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796<br />

R$ 15,50<br />

ISSN 0033-1244<br />

SANDRA<br />

MARTINELLI


Sumário<br />

34<br />

6<br />

agosto de 2017


14<br />

30<br />

54<br />

8<br />

11<br />

12<br />

14<br />

20<br />

22<br />

26<br />

30<br />

34<br />

48<br />

50<br />

54<br />

58<br />

60<br />

62<br />

64<br />

66<br />

68<br />

72<br />

77<br />

78<br />

80<br />

82<br />

Editorial<br />

Sintonia com as mudanças<br />

E-mails<br />

Linha Direta<br />

Conta-gotas<br />

Entrevista<br />

Obsessão por resultado<br />

Opinião<br />

Para aprender e evoluir<br />

ZAP<br />

Vaivém<br />

Carreira<br />

Pensar diferente<br />

Pe r fi l<br />

O propósito faz a diferença<br />

Produtora<br />

Sob medida<br />

Campanha<br />

Roteiro de ação<br />

Prêmio<br />

Novo formato<br />

Obladi, Obladá<br />

Miscelânea de miudezas<br />

Lançamento<br />

A Pirelli nos anúncios<br />

Direto dos EUA<br />

Caligrafando<br />

Making Of<br />

Encontro infinito<br />

Hobby<br />

Grandes sacadas<br />

Gastronomia<br />

Tempero baiano<br />

Viagem<br />

Rio sob outro olhar<br />

Livros<br />

Memoria<br />

O primeiro Prêmio Colunistas<br />

Click do Alê<br />

Fórum de ideias<br />

Dorinho<br />

Dona Zezé, a moça do café<br />

agosto de 2017 7


Editorial<br />

Sintonia com<br />

as mudanças<br />

Por Pedro Yves<br />

“O passo inicial foi dado há três anos, quando a ABA<br />

lançou o slogan ‘marketing para transformar’, que<br />

defl agrou uma série de medidas internas, mas de grande<br />

impacto no mercado, como a revisão do seu estatuto,<br />

buscando atualizá-lo aos novos tempos, a criação de um<br />

Código de Ética e de um manual de governança.”<br />

Apesar de os sinais de que a crise econômica está ficando para trás ainda serem tímidos<br />

neste segundo semestre do ano, existe uma outra questão que também é motivo<br />

de preocupação para as empresas, numa perspectiva de tempo muito mais ampla.<br />

Trata-se das transformações na dinâmica de consumo, que a cada dia é mais e mais<br />

impactado pela interatividade da revolução digital.<br />

Buscando manter-se em sintonia com essas mudanças, a ABA (Associação Brasileira<br />

de Anunciantes), entidade cujos associados concentram 70% dos investimentos em<br />

mídia do país, vem redefinindo sua estratégia de atuação. O passo inicial foi dado<br />

há três anos, quando a entidade lançou o slogan “marketing para transformar”, que<br />

deflagrou uma série de medidas internas, mas de grande impacto no mercado, como<br />

a revisão do seu estatuto, buscando atualizá-lo aos novos tempos, a criação de um<br />

Código de Ética e de um manual de governança.<br />

Desde que assumiu a presidência executiva da ABA, em setembro de 2014, Sandra<br />

Martinelli vem se concentrando na concepção e ativação dessas inovações. O que incluiu<br />

a realização de importantes eventos, como o Encontro Nacional de Anunciantes,<br />

o ABA Summit e o ABA Mídia. Como escreve o jornalista Paulo Macedo, na reportagem<br />

da seção Perfil desta edição, “a entidade é uma referência no tripé que envolve os<br />

anunciantes, as agências de publicidade e os veículos de comunicação.”<br />

Na entrevista concedida à Propaganda, Sandra Martinelli explica os seis temas que<br />

vão nortear a entidade no planejamento estratégico dos próximos três anos: marketing<br />

de conteúdo, relevância e engajamento, consumo consciente, transparência no<br />

mercado, tecnologia e seu impacto na comunicação e marketing.<br />

Boa leitura.<br />

Pedro Yves<br />

diretor de redação<br />

pedroyves@editorareferencia.com.br<br />

8<br />

julho de 2017


UM CAMINHO MAIS BONITO<br />

E SEGURO PARA A SUA FÉ.<br />

APARECIDA<br />

ROSEIRA<br />

PINDAMONHANGABA<br />

TAUBATÉ<br />

REDENÇÃO DA SERRA<br />

PARAIBUNA<br />

SANTA BRANCA<br />

A Rota da Luz SP é um trajeto turístico criado para garantir o bem-estar e a segurança<br />

dos caminhantes que fazem a peregrinação até a cidade de Aparecida.<br />

Antes, essa caminhada era feita pelas margens da Via Dutra, sem o cuidado e a segurança<br />

que os fiéis merecem. Agora isso mudou. O novo traçado é formado por estradas secundárias,<br />

somando 201 km, que passam por nove municípios, a partir de Mogi das Cruzes.<br />

Assim, ao longo do percurso, os caminhantes também podem conhecer os usos, os costumes,<br />

a história e as lendas das cidades por onde passam. Sem dúvida, uma grande oportunidade<br />

para quem quer demonstrar a sua fé e conhecer um pouco melhor os caminhos e as belezas<br />

do nosso estado.<br />

Acesse e informe-se:<br />

www.rotadaluzsp.com.br<br />

rotadaluzsp@sp.gov.br<br />

GUARAREMA<br />

MOGI DAS CRUZES<br />

Santuário Nacional de<br />

Nossa Senhora Aparecida


www.revistapropaganda.com.br<br />

DIRETOR DE REDAÇÃO: Pedro Yves<br />

propaganda@editorareferencia.com.br<br />

EDITORA ASSISTENTE: Suzi Cavalari<br />

suzi@editorareferencia.com.br<br />

EDITOR DE FOTOGRAFIA: Alê Oliveira<br />

DIREÇÃO DE ARTE: Anilton Rodrigues Marques<br />

anilton@editorareferencia.com.br<br />

COLABORADORES<br />

Alberto Pardo, Carlos Castelo, Dorinho Bastos,<br />

José Eustachio e Nelson Varón Cadena<br />

DIRETORA-COMERCIAL<br />

Mel Floriano<br />

mel@editorareferencia.com.br<br />

GERENTE-COMERCIAL<br />

Monserrat Miró<br />

monserrat@editorareferencia.com.br<br />

DIRETOR-PRESIDENTE<br />

Armando Ferrentini<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

CONSULTORA DE MARKETING<br />

Tatiana Milani Ferrentini<br />

tatiana@editorareferencia.com.br<br />

DIRETOR-EXECUTIVO<br />

Tiago A. Milani Ferrentini<br />

tferrentini@editorareferencia.com.br<br />

CIRCULAÇÃO<br />

Vendas de Assinaturas/Central de<br />

Renovações/Exemplares Atrasados/Central<br />

de Atendimento a Assinantes:<br />

assinatura@editorareferencia.com.br<br />

SÃO PAULO<br />

Rua François Coty, 228 - CEP 01524-030<br />

São Paulo - SP - Tels.: (11) 2065-0738<br />

DEMAIS ESTADOS:<br />

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A revista Propaganda é uma pu blicação<br />

mensal da Editora Refe rência Ltda.<br />

Tiragem 7 mil exemplares<br />

CTP, IMPRESSÃO E ACABAMENTO<br />

FILI AÇÃO:<br />

10<br />

agosto de 2017


E-mails<br />

Parabéns,<br />

Esta nova diagramação da revista Propaganda remoça esta<br />

senhora que cuida, fala e promove o melhor da propaganda<br />

brasileira. Nada melhor de que este novo momento se<br />

apresente com merecida matéria sobre o Gilberto Leifert,<br />

outro baluarte desta indústria chamada Comunicação.<br />

Parabéns, Editora Referência.<br />

Raul Nogueira – Grandes Nomes da Propaganda<br />

Que revista mais linda vocês fizeram. Que delícia abrir as<br />

páginas da revista Propaganda. Parabéns pelo trabalho e<br />

que venha mais e mais sucesso, sempre.<br />

Sandra Azedo –Ogilvy<br />

Uma boa revista tradicional, assim como nós, profissionais<br />

mais rodados, precisa de uma repaginada de vez em quando.<br />

Depois do acerto na mudança do nosso PROPMARK, dá<br />

para ver que vocês mandaram bem mais uma vez com a<br />

“nova” revista Propaganda, sessentona, mas com corpinho<br />

de millennial. Parabéns e sucesso!<br />

Alexis Pagliarini - Fenapro<br />

Revista está linda.<br />

Julio Anguita, Babel Azza<br />

ESPECIAL<br />

Meus caros,<br />

Ao retornar das férias, fui surpreendido pelo conteúdo<br />

Especial Leifert. Senhor unanimidade. Sinceramente, nem<br />

de longe eu poderia imaginar que a revista Propaganda me<br />

conferiria tamanha distinção e seus editores cometeriam<br />

a ousadia de estampar uma cara antiga na capa da edição<br />

que apresenta a cara nova do veículo! É extremamente<br />

gratificante ver-se reconhecido por vocês – formadores de<br />

opinião – e pela revista Propaganda, tradicional fonte de<br />

informação e conhecimento da nossa indústria, além dos<br />

depoimentos e anúncios-homenagem.<br />

Muitíssimo obrigado.<br />

Gilberto Leifert<br />

Em tempo: os anúncios-homenagem contêm evidentes<br />

exageros. O Conar deveria tomar providências!<br />

Quero parabenizá-los pela excelente edição da revista<br />

Propaganda em homenagem ao Gilberto Leifert. Foi um<br />

trabalho de alta qualidade, como sempre tem sido, que<br />

reforça a estatura da contribuição profissional que ele deu<br />

ao mercado. Foi uma edição cercada de muita emoção<br />

e reconhecimento, acompanhada de ótima publicidade.<br />

Mais uma vez parabéns e muito sucesso sempre, com esta<br />

editora tão relevante para a publicidade brasileira.<br />

Renato Pereira – Grupo Globo<br />

Sensacionaaaaal a revista. Parabéns!<br />

Eu fiquei emocionada (tenho 18 anos com ele), imagino<br />

quando ele (Leifert) colocar as mãos na revista. Vocês foram<br />

surpreendentes!<br />

Kelly Neves de Souza – Grupo Globo<br />

Parabenizo toda a equipe!!!! Ficou sensacional a nova revista<br />

Propaganda. Moderna, atual e prazerosa de ler.<br />

Fernando Guntovitch – The Groupe<br />

Não obstante as dificuldades, parabéns pela atualização<br />

radical e consistente que vocês vêm procedendo em seus<br />

títulos. A nova Propaganda, em termos gráficos, modernização<br />

e relevância, é nota 10. Por favor, transmita meus<br />

cumprimentos a toda a equipe.<br />

Francisco Madia de Souza – Madia Mundo Marketing<br />

Nunca vi conteúdo editorial mais justo, nem acabamento<br />

gráfico mais bem feito do que a edição de Propaganda<br />

dedicada ao Gilberto.<br />

Humberto Mendes - Fenapro<br />

A revista está chocante!<br />

Eduardo Correa –Conar<br />

Meu próximo fim de semana já está comprometido<br />

pra ler a nova edição da Propaganda. Que delícia foi<br />

chegar à agência na última segunda-feira e encontrar<br />

mudanças na revista. Sou fã de papel, dos textos<br />

de vocês e também da maneira respeitosa com<br />

que as equipes - da redação ao comercial - sempre<br />

me trataram.<br />

Tenho acompanhado as evoluções de vocês nos últimos<br />

anos, e torço sempre para que tenham retornos positivos<br />

diante das mudanças, que, a meu ver, são sempre bem-<br />

-vindas!<br />

Forte abraço,<br />

Luli Liebert.<br />

GASTRONOMIA<br />

A matéria ficou ótima. (Propaganda, 795)<br />

Virna Miranda – Agência Tudo<br />

Fale com a redação. Envie sua opinião para: propaganda@editorareferencia.com.br<br />

As mensagens recebidas poderão ser editadas e publicadas de forma reduzida.<br />

agosto de 2017 11


Linha Direta<br />

Conta-gotas<br />

Por Armando Ferrentini<br />

“A ABA dos nossos dias transformou-se<br />

em uma parceira não<br />

apenas dos anunciantes, mas de<br />

todos os players do mercado”<br />

Embora como um conta-gotas, a economia brasileira dá<br />

sinais de recuperação, o que tem animado os mercados,<br />

com destaque para o da comunicação do marketing.<br />

Trata-se de um segmento da economia que tem no segundo<br />

semestre o seu melhor período, calculando-se que em<br />

épocas normais o investimento total do setor na segunda<br />

metade do ano atinja 60%, ficando os outros 40% para o<br />

primeiro semestre.<br />

Há que se considerar ainda, para aumentar nossas esperanças,<br />

que estamos nos aproximando de mais uma Copa do<br />

Mundo da FIFA, evento sempre muito bem aproveitado pelos<br />

anunciantes não só no Brasil, como em todo o planeta.<br />

Desde já, nossa torcida para que mestre Tite consiga a proeza<br />

de levar o Brasil até a final da Copa, o que fará crescer<br />

ainda mais o investimento publicitário em nosso país.<br />

Voltando aos dias de hoje e aqui no Brasil, é necessário que<br />

determinadas autoridades se compenetrem de que ainda<br />

vivemos um período grave da vida nacional, que a todos<br />

abalou, abala e ainda abalará por mais algum tempo.<br />

O que queremos dizer é que certos revanchismo têm de<br />

ser deixados de lado neste momento que prossegue delicado<br />

da vida nacional. Não nos lembramos, nos últimos<br />

50 anos, de uma tormenta igual a que nos atingiu, transformando<br />

os últimos três anos da vida brasileira em um<br />

verdadeiro inferno.<br />

Se conseguimos chegar até aqui – os que sobreviveram,<br />

pessoas físicas e jurídicas – e já podemos enxergar a famosa<br />

luz no fim do túnel, é necessário que todos nos compenetremos<br />

de que, se já passamos pelo pior, ainda não<br />

atingimos com segurança o chamado ponto de retorno.<br />

Há, sim, como dissemos, sinais de recuperação, mas se não<br />

nos ajudarmos, corremos o risco de um revertério que poderá<br />

ser ainda mais duradouro do que a crise que aos poucos<br />

vai nos deixando.<br />

Para evitarmos que isso aconteça e, ao contrário, o atual<br />

conta-gotas da nossa melhora se transforme em um esguicho,<br />

necessitamos de grandes personagens na condução<br />

do país e na vida política nacional.<br />

Pessoas que possam lembrar, ainda que de longe, grandes<br />

estadistas como Winston Churchill, que no seu discurso de<br />

posse como primeiro-ministro da Inglaterra, em maio de<br />

1940 e sob a ameaça de destruição total do seu país pelo<br />

poder bélico alemão, lapidou a frase que o mundo jamais<br />

esqueceu: “Eu diria à Casa, como disse aqueles que se juntaram<br />

a este governo: nada tenho a oferecer senão sangue,<br />

trabalho, lágrimas e suor”.<br />

No Brasil, curiosamente, retiraram das traduções a palavra<br />

trabalho, além de inverterem as duas últimas. De qualquer<br />

forma, serve como grande lição do que é um verdadeiro<br />

estadista, que preferiu a sinceridade ao engano.<br />

***<br />

Nesta segunda edição da revista Propaganda com nova<br />

apresentação gráfica, uma homenagem a ABA – Associação<br />

Brasileira de Anunciantes e a sua presidente-executiva,<br />

Sandra Martinelli.<br />

A entidade já foi no passado causadora de grandes preocupações<br />

ao segmento das agências, condenando as bonificações<br />

de volume e até mesmo o disposto na então Lei<br />

4.680, que obrigava os anunciantes a remunerarem suas<br />

agências pelo mesmo valor do desconto então concedido<br />

pela mídia a todo o conteúdo publicitário autorizado através<br />

de agências.<br />

Mas, isso é passado e bem passado. Hoje, a ABA não só vive<br />

em paz com todo o mercado, como tem se esforçado no<br />

sentido de colaborar com o seu aperfeiçoamento, realizando<br />

cursos e promovendo seminários de grande valor para<br />

os novos tempos vividos pelos mercados, aos quais vieram<br />

se juntar a mídia digital e a emblemática filosofia da desrupção,<br />

palavra entendida de muitas formas pelas diversas<br />

forças do mercado.<br />

A ABA dos nossos dias transformou-se em uma parceira<br />

não apenas dos anunciantes, mas de todos os players do<br />

mercado, entendendo que o aperfeiçoamento e a evolução<br />

da atividade publicitária, traz benéficos a todos.<br />

Armando Ferrentini<br />

É diretor-presidente da Editora Referência<br />

aferrentini@editorareferencia.com.br<br />

12<br />

agosto de 2017


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Entrevista<br />

Hugo Rodrigues<br />

Obsessão por resultado<br />

Por: Suzi Cavalari - Fotos: Alê Oliveira<br />

Hugo Rodrigues assumiu o comando da Publicis Brasil e Salles Chemistri<br />

há menos de três anos. Nesse curto período, levou a agência do<br />

8º lugar no ranking de investimentos publicitários no país para a vice-<br />

-liderança. É um feito notável, sem dúvida, mas que não surpreende<br />

a quem conhece sua bem-sucedida trajetória profi ssional. Desde que<br />

começou a trabalhar como redator na antiga Salles, no ano 2000, vem<br />

acumulando uma galeria de prêmios e reconhecimentos no Brasil e no<br />

exterior. Só para citar os mais recentes, foi eleito por duas vezes consecutivas<br />

um dos cinco publicitários mais admirados pelos clientes,<br />

de acordo com o levantamento bianual Agency Scope. O estudo da<br />

consultoria espanhola Scope é considerado o mais importante do setor<br />

e ouviu 405 anunciantes em sua mais recente edição, realizada em<br />

2016. Também em 2016, Hugo entrou para o ranking dos Top 3 CEOs<br />

da Creativepool, rede social voltada para a indústria criativa global. Em<br />

2015, foi nomeado um dos publicitários mais infl uentes do Brasil pela<br />

revista GQ. À frente da Publicis Brasil nos últimos dois anos, Hugo<br />

Rodrigues liderou o time de 400 profi ssionais da agência que venceu<br />

as duas mais importantes concorrências do mercado, garantindo a<br />

conquista das contas de Carrefour e Bradesco. Em 2017, ganhou três<br />

dos 17 Leões de Cannes que coleciona, entre eles um ouro pelo case<br />

“The Cliché” de Heineken. Estudioso do comportamento do consumidor,<br />

Hugo tem obsessão por resultado e entende que o anunciante<br />

quer e precisa de retorno rápido. Ele está por trás das campanhas de<br />

algumas das maiores marcas globais e nacionais, como GM, P&G,<br />

Nestlé, Sanofi , Heineken, Senac SP, Habib’s, SBT, Yakult, CVC, Arno,<br />

Medley e Merial – além das já citadas Bradesco e Carrefour. Premiado<br />

nos principais festivais de publicidade do mundo, representou o Brasil<br />

como jurado em Cannes duas vezes, em 2016 e em 2017. Também<br />

foi jurado no D&AD, no London Festival e no New York Festivals, entre<br />

outros. Por sua trajetória e experiência, tem sido convidado a ministrar<br />

palestras para profi ssionais do mercado de comunicação e marketing<br />

no Brasil e na América Latina. Na entrevista a seguir, ele conta um pouco<br />

do segredo da ascensão da Publicis sob seu comando.<br />

14<br />

agosto de 2017


agosto de 2017 15


Entrevista<br />

Pela primeira vez a Publicis alcançou a segunda posição no ranking dos investimentos publicitários<br />

no país. A que se deve esta evolução?<br />

Para isso é preciso olhar a evolução das marcas com as quais trabalhamos. Os resultados de Heineken, a empresa<br />

cresce num mercado retraído e de concorrência acirrada; de Chevrolet, que se tornou líder de vendas no<br />

setor; da P&G, onde os números da companhia crescem exponencialmente. Então credito esse crescimento da<br />

