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Jornal Paraná Fevereiro 2018

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OPINIÃO<br />

A onda positiva do RenovaBio<br />

O governo agora trabalha nos próximos passos: um decreto<br />

presidencial para regulamentar o complexo programa<br />

GUSTAVO PORTO<br />

Anova Política Nacional<br />

de Biocombustíveis,<br />

batizada como<br />

RenovaBio, é um<br />

exemplo, ao menos até agora,<br />

de como uma grande proposta<br />

estruturante para um<br />

setor estratégico do País consegue<br />

caminhar com celeridade<br />

dentro do governo. Após<br />

um ano de amplas discussões,<br />

o projeto do RenovaBio<br />

foi aprovado no Congresso e<br />

sancionado pelo presidente<br />

Michel Temer (MDB) em apenas<br />

um mês.<br />

O governo agora trabalha nos<br />

próximos passos: um decreto<br />

presidencial para regulamentar<br />

o complexo programa,<br />

principal aposta do Brasil<br />

para o aumento da produção<br />

de biocombustíveis e o cumprimento<br />

de metas de redução<br />

de emissões acordadas<br />

pelo País na 21ª Conferência<br />

das Nações Unidas<br />

sobre Mudança Climática<br />

(COP-21).<br />

A minuta em discussão<br />

do decreto<br />

definirá,<br />

por<br />

e x e m p l o ,<br />

como será<br />

a governança<br />

do RenovaBio.<br />

A ideia<br />

é que um<br />

grupo formado<br />

por<br />

representantes<br />

de<br />

ministérios,<br />

da academia e<br />

da sociedade civil<br />

dê suporte ao Conselho Nacional<br />

de Política Energética<br />

(CNPE), responsável pelos rumos<br />

do programa.<br />

Caberá ao CNPE fazer com<br />

que o RenovaBio seja o principal<br />

instrumento para reduzir as<br />

emissões brasileiras em 18%<br />

até 2030. Essa meta é considerada<br />

ousada até mesmo<br />

pelos técnicos que desenham<br />

o decreto de regulamentação.<br />

Antes disso será necessário<br />

O tempo é curto para a<br />

complexa regulamentação<br />

técnica e política do<br />

RenovaBio<br />

superar o entrave de fazer com<br />

que esse decreto com todas<br />

as regras seja publicado dentro<br />

do prazo de 24 de junho, ou<br />

seis meses após a sanção da<br />

lei do RenovaBio. Paralelamente,<br />

o modelo de como<br />

cada produtor de biocombustível<br />

calculará a redução de<br />

emissões está bastante adiantado.<br />

Esse modelo foi criado e com<br />

base nele o setor privado irá<br />

definir quanto de Crédito de<br />

Descarbonização de Biocombustíveis<br />

(CBIO) poderá ser<br />

negociado. A quantidade de<br />

CBIOs será ofertada de acordo<br />

com a capacidade de cada<br />

produtor de biocombustível<br />

em mitigar as emissões. O papel<br />

será certificado, negociado<br />

no mercado financeiro e adquirido<br />

por empresas com saldo<br />

positivo na emissão de carbono,<br />

ou seja, as<br />

poluidoras, como<br />

forma de<br />

compensação.<br />

As conversas<br />

com as<br />

certificadoras<br />

já começaram<br />

e as<br />

com instituições<br />

financeiras<br />

devem<br />

ser iniciadas<br />

no final de janeiro.<br />

A conta será<br />

fechada com o retorno<br />

dos investimentos em novas<br />

unidades, o aumento na produção<br />

e da fatia dos biocombustíveis<br />

na matriz energética<br />

e, consequentemente, a redução<br />

nas emissões de poluentes.<br />

A onda positiva do RenovaBio<br />

é completada pelo interesse<br />

gerado no exterior em relação<br />

ao programa. Antes mesmo<br />

de se tornar um projeto de lei,<br />

representantes do governo do<br />

Canadá procuraram conhecer<br />

o modelo do RenovaBio.<br />

O Reino Unido também se interessou<br />

e sinalizou recursos<br />

de um "fundo de prosperidade"<br />

para financiar pesquisas e estruturação<br />

de um projeto<br />

maior, um mercado global de<br />

transferência de créditos do<br />

petróleo para o setor de biocombustíveis.<br />

A Índia, segundo<br />

maior produtor de canade-açúcar<br />

do mundo, atrás<br />

apenas do Brasil, e o Paraguai<br />

também procuraram o governo<br />

brasileiro.<br />

Tudo caminha tão rápido que<br />

céticos e pessimistas do governo<br />

e do setor privado repetem<br />

o bordão "está bom demais<br />

para ser verdade" quando<br />

falam sobre o programa. O<br />

tempo é curto para a complexa<br />

regulamentação técnica<br />

e política do Renova-<br />

Bio. Resta à sociedade civil<br />

torcer para que a onda positiva<br />

siga nessa reta final e que<br />

os pessimistas não tenham<br />

razão.<br />

Resta à sociedade civil torcer<br />

para que a onda positiva siga<br />

nessa reta final e que os<br />

pessimistas não tenham razão<br />

2<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


SAFRA<br />

<strong>Paraná</strong> fecha ano com<br />

36,483 milhões/t cana<br />

O volume colhido ficou dentro do esperado. Para o próximo período,<br />

a expectativa é de que esses números sejam repetidos<br />

MARLY AIRES<br />

Com a paralisação<br />

das usinas e destilarias<br />

paranaenses para<br />

manutenção, no<br />

final de dezembro, o setor sucroenergético<br />

do Estado fecha<br />

o ano civil processando<br />

