Prop796_Ok
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796<br />
R$ 15,50<br />
ISSN 0033-1244<br />
SANDRA<br />
MARTINELLI
Sumário<br />
34<br />
6<br />
agosto de 2017
14<br />
30<br />
54<br />
8<br />
11<br />
12<br />
14<br />
20<br />
22<br />
26<br />
30<br />
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48<br />
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54<br />
58<br />
60<br />
62<br />
64<br />
66<br />
68<br />
72<br />
77<br />
78<br />
80<br />
82<br />
Editorial<br />
Sintonia com as mudanças<br />
E-mails<br />
Linha Direta<br />
Conta-gotas<br />
Entrevista<br />
Obsessão por resultado<br />
Opinião<br />
Para aprender e evoluir<br />
ZAP<br />
Vaivém<br />
Carreira<br />
Pensar diferente<br />
Pe r fi l<br />
O propósito faz a diferença<br />
Produtora<br />
Sob medida<br />
Campanha<br />
Roteiro de ação<br />
Prêmio<br />
Novo formato<br />
Obladi, Obladá<br />
Miscelânea de miudezas<br />
Lançamento<br />
A Pirelli nos anúncios<br />
Direto dos EUA<br />
Caligrafando<br />
Making Of<br />
Encontro infinito<br />
Hobby<br />
Grandes sacadas<br />
Gastronomia<br />
Tempero baiano<br />
Viagem<br />
Rio sob outro olhar<br />
Livros<br />
Memoria<br />
O primeiro Prêmio Colunistas<br />
Click do Alê<br />
Fórum de ideias<br />
Dorinho<br />
Dona Zezé, a moça do café<br />
agosto de 2017 7
Editorial<br />
Sintonia com<br />
as mudanças<br />
Por Pedro Yves<br />
“O passo inicial foi dado há três anos, quando a ABA<br />
lançou o slogan ‘marketing para transformar’, que<br />
defl agrou uma série de medidas internas, mas de grande<br />
impacto no mercado, como a revisão do seu estatuto,<br />
buscando atualizá-lo aos novos tempos, a criação de um<br />
Código de Ética e de um manual de governança.”<br />
Apesar de os sinais de que a crise econômica está ficando para trás ainda serem tímidos<br />
neste segundo semestre do ano, existe uma outra questão que também é motivo<br />
de preocupação para as empresas, numa perspectiva de tempo muito mais ampla.<br />
Trata-se das transformações na dinâmica de consumo, que a cada dia é mais e mais<br />
impactado pela interatividade da revolução digital.<br />
Buscando manter-se em sintonia com essas mudanças, a ABA (Associação Brasileira<br />
de Anunciantes), entidade cujos associados concentram 70% dos investimentos em<br />
mídia do país, vem redefinindo sua estratégia de atuação. O passo inicial foi dado<br />
há três anos, quando a entidade lançou o slogan “marketing para transformar”, que<br />
deflagrou uma série de medidas internas, mas de grande impacto no mercado, como<br />
a revisão do seu estatuto, buscando atualizá-lo aos novos tempos, a criação de um<br />
Código de Ética e de um manual de governança.<br />
Desde que assumiu a presidência executiva da ABA, em setembro de 2014, Sandra<br />
Martinelli vem se concentrando na concepção e ativação dessas inovações. O que incluiu<br />
a realização de importantes eventos, como o Encontro Nacional de Anunciantes,<br />
o ABA Summit e o ABA Mídia. Como escreve o jornalista Paulo Macedo, na reportagem<br />
da seção Perfil desta edição, “a entidade é uma referência no tripé que envolve os<br />
anunciantes, as agências de publicidade e os veículos de comunicação.”<br />
Na entrevista concedida à Propaganda, Sandra Martinelli explica os seis temas que<br />
vão nortear a entidade no planejamento estratégico dos próximos três anos: marketing<br />
de conteúdo, relevância e engajamento, consumo consciente, transparência no<br />
mercado, tecnologia e seu impacto na comunicação e marketing.<br />
Boa leitura.<br />
Pedro Yves<br />
diretor de redação<br />
pedroyves@editorareferencia.com.br<br />
8<br />
julho de 2017
UM CAMINHO MAIS BONITO<br />
E SEGURO PARA A SUA FÉ.<br />
APARECIDA<br />
ROSEIRA<br />
PINDAMONHANGABA<br />
TAUBATÉ<br />
REDENÇÃO DA SERRA<br />
PARAIBUNA<br />
SANTA BRANCA<br />
A Rota da Luz SP é um trajeto turístico criado para garantir o bem-estar e a segurança<br />
dos caminhantes que fazem a peregrinação até a cidade de Aparecida.<br />
Antes, essa caminhada era feita pelas margens da Via Dutra, sem o cuidado e a segurança<br />
que os fiéis merecem. Agora isso mudou. O novo traçado é formado por estradas secundárias,<br />
somando 201 km, que passam por nove municípios, a partir de Mogi das Cruzes.<br />
Assim, ao longo do percurso, os caminhantes também podem conhecer os usos, os costumes,<br />
a história e as lendas das cidades por onde passam. Sem dúvida, uma grande oportunidade<br />
para quem quer demonstrar a sua fé e conhecer um pouco melhor os caminhos e as belezas<br />
do nosso estado.<br />
Acesse e informe-se:<br />
www.rotadaluzsp.com.br<br />
rotadaluzsp@sp.gov.br<br />
GUARAREMA<br />
MOGI DAS CRUZES<br />
Santuário Nacional de<br />
Nossa Senhora Aparecida
www.revistapropaganda.com.br<br />
DIRETOR DE REDAÇÃO: Pedro Yves<br />
propaganda@editorareferencia.com.br<br />
EDITORA ASSISTENTE: Suzi Cavalari<br />
suzi@editorareferencia.com.br<br />
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DIREÇÃO DE ARTE: Anilton Rodrigues Marques<br />
anilton@editorareferencia.com.br<br />
COLABORADORES<br />
Alberto Pardo, Carlos Castelo, Dorinho Bastos,<br />
José Eustachio e Nelson Varón Cadena<br />
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Armando Ferrentini<br />
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de Atendimento a Assinantes:<br />
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SÃO PAULO<br />
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São Paulo - SP - Tels.: (11) 2065-0738<br />
DEMAIS ESTADOS:<br />
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A revista Propaganda é uma pu blicação<br />
mensal da Editora Refe rência Ltda.<br />
Tiragem 7 mil exemplares<br />
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FILI AÇÃO:<br />
10<br />
agosto de 2017
E-mails<br />
Parabéns,<br />
Esta nova diagramação da revista Propaganda remoça esta<br />
senhora que cuida, fala e promove o melhor da propaganda<br />
brasileira. Nada melhor de que este novo momento se<br />
apresente com merecida matéria sobre o Gilberto Leifert,<br />
outro baluarte desta indústria chamada Comunicação.<br />
Parabéns, Editora Referência.<br />
Raul Nogueira – Grandes Nomes da Propaganda<br />
Que revista mais linda vocês fizeram. Que delícia abrir as<br />
páginas da revista Propaganda. Parabéns pelo trabalho e<br />
que venha mais e mais sucesso, sempre.<br />
Sandra Azedo –Ogilvy<br />
Uma boa revista tradicional, assim como nós, profissionais<br />
mais rodados, precisa de uma repaginada de vez em quando.<br />
Depois do acerto na mudança do nosso PROPMARK, dá<br />
para ver que vocês mandaram bem mais uma vez com a<br />
“nova” revista Propaganda, sessentona, mas com corpinho<br />
de millennial. Parabéns e sucesso!<br />
Alexis Pagliarini - Fenapro<br />
Revista está linda.<br />
Julio Anguita, Babel Azza<br />
ESPECIAL<br />
Meus caros,<br />
Ao retornar das férias, fui surpreendido pelo conteúdo<br />
Especial Leifert. Senhor unanimidade. Sinceramente, nem<br />
de longe eu poderia imaginar que a revista Propaganda me<br />
conferiria tamanha distinção e seus editores cometeriam<br />
a ousadia de estampar uma cara antiga na capa da edição<br />
que apresenta a cara nova do veículo! É extremamente<br />
gratificante ver-se reconhecido por vocês – formadores de<br />
opinião – e pela revista Propaganda, tradicional fonte de<br />
informação e conhecimento da nossa indústria, além dos<br />
depoimentos e anúncios-homenagem.<br />
Muitíssimo obrigado.<br />
Gilberto Leifert<br />
Em tempo: os anúncios-homenagem contêm evidentes<br />
exageros. O Conar deveria tomar providências!<br />
Quero parabenizá-los pela excelente edição da revista<br />
Propaganda em homenagem ao Gilberto Leifert. Foi um<br />
trabalho de alta qualidade, como sempre tem sido, que<br />
reforça a estatura da contribuição profissional que ele deu<br />
ao mercado. Foi uma edição cercada de muita emoção<br />
e reconhecimento, acompanhada de ótima publicidade.<br />
Mais uma vez parabéns e muito sucesso sempre, com esta<br />
editora tão relevante para a publicidade brasileira.<br />
Renato Pereira – Grupo Globo<br />
Sensacionaaaaal a revista. Parabéns!<br />
Eu fiquei emocionada (tenho 18 anos com ele), imagino<br />
quando ele (Leifert) colocar as mãos na revista. Vocês foram<br />
surpreendentes!<br />
Kelly Neves de Souza – Grupo Globo<br />
Parabenizo toda a equipe!!!! Ficou sensacional a nova revista<br />
Propaganda. Moderna, atual e prazerosa de ler.<br />
Fernando Guntovitch – The Groupe<br />
Não obstante as dificuldades, parabéns pela atualização<br />
radical e consistente que vocês vêm procedendo em seus<br />
títulos. A nova Propaganda, em termos gráficos, modernização<br />
e relevância, é nota 10. Por favor, transmita meus<br />
cumprimentos a toda a equipe.<br />
Francisco Madia de Souza – Madia Mundo Marketing<br />
Nunca vi conteúdo editorial mais justo, nem acabamento<br />
gráfico mais bem feito do que a edição de Propaganda<br />
dedicada ao Gilberto.<br />
Humberto Mendes - Fenapro<br />
A revista está chocante!<br />
Eduardo Correa –Conar<br />
Meu próximo fim de semana já está comprometido<br />
pra ler a nova edição da Propaganda. Que delícia foi<br />
chegar à agência na última segunda-feira e encontrar<br />
mudanças na revista. Sou fã de papel, dos textos<br />
de vocês e também da maneira respeitosa com<br />
que as equipes - da redação ao comercial - sempre<br />
me trataram.<br />
Tenho acompanhado as evoluções de vocês nos últimos<br />
anos, e torço sempre para que tenham retornos positivos<br />
diante das mudanças, que, a meu ver, são sempre bem-<br />
-vindas!<br />
Forte abraço,<br />
Luli Liebert.<br />
GASTRONOMIA<br />
A matéria ficou ótima. (Propaganda, 795)<br />
Virna Miranda – Agência Tudo<br />
Fale com a redação. Envie sua opinião para: propaganda@editorareferencia.com.br<br />
As mensagens recebidas poderão ser editadas e publicadas de forma reduzida.<br />
agosto de 2017 11
Linha Direta<br />
Conta-gotas<br />
Por Armando Ferrentini<br />
“A ABA dos nossos dias transformou-se<br />
em uma parceira não<br />
apenas dos anunciantes, mas de<br />
todos os players do mercado”<br />
Embora como um conta-gotas, a economia brasileira dá<br />
sinais de recuperação, o que tem animado os mercados,<br />
com destaque para o da comunicação do marketing.<br />
Trata-se de um segmento da economia que tem no segundo<br />
semestre o seu melhor período, calculando-se que em<br />
épocas normais o investimento total do setor na segunda<br />
metade do ano atinja 60%, ficando os outros 40% para o<br />
primeiro semestre.<br />
Há que se considerar ainda, para aumentar nossas esperanças,<br />
que estamos nos aproximando de mais uma Copa do<br />
Mundo da FIFA, evento sempre muito bem aproveitado pelos<br />
anunciantes não só no Brasil, como em todo o planeta.<br />
Desde já, nossa torcida para que mestre Tite consiga a proeza<br />
de levar o Brasil até a final da Copa, o que fará crescer<br />
ainda mais o investimento publicitário em nosso país.<br />
Voltando aos dias de hoje e aqui no Brasil, é necessário que<br />
determinadas autoridades se compenetrem de que ainda<br />
vivemos um período grave da vida nacional, que a todos<br />
abalou, abala e ainda abalará por mais algum tempo.<br />
O que queremos dizer é que certos revanchismo têm de<br />
ser deixados de lado neste momento que prossegue delicado<br />
da vida nacional. Não nos lembramos, nos últimos<br />
50 anos, de uma tormenta igual a que nos atingiu, transformando<br />
os últimos três anos da vida brasileira em um<br />
verdadeiro inferno.<br />
Se conseguimos chegar até aqui – os que sobreviveram,<br />
pessoas físicas e jurídicas – e já podemos enxergar a famosa<br />
luz no fim do túnel, é necessário que todos nos compenetremos<br />
de que, se já passamos pelo pior, ainda não<br />
atingimos com segurança o chamado ponto de retorno.<br />
Há, sim, como dissemos, sinais de recuperação, mas se não<br />
nos ajudarmos, corremos o risco de um revertério que poderá<br />
ser ainda mais duradouro do que a crise que aos poucos<br />
vai nos deixando.<br />
Para evitarmos que isso aconteça e, ao contrário, o atual<br />
conta-gotas da nossa melhora se transforme em um esguicho,<br />
necessitamos de grandes personagens na condução<br />
do país e na vida política nacional.<br />
Pessoas que possam lembrar, ainda que de longe, grandes<br />
estadistas como Winston Churchill, que no seu discurso de<br />
posse como primeiro-ministro da Inglaterra, em maio de<br />
1940 e sob a ameaça de destruição total do seu país pelo<br />
poder bélico alemão, lapidou a frase que o mundo jamais<br />
esqueceu: “Eu diria à Casa, como disse aqueles que se juntaram<br />
a este governo: nada tenho a oferecer senão sangue,<br />
trabalho, lágrimas e suor”.<br />
No Brasil, curiosamente, retiraram das traduções a palavra<br />
trabalho, além de inverterem as duas últimas. De qualquer<br />
forma, serve como grande lição do que é um verdadeiro<br />
estadista, que preferiu a sinceridade ao engano.<br />
***<br />
Nesta segunda edição da revista Propaganda com nova<br />
apresentação gráfica, uma homenagem a ABA – Associação<br />
Brasileira de Anunciantes e a sua presidente-executiva,<br />
Sandra Martinelli.<br />
A entidade já foi no passado causadora de grandes preocupações<br />
ao segmento das agências, condenando as bonificações<br />
de volume e até mesmo o disposto na então Lei<br />
4.680, que obrigava os anunciantes a remunerarem suas<br />
agências pelo mesmo valor do desconto então concedido<br />
pela mídia a todo o conteúdo publicitário autorizado através<br />
de agências.<br />
Mas, isso é passado e bem passado. Hoje, a ABA não só vive<br />
em paz com todo o mercado, como tem se esforçado no<br />
sentido de colaborar com o seu aperfeiçoamento, realizando<br />
cursos e promovendo seminários de grande valor para<br />
os novos tempos vividos pelos mercados, aos quais vieram<br />
se juntar a mídia digital e a emblemática filosofia da desrupção,<br />
palavra entendida de muitas formas pelas diversas<br />
forças do mercado.<br />
A ABA dos nossos dias transformou-se em uma parceira<br />
não apenas dos anunciantes, mas de todos os players do<br />
mercado, entendendo que o aperfeiçoamento e a evolução<br />
da atividade publicitária, traz benéficos a todos.<br />
Armando Ferrentini<br />
É diretor-presidente da Editora Referência<br />
aferrentini@editorareferencia.com.br<br />
12<br />
agosto de 2017
NA INTERNET, QUEM<br />
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Entrevista<br />
Hugo Rodrigues<br />
Obsessão por resultado<br />
Por: Suzi Cavalari - Fotos: Alê Oliveira<br />
Hugo Rodrigues assumiu o comando da Publicis Brasil e Salles Chemistri<br />
há menos de três anos. Nesse curto período, levou a agência do<br />
8º lugar no ranking de investimentos publicitários no país para a vice-<br />
-liderança. É um feito notável, sem dúvida, mas que não surpreende<br />
a quem conhece sua bem-sucedida trajetória profi ssional. Desde que<br />
começou a trabalhar como redator na antiga Salles, no ano 2000, vem<br />
acumulando uma galeria de prêmios e reconhecimentos no Brasil e no<br />
exterior. Só para citar os mais recentes, foi eleito por duas vezes consecutivas<br />
um dos cinco publicitários mais admirados pelos clientes,<br />
de acordo com o levantamento bianual Agency Scope. O estudo da<br />
consultoria espanhola Scope é considerado o mais importante do setor<br />
e ouviu 405 anunciantes em sua mais recente edição, realizada em<br />
2016. Também em 2016, Hugo entrou para o ranking dos Top 3 CEOs<br />
da Creativepool, rede social voltada para a indústria criativa global. Em<br />
2015, foi nomeado um dos publicitários mais infl uentes do Brasil pela<br />
revista GQ. À frente da Publicis Brasil nos últimos dois anos, Hugo<br />
Rodrigues liderou o time de 400 profi ssionais da agência que venceu<br />
as duas mais importantes concorrências do mercado, garantindo a<br />
conquista das contas de Carrefour e Bradesco. Em 2017, ganhou três<br />
dos 17 Leões de Cannes que coleciona, entre eles um ouro pelo case<br />
“The Cliché” de Heineken. Estudioso do comportamento do consumidor,<br />
Hugo tem obsessão por resultado e entende que o anunciante<br />
quer e precisa de retorno rápido. Ele está por trás das campanhas de<br />
algumas das maiores marcas globais e nacionais, como GM, P&G,<br />
Nestlé, Sanofi , Heineken, Senac SP, Habib’s, SBT, Yakult, CVC, Arno,<br />
Medley e Merial – além das já citadas Bradesco e Carrefour. Premiado<br />
nos principais festivais de publicidade do mundo, representou o Brasil<br />
como jurado em Cannes duas vezes, em 2016 e em 2017. Também<br />
foi jurado no D&AD, no London Festival e no New York Festivals, entre<br />
outros. Por sua trajetória e experiência, tem sido convidado a ministrar<br />
palestras para profi ssionais do mercado de comunicação e marketing<br />
no Brasil e na América Latina. Na entrevista a seguir, ele conta um pouco<br />
do segredo da ascensão da Publicis sob seu comando.<br />
14<br />
agosto de 2017
agosto de 2017 15
Entrevista<br />
Pela primeira vez a Publicis alcançou a segunda posição no ranking dos investimentos publicitários<br />
no país. A que se deve esta evolução?<br />
Para isso é preciso olhar a evolução das marcas com as quais trabalhamos. Os resultados de Heineken, a empresa<br />
cresce num mercado retraído e de concorrência acirrada; de Chevrolet, que se tornou líder de vendas no<br />
setor; da P&G, onde os números da companhia crescem exponencialmente. Então credito esse crescimento da<br />
Publicis a nossa preocupação com todos os nossos clientes. Temos a mentalidade de atender às necessidades<br />
dos clientes, mesmo que seja um simples e-mail marketing, a dedicação é a mesma. Temos um time de mais<br />
de 400 pessoas preocupadas além de atender, entender o cliente e tentar surpreendê-lo. Digo tentar porque<br />
obviamente ninguém conhece mais do produto do que o próprio cliente.<br />
Vai ser a primeira?<br />
Esse não é o nosso objetivo, como não era ser o segundo. Queremos oferecer estratégia e pensamento que<br />
ajudem nossos clientes a crescerem. Se é através de uma mídia tradicional, segmentada, não importa. Vamos<br />
continuar perseguindo a excelência, o entendimento dos dados. Atualmente trafegamos num mundo em que<br />
é difícil entender os dados porque se tem muitas fontes que entregam esses<br />
números, mas que de alguma forma estão relacionadas a muitos grandes<br />
players. Então, é óbvio que se precisa analisar cada dado com muita cautela.<br />
Nosso objetivo é desenvolver esse hub de aperfeiçoamento e entendimento<br />
dos dados. É atrás disso que vamos correr o resto do ano. Se por meio deste<br />
trabalho chegarmos ao primeiro lugar, ótimo. Porque é bom quando se lidera<br />
