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R E V I S T A
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I N F O R M A T I V A
R E V I S T A
I N F O R M A T I V A
Idenir José Deggerone
Técnico em Agropecuária e Administrador
AGROPECUÁRIA LOCAL E A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
O município de Lagoa Vermelha é
lembrado como uma terra desbravada por
tropeiros que com o tempo e permanência, esses
se transformaram em grandes proprietários de
terras, fazendeiros, criadores de gado, por longo
período da história. Hoje com ausência dos
tropeiros, mas com a comunidade, presença do
povo, que entrevê evolução social e econômica,
com a agropecuária, serviços e indústria
moveleira. Dessa trajetória, observamos que os
primeiros movimentos que antecederam a
criação do município, têm no setor primário e na
pecuária a primeira atividade exploratória e
econômica do município.
A partir dos anos 90, ocorrem
transformações estruturais na agricultura,
avanços tecnológicos, abertura dos mercados
c o m e f e i t o s p o s i t i v o s e m t e r m o s d e
competitividade e negativos sob o ponto de vista
socioeconômico. Além desses aspectos teóricotécnicos,
as transformações ocorridas no setor
articulados com a indústria, e com esse processo,
a agricultura alterou sua matriz de produção
econômica. Por outro lado, esse processo
manteve maior concentração de renda e de
posse da terra, com maior modificação
ambiental e uma migração da população rural
para urbana nesse período.
R e s s a l t a m o s o p r o c e s s o d e
industrialização, iniciado no pós-guerra,
intensificado a partir dos anos 60, com a
introdução de máquinas, equipamentos,
fertilizantes, defensivos agrícolas, ferramentas
gerenciais e também da base genética, a partir de
novas variedades e de raças de animais,
estendidos até os nossos dias.
As transformações promovidas pela
modernização e industrialização da agricultura e
a constituição dos complexos agroindustriais
mudou a base técnica da produção agrícola, que
transformou a agricultura artesanal numa
agricultura moderna, mecanizada e intensiva,
com processamento semelhante ao da indústria,
passando a comprar determinados insumos e
produzir matérias-primas para outros setores da
produção, continuamente, de forma dinâmica,
deixando de existir uma agricultura isolada, mas
a predominância de vários complexos industriais.
Essa mudança produtiva ocorreu
impulsionada pela produção especializada em
atividades intensivas em capital com as grandes
culturas (soja, milho, trigo, cevada, aveia, maçã,
etc.). A atividade agrícola deixou de ser uma
f o r n e c e d o r a d e a l i m e n t o s n a t u r a i s e
consumidora de seus próprios produtos,
tornando-se uma atividade integrada aos setores
industriais e de serviços. Assim podemos
observar que houve significativas mudanças na
agricultura, no objeto, no processo, nas formas
da força de trabalho, na gestão e no controle das
unidades de produção.
Nesse contexto, as cooperativas
agropecuárias deram grande contribuição,
através da organização dos complexos
agroindustriais cooperativos, com a provisão de
i n s u m o s b á s i c o s , a r m a z e n a m e n t o s e
beneficiamentos. Também a integração, entre
agricultura, pecuária e a indústria é fortificada,
pela integração de capitais apoiados pelo
Sistema Nacional de Crédito Rural e assistência
técnica no período. A transformação de nossa
agropecuária perpassa pela evolução das
culturas temporárias, atualmente com elevada
pressão da cultura da soja, tendo alguns efeitos.
A paisagem das pastagens nativas deu
lugar às lavouras temporárias obtendo grande
expansão e, no inverno com áreas de pastagens
plantadas (anuais), a abertura de áreas novas
provoca mudanças das características
ambientais originais. Por outro lado, a redução
da área plantada com culturas de inverno, de
certa forma ocorreu uma compensação com o
aumento da área de soja e do aumento de
produtividade das principais culturas. Na cultura
do milho com redução de área de plantio, seu
cultivo sofre concorrência direta da soja na
disputa de área de plantio, perdendo a
importância na rotação de culturas, tendo a soja
levado vantagem, puxada pelos preços do
mercado internacional.
Mesmo com a elevação em mais de 100
% na produtividade, o milho não ocupou área
tecnicamente recomendada para rotação de
culturas de verão. Assim a soja, agora como
principal cultura da agricultura brasileira e do
município, teve rápida expansão, provocado
pelos preços internacionais muito favoráveis, por
conseguinte a maior evolução de todas as
culturas de nossa matriz produtiva e com
crescimento da área cultivada em 42,86 %.
Aspecto que contribuiu para esse contexto foi a
coincidência da introdução da soja em nosso
meio com o período de modernização da
agricultura, a implantação da cultura com nível
elevado de tecnologias, resultando num rápido
aumento de produtividade no período (54,21
%).
Já as culturas de inverno, o trigo, cevada,
triticale e aveia entre outros, na série histórica,
não mantiveram-se em crescimento positivo,
em termos de área e, quanto as produtividades,
existe potencial e perspectivas de evolução.