36,483 milhões de toneladas<br />

de cana-de-açúcar, pouco<br />

abaixo da estimativa com que<br />

a Alcopar vinha trabalhando<br />

desde meados do ano, que<br />

era de 36,793 milhões de toneladas.<br />

O número, entretanto,<br />

é 7,1% menor que o esmagado<br />

na safra 2016/17, que<br />

foi de 39,255 milhões de toneladas,<br />

segundo o presidente<br />

da Alcopar, Miguel Tranin.<br />

Considerando o ano safra<br />

2017/18, conforme determinação<br />

do Ministério da Agricultura,<br />

Pecuária e Abastecimento,<br />

a esse volume deve<br />

ser acrescida ainda a quantidade<br />

de cana-de-açúcar colhida<br />

entre o final de fevereiro<br />

e o mês de março, quando as<br />

usinas paranaenses tradicionalmente<br />

começam a colher,<br />

antecipando-se as demais regiões.<br />

A safra <strong>2018</strong>/19 começa<br />

oficialmente no dia 1 de<br />

abril. Com a matéria-prima<br />

adicional, o total de cana colhida<br />

deve superar um pouco<br />

a estimativa.<br />

“Tem chovido bastante em<br />

todo o <strong>Paraná</strong> e com o clima<br />

mais quente, as lavouras de<br />

cana-de-açúcar têm apresentando<br />

um bom desenvolvimento<br />

vegetativo possibilitando,<br />

se tudo correr bem até<br />

lá, o início da colheita entre fevereiro<br />

e março. Podemos colher<br />

mais um milhão de toneladas<br />

de cana até o dia 1 de<br />

abril”, estima Tranin.<br />

Como sempre acontece, o mix<br />

de produção no ano passado<br />

foi mais açucareiro, com<br />

58,93% da matéria prima destinados<br />

a produção de açúcar<br />

e 41,07% para a produção de<br />

etanol. No período foram industrializados<br />

2,912 milhões<br />

de toneladas de açúcar, 2,3%<br />

a mais do que o volume total<br />

esperado (2,848 milhões),<br />

além de 1,230 bilhão de litros<br />

de etanol, 4,6% a mais do que<br />

os 1,176 bilhão de litros estimados.<br />

Desse total, 564,8<br />

milhões de litros foram de etanol<br />

anidro e 665,1 milhões de<br />

litros de hidratado.<br />

Canavial envelhecido<br />

Para a próxima safra, a expectativa,<br />

segundo Miguel Tranin,<br />

é repetir os números desse<br />

ano. O canavial continua envelhecido<br />

e o percentual de<br />

renovação no ano passado,<br />

cerca de 10% a 12%, continua<br />

aquém do considerado ideal,<br />

20% do total, apesar de ter<br />

aumentado em relação ao ano<br />

anterior, quando foi registrada<br />

uma renovação de apenas 9%<br />

da área total. O tempo seco<br />

dificultou as operações agrícolas.<br />

Apesar da produção de canade-açúcar<br />

ter sido menor do<br />

que o estimado, a qualidade e<br />

rendimento industrial da matéria-prima<br />

foi superior, fechando<br />

com 141,61 kg de<br />

ATR (Açúcar Total Recuperável)<br />

por toneladas de cana,<br />

2,7% acima dos 137,86<br />

kg/ATR/t cana obtidos no<br />

ano-safra anterior e 4% acima<br />

do esperado neste, 136,2<br />

kg/ATR/t. O clima mais seco<br />

entre os meses de agosto e<br />

setembro, período onde a<br />

colheita é mais intensa, permitiu<br />

uma maior concentração<br />

de açúcar na cana e<br />

maior eficiência industrial na<br />

produção de açúcar e etanol.<br />

Tranin comenta ainda que os<br />

canaviais paranaenses têm<br />

sofrido bastante com o avanço<br />

da mecanização da lavoura,<br />

prejudicando a produtividade.<br />

Mas acredita que o<br />

problema deva ser resolvido<br />

assim que as antigas variedades<br />

forem sendo substituídas<br />

por outras mais modernas e<br />

usado os espaçamentos adequados,<br />

além da entrada de<br />

máquinas mais modernas<br />

com avanços tecnológicos.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3


HOMENAGEM<br />

Tranin recebe a Ordem<br />

Estadual do Pinheiro<br />

O reconhecimento se deve à sua firme atuação à frente do setor e também<br />

a uma série de iniciativas que visam beneficiar a economia paranaense<br />

Opresidente da Associação<br />

de Produtores<br />

de Bioenergia do<br />

Estado do <strong>Paraná</strong><br />

(Alcopar), Miguel Rubens Tranin,<br />

foi uma das personalidades<br />

paranaenses homenageadas<br />

no Palácio Iguaçu em<br />

Curitiba, no dia 19 de dezembro,<br />

pelo governador Beto<br />

Richa.<br />

Tranin foi condecorado com a<br />

Ordem Estadual do Pinheiro,<br />

uma distinção instituída em<br />

2012 para comemorar o dia<br />

19 de dezembro, data da<br />

emancipação política do <strong>Paraná</strong>,<br />

que em 2017 festejou<br />

164 anos.<br />

O presidente da Alcopar representa<br />

um setor que está entre<br />

os mais importantes da atividade<br />

industrial do Estado,<br />

com 26 unidades produtoras<br />

de açúcar e etanol que abrangem<br />

147 municípios e geram,<br />

diretamente, cerca de 40 mil<br />

postos de trabalho.<br />

O reconhecimento a Miguel<br />

Tranin se deve à sua firme<br />

atuação à frente do setor e<br />

também a uma série de iniciativas<br />

que visam beneficiar a<br />

economia paranaense.<br />

Foram homenageados com a<br />

mais alta honraria do governo<br />

do <strong>Paraná</strong>, empresários, artistas,<br />

escritores, lideranças religiosas,<br />

lideranças políticas,<br />