Publicis a nossa preocupação com todos os nossos clientes. Temos a mentalidade de atender às necessidades<br />

dos clientes, mesmo que seja um simples e-mail marketing, a dedicação é a mesma. Temos um time de mais<br />

de 400 pessoas preocupadas além de atender, entender o cliente e tentar surpreendê-lo. Digo tentar porque<br />

obviamente ninguém conhece mais do produto do que o próprio cliente.<br />

Vai ser a primeira?<br />

Esse não é o nosso objetivo, como não era ser o segundo. Queremos oferecer estratégia e pensamento que<br />

ajudem nossos clientes a crescerem. Se é através de uma mídia tradicional, segmentada, não importa. Vamos<br />

continuar perseguindo a excelência, o entendimento dos dados. Atualmente trafegamos num mundo em que<br />

é difícil entender os dados porque se tem muitas fontes que entregam esses<br />

números, mas que de alguma forma estão relacionadas a muitos grandes<br />

players. Então, é óbvio que se precisa analisar cada dado com muita cautela.<br />

Nosso objetivo é desenvolver esse hub de aperfeiçoamento e entendimento<br />

dos dados. É atrás disso que vamos correr o resto do ano. Se por meio deste<br />

trabalho chegarmos ao primeiro lugar, ótimo. Porque é bom quando se lidera<br />

um mercado ou alcança a primeira posição, isso será uma consequência.<br />

“Eu acredito que se você não<br />

muda pela própria vontade,<br />

os acontecimentos te<br />

obrigam a mudar”<br />

Qual o trabalho tem sido feito em relação aos dados?<br />

Temos investido em contratar pessoas de outras áreas. Buscamos market places<br />

que conseguiram entrar, navegar e entender esse mundo digital com<br />

performance. É necessário estabelecer um objetivo para poder construir um processo e atingi-lo. Os market places<br />

que já estão no mercado e exercem essa função com pouco investimento e grande resultado são as nossas<br />

fontes de inspiração e de talento. É fora do mercado publicitário que estamos buscando os futuros profissionais<br />

da agência. Vai adicionar um novo valor aos que já estão assim. Assim fizemos com as agências digitais, quando<br />

trouxemos o Domenico (Massareto), executivo que fundou uma das primeiras agências digitais de país. Fomos<br />

a primeira agência de publicidade a convidar um profissional deste universo digital a ser vice-presidente de<br />

toda a agência. Com o objetivo de oferecer ao cliente fortalezas em todas as plataformas. A Mirian (Shirley), por<br />

exemplo, trabalhou em hub de mídia no exterior. Fora isso, temos pessoas que vieram de consultorias, de clientes,<br />

tem engenheiro, um time multifacetado. Temos a flexibilidade em agregar profissionais de outras áreas para<br />

que possam ajudar nossos clientes a serem lidos pelos consumidores de forma mais inteligente, mais rápida.<br />

Isso muda a estrutura do que era uma agência tradicional de publicidade?<br />

Eu acredito que se você não muda pela própria vontade, os acontecimentos te obrigam a mudar. O mercado<br />

de comunicação vai continuar em transformação e isso não é ruim. Não acredito na morte de nenhuma das<br />

16<br />

agosto de 2017


grandes plataformas. Creio que temos muito mais armas poderosas, sedutoras para encantar o consumidor.<br />

Tenho orgulho do time da Publicis.<br />

E está faltando algum profissional?<br />

Sempre está. Com o dinamismo das coisas. Até outro dia o homem mais rico do mundo era o Bill Gates, agora<br />

já é o Jeff Bezos, que transformou a Amazon, agregando novos públicos à marca. Acho fascinante. Gerou novos<br />

empregos, desenvolveu indústrias, atraiu novos profissionais. Então, acredito que sempre estará faltando profissionais.<br />

O barato dessa vida que levamos é correr atrás de um sonho de criar uma nova ferramenta, uma nova<br />

empresa. Vejo a Publicis e as agências com uma grande oportunidade de se reinventarem e de se tornarem<br />

camaleões em momentos mais especialistas e noutros mais generalistas, é uma vida excitante. Profissionais<br />

sempre serão bem-vindos!<br />

Alguma mudança significativa no posicionamento da agência no Brasil, após a chegada de Arthur<br />

Sadoun (CEO Publicis Groupe), já que ele mesmo declarou que será uma gestão de impacto?<br />

Para falar de presidência é preciso lembrar quando o Paulo Giovanni assumiu<br />

como chairman do Grupo Publicis no Brasil. Foi um trabalho imensurável. Ele<br />

“O barato dessa vida<br />

que levamos é correr atrás do<br />

sonho de criar uma nova<br />

ferramenta, uma nova empresa”<br />

mexeu em todas nas lideranças das agências. Grande mentor, trouxe sucesso<br />

a todas as marcas. Não pode ter o trabalho esquecido. Naquela época, já sabíamos<br />

que o Arthur seria o novo Maurice (Levy). Foi uma passada de bastão<br />

tranquila. Não foi surpresa. O Arthur está alinhado com os alicerces e DNA do<br />

Publicis. Acredito que terão comandos de impacto, por exemplo, como o que<br />

ele anunciou durante o festival de Cannes: que todas as agências do Grupo<br />

ficariam por um ano fora de eventos de alta publicidade ou de festivais e usaria<br />

esse investimento para desenvolver uma nova plataforma de inteligência<br />

artificial chamada Marcel. Isso mostra a preocupação do Grupo em falar de<br />

Data. Não basta ter inteligência artificial, é preciso transformar isso em resultado real. Creio que esse é o maior<br />

foco do Arthur para o Grupo Publicis. Para o Brasil, não houve nenhum tipo de problema, já estava alinhado<br />

desde a época do Giovanni a chegada do novo CEO mundial.<br />

Há algum tempo, em entrevista à Propaganda, você disse algo sobre avaliar a participação nos festivais.<br />

Penso que os festivais são importantes para medir o tamanho da sua criatividade, mas não são uma verdade<br />

absoluta. Como a semana de moda nos grandes centros globais também não é e nem os protótipos de automóveis<br />

nos grandes salões do mundo são. O fato de a Publicis ter decidido se ausentar por um ano tem começo,<br />

meio e fim, é saudável. Decidir por uma atitude dessa em definitivo eu não concordaria. Creio que temos<br />

de olhar para a quantidade de festivais que existe no mundo, não porque eles são sejam bons, mas porque o<br />

mercado mudou. O dinheiro que transita diminuiu e não apenas do mercado da comunicação. Por isso, precisamos<br />

nos reinventar e essa transformação teremos de vivenciar de alguma forma. Cabe a cada um se reinventar<br />

diante desses movimentos.<br />

agosto de 2017 17


Entrevista<br />

Você completará em novembro três anos à frente da Publicis. Qual o balanço que faz da sua gestão?<br />

Fazer um balanço quando tudo está indo bem parece autoelogio. Os resultados imprimiram algo que a Publicis<br />

ainda não tinha vivido no país. Tenho de voltar a chamar a atenção para o nosso time. Lá no primeiro dia fui<br />

pedir conselhos ao Giovanni. Cerquei-me de pessoas talentosas. Não dá para falar desses três anos sem falar<br />

dessas 400 pessoas que fazem parte dessa agência. O Brasil é um país que oscila muito. Quando se começa a<br />

levantar de um grande baque toma logo outra pancada. A exemplo do que ocorreu com a nossa carne, que<br />

caiu em desgraça no mundo. O Brasil é um país para os fortes. Paralelo a isso, tem toda a concorrência global,<br />

as novas tecnologias, os novos consumidores, os novos comportamentos, os novos sexos, para somar tem as<br />

mudanças do mercado publicitário. Então, se não tiver um time unido, que acredita que aquele desejo quase<br />

impossível daquele cliente é capaz de ser atendido, morre. Se iniciar um trabalho com pouca ou nenhuma<br />

crença não vai ser um trabalho bom. Logo no primeiro ano ganhamos Carrefour, no segundo concentramos<br />

todas as contas de P&G. Terceiro ano, ganhamos Bradesco. Além disso, ganhamos a concorrência de Senac,<br />

que já era uma conta nossa e os clientes que já estavam com a gente. O balanço é maravilhoso. Como fazemos<br />

isso? Trabalhando! Tomando uma rasteira e levantando, seguindo em frente e aprendendo sem se abalar com<br />

as notícias que vem de fora, que conspiram para nos derrubar.<br />

“Tenho de voltar a chamar a atenção para nosso<br />

time. Cerquei-me de pessoas talentosas. Não dá<br />

para falar desses três anos sem falar dessas 400<br />

pessoas que fazem parte dessa agência”<br />

18<br />

agosto de 2017


Mudou alguma coisa do Hugo do primeiro dia como CEO?<br />

A minha história foi me moldando. Comecei como redator, fui promovido a supervisor de criação. Fundei a<br />

Salles Chemistri, unidade de varejo da Publicis. Virei diretor de criação, em seguida diretor de criação da agência<br />

como um todo. Em 2010, cheguei a COO. Dois anos depois, já esperava poder tocar a agência com algumas<br />

crenças que eu via que seriam possíveis e isso acabou ocorrendo em 2014. Talvez por ter sido um caminho<br />

longo e de muito aprendizados, minha cabeça estava bem preparada para os furacões e intempéries que nosso<br />

mercado costuma apresentar. Mudo todo dia, meus caminhos, minhas crenças. Nesses três anos fui muitos<br />

Hugos porque foram diversas situações diferentes.<br />

Ainda há algo a ser implementado?<br />

Falta muita coisa. Um acompanhamento apurado. As exigências estão cada vez maiores, precisamos ter uma<br />

medição de resultados muito precisa. Acredito que ninguém ainda tem isso para entregar aos clientes.<br />

Novidades previstas para os próximos meses e para 2018?<br />

Para este ano, queremos focar nos nossos clientes. Mergulhar em cada um deles e oferecer uma agência integrada<br />

e multifacetada. Para 2018, não sei. Tenho o sonho de entregar esses dados, essas métricas de uma forma<br />

muito precisa. E isso é o que vamos fazer.<br />

Vai criar alguma operação ou núcleo para isso?<br />

Esses núcleos já existem aqui sem grande nome, sem adjetivo.<br />

O que precisamos é aperfeiçoá-los. Agregar peças de<br />

outros mercados para nos tornar afiados. Dependendo dos<br />

resultados desses esforços terei uma resposta mais concreta<br />

para 2018. Essa será nossa missão. Com independência<br />

de avaliação para nossos clientes para sermos além de uma<br />

empresa de comunicação, uma empresa parceira, de apoio<br />

aos nossos clientes.<br />

“A criatividade é maravilhosa.<br />

Se ela for esplendida não<br />

precisa pedir licença para<br />

alguém. Pode desenvolvê-la<br />

e colocá-la à venda”<br />

Quanto a agência cresce neste ano?<br />

Cresceremos mais de 35%. Nos últimos dois anos crescemos 48,5%.<br />

Entre inovação e criatividade qual é mais relevante nesse momento à Publicis?<br />

A criatividade é maravilhosa. Se ela for esplendida não precisa pedir licença para alguém. Pode desenvolvê-la e<br />

colocá-la à venda. Quando se é chamado a resolver um problema, a criatividade continua sendo importante desde<br />

que entregue um resultado esperado. É aí que inovação combina mais com o nosso mercado. Não criamos o<br />

que gostaríamos, somos contratados para atingir algum tipo de objetivo. Simplesmente ser criativo pode ser bom,<br />

mas não trazer resultado algum serviu. Então não teria sido justo com o cliente usar o dinheiro de um terceiro, entreter<br />

um público, ser o grande criador, mas não beneficiar quem te contratou. Quando uma empresa é chamada<br />

a ajudar outra empresa desenvolver algo e gerar resultado a criatividade é apenas um dos elementos importantes,<br />

estratégia de mídia é importante, o planejamento, o digital, é uma série de fatores que somados deveriam gerar<br />

uma grande inovação a ponto de seduzir os clientes a tomarem uma atitude.<br />

agosto de 2017 19


Opinião<br />

Para aprender e evoluir<br />

Por José Eustachio<br />

Já há muitos anos tenho o hábito<br />

de manter um caderno onde anoto<br />

pensamentos, ideias, aprendizados,<br />

textos que mexeram comigo,<br />

citações e outros achados<br />

que me inspiram.<br />

Essa é a forma que encontrei para não perder conhecimento<br />

que, quando não registrado, se esvai com a limitação<br />

da nossa memória.<br />

Vez por outra, costumo abrir o caderno e dedicar algum<br />

tempo a ler as anotações, o que sempre funciona como<br />

uma espécie de combustível tanto no âmbito profissional<br />

como pessoal, nas relações de trabalho e também na<br />

inteiração com a vida de maneira geral. É prazeroso, é estimulante.<br />

Recentemente fui buscar no meu caderno algum conteúdo<br />

que pudesse me ajudar a manter o ânimo e a disposição<br />

de continuar acreditando que ainda vale a pena fazer<br />

as coisas certas do jeito certo. Folheando aleatoriamente<br />

as páginas, encontrei uma declaração que escrevi sobre<br />

qual era meu propósito em relação ao exercício do meu<br />

trabalho.<br />

Sei que pode parecer um tanto quanto cabotino escrever<br />

um artigo sobre uma definição de propósito pessoal,<br />

mas me motivei por considerar que expor essa definição<br />

de caráter íntimo seria uma forma de compartilhar com<br />

outras pessoas que também consideram que, sem um<br />

propósito que realmente valha a pena, o trabalho perde o<br />

mais importante dos seus valores: dar um sentido maior<br />

àquilo que fazemos e transformar o que poderia ser um<br />

dever em prazer.<br />

Prazer, essa é, em minha opinião, a maior motivação para<br />

fazer algo bem-feito, dando o máximo do que sabemos e<br />

podemos, sempre como apetite de melhorar, de aprender<br />

e evoluir. É o prazer em fazer algo que faz a diferença<br />

entre o protocolar e o verdadeiro engajamento.<br />

Hoje existe praticamente um consenso de que as empresas<br />

e marcas precisam ter um propósito que vá além de suas<br />

atividades de negócio. Empresas precisam ter “causas” com<br />

as quais as pessoas se identifiquem e queiram aderir. Em<br />

outra ocasião, não muito tempo atrás, esse foi tema de um<br />

artigo que escrevi e foi publicado neste mesmo espaço.<br />

Se a grande maioria está de acordo que empresas devem<br />

ter um propósito, por que não indivíduos adotarem esse<br />

mesmo princípio? Se empresas com “causa” agregam mais<br />

valor ao meio no qual estão inseridas, o mesmo deve valer<br />

para cada pessoa.<br />

Não existe dúvida de que é muito bom prestigiar empresas<br />

e marcas com propósito, mas talvez seja ainda mais<br />

valoroso quando é você mesmo o responsável por definir,<br />

assumir e ser o mantenedor do seu propósito.<br />

Bem, no meu caderno estabeleci que o propósito da minha<br />

vida profissional é: ser feliz e gerar felicidade, fazendo<br />

uso das oportunidades de obter conhecimento e ter a<br />

disciplina de levar esse conhecimento à ação, de maneira<br />

holística, com responsabilidade, sendo amigável, respeitando<br />

a vida, o outro e o afeto nas relações.<br />

Pode ser que muitos achem uma formulação rasa, ingênua,<br />

que não merece o espaço da página nesta revista. Fazer<br />

esse juízo é um direito de quem lê, assim como aquele<br />

que escreve deve estar pronto para as críticas. No entanto,<br />

essa visão sobre o significado do trabalho tem funcionado<br />

muito para mim.<br />

Ter a felicidade pessoal e comum como objetivo, aprender<br />

continuadamente, transformar conhecimento em<br />

ações práticas, cultivar o respeito pelas pessoas e a responsabilidade<br />

pelo que fazemos têm sido um guia para<br />

minha conduta.<br />

Para continuar sendo um eterno aprendiz e evoluir, é preciso<br />

ter algo a mais como objetivo, além de ganhar o sustento.<br />

Ficamos muito melhores no que fazemos quando<br />

colocamos alma no trabalho.<br />

José Eustachio<br />

É chairman da Talent Marcel<br />

20<br />

agosto de 2017


Zap<br />

Artplan + Pullse<br />

Allan Barros e Rodolfo Medina apresentaram ao mercado publicitário a Pullse, nova agência do Grupo Artplan. Sob liderança<br />

de Allan Barros, executivo com mais de 25 anos no mercado de comunicação, a empresa já nasce com clientes<br />

expressivos do varejo nacional, como Ricardo Eletro, Camisaria Colombo, Guiato, Lucree e Pobre Juan, que, juntos, acumulam<br />

– até o momento – mais de R$ 10 bilhões em vendas em 2017, além de, somados, atuarem em mais mil pontos<br />

de venda em todo o país.<br />

Oswaldo Mendes é<br />

homenageado pela ESPM<br />

O publicitário paraense Oswaldo Mendes, fundador<br />

e diretor da mais antiga agência de propaganda da<br />

Região Norte do Brasil, a Mendes Publicidade, foi homenageado<br />

com a Medalha de Mérito ESPM Rodolfo<br />

Lima Martensen e o diploma de excelentes serviços<br />

prestados na área. Até hoje, somente dez personalidades<br />

receberam essa honraria, entre elas o ex-presidente<br />

Fernando Henrique Cardoso e o Prêmio Nobel<br />

da Paz Mohamed Yunus. A entrega foi realizada na<br />

sede da Associação Comercial do Pará, em Belém, da<br />

qual Mendes é presidente do Conselho Superior. O<br />

professor José Roberto Whitaker Penteado, ex-presidente<br />

da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing)<br />

entregou a medalha e o diploma a Mendes.<br />

22<br />

agosto de 2017


JWT apresenta Pangaea<br />

A J. Walter Thompson Company apresentou a Pangaea,<br />

uma solução de inteligência artificial interna que permite<br />

que qualquer um dos seus mais de 12 mil funcionários no<br />

mundo lhe façam perguntas e obtenham respostas. Desenvolvida<br />

pela J. Walter Thompson Worldwide, a Mirum<br />

e a Starmind - especialistas em inteligência artificial -, a<br />

Pangaea reúne neurociência e inteligência artificial numa<br />

rede com capacidade de aprender e ajudar os funcionários<br />

a terem acesso ao vasto conhecimento que existe<br />

dentro dessa rede.<br />

Leo Burnett cria<br />

reality show cervejeiro<br />

A Leo Burnett Tailor Made idealizou o reality show “Eisenbahn<br />

Mestre Cervejeiro”, inspirando-se no projeto da<br />

marca, que contou com a criação e produção da Endemol<br />

Shine Brasil. O site do “Eisenbahn Mestre Cervejeiro”<br />

já está no ar com todas as informações para aqueles que<br />

desejam participar. Com previsão de estreia para outubro<br />

deste ano, a atração vai desafiar os participantes a produzirem<br />

uma receita autoral de American Pale Ale, uma<br />

cerveja com teor alcoólico entre 4,5% a 6,2%, que demora<br />

em torno de 20 dias para ficar pronta, entre os tempos de<br />

produção e maturação.<br />

Mcgarrybowen<br />

lança mcgarryaberta<br />

Durante quatro meses, a mcgarrybowen abre suas portas para<br />

receber um grupo de 16 jovens empreendedores, dos quatro<br />

cantos de São Paulo, para formar uma rede de trocas com o objetivo<br />

de redefinir e colocar em prática soluções de comunicação<br />

para os projetos e iniciativas destes empreendedores. Em<br />

abril passado, a agência, por meio de um grupo de empreendedores<br />

de diversas áreas de atuação, abriu um processo para<br />

encontrar jovens que estão tocando seus projetos e iniciativas<br />

para participarem do mcgarryaberta. Ao todo, 40 pessoas se<br />

inscreveram para o primeiro grupo do projeto. A seleção levou<br />

em conta a diversidade não só de raça, gênero, credo ou orientação<br />

sexual, mas também diversidade de áreas de atuação dos<br />

projetos e estágios que eles se encontram.<br />

Músicas<br />

que Inspiram<br />

O projeto “Músicas Que Inspiram”, iniciativa<br />

do blog Inspi, visa transformar<br />

trechos de letras de músicas inspiradoras<br />

em cartazes com um forte apelo<br />

visual e criativo. A ideia é do designer<br />

curitibano Eneo Lage, que faz do projeto<br />

um exercício contínuo de criatividade,<br />

valorizando a música e dando<br />

forma a essas ideias. O projeto pode<br />

ser acompanhado pela página “Músicas<br />

que Inspiram” no Facebook, que<br />

também é o canal para enviar sugestões<br />

de canções que não podem faltar<br />

nessa coleção. E quem desejar estampar<br />

aquela música especial na parede<br />

de casa pode baixar gratuitamente os<br />

cartazes para impressão, em tamanho<br />

A4, no endereço musicasqueinspiram.<br />

tumblr.com.<br />

agosto de 2017 23


“Minha visão sobre o<br />

papel do profissional de<br />

marketing não esta<br />

limitada a bater metas de<br />

vendas. Nem mesmo a<br />

fortalecer marcas. Nosso<br />

trabalho pode ir além e<br />

impactar a vida das<br />

pessoas. Por isso ele<br />

deve ser feito com ética e<br />

responsabilidade. É pra<br />

isso que eu estou aqui.”<br />

Descubra o que mais a ABA faz por você e o que você pode fazer pela ABA em aba.com.br.<br />