um mercado ou alcança a primeira posição, isso será uma consequência.<br />
“Eu acredito que se você não<br />
muda pela própria vontade,<br />
os acontecimentos te<br />
obrigam a mudar”<br />
Qual o trabalho tem sido feito em relação aos dados?<br />
Temos investido em contratar pessoas de outras áreas. Buscamos market places<br />
que conseguiram entrar, navegar e entender esse mundo digital com<br />
performance. É necessário estabelecer um objetivo para poder construir um processo e atingi-lo. Os market places<br />
que já estão no mercado e exercem essa função com pouco investimento e grande resultado são as nossas<br />
fontes de inspiração e de talento. É fora do mercado publicitário que estamos buscando os futuros profissionais<br />
da agência. Vai adicionar um novo valor aos que já estão assim. Assim fizemos com as agências digitais, quando<br />
trouxemos o Domenico (Massareto), executivo que fundou uma das primeiras agências digitais de país. Fomos<br />
a primeira agência de publicidade a convidar um profissional deste universo digital a ser vice-presidente de<br />
toda a agência. Com o objetivo de oferecer ao cliente fortalezas em todas as plataformas. A Mirian (Shirley), por<br />
exemplo, trabalhou em hub de mídia no exterior. Fora isso, temos pessoas que vieram de consultorias, de clientes,<br />
tem engenheiro, um time multifacetado. Temos a flexibilidade em agregar profissionais de outras áreas para<br />
que possam ajudar nossos clientes a serem lidos pelos consumidores de forma mais inteligente, mais rápida.<br />
Isso muda a estrutura do que era uma agência tradicional de publicidade?<br />
Eu acredito que se você não muda pela própria vontade, os acontecimentos te obrigam a mudar. O mercado<br />
de comunicação vai continuar em transformação e isso não é ruim. Não acredito na morte de nenhuma das<br />
16<br />
agosto de 2017
grandes plataformas. Creio que temos muito mais armas poderosas, sedutoras para encantar o consumidor.<br />
Tenho orgulho do time da Publicis.<br />
E está faltando algum profissional?<br />
Sempre está. Com o dinamismo das coisas. Até outro dia o homem mais rico do mundo era o Bill Gates, agora<br />
já é o Jeff Bezos, que transformou a Amazon, agregando novos públicos à marca. Acho fascinante. Gerou novos<br />
empregos, desenvolveu indústrias, atraiu novos profissionais. Então, acredito que sempre estará faltando profissionais.<br />
O barato dessa vida que levamos é correr atrás de um sonho de criar uma nova ferramenta, uma nova<br />
empresa. Vejo a Publicis e as agências com uma grande oportunidade de se reinventarem e de se tornarem<br />
camaleões em momentos mais especialistas e noutros mais generalistas, é uma vida excitante. Profissionais<br />
sempre serão bem-vindos!<br />
Alguma mudança significativa no posicionamento da agência no Brasil, após a chegada de Arthur<br />
Sadoun (CEO Publicis Groupe), já que ele mesmo declarou que será uma gestão de impacto?<br />
Para falar de presidência é preciso lembrar quando o Paulo Giovanni assumiu<br />
como chairman do Grupo Publicis no Brasil. Foi um trabalho imensurável. Ele<br />
“O barato dessa vida<br />
que levamos é correr atrás do<br />
sonho de criar uma nova<br />
ferramenta, uma nova empresa”<br />
mexeu em todas nas lideranças das agências. Grande mentor, trouxe sucesso<br />
a todas as marcas. Não pode ter o trabalho esquecido. Naquela época, já sabíamos<br />
que o Arthur seria o novo Maurice (Levy). Foi uma passada de bastão<br />
tranquila. Não foi surpresa. O Arthur está alinhado com os alicerces e DNA do<br />
Publicis. Acredito que terão comandos de impacto, por exemplo, como o que<br />
ele anunciou durante o festival de Cannes: que todas as agências do Grupo<br />
ficariam por um ano fora de eventos de alta publicidade ou de festivais e usaria<br />
esse investimento para desenvolver uma nova plataforma de inteligência<br />
artificial chamada Marcel. Isso mostra a preocupação do Grupo em falar de<br />
Data. Não basta ter inteligência artificial, é preciso transformar isso em resultado real. Creio que esse é o maior<br />
foco do Arthur para o Grupo Publicis. Para o Brasil, não houve nenhum tipo de problema, já estava alinhado<br />
desde a época do Giovanni a chegada do novo CEO mundial.<br />
Há algum tempo, em entrevista à Propaganda, você disse algo sobre avaliar a participação nos festivais.<br />
Penso que os festivais são importantes para medir o tamanho da sua criatividade, mas não são uma verdade<br />
absoluta. Como a semana de moda nos grandes centros globais também não é e nem os protótipos de automóveis<br />
nos grandes salões do mundo são. O fato de a Publicis ter decidido se ausentar por um ano tem começo,<br />
meio e fim, é saudável. Decidir por uma atitude dessa em definitivo eu não concordaria. Creio que temos<br />
de olhar para a quantidade de festivais que existe no mundo, não porque eles são sejam bons, mas porque o<br />
mercado mudou. O dinheiro que transita diminuiu e não apenas do mercado da comunicação. Por isso, precisamos<br />
nos reinventar e essa transformação teremos de vivenciar de alguma forma. Cabe a cada um se reinventar<br />
diante desses movimentos.<br />
agosto de 2017 17
Entrevista<br />
Você completará em novembro três anos à frente da Publicis. Qual o balanço que faz da sua gestão?<br />
Fazer um balanço quando tudo está indo bem parece autoelogio. Os resultados imprimiram algo que a Publicis<br />
ainda não tinha vivido no país. Tenho de voltar a chamar a atenção para o nosso time. Lá no primeiro dia fui<br />
pedir conselhos ao Giovanni. Cerquei-me de pessoas talentosas. Não dá para falar desses três anos sem falar<br />
dessas 400 pessoas que fazem parte dessa agência. O Brasil é um país que oscila muito. Quando se começa a<br />
levantar de um grande baque toma logo outra pancada. A exemplo do que ocorreu com a nossa carne, que<br />
caiu em desgraça no mundo. O Brasil é um país para os fortes. Paralelo a isso, tem toda a concorrência global,<br />
as novas tecnologias, os novos consumidores, os novos comportamentos, os novos sexos, para somar tem as<br />
mudanças do mercado publicitário. Então, se não tiver um time unido, que acredita que aquele desejo quase<br />
impossível daquele cliente é capaz de ser atendido, morre. Se iniciar um trabalho com pouca ou nenhuma<br />
crença não vai ser um trabalho bom. Logo no primeiro ano ganhamos Carrefour, no segundo concentramos<br />
todas as contas de P&G. Terceiro ano, ganhamos Bradesco. Além disso, ganhamos a concorrência de Senac,<br />
que já era uma conta nossa e os clientes que já estavam com a gente. O balanço é maravilhoso. Como fazemos<br />
isso? Trabalhando! Tomando uma rasteira e levantando, seguindo em frente e aprendendo sem se abalar com<br />
as notícias que vem de fora, que conspiram para nos derrubar.<br />
“Tenho de voltar a chamar a atenção para nosso<br />
time. Cerquei-me de pessoas talentosas. Não dá<br />
para falar desses três anos sem falar dessas 400<br />
pessoas que fazem parte dessa agência”<br />
18<br />
agosto de 2017
Mudou alguma coisa do Hugo do primeiro dia como CEO?<br />
A minha história foi me moldando. Comecei como redator, fui promovido a supervisor de criação. Fundei a<br />
Salles Chemistri, unidade de varejo da Publicis. Virei diretor de criação, em seguida diretor de criação da agência<br />
como um todo. Em 2010, cheguei a COO. Dois anos depois, já esperava poder tocar a agência com algumas<br />
crenças que eu via que seriam possíveis e isso acabou ocorrendo em 2014. Talvez por ter sido um caminho<br />
longo e de muito aprendizados, minha cabeça estava bem preparada para os furacões e intempéries que nosso<br />
mercado costuma apresentar. Mudo todo dia, meus caminhos, minhas crenças. Nesses três anos fui muitos<br />
Hugos porque foram diversas situações diferentes.<br />
Ainda há algo a ser implementado?<br />
Falta muita coisa. Um acompanhamento apurado. As exigências estão cada vez maiores, precisamos ter uma<br />
medição de resultados muito precisa. Acredito que ninguém ainda tem isso para entregar aos clientes.<br />
Novidades previstas para os próximos meses e para 2018?<br />
Para este ano, queremos focar nos nossos clientes. Mergulhar em cada um deles e oferecer uma agência integrada<br />
e multifacetada. Para 2018, não sei. Tenho o sonho de entregar esses dados, essas métricas de uma forma<br />
muito precisa. E isso é o que vamos fazer.<br />
Vai criar alguma operação ou núcleo para isso?<br />
Esses núcleos já existem aqui sem grande nome, sem adjetivo.<br />
O que precisamos é aperfeiçoá-los. Agregar peças de<br />
outros mercados para nos tornar afiados. Dependendo dos<br />
resultados desses esforços terei uma resposta mais concreta<br />
para 2018. Essa será nossa missão. Com independência<br />
de avaliação para nossos clientes para sermos além de uma<br />
empresa de comunicação, uma empresa parceira, de apoio<br />
aos nossos clientes.<br />
“A criatividade é maravilhosa.<br />
Se ela for esplendida não<br />
precisa pedir licença para<br />
alguém. Pode desenvolvê-la<br />
e colocá-la à venda”<br />
Quanto a agência cresce neste ano?<br />
Cresceremos mais de 35%. Nos últimos dois anos crescemos 48,5%.<br />
Entre inovação e criatividade qual é mais relevante nesse momento à Publicis?<br />
A criatividade é maravilhosa. Se ela for esplendida não precisa pedir licença para alguém. Pode desenvolvê-la e<br />
colocá-la à venda. Quando se é chamado a resolver um problema, a criatividade continua sendo importante desde<br />
que entregue um resultado esperado. É aí que inovação combina mais com o nosso mercado. Não criamos o<br />
que gostaríamos, somos contratados para atingir algum tipo de objetivo. Simplesmente ser criativo pode ser bom,<br />
mas não trazer resultado algum serviu. Então não teria sido justo com o cliente usar o dinheiro de um terceiro, entreter<br />
um público, ser o grande criador, mas não beneficiar quem te contratou. Quando uma empresa é chamada<br />
a ajudar outra empresa desenvolver algo e gerar resultado a criatividade é apenas um dos elementos importantes,<br />
estratégia de mídia é importante, o planejamento, o digital, é uma série de fatores que somados deveriam gerar<br />
uma grande inovação a ponto de seduzir os clientes a tomarem uma atitude.<br />
agosto de 2017 19
Opinião<br />
Para aprender e evoluir<br />
Por José Eustachio<br />
Já há muitos anos tenho o hábito<br />
de manter um caderno onde anoto<br />
pensamentos, ideias, aprendizados,<br />
textos que mexeram comigo,<br />
citações e outros achados<br />
que me inspiram.<br />
Essa é a forma que encontrei para não perder conhecimento<br />
que, quando não registrado, se esvai com a limitação<br />
da nossa memória.<br />
Vez por outra, costumo abrir o caderno e dedicar algum<br />
tempo a ler as anotações, o que sempre funciona como<br />
uma espécie de combustível tanto no âmbito profissional<br />
como pessoal, nas relações de trabalho e também na<br />
inteiração com a vida de maneira geral. É prazeroso, é estimulante.<br />
Recentemente fui buscar no meu caderno algum conteúdo<br />
que pudesse me ajudar a manter o ânimo e a disposição<br />
de continuar acreditando que ainda vale a pena fazer<br />
as coisas certas do jeito certo. Folheando aleatoriamente<br />
as páginas, encontrei uma declaração que escrevi sobre<br />
qual era meu propósito em relação ao exercício do meu<br />
trabalho.<br />
Sei que pode parecer um tanto quanto cabotino escrever<br />
um artigo sobre uma definição de propósito pessoal,<br />
mas me motivei por considerar que expor essa definição<br />
de caráter íntimo seria uma forma de compartilhar com<br />
outras pessoas que também consideram que, sem um<br />
propósito que realmente valha a pena, o trabalho perde o<br />
mais importante dos seus valores: dar um sentido maior<br />
àquilo que fazemos e transformar o que poderia ser um<br />
dever em prazer.<br />
Prazer, essa é, em minha opinião, a maior motivação para<br />
fazer algo bem-feito, dando o máximo do que sabemos e<br />
podemos, sempre como apetite de melhorar, de aprender<br />
e evoluir. É o prazer em fazer algo que faz a diferença<br />
entre o protocolar e o verdadeiro engajamento.<br />
Hoje existe praticamente um consenso de que as empresas<br />
e marcas precisam ter um propósito que vá além de suas<br />
atividades de negócio. Empresas precisam ter “causas” com<br />
as quais as pessoas se identifiquem e queiram aderir. Em<br />
outra ocasião, não muito tempo atrás, esse foi tema de um<br />
artigo que escrevi e foi publicado neste mesmo espaço.<br />
Se a grande maioria está de acordo que empresas devem<br />
ter um propósito, por que não indivíduos adotarem esse<br />
mesmo princípio? Se empresas com “causa” agregam mais<br />
valor ao meio no qual estão inseridas, o mesmo deve valer<br />
para cada pessoa.<br />
Não existe dúvida de que é muito bom prestigiar empresas<br />
e marcas com propósito, mas talvez seja ainda mais<br />
valoroso quando é você mesmo o responsável por definir,<br />
assumir e ser o mantenedor do seu propósito.<br />
Bem, no meu caderno estabeleci que o propósito da minha<br />
vida profissional é: ser feliz e gerar felicidade, fazendo<br />
uso das oportunidades de obter conhecimento e ter a<br />
disciplina de levar esse conhecimento à ação, de maneira<br />
holística, com responsabilidade, sendo amigável, respeitando<br />
a vida, o outro e o afeto nas relações.<br />
Pode ser que muitos achem uma formulação rasa, ingênua,<br />
que não merece o espaço da página nesta revista. Fazer<br />
esse juízo é um direito de quem lê, assim como aquele<br />
que escreve deve estar pronto para as críticas. No entanto,<br />
essa visão sobre o significado do trabalho tem funcionado<br />
muito para mim.<br />
Ter a felicidade pessoal e comum como objetivo, aprender<br />
continuadamente, transformar conhecimento em<br />
ações práticas, cultivar o respeito pelas pessoas e a responsabilidade<br />
pelo que fazemos têm sido um guia para<br />
minha conduta.<br />
Para continuar sendo um eterno aprendiz e evoluir, é preciso<br />
ter algo a mais como objetivo, além de ganhar o sustento.<br />
Ficamos muito melhores no que fazemos quando<br />
colocamos alma no trabalho.<br />
José Eustachio<br />
É chairman da Talent Marcel<br />
20<br />
agosto de 2017
Zap<br />
Artplan + Pullse<br />
Allan Barros e Rodolfo Medina apresentaram ao mercado publicitário a Pullse, nova agência do Grupo Artplan. Sob liderança<br />
de Allan Barros, executivo com mais de 25 anos no mercado de comunicação, a empresa já nasce com clientes<br />
expressivos do varejo nacional, como Ricardo Eletro, Camisaria Colombo, Guiato, Lucree e Pobre Juan, que, juntos, acumulam<br />
– até o momento – mais de R$ 10 bilhões em vendas em 2017, além de, somados, atuarem em mais mil pontos<br />
de venda em todo o país.<br />
Oswaldo Mendes é<br />
homenageado pela ESPM<br />
O publicitário paraense Oswaldo Mendes, fundador<br />
e diretor da mais antiga agência de propaganda da<br />
Região Norte do Brasil, a Mendes Publicidade, foi homenageado<br />
com a Medalha de Mérito ESPM Rodolfo<br />
Lima Martensen e o diploma de excelentes serviços<br />
prestados na área. Até hoje, somente dez personalidades<br />
receberam essa honraria, entre elas o ex-presidente<br />
Fernando Henrique Cardoso e o Prêmio Nobel<br />
da Paz Mohamed Yunus. A entrega foi realizada na<br />
sede da Associação Comercial do Pará, em Belém, da<br />
qual Mendes é presidente do Conselho Superior. O<br />
professor José Roberto Whitaker Penteado, ex-presidente<br />
da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing)<br />
entregou a medalha e o diploma a Mendes.<br />
22<br />
agosto de 2017
JWT apresenta Pangaea<br />
A J. Walter Thompson Company apresentou a Pangaea,<br />
uma solução de inteligência artificial interna que permite<br />
que qualquer um dos seus mais de 12 mil funcionários no<br />
mundo lhe façam perguntas e obtenham respostas. Desenvolvida<br />
pela J. Walter Thompson Worldwide, a Mirum<br />
e a Starmind - especialistas em inteligência artificial -, a<br />
Pangaea reúne neurociência e inteligência artificial numa<br />
rede com capacidade de aprender e ajudar os funcionários<br />
a terem acesso ao vasto conhecimento que existe<br />
dentro dessa rede.<br />
Leo Burnett cria<br />
reality show cervejeiro<br />
A Leo Burnett Tailor Made idealizou o reality show “Eisenbahn<br />
Mestre Cervejeiro”, inspirando-se no projeto da<br />
marca, que contou com a criação e produção da Endemol<br />
Shine Brasil. O site do “Eisenbahn Mestre Cervejeiro”<br />
já está no ar com todas as informações para aqueles que<br />
desejam participar. Com previsão de estreia para outubro<br />
deste ano, a atração vai desafiar os participantes a produzirem<br />
uma receita autoral de American Pale Ale, uma<br />
cerveja com teor alcoólico entre 4,5% a 6,2%, que demora<br />
em torno de 20 dias para ficar pronta, entre os tempos de<br />
produção e maturação.<br />
Mcgarrybowen<br />
lança mcgarryaberta<br />
Durante quatro meses, a mcgarrybowen abre suas portas para<br />
receber um grupo de 16 jovens empreendedores, dos quatro<br />
cantos de São Paulo, para formar uma rede de trocas com o objetivo<br />
de redefinir e colocar em prática soluções de comunicação<br />
para os projetos e iniciativas destes empreendedores. Em<br />
abril passado, a agência, por meio de um grupo de empreendedores<br />
de diversas áreas de atuação, abriu um processo para<br />
encontrar jovens que estão tocando seus projetos e iniciativas<br />
para participarem do mcgarryaberta. Ao todo, 40 pessoas se<br />
inscreveram para o primeiro grupo do projeto. A seleção levou<br />
em conta a diversidade não só de raça, gênero, credo ou orientação<br />
sexual, mas também diversidade de áreas de atuação dos<br />
projetos e estágios que eles se encontram.<br />
Músicas<br />
que Inspiram<br />
O projeto “Músicas Que Inspiram”, iniciativa<br />
do blog Inspi, visa transformar<br />
trechos de letras de músicas inspiradoras<br />
em cartazes com um forte apelo<br />
visual e criativo. A ideia é do designer<br />
curitibano Eneo Lage, que faz do projeto<br />
um exercício contínuo de criatividade,<br />
valorizando a música e dando<br />
forma a essas ideias. O projeto pode<br />
ser acompanhado pela página “Músicas<br />
que Inspiram” no Facebook, que<br />
também é o canal para enviar sugestões<br />
de canções que não podem faltar<br />
nessa coleção. E quem desejar estampar<br />
aquela música especial na parede<br />
de casa pode baixar gratuitamente os<br />
cartazes para impressão, em tamanho<br />
A4, no endereço musicasqueinspiram.<br />
tumblr.com.<br />
agosto de 2017 23
“Minha visão sobre o<br />
papel do profissional de<br />
marketing não esta<br />
limitada a bater metas de<br />
vendas. Nem mesmo a<br />
fortalecer marcas. Nosso<br />
trabalho pode ir além e<br />