expoentes dos esportes, do<br />

Poder Judiciário e profissionais<br />

de diversas áreas.<br />

Indicados por organizações da<br />

sociedade civil, os nomes dos<br />

homenageados passam por<br />

uma comissão do governo do<br />

Estado e são formalizados por<br />

decreto do governador. “São<br />

pessoas dos mais distintos<br />

setores, que fazem a diversidade,<br />

a pluralidade e a riqueza<br />

de nosso Estado e de nosso<br />

País”, afirmou Richa.<br />

Miguel Tranin disse ter se sentido<br />

“muito honrado com a homenagem”,<br />

que para ele “é<br />

motivo de orgulho”.<br />

Premiação foi em<br />

Curitiba com a<br />

presença de diversas<br />

autoridades<br />

“É um momento de comemoração<br />

para homenagear estas<br />

pessoas, que dão grande contribuição<br />

ao Estado, além de<br />

instituições e entidades aqui<br />

representadas. Todos os que<br />

receberam a Ordem Estadual<br />

do Pinheiro contribuem para<br />

fazer o <strong>Paraná</strong> e o Brasil lugares<br />

melhores para se viver”.<br />

O chefe da Casa Civil e chanceler<br />

da Ordem do Pinheiro,<br />

Valdir Rossoni, explicou que o<br />

processo de indicação passa<br />

por um comitê do governo do<br />

Estado. “São escolhidas pessoas<br />

que prestaram e prestam<br />

relevantes serviços ao <strong>Paraná</strong>.<br />

São pessoas de todas as<br />

áreas da sociedade”, disse<br />

ele.<br />

4 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


OPORTUNIDADE<br />

Alcopar oferece Residência<br />

em Engenharia Agronômica<br />

O programa é desenvolvido desde 2005 em parceria com a Universidade<br />

Federal do <strong>Paraná</strong> e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro<br />

AAlcopar, em parceria<br />

com a Universidade<br />

Federal do <strong>Paraná</strong><br />

(UFPR) e a Universidade<br />

Federal Rural do Rio de<br />

Janeiro (UFRRJ) realiza este<br />

ano a décima edição do programa<br />

de Residência em Engenharia<br />

Agronômica no <strong>Paraná</strong>.<br />

Voltado para engenheiros<br />

agrônomos formados a no<br />

máximo três anos, a partir da<br />

data do edital, tem como objetivo<br />

promover o aprimoramento<br />

de conhecimentos, habilidades<br />

e atitudes indispensáveis<br />

ao exercício da Agronomia<br />

especializada em cana<br />

de açúcar.<br />

O programa é desenvolvido<br />

nas usinas sucroenergéticas<br />

paranaenses através de intensivo<br />

treinamento profissional<br />

em serviço, sob supervisão,<br />

que permitirá também aprimorar<br />

o senso de responsabilidade<br />

ética no exercício das<br />

atividades profissionais. “É<br />

um programa que se destaca<br />

pela qualidade na formação<br />

de mão de obra. O <strong>Paraná</strong> se<br />

tornou um celeiro de engenheiros<br />

agrônomos especializados<br />

no setor sucroenergético”,<br />

afirmou o professor da<br />

UFRRJ, Eduardo Lima, coordenador<br />

do programa.<br />

Durante o primeiro ano será<br />

ofertado aos residentes um<br />

curso de aperfeiçoamento, com<br />

200 horas aula e o residente receberá<br />

uma bolsa de estudo no<br />

valor equivalente a, no mínimo,<br />

a uma bolsa de aperfeiçoamento<br />

dos Órgãos Financiadores<br />

de Pesquisa do Governo<br />

Federal e um seguro pessoal.<br />

A prova de seleção será no dia<br />

3 de fevereiro. Além do teste<br />

escrito sobre conhecimentos<br />

relativos à área de atuação,<br />

serão usados como critérios<br />

de seleção uma entrevista sobre<br />

conhecimentos pessoais<br />

ou técnicos e a avaliação do<br />

currículo, baseando-se na<br />

quantidade e qualidade de títulos<br />

obtidos e atividades desenvolvidas<br />

pelo candidato,<br />

levando-se em consideração<br />

o tempo de graduação.<br />

Todo candidato que obtiver<br />

nota final superior a sete estará<br />

aprovado. Serão chamados<br />

a ocupar as vagas os<br />

aprovados por ordem decrescente<br />

de notas. Os resultados<br />

serão divulgados pela Secretaria<br />

do Programa de Residência<br />

no Instituto de Agronomia<br />

da UFRRJ.<br />

O programa iniciou em 2005<br />

e já capacitou centenas de<br />

profissionais de todo o País.<br />

Também é porta de entrada no<br />

mercado de trabalho. Cerca<br />

de 90% dos residentes foram<br />

absorvidos pelas usinas do<br />

Estado, ressalta Eduardo.<br />

MAIS INFORMAÇÕES:<br />

www.residenciaemagronomiaufrrj.com.br/,<br />

na sede da<br />

Alcopar - Av. Carneiro Leão,<br />

135 salas 903 e 904 – CEP:<br />

87013-080 - Maringá (PR) -<br />

telefone (44) 32252929; ou<br />

na secretaria do Programa de<br />

Residência em Engenharia<br />

Agronômica Instituto de Agronomia<br />

- UFRRJ - antiga estrada<br />

Rio-São Paulo, km 47 –<br />

CEP: 23851-970 - Seropédica<br />

(RJ) - telefone (21) 3787-<br />

1772.<br />

Curso de aperfeiçoamento contará com 200 horas aula<br />

A prova de seleção será no dia 3 de fevereiro<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5


CANA<br />

MPB e meiosi para ter<br />

produtividade com qualidade<br />

O produtor Ismael Perina Júnior é pioneiro na adoção do plantio<br />

interrotacional e no uso de mudas pré-brotadas, com resultados significativos<br />

