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OPINIÃO<br />
A recuperação está se consolidando<br />
A economia brasileira sairá da recessão em <strong>2017</strong> e voltará a crescer em 2018,<br />
com uma expansão do PIB de 1% e de 2,6%, respectivamente<br />
JOSÉ ROBERTO<br />
MENDONÇA DE BARROS (*)<br />
Desde o último trimestre<br />
de 2016, estamos<br />
convencidos aqui na<br />
MB de que a economia<br />
brasileira sairá da recessão<br />
em <strong>2017</strong> e voltará a crescer<br />
em 2018. Em termos de números,<br />
projetamos uma expansão<br />
do PIB de 1% em <strong>2017</strong> e<br />
de 2,6% em 2018. Resumidamente,<br />
nossos argumentos a<br />
favor da recuperação são os<br />
seguintes:<br />
No segundo semestre, a taxa<br />
de desemprego vai começar,<br />
lentamente, a cair, revertendo a<br />
trajetória negativa dos últimos<br />
anos. Além disso, os bancos<br />
relatam que está se reduzindo<br />
o número de empresas que<br />
são transferidas do departamento<br />
de crédito para a área de<br />
recuperação de crédito. Emprego<br />
e balanços estão deixando<br />
de piorar.<br />
Já começou a liberação das<br />
contas inativas do FGTS. Tudo<br />
indica que algo como R$ 35<br />
bilhões entrará no sistema, reduzindo<br />
o endividamento das<br />
famílias e, em menor escala,<br />
levando a gastos em bens e<br />
serviços.<br />
A produção agrícola não<br />
apenas será muito boa, como<br />
já está sendo revisada para<br />
cima. A Conab agora estima o<br />
volume de grãos em 220 milhões<br />
de toneladas, numa expansão<br />
de 20%. Projetamos<br />
um crescimento<br />
de 7,7% do<br />
PIB agrícola<br />
deste ano. Com<br />
isso, a redução<br />
da inflação de alimentos<br />
será acentuada,<br />
o volume de<br />
renda injetado no<br />
setor será grande<br />
e as exportações<br />
crescerão. Em<br />
janeiro e fevereiro,<br />
houve um salto de<br />
42% nas vendas ao<br />
exterior.<br />
A inflação continua surpreendendo<br />
para baixo. Projetamos<br />
agora um crescimento de<br />
4,1%, muito abaixo da meta de<br />
4,5%. Como resultado, o ganho<br />
real da massa de salários<br />
será superior a 2,5%, com evidentes<br />
impactos sobre o consumo<br />
ao longo do ano.<br />
O Banco Central vai acelerar<br />
a queda dos juros. Projetamos<br />
agora um número de 8,5%<br />
para o final do ano. Com isso,<br />
certamente, haverá uma indução<br />
à elevação de consumo,<br />
especialmente no segundo semestre.<br />
Embora o investimento industrial<br />
ainda seja medíocre,<br />
devido ao excesso de capacidade<br />
ociosa, teremos avanços<br />
em algumas áreas. A mais importante<br />
delas é o petróleo: a<br />
Petrobrás vai executar o programa<br />
de investimento a que<br />
se propôs, bem como as empresas<br />
internacionais que já<br />
operam no Brasil elevaram seu<br />
orçamento de gastos para este<br />
ano e para os próximos. Finalmente,<br />
teremos pelo menos<br />
três leilões nessa área que provavelmente<br />
serão bem-sucedidos,<br />
levando-se em conta a<br />
revisão da regulação do setor e<br />
Projetamos um crescimento<br />
de 7,7% do PIB agrícola<br />
deste ano.<br />
o interesse já manifestado.<br />
Por outro lado,<br />
existem avanços<br />
relevantes também<br />
na regulação<br />
do setor elétrico,<br />
os quais já<br />
produzem resultados<br />
especialmente<br />
na área de<br />
transmissão de<br />
alta tensão, na qual<br />
já houve um leilão<br />
bem-sucedido, implicando<br />
um volume de investimentos<br />
da ordem de R$ 12<br />
bilhões.<br />
Além disso, vale a pena lembrar<br />
a entrada de novos players<br />
na disputa: a Equatorial, a<br />
CTEEP e o grupo comandado<br />
pelo Banco Pátria. Esse, na<br />
verdade, foi o primeiro evento<br />
com uma novidade altamente<br />
relevante: do certame não participaram<br />
as empreiteiras enroladas<br />
na Lava Jato. Os ganhadores<br />
do leilão é que terão a<br />
responsabilidade de contratar<br />
seus construtores.<br />
Nas últimas semanas, uma<br />
sucessão de indicadores revela<br />
que a recuperação, de fato,<br />
está em marcha. E será puxada<br />
por melhoras significativas em<br />
uma grande gama de setores.<br />
Alguns exemplos: conforme<br />
revelado pelo Caged nesta semana,<br />
o número de empregos<br />
formais em fevereiro cresceu<br />
35 mil postos de trabalho, invertendo<br />
a trajetória de perdas<br />
que já se prolongava por mais<br />
de 20 meses.<br />
Setores industriais básicos<br />
mostram expansão. A produção<br />
da indústria química em janeiro<br />
cresceu 4%, enquanto o<br />
consumo aparente cresceu<br />
7,2% em 12 meses. Como o<br />
setor está na base do sistema<br />
produtivo, isso mostra que a<br />
indústria começou a se mover.<br />
Ainda em setores básicos, a<br />
produção de petróleo no início<br />
do ano está crescendo 3,4%; e<br />
a de minério, quase 6%.<br />
Na área de concessões, dois<br />
eventos bem-sucedidos ocorreram<br />
nestes dias. A concessão<br />
do lote “Centro-Oeste” de<br />
rodovias no Estado de São<br />
Paulo foi ganha pelo Pátria, implicando<br />
um investimento da<br />
ordem de R$ 1,4 bilhão.<br />
Finalmente, a concessão de<br />
quatro aeroportos importantes<br />
também foi bem-sucedida, implicando<br />
um investimento de R$<br />
3,7 bilhões. Vale observar que<br />
as empresas ganhadoras são<br />
experientes e importantes na<br />
Europa e que também aqui as<br />
empreiteiras não participaram<br />
do consórcio ganhador. Considerando<br />
tudo isso, reafirmo<br />
minha convicção de que teremos<br />
uma recuperação importante<br />
no crescimento do País.<br />
(*) Economista, ex-secretário<br />
de Política Econômica do Ministério<br />
da Fazenda entre 1995 e<br />
1998 e sócio da MB Associados.<br />
2<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
REUNIÃO<br />
<strong>Paraná</strong> poderá plantar cana o ano todo<br />
Pesquisador da Embrapa apresentou resultados de trabalho para validação<br />
de estudos sobre novo zoneamento agrícola de risco climático em cana<br />
MARLY AIRES<br />
Pesquisadores da Embrapa<br />
estiveram reunidos<br />
com as equipes<br />
técnicas das usinas<br />
paranaenses, professores e<br />
pesquisadores da UFPR, no último<br />
dia 7 de abril, na sede da<br />
Alcopar, em Maringá, para discutir<br />
a revisão do Zoneamento<br />
Agrícola de Risco Climático. O<br />
estudo técnico feito em todo o<br />
Brasil foi solicitado à Embrapa<br />
pelo Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento<br />
(MAPA). Concluído o trabalho,<br />
a Embrapa vem se reunindo<br />
com representantes do setor<br />
em todos os estados canavieiros<br />
para validar os dados.<br />
Segundo o pesquisador da<br />
Embrapa responsável técnico<br />
pelo Zoneamento Agrícola de<br />
Risco Climático da Cana-de-<br />
Açúcar, Santiago Vianna Cuadra,<br />
o <strong>Paraná</strong> deve ampliar sua<br />
janela de plantio e o número de<br />
municípios onde poderá ser<br />
feito o plantio de cana-de-açúcar,<br />
com base no novo zoneamento.<br />
Ele ressaltou, entretanto,<br />
que o zoneamento ainda<br />
deve receber o aval do Mapa e<br />
só passa a valer a partir da publicação<br />
da portaria do ministério,<br />
que deve ocorrer ainda<br />
até o final do primeiro semestre<br />
desse ano.<br />
Pela portaria atual, o Zoneamento<br />
Agrícola de Risco Climático<br />
só permite o plantio de<br />
cana, com a participação de<br />
políticas públicas federais - financiamento<br />
e seguro agrícola<br />
oficial -, por um período determinado.<br />
Restrição é térmica<br />
O zoneamento é uma ferramenta<br />
de política agrícola e<br />
gestão de riscos na agricultura<br />
que tem como objetivo<br />
minimizar os riscos relacionados<br />
aos fenômenos climáticos<br />
extremos. O estudo permite<br />
a cada município identificar<br />
a melhor época de semeadura/<br />
plantio das culturas<br />
nos diferentes tipos de solo e<br />
ciclos de cultivares, o que<br />
contribui para redução de perdas<br />
e racionalização do crédito<br />
agrícola.<br />
“De certa forma, é um instrumento<br />
indireto de transferência<br />
de tecnologia, com<br />
grande potencial de expansão,<br />
se incluir aspectos regionalizados<br />
e outros sistemas de produção.<br />
Contribui para o aumento<br />
da produtividade agrícola”,<br />
afirmou Cuadra. Para<br />
fazer jus ao Proagro, ao Proagro<br />
Mais e à subvenção federal<br />
ao prêmio do seguro rural, o<br />
produtor deve observar as recomendações<br />
desse pacote<br />
tecnológico.<br />
Santiago Cuadra<br />
ressaltou que<br />
estudo precisa<br />
receber o aval<br />
do Mapa e ser<br />
publicada a<br />
portaria do<br />
ministério<br />
Em todo o Brasil as perdas em<br />
cana-de-açúcar estão associadas<br />
principalmente à deficiência hídrica.<br />
No <strong>Paraná</strong>, entretanto, a maior limitação<br />
é térmica. As baixas temperaturas<br />
e riscos de geadas é que<br />
restringem a área de plantio.<br />
Para delimitação das áreas aptas<br />
para o cultivo de cana-de-açúcar<br />
em condições de baixo risco, foram<br />
consideradas as variáveis de<br />