• Conteúdos exclusivos • Fóruns de debate • Eventos • Representação junto a órgãos governamentais


JOÃO BRANCO,<br />

DIRETOR DE MARKETING DO MCDONALD’S<br />

“Os desafios de quem<br />

trabalha com marketing no<br />

Brasil não são poucos nem<br />

fáceis. Quando a ABA une<br />

grandes executivos em<br />

comitês, ela estimula a troca<br />

de experiências e o networking.<br />

Isso gera negócios e<br />

contribui para o marketing<br />

ampliar sua participação na<br />

gestão das organizações.”<br />

Junte-se a nós e faça a diferença.<br />

• Defesa de interesses dos anunciantes • Tendências • Networking


Vaivém<br />

Fotos: Divulgacão<br />

A Leo Burnett Tailor Made contratou nove profissionais<br />

na Mídia. O departamento completa um ano sob o comando<br />

da VP Andrea Hirata. Na foto, da esquerda para direita,<br />

Janaína Barreto, Grazzieli Sacramento, Renan Lima, Angelica<br />

Gomes, Lucas Louzada, Helô Lima, Sharon Valle, Maílson<br />

Dutra, Tamara Lissy, Arthur Cavazini e Andrea Hirata.<br />

Africa recebe o diretor de<br />

mídia Rafael Pascoal, que assume<br />

o time de Vivo. Formado<br />

em publicidade e propaganda<br />

pela FAAP, ele vem da J. Walter<br />

Thompson, onde liderava<br />

o time de mídia. Com mais<br />

de 15 anos de experiência, já<br />

teve passagens pela Lowe e<br />

DPZ&T, além da JWT.<br />

A WMcCann contratou Ana<br />

Helena Coutinho para ocupar<br />

o cargo de diretora de atendimento<br />

das contas de Nestlé,<br />

Lupo, General Mills, Seara, Flora<br />

e Algar. Ana já é de casa. Entre<br />

2006 e 2008, trabalhou na<br />

W/Brasil. Ela também acumula<br />

passagens pelas agências<br />

EURO RSCG 4D, NBS e DPZ&T.<br />

A FCB Brasil contratou Alexandre Nolasco<br />

para gerente de mídia. Ele, que vem da<br />

Leo Burnett, vai atender SKY e Mondelez.<br />

Formado em publicidade, propaganda e<br />

marketing pelo Mackenzie, iniciou sua carreira<br />

na antiga W/Brasil como assistente de<br />

mídia, foi planejador de mídia na F/Nazca e<br />

supervisor de mídia nas agências FCB Brasil<br />

(na época Giovanni + Draftfcb) e JWT.<br />

Dentsu Aegis Network tem novo CEO<br />

Américas e CEO US. Trata-se de Nick Brien<br />

(foto). Ele chega para assumir a posição que<br />

antes era ocupada por Nigel Morris, que foi<br />

promovido ao recém-criado cargo de Chief<br />

Strategy e Innovation Officer. Ambos fazem<br />

parte do board da Dentsu Aegis Network.<br />

O Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de São Paulo empossou<br />

nova diretoria para o triênio 2017-2020. O publicitário Dudu Godoy,<br />

VP executivo da NBS, assumiu a presidência. A nova diretoria é composta por<br />

14 executivos e dirigentes de agências paulistas: Antônio Donizete Dudli (Talent<br />

Marcel), como diretor financeiro; Roberto Pereira Tourinho Dantas (NBS<br />

Comunicação), diretor-secretário; Paulo Cesar Ferrari (Octopus Comunicação),<br />

diretor de Relações Interassociativas; Marcelo Ponzoni (RaeMP), diretor de<br />

Planejamento e Desenvolvimento; e Rino Ferrari Filho (Rino Com), diretor de<br />

Relações Governamentais. Os suplentes são Gustavo Rafael Moreira Giudice<br />

(Dentsu Aegis Network) e Guilherme Rabboni Junior (Aktuellmix). O Conselho<br />

Fiscal é integrado por Luiz Celso de Piratininga Figueiredo Junior (Adag Comunicação),<br />

Pedro Atilio Cesarino (Publicidade Archote), Luiz Augusto Teixeira<br />

Leite (Ogilvy Brasil), Cesar Augusto Massaioli (Portal Publicidade) e Francisco<br />

Garcia Dias da Silva (Havas Worldwide Brasil).<br />

24<br />

agosto de 2017


A Associação Brasileira de Propaganda tem nova diretoria. Liderada por Dudu Lopes,<br />

sócio da Silence, a chapa única sucede a diretoria liderada por Álvaro Rodrigues,<br />

CEO e CCO da 3A Worldwide, durante dois anos.<br />

Presidente<br />

Dudu Lopes (Silence)<br />

Diretoria<br />

Alexandra Junqueira (W/McCann)<br />

Bruno Dreux (Amo)<br />

Daniela Ferro (Artplan)<br />

Eduardo Petribu (TV Globo)<br />

Guilherme Jahara (F.Biz)<br />

JuedAndari (Eletromidia)<br />

Luis Baselli (Flagcx)<br />

Marcelo Giannini (Loja)<br />

Marcio Juniot (Leo Burnett)<br />

Rafael Ferrer (Quintal)<br />

Ricardo Real (Script)<br />

Roberto Oliveira (Elemidia)<br />

Rudimila Borges (Grupo Coruja)<br />

Conselho Superior<br />

Álvaro Rodrigues (3A Worldwide)<br />

Diretora de Comunicação<br />

Priscila Serra<br />

Renata –Diretora de arte por<br />

formação, Renata El Dib vem<br />

somar ao time de diretores de<br />

criação da Africa. Vem da Wieden<br />

+ Kennedy, com 15 anos de experiência<br />

acumula passagens<br />

por agências como Lowe,<br />

DM9DDB, LDC (Antiga Loducca)<br />

e Y&R.<br />

A Artplan reforça seu time com<br />

a contratação de Carol Althaller,<br />

que assume como Head de Business<br />

Intelligence. Ela coordenará as<br />

atividades dos três escritórios e reforçará<br />

também o trabalho de novos<br />

modelos de negócios já realizados<br />

no dia a dia da conta da Estácio.<br />

Ela é pós-graduanda em Design Estratégico<br />

pelo IED Rio, tendo anteriormente<br />

estudado comunicação<br />

social na FAAP. Com passagens por<br />

empresas como WGSN e FLACCX<br />

nas áreas de Insights.<br />

O escritório da FCB Brasil no Rio de Janeiro tem novo time<br />

de atendimento para parte da conta de publicidade BTL<br />

da TIM. Isabella Ramos vai atuar como supervisora de<br />

conta. Ela vem da Malagueta Criativa, onde trabalhou<br />

como executiva de conta. A agência também<br />

recebe os assistentes de conta Amanda<br />

Gomes (ex-Borghi/Lowe e F/Nazca – Brasília) e<br />

Rafael Racy (ex-Artplan). Junto a eles, para reforçar<br />

a equipe, estão Taissa Sartie, como gerente<br />

de atendimento; Amanda Correa, como<br />

supervisora de conta; e Isabela Zaremba, como<br />

assistente de conta. Todas já faziam parte do quadro<br />

de funcionários da agência.<br />

Vitor Lieff é o novo CFO da<br />

WMcCann. Com mais de 17 anos<br />

de experiência, iniciou sua carreira<br />

como auditor externo na PwC,<br />

onde permaneceu por seis anos.<br />

Em 2006, ingressou na WMcCann,<br />

na área de planejamento e análise<br />

financeira, onde atuou como gerente<br />

e, posteriormente, diretor.<br />

Após sete anos, assumiu a diretoria<br />

financeira da Momentum Brasil,<br />

empresa que também pertence<br />

ao McCann Worldgroup.<br />

O executivo Toni Ferreira é o novo diretor-<br />

-geral de estratégia digital da Ogilvy Brasil.<br />

Até agora, ele atuava mais na área de mídia.<br />

Ferreira terá a missão de garantir que o<br />

conceito digital esteja sempre permeando<br />

todos os departamentos da agência.<br />

A Burson-Marsteller promoveu Elaine Rodrigues<br />

a VP de operações no Brasil. A executiva<br />

ingressou na B-M em 2008 como atendimento<br />

sênior, tem 20 anos de experiência no setor de<br />

comunicação corporativa. É formada em jornalismo<br />

pela Universidade Metodista e pós-graduada<br />

em comunicação com o mercado pela ESPM.<br />

A Spark, empresa do grupo<br />

Fluvip, contrata Leonardo Andrade<br />

(ex-Publicis) como diretor<br />

de estratégia.<br />

agosto de 2017 25


“Em um ambiente com<br />

tanta transformação, a ABA<br />

é fundamental para nos<br />

mantermos atualizados.<br />

Por isso há anos eu participo,<br />

debatendo tendências,<br />

trocando experiências e<br />

levando conhecimento para<br />

ajudar o mercado a evoluir<br />

como um todo. Juntos<br />

faremos uma ABA cada<br />

vez mais forte!”<br />

Descubra o que mais a ABA faz por você e o que você pode fazer pela ABA em aba.com.br.<br />

• Conteúdos exclusivos • Fóruns de debate • Eventos • Representação junto a órgãos governamentais


GABRIELA ONOFRE, DIRETORA DE MARKETING<br />

GLOBAL/AMÉRICA LATINA PARA CUIDADOS FEMININOS<br />

DA JOHNSON & JOHNSON<br />

“A ABA é o braço direito dos<br />

anunciantes em Brasília e no<br />

Brasil. É ela quem defende<br />

nossos interesses junto aos<br />

órgãos de governo e ao<br />

mercado. Eu confio e sei<br />

da seriedade com que esse<br />

trabalho é feito. Quanto mais<br />

forte a ABA for, mais fortes<br />

todos nós, anunciantes,<br />

seremos.”<br />

Junte-se a nós e faça a diferença.<br />

• Defesa de interesses dos anunciantes • Tendências • Networking


Carreira<br />

Violeta Noya,<br />

nova mídia da<br />

Talent Marcel<br />

Pensar diferente<br />

Por: Suzi Cavalari<br />

Fotos: Divulgação<br />

Com experiência em desenvolver negócios<br />

em áreas distintas, a recém-contratada<br />

mídia da Talent Marcel deve abrir novas<br />

frentes de atuação na agência<br />

30<br />

agosto de 2017


O que esperar da mídia da Talent Marcel daqui para frente? Violeta Noya,<br />

recém-contratada para dirigir a área, não tem experiência em trabalhar em<br />

agência de publicidade. Mas traz na bagagem atuação em novos negócios<br />

em diversas empresas. “Vim com a missão estratégica de pensar diferente,<br />

melhorar resultados do digital e turbinar novas frentes”, revela.<br />

O primeiro capítulo da nova empreitada começou muito antes do dia 1º de<br />

agosto, data em que começou a trabalhar na agência. Ela já atuou de finanças<br />

ao marketing em várias companhias e também criou um veículo de comunicação,<br />

a Otima. “Foi quando me apaixonei pela publicidade. Considero-me<br />

uma publicitária, o que faltava era trabalhar em agência. Em conversas com o<br />

João (Livi), a oportunidade apareceu. Ele precisava de uma pessoa empreendedora,<br />

obcecada por melhorar resultados para os clientes. O desafio veio no<br />

momento em que a Otima estava sendo vendida. Considerei que cumpri um<br />

ciclo, a Otima era meu bebê, da criação à venda eu estava presente”.<br />

Foram quatro anos e meio até a Otima ser vendida. De acordo com Violeta,<br />

dentro da Odebrecht Transport era a empresa mais rentável. Com uma marca<br />

consolidada que ajudou a desenvolver o mercado de mídia exterior no Brasil<br />

e ganhou vários prêmios. “Eu brincava que a gente vendia pinga às oito da<br />

manhã, porque o natural das marcas era publicidade na televisão. O que eu<br />

fiz de novo foi usar as práticas da indústria para um veículo de comunicação.”<br />

Violeta chegou à Odebrecht para montar uma incorporadora de baixa renda,<br />

uma joint venture com a Gafisa, chamada Bairro Novo, destinada à população<br />

com renda entre quatro e 10 salários-mínimos, que não conseguiam<br />

financiamento bancário, pois na época era preciso dar 30% de entrada à<br />

compra do imóvel. Com sua experiência em bancos (Sudameris e Citibank),<br />

desenvolveu um produto financeiro que garantisse o financiamento de 90%.<br />

Uma nova oportunidade surgiu quando a parceria com a Gafisa foi desfeita.<br />

O combustível para a criação da Otima veio de uma viagem ao exterior para<br />

conhecer uma companhia que explorava o segmento de mídia out home no<br />

Brasil. Na época, a decretação da chamada Lei da Cidade Limpa havia mudado<br />

radicalmente esse mercado na cidade de São Paulo. A prefeitura paulistana<br />

abrira uma licitação para explorar os poucos espaços que sobraram – basicamente<br />

abrigos em pontos de ônibus e relógios de rua. Na França, ouviu que<br />

ela até poderia entrar numa parceria, mas que, como lhe faltava conhecimento<br />

sobre o ramo, a multinacional abocanharia cerca de 80% do negócio. “Voltei ao<br />

Brasil e contei aos acionistas. Parti para cima: eram apenas duas pessoas e eu.<br />

Trabalhava dia e noite. Fizemos 1.500 páginas para licitação. Além disso, era necessário<br />

produzir os protótipos, fui pinçando as pessoas capacitadas, pois era<br />

“Vim com a missão estratégica de pensar diferente,<br />

melhorar resultados do digital e turbinar novas frentes”<br />

agosto de 2017 31


Carreira<br />

um projeto inédito. Tive a preocupação de deixar a cidade<br />

mais bonita, com três modelos de abrigos feitos com material<br />

de primeiríssima qualidade”. A licitação foi ganha com<br />

nota técnica de 95, enquanto que a concorrente ficou com<br />

65. De acordo com Violeta, houve diversas contestações de<br />

outras empresas. Por esse motivo, o contrato ficou de julho<br />

a dezembro para ser assinado.<br />

“Ouvi dos acionistas que a possibilidade de assinar o contrato<br />

era zero, porque caso eu conseguisse isso em pleno<br />

mês de dezembro, em fevereiro já precisaria ter os abrigos<br />

na rua. E tem todo um processo de produção. Já era o sexto<br />

ano da lei e não tinha ninguém preparado nesse sentido,<br />

nenhuma fábrica de mobiliário urbano. Eu me lembro<br />

que todo mundo viajou de férias e fiquei sozinha numa<br />

mesa com 20 homens e os convenci a assinarem o contrato<br />

em 16 de dezembro de 2012”. Em seguida, localizou<br />

em Minas Gerais uma fábrica cujo dono estava disposto a<br />

trabalhar no Natal e Réveillon. “Paramos a fábrica dele. No<br />

final, pude colocar tudo na rua antes mesmo do prazo. Foi<br />

uma operação de guerra”, diz Violeta, que ainda vendeu<br />

três cotas de anunciante-fundador, sem conhecer nada<br />

do mercado publicitário. No projeto estavam Ambev, NET<br />

e Visa. O dinheiro propiciou a montagem da empresa, o<br />

pagamento do pessoal, tudo a toque de caixa. “Minha primeira<br />

reunião de conselho era só homem, era casca de<br />

banana o tempo todo. Só após os resultados do primeiro<br />

ano é que houve reconhecimento”.<br />

Mulher, judia, baiana e engenheira, Violeta, 47, já está<br />

acostumada a se destacar. Casada e mãe de dois filhos, é<br />

descendente de família de imigrantes, os avôs maternos<br />

eram romenos. Já o avô paterno era húngaro, a avó nasceu<br />

na Amazônia, o bisavó, no Marrocos. Quando jovem, era<br />

a única judia em Salvador. Formada em 1992 engenheira<br />

civil pela Universidade Federal da Bahia, foi a primeira da<br />

turma e mestre de cerimônia. Uma semana depois estava<br />

se casando. Em janeiro do ano seguinte, veio morar em<br />

São Paulo e fez pós-graduação em administração na FGV.<br />

O primeiro trabalho foi como trainee no banco Sudameris,<br />

após seis meses foi alocada numa agência distante, na<br />

zona sul da capital paulista. “Gosto de fazer diferente. Passei<br />

a visitar os clientes para oferecer produtos e sofisticar<br />

as operações da agência”. Em menos de um ano multiplicou<br />

por cinco o volume de aplicações e foi promovida.<br />

Mas para ter uma nova experiência foi trabalhar em finanças<br />

na categoria de sabonetes da Unilever. Mergulhou na<br />

operação: do consumidor à produção. “Participei de todas<br />

as etapas”. Permaneceu na empresa por dois anos e meio.<br />

Generalista e adaptada às mudanças, foi para o Citibank<br />

criar a área de Middle Market. Montou equipes multifuncionais,<br />

ganhou diversos prêmios no banco. Mas queria<br />

ter uma experiência internacional. “Fazer um MBA era um<br />

sonho desde que saí de Salvador”. Num tempo recorde,<br />

“Gosto de fazer diferente. Passei a visitar os clientes para<br />

oferecer produtos e sofisticar as operações da agência”<br />

32<br />

agosto de 2017


“Aprendo muito rápido. Muitas vezes, na sexta-feira eu ficava<br />

sabendo em qual cliente estaria na segunda. No fim de semana tinha de<br />

ler tudo sobre a companhia e chegar sabendo mais que o próprio cliente”<br />

foi aceita pela Insead (escola francesa com o melhor MBA<br />

do mundo), junto com o seu marido. “Foi um dos melhores<br />

anos da minha vida, abriu minha mente. Descobri<br />

lá que eu poderia ser qualquer coisa, justamente como<br />

sempre pensei. Ao término do curso, recebi sete propostas<br />

de trabalho. Optei por uma consultoria dissidente da<br />

Mckinsey, focada em internet e telecom”. Foi morar em<br />

Barcelona com o marido.<br />

Na consultoria pôde exercitar uma de suas características,<br />

a de mudar com facilidade. “Aprendo muito rápido. Muitas<br />

vezes, na sexta-feira eu ficava sabendo em qual cliente<br />

estaria na segunda. No fim de semana tinha de ler tudo<br />

sobre a companhia e chegar sabendo mais que o próprio<br />

cliente”. Foi um ano e meio viajando na segunda e voltando<br />

na sexta. Já estava com 30 anos e, casada há 10 anos,<br />

queria ter filho.<br />

Diante disso, aceitou o convite para trabalhar na Telefônica,<br />

em Madri. A empresa havia acabado de comprar<br />

as operações de Brasil, Argentina, Chile e Peru. Violeta<br />

tornou-se head para América Latina, cuidava de projetos<br />

transversais para todos os países. “Era, de novo, quase que<br />

uma página em branco. Os espanhóis tinham as operações<br />

separadas e precisavam transformar a Telefônica<br />

numa multinacional. Foi um baita desafio, não havia briefing.<br />

Trabalhei lá por dois anos e meio. Meu filho nasceu<br />

enquanto eu ainda estava no olho do furacão.”<br />

Quando o bebê estava com cerca de um ano, Violeta pediu<br />

para voltar ao Brasil. Pois as viagens deixavam pouco<br />

tempo para o filho, além disso queria ter mais um. “Foi<br />

complicado sair, os espanhóis confiavam em mim para<br />

entender o Brasil, maior mercado deles. Eu amava meu<br />

trabalho, foi a decisão mais difícil que tomei na vida.”<br />

De volta ao Brasil e num cargo inferior ao que deixou na<br />

Espanha, em pouco tempo já estava à frente de um novo<br />

desafio: cuidar da área de longa distância da Telefônica.<br />

“Toquei o projeto por um ano. Cuidei também da fusão<br />

da Átrio e engravidei da segunda filha. A meta de venda<br />

a partir da transação era algo inalcançável, como de 500<br />

para 5 mil, eu fiz esse milagre. Grávida de nove meses, cuidando<br />

de uma operação gigante”. No total, foram quase<br />

seis anos na companhia.<br />

Mesmo com muito trabalho, nunca deixou de buscar<br />

novos conhecimentos, como a especialização em Housing<br />

Finance pela Wharton School da Universidade da<br />

Pensilvânia. Tem planos de ir a Havard. Segue à risca as<br />

orientações dos pais, que sempre a cobraram estudar e<br />

ter sucesso na carreira. Em paralelo, encabeça ainda um<br />

projeto chamado Ellevate, criado em 2008, para mulheres<br />

executivas e empreendedoras. As reuniões são realizadas<br />

a cada 40 dias para compartilhar experiências e fazer o<br />

networking. “Brinco que mulher que não ajuda mulher<br />

tem de ir para o inferno, porque, para estarmos em posição<br />

de liderança, nosso trabalho é muito maior. Temos<br />

de falar para as outras que é possível, porque muitas desistem<br />

quando se deparam com a maternidade”, conclui.<br />

agosto de 2017 33


Perfi l<br />

“A ABA é o único lugar em que reside a capacidade de liderar e articular os debates que englobam<br />

os aspectos éticos, sociais, econômicos e técnicos da área de comunicação e marketing”<br />

