strong>ponente turística.<br />

Portugal é uma maravilha. Lisboa é linda, o<br />

Santuário de Fátima é imperdível.<br />

Contem <strong>com</strong> o apoio integral do Secretário<br />

Técnico da OIPORC, sedeado na Colômbia<br />

e garantimos desde já uma forte presença<br />

em Portugal em 2011.<br />

Cumprimentamos a delegação portuguesa<br />

pela maravilhosa apresentação da sua<br />

candidatura e pela sua postura bem demonstrativa<br />

da força e do carinho que põem nesta<br />

organização.<br />

Acreditem que a Colômbia estará presente<br />

em força nos vossos 30 anos<br />

Jean Luis Uccelli - Argentina<br />

Estamos particularmente felizes pela escolha<br />

de Portugal <strong>com</strong>o sede do 2<strong>º</strong> Congresso<br />

da OIPORC, país que visitámos em 1998<br />

quando teve lugar o 6<strong>º</strong> Congresso da OIP, no<br />

Estoril.<br />

Creio que vai ser uma reunião muito importante<br />

na qual participará por certo todo o<br />

Continente Sul-americano que se mudará durante<br />

esses dias para a Península Ibérica.<br />

Saudamos em especial os nossos amigos<br />

de Portugal que se disponibilizaram a organizar<br />

tão importante evento em 2011.<br />

Quanto a temas a discutir considero primordial<br />

o mercado.<br />

Congresso OIPORC<br />

José Miguel Cordero<br />

República Dominicana<br />

Hernando Blandon<br />

Colômbia<br />

Jean Luis Uccelli<br />

Argentina<br />

8 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 9


Congresso OIPORC<br />

Federico Fernandéz<br />

El Salvador<br />

Marco Tulio Figueroa Lopez<br />

Guatemala<br />

Enrique Dominguez<br />

México<br />

Quando não se ganha dinheiro algo está<br />

mal. O lucro e a rentabilidade é a base de<br />

tudo. Dentro deste tema deveríamos estudar e<br />

discutir os sistemas organizativos, <strong>com</strong>o por<br />

exemplo as integrações que poderão ajudar<br />

os pequenos e médios produtores, juntandoos<br />

de forma a criar grandes grupos.<br />

Os suinicultores da Argentina estarão covosco<br />

em 2011<br />

Federico Fernandéz, El Salvador<br />

Considero Portugal <strong>com</strong>o uma boa escolha<br />

para a edição de 2011.<br />

Portugal e Espanha têm que ser a nossa<br />

porta de entrada na Europa. Com Espanha<br />

já mantemos muitos negócios. É importante<br />

alargá-los a Portugal.<br />

Por outro lado temos que fazer crescer<br />

muito a <strong>Suinicultura</strong> em El Salvador.<br />

Para bem da <strong>Suinicultura</strong> das Américas<br />

é crucial que os próximos 3 ou 4 congressos<br />

sejam da responsabilidade dos países mais<br />

importantes (Portugal, Espanha, México,<br />

Brasil).<br />

Marco Tulio Figueroa Lopez –<br />

Guatemala<br />

Meu estimado amigo António, na minha<br />

opinião pessoal este Congresso foi um enorme<br />

êxito tanto no ponto de vista de participação<br />

<strong>com</strong>o no resultado económico. O lugar<br />

escolhido é espectacular mas talvez não o<br />

mais apropriado para para este tipo de evento<br />

dado que pela concorrência <strong>com</strong> o maravilhoso<br />

mar, as apresentações caracterizaramse<br />

por uma enorme falta de pontualidade.<br />

Considero por outro lado que a discussão<br />

sobre o Plano Continental para a Erradicação<br />

da Peste Suína Clássica excedeu todas as expectativas.<br />

Quanto á escolha de Portugal para sede<br />

do próximo Congresso da OIPORC, a nossa<br />

opinião é de que foi sem dúvida uma óptima<br />

escolha.<br />

Saudações fraternas para Portugal.<br />

Enrique Dominguez – México<br />

Foi muito importante que a Federação<br />

Portuguesa apresentasse a sua candidatura<br />

para a sede da 2ª edição do Congresso da OI-<br />

PORC, ainda por cima quando nessa altura<br />

<strong>com</strong>emora os 30 anos de existência.<br />

Para nós Mexicanos é uma situação muito<br />

interessante, tendo em conta todo o processo<br />

inerente á presença de Portugal na Comunidade<br />

Europeia e também a experiência<br />

vivida por um pequeno país que tem <strong>com</strong>o<br />

vizinho um grande produtor. Isto é algo de<br />

parecido <strong>com</strong> situação do México, vivendo<br />

lado a lado <strong>com</strong> os Estados Unidos. Consideramos<br />

por isso muito importante o contacto<br />

<strong>com</strong> Portugal dado que estamos no mesmo<br />

barco quando analisamos as negociações a<br />

nível da OMC. Reconhecemos que existem<br />

alguns avanços nessas negociações mas nunca<br />

são demais as trocas de opiniões entre<br />

representantes do mesmo sector vindas de<br />

diversos países.<br />

Tudo isto já são razões mais do que suficientes<br />

para vos visitarmos mas também no<br />

ponto de vista de uma representação estamos<br />

certos que será importante tendo em vista a<br />

recolha de informações de natureza técnica,<br />

económica e política.<br />

João Guttierres –representante<br />

da Produmix–empresa anunciante<br />

na “<strong>Suinicultura</strong>”<br />

Portugal já foi uma vez sede do congresso<br />

da OIP (agora OIPORC) e creio que esse<br />

facto torna ainda mais importante e interessante<br />

a presença de empresas sul-americanas<br />

em Évora. Creio que os temas a desenvolver<br />

em Portugal serão de enorme interesse para<br />

a produção da América do Sul, a qual se baseia<br />

numa pecuária tipo familiar mas que em<br />

determinados países já vai assumindo um<br />

importante papel no <strong>com</strong>ércio internacional,<br />

inclusive para a Europa.<br />

Congresso<br />

CALIER<br />

N<strong>º</strong> ANTERIOR<br />

IDENDIFICAÇÃO<br />

<strong>10</strong> <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong><br />

11 17 15


Congresso OIPORC<br />

João Guttierres<br />

representante da Produmix<br />

Carlos Escribano Mora<br />

Espanha<br />

José António del Barrio<br />

ANPROGAPOR<br />

Por certo que a nossa empresa Produmix<br />

estará convosco em Portugal em 2011.<br />

Carlos Escribano Mora - Espanha<br />

Quando há aproximadamente 15 anos se<br />

reuniram diversas personalidades de países<br />

ibero-americanos, entre os quais se contavam<br />

Espanha, Portugal, Colômbia, Costa Rica,<br />

México, e outros, surgiu a ideia de se criar<br />

uma associação de suinicultores que pudessem<br />

tratar, em conjunto, alguns problemas<br />

ligados ao sector, <strong>com</strong> especial ênfase para<br />

os temas de desenvolvimento e <strong>com</strong>ércio<br />

internacional.<br />

Durante todos estes anos fomos avançando<br />

cada vez mais e hoje temos a sensação<br />

de que, ao assistir a este I Congresso da OI-<br />

PORC, existe uma perfeita noção de continuidade<br />

dum projecto relativamente ao qual<br />

tivemos o privilégio de participar desde a sua<br />

origem. Sentimos que o espírito dessa época<br />

prevalece nos actuais dirigentes.<br />

Agora que, <strong>com</strong> grande alegria, assistimos<br />

á votação por unanimidade para que seja<br />

Portugal o responsável pela organização da<br />

próxima edição em 2011, sentimos que estaremos<br />

perante uma oportunidade uníca de<br />

analisar e opinar sobre dois tipos distintos de<br />

produção: a de Portugal e Espanha, por um<br />

lado e a dos Países do outro lado do Atlântico,<br />

por outro.<br />

Aproveito para dizer que, apesar de não<br />

ter conhecimento da forma <strong>com</strong>o a Federação<br />

Portuguesa irá organizar a reunião, considero<br />

que seria importante que, para além das habituais<br />

apresentações e conferências, houvesse<br />

a possibilidade de programar visitas a algumas<br />

explorações tanto de porco branco <strong>com</strong>o<br />

também porco alentejano/ibérico, para que<br />

os nossos amigos da América Latina pudessem<br />

ficar <strong>com</strong> uma ideia relativamente aos<br />

avanços da suinicultura ibérica desde que,<br />

em 1986 entrarmos para a U.E.<br />

Apresentar as nossas particularidades e<br />

porque não também, uma visão sobre a qualidade<br />

dos produtos transformados que temos<br />

em Portugal e Espanha.<br />

Quanto á nossa participação, a disponibilidade<br />

é total.<br />

Portugal dirá <strong>com</strong>o nos quer a colaborar.<br />

Pessoal e/ou institucionalmente estaremos<br />

em Portugal em 2011.<br />

Quanto ao “figurino”, defendo pessoalmente<br />

que o congresso da OIPORC deverá<br />

contar sómente <strong>com</strong> a participação de intervenientes/palestrantes/conferencistasiberoamericanos.<br />

Para focar outros temas e outras<br />

regiões existem outros forúns .<br />

José António del Barrio<br />

– ANPROGAPOR<br />

Quanto á escolha de Portugal para 2011<br />

considero que foi uma decisão brilhante e estou<br />

certo que os meus amigos de Portugal organizarão<br />

um congresso igual ou melhor que<br />

o da Republica Dominicana que, no entanto<br />

e foi sem dúvida, uma reunião extraordinária.<br />

Conhecendo <strong>com</strong>o conheço o meu amigo<br />

António Simões e o Presidente Joaquim Dias<br />

acredito que o 2<strong>º</strong> Congresso Ibero-americano<br />

será um êxito para todo o sector suinícola<br />

ibero-americano mas muito especialmente<br />

para os produtores de Espanha e Portugal.<br />

Quanto aos temas fulcrais para 2011 teremos<br />

ainda que esperar algumas decisões<br />

dos burocratas da União Europeia para vermos<br />

para onde caminham as escolhas desses<br />

inúteis empregados de escritório.<br />

No entanto para manter o equilíbrio de<br />

interesses entre os diversos participantes –<br />

América Latina e Portugal/Espanha – deveremos<br />

escolher temas europeus que também<br />

interessem aos do outro lado do Atlântico e<br />

temas científicos que a todos interessam tais<br />

<strong>com</strong>o sanidade, produção e o maneio das explorações<br />

suinícolas..<br />

MESSE Frankfurt<br />

está em CD à parte<br />

12 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 13


Congresso OIPORC<br />

Jorge Miguel Miquet – Investigador<br />

- Argentina<br />

Penso que o relançamento da OIPORC,<br />

ao qual acabámos de assistir, foi muito importante<br />

porque a forma enérgica que o Dr.<br />

Cordero colocou na sua organização nos permite<br />

concluir que haverá de certeza um 2<strong>º</strong>, 3<strong>º</strong><br />

e muitos outros no futuro.<br />

Para os Países Latinos Americanos a escolha<br />

de Portugal foi duplamente feliz porque,<br />

para além de puderem vir a <strong>com</strong>partilhar<br />

conhecimentos <strong>com</strong> os suinicultores de<br />

um País mais avançado tecnologicamente,<br />

permitir-lhes-á também poder atravessar o<br />

“charco” e visitar o continente europeu.<br />

Podem estar certos que todos desejamos<br />

ter a mesma sorte que vocês tiveram em visitar-nos.<br />

Consideramos fundamental este relacionamento,<br />

tanto para nós <strong>com</strong>o para vós.<br />

Para nós é muito importante consolidar<br />

mente sobre o mercado e sobre a sanidade.<br />

No entanto os temas “políticos ou geopolíticos”<br />

não devem ser esquecidos tanto mais<br />

que a União Europeia tem estratégias muito<br />

mais consistentes e prolongadas no tempo do<br />

que a América Latina, que por isso mesmo<br />

necessitará de apoios para aprender a forma<br />

<strong>com</strong>o se relacionar <strong>com</strong> os grandes blocos e<br />

a maneira mais rentável de levar por diante a<br />

<strong>com</strong>ercialização dos seus produtos.<br />

Infelizmente não tenho trabalhado muito<br />

directamente <strong>com</strong> Portugal, mas há mais<br />

de 20 anos que conheço o sector espanhol e<br />

digo, <strong>com</strong> toda a sinceridade, que o futuro da<br />

América Latina não passa pelos Estados Unidos<br />

nem outros grandes blocos mas sim que o<br />

nosso futuro passa por regressarmos ás nossas<br />

raízes e por isso Espanha e Portugal têm<br />

“obrigação” de nos dar as mãos. Por mais<br />

que venhamos a aprender inglês e que fiquemos<br />

extasiados <strong>com</strong> os avanços científicos<br />

Jorge Miguel Miquet (Argentina), Consuelo Velasco (Colômbia),<br />

Hernando Blandon (Colômbia), Laura Batista (México)<br />

e Mercelo Gottschalk (Universidade de Montreal)<br />

estas relações porque estou certo quer dentro<br />

de 15 a 20 anos constituiremos um novo<br />

bloco <strong>com</strong> uma importância ainda difícil de<br />

prever.<br />

A Europa, ao criar grandes exigências<br />

ambientais, não pode descurar a necessidade<br />

que tem em garantir o fornececimento de alimentos<br />

ás suas populações.<br />

É por isso que muitas empresas europeias<br />

virão produzir para a América Latina e<br />

aí Portugal e Espanha terão algo a dizer nos<br />

relacionamentos entre esses dois blocos <strong>com</strong>erciais.<br />

Quanto ao Congresso de 2011 julgo que<br />

os temas-base deverão incidir fundamental-<br />

dos Estados Unidos e do Canadá a realidade<br />

é que a língua e a atitude latinas nos colocam<br />

sempre <strong>com</strong> o olhar na Península Ibérica.<br />

É muito frequente vermos países altamente<br />

especializados e avançados falharem a<br />

sua implantação na América Latina pelo simples<br />

facto de não conhecerem a nossa mentalidade,<br />

concluindo precipitadamente que,<br />

conosco, nada se consegue fazer.<br />

É verdade que existem deficites mas também<br />

é verdade que nos últimos dez anos já<br />

conseguimos provar que escolhendo pessoas<br />

capazes se pode avançar reduzindo esses<br />

atrasos e essas deficiências. A ideia que determinadas<br />

pessoas têm de que toda a fileira<br />

tem que avançar ao mesmo tempo não é realista<br />

nem é praticável na América Latina.<br />

Foi isto que aprendemos e por isso achamos<br />

que, <strong>com</strong> Portugal e Espanha, conseguiremos<br />

avançar <strong>com</strong> maior segurança e estabilidade.<br />

Fortalecer o que temos de bom e a pouco<br />

e pouco ir recuperando as nossas debilidades.<br />

Considero que será uma péssima estratégia<br />

apoiarmo-nos nas grandes universidades e<br />

empresas americanas, não porque não lhe<br />

reconheçâmos excelência mas sim porque<br />

entendemos que as nossas debilidades latinas<br />

são menos visíveis quando em presença de<br />

povos que falam as nossas línguas.<br />

Estaremos em Évora, Lisboa e Fátima<br />

em 2011!<br />

Laura Batista - Investigadora<br />

Fiquei extremamente feliz quando tomei<br />

conhecimento de que será Portugal o anfitrião<br />

do próximo congresso da OIPORC.<br />

Felizmente para mim conheço Portugal e<br />

já aí me desloquei várias vezes.<br />

Tenho por isso perfeita noção da importância<br />

de Portugal <strong>com</strong>o produtor suinícola<br />

e acredito que, em conjunto <strong>com</strong> a sua vertente<br />

cultural, estarão reunidas as condições<br />

para que o Congresso de 2011 venha a ser<br />

um êxito.<br />

Vamos todos a partir de agora promover<br />

esse evento e desde já vos saúdo pela apresentação<br />

que nos presentearam, através da<br />

qual nos deram uma ideia do que é a produção<br />

suinícola no vosso país e também nos<br />

mostraram os locais que poderemos visitar<br />

durante o congresso.<br />

Estamos prontos para ir a Portugal em<br />

2011 e, em termos pessoais, contem <strong>com</strong>igo<br />

para tudo o que necessitarem.<br />

Economia<br />

Procura uma fonte de DHA -<br />

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DHA GOLD é uma fonte vegetal de Omega 3 de elevada qualidade<br />

<strong>com</strong> nìveis consistentes de DHA, que apresenta inumeras vantagens<br />

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© Copyright Novus International, Inc. Julho 08.<br />

14 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 15<br />

®


Congresso OIPORC Congresso OIPORC<br />

Visão global para o controlo<br />

das mais importantes doenças<br />

da industria suinícola<br />

Laura Batista*<br />

Introdução<br />

Em 1999 Nelsen e al. concluiram que as<br />

alterações na produção e no maneio em suinicultura,<br />

praticados a partir da segunda metade<br />

do século XX, criaram um ambiente propício<br />

para a disseminação e perpetuidade de várias<br />

doenças existentes nas explorações suinícolas.<br />

Factores tão banais <strong>com</strong>o o aumento da<br />

inseminação artificial, a integração vertical,<br />

o aumento de dimensão das explorações e<br />

em muitos casos a alta densidade de animais<br />

em certas zonas de produção, bem <strong>com</strong>o o<br />

movimento de porcos e semen facilitaram<br />

a passagem de diferentes virús e bactérias<br />

dentro e entre países. O impacto económico<br />

negativo causado pela presença de diferentes<br />

doenças na produção suinícola já foi avaliada<br />

em numerosas ocasiões. Como exemplo<br />

podemos citar alguns dados relacionados<br />

<strong>com</strong> a presença do Síndrome reprodutivo e<br />

respiratório (PRRS). Em 1990 Polson e al.<br />

estimou percas de US$ 236 por reprodutora<br />

devido a infertilidade, nados mortos e mortalidade<br />

pre-desmame. Recentemente, Neumann<br />

e al. (2005) reportaram nos Estados<br />

Unidos um impacto total devido a PRRS de<br />

$560 milhões de dólares em porcos em fase<br />

de crescimento: $250 milhões (45%) devido<br />

à diminuição de ganho médio diário de peso<br />

e ao aumento no indíce de conversão alimentar<br />

nos porcos em crescimento; $243 milhões<br />

(43%) devido a mortalidade de animais em<br />

fase de crescimento e sómente $63 milhões<br />

(12%) foi atribuido a percas reprodutivas. Os<br />

cálculos deste estudo foram baseados num<br />

custo de alimento de $0,286/kg., ainda que<br />

desde que o estudo foi efctuado, esse custo<br />

tenha aumentado em mais de 50%, devido<br />

em parte ao aumento na procura de milho por<br />

parte dos produtores de etanol (Funderburke,<br />

2007), pelo que o impacto económico actual<br />

do PRRS é muito más alto (Zimmerman<br />

2008). É exactamente por este motivo que<br />

hoje em dia a importância dos programas de<br />

controlo e futura erradicação das diferentes<br />

doenças dos porcos foram transformados em<br />

programas locais, regionais e nacionais.<br />

Mudança de Paradigma: Estabelecimento<br />

de estratégias de controlo<br />

e erradicação por regiões<br />

De uma maneira geral, a indústria suinícola<br />

tem vido a ser atacada por novas afecções<br />

tais <strong>com</strong>o o PRRS, as doenças associadas ao<br />

circovirus porcino tipo 2 (PCVAD) e as novas<br />

variantes do virús da influenza (SIV). Portanto,<br />

os veterinários desenvolveram estratégias<br />

efectivas para o controlo e/ou a erradicação<br />

quer em explorações individuais quer em sistemas<br />

integrados de produção (explorações<br />

de um mesmo grupo). No entanto, o risco de<br />

re-infecções, particularmente quando se trata<br />

do virús da PRRS, é muito elevado, ainda<br />

que estejamos em presença da aplicação das<br />

melhores práticas de biosegurança. Tudo isto<br />

levou-nos a um consenso generalizado de<br />

que deve existir uma rigorosa coordenação<br />

local e regional quanto á localização das explorações,<br />

na tentativa de <strong>com</strong>bater o PRRS<br />

e outras doenças emergentes.<br />

Num recente estudo sobre a transmissão<br />

entre vários locais de duas regiões do Quebec,<br />

Lambert e al. 2008 concluiram que a<br />

biosegurança da exploração e da região poderia<br />

ser aumentada <strong>com</strong> a simples aplicação<br />

de medidas correctivas pouco dispendiosas.<br />

No entanto, nas suas análises os os autores<br />

concluiram que o material educativo sobre<br />

biosegurança está ultrapassado, não é prático<br />

ou é apresentado num formato que não permite<br />

a adequada aplicação destas medidas de<br />

controlo.<br />

Investigações realizadas nos Estados<br />

Unidos da América e Canadá (Lambert e al.<br />

2008; Dee e al. 2008) sugeriram que:<br />

• Existe ampla evidência relativa à<br />

falta de cumprimento das estratégias<br />

estabelecidas o que limita fortemente<br />

a efectividade dos programas<br />

de biosegurança.<br />

• Sómente uma mudança nos paradigmas<br />

estabelecidos quanto à atitude<br />

e conduta do pessoal, associado<br />

directa e indirectamente à produção<br />

suinícola resultarão num melhoramento<br />

a longo prazo dos programas<br />

de controlo individual e regional<br />

das doenças.<br />

• Esta mudança depende da habilidade<br />

e da forma <strong>com</strong>o é feita a transferência<br />

de conhecimentos e da tecnología<br />

bem <strong>com</strong>o da motivação no<br />

cumprimento das regras por parte<br />

de todos aqueles que estão envolvidos<br />

na produção suinícola.<br />

É claro que o objectivo dos actuais pro-<br />

Quadro 1: Características gerais das doenças que requerem um cuidado controlo regional vs. individual<br />

(adaptado de Hanson and Hanson, 1978)<br />

Controlo Regional<br />

• A doença ultrapassa as medidas habituais de biosegurança<br />

• A velocidade de dispersão é tão rápida que não permite<br />

qualquer intervenção antes de todo o núcleo estar infectado<br />

• Os portadores sãos disseminam a doença<br />

• A doença causa uma elevada mortalidade e morbilidade<br />

• A vacinação e/ou o tratamento têm uma eficácia moderada.<br />

• A doença constitui um alto risco para a saúde pública<br />

gramas de controlo vai no sentido de deter<br />

a entrada de diferentes patógenos, particularmente<br />

o do virús de PRRS em explorações<br />

negativas ou a introdução de novas estirpes<br />

em explorações já infectadas (Dee e al.,<br />

2001). Sabemos que os animais e o semen<br />

infectados são as principais fontes do virús,<br />

mas que para além destas existem outras origens<br />

de infecção de igual importância tais<br />

<strong>com</strong>o o transporte, objectos contaminados<br />

e a transmissão por via aérea ou por aerosol<br />

(Desrosiers 2002, Desrosiers, 2004a, b).<br />

Torremorell e al. (2004) reportaram que<br />

aproximadamente 80% das novas infecções<br />

em várias organizações <strong>com</strong>erciais de produção<br />

nos Estados Unidos eram devidas:<br />

• à transmissão por via aérea (movimento<br />

do virús numa área de produção<br />

sem que se possa detectar a<br />

rota seguida entre as diversas explorações<br />

vizinhas),<br />

• através dos meios de transporte<br />

• e pelo não cumprimento dos programas<br />

de biosegurança pré-estabelecidos.<br />

Dee e al. (2004a) demonstraram por seu<br />

lado que a implementação de simples medidas<br />

de higiene são suficientes para inactivar<br />

e evitar a transmissão do virús de PRRS.<br />

Este grupo também descreveu uma série de<br />

protocolos de lavagem, simples e efecientes,<br />

desinfecção e secagem que inactivam o virús<br />

de PRRS presentes no transporte de porcos<br />

(Dee e al. 2004b, c; 2005a,b; 2007; Dee y<br />

Deen 2006a, b).<br />

Como já se referiu, existe cada dia um<br />

maior consenso na <strong>com</strong>unidade veterinária<br />

que, mais importante que os esforços isolados<br />

aplicados numa determinada exploração (que<br />

muitas vezes se tornam frustantes devido ás<br />

constantes re-infecções), no futuro imediato,<br />

será necessário estabelecer uma coordenação<br />

a nível de uma região para assim conseguir<br />

<strong>com</strong>bater <strong>com</strong> efectividade o PRRS e outras<br />

das chamadas doenças emergentes (Quadro<br />

1).<br />

Em todo o mundo,<br />

os investigadores<br />

trabalham activamente<br />

para perceber<br />

os mecanismos<br />

de transmissão dos<br />

diferentes patógenos,<br />

avaliando novas<br />

opções para melhorar<br />

a prevenção<br />

e a biosegurança a<br />

nível da exploração,<br />

principalmente<br />

em todos os pontos<br />

relacionados <strong>com</strong><br />

a biosegurança no<br />

transporte, a transmissão<br />

por insectos<br />

e outros contaminados<br />

e ainda, recentemente<br />

os sistemas<br />

de filtração do ar. É<br />

por isto que a biosegurança<br />

se tornou<br />

num factor de relevante<br />

improtância<br />

Controlo Individual<br />

• A disseminação da doença pode ser detida e restringida<br />

unicmanete <strong>com</strong> medidas standars de biosegurança<br />

• A velocidade de dispersão é de molde a permitir uma intervenção<br />

antes de toda a piara estar infectada<br />

• Os portadores podem ser detectados na exploração<br />

• A doença produz uma morbilidade e mortalidade baixa<br />

ou moderada<br />

• A doença não constitui um risco importante para a saúde<br />

pública.<br />

no <strong>com</strong>bate contra o PRRS, assumindo, inclusivé<br />

uma maior importância que no controlo<br />

de outras doenças .<br />

Os novos programas de controlo são<br />

baseados numa adequada vigilância epidemiológica,<br />

usando para tal ferramentas apropriadas<br />

de controlo e diagnóstico, bem <strong>com</strong>o<br />

os adequados recursos humanos e financeiros.<br />

As intervenções “regionais” incluem a<br />

Oseuapoionodiagnósticodadoençasuína.<br />

_SEROLOGIA SUÍNA<br />

_ANÁLISESDEVETERINÁRIA;<br />

O serviço de análises das explorações agro-pecuárias.<br />

16 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 17


Congresso OIPORC Congresso OIPORC<br />

adequada implementação de eficientes programas<br />

de biosegurança locais e por zona, a<br />

quarentena de animais infectados (incluindo<br />

os suspeitos e as populações em contacto<br />

<strong>com</strong> eles), a restrição ao movimento destes<br />

animais, o possível vazio sanitário, <strong>com</strong> os<br />

respectivos programas de lavagem e desinfecção,<br />

bem <strong>com</strong>o a implementação de diferentes<br />

programas de vacinação que reduzam<br />

a excreção de patógenos e por conseguinte a<br />

dispersão numa determinada área duma zona<br />

de produção.<br />

Exitem actualmente no mundo vários<br />

programas de controlo regional tendo em<br />

vista uma possível futura erradicação do virús<br />

de PRRS em conjunto <strong>com</strong> outros patógenos.<br />

Exemplos desses estudos são os estabelecidos<br />

nos condados de Rice e Ramsey,<br />

no Minnesota (liderados por Bob Morrison),<br />

na região de Loire, em França, a região de<br />

Tehuacán e o estado de Sonora, no México e<br />

o Grupo Norte-americano de Erradicação da<br />

PRRS da AASV, nos Estados Unidos.<br />

Estes projectos utilizam sistemas de informação<br />

geográfica (GIS, programas para<br />

mapear e analisar a informação geográfica)<br />

para a formação de “clusters” ou grupos de<br />

trabalho, <strong>com</strong>partilhando a informação entre<br />

explorações relativamente aos sistemas de<br />

produção, estatuto sanitário (dependendo do<br />

patógeno, o uso de sequências para entender<br />

a movimentação das doenças), rotas de transporte<br />

<strong>com</strong>partilhadas, incluindo inform,ação<br />

em tempo real e outra informação relacionada<br />

(Figuras 1, 2 y 3).<br />

A análise de risco (Figuras 4 e 5) faz<br />

parte integrante destes programas e permite<br />

um melhor entendimento sobre os factores<br />

de risco associados à introdução do virús<br />

de PRRS nas explorações livres ou negativas.<br />

Ajuda a criar a percepção dos factores e<br />

condições associadas ao facto de que certas<br />

explorações se infectam constantemente, enquanto<br />

que outras mantêm uma baixa taxa de<br />

re-infecção e dá-nos importantes pistas sob a<br />

forma <strong>com</strong>o deveremos manejar e controlar<br />

as diferentes doenças. A expectativa é que<br />

esta análise permita a redução da lista das<br />

acções ligadas á biosegurança a um punhado<br />

>C<br />

" <br />

G(<br />

HG) '5# D%&<br />

G+C#8>>=<br />

,<br />

Figura 1. Clústers 8 e grupos de trabalho " de uma zona &" em processo ( I? de Figura<br />