temperatura média do ar, deficiência<br />
hídrica anual, o índice de satisfação<br />
de necessidade de água<br />
(ISNA) e o risco de ocorrência de<br />
geadas, sendo adotados os seguintes<br />
critérios: ISNA igual ou<br />
maior que 0,65 na fase I e 0,50 na<br />
fase III. Ocorrência de geada forte<br />
(-2ºC) < 20% durante todo o ciclo,<br />
e ocorrência de geada (0ºC) <<br />
20% durante a fase de pós-perfilhamento.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3
PROJETO<br />
Próxima etapa é<br />
votar o RenovaBio<br />
Representantes do<br />
MME falaram sobre<br />
o assunto dia 30 de<br />
março, na sede da<br />
Alcopar, em Maringá<br />
Para que as certificações e o mandato ambiental se tornem realidade, é<br />
preciso o setor se mobilizar para que a lei seja votada ainda neste ano<br />
MARLY AIRES<br />
Oprojeto com as diretrizes<br />
do Renova-<br />
Bio está pronto. E a<br />
equipe do Ministério<br />
de Minas e Energia responsável<br />
por sua elaboração<br />
está trabalhando para que<br />
seja votado e implementado<br />
ainda em <strong>2017</strong>. “É possível<br />
fazer as primeiras certificações<br />
ainda este ano. E o primeiro<br />
mandato com as diretrizes<br />
ser estabelecido no<br />
ano que vem. Tudo depende<br />
da votação da lei. Sem ela,<br />
nada pode ser feito”, afirmou<br />
o diretor de Biocombustíveis<br />
do Ministério de Minas e<br />
Energia (MME), Miguel Ivan<br />
Lacerda, que falou sobre o<br />
assunto no último dia 30 de<br />
março, na sede da Alcopar,<br />
em Maringá.<br />
Para Lacerda, falta uma<br />
agenda de coordenação política,<br />
uma mobilização grande.<br />
“O setor é forte, mas precisa<br />
definir um rumo. Por anos,<br />
tem caminhado em meio a<br />
crises, estagnação e períodos<br />
de forte impulso na produção,<br />
mas não tem um planejamento<br />
estratégico. Só tem<br />
apagado incêndios. Tem que<br />
se estabelecer uma estratégia<br />
de país”, disse, ressaltando<br />
que o setor, que gera mais<br />
emprego que o petróleo e distribuição<br />
de renda pulverizada<br />
e regionalizada, não pode ser<br />
abandonado.<br />
O diretor comentou que o<br />
cenário econômico atual,<br />
com recursos escassos, é<br />
um desafio para o RenovaBio,<br />
mas que o programa seria a<br />
estratégia para alavancar o<br />
setor. “No futuro, a tendência<br />
é que a demanda por gasolina,<br />
etanol e pelos veículos a<br />
combustão tenha fim. O etanol<br />
é a única chance de sobrevida<br />
desses veículos e o<br />
RenovaBio é a garantia de sobrevida<br />
do hidratado. Mas,<br />
tem muita coisa para resolver”,<br />
enfatizou Lacerda.<br />
O RenovaBio é o programa<br />
do governo federal, desenvolvido<br />
desde dezembro do ano<br />
passado pelo Ministério das<br />
Minas e Energia, que tem<br />
como objetivo formatar políticas<br />
para o setor de biocombustíveis<br />
visando o aumento<br />
de sua produção no País, permitindo<br />
que o Brasil cumpra<br />
suas metas de redução de<br />
43% das emissões de gases<br />
do efeito estufa até 2030,<br />
tendo por base 2005.<br />
O projeto envolveu discussões<br />
dos segmentos produtores<br />
de biodiesel, biogás,<br />
biometano, bioquerosene e<br />
etanol de 1ª e 2ª gerações,<br />
sobre as políticas econômicas<br />
e tributárias para o setor<br />
de biocombustíveis, dentro<br />
do RenovaBio, com compromissos<br />
recíprocos, assumidos<br />
tanto do lado do governo<br />
como dos produtores de biocombustíveis.<br />
4<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Programa envolve premissas e compromissos<br />
Entre as premissas consideradas<br />
pelo programa Renova-<br />
Bio estão quatro pontos<br />
principais. O primeiro é a definição<br />
do papel dos biocombustíveis<br />
dentro da matriz<br />
energética, dando uma visão<br />
de médio e longo prazo para<br />
os empresários e estimulando<br />
a demanda e produção. Outros<br />
pontos importantes são a sustentabilidade<br />
ambiental e o<br />
desenvolvimento de novos<br />
biocombustíveis.<br />
Também é considerada fundamental<br />
a busca por maior<br />
competitividade na produção e<br />
comercialização e no uso de<br />
biocombustíveis, com estímulo<br />
à concorrência entre os biocombustíveis<br />
e os de origem fóssil.<br />
A ênfase é dada na segurança<br />
do abastecimento, no combate<br />
a práticas anticompetitivas e na<br />
proteção dos interesses dos<br />
consumidores quanto a preço,<br />
qualidade e oferta.<br />
Além disso, sugere-se o estímulo<br />
à eficiência da indústria<br />
de biocombustíveis, com foco<br />
no diálogo com o Estado e na<br />
sustentabilidade econômica,<br />
social e ambiental. “Com essa<br />
estratégia o governo reconhece<br />
o papel que o etanol desempenha<br />
no desenvolvimento<br />
econômico e ambiental”, afirmou<br />
Miguel Ivan Lacerda, do<br />
Ministério de Minas e Energia.<br />
Para o segmento de etanol<br />
de 1ª e 2ª gerações a proposta<br />
envolve a diferenciação tributária<br />
entre o biocombustível e<br />
a gasolina, mais poluente, o<br />
estabelecimento de metas<br />
anuais de descarbonização,<br />
com redução das emissões de<br />
gases poluentes e aumento da<br />
eficiência dos veículos flex,<br />
além da criação de instrumentos<br />
para a precificação de carbono,<br />
reconhecendo o papel e<br />
a eficiência na produção de<br />
energia e na redução da emissão<br />
de gases de efeito estufa.<br />
O RenovaBio propõe ainda a<br />
criação de uma certificação do<br />
ciclo de vida de emissão e a<br />
criação do mercado secundário<br />
de CRE - Crédito de Redução<br />
de Emissões. O valor do<br />
CRE e o volume a ser ofertado<br />
na Bolsa de Valores seriam variáveis,<br />
procurando premiar as<br />
usinas mais eficientes quanto<br />
à produtividade, à redução na<br />
emissão de CO 2 equivalente e<br />
ao cuidado ambiental de um<br />
modo geral, o que resulta em<br />
eficiência e qualidade de produtos<br />
e de todo o processo.<br />
Já o setor de biodiesel tem<br />
entre suas propostas, o aumento<br />
gradual da mistura<br />
compulsória de biodiesel para<br />
20% (B20) até 2030, o que resultaria<br />
na produção de 18 bilhões<br />
de litros do produto e na<br />
participação de 3,31% na matriz<br />
energética nacional.<br />
O segmento defende ainda<br />
linhas de crédito e de financiamento<br />
para unidades produtoras,<br />
estabelecimento de isonomia<br />
tributária entre os estados,<br />
elevação da competitividade<br />
Miguel Lacerda: reconhecimento<br />
dos produtos da soja e adoção<br />
de políticas de promoção à industrialização<br />
da oleaginosa,<br />
aumentando o porcentual de<br />
processamento interno de 40%<br />
em 2016 para 65% em 2030.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5
BIODIESEL<br />
Produtores defendem<br />
aumento da mistura em julho<br />
Chegar ao B9 ainda em <strong>2017</strong><br />
seria oportunidade para estimular a<br />
indústria nacional e movimentar a<br />
economia nos setores de<br />
produção, transporte e logística<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Aantecipação dos<br />
aumentos nos<br />
percentuais de<br />
misturas obrigatória<br />
de biodiesel no diesel comercializado<br />
no Brasil,<br />
previstos para os próximos<br />
anos, vem sendo defendido<br />
pelo setor de biodiesel junto<br />
ao ministro de Minas e Energia,<br />
Fernando Coelho Filho,<br />
por representantes da Frente<br />
Parlamentar Mista do Biodiesel<br />
(FrenteBio), União Brasileira<br />
do Biodiesel e Bioquerosene<br />
(Ubrabio), Associação<br />
dos Produtores de Biodiesel<br />
do Brasil (Aprobio) e<br />
Associação Brasileira das Indústrias<br />
de Óleos Vegetais<br />
(Abiove).<br />
O pedido é para que o Conselho<br />
Nacional de Política<br />
Energética antecipe o aumento<br />
na mistura obrigatória<br />
para 9%, o chamado B9, em<br />
julho deste ano, e para 10%,<br />
o B10, em março de 2018.<br />
Além das externalidades sociais<br />
e ambientais, defendem,<br />
a ampliação do uso do<br />
biodiesel resultará em benefícios<br />
econômicos mais imediatos,<br />
já que a necessidade<br />
de importação de óleo diesel<br />
será menor, e o aumento no<br />
volume necessário de biodiesel<br />
para suprir a demanda<br />
nacional movimentará a economia.<br />
“Apenas nos dois primeiros<br />
meses de <strong>2017</strong>, o volume de<br />
diesel importado alcançou<br />
dois bilhões de litros, montante<br />
247% maior do que o<br />
observado no primeiro bimestre<br />
de 2016”, destaca o<br />
documento entregue pelo<br />
setor produtivo ao ministro.<br />
Outro ponto abordado é o<br />
reflexo da retração da economia<br />
no consumo de diesel e<br />
biodiesel. “A retração do<br />
mercado de diesel foi severa<br />
pelo segundo ano consecutivo<br />
resultante dos efeitos da<br />
crise econômica que o País<br />
vem atravessando e impõe<br />
ao setor de biodiesel ociosidade<br />
média da ordem de<br />
50%, patamar preocupante<br />
para qualquer setor industrial”,<br />
apontam as entidades<br />
representativas do setor<br />
que estimam que 15 unidades<br />
estão paralisadas pelo<br />