impactar a vida das<br />
pessoas. Por isso ele<br />
deve ser feito com ética e<br />
responsabilidade. É pra<br />
isso que eu estou aqui.”<br />
Descubra o que mais a ABA faz por você e o que você pode fazer pela ABA em aba.com.br.<br />
• Conteúdos exclusivos • Fóruns de debate • Eventos • Representação junto a órgãos governamentais
JOÃO BRANCO,<br />
DIRETOR DE MARKETING DO MCDONALD’S<br />
“Os desafios de quem<br />
trabalha com marketing no<br />
Brasil não são poucos nem<br />
fáceis. Quando a ABA une<br />
grandes executivos em<br />
comitês, ela estimula a troca<br />
de experiências e o networking.<br />
Isso gera negócios e<br />
contribui para o marketing<br />
ampliar sua participação na<br />
gestão das organizações.”<br />
Junte-se a nós e faça a diferença.<br />
• Defesa de interesses dos anunciantes • Tendências • Networking
Vaivém<br />
Fotos: Divulgacão<br />
A Leo Burnett Tailor Made contratou nove profissionais<br />
na Mídia. O departamento completa um ano sob o comando<br />
da VP Andrea Hirata. Na foto, da esquerda para direita,<br />
Janaína Barreto, Grazzieli Sacramento, Renan Lima, Angelica<br />
Gomes, Lucas Louzada, Helô Lima, Sharon Valle, Maílson<br />
Dutra, Tamara Lissy, Arthur Cavazini e Andrea Hirata.<br />
Africa recebe o diretor de<br />
mídia Rafael Pascoal, que assume<br />
o time de Vivo. Formado<br />
em publicidade e propaganda<br />
pela FAAP, ele vem da J. Walter<br />
Thompson, onde liderava<br />
o time de mídia. Com mais<br />
de 15 anos de experiência, já<br />
teve passagens pela Lowe e<br />
DPZ&T, além da JWT.<br />
A WMcCann contratou Ana<br />
Helena Coutinho para ocupar<br />
o cargo de diretora de atendimento<br />
das contas de Nestlé,<br />
Lupo, General Mills, Seara, Flora<br />
e Algar. Ana já é de casa. Entre<br />
2006 e 2008, trabalhou na<br />
W/Brasil. Ela também acumula<br />
passagens pelas agências<br />
EURO RSCG 4D, NBS e DPZ&T.<br />
A FCB Brasil contratou Alexandre Nolasco<br />
para gerente de mídia. Ele, que vem da<br />
Leo Burnett, vai atender SKY e Mondelez.<br />
Formado em publicidade, propaganda e<br />
marketing pelo Mackenzie, iniciou sua carreira<br />
na antiga W/Brasil como assistente de<br />
mídia, foi planejador de mídia na F/Nazca e<br />
supervisor de mídia nas agências FCB Brasil<br />
(na época Giovanni + Draftfcb) e JWT.<br />
Dentsu Aegis Network tem novo CEO<br />
Américas e CEO US. Trata-se de Nick Brien<br />
(foto). Ele chega para assumir a posição que<br />
antes era ocupada por Nigel Morris, que foi<br />
promovido ao recém-criado cargo de Chief<br />
Strategy e Innovation Officer. Ambos fazem<br />
parte do board da Dentsu Aegis Network.<br />
O Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de São Paulo empossou<br />
nova diretoria para o triênio 2017-2020. O publicitário Dudu Godoy,<br />
VP executivo da NBS, assumiu a presidência. A nova diretoria é composta por<br />
14 executivos e dirigentes de agências paulistas: Antônio Donizete Dudli (Talent<br />
Marcel), como diretor financeiro; Roberto Pereira Tourinho Dantas (NBS<br />
Comunicação), diretor-secretário; Paulo Cesar Ferrari (Octopus Comunicação),<br />
diretor de Relações Interassociativas; Marcelo Ponzoni (RaeMP), diretor de<br />
Planejamento e Desenvolvimento; e Rino Ferrari Filho (Rino Com), diretor de<br />
Relações Governamentais. Os suplentes são Gustavo Rafael Moreira Giudice<br />
(Dentsu Aegis Network) e Guilherme Rabboni Junior (Aktuellmix). O Conselho<br />
Fiscal é integrado por Luiz Celso de Piratininga Figueiredo Junior (Adag Comunicação),<br />
Pedro Atilio Cesarino (Publicidade Archote), Luiz Augusto Teixeira<br />
Leite (Ogilvy Brasil), Cesar Augusto Massaioli (Portal Publicidade) e Francisco<br />
Garcia Dias da Silva (Havas Worldwide Brasil).<br />
24<br />
agosto de 2017
A Associação Brasileira de Propaganda tem nova diretoria. Liderada por Dudu Lopes,<br />
sócio da Silence, a chapa única sucede a diretoria liderada por Álvaro Rodrigues,<br />
CEO e CCO da 3A Worldwide, durante dois anos.<br />
Presidente<br />
Dudu Lopes (Silence)<br />
Diretoria<br />
Alexandra Junqueira (W/McCann)<br />
Bruno Dreux (Amo)<br />
Daniela Ferro (Artplan)<br />
Eduardo Petribu (TV Globo)<br />
Guilherme Jahara (F.Biz)<br />
JuedAndari (Eletromidia)<br />
Luis Baselli (Flagcx)<br />
Marcelo Giannini (Loja)<br />
Marcio Juniot (Leo Burnett)<br />
Rafael Ferrer (Quintal)<br />
Ricardo Real (Script)<br />
Roberto Oliveira (Elemidia)<br />
Rudimila Borges (Grupo Coruja)<br />
Conselho Superior<br />
Álvaro Rodrigues (3A Worldwide)<br />
Diretora de Comunicação<br />
Priscila Serra<br />
Renata –Diretora de arte por<br />
formação, Renata El Dib vem<br />
somar ao time de diretores de<br />
criação da Africa. Vem da Wieden<br />
+ Kennedy, com 15 anos de experiência<br />
acumula passagens<br />
por agências como Lowe,<br />
DM9DDB, LDC (Antiga Loducca)<br />
e Y&R.<br />
A Artplan reforça seu time com<br />
a contratação de Carol Althaller,<br />
que assume como Head de Business<br />
Intelligence. Ela coordenará as<br />
atividades dos três escritórios e reforçará<br />
também o trabalho de novos<br />
modelos de negócios já realizados<br />
no dia a dia da conta da Estácio.<br />
Ela é pós-graduanda em Design Estratégico<br />
pelo IED Rio, tendo anteriormente<br />
estudado comunicação<br />
social na FAAP. Com passagens por<br />
empresas como WGSN e FLACCX<br />
nas áreas de Insights.<br />
O escritório da FCB Brasil no Rio de Janeiro tem novo time<br />
de atendimento para parte da conta de publicidade BTL<br />
da TIM. Isabella Ramos vai atuar como supervisora de<br />
conta. Ela vem da Malagueta Criativa, onde trabalhou<br />
como executiva de conta. A agência também<br />
recebe os assistentes de conta Amanda<br />
Gomes (ex-Borghi/Lowe e F/Nazca – Brasília) e<br />
Rafael Racy (ex-Artplan). Junto a eles, para reforçar<br />
a equipe, estão Taissa Sartie, como gerente<br />
de atendimento; Amanda Correa, como<br />
supervisora de conta; e Isabela Zaremba, como<br />
assistente de conta. Todas já faziam parte do quadro<br />
de funcionários da agência.<br />
Vitor Lieff é o novo CFO da<br />
WMcCann. Com mais de 17 anos<br />
de experiência, iniciou sua carreira<br />
como auditor externo na PwC,<br />
onde permaneceu por seis anos.<br />
Em 2006, ingressou na WMcCann,<br />
na área de planejamento e análise<br />
financeira, onde atuou como gerente<br />
e, posteriormente, diretor.<br />
Após sete anos, assumiu a diretoria<br />
financeira da Momentum Brasil,<br />
empresa que também pertence<br />
ao McCann Worldgroup.<br />
O executivo Toni Ferreira é o novo diretor-<br />
-geral de estratégia digital da Ogilvy Brasil.<br />
Até agora, ele atuava mais na área de mídia.<br />
Ferreira terá a missão de garantir que o<br />
conceito digital esteja sempre permeando<br />
todos os departamentos da agência.<br />
A Burson-Marsteller promoveu Elaine Rodrigues<br />
a VP de operações no Brasil. A executiva<br />
ingressou na B-M em 2008 como atendimento<br />
sênior, tem 20 anos de experiência no setor de<br />
comunicação corporativa. É formada em jornalismo<br />
pela Universidade Metodista e pós-graduada<br />
em comunicação com o mercado pela ESPM.<br />
A Spark, empresa do grupo<br />
Fluvip, contrata Leonardo Andrade<br />
(ex-Publicis) como diretor<br />
de estratégia.<br />
agosto de 2017 25
“Em um ambiente com<br />
tanta transformação, a ABA<br />
é fundamental para nos<br />
mantermos atualizados.<br />
Por isso há anos eu participo,<br />
debatendo tendências,<br />
trocando experiências e<br />
levando conhecimento para<br />
ajudar o mercado a evoluir<br />
como um todo. Juntos<br />
faremos uma ABA cada<br />
vez mais forte!”<br />
Descubra o que mais a ABA faz por você e o que você pode fazer pela ABA em aba.com.br.<br />
• Conteúdos exclusivos • Fóruns de debate • Eventos • Representação junto a órgãos governamentais
GABRIELA ONOFRE, DIRETORA DE MARKETING<br />
GLOBAL/AMÉRICA LATINA PARA CUIDADOS FEMININOS<br />
DA JOHNSON & JOHNSON<br />
“A ABA é o braço direito dos<br />
anunciantes em Brasília e no<br />
Brasil. É ela quem defende<br />
nossos interesses junto aos<br />
órgãos de governo e ao<br />
mercado. Eu confio e sei<br />
da seriedade com que esse<br />
trabalho é feito. Quanto mais<br />
forte a ABA for, mais fortes<br />
todos nós, anunciantes,<br />
seremos.”<br />
Junte-se a nós e faça a diferença.<br />
• Defesa de interesses dos anunciantes • Tendências • Networking
Carreira<br />
Violeta Noya,<br />
nova mídia da<br />
Talent Marcel<br />
Pensar diferente<br />
Por: Suzi Cavalari<br />
Fotos: Divulgação<br />
Com experiência em desenvolver negócios<br />
em áreas distintas, a recém-contratada<br />
mídia da Talent Marcel deve abrir novas<br />
frentes de atuação na agência<br />
30<br />
agosto de 2017
O que esperar da mídia da Talent Marcel daqui para frente? Violeta Noya,<br />
recém-contratada para dirigir a área, não tem experiência em trabalhar em<br />
agência de publicidade. Mas traz na bagagem atuação em novos negócios<br />
em diversas empresas. “Vim com a missão estratégica de pensar diferente,<br />
melhorar resultados do digital e turbinar novas frentes”, revela.<br />
O primeiro capítulo da nova empreitada começou muito antes do dia 1º de<br />
agosto, data em que começou a trabalhar na agência. Ela já atuou de finanças<br />
ao marketing em várias companhias e também criou um veículo de comunicação,<br />
a Otima. “Foi quando me apaixonei pela publicidade. Considero-me<br />
uma publicitária, o que faltava era trabalhar em agência. Em conversas com o<br />
João (Livi), a oportunidade apareceu. Ele precisava de uma pessoa empreendedora,<br />
obcecada por melhorar resultados para os clientes. O desafio veio no<br />
momento em que a Otima estava sendo vendida. Considerei que cumpri um<br />
ciclo, a Otima era meu bebê, da criação à venda eu estava presente”.<br />
Foram quatro anos e meio até a Otima ser vendida. De acordo com Violeta,<br />
dentro da Odebrecht Transport era a empresa mais rentável. Com uma marca<br />
consolidada que ajudou a desenvolver o mercado de mídia exterior no Brasil<br />
e ganhou vários prêmios. “Eu brincava que a gente vendia pinga às oito da<br />
manhã, porque o natural das marcas era publicidade na televisão. O que eu<br />
fiz de novo foi usar as práticas da indústria para um veículo de comunicação.”<br />
Violeta chegou à Odebrecht para montar uma incorporadora de baixa renda,<br />
uma joint venture com a Gafisa, chamada Bairro Novo, destinada à população<br />
com renda entre quatro e 10 salários-mínimos, que não conseguiam<br />
financiamento bancário, pois na época era preciso dar 30% de entrada à<br />
compra do imóvel. Com sua experiência em bancos (Sudameris e Citibank),<br />
desenvolveu um produto financeiro que garantisse o financiamento de 90%.<br />
Uma nova oportunidade surgiu quando a parceria com a Gafisa foi desfeita.<br />
O combustível para a criação da Otima veio de uma viagem ao exterior para<br />
conhecer uma companhia que explorava o segmento de mídia out home no<br />
Brasil. Na época, a decretação da chamada Lei da Cidade Limpa havia mudado<br />
radicalmente esse mercado na cidade de São Paulo. A prefeitura paulistana<br />
abrira uma licitação para explorar os poucos espaços que sobraram – basicamente<br />
abrigos em pontos de ônibus e relógios de rua. Na França, ouviu que<br />
ela até poderia entrar numa parceria, mas que, como lhe faltava conhecimento<br />
sobre o ramo, a multinacional abocanharia cerca de 80% do negócio. “Voltei ao<br />
Brasil e contei aos acionistas. Parti para cima: eram apenas duas pessoas e eu.<br />
Trabalhava dia e noite. Fizemos 1.500 páginas para licitação. Além disso, era necessário<br />
produzir os protótipos, fui pinçando as pessoas capacitadas, pois era<br />
“Vim com a missão estratégica de pensar diferente,<br />
melhorar resultados do digital e turbinar novas frentes”<br />
agosto de 2017 31
Carreira<br />
um projeto inédito. Tive a preocupação de deixar a cidade<br />
mais bonita, com três modelos de abrigos feitos com material<br />
de primeiríssima qualidade”. A licitação foi ganha com<br />
nota técnica de 95, enquanto que a concorrente ficou com<br />
65. De acordo com Violeta, houve diversas contestações de<br />
outras empresas. Por esse motivo, o contrato ficou de julho<br />
a dezembro para ser assinado.<br />
“Ouvi dos acionistas que a possibilidade de assinar o contrato<br />
era zero, porque caso eu conseguisse isso em pleno<br />
mês de dezembro, em fevereiro já precisaria ter os abrigos<br />
na rua. E tem todo um processo de produção. Já era o sexto<br />
ano da lei e não tinha ninguém preparado nesse sentido,<br />
nenhuma fábrica de mobiliário urbano. Eu me lembro<br />
que todo mundo viajou de férias e fiquei sozinha numa<br />
mesa com 20 homens e os convenci a assinarem o contrato<br />
em 16 de dezembro de 2012”. Em seguida, localizou<br />
em Minas Gerais uma fábrica cujo dono estava disposto a<br />
trabalhar no Natal e Réveillon. “Paramos a fábrica dele. No<br />
final, pude colocar tudo na rua antes mesmo do prazo. Foi<br />
uma operação de guerra”, diz Violeta, que ainda vendeu<br />
três cotas de anunciante-fundador, sem conhecer nada<br />
do mercado publicitário. No projeto estavam Ambev, NET<br />
e Visa. O dinheiro propiciou a montagem da empresa, o<br />
pagamento do pessoal, tudo a toque de caixa. “Minha primeira<br />
reunião de conselho era só homem, era casca de<br />
banana o tempo todo. Só após os resultados do primeiro<br />
ano é que houve reconhecimento”.<br />
Mulher, judia, baiana e engenheira, Violeta, 47, já está<br />
acostumada a se destacar. Casada e mãe de dois filhos, é<br />
descendente de família de imigrantes, os avôs maternos<br />
eram romenos. Já o avô paterno era húngaro, a avó nasceu<br />
na Amazônia, o bisavó, no Marrocos. Quando jovem, era<br />
a única judia em Salvador. Formada em 1992 engenheira<br />
civil pela Universidade Federal da Bahia, foi a primeira da<br />
turma e mestre de cerimônia. Uma semana depois estava<br />
se casando. Em janeiro do ano seguinte, veio morar em<br />
São Paulo e fez pós-graduação em administração na FGV.<br />
O primeiro trabalho foi como trainee no banco Sudameris,<br />
após seis meses foi alocada numa agência distante, na<br />
zona sul da capital paulista. “Gosto de fazer diferente. Passei<br />
a visitar os clientes para oferecer produtos e sofisticar<br />
as operações da agência”. Em menos de um ano multiplicou<br />
por cinco o volume de aplicações e foi promovida.<br />
Mas para ter uma nova experiência foi trabalhar em finanças<br />
na categoria de sabonetes da Unilever. Mergulhou na<br />
operação: do consumidor à produção. “Participei de todas<br />
as etapas”. Permaneceu na empresa por dois anos e meio.<br />
Generalista e adaptada às mudanças, foi para o Citibank<br />
criar a área de Middle Market. Montou equipes multifuncionais,<br />
ganhou diversos prêmios no banco. Mas queria<br />
ter uma experiência internacional. “Fazer um MBA era um<br />
sonho desde que saí de Salvador”. Num tempo recorde,<br />
“Gosto de fazer diferente. Passei a visitar os clientes para<br />
oferecer produtos e sofisticar as operações da agência”<br />
32<br />
agosto de 2017
“Aprendo muito rápido. Muitas vezes, na sexta-feira eu ficava<br />
sabendo em qual cliente estaria na segunda. No fim de semana tinha de<br />
ler tudo sobre a companhia e chegar sabendo mais que o próprio cliente”<br />
foi aceita pela Insead (escola francesa com o melhor MBA<br />
do mundo), junto com o seu marido. “Foi um dos melhores<br />
anos da minha vida, abriu minha mente. Descobri<br />
lá que eu poderia ser qualquer coisa, justamente como<br />
sempre pensei. Ao término do curso, recebi sete propostas<br />
de trabalho. Optei por uma consultoria dissidente da<br />
Mckinsey, focada em internet e telecom”. Foi morar em<br />
Barcelona com o marido.<br />
Na consultoria pôde exercitar uma de suas características,<br />
a de mudar com facilidade. “Aprendo muito rápido. Muitas<br />
vezes, na sexta-feira eu ficava sabendo em qual cliente<br />
estaria na segunda. No fim de semana tinha de ler tudo<br />
sobre a companhia e chegar sabendo mais que o próprio<br />
cliente”. Foi um ano e meio viajando na segunda e voltando<br />
na sexta. Já estava com 30 anos e, casada há 10 anos,<br />
queria ter filho.<br />
Diante disso, aceitou o convite para trabalhar na Telefônica,<br />
em Madri. A empresa havia acabado de comprar<br />
as operações de Brasil, Argentina, Chile e Peru. Violeta<br />
tornou-se head para América Latina, cuidava de projetos<br />
transversais para todos os países. “Era, de novo, quase que<br />
uma página em branco. Os espanhóis tinham as operações<br />
separadas e precisavam transformar a Telefônica<br />
numa multinacional. Foi um baita desafio, não havia briefing.<br />
Trabalhei lá por dois anos e meio. Meu filho nasceu<br />
enquanto eu ainda estava no olho do furacão.”<br />
Quando o bebê estava com cerca de um ano, Violeta pediu<br />
para voltar ao Brasil. Pois as viagens deixavam pouco<br />
tempo para o filho, além disso queria ter mais um. “Foi<br />
complicado sair, os espanhóis confiavam em mim para<br />
entender o Brasil, maior mercado deles. Eu amava meu<br />
trabalho, foi a decisão mais difícil que tomei na vida.”<br />
De volta ao Brasil e num cargo inferior ao que deixou na<br />
Espanha, em pouco tempo já estava à frente de um novo<br />
desafio: cuidar da área de longa distância da Telefônica.<br />
“Toquei o projeto por um ano. Cuidei também da fusão<br />
da Átrio e engravidei da segunda filha. A meta de venda<br />
a partir da transação era algo inalcançável, como de 500<br />
para 5 mil, eu fiz esse milagre. Grávida de nove meses, cuidando<br />
de uma operação gigante”. No total, foram quase<br />
seis anos na companhia.<br />
Mesmo com muito trabalho, nunca deixou de buscar<br />
novos conhecimentos, como a especialização em Housing<br />
Finance pela Wharton School da Universidade da<br />
Pensilvânia. Tem planos de ir a Havard. Segue à risca as<br />
orientações dos pais, que sempre a cobraram estudar e<br />
ter sucesso na carreira. Em paralelo, encabeça ainda um<br />
projeto chamado Ellevate, criado em 2008, para mulheres<br />
executivas e empreendedoras. As reuniões são realizadas<br />
a cada 40 dias para compartilhar experiências e fazer o<br />
networking. “Brinco que mulher que não ajuda mulher<br />
tem de ir para o inferno, porque, para estarmos em posição<br />
de liderança, nosso trabalho é muito maior. Temos<br />
de falar para as outras que é possível, porque muitas desistem<br />
quando se deparam com a maternidade”, conclui.<br />
agosto de 2017 33
Perfi l<br />
“A ABA é o único lugar em que reside a capacidade de liderar e articular os debates que englobam<br />
os aspectos éticos, sociais, econômicos e técnicos da área de comunicação e marketing”<br />