3. Análise de rotas de transporte <strong>com</strong>partilhadas numa zona em processo de controlo e futura<br />

8"&")"JK<br />

controlo e futura erradicação do PRRS (Cortesia de Enrique Monda-<br />

erradicação de PRRS (Cortesía de Spencer Wayne 2009).<br />

ca). " <br />

( <br />

") <br />

"(# ./)<br />

3)!%4 ( 56 ( <br />

$227,% '+1!<br />

3:! 6<br />

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Outro paradigma: a filtração do<br />

ar contra o virús de PRRS e outros<br />

patógenos importantes da<br />

indústria suinícola<br />

Como já dissemos, através do mundo têm<br />

sido feitos, pela indústria sunícola, enormes<br />

esforços o sentido de proteger a integridade<br />

sanitária não só das explorações produtoras<br />

de genética, <strong>com</strong>o também das <strong>com</strong>erciais<br />

(Dee e al. 2006c). Com o objectivo de reduzir<br />

o risco da transmissão por aerósois<br />

alguns produtores <strong>com</strong>eçaram a implementar<br />

sistemas de filtração do ar que entra nas<br />

explorações. França foi o 1<strong>º</strong> país que reportou<br />

o uso desses sistemas numa exploração e<br />

num centro de inseminação artificial. Desde<br />

1996, a Cooperl- Hunaudaye, implementou<br />

a filtração de ar em 11 pavilhões que foram<br />

povoados <strong>com</strong> animais livres de todos os patógenos<br />

importantes nos porcos. Estes pavilhões<br />

estavam situadas na Bretanha, na área<br />

mais povoada de produção de porcos de toda<br />

a França; até á data todas estas explorações<br />

têm mantido o estatudo de livre de doenças<br />

de maior impacto económico no sector. Actualmente<br />

um número considerável de centros<br />

de inseminação artificial e explorações de genética<br />

na Europa, Quebec e Estados Unidos<br />

implantaram esta tecnología dado que, apesar<br />

de terem estabelecido rigorosas estratégias<br />

de biosegurança, foram contaminadas <strong>com</strong> o<br />

virús da PRRS sem que, para tal, tenham uma<br />

explicação (Desrosiers R, 2004a). No dia de<br />

hoje existem diferentes sistemas de filtração:<br />

HEPA, DOP95 e os filtros anti-microbianos.<br />

A escolha do sistema depende do seu custo,<br />

da existência ou não no país e da localização<br />

e tipo de produção de cada exploração.<br />

No entanto o que é claro é que este tipo de<br />

solução é cada dia mais popular, permitindo,<br />

em conjunto <strong>com</strong> uma adequada estratégia de<br />

biosegurança, uma solução consistente, face<br />

às constantes e inexplicáveis infecções colaterais<br />

do virús da PRRS.<br />

Finalmente, é muito importante que desde<br />

o início do programa se estabeleça uma<br />

<strong>com</strong>unicação rápida, eficaz e adequada que<br />

inclúa:<br />

B , & ' <br />

% <br />

C (; .**2) ' % C<br />

" " L> ;M1 " 5<br />

Congresso OIPORC ' <br />

Congresso OIPORC<br />

'8 <br />

8 ' & " <br />

C<br />

"<br />

Figura 5. Diagrama de avaliação do risco de introdução de patógenos<br />

(adaptado de Polson e al. 2006)<br />

3 @! "$ $ $<br />

, !9


Congresso OIPORC<br />

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Dee SA, Deen J. 2006b. Evaluation of an<br />

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That Keeps Bugging Us London Swine<br />

Conference 2008.<br />

Évora Santo Tirso<br />

266 743 246 252 372 171<br />

TOPIGS e SNW<br />

colaboram na<br />

selecção de Piétrain<br />

As empresas de genética TOPIGS e SNW irão colaborar na selecção<br />

de varrascos terminais de raça Piétrain.<br />

A fusão dos dois programas de selecção resultará num mais rápido<br />

progresso genético.<br />

As populações de Piétrains da TOPIGS e da SNW serão integradas<br />

numa só população. O nome de marca SNW-Piétrain continuará a existir<br />

tal <strong>com</strong>o o nome de marca Top Pie. A TOPIGS será responsável pela<br />

coordenação do programa de selecção. Em conjunto <strong>com</strong> o programa de<br />

selecção da TOPIGS, o método alemão TOP-Genetik test da SNW e da<br />

organização de centros de inseminação artificial GFS, deverá continuar.<br />

Isto dará à selecção de Piétrain um impulso extra, através da <strong>com</strong>binação<br />

dum programa de selecção moderno, da experiência de selecção Alemã e<br />

dos melhores genes das duas organizações de gentética.<br />

As actividades da selecção de Piétrain da SNW passarão a estar sob<br />

a responsabilidade da organização Alemã TOPIGS-SNW. Isto irá garantir<br />

uma base Alemã clara para os produtores de Piétrains SNW na região de<br />

actividade da SNW.<br />

Graças a esta colaboração, o mercado alemão deverá ganhar maior<br />

acesso aos outros varrascos terminais TOPIGS. Os varrascos terminais<br />

TOPIGS Talent e Tempo são cada vez mais uma importante alternativa<br />

para os suinicultores alemães dado às alterações no mercado da carne.<br />

A colaboração na área dos varrascos terminais marca o próximo passo<br />

na proveitosa parceria entre as duas empresas. Em 2006 a TOPIGS e a<br />

SNW assinaram um acordo colaborativo na área da selecção de linhas<br />

fêmea e desde então a organização resultante estabeleceu-se rapidamente<br />

<strong>com</strong>o a n<strong>º</strong> 3 no mercado Alemão.<br />

22 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 23


Feira Nacional do Porco Feira Nacional do Porco<br />

XX Feira Nacional do Porco<br />

Decorreu no passado mês de Setembro,<br />

no Montijo, a XX edição da bienal Feira Nacional<br />

do Porco, que durante 3 dias levou ao<br />

Parque de Exposições daquela cidade alguns<br />

milhares de intervenientes e interessados na<br />

suinicultura nacional.<br />

A cerimónia oficial de abertura contou<br />

mais uma vez <strong>com</strong> a participação da FPAS<br />

que, em conjunto <strong>com</strong> a Presidente da Câmara<br />

Municipal do Montijo e outras autoridades<br />

deram as Boas vindas aos participantes neste<br />

evento de largas tradições no sector.<br />

O Presidente da Federação proferiu na<br />

ocasião uma breve intervenção cujo texto<br />

integral poderá ler no portal www.suinicultura.<strong>com</strong><br />

A FPAS colaborou mais uma vez <strong>com</strong> a<br />

organização do evento, tendo não só presenteado<br />

todos os participantes <strong>com</strong> um stand<br />

de grande impacto visual <strong>com</strong>o também coorganizou,<br />

<strong>com</strong> a Alis, as Jornadas Técnicas<br />

2009 que decorreram num auditório montado<br />

propositadamente para o efeito.<br />

Este facto mereceu a aceitação generalizada<br />

tendo sido considerada a ideia, a localização<br />

e <strong>com</strong>odidade <strong>com</strong>o de possível<br />

repetição em próximos eventos.<br />

Das Jornadas Técnicas 2009, constavam<br />

interessantes intervenções da responsabilidade<br />

de vários técnicos entre os quais nos permitimos<br />

realçar as seguintes:<br />

• Sistemas Colectivos de Tratamento<br />

de Efluentes - Caso de Leiria e da<br />

Península de Setúbal<br />

• Marketing: Criação de Valor para o<br />

Cliente e Diferenciação da Oferta -<br />

Prof. Pedro Celeste<br />

Não devemos igualmente deixar de dar<br />

nota das restantes intervenções que em muito<br />

dignificaram este encontro técnico:<br />

• O que mudou na gestão dos recursos<br />

humanos em suinicultura? - Miguel<br />

Collell<br />

• SIRCA - Sistema integrado de recolha<br />

de cadáveres - Intervenções:<br />

DGV, IFAP e ACE – ITS & Luís<br />

Leal & F.os, lda<br />

• Apresentação Comercial da INTEC<br />

(Grupo Magapor)<br />

•<br />

C<br />

Vacinação contra o odor a varras-<br />

M<br />

co - Aplicações práticas e dados de<br />

Y<br />

campo em Portugal” – Gil Sena,<br />

Pfizer Saúde Animal<br />

Como é hábito em todas as organizações MY<br />

a que a FPAS está ligada julgamos ser da CY<br />

mais elementar justiça relembrar o apoio das CMY<br />

empresas que connosco colaboraram e sem K<br />

as quais não teriamos tido a possibilidade de<br />

realizar este encontro técnico-profissional.<br />

A todas apresentamos publicamente os<br />

nossos agradecimentos:<br />

• Elanco,<br />

• Magapor,<br />

• Pfizer Saúde Animal,<br />

• Proegram,<br />

• Vetlima<br />

• ACE- ITS & Luís Leal & F.os,<br />

Lda.<br />

24 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 25<br />

CM<br />

suiniculturaC070709.pdf 7/7/09 2:22:22 PM


Reuniões Congressos & Seminários Maneio<br />

Feira Nacional do Porco Feira Nacional do Porco<br />

Por causa da seca<br />

A problemática SELECPOR associada<br />

ao tratamento dos efluentes<br />

PRODUTOS AGROPECUÁRIOS, S.A.<br />

pecuários<br />

Malhado de Alcobaça<br />

Trazemos do<br />

passado o melhor<br />

para o futuro<br />

Núcleo<br />

David Neves*<br />

SELECPOR, S.A.<br />

A problemática associada ao tratamento<br />

Fig. 4<br />

tura, Fig. Comissária assente 3 em três pilares fundamentais, Europeia de visita ao Alentejo<br />

sustentabilidade técnica, ambiental e econó-<br />

Figura 3<br />

mica, Garantindo uma tarifa de tratamento <br />

NN<br />

que o sector tenha capacidade de incorporar <br />

nos seus custos de produção. <br />

<br />

análise<br />

<br />

novo,<br />

<br />

extremamente<br />

<br />

preciso e rápido, os três genótipos possíveis,<br />

...<br />

baseado<br />

Solução<br />

<br />

na detecção<br />

<br />

de mutações<br />

<br />

pontuais<br />

<br />

correspondendo o genótipo nn<br />

(SNPs,<br />

A solução,<br />

<br />

Single<br />

do<br />

<br />

Nucleotide<br />

ponto de vista<br />

<br />

Polymorphisms),<br />

técnico, de-<br />

NN <br />

aos indivíduos susceptíveis, Nn<br />

veria<br />

que<br />

garantir<br />

<br />

permite<br />

os<br />

<br />

detectar<br />

seguintes<br />

<br />

o<br />

pressupostos:<br />

<br />

genótipo<br />

<br />

no gene<br />

<br />

aos portadores heterozigóticos<br />

Ryr1.<br />

•<br />

<br />

Este<br />

Valorização<br />

<br />

método<br />

da<br />

<br />

baseia-se<br />

<strong>com</strong>ponente<br />

<br />

na<br />

<br />

recolha<br />

energéde<br />

e NN aos homozigóticos isentos<br />

Nn<br />

uma<br />

<br />

pequena<br />

tica das<br />

<br />

porção<br />

soluções<br />

<br />

de sangue<br />

de tratamento,<br />

<br />

ou pêlo,<br />

<br />

para do alelo da sensibilidade ao<br />

extracção<br />

• Possibilidade<br />

<br />

do<br />

<br />

DNA<br />

de<br />

<br />

do<br />

tratamento<br />

<br />

animal. O<br />

de<br />

<br />

método<br />

ou-<br />

<br />

halotano.<br />

utiliza<br />

tros<br />

<br />

a técnica<br />

resíduos<br />

<br />

da<br />

orgânicos,<br />

<br />

reacção<br />

<br />

em<br />

<strong>com</strong>o<br />

cadeia<br />

forma<br />

<br />

da João<br />

<br />

Esta Luís técnica Parreira permite, em <strong>com</strong> o de ministro Jaime Silva e o Sec. de Estado Luís Vieira<br />

polimerase<br />

de optimizar<br />

<br />

(PCR<br />

<br />

- polymerase<br />

as tarifas a<br />

<br />

chain<br />

praticar;<br />

reaction uma<br />

<br />

forma rápida,<br />

<br />

eficaz<br />

<br />

e<br />

<br />

amplification),<br />

• Enquadramento<br />

<br />

que permite<br />

para<br />

<br />

amplificar<br />

aplicação<br />

<br />

a<br />

duos orgânicos,<br />

• A opção técnica recaiu sobre uma<br />

precisa,<br />

<br />

identificar<br />

<br />

o genótipo<br />

<br />

região<br />

agrícola<br />

<br />

que<br />

<br />

contem<br />

dos<br />

<br />

a<br />

efluentes<br />

<br />

mutação<br />

pré-tratados Nn<br />

<br />

do gene<br />

<br />

do<br />

• a Reciclagem Figura de nutrientes 4 através solução de tratamento colectivo de<br />

dos<br />

<br />

animais, podendo<br />

<br />

assim<br />

<br />

halotano,<br />

e sobre<br />

<br />

de forma<br />

tudo<br />

<br />

a<br />

que<br />

ser<br />

promovesse<br />

<br />

identificado<br />

a<br />

<br />

em<br />

da valorização agrícola dos efluen- “Digestão Anaeróbia” <strong>com</strong> cogera-<br />

<br />

ser<br />

<br />

de grande<br />

<br />

utilidade<br />

<br />

na<br />

<br />

sequenciador<br />

aplicação<br />

<br />

automático.<br />

do princípio<br />

<br />

É,<br />

do<br />

portanto,<br />

Poluidor-<br />

<br />

uma<br />

tes pré-tratados e<br />

ção.<br />

implementação<br />

<br />

dos programas<br />

nn<br />

<br />

técnica<br />

Pagador.<br />

<br />

baseada<br />

<br />

na detecção da alteração<br />

• a Produção energética e o incentivo<br />

de<br />

<br />

selecção<br />

<br />

em diferentes<br />

<br />

raças<br />

<br />

de<br />

•<br />

um<br />

A<br />

<br />

único<br />

Solução<br />

<br />

nucleótido<br />

deve ainda<br />

<br />

(SNP<br />

garantir<br />

-<br />

<br />

Single<br />

à utilização de energias novas ou re- ... Solução / Tarifa de tratamento<br />

<br />

suínas.<br />

<br />

<br />

Nucleotide<br />

• a protecção<br />

<br />

Polymorfism).<br />

ambiental<br />

<br />

Os resultados<br />

através<br />

<br />

deste<br />

do nováveis contribuindo para a redu- Os aspectos que assumem particular re-<br />

<br />

*Estação Zootécnica<br />

<br />

método<br />

tratamento<br />

<br />

encontram-se<br />

dos<br />

<br />

na<br />

efluentes<br />

Figura<br />

<br />

4,<br />

e<br />

<br />

que<br />

da ade-<br />

ilustra<br />

ção de produção de gases de efeito levância na obtenção de uma “solução” são<br />

<br />

Nacional<br />

quada deposição nos solos dos resí-<br />

<br />

nn de estufa.<br />

os seguintes:<br />

dos efluentes pecuários, é um tema que se es- tratamento dos efluentes, suinícolas e agro- lugar, no sentido de sensibilizar os agentes<br />

tende a todo o território nacional, assumindo pecuários:<br />

do sector, levando-os a reflectir sobre as suas<br />

mais Este relevância, animal ou mais mediatismo, possui numas todas as características responsabilidades de uma individuais boa mãe: e colectivas,<br />

regiões que noutras. A situação que se vive Enquadramento:<br />

tornando-os parte da solução. Por outro lado<br />

hoje no país é, acima de tudo, consequência O Sector é uma das principais actividades houve necessidade de sensibilizar o poder<br />

da falta de estratégia política face a um sector socio-economias da região, representando, <br />

<br />

central e local, levando-os a <br />

<br />

reconhecer a<br />

Mamilos<br />

de importância inquestionável da economia cerca de 2000 postos de trabalho e próximo importância socio-económica do sector e a <br />

nacional. Esta bem falta de estratégia desenvolvidos<br />

levou a que de 450 explorações suinícolas, distribuídas promover a cooperação entre os Ministérios<br />

o país desperdiçasse um conjunto de instru- pelos conselhos de Leiria, Batalha e Porto de da Agricultura, do Ambiente, da Economia e<br />

<br />

<br />

mentos financeiros uniformes<br />

que a U.E. pôs á disposi- Mós.<br />

também das Autarquias.<br />

ção dos seus estados membros nos sucessivos<br />

quadros <strong>com</strong>unitários número de apoio. não<br />

Hoje o sector inferior encontra-se a economica- 12<br />

mente debilitado, e <strong>com</strong> a necessidade urgente<br />

de resolver a problemática ambiental<br />

<br />

<br />

... O Diagnostico <br />

Na região, verifica-se uma Grande Concentração<br />

de Explorações, de pequena e<br />

<br />

<br />

média dimensão, próximas de Zonas Urba-<br />

Promoveu-se uma abordagem integrada<br />

do problema, abordagem essa que se materializou<br />

na constituição da Recilis S.A., empresa<br />

cujo objectivo é a gestão de todo o processo<br />

de tratamento dos efluentes pecuários<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

resultante da sua actividade, sendo que a<br />

solução Boa só poderá corpulência<br />

ser encontrada num quanas,<br />

sem terra associada e ainda <strong>com</strong> grande<br />

deficiência de soluções de Tratamento dos<br />

dos seus aderentes, tendo <strong>com</strong>o accionistas<br />

os utilizadores (suinicultores), empresas da<br />

dro de sustentabilidade técnica e ambiental,<br />

Esqueleto forte<br />

economicamente sustentável e que o sector<br />

tenha Calmos capacidade de incorporar e dóceis na sua estrutura<br />

de custos.<br />

Efluentes.<br />

O Sector agro-pecuário representa a principal<br />

quota de poluição orgânica da Bacia Hidrográfica<br />

<br />

<br />

do Rio Lis.<br />

Fileira e a Associação de Municípios.<br />

... Missão da Recilis<br />

Garantir a continuidade do sector na re- <br />

<br />

Tomando por base uma das regiões mais<br />

gião, resolver o impacte ambiental causado<br />

mediatizadas Excelente do país, Leiria qualidade e a Ribeira dos e ... Estratégia sabor. Este é o melhor pelo sector leitão nas bacias para hidrográficas assar! dos rios<br />

Milagres, apresentamos o enquadramento Tendo em conta a realidade da região e Lis e Lena, desenvolver um plano integrado<br />

<br />

e a estratégia seguida para a resolução do do sector, o primeiro passo foi, em primeiro para o tratamento dos efluentes de suinicul-<br />

Caldas da Raínha<br />

26<br />

94<br />

<strong>Suinicultura</strong><br />

<strong>Suinicultura</strong> Tel. 262 880195 / 831862 Fax. 262 841 790<br />

<br />

<br />

<strong>Suinicultura</strong> 89<br />

<strong>Suinicultura</strong> 67<br />

<strong>Suinicultura</strong> 27


Feira Nacional do Porco Feira Nacional do Porco<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

a escolha da solução técnica e do modelo<br />

de gestão,<br />

a valorização da energia eléctrica produzida<br />

a partir do Biogás<br />

e por fim, porque os custos financeiros<br />

representam uma <strong>com</strong>ponente importante no<br />

valor da tarifa de tratamento, o apoio ao Investimento<br />

(<strong>com</strong>participação do estado).<br />

... Investimento<br />

Para o modelo de Leiria foi estimado um<br />

investimento da ordem dos 31 milhões de<br />

euros<br />

sendo a <strong>com</strong>ponente de tratamento de 20<br />

milhões de euros e a <strong>com</strong>ponente de transporte<br />

de 11 milhões de euros. O apoio ao<br />

investimento, rondará os 30%, situação que<br />

nos parece manifestamente insuficiente.<br />

… Quanto Vamos Pagar<br />

No cenário acima descrito o valor da tarifa<br />

a pagar está estimado em 5,73€ /m3.<br />

Constrangimentos<br />

ao Sucesso das Marcas<br />

Pedro Celeste*<br />

Todos os sectores de actividade e, entre<br />

eles, os industriais, vivem actualmente<br />

um momento particularmente difícil no que<br />

diz respeito à gestão de marcas que resulta,<br />

essencialmente, de 2 grandes problemas: alterações<br />

no mercado e deficiente gestão do<br />

portfolio. Este artigo visa contribuir humildemente<br />

para a reflexão sobre a importância<br />

do tema da criação e gestão de marcas para o<br />

mercado da suinicultura.<br />

Actualmente as alterações são transversais<br />

a todos os actores de um mercado: consumidores,<br />

concorrentes e distribuidores:<br />

Consumidores – estão melhor informados<br />

e possuem um nível educacional mais<br />

elevado; são mais exigentes e menos condescendentes;<br />

Por outro lado, são mais elaborados<br />

no que se refere às suas opções de <strong>com</strong>pra<br />

(os critérios de segmentação demográfica<br />

ou socioeconómicos são agora substituídos<br />

por critérios emotivos e de atitude). De facto,<br />

há cada vez mais consumidores que, pertencendo<br />

às classes sociais mais altas, <strong>com</strong>pram<br />

produtos da marca do distribuidor.<br />

Concorrentes - Actualmente, a reacção<br />

dos concorrentes é mais rápida, sobretudo no<br />

que corresponde a copiar as melhores ideias.<br />

As ideias novas já não funcionam <strong>com</strong>o an-<br />

tes. Quase antes de saírem para o mercado,<br />

já foram copiadas. O aparecimento cada vez<br />

mais rápido de imitações diminuiu o período<br />

de tempo durante o qual um conceito original<br />

podia fazer subir os preços e obter maiores<br />

margens <strong>com</strong>erciais. Copiar é mais fácil<br />

porque o trabalho difícil está feito. Passa-se<br />

a jogar pelo seguro. Porquê perder tempo<br />

a investigar algo, quando alguém o fez por<br />

nós, e para além disso, a solução funciona?<br />

A prática de preços altos entre as tradicionais<br />

marcas dominantes contribuiu para este desenvolvimento.<br />

O facto de se tratarem de empresas<br />

<strong>com</strong> enormes estruturas em termos de<br />

custos, contribui para que esses preços elevados<br />

se transformem em margens de contribuição<br />

menos apetecíveis. Comparados <strong>com</strong><br />

produtos similares, os consumidores optam,<br />

naturalmente, por produtos cujo valor lhes<br />

pareça adequado ao preço.<br />

Distribuidores - Cada vez é mais difícil<br />

obter resultados positivos <strong>com</strong> a gestão das<br />

marcas, porque estas sofrem ataques constantes<br />

devido a estratégias de baixo preço,<br />

onde se incluem os distribuidores <strong>com</strong> marcas<br />

próprias. É o que sucede, por exemplo,<br />

<strong>com</strong> um alargado conjunto de categorias de<br />

produtos, alimentares e de higiene pessoal.<br />

As principais marcas destes mercados têm<br />

perdido quota de mercado a uma cadência<br />

exponencial, substituída essencialmente por<br />

marcas brancas. Na última década, as grandes<br />

cadeias de distribuição investiram sobretudo<br />

no valor acrescentado de serviços,<br />

formação de colaboradores, linhas de apoio<br />

ao consumidor e melhorias de eficiência na<br />

cadeia de valor, o que contribui para um crescimento<br />

significativo da quota de mercado<br />

das marcas próprias, que já ultrapassam os<br />

40% das vendas em mercados diferenciados.<br />

Por outro lado, a introdução de tecnologias<br />

de informação nos locais de venda, garantelhe<br />

mais e melhor informação sobre a evolução<br />

das diferentes marcas, do que os próprios<br />

fabricantes. A relação custo-benefício por<br />

metro de linear permite-lhes gerir <strong>com</strong> maior<br />

profissionalismo as suas próprias marcas e<br />

adequar a oferta às necessidades de consumo<br />

e às tendências do mercado, sem grande<br />

risco. Assim, o poder de negociação dos distribuidores<br />

ganha vantagem à medida que o<br />

tempo passa. Um produto de marca própria<br />

não é mais um sinónimo de baixa qualidade<br />

ou pouca variedade.<br />

Nos dias de hoje a inovação é obrigatoriamente<br />

um tema prioritário e o conhecimento<br />

do mercado também. Na busca incessante de<br />

vantagens <strong>com</strong>petitivas, as empresas têm necessidade<br />

de inovar constantemente.<br />

É neste pressuposto que as marcas se<br />

devem apresentar ao mercado, não tanto por<br />

serem mais criativas do que outras, mas simplesmente<br />

por conseguirem oferecer uma novidade<br />

e também a utilidade do seu produto,<br />

necessária para garantir uma boa receptividade<br />

por parte dos clientes.<br />

É fundamental <strong>com</strong>petir <strong>com</strong><br />

Marcas<br />

Saturação. Concorrência. Mercado.<br />

Oferta. Mais oferta e diferenciação. É a lei do<br />

mais forte. Do que vai mais depressa. Daquele<br />

que tem a última ideia: a mais inovadora.<br />

28 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 29


Nutrição<br />

"<br />

60!* + *"<br />

6 3 "<br />

5 <br />

<br />

<br />

<br />

<br />

*<br />

<br />

<br />

+ <br />

<br />

"<br />

<br />

<br />

As novas ideias já não funcionam <strong>com</strong>o antes, porque não<br />

duram. Ainda não chegaram ao mercado e já estão a ser copiadas<br />

< !"% 3"= "2 "=<br />

(todos<br />

<br />

descobriram<br />

!"5<br />

o manga/laranja ou o aloé vera ao mesmo<br />

".<br />

tempo?).<br />

Já não são novas: são ideias obsoletas.<br />

".7 Na realidade " o consumidor está a ser bombardeado <strong>com</strong> publicidade<br />

em todos os suportes imagináveis, a todo o momento, <strong>com</strong><br />

um infindável rol de mensagens que, basicamente, dizem: <strong>com</strong>pre-<br />