(Sandra Martinelli)<br />

34<br />

agosto de 2017


João Branco, diretor de marketing do McDonald’s, vai<br />

cumprir o mandato iniciado por Juliana Nunes até março<br />

de 2018, quando serão convocadas novas eleições<br />

O propósito<br />

faz a diferença<br />

Sandra Martinelli (4ª da esquerda para a direita), ao lado<br />

de Juliana Nunes (5ª), que teve de deixar a presidência<br />

da ABA, com diretores e conselheiros da entidade<br />

Por: Paulo Macedo<br />

Fotos: Divulgação e Alê Oliveira<br />

A Associação Brasileira de<br />

Anunciantes defi ne plano<br />

estratégico para valorizar a<br />

entidade como a voz do mercado<br />

Há uma notória transformação nos processos de consumo,<br />

caudatário de um novo comportamento desse agente<br />

essencial para que as estratégias mercadológicas das<br />

empresas tenham repercussão nos checkouts dos pontos<br />

de venda: o consumidor.<br />

Não é por outra razão que a ABA (Associação Brasileira de<br />

Anunciantes), instituição que concentra 70% dos investimentos<br />

em mídia do mercado anunciante do país, está<br />

empenhada em ressignificar sua essência para que as em-<br />

agosto de 2017 35


Perfi l<br />

presas associadas possam usufruir esse momento,<br />

impactado pela revolução digital, que estabeleceu<br />

um empoderamento consistente aos consumidores.<br />

Com extensa agenda de eventos, entre os<br />

quais o Encontro Nacional de Anunciantes, o<br />

ABA Mídia<br />

e o ABA Summit, por exemplo,<br />

a entidade é referência no<br />

tripé que envolve os anunciantes,<br />

as agências de publicidade e os<br />

veículos de comunicação<br />

Esse passo teve início há três anos, quando a ABA adotou<br />

o posicionamento “Marketing para transformar”.<br />

E medidas como revisão do seu estatuto, criação do<br />

Código de Ética e um manual de governança. Quando<br />

assumiu a presidência executiva em setembro de<br />

2014, a convite do então presidente João Campos,<br />

presidente do Grupo Pepsico Brasil, Sandra Martinelli<br />

se concentrou na concepção e ativação desse modelo,<br />

extraindo o máximo possível dessa nova forma<br />

de trabalho da entidade, visando entregas tangíveis,<br />

na própria expressão.<br />

Com extensa agenda de eventos, entre os quais o<br />

Encontro Nacional de Anunciantes, o ABA Mídia e o<br />

ABA Summit, por exemplo, a entidade é referência<br />

no tripé que envolve os anunciantes, as agências de<br />

publicidade e os veículos de comunicação. Geração<br />

e compartilhamento do conhecimento, como explica<br />

Sandra, refletem as mudanças da sociedade.<br />

PROPÓSITO<br />

Chegou a hora, porém, de ampliar e dar consistência<br />

ao papel da instituição. Para orientar um plano<br />

de ação e engajamento até 2020, a ABA contou com<br />

a consultoria Amelie, das executivas Olga Martinez,<br />

ex-presidente da Diageo, e Anne Hamon, também<br />

ex-Diageo, na elaboração de uma análise para dar<br />

clareza à diretriz estratégica. Quatro pontos foram<br />

destacados:<br />

João Campos, presidente do Grupo Pepsico Brasil<br />

1) Garantir consistência e abrangência da comunicação<br />

e a clareza do diferencial;<br />

2) Detalhamento de uma estratégia de comunicação<br />

e engajamento para anunciantes atuais e,<br />

também, como potencializar a atuação da ABA;<br />

3) Arregimentar novos anunciantes para os quadros<br />

da ABA;<br />

4) Definir um plano de comunicação corporativa<br />

para intensificar o relacionamento com os<br />

stakeholders importantes, como jornalistas, editores,<br />

blogueiros, colunistas, mercado e formadores<br />

de opinião de um modo geral.<br />

36<br />

agosto de 2017


Cabe à ABA estruturar seu propósito com base em<br />

todos os vetores que estão impactando o cenário<br />

atual, que exige a transformação automática de<br />

fraquezas em fortalezas, como recomenda a escala<br />

SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities e Threats).<br />

A pesquisa quantitativa, conduzida pela Ideafix,<br />

de Suzel Figueiredo, e a qualitativa, pela própria<br />

Amélie e Perception FlyFrog, teve base em 360 entrevistas.<br />

Uma das conclusões mostra que a ABA prospecta<br />

um futuro em que a ciência mercadológica<br />

deve exercer um papel de liderança na construção<br />

de um amanhã consistente.<br />

“A ABA é o único lugar em que reside a capacidade<br />

de liderar e articular os debates que englobam os<br />

aspectos éticos, sociais, econômicos e técnicos das<br />

áreas de comunicação e marketing”, detalha o texto<br />

que resume o trabalho da Amelie.<br />

trabalho, a ABA tem mostrado estar num processo<br />

de evolução e transformação dela mesma, se colocando<br />

nos padrões globais de atuação e trazendo<br />

desafios e novos caminhos para os seus associados<br />

e para ela. Acredito que a sua força de atuação e relevância<br />

para os associados aumente ainda mais no<br />

futuro, fazendo desse potencial transformador do<br />

marketing uma realidade. Nas nossas inúmeras reuniões<br />

tem sido muito forte sentir o poder de impacto<br />

desse time, vendo os principais líderes de marketing,<br />

relações corporativas e jurídicas das maiores empresas<br />

do país querendo trazer um impacto maior nos<br />

negócios e na sociedade. Completar esse processo<br />

requer uma dose de humildade, muita disponibilidade,<br />

vontade de discutir, aprofundar e se alinhar para<br />

construir uma visão de futuro transformadora. Tem<br />

sido um prazer trabalhar com o time da ABA, a diretoria<br />

e o conselho nesse processo”.<br />

Olga Martinez explica: “Estamos num mundo em<br />

constante transformação, em que está ocorrendo<br />

uma redefinição das barreiras das organizações, os<br />

consumidores, associações e a mídia criando cada<br />

vez mais ligações e interdependências maiores”.<br />

A diretora da Amelie prossegue: “Construção colaborativa<br />

e soluções coletivas são uma realidade,<br />

o potencial de transformação é possível só com a<br />

colaboração de todos os atores do sistema. Nesse<br />

“Estamos num mundo em<br />

constante transformação, em que<br />

está ocorrendo uma redefinição das<br />

barreiras das organizações,<br />

os consumidores, associações<br />

e a mídia criando cada<br />

vez mais ligações e<br />

interdependências maiores”<br />

(Olga Martinez)<br />

Olga Martinez, ex-presidente da Diageo<br />

agosto de 2017 37


Perfi l<br />

““Em determinado ponto, com o<br />

propósito já validado, chegamos<br />

à conclusão de que era a hora<br />

de materializá-lo a partir<br />

de uma campanha”<br />

(Erick Machado)<br />

Para dar início à materialização do propósito de<br />

tornar o marketing cada vez mais protagonista nas<br />

empresas, a ABA vai colocar nos canais de mídia a<br />

campanha “ABA. Com você, a gente faz a diferença”,<br />

que terá o testemunho de anunciantes para mostrar<br />

que são agentes transformadores, que estimulam o<br />

consumidor a usar novos produtos trazidos ao mercado<br />

pelas áreas de inovação das empresas. Uma das<br />

peças da campanha é o anúncio “A ABA me representa.<br />

Eu represento a ABA”, com a executiva Gabriela<br />

Onofre, diretora de marketing Global/América Latina<br />

para cuidados femininos da Johnson & Johnson.<br />

João Branco, diretor de marketing do McDonald’s,<br />

também é um dos personagens da campanha criada<br />

pela agência Heads.<br />

tantes nomes do marketing nacional, que são associados<br />

ativos na ABA.<br />

“Propusemos também que cada um deles fizesse depoimentos<br />

pessoais do motivo de se considerar um<br />

fator importante para a ABA e por que considera a<br />

ABA importante para o marketing e para a sociedade.<br />

O resultado é uma campanha que empodera a<br />

todos: os profissionais, a ABA, o mercado e o marketing<br />

como caminho preponderante na construção<br />

de uma sociedade melhor. A campanha é a tradução<br />

publicitária do propósito”, sustenta Erick Machado,<br />

CEO da Heads, agência pro bono da ABA.<br />

“Participamos do processo todo ao lado da Amelie,<br />

com as maravilhosas Olga e Anne. Elas trabalharam<br />

muito forte na construção do propósito para a ABA.<br />

A todo momento nos reuníamos ou realizávamos<br />

calls com integrantes do conselho, diretoria, presidente<br />

e vice-presidente de comitês, para contribuições.<br />

O propósito foi tomando forma cada vez mais<br />

consistente, através dos diversos grupos de discussão.<br />

Em determinado ponto, com o propósito já validado,<br />

chegamos à conclusão de que era a hora de<br />

materializá-lo a partir de uma campanha. Sentamos<br />

novamente e concluímos que nossa campanha deveria<br />

atuar em duas frentes: mostrar que a grande<br />

fortaleza da ABA são os profissionais de MKT e as<br />

empresas associadas a ela; e que é a ABA, representada<br />

por estes profissionais, que contribue fortemente<br />

para a construção de um marketing, um mercado,<br />

uma sociedade e um país mais ético e próspero. Para<br />

demostrar que a força da ABA está nas pessoas que<br />

dela fazem parte, sugerimos a utilização de impor-<br />

Erick Machado, CEO da Heads<br />

38<br />

agosto de 2017


Marketing para transformar<br />

A presidente-executiva da<br />

ABA, Sandra Martinelli, que<br />

liderou todo esse trabalho,<br />

explica que seis temas<br />

vão nortear a entidade no<br />

planejamento estratégico<br />

dos próximos três anos:<br />

marketing de conteúdo,<br />

relevância e engajamento;<br />

consumo consciente;<br />

transparência no mercado;<br />

a tecnologia e o seu<br />

impacto na comunicação<br />

e no marketing; o modelo<br />

futuro de Comunicação<br />

e Marketing; e a próxima<br />

geração de comunicadores<br />

e marketeiros - construção<br />

do padrão de excelência.<br />

Qual é o balanço da ABA nesses três anos?<br />

Desde abril de 2014, a ABA está em transformação<br />

profunda, buscando um impacto cada vez mais<br />

positivo e uma influência maior no mundo da comunicação<br />

e do marketing. A primeira etapa dessa<br />

ambição incluiu uma reformulação completa,<br />

marcada por uma grande revisão e mudança na<br />

estrutura de equipe e uma atuação mais direta nas<br />

praças do Rio de Janeiro e em Brasília. Mudamos a<br />

sede para um espaço mais funcional, o Conjunto<br />

Nacional, incrementamos sensivelmente a comunicação<br />

e reorganizamos todos os comitês, sendo<br />

que o redirecionamento dessa parte vital da ABA<br />

acompanha as constantes mudanças na agenda do marketing e da comunicação. As atualizações também<br />

chegaram ao estatuto social e fomos além, criando um novo regimento interno, o Código de Ética e Manual<br />

de Governança. A ABA instituiu ainda o Comitê de Compliance, órgão consultivo permanente e fundamental<br />

para assegurar as melhores práticas de governança na entidade. Ademais, fortalecemos nosso vínculo junto<br />

à Federação Mundial de Anunciantes (WFA, da sigla em inglês) e ampliamos nossa atuação nos mercados<br />