elevado estresse de oferta<br />
decorrente dessa ociosidade.<br />
A mistura de biodiesel em<br />
vigor atualmente é de 8%<br />
(B8). Mas devido à queda no<br />
consumo de combustíveis, a<br />
indústria vem sofrendo com<br />
grande ociosidade. O aumento<br />
para B9 ainda em<br />
<strong>2017</strong> é apontado pelo setor<br />
como oportunidade para que<br />
o país estimule a indústria<br />
nacional e movimente a economia<br />
nos setores de produção,<br />
transporte e logística,<br />
com reflexos na geração de<br />
emprego e renda, e na oferta<br />
interna de farelo, essencial<br />
para a produção de proteína<br />
animal.<br />
6<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
EMPRESA<br />
Reduza custos com lubrificação industrial<br />
Novo produto tem alta viscosidade que leva maior eficiência,<br />
desempenho e vida útil aos equipamentos das usinas e destilarias<br />
Na constante busca por<br />
maior competitividade<br />
de seus produtos, o<br />
setor sucroenergético<br />
demanda não só aumentar a<br />
eficiência de seus processos,<br />
mas também reduzir os custos,<br />
onde a manutenção tem um<br />
peso considerável. Manter as<br />
máquinas e seus componentes<br />
bem lubrificados, funcionando<br />
perfeitamente durante toda a<br />
safra, com um bom custo benefício,<br />
é uma forma de se alcançar<br />
isso.<br />
Além disso, os mancais de<br />
moenda e os rodetes das indústrias<br />
sucroenergéticas têm,<br />
cada vez mais, demandado<br />
produtos biodegradáveis, isentos<br />
de metais pesados. Para<br />
atender a essas necessidades,<br />
entre outras vantagens, a Klüber<br />
Lubrication lançou a versão 4.0<br />
do Klüberfluid BOA, um lubrificante<br />
com alta viscosidade e<br />
adesividade resistente, o que o<br />
torna uma opção de alta performance<br />
para o segmento de usinas<br />
de açúcar e etanol. Ao<br />
contrário da versão anterior, a<br />
3.0, a nova fórmula – que contém<br />
uma matéria-prima exclusiva<br />
- ganhou mais versatilidade.<br />
Com seu uso, os equipamentos<br />
apresentam maior desempenho,<br />
eficiência e vida útil,<br />
entregando um produto final de<br />
qualidade superior, com melhores<br />
resultados e preços atrativos,<br />
segundo a equipe técnica<br />
da empresa. Além dos benefícios<br />
técnicos, a nova fórmula<br />
elimina os 15% de IPI cobrado<br />
do cliente e garante um bom<br />
rendimento de consumo por tonelada<br />
de cana processada.<br />
“Estamos sempre atentos às<br />
principais demandas de nossos<br />
clientes. Prova disso é que essa<br />
linha foi criada em 1995 e, ao<br />
longo dos anos, foi aperfeiçoada<br />
para se adequar às constantes<br />
mudanças e, ao mesmo<br />
tempo, garantir uma eficiência<br />
superior em relação a itens semelhantes<br />
que estão presentes<br />
no mercado”, afirma Natanael<br />
Carpeloti, consultor técnico da<br />
Klüber Lubrication.<br />
Para garantir os melhores resultados,<br />
é oferecido ainda o<br />
assessoramento técnico, com<br />
análises físico-químicas e a realização<br />
de palestras e treinamentos<br />
para técnicos, mecânicos<br />
e lubrificadores. “Faz<br />
parte de nossa estratégia estarmos<br />
cada vez mais próximos<br />
de nossos clientes. Só assim<br />
podemos entregar soluções<br />
adequadas às necessidades e<br />
objetivos específicos de cada<br />
um”, finaliza o executivo.<br />
De origem alemã, a empresa<br />
faz parte do Grupo Freudenberg,<br />
especialista em soluções<br />
para lubrificação industrial e<br />
graxas e óleos sintéticos e minerais<br />
para vários segmentos:<br />
automotivo, têxtil, siderúrgico,<br />
alimentício, de rolamentos, madeira,<br />
papel, bioenergia, energia<br />
eólica, fabricantes de equipamentos,<br />
mineração e cimento.<br />
Sua linha de produtos assegura<br />
o perfeito funcionamento e<br />
a preservação de elementos<br />
mecânicos de equipamentos<br />
para atividades industriais, como<br />
correntes, engrenagens,<br />
barramentos, contatos elétricos,<br />
rolamentos, válvulas, sistemas<br />
pneumáticos e hidráulicos.<br />
Está presente em mais de<br />
60 países e atua no Brasil há<br />
mais de 40 anos.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7
ANP<br />
Prazo para recadastramento vence em agosto<br />
Alcopar realizou workshop em Maringá<br />
para esclarecer dúvidas sobre as<br />
adequações necessárias a Resolução<br />
26 e sobre mudanças do I-Simp<br />
No próximo dia 31 de<br />
agosto expira o prazo<br />
de cinco anos dado<br />
pela ANP (Agência<br />
Nacional do Petróleo, Gás Natural<br />
e Biocombustíveis) para<br />
que todas as unidades industriais<br />
do setor no Brasil se adequem<br />
a Resolução 26/2012 e<br />
façam o recadastramento da<br />
atividade de produção de biocombustíveis,<br />
conforme o estabelecido<br />
na lei.<br />
Com o objetivo de dar as<br />
orientações quanto à documentação<br />
necessária a ser apresentada<br />
no recadastramento e tirar<br />
dúvidas sobre o assunto foi realizado<br />
o Workshop ANP na<br />
sede da Alcopar, em Maringá,<br />
no último dia 31 de março. Participaram<br />
cerca de 50 representantes<br />
de todas as usinas do<br />
<strong>Paraná</strong>.<br />
Desde o ano passado, preocupada<br />
com baixa adesão, a<br />
equipe responsável pelos trabalhos<br />
da ANP de adequação<br />
dos produtores de etanol à Resolução<br />
26/2012 está visitando<br />
todas as regiões produtoras de<br />
cana-de-açúcar do Brasil falando<br />
sobre o assunto e alertando<br />
para que as indústrias<br />
regularizem a situação o quanto<br />
antes. Até o final de março, somente<br />
10% das usinas em todo<br />
o Brasil tinham feito o recadastramento.<br />
“Se a unidade industrial deixar<br />
para a última hora e a documentação<br />
não estiver correta,<br />
não terá tempo de regularizar<br />
tudo dentro do prazo. E sem a<br />
regularização, pode ser iniciado<br />
o processo de revogação de<br />
autorização da atividade”, alertou<br />
o superintendente de Refino,<br />
Processamento de Gás<br />
Natural e Produção de Biocombustíveis<br />
da ANP, Rubens Cerqueira<br />
de Freitas, que falou<br />
sobre o assunto.<br />
Dentre os documentos solicitados<br />
que devem ser apresentados<br />
no recadastramento estão:<br />
licença ambiental, projeto do<br />
corpo de bombeiros, certidão<br />
da Junta Comercial e certidões<br />
negativas de débito, além de documentos<br />
técnicos como planta<br />
básica da área industrial, balanço<br />
de massa e memorial descritivo<br />
do processo de produção.<br />
O Workshop ANP também<br />
abordou as novas regras e diretrizes<br />
do I-Simp -Sistema de<br />
Movimentações de Produtos,<br />
ferramenta usada pelas usinas<br />
para envio de todos os dados<br />
de movimentação do mês anterior,<br />
até todo dia 15, para a<br />
Agência. A equipe esclareceu<br />
as dúvidas quanto às mudanças<br />
realizadas nos procedimentos<br />
de envio das informações<br />
sobre as operações e produtos<br />
para o I-SIMP. Após a entrada<br />
em operação da nova tabela, as<br />
fiscalizações da ANP passarão<br />
a ser baseadas nas orientações<br />
que constam nesse manual.<br />
Participaram também do<br />
Workshop ANP as especialistas<br />
em regulamentação da ANP, Micheline<br />
Bechtold e Luciana Tavares.<br />
Participaram cerca<br />
de 50 representantes<br />
de todas as usinas<br />
do <strong>Paraná</strong><br />
CENTRO-SUL<br />
Safra <strong>2017</strong>/18 começa com menos usinas<br />
Dia 1 de abril só 90 unidades estavam<br />
rodando contra 120 no ano passado.<br />
Estimativas apontam que produção deve<br />
ser menor ou semelhante a anterior<br />
DA EQUIPE DE REDAÇÃO<br />
Asafra de cana-de-açúcar<br />
do Centro-Sul do Brasil<br />
começou oficialmente,<br />
no dia 1 de abril, com 90 usinas<br />
em atividades, segundo estimativa<br />
da União da Indústria de<br />
Cana-de-Açúcar (Unica), um<br />
número abaixo do início da<br />
temporada passada, quando a<br />
colheita começou acelerada,<br />
com cerca de 120 usinas operando.<br />
O Centro-Sul responde<br />
por cerca de 90% da produção<br />
de açúcar e etanol do Brasil.<br />
Na avaliação do analista<br />
João Paulo Botelho, da INTL<br />
FCStone, o número de usinas<br />
operando logo no início<br />
da safra volta agora a um patamar<br />
"normal", após uma<br />
corrida incomum na largada<br />
da temporada passada.<br />
"Ano passado tinha uma<br />
quantidade muito grande de<br />
cana bisada (remanescente<br />
da temporada 2015/16).<br />
Com essa maior disponibilidade,<br />
as usinas começaram<br />
a safra mais cedo", lembrou<br />
o analista.<br />
Ele também destacou que<br />
como em 2015/16 as chuvas<br />
atrapalharam o processamento<br />
em diversas regiões,<br />
gerou uma expectativa<br />
de começar logo os trabalhos<br />
da safra 2016/17, quando<br />
posteriormente o clima<br />
favoreceu os trabalhos de<br />
campo e acabou gerando até<br />
um encerramento mais rápido<br />
da safra. Agora, as empresas<br />
retomam seu ritmo<br />
habitual.<br />
No <strong>Paraná</strong>, no dia 1 de<br />
abril só havia nove usinas<br />
operando contra 23 na safra<br />