#0+ "# 0+<br />

me! <strong>com</strong>pre-me! No entanto não deixa de ser verdade que alguns<br />

) > 0* de nós estamos desejosos 4-"?+<br />

de ser os primeiros a descobrir algo de<br />

novo, <strong>com</strong>o seja um sabor diferente, um último gadget, etc…<br />

"<br />

A grande saturação do mercado actual é fruto de uma multiplicidade<br />

de produtos similares que <strong>com</strong>petem por alcançar as boas<br />

<br />

graças dos clientes e faz <strong>com</strong> que, por exemplo, as políticas de<br />

packaging acabem por se tornar um método eficaz para lograr a<br />

desejada diferenciação no linear de <strong>com</strong>pra.<br />

Por outro lado, as imagens, instantâneas e eficazes para iden-<br />

6 + tificar uma marca, são muitas vezes demasiado +<br />

genéricas no seu<br />

simbolismo para poder transmitir o seu propósito. O embrulho das<br />

+ imagens seduz eficazmente, mas são as palavras /@ que lhe restituem /@6 o<br />

verdadeiro significado da sua existência. Palavras <strong>com</strong>o Aloé Vera,<br />

,0 <br />

Paracetamol, Bifidus Activo, Flúor, Light, etc… em si mesmas não<br />

0 7A representam nada de tangível, mas perceptualmente estão associadas<br />

a imagens positivas, porque representam soluções para determinados<br />

constrangimentos.<br />

# ! * <br />

Ao concentrar a oferta na marca esta reforça a <strong>com</strong>unicação,<br />

! !<br />

<br />

<br />

* 0<br />

! "<br />

( <br />

<br />

* <br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

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,"2 <br />

30 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 31<br />

3"( <br />

#<br />

!<br />

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<br />

<br />

<br />

<br />

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<br />

Feira Nacional do Porco<br />

!" "<br />

<br />

<br />

<br />

# $


Feira Nacional do Porco<br />

provocando uma maior mancha na visibilidade<br />

e consequentemente maior notoriedade.<br />

É por isso que, <strong>com</strong> alguma facilidade, se<br />

colocam ao sabor dos desígnios do mercado<br />

todo o tipo de produtos e suas variantes, <strong>com</strong><br />

a finalidade de ficar na expectativa de que algum<br />

seja bem-sucedido.<br />

Com as marcas é precisamente o mesmo.<br />

Tantas soluções e inovações se colocam no<br />

mercado que algumas dão resultado: de tantas<br />

variedades do mesmo produto, uma ou<br />

poucas darão lucro, enquanto a grande maioria<br />

apenas cria “mancha”, mas não se paga a<br />

si própria.<br />

Ser capaz de, no momento apropriado,<br />

conceber um produto ou solução que vá de<br />

encontro à motivação dos clientes, coerente<br />

<strong>com</strong> o negócio e diferenciador face à concorrência<br />

é um trabalho árduo que necessita<br />

de um envolvimento total <strong>com</strong> o processo de<br />

criação, desde o primeiro momento. Antes de<br />

iniciar qualquer alteração é necessário estudar<br />

o produto e, sobretudo, o público-alvo a<br />

quem se destina. Posteriormente consideramse<br />

outros argumentos, <strong>com</strong>o seja a análise do<br />

mercado, relação <strong>com</strong> a estratégia da marca,<br />

novos tipos de embalagens, produtos concorrentes,<br />

material promocional, etc… A partir<br />

daqui exploram-se alternativas de desenho<br />

de forma a <strong>com</strong>provar se a marca <strong>com</strong>unica<br />

eficazmente, para além de se diferenciar da<br />

concorrência e estar coerente <strong>com</strong> a restante<br />

ofertada empresa.<br />

E é aqui que reside o problema, porque<br />

todo este trabalho de preparação ocorre <strong>com</strong><br />

pouca frequência. Todos assistimos nos diferentes<br />

meios de <strong>com</strong>unicação a um aumento<br />

do grau de sofisticação da oferta de um tipo<br />

de produto que teimava em não se diferenciar:<br />

garrafas de água. Hoje sabe-se que é<br />

possível vender águas <strong>com</strong> uma multiplicidade<br />

de formas, cores, etiquetas e sabores.<br />

Neste segmento de mercado, a inovação deixou<br />

de o ser no momento em que o segundo<br />

concorrente copiou o primeiro, fazendo <strong>com</strong><br />

que o mercado das águas tenha chegado a um<br />

volume de negócios que parecia absurdo há<br />

alguns anos atrás.<br />

No que diz respeito ao mercado de bens<br />

de consumo, as empresas tendem a focalizar<br />

a sua estratégia na construção de marcas fortes,<br />

da qual resultam incrementos de produtividade<br />

importantes, designadamente através<br />

da sinergia de processos (fabrico, <strong>com</strong>ercialização,<br />

distribuição, esforço de marketing,<br />

etc…). Conjugando este cenário <strong>com</strong> o aumento<br />

do poder negocial por parte dos distribuidores,<br />

que exigem inovação e rotatividade<br />

constantes, estamos perante uma atomização<br />

de categorias de produtos, respectivas linhas<br />

e variedades em cada linha, contribuindo<br />

para o repensar das estratégias de marketing<br />

futuras.<br />

O mercado industrial da suinicultura tem<br />

tudo para crescer em termos da afirmação de<br />

soluções diferenciadas e próprias. Deve procurar<br />

captar nichos de mercado que saibam<br />

valorizar a oferta, sem deixar que o preço<br />

constitua a única variável de decisão. Não<br />

esqueçamos: para um industrial um “pata negra”<br />

é uma categoria de produtos <strong>com</strong> uma<br />

determinada especificação. Para o consumidor<br />

não passa de uma “grande marca”. Saibamos<br />

criar inúmeras “patas negras”!<br />

FAN of<br />

Tryptophan !*<br />

*Adepto do Triptofano !<br />

A J I N O M O T O A N I M A L N U T R I T I O N<br />

AJINOMOTO EUROLYSINE S.A.S.<br />

32 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 33<br />

Nutrição<br />

Contacto para PORTUGAL:<br />

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Rua Pé de Mouro - Edif C.<br />

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Tel: +351 219 248 140<br />

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AJINOMOTO EUROLYSINE S.A.S. está certificada de acordo <strong>com</strong> as ISO 9001, FAMI-QS, ISO 14001 e OHSAS 18001<br />

Para garantir um bom<br />

arranque, os leitões necessitam<br />

de alimentos <strong>com</strong> um fornecimento<br />

equilibrado de<br />

aminoácidos.<br />

Os estudos nutricionais mais<br />

recentes demonstram que na<br />

etapa posterior ao desmame,<br />

o triptofano tem um efeito<br />

positivo na ingestão voluntária<br />

dos alimentos e nos rendimentos<br />

produtivos, no qual o rácio<br />

óptimo entre o triptofano e a<br />

lisina é de 22%.<br />

Equilibrar um alimento <strong>com</strong><br />

um suplemento adequado de<br />

L-Triptofano oferece aos leitões<br />

a oportunidade de beneficiar<br />

de um bom <strong>com</strong>eço. Por esta<br />

razão eles já são adeptos do<br />

triptofano.<br />

Para mais informação, por<br />

favor visite a nossa web:<br />

www.tryptophan.eu<br />

O L-Triptofano tecnicamente puro está suportado<br />

pela regulação EC 1831/2003 de 22/09/2003 dentro<br />

dos aditivos para alimentação animal, categoria<br />

“aditivos nutritivos”, grupo de aditivos<br />

“aminoácidos, os seus sais e análogos” e o seu uso<br />

está aprovado para todas as espécies animais.<br />

Privilège : +33 1 47 47 20 80


ORGANIZAÇÃO<br />

Sessões<br />

de Esclarecimento<br />

Recolha e Destruição de Cadáveres Sessões de Esclarecimento<br />

NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />

Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />

Fragoso de Almeida Margarida Bairrão Teresa Figueiredo Pina da Fonseca Patrícia Tavares Santos<br />

A A R A - Auditório C. M. Alcobaça - 02 de Dezembro<br />

GRIPE A-Medidas de Biosegurança nas Explorações Suninícolas<br />

Dr. Pina da Fonseca e/ou Dr.ª Patrícia Santos<br />

Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />

Sessões<br />

SIRCA Suínos – Zonas de<br />

de<br />

recolha organizada<br />

Esclarecimento<br />

e zonas remotas<br />

2009 Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />

dade<br />

Ao finalizar mais um ano de actividade<br />

não quiz a FPAS deixar de cumprir a tradição<br />

de, pelo menos uma vez por ano, visitar as<br />

Associações Federadas e levar até aos seus<br />

associados algumas informações de caracter<br />

técnico que, a cada momento sejam consideradas<br />

de maior actualidade e importância para<br />

o sector.<br />

Baseados neste pressuposto, e escolhidos<br />

os temas “Gripe A” e “Sirca-suínos” contactámos<br />

o Sr. Director Geral de Veterinária, no<br />

sentido de, mais uma vez colaborar <strong>com</strong> a<br />

FPAS atarvés da disponibilização de técnicos<br />

para nos apoiarem neste trabalho.<br />

Terminado o ciclo de 8 sessões, não temos<br />

dúvidas em afirmar que dificilmente<br />

poderíamos ter melhor conjunto de oradores<br />

dos que aqueles que nos apoiaram: Dr. Pina<br />

da Fonseca, Dr.ª Patrícia Tavares Santos, Dr.<br />

Carlos Fragoso de Almeida, Dr.ª Margarida<br />

Bairrão e Dr.ª Teresa Figueiredo.<br />

A forma simples e directa <strong>com</strong>o abordaram<br />

temas de alguma <strong>com</strong>plexidade demonstrou,<br />

por um lado, o conhecimento profunda<br />

das matérias, permitindo, por outro que todos<br />

recolhessem ensinamentos que muito poderão<br />

ajudar na gestão diária das suas explorações.<br />

Cabe aqui um agradecimento muito especial<br />

ás Direcções das Associações Federadas<br />

e seus técnicos que, <strong>com</strong> o seu trabalho e<br />

dinamismo, muito contribuiram para o êxito<br />

das sessões.<br />

Por fim não queremos perder a oportuni-<br />

APOIOS<br />

de demonstrar o nosso público agradecimento<br />

ás empresas que connosco colaboraram<br />

e sem as quais não teríamos tido hipótese<br />

de levar por diante esta tarefa.<br />

São elas: ALFAVET, CALIER, CEVA,<br />

ELANCO e NUTEGA<br />

34 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 35


Sessões<br />

de Esclarecimento<br />

NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />

Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />

Gripe A – Situação e Prevenção<br />

no Sector Suinícola<br />

A A R A - Auditório C. M. Alcobaça - 02 de Dezembro<br />

Tavares Santos, P.;<br />

gripe suína, da gripe aviaria e da gripe hu- de inter-pandemia (fases 1 e 2), período de<br />

Pina Fonseca, A. *;<br />

mana numa <strong>com</strong>binação que não tinha sido alerta de pandemia (fases 3, 4 e 5) e período<br />

Agrela Pinheiro, C. *<br />

observada antes.<br />

de pandemia (fase 6). A fase 6 ou pandemia<br />

A Gripe A apresenta sintomas semelhan- é declarada quando aumenta a transmissão<br />

tes aos da Gripe Sazonal mas para além dos<br />

Introdução<br />

humanos, infecta também suínos e aves e<br />

contínua entre a população geral.<br />

No entanto a declaração de pande-<br />

Nos últimos meses, as noticias sobre a eventualmente outras espécies. No entanto, o mia não tem relação <strong>com</strong> a gravidade da<br />

Gripe A têm tido destaque nos meios de co- vírus não se transmite pela ingestão de car- doença: “A passagem à fase 6 do alerta<br />

municação social, contribuindo para um alarne. de pandemia, decidida pela Organiza-<br />

mismo exagerado e gerando por vezes mais Sabe-se agora que o vírus já sofreu algução Mundial de Saúde, deve-se à faci-<br />

“desinformação” do que esclarecimento.<br />

mas ligeiras mutações, tendo-se tornado mais lidade e velocidade de propagação do<br />

Inicialmente e erradamente denominada resistente aos anti-virais, mas a sua notorie- vírus a nível mundial e não à sua gravida-<br />

Gripe Suína, por não estar esclarecido o papel<br />

epidemiológico dos suínos na transmissão do<br />

dade mediática deve-se sobretudo ao facto<br />

de ter adquirido rapidamente características<br />

de clínica. Apesar de ter atingido um número<br />

elevado de países em todo o mundo,<br />

vírus, esta nova epidemia lançou novamente pandémicas.<br />

o vírus tem revelado, até à data, baixa viru-<br />

suspeitas sobre o sector pecuário e mais con- Uma pandemia (do grego [pan = tudo/ lência.” – Declaração do Ministério da Saúcretamente<br />

sobre o consumo de carne, neste todo(s)] + [demos = população]) é uma epide. caso a de porco.<br />

demia de doença infecciosa que se espalha A transmissão do vírus da Gripe A é idên-<br />

Não obstante, pelo facto de infectar hu- facilmente entre a população de uma grande tica à dos outros vírus da gripe, ou seja por<br />

manos e animais e pelo risco do vírus poder região geográfica. De acordo <strong>com</strong> a Orga- contacto directo ou indirecto. Na transmissão<br />

sofrer mutações ou re<strong>com</strong>binações, constitui nização Mundial da Saúde, uma pandemia directa há contacto <strong>com</strong> as secreções das vias<br />

preocupação bastante, quer pelas repercus- pode <strong>com</strong>eçar quando se reúnem as seguin- respiratórias de uma pessoa contaminada ao<br />

sões a nível da Saúde Pública e da Saúde tes condições:<br />

falar, espirrar, ou tossir; na transmissão indi-<br />

Animal, quer pelos eventuais impactos eco- • Aparecimento de uma nova doença reta, as mãos após contato <strong>com</strong> superfícies<br />

nómicos, que justifica uma actuação e um infecciosa;<br />

ou objectos recentemente contaminados por<br />

esclarecimento por parte da Autoridade Sa- • O agente infecta humanos, causan- secreções respiratórias de um indivíduo innitária<br />

Veterinária Nacional.<br />

do uma doença séria;<br />

fectado, transportam o agente infeccioso para<br />

• O agente espalha-se fácil e sustenta- a boca, nariz e olhos.<br />

A Gripe A<br />

velmente entre humanos.<br />

O período de transmissão do vírus é de<br />

O vírus da Gripe A (H1N1)v é uma nova As fases mundiais de pandemia para a 2 dias antes até 7 dias após o início dos sin-<br />

estirpe de vírus da gripe que afecta humanos Gripe, segundo a Organização Mundial de tomas.<br />

e que contém segmentos de genes de vírus da Saúde, agrupam-se em três períodos: período O vírus pode sobreviver várias horas em<br />

superfícies de equipamentos utilizados frequentemente<br />

<strong>com</strong>o sejam bancadas, maçanetas<br />

de portas, varões, corrimãos, manípulos<br />

de torneiras, etc.<br />

GRIPE A-Medidas de Biosegurança nas Explorações Suninícolas<br />

Dr. Pina da Fonseca e/ou Dr.ª Patrícia Santos<br />

Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />

SIRCA Suínos – Zonas de recolha organizada e zonas remotas<br />

Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />

<br />

ORGANIZAÇÃO<br />

!!"# !# APOIOS<br />

$%<br />

# &! ! ' (! )$%* ! "#<br />

<br />

! ! ! #, % ! <br />

!#, %!,# ! $# #<br />

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$/ # #$% "# #/ , ! !<br />

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!#!! .1 . <br />

3456# !,#!"#)# "# 6<br />

!,#!#, !!# # $%<br />

!! <br />

!!!789: !4;


Sessões<br />

de Esclarecimento<br />

NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />

Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />

A A R A - Auditório C. M. Alcobaça - 02 de Dezembro<br />

Embora o número acumulado de casos de<br />

Gripe A seja mais elevado no Sul da Europa<br />

(devido sobretudo à densidade populacional),<br />

verifica-se que a intensidade tem aumentado<br />

do Norte para o Sul da Europa (o que está<br />

de acordo <strong>com</strong> as condições meteorológicas<br />

observadas neste período).<br />

Suínos<br />

À data de 4 de Dezembro de 2009, a Europa<br />

contava já <strong>com</strong> 49 focos em suínos, todos<br />

eles em países que apresentaram elevada<br />

intensidade de gripe em Humanos.<br />

Aves<br />

Também Para além disso, em 42 dos focos hou-<br />

nas aves são reportados focos<br />

ve uma exposição prévia a Humanos <strong>com</strong><br />

devidos 6 ao vírus %!)!!,#+ Influenza A (H1N1)v, todos<br />

)# '345!<br />

sintomas gripais na exploração, sendo ainda<br />

eles<br />

<br />

em perús; o primeiro<br />

;H!O#<br />

ocorre no Chile a<br />

!. desconhecida 8@2##<br />

a origem da infecção nos res-<br />

23 de Julho e posteriormente no Canadá e<br />

<br />

tantes 7.<br />

nos EUA, em Outubro e Novembro respectivamente.<br />

! #"# Até #!!# ao momento, este novo % vírus não<br />

parece causar mais problemas sanitários<br />

) Nestes animais, !"#"# a única sintomatologia !-<br />

que os causados pelos outros vírus da gripe<br />

observada consiste numa quebra acentuada<br />

que circulam nos suínos, i.e. uma infecção<br />

da postura, não se verificando quaisquer sin-<br />

auto-limitante do aparelho respiratório <strong>com</strong><br />

tomas de origem respiratória.<br />

"#$%&'(() <<br />

sintomas pouco específicos (febre repentina,<br />

Focos de Influenza A (H1N1)v em perús<br />

Data do 1<strong>º</strong> foco País N<strong>º</strong> Focos Mortes<br />

Humanos <strong>com</strong> sintomas gripais na ex- letargia, falta de apetite, tosse, descargas na-<br />

*(+<br />

ploração antes dos focos<br />

+" sais ou oculares, espirros e dificuldades res-<br />

$ 23-Jul Chile 2 0 Sim<br />

piratórias).<br />

09-Out Canadá 1 0 ?<br />

16-Nov EUA 1 0 Sim<br />

Situação em Portugal<br />

Situação na Europa<br />

gripais (influenzanet.<strong>com</strong>), feita em alguns Até 29 de Novembro de 2009, tinham<br />

Humanos<br />

países europeus, pode verificar-se que, até ao sido registados cerca de 122.000 casos de<br />

Como referido anteriormente, o primeiro mês de Novembro de 2009, a incidência de Gripe A em Portugal, correspondendo a<br />

caso de Gripe A na Europa surgiu em Abril sintomas gripais não parece apresentar dife- 1,15% da população, e 23 óbitos. Segundo o<br />

de 2009 em Espanha, e até ao final do mês de renças significativas em relação ao ano ante- ECDC, Portugal apresenta uma intensidade<br />

Junho, a grande maioria dos países europeus rior. Constata-se no entanto que o pico epidé- média, uma distribuição nacional e uma ten-<br />

tinha já declarado casos de Gripe A. mico se antecipou de cerca de um a dois medência estável.<br />

Da monitorização on-line de sintomas ses em relação à gripe sazonal 2008/2009. Tal <strong>com</strong>o para outros países europeus,<br />

na monitorização on-line de sintomas gripais<br />

(influenzanet.<strong>com</strong>), pode verificar-se que a<br />

incidência de sintomas gripais não parece<br />

apresentar diferenças significativas em relação<br />

ao ano anterior, constatando-se igualmente<br />

uma antecipação de cerca de mês e<br />

meio do pico epidémico em relação à gripe<br />

sazonal 2008/2009.<br />

Até à data, não foi reportado nenhum<br />

foco em animais em Portugal.<br />

2<br />

Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />

<br />

/ 6<br />

SIRCA Suínos – Zonas de recolha organizada e zonas remotas<br />

Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />

APOIOS<br />

8 ##!!!0! #!8#3!!<br />

#!L! !!# ' 5):"# !!# !!<br />

#!8#3"#.!! ,- !$/-! ,!5<br />

$<br />

7. / <br />

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(8. 6; ( <br />

I<br />

<br />

<br />

4# <br />

)! ! 8###!;


Sessões<br />

de Esclarecimento<br />

NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />

Conclusões sobre o custo de produção: Os custos de produção aumentaram<br />

principalmente no que toca á mão de obra, factores de produção e serviços, fazendo <strong>com</strong><br />

que os seus valores aumentassem cerca de 1% ao ano (<strong>10</strong>% em <strong>10</strong> anos).<br />

As rações não aumentaram de preço, não sendo essa a razão para o aumento do custo de<br />

produção. Em resumo o custo de produção do porco terá no entanto aumentado 9,5 –<br />

<strong>10</strong>% nos últimos <strong>10</strong> anos.<br />

Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />

##$%&'(()6(1 3 anteriores, não é difícil destacar as principais<br />

• Reforçar a limpeza e desinfecção<br />

78= 73= 7>=<br />

preocupações em relação ao sector suiníco-<br />

a nível europeu das instalações; e mundial, Notícias bem <strong>com</strong>o a sua<br />

PRECIOS CERDO VIVO vs COSTE PRODUCCIÓN<br />

la:<br />

evolução • Não e tendência. dar restos de alimentos aos ani-<br />

(€/<strong>10</strong>0 KG)<br />

• Os suínos são sensíveis à infecção<br />

No quadro mais. seguinte temos os censos do<br />

Xviii 140Feira<br />

Nacional do Porco e Xvi Feira Nacional de Salsicharia<br />

pelo vírus da Gripe A;<br />

sector na UE de 86 a 2003, antes do alarga-<br />

120<br />

• A circulação viral elevada em su-<br />

O Ponto de Encontro da Fileira Medidas mento. no Montijo<br />

de Reforço da Bios-<br />

GRIPE A-Medidas de Biosegurança nas Explorações <strong>10</strong>0<br />

ínos pode conduzir Suninícolas<br />

a mutações ou<br />

segurança Neste gráfico determinadas vemos a evolução pela dos cen-<br />

80 <br />

Dr. 7= Pina da Fonseca 2= e/ou Dr.ª Patrícia 2(= Santos<br />

re<strong>com</strong>binações imprevisíveis no<br />

A linha amarela tracejada representa a tendência sos dos principais países produtores, obser-<br />

€<br />

Direcção do preço Geral médio. de Podemos Veterinária observar que<br />

<br />

ela vai diminuindo de 1995 a 2005 (em 1995 encontra-se acima da linha vermelha, que<br />

vírus;<br />

60<br />

representa a média do preço dos <strong>10</strong> anos, e (Nota vando-se em 2005 de já a se Serviço espectacular encontra abaixo de subida 17 da mesma). de de Julho Espanha<br />

<br />

• Em 86% dos focos na Europa hou-<br />

40<br />

<br />

de entre 2009) os anos 1986 (momento da nossa entra-<br />

Ao invés da produção, a <strong>com</strong>ercialização (preço e condições de venda) não depende<br />

Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />

ve confirmadamente uma exposição<br />

20<br />

exclusivamente da empresa, mas sim de aspectos da e<br />

<br />

• a UE) muito Uso e mais o sistemático ano <strong>com</strong>plicados, 2001. Alemanha, de máscara que não França são de pa-e<br />

por ela controlados. Na fixação do preço além<br />

<br />

Dinamarca da oferta mostram e da procura, uma entram evolução em jogo<br />

prévia a humanos infectados, i.e. a<br />

0<br />

bastante<br />

1.995 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001<br />

Sin embargo el precio de venta de los animales (cerdo<br />

outros<br />

vivo cebado<br />

factores 2.002 2.003<br />

de<br />

tais<br />

Mercolleida)<br />

<strong>com</strong>o 2.004 o mercado 2.005<br />

no<br />

nacional, o mercado pel descartável; europeu e inclusivamente o<br />

infecção passou dos humanos para<br />

€ <strong>10</strong>8,15 117,73 123,27 88,37 81,76 <strong>10</strong>4,76 130,19 ha evolucionado de la misma forma, del 95 al 2005 se mantuvo<br />

mercado <strong>10</strong>0,99<br />

a<br />

mundial, 95,55<br />

1,054 €<br />

e<br />

de<br />

também <strong>10</strong>2,19<br />

media, con<br />

as <strong>10</strong>6,32 outras produções regular. animais, São dignas a elasticidade de nota cruzada as descidas dos da<br />

em Portugal está directamente relacionado <strong>com</strong> as mãos ou <strong>com</strong> objectos du- • Qualquer funcionário <strong>com</strong> sintomas<br />

Media <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 <strong>10</strong>5,4 preços, <strong>10</strong>5,4 as barreiras <strong>10</strong>5,4sanitárias, <strong>10</strong>5,4 as <strong>10</strong>5,4 tendências de consumo da população e até mesmo as<br />

os suínos;<br />

" #$$%$ máximos de 1,3 $<br />

(año 2001) y 0,817 (1999). <br />

Holanda e Reino Unido, antigos pioneiros<br />

Coste aprox 89 89,9 90,8 91,7 92,6 93,5 94,5 95,4 96,4 97,3 98,3<br />

<strong>com</strong> o contacto <strong>com</strong> humanos infectados. rante decisões o trabalho; de organismos internacionais (OMC). de gripe não deve contactar <strong>com</strong> os<br />

2= 27= 22=<br />

SIRCA Suínos – Zonas de recolha organizada • e zonas Existe um risco remotas<br />

acrescido de infec-<br />

"# ) ! AÑOS Para % a 6fixação !),do ! preço, e para se ter uma da ideia produção de quais e dos os factores avanços que tecnológicos mais irão do<br />

Assim, o <strong>com</strong>portamento do produtor, tal • Utilizar influenciar equipamento a rentabilidade de da protecção animais durante pelo menos 7 dias;<br />

empresa suinícola deverá ser tido em conta as estatísticas<br />

#$/$%# ,7<br />

Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />

ção dos suínos durante os próximos<br />

<br />

sector.<br />

<strong>com</strong>o o do Médico Veterinário Assistente, pessoal a nível descartável;<br />

europeu e mundial, bem <strong>com</strong>o a sua evolução • Proibição e tendência. do acesso a todas as pes-<br />

2#, % ,L )$%,#!<br />

<br />

No quadro seguinte temos os censos do sector (ver página na UE seguinte) de 86 a 2003, antes do<br />

meses.<br />

é de crucial importância na prevenção, pois • Cobrir alargamento. a boca e o nariz <strong>com</strong> lenço soas estranhas às instalações da ex-<br />

#$%!#, ! !#'#$/# $/,<br />

A Gripe A na interface entre animais e<br />

constituem<br />

e em 2005 já<br />

o principal<br />

se encontra factor<br />

abaixo<br />

de risco<br />

da mesma). de in- descartável ao tossir ou espirrar;<br />

ploração;<br />

,#<br />

" humanos #$$%$ tem sido regularmente $ discutida<br />

trodução<br />

Ao invés<br />

do vírus<br />

da produção,<br />

na exploração. a <strong>com</strong>ercialização<br />

<br />

• Não <strong>com</strong>partilhar alimentos, copos, • Restrição máxima de circulação de<br />

8 QAS ! ) 8# # )! # &$% 6 # <br />

ORGANIZAÇÃO<br />

APOIOS<br />

nas reuniões do "# Comité ) Permanente ! da Ca (preço Seguindo e condições as orientações de venda)<br />

da não<br />

CE, depen-<br />

a Di- toalhas e objectos de uso pessoal;<br />

veículos oriundos do exterior da ex-<br />

)! % 6 !), )$%#!# ! #, <br />

21= 28= 23=<br />

deia Alimentar e Saúde Animal, da Comisrecçãode<br />

exclusivamente Geral de Veterinária<br />

da empresa, tem vindo mas sim<br />

a di- • Evitar contacto próximo <strong>com</strong> pes- ploração;<br />

#$/$%# ,7<br />

8&#!! )$%!#, de !# -&<br />

são Europeia. No início de Novembro, os<br />

vulgar, <br />

aspectos<br />

desde<br />

muito<br />

Maio,<br />

mais<br />

informação<br />

<strong>com</strong>plicados,<br />

e re<strong>com</strong>en- soas doentes;<br />

• Desinfecção profunda e sistemática<br />

2#, % ,L )$%,#!<br />

que não<br />

Estados Membros aprovaram um documento<br />

dações <br />

<br />

são por<br />

para<br />

ela controlados.<br />

os sectores suinícola<br />

Na fixação<br />

e<br />

do<br />

aviário, • Manter o ambiente ventilado.<br />

de todos os veículos que acedam ao<br />

? -<br />

preço<br />

orientador #$%!#, actualizado sobre vigilância, mo- ! !#'#$/#<br />

que $/, <br />

além<br />

assentam<br />

da oferta<br />

fundamentalmente<br />

e da procura, entram<br />

no<br />

em<br />

reforço • Medidas de Biossegurança<br />

espaço da exploração (rodilúvios e<br />

jogo<br />

nitorização ,# e medidas de controlo em suínos,<br />

<br />

das <br />

outros<br />

medidas<br />

factores<br />

de<br />

tais<br />

biossegurança.<br />

<strong>com</strong>o o mercado<br />

Obviamente, • Estar atento aos primeiros sintomas arcos de desinfecção);<br />

nacional,<br />

<strong>com</strong> 8 o objectivo QAS ! de reduzir ) os riscos 8# para a # )! <br />

devem #<br />

o mercado<br />

igualmente &$%<br />

europeu<br />

ser<br />

e inclusivamente<br />

aplicadas 6as medidas # de doença nos animais;<br />

• Reforço da eficácia das barreiras<br />

o mer-<br />

Saúde <br />

)! Animal e Saúde Pública, )$%#!# que assenta #, de<br />

cado<br />

higiene <br />

mundial,<br />

e protecção<br />

e também<br />

pessoal,<br />

as outras<br />

amplamente • Reforçar o filtro sanitário à entrada físicas contra a entrada de pragas<br />

produções <br />

*-0$$ #, <br />

6<br />

em três princípios chave que são a vigilância,<br />

divulgadas<br />

animais, a elasticidade<br />

pelo<br />

<br />

Ministério<br />

cruzada <br />

da Saúde.<br />

da exploração;<br />

(ex: roedores) e de outros animais<br />

8&#!! )$%!#, !# -& dos preços, as <br />

<br />

R!!I!9'!;


Sessões<br />

de Esclarecimento<br />

NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />

Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />

são aplicáveis à produção em extensivo ou ao<br />

ar livre, pelo que cabe ao Médico Veterinário<br />

Assistente avaliar os riscos de introdução do<br />

vírus na exploração e adequar ou reforçar as<br />

medidas de biossegurança.<br />

Vigilância activa e passiva<br />

Em Julho de 2009, a Direcção Geral de<br />

Veterinária iniciou colheitas de material em<br />

explorações de suínos para pesquisa do vírus<br />

Influenza A (H1N1)v. Foram testadas explorações<br />

das cinco Regiões e todos os resultados<br />

foram negativos.<br />

Uma vigilância activa e sistemática, nesta<br />

fase, seria in<strong>com</strong>portável pelo que a vigilância<br />

nas explorações de suínos irá assentar<br />

maioritariamente na detecção precoce de<br />

sintomas que façam suspeitar da presença da<br />

infecção na exploração.<br />

Em caso de suspeita, o Médico Veterinário<br />

Assistente deve ser informado de imediato<br />

e, caso a suspeita se confirme, devem ser<br />

notificados os Serviços Veterinários Locais<br />

ou Regionais.<br />

Vacinação<br />

Humanos<br />

A pedido da Federação Portuguesa das<br />

Associações de Suinicultores (FPAS) e da<br />

Federação Portuguesa das Associações Avícolas<br />

(FEPASA), a Direcção Geral de Veterinária<br />

solicitou à Direcção Geral da Saúde a<br />

inclusão dos trabalhadores dos sectores suinícola<br />

e avícola nos grupos prioritários para<br />

a vacinação contra a Gripe A. Em resposta ao<br />

solicitado, a Direcção Geral da Saúde incluiu<br />

os trabalhadores no Grupo C para a vacinação.<br />

No entanto, mesmo após vacinação, nenhum<br />

trabalhador do sector deve descurar as<br />

medidas de biossegurança referidas anteriormente.<br />

Suínos<br />

A eficácia das vacinas contra a Gripe<br />

Suína na protecção contra o novo vírus Influenza<br />

A (H1N1)v é ainda desconhecida,<br />

não havendo conhecimento da existência de<br />

imunidade cruzada.<br />

Nesta fase, não existem conhecimentos<br />

científicos suficientes para considerar a utilização<br />

de vacinas específicas na prevenção ou<br />

controlo do vírus em suínos.<br />

A A R A - Auditório C. M. Alcobaça - 02 de Dezembro<br />

ORGANIZAÇÃO<br />

Medidas de controlo em caso de<br />

foco<br />

Com base nos conhecimentos actuais sobre<br />

o vírus e nas re<strong>com</strong>endações da CE, em<br />

caso de surgimento de um foco em suínos,<br />

estão p<strong>revista</strong>s as seguintes medidas de controlo:<br />

• Restrição dos movimentos para outras<br />

explorações ou centros de agrupamento<br />

até 7 dias após o desaparecimento<br />

dos sintomas;<br />

• Autorização da movimentação para<br />

abate de porcos sem sintomas ou<br />

recuperados;<br />

• APOIOS Reforço das medidas de biossegurança;<br />

• Reforço das medidas de higiene;<br />

• Reforço das medidas de protecção<br />

pessoal.<br />

No entanto, estas medidas poderão ser<br />

alteradas sempre que a evolução epidemiológica<br />

da doença assim o determinar.<br />

Conclusões<br />

Os suínos são susceptíveis ao vírus Influenza<br />

A (H1N1)v, assim <strong>com</strong>o a outros vírus<br />

da gripe, o que faz deles o “recipiente”<br />

ideal para a re<strong>com</strong>binação viral, que pode<br />

constituir uma séria ameaça não só para a<br />

Saúde Animal mas também para a Saúde Pú-<br />

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blica.<br />

Os suinicultores têm assim uma responsabilidade<br />

acrescida, que além de sanitária é<br />

também cívica: prevenir a infecção dos suínos<br />

e a dispersão do vírus e, por esta via,<br />

protecção do sector de eventuais impactos<br />

económicos.<br />

De momento, a única arma disponível<br />

para tal é a biossegurança, que terá que ser<br />

reforçada ao máximo nos próximos meses de<br />

Inverno.<br />

Como para qualquer outra doença que<br />

surge pela primeira vez, teremos todos que<br />

actuar de acordo <strong>com</strong> o conhecimento, i.e.<br />

detectando precocemente a doença (Vigilância)<br />

e adequando as medidas ao risco (Proporcionalidade)<br />

e à evolução epidemiológica<br />

(Flexibilidade).<br />

GRIPE A-Medidas de Biosegurança nas Explorações Suninícolas<br />

Dr. Pina da Fonseca e/ou Dr.ª Patrícia Santos<br />

Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />

SIRCA Suínos – Zonas de recolha organizada e zonas remotas<br />

Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />

Mais informações<br />

Poderá ser consultada mais informação<br />

nos seguintes websites:<br />

Direcção Geral de Veterinária (DGV):<br />

http://www.dgv.min-agricultura.pt<br />

Direcção Geral da Saúde e dos Consumidores<br />

(DG SANCO): http://ec.europa.<br />

eu/dgs/health_consumer<br />

Organização Mundial de Saúde Animal<br />

(OIE): http://www.oie.int<br />

Direcção Geral da Saúde (DGS): http://<br />

www.dgs.pt<br />

Centro Europeu para a Prevenção e Controlo<br />

de Doenças (ECDC): http://ecdc.<br />

europa.eu<br />

Organização Mundial de Saúde (OMS):<br />

http://www.who.int<br />

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SIRCA - Suínos<br />

Margarida Bairrão*<br />

Sessões<br />

de Esclarecimento<br />

A Federação Portuguesa de Associações<br />

de Suinicultores (FPAS) propôs à Direcção<br />

Geral de Veterinária (DGV) que colaborasse<br />

em Sessões de Esclarecimento sobre Gripe A<br />

– Medidas de Biossegurança nas Explorações<br />

Suinícolas e sobre o Sistema de Recolha de<br />

Cadáveres de suínos mortos nas explorações<br />

(SIRCA-Suínos) – Zonas de recolha organizada<br />

e zonas remotas.<br />

Aquela solicitação mereceu concordância<br />

da Direcção Geral, tendo os técnicos do<br />

Serviço de apoio à suinicultura da Direcção<br />

de Serviços Veterinários da Região de Lisboa<br />

e Vale do Tejo, sido encarregues de apresentar<br />

o tema sobre o SIRCA-Suínos.<br />

O SIRCA - Suinos surge para cumprimento<br />

de uma lei <strong>com</strong>unitária (Regulamento<br />

(CE) n.<strong>º</strong> 1774 /2002 de 3 de Outubro) que é<br />

<strong>com</strong>um a todos os vinte e sete Estados Membros.<br />

De acordo <strong>com</strong> este Regulamento, os<br />

cadáveres de suínos são subprodutos animais<br />

não destinados ao consumo humano e <strong>com</strong>o<br />

tal têm que ser armazenados, manuseados,<br />

recolhidos, transportados, utilizados, transformados<br />

e/ou eliminados de acordo <strong>com</strong><br />

regras que salvaguardem a sanidade animal<br />

e a saúde pública (Fig. 1).<br />

Ainda de acordo <strong>com</strong> o disposto no Regulamento,<br />

os cadáveres de suínos mortos<br />

nas explorações são considerados subprodutos<br />

de Categoria 2 e o seu destino só pode ser<br />

eliminação directa por incineração ou transformação<br />

sempre em Unidades aprovadas<br />

para o efeito (Fig. 2).<br />

Aos serviços da DGV <strong>com</strong>pete a fiscalização<br />

dos aspectos sanitários e supervisão<br />

do armazenamento e recolha, dos subprodutos<br />

animais nas explorações onde são gerados,<br />

até serem expedidos (Decreto-Lei n.<strong>º</strong><br />

122/2006 de 27 de Junho).<br />

É ainda atribuição da DGV a aprovação<br />

do Plano alternativo ao SIRCA (se for essa a<br />

opção do suinicultor) e a<strong>com</strong>panhamento da<br />

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Sessões de Esclarecimento<br />

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NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />

Alcobaça, Évora, Leiria, Monchique, Montijo, Ourique, Santiago do Cacém e Vinhais<br />

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Estado Membro <strong>com</strong> base nos critérios, bai-<br />

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distanciamento das unidades de transforma-<br />

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ção de subprodutos (UTS), .- &<br />

O Director Geral de Veterinária, fez sa-<br />

A/ ber através de Edital publicado em ' 13 de Outubro<br />

de 2009, quais os concelhos que fazem<br />


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NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2009<br />

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<br />

dimensão reduzida. Nesta modalidade, o netes do SIRCA-Suínos, terá que ser sempre<br />

crotério tem que estar equipado <strong>com</strong> câmara a<strong>com</strong>panhada de uma Ficha que substitui a<br />

de congelação que assegure uma temperatura Guia de A<strong>com</strong>panhamento de Subprodutos<br />

constante de 5 graus negativos, devidamen- (Mod. 376-E/DGV).<br />

te identificada e de uso exclusivo para este O correcto preenchimento desta Ficha<br />

efeito.<br />

(Fig.5), permitirá obter dados importantes<br />

Sempre que necessário, a recolha poderá<br />

ser * antecipada +<br />

por chamada telefónica, para<br />

para a gestão sanitária das explorações, nomeadamente<br />

no que se refere ao valor das<br />

número a fornecer pela UTS, que no prazo taxas de mortalidade, exigidas também pela<br />

máximo de 48 horas terá de proceder ao le- legislação do Bem-Estar Animal.<br />

vantamento dos subprodutos.<br />

Nas sessões de esclarecimento efectua-<br />

A recolha de cadáveres, para os aderendas em zonas consideradas remotas (Vinhais<br />

<br />

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e Ourique), a apresentação foi adaptada a<br />

essa realidade, uma vez que nestas regiões<br />

não está p<strong>revista</strong>, à data, a recolha organizada<br />

através do SIRCA-Suínos. Foi dado particular<br />

ênfase às boas práticas de enterramento<br />

de cadáveres, também publicitadas no Edital,<br />

sistematizando e explicando a razão de ser<br />

daquelas práticas.<br />

O enterramento directamente no solo,<br />

desde que correctamente efectuado (Fig. 6),<br />

possibilita a de<strong>com</strong>posição e o desaparecimento<br />

dos cadáveres, segundo regras que<br />

satisfazem as exigências de higiene pública<br />

e de protecção do meio ambiente, desde que:<br />

• O local escolhido seja suficientemente<br />

distante das explorações<br />

vizinhas, instalações e habitações,<br />

cursos de água e lençóis freáticos<br />

existentes.<br />

• A vala seja escavada <strong>com</strong> paredes<br />

inclinadas.<br />

• A vala tenha uma profundidade suficiente<br />

para enterrar todos os cadáveres<br />

e deve ter no fundo um revestimento<br />

de 0,5 cm de saibro, o qual<br />

deve ser revestido de cal viva.<br />

• A vala tenha cerca de 1,5 m2 por<br />

cada 5 suínos adultos.<br />

• Os cadáveres sejam cobertos de cal<br />

viva e terra logo de seguida, de forma<br />

a ficar acima do nível da superfície<br />

do solo.<br />

As acções de preparação e a<strong>com</strong>panhamento<br />

do SIRCA, que efectuámos em estreita<br />

ligação <strong>com</strong> as empresas encarregues pela<br />

sua execução e <strong>com</strong> os suinicultores e Médicos<br />

Veterinários Responsáveis Sanitários<br />

das explorações da região de Lisboa e Vale<br />

do Tejo, permitiram perceber e identificar as<br />

dificuldades que foram surgindo e ajudar a<br />

construir a solução. Fomos assim capazes de,<br />

ao longo do tempo, ir reunindo dados que nos<br />

permitiram fazer o diagnóstico da situação.<br />

Este diagnóstico foi enriquecido pelas<br />

diversas %!6"!+<br />

questões que nos foram colocadas<br />

nestas sessões pelos participantes e que entendemos<br />

ser interessante apresentar algu- <br />

mas delas em síntese:<br />

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Apresentação <strong>com</strong>ercial<br />

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e zonas remotas<br />

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Dr. Carlos Fragoso de Almeida<br />

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Sessões de Esclarecimento


Sessões de Esclarecimento<br />

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nhamos enganado. A dimensão do lapso cresceu<br />

ao longo da “digressão” pelo país, desde<br />

!@+:<br />

Évora até Vinhais, passando por Monchique,<br />

N Santiago, /! Leiria e Alcobaça. <br />

O nosso objectivo foi transmitir aos par-<br />

) ticipantes, ! o PORQUÊ do sistema, clarifi-<br />

)!/<br />

cando as alternativas ao mesmo, bem <strong>com</strong>o<br />

as <strong>com</strong>petências dos diversos intervenientes<br />

*-!/*-<br />

(Suinicultores, DGV, IFAP, Unidade de Recolha<br />

e Transformação de Subprodutos) e<br />

!)/<br />

principalmente, o COMO FAZER.<br />

3 !! Sabíamos que neste particular, tínhamos<br />

7 3/ A ! - 70NDQ a tarefa facilitada pela divulgação já feita<br />

A !- A <br />

pela <strong>revista</strong> da Federação e pela distribuição<br />

/!!- !!!@//-<br />

* do material concebido '+ pela Divisão de Identificação<br />

Animal, Registo e Licenciamento<br />

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1<br />

de<br />

<br />

Explorações<br />

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da DGV<br />

<br />

(Fig.<br />

-<br />

8).<br />

*!9E


|||||||||Raças Autóctones<br />

Promoção<br />

dos Presuntos<br />

DOP e IGP<br />

do Alentejo<br />

A ACPA em parceria <strong>com</strong> a ANCPA, a<br />

Barrancarnes e a Montaraz elaborou uma<br />

candidatura, cujo prazo de entrega terminou<br />

no passado dia 19 de Novembro, à Acção<br />

1.4.2 “Informação e promoção de produtos<br />

de qualidade” da medida 1.4 “Valorização<br />

da produção de qualidade”, integrada no<br />

subprograma n.<strong>º</strong> 1 “Promoção da <strong>com</strong>petitividade”<br />

do Programa de Desenvolvimento<br />

Rural do Continente”, PRODER.<br />

O sector vê assim uma oportunidade<br />

para a promoção de alguns dos produtos de<br />

qualidade derivados de porco alentejano,<br />

cujo apoio há muito se ansiava. Infelizmente,<br />

nem todos os produtos sob gestão<br />

da ACPA (Presunto de Barrancos DOP,<br />

Presunto e Paleta de Santana da Serra IGP,<br />

Presunto e Paleta de Campo Maior e Elvas,<br />

Presunto e Paleta do Alentejo DOP e Carne<br />

de Porco Alentejano DOP) serão objecto<br />

deste pedido de apoio, caso venha a ser<br />

aprovado, pois não foi possível reunir todas<br />

as indústrias que transformam e <strong>com</strong>ercializam<br />

os produtos em questão.<br />

Pretende-se <strong>com</strong> este projecto dinamizar<br />

e incrementar as vendas através do aumento<br />

da notoriedade dos produtos. Propõe-se que<br />

através da <strong>com</strong>binação de diversos meios e<br />

técnicas de <strong>com</strong>unicação, a sociedade em<br />

geral e o público-alvo em particular, reconheçam,<br />

valorizem, divulguem e <strong>com</strong>prem<br />

“Presunto de Barrancos DOP”, “Presunto e<br />

Paleta de Santana da Serra IGP” e do Presunto<br />

e Paleta do Alentejo DOP”. O objectivo<br />

é colocar estes 3 produtos, no top of<br />

mind do consumidor.<br />

É <strong>com</strong> grande expectativa que a ACPA<br />

e os restantes parceiros esperam ver aprovada<br />

esta candidatura para bem do sector e de<br />

toda a fileira, pois seria uma óptima oportunidade<br />

para promover estes produtos através<br />

da cooperação de vários intervenientes.<br />

50 <strong>Suinicultura</strong><br />

Integrado na Feira do Montado 2009 que<br />

decorreu mais um ano em Portel a Associação<br />

Nacional dos Criadores do Porco Alentejano<br />

(ANCPA) em parceria <strong>com</strong> a Associação<br />

Portuguesa de Caprinicultores de Raça Serpentina<br />

(APCRS) e a Câmara Municipal de<br />

Portel organizou mais umas jornadas técnicas<br />

destinadas a todos os agentes do sector.<br />

A sessão de abertura das jornadas contou<br />

<strong>com</strong> a presença do Sr. Vice-Presidente<br />

da Câmara Municipal de Portel que realçou<br />

a importância do Montado no Concelho de<br />

Portel e que a presença destas duas raças nas<br />

explorações agrícolas são o manter da tradição,<br />

da vida rural e da cultura local e que por<br />

isso é de extrema importância a realização<br />

destas jornadas <strong>com</strong>o promotor do Montado<br />

e da criação destas raças autóctones.<br />

As III Jornadas do Porco Alentejano<br />

constaram de uma mesa redonda sobre o<br />

tema “A diferenciação <strong>com</strong>o vantagem <strong>com</strong>petitiva<br />

na fileira do Porco Alentejano”, na<br />

qual participou a Direcção Regional de Agricultura<br />

e Pescas do Alentejo, do Gabinete de<br />

Planeamento, da ANCPA, da industria e da<br />

representação da Interprofissional do Cerdo<br />

Ibérico.<br />

0 Dr. João Libório (DRAPAL) sublinhou<br />

a extrema necessidade de organizar o sector<br />

numa perspectiva integrada de fileira passando<br />

sempre por uma estratégia conjunta de todos<br />

os intervinientes, garantindo a disponibilidade<br />

da DRAPAL para unificar e organizar<br />

a fileira. De seguida interveio o Eng. Pedro<br />

Bento (ANCPA) que salientou que a solução<br />

para os problemas do sector é a diferenciação,<br />

<strong>com</strong>batendo <strong>com</strong> todas as forças o engano<br />

que os consumidores estão diariamente<br />

sujeitos <strong>com</strong> o nome de “porco preto” que,<br />

sem qualquer diferenciação, inclui tudo. Esta<br />

diferenciação e o fim da fraude <strong>com</strong> o nome<br />

do porco preto só pode ter fim <strong>com</strong> a aplicação<br />

de normas nacionais.<br />

A indústria através do Eng. Pedro Freudenthal,<br />

da CATET, partilhou as dificuldades<br />

que diariamente encontram num mercado<br />

sem diferenciação nem normalização e no<br />

qual os pontos de venda tem os seus produtos<br />

ao lado de outros provenientes de matérias<br />

primas indeferenciadas, esmagando possíveis<br />

margens. A solução dos problemas da<br />

indústria passam pela fiscalização e pela normalização<br />

de modo a <strong>com</strong>bater as fraudes.<br />

De seguida o Dr. Sales Henriques afirmou a<br />

extrema importância da pureza da raça <strong>com</strong>o<br />

matéria prima para os produtos de qualidade<br />

e diferenciados, não deixando, o entanto, de<br />

mostrar a sua preocupação <strong>com</strong> a forte diminuição<br />

dos efectivos e de animais registados,<br />

situação que todos em conjunto temos que<br />

contrariar.<br />

Por último o Dr. Andrés Paredes (ASICI)<br />

partilhou <strong>com</strong> a assistência o inicio, em Espanha,<br />

da diferenciação entre cruzado e puro,<br />

<strong>com</strong>o medida única de salvação do sector,<br />

informando que a Norma de Qualidade está<br />

implementada e, neste momento, estão a <strong>com</strong>eçar<br />

a estudar uma nova IGP para os produtos<br />

de elevada qualidade e principalmente<br />

para proteger a raça pura.<br />

No final da sessão o Eng. Bulhão Martins<br />

(ANCPA) encerrou as Jornadas realçando a<br />

necessidade de organizar o sector numa perspectiva<br />

de fileira <strong>com</strong>o ponto chave para o<br />

sector, assim <strong>com</strong>o, a diferenciação e a normalização<br />

nacional deixando a mensagem<br />

que os criadores e todo o sector podem contar<br />

<strong>com</strong> a ANCPA <strong>com</strong>o dinamizador destas<br />

estratégias de máxima importância.<br />

De seguida todos os intervenientes e<br />

assistência saborearam o verdadeiro Porco<br />

Alentejano e o Cabrito do Alentejo num almoço<br />

convívio sempre de saudar.<br />

Raças<br />

IDENDIFICAÇÃO<br />

Autóctones|||||||||||<br />

Próximos Eventos<br />

Figura 3 – Reacção em cadeia da polimerase (PCR) <br />

hídricos. As águas residuais provenientes da benefício): 3) Instrumentos económicos (e.g. água, isso constituiria uma mais valia para a<br />

indústria e contendo patogénios e <strong>com</strong>postos Custo da água). Deverão ser consideradas sociedade. As orientações actuais fomentam<br />

tóxicos, <strong>com</strong>o metais pesados e poluentes várias soluções, mediante a avaliação da uma melhor gestão das lamas, considerando-<br />