regionais de Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife.<br />

agosto de 2017 39


Perfi l<br />

“Preparamos a ABA para o que<br />

ela pode proporcionar no futuro<br />

ao mercado e à sociedade.<br />

Isso é, de fato, o que todos<br />

esperam da associação”<br />

Em paralelo, a agenda de advocacy foi ganhando força com<br />

a liderança de tema críticos para a liberdade de expressão<br />

em torno do consumo responsável (Publicidade infantil, Álcool),<br />

comunicação digital e auto-regulação.<br />

Toda essa transformação e outras inciativas, como por<br />

exemplo o projeto ABAcademy, proporcionaram à ABA<br />

atrair talentos sêniores das grandes empresas e entrar ativa<br />

e efetivamente na rede internacional de associações<br />

de anunciantes.<br />

Enquanto isso, o mundo foi ficando mais confuso e caótico.<br />

A tecnologia e os modelos digitais estão desafiando os<br />

modelos de negócios tradicionais, os canais de mídia estão<br />

se multiplicando e saindo do controle dos compradores de<br />

mídia, dos anunciantes e dos veículos. A comunicação está<br />

na mão dos consumidores.<br />

A sociedade está exigindo que os negócios sejam éticos e<br />

responsáveis, cobrando um papel social das organizações.<br />

A diversidade, e considerar os outros e suas necessidades, é<br />

um sine qua non, o crescimento virá da construção coletiva.<br />

Esta confusão global, associada à maior crise política, social e<br />

econômica da história de Brasil, fez com que os integrantes<br />

da ABA se perguntassem se o papel deles estava realmente<br />

à altura do desafio à frente.<br />

Eles sentiram que tinham um papel fundamental na construção<br />

de um Brasil que influencia o mundo dos negócios<br />

através da comunicação e do marketing.<br />

A ABA entendeu que tinha um espaço na sociedade que só<br />

ela podia assumir, que uma liderança transformadora seria<br />

a única maneira de construir um futuro de possibilidades e<br />

prosperidade.<br />

A ABA achou a sua causa, o motivo pela qual ela existia, para<br />

ser um líder na construção desse futuro. Um futuro em que<br />

o marketing ajuda na construção de uma sociedade mais<br />

consciente e responsável no consumo (educação, conscientização,<br />

prevenção, antecipação dos desafios e problemas<br />

futuros), e a crescer os negócios através da eficiência e da<br />

criatividade. Um futuro em que a criatividade brasileira é o<br />

motor de crescimento. Um futuro em que a ética, a transparência<br />

e a autenticidade são os alicerces dos negócios.<br />

Um futuro em que a construção coletiva antecipa as soluções<br />

para os dilemas associados a este mundo em constante<br />

transformação, integrando a diversidade de interesses<br />

no mercado. Um futuro em que os marqueteiros lideram o<br />

desenvolvimento do mundo dos negócios, criando marcas<br />

relevantes, engajadoras, e autênticas, que agregam valor na<br />

vida das pessoas. Um futuro com um Brasil mais forte e uma<br />

sociedade mais livre e responsável.<br />

Conduzir todo esse movimento de reorientação das iniciativas<br />

da ABA de forma bem-sucedida tem sido imensamente<br />

gratificante.<br />

Qual é o marco desse período?<br />

Preparamos a ABA para o que ela pode proporcionar no futuro<br />

ao mercado e à sociedade. Isso é, de fato, o que todos<br />

esperam da associação.<br />

Qual é o valor agregado da gestão de Sandra Martinelli<br />

à frente da entidade?<br />

Trabalhamos em times na ABA. Hora com o conselho, hora<br />

com a diretoria nacional, muitas vezes com os comitês e GTs.<br />

Em todas as frentes, com a equipe executiva. Nada foi feito<br />

por apenas uma pessoa ou grupo. E somos muitos times,<br />

todos interligados e alinhados ao mesmo objetivo. Renovamos<br />

uma entidade de quase 60 anos de maneira a termos<br />

uma organização com perfil e credibilidade internacionais,<br />

que mobilizasse ainda mais o mercado através de uma<br />

agenda estratégica e de impacto, enxergando as questões<br />

críticas dos negócios e também da sociedade, que estão totalmente<br />

interligados.<br />

Acredito também que seja o fortalecimento do senso de<br />

parcerias em torno da ABA, potencializando e movimentando<br />

todas as dimensões e esforços coletivos que podem<br />

transformar uma entidade associativa.<br />

Nesse período, não só ampliamos a captação de recursos<br />

para nossas atividades de forma inovadora - como por exemplo<br />

o naming rights dos espaços da sede e o bem-sucedido<br />

40<br />

agosto de 2017


programa #ABAforadaABA, como também fortalecemos os<br />

vínculos e relações de todos que fazem parte do universo da<br />

ABA, sejam diretores e conselheiros, presidentes e vice-presidentes<br />

de comitês, mas também associados e não associados,<br />

entidades afins, equipe interna, parceiros estratégicos,<br />

parceiros de mídia, empresas colaboradoras e fornecedores.<br />

Nesse período, o que foi mais relevante,<br />

como contribuição ao segmento<br />

de comunicação e marketing, da ABA?<br />

Há dois pontos importantes que fazem parte do DNA da<br />

ABA e caminham juntos. Um deles é a busca por um ambiente<br />

mais favorável para o desenvolvimento das ações de<br />

comunicação e marketing. Essa luta guia as nossas atividades<br />

para cumprirmos nosso ofício de representar e orientar<br />

os anunciantes. O outro está centrado na troca de experiências<br />

e desenvolvimentos de trabalhos dentro de nossos comitês.<br />

Os comitês e grupos de trabalho da ABA estão com as<br />

atividades aceleradas e produzindo a todo vapor. Para se ter<br />

uma ideia, apenas em 2016, o conjunto de comitês da ABA<br />

gerou 46 entregas. Essa produção das reuniões é o que faz<br />

a entidade pulsar, abrindo horizonte para o desenvolvimento<br />

de fóruns, pesquisas e projetos, além de gerar conteúdos<br />

para nossos eventos.<br />

A difusão do conhecimento é um desses pilares?<br />

É, com certeza, e vem sendo uma enorme área de foco, sem<br />

a construção de conhecimento e a sua divulgação a nível<br />

nacional não estaríamos exercendo um dos nossos papéis<br />

fundamentais. Tanto trazendo os temas de vanguarda e<br />

abordando os grandes dilemas do mundo do marketing e<br />

dos negócios, como garantindo que esses debates e conhecimento<br />

estejam se espalhando pelo pais.<br />

Além da troca de experiências e conhecimentos que proporcionamos<br />

internamente dentro de nossos comitês, temos<br />

em nossos eventos uma das principais frentes de atuação.<br />

Nosso calendário anual possui uma programação voltada a<br />

antecipar tendências e a apontar caminhos para atender às<br />

novas demandas da comunicação e do marketing, mercados<br />

que estão entre os mais dinâmicos. Os eventos exemplificam<br />

e estimulam as melhores práticas de comunicação e<br />

marketing adotadas globalmente. Trata-se de uma vertente<br />

com resultados muito tangíveis. Apenas em 2016, para citar<br />

os últimos números fechados, nossos eventos reuniram<br />

cerca de três mil participantes, que acompanharam apresentações<br />

de mais de 200 palestrantes e moderadores, incluindo<br />

convidados internacionais. Os eventos refletem todo o<br />

know-how que captamos por meio do fortalecimento dos<br />

“Os comitês e grupos de trabalho da ABA<br />

estão com as atividades aceleradas e<br />

produzindo a todo vapor”<br />

laços com a WFA. Além disso, constituem a porta de entrada<br />

concreta para a expansão da atuação da ABA em direção<br />

aos mercados regionais. Outra frente ligada diretamente à<br />

difusão de conhecimento é o ABAcademy, que aproxima a<br />

ABA do meio acadêmico. Atualmente, temos parceria com a<br />

ESPM para a promoção de cursos nas áreas de comunicação<br />

e marketing. Ainda dentro do ABAcademy desenvolvemos<br />

o Projeto Millennials, que dissemina conhecimentos sobre<br />

o comportamento dessa geração em relação às marcas e<br />

como força de trabalho dentro do universo corporativo. A<br />

recente divulgação de um infográfico sobre Brand Safety,<br />

por meio da parceria entre o Comitê de Mídia da ABA e IAB<br />

Brasil, também exemplifica bem como trabalhamos em conjunto<br />

com outras entidades para difundir conhecimentos e<br />

melhores práticas.<br />

Quantos eventos foram realizados?<br />

Desde setembro de 2014, quando assumi, até o momento,<br />

em que completo três anos na presidência executiva da<br />

ABA, foram 52 eventos. Sem contar as centenas de reuniões<br />

dos nove Comitês Nacionais e Grupos de Trabalho temáticos<br />

e do Capitulo Rio, o projeto #ABAforadaABA e nossa participação<br />

nas Audiências Públicas em Brasília.<br />

Quais temas são mais instigantes do momento?<br />

Fez parte do nosso trabalho de definição do propósito da<br />

ABA, que chamamos de “ABA 2020”, a escolha dos temas estratégicos<br />

dos próximos anos. São eles:<br />

• Marketing de Conteúdo, Relevância e Engajamento:<br />

As marcas crescem através de plataformas de marketing<br />

integrado, gerando confiança e relevância. Comunicação &<br />

Marketing é um ativo competitivo para os negócios, eficaz<br />

e rentável.<br />

• Consumo Consciente:<br />

Ambiente de negócios livre e responsável. Somos protagonistas<br />

e proativos, lideramos uma agenda positiva, clara e<br />

impactante, que mobiliza e engaja.<br />

agosto de 2017 41


Perfi l<br />

• Transparência - ABA como exemplo:<br />

Somos corresponsáveis por um mercado de comunicação<br />

transparente e com um modelo de negócio sustentável,<br />

com planos para mobilizar o mercado e garantir os direitos<br />

de comunicação e a liberdade de expressão.<br />

• A tecnologia e seu impacto na Comunicação & Marketing:<br />

Liderar a construção de um modelo que considere o potencial<br />

transformador da tecnologia na C&M; tendo a tecnologia<br />

como o novo caminho da comunicação, muito além da comunicação<br />

digital e liderar a construção de ambiente seguro<br />

na mídia digital, conectando experts e trazendo melhores<br />

práticas nacionais e mundiais.<br />

• O futuro modelo de C&M:<br />

Com as mudanças sociais e tecnológicas, entendermos<br />

quais são as implicações para os modelos de negócios do<br />

mundo da comunicação, como criamos um sistema transparente<br />

e de confiança em que as pessoas, os consumidores,<br />

são beneficiados, integrando as disciplinas, comercial,<br />

marketing, inovação…<br />

• A próxima geração de comunicadores e marketeiros -<br />

construção do padrão de excelência:<br />

A nova geração combina responsabilidade, tecnologia e<br />

criatividade.<br />

Como deve ser o posicionamento/postura dos anunciantes<br />

na sociedade?<br />

Os líderes dos negócios no Brasil querem ser protagonistas<br />

não só do progresso e evolução do próprio negócio,<br />

mas também ativos na construção de uma sociedade mais<br />

consciente e responsável. Esses dois pilares fazem parte das<br />

caraterísticas essenciais dos novos líderes. Essa evolução é<br />

particularmente marcante nos líderes de marketing, já que<br />

eles têm uma noção muito clara do potencial de impacto<br />

e da relevância da comunicação como ferramenta para os<br />

negócios e para a educação e construção da sociedade.<br />

Na ABA, esses líderes participam do conselho, diretoria,<br />

comitês e GT´s para serem protagonistas dessa evolução,<br />

encontrando na ABA desafios e construindo soluções para<br />

impactar esse futuro que está emergindo.<br />

Qual é o próximo passo da ABA?<br />

O próximo passo será entregar o “ABA 2020”. Fizemos um trabalho<br />

para encontrar a nossa essência e o nosso propósito.<br />

E definimos nosso papel, como mobilizar o marketing para<br />

transformar os negócios e a sociedade. Faremos isso trabalhando<br />

quatro objetivos:<br />

“Focaremos esforços (conselho, diretoria,<br />

comitês, grupos e trabalho, eventos e<br />

conteúdo) nos 6 temas estratégicos que<br />

acreditamos serão a chave do<br />

desenvolvimento da área de marketing<br />

e dos negócios para o futuro”<br />

• Mobilizando o mercado para promover um ambiente de<br />

negócios livre e responsável.<br />

• Construindo uma agenda propositiva que alinhe todos os<br />

atores do mercado da comunicação.<br />

• Promovendo as melhores práticas globais em marketing,<br />

regulatório e desenvolvimento de talentos.<br />

• Pavimentando os caminhos de futuro da comunicação e<br />

do marketing de forma coletiva.<br />

Focaremos todos os nossos esforços (conselho, diretoria, comitês,<br />

grupos de trabalho, eventos e conteúdo) nos 6 temas<br />

estratégicos que acreditamos serão a chave do desenvolvimento<br />

da área de marketing e dos negócios para o futuro.<br />

Como o estudo da Amelie vai orientar esse passo?<br />

A Amelie desenvolveu um processo de definição de estratégia<br />

baseada no propósito da ABA, considerando todos<br />

os participantes do nosso ecossistema, tanto interno como<br />

externo. Foi um processo intenso de desafios para os necessários<br />

alinhamentos e discussões sobre o nosso papel e a<br />

construção de um futuro em que os anunciantes são o coração<br />

da associação e protagonistas da nossa indústria. Agora<br />

é conosco!<br />

Quais são os principais pontos de uma agenda baseada<br />

em propósito?<br />

Uma organização que trabalha a partir de um propósito tem<br />

esse propósito refletido em todas as áreas do negócio, na<br />

cultura, escolhas de investimento, agenda de inovação, relacionamento<br />

com colaboradores, parceiros, fornecedores e<br />

clientes etc. É uma forma de entender a organização como<br />

parte de um ecossistema no qual contribuímos além da geração<br />

de negócios e utilizamos as nossas forças para trazer<br />

prosperidade e impacto positivo, interna e externamente.<br />

42<br />

agosto de 2017


Como esse estudo vai engajar as empresas a ter uma<br />

nova postura perante a sociedade e como isso poderá<br />

transformar o ambiente de negócios?<br />

O consumo consciente é uma das forças que citei anteriormente,<br />

entre as pessoas e as marcas, dentro do<br />

mundo em que vivemos. Ele faz parte desse relacionamento<br />

e pode ser um emissor de sinais que pode<br />

apontar novas oportunidades para que empresas respondam<br />

a novas demandas por produtos e serviços.<br />

Ainda mais importante que o consumo consciente é<br />

o volume crescente de consumidores conscientes e<br />

mais bem informados. Esse componente do cenário<br />

atual tende a se manifestar de forma cada vez mais<br />

clara com as facilidades proporcionadas pelos recursos<br />

digitais. E acelera o movimento das marcas em buscar<br />

com intensidade ainda maior se posicionar com propósitos<br />

e posicionamentos claros, consistentes com<br />

ações de comunicação e relacionamento verdadeiras<br />

nas mensagens que transmitem. Trata-se de um movimento<br />

bastante relevante, no qual a sociedade pode<br />

sair fortalecida como um todo.<br />

O nosso ponto de partida é o engajamento dos líderes de<br />

marketing, relações corporativas e jurídico, que já fazem parte<br />

da ABA. Nos últimos meses, temos feito múltiplas sessões<br />

de alinhamento e tem sido muito impactante perceber a<br />

vontade de fazer a diferença desse grupo. O maior impacto<br />

na sociedade virá da liderança que vai ser exercida através da<br />

ABA nos temas estratégicos que definimos.<br />

Como preparar as novas gerações?<br />

O maior de todos os desafios é lidar com a gestão de marketing<br />

e marcas, buscando resultados efetivos nos negócios,<br />

em um ambiente permeado pela transformação sob todos<br />

os pontos de vista passíveis de análise. Nesse contexto, é<br />

“Somos reconhecidos pelo governo como<br />

legítimos representantes<br />

dos anunciantes e temos sido<br />

chamados constantemente<br />

para audiências públicas. Em dois anos,<br />

faremos 60 anos de vida”<br />

essencial compreender o papel central exercido pela tecnologia<br />

e evolução digital. As mídias passam por mudanças<br />

radicais e, por outro lado, a tecnologia também está alavancando<br />

a inclusão. Hoje, informação e conteúdo chegam de<br />

forma mais abrangente e plural a todas as classes sociais e<br />

faixas etárias. Os meios assumem, cada vez mais, características<br />

multiplataformas, gerando opções para diferentes<br />

perfis de pessoas. Consequentemente, o cenário fica mais<br />

complexo para as marcas, que precisam planejar um esforço<br />

muito maior para construir sua presença em todos os meios<br />

e canais.<br />

Por fim, temos alterações significativas no público. Ele está<br />

mais heterogêneo e com novos comportamentos no uso<br />

da tecnologia para consumir mídia e conteúdo, bem como<br />

novas atitudes em relação à vida, de acordo com faixa etária,<br />

gênero e tensões sociais, entre outros aspectos. Todos essas<br />

nuances do cenário atual devem ser levadas em conta na<br />

formação e capacitação das novas gerações de profissionais<br />

de marketing e, ao meu ver, as pessoas interessadas em<br />

construir carreira nessa área devem buscar uma qualificação<br />

cada vez mais multidisciplinar.<br />

Por que a ABA faz a diferença?<br />

A ABA é o único lugar em que reside a capacidade de liderar<br />

e articular debates que englobam os aspectos éticos, sociais,<br />

econômicos e técnicos da área de comunicação e marketing.<br />

Temos aqui os 150 diretores de marketing, jurídico e<br />

relações corporativas mais sêniores do país. Nós somos integrantes<br />

da WFA, órgão referência global sobre comunicação<br />

e marketing (https://www.wfanet.org/about/who-we-are/).<br />

Somos sócios-fundadores do Conar e do Cenp e integrantes<br />

do conselho de várias entidades, tais como IVC e a WFA.<br />

Somos reconhecidos pelo governo como legítimos representantes<br />

dos anunciantes e temos sido chamados constantemente<br />

para audiências públicas. Em dois anos, faremos 60<br />

anos de vida.<br />

Somos o único ambiente de encontro de todos os líderes da<br />

indústria, oferecendo a todos um grupo multissetorial com<br />

os principais integrantes de cada setor.<br />

Geramos as melhores práticas e padrão global do marketing<br />

através de nossos eventos e conteúdos gerados pelos comitês<br />

nacionais e grupos de trabalho.<br />

Articulamos e mobilizamos, não reinventamos<br />

a roda.<br />

agosto de 2017 43


Perfi l<br />

Ana Claudia Esteves, Corporate Communications Research<br />

and Planning Manager da Petrobras<br />

“A ABA exerce um papel fundamental na discussão e na<br />

disseminação de boas práticas e oportunidades de negócios<br />

no âmbito da comunicação e do marketing para o mercado<br />

brasileiro, tanto pelos conteúdos produzidos, quanto pelo relacionamento<br />

que estabelece entre seus associados, parceiros e<br />

fornecedores. Para as empresas associadas, como a Petrobras,<br />

é uma maneira de contribuir para a existência de um mercado<br />

de comunicação e marketing melhor, mais qualificado. A participação<br />

é a maneira mais adequada de tentarmos solucionar<br />

ou contornar as adversidades e mitigar as ameaças enfrentadas<br />

pela atividade de comunicação e de marketing.”<br />

Betania Gattai,<br />

gerente Consumer Enga-<br />

gement Centres Latam da Unilever<br />

“A ABA , através de seus eventos e comitês,<br />

abre espaço em nossas agendas<br />

para uma reflexão estratégica do<br />

propósito de nossas funções dentro das<br />

organizações, especialmente a função<br />

de marketing, mas não só ela. Marketing é<br />

ponto de intersecção entre muitas disciplinas e a ABA tem esta<br />

força de juntar para debates as mais vertentes desta função.<br />

São inspiradores seus eventos. Saímos da caixa, conhece pessoas<br />

e compartilha nossas histórias. É quase como pensar que<br />

a ABA é um imenso coaching técnico para quem quer viver e<br />

transformar o marketing!.”<br />

Dalton Pastore, presidente da ESPM<br />

“A parceria com a ABA é um privilégio para<br />

a ESPM. Para os alunos é a chance de se<br />

relacionar com os melhores e maiores<br />

comandantes do marketing e da comunicação<br />

no Brasil. Para nós, funcionários, o<br />

endosso valioso e inequívoco da excelência<br />

superior da ESPM.”<br />

Daniel R. Dos Santos, gerente de compras - indiretos da<br />

Danone<br />

“A ABA proporciona através de debates e discussões a atualização<br />

dos profissionais envolvidos com propaganda e publicidade<br />

da Danone. Os grandes diferenciais são atingir todos<br />

os envolvidos no trabalho (mídia, trade, procurement etc.) e<br />

promover um nível de interação e troca de conhecimentos que<br />

resulta em boas práticas de atuação, garantindo um mercado<br />

mais justo e regrado.”<br />

Cassio Arthur Pagliarini, diretor de marketing da Hyundai<br />

“A ABA é importante na defesa de melhores práticas, de uma<br />

comunicação transparente e detentora da ótica do anunciante<br />

nos diversos debates na publicidade brasileira. A ABA<br />

representa as marcas nas discussões sobre o futuro da comunicação<br />

comercial em um momento de significativas mudanças<br />

nas práticas do mercado.”<br />

Cristiane Lopes,<br />

gerente de cidadania<br />

corporativa da PepsiCo<br />

“Para entendermos as constantes<br />

transformações de mercado e negócios,<br />

é fundamental que tenhamos a mente<br />

focada nas tendências e boas práticas.<br />

Nossa participação na ABA nos aproxima<br />

dessa troca constante e nos capacita ter uma<br />

visão ainda mais estratégica e assertiva para o business.”<br />

Fernando Bomfiglio, Head de Comunicação e Relações<br />

Institucionais da Souza Cruz<br />

“A ABA é referencial no mercado brasileiro enquanto promotora<br />

de conteúdo e debate sobre marketing e comunicação. Sua<br />

forma de atuação permite integração plena entre os executivos<br />

do mercado e o consequente aprimoramento dos profissionais<br />

das empresas.”<br />

Daniel Aguado, gerente SR Comunicação<br />

e Marca da LATAM Airlines Brasil<br />

“A ABA tem nos apoiado em importantes<br />

discussões sobre o desenvolvimento de um<br />

mercado publicitário mais sustentável a<br />

longo prazo, alinhado às novas necessida-<br />

des dos consumidores, agências e anunciantes.<br />

Além disso, é importante fonte de conhecimento<br />

para nossas equipes, contando com uma agenda de seminários<br />

e treinamentos bem relevantes para os profissionais de<br />

comunicação.”<br />

Dora Câmara, diretora-executiva comercial<br />

Brasil da Kantar Ibope Media<br />

“A ABA é de vital importância para nossa indústria.<br />

A partir da sua interface, conseguimos apresentar<br />

novas ideias, debater temas para aprimorar o entendimento<br />

do mercado e acompanhar as principais<br />

tendências do segmento. Nós, da Kantar IBOPE Media,<br />

temos a ABA como parceira de longa data e ampliamos conhecimento<br />

a cada contato com os diferentes comitês.”<br />

44<br />

agosto de 2017


Gabriela Duarte, diretora-geral da Heads<br />

“Estamos felizes em trabalhar com a ABA, que tem atuação<br />

destacada no aprofundamento das mais importantes discussões<br />

no marketing e na comunicação. Esperamos colaborar<br />

para que a entidade continue a ser o agente transformador<br />

e vetor de conhecimento que é para empresas associadas e<br />

também para a sociedade.”<br />

João Ciaco, Head of Brand Marketing Com-<br />

munication Latam da FCA<br />

“A ABA é um grande fórum que reúne os<br />

principais anunciantes do mercado do marketing<br />

e da comunicação. A ABA contribui<br />

continuamente para nos manter atualizados e<br />

organizados para enfrentar os principais desafios<br />

do mercado, bem como para a evolução e formação<br />

técnica dos nossos executivos.”<br />

João Marcos Vicente Branco, diretor de marketing do<br />

McDonald’s Brasil<br />

“Em um mercado tão dinâmico é muito importante estar<br />

associado a um grupo que tenha interesses em comum. Nesse<br />

sentido, a participação ativa da ABA nos faz sentir representados<br />

em questões importantes para o negócio. Além disso,<br />

a possibilidade de trocar informações com outros grandes<br />

anunciantes e de participar em eventos de alto nível nos ajudam<br />

a desenvolver nossas capacidades baseado nas melhores<br />

práticas do mercado.”<br />

José Ricardo Alouche, vice-presidente &<br />

Board Member da MAN Latin America<br />

“A comunicação comercial é importante<br />

ferramenta de divulgação dos diferenciais<br />

dos produtos da MAN Latin America, tais<br />

como nosso DNA Sob Medida e parceria<br />

com clientes. E a ABA tem papel relevante nesse<br />

sentido, pois reúne empresas de diversos segmentos e<br />

promove a geração de valor junto à sociedade, unindo elos em<br />

prol da excelência na publicidade.”<br />

Natacha Volpini, Head of Digital & Content da Heineken<br />

“A ABA tem papel fundamental em promover discussões e<br />

alavancar mudanças necessárias na indústria sob a perspectiva<br />

dos anunciantes. Além disso tem contribuído muito<br />

promovendo conhecimento e troca de experiências através<br />

dos eventos e fóruns de discussão.<br />

A atuação dos comitês, também é valiosa, pois promove referência<br />

da atuação de outros anunciantes.”<br />

Paulo Aguado, assessor-técnico de<br />

gabinete da Subsecretaria de Comunicação<br />

do Estado de São Paulo<br />

“A ABA tem sido de grande importância<br />

para a Subsecretaria de Comunicação<br />

do Estado de São Paulo, não<br />

só no apoio para a solução de questões<br />

que surgem na relação com os diversos fornecedores da<br />

área de comunicação, mas também quando figura como<br />

representante da sociedade civil, compondo as comissões<br />

de licitações de toda a administração estadual, o que tem<br />

garantido avaliações qualificadas e imparciais em nossas<br />

concorrências.”<br />

Roberto Schmidt, diretor de planejamento de marketing<br />

da TV Globo<br />

“Para nós, a ABA representa o envolvimento e a responsabilidade<br />

dos anunciantes na defesa do mercado publicitário,<br />

estimulando a autorregulação, a liberdade da comunicação<br />

comercial e a construção de marcas fortes. A Globo acredita<br />

que um mercado publicitário criativo, maduro e organizado<br />

fortalece a todos os envolvidos - anunciantes, agências, veículos<br />

e consumidores.”<br />

Ricardo Chueiri de Souza, diretor de<br />

marketing da JDE Coffee<br />

“Para nós, da JDE Cafés, a ABA tem<br />

sido importante vetor de capacitação<br />

dos nossos associados, nos mantendo<br />

atualizados sobre as tendência de mercado<br />

e assuntos de grande relevância para quem<br />

anuncia e se comunica com o consumidor brasileiro. A ABA é<br />

uma entidade que atua de forma ativa e nos representa junto<br />

a entidades do setor de propaganda e comunicação. Temos<br />

representantes da JDE em diversos comitês da entidade, que<br />

trazem assuntos importantes para discussão e nos orientam a<br />

sempre aprimorar o relacionamento com os nossos consumidores<br />

e na melhor forma de comunicação de nossas marcas.”<br />

Sheila Paes Vieira, gerente de compras indiretas do<br />

McDonald’s Brasil<br />

“Para nós, a ABA tem um papel relevante de atualização, ou<br />

seja, através da associação recebemos as novidades e tendências<br />

do mercado (nacional e internacional), além de ser um<br />

excelente canal de relacionamento com os grandes anunciantes<br />

brasileiros.”<br />

agosto de 2017 45


Perfi l<br />

Simone Janina Fett Vidal, coordenadora de relacionamento<br />

com o consumidor do Grupo Boticário<br />

• Benchmarking para melhorar sistemas e processos.<br />

• Fonte de conhecimento de novas demandas e inovação para<br />

as áreas de negócios.<br />

• Estudos dirigidos e entregas de KPIs modelo de mercado.<br />

Para sensibilizar as áreas internas quanto a importância da<br />

atuação neste contexto. “SAC é uma perna de MKT, estamos<br />

intrinsicamente ligados ao contexto MKT para inovar, e quanto<br />

nossa área contribui para garantir a recompra e aumento<br />

do share da marca.”<br />

Stephan Loerke, presidente da WFA<br />

“A ABA é parceira estratégica de grande<br />

importância para a WFA, diante dos desafios<br />

globais sem precedentes para proprietários<br />

das marcas. Trabalhamos muito bem com<br />

a ABA para nos ajudar a resolver alguns dos<br />

problemas mais urgentes da indústria: ção de anúncios, publicidade fraudulenta e bloqueio<br />

visualizade<br />

anúncios. O Brasil é um mercado de anúncios emocionante<br />

e desafiador: rápido, muito criativo, notavelmente inovador,<br />

mas também incrivelmente desafiador quando se trata de<br />

transparência e pressões regulatórias.<br />

A ABA, nossa associação de anunciantes no Brasil, está<br />

fazendo uma excelente liderança na agenda dos proprietários<br />

de marcas “.<br />

Vanessa Vilar, gerente jurídica Brasil e Latam Unilever<br />

“Nós, da Unilever, temos muito orgulho em manter um<br />

relacionamento de longa data com a ABA pautado pela ética,<br />

respeito e pelo trabalho colaborativo em prol da publicidade<br />

responsável e da liberdade de expressão.<br />

A Associação realmente representa os anunciantes, impulsiona<br />

e eleva a discussão sobre “marketing para transformar” como<br />

caminho para fomentar a criatividade. Além de reforçar a<br />

publicidade como disciplina fundamental para a evolução da<br />

sociedade. Uma associação forte resulta em um setor forte e a<br />

atuação da ABA confirma essa máxima.”<br />

Sandra Martinelli comanda a edição 2017 do ENA (Encontro Nacional de Anunciantes)<br />