passada, sendo que algumas<br />
sequer tinham paralisado na<br />
entressafra. A expectativa,<br />
segundo dados da Alcopar, é<br />
que sejam esmagados de 39<br />
a 40 milhões de toneladas de<br />
cana de açúcar, volume um<br />
pouco menor do que<br />
a safra anterior.<br />
8<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
CENTRO-SUL<br />
Previsões variam bastante<br />
No Centro-Sul do Brasil, as<br />
previsões têm variado bastante.<br />
A Agroconsult estima que<br />
as usinas e destilarias processarão<br />
620 milhões de toneladas<br />
de cana-de-açúcar na safra<br />
<strong>2017</strong>/18. O volume representa<br />
aumento de 2,5% ante o<br />
ciclo 2016/17. Quanto aos<br />
produtos, a consultoria prevê<br />
fabricação de 37,1 milhões de<br />
toneladas de açúcar (+4,1%)<br />
e 25,9 bilhões de litros de etanol<br />
(+1,3%). “A safra é muito<br />
parecida com a de 2016/17”,<br />
disse o sócio-analista da Agroconsult,<br />
Fábio Meneghin.<br />
Para outras consultorias, entretanto,<br />
as perspectivas não<br />
são tão otimistas. Para a Sucden,<br />
a mais conservadora, o<br />
processamento deve ficar em<br />
567 milhões de toneladas<br />
(-5,37%). Já a Datagro, que figura<br />
entre as mais otimistas,<br />
prevê 612 milhões de toneladas<br />
(+2,14%). Considerando<br />
uma média entre as várias projeções<br />
feitas ainda pela Archer<br />
Consulting, Banco Pine e INTL<br />
FCStone, a principal região<br />
produtora do País vai processar<br />
585,76 milhões de toneladas<br />
da matéria-prima, 2,23%<br />
menos.<br />
Pelos mesmos cálculos, a<br />
fabricação de açúcar em<br />
<strong>2017</strong>/18 tende a alcançar<br />
35,50 milhões de toneladas,<br />
incremento de apenas 0,41%<br />
em comparação com o período<br />
anterior. A de etanol, por<br />
sua vez, deve recuar para<br />
24,29 bilhões de litros<br />
(-4,06%), por causa da menor<br />
oferta de cana e do mix mais<br />
açucareiro. Mas "esse cenário<br />
de queda na produção do biocombustível<br />
pode ser alterado<br />
ao longo da safra caso haja aumento<br />
nos preços do barril de<br />
petróleo, o que induziria aumento<br />
na gasolina e, assim,<br />
maior procura pelo biocombustível",<br />
ponderou a INTL<br />
FCStone.<br />
De acordo com Meneghin,<br />
“as chuvas foram boas no período<br />
de primavera e verão (entressafra)”,<br />
disse, referindo-se<br />
ao momento de desenvolvimento<br />
fisiológico dos canaviais.<br />
Ainda segundo ele, o<br />
risco de florescimento das<br />
plantações, fator que reduz a<br />
produtividade, “é bem baixo<br />
neste ano”. Houve, também,<br />
melhora no trato das lavouras.<br />
Mas, apesar disso, a planta<br />
que será colhida em <strong>2017</strong>/18<br />
tende a ser mais velha, devido<br />
à baixa taxa de renovação nas<br />
últimas temporadas. O fator<br />
que puxa para baixo a safra,<br />
com prognósticos pouco favoráveis,<br />
é a baixa taxa de renovação<br />
nos últimos anos e o<br />
envelhecimento do canavial.<br />
Outras consultorias também<br />
apontam as geadas ocorridas,<br />
assim como as irregularidades<br />
nas chuvas em algumas regiões.<br />
Sem cana bisada,<br />
ritmo de colheita<br />
voltou ao normal<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 9
AÇÃO<br />
Relatório de Sustentabilidade<br />
é entregue a autoridades<br />
Ágide Meneguette,<br />
com Cida Borghetti<br />
e Valdir Rossoni<br />
A 6ª edição do documento abrange<br />
a evolução de iniciativas mais<br />
direcionadas aos temas estratégicos<br />
para a Santa Terezinha<br />
DA ASSESSORIA<br />
DE COMUNICAÇÃO<br />
ORelatório de Sustentabilidade<br />
da Usina Santa<br />
Terezinha foi entregue<br />
para autoridades<br />
no início do ano. O superintendente<br />
da Usina Santa Terezinha,<br />
Ágide Meneguette, deu em<br />
mãos o documento para o Chefe<br />
da Casa Civil do Governo do Estado<br />
do <strong>Paraná</strong>, Valdir Rossoni.<br />
Na ocasião, foi destacado o desempenho<br />
da empresa na gestão<br />
para a sustentabilidade.<br />
Celebrado no dia 8 de março,<br />
o Dia Internacional da Mulher<br />
marca a luta pela conquista<br />
de direitos e pela igualdade<br />
de gênero. Cientes da<br />
importância histórica e social<br />
da data, unidades produtivas,<br />
terminal logístico e corporativo<br />
da Usina Santa Terezinha<br />
promoveram atividades com<br />
o objetivo de homenagear e<br />
empoderar colaboradoras,<br />
Em outra oportunidade, Meneguette<br />
também entregou a<br />
publicação para a vice-governadora<br />
Cida Borghetti. O documento<br />
anual abrange a<br />
evolução das iniciativas e as<br />
metas a serem atingidas, com<br />
foco nos impactos econômicos,<br />
sociais e ambientais, das<br />
10 unidades produtivas no <strong>Paraná</strong><br />
e uma greenfield no Mato<br />
Grosso do Sul, Corporativo e<br />
terminais logísticos da empresa.<br />
O Relatório de Sustentabilidade<br />
2015 é a 6ª edição do<br />
documento já publicada pela<br />
empresa. A 1ª edição foi divulgada<br />
em 2010 e, desde<br />
então, o objetivo da Usina<br />
Santa Terezinha tem sido caminhar<br />
para a inclusão de um<br />
maior número de indicadores<br />
sustentáveis em suas operações.<br />
Na edição atual, tem avançado<br />
rumo às diretrizes de<br />
sustentabilidade G4 da organização<br />
holandesa GRI (Global<br />
Reporting Initiative) e os Princípios<br />
do Pacto Global e Metas<br />
do Milênio, ambas iniciativas<br />
da ONU (Organização das Nações<br />
Unidas).<br />
Durante o ano de 2015, os<br />
temas considerados materiais<br />
e estratégicos foram identificados<br />
por meio de um processo<br />
de materialidade, como<br />
encontros com públicos interno<br />
e externo. O desenvolvimento<br />
desse processo foi<br />
planejado para contemplar os<br />
próximos anos de gestão para<br />
a sustentabilidade na usina.<br />
O conteúdo do relatório é<br />
aliado a quatro temas do Pacto<br />
Global: direitos humanos, trabalho,<br />
meio ambiente e combate<br />
à corrupção. Há quatro<br />
anos, o documento se tornou<br />
também uma COP (Comunicação<br />
de Progresso), a qual<br />
possui, pelo segundo ano<br />
consecutivo, o status nível<br />
ativo. No relato, as Metas do<br />
Milênio vem ao encontro com<br />
a transição dos ODM (Objetivos<br />
de Desenvolvimento do<br />
Milênio) para os ODS (Objetivos<br />
de Desenvolvimento Sustentável).<br />
Os relatórios digitais de sustentabilidade<br />
da Usina Santa<br />
Terezinha (2010 a 2015) foram<br />
acessados mais de 51 mil<br />
vezes durante o período de<br />
seis anos, por meio do site<br />
www.usacucar.com.br. E o relatório<br />
2015 teve leitores de 55<br />
países diferentes, sendo os<br />
com maior número de visitantes:<br />
Brasil, Estados Unidos da<br />
América, Índia e Reino Unido.<br />
O exemplar também foi entregue<br />
na Biblioteca Lamartine<br />
Navarro Junior, da Udop<br />
(União dos Produtores de<br />
Bioenergia), em Araçatuba<br />
(SP), possibilitando a consulta<br />
do material impresso pela comunidade.<br />
Colaboradoras são homenageadas no Dia da Mulher<br />
como tem feito há anos.<br />
No Corporativo, em Maringá,<br />
foi realizada a palestra<br />
‘Saúde Mental e Estresse’,<br />
com a psicóloga da Unimed<br />
Maringá, Mayra Kloster Scorsato,<br />
e teve ainda uma apresentação<br />
e bate papo sobre a<br />
origem e as conquistas do Dia<br />
Internacional da Mulher. A relevância<br />
e importância histórica<br />
da data também foi o<br />
tema da palestra ministrada<br />
pela analista de desenvolvimento<br />
de recursos humanos<br />
da empresa, Edimeire Trombeli,<br />
que conversou com as<br />
colaboradoras do Terminal<br />
Logístico.<br />
Na Unidade Iguatemi, as<br />
mulheres participaram de dinâmicas<br />
em grupos e de uma<br />
palestra com a chefe da destilaria<br />
da usina, Ediele de Souza<br />
Menezes, que falou sobre<br />
a tomada de decisão e o desenvolvimento<br />
pessoal, profissional<br />
e social da mulher.<br />
Em Paranacity, a comemoração<br />
foi organizada em pareceria<br />
com o Sindicato dos<br />
Trabalhadores Rurais e realizada<br />
na Afusa (Associação<br />
dos Funcionários da Usina<br />
Santa Terezinha). Começou<br />
com um café da manhã e se<br />
encerrou com o almoço e o<br />
sorteio de brindes.<br />
Durante uma manhã de atividades,<br />
as colaboradoras<br />
participaram de três palestras:<br />
“Violência Contra a Mulher”,<br />
com a sargento Cristiane,<br />
da Polícia Militar;<br />
10<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
“Mulher Atual”, com a<br />
advogada Franciely da<br />
Silva; e o “Significado do Dia<br />
Internacional da Mulher e Os<br />
Direitos das Mulheres no Brasil”,<br />
com a professora doutora<br />
da Universidade Estadual<br />
do <strong>Paraná</strong>, coordenadora dos<br />
Núcleos de Educação para<br />
Relações de Gênero do campus<br />
de Paranavaí, Maria Inez<br />
Barboza Marques.<br />
Na Unidade Ivaté, as atividades<br />
foram realizadas em<br />
parceria com o curso superior<br />
de Tecnologia em Estética<br />
e Cosmética da Unipar (Universidade<br />
Paranaense), campus<br />