(Sandra Martinelli)<br />
34<br />
agosto de 2017
João Branco, diretor de marketing do McDonald’s, vai<br />
cumprir o mandato iniciado por Juliana Nunes até março<br />
de 2018, quando serão convocadas novas eleições<br />
O propósito<br />
faz a diferença<br />
Sandra Martinelli (4ª da esquerda para a direita), ao lado<br />
de Juliana Nunes (5ª), que teve de deixar a presidência<br />
da ABA, com diretores e conselheiros da entidade<br />
Por: Paulo Macedo<br />
Fotos: Divulgação e Alê Oliveira<br />
A Associação Brasileira de<br />
Anunciantes defi ne plano<br />
estratégico para valorizar a<br />
entidade como a voz do mercado<br />
Há uma notória transformação nos processos de consumo,<br />
caudatário de um novo comportamento desse agente<br />
essencial para que as estratégias mercadológicas das<br />
empresas tenham repercussão nos checkouts dos pontos<br />
de venda: o consumidor.<br />
Não é por outra razão que a ABA (Associação Brasileira de<br />
Anunciantes), instituição que concentra 70% dos investimentos<br />
em mídia do mercado anunciante do país, está<br />
empenhada em ressignificar sua essência para que as em-<br />
agosto de 2017 35
Perfi l<br />
presas associadas possam usufruir esse momento,<br />
impactado pela revolução digital, que estabeleceu<br />
um empoderamento consistente aos consumidores.<br />
Com extensa agenda de eventos, entre os<br />
quais o Encontro Nacional de Anunciantes, o<br />
ABA Mídia<br />
e o ABA Summit, por exemplo,<br />
a entidade é referência no<br />
tripé que envolve os anunciantes,<br />
as agências de publicidade e os<br />
veículos de comunicação<br />
Esse passo teve início há três anos, quando a ABA adotou<br />
o posicionamento “Marketing para transformar”.<br />
E medidas como revisão do seu estatuto, criação do<br />
Código de Ética e um manual de governança. Quando<br />
assumiu a presidência executiva em setembro de<br />
2014, a convite do então presidente João Campos,<br />
presidente do Grupo Pepsico Brasil, Sandra Martinelli<br />
se concentrou na concepção e ativação desse modelo,<br />
extraindo o máximo possível dessa nova forma<br />
de trabalho da entidade, visando entregas tangíveis,<br />
na própria expressão.<br />
Com extensa agenda de eventos, entre os quais o<br />
Encontro Nacional de Anunciantes, o ABA Mídia e o<br />
ABA Summit, por exemplo, a entidade é referência<br />
no tripé que envolve os anunciantes, as agências de<br />
publicidade e os veículos de comunicação. Geração<br />
e compartilhamento do conhecimento, como explica<br />
Sandra, refletem as mudanças da sociedade.<br />
PROPÓSITO<br />
Chegou a hora, porém, de ampliar e dar consistência<br />
ao papel da instituição. Para orientar um plano<br />
de ação e engajamento até 2020, a ABA contou com<br />
a consultoria Amelie, das executivas Olga Martinez,<br />
ex-presidente da Diageo, e Anne Hamon, também<br />
ex-Diageo, na elaboração de uma análise para dar<br />
clareza à diretriz estratégica. Quatro pontos foram<br />
destacados:<br />
João Campos, presidente do Grupo Pepsico Brasil<br />
1) Garantir consistência e abrangência da comunicação<br />
e a clareza do diferencial;<br />
2) Detalhamento de uma estratégia de comunicação<br />
e engajamento para anunciantes atuais e,<br />
também, como potencializar a atuação da ABA;<br />
3) Arregimentar novos anunciantes para os quadros<br />
da ABA;<br />
4) Definir um plano de comunicação corporativa<br />
para intensificar o relacionamento com os<br />
stakeholders importantes, como jornalistas, editores,<br />
blogueiros, colunistas, mercado e formadores<br />
de opinião de um modo geral.<br />
36<br />
agosto de 2017
Cabe à ABA estruturar seu propósito com base em<br />
todos os vetores que estão impactando o cenário<br />
atual, que exige a transformação automática de<br />
fraquezas em fortalezas, como recomenda a escala<br />
SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats).<br />
A pesquisa quantitativa, conduzida pela Ideafix,<br />
de Suzel Figueiredo, e a qualitativa, pela própria<br />
Amélie e Perception FlyFrog, teve base em 360 entrevistas.<br />
Uma das conclusões mostra que a ABA prospecta<br />
um futuro em que a ciência mercadológica<br />
deve exercer um papel de liderança na construção<br />
de um amanhã consistente.<br />
“A ABA é o único lugar em que reside a capacidade<br />
de liderar e articular os debates que englobam os<br />
aspectos éticos, sociais, econômicos e técnicos das<br />
áreas de comunicação e marketing”, detalha o texto<br />
que resume o trabalho da Amelie.<br />
trabalho, a ABA tem mostrado estar num processo<br />
de evolução e transformação dela mesma, se colocando<br />
nos padrões globais de atuação e trazendo<br />
desafios e novos caminhos para os seus associados<br />
e para ela. Acredito que a sua força de atuação e relevância<br />
para os associados aumente ainda mais no<br />
futuro, fazendo desse potencial transformador do<br />
marketing uma realidade. Nas nossas inúmeras reuniões<br />
tem sido muito forte sentir o poder de impacto<br />
desse time, vendo os principais líderes de marketing,<br />
relações corporativas e jurídicas das maiores empresas<br />
do país querendo trazer um impacto maior nos<br />
negócios e na sociedade. Completar esse processo<br />
requer uma dose de humildade, muita disponibilidade,<br />
vontade de discutir, aprofundar e se alinhar para<br />
construir uma visão de futuro transformadora. Tem<br />
sido um prazer trabalhar com o time da ABA, a diretoria<br />
e o conselho nesse processo”.<br />
Olga Martinez explica: “Estamos num mundo em<br />
constante transformação, em que está ocorrendo<br />
uma redefinição das barreiras das organizações, os<br />
consumidores, associações e a mídia criando cada<br />
vez mais ligações e interdependências maiores”.<br />
A diretora da Amelie prossegue: “Construção colaborativa<br />
e soluções coletivas são uma realidade,<br />
o potencial de transformação é possível só com a<br />
colaboração de todos os atores do sistema. Nesse<br />
“Estamos num mundo em<br />
constante transformação, em que<br />
está ocorrendo uma redefinição das<br />
barreiras das organizações,<br />
os consumidores, associações<br />
e a mídia criando cada<br />
vez mais ligações e<br />
interdependências maiores”<br />
(Olga Martinez)<br />
Olga Martinez, ex-presidente da Diageo<br />
agosto de 2017 37
Perfi l<br />
““Em determinado ponto, com o<br />
propósito já validado, chegamos<br />
à conclusão de que era a hora<br />
de materializá-lo a partir<br />
de uma campanha”<br />
(Erick Machado)<br />
Para dar início à materialização do propósito de<br />
tornar o marketing cada vez mais protagonista nas<br />
empresas, a ABA vai colocar nos canais de mídia a<br />
campanha “ABA. Com você, a gente faz a diferença”,<br />
que terá o testemunho de anunciantes para mostrar<br />
que são agentes transformadores, que estimulam o<br />
consumidor a usar novos produtos trazidos ao mercado<br />
pelas áreas de inovação das empresas. Uma das<br />
peças da campanha é o anúncio “A ABA me representa.<br />
Eu represento a ABA”, com a executiva Gabriela<br />
Onofre, diretora de marketing Global/América Latina<br />
para cuidados femininos da Johnson & Johnson.<br />
João Branco, diretor de marketing do McDonald’s,<br />
também é um dos personagens da campanha criada<br />
pela agência Heads.<br />
tantes nomes do marketing nacional, que são associados<br />
ativos na ABA.<br />
“Propusemos também que cada um deles fizesse depoimentos<br />
pessoais do motivo de se considerar um<br />
fator importante para a ABA e por que considera a<br />
ABA importante para o marketing e para a sociedade.<br />
O resultado é uma campanha que empodera a<br />
todos: os profissionais, a ABA, o mercado e o marketing<br />
como caminho preponderante na construção<br />
de uma sociedade melhor. A campanha é a tradução<br />
publicitária do propósito”, sustenta Erick Machado,<br />
CEO da Heads, agência pro bono da ABA.<br />
“Participamos do processo todo ao lado da Amelie,<br />
com as maravilhosas Olga e Anne. Elas trabalharam<br />
muito forte na construção do propósito para a ABA.<br />
A todo momento nos reuníamos ou realizávamos<br />
calls com integrantes do conselho, diretoria, presidente<br />
e vice-presidente de comitês, para contribuições.<br />
O propósito foi tomando forma cada vez mais<br />
consistente, através dos diversos grupos de discussão.<br />
Em determinado ponto, com o propósito já validado,<br />
chegamos à conclusão de que era a hora de<br />
materializá-lo a partir de uma campanha. Sentamos<br />
novamente e concluímos que nossa campanha deveria<br />
atuar em duas frentes: mostrar que a grande<br />
fortaleza da ABA são os profissionais de MKT e as<br />
empresas associadas a ela; e que é a ABA, representada<br />
por estes profissionais, que contribue fortemente<br />
para a construção de um marketing, um mercado,<br />
uma sociedade e um país mais ético e próspero. Para<br />
demostrar que a força da ABA está nas pessoas que<br />
dela fazem parte, sugerimos a utilização de impor-<br />
Erick Machado, CEO da Heads<br />
38<br />
agosto de 2017
Marketing para transformar<br />
A presidente-executiva da<br />
ABA, Sandra Martinelli, que<br />
liderou todo esse trabalho,<br />
explica que seis temas<br />
vão nortear a entidade no<br />
planejamento estratégico<br />
dos próximos três anos:<br />
marketing de conteúdo,<br />
relevância e engajamento;<br />
consumo consciente;<br />
transparência no mercado;<br />
a tecnologia e o seu<br />
impacto na comunicação<br />
e no marketing; o modelo<br />
futuro de Comunicação<br />
e Marketing; e a próxima<br />
geração de comunicadores<br />
e marketeiros - construção<br />
do padrão de excelência.<br />
Qual é o balanço da ABA nesses três anos?<br />
Desde abril de 2014, a ABA está em transformação<br />
profunda, buscando um impacto cada vez mais<br />
positivo e uma influência maior no mundo da comunicação<br />
e do marketing. A primeira etapa dessa<br />
ambição incluiu uma reformulação completa,<br />
marcada por uma grande revisão e mudança na<br />
estrutura de equipe e uma atuação mais direta nas<br />
praças do Rio de Janeiro e em Brasília. Mudamos a<br />
sede para um espaço mais funcional, o Conjunto<br />
Nacional, incrementamos sensivelmente a comunicação<br />
e reorganizamos todos os comitês, sendo<br />
que o redirecionamento dessa parte vital da ABA<br />
acompanha as constantes mudanças na agenda do marketing e da comunicação. As atualizações também<br />
chegaram ao estatuto social e fomos além, criando um novo regimento interno, o Código de Ética e Manual<br />
de Governança. A ABA instituiu ainda o Comitê de Compliance, órgão consultivo permanente e fundamental<br />
para assegurar as melhores práticas de governança na entidade. Ademais, fortalecemos nosso vínculo junto<br />
à Federação Mundial de Anunciantes (WFA, da sigla em inglês) e ampliamos nossa atuação nos mercados<br />
regionais de Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife.<br />
agosto de 2017 39
Perfi l<br />
“Preparamos a ABA para o que<br />
ela pode proporcionar no futuro<br />
ao mercado e à sociedade.<br />
Isso é, de fato, o que todos<br />
esperam da associação”<br />
Em paralelo, a agenda de advocacy foi ganhando força com<br />
a liderança de tema críticos para a liberdade de expressão<br />
em torno do consumo responsável (Publicidade infantil, Álcool),<br />
comunicação digital e auto-regulação.<br />
Toda essa transformação e outras inciativas, como por<br />
exemplo o projeto ABAcademy, proporcionaram à ABA<br />
atrair talentos sêniores das grandes empresas e entrar ativa<br />
e efetivamente na rede internacional de associações<br />
de anunciantes.<br />
Enquanto isso, o mundo foi ficando mais confuso e caótico.<br />
A tecnologia e os modelos digitais estão desafiando os<br />
modelos de negócios tradicionais, os canais de mídia estão<br />
se multiplicando e saindo do controle dos compradores de<br />
mídia, dos anunciantes e dos veículos. A comunicação está<br />
na mão dos consumidores.<br />
A sociedade está exigindo que os negócios sejam éticos e<br />
responsáveis, cobrando um papel social das organizações.<br />
A diversidade, e considerar os outros e suas necessidades, é<br />
um sine qua non, o crescimento virá da construção coletiva.<br />
Esta confusão global, associada à maior crise política, social e<br />
econômica da história de Brasil, fez com que os integrantes<br />
da ABA se perguntassem se o papel deles estava realmente<br />
à altura do desafio à frente.<br />
Eles sentiram que tinham um papel fundamental na construção<br />
de um Brasil que influencia o mundo dos negócios<br />
através da comunicação e do marketing.<br />
A ABA entendeu que tinha um espaço na sociedade que só<br />
ela podia assumir, que uma liderança transformadora seria<br />
a única maneira de construir um futuro de possibilidades e<br />
prosperidade.<br />
A ABA achou a sua causa, o motivo pela qual ela existia, para<br />
ser um líder na construção desse futuro. Um futuro em que<br />
o marketing ajuda na construção de uma sociedade mais<br />
consciente e responsável no consumo (educação, conscientização,<br />
prevenção, antecipação dos desafios e problemas<br />
futuros), e a crescer os negócios através da eficiência e da<br />
criatividade. Um futuro em que a criatividade brasileira é o<br />
motor de crescimento. Um futuro em que a ética, a transparência<br />
e a autenticidade são os alicerces dos negócios.<br />
Um futuro em que a construção coletiva antecipa as soluções<br />
para os dilemas associados a este mundo em constante<br />
transformação, integrando a diversidade de interesses<br />
no mercado. Um futuro em que os marqueteiros lideram o<br />
desenvolvimento do mundo dos negócios, criando marcas<br />
relevantes, engajadoras, e autênticas, que agregam valor na<br />
vida das pessoas. Um futuro com um Brasil mais forte e uma<br />
sociedade mais livre e responsável.<br />
Conduzir todo esse movimento de reorientação das iniciativas<br />
da ABA de forma bem-sucedida tem sido imensamente<br />
gratificante.<br />
Qual é o marco desse período?<br />
Preparamos a ABA para o que ela pode proporcionar no futuro<br />
ao mercado e à sociedade. Isso é, de fato, o que todos<br />
esperam da associação.<br />
Qual é o valor agregado da gestão de Sandra Martinelli<br />
à frente da entidade?<br />
Trabalhamos em times na ABA. Hora com o conselho, hora<br />
com a diretoria nacional, muitas vezes com os comitês e GTs.<br />
Em todas as frentes, com a equipe executiva. Nada foi feito<br />
por apenas uma pessoa ou grupo. E somos muitos times,<br />
todos interligados e alinhados ao mesmo objetivo. Renovamos<br />
uma entidade de quase 60 anos de maneira a termos<br />
uma organização com perfil e credibilidade internacionais,<br />
que mobilizasse ainda mais o mercado através de uma<br />
agenda estratégica e de impacto, enxergando as questões<br />
críticas dos negócios e também da sociedade, que estão totalmente<br />
interligados.<br />
Acredito também que seja o fortalecimento do senso de<br />
parcerias em torno da ABA, potencializando e movimentando<br />
todas as dimensões e esforços coletivos que podem<br />
transformar uma entidade associativa.<br />
Nesse período, não só ampliamos a captação de recursos<br />
para nossas atividades de forma inovadora - como por exemplo<br />
o naming rights dos espaços da sede e o bem-sucedido<br />
40<br />
agosto de 2017
programa #ABAforadaABA, como também fortalecemos os<br />
vínculos e relações de todos que fazem parte do universo da<br />
ABA, sejam diretores e conselheiros, presidentes e vice-presidentes<br />
de comitês, mas também associados e não associados,<br />
entidades afins, equipe interna, parceiros estratégicos,<br />
parceiros de mídia, empresas colaboradoras e fornecedores.<br />
Nesse período, o que foi mais relevante,<br />
como contribuição ao segmento<br />
de comunicação e marketing, da ABA?<br />
Há dois pontos importantes que fazem parte do DNA da<br />
ABA e caminham juntos. Um deles é a busca por um ambiente<br />
mais favorável para o desenvolvimento das ações de<br />
comunicação e marketing. Essa luta guia as nossas atividades<br />
para cumprirmos nosso ofício de representar e orientar<br />
os anunciantes. O outro está centrado na troca de experiências<br />
e desenvolvimentos de trabalhos dentro de nossos comitês.<br />
Os comitês e grupos de trabalho da ABA estão com as<br />
atividades aceleradas e produzindo a todo vapor. Para se ter<br />
uma ideia, apenas em 2016, o conjunto de comitês da ABA<br />
gerou 46 entregas. Essa produção das reuniões é o que faz<br />
a entidade pulsar, abrindo horizonte para o desenvolvimento<br />
de fóruns, pesquisas e projetos, além de gerar conteúdos<br />
para nossos eventos.<br />
A difusão do conhecimento é um desses pilares?<br />
É, com certeza, e vem sendo uma enorme área de foco, sem<br />
a construção de conhecimento e a sua divulgação a nível<br />
nacional não estaríamos exercendo um dos nossos papéis<br />
fundamentais. Tanto trazendo os temas de vanguarda e<br />
abordando os grandes dilemas do mundo do marketing e<br />
dos negócios, como garantindo que esses debates e conhecimento<br />
estejam se espalhando pelo pais.<br />
Além da troca de experiências e conhecimentos que proporcionamos<br />
internamente dentro de nossos comitês, temos<br />
em nossos eventos uma das principais frentes de atuação.<br />
Nosso calendário anual possui uma programação voltada a<br />
antecipar tendências e a apontar caminhos para atender às<br />
novas demandas da comunicação e do marketing, mercados<br />
que estão entre os mais dinâmicos. Os eventos exemplificam<br />
e estimulam as melhores práticas de comunicação e<br />
marketing adotadas globalmente. Trata-se de uma vertente<br />
com resultados muito tangíveis. Apenas em 2016, para citar<br />
os últimos números fechados, nossos eventos reuniram<br />
cerca de três mil participantes, que acompanharam apresentações<br />
de mais de 200 palestrantes e moderadores, incluindo<br />
convidados internacionais. Os eventos refletem todo o<br />
know-how que captamos por meio do fortalecimento dos<br />
“Os comitês e grupos de trabalho da ABA<br />
estão com as atividades aceleradas e<br />
produzindo a todo vapor”<br />
laços com a WFA. Além disso, constituem a porta de entrada<br />
concreta para a expansão da atuação da ABA em direção<br />
aos mercados regionais. Outra frente ligada diretamente à<br />
difusão de conhecimento é o ABAcademy, que aproxima a<br />
ABA do meio acadêmico. Atualmente, temos parceria com a<br />
ESPM para a promoção de cursos nas áreas de comunicação<br />
e marketing. Ainda dentro do ABAcademy desenvolvemos<br />
o Projeto Millennials, que dissemina conhecimentos sobre<br />