ABA destaca<br />

profi ssionais<br />

e conhecimento<br />

Um dos pilares da ABA é disseminar conhecimento para<br />

seus associados. Nos últimos anos a entidade ampliou substancialmente<br />

o volume de eventos com o propósito de reunir<br />

as lideranças das principais empresas do mercado anunciante<br />

e profissionais capazes de inspirar novas soluções<br />

para aqueles que decidem o destino dos investimentos.<br />

No calendário estão incluídos o ABA Summit, que encerra<br />

as atividades do ano, além do ABA Mídia e, por exemplo, o<br />

tradicionalíssimo ENA (Encontro Nacional de Anunciantes).<br />

A média de presença é de aproximadamente 200 executivos<br />

nesses encontros. O ENA é o que arregimenta, pelas própria<br />

dimensão, o maior número de participantes.<br />

João Campos, presidente<br />

da PepsiCo Alimentos (ex-<br />

-Unilever) e copresidente<br />

do Conselho Superior da<br />

ABA, marca presença no ABA<br />

Summit 2015<br />

Zeca Vieira, diretor de Marketing Corporativo<br />

da SulAmérica<br />

“A ABA nos provoca e nos ajuda a inovar, a nos manter atualizados,<br />

a repensar nossos processos e a manter nossas equipes<br />

motivadas. É uma fonte importante de conhecimento e de<br />

troca de ideias.”<br />

46<br />

agosto de 2017


A executiva Juliana Nunes, que deixou o comando da entidade<br />

em junho de 2017<br />

João Campos e Juliana Nunes, presidente da ABA até 14 de junho/2017,<br />

na posse da diretoria para o biênio 2016-2018<br />

Juliana Nunes, presidente da ABA até 14 de junho/2017,<br />

na posse da diretoria para biênio 2016-2018<br />

Sérgio Pompílio, VP jurídico e de assuntos corporativos da Johnson & Johnson<br />

e copresidente do conselho superior da ABA, Sandra Martinelli e João Campos<br />

O executivo José Papa Neto, diretor-geral do Festival Internacional de Criatividade Cannes<br />

Lions, ao lado de Sandra Martinelli, foi uma das atrações do ABA Insights<br />

O executivos Igor Puga, José Cirilo, João Branco e Sandra Martinelli<br />

Sérgio Pompílio, VP Jurídico e de Assuntos Corporativos<br />

da Johnson & Johnson<br />

Eric Albanese, diretor de comunicação e marca da OI e presidente<br />

da ABA - Capítulo Rio - ABA MKT in Rio 2016<br />

agosto de 2017 47


Produtora<br />

Sob medida<br />

Foto: Divulgação<br />

Empresária une as características<br />

do jornalismo com a estética da<br />

publicidade no universo digital<br />

para criar vídeos de branded content<br />

Os anúncios em vídeo na internet cresceram 115%, com mais de R$ 2<br />

bilhões movimentados em 2016 e previsão de avanço para esse ano, segundo<br />

o IAB (Interative Advertising Bureau). De olho nesse movimento,<br />

Simoni Boiati Castelo Branco, jornalista e empresária, fundou a Taking Care<br />

of Business (TCB) há pouco mais de dois anos. Uma produtora de vídeos<br />

para branded content, redes sociais, comunicação corporativa, eventos,<br />

pesquisa jornalística e de personagens reais, roteiro, motion design etc.<br />

O grande diferencial da TCB em relação ao mercado, de acordo com sua<br />

fundadora, está na capacidade de juntar a agilidade do jornalismo com<br />

as exigências estéticas da publicidade, além da flexibilidade do universo<br />

digital. “Sinto que existe um gap quando se fala em produção de conteúdo.<br />

Todo mundo quer fazer e os equipamentos profissionais estão cada<br />

vez mais acessíveis. Mas nem sempre uma imagem bem feita resolve o<br />

problema do cliente. É preciso construir uma narrativa que reforce a mensagem<br />

a ser transmitida. Saber encontrar o caminho mais adequado para<br />

cada projeto depende muito da experiência do profissional de unir todos<br />

os pontos que são propostos no briefing”.<br />

Experiência que Simoni adquiriu em parte no jornalismo, porque, mesmo<br />

antes de fundar a TCB, já fazia isso via produtoras e agências em que trabalhou.<br />

Em 2014, ela estava no Grupo TV1, como criação e planejamento da<br />

TV1 Conteúdo. Pediu demissão para sair da zona de conforto e tentar algo<br />

novo. “Mas saí sem ter nada muito concreto nem dinheiro para investir num<br />

Simoni Boiati Castelo<br />

Branco, fundadora da Taking<br />

Care of Business (TCB)<br />

“Cada vez mais o vídeo ganha importância na vida das pessoas, está no celular,<br />

no desktop do computador, no tablet e out of home. Então as marcas que não<br />

souberem explorar todas as potencialidades do vídeo não serão players<br />

suficientemente fortes para suportar a concorrência, que é cada vez maior”<br />

48<br />

agosto de 2017


novo negócio. Fiquei uns seis meses me organizando até<br />

que voltei a trabalhar como roteirista freelancer. Foi quando<br />

surgiu uma oportunidade - no começo de 2015 um cliente<br />

trouxe uma demanda de uma campanha on e offline para<br />

comemorar os seus 15 anos de existência. Aproveitei a oportunidade<br />

e montei equipe para atender a esta necessidade.<br />

Depois disso, surgiram outras oportunidades de produção<br />

de conteúdo. Em 2015 mesmo comecei uma parceria com<br />

o Estadão que dura até hoje”. O veículo possui uma área de<br />

produção de conteúdo para marcas e empresas, o Media<br />

Lab Estadão, e muito desse material é produzido em vídeo.<br />

Segundo Simoni, foram esses projetos com o Estadão que<br />

trouxeram visibilidade e garantiram à TCB a conquista de outros<br />

clientes.<br />

A produtora trabalha de acordo com as demandas, de forma<br />

colaborativa. “Cada projeto é desenhado sob medida<br />

para o cliente e junto com a equipe mais adequada ao perfil<br />

de cada job. Se não tenho o profissional dentro da TCB,<br />

busco parceiros no mercado para atender da melhor forma<br />

possível, levando em conta o budget de cada projeto”, explica<br />

a empresária, que atende a clientes como Siemens,<br />

Janssen, Claro, Chamyto, Marisol, Abimaq e Câmara Brasil<br />

Alemanha. “Cada vez mais o vídeo ganha importância na<br />

vida das pessoas, está no celular, no desktop do computador,<br />

no tablet e out of home. Então as marcas que não<br />

souberem explorar todas as potencialidades do vídeo não<br />

serão players suficientemente fortes para suportar a concorrência,<br />

que é cada vez maior”, conclui.<br />

agosto de 2017 49


Campanha<br />

Roteiro de ação<br />

Fotos: Divulgação<br />

Neogama cria campanha<br />

em parceria inédita com<br />

a Marvel para lançamento<br />

da Renault no Brasil<br />

Extremamente forte e resistente, o Incrível Hulk – com<br />

magnífica adaptabilidade para enfrentar qualquer situação<br />

– é o novo garoto propaganda da Renault do Brasil,<br />

na campanha criada pela Neogama em parceria inédita<br />

com a Marvel, para divulgar o novo carro da multinacional<br />

francesa, o Kwid, que reforça a estratégia da companhia<br />

em atingir 60% das vendas na América Latina proveniente<br />

do segmento SUV.<br />

Kwid, o “SUV dos compactos”. Veículo homologado pelo<br />

Inmetro como SUV com preço a partir de R$ 29.990. Para<br />

os próximos meses, está prevista a chegada do Koleos,<br />

modelo top de linha da marca. “Estamos trabalhando<br />

com uma renovação completa da linha de SUV”, explica<br />

Cláudio Rawicz, gerente de marketing da Renault do Brasil.<br />

De acordo com especialistas, o segmento de SUV deve<br />

representar 20% das vendas de carros no país, neste ano.<br />

Em 2020 pode chegar a 25%.<br />

Segundo Claudio, as ações em torno do Kwid trouxeram<br />

diversas inovações, além da parceria com a Marvel, foi a<br />

Para isso, a fabricante prepara um portfólio de carros na<br />

categoria que até então tinha apenas o Duster. Em fevereiro,<br />

lançou a Captur. Neste mês, traz ao mercado o<br />

“O volume de vendas superou<br />

em quatro vezes nossas<br />

expectativas (em dois meses).<br />

Foi o maior investimento<br />

em mídia da marca...”<br />

50<br />

agosto de 2017


primeira vez que a empresa abriu pré-venda de um lançamento.<br />

“O volume de vendas superou em quatro vezes<br />

nossas expectativas (em dois meses)”. Além disso, ainda<br />

de acordo com o executivo, foi o maior investimento em<br />

mídia da marca, que, de janeiro a junho deste ano, aportou<br />

mais de R$ 310 milhões em publicidade, segundo<br />

ranking da Kantar Ibope Media (valores referentes a tabela<br />

cheia, sem descontos).<br />

Só na pré-venda foram três meses de campanha no digital:<br />

primeiro se questionou o modelo de compacto. Em<br />

seguida, houve uma brincadeira com o nome do veículo,<br />

que não é fácil de pronunciar, e, por último, foram apresentados<br />

os benefícios do modelo. “Com filmes incisivos,<br />

rápidos e curtos. Além disso, houve investimento em mídia<br />

com TV aberta e Pay TV, com Bruno Gagliasso e Marina<br />

Ruy Barbosa”, conta Claudio. A Renault Brasil quer atingir<br />

8% de Market share neste ano.<br />

Ajudada pelo Kwid que será fabricado no Brasil, na fábrica<br />

da Renault em São José dos Pinhais (PR). “Duplicamos<br />

a produção do terceiro turno. Para isso, contratamos 550<br />

novos colaboradores”. Na companhia, como um todo<br />

também houveram mudanças. Em abril, trocou de diretor<br />

de marketing com a saída de Bruno Hohmann para<br />

a chegada do argentino Federico Goyret. Um mês antes,<br />

Alejandro Botero tornou-se VP comercial no lugar de Gustavo<br />

Schmidt, que deixou o cargo para assumir a vice-presidência<br />

de vendas e marketing da concorrente, Volkswagen.<br />

Na presidência também tem novidade, em quase 20<br />

anos de Brasil é a primeira vez que a empresa tem um brasileiro<br />

no comando. Desde 1º de julho, Luiz Pedrucci responde<br />

como diretor-geral do Grupo Renault no Brasil e<br />

como presidente da Renault do Brasil, em substituição a<br />

Fabrice Cambolive.<br />

“Mudamos também nossa forma de comunicar os lança-<br />

agosto de 2017 51


Campanha<br />

veículos impressos, mídia digital e mobiliário urbano.<br />

Alexandre Gama, CEO e líder criativo da<br />

Neogama, explica que o projeto teve início com<br />

a criação de uma sala de 400 metros quadrados,<br />

dentro da agência, exclusiva para uma equipe<br />

de 18 pessoas trabalharem nessa ação. “Era uma<br />

agência dentro da agência para tocar esse projeto.<br />

Tinha planejamento, criação, mídia e uma parte<br />

digital”, conta.<br />

mentos, nesse momento em que o Brasil começa a dar sinais<br />

de retomada na economia. Estamos investindo mais em digital,<br />

o que já representa um quarto da verba de mídia da Renault.<br />

Porque as pessoas estão cada vez mais definindo a compra no<br />

digital”, explica Claudio.<br />

A campanha<br />

No filme, ambientado em São Paulo, Hulk e Kwid protagonizam<br />

um roteiro de ação, passando pelo Minhocão, a Avenida Paulista<br />

e uma escalada épica no edifício Altino Arantes – antigo Banespa.<br />

“Primeira vez na América Latina que uma marca se une à<br />

Marvel para fazer uma campanha publicitária, filmada no Brasil<br />

e finalizada em Hollywood. O Hulk, personagem emblemático,<br />

reforça os atributos do carro que queremos comunicar: é forte,<br />

grande, espaçoso. Que pretende ajudar a encarar os desafios<br />

urbanos da melhor maneira possível”, enfatiza Claudio.<br />

O filme conta com pós-produção (3D) da britânica Framestore.<br />

A campanha abrange TVs aberta e por assinatura, cinema,<br />

De acordo com Gama, esse tipo de estrutura vem<br />

sendo executada há pouco mais de um ano para<br />

alguns projetos capitais. “Não dá para montar para<br />

todos os projetos, até pela agilidade que muitos<br />

demandam. Mas os projetos capitais conseguimos isolar com<br />

uma equipe dedicada”. O criativo conta que posicionou a agência<br />

como um motor criativo, em que as ideias podem surgir<br />

e ser executadas no âmbito tradicional, assim também como<br />

em qualquer outra disciplina, como artes, por exemplo. “Ideia é<br />

matéria-prima de inovação”.<br />

A campanha do Kwid, por exemplo, foi realizada a seis mãos,<br />

com roteiro produzido de forma colaborativa entre Neogama,<br />

Renault e Marvel. “Houve diversas mudanças no roteiro porque<br />

não tínhamos as apólices do personagem. Para se ter uma<br />

ideia, levamos quatro meses até a aprovação e adequação, um<br />

processo que normalmente leva15 dias”.<br />

Já faz 10 anos que a Neogama atende a conta da Renault, no<br />

período foram quatro presidentes na empresa em fases diferentes,<br />

segundo Gama, que está na quinta conta do setor automobilístico.<br />

“Tenho expertises nisso. Carro é um assunto que<br />

gosto e sei trabalhar”, diz.<br />

“Primeira vez na América Latina<br />

que uma marca se une à Marvel<br />

para fazer uma campanha<br />

publicitária, filmada no Brasil<br />

e finalizada em Hollywood ”<br />

52<br />

agosto de 2017


Prêmio<br />

Novo<br />

formato<br />

Por: Pedro Yves<br />

Fotos: Alê Oliveira e Divulgação<br />

Fiap ouve mercado e muda<br />

modelo de premiação<br />

O tradicional Festival Ibero-Americano de Publicidade (Fiap),<br />

que este ano chega à sua 48ª edição, terá novo formato. O objetivo<br />

dessa reformulação é valorizar as premiações, tornando-<br />

-as mais competitivas. Daniel Marcet, chairman do festival, que<br />

agora conta com novos sócios e Rodrigo Figueroa Reyes como<br />

CEO, dividiu a avaliação de trabalhos em quatro áreas: Formatos<br />

(F), Inovação (I), Anúncios (A) e Produção (P). Haverá apenas um<br />

GP em cada uma delas. Participantes que conseguirem troféu<br />

de ouro em cada área acumularão pontos, como em um Grand<br />

Slam, para contagem e apuração da Agência do Ano.<br />

54<br />

agosto de 2017


Hotel Usina del Arte,<br />

Buenos Aires<br />

O Fiap também terá pela primeira vez uma reunião de associações<br />

de agências de países da região e uma com anunciantes. Outra novidade<br />

é que o júri vai entregar um documento ao final do evento para<br />

servir de norte a agências, instituições governamentais, associações<br />

e universidades. O relatório pretende mostrar o momento atual da<br />

publicidade da região e indicativos de para onde ela deve caminhar.<br />

Daniel Marcet, chairman do Festival<br />

Os presidentes de cada categoria são Risto Mejide, da Aftershare, da<br />

Espanha (Formatos); Simón Bross, da mexicana GarciaBross (Produção);<br />

Guibert Englebienne, da Globant Latam (Inovação); e o brasileiro<br />

Luiz Sanches (Anúncios). Fora eles, cada área tem oito jurados,<br />

totalizando 38 pessoas. Além das quatro grandes categorias, o festival<br />

vai nomear Agência, Produtora, Anunciante, Rede e Agência<br />

Independente do Ano.<br />

agosto de 2017 55


Prêmio<br />

O Brasil terá Luiz Sanches, da AlmapBBDO como presidente<br />

do júri de Anúncios, e a participação de Patrícia Weiss, da<br />

Branded Content Marketing Association, como jurada em<br />

Formatos, e como jurada em Produção.<br />

Criado em 1969, na cidade de Rosário, na Argentina, o festival<br />

volta a Buenos Aires, capital do país, após três edições<br />

em Miami e duas na Cidade do México. Será realizado de<br />

3 a 6 de setembro, simultaneamente nos salões do Hotel<br />

Faena, em Puerto Madero, e no auditório da Usina del Arte,<br />

no tradicional bairro Boca.<br />

O novo Fiap tem o apoio oficial do governo da cidade de<br />

Buenos Aires e patrocinadores como Coca-Cola; Facebook;<br />

Accenture; Mastercard; da rede norte-americana de entretenimento<br />

Viacom; e do principal jornal argentino La Nacion.<br />

No Brasil, a Editora Referência, que publica a revista Propaganda,<br />

é a representante oficial do festival.<br />

Michel Tikhomiroff, da Mixer, e Patrícia Weiss, da Branded Content Marketing Association<br />