de Umuarama. As colaboradoras<br />
participaram de<br />
uma palestra sobre a importância<br />
da proteção solar e da<br />
saúde da pele, ministrada<br />
pela professora mestre Elizabeti<br />
de Matos Massambani, e<br />
também puderam aproveitar<br />
sessões de massagem relaxante.<br />
Nas unidades Rondon, Tapejara,<br />
Usina Goioerê, Costa<br />
Bioenergia e Usina Rio <strong>Paraná</strong>,<br />
as colaboradoras foram<br />
lembradas da força feminina<br />
da empresa com a distribuição<br />
de brindes, cartões e almoços<br />
comemorativos.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11
DIA DE CAMPO<br />
Potencial de clones RB chama atenção<br />
UFPR mostra resultados de trabalho<br />
e participantes avaliam desempenho<br />
de materiais que devem ser<br />
disponibilizados em breve para<br />
as usinas do PR<br />
MARLY AIRES<br />
Com o objetivo de<br />
acompanhar os resultados<br />
dos trabalhos<br />
de pesquisa<br />
desenvolvidos em cana-deaçúcar,<br />
cerca de 130 profissionais<br />
das 25 usinas e destilarias<br />
paranaenses, além de<br />
pesquisadores e professores,<br />
participaram do tradicional<br />
Dia de Campo do Programa<br />
de Melhoramento Genético da<br />
Cana-de-Açúcar da Universidade<br />
Federal do <strong>Paraná</strong><br />
(PMGCA/UFPR), ligada a Rede<br />
Interuniversitária para Desenvolvimento<br />
do Setor Sucroenergético<br />
(Ridesa).<br />
O evento foi realizado nos<br />
dias 22 e 23 de março, na Estação<br />
Experimental de Paranavaí,<br />
e além de acompanhar<br />
várias palestras, os participantes<br />
puderam avaliar o desempenho<br />
de diversos clones<br />
promissores já em Fase Experimental<br />
(FE) das séries<br />
RB04, RB05, RB06, RB07,<br />
RB08, do programa tradicional<br />
de melhoramento, em que<br />
um clone necessitava de doze<br />
anos para ser liberado; e dos<br />
clones potenciais das séries<br />
RB10, RB11, RB12 e RB13,<br />
selecionados pelo Sistema<br />
Tapetinho, criado pelo<br />
PMGCA/UFPR e, que com<br />
quatro a sete anos, já estão<br />
em fase de experimentação.<br />
De um modo geral, os diversos<br />
materiais RB precoces,<br />
médios e tardios e com<br />
indicação para os vários ambientes<br />
de produção, têm se<br />
destacado em produtividade,<br />
riqueza de açúcar e sanidade,<br />
entre outras características<br />
desejáveis, chamando a<br />
atenção de todos os participantes.<br />
Foram apresentados ainda<br />
clones potenciais destinados<br />
à produção de biomassa, que<br />
Evento foi nos dias 22 e 23 de março, na Estação Experimental de Paranavaí<br />
vêm obtendo excelentes resultados<br />
nos experimentos.<br />
São materiais mais rústicos,<br />
ideais para ambientes mais<br />
restritivos, com um sistema<br />
radicular mais agressivo,<br />
maior longevidade e alta produtividade,<br />
chegando a 270 a<br />
300 toneladas por hectare,<br />
sendo apontados como uma<br />
opção para colheita no início<br />
ou final da safra.<br />
Segundo o professor titular<br />
Edelclaiton Daros, o grande<br />
desafio do momento é produzir<br />
não só uma cana rica<br />
em açúcar, mas também em<br />
fibra, dado o interesse crescente<br />
pela produção de biomassa<br />
da cana, para geração<br />
de energia e obtenção<br />
de etanol de segunda geração.<br />
As pesquisas com a<br />
cana energia são desenvolvidas<br />
na Estação Experimental<br />
da UFPR, em Paranavaí,<br />
desde 2010.<br />
Destacado como modelo<br />
dentro da Ridesa, o PMGCA/<br />
UFPR só se tornou possível<br />
Sem compactação,<br />
raiz vai longe<br />
graças à parceria com o setor<br />
sucroenergético, que permitiu<br />
avaliar os materiais em sete<br />
diferentes ambientes de seleção,<br />
à capacidade de pesquisa<br />
da equipe e à participação<br />
de todos, ressaltou<br />
Daros. Além das duas Estações<br />
Experimentais de Bandeirantes<br />
e Paranavaí, há mais<br />
cinco subestações, somando<br />
cerca de 500 hectares para<br />
pesquisa, nas usinas de Alto<br />
Alegre, Santa Terezinha/Iguatemi/Ivaté,<br />
Bandeirantes e<br />
Melhoramentos.<br />
Objetivo é avaliar a relação do sistema<br />
radicular com a parte aérea da planta<br />
Um experimento que está<br />
sendo feito no Laboratório de<br />
Rizotron, na Estação Experimental<br />
de Paranavaí, que avalia<br />
o comportamento do<br />
sistema radicular das espécies<br />
Saccharum SPP, Saccharum<br />
Robustum e os<br />
clones oriundos destes cruzamentos,<br />
chamados de biomassa<br />
tipo I, além de variedades<br />
liberadas, chamou a<br />
atenção dos participantes do<br />
evento pelo tamanho das raízes,<br />
que já superaram os 2,2<br />
metros.<br />
“O normal é a raiz da cana<br />
se desenvolver em profundidade<br />
e não ficar restrita nos<br />
primeiros 20 cm. Se isto<br />
ocorrer nas lavouras é porque<br />
o solo está com problemas,<br />
provavelmente compactado”,<br />
afirmou o professor<br />
titular da UFPR, Edelclaiton<br />
Daros.<br />
O trabalho começou em<br />
junho do ano passado e deve<br />
ser conduzido por cinco cortes.<br />
O objetivo é avaliar a relação<br />
do sistema radicular<br />
com a parte aérea da planta<br />
das diferentes espécies de<br />
cana e dos seus cruzamentos<br />
e estudar a capacidade<br />
de a planta emitir raiz.<br />
“A cada corte da cana-deaçúcar<br />
se forma um novo sistema<br />
radicular. É espetacular<br />
o volume de matéria orgânica<br />
que a cana deixa no solo, jogando<br />
em profundidade. Se a<br />
raiz se desenvolver corretamente,<br />
sem impedimento no<br />
solo, é impossível o arranquio<br />
de soqueira”, ressaltou.<br />
12<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
DIA DE CAMPO<br />
Plantio na época certa dá melhor resultado<br />
É preciso manejar de maneira a aproveitar as condições ideais do tempo para<br />
crescer fortemente no período inicial, com reflexos positivos em todo o ciclo<br />
Atualmente, por conta de<br />
uma série de situações e dificuldades,<br />
planta-se cana-deaçúcar<br />
praticamente o ano todo,<br />
mesmo fora do período<br />
recomendado como ideal.<br />
Para avaliar a influência do<br />
plantio feito na época não<br />
ideal, o agrometeorologista<br />
Renã Araújo, doutorando na<br />
área de Produção Vegetal/<br />
Agronomia pela UFPR, analisou<br />
os dados de um trabalho<br />
de pesquisa instalado na Estação<br />
Experimental de Paranavaí.<br />
O agrometeorologista diz<br />
que foi possível observar uma<br />
grande diferença no desenvolvimento<br />
das lavouras plantadas<br />
fora do período ideal,<br />
que varia dependendo da maturação<br />
de cada material. Há<br />
duas épocas de plantio: as<br />
plantadas de fevereiro a abril,<br />
as canas de ano e meio, e as<br />
plantadas de setembro a novembro,<br />
as chamadas cana<br />
de ano.<br />
Uma área demonstrativa<br />
montada na Estação Experimental<br />
de Paranavaí, com trabalho<br />
mostrando diferentes<br />
profundidades de plantio e altura<br />
de cobrição do tolete - 5<br />
cm, 10, 20 e 30 cm -, aponta<br />
como estes fatores influem<br />
fortemente na germinação da<br />
planta, no seu desenvolvimento,<br />
no número de perfilhos e<br />
“É preciso evitar o período<br />
de maio a agosto, onde o<br />
clima não é propício para o<br />
desenvolvimento inicial da<br />
cana”, afirma Edelclaiton Daros,<br />
professor titular da UFPR.<br />
Ele explica que nestes meses,<br />
normalmente, há falta de chuvas<br />
e a temperatura e radiação<br />
não são as ideais para a<br />
cana crescer.<br />
Afora a perda de rendimento<br />
que naturalmente<br />
ocorre, a demora na germinação<br />
da planta e no seu desenvolvimento,<br />
até o fechamento<br />
da lavoura, torna as plantas<br />
na produtividade da lavoura.<br />
“Houve uma variação de 15<br />
para 33 perfilhos só considerando<br />
o efeito da camada de<br />
terra em cima do tolete e a diferença<br />
no desenvolvimento é<br />
visível. É preciso rever o desenho<br />
do sulco de plantio,<br />
feito de forma profunda e que<br />
compromete o perfilhamento<br />
mais suscetíveis ao ataque de<br />
pragas e doenças, além do<br />
mato-competição.<br />
O resultado, ressalta Daros,<br />
são reduções acentuadas na<br />
produtividade da lavoura já no<br />
primeiro ano, e que podem ser<br />
potencializadas na cana soca,<br />
da cana”, afirma o engenheiro<br />
agrônomo e professor doutor<br />
da UFPR, Heroldo Weber.<br />
Normalmente, as usinas<br />
plantam com 20 a 30 centímetros<br />
de profundidade de<br />
cobrição. Isso faz com que a<br />
planta demore a germinar e a<br />
perfilhar, com prejuízo enorme<br />
para a cana-planta.<br />
diminuindo consideravelmente<br />
a média geral e antecipando a<br />
reforma do canavial. “É preciso<br />
manejar de maneira a<br />
aproveitar as condições ideais<br />
do tempo para crescer fortemente<br />
neste período inicial,<br />
com reflexos positivos em<br />
todo o ciclo”, finaliza.<br />
Sulco deve ser raso e de base reta<br />
Altura de cobrição<br />
do tolete deve ser<br />
de cinco a 10<br />
centímetros<br />
A recomendação, diz Weber,<br />
é fazer o plantio com<br />
cinco a 10 centímetros de<br />