Ao falar da experiência<br />

que tem vivido em<br />

sua propriedade rural,<br />

o produtor paulista<br />

de cana-de-açúcar, Ismael<br />

Perina Júnior, defendeu<br />

em evento realizado pela<br />

Syngenta e Alcopar, em Maringá,<br />

o uso de mudas prébrotadas<br />

(MPB) e da meiosi<br />

(Método Interrotacional Ocorrendo<br />

Simultaneamente) como<br />

forma de recuperar a<br />

produtividade das lavouras de<br />

cana-de-açúcar, em queda<br />

nos últimos anos. Ele é pioneiro<br />

na adoção do sistema<br />

meiosi e do uso de MPB.<br />

“O produtor de cana tem que<br />

fazer a sua parte para ter<br />

ganho de produtividade. O<br />

uso de MPB é fundamental<br />

porque a muda é o principal<br />

insumo. Não acredito em<br />

ganho de produtividade sem<br />

MPB”, afirmou ao apresentar<br />

os resultados que tem obtido<br />

em sua propriedade.<br />

Ismael ressaltou ainda que a<br />

meiosi é a maior revolução na<br />

produção de cana ocorrida<br />

nos últimos anos. “Sei disso<br />

porque já estou passando”,<br />

resumiu. A técnica permite<br />

uma redução significativa dos<br />

custos, que no caso do óleo<br />

diesel supera os 35% de economia<br />

na operação de plantio.<br />

A safra, que deve iniciar<br />

em outubro, será a sexta<br />

usando MPB e a quinta usando<br />

a meiosi.<br />

O produtor falou sobre as mudanças,<br />

para pior, ocorridas no<br />

padrão de produção de mudas<br />

na maior parte das usinas.<br />

“Desafio qualquer empresa<br />

que tenha mantido o mesmo<br />

padrão de antes, com condições<br />

de viveiros, tratamento<br />

térmico e tudo mais”, disse,<br />

lamentando os resultados.<br />

“Hoje, a produtividade está<br />

em 75 a 80 toneladas de cana<br />

por hectare, mas já foi de 90<br />

a 100. Outras culturas dobraram<br />

a produtividade no período,<br />

mas a de cana caiu. E tem<br />

usina que usa 25 toneladas<br />

de cana como muda para produzir<br />

50 ou 60 toneladas por<br />

hectare. Nós estragamos tudo<br />

plantando coisa que nem sabíamos<br />

o que era. É como se<br />

estivéssemos usando semente<br />

de paiol. E para piorar, o<br />

plantio mecanizado esparramou<br />

pragas e doenças na<br />

cana”, afirmou Ismael. “Mas<br />

está fácil de reverter. Estas<br />

técnicas vão nos tirar do buraco<br />

que nos metemos. É a<br />

saída para nós”, ressaltou.<br />

A mudança, segundo Ismael,<br />

está respaldada em levar muda<br />

de qualidade e sanidade para<br />

campo “para plantar coisa<br />

que presta e não algo que nem<br />

sabe o que é”. Para o produtor<br />

é preciso repensar o que está<br />

sendo feito e planejar o plantio,<br />

além de tomar outros cuidados<br />

desde o preparo do solo,<br />

como eliminar a soqueira, desinfetar<br />

facão e colheitadeira,<br />

se quiser ter canavial saudável<br />

por mais tempo.<br />

Ismael também é defensor da<br />

rotação de culturas, técnica<br />

que adota desde a década de<br />

1980. “Com a outra cultura é<br />

possível cobrir todos os custos<br />

de preparo do solo. E cana<br />

em cima de leguminosa é<br />

show. Dá 145 toneladas de<br />

cana por hectare em cima”,<br />

citou destacando que em sua<br />

propriedade tem 15% de solo<br />

tipo B, 25% de C e 40% de D.<br />

O produtor já conseguiu reduzir<br />

o uso de mudas de 13 toneladas<br />

para 9,8 toneladas por<br />

hectare, enquanto as médias<br />

de muitos produtores variam<br />

de 18 a 23 toneladas de cana.<br />

No primeiro plantio usando<br />

meiosi, de uma linha plantou<br />

de sete a dez linhas. Já conseguiu<br />

fazer uma para 30, mas a<br />

meta é reduzir ainda mais chegando<br />

a uma por 45 ou mais,<br />

além de fazer a reforma do canavial<br />

com 10 anos.<br />

6<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Vantagens são muitas<br />