Secção Raças Autóctones - Futuro económico das raças autóctones <br />

orgânicos, tornam o tratamento mais sustentabilidade tecnológica. A solução a as <strong>com</strong>o uma questão de gestão de recursos <br />

Conclusões<br />

<strong>com</strong>plexo e requerem recursos económicos adoptar deverá ter por base uma visão global mais do que <strong>com</strong>o um problema de resíduos. <br />

mais As elevados raças autóctones em termos são de um energia, valor espaço e a longo prazo, de forma a evitar o adiamento A tecnologia ções e soluções de tratamento de índole desempenha financeira ou um<br />

zootécnico e perícia. único e insubstituível e do problema no tempo e no espaço. papel meramente fundamental subsidiária, na gestão mas de sobretudo chorumes,<br />

<strong>com</strong>o É tal, um necessário dos elos mais desenvolver importan- novas<br />

permitindo a existência uma abordagem de apoios mais e incentivos flexível em à<br />

tes tecnologias da cadeia capazes alimentar de mundial. reduzir as descargas 2. Objectivos<br />

termos investigação, de aplicação inovação no solo e solucionando desenvolvi-<br />

e o No consumo caso dos de suínos, água. as Outra nossas questão ra- de Este encontro tem <strong>com</strong>o objectivo Objectivos alguns mento problemas quer da no específicos. rastreabilidade<br />

plano zootécnico e geças<br />

relevo Alentejano, é a aplicação Bísaro e de Malhado lamas resultantes de apresentar tecnologias alternativas e/ou genética nético quer na área da transformação e<br />

Alcobaça dos processos são um de património fabrico a nível socioindustrial<br />

<strong>com</strong>plementares para a valorização e 3. Organização<br />

<strong>com</strong>ercialização dos produtos ou ainda<br />

económico mediante tratamento, e cultural de sobretudo enorme no imcaso<br />

das remediação de águas residuais provenientes IAEA em apoios – International específicos Atomic à instalação Energy de<br />

portância pequenas para e médias o nosso empresas. país, pelo Como que qualquer de pequenas e médias empresas, tendo em Agency jovens criadores de raças autóctones. <br />

o outro Estado país Português membro tem da U.E., a obrigação Portugal e deverá conta os sistemas de produção intensiva ITN As – Instituto produções Tecnológico e os produtos e Nuclear tra-<br />

Oradores do Painel de Raças Autóctones<br />

<br />

a implementar responsabilidade o Sistema acrescida de Gestão de cuidar Ambiental, agro-industrial.<br />

(M. Luisa Botelho)<br />

<strong>com</strong> o Presidente da Mesa<br />

dicionais são uma alavanca segura do<br />

da em sua conformidade preservação <strong>com</strong> e expansão a Directiva atra- Comum da Actualmente, um dos maiores desafios EZN desenvolvimento – Estação das Zootécnica zonas mais Nacional ruravés<br />

Água de (WFD acções – de Water fomento Framework e melhoramento Directive). os da meios agricultura adequados é a e suficientes redução do para impacto podelizadas (Olga Conde e de galopante Moreira) <br />

desertificação que urge<br />

que No visem sentido criar de os incentivos cumprir indispensáveis<br />

os objectivos rem ambiental produzir dos e chorumes. sobreviver Por economicamente<br />

outro lado, se a estancar. Se esmorecermos politicamente es-<br />

e ambientais capazes não da só forma de salvaguardar mais eficaz, os a efectivos Directiva ao introdução lado de outros de tecnologias modelos alternativas de suiniculturas <strong>com</strong>o tes Contactos: desideratos corremos o risco de perder- <br />

mínimos apela para que a garantam aplicação a existência de: 1) Princípios e subsis- industrializadas a radiação ionizante, e inevitavelmente os sistemas biológicos bem mais e mos pouco Olga a pouco Conde grande Moreira parte da – nossa EZN ri<br />

tência económicos das matrizes (e.g. genéticas poluidor-pagador); mas também 2) <strong>com</strong>petitivas.<br />

o biogás pudesse contribuir para a obtenção queza ocmoreira@netcabo.pt<br />

endógena e a nossa memória colectiva <br />

proporcionar Ferramentas económicas aos respectivos (e.g. análise “Criadores” custo- de recursos Não nos económicos referimos concretamente <strong>com</strong>o a energia a ac- e a <strong>com</strong>o M. Povo Luísa e <strong>com</strong>o Botelho Nação. – ITN mlb@itn.pt <br />

Feira do Montado 2009 IV Congresso SCS<br />

<strong>Suinicultura</strong><br />

51 91 27


||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />

O Futuro económico<br />

das Raças Autóctones<br />

José Cândido Nobre*<br />

A Genética só por si é um elemento<br />

valioso.<br />

As raças autóctones são um valor zootécnico<br />

único insubstituível.<br />

A genética do porco Alentejano é um recurso<br />

requisitado para diversos fins.<br />

A linha pura é algo que merece a maior<br />

atenção e é suporte de muitas especificações<br />

em cadernos que regulam os produtos Qualificados.<br />

Os cruzamentos são frequentes para fins<br />

específicos, nomeadamente <strong>com</strong> o Duroc e<br />

sempre que se pretendam carcaças <strong>com</strong> maior<br />

introdução de gordura intra-muscular.<br />

Na Península Ibérica a Raça Alentejana<br />

e sua congénere Ibérica são obreiras de grande<br />

importância no tecido carnico industrial /<br />

artesanal.<br />

A Grande rusticidade e adaptação às<br />

regiões onde são naturais permite-lhes<br />

vantagens quando se pensa na exploração<br />

em Regime Extensivo.<br />

O Regime Extensivo implica exposição<br />

ao clima (frio/calor) deslocação (calcorrear<br />

montados), capacidade de transformação de<br />

subprodutos agrícolas, boa capacidade para<br />

o aproveitamento do cereal em grão, grande<br />

52 <strong>Suinicultura</strong><br />

facilidade na assimilação e transformação de<br />

Bolota e erva, etc.<br />

O porco alentejano já por muitos intitulado<br />

o Rei do Montado, tem características ímpares<br />

que lhe permitem fazer dos locais <strong>com</strong><br />

adversidades o seu habitat natural e conviver<br />

<strong>com</strong> estas <strong>com</strong> grande sucesso e sempre tirando<br />

o melhor partido.<br />

As raças autóctones são o reduto dos<br />

produtos tradicionais.<br />

O Presunto de Barrancos DOP, o Presunto<br />

e Paleta de Santana da Serra IGP, o Presunto<br />

do Alentejo DOP, o Presunto e Paleta<br />

de Campo Maior e Elvas, a salsicharia de<br />

Estremoz e Borba têm por base a Raça Alentejana.<br />

Muitos outros produtos que não viram o<br />

seu nome reconhecido e Qualificados assentam<br />

nesta mesma Raça, o saber fazer das populações<br />

naturalmente foi através dos tempos<br />

e das gerações direccionado para as características<br />

carnicas das raças que lhe estavam<br />

próximas ou seja das raças Autóctones.<br />

O Regime Extensivo, as regras de<br />

produção e a crescente moralização dos<br />

produtores são hoje importantes factores<br />

para obter produtos bem enquadrados na<br />

preocupação da protecção da saúde Humana.<br />

As produções no extensivo são hoje produções<br />

organizadas, quantificadas, bem identificadas,<br />

a<strong>com</strong>panhadas por técnicos bem<br />

formados de elevado valor e conhecimento,<br />

<strong>com</strong> formação diversa (veterinários Eng.<br />

Zootécnicos, Eng. Agro Alimentar e Agrónomos)<br />

que enquadrados nas Associações<br />

a<strong>com</strong>panham, instruem, rastreiam e conduzem<br />

as produções no sentido do equilíbrio<br />

necessário a obtenção de carcaças de alta<br />

qualidade conseguindo ainda em vida garantir<br />

questões <strong>com</strong>o a Qualidade de gordura o<br />

equilíbrio dos Ácidos gordos (palmítico esteárico<br />

oleico linoléico) cuidando para que as<br />

iguarias que a seguir outros de igual mestria,<br />

elaboram para nosso repasto, tenham ao seu<br />

dispor matéria prima de elevado valor, que<br />

em todo o momento está disponível e rastreavel.<br />

A existência de Organismos privados de<br />

controle (OPC) independentes garantem o ri-<br />

gor das produções extensivas que no final se<br />

vêm Qualificadas.<br />

Os Produtos derivados da raça autóctone<br />

Alentejana auferem de crescente creditação<br />

e reconhecimento de qualidade,<br />

exemplo disso são as DOP e as IGP.<br />

São inúmeros e já alguns citados neste<br />

texto, os produtos que foram objecto de reconhecimento<br />

Nacional, <strong>com</strong>unitário (CE) e<br />

qualificados, virão o seu nome protegido de<br />

usurpações indevidas.<br />

É certo que não chegamos ao ponto desejado<br />

de haver uma procura frenética e continua<br />

de produtos DOP e IGP, mas também<br />

é certo que avultados investimentos foram<br />

feitos na área, que existem produções muito<br />

significativas de certos produtos e que se consomem<br />

quantidades apreciáveis, se eventualmente<br />

<strong>com</strong>pararmos a situação no presente<br />

<strong>com</strong> a que tínhamos a <strong>10</strong> anos, verificamos<br />

que nos é permitido afirmar que a creditação<br />

junto do consumidor e o crescente reconhe-<br />

Alentejana | Raças Autóctones||||||||||<br />

cimento da qualidade é inegável, o que não<br />

implica que não tenhamos muito trabalho a<br />

fazer na área de divulgação e marketing.<br />

O binómio Montado/Porco Alentejano<br />

terá tendência a ser reconhecido pela<br />

sociedade <strong>com</strong>o factor de valorização ambiental.<br />

Cabe aqui realçar uma das conclusões do<br />

congresso Ibérico do Porco Alentejano organizado<br />

pela ACPA e ocorrido entre 17 e 18<br />

de Outubro de 2008 em Ourique e que reza<br />

assim:<br />

“Devemos proteger os sistemas de produção.<br />

No caso desta fileira deve considerar-se<br />

o montado <strong>com</strong>o um sistema cultural<br />

que estabelece o ponto de equilíbrio en-<br />

<strong>Suinicultura</strong> 53


||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />

Empresas<br />

tre a floresta e o deserto. O montado presta<br />

importante contributo para a fixação<br />

de CO2, regulações hídrica e térmica, sem<br />

esquecer toda a riqueza do sob-coberto na<br />

produção de diversas espécies vegetais que<br />

<strong>com</strong>põem a sua <strong>com</strong>plementar pratense<br />

associada aos frutos das quercíneas.<br />

Estes recursos alimentares são a base<br />

das características únicas apresentadas<br />

pela carne e presuntos de porco alentejano.”<br />

Acredito que as alterações climatéricas<br />

e o aquecimento do planeta farão a sociedade<br />

em geral olhar <strong>com</strong> maior atenção para a<br />

questão dos equilíbrios ambientais o porco<br />

raça alentejana que protagonizo, criado no<br />

extensivo acabado a bolota é o maior amigo<br />

das azinheiras e sobreiros pois <strong>com</strong>o já tenho<br />

afirmado o montado e o porco alentejano tem<br />

futuro indissociável e promovem-se mutuamente,<br />

está intrínseca uma questão financeira,<br />

pois do porco é possível retirar uma parte<br />

das verbas necessárias a sustentabilidade do<br />

Montado<br />

As questões organolépticas e os adeptos<br />

dos paladares e da gastronomia associada<br />

às regiões, a acção das Confrarias Gastronómicas<br />

e o Movimento “ Slow Food” potenciam<br />

os produtos tradicionais.<br />

Não estão suficientemente divulgados os<br />

estudos publicados por iminentes catedráticos<br />

Espanhóis e que demonstram as qualidades<br />

inerentes a estes produtos.<br />

Quando todos estivermos perfeitamente<br />

conscientes que uma fatia de um bom presunto<br />

de bolota é algo que até não é muito calórico<br />

<strong>com</strong>parado <strong>com</strong> outros alimentos que<br />

<strong>com</strong>emos todos os dias, que é perfeitamente<br />

salutar porque foi produzido e conduzido<br />

<strong>com</strong> o fim de promover a saúde humana e<br />

podermos saborear tranquilos os aromas que<br />

os prados e os frutos das quercíneas delegam<br />

nestes produtos então seremos mais a acreditar<br />

nestas potencialidades.<br />

Ainda assim parece-me importante realçar<br />

a acção das Confrarias Gastronómicas<br />

no estímulo do paladar e dos produtos tradicionais<br />

e apraz-me realçar o movimento “<br />

Slow Food” que <strong>com</strong>eça a ter forte expressão<br />

54 <strong>Suinicultura</strong><br />

nomeadamente em Itália e que são aliados<br />

destas produções de qualidade.<br />

Certamente que a Globalização, irá acentuar<br />

a necessidade das regiões apresentarem<br />

uma identidade mais forte, de serem genuínas<br />

e promoverem o Turismo regional <strong>com</strong><br />

a gastronomia que é peculiar de cada zona e<br />

hoje é frequente verificar a atenção dispensada<br />

dos Presidentes de Câmara e Alcaides,<br />

cada vez mais envolvidos na divulgação de<br />

produtos tradicionais precisamente pela potencialidade<br />

que estes conferem às regiões de<br />

apresentarem uma gastronomia própria que<br />

serve a um cartaz turístico de Qualidade.<br />

Como é bom de ver sou optimista em<br />

relação ao futuro acredito que <strong>com</strong> todos os<br />

produtos tradicionais e <strong>com</strong> a consciencia-<br />

lização do dever da protecção dos sistemas<br />

de produção, um vasto mercado para presuntos<br />

e enchidos se abrirá, um crescente<br />

na procura de frescos associados a novos<br />

conceitos de marketing e a presença de<br />

indústrias modernas, bem equipadas <strong>com</strong><br />

crescente penetração no mercado deverá<br />

garantir o futuro económico da Raça.<br />

Ainda assim teremos todos que ter a<br />

consciência do dever de esclarecer e trabalhar<br />

para que tal aconteça sem que em momento<br />

algum nos possamos esquecer ou demitir das<br />

responsabilidades que todos temos para o conhecimento<br />

de uma realidade que é nacional<br />

e autóctone das regiões.<br />

*Presidente da Direcção da ACPA<br />

Alentejana | Raças Autóctones||||||||||<br />

Futuro económico<br />

do porco de raça Alentejana<br />

Pedro Manuel Bento*<br />

O futuro do porco alentejano passa pela<br />

concretização do potencial da especificidade<br />

que caracteriza a raça e o seu modo de produção,<br />

através da criação de mercados específicos,<br />

numa conjuntura de regulamentação<br />

adequada e eficaz.<br />

Números<br />

Actualmente existem cerca de<br />

360 explorações produtoras do porco<br />

alentejano localizadas no Alentejo,<br />

Ribatejo, Estremadura, Beira<br />

Baixa e Algarve. Estão inscritas<br />

cerca de 9.000 porcas reprodutoras<br />

no LGPS – Livro Genealógico<br />

Português de Suínos – Secção Raça<br />

Alentejana. Na presente montanheira<br />

estima-se que em Portugal<br />

estejam a engordar cerca de 60.000<br />

porcos a bolota em 250.000 hectares<br />

de montado. O mercado destes<br />

animais está em Espanha e Portugal.<br />

As exportações para Espanha<br />

representam cerca de 75% do mercado.<br />

A quebra verificada no efectivo nacional<br />

desde o primeiro trimestre de 2007 é cerca<br />

de 45% e reflecte a forte baixa dos preços de<br />

mercado ao produtor (30 – 40%), para níveis<br />

de rentabilidade negativa nas várias áreas de<br />

negócio, agravados pelo elevado preço dos<br />

factores de produção, pelo menos até ao primeiro<br />

semestre de 2009. A base da queda dos<br />

preços a partir de 2007, justifica-se pelo desequilíbrio<br />

de mercado para o lado da oferta,<br />

e pela forte retracção no consumo e confiança<br />

do consumidor.<br />

Especificações<br />

As características da qualidade do porco<br />

alentejano e seus derivados advêm fundamentalmente<br />

da raça, do modo de produção e<br />

do saber fazer da transformação.<br />

Na raça, a maior capacidade do animal<br />

acumular gordura e infiltrá-la dentro e entre<br />

as massas musculares dão características organolepticas<br />

e apresentação únicas aos produtos<br />

transformados. A elevada rusticidade<br />

é fundamental para optimizar o maneio ex-<br />

tensivo, adaptado e sincronizado <strong>com</strong> outras<br />

espécies de exploração, cuja produção está<br />

inserida no conceito de elevado valor natural,<br />

garantindo a sustentabilidade do montado.<br />

A alimentação exclusiva no montado<br />

proporciona alimento: bolotas e erva – que<br />

conferem à gordura do porco alentejano características<br />

únicas para a transformação,<br />

estando na base da conceituada gama de<br />

presuntos “pata negra”, carne e enchidos do<br />

“porco preto”.<br />

A gordura do porco alentejano engordado<br />

a bolota tem no mínimo cerca de 54% de<br />

monoinsaturação, e é rica em antioxidantes<br />

naturais. Já existem estudos científicos, em<br />

populações fechadas, na melhoria dos índices<br />

de colesterol <strong>com</strong>o resultado da substituição<br />

da gordura total consumida por gordura de<br />

porcos alentejanos engordados a bolota.<br />

Estrangulamentos<br />

O característico e prolongado ciclo de<br />

produção, a dimensão do investimento e a<br />

correspondente demora na recuperação de<br />

capital investido, a ausência das sinergias de<br />

escala na produção e a promiscuidade<br />

existente, de nomenclaturas<br />

<strong>com</strong>erciais de produtos concorrenciais<br />

ou substitutos, no mercado<br />

sem qualquer tipo de regulamentação,<br />

constituem as principais resistências<br />

ao crescimento do sector,<br />

caracterizado por uma deficitária<br />

formação básica de gestão.<br />

A falta de esclarecimento do<br />

consumidor em relação às várias<br />

referências <strong>com</strong>erciais do porco<br />

alentejano e seus cruzamentos,<br />

<strong>com</strong> consequentes diferenças na<br />

qualidade, é responsável pela disparidade<br />

de preços praticados no<br />

mercado, e é limitativo às acções<br />

de <strong>com</strong>unicação <strong>com</strong> o consumidor,<br />

por beneficiar sempre o produto de menor<br />

preço.<br />

O consumidor está a ser enganado. No<br />

acto da <strong>com</strong>pra, o consumidor convencido<br />

que está a adquirir uma referência cultural<br />

<strong>Suinicultura</strong> 55


||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />

denominada porco preto, associado ao porco<br />

alentejano produzido de uma forma natural<br />

e extensiva no Alentejo, está na realidade a<br />

<strong>com</strong>prar produtos de porcos cruzados <strong>com</strong><br />

raças precoces produzidos em Espanha de<br />

uma forma intensiva, e engordados <strong>com</strong> alimentos<br />

<strong>com</strong>erciais de elevada eficiência.<br />

O Futuro<br />

Ao nível da exploração, a produção necessita<br />

de maior capacidade de gestão técnica<br />

e económica de forma a tornar mais<br />

eficientes os recursos utilizados. A constante<br />

investigação e pesquisa de novos processos<br />

produtivos e produtos inovadores deverão<br />

ser obrigatoriedades focalizadas para a eficiência<br />

e diferenciação.<br />

A velocidade e a intensidade <strong>com</strong> que<br />

56 <strong>Suinicultura</strong><br />

se verificam as alterações das condições de<br />

mercado, obrigam os produtores a reajustar a<br />

forma e o tipo de produção a oferecer. A garantia<br />

dos mercados passa pela contratualização<br />

da produção <strong>com</strong> a especificidade exigida<br />

pelo mercado. Estas condições obrigam a<br />

produção a cada vez mais conhecer não só o<br />

mercado da transformação industrial, <strong>com</strong>o<br />

também identificar no consumidor as tendências<br />

de consumo.<br />

A organização da fileira do porco alentejano<br />

numa interprofissional, <strong>com</strong> representação<br />

da produção, transformação e <strong>com</strong>ercialização,<br />

deve de ser uma prioridade<br />

para a planificação e execução de estratégias<br />

conjuntas e sustentáveis ao nível do sector.<br />

O pleno funcionamento de uma interprofissional,<br />

do porco alentejano, acredita de uma<br />

forma mais consistente as necessidades e<br />

estratégias para o sector, especialmente nas<br />

áreas de regulamentação e interligação <strong>com</strong><br />

as estratégias nacionais.<br />

A regulamentação neste sector é urgente<br />

e fundamental. Sem a aplicação, e controlo<br />

eficaz de normas que regulem a designação e<br />

apresentação dos produtos no mercado, todo<br />

o esforço efectuado pela produção de diferenciação<br />

pela qualidade, não tem o devido<br />

resultado. A tipificação do porco preto, em<br />

alentejano ou cruzado, tem de definir os diferentes<br />

produtos e correspondente apresentação<br />

ao mercado, especialmente ao nível das<br />

nomenclaturas e menções utilizadas.<br />

A regulamentação do mercado e a melhoria<br />

do planeamento estratégico das explorações<br />

vão permitir o aparecimento de oportunidades<br />

de integração na cadeia de valor,<br />

facultando a industrialização e a incorporação<br />

de margens para a produção. A criação de<br />

marcas fortes, diferenciadas pela qualidade<br />

específica e constantes na oferta, vão possibilitar<br />

a melhor penetração no mercado existente<br />

e na criação de novos mercados.<br />

O futuro do porco alentejano e derivados,<br />

devido às características produtivas menos<br />

eficientes da raça, passa pelo desenvolvimento<br />

de mercados de nicho e posicionamento<br />

específico, nunca concorrenciais pelo<br />

preço, mas sim pela qualidade única que os<br />

diferencia, sem dúvida, a sua principal vantagem<br />

<strong>com</strong>petitiva.<br />

*Associação Nacional dos Criadores do<br />

Porco Alentejano<br />

Bísara | Raças Autóctones|||||||||||<br />

Futuro económico das raças<br />

autóctones - Bísaro<br />

Hugo Baptista*<br />

Alguns dados estatísticos da Raça<br />

A raça Bísara é uma raça autóctone suína,<br />

cujo solar se encontra em Trás-os-Montes,<br />

região desfavorecida e economicamente<br />

abaixo dos níveis médios do País.<br />

Esta raça tem tido evolução em relação<br />

ao número de reprodutoras nos últimos 14<br />

anos <strong>com</strong>o se pode constatar no gráfico da<br />

fig. 2, o crescimento, embora seja contínuo,<br />

tem sido muito lento de ano para ano. Apesar<br />

de lento, temos de nos congratular <strong>com</strong> este<br />

crescimento pois, em outras raças autóctones<br />

portuguesas o número de reprodutoras está a<br />

diminuir.<br />

<br />

Fig. 1: Exemplar de um macho <strong>com</strong> 3 anos de idade<br />

Outro aspecto prende-se <strong>com</strong> o facto de<br />

se ter conseguido implementar nos poucos<br />

produtores a necessidade de registarem as<br />

respectivas ninhadas e <strong>com</strong> isto conseguirse<br />

um registo zootécnico mais apurado, tal<br />

<strong>com</strong>o mostra o gráfico da fig. 3.<br />

!"#$"$%&$' <br />

!&' $''(()'("$' *<br />

Fig. 2 Fig.3<br />

<br />

Este registo zootécnico é essencial para<br />

se poder proceder ao melhoramento da raça,<br />

evitando problemas <strong>com</strong>o a consanguinidade<br />

e obviamente conseguir implementar um<br />

programa de melhoramento genético da raça<br />

também junto dos produtores.<br />

*)'+!*!(,"($&'!)&-"!.$'$'&"$&(/'$'$&('-<br />

<br />

0$ '12$" "$&$"&(3$ $'&)2'+ $' $4)'<br />

'(*(( $2$!*0$*0$$&5$ $ !($'&$'5($'6<br />

&$'"$$'$ "$&'((&$/1"$ 17-$"'"&($-3$'."$&()&!$-(<br />

' $!($&($ &$&$' &($-($' &$'"$&(!"$'(<br />

<br />

<strong>Suinicultura</strong> 57


'($8$$(+"&"$'! $-("$$$'($/1"$ 1%<br />

|||||||||Raças Autóctones | Bísara<br />

58 <strong>Suinicultura</strong><br />

'('($8$$(+"&"$+''&"'$ $" $#$&($ *-<br />

2(& $ $3' "$$ "$&'&!& $32&( "$&'! &( !<br />

$ #$&($&+("$ *(3+.!&($ $'$ !($'<br />

Mais-valias essenciais económi- um sistema de controlo independente, ao lon- mercado e aumentam a qualidade de vida das<br />

cas para a Raça Bísara<br />

go de toda a fileira de produção. E por outro populações nas regiões desfavorecidas.<br />