o comportamento dessa geração em relação às marcas e<br />
como força de trabalho dentro do universo corporativo. A<br />
recente divulgação de um infográfico sobre Brand Safety,<br />
por meio da parceria entre o Comitê de Mídia da ABA e IAB<br />
Brasil, também exemplifica bem como trabalhamos em conjunto<br />
com outras entidades para difundir conhecimentos e<br />
melhores práticas.<br />
Quantos eventos foram realizados?<br />
Desde setembro de 2014, quando assumi, até o momento,<br />
em que completo três anos na presidência executiva da<br />
ABA, foram 52 eventos. Sem contar as centenas de reuniões<br />
dos nove Comitês Nacionais e Grupos de Trabalho temáticos<br />
e do Capitulo Rio, o projeto #ABAforadaABA e nossa participação<br />
nas Audiências Públicas em Brasília.<br />
Quais temas são mais instigantes do momento?<br />
Fez parte do nosso trabalho de definição do propósito da<br />
ABA, que chamamos de “ABA 2020”, a escolha dos temas estratégicos<br />
dos próximos anos. São eles:<br />
• Marketing de Conteúdo, Relevância e Engajamento:<br />
As marcas crescem através de plataformas de marketing<br />
integrado, gerando confiança e relevância. Comunicação &<br />
Marketing é um ativo competitivo para os negócios, eficaz<br />
e rentável.<br />
• Consumo Consciente:<br />
Ambiente de negócios livre e responsável. Somos protagonistas<br />
e proativos, lideramos uma agenda positiva, clara e<br />
impactante, que mobiliza e engaja.<br />
agosto de 2017 41
Perfi l<br />
• Transparência - ABA como exemplo:<br />
Somos corresponsáveis por um mercado de comunicação<br />
transparente e com um modelo de negócio sustentável,<br />
com planos para mobilizar o mercado e garantir os direitos<br />
de comunicação e a liberdade de expressão.<br />
• A tecnologia e seu impacto na Comunicação & Marketing:<br />
Liderar a construção de um modelo que considere o potencial<br />
transformador da tecnologia na C&M; tendo a tecnologia<br />
como o novo caminho da comunicação, muito além da comunicação<br />
digital e liderar a construção de ambiente seguro<br />
na mídia digital, conectando experts e trazendo melhores<br />
práticas nacionais e mundiais.<br />
• O futuro modelo de C&M:<br />
Com as mudanças sociais e tecnológicas, entendermos<br />
quais são as implicações para os modelos de negócios do<br />
mundo da comunicação, como criamos um sistema transparente<br />
e de confiança em que as pessoas, os consumidores,<br />
são beneficiados, integrando as disciplinas, comercial,<br />
marketing, inovação…<br />
• A próxima geração de comunicadores e marketeiros -<br />
construção do padrão de excelência:<br />
A nova geração combina responsabilidade, tecnologia e<br />
criatividade.<br />
Como deve ser o posicionamento/postura dos anunciantes<br />
na sociedade?<br />
Os líderes dos negócios no Brasil querem ser protagonistas<br />
não só do progresso e evolução do próprio negócio,<br />
mas também ativos na construção de uma sociedade mais<br />
consciente e responsável. Esses dois pilares fazem parte das<br />
caraterísticas essenciais dos novos líderes. Essa evolução é<br />
particularmente marcante nos líderes de marketing, já que<br />
eles têm uma noção muito clara do potencial de impacto<br />
e da relevância da comunicação como ferramenta para os<br />
negócios e para a educação e construção da sociedade.<br />
Na ABA, esses líderes participam do conselho, diretoria,<br />
comitês e GT´s para serem protagonistas dessa evolução,<br />
encontrando na ABA desafios e construindo soluções para<br />
impactar esse futuro que está emergindo.<br />
Qual é o próximo passo da ABA?<br />
O próximo passo será entregar o “ABA 2020”. Fizemos um trabalho<br />
para encontrar a nossa essência e o nosso propósito.<br />
E definimos nosso papel, como mobilizar o marketing para<br />
transformar os negócios e a sociedade. Faremos isso trabalhando<br />
quatro objetivos:<br />
“Focaremos esforços (conselho, diretoria,<br />
comitês, grupos e trabalho, eventos e<br />
conteúdo) nos 6 temas estratégicos que<br />
acreditamos serão a chave do<br />
desenvolvimento da área de marketing<br />
e dos negócios para o futuro”<br />
• Mobilizando o mercado para promover um ambiente de<br />
negócios livre e responsável.<br />
• Construindo uma agenda propositiva que alinhe todos os<br />
atores do mercado da comunicação.<br />
• Promovendo as melhores práticas globais em marketing,<br />
regulatório e desenvolvimento de talentos.<br />
• Pavimentando os caminhos de futuro da comunicação e<br />
do marketing de forma coletiva.<br />
Focaremos todos os nossos esforços (conselho, diretoria, comitês,<br />
grupos de trabalho, eventos e conteúdo) nos 6 temas<br />
estratégicos que acreditamos serão a chave do desenvolvimento<br />
da área de marketing e dos negócios para o futuro.<br />
Como o estudo da Amelie vai orientar esse passo?<br />
A Amelie desenvolveu um processo de definição de estratégia<br />
baseada no propósito da ABA, considerando todos<br />
os participantes do nosso ecossistema, tanto interno como<br />
externo. Foi um processo intenso de desafios para os necessários<br />
alinhamentos e discussões sobre o nosso papel e a<br />
construção de um futuro em que os anunciantes são o coração<br />
da associação e protagonistas da nossa indústria. Agora<br />
é conosco!<br />
Quais são os principais pontos de uma agenda baseada<br />
em propósito?<br />
Uma organização que trabalha a partir de um propósito tem<br />
esse propósito refletido em todas as áreas do negócio, na<br />
cultura, escolhas de investimento, agenda de inovação, relacionamento<br />
com colaboradores, parceiros, fornecedores e<br />
clientes etc. É uma forma de entender a organização como<br />
parte de um ecossistema no qual contribuímos além da geração<br />
de negócios e utilizamos as nossas forças para trazer<br />
prosperidade e impacto positivo, interna e externamente.<br />
42<br />
agosto de 2017
Como esse estudo vai engajar as empresas a ter uma<br />
nova postura perante a sociedade e como isso poderá<br />
transformar o ambiente de negócios?<br />
O consumo consciente é uma das forças que citei anteriormente,<br />
entre as pessoas e as marcas, dentro do<br />
mundo em que vivemos. Ele faz parte desse relacionamento<br />
e pode ser um emissor de sinais que pode<br />
apontar novas oportunidades para que empresas respondam<br />
a novas demandas por produtos e serviços.<br />
Ainda mais importante que o consumo consciente é<br />
o volume crescente de consumidores conscientes e<br />
mais bem informados. Esse componente do cenário<br />
atual tende a se manifestar de forma cada vez mais<br />
clara com as facilidades proporcionadas pelos recursos<br />
digitais. E acelera o movimento das marcas em buscar<br />
com intensidade ainda maior se posicionar com propósitos<br />
e posicionamentos claros, consistentes com<br />
ações de comunicação e relacionamento verdadeiras<br />
nas mensagens que transmitem. Trata-se de um movimento<br />
bastante relevante, no qual a sociedade pode<br />
sair fortalecida como um todo.<br />
O nosso ponto de partida é o engajamento dos líderes de<br />
marketing, relações corporativas e jurídico, que já fazem parte<br />
da ABA. Nos últimos meses, temos feito múltiplas sessões<br />
de alinhamento e tem sido muito impactante perceber a<br />
vontade de fazer a diferença desse grupo. O maior impacto<br />
na sociedade virá da liderança que vai ser exercida através da<br />
ABA nos temas estratégicos que definimos.<br />
Como preparar as novas gerações?<br />
O maior de todos os desafios é lidar com a gestão de marketing<br />
e marcas, buscando resultados efetivos nos negócios,<br />
em um ambiente permeado pela transformação sob todos<br />
os pontos de vista passíveis de análise. Nesse contexto, é<br />
“Somos reconhecidos pelo governo como<br />
legítimos representantes<br />
dos anunciantes e temos sido<br />
chamados constantemente<br />
para audiências públicas. Em dois anos,<br />
faremos 60 anos de vida”<br />
essencial compreender o papel central exercido pela tecnologia<br />
e evolução digital. As mídias passam por mudanças<br />
radicais e, por outro lado, a tecnologia também está alavancando<br />
a inclusão. Hoje, informação e conteúdo chegam de<br />
forma mais abrangente e plural a todas as classes sociais e<br />
faixas etárias. Os meios assumem, cada vez mais, características<br />
multiplataformas, gerando opções para diferentes<br />
perfis de pessoas. Consequentemente, o cenário fica mais<br />
complexo para as marcas, que precisam planejar um esforço<br />
muito maior para construir sua presença em todos os meios<br />
e canais.<br />
Por fim, temos alterações significativas no público. Ele está<br />
mais heterogêneo e com novos comportamentos no uso<br />
da tecnologia para consumir mídia e conteúdo, bem como<br />
novas atitudes em relação à vida, de acordo com faixa etária,<br />
gênero e tensões sociais, entre outros aspectos. Todos essas<br />
nuances do cenário atual devem ser levadas em conta na<br />
formação e capacitação das novas gerações de profissionais<br />
de marketing e, ao meu ver, as pessoas interessadas em<br />
construir carreira nessa área devem buscar uma qualificação<br />
cada vez mais multidisciplinar.<br />
Por que a ABA faz a diferença?<br />
A ABA é o único lugar em que reside a capacidade de liderar<br />
e articular debates que englobam os aspectos éticos, sociais,<br />
econômicos e técnicos da área de comunicação e marketing.<br />
Temos aqui os 150 diretores de marketing, jurídico e<br />
relações corporativas mais sêniores do país. Nós somos integrantes<br />
da WFA, órgão referência global sobre comunicação<br />
e marketing (https://www.wfanet.org/about/who-we-are/).<br />
Somos sócios-fundadores do Conar e do Cenp e integrantes<br />
do conselho de várias entidades, tais como IVC e a WFA.<br />
Somos reconhecidos pelo governo como legítimos representantes<br />
dos anunciantes e temos sido chamados constantemente<br />
para audiências públicas. Em dois anos, faremos 60<br />
anos de vida.<br />
Somos o único ambiente de encontro de todos os líderes da<br />
indústria, oferecendo a todos um grupo multissetorial com<br />
os principais integrantes de cada setor.<br />
Geramos as melhores práticas e padrão global do marketing<br />
através de nossos eventos e conteúdos gerados pelos comitês<br />
nacionais e grupos de trabalho.<br />
Articulamos e mobilizamos, não reinventamos<br />
a roda.<br />
agosto de 2017 43
Perfi l<br />
Ana Claudia Esteves, Corporate Communications Research<br />
and Planning Manager da Petrobras<br />
“A ABA exerce um papel fundamental na discussão e na<br />
disseminação de boas práticas e oportunidades de negócios<br />
no âmbito da comunicação e do marketing para o mercado<br />
brasileiro, tanto pelos conteúdos produzidos, quanto pelo relacionamento<br />
que estabelece entre seus associados, parceiros e<br />
fornecedores. Para as empresas associadas, como a Petrobras,<br />
é uma maneira de contribuir para a existência de um mercado<br />
de comunicação e marketing melhor, mais qualificado. A participação<br />
é a maneira mais adequada de tentarmos solucionar<br />
ou contornar as adversidades e mitigar as ameaças enfrentadas<br />
pela atividade de comunicação e de marketing.”<br />
Betania Gattai,<br />
gerente Consumer Enga-<br />
gement Centres Latam da Unilever<br />
“A ABA , através de seus eventos e comitês,<br />
abre espaço em nossas agendas<br />
para uma reflexão estratégica do<br />
propósito de nossas funções dentro das<br />
organizações, especialmente a função<br />
de marketing, mas não só ela. Marketing é<br />
ponto de intersecção entre muitas disciplinas e a ABA tem esta<br />
força de juntar para debates as mais vertentes desta função.<br />
São inspiradores seus eventos. Saímos da caixa, conhece pessoas<br />
e compartilha nossas histórias. É quase como pensar que<br />
a ABA é um imenso coaching técnico para quem quer viver e<br />
transformar o marketing!.”<br />
Dalton Pastore, presidente da ESPM<br />
“A parceria com a ABA é um privilégio para<br />
a ESPM. Para os alunos é a chance de se<br />
relacionar com os melhores e maiores<br />
comandantes do marketing e da comunicação<br />
no Brasil. Para nós, funcionários, o<br />
endosso valioso e inequívoco da excelência<br />
superior da ESPM.”<br />
Daniel R. Dos Santos, gerente de compras - indiretos da<br />
Danone<br />
“A ABA proporciona através de debates e discussões a atualização<br />
dos profissionais envolvidos com propaganda e publicidade<br />
da Danone. Os grandes diferenciais são atingir todos<br />
os envolvidos no trabalho (mídia, trade, procurement etc.) e<br />
promover um nível de interação e troca de conhecimentos que<br />
resulta em boas práticas de atuação, garantindo um mercado<br />
mais justo e regrado.”<br />
Cassio Arthur Pagliarini, diretor de marketing da Hyundai<br />
“A ABA é importante na defesa de melhores práticas, de uma<br />
comunicação transparente e detentora da ótica do anunciante<br />
nos diversos debates na publicidade brasileira. A ABA<br />
representa as marcas nas discussões sobre o futuro da comunicação<br />
comercial em um momento de significativas mudanças<br />
nas práticas do mercado.”<br />
Cristiane Lopes,<br />
gerente de cidadania<br />
corporativa da PepsiCo<br />
“Para entendermos as constantes<br />
transformações de mercado e negócios,<br />
é fundamental que tenhamos a mente<br />
focada nas tendências e boas práticas.<br />
Nossa participação na ABA nos aproxima<br />
dessa troca constante e nos capacita ter uma<br />
visão ainda mais estratégica e assertiva para o business.”<br />
Fernando Bomfiglio, Head de Comunicação e Relações<br />
Institucionais da Souza Cruz<br />
“A ABA é referencial no mercado brasileiro enquanto promotora<br />
de conteúdo e debate sobre marketing e comunicação. Sua<br />
forma de atuação permite integração plena entre os executivos<br />
do mercado e o consequente aprimoramento dos profissionais<br />
das empresas.”<br />
Daniel Aguado, gerente SR Comunicação<br />
e Marca da LATAM Airlines Brasil<br />
“A ABA tem nos apoiado em importantes<br />
discussões sobre o desenvolvimento de um<br />
mercado publicitário mais sustentável a<br />
longo prazo, alinhado às novas necessida-<br />
des dos consumidores, agências e anunciantes.<br />
Além disso, é importante fonte de conhecimento<br />
para nossas equipes, contando com uma agenda de seminários<br />
e treinamentos bem relevantes para os profissionais de<br />
comunicação.”<br />
Dora Câmara, diretora-executiva comercial<br />
Brasil da Kantar Ibope Media<br />
“A ABA é de vital importância para nossa indústria.<br />
A partir da sua interface, conseguimos apresentar<br />
novas ideias, debater temas para aprimorar o entendimento<br />
do mercado e acompanhar as principais<br />
tendências do segmento. Nós, da Kantar IBOPE Media,<br />
temos a ABA como parceira de longa data e ampliamos conhecimento<br />
a cada contato com os diferentes comitês.”<br />
44<br />
agosto de 2017
Gabriela Duarte, diretora-geral da Heads<br />
“Estamos felizes em trabalhar com a ABA, que tem atuação<br />
destacada no aprofundamento das mais importantes discussões<br />
no marketing e na comunicação. Esperamos colaborar<br />
para que a entidade continue a ser o agente transformador<br />
e vetor de conhecimento que é para empresas associadas e<br />
também para a sociedade.”<br />
João Ciaco, Head of Brand Marketing Com-<br />
munication Latam da FCA<br />
“A ABA é um grande fórum que reúne os<br />
principais anunciantes do mercado do marketing<br />
e da comunicação. A ABA contribui<br />
continuamente para nos manter atualizados e<br />
organizados para enfrentar os principais desafios<br />
do mercado, bem como para a evolução e formação<br />
técnica dos nossos executivos.”<br />
João Marcos Vicente Branco, diretor de marketing do<br />
McDonald’s Brasil<br />
“Em um mercado tão dinâmico é muito importante estar<br />
associado a um grupo que tenha interesses em comum. Nesse<br />
sentido, a participação ativa da ABA nos faz sentir representados<br />
em questões importantes para o negócio. Além disso,<br />
a possibilidade de trocar informações com outros grandes<br />
anunciantes e de participar em eventos de alto nível nos ajudam<br />
a desenvolver nossas capacidades baseado nas melhores<br />
práticas do mercado.”<br />
José Ricardo Alouche, vice-presidente &<br />
Board Member da MAN Latin America<br />
“A comunicação comercial é importante<br />
ferramenta de divulgação dos diferenciais<br />
dos produtos da MAN Latin America, tais<br />
como nosso DNA Sob Medida e parceria<br />
com clientes. E a ABA tem papel relevante nesse<br />
sentido, pois reúne empresas de diversos segmentos e<br />
promove a geração de valor junto à sociedade, unindo elos em<br />
prol da excelência na publicidade.”<br />
Natacha Volpini, Head of Digital & Content da Heineken<br />
“A ABA tem papel fundamental em promover discussões e<br />
alavancar mudanças necessárias na indústria sob a perspectiva<br />
dos anunciantes. Além disso tem contribuído muito<br />
promovendo conhecimento e troca de experiências através<br />
dos eventos e fóruns de discussão.<br />
A atuação dos comitês, também é valiosa, pois promove referência<br />
da atuação de outros anunciantes.”<br />
Paulo Aguado, assessor-técnico de<br />
gabinete da Subsecretaria de Comunicação<br />
do Estado de São Paulo<br />
“A ABA tem sido de grande importância<br />
para a Subsecretaria de Comunicação<br />
do Estado de São Paulo, não<br />
só no apoio para a solução de questões<br />
que surgem na relação com os diversos fornecedores da<br />
área de comunicação, mas também quando figura como<br />
representante da sociedade civil, compondo as comissões<br />
de licitações de toda a administração estadual, o que tem<br />
garantido avaliações qualificadas e imparciais em nossas<br />
concorrências.”<br />
Roberto Schmidt, diretor de planejamento de marketing<br />
da TV Globo<br />
“Para nós, a ABA representa o envolvimento e a responsabilidade<br />
dos anunciantes na defesa do mercado publicitário,<br />
estimulando a autorregulação, a liberdade da comunicação<br />
comercial e a construção de marcas fortes. A Globo acredita<br />
que um mercado publicitário criativo, maduro e organizado<br />
fortalece a todos os envolvidos - anunciantes, agências, veículos<br />
e consumidores.”<br />
Ricardo Chueiri de Souza, diretor de<br />
marketing da JDE Coffee<br />
“Para nós, da JDE Cafés, a ABA tem<br />
sido importante vetor de capacitação<br />
dos nossos associados, nos mantendo<br />
atualizados sobre as tendência de mercado<br />
e assuntos de grande relevância para quem<br />
anuncia e se comunica com o consumidor brasileiro. A ABA é<br />
uma entidade que atua de forma ativa e nos representa junto<br />
a entidades do setor de propaganda e comunicação. Temos<br />