Defensor do uso da técnica<br />

meiosi e de mudas pré-brotadas,<br />

o professor doutor Paulo<br />

Figueiredo, fisiologista da<br />

Unesp (Universidade Estadual<br />

de São Paulo) em Dracena,<br />

que tem grande experiência<br />

em produção de cana, foi palestrante<br />

do mesmo evento da<br />

Syngenta e Alcopar. “É importante<br />

usar mudas que apresentem<br />

procedência confiável,<br />

alta qualidade e padrão de<br />

crescimento e desenvolvimento,<br />

além de pureza genética,<br />

uniformidade dos indivíduos,<br />

vigor e estado sanitário<br />

isento de patógenos”, disse.<br />

Dentre as vantagens da MPB,<br />

Figueiredo destacou o ganho<br />

econômico na implantação de<br />

viveiros e o elevado padrão de<br />

fitossanidade e vigor, evitando<br />

a propagação de pragas e doenças,<br />

além da uniformidade<br />

de plantio, rápido desenvolvimento,<br />

homogeneidade do canavial,<br />

redução da quantidade<br />

de mudas que vai a campo e<br />

do replantio de áreas comerciais,<br />

expansão e renovação,<br />

evitando falhas, atrasos na<br />

brotação e com menor ataque<br />

de microorganismos. Ele ressalta<br />

que é preciso observar o<br />

momento do replantio, para<br />

evitar a competição, visando a<br />

maior longevidade do canavial.<br />

Para Figueiredo, parte do segredo<br />

para se obter produtividade<br />

e qualidade no canavial<br />

tem a ver com práticas antigas,<br />

que muitos deixaram de<br />

observar, como a desinfecção<br />

de facões e instrumentos agrícolas,<br />

o rouguing para evitar a<br />

disseminação e a entrada de<br />

doenças, o tratamento térmico<br />

do tolete e não adquirir ou usar<br />

mudas sem qualidade ou sanidade,<br />

além de conhecer as<br />

principais doenças, aprendendo<br />

a lidar com elas.<br />

Outro cuidado fundamental é a<br />

qualidade da muda no plantio<br />

mecanizado. “A colheita deve<br />

ser realizada cuidadosamente<br />

e com velocidade de trabalho<br />

menor (3 a 4 km/h) que a especificada<br />

para a colheita de<br />

matéria prima para moagem.<br />

O ideal seria que a máquina<br />

cortasse colmos com 50 cm<br />

para diminuir os danos à gema”,<br />

disse ressaltando que velocidades<br />

normais de colheita<br />

(6-7 km/h) danificam os toletes<br />

e as gemas, deixando-os<br />

com trincas que permitem a<br />

entrada de patógenos e a<br />

perda de água, ocasionando a<br />

diminuição do vigor.<br />

“É preciso ainda observar a<br />

distância da área da muda e a<br />

área de plantio, adotando<br />

meiosi com MPB ou canteiros<br />

na área de plantio, de modo a<br />

evitar, o quanto possível, o<br />

transporte do material de propagação<br />

a grandes distâncias”,<br />

recomendou Figueiredo.<br />

A meiosi proporciona também<br />

muitos benefícios como a redução<br />

do consumo de muda,<br />

permitindo que mais cana seja<br />

enviada para moagem na usina<br />

e redução e simplificação<br />

da operação de máquinas e<br />

implementos, eliminado o<br />

transporte de mudas e gerando<br />

economia de diesel.<br />

Isso além de permitir um planejamento<br />

mais adequado da<br />

área a ser plantada, dar uniformidade<br />

ao canavial e melhora<br />

da condição do solo e benefícios<br />

agronômicos com a rotação<br />

de culturas, que ainda dará<br />

uma renda extra com a comercialização<br />

da produção obtida<br />

no sistema.<br />

A meiosi vai permitir maior sanidade<br />

das mudas com relação<br />

a pragas, doenças e plantas daninhas,<br />

com menor custo em<br />

controles fitossanitarios, menor<br />

taxa de replantio e ganho de<br />

produtividade e longevidade.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7