56<br />

agosto de 2017


Hotel Faena,<br />

em Buenos<br />

Aires<br />

Luiz Sanches, da AlmapBBDO<br />

agosto de 2017 57


Obladi, Obladá<br />

Miscelânea de miudezas<br />

Por Carlos Castelo<br />

“Boa literatura, no fi m das<br />

contas, é aquela que você<br />

deixa ao lado da privada”<br />

- A primeira regra da menopausa é não ter regras.<br />

- Eu sou do tempo que fazer mal a uma moça era uma<br />

forma de sexo.<br />

- Vivemos tempos em que os templates são mais importantes<br />

que as ideias.<br />

- A vida adulta não precisa se resumir a pagar impostos e<br />

mais tarde morrer, você também tem a opção de sonegar,<br />

ir preso e depois morrer.<br />

- Colocaram o país nos trilhos. Amarrado e amordaçado.<br />

- Alpinista social: aquele que sobe na vida escalando<br />

gente.<br />

- A tatuagem, essa arte plástica menor, se gênero literário<br />

fosse, seria a crônica.<br />

- Anda tudo muito banal. Mas, em matéria de pecado,<br />

nunca fomos tão originais.<br />

- Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço,<br />

ao mesmo tempo, sem camisinha.<br />

- O tempo está passando tão rápido que eu nem sei<br />

mais se sou criança ou octogenário.<br />

- A moda atual não veste, encaderna.<br />

- Todo mundo só vê série. De sétima arte, o cinema passou<br />

a ser a primeira.<br />

- Ninguém é insubstituível; ninguém para presidente.<br />

- É aquele tipo de governo que não existe, só dura.<br />

- Ela é do tipo que se acha o último cannoli gourmet do<br />

pacote.<br />

- Se internet desse dinheiro, ladrão, em vez de pedir a<br />

senha do cartão, pedia a do Instagram.<br />

- O golpe do país vizinho é sempre mais verde.<br />

- Toma cá o dinheiro, dá lá o voto.<br />

- Salvou o pescoço, matou a nação.<br />

- Um cigarro rouba três minutos de sua vida, um político<br />

a sua vida em 30 segundos.<br />

- São Paulo é um dos poucos lugares do mundo em que<br />

automóvel não é móvel.<br />

- Morre, vítima de concussão no crânio por um cheeseburguer,<br />

o consumidor que recebeu comida em<br />

domicílio pelo serviço drone-delivery.<br />

- Depressão é o desgosto gourmet.<br />

- Atualmente, até as moscas leem mais jornais impressos<br />

que as pessoas.<br />

- O mercado cada vez mais exigente: amigo meu Doutor<br />

da Alegria não consegue emprego porque não tem pós-<br />

-doutorado.<br />

- A pós-verdade tem pernas curtas.<br />

- Eu não tenho preconceito com celebridades, só com as<br />

conhecidas.<br />

- Antes, eu só ligava para dinheiro, hoje mando e-mail.<br />

- Enquanto discute-se a prevalência do sexo masculino<br />

ou feminino, prevalece a decadência do gênero humano.<br />

- Boa literatura, no fim das contas, é aquela que você<br />

deixa ao lado da privada.<br />

- Taxativo como um fiscal do Imposto de Renda.<br />

- A pior parte de transar é que é difícil tuitar.<br />

- Aquele livro do escritor esforçado, bem-sucedido, medíocre,<br />

de bom senso literário é o que você acaba lendo e<br />

recomendando aos amigos.<br />

- Escrever para imprensa é uma doença crônica.<br />

- Depois da barriga negativa em 90 dias, academias prometem<br />

cérebro negativo em uma semana.<br />

- A verdadeira celebridade sempre é póstuma.<br />

- Pela duração atual dos casamentos, nada mais natural<br />

que as cerimônias fossem via Skype.<br />

Carlos Castelo<br />

É escritor e publicitário<br />

Twitter: @casteloramabr<br />

58<br />

agosto de 2017


Marcello Barbusci<br />

Para toda boa criação<br />

há We transforme uma referência.<br />

your dream<br />

Na<br />

em in<br />

sua<br />

realidade a reality on paper.<br />

impressão<br />

no papel.<br />

também.<br />

Nós transformamos seu sonho<br />

Nós We transformamos transforme your seu dream sonho<br />

em in realidade a reality on no paper. papel.<br />

“The “A qualidade quality do of paper papel e and o processo the printing de impressão process<br />

são nossas are our prioridades priorities para for the a melhor best delivery.” entrega.”<br />

Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

“The “A qualidade quality do of paper papel e and o processo the printing de impressão process<br />

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Tiago Ferrentini - Executive Diretor executivo director<br />

Targeted Revistas Newspapers Jornais e Didatic Livros Catalogs Catálogos and e Paper Papel<br />

segmentadas magazines Tablóides Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />

Targeted Revistas<br />

segmentadas magazines<br />

Jornais We etransforme Didatic Livros Catalogs Catálogos your and e dream Paper Papel<br />

Tablóides Tabloids Didáticos books yearbooks anuários recycled reciclado<br />

in a reality on paper.<br />

Newspapers<br />

For Para For more maiores more information, informações call call us ligue us on on +55 para +55 11 11 2065 0766<br />

ou envie or drop um or us drop e-mail an us email para an email orcamento@referenciagrafica.com.br<br />

ca.com.br<br />

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Rua Rua François François Coty, Coty, 228 228 | Cambuci, | Cambuci, São Paulo São Paulo - SP | - Brazil SP<br />

Rua François Coty, 228 | Cambuci, São Paulo - SP | Brazil | www.referenciagrafica.com.br<br />

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Lançamento<br />

A Pirelli nos<br />

anúncios<br />

História da publicidade<br />

da marca e sua<br />

evolução é relatada<br />

em livro ilustrado<br />

A Pirelli conta sua história recente por<br />

meio da publicidade, no recém-lançado<br />

livro “Publicidade com P Maiúsculo”,<br />

publicado pela editora italiana Corraini<br />

Edizioni e editado pela Fundação Pirelli.<br />

Com mais de 800 imagens, a obra<br />

cobre desde a década de 1970 até os<br />

anos 2000, retratando a evolução de<br />

suas estratégias, técnicas e formas.<br />

Em suas 448 páginas, o livro traça um<br />

panorama de como a publicidade evoluiu<br />

nos últimos anos, do analógico ao<br />

digital, e o protagonismo da Pirelli em<br />

campanhas que ficaram para sempre<br />

na memória do público.<br />

A obra começa mostrando os trabalhos<br />

da Agenzia Centro, um ótimo exemplo<br />

de house agency, que reuniu nomes<br />

célebres como Pino Tovaglia, Salvatore<br />

60<br />

agosto de 2017


Gregorietti, Derek Forsyth, Gerhard Forster e<br />

François Robert.<br />

Já nos anos 1990, pode-se ver uma mudança<br />

de paradigma, com a entrada de grandes<br />

agências internacionais e a criação de campanhas<br />

globais, com a utilização de celebridades<br />

do mundo do esporte e do cinema, como<br />

Sharon Stone, Carl Lewis e Ronaldo. A foto de<br />

Carl Lewis usando sapatos de salto alto, feita<br />

por Annie Leibovitz, que também já assinou<br />

o prestigiado Calendário Pirelli, com o slogan<br />

“Potência não é nada sem controle”, de 1994,<br />

se tornou um dos grandes ícones da história<br />

mundial da publicidade.<br />

Disponível em inglês e italiano, o livro também<br />

será comercializado como e-book, além de<br />

contar com um site (advbook.fondazionepirelli.<br />

org) e um web app acessível via QR Code.<br />

agosto de 2017 61


Direto dos EUA<br />

Caligrafando<br />

Por Mariana Kertész<br />

Filha de artista, nasci e cresci em<br />

meio a arte, esculturas, livros,<br />

rascunhos e obras reconhecidas<br />

em várias partes do mundo.<br />

O que muitas vezes, pra mim, era só minha mãe trabalhando<br />

de um jeito que parecia até brincadeira, para os<br />

entendedores de arte era mais uma linda e valiosa escultura<br />

de Eliana Kertész.<br />

Crescer nesse ambiente e conviver com a paixão de minha<br />

mãe pelas formas - as que ela criava são de mulheres<br />

arredondadas - me levou para o design, mesmo que eu<br />

tenha relutado, como ela, e me formado em administração<br />

de empresas primeiro. Trabalhei em agências de<br />

publicidade como a Duda Propaganda e a Africa; tive a<br />

própria empresa de design estratégico e me mudei para<br />

os Estados Unidos. Aí, algumas outras coisas também<br />

mudaram. Mas não a arte, o desejo de dar formas, de me<br />

expressar através dos traços...<br />

Com essa mudança, dois filhos e uma casa pra cuidar, comecei<br />

a trabalhar em casa. E, confesso, não é fácil como<br />

parece. Mas foi nesse ambiente: família, criança, brinquedo,<br />

escultura, amigos, quadros, grama e jardim que comecei<br />

a caligrafar em fotos. Fui me inspirando em uma foto<br />

aqui, outra ali, e aos poucos minha experiência do passado<br />

como empreendedora foi dando forma de negócio<br />

para o que poderia ser só um hobby.<br />

Mas ainda lá atrás, no começo do ano, quando era mais<br />

hobby do que negócio, fui convidada com outros seis publicitários<br />

para montarmos uma exposição aqui em Nova<br />

York mostrando o nosso lado B, o que fazíamos quando<br />

não estávamos trabalhando. Achei interessante e provocativo<br />

por entender que realmente temos de ser criativos<br />

62<br />

agosto de 2017


em casa, mesmo que em pequenas atividades. Nascia ali a AdverSide_B,<br />

que levou mais de 20 trabalhos para a 4W43 Gallery, na Rua 43 com a 5ª<br />

Avenida.<br />

Minha inspiração, desde o início - e desde sempre - foi minha mãe. E mulheres<br />

que, como ela, são fortes, invencíveis, inegáveis e também românticas.<br />

Resolvi escrever palavras que potencializassem esse poder, com tinta preta<br />

em pratos de louça branca. Um contraste simples e direto pra falar dessas<br />

personagens da vida real.<br />

Foi uma delícia ver meu trabalho exposto ao lado de criações tão incríveis<br />

como as dos também publicitários Bernardo Romero, Paulo Junger, Hugo<br />

Aranha, Ana Paula Esteves, Marcelo Kertész e Harisson Santos. Deu uma sensação<br />