representantes da JDE em diversos comitês da entidade, que<br />
trazem assuntos importantes para discussão e nos orientam a<br />
sempre aprimorar o relacionamento com os nossos consumidores<br />
e na melhor forma de comunicação de nossas marcas.”<br />
Sheila Paes Vieira, gerente de compras indiretas do<br />
McDonald’s Brasil<br />
“Para nós, a ABA tem um papel relevante de atualização, ou<br />
seja, através da associação recebemos as novidades e tendências<br />
do mercado (nacional e internacional), além de ser um<br />
excelente canal de relacionamento com os grandes anunciantes<br />
brasileiros.”<br />
agosto de 2017 45
Perfi l<br />
Simone Janina Fett Vidal, coordenadora de relacionamento<br />
com o consumidor do Grupo Boticário<br />
• Benchmarking para melhorar sistemas e processos.<br />
• Fonte de conhecimento de novas demandas e inovação para<br />
as áreas de negócios.<br />
• Estudos dirigidos e entregas de KPIs modelo de mercado.<br />
Para sensibilizar as áreas internas quanto a importância da<br />
atuação neste contexto. “SAC é uma perna de MKT, estamos<br />
intrinsicamente ligados ao contexto MKT para inovar, e quanto<br />
nossa área contribui para garantir a recompra e aumento<br />
do share da marca.”<br />
Stephan Loerke, presidente da WFA<br />
“A ABA é parceira estratégica de grande<br />
importância para a WFA, diante dos desafios<br />
globais sem precedentes para proprietários<br />
das marcas. Trabalhamos muito bem com<br />
a ABA para nos ajudar a resolver alguns dos<br />
problemas mais urgentes da indústria: ção de anúncios, publicidade fraudulenta e bloqueio<br />
visualizade<br />
anúncios. O Brasil é um mercado de anúncios emocionante<br />
e desafiador: rápido, muito criativo, notavelmente inovador,<br />
mas também incrivelmente desafiador quando se trata de<br />
transparência e pressões regulatórias.<br />
A ABA, nossa associação de anunciantes no Brasil, está<br />
fazendo uma excelente liderança na agenda dos proprietários<br />
de marcas “.<br />
Vanessa Vilar, gerente jurídica Brasil e Latam Unilever<br />
“Nós, da Unilever, temos muito orgulho em manter um<br />
relacionamento de longa data com a ABA pautado pela ética,<br />
respeito e pelo trabalho colaborativo em prol da publicidade<br />
responsável e da liberdade de expressão.<br />
A Associação realmente representa os anunciantes, impulsiona<br />
e eleva a discussão sobre “marketing para transformar” como<br />
caminho para fomentar a criatividade. Além de reforçar a<br />
publicidade como disciplina fundamental para a evolução da<br />
sociedade. Uma associação forte resulta em um setor forte e a<br />
atuação da ABA confirma essa máxima.”<br />
Sandra Martinelli comanda a edição 2017 do ENA (Encontro Nacional de Anunciantes)<br />
ABA destaca<br />
profi ssionais<br />
e conhecimento<br />
Um dos pilares da ABA é disseminar conhecimento para<br />
seus associados. Nos últimos anos a entidade ampliou substancialmente<br />
o volume de eventos com o propósito de reunir<br />
as lideranças das principais empresas do mercado anunciante<br />
e profissionais capazes de inspirar novas soluções<br />
para aqueles que decidem o destino dos investimentos.<br />
No calendário estão incluídos o ABA Summit, que encerra<br />
as atividades do ano, além do ABA Mídia e, por exemplo, o<br />
tradicionalíssimo ENA (Encontro Nacional de Anunciantes).<br />
A média de presença é de aproximadamente 200 executivos<br />
nesses encontros. O ENA é o que arregimenta, pelas própria<br />
dimensão, o maior número de participantes.<br />
João Campos, presidente<br />
da PepsiCo Alimentos (ex-<br />
-Unilever) e copresidente<br />
do Conselho Superior da<br />
ABA, marca presença no ABA<br />
Summit 2015<br />
Zeca Vieira, diretor de Marketing Corporativo<br />
da SulAmérica<br />
“A ABA nos provoca e nos ajuda a inovar, a nos manter atualizados,<br />
a repensar nossos processos e a manter nossas equipes<br />
motivadas. É uma fonte importante de conhecimento e de<br />
troca de ideias.”<br />
46<br />
agosto de 2017
A executiva Juliana Nunes, que deixou o comando da entidade<br />
em junho de 2017<br />
João Campos e Juliana Nunes, presidente da ABA até 14 de junho/2017,<br />
na posse da diretoria para o biênio 2016-2018<br />
Juliana Nunes, presidente da ABA até 14 de junho/2017,<br />
na posse da diretoria para biênio 2016-2018<br />
Sérgio Pompílio, VP jurídico e de assuntos corporativos da Johnson & Johnson<br />
e copresidente do conselho superior da ABA, Sandra Martinelli e João Campos<br />
O executivo José Papa Neto, diretor-geral do Festival Internacional de Criatividade Cannes<br />
Lions, ao lado de Sandra Martinelli, foi uma das atrações do ABA Insights<br />
O executivos Igor Puga, José Cirilo, João Branco e Sandra Martinelli<br />
Sérgio Pompílio, VP Jurídico e de Assuntos Corporativos<br />
da Johnson & Johnson<br />
Eric Albanese, diretor de comunicação e marca da OI e presidente<br />
da ABA - Capítulo Rio - ABA MKT in Rio 2016<br />
agosto de 2017 47
Produtora<br />
Sob medida<br />
Foto: Divulgação<br />
Empresária une as características<br />
do jornalismo com a estética da<br />
publicidade no universo digital<br />
para criar vídeos de branded content<br />
Os anúncios em vídeo na internet cresceram 115%, com mais de R$ 2<br />
bilhões movimentados em 2016 e previsão de avanço para esse ano, segundo<br />
o IAB (Interative Advertising Bureau). De olho nesse movimento,<br />
Simoni Boiati Castelo Branco, jornalista e empresária, fundou a Taking Care<br />
of Business (TCB) há pouco mais de dois anos. Uma produtora de vídeos<br />
para branded content, redes sociais, comunicação corporativa, eventos,<br />
pesquisa jornalística e de personagens reais, roteiro, motion design etc.<br />
O grande diferencial da TCB em relação ao mercado, de acordo com sua<br />
fundadora, está na capacidade de juntar a agilidade do jornalismo com<br />
as exigências estéticas da publicidade, além da flexibilidade do universo<br />
digital. “Sinto que existe um gap quando se fala em produção de conteúdo.<br />
Todo mundo quer fazer e os equipamentos profissionais estão cada<br />
vez mais acessíveis. Mas nem sempre uma imagem bem feita resolve o<br />
problema do cliente. É preciso construir uma narrativa que reforce a mensagem<br />
a ser transmitida. Saber encontrar o caminho mais adequado para<br />
cada projeto depende muito da experiência do profissional de unir todos<br />
os pontos que são propostos no briefing”.<br />
Experiência que Simoni adquiriu em parte no jornalismo, porque, mesmo<br />
antes de fundar a TCB, já fazia isso via produtoras e agências em que trabalhou.<br />
Em 2014, ela estava no Grupo TV1, como criação e planejamento da<br />
TV1 Conteúdo. Pediu demissão para sair da zona de conforto e tentar algo<br />
novo. “Mas saí sem ter nada muito concreto nem dinheiro para investir num<br />
Simoni Boiati Castelo<br />
Branco, fundadora da Taking<br />
Care of Business (TCB)<br />
“Cada vez mais o vídeo ganha importância na vida das pessoas, está no celular,<br />
no desktop do computador, no tablet e out of home. Então as marcas que não<br />
souberem explorar todas as potencialidades do vídeo não serão players<br />
suficientemente fortes para suportar a concorrência, que é cada vez maior”<br />
48<br />
agosto de 2017
novo negócio. Fiquei uns seis meses me organizando até<br />
que voltei a trabalhar como roteirista freelancer. Foi quando<br />
surgiu uma oportunidade - no começo de 2015 um cliente<br />
trouxe uma demanda de uma campanha on e offline para<br />
comemorar os seus 15 anos de existência. Aproveitei a oportunidade<br />
e montei equipe para atender a esta necessidade.<br />
Depois disso, surgiram outras oportunidades de produção<br />
de conteúdo. Em 2015 mesmo comecei uma parceria com<br />
o Estadão que dura até hoje”. O veículo possui uma área de<br />
produção de conteúdo para marcas e empresas, o Media<br />
Lab Estadão, e muito desse material é produzido em vídeo.<br />
Segundo Simoni, foram esses projetos com o Estadão que<br />
trouxeram visibilidade e garantiram à TCB a conquista de outros<br />
clientes.<br />
A produtora trabalha de acordo com as demandas, de forma<br />
colaborativa. “Cada projeto é desenhado sob medida<br />
para o cliente e junto com a equipe mais adequada ao perfil<br />
de cada job. Se não tenho o profissional dentro da TCB,<br />
busco parceiros no mercado para atender da melhor forma<br />
possível, levando em conta o budget de cada projeto”, explica<br />
a empresária, que atende a clientes como Siemens,<br />
Janssen, Claro, Chamyto, Marisol, Abimaq e Câmara Brasil<br />
Alemanha. “Cada vez mais o vídeo ganha importância na<br />
vida das pessoas, está no celular, no desktop do computador,<br />
no tablet e out of home. Então as marcas que não<br />
souberem explorar todas as potencialidades do vídeo não<br />
serão players suficientemente fortes para suportar a concorrência,<br />
que é cada vez maior”, conclui.<br />
agosto de 2017 49
Campanha<br />
Roteiro de ação<br />
Fotos: Divulgação<br />
Neogama cria campanha<br />
em parceria inédita com<br />
a Marvel para lançamento<br />
da Renault no Brasil<br />
Extremamente forte e resistente, o Incrível Hulk – com<br />
magnífica adaptabilidade para enfrentar qualquer situação<br />
– é o novo garoto propaganda da Renault do Brasil,<br />
na campanha criada pela Neogama em parceria inédita<br />
com a Marvel, para divulgar o novo carro da multinacional<br />
francesa, o Kwid, que reforça a estratégia da companhia<br />
em atingir 60% das vendas na América Latina proveniente<br />
do segmento SUV.<br />
Kwid, o “SUV dos compactos”. Veículo homologado pelo<br />
Inmetro como SUV com preço a partir de R$ 29.990. Para<br />
os próximos meses, está prevista a chegada do Koleos,<br />
modelo top de linha da marca. “Estamos trabalhando<br />
com uma renovação completa da linha de SUV”, explica<br />
Cláudio Rawicz, gerente de marketing da Renault do Brasil.<br />
De acordo com especialistas, o segmento de SUV deve<br />
representar 20% das vendas de carros no país, neste ano.<br />
Em 2020 pode chegar a 25%.<br />
Segundo Claudio, as ações em torno do Kwid trouxeram<br />
diversas inovações, além da parceria com a Marvel, foi a<br />
Para isso, a fabricante prepara um portfólio de carros na<br />
categoria que até então tinha apenas o Duster. Em fevereiro,<br />
lançou a Captur. Neste mês, traz ao mercado o<br />
“O volume de vendas superou<br />
em quatro vezes nossas<br />
expectativas (em dois meses).<br />
Foi o maior investimento<br />
em mídia da marca...”<br />
50<br />
agosto de 2017
primeira vez que a empresa abriu pré-venda de um lançamento.<br />
“O volume de vendas superou em quatro vezes<br />
nossas expectativas (em dois meses)”. Além disso, ainda<br />
de acordo com o executivo, foi o maior investimento em<br />
mídia da marca, que, de janeiro a junho deste ano, aportou<br />
mais de R$ 310 milhões em publicidade, segundo<br />
ranking da Kantar Ibope Media (valores referentes a tabela<br />
cheia, sem descontos).<br />
Só na pré-venda foram três meses de campanha no digital:<br />
primeiro se questionou o modelo de compacto. Em<br />
seguida, houve uma brincadeira com o nome do veículo,<br />
que não é fácil de pronunciar, e, por último, foram apresentados<br />
os benefícios do modelo. “Com filmes incisivos,<br />
rápidos e curtos. Além disso, houve investimento em mídia<br />
com TV aberta e Pay TV, com Bruno Gagliasso e Marina<br />
Ruy Barbosa”, conta Claudio. A Renault Brasil quer atingir<br />
8% de Market share neste ano.<br />
Ajudada pelo Kwid que será fabricado no Brasil, na fábrica<br />
da Renault em São José dos Pinhais (PR). “Duplicamos<br />
a produção do terceiro turno. Para isso, contratamos 550<br />
novos colaboradores”. Na companhia, como um todo<br />
também houveram mudanças. Em abril, trocou de diretor<br />
de marketing com a saída de Bruno Hohmann para<br />
a chegada do argentino Federico Goyret. Um mês antes,<br />
Alejandro Botero tornou-se VP comercial no lugar de Gustavo<br />
Schmidt, que deixou o cargo para assumir a vice-presidência<br />
de vendas e marketing da concorrente, Volkswagen.<br />
Na presidência também tem novidade, em quase 20<br />
anos de Brasil é a primeira vez que a empresa tem um brasileiro<br />
no comando. Desde 1º de julho, Luiz Pedrucci responde<br />
como diretor-geral do Grupo Renault no Brasil e<br />
como presidente da Renault do Brasil, em substituição a<br />
Fabrice Cambolive.<br />
“Mudamos também nossa forma de comunicar os lança-<br />
agosto de 2017 51
Campanha<br />
veículos impressos, mídia digital e mobiliário urbano.<br />
Alexandre Gama, CEO e líder criativo da<br />
Neogama, explica que o projeto teve início com<br />
a criação de uma sala de 400 metros quadrados,<br />
dentro da agência, exclusiva para uma equipe<br />
de 18 pessoas trabalharem nessa ação. “Era uma<br />
agência dentro da agência para tocar esse projeto.<br />
Tinha planejamento, criação, mídia e uma parte<br />
digital”, conta.<br />
mentos, nesse momento em que o Brasil começa a dar sinais<br />
de retomada na economia. Estamos investindo mais em digital,<br />
o que já representa um quarto da verba de mídia da Renault.<br />
Porque as pessoas estão cada vez mais definindo a compra no<br />
digital”, explica Claudio.<br />
A campanha<br />
No filme, ambientado em São Paulo, Hulk e Kwid protagonizam<br />
um roteiro de ação, passando pelo Minhocão, a Avenida Paulista<br />
e uma escalada épica no edifício Altino Arantes – antigo Banespa.<br />
“Primeira vez na América Latina que uma marca se une à<br />
Marvel para fazer uma campanha publicitária, filmada no Brasil<br />
e finalizada em Hollywood. O Hulk, personagem emblemático,<br />
reforça os atributos do carro que queremos comunicar: é forte,<br />
grande, espaçoso. Que pretende ajudar a encarar os desafios<br />
urbanos da melhor maneira possível”, enfatiza Claudio.<br />
O filme conta com pós-produção (3D) da britânica Framestore.<br />
A campanha abrange TVs aberta e por assinatura, cinema,<br />
De acordo com Gama, esse tipo de estrutura vem<br />
sendo executada há pouco mais de um ano para<br />
alguns projetos capitais. “Não dá para montar para<br />
todos os projetos, até pela agilidade que muitos<br />
demandam. Mas os projetos capitais conseguimos isolar com<br />
uma equipe dedicada”. O criativo conta que posicionou a agência<br />
como um motor criativo, em que as ideias podem surgir<br />
e ser executadas no âmbito tradicional, assim também como<br />
em qualquer outra disciplina, como artes, por exemplo. “Ideia é<br />
matéria-prima de inovação”.<br />
A campanha do Kwid, por exemplo, foi realizada a seis mãos,<br />
com roteiro produzido de forma colaborativa entre Neogama,<br />
Renault e Marvel. “Houve diversas mudanças no roteiro porque<br />
não tínhamos as apólices do personagem. Para se ter uma<br />
ideia, levamos quatro meses até a aprovação e adequação, um<br />
processo que normalmente leva15 dias”.<br />
Já faz 10 anos que a Neogama atende a conta da Renault, no<br />
período foram quatro presidentes na empresa em fases diferentes,<br />
segundo Gama, que está na quinta conta do setor automobilístico.<br />
“Tenho expertises nisso. Carro é um assunto que<br />
gosto e sei trabalhar”, diz.<br />
“Primeira vez na América Latina<br />
que uma marca se une à Marvel<br />
para fazer uma campanha<br />
publicitária, filmada no Brasil<br />
e finalizada em Hollywood ”<br />
52<br />
agosto de 2017
Prêmio<br />
Novo<br />
formato<br />
Por: Pedro Yves<br />
Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />
Fiap ouve mercado e muda<br />
modelo de premiação<br />
O tradicional Festival Ibero-Americano de Publicidade (Fiap),<br />
que este ano chega à sua 48ª edição, terá novo formato. O objetivo<br />
dessa reformulação é valorizar as premiações, tornando-<br />
-as mais competitivas. Daniel Marcet, chairman do festival, que<br />
agora conta com novos sócios e Rodrigo Figueroa Reyes como<br />
CEO, dividiu a avaliação de trabalhos em quatro áreas: Formatos<br />
(F), Inovação (I), Anúncios (A) e Produção (P). Haverá apenas um<br />
GP em cada uma delas. Participantes que conseguirem troféu<br />
de ouro em cada área acumularão pontos, como em um Grand<br />
Slam, para contagem e apuração da Agência do Ano.<br />
54<br />
agosto de 2017
Hotel Usina del Arte,<br />
Buenos Aires<br />
O Fiap também terá pela primeira vez uma reunião de associações<br />
de agências de países da região e uma com anunciantes. Outra novidade<br />
é que o júri vai entregar um documento ao final do evento para<br />
servir de norte a agências, instituições governamentais, associações<br />
e universidades. O relatório pretende mostrar o momento atual da<br />
publicidade da região e indicativos de para onde ela deve caminhar.<br />
Daniel Marcet, chairman do Festival<br />
Os presidentes de cada categoria são Risto Mejide, da Aftershare, da<br />
Espanha (Formatos); Simón Bross, da mexicana GarciaBross (Produção);<br />
Guibert Englebienne, da Globant Latam (Inovação); e o brasileiro<br />
Luiz Sanches (Anúncios). Fora eles, cada área tem oito jurados,<br />
totalizando 38 pessoas. Além das quatro grandes categorias, o festival<br />
vai nomear Agência, Produtora, Anunciante, Rede e Agência<br />
Independente do Ano.<br />
agosto de 2017 55
Prêmio<br />
O Brasil terá Luiz Sanches, da AlmapBBDO como presidente<br />
do júri de Anúncios, e a participação de Patrícia Weiss, da<br />
Branded Content Marketing Association, como jurada em<br />
Formatos, e como jurada em Produção.<br />
Criado em 1969, na cidade de Rosário, na Argentina, o festival<br />
volta a Buenos Aires, capital do país, após três edições<br />
em Miami e duas na Cidade do México. Será realizado de<br />
3 a 6 de setembro, simultaneamente nos salões do Hotel<br />
Faena, em Puerto Madero, e no auditório da Usina del Arte,<br />
no tradicional bairro Boca.<br />
O novo Fiap tem o apoio oficial do governo da cidade de<br />
Buenos Aires e patrocinadores como Coca-Cola; Facebook;<br />
Accenture; Mastercard; da rede norte-americana de entretenimento<br />
Viacom; e do principal jornal argentino La Nacion.<br />
No Brasil, a Editora Referência, que publica a revista Propaganda,<br />
é a representante oficial do festival.<br />
Michel Tikhomiroff, da Mixer, e Patrícia Weiss, da Branded Content Marketing Association<br />
56<br />
agosto de 2017
Hotel Faena,<br />
em Buenos<br />
Aires<br />
Luiz Sanches, da AlmapBBDO<br />
agosto de 2017 57
Obladi, Obladá<br />
Miscelânea de miudezas<br />
Por Carlos Castelo<br />
“Boa literatura, no fi m das<br />
contas, é aquela que você<br />
deixa ao lado da privada”<br />
- A primeira regra da menopausa é não ter regras.<br />
- Eu sou do tempo que fazer mal a uma moça era uma<br />
forma de sexo.<br />
- Vivemos tempos em que os templates são mais importantes<br />