DOCE EQUILÍBRIO<br />

Por que o brasileiro<br />

é apaixonado por açúcar?<br />

O paladar doce é cultural e foi desenvolvido a partir do costume português<br />

de acrescentar o produto aos diversos alimentos e usá-lo nas celebrações<br />

Pesquisa realizada<br />

com pacientes do<br />

Instituto Dante Pazzanese<br />

de Cardiologia,<br />

no âmbito da Campanha<br />

Doce Equilíbrio, com o objetivo<br />

de compreender os hábitos<br />

e comportamentos de<br />

quem consome açúcar identificou<br />

que 71% da população<br />

consome o produto habitualmente<br />

e, desse total,<br />

26% ingere alimentos açucarados<br />

todos os dias.<br />

Os dados reforçam a forte ligação<br />

do brasileiro com o<br />

açúcar, o que já vem de muitos<br />

séculos. Além de ser a<br />

principal fonte de energia utilizada<br />

pelo cérebro, o ingrediente<br />

traz a sensação de<br />

bem-estar e ainda tem um<br />

papel muito importante na<br />

culinária.<br />

Esses fatores compõe um<br />

cenário histórico e cultural relevante<br />

conhecido também<br />

como a Rota do Açúcar. Decorrente<br />

do processamento<br />

da cana, que tem seu primeiro<br />

registro há 12 mil anos,<br />

o produto chegou ao Brasil<br />

com as caravelas de Cabral,<br />

no século XVI, época do descobrimento.<br />

Os portugueses<br />

estabeleceram engenhos de<br />

cana no país e trouxeram a<br />

tradição dos doces e da utilização<br />

do ingrediente em diversos<br />

pratos.<br />

O produto foi a principal fonte<br />

de renda do Brasil no período<br />

colonial, e até os dias atuais<br />

tem forte presença na economia<br />

e na rotina alimentar<br />

dos brasileiros, principalmente<br />

nos preparos culinários<br />

de doces e bebidas. Como<br />

mostra a pesquisa feita<br />

no Instituto Dante Pazzanese,<br />

88% dos que consomem<br />

açúcar afirmam utilizar o ingrediente<br />

no chá ou café, enquanto<br />

62% preferem adicioná-lo<br />

em sobremesas e<br />

bolos.<br />

Segundo o antropólogo e<br />

autor do livro Caminhos do<br />

Açúcar, Raul Lody, “o paladar<br />

doce é extremamente<br />

cultural, foi desenvolvido a<br />

partir do costume português<br />

de acrescentar o produto<br />

aos diversos alimentos e<br />

usá-lo em diversos tipos de<br />

celebrações. Deste modo, o<br />

brasileiro criou uma memória<br />

baseada nesta tradição”.<br />

Na Idade Média, o açúcar, utilizado como medicamento, era mais caro que<br />

o ouro e usado para presentear papas, reis e nobres<br />

Na Idade Média, o açúcar foi<br />

considerado uma especiaria.<br />

Mais caro que o grama do<br />

ouro, era utilizado como medicamento<br />

e entregue como<br />

presente para papas, reis e<br />

nobres. Além de sua raridade,<br />

que provocava cobiça,<br />

associava-se aos produtos<br />

do Éden, aproximando homens<br />

e deuses.<br />

Raul Lody explica que, por<br />

esses motivos, até hoje o<br />

doce é valorizado como um<br />

presente ou uma experiência<br />

gastronômica de grande valor.<br />

“Formou-se no mundo<br />

um entendimento de que<br />

tudo aquilo que chega do<br />

açúcar da cana está repleto<br />

de significados, de alegria a<br />

prazer”, afirma.<br />

Equilíbrio e prazer<br />

Nos dias atuais, um dos assuntos mais discutidos em torno<br />

do ingrediente é a sua relação com algumas questões de<br />

saúde. A boa notícia é que o açúcar pode ser consumido<br />

normalmente, levando sempre em conta a recomendação<br />

da nutricionista Márcia Daskal, de que a ingestão deve ser<br />

feita de forma equilibrada.<br />

“As pessoas gostam de comer produtos açucarados e não<br />

há problema se isso acontecer diariamente, desde que se<br />

avalie a quantidade. Precisamos parar de eleger vilões e resgatar<br />

o prazer pela comida. Olhar para o alimento não isoladamente,<br />

mas num contexto de vida”, salienta a especialista.<br />

Com séculos de história, o uso do açúcar e das demais especiarias<br />

fez nascer e crescer uma gastronomia com centenas<br />

de criações. “O ingrediente não só dá prazer, mas<br />

também auxilia o organismo a ser mais produtivo. Por este<br />

motivo, é uma paixão mundial, não devendo ser excluído do<br />

cardápio e sim valorizado”, complementa Márcia.<br />

8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


DOIS<br />

PONTOS<br />

Envelhecimento<br />

As usinas do país poderiam<br />

produzir muito mais do que<br />

fazem atualmente. Canaviais<br />

envelhecidos e usinas<br />

endividadas viraram rotina<br />

no setor nos últimos anos e<br />

Parceria<br />

Parada<br />

Uma joint venture entre a<br />

Copersucar e a BP Biocombustíveis<br />

para operar um<br />

terminal de armazenagem<br />

de etanol em São Paulo foi<br />

aprovado pelo Conselho<br />

Administrativo de Defesa<br />

Econômica (Cade). As<br />

duas empresas esperam<br />

otimizar a logística de fornecimento<br />

de etanol e ampliar<br />

a presença comercial<br />

no País. Em operação desde<br />

2014, o Terminal Copersucar<br />

de Etanol, em Paulínia,<br />

possui 10 tanques,<br />

com capacidade de armazenagem<br />

de 180 milhões<br />

de litros e de movimentação<br />

de 2,3 bilhões de litros<br />

por ano, com possibilidade<br />

de ampliação.<br />

impedem o crescimento da<br />

produtividade no campo.<br />

As lavouras de cana produziram<br />

em média 77 toneladas<br />

por hectare, ante as 85<br />

consideradas ideais.<br />

O Centro-Sul do Brasil pode<br />

iniciar a próxima safra com<br />

quase 9 milhões de toneladas<br />

de capacidade de moagem<br />

“desligada”, reflexo de grupos<br />

sucroenergéticos endividados<br />

ou em busca de redução<br />

de custos e otimização<br />

da operação em meio à falta<br />

de matéria-prima. O volume<br />

pode aumentar para mais de<br />

20 milhões de toneladas considerando<br />

alguns grupos em<br />

recuperação judicial que ainda<br />

vivem incertezas sobre a<br />

continuidade das atividades<br />

na temporada <strong>2018</strong>/19. O<br />

total parado não representa<br />

perda de capacidade. As unidades<br />

poderão ser reativadas,<br />

mas mostra as dificuldades<br />

do setor com produção<br />

de cana estagnada, devido<br />

a investimentos insuficientes,<br />