profundidade, com sulco raso<br />
de base reta, e fazer um<br />
bom manejo de solo, diminuindo<br />
a compactação. “É<br />
assustador o impacto da<br />
mecanização do solo e as<br />
operações de preparo e subsolagem<br />
não atendem a necessidade”,<br />
alerta. O professor<br />
doutor acrescenta que<br />
se for feito um plantio raso,<br />
com bom manejo de solo,<br />
que permita que a raiz da<br />
cana se desenvolva normalmente,<br />
o produtor não terá<br />
problema com arranquio da<br />
cana na colheita. “Só arranca<br />
se não tiver sistema radicular”.<br />
14<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Clima não ajudou<br />
Em oito dos 12 meses do ano passado, as condições climáticas na região<br />
canavieira do <strong>Paraná</strong> não foram propícias para o desenvolvimento da cana<br />
Em 2016, em oito dos 12<br />
meses do ano, as condições<br />
climáticas na região canavieira<br />
do Noroeste do <strong>Paraná</strong>,<br />
considerando temperatura,<br />
radiação e balanço hídrico,<br />
não foram propícias<br />
para o desenvolvimento da<br />
cana-de-açúcar. Isso além<br />
de boa parte da área de<br />
cana-de-açúcar ser cultivada<br />
em solos de baixa<br />
fertilidade, dos problemas<br />
de compactação crescentes<br />
e do canavial estar envelhecido.<br />
O resultado desse<br />
cenário foram as baixas<br />
produtividades alcançadas<br />
na última safra, 2016/<br />
17, as menores dos últimos<br />
anos.<br />
Segundo o agrometeorologista<br />
Renã Araújo, doutorando<br />
na área de Produção Vegetal/Agronomia<br />
pela UFPR,<br />
no início de 2016, ainda sob<br />
influência do El Niño, houve<br />
um excesso de chuva na região,<br />
mas faltaram radiação<br />
e temperatura propícias. Na<br />
maior parte do segundo semestre,<br />
teve luz e temperatura,<br />
mas as chuvas acabaram<br />
ficando abaixo do<br />
ideal, além de ser distribuída<br />
de forma irregular.<br />
Renã diz que a temperatura<br />
ideal para garantir um bom<br />
desenvolvimento da cultura<br />
da cana-de-açúcar é acima<br />
de 21ºC. Abaixo disso, o desenvolvimento<br />
é dificultado.<br />
Em 2016, só 31% dos dias<br />
no período de outono ficaram<br />
neste patamar, 42% dos dias<br />
de inverno, 85% na primavera<br />
e 100% no verão.<br />
Já na faixa entre 15ºC e<br />
21ºC, que não é uma temperatura<br />
ideal para o desenvolvimento<br />
da cana, 54% dos<br />
dias de outono ficaram nesta<br />
média, 48% dos dias de inverno<br />
e 15% da primavera.<br />
Do número total no ano, entretanto,<br />
15% dos dias de outono<br />
e 10% dos de inverno<br />
ficaram abaixo dos 15ºC,<br />
quando o crescimento da<br />
cana paralisa totalmente.<br />
No caso da radiação solar,<br />
a situação não foi muito diferente<br />
em 2016. A luz solar é<br />
fundamental para o desenvolvimento<br />
da cana e o ideal é<br />
que esta permaneça acima de<br />
18 MegaJoules por dia (MJ<br />
dia-1). Abaixo disso, o crescimento<br />
da cana-de-açúcar é<br />
prejudicado. Entretanto, a radiação<br />
medida na Estação<br />
Experimental de Paranavaí<br />
apontou que somente 60%<br />
dos dias no verão ficaram no<br />
patamar ideal, número que na<br />
primavera foi de 70%, no outono,<br />
22%, e no inverno,<br />
35%.<br />
Em dias nublados, há<br />
pouca ou nenhuma radiação,<br />
dependendo das nuvens existentes,<br />
diminuindo sensivelmente<br />
o ritmo de crescimento<br />
ou zerando. Os dias com radiação<br />
em torno de 10 a 18<br />
MJ foram 32% do total no<br />
verão, 52% no outono, 47%<br />
no inverno e 21% na primavera.<br />
A condição pior de radiação,<br />
abaixo de 10 MJ,<br />
ainda foi registrada em 8%<br />
dos dias de verão, 26% do<br />
outono, 18% do inverno e<br />
10% da primavera.<br />
Em dias nublados,<br />
há pouca ou nenhuma<br />
radiação, diminuindo<br />
o ritmo de crescimento<br />
ou zerando<br />
Produto biológico<br />
Com a proposta de auxiliar no<br />
controle de pragas, dentro do sistema<br />
de manejo integrado da lavoura,<br />
a empresa Openeem desenvolveu<br />
na Estação Experimental<br />
de Paranavaí experimentos com<br />
um produto biológico, ainda em<br />
fase de registro, para controle da<br />
broca da cana e de nematoide, via<br />
tratamento dos toletes e aplicação<br />
foliar, com resultados visíveis no<br />
desenvolvimento da planta.<br />
O produto tem também efeito<br />
bioestimulante e fitotônico que estimula<br />
o processo metabólico,<br />
melhora o enraizamento e torna a<br />
planta mais resistente. O produto<br />
é feito a partir de neem, árvore de<br />
origem indiana, de uso milenar, de<br />
onde são extraídos mais de 140<br />
compostos. O portifólio da empresa<br />
possui produtos voltados<br />
para agricultura, pecuária, linha pet<br />
e humana.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 15
DIA DE CAMPO<br />
Uso de fungicida fará parte de manejo<br />
Trabalhos mostram que todas<br />
variedades respondem com maior<br />
produtividade onde foi usado<br />
produto, devido ao controle de<br />
doenças de final de ciclo<br />
“Não há como escapar. Em<br />
algum momento as usinas<br />
terão que usar fungicida”. A<br />
afirmação foi feita pelo professor<br />
titular da UFPR, Edelclaiton<br />
Daros durante o Dia de Campo<br />
do Programa de Melhoramento<br />
Genético da Cana-de-Açúcar<br />
da UFPR, citando o que ocorreu<br />
no caso das culturas de<br />
soja e milho. Há algum tempo<br />
nenhum produtor de soja ou<br />
milho se imaginava aplicando<br />
fungicida. Hoje não veem como<br />
não aplicar.<br />
“Há materiais excelentes,<br />
que poderiam ter uma área<br />
significativa de plantio, mas,<br />
que foram perdidos por causa<br />
da ferrugem marrom ou alaranjada.<br />
Da mesma forma, há<br />
variedades representativas que<br />
hoje convivem bem com a doença,<br />
mas que em ano favorável<br />
à ferrugem, podem ter<br />
problemas”, afirma.<br />
A grande preocupação, cita<br />
Daros, é que no Brasil não há<br />
um programa de pesquisa de<br />
fitopatologia em cana-de-açúcar.<br />
Só pesquisa com obtenção<br />
de variedade. “Em todo o<br />
país há poucos fitopatologistas<br />
que trabalham exclusivamente<br />
com a cultura da cana e não<br />
está havendo renovação. Os<br />
que estão chegando vão levar<br />
alguns anos para conhecer as<br />
características da cultura. Isso<br />
é preocupante. Não temos um<br />
programa nacional de pesquisa<br />
e o resultado são trabalhos<br />
isolados e, ás vezes, sem<br />
continuidade. A doença não<br />
espera”, alerta.<br />
Segundo Daros, toda conjuntura<br />
existente deve levar as<br />
usinas a aplicarem fungicida.<br />
“Vamos ter que aprender a<br />
conviver com a doença. E se<br />
as variedades mais plantadas<br />
desenvolverem susceptibilidade?”,<br />
questiona, recomendando<br />
que os profissionais das<br />
usinas comecem aplicando<br />
fungicida em pequenos talhões,<br />
para aprender a lidar<br />
com o problema.<br />
Com esses trabalhos seria<br />
possível também avaliar o custo<br />
benefício. “O uso do fungicida<br />
pode acabar controlando<br />
outras doenças de final de<br />
ciclo, resultando em ganhos<br />
de produtividade ainda maiores.<br />
Há mais de 40 fungos na<br />
natureza que podem estar reduzindo<br />
a produtividade e o<br />
produtor nem se dá conta disso”,<br />
explica o professor.<br />
Em períodos mais secos,<br />
como no ano passado, a aplicação<br />
de fungicida pode fazer<br />
pouca ou nenhuma diferença,<br />
mesmo no caso de variedades<br />
mais sucessíveis. Como ocorreu<br />
no trabalho feito na Estação<br />
Experimental de Paranavaí,<br />
com as 30 variedades mais<br />
plantadas ao longo dos anos<br />
Tapetinho multiplica resultados<br />
Edelclaiton Daros: aprender a conviver com a ferrugem<br />
desde a década de 1970. Onde<br />
aplicou fungicida, os resultados<br />
foram semelhantes aos de<br />
onde não aplicou.<br />
“Mas se o ano for propício à<br />
ferrugem, a situação pode fugir<br />
ao controle. Outros trabalhos<br />
mostraram que todas as<br />
variedades responderam com<br />
acréscimo de produtividade<br />
onde foi usado fungicida, devido<br />
ao controle de doenças de<br />
final de ciclo”, complementa<br />
Daros.<br />
Se fosse adotado ainda o<br />
sistema tradicional de seleção<br />
de variedades no programa<br />
de melhoramento de<br />
cana-de-açúcar, o professor<br />
doutor Heroldo Weber, que<br />
conduz o trabalho na Estação<br />
Experimental de Paranavaí,<br />
diz que seriam necessários<br />
mais de 500 hectares para<br />
plantar de forma experimental<br />
o que está sendo feito<br />
hoje, em uma pequena área,<br />
com o método de seleção<br />
simplificada conhecido como<br />
tapetinho.<br />
Fruto da tese de doutoramento<br />
de José Luiz Tavares<br />
de Mello, da Universidade Federal<br />
Rural de Pernambuco,<br />
na época orientando do professor<br />
titular Edelclaiton Daros,<br />
da UFPR, o trabalho<br />
começou em 2010, com o<br />
uso de 800 mil seedlings da<br />
série RB10 e desses foram<br />
selecionados oito materiais<br />
que estão sendo testados<br />
nas unidades desde 2014. A<br />