%92$ Neste momento a raça '"&($' Bísara tem <strong>com</strong>o lado, constituem uma mais-valia económica A preservação de explorações e incenti-<br />

mais-valias económicas adjacentes á sua para os produtores, pois assim os produtos vo para o aparecimento de novas explorações<br />

produção os seguintes produtos: <br />

são mais valorizados gerando mais riqueza a têm além do desenvolvimento desta raça um<br />

Estas denominações vêm por um lado quem os produz.


|||||||||Raças Autóctones | Malhado Alcobaça<br />

O futuro do Malhado de Alcobaça<br />

José Reis*<br />

História<br />

Foi Joaquim Inácio Ribeiro em 1865,<br />

na altura Sub-Director da Quinta Regional<br />

de Sintra (Quinta do Marquês) que iniciou o<br />

cruzamento da raça inglesa Berkshire <strong>com</strong> a<br />

raça Bísara portuguesa.<br />

Destes cruzamentos bem sucedidos, surgiu<br />

um animal <strong>com</strong> características somáticas<br />

bem definidas, ao qual foi dado o nome de<br />

Porco da Granja, Sintrão ou Torrejano.<br />

As qualidades reveladas por estes animais<br />

eram tão significativas que, em pouco<br />

tempo este efectivo era o dominante na região<br />

de Leiria a Oeiras, chegando até Santarém.<br />

Segundo Tavares Cabral em 1947 havia<br />

em Alcobaça, Batalha e Porto de Mós,<br />

65.000 cabeças.<br />

Contudo, a Raça hoje conhecida por Malhado<br />

de Alcobaça chegou aos nossos dias<br />

graças a um criador, que negociando em suínos,<br />

adquiriu todos os animais que encontrou<br />

<strong>com</strong> estas características e, que felizmente<br />

resistiu à tentação do cruzamentos indiscriminados,<br />

evitando a erosão genética deste<br />

pequeno núcleo que conta hoje <strong>com</strong> 170 reprodutoras<br />

e <strong>10</strong> machos.<br />

Origem<br />

A origem desta Raça surge de cruzamentos<br />

certamente planeados da Raça inglesa<br />

60 <strong>Suinicultura</strong><br />

" 3 5 9 :;


|||||||||Raças Autóctones | Malhado Alcobaça<br />

C + (<br />

62 <strong>Suinicultura</strong><br />

Reconhecimento da Raça<br />

Para o reconhecimento oficial da Raça<br />

Malhado de Alcobaça não bastaram só as<br />

genealogias do efectivo e o seu padrão morfológico,<br />

definido de acordo <strong>com</strong> as suas características<br />

somáticas (Fenótipo).<br />

Era pois necessário o estudo genético da<br />

Raça e para este estudo contribuiu a Estação<br />

Zootécnica Nacional, cujos resultados confirmaram<br />

estarmos na presença de uma Raça<br />

Autóctone.<br />

Também contribuiu para este reconhecimento<br />

o magnífico trabalho da Dra. Bárbara<br />

Achh, <strong>com</strong> o estudo do DNA mitocondrial<br />

(mt DNA), uma vez que a investigação do<br />

mt DNA permite estabelecer haplótipos (linhagens)<br />

e haplogrupos (grupos de linhagens<br />

aparentadas) que se diferenciam e agrupam<br />

indivíduos e populações, segundo os seus ancestrais<br />

maternos.<br />

/ + . ( $ + 4 ( 2 <br />

PERSPECTIVAS<br />

<br />

FUTURAS<br />

O estudo das linhagens masculinas <strong>com</strong><br />

" " .5- 2." . recurso a<br />

marcadores genéticos do cromos-<br />

, #-&<br />

soma Y<br />

A avaliação da diversidade genética <strong>com</strong><br />

D - "8 ( - D (2<br />

recurso a marcadores dos cromossomas au-<br />

E8 F 1 . -( tossómicos ( <br />

4<br />

Situação Actual<br />

3 8- + ",. + ) <br />

4++ F4 #F4& 5' 5" (2 Consanguinidade<br />

<br />

A prioridade a ter <strong>com</strong> esta Raça será di-<br />

F4- + --#+ "&+ -"-#"- + minuir " a consanguinidade.<br />

- & . "- 5, -- (G" Para tal é necessário a criação de novos<br />

núcleos, escolhendo animais parentalmente<br />

<br />

mais afastados, a sua difusão e dispersão geográfica<br />

<strong>com</strong> o objectivo de assegurar a sua<br />

preservação em caso de desastre sanitário,<br />

que obrigue ao abate <strong>com</strong>pulsivo (stampingout).<br />

Não existe no País nenhuma reserva genética<br />

desta Raça, isto é, não há um único<br />

embrião, nem sémen congelado.<br />

Produção<br />

É imperativa a prática de Inseminação<br />

Artificial <strong>com</strong> sémen refrigerado e congelado.<br />

F2M/ ,+ 5 "8 ( 82+?<br />

-5 (2 " -5# -"<br />

Malhado Alcobaça | Raças Autóctones|||||||||||<br />

28" <br />

Para o sémen congelado, seria utilizado<br />

um Programa genético a <strong>10</strong> anos (3+3+3+1)<br />

<strong>com</strong> vista a garantir a actual reserva genética<br />

de machos existentes em reprodução, <strong>com</strong> o<br />

objectivo de criar novas linhas e diminuindo<br />

a consanguinidade no novos núcleos.<br />

Melhoramento<br />

É necessário e urgente o melhoramento<br />

de parâmetros reprodutivos:<br />

Fertilidade = n<strong>º</strong> de porcas que pariram x <strong>10</strong>0<br />

n<strong>º</strong> de porcas cobertas<br />

Fecundidade = n<strong>º</strong> de leitões nascidos x <strong>10</strong>0<br />

n<strong>º</strong> de porcas cobertas<br />

Prolificidade = n<strong>º</strong> de leitões nascidos vivos<br />

n<strong>º</strong> de partos<br />

Taxa de Partos = n<strong>º</strong> de partos x <strong>10</strong>0<br />

n<strong>º</strong> de serviços<br />

Futuro da Raça<br />

O futuro da Raça Malhado de Alcobaça<br />

passa pela concretização de algumas permissas<br />

<strong>com</strong>o:<br />

&<br />

F2M/ ,+ 5 "8 ( 82+?<br />

28" <br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Apoios financeiros e logísticos;<br />

Capacidade técnica e de trabalho de<br />

quem tiver a responsabilidade da<br />

sua gestão;<br />

Colaboração estrita de funcionamento<br />

do Livro Genealógico e investigação<br />

científica;<br />

Plano produtivo e <strong>com</strong>ercial;<br />

Criação de marketing <strong>com</strong> a formação<br />

de nichos de mercado exi-<br />

gentes, garantindo a este tipo de<br />

consumidor pondo à sua disposição<br />

produtos transformados em verde<br />

ou leitão para assar.<br />

A concretizarem-se todas estas práticas,<br />

estou convicto que a Raça Malhado de Alcobaça<br />

será uma agradável realidade e terá capacidades<br />

por si só, de fazer parte integrante<br />

da produção na Fileira do Porco Portuguesa.<br />

<strong>Suinicultura</strong> 63


||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />

PORCO ALENTEJANO ≠ PORCO PRETO<br />

(Nótula Preliminar I)<br />

renças entre Genótipos, Gordura Subcutânea a Fevereiro), durante um período de tempo<br />

Dorsal da Carcaça, Perfil Ácidos Gordos. de dois meses no mínimo, alimentando-se de<br />

recursos alimentares : locais (essencialmente <br />

1 - INTRODUÇÃO<br />

bolota e erva da pastagem espontânea) (Oli-<br />

Miranda do 0 Vale (1949), citando Sanson 1$ 0<br />

sobre a origem e classificação das ra- Este tipo de alimentação fornecida ao<br />

ças porcinas, afirma que as raças Porco Alen- rebanho de porco Alentejano, confere aos<br />

<br />

tejano e Porco<br />

<br />

Ibérico<br />

0<br />

derivaram do<br />

<br />

tronco<br />

<br />

seus produtos finais valor acrescentado e<br />

<br />

<strong>com</strong>um Ibérico, resultante da domesticação sui generis, mas é importante salientar que,<br />

do Javali mediterrânico, mais propriamente por um lado o genótipo é dum animal tipo<br />

<br />

da espécie Sus mediterraneus,<br />

<br />

sub-género adipogénico, por outro a interacção genóti-<br />

Mediterraneus, forma intermediária : dos sub po ambiente, isto é, o efeito > do maneio geral, <br />

António do Rosário Oliveira* géneros Striatosus e Scrofa.<br />

particularmente o do regime alimentar na<br />

<br />

As duas<br />

<br />

raças, porco<br />

<br />

Alentejano<br />

<br />

e Por-<br />

3 <br />

fase de pré-engorda e na engorda em monta-<br />

0 Espanhola foi <strong>com</strong>unicado no 1.<strong>º</strong> Congresso Ibérico <br />

cujos produtos finais manifestam caracte- 1, cujos produtos finais provenientes destes<br />

Duroc Jersey = F1= Porco Preto Cruzado).<br />

0 rísticas sui generis, quando o acabamento é animais 0%<br />

híbridos, em termos de <strong>com</strong>posição<br />

Assim sendo, esta nótula, tem <strong>com</strong>o objec- feito em pastoreio na montanheira (Outubro química, estão muito aquém da realidade do<br />

tivo fundamental, salientar as diferenças<br />

fundamentais encontradas a nível da <strong>com</strong>posição<br />

química da gordura subcutânea da<br />

carcaça dos genótipos analisados, em termos<br />

percentuais de somatórios (∑), respectiva-<br />

#$<br />

! %%&' <br />

mente, dos ácidos gordos saturados (P≤0,05)<br />

e dos insaturados (P≤0,01), da relação entre<br />

∑Insaturados/∑Saturados (P≤0,05) e do perfil<br />

dos principais ácidos gordos maioritários,<br />

principalmente, o ácido oleico (C18:1-w9)<br />

(P≤0,001) e linoleico (C18:2-w6) (P≤0,001),<br />

<br />

"<br />

<br />

!<br />

quando o Porco Alentejano é alimentado, durante<br />

um período mínimo de 2 (dois) meses,<br />

em regime de maneio alimentar tradicional<br />

de pastoreio em montanheira.<br />

<br />

<br />

<br />

!<br />

<br />

Palavras-Chave: Porco Alentejano, Porco<br />

Preto Cruzado ou Híbrido Comercial, Dife-<br />

<br />

! "# $ % " &''%<br />

<br />

64 <strong>Suinicultura</strong><br />

Porco Alentejano <strong>com</strong> acabamento em regime<br />

alimentar de pastoreio em montanheira,<br />

<strong>com</strong>o se pode ver nesta nótula científica,<br />

mais adiante, no respectivo capítulo.<br />

Para melhor ilustração o que é o Porco<br />

Preto, tomamos a liberdade de apresentar<br />

alguns exemplares de Porcos Pretos (Europeu<br />

- Figura 2, Canário - Figura 3 e Crioulo<br />

Figura 4), tendo em conta a <strong>com</strong>preensão da<br />

Alentejana | Raças Autóctones||||||||||<br />

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Antes de apresentarmos os nossos resultados<br />

e respectiva discussão, queremos<br />

salientar, que por motivos económicos e financeiros<br />

tivemos que reduzir ao mínimo o<br />

número de amostras deste trabalho, pois trata-se<br />

de uma primeira nótula científica preliminar<br />

dos nossos resultados sobre o tema.<br />

Assim <strong>com</strong>eçamos por apresentar no<br />

Quadro I – Comparação dos genótipos e dos somatórios do perfil<br />

dos ácidos gordos<br />

DESIGNAÇÃO<br />

PORCO ALENTEJANO<br />

N = 3<br />

PORCO PRETO<br />

N = 9<br />

Teste F<br />

(P) SIG<br />

Genótipos VA♂ x PA♀ VA♂ x PD♀ - - -<br />

Suínos Raça Autóctone Híbrido Comercial - - -<br />

Perfil Ácido Gordo % % - - -<br />

Soma Saturados (∑S) 30,80±0,07 41,00±1,00 0,026 *<br />

Soma Insaturados (∑I) 63,46±0,03 53,46±0,30 0,012 **<br />

Relação ∑I / ∑S 2,06±0,00 1,30±0,002 0,022 *<br />

N - Número de amostras analisadas. SIG – Significância.<br />

VA - Varrasco Alentejano. PA – Porca Alentejana. PD – Porca Duroc Jersey.<br />

* Significativo para um nível de erro de P ≤ 0,05. ** Significativo para um nível de<br />

erro de P ≤ 0,01.<br />

realidade da denominação do Porco Alentejano<br />

(Sus ibericus, Sanson, 1901) e as suas<br />

variedades, não descurando a globalização<br />

mundial, re<strong>com</strong>endamos uma simples leitura<br />

do Padrão da Raça Suína Alentejana (Portaria<br />

n.<strong>º</strong> 17133 de 22-04-1959, DGSP, SEA do<br />

Ministério da Economia).<br />

2 - OBJECTIVOS<br />

Comparar o perfil dos ácidos gordos<br />

maioritários da <strong>com</strong>posição química da Gordura<br />

Subcutânea de: Porco Alentejano vs<br />

Porco Preto.<br />

3 - MATERIAL E MÉTODOS<br />

Amostras adquiridas nos Supermercados<br />

de Beja Barreiro e Lisboa (n = 9), Lotes de<br />

carcaças 26<strong>10</strong> a 2612 <strong>com</strong>ercializados até 31<br />

Dezembro de 2008; as análises das amostras<br />

recolhidas foram efectuadas através da técnica<br />

laboratorial clássica de Cromatografia<br />

Gasosa, descrita por Oliveira (2000);<br />

Análise Estatística: Aplicação de ANO-<br />

VA e Teste F – <strong>com</strong> recurso ao programa informático<br />

de análise de dados Office Microsoft<br />

Excel, 2007.<br />

Quadro I, a <strong>com</strong>paração dos resultados dos<br />

genótipos e os respectivos perfis da <strong>com</strong>posição<br />

química dos ácidos gordos, <strong>com</strong>o é óbvio,<br />

enquanto que o Porco Alentejano é uma<br />

raça autóctone, o Porco Preto é um híbrido<br />

<strong>com</strong>ercial ou cruzado e, analisando os somatórios<br />

(∑), percentuais dos ácidos gordos saturados<br />

(P≤0,05) e dos insaturados (P≤0,01),<br />

bem <strong>com</strong>o a relação ∑Insaturados / ∑Saturados<br />

(P≤0,05), rapidamente verificamos que<br />

há diferenças significativas, entre ambos os<br />

genótipos, <strong>com</strong>o seria de esperar.<br />

Na sequência dos nossos estudos confrontamos<br />

os resultados do Porco Preto <strong>com</strong><br />

os da Norma de Calidad RD 1469/2007 de 2<br />

de Novembro, BOE n.<strong>º</strong> 300 p.51655 (Quadro<br />

II), aplicada também em Portugal pelas<br />

Associações de Produtores de Porco Alentejano,<br />

verificamos que apenas o ácido linoleico<br />

(C18:2-w6), se encontrava dentro dos<br />

parâmetros exigidos pela dita Norma.<br />

Com a finalidade de melhor <strong>com</strong>preendermos<br />

as diferenças entre os genótipos em<br />

Quadro II – Comparação do <strong>com</strong>posição química do perfil dos ácidos<br />

gordos <strong>com</strong> a Norma de Calidad<br />

DESIGNAÇÃO<br />

PORCO<br />

PRETO<br />

(PP)<br />

NORMA<br />

DE<br />

CALIDAD (1)<br />

Perfil Ácido Gordo (%) BELLOTA - RECEBO<br />

Palmítico (C16:0) 27,66±1,48 ≤ 22,0-24,0 Fora<br />

Esteárico (C18:0) 13,33±0,58 ≤ <strong>10</strong>,5-11,5 Fora<br />

Oleico (C18:1 - w9) 48,33±0,58 ≥ 53,0-51,0 Fora<br />

Linoleico (C18:2 - w6) 5,13±0,70 ≤ <strong>10</strong>,5-11,5 Dentro<br />

Comparação (PP) <strong>com</strong> a<br />

NORMA<br />

- Norma de Calidad RD 1469/2007 de 2 de Novembro, BOE n.<strong>º</strong> 300 p.51655.<br />

Quadro III – Comparação da <strong>com</strong>posição química dos perfis doa ácido<br />

dos gordos maioritários da gordura subcutânea dos genótipos<br />

DESIGNAÇÃO<br />

PORCO<br />

ALENTEJANO<br />

N = 3<br />

PORCO<br />

PRETO<br />

N = 9<br />

Perfil Ácido Gordo (%) VA♂ x PA♀ VA♂ x PD♀ - - -<br />

Teste F<br />

(P) SIG<br />

Palmítico (C16:0) 21,62±2,89 27,66±1,48 0,027 *<br />

Esteárico (C18:0) 6,18±0,26 13,33±0,58 0,018 **<br />

Oleico (C18:1 - w9) 53,79±0,75 48,33±0,58 0,001 ***<br />

Linoleico (C18:2 - w6) <strong>10</strong>,07±0,07 5,13±0,70 0,001 ***<br />

N - Número de amostras analisadas. SIG Significância.<br />

VA - Varrasco Alentejano. PA – Porca Alentejana. PD – Porca Duroc Jersey.<br />

* Significativo para um nível de erro de P ≤ 0,05. ** Significativo para um nível de<br />

erro de P ≤ 0,01.<br />

*** Significativo para um nível de erro de P ≤ 0,001.<br />

<strong>Suinicultura</strong> 65


||||||||||||Raças Autóctones | Alentejana<br />

( %<br />

+( ,%<br />

. * /0<br />

!" # <br />

<br />

Percentagem (%)<br />

estudo, decidimos <strong>com</strong>pará-los em termos<br />

do perfil da <strong>com</strong>posição química dos quatro<br />

ácidos gordos maioritários, também referida<br />

pela Norma supracitada, cujos resultados estão<br />

descritos no Quadro III.<br />

Verificamos que todos os ácidos gordos<br />

analisados manifestam diferenças significativas,<br />

respectivamente, o Palmítico (P≤0,05),<br />

o Esteárico (P≤0,01), o Oleico (P≤0,001) e o<br />

Linoleico (P≤0,001). Para melhor <strong>com</strong>preensão<br />

e ilustração dos nossos resultados, apresentamos<br />

o Gráfico 1, que é elucidativo.<br />

Para finalizar, não podemos deixar de salientar,<br />

que se tem vindo a chamar atenção<br />

para este facto, há muito tempo, concretamente<br />

no Certame 24.ª Ovibeja (Olveira,<br />

2007b), Soeiro (2008), e mais recentemente<br />

66 <strong>Suinicultura</strong><br />

#$)<br />

* ( <br />

( %<br />

+( ,%<br />

. * /0<br />

!" # <br />

<br />

)( ,%-%<br />

#$+<br />

dos ácidos gordos maioritários, o ácido #$. oleico<br />

(C18-w9) e o linoleico (C18:2-w6), %<br />

que<br />

Características de la Canal y de la Grasa del Cerdo Alentejano (Sus<br />

ibericus). Tesis Doctoral. Universidad de Extremadura. Facultad de<br />

são altamente significativos (P≤0,001), res-<br />

Veterinaria, Cáceres, 168 pp.<br />

53,79<br />

48,33<br />

pectivamente.<br />

OLIVEIRA, A. R. (2007a). Importância do perfil dos principais<br />

$%&#'$(%#) ácidos gordos da <strong>com</strong>posição química da bolota e da erva da pasta-<br />

5.2 - Portando, defendemos a preserva- (gem<br />

espontânea @ do montado no maneio alimentar do Porco Alenção<br />

do património genético da RAÇA AU-<br />

tejano (Sus ibericus). In: Actas do 8.<strong>º</strong> Encontro de Química dos Ali-<br />

TÓCTONE PORCO ALENTEJANO, tendo<br />

mentos. Comunicação em Poster. Auditório do Instituto Politécnico<br />

<strong>10</strong>,07<br />

em conta a genuinidade e a qualiade sui ge-<br />

de Beja, Escola Superior Agrária de Beja, Sociedade Portuguesa de<br />

5,13<br />

<br />

neris dos seus produtos $%&##%<br />

finais dentro da sua<br />

fileira emergente. (<br />

Química. Beja, Março de 2007, 219-222.<br />

OLIVEIRA, A. R. (2007b). Comunicação Pessoal à Imprensa<br />

no Certame 24.ª Ovibeja.<br />

6 – BIBLIOGRAFIA<br />

OLIVEIRA, A. R. (2009). Contributo para a Historia do Porco<br />

BASTOS, *+,-./. #<br />

D. (2008). Porco Preto Co-<br />

Alentejano (Sus ibericus). Nótula Comemorativa dos 50 Anos do<br />

#$.<br />

mercialização. Comunicação Oral Apresen-<br />

%<br />

tada In: 1.<strong>º</strong> Congresso Ibério do Porco Alen-<br />

Padrão da Raça Suína Alentejana (1959.04.22 2009.04.22) Comunicação<br />

Oral por Convite. In: Colóquios do Certame 26.ª Ovibe-<br />

no Certame 26.ª Ovibeja (Oliveira, 2009), tejano. Ourique, Auditório do Cine-Teatro<br />

ja. Dia do Porco Alentejano, 30-04-2009.<br />

pelo que esperamos ter dado um contributo $%&#'$(%#)<br />

Sousa Teles, 18.<strong>10</strong>.08<br />

para a defesa, produção, protecção e valori- ( MIRANDA DO VALE, J. (1949). Gado<br />

zação do Património Genético e Cultural da Bissulco. Suínos, Bovinos, Arietinos, Capri-<br />

SANSON, A. (1901). Traité de Zootéchnie. Paris.<br />

SOEIRO, A. (2008). O Porco de Raça Alentejana e as Boas Origens.<br />

Revista <strong>Suinicultura</strong>, 80: 18-22<br />

Raça Suína Autóctone Portuguesa, vulgarmente<br />

denominado, Porco Alentejano.<br />

nos. Ed. Livraria Sá da Costa. A Terra e o Homem,<br />

Colecção @ Agrícola dirigida por Henri-<br />

AGRADECIMENTOS<br />

$%&##%<br />

que de Barros, 4.ª Secção – A Exploração e a<br />

O Autor agradece a todos os que directa e indirectamente contri-<br />

5 - CONCLUSÕES (<br />

Criação de Animais – n.<strong>º</strong> 2, Lisboa, 418 pp.<br />

buíram para a realização desta nótula.<br />

5.1 - Face aos nossos resultados, tendo MINISTÉRIO DA ECOMOIA (1959).<br />

em conta a <strong>com</strong>paração do perfil da <strong>com</strong>po-<br />

*+,-./. #<br />

sição química em ácidos gordos da gordura<br />

Secretaria de Estado da Agricultura, Direc-<br />

<br />

ção-Geral dos Serviços Pecuários. Diário da<br />

*Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja<br />

subcutânea da carcaça de Porco Alentejano República. Portaria n.<strong>º</strong>17133 de 22-04, 1.<strong>º</strong><br />