enquanto aguarda os<br />

efeitos da nova política de<br />

biocombustíveis para retomar<br />

a expansão da cultura.<br />

CAR<br />

Foi prorrogado o prazo para<br />

que proprietários rurais se<br />

inscrevam no Cadastro Ambiental<br />

Rural (CAR), obrigatória<br />

para todos os imóveis<br />

rurais do país. A base eletrônica<br />

de dados foi criada a<br />

partir do novo Código Florestal<br />

e contém informações<br />

das propriedades e posses<br />

rurais, além dos limites das<br />

posses com áreas de vegetação<br />

nativa e reservadas<br />

para preservação. O novo<br />

prazo final para inscrição é<br />

31 de maio de <strong>2018</strong>.<br />

Agro<br />

Após um bom resultado em<br />

2017, quando a alta deverá<br />

atingir 12%, o PIB (Produto<br />

Interno Bruto) da agropecuária<br />

poderá ter retração<br />

de 2,5% em <strong>2018</strong> segundo<br />

o Ipea (Instituto de Pesquisa<br />

Econômica Aplicada).<br />

A queda do PIB da<br />

agropecuária poderá ocorrer<br />

devido à safra menor, já<br />

projetada pelo IBGE. Ao<br />

contrário do que ocorreu<br />

em 2017, quando só a<br />

agropecuária salvou o PIB,<br />

o setor será o único a registrar<br />

queda em <strong>2018</strong>.<br />

Safra<br />

Automóveis<br />

Tecnologia<br />

Com foco na Agricultura de<br />

Precisão, pesquisadores da<br />

Faculdade de Engenharia Agrícola<br />

da Unicamp desenvolveram<br />

um sistema que, ao ser<br />

instalado em colhedoras de<br />

cana-de-açúcar, possibilita<br />

criar mapas de produtividade<br />

Problemas econômicos nas<br />

usinas provocaram uma redução<br />

na área de cana-de-açúcar<br />

no país na safra 2017/18<br />

para 8,74 milhões de hectares<br />

no país, 311 mil a menos do<br />

que na anterior, segundo a<br />

Conab (Companhia Nacional<br />

de Abastecimento). São Paulo,<br />

ao reduzir em 220 mil hectares,<br />

foi o principal responsável<br />

pela queda nacional.<br />

Mas, constata-se uma renovação<br />

das lavouras com novas<br />

variedades, mais resistentes<br />

a pragas e doenças, que<br />

trazem maior produtividade. A<br />

Conab prevê moagem de 636<br />

milhões de toneladas de cana<br />

Após quatro anos de queda, a<br />

indústria automobilística brasileira<br />

encerrou o ano com<br />

crescimento de 9,2% nas vendas.<br />

Segundo analistas, a recuperação<br />

do mercado de<br />

carros novos começou no segundo<br />

semestre, com a melhora<br />

da economia. Agora, os<br />

revendedores de veículos projetam<br />

nova alta para este ano,<br />

de quase 12%. A previsão é<br />

atingir 2,5 milhões de unidades,<br />

incluindo caminhões e<br />

ônibus, ante os 2,239 milhões<br />

de 2017.<br />

e visualizar a variabilidade espacial<br />

da produção. A tecnologia,<br />

que é baseada em<br />

células de carga e tem como<br />

diferencial ser o primeiro monitor<br />

de produtividade para<br />

cultura lançado comercialmente<br />

no mundo.<br />

no país, um volume 3% inferior<br />

ao da safra anterior, e produção<br />

de 39,5 milhões de<br />

toneladas de açúcar e 27 bilhões<br />

de litros de etanol.<br />

10 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>


Descarbonizar<br />

A sustentabilidade ganha escala<br />

nas estratégias de negócios<br />

das grandes empresas.<br />

Compensar ou reduzir as<br />

emissões geradas pelo uso<br />

de fontes de energia fóssil<br />

são práticas cada vez mais<br />

valorizadas por agregar valor<br />

aos produtos. A Trouw Nutrition,<br />

divisão brasileira de uma<br />

das líderes globais no ramo<br />

de nutrição animal, a Nutreco,<br />

Há mapeadas no mundo 252<br />

ervas daninhas resistentes a<br />

herbicidas que prejudicam 92<br />

culturas em 69 países. No<br />

Brasil, são oito espécies:<br />

buva, capim-amargoso, azevém,<br />

capim-pé-de-galinha,<br />

cloris e caruru. Segundo a<br />

Embrapa, há no país 20,1 milhões<br />

de hectares no sistema<br />

de produção de soja. Os esforços<br />

para conter o seu<br />

avanço podem elevar de forma<br />

substancial - em alguns<br />

casos, mais que triplicar - o<br />

adotou o etanol como combustível<br />

oficial em 160 veículos<br />

de sua frota no País, que<br />

percorrem 5,7 milhões de<br />

quilômetros por ano, substituindo<br />

430 mil litros de gasolina,<br />

o que evitará a emissão<br />

de 1.000 toneladas de gases<br />

de efeito estufa por ano. Seriam<br />

necessárias 6.325 árvores<br />

para se gerar o mesmo<br />

benefício ambiental.<br />

Resistência<br />

custo de produção no Brasil.<br />

Um estudo da Embrapa estima<br />

aumentos que variam de<br />

42% a 222% por hectare, resultado<br />

do uso maior de químicos<br />

no solo e da queda de<br />

produtividade. O Brasil figura<br />

em 5º lugar no ranking mundial<br />

de países com o maior<br />

número de casos de plantas<br />

daninhas resistentes, em 46<br />

registros oficiais. Um dos motivos<br />

para o aumento é o uso<br />

indiscriminado de agroquímicos<br />

nas lavouras.<br />

Sílica<br />

A sílica gel e a nanosílica de<br />

alta pureza são dois materiais<br />

com inúmeras aplicações<br />

na indústria, como<br />

tintas, pneus de carro, cerâmicas,<br />

revestimentos, filtros,<br />

agentes desumidificantes e<br />

desidratantes para alimentos<br />

e medicamentos. No entanto,<br />

a obtenção da sílica industrial<br />

a partir da areia pode<br />

causar impacto ambiental.<br />

Para reduzir os danos ao<br />

meio ambiente, em uma pesquisa<br />

realizada no Instituto<br />

de Pesquisas Energéticas e<br />

Nucleares, associado à USP,<br />

foi desenvolvida técnica para<br />

obter sílica a partir das cinzas<br />

de biomassa de cana, o<br />

La Niña<br />

Recentemente, as temperaturas<br />

da superfície do mar<br />

na parte oriental do Pacífico<br />

tropical têm esfriado e já<br />

chegam a condições características<br />

de um episódio<br />

fraco de La Niña. Da mesma<br />

forma, a maioria dos indicadores<br />

atmosféricos<br />

agora coincide com os correspondentes<br />

para as primeiras<br />

fases de um episódio<br />

de La Niña. Os modelos<br />

climáticos indicam que é<br />

provável que estas condições<br />

serão mantidas no<br />