partir de 2015, se consolidou<br />
como o único sistema de seleção<br />
de cana-de-açúcar utilizado<br />
pela UFPR, com as<br />
séries iniciando hoje com 6<br />
milhões de seedlings. O sistema<br />
passou a ser adotado<br />
também por boa parte das<br />
universidades que participam<br />
da Ridesa.<br />
Além de diminuir a área necessária,<br />
facilitar e simplificar<br />
a seleção e eliminar várias<br />
etapas do trabalho, reduzindo<br />
custos, o método ainda diminui<br />
o tempo normal de pesquisa<br />
para se lançar uma<br />
variedade nova de cana, de<br />
13 anos para seis a oito,<br />
além de aumentar a eficiência,<br />
usando uma quantidade<br />
maior de sementes, e diminuir<br />
o risco de perder bons<br />
materiais, explicou Weber. O<br />
sistema considera que quanto<br />
mais cruzamentos, maior<br />
a chance de obter bons materiais<br />
e que os melhores já<br />
demonstram seu potencial<br />
desde o início.<br />
16<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Adubação precisa ser revista<br />
Faltam pesquisas específicas para os ambientes de produção de<br />
cana-de-açúcar no <strong>Paraná</strong> e adequadas ao atual padrão das variedades<br />
“Não adianta ter variedades<br />
com alto potencial produtivo,<br />
sem um manejo correspondente.<br />
O padrão das variedades<br />
desde o inicio do programa<br />
mudou muito, mas a<br />
adubação continua sendo<br />
praticamente a mesma. E o<br />
pior, as pesquisas existentes<br />
foram desenvolvidas para outros<br />
tipos de ambientes de<br />
produção. O <strong>Paraná</strong> precisa<br />
rediscutir a adubação do canavial<br />
e desenvolver um projeto<br />
específico para o Estado”.<br />
A afirmação é do engenheiro<br />
agrônomo e professor<br />
doutor da UFPR, Heroldo<br />
Weber.<br />
O agrônomo ressalta que<br />
faltam pesquisas sobre adubação<br />
específica para a canade-açúcar<br />
nas condições do<br />
<strong>Paraná</strong>. As recomendações<br />
feitas no Estado usam as tabelas<br />
elaboradas para a realidade<br />
do estado de São Paulo<br />
e feitas há muitos anos. “Hoje<br />
se trabalha com materiais<br />
completamente diferentes,<br />
mais produtivos e exigentes<br />
Presente ao Dia de Campo<br />
do Programa de Melhoramento<br />
Genético de Cana-de-<br />
Açúcar da UFPR, a equipe<br />
técnica da empresa Adama<br />
falou sobre os benefícios<br />
que sua linha de produtos<br />
pode oferecer e sobre os<br />
serviços que oferece para as<br />
empresas parceiras.<br />
em adubação. E temos condições<br />
de solo e clima que<br />
precisam ser considerados,<br />
especialmente nas regiões de<br />
arenito, onde os níveis de<br />
matéria orgânica são muito<br />
baixos e as plantas dependem<br />
da adubação feita”.<br />
Mostrando que uma boa<br />
adubação faz toda diferença,<br />
Weber montou alguns trabalhos<br />
na Estação Experimental<br />
de Paranavaí. Fez o plantio de<br />
uma parcela sem adubação e<br />
outras com volumes diferentes<br />
de adubo, inclusive o que<br />
normalmente é feito no Estado,<br />
cerca de 80 kg por hectare<br />
de nitrogênio e 130 kg de<br />
potássio. “Os melhores resultados<br />
foram obtidos com 120<br />
kg de nitrogênio e 120 kg de<br />
potássio por hectare”, afirma.<br />
A cana também teve excelentes<br />
resultados com adubações<br />
feitas com gesso, cálcio,<br />
magnésio e enxofre (os<br />
solos do <strong>Paraná</strong> são pobres<br />
neste nutriente), especialmente<br />
o arenito. Weber fez<br />
Dentre os produtos o destaque<br />
foi para o nematicida<br />
Nimitz, que vem sendo testado<br />
em campos demonstrativos<br />
nas usinas paranaenses.<br />
Segundo os técnicos<br />
da Adama, produto<br />
mostrou diferencial em relação<br />
à testemunha e concorrentes,<br />
com resultados<br />
maiores em termos de produtividade<br />
na cana planta e<br />
na cana soca. O nematicida<br />
age exclusivamente no nematoide,<br />
sendo seguro, menos<br />
tóxico que os existentes<br />
no mercado, controlando em<br />
todas as fases de desenvolvimento<br />
do inseto. A meia<br />
vida do produto no solo é de<br />
60 a 90 dias e não deixa resíduo<br />
na planta.<br />
Outro produto apresentado,<br />
o bioestimulante de terceira<br />
geração, Expert Grow,<br />
é usado no plantio para<br />
calagem no plantio e na terceira<br />
soca usou 500 kg de<br />
calcário e 250 kg de gesso<br />
por hectare como adubo, na<br />
linha de cana.<br />
“O custo de implantação da<br />
lavoura é alto e normalmente<br />
a usina só passa a ter retorno<br />
a partir do terceiro ou quarto<br />
corte. Esta adubação permite<br />
que a cana soca dê um salto<br />
arranque mais rápido, crescimento<br />
das raízes e melhor<br />
perfilhamento. Produto<br />
natural, favorece ganhos<br />
constantes de produtividade.<br />
em produtividade e tenha<br />
mais três cortes no mínimo”,<br />
diz, ressaltando que bem nutrida,<br />
a cana tem longevidade.<br />
Caso contrário, tem que renovar<br />
a cada três ou quatro<br />
anos. “São experimentos que<br />
mostram que muita coisa tem<br />
que mudar, mas é preciso<br />
que sejam feitas mais pesquisa<br />
para validar”, complementa.<br />
Adama mostra produtos e serviços<br />
A equipe também falou<br />
sobre os serviços oferecidos<br />
como o de captura de imagens<br />
em alta definição dos<br />
talhões de cana-de-açúcar<br />
através de Vants (veículos<br />
aéreos não tripulados), para<br />
identificação de áreas com<br />
falhas de plantio, plantas daninhas<br />
e solo exposto. Relatórios<br />
detalhados permitem<br />
correções pontuais e aumento<br />
de produtividade.<br />
Outro serviço é o de instalação<br />
de uma estação meteorológica<br />
na propriedade<br />
das empresas visando coletar<br />
e armazenar os dados<br />
históricos de precipitação de<br />
chuvas e de temperatura,<br />
dando maior precisão às<br />
previsões e facilitando a tomada<br />
de decisão.<br />
A Adama ainda oferece<br />
aos clientes um aplicativo<br />
para smartphones e tabletes,<br />
que conta com um<br />
amplo banco de fotos e informações<br />
referentes às<br />
Heroldo Weber:<br />
experimentos<br />
mostram que<br />
muita coisa<br />
tem que mudar<br />
principais doenças, plantas<br />
daninhas e pragas que atacam<br />
as lavouras brasileiras,<br />
além da possibilidade de<br />
interação com os agrônomos<br />
da empresa.<br />
Outro aplicativo oferecido<br />
simplifica a recomendação<br />
de herbicidas em cana,<br />
combinando condições específicas<br />
de cada talhão para<br />
gerar a melhor recomendação<br />
de produtos, fazendo<br />
ainda um gerenciamento e<br />
controle do histórico de produtos<br />
aplicados e avaliação<br />
da eficiência de aplicações.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 17
DOIS<br />
PONTOS<br />
Inoculação<br />
A interação entre os microrganismos<br />
da raiz da cana<br />
e bactérias promotoras<br />
do crescimento da planta<br />
pode garantir maior eficiência<br />
às lavouras. Em solos<br />
férteis, tal interação teve resultado<br />
ainda melhor do que<br />
a adubação nitrogenada, comumente<br />
usada em lavouras<br />
de cana. É o que foi constatado<br />
na pesquisa apresentada<br />
por Eiko Kuramae, do<br />
Netherlands Institute of Ecology,<br />
e Adriana Silveira, do<br />
Instituto Agronômico (IAC),<br />
no Biobased Economy<br />
Workshop, realizado no auditório<br />
da FAPESP, em São<br />
Paulo, no início de abril.<br />
Eficiência<br />
energética<br />
O etanol brasileiro pode<br />
representar solução muito<br />
mais rápida, eficiente, economicamente<br />
viável e amigável<br />
ao meio ambiente do<br />
que a eletrificação dos veículos<br />
para reduzir consumo<br />
de combustíveis fósseis e<br />
suas emissões de poluentes<br />
e gases de efeito estufa,<br />
o CO 2 . É o que propõe a Associação<br />
Brasileira de Engenharia<br />
Automotiva, a<br />
AEA, no documento Eficiência<br />
Energética Sustentável,<br />
anexado como contribuição<br />
oficial da entidade<br />
à consulta pública aberta<br />
pelo Ministério das Minas e<br />
Energia para estabelecer<br />
objetivos, valores e diretrizes<br />
estratégicas do programa<br />
RenovaBio.<br />
O endividamento total do<br />
setor sucroenergético brasileiro<br />
atingia, no fim de fevereiro,<br />
R$ 86,13 bilhões, de<br />
Uma pesquisa desenvolvida<br />
pela Universidade Federal de<br />
São Carlos (UFSCar) desde<br />
2009 avalia alternativas para<br />
aumentar a produção de etanol.<br />
Foram identificados quatro<br />
fungos (leveduras), usados na<br />
fabricação, capazes de suportar<br />
temperaturas mais altas,<br />
acima dos 40 graus, que podem<br />
tornar o processo mais<br />
eficiente. Com mais oferta no<br />
mercado e a padronização do<br />
processo, a tendência é que<br />
Pesquisa<br />
os preços caiam. Como os<br />
tanques de fermentação trabalham<br />
entre 30 e 33 graus,<br />
isso permite reduzir os custos<br />
porque serão usados menos<br />
equipamentos para resfriar e<br />
com temperaturas mais elevadas,<br />
as leveduras consideradas<br />
ruins não conseguem sobreviver.<br />
Outra vantagem<br />
apontada pela pesquisa é que<br />