que as ideias.<br />
- A vida adulta não precisa se resumir a pagar impostos e<br />
mais tarde morrer, você também tem a opção de sonegar,<br />
ir preso e depois morrer.<br />
- Colocaram o país nos trilhos. Amarrado e amordaçado.<br />
- Alpinista social: aquele que sobe na vida escalando<br />
gente.<br />
- A tatuagem, essa arte plástica menor, se gênero literário<br />
fosse, seria a crônica.<br />
- Anda tudo muito banal. Mas, em matéria de pecado,<br />
nunca fomos tão originais.<br />
- Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço,<br />
ao mesmo tempo, sem camisinha.<br />
- O tempo está passando tão rápido que eu nem sei<br />
mais se sou criança ou octogenário.<br />
- A moda atual não veste, encaderna.<br />
- Todo mundo só vê série. De sétima arte, o cinema passou<br />
a ser a primeira.<br />
- Ninguém é insubstituível; ninguém para presidente.<br />
- É aquele tipo de governo que não existe, só dura.<br />
- Ela é do tipo que se acha o último cannoli gourmet do<br />
pacote.<br />
- Se internet desse dinheiro, ladrão, em vez de pedir a<br />
senha do cartão, pedia a do Instagram.<br />
- O golpe do país vizinho é sempre mais verde.<br />
- Toma cá o dinheiro, dá lá o voto.<br />
- Salvou o pescoço, matou a nação.<br />
- Um cigarro rouba três minutos de sua vida, um político<br />
a sua vida em 30 segundos.<br />
- São Paulo é um dos poucos lugares do mundo em que<br />
automóvel não é móvel.<br />
- Morre, vítima de concussão no crânio por um cheeseburguer,<br />
o consumidor que recebeu comida em<br />
domicílio pelo serviço drone-delivery.<br />
- Depressão é o desgosto gourmet.<br />
- Atualmente, até as moscas leem mais jornais impressos<br />
que as pessoas.<br />
- O mercado cada vez mais exigente: amigo meu Doutor<br />
da Alegria não consegue emprego porque não tem pós-<br />
-doutorado.<br />
- A pós-verdade tem pernas curtas.<br />
- Eu não tenho preconceito com celebridades, só com as<br />
conhecidas.<br />
- Antes, eu só ligava para dinheiro, hoje mando e-mail.<br />
- Enquanto discute-se a prevalência do sexo masculino<br />
ou feminino, prevalece a decadência do gênero humano.<br />
- Boa literatura, no fim das contas, é aquela que você<br />
deixa ao lado da privada.<br />
- Taxativo como um fiscal do Imposto de Renda.<br />
- A pior parte de transar é que é difícil tuitar.<br />
- Aquele livro do escritor esforçado, bem-sucedido, medíocre,<br />
de bom senso literário é o que você acaba lendo e<br />
recomendando aos amigos.<br />
- Escrever para imprensa é uma doença crônica.<br />
- Depois da barriga negativa em 90 dias, academias prometem<br />
cérebro negativo em uma semana.<br />
- A verdadeira celebridade sempre é póstuma.<br />
- Pela duração atual dos casamentos, nada mais natural<br />
que as cerimônias fossem via Skype.<br />
Carlos Castelo<br />
É escritor e publicitário<br />
Twitter: @casteloramabr<br />
58<br />
agosto de 2017
Marcello Barbusci<br />
Para toda boa criação<br />
há We transforme uma referência.<br />
your dream<br />
Na<br />
em in<br />
sua<br />
realidade a reality on paper.<br />
impressão<br />
no papel.<br />
também.<br />
Nós transformamos seu sonho<br />
Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />
em in realidade a reality on no paper. papel.<br />
“The “A qualidade quality do of paper papel e and o processo the printing de impressão process<br />
são nossas are our prioridades priorities para for the a melhor best delivery.” entrega.”<br />
Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />
“The “A qualidade quality do of paper papel e and o processo the printing de impressão process<br />
são nossas are our prioridades priorities para for the a melhor best delivery.” entrega.”<br />
Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />
Targeted Revistas Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel<br />
segmentadas magazines Tablóides Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />
Targeted Revistas<br />
segmentadas magazines<br />
Jornais We etransforme Didatic Livros Catalogs Catálogos your and e dream Paper Papel<br />
Tablóides Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />
in a reality on paper.<br />
Newspapers<br />
For Para For more maiores more information, informações call call us ligue us on on +55 para +55 11 11 2065 0766<br />
ou envie or drop um or us drop e-mail an us email para an email orcamento@referenciagrafica.com.br<br />
ca.com.br<br />
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Rua Rua François François Coty, Coty, 228 228 | Cambuci, | Cambuci, São Paulo São Paulo - SP | - Brazil SP<br />
Rua François Coty, 228 | Cambuci, São Paulo - SP | Brazil | www.referenciagrafica.com.br<br />
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www.referenciagrafica.com.br
Lançamento<br />
A Pirelli nos<br />
anúncios<br />
História da publicidade<br />
da marca e sua<br />
evolução é relatada<br />
em livro ilustrado<br />
A Pirelli conta sua história recente por<br />
meio da publicidade, no recém-lançado<br />
livro “Publicidade com P Maiúsculo”,<br />
publicado pela editora italiana Corraini<br />
Edizioni e editado pela Fundação Pirelli.<br />
Com mais de 800 imagens, a obra<br />
cobre desde a década de 1970 até os<br />
anos 2000, retratando a evolução de<br />
suas estratégias, técnicas e formas.<br />
Em suas 448 páginas, o livro traça um<br />
panorama de como a publicidade evoluiu<br />
nos últimos anos, do analógico ao<br />
digital, e o protagonismo da Pirelli em<br />
campanhas que ficaram para sempre<br />
na memória do público.<br />
A obra começa mostrando os trabalhos<br />
da Agenzia Centro, um ótimo exemplo<br />
de house agency, que reuniu nomes<br />
célebres como Pino Tovaglia, Salvatore<br />
60<br />
agosto de 2017
Gregorietti, Derek Forsyth, Gerhard Forster e<br />
François Robert.<br />
Já nos anos 1990, pode-se ver uma mudança<br />
de paradigma, com a entrada de grandes<br />
agências internacionais e a criação de campanhas<br />
globais, com a utilização de celebridades<br />
do mundo do esporte e do cinema, como<br />
Sharon Stone, Carl Lewis e Ronaldo. A foto de<br />
Carl Lewis usando sapatos de salto alto, feita<br />
por Annie Leibovitz, que também já assinou<br />
o prestigiado Calendário Pirelli, com o slogan<br />
“Potência não é nada sem controle”, de 1994,<br />
se tornou um dos grandes ícones da história<br />
mundial da publicidade.<br />
Disponível em inglês e italiano, o livro também<br />
será comercializado como e-book, além de<br />
contar com um site (advbook.fondazionepirelli.<br />
org) e um web app acessível via QR Code.<br />
agosto de 2017 61
Direto dos EUA<br />
Caligrafando<br />
Por Mariana Kertész<br />
Filha de artista, nasci e cresci em<br />
meio a arte, esculturas, livros,<br />
rascunhos e obras reconhecidas<br />
em várias partes do mundo.<br />
O que muitas vezes, pra mim, era só minha mãe trabalhando<br />
de um jeito que parecia até brincadeira, para os<br />
entendedores de arte era mais uma linda e valiosa escultura<br />
de Eliana Kertész.<br />
Crescer nesse ambiente e conviver com a paixão de minha<br />
mãe pelas formas - as que ela criava são de mulheres<br />
arredondadas - me levou para o design, mesmo que eu<br />
tenha relutado, como ela, e me formado em administração<br />
de empresas primeiro. Trabalhei em agências de<br />
publicidade como a Duda Propaganda e a Africa; tive a<br />
própria empresa de design estratégico e me mudei para<br />
os Estados Unidos. Aí, algumas outras coisas também<br />
mudaram. Mas não a arte, o desejo de dar formas, de me<br />
expressar através dos traços...<br />
Com essa mudança, dois filhos e uma casa pra cuidar, comecei<br />
a trabalhar em casa. E, confesso, não é fácil como<br />
parece. Mas foi nesse ambiente: família, criança, brinquedo,<br />
escultura, amigos, quadros, grama e jardim que comecei<br />
a caligrafar em fotos. Fui me inspirando em uma foto<br />
aqui, outra ali, e aos poucos minha experiência do passado<br />
como empreendedora foi dando forma de negócio<br />
para o que poderia ser só um hobby.<br />
Mas ainda lá atrás, no começo do ano, quando era mais<br />
hobby do que negócio, fui convidada com outros seis publicitários<br />
para montarmos uma exposição aqui em Nova<br />
York mostrando o nosso lado B, o que fazíamos quando<br />
não estávamos trabalhando. Achei interessante e provocativo<br />
por entender que realmente temos de ser criativos<br />
62<br />
agosto de 2017
em casa, mesmo que em pequenas atividades. Nascia ali a AdverSide_B,<br />
que levou mais de 20 trabalhos para a 4W43 Gallery, na Rua 43 com a 5ª<br />
Avenida.<br />
Minha inspiração, desde o início - e desde sempre - foi minha mãe. E mulheres<br />
que, como ela, são fortes, invencíveis, inegáveis e também românticas.<br />
Resolvi escrever palavras que potencializassem esse poder, com tinta preta<br />
em pratos de louça branca. Um contraste simples e direto pra falar dessas<br />
personagens da vida real.<br />
Foi uma delícia ver meu trabalho exposto ao lado de criações tão incríveis<br />
como as dos também publicitários Bernardo Romero, Paulo Junger, Hugo<br />
Aranha, Ana Paula Esteves, Marcelo Kertész e Harisson Santos. Deu uma sensação<br />
de unidade, mesmo diante de linguagens tão diferentes. Porque ali<br />
tinha uma coisa em comum: criatividade. Essa que insiste em nos perseguir<br />
principalmente quando decidimos nos expressar sem briefings, regras ou<br />
budgets. Lado B? Talvez.<br />
Mariana Kertész é empresária,<br />
graphic designer e caligrafa da<br />
Mari Kertész, EUA<br />
agosto de 2017 63
Making Of<br />
Fotos: divulgacão<br />
Y&R cria campanha para tornar<br />
Crystal a cerveja dos encontros<br />
Uma garrafa de cerveja sobre uma mesa de bar. Difícil<br />
imaginar esse cenário acrescentando a ele apenas uma<br />
pessoa. Numa mesa que tem cerveja, tem conversa, assunto<br />
e opinião. Tem, sempre, o encontro de pessoas.<br />
Encontro<br />
infi nito<br />
Por Celso Alfieri, diretor<br />
de Criação da Y&R<br />
E uma cerveja como a Crystal acaba sendo, na minha opinião,<br />
a maneira ideal para o que eu costumo chamar de<br />
“molhar as palavras”. Explico: Crystal tem distribuição regionalizada<br />
e está presente em locais onde as pessoas se<br />
encontram sem a formalidade dos grandes centros como<br />
São Paulo, por exemplo.<br />
Nessas regiões, os encontros começam despretensiosamente<br />
e, invariavelmente, não têm hora pra terminar. São<br />
encontros mais abertos, gregários. Para eles, não é preciso<br />
“ter o nome na lista”.<br />
Crystal tem a pretensão de ser a cerveja desses encontros.<br />
Por isso, a partir de agora, estamos assinando nossas campanhas<br />
com “Crystal. A cerveja dos encontros”.<br />
Os primeiros comerciais com o tema dos encontros foram<br />
realizados no fim de 2016, quando um grande caminhão-<br />
-palco levou o show-surpresa da dupla Zé Neto & Cristiano<br />
para algumas praças importantes da marca.<br />
64<br />
agosto de 2017
O caminhão parava em locais de grande circulação, as<br />
pessoas se aglomeravam à sua volta e, quando menos<br />
esperavam, a lona descortinava um palco gigante feito de<br />
engradados de cerveja Crystal.<br />
No palco, a dupla fez shows cujo material captado se<br />
transformou em quatro filmes regionais para a TV, além<br />
de conteúdo digital. O resultado foi incrível e a grande<br />
empatia dos artistas com o público nos fez apostar na<br />
presença deles também no filme que acaba de entrar no<br />
ar: “Encontro infinito”. Esse comercial é literal. Trata da materialização<br />
dos encontros regados a Crystal.<br />
Nele, Zé Neto & Cristiano se encontram com amigos,<br />
num bar. É o tradicional trio amigos-cerveja-violão. Porém,<br />
quando os dois começam a cantar a música criada para o<br />
filme, “… o encontro tá marcado, a Crystal já tá na mesa…”,<br />
todas as pessoas do bar começam a juntar suas mesas à<br />
deles, formando uma mesa enorme que, segundos depois,<br />
ganha as ruas, passa por dentro das casas e se estende por<br />
toda a cidade.<br />
A produção ocorreu num bar em São Paulo e em Santana<br />
do Parnaíba, cidade próxima à capital paulista. Foram<br />
duas diárias longas, mais de 200 figurantes e uma decupagem<br />
minuciosa.<br />
Eu estive lá, vi a mesa se formar e depois voltei para a<br />
agência. Disseram-me que ela ainda está crescendo, já<br />
passou por Jandira e chegou a Barueri.<br />
Não voltei pra conferir. Mas não duvido, não.<br />
agosto de 2017 65
Hobby<br />
Grandes<br />
sacadas<br />
Fotos: Divulgação<br />
As estratégias de Alexis Pagliarini<br />
nas quadras de tênis<br />
Alexis Thuller Pagliarini, superintendente da Fenapro (Federação<br />
Nacional das Agências de Propaganda) é figura conhecidíssima<br />
do mercado de comunicação, afinal são quase três décadas dedicadas<br />
às estratégias de negócios no segmento, seja em agências,<br />
instituições ou empresas como Coca-Cola, Honda, DPZ, Loducca,<br />
Amcham, WTC, MPI (Meeting Professionals International), CMO<br />
Council, Cenp e Aba, mas talvez nem todos saibam que é também<br />
das quadras de tênis que ele tira exemplos para alcançar metas<br />
e atingir resultados na vida profissional. Inclusive já conquistou<br />
cliente pós jogo, à época em que ainda era de agência.<br />
Há sinergia. O tênis, por exemplo, não é lá muito fácil de entender<br />
a princípio, tem a uma contagem esquisita de 15 para 30 e 40,<br />
tie-breaks, top spins e smashs. Na publicidade são os briefings,<br />
brainstorms, budgets e targets, focus groups que complicam para<br />
quem não é do meio. Segundo Alexis, em ambos os casos, o que<br />
mais importa é a concentração para desenhar uma estratégia,<br />
pode-se afirmar que é mais transpiração que inspiração. “Exige<br />
atenção, estressado ou dispersado não dá. Precisa ter foco, uma<br />
estratégia bem definida para o momento de dar a tacada final.<br />
Requer concentração. São aspectos similares ao bom profissional<br />
da nossa área”, diz.<br />
Alexis aprendeu a jogar tênis ainda na infância com o professor<br />
Bauru, em Jaboticabal, interior de São Paulo, sua cidade natal. Tinha<br />
12 anos de idade e pai entusiasta de esporte, em geral. “Foi<br />
influência dele. Tanto que ele não gosta de futebol e eu não sei<br />
jogar, só fico no gol”, conta Alexis, que, ao contrário do pai, curte<br />
sim uma partida de futebol. Apesar da pouca habilidade dentro<br />
de campo, fora dele é corintiano.<br />
66<br />
agosto de 2017
Alexis Pagliarini e<br />
seus ídolos Gustavo<br />
Kuerten (à esquerda)<br />
e Fernando Meligeni<br />
(acima)<br />
Aos 14 anos, abandonou o tênis para jogar basquete, que lhe parecia<br />
mais divertido. Podia jogar no time da escola e viajar com a<br />
galera, chegou a ser vice-campeão paulista no colegial. Retornou<br />
às quadras de tênis aos 18 anos, quando entrou para a faculdade.<br />
De lá para cá, não parou mais, além de jogar acompanha os<br />
principais torneios, já foi conferir de perto Roland Garros (Paris),<br />
Wimbledon (Londres) e Shanghai (China). “Ainda não fui ao US<br />
Open (EUA), mas está nos planos. Quem sabe no ano que vem.<br />
Meu sonho é tirar um ano sabático para acompanhar todos os<br />
torneios de tênis mundo afora”, diz o executivo, que é fã de Roger<br />
Federer, tenista suíço recordista do número de vitórias em<br />
torneios do Grand Slam e considerado um dos mais completos<br />
da modalidade. “Meu nome do meio, Thuller, é suíço”, brinca, insinuando<br />
semelhança com o atleta, quando perguntado sobre seu<br />
desempenho em quadra.<br />
Alexis é bom no ace, segundo ele mesmo. É o saque que, bem colocado<br />
ou batido com muita eficácia, não dá chance ao adversário<br />
de pegar a bola na tentativa de resposta. Joga em média três<br />
vezes por semana, mais aos fins de semana. “Teve uma época em<br />
que jogava todos os dias na hora do almoço com o Chester (criativo<br />
da AlmapBBDO)”. Na família apenas o irmão pratica o esporte.<br />
Até já disputou um torneio nos Estados Unidos. “Agora ele mora<br />
lá, mas quando estava aqui, jogávamos juntos”. Alexis já participou<br />
de diversos torneios recreativos e já foi vice-campeão dos Jogos<br />
Publicitários.<br />
A pratica lhe rende alegrias, mas também lhe custa algumas dores.<br />
“Às segundas-feiras, mal consigo colocar o pé no chão, tenho<br />
dor crônica no calcanhar”. Além disso, já sofreu algumas lesões<br />
como “Tennis Elbow” – também conhecido como “cotovelo de<br />
tenista”, que chega a levar até dois meses para uma melhora completa<br />
da dor – e estourou o joelho.<br />
agosto de 2017 67
Gastronomia<br />
Tempero<br />
baiano<br />
Fotos: Alê Oliveira e<br />
Rafael Barata<br />
Publicitário da Salvetribal<br />
cozinha todos os dias para<br />
relaxar da rotina de trabalho<br />
Fabrizio Barata, 39, chegou à Salve Tribal Worldwide pouco<br />
tempo depois da criação da agência, resultante da fusão<br />
entre a LDC e a Salve, promovida pelo Grupo ABC,<br />
em fevereiro. A Salve havia sido adquirida pelo Grupo em<br />
2015. Como diretor de contas ele é, por assim dizer, chefe<br />
de orquestra. Já que a função exige a coordenação do<br />
trabalho dos diferentes serviços da agência, mas o título<br />
não se restringe apenas ao universo corporativo. “Preciso<br />
saber orquestrar quando estou preparando uma receita,<br />
como no meu trabalho, a diferença é o ambiente”, explica<br />
Fabrizio, sobre a relação entre a publicidade e a gastronomia,<br />
suas duas paixões.<br />
Ele pratica as duas disciplinas todos os dias. Quando chega<br />
em casa, cozinha para desestressar e relaxar. “Minha<br />
namorada até briga comigo por isso, porque já nos sobra<br />
pouco tempo durante a semana e me enfio na cozinha.<br />
Cozinhar para mim é o dia a dia. Tem gente que faz disso<br />
um evento”. É tão natural para ele como foi aprender a<br />
preparar a própria comida. Aos 10 anos já sabia fazer alguma<br />
coisa observando os país cozinharem. Mas, foi aos 21<br />
anos, quando saiu de Salvador para morar sozinho, que<br />
desenvolveu, de fato, seu lado cozinheiro.<br />
Em busca de novos horizontes e desafios profissionais,<br />
deixou a faculdade de artes plásticas e formou-se em ciências<br />
da computação, durante a graduação já trabalhava<br />
na Ogilvy e foi nesse período que passou a cozinhar por<br />
três razões: 1) não tinha grana para ficar comendo fora,<br />
havia acabado de chegar em São Paulo e o salário era uti-<br />
68<br />
agosto de 2017
“Preciso saber orquestrar quando estou<br />
preparando uma receita, como no<br />
meu trabalho, a diferença<br />
é o ambiente”<br />
lizado para pagar a faculdade e o aluguel; 2) gostava de<br />
receber pessoas em casa; 3) era uma forma de relaxar. “Cozinhar<br />
é bem legal, além disso lhe garante: comer bem,<br />