primeiro trimestre de <strong>2018</strong>.<br />

Copa<br />

A Copa do Mundo este ano<br />

na Rússia, mas o Brasil<br />

mais uma vez terá sua<br />

marca em todas as 64 partidas<br />

da competição. É que,<br />

pela primeira vez, a bola utilizada<br />

no torneio terá como<br />

componente uma borracha<br />

especial, feita a partir de<br />

cana-de-açúcar. É uma borracha<br />

orgânica que tem<br />

uma pegada de carbono 10<br />

vezes menor do que as derivadas<br />

do petróleo.<br />

que também agrega valor a<br />

um resíduo gerado em grande<br />

quantidade pela indústria<br />

sucroalcooleira. Cada tonelada<br />

de cana gera de 250 a<br />

270 quilos de bagaço, cuja<br />

queima com as palhas e<br />

pontas (mais 200 kg por tonelada)<br />

resulta em 1% a 4%<br />

de cinzas.<br />

Abastecimento<br />

O estudo calcula um déficit<br />

de 19 bilhões de litros de<br />

combustíveis fósseis em<br />

2030. Para cobrir a lacuna<br />

seria necessário ampliar a<br />

capacidade de produção em<br />

pelo menos 300 mil barris/<br />

dia. O gasto previsto é de R$<br />

33 bilhões. Para atender exigências<br />

da COP-21 o País<br />

A expansão do cultivo de<br />

cana-de-açúcar no Brasil<br />

para produção de etanol<br />

tem o potencial de substituir<br />

até 13,7% do petróleo consumido<br />

no mundo e reduzir<br />

as emissões globais de dióxido<br />

de carbono (CO 2 ) em<br />

até 5,6% em 2045 sem afetar<br />

áreas de preservação<br />

ambiental ou comprometer<br />

culturas agrícolas. As estimativas<br />

são de um estudo<br />

internacional publicado na<br />

Déficit<br />

Etanol<br />

O País do pré-sal corre risco<br />

de um racionamento de combustíveis<br />

a partir de 2025 por<br />

falta de refinaria para processar<br />

o petróleo e de infraestrutura<br />

para importar. Segundo a<br />

consultoria Strategy&/PwC, o<br />

crescimento da demanda e o<br />

compromisso ambiental firmado<br />

na última Conferência<br />

Global do Clima vão exigir investimentos<br />

de R$ 87 bilhões<br />

a R$ 95 bilhões até 2030. Se<br />

nada for feito, em sete anos o<br />

abastecimento, especialmente<br />

de diesel, ficará comprometido.<br />

O pesadelo das distribuidoras<br />

é que a economia finalmente<br />

cresça, mas falte infraestrutura<br />

para dar vazão ao<br />

potencial de consumo da população.<br />

precisará de R$ 7 bilhões para<br />

ampliar a produção de biodiesel<br />

e R$ 40 bilhões para<br />

elevar a oferta de etanol. Se<br />

nada for feito, será preciso<br />

importar combustíveis, o que<br />

exigiria gastos em portos,<br />

tanques, ferrovias e dutos –<br />

de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões<br />

até 2030.<br />

revista Nature Climate Change.<br />

O trabalho avaliou como<br />

a expansão da produção de<br />

etanol obtido da cana poderia<br />

contribuir para limitar o<br />

aumento médio da temperatura<br />

global a menos de 2 ºC<br />

por meio da redução das<br />

emissões de CO 2 pela queima<br />

de combustíveis fósseis,<br />

conforme acordado<br />

pelas 196 nações que assinaram<br />

o Acordo Climático<br />

de Paris.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11


FORMAÇÃO<br />

Esporte e cidadania<br />

no Projeto Fênix<br />

Realizado pela Usina Santa Terezinha em parceria com a Prefeitura<br />

de Maringá, iniciativa atende mais de 250 alunos de forma gratuita<br />

ASSESSORIA DE<br />

COMUNICAÇÃO<br />

AArest (Associação<br />

Recreativa e Esportiva<br />

Santa Terezinha),<br />

da Unidade<br />

Iguatemi da Usina Santa<br />

Terezinha, e a Prefeitura de<br />

Maringá firmaram uma<br />

parceria que regulamenta o<br />

Projeto Fênix, iniciativa de<br />

incentivo ao esporte que<br />

atende cerca de 250 crianças<br />

e adolescentes no distrito<br />

de Iguatemi, Maringá.<br />

O projeto oferece aulas<br />

gratuitas de futsal para alunos<br />

de 6 a 17 anos matriculados<br />

na rede municipal<br />

de ensino. A iniciativa ainda<br />

promove valores ligados<br />

à formação pessoal,<br />

favorecendo a criação da<br />

cultura e do hábito esportivo,<br />

levando ao desenvolvimento<br />

físico e social dos<br />

participantes.<br />

A associação da Usina<br />

Santa Terezinha é responsável<br />

pela formação dos<br />

grupos, de acordo com a<br />

faixa etária, fornecimento<br />

de uniformes e designação<br />

do profissional de educação<br />

física responsável.<br />

Além de orientar, acompanhar<br />

e supervisionar as<br />

atividades técnico-pedagógicas<br />

do projeto, garantindo<br />

a efetiva qualidade do<br />

processo de aprendizagem.<br />

Já a Prefeitura cede o espaço<br />

físico do Centro Esportivo<br />

do Distrito de Iguatemi<br />

para a realização dos<br />

treinamentos, disponibiliza<br />

o material necessário, professores<br />

de educação física<br />

e estagiários para<br />

atuarem no projeto.<br />

O Projeto Fênix dá continuidade<br />

ao trabalho de incentivo<br />

ao esporte e formação<br />

cidadã realizado pela Usina<br />

Santa Terezinha desde<br />

2012, com o projeto Atleta<br />

do Futuro. Promovido em<br />

parceria com o Sesi (Serviço<br />

Social da Indústria), o<br />

Atleta do Futuro atendeu,<br />

em cinco anos de atividade,<br />

mais de 250 crianças<br />

ao ano em aulas gratuitas<br />

de futsal aliadas ao<br />

acompanhamento social e<br />

pedagógico.<br />

Assinatura de acordo beneficiará desenvolvimento<br />

físico e social dos participantes<br />

A Usina Santa Terezinha é<br />

uma empresa brasileira do<br />

setor sucroenergético, composta<br />

pelo corporativo e o<br />

terminal logístico - em Maringá,<br />

o terminal rodoferroviário<br />

em Paranaguá, e as<br />

onzes unidades produtivas<br />

em Iguatemi, Paranacity, Tapejara,<br />

Ivaté, Terra Rica, São<br />

Tomé, Cidade Gaúcha, Rondon,<br />

Umuarama e Moreira<br />

Sales - no <strong>Paraná</strong>, e Usina<br />

Rio <strong>Paraná</strong> - no Mato Grosso<br />

do Sul. A empresa conta<br />

com mais de 16 mil colaboradores<br />

nos setores agrícola,<br />

industrial e administrativo.<br />

12 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>

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