(Raça Suína Autóctone), engordado em mon- Semestre.<br />

tanheira e a do Porco Preto Cruzado (F1-Por- NORMA DE CALIDAD (2007). Norma<br />

co Híbrido Comercial), manifestam diferen- de Calidad. RD 1469/2007 de 2 de Novemças<br />

significativas, entre ambos os genótipos, bro, BOE n.<strong>º</strong> 300 p.51655.<br />

pelo que salientamos apenas dentro do perfil<br />

@<br />

OLIVEIRA, A. R. (2000). Estudio de las<br />

Gráfico 1 - Comparação do perfil dos 1% ácidos gordos da<br />

Gordura Subcutânea do Porco Alentejano engordado<br />

em Montanheira <strong>com</strong> ! o Porco Preto (PP)<br />

%1%<br />

%*1%<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

<strong>10</strong><br />

0<br />

-<strong>10</strong><br />

27,66<br />

21,62<br />

6,18<br />

13,33<br />

( (( ()(*((( ((((<br />

+,(((!( !(&''$-./0<br />

Palmítico Esteárico Oleico Linoleico<br />

Perfis dos Ácidos Gordos<br />

Porco Alentejano Montanheira Porco Preto Diferenças<br />

)( ,%-%<br />

#$+<br />

1%<br />

!<br />

%1%<br />

%*1%<br />

( (( ()(*((( ((((<br />

+,(((!( !(&''$-./0<br />

<br />

( (( ()(*((( ((((<br />

+,(((!( !(&''$-./0<br />

$%&##%<br />

(<br />

*+,-./. #<br />

Alentejana | Raças Autóctones||||||||||<br />

<br />

#$.<br />

%<br />

$%&#'$(%#)<br />

(<br />

<br />

Reuniões, Congressos & Seminários<br />

<strong>Suinicultura</strong> 67


Reuniões, Congressos & Seminários<br />

O XXX Simposium ANAPORC<br />

Já vai sendo hábito a grande afluência,<br />

sobretudo de técnicos e profissionais do sector,<br />

a este evento anual da ANAPORC.<br />

Um Fórum de elevado nível técnico e<br />

cientifico onde são debatidos os principais<br />

temas da actualidade sectorial.<br />

Temos a<strong>com</strong>panhado, de alguns anos a<br />

esta parte, os vários Simposiuns e podemos<br />

afirmar que o de Segóvia em nada ficou a<br />

dever aos anteriores no que diz respeito ao<br />

número elevado de participantes, à qualidade<br />

e pertinência das <strong>com</strong>unicações apresentadas<br />

no auditório do Centro de Congressos e Convenções<br />

do Paradoro Nacional de Segóvia<br />

bem <strong>com</strong>o ao programa social que decorreu<br />

em paralelo. Este ano, tal <strong>com</strong>o anunciámos<br />

na <strong>revista</strong> anterior, o nosso País foi honrado<br />

<strong>com</strong> o convite da Organização ao Eng. António<br />

Tavares para proferir a Palestra de Abertura<br />

deste XXX Simposium, na condição de<br />

Presidente do Grupo de Trabalho da Carne de<br />

Porco da COPA-COGECA!<br />

A sua intervenção, ao propor a redução<br />

dos efectivos no espaço <strong>com</strong>unitário <strong>com</strong>o<br />

uma das medidas mais eficazes para ultrapassar<br />

a crise conjuntural, suscitou, <strong>com</strong>o era<br />

de esperar, alguma discussão e a imprensa<br />

diária dela fez notícia de primeira página no<br />

dia seguinte.<br />

Como nota de destaque, a intervenção<br />

da Conselheira de Agricultura e Ganaderia,<br />

Silvia Clemente Municio que, na cerimónia<br />

de encerramento, anunciou uma mão cheia<br />

de ajudas financeiras oficiais para a Fileira da<br />

suinicultura da região, tendo <strong>com</strong>o objectivo<br />

imediato minimizar os efeitos da crise que se<br />

abateu no sector e promover ao mesmo tempo<br />

o relançamento da <strong>com</strong>petitividade a nível<br />

interno e externo, tendo, no final, feito questão<br />

de referir e agradecer (!!!) á Organização<br />

Interprofissional da Fileira, sem a qual, disse,<br />

ter sido impossível reivindicar as verbas ao<br />

Governo Central em Madrid.<br />

Para reflectir, … dizemos nós!<br />

ENTREVISTAS ANAPORC – 2009<br />

Mateo del Pozo<br />

Presidente da Anaporc<br />

Estamos muito contentes. Superámos<br />

os nossos objectivos: assistência, patrocinadores,<br />

qualidade das apresentações, o que<br />

contraria as opiniões de alguns dos nossos<br />

próprios associados que receavam muito os<br />

efeitos da crise.<br />

Quanto ao XXXI Simposium que se prevê<br />

vir a ter lugar na Galiza em 20<strong>10</strong>, foi uma<br />

decisão que demorou tempo a ser tomada<br />

mas agora está finalmente assumida após a<br />

confirmação do apoio de 2 grandes empresas<br />

dessa autonomia: a Hipra e a Coren.<br />

Esperamos um êxito pelo menos idêntico<br />

ao de Segóvia. Neste aspecto muito ficamos<br />

a dever a Mariano Herero e Alberto Alvarez<br />

que <strong>com</strong> muita descrição mas muita sincronização<br />

conseguiram levar por diante tudo isto<br />

a que vocês, portugueses e todos nós assistimos.<br />

Como Presidente da ANAPORC agradeço<br />

a presença da Federação Portuguesa e desejo<br />

um grande encontro para o 2<strong>º</strong> Congresso<br />

da OIPORC em Portugal.<br />

Mariano Herero - FEASPOR<br />

Estou extraordinariamente satisfeito <strong>com</strong><br />

o êxito alcançado <strong>com</strong> a XXX edição deste<br />

Simposium. Foi um trabalho de equipa que<br />

resultou em pleno.<br />

Quanto ao teu pedido de conselho relativamente<br />

à responsabilidade que vos foi<br />

atribuída <strong>com</strong> a organização do Congresso<br />

OIPORC, chamo a atenção de que a primeira<br />

coisa a garantir é o apoio <strong>com</strong>ercial das empresas<br />

do sector (stands, palestrantes, inscrição<br />

de técnicos, etc).<br />

Depois é crucial contar <strong>com</strong> o apoio dos organismos<br />

oficiais centrais e regionias, particularmente<br />

<strong>com</strong> estes últimos. Como exemplos<br />

desses apoios poderemos indicar, os directos<br />

e os logísticos (transportes, programa social,<br />

etc).<br />

Alberto Alvarez - Anaporc<br />

Foi um trabalho de uma equipa.<br />

Após a decisão sobre o local do evento<br />

iniciámos os contactos <strong>com</strong> as autoridades e<br />

<strong>com</strong> os patrocinadores.<br />

Foi importante conseguir a presença de<br />

todos os laboratórios farmacêuticos bem<br />

<strong>com</strong>o outras empresas representativas do<br />

sector.<br />

Esta colaboração garante não só o êxito<br />

económico do simposium <strong>com</strong>o permite também<br />

a presença de oradores de reconhecido<br />

RAPORAL<br />

NOVO<br />

Reuniões, Congressos & Seminários<br />

mérito vindos dos Estados Unidos, França,<br />

Holanda, etc.<br />

Por tudo isto, sentimos que foi re<strong>com</strong>pensado<br />

o duro trabalho desenvolvido ao<br />

longo de um ano.<br />

Não queremos de forma alguma esquecer<br />

o enorme apoio recebido da FEASPOR e<br />

das autoridades locais.<br />

É por tudo isto que, já a partir de amanhã,<br />

iremos iniciar os contactos <strong>com</strong> as autoridades<br />

da Galiza para assim garantirmos o apoio<br />

através da cedência de espaços nobres, organização<br />

de eventos, publicidade em Rádio e<br />

televisão, etc.<br />

Quanto a toda a parte informática e<br />

meios áudio-visuais é muito importante que<br />

tudo seja entregue a profissionais.<br />

Se reparares a imagem do Simposium<br />

muda todos os anos mas em cada ano a base<br />

é homogénea, isto é desde os programas, aos<br />

stands, sala de palestras, etc, tudo isto tem<br />

uma certa linha de rumo.<br />

Quero ainda saudar efusivamente a presença<br />

da Federação de Suinicultores de Portugal<br />

68 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 69


Reuniões, Congressos & Seminários Reuniões, Congressos & Seminários<br />

IDENDIFICAÇÃO<br />

A Tabela Figura hipra 2. 7 - Antibióticos Brinco autorizados faz <strong>com</strong>o Figura o aditivos 8 – lançamento<br />

Teste destinados de <strong>com</strong>patibilidade<br />

à alimentação animal (Dir. 70/524/CEE)<br />

CÓD. CE SUBSTÂNCIA ORIGEM<br />

de Suiseng ®<br />

Avilamicina Streptomyces viridochromogenes<br />

E 715 Avoparcina Streptomyces candidus<br />

A nova vacina <strong>com</strong>binada contra as<br />

E 700 Bacitracina de zinco Bacillus licheniformis<br />

diarreias neonatais do leitão e morte súbita<br />

E 7<strong>10</strong> Espiramicina Streptomyces ambofaciens<br />

da porca.<br />

E 712 Flavofosfolipol Streptomyces bambergiensis e outros*<br />

No passado dia 12 de Novembro, a HI-<br />

E 714 Monensina de sódio Streptomyces cinnamonensis<br />

PRA promoveu o lançamento da vacina SUI-<br />

Salinomicina de sódio Streptomyces albus Raça?<br />

SENG<br />

E 713 Tilosina Streptomyces fradiae<br />

E 711 Virginiamicina Streptomyces virginae<br />

* S. ghanaensis, S. geysiriensis e S. ederensis<br />

<br />

ocorridas nas práticas de maneio, e na antibioresistência selectiva da flora<br />

certeza que os animais criados e engordados gastrointestinal, nos animais produtores de<br />

para a produção de géneros alimentícios géneros alimentícios.<br />

são geneticamente diferentes dos que eram Na realidade a suposição de que os<br />

produzidos há quatro décadas atrás, os teores sub-terapêuticos em que os AB<br />

actuais conhecimento técnico-científicos promotores de crescimento eram utilizados <br />

vieram, porém, demonstrar que o recurso a não provocariam qualquer tipo de selecção,<br />

AB promotores de crescimento provocam veio-se a provar errada. A utilização <br />

® no Santarém Hotel.<br />

Esteve presente o Dr Nicolás Guerra, Product<br />

Manager da SUISENG ® da Hipra, que<br />

apresentou a nova vacina agora lançada em<br />

todo o mercado europeu, resultado de anos<br />

de investigação do departamento de I+D da des. Por um lado o seu adjuvante único e ex-<br />

HIPRA. Posteriormente o Dr. Lorenzo Fraile, clusivo em veterinária HIPRAMUNE G<br />

Investigador do IRTA e especialista em farmacologia,<br />

imunologia e ensaios clínicos da<br />

CRESA em Barcelona, desenvolveu o tema<br />

“Diluentes de nova geração no desenvolvimento<br />

de vacinas mais potentes e seguras”.<br />

Esta vacina aporta duas grandes novida-<br />

® à<br />

base de saponinas de ginseng, gingenósidos.<br />

Por outro as suas valências antigénicas: diarreia<br />

neonatal por E. coli e clostrídeo e morte<br />

súbita das reprodutoras por Clostrídium novyi.<br />

Esta vacina garante assim uma protecção mais<br />

<strong>com</strong>pleta segura e eficaz.<br />

EQUIPORAVE<br />

N<strong>º</strong> ANTERIOR<br />

Animal?<br />

Exploração?<br />

alimentar de anti microbianos em doses<br />

inferiores às terapêuticas traduz-se numa<br />

forte pressão selectiva, já que a concentração<br />

das substâncias farmacologicamente activas<br />

no local de acção excede as concentrações<br />

inibitórias mínimas ( MIC) da população<br />

bacteriana sensível, tendo ainda em<br />

consideração a duração prolongada da<br />

exposição.<br />

O local primário de selecção no contexto<br />

os AB promotores de crescimento é o tracto<br />

digestivo dos animais, mas a selecção também<br />

ocorre no meio ambiente das explorações,<br />

bem <strong>com</strong>o nos campos de cultivo, onde o<br />

estrume dos animais é depositado <strong>com</strong>o<br />

No final houve um largo espaço de debate<br />

fertilizante.<br />

<strong>com</strong> troca de opiniões e questões aos dois ora-<br />

Pese embora não seja possível medir e<br />

dores, pelos convidados presentes.<br />

quantificar <strong>com</strong> rigor o aumento de resistência<br />

Este evento da Hipra foi especialmente<br />

bacteriana nos diversos reservatórios (já que<br />

bem acolhido pelos técnicos nacionais, que<br />

só uma pequena porção da microflora do<br />

demonstraram grande expectativa e vontade<br />

trato gastrointestinal é cultivável “in vitro”,<br />

em experimentar e utilizar esta vacina inova-<br />

e muitos dos genes que conferem resistência<br />

dora e exclusiva neste mercado. <br />

Casa da Meada; Castelo de Vide<br />

Desde Abril de 2005<br />

Pfizer lança Improvac ®<br />

em Portugal<br />

A Pfizer Saúde Animal anunciou o lançamento<br />

em Portugal de Improvac ® , o medicamento<br />

imunológico para controlo do odor a<br />

varrasco. Segundo, Gil Sena, Team Leader –<br />

Suínos , da Pfizer Saúde Animal, o sector da<br />

suinicultura dispõe a partir de agora de uma<br />

alternativa à castração física <strong>com</strong>o método<br />

de controlo deste problema, <strong>com</strong> respeito pelas<br />

normas de bem-estar animal, permitindo<br />

manter o potencial zootécnico natural e melhorar<br />

a qualidade da carne proveniente de<br />

machos sexualmente maduros.<br />

O evento de lançamento aos médicos veterinários,<br />

decorreu no passado dia 24 de Setembro,<br />

em Lisboa, tendo suscitado elevado<br />

interesse desta classe profissional, que esteve<br />

presente em largo número.<br />

Também no decorrer da XX Feira Nacional<br />

do Porco, foi igualmente aborado o tema,<br />

desta vez mais direccionado para a produção,<br />

tendo o Dr. Gil Sena previligiado a assistência<br />

<strong>com</strong> uma apresentação que mereseu de<br />

DIN promove<br />

Jornada de Campo<br />

Há mais de uma década que a DIN –<br />

Desenvolvimento e Inovação Nutricional,<br />

SA, reune, por altura do Natal todos os seus<br />

clientes, fornecedores e amigos numa “Jornada<br />

de Campo” <strong>com</strong> caracteristicas únicas:<br />

um convívio “cinegético” para os amantes<br />

de caça às perdizes e faisões e um convívio<br />

“gastronómico” que todos retêm na sua memória<br />

pela qualidade e variedade de iguarias<br />

oferecidas.<br />

A edição deste ano decorreu no passado<br />

dia 28 de Novembro na Herdade do Barrocal<br />

de Baixo, perto de Montemor-o-Novo,<br />

e contou <strong>com</strong> a participação de mais de 200<br />

convidados, entre os quais, pela primeira vez<br />

tivemos o grato prazer de ser incluídos.<br />

A “<strong>Suinicultura</strong>” que tem o previlégio de<br />

contar <strong>com</strong> a presença permanente da DIN<br />

<strong>com</strong>o anunciante nas suas <strong>páginas</strong>, congratula-se<br />

<strong>com</strong> o êxito deste encontro e saúda<br />

particularmente os Drs Castanheira Lopes<br />

todos os maiores elogios.<br />

Mais tarde, a 16 de Outubro, a Pfizer<br />

Saúde Animal voltou a convocar todos os<br />

profissionais da fileira suína e desenvolveu a<br />

aplicabilidade deste inovador conceito à realidade<br />

portuguesa.<br />

Após este último encontro seguiu-se um<br />

animado jantar convívio, durante o qual o<br />

elevado número de participantes pôde provar<br />

carne de porco proveniente de um animal vacinado<br />

<strong>com</strong> Improvac ®<br />

e Pedro Barreiros, faces visíveis da organização<br />

do evento, bem <strong>com</strong>o a sua Administração<br />

na pessoa do Dr. José Filipe Ribeiro<br />

dos Santos, amigo de longa data e que, em<br />

tempos, liderou a Mesa da Assembleia Geral<br />

desta casa.<br />

70 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 71<br />

12 <strong>Suinicultura</strong><br />

32 <strong>Suinicultura</strong>


Mantenha-se<br />

Reuniões, Congressos & Seminários Reuniões, Congressos & Seminários<br />

Simpósio Elanco de gestão suinícola<br />

No passado dia 15 de Outubro, a Elanco<br />

realizou,<br />

informado<br />

no Turcifal, no hotel Westin Camporeal,<br />

um Simpósio subordinado ao tema<br />

“Gestão Suinícola – decisões estratégicas”.<br />

Este simpósio contou <strong>com</strong> a colabora-<br />

ção, enquanto palestrantes, do Dr. Francisco<br />

Carmo Reis, o qual abordou a temática do<br />

Impacto Económico do Complexo Respiratório<br />

Porcino e do Dr. Enric Marco (Marco<br />

& Collel), que dissertou sobre as estratégias<br />

que permitem Aumentar a Eficiência e<br />

Acrescentar Valor às Decisões Diárias, no<br />

âmbito da gestão suinícola.<br />

Contou ainda <strong>com</strong> a colaboração <strong>com</strong>o<br />

palestrantes, de elementos do staff da Elanco<br />

a nível nacional e internacional.<br />

Deste modo, o Dr. Jorge Trindade (Elanco<br />

Portugal) abordou o tema da Proposta de<br />

Valor da Elanco, tendo-se referido aos prin-<br />

Visite-nos em<br />

www.suinicultura.<strong>com</strong><br />

(<br />

... e receba a “SUINICULTURA”<br />

Ministro ...e receba a “SUINICULTURA”<br />

da Agricultura<br />

recebe representantes<br />

da FPAS em Sua casa<br />

A crise veio em sua casa!<br />

N.<strong>º</strong> 77 - Outubro / Novembro / Dezembro de 2007 - Preço: 5,00 euros<br />

N<strong>º</strong> <strong>85</strong> • Outubro / Novembro / Dezembro de 2009 • 5,00 €<br />

Sessões<br />

de Esclarecimento<br />

2009<br />

para ficar?<br />

IV Congresso SCS<br />

Raças Autóctones<br />

cipais programas metafiláticos que a Elanco<br />

preconiza em suinicultura, <strong>com</strong> os seus produtos<br />

de reconhecida qualidade, tais <strong>com</strong>o<br />

Pulmotil e Tylan, os quais permitem obter um<br />

maior número de Porcos de Valor Máximo.<br />

O Dr<strong>º</strong> Paulo Ferro (Elanco Itália) centrou-se<br />

no tema Pulmotil – Gestão do Gap<br />

Imunitário Pós-Desmame , tendo referido a<br />

importância de um eficaz controlo da patologia<br />

respiratória nos leitões de primeira idade,<br />

por forma a conseguir uma máxima performance.<br />

A Drª Susana Lapuente (Marketing Manager)<br />

abordou o tema do Diagnóstico da<br />

Ileitis e seu Impacto Económico , tendo salientado<br />

a importância do controlo da Ileitis,<br />

mesmo quando esta está presente sob uma<br />

forma mais silenciosa – forma sub-clínica,<br />

mas já <strong>com</strong> importante impacto na economia<br />

das explorações.<br />

Referiu-se ainda ao teste rápido de Ileitis<br />

5ª Reunião do Tech e VetClub de<br />

Suínos da Intervet Schering-Plough<br />

A Intervet Schering-Plough organizou a<br />

5ª edição das suas já habituais reuniões do<br />

TechClub e VetClub que decorreram no Hotel<br />

VIP Executive, em Santa Iria da Azóia.<br />

A reunião do TechClub teve lugar a 25<br />

de Novembro e contou <strong>com</strong> a presença de<br />

<strong>10</strong>0 técnicos que tiveram a oportunidade de<br />

assistir a uma excelente apresentação, a cargo<br />

do Dr. Miquel Collell que abordou os te-<br />

mas “Análise e interpretação de resultados”<br />

e “Optimização das performances - Onde e<br />

<strong>com</strong>o intervir”, realçando a importância da<br />

correcta identificação das causas de infertilidade<br />

das reprodutoras por forma a obter<br />

parâmetros reprodutivos óptimos e assim<br />

rentabilizar as explorações. No dia seguinte<br />

e no mesmo local decorreu a 5ª reunião do<br />

VetClub de Suínos que contou <strong>com</strong> a pre-<br />

que a Elanco disponibiliza <br />

aos seus clientes –<br />

FIRSTEST, tendo apresentado os valores da !"#$%&'(<br />

prevalência europeia da Ileitis, a qual é muito<br />

elevada e próxima dos <strong>10</strong>0%.<br />

)!*+(,-<br />

Neste simpósio participaram numerosos<br />

*. médicos veterinários ligados ao sector suiní- +(<br />

/0/12*%&*<br />

cola, bem <strong>com</strong>o gestores de empresas ligadas<br />

3&!"(<br />

ao sector.<br />

O simpósio foi encerrado <strong>com</strong> um animado<br />

jantar de confraternização.<br />

)!"4<br />

++(5&06&2<br />

7&.*<br />

*68<br />

*9<br />

sença de 40 Médicos Veterinários do sector<br />

que atentamente assistiram à apresentação a<br />

cargo do Dr. Miquel Collell que abordou os<br />

temas “Sanidade <strong>com</strong>o ferramenta de gestão”<br />

e “Planos profilácticos – Definição e<br />

avaliação de resultados”, destacando alguns<br />

problemas infecciosos nas diferentes fases<br />

de produção e apresentando diversas soluções<br />

para abordagem dos mesmos.<br />

3<strong>º</strong> Seminário PAGE PEC Universidade<br />

Católica / Intervet Schering-Plough<br />

+:6,0;.27!"#"$<br />

Para receber a <strong>revista</strong> da Federação 3&<br />

Portuguesa de<br />

Jornadas<br />

Inserido no âmbito da parceria desen-<br />

Técnicas<br />

Associações de Suinicultores $&.?0/@&/&2%<br />

<br />

formação em Business Administration dos<br />

<br />

3;*<br />

profissionais do sector pecuário, realizou-se,<br />

FPAS<br />

Projecto Agro In Memoram Raças Autóctones<br />

Rui Baptista<br />

no passado dia 7 de Novembro, o 3<strong>º</strong> Semi-<br />

Apresentação<br />

<br />

Ovídeo Rodrigues<br />

Alentejano<br />

<br />

Av. António<br />

.#7"A.<br />

Final<br />

Machado Gouveia Bísaro<br />

Augusto de Aguiar,<br />

nário do Programa Avançado de Gestão de<br />

n<strong>º</strong> 179, R/C<br />


Reuniões, Congressos & Seminários Reuniões, Congressos & Seminários<br />

VI Congresso da Ordem<br />

dos Médicos Veterinários<br />

Decorreu no passado mês de Outubro,<br />

no Centro Cultural de Belém, em Lisboa o<br />

VI Congresso da Ordem dos Médicos Veterinários.<br />

Constando do respectivo programa dois<br />

temas que muito têm a ver <strong>com</strong> o nosso sector<br />

permitimo-nos aqui apresentar as respectivas<br />

conclusões.<br />

I - Papeis do Médico Veterinário<br />

na <strong>Suinicultura</strong> Actual<br />

O Médico Veterinário no exercício da sua<br />

profissão está sujeito a deveres e obrigações<br />

para <strong>com</strong> a <strong>com</strong>unidade, os utentes dos seus<br />

serviços e para <strong>com</strong> os outros Médicos Veterinários,<br />

podendo, nos tempos que correm,<br />

exercer a sua actividade nos mais variados<br />

sectores e das mais variadas formas:<br />

• Profissão Liberal<br />

• Funcionalismo público central ou<br />

regional<br />

• Administração local<br />

• Laboratórios de análises<br />

• Saúde Pública<br />

• Inspecção e Segurança Alimentar<br />

• Industrias Alimentares, Farmacêuticas<br />

e outras<br />

• Ensino<br />

• Investigação<br />

Mas será que a nossa actividade se deverá<br />

reduzir a estes itens, considerados já hoje<br />

<strong>com</strong>o tradicionais.<br />

A ideia desta Mesa Redonda foi exactamente<br />

questionar esta situação.<br />

Para tal convidamos 2 colegas <strong>com</strong> larga<br />

experiência no sector (Pedro Lopes e Sales<br />

Luís), um outro <strong>com</strong> menos anos de exercício<br />

da profissão mas conhecedor das dificuldades<br />

inerentes ao início de carreira (António Banza)<br />

e por fim uma colega brasileira, Maria da<br />

Nazaré Lisboa, que, no seu dia a dia, pratica<br />

exactamente um tipo de actividade que gostaríamos<br />

de ver difundida em Portugal: formação<br />

e gestão de pessoal, aconselhamento<br />

tecnico, assessoria de admnistração, etc.<br />

Assim, questionámos:<br />

• Que outras áreas estarão a ser deixadas<br />

para outras profissões?<br />

• Não terá chegado a altura do Veterinário<br />

“entrar” na produção em vez<br />

de continuar a gravitar à sua volta,<br />

pensando somente na genética, na<br />

nutrição, na sanidade e no medicamento?<br />

Temas tão importantes <strong>com</strong>o a gestão, a<br />

economia, os recursos humanos, a biosegurança<br />

têm sido <strong>com</strong>pletamente esquecidos<br />

pela classe, permitindo <strong>com</strong> isso a entrada no<br />

sector de outras profissões que, <strong>com</strong> maior<br />

visão, menos <strong>com</strong>odismo, maior entrega e<br />

menos pruridos vão, dia após dia, cimentando<br />

as suas posições.<br />

No entanto o Veterinário não é o único<br />

culpado pela situação descrita.<br />

Também o ensino terá que se actualizar<br />

muito rapidamente considerando que a sua<br />

estrutura actual é muito teórica, está pouco<br />

preparada, não possui instalações de produção<br />

próprias e para além de tudo isto motrase<br />

desinteressada e alheada destes problemas,<br />

não havendo (salvo raras excepções)<br />

qualquer ligação ao sector empresarial desta<br />

actividade.<br />

Há pois que meditar, debater e, antes de<br />

mais responder a algumas questões:<br />

• Será que há, na realidade, perigo de<br />

desemprego na nossa área;<br />

• Será positiva a opinião dos suinicultores<br />

sobre os seus técnicos veterinários.<br />

Se não o é, qual será a<br />

razão? É absolutamente necessária<br />

uma introspecção sincera, profunda<br />

e honesta, a qual passará eventualmente<br />

por uma sondagem alargada<br />

ao sector (empregadores e empregados);<br />

• Qual o futuro previsível para o sector?<br />

• Qual será, por exemplo, o número<br />

de explorações existentes, daqui a<br />

<strong>10</strong> anos?<br />

• No caso do sector sobreviver, conseguiremos<br />

no dia de hoje definir<br />

qual o perfil a definir para o Médico<br />

Veterinário de suínos nessa altura?<br />

Entretanto alguns pontos reúnem consenso:<br />

• É necessário e urgente criar um código<br />

de deveres e obrigações.<br />

• É nosso dever incentivar a Ordem a<br />

criar no seu interior grupos de trabalho<br />

sectoriais, devendo os colegas<br />

escolhidos ser mandatados para, em<br />

seu nome, trabalharem directamente<br />

<strong>com</strong> instituições de ensino, formação<br />

profissional e colegas, criando<br />

nestes a vontade (necessidade?)<br />

de uma especialização dinâmica e<br />

continua.<br />

Em simultâneo deveremos defenir qual<br />

o perfil do “médico veterinário do futuro” o<br />

qual, no âmbito da suinicultura, deverá preparar-se<br />

para intervir em funções tão importnates<br />

<strong>com</strong>o por exemplo:<br />

• Administração<br />

Gestão<br />

Formação/Educação de pessoal<br />

Colaborador<br />

74 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 75<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Enfim:<br />