o tempo de produção deve<br />
ser otimizado, de oito horas<br />
para seis.<br />
Nos canaviais no Brasil é comum a aplicação de reguladores<br />
de crescimento ou maturadores químicos, análogos<br />
aos hormônios vegetais, com o objetivo de acelerar e<br />
aumentar o acúmulo de sacarose e inibir o florescimento<br />
da planta para prolongar os períodos de colheita e moagem<br />
e, dessa forma, aumentar a produtividade e os ganhos<br />
econômicos. Pesquisadores do Instituto de Biologia da<br />
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Instituto<br />
Agronômico (IAC) e do Instituto de Química da Universidade<br />
de São Paulo (IQ-USP), desvendaram como um<br />
desses hormônios age em nível molecular na cana, contribuindo<br />
para aumentar o armazenamento de sacarose na<br />
planta. Isso facilitará manipulações futuras por engenharia<br />
genética para se desenvolver uma variedade de cana que<br />
acumule mais açúcar.<br />
Dívida<br />
acordo com cálculos da Archer<br />
Consulting. O montante<br />
é 5,95% inferior ante o registrado<br />
em igual momento do<br />
Hormônio<br />
ano passado. A principal<br />
razão para essa queda é a valorização<br />
do real frente ao<br />
dólar.<br />
Preços médios<br />
O setor sucroalcooleiro encerra<br />
a safra 2016/17 com<br />
preços médios reais superiores<br />
aos da temporada anterior,<br />
segundo o Cepea (Centro<br />
de Estudos Avançados<br />
em Economia Aplicada), da<br />
Esalq/USP. Para o açúcar<br />
cristal, a média no mercado<br />
paulista foi a maior desde a<br />
safra 2012/13, R$ 87,28/<br />
Exportação<br />
Foram exportadas 28,29<br />
milhões de toneladas de açúcar<br />
entre abril/16 e março/<br />
17, volume 14,6% maior que<br />
o da temporada anterior, segundo<br />
dados da Secex. E a<br />
receita obtida com a exportação<br />
foi de US$ 11,06 bilhões,<br />
aumento de 47%. Já os embarques<br />
brasileiros de etanol<br />
saca de 50 kg, 25,5% acima<br />
da registrada na temporada<br />
anterior. Os preços médios<br />
dos etanóis também superaram<br />
os da temporada anterior,<br />
mesmo com a menor<br />
demanda (interna e externa):<br />
o hidratado teve média de R$<br />
1,6601/litro (1% a mais) e o<br />
anidro, R$ 1,8442/l (aumento<br />
de 2%).<br />
Importação<br />
A importação de etanol<br />
pelo Brasil disparou<br />
268,27% em março na comparação<br />
com igual período<br />
do ano passado, para<br />
236,66 milhões de kg, ou<br />
praticamente 300 milhões de<br />
litros. No primeiro trimestre,<br />
as compras externas do biocombustível,<br />
vindo principalmente<br />
dos Estados Unidos,<br />
alcançaram 580,18 milhões<br />
de kg, aumento de 413,38%<br />
e equivalente a 735,33 milhões<br />
de litros. A importação<br />
de etanol totalizou desembolso<br />
de US$ 148,78 milhões<br />
em março, avanço de<br />
320,57% ante os US$ 35,37<br />
milhões de um ano atrás. No<br />
acumulado de <strong>2017</strong>, o montante<br />
atinge US$ 364,27 milhões,<br />
frente US$ 63,06 milhões<br />
no primeiro trimestre<br />
de 2016, aumento de<br />
477,65%.<br />
(anidro e hidratado) somaram<br />
1,36 bilhão de litros no<br />
período, queda de 36,9% em<br />
relação a temporada anterior.<br />
A receita foi de US$ 727<br />
milhões no acumulado da<br />
safra, recuo de 27,4%. O<br />
principal importador do produto<br />
nacional foram os Estados<br />
Unidos.<br />
18<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Menor ociosidade<br />
Enlonamento<br />
Uma determinação do<br />
Conselho Nacional de Trânsito<br />
(Contran), que exige a<br />
instalação de lonas nas carretas<br />
que transportam cana-de-açúcar<br />
nas rodovias<br />
estaduais e federais, é alvo<br />
de críticas por parte das usinas.<br />
O setor argumenta que<br />
os gastos são um ônus desnecessário<br />
para a produção<br />
Situação<br />
Depois de ser adiada duas vezes desde 2013, a pedido<br />
do próprio setor, a exigência do Contran para enlonamento<br />
da carga entra em vigor dia 1º de junho em todo<br />
o país. Estimativas apontam que 62% das usinas do país<br />
ainda não se adequaram. O equipamento pode ser manual,<br />
pneumático ou eletrônico. A unidade custa, dependendo<br />
da tecnologia utilizada, de R$ 1,5 mil a R$ 8 mil<br />
nas empresas que a produzem em território nacional, estimam<br />
profissionais da área.<br />
Biomassa<br />
de açúcar e etanol e que o<br />
transporte de cargas, se feito<br />
corretamente, dispensa o<br />
uso desse tipo de acessório.<br />
Segundo o Departamento<br />
Nacional de Trânsito (Denatran),<br />
a medida, aplicada ao<br />
transporte de cana e de outros<br />
produtos, visa impedir o<br />
derramamento da carga nas<br />
estradas.<br />
O governo federal abriu a<br />
possibilidade de estabelecer<br />
um valor de referência para a<br />
biomassa e a estimativa é de<br />
ter um também para o biogás.<br />
De acordo com as duas<br />
associações diretamente ligadas<br />
ao pleito, a Unica e a<br />
Cogen, a definição desses<br />
valores representa um estímulo<br />
ao investimento em geração,<br />
destravando os negócios<br />
de geração distribuída<br />
para a fonte.<br />
Indústrias de base da região<br />
de Ribeirão Preto (SP)<br />
que atendem o setor sucroenergético<br />
confirmam uma<br />
queda na ociosidade de sua<br />
produção em relação ao ano<br />
A melhora no faturamento<br />
e na geração de caixa livre<br />
das companhias sucroenergéticas<br />
desde o ano passado<br />
deve fazer com que o cenário<br />
financeiro do setor tenha uma<br />
melhora em <strong>2017</strong>/18, segundo<br />
o Itaú BBA. No entanto, a<br />
baixa competitividade de empresas<br />
produtoras de açúcar,<br />
etanol e bioenergia, sem<br />
Açúcar<br />
passado em razão da maior<br />
procura por serviços de manutenção<br />
nas usinas, graças<br />
ao aumento da demanda do<br />
açúcar no mercado internacional.<br />
O uso da capacidade<br />
Usinas brasileiras de açúcar<br />
já venderam antecipadamente<br />
por meio de contratos futuros<br />
em Nova York 52,4% do volume<br />
exportável projetado<br />
para a safra <strong>2017</strong>/18 do Centro-Sul<br />
do Brasil, disse a consultoria<br />
Archer Consulting,<br />
número pouco menor do que<br />
o volume recorde, 59%, negociado<br />
dessa forma no mesmo<br />
período do ano passado. A<br />
estimativa é de que foram<br />
vendidos antecipadamente<br />
13,87 milhões de toneladas, a<br />
um preço médio de 17,71<br />
centavos de dólar por librapeso,<br />
20% acima do valor<br />
médio na safra passada e<br />
61% acima da safra 2015/16.<br />
Investimento<br />
investimentos para o aumento<br />
de produtividade e<br />
ainda o uso de recursos para<br />
amortizar dívidas, limitará o<br />
crescimento e a entrada de<br />
dinheiro novo no setor. A relação<br />
dívida líquida sobre a<br />
cana processada pelas companhias<br />
clientes do Itaú BBA<br />
deve ficar praticamente estável<br />
na safra 2016/17 ante<br />
Geração<br />
de trabalho dessas fábricas,<br />
segundo o Centro Nacional<br />
das Indústrias do Setor Sucroenergético<br />
e Biocombustíveis<br />
(Ceise Br), subiu de<br />
40% para 60% em um ano.<br />
El Niño<br />
O segundo semestre<br />
do ano poderá ter a ocorrência<br />
do fenômeno climático<br />
El Niño em intensidade<br />
fraca ou moderada,<br />
o que poderia<br />
levar a chuvas acima da<br />
média na região Sul do<br />
Brasil, e chuvas potencialmente<br />
abaixo do normal<br />
no Norte e no leste<br />
do país. Se esse cenário<br />
se confirmar, pode acentuar<br />
problemas hídricos<br />
do Nordeste, que enfrenta<br />
chuvas abaixo da<br />
média há alguns anos,<br />
afetando os reservatórios<br />
de hidrelétricas e a<br />
agricultura.<br />
2015/16, em R$ 128/tonelada<br />
e recuará para R$<br />
105/tonelada no estimado<br />
para a safra <strong>2017</strong>/18. Já a relação<br />
de dívida líquida sobre<br />
o Ebitda (lucro antes de juros<br />
impostos, depreciação e<br />
amortização) deve ficar em 2<br />
vezes em <strong>2017</strong>/18, ante 2,7<br />
vezes em 2016/17 e 3,5<br />
vezes em 2015/16.<br />
A biomassa voltou a ser a<br />
segunda fonte de geração<br />
mais importante do Brasil na<br />
Oferta Interna de Energia Elétrica.<br />
As usinas de açúcar a álcool<br />
encerraram 2016 com a<br />
injeção de 30 kWh de energia<br />
na rede a cada tonelada de<br />
cana de açúcar moída, mais<br />
que o dobro do que foi reportado<br />
há seis anos, 14 kWh por<br />
tonelada. Mas, isso ainda representa<br />
40% do potencial<br />
total estimado pela Unica que<br />
aponta uma capacidade de<br />
chegar a 70 kWh exportado à<br />
rede com o mesmo volume de<br />
biomassa de cana-de-açúcar.<br />
No ano passado foram gerados<br />
pela biomassa 54 TWh de<br />
energia, nesses números já incluídos<br />
a autoprodução. Somente<br />
o bagaço e palha da<br />
cana contribuíram com 36<br />
TWh do total da fonte biomassa<br />
, 67% do total. Desde<br />
2013, cerca de 60% da produção<br />
de energia destina-se à injeção<br />
na rede e 40% para o<br />
consumo próprio das usinas.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 19