barato e saudável. A princípio, eu ligava para minha mãe<br />
para tirar dúvidas de como fazer moqueca”, receita tipicamente<br />
baiana, que hoje é uma de suas especialidades<br />
juntamente com frutos do mar.<br />
Habilidoso na cozinha, Fabrizio chegou a participar de um<br />
dos programas mais famosos de gastronomia da TV aber-<br />
agosto de 2017 69
Gastronomia<br />
POLVO<br />
Ingredientes<br />
1kg de polvo (serve até 4 pessoas)<br />
1 bouquet garni (folha de louro, tomilho, alho-poró e salsão).<br />
20g de páprica doce<br />
100g de manteiga<br />
Uma colher de sopa de azeite de oliva.<br />
Preparo<br />
Deixar cozinhar por 45 min, apagar o fogo e deixar por mais<br />
20min ou deixar na panela de pressão por 12 min em média e<br />
deixar esfriar na panela por mais 20 min com o bouquet garni.<br />
Após esse passo, cortar os tentáculos, temperar com páprica<br />
doce.<br />
Fritar no azeite e manteiga.<br />
PURÊ DE BANANA DA TERRA<br />
Ingredientes<br />
2 bananas-da-terra quase maduras.<br />
250ml de creme de leite.<br />
50g de manteiga.<br />
Noz-moscada.<br />
ta brasileira. “Não esperava ser chamado. Fiz um vídeo de<br />
um polvo à lagareiro que estava cozinhando para amigos.<br />
” A motivação para inscrição no programa era de fazer um<br />
curso de gastronomia caso ganhasse a competição. Já<br />
que nunca fez nenhum, todo conhecimento que ele tem<br />
vem da prática e de livros de culinária, que coleciona uns<br />
tantos.<br />
Segundo Fabrizio, o programa lhe rendeu a noção de novas<br />
técnicas, de novos temperos. Além da troca de experiências<br />
com os outros participantes. Comprometido com a<br />
brasilidade em suas receitas, levou uma dose de tempero<br />
baiano ao reality. Tem como projeto criar um canal culinário<br />
no YouTube, com essa pegada de produtos e sabores<br />
brasileiros, já tem até nome: Cozinha das Marias. “A ideia<br />
é visitar casas de pessoas anônimas que cozinham algum<br />
alimento típico de uma determinada região do país”.<br />
Preparo<br />
Assar a banana-da-terra no forno por 20 min.<br />
Tirar a casca e processar com o creme de leite até fi car liso.<br />
Levar ao fogo com manteiga e uma pitada de noz-moscada.<br />
TOMATES CONFITADOS<br />
Ingredientes<br />
• Minitomates.<br />
• Bouquet garni (folha de louro, tomilho, alho-poró,<br />
salsão e alecrin).<br />
• Azeite até cobrir.<br />
• Pitada de sal<br />
• Pimenta do reino a gosto<br />
• 4 dentes de alho<br />
Preparo<br />
Por tudo numa pequena assadeira e levar ao forno a 180º<br />
por 20 min.<br />
Montar o prato e servir.<br />
Por enquanto, mantém apenas sua página no Instagram,<br />
que é recheada de pratos preparados por ele. Nesse caso,<br />
consegue associar outro hobby, que é a fotografia. “Comprei<br />
a câmera fotográfica para tirar fotos dos meus pratos”,<br />
diz o publicitário que ao longo de quase 20 anos de experiência<br />
passou pela AlmapBBDO, J. Walter Thompson, One<br />
digital e outras. Fundou a produtora digital Pivot, após<br />
oito anos deixou a sociedade. À Propaganda, fez polvo.<br />
Receita especial que garantiu sua participação no programa<br />
e foi protagonista do último almoço do Dia das Mães,<br />
em Salvador. “Minha mãe sempre me tirava da cozinha.<br />
Desta vez, me pediu para fazer algo que ela nunca tinha<br />
comido, fiz o polvo”.<br />
70<br />
agosto de 2017
Viagem<br />
72<br />
agosto de 2017
Fotos: divulgação<br />
sob outro<br />
olhar<br />
Por Pedro Garcia, Head of Concept<br />
do Grupo Isobar Brasil e criador<br />
do personagem “Cartiê Bressão”<br />
Executivo carioca do<br />
Grupo Isobar narra o Rio de<br />
Janeiro na visão de turista<br />
Viajar é um troço muito curioso. Sempre adorei viajar, mas<br />
não sabia muito bem o porquê. Achava que era por conhecer<br />
lugares novos, pessoas, comidas, tradições, culturas<br />
e climas diferentes. Mas recentemente percebi que é<br />
muito mais do que isso. Viajar é uma questão de olhar.<br />
Sou carioca e recentemente me mudei para São Paulo. As<br />
duas cidades são geograficamente próximas, pertencemos<br />
ao mesmo país, falamos a mesma língua e comemos<br />
feijão com arroz, mas só pelo fato de estar morando aqui,<br />
ao visitar o Rio, já sinto uma diferença enorme de quando<br />
estava morando lá. O reflexo do pôr do sol no espelho<br />
d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas ou no mar fica muito<br />
mais especial. O cheiro de maresia, do Jardim Botânico e<br />
das casas de suco parece que fica mais forte. Os sentidos<br />
ficam mais aguçados.<br />
agosto de 2017 73
Viagem<br />
Morei anos fora do Brasil e, quando voltei para cá, em<br />
2011, com essa percepção de quem morou um tempo<br />
fora, tentei cultivar o olhar de turista, de se surpreender<br />
e apreciar as pequenas coisas. O projeto fotográfico que<br />
criei, chamado “Cartiê Bressão” (uma singela homenagem<br />
ao fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson), é um exercício<br />
para manter esse olhar vivo.<br />
Os olhos do turista, na verdade, são um estado de espírito.<br />
Algo talvez próximo do conceito de consciência plena do budismo,<br />
misturados com uma pitada do flanêur de Baudelaire.<br />
Um antídoto contra a anestesia da rotina. Um olhar de criança<br />
eternamente descobrindo algo novo. Ou como o próprio Baudelaire<br />
coloca: “O gênio é a infância evocada quando se quer”.<br />
E o Rio é uma ótima cidade para praticar essa atitude<br />
mental. Poucos lugares possuem o mix de uma cidade<br />
grande (shows, restaurantes e pessoas) somado a uma<br />
beleza acachapante e a fusão com a natureza, com suas<br />
praias, trilhas, vistas e cachoeiras. Tudo relativamente perto<br />
- quando o trânsito permite.<br />
74<br />
agosto de 2017
Mais do que uma cidade dos cariocas, o Rio é uma cidade<br />
dos que compactuam com essa maneira de olhar a vida,<br />
de escolher o que é importante e o que não é.<br />
Acredito que em qualquer cidade é possível manter o<br />
olhar de turista vivo, mas, no Rio, o ambiente e a mentalidade<br />
da cidade ajudam bastante.<br />
Aqui vão alguns lugares que me ajudam a comungar da<br />
carioquice:<br />
• Cachoeiras do Horto: São sempre uma boa pedida, tanto<br />
nos dias de inverno (mais vazios) quanto no verão<br />
(muito mais refrescantes que a praia escaldante). É muito<br />
impressionante sair do meio da cidade e chegar em<br />
uma cachoeira em apenas 15 minutos.<br />
• Caminho dos Pescadores, no Leme: Além do visual incrível,<br />
esse lugar me traz calma, com aqueles pacientes e<br />
perseverantes pescadores.<br />
agosto de 2017 75
Viagem<br />
• Pista Cláudio Coutinho: Área protegida pelo Exército, é<br />
uma das poucas ainda intactas, preservadas. É um lugar<br />
mágico, pois em apenas poucos minutos de deslocamento<br />
você já estará em um cenário sem civilização,<br />
que traz uma sensação de Rio de Janeiro pré-histórico.<br />
• Orla do Flamengo: Uma linda e harmoniosa mistura de<br />
prédios mais clássicos, com arquitetura no estilo europeu,<br />
o decô e o modernismo brasileiro. Com recuo suficiente<br />
para poder apreciá-los e com o aterro e o mar<br />
emoldurando o entorno. É de ficar perdido sem saber<br />
para onde olhar.<br />
• Instituto Moreira Salles: É um dos lugares de que mais<br />
gosto no Rio. A mistura da arquitetura com a paisagem<br />
e de como elas representam o próprio diálogo paisagístico<br />
do Rio são uma obra-prima - isso sem falar da<br />
programação cultural...<br />
Mas, o melhor de tudo isso, é curtir quase todas essas partes<br />
da cidade durante o Carnaval de Rua. São dias de anarquia<br />
e fantasia - que, para mim, são das melhores coisas<br />
que o Rio tem para oferecer.<br />
76<br />
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Livros<br />
Pontos de vista<br />
Em “O Homem e os Lobos”, o autor<br />
Davide Moser mostra, misturando<br />
partes de sua vida com ficção, como<br />
a maioria dos seres humanos apenas<br />
vive sob comandos dos outros em<br />
sociedade, muitas vezes indesejados,<br />
que podem refletir no seu caráter e<br />
causar conflitos. O autor apresenta<br />
uma realidade em que o homem já<br />
não é a mais à semelhança de Deus<br />
e este é apenas usado para justificar<br />
guerras e atos desumanos. A obra<br />
imagina como seria um mundo sem<br />
a crença nesse Deus onipotente e<br />
onipresente: uma verdadeira selva<br />
de lobos. Com passagens bem-<br />
-humoradas, o autor produziu uma<br />
reflexão que discute a dificuldade de<br />
viver em sociedade com os próprios<br />
princípios.<br />
Antítese literária<br />
Uma não vive sem a outra. É o que fica demonstrado<br />
sobre a dualidade inerente entre<br />
democracia e tirania, em obra póstuma<br />
assinada por João Uchôa Cavalcanti Netto<br />
– falecido em 2012 e, dentre outros títulos,<br />
fundador da Universidade Estácio de Sá. O<br />
selo Ibis Juris faz a distribuição do livro “Democracia,<br />
um mito”, que é fruto de 10 anos<br />
de inquietação do autor sobre o tema. O<br />
fato de encontrar-se referendada pela sua<br />
opositora, a tirania e/ou ditadura, é o pontapé<br />
inicial de uma leitura que vai, item a item,<br />
desconstruindo toda a validade e o status<br />
incontestável conferido ao sistema democrático.<br />
E não somente no Brasil. A divulgação<br />
da obra tem à frente Monique Uchôa<br />
Cavalcanti de Vasconcelos, filha do autor e<br />
CEO da Uchoa Cavalcanti Empreendimentos<br />
Ltda., radicada na Flórida, EUA, desde<br />
1991. Para Deonísio da Silva, editor-responsável,<br />
o grande mérito do livro é a ousadia<br />
de tocar num assunto que, em geral, sequer<br />
merece reflexão porque na sociedade atual<br />
adquiriu a condição de intocável que não<br />
permite, na maioria das vezes, a quem quer<br />
que seja, falar de modo contrário à ideia de<br />
democracia como sistema político.<br />
No topo da carreira<br />
A história da mulher que assumiu o cargo<br />
de CEO da General Motors em 2013 e construiu<br />
uma carreira de sucesso está contada<br />
em detalhes no livro “Estrada para o sucesso<br />
– A ascensão de Mary Barra, a mulher<br />
à frente da General Motors”. Na obra, a<br />
jornalista Laura Colby relata que, quando<br />
a executiva assumiu o cargo, a empresa<br />
não estava num bom momento, prestes<br />
a enfrentar um dos maiores recalls de sua<br />
história. À época, o mercado insinuou que<br />
ela estava no cargo apenas para passar<br />
uma imagem mais gentil da companhia<br />
durante um período de crise. Mas foi diferente,<br />
e Mary, que começou a trabalhar na<br />
empresa com 18 anos e ocupou diversos<br />
cargos até chegar à presidência, tem muito<br />
a inspirar mulheres que desejam chegar ao<br />
topo na carreira. A obra destaca ainda fatos<br />
importantes sobre a relação das mulheres<br />
com o setor automobilístico, reforçando o<br />
crescimento da atuação delas em um ambiente<br />
dominado por homens.<br />
Tela para o impresso<br />
No livro “Cartazes”, o designer gráfico Marcelo Pallotta costura histórias e imagens<br />
do cinema brasileiro. O prefácio é assinado por Fernando Meirelles e<br />
Anna Muylaert. Estão na obra mais de 15 anos de trabalho de Pallotta, com<br />
estudos para a composição final dos cartazes e comentários dos diretores de<br />
cinema sobre seu trabalho. O designer enfatiza que, para muitas pessoas, o<br />
cartaz é a primeira imagem que uma pessoa tem em mente quando pensa<br />
num filme. Em seu livro, busca responder a algumas perguntas: por que, afinal,<br />
o cartaz é tão simbólico para um filme? Como resumir uma obra cinematográfica,<br />
tão repleta de imagens, em uma única imagem? São 250 páginas<br />
para quem gosta da sétima arte e adora cinema brasileiro.<br />
pedroyves@editorareferencia.com.br<br />
agosto de 2017 77
Memória<br />
Campanha do Banco<br />
Português criada pela<br />
Norton. Ouro<br />
Em dezembro de 1967,<br />
nasceu a ideia do Prêmio<br />
Colunistas. Um mês foi necessário<br />
para elaborar um regulamento,<br />
responsabilidade<br />
que fi cou a cargo de Fernando<br />
Reis, e realizar a primeira<br />
escolha dos melhores da<br />
propaganda, entre mais de<br />
uma centena de peças inscritas<br />
por agências de propaganda<br />
de São Paulo.<br />
O primeiro júri foi formado pelos idealizadores<br />
do prêmio, os colunistas de propaganda<br />
e marketing Armando Ferrentini,<br />
Cicero Silveira e Eloy Simões. E o que eles<br />
premiaram?<br />
O primeiro<br />
Prêmio Colunistas<br />
Por Nelson Varón Cadena<br />
Fotos: Divulgação<br />
Antes de responder a essa pergunta,<br />
cabe esclarecer que o regulamento previa<br />
medalhas de ouro, prata e bronze e<br />
menções honrosas, uma espécie de diploma<br />
de finalista. O júri concedeu sete<br />
ouros, cinco pratas, seis bronzes e seis<br />
menções, ao todo 24 prêmios, além do<br />
Destaque do Ano (Ida de Júlio Cosi, para<br />
a Alcântara Machado) e dos Grandes Prêmios<br />
de Agência do Ano (MPM), Liderança<br />
publicitária (Mauro Salles), Publicitário<br />
do Ano (Petrônio Corrêa) e mais o Fato<br />
do Ano (a fusão Mauro Salles-Interamericana)<br />
e o Exemplo do Ano (Revista Quem<br />
é Quem, da editora Visão).<br />
Mas, vamos aos trabalhos. Nenhuma medalha<br />
de ouro foi conferida para a MPM,<br />
que também não obteve nenhuma de<br />
prata e nenhuma de bronze, sequer<br />
menção honrosa, caracterizando que a<br />
78<br />
agosto de 2017
sua escolha como Agência do Ano se dera exclusivamente<br />
pela sua performance empresarial,<br />
o meteórico crescimento de uma agência<br />
regional que nesse ano de 1967 já se permitia<br />
liderar o ranking de maior faturamento e conquistara<br />
16 clientes no dito exercício. Chama<br />
a atenção na premiação a exclusão da mídia<br />
impressa, proposital, ou, quem sabe, pelo fato<br />
de os organizadores entenderem que a categoria<br />
Campanha, de alguma forma, contemplava<br />
a mídia de jornais ou revistas.<br />
Eram sete as categorias, cinco de mídia e duas<br />
promocionais: Melhor Campanha, Melhor Filme,<br />
Melhor Outdoor, Melhor Jingle, Melhor<br />
Anúncio Publicado na Revista Propaganda,<br />
Melhor Cartaz de Ponto de Venda e Melhor<br />
Cartão de Natal. Entre os premiados, destacamos<br />
alguns nomes: primeiro, Roberto Duailibi,<br />
que conquistava, em parceria com Jarbas<br />
José de Souza e Carlos Fernandes, uma menção<br />
honrosa com a campanha do reflorestamento,<br />
criada pela Standard para a CNP. Ao<br />
receber o prêmio na solenidade realizada em<br />
fins de janeiro na sede da APP, Duailibi já pensava<br />
na DPZ, fundada alguns meses depois.<br />
Carlitos Maia é outro nome em evidência. No<br />
primeiro Colunistas, conquistou para a Norton<br />
uma medalha de ouro e uma menção honrosa,<br />
ambas na categoria Cartão de Natal. A<br />
primeira com uma Bíblia em miniatura, de 1,5<br />
polegada, brinde da agência para o mercado;<br />
a segunda, com um cartão-disco da imobiliária<br />
Clineu Rocha com música inédita, especialmente<br />
gravada por encomenda por Chico<br />
Buarque de Hollanda. Dez anos depois da<br />
premiação, Maia subiu ao palco para receber,<br />
desta feita, o troféu de Publicitário do Ano.<br />
Neil Ferreira também despontou nesta primeira versão do Prêmio<br />
Colunistas, conquistando uma medalha de prata com um outdoor<br />
criado em parceria com Licínio de Almeida para Rodiella, cliente<br />
da Standard. A Standard foi um dos destaques da premiação, junto<br />
com a Norton, a P. A Nascimento e, em especial, a Alcântara Machado,<br />
que nos privou de conhecer os criativos, por conta de um<br />
capricho de se inscrever na premiação, e assim fez durante alguns<br />
anos, creditando os trabalhos à “equipe”.<br />
Em todo caso, nove agências subiram ao palco da APP, perante<br />
uma plateia qualificada, nesta primeira versão do Colunistas, que<br />
premiou a MPM, Mauro Salles-Interamericana, P.A. Nascimento-<br />
-Acar, Panam, Grupo Oito, Mcann-Erickson, Norton, Standard e Publitec.<br />
Com exceção da McCann, nenhuma sobreviveu para celebrar<br />
os 50 anos da premiação.<br />
Nelson Varón Cadena<br />
É autor do livro<br />
“Brasil 100 anos de Propaganda” e editor do blog<br />
almanaquedacomunicacao.com.br/blog<br />
agosto de 2017 79
Click do Alê<br />
1<br />
Fórum de ideias<br />
O 8º Fórum de Marketing Empresarial proporcionou um encontro enriquecedor para os mais de 300 profi s-<br />
sionais de agências, veículo e anunciantes que estiveram no Sofi tel Jequitimar, no Guarujá, entre 18 e 20 de<br />
agosto. Os participantes puderam, além de discutir os novos modelos, tema ofi cial do evento, trocar ideias,<br />
informações e cases de sucesso. Enfi m, experiências que certamente os credenciaram a sairem melhores do<br />
que quando chegaram. Dalton Pastore, da ESPM; Hugo Rodrigues, da Publicis; e Eduardo Fischer, da Fischer<br />
Group, foram homenageados com o Prêmio Lide de Marketing Empresarial. O evento é realizado pela Editora<br />
Referência em parceria com o Grupo Lide, e contou com curadoria de Marcos Quintela, Adonis Alonso e Armando<br />
Ferrentini.<br />
2 3<br />
4<br />
1. Executivos acompanham o Hino Nacional, na abertura do 8º Fórum de Marketing Empresarial, realizado no Sofitel Jequitimar, no Guarujá; 2. Dalton Pastore, presidente da ESPM;<br />
3. Hugo Rodrigues, presidente da Publicis Brasil; 4. Eduardo Fischer, presidente do Fischer Group; 5.Alexandre Grinberg, da Almap; Daniela Cachich, da Pepsico; Andréa Dantas, da<br />
Ed. Globo; e Luiz Sanches, da Almap; 6. Raul Doria, da Cine, e Rodrigo Faro, da Record; 7. André Pedroso, Reginaldo Ferrante, Thiago Lacorte e Jairo Soares, da Fischer Group;<br />
80<br />
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5<br />
7<br />
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Divulgação<br />
11<br />
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Divulgação<br />
12<br />
Divulgação<br />
14<br />
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8. Marcus Hadade, da Arizona, acompanhado por Denise Fernandes e José Eustachio, ambos da Talent Marcel; 9. Adonis Alonso, da Criatix; Gustavo Herbetta,<br />
da Vivid Brand; e Hugo Rodrigues, da Publicis; 10. Walter Zagari, da Record, com Marcelo Parada, do SBT; 11. João Doria Neto e Bia Cruz, do Grupo Doria;<br />
12. Vivian Salaro e Larissa Dalete, do Grupo Doria; 13. Gustavo Ene, do Grupo Lide, entre Armando Ferrentini e Clarice Milani Ferrentini, da editora Referência;<br />
14. Marcos Quintela, da Y&R, e Celia Pompeia, do Grupo Doria; 15. Cyd Alvarez, da NBS, e Thomas Roth, da Lua Nova Produções<br />
aleoliveira@propmark.com.br<br />
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Dorinho<br />
Dona Zezé, a moça do café<br />
82<br />
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