Ser condiderado <strong>com</strong>o Parceiro do Empresário<br />

e não <strong>com</strong>o simples empregado/<br />

assalariado/avençado ou seja, ser uma maisvalia<br />

e não um custo.<br />

Para tal é essencial ao técnico possuir<br />

(ou aprender, ou cultivar) algumas características:<br />

• Saber estar (apresentação condigna)<br />

• Ser exigente consigo próprio para<br />

poder exigir aos outros<br />

• Ser culto e socialmente integrado<br />

• Falar pelo menos duas línguas (essencial)<br />

• Demonstrar inequivocamente o seu<br />

gosto pela actividade.<br />

Em resumo esta mesa redonda serviu<br />

<strong>com</strong>o um primeiro passo de um trabalho sério<br />

e profundo no sentido de, aproveitando o<br />

saber de experiência feito de alguns colegas,<br />

e pela mão da Ordem do Médicos Veterinários,<br />

procedermos a um levantamento sobre<br />

a realidade do sector, transmitindo “á posteriori”<br />

as respectivas conclusões ás Faculdades<br />

de Veterinária existentes em Portugal,<br />

solicitando de cada uma delas a indicação do<br />

seu posicionamento face ao trabalho apresentado.<br />

António Simões Monteiro<br />

II - Resumo da discussão sobre o<br />

tema Responsabilidade Sanitária<br />

No dia 5 de Outubro de 2009 foi discutido<br />

no âmbito do congresso da O.M.V, “ O<br />

Médico Veterinário Responsável Sanitário”.<br />

A mesa foi moderada pelo Dr. Carlos<br />

Fragoso de Almeida, e teve a valiosa colaboração<br />

do Dr. Manuel Joaquim que fez uma<br />

apresentação dos pontos críticos do que tem<br />

sido o papel do M.V.R.S., á qual seguiu a discussão<br />

do tema.<br />

Como Conclusões<br />

1. Historicamente, o M.V.R.S. tem sido<br />

utilizado pela D.G.V. <strong>com</strong>o operacional no<br />

campo, sem que este ou a O.M.V. sejam consultadas<br />

sobre a melhor maneira de implementar<br />

um programa.<br />

2. Na prática o Médico Veterinário Assistente<br />

Técnico e o M.V.R.S. nem sempre são<br />

a mesma pessoa. Para tal foi apresentada á<br />

O.M.V uma proposta feita pela Soc. Cientifica<br />

de <strong>Suinicultura</strong>, mas sem efeitos práticos.<br />

3. No âmbito do novo Regime de Exercício<br />

da Actividade Pecuária aparecem algumas<br />

incoerências que envolvem directamente<br />

a classe e que mais uma vez a classe<br />

não ouvida. Essas incoerências determinam<br />

que um veterinário tenha que ser acreditado<br />

pela DGV numa parte do texto e que noutra<br />

tenha que fazer um “Exame” em cada uma<br />

das DRA onde estiverem localizadas as explorações.<br />

4. Outro ponto de atrito é o da possibilidade<br />

da responsabilidade sanitária poder ser<br />

assegurada pelas OPP<br />

5. Numa altura em que a profissão está<br />

cada vez mais especializada este decreto<br />

aponta para MVRS multi-espécies.<br />

6. Este decreto deixa fora as explorações<br />

<strong>com</strong> menos de 75 cabeças normais, não prevendo<br />

quem vai controlar sanitariamente estes<br />

efectivos.<br />

7. Este e outros assuntos foram discutidos<br />

<strong>com</strong> o Sr. Bastonário em reunião muito<br />

participada na antiga sala do Conselho Regional<br />

do Sul e dessa reunião saiu uma <strong>com</strong>issão<br />

que ficou de escrever uma carta para a<br />

DGV a sustentaria a posição da OMV sobre o<br />

assunto. Este texto foi escrito e entregue, mas<br />

não houve nunca qualquer resposta.<br />

Propostas:<br />

1. A OMV exigir da DGV a resposta a<br />

solicitações anteriores sobre este assunto.<br />

2. A OMV Promover uma reunião de<br />

base alargada para apresentação de proposta<br />

alternativa.<br />

3. No futuro exigir sempre que a DGV<br />

a OMV e as associações de profissionais do<br />

sector, trabalhem em equipa para que não se<br />

voltem a repetir situações de difícil solução<br />

<strong>com</strong>o a presente.<br />

Rui Sales Luís


Reuniões, Congressos & Seminários<br />

Saiba mais em:<br />

www.suinicultura.<strong>com</strong><br />

GandAgro – 1ª Feira<br />

Internacional da Galiza<br />

Silleda, Espanha<br />

11 a 13 de Março de 20<strong>10</strong><br />

Concursos durante a Iffa 20<strong>10</strong><br />

9 a 13 de Maio de 20<strong>10</strong><br />

A Associação Alemã de Talhantes distingue<br />

os melhores produtos dos talhos.<br />

Durante a Iffa, Feira Internacional de<br />

Abate e Processamento de Carne decorrem<br />

vários importantes concursos na zona de<br />

<strong>com</strong>petição da Associação Alemã de Talhantes<br />

no Hall 6.1. Os participantes vêm de várias<br />

casas de talho locais e do estrangeiro.<br />

Inovação e criatividade: European Platter,<br />

Finger Food and Party Service Competition.<br />

EXPOAVIGA<br />

8 a <strong>10</strong> de Jun de 20<strong>10</strong><br />

Expoaviga, a Feira Internacional da Indústria<br />

Pecuária de Fira de Barcelona, irá realizar a<br />

sua 18 ª edição de 8 a <strong>10</strong> de Junho de 20<strong>10</strong><br />

no Pavilhão 2 do recinto da Gran Via. A<br />

organização decidiu alterar as datas para<br />

o evento não coincidir <strong>com</strong> nenhum outro<br />

evento do sector e atrair um maior número<br />

de expositores e visitantes nacionais e internacionais.<br />

• Barcelona, Espanha<br />

• As últimas inovações técnicas aplicadas<br />

à pecuária serão destaque na<br />

Expoaviga 20<strong>10</strong>.<br />

• 538 expositores;<br />

• 16 036 visitantes;<br />

• 14 937 m2 de superfície.<br />

• Recinto: Gran Via - Fira de Barcelona.<br />

• Carácter: Profissional<br />

• Periodicidade: Bienal<br />

Web: http://www.expoaviga.<strong>com</strong><br />

V Congresso Mundial do Presunto<br />

Lugo, Espanha<br />

Em 2011<br />

Workshop suínos<br />

da Alltech<br />

A Alltech organizou<br />

no passado dia<br />

19 de Novembro um<br />

workshop dedicados<br />

a Suínos, no Hotel<br />

Vip Santa Iria, que<br />

contou <strong>com</strong> a participação<br />

do Dr. Jean Le<br />

Dividich*, uma referência<br />

na área dos Suínos.<br />

O workshop reuniu cerca de 20 técnicos<br />

da área e mostrou ser do interesse geral, já<br />

que o tema de fundo foi a apresentação de<br />

soluções <strong>com</strong> vista à diminuição de custos e<br />

aumento da rentabilidade e performance das<br />

explorações de suínos.<br />

O tema das palestras foi:<br />

- Dr. Jean Le Dividich focou A importância<br />

da utilização de Bio-Mos na produção<br />

e qualidade do colostro;<br />

- Drª Jules Pickard, Responsável Técnica<br />

para a Alltech Europa e a responsável pelo<br />

Mycosorb <strong>com</strong> a apresentação da A importância<br />

das micotoxinas no actual contexto<br />

da produção suína (apresentação proferida<br />

pelo Eng<strong>º</strong> Jorge Cardoso).<br />

Num contexto de crise e procura de retorno<br />

de investimento em que nos encontramos,<br />

a Alltech pretende através dos seus<br />

produtos, apresentar soluções <strong>com</strong> futuro de<br />

onde se possa mais rendimento e performance<br />

dos nossos animais.<br />

Jean Le Dividich<br />

Jean Le Dividich, após a sua pós-graduação, fez carreira<br />

longa e de sucesso <strong>com</strong>o cientista de investigação<br />

no INRA, França. Em 1969 juntou-se à INRA <strong>com</strong>o assistente<br />

de investigação, tendo evoluído para o grau mais<br />

elevado de cientista do INRA, quando em 2004 foi promovido<br />

Director de Investigação em (1ª categoria). Esteve<br />

neste cargo até à sua reforma do INRA em 2006.<br />

A sua investigação durante muitos anos incidiu essencialmente<br />

sobre leitões e metabolismo energético. É<br />

responsável pela inovadora investigação que foi realizada<br />

em relação ao papel do colostro <strong>com</strong>o fornecedor de<br />

energia, imunoglobulinas, factores de crescimento, factores que afectam a produção de<br />

colostro, qualidade, a ingestão dos leitões, etc. A sua investigação incidiu também sobre<br />

o metabolismo energético de leitões recém-desmamados, bem <strong>com</strong>o a sua nutrição e problemas<br />

digestivos que muito frequentemente afectam estes animais.<br />

A sua especialidade em nutrição de suínos é predominantemente na área da alimentação<br />

de leitões, crescimento e desenvolvimento, <strong>com</strong> vasta experiência na concepção e<br />

realização de ensaios de investigação <strong>com</strong> animais; alto grau de conhecimento prático<br />

e técnico de nutrição avançada, incluindo dietas sem antibióticos promotores de crescimento,<br />

nutrição em porcas, dietas vegetais substituindo as proteínas animais e gorduras<br />

animais, especialista em Bio-Mos®, da Alltech.<br />

Embora<br />

na minha exploração<br />

tenha resultados de<br />

análises laboratoriais positivos a<br />

PCV2, os animais não manifestam sinais<br />

da doença. Uma vez que a taxa de<br />

mortalidade na recria/engorda é inferior<br />

a 6%, é de esperar que<br />

a vacinação se justifique<br />

em termos<br />

económicos?<br />

PERGUNTE!!!<br />

Os serviços técnicos da<br />

Schering-Plough / Intervet<br />

respondem!<br />

A decisão de iniciar a vacinação da sua exploração<br />

frente ao PCV2, bem <strong>com</strong>o o plano profilático a adoptar,<br />

deve ser tomada em conjunto <strong>com</strong> o seu Médico Veterinário Assistente, após análise<br />

de todos os dados produtivos e sanitários.<br />

Ainda que, aparentemente, na sua exploração não se observem sinais clínicos característicos de infecção<br />

por PCV2, a verdade é que o agente circula e <strong>com</strong> maior ou menor impacto estabelece o seu efeito sobre o sistema<br />

imunitário dos animais.<br />

O PCV2 é reconhecido <strong>com</strong>o um agente presente em todas as explorações, pelo que, neste momento é mundialmente aceite<br />

a importância da vacinação. Á semelhança do que sucede <strong>com</strong> o Micoplasma, a vacina frente ao PCV2 está claramente justificada<br />

devido às melhorias zootécnicas e sanitárias observadas.<br />

No Continente Americano, o primeiro a generalizar a imunização de leitões frente ao PCV2, a vacinação foi instituída sobretudo pelos<br />

importantes benefícios zootécnicos:<br />

• Aumento dos Ganhos Médios Diários e diminuição dos Índices de Conversão – menores gastos de ração (principal custo fixo da pecuária)<br />

• Menor variabilidade de pesos dentro de cada grupo – maior uniformidade e melhor classificação das carcaças<br />

•<br />

Considerando que a circulação do PCV2 favorece a entrada de outros agentes no organismo, e que, muitas vezes, estes actuam em<br />

sinergia <strong>com</strong> o vírus, é muito importante conferir imunidade específica aos leitões. A vacinação, ao melhorar a resposta imunitária<br />

dos animais, permite baixar os custos <strong>com</strong> medicações e reduzir a taxa de mortalidade, mesmo nas explorações onde<br />

esta apresenta valores considerados normais.<br />

Para uma fácil e imediata valorização económica dos benefícios da vacinação frente ao PCV2, a Intervet<br />

Schering-Plough poderá disponibilizar através do seu Médico Veterinário Assistente acesso ao programa<br />

de Auditoria Respig, o qual, entre outras análises, simula o retorno económico<br />

da introdução desta nova vacina.<br />

Envie as suas<br />

perguntas para:<br />

Consultório FPAS<br />

Av. António Augusto de<br />

Aguiar, n<strong>º</strong>179 R/C esq<strong>º</strong><br />

<strong>10</strong>50-014 Lisboa ou<br />

fedsuinos@mail.telepac.pt<br />

76 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 77


Profilaxía e Saúde Animal<br />

16<br />

Profilaxía e Saúde Animal<br />

Programa de Ilustração de Patologias Suínas<br />

do Atlas de Patologia e Clínica Suína da Pfizer<br />

PMWS<br />

As imagens do Atlas<br />

de Patologia da Pfizer<br />

seleccionadas para este<br />

número da <strong>revista</strong> abordam a<br />

principal síndrome associada<br />

ao circovirus suíno tipo 2 – o<br />

PMWS.<br />

78 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 79


Notícias FPAS<br />

FPAS reúne <strong>com</strong> Ministro<br />

da Agricultura e Sec. de Estado<br />

do Desenvolvimento Rural<br />

A Direcção da FPAS foi recebida no passado<br />

dia 3 de Dezembro de 2009, pelo Sr.<br />

Ministro da Agricultura, Prof. Doutor António<br />

Serrano, estando igualmente presente o<br />

Sr. Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento<br />

Rural, Eng. Rui Barreiro.<br />

Da agenda de trabalhos proposta pela<br />

FPAS faziam parte, entre outros, os seguintes<br />

pontos:<br />

• Medidas urgentes e excepcionais de<br />

apoio á tesouraria<br />

• SIRCA-Suínos – Suspensão, revisão<br />

e alteração do valor da taxa a<br />

cobrar aos suinicultores<br />

• Electricidade Verde (reposição das<br />

ajudas suspensas)<br />

• REAP - impraticabilidade da legislação<br />

já aprovada (sem ter em conta<br />

as posições sempre defendidas pela<br />

FPAS), suspensão e revisão dessa<br />

legislação<br />

• PRODER– reforço das verbas<br />

apoios específicos para a adaptação<br />

das explorações às novas regras de<br />

bem estar animal a vigorar a partir<br />

de 2013;<br />

• SNIRA-Suínos – inutilidade do actual<br />

sistema.<br />

• Cereais de intervenção: transferência<br />

de stocks para território nacional;<br />

• Plano para a melhoria da <strong>com</strong>petitividade:<br />

revisão e actualização<br />

do documento criado em 2001 no<br />

GPP;<br />

• Implementação de um Código de<br />

Boas Práticas <strong>com</strong>erciais (Fileira/<br />

grande distribuição).<br />

Do dossier FPAS constava vasta informação<br />

sobre o sector, concretamente:<br />

• Indicadores de representatividade;<br />

• Informação <strong>com</strong>parativa de custos<br />

sistemas de recolha de cadávers em<br />

França, Espanha e Portugal<br />

• Indicadores económicos;<br />

• Produção nacional<br />

• Importação<br />

• Preços<br />

• Dados de 2007/2008/2009<br />

Em relação às medidas urgentes solicitadas<br />

para apoio à tesouraria das empresas o<br />

Sr. Ministro deu conta da alteração da linha<br />

de crédito (Dec Lei 74/2009), criando uma<br />

nova linha para pecuária em condições mais<br />

aliciantes (idênticas ás criadas para o sector<br />

do leite);<br />

Quanto aos custos de energia (assunto<br />

desde sempre defendido pela FPAS desde<br />

que o anterior ministro suspendeu a “electricidade<br />

verde”), confirmou a reposição de<br />

apoio embora num novo conceito que passará<br />

especificamente pela colocação de contadores<br />

dedicados e <strong>com</strong>participação do Estado<br />

em 20% da factura energética.<br />

Em relação ao PRODER deu nota da<br />

criação de uma unidade autónoma em sede<br />

do GPP, <strong>com</strong> reforço substancial de técnicos<br />

e a nomeação de um Grupo de Trabalho para<br />

reavaliação e eventual reformulação interna<br />

deste programa aonde caberão certamente as<br />

sugestões apresentadas pela FPAS.<br />

Quanto ao Sirca, foi reconhecida a situação<br />

de injustiça que semelhante diploma<br />

acarreta para o sector sunícola quando em<br />

<strong>com</strong>paração <strong>com</strong> outras espécies (bovinos e<br />

ovinos). Foi igualmente decidida a suspensão<br />

imediata da cobrança da taxa p<strong>revista</strong> para 1<br />

de Janeiro e assumido o <strong>com</strong>promisso de que<br />

qualquer decisão sobre o valor final da taxa<br />

deverá atender ás propostas e argumentos<br />

apresentados pela Federação.<br />

Quanto ao REAP, foi transmitida pela<br />

FPAS a mensagem de que a aplicação no terreno<br />

do clausulado deste diploma é de todo<br />

impossível, tendo sido reafirmado que, nos<br />

arquivos do Ministério poderá ser encontrada<br />

documentação que sustenta esta posição<br />

da FPAS.<br />

O Sr. Secretário de Estado confirmou<br />

a preocupação do Ministério em relação á<br />

impraticabilidade de aplicação da legislação<br />

e dada a urgência e o vazio legislativo<br />

existente <strong>com</strong>prometeu-se em, pessoalmente,<br />

procurar uma solução até 30 de Março de<br />

Notícias FPAS<br />

Nota Informativa<br />

Transferência de stocks de cereais de intervenção<br />

A adesão á UE retirou-nos entre outras coisas, <strong>com</strong>petitividade<br />

no custo das rações, uma vez que devido á preferência europeia,<br />

tivemos de nos aprovisionar de cereais no mercado europeu. Ficamos<br />

por isso, desde logo, em desvantagem em relação aos nossos<br />

colegas que têm as suas explorações nos países produtores.<br />

A titulo de exemplo, podemos analisar o caso da cevada que<br />

está hoje a ser entregue na intervenção a 92,007 € por Tn, quando<br />

em Portugal o preço de mercado é de aproximadamente 130 € por<br />

Tn, o qual nem será um preço especulativ,o, dado que a diferença<br />

corresponderá, na prática, aos custos logísticos.<br />

A Comissão para evitar estas distorções de concorrência, dispõe<br />

de mecanismos <strong>com</strong>o o da transferência de stocks de cereais de<br />

intervenção <strong>com</strong>unitários dos países excedentários para os mais ca-<br />

20<strong>10</strong>, em conjunto <strong>com</strong> Ministério do Ambiente,<br />

DGV, Direcções Regionais, Câmaras,<br />

mais informando que na hipótese de nessa<br />

data não existir uma solução definitiava será<br />

criada uma situação de <strong>com</strong>promisso politica<br />

entre os organismos envolvidos de modo a<br />

evitar constrangimentos de putativas candidaturas<br />

aos quadros <strong>com</strong>unitários.<br />

Em relação ao Código de Boas Práticas<br />

Comerciais, o Sr. Ministro informou que já<br />

convidou a APED para uma reunião de trabalho,<br />

esperando igualmente abordar o assunto<br />

<strong>com</strong> o Ministro da Economía, <strong>com</strong> o Secretário<br />

de Estado do Consumidor e também <strong>com</strong><br />

o Observatório dos Mercados Agrícolas.<br />

No que respeita á “velha reivindicação”<br />

da possibilidade de haver um stock de matérias<br />

primas em Portugal, o Secretário de<br />

Estado propôs à FPAS a elaboração e entrega<br />

de um estudo sobre o tema para dar suporte<br />

técnico e político ao Sr. Ministro em eventuais<br />

negociações em Bruxelas. (Ver caixa em<br />

baixo). Também foi solicitada à FPAS o envio<br />

de um documento propondo as alterações<br />

desejadas para a revisão do PRODER.<br />

Finalmente informou que para dar continuidade<br />

aos temas periféricos das questões<br />

agendadas a FPAS será convocada ao seu<br />

Gabinete para nova reunião <strong>com</strong> a brevidade<br />

possível.<br />

Mais e melhor era díficil.<br />

renciados, permitindo assim que os concursos para acesso a esses<br />

produtos sejam iguais em todos os países.<br />

Em 01/11/09 abriu a intervenção da cevada e do trigo, tendo<br />

entrado na primeira semana nos silos <strong>com</strong>unitários respectivamente<br />

<strong>85</strong>2 981 Tn e1 790 000 Tn.<br />

O que sugerimos e solicitamos neste momento é a transferência<br />

de stocks de intervenção para Portugal, que permitam um abastecimento<br />

até à próxima colheita.<br />

Assim, prevendo-se para o 1<strong>º</strong> semestre de 20<strong>10</strong> um consumo<br />

de 150 000 Tn, seria este o valor a pedir de transferência para Portugal,<br />

o que julgamos ser o mais adequado e suficiente para não<br />

entrar em conflito <strong>com</strong> o mercado de cerais de produção nacional.<br />

Lisboa, <strong>10</strong> de Dezembro de 2009<br />

80 <strong>Suinicultura</strong> <strong>Suinicultura</strong> 81


Notícias FPAS<br />

82 <strong>Suinicultura</strong><br />

ACTIVIDADES FPAS 4<strong>º</strong> Trimestre<br />

OUTUBRO<br />

03/05 – VI Congresso da OMV – Centro Cultural de Belém – Lisboa<br />

14/18 – 1<strong>º</strong> Congresso da OIPORC – República Dominicana<br />

27/29 – XXX Simposium ANAPORC - Segóvia<br />

NOVEMBRO<br />

03 – Reunião de Direcção<br />

04 – Reunião Alfavet/Nutega – Sessões Esclarecimetno<br />

05 – Reunião Contabilidade FPAS<br />

06 – Reunião Grupo ISP8 – Sede da Intervet-Schering - Cacém<br />

12 – Reunião Hipra - Santarém<br />

13/14 – IV Congresso SCS - EZN<br />

16 – 1ª Sessão de Esclarecimento – ALIS – Montijo<br />

18 – Reunião de Direcção<br />

19 – Reunião Câmara Municipal de Évora – Preparação do 2<strong>º</strong> Congresso<br />

OIPORC<br />

19 – 2ª Sessão de Esclarecimento – ANCPA – Évora<br />

20 – 3ª Sessão de Esclarecimento – ASL – Leiria<br />

23 – 4ª Sessão de Esclarecimento – ANCSUB – Vinhais<br />

26 – Reunião VetClube – Intervet-Schering – Sta Iria de Azóia<br />

AARA – Associação dos Agricultores<br />

de Alcobaça<br />

Rua de Leiria, s/n<br />

2460 – 045 Alcobaça<br />

ACPA – Associação Criadores de Porco<br />

Alentejano<br />

R. Armação de Pêra n<strong>º</strong>7A<br />

7670-259 Ourique<br />

ALIS - Associação Livre de Suinicultores<br />

R. Guerra Junqueiro, 2 – 1<strong>º</strong>.<br />

2870 Montijo<br />

ANCPA -Associação Nacional<br />

de Criadores de Porco Alentejano<br />

Rua Diana de Liz - Horta do Bispo<br />

Apartado 71 - E.C. Rossio.<br />

7002 – 501 Évora<br />

ANCSUB - Associação Nacional<br />

de Criadores de Suínos de Raça Bísara<br />

<br />

Edifício Casa do Povo - Largo do Toural<br />

5320 Vinhais<br />

26 – Reunião preparatória da Audiência <strong>com</strong> Ministro de Agricultura<br />

26 – 5ª Sessão de Esclarecimento – SUINIGARBE – Monchique<br />

27 – 6ª Sessão de Esclarecimento – SAGRAN – Santiago do Cacém<br />

28 – Jornada de Campo DIN – Montemor o Novo<br />

DEZEMBRO<br />

02 – Reunião de Direcção – Alcobaça<br />

02 – Reunião <strong>com</strong> Direcção da SCS<br />

02 – 7ª Sessão de Esclarecimento – AARA – Alcobaça<br />

03 – 8ª Sessão de Esclarecimento – ACPA – Ourique<br />

03 – Audiência <strong>com</strong> Ministro de Agricultura<br />

<strong>10</strong> – Reunião de Direcção<br />

11 – Reunião Grupo ISP8 – Sede da Intervet-Schering – Cacém<br />

15 – Reunião <strong>com</strong> Director Geral de Veterinária<br />

21 – Reunião de Direcção – Definição de Orçamento e Plano de<br />

Actividades 20<strong>10</strong><br />

21 – Reunião <strong>com</strong> a Eurodeputada Maria do Céu Patrão Neves<br />

29 – Reuniões em Évora – Preparação do 2<strong>º</strong> Congresso OIPORC<br />

30 – Reunião de Direcção<br />

30 – Assembleia Geral da FPAS<br />

Associações Federadas<br />

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APCRPS - Associação Portuguesa de<br />

Criadores de Raças Porcinas Selectas<br />

Apartado 153<br />

2402 Leiria Codex<br />

ASL - Associação de Suinicultores<br />

de Leiria<br />

Praceta Artur Portela, Lote 19 - Loja 2<br />

Apartado 754<br />

2400 Leiria<br />

ASM – Associação de Suinicultores<br />

de Montejunto<br />

Páteo Alfredo Marceneiro, 2<br />

2550 – 117 Cadaval<br />

SAGRAN - Associação dos Suinicultores<br />

dos Concelhos de Santiago do Cacém,<br />

Sines e Grândola<br />

Pinhal do Concelho<br />

7540 Santiago do Cacém<br />

SUINIGARBE - Associação dos<br />

Suinicultores do Barlavento Algarvio<br />

Largo do Pé da Cruz<br />

<strong>85</strong>50 Monchique

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