de unidade, mesmo diante de linguagens tão diferentes. Porque ali<br />

tinha uma coisa em comum: criatividade. Essa que insiste em nos perseguir<br />

principalmente quando decidimos nos expressar sem briefings, regras ou<br />

budgets. Lado B? Talvez.<br />

Mariana Kertész é empresária,<br />

graphic designer e caligrafa da<br />

Mari Kertész, EUA<br />

agosto de 2017 63


Making Of<br />

Fotos: divulgacão<br />

Y&R cria campanha para tornar<br />

Crystal a cerveja dos encontros<br />

Uma garrafa de cerveja sobre uma mesa de bar. Difícil<br />

imaginar esse cenário acrescentando a ele apenas uma<br />

pessoa. Numa mesa que tem cerveja, tem conversa, assunto<br />

e opinião. Tem, sempre, o encontro de pessoas.<br />

Encontro<br />

infi nito<br />

Por Celso Alfieri, diretor<br />

de Criação da Y&R<br />

E uma cerveja como a Crystal acaba sendo, na minha opinião,<br />

a maneira ideal para o que eu costumo chamar de<br />

“molhar as palavras”. Explico: Crystal tem distribuição regionalizada<br />

e está presente em locais onde as pessoas se<br />

encontram sem a formalidade dos grandes centros como<br />

São Paulo, por exemplo.<br />

Nessas regiões, os encontros começam despretensiosamente<br />

e, invariavelmente, não têm hora pra terminar. São<br />

encontros mais abertos, gregários. Para eles, não é preciso<br />

“ter o nome na lista”.<br />

Crystal tem a pretensão de ser a cerveja desses encontros.<br />

Por isso, a partir de agora, estamos assinando nossas campanhas<br />

com “Crystal. A cerveja dos encontros”.<br />

Os primeiros comerciais com o tema dos encontros foram<br />

realizados no fim de 2016, quando um grande caminhão-<br />

-palco levou o show-surpresa da dupla Zé Neto & Cristiano<br />

para algumas praças importantes da marca.<br />

64<br />

agosto de 2017


O caminhão parava em locais de grande circulação, as<br />

pessoas se aglomeravam à sua volta e, quando menos<br />

esperavam, a lona descortinava um palco gigante feito de<br />

engradados de cerveja Crystal.<br />

No palco, a dupla fez shows cujo material captado se<br />

transformou em quatro filmes regionais para a TV, além<br />

de conteúdo digital. O resultado foi incrível e a grande<br />

empatia dos artistas com o público nos fez apostar na<br />

presença deles também no filme que acaba de entrar no<br />

ar: “Encontro infinito”. Esse comercial é literal. Trata da materialização<br />

dos encontros regados a Crystal.<br />

Nele, Zé Neto & Cristiano se encontram com amigos,<br />

num bar. É o tradicional trio amigos-cerveja-violão. Porém,<br />

quando os dois começam a cantar a música criada para o<br />

filme, “… o encontro tá marcado, a Crystal já tá na mesa…”,<br />

todas as pessoas do bar começam a juntar suas mesas à<br />

deles, formando uma mesa enorme que, segundos depois,<br />

ganha as ruas, passa por dentro das casas e se estende por<br />

toda a cidade.<br />

A produção ocorreu num bar em São Paulo e em Santana<br />

do Parnaíba, cidade próxima à capital paulista. Foram<br />

duas diárias longas, mais de 200 figurantes e uma decupagem<br />

minuciosa.<br />

Eu estive lá, vi a mesa se formar e depois voltei para a<br />

agência. Disseram-me que ela ainda está crescendo, já<br />

passou por Jandira e chegou a Barueri.<br />

Não voltei pra conferir. Mas não duvido, não.<br />

agosto de 2017 65


Hobby<br />

Grandes<br />

sacadas<br />

Fotos: Divulgação<br />

As estratégias de Alexis Pagliarini<br />

nas quadras de tênis<br />

Alexis Thuller Pagliarini, superintendente da Fenapro (Federação<br />

Nacional das Agências de Propaganda) é figura conhecidíssima<br />

do mercado de comunicação, afinal são quase três décadas dedicadas<br />

às estratégias de negócios no segmento, seja em agências,<br />

instituições ou empresas como Coca-Cola, Honda, DPZ, Loducca,<br />

Amcham, WTC, MPI (Meeting Professionals International), CMO<br />

Council, Cenp e Aba, mas talvez nem todos saibam que é também<br />

das quadras de tênis que ele tira exemplos para alcançar metas<br />

e atingir resultados na vida profissional. Inclusive já conquistou<br />

cliente pós jogo, à época em que ainda era de agência.<br />

Há sinergia. O tênis, por exemplo, não é lá muito fácil de entender<br />

a princípio, tem a uma contagem esquisita de 15 para 30 e 40,<br />

tie-breaks, top spins e smashs. Na publicidade são os briefings,<br />

brainstorms, budgets e targets, focus groups que complicam para<br />

quem não é do meio. Segundo Alexis, em ambos os casos, o que<br />

mais importa é a concentração para desenhar uma estratégia,<br />

pode-se afirmar que é mais transpiração que inspiração. “Exige<br />

atenção, estressado ou dispersado não dá. Precisa ter foco, uma<br />

estratégia bem definida para o momento de dar a tacada final.<br />

Requer concentração. São aspectos similares ao bom profissional<br />

da nossa área”, diz.<br />

Alexis aprendeu a jogar tênis ainda na infância com o professor<br />

Bauru, em Jaboticabal, interior de São Paulo, sua cidade natal. Tinha<br />

12 anos de idade e pai entusiasta de esporte, em geral. “Foi<br />

influência dele. Tanto que ele não gosta de futebol e eu não sei<br />

jogar, só fico no gol”, conta Alexis, que, ao contrário do pai, curte<br />

sim uma partida de futebol. Apesar da pouca habilidade dentro<br />

de campo, fora dele é corintiano.<br />

66<br />

agosto de 2017


Alexis Pagliarini e<br />

seus ídolos Gustavo<br />

Kuerten (à esquerda)<br />

e Fernando Meligeni<br />

(acima)<br />

Aos 14 anos, abandonou o tênis para jogar basquete, que lhe parecia<br />

mais divertido. Podia jogar no time da escola e viajar com a<br />

galera, chegou a ser vice-campeão paulista no colegial. Retornou<br />

às quadras de tênis aos 18 anos, quando entrou para a faculdade.<br />

De lá para cá, não parou mais, além de jogar acompanha os<br />

principais torneios, já foi conferir de perto Roland Garros (Paris),<br />

Wimbledon (Londres) e Shanghai (China). “Ainda não fui ao US<br />

Open (EUA), mas está nos planos. Quem sabe no ano que vem.<br />

Meu sonho é tirar um ano sabático para acompanhar todos os<br />

torneios de tênis mundo afora”, diz o executivo, que é fã de Roger<br />

Federer, tenista suíço recordista do número de vitórias em<br />

torneios do Grand Slam e considerado um dos mais completos<br />

da modalidade. “Meu nome do meio, Thuller, é suíço”, brinca, insinuando<br />

semelhança com o atleta, quando perguntado sobre seu<br />

desempenho em quadra.<br />

Alexis é bom no ace, segundo ele mesmo. É o saque que, bem colocado<br />

ou batido com muita eficácia, não dá chance ao adversário<br />

de pegar a bola na tentativa de resposta. Joga em média três<br />

vezes por semana, mais aos fins de semana. “Teve uma época em<br />

que jogava todos os dias na hora do almoço com o Chester (criativo<br />

da AlmapBBDO)”. Na família apenas o irmão pratica o esporte.<br />

Até já disputou um torneio nos Estados Unidos. “Agora ele mora<br />

lá, mas quando estava aqui, jogávamos juntos”. Alexis já participou<br />

de diversos torneios recreativos e já foi vice-campeão dos Jogos<br />

Publicitários.<br />

A pratica lhe rende alegrias, mas também lhe custa algumas dores.<br />

“Às segundas-feiras, mal consigo colocar o pé no chão, tenho<br />

dor crônica no calcanhar”. Além disso, já sofreu algumas lesões<br />

como “Tennis Elbow” – também conhecido como “cotovelo de<br />

tenista”, que chega a levar até dois meses para uma melhora completa<br />

da dor – e estourou o joelho.<br />

agosto de 2017 67


Gastronomia<br />

Tempero<br />

baiano<br />

Fotos: Alê Oliveira e<br />

Rafael Barata<br />

Publicitário da Salvetribal<br />

cozinha todos os dias para<br />

relaxar da rotina de trabalho<br />

Fabrizio Barata, 39, chegou à Salve Tribal Worldwide pouco<br />

tempo depois da criação da agência, resultante da fusão<br />

entre a LDC e a Salve, promovida pelo Grupo ABC,<br />

em fevereiro. A Salve havia sido adquirida pelo Grupo em<br />

2015. Como diretor de contas ele é, por assim dizer, chefe<br />

de orquestra. Já que a função exige a coordenação do<br />

trabalho dos diferentes serviços da agência, mas o título<br />

não se restringe apenas ao universo corporativo. “Preciso<br />

saber orquestrar quando estou preparando uma receita,<br />

como no meu trabalho, a diferença é o ambiente”, explica<br />

Fabrizio, sobre a relação entre a publicidade e a gastronomia,<br />

suas duas paixões.<br />

Ele pratica as duas disciplinas todos os dias. Quando chega<br />

em casa, cozinha para desestressar e relaxar. “Minha<br />

namorada até briga comigo por isso, porque já nos sobra<br />

pouco tempo durante a semana e me enfio na cozinha.<br />

Cozinhar para mim é o dia a dia. Tem gente que faz disso<br />

um evento”. É tão natural para ele como foi aprender a<br />

preparar a própria comida. Aos 10 anos já sabia fazer alguma<br />

coisa observando os país cozinharem. Mas, foi aos 21<br />

anos, quando saiu de Salvador para morar sozinho, que<br />

desenvolveu, de fato, seu lado cozinheiro.<br />

Em busca de novos horizontes e desafios profissionais,<br />

deixou a faculdade de artes plásticas e formou-se em ciências<br />

da computação, durante a graduação já trabalhava<br />

na Ogilvy e foi nesse período que passou a cozinhar por<br />

três razões: 1) não tinha grana para ficar comendo fora,<br />

havia acabado de chegar em São Paulo e o salário era uti-<br />

68<br />

agosto de 2017


“Preciso saber orquestrar quando estou<br />

preparando uma receita, como no<br />

meu trabalho, a diferença<br />

é o ambiente”<br />

lizado para pagar a faculdade e o aluguel; 2) gostava de<br />

receber pessoas em casa; 3) era uma forma de relaxar. “Cozinhar<br />

é bem legal, além disso lhe garante: comer bem,<br />

barato e saudável. A princípio, eu ligava para minha mãe<br />

para tirar dúvidas de como fazer moqueca”, receita tipicamente<br />

baiana, que hoje é uma de suas especialidades<br />

juntamente com frutos do mar.<br />

Habilidoso na cozinha, Fabrizio chegou a participar de um<br />

dos programas mais famosos de gastronomia da TV aber-<br />

agosto de 2017 69


Gastronomia<br />

POLVO<br />

Ingredientes<br />

1kg de polvo (serve até 4 pessoas)<br />

1 bouquet garni (folha de louro, tomilho, alho-poró e salsão).<br />

20g de páprica doce<br />

100g de manteiga<br />

Uma colher de sopa de azeite de oliva.<br />

Preparo<br />

Deixar cozinhar por 45 min, apagar o fogo e deixar por mais<br />

20min ou deixar na panela de pressão por 12 min em média e<br />

deixar esfriar na panela por mais 20 min com o bouquet garni.<br />

Após esse passo, cortar os tentáculos, temperar com páprica<br />

doce.<br />

Fritar no azeite e manteiga.<br />

PURÊ DE BANANA DA TERRA<br />

Ingredientes<br />

2 bananas-da-terra quase maduras.<br />

250ml de creme de leite.<br />

50g de manteiga.<br />

Noz-moscada.<br />

ta brasileira. “Não esperava ser chamado. Fiz um vídeo de<br />

um polvo à lagareiro que estava cozinhando para amigos.<br />

” A motivação para inscrição no programa era de fazer um<br />

curso de gastronomia caso ganhasse a competição. Já<br />

que nunca fez nenhum, todo conhecimento que ele tem<br />

vem da prática e de livros de culinária, que coleciona uns<br />

tantos.<br />

Segundo Fabrizio, o programa lhe rendeu a noção de novas<br />

técnicas, de novos temperos. Além da troca de experiências<br />

com os outros participantes. Comprometido com a<br />

brasilidade em suas receitas, levou uma dose de tempero<br />

baiano ao reality. Tem como projeto criar um canal culinário<br />

no YouTube, com essa pegada de produtos e sabores<br />

brasileiros, já tem até nome: Cozinha das Marias. “A ideia<br />

é visitar casas de pessoas anônimas que cozinham algum<br />

alimento típico de uma determinada região do país”.<br />

Preparo<br />

Assar a banana-da-terra no forno por 20 min.<br />

Tirar a casca e processar com o creme de leite até fi car liso.<br />

Levar ao fogo com manteiga e uma pitada de noz-moscada.<br />

TOMATES CONFITADOS<br />

Ingredientes<br />

• Minitomates.<br />

• Bouquet garni (folha de louro, tomilho, alho-poró,<br />

salsão e alecrin).<br />

• Azeite até cobrir.<br />

• Pitada de sal<br />

• Pimenta do reino a gosto<br />

• 4 dentes de alho<br />

Preparo<br />

Por tudo numa pequena assadeira e levar ao forno a 180º<br />

por 20 min.<br />

Montar o prato e servir.<br />

Por enquanto, mantém apenas sua página no Instagram,<br />

que é recheada de pratos preparados por ele. Nesse caso,<br />

consegue associar outro hobby, que é a fotografia. “Comprei<br />

a câmera fotográfica para tirar fotos dos meus pratos”,<br />

diz o publicitário que ao longo de quase 20 anos de experiência<br />

passou pela AlmapBBDO, J. Walter Thompson, One<br />

digital e outras. Fundou a produtora digital Pivot, após<br />

oito anos deixou a sociedade. À Propaganda, fez polvo.<br />

Receita especial que garantiu sua participação no programa<br />

e foi protagonista do último almoço do Dia das Mães,<br />

em Salvador. “Minha mãe sempre me tirava da cozinha.<br />

Desta vez, me pediu para fazer algo que ela nunca tinha<br />

comido, fiz o polvo”.<br />

70<br />

agosto de 2017


Viagem<br />

72<br />

agosto de 2017


Fotos: divulgação<br />

sob outro<br />

olhar<br />

Por Pedro Garcia, Head of Concept<br />

do Grupo Isobar Brasil e criador<br />

do personagem “Cartiê Bressão”<br />

Executivo carioca do<br />

Grupo Isobar narra o Rio de<br />

Janeiro na visão de turista<br />

Viajar é um troço muito curioso. Sempre adorei viajar, mas<br />

não sabia muito bem o porquê. Achava que era por conhecer<br />

lugares novos, pessoas, comidas, tradições, culturas<br />

e climas diferentes. Mas recentemente percebi que é<br />

muito mais do que isso. Viajar é uma questão de olhar.<br />

Sou carioca e recentemente me mudei para São Paulo. As<br />

duas cidades são geograficamente próximas, pertencemos<br />

ao mesmo país, falamos a mesma língua e comemos<br />

feijão com arroz, mas só pelo fato de estar morando aqui,<br />

ao visitar o Rio, já sinto uma diferença enorme de quando<br />

estava morando lá. O reflexo do pôr do sol no espelho<br />

d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas ou no mar fica muito<br />

mais especial. O cheiro de maresia, do Jardim Botânico e<br />

das casas de suco parece que fica mais forte. Os sentidos<br />

ficam mais aguçados.<br />

agosto de 2017 73


Viagem<br />

Morei anos fora do Brasil e, quando voltei para cá, em<br />

2011, com essa percepção de quem morou um tempo<br />

fora, tentei cultivar o olhar de turista, de se surpreender<br />

e apreciar as pequenas coisas. O projeto fotográfico que<br />

criei, chamado “Cartiê Bressão” (uma singela homenagem<br />

ao fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson), é um exercício<br />

para manter esse olhar vivo.<br />

Os olhos do turista, na verdade, são um estado de espírito.<br />

Algo talvez próximo do conceito de consciência plena do budismo,<br />

misturados com uma pitada do flanêur de Baudelaire.<br />

Um antídoto contra a anestesia da rotina. Um olhar de criança<br />

eternamente descobrindo algo novo. Ou como o próprio Baudelaire<br />

coloca: “O gênio é a infância evocada quando se quer”.<br />

E o Rio é uma ótima cidade para praticar essa atitude<br />

mental. Poucos lugares possuem o mix de uma cidade<br />

grande (shows, restaurantes e pessoas) somado a uma<br />

beleza acachapante e a fusão com a natureza, com suas<br />

praias, trilhas, vistas e cachoeiras. Tudo relativamente perto<br />

- quando o trânsito permite.<br />

74<br />

agosto de 2017


Mais do que uma cidade dos cariocas, o Rio é uma cidade<br />

dos que compactuam com essa maneira de olhar a vida,<br />

de escolher o que é importante e o que não é.<br />

Acredito que em qualquer cidade é possível manter o<br />

olhar de turista vivo, mas, no Rio, o ambiente e a mentalidade<br />

da cidade ajudam bastante.<br />

Aqui vão alguns lugares que me ajudam a comungar da<br />

carioquice:<br />

• Cachoeiras do Horto: São sempre uma boa pedida, tanto<br />

nos dias de inverno (mais vazios) quanto no verão<br />

(muito mais refrescantes que a praia escaldante). É muito<br />

impressionante sair do meio da cidade e chegar em<br />

uma cachoeira em apenas 15 minutos.<br />

• Caminho dos Pescadores, no Leme: Além do visual incrível,<br />

esse lugar me traz calma, com aqueles pacientes e<br />

perseverantes pescadores.<br />

agosto de 2017 75


Viagem<br />

• Pista Cláudio Coutinho: Área protegida pelo Exército, é<br />

uma das poucas ainda intactas, preservadas. É um lugar<br />

mágico, pois em apenas poucos minutos de deslocamento<br />

você já estará em um cenário sem civilização,<br />

que traz uma sensação de Rio de Janeiro pré-histórico.<br />

• Orla do Flamengo: Uma linda e harmoniosa mistura de<br />

prédios mais clássicos, com arquitetura no estilo europeu,<br />

o decô e o modernismo brasileiro. Com recuo suficiente<br />

para poder apreciá-los e com o aterro e o mar<br />

emoldurando o entorno. É de ficar perdido sem saber<br />

para onde olhar.<br />

• Instituto Moreira Salles: É um dos lugares de que mais<br />

gosto no Rio. A mistura da arquitetura com a paisagem<br />

e de como elas representam o próprio diálogo paisagístico<br />

do Rio são uma obra-prima - isso sem falar da<br />

programação cultural...<br />

Mas, o melhor de tudo isso, é curtir quase todas essas partes<br />

da cidade durante o Carnaval de Rua. São dias de anarquia<br />

e fantasia - que, para mim, são das melhores coisas<br />

que o Rio tem para oferecer.<br />

76<br />

agosto de 2017


Livros<br />

Pontos de vista<br />

Em “O Homem e os Lobos”, o autor<br />

Davide Moser mostra, misturando<br />

partes de sua vida com ficção, como<br />

a maioria dos seres humanos apenas<br />

vive sob comandos dos outros em<br />

sociedade, muitas vezes indesejados,<br />

que podem refletir no seu caráter e<br />

causar conflitos. O autor apresenta<br />

uma realidade em que o homem já<br />

não é a mais à semelhança de Deus<br />

e este é apenas usado para justificar<br />

guerras e atos desumanos. A obra<br />

imagina como seria um mundo sem<br />

a crença nesse Deus onipotente e<br />

onipresente: uma verdadeira selva<br />

de lobos. Com passagens bem-<br />

-humoradas, o autor produziu uma<br />

reflexão que discute a dificuldade de<br />

viver em sociedade com os próprios<br />

princípios.<br />

Antítese literária<br />

Uma não vive sem a outra. É o que fica demonstrado<br />

sobre a dualidade inerente entre<br />

democracia e tirania, em obra póstuma<br />

assinada por João Uchôa Cavalcanti Netto<br />

– falecido em 2012 e, dentre outros títulos,<br />

fundador da Universidade Estácio de Sá. O<br />

selo Ibis Juris faz a distribuição do livro “Democracia,<br />

um mito”, que é fruto de 10 anos<br />

de inquietação do autor sobre o tema. O<br />

fato de encontrar-se referendada pela sua<br />

opositora, a tirania e/ou ditadura, é o pontapé<br />

inicial de uma leitura que vai, item a item,<br />

desconstruindo toda a validade e o status<br />

incontestável conferido ao sistema democrático.<br />

E não somente no Brasil. A divulgação<br />

da obra tem à frente Monique Uchôa<br />

Cavalcanti de Vasconcelos, filha do autor e<br />

CEO da Uchoa Cavalcanti Empreendimentos<br />

Ltda., radicada na Flórida, EUA, desde<br />

1991. Para Deonísio da Silva, editor-responsável,<br />

o grande mérito do livro é a ousadia<br />

de tocar num assunto que, em geral, sequer<br />

merece reflexão porque na sociedade atual<br />

adquiriu a condição de intocável que não<br />

permite, na maioria das vezes, a quem quer<br />

que seja, falar de modo contrário à ideia de<br />

democracia como sistema político.<br />

No topo da carreira<br />

A história da mulher que assumiu o cargo<br />

de CEO da General Motors em 2013 e construiu<br />

uma carreira de sucesso está contada<br />

em detalhes no livro “Estrada para o sucesso<br />

– A ascensão de Mary Barra, a mulher<br />

à frente da General Motors”. Na obra, a<br />

jornalista Laura Colby relata que, quando<br />

a executiva assumiu o cargo, a empresa<br />

não estava num bom momento, prestes<br />

a enfrentar um dos maiores recalls de sua<br />

história. À época, o mercado insinuou que<br />

ela estava no cargo apenas para passar<br />

uma imagem mais gentil da companhia<br />

durante um período de crise. Mas foi diferente,<br />

e Mary, que começou a trabalhar na<br />

empresa com 18 anos e ocupou diversos<br />

cargos até chegar à presidência, tem muito<br />

a inspirar mulheres que desejam chegar ao<br />

topo na carreira. A obra destaca ainda fatos<br />

importantes sobre a relação das mulheres<br />

com o setor automobilístico, reforçando o<br />

crescimento da atuação delas em um ambiente<br />

dominado por homens.<br />

Tela para o impresso<br />

No livro “Cartazes”, o designer gráfico Marcelo Pallotta costura histórias e imagens<br />

do cinema brasileiro. O prefácio é assinado por Fernando Meirelles e<br />

Anna Muylaert. Estão na obra mais de 15 anos de trabalho de Pallotta, com<br />

estudos para a composição final dos cartazes e comentários dos diretores de<br />

cinema sobre seu trabalho. O designer enfatiza que, para muitas pessoas, o<br />

cartaz é a primeira imagem que uma pessoa tem em mente quando pensa<br />

num filme. Em seu livro, busca responder a algumas perguntas: por que, afinal,<br />

o cartaz é tão simbólico para um filme? Como resumir uma obra cinematográfica,<br />

tão repleta de imagens, em uma única imagem? São 250 páginas<br />

para quem gosta da sétima arte e adora cinema brasileiro.<br />

pedroyves@editorareferencia.com.br<br />

agosto de 2017 77


Memória<br />

Campanha do Banco<br />

Português criada pela<br />

Norton. Ouro<br />

Em dezembro de 1967,<br />

nasceu a ideia do Prêmio<br />

Colunistas. Um mês foi necessário<br />

para elaborar um regulamento,<br />

responsabilidade<br />

que fi cou a cargo de Fernando<br />

Reis, e realizar a primeira<br />

escolha dos melhores da<br />

propaganda, entre mais de<br />

uma centena de peças inscritas<br />

por agências de propaganda<br />

de São Paulo.<br />

O primeiro júri foi formado pelos idealizadores<br />

do prêmio, os colunistas de propaganda<br />

e marketing Armando Ferrentini,<br />

Cicero Silveira e Eloy Simões. E o que eles<br />

premiaram?<br />

O primeiro<br />

Prêmio Colunistas<br />

Por Nelson Varón Cadena<br />

Fotos: Divulgação<br />

Antes de responder a essa pergunta,<br />

cabe esclarecer que o regulamento previa<br />

medalhas de ouro, prata e bronze e<br />

menções honrosas, uma espécie de diploma<br />

de finalista. O júri concedeu sete<br />

ouros, cinco pratas, seis bronzes e seis<br />

menções, ao todo 24 prêmios, além do<br />

Destaque do Ano (Ida de Júlio Cosi, para<br />

a Alcântara Machado) e dos Grandes Prêmios<br />

de Agência do Ano (MPM), Liderança<br />

publicitária (Mauro Salles), Publicitário<br />

do Ano (Petrônio Corrêa) e mais o Fato<br />

do Ano (a fusão Mauro Salles-Interamericana)<br />

e o Exemplo do Ano (Revista Quem<br />

é Quem, da editora Visão).<br />

Mas, vamos aos trabalhos. Nenhuma medalha<br />

de ouro foi conferida para a MPM,<br />

que também não obteve nenhuma de<br />

prata e nenhuma de bronze, sequer<br />

menção honrosa, caracterizando que a<br />

78<br />

agosto de 2017


sua escolha como Agência do Ano se dera exclusivamente<br />

pela sua performance empresarial,<br />

o meteórico crescimento de uma agência<br />

regional que nesse ano de 1967 já se permitia<br />

liderar o ranking de maior faturamento e conquistara<br />

16 clientes no dito exercício. Chama<br />

a atenção na premiação a exclusão da mídia<br />

impressa, proposital, ou, quem sabe, pelo fato<br />

de os organizadores entenderem que a categoria<br />

Campanha, de alguma forma, contemplava<br />

a mídia de jornais ou revistas.<br />

Eram sete as categorias, cinco de mídia e duas<br />

promocionais: Melhor Campanha, Melhor Filme,<br />

Melhor Outdoor, Melhor Jingle, Melhor<br />

Anúncio Publicado na Revista Propaganda,<br />

Melhor Cartaz de Ponto de Venda e Melhor<br />

Cartão de Natal. Entre os premiados, destacamos<br />

alguns nomes: primeiro, Roberto Duailibi,<br />

que conquistava, em parceria com Jarbas<br />

José de Souza e Carlos Fernandes, uma menção<br />

honrosa com a campanha do reflorestamento,<br />

criada pela Standard para a CNP. Ao<br />

receber o prêmio na solenidade realizada em<br />

fins de janeiro na sede da APP, Duailibi já pensava<br />

na DPZ, fundada alguns meses depois.<br />

Carlitos Maia é outro nome em evidência. No<br />

primeiro Colunistas, conquistou para a Norton<br />

uma medalha de ouro e uma menção honrosa,<br />

ambas na categoria Cartão de Natal. A<br />

primeira com uma Bíblia em miniatura, de 1,5<br />

polegada, brinde da agência para o mercado;<br />

a segunda, com um cartão-disco da imobiliária<br />

Clineu Rocha com música inédita, especialmente<br />

gravada por encomenda por Chico<br />

Buarque de Hollanda. Dez anos depois da<br />

premiação, Maia subiu ao palco para receber,<br />

desta feita, o troféu de Publicitário do Ano.<br />

Neil Ferreira também despontou nesta primeira versão do Prêmio<br />

Colunistas, conquistando uma medalha de prata com um outdoor<br />

criado em parceria com Licínio de Almeida para Rodiella, cliente<br />

da Standard. A Standard foi um dos destaques da premiação, junto<br />

com a Norton, a P. A Nascimento e, em especial, a Alcântara Machado,<br />

que nos privou de conhecer os criativos, por conta de um<br />

capricho de se inscrever na premiação, e assim fez durante alguns<br />

anos, creditando os trabalhos à “equipe”.<br />

Em todo caso, nove agências subiram ao palco da APP, perante<br />

uma plateia qualificada, nesta primeira versão do Colunistas, que<br />

premiou a MPM, Mauro Salles-Interamericana, P.A. Nascimento-<br />

-Acar, Panam, Grupo Oito, Mcann-Erickson, Norton, Standard e Publitec.<br />

Com exceção da McCann, nenhuma sobreviveu para celebrar<br />

os 50 anos da premiação.<br />

Nelson Varón Cadena<br />

É autor do livro<br />

“Brasil 100 anos de Propaganda” e editor do blog<br />

almanaquedacomunicacao.com.br/blog<br />

agosto de 2017 79


Click do Alê<br />

1<br />

Fórum de ideias<br />

O 8º Fórum de Marketing Empresarial proporcionou um encontro enriquecedor para os mais de 300 profi s-<br />

sionais de agências, veículo e anunciantes que estiveram no Sofi tel Jequitimar, no Guarujá, entre 18 e 20 de<br />

agosto. Os participantes puderam, além de discutir os novos modelos, tema ofi cial do evento, trocar ideias,<br />

informações e cases de sucesso. Enfi m, experiências que certamente os credenciaram a sairem melhores do<br />

que quando chegaram. Dalton Pastore, da ESPM; Hugo Rodrigues, da Publicis; e Eduardo Fischer, da Fischer<br />

Group, foram homenageados com o Prêmio Lide de Marketing Empresarial. O evento é realizado pela Editora<br />

Referência em parceria com o Grupo Lide, e contou com curadoria de Marcos Quintela, Adonis Alonso e Armando<br />

Ferrentini.<br />

2 3<br />

4<br />

1. Executivos acompanham o Hino Nacional, na abertura do 8º Fórum de Marketing Empresarial, realizado no Sofitel Jequitimar, no Guarujá; 2. Dalton Pastore, presidente da ESPM;<br />

3. Hugo Rodrigues, presidente da Publicis Brasil; 4. Eduardo Fischer, presidente do Fischer Group; 5.Alexandre Grinberg, da Almap; Daniela Cachich, da Pepsico; Andréa Dantas, da<br />

Ed. Globo; e Luiz Sanches, da Almap; 6. Raul Doria, da Cine, e Rodrigo Faro, da Record; 7. André Pedroso, Reginaldo Ferrante, Thiago Lacorte e Jairo Soares, da Fischer Group;<br />

80<br />

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Divulgação<br />

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Divulgação<br />

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Divulgação<br />

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8. Marcus Hadade, da Arizona, acompanhado por Denise Fernandes e José Eustachio, ambos da Talent Marcel; 9. Adonis Alonso, da Criatix; Gustavo Herbetta,<br />

da Vivid Brand; e Hugo Rodrigues, da Publicis; 10. Walter Zagari, da Record, com Marcelo Parada, do SBT; 11. João Doria Neto e Bia Cruz, do Grupo Doria;<br />

12. Vivian Salaro e Larissa Dalete, do Grupo Doria; 13. Gustavo Ene, do Grupo Lide, entre Armando Ferrentini e Clarice Milani Ferrentini, da editora Referência;<br />

14. Marcos Quintela, da Y&R, e Celia Pompeia, do Grupo Doria; 15. Cyd Alvarez, da NBS, e Thomas Roth, da Lua Nova Produções<br />

aleoliveira@propmark.com.br<br />

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Dorinho<br />

Dona Zezé, a moça do café